Bauru, 1 de abril de 2011 3º termo - Jornalismo/FAAC - Unesp Sorrir, uma arma poderosa Um panorama de Patch Adams na visão de um voluntário e admirador por Jéssica Godoy “Qual é o impacto que um homem pode ter na mudança do mundo?Incalculável”.Esta é a frase que está no site de Patch Adams e sintetiza seu papel que revolucionou a medicina e a questão do trabalho voluntário espalhando seus ideais por todo o mundo. O estudante de psicologia e voluntário de um grupo que visita hospitais em Bauru,Carlos Vernier,conheceu o trabalho do médico norte-americano através do filme “O amor é contagioso” que retrata a trajetória de Patch a partir do momento em que decidiu estudar medicina até ter a idéia de usar a alegria no tratamento de pacientes.No entanto,Carlos enfatiza o que o próprio Patch declarou ao se referir ao filme: nem tudo o que lá se encontra é verídico. http://www.terapiasequilibrio.com.br/patch-adams.htm Patch Adams defende ser a amizade o melhor remédio Vernier também participou em setembro de 2007 de uma palestra em que Dr. Adams esteve presente como atração principal. O voluntário relembra: “Patch, na sua fala mais marcante, destacou que começaria a gostar de futebol quando não existissem mais fome e guerra no mundo, apontando a desigualdade social com alienação,na qual um jogador de futebol ganha milhões e profissionais da saúde e da educação que desenvolvem um papel direto na sociedade ganham pouco”. Carlos Vernier se correspondeu com o médico através de cartas por alguns anos e destaca que além das recomendações de amor, a simplicidade e acessibilidade de Patch chamam a atenção, já que as cartas são escritas a próprio punho. Dentre os livros escritos por Adams,o voluntário leu dois, entre eles, “Teoria do Amor”,que conta a história real de Patch e é tido como inspiração para o filme. Em 1972,Patch fundou o Instituto Gesundheit,no Oeste da Virgínia,o qual alia medicina e alegria de forma gratuita no atendimento a enfermos. Palhaçada responsável Projeto baruense visa levar momentos de alegria aos enfermos dos hospitais por Alexandre Nogueira e Paula Monezzi A vontade de trazer alegria para enfermos, em especial crianças, fez com que, há quase 11 anos, o Projeto Alegria surgisse. A idéia veio da psicóloga Maria Claudina Cury, que reuniu alguns amigos e colocou em prática o projeto voluntário, que atuava inicialmente apenas no Hospital de Base. Após a inauguração do Hospital Estadual, o voluntários começaram a levar bons momentos para lá. Assim, o projeto cresceu e conta hoje com 144 voluntários, que se dividem em 12 grupos de 12 pessoas para fazer as visitas em 5 diferentes alas. Para Guilherme Pelegrini, diretor do projeto bauruense, esse trabalho voluntário exige responsabilidade e comprometimento. “É preciso saber que ser voluntário é ser responsável”, explica Pelegrini. O pessoal do projeto se reúne uma vez por semana para fazer o trabalho voluntário no Hospital Estadual, que é do SUS. Entre brincadeiras, músicas, piadas e sorrisos, eles tentam ajudar crianças e adolescentes à se distrair e esquecer o motivo pelo qual estão internados. “O objetivo principal é, antes de mais nada, poder contribuir com a formação humanística de cada voluntário. Fazemos isso dedicando nosso tempo para visitar o hospital, levar alegria aos internos e tentar amenizar o sofrimento ao menos durante o tempinho em que estamos ali atuando”, diz. Os benefícios são notáveis tanto para os enfermos quanto para os voluntários. “Em projetos como o Alegria, o diferencial é a ajuda na melhora do quadro clínico, pois é cientificamente comprovado que isso pode ajudar. Além disso, nunca sabemos quando iremos precisar estar internado ou não e o próximo a receber estas visitas pode ser somos nós mesmos”, conta. Diferentemente do Projeto Alegria, o projeto Doutores da Alegria, por ser mais antigo e de cunho nacional, possui exigências para a seleção de novos “doutores“. Para participar do projeto, é necessária a formação em artes Projetos voluntário de Bauru cênicas ou cinema. Além disso, a expansão do projeto foi tamanha que empresas apóiam financeiramente, sendo assim possível remunerar os “doutores”. Já em Bauru, para participar do Projeto Alegria, os interessados devem mandar um email para: contatoprojetoalegria@hotmail. com. Podem participar do trabalho voluntário pessoas acima de 15 anos que se comprometam com o grupo e se dediquem a levar alegria às crianças e adolescentes internados no Hospital Estadual. Outro projeto em Bauru é o Sorrir, atuante desde 2008. No site do projeto, eles deixam os requisitos para ser um dos 150 voluntários. “O requisito mais importante é o desejo verdadeiro de ajudar o próximo, estar disposto a levar um pouco de amor e alegria a quem precisa”, informa o texto dos voluntários. Para entrar em contato com o projeto, basta acessar o site http:// projetosorrirbauru.blogspot.com.. Solidariedade Diagramação: Aline Pádua Jorn. Resp.: Angelo Sottovia MTB: 6235 Profissão: voluntário Projeto Alegria é exemplo de integração entre voluntários e pacientes por Lydia Rodrigues Ser voluntário é “dedicar parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades”, segundo definição da ONU. Paulo Roberto Migues, voluntário no Projeto Alegria ,que lida com crianças e adultos no Hospital Estadual, realiza o voluntariado há 9 anos. “Hoje aprendi que poderia ter feito isso há mais tempo, e que com pequenos gestos de carinho e amor você consegue fazer pessoas felizes, sem contar o bem que isso nos faz ”. Paulo, que é aposentado, afirma que nunca havia feito nada semelhante e se sentiu desajeitado ao usar a fantasia de palhaço para animar as crianças. Sua esposa, Dagmar Migues é que o incentivou a participar do projeto. Além de ser palhaço, outras atividades que podem ser desenvolvidas são a de fazer mágica e contar histórias. Porém, Paulo ressalta que “para ser voluntário do Projeto Alegria não é necessário desenvolver nenhum tipo de habilidade, somente ter vontade e responsabilidade.” Para orientar e dar ciência da importância do projeto perante a sociedade, bem como expor as responsabilidades do voluntariado são realizadas reuniões a cada 3 meses. Desde 1998 há uma legislação específica para a prática do voluntariado, criando um respaldo jurídico que facilita a atuação na área. Em relação aos pacientes, Paulo explica que é preciso estar sempre atento àqueles que não estão dispostos a brincar. Porém, na maioria das vezes, a recepção é positiva. Belenice Vitácio Soares, mãe de um dos pacientes, acredita que a Foto: Jéssica Godoy Alegria dos voluntários muda a rotina do hospital ação dos voluntários pode auxiliar bastante na recuperação de seu filho, João Vítor Soares de 14 anos. A mãe do paciente Cauã Pires, Lúcia Helena Pires, também concorda que a iniciativa do Projeto Alegria contribui na melhora da saúde de seu filho, que fica “muito animado com a chegada dos voluntários”. A Terapia do Riso Rir afeta diretamente a vida das pessoas hospitalizadas por Millena Grigoleti O ato de rir tem se mostrado um importante aliado na luta contra as doenças e o desânimo existentes nos hospitais. A Terapia do Riso começou a ser feita por Hipócrates, considerado o pai da Medicina, que cuidava dos pacientes fazendo brincadeiras. Um estudo realizado na Inglaterra e nos Estados Unidos mostra que as áreas do cérebro ativadas pelo riso estão relacionadas às áreas de recompensa e às emoções. Especialistas constatam que até mesmo o riso forçado é benéfico, pois através do sistema nervoso central, gera sensações de ânimo. Médicos recomendam a risoterapia como tratamento para a melhora do bem-estar, e até mesmo como complemento aos tratamentos convencionais. A Universidade de Guadalajara, no médico, alerta para a importância de os médicos manterem uma atitude otimista e positiva com seus pacientes. Outra pesquisa, coordenada pelo Dr. Michel Moleiro, aponta que rir ativa o sistema cardiovascular, melhora o sistema respiratório, a oxigenação sanguínea, o sistema imunológico e estimula o cérebro na liberação de substâncias benéficas ao corpo humano, o que diminui o estresse. De acordo com a pesquisa, rir é tão benéfico quanto 30 minutos de exercícios físicos 3 vezes por semana. As pesquisas existentes demonstram que todos os pacientes que participam de algum programa de “risoterapia” se mostram mais colaborativos e menos receosos em relação à vida hospitalar. Alguns hospitais nos Estados Unidos têm observado que o tempo de internação das pessoas submetidas a esse tratamento é menor. A terapia ajuda os pacientes a se esquecerem um pouco dos momentos de tensão vividos dentro dos hospitais. Em entrevista, o médico Eduardo Lambert afirma que rir ainda tem propriedades analgésicas: “O riso é um grande estimulador, suficiente para mandar uma ordem para o seu cérebro, a nível do hipotálamo, e sintetizar as endorfinas, mais precisamente as beta-endorfinas, que são substâncias analgésicas similares às morfinas, mas com potência analgésica cem vezes maior.” O médico completa: “O processo de cura está ligado às beta-endorfinas.” Rir ainda tem a capacidade de aumentar a expectativa média de vida. A risada faz bem de qualquer jeito Em um hospital psiquiátrico, um grupo de pacientes com tendências suicidas foi submetido a um tipo de terapia no qual dois pedaços de esparadrapo eram colocados, um de cada lado, na boca do paciente, simulando um sorriso. Dentro de algum tempo, os pacientes demonstraram melhora. Isso acontece porque, mesmo sendo forçado, a posição da boca enviou para o cérebro mensagens que faziam entender que as pessoas estavam rindo, liberando assim substâncias benéficas para o organismo. Além desses efeitos, um ataque de riso ainda proporciona uma sessão de ginástica, trabalhando abdômen, pernas e os músculos das costas.