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Rio de Janeiro, 25 de fevereiro de 2007- Ano XXVII - N o. 1.307
Congregação do Grajaú
poderá mudar de local
Leia nesta edição
A Coordenação Local de Ação Missionária, em sua última reunião, autorizou que seja alugado um novo imóvel para sediar a
Congregação do Grajaú, que passaria assim para a Rua Barão do
Bom Retiro, defronte à Rua Itabaiana. No entanto, o proprietário
do imóvel tem um compromisso de venda com prazo até o dia 10
de março. Assim, a mudança só ocorrerá se não for concretizada a
venda.
Combate à violência: o que você está fazendo?
Roberto Pimenta
Na quinta-feira passada, participei de uma reunião
com o presidente de uma grande empresa brasileira.
A atividade daquela empresa requer o uso de grandes áreas rurais, em diversos estados brasileiros.
Evidentemente, ele falou das novas tecnologias, dos
projetos em andamento e dos lucros obtidos.
A certa altura ele explicou como a empresa atua ao
instalar um novo empreendimento: buscando parcerias com os produtores locais, permitindo que estes, se assim desejarem, se tornem fornecedores da
empresa, mas mantendo ao mesmo tempo sua produção tradicional. Para isto, oferece financiamento e
treinamento adequado para a região.
Segundo ele, seria muito mais fácil (e barato) simplesmente comprar as terras, implantar o projeto e
ignorar o que acontece nas propriedades vizinhas.
No entanto, esta relação de respeito com a gente
local cria vínculos que evitam o surgimento de conflitos tão comuns em todo o Brasil, em especial invasões de terra.
Como contraponto, ele citou os constantes problemas enfrentados por uma empresa concorrente, que
não teria essa preocupação social em seus empreendimentos.
Ao ouvir aquelas declarações, eu me lembrei de diversas manifestações que leio em entrevistas, repor-
Carnaval evangélico – Artigo do
Rev. Daniel Rocha – página 2
Ministério de Ação Social ou
IMAS - Artigo de Airton Campos página 3
Vem aí o Dia Mundial de Oração
– esta e outras notícias estão em O
que há pela Vila, na página 4
tagens e e-mails, toda vez que acontece um crime
brutal, como o do menino João Hélio. São mais ou
menos assim: “Sou um cidadão que cumpre as leis e
pago meus impostos em dia, portanto exijo segurança e o fim da violência”.
Acho lamentáveis declarações como estas, pois deixam subentendido que o “fim da violência” é tarefa
apenas dos outros (no caso, as diversas instâncias de
governo) e não nossa também. Ou seja, como cidadãos, nada teríamos a fazer pela sociedade, a não
ser cumprir leis e pagar impostos.
As pessoas que pensam assim estão agindo como
aquela empresa sem preocupação com a sociedade .
Em sua visão meramente legalista, tornam-se insensíveis aos grandes problemas de nosso país.
Evidentemente, uma grande empresa tem o poder
econômico para influenciar nos rumos de sua área
de atuação. Você pode perguntar: que poder tem
apenas uma pessoa sem maiores recursos?
Experimente, pra começar, a “tolerância zero” com
a violência: boicote filmes, revistas, videogames,
brinquedos e programas de TV que banalizem ou
enalteçam a violência. Ajude projetos ou instituições
que atuem no combate às causas da violência. Aqui
em nossa igreja, por exemplo, temos trabalhos de
reforço escolar e de esportes para crianças carentes.
Enfim, um velho chavão se aplica muito bem neste
caso: “se você quer mudar o mundo, comece mudando você”.
Carnaval evangélico
Rev. Daniel Rocha - Pastor da Igreja Metodista em Itaberaba e psicólogo - Colaboração do Rev. Boechat de Amorim
Há inúmeras controvérsias sobre a origem
do Carnaval. Alguns autores fazem alusão a antigos povos pagãos, que realizavam festas para comemorar a fertilidade e produtividade do solo. Entre elas, existiam as saturnálias (para o deus Saturno)
e os bacanais (para o deus Baco, na mitologia romana).
Mais tarde, no século IV, Roma introduz o
calendário litúrgico da Igreja e proíbe festejos durante a Quaresma. As pessoas, então, aproveitavam
os últimos dias que antecediam à Quarta-Feira de
Cinzas para darem vazão à luxúria. Possivelmente
daí, venha a expressão latina “carne vale” que significa “deixar a carne”, ou “adeus carne”, que anunciava o período de abstinência que se seguiria.
Nunca o carnaval traduziu tão bem a realidade que vivemos hoje no mundo evangélico. Temos uma igreja por vezes sem reverência, superficial, que busca diversão e entretenimento. Para atender a tão grande necessidade de estímulos, o culto
foi transformado num caleidoscópio de sensações,
atrações e produções mirabolantes.
Estamos vivendo uma espécie de carnavalização da fé. Os antigos pares de pierrôs e colombinas
deram lugar a apóstolos bufões e pastoras pitonisas
- prontos a soprar uma revelação ou uma nova visão. Temos até um desfile anual – chamado de marcha – que desemboca num palco que serve de exposição de egos. Não, não é a alegria o sentimento
dominante, mas um misto de nonsense com desespero existencial.
O povo de Israel também teve o seu período
de carnavalização da fé. Gritos ufanistas, frases de
efeito, glórias e aleluias enchiam seus arraiais na
certeza de que Deus era com eles: “Sucedeu que, vindo a arca da aliança do Senhor ao arraial, rompeu todo o
Israel em grandes brados, e ressoou a terra. Ouvindo os
filisteus a voz do júbilo, disseram: Que voz de grande
júbilo é esta no arraial dos hebreus? Então souberam que
a arca do Senhor era vinda ao arraial” (1Sm 4.5-6). E se
atemorizaram os filisteus: “Ai de nós, estamos perdidos!”. Entretanto, pelejaram, uma grande derrota
se abateu sobre Israel e cada um fugiu para a sua
tenda. Assim como nós, Israel imaginava que bastava levar o nome de Deus, proferir velhos chavões,
cantar suas músicas, e Deus lá em cima resolveria
tudo.
Na verdade, nada pode terminar bem quando a vida e o proceder carregados de pecado desagradam profundamente a Deus. Ironicamente estes
são tempos de uma grande busca por “espiritualidade”.
Nunca houve tanta procura por igrejas, tantos livros religiosos publicados, tanta rádio gospel,
tantos louvores proféticos – seja lá o que isso significa – e marchas. O homem contemporâneo busca
uma espiritualidade – qualquer uma – que possa lhe
estancar o desespero.
É fácil constatar que vivemos hoje uma febre
para criar versões gospel de tudo, uma espécie de
arremedo para dourar a pílula com o propósito de
dar uma nova roupagem em coisas outrora condenáveis. Temos, então, barzinho gospel, pagode gospel, shows gospel, e toda uma linha de artigos de
consumo – de gosto duvidoso – em versão gospel.
Acompanhando esse fenômeno, anualmente
surgem alguns blocos evangélicos atravessando o
ritmo nas avenidas. É preciso investigar se as reais
motivações de um “folião” evangélico não seriam
suas pulsões interiores (de exibicionismo, por exemplo). Neste caso, a evangelização é mero pretexto. Agora, se o objetivo é mostrar o nome “Jesus”, é
bom lembrar que hoje ele é quase uma marca saturada no mercado. Seu rosto está na LBV, está impresso em adesivos de carros, camisetas, pulseiras e
bottons, é citado por bandas de rock e na MPB, seu
nome é enviado aos milhares em orações esotéricas
pela Internet, está na boca de políticos corruptos e
de cantores decadentes que se convertem no ocaso
da fama.
Creio que é de Kierkegaard a história do circo que se instalou próximo a uma pequena cidade.
Dias antes da estréia ocorre um grande incêndio e o
dono do circo pede ao palhaço para correr à cidadezinha buscar ajuda. Ofegante, ele chega à praça
principal e faz gestos desesperados, falando do incêndio que estava destruindo o circo. As pessoas
começam a se aproximar, e imaginando estar diante
de uma nova forma de propaganda, não o levam a
sério e riem prazerosamente da pantomima. Desesperado, ele se ajoelha, chora e implora, mas a multidão ri ainda mais. Diante da recusa do povo, o fogo,
então se alastra pelas campinas e finalmente chega à
cidadezinha, onde consome a todos.
Num certo sentido, esta é a história da Igreja
no início do século XXI, marcada por uma falta de
credibilidade resultante de tantos escândalos e
maus testemunhos. Como o palhaço, estamos tentando avisar as pessoas do juízo divino e do poder
salvífico de Cristo, capaz de nos livrar da ira vindoura. Mas não nos dão ouvidos, e acho que nem os
culpo por isso
De qualquer forma, aproveitar o Carnaval
para evangelizar é uma opção exeqüível para a Igre-
ja, pois a Bíblia nos conclama a que falemos do Evangelho a tempo e fora de tempo. Entretanto, é
importante que se busque estratégias adequadas
para anunciar nesses tempos de festejos populares o
amor de Deus e a verdadeira alegria, que só pode
existir numa vida entregue a Cristo Jesus.
Queremos imitar Paulo que se tornou “espetáculo para o mundo” (1Co 4.9) em virtude do opróbrio, das tribulações, do sofrimento e da fraqueza. E este é o único espetáculo que somos chamados
a dar.
Ministério de Ação Social ou AMAS
Foi então encontrada uma solução esdrúxula e inconsistente, mas a única viável para atender a exigência legal. Declarar como associados apenas os
membros que voluntariamente se apresentassem
para ajudar a AMAS.
Airton Campos
Um dos itens aprovados pela CLAM no planejamento deste ano é o estudo da criação da AMAS – Associação Metodista de Ação Social de Vila Isabel.
No final do ano de 2003, representando a 1ª Região
Eclesiástica, participei de um Grupo de Trabalho
que se reuniu na Sede Geral da Igreja para estudar a
adequação dos estatutos das instituições ao novo
Código Civil que entraria em vigor no início de
2004, trazendo uma série de obrigações e regras a
serem seguidas por elas.
Quando o GT nomeado pela COGEAM se reuniu
para estudar as adaptações dos Estatutos das Instituições Gerais, Regionais, Locais e da própria Associação da Igreja Metodista, a grande dificuldade foi
atender ao disposto no artigo 59 do Código e especialmente o seu parágrafo único, que estabelecia que
competia privativamente à assembléia dos associados: eleger e destituir os administradores, aprovar
contas e alterar os estatutos, exigindo o voto concorde de dois terços dos presentes em assembléia com a
presença da maioria absoluta dos associados em 1ª
convocação e um terço nas convocações seguintes.
Para as Instituições Gerais e Regionais foi encontrada a solução na definição de quem seriam os associados: respectivamente os membros da COGEAM e
da COREAM.
Para a Associação da Igreja Metodista não foi necessária nenhuma adaptação do Estatuto, pois a Lei
10.815 de 22 de dezembro de 2003, promulgada antes do prazo final de entrada em vigor do novo Código Civil, excluiu as igrejas desta obrigação e deixando-as livres para se organizarem.
Para as instituições locais – as AMAS – surgiu o impasse: os associados seriam os membros da igreja
local e a assembléia geral o próprio Concílio Local,
mas como atender a exigência do quorum de presença da maioria dos membros em 1ª convocação ou
até mesmo de um terço nas demais? Impossível.
Então, nas decisões de assuntos relativos a AMAS, o
Concílio Local seria substituído por este grupo e
somente ele poderia votar.
A COGEAM acatou as sugestões e aprovou os modelos dos novos estatutos de todas as instituições,
que ficaram de acordo com as leis do país, mas em
conflito com os Cânones da Igreja Metodista. Porém,
não existia outra opção. Não sei como isto ficou estabelecido nos novos Cânones, mas o importa é o
que determinam as leis do país e não os cânones.
Posteriormente a Lei 11.127, de 28 de junho de 2005,
alterou o Código Civil e tornou mais fácil o funcionamento especialmente das Instituições Locais, pois
permite que o Estatuto fixe apenas a forma de gestão
administrativa e da aprovação da prestação de contas, excluindo a necessidade de definir o funcionamento dos órgãos administrativos.
Também passaram a ser atos privativos da Assembléia Geral somente destituir os administradores e
alterar os estatutos. E, o mais importante, deixa a
critério do próprio estatuto a fixação do quorum das
assembléias e dos critérios de eleição dos administradores.
No próximo domingo analisaremos as características
de funcionamento das AMAS em comparação com o
Ministério de Ação Social.
Nota da redação: Apesar de ainda não existir uma
AMAS aqui na Igreja de Vila Isabel, já temos um
consistente trabalho de ação social. O ministério
específico realiza uma série de tarefas, visando a
minorar os problemas de pessoas da comunidade.
Entre outros trabalhos, são distribuídas cestas básicas de alimentos regularmente; há encaminhamento de pessoas a entidades ou órgãos do governo que
possam atendê-las; prestação de auxílio financeiro;
trabalho com as crianças carentes que aqui jogam
futsal.
D
O que há pela Vila
iz-se que, no Brasil, o ano somente começa após o Carnaval. Bem, o Carnaval passou e
então está na hora de se trabalhar. Muitos tiraram férias ou mesmo um pequeno período de descanso. Várias atividades da igreja entraram em recesso. Com os planos para
2007 aprovados e a liderança ocupando seus postos, é hora de nos dedicarmos ao trabalho a que
nos propusemos. A seara é grande e espera pelos obreiros. Vamos viver, na prática, o que nos
manda o hino de número 404: “Vamos nós trabalhar, somos servos de Deus...”
N
o último número do
Jornal da Vila registramos CLAM como Coordenadoria Local de Ação Missionária No entanto, o nome
adotado pela Igreja Metodista é Coordenação Local de
Ação Missionária. Mas, o
correto seria mesmo Coordenadoria, isto é, “o local
onde se exerce coordenação”, pois coordenação é o
“ato ou efeito de coordenar”.
Isto inclusive foi dito no
Concílio Geral que criou as
“coordenações”. Mas dirigentes e a comissão que faz a
revisão da matéria aprovada
não atentaram para o que
dizem os dicionários. É de se
notar que edições mais antigas de alguns dicionários
não registram a palavra coordenadoria.
N
o próximo dia 2 de
março será comemorado o Dia Mundial de Oração.
Neste ano, as reuniões de
oração, no templo, começarão às 14 horas e irão até às
22 horas. A Sociedade de
Mulheres será a responsável
pela primeira parte do evento e também fará a coordenação geral dos trabalhos. A
presidente Suely Peixoto de
Mattos está mantendo entendimentos com os diversos
ministérios que também terão responsabilidade na
programação.
V
ocê não quer participar
do Ministério da Memória? Faça sua inscrição com
Movimento financeiro do Jornal da Vila – 4º trimestre/2006
Saldo anterior
Recebimentos: outubro
novembro
dezembro
Pagamentos : outubro
novembro
dezembro
Saldo para 2007
768,40
68,00
97,50
213,00
80,00
88,00
238,00
+ 378,50
- 406,00
740,90.
Obs. Estão arquivadas, à disposição dos interessados, as
notas fiscais relativas aos pagamentos efetuados.
Em todo o ano de 2006 o movimento foi o seguinte:
Receitas (mensalidades e algumas ofertas)
1.759,50
Despesas (apenas xerox e grampos)
1.283,50
um dos nossos pastores. Aquele ministério está precisando contar com mais pessoas para que possa bem
desenvolver o seu trabalho.
A atual coordenadora, Vera
Lúcia Silva, teve seu mandato prorrogado até o dia 15 de
março.
N
a próxima terça-feira a
Diretoria da Sociedade
Metodista de Mulheres estará reunida para concluir o
planejamento para este ano.
Fazem parte as sócias eleitas
e as que foram nomeadas
para os diversos cargos. Na
terça-feira da outra semana a
SMM retomará suas atividades normais, com reunião da
mesa às 13h30min e de Negócios, às 14h30min.
JORNAL DA VILA
ANO XXVII Nº 1307
Publicado semanalmente pelo
Ministério de Comunicação da
Igreja Metodista de Vila Isabel.
Boulevard 28 de Setembro, 400
– Rio de Janeiro (RJ)
Diretor: Roberto Pimenta
Redator: Luiz Pimenta
Xerografia: Walquírio Mattos
Os artigos assinados são de
responsabilidade de seus autores.
É permitida a reprodução da
matéria publicada, desde que
citada a fonte.
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