AUTOR: Luciana Carolina Cleto [email protected] TEMA: Maçonaria SÉRIE: 4° série – 10 a 11 anos EIXOS: HISTÓRIA: Organização histórica e temporal; História das organizações Populacionais GEOGRAFIA: Urbano e Rural: modos de vida ENSINO RELIGIOSO: Rituais Símbolos OBJETIVOS: Conhecer e respeitar a diversidade cultural apresentada no contexto social em que está inserido. Compreensão dos objetivos da Maçonaria como organização social, visando o esclarecimento sobre possíveis concepções errôneas sobre a ordem. Conhecer os arredores de sua escola, identificando os tipos de construção e suas finalidades sociais. Aprimorar o uso de diferentes linguagens (oral, escrita, matemática, cartográfica), visando a construção de sua capacidade argumentativa, respeitando as idéias e opiniões dos alunos. FUNDAMENTAÇÃO PEDAGÓGICA: Seguido descrito nos Parâmetros Curriculares Nacionais os alunos do ensino fundamental devem ser capazes de: • compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito; • posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas; • conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao País; • conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais; • perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente; • desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania; • conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva; • utilizar as diferentes linguagens — verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal — como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação; • saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos; • questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação. O trabalho com projetos pode ampliar o número de objetivos a serem trabalhados com os alunos utilizando-se de um tema gerador para realizar um trabalho multidisciplinar. Faz-se necessário conhecer primeiramente quais são as habilidades e as necessidades do aluno a ser trabalhado, para posteriormente construir um projeto conciso com a proposta da escola e com as Diretrizes propostas para o nosso país. Este projeto está voltado para a criança com idade entre 10 e 11 anos, no final da 4° série do ensino fundamental. A criança nesta faixa etária, segundo a teoria Piagetiana de aprendizagem, encontra-se no 3° estágio, ou seja, operatório concreto. A criança pensa no que faz, usa sua lógica ao manipular objetos concretos e situações reais mas ainda não consegue pensar em termos abstratos. Neste estágio as crianças já estão preparadas para um processo de aprendizagem sistemático, são capazes de trabalhar em grupo e adquirirem autonomia. As crianças necessitam trabalhar com tudo que possa ser visto e manipulado. Conceitos abstratos só têm validade se forem vivenciados na prática, ou seja, de nada adiantam definições teóricas. Para que a criança aprenda é importante que ela tenha um vasto número de informações que se interliguem para formar um conceito. Se queremos que o nosso aluno construa a noção e um comportamento de respeito ao próximo e a diversidade cultural, precisamos auxiliá-lo na descoberta de quem são os outros, quem é ele mesmo e quais são as variações existentes na cultura destas pessoas. Segundo Piaget “Conhecimento no sentido amplo é o que possibilita à criança compreender uma situação específica”. O significado de um conhecimento específico depende do desenvolvimento do conhecimento no sentido amplo. A criança compreende novas coisas através de seu amplo quadro de conhecimentos, ou seja, sua inteligência. Para Vygotsky a criança se apropria do conhecimento através da interação com o outro. Ela interioriza e transforma o conhecimento dentro de uma interação constante. Ao mesmo tempo em que a criança interage com o outro ela é capaz de se posicionar frente a esse outro ser crítico e seu agente transformador, até ter o controle sobre sua própria conduta. A escola tem como papel fundamental o desenvolvimento intelectual e moral do aluno, para isso deve propiciar situações que envolvam habilidades lógicas e críticas, o aluno deve ser incentivado a resolver problemas e a pensar sobre situações que envolvam o cotidiano, a sociedade, aprimorando seu potencial crítico. Conforme o artigo 32 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9394/96, o aluno no ensino básico terá sua cidadania garantida por uma formação que segue os seguintes pressupostos: I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. (LDB, 1996) Como norteador dos processos pedagógicos podemos citar ainda o Artigo 3º das Diretrizes Curriculares Nacionais, que apontam os princípios para o aprimoramento do cidadão: a) os Princípios Éticos da Autonomia, da Responsabilidade, da Solidariedade e do Respeito ao Bem Comum; b) os Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à Ordem Democrática c) os Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, e da diversidade de Manifestações Artísticas e Culturais. (DCN) É necessário que a criança compreenda o ambiente em que está inserida para que atue nele como cidadã participante. Precisa ter conhecimentos gerais que englobem seu meio social para a partir daí, compreender a influência da sociedade na sua vida pessoal. Na escola devem ser desenvolvidas as capacidades de aprendizagem, envolvendo o cálculo, a escrita, a leitura valores sociais e noções como respeito e solidariedade. Tendo por base estes princípios é que foi organizado este projeto sobre a Maçonaria. Visando a conscientização social, partindo do pressuposto que cada cidadão tenha a liberdade de expressar-se de maneira a não discriminar a opinião e/ou escolha do outro. A ordem maçônica propõe focos de discussão que englobam a organização do espaço geográfico, a ética e a moral, simbologia e crenças religiosas, mitos e ainda direitos e deveres do cidadão. É um assunto que oportuniza grande construção da aprendizagem pois trabalha, com o conflito entre o que se fala e o que se pode conhecer. É importante que a escola oportunize à criança momentos de confrontamento entre a crença popular e as “verdades científicas”, para que desenvolva seu senso crítico. O Brasil é rico em manifestações culturais de diferentes povos do mundo, tem uma vasta extensão territorial que permitiu diferentes formações sociais em cada região e isso abrange a linguagem, música, costumes e tradições, o seu conhecimento auxilia na formação do aluno quanto à compreensão do ambiente em que está inserido e dos valores em que se fundamenta a sociedade. Conhecer sua cultura, promover o respeito e a tolerância sobre a manifestação da liberdade do outro, apresentar-lhes aos seus direitos e deveres enquanto participantes de uma organização social, deve ser norteador dos trabalhos escolares. Serão abordados diferentes temas englobando diversas disciplinas curriculares (Português, Matemática, História, Geografia,, Ensino Religioso), serão abordados aspectos da organização da sociedade, questionando a influência da Maçonaria na construção do Estado do Paraná e os personagens da história que foram maçons e tem seus nomes lembrados hoje em nomes de praças e ruas da cidade. O ensino religioso tem na escola um importante papel na formação de cidadãos, como consta no art. 33 da lei 9394/96: O ensino religioso de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurando o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. Buscando a formação de um cidadão os alunos irão discutir temas como: simbologia, rituais, fé, conflitos entre teorias religiosas, preconceito religioso e sua influência na vida das pessoas. A Maçonaria é uma organização de pessoas pouco conhecida e muito discriminada, devido ao seu estigma construído ao longo dos tempos envolvendo sua discrição social e sua ritualística misteriosas. Estando presente na sociedade em que estamos inseridos, da mesma forma como as igrejas com suas diferentes crenças, práticas e instalações, os grêmios e organizações estudantis, e até mesmo os grupos desportivos, devemos conhecer seus fundamentos e ações no meio social. O ser humano para poder exercer sua cidadania deve aprender a conhecer e a respeitar as diferentes manifestações culturais e/ou religiosas presentes na sociedade, tendo como objetivo principal a eliminação do preconceito e da discriminação de outras pessoas por causa de ausência de informação sobre suas práticas e crenças. O projeto foi elaborado partindo desse pressuposto: CONHECER e RESPEITAR. É papel da escola pública respeitar o seu aluno quanto à sua escolha religiosa e na sua liberdade de consciência, não sendo um espaço de doutrinação e sim de superação, onde o sujeito através do conhecimento passará a compreender o ambiente social em que está situado, promovendo o respeito às diferentes manifestações culturais e/ou religiosas. Será realizado um mapeamento dos arredores da escola, visando a compreensão das finalidades sociais de cada construção, envolvendo noções de cartografia e de proporção. As crianças devem ser orientadas, e quanto mais cedo melhor, justamente por serem elas as “pedrinhas” que um dia serão inseridas no grande templo ideal que se chama sociedade. E com certeza, elas somente serão materiais de boa qualidade se forem habilmente trabalhadas tornando-se aptas a serem adaptadas no contexto da obra. Mas para que isto aconteça se faz necessário transmitir-lhes com muito carinho e dedicação os direitos e os deveres de cada cidadão no contexto social. Ensinar-lhes que a cada direito que lhe é concedido, há um dever correspondente para que o equilíbrio da estrutura social seja mantido. Transmitir-lhes, se possível com exemplos, a maneira certa de viver em sociedade e, principalmente, de “conviver” socialmente com seus semelhantes. PLANEJAMENTO DE AULAS: AULA 1 Problematização: No início da aula a professora fará uma investigação entre os alunos para descobrir se eles têm algum pré-conhecimento sobre a maçonaria, usará questionamentos que nortearão a discussão posteriormente, tais como: no bairro onde você mora tem algum lugar onde não se pode entrar ou ver como é por dentro? Como é esse lugar? Por que existiria um lugar assim? Quem pode entrar nesse lugar tão misterioso? Alguém sabe como se chama? Desenvolvimento: Após os questionamentos a professora irá explicar o que é a Maçonaria, falará sobre seus aspectos organizacionais, estruturais filosóficos e sociais, utilizando como recursos fotos de Lojas maçônicas para ilustrar a aula e instigar a curiosidade dos alunos. A professora deve abordar inicialmente a existência de muitas organizações de pessoas com diferentes finalidades sociais como as igrejas, voluntariado nas instituições hospitalares e mesmo nas escolas, até mesmo para prática de esportes como os times de bairros, mostrando que organizações de pessoas é uma atitude comum na nossa sociedade. Em seguida conversar sobre a importância das existência de um lugar para que os encontros aconteçam e então mostrar uma foto de uma loja que fique situada no bairro e perguntar se alguém conhece o lugar, se já entraram lá, quem entra lá e o que fazem. Após colher as informações das crianças a professora pode explicar os fundamentos das lojas maçônicas conforme está descrito na fundamentação teórica. A professora então deverá abordar as questões que envolvem a maçonaria e a religião católica, dando uma introdução para o trabalho com o texto sobre os conflitos ideológicos entre a maçonaria e a Igreja Católica. A professora entregará um texto para cada aluno e pedirá para que leiam em silêncio, anotando suas principais dúvidas. Formará então uma roda com os alunos no chão para que possam conversar mais informalmente sobre o assunto proposto pelo texto, o importante é que os alunos façam os apontamentos sobre o que o texto está falando e o professor faça as mediações entre as dúvidas dos alunos e o que está escrito no texto. Serão então convidados a sentar-se em suas carteiras para responderem algumas questões sobre a aula do dia. O texto e as questões propostas estão em anexo. Avaliação: A aula está pautada no eixo “história das organizações populacionais”, buscando desenvolver com o aluno o respeito à diversidade cultural e a compreensão de que a realidade social é formada por diferentes expressões religiosas. Busca ainda informar os objetivos da Maçonaria como ordem social, esclarecendo possíveis “mitos” sobre o tema. Os alunos realizarão produções escritas (em folha sulfite) e orais, as quais serão utilizadas como recurso avaliativo do progresso do aluno quanto ao domínio da Língua Portuguesa. Serão requisitos de avaliação das produções dos alunos a coesão, clareza na exposição de idéias, a argumentação e o domínio dos recursos gramaticais e de pontuação no texto escrito. Durante a exposição das idéias deverá ser observado o domínio que o aluno apresenta sobre o assunto abordado. Todas as atividades escritas deverão ser realizadas em folhas de sulfite avulsas, as quais a professora organizará em forma de portfólio para avaliar o progresso dos alunos quanto a escrita durante a realização do projeto. AULA 2 Problematização: Primeiramente a professora irá conversar com os alunos sobre personagens da história, quem são e por que seus nomes são lembrados após tantos anos de suas mortes. Os alunos deverão colocar sua opinião sobre o assunto e citar alguns nomes que conheçam. Desenvolvimento: Será então realizada uma explicação oral sobre quem foram os maçons que fazem parte da história mundial e do nosso país e quais seus principais feitos. Utilizando algumas fotos os alunos serão apresentados aos personagens e discutirão o que eles sabem sobre cada um deles como: Walt Disney, Dom Pedro I, Tiradentes, entre outros personagens da história. Dando seqüência será contada aos alunos a história da maçonaria no Paraná através de seus personagens, falar-se-há um pouco sobre acontecimentos históricos no Estado como a Guerra na Lapa e também sobre as primeiras lojas Maçônicas. Os alunos serão questionados então sobre o porquê de a primeira loja estar situada em Paranaguá e não em Curitiba que é a capital do Estado, deverão discutir a questão em duplas e fazer as anotações em uma folha de sulfite. A professora então selecionará 4 alunos para lerem suas respostas, partindo destas para explicar a questão proposta. A aula continuará expositiva falando sobre as influências sociais e econômicas que os maçons exerceram no decorrer da história. Durante a explicação a professora fará juntamentente com os alunos uma listagem de dados relevantes sobre o assunto no quadro de giz, o que irá orientar os alunos na realização da atividade. Será então proposto aos alunos a elaboração de um texto onde deverão discorrer sobre a influência da maçonaria na história do Paraná. Avaliação: A aula envolve conceitos de organização histórica e temporal, abrangendo acontecimentos históricos do Paraná e a influência da maçonaria nos mesmos. A ordem cronológica na exposição dos fatos auxilia os alunos na percepção de conceitos como: seqüência, ordenação temporal, narrativa histórica e na formação social das cidades. Deverão ser avaliadas as produções de texto individuais dos alunos, tendo por aspectos principais de análise: a organização cronológica dos acontecimentos históricos, a clareza na exposição dos fatos e a utilização correta dos recursos gramaticais e de pontuação. AULA 3 Problematização: Primeiramente será questionado o que os alunos concebem por tradição, é importante realizar um paralelo sobre o que eles entendem e sobre o que significa a palavra, será anotado no quadro de giz algumas das concepções dos alunos sobre a palavra e depois será solicitado para que três alunos busquem em três diferentes dicionários as definições e colocadas no quadro de giz para a confirmação ou correção das idéias. Desenvolvimento: A professora entregará aos alunos um texto falando sobre a importância da Tradição e a necessidade de se estabelecer um local para sua prática, os alunos então responderão ao seguinte questionamento: Cite algumas práticas tradicionais que você conhece os lugares onde elas são praticadas. As respostas serão discutidas e a professora então fará uma explicação sobre a história da maçonaria e os ritos tradicionais que se perpetuam nos dias atuais. Falará então sobre a simbologia maçônica e o que estes representam utilizando fotos e figuras para ilustrar a aula. Os alunos serão então reunidos em grupos de quatro alunos por meio de sorteio para prepararem um cartaz sobre símbolos no cotidiano das pessoas. Poderão usar recortes de revistas, desenho, frases e outras formas encontradas pelos alunos para realizar sua representação. Os cartazes serão colocados em exposição e os alunos deverão eleger um membro da sua equipe para apresentar à turma sua produção. Avaliação: Diferentes objetivos são trabalhados nessa aula: o conhecimento e o respeito a diversidade cultural apresentada no contexto social em que está inserido; o aprimoramento e o uso de diferentes linguagens (oral, escrita, matemática, cartográfica); a compreensão dos objetivos da Maçonaria como organização social tradicional; incluindo o conhecimento e a compreensão do que é um rito tradicional e qual sua importância na preservação da cultura de um povo. Os alunos terão vários momentos que possibilitam a avaliação de sua aprendizagem envolvendo diferentes linguagens: num primeiro momento os alunos realizarão uma pesquisa no dicionário e irão realizar um comparativo entre suas idéias pessoais sobre tradição e as concepções científicas do termo. A utilização do conceito adequado será observada na produção de texto individual. No aspecto da língua portuguesa os alunos serão avaliados quanto à clareza na exposição das idéias, coesão no texto e utilização adequada dos recursos gramaticais e gráficos. A próxima etapa avaliativa remete-se a confecção dos cartazes, quando será analisada a compreensão dos alunos sobre rituais e símbolos e a utilização desses em diferentes organizações sociais, os alunos deverão expor suas idéias de forma criativa e utilizando-se de diferentes recursos (textuais e ilustrativos). Durante a apresentação oral, serão observadas a capacidade argumentativa e a percepção da equipe quanto à existência de diferentes organizações sociais e que todos se utilizam de símbolos diferentes e que esses não são motivos para discriminação nem preconceito. AULAS 4 E 5 Problematização: A professora conversará com a turma sobre como é o ambiente ao redor da sua escola, neste caso a escola é situada no bairro do Água Verde próximo ao cemitério, nos fundo da igreja. Esta uma região rica em diferentes construções e com diferentes finalidades (cemitério, igreja, bancos, restaurantes, floricultura, escola, academia, loja maçonica, lanchonetes, entre outros), o qual é o foco da aula. Os alunos então deverão descrever as redondezas da escola e fazer uma lista no quadro de giz. Desenvolvimento:Após a discussão inicial os alunos serão convidados a montar equipes de quatro alunos para construírem um mapa da região em torno da escola. Antes da construção a professora fará uma explanação sobre a importância dos mapas e da precisão utilizada na cartografia, os alunos receberão noções sobre escala para utilizar no seu projeto. A professora deverá construir com seus alunos uma trena com barbante para que percebam quanto mede 1 metro, deverão confeccionar uma trena com 5 metros com marcas a cada metro para facilitar a utilização. A professora solicitará para que os grupos localizem no Guia de ruas a região da escola para visualizar a representação. Deverão então construir um mapa da região da escola em folha A3, destacando nele os prédios comerciais e residenciais – aqueles que lembram existir na região. Os mapas serão recolhidos e para próxima aula a professora solicitará aos seus alunos que meçam um dos edifícios ao redor da escola, da seguinte forma: se tiverem 10 grupos à professora selecionará 10 prédios e cada grupo deverá medir a área da sua frente para trabalhar com eles as proporções (escala) utilizadas na confecção do mapa. Após a análise das medidas recolhidas a escala deverá ser preparada em conjunto com os alunos, que deverão refazer seus mapas utilizando somente os prédios que foram medidos para que o mapa tenha uma escala real. Os primeiros mapas serão distribuídos aos alunos para realização de análise comparativa. Os grupos então deverão produzir um pequeno texto sobre suas dificuldades em construir o mapa, deverá aparecer no texto também o que eles percebem sobre o ambiente que foi construído o mapa – qual o estilo de vida das pessoas que vivem nesse local? Qual o tipo de trabalho que realizam? Qual seu nível social? Para discussão dos textos e apresentação dos mapas a professora organizará com os alunos um círculo somente com as cadeiras, para facilitar a comunicação. Durante a discussão serão abordados os aspectos significativos da construção dos mapas e a compreensão dos alunos sobre o status social e o modo de vida da população que vive na região mapeada. Avaliação: A aula está pautada no eixo de estudo da geografia denominado “Urbano e Rural: modos de vida”, o qual aborda principalmente o estilo de vida urbano e sua forma de organizar o ambiente – formação de cidades. Os objetivos envolvem principalmente o conhecimento e o respeito da diversidade cultural apresentada no contexto social em que está inserido; o conhecimento dos arredores de sua escola, identificando os tipos de construção e suas finalidades sociais; e ainda o uso de diferentes linguagens (oral, escrita, matemática, cartográfica), visando a construção de sua capacidade argumentativa, respeitando as idéias e opiniões dos alunos. Os alunos serão avaliados em diferentes momentos: inicialmente envolvem conceitos matemáticos na construção do metro, os alunos deverão apresentar seus metros contendo as medidas e marcas corretas e perceber que o metro é formado por centímetros e que esta é uma unidade de medida universal. Posteriormente os alunos deverão estudar o mapa cartográfico das ruas da região e perceber a relação da escala na construção deste, esta avaliação acontecerá em duas etapas, o aluno inicialmente deverá com sua equipe construir um mapa com suas noções do ambiente, sem nenhuma relação métrica e/ou posicional. E posteriormente utilizará as informações coletadas para organizar o mapa com as metragens adequadas. Serão analisadas neste exercício as noções de espaço e localização dos alunos, além da habilidade de participação no grupo. Os alunos terão a possibilidade de auto avaliar-se realizando um comparativo entre os dois mapas construídos e no texto individual, o qual será avaliado a capacidade argumentativa, a coesão e a utilização adequada dos recursos gramaticais e gráficos. Durante a exposição oral os alunos poderão ser avaliados quanto a utilização do vocabulário adequada e a sua capacidade de exposição de idéias. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: 1. A MAÇONARIA A Maçonaria, instituição essencialmente filosófica e progressista, velada por alegorias e ilustrada por símbolos e cuja origem se perde na noite do tempo é, ainda hoje, objeto de especulações, de comentários, na maioria das vezes, depreciativos e até desrespeitosos às vezes. (VEJA,2005) É comum ouvir-se: “se a Maçonaria fosse boa coisa, não tinha porque ser secreta”. Dito este não verdadeiro. Primeiro, porque a Maçonaria não é secreta. Suas Lojas possuem personalidades Jurídicas com CNPJ. Seus estatutos e Regimentos encontram-se registrados em cartórios de Registro de títulos e Documentos como qualquer empresa particular ou entidade estatal. A única coisa que podemos até chamar de secreta são as sua reuniões, das quais participarão exclusivamente os seus associados. Mais isso não faz dela a única sociedade secreta. Pois eu pergunto: alguém não autorizado pode adentrar aos arquivos dos depósitos bancários sem a devida autorização judicial? Ou de uma companhia telefônica e violar o sigilo da comunicação? Alguém sabe como se processa a eleição de um novo Papa? E outros mais. Então todas essas instituições têm também, como a Maçonaria, um caráter secreto. Mas tudo isto ocorre unicamente pela falta de divulgação da instituição, motivo pelo qual louvo a atitude dessa escola que, de maneira corajosa e responsável está buscando levar ao conhecimento de pessoas, ainda no seu período jovem algum conhecimento a respeito de uma instituição milenar que, de modo velado, tanto tem batalhado no desenvolvimento social, cultural e político de todas as nações do globo. Como o surgimento da maçonaria perde-se na nebulosa do tempo foi necessário atribuir-lhe uma data oficial para sua existência. Coube, não por delegação, à Inglaterra essa atribuição instituindo sua existência à partir de 24 de junho de 1717, em Londres com a formação da Grande Loja, passando a contar com uma constituição e regulamentos etc. passando a chamar-se “freemassonary” pelos ingleses e franco mason pelos franceses, ou seja: “Pedreiros Livres” em Português. A sociedade já existia desde a Idade Média como uma associação de mestres e operários da construção (daí o nome “mason” que significa pedreiro em inglês). Há documentos com “princípios maçônicos” que datam de 1212. E a inspiração pode ter sido ainda mais antiga: alguns membros apontam a lenda de Hiram Abiff, o mestre da construção do Templo de Salomão, em 988 a. C., que teria sido assassinado por não revelar os segredos da profissão. O período anterior a 1717 ou primeiro período ficou sendo a época dos maçons construtores na acepção da palavra. Foram os verdadeiros artistas da arte da construção. Daí as antigas Catedrais, Castelos, Monastérios, etc. Os Maçons existentes anterior a 1717, o quais eram chamados de “Operativos”. Suas reuniões ocorriam de forma secreta, nas tabernas ou nos próprios canteiros de obras e seus novos membros eram recebidos por processos iniciáticos com o compromisso (juramento) de não repassar a ninguém os conhecimentos alcançados a não ser a seus próprios membros e nas respectivas reuniões. Os segredos tinham por finalidade a proteção da profissão, tão duramente aprendida pela prática e pela experiência adquirida. Possuíam suas formas de reconhecimento, (até hoje mantidas) sinais toques e palavras, a fim de se reconhecerem em diferentes lugares. Eram profissionais (artistas) da construção. Após 1717 quando passaram a ser aceitas pessoas não ligadas a arte da construção, mas ligadas a outras ciências, inclusive a política, os utensílios usados na arte da construção passaram a figurar na instituição de forma simbólica e os maçons se tornaram construtores do grande templo da humanidade onde cada ser é uma pedra que deve ser devidamente polida e esquadrejada de forma a adaptar-se à esta grande obra. Por isso o dever de cada maçom de instruir-se polindo e esquadrejando a sua pedra, a fim de pelo exemplo transformar o seu semelhante, conquanto não seja possível torna-lo maçom. No Brasil os templos maçônicos recebem o nome de “loja”. Mas lá não se vende nada. Trata-se de um erro de tradução que se perpetuou. É uma corruptela de “lodge”, termo que significa alojamento, usado pela maçonaria na Inglaterra e nos Estados Unidos. A maçonaria, por sinal é de longe a sociedade secreta mais bem sucedida de toda a história, mas não é a única que existe, dente lendas e organizações secretas modernas podemos citar: os Cavaleiros Templários, a Ordem Rosacruz, o Priorado de Sião, Caveiras e Ossos, Illuminati e Bucha, entre outros que estão nos noticiários como o Comando Vermelho e a alQuaeda. Porém a Maçonaria sempre foi um reduto de intelectuais e políticos – mas de um modo pluralista e sem ideologia definida no sentido partidário. Por isso teve raras divisões internas ao longo dos séculos. A Maçonaria só foi realmente sigilosa num período de menos de 60 anos, entre 1660 e 1717, segundo o historiador americano Ian Mc Neely. De acordo com ele no começo do século 18, uma cisão entre os maçons ingleses botou a público a existência da sociedade e seus objetivos. Desde então, a Maçonaria passou a se definir como uma sociedade “discreta”. Isso porque os rituais e a simbologia pela qual os maçons se reconhecem nunca deixaram de ser sigilosos. Nenhuma entrevista ou site na internet revela isso. As informações sobre a Ordem são vastas e disponíveis, existem, milhares de páginas na internet, em várias línguas. Encontra-se até mesmo o nome e telefone de muitos mestres. O que mais se encontra nos sites maçônicos são explicações e definições do que é a própria maçonaria. Com algumas variações, o recado é sempre o mesmo: “Somos uma sociedade de pessoas de todos os credos, raças e nacionalidades, voltada para o aperfeiçoamento humano, dentro dos princípios da moral, da razão e da justiça, com base no amor à pátria, à família, ao próximo e a Deus”. Segundo Wagner Veneziani, em entrevista a revista Veja (abril, 2005), “o maçom é hoje um construtor social, e tem como meta a liberdade, a igualdade e a fraternidade para todos”. A maçonaria é uma entidade extremamente organizada. Em grau hierárquico, há o Grande Oriente do Brasil (GOB), que é o órgão central, depois o Grande Oriente de cada Estado, que é filiado ao GOB. Em, seguida, vêm as lojas que os maçons freqüentam, regidas por uma carta constitutiva e um estatuto. Existem ainda as ordens denominadas “paramaçonicas” a ordem “DeMolay” é destinada aos jovens de 15 a 21 anos que em sua maioria são filhos de maçons. Também há as “Filhas de Jó”, sociedade destinada para mulheres nessa mesma faixa etária, sejam filhas, sejam parentes de maçons. 2. OS MAÇONS PERSONAGENS DA HISTÓRIA Juntando em uma fórmula rituais e simbologias instigantes a maçonaria tornou-se uma associação que angariou muita gente – hoje estima-se em 6 milhões o número de maçons no mundo. Seus membros, em algumas épocas, eram quase sempre pessoas formadoras de opinião, atuantes nos bastidores da política e da economia. Ao estudar os acontecimentos sociais e políticos do país percebemos grande participação maçônica. “A declaração da Independência do Brasil, assim como a Proclamação da República e a libertação dos escravos tiveram todas elas participação da Maçonaria”, diz Wagner Veneziani Costa, grande secretário de Cultura e Educação Maçônicas do Grande Oriente de São Paulo – um dos setores da Maçonaria no Brasil. Na independência do Brasil grandes nomes eram maçons: José Bonifácio de Andrada e Silva, Gonçalves Ledo e Dom Pedro II eram maçons. Na abolição da escravatura com José do Patrocínio, na Proclamação da República, temos Saldanha Marinho, Mal. Floriano Peixoto, Prudente de Moraes e outros. No cenário internacional, basta citar alguns membros históricos para entender o poder de influência da confraria: George Washington, Benjamim Franklin, Abraham Lincoln, Franklin Delano Roosevelt, Giuseppe Garibaldi e Sigmund Freud. Por mais curioso que pareça temos ainda Ghandi e Walt Disney. 2.1 A MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL Na Independência do Brasil os maçons não somente difundiram os ideais de liberdade, mas buscaram incutir na mente do próprio Imperador de que esta deveria ser feita. Nesta luta se empenharam, alem de Bonifácio (Patriarca da Independência) Gonçalves Ledo, Pe. Beclchior Pineheiro Paulo Bregaro José Clemente Pereira, Januário da Cunha Barbosa e muitos outros. Segue: a carta de Bonifácio (Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil). “Senhor, as Cortes ordenaram minha prisão por minha obediência a V.Alteza. e no seu ódio imenso de perseguição atingiram também aquele que se preza em o servir com a lealdade e dedicação do mais fiel amigo e súdito. O momento não comporta mais delongas ou condescendências. A revolução já está preparada para o dia de sua partida. Se parte, temos a revolução do Brasil contra Portugal e Portugal atualmente não tem recursos para subjugar um levante, que é preparado ocultamente, para não dizer quase visivelmente. Se fica, tem vossa Alteza contra si o povo de Portugal, a vingança das cortes, que direi?! até a deserdação, que dizem já estar combinada. Ministro fiel, que arrisquei tudo por minha Pátria e pelo meu Príncipe, servo obedientíssimo do Senhor D. João VI, que as Cortes têkm na mais detestável coação, eu, como Ministro, aconselho a Vossa Alteza que fique e faça do Brasil um reino feliz, separado de Portugal que é hoje escravo das Cortes despóticas.Senhor, ninguém mais do que esposa deseja a sua felicidade e ela lhe diz em carta , que com esta será entregue, que Vossa Alteza deve ficar e fazer a felicidade do povo brasileiro, que o deseja com seu soberano, sem ligações e obediências às despóticas Cortes portuguesas, que querem a escravidão do Brasil e a humilhação do seu adorado Príncipe Regente. Fique, é o que todos pedem ao Magnânimo Príncipe que é Vossa Alteza, para orgulho e felicidade do Brasil. E se não ficar correrão rios de sangue, nesta grande e nobre terra, tão querida do seu Real Pai, que já não governa em Portugal, pela opressão das Cortes; nesta terra que tanto estima a Vossa Alteza e a que tanto Vossa Alteza estima”. Pelo conteúdo do texto percebe-se a influencia que José Bonifácio (Maçom) exercia sobre o Príncipe Regente, inclusive sobre sua esposa D. Leopoldina que também enviara correspondência a D. Pedro nos mesmos termos de Bonifácio, incentivando- a tornar-se independente. Dom Pedro I não somente foi maçom como também ocupou um alto posto, o de grão-mestre. Foi ele quem compôs a melodia do Hino à Maçonaria. 2.2 A MAÇONARIA E A HISTÓRIA DO PARANÁ No Paraná, cuja entrada da Maçonaria não há uma data definitiva, mais a primeira Loja a ser fundada na província foi a PARANAGUAENSE em 1837 na cidade de Paranaguá e que depois foi reinstalada com o nome de PERSEVERANÇA. Baluarte dos ideais republicanos no Paraná esta loja, através dos Irmãos Fernando Simas, Guilherme José Leite e João Eugenio Machado Lima que fundaram em 1883 o Jornal LIVRE PARANÁ que estampava em sua primeira pagina a seguinte divisa: ”Povo! Tu pareces pequeno porque está de joelho. Levanta-te”. Há que se citar o nome do eminente historiador, professor e jornalista nascido em Morretes, JOAQUIM JOSÉ FRANCISCO DA ROCHA POMBO, iniciado na Loja MODÉSTIA de Morretes já em 1879 adere ao movimento republicano. Por onde passava fundava ou cooperava com jornais como “Ecos do Campos em Castro “O Paraná”, “Diário Popular” e “Diário do Comércio” em Curitiba “Aurora” em Paranaguá. Em todos os seus artigos atacava D. Pedro, ao mesmo tempo em que defendia a Abolição e a República. O Ilustre castrense VICENTE MACHADO DE LIMA E SILVA Deputado pelo Partido Liberal (Monárquico), afirmou sua fé no ideal republicano causando grande celeuma na província. Mas a Proclamação da Republica não foi assim tão pacífica, trouxe conseqüências desastrosas para o país, e o Paraná não ficou de fora. Invadido pelas tropas federalistas vindas do sul atrás de Paranaguá, Lapa e Tijucas. A Lapa escreveu uma das mais belas e sangrentas páginas da história do nosso Paraná. Paranaguá e Tijucas se renderam após lutarem bravamente. Quando os federalistas entraram em Curitiba, o Irmão Vicente Machado, presidente em exercício teve que transferir a capital para a cidade de Castro, sua cidade natal, assim como o comando militar. Curitiba ficou a mercê dos federalistas que entraram na cidade sem a menor resistência. O Grande Maçom ILDEFONSO PEREIRA CORREIA, o Barão do Serro Azul, presidente da Junta do Comercio, homem de maior prestigio na cidade, procurou o General federalista Gumercindo Saraiva ofereceu-lhe vultuosa quantia em dinheiro sob a promessa de que o General não saqueasse a cidade. Realmente a intenção do Barão era impedir que Curitiba fosse saqueada. Recompostas as tropas florianistas, com auxilio dos EUA, venceram as forças de Saldanha da Gama no mar, já que nesta altura o país estava envolvido numa verdadeira guerra civil. Com a retirada das tropas de Gumercindo Saraiva de Curitiba os legalistas, sob o comando do General Everton de Quadros tomaram a cidade e comandaram a vingança dos legalistas neste triste episodio da revolução: os federalistas presos eram encaminhados ao cemitério e obrigados a cavar a sua própria sepultura antes de serem fuzilados sem nenhum julgamento. Quando da tomada da cidade pelos legalistas, seus adversários trataram de fugir, mas o bom e inocente Barão do Serro Azul, acreditando haver salvado a cidade de um saque disse: “a minha fuga me tiraria a ocasião de justificar-me, daria razão às calunias e seria a confissão de que eu não confiava na imparcialidade dos juizes legais” e não fugiu. Foi preso. No dia 20/05/1894, no quilômetro 65 da famosa estrada de ferro Curitiba-Paranaguá, por ordem do General Everton de Quadros e sob a conivência histórica do Irmão Vicente Machado, o Irmão Ildefonso Pereira Correia, Barão do Serro Azul, foi fuzilado, isto é, massacrado juntamente com mais cinco pessoas, uma delas Maçom, seu primo Prisciliano Correia.. Não houve como apurar o que a Maçonaria fez ou tentou fazer para salvar a vida de dois de seus membros. Será que Vicente Machado não poderia ter impedido? Ele defendeu-se dizendo não ter as rédeas do poder em suas mãos. Todavia, ficará a duvida histórica para a posteridade julgar. E sempre que se falar no grande estadista que foi Vicente Machado, talvez o mais autêntico republicano do Paraná, ficará a dúvida se ele teve culpa na morte do grande Barão do Serro Azul, seu Irmão na nossa Ordem. A perseguições políticas e religiosas de que foi vitima a Maçonaria parecem não ter influído em nada no ânimo dos maçons que tiveram através do tempos vitoriosos todos os seu princípios de liberdade das raças e independência política dos povos, bem como a separação da Igreja do Estado e a liberdade de religião. 3. SIMBOLOGIA MAÇÔNICA Dar o significado de um símbolo é, de certa forma, descaracteriza-lo como símbolo. Pois na verdade o que caracteriza um símbolo é a sua diversidade de interpretações. Daí, a dificuldade em determinar-lhe um significado específico de cada símbolo. Seria quase impossível e bastante cansativo. Assim sendo, vamos abordar alguns ícones dando-lhes algumas das significações que poderão ser-lhe atribuídas: Esquadro: A retidão a que todo homem deve sujeitar-se – As virtudes que deve praticar. A Espada: A honra Maço – Malhete – Martelo: Símbolo da Autoridade – da Força Nível – Igualdade Prumo: Justiça – equidade. Triangulo: Figura geometricamente perfeita, representa a Divindade. A Maçonaria é repleta de símbolos, há mais de 70 rituais praticados nas reuniões, servindo à iniciação de membros ou à promoção a postos mais avançados na instituição – são 33 graus hierárquicos ao todo. Os rituais e símbolos são mantidos em segredo absoluto. Assim como as articulações políticas, econômicas e empresariais realizadas nos bastidores das lojas maçonicas. 4. OS TEMPLOS O templo é local sagrado para os maçons; é o guardião eterno dos mistérios e do simbolismo maçônico, é o espaço geométrico da igualdade e da unidade entre Irmãos, entre homens que se consideram da mesma família espiritual. O maçom é o homem da “Tradição”, ou seja, do que é transmitido, do que liga o presente ao passado. Seria impossível romper bruscamente com o que foi e com o que tem sido todos esses anos, o que leva a concluir que construir algo novo sem fazer referência ao passado seria imprudente, e poderia ter conseqüências desconhecidas. O Maçom apesar de apegado à Tradição nada tem de ultrapassado, as formas tradicionais é que constitui a razão de ser dos ensinamentos templários. O simbolismo tradicional, base de todo ensinamento maçônico, não cria nenhuma incompatibilidade entre a Tradição bem interpretada e o fato de progredir. Uma tradição se transmite ou se pratica em locais apropriados e em harmonia com o seu conteúdo. Em recintos onde a ornamentação seja de acordo com o espírito dessa tradição. Por exemplo, imagine como seria uma aula de dança gaúcha com vestuários de praia, ou então a execução de um Quarteto de Bethoven em um parque de diversões, ou até mesmo, a prática de dança do ventre sem as devidas ornamentações. Nada disso faz sentido... Por isso que outro lugar senão no Templo poderiam os maçons resguardar seus “instrumentos”, revestir-se de suas indumentárias simbólicas, praticarem sua ritualística e passarem pelas provas de suas Iniciações? Cada loja poderá ter seu Templo. Depende unicamente de suas condições financeiras. Existem algumas normas quanto ao seu formato e localização, mas nada existe quanto a suntuosidade do seu interior, o que também depende do poder aquisitivo de seus obreiros. Nada têm a ver com os templos romanos que eram lugares dedicados aos deuses de suas crenças.. O seu protótipo simboliza o Templo de Salomão, que também possuía Colunas tanto internas como externas. Mas nada impede que a reunião de uma Loja se realize em um salão, desde que fechado sem nenhuma ornamentação interior. Como as ornamentações são simbólicas, elas estão na mente e no coração de cada Obreiro. Hoje existem Templos que são verdadeiros Palácios maçônicos. Mas tudo não passa de luxo e vaidade. As reuniões realizadas em seu interior têm a mesma validade que a realizada no mais humilde dos Templos existentes. 5. A MAÇONARIA E A RELIGIÃO Houve uma época em que a Igreja Católica era explicitamente contra a maçonaria. No Código de Direito Canônico de 1917 eram excomungados os católicos que fizessem parte da maçonaria. Já no ano de 1983, o cânon da excomunhão desapareceu, junto com a menção direta à maçonaria. Isso dá a impressão de que a Igreja católica não tem restrições quanto à maçonaria. Mas uma declaração assinada pelo cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da Congregação para a Doutrina e a Fé, diz que os princípios da Maçonaria seguem sendo incompatíveis com a doutrina da Igreja e que os fiéis que pertençam a associações maçônicas não podem Ter acesso à Sagrada Comunhão. A Maçonaria não tem absolutamente nada contra a Igreja Católica ou qualquer religião. O candidato, ao ingressar na Ordem, pode escolher o livro sagrado sobre o qual fará o juramento de acordo com sua religião. Visto não ser ela uma religião, não há uma proposta definida. No Brasil, pais onde o Cristianismo é predominante, há uma certa tendência para o Cristianismo, ou melhor dizendo, judaico-cristão, tendo em vista que na maioria dos ritos praticados a presença da Bíblia é obrigatória, aberta, ou fechada, mas obrigatória. Por isso foi dito Judaico-Cristão porque não se exige que seja o antigo ou o novo Testamento. Quanto a existência de Deus, é interessante dizer que uma das condições para pertencer à Ordem é a crença em Deus. Não importa o nome que lhe é dado, Javé, Alá etc. Os verdadeiros Iniciados na maçonaria, os “Obreiros da Arte Real”, se comprometem com a tarefa de colaborar com a realização da “Grande Obra”, que seria a construção do “Grande Templo da Humanidade”. “Arte Real” – é com efeito, o mais belo sinônimo de maçonaria. A palavra arte evoca o trabalho de construtores e planos definidos de um arquiteto distintos da arte profana (aqueles não iniciados na maçonaria), pois o trabalho a construir supera a tudo; a todas as obras construídas na Idade Média pelos maçons construtores, os Maçons Operativos. Os Obreiros da Arte Real esforçam-se em edificar o “Templo da Humanidade” cujo único arquiteto que conhece a planta é o Grande Arquiteto do Universo (Deus - para os maçons). Esse propósito gera animosidade por parte de algumas instituições religiosas que vêem nisso manifestações de heresia por parte da Ordem Maçônica que põe em dúvida a perfectibilidade da Obra da Criação a ponto de julgá-la inacabada. A fé maçônica é a “fé racional”, nos leva a concluir que para poder colaborar em uma obra é necessário que ela esteja inacabada. Os maçons portanto rejeitam a noção de Criação instantânea e definitiva de um mundo já acabado e não mais perfectível, não obstante as suas imperfeições e suas injustiças. Os maçons recusam-se a resignar-se perante o mal. Não acreditam de um mal pode se advir o bem, ainda menos aceitam que o Grande Arquiteto do Universo (Deus), que é pai, tenha sequer pensado em querer o sofrimento de seus filhos. Nem que tenha criado o mal pelo mal. Ele quis a humanidade livre, por isso nos deu a liberdade de escolha entre o bem e o mal. É daí que parte o raciocínio de a obra estar inacabada, para que nós homens pudéssemos, segundo os planos de Deus, participar de seu acabamento. Para isso a Maçonaria combate o mal. Acredita em um mundo em perpétua evolução espiritual que ruma à perfeição. Esta é a missão de cada maçom, aperfeiçoar o mundo em que vive a começar por si. Não há prazo para o acabamento dessa obra, o Grande Mestre não exige pressa por conhecer as dificuldades em “polir a pedra bruta”. Para os maçons acreditam na reencarnação, quando seu obreiro necessita de descanso ele parte, e quando suas forças estão recuperadas retorna para continuar a sua obra. Tendo a eternidade como calendário não faz sentido existir prazo de conclusão já que o tempo não constitui uma barreira. Estas informações são muito ricas ao tentar compreender a negação da fé dos maçons pela Igreja Católica, a crença num mundo inacabado e na reencarnação, são claras diferenças de ideologia, podendo ser afirmado que são ideologias contraditórias. AVALIAÇÃO RERENCIAL BIBLIOGRÁFICO CH’NA, Isa; ACHEGAS para a História da Maçonaria Paranaense SPOLADORE, Hercule; Caderno de Estudos e Pesquisas Maçônicas Atuação dos Maçons Paranaenses no período Pré e Pós proclamação da FAGUNDES, Morivalde Calvet; Formação Social da Maçonaria – Lições da História da Maçonaria CASTELLANI José; Os Maçons na Independência do Brasil Revista veja, abril 2005, Sociedades Secretas. Editora Abril Entrevistas com maçons realizadas no período de 10/04/06 a 07/05/06.