PROJETO ASSEMBLEIA – UM NOVO OLHAR PARA AS
QUESTÕES ESCOLARES
Adriana Rosa BORBOREMA
[email protected]
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA –
ESEBA/UFU
Klênio Antônio SOUSA
[email protected]
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA –
ESEBA/UFU
RESUMO
Este trabalho apresenta a experiência de um espaço de diálogo escolar, dirigido pela equipe de Psicologia de
um Colégio de Aplicação. O denominado Projeto Assembleia tem obtido resultados positivos através da
melhora do respeito entre grupos e indivíduos, conscientização, discussão de valores, igualdade e direitos,
entre alunos do segundo (4º a 6º ano) do Ensino Fundamental. Esse tipo de intervenção envolve os alunos no
processo de construção de regras e de decisões na escola, além de valorizar posturas positivas de membros da
comunidade escolar, e tem se mostrado uma importante ferramenta de prevenção e enfrentamento a diversas
formas de violência e discriminação contra grupos e pessoas, por isso se configura como um espaço privilegiado
que através da discussão e resolução de conflitos, combate a intolerância e a indisciplina. Portanto, as
assembleias capacitam o aluno para uma vida social e política mais participativa e democrática, se mostrando
um ambiente de discussão bastante rico e diverso.
PALAVRAS-CHAVE: Diálogo - Assembleia - Indisciplina.
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INTRODUÇÃO
De acordo com Henri Wallon, em torno dos 09 anos de idade a criança passa a
desenvolver uma crescente individuação, é um período de diferenciação do eu-outro, onde
surgem os confrontos de interesse, conflitos de papel e de cooperação com os demais. Os
princípios de certo e errado que esse jovem recebe do meio em que está, o conduz a fazer
escolhas e interfere no papel que o mesmo ocupa em diversos grupos e espaços. Porém, essa
conduta deve ser vista a partir de um resultado de um encontro entre as forças maturacionais
e as exigências do meio social, que orientam esse indivíduo por certos caminhos, juntamente
com o seu anseio por liberdade e atividade social. (Amaral, 2000).
A partir dessa mesma perspectiva, por volta dos 11 anos de idade em diante, os jovens
apresentam novas necessidades agregadas à individuação mencionada anteriormente. Esses
novos anseios são muitas vezes confusos e seus sentimentos são expressos por meio de
brincadeiras, risadas, conversas em tom de voz elevado, contato corporal e muita
movimentação. Nesse período, ao mesmo tempo em que o adolescente quer se tornar
independente do adulto, ele está dependentemente ligado a este, pois necessita de suas
orientações para decisões e escolhas, devido ser esse um período de reconhecimento e
afirmação da sua identidade, por isso é comum esse grupo ser caracterizado como um grupo
de confronto com o adulto ou de evasão da realidade. (Dér & Ferrari, 2000).
Tassoni e Leite (2013) discutem que esse período é o momento em que a diferenciação
eu-outro está mais sofisticada intelectualmente, é o período em que esse jovem está
descobrindo suas ideias, valores, sentimentos, desencadeando conflitos internos, por isso é
natural o aparecimento de confrontos externos com o outro. Mas essa oposição não se dá
diretamente ao outro, mas sim ao que essa pessoa representar para ele, e ocorre com o
objetivo de garantir sua independência frente a esse outro, características que são essenciais
para a formação de sua personalidade. Para tal, esse jovem tem a necessidade de se
diferenciar desse outro, quer desenvolver sua autonomia, quer ser ouvido, receber mais
atenção, ser valorizado e respeitado.
Nesse mesmo sentido Tognetta e Vinha (2007) defendem que esse confronto é uma
força que assegura a vitalidade desses enquanto grupo, principalmente no contexto escolar. E
isso perpassa o ferir algumas regras que lhe foram impostas, o boicote a algumas atividades e
o confronto direto, desencadeando o ciclo da chamada indisciplina.
Em decorrência deste cenário, um dos principais desafios enfrentados pelas escolas
com os adolescentes é a questão da indisciplina. Diante disso, vê-se necessário repensar o que
caracteriza a indisciplina. Aquino (1996) faz essa reflexão e aponta que é comum a escola
possuir um ideal de aluno, que passa pelo silenciamento, pela obediência e resignação,
portanto, um aluno disciplinado, muitas vezes é apontado como aquele aluno que obedece
sem questionar, e o aluno indisciplinado é aquele que ameaça a ordem e a obediência.
Nesse mesmo sentido, Vasconcellos (2000) defende que a indisciplina muitas vezes é
um recurso dos alunos contra a conduta autoritária do educador em busca de uma disciplina,
seja por meio de repressão, ameaças, penalidades, nota como instrumento de coerção ou
outros movimentos. Apesar disso, não se deve abandonar a ideia de disciplina, pois ela exerce
um papel extremamente importante na organização escolar, “sem disciplina não se pode fazer
nenhum trabalho pedagógico significativo”. Porém, deve-se tomar cuidado para que os
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interesses particulares do educador não se sobreponham aos coletivos, senão a conduta passa
a tomar esse caráter autoritário e a mediação passa a ter efeito contrário ao desejado.
Aquino (1996) propõe diante disso uma reconstrução no modo de ver esse aluno e
inicia questionando e redefinindo o papel social que a escola assume na vida do jovem.
Segundo esse autor, o papel da escola deve perpassar pelas múltiplas determinações,
valorização do pensamento crítico, lógico e racional, valorização dos diferentes pontos de vista
embasada na desconstrução e construção de valores, conceitos, regras e sentidos. Nessa linha,
a escola deixaria de ser um local de repressão, abandonaria essa posição normalizadora que
muitas vezes ocupa, para se tornar um lugar de discussão, possibilidades, valorização da
perspectiva do aluno e das demais esferas frente às situações vividas, pautado no pensamento
lógico e racional. Portanto, a inquietude, a agitação, o barulho passam a ser atributos
desejados, o aluno quieto, apático, silenciado, além de ser um modelo inexistente, deixa de ser
o ideal que a escola espera.
Para que isso ocorra, é essencial que se faça uma revisão nas estruturas institucionais
da escola onde são alicerçadas as relações educativas, pois as mesmas deverão passar por uma
mudança para que a disciplina faça sentido ao aluno e seja um fim comum entre ele e a escola.
Isso quer dizer que é necessário implementar atividades no currículo que estimulem a
participação e o envolvimento dos alunos, além de criar espaços onde os próprios alunos
entendam e façam parte das decisões, de maneira que as regras e normas façam sentido para
esse aluno. Dentro disso, é necessário desenvolver uma maior flexibilidade na aplicação dessas
normas e abrir espaços para que os alunos possam desenvolver atividades fora de sala de aula.
Enfim, é fundamental que as relações estabelecidas com esse aluno sejam pautadas no
diálogo, na camaradagem, no afeto e no respeito mútuo, de forma que os alunos possam
expressar seus pontos de vista, que deverão ser considerados num contexto mais amplo.
(Vasconcellos, 2000)
Diante disso, um dos procedimentos que podem ser utilizados como estratégia para o
desenvolvimento e/ou valorização desses aspectos no âmbito escolar são as assembleias.
Tognetta e Vinha (2007) discorrem que as assembleias são momentos de avaliação, expressão
de sentimentos e negociação de ações, valorização por conquistas, reconhecimento e
discussão de projetos futuros. E ainda sugerem que é um lugar onde o professor pode
conhecer melhor seus alunos, onde os alunos se conhecem melhor, sentem-se pertencidos
àquele espaço ao desenvolverem um papel mais ativo no processo de elaboração de regras,
um lugar em que as regras são elaboradas, reelaboradas e discutidas constantemente, onde há
discussão de conflitos e negociações de soluções, onde se vivencia a democracia e o respeito
mútuo, um local que colabora para a construção de valores e atitudes.
Existem vários tipos de assembleias escolares: de classe (participação de
principalmente de alunos da mesma classe), de nível (participação de professores, dois
representantes de cada classe do nível, do coordenador, do orientador e de um representante
dos funcionários), de escola (participação de todos os seguimentos da escola) e de docentes
(participação dos professores). Aqui, será enfatizada a assembleia de classe, que tem o
objetivo de discutir temáticas que possam “regular e regulamentar a convivência e as relações
interpessoais”. Esse tipo de assembleia, como mencionado anteriormente, é realizado com
alunos de uma única classe por vez, primeiramente conduzida por um adulto e,
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posteriormente, por alunos eleitos pela classe com a orientação do adulto. (Tognetta & Vinha,
2007).
Os temas trabalhados são propostos pelos próprios alunos e os encontros devem ser
conduzidos periodicamente para a naturalização das regras estabelecidas e criadas pelo grupo,
reelaboração das mesmas, para reforço e negociação de novas regras, além de discussões de
soluções para novas questões que surjam naturalmente no decorrer dos dias na escola. Além
disso, as reuniões devem ser estruturadas de forma que todas as decisões, discussões,
propostas e votações que ocorram no processo devam ser documentadas em ata e assinada
por todos os presentes, como forma de garantir o acordo e o cumprimento do que foi decidido
por todos. O conteúdo e o respeito a esse contrato devem ser controlados por todos que
estavam presentes na sua elaboração. Os alunos devem ficar responsáveis por esse registro,
cabendo ao adulto coordenador controlar o tempo, estimular a participação de todos, não
deixar que na discussão se desvie do tema, não permitir a exposição de pessoas, deixar claro
as diferentes opiniões e perspectivas da mesma questão e, principalmente, tomar cuidado
para que os alunos abandonem o individual e pensem mais no coletivo. (Tognetta & Vinha,
2007).
Com esse tipo de intervenção, espera-se que os alunos, ao se sentirem e fazerem parte
o processo de construção de regras e de decisões na escola, possam estabelecer relações mais
saudáveis com os colegas, professores e comunidade escolar como um todo, e que isso possa
ser refletido inclusive fora do ambiente escolar. Tognetta e Vinha (2007) salientam que as
assembleias não devem atender somente aos objetivos dos professores e da escola como um
todo, mas sim ser um espaço de formação do sujeito crítico, autônomo, ético e respeitoso,
onde todas as esferas dessa escola possam ter seu espaço e a autoridade dos funcionários seja
respeitada e valorizada, desde que não tenha cunho autoritário. Nesse sentido, vale ressaltar
que as assembleias são momentos reservados ao diálogo, que não tem o poder de resolver
todas as questões, mas é uma possibilidade para o desenvolvimento de um ambiente mais
cooperativo, participativo, autônomo e saudável, o que pode significar um caminho para a
resolução ou apaziguamento de alguns conflitos.
1. OBJETIVOS
Este trabalho objetiva apresentar a experiência do Projeto Assembleia, um espaço de
diálogo que tem obtido resultados positivos com relação à conscientização, discussão de
valores, igualdade e direitos, entre alunos do segundo ciclo (4º a 6º ano) do Ensino
Fundamental em um Colégio de Aplicação.
1.1. MÉTODO
O projeto Assembleia é um trabalho desenvolvido pela equipe de Psicologia Escolar da
Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia e alcança cerca de 250
alunos com faixa etária entre 9 e 12 anos, estudantes do segundo ciclo, que compreende os 4º,
5º e 6º anos do Ensino Fundamental.
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As atividades do presente projeto são baseadas nas assembleias de classe
apresentadas por Tognetta & Vinha (2007), que objetivam discutir questões que possam
melhorar o convívio e o relacionamento interpessoal dentro da escola. As discussões são
realizadas quinzenalmente em um horário cedido pelo professor, no qual os alunos da sala,
orientados pelo professor da área de Psicologia escolar, organizam discussões acerca de
temáticas levantadas por eles próprios durante as semanas que antecedem a assembleia. A
partir dessas discussões, são levantadas pelos próprios alunos necessidades de intervenção e
desenvolvidas regras de convivência e ações para melhorar as relações dentro da escola.
As temáticas discutidas advêm de duas fontes:
a) A primeira se refere a cartazes anexados em um mural da escola com os seguintes
títulos: “Que bom”, “Que pena” e “Que tal?”, nos quais os alunos têm total liberdade
para elogiar a postura dos colegas e dos professores, no item “Que bom”; Já no item
“Que pena” os alunos compartilham fatores que estão atrapalhando o convívio e as
relações interpessoais na escola, além de situações específicas que podem estar
atrapalhando o bom desenvolvimento das aulas e da aprendizagem de alguns colegas;
Agora o cartaz “Que tal?” é um espaço para sugestões dos alunos para que esses
problemas apontados no item “Que pena” possam ser solucionados ou pelo menos
amenizados.
b) A Segunda fonte de temáticas se refere a uma caixinha que se encontra na sala de
Psicologia Escolar da escola, na qual os alunos podem depositar situações que por
algum motivo (vergonha, medo de exposição e identificação etc.) os alunos porventura
não tiveram liberdade de expor nos cartazes apontados no item anterior. Esses papéis
depositados são lidos pela equipe de Psicologia e levados à assembleia, garantindo o
anonimato, para que os próprios alunos possam lidar com a situação, ou em casos de
urgência, podem ser trabalhadas de forma estratégica em outro momento, nas
chamadas intervenções psicoeducacionais, nas quais a equipe de Psicologia reserva
um horário da aula dos alunos e levam uma temática específica para ser trabalhada
com todos os alunos.
Durante as assembleias de classe os alunos possuem compromisso e responsabilidade
total pelas discussões, tais quais elogios e alternativas e sugestões para melhora das situaçõesproblema, cabendo ao adulto coordenador, no caso o Psicólogo escolar responsável pela
classe, apenas conduzir a discussão, garantir a organização das falas, de modo que todos sejam
ouvidos e que o assunto não se desvie e consiga ser trabalhado do início ao fim.
1.1.1. DISCUSSÃO TEÓRICA
Um dos objetivos da instituição escola é a formação dos alunos para a convivência em
sociedade de modo democrático, onde a crítica, autonomia, a participação e a democracia
devam ser valorizadas e exercitadas. Assim, entende-se que as assembleias são instrumentos
importantes para a formação democrática do aluno e de um fortalecimento da escola como
um ambiente de aprendizagem e exercício da cidadania. Diante disso, compreende-se que não
é possível transmitir esses valores às crianças e adolescentes em um local que seja permeado
pelo autoritarismo, e possibilitar esses alunos o envolvimento em processos de planejamento
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de atividades e resolução de problemas favorece o respeito mútuo e valoriza a expressão livre
de ideias, fundamentais em uma sociedade democrática (Pataro & Pataro).
Nesse mesmo sentido, Dias (2008) reforça a ideia de que a escola tem o objetivo de
formar cidadãos críticos e atuantes na sociedade e permitir espaços que promovam o diálogo,
o respeito, a tolerância e a autonomia dos envolvidos no contexto escolar, possibilita que
crianças e adolescentes possam compreender os outros e a si mesmo como ser social e
histórico, produtores de cultura, propicia que eles possam exercitar e viver efetivamente sua
cidadania. A autora ainda defende que esses ambientes de discussões são importantes
ferramentas preventivas da intolerância e discriminação contra grupos e indivíduos, sendo
uma poderosa arma contra os mais diversos tipos de violência que possam existir dentro e fora
da escola.
Deste modo,
As assembleias são o momento institucional da palavra e do diálogo. O
momento em que o coletivo se reúne para refletir, para tomar consciência
de si mesmo e para transformar tudo aquilo que os seus membros
consideram oportuno. É um momento organizado para que alunos e alunas,
professores e professoras possam falar de tudo que lhes pareça pertinente
para melhorar o trabalho e a convivência escolar. Neste sentido, o espaço
das assembleias de classe não se destina exclusivamente à resolução de
conflitos, pois isso faria com que fosse um momento sempre de tensão e
não prazeroso. Este é o momento também de se falar das coisas positivas,
de felicitar as conquistas pessoais e do grupo e de se discutir temáticas para
projetos futuros. (Araújo, 2002, p. 5)
Dessa forma, compreende-se que as assembleias visam para além do controle e
disciplina dos alunos, elas objetivam capacitar os alunos para uma participação mais efetiva na
vida pública, política e social, lidando com a diversidade e influências culturais e ainda são
espaços para valorização do respeito, da igualdade e de progressos vividos no contexto
escolar. Além disso, sua implantação gera uma modificação no modo de pensar da
comunidade, tornando o ambiente-escola mais respeitoso e mais adequado e propício para
aprendizagem (Araújo, 2002).
Nesse mesmo sentido Oliveira (1997), citado por Luiz (2008), defende que a melhora
no âmbito escolar vai para além de mudanças curriculares, pois perpassa pelo exercício de
novas práticas que envolvam laços de solidariedade, formas coletivas de trabalho e inovação
das relações sociais.
E ainda, Luiz (2008) afirma que, apesar da existência de forças que cooperam para que
os espaços dialógicos na escola possam ser prejudicados caracterizando o ambiente escolar
como um ambiente resistente a mudança, tais como: forças conservadoras, falta de novas
propostas, de tempo e espaço para discussões e até mesmo a ascensão do individualismo,
revelando uma limitação dos educadores, a escola é um espaço privilegiado para que as
relações dialógicas aconteçam, devido à diversidade de culturas, experiências, possibilidades
de discussão e até mesmo por ser um local de busca por conhecimento e aprendizagem.
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2. RESULTADOS
Durante o período de um ano que o projeto Assembleias foi implementado na Escola
de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia- ESEBA/UFU, foi possível verificar
uma mudança de interessante de postura dos alunos com relação à convivência com colegas,
professores e demais funcionários da escola. A experiência das discussões se configuraram
espaços muito ricos, nos quais as crianças e adolescentes ao se posicionarem frente a uma
temática, passaram a desenvolver um senso mais crítico, exercitando o poder argumentativo,
colaborando para o exercício da pesquisa e do interesse por assuntos de cunho social e
político.
A partir dessas experiências, conclui-se que as assembleias são mais que espaços de
discussão de temáticas do cotidiano das crianças e adolescentes. Além de propiciar uma
formação mais cidadã desses jovens, é uma estratégica forma de valorizar e propagar o
respeito mútuo, os progressos relacionais e as formas mais saudáveis de convívio e
aprendizagem.
Para além das assembleias de classe, o projeto tem formado Mediadores de conflito –
alunos que voluntariamente se candidatam para auxiliar os colegas nas questões de conflitos
em que não haja um adulto presente: troca de professores, recreio, corredor, deslocamentos
para diferentes salas. O objetivo não é que estes mediadores resolvam os problemas, mas sim,
amenizem os conflitos até que possam se referir a um adulto capaz de ajudar os envolvidos.
A interface do projeto com a formação de professores ocorre nas reuniões da
Psicologia Escolar com os professores do ciclo de ensino denominadas Reuniões de Diálogo.
Nestas reuniões, todo e qualquer assunto de interesse dos professores a respeito dos alunos e
das classes em geral são tratados. Para tal, em algumas delas, o psicólogo traz as transcrições
dos cartazes afixados em sala de aula, bem como o que foi depositado na caixinha do projeto,
além, principalmente, das discussões e deliberações das assembleias realizadas em sala de
aula. Desta forma, os professores conhecem e acompanham todo o processo e colaboram na
construção de ambientes mais pacíficos e mais democráticos. Excepcionalmente, quando há
necessidade, faz-se uma assembleia com vários dos professores do ciclo e uma turma. Neste
caso, assuntos de maior urgência são tratados e soluções produzidas além de compromissos
que são assumidos por cada um dos alunos da turma. Nas demais assembleias faz-se o
acompanhamento dos desdobramentos desta assembleia específica envolvendo todos os
professores.
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