NÚMERO MÍNIMO DE LOCOS PARA A ESTABILIZAÇÃO DE DISTÂNCIAS GENÉTICAS ENTRE POPULAÇÕES NATURAIS COM ALTO POLIMORFISMO UTILIZANDO MARCADORES RAPD. Telles MPC, Diniz-Filho JAF, Bastos RP e Soares TN. Laboratório de Biologia Molecular, Departamento de Zootecnia/UCG e Departamento de Biologia Geral/UFG, Goiânia-GO. [email protected] O incremento na capacidade computacional tem permitido grandes avanços no estabelecimento de parâmetros genéticos obtidos através de marcadores moleculares, permitindo a otimização dos delineamentos maximizando a quantidade de informação obtida, reduzindo simultaneamente os custos e o esforço laboratorial. Este trabalho teve como objetivo definir o número mínimo de locos necessário para a estabilização da divergência genética estimada com marcadores RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA) para populações naturais que apresentam alto polimorfismo. O DNA obtido em três populações de Physalaemus cuvieri (Amphibia: Anura) foi utilizado para a amplificação via PCR de 8 “primers” RAPD, que forneceram um total de 129 locos para 30 indivíduos. As freqüências alélicas foram estimadas para cada um dos locos assumindo equilíbrio de Hardy-Weinberg e desconsiderando as freqüências maiores que 1-(3/n). Esse conjunto de dados foi utilizado para estimar as distâncias genéticas de Nei, e foram a seguir submetidas a um procedimento de reamostragem sobre os locos (bootstrap). Para este trabalho, esse método foi utilizado para testar a estabilidade das distâncias genéticas estimadas quando estas são obtidas a partir de um número crescente de locos. Para tal, foram feitas 24000 reamostragens da matriz de dados originais, sendo cada conjunto de 1000 matrizes construído com diferentes números de locos (de 5 a 120 locos, com intervalos de 5 locos). Em seguida, foram recalculadas as distâncias de Nei entre as três amostras para cada uma das matrizes. Em cada conjunto de 1000 matrizes de distância, calculados par a par, foi calculado uma média entre as três distâncias e em seguida foram estimados os valores médios, desvio-padrão e coeficiente de variação ao longo das simulações, a partir da distância média. Observou-se que o valor médio dos coeficientes tende a ser estável mesmo quando calculado com poucos locos. Entretanto, à medida que o número de locos utilizados aumenta, percebe-se que há uma redução contínua nos desvios-padrão e, conseqüentemente, nos coeficientes de variação. Somente a partir de 40 locos o coeficiente de variação tende a estabilizar, mesmo assim com um valor elevado em torno de 25%. Utilizando o maior número de locos nas reamostragens, o valor do coeficiente de variação foi igual a 12,4%. Assim, a estimativa da distância genética entre as três populações analisadas neste trabalho requer um grande número de locos, provavelmente em função do elevado polimorfismo encontrado, fazendo com que as três populações sejam quase esquidistantes no espaço genético definido pelo RAPD. Órgão Financiador : CNPq proc. 520804/99-6 e 465137/00-8 e Vice Reitor