Sair 6ª Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos METODOLOGIA ULTRA-SÔNICA PARA DETERMINAÇÃO DO TAMANHO DE GRÃOS EM MATERIAIS METÁLICOS Diogo Rodrigo Correia CEFET/RJ Mauricio Saldanha Motta CEFET/RJ Trabalho apresentado no XXI Congresso Nacional de Ensaios Não Destrutivos, Salvador, agosto, 2002. Sair 6ª Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos As informações e opiniões contidas neste trabalho são de exclusiva responsabilidade do (s) autor(es) . SINOPSE Apresenta-se uma metodologia ultra-sônica para determinação do tamanho de grãos em materiais metálicos, tendo com princípio físico a atenuação ultra-sônica, gerada por meio de ondas ultra-sônicas retroespalhadas, na região do espalhamento de Rayleigh. Os resultados obtidos demonstram ser promissores, através da comparação com medidas de ensaios metalográficos, para a utilização da metodologia na caracterização microestrutural de materiais metálicos. 1.INTRODUÇÃO O tamanho de grão é um dos fatores de influência sobre propriedades mecânicas, como resistência mecânica e tenacidade à fratura, sendo largamente utilizado no monitoramento da qualidade de produtos durante os processos de fabricação. As estimativas mais utilizadas para a determinação do tamanho de grão, são as obtidas pelo ensaio metalográfico de amostras, onde estão, normalmente, presentes as etapas de corte da amostra, lixamento, polimento, ataque químico e observação ao microscópio. Sendo, desta forma, caracterizada como uma metodologia destrutiva, com uma demanda de tempo razoável para sua realização, bem como gerar imagens de planos de cortes, para determinação do tamanho de grão, as quais não representam as dimensões reais de todos os grãos. Assim, outras técnicas têm sido desenvolvidas visando superar esses inconvenientes, em particular, análises não destrutivas. Atualmente os ensaios não destrutivos encontram-se em franca expansão quanto à sua utilização pela indústria, como meio de caracterização de materiais e controle de processos. Tal fato decorre da necessidade de acompanhamento em tempo real, das variáveis de processos, bem como o monitoramento das características dos produtos diretamente na linha de produção. A técnica ultra-sônica, em especial, tem-se mostrado de grande utilidade, seja pela quantidade de informação contida nos sinais ultra-sônicos como pela facilidade de tratamento destes sinais e possibilidade de automatização dos procedimentos de inspeção. As metodologias utilizando ondas ultra-sônicas para estimativa de tamanho de grão tornaram-se um tópico de interesse nos últimos anos, tendo como principais atrativos para implementação, a sua praticidade, baixo custo e principalmente por ser um método de natureza não destrutiva e desta forma não invasiva. Outra vantagem, vem do fato dos sinais serem gerados por um volume, ou seja o grão, e assim estarem diretamente ligados aos tamanhos reais dos grãos. A propagação de ondas ultra-sônicas em materiais policristalinos, como os metais, está sujeita a atenuação, freqüentemente dominada pelo espalhamento nos contornos de grão. A forte correlação entre atenuação ultra-sônica e tamanho de grão encontrase bem estabelecida e extensivamente utilizada nos últimos anos (1)(2)(3). Entretanto, os fundamentos baseados em correlações empíricas entre medidas do espalhamento ultra-sônico e microestrutura, são altamente complexos, verificando-se Sair 6ª Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos a falta de um modelo teórico satisfatório. As técnicas aplicadas, atualmente, na caracterização de materiais e estimativa do tamanho de grão são geralmente baseadas em modelos simplificados de espalhamento e restritas a determinados propósitos. Esta caracterização, normalmente, é realizada através do tamanho médio do grão (4)(5), onde a existência de uma distribuição de tamanhos de grão não é levada em consideração, assim tem-se como resultado um único ponto, no caso o médio, para uma classificação de materiais, bem como das propriedades físicas e mecânicas, decorrentes do tamanho de grão. A existência de uma função distribuição, para os tamanhos de grãos, pode afetar de forma significativa a interpretação dos resultados, simplesmente por admitir uma gama de valores para os tamanhos de grão da amostra e não somente uma média. Sendo possível, então, uma melhor classificação microestrutural de materiais, através de tal distribuição, bem como, o conhecimento da faixa de variação das propriedades físicas e mecânicas, como conseqüência da variação dos tamanhos de grãos. Desta forma, a importância da determinação do tamanho de grão em aplicações industriais, justifica o estudo das limitações dos atuais métodos, bem como a investigação de métodos alternativos, relacionando atenuação ultra-sônica e tamanho de grão (6). Avalia-se neste trabalho metodologia proposta por GOEBBELS (7) para determinação do tamanho médio de grãos em materiais metálicos, frente ao conhecimento prévio da distribuição dos tamanhos de grãos no material, mostrando a influência dos parâmetros desta distribuição sobre os resultados obtidos. 2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Uma onda ultra-sônica, propagando em um sólido, está sujeita ao espalhamento e absorção, resultando em perdas de energia. Conforme a onda avança, através do material, sua amplitude é atenuada conforme segue (8)(9): Material homogêneo p(x) = p0 exp(-αx) Eq.(1) Material heterogêneo p( x ) = p 0 exp( −2 ∫ x/2 0 α( z )dz) Eq.(2) onde p0 é a pressão acústica inicial, p é a pressão acústica na distância percorrida x e α é o coeficiente de atenuação da pressão (10)(11). Em geral, o coeficiente de atenuação pode ser uma função do comprimento de onda (λ) e tamanho do espalhador (D), podendo ser expresso por: α = αa + αs Eq.(3) Sair 6ª Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos onde αa é o termo devido à absorção e αs é a perda por espalhamento associado com o contorno de grão. A absorção nos metais é causada principalmente pelo comportamento inelástico dos materiais, amortecimento por discordâncias e domínio magnético (12)(13). A dependência da perda por absorção com a freqüência é normalmente presumida linear (9). Muitos pesquisadores assumem que as perdas devido ao espalhamento pelos grãos nas freqüências ultra-sônicas é tão grande, se comparada com a absorção, que esta última é negligenciada (14)(15)(16). O desenvolvimento teórico relaciona a atenuação devido ao espalhamento dos contornos de grãos ao comprimento de onda e em muitos casos à dependência das constantes elásticas e velocidades ultra-sônicas no material. A atenuação devido ao espalhamento (αs) varia em função do comprimento de onda (λ) e tamanho do espalhador (D) de acordo com a região de espalhamento, como segue: • região de Rayleigh αs = Cr D3λ -4 (λ>>D) • região estocástica αs = Cs D λ-2 (λ≈D) • região difusa αs = Cd / D (λ<<D) Eq.(4) onde Cr, Cs e Cd são constantes do material (8)(17). Para grãos esféricos, D é o diâmetro e no caso de grãos de forma não esférica, D é interpretado como a maior medida do grão. GOEBBELS (7)(9) apresenta um método para determinação do tamanho de grão, o qual constitui-se em um refinamento de propostas anteriores, onde a informação é retirada do sinal retroespalhado. O autor utiliza a relação da atenuação como a soma das parcelas da absorção e espalhamento, conforme equação 3. Logo: α = a1f + CrD3f 4 Eq.(5) onde a1 é uma constante referente a absorção, Cr é um parâmetro do espalhamento, sendo dependente somente do material, conforme demonstrado por PAPADAKIS (18). Assim, tendo-se como valores desconhecidos a1 e D, constroe-se um sistema linear de equações, sendo a técnica repetida para duas freqüências diferentes. O valor de α sendo calculado experimentalmente através do sinal retroespalhado. Devido ao emprego de transdutores ultra-sônicos fase-sensitivos, GOEBBELS (9) sugere a utilização de técnicas de processamento de sinais, a fim de eliminar o padrão de interferência. A técnica utilizada pelo autor (7) é a da média espacial, onde sinais são adquiridos em diversos pontos da amostra, retificados e somados entre si. Como resultado tem-se uma curva alisada, mostrando o perfil do decaimento da Sair 6ª Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos amplitude do sinal retroespalhado, conforme figura 1. Esta amplitude, As(x) pode ser representada pela equação a seguir: A s (x ) = A 0 (α s ∆ x )1 / 2 exp (− αx ) Eq.(6) onde ∆x é o comprimento do pulso ultra-sônico e A0 a amplitude inicial. Aplicando-se o logaritmo à equação 6, tem-se como inclinação da reta o coeficiente de atenuação α. Figura 1. Método proposto por GOEBBELS, com média espacial dos sinais ultrasônicos retroespalhados (7). 3.METODOLOGIA 3.1.Corpos de Prova Sair 6ª Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos Foi utilizado como corpos de prova, chapas de aço do tipo IF (interstitial free) com 3mm de espessura, produzidas pela Companhia Siderúrgica Nacional. Este tipo de material caracteriza-se por um controle rigoroso nos níveis de impurezas e baixos teores de carbono, produzindo desta forma uma microestrutura monofásica e homogênea de ferrita. Abaixo pode-se verificar a composição química do material utilizado, a qual foi fornecida pela própria Companhia Siderúrgica Nacional: Tabela 1. Composição química das amostras (% em peso) C Mn Si P S N 0,004 0,143 0,014 0,011 0,003 0,003 Ti 0,072 Nb <0,001 Al 0,053 Com o objetivo de produzir corpos de prova com variações nos seus tamanhos de grão, cinco amostras com as dimensões de 50 x 130 x 3mm foram tratadas termicamente, com a temperatura de forno de 970 0C. A temperatura escolhida foi aquela em que, através do diagrama ferro/carbono, todo material apresentava-se austenitizado. Desta forma foram gerados cinco corpos de prova, denominados T1, T2, T3, T4 e T5, os quais foram preparados metalograficamente e analisados por meio de microscopia ótica, com uma magnificação da imagem de 100 vezes. As imagens metalográficas foram digitalizadas e a medida dos tamanhos de grãos das amostras, realizadas por meio do programa computacional Image-Pro 4.0 da Media Cybernetics Corporation, onde foram medidas as menores e as maiores dimensões de cada grão, segundo dois eixos perpendiculares. Para cada amostra metalográfica, representativa de cada tipo de tratamento térmico realizado, foram obtidas 20 imagens, gerando uma contagem, em média, de 1000 grãos por amostra. Assim pôde-se levantar a função distribuição de cada amostra, para as menores e maiores dimensões dos grão, bem como a média dos dois eixos medidos. Os parâmetros de cada distribuição foram adotados como padrão para comparação aos valores gerados pela metodologia ultra-sônica. Para este trabalho, face a maior distinção entre as distribuições produzidas pelos tratamentos térmicos, adotou-se as amostras T1, T2, T3 e T5. 3.2.Metodologia Ultra-sônica Através da metodologia proposta por GOEBBLES (7), utilizou-se a técnica pulsoeco em contato, com transdutores de 5 e 10 MHz, banda estreita. Para cada amostra foram adquiridos 100 sinais ultra-sônicos na região do retroespalhamento, os quais foram retificados e somados entre si. A partir de cada somatório foram obtidos os coeficientes de atenuação para cada uma das frequências e seus valores inseridos na equação 5. Os valores resultantes da metodologia ultra-sônica proposta foram então comparados com os parâmetros da distribuição de tamanhos de grãos de cada corpo de prova. Sair 6ª Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos 4.RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1.Parâmetros da Função Distribuição Os histogramas da distribuição dos tamanhos de grãos, para cada corpo de prova, podem ser visualizados na figura 2. T1 T2 T3 T5 Figura 2. Histogramas da distribuição de tamanho de grão dos corpos de prova. A tabela 2 apresenta os principais parâmetros obtidos da função distribuição de tamanhos de grãos de cada amostra. Foram determinados os parâmetros média, desvio padrão e mediana, para as dimensões mínimas e máximas de cada grão, sendo a dimensão média calculada. Cabe ainda ressaltar que as distribuições dos tamanhos de grãos apresentaram a forma log-normal, característica típica para grãos em materiais metálicos. Conforme pode-se notar, através do parâmetro média, os tratamentos térmicos produziram distribuições de tamanhos de grãos em ordem crescente para a seguinte sequência: T5, T1, T3 e T2. Sair 6ª Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos Tabela 2. Resultados obtidos das distribuições dos tamanhos de grão de cada amostra tratada termicamente, em função dos menores e maiores eixos de cada grão. Corpo de Prova Média (µm) Desvio padrão Mediana (µm) (µm) Tamanhos mínimos T1 118,94 3,05 94,11 T2 141,14 2,98 118,39 T3 131,79 3,75 94,14 T5 101,73 1,73 80,27 Tamanhos máximos T1 197,94 4,54 161,72 T2 229,46 4,27 197,17 T3 212,91 5,33 169,85 T5 166,05 2,57 135,32 Tamanhos médios T1 158,44 3,71 128,42 T2 185,30 3,50 160,60 T3 172,35 4,46 137,23 T5 133,89 2,09 110,11 4.2.Valores da Metodologia Ultra-sônica Os valores obtidos através da metodologia ultra-sônica, para o tamanho de grão dos corpos de prova, estão apresentados na tabela 3. Compara-se, ainda nesta tabela, aos valores do parâmetro mediana da distribuição do tamanhos mínimos de cada corpo de prova. Tabela 3. Comparação entre os tamanhos de grão determinados por ultra-som e a mediana da distribuição dos tamanhos mínimos Corpo de Prova µ m) µ m) Diferença Ultra-som (µ Mediana (µ Percentual (%) T1 99,25 94,11 5,46 T2 127,71 118,39 7,87 T3 93,20 94,14 1,01 T5 76,80 80,27 4,52 Analisando-se os resultados obtidos, verifica-se que a maior correlação entre os resultados da metodologia ultra-sônica e o padrão metalográfico ocorre com a mediana dos tamanhos mínimos dos grãos. Tal fato difere das proposições de autores anteriores, que sem levar em conta a função distribuição dos tamanhos de grãos, preconizavam a correlação com o tamanho médio dos grãos. Ressaltando, desta forma, a influência da função distribuição de tamanhos de grão do material. A razão para maior correlação com o parâmetro mediana pode ser explicado pela forma log-normal da distribuição, onde ocorrem uma grande frequência de valores menores no trecho inicial da distribuição e poucos valores maiores no trecho final. Sair 6ª Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos Assim os parâmetros média estariam influenciados por estes maiores valores, apesar de sua pequena frequência de ocorrência, o que não acontece com a mediana. Quanto à correlação com os tamanhos mínimos, verifica-se a ocorrência, figura2, maior dos tamanhos mínimos, quando comparados aos máximos e desta forma causando uma maior influência sobre os resultados da metodologia ultra-sônica. A correlação pode ser visualizada na figura 3, indicando um ajuste satisfatório entre os valores, conforme mostrado na tabela 3, através de uma diferença percentual máxima de 7,87 %, quando as normas para caracterização metalográfica indicam uma incerteza da medição superior a 10 %. Figura 3. Correlação entre os valores de tamanho de grão obtidos pela metodologia ultra-sônica e a mediana dos tamanhos mínimos, medidos metalograficamente. A reta representa a regressão linear da função. 5.CONCLUSÕES A metodologia ultra-sônica mostrou-se eficaz na caracterização microestrutural de materiais metálicos, através da determinação dos tamanhos de grãos. Os resultados obtidos indicam a influência da função distribuição de tamanhos de grãos sobre a metodologia ultra-sônica, acrescentando novas informação às proposições de autores anteriores. 6.AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao CEFET/RJ pelo suporte financeiro a esta pesquisa. 7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (1)GOEBBELS, K., “Method of Quantitatively Determining the Grain Size of Substances”, United States Patent 4,026,157, USPTO, 1977. (2)TAKAFUJI, H., SEKIGUCHI, S., “Method of Determining Grain Size Using Ultrasonic Waves”, United States Patent 4,539,848, USPTO, 1985. Sair 6ª Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos (3)SZILARD, J., “Examining the Grain Structure of Metals”, In. SZILARD, J. 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