De Novo Presidente Marcos Vinicios Vilaça 2010-2011 ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS De Novo Presidente Marcos Vinicios Vilaça 2010-2011 Rio de Janeiro 2011 ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS Diretoria de 2011 Presidente: Marcos Vinicios Vilaça Secretária-Geral: Ana Maria Machado Primeiro-Secretário: Domício Proença Filho Segundo-Secretário: Murilo Melo Filho Tesoureiro: Geraldo Holanda Cavalcanti PUBLICAÇÕES DA ABL Coordenação e Produção editorial Monique Mendes Revisão Eliza da Silva Vianna Fotos Arquivo ABL Projeto gráfico e Editoração eletrônica Estúdio Castellani Catalogação na fonte: Biblioteca da Academia Brasileira de Letras V695 Vilaça, Marcos Vinicios, 1939-. De novo presidente : Marcos Vinicios Vilaça : 2010-2011 / Marcos Vinicios Vilaça ; apresentação Marco Lucchesi. – Rio de Janeiro : Academia Brasileira de Letras, 2011. 376 p. : retrs. color. ; 21 cm. ISBN 978-85-7440-228-4 1. Vilaça, Marcos Vinicios, 1939-. 2. Academia Brasileira de Letras. 3. Presidência. I.Lucchesi, Marco, 1963-. II. Título. CDD B869.8 Sumário Discursos 1 ABL e Nabuco 57 Seminários, Ciclos de Conferências 71 Publicações 105 Agenda, Realizações e Compromisssos 123 Sessão da Saudade 173 Merenda Acadêmica 181 Reformas e Modernizações 195 Medalhas, Prêmios e Homenagens 201 Exposições 221 Aposição de Retrato 243 ABL na Web 249 Artigos 2010-2011 261 Prefácios 295 Viagens Internacionais 309 Lançamentos e Inaugurações 323 Eventos com Apoio da ABL 343 Convênios 353 Posses 369 v Apresentação presidência de Marcos Vilaça inscreve-se num horizonte de diálogo. E não poderia ser outra sua inscrição. Amigo e leitor de Gilberto Freyre e Câmara Cascudo, Vilaça não saberia descurar a legítima biodiversidade da expressão cultural de nosso país. Diálogo marcado pelos desafios do tempo em que vivemos: longe de separar instâncias, híbridas, complexas – tais como o erudito e o popular, o virtual e o presencial, a poesia escrita ou falada, a vanguarda e a tradição –, Vilaça decidiu-se pelo diálogo, pela economia de trocas simbólicas, por um sistema de adesão heterodoxo. Daí porque a marca do diálogo. Criativo. Instigante. E com parâmetros aquecidos, que definem seu labor, uma espécie de traço de união entre os vários perfis que constituem a Academia Brasileira de Letras e o pluralismo da sociedade contemporânea. Para Vilaça, ambas se completam num vínculo profundo, de ordem material e imagística. Decidiu enfrentar, com sua diretoria, os desafios do presente, este horizonte de cânones em crise e paradigmas dispersos. Vilaça procurou a sintonia fina, o diálogo aberto e o hibridismo necessário para a implementação dos programas culturais da Academia, em múltiplas linguagens e suportes, nos mais diversos endereços, em que múltiplos atores sociais, de forma representativa ou simbólica, participaram de um fórum permanente na Casa de Machado. Estas páginas registram a sinergia e a inquietação de Marcos Vilaça, sua desusada capacidade de trabalho, num misto de ousadia e reverência, de espírito atento e fraterno, atitudes que marcam uma gestão de assinatura inconfundível. M ARCO L UCCHESI A vii DISCURSOS DISCURSOS este último biênio, o Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça proferiu diversos discursos nesta Casa, com a conhecida habilidade de síntese e de leveza. Destinado primeiramente ao ouvido, o discurso solicita uma sonoridade aprazível, capaz de atrair e manter a atenção e o interesse da audiência. Naturalmente, as ideias que nele se plasmam também demandam expressão objetiva, sucinta, e não por isso menos arguta. E o Presidente logrou fazê-lo com notável desenvoltura, ainda temperando seus discursos com boas pitadas de humor pernambucano. N 3 MARCOS VINICIOS VILAÇA Presidência da ABL – 3.o Mandato Marcos Vinicios Vilaça Proferido na sessão do dia 17 de dezembro de 2009 qui estou com mais sonhos do que em 2005 – para sonhar não há limites – porém, e sobretudo, com os acrescidos calos da vida. Sonho como Bandeira: “Com que sonho? Não sei não./ Talvez com me bastar, feliz / – Ah feliz, como jamais fui”. A volta enseja caminhar sem demasiadas surpresas. A gente conhece melhor armadilhas e atalhos. Deus, como fez no passado, haverá de me guiar e meus confrades não me deixarão sozinho. Não volto para reforçar currículo ou servir à biografia. Não faria isso. Volto para os fazeres do bem, dos bem-fazeres. A exemplo de Machado de Assis, dirijo-me desde logo aos confrades, repetindo-o: “Reinvestido-me no cargo de presidente, agora, vos agradeço a escolha, digo-vos que buscarei na medida do possível corresponder à vossa confiança”. Não me soando bem a palavra volta, prefiro servir-me de um toque arcaico que melhor pode se ajustar ao sotaque pernambucano (que no meu caso talvez seja discreto) e digo: Obrigado por me darem este momento de retornança. O tempo encontra o tempo. Outra vez na vida declaro-me pronto para um novo depois. Tenho alguma vantagem em suceder a Cícero Sandroni. Encontro a Casa absolutamente em ordem, seus anos de serviço à Academia são relevantes mas desafiam na sucessão. Dos seis anos em que foi Diretor da Casa – tesoureiro, secretário-geral, presidente – estivemos muito próximos. Foi bom para mim. Vivi seu amor à Academia, sua disposição de A 4 DISCURSOS servir às causas da Cultura mas, principalmente, confirmei seu caráter de homem leal e probo. Ninguém dê limites à nossa amizade. Numa palavra: fizemo-nos amigos. E, para mim, amizade é via de mão dupla. Tudo farei para ser seu sucessor do jeito que ele foi meu sucessor. Torna-se fácil perceber que me declaro seu continuador. Machado de Assis, novamente ele – sempre ele – distinguia continuidade de continuismo. Essa clave tinha em mente ao abrir a sessão inaugural de 1897. Breve – como se intuísse a regra do twitter – nosso Fundador conclama os confrades do tempo e os vindouros a se manterem fiéis à tradição e à dinâmica do tempo. Lutarei para que se ampliem os trajetos no sentido de que a Academia seja ainda mais vista e ouvida. Todos acompanhamos a geração que parece ter nascido com controle remoto e mouse à mão. Basta um clique e a tela muda. É vital que nos afinemos com os moços. Examinaremos mais opções na Internet, twitter, e-books, para habituais transeuntes nestas nossas paredes. A continuar aprendendo com Machado, parodiemos o conceito do Mestre: Nem tudo se faz com o patrimônio dos antigos, nem tudo se faz com os haveres do moderno, mas com os dois constrói-se o começar comum. A Academia não existe para entesourar cultura, mas para socializá-la. Mais de um século separa as obras, por exemplo, de um Degas, da era digital. No entanto, em muitos museus estão ambos integrados em perfeita combinação artística. O Kindle faz com que precisemos de pouco espaço para até milhares de livros, não é sem razão que a venda de livros eletrônicos cresceu cerca de 500% neste ano. Não serão superados os incomparáveis prazeres táteis e cerebrais dos livros de papel, mesmo que o Kindle possa argumentar que o leitor com 5 MARCOS VINICIOS VILAÇA ele se dispõe a carregar nas mãos cerca de 3500 livros. Claro está que, se não preenche o imaginário da leitura literária, não nos enganemos da força que exercerá no futuro em relação ao livro didático. Desde a adoção do alfabeto fonético da Grécia antiga, passando pela invenção da imprensa com os tipos móveis no Renascimento, não há nada mais revolucionário que a chegada do digital. É verdade, passamos do imediatismo da oralidade do nheengatu à complexidade da comunicação internáutica. Especialistas da comunicação temem que o homem esteja a inaugurar uma cultura autodestrutiva – uma cultura da incultura. É possível que haja nisso alguma razão. É também possível que haja algum exagero. Até ontem, toda plataforma para ler era modulada de forma passiva e indireta pela luz do sol ou da lâmpada. Agora, o fundo emite luz e nós teclamos sobre o fluxo de luz. O fundo sobre o qual aparecem letras e imagens é fonte de luz ativa. Senhoras, Senhores, Nada anula a atração de elucidar o alcance dos novos usos. Uma Academia de Letras também está obrigada, na contemporaneidade, a refletir sobre linguagem e tecnologias, do contrário ficará como sombra, ao perder a fonte de irradiação. Não é legítimo imobilizar-se na repetição do passado. Perdemos muito no Brasil no retardo em usar Gutemberg. Passaram 320 anos até que estivesse a nosso serviço. No México, já em 1539, e no Peru em 1584, no Brasil, só em 1747. O Brasil é um país a não mais poder perder tempo, nunca mais. O tempo presente nos põe em alerta sobre o que significam para a Cultura as instantaneidades da comunicação. É fácil perceber que Cultura não é algo sucessivo, mas simultâneo. A Cultura carece ser entendida em sua forma alargada, algo que começa antes e termina depois. Antes e depois de datas, de arautos, de fronteiras, de 6 DISCURSOS movimentos. A Cultura pode ser múltipla, mas sempre será, como mais de uma, obra simultânea em continuação. Cultura, realidade dinâmica, envolve movimento, tradição e criação. Cultura é compreender, conviver com o Outro, respeitar diversidades. Diversidade cultural é fator de coesão e não caminho de fragmentação. Cultura há de ser a unidade dos momentos, o que é bem diferente de ser mera unicidade. Estabeleçamos aliança com o país que ainda está chegando. Sem esse enlace, no futuro não haverá como preservar a tradição. Seremos pó. Fazer a ligação fundamental entre a tradição e a modernidade, sem concessões ao modernoso, é ato de bom senso. O professor Luiz Otávio Cavalcanti fala que o tempo se compõe de duas lâminas, a que corta por fora tem a transparência das cores, a que opera por dentro recupera pelo mergulho nos sentimentos. A Academia aceita e convive com essas lâminas, também de antenas e raízes. Os meus companheiros de Diretoria são toreutas. A eles compete conduzir o cinzel se o Presidente não souber fazê-lo. Confio nos companheiros e apelo pela ajuda do plenário acadêmico. Confrades, Administrar é ter um olho no programa e dois olhos no propósito. A Academia reivindica, por sua representatividade, que nada pode ser decretado pelo governo do País no âmbito da Cultura sem que passe por esta Casa. Dou exemplos: direito autoral é assunto que deveremos afinar; a Internet não pode aparecer como plataforma hostil ao arrepio dos direitos do usuário; a proteção à obra não pode inibir a sua apropriada divulgação no equilíbrio do interesse econômico e do interesse público. Com isto, digo que a base conceitual no campo dos direitos de autor não caberia mais à superada Convenção de Berna, de 1886. Como presidente da Academia, no que toca à proteção da propriedade intelectual, manifesto solidariedade à Declaração de Hamburgo, de 7 MARCOS VINICIOS VILAÇA junho último. Os sites poderosos devem compartilhar recursos econômicos obtidos pela publicidade divulgada em suas páginas de notícias, que usem conteúdo produzido por empresas de comunicação. A Internet deve respeitar a lei. Estimamos que o autor brasileiro tenha viabilizada sua presença em bibliotecas virtuais, mas respeitada a autoria e quebrada essa quase exclusividade que parece reservada aos USA, Canadá, Reino Unido e Austrália. Senhoras, Senhores, A Academia entende que aos intelectuais compete lutar para que se impeça concentração de poder, com amargo sabor totalitário. Democracia não é só o voto na urna mas, igualmente, o acesso quotidiano à justiça e à repartição dos frutos do crescimento econômico e do desenvolvimento social. Por isso, a legitimidade do protagonismo da Academia permite, sem coerção alguma, nossa autoridade institucional. Somos uma gente portadora de valores compartidos. Neste século não há lugar para espectadores que não se sintam atores. A Academia não senta na plateia para se ausentar do palco. Sem deixarmos de ser gente, queremos ser a Academia. Não permitiríamos a atitude tribal de fechar a Academia. Há muito já fizemos a abertura. Sua claridade tem que estar em movimento. Irreversivelmente. De outra parte, ninguém imagina que o Presidente viria para ser imobilizado por eventuais concepções arcaizantes, por regras revogadas pelo bom senso. Isso seria no mínimo ilusão de ótica. Não são pedras, são espumas. Também ninguém desconhece que compreendo a minha função como parte da orquestra. Não posso ser um presidente solista mas não permaneceria presidente para ser um presidente solitário. Não me arreceio de enfrentar os custos de tratar do futuro, pois já soube o que custou a muitos administradores presos ao passado ficarem estre8 DISCURSOS o Posse Presidência da ABL – 3. Mandato buchando diante das novidades. Não me faltarão paciência, resistência e resiliência. Em 2010, a UNESCO vai se dedicar ao que chamou o “Ano da aproximação das Culturas”. Nada mais aliciante. A indiferença no que toca às diferenças culturais mata a capacidade de compreender. A diversidade é fator de enriquecimento mútuo. Nada de amnésia. A memória alimenta a capacidade criadora. Para a melhoria da compreensão mútua temos que aperfeiçoar a capacidade de nos colocarmos no lugar do Outro. Essa compreensão, esse conhecimento, põe-nos aptos a fazer da Cultura um fator de emancipação, de descobrimento, de justiça e de coesão, ensina mestre Guilherme d’Oliveira Martins, grande intelectual europeu da atualidade. Amim Maalouf em seu Mundo sem Raízes, admirável obra deste ano, adverte para o risco de confundir a globalização com a uniformização. 9 MARCOS VINICIOS VILAÇA No ano vindouro, “Ano das Aproximações”, teremos instigantes datas a comemorar. Entre outros registros, os centenários de Nabuco, Rachel de Queiroz, Aurélio Buarque de Holanda, Carlos Chagas, Miguel Reale. De Tolstói, sócio correspondente. De Tancredo Neves, sócio da Academia de Minas. De Noel Rosa, acadêmico do samba. Os octogenários Afonso Arinos, filho e José Sarney. Comemorações que faremos, como é do estilo da Casa, sem zumbaias e foguete de lágrima, mas com reflexões sérias, intercâmbios, numa vertente de recriação. Essas comemorações ornamentarão tudo o mais a se fazer, como ligação da Academia, com a Cultura e a Língua, a língua certa do povo, que vem na forma gostosa de português do Brasil. No plano de atividades vitais, releva a constatação de que a Academia não carece só de atos de gerência, nestes nossos mandatos tão curtos, mas de todo um novo processo de gestão que somente se viabilizará com necessária e urgente atualização regimental. Entrego-me de corpo e alma, sem sobras, sem mínguas, às diretrizes da minha Diretoria. Sugeri ao Plenário a composição do corpo dirigente, em ato bifronte, como Janus dos tempos modernos, numa face a fundura do afeto, na outra, a admiração objetiva às qualidades que os fazem tão notáveis. A Academia concordou, em decisão unânime. Há tanto por fazer. Convoco afetuosamente os confrades, responsáveis pela tarefa que me atribuíram. Apelo aos servidores que amem a Casa a que se dedicam tão orgulhosamente. Agradeço a Deus por ter me trazido lá das barrancas do Capiberibe, meu rio, “espelho do meu sonhar” até aqui. Agradeço à legião dos amigos que se abraçam comigo nesta hora, apoiantes solidários. Agradeço, sobretudo, à família que tenho. Mãe, mulher, filhos e netos. Que Carmo não me falte nunca com o poderoso sopro de vida com que me protege e me suporta. Suportar é o tempo mais longo, versejou Sophia de Mello Brayner. 10 DISCURSOS Há tanto por fazer. Vamos trabalhar. Temos um presente que resultou de muito trabalho dos Acadêmicos. O curriculum de dignidades desta Casa é o nosso maior tesouro. É imensa a obra realizada. A nominata dos presidentes que me antecederam em trabalho e dignidade me põe em brios. Diante do que já foi feito, sinto-me obrigado a repetir: Há tanto por fazer. Não deveremos ficar na espera a comer pétalas de rosa e a beber café como Fermina Daza, do livro de Gabriel Garcia Marques. Vamos trabalhar... Vamos cuidar dos fazeres do bem, dos bem fazeres. 11 MARCOS VINICIOS VILAÇA Sessão Comemorativa Especial em Homenagem ao Centenário de Morte de Joaquim Nabuco Proferido em 18 de janeiro de 2010 s afortunadas comemorações deste ano ao redor de datas significativas em louvor de tantos dos nossos confrades, nunca seriam, nunca serão, uma etapa de meras alegorias de adulações ou simples anatomia de instantes. O calendário não refletirá apenas um ajuntamento glorioso de atos festivos. Isso diminuiria a expressão dos homenageados e a missão da Casa. Mais que isso, é uma espécie de Kairós da Academia. Sem memória, os afetos se perdem ao deslizar entre os dedos de Cronos. A memória é necessária para sentir a relevância do tempo, medir o tempo. Sem memória, o presente nos escapa, esvai-se, e, simultaneamente, converte-se em passado morto. Sem passado perde-se o sonho e o homem desabita-se de pessoas e lugares. Quem perde a memória, perde a vontade. Permanece inerte, não se situa. Bernanos disse que Deus, ao criar os escritores, já sabia as obras que deveriam produzir e as contas que lhes seriam cobradas, se negligentes, se omissos. Joaquim Nabuco não foi cobrado. Não negligenciou, não se omitiu. Aqui estamos para reconfirmações das suas grandes obras, ideário que se mostrou em livros, em tribunas, no comício de rua, em cátedras no estrangeiro, nas mesas de negociação internacional, no debate parlamentar, nas páginas de jornal, no instigante e revelador epistolário, na boca do povo, que o tratou por Quincas, “Quincas, o belo”. A 12 DISCURSOS O embaixador Celso Amorim, muito em particular na condição de Chanceler brasileiro, vai nos dizer da ação nabuqueana no plano da nossa política fora de portas. Quando nesta cidade aconteceu a III Conferência Pan-Americana os delegados estrangeiros se abismaram com a popularidade de Joaquim Nabuco. Gilberto Freyre escreveu que, a partir, daí Nabuco passou a ser visto como o grande brasileiro do seu tempo e de todos os tempos. Alceu Amoroso Lima completaria: “Nabuco foi a imagem mais fulgurante do humanismo brasileiro e a mais harmoniosa da nossa história cultural”. Nas comemorações deste ano essa visão dele como modelo certamente se imporá em definitivo na cultura dita canônica, decerto ainda um tanto desatenta ao que Eduardo Portella chama “lógica exterminadora do Modernismo”. Joaquim Nabuco, como um operador da transformação social, trouxe o povo para o combate pela liberdade. Não o contentava apenas o abolicionismo como mudança, queria a verdadeira transformação. E disse: “acabar com a escravidão não nos basta; é preciso destruir a obra da escravidão” e implementar a “democratização do solo”. Por tudo isto, Minha Formação é o seu melhor retrato e o seu melhor momento, inclusive como restituição do cidadão do mundo, restituição do extraviado, ao seu chão. Ele sempre disse: “Sou cativo de Pernambuco”. A nossa Academia é em grande parte o contraste entre dois homens inseparáveis: Machado de Assis, o humilde que se fez aristocrata das letras, e Nabuco, que pertencendo à hierarquia do Império, se fez humilde, para melhor escutar os gritos de liberdade. Atentemos para o que diz, insuspeitamente, Graça Aranha: “Na sua vida precária, sem pouso certo, sem meios, perseguida pela ironia, atacada pelo despeito, a Academia encontra a sua resistência moral em Machado de Assis e Joaquim Nabuco, o par glorioso que ela pusera à sua 13 MARCOS VINICIOS VILAÇA Sessão Comemorativa Especial em Homenagem ao Centenário de Morte de Joaquim Nabuco 14 DISCURSOS frente, e cuja assistência justificaria diante do público a sua aparição no caos literário”. Explica-se que a Academia registre o centenário de morte de Joaquim Nabuco com permanente curiosidade e completa empatia, tal como fez em relação a Machado de Assis. Promoveremos ciclo de conferências, reedições de algumas de suas obras, iremos a Londres e a Washington para comemorações especiais com a intelectualidade dessas cidades nas quais serviu como embaixador, iremos nos curvar reverentes no Recife e em Massangana, onde ouviremos as badaladas do sino da capela de S. Mateus, o seu “muezzin íntimo” como belamente recordou Evaldo Cabral de Mello. Tudo isso se fará, na forma tríbia, como ensinou Agostinho de Hipona a respeito do triplo presente: o presente do passado – a memória; o presente do presente – a percepção; e o presente do futuro – a esperança. Essas visões múltiplas constam do provocante painel de Francisco Brennand, a ser inaugurado logo mais e que passa a ser relíquia no saguão de entrada do Centro Cultural do Brasil. Oferecemo-lo ao patrimônio cultural do País. Agora, ouçamos o quase-parente de Nabuco, Afonso Arinos dizer com a elegância que é a sua marca, da alegria da Casa em, honrada, receber Celso Amorim; e também escutemos o Ministro das Relações Exteriores a nos revelar o muito do que sabe, o tanto do que conhece das artes de Joaquim Nabuco no intrincado mundo da política externa. Temos certeza, certeza acadêmica, de que os presentes – em especial a família Nabuco – estarão ainda mais, convencidos da sabedoria dele, recordando o que, em 1909, escreveu no Diário pessoal: “O corpo pode ser demolido, não o seja nunca o espírito”. E juntos atentaremos para a lucidez de quem, há cem anos, enxergando da vida o claro/escuro e mesmo já com a voz a falhar, segredou ao médico que o atendia: “Doutor, pareço estar perdendo a consciência... Tudo, menos isso!...” Nabuco não perdeu a consciência. Sua consciência está aqui, conosco. 15 MARCOS VINICIOS VILAÇA Sessão Comemorativa Especial em Homenagem ao Centenário de Nascimento de Tancredo Neves Proferido em 23 de março de 2010 ertencer à Academia Mineira de Letras foi sempre uma aspiração de minha vida”. É esta a frase com que Tancredo Neves abre o seu discurso de posse na Cadeira 12 daquela Casa. A frase diz tudo. Tancredo Neves gostava da convivência acadêmica. Muitas vezes veio nos ver aqui, seguidamente interagia com as nossas ações e muitos de nós desconfiamos de que almejasse um lugarzinho em nosso cadeiral. Mas era muito esperto, muito respeitador das regras e não abriria o flanco, para confessar. Como iria precipitar-se, um grande especialista em eleições? Como desconsiderar aquilo que Carlos Heitor Cony definiu como “controles sabiamente adestrados em secular mineirice”? E, naquele mesmo discurso, assim falou a propósito dos membros da Academia de Minas Gerais: “Contemplava os seus integrantes com um misto de estima e admiração, vendo neles os obreiros abnegados de nossa cultura, os guardiães indormidos da pureza de nossas letras, os continuadores impávidos da obra eterna de nosso aprimoramento intelectual”. Quem pensa assim de Academias e Acadêmicos haverá sempre de ser por nós acarinhado. No seu centenário, ainda mais. A história política brasileira é a quase sempre história de conciliações. Não é prática conciliatória que emana da epiderme de gestos imprevistos, aqui e acolá. Antes, é talvez reflexo exigente da mestiçagem orgânica que acentua a nossa formação étnica. “P 16 DISCURSOS Somos conciliadores. A mescla de três etnias, produziu tipo psicossocial único: na capacidade de negociar, na ginga do samba, na arte de tolerar, no ensaio do drible. Nessa galeria de invenção, Pelé está ao lado de Juscelino Kubitschek, Ataulfo Alves, junto a Guimarães Rosa. O padre Dimas, de Ouro Preto, ao lado de Chico Xavier. Rivane Neuenschwander ao lado do Aleijadinho. E Oscar Niemeyer, a fazer o moderno na inspiração das curvas do barroco, na cordilheira de todos eles, a acompanhar Tancredo Neves. Confirmando a vocação de conciliador, que exigia de si árdua dedicação, o dr. Tancredo esteve presente nos episódios mais graves dos recentes cinquenta anos da República. Restrinjo-me a dois justamente exemplares: em 1961, quando patrocinou a solução da Emenda Parlamentarista que evitou a crise institucional na posse de João Goulart, a percorrer os ares de Montevidéu como se fosse um peregrino em Santiago de Compostela; em 1984, surgindo como solução natural e viável no cenário da sucessão, para tornar realidade a transição segura, lenta e gradual. Fez a caminhada de arremate das Montanhas para o Planalto, com a mesma perseverança das andanças do início em São João del Rei. A propósito, ao saudar a entrada de Tancredo Neves na Academia Mineira de Letras, no dia 24 de fevereiro de 1983, Afonso Arinos de Melo Franco iniciou assim seu discurso: “São João del Rei é uma das indicações de que o espírito mineiro se define historicamente pela junção da política com a cultura”. E, mais adiante, explica: “O ponto sobre o qual desejo insistir, no fecho desta análise, é aquele referido, o enlace da política com a cultura, do mineirismo com a mineirice, para chegar à síntese da mineiridade”. Foi dessa forma que o mineiro de Belo Horizonte, viu o mineiro de São João del Rei. Era o testemunho valioso a perceber mais uma das sínteses de estilo, de que se fez especialista doutor Tancredo. 17 MARCOS VINICIOS VILAÇA A história, segundo Jacques Le Goff, é a ciência que estuda a mudança. Avaliar a vida e a obra de Tancredo Neves é reunir elementos claros para compreender a transformação ocorrida na história contemporânea do Brasil. A transição para a democracia brasileira não teria sido feita – ao menos desarmada e instituída com espírito firme de civilismo como aconteceu – não fosse o talento político do doutor Tancredo e o tamanho da paciência de José Sarney. Ele foi centrífuga política que harmonizou contrários e polarizou alternativas partidárias. Constituiu centro de confluências políticas capaz de viabilizar solução-síntese. Confirmando a si mesmo como destino, consolidou o projeto brasileiro de democracia no horizonte de possibilidades do processo de abertura política. O entendimento do papel decisivo desempenhado por doutor Tancredo descobre-se na configuração do processo histórico. Este tem, certamente, três medidas: a do tempo individual, relacionado a interesses de cada um; a do tempo social, referido à evolução da sociedade; e a do tempo geográfico, voltado ao movimento mais lento de estruturas econômicas e políticas. Dr. Tancredo foi perito na rotação do tempo e especialista no senso da ação. Nunca antecipou o tempo individual ao tempo social. Nem antepôs o tempo social ao tempo geográfico. Teve a exata compreensão da ordem como se organiza e desorganiza a vida. “Tijolo a tijolo num desenho lógico”. Na sutil percepção das precedências que sequenciam o coletivo e o singular, soube calibrar oportunidades. Justapôs legítimas ambições políticas. Soube esperar e soube agir. Sempre colocou as coisas a seu tempo. Sem jamais agredir os fatos. Percebeu a distinção entre o pessoal do Homem e o impessoal da Sociedade. Em discurso no Senado, ao registrar este centenário, o Acadêmico José Sarney, com toda sabedoria aplica a Tancredo Neves referência do 18 DISCURSOS Aécio Neves e o Presidente Marcos Vinicios Vilaça 19 MARCOS VINICIOS VILAÇA Padre Vieira aos homens que calam as velas, não por medo ou conveniência pessoal mas por interesse público. Se ele é a síntese da alma mineira, coloque-se nele um par de olhos perspicazes, uma gravata mordida seguidamente, mais uma paciente determinação e teremos de fato a figura de Tancredo Neves. Seu sorriso sereno e malicioso era produto mineiro entregue ao Brasil. Era também uma quase extroversão a que ele se permitia. E, nele, doutor Tancredo identificou-se com o país e equilibrou antagonismos. E o país o abraçou, no plano da vida pública como dona Risoleta o fizera na vida conjugal. Em Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa escreveu: “As forças me amanheceram acordado”. Essa disposição típica de quem luta e espera, de quem espera e luta, não estava apenas no romance do grande Rosa. Mas esteve também nas mãos tecelãs de dr. Tancredo. No Rio, depois em Brasília, novamente em Belo Horizonte, o dr. Tancredo deve ter repetido como uma oração os versos de Drummond Espírito de Minas, me visita e sobre a confusão desta cidade onde voz e buzina se confundem lança teu claro raio ordenador. Está claro o porquê de a Academia Brasileira de Letras na voz, refletida pelo saber e pela experiência, de mestre, mestríssimo, Eduardo Portella proclama admiração a Tancredo Neves, no centenário do seu nascimento e homenageia os talentos do seu neto que governa Minas, com a régua e o compasso que, desde menino, Aécio Neves aprendeu a usar. Usou de maneira tão tancredeana que de aluno converteu-se em professor. Aécio Neves sabe que em Minas também há fontes perenes de saudades e de esperanças. 20 DISCURSOS Discurso na Visita do Deputado Michel Temer Proferido em 22 de março de 2010 ste momento de uma inusitada visita em nossa história centenária, honra a Academia. Estamos gratos ao Presidente Michel Temer e aos membros da Comissão do Centenário de Joaquim Nabuco, da Câmara dos Deputados, pela decisão de aqui virem para oficialmente iniciar os procedimentos daquela Casa em louvor da data nacional. Creiam todos, em particular os deputados André de Paula, Marcelo Almeida, Maurício Rands e José Fernando Aparecido de Oliveira, membros da Comissão, que muito nos agrada recebê-los. Assim identificamos que representantes da democracia vêm reconhecer na Casa de Machado de Assis o símbolo e a ação principais da cultura brasileira. Tal como o Parlamento também nós temos consciência do nosso protagonismo. Se é verdade e de fato o é, que um país se faz com homens e livros, estamos a fazer o Brasil, cada qual com o que lhe compete. São homens e livros dedicados à Pátria. Esta decisão da Câmara dos Deputados, lúcida e patrioticamente liderada pelo jurista eminente que é o Deputado Michel Temer, ajuda a ainda melhor entender a empatia de Joaquim Nabuco, o fidalgo que se encarnou como reformador social. Nabuco soube amar o país por saber amar a sua província. E não apenas a sua pátria, também as Américas ibérica e anglo-saxônica. Nabuco, que é como se costuma dizer a melhor rima para Pernambuco, integra aquela linha libertária de Pedro Ivo e de Frei Caneca, de Nunes Machado e de José Mariano, irrompendo na vida pública naqueles tempos tidos por Silvio Romero como o “grande decênio”. E 21 MARCOS VINICIOS VILAÇA Louve-se quem o festeja no centenário da sua morte. Isto, compreendemos, é também uma questão de honra para a Câmara dos Deputados. A Academia Brasileira de Letras compreende os muito Nabucos que vivem em Joaquim Nabuco. Por exemplo: ninguém até hoje na Câmara dos Deputados compareceu com discursos mais veementes no apelo à transformação política e às reformas revolucionariamente sociais e econômicas, como Nabuco. Escutemo-lo dizer do que representou seu ingresso numa Casa Legislativa: Foi um ano de atividade e de expansão único em minha vida, esse de 1879, em que fiz a minha estréia parlamentar. Posso dizer que ocupei a tribuna todos os dias, tomando parte em todos os debates, em todas as questões... O favor com que era acolhido, os aplausos da Câmara e das galerias, a atenção que me prestavam, eram para embriagar facilmente um estreante... Como hoje seria diverso, e quanto tudo aquilo está desvalorizado para mim como prazer do espírito! Hoje é a gota cristalina que mana da rocha do ideal – fonte oculta que todos temos em nós – e não os grandes chafarizes e aquedutos da praça pública, que única me desaltera. Quando da campanha abolicionista as virtudes do combate ficaram-lhe ostensivas. E foi ele, como convinha, quem trouxe à tribuna parlamentar, ao centro político por excelência da vida nacional, o inconformismo por haver negros escravos. Em 1877, saiu de Londres para enfrentar a primeira campanha eleitoral de deputado abolicionista por Pernambuco. Disputou vários pleitos. Venceu e perdeu nos votos, porém, venceu sempre no ideário e na ética. Foi aplaudido e incompreendido. Era modesto no triunfo e viveu decepções profundas nas derrotas. 22 DISCURSOS Visita do Deputado Michel Temer Em 1895 clamava pela Reforma Agrária, mas já em 1879 estava na tribuna parlamentar a lutar pela instrução pública e privada, pela criação de universidades e de bibliotecas. São discursos impressionantes pelas ideias e pela forma. Advertiu muito e nem sempre foi ouvido. Temia que o Executivo se engessasse na falta de leis necessárias e reclamava de erros de legislatura por falta de responsabilidade. Não entendia um país forte, uma democracia plena sem um parlamento sem ação permanente e refletida. Era forte nos conceitos de tribuna, de artigos de jornal, de comícios, de exposição nos livros, quase sempre em frases lapidares, como: “A escravidão é um crime, o latifúndio, uma atrocidade”. Daí a ser chamado de anarquista, comunista e petroleiro, como então se enunciava o terrorista, foi um pulo. 23 MARCOS VINICIOS VILAÇA Nabuco venceu a todos. Venceu até o abandono da fé. Em seguidas meditações, nostálgico de Deus, na solidão de Brompton encontrou a estrada da reconciliação religiosa. Paulo Brossard, com toda razão, lembra o realce da sua fidalguia mental, nota distintiva do seu espírito superior. Nabuco foi um brasileiro raro que cultivou ação efetiva – política, diplomática – fruiu do mundo, do estudo, da produção intelectual e deixou no “nabuquismo” a régua e o compasso da ética na política e da estética na obra de grande escritor. Saudemos em Nabuco o salutar visionário. Na época do deslumbramento com a eletricidade, ele dizia: “Esperamos que a conquista das forças universais não pare aí, e que a era da eletricidade seja apenas uma etapa para outras eras, para a era da luz; esperemos que um dia tudo seja luz e que por fim tudo seja ideia”. Então, sigamos Nabuco, ele é a luz do roteiro para as ideias. 24 DISCURSOS Sessão Comemorativa Especial dos 113 Anos da ABL – Entrega de Prêmios Proferido em 20 de julho de 2010 sta comemoração da Academia Brasileira de Letras, tão brasileira e tão de letras, se faz com o que nos é bem próprio: gestos e palavras. O gesto de premiar, que nos premia também, pois como ensinou Nabuco, nós somos quarenta, mas não somos os quarenta. É meritório reconhecer os valores que não são os da Casa. Isto, mais que uma obrigação ética, é uma satisfação para os Acadêmicos. Anotemos que entre os premiados há valores de muitos brasis e de diferentes gerações, selecionados em votação nas Comissões e no Plenário, a partir de pareceres subscritos por Acadêmicos. Isto, em relação ao gesto de premiar. Já as palavras, hoje serão as do historiador de expressão internacional, José Murilo de Carvalho, por todos nós muito estimado e a quem admiramos na excepcionalidade da sua obra feita de critério, de descobertas, de precisão, de qualidade no estilo, enfim uma obra ao mesmo tempo marcada pela beleza e pelo rigor da ciência. Ele é o orador oficial. Desejo apenas, no cumprimento do dever presidencial, e com as limitações da semi-invalidez, nada além disso, dizer que a festa de aniversário da Academia Brasileira de Letras não tenciona, de modo algum, restaurar o passado para o futuro, nem é um retorno à busca duma manhã de nevoeiro ao estilo sebastianista. Mas não custa nada cuidar da imaginação do futuro. É o que fazemos hoje. É o que fazemos todos os dias, já que à Academia também compete realizar destinos. E 25 MARCOS VINICIOS VILAÇA Moderna e dinâmica nos processos de se programar e de funcionar, a Academia abrange iniciativas condizentes com essa modernidade e esse dinamismo, mas sem perder os fundamentos da tradição que nos mantêm de pé. E tudo isto acontece ao investigarmos e operarmos a Cultura. Sem cessar. Com amor e total dedicação. Daí porque é de se reconhecer que a nossa arena acadêmica é uma praça de cordialidade e civilização. Sempre evitamos caminhos enganosos que podem começar largos mas que acabam invariavelmente estreitos. Temos razão para esta crença, inclusive no momento em que, no mundo dito mais desenvolvido, a Cultura passa a ser vista como fator estratégico, a distanciar-se da categoria do supérfluo. E há motivos para tanto. Informações recentes dão conta de que no Reino Unido o emprego na Cultura cresce 2% e só1% no restante da economia; a riqueza gerada avança 5% contra 5% nos demais seguimentos. E esses efeitos têm correlação vária: onde estações do metrô destinam mais espaços a artistas pobres do que ali? onde o Parlamento Nacional discute a ação de cambistas com igual peso que os problemas de saúde e de educação? Rodrigo Pinto, com zelo de analista, ainda de Londres chama a atenção para o fato de que o “Sunday Times” tem suplementos dominicais de arte com 80 páginas. E arremata: “Se quisermos conjugar democracia, crescimento sustentável e distribuição de riquezas (materiais e intelectuais) teremos que avançar muito em mídia, games, moda, artes cênicas, cinema, artes plásticas, casas de espetáculo, literatura, música, galerias, museus”. Em nosso canto modesto, ativa no seu modo de ser contemporânea, a Academia Brasileira de Letras manifesta-se de acordo e assim o faz. Alberto Venancio Filho, em ensaio brilhante que está escrevendo a propósito de Nabuco e a nossa Academia, destaca no discurso de Machado de Assis assumindo a Presidência, a recomendação dele de que se 26 DISCURSOS Sessão Comemorativa Especial dos 113 Anos da ABL exigirá de nós compreensão pública e constância, zelo pelas funções de estabilidade e progresso. Nabuco ainda exigiria de todos nós senão a fé, nunca menos que a boa fé. A perpetuidade se alcançará pela verossimilhança por mais que inverossímil pareça o nosso papel. Afinal de contas, Nabuco esperava que o nosso papel se densificasse ao atingirmos, pelo convívio com os mistérios, a solenidade e a antiguidade. Creio que os 113 anos que hoje registramos já explicam e justificam o que somos, uma gente com o atormentado vício de pensar. Quem sabe contar histórias, cria universos. Mas, nos comigos de mim, sublinhando estímulos ao trabalho, insisto em repetir o poeta de sempre e os navegadores portugueses do século XV. Do primeiro, repito: naveguemos mais se vê; dos segundos repito: há mais marés que marinheiros. 27 MARCOS VINICIOS VILAÇA Encontro de Celebração do Centenário de Morte de Joaquim Nabuco Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos – Thomas Jefferson – Washington D.C. Proferido em 23 de novembro de 2010 NABUCO – SEU TEMPO E SEU LEGADO m primeiro lugar gostaria de saudar e agradecer ao Dr. James Billington, pois ele é o responsável pela realização do desejo da Academia de promover o evento de hoje. Nosso evento também encontra em Mauro Vieira determinação e entusiasmo. Sua história diplomática é de constante apoio e incentivo à cultura brasileira. Mauro é um homem de compromisso total com a política cultural do Brasil e com as relações do Brasil com o mundo. Ele é um cidadão da Diplomacia com uma história muito abrangente de serviços prestados à relação entre os povos. Obrigado ao embaixador Mauro Vieira, por seu apoio às comemorações do Nabuco. Gostaria também de saudar Leslie Bethell, um veterano dos estudos de temas brasileiros em geral, e de Joaquim Nabuco, em particular. Posso dizer o mesmo do professor D. K. Jackson, que tem importantes trabalhos dedicados à questão Nabuco. Aqui comigo também o professor Ivo Pitanguy, que é um nome de orgulho para o Brasil. Poucos médicos no mundo partilham o seu prestígio. Está claro para mim que Ivo Pitanguy trata seus clientes à luz dos valores humanos e médicos. Também comigo, outra referência da Diplomacia brasileira, Geraldo Holanda Cavalcanti, que acrescenta às suas qualidades de intelectual, poeta, historiador e memorialista, a de ser de Pernambuco. Para nós, Pernambuco é o cen- E 28 DISCURSOS tro do mundo. Tudo começa em Pernambuco. Também aqui está o deputado federal Maurício Rands, que eu admiro muito. Devo confessar que a admiração que tenho por ele é muito sincera, porque Maurício Rands é um adversário político da minha família. Portanto, para podermos admirar um adversário, ele tem que ser muito bom. Maurício Rands é um deputado muito bom, um político muito bom, honesto, dedicado aos seus estudos e dedicado ao seu papel. Espero não ter esquecido as pessoas de quem gostaria de falar hoje, para que eu possa colocar em ordem, mais ou menos, o que eu quero dizer. Nabuco é uma avalanche sobre nossas cabeças. Ele traz à tona muitas questões que aquele de nós que vá estudá-lo necessariamente torna-se confuso. Eu vou tentar organizar um pouco as ideias que tenho sobre Nabuco. Se eu me estender por muito tempo, por favor, perdoem. Aqueles que vêm para conferências como estas têm que estar prontos para ouvir discursos. Por favor, sejam pacientes, pois não vou perder esta oportunidade, estar de volta à Biblioteca do Congresso, ter o prazer de aqui falar. A primeira emoção que eu tive nesta biblioteca foi alguns anos atrás, quando nós visitamos a seção de livros do Brasil e onde eu timidamente tentei ver se havia algum livro de Marcos Vilaça. A funcionária me ajudou a abrir um classificador e encontrei alguns dos meus livros. Isso foi uma grande alegria para mim. Se eu fiz isso para a Biblioteca do Congresso, vou fazê-lo em outras bibliotecas no mundo. Não vou perder a oportunidade de dizer isso. Essa foi a primeira alegria que eu tive em estar na Biblioteca do Congresso. A segunda é a alegria de hoje. Eu queria dizer que estas celebrações em torno de Joaquim Nabuco não foram e nem serão nunca apenas uma etapa de meros atos festivos, ou simples registros de alguns momentos. Sem memória, os sentimentos são perdidos. A memória é necessária para sentir-se a relevância do tempo, para medir o tempo. Sem memória, perdemos o presente, que desaparece à medida que ele se torna um passado que está morto. Sem um passa29 MARCOS VINICIOS VILAÇA do, perde-se o sonho e o homem torna-se vazio de referências de pessoas e lugares. Aquele que perde sua memória também perde a sua vontade. Ele ainda permanece e não pode encontrar a si mesmo. Aqui estamos para reafirmar as grandes obras de Joaquim Nabuco. Ideais que foram divulgados em livros, stands, em aulas no exterior, em mesas de negociação internacionais, em debates parlamentares, nas páginas dos jornais, a partir das palavras do povo, que o chamava de Quincas. Quando da Terceira Conferência Pan-Americana realizada no Rio de Janeiro, os delegados brasileiros foram surpreendidos com a popularidade de Joaquim Nabuco. Gilberto Freyre escreveu que a partir daquele momento Nabuco torna-se o grande brasileiro de seu tempo, de todos os tempos. Alceu Amoroso Lima, um grande nome da literatura brasileira, considera Nabuco a mais brilhante imagem do Brasil e do Humanismo, a personagem mais harmoniosa da nossa história cultural. Durante as celebrações deste ano, a visão de Nabuco como um modelo se impôs para sempre na cultura chamada canônica. Joaquim Nabuco, como agente de transformação social, conduziu o povo na luta pela liberdade, uma questão a ser discutida pelo deputado Maurício Rands, e uma que realmente me agrada. Para Nabuco, a abolição não foi o suficiente – o que ele realmente queria era a transformação. Suas palavras: “acabar com a escravidão não nos basta, é preciso destruir a obra da escravidão”. Por essa razão, seu livro Minha Formação é o seu melhor retrato, o seu melhor momento, também pela maneira como ele retrata o cidadão do mundo, restituição do extraviado, ao seu chão. Ele sempre disse: “Sou cativo de Pernambuco”. A Academia Brasileira de Letras é, em grande parte, o contraste entre dois homens inseparáveis, Machado de Assis, que humildemente se transformou em um aristocrata das letras, e Nabuco, que, pertencendo à hierarquia do Império, fez-se humilde para ouvir melhor os gritos de liberdade. Deve-se notar que a Academia se aproxima do centenário da 30 DISCURSOS morte de Nabuco com a curiosidade permanente e empatia completa, tal como aconteceu no caso de Machado de Assis. Estamos a promover ciclos de conferências em Bolonha, Roma, Londres, Buenos Aires, sobre seu trabalho. Estamos procurando expandir em todo o mundo o reconhecimento de suas obras. Fomos nos curvar reverentes no Recife e em Massangana onde ouvimos as badaladas do sino da capela de São Mateus e seu “Muezzin Íntimo”. Tudo isso na abordagem tríbia, como ensinado por Agostinho de Hipona, no que diz respeito ao triplo presente. O presente do passado, que é a memória, o presente do presente, que é a percepção, e o presente do futuro, que é a esperança. A guerra holandesa no Brasil ajudou a pôr ainda com mais evidência diante dos nossos olhos o problema racial, já que brancos, negros e índios se envolveram na arrumação da sociedade étnica que estava em formação. O negro era raça cativa, de um pobre destino, mas ao braço escravo passou-se a responsabilidade pela sustentação de governos e de economia. Desafiar o Império era, mais tarde, lutar contra a escravidão. José Bonifácio, na carta de 1823, propôs sua famosa “Representação contra a Escravidão”. Mostrou até que o trabalho livre era mais rendoso que o servil e afirmava que o Brasil não seria plenamente uma nação enquanto não transformasse escravidão em plenitude de cidadania. Se a Representação tivesse prosperado a história seria outra. Estávamos independentes, mas a servidão humana continuava. Os leilões prosseguiam no Mercado do Valongo. O negro, que poderia ter sido libertado, pelo menos por conta do seu braço forte na expulsão dos holandeses, continuava escravo. Ninguém pensou em libertá-lo. O escravo era res nullius. A surpresa viria com Nabuco. O aristocrata, destinado a ser mais adiante um par do Reino, despertara em Massangana. E para sempre teria saudade do escravo e horror à escravidão. Saudade dos santos pretos. Nas comemorações deste ano essa visão dele como modelo vem se impondo em definitivo na cultura dita canônica. 31 MARCOS VINICIOS VILAÇA A Academia Brasileira de Letras é em grande parte o contraste entre dois homens inseparáveis: Machado de Assis, o humilde que se fez aristocrata das letras, e Nabuco, que pertencendo à hierarquia do Império, se fez humilde, para melhor escutar os gritos de liberdade. Explica-se que a Academia registre o centenário de morte de Joaquim Nabuco com permanente curiosidade e completa empatia, tal como fez em relação a Machado de Assis. Nabuco se extremou como espécie de figura quase apostólica de abolicionista, como disse Gilberto Freyre. Esse apostolado radicalizou a ação nabuquiana, que não se batia apenas por mudanças, mas por eficiente transformação, repito e insisto. Casa Grande & Senzala deixa bem claro como em relação à história da abolição passamos do preconceito ao conceito. Em O Abolicionismo, Nabuco observa que noutros países a luta contra a escravidão não tinha o caráter de reforma política primordial, porque “não se queria a raça negra para elemento permanente da população, nem como parte homogênea da sociedade”. A Academia Brasileira de Letras, testemunha dos tempos e mensageira do passado como provocação das construções do hoje e do amanhã, ativamente está comprometida a cultivar a personalidade de Joaquim Nabuco, a rastrear sua fascinação política, sua estética atraente, sua personalidade a um só tempo singular e plural. O fatiamento ideológico de que talvez seja vítima não nos impede de apreendê-lo em sua totalidade. A fatia que nos coube não seria o que é se não alimentasse, como o comprova a sua biografia devidamente registrada pela historiografia, a compreensão da atualidade e, inclusive, do futuro de nossa realidade e utopia brasileiras. Rubén Dario reconhece que nos pensamentos de Nabuco a profundidade alcançada, quase sempre através de uma bela imagem, está a indicar quanto frequentava os poetas e os livros santos. 32 DISCURSOS Como observou Roberto Cavalcanti de Albuquerque, um de seus maiores estudiosos, dedicamo-nos a desvestir nele a bipolaridade de razão e sentimento, a inglesa impressão aristocrática, a impressão literária tão francesa, a italiana impressão artística e a civilização material tão americana. Escanear o monarquista que se converteu a um certo republicanismo é tarefa prazerosa. Diz ele, a propósito de um duplo pertencer, à América e à Europa, sofrido pelos brasileiros de seu tempo e formação: Nós, brasileiros – o mesmo pode-se dizer dos outros povos americanos – pertencemos à América pelo sedimento novo, flutuante, do nosso espírito, e à Europa, por suas camadas estratificadas. Desde que temos a menor cultura, começa o predomínio destas sobre aquele. A nossa imaginação não pode deixar de ser europeia, isto é, de ser humana; ela não para na Primeira Missa no Brasil, para continuar daí recompondo as tradições dos selvagens que guarneciam nossas praias no momento da descoberta; segue pelas civilizações todas da humanidade, como a dos europeus, com quem temos o mesmo fundo comum de língua, religião, arte, direito e poesia, os mesmos séculos de civilização acumulada e, portanto, desde que haja um raio de cultura, a mesma imaginação histórica. Continua Nabuco, incapaz agora de negar a ambiguidade de um sentimento verdadeiro para ele – de dupla ausência: Estamos assim condenados à mais terrível das instabilidades (...). (...) na América falta à paisagem, à vida, ao horizonte, à arquitetura, a tudo o que nos cerca, o fundo histórico, a perspectiva humana; e (...) na Europa nos falta a pátria, isto é, a forma em que cada um de nós foi vazado ao nascer. De um lado do mar sente-se a ausência do mundo; do outro, a ausência de país. O sentimento em nós é brasileiro, a imaginação, europeia. As paisagens todas do Novo Mundo, a floresta ama33 MARCOS VINICIOS VILAÇA zônica ou os pampas argentinos, não valem para mim um trecho da Via Appia, uma volta da estrada de Salerno e Amalfi, um pedaço do cais do Sena à sombra do velho Louvre. No meio do luxo dos teatros, da moda, da política, somos sempre squatters, como se estivéssemos ainda derribando a mata virgem. Ele prossegue, consciente do que corajosamente revela: Eu sei bem, para não sair do Rio de Janeiro, que não há nada mais encantador à vista do que (...) os parques de São Clemente, o caminho que margeia o aqueduto de Paineiras na direção da Tijuca, a ponta de São João, com o Pão de Açúcar, vista do Flamengo ao cair do sol. Mas tudo isso é ainda, por assim dizer, um trecho do planeta de que a humanidade não tomou posse; é como um Paraíso Terrestre antes das primeiras lágrimas do homem (....). Não quero dizer que haja duas humanidades, a alta e a baixa, e que nós sejamos desta última; talvez a humanidade se renove um dia pelos seus galhos americanos; mas, no século em que vivemos, o espírito humano, que é um só e terrivelmente centralista, está do outro lado do Atlântico; o Novo Mundo, para tudo o que é imaginação estética ou histórica é uma verdadeira solidão, em que aquele espírito se sente tão longe das suas reminiscências, das suas associações de ideias, como se o passado todo da raça humana se lhe tivesse apagado da lembrança e ele devesse balbuciar de novo, soletrar outra vez, como criança, tudo o que aprendeu sob o céu da África... Conclui Joaquim Nabuco afirmando que, com a maturidade, consolida-se nele, “ao sol tropical”, a opção pela pátria: A instabilidade a que me estou referindo está grandemente modificada, a dualidade desapareceu em parte (...). Na mocidade fui um errático (....). Quando, porém, entre a pátria, que é o sentimento, 34 DISCURSOS Presidente Marcos Vinicios Vilaça na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos – Thomas Jefferson – Washington D.C. e o mundo, que é o pensamento, vi que a imaginação podia quebrar a estreita forma em que estavam a cozer ao sol tropical os meus pequenos debuxos de almas. (....), deixei ir a Europa, a história, a arte, guardando do que é universal só a religião e as letras. Está explicada a razão de nos termos movido, com o estímulo das nossas embaixadas, com a sabedoria de centros universitários, com as lições de nabuquianos de todo mundo para aqui comparecer em congraçamento nabuquiano. Em 21 de outubro de 1906, um Joaquim Nabuco cansado, feliz com o êxito da Conferência Pan-Americana do Rio, revê, do navio que o conduzia de volta aos Estados Unidos, o seu Recife pela última vez: “Ao longe (...), o cabo de Santo Agostinho, toda a paisagem familiar da costa pernambucana, a orla branca da praia, os coqueiros, as colinas verdes. À tarde, defronte do Recife. Não desembarco. Depois que se vão os amigos, os moços 35 MARCOS VINICIOS VILAÇA da academia, fico a olhar para o ocaso que flameja como um Turner sobre Olinda. À noite, a lua forma, uma caravela de ouro, sobre uma nuvem negra. E assim me despeço do Recife, talvez para sempre.” Escreve Roberto Cavalcanti: “A referência a Joseph Mallord William Turner (1775-1851), o grande paisagista inglês do século XIX, sua luz e cores imbatíveis em transparência e palidez, trai o olhar europeu. O sentimento segue sendo o de romantismo tardio. Cruel, sua razão investiga o organismo debilitado, endurecendo pela arteriosclerose. A vermelhidão do rosto, sinal do excesso de hemácias resultantes da policitemia, empresta-lhe, em contraste, aspecto sadio.” Os crepúsculos são curtos, dissera certa vez à mulher. O dele seria longo, penoso, vivido quase todo nos Estados Unidos, e de permeio a atividade diplomática e intelectual que cada vez lhe pesava mais. No verão de 1907, confessa-se fatigado. “Não fui feito para velho”, reclama. E escreve a Machado de Assis (1908): “É uma grande privação viver longe dos amigos, em terra estranha, como estrangeiro. Sobretudo acabar assim. Mas espero voltar ainda antes da noite”. Miragem. Sem tempo de serviço para aposentar-se, sem recursos para sobreviver com a família numerosa, Nabuco teve que cumprir seguindo jornada interminável. Além da surdez, já antiga, a dor de cabeça, a sonolência não mais o deixavam. “Cheguei aos 60 anos sem fôlego e exausto da longa ascensão da vida”, escreveu em agosto de 1909. “Agora, para a descida, tenho que usar outros músculos, não mais os do impulso, mas os da resistência”. A morte colheu Joaquim Nabuco em Washington a 17 de janeiro de 1910. Pouco antes, ele afastou com esforço o torpor que o dominava e balbuciou ao médico: “Doutor, pareço estar perdendo a consciência... Tudo, menos isso!... ” Os seus restos mortais foram para o Rio, depois para o Recife, onde estão sepultados, por desejo dele e vontade do povo pemambucano. Um ano antes, em janeiro de 1909, Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo escrevera em seu diário: “O corpo pode ser demolido, não o seja nunca o espírito”. 36 DISCURSOS Presidência da ABL – 4.º Mandato Proferido na sessão do dia 16 de dezembro de 2010 uvimos a lição de Eduardo Portella. Como sempre, um facho de luz, como sempre, lâmina de fogo que clareia inteligências. Ele diz o que sabe mas sabe ainda muito mais do que diz. Com ele falou a Academia. Deixem que eu fale agora para não parecer que o Presidente é menos do que possa parecer ou não passa de um mero pirronista. Outra vez encontro-me aqui, na poltrona de Machado de Assis. Reconduzido pelas mãos de todos os Acadêmicos, cabe-me agradecer. Agradecer aos confrades a confiança renovada. Dizer obrigado a Maria do Carmo, filhos e netos, que, na medida de cada um, deram-me confiança para cumprir deveres que, como disse tempos atrás, podem ser servidão, mas indiscutivelmente, são servidão jubilosa. Sem a minha mulher não acontece nada, não sou nada. De tão irmanados que somos “que um não é sem o outro, na paisagem/de filhos e trabalhos ajustados” como Drummond falou de Nazareth e Odylo Costa, filho. À Academia compete transformar sentimentos em ideias e ideias em ação. É assim que lhe cabe realizar destinos, mesmo com os espantos cotidianos e os riscos de desânimo. Como admitir que o trabalho de uma casa de cultura perverta-se num fazedor de fraturas? Isso, não. A Academia está na boca do povo porque foi feita em mais de cem anos por quase trezentos brasileiros. Tínhamos que mostrar a que viemos. O Presidente portou-se como pregoeiro. Tão somente pregoeiro. Quem tudo fez foi a Academia. É obra de todos os seus membros. A mim ninguém peça para dizer se nestas passagens pela presidência fiz bem, fiz mal. No Quincas Borba está escrito que a vida não é completamente boa, nem completamente má. Só tenho certeza de que fiz como pude. A Academia deve trabalhar com parâmetros aquecidos, aqueles que suge- O 37 MARCOS VINICIOS VILAÇA rem vida. Viver é desenvolver, não é estacionar. E como a Academia não pode ser monocultural, que não desaprume a mão, que não despreze sopros de sonhos. Afinal de contas, é o ativo cultural mais destacado do País. A Academia não tem cara de “segunda mão”. Karl Popper ensinou que a nobreza da História não reside no esgotamento, mas na manutenção de sua natureza inesgotável. Temos que seguir buscando essa natureza inesgotável de sua abertura ao sincretismo da diversidade. A Academia não poderia ser apenas artesanal. Buscamos e obtivemos até parceria tecnológica contemporânea. A Academia não se rende aos antolhos do localismo, por isso pesquisa cartas de navegação para cruzar mundos. Só este ano 19 acadêmicos estiveram em missões culturais no Exterior, fazendo mais respeitados as ideias e os valores da nossa Casa. Estaremos cada vez mais juntos a outras culturas e a outras línguas, sem perder a noção de que é bom mostrarmos a individualidade de nossa expressão, sem conceder espaço a cacoetes tribalistas. Sempre digo – e agora, repito – sou insistente na esperança, não sou carente de sonhos. Aqui continuo pleno de sonhos e de esperanças. Retreinei os olhos para enxergar bem este momento. Saibam todos, estou feliz da vida. As possíveis murmurações de incompreensão não me machucam, quando muito, me levam a conferir a trajetória. Vou prosseguir, vou continuar, mas sem continuismo. Vou prosseguir com a obra dos meus antecessores, vou persistir no apelo pela orientação e ajuda dos confrades. T.S. Eliot nos legou estes versos preciosos que vivem na minha mente como balisamento: “O ciclo sem fim da ideia e da ação,/ Insustentável invenção, interminável experimento, / Conhece o movimento, não o repouso; / O conhecimento das palavras, não o do silêncio:/ Conhecimento do verbo mas ignorância do mundo”. Agradeço vivamente a Ana Maria Machado, a Domício Proença Filho, a Murilo Melo Filho e a Luiz Paulo Horta, a indormida participação no que me tocou conduzir. Eles continuarão, apenas o Luiz Paulo Horta passa o posto a Geraldo Holanda Cavalcanti e vai se dedicar, com a com38 DISCURSOS o Posse Presidência da ABL – 4. Mandato petência de todos reconhecida, àquilo que já cuidou ao longo desses anos: a pauta musical de nossa programação acadêmica. Geraldo Holanda Cavalcanti nos dará o saber de experiência feito sua vida de cidadão do mundo. Quando, foi imperativo da saúde, afastei-me da Presidência, a doença me incomodava contudo, acolitada pela dedicação de Domício Proença Filho, Ana Maria Machado me sossegava com a mão amiga e o braço forte, ambos tão úteis à gestão acadêmica. Em público proclamo, em público agradeço a sua participação relevante nos trabalhos deste ano. “Amigo é coisa prá se guardar debaixo de sete chaves” saibam, Ana Maria e Domício. Agora, vamos continuar a trabalhar. Conto com o entusiasmo visível do nosso inteligente quadro de servidores, à frente Dona Carmen que, além de tudo o que já era, este ano acumulou ao ser humano excepcional, o ser também sinônimo de Sala. Vamos trabalhar e continuar a aprender. Afinal de contas temos que dar razão a Paulinho da Viola: “As coisas estão no mundo, a gente é que precisa aprender”. 39 MARCOS VINICIOS VILAÇA Abertura Ano Acadêmico 2011 Proferido em 03 de janeiro de 2011 o dia de hoje configura-se, mais uma vez, a parábola de que fala o Evangelho de São João. Descemos ao início e agora, em progressão, começamos a subir. Nunca ficar nos finais do traço ou só nos seus começos. Avançar sempre. É o que nos cabe sob nossas vestes de minoria dinâmica e algo profética. Um ano à frente. Na verdade, nove meses. O tempo de uma gestação de humanos. É pouco ou é muito? Sei lá. Não importa; haveremos de cumprir com o que nos toca. A Diretoria sente-se confiante nela própria, porque está decidida a construir. Está segura de merecer a orientação do ideário e o contributo de trabalho de todos os confrades. O programa do ano está concebido quase por inteiro. Há espaços abertos porque não somos os suficientes. Sabemos que há o por receber dos Acadêmicos. O Presidente repete o que afirmou noutra oportunidade: Não veio para fazer coisas grandes ou pequenas mas para fazer coisas honestas, vale dizer, tudo aquilo que sendo seu propósito, seja consentido pelas leis da Casa; tudo aquilo em que acredita como válido e valioso aos efeitos de uma Academia contemporânea e comprometida com os tempos que virão; tudo aquilo que por respeito à tradição não se imobilize perante a modernidade e que a modernidade não seja sinônimo de modernoso. Jamais me arredo da luta para que a Academia não desate os nós internos, pois são eles que a fazem forte, que permitem a segurança do seu futuro. No entanto, o entrançado não seja nunca limitação, como mero amarradouro de âncoras, mas verdadeiro cais de partida. N 40 DISCURSOS Conto com a tolerância dos companheiros de Diretoria, meus orientadores de todas as horas, e peço para que todos os Acadêmicos se preparem para viajar comigo, pois “A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar a viagem em memória, em lembrança, em narrativa. É preciso recomeçar a viagem. Sempre”. (Saramago) 41 MARCOS VINICIOS VILAÇA Abertura da Mesa-Redonda Comemorativa dos 70 Anos de José Guilherme Merquior Proferido em 14 de abril de 2011 Fábrica e Quebra do Molde Entre tantos amigos fraternos de José Guilherme Merquior, aponta-se o diplomata Paulo Renato Santos, a quem ele dedicou um de seus ensaios mais brilhantes, aquele sobre a “Canção do exílio”, reunido no seu primeiro livro Razão do Poema, e José Mário Pereira, fiel guardião da memória e dos valores defendidos por ele e a quem a Academia tanto deve na animação das comemorações merquioranas. Convivi com José Guilherme Merquior, no Brasil e no exterior, e nele sempre admirei não só o saber sem limites, enciclopédico – verdadeiro, pois na época ainda não existia o Google – mas também a sua predisposição para a amizade e o bom convívio. Quem só teve contato com ele nos mais de 20 livros que escreveu, não pode avaliar com precisão o quão especial era ele como pessoa. Afável e bem-humorado, Merquior adorava contar e ouvir piadas, e sempre tinha um bom número delas à disposição. A impressão que tenho, ao refletir sobre a trajetória tão rápida e brilhante de Merquior sobre a terra, é a de que o seu relógio interior lhe cobrava pressa. Tendo começado as suas atividades de ensaísta com menos de 18 anos, aos 23 publicava o primeiro livro. Foi nas páginas do “Suplemento Dominical do Jornal do Brasil”, e pelas mãos de Reinaldo Jardim que Merquior estreou. Logo depois de formado em Direito, ingressou no Itamaraty, e soube aproveitar todos os postos que teve para fazer contatos com os grandes intelectuais do lugar e aperfeiçoar seus estudos. 42 DISCURSOS Mas não parou aí o empenho de Merquior em aprimorar seus conhecimentos. Anos depois, em Londres, matriculou-se na London School of Economics, e de lá saiu com o doutorado em sociologia com tese sobre Rousseau e Weber. Roberto Campos, seu grande amigo, conta no excelente prefácio que escreveu para a edição brasileira, póstuma, de O Liberalismo – Antigo e Moderno, seu último livro. Ralf Dahrendorf, então presidente da London School, costumava dizer, a propósito do empenho de Merquior por mais um doutorado: “Não sei porque, pois tem mais a ensinar do que a aprender”. Mas gostaria de recordar ainda, uma das muitas vezes em que vi Merquior falando em público com desenvoltura e sapiência impressionantes. Foi na Biblioteca Nacional, quando ali estivemos para comemorar os 80 anos de Carlos Drummond de Andrade por iniciativa minha ao tempo de Secretário Federal da Cultura. De improviso, na presença do poeta, e de uma exigente assistência, Merquior fez uma síntese brilhante do que significava a trajetória de Carlos Drummond na história da lírica em língua portuguesa. “Esse menino leu tudo”, espantou-se o eruditíssimo Raymond Aron. Gilberto Freyre, sobre quem escreveu de modo tão compreensivo e renovador, declarou que Merquior era uma “grande presença nova e renovadora, na filosofia e na cultura brasileiras”. Claude Lévi-Strauss, sob o impacto de sua morte prematura, afirmou: “Eu admirava em Merquior um dos espíritos mais vivos e melhor informados de nosso tempo”. Declarações desse teor são inúmeras em relação a Merquior, e sempre de personalidades de alta expressão no mundo da cultura. Polemista que jamais recusou o debate, mesmo quando o adversário tendia a baixar o nível. Entre os mais significativos embates em que se envolveu, lembro a sua discussão com os psicanalistas no começo da década de 80, notadamente com Eduardo Mascarenhas, com Sergio Paulo Rouanet, seu grande amigo, com Mario Vieira de Mello, com Carlos 43 MARCOS VINICIOS VILAÇA Abertura da Mesa-Redonda Comemorativa dos 70 anos de Merquior Nelson Coutinho, com Francisco de Oliveira, com Arthur Gianotti. Merquior gostava de acentuar que a ele não interessava discutir sobre pessoas, mas sobre ideias. Vamos ouvir agora 5 grandes depoimentos em memória do nosso homenageado de hoje: 1. Alberto da Costa e Silva, “alto poeta”, na expressão de Merquior, que também dedicou um ensaio exemplar à poesia de Da Costa e Silva, seu pai; 2. Eduardo Portella, mestre também em Merquior, que na sua Tempo Brasileiro, editou pelo menos três livros dele, afora inúmeros ensaios; 3. Sérgio Paulo Rouanet, que com ele debateu, em tom cordial, as “razões do iluminismo” e a obra de Foucault; Celso Lafer estudioso do liberalismo e das relações internacionais, aluno de Hannah Arendt, a quem Merquior dedicou um de seus grandes ensaios, “Em defesa de Vico contra seus admiradores”; e Candido Mendes, cuja cultura em teoria política e conhecimento dos meandros da política bra44 DISCURSOS sileira Merquior apreciou desde os tempos do ISEB, quando ambos ali fizeram conferências. Escritor de prosa elegante, em cujas páginas convivem permanentemente a erudição e a ironia, José Guilherme Merquior flertou com o marxismo na juventude, principalmente através da crítica cultural de Lukács. Foi o primeiro a dedicar um livro entre nós à Escola de Frankfurt – editado por Portella –, e um excelente exegeta, ainda na década de 1960, da obra de Walter Benjamin. Gostaria de finalizar dizendo que me encanta em Merquior, não só os livros sistemáticos, como é o caso de Rosseau e Weber, mas também o ensaísmo que publicou em jornais e revistas. Na minha antologia pessoal destaco “A Lepra Linguística”, que merece a constante meditação dos que se preocupam com o destino da língua portuguesa, “Nosso Dickens”, sobre Jorge Amado, “A Volta do Poema”, as páginas sobre Afonso Arinos no colóquio promovido na UNB, o que escreveu sobre Gilberto Freyre, Carlos Drummond, Murilo Mendes, e João Cabral, e finalmente, tudo que escreveu sobre Machado de Assis, especialmente “Gênero e Estilo das Memórias Póstumas de Brás Cubas”, que junto com as páginas que dedicou a Machado em De Anchieta a Euclides nos permitem visualizar quão apto estava Merquior para escrever um grande livro sobre o fundador da ABL, se não tivesse se abatido sobre nós “mais uma grande tragédia brasileira” – a expressão é de Roberto Campos – que foi a sua morte prematura. Não resisto e lembro nesta efeméride e aí encerro de vez: “A partida de Jose Guilherme Merquior, aos 49 anos, no apogeu da produtividade, parece um cruel desperdício. Deus faz dessas coisas. Fabrica gênios e depois quebra o molde. Às vezes dá vontade de a gente, como no poema de Murilo Mendes, intimar o Criador a não repetir a piada da Criação...”. 45 MARCOS VINICIOS VILAÇA Mesa-Redonda em Homenagem aos 100 Anos de Nascimento de Mauro Mota Proferido em 14 de abril de 2011 omo todos sabem, é praxe acadêmica reverenciar os mortos, para que, despertados pela e na memória, eles possam de alguma maneira reviver e, assim, alcançar alguma parcela da imortalidade a que esta Casa almeja. Nessas dinâmicas de eternização, em se tratando de um escritor, uma efeméride desempenha, obviamente, função muito menos importante do que a permanente releitura da obra; em todo caso, relembrar um vulto de nossas letras é, além de desejável, prazeroso. C Mesa-Redonda em Homenagem aos 100 Anos de Nascimento de Mauro Mota 46 DISCURSOS Mauro Mota era pernambucano, em vida e obra. Nascido em Nazaré da Mata – como eu, aliás –, o escritor cedeu espaço a seu estado natal em cada uma de suas atuações de polígrafo: em verso e prosa, lá está Pernambuco, respirando em cada entrelinha. Não por acaso, convidei para homenageá-lo, nesta passagem de seus 100 anos de nascimento, três companheiros conterrâneos: aqui estão comigo os Acadêmicos Evanildo Bechara e Geraldo Holanda Cavalcanti e o Sr. Marcus Accioly, os quais, embora não abrigados sob um cajueiro nordestino – o que, aliás, seria muito mais do gosto do homenageado –, empenham-se em louvar Pernambuco e um de seus maiores poetas. Parafraseando Mauro Mota, posso dizer que este é um tributo a terra e gente. 47 MARCOS VINICIOS VILAÇA Sessão Comemorativa Especial dos 114 Anos da ABL Proferido em 20 de julho de 2011 m julho de 1897 a Academia Brasileira de Letras pulou para a vida. De lá para cá usou sonho e ferramentas para dar concretude aos anseios e aos compromissos definidos por Machado de Assis, Lúcio de Mendonça e todo aquele agrupamento de notáveis. A ação centrou-se inter pares como a mais necessária. Ladearam-na alianças com os detentores de outros saberes e a conquista de recursos materiais e tecnológicos. Acredito que a Cultura é herança e trabalho. Não se esgota na contemplação. Não se sujeita à régua e compasso do conservadorismo. Não é necessário tensionar a tradição para conviver com o moderno. Modernidade não significa menos tradição. Não se deve fazer da crendice uma crença. O futuro não é dádiva mas conquista. Convergências e divergências, impasses e acertos, insurgências e ressurgências tudo nos anima na convivência com o sincretismo da diversidade. Nessa trilha houve a recolha do passado e a imaginação do futuro, pois a Academia não é artesanal. Declaro-me, mais uma vez, convencido do acerto em cultivar a ideia de que devemos ser uma Academia não só de letras literárias mas voltada também para as humanidades e com parâmetros aquecidos. Todos aqueles parâmetros que indicam vida. A Academia não é artesanal. Sua composição assim determina. Não desaprumemos a mão, não erremos o gesto, não desprezemos o sonho. Somos responsáveis pelo ativo cultural mais destacado do Brasil. Operacionalizemos, também, a “terceira margem”. E 48 DISCURSOS Sessão Comemorativa Especial dos 114 Anos da ABL Cento e quatorze anos de vida e seguimos apontando, com fé, para a diversidade mas sem fragmentação. A premiação de hoje homenageia os que pensam e até se atormentam com o custo do vício de pensar. Os ganhadores não têm cara de segunda mão. Os ganhadores tiveram reconhecidos o saber e a sabedoria, pelo que os prêmios de um lado não são pomposos e de outro, não são obsoletos. Recordo, como de hábito, para me manter convencido, a lição de Borges, em Ruínas Circulares, “no sonho do homem que sonhava o sonhado despertou”. Vida que segue. 49 MARCOS VINICIOS VILAÇA Conferência “La Novela de la Revolución Mexicana”, com o Escritor Carlos Fuentes Proferido em 3 de novembro de 2011 prendi com o poeta que há coisas de sobra que não se dizem; como há coisas que sobram no que se diz. Pois bem, falo agora sem sobras nem mínguas para louvar um já antigo amigo da Casa, Carlos Fuentes. Ele terá a saudação devida na competente palavra da Acadêmica Nélida Piñon, enquanto eu digo neste instante da honra da Academia por ouvir mais uma vez a Carlos Fuentes. A Conferência “La Novela de la Revolución Mexicana”, com o Escritor Carlos Fuentes 50 DISCURSOS Registro uma certa carioquice sua desde bem guri, quando morou na rua das Laranjeiras, até a vida adulta de intelectual sênior, admirador de Machado de Assis, o escritor brasileiro que trabalhou bem o misterioso modo de ligar a literatura à vida. Entendo que a prosa de Facundo e a épica de Martin Fierro também criaram o cenário para o Brasil dar ao mundo a obra machadiana, pois não há criação sem tradição que a alimente, como não haveria tradição sem a criação renovadora. Aí apareceu Machado de Assis, melhor dito, “Machado de la Mancha”. Esse mundo da literatura mestiça é o mundo de La Mancha, é o mundo de Machado de Assis. Para sermos universais não necessitamos estar mortos. Você é a prova disso, com o seu passado e seu presente vivos; com a sua consciência do que o escritor pode fazer como cidadão, pois o intelectual não deve ser um alheio, indiferente a transformações sociais. A sentença é sua: só Deus sabe a força de um adjetivo em países novos e tropicais. Pois saiba que a Academia Brasileira de Letras não poupa adjetivos no quanto o admira. 51 MARCOS VINICIOS VILAÇA Discurso de Despedida do Presidente Marcos Vinicios Vilaça Proferido na sessão do dia 15 de dezembro de 2011 empre estou a lembrar o que escreveu, em St. Gallen, na Suíça, nas lonjuras do século IX, um velho monge irlandês: “busco alcançar mais verdade, trocando a obscuridade pela clara luz”. Dessa clara luz se carece muito para presidir a Academia. Aqui temos parâmetros aquecidos. Advoguei algumas causas por gosto pessoal e por fidelidade institucional. Afastei tudo que fosse integrismo sem integridade, como por exemplo, as intolerâncias. Quem eventualmente chegasse a mim com essa forma vesga, eu diria, que não tínhamos lugar para isso. Explicaria que este é um local onde se diverge, mas nunca excomungamos ideias que não sejam as nossas. Na Academia rejeitamos tiflose seletiva. Convenci-me de que o certo é ter esperança. Esperança militante, que é todo o contrário da futurologia predatória. Na esperança militante está a espessura histórica. Quando assumimos a Presidência estamos no Tabor. Logo em seguida, descemos para as tribulações do Getsêmani. Pode-se chegar com o desfrute dos festejos de uma certa mocidade. Logo, logo, entretanto cessa a festa. Não quis ser alargado ansioso de horizontes pequenos. Estimei a vida toda o transformar o eu em nós. Detestei ser mero espectador dos dias. Pelo menos fui um penitente. Não fiquei cabisbaixo na foz do rio da vida. Quem viveu viu. Passo os olhos na vida e me conforto com a sentença de Machado de Assis em Quincas Borba: “A vida não é completamente boa ou completamente má”. S 52 DISCURSOS Desta presidência tenho tudo de bom a manter como lembrança. Aprendi muito com os confrades que deram o cariz de relevância à instituição secular. Deles pretendo que me deem a amizade como oferta quotidiana. Em suas mãos deposito o coração agradecido. O meu fascínio por tudo aquilo que aprendo e apreendo no território acadêmico ensina que a Cultura é mesmo a capacidade de o homem viver flexionado sobre si mesmo. Diretoria de 2011. 53 MARCOS VINICIOS VILAÇA E felizmente somos fiéis no cuidado com a língua portuguesa nos parâmetros entendidos por Miguel Torga: “O importante não é a língua em que se escreve. É a língua em que se vive”. Para a nossa língua fico com a lição de Eduardo Portella de que devemos ansiar o equilíbrio entre o não transgredir, com o descobrir, inovar. Alberto da Costa e Silva resumiu com a costumeira precisão e eu repito gostosamente: Isto que procuramos conservar, reabilitar, recompor e aumentar é o que fomos e somos, na nossa essência de pensamento e palavras, uma herança a ser incessantemente enriquecida pelo dia de hoje e pelos valores esquecidos no passado. A matéria de nossos cuidados é a vida escrita. E não só a linguagem dos poetas ou dos ficcionistas, e dos teatrólogos, e dos críticos literários, e dos ensaístas, e dos historiadores, e dos jornalistas, mas também dos filólogos, dos filósofos, dos juristas, dos sociólogos, dos economistas, dos inventores, dos cientistas, dos militares e dos políticos – de todos os que procuraram e procuram imitar Homero e tornar o fugaz em permanência. Agora, no dizer do Padre Vieira, se no passado se vê o futuro, e no futuro se vê o passado, segue-se que no futuro e no passado se vê o presente, porque o presente é o futuro do passado e o nosso presente é o passado do futuro. A diversidade cultural que pregamos é pelo caminho da coesão e longe da fragmentação. Também estamos atentos que a cultura não é algo sucessivo mas simultâneo. Daí porque a beleza que buscamos não é só deleite para os estetas, tampouco um capricho. É uma necessidade, base para a educação e a alegria. 54 DISCURSOS Depois de dizer do quanto agradeço aos confrades, em particular aos companheiros da Diretoria, impecáveis no espírito da colaboração comigo, agora elevo ainda uma palavra de louvor aos servidores da Casa, amigos leais. O que desejo à presidente Ana Maria Machado e aos seus companheiros de Direção, é o completo sucesso. Serão felizes com o saber e a sabedoria com que a vida os ornou. Isto que digo é com a forma e a fôrma do coração, pedaços verdadeiros de mim. O trabalho é a minha busca. Continuarei nessa busca, de vez em quando a coletar no azul que nunca se acaba, no azul inacabado do céu do meu Recife, força e até uma certa insubmissão, aquela de que são feitos os pernambucanos. Insubmissão que Maria do Carmo controla em mim com mão de ferro, a me repetir ao pé do ouvido o conselho de Santo Tomás: “tenha acerto ao começar e direção ao progredir”. Tenho convicção de que contribuí para seguir a linha de quantos evitaram que a Academia fosse um depósito de sonhos. Com versos de Carlos Pena Filho, mais uma vez me despeço, explicando que sinto ao sair daqui que posso até beber tempestades pois, “Às vezes, penso: não tem dor nem mágoa quem se ofertou a tão alegre ofício”. 55 ABL E NABUCO ABL E NABUCO m 2010, dentro da programação que assinalou os 100 anos da morte de Joaquim Nabuco, o Presidente Marcos Vilaça inaugurou, em 18 de janeiro, um painel de Francisco Brennand no térreo do Centro Cultural Academia Brasileira de Letras. Imbuído da mesma causa, solicitou ao Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, que celebrasse, em 20 de janeiro, uma missa em homenagem ao autor de Minha Formação. Ainda como parte das comemorações do Centenário de Morte de Joaquim Nabuco, a ABL lançou no dia 28 de janeiro de 2010, às 17h, o Site Joaquim Nabuco, para mais bem representar a importância do líder abolicionista para a cultura brasileira, dando acesso à sua produção acadêmica, às imagens de Nabuco e sua família, assim como à postagem de notícias e de toda programação cultural dos eventos realizados pela Academia. O Site, minuciosamente elaborado, possui recursos que facilitam a pesquisa dos consulentes, como obras e fotografias digitalizadas, acesso às páginas externas que complementam sua história, além de uma interface dinâmica, com mecanismos que proporcionam interatividade na navegação. Em breve, o Site Joaquim Nabuco disponibilizará vídeos com depoimentos dos Acadêmicos, familiares e especialistas, como também a linha do tempo interativa, uma forma fácil e prática de saber sobre os grandes marcos de Nabuco. E 59 MARCOS VINICIOS VILAÇA Painel entro da programação que assinala os 100 anos da morte de Joaquim Nabuco, o Presidente Marcos Vilaça inaugurou, em 18 de janeiro de 2010, um painel de Francisco Brennand no térreo do Centro Cultural, contando com a presença do Ministro de Estado das Relações Exteriores Embaixador Celso Amorim. D O Gigante Nabuco Não fosse o convite de Marcos Vinicios Vilaça, eu não teria pintado o mural em homenagem ao centenário da morte de Joaquim Nabuco. No dia 30 de novembro de 2009, apesar das inúmeras passagens dos ladrilhos cerâmicos pelo forno, ainda foram necessários alguns retoques indispensáveis. Nabuco menciona, no seu diário, que o Barão de Ibirá-Mirim usou uma nova palavra que seria a combinação de circunscrever e concisão – “‘circuncisei’ o mais que pude a matéria”. Assim é o meu propósito: “circuncisar” esta narração. O mural se divide em três partes: a sala do trono, a apoteose de Nabuco e o encontro dos três grandes brasileiros – Euclides da Cunha, Machado de Assis e o próprio Nabuco. No centro da sala do trono, o Imperador Dom Pedro II repousa numa cadeira. Sua atitude melancólica sugere uma total apreensão com o futuro do Brasil, agora entregue a mãos desconhecidas. Embora na som- 60 ABL E NABUCO bra, a bandeira imperial permanece intocada. Do seu lado, uma coluna nos moldes clássicos sugere um mundo antigo prestes a desmoronar. A coroa imperial está por terra e, logo ao seu lado, caminha um cachorro como o único (e último) emblema de lealdade. No fundo desse cenário, um cavalo invade a sala do trono (símbolo máximo de desrespeito), montado pelo Major Frederico Sólon Sampaio Ribeiro, o portador da comunicação de que um novo regime fora estabelecido (a República) e de que o Imperador deveria partir incontinente para a Europa. Lá atrás, num paredão escuro, aparece pela metade o corpo de um enforcado (ou enforcada), lembrando a possibilidade de violência. Meu trabalho de artista nada tem de histórico. Trata-se de uma narrativa ou de uma homenagem a cinco figuras: o Imperador Dom Pedro II (confesso que sou monarquista como Nabuco também o foi), a Joaquim Nabuco, a figura de um escravo liberado, a Euclides da Cunha e a Machado de Assis. No núcleo do mural (a apoteose), Joaquim Nabuco se encontra em cima de um pedestal com a seguinte inscrição retirada do seu diário de junho de 1877: “A força do desconhecido está em que ele não se presta a comparações”. A meu ver, em todos os sentidos, essa observação pode caracterizar não só as circunstâncias brasileiras daquele momento, mas todo o destino da raça humana. Apesar de se encontrar no topo do pedestal, Joaquim Nabuco estende a mão a um escravo que fica alguns metros abaixo. Este mesmo gesto sensível e generoso – a motivação central do Mural – se repete num primeiríssimo plano quando duas mãos quase se tocam à maneira daquelas desenhadas e pintadas por Michelangelo na Capela Sistina, na cena da Criação. Nesta cena, pode-se observar a cabeça de um escravo presa num tronco e, ao fundo, a lendária casa do Engenho Massangana a recordar o 61 MARCOS VINICIOS VILAÇA Painel de Francisco Brennand no térreo do Centro Cultural 62 ABL E NABUCO 63 MARCOS VINICIOS VILAÇA episódio do menino Nabuco, com apenas oito anos, reconfortando um escravo que lhe implorava proteção. Joaquim Nabuco era um homem excessivamente inteligente e refinado (no bom sentido) para compreender que o episódio da abolição não representava o fim da servidão humana. Não custa nada repetir as palavras tão elucidativas (apesar da aparência trivial) do seu diário de Roma, em 1904: Tive uma grande raiva ontem com o Alfredo e resolvi despedi-lo. Estou como as formigas que são alimentadas pelas escravas e que morrem à fome quando estas faltam, por não poderem elas mesmas prepararem o seu alimento. Estou inteiramente no ar com a partida do Alfredo, sem criado, e tão cedo não terei quem saiba das minhas coisas como ele. [...] Escrevi-lhe uma palavra de despedida, mas não assisti a partida. Muito a propósito, lembro a advertência do escritor francês Leon Bloy: “Perante os desígnios de Deus, ninguém sabe ao certo quem é servo ou senhor”. Na terceira parte, a escala das personagens se agiganta. Nabuco ocupa todo o cenário. Na verdade, intercepta com sua figura majestosa as situações restantes. Passa a ser o tema principal da atenção dos circunstantes que, porventura, venham a olhar este mural. A sua postura está ligeiramente inclinada para trás, num gesto de quem rodopia (ou perde o equilíbrio), enquanto o apoio de suas pernas se lança em direções opostas. O que deseja provar? Joaquim Nabuco não foi uma figura controversa, a sua vida (apesar de brilhante e vitoriosa) é que lhe foi contraditória. Monarquista convicto, com a abolição da escravatura, decretou a queda do Império. Ele não esconde sua preocupa64 ABL E NABUCO ção ao Barão de Penedo: “Eu vejo a Monarquia em sério perigo e quase condenada”. Ao voltar da Europa, explicou a Rebouças que retornava ao Brasil em caráter definitivo para assistir, da própria cena, ao descalabro progressivo de nosso país. Mas carregava em si a intenção de manter-se afastado de tudo, como um estrangeiro. Foram esses tormentos de Joaquim Nabuco que eu desejei traduzir nesta postura ambígua. Com a mão esquerda, aponta Euclides da Cunha, que sustenta uma carta que lhe haveria de mandar pedindo seu voto para a entrada na Academia Brasileira de Letras; com a direita, indica Machado de Assis, pintado no ângulo direito do mural, que parece se evadir de todas essas questões. Lá no fundo, bem distante, um arremedo de templo grego faz as vezes da Academia. Nabuco deverá permanecer na sua solidão. Sabe da morte de Machado Assis através de um telegrama do Barão do Rio Branco e diz: “O Brasil perdeu nele sua maior glória literária”. A grande esperança de Nabuco era comemorar o centenário do nascimento de seu pai, em 1913; entretanto, faleceu a 17 de janeiro de 1910, em Washington D.C.. Curiosamente, durante todo o seu diário, as observações pertinentes a sua saúde têm uma propriedade de linguagem que facilitaria o diagnóstico de qualquer médico que o atendesse. Esse grande pernambucano merece um lugar de distinção na nossa história que ainda não lhe foi dado. Foi um dos maiores e, como tal, deve ser reconhecido. Francisco Brennand Propriedade Santos Cosme e Damião Várzea – Recife 14 de dezembro de 2009 65 MARCOS VINICIOS VILAÇA Missa Comemorativa Abre o Ano Joaquim Nabuco na ABL 17 de janeiro de 2010 s comemorações pelo centenário de Joaquim Nabuco iniciaram-se em 17 de janeiro de 2010, com missa celebrada na Igreja Candelária, pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta. Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo, escritor e diplomata, nasceu no Recife, PE, em 19 de agosto de 1849, e faleceu em Washington, EUA, em 17 de janeiro de 1910. Compareceu às sessões preliminares de instalação da Academia Brasileira de Letras, sendo fundador da Cadeira 27, cujo patrono é seu conterrâneo Maciel Monteiro. Designado Secretário-Geral da Instituição na sessão de 28 de janeiro de 1897, exerceu o cargo até 1899 e de 1908 a 1910. Era filho do Senador José Tomás Nabuco de Araújo e de Ana Benigna Barreto Nabuco de Araújo, irmã do Marquês do Recife, Francisco Pais Barreto. Bacharelou-se em Letras e formou-se em Direito, o que o gabaritou para desenvolver sólida carreira diplomática, ocupando postos de destaque na Europa e, sobretudo, nos Estados Unidos. Na política, sua entrada na Câmara dos Deputados marcou o início de exitosa campanha abolicionista, que logo se tornou causa nacional, em nome da qual ele empunhou pena no ensaio, com O Abolicionismo (1883), e na poesia condoreira de Escravos (1886). Em 1883, foi novamente eleito deputado por Pernambuco, retomando posição de destaque na campanha abolicionista, que lograria frutos cinco anos depois. Monarquista convicto (cf. Por que Continuo a Ser Monarquista (1890)), com a proclamação da República, retirou-se da vida pública, dedicando-se intensamente à sua obra e ao estudo. Nesse período, viveu no Rio A 66 ABL E NABUCO Missa Comemorativa – Joaquim Nabuco. de Janeiro, exercendo a advocacia e o jornalismo, e passou a frequentar a redação da Revista Brasileira, onde estreitou amizade com, dentre outros, Machado de Assis, José Veríssimo, Lúcio de Mendonça, de cujo convívio nasceria a Academia Brasileira de Letras, em 1897. A época prolífica rendeu ainda dois de seus clássicos: Um Estadista do Império (1897-9) e Minha Formação (1900). Admirado pelo Presidente Theodore Roosevelt, tinha alto prestígio nos Estados Unidos, onde divulgou a cultura brasileira numa série de conferências em universidades. Quando faleceu, em Washington, seu corpo foi conduzido, com solenidade excepcional, para o cemitério da capital norte-americana e depois trasladado para o Brasil. Em 28 de setembro de 1915, inaugurou-se uma estátua em sua homenagem, numa praça pública de Recife, sua terra natal. 67 MARCOS VINICIOS VILAÇA Missa em Homenagem aos 113 Anos da Academia Brasileira de Letras 20 de julho de 2010 o fim do século XIX, Afonso Celso Júnior, ainda no Império, e Medeiros e Albuquerque, já na República, votaram por uma academia nacional, como a Academia Francesa. O êxito social e literário da Revista Brasileira, de José Veríssimo, também daria coesão a um grupo de escritores, acenando para a criação da Academia. Lúcio de Mendonça teve, então, a iniciativa de criar a Academia Brasileira de Letras, sob a égide do Estado, que se escusou, à última hora, de patrocinar a criação da entidade. O escritor prosseguiu nos esforços, convocando os interessados, e promoveu a publicação das primeiras notícias, na Gazeta de Notícias e no Jornal do Commercio de 10 de novembro, visando à realização das sessões preparatórias, tornando-se, assim, o fundador da Academia. A 15 de dezembro, às três da tarde, na sala de redação da Revista Brasileira, na Travessa do Ouvidor, n.º 31, realizou-se a primeira sessão preparatória, quando foi logo aclamado Presidente da sessão Machado de Assis. A 28 de janeiro de 1897, realizou-se a sétima e última sessão preparatória, com eleição da diretoria. Compareceram a ela, instalando a Academia, dezesseis escritores: Araripe Júnior, Artur Azevedo, Graça Aranha, Guimarães Passos, Inglês de Sousa, Joaquim Nabuco, José Veríssimo, Lúcio de Mendonça, Machado de Assis, Medeiros e Albuquerque, Olavo Bilac, Pedro Rabelo, Rodrigo Octavio, Silva Ramos, Teixeira de Melo, Visconde de Taunay. Nas sessões anteriores haviam comparecido também Coelho Neto, Filinto de Almeida, José do Patrocínio, Luís Murat e Valentim Magalhães. E foram convidados Afonso Celso Júnior, Alberto de Oliveira, Alcindo Guanabara, Carlos de Laet, Garcia Redondo, o conselheiro Pereira da N 68 ABL E NABUCO Missa em Homenagem aos 113 Anos da Academia Brasileira de Letras Silva, Rui Barbosa, Sílvio Romero e Urbano Duarte, que aceitaram o honroso convite. Eram trinta membros, mas, segundo o modelo da Academia Francesa, era necessário perfazer quarenta. Os dezesseis escritores presentes à sessão decidiram, portanto, eleger mais dez: Aluísio Azevedo, Barão de Loreto, Clóvis Beviláqua, Domício da Gama, Eduardo Prado, Luís Guimarães Júnior, Magalhães de Azeredo, Oliveira Lima, Raimundo Correia e Salvador de Mendonça. Os estatutos foram aprovados e a diretoria, eleita: Machado de Assis, Presidente; Joaquim Nabuco, Secretário-Geral; Rodrigo Octavio, Primeiro Secretário; Silva Ramos, Segundo Secretário; e Inglês de Sousa, Tesoureiro. A 20 de julho de 1897, numa sala do Pedagogium, na Rua do Passeio, realizou-se a sessão inaugural, na qual estiveram presentes dezesseis acadêmicos. O Presidente Machado de Assis fez uma alocução preliminar. Rodrigo Octavio leu a memória histórica dos atos preparatórios e Joaquim Nabuco pronunciou o discurso inaugural. Na sala da Revista Brasileira realizaram-se as sessões preparatórias e algumas ordinárias; no Pedagogium, a primeira e as ordinárias posteriores; o mesmo no Ginásio Nacional, edifício do Externato; no salão nobre do 69 MARCOS VINICIOS VILAÇA Ministério do Interior, a primeira sessão solene para a recepção de João Ribeiro, eleito na vaga de Luís Guimarães Júnior; no salão do Real Gabinete Português de Leitura, várias sessões solenes, como as de recepção de Domício da Gama, Oliveira Lima e Afonso Arinos. A Academia não tinha pouso certo, recorrendo por vezes à Rua da Quitanda, n.º 47, altos da Farmácia Araújo Pena & Cia., onde se situava o escritório de Rodrigo Octavio. Após alguns anos de nomadismo, em 1923, o governo francês doou à Academia Brasileira de Letras um prédio, réplica do Petit Trianon de Versailles, construído no ano anterior para abrigar o pavilhão da França na Exposição Internacional comemorativa do Centenário da Independência do Brasil, no Rio de Janeiro. Medalha Joaquim Nabuco Fevereiro de 2010 P ara homenagear a memória do acadêmico Joaquim Nabuco foi criada a Medalha Joaquim Nabuco e um estardante com seu ex libris. 70 SEMINÁRIOS, C I C L O S DE CONFERÊNCIAS SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS desempenho de excelência comparece também na coordenação dos inúmeros Seminários e Ciclos de Conferências. Essas atividades concretizam o ideal da Academia de aproximar campus e cidade, estendendo a mão ao meio universitário e ao público em geral, enlaçando a todos em amigável e profícuo convívio. Assim acontece, por exemplo, com o Seminário Brasil, brasis, evento hoje bastante divulgado que trata de diferentes questões concernentes ao nosso país, passando por política, arte, religião, futebol, música, dança, televisão dentre outros, sempre no diapasão do diálogo e do respeito à nossa diversidade. O 73 MARCOS VINICIOS VILAÇA Seminário Brasil, Brasis – 2010 08/04 • LITERATURA E FUTEBOL Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmico Domício Proença Filho Palestrantes: Roberto DaMatta, Tadeu Schmidt, Alberto Helena Junior e o Acadêmico Arnaldo Niskier Convidados especiais: Dunga, Ricardo Teixeira, João Havelange e Bruna Nogueira (viúva do jornalista Arnaldo Nogueira). 27/05 • GENTE QUE PENSA, GENTE QUE FAZ Coordenação geral: Acadêmica Ana Maria Machado Coordenação: Acadêmico Domício Proença Filho Palestrantes: Cláudio Bojunga, David Portes, Edson Viana Moura Filho, Francisco Saboya, Jorge Caldeira e o Acadêmico Murilo Melo Filho 29/07 • O PLANETA AQUECIDO: O EFEITO ESTUFA E AS TURBULÊNCIAS CLIMÁTICAS Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmico Domício Proença Filho Palestrantes: Sergio Besserman Vianna, Carlos Costa Ribeiro, Carlos Nobre, Luiz Carlos Molion Convidados especiais: Izabella Teixeira (Ministra de Estado do Meio Ambiente) e Marco Simões (Vice-Presidente de Comunicação e Sustentabilidade da Coca-Cola Brasil). 74 SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS Literatura e Futebol Gente que Pensa, Gente que Faz O Planeta Aquecido: o Efeito Estufa e as Turbulências Climáticas 75 MARCOS VINICIOS VILAÇA 26/08 • TELENOVELAS, SÉRIES TELEVISIVAS E LITERATURA Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmico Domício Proença Filho Palestrantes: Gilberto Braga, José Wilker, Muniz Sodré e Regina Rito Convidados especiais: Ignácio Coqueiro e Walcyr Carrasco 23/09 • A LINGUAGEM BRASILEIRA DA DANÇA Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmico Domício Proença Filho Palestrantes: Regina Miranda, Acadêmicos Marcos Vinicios Vilaça e Domício Proença Filho, Sr. Antonio Nóbrega, Silvia Soter e Jaime Arôxa 21/10 • MULHER BRASILEIRA HOJE Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmico Domício Proença Filho Palestrantes: Rosiska Darcy de Oliveira, Miriam Leitão, Maria Sílvia Camargo e Christiane Torloni 09/12 • NOEL ROSA, UM PALPITE FELIZ Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmico Domício Proença Filho Palestrantes: Carlos Didier, Ricardo Prado, Sérgio Cabral dos Santos 76 SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS Telenovelas, Séries Televisivas e Literatura A Linguagem Brasileira da Dança Mulher Brasileira Hoje Noel Rosa, um Palpite Feliz 77 MARCOS VINICIOS VILAÇA Ciclos de Conferência – 2010 CICLO “DIREITOS AUTORAIS” Coordenação: Acadêmico Alberto Venancio Filho “O direito autoral e a ABL” por Gustavo Martins de Almeida (09.03.2010) “O direito autoral e os desafios das novas tecnologias” por Sydney Limeira Sanches (16.03.2010) CICLO “CENTENÁRIO DE MORTE DE JOAQUIM NABUCO I” Coordenação: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça “Democracia e memória em Joaquim Nabuco” por Fernando Henrique Cardoso (18.03.2010) “Nabuco e o Recife” por Roberto Cavalcanti de Albuquerque (30.03.2010) “Joaquim Nabuco memorialista” pelo Acadêmico Alfredo Bosi (13.04.2010) CICLO “UMA LITERATURA POLIFÔNICA” Coordenação: Acadêmica Ana Maria Machado “As três escravidões” por José de Souza Martins (20.04.2010) “Matrizes portuguesas” pela Acadêmica Cleonice Berardinelli (27.04.2010) “Vozes indígenas e sua reverberação” por Alberto Mussa (04.05.2010) “Vozes africanas e sua impregnação” por Nei Lopes (11.05.2010) “Vozes da imigração judaica” por Berta Waldman (18.05.2010) “Vozes da imigração europeia” por Regina Zilbermann (25.05.2010) 78 SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS O Direito Autoral e a ABL O Direito Autoral e os Desafios das Novas Tecnologias Democracia e Memória em Joaquim Nabuco Nabuco e o Recife Joaquim Nabuco Memorialista As Três Escravidões Matrizes Portuguesas Vozes Indígenas e sua Reverberação 79 MARCOS VINICIOS VILAÇA “Relatos de incertos Orientes” por Beatriz Resende (01.06.2010) “Entidades nacionais brasileiras: Peri, Policarpo Quaresma e Macunaíma” por Leyla Perrone-Moisés (08.06.2010) CICLO “PRESENÇAS ACADÊMICAS: A MEMÓRIA REVERENCIADA” Coordenação: Acadêmico Cícero Sandroni “A Memória Reverenciada: Rachel de Queiroz” pelo Acadêmico Arnaldo Niskier (22.06.2010) “A Memória Reverenciada: Aurélio Buarque de Hollanda” pelo Acadêmico Evanildo Bechara (13.07.2010) “A Memória Reverenciada: Carlos Chagas Filho” pelo Acadêmico Moacyr Scliar (22.07.2010) “A Memória Reverenciada: Miguel Reale” pelo Acadêmico Celso Lafer (27.07.2010) CICLO “POESIA, LETRA E MÚSICA” Coordenação: Acadêmico Antonio Carlos Secchin “Chico Buarque: a poesia no chão” pelo Acadêmico Antonio Carlos Secchin (03.08.2010) “Noel Rosa, o letrista” por José Antonio Nonato Duque Estrada de Barros (10.08.2010) “Vinicius e Chico, dois emblemas” por Nelson Motta (17.08.2010) “MPB e Tropicalismos” por José Miguel Wisnik (24.08.2010) Vozes Africanas e sua Impregnação Vozes da Imigração Judaica 80 SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS Vozes da Imigração Europeia Relatos de Incertos Orientes Entidades Nacionais Brasileiras: Peri, Policarpo Quaresma e Macunaíma A Memória Reverenciada: Rachel de Queiroz A Memória Reverenciada: Aurélio Buarque de Hollanda A Memória Reverenciada: Carlos Chagas Filho A Memória Reverenciada: Miguel Reale Chico Buarque: a Poesia no Chão 81 MARCOS VINICIOS VILAÇA CICLO “CONTAR A VIDA ALHEIA” Coordenação: Acadêmico Affonso Arinos de Mello Franco “Caçadores de almas: biógrafos, biografias e história” por Mary del Priore (31.08.2010) “Biografia e história” por Joaquim Ferreira dos Santos (14.09.2010) “Autobiografia, antibiografia e memória” pelo Acadêmico Alberto da Costa e Silva (21.09.2010) “Biografia e jornalismo” por Ruy Castro (28.09.2010) CICLO “TEMPOS NOVOS, TEMPOS NOSSOS” Coordenação: Acadêmico Luiz Paulo Horta “O valor do amanhã” pela Acadêmica Ana Maria Machado (05.10.2010) “A reinvenção do tempo” por Ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha (19.10.2010) “Tempos cruzados: autoritarismo e a morte de Freud”por Francisco Daudt da Veiga (26.10.2010) “A indigência do tempo” por Marco Lucchesi (09.11.2010) CICLO “CENTENÁRIO DE MORTE DE JOAQUIM NABUCO II” Coordenação: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça “Massangana: uma glosa” por Evaldo Cabral de Mello (16.11.2010) “Nabuco, o filósofo religioso” pelo Acadêmico Luiz Paulo Horta (23.11.2010) “Nabuco, Narciso e a glória perfeita” pelo Acadêmico Candido Mendes de Almeida (30.11.2010) “A diplomacia de Joaquim Nabuco e as questões de fronteiras” por Rubens Ricupero (07.12.2010) 82 SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS Noel Rosa, o Letrista Vinicius e Chico, Dois Emblemas MPB e Tropicalismos Caçadores de Almas: Biógrafos, Biografias e História Biografia e História Autobiografia, Antibiografia e Memória Biografia e Jornalismo O Valor do Amanhã 83 MARCOS VINICIOS VILAÇA A Reinvenção do Tempo Tempos Cruzados: Autoritarismo e a Morte de Freud A Indigência do Tempo Massangana: Uma Glosa Nabuco, o Filósofo Religioso Nabuco, Narciso e a Glória Perfeita A Diplomacia de Joaquim Nabuco e as Questões de Fronteiras A Diplomacia de Joaquim Nabuco e as Questões de Fronteiras 84 SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS Mesas-Redondas – 2010 23/03 • CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE TANCREDO NEVES Coordenação: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Palestrantes: Acadêmico Eduardo Portella e Aécio Neves 24/06 • 150 ANOS DE JOÃO RIBEIRO Coordenação: Acadêmico Domício Proença Filho Palestrantes: Acadêmico Evanildo Bechara e Prof.ª Hilma Ranauro 05/07 • HOMENAGEM A JOSÉ SARAMAGO Coordenação: Acadêmico Domício Proença Filho Palestrantes: Acadêmicos Alberto da Costa e Silva e Cleonice Berardinelli 12/08 • EUCLIDES DA CUNHA NO SÉCULO XXI TRADUÇÃO E RECEPÇÃO DE OS SERTÕES NOS ESTADOS UNIDOS Coordenação: Acadêmico Moacyr Scliar Palestrantes: Prof. Berthold Zilly e Profª Elizabeth Lowe 31/08 • A NEW LOOK AT IGOR STRAVINSKY Coordenação: Acadêmico Luiz Paulo Horta Palestrantes: Robert Craft e Jocy de Oliveira 85 MARCOS VINICIOS VILAÇA 14/10 • 90 ANOS DE JOÃO CABRAL DE MELO NETO Coordenação: Acadêmico Ivan Junqueira Palestrantes: Acadêmico Antonio Carlos Secchin: “João Cabral e a Espanha” e Prof.ª Flávia Amparo: “O percurso das amadas na obra de João Cabral de Melo Neto” 28/10 • 50 ANOS DE MORTE DE ALBERT CAMUS Coordenação: Acadêmica Ana Maria Machado Palestrantes: Acadêmico Eduardo Portella: “É preciso imaginar Albert Camus feliz” Roberto Cavalcanti de Albuquerque: “Camus ou o absurdo” 08/12 • 80 ANOS DO ACADÊMICO JOSÉ SARNEY Coordenação: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Palestrantes: Acadêmicos Alberto da Costa e Silva, Arnaldo Niskier, Ivo Pitanguy e Cícero Sandroni. 86 SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS Centenário de Nascimento de Tancredo Neves 150 Anos de João Ribeiro Homenagem a José Saramago Euclides da Cunha no Século XXI A New Look at Igor Stravinsky 90 Anos de João Cabral de Melo Neto 50 Anos de Morte de Albert Camus 80 Anos do Acadêmico José Sarney 87 MARCOS VINICIOS VILAÇA Conferências – 2010 DIA 18/01 “As duas vidas de Joaquim Nabuco: o reformador e o diplomata” (em homenagem ao centenário da morte de Joaquim Nabuco) Conferencista: Celso Amorim DIA 14/11 “Miguel Reale – Das finanças ao direito e à cultura – um filósofo da liberdade e da dignidade humana” Conferencista: Prof. Guilherme d’Oliveira Martins Orador: Acadêmico Celso Lafer DIA 14/12 “Comemoração do centenário de Tolstói” Coordenação: Acadêmico Sergio Paulo Rouanet Conferencistas: Acadêmicos Carlos Nejar e Moacyr Scliar 88 SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS As Duas Vidas de Joaquim Nabuco: o Reformador e o Diplomata Miguel Reale – Das Finanças ao Direito e à Cultura – Um Filósofo da Liberdade e da Dignidade Humana Comemoração do Centenário de Tolstói 89 MARCOS VINICIOS VILAÇA Seminário Brasil, Brasis – 2011 28/04 • GRAFITISMO: A ARTE DAS RUAS Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmico Antonio Carlos Secchin Palestrantes: Alexandre Afa, Airá O Crespo, Carlos Acme, Carlos Osório e Panmela Castro 26/05 • O CANGAÇO E A LITERATURA Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmico Carlos Nejar Palestrantes: Antonio Campos, Felipe Fortuna, Geraldo Ferraz e Leandro Cardoso Fernandes 16/06 • SOL: CURA OU MATA? Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmico Cícero Sandroni Palestrantes: Acadêmico Ivo Pitanguy, Fabio Cuiabano, Raul Cutait e Ronaldo Rogério Mourão Participação especial: Amyr Klink 28/07 • QUADRINHOS: A ARTE SEQUENCIAL Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmico Luiz Paulo Horta Palestrantes: Chico Caruso, Lailson de Holanda, Rick Goodwin e Paulo Maffia 90 SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS Grafitismo: A Arte das Ruas O Cangaço e a Literatura Sol: Cura ou Mata? Quadrinhos: A Arte Sequencial 25/08 • FEIRAS DE CARUARU E DE SÃO CRISTOVÃO: COMÉRCIO OU LABORATÓRIO? Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmico Marco Maciel Palestrantes: José Nêumanne, Ivanildo Sampaio e Sylvia Nemer Participação especial: Maurício Kubrusly 27/10 • VIOLÊNCIA URBANA: UMA QUESTÃO SOCIAL Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmico Arnaldo Niskier Palestrantes: Pedro Abramovay, MV Bill e Rodrigo Pimentel 14/12 • O FUTURO DO LIVRO: PAPEL OU CHIP? Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmico Marco Lucchesi Palestrantes: Carlos Eduardo Ernanny e Sílvio Meira 91 MARCOS VINICIOS VILAÇA Feiras de Caruaru e de São Cristovão: Comércio ou Laboratório? Violência Urbana: Uma Questão Social 92 SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS Ciclos de Conferência – 2011 CICLO “GÊNEROS LITERÁRIOS: UM OLHAR ATUAL” Coordenação Geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmico Ivan Junqueira “A desconstrução dos gêneros” pelo Acadêmico Eduardo Portella (15.03.2011) “O gênero policial no Brasil hoje” por Flávio Moreira da Costa (22.03.2011) “Na fímbria do fantástico” por Carlos Emílio Corrêa Lima (29.03.2011) “Onde se apagam as fronteiras” por Silviano Santiago (05.04.2011) A Desconstrução dos Gêneros O Gênero Policial no Brasil Hoje Na Fímbria do Fantástico Onde se Apagam as Fronteiras 93 MARCOS VINICIOS VILAÇA CICLO “CÂNON, ANTOLOGIAS E FORMAÇÃO DE LEITORES” Coordenação Geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmico Domício Proença Filho “Antologias e educação” pelo Acadêmico Arnaldo Niskier (12.04.2011) “Relato de experiência” por Ítalo Moriconi (19.04.2011) “O cânon em questão I” por Marisa Lajolo (26.04.2011) “O cânon em questão II” por Beatriz Resende (03.05.2011) CICLO “CAMINHOS DO TEATRO BRASILEIRO” Coordenação Geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmico Cícero Sandroni “A revolução de Nelson Rodrigues” por João Roberto Faria (10.05.2011) “As grandes companhias e a profissionalização” por Tânia Brandão (17.05.2011) “Dos folguedos ao palco” por Salgado Maranhão (24.05.2011) “Presença dos musicais” (conferência musicada com a participação de Zé Renato, Soraya Ravenle e violão) por Flávio Marinho (31.05.2011) CICLO “A MEMÓRIA REVERENCIADA" Coordenação Geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmico Alberto Venancio Filho “Afrânio Coutinho – 100 anos” pelo Acadêmico Eduardo Portella, Acadêmico Evanildo Bechara e Prof. Eduardo Coutinho (07.06.2011) “Dinah Silveira de Queiroz – 100 anos” por Zahidé Muzart (14.06.2011) “Raimundo Correa – 100 anos” pelo Acadêmico Lêdo Ivo (21.06.2011) 94 SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS Antologias e Educação Relato de Experiência O Cânon em Questão I O Cânon em Questão II A Revolução de Nelson Rodrigues As Grandes Companhias e a Profissionalização Dos Folguedos ao Palco Presença dos Musicais 95 MARCOS VINICIOS VILAÇA CICLO “DESAFIOS DA TRADUÇÃO LITERÁRIA” Coordenação Geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmico Geraldo Holanda Cavalcanti “O Zibaldone di Pensieri de Giacomo Leopardi” por Andreia Guerini (28.06.2011) “Traduzindo os Ensaios de Montaigne” por Rosa Freire D’Aguiar (05.07.2011) “Da tradução como processo de transcriação: armadilhas linguístico-culturais da intertextualidade” por Aleksandar Jovanovic (12.07.2011) “O desafio do tempo na tradução das Mil e Uma Noites” por Memede Mustafa Jarouche (19.07.2011) CICLO “ÉTICA E CIDADANIA EM TEMPOS DE TRANSIÇÃO” Coordenação Geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmica Ana Maria Machado “A flexibilização da ética” por Boris Fausto (26.07.2011) “Esperanças e espertezas” por Rosiska Darcy de Oliveira (02.08.2011) “Desafios da ética na hora atual: Da ética na pesquisa à ética na política” pelo Acadêmico Celso Lafer (09.08.2011) “Papéis e pessoas” por Roberto DaMatta (16.08.2011) CICLO “PERSPECTIVAS DA CRÍTICA LITERÁRIA” Coordenação Geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmico Antonio Carlos Secchin “A crítica literária contemporânea: questões e perspectivas” por José Luís Jobim (23.08.2011) “A crítica literária no jornal e no livro” por Felipe Fortuna (30.08.2011) 96 SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS Afrânio Coutinho – 100 Anos Dinah Silveira de Queiroz – 100 Anos Raimundo Correa –100 Anos O Zibaldone di Pensieri de Giacomo Leopardi Traduzindo os Ensaios de Montaigne Da Tradução como Processo de Transcriação O Desafio do Tempo na Tradução das Mil e uma Noites A Flexibilização da Ética 97 MARCOS VINICIOS VILAÇA Esperanças e Espertezas Desafios da Ética na Hora Atual Papéis e Pessoas A Crítica Literária Contemporânea A Crítica Literária no Jornal e no Livro A Poesia e a Crítica Autores e Leitores: Crítica e Redes Sociais A Literatura Italiana no Brasil 98 SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS “A poesia e a crítica” por Antonio Cícero (06.09.2011) “Autores e leitores: crítica e redes sociais” por Miguel Sanches Neto (13.09.2011) CICLO “A ITÁLIA NO BRASIL: DIÁLOGOS E INFLUÊNCIAS” Coordenação Geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmico Marco Lucchesi “A literatura italiana no Brasil”, pelo Acadêmico Alfredo Bosi (20.09.2011) “De Rossini a Radamés”, pelo Acadêmico Luiz Paulo Horta (27.09.2011) “A presença permanente de Leonardo da Vinci”, por Israel Pedrosa (04.10.2011) “A Imperatriz Teresa Cristina: uma nova biografia”, por Aniello Angelo Avella (11.10 .2011) CICLO “CARTAS DE ESCRITORES” Coordenação Geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmico Alberto da Costa e Silva “Correspondência de Machado de Assis”, pelo Acadêmico Sergio Paulo Rouanet (18.10. 2011) “Mario de Andrade: – cartas”, por Marco Antonio de Moraes (25.10.2011) “Correspondências de Clarice Lispector”, por Nadia Battella Gotlib (01.11.2011) “Epistolário hoje: emails, blogs”, por Nilto Maciel (08.11.2011) 99 MARCOS VINICIOS VILAÇA De Rossini a Radamés A Presença Permanente de Leonardo da Vinci A Imperatriz Teresa Cristina: Uma Nova Biografia Correspondência de Machado de Assis Mario de Andrade – Cartas Correspondências de Clarice Lispector Epistolário Hoje: E-Mails, Blogs Humor no Teatro 100 SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS CICLO “O HUMOR NA CULTURA” Coordenação Geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Coordenação: Acadêmico Murilo Melo Filho “Humor no jornalismo” – Ziraldo (22.11.2011) “Humor no teatro” – Sergio Fonta (29.11.2011) “Humor no cinema” – Susana Schild (06.12.2011) “Humor na literatura” – Ruy Castro (13.12.2011) 101 MARCOS VINICIOS VILAÇA Mesas-Redondas – 2011 14/04 • JOSÉ GUILHERME MERQUIOR – 70 ANOS DE NASCIMENTO Coordenação: Acadêmico Domício Proença Filho Palestrantes: Acadêmicos Eduardo Portella, Alberto da Costa e Silva, Sergio Paulo Rouanet e Celso Lafer. 09/06 • MAURO MOTA – 100 ANOS DE NASCIMENTO Coordenação: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça Palestrantes: Acadêmicos Evanildo Bechara, Geraldo Holanda Cavalcanti e Sr. Marcus Accioly. 05/08 • SAN TIAGO DANTAS – 100 ANOS DE NASCIMENTO – “RELEVÂNCIA DAS MEMÓRIAS DE UM ESCRITOR PARA A LITERATURA E AS CULTURAS NACIONAIS” Conferência: Ministro Marco Aurélio Mello em homenagem ao centenário de nascimento de San Tiago Dantas, em ato a ser presidido pelo Ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, juntamente com o Acadêmico e Presidente da ABL Marcos Vinicios Vilaça. 11/08 • SAN TIAGO DANTAS – 100 ANOS DE MORTE – ARARIPE JUNIOR – CENTENÁRIO DE MORTE Coordenação: Acadêmico Alberto Venancio Filho Palestrantes: Acadêmico Sergio Paulo Rouanet e Oscar Araripe 102 SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS 18/08 • NELSON WERNECK SODRÉ – 100 ANOS DE NASCIMENTO Coordenação: Acadêmico Alberto Venancio Filho Palestrantes: Acadêmicos José Murilo de Carvalho, Carlos Heitor Cony e Sra. Olga Sodré. José Guilherme Merquior – 70 Anos de Nascimento Mauro Mota – 100 Anos de Nascimento San Tiago Dantas – 100 Anos de Nascimento San Tiago Dantas – 100 Anos de Morte Nelson Werneck Sodré – 100 Anos de Nascimento 103 MARCOS VINICIOS VILAÇA 17/11 • ZOHAR: A ALMA DA CABALA Coordenação: Acadêmico Sergio Paulo Rouanet Palestrante: Acadêmico Arnaldo Niskier 28/11 • CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE CARYBÉ Coordenação: Acadêmico Marcos Vilaça Palestrantes: Arthur Guimarães Sampaio, Myriam Fraga e Ramiro Bernabó Centenário de Nascimento de Carybé Zohar: A Alma da Cabala 104 PUBLICAÇÕES PUBLICAÇÕES 2010 o ano de 2010, o Setor de Publicações da Academia Brasileira de Letras foi recordista, tanto na quantidade quanto na qualidade dos trabalhos executados. No primeiro semestre, editou 15 volumes da Série Essencial, contemplando acadêmicos de diferentes épocas, e os números 62 e 63 da Revista Brasileira. Além disso, pela Coleção Afrânio Peixoto, trouxe a lume a reedição de Sonetos e Rimas, de Luís Guimarães Júnior, importante parnasiano brasileiro, em publicação organizada e prefaciada pelo pesquisador Gilberto Araújo; pela Coleção Austregésilo de Athayde, Tragédia Épica, do esquecido simbolista baiano Francisco Mangabeira, reedição cuidada pelo Professor Aleilton Fonseca, Brasil e o Ensaio Hispano-Americano, de Vamireh Chacon, Teológico, Metafísico e Positivo. Filosofia e Epistemologia no Ocidente Moderno, de Nelson Saldanha. No âmbito dos estudos da língua portuguesa, a Coleção Antonio Morais e Silva repôs em circulação Frases Feitas, de João Ribeiro, e o Estudos sobre Os Lusíadas, de José Maria Rodrigues. No segundo semestre, além dos números 64 e 65 da Revista Brasileira, e do opúsculo “Joaquim Nabuco e a Academia Brasileira Letras”, do Acadêmico Alberto Venancio Filho, apareceram, pela Coleção Austregésilo de Athayde, a compilação dos dois únicos livros de poesia da parnasiana Júlia Cortines (Versos / Vibrações), edição novamente a cargo do pesquisador Gilberto Araújo, e a bem selecionada Antologia da Revista Brasileira, organizada e prefaciada por Ubiratan Machado. Na Coleção Afrânio Peixoto, publicou-se em excelente tradução de Ruth Sylvia de Miranda Salles o livro A Desejada Fé – Mysterium Fidei, de Joaquim Nabuco, cujo centenário de morte a Academia ora comemora, contando com prefácio do Acadêmico Luiz Paulo Horta. Já pela Coleção Antonio de Morais e Silva saíram Tradições N 107 MARCOS VINICIOS VILAÇA Clássicas, de Padre Pedro Adrião e a edição fac-similar de Selecta Clássica, de João Ribeiro, todos com prólogo do Acadêmico Evanildo Bechara. Mencionem-se ainda os sete livros em coedição, os mais recentes 30 volumes da Série Essencial, a Biobibliografia de José de Alencar, resultado da consistente pesquisa desenvolvida por Israel de Souza Lima, e o Tomo VI dos Discursos Acadêmicos, abarcando o intervalo temporal de 1981 a 1995. Como se vê, no ano de 2010, as publicações da Academia Brasileira de Letras superaram o montante de 50 títulos, o que evidencia a vitalidade da Casa, como também o bom desempenho do Setor, dirigido pelo Acadêmico Antonio Carlos Secchin. 108 PUBLICAÇÕES 109 MARCOS VINICIOS VILAÇA 110 PUBLICAÇÕES 111 MARCOS VINICIOS VILAÇA 112 PUBLICAÇÕES 113 MARCOS VINICIOS VILAÇA 2011 m 2011, o Setor de Publicações manteve o fôlego do ano anterior. Pela Coleção Afrânio Peixoto, saíram os Discursos de Afrânio Coutinho, organizados pelos professores Eduardo F. Coutinho e Vera Lúcia Teixeira Kauss, reunindo textos inéditos do nosso grande crítico literário. Soma-se a esse título a reedição, em pareceria com a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, da antologia Poesias Escolhidas de Teófilo Dias, selecionada e prefaciada por Antonio Candido. Na série Biobiliografia dos Patronos, Israel Souza Lima preparou o volume 14, apresentando vasta documentação da vida e da obra dos ocupantes das Cadeiras 24, 25 e 26: Júlio Ribeiro, Junqueira Freire e Laurindo Rabelo, respectivamente. No âmbito literário, merece destaque a reedição, em volume único, de três romances de Artur Lobo: Um Escândalo, Rosais e Outro. Com isso, os pesquisadores de literatura terão acesso a obras hoje muito raras, e os leitores em geral poderão contactar um instigante mas injustamente esquecido autor brasileiro. Na área dos estudos linguísticos, enfeixados na Coleção Antonio de Morais Silva, vieram a lume as reimpressões de Curiosidades Verbais, de João Ribeiro, e os Estudos Filológicos, de Antenor Nascentes, bem como o Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa, de Rocha Pombo. Conforme praxe das publicações acadêmicas, editamos os 4 números anuais da Revista Brasileira (66, 67, 68 e 69) e o tomo VII dos Discursos Acadêmicos (1996-2010). Além disso, publicamos em 2011 o Anuário 2006-2011 e os Anais de 2007 e de 2008. Dando continuidade ao projeto de oferecer informações básicas sobre cada um dos ocupantes de nossas 40 cadeiras, a Série Essencial extraiu do E 114 PUBLICAÇÕES prelo 16 volumes, equanimemente distribuídos nos dois semestres de 2011. No primeiro: Luiz Edmundo, de Maria Inez Turazzi, Coelho Neto, de Ubiratan Paulo Machado, Lafayette Rodrigues Pereira, de Fabio de Sousa Coutinho, Júlio Ribeiro, de Gilberto Araújo, Castro Alves, de Alexei Bueno, Vianna Moog, de Luís Augusto Fischer, Augusto de Lima, de Paulo Franchetti, e Celso Cunha, de Cilene da Cunha Pereira. No segundo semestre, ainda no prelo: Antonio Callado, de Ana Arruda, Goulart de Andrade, de Rafael Sânzio de Azevedo, Araripe Júnior, de Luiz Roberto Cairo, Matias Aires, de Rodrigo Petronio, Pardal Mallet, de André Seffrin, Teófilo Dias, de Wellington de Almeida Santos, Tomás Antônio Gonzaga, de Adelto Gonçalves, e Félix Pacheco, de Marcos Santarrita. Na pauta das coedições, destacam-se as parcerias com a Academia Chilena de la Lengua (Juan Guzmán Cruchaga e Mauro Mota, com seleções, apresentações e traduções de Carlos Nejar, Maximino Fernández e Juan Antonio Massone), com a editora Batel, Rei Negro, de Coelho Neto, e Ensaios Insólitos, de Darcy Ribeiro, com a Contracapa, que trouxe a lume O Vento do Mar, de Lêdo Ivo, reunindo ensaios e memórias do acadêmico, acompanhados de rica fotobiografia, em elegante projeto gráfico e com a IOESP, Para uma História da Belle Époque – A Coleção de Cardápios de Olavo Bilac, de Lúcia Garcia. Avulsamente, a Academia publicou seis plaquetes, três oriundas de palestras proferidas na ABL: Mesa-Redonda em Homenagem aos 70 Anos de José Guilherme Merquior, com textos dos acadêmicos Eduardo Portella, Candido Mendes, Sergio Paulo Rouanet, Alberto da Costa e Silva e Celso Lafer, Mesa-Redonda em Homenagem aos 100 Anos de Mauro Mota, com as comunicações dos acadêmicos Evanildo Bechara e Geraldo Holanda Cavalcanti e do Senhor Marcus Accioly, e Zohar – A Alma da Cabala, palestra proferida pelo Acadêmico Arnaldo Niskier. Nabuco – seu Tempo e seu Legado reproduz o discurso do Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos – Thomas Jefferson Washington D.C.. Já a Homena115 MARCOS VINICIOS VILAÇA gem a Antonio Carlos Secchin compila as comunicações realizadas na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro pelo Acadêmico Alfredo Bosi e pelas Professoras Flávia Amparo e Marlene de Castro Correia, para prestigiar o professor e acadêmico na época de sua aposentadoria do magistério universitário e a plaquete Discurso de Posse de Merval Pereira, por ocasião de sua posse, com o discurso de recepção do Acadêmico Eduardo Portella. Não menos importante, deve-se citar o luxuoso catálogo da exposição Dedicatórias, realizada em 2008, coligindo uma série de autores que devotaram seus livros a Machado de Assis. Falando em nosso primeiro presidente, lembremos que, no prosseguimento da edição do epistolário completo de Machado de Assis, a Academia Brasileira de Letras oferece ao leitor o terceiro volume da correspondência do grande escritor, primeiro presidente da Casa, incansável missivista, sempre solícito ao responder às cartas recebidas ou escrever aos amigos, para narrar simples acontecimentos domésticos ou expor suas ideias e opiniões sobre a vida literária do seu tempo, atuando naquele sutil limite em que o privado assume interesse público. Desta vez, o leitor lerá correspondências trocadas entre 1890 e 1900, podendo rastrear informações preciosas sobre o alvorecer de nossa belle époque. Mencione-se, por fim, o De Novo Presidente, livro que detalha a numerosa agenda do Presidente Marcos Vinicios Vilaça em seu último mandato (2010-2011) na Academia Brasileira de Letras. Para que o leitor possa aferir com a devida cautela essas e outras edições lançadas no biênio 2010-2011, remetemo-lo ao Catálogo das Publicações referentes a esse período. 116 PUBLICAÇÕES 117 MARCOS VINICIOS VILAÇA 118 PUBLICAÇÕES 119 MARCOS VINICIOS VILAÇA 120 PUBLICAÇÕES 121 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS este biênio, a Academia exibiu fôlego no cumprimento de sua extensa agenda. Além das tarefas internas, amparadas no Regimento da instituição, realizaram-se muitos empreendimentos em instâncias externas à Academia, perfazendo montante considerável de atuação. O desempenho exitoso da Casa nessas tarefas confirma-se em sua crescente visibilidade na imprensa: diversos jornais, revistas e sites enalteceram a pluralidade de nossas realizações, destacando o inextricável acordo entre quantidade e qualidade. Todas as matérias desta seção reproduzem notas de jornais. N 125 MARCOS VINICIOS VILAÇA Portal da ABL Lança Nova Versão Digital do VOLP Janeiro de 2010 Academia Brasileira de Letras, presidida pelo Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, lançou no dia 28 de janeiro, no Portal da ABL, a versão digital da 5.ª Edição do VOLP, o Vocabulário Ortográfico na Língua Portuguesa. A nova versão digital do VOLP conta com a inclusão das regras do Novo Acordo Ortográfico, além de novos vocábulos da língua portuguesa. A Vila Isabel Anima Tarde na ABL Janeiro de 2010 Academia Brasileira de Letras, presidida pelo Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, realizou no dia 22 de janeiro, um almoço em homenagem ao Centenário de Noel Rosa, com a presença da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel e do cantor e compositor Martinho da Vila. A Escola, que homenageia Noel Rosa com o enredo Noel: A Presença do “Poeta da Vila” no carnaval deste ano, agradou a todos os presentes e animou a tarde da ABL com a energia da bateria, com a alegria das passistas e com a simpatia do casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira. A 126 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS Escola de Samba Unidos de Vila Isabel na ABL. 127 MARCOS VINICIOS VILAÇA Doação à Academia Fevereiro de 2010 Academia Brasileira de Letras recebeu do Acadêmico Celso Lafer e de sua irmã, Marina Lafer, em homenagem à memória de sua mãe, D. Betty Lafer, a título de doação, o piano Pleyer – Paris, que a ela pertenceu. A ABL e a Câmara dos Deputados se Unem nas Comemorações dos 100 Anos da Morte de Joaquim Nabuco Março de 2010 Academia Brasileira de Letras e a Câmara dos Deputados realizaram uma série de eventos conjuntos comemorando os cem anos da morte de Joaquim Nabuco. A comissão responsável pela programação, criada pelo presidente da Câmara, Michel Temer, por iniciativa e sugestão do Acadêmico Marcos Vilaça, atual presidente da ABL, trabalhou com este objetivo desde novembro do ano passado. As comemorações aconteceram de 1.º de março até 14 de novembro. A participação da ABL e de seu Presidente foi das mais importantes nas comemorações que a comissão da Câmara programou. A Academia forneceu os materiais bibliográficos, para representar a obra e os feitos do homenageado, assim como participou, juntamente com seus acadêmicos, dos eventos e da edição das publicações. O pernambucano Joaquim A 128 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS Presidente da casa e Michel Temer, representante da Câmara dos Deputados, nas comemorações dos 100 anos da morte de Joaquim Nabuco. Nabuco, além de diplomata, escritor e acadêmico, também foi deputado federal. E é exatamente esse Nabuco parlamentar, informação passada por Vilaça a Temer, que a Câmara quer lembrar. Olimpíada da Língua Portuguesa é Lançada na ABL Março de 2010 o dia 2 de março, foi lançada a Olimpíada da Língua Portuguesa na Academia Brasileira de Letras. Realizada pelo Ministério da Educação, em parceria com a Fundação Itaú Social e o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e N 129 MARCOS VINICIOS VILAÇA Ação Comunitária (Cenpec), a segunda edição do concurso prevê a participação de nove milhões de estudantes da educação básica pública no concurso, que premia alunos e professores. As adesões de secretarias de Educação e inscrições de professores podem ser feitas até 14 de maio. A expectativa do Ministério da Educação é alcançar 80 mil escolas e receber inscrições de 300 mil professores. e-book Março de 2010 O Presidente Marcos Vinicios Vilaça distribuiu a 20 acadêmicos um e-book. ABL realiza Encontro da Lusofonia em defesa da consolidação definitiva do Acordo Ortográfico na Língua Portuguesa Março de 2010 Academia Brasileira de Letras convidou três dos mais destacados especialistas em Língua Portuguesa para tratarem do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa no Encontro da Lusofonia, sob a coordenação do Professor e Acadêmico Evanildo Bechara, responsável pelo setor de lexicografia e lexicologia. A 130 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS Encontro sobre o Acordo Ortográfico na Língua Portuguesa Comemoração do Bicentenário de Nascimento de Chopin Abre a Série Música de Câmara na ABL Março de 2010 Academia Brasileira de Letras para o início da série Música de Câmara na ABL, convidou a pianista Mirian Ramos, comemorando o bicentenário de nascimento do compositor Chopin, realizado no dia 26 de março, no Teatro R. Magalhães Jr. A 131 MARCOS VINICIOS VILAÇA Presidentes da ABL e da Fundação Alexandre de Gusmão Assinam Termo de Cooperação para Promoção de Atividades no Exterior Março de 2010 s Presidentes da Academia Brasileira de Letras, Marcos Vinicios Vilaça, e da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), Embaixador Jerônimo Moscardo, assinaram no dia 30 de março, o Termo de Cooperação Técnica, que tem por objetivo estabelecer cooperação mútua para promoção de atividades de natureza cultural, acadêmica e pedagógica sobre temas de interesse comum no campo da difusão das relações internacionais. O Academia Brasileira de Letras Participa da Inauguração da Biblioteca Parque Manguinhos Abril de 2010 Academia Brasileira de Letras é a patrona da Biblioteca Parque de Manguinhos, inaugurada na quinta-feira, dia 29 de abril, com a presença de seu Presidente, o Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça. A 132 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS Inauguração da Biblioteca Parque Manguinhos Comemoração da Centésima Edição do Livro Menino de Engenho, de José Lins do Rego, Acontece na ABL Maio de 2010 Academia Brasileira de Letras e a Editora José Olympio realizaram evento comemorativo da centésima edição do livro Menino de Engenho, de José Lins do Rego, que foi realizado no dia 20 de maio, às 17h 30min, na Sala José de Alencar. A 133 MARCOS VINICIOS VILAÇA Comemoração da Centésima Edição do Livro Menino de Engenho ABL Celebra o Centenário de Nascimento de Tancredo Neves com Sessão Especial Março de 2010 Governador de Minas Gerais, Aécio Neves, participou no dia 23 de março da mesa-redonda em homenagem ao centenário de nascimento de Tancredo Neves, seu avô e membro da Academia Mineira de Letras (AML). O 134 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS Centenário de Nascimento de Tancredo Neves. Fernando Henrique abre o Ciclo de Conferências Sobre o Centenário de Morte de Joaquim Nabuco na ABL Março de 2010 Presidente da Academia Brasileira de Letras Marcos Vilaça teve a honra de convidar para a abertura do Ciclo de Conferências do Ano Cultural Joaquim Nabuco, com palestra do Professor Fernando Henrique Cardoso, que foi realizada no dia 18 de março, no Teatro R. Magalhães Jr. O 135 MARCOS VINICIOS VILAÇA Centenário de Morte de Joaquim Nabuco. ABL Recebe Doação Julho de 2010 Senhora Ruth Stern, viúva do fundador da H. Stern, ofereceu à Biblioteca Lúcio de Mendonça, por intermédio do Acadêmico Arnaldo Niskier, o livro Contos Possíveis, de Artur Azevedo, editado pela Livraria Garnier, em 1908. A publicação original foi em 1889. Trata-se de obra rara, que enriquecerá o acervo da ABL A 136 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS ABL Entrega Prêmios aos Ganhadores do Concurso de Microcontos Agosto de 2010 Academia Brasileira de Letras realizou no dia 26 de agosto, a entrega dos prêmios aos ganhadores do concurso de Microcontos do Abletras, o Twitter da ABL. A premiação aconteceu durante o Chá dos Acadêmicos, no Petit Trianon. O presidente da ABL, Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, disse que o número de jovens inscritos superou em muito qualquer expectativa da ABL e da Comissão Julgadora: “Está plenamente justificada a iniciativa da ABL em se abrir para as novas tecnologias em favor da literatura brasileira. O interesse demonstrado pelos participantes também confirma A 137 MARCOS VINICIOS VILAÇA isso. O concurso aproximou ainda mais a tradição acadêmica da sociedade. A qualidade dos trabalhos foi ótima, assim como a participação de muitos jovens autores”. Este concurso teve destaque internacional com a matéria do Jornal El País.com falando da iniciativa da Academia em promover o concurso, unindo-se a opiniões de profissionais das letras, como as do professor de Estética e Semiótica da Universidade do Rio de Janeiro, Latuf Isaias Mucci; da escritora e diretora do Editorial Manati, Bia Hetzel; da professora de Literatura do Rio, Maria Clara Maia; e da escritora Roseane Murray. 138 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS ABL Lança Projeto “Circulando Cultura”, uma Parceria com o Rio Ônibus Agosto de 2010 Academia Brasileira de Letras lançou oficialmente no dia 20 de agosto, às 13h, no Petit Trianon, o projeto “Circulando Cultura”, uma parceria entre a ABL e o Rio Ônibus, que levará as obras de autores consagrados da língua brasileira, como Castro Alves, Olavo Bilac, Gonçalves Dias, Gregório de Matos e Carlos Drummond de Andrade para dentro dos ônibus do Rio de Janeiro, possibilitando uma viagem mais agradável pela cidade e estimulando o acesso à cultura. A 139 MARCOS VINICIOS VILAÇA Aula-Espetáculo com Antonio Nóbrega Aconteceu na ABL Setembro de 2010 Academia Brasileira de Letras convidou para a aula-espetáculo “Uma linguagem brasileira de dança”, com a presença do instrumentista, cantor e dançarino Antonio Nóbrega. Com participação de Maria Eugênia Almeida e Marina Abib, o evento foi realizado no dia 24 de setembro, às 18h 30min, no Teatro R. Magalhães Jr., com entrada franca e transmissão ao vivo pelo Portal da ABL. A 140 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS ABL Manifesta Alegria pela Concessão do Prêmio Nobel de Literatura 2010 a Mario Vargas Llosa Outubro de 2010 m nota distribuída na tarde do dia 7 de outubro, o Presidente da Academia Brasileira de Letras, Marcos Vinicios Vilaça, manifestou a alegria da instituição pela escolha do escritor peruano Mario Vargas Llosa na concessão do Prêmio Nobel de Literatura de 2010. E ABL Implanta Bibliotecas de Apoio à Inclusão Social nas Comunidades Pacificadas Outubro de 2010 Presidente da Academia Brasileira de Letras, Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, e o Diretor-Geral do Sistema FIRJAN, Augusto Franco Aguiar, assinaram na tarde de 22 de outubro, na sede da ABL, um convênio com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), que implantará bibliotecas de apoio à inclusão social nas comunidades pacificadas pela polícia. O 141 MARCOS VINICIOS VILAÇA Convênio com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro ( FIRJAN) Busto de Alexandre de Gusmão, Patrono da Cadeira n.º 1 do Quadro de Sócio Correspondente, é Inaugurado na ABL Outubro de 2010 busto em bronze de Alexandre de Gusmão, Patrono da Cadeira n.º 1 do Quadro de Sócio Correspondente, doado à ABL pelo Embaixador Jerônimo Moscardo, presidente da Fundação Alexandre de Gusmão, vinculada ao Ministério das Relações Exteriores, foi inaugurado na tarde do dia 28 de outubro, em Sessão Acadêmica. O 142 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS ABL Adquire Cristaleira de Carolina e Machado de Assis Outubro de 2010 ma joia de marcenaria do século XIX foi comprada pela Academia Brasileira de Letras. A peça enfeitava a sala de jantar do sobrado do Cosme Velho onde moravam Carolina e Machado de Assis. Depois de longa negociação para adquiri-la o presidente Marcos Vinicios Vilaça diz que o móvel agora ficará no Petit Trianon: “A Academia está muito feliz por ter incorporado esta preciosidade ao patrimônio cultural da nação.” U ABL é Contra a Proibição do Livro Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato, nas Escolas Novembro de 2010 Academia Brasileira de Letras se posicionou à tentativa de censura ao livro Caçadas de Pedrinho, do escritor Monteiro Lobato, pedida pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). A 143 MARCOS VINICIOS VILAÇA Celebrações do “Ano Joaquim Nabuco” em Londres Novembro de 2010 s Acadêmicos José Murilo de Carvalho, Sergio Paulo Rouanet e Ana Maria Machado estiveram em Londres, na primeira semana de novembro, para participarem de uma programação em homenagem a Joaquim Nabuco, promovida pela Academia Brasileira de Letras com apoio da Embaixada do Brasil. O seminário foi organizado pelo Sócio Correspondente Leslie Bethell e se realizou no Instituto para o Estudo das Américas, da Universidade de Londres. O Celebrações do “Ano Joaquim Nabuco” no Exterior Encerram-se em Washington Novembro de 2010 ob coordenação do Presidente Marcos Vinicios Vilaça, a Academia Brasileira de Letras encerrou nos Estados Unidos, as celebrações internacionais do “Ano Joaquim Nabuco”, com jornada de conferências em Washington (na Biblioteca do Congresso norte-americano – Thomas Jefferson, members room) e em Nova York (no Brazilian Endowment for the Arts). “Joaquim Nabuco: his time and his legacy” foi o tema abordado. S 144 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS O Presidente Marcos Vinicios Vilaça foi o moderador e um dos palestrantes. Participaram dos eventos nos EUA, como conferencistas, os acadêmicos Geraldo Holanda Cavalcanti e Ivo Pitanguy, o embaixador do Brasil em Washington, Mauro Vieira, o presidente da Biblioteca do Congresso norte-americano, James Billington, o professor Leslie Bethell, sócio correspondente da ABL, o professor David K. Jackson, da universidade de Yale, e o deputado pernambucano Maurício Rands. O Presidente Marcos Vinicios Vilaça afirmou: Os encontros na Europa e nos EUA finalizaram no mais alto nível a série de celebrações que começamos em meados do ano, tornando viva a memória de um dos mais eminentes brasileiros. Promovemos, em ciclos de conferências na Itália, França, Inglaterra, Portugal, Espanha e Estados Unidos, reedições de algumas de suas obras. Buscamos ampliar no mundo inteiro o conhecimento de seu trabalho, um ideário que se mostrou em livros, em tribunas e comícios de rua, em cátedras no estrangeiro, nas mesas de negociação internacional, no debate parlamentar, nas páginas de jornal. 145 MARCOS VINICIOS VILAÇA ABL Intensifica Intercâmbio com Outros Países Novembro de 2010 Academia Brasileira de Letras, convidada por instituições, universidades e entidades culturais e literárias, intensifica a participação de seus Acadêmicos em palestras e intercâmbio com outros países. A iniciativa de acentuar a presença da ABL no mundo acadêmico internacional foi do Presidente Marcos Vilaça, que, inclusive, na companhia de outros Acadêmicos, viajou em 12 de novembro para a Europa, seguindo depois para os Estados Unidos. A 146 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS Solenidade da Posse da Diretoria para o Exercício de 2011 Aconteceu na ABL Dezembro 2010 Academia Brasileira de Letras realizou no dia 16 de dezembro, a solenidade da posse da Diretoria para o exercício de 2011, assim constituída: A Presidente – Marcos Vinicios Vilaça Secretária-Geral – Ana Maria Machado Primeiro-Secretário – Domício Proença Filho Segundo-Secretário – Murilo Melo Filho Tesoureiro – Geraldo Holanda Cavalcanti O Presidente Marcos Vilaça foi eleito por unanimidade, recebendo 37 votos, uma abstenção por motivo de doença e um voto em branco do próprio candidato eleito. O Acadêmico administrará a Casa por mais um ano, depois de presidir a instituição em 2006, 2007 e 2010. Após a eleição, o Presidente Marcos Vinicios Vilaça disse que lutará em 2011 para dar prosseguimento à tarefa de se ampliar os trajetos da Academia, no sentido de torná-la ainda mais vista e ouvida. Vilaça falou também sobre os novos tempos que pretende para a ABL: “A Academia não foi feita para entesourar cultura, mas para socializá-la. Sem perdemos de vista o culto à tradição e à excelência, investiremos ainda mais fortemente na busca da modernização de nossas atividades. Continuaremos aprendendo com Machado, parodiando o conceito 147 MARCOS VINICIOS VILAÇA do Mestre de que nem tudo se faz somente com o patrimônio dos antigos, nem tudo se faz com os haveres do moderno, mas com os dois constrói-se começar comum”. Nesta gestão, Marcos Vilaça se destacou pela sua forte adesão às novas tecnologias da informação, como o lançamento do Twitter; da distribuição de e-books entre os acadêmicos; do sistema de E-mail Marketing, que contribui com a divulgação dos eventos que a Casa promove via correio eletrônico; do lançamento do site Joaquim Nabuco, em homenagem ao ano do grande abolicionista e diplomata brasileiro; além das programações culturais, compostas por conferências; pelo “Seminário Brasil, brasis”, que busca debater temas da atualidade; mesas-redondas, homenageando grandes efemérides da literatura, dentre outros eventos, sempre abertos ao público. 148 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS Nabuco Dezembro de 2010 o dia 6 de dezembro, no Recife, os Acadêmicos Marcos Vinicios Vilaça e Arnaldo Niskier representaram a Academia Brasileira de Letras no Seminário “Joaquim Nabuco e a Modernidade”. N ABL e Prefeitura do Rio Inauguram Estátua de Joaquim Nabuco Março 2011 Academia Brasileira de Letras, em parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro, inaugurou no dia 17 de março, às 15h, uma estátua de bronze de Joaquim Nabuco, confeccionada pelo escultor Otto Dumovich. Segundo o Acadêmico e Presidente Marcos Vilaça, “a ABL está agradecida ao operoso prefeito Eduardo Paes e ao seu excepcionalmente competente secretário Carlos Osório pelo presente que nos deu, enriquecendo a paisagem da estatuária das ruas do Rio com a imagem de Nabuco. São ambos administradores atentos a descobertas e ressignificações da paisagem humana da cidade". A estátua do diplomata e abolicionista brasileiro, Joaquim Nabuco, fica localizada entre as ruas Santa Luzia, Presidente Wilson e Presidente A 149 MARCOS VINICIOS VILAÇA Antonio Carlos, no Centro do Rio, próxima à estátua de Manuel Bandeira. A festa de inauguração em homenagem ao ilustre pernambucano teve a participação da Orquestra Céu na Terra, que executará danças e números de frevo e maracatu. A escultura em bronze tem 1,90m de altura e pesa 220 quilos. A estátua é uma representação de Joaquim Nabuco andando e apontando, com orgulho, para o chão pertencente à ABL, da qual foi um dos fundadores. Otto Dumovich, autor da peça, explica que o estilo da obra é clássico, com um toque de barroco na torção de tronco do abolicionista. Nabuco faz companhia à escultura de Manual Bandeira, que enfeita a praça desde 2007. 150 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS Feira de Bolonha e Salão do Livro de Paris Março 2011 o período de 27 a 31 de março, realizou-se na Itália a tradicional Feira Internacional do Livro de Bolonha. Entre os escritores brasileiros presentes destacam-se o Acadêmico Arnaldo Niskier, a Acadêmica Ana Maia Machado e o Acadêmico João Ubaldo Ribeiro. Antes, eles foram ao Salão do Livro de Paris. N 151 MARCOS VINICIOS VILAÇA ABL Celebra os 110 Anos de Nascimento de José Lins do Rego e Realiza Homenagem ao Clube de Regatas do Flamengo Abril de 2011 Academia Brasileira de Letras homenageou no dia 11 de abril, às 13h, durante a Merenda Acadêmica no Petit Trianon, José Lins do Rego, considerado o mais rubro-negro dos escritores. A Merenda reunirá Acadêmicos e beneméritos do Flamengo, como da presidente Patrícia Amorim, do técnico Vandelei Luxemburgo e do jogador Ronaldinho Gaúcho, em uma homenagem ao Clube de Regadas do Flamengo. O Acadêmico e Presidente da ABL Marcos Vilaça entregou a “Medalha Joaquim Nabuco” aos homenageados e a Charanga de Jaime de Almeida, que animou a torcida desde os tempos dos grandes clássicos na Gávea, tocou no pátio da ABL para animar o almoço. “Zé Lins deixou uma obra que marcou definitivamente a literatura brasileira, inscrevendo-se entre os clássicos do ciclo nordestino. Ele foi mesmo um Acadêmico de duas paixões: Literatura e futebol. Deixou um livro de crônicas totalmente dedicado ao Flamengo”, disse Vilaça. Para todo rubro-negro, o Flamengo é imortal. Assim a presidente Patrícia Amorim agradeceu, em nome do clube, a homenagem feita pela Academia Brasileira de Letras, no início da tarde segunda-feira, ao ilustre torcedor e imortal José Lins do Rego, que completaria 110 anos em 2011. O técnico Vanderlei Luxemburgo e o craque Ronaldinho Gaúcho compareceram ao evento, na sede da ABL, e entregaram uma camisa per- A 152 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS sonalidada com o nome de José Lins do Rego ao presidente da Academia, o imortal Marcos Vilaça, que, bem-humorado, se recusou a vestir a camisa. – Essa camisa é para o José Lins. Vai ficar no nosso Centro de Memória. Não vou vestir, não – brincou Vilaça, torcedor do Fluminense. O clima descontraído tomou conta da homenagem. Durante a leitura de uma crônica de José Lins do Rego de 1954, comemorativa à conquista do bicampeonato carioca, o alvo foi o Vasco da Gama. A presidente Patrícia Amorim, que lia a crônica, não se conteve na parte que dizia “lá embaixo recolhia-se o Vasco”. – Estão vendo? É desde aquela época – brincou Patrícia. A dirigente, que estava acompanhada de beneméritos do clube, apresentou o craque rubro-negro a Marcos Vilaça como Ronaldinho Carioca. – Este aqui é o Ronaldo Assis Moreira, ex-gaúcho, agora Ronaldinho Carioca. Marcos Villaça e Ronaldinho. 153 MARCOS VINICIOS VILAÇA Jornal do Brasil – 120 Anos Abril de 2011 cademia Brasileira de Letras foi o local escolhido para a cerimônia solene dos 120 anos do Jornal do Brasil. Endereço mais que apropriado, já que, provavelmente, nenhum periódico brasileiro teve entre seus colaboradores tantos acadêmicos, a começar por seu fundador Joaquim Nabuco (ao lado do político baiano Rodolfo Dantas), que dois anos mais tarde passaria o “bastão” de redator chefe para o, também imortal, Ruy Barbosa. A atuação do Jornal do Brasil como veículo defensor da democracia e instrumento de garantia da liberdade de expressão, principalmente nos tempos da ditadura, foi lembrada por praticamente todos os homenageados, assim como a cumplicidade entre o JB e a Academia Brasileira de Letras, parceiros centenários de lutas, desafios e realizações. A histórica empatia entre o jornal e a Academia foi citada tanto pela presidente do JB, Ângela Moreira, quanto pelo acadêmico Marcos Vilaça, que preside a ABL. A 154 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS ABL Estabelece Comissão Organizadora das Comemorações do Centenário de Jorge Amado Maio de 2011 Academia Brasileira de Letras, sob a presidência do Acadêmico Marcos Vilaça, no uso de suas atribuições, estabeleceu a Comissão Organizadora das Comemorações do Centenário de Jorge Amado, compostas pelos Acadêmicos Ana Maria Machado (presidente da Comissão), Alberto da Costa e Silva, Alfredo Bosi, Domício Proença Filho, Geraldo Holanda Cavalcanti e João Ubaldo Ribeiro. A ABL Cria Comissão para as Comemorações do Centenário de Morte do Barão do Rio Branco Maio de 2011 Academia Brasileira de Letras, sob a presidência do Acadêmico Marcos Vilaça, no uso de suas atribuições, criou a Comissão Organizadora das Comemorações do Centenário de morte do Barão do Rio Branco, sob a presidência do Acadêmico Alberto da Costa e Silva. Os Acadêmicos Alberto Venancio Filho, Celso Lafer, Geraldo Holanda Cavalcanti, José Murilo de Carvalho e Sergio Paulo Rouanet fazem parte da Comissão. A 155 MARCOS VINICIOS VILAÇA Vacinação Maio de 2011 oacyr Scliar em seu artigo “Vacinar faz bem” no jornal Zero Hora (RS) de 13 de fevereiro de 2010 dizia: “Por incrível que pareça, há gente que é contra vacinas, pelos motivos mais variados. Já no final do século XVIII, quando o médico inglês Edward Jenner começou a vacinar contra a varíola, um teólogo escreveu um sermão intitulado ‘A perigosa e pecaminosa prática da vacinação’. Argumentava que a doença era um castigo divino e que evitá-la era ‘coisa do demônio’. No século XIX foi fundada, nos Estados Unidos, uma Sociedade Antivacinação. E no começo do século XX estourou no Rio a Revolta da Vacina. Mas quando se faz o cálculo das vidas salvas pela imunização vê-se que os benefícios ultrapassam de forma esmagadora esses eventuais custos e problemas”. M Vacinação 156 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS Com esse pensamento o Presidente Marcos Vinicios Vilaça, abriu as portas do Petit Trainon na ABL e demonstrou que a “vacina é necessária. Com ou sem discussão a respeito”. “O Cangaço e a Literatura” Maio de 2011 pátio da Academia recebeu repentistas, violeiros, declamadores e poetas de cordel, que ilustraram o seminário antes das palestras. O evento, patrocinado pelo Bradesco, foi realizado no dia 26 de maio, às 17h 30min, no Teatro R. Magalhães Jr. O “O Cangaço e a Literatura” 157 MARCOS VINICIOS VILAÇA Maratona Escolar Érico Veríssimo é Lançada na ABL Julho de 2011 Academia Brasileira de Letras promoveu o lançamento da Maratona Escolar Érico Veríssimo, um concurso de redação destinado aos alunos da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro. O evento foi uma parceria da ABL com a Secretaria Municipal de Educação e contará com as presenças dos Acadêmicos Arnaldo Niskier e Carlos Nejar, e da Secretária de Educação Claudia Costin. A Maratona Escolar Érico Veríssimo foi realizada no dia 12 de julho, a partir das 10h, no Teatro R. Magalhães Jr., com transmissão ao vivo pelo Portal da ABL. A Maratona Escolar Érico Veríssimo 158 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS Acadêmico e Presidente da ABL Marcos Vilaça Concede Entrevista ao Programa Globo News em Pauta Julho de 2011 Acadêmico e Presidente da ABL Marcos Vinicios Vilaça concedeu no dia 20 de julho, a partir das 20h30min, uma entrevista ao programa Globo News em Pauta, na qual falou sobre o aniversário da Academia Brasileira de Letras, que comemorou seus 114 anos de existência. Globo News em Pauta é um telejornal diário, com comentaristas que aprofundam as notícias do dia, com um convidado no estúdio. Destaque para política, cenário internacional e cultura. O Acadêmico e Presidente da ABL Marcos Vilaça Exalta no Peru Ação de Joaquim Nabuco em Favor do Pan-americanismo Julho de 2011 Acadêmico e Presidente da Academia Brasileira de Letras Marcos Vinicios Vilaça, em visita à Feira do Livro do Peru, exaltou a ação do Acadêmico Joaquim Nabuco, embaixador e um dos fundadores da ABL, em favor do Pan-americanismo. O presidente respondeu também O 159 MARCOS VINICIOS VILAÇA a muitas perguntas da plateia sobre os programas e as atividades da Academia. No dia 25 de julho, Marcos Vilaça visitou a Academia Peruana de Letras e conversou com o presidente da Casa sobre a melhor forma de fazerem um acordo cultural entre as duas instituições. O acadêmico esteve também reunido com a diretoria do Centro Cultural do Brasil, mantido pela Embaixada do Brasil naquele país. Em todas as visitas, esteve acompanhado do Embaixador Carlos Alfredo Lazary Teixeira. Constatou, ainda, o prestígio dos escritores brasileiros entre os intelectuais peruanos, com destaque para Rubem Fonseca e Nélida Piñon. Acadêmico e Presidente da ABL Marcos Vilaça Integra a Comissão de Honra dos 80 Anos da AIP Julho de 2011 Acadêmico e Presidente da Academia Brasileira de Letras Marcos Vilaça foi convidado a instituir a Comissão de Honra dos 80 anos da Associação da Imprensa de Pernambuco (AIP), celebrado em setembro, com a realização do 15.º Encontro Nacional das Associações de Imprensa (ENAI). A Comissão será coordenada pelo jornalista Luiz Felipe Moura. A programação do evento contou com a publicação do selo dos 80 anos da Associação e palestras do ministro Gilmar Mendes, da senadora Ana Amélia, dos jornalistas Claudio Humberto, Luiz Carlos Prates, entre outros. O 160 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS Inscrições para o Prêmio ABL/CFN “Rachel de Queiroz – Fuzileiros Navais” 2011 Agosto de 2011 Academia Brasileira de Letras informou que a partir do dia 8 de agosto estavam abertas as inscrições para o IV Concurso de Crônicas – Prêmio ABL/CFN “Rachel de Queiroz – Fuzileiros Navais”, tendo como tema “O Corpo de Fuzileiros Navais e a Ação Social Comunitária”. O concurso é promovido pela ABL em conjunto com o Corpo de Fuzileiros Navais e tem por objetivo estimular o interesse pela Língua Portuguesa e pela carreira naval, bem como difundir a noção de Ação Social Comunitária, através da participação dos estudantes brasileiros que cursam o 8.º e 9.º ano do Ensino Fundamental, com o apoio de um Professor Orientador. A premiação do trabalho vencedor será: um notebook para o aluno e outro para o Professor Orientador; um computador completo (gabinete, teclado, mouse e monitor) para a escola onde o referido aluno estiver matriculado; e a publicação de sua crônica em um dos periódicos do CFN. Além disso, os 10 (dez) melhores trabalhos receberão um diploma emitido pela ABL/CFN, tanto o aluno participante, quanto seu Professor Orientador. A 161 MARCOS VINICIOS VILAÇA Antonio Patriota Sugere Promoção Cultural do Brasil nos Países da América do Sul Agosto de 2011 Ministro das Relações Exteriores, Embaixador Antonio Patriota, propôs ao Presidente da Academia Brasileira de Letras, Marcos Vinicios Vilaça, que o Itamaraty e a ABL coordenem ações visando ao incremento da presença cultural do Brasil – especialmente nos campos da Literatura e da língua portuguesa – nos países da América do Sul, por intermédio da atuação dos Centros de Estudos Brasileiros. A sugestão foi feita durante a conferência do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Melo, realizada na última sexta-feira (dia 5 de agosto), na qual a Academia celebrou o centenário de nascimento de San Tiago Dantas. Lembrando a destacada atuação de San Tiago Dantas em favor dos ideais do pan-americanismo, Antonio Patriota – que presidiu à mesa – lembrou que “por onde passou, aquele destacado jurista, político, professor, tornou-se referência do pensamento moderno e independente”. Afirmou que, em muitos aspectos, as linhas da política externa postas em prática pelo Brasil nos últimos anos encontram seus fundamentos na ação de San Tiago Dantas, quatro décadas atrás. A sessão do dia 5, parte das celebrações do centenário de nascimento de San Tiago Dantas, foi realizada no Salão Nobre do Petit Trianon, para uma plateia de acadêmicos, personalidades do mundo jurídico, político e cultural. A conferência foi feita pelo Ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, sendo presidida pelo Ministro Antônio Patriota e O 162 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS Marcos Vinicios Vilaça e Antonio Patriota. coordenada pelo Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça. O Acadêmico Geraldo Holanda Cavalcanti foi o responsável pela iniciativa da homenagem. Marco Aurélio Mello, a certa altura de sua palestra, lembrou que, “em 1964, no discurso de recebimento do prêmio ‘Homem de Visão’, conferido pela revista Visão, San Tiago revelou profunda sensibilidade ao reconhecer que a consolidação da democracia brasileira dependia – como ainda acontece nos dias atuais – de fortes avanços no campo social. Defendeu que o crescimento econômico do país não levaria ao desenvolvimento, porque restringia-se à pequena parcela da população. Disse ser insuficiente ‘fazer o bolo crescer, para depois dividir!, como propalaria posteriormente a propaganda dos governos militares. Fez-se arauto da reforma agrária que transformasse o Brasil de país feudal em capitalista’”. 163 MARCOS VINICIOS VILAÇA ABL Faz Doação de Livros para a Biblioteca do Morro Santa Marta Setembro de 2011 presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouveia Vieira, ao lado do Secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame e da Secretária-Geral da Academia Brasileira de Letras, Ana Maria Machado, inaugurou nesta quinta-feira, 1.º de setembro, uma biblioteca no Morro Santa Marta. A iniciativa é uma realização da FIRJAN e do SESI, como parte do projeto Indústria do Conhecimento, uma parceria com a ABL, a Prefeitura e o governo do estado. O Secretário José Mariano Beltrame frisou que esse tipo de iniciativa é justamente o que ele espera da sociedade, após o trabalho de segurança e da instalação das UPPs. O 164 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS A ABL fez uma doação de livros para complementar o acervo básico e está se dedicando ao desenvolvimento de um projeto de capacitação de mediadores de leitura que possam agir nesses núcleos, preparando pessoal da própria comunidade. Na ocasião, crianças moradoras do local assistiram à apresentação de teatro de marionetes baseado em livros infantis e ficaram conhecendo as dependências da nova biblioteca, que passa a funcionar no Polo de Inclusão Social Padre Velloso, em Botafogo, no sopé do Morro Santa Marta. Retrato de Julio Piroh Setembro de 2011 O Presidente Marcos Vinicios Vilaça foi presenteado com um retrato seu feito pelo artista plástico Julio Piroh. 165 MARCOS VINICIOS VILAÇA Escola SENAI Outubro de 2011 residente da ABL Marcos Vinicios Vilaça foi convidado para participar da Cerimônia de designação da escola SENAI “José Ephim Mindlin” de Barueri. A Escola SENAI especializa, qualifica e habilita profissionais com metodologia específica e tecnologia avançadas em modernos laboratórios. P ABL e Itamaraty Lançam Concurso de Redação em Homenagem ao Barão do Rio Branco Outubro de 2011 Academia Brasileira de Letras e o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), por intermédio da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag) lançaram o “Concurso de Redação Barão do Rio Branco – 100 Anos”, que se insere na celebração do primeiro centenário da morte de José Maria da Silva Paranhos Júnior, Barão do Rio Branco, que ocorrerá em 10 de fevereiro do próximo ano. Puderam ser inscritos alunos do 1.o ao 3.o ano do Ensino Médio, regularmente matriculados em escola reconhecida. A redação visa avaliar a capacidade de expressão escrita e o conhecimento dos estudantes sobre a vida e a obra de Rio Branco, Patrono da Diplomacia Brasileira. A 166 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS ABL Envia Mensagem ao Ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva Outubro de 2011 ssinada pelo Presidente Marcos Vinicios Vilaça, a ABL divulgou a seguinte mensagem, endereçada ao ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva: A A Academia Brasileira de Letras dirige-se não apenas ao ex-Chefe do Estado brasileiro, mas ao verdadeiro amigo da instituição para, da forma mais significante possível, manifestar-lhe confiança em sua plena recuperação. Atenciosamente. Marcos Vinicios VilaçaPresidente. O ex-Presidente Lula esteve na ABL em setembro de 2008 para assinar os decretos de promulgação do Acordo Ortográfico dos Países de Língua Portuguesa. 167 MARCOS VINICIOS VILAÇA Dia D – 31 de Outubro Novembro de 2011 ABL comemorou o nascimento do grande poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade. Acadêmicos José Murilo de Carvalho, Ivan Junqueira e Antonio Carlos Secchin. 168 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS Doação de Acervo Novembro de 2011 Doação de Sra Márcia Vecchio Machado da Silva. Três obras literárias de Dinah Silveira de Queiroz: A Muralha, Margarida La Rocque e Floradas na Serra Luiz Canabrava Minas, 1954 óleo sobre tela 1,60x2,20 m 169 MARCOS VINICIOS VILAÇA Doação de Retrato Novembro de 2011 Doação da Sra Márcia Vecchio Machado da Silva. Retrato de Dinah Silveira de Queiroz, 1954 Dimitri Ismailovitch óleo sobre tela 1,60x2,20 cm 170 AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS Presidente da ABL Falou na Fliporto sobre “Gilberto Freyre, Quase na Intimidade” Novembro de 2011 Presidente da ABL, Marcos Vinicios Vilaça, esteve na Fliporto, em Olinda, no dia 12 de novembro, para uma conversa com José Paulo Cavalcanti Filho sobre “Gilberto Freyre, quase na intimidade”. A VII Festa Literária Internacional de Pernambuco – Fliporto deste ano aconteceu entre os dias 11 e 15 de novembro, em Olinda, e homenageou o sociólogo pernambucano Gilberto Freyre. O 171 S E S S Ã O DA SAUDADE SESSÃO DA SAUDADE hábito inarredável da Academia Brasileira de Letras cultuar a memória dos antepassados, oferecendo-lhes a sublime oportunidade de se tornarem imortais, ainda que seus corpos tenham perecido. Quando falece um confrade, os acadêmicos se reúnem na Sessão da Saudade para iniciar o processo de eternização do companheiro morto. O Presidente, na condição de porta-voz da instituição, oficializa e inaugura essas sessões. Assim, nas próximas páginas, o leitor poderá emocionar-se com as palavras comovidas do Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, pronunciadas em decorrência do falecimento de alguns confrades no biênio 2010-2011. É 175 MARCOS VINICIOS VILAÇA Adeus a José Mindlin Academia agradece as distintas presenças das senhoras Pena, Moutinho e Van Steen, que deram a honra de suas presenças nesta Sessão. A Academia também registra, de certa forma até um pouco emocionada, a presença de Cleonice Berardinelli, creio que pela primeira vez em sessão da Casa. Eu, claro que não tenho nada a acrescentar de categórico ao que foi dito, mas não me furto a uns dois depoimentos pessoais, a uns dois ou três pequenos depoimentos de circunstância. Um deles é o convite que fizemos, Evanildo Bechara e eu, na inauguração do Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, para que Mindlin examinasse a conveniência e a possibilidade de se candidatar à Academia. Estávamos juntos, o Bechara e eu, nessa ocasião, em representação da Academia. E outro é a que ontem ouvi, de um ex-diretor da CACEX, aquele episódio que foi lembrado pelo Alberto Venancio, que ele leu Balzac todinho nas antessalas lá, desse senhor. Só que o senhor elogiou muito o Mindlin, mas não contou aquilo que nós conhecemos como “chá de cadeira”, que ele deu ao Mindlin. O terceiro episódio é um episódio que me toca muito. Foi tão bonito, e eu não sei contar. Mas foi muito bonito como Guita e Mindlin se beijaram no Casarão de Athayde, na festa em que se comemorava a eleição dele. Foi tão bonito que eu pedi que repetissem e pedi que o fotógrafo Richam, que era na época o fotógrafo da Casa, fizesse a série de fotos. E aquilo foi tão descabido da minha parte, eu digo: “Faz de novo!” Até que a foto ficou boa. Foi tão bonito! A foto é tão bonita, e também passou uma emoção tão grande a exemplaridade desse gesto do casal. Depois mandei as fotos para eles. Felizmente que Guita viu as fotos. E isso tudo me faz o contraponto, A 176 SESSÃO DA SAUDADE com a tristeza de Mindlin, de não tê-la no momento da sua posse. Ele disse a mim, naquela noite, em que tomou posse, que estava faltando algo essencial para a sua alegria. E era verdade. Essas são anotações, assim, a latere, que quero deixar consignadas, desse homem que foi um brasileiro do século XX, que escreveu seu nome, e o homem que incorporou à riqueza nacional um patrimônio extraordinário de livros brasileiros, de livros estrangeiros, que trouxe para que ficassem aqui com o Brasil. Uma coisa importante, muito importante. E ele que exportou peças de indústria, importou definitivamente cultura para o Brasil. A Academia se reúne amanhã, para a Sessão Ordinária, e a gente espera a presença de todos. E mais uma vez, confiamos uma missão a Celso Lafer, a de dizer à Família Mindlin que tomamos boa nota da representação que ele, Celso Lafer fez, aqui de toda a família, junto à Academia. 177 MARCOS VINICIOS VILAÇA Adeus a Pe. Ávila omunico que, há mais de um mês, o Acadêmico Geraldo Holanda Cavalcanti agendou com a Diretoria da Casa a visita, para este dia, do Secretário-Geral da União Latino-Americana. Lamento a necessidade de ausentar-se da Sessão, assim como do Acadêmico Geraldo Holanda Cavalcanti, pois gostaríamos de acompanhar toda a homenagem da Academia ao Padre Ávila. Acrescento uma palavra lateral, sobre a emoção que testemunhei em Alberto Venancio Filho. Digo ter sido a emoção que vi, muitas vezes, no Padre Ávila em relação a alguns temas e a algumas pessoas, ao longo do tempo em que convivi com ele. Isso me impressionou muito, Alberto Venancio, porque legitimou, com suas lágrimas viris, as lágrimas que eu vi caírem aqui dos olhos do Padre Ávila. Também quero dizer que a primeira referência que eu tenho do Padre Ávila, eu a recebi no Colégio Nóbrega, no Recife, dos seus colegas da Companhia de Jesus, que já àquela época diziam para o menino que eu já fui, diziam para o menino de então, quem era este padre brasileiro de expressão universal, o Padre Ávila. E isso me ficou. Não imaginava eu que, mais tarde, iria também dar o meu contributo ao seu ingresso nessa Casa. E foi sempre com uma grande alegria que eu pude abençoá-lo. Eu chegava ao Padre Ávila, Venancio deve ter testemunhado isto aqui, juntinho, eu chegava junto dele e o abençoava “Deus o abençoe, Padre Ávila”, e ele, “Muito obrigado. Muito obrigado, meu filho.” Ele tinha essa humildade, essa disposição para receber a bênção com a mesma emoção, com o mesmo compromisso com que ele nos abençoava. Essa memória tão bonita que o Padre Ávila deixou para mim eu a guardarei zelosamente. C 178 SESSÃO DA SAUDADE Adeus a Moacyr Scliar meu sentimento é o mesmo da Casa, como um todo, um misto de saudade e de orgulho pelo companheiro que soube combinar admiravelmente a arte do convívio com a amizade. Moacyr Scliar sempre foi um gesto e uma voz da Academia e por onde ele passava, em suas viagens para conferências, simpósios ou cursos, era como se a Academia Brasileira de Letras também ali estivesse. Homenageio a esposa do escritor, Judith e seu filho, Roberto, fotógrafo, referindo-me a ele como uma expressão da dimensão de Moacyr Scliar em compreender outras artes, pois tinha muito orgulho da qualidade das fotos do filho. Moacyr Scliar testemunhou o tempo em que viveu contando histórias, as histórias do imigrante, do garoto, do estudante de Medicina, do médico, do professor, do jornalista, enfim, do homem múltiplo, no seu modo de ser tão singular. Declaro minha fascinação pelos textos do confrade, pelo que ele teve de esmero na construção narrativa e na coerência da sua linguagem. Considero que seu último livro, Eu vos abraço milhões, vem com a inspiração do moço que saiu da região missioneira para o Rio em busca de Astrogildo Pereira, tema que sempre foi recorrente nas conversas que mantinham. Finalizando, lembro das palavras a mais de carinho que recebera do companheiro pelo que lhe tocou fazer, com dedicação, convertendo São Miguel das Missões em Patrimônio Cultural da Humanidade. O 179 MERENDA ACADÊMICA MERENDA ACADÊMICA Academia sempre primou pelo reconhecimento de pessoas (famosas ou não) que contribuíram para a cultura brasileira, e essa admiração confirma-se, por exemplo, na entrega de prêmios, na oferta de medalhas, no convite para merendas e chás acadêmicos, só para citar alguns eventos que comprovam que as portas da ABL estão abertas à sociedade. Com essa disposição à amizade, a Academia, representada no hospitaleiro casal Vilaça, reaviva o sentido elevado que a Antiguidade conferia aos banquetes (curiosamente chamados de “simpósio”, em grego), que reuniam os prazeres da mesa ao gosto da conversação e à discussão inteligente de ideias e de opiniões. A 183 MERENDA 2010 1 2 3 4 1 22 de janeiro: ABL recebe Unidos de Vila Isabel. 2 26 de fevereiro: Almoço com Joel Santana. 3 11 de março: Chá com os professores e alunos da escola SESC. 4 18 de março: Jantar oferecido a Fernando Henrique Cardoso. 184 MERENDA 2010 5 6 7 8 5 22 de março: Almoço para fechar parceria com o Deputado Michel Temer para comemoração do Ano Nabuco. 6 29 de março: Encontro de Lusofonia. 7 16 de abril: Almoço com Elizabeth Savala. 8 29 de abril: Chá dos acadêmicos. 185 MERENDA 2010 9 10 11 12 9 30 de abril: Encontro com amigos. 10 3 de maio: Almoço com a seleção brasileira de vôlei. 11 8 de julho: Chá com a família Seabra Fagundes. 12 3 de agosto: Almoço com a FIRJAN. 186 MERENDA 2010 13 14 15 16 13 20 de agosto: Encontro com o Rio Ônibus. 14 27 de agosto: Almoço com Maitê Proença. 15 23 de setembro: Chá com os acadêmicos. 16 27 de setembro: Merenda com o crítico musical Sergio Cabral. 187 MERENDA 2010 MARCOS VINICIOS VILAÇA 17 18 17 15 de outubro: Encontro entre amigos. 18 3 de novembro: Almoço com personalidades. 19 16 de dezembro: Chá das viúvas e das senhoras dos acadêmicos. 19 188 MERENDA 2011 1 2 3 4 1 16 de março: Encontro com a Igreja Católica. 2 18 de março: Almoço com Fernanda Montenegro. 3 11 de abril: Encontro com representantes do Flamengo. 4 6 de abril: Merenda com Lenine e Edney Silvestre. 5 5 16 de abril: Chá com Milton Nascimento. 189 MERENDA 2011 6 7 8 9 6 5 de maio: Chá com a Revista Zohar. 7 13 de maio: Merenda com Jô Soares. 8 17 de junho: Merenda com amigos. 9 15 de julho: Chá com Ziraldo. 190 MERENDA 2011 10 11 12 13 10 31 de agosto: Almoço com Diogo Nogueira. 11 8 de setembro: Chá com amigos. 12 12 setembro: Merenda com o Ministro Luiz Fux. 13 26 de setembro: Encontro com militares da Marinha do Brasil. 191 MERENDA 2011 MARCOS VINICIOS VILAÇA 14 15 14 21 de outubro: Merenda com o Prefeito Eduardo Paes e com Michel Temer – Presidente Interino do Brasil. 15 3 de novembro: Chá com o escritor Carlos Fuentes. 192 MERENDA 2011 16 16 16 25 de novembro: Banquete à francesa – Cardápios de Olavo Bilac. 193 MERENDA 2011 17 18 17 23 de novembro: Homenagem a Miguel Delibes 18 28 de novembro: Almoço com jornalistas 194 REFORMAS E MODERNIZAÇÕES REFORMAS E MODERNIZAÇÕES empre pautada pela convicção de que a Academia deve modernizar-se sem descaracterizar-se, o Presidente empreendeu uma série de reformas na instituição, conforme o leitor poderá verificar nas páginas seguintes. As modernizações não apenas acertam o passo da Academia com o mundo, afinando-a às inovações tecnológicas, como também incrementam o conforto para todos os frequentadores da Casa, sejam eles acadêmicos ou visitantes. S 197 MARCOS VINICIOS VILAÇA Galeria Oscar Dias Corrêa Dezembro de 2010 F oi inaugurada no dia 7 de dezembro, às 16h 30m, a Galeria Oscar Dias Corrêa que liga o Centro Cultural do Brasil ao Petit Trianon. 198 REFORMAS E MODERNIZAÇÕES Inauguração da Sala Maria Carmen de Oliveira Março 2011 Academia Brasileira homenageou no dia 28 de março a sua mais antiga funcionária, a Sra. Maria Carmen de Oliveira, que a partir de agora nomeia a sala de trabalhos internacionais da Casa. A 199 MARCOS VINICIOS VILAÇA Reforma do Terceiro Andar do Centro Cultural do Brasil Abril 2011 oram inaugurados um refeitório e uma sala de reuniões e promoveu-se a modernização das salas do andar. F Câmeras HD Junho 2011 Setor Audiovisual da Academia Brasileira de Letras passará a contar, agora, com três novas câmeras HD, o que significa um grande aperfeiçoamento na qualidade das imagens ali geradas. O Cobertura do Jardim do Petit Trianon Outubro de 2011 m projeto foi criado para a cobertura do jardim localizado na parte traseira do prédio do Petit Trianon. Uma solução que visou solucionar de maneira elegante e discreta o espaço interno do edifício das intempéries do ambiente exterior. U 200 MEDALHAS, PRÊMIOS E HOMENAGENS MEDALHAS, PRÊMIOS E HOMENAGENS Academia Brasileira de Letras é cônscia de seu papel de legitimadora e de fomentadora da cultura. Entende, assim, que as pessoas que aquilatam nossa cultura devem merecer reconhecimento não apenas intelectual, mas também financeiro, funcionando o capital como um incentivo à continuação a trabalhos de alto nível. Por isso, anualmente, a ABL oferece medalhas e prêmios, julgando nisso consumar seu caráter de animadora cultural. A 203 MARCOS VINICIOS VILAÇA Marcos Vilaça Emociona-se com a Homenagem do Governo do Amazonas a seu Filho Marcantonio Vilaça Fevereiro de 2010 Escola Marcantonio Vilaça II proporcionará a 1.700 crianças estudo com a mais moderna tecnologia didática”, disse Vilaça. O Presidente da Academia Brasileira de Letras, Marcos Vilaça, participou no dia 8 de fevereiro, como convidado do Governo do Estado do Amazonas, das festividades de inauguração da Escola Estadual de Tempo Integral Marcantonio Vilaça, seu filho. Esta foi mais uma das homenagens daquele Estado ao advogado e colecionador pernambucano, também um dos responsáveis pela abertura do mercado internacional para artistas brasileiros. Vilaça disse que a nova escola é uma das mais modernas do Brasil e custou, segundo o governador Eduardo Braga, R$ 12 milhões. Trata-se de um complexo educacional com infraestrutura também para atividades esportivas, artísticas e laboratoriais, além de ser totalmente informatizada. Por ser de tempo integral, permitirá que as 1.700 crianças matriculadas tenham também alimentação. A escola se constitui, ainda, numa proposta piloto que se tornará realidade com a inauguração de mais 15 complexos idênticos em todo o Estado. Um dos objetivos será o de criar também atletas para a Olimpíada de 2016 e infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014. O Amazonas será uma das sedes. “O Governo do Estado do Amazonas decidiu, ainda, que a nova escola liderará anualmente a Semana Machado de Assis, numa homenagem à ABL”, disse Marcos Vilaça. O presidente também foi homenageado pelos integrantes da Academia Amazonense de Letras. “A 204 MEDALHAS, PRÊMIOS E HOMENAGENS Medalhas Fevereiro de 2010 ara simultaneamente agraciar vultos da cultura brasileira e homenagear a memória de acadêmicos já falecidos, o Presidente Marcos Vinicios Vilaça empreendeu a confecção de medalhas comemorativas do nascimento de quatro confrades: Aurélio Buarque de Holanda, Carlos Chagas Filho, Joaquim Nabuco e Rachel de Queiroz. Assim, ele como faz renascer nos homenageados o quilate dos antepassados. P 205 MARCOS VINICIOS VILAÇA Academia Brasileira de Letras Presta Homenagem a Gilberto Freyre em sua Sessão Acadêmica Março de 2010 Academia Brasileira de Letras prestou homenagem ao escritor, sociólogo, antropólogo e jornalista pernambucano Gilberto Freyre na sessão Acadêmica, dia 11, no Salão Nobre do Petit Trianon. A homenagem reverenciou os 110 anos de nascimento do autor de Casa Grande & Senzala. A iniciativa de homenagear Gilberto Freyre partiu do Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, presidente da ABL. O Acadêmico Alberto da Costa e Silva, escritor e diplomata, foi o orador. A ABL Confere “Medalha João Ribeiro” ao Arquiteto Oscar Niemeyer e ao Escultor Francisco Brennand Maio de 2010 Academia Brasileira de Letras decidiu conceder, em sua sessão de quinta-feira passada, dia 13 de maio, a “Medalha João Ribeiro”, sua mais importante comenda, ao arquiteto carioca Oscar Niemeyer e ao escultor pernambucano Francisco Brennand, duas das mais destacadas personalidades culturais do país. A 206 MEDALHAS, PRÊMIOS E HOMENAGENS Oscar Niemeyer e Marcos Vinicios Vilaça Presidente Marcos Vinicios Vilaça Julho de 2010 União Brasileira de Escritores, seção de Pernambuco, por unanimidade dos seus membros, concedeu ao Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça a Ordem do Mérito Literário. A ABL Comemora seu 113.º Aniversário e Entrega os Prêmios Literários de 2010 Julho de 2010 Academia Brasileira de Letras fez a entrega dos prêmios literários de 2010 na sessão comemorativa de seus 113 anos, no dia 20 de julho, às 17h, no Petit Trianon. O “Prêmio Machado de Assis”, o mais importante da Academia, foi entregue ao escritor paraense Benedito Nunes. A 207 MARCOS VINICIOS VILAÇA OS PRÊMIOS Prêmio Machado de Assis (conjunto de obra): Benedito Nunes Ficção: Rodrigo Lacerda, por Outra Vida. Poesia: Ronaldo Costa Fernandes – A Máquina das Mãos. Ensaio, Crítica e História Literária: Luís Costa Lima – O Controle do Imaginário & a Afirmação d o Romance Literatura Infantojuvenil: Angela Lago, por Marginal à Esquerda. Tradução: Milton Lins, pelo conjunto de obras traduzidas. História e Ciências Sociais: Francisco Vidal Luna, Iraci del Nero e Herbert S. Klein, por Escravismo em São Paulo e Minas Gerais Cinema: Susana Amaral, por Hotel Atlântico. Prêmio José Ermírio de Morais: Walnice Nogueira Galvão, por Euclidiano – Ensaios sobre Euclides da Cunha Acadêmico Lêdo Ivo e Ronaldo Costa Fernandes. 208 MEDALHAS, PRÊMIOS E HOMENAGENS IAHGP Aprova Voto de Louvor ao Presidente da ABL, Marcos Vinicios Vilaça Outubro de 2010 Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco (IAHGP) aprovou voto de louvor ao Presidente da ABL, Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, pelo empenho em instituir convênio entre a Academia e a Fundação Biblioteca Nacional, com o objetivo de microfilmar e digitalizar todos os manuscritos existentes sobre Pernambuco, evitando a concentração do acervo no Rio de Janeiro. O Presidente Marcos Vilaça Recebe a Medalha de Ouro Antônio Olinto Outubro de 2010 União Brasileira de Escritores homenageou, dia 22 de outubro, o Acadêmico e Presidente da ABL, Marcos Vilaça, outorgando-lhe a Medalha de Ouro Antônio Olinto. A 209 MARCOS VINICIOS VILAÇA ABL Confere Medalha “Joaquim Nabuco” ao Secretário José Mariano Beltrame Dezembro 2010 Academia Brasileira de Letras conferiu, no dia 29 de dezembro, ao Secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, a Medalha “Joaquim Nabuco”, honraria acadêmica que se destina e homenagear personalidades e instituições que se destaquem por relevantes serviços à cultura nacional e a projetos de recuperação social. O Presidente Marcos Vinicios Vilaça afirmou que “a Academia tem todo interesse em incentivar uma obra cujos resultados já são altamente positivos. Joaquim Nabuco dedicou grande parte de sua vida ao cuidado com os excluídos. O trabalho das UPPs vai bem nessa linha, e queremos exaltar a iniciativa, homenageando com esta Medalha uma obra que tem no Secretário Beltrame o seu principal executor". A Medalha foi entregue logo depois de encerrado o recesso da Academia. A 210 MEDALHAS, PRÊMIOS E HOMENAGENS Marcos Vilaça, Presidente da ABL, Recebe a Medalha Cultural E. D’Almeida Vítor Fevereiro 2011 Acadêmico e Presidente da Academia Brasileira de Letras, Marcos Vinicios Vilaça, foi condecorado com a medalha cultural E. D’Almeida Vítor, o mais alto título da Academia de Letras de Brasília. Segundo o Presidente da instituição, José Carlos Gentili, a concessão da medalha é o reconhecimento formal da Academia quanto ao papel relevante que Marcos Vilaça tem desempenhado para o desenvolvimento da cultura e das letras brasileiras. A escolha, unânime entre os membros da diretoria da entidade, deu-se no último dia 2 de fevereiro. Uma comissão de Acadêmicos veio especialmente realizar a entrega da Medalha E. D’Almeida Vítor (um dos fundadores da Academia de Letras de Brasília) ao Presidente da ABL, em data ainda a ser definida. O 211 MARCOS VINICIOS VILAÇA Acadêmicos Recebem Homenagem na Universidade de Sorbonne e na Embaixada Brasileira em Paris Março de 2011 s escritores e Acadêmicos Ana Maria Machado, Secretária-Geral da ABL, e João Ubaldo Ribeiro, convidados pela Universidade de Sorbonne e pelo Centre de Recherches sur les Pays Lusophones, foram homenageados nos auditórios das unidades de Paris III e Paris IV, nos dias 21 e 18 de março, respectivamente, onde também fizeram conferências para alunos, doutorandos e professores. Na oportunidade, também foram lidos trechos de suas obras. Ainda no dia 21, os Acadêmicos participaram de um almoço na residência do Embaixador do Brasil em Paris, José Maurício O 212 MEDALHAS, PRÊMIOS E HOMENAGENS Bustani, para o qual foram convidados os professores da Universidade Francesa. O Sócio Correspondente da ABL Didier Lamaison, juntamente com os alunos e doutorandos, fez uma leitura de diversos trechos das obras dos dois escritores brasileiros, em francês e em português. A Acadêmica Ana Maria Machado participou ainda de uma conversa com Claudia Poncioni, além dos pesquisadores de sua obra e estudantes de licenciatura em Português. O mesmo aconteceu com Acadêmico João Ubaldo Ribeiro, que esteve com Rita Godet, autora do livro Construções Identitárias na Obra de João Ubaldo Ribeiro, considerado uma das mais completas reflexões publicadas sobre a obra do escritor baiano. Novo Membro do Conselho Editorial da Babel Março de 2011 Presidente Marcos Vinicios Vilaça é o novo membro do Conselho Editorial brasileiro da BABEL Editora. A sessão de apresentação pública da BABEL, no Brasil, realizou-se às 20h do dia 14 de março, no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. O 213 MARCOS VINICIOS VILAÇA Cineasta Paulo Cesar Saraceni é Homenageado na Abertura do “Cinema na Academia – Série Música de Filme” Abril de 2011 Academia Brasileira de Letras abriu sua programação do “Cinema na Academia – Série música de filme” com uma homenagem ao cineasta Paulo Cesar Saraceni, que agraciará os convidados com sua presença. A programação começou com exibição do filme “Porto das Caixas”, de 1962, com roteiro baseado em histórias originais de Lucio Cardoso e trilha sonora do compositor Tom Jobim, composta de arranjos sobre o tema “Derradeira Primavera” e “Valsa do Porto das Caixas”. A 214 MEDALHAS, PRÊMIOS E HOMENAGENS Acadêmico e Presidente Marcos Vilaça é Convidado para a Mesa de Abertura do “Prêmio SESC de Literatura 2010” Julho de 2011 Academia Brasileira de Letras promoveu a solenidade de premiação aos vencedores do “Prêmio SESC de Literatura 2010”, com a participação especial do Acadêmico e Presidente da ABL Marcos Vilaça, compondo a mesa de abertura. Segundo os organizadores do evento, a receptividade e o apoio da ABL ao Prêmio desde seu lançamento constituem suporte fundamental ao êxito e à credibilidade do projeto, que já é reconhecido como um dos principais concursos para escritores inéditos no Brasil. A 215 MARCOS VINICIOS VILAÇA No dia da premiação, foram lançadas, pela editora Record, as obras vencedoras do “Prêmio SESC 2010”: Habeas Asas, Sertão do Céu!, de Arthur Martins Cecim (Pará), na categoria romance e Contos de Mentira, de Luisa Geisler (Rio Grande do Sul), na categoria conto. ABL Comemora 114 Anos e Entrega seus Prêmios Literários aos Vencedores de 2011 Julho de 2011 Academia Brasileira de Letras realizou a comemoração dos seus 114 anos de fundação e fez a entrega dos prêmios literários de 2011 (obras publicadas em 2010). O vencedor do “Prêmio Machado de Assis” (conjunto da obra), a mais importante premiação literária brasileira, concedida desde 1941, é o historiador, pesquisador e professor Carlos Guilherme Motta. “A entrega do Prêmio Machado de Assis a um historiador, pesquisador e professor tem um significado amplo. A Carlos Guilherme Motta se deve, por exemplo, em seu desempenho no Brasil e no exterior, percuciente revisão e interpretação da História do Brasil, singularizadas por enfoques inéditos da construção da nossa nacionalidade. Ao longo de quarenta anos de atividade acadêmica, percorre criticamente os rumos da sociedade, com olhar diferenciado e agudo”, afirmou o Presidente da ABL, Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, quando da seleção dos vencedores. A 216 MEDALHAS, PRÊMIOS E HOMENAGENS OS PRÊMIOS Prêmio Machado de Assis (conjunto de obra): Carlos Guilherme Motta. Poesia: Salgado Maranhão, A Cor da Palavra. Ficção: Elvira Vigna, Nada a Dizer. Ensaio, Crítica e História Literária: Ronaldes de Melo Souza, Ensaios de Poética e Hermenêutica. Literatura Infantojuvenil: Ferreira Gullar, Zoologia Bizarra. Tradução: Sérgio Flaksmann, O Amante de Lady Chatterley. História e Ciências Sociais: Maurício de Almeida Abreu, Geografia Histórica do Rio de Janeiro. Cinema: Esmir Filho e Ismael Canappele com o filme “Os famosos e os duendes da morte”. Prêmio José Ermírio de Morais: Ivan Teixeira, por O Altar & o Trono: Dinâmica do Poder em O Alienista. Os ganhadores Salgado Maranhão e Ferreira Gullar. 217 MARCOS VINICIOS VILAÇA Presidente da ABL Será Homenageado na Feira Literária Internacional de Pernambuco Novembro de 2011 Acadêmico e Presidente da ABL, Marcos Vinicios Vilaça, foi laureado na sétima edição da Fliporto (Feira Literária Internacional de Pernambuco) que acontecerá em Olinda – PE. O tema da feira “Uma Viagem ao Oriente” – homenageou Gilberto Freyre, autor de obras como Sobrados e Mucambos e China Tropical, nos quais representou seu pioneirismo de ver a matriz oriental do Brasil. O trabalho será uma viagem no tempo, na geografia e nos diálogos culturais. O Medalha do Mérito Cultural Novembro de 2011 Academia, representada pelo Presidente Marcos Vinicios Vilaça , recebeu as insígnias da Medalha do Mérito Cultural, outorgada pelo Governo Federal. A solenidade de ontem, dia 9, teve lugar no Teatro de Santa Izabel, no Recife. A 218 MEDALHAS, PRÊMIOS E HOMENAGENS ABL confere “Medalha João Ribeiro” ao Sr. Domício Coutinho Novembro de 2011 Academia Brasileira de Letras distinguiu o Sr. Domício Coutinho com a “Medalha João Ribeiro”, em justiça e em reconhecimento pelos inestimáveis serviços que, com dedicação e trabalho, vem prestando à cultura brasileira. A ABL Recebeu o Diploma do Registro Nacional MOWBrasil pelo Arquivo Roquette Pinto Dezembro de 2011 Academia Brasileira de Letras receberá o Diploma do Registro Nacional MOWBrasil, pelo do Arquivo Roquette Pinto, que foi um dos nomeados no Registro Nacional da UNESCO. Com essa outorga, a ABL se posiciona no panorama arquivístico e cultural como detentora da memória do país, assim como Fundação Casa Rui Barbosa, Biblioteca Nacional, entre outras grandes instituições nacionais. A 219 MARCOS VINICIOS VILAÇA Acadêmico Marcos Vilaça Recebe Honra Máxima do PEN Clube do Brasil Dezembro de 2011 Acadêmico e Presidente Marcos Vilaça foi outorgado com o título de Grande Benfeitor, máximo galardão concedido a quem tenha prestado serviços relevantes ao PEN CLUBE do Brasil. De acordo com a Diretoria do PEN Clube, o acadêmico foi escolhido por unanimidade em reunião ordinária realizada no dia 30 de novembro. O 220 EXPOSIÇÕES EXPOSIÇÕES mbora seja uma Academia de Letras, nossa Casa prima pelo diálogo incessante com outras artes. Além do cinema, da música e do teatro, cedemos espaço às artes plásticas, sempre muito bem representadas nas exposições alocadas na Galeria Manuel Bandeira. Além disso, no bojo do culto à memória, realizamos, no 1.º andar do Centro Cultural Brasil, exposições periódicas para homenagear nossos confrades. E 223 MARCOS VINICIOS VILAÇA ABL Abre Exposição “Encontros com Nabuco” como Parte das Homenagens pelo Centenário de Morte do Diplomata Brasileiro Maio de 2010 Academia Brasileira de Letras inaugurou no dia 13 de maio, a exposição “Encontros com Nabuco”, como parte das comemorações do centenário de morte de Nabuco. Sob coordenação geral do Presidente da ABL, Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, a mostra esteve aberta ao público, sem limite de idade e com entrada franca, no primeiro andar do Centro Cultural da ABL. A 224 EXPOSIÇÕES ABL Inaugura Exposição de Luiz Ventura Maio de 2010 Academia Brasileira de Letras convidou o público em geral, para a inauguração da exposição “Realismo caboclo de Luiz Ventura, da chegada dos portugueses ao Brasil... aos dias de hoje”, realizada no dia 21 de maio, na Galeria Manuel Bandeira. A 225 MARCOS VINICIOS VILAÇA Exposição Sobre Rachel de Queiroz é Inaugurada na ABL Agosto de 2010 Academia Brasileira de Letras, na figura de seu presidente, convidou para a inauguração da exposição “Rachel de Queiroz – atravessando o século”, que foi realizada no dia 31 de agosto, no Centro Cultural da ABL, no 1.º andar. Na ocasião, o Presidente proferiu este discurso. A Rachel de Queiroz – Atravessando o século Há apenas seis anos esta Casa se despedia de um de seus mais notáveis membros, Rachel de Queiroz, primeira acadêmica a honrar a instituição com a sua presença, dando origem a uma sucessão de escritoras que muito nos orgulha. Agora, jubilosamente, nos cumpre comemorar o centenário do nascimento dessa presença clássica da nossa literatura, tão lida e amada em todo o Brasil. Ao seu lado, a Academia Brasileira de Letras abrigou outros dos maiores nomes do Romance de 30 ou do regionalismo nordestino do século XX, como José Américo de Almeida, José Lins do Rego e Jorge Amado, todos responsáveis por um aprofundamento da visão do povo brasileiro sobre si próprio, de uma autoconsciência nacional não excludente, inaugurada de forma genial por Euclides da Cunha em Os Sertões. Através de uma criteriosa recolha de primeiras edições, manuscritos, imagens, documentos, o público reconstituirá a presença viva da autora de O Quinze e do Memorial de Maria Moura, nossa saudosa Rachel, grande artista, grande brasileira. 226 EXPOSIÇÕES 227 MARCOS VINICIOS VILAÇA ABL Inaugura Exposição em Homenagem a Vinicius de Moraes Outubro de 2010 Academia Brasileira de Letras convidou para a abertura da exposição sobre Vinicius de Moraes, uma homenagem póstuma ao grande poeta, promovido a Embaixador do Brasil. O evento aconteceu no dia 28 de outubro, às 18h 30min, no térreo do Centro Cultural da ABL. Esteve presente o Secretário Geral do MRE, embaixador Antonio Patriota. A 228 EXPOSIÇÕES Exposição “Aquarelas do Rio” Janeiro de 2011 Academia Brasileira de Letras inaugurou em 24 de janeiro, às 19h, na Galeria Manuel Bandeira, a primeira exposição do ano de 2011, intitulada “Aquarelas do Rio”. A exibição do artista J. David conta com 31 obras que mostram, sob sua ótica e traços, variadas belezas do Rio de Janeiro. O artista expõe aquarelas tais como a fachada da Academia Brasileira de Letras, um coreto e banda, no subúrbio do Rio, o Museu Imperial de Petrópolis, entre outras. A 229 MARCOS VINICIOS VILAÇA Exposição “Meu mundo”, de Acia Stern Março de 2011 Academia Brasileira de Letras inaugurou no dia 31 de março, às 19h, na Galeria Manuel Bandeira, a exposição de desenhos e pinturas a óleo “Meu mundo”, da artista plástica Acia Stern. A 230 EXPOSIÇÕES Exposição “Dinah, Caríssima Dinah” Maio de 2011 Academia Brasileira de Letras inaugurou no dia 3 de maio, a exposição “Dinah, Caríssima Dinah” como parte das comemorações pelo centenário de nascimento da Acadêmica, que completaria 100 anos de vida no dia 9 de novembro deste ano. Na ocasião, o Presidente proferiu este discurso. A Dinah, Caríssima Dinah Dinah Silveira de Queiroz, uma das maiores escritoras de nossa literatura, foi a segunda mulher a honrar a Academia Brasileira de Letras com a sua presença, embora tão pouco tempo, infelizmente, tenha convivido com os seus pares. Ha- 231 MARCOS VINICIOS VILAÇA vendo lutado, durante os anos de 1970, pela revisão de um estatuto cujo arcaísmo já saltava aos olhos, veio se unir, nesta Casa, à Rachel de Queiroz, prima de seu primeiro marido, o advogado e bibliófilo Narcélio de Queiroz. Próximas pela geração, pelo talento e pela arte, próximas continuam em nossa memória, admiração e afeto, pois, neste mesmo espaço que recebeu, até o final de 2010, a exposição “Rachel de Queiroz, atravessando o século”, agora comemoramos os cem anos de nascimento da grande autora de Floradas na Serra com a exposição de “Dinah, caríssima Dinah”, com a curadoria, tal como a anterior, do poeta Alexei Bueno. Esperamos que essa minuciosa rememoração de sua obra e sua vida reavive nos leitores brasileiros o interesse por essa fabuladora inata, admirável e múltipla contadora de histórias, notável artista e notável brasileira. 232 EXPOSIÇÕES Exposição “José Guilherme Merquior – Crítico de Ideias e de Formas” Julho de 2011 Academia Brasileira de Letras realizou a exposição “José Guilherme Merquior – Crítico de ideias e de formas”, uma homenagem ao acadêmico e diplomata pelos seus 70 anos de nascimento. Sob a curadoria de José Mario Pereira, a exposição esteve aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, até o dia 31 de agosto, no Centro Cultural da ABL, no 1.o andar. Na ocasião, o Presidente proferiu este discurso. A José Guilherme Merquior – Crítico de Ideias e de Formas Era um homem atento e apreciador do dia a dia da vida política, não da grande reflexão das teorias políticas, mas do curso aparentemente menor da infantaria, do combate corpo a corpo que se tem na vida pública e na militância partidária. Conversávamos frequentemente pelo telefone e toda aquela energia, toda aquela sabedoria, toda aquela força de provocação que brotava dos seus pensamentos, das suas análises, me enriqueciam verdadeiramente, e, muitas vezes, terminado o telefonema, me perguntava: Como é que ele está tão distante e sabe tão bem as coisas que estão aqui muito mais próximas de nós? Pelo seu talento, pela sua visão do mundo. Esse gosto pela política era um ponto a mais que nos aproximava, além daquele de louvar a pernambucanidade e de ser um defensor da obra de Gilberto Freyre, o que para mim é uma coisa que me emociona. Guardo dele umas das mais belas lições de crítica literária. Foi quando ele, a meu convite, fez, na escadaria da Biblioteca Nacional, um dis233 MARCOS VINICIOS VILAÇA curso de saudação aos 80 anos de Carlos Drummond de Andrade. Ouvi então a segurança da sua palavra, palavras repassadas da melhor ética e palavras construídas na melhor estética, um discurso inesquecível, que começou com uma dúvida. Na hora marcada para a solenidade, Merquior volta-se para mim e diz: “Vilaça, Drummond não vem.” E eu: “Virá, tenho certeza que virá”. Tínhamos feito um trabalho sutil para que ele comparecesse. Aquela dúvida de Merquior e minha, e de todos que lá estavam, se verdadeiramente Drummond compareceria, porque foi a primeira vez que ele foi a um ato daquela envergadura em sua homenagem, daquela dúvida saiu o discurso de Merquior, feito de improviso, sem leitura, preparado naturalmente, porque ele era um homem responsável, muito responsável, saiu a partir daquela dúvida a mais bela lição de crítica literária que já ouvi e que tenho ainda escorrendo nos meus ouvidos pela vida inteira. 234 EXPOSIÇÕES Exposição “Malá Strana – Vestígios da Praga de Jan Neruda” Maio de 2011 Academia Brasileira de Letras inaugurou no dia 5 de maio, na Galeria Manuel Bandeira, a exposição “Malá Strana – Vestígios da Praga de Jan Neruda”. A 235 MARCOS VINICIOS VILAÇA Exposição “Terra Adentro Mar Afora”, de Leonardo Alencar Junho de 2011 xposição de pinturas, desenhos e xilogravuras foi inaugurada na ABL. A Academia Brasileira de Letras abrigou de 16 de junho a 15 de julho, na Galeria Manuel Bandeira, a exposição de pinturas, desenhos e xilogravuras intitulada “Terra Adentro Mar Afora (51 anos de arte de Leonardo Alencar)”, do artista Leonardo Alencar. A vernissage foi realizada no dia 16 de junho, às 18h 30min, na Galeria Manuel Bandeira, com o lançamento de livro sobre o artista. A exposição tem a curadoria de Alexei Bueno, produção de Cida Alencar e foto de Márcio Garcez. E 236 EXPOSIÇÕES Exposição “Paris em Preto e Branco” Agosto de 2011 Academia Brasileira de Letras expôs até o dia 12 de agosto a exposição fotográfica “Paris em preto e branco”, de Cris Queiroz, aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 10 às 18h. Sob a curadoria de Alexei Bueno, a exposição foi disposta na Galeria Manuel Bandeira. A 237 MARCOS VINICIOS VILAÇA Exposição “Percurso – Retratos de Julio Piroh” Setembro de 2011 Academia Brasileira de Letras abrigou na Galeria Manuel Bandeira a exposição “Percurso – Retratos de Julio Piroh”. Sob a curadoria de Alexei Bueno, a mostra esteve aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, até o dia 16 de setembro. A 238 EXPOSIÇÕES Exposição “Mauro Mota – 100 Anos de Nascimento” Setembro de 2011 Academia Brasileira de Letras realizou a exposição “Mauro Mota – Presença poética do Recife / 1911-2011 – 100 anos de nascimento”. A mostra encerra as mostras relativas às efemérides deste ano e apresenta textos, poemas, livros, objetos pessoais e fotografias do homenageado. Sob a curadoria de Alexei Bueno, a exposição ficou aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, até 28 de outubro, com entrada franca, no Centro Cultural da ABL – 1.º andar. Na ocasião, o Presidente proferiu este discurso. A Mauro Mota: Presença Poética do Recife – 1911-2011 NO CENTENÁRIO DE MAURO MOTA Após as notáveis exposições comemorativas do centenário de nascimento de Dinah Silveira de Queiroz e dos setenta anos de José Guilherme Merquior, a Academia Brasileira de Letras encerra as mostras relativas às efemérides de 2011 com “Mauro Mota: presença poética do Recife”, comemorando o centenário de nascimento desse grande poeta brasileiro. Em meio à admirável riqueza da poesia pernambucana do século passado, o século de Manuel Bandeira, de Olegário Mariano, de Adelmar Tavares, de Ascenso Ferreira, de João Cabral de Melo Neto, de Joaquim Cardoso, de Carlos Pena Filho, Mauro Mota é figura central, sem jamais esquecermos a sua notabilíssima obra no campo dos estudos nordestinos. 239 MARCOS VINICIOS VILAÇA É com alegria, unida à saudade, que através dos textos, poemas, livros, objetos e fotografias aqui reunidos evocamos o maravilhoso lírico que, durante quatorze anos, enriqueceu esta Casa com sua presença, o que continua a fazer – e continuará –, já sem os limites do tempo, desde a sua partida. 240 EXPOSIÇÕES Exposição de Fernando Pacheco Outubro de 2011 “Palavras sem língua” – A Galeria Manuel Bandeira abrigou em outubro exposição de Fernando Pacheco. Na ocasião, foi lançado o livro sobre Fernando Pacheco, O Papel do Artista. 241 MARCOS VINICIOS VILAÇA Exposição Cleitson Feitosa Novembro de 2011 Academia Brasileira de Letras promoveu a inauguração da exposição “A Arte dos EstanD’Artes, máscaras e pinturas”, de Cleitson Feitosa. Sob a curadoria de Alexei Bueno e coordenação de Nicole Nicolas Feitosa, a abertura da exposição aconteceu no dia 25 de novembro na Galeria Manuel Bandeira. A 242 APOSIÇÃO DE RETRATO APOSIÇÃO DE RETRATO lém das Sessões da Saudade, a memória dos acadêmicos ainda foi reverenciada numa série de efemérides – como aquelas dedicadas a Afrânio Coutinho, Joaquim Nabuco, Rachel de Queiroz, Raimundo Correia, José Guilherme Merquior, Mauro Mota dentre outros – ou na aposição de retratos (Acadêmicos Alceu Amoroso Lima e Odylo Costa, filho) e de bustos, deferência que também homenageia personalidades importantes do meio extra-acadêmico, como, por exemplo, o Diplomata Alexandre Gusmão. Imbuída do mesmo espírito, procede-se à aposição de retratos que preiteiam personalidades ilustres da cultura brasileira. A 245 MARCOS VINICIOS VILAÇA Aposição do Retrato do Acadêmico Odylo Costa, filho ealizou-se no dia 06 de maio de 2010, às 15 horas, na Biblioteca Acadêmica Lúcio de Mendonça, a cerimônia de aposição do retrato do Acadêmico Odylo Costa, filho. O orador da Solenidade foi o Acadêmico Ivan Junqueira. R 246 APOSIÇÃO DE RETRATO Aposição do Retrato do Acadêmico Alceu Amoroso Lima ealizou-se no dia 20 de maio de 2010, às 15 horas, na Biblioteca Acadêmica Lúcio de Mendonça, a cerimônia de aposição do retrato do Acadêmico Alceu Amoroso Lima. O orador da Solenidade foi o Acadêmico Candido Mendes de Almeida. R 247 MARCOS VINICIOS VILAÇA Aposição do Retrato do Acadêmico Cícero Sandroni ABL realizou solenidade de aposição do retrato do Acadêmico Cícero Sandroni. A Academia Brasileira de Letras realizou no dia 24 de maio de 2011 às 16h, a solenidade de aposição do retrato do Acadêmico Cícero Sandroni, na Galeria dos Presidentes. O Acadêmico Ivan Junqueira foi o orador. A 248 ABL NA WEB ABL NA WEB a internet, a Academia Brasileira de Letras lançou no dia 28 de janeiro de 2010, no Portal da ABL, belamente remodelado em 2011, – onde, aliás, o visitante pode tirar dúvidas por meio do serviço ABL responde –, a versão digital da 5.ª Edição do VOLP, o Vocabulário Ortográfico na Língua Portuguesa, que se pauta pelas regras do Novo Acordo Ortográfico, além de novos vocábulos da língua portuguesa. Ademais, a ABL marca presença no Twitter, no Facebook e no Orkut. Não menos importante, merece nota a criação Site do Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça (www.marcosvilaca.com.br), que, além de ratificar a preocupação modernizadora de nosso Presidente, franqueia ao público a oportunidade de conhecer sua vida e sua obra através da biblioteca interativa, dos 76 artigos dispostos, das 340 horas de vídeos, mais de 330 fotografias de sua infância, trabalho, vida e pessoas próximas, entre outras. Dentre as muitas alegrias e os incontavéis compromissos, o convite para integrar a Comissão de Honra da Associação de Imprensa de Pernambuco (AIP) certamente representou uma das maiores glórias para o acadêmico em 2011. N 251 MARCOS VINICIOS VILAÇA ABL lança o Site Joaquim Nabuco como Parte das Comemorações pelo seu Centenário de Morte omo parte das comemorações do centenário de morte de Joaquim Nabuco, a ABL lançou no dia 28 de janeiro, às 17h, o Site Joaquim Nabuco, para melhor representar a importância do líder abolicionista para a cultura brasileira, dando acesso à sua produção acadêmica, às imagens de Nabuco e sua família, assim como à postagem de notícias e de toda programação cultural dos eventos realizados pela Academia. O Site www.joaquimnabuco.org.br minuciosamente elaborado, possui recursos que facilitam a pesquisa dos consulentes, como obras e fo- C 252 ABL NA WEB tografias digitalizadas, acesso às páginas externas que complementam sua história, além de uma interface dinâmica, com mecanismos que proporcionam interatividade na navegação. Em breve, o Site Joaquim Nabuco disponibilizará vídeos com depoimentos dos acadêmicos, familiares e especialistas, como também a linha do tempo interativa, uma forma fácil e prática de saber sobre os grandes feitos de Nabuco. Selo Comemorativo criado pela Academia Brasileira de Letras para suas Comunicações e Publicações 253 MARCOS VINICIOS VILAÇA Portal da ABL Lança Nova Versão Digital do VOLP Academia Brasileira de Letras, presidida pelo Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, lançou no dia 28 de janeiro de 2010, no Portal da ABL, a versão digital da 5.ª Edição do VOLP, o Vocabulário Ortográfico na Língua Portuguesa. A nova versão digital do VOLP conta com a inclusão das regras do Novo Acordo Ortográfico, além de novos vocábulos da língua portuguesa. A ABL Lança Novo Concurso Cultural: “Conte o Conto sem Aumentar um Ponto” evido a grande repercussão do concurso de Microcontos do Twitter da ABL (Abletras), a Academia Brasileira de Letras lançou no dia 20 de julho, dia do seu aniversário de 113 anos, um novo concurso cultural intitulado “Conte o conto sem aumentar um ponto”, baseado na obra “A Cartomante”, de Machado de Assis. D 254 ABL NA WEB ABL Interage na Rede. Depois do Twitter, Estamos Também no Orkut e no Facebook pós a grande repercussão do Twitter Abletras, a Academia Brasileira de Letras lançou o Orkut e o Facebook da ABL, o que proporcionou uma maior integração da instituição com as redes sociais. A Twitter Abletras http://twitter.com/abletras Orkut www.tiny.cc/OrkutABL Facebook http://www.facebook.com/academia.org.br 255 MARCOS VINICIOS VILAÇA Academia Brasileira de Letras Lança Novo Portal Academia Brasileira de Letras acaba de lançar seu novo Portal. Com uma atraente estrutura, o Portal visa a atender com mais eficiência às necessidades de divulgação das atividades culturais da instituição. Uma das principais mudanças foi na página principal. O Portal passou de cinco espaços para dez áreas dedicadas às notícias, mais a sessão especial dos Acadêmicos, o “Boletim”. O destaque principal tornou-se rotativo, dando mais interatividade ao Portal. O novo Portal dispõe, agora, de uma galeria de imagens, que registrará várias atividades realizadas pela ABL, além de uma biblioteca virtual e a galeria dos ex-presidentes. O visitante poderá observar que, ao navegar nas páginas do novo Portal, ele fará uma visita virtual pelos ambientes da Academia Brasileira de Letras, pois a cada atualização, uma nova imagem da ABL será gerada aleatoriamente. A Academia Brasileira de Letras agradece a todos pelas visitas em seu Portal, pelos eventos assistidos ao vivo, pelos vários acessos, e espera que a aceitação no novo Portal seja positiva, pois esse trabalho foi elaborado com muita dedicação e cautela para você, nosso visitante. A 256 ABL NA WEB 257 MARCOS VINICIOS VILAÇA Academia Brasileira de Letras Lança o “Sorteio Cultural da ABL” Academia Brasileira de Letras lançou o “Sorteio Cultural da ABL”, um sorteio via preenchimento de formulário no portal da ABL que contemplou os participantes com livros da instituição. Os premiados foram sorteados através da posição do formulário recebido pelo e-mail [email protected]. Ao todo, foram sorteados dez livros. Receberam prêmios os e-mails de números 100 (cem), 200 (duzentos), 300 (trezentos), 400 (quatrocentos), 500 (quinhentos), 600 (seiscentos), 700 (setecentos), 800 (oitocentos), 900 (novecentos) e 1.000 (mil). O participante só pôde preencher 1 (um) formulário, no qual informou nome completo, telefone, e-mail e endereço. Foram sorteados o Dicionário Escolar da Academia Brasileira de Letras e o Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa, de autoria de Rocha Pombo, sendo 5 (cinco) unidades de cada. A 258 ABL NA WEB Acadêmico Marcos Vilaça e sua Presença na Internet Acadêmico e Presidente da Academia Brasileira de Letras, Marcos Vilaça, está interagindo na rede on-line. Após o lançamento de seu site, Vilaça também criou uma página oficial na rede social Facebook, uma comunidade do Orkut e se tornou adepto do Twitter. O 259 MARCOS VINICIOS VILAÇA A gestão de Marcos Vilaça na ABL, na qual preside e esteve à frente da presidência também nos anos de 2006, 2007 e 2010, mostrou que o Acadêmico se interessa pela adesão às novas tecnologias da informação e conseguiu que isso fosse implantado na instituição, através do lançamento do Twitter na ABL; da distribuição de e-books entre os acadêmicos; do sistema de E-mail Marketing, que contribui com a divulgação dos eventos que a Casa promove via correio eletrônico; e do lançamento do site Joaquim Nabuco, em homenagem ao ano do grande abolicionista e diplomata brasileiro. Agora, Vilaça quer estar mais próximo dos internautas e manter essa interação mais constante. Com o site www.marcosvilaca.com.br, as pessoas poderão conhecer sua vida e sua obra através da biblioteca interativa, dos 76 artigos dispostos, das 340 horas de vídeos, mais de 330 fotografias de sua infância, trabalho, vida e pessoas próximas, entre outras. Além disso, conta com uma seção especial dedicada ao seu filho Marcantonio Vilaça, falecido em 2000. E pelos seus perfis oficiais no Facebook e do Twitter e sua comunidade no Orkut, os admiradores poderão intensificar essa proximidade com o escritor de Coronel, Coronéis. 260 ARTIGOS 2010-2011 ARTIGOS 2010-2011 m respeito ao princípio do diálogo e da comunicabilidade, que sempre pautou a atual presidência, o Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça contribuiu, neste biênio, em diversas publicações externas à Academia: jornais, revistas, periódicos, livros etc., demonstrando sua versatilidade intelectual e seu empenho em ampliar sem vulgarizar a participação da Academia na esfera cultural do país. E 263 MARCOS VINICIOS VILAÇA Cinco Perguntas para Marcos Vilaça Twitter da ABL, 17/12/2009 novo Presidente da Academia Brasileira de Letras Marcos Vinicios Vilaça citou em seu discurso de posse a importância de atualizar-se em meio à tecnologia e os meios de informação. Com esse intuito, o Acadêmico lança o Twitter da ABL. Confira a entrevista que o Presidente concedeu a respeito desse novo meio de propagar informações. “Se eu tuíto, tu tuítas e eles tuítam, a Academia também tuíta” – Diz Marcos Vilaça, presidente da ABL. O Em sua última gestão como presidente da Casa de Machado de Assis, o senhor focou na aproximação da ABL com a sociedade através do uso de diversas tecnologias. Há alguma chance disso se repetir? Há todas as chances. A ABL não pode e não deve ficar parada no tempo. Hoje vejo meus netos usando o Orkut, o Twitter, e vejo o quão rápida está a comunicação, a interatividade para esses jovens. Definitivamente nós temos de entrar nesse meio. Hoje não só pessoas usam o twitter, mas empresas testam sua popularidade e lançam novidades. Como o senhor vê essa integração da ABL com o twitter? Se eu tuíto, tu tuítas e eles tuítam, a Academia também tuíta. A Justiça Federal de Pernambuco já está nessa, sites de venda on-line já lançam promoções exclusivas, personalidades de todos os meios já criaram uma espécie de “linha direta” com os fãs. Faltava a ABL. Digo faltava, pois 264 ARTIGOS 2010-2011 não falta mais. A Academia precisa manter permanentemente uma linha direta com os seus seguidores. Os jovens passam muito tempo no que chamamos de mídias sociais. Este é um filão em que a ABL busca entrar? Foi como eu disse no começo: meus netos não saem do Orkut, do MSN, do Twitter... Se é lá que a juventude está, é lá que precisamos ir. Se num primeiro momento os moços não vêm à Academia, então a Academia precisa ir até eles... Para muitos deles, até ser apresentada. São horas que eles passam a fio teclando – como dizem no linguajar próprio. A internet seria, então, considerada mais uma ferramenta de incentivo à leitura e à produção textual? Mas é claro! Há quem diga que é uma ferramenta que faz justamente o contrário, que atrofia. Mas eu não vejo assim. Olhe, se uma pessoa consegue passar toda uma ideia em 140 caracteres, ela é atrofiada ou possui um bom poder de síntese? Então pronto! Não adiantar vir com a besteira que tudo na internet não presta. Isso é mentira! Tem muita coisa boa sim, mas é preciso selecionar. Da mesma forma há muita coisa ruim encadernada e vendida em livrarias. É preciso ter critério. Para concluir, podemos esperar novidades para o Portal da ABL? Como nesse mundo on-line tudo acontece tão rápido, o Twitter da ABL já não é mais novidade, mesmo recém lançado. Mas haverá muita coisa nova sim. O site que estamos preparando para o Centenário de Morte de Joaquim Nabuco é uma delas. Também já está na hora de mudarmos um pouco a “cara” do Portal. Volta o VOLP e adicionamos mais interação com os internautas e assim já teremos dado mais um passo adiante. 265 MARCOS VINICIOS VILAÇA Administrar uma Academia Jornal do Commercio (RJ), 31/12/2009 dministrar é ter um olho no programa e dois olhos no propósito. A Academia reivindica, por sua representatividade, que nada pode ser decretado pelo governo do País no âmbito da Cultura sem que passe por esta Casa. Dou exemplos: direito autoral é assunto que deveremos afinar; a Internet não pode aparecer como plataforma hostil ao arrepio dos direitos do usuário; a proteção à obra não pode inibir a sua apropriada divulgação no equilíbrio do interesse econômico e do interesse público. Com isto, digo que a base conceitual no campo dos direitos de autor não caberia mais à superada Convenção de Berna, de 1886. Como presidente da Academia, no que toca à proteção da propriedade intelectual, manifesto solidariedade à Declaração de Hamburgo, de junho último. Os sites poderosos devem compartilhar recursos econômicos obtidos pela publicidade divulgada em suas páginas de notícias, que usem conteúdo produzido por empresas de comunicação. A Internet deve respeitar a lei. Estimamos que o autor brasileiro tenha viabilizada sua presença em bibliotecas virtuais, mas respeitada a autoria e quebrada essa quase exclusividade que parece reservada aos USA, Canadá, Reino Unido e Austrália. A Academia entende que aos intelectuais compete lutar para que se impeça concentração de poder, com amargo sabor totalitário. Democracia não é só o voto na urna mas, igualmente, o acesso quotidiano à justiça e à repartição dos frutos do crescimento econômico e do desenvolvimento social. Por isso, a legitimidade do protagonismo da Academia permite, sem coerção alguma, nossa autoridade institucional. Somos uma gente portadora de valores compartidos. A 266 ARTIGOS 2010-2011 Neste século não há lugar para espectadores que não se sintam atores. A Academia não senta na plateia para se ausentar do palco. Em 2010, a UNESCO vai se dedicar ao que chamou o “Ano da aproximação das Culturas”. Nada mais aliciante. A indiferença no que toca às diferenças culturais mata a capacidade de compreender. A diversidade é fator de enriquecimento mútuo. Nada de amnésia. A memória alimenta a capacidade criadora. Para a melhoria da compreensão mútua temos que aperfeiçoar a capacidade de nos colocarmos no lugar do Outro. Essa compreensão, esse conhecimento, põe-nos aptos a fazer da Cultura um fator de emancipação, de descobrimento, de justiça e de coesão, ensina mestre Guilherme d’ Oliveira Martins, grande intelectual europeu da atualidade. Amim Maalouf em seu Mundo sem Raízes, admirável obra deste ano, adverte para o risco de confundir a globalização com a uniformização. No ano vindouro, “Ano das Aproximações”, teremos instigantes datas a comemorar. Entre outros registros, os centenários de Nabuco, Rachel de Queiroz, Aurélio Buarque de Holanda, Carlos Chagas, Miguel Reale. De Tolstói, sócio correspondente. De Tancredo Neves, sócio da Academia de Minas. De Noel Rosa, acadêmico do samba. Os octogenários Afonso Arinos, filho e José Sarney. Comemorações que faremos, como é do estilo da Casa, sem zumbaias e foguete de lágrima mas com reflexões sérias, intercâmbios, numa vertente de recriação. Essas comemorações ornamentarão tudo o mais a se fazer, como ligação da Academia, com a Cultura e a Língua, a língua certa do povo, que vem na forma gostosa de português do Brasil. 267 MARCOS VINICIOS VILAÇA De Novo Presidente Jornal do Commercio (PE), 7/1/2010 omei posse dizendo que estava com mais sonhos do que em 2005 – para sonhar não há limites – porém, e sobretudo, com os acrescidos calos da vida. Sonho como Bandeira: “Com que sonho? Não sei não./ Talvez com me bastar /– Ah feliz, como jamais fui”. A volta enseja caminhar sem demasiadas surpresas. A gente conhece melhor armadilhas e atalhos. Deus, como fez no passado, haverá de me guiar e meus confrades não me deixarão sozinho. Não voltei para reforçar currículo ou servir à biografia. Não faria isso. Voltei para os fazeres do bem, dos bem-fazeres. Não me soando bem a palavra volta, preferi servir-me de um toque arcaico que melhor pode se ajustar ao sotaque pernambucano e digo: obrigado por me darem este momento de retornança. O tempo encontra o tempo. Outra vez na vida declaro-me pronto para um novo depois. Machado de Assis, novamente ele – sempre ele – distinguia continuidade de continuismo. Essa clave tinha em mente ao abrir a sessão inaugural de 1897. Breve – como se intuísse a regra do Twitter – nosso fundador conclama os confrades do tempo e os vindouros a se manterem fiéis à tradição e à dinâmica do tempo. Lutarei para que se ampliem os trajetos no sentido de que a Academia seja ainda mais vista e ouvida. Todos acompanhamos a geração que parece ter nascido com controle remoto e mouse à mão. Basta um clique e a tela muda. É vital que nos afinemos com os moços. Examinaremos mais opções na internet, Twitter, e-books, para habituais transeuntes nestas nossas paredes. T 268 ARTIGOS 2010-2011 A continuar aprendendo com Machado, parodiemos o conceito do mestre: nem tudo se faz com o patrimônio dos antigos, nem tudo se faz com os haveres do moderno, mas com os dois constrói-se o começar comum. Cultura, realidade dinâmica, envolve movimento, tradição e criação. Cultura é compreender, conviver com o outro, respeitar diversidades. Diversidade cultural é fator de coesão e não caminho de fragmentação. Cultura há de ser a unidade dos momentos, o que é bem diferente de ser mera unicidade. Estabeleçamos aliança com o país que ainda está chegando. Sem esse enlace, no futuro não haverá como preservar a tradição. Seremos pó. Fazer a ligação entre a tradição e a modernidade, sem concessões ao modernoso, é ato de bom senso. O professor Luiz Otávio Cavalcanti fala de que o tempo se compõe de duas lâminas, a que corta por fora tem a transparência das cores, a que opera por dentro recupera pelo mergulho nos sentimentos. A Academia aceita e convive com essas lâminas, também de antenas e raízes. Os meus companheiros de diretoria são toreutas. A eles compete conduzir o cinzel se o presidente não souber fazê-lo. Confio nos companheiros e apelei na oportunidade pela ajuda do plenário acadêmico. 269 MARCOS VINICIOS VILAÇA Nabuco, Além dos Tempos Jornal do Commercio (RJ), 26/1/2010 s afortunadas comemorações deste ano ao redor de datas significativas em louvor de tantos nomes da Academia Brasileira de Letras, nunca seriam, nunca serão, uma etapa de meras alegorias de adulações ou simples anatomia de instantes. O calendário não refletirá apenas um ajuntamento glorioso de atos festivos. Isso diminuiria a expressão dos homenageados e a missão da Casa. Mais que isso, é uma espécie de Kairós da Academia. Sem memória, os afetos se perdem ao deslizar entre os dedos. A memória é necessária para sentir a relevância do tempo, medir o tempo. Sem memória, o presente nos escapa, esvai-se, e simultaneamente, converte-se em passado morto. Sem passado perde-se o sonho e o homem desabita-se de pessoas e lugares. Quem perde a memória, perde a vontade. Permanece inerte, não se situa. Bernanos disse que Deus, ao criar os escritores, já sabia as obras que deveriam produzir e as contas que lhes seriam cobradas, se negligentes, se omissos. Joaquim Nabuco não foi cobrado. Não negligenciou, não se omitiu. Aqui estamos para reconfirmações das suas grandes obras, ideário que se mostrou em livros, em tribunas, no comício de rua, em cátedras no estrangeiro, nas mesas de negociação internacional, no debate parlamentar, nas páginas de jornal, no instigante e revelador epistolário, na boca do povo, que o tratou por Quincas, “Quincas, o belo”. Quando nesta cidade aconteceu a III Conferência Pan-Americana os delegados estrangeiros se abismaram com a popularidade de Joaquim A 270 ARTIGOS 2010-2011 Nabuco. Gilberto Freyre escreveu que, a partir daí, Nabuco passou a ser visto como o grande brasileiro do seu tempo e de todos os tempos. Alceu Amoroso Lima completaria: Nabuco foi a imagem mais fulgurante do humanismo brasileiro e a mais harmoniosa da nossa história cultural. Nas comemorações deste ano essa visão dele como modelo certamente se imporá em definitivo na cultura dita canônica, decerto ainda um tanto desatenta ao que Eduardo Portella chama “lógica exterminadora do Modernismo”. Joaquim Nabuco, como um operador da transformação social, trouxe o povo para o combate pela liberdade. Não o contentava apenas o abolicionismo como mudança, queria a verdadeira transformação. E disse: “acabar com a escravidão não nos basta; é preciso destruir a obra da escravidão” e implementar a “democratização do solo”. Por tudo isto, Minha Formação é o seu melhor retrato e o seu melhor momento, inclusive como restituição do cidadão do mundo, restituição do extraviado, ao seu chão. Ele sempre disse: “Sou cativo de Pernambuco”. A Academia é em grande parte o contraste entre dois homens inseparáveis: Machado de Assis, o humilde que se fez aristocrata das letras, e Nabuco, que pertencendo à hierarquia do Império, se fez humilde, para melhor escutar os gritos de liberdade. Atentemos para o que disse, insuspeitamente, Graça Aranha: “Na sua vida precária, sem pouso certo, sem meios, perseguida pela ironia, atacada pelo despeito, a Academia encontra a sua resistência moral em Machado de Assis e Joaquim Nabuco, o par glorioso que ela pusera à sua frente, e cuja assistência justificaria diante do público a sua aparição no caos literário”. Explica-se que a Academia registre o centenário de morte de Joaquim Nabuco com permanente curiosidade e completa empáfia, tal como fez em relação a Machado de Assis. Promoveremos ciclo de conferências, reedições de algumas de suas obras, iremos a Londres e a Washington para comemorações especiais 271 MARCOS VINICIOS VILAÇA com a intelectualidade dessas cidades nas quais serviu como embaixador, iremos nos curvar reverentes no Recife e em Massangana, onde ouviremos as badaladas do sino da capela de S. Mateus, o seu “muezzin íntimo” como belamente recordou Evaldo Cabral de Mello. Tudo isso se fará, na forma tríbia, como ensinou Agostinho de Hipona a respeito do triplo presente: o presente do passado – a memória; o presente do presente – a percepção; e o presente do futuro – a esperança. Temos certeza, certeza acadêmica, de que os brasileiros estarão ainda mais convencidos da sabedoria dele, recordando o que, em 1909, escreveu no Diário pessoal: “O corpo pode ser demolido, não o seja nunca o espírito”. E juntos atentaremos para a lucidez de quem, há cem anos, enxergando da vida o claro/escuro e mesmo já com a voz a falhar, segredou ao médico que o atendia: “Doutor, pareço estar perdendo a consciência... Tudo, menos isso!...” Nabuco não perdeu a consciência. Sua consciência está conosco. 272 ARTIGOS 2010-2011 A Academia e os Novos Tempos O Estado de São Paulo (SP) 6/3/2010 século XXI trouxe uma necessidade ainda maior de se ampliarem os trajetos no sentido de que a Academia Brasileira de Letras seja mais vista e ouvida. Há – e está bem aos nossos olhos – uma geração que parece ter nascido com controle remoto e mouse à mão. Basta um clique e a tela muda. Portanto, é vital que nos afinemos com os moços. Desde a adoção do alfabeto na Grécia antiga, passando pela invenção da imprensa com os tipos móveis do Renascimento, não há nada mais revolucionário do que a chegada do digital. Até ontem, por exemplo, toda plataforma para ler era modulada de forma passiva e indireta pela luz do sol ou pela lâmpada. Hoje, o fundo emite luz e nós teclamos sobre seu fluxo, e o fundo sobre o qual aparecem letras e imagens é fonte de luz ativa. Nada anula a atração de elucidar o alcance dos novos usos. E uma Academia de Letras também está obrigada, na contemporaneidade, a refletir sobre linguagem e tecnologias, do contrário ficará como sombra, ao perder a fonte de irradiação. A Academia examina mais opções na internet, twitter, e-books e tudo mais que este século nos trouxer de novo. Independentemente do kindle, mesmo que se argumente que o leitor com ele se dispõe a carregar nas mãos 3.500 livros, e mesmo que exija pouco espaço para até milhares de livros, sabemos que não serão superados os incomparáveis prazeres táteis e cerebrais dos livros de papel. Ainda assim, claro está que, se não preenche o imaginário da leitura literária, não nos enganemos sobre a força que o e-book exercerá no futuro em relação ao livro didático. Não somente por isso, mas também, e principalmente, por isso, nós nos tornamos uma casa aberta a toda forma de cultura. Unir a literatura a O 273 MARCOS VINICIOS VILAÇA todas as formas de manifestação cultural, como artes plásticas, desenho, cinema, música e teatro, entre muitas outras, mais novas ou não, é o objetivo da casa. Temos, de letras, o sentido das humanidades, não apenas o de letras literárias. Mais de um século separa as obras de um Degas, por exemplo, da era digital. No entanto, em muitos museus essas obras e a computação estão integradas em perfeita combinação artística. Especialistas temem que o homem esteja a inaugurar uma cultura autodestrutiva – uma cultura da incultura. É possível que haja nisso alguma razão. É também possível que haja nisso algum exagero. Mas uma coisa é certa: nada anula a atração de elucidar o alcance de novos usos. O tempo presente nos põe em alerta sobre o que significam para a cultura as instantaneidades da comunicação. Diversidade cultural é fator de coesão, e não caminho de fragmentação. Cultura há de ser, portanto, a unidade dos momentos, o que é bem diferente de ser mera unicidade. Por isso pretendemos estabelecer de forma gradual, ininterrupta e coesa uma aliança com o País que ainda está chegando. Sem esse enlace, no futuro não haverá como preservar a tradição. Seremos pó. E as cinzas não aquecem. A Academia reivindica, por sua representatividade, que nada pode ser decretado no âmbito da cultura sem que passe pela nossa casa. Damos exemplos: direito autoral é assunto que deveremos afinar, a internet não pode aparecer como plataforma hostil ao arrepio dos direitos do usuário, a proteção à obra não pode inibir a sua apropriada divulgação no equilíbrio do interesse econômico e do interesse público. Este ano a Unesco se dedicará ao que denominou “Ano da Aproximação das Culturas”. Nada mais aliciante. A indiferença no que toca às diferenças culturais mata a capacidade de compreender. A diversidade é fator de enriquecimento mútuo. Nada de amnésia. A memória alimenta a capacidade criadora. Essa compreensão, esse conhecimento nos põem aptos a fazer da cultura um fator de emancipação, de descobrimento e de justiça. 274 ARTIGOS 2010-2011 Nós nos orgulhamos muito de que a Academia seja em grande parte o contraste dentre dois homens inseparáveis: Machado de Assis, o humilde que se fez aristocrata das letras; e Joaquim Nabuco, que, pertencendo à hierarquia do Império, se fez humilde, para melhor escutar os gritos de liberdade. A Academia comemorará, como não poderia deixar de fazê-lo, o centenário de morte de Joaquim Nabuco, com permanente curiosidade e completa empatia, tal como fez em relação a Machado de Assis. Estamos a promover ciclo de conferências e reedição de algumas de suas obras. Iremos a Londres e a Washington para comemorações especiais com a intelectualidade dessas cidades, nas quais serviu como embaixador. Nabuco, como homem público, é precioso emblema de ética na política. Como um operador da transformação social, trouxe o povo para o combate pela liberdade. Temos certeza, certeza acadêmica, de que os brasileiros estarão ainda mais convencidos da sabedoria dele, recordando o que, em 1909, escreveu no Diário pessoal: “O corpo pode ser demolido, não o seja nunca o espírito.” E juntos atentaremos para a lucidez de quem, há cem anos, enxergando da vida o claro/escuro e mesmo já com a voz a falhar, segredou ao médico que o atendia: “Doutor, pareço estar perdendo a consciência... Tudo, menos isso!...” Temos certeza, também, à sombra desses dois exemplos clássicos, de que aos intelectuais compete lutar para que se impeça concentração de poder, com amargo sabor totalitário. Democracia não é só o voto na urna, mas, igualmente, o acesso cotidiano à justiça e à repartição dos frutos do crescimento econômico e do desenvolvimento social. A Academia não se senta, nem se sentará, na plateia para se ausentar do palco. Sem deixarmos de ser gente, queremos ser a Academia. Não permitiremos a atitude tribal de fechar a casa. Há muito fizemos a abertura. Sua claridade tem de estar em movimento. Irreversivelmente. 275 MARCOS VINICIOS VILAÇA A Força da Arena Acadêmica Jornal do Commercio (RJ), 27/7/2010 gesto de premiar, que nos premia também, pois, como ensinou Nabuco, nós somos quarenta, mas não somos os quarenta. É meritório reconhecer os valores que não são os da casa. Isto, mais que uma obrigação ética, é uma satisfação para os acadêmicos. Anotemos que entre os premiados há valores de muitos brasis e de diferentes gerações, selecionados em votação nas comissões e no plenário, a partir de pareceres subscritos por acadêmicos. Isto, em relação ao gesto de premiar. Já as palavras foram as do historiador de expressão internacional José Murilo de Carvalho, por todos nós muito estimado e a quem admiramos na excepcionalidade da sua obra feita de critério, de descobertas, de precisão, de qualidade no estilo, enfim, uma obra ao mesmo tempo marcada pela beleza e pelo rigor da ciência. Ele foi o orador oficial. Ao falar, desejei apenas, no cumprimento do dever presidencial, e com as limitações da semi-invalidez, nada além disso, dizer que a festa de aniversário da Academia Brasileira de Letras não tenciona, de modo algum, restaurar o passado para o futuro, nem é um retorno à busca duma manhã de nevoeiro ao estilo sebastianista. Mas não custa nada cuidar da imaginação do futuro. É o que fazemos todos os dias, já que à academia também compete realizar destinos. Moderna e dinâmica nos processos de se programar e de funcionar, a Academia abrange iniciativas condizentes com essa modernidade e esse dinamismo, mas sem perder os fundamentos da tradição que nos mantém de pé. E tudo isto acontece ao investigarmos e operarmos a cultura. Sem cessar. Com amor e total dedicação. O 276 ARTIGOS 2010-2011 Daí porque é de se reconhecer que a nossa arena acadêmica é uma praça de cordialidade e civilização. Sempre evitamos caminhos enganosos que podem começar largos, mas que acabam invariavelmente estreitos. Temos razão para essa crença, inclusive no momento em que, no mundo dito mais desenvolvido, a cultura passa a ser vista como fator estratégico, a distanciar-se da categoria do supérfluo. E há motivos para tanto. Informações recentes dão conta de que no Reino Unido o emprego na cultura cresce 2% e só 1% no restante da economia, a riqueza gerada avança 5% contra 5% nos demais seguimentos. E esses efeitos têm correlação vária: onde estações do metrô destinam mais espaços a artistas pobres do que ali? Onde o Parlamento Nacional discute a ação de cambistas com igual peso que os problemas de saúde e de educação? Rodrigo Pinto, com zelo de analista, ainda de Londres chama a atenção para o fato de que o Sunday Times tem suplementos dominicais de arte com 80 páginas. E arremata: “Se quisermos conjugar democracia, crescimento sustentável e distribuição de riquezas (materiais e intelectuais) teremos que avançar muito em mídia, games, moda, artes cênicas, cinema, artes plásticas, casas de espetáculo, literatura, música, galerias, museus”. Em nosso canto modesto, ativa no seu modo de ser contemporânea, a Academia Brasileira de Letras manifesta-se de acordo e assim o faz. Alberto Venancio Filho, em ensaio brilhante que está escrevendo a propósito de Nabuco e a nossa Academia, destaca no discurso de Machado de Assis assumindo a Presidência, a recomendação dele de que se exigirá de nós compreensão pública e constância, zelo pelas funções de estabilidade e progresso. Nabuco ainda exigiria de todos nós senão a fé, nunca menos que a boa fé. A perpetuidade se alcançará pela verossimilhança, por mais que inverossímil pareça o nosso papel. Afinal de contas, Nabuco esperava que o nosso papel se densificasse ao atingirmos, pelo convívio com os mistérios, a solenidade e a antiguidade. 277 MARCOS VINICIOS VILAÇA Creio que os 113 anos que então registramos já explicam e justificam o que somos, uma gente com o atormentado vício de pensar. Quem sabe contar histórias, cria universos. Mas, nos comigos de mim, sublinhando estímulos ao trabalho, insisto em repetir o poeta de sempre e os navegadores portugueses do século XV. Do primeiro, repito: naveguemos mais se vê, dos segundos repito: há mais marés que marinheiros. 278 ARTIGOS 2010-2011 Política e Academia Diário de Pernambuco, 15/8/2010 enho acompanhando há mais de vinte anos a singular trajetória do Fórum Nacional, obra notável do grande brasileiro que é João Paulo dos Reis Velloso. Consolidado como espaço público dos mais relevantes para o debate de ideias e a formulação de propostas voltadas para o crescimento, o desenvolvimento e a modernização do Brasil, tem prestado relevantes serviços ao país. O Fórum trouxe em ato acontecido na ABL, de modo aberto e construtivo, contribuição ao próximo governo: na forma de uma proposta de plano nacional de desenvolvimento que será apresentada aos principais candidatos a presidente. É contribuição ao Brasil. A Academia cede pois, de muito bom grado, suas dependências para este Fórum Especial. Nos últimos anos, a Academia tem discutido e debatido a questão do desenvolvimento nacional, sobretudo no âmbito do “Seminário Brasil, brasis”: em seus vários prismas, o econômico, o social, o político-institucional, o cultural, o ambiental. Sou dos que pensam o mundo como um fato da cultura – cultura em seu sentido antropológico. E vejo o desenvolvimento como processo essencialmente cultural porque produto de incontáveis intervenções humanas. Processo avesso às uniformidades e aos conformismos. Que favorece a mudança e a diferença. Que amplia e dinamiza o vasto campo da experiência humana em sua busca incessante do mais e do melhor. Fenômeno plural, o desenvolvimento é civilização, é cultura. Faz a própria História. A nossa História, futuro nosso, criação coletiva, compartilhada, vivida. V 279 MARCOS VINICIOS VILAÇA Pedimos aos candidatos a presidente da República e convidados que se sentissem em casa, naquela Casa, que fossem profícuos os resultados de mais uma iniciativa do Fórum Nacional e recordassem que acrescia ao prazer e a honra de recebê-los, o fato de que estamos a comemorar o Ano Joaquim Nabuco, presente a transcendência da vida e da obra de um dos nossos fundadores. Nabuco é uma das superioridades da vida pública do Brasil. Por isso a sua intuição do papel da Academia foi luminosa e fecunda. Deixou claro que não deveríamos nos ater à cultura da ilustração, para não dizer cultura puramente acadêmica. De igual sorte, não entendeu a libertação dos escravos como ato que desconhecesse a necessidade de inclusão social dos libertos. Joaquim Nabuco não pensou apenas na mudança do status do negro mas da transformação. Não apenas mudança, mas transformação. Nossa Academia tem posição fundamentalmente apartidária, absolutamente apolítica, tanto no plano interno como no espaço internacional. Essa posição, consideramo-la intocável. Mas, na lição de Silvio Romero, temos obrigação de como uma grande artéria, acompanhar o pulsar da nação. Em matéria de eleições já nos bastam as eleições acadêmicas, que Graça Aranha via assim, e eu repeti na tentativa de conclusão amena de nota introdutória naquele dia: “Nada interessa tanto à vida acadêmica como uma eleição. Parece que aqueles homens, escapos da política, mas guardando fielmente o espírito eleitoral brasileiro, desforram-se em eleger confrades, exercendo um privilégio, quando raramente votam fora da Academia... Na Academia, o sentimento eleitoral é o mais ativo de todos e a Academia Brasileira, graças a seu quociente de mortos, jamais foi uma academia morta. Os abençoados mortos deram-lhe a mais preciosa das vidas, a vida eleitoral”. Por fim, pedi ao Ministro João Paulo dos Reis Velloso que desse as ordens. 280 ARTIGOS 2010-2011 Iberidade Diário de Pernambuco, 27/10/2010 ensaio é um gênero literário desde Montaigne. No Brasil o ensaísmo literário une-se ao filosófico em Tobias Barreto, patrono de uma das Cadeiras da Academia Brasileira de Letras, e ao sociológico em Silvio Romero, um dos seus fundadores. Vamireh Chacon, mesmo com formação universitária de doutoramento no Brasil e na Alemanha e pós-doutoramento nos Estados Unidos, permaneceu fiel às origens ibéricas, em meio às influências germânicas da Escola do Recife na Faculdade de Direito de Pernambuco, e norte-americanas de Gilberto Freyre em Apipucos. Foi Ortega y Gasset quem começou a revelar o pensamento hispânico e o alemão à geração de Eduardo Portella, Nelson Saldanha e Vamireh Chacon, e para a anterior, a de Helio Jaguaribe e Cândido Mendes, no Nordeste e outras partes do Brasil. A fidelidade de Vamireh Chacon à iberidade continuou presente no seu itinerário intelectual, como se vê em vários dos seus artigos e ensaios resultantes de suas pesquisas principalmente em Caracas e Bogotá, entre os quais os que escreveu sobre o poeta Natividade Saldanha e o General Abreu e Lima, pernambucanos refugiados na Venezuela e na Colômbia, companheiros de Simón Bolívar em suas campanhas de independência dos países hispano-americanos. Vamireh Chacon não se esquece de sempre incluir conferências suas nas universidades de Lisboa – desde a chamada clássica à nova e à técnica – e Coimbra, Porto, Minho e Évora, ao lado da complutense de Madrid e a de Salamanca, entre outras, principalmente da Alemanha, França, Grã-Bretanha e Estados Unidos. Desde 1991, Vamireh Chacon participa dos colóquios do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira no Brasil e em Portugal, do qual é um dos O 281 MARCOS VINICIOS VILAÇA fundadores e teve em Miguel Reale sua presidência de honra. No seu livro A Grande lbéria (Convergências e Divergências de uma Tendência), Vamireh Chacon procura aproximar as influências de Portugal e das Espanhas – castelhana, galega, catalã e outras – no Brasil em João Cabral de Melo Neto, Eduardo Portella, Ariano Suassuna e Nélida Piñon. Propõe até uma aproximação prática maior entre a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), sediada em Lisboa, e a CIN (Comunidade Ibero-Americana de Nações), outro tanto em Madrid. Em O Brasil e o Ensaio Hispano-Americano, Vamireh Chacon estuda as afinidades e aproximações, até mesmo influências recíprocas, entre escritores ensaístas brasileiros e os dos países nossos vizinhos. Assim vemos o interesse de Joaquim Nabuco pelo Chile, em Balmaceda, Oliveira Lima em Na Argentina e Impressões da América Espanhola, e Jorge Luis Borges quatro vezes no Brasil e muitos outros. Borges traduzido entre nós por Ivan Junqueira e Carlos Nejar. São laços profundos que nos unem, não só às culturas, extensivos a inúmeros outros. Livros de poemas de Lêdo Ivo foram traduzidos ao castelhano no México, Peru e Espanha. A publicação de O Brasil e o Ensaio Hispano-Americano de Vamireh Chacon situa-se no contexto das comemorações do Bicentenário da Independência da Argentina, às quais também assim se associa a Academia Brasileira de Letras. 282 ARTIGOS 2010-2011 Ler e Escrever no SESC Jornal do Commercio (RJ), 7/2/2011 enho insistido nas conversas descompromissadas com os confrades da Academia Brasileira de Letras no quanto é difícil saber ler. Há quem leia e não perceba, há quem leia e não se ilustre, há quem leia sem saber para quê. Há, assim, quem leia sem ler. Apenas vê os textos. Certa ocasião disse isto numa palestra para estudantes da Escola SESC de Ensino Médio e arrematei que não bastava aprender a escrever era imperioso saber ler. Concluí: só sabe escrever quem lê bem. Agora mesmo temos a prova disso com o próprio alunado daquela escola, aliás, no gênero a melhor do Brasil. Privilegiando a docência de nível e a biblioteca valiosa, os alunos procuram ler, radiografando os textos. Isso resultou, como naturalmente deveria ser, em que detivessem altos índices de aprovação em exames seletivos de abrangência nacional. E mais, notas altas em redação. Notas absolutamente diferenciadas. O zelo com que são organizadas as pautas de leituras e a animação dedicada a discutir as obras, as escolas literárias, as inclinações estilísticas dos autores, tudo leva a que os estudantes saibam o que estão lendo e, em conseqüência, saibam redigir. Meu pai, um modesto professor de ginásio no interior de Pernambuco, deu-me muita sabedoria, inclusive no que deveria ser o procedimento a adotar com a leitura que me favorecesse aprender a escrever: “Leia Machado de Assis”. Segui indagando: “E depois?” A resposta: “Leia Machado de Assis.” Compreendi que deveria ler infinitamente Machado de Assis. Não sei se o fiz bem, mas isto é outra história... Ora, o que aconteceu aos alunos da Escola SESC é que redigiram bem por conta do hábito da leitura, da fruição do acervo da bem cuidada biblioteca. T 283 MARCOS VINICIOS VILAÇA Esforço. Se as escolas de ensino médio se esforçassem – já que fazer até mesmo parecido com a Escola SESC é difícil – em seguir essa trilha de leitura, grupos de debate, apoio de biblioteca, cultivo da dissertação, a realidade do ensino básico de português seria outra. Os órgãos gerenciadores do ensino, no Rio, têm a obrigação de frequentar aquele estabelecimento localizado nos confins da Barra, para que se orientem como fazer. Ir lá, enfrentar trânsito e distância, e se confrontar com uma obra exemplar que o País, não só o Rio, fica a dever ao Sistema S, no caso, ao SESC. Fará muito bem a todos. Se navegar é preciso, ter a humildade em aprender com quem faz bem feito, também é preciso. E o navegar, de que fala a boa tradição dos navegadores, no alto mar ou na beira da praia, é buscar aprender. 284 ARTIGOS 2010-2011 Nabuco nas Ruas Jornal do Commercio (RJ), 14/3/2011 oaquim Nabuco vai instalar-se, feito em bronze, definitivamente na praça em frente à Academia Brasileira de Letras, ao lado de Manuel Bandeira. Pernambuco não poderia almejar mais. Seu grande poeta e seu grande escritor-político, imagens protegidas em bronze, ficam juntos, como espécie de guarda suprema da Casa de Machado de Assis. É bom ver Nabuco na rua. Ele foi um campeão das ruas, dos memoráveis discursos que o povo aplaudia endossando as suas teses de libertação. Nabuco chamou o povo para as ruas, para os comícios de campanhas políticas e para a epopeia da libertação. O fidalgo fez-se povo para melhor conduzi-lo. Nabuco teve oratória de salão e oratória de rua. Ninguém sabe qual a melhor. Admirável Nabuco, esse que tomava o significado das palavras para fazê-los mais significantes. Esse o segredo dos discursos que, infelizmente, só dispomos em textos. Imaginemos o que seria agora o prazer de ouvi-lo nos meios modernos de imagem e som, ressignificando seu esforço pela inserção social. A Academia Brasileira de Letras está agradecida ao operoso prefeito Eduardo Paes e ao seu excepcionalmente competente secretário Carlos Osório pelo presente que nos deu, enriquecendo a paisagem da estatuária das ruas do Rio com a imagem de Nabuco. São ambos administradores atentos a descobertas e ressignificações da paisagem humana do Rio. Agora, aguardemos a reação dos cariocas, tão finamente críticos. Gostarão? Quem sabe. O que importa é que o brasileiro do Rio vai poder ainda mais, olhando a estátua, valorizar os grandes homens que fertilizaram a nossa história com riquezas de idéias, vozes, gestos. J 285 MARCOS VINICIOS VILAÇA Nabuco certa feita disse assim: “Não fui feito para velho”. Remoia os achaques da tal melhor idade com essa confissão. Como já está bronzeificado mundo afora e não apenas no Brasil e no seu Pernambuco, acredito que não reclamará nem mesmo ao ouvido de Bandeira (ou de S. Luzia na igrejinha vizinha) de que não foi feito para estátua. 286 ARTIGOS 2010-2011 Morin no SESC Jornal do Commercio (RJ), 23/3/2011 m dias da semana passada tive dois ricos encontros com Edgar Morin, na Escola SESC de Ensino Médio. Conversa muito proveitosa para mim, a recolher o idealismo do pensador francês, que, às vezes, parece até idealista demais. Impressiona conviver com aquele homem de noventa anos, lépido como se fora apenas um quarentão. E olhe lá que quarentão, que anda de bicicleta, que dança com a juventude da escola, que gosta de samba e de conversar. Morin vem sempre ao Brasil. Hospeda-se num dos apartamentos da escola destinado aos professores. Convive com alunos e mestres, promove seminários, renova seu amor ao Brasil e se exercita na maneira quase obsessiva de refletir sobre questões educacionais. Discute com ardor quase juvenil... Vê-se que já estou a ainda mais remoçar o nonagenário “quarentão”. Morin dedicou-se nessa passagem pelo Rio a analisar o pensamento do Sul, em confronto com o pensamento do Hemisfério Norte. Teve a companhia de latinos americanos e de africanos, entre eles um senegalês muito qualificado. Entre esses, dirigentes do setor de ensino do SESC de vários estados brasileiros. Das reuniões resultou um texto básico a ser apreciado em centros universitários e, em particular, no âmbito dos especialistas do SESC, na matéria de ensino e cultura. Tenho a ideia de que tal trabalho está a merecer maior divulgação e que os centros universitários do Rio melhor aproveitem as temporadas cariocas do Morin, entre nós. O pensamento dele ao redor do qual há salutares controvérsias de natureza científica, adocicados pela simpatia pessoal, carece de mais amplo aproveita- E 287 MARCOS VINICIOS VILAÇA mento. E, por oportuno, que se preste aos dirigentes da CNC/SESC a reverência da gratidão por conta da oportunidade oferecida aos nativos. O professor Cândido Mendes, amigo do Morin, levou-o certa vez à Academia Brasileira e, agora, está sendo instado a promover noutra oportunidade a renovação dessa presença que enriquece a instituição. Afinal de contas, o deslocamento desde a Europa de Morin, – como de qualquer nome equivalente ao seu em prestígio internacional – necessita ter a mais ampla porosidade e o SESC, seu anfitrião, certamente não se furtará a dividi-la com outras áreas do pensamento. Há muito o que aproveitar, seja dito e insistido, nessa ação abrangente de relevância do SESC e da sua excelente Escola, situada em frente à Cidade de Deus, point internacionalizado por Obarna e por Morin, também. 288 ARTIGOS 2010-2011 ABL de Portas Abertas O Dia (RJ), 28/4/2011 papel da Academia Brasileira de Letras, em seus 114 anos de existência, sempre foi o de preservar e valorizar a memória nacional: a língua como instrumento do conhecimento e da convivência; as letras como reveladoras e formadoras da identidade do país, sem deixar de fora nada do que é humano — a ciência que reside no espírito, que observa e explica; e a poesia que habita a alma, que sente e compreende. A Academia abrirá suas portas hoje para debater, em seu primeiro Seminário “Brasil, brasis” de 2011, um tema atual e com pouco espaço nas discussões acadêmicas: “Grafitismo: A arte das ruas”. E vamos transformar o pátio da ABL num grande palco de hip hop e rap. Teremos, ainda, uma parede branca para que os artistas populares do grafitismo se exibam. Grafitismo, hip hop e rap são manifestações populares que se tornaram debate mundial. No Brasil, registra-se, na atualidade, um movimento voltado para essa manifestação artística. Representa, acima de tudo, inclusão social. Não são poucos os autores que se dedicam ao estudo do grafitismo, do hip hop e do rap. A Academia não poderia ficar fora dessa discussão. Vamos ouvir artistas populares e também abrir espaço para o poder público. O Secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osório, confirmou presença. Ele é o responsável pelo programa “Antipichação”, iniciativa para desestimular a ação de pichadores, mas que não deixa de reconhecer a prática do grafite como forma de conscientização. A ABL, assim, mantém-se fiel à sua vocação de casa de cultura aberta, democrática e criativa. Tem sido assim desde os tempos de Machado, O 289 MARCOS VINICIOS VILAÇA Nabuco e Ruy. A Academia não existe para enclausurar cultura, mas para socializá-la. Temos, semanalmente, ciclos acadêmicos, debates sobre temas atuais ou de culto à memória dos Acadêmicos que já se foram. Toda semana há espetáculos de teatro, cinema, música. Uma vez por mês, concertos de música clássica. As exposições exibem telas ou esculturas de importantes artistas brasileiros. Tudo aberto ao público, com entrada grátis e transmissão ao vivo pela Internet. Nossa proposta é a de popularizar a Academia, mas sem que se torne popularesca. E, principalmente, sem perder de vista a necessidade de preservarmos a tradição e a excelência. Portanto, é vital que nos afinemos sempre com os moços. Além disso, uma Academia de Letras também está obrigada, na contemporaneidade, a refletir sobre as novas linguagens e tecnologias. Se não o fizer, ficará como sombra e perderá sua capacidade de irradiação. 290 ARTIGOS 2010-2011 Clube de Leitura do SESC Jornal do Commercio (RJ), 10/8/2011 lição de Machado foi tomada ao pé da letra pela exemplar Escola SESC de Ensino Médio. Convocar os moços às tarefas da Cultura. Ele fez assim ao fundar, com Lúcio de Mendonça e outros, a Academia Brasileira de Letras. E mais: deu a traça do desenho acadêmico enquanto promotora e defensora da língua. “Caber-lhe-á então defendê-la daquilo que não venha de fontes legítimas – o povo e os escritores – não confundindo moda que perece com o moderno que vivifica”. A ESEM ao estimular a prática da leitura, a explicitação interpretativa de textos machadianos, a cargo dos alunos, sabiamente orientados por professores competentes, serve tanto à preservação quanto à adequada veiculação do bom português. Penso que Antonio Oliveira Santos ao criar a ESEM nem imaginava que ela iria tão longe, tornando realidade a aliança de tradições brasileiras com a modernidade dos tempos. Ensina-se, na ESEM, o canônico e o novíssimo. Sem mínguas, sem repartir, mas unindo e progressando. Dá gosto ler o que os estudantes sumariaram e agora sugerem, afastando mais uma vez aquele bordão que Marcelo Moutinho denuncia e reprova, o de que os livros de Machado cheiram a mofo. Moutinho tem razão e os estudantes comprovam: não é nada disso. Fernanda Freitas, Vagner Amorim, Luiz Fernando de Morais, Claudia Fadel, Antonio Viveiros são alguns que têm do que se orgulhar. Pelo trabalho que tantos realizaram, cada um poderia replicar o famoso verso de Mario de Andrade, que Antonio Carlos Secchin nunca esquece: “Eu A 291 MARCOS VINICIOS VILAÇA sou trezentos, sou trezentos e cinquenta”. Estas coisas pus em letra de forma para a “orelha” do livro que a Editora Autêntica vai divulgar. O livro é o resultado do projeto ali desenvolvido “Machado por jovens leitores”. Trata-se da ideia de acrescentar novo auxílio à literatura do nosso Machado, com a participação preponderante de estudantes da ESEM. Carvalhosa, MoMA, Tom Jornal do Commercio (RJ), 29/8/2011 eio as fartas notícias da exposição de Carlito Carvalhosa, no MoMA de New York. Dá-me orgulho, dá-me saudades. Orgulho e saudades de Marcantonio, o nosso TOM, meu e de Carmo. A abertura se dá às vésperas do aniversário do filho querido. Lembro bem de quando estávamos a montar o nosso apartamento (refúgio ou relicário?) na Boa Viagem quando ele chega com imenso quadro. Vinha de São Paulo para um curto período de férias conosco. Trazia obra belíssima de Carvalhosa, artista que até então não conhecíamos. O quadro é uma assunção de Nossa Senhora, com técnica refinada de uso pouco comum. Ele, ao contrário dos seus costumes, sem consultar a mãe, tomou a iniciativa de pôr na sala, onde sempre estará. Sabia que o artista vingaria, ganhando reputação internacional. Sabia que era um presente e um patrimônio para nós. Seu olhar de descoberta não falhou nunca. Como nada entre os pais e filho se afoga em espumas, aquele foi um momento. Idea Vilarino, do Uruguai, explica em versos o que as horas marcantes significam: “Foi um momento / Um momento / no centro do mundo”. L 292 ARTIGOS 2010-2011 Centralidade ou frontalidade do protagonismo de nossos filhos sempre significa. Tudo o mais é muito bem-vindo, a família, a saúde, o trabalho bem-sucedido, os amigos, mas sempre aquém daqueles. O que a gente contabiliza da trajetória na terra do inesquecível Marcantonio é a sua orientação de que o futuro não é dádiva, mas conquista. Não acreditando no que estivesse desamparado de conhecimento e trabalho, investiga a geografia das artes e se empenhou em facilitar o acesso aos seus mapas. Marcantonio foi um grande navegador. 293 PREFÁCIOS PREFÁCIOS prefácio é para o livro o que o aperitivo é para refeição: um anúncio breve, mas convincente, do que depois se saboreará. Nesse sentido, o Presidente Marcos Vinicios Vilaça é exímio gourmet, aliando em seus prefácios leveza e rigor, o que, atiçando a saliva do leitor, não o priva do prazer de degustar o livro. O 297 MARCOS VINICIOS VILAÇA Prefácio ao Livro Teológico, Metafísico e Positivo. Filosofia e Epistemologia no Ocidente Moderno, de Nelson Saldanha m Teológico, Metafísico e Positivo. Filosofia e Epistemologia no Ocidente Moderno, Nelson Saldanha, o grande intelectual e professor pernambucano abarca, com notável acuidade e poder de síntese, diversos temas que estão no próprio cerne da visão que tem de si próprio o mundo moderno, e de que modo e por que ele enverga tão disseminado adjetivo. Após uma análise notável do legado comtiano, em seus acertos, erros e desvirtuações, Nelson Saldanha empreende uma profunda reflexão sobre a epistemologia, à qual se segue uma recuperação quase arqueológica de como a exacerbação do papel das ciências dentro do universo do conhecimento – iniciada com o positivismo, seguida pelo neopositivismo e pelas teorias da linguagem – procurou ameaçar até mesmo a especificidade da filosofia e de outras das mais altas atividades do espírito humano. A pletora do cientificismo – não da ciência -, ou seja, a extrapolação dos métodos e valores das ciências exatas ou naturais para áreas do conhecimento perfeitamente alheias a eles, é, sem dúvida, uma das marcas e um dos estigmas limitadores do nosso tempo. Partindo dos pré-socráticos e de Platão e Aristóteles, passando pelas figuras seminais de Bacon, Descartes, Spinoza, Kant e Hegel, chegando ao divisor de águas representado pelo autor do Curso de Filosofia Positiva, Nelson Saldanha acompanha os problemas da teoria do conhecimento chegando, por um lado, em suas vertentes mais lógicas e racionalistas, a Husserl ou Carnap, ou, por outro, nas resistências à redução cientificis- E 298 PREFÁCIOS ta e ao tecnicismo planetário, a um Schopenhauer, um Kierkegaard, um Nietzsche ou um Bergson. Livro que levanta mil questões, que toca no fundo dos maiores problemas do pensamento ocidental, a presente obra se revela como das mais instigantes para todos aqueles que se interessam pelas questões fulcrais do espírito. 299 MARCOS VINICIOS VILAÇA Prefácio ao Livro O Brasil e o Ensaio Hispano-Americano, de Vamireh Chacon ensaio é um gênero literário desde Montaigne. No Brasil o ensaísmo literário une-se ao filosófico em Tobias Barreto, patrono de uma das Cadeiras da Academia Brasileira de Letras, e ao sociológico em Silvio Romero, um dos seus fundadores. Vamireh Chacon, mesmo com formação universitária de doutoramento no Brasil e na Alemanha e pós-doutoramento nos Estados Unidos, permaneceu fiel às origens ibéricas, em meio às influências germânicas da Escola do Recife na Faculdade de Direito de Pernambuco, e americanas de Gilberto Freyre em Apipucos. Foi Ortega y Gasset quem começou a revelar o pensamento hispânico e o alemão à geração de Eduardo Portella, Nelson Saldanha e Vamireh Chacon, e para a anterior, a de Helio Jaguaribe e Cândido Mendes, no Nordeste e outras partes do Brasil. A fidelidade de Vamireh Chacon à iberidade continuou presente no seu itinerário intelectual, como se vê em vários dos seus artigos e ensaios resultantes de suas pesquisas principalmente em Caracas e Bogotá, entre os quais os que escreveu sobre o poeta Natividade Saldanha e o General Abreu e Lima, pernambucanos refugiados na Venezuela e na Colômbia, companheiros de Simón Bolívar em suas campanhas de independência dos países hispano-americanos. Vamireh Chacon não se esquece de sempre incluir conferências suas nas universidades de Lisboa – desde a chamada clássica à nova e à técnica – e Coimbra, Porto, Minho e Évora, ao lado da complutense de Madrid O 300 PREFÁCIOS e a de Salamanca, entre outras, principalmente da Alemanha, França, Grã-Bretanha e Estados Unidos. Desde 1991, Vamireh Chacon participa dos colóquios do Instituto de Filosofia Luso-brasileira no Brasil e em Portugal, do qual é um dos fundadores e teve em Miguel Reale sua presidência de honra. No seu livro A Grande Ibéria (Convergências e Divergências de uma Tendência), Vamireh Chacon procura aproximar as influências de Portugal e das Espanhas – castelhana, galega, catalã e outras – no Brasil em João Cabral de Melo Neto, Eduardo Portella, Ariano Suassuna e Nélida Piñon. Propõe até uma aproximação prática maior entre a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), sediada em Lisboa, e a CIN (Comunidade Ibero-Americana de Nações), outro tanto em Madrid. Em O Brasil e o Ensaio Hispano-Americano, Vamireh Chacon estuda as afinidades e aproximações, até mesmo influências recíprocas, entre escritores ensaístas brasileiros e os dos países nossos vizinhos. Assim vemos o interesse de Joaquim Nabuco pelo Chile, em Balmaceda, Oliveira Lima em Argentina e Impressões da América espanhola, e Jorge Luis Borges quatro vezes no Brasil e muitos outros. Borges traduzido entre nós por Ivan Junqueira e Carlos Nejar. São laços profundos que nos unem, não só às culturas, extensivos a inúmeros outros. Livros de poemas de Lêdo Ivo foram traduzidos ao castelhano no México, Peru e Espanha. A publicação de O Brasil e o Ensaio Hispano-Americano de Vamireh Chacon situa-se no contexto das comemorações do Bicentenário da Independência da Argentina, às quais também assim se associa a Academia Brasileira de Letras. 301 MARCOS VINICIOS VILAÇA Prefácio ao Tomo VI dos Discursos Acadêmicos publicação dos Discursos Acadêmicos atinge agora o Tomo VI, abrangendo quinze anos de atividade (1981-1995), intervalo temporal mantido nos tomos anteriores, com ligeira flutuação para mais ou menos. Inicia-se com a recepção de Dinah Silveira de Queiroz, em 1981, e encerra-se em 1995, com a posse de Sábato Magaldi. A prática dos discursos de recepção e de resposta remonta à fundação da Academia Brasileira de Letras: desde seu nascimento em 1897, a instituição tornou-se um dos centros de nossa vida intelectual e passou a abrigar grandes nomes de nossa cultura, os quais, empossados, respeitam a praxe de produzir um texto, reverenciando a memória de seus antecessores e apresentando-se à comunidade acadêmica. Com isso, além de fornecer pistas sobre sua própria obra, o novo confrade ilumina aspectos da biobibliografia dos predecessores de sua Cadeira. Parafraseando Machado, a cerimônia de posse ata as duas pontas da vida acadêmica: o culto ao passado e a perene renovação. Este sexto tomo distingue-se dos demais pelo fato de abrigar até então o maior montante de acadêmicos vivos (dezesseis) – e também a primeira geração a que se facultou escrever seus discursos no computador –, o que, conferindo contemporaneidade à publicação, arquiteta valioso painel para estudiosos da cultura de hoje, tão heterogênea quanto a aldeia global que lhe serve de casa. A 302 PREFÁCIOS Nota para o Livro A Duquesa Vale uma Missa, de José Sarney m seu novo romance, A Duquesa Vale uma Missa, José Sarney mostra a variedade de seu espaço ficcional. Depois de O Dono do Mar; sobre o universo poético dos pescadores da Ilha de São Luís do Maranhão, e Saraminda, sobre os mistérios da epopeia do ouro na região do Contestado entre o Brasil e a França – atuais Amapá e Guiana Francesa –, Sarney investe num romance urbano, passado entre São Paulo e o Rio de Janeiro. Seus personagens se apresentam ainda, como nos romances anteriores, com certo ar de realismo mágico, que é enganoso, como se verá na conclusão do romance. Tratado como um conto longo – e precisamos lembrar que o autor escreveu um livro de contos excepcional, O Norte das Águas – o romance conta numa linguagem muito despojada a curiosa relação entre o narrador, Leonardo, e um quadro em que a Duquesa de Villars segura o seio de sua irmã, Gabrielle d’Estrées, amante de Henrique IV. Sarney abre assim um espaço para tratar da petite histoire francesa no fim do séc. XVI. Como sempre, há um componente de erotismo em sua obra. Dentro da riqueza de temas, a narrativa mantém a coesão e um suspense que se resolve no desfecho. A Duquesa Vale uma Missa mostra que Sarney é um mestre do romance, que continua capaz de nos surpreender e deliciar com um livro de leitura a um tempo leve e instigante. E 303 MARCOS VINICIOS VILAÇA Prefácio ao Livro Estribos de Afetos & Esporas de Sonhos, de Sergio Bruni literatura brasileira é riquíssima em cenários, rurais ou urbanos, o que não é de se estranhar em relação a um país de dimensões continentais, o quarto território contínuo do mundo. Entre tantas paisagens e ambiências, uma, no entanto, parece ter sido bafejada pelo milagre transfigurador da literatura, o sertão. O sertão, na literatura brasileira, é uma entidade muito além do regional, havendo o sertão goiano de Hugo de Carvalho Ramos e de Bernardo Élis, o sertão mineiro de Afonso Arinos, do inigualável Guimarães Rosa e de Mário Palmério, o sertão mato-grossense do Visconde de Taunay, e assim por diante. Mas, entre tantos sertões, o de maior presença em nossa literatura é o sertão nordestino, a ambiência física e humana do semiárido do Nordeste, palco do maior épico — ao lado de Grande sertão: veredas – da nacionalidade, Os sertões, de Euclides da Cunha, e de inesquecíveis obras de José Américo de Almeida, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Rachel de Queiroz, Jorge Amado ou Ariano Suassuna, entre outros. É nessa vertente, caudal virtualmente inesgotável, dentro da qual nosso cinema também produziu obras-primas como Deus e o Diabo na Terra do Sol e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, de Glauber Rocha, ou a recriação de Vidas secas por Nelson Pereira dos Santos, que Sergio Bruni, admirável prosador baiano, nos oferece este Estribos de afetos & esporas de sonhos. É perceptível, na prosa de índole essencialmente barroca desse conterrâneo de Gregório de Matos, de Sosígenes Costa e do já lembrado Glau- A 304 PREFÁCIOS ber Rocha, e semiconterrâneo do sublime Padre Vieira, o prazer quase físico na manipulação das palavras, a feliz pletora do verbo, a eficaz riqueza lexical, características comuns a autores como o injustamente esquecido Coelho Neto de Sertão e o justamente sempre lembrado, inclusive já neste breve texto, João Guimarães Rosa. O beatério, o cangaço, o jaguncismo, a política feita à bala, a gesta da cantoria, todas características da sociedade quase feudal que imperou há até bem pouco tempo no sertão nordestino, não deixaram – à exceção da última, gloriosamente presente – saudade em ninguém, mas inegavelmente serviram como um dos cenários de eleição da literatura e da arte no Brasil. Trata-se de um mundo inesgotável, como afirmamos, sempre presente ainda que quase extinto, do que é prova cabal a brilhante obra literária que o leitor tem nas mãos, obra ambientada parte no Ceará e parte na Bahia, por este baiano nacional que é Sergio Bruni. 305 MARCOS VINICIOS VILAÇA Prefácio ao Livro O Atestado da Donzela 2 (Paixão, Fuxico e Mistério), de José Nivaldo Júnior ste livro deve ser lido sabendo-se um livro de lealdade. Tudo o que nele se contém é o retrato sincero do que imaginou o autor nos limites do que sabe e gosta. É um livro leal ao mundo que José Nivaldo Júnior – e José Nivaldo, o pai – se dispuseram a entender. Quem conhece o agreste setentrional de Pernambuco há de desfazer as cortinas do livro e identificar nos personagens as figuras da história disfarçada do romance. Impressionou-me a fidelidade à paisagem e ao linguajar do meio em que o livro se desenrola. Imagino até, ora a diversão, ora a descoberta que o fraseado dos diálogos ou da dissertação, que o leitor “estrangeiro” viverá. De certo modo, o autor pode ter passado da medida. Mas se não o fizesse se sentiria afastado da autenticidade. A trama não tem nada de inverossímil (Camilo Castello Branco dizia que a verdade é às vezes mais inverossímil que a ficção) para quem conhece o urbano do interior de Pernambuco, invadido pelas pinças dos modos, das modas e dos meios que o Recife sugere. José Nivaldo foi o parteiro desse longo passado e José Nivaldo Júnior cuidou em manter as criaturas de mundos anteriores e interiores. Ambos têm o gosto de contar e pelo que se sabe não se sujeitam aos interpelados. Ralham se alguém complica seus objetivos de narrativa. A oralidade corre solta nos dizeres de Nina, Ambrósio, monsenhor Gomes e sei lá mais quem, dentro ou fora do cine Acrópole, por exemplo. E 306 PREFÁCIOS No romance a força substitui a razão e o estilo não aposentou a ideia. O autor associa a retórica quotidiana a uma eloquência que vai da censura ética à ironia aberta e ao humor sem freios. O leitor haverá de examinar se tenho razão nesta pequena apresentação – não suporto prefácio que antecipa o livro todo ou que doutrina avaliações – de um saudante, não de todo saudoso da época em que o livro se entretece, sem percurso de abandono e sem desesperos e desencontros. A vida deste livro reside em como é contado. 307 VIAGENS INTERNACIONAIS VIAGENS INTERNACIONAIS Academia empreendeu neste biênio uma série de viagens a cidades brasileiras, bem como a muitos países, sempre animada pela intenção maior de divulgação das letras nacionais. No diapasão do diálogo, a ABL também franqueou espaço a outros estados e países, recebendo-os calorosamente em nossa agenda de debates, palestras, chás, merendas e almoços. A 311 MARCOS VINICIOS VILAÇA 2010 Acadêmico Alfredo Bosi: Congresso de Linguistas e Filólogos da Accademia della Crusca, em Florença. Acadêmica Ana Maria Machado (Secretária-Geral): conferências na Feira Internacional do Livro Infantil de Bolonha, no Congresso International Board for the Youth (Santiago de Compostela), na Universidade de Salamanca e em Londres (Nabuco in London). Acadêmico Antonio Carlos Secchin: palestra “Le Mythe d’Iracema” na Sorbonne (Paris III). Acadêmico Arnaldo Niskier: recebeu a Medalha Machado de Assis na Academia Sueca. Acadêmico Carlos Nejar: conferência em Buenos Aires e no XIII Encontro de Poetas Ibero-Americanos, em Salamanca. Acadêmico Celso Lafer: presidência do Painel EUA/China sobre importação de pneus. Acadêmico Cícero Sandroni: palestra “Pluralismo, Atualidade e Sexo na Obra de Gilberto Freyre” na Academia das Ciências de Lisboa. Acadêmica Cleonice Berardinelli: conferência “Cesário Verde: Un Moderniste Avant la Lettre” no Centro Cultural Calouste Gulbenkian (Paris), palestra para pós-graduandos em Literatura Portuguesa da Faculdade de Coimbra, conferência “A Presença do Mar em Camões e Fernando Pessoa” no Colóquio Literatura Portuguesa e a Construção do Passado e do Futuro (Lisboa). 312 VIAGENS INTERNACIONAIS Acadêmico Domício Proença Filho: conferência sobre Machado de Assis na Universidade de Salamanca e conferências sobre Nabuco em Roma e Bolonha. Acadêmico Evanildo Bechara: palestra no Congresso de Lexicologia e Lexicografia (Santiago de Compostela), na Universidade de Lisboa, em Bragança (no Encontro da Lusofonia) e em Salamanca (Conferência “Os Estudos da Língua Portuguesa na ABL”). Acadêmico Geraldo de Holanda Cavalcanti: conferência sobre Nabuco na Biblioteca do Congresso (Washington). Acadêmico Ivan Junqueira: palestra “Gilberto Freyre e o Colonizador Português” na Academia das Ciências de Lisboa. Acadêmico Ivo Pitanguy: participação no Fórum O Brasil e o Futuro (Estolcomo) e no curso “Practical Adjunts to your Facial Rejuvenation Pratice” (Washington); conferência “Helping to Keep the Dignity of the Body in the Ageing Process” (Mônaco); Presidência de Honra no Congresso Internacional de Cirurgia Plástica (Cali), onde apresentou a conferência “O Prazer de Aprender e Ensinar Cirurgia Plástica nas Últimas Cinco Décadas”; conferência “Holistic Approach of Ageing Treatments: Minimal Invasive Procedures for Well Being” (Genebra); participação da Reunião das Academias Nacionais de Medicina da França e do Brasil (Paris); conferência “As Doenças de Nabuco” na Biblioteca do Congresso (Washington). Acadêmico José Murilo de Carvalho: palestras em Bogotá e em Medellín; conferência “Joaquim Nabuco Abolicionist, Statesman, Intellectual” (Londres). Acadêmico Lêdo Ivo: lançamento dos livros traduzidos Rumor Nocturno e Plenilúneo (Madri e Barcelona); participação no Festival Internacional de Poesia de Roterdam, no 18.o Festival Internacio313 MARCOS VINICIOS VILAÇA nal de Poesia em Bogotá, no 40.º Festival Internacional de Poesia (Pereira, Colômbia); Prêmio Rosalía de Castro (Santiago de Compostela). Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça (Presidente): conferências sobre Nabuco em Roma, Washington e Nova York. Acadêmico Moacyr Scliar: palestras “Kafka no Brasil” (Universidade de Praga) e “A Literatura Brasileira Vista da Europa” (Paris); lançamento do livro La Guerre de Bon Fin (Paris). Palestra com o mesmo título em Lyon. Acadêmica Nélida Piñon: palestra no Seminário de Verão (Cascais); lançamento do livro Aprendiz de Homero (Lisboa); jurada na cerimônia de entrega do Prêmio Don Quijote de la Mancha no Palácio Zarzuela (Madri). Acadêmico Sergio Paulo Rouanet: palestras sobre Nabuco em Londres e em Roma. Acadêmico Nelson Pereira dos Santos: participação na Mostra de Cinema Nelson Pereira dos Santos, no Museu de Quioto; palestra “Literatura Brasileira Adaptada para o Cinema” no Departamento de Estudos Luso-Brasileiros da Universidade de Quioto e no Departamento de Letras da Universidade de Tóquio. 314 VIAGENS INTERNACIONAIS 2011 intensa participação de acadêmicos em variadas atividades no exterior atesta, mais uma vez, o papel que a Academia Brasileira de Letras e seus membros exercem na divulgação internacional de nossa cultura e na expansão do horizonte de alcance de nossa língua. Seu reconhecimento demonstra isso. Ora a convite pessoal recebido de outras instituições, ora no quadro de parcerias e convênios estabelecidos pela ABL com universidades estrangeiras, os acadêmicos consolidaram em 2011 sua importância na afirmação de uma presença cultural significativa do Brasil em intercâmbios multilaterais de alto nível. A Fevereiro de 2011 Acadêmica Ana Maria Machado: Agraciada com o Prêmio Príncipe Claus, da Holanda, pelo conjunto de sua obra. Acadêmico Lêdo Ivo: Eleito Membro Correspondente da Academia Mallarmé. Paris, França. Acadêmico Tarcísio Padilha: Editado na Enciclopédia Della Persona nel XX Secolo, Edizioni Scientifiche, verbete dedicado à vida e à obra do acadêmico. Napoli, Itália Março de 2011 Acadêmica Ana Maria Machado: Salão do Livro de Paris. Palestra na Sorbonne IV, mesa-redonda na Sorbonne III e recebimento de dissertação de mestrado sobre sua obra. Paris, França. 315 MARCOS VINICIOS VILAÇA Acadêmica Ana Maria Machado: Feira Internacional do Livro Infantil. Reunião com brasilistas italianos e espanhóis. Recebimento de dissertação de mestrado da Universidade de Roma, sobre sua obra. Bologna, Itália. Acadêmico Arnaldo Niskier Feira Internacional do Livro Infantil de Bologna, representando a ABL. Bologna, Itália. Acadêmico João Ubaldo Ribeiro: Programação Salon du Livre – Encontro Literário de Escritores, Sorbonne III, abordando a obra de acadêmicos romancistas. Paris, França. Acadêmico Lêdo Ivo: Lançamento do livro Calima, em edição bilíngue, dando prosseguimento à publicação de sua obra poética completa. Barcelona, Espanha. Acadêmico Lêdo Ivo: Lançamento do seu livro Réquiem em edição eletrônica. Havana, Cuba. Abril de 2011 Acadêmico Candido Mendes: Agraciado com o 1.º Grau da Ordem do Dragoeiro, principal Comenda Cultural. Praia, Cabo Verde. Acadêmico Cícero Sandroni: Conferência a convite da Universidade de Indiana. Bloomington, Estados Unidos. Acadêmico Evanildo Bechara: Reunião na CPLP para tratar da passagem do 1.º Centenário da Portaria Ministerial, que efetivou a Reforma Ortográfica de 1911. Lisboa, Portugal. Acadêmico Evanildo Bechara: Congresso sobre Língua, Literatura e Cultura dos Países Lusófonos. Macau, China. Acadêmico Lêdo Ivo: Festival Internacional de Poesia “Cosmopoética – Os Poetas do Mundo”, promovido pelo governo das Astúrias. Córdoba, Espanha. 316 VIAGENS INTERNACIONAIS Acadêmico Lêdo Ivo: Lançamento e sessão de autógrafos do seu livro Calima. Madrid, Espanha. Acadêmico Lêdo Ivo: X Festival Internacional de Poesia – lançamento de Antologia em edição bilíngue. São José da Costa Rica, Costa Rica. Acadêmica Nélida Piñon: Foro Iberoamericano e Seminário, na Brown University. Providence, Estados Unidos. Maio de 2011 Acadêmica Ana Maria Machado: 24.a Feira Internacional do Livro. Bogotá, Colômbia. Acadêmico Candido Mendes: Palestrante e presidente da XXIII Conferência da Academia da Latinidade, sobre o tema: “The Democratic Imaginary in the Era of Globalization”. Barcelona, Espanha. Acadêmico Nelson Pereira dos Santos: Convidado e homenageado no 13.o Festival du Cinéma Brésilien pelos 50 anos de carreira. Mostra de filmes de sua autoria. Mesa-redonda sobre Jorge Amado. Palestra sobre “Cinema e literatura na obra do romancista baiano”. Paris, França. Junho de 2011 Acadêmico Carlos Nejar: Encontro de Literatura Brasileira no Centro de Estudos Brasileiros. Buenos Aires, Argentina. Acadêmico Celso Lafer: Participação no quarto encontro da rede franco-brasileira de internacionalização do Direito, a convite da cátedra “Estudos jurídicos e de Internacionalização do Direito” do Collège de France. Paris, França. Acadêmico Ivo Pitanguy: Simpósio Internacional G-20 sobre o tema “Regenerative Plastic Surgery”. Barcelona, Espanha. 317 MARCOS VINICIOS VILAÇA Acadêmico Lêdo Ivo: 8.º Festival Mundial de Poesia. Lançamento da Antologia bilíngue. Distinguido com a medalha Excelência Educativa, conferida pela Universidade Nacional Experimental Politécnica das Forças Armadas da Venezuela. Caracas, Venezuela. Acadêmico Luiz Paulo Horta: Palestra sobre Villa-Lobos. Jurado do Concurso Internacional de Violão Villa-Lobos. Salamanca, Espanha. Acadêmica Nélida Piñon: Jurada do Prêmio da Fundação Mapfre. Palestra em Barcelona e Valência. Madrid, Espanha. Acadêmico Nelson Pereira dos Santos: Conferência no 1.º Congresso de História, Literatura e Arte no Cinema da Língua Espanhola e Portuguesa. Salamanca, Espanha. Julho de 2011 Acadêmico Candido Mendes: Recebeu o título de Doutor honoris causa da Universidade Andina Simón Bolivar, no Equador, no âmbito do Ciclo de Conferências “Brasil-Comunidade Andina: uma relação de futuro”. Palestra na inauguração da Cátedra Brasil-Comunidade Andina. Quito, Equador. Acadêmico Marco Lucchesi: Professor visitante da Universidade de Concepcíon. Concepcíon, Chile. Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça: Convidado pela Feira Internacional do Livro de Lima a proferir conferência sobre “Joaquim Nabuco na América Latina”. Visita à Academia Peruana de Letras. Lima, Peru. 318 VIAGENS INTERNACIONAIS Agosto de 2011 Acadêmico Ivo Pitanguy: Festival de Ópera de Salzburgo – mesa-redonda para discutir o tema “Juventude Eterna”, em relação à Ópera “Die Sache Makropulos”. Salzburgo, Áustria. Acadêmico Lêdo Ivo: Lançamento simultâneo da antologia Poesia Latinoamericana hoy. México, Argentina e Paraguai. Setembro de 2011 Acadêmico Carlos Nejar: Recital de poemas e palestras sobre a Criação Literária Brasileira a convite do Departamento de Espanhol e Português da Universidade de Nova Iorque. Nova York, Estados Unidos. Acadêmico Celso Lafer: Mesa-redonda sobre “O futuro das políticas comerciais internacionais, e do crescente papel dos países do sul na Organização Mundial do Comércio”, a convite do Banco Mundial. Washington, Estados Unidos. Acadêmico Celso Lafer: Doutorado honoris causa outorgado pela Universidade Nacional de Tres de Febrero em reconhecimento da sua trajetória política e acadêmica em prol da integração e do desenvolvimento regional. Buenos Aires, Argentina. Acadêmico Celso Lafer: Seminário Internacional organizado pela UNTREF, sobre o tema “De la primavera árabe a las rebeliones europeas”. Expositor na mesa-redonda: “El contexto global visto desde Sudamerica”. Buenos Aires, Argentina. Acadêmico Evanildo Bechara: XIV Congresso de Lusofonia. Ilha de Sta. Maria (Açores), Portugal. Acadêmico Evanildo Bechara: Encontro técnico de ortografia (IILP e CPLP). Trabalhos de elaboração do VOLP. Praia, Cabo Verde. 319 MARCOS VINICIOS VILAÇA Acadêmico João Ubaldo Ribeiro: Conferência no 9.º Congresso Alemão de Lusitanistas na Universidade de Viena. Viena, Áustria. Acadêmico Lêdo Ivo: “Escritor Visitante” a convite do Instituto Cultural Hispano-Brasileño e Residencia de Estudiantes em parceria com a ABL. Madrid, Espanha. Outubro de 2011 Acadêmica Ana Maria Machado: Feira Internacional do Livro de Belgrado. Mesa-redonda sobre literatura brasileira contemporânea. Participação em palestras a convite da Universidade local e do PEN Club. Lançamento da tradução sérvia do romance Tropical Sol da Liberdade. Belgrado, Sérvia. Acadêmico Antonio Carlos Secchin: Conferências sobre a poesia de João Cabral de Melo Neto, representando a ABL nas Universidades de Paris III, Sorbonne Nouvelle, Madrid, Salamanca, Coimbra e Porto. Paris, Madrid, Salamanca, Coimbra e Porto. Acadêmico Candido Mendes: Palestra “Development and Social Identity: Sustainability and Ecology” – Institute for Advanced Sustentainability Studies. Academia da Alemanha para um debate. Potsdam, Alemanha. Acadêmico Celso Lafer: Presidiu e participou das atividades da FAPESP Week no Woodrow Wilson Center, referentes à comemoração dos 50 anos da Instituição. Washington, DC. Acadêmica Cleonice Beradinelli: Representante da Literatura Portuguesa na inauguração do Centro Cultural da Fundação Calouste Gulbekian. Colóquio em homenagem a Eduardo Lourenço. Conferência Inaugural do Evento “Des Risques Que L’on Court”. Paris, França. Acadêmico Domício Proença Filho: Assinatura de Protocolo de Intenções entre ABL e Universidade Blaise-Pascal. Clermont-Fer320 VIAGENS INTERNACIONAIS rand, Paris. Conferência sobre a língua portuguesa no Brasil. Conferência na Embaixada Brasileira em Paris. Acadêmico Evanildo Bechara: Colóquio “Guerra da Cal” – III Seminário de Lexicologia sobre o tema “Acordo Ortográfico: O interior e o exterior”. Santiago de Compostela, Espanha. Acadêmico Ivo Pitanguy: Conferência no 1.o Congresso Europeu-Chinês de Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética. 1.º European Chinese Congress of Plastic Reconstructive and Aesthetic Surgery. Conferência sobre o tema “Keeping the dignity of the body during the aging process”. Beijing, China. Acadêmico João Ubaldo Ribeiro: Festival de Cultura Europália, no Bozar (Palais dês Beaux-Arts). Bruxelas, Bélgica. Acadêmico José Murilo de Carvalho: Aula Magna “La década de sesenta en Brasil: política y guerra”, no Seminário “Los revolucionários sesenta. Guerra, Estado y nacíon en la década de 1860”, no Colégio de México. México, México. Acadêmico Marco Lucchesi: Palestra sobre literatura e crítica com a Junta de Cultura da Galícia. Santiago de Compostela, Espanha. Palestra sobre as Latinidades. Alba Iulia, Romenia. Presidiu o 3.º Concurso de Romance. Massarosa, Itália. Condecorado com a alta honraria: “Pantera d’oro”. Lucca, Itália. Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça: Assinatura de Protocolo de Intenções entre ABL e Universidade Blaise-Pascal. Clermont-Ferrand, Paris. Conferências sobre a Academia na Cultura Brasileira. Conferência na Embaixada Brasileira em Paris. Acadêmica Nélida Piñon: Participação como jurada do Prêmio Literário José Saramago. Proferiu discurso na cerimônia de entrega do galardão ao vencedor. Lançamento do livro Coração Andarilho em edição portuguesa. Lisboa, Portugal. 321 MARCOS VINICIOS VILAÇA Acadêmico Nelson Pereira dos Santos: Festival do Filme de Nova Iorque. Lançamento mundial de “A Música segundo Tom Jobim”. Nova Iorque – E.U.A. Novembro de 2011 Acadêmica Ana Maria Machado: Convidada do programa Belles Latinos. Leituras e debates com leitores. Lyon, França. Acadêmica Ana Maria Machado: Convidada pela Americas Society para palestra em Simpósio sobre Paisagens Urbanas na Literatura Brasileira. Lançamento de revista com capítulos da tradução norte-americana de Tropical Sol da Liberdade. Nova Iorque, Estados Unidos. Acadêmico Cícero Sandroni: Participação da Conferência em Budapeste no World Forum Science da Academia de Ciências da Hungria, designado pelo Presidente Marcos Vilaça, para representar a ABL na discussão dos temas sociais e econômicos apresentados. Budapeste, Hungria. Dezembro de 2011 Acadêmico Candido Mendes: Conferência da Academia de Latinidade sobre o tema “Les Nouveaux Imaginaires Démocratiques”. Palestrante e mediador das sessões. Hammamet, Tunísia. 322 LANÇAMENTOS E INAUGURAÇÕES LANÇAMENTOS E INAUGURAÇÕES ma das maneiras de socializar os empreendimentos da Academia é a organização de lançamentos e de inaugurações, que tanto fazem circular nossas publicações e nossos eventos, como aproximam os visitantes de nossos acadêmicos, num frutífero e amistoso diálogo. U 325 MARCOS VINICIOS VILAÇA Maio de 2010 Dia 6 Lançamento do livro A Alma Encantadora das Ruas / The Enchanting Soul of the Streets, versão em inglês de Mark Carlyon, do texto original de João do Rio. Ilustrações de Waltercio Caldas. 326 LANÇAMENTOS E INAUGURAÇÕES Agosto de 2010 Dia 3 Houve o lançamento de 21 volumes de suas séries de publicações do primeiro semestre deste ano, com destaque para dois importantes livros da Coleção Antônio de Morais Silva: Estudos sobre os Lusíadas, de José Maria Rodrigues; e Dificuldades da Língua Portuguesa, de M. Said Ali. Livros da Coleção Afrânio Peixoto, Série Essencial e a edição número 63 da Revista Brasileira, da ABL, também farão parte do lançamento 327 MARCOS VINICIOS VILAÇA Dia 12 Lançamento do livro Odysseus, o Velho, de Carlos Nejar Dia 18 Lançamento do livro Histórias das Minhas Canções, de Paulo César Pinheiro 328 LANÇAMENTOS E INAUGURAÇÕES Dia 19 A Academia Brasileira de Letras convidou para o lançamento da obra Conferências sobre Nabuco, organizada pelos Professores Kenneth David Jackson e Severino João Albuquerque, que foi realizado no dia 19 de agosto, às 17h 30min, no Petit Trianon. 329 MARCOS VINICIOS VILAÇA Setembro de 2010 Dia 14 Lançamento de edição bilíngue do livro Memórias de um Sargento de Milícias é lançada na ABL. A Academia Brasileira de Letras, a Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, o Instituto Light e o Instituto Cultural Cidade Viva convidaram para o lançamento da edição bilíngue do livro Memórias de um Sargento de Milícias – Memoirs os a Militia Sergeant, realizado no dia 14 de setembro, às 18h 30min, na ABL. 330 LANÇAMENTOS E INAUGURAÇÕES Dia 28 Lançamento do livro O Lulismo no Poder, de Merval Pereira Outubro de 2010 Dia 19 Lançamento da Obra Completa de Casimiro de Abreu 331 MARCOS VINICIOS VILAÇA Dia 26 Lançamento do livro Mate com Angu – A História de Armanda Álvaro Alberto, de Dalva Novembro de 2010 Dia 23 Lançamento do livro Hotéis à Beira da Noite, de Per Jonhs 332 LANÇAMENTOS E INAUGURAÇÕES Março de 2011 Dia 16 Lançamento do livro Crônica para a Cidade Amada, organizado pelo Acadêmico Arnaldo Niskier, que reúne 92 crônicas sobre as cidades do Estado do Rio de Janeiro. A obra apresenta um completo acervo cultural/literário sobre o ambiente cultural do Estado do Rio de Janeiro. 333 MARCOS VINICIOS VILAÇA Abril de 2011 Dia 13 Lançamento do livro Percorrendo Memórias, de Aloysio Campos da Paz Júnior. 334 LANÇAMENTOS E INAUGURAÇÕES Dia 25 A Secretaria de Estado de Cutura do Rio de Janeiro, o Instituto Light e o Instituto Cultural Cidade Viva lançaram no dia 25, na Academia Brasileira de Letras o livro Casa Velha/The old house, versão em inglês por Mark Carlyon, sobre o texto original de Machado de Assis. O lançamento se realizou às 18h 30min, na Sala dos fundadores, no Petit Trianon. 335 MARCOS VINICIOS VILAÇA Junho de 2011 Dia 7 Lançamento do livro Discursos de Afrânio Coutinho, organização de Eduardo F. Coutinho e Vera Lúcia Teixeira Kauss. 336 LANÇAMENTOS E INAUGURAÇÕES Dia 9 A Academia Brasileira de Letras, em parceria com as Empresas Ediouro Publicações e Duetto Editorial, promoveu no dia 9 de junho, no Petit Trianon, o lançamento da revista Para Saber e Conhecer Nossa Língua, com a participação dos Acadêmicos Arnaldo Niskier, Evanildo Bechara e Antonio Carlos Secchin. 337 MARCOS VINICIOS VILAÇA Dia 17 A Academia Brasileira de Letras, em parceria com o Serviço do Comércio (SESC), promoveu o lançamento do livro O Decifrador, um registro documental das atividades mais recentes do dramaturgo, poeta, romancista e Acadêmico Ariano Suassuna, pelo olhar do artista Alexandre Nóbrega. Ariano veio ao Rio especialmente para a tarde/noite de autógrafos. A captação das imagens foi feita pelo artista plástico Alexandre Nóbrega, também autor, em sua primeira incursão no universo da fotografia. Alexandre Nóbrega acompanhou o escritor como seu assessor por dez anos. Foram viagens (por todo o Brasil) de trabalho, palestras, homenagens, momentos de lazer e descanso de Ariano Suassuna em casa ou em sua terra Natal, flagrantes do trabalho em seus escritos, momentos de reflexão ou leitura, imagens realizadas em silêncio. Segundo o autor: “Tudo com a delicadeza de um observador reverente e cuidadoso, que traz o olhar treinado de um artista sensível e experiente. O resultado dessa comunhão foi uma composição inusitada, uma leitura descontraída e serena do caminho trilhado 338 LANÇAMENTOS E INAUGURAÇÕES por Ariano Suassuna nos últimos anos. As imagens nos proporcionam a rara oportunidade de entrarmos em contato com o homem comum, de hábitos simples e talento invejável”, afirmou Alexandre Nóbrega. Dia 29 A Academia Brasileira de Letras, em parceria com a Fundación Mapfre e a Editora Objetiva, promoveu mesa-redonda e sessão de autógrafos para o lançamento da coleção História do Brasil Nação: 1808-2010: Projeto América Latina na História Contemporânea A mesa teve os Acadêmicos Alberto da Costa e Silva e José Murilo de Carvalho como debatedores, juntamente com Angela de Castro Gomes, Daniel Aarão Reis e Boris Kossoy. A apresentação foi realizada por Pablo Jiménez Burillo (diretor-geral do Instituto de Cultura da Findación Mapfre) e a moderação foi de Lília Moritz Schwarcz (Diretora da Coleção no Brasil). 339 MARCOS VINICIOS VILAÇA Novembro de 2011 Dia 18 O escritor, ator e comediante Jô Soares lançou seu último romance policial, As Esganadas, na Academia Brasileira de Letras. Os tipos e as tramas do livro são, segundo os editores, especialmente engenhosos e, por intermédio deles, o autor retrata um Rio de Janeiro no fim dos anos 1930, quando estava começando o Estado Novo, a ditadura de Getúlio Vargas. E é exatamente nesse mundo em ebulição que chega uma personagem portuguesa, saída de um poema de Fernando Pessoa, para elucidar o estranho e terrível caso das gordas desaparecidas, tema central do romance. 340 LANÇAMENTOS E INAUGURAÇÕES Novembro de 2011 Dia 18 A Academia Brasileira de Letras, em parceria com a IOESP lança Para uma História da Belle Époque – A Coleção de Cardápios de Olavo Bilac, de Lúcia Garcia. 341 MARCOS VINICIOS VILAÇA Novembro de 2011 Dia 29 A Academia Brasileira de Letras, em parceria com a IOESP lança 38 volumes da Série Essencial. 342 EVENTOS C OM A P O I O DA A B L EVENTOS COM APOIO DA ABL oroando a política da boa vizinhança, neste biênio a Academia estabeleceu convênios com diversas instituições brasileiras e estrangeiras, sempre orientada pelo princípio de que, numa parceria, os benefícios circulam em mão dupla: assim como esta Casa fica contemplada pelas benesses dos convênios, também ela se esforça em cooperar com as entidades conveniadas. C 345 MARCOS VINICIOS VILAÇA Março de 2010 Dia 29 Encontro de Lusofonia Coordenação: Evanildo Bechara Palestrantes: Chrys Chrystello – “Acordo ortográfico em Portugal e o papel da sociedade civil como motor para conscientização”; Concha Rodrigues Peres – “Acordo ortográfico e a língua Galiza: poder e responsabilidade”; João Malaca Casteleiro – “A implantação do acordo ortográfico e seus problemas”. Dia 28 Entrega dos Prêmios do Evento “Dez Mulheres do Ano 2009” Promovido pelo Conselho Nacional de Mulheres do Brasil, em comemoração ao Dia Nacional da Mulher. 346 EVENTOS COM APOIO DA ABL Abril de 2010 Dia 15 ABL Apoia a Iniciativa da USP pela Inclusão de Bolsa-Livro no Orçamento de 2010 A Academia Brasileira de Letras enviou, no dia 15 de abril, uma correspondência assinada pelo Presidente Marcos Vilaça e pela Secretária-Geral Ana Maria Machado, cumprimentando a Universidade do Estado de São Paulo (USP) pela inclusão de uma bolsa-livro em seu orçamento de 2010. A Casa tomou conhecimento da iniciativa por intermédio de artigo assinado pelo professor Franco Lajolo, Vice-Reitor da Universidade: “Estamos inteiramente de acordo com a premissa em que se baseia tal iniciativa: a de que não bastam a presença em sala de aula e a voz do professor, bem como laboratórios e computadores, para que os alunos possam aprender e ter acesso ao conhecimento”, disseram os Acadêmicos na correspondência. A ABL também se associou à USP na proposta do professor Franco Lajolo, “para que a essa bolsa seja dado o nome do nosso saudoso confrade José Mindlin, grande amigo dos livros, aos quais dedicou toda sua vida. Alegramo-nos com a justa homenagem e, mais uma vez, felicitamos a USP pela bela ideia”. 347 MARCOS VINICIOS VILAÇA Maio de 2010 Dia 10 Orquestra Brasileira de Harpas Direção: Maria Célia Machado Dia 20 Solenidade Comemorativa da Centésima Edição do Livro Menino de Engenho, de José Lins do Rego, Organizada pela ABL e pela Editora José Olympio Com leitura do trecho do livro Menino de Engenho, feita pelo ator Lauro Muller, debate sobre a obra de José Lins do Rego com mesa composta por Walter Lima Junior, Ivan Cavalcanti Proença e José Castello e exibição do filme de Walter Lima Junior. 348 EVENTOS COM APOIO DA ABL Junho de 2010 Dia 15 Assinatura do Convênio entre a ABL e A Universidade de Salamanca Cooperação cultural e literária, assinado por Ana Maria Machado e Gonzalo Gómez Dacal, Diretor do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Salamanca. Dia 17 Programa da Série “Centenário de Aurélio Buarque de Holanda” Primeiro programa da série “Centenário de Aurélio Buarque de Holanda”, com apoio da ABL é transmitido pela TV Universitária. 349 MARCOS VINICIOS VILAÇA Julho de 2010 Dia 8 Entrega do Prêmio CIEE 2010 Dia 13 “Maratona Rachel de Queiroz” Concurso de redações promovido entre a ABL e a Secretaria Municipal de Educação. Dia 19 Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais – IPRI / Fundação Alexandre Gusmão – Funag e ABL Agosto de 2010 Dia 02 Entrega do Prêmio SESC de Literatura Com lançamento dos livros vencedores: Prosa de Papagaio, de Gabriela Guimarães Gazzinelli e Tavala, de Sergio Tavares. De 9 de agosto a 29 de setembro “Mutações – a Invenção das Crenças” Curadoria: Adauto Novaes 350 EVENTOS COM APOIO DA ABL Dia 12 Fórum Especial 2010: Plano Nacional de Desenvolvimento – Proposta ao Novo Governo Palavras de saudação: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça. Apresentação do fórum: João Paulo Reis Veloso. Participantes: Ministra Marina Silva e Deputado Plinio de Arruda Sampaio. Setembro de 2010 Sessão Acadêmica Especial Dia 16 Homenagem ao Centenário de Nascimento de Carlos Chagas Filho Sessão conjunta entre Academia Brasileira de Letras, a Academia Nacional de Medicina, a Academia Brasileira de Ciências, o Instituto de Biofísica e da Fundação Oswaldo Cruz Março 2011 Teatro Educação na ABL Dia 1 O projeto “Teatro Educação” é realizado na Academia Brasileira de Letras desde agosto de 2005, com a finalidade, entre outras, de proporcionar aos alunos das escolas da rede pública uma oportunidade de estar em contato com a arte e a educação de uma maneira acessível e lúdica. 351 MARCOS VINICIOS VILAÇA Setembro 2011 Dia 1 ABL realiza homenagem a Almeida Prado A Academia Brasileira de Letras promoveu a série “Música de Câmara na ABL”, intitulada “Homenagem a Almeida Prado, seus grandes mestres e amigos”. Novembro de 2011 Dia 23 Fórum Shakespeare foi apresentado na ABL A Academia Brasileira de Letras, em parceria com o British Council e People´s Palace Projects, sediou e apresentou o “Fórum Shakespeare”, uma sessão de aulas de mestre (master classes) ministradas por Cicely Berry e Justin Audibert, da Royal Shakespeare Company, Londres (RSC), para atores dos grupos teatrais. ABL realiza “Jornada Literária sobre Miguel Delibes” A Academia Brasileira de Letras e o Centro de Estudios Brasileños de la Universidad de Salamanca promoveram a “Jornada Literária sobre Miguel Delibes” (Conversaciones em torno a Miguel Delibes). 352 CONVÊNIOS CONVÊNIOS mesmo espírito de simbiose, demonstrado nos eventos, pauta os convênios com apoio – financeiro ou simbólico – da ABL, pois seu Presidente sempre demonstrou consciência do poder da Academia como instituição legitimadora da cultura brasileira. O 355 MARCOS VINICIOS VILAÇA Abril de 2010 Dia 30 Assinatura de Termo de Cooperação Técnica entre a ABL e a Fundação Alexandre de Gusmão (com lançamento do livro Brasil e Romênia – Pontes Culturais, de Ático Vilas-Boas da Mota). Dia 8 Assinatura do convênio entre a ABL e a Imprensa Oficial de São Paulo, renovando a parceria para a coedição de obras. Dia 30 Assinatura do Convênio entre a ABL e o Rio Ônibus para o Projeto Circulando Cultura Com presenças de Sebastião Rodrigues Pinto Neto (secretário de Transportes do RJ), Lelis Marcos Teixeira (presidente do Rio Ônibus) e Julio Lopes (ex-secretário de Transportes do RJ). Outubro de 2010 Dia 22 Assinatura do Convênio entre a ABL e a FIRJAN Implantação de bibliotecas em comunidades com Unidades de Polícias Pacificadoras do Estado, assinado por Marcos Vinicios Vilaça e Augusto Franco Aguiar, Diretor-Geral do Sistema FIRJAN. 356 CONVÊNIOS Junho de 2011 Dia 21 Lançamento da Segunda Edição do Projeto “Circulando Cultura” A Academia Brasileira de Letras e o Rio Ônibus lançaram a segunda edição do projeto “Circulando Cultura”, que publica poesias de grandes autores brasileiros nos cartazes que são fixados a bordo dos 8.600 ônibus da cidade. A nova edição trabalhará com obras do poeta Raimundo Correia, no centenário da sua morte. Duas de suas poesias, “Anoitecer” e “Mal Secreto”, vão mostrar que o poeta continua vivo através de seus leitores. Entre outros trabalhos, estão os de Olavo Bilac “Inania Verba”; Machado de Assis “A Carolina”, Auta de Sousa “Página Azul”, B. Lopes “Berço”, Mário Pederneiras “Meu Casal” e Adelino Fontoura “Atração e Repulsão”. A cerimônia de lançamento aconteceu no dia 21 de junho, às 17h, quando a ABL e a empresa Rio Ônibus fixaram o primeiro cartaz em um ônibus estacionado na sede da Academia. 357 MARCOS VINICIOS VILAÇA 358 CONVÊNIOS Dia 14 ABL e IBRAM Assinam Acordo de Cooperação Técnica O Presidente da Academia Brasileira de Letras, Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, e o Presidente do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), José Nascimento Júnior, vinculado ao Ministério da Cultura, assinou no dia 14 de julho, quinta-feira, às 15h, na sede da Academia, o acordo de Cooperação Técnica para que se desenvolva a melhor forma de preservação, gestão e difusão de acervos documentais e bibliográficos. O objetivo é agilizar o acesso de pesquisadores, professores e estudantes aos documentos e livros das bibliotecas Lúcio de Mendonça e Rodolfo Garcia, além de orientar quanto à melhor forma de preservação, gestão, valorização e difusão dos acervos documentais, bibliográficos e artísticos, com vistas à preservação da memória da ABL. Estarão presentes diversos diretores de museus do Rio de Janeiro e do país. “Mais uma vez estaremos abrindo nossas portas à sociedade e permitindo que ela se integre cada vez mais às nossas atividades. A Academia está pronta para disponibilizar recursos humanos no desenvolvimento dessas ações. Isso permitirá que se desenvolva uma melhor forma de se preservar a memória das nossas coleções e da Academia. Temos no acervo as mais valiosas contribuições que, ao longo do tempo, foram integradas às Bibliotecas. Além, naturalmente, do acervo mobiliário e artístico que foram doados por Acadêmicos e Fundadores”, afirmou o Presidente da ABL, Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça. De acordo com o documento a ser assinado pelas duas instituições, caberá ao IBRAM prestar consultoria técnica aos técnicos da Academia nas ações de gestão, preservação e divulgação de suas coleções, assim como promover, em conjunto, planos de trabalho para a identifi359 MARCOS VINICIOS VILAÇA cação das coleções pessoais de interesse para a Memória da Literatura Brasileira. À ABL caberá permitir o acesso a suas instalações, como também tornar disponíveis fontes e bases de dados sobre a história da Literatura Brasileira. Outra atribuição será a de fornecer dados sobre as coleções pessoais que estão sob a guarda da Academia, assim como promover com o corpo técnico do IBRAM, planos de trabalho para a identificação das coleções pessoais de interesse do projeto. O acordo permite, ainda, que as duas instituições estabeleçam novos campos de cooperação. O documento afirma também que o Acordo de Cooperação Técnica não exigirá transferência de recursos entre os envolvidos. Se isso vier a acontecer, será por intermédio da celebração de documento específico. A vigência será de cinco anos, a contar da data da assinatura, podendo ser prorrogada por igual período mediante a assinatura de Termo Aditivo, se for do interesse das duas instituições. 360 CONVÊNIOS Agosto de 2011 Dia 30 ABL Entregou ao IAHGP 30 Mil Páginas de Documentos Raros da História de Pernambuco e do Brasil A Academia Brasileira de Letras fez a entrega de 30 mil páginas de documentos raros da história de Pernambuco e do Brasil, microfilmados e digitalizados. Os manuscritos, raros, serão disponibilizados pela ABL, juntamente com a Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e a Fundação Miguel de Cervantes (FMC), ao Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco (IAHGP). Os arquivos são mídias eletrônicas do projeto “Manuscritos de Pernambuco” – 35 rolos de microfilmes, 9 DVDs e 1 disco rígido. Estão devidamente identificados e digitalizados, e correspondem a 812 manuscritos, totalizando 30 mil páginas de documentos que contam parte da História de Pernambuco – e também do Brasil – do século XVI ao século XIX. Antes, estavam guardados na Divisão de Manuscritos da FBN. “São documentos da maior importância para a História de Pernambuco e para a História do Brasil. Todos estão devidamente identificados por historiadores. Temos cartas assinadas por Reis de Portugal aos Vice-Reis do Brasil, mapas, cartas geográficas, contratos, editais, Atas da Câmara de Olinda. A partir de agora, pesquisadores e estudantes poderão contar com fontes primárias do mais alto valor historiográfico”, afirmou Marcos Vinicios Vilaça. O escritor, professor e historiador Roberto Cavalcanti de Albuquerque, consultor do IAHGP, um dos responsáveis pela realização do convênio com a ABL e a FBN, estará presente à cerimônia. Ele informou que o Instituto 361 MARCOS VINICIOS VILAÇA pernambucano receberá os documentos para seu arquivo institucional: “Também será responsável pela guarda e distribuição dos documentos a entidades e instituições de preservação da memória, de ensino e de pesquisa. Os documentos ficarão à disposição também de pesquisadores individuais e estudantes, que poderão ter acesso a todas as informações do projeto ‘Manuscritos de Pernambuco’ de imediato”, afirmou. Resultado Final A entrega dos documentos é o resultado final do convênio assinado em agosto do ano passado entre a ABL, a FBN, a FMC e o IAHGP. A previsão de conclusão dos trabalhos, de acordo com o convênio, era de um ano. Exatamente um ano depois de sua assinatura, os responsáveis estarão dando por concluído o trabalho, segundo a Diretora executiva da FBN até o ano passado, Célia Portella. Os documentos pertencem à Biblioteca Nacional e a identificação, microfilmagem e digitalização, de acordo com o convênio, são de relevância para a cultura regional e nacional. 362 CONVÊNIOS Entre os 812 documentos identificados e digitalizados, por exemplo, estão a certidão que trata da retirada dos holandeses do Recife, datada de 1648; a carta do Governador do Brasil tratando do transporte de madeiras de Pernambuco para Lisboa, datada de 1629; carta a Francisco de Paula Travassos remetendo carta geográfica da Ilha de São João para ser arquivada na Sociedade Real Marítima, com o maior sigilo, datada de 1799; mapa dos contratos reais da Capitania de Pernambuco com o cálculo de respectivos avanços extraídos da demonstração daquelas capitanias, remetido à Junta da Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba, no ano de 1777. Estiveram presentes à cerimônia na Sala da Presidência da ABL, além de Marcos Vinicios Vilaça, Roberto Cavalcanti e Célia Portella, o Presidente da FBN, Galeno Amorim; a Presidente do IAHGP, Desembargadora Margarida Cantarelli, Monica Rizzo, Diretora do Acervo Especializado, Vera Faillace, Chefe da Microfilmagem, e Vera Garcia, Chefe dos Manuscritos. 363 MARCOS VINICIOS VILAÇA Setembro de 2011 Dia 8 ABL e PEN Clube do Brasil Celebram Convênio de Cooperação A Academia Brasileira de Letras e o Pen Clube do Brasil, celebrando os 75 anos de sua presença conjunta na vida intelectual brasileira, assinaram um convênio de cooperação destinado ao estreitamento de suas atividades. Firmaram o documento, pela ABL, o Presidente Marcos Vinicios Vilaça e, pelo Pen Clube, seu Presidente Cláudio Aguiar. Na cerimônia, realizada no gabinete da Presidência da ABL, Marcos Vilaça recordou que, desde a fundação do Pen Clube, muitos membros da ABL fizeram parte daquela instituição como sócios, além de integrarem também a diretoria da mesma. Segundo Cláudio Aguiar, a assinatura do convênio “vem apenas formalizar uma ligação que se estende desde o dia 2 de abril de 1936, quando o Pen foi criado. Naquela data, compareceram à solenidade de criação 21 dos 25 acadêmicos da ABL”. Compareceram à cerimônia o Presidente da ABL Marcos Vilaça; a Secretária-Geral Ana Maria Machado; o Primeiro-Secretário Domício Proença Filho, o Segundo-Secretário Murilo Melo Filho e o Tesoureiro Geraldo Holanda Cavalcanti. Do Pen Clube estiveram presentes o Presidente Cláudio Aguiar e a Vice-Presidente Clair Mattos, e os conselheiros Délia Mattos, Ana Callado, Helena Ferreira, Godofredo de Oliveira e Ronaldo de Freitas Mourão. Os Acadêmicos Ivan Junqueira e Antonio Carlos Secchin, também conselheiros do Pen Clube, estiveram presentes, assim como o Acadêmico Alberto da Costa e Silva. 364 CONVÊNIOS Outubro de 2011 Dia 13 ABL Assinou Convênio Inédito com a Universidade Blaise Pascal O Presidente da Academia Brasileira de Letras, Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, assinou convênio inédito com a Universidade Blaise Pascal – Clermont-Ferrand, na França, que prevê o comprometimento de ambas em promover o intercâmbio de suas publicações, organizar seminários, conferências, mesas-redondas, exposições e outras manifestações culturais, além de coeditar obras literárias e acadêmicas, e possibilitará que estudantes, escritores e intelectuais brasileiros participem de atividades naquela instituição francesa. A agenda de Marcos Vinicios Vilaça e do Primeiro-Secretário da ABL, Domício Proença Filho, também em viagem à França, compreendeu, ainda, uma matinê literária na Embaixada do Brasil naquele país. O 365 MARCOS VINICIOS VILAÇA tema da conferência de Marcos Vilaça foi “A Academia Brasileira de Letras e a Cultura Brasileira”. Antes, foi exibido o filme “Português, a língua do Brasil”, documentário dirigido pelo Acadêmico Nelson Pereira dos Santos. Um dia antes, os dois estiveram em Clermont-Ferrand, onde fica a Universidade Blaise Pascal, para a assinatura do convênio. De tarde, Marcos Vinicios Vilaça recebeu medalha comemorativa das mãos do Prefeito daquela cidade. Em sua palestra na embaixada, o Acadêmico Domício Proença Filho apresentou um panorama da evolução da língua portuguesa no Brasil desde o passado colonial aos dias atuais. Forneceu dados relativos ao uso do português como língua oficial nos países soberanos nos diversos continentes e discorreu sobre as várias tentativas de reformas e acordos entre os países lusófonos. Por fim, comentou o último acordo ortográfico assinado em 1990 entre Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Ti- Assinatura do convênio com a Universidade Blaise Pascal 366 CONVÊNIOS mor Leste, destacando as inúmeras vantagens que a simplificação da grafia poderá suscitar. O Presidente da ABL relatou episódios relacionados à fundação da Academia, apontando a importância de Machado de Assis e de Joaquim Nabuco em sua trajetória. Mencionou ações e atividades que a Academia vem desenvolvendo, como concertos, exposições, palestras e mostras de cinema. Indicou que a instituição tem se modernizado, inclusive por meio da aquisição de aparelhos que ampliem sua comunicação com o grande público. Destacou ainda a presença da instituição na internet. Uma Academia dinâmica, inovadora e aberta à sociedade em seus diferentes segmentos foi a imagem que os presentes tiveram a oportunidade de conhecer, nas palavras de Marcos Vilaça. Acadêmicos Domício Proença Filho e Marcos Vinicios Vilaça e Embaixador José Bustani 367 POSSES POSSES s posses na Academia Brasileira de Letras chancelam e consagram a chegada de um novo confrade, assumindo significado quase batismal. Na cerimônia, o empossado deve, em seu discurso, resgatar a memória dos antecessores de sua Cadeira, o que põe em prática o princípio acadêmico do culto à memória. Do mesmo modo, o recipendiário apresenta ao público as qualidades que justificaram a eleição do novel membro. A 371 MARCOS VINICIOS VILAÇA Posse da Acadêmica Cleonice Berardinelli 5 de abril de 2010 s palmas com que Cleonice Berardinelli foi agora recebida explicam a alegria da Casa. Estamos contentes em recebê-la, com seus 60 anos de vida na docência, sempre cuidando da difusão cultural em universidades públicas. Curiosamente, eu não tenho certeza, e os melhores conhecedores da história da Academia podem me ajudar, mas me parece que nunca houve um momento em que alguém tomasse posse com quatro ex-alunos presentes: os Acadêmicos Affonso Arinos de Mello Franco, Ana Maria Machado, Domício Proença Filho e Antonio Carlos Secchin. Trata-se de algo inusitado e por isso merece ser festejado. Ademais, a sua presença marca dois momentos muito importantes na história da litera- A 372 POSSES tura. Um deles, a introdução do edifício Fernando Pessoa na literatura brasileira; outra, as pontas que vossa senhoria tão bem atou: Camões e Fernando Pessoa. Isso tudo faz com que a Casa esteja muito contente e disso tudo dirá especificamente, com sua peculiar competência, e em cumprimento ao regimento da Casa, o Acadêmico Affonso Arinos de Mello Franco. Eu também queria convidar as senhoras presentes a observar a “encadernação” nova das acadêmicas. Nossas meninas estão estreando uma roupa nova, assinada pelo famoso costureiro Guilherme Guimarães. Então, além de tudo, elas estão mais bonitas hoje. Acadêmica Cleonice Berardinelli, além desses seus quatro alunos, contamos hoje com a presença de estudantes Escola do Ensino Médio do SESC, que fizeram questão de vir à sua posse. Não são seus alunos, mas o são indiretamente, porque conhecem sua obra e quiseram estar aqui hoje. Como se trata de uma professora e de alunos, a direção da Academia entendeu que devia destacar a presença desses jovens alunos. Sei que é muito do seu agrado. Seja bem-vinda! 373 MARCOS VINICIOS VILAÇA Posse do Acadêmico Geraldo Holanda Cavalcanti 18 de outubro de 2010 enhoras e senhores, distintos amigos e amigas da Academia, meus confrades, A Academia vive hoje uma data e um momento muito significativo. No ano do Centenário de Morte de Joaquim Nabuco, acolheremos um pernambucano para integrar o nosso quadro. Daí porque, Sr. Governador João Lira, nós agradecemos a sua presença, que muito nos distingue. Eu quero indicar a comissão que trará até nós o Acadêmico Geraldo Holanda Cavalcanti: os Acadêmicos Ivan Junqueira, Evanildo Bechara e Marco Maciel, como todos podem ver, o favoritismo de dois pernambucanos. S 374 POSSES Como Nabuco, o novo acadêmico é um diplomata. Igualmente a Nabuco, um servidor das causas internacionais. Um servidor público da melhor qualidade. Como se não bastasse, o novo acadêmico será recebido por Eduardo Portella, de quem Gilberto Freyre dizia ser um recifense nascido na Bahia. O representante maior de Pernambuco, o Governador João Lira Neto, é de Caruaru, terra de Álvaro Lins, diplomata e acadêmico. Pernambuco, no dizer de João Cabral, acadêmico e poeta, é a terra de mais sol da Terra. E é mesmo. Esse sol continua iluminando e servindo a Pernambuco, ao Brasil. É um sol que aquece, mas não queima. A poesia, que será o grande tema da noite de hoje, é, sabemos, uma emoção estética. Mas o poeta que se empossa é também um extraordinário tradutor. Leopardi dizia que a tradução é a arte de naufragar com dignidade. No caso de Geraldo Holanda Cavalcanti, não há naufrágio, mas muita dignidade. A dignidade de sua vida pública, a dignidade com que ele escreveu, estudou e ensina. E, na lição de Marco Lucchesi, a tradução literária é arte que só pode ser exercida por um poeta. Só um poeta pode traduzir outro. Senhoras e senhores, perdoem-me nesta noite, que eu considero uma apoteose pernambucana, mas isso me alegra muitíssimo, e eu não faço reservas da minha pernambucanidade. É assim que eu me comporto. Aliás, estou me lembrando que, nesta semana, Maria do Carmo repreendeu, com modos, como é de seu estilo, a nossa guardiã do apartamento que temos na Praia da Boa Viagem, porque as vidraças estavam meio opacas. E a empregada, uma adorável Sebastiana, respondeu-lhe: “Dona Maria do Carmo, é a maresia do mar”. Pois bem, eu quero dizer a todos que esse clima pernambucano é a maresia do mar! 375 MARCOS VINICIOS VILAÇA Posse do Acadêmico Marco Lucchesi 20 de maio de 2011 istinta amiga Constança Lucchesi, eu estou muito desorganizado para coordenar esta sessão, porque eu tinha anotado aqui duas citações: uma de Nise da Silveira, a dizer que Lucchesi se alfabetizara com a Divina Comédia, e outra, com essa precisão e eficácia de Eduardo Portella, ao observar que Marco Lucchesi consegue alcançar a espontaneidade sábia na sabedoria espontânea (tenho uma inveja imensa de Portella, porque ele sabe dizer essas coisas). Eu então resolvi arrematar, fazer meu “brilharete” com essas duas citações. Tarcísio Padilha falou por todos nós ao dizer da alegria da Casa em recebê-lo. Nós temos certeza de que seu contributo será substancial, que enriquecerá a Casa, que já é muito rica, mas que se tornará muito mais. Só tenho uma questão pela qual eu demandaria o esclarecimento de Frei Beto: será que o Acadêmico Marco Lucchesi leu o evangelho de hoje? Não precisa responder, pois eu o ajudarei. Trata-se daquele trecho que fala que na casa de meu pai há muitas moradas (João 14:2). Esta é mais uma morada sua. O Evangelho sempre nos salva. A minha admiração pela sua obra, pela sua maneira de ser, esse jeito suave com que convive conosco, medi no momento em que certa feita o Acadêmico Lucchesi estava a proferir uma conferência, quando de repente puxou um papel e leu um poema. Pensei que aqueles eram caracteres árabes e perguntei: “Esse poeta é árabe?”, e ele disse: “Árabe não, ele é persa”. Eu fiquei sem jeito, pois eu era e ainda sou incapaz de distinguir árabe de persa, mas aquele momento detonou minha admiração por essa sua capacidade de dominar línguas e de ser um grande poeta. Poeta que D 376 POSSES em livro recente diz: “E quando em mim as coisas já não forem hei de levar o azul inacabado de Isfahan, e nele dissolver-me, sem distinguir onde começo e onde termino”. Aqui está o seu começo nesta Casa e aqui não há término. Aqui não se termina. Habilitado e habitado pela Literatura, esta Casa, esta morada fica muito bem para o Acadêmico Marco Lucchesi. Sua obra é a sua busca. Nós estamos felizes de recebê-lo. A Academia agradece a quantos vieram a dar brilho a esta noite, e não estou fazendo palavra de protocolo, pois a maneira brilhante como a assitência acolheu as palavras dos Acadêmicos Tarcísio Padilha e Marco Lucchesi foi exemplar, o que nos enche de alegria e de prazer; é realmente gratificante para a Academia receber pessoas que compreendem o nosso papel, que se solidarizam conosco nas missões difíceis, pois aqui nada é simples; é agradável, mas nunca simples. Assim agradecemos pela delicadeza da presença de todos e, sobretudo, as de Eros Graus, ministro do Supremo Tribunal, do Embaixador Jerônimo Moscardo, do sempre 377 MARCOS VINICIOS VILAÇA querido Frei Beto, destacando também a presença do sócio correspondente Leslie Bethell, grande especialista em Machado de Assis, que possui o direito, como se compreende, de se sentar no cadeiral acadêmico, mesmo que sem esta plumagem, esta “encadernação” que os acadêmicos possuem, visto que sócio correspondente não possui fardão. O Acadêmico Marco Lucchesi receberá os cumprimentos na Sala dos Poetas Românticos, sendo conduzido pelos Acadêmicos Affonso Arinos de Mello Franco, Murilo Melo Filho e Domício Proença Filho. Está encerrada a sessão. 378 POSSES Posse do Acadêmico Merval Pereira 23 de setembro de 2011 foco da Academia Brasileira de Letras em seus 114 anos de existência sempre foi o de preferentemente preservar e valorizar a memória nacional, a língua como instrumento do conhecimento e da convivência, as letras como reveladoras e formadoras da identidade do país, sem deixar de fora nada do que é humano, como a ciência que reside no espírito – a explicar o observado – e a poesia que habita a alma, a senti-la e a compreendê-la. Logo, não poderemos ter uma cultura amnésica e um civismo estaladiço, feito apenas de muito verniz. A Academia deve inquietar certezas. Atentamos para o dinamismo social, no que ele encerra, na linha inclusive da regeneração, pois nenhuma entidade se legitimará trabalhando no contraciclo. Em função disto tudo é que vivemos esta noite, sob o testemunho de tanta gente ilustre. Mestre Eduardo Portella acolherá em nome da Casa a Merval Pereira e este dirá a que veio. Dirá que veio em sucessão de Moacyr Scliar, admirável romancista e confrade impecável. A presença de Merval Pereira enriquece a nominata dos nossos sócios e mantém expressivo o contingente de jornalistas. São tantos que nem me aventuro a citar alguém. Já se disse que o jornalismo seria uma literatura de pressão. Pressão do tempo, pressão do espaço. É que o homem dá notícias o tempo todo, e a permanência do seu texto vem da qualidade. Espécie de vai-e-vem, entre certo imediatismo e a busca da posteridade. Antonio Olinto, nosso saudoso confrade, observou que a pressão não esteriliza quem sabe escrever. É o que acontece com Merval Pereira. Ele O 379 MARCOS VINICIOS VILAÇA escreve como um ideal de clareza. Este é o seu comprazimento. Escrever é escutar o mundo. O acadêmico Eduardo Portella, repito, vai falar por todos nós, com o saber e a sabedoria que tanto admiramos. Permitam-me, antes, abraçar presidencialmente o amigo que se empossa. No gênero, é o último ato que me cabe dirigir desta Cadeira tão honrosa, mas de tantas provações. Cadeira onde cabem alegria e dores. Este ato, saiba Merval Pereira, é de grande júbilo para todos nós. Passo os olhos pela trajetória rica dos acadêmicos jornalistas e me calo. Antes, louvo em representação de todos a Euclides da Cunha, o repórter maior, e gostaria, se soubesse fazê-lo, de cantar como Maria Gadú. “Todos caminhos trilham pra gente se ver. Todas trilhas caminham pra gente se achar”. 380