De Novo Presidente
Marcos Vinicios Vilaça
2010-2011
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
De Novo Presidente
Marcos Vinicios Vilaça
2010-2011
Rio de Janeiro
2011
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
Diretoria de 2011
Presidente: Marcos Vinicios Vilaça
Secretária-Geral: Ana Maria Machado
Primeiro-Secretário: Domício Proença Filho
Segundo-Secretário: Murilo Melo Filho
Tesoureiro: Geraldo Holanda Cavalcanti
PUBLICAÇÕES DA ABL
Coordenação e Produção editorial
Monique Mendes
Revisão
Eliza da Silva Vianna
Fotos
Arquivo ABL
Projeto gráfico e Editoração eletrônica
Estúdio Castellani
Catalogação na fonte:
Biblioteca da Academia Brasileira de Letras
V695 Vilaça, Marcos Vinicios, 1939-.
De novo presidente : Marcos Vinicios Vilaça : 2010-2011 /
Marcos Vinicios Vilaça ; apresentação Marco Lucchesi. – Rio de Janeiro :
Academia Brasileira de Letras, 2011.
376 p. : retrs. color. ; 21 cm.
ISBN 978-85-7440-228-4
1. Vilaça, Marcos Vinicios, 1939-. 2. Academia Brasileira de Letras.
3. Presidência. I.Lucchesi, Marco, 1963-. II. Título.
CDD B869.8
Sumário
Discursos
1
ABL e Nabuco
57
Seminários, Ciclos de Conferências
71
Publicações
105
Agenda, Realizações e Compromisssos
123
Sessão da Saudade
173
Merenda Acadêmica
181
Reformas e Modernizações
195
Medalhas, Prêmios e Homenagens
201
Exposições
221
Aposição de Retrato
243
ABL na Web
249
Artigos 2010-2011
261
Prefácios
295
Viagens Internacionais
309
Lançamentos e Inaugurações
323
Eventos com Apoio da ABL
343
Convênios
353
Posses
369
v
Apresentação
presidência de Marcos Vilaça inscreve-se num horizonte de diálogo.
E não poderia ser outra sua inscrição. Amigo e leitor de Gilberto
Freyre e Câmara Cascudo, Vilaça não saberia descurar a legítima biodiversidade da expressão cultural de nosso país. Diálogo marcado pelos desafios do tempo em que vivemos: longe de separar instâncias, híbridas,
complexas – tais como o erudito e o popular, o virtual e o presencial, a
poesia escrita ou falada, a vanguarda e a tradição –, Vilaça decidiu-se
pelo diálogo, pela economia de trocas simbólicas, por um sistema de adesão heterodoxo. Daí porque a marca do diálogo. Criativo. Instigante. E
com parâmetros aquecidos, que definem seu labor, uma espécie de traço de
união entre os vários perfis que constituem a Academia Brasileira de Letras e o pluralismo da sociedade contemporânea.
Para Vilaça, ambas se completam num vínculo profundo, de ordem
material e imagística. Decidiu enfrentar, com sua diretoria, os desafios do
presente, este horizonte de cânones em crise e paradigmas dispersos. Vilaça procurou a sintonia fina, o diálogo aberto e o hibridismo necessário
para a implementação dos programas culturais da Academia, em múltiplas linguagens e suportes, nos mais diversos endereços, em que múltiplos atores sociais, de forma representativa ou simbólica, participaram de
um fórum permanente na Casa de Machado.
Estas páginas registram a sinergia e a inquietação de Marcos Vilaça,
sua desusada capacidade de trabalho, num misto de ousadia e reverência,
de espírito atento e fraterno, atitudes que marcam uma gestão de assinatura inconfundível.
M ARCO L UCCHESI
A
vii
DISCURSOS
DISCURSOS
este último biênio, o Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça proferiu
diversos discursos nesta Casa, com a conhecida habilidade de síntese
e de leveza. Destinado primeiramente ao ouvido, o discurso solicita uma
sonoridade aprazível, capaz de atrair e manter a atenção e o interesse da
audiência. Naturalmente, as ideias que nele se plasmam também demandam expressão objetiva, sucinta, e não por isso menos arguta. E o Presidente logrou fazê-lo com notável desenvoltura, ainda temperando seus
discursos com boas pitadas de humor pernambucano.
N
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Presidência da ABL – 3.o Mandato
Marcos Vinicios Vilaça
Proferido na sessão do dia 17 de dezembro de 2009
qui estou com mais sonhos do que em 2005 – para sonhar não há limites – porém, e sobretudo, com os acrescidos calos da vida. Sonho
como Bandeira: “Com que sonho? Não sei não./ Talvez com me bastar,
feliz / – Ah feliz, como jamais fui”.
A volta enseja caminhar sem demasiadas surpresas. A gente conhece
melhor armadilhas e atalhos. Deus, como fez no passado, haverá de me
guiar e meus confrades não me deixarão sozinho.
Não volto para reforçar currículo ou servir à biografia. Não faria isso.
Volto para os fazeres do bem, dos bem-fazeres.
A exemplo de Machado de Assis, dirijo-me desde logo aos confrades,
repetindo-o: “Reinvestido-me no cargo de presidente, agora, vos agradeço a escolha, digo-vos que buscarei na medida do possível corresponder à
vossa confiança”.
Não me soando bem a palavra volta, prefiro servir-me de um toque
arcaico que melhor pode se ajustar ao sotaque pernambucano (que no
meu caso talvez seja discreto) e digo:
Obrigado por me darem este momento de retornança.
O tempo encontra o tempo. Outra vez na vida declaro-me pronto
para um novo depois.
Tenho alguma vantagem em suceder a Cícero Sandroni. Encontro a
Casa absolutamente em ordem, seus anos de serviço à Academia são relevantes mas desafiam na sucessão. Dos seis anos em que foi Diretor da
Casa – tesoureiro, secretário-geral, presidente – estivemos muito próximos. Foi bom para mim. Vivi seu amor à Academia, sua disposição de
A
4
DISCURSOS
servir às causas da Cultura mas, principalmente, confirmei seu caráter de
homem leal e probo. Ninguém dê limites à nossa amizade.
Numa palavra: fizemo-nos amigos. E, para mim, amizade é via de mão
dupla.
Tudo farei para ser seu sucessor do jeito que ele foi meu sucessor.
Torna-se fácil perceber que me declaro seu continuador. Machado
de Assis, novamente ele – sempre ele – distinguia continuidade de continuismo. Essa clave tinha em mente ao abrir a sessão inaugural de
1897. Breve – como se intuísse a regra do twitter – nosso Fundador conclama os confrades do tempo e os vindouros a se manterem fiéis à tradição e à dinâmica do tempo.
Lutarei para que se ampliem os trajetos no sentido de que a Academia
seja ainda mais vista e ouvida.
Todos acompanhamos a geração que parece ter nascido com controle
remoto e mouse à mão. Basta um clique e a tela muda. É vital que nos afinemos com os moços.
Examinaremos mais opções na Internet, twitter, e-books, para habituais
transeuntes nestas nossas paredes.
A continuar aprendendo com Machado, parodiemos o conceito do
Mestre: Nem tudo se faz com o patrimônio dos antigos, nem tudo se faz
com os haveres do moderno, mas com os dois constrói-se o começar
comum.
A Academia não existe para entesourar cultura, mas para socializá-la.
Mais de um século separa as obras, por exemplo, de um Degas, da
era digital. No entanto, em muitos museus estão ambos integrados em
perfeita combinação artística. O Kindle faz com que precisemos de pouco
espaço para até milhares de livros, não é sem razão que a venda de livros
eletrônicos cresceu cerca de 500% neste ano.
Não serão superados os incomparáveis prazeres táteis e cerebrais dos
livros de papel, mesmo que o Kindle possa argumentar que o leitor com
5
MARCOS VINICIOS VILAÇA
ele se dispõe a carregar nas mãos cerca de 3500 livros. Claro está que, se
não preenche o imaginário da leitura literária, não nos enganemos da força que exercerá no futuro em relação ao livro didático.
Desde a adoção do alfabeto fonético da Grécia antiga, passando pela
invenção da imprensa com os tipos móveis no Renascimento, não há
nada mais revolucionário que a chegada do digital. É verdade, passamos
do imediatismo da oralidade do nheengatu à complexidade da comunicação internáutica.
Especialistas da comunicação temem que o homem esteja a inaugurar
uma cultura autodestrutiva – uma cultura da incultura. É possível que
haja nisso alguma razão. É também possível que haja algum exagero.
Até ontem, toda plataforma para ler era modulada de forma passiva e
indireta pela luz do sol ou da lâmpada.
Agora, o fundo emite luz e nós teclamos sobre o fluxo de luz. O fundo
sobre o qual aparecem letras e imagens é fonte de luz ativa.
Senhoras, Senhores,
Nada anula a atração de elucidar o alcance dos novos usos.
Uma Academia de Letras também está obrigada, na contemporaneidade, a refletir sobre linguagem e tecnologias, do contrário ficará como
sombra, ao perder a fonte de irradiação.
Não é legítimo imobilizar-se na repetição do passado. Perdemos muito no Brasil no retardo em usar Gutemberg. Passaram 320 anos até que
estivesse a nosso serviço. No México, já em 1539, e no Peru em 1584, no
Brasil, só em 1747. O Brasil é um país a não mais poder perder tempo,
nunca mais.
O tempo presente nos põe em alerta sobre o que significam para a
Cultura as instantaneidades da comunicação.
É fácil perceber que Cultura não é algo sucessivo, mas simultâneo. A
Cultura carece ser entendida em sua forma alargada, algo que começa antes e termina depois. Antes e depois de datas, de arautos, de fronteiras, de
6
DISCURSOS
movimentos. A Cultura pode ser múltipla, mas sempre será, como mais
de uma, obra simultânea em continuação.
Cultura, realidade dinâmica, envolve movimento, tradição e criação.
Cultura é compreender, conviver com o Outro, respeitar diversidades.
Diversidade cultural é fator de coesão e não caminho de fragmentação.
Cultura há de ser a unidade dos momentos, o que é bem diferente de
ser mera unicidade.
Estabeleçamos aliança com o país que ainda está chegando. Sem esse
enlace, no futuro não haverá como preservar a tradição. Seremos pó.
Fazer a ligação fundamental entre a tradição e a modernidade, sem
concessões ao modernoso, é ato de bom senso.
O professor Luiz Otávio Cavalcanti fala que o tempo se compõe de
duas lâminas, a que corta por fora tem a transparência das cores, a que
opera por dentro recupera pelo mergulho nos sentimentos.
A Academia aceita e convive com essas lâminas, também de antenas e
raízes. Os meus companheiros de Diretoria são toreutas. A eles compete
conduzir o cinzel se o Presidente não souber fazê-lo. Confio nos companheiros e apelo pela ajuda do plenário acadêmico.
Confrades,
Administrar é ter um olho no programa e dois olhos no propósito.
A Academia reivindica, por sua representatividade, que nada pode ser
decretado pelo governo do País no âmbito da Cultura sem que passe por
esta Casa. Dou exemplos: direito autoral é assunto que deveremos afinar;
a Internet não pode aparecer como plataforma hostil ao arrepio dos direitos do usuário; a proteção à obra não pode inibir a sua apropriada
divulgação no equilíbrio do interesse econômico e do interesse público.
Com isto, digo que a base conceitual no campo dos direitos de autor não
caberia mais à superada Convenção de Berna, de 1886.
Como presidente da Academia, no que toca à proteção da propriedade intelectual, manifesto solidariedade à Declaração de Hamburgo, de
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
junho último. Os sites poderosos devem compartilhar recursos econômicos obtidos pela publicidade divulgada em suas páginas de notícias, que
usem conteúdo produzido por empresas de comunicação. A Internet
deve respeitar a lei.
Estimamos que o autor brasileiro tenha viabilizada sua presença em bibliotecas virtuais, mas respeitada a autoria e quebrada essa quase exclusividade que parece reservada aos USA, Canadá, Reino Unido e Austrália.
Senhoras, Senhores,
A Academia entende que aos intelectuais compete lutar para que se
impeça concentração de poder, com amargo sabor totalitário. Democracia não é só o voto na urna mas, igualmente, o acesso quotidiano à justiça
e à repartição dos frutos do crescimento econômico e do desenvolvimento social.
Por isso, a legitimidade do protagonismo da Academia permite, sem
coerção alguma, nossa autoridade institucional. Somos uma gente portadora de valores compartidos.
Neste século não há lugar para espectadores que não se sintam atores.
A Academia não senta na plateia para se ausentar do palco.
Sem deixarmos de ser gente, queremos ser a Academia. Não permitiríamos a atitude tribal de fechar a Academia. Há muito já fizemos a abertura. Sua claridade tem que estar em movimento. Irreversivelmente.
De outra parte, ninguém imagina que o Presidente viria para ser imobilizado por eventuais concepções arcaizantes, por regras revogadas pelo
bom senso. Isso seria no mínimo ilusão de ótica. Não são pedras, são espumas.
Também ninguém desconhece que compreendo a minha função
como parte da orquestra. Não posso ser um presidente solista mas não
permaneceria presidente para ser um presidente solitário.
Não me arreceio de enfrentar os custos de tratar do futuro, pois já soube o que custou a muitos administradores presos ao passado ficarem estre8
DISCURSOS
o
Posse Presidência da ABL – 3. Mandato
buchando diante das novidades. Não me faltarão paciência, resistência e
resiliência.
Em 2010, a UNESCO vai se dedicar ao que chamou o “Ano da aproximação das Culturas”. Nada mais aliciante. A indiferença no que toca às
diferenças culturais mata a capacidade de compreender. A diversidade é
fator de enriquecimento mútuo. Nada de amnésia. A memória alimenta a
capacidade criadora. Para a melhoria da compreensão mútua temos que
aperfeiçoar a capacidade de nos colocarmos no lugar do Outro. Essa
compreensão, esse conhecimento, põe-nos aptos a fazer da Cultura um
fator de emancipação, de descobrimento, de justiça e de coesão, ensina
mestre Guilherme d’Oliveira Martins, grande intelectual europeu da
atualidade.
Amim Maalouf em seu Mundo sem Raízes, admirável obra deste ano, adverte para o risco de confundir a globalização com a uniformização.
9
MARCOS VINICIOS VILAÇA
No ano vindouro, “Ano das Aproximações”, teremos instigantes
datas a comemorar. Entre outros registros, os centenários de Nabuco,
Rachel de Queiroz, Aurélio Buarque de Holanda, Carlos Chagas, Miguel Reale. De Tolstói, sócio correspondente. De Tancredo Neves, sócio da Academia de Minas. De Noel Rosa, acadêmico do samba. Os
octogenários Afonso Arinos, filho e José Sarney.
Comemorações que faremos, como é do estilo da Casa, sem zumbaias
e foguete de lágrima, mas com reflexões sérias, intercâmbios, numa vertente de recriação.
Essas comemorações ornamentarão tudo o mais a se fazer, como ligação
da Academia, com a Cultura e a Língua, a língua certa do povo, que vem na
forma gostosa de português do Brasil. No plano de atividades vitais, releva a
constatação de que a Academia não carece só de atos de gerência, nestes nossos mandatos tão curtos, mas de todo um novo processo de gestão que somente se viabilizará com necessária e urgente atualização regimental.
Entrego-me de corpo e alma, sem sobras, sem mínguas, às diretrizes
da minha Diretoria. Sugeri ao Plenário a composição do corpo dirigente,
em ato bifronte, como Janus dos tempos modernos, numa face a fundura
do afeto, na outra, a admiração objetiva às qualidades que os fazem tão
notáveis. A Academia concordou, em decisão unânime.
Há tanto por fazer. Convoco afetuosamente os confrades, responsáveis pela tarefa que me atribuíram. Apelo aos servidores que amem a Casa
a que se dedicam tão orgulhosamente.
Agradeço a Deus por ter me trazido lá das barrancas do Capiberibe,
meu rio, “espelho do meu sonhar” até aqui. Agradeço à legião dos amigos
que se abraçam comigo nesta hora, apoiantes solidários.
Agradeço, sobretudo, à família que tenho. Mãe, mulher, filhos e netos. Que Carmo não me falte nunca com o poderoso sopro de vida com
que me protege e me suporta. Suportar é o tempo mais longo, versejou
Sophia de Mello Brayner.
10
DISCURSOS
Há tanto por fazer.
Vamos trabalhar.
Temos um presente que resultou de muito trabalho dos Acadêmicos.
O curriculum de dignidades desta Casa é o nosso maior tesouro.
É imensa a obra realizada. A nominata dos presidentes que me antecederam em trabalho e dignidade me põe em brios.
Diante do que já foi feito, sinto-me obrigado a repetir: Há tanto por
fazer. Não deveremos ficar na espera a comer pétalas de rosa e a beber
café como Fermina Daza, do livro de Gabriel Garcia Marques. Vamos
trabalhar... Vamos cuidar dos fazeres do bem, dos bem fazeres.
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Sessão Comemorativa Especial
em Homenagem ao Centenário
de Morte de Joaquim Nabuco
Proferido em 18 de janeiro de 2010
s afortunadas comemorações deste ano ao redor de datas significativas em louvor de tantos dos nossos confrades, nunca seriam, nunca
serão, uma etapa de meras alegorias de adulações ou simples anatomia de
instantes.
O calendário não refletirá apenas um ajuntamento glorioso de atos
festivos. Isso diminuiria a expressão dos homenageados e a missão da
Casa. Mais que isso, é uma espécie de Kairós da Academia.
Sem memória, os afetos se perdem ao deslizar entre os dedos de Cronos. A memória é necessária para sentir a relevância do tempo, medir o
tempo. Sem memória, o presente nos escapa, esvai-se, e, simultaneamente, converte-se em passado morto.
Sem passado perde-se o sonho e o homem desabita-se de pessoas e lugares. Quem perde a memória, perde a vontade. Permanece inerte, não se situa.
Bernanos disse que Deus, ao criar os escritores, já sabia as obras que
deveriam produzir e as contas que lhes seriam cobradas, se negligentes, se
omissos.
Joaquim Nabuco não foi cobrado. Não negligenciou, não se omitiu.
Aqui estamos para reconfirmações das suas grandes obras, ideário que
se mostrou em livros, em tribunas, no comício de rua, em cátedras no estrangeiro, nas mesas de negociação internacional, no debate parlamentar,
nas páginas de jornal, no instigante e revelador epistolário, na boca do
povo, que o tratou por Quincas, “Quincas, o belo”.
A
12
DISCURSOS
O embaixador Celso Amorim, muito em particular na condição de
Chanceler brasileiro, vai nos dizer da ação nabuqueana no plano da nossa
política fora de portas.
Quando nesta cidade aconteceu a III Conferência Pan-Americana
os delegados estrangeiros se abismaram com a popularidade de Joaquim Nabuco. Gilberto Freyre escreveu que, a partir, daí Nabuco passou a ser visto como o grande brasileiro do seu tempo e de todos os
tempos. Alceu Amoroso Lima completaria: “Nabuco foi a imagem
mais fulgurante do humanismo brasileiro e a mais harmoniosa da nossa história cultural”.
Nas comemorações deste ano essa visão dele como modelo certamente
se imporá em definitivo na cultura dita canônica, decerto ainda um tanto
desatenta ao que Eduardo Portella chama “lógica exterminadora do
Modernismo”.
Joaquim Nabuco, como um operador da transformação social, trouxe
o povo para o combate pela liberdade. Não o contentava apenas o abolicionismo como mudança, queria a verdadeira transformação. E disse:
“acabar com a escravidão não nos basta; é preciso destruir a obra da escravidão” e implementar a “democratização do solo”. Por tudo isto, Minha Formação é o seu melhor retrato e o seu melhor momento, inclusive
como restituição do cidadão do mundo, restituição do extraviado, ao seu
chão. Ele sempre disse: “Sou cativo de Pernambuco”.
A nossa Academia é em grande parte o contraste entre dois homens
inseparáveis: Machado de Assis, o humilde que se fez aristocrata das letras, e Nabuco, que pertencendo à hierarquia do Império, se fez humilde,
para melhor escutar os gritos de liberdade.
Atentemos para o que diz, insuspeitamente, Graça Aranha: “Na sua
vida precária, sem pouso certo, sem meios, perseguida pela ironia, atacada pelo despeito, a Academia encontra a sua resistência moral em Machado de Assis e Joaquim Nabuco, o par glorioso que ela pusera à sua
13
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Sessão Comemorativa Especial em Homenagem ao Centenário de Morte de Joaquim
Nabuco
14
DISCURSOS
frente, e cuja assistência justificaria diante do público a sua aparição no
caos literário”.
Explica-se que a Academia registre o centenário de morte de Joaquim
Nabuco com permanente curiosidade e completa empatia, tal como fez
em relação a Machado de Assis.
Promoveremos ciclo de conferências, reedições de algumas de suas
obras, iremos a Londres e a Washington para comemorações especiais
com a intelectualidade dessas cidades nas quais serviu como embaixador,
iremos nos curvar reverentes no Recife e em Massangana, onde ouviremos as badaladas do sino da capela de S. Mateus, o seu “muezzin
íntimo” como belamente recordou Evaldo Cabral de Mello.
Tudo isso se fará, na forma tríbia, como ensinou Agostinho de Hipona a respeito do triplo presente: o presente do passado – a memória; o
presente do presente – a percepção; e o presente do futuro – a esperança.
Essas visões múltiplas constam do provocante painel de Francisco Brennand, a ser inaugurado logo mais e que passa a ser relíquia no saguão de entrada do Centro Cultural do Brasil. Oferecemo-lo ao patrimônio cultural do
País. Agora, ouçamos o quase-parente de Nabuco, Afonso Arinos dizer com
a elegância que é a sua marca, da alegria da Casa em, honrada, receber Celso
Amorim; e também escutemos o Ministro das Relações Exteriores a nos revelar o muito do que sabe, o tanto do que conhece das artes de Joaquim Nabuco no intrincado mundo da política externa.
Temos certeza, certeza acadêmica, de que os presentes – em especial a
família Nabuco – estarão ainda mais, convencidos da sabedoria dele, recordando o que, em 1909, escreveu no Diário pessoal: “O corpo pode
ser demolido, não o seja nunca o espírito”. E juntos atentaremos para a
lucidez de quem, há cem anos, enxergando da vida o claro/escuro e mesmo já com a voz a falhar, segredou ao médico que o atendia: “Doutor,
pareço estar perdendo a consciência... Tudo, menos isso!...”
Nabuco não perdeu a consciência. Sua consciência está aqui, conosco.
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Sessão Comemorativa Especial
em Homenagem ao Centenário de
Nascimento de Tancredo Neves
Proferido em 23 de março de 2010
ertencer à Academia Mineira de Letras foi sempre uma aspiração
de minha vida”. É esta a frase com que Tancredo Neves abre o seu
discurso de posse na Cadeira 12 daquela Casa.
A frase diz tudo. Tancredo Neves gostava da convivência acadêmica.
Muitas vezes veio nos ver aqui, seguidamente interagia com as nossas
ações e muitos de nós desconfiamos de que almejasse um lugarzinho em
nosso cadeiral.
Mas era muito esperto, muito respeitador das regras e não abriria o
flanco, para confessar. Como iria precipitar-se, um grande especialista
em eleições? Como desconsiderar aquilo que Carlos Heitor Cony definiu
como “controles sabiamente adestrados em secular mineirice”?
E, naquele mesmo discurso, assim falou a propósito dos membros da
Academia de Minas Gerais: “Contemplava os seus integrantes com um
misto de estima e admiração, vendo neles os obreiros abnegados de nossa
cultura, os guardiães indormidos da pureza de nossas letras, os continuadores impávidos da obra eterna de nosso aprimoramento intelectual”.
Quem pensa assim de Academias e Acadêmicos haverá sempre de ser
por nós acarinhado. No seu centenário, ainda mais.
A história política brasileira é a quase sempre história de conciliações.
Não é prática conciliatória que emana da epiderme de gestos imprevistos, aqui e acolá. Antes, é talvez reflexo exigente da mestiçagem orgânica
que acentua a nossa formação étnica.
“P
16
DISCURSOS
Somos conciliadores. A mescla de três etnias, produziu tipo psicossocial único: na capacidade de negociar, na ginga do samba, na arte de tolerar, no ensaio do drible. Nessa galeria de invenção, Pelé está ao lado de
Juscelino Kubitschek, Ataulfo Alves, junto a Guimarães Rosa. O padre
Dimas, de Ouro Preto, ao lado de Chico Xavier. Rivane Neuenschwander ao lado do Aleijadinho. E Oscar Niemeyer, a fazer o moderno na inspiração das curvas do barroco, na cordilheira de todos eles, a acompanhar Tancredo Neves.
Confirmando a vocação de conciliador, que exigia de si árdua dedicação, o dr. Tancredo esteve presente nos episódios mais graves dos
recentes cinquenta anos da República. Restrinjo-me a dois justamente exemplares: em 1961, quando patrocinou a solução da Emenda
Parlamentarista que evitou a crise institucional na posse de João Goulart, a percorrer os ares de Montevidéu como se fosse um peregrino
em Santiago de Compostela; em 1984, surgindo como solução natural e viável no cenário da sucessão, para tornar realidade a transição
segura, lenta e gradual. Fez a caminhada de arremate das Montanhas
para o Planalto, com a mesma perseverança das andanças do início em
São João del Rei.
A propósito, ao saudar a entrada de Tancredo Neves na Academia
Mineira de Letras, no dia 24 de fevereiro de 1983, Afonso Arinos de
Melo Franco iniciou assim seu discurso: “São João del Rei é uma das indicações de que o espírito mineiro se define historicamente pela junção
da política com a cultura”.
E, mais adiante, explica: “O ponto sobre o qual desejo insistir, no fecho desta análise, é aquele referido, o enlace da política com a cultura, do
mineirismo com a mineirice, para chegar à síntese da mineiridade”.
Foi dessa forma que o mineiro de Belo Horizonte, viu o mineiro de
São João del Rei. Era o testemunho valioso a perceber mais uma das sínteses de estilo, de que se fez especialista doutor Tancredo.
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
A história, segundo Jacques Le Goff, é a ciência que estuda a mudança. Avaliar a vida e a obra de Tancredo Neves é reunir elementos claros
para compreender a transformação ocorrida na história contemporânea
do Brasil.
A transição para a democracia brasileira não teria sido feita – ao menos desarmada e instituída com espírito firme de civilismo como aconteceu – não fosse o talento político do doutor Tancredo e o tamanho da
paciência de José Sarney.
Ele foi centrífuga política que harmonizou contrários e polarizou alternativas partidárias. Constituiu centro de confluências políticas capaz
de viabilizar solução-síntese. Confirmando a si mesmo como destino,
consolidou o projeto brasileiro de democracia no horizonte de
possibilidades do processo de abertura política.
O entendimento do papel decisivo desempenhado por doutor Tancredo descobre-se na configuração do processo histórico. Este tem, certamente, três medidas: a do tempo individual, relacionado a interesses de
cada um; a do tempo social, referido à evolução da sociedade; e a do tempo geográfico, voltado ao movimento mais lento de estruturas econômicas e políticas.
Dr. Tancredo foi perito na rotação do tempo e especialista no senso da
ação. Nunca antecipou o tempo individual ao tempo social. Nem antepôs o
tempo social ao tempo geográfico. Teve a exata compreensão da ordem
como se organiza e desorganiza a vida. “Tijolo a tijolo num desenho lógico”.
Na sutil percepção das precedências que sequenciam o coletivo e o
singular, soube calibrar oportunidades. Justapôs legítimas ambições políticas. Soube esperar e soube agir. Sempre colocou as coisas a seu tempo.
Sem jamais agredir os fatos. Percebeu a distinção entre o pessoal do
Homem e o impessoal da Sociedade.
Em discurso no Senado, ao registrar este centenário, o Acadêmico
José Sarney, com toda sabedoria aplica a Tancredo Neves referência do
18
DISCURSOS
Aécio Neves e o Presidente Marcos Vinicios Vilaça
19
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Padre Vieira aos homens que calam as velas, não por medo ou conveniência pessoal mas por interesse público.
Se ele é a síntese da alma mineira, coloque-se nele um par de olhos
perspicazes, uma gravata mordida seguidamente, mais uma paciente determinação e teremos de fato a figura de Tancredo Neves. Seu sorriso sereno e malicioso era produto mineiro entregue ao Brasil. Era também
uma quase extroversão a que ele se permitia. E, nele, doutor Tancredo
identificou-se com o país e equilibrou antagonismos. E o país o abraçou,
no plano da vida pública como dona Risoleta o fizera na vida conjugal.
Em Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa escreveu: “As forças me
amanheceram acordado”. Essa disposição típica de quem luta e espera,
de quem espera e luta, não estava apenas no romance do grande Rosa.
Mas esteve também nas mãos tecelãs de dr. Tancredo.
No Rio, depois em Brasília, novamente em Belo Horizonte, o dr.
Tancredo deve ter repetido como uma oração os versos de Drummond
Espírito de Minas, me visita
e sobre a confusão desta cidade
onde voz e buzina se confundem
lança teu claro raio ordenador.
Está claro o porquê de a Academia Brasileira de Letras na voz, refletida pelo saber e pela experiência, de mestre, mestríssimo, Eduardo Portella proclama admiração a Tancredo Neves, no centenário do seu nascimento e homenageia os talentos do seu neto que governa Minas, com a
régua e o compasso que, desde menino, Aécio Neves aprendeu a usar.
Usou de maneira tão tancredeana que de aluno converteu-se em professor. Aécio Neves sabe que em Minas também há fontes perenes de
saudades e de esperanças.
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DISCURSOS
Discurso na Visita do Deputado
Michel Temer
Proferido em 22 de março de 2010
ste momento de uma inusitada visita em nossa história centenária,
honra a Academia. Estamos gratos ao Presidente Michel Temer e aos
membros da Comissão do Centenário de Joaquim Nabuco, da Câmara
dos Deputados, pela decisão de aqui virem para oficialmente iniciar os
procedimentos daquela Casa em louvor da data nacional.
Creiam todos, em particular os deputados André de Paula, Marcelo
Almeida, Maurício Rands e José Fernando Aparecido de Oliveira, membros da Comissão, que muito nos agrada recebê-los. Assim identificamos
que representantes da democracia vêm reconhecer na Casa de Machado
de Assis o símbolo e a ação principais da cultura brasileira.
Tal como o Parlamento também nós temos consciência do nosso protagonismo. Se é verdade e de fato o é, que um país se faz com homens e livros, estamos a fazer o Brasil, cada qual com o que lhe compete. São homens e livros dedicados à Pátria.
Esta decisão da Câmara dos Deputados, lúcida e patrioticamente liderada pelo jurista eminente que é o Deputado Michel Temer, ajuda a ainda melhor entender a empatia de Joaquim Nabuco, o fidalgo que se
encarnou como reformador social.
Nabuco soube amar o país por saber amar a sua província. E não apenas a sua pátria, também as Américas ibérica e anglo-saxônica.
Nabuco, que é como se costuma dizer a melhor rima para Pernambuco, integra aquela linha libertária de Pedro Ivo e de Frei Caneca, de Nunes Machado e de José Mariano, irrompendo na vida pública naqueles
tempos tidos por Silvio Romero como o “grande decênio”.
E
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Louve-se quem o festeja no centenário da sua morte. Isto, compreendemos, é também uma questão de honra para a Câmara dos Deputados. A
Academia Brasileira de Letras compreende os muito Nabucos que vivem
em Joaquim Nabuco. Por exemplo: ninguém até hoje na Câmara dos Deputados compareceu com discursos mais veementes no apelo à transformação política e às reformas revolucionariamente sociais e econômicas,
como Nabuco.
Escutemo-lo dizer do que representou seu ingresso numa Casa Legislativa:
Foi um ano de atividade e de expansão único em minha vida, esse
de 1879, em que fiz a minha estréia parlamentar. Posso dizer que
ocupei a tribuna todos os dias, tomando parte em todos os debates,
em todas as questões... O favor com que era acolhido, os aplausos
da Câmara e das galerias, a atenção que me prestavam, eram para
embriagar facilmente um estreante... Como hoje seria diverso, e
quanto tudo aquilo está desvalorizado para mim como prazer do
espírito! Hoje é a gota cristalina que mana da rocha do ideal – fonte oculta que todos temos em nós – e não os grandes chafarizes e
aquedutos da praça pública, que única me desaltera.
Quando da campanha abolicionista as virtudes do combate ficaram-lhe ostensivas. E foi ele, como convinha, quem trouxe à tribuna parlamentar, ao centro político por excelência da vida nacional, o inconformismo por haver negros escravos.
Em 1877, saiu de Londres para enfrentar a primeira campanha eleitoral de deputado abolicionista por Pernambuco.
Disputou vários pleitos. Venceu e perdeu nos votos, porém, venceu
sempre no ideário e na ética. Foi aplaudido e incompreendido. Era modesto no triunfo e viveu decepções profundas nas derrotas.
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DISCURSOS
Visita do Deputado Michel Temer
Em 1895 clamava pela Reforma Agrária, mas já em 1879 estava na
tribuna parlamentar a lutar pela instrução pública e privada, pela criação
de universidades e de bibliotecas.
São discursos impressionantes pelas ideias e pela forma.
Advertiu muito e nem sempre foi ouvido. Temia que o Executivo se
engessasse na falta de leis necessárias e reclamava de erros de legislatura
por falta de responsabilidade.
Não entendia um país forte, uma democracia plena sem um parlamento sem ação permanente e refletida.
Era forte nos conceitos de tribuna, de artigos de jornal, de comícios,
de exposição nos livros, quase sempre em frases lapidares, como: “A escravidão é um crime, o latifúndio, uma atrocidade”.
Daí a ser chamado de anarquista, comunista e petroleiro, como então
se enunciava o terrorista, foi um pulo.
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Nabuco venceu a todos. Venceu até o abandono da fé. Em seguidas
meditações, nostálgico de Deus, na solidão de Brompton encontrou a estrada da reconciliação religiosa.
Paulo Brossard, com toda razão, lembra o realce da sua fidalguia mental, nota distintiva do seu espírito superior.
Nabuco foi um brasileiro raro que cultivou ação efetiva – política, diplomática – fruiu do mundo, do estudo, da produção intelectual e deixou no “nabuquismo” a régua e o compasso da ética na política e da
estética na obra de grande escritor.
Saudemos em Nabuco o salutar visionário. Na época do deslumbramento com a eletricidade, ele dizia: “Esperamos que a conquista das forças universais não pare aí, e que a era da eletricidade seja apenas uma etapa para outras eras, para a era da luz; esperemos que um dia tudo seja luz
e que por fim tudo seja ideia”.
Então, sigamos Nabuco, ele é a luz do roteiro para as ideias.
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DISCURSOS
Sessão Comemorativa Especial
dos 113 Anos da ABL –
Entrega de Prêmios
Proferido em 20 de julho de 2010
sta comemoração da Academia Brasileira de Letras, tão brasileira e
tão de letras, se faz com o que nos é bem próprio: gestos e palavras.
O gesto de premiar, que nos premia também, pois como ensinou Nabuco,
nós somos quarenta, mas não somos os quarenta. É meritório reconhecer
os valores que não são os da Casa. Isto, mais que uma obrigação ética, é
uma satisfação para os Acadêmicos. Anotemos que entre os premiados
há valores de muitos brasis e de diferentes gerações, selecionados em votação nas Comissões e no Plenário, a partir de pareceres subscritos por
Acadêmicos. Isto, em relação ao gesto de premiar.
Já as palavras, hoje serão as do historiador de expressão internacional, José Murilo de Carvalho, por todos nós muito estimado e a quem
admiramos na excepcionalidade da sua obra feita de critério, de descobertas, de precisão, de qualidade no estilo, enfim uma obra ao mesmo tempo marcada pela beleza e pelo rigor da ciência. Ele é o orador
oficial.
Desejo apenas, no cumprimento do dever presidencial, e com as limitações da semi-invalidez, nada além disso, dizer que a festa de aniversário
da Academia Brasileira de Letras não tenciona, de modo algum, restaurar
o passado para o futuro, nem é um retorno à busca duma manhã de
nevoeiro ao estilo sebastianista.
Mas não custa nada cuidar da imaginação do futuro. É o que fazemos
hoje. É o que fazemos todos os dias, já que à Academia também compete
realizar destinos.
E
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Moderna e dinâmica nos processos de se programar e de funcionar, a
Academia abrange iniciativas condizentes com essa modernidade e esse
dinamismo, mas sem perder os fundamentos da tradição que nos mantêm de pé.
E tudo isto acontece ao investigarmos e operarmos a Cultura. Sem
cessar. Com amor e total dedicação.
Daí porque é de se reconhecer que a nossa arena acadêmica é uma praça de cordialidade e civilização. Sempre evitamos caminhos enganosos
que podem começar largos mas que acabam invariavelmente estreitos.
Temos razão para esta crença, inclusive no momento em que, no
mundo dito mais desenvolvido, a Cultura passa a ser vista como fator estratégico, a distanciar-se da categoria do supérfluo. E há motivos para
tanto. Informações recentes dão conta de que no Reino Unido o emprego na Cultura cresce 2% e só1% no restante da economia; a riqueza gerada avança 5% contra 5% nos demais seguimentos. E esses efeitos têm
correlação vária: onde estações do metrô destinam mais espaços a artistas
pobres do que ali? onde o Parlamento Nacional discute a ação de cambistas com igual peso que os problemas de saúde e de educação?
Rodrigo Pinto, com zelo de analista, ainda de Londres chama a atenção para o fato de que o “Sunday Times” tem suplementos dominicais
de arte com 80 páginas. E arremata: “Se quisermos conjugar democracia, crescimento sustentável e distribuição de riquezas (materiais e intelectuais) teremos que avançar muito em mídia, games, moda, artes cênicas, cinema, artes plásticas, casas de espetáculo, literatura, música, galerias, museus”.
Em nosso canto modesto, ativa no seu modo de ser contemporânea, a
Academia Brasileira de Letras manifesta-se de acordo e assim o faz.
Alberto Venancio Filho, em ensaio brilhante que está escrevendo a
propósito de Nabuco e a nossa Academia, destaca no discurso de Machado de Assis assumindo a Presidência, a recomendação dele de que se
26
DISCURSOS
Sessão Comemorativa Especial dos 113 Anos da ABL
exigirá de nós compreensão pública e constância, zelo pelas funções de
estabilidade e progresso.
Nabuco ainda exigiria de todos nós senão a fé, nunca menos que a boa
fé. A perpetuidade se alcançará pela verossimilhança por mais que inverossímil pareça o nosso papel. Afinal de contas, Nabuco esperava que o
nosso papel se densificasse ao atingirmos, pelo convívio com os mistérios, a solenidade e a antiguidade.
Creio que os 113 anos que hoje registramos já explicam e justificam o
que somos, uma gente com o atormentado vício de pensar.
Quem sabe contar histórias, cria universos.
Mas, nos comigos de mim, sublinhando estímulos ao trabalho, insisto
em repetir o poeta de sempre e os navegadores portugueses do século
XV. Do primeiro, repito: naveguemos mais se vê; dos segundos repito:
há mais marés que marinheiros.
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Encontro de Celebração do
Centenário de Morte de
Joaquim Nabuco
Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos –
Thomas Jefferson – Washington D.C.
Proferido em 23 de novembro de 2010
NABUCO – SEU TEMPO E SEU LEGADO
m primeiro lugar gostaria de saudar e agradecer ao Dr. James Billington,
pois ele é o responsável pela realização do desejo da Academia de promover o evento de hoje. Nosso evento também encontra em Mauro Vieira
determinação e entusiasmo. Sua história diplomática é de constante apoio
e incentivo à cultura brasileira. Mauro é um homem de compromisso total
com a política cultural do Brasil e com as relações do Brasil com o mundo.
Ele é um cidadão da Diplomacia com uma história muito abrangente de
serviços prestados à relação entre os povos. Obrigado ao embaixador Mauro Vieira, por seu apoio às comemorações do Nabuco.
Gostaria também de saudar Leslie Bethell, um veterano dos estudos
de temas brasileiros em geral, e de Joaquim Nabuco, em particular. Posso
dizer o mesmo do professor D. K. Jackson, que tem importantes trabalhos dedicados à questão Nabuco. Aqui comigo também o professor Ivo
Pitanguy, que é um nome de orgulho para o Brasil. Poucos médicos no
mundo partilham o seu prestígio. Está claro para mim que Ivo Pitanguy
trata seus clientes à luz dos valores humanos e médicos. Também comigo, outra referência da Diplomacia brasileira, Geraldo Holanda Cavalcanti, que acrescenta às suas qualidades de intelectual, poeta, historiador
e memorialista, a de ser de Pernambuco. Para nós, Pernambuco é o cen-
E
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DISCURSOS
tro do mundo. Tudo começa em Pernambuco. Também aqui está o deputado federal Maurício Rands, que eu admiro muito. Devo confessar
que a admiração que tenho por ele é muito sincera, porque Maurício
Rands é um adversário político da minha família. Portanto, para podermos admirar um adversário, ele tem que ser muito bom. Maurício Rands
é um deputado muito bom, um político muito bom, honesto, dedicado
aos seus estudos e dedicado ao seu papel. Espero não ter esquecido as
pessoas de quem gostaria de falar hoje, para que eu possa colocar em
ordem, mais ou menos, o que eu quero dizer.
Nabuco é uma avalanche sobre nossas cabeças. Ele traz à tona muitas
questões que aquele de nós que vá estudá-lo necessariamente torna-se
confuso. Eu vou tentar organizar um pouco as ideias que tenho sobre
Nabuco. Se eu me estender por muito tempo, por favor, perdoem. Aqueles que vêm para conferências como estas têm que estar prontos para ouvir discursos. Por favor, sejam pacientes, pois não vou perder esta oportunidade, estar de volta à Biblioteca do Congresso, ter o prazer de aqui
falar. A primeira emoção que eu tive nesta biblioteca foi alguns anos
atrás, quando nós visitamos a seção de livros do Brasil e onde eu timidamente tentei ver se havia algum livro de Marcos Vilaça. A funcionária me
ajudou a abrir um classificador e encontrei alguns dos meus livros. Isso
foi uma grande alegria para mim. Se eu fiz isso para a Biblioteca do Congresso, vou fazê-lo em outras bibliotecas no mundo. Não vou perder a
oportunidade de dizer isso. Essa foi a primeira alegria que eu tive em
estar na Biblioteca do Congresso. A segunda é a alegria de hoje.
Eu queria dizer que estas celebrações em torno de Joaquim Nabuco
não foram e nem serão nunca apenas uma etapa de meros atos festivos,
ou simples registros de alguns momentos. Sem memória, os sentimentos
são perdidos. A memória é necessária para sentir-se a relevância do tempo, para medir o tempo. Sem memória, perdemos o presente, que desaparece à medida que ele se torna um passado que está morto. Sem um passa29
MARCOS VINICIOS VILAÇA
do, perde-se o sonho e o homem torna-se vazio de referências de pessoas
e lugares. Aquele que perde sua memória também perde a sua vontade.
Ele ainda permanece e não pode encontrar a si mesmo.
Aqui estamos para reafirmar as grandes obras de Joaquim Nabuco.
Ideais que foram divulgados em livros, stands, em aulas no exterior, em
mesas de negociação internacionais, em debates parlamentares, nas páginas dos jornais, a partir das palavras do povo, que o chamava de Quincas.
Quando da Terceira Conferência Pan-Americana realizada no Rio de Janeiro, os delegados brasileiros foram surpreendidos com a popularidade
de Joaquim Nabuco. Gilberto Freyre escreveu que a partir daquele momento Nabuco torna-se o grande brasileiro de seu tempo, de todos os
tempos. Alceu Amoroso Lima, um grande nome da literatura brasileira,
considera Nabuco a mais brilhante imagem do Brasil e do Humanismo, a
personagem mais harmoniosa da nossa história cultural.
Durante as celebrações deste ano, a visão de Nabuco como um modelo se impôs para sempre na cultura chamada canônica. Joaquim Nabuco,
como agente de transformação social, conduziu o povo na luta pela liberdade, uma questão a ser discutida pelo deputado Maurício Rands, e uma
que realmente me agrada. Para Nabuco, a abolição não foi o suficiente –
o que ele realmente queria era a transformação. Suas palavras: “acabar
com a escravidão não nos basta, é preciso destruir a obra da escravidão”.
Por essa razão, seu livro Minha Formação é o seu melhor retrato, o seu melhor momento, também pela maneira como ele retrata o cidadão do
mundo, restituição do extraviado, ao seu chão. Ele sempre disse: “Sou
cativo de Pernambuco”.
A Academia Brasileira de Letras é, em grande parte, o contraste entre
dois homens inseparáveis, Machado de Assis, que humildemente se
transformou em um aristocrata das letras, e Nabuco, que, pertencendo à
hierarquia do Império, fez-se humilde para ouvir melhor os gritos de liberdade. Deve-se notar que a Academia se aproxima do centenário da
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DISCURSOS
morte de Nabuco com a curiosidade permanente e empatia completa, tal
como aconteceu no caso de Machado de Assis.
Estamos a promover ciclos de conferências em Bolonha, Roma, Londres, Buenos Aires, sobre seu trabalho. Estamos procurando expandir em
todo o mundo o reconhecimento de suas obras. Fomos nos curvar reverentes no Recife e em Massangana onde ouvimos as badaladas do sino da
capela de São Mateus e seu “Muezzin Íntimo”. Tudo isso na abordagem
tríbia, como ensinado por Agostinho de Hipona, no que diz respeito ao
triplo presente. O presente do passado, que é a memória, o presente do
presente, que é a percepção, e o presente do futuro, que é a esperança.
A guerra holandesa no Brasil ajudou a pôr ainda com mais evidência diante dos nossos olhos o problema racial, já que brancos, negros e índios se
envolveram na arrumação da sociedade étnica que estava em formação.
O negro era raça cativa, de um pobre destino, mas ao braço escravo
passou-se a responsabilidade pela sustentação de governos e de economia. Desafiar o Império era, mais tarde, lutar contra a escravidão.
José Bonifácio, na carta de 1823, propôs sua famosa “Representação
contra a Escravidão”. Mostrou até que o trabalho livre era mais rendoso
que o servil e afirmava que o Brasil não seria plenamente uma nação enquanto não transformasse escravidão em plenitude de cidadania. Se a Representação tivesse prosperado a história seria outra.
Estávamos independentes, mas a servidão humana continuava. Os leilões
prosseguiam no Mercado do Valongo. O negro, que poderia ter sido libertado, pelo menos por conta do seu braço forte na expulsão dos holandeses,
continuava escravo. Ninguém pensou em libertá-lo. O escravo era res nullius.
A surpresa viria com Nabuco. O aristocrata, destinado a ser mais adiante um par do Reino, despertara em Massangana. E para sempre teria saudade do escravo e horror à escravidão. Saudade dos santos pretos.
Nas comemorações deste ano essa visão dele como modelo vem se impondo em definitivo na cultura dita canônica.
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
A Academia Brasileira de Letras é em grande parte o contraste entre
dois homens inseparáveis: Machado de Assis, o humilde que se fez aristocrata das letras, e Nabuco, que pertencendo à hierarquia do Império, se
fez humilde, para melhor escutar os gritos de liberdade.
Explica-se que a Academia registre o centenário de morte de Joaquim
Nabuco com permanente curiosidade e completa empatia, tal como fez
em relação a Machado de Assis.
Nabuco se extremou como espécie de figura quase apostólica de abolicionista, como disse Gilberto Freyre.
Esse apostolado radicalizou a ação nabuquiana, que não se batia apenas por mudanças, mas por eficiente transformação, repito e insisto.
Casa Grande & Senzala deixa bem claro como em relação à história da
abolição passamos do preconceito ao conceito.
Em O Abolicionismo, Nabuco observa que noutros países a luta contra a
escravidão não tinha o caráter de reforma política primordial, porque
“não se queria a raça negra para elemento permanente da população, nem
como parte homogênea da sociedade”.
A Academia Brasileira de Letras, testemunha dos tempos e mensageira
do passado como provocação das construções do hoje e do amanhã,
ativamente está comprometida a cultivar a personalidade de Joaquim
Nabuco, a rastrear sua fascinação política, sua estética atraente, sua personalidade a um só tempo singular e plural. O fatiamento ideológico de
que talvez seja vítima não nos impede de apreendê-lo em sua totalidade.
A fatia que nos coube não seria o que é se não alimentasse, como o comprova a sua biografia devidamente registrada pela historiografia, a compreensão da atualidade e, inclusive, do futuro de nossa realidade e utopia brasileiras.
Rubén Dario reconhece que nos pensamentos de Nabuco a profundidade alcançada, quase sempre através de uma bela imagem, está a indicar
quanto frequentava os poetas e os livros santos.
32
DISCURSOS
Como observou Roberto Cavalcanti de Albuquerque, um de seus maiores estudiosos, dedicamo-nos a desvestir nele a bipolaridade de razão e sentimento, a inglesa impressão aristocrática, a impressão literária tão francesa, a
italiana impressão artística e a civilização material tão americana. Escanear o
monarquista que se converteu a um certo republicanismo é tarefa prazerosa.
Diz ele, a propósito de um duplo pertencer, à América e à Europa, sofrido pelos brasileiros de seu tempo e formação:
Nós, brasileiros – o mesmo pode-se dizer dos outros povos americanos – pertencemos à América pelo sedimento novo, flutuante,
do nosso espírito, e à Europa, por suas camadas estratificadas.
Desde que temos a menor cultura, começa o predomínio destas sobre aquele. A nossa imaginação não pode deixar de ser europeia,
isto é, de ser humana; ela não para na Primeira Missa no Brasil, para
continuar daí recompondo as tradições dos selvagens que guarneciam nossas praias no momento da descoberta; segue pelas civilizações todas da humanidade, como a dos europeus, com quem temos
o mesmo fundo comum de língua, religião, arte, direito e poesia, os
mesmos séculos de civilização acumulada e, portanto, desde que
haja um raio de cultura, a mesma imaginação histórica.
Continua Nabuco, incapaz agora de negar a ambiguidade de um sentimento verdadeiro para ele – de dupla ausência:
Estamos assim condenados à mais terrível das instabilidades (...). (...)
na América falta à paisagem, à vida, ao horizonte, à arquitetura, a tudo
o que nos cerca, o fundo histórico, a perspectiva humana; e (...) na Europa nos falta a pátria, isto é, a forma em que cada um de nós foi vazado ao nascer. De um lado do mar sente-se a ausência do mundo; do
outro, a ausência de país. O sentimento em nós é brasileiro, a imaginação, europeia. As paisagens todas do Novo Mundo, a floresta ama33
MARCOS VINICIOS VILAÇA
zônica ou os pampas argentinos, não valem para mim um trecho da
Via Appia, uma volta da estrada de Salerno e Amalfi, um pedaço do
cais do Sena à sombra do velho Louvre. No meio do luxo dos teatros, da moda, da política, somos sempre squatters, como se estivéssemos ainda derribando a mata virgem.
Ele prossegue, consciente do que corajosamente revela:
Eu sei bem, para não sair do Rio de Janeiro, que não há nada mais encantador à vista do que (...) os parques de São Clemente, o caminho que
margeia o aqueduto de Paineiras na direção da Tijuca, a ponta de São
João, com o Pão de Açúcar, vista do Flamengo ao cair do sol. Mas tudo
isso é ainda, por assim dizer, um trecho do planeta de que a humanidade não tomou posse; é como um Paraíso Terrestre antes das primeiras lágrimas do homem (....). Não quero dizer que haja duas humanidades, a alta e a baixa, e que nós sejamos desta última; talvez a humanidade se renove um dia pelos seus galhos americanos; mas, no século em
que vivemos, o espírito humano, que é um só e terrivelmente centralista,
está do outro lado do Atlântico; o Novo Mundo, para tudo o que é
imaginação estética ou histórica é uma verdadeira solidão, em que aquele espírito se sente tão longe das suas reminiscências, das suas associações de ideias, como se o passado todo da raça humana se lhe tivesse
apagado da lembrança e ele devesse balbuciar de novo, soletrar outra
vez, como criança, tudo o que aprendeu sob o céu da África...
Conclui Joaquim Nabuco afirmando que, com a maturidade, consolida-se nele, “ao sol tropical”, a opção pela pátria:
A instabilidade a que me estou referindo está grandemente modificada, a dualidade desapareceu em parte (...). Na mocidade fui um
errático (....). Quando, porém, entre a pátria, que é o sentimento,
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DISCURSOS
Presidente Marcos Vinicios Vilaça na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos –
Thomas Jefferson – Washington D.C.
e o mundo, que é o pensamento, vi que a imaginação podia quebrar a estreita forma em que estavam a cozer ao sol tropical os
meus pequenos debuxos de almas. (....), deixei ir a Europa, a história, a arte, guardando do que é universal só a religião e as letras.
Está explicada a razão de nos termos movido, com o estímulo das nossas embaixadas, com a sabedoria de centros universitários, com as lições de
nabuquianos de todo mundo para aqui comparecer em congraçamento
nabuquiano.
Em 21 de outubro de 1906, um Joaquim Nabuco cansado, feliz com o
êxito da Conferência Pan-Americana do Rio, revê, do navio que o conduzia de volta aos Estados Unidos, o seu Recife pela última vez: “Ao longe
(...), o cabo de Santo Agostinho, toda a paisagem familiar da costa pernambucana, a orla branca da praia, os coqueiros, as colinas verdes. À tarde, defronte do Recife. Não desembarco. Depois que se vão os amigos, os moços
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
da academia, fico a olhar para o ocaso que flameja como um Turner sobre
Olinda. À noite, a lua forma, uma caravela de ouro, sobre uma nuvem negra. E assim me despeço do Recife, talvez para sempre.”
Escreve Roberto Cavalcanti: “A referência a Joseph Mallord William
Turner (1775-1851), o grande paisagista inglês do século XIX, sua luz e
cores imbatíveis em transparência e palidez, trai o olhar europeu. O sentimento segue sendo o de romantismo tardio. Cruel, sua razão investiga o
organismo debilitado, endurecendo pela arteriosclerose. A vermelhidão
do rosto, sinal do excesso de hemácias resultantes da policitemia,
empresta-lhe, em contraste, aspecto sadio.”
Os crepúsculos são curtos, dissera certa vez à mulher. O dele seria longo,
penoso, vivido quase todo nos Estados Unidos, e de permeio a atividade diplomática e intelectual que cada vez lhe pesava mais. No verão de 1907, confessa-se fatigado. “Não fui feito para velho”, reclama. E escreve a Machado de
Assis (1908): “É uma grande privação viver longe dos amigos, em terra estranha, como estrangeiro. Sobretudo acabar assim. Mas espero voltar ainda antes
da noite”. Miragem. Sem tempo de serviço para aposentar-se, sem recursos
para sobreviver com a família numerosa, Nabuco teve que cumprir seguindo
jornada interminável. Além da surdez, já antiga, a dor de cabeça, a sonolência
não mais o deixavam. “Cheguei aos 60 anos sem fôlego e exausto da longa ascensão da vida”, escreveu em agosto de 1909. “Agora, para a descida, tenho
que usar outros músculos, não mais os do impulso, mas os da resistência”.
A morte colheu Joaquim Nabuco em Washington a 17 de janeiro de 1910.
Pouco antes, ele afastou com esforço o torpor que o dominava e balbuciou ao médico: “Doutor, pareço estar perdendo a consciência... Tudo, menos isso!... ”
Os seus restos mortais foram para o Rio, depois para o Recife, onde
estão sepultados, por desejo dele e vontade do povo pemambucano.
Um ano antes, em janeiro de 1909, Joaquim Aurélio Barreto Nabuco
de Araújo escrevera em seu diário: “O corpo pode ser demolido, não o
seja nunca o espírito”.
36
DISCURSOS
Presidência da ABL – 4.º Mandato
Proferido na sessão do dia 16 de dezembro de 2010
uvimos a lição de Eduardo Portella. Como sempre, um facho de luz,
como sempre, lâmina de fogo que clareia inteligências. Ele diz o que
sabe mas sabe ainda muito mais do que diz. Com ele falou a Academia.
Deixem que eu fale agora para não parecer que o Presidente é menos do
que possa parecer ou não passa de um mero pirronista. Outra vez encontro-me aqui, na poltrona de Machado de Assis. Reconduzido pelas mãos
de todos os Acadêmicos, cabe-me agradecer. Agradecer aos confrades a
confiança renovada. Dizer obrigado a Maria do Carmo, filhos e netos,
que, na medida de cada um, deram-me confiança para cumprir deveres
que, como disse tempos atrás, podem ser servidão, mas indiscutivelmente, são servidão jubilosa. Sem a minha mulher não acontece nada, não sou
nada. De tão irmanados que somos “que um não é sem o outro, na paisagem/de filhos e trabalhos ajustados” como Drummond falou de Nazareth e Odylo Costa, filho. À Academia compete transformar sentimentos
em ideias e ideias em ação. É assim que lhe cabe realizar destinos, mesmo
com os espantos cotidianos e os riscos de desânimo. Como admitir que o
trabalho de uma casa de cultura perverta-se num fazedor de fraturas?
Isso, não. A Academia está na boca do povo porque foi feita em mais de
cem anos por quase trezentos brasileiros. Tínhamos que mostrar a que
viemos. O Presidente portou-se como pregoeiro. Tão somente pregoeiro. Quem tudo fez foi a Academia. É obra de todos os seus membros. A
mim ninguém peça para dizer se nestas passagens pela presidência fiz
bem, fiz mal. No Quincas Borba está escrito que a vida não é completamente boa, nem completamente má. Só tenho certeza de que fiz como pude.
A Academia deve trabalhar com parâmetros aquecidos, aqueles que suge-
O
37
MARCOS VINICIOS VILAÇA
rem vida. Viver é desenvolver, não é estacionar. E como a Academia não
pode ser monocultural, que não desaprume a mão, que não despreze sopros de sonhos. Afinal de contas, é o ativo cultural mais destacado do
País. A Academia não tem cara de “segunda mão”. Karl Popper ensinou
que a nobreza da História não reside no esgotamento, mas na manutenção de sua natureza inesgotável. Temos que seguir buscando essa natureza inesgotável de sua abertura ao sincretismo da diversidade. A Academia
não poderia ser apenas artesanal. Buscamos e obtivemos até parceria tecnológica contemporânea. A Academia não se rende aos antolhos do localismo, por isso pesquisa cartas de navegação para cruzar mundos. Só este
ano 19 acadêmicos estiveram em missões culturais no Exterior, fazendo
mais respeitados as ideias e os valores da nossa Casa. Estaremos cada vez
mais juntos a outras culturas e a outras línguas, sem perder a noção de
que é bom mostrarmos a individualidade de nossa expressão, sem conceder espaço a cacoetes tribalistas. Sempre digo – e agora, repito – sou insistente na esperança, não sou carente de sonhos. Aqui continuo pleno de
sonhos e de esperanças. Retreinei os olhos para enxergar bem este momento. Saibam todos, estou feliz da vida. As possíveis murmurações de
incompreensão não me machucam, quando muito, me levam a conferir a
trajetória. Vou prosseguir, vou continuar, mas sem continuismo. Vou
prosseguir com a obra dos meus antecessores, vou persistir no apelo pela
orientação e ajuda dos confrades. T.S. Eliot nos legou estes versos preciosos que vivem na minha mente como balisamento: “O ciclo sem fim da
ideia e da ação,/ Insustentável invenção, interminável experimento, /
Conhece o movimento, não o repouso; / O conhecimento das palavras,
não o do silêncio:/ Conhecimento do verbo mas ignorância do mundo”.
Agradeço vivamente a Ana Maria Machado, a Domício Proença Filho, a
Murilo Melo Filho e a Luiz Paulo Horta, a indormida participação no
que me tocou conduzir. Eles continuarão, apenas o Luiz Paulo Horta
passa o posto a Geraldo Holanda Cavalcanti e vai se dedicar, com a com38
DISCURSOS
o
Posse Presidência da ABL – 4. Mandato
petência de todos reconhecida, àquilo que já cuidou ao longo desses
anos: a pauta musical de nossa programação acadêmica. Geraldo Holanda Cavalcanti nos dará o saber de experiência feito sua vida de cidadão do
mundo. Quando, foi imperativo da saúde, afastei-me da Presidência, a
doença me incomodava contudo, acolitada pela dedicação de Domício
Proença Filho, Ana Maria Machado me sossegava com a mão amiga e o
braço forte, ambos tão úteis à gestão acadêmica. Em público proclamo,
em público agradeço a sua participação relevante nos trabalhos deste ano.
“Amigo é coisa prá se guardar debaixo de sete chaves” saibam, Ana Maria
e Domício. Agora, vamos continuar a trabalhar. Conto com o entusiasmo visível do nosso inteligente quadro de servidores, à frente Dona Carmen que, além de tudo o que já era, este ano acumulou ao ser humano excepcional, o ser também sinônimo de Sala. Vamos trabalhar e continuar
a aprender. Afinal de contas temos que dar razão a Paulinho da Viola:
“As coisas estão no mundo, a gente é que precisa aprender”.
39
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Abertura Ano Acadêmico 2011
Proferido em 03 de janeiro de 2011
o dia de hoje configura-se, mais uma vez, a parábola de que fala o
Evangelho de São João.
Descemos ao início e agora, em progressão, começamos a subir. Nunca ficar nos finais do traço ou só nos seus começos. Avançar sempre. É o
que nos cabe sob nossas vestes de minoria dinâmica e algo profética.
Um ano à frente. Na verdade, nove meses. O tempo de uma gestação
de humanos. É pouco ou é muito? Sei lá. Não importa; haveremos de
cumprir com o que nos toca.
A Diretoria sente-se confiante nela própria, porque está decidida a
construir. Está segura de merecer a orientação do ideário e o contributo
de trabalho de todos os confrades. O programa do ano está concebido
quase por inteiro. Há espaços abertos porque não somos os suficientes.
Sabemos que há o por receber dos Acadêmicos.
O Presidente repete o que afirmou noutra oportunidade: Não veio
para fazer coisas grandes ou pequenas mas para fazer coisas honestas,
vale dizer, tudo aquilo que sendo seu propósito, seja consentido pelas
leis da Casa; tudo aquilo em que acredita como válido e valioso aos
efeitos de uma Academia contemporânea e comprometida com os
tempos que virão; tudo aquilo que por respeito à tradição não se imobilize perante a modernidade e que a modernidade não seja sinônimo
de modernoso.
Jamais me arredo da luta para que a Academia não desate os nós internos, pois são eles que a fazem forte, que permitem a segurança do seu futuro. No entanto, o entrançado não seja nunca limitação, como mero
amarradouro de âncoras, mas verdadeiro cais de partida.
N
40
DISCURSOS
Conto com a tolerância dos companheiros de Diretoria, meus orientadores de todas as horas, e peço para que todos os Acadêmicos se preparem para
viajar comigo, pois “A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E
mesmo estes podem prolongar a viagem em memória, em lembrança, em
narrativa. É preciso recomeçar a viagem. Sempre”. (Saramago)
41
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Abertura da Mesa-Redonda
Comemorativa dos 70 Anos de
José Guilherme Merquior
Proferido em 14 de abril de 2011
Fábrica e Quebra do Molde
Entre tantos amigos fraternos de José Guilherme Merquior, aponta-se
o diplomata Paulo Renato Santos, a quem ele dedicou um de seus ensaios
mais brilhantes, aquele sobre a “Canção do exílio”, reunido no seu primeiro livro Razão do Poema, e José Mário Pereira, fiel guardião da memória
e dos valores defendidos por ele e a quem a Academia tanto deve na animação das comemorações merquioranas.
Convivi com José Guilherme Merquior, no Brasil e no exterior, e nele
sempre admirei não só o saber sem limites, enciclopédico – verdadeiro,
pois na época ainda não existia o Google – mas também a sua predisposição para a amizade e o bom convívio. Quem só teve contato com ele nos
mais de 20 livros que escreveu, não pode avaliar com precisão o quão especial era ele como pessoa. Afável e bem-humorado, Merquior adorava
contar e ouvir piadas, e sempre tinha um bom número delas à disposição.
A impressão que tenho, ao refletir sobre a trajetória tão rápida e brilhante
de Merquior sobre a terra, é a de que o seu relógio interior lhe cobrava pressa.
Tendo começado as suas atividades de ensaísta com menos de 18 anos, aos
23 publicava o primeiro livro. Foi nas páginas do “Suplemento Dominical
do Jornal do Brasil”, e pelas mãos de Reinaldo Jardim que Merquior estreou.
Logo depois de formado em Direito, ingressou no Itamaraty, e soube
aproveitar todos os postos que teve para fazer contatos com os grandes
intelectuais do lugar e aperfeiçoar seus estudos.
42
DISCURSOS
Mas não parou aí o empenho de Merquior em aprimorar seus conhecimentos. Anos depois, em Londres, matriculou-se na London School of
Economics, e de lá saiu com o doutorado em sociologia com tese sobre
Rousseau e Weber. Roberto Campos, seu grande amigo, conta no excelente prefácio que escreveu para a edição brasileira, póstuma, de O Liberalismo – Antigo e Moderno, seu último livro. Ralf Dahrendorf, então presidente da London School, costumava dizer, a propósito do empenho de Merquior por mais um doutorado: “Não sei porque, pois tem mais a ensinar
do que a aprender”.
Mas gostaria de recordar ainda, uma das muitas vezes em que vi Merquior falando em público com desenvoltura e sapiência impressionantes.
Foi na Biblioteca Nacional, quando ali estivemos para comemorar os 80
anos de Carlos Drummond de Andrade por iniciativa minha ao tempo
de Secretário Federal da Cultura. De improviso, na presença do poeta, e
de uma exigente assistência, Merquior fez uma síntese brilhante do que
significava a trajetória de Carlos Drummond na história da lírica em
língua portuguesa.
“Esse menino leu tudo”, espantou-se o eruditíssimo Raymond
Aron. Gilberto Freyre, sobre quem escreveu de modo tão compreensivo
e renovador, declarou que Merquior era uma “grande presença nova e
renovadora, na filosofia e na cultura brasileiras”. Claude Lévi-Strauss,
sob o impacto de sua morte prematura, afirmou: “Eu admirava em
Merquior um dos espíritos mais vivos e melhor informados de nosso
tempo”. Declarações desse teor são inúmeras em relação a Merquior, e
sempre de personalidades de alta expressão no mundo da cultura.
Polemista que jamais recusou o debate, mesmo quando o adversário
tendia a baixar o nível. Entre os mais significativos embates em que se envolveu, lembro a sua discussão com os psicanalistas no começo da década
de 80, notadamente com Eduardo Mascarenhas, com Sergio Paulo
Rouanet, seu grande amigo, com Mario Vieira de Mello, com Carlos
43
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Abertura da Mesa-Redonda Comemorativa dos 70 anos de Merquior
Nelson Coutinho, com Francisco de Oliveira, com Arthur Gianotti.
Merquior gostava de acentuar que a ele não interessava discutir sobre
pessoas, mas sobre ideias.
Vamos ouvir agora 5 grandes depoimentos em memória do nosso homenageado de hoje: 1. Alberto da Costa e Silva, “alto poeta”, na expressão de Merquior, que também dedicou um ensaio exemplar à poesia de
Da Costa e Silva, seu pai; 2. Eduardo Portella, mestre também em Merquior, que na sua Tempo Brasileiro, editou pelo menos três livros dele,
afora inúmeros ensaios; 3. Sérgio Paulo Rouanet, que com ele debateu,
em tom cordial, as “razões do iluminismo” e a obra de Foucault; Celso
Lafer estudioso do liberalismo e das relações internacionais, aluno de
Hannah Arendt, a quem Merquior dedicou um de seus grandes ensaios,
“Em defesa de Vico contra seus admiradores”; e Candido Mendes, cuja
cultura em teoria política e conhecimento dos meandros da política bra44
DISCURSOS
sileira Merquior apreciou desde os tempos do ISEB, quando ambos ali
fizeram conferências.
Escritor de prosa elegante, em cujas páginas convivem permanentemente a erudição e a ironia, José Guilherme Merquior flertou com o marxismo na juventude, principalmente através da crítica cultural de Lukács.
Foi o primeiro a dedicar um livro entre nós à Escola de Frankfurt – editado por Portella –, e um excelente exegeta, ainda na década de 1960, da
obra de Walter Benjamin. Gostaria de finalizar dizendo que me encanta
em Merquior, não só os livros sistemáticos, como é o caso de Rosseau e
Weber, mas também o ensaísmo que publicou em jornais e revistas. Na
minha antologia pessoal destaco “A Lepra Linguística”, que merece a
constante meditação dos que se preocupam com o destino da língua portuguesa, “Nosso Dickens”, sobre Jorge Amado, “A Volta do Poema”, as
páginas sobre Afonso Arinos no colóquio promovido na UNB, o que escreveu sobre Gilberto Freyre, Carlos Drummond, Murilo Mendes, e
João Cabral, e finalmente, tudo que escreveu sobre Machado de Assis, especialmente “Gênero e Estilo das Memórias Póstumas de Brás Cubas”, que
junto com as páginas que dedicou a Machado em De Anchieta a Euclides nos
permitem visualizar quão apto estava Merquior para escrever um grande
livro sobre o fundador da ABL, se não tivesse se abatido sobre nós “mais
uma grande tragédia brasileira” – a expressão é de Roberto Campos –
que foi a sua morte prematura.
Não resisto e lembro nesta efeméride e aí encerro de vez: “A partida
de Jose Guilherme Merquior, aos 49 anos, no apogeu da produtividade,
parece um cruel desperdício. Deus faz dessas coisas. Fabrica gênios e depois quebra o molde. Às vezes dá vontade de a gente, como no poema de
Murilo Mendes, intimar o Criador a não repetir a piada da Criação...”.
45
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Mesa-Redonda em Homenagem
aos 100 Anos de Nascimento de
Mauro Mota
Proferido em 14 de abril de 2011
omo todos sabem, é praxe acadêmica reverenciar os mortos, para
que, despertados pela e na memória, eles possam de alguma maneira
reviver e, assim, alcançar alguma parcela da imortalidade a que esta Casa
almeja. Nessas dinâmicas de eternização, em se tratando de um escritor,
uma efeméride desempenha, obviamente, função muito menos importante do que a permanente releitura da obra; em todo caso, relembrar um
vulto de nossas letras é, além de desejável, prazeroso.
C
Mesa-Redonda em Homenagem aos 100 Anos de Nascimento de Mauro Mota
46
DISCURSOS
Mauro Mota era pernambucano, em vida e obra. Nascido em Nazaré da Mata – como eu, aliás –, o escritor cedeu espaço a seu estado
natal em cada uma de suas atuações de polígrafo: em verso e prosa, lá
está Pernambuco, respirando em cada entrelinha. Não por acaso, convidei para homenageá-lo, nesta passagem de seus 100 anos de nascimento, três companheiros conterrâneos: aqui estão comigo os Acadêmicos Evanildo Bechara e Geraldo Holanda Cavalcanti e o Sr. Marcus
Accioly, os quais, embora não abrigados sob um cajueiro nordestino
– o que, aliás, seria muito mais do gosto do homenageado –, empenham-se em louvar Pernambuco e um de seus maiores poetas.
Parafraseando Mauro Mota, posso dizer que este é um tributo a terra
e gente.
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Sessão Comemorativa Especial
dos 114 Anos da ABL
Proferido em 20 de julho de 2011
m julho de 1897 a Academia Brasileira de Letras pulou para a vida.
De lá para cá usou sonho e ferramentas para dar concretude aos anseios e aos compromissos definidos por Machado de Assis, Lúcio de
Mendonça e todo aquele agrupamento de notáveis.
A ação centrou-se inter pares como a mais necessária. Ladearam-na alianças com os detentores de outros saberes e a conquista de recursos materiais e tecnológicos.
Acredito que a Cultura é herança e trabalho. Não se esgota na contemplação. Não se sujeita à régua e compasso do conservadorismo. Não é necessário tensionar a tradição para conviver com o moderno. Modernidade não
significa menos tradição. Não se deve fazer da crendice uma crença.
O futuro não é dádiva mas conquista.
Convergências e divergências, impasses e acertos, insurgências e ressurgências tudo nos anima na convivência com o sincretismo da diversidade.
Nessa trilha houve a recolha do passado e a imaginação do futuro,
pois a Academia não é artesanal.
Declaro-me, mais uma vez, convencido do acerto em cultivar a ideia
de que devemos ser uma Academia não só de letras literárias mas voltada
também para as humanidades e com parâmetros aquecidos. Todos aqueles parâmetros que indicam vida.
A Academia não é artesanal. Sua composição assim determina. Não
desaprumemos a mão, não erremos o gesto, não desprezemos o sonho.
Somos responsáveis pelo ativo cultural mais destacado do Brasil. Operacionalizemos, também, a “terceira margem”.
E
48
DISCURSOS
Sessão Comemorativa Especial dos 114 Anos da ABL
Cento e quatorze anos de vida e seguimos apontando, com fé, para a
diversidade mas sem fragmentação.
A premiação de hoje homenageia os que pensam e até se atormentam
com o custo do vício de pensar. Os ganhadores não têm cara de segunda
mão.
Os ganhadores tiveram reconhecidos o saber e a sabedoria, pelo que
os prêmios de um lado não são pomposos e de outro, não são obsoletos.
Recordo, como de hábito, para me manter convencido, a lição de Borges, em Ruínas Circulares, “no sonho do homem que sonhava o sonhado
despertou”.
Vida que segue.
49
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Conferência “La Novela de la
Revolución Mexicana”, com o
Escritor Carlos Fuentes
Proferido em 3 de novembro de 2011
prendi com o poeta que há coisas de sobra que não se dizem; como
há coisas que sobram no que se diz.
Pois bem, falo agora sem sobras nem mínguas para louvar um já antigo amigo da Casa, Carlos Fuentes.
Ele terá a saudação devida na competente palavra da Acadêmica Nélida Piñon, enquanto eu digo neste instante da honra da Academia por
ouvir mais uma vez a Carlos Fuentes.
A
Conferência “La Novela de la Revolución Mexicana”, com o Escritor Carlos Fuentes
50
DISCURSOS
Registro uma certa carioquice sua desde bem guri, quando morou na
rua das Laranjeiras, até a vida adulta de intelectual sênior, admirador de
Machado de Assis, o escritor brasileiro que trabalhou bem o misterioso
modo de ligar a literatura à vida.
Entendo que a prosa de Facundo e a épica de Martin Fierro também
criaram o cenário para o Brasil dar ao mundo a obra machadiana, pois
não há criação sem tradição que a alimente, como não haveria tradição
sem a criação renovadora.
Aí apareceu Machado de Assis, melhor dito, “Machado de la Mancha”. Esse mundo da literatura mestiça é o mundo de La Mancha, é o
mundo de Machado de Assis.
Para sermos universais não necessitamos estar mortos. Você é a prova
disso, com o seu passado e seu presente vivos; com a sua consciência do
que o escritor pode fazer como cidadão, pois o intelectual não deve ser
um alheio, indiferente a transformações sociais.
A sentença é sua: só Deus sabe a força de um adjetivo em países novos
e tropicais. Pois saiba que a Academia Brasileira de Letras não poupa adjetivos no quanto o admira.
51
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Discurso de Despedida do Presidente
Marcos Vinicios Vilaça
Proferido na sessão do dia 15 de dezembro de 2011
empre estou a lembrar o que escreveu, em St. Gallen, na Suíça, nas
lonjuras do século IX, um velho monge irlandês: “busco alcançar mais
verdade, trocando a obscuridade pela clara luz”.
Dessa clara luz se carece muito para presidir a Academia. Aqui temos parâmetros aquecidos. Advoguei algumas causas por gosto pessoal e por fidelidade institucional. Afastei tudo que fosse integrismo
sem integridade, como por exemplo, as intolerâncias. Quem eventualmente chegasse a mim com essa forma vesga, eu diria, que não tínhamos lugar para isso. Explicaria que este é um local onde se diverge,
mas nunca excomungamos ideias que não sejam as nossas. Na Academia rejeitamos tiflose seletiva.
Convenci-me de que o certo é ter esperança. Esperança militante, que
é todo o contrário da futurologia predatória. Na esperança militante está
a espessura histórica.
Quando assumimos a Presidência estamos no Tabor. Logo em seguida, descemos para as tribulações do Getsêmani. Pode-se chegar com o
desfrute dos festejos de uma certa mocidade. Logo, logo, entretanto cessa
a festa.
Não quis ser alargado ansioso de horizontes pequenos. Estimei a vida
toda o transformar o eu em nós.
Detestei ser mero espectador dos dias. Pelo menos fui um penitente. Não
fiquei cabisbaixo na foz do rio da vida. Quem viveu viu. Passo os olhos na
vida e me conforto com a sentença de Machado de Assis em Quincas Borba:
“A vida não é completamente boa ou completamente má”.
S
52
DISCURSOS
Desta presidência tenho tudo de bom a manter como lembrança.
Aprendi muito com os confrades que deram o cariz de relevância à instituição secular.
Deles pretendo que me deem a amizade como oferta quotidiana. Em
suas mãos deposito o coração agradecido.
O meu fascínio por tudo aquilo que aprendo e apreendo no território
acadêmico ensina que a Cultura é mesmo a capacidade de o homem viver
flexionado sobre si mesmo.
Diretoria de 2011.
53
MARCOS VINICIOS VILAÇA
E felizmente somos fiéis no cuidado com a língua portuguesa nos parâmetros entendidos por Miguel Torga: “O importante não é a língua
em que se escreve. É a língua em que se vive”.
Para a nossa língua fico com a lição de Eduardo Portella de que devemos ansiar o equilíbrio entre o não transgredir, com o descobrir, inovar.
Alberto da Costa e Silva resumiu com a costumeira precisão e eu repito gostosamente:
Isto que procuramos conservar, reabilitar, recompor e aumentar é
o que fomos e somos, na nossa essência de pensamento e palavras,
uma herança a ser incessantemente enriquecida pelo dia de hoje e
pelos valores esquecidos no passado. A matéria de nossos cuidados
é a vida escrita. E não só a linguagem dos poetas ou dos ficcionistas, e dos teatrólogos, e dos críticos literários, e dos ensaístas, e dos
historiadores, e dos jornalistas, mas também dos filólogos, dos filósofos, dos juristas, dos sociólogos, dos economistas, dos inventores, dos cientistas, dos militares e dos políticos – de todos os que
procuraram e procuram imitar Homero e tornar o fugaz em permanência.
Agora, no dizer do Padre Vieira, se no passado se vê o futuro, e no futuro se vê o passado, segue-se que no futuro e no passado se vê o presente,
porque o presente é o futuro do passado e o nosso presente é o passado
do futuro.
A diversidade cultural que pregamos é pelo caminho da coesão e longe da fragmentação. Também estamos atentos que a cultura não é algo
sucessivo mas simultâneo. Daí porque a beleza que buscamos não é só
deleite para os estetas, tampouco um capricho. É uma necessidade, base
para a educação e a alegria.
54
DISCURSOS
Depois de dizer do quanto agradeço aos confrades, em particular aos
companheiros da Diretoria, impecáveis no espírito da colaboração comigo, agora elevo ainda uma palavra de louvor aos servidores da Casa,
amigos leais.
O que desejo à presidente Ana Maria Machado e aos seus companheiros de Direção, é o completo sucesso. Serão felizes com o saber e a sabedoria com que a vida os ornou. Isto que digo é com a forma e a fôrma do
coração, pedaços verdadeiros de mim.
O trabalho é a minha busca. Continuarei nessa busca, de vez em quando a coletar no azul que nunca se acaba, no azul inacabado do céu do
meu Recife, força e até uma certa insubmissão, aquela de que são feitos
os pernambucanos.
Insubmissão que Maria do Carmo controla em mim com mão de ferro, a me repetir ao pé do ouvido o conselho de Santo Tomás: “tenha
acerto ao começar e direção ao progredir”.
Tenho convicção de que contribuí para seguir a linha de quantos evitaram que a Academia fosse um depósito de sonhos.
Com versos de Carlos Pena Filho, mais uma vez me despeço, explicando que sinto ao sair daqui que posso até beber tempestades pois,
“Às vezes, penso: não tem dor nem mágoa quem se ofertou a tão alegre ofício”.
55
ABL E NABUCO
ABL E NABUCO
m 2010, dentro da programação que assinalou os 100 anos da morte
de Joaquim Nabuco, o Presidente Marcos Vilaça inaugurou, em 18
de janeiro, um painel de Francisco Brennand no térreo do Centro Cultural Academia Brasileira de Letras. Imbuído da mesma causa, solicitou ao
Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, que celebrasse, em
20 de janeiro, uma missa em homenagem ao autor de Minha Formação.
Ainda como parte das comemorações do Centenário de Morte de
Joaquim Nabuco, a ABL lançou no dia 28 de janeiro de 2010, às 17h, o
Site Joaquim Nabuco, para mais bem representar a importância do líder
abolicionista para a cultura brasileira, dando acesso à sua produção acadêmica, às imagens de Nabuco e sua família, assim como à postagem de
notícias e de toda programação cultural dos eventos realizados pela
Academia.
O Site, minuciosamente elaborado, possui recursos que facilitam a
pesquisa dos consulentes, como obras e fotografias digitalizadas, acesso
às páginas externas que complementam sua história, além de uma interface dinâmica, com mecanismos que proporcionam interatividade na
navegação.
Em breve, o Site Joaquim Nabuco disponibilizará vídeos com depoimentos dos Acadêmicos, familiares e especialistas, como também a linha
do tempo interativa, uma forma fácil e prática de saber sobre os grandes
marcos de Nabuco.
E
59
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Painel
entro da programação que assinala os 100 anos da morte de Joaquim
Nabuco, o Presidente Marcos Vilaça inaugurou, em 18 de janeiro de
2010, um painel de Francisco Brennand no térreo do Centro Cultural,
contando com a presença do Ministro de Estado das Relações Exteriores
Embaixador Celso Amorim.
D
O Gigante Nabuco
Não fosse o convite de Marcos Vinicios Vilaça, eu não teria pintado
o mural em homenagem ao centenário da morte de Joaquim Nabuco.
No dia 30 de novembro de 2009, apesar das inúmeras passagens dos
ladrilhos cerâmicos pelo forno, ainda foram necessários alguns retoques
indispensáveis.
Nabuco menciona, no seu diário, que o Barão de Ibirá-Mirim usou
uma nova palavra que seria a combinação de circunscrever e concisão –
“‘circuncisei’ o mais que pude a matéria”. Assim é o meu propósito: “circuncisar” esta narração.
O mural se divide em três partes: a sala do trono, a apoteose de Nabuco e o encontro dos três grandes brasileiros – Euclides da Cunha, Machado de Assis e o próprio Nabuco.
No centro da sala do trono, o Imperador Dom Pedro II repousa
numa cadeira. Sua atitude melancólica sugere uma total apreensão com o
futuro do Brasil, agora entregue a mãos desconhecidas. Embora na som-
60
ABL E NABUCO
bra, a bandeira imperial permanece intocada. Do seu lado, uma coluna
nos moldes clássicos sugere um mundo antigo prestes a desmoronar. A
coroa imperial está por terra e, logo ao seu lado, caminha um cachorro
como o único (e último) emblema de lealdade.
No fundo desse cenário, um cavalo invade a sala do trono (símbolo
máximo de desrespeito), montado pelo Major Frederico Sólon Sampaio
Ribeiro, o portador da comunicação de que um novo regime fora estabelecido (a República) e de que o Imperador deveria partir incontinente para a Europa. Lá atrás, num paredão escuro, aparece pela metade o
corpo de um enforcado (ou enforcada), lembrando a possibilidade de
violência.
Meu trabalho de artista nada tem de histórico. Trata-se de uma narrativa ou de uma homenagem a cinco figuras: o Imperador Dom Pedro II
(confesso que sou monarquista como Nabuco também o foi), a Joaquim
Nabuco, a figura de um escravo liberado, a Euclides da Cunha e a Machado de Assis.
No núcleo do mural (a apoteose), Joaquim Nabuco se encontra em
cima de um pedestal com a seguinte inscrição retirada do seu diário de junho de 1877:
“A força do desconhecido está em que ele não se presta a comparações”. A meu ver, em todos os sentidos, essa observação pode caracterizar
não só as circunstâncias brasileiras daquele momento, mas todo o destino da raça humana.
Apesar de se encontrar no topo do pedestal, Joaquim Nabuco estende
a mão a um escravo que fica alguns metros abaixo. Este mesmo gesto sensível e generoso – a motivação central do Mural – se repete num primeiríssimo plano quando duas mãos quase se tocam à maneira daquelas desenhadas e pintadas por Michelangelo na Capela Sistina, na cena da Criação. Nesta cena, pode-se observar a cabeça de um escravo presa num
tronco e, ao fundo, a lendária casa do Engenho Massangana a recordar o
61
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Painel de Francisco Brennand no térreo do Centro Cultural
62
ABL E NABUCO
63
MARCOS VINICIOS VILAÇA
episódio do menino Nabuco, com apenas oito anos, reconfortando um
escravo que lhe implorava proteção.
Joaquim Nabuco era um homem excessivamente inteligente e refinado (no bom sentido) para compreender que o episódio da abolição não
representava o fim da servidão humana. Não custa nada repetir as palavras tão elucidativas (apesar da aparência trivial) do seu diário de Roma,
em 1904:
Tive uma grande raiva ontem com o Alfredo e resolvi despedi-lo.
Estou como as formigas que são alimentadas pelas escravas e que
morrem à fome quando estas faltam, por não poderem elas mesmas prepararem o seu alimento. Estou inteiramente no ar com a
partida do Alfredo, sem criado, e tão cedo não terei quem saiba das
minhas coisas como ele. [...] Escrevi-lhe uma palavra de despedida,
mas não assisti a partida.
Muito a propósito, lembro a advertência do escritor francês Leon
Bloy: “Perante os desígnios de Deus, ninguém sabe ao certo quem é servo
ou senhor”.
Na terceira parte, a escala das personagens se agiganta. Nabuco ocupa
todo o cenário.
Na verdade, intercepta com sua figura majestosa as situações restantes.
Passa a ser o tema principal da atenção dos circunstantes que, porventura, venham a olhar este mural.
A sua postura está ligeiramente inclinada para trás, num gesto de
quem rodopia (ou perde o equilíbrio), enquanto o apoio de suas pernas
se lança em direções opostas. O que deseja provar? Joaquim Nabuco não
foi uma figura controversa, a sua vida (apesar de brilhante e vitoriosa) é
que lhe foi contraditória. Monarquista convicto, com a abolição da escravatura, decretou a queda do Império. Ele não esconde sua preocupa64
ABL E NABUCO
ção ao Barão de Penedo: “Eu vejo a Monarquia em sério perigo e quase
condenada”. Ao voltar da Europa, explicou a Rebouças que retornava ao
Brasil em caráter definitivo para assistir, da própria cena, ao descalabro
progressivo de nosso país. Mas carregava em si a intenção de manter-se
afastado de tudo, como um estrangeiro. Foram esses tormentos de Joaquim Nabuco que eu desejei traduzir nesta postura ambígua. Com a mão
esquerda, aponta Euclides da Cunha, que sustenta uma carta que lhe haveria de mandar pedindo seu voto para a entrada na Academia Brasileira
de Letras; com a direita, indica Machado de Assis, pintado no ângulo direito do mural, que parece se evadir de todas essas questões. Lá no fundo,
bem distante, um arremedo de templo grego faz as vezes da Academia.
Nabuco deverá permanecer na sua solidão. Sabe da morte de Machado
Assis através de um telegrama do Barão do Rio Branco e diz: “O Brasil
perdeu nele sua maior glória literária”. A grande esperança de Nabuco
era comemorar o centenário do nascimento de seu pai, em 1913; entretanto, faleceu a 17 de janeiro de 1910, em Washington D.C..
Curiosamente, durante todo o seu diário, as observações pertinentes a
sua saúde têm uma propriedade de linguagem que facilitaria o diagnóstico de qualquer médico que o atendesse. Esse grande pernambucano merece um lugar de distinção na nossa história que ainda não lhe foi dado.
Foi um dos maiores e, como tal, deve ser reconhecido.
Francisco Brennand
Propriedade Santos Cosme e Damião
Várzea – Recife
14 de dezembro de 2009
65
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Missa Comemorativa Abre o
Ano Joaquim Nabuco na ABL
17 de janeiro de 2010
s comemorações pelo centenário de Joaquim Nabuco iniciaram-se
em 17 de janeiro de 2010, com missa celebrada na Igreja Candelária,
pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta.
Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo, escritor e diplomata,
nasceu no Recife, PE, em 19 de agosto de 1849, e faleceu em Washington, EUA, em 17 de janeiro de 1910. Compareceu às sessões preliminares de instalação da Academia Brasileira de Letras, sendo fundador da
Cadeira 27, cujo patrono é seu conterrâneo Maciel Monteiro. Designado
Secretário-Geral da Instituição na sessão de 28 de janeiro de 1897,
exerceu o cargo até 1899 e de 1908 a 1910.
Era filho do Senador José Tomás Nabuco de Araújo e de Ana Benigna Barreto Nabuco de Araújo, irmã do Marquês do Recife, Francisco
Pais Barreto. Bacharelou-se em Letras e formou-se em Direito, o que o
gabaritou para desenvolver sólida carreira diplomática, ocupando postos de destaque na Europa e, sobretudo, nos Estados Unidos. Na política, sua entrada na Câmara dos Deputados marcou o início de exitosa
campanha abolicionista, que logo se tornou causa nacional, em nome
da qual ele empunhou pena no ensaio, com O Abolicionismo (1883), e na
poesia condoreira de Escravos (1886). Em 1883, foi novamente eleito
deputado por Pernambuco, retomando posição de destaque na campanha abolicionista, que lograria frutos cinco anos depois.
Monarquista convicto (cf. Por que Continuo a Ser Monarquista (1890)),
com a proclamação da República, retirou-se da vida pública, dedicando-se intensamente à sua obra e ao estudo. Nesse período, viveu no Rio
A
66
ABL E NABUCO
Missa Comemorativa – Joaquim Nabuco.
de Janeiro, exercendo a advocacia e o jornalismo, e passou a frequentar a
redação da Revista Brasileira, onde estreitou amizade com, dentre outros,
Machado de Assis, José Veríssimo, Lúcio de Mendonça, de cujo convívio nasceria a Academia Brasileira de Letras, em 1897. A época prolífica
rendeu ainda dois de seus clássicos: Um Estadista do Império (1897-9) e Minha Formação (1900).
Admirado pelo Presidente Theodore Roosevelt, tinha alto prestígio
nos Estados Unidos, onde divulgou a cultura brasileira numa série de
conferências em universidades. Quando faleceu, em Washington, seu
corpo foi conduzido, com solenidade excepcional, para o cemitério da
capital norte-americana e depois trasladado para o Brasil. Em 28 de setembro de 1915, inaugurou-se uma estátua em sua homenagem, numa
praça pública de Recife, sua terra natal.
67
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Missa em Homenagem aos 113 Anos
da Academia Brasileira de Letras
20 de julho de 2010
o fim do século XIX, Afonso Celso Júnior, ainda no Império, e Medeiros e Albuquerque, já na República, votaram por uma academia
nacional, como a Academia Francesa. O êxito social e literário da Revista
Brasileira, de José Veríssimo, também daria coesão a um grupo de escritores, acenando para a criação da Academia.
Lúcio de Mendonça teve, então, a iniciativa de criar a Academia Brasileira
de Letras, sob a égide do Estado, que se escusou, à última hora, de patrocinar
a criação da entidade. O escritor prosseguiu nos esforços, convocando os interessados, e promoveu a publicação das primeiras notícias, na Gazeta de Notícias e no Jornal do Commercio de 10 de novembro, visando à realização das sessões preparatórias, tornando-se, assim, o fundador da Academia.
A 15 de dezembro, às três da tarde, na sala de redação da Revista Brasileira,
na Travessa do Ouvidor, n.º 31, realizou-se a primeira sessão preparatória,
quando foi logo aclamado Presidente da sessão Machado de Assis.
A 28 de janeiro de 1897, realizou-se a sétima e última sessão preparatória, com eleição da diretoria. Compareceram a ela, instalando a Academia,
dezesseis escritores: Araripe Júnior, Artur Azevedo, Graça Aranha, Guimarães Passos, Inglês de Sousa, Joaquim Nabuco, José Veríssimo, Lúcio de
Mendonça, Machado de Assis, Medeiros e Albuquerque, Olavo Bilac, Pedro
Rabelo, Rodrigo Octavio, Silva Ramos, Teixeira de Melo, Visconde de Taunay. Nas sessões anteriores haviam comparecido também Coelho Neto, Filinto de Almeida, José do Patrocínio, Luís Murat e Valentim Magalhães.
E foram convidados Afonso Celso Júnior, Alberto de Oliveira, Alcindo Guanabara, Carlos de Laet, Garcia Redondo, o conselheiro Pereira da
N
68
ABL E NABUCO
Missa em Homenagem aos 113 Anos da Academia Brasileira de Letras
Silva, Rui Barbosa, Sílvio Romero e Urbano Duarte, que aceitaram o
honroso convite.
Eram trinta membros, mas, segundo o modelo da Academia Francesa, era
necessário perfazer quarenta. Os dezesseis escritores presentes à sessão decidiram, portanto, eleger mais dez: Aluísio Azevedo, Barão de Loreto, Clóvis Beviláqua, Domício da Gama, Eduardo Prado, Luís Guimarães Júnior, Magalhães
de Azeredo, Oliveira Lima, Raimundo Correia e Salvador de Mendonça. Os
estatutos foram aprovados e a diretoria, eleita: Machado de Assis, Presidente;
Joaquim Nabuco, Secretário-Geral; Rodrigo Octavio, Primeiro Secretário; Silva Ramos, Segundo Secretário; e Inglês de Sousa, Tesoureiro.
A 20 de julho de 1897, numa sala do Pedagogium, na Rua do Passeio,
realizou-se a sessão inaugural, na qual estiveram presentes dezesseis acadêmicos. O Presidente Machado de Assis fez uma alocução preliminar.
Rodrigo Octavio leu a memória histórica dos atos preparatórios e
Joaquim Nabuco pronunciou o discurso inaugural.
Na sala da Revista Brasileira realizaram-se as sessões preparatórias e algumas ordinárias; no Pedagogium, a primeira e as ordinárias posteriores; o
mesmo no Ginásio Nacional, edifício do Externato; no salão nobre do
69
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Ministério do Interior, a primeira sessão solene para a recepção de João Ribeiro, eleito na vaga de Luís Guimarães Júnior; no salão do Real Gabinete
Português de Leitura, várias sessões solenes, como as de recepção de Domício da Gama, Oliveira Lima e Afonso Arinos. A Academia não tinha pouso
certo, recorrendo por vezes à Rua da Quitanda, n.º 47, altos da Farmácia
Araújo Pena & Cia., onde se situava o escritório de Rodrigo Octavio.
Após alguns anos de nomadismo, em 1923, o governo francês doou à
Academia Brasileira de Letras um prédio, réplica do Petit Trianon de Versailles, construído no ano anterior para abrigar o pavilhão da França na
Exposição Internacional comemorativa do Centenário da Independência
do Brasil, no Rio de Janeiro.
Medalha Joaquim Nabuco
Fevereiro de 2010
P
ara homenagear a memória do acadêmico Joaquim Nabuco foi criada
a Medalha Joaquim Nabuco e um estardante com seu ex libris.
70
SEMINÁRIOS,
C I C L O S DE
CONFERÊNCIAS
SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS
desempenho de excelência comparece também na coordenação dos
inúmeros Seminários e Ciclos de Conferências. Essas atividades
concretizam o ideal da Academia de aproximar campus e cidade, estendendo a mão ao meio universitário e ao público em geral, enlaçando a todos
em amigável e profícuo convívio. Assim acontece, por exemplo, com o
Seminário Brasil, brasis, evento hoje bastante divulgado que trata de diferentes questões concernentes ao nosso país, passando por política, arte,
religião, futebol, música, dança, televisão dentre outros, sempre no diapasão do diálogo e do respeito à nossa diversidade.
O
73
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Seminário Brasil, Brasis – 2010
08/04 • LITERATURA E FUTEBOL
Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação:
Acadêmico Domício Proença Filho
Palestrantes:
Roberto DaMatta, Tadeu Schmidt, Alberto
Helena Junior e o Acadêmico Arnaldo Niskier
Convidados especiais: Dunga, Ricardo Teixeira, João Havelange e Bruna
Nogueira (viúva do jornalista Arnaldo Nogueira).
27/05 • GENTE QUE PENSA, GENTE QUE FAZ
Coordenação geral: Acadêmica Ana Maria Machado
Coordenação:
Acadêmico Domício Proença Filho
Palestrantes:
Cláudio Bojunga, David Portes, Edson Viana Moura
Filho, Francisco Saboya, Jorge Caldeira e o
Acadêmico Murilo Melo Filho
29/07 • O PLANETA AQUECIDO: O EFEITO ESTUFA
E AS TURBULÊNCIAS CLIMÁTICAS
Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação:
Acadêmico Domício Proença Filho
Palestrantes:
Sergio Besserman Vianna, Carlos Costa Ribeiro,
Carlos Nobre, Luiz Carlos Molion
Convidados especiais: Izabella Teixeira (Ministra de Estado do Meio
Ambiente) e Marco Simões (Vice-Presidente de
Comunicação e Sustentabilidade da Coca-Cola
Brasil).
74
SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS
Literatura e Futebol
Gente que Pensa, Gente que Faz
O Planeta Aquecido: o Efeito Estufa e as Turbulências
Climáticas
75
MARCOS VINICIOS VILAÇA
26/08 • TELENOVELAS, SÉRIES TELEVISIVAS
E LITERATURA
Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação:
Acadêmico Domício Proença Filho
Palestrantes:
Gilberto Braga, José Wilker, Muniz Sodré e
Regina Rito
Convidados especiais: Ignácio Coqueiro e Walcyr Carrasco
23/09 • A LINGUAGEM BRASILEIRA DA DANÇA
Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação:
Acadêmico Domício Proença Filho
Palestrantes:
Regina Miranda, Acadêmicos Marcos Vinicios
Vilaça e Domício Proença Filho, Sr. Antonio
Nóbrega, Silvia Soter e Jaime Arôxa
21/10 • MULHER BRASILEIRA HOJE
Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação:
Acadêmico Domício Proença Filho
Palestrantes:
Rosiska Darcy de Oliveira, Miriam Leitão,
Maria Sílvia Camargo e Christiane Torloni
09/12 • NOEL ROSA, UM PALPITE FELIZ
Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação:
Acadêmico Domício Proença Filho
Palestrantes:
Carlos Didier, Ricardo Prado, Sérgio Cabral
dos Santos
76
SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS
Telenovelas, Séries Televisivas e Literatura
A Linguagem Brasileira da Dança
Mulher Brasileira Hoje
Noel Rosa, um Palpite Feliz
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Ciclos de Conferência – 2010
CICLO “DIREITOS AUTORAIS”
Coordenação: Acadêmico Alberto Venancio Filho
— “O direito autoral e a ABL” por Gustavo Martins de Almeida
(09.03.2010)
— “O direito autoral e os desafios das novas tecnologias” por Sydney
Limeira Sanches (16.03.2010)
CICLO “CENTENÁRIO DE MORTE DE
JOAQUIM NABUCO I”
Coordenação: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
— “Democracia e memória em Joaquim Nabuco” por Fernando Henrique Cardoso (18.03.2010)
— “Nabuco e o Recife” por Roberto Cavalcanti de Albuquerque
(30.03.2010)
— “Joaquim Nabuco memorialista” pelo Acadêmico Alfredo Bosi
(13.04.2010)
CICLO “UMA LITERATURA POLIFÔNICA”
Coordenação: Acadêmica Ana Maria Machado
— “As três escravidões” por José de Souza Martins (20.04.2010)
— “Matrizes portuguesas” pela Acadêmica Cleonice Berardinelli
(27.04.2010)
— “Vozes indígenas e sua reverberação” por Alberto Mussa (04.05.2010)
— “Vozes africanas e sua impregnação” por Nei Lopes (11.05.2010)
— “Vozes da imigração judaica” por Berta Waldman (18.05.2010)
— “Vozes da imigração europeia” por Regina Zilbermann (25.05.2010)
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SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS
O Direito Autoral e a ABL
O Direito Autoral e os Desafios das Novas
Tecnologias
Democracia e Memória em Joaquim
Nabuco
Nabuco e o Recife
Joaquim Nabuco Memorialista
As Três Escravidões
Matrizes Portuguesas
Vozes Indígenas e sua Reverberação
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
—
“Relatos de incertos Orientes” por Beatriz Resende (01.06.2010)
— “Entidades nacionais brasileiras: Peri, Policarpo Quaresma e Macunaíma” por Leyla Perrone-Moisés (08.06.2010)
CICLO “PRESENÇAS ACADÊMICAS: A MEMÓRIA
REVERENCIADA”
Coordenação: Acadêmico Cícero Sandroni
— “A Memória Reverenciada: Rachel de Queiroz” pelo Acadêmico
Arnaldo Niskier (22.06.2010)
— “A Memória Reverenciada: Aurélio Buarque de Hollanda” pelo
Acadêmico Evanildo Bechara (13.07.2010)
— “A Memória Reverenciada: Carlos Chagas Filho” pelo Acadêmico
Moacyr Scliar (22.07.2010)
— “A Memória Reverenciada: Miguel Reale” pelo Acadêmico Celso
Lafer (27.07.2010)
CICLO “POESIA, LETRA E MÚSICA”
Coordenação: Acadêmico Antonio Carlos Secchin
— “Chico Buarque: a poesia no chão” pelo Acadêmico Antonio Carlos Secchin (03.08.2010)
— “Noel Rosa, o letrista” por José Antonio Nonato Duque Estrada
de Barros (10.08.2010)
— “Vinicius e Chico, dois emblemas” por Nelson Motta (17.08.2010)
— “MPB e Tropicalismos” por José Miguel Wisnik (24.08.2010)
Vozes Africanas e sua Impregnação
Vozes da Imigração Judaica
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SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS
Vozes da Imigração Europeia
Relatos de Incertos Orientes
Entidades Nacionais Brasileiras: Peri,
Policarpo Quaresma e Macunaíma
A Memória Reverenciada: Rachel de
Queiroz
A Memória Reverenciada: Aurélio Buarque
de Hollanda
A Memória Reverenciada: Carlos Chagas
Filho
A Memória Reverenciada: Miguel Reale
Chico Buarque: a Poesia no Chão
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
CICLO “CONTAR A VIDA ALHEIA”
Coordenação: Acadêmico Affonso Arinos de Mello Franco
— “Caçadores de almas: biógrafos, biografias e história” por Mary del
Priore (31.08.2010)
— “Biografia e história” por Joaquim Ferreira dos Santos (14.09.2010)
— “Autobiografia, antibiografia e memória” pelo Acadêmico Alberto
da Costa e Silva (21.09.2010)
— “Biografia e jornalismo” por Ruy Castro (28.09.2010)
CICLO “TEMPOS NOVOS, TEMPOS NOSSOS”
Coordenação: Acadêmico Luiz Paulo Horta
— “O valor do amanhã” pela Acadêmica Ana Maria Machado
(05.10.2010)
— “A reinvenção do tempo” por Ministra Cármen Lúcia Antunes
Rocha (19.10.2010)
— “Tempos cruzados: autoritarismo e a morte de Freud”por Francisco Daudt da Veiga (26.10.2010)
— “A indigência do tempo” por Marco Lucchesi (09.11.2010)
CICLO “CENTENÁRIO DE MORTE DE
JOAQUIM NABUCO II”
Coordenação: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
— “Massangana: uma glosa” por Evaldo Cabral de Mello (16.11.2010)
— “Nabuco, o filósofo religioso” pelo Acadêmico Luiz Paulo Horta
(23.11.2010)
— “Nabuco, Narciso e a glória perfeita” pelo Acadêmico Candido
Mendes de Almeida (30.11.2010)
— “A diplomacia de Joaquim Nabuco e as questões de fronteiras” por
Rubens Ricupero (07.12.2010)
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SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS
Noel Rosa, o Letrista
Vinicius e Chico, Dois Emblemas
MPB e Tropicalismos
Caçadores de Almas: Biógrafos, Biografias
e História
Biografia e História
Autobiografia, Antibiografia e Memória
Biografia e Jornalismo
O Valor do Amanhã
83
MARCOS VINICIOS VILAÇA
A Reinvenção do Tempo
Tempos Cruzados: Autoritarismo e a
Morte de Freud
A Indigência do Tempo
Massangana: Uma Glosa
Nabuco, o Filósofo Religioso
Nabuco, Narciso e a Glória Perfeita
A Diplomacia de Joaquim Nabuco e as
Questões de Fronteiras
A Diplomacia de Joaquim Nabuco e as
Questões de Fronteiras
84
SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS
Mesas-Redondas – 2010
23/03 • CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE
TANCREDO NEVES
Coordenação: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Palestrantes: Acadêmico Eduardo Portella e Aécio Neves
24/06 • 150 ANOS DE JOÃO RIBEIRO
Coordenação: Acadêmico Domício Proença Filho
Palestrantes: Acadêmico Evanildo Bechara e Prof.ª Hilma Ranauro
05/07 • HOMENAGEM A JOSÉ SARAMAGO
Coordenação: Acadêmico Domício Proença Filho
Palestrantes: Acadêmicos Alberto da Costa e Silva e
Cleonice Berardinelli
12/08 • EUCLIDES DA CUNHA NO SÉCULO XXI
TRADUÇÃO E RECEPÇÃO DE OS SERTÕES NOS
ESTADOS UNIDOS
Coordenação: Acadêmico Moacyr Scliar
Palestrantes: Prof. Berthold Zilly e Profª Elizabeth Lowe
31/08 • A NEW LOOK AT IGOR STRAVINSKY
Coordenação: Acadêmico Luiz Paulo Horta
Palestrantes: Robert Craft e Jocy de Oliveira
85
MARCOS VINICIOS VILAÇA
14/10 • 90 ANOS DE JOÃO CABRAL DE MELO NETO
Coordenação: Acadêmico Ivan Junqueira
Palestrantes: Acadêmico Antonio Carlos Secchin: “João Cabral e a
Espanha” e Prof.ª Flávia Amparo: “O percurso das
amadas na obra de João Cabral de Melo Neto”
28/10 • 50 ANOS DE MORTE DE ALBERT CAMUS
Coordenação: Acadêmica Ana Maria Machado
Palestrantes: Acadêmico Eduardo Portella: “É preciso imaginar
Albert Camus feliz”
Roberto Cavalcanti de Albuquerque: “Camus ou
o absurdo”
08/12 • 80 ANOS DO ACADÊMICO JOSÉ SARNEY
Coordenação: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Palestrantes: Acadêmicos Alberto da Costa e Silva, Arnaldo Niskier,
Ivo Pitanguy e Cícero Sandroni.
86
SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS
Centenário de Nascimento de Tancredo
Neves
150 Anos de João Ribeiro
Homenagem a José Saramago
Euclides da Cunha no Século XXI
A New Look at Igor Stravinsky
90 Anos de João Cabral de Melo Neto
50 Anos de Morte de Albert Camus
80 Anos do Acadêmico José Sarney
87
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Conferências – 2010
DIA 18/01
“As duas vidas de Joaquim Nabuco: o reformador e o diplomata”
(em homenagem ao centenário da morte de Joaquim Nabuco)
Conferencista: Celso Amorim
DIA 14/11
“Miguel Reale – Das finanças ao direito e à cultura – um filósofo
da liberdade e da dignidade humana”
Conferencista: Prof. Guilherme d’Oliveira Martins
Orador:
Acadêmico Celso Lafer
DIA 14/12
“Comemoração do centenário de Tolstói”
Coordenação: Acadêmico Sergio Paulo Rouanet
Conferencistas: Acadêmicos Carlos Nejar e Moacyr Scliar
88
SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS
As Duas Vidas de Joaquim Nabuco: o Reformador e o
Diplomata
Miguel Reale – Das Finanças ao Direito e à Cultura –
Um Filósofo da Liberdade e da Dignidade Humana
Comemoração do Centenário de Tolstói
89
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Seminário Brasil, Brasis – 2011
28/04 • GRAFITISMO: A ARTE DAS RUAS
Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação:
Acadêmico Antonio Carlos Secchin
Palestrantes:
Alexandre Afa, Airá O Crespo, Carlos Acme,
Carlos Osório e Panmela Castro
26/05 • O CANGAÇO E A LITERATURA
Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação:
Acadêmico Carlos Nejar
Palestrantes:
Antonio Campos, Felipe Fortuna,
Geraldo Ferraz e Leandro Cardoso Fernandes
16/06 • SOL: CURA OU MATA?
Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação:
Acadêmico Cícero Sandroni
Palestrantes:
Acadêmico Ivo Pitanguy, Fabio Cuiabano,
Raul Cutait e Ronaldo Rogério Mourão
Participação especial: Amyr Klink
28/07 • QUADRINHOS: A ARTE SEQUENCIAL
Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação:
Acadêmico Luiz Paulo Horta
Palestrantes:
Chico Caruso, Lailson de Holanda, Rick Goodwin
e Paulo Maffia
90
SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS
Grafitismo: A Arte das Ruas
O Cangaço e a Literatura
Sol: Cura ou Mata?
Quadrinhos: A Arte Sequencial
25/08 • FEIRAS DE CARUARU E DE SÃO CRISTOVÃO:
COMÉRCIO OU LABORATÓRIO?
Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação:
Acadêmico Marco Maciel
Palestrantes:
José Nêumanne, Ivanildo Sampaio e Sylvia Nemer
Participação especial: Maurício Kubrusly
27/10 • VIOLÊNCIA URBANA: UMA QUESTÃO SOCIAL
Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação:
Acadêmico Arnaldo Niskier
Palestrantes:
Pedro Abramovay, MV Bill e Rodrigo Pimentel
14/12 • O FUTURO DO LIVRO: PAPEL OU CHIP?
Coordenação geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação:
Acadêmico Marco Lucchesi
Palestrantes:
Carlos Eduardo Ernanny e Sílvio Meira
91
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Feiras de Caruaru e de São Cristovão: Comércio ou
Laboratório?
Violência Urbana: Uma Questão Social
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SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS
Ciclos de Conferência – 2011
CICLO “GÊNEROS LITERÁRIOS: UM OLHAR ATUAL”
Coordenação Geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação: Acadêmico Ivan Junqueira
— “A desconstrução dos gêneros” pelo Acadêmico Eduardo Portella
(15.03.2011)
— “O gênero policial no Brasil hoje” por Flávio Moreira da Costa
(22.03.2011)
— “Na fímbria do fantástico” por Carlos Emílio Corrêa Lima (29.03.2011)
— “Onde se apagam as fronteiras” por Silviano Santiago (05.04.2011)
A Desconstrução dos Gêneros
O Gênero Policial no Brasil Hoje
Na Fímbria do Fantástico
Onde se Apagam as Fronteiras
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
CICLO “CÂNON, ANTOLOGIAS E FORMAÇÃO DE
LEITORES”
Coordenação Geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação: Acadêmico Domício Proença Filho
— “Antologias e educação” pelo Acadêmico Arnaldo Niskier (12.04.2011)
— “Relato de experiência” por Ítalo Moriconi (19.04.2011)
— “O cânon em questão I” por Marisa Lajolo (26.04.2011)
— “O cânon em questão II” por Beatriz Resende (03.05.2011)
CICLO “CAMINHOS DO TEATRO BRASILEIRO”
Coordenação Geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação: Acadêmico Cícero Sandroni
— “A revolução de Nelson Rodrigues” por João Roberto Faria
(10.05.2011)
— “As grandes companhias e a profissionalização” por Tânia Brandão (17.05.2011)
— “Dos folguedos ao palco” por Salgado Maranhão (24.05.2011)
— “Presença dos musicais” (conferência musicada com a participação
de Zé Renato, Soraya Ravenle e violão) por Flávio Marinho
(31.05.2011)
CICLO “A MEMÓRIA REVERENCIADA"
Coordenação Geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação: Acadêmico Alberto Venancio Filho
— “Afrânio Coutinho – 100 anos” pelo Acadêmico Eduardo Portella,
Acadêmico Evanildo Bechara e Prof. Eduardo Coutinho (07.06.2011)
— “Dinah Silveira de Queiroz – 100 anos” por Zahidé Muzart
(14.06.2011)
— “Raimundo Correa – 100 anos” pelo Acadêmico Lêdo Ivo
(21.06.2011)
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SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS
Antologias e Educação
Relato de Experiência
O Cânon em Questão I
O Cânon em Questão II
A Revolução de Nelson Rodrigues
As Grandes Companhias e a
Profissionalização
Dos Folguedos ao Palco
Presença dos Musicais
95
MARCOS VINICIOS VILAÇA
CICLO “DESAFIOS DA TRADUÇÃO LITERÁRIA”
Coordenação Geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação: Acadêmico Geraldo Holanda Cavalcanti
— “O Zibaldone di Pensieri de Giacomo Leopardi” por Andreia
Guerini (28.06.2011)
— “Traduzindo os Ensaios de Montaigne” por Rosa Freire D’Aguiar
(05.07.2011)
— “Da tradução como processo de transcriação: armadilhas linguístico-culturais da intertextualidade” por Aleksandar Jovanovic
(12.07.2011)
— “O desafio do tempo na tradução das Mil e Uma Noites” por Memede Mustafa Jarouche (19.07.2011)
CICLO “ÉTICA E CIDADANIA EM TEMPOS DE
TRANSIÇÃO”
Coordenação Geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação: Acadêmica Ana Maria Machado
— “A flexibilização da ética” por Boris Fausto (26.07.2011)
— “Esperanças e espertezas” por Rosiska Darcy de Oliveira (02.08.2011)
— “Desafios da ética na hora atual: Da ética na pesquisa à ética na política” pelo Acadêmico Celso Lafer (09.08.2011)
— “Papéis e pessoas” por Roberto DaMatta (16.08.2011)
CICLO “PERSPECTIVAS DA CRÍTICA LITERÁRIA”
Coordenação Geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação: Acadêmico Antonio Carlos Secchin
— “A crítica literária contemporânea: questões e perspectivas” por
José Luís Jobim (23.08.2011)
— “A crítica literária no jornal e no livro” por Felipe Fortuna
(30.08.2011)
96
SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS
Afrânio Coutinho – 100 Anos
Dinah Silveira de Queiroz – 100 Anos
Raimundo Correa –100 Anos
O Zibaldone di Pensieri de Giacomo
Leopardi
Traduzindo os Ensaios de Montaigne
Da Tradução como Processo de
Transcriação
O Desafio do Tempo na Tradução das Mil
e uma Noites
A Flexibilização da Ética
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Esperanças e Espertezas
Desafios da Ética na Hora Atual
Papéis e Pessoas
A Crítica Literária Contemporânea
A Crítica Literária no Jornal e no Livro
A Poesia e a Crítica
Autores e Leitores: Crítica e Redes Sociais
A Literatura Italiana no Brasil
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SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS
—
“A poesia e a crítica” por Antonio Cícero (06.09.2011)
— “Autores e leitores: crítica e redes sociais” por Miguel Sanches
Neto (13.09.2011)
CICLO “A ITÁLIA NO BRASIL: DIÁLOGOS E
INFLUÊNCIAS”
Coordenação Geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação: Acadêmico Marco Lucchesi
— “A literatura italiana no Brasil”, pelo Acadêmico Alfredo Bosi
(20.09.2011)
— “De Rossini a Radamés”, pelo Acadêmico Luiz Paulo Horta
(27.09.2011)
— “A presença permanente de Leonardo da Vinci”, por Israel Pedrosa (04.10.2011)
— “A Imperatriz Teresa Cristina: uma nova biografia”, por Aniello
Angelo Avella (11.10 .2011)
CICLO “CARTAS DE ESCRITORES”
Coordenação Geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação: Acadêmico Alberto da Costa e Silva
— “Correspondência de Machado de Assis”, pelo Acadêmico Sergio Paulo Rouanet (18.10. 2011)
— “Mario de Andrade: – cartas”, por Marco Antonio de Moraes
(25.10.2011)
— “Correspondências de Clarice Lispector”, por Nadia Battella Gotlib (01.11.2011)
— “Epistolário hoje: emails, blogs”, por Nilto Maciel (08.11.2011)
99
MARCOS VINICIOS VILAÇA
De Rossini a Radamés
A Presença Permanente de Leonardo da
Vinci
A Imperatriz Teresa Cristina: Uma Nova
Biografia
Correspondência de Machado de Assis
Mario de Andrade – Cartas
Correspondências de Clarice Lispector
Epistolário Hoje: E-Mails, Blogs
Humor no Teatro
100
SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS
CICLO “O HUMOR NA CULTURA”
Coordenação Geral: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Coordenação: Acadêmico Murilo Melo Filho
— “Humor no jornalismo” – Ziraldo (22.11.2011)
— “Humor no teatro” – Sergio Fonta (29.11.2011)
— “Humor no cinema” – Susana Schild (06.12.2011)
— “Humor na literatura” – Ruy Castro (13.12.2011)
101
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Mesas-Redondas – 2011
14/04 • JOSÉ GUILHERME MERQUIOR – 70 ANOS DE
NASCIMENTO
Coordenação: Acadêmico Domício Proença Filho
Palestrantes: Acadêmicos Eduardo Portella, Alberto da Costa e Silva,
Sergio Paulo Rouanet e Celso Lafer.
09/06 • MAURO MOTA – 100 ANOS DE NASCIMENTO
Coordenação: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
Palestrantes: Acadêmicos Evanildo Bechara, Geraldo Holanda
Cavalcanti e Sr. Marcus Accioly.
05/08 • SAN TIAGO DANTAS – 100 ANOS DE
NASCIMENTO – “RELEVÂNCIA DAS MEMÓRIAS DE
UM ESCRITOR PARA A LITERATURA E AS CULTURAS
NACIONAIS”
Conferência: Ministro Marco Aurélio Mello em homenagem ao centenário de nascimento de San Tiago Dantas, em ato a ser presidido pelo Ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, juntamente com o Acadêmico e Presidente da ABL Marcos Vinicios Vilaça.
11/08 • SAN TIAGO DANTAS – 100 ANOS DE MORTE –
ARARIPE JUNIOR – CENTENÁRIO DE MORTE
Coordenação: Acadêmico Alberto Venancio Filho
Palestrantes: Acadêmico Sergio Paulo Rouanet e Oscar Araripe
102
SEMINÁRIOS, CICLOS DE CONFERÊNCIAS
18/08 • NELSON WERNECK SODRÉ – 100 ANOS DE
NASCIMENTO
Coordenação: Acadêmico Alberto Venancio Filho
Palestrantes: Acadêmicos José Murilo de Carvalho, Carlos Heitor
Cony e Sra. Olga Sodré.
José Guilherme Merquior – 70 Anos de
Nascimento
Mauro Mota – 100 Anos de Nascimento
San Tiago Dantas – 100 Anos de
Nascimento
San Tiago Dantas – 100 Anos de Morte
Nelson Werneck Sodré – 100 Anos de
Nascimento
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17/11 • ZOHAR: A ALMA DA CABALA
Coordenação: Acadêmico Sergio Paulo Rouanet
Palestrante: Acadêmico Arnaldo Niskier
28/11 • CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE CARYBÉ
Coordenação: Acadêmico Marcos Vilaça
Palestrantes: Arthur Guimarães Sampaio, Myriam Fraga e Ramiro Bernabó
Centenário de Nascimento de Carybé
Zohar: A Alma da Cabala
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PUBLICAÇÕES
PUBLICAÇÕES
2010
o ano de 2010, o Setor de Publicações da Academia Brasileira de Letras foi recordista, tanto na quantidade quanto na qualidade dos trabalhos executados. No primeiro semestre, editou 15 volumes da Série
Essencial, contemplando acadêmicos de diferentes épocas, e os números
62 e 63 da Revista Brasileira. Além disso, pela Coleção Afrânio Peixoto,
trouxe a lume a reedição de Sonetos e Rimas, de Luís Guimarães Júnior, importante parnasiano brasileiro, em publicação organizada e prefaciada pelo
pesquisador Gilberto Araújo; pela Coleção Austregésilo de Athayde, Tragédia Épica, do esquecido simbolista baiano Francisco Mangabeira, reedição
cuidada pelo Professor Aleilton Fonseca, Brasil e o Ensaio Hispano-Americano,
de Vamireh Chacon, Teológico, Metafísico e Positivo. Filosofia e Epistemologia no Ocidente Moderno, de Nelson Saldanha. No âmbito dos estudos da língua portuguesa, a Coleção Antonio Morais e Silva repôs em circulação Frases Feitas,
de João Ribeiro, e o Estudos sobre Os Lusíadas, de José Maria Rodrigues.
No segundo semestre, além dos números 64 e 65 da Revista Brasileira, e
do opúsculo “Joaquim Nabuco e a Academia Brasileira Letras”, do Acadêmico Alberto Venancio Filho, apareceram, pela Coleção Austregésilo de
Athayde, a compilação dos dois únicos livros de poesia da parnasiana Júlia
Cortines (Versos / Vibrações), edição novamente a cargo do pesquisador Gilberto Araújo, e a bem selecionada Antologia da Revista Brasileira, organizada e
prefaciada por Ubiratan Machado. Na Coleção Afrânio Peixoto, publicou-se em excelente tradução de Ruth Sylvia de Miranda Salles o livro A
Desejada Fé – Mysterium Fidei, de Joaquim Nabuco, cujo centenário de morte
a Academia ora comemora, contando com prefácio do Acadêmico Luiz
Paulo Horta. Já pela Coleção Antonio de Morais e Silva saíram Tradições
N
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Clássicas, de Padre Pedro Adrião e a edição fac-similar de Selecta Clássica, de
João Ribeiro, todos com prólogo do Acadêmico Evanildo Bechara. Mencionem-se ainda os sete livros em coedição, os mais recentes 30 volumes da
Série Essencial, a Biobibliografia de José de Alencar, resultado da consistente pesquisa desenvolvida por Israel de Souza Lima, e o Tomo VI dos
Discursos Acadêmicos, abarcando o intervalo temporal de 1981 a 1995.
Como se vê, no ano de 2010, as publicações da Academia Brasileira
de Letras superaram o montante de 50 títulos, o que evidencia a vitalidade da Casa, como também o bom desempenho do Setor, dirigido pelo
Acadêmico Antonio Carlos Secchin.
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2011
m 2011, o Setor de Publicações manteve o fôlego do ano anterior.
Pela Coleção Afrânio Peixoto, saíram os Discursos de Afrânio Coutinho,
organizados pelos professores Eduardo F. Coutinho e Vera Lúcia Teixeira Kauss, reunindo textos inéditos do nosso grande crítico literário.
Soma-se a esse título a reedição, em pareceria com a Imprensa Oficial do
Estado de São Paulo, da antologia Poesias Escolhidas de Teófilo Dias, selecionada e prefaciada por Antonio Candido. Na série Biobiliografia dos Patronos, Israel Souza Lima preparou o volume 14, apresentando vasta documentação da vida e da obra dos ocupantes das Cadeiras 24, 25 e 26:
Júlio Ribeiro, Junqueira Freire e Laurindo Rabelo, respectivamente.
No âmbito literário, merece destaque a reedição, em volume único, de
três romances de Artur Lobo: Um Escândalo, Rosais e Outro. Com isso, os
pesquisadores de literatura terão acesso a obras hoje muito raras, e os leitores em geral poderão contactar um instigante mas injustamente
esquecido autor brasileiro.
Na área dos estudos linguísticos, enfeixados na Coleção Antonio de
Morais Silva, vieram a lume as reimpressões de Curiosidades Verbais, de
João Ribeiro, e os Estudos Filológicos, de Antenor Nascentes, bem como o
Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa, de Rocha Pombo.
Conforme praxe das publicações acadêmicas, editamos os 4 números
anuais da Revista Brasileira (66, 67, 68 e 69) e o tomo VII dos Discursos
Acadêmicos (1996-2010). Além disso, publicamos em 2011 o Anuário
2006-2011 e os Anais de 2007 e de 2008.
Dando continuidade ao projeto de oferecer informações básicas sobre
cada um dos ocupantes de nossas 40 cadeiras, a Série Essencial extraiu do
E
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PUBLICAÇÕES
prelo 16 volumes, equanimemente distribuídos nos dois semestres de
2011. No primeiro: Luiz Edmundo, de Maria Inez Turazzi, Coelho Neto, de
Ubiratan Paulo Machado, Lafayette Rodrigues Pereira, de Fabio de Sousa
Coutinho, Júlio Ribeiro, de Gilberto Araújo, Castro Alves, de Alexei Bueno,
Vianna Moog, de Luís Augusto Fischer, Augusto de Lima, de Paulo Franchetti, e Celso Cunha, de Cilene da Cunha Pereira. No segundo semestre, ainda
no prelo: Antonio Callado, de Ana Arruda, Goulart de Andrade, de Rafael Sânzio de Azevedo, Araripe Júnior, de Luiz Roberto Cairo, Matias Aires, de Rodrigo Petronio, Pardal Mallet, de André Seffrin, Teófilo Dias, de Wellington
de Almeida Santos, Tomás Antônio Gonzaga, de Adelto Gonçalves, e Félix
Pacheco, de Marcos Santarrita.
Na pauta das coedições, destacam-se as parcerias com a Academia
Chilena de la Lengua (Juan Guzmán Cruchaga e Mauro Mota, com seleções,
apresentações e traduções de Carlos Nejar, Maximino Fernández e Juan
Antonio Massone), com a editora Batel, Rei Negro, de Coelho Neto, e
Ensaios Insólitos, de Darcy Ribeiro, com a Contracapa, que trouxe a lume O
Vento do Mar, de Lêdo Ivo, reunindo ensaios e memórias do acadêmico,
acompanhados de rica fotobiografia, em elegante projeto gráfico e com a
IOESP, Para uma História da Belle Époque – A Coleção de Cardápios de Olavo Bilac, de Lúcia Garcia.
Avulsamente, a Academia publicou seis plaquetes, três oriundas de palestras proferidas na ABL: Mesa-Redonda em Homenagem aos 70 Anos de José Guilherme Merquior, com textos dos acadêmicos Eduardo Portella, Candido
Mendes, Sergio Paulo Rouanet, Alberto da Costa e Silva e Celso Lafer,
Mesa-Redonda em Homenagem aos 100 Anos de Mauro Mota, com as comunicações
dos acadêmicos Evanildo Bechara e Geraldo Holanda Cavalcanti e do Senhor Marcus Accioly, e Zohar – A Alma da Cabala, palestra proferida pelo
Acadêmico Arnaldo Niskier. Nabuco – seu Tempo e seu Legado reproduz o discurso do Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça na Biblioteca do Congresso
dos Estados Unidos – Thomas Jefferson Washington D.C.. Já a Homena115
MARCOS VINICIOS VILAÇA
gem a Antonio Carlos Secchin compila as comunicações realizadas na Faculdade
de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro pelo Acadêmico
Alfredo Bosi e pelas Professoras Flávia Amparo e Marlene de Castro Correia, para prestigiar o professor e acadêmico na época de sua aposentadoria
do magistério universitário e a plaquete Discurso de Posse de Merval Pereira, por
ocasião de sua posse, com o discurso de recepção do Acadêmico Eduardo
Portella. Não menos importante, deve-se citar o luxuoso catálogo da exposição Dedicatórias, realizada em 2008, coligindo uma série de autores que
devotaram seus livros a Machado de Assis.
Falando em nosso primeiro presidente, lembremos que, no prosseguimento da edição do epistolário completo de Machado de Assis, a Academia Brasileira de Letras oferece ao leitor o terceiro volume da correspondência do grande escritor, primeiro presidente da Casa, incansável
missivista, sempre solícito ao responder às cartas recebidas ou escrever
aos amigos, para narrar simples acontecimentos domésticos ou expor
suas ideias e opiniões sobre a vida literária do seu tempo, atuando naquele sutil limite em que o privado assume interesse público. Desta vez, o leitor lerá correspondências trocadas entre 1890 e 1900, podendo rastrear
informações preciosas sobre o alvorecer de nossa belle époque.
Mencione-se, por fim, o De Novo Presidente, livro que detalha a numerosa agenda do Presidente Marcos Vinicios Vilaça em seu último mandato
(2010-2011) na Academia Brasileira de Letras.
Para que o leitor possa aferir com a devida cautela essas e outras edições lançadas no biênio 2010-2011, remetemo-lo ao Catálogo das Publicações referentes a esse período.
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AGENDA,
REALIZAÇÕES E
COMPROMISSSOS
AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
este biênio, a Academia exibiu fôlego no cumprimento de sua extensa agenda. Além das tarefas internas, amparadas no Regimento da
instituição, realizaram-se muitos empreendimentos em instâncias externas à Academia, perfazendo montante considerável de atuação.
O desempenho exitoso da Casa nessas tarefas confirma-se em sua
crescente visibilidade na imprensa: diversos jornais, revistas e sites enalteceram a pluralidade de nossas realizações, destacando o inextricável
acordo entre quantidade e qualidade.
Todas as matérias desta seção reproduzem notas de jornais.
N
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Portal da ABL Lança Nova Versão
Digital do VOLP
Janeiro de 2010
Academia Brasileira de Letras, presidida pelo Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, lançou no dia 28 de janeiro, no Portal da ABL, a versão
digital da 5.ª Edição do VOLP, o Vocabulário Ortográfico na Língua Portuguesa.
A nova versão digital do VOLP conta com a inclusão das regras do
Novo Acordo Ortográfico, além de novos vocábulos da língua portuguesa.
A
Vila Isabel Anima Tarde na ABL
Janeiro de 2010
Academia Brasileira de Letras, presidida pelo Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, realizou no dia 22 de janeiro, um almoço em homenagem ao Centenário de Noel Rosa, com a presença da Escola de Samba
Unidos de Vila Isabel e do cantor e compositor Martinho da Vila.
A Escola, que homenageia Noel Rosa com o enredo Noel: A Presença
do “Poeta da Vila” no carnaval deste ano, agradou a todos os presentes e
animou a tarde da ABL com a energia da bateria, com a alegria das passistas e com a simpatia do casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira.
A
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AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
Escola de Samba Unidos de Vila Isabel na ABL.
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Doação à Academia
Fevereiro de 2010
Academia Brasileira de Letras recebeu do Acadêmico Celso Lafer e de
sua irmã, Marina Lafer, em homenagem à memória de sua mãe, D.
Betty Lafer, a título de doação, o piano Pleyer – Paris, que a ela pertenceu.
A
ABL e a Câmara dos Deputados se
Unem nas Comemorações dos 100
Anos da Morte de Joaquim Nabuco
Março de 2010
Academia Brasileira de Letras e a Câmara dos Deputados realizaram uma série de eventos conjuntos comemorando os cem anos da
morte de Joaquim Nabuco. A comissão responsável pela programação,
criada pelo presidente da Câmara, Michel Temer, por iniciativa e sugestão do Acadêmico Marcos Vilaça, atual presidente da ABL, trabalhou com este objetivo desde novembro do ano passado. As comemorações aconteceram de 1.º de março até 14 de novembro.
A participação da ABL e de seu Presidente foi das mais importantes
nas comemorações que a comissão da Câmara programou. A Academia
forneceu os materiais bibliográficos, para representar a obra e os feitos
do homenageado, assim como participou, juntamente com seus acadêmicos, dos eventos e da edição das publicações. O pernambucano Joaquim
A
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AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
Presidente da casa e Michel Temer, representante da Câmara dos Deputados, nas
comemorações dos 100 anos da morte de Joaquim Nabuco.
Nabuco, além de diplomata, escritor e acadêmico, também foi deputado
federal. E é exatamente esse Nabuco parlamentar, informação passada
por Vilaça a Temer, que a Câmara quer lembrar.
Olimpíada da Língua Portuguesa
é Lançada na ABL
Março de 2010
o dia 2 de março, foi lançada a Olimpíada da Língua Portuguesa na
Academia Brasileira de Letras.
Realizada pelo Ministério da Educação, em parceria com a Fundação
Itaú Social e o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e
N
129
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Ação Comunitária (Cenpec), a segunda edição do concurso prevê a participação de nove milhões de estudantes da educação básica pública no
concurso, que premia alunos e professores.
As adesões de secretarias de Educação e inscrições de professores podem ser feitas até 14 de maio. A expectativa do Ministério da Educação é
alcançar 80 mil escolas e receber inscrições de 300 mil professores.
e-book
Março de 2010
O
Presidente Marcos Vinicios Vilaça distribuiu a 20 acadêmicos um
e-book.
ABL realiza Encontro da Lusofonia
em defesa da consolidação definitiva
do Acordo Ortográfico na Língua
Portuguesa
Março de 2010
Academia Brasileira de Letras convidou três dos mais destacados especialistas em Língua Portuguesa para tratarem do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa no Encontro da Lusofonia, sob a coordenação
do Professor e Acadêmico Evanildo Bechara, responsável pelo setor de
lexicografia e lexicologia.
A
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AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
Encontro sobre o Acordo Ortográfico na Língua Portuguesa
Comemoração do Bicentenário de
Nascimento de Chopin Abre a Série
Música de Câmara na ABL
Março de 2010
Academia Brasileira de Letras
para o início da série Música de
Câmara na ABL, convidou a pianista
Mirian Ramos, comemorando o bicentenário de nascimento do compositor Chopin, realizado no dia 26 de
março, no Teatro R. Magalhães Jr.
A
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Presidentes da ABL e da Fundação
Alexandre de Gusmão Assinam
Termo de Cooperação para
Promoção de Atividades no Exterior
Março de 2010
s Presidentes da Academia Brasileira de
Letras, Marcos Vinicios
Vilaça, e da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), Embaixador Jerônimo Moscardo, assinaram
no dia 30 de março, o Termo de Cooperação Técnica, que tem por objetivo estabelecer cooperação mútua para promoção de atividades de natureza cultural, acadêmica e pedagógica sobre temas de interesse comum no
campo da difusão das relações internacionais.
O
Academia Brasileira de Letras
Participa da Inauguração da
Biblioteca Parque Manguinhos
Abril de 2010
Academia Brasileira de Letras é a patrona da Biblioteca Parque de
Manguinhos, inaugurada na quinta-feira, dia 29 de abril, com a presença de seu Presidente, o Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça.
A
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AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
Inauguração da Biblioteca Parque Manguinhos
Comemoração da Centésima Edição
do Livro Menino de Engenho, de
José Lins do Rego, Acontece na ABL
Maio de 2010
Academia Brasileira de Letras e a Editora José Olympio realizaram
evento comemorativo da centésima edição do livro Menino de Engenho,
de José Lins do Rego, que foi realizado no dia 20 de maio, às 17h 30min,
na Sala José de Alencar.
A
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Comemoração da Centésima Edição do Livro Menino de Engenho
ABL Celebra o Centenário de
Nascimento de Tancredo Neves
com Sessão Especial
Março de 2010
Governador de Minas Gerais, Aécio Neves, participou no dia 23 de
março da mesa-redonda em homenagem ao centenário de nascimento de Tancredo Neves, seu avô e membro da Academia Mineira de
Letras (AML).
O
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AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
Centenário de Nascimento de Tancredo Neves.
Fernando Henrique abre o Ciclo de
Conferências Sobre o Centenário de
Morte de Joaquim Nabuco na ABL
Março de 2010
Presidente da Academia Brasileira de Letras Marcos Vilaça teve a
honra de convidar para a abertura do Ciclo de Conferências do Ano
Cultural Joaquim Nabuco, com palestra do Professor Fernando Henrique Cardoso, que foi realizada no dia 18 de março, no Teatro R. Magalhães Jr.
O
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Centenário de Morte de Joaquim Nabuco.
ABL Recebe Doação
Julho de 2010
Senhora Ruth Stern, viúva do
fundador da H. Stern, ofereceu à Biblioteca Lúcio de Mendonça, por intermédio do Acadêmico Arnaldo Niskier, o livro Contos Possíveis, de Artur Azevedo, editado
pela Livraria Garnier, em 1908. A publicação original foi em 1889. Trata-se de obra rara, que enriquecerá o
acervo da ABL
A
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AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
ABL Entrega Prêmios aos
Ganhadores do Concurso de
Microcontos
Agosto de 2010
Academia Brasileira de Letras realizou no dia 26 de agosto, a entrega
dos prêmios aos ganhadores do concurso de Microcontos do Abletras,
o Twitter da ABL. A premiação aconteceu durante o Chá dos Acadêmicos, no Petit Trianon.
O presidente da ABL, Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, disse que
o número de jovens inscritos superou em muito qualquer expectativa da
ABL e da Comissão Julgadora: “Está plenamente justificada a iniciativa
da ABL em se abrir para as novas tecnologias em favor da literatura brasileira. O interesse demonstrado pelos participantes também confirma
A
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
isso. O concurso aproximou ainda mais a tradição acadêmica da sociedade. A qualidade dos trabalhos foi ótima, assim como a participação de
muitos jovens autores”.
Este concurso teve destaque internacional com a matéria do Jornal El
País.com falando da iniciativa da Academia em promover o concurso,
unindo-se a opiniões de profissionais das letras, como as do professor de
Estética e Semiótica da Universidade do Rio de Janeiro, Latuf Isaias
Mucci; da escritora e diretora do Editorial Manati, Bia Hetzel; da professora de Literatura do Rio, Maria Clara Maia; e da escritora Roseane
Murray.
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AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
ABL Lança Projeto “Circulando
Cultura”, uma Parceria com
o Rio Ônibus
Agosto de 2010
Academia Brasileira de Letras lançou oficialmente no dia 20 de agosto, às 13h, no Petit Trianon, o projeto “Circulando Cultura”, uma parceria entre a ABL e o Rio Ônibus, que levará as obras de autores consagrados da língua brasileira, como Castro Alves, Olavo Bilac, Gonçalves
Dias, Gregório de Matos e Carlos Drummond de Andrade para dentro
dos ônibus do Rio de Janeiro, possibilitando uma viagem mais agradável
pela cidade e estimulando o acesso à cultura.
A
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Aula-Espetáculo com Antonio
Nóbrega Aconteceu na ABL
Setembro de 2010
Academia Brasileira de Letras convidou para a aula-espetáculo “Uma
linguagem brasileira de dança”, com a presença do instrumentista,
cantor e dançarino Antonio Nóbrega. Com participação de Maria Eugênia Almeida e Marina Abib, o evento foi realizado no dia 24 de setembro, às 18h 30min, no Teatro R. Magalhães Jr., com entrada franca e
transmissão ao vivo pelo Portal da ABL.
A
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AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
ABL Manifesta Alegria pela
Concessão do Prêmio Nobel de
Literatura 2010 a Mario Vargas Llosa
Outubro de 2010
m nota distribuída na tarde do dia 7 de outubro, o Presidente da Academia Brasileira de Letras, Marcos Vinicios Vilaça, manifestou a alegria da instituição pela escolha do escritor peruano Mario Vargas Llosa
na concessão do Prêmio Nobel de Literatura de 2010.
E
ABL Implanta Bibliotecas de Apoio
à Inclusão Social nas Comunidades
Pacificadas
Outubro de 2010
Presidente da Academia Brasileira de Letras, Acadêmico Marcos
Vinicios Vilaça, e o Diretor-Geral do Sistema FIRJAN, Augusto
Franco Aguiar, assinaram na tarde de 22 de outubro, na sede da ABL, um
convênio com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
(FIRJAN), que implantará bibliotecas de apoio à inclusão social nas comunidades pacificadas pela polícia.
O
141
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Convênio com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro ( FIRJAN)
Busto de Alexandre de Gusmão,
Patrono da Cadeira n.º 1 do Quadro
de Sócio Correspondente, é
Inaugurado na ABL
Outubro de 2010
busto em bronze de Alexandre de Gusmão, Patrono da Cadeira n.º 1 do Quadro de Sócio Correspondente, doado à ABL
pelo Embaixador Jerônimo Moscardo, presidente da Fundação Alexandre de Gusmão,
vinculada ao Ministério das Relações Exteriores, foi inaugurado na tarde do dia 28 de outubro, em Sessão Acadêmica.
O
142
AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
ABL Adquire Cristaleira de Carolina
e Machado de Assis
Outubro de 2010
ma joia de marcenaria do século
XIX foi comprada pela Academia
Brasileira de Letras. A peça enfeitava a
sala de jantar do sobrado do Cosme Velho onde moravam Carolina e Machado
de Assis. Depois de longa negociação
para adquiri-la o presidente Marcos Vinicios Vilaça diz que o móvel agora ficará
no Petit Trianon: “A Academia está muito
feliz por ter incorporado esta preciosidade ao patrimônio cultural da nação.”
U
ABL é Contra a Proibição do Livro
Caçadas de Pedrinho, de Monteiro
Lobato, nas Escolas
Novembro de 2010
Academia Brasileira de Letras se posicionou à tentativa de censura ao
livro Caçadas de Pedrinho, do escritor Monteiro Lobato, pedida pelo
Conselho Nacional de Educação (CNE).
A
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Celebrações do “Ano Joaquim
Nabuco” em Londres
Novembro de 2010
s Acadêmicos José Murilo de Carvalho, Sergio Paulo Rouanet e
Ana Maria Machado estiveram em Londres, na primeira semana de
novembro, para participarem de uma programação em homenagem a Joaquim Nabuco, promovida pela Academia Brasileira de Letras com apoio
da Embaixada do Brasil. O seminário foi organizado pelo Sócio Correspondente Leslie Bethell e se realizou no Instituto para o Estudo das
Américas, da Universidade de Londres.
O
Celebrações do “Ano Joaquim
Nabuco” no Exterior Encerram-se
em Washington
Novembro de 2010
ob coordenação do Presidente Marcos Vinicios Vilaça, a Academia
Brasileira de Letras encerrou nos Estados Unidos, as celebrações internacionais do “Ano Joaquim Nabuco”, com jornada de conferências
em Washington (na Biblioteca do Congresso norte-americano – Thomas Jefferson, members room) e em Nova York (no Brazilian Endowment for
the Arts). “Joaquim Nabuco: his time and his legacy” foi o tema abordado.
S
144
AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
O Presidente Marcos Vinicios Vilaça foi o moderador e um dos palestrantes. Participaram dos eventos nos
EUA, como conferencistas, os acadêmicos Geraldo Holanda Cavalcanti e
Ivo Pitanguy, o embaixador do Brasil
em Washington, Mauro Vieira, o presidente da Biblioteca do Congresso
norte-americano, James Billington, o
professor Leslie Bethell, sócio correspondente da ABL, o professor David
K. Jackson, da universidade de Yale, e
o deputado pernambucano Maurício
Rands.
O Presidente Marcos Vinicios Vilaça afirmou:
Os encontros na Europa e nos EUA finalizaram no mais alto nível
a série de celebrações que começamos em meados do ano, tornando viva a memória de um dos mais eminentes brasileiros. Promovemos, em ciclos de conferências na Itália, França, Inglaterra, Portugal, Espanha e Estados Unidos, reedições de algumas de suas
obras. Buscamos ampliar no mundo inteiro o conhecimento de seu
trabalho, um ideário que se mostrou em livros, em tribunas e comícios de rua, em cátedras no estrangeiro, nas mesas de negociação
internacional, no debate parlamentar, nas páginas de jornal.
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
ABL Intensifica Intercâmbio
com Outros Países
Novembro de 2010
Academia Brasileira de Letras, convidada por instituições, universidades e entidades culturais e literárias, intensifica a participação de
seus Acadêmicos em palestras e intercâmbio com outros países. A iniciativa de acentuar a presença da ABL no mundo acadêmico internacional
foi do Presidente Marcos Vilaça, que, inclusive, na companhia de outros
Acadêmicos, viajou em 12 de novembro para a Europa, seguindo depois
para os Estados Unidos.
A
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AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
Solenidade da Posse da Diretoria
para o Exercício de 2011 Aconteceu
na ABL
Dezembro 2010
Academia Brasileira de Letras realizou no dia 16 de dezembro, a solenidade da posse da Diretoria para o exercício de 2011, assim constituída:
A
Presidente – Marcos Vinicios Vilaça
Secretária-Geral – Ana Maria Machado
Primeiro-Secretário – Domício Proença Filho
Segundo-Secretário – Murilo Melo Filho
Tesoureiro – Geraldo Holanda Cavalcanti
O Presidente Marcos Vilaça foi eleito por unanimidade, recebendo
37 votos, uma abstenção por motivo de doença e um voto em branco do
próprio candidato eleito.
O Acadêmico administrará a Casa por mais um ano, depois de presidir a instituição em 2006, 2007 e 2010.
Após a eleição, o Presidente Marcos Vinicios Vilaça disse que lutará
em 2011 para dar prosseguimento à tarefa de se ampliar os trajetos da
Academia, no sentido de torná-la ainda mais vista e ouvida. Vilaça falou
também sobre os novos tempos que pretende para a ABL:
“A Academia não foi feita para entesourar cultura, mas para socializá-la. Sem perdemos de vista o culto à tradição e à excelência, investiremos ainda mais fortemente na busca da modernização de nossas atividades. Continuaremos aprendendo com Machado, parodiando o conceito
147
MARCOS VINICIOS VILAÇA
do Mestre de que nem tudo se faz somente com o patrimônio dos antigos, nem tudo se faz com os haveres do moderno, mas com os dois
constrói-se começar comum”.
Nesta gestão, Marcos Vilaça se destacou pela sua forte adesão às novas tecnologias da informação, como o lançamento do Twitter; da distribuição de e-books entre os acadêmicos; do sistema de E-mail Marketing,
que contribui com a divulgação dos eventos que a Casa promove via correio eletrônico; do lançamento do site Joaquim Nabuco, em homenagem
ao ano do grande abolicionista e diplomata brasileiro; além das programações culturais, compostas por conferências; pelo “Seminário Brasil,
brasis”, que busca debater temas da atualidade; mesas-redondas, homenageando grandes efemérides da literatura, dentre outros eventos, sempre
abertos ao público.
148
AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
Nabuco
Dezembro de 2010
o dia 6 de dezembro, no Recife, os Acadêmicos Marcos Vinicios
Vilaça e Arnaldo Niskier representaram a Academia Brasileira de
Letras no Seminário “Joaquim Nabuco e a Modernidade”.
N
ABL e Prefeitura do Rio Inauguram
Estátua de Joaquim Nabuco
Março 2011
Academia Brasileira de Letras, em parceria com a Prefeitura do Rio de
Janeiro, inaugurou no dia 17 de março, às 15h, uma estátua de bronze
de Joaquim Nabuco, confeccionada pelo escultor Otto Dumovich.
Segundo o Acadêmico e Presidente Marcos Vilaça, “a ABL está agradecida ao operoso prefeito Eduardo Paes e ao seu excepcionalmente
competente secretário Carlos Osório pelo presente que nos deu, enriquecendo a paisagem da estatuária das ruas do Rio com a imagem de Nabuco. São ambos administradores atentos a descobertas e ressignificações
da paisagem humana da cidade".
A estátua do diplomata e abolicionista brasileiro, Joaquim Nabuco,
fica localizada entre as ruas Santa Luzia, Presidente Wilson e Presidente
A
149
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Antonio Carlos, no Centro do Rio, próxima à estátua de Manuel
Bandeira.
A festa de inauguração em homenagem ao ilustre pernambucano teve
a participação da Orquestra Céu na Terra, que executará danças e números de frevo e maracatu.
A escultura em bronze tem 1,90m de altura e pesa 220 quilos. A estátua é uma representação de Joaquim Nabuco andando e apontando, com
orgulho, para o chão pertencente à ABL, da qual foi um dos fundadores.
Otto Dumovich, autor da peça, explica que o estilo da obra é clássico,
com um toque de barroco na torção de tronco do abolicionista.
Nabuco faz companhia à escultura de Manual Bandeira, que enfeita a
praça desde 2007.
150
AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
Feira de Bolonha e Salão do
Livro de Paris
Março 2011
o período de 27 a 31 de março, realizou-se na Itália a tradicional
Feira Internacional do Livro de Bolonha. Entre os escritores brasileiros presentes destacam-se o Acadêmico Arnaldo Niskier, a Acadêmica
Ana Maia Machado e o Acadêmico João Ubaldo Ribeiro. Antes, eles foram ao Salão do Livro de Paris.
N
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
ABL Celebra os 110 Anos de
Nascimento de José Lins do Rego
e Realiza Homenagem ao Clube de
Regatas do Flamengo
Abril de 2011
Academia Brasileira de Letras homenageou no dia 11 de abril, às
13h, durante a Merenda Acadêmica no Petit Trianon, José Lins do
Rego, considerado o mais rubro-negro dos escritores. A Merenda reunirá
Acadêmicos e beneméritos do Flamengo, como da presidente Patrícia
Amorim, do técnico Vandelei Luxemburgo e do jogador Ronaldinho
Gaúcho, em uma homenagem ao Clube de Regadas do Flamengo.
O Acadêmico e Presidente da ABL Marcos Vilaça entregou a “Medalha Joaquim Nabuco” aos homenageados e a Charanga de Jaime de
Almeida, que animou a torcida desde os tempos dos grandes clássicos na
Gávea, tocou no pátio da ABL para animar o almoço.
“Zé Lins deixou uma obra que marcou definitivamente a literatura
brasileira, inscrevendo-se entre os clássicos do ciclo nordestino. Ele foi
mesmo um Acadêmico de duas paixões: Literatura e futebol. Deixou um
livro de crônicas totalmente dedicado ao Flamengo”, disse Vilaça.
Para todo rubro-negro, o Flamengo é imortal. Assim a presidente Patrícia Amorim agradeceu, em nome do clube, a homenagem feita pela
Academia Brasileira de Letras, no início da tarde segunda-feira, ao ilustre
torcedor e imortal José Lins do Rego, que completaria 110 anos em
2011.
O técnico Vanderlei Luxemburgo e o craque Ronaldinho Gaúcho
compareceram ao evento, na sede da ABL, e entregaram uma camisa per-
A
152
AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
sonalidada com o nome de José Lins do Rego ao presidente da Academia, o imortal Marcos Vilaça, que, bem-humorado, se recusou a vestir a
camisa.
– Essa camisa é para o José Lins. Vai ficar no nosso Centro de Memória. Não vou vestir, não – brincou Vilaça, torcedor do Fluminense.
O clima descontraído tomou conta da homenagem. Durante a leitura
de uma crônica de José Lins do Rego de 1954, comemorativa à conquista do bicampeonato carioca, o alvo foi o Vasco da Gama. A presidente
Patrícia Amorim, que lia a crônica, não se conteve na parte que dizia “lá
embaixo recolhia-se o Vasco”.
– Estão vendo? É desde aquela época – brincou Patrícia.
A dirigente, que estava acompanhada de beneméritos do clube, apresentou o craque rubro-negro a Marcos Vilaça como Ronaldinho Carioca.
– Este aqui é o Ronaldo Assis Moreira, ex-gaúcho, agora Ronaldinho
Carioca.
Marcos Villaça e Ronaldinho.
153
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Jornal do Brasil – 120 Anos
Abril de 2011
cademia Brasileira de Letras foi o local escolhido para a cerimônia
solene dos 120 anos do Jornal do Brasil. Endereço mais que apropriado, já que, provavelmente, nenhum periódico brasileiro teve entre seus
colaboradores tantos acadêmicos, a começar por seu
fundador Joaquim Nabuco
(ao lado do político baiano
Rodolfo Dantas), que dois
anos mais tarde passaria o
“bastão” de redator chefe
para o, também imortal,
Ruy Barbosa.
A atuação do Jornal do
Brasil como veículo defensor da democracia e instrumento de garantia da liberdade de expressão, principalmente nos tempos da ditadura, foi lembrada por
praticamente todos os
homenageados, assim como a cumplicidade entre o JB e a Academia
Brasileira de Letras, parceiros centenários de lutas, desafios e realizações.
A histórica empatia entre o jornal e a Academia foi citada tanto pela presidente do JB, Ângela Moreira, quanto pelo acadêmico Marcos Vilaça,
que preside a ABL.
A
154
AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
ABL Estabelece Comissão
Organizadora das Comemorações
do Centenário de Jorge Amado
Maio de 2011
Academia Brasileira de Letras, sob a presidência do Acadêmico Marcos Vilaça, no uso de suas atribuições, estabeleceu a Comissão Organizadora das Comemorações do Centenário de Jorge Amado, compostas
pelos Acadêmicos Ana Maria Machado (presidente da Comissão),
Alberto da Costa e Silva, Alfredo Bosi, Domício Proença Filho, Geraldo
Holanda Cavalcanti e João Ubaldo Ribeiro.
A
ABL Cria Comissão para as
Comemorações do Centenário de
Morte do Barão do Rio Branco
Maio de 2011
Academia Brasileira de Letras, sob a presidência do Acadêmico Marcos Vilaça, no uso de suas atribuições, criou a Comissão Organizadora
das Comemorações do Centenário de morte do Barão do Rio Branco, sob
a presidência do Acadêmico Alberto da Costa e Silva. Os Acadêmicos
Alberto Venancio Filho, Celso Lafer, Geraldo Holanda Cavalcanti, José
Murilo de Carvalho e Sergio Paulo Rouanet fazem parte da Comissão.
A
155
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Vacinação
Maio de 2011
oacyr Scliar em seu artigo “Vacinar faz bem” no jornal Zero Hora
(RS) de 13 de fevereiro de 2010 dizia:
“Por incrível que pareça, há gente que é contra vacinas, pelos motivos
mais variados. Já no final do século XVIII, quando o médico inglês Edward
Jenner começou a vacinar contra a varíola, um teólogo escreveu um sermão
intitulado ‘A perigosa e pecaminosa prática da vacinação’. Argumentava que
a doença era um castigo divino e que evitá-la era ‘coisa do demônio’. No século XIX foi fundada, nos Estados Unidos, uma Sociedade Antivacinação.
E no começo do século XX estourou no Rio a Revolta da Vacina. Mas
quando se faz o cálculo das vidas salvas pela imunização vê-se que os benefícios ultrapassam de forma esmagadora esses eventuais custos e problemas”.
M
Vacinação
156
AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
Com esse pensamento o Presidente Marcos Vinicios Vilaça, abriu as
portas do Petit Trainon na ABL e demonstrou que a “vacina é necessária.
Com ou sem discussão a respeito”.
“O Cangaço e a Literatura”
Maio de 2011
pátio da Academia recebeu repentistas, violeiros, declamadores e
poetas de cordel, que ilustraram o seminário antes das palestras.
O evento, patrocinado pelo Bradesco, foi realizado no dia 26 de maio,
às 17h 30min, no Teatro R. Magalhães Jr.
O
“O Cangaço e a Literatura”
157
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Maratona Escolar Érico Veríssimo
é Lançada na ABL
Julho de 2011
Academia Brasileira de Letras promoveu o lançamento da Maratona
Escolar Érico Veríssimo, um concurso de redação destinado aos alunos da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.
O evento foi uma parceria da ABL com a Secretaria Municipal de
Educação e contará com as presenças dos Acadêmicos Arnaldo Niskier e
Carlos Nejar, e da Secretária de Educação Claudia Costin.
A Maratona Escolar Érico Veríssimo foi realizada no dia 12 de julho,
a partir das 10h, no Teatro R. Magalhães Jr., com transmissão ao vivo
pelo Portal da ABL.
A
Maratona Escolar Érico Veríssimo
158
AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
Acadêmico e Presidente da ABL
Marcos Vilaça Concede Entrevista ao
Programa Globo News em Pauta
Julho de 2011
Acadêmico e Presidente da ABL Marcos Vinicios Vilaça concedeu
no dia 20 de julho, a partir das 20h30min, uma entrevista ao programa Globo News em Pauta, na qual falou sobre o aniversário da Academia
Brasileira de Letras, que comemorou seus 114 anos de existência.
Globo News em Pauta é um telejornal diário, com comentaristas que
aprofundam as notícias do dia, com um convidado no estúdio. Destaque
para política, cenário internacional e cultura.
O
Acadêmico e Presidente da ABL
Marcos Vilaça Exalta no Peru Ação
de Joaquim Nabuco em Favor do
Pan-americanismo
Julho de 2011
Acadêmico e Presidente da Academia Brasileira de Letras Marcos
Vinicios Vilaça, em visita à Feira do Livro do Peru, exaltou a ação
do Acadêmico Joaquim Nabuco, embaixador e um dos fundadores da
ABL, em favor do Pan-americanismo. O presidente respondeu também
O
159
MARCOS VINICIOS VILAÇA
a muitas perguntas da plateia sobre os programas e as atividades da
Academia.
No dia 25 de julho, Marcos Vilaça visitou a Academia Peruana de
Letras e conversou com o presidente da Casa sobre a melhor forma de fazerem um acordo cultural entre as duas instituições. O acadêmico esteve
também reunido com a diretoria do Centro Cultural do Brasil, mantido
pela Embaixada do Brasil naquele país. Em todas as visitas, esteve acompanhado do Embaixador Carlos Alfredo Lazary Teixeira. Constatou,
ainda, o prestígio dos escritores brasileiros entre os intelectuais peruanos,
com destaque para Rubem Fonseca e Nélida Piñon.
Acadêmico e Presidente da ABL
Marcos Vilaça Integra a Comissão
de Honra dos 80 Anos da AIP
Julho de 2011
Acadêmico e Presidente da Academia Brasileira de Letras Marcos
Vilaça foi convidado a instituir a Comissão de Honra dos 80 anos
da Associação da Imprensa de Pernambuco (AIP), celebrado em setembro, com a realização do 15.º Encontro Nacional das Associações de
Imprensa (ENAI). A Comissão será coordenada pelo jornalista Luiz Felipe Moura.
A programação do evento contou com a publicação do selo dos 80
anos da Associação e palestras do ministro Gilmar Mendes, da senadora
Ana Amélia, dos jornalistas Claudio Humberto, Luiz Carlos Prates, entre outros.
O
160
AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
Inscrições para o Prêmio ABL/CFN
“Rachel de Queiroz – Fuzileiros
Navais” 2011
Agosto de 2011
Academia Brasileira de Letras informou que a partir do dia 8 de agosto
estavam abertas as inscrições para o IV Concurso de Crônicas – Prêmio ABL/CFN “Rachel de Queiroz – Fuzileiros Navais”, tendo como
tema “O Corpo de Fuzileiros Navais e a Ação Social Comunitária”.
O concurso é promovido pela ABL em conjunto com o Corpo de Fuzileiros Navais e tem por objetivo estimular o interesse pela Língua Portuguesa e pela carreira naval, bem como difundir a noção de Ação Social
Comunitária, através da participação dos estudantes brasileiros que cursam o 8.º e 9.º ano do Ensino Fundamental, com o apoio de um
Professor Orientador.
A premiação do trabalho vencedor será: um notebook para o aluno e outro para o Professor Orientador; um computador completo (gabinete,
teclado, mouse e monitor) para a escola onde o referido aluno estiver matriculado; e a publicação de sua crônica em um dos periódicos do CFN.
Além disso, os 10 (dez) melhores trabalhos receberão um diploma emitido pela ABL/CFN, tanto o aluno participante, quanto seu Professor
Orientador.
A
161
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Antonio Patriota Sugere Promoção
Cultural do Brasil nos Países da
América do Sul
Agosto de 2011
Ministro das Relações Exteriores, Embaixador Antonio Patriota,
propôs ao Presidente da Academia Brasileira de Letras, Marcos Vinicios Vilaça, que o Itamaraty e a ABL coordenem ações visando ao incremento da presença cultural do Brasil – especialmente nos campos da
Literatura e da língua portuguesa – nos países da América do Sul, por intermédio da atuação dos Centros de Estudos Brasileiros.
A sugestão foi feita durante a conferência do Ministro do Supremo
Tribunal Federal, Marco Aurélio Melo, realizada na última sexta-feira (dia
5 de agosto), na qual a Academia celebrou o centenário de nascimento de
San Tiago Dantas.
Lembrando a destacada atuação de San Tiago Dantas em favor dos
ideais do pan-americanismo, Antonio Patriota – que presidiu à mesa –
lembrou que “por onde passou, aquele destacado jurista, político, professor, tornou-se referência do pensamento moderno e independente”.
Afirmou que, em muitos aspectos, as linhas da política externa postas em
prática pelo Brasil nos últimos anos encontram seus fundamentos na
ação de San Tiago Dantas, quatro décadas atrás.
A sessão do dia 5, parte das celebrações do centenário de nascimento
de San Tiago Dantas, foi realizada no Salão Nobre do Petit Trianon, para
uma plateia de acadêmicos, personalidades do mundo jurídico, político e
cultural.
A conferência foi feita pelo Ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, sendo presidida pelo Ministro Antônio Patriota e
O
162
AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
Marcos Vinicios Vilaça e Antonio Patriota.
coordenada pelo Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça. O Acadêmico Geraldo Holanda Cavalcanti foi o responsável pela iniciativa da homenagem.
Marco Aurélio Mello, a certa altura de sua palestra, lembrou que,
“em 1964, no discurso de recebimento do prêmio ‘Homem de Visão’, conferido pela revista Visão, San Tiago revelou profunda sensibilidade ao reconhecer que a consolidação da democracia brasileira dependia – como ainda acontece nos dias atuais – de fortes avanços no
campo social. Defendeu que o crescimento econômico do país não levaria ao desenvolvimento, porque restringia-se à pequena parcela da
população. Disse ser insuficiente ‘fazer o bolo crescer, para depois dividir!, como propalaria posteriormente a propaganda dos governos militares. Fez-se arauto da reforma agrária que transformasse o Brasil de
país feudal em capitalista’”.
163
MARCOS VINICIOS VILAÇA
ABL Faz Doação de Livros para a
Biblioteca do Morro Santa Marta
Setembro de 2011
presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouveia Vieira, ao lado do
Secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano
Beltrame e da Secretária-Geral da Academia Brasileira de Letras, Ana
Maria Machado, inaugurou nesta quinta-feira, 1.º de setembro, uma biblioteca no Morro Santa Marta.
A iniciativa é uma realização da FIRJAN e do SESI, como parte do
projeto Indústria do Conhecimento, uma parceria com a ABL, a Prefeitura e o governo do estado.
O Secretário José Mariano Beltrame frisou que esse tipo de iniciativa
é justamente o que ele espera da sociedade, após o trabalho de segurança
e da instalação das UPPs.
O
164
AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
A ABL fez uma doação de livros para complementar o acervo básico e
está se dedicando ao desenvolvimento de um projeto de capacitação de
mediadores de leitura que possam agir nesses núcleos, preparando
pessoal da própria comunidade.
Na ocasião, crianças moradoras do local assistiram à apresentação
de teatro de marionetes baseado em livros infantis e ficaram conhecendo as dependências da nova biblioteca, que passa a funcionar no
Polo de Inclusão Social Padre Velloso, em Botafogo, no sopé do
Morro Santa Marta.
Retrato de Julio Piroh
Setembro de 2011
O Presidente Marcos Vinicios Vilaça foi presenteado com um retrato
seu feito pelo artista plástico Julio Piroh.
165
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Escola SENAI
Outubro de 2011
residente da ABL Marcos Vinicios Vilaça foi convidado para participar da Cerimônia de designação da escola SENAI “José Ephim
Mindlin” de Barueri. A Escola SENAI especializa, qualifica e habilita
profissionais com metodologia específica e tecnologia avançadas em modernos laboratórios.
P
ABL e Itamaraty Lançam Concurso
de Redação em Homenagem ao
Barão do Rio Branco
Outubro de 2011
Academia Brasileira de Letras e o Ministério das Relações Exteriores
(Itamaraty), por intermédio da Fundação Alexandre de Gusmão
(Funag) lançaram o “Concurso de Redação Barão do Rio Branco – 100
Anos”, que se insere na celebração do primeiro centenário da morte de
José Maria da Silva Paranhos Júnior, Barão do Rio Branco, que ocorrerá
em 10 de fevereiro do próximo ano.
Puderam ser inscritos alunos do 1.o ao 3.o ano do Ensino Médio, regularmente matriculados em escola reconhecida. A redação visa avaliar a
capacidade de expressão escrita e o conhecimento dos estudantes sobre a
vida e a obra de Rio Branco, Patrono da Diplomacia Brasileira.
A
166
AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
ABL Envia Mensagem ao
Ex-Presidente Luiz Inácio Lula
da Silva
Outubro de 2011
ssinada pelo Presidente Marcos Vinicios Vilaça, a ABL divulgou a
seguinte mensagem, endereçada ao ex-Presidente Luiz Inácio Lula da
Silva:
A
A Academia Brasileira de Letras dirige-se não apenas ao ex-Chefe
do Estado brasileiro, mas ao verdadeiro amigo da instituição para,
da forma mais significante possível, manifestar-lhe confiança em
sua plena recuperação. Atenciosamente. Marcos Vinicios VilaçaPresidente.
O ex-Presidente Lula esteve na ABL em setembro de 2008 para assinar os decretos de promulgação do Acordo Ortográfico dos Países de
Língua Portuguesa.
167
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Dia D – 31 de Outubro
Novembro de 2011
ABL comemorou o nascimento do grande poeta brasileiro Carlos
Drummond de Andrade.
Acadêmicos José Murilo de Carvalho, Ivan Junqueira e Antonio Carlos Secchin.
168
AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
Doação de Acervo
Novembro de 2011
Doação de Sra Márcia Vecchio Machado da Silva.
Três obras literárias de Dinah Silveira de Queiroz:
A Muralha, Margarida La Rocque e Floradas na Serra
Luiz Canabrava
Minas, 1954
óleo sobre tela
1,60x2,20 m
169
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Doação de Retrato
Novembro de 2011
Doação da Sra Márcia Vecchio Machado da Silva.
Retrato de Dinah Silveira de Queiroz, 1954
Dimitri Ismailovitch
óleo sobre tela
1,60x2,20 cm
170
AGENDA, REALIZAÇÕES E COMPROMISSSOS
Presidente da ABL Falou na Fliporto
sobre “Gilberto Freyre, Quase na
Intimidade”
Novembro de 2011
Presidente da ABL, Marcos Vinicios Vilaça, esteve na Fliporto, em
Olinda, no dia 12 de novembro, para uma conversa com José Paulo
Cavalcanti Filho sobre “Gilberto Freyre, quase na intimidade”.
A VII Festa Literária Internacional de Pernambuco – Fliporto deste
ano aconteceu entre os dias 11 e 15 de novembro, em Olinda, e homenageou o sociólogo pernambucano Gilberto Freyre.
O
171
S E S S Ã O DA
SAUDADE
SESSÃO DA SAUDADE
hábito inarredável da Academia Brasileira de Letras cultuar a memória dos antepassados, oferecendo-lhes a sublime oportunidade de
se tornarem imortais, ainda que seus corpos tenham perecido. Quando
falece um confrade, os acadêmicos se reúnem na Sessão da Saudade
para iniciar o processo de eternização do companheiro morto. O Presidente, na condição de porta-voz da instituição, oficializa e inaugura essas sessões. Assim, nas próximas páginas, o leitor poderá emocionar-se
com as palavras comovidas do Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça,
pronunciadas em decorrência do falecimento de alguns confrades no
biênio 2010-2011.
É
175
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Adeus a José Mindlin
Academia agradece as distintas presenças das senhoras Pena, Moutinho e Van Steen, que deram a honra de suas presenças nesta
Sessão. A Academia também registra, de certa forma até um pouco
emocionada, a presença de Cleonice Berardinelli, creio que pela primeira
vez em sessão da Casa. Eu, claro que não tenho nada a acrescentar de categórico ao que foi dito, mas não me furto a uns dois depoimentos pessoais, a uns dois ou três pequenos depoimentos de circunstância. Um
deles é o convite que fizemos, Evanildo Bechara e eu, na inauguração do
Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, para que Mindlin examinasse a conveniência e a possibilidade de se candidatar à Academia.
Estávamos juntos, o Bechara e eu, nessa ocasião, em representação da
Academia. E outro é a que ontem ouvi, de um ex-diretor da CACEX,
aquele episódio que foi lembrado pelo Alberto Venancio, que ele leu
Balzac todinho nas antessalas lá, desse senhor. Só que o senhor elogiou
muito o Mindlin, mas não contou aquilo que nós conhecemos como
“chá de cadeira”, que ele deu ao Mindlin. O terceiro episódio é um episódio que me toca muito. Foi tão bonito, e eu não sei contar. Mas foi
muito bonito como Guita e Mindlin se beijaram no Casarão de Athayde, na festa em que se comemorava a eleição dele. Foi tão bonito que eu
pedi que repetissem e pedi que o fotógrafo Richam, que era na época o
fotógrafo da Casa, fizesse a série de fotos. E aquilo foi tão descabido da
minha parte, eu digo: “Faz de novo!” Até que a foto ficou boa. Foi tão
bonito! A foto é tão bonita, e também passou uma emoção tão grande a
exemplaridade desse gesto do casal. Depois mandei as fotos para eles.
Felizmente que Guita viu as fotos. E isso tudo me faz o contraponto,
A
176
SESSÃO DA SAUDADE
com a tristeza de Mindlin, de não tê-la no momento da sua posse. Ele
disse a mim, naquela noite, em que tomou posse, que estava faltando
algo essencial para a sua alegria. E era verdade. Essas são anotações, assim, a latere, que quero deixar consignadas, desse homem que foi um
brasileiro do século XX, que escreveu seu nome, e o homem que incorporou à riqueza nacional um patrimônio extraordinário de livros brasileiros, de livros estrangeiros, que trouxe para que ficassem aqui com o
Brasil. Uma coisa importante, muito importante. E ele que exportou
peças de indústria, importou definitivamente cultura para o Brasil. A
Academia se reúne amanhã, para a Sessão Ordinária, e a gente espera a
presença de todos. E mais uma vez, confiamos uma missão a Celso Lafer, a de dizer à Família Mindlin que tomamos boa nota da representação que ele, Celso Lafer fez, aqui de toda a família, junto à Academia.
177
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Adeus a Pe. Ávila
omunico que, há mais de um mês, o Acadêmico Geraldo Holanda
Cavalcanti agendou com a Diretoria da Casa a visita, para este dia, do
Secretário-Geral da União Latino-Americana. Lamento a necessidade de
ausentar-se da Sessão, assim como do Acadêmico Geraldo Holanda Cavalcanti, pois gostaríamos de acompanhar toda a homenagem da Academia ao Padre Ávila. Acrescento uma palavra lateral, sobre a emoção que
testemunhei em Alberto Venancio Filho. Digo ter sido a emoção que vi,
muitas vezes, no Padre Ávila em relação a alguns temas e a algumas pessoas, ao longo do tempo em que convivi com ele. Isso me impressionou
muito, Alberto Venancio, porque legitimou, com suas lágrimas viris, as
lágrimas que eu vi caírem aqui dos olhos do Padre Ávila. Também quero
dizer que a primeira referência que eu tenho do Padre Ávila, eu a recebi
no Colégio Nóbrega, no Recife, dos seus colegas da Companhia de Jesus,
que já àquela época diziam para o menino que eu já fui, diziam para o
menino de então, quem era este padre brasileiro de expressão universal, o
Padre Ávila. E isso me ficou. Não imaginava eu que, mais tarde, iria também dar o meu contributo ao seu ingresso nessa Casa. E foi sempre com
uma grande alegria que eu pude abençoá-lo. Eu chegava ao Padre Ávila,
Venancio deve ter testemunhado isto aqui, juntinho, eu chegava junto
dele e o abençoava “Deus o abençoe, Padre Ávila”, e ele, “Muito obrigado. Muito obrigado, meu filho.” Ele tinha essa humildade, essa disposição para receber a bênção com a mesma emoção, com o mesmo compromisso com que ele nos abençoava. Essa memória tão bonita que o Padre
Ávila deixou para mim eu a guardarei zelosamente.
C
178
SESSÃO DA SAUDADE
Adeus a Moacyr Scliar
meu sentimento é o mesmo da Casa, como um todo, um misto de
saudade e de orgulho pelo companheiro que soube combinar admiravelmente a arte do convívio com a amizade. Moacyr Scliar sempre foi
um gesto e uma voz da Academia e por onde ele passava, em suas viagens
para conferências, simpósios ou cursos, era como se a Academia Brasileira de Letras também ali estivesse. Homenageio a esposa do escritor, Judith e seu filho, Roberto, fotógrafo, referindo-me a ele como uma expressão da dimensão de Moacyr Scliar em compreender outras artes, pois
tinha muito orgulho da qualidade das fotos do filho. Moacyr Scliar testemunhou o tempo em que viveu contando histórias, as histórias do imigrante, do garoto, do estudante de Medicina, do médico, do professor,
do jornalista, enfim, do homem múltiplo, no seu modo de ser tão singular. Declaro minha fascinação pelos textos do confrade, pelo que ele teve
de esmero na construção narrativa e na coerência da sua linguagem. Considero que seu último livro, Eu vos abraço milhões, vem com a inspiração do
moço que saiu da região missioneira para o Rio em busca de Astrogildo
Pereira, tema que sempre foi recorrente nas conversas que mantinham.
Finalizando, lembro das palavras a mais de carinho que recebera do companheiro pelo que lhe tocou fazer, com dedicação, convertendo São Miguel das Missões em Patrimônio Cultural da Humanidade.
O
179
MERENDA
ACADÊMICA
MERENDA ACADÊMICA
Academia sempre primou pelo reconhecimento de pessoas (famosas
ou não) que contribuíram para a cultura brasileira, e essa admiração
confirma-se, por exemplo, na entrega de prêmios, na oferta de medalhas,
no convite para merendas e chás acadêmicos, só para citar alguns eventos
que comprovam que as portas da ABL estão abertas à sociedade.
Com essa disposição à amizade, a Academia, representada no hospitaleiro casal Vilaça, reaviva o sentido elevado que a Antiguidade conferia
aos banquetes (curiosamente chamados de “simpósio”, em grego), que
reuniam os prazeres da mesa ao gosto da conversação e à discussão
inteligente de ideias e de opiniões.
A
183
MERENDA 2010
1
2
3
4
1 22 de janeiro: ABL recebe Unidos de Vila Isabel.
2 26 de fevereiro: Almoço com Joel Santana.
3 11 de março: Chá com os professores e alunos da
escola SESC.
4 18 de março: Jantar oferecido a Fernando Henrique Cardoso.
184
MERENDA 2010
5
6
7
8
5 22 de março: Almoço para fechar parceria com o Deputado
Michel Temer para comemoração do Ano Nabuco.
6 29 de março: Encontro de Lusofonia.
7 16 de abril: Almoço com Elizabeth Savala.
8 29 de abril: Chá dos acadêmicos.
185
MERENDA 2010
9
10
11
12
9 30 de abril: Encontro com amigos.
10 3 de maio: Almoço com a seleção brasileira de vôlei.
11 8 de julho: Chá com a família Seabra Fagundes.
12 3 de agosto: Almoço com a FIRJAN.
186
MERENDA 2010
13
14
15
16
13 20 de agosto: Encontro com o Rio Ônibus.
14 27 de agosto: Almoço com Maitê Proença.
15 23 de setembro: Chá com os acadêmicos.
16 27 de setembro: Merenda com o crítico musical
Sergio Cabral.
187
MERENDA 2010
MARCOS VINICIOS VILAÇA
17
18
17 15 de outubro: Encontro entre
amigos.
18 3 de novembro: Almoço com
personalidades.
19 16 de dezembro: Chá das
viúvas e das senhoras dos
acadêmicos.
19
188
MERENDA 2011
1
2
3
4
1 16 de março: Encontro com a Igreja
Católica.
2 18 de março: Almoço com Fernanda
Montenegro.
3 11 de abril: Encontro com
representantes do Flamengo.
4 6 de abril: Merenda com Lenine e Edney
Silvestre.
5
5 16 de abril: Chá com Milton Nascimento.
189
MERENDA 2011
6
7
8
9
6 5 de maio: Chá com a Revista Zohar.
7 13 de maio: Merenda com Jô Soares.
8 17 de junho: Merenda com amigos.
9 15 de julho: Chá com Ziraldo.
190
MERENDA 2011
10
11
12
13
10 31 de agosto: Almoço com Diogo Nogueira.
11 8 de setembro: Chá com amigos.
12 12 setembro: Merenda com o Ministro Luiz Fux.
13 26 de setembro: Encontro com militares da
Marinha do Brasil.
191
MERENDA 2011
MARCOS VINICIOS VILAÇA
14
15
14 21 de outubro: Merenda com o Prefeito Eduardo Paes e
com Michel Temer – Presidente Interino do Brasil.
15 3 de novembro: Chá com o escritor Carlos Fuentes.
192
MERENDA 2011
16
16
16 25 de novembro: Banquete à francesa
– Cardápios de Olavo Bilac.
193
MERENDA 2011
17
18
17 23 de novembro: Homenagem
a Miguel Delibes
18 28 de novembro: Almoço
com jornalistas
194
REFORMAS E
MODERNIZAÇÕES
REFORMAS E MODERNIZAÇÕES
empre pautada pela convicção de que a Academia deve modernizar-se
sem descaracterizar-se, o Presidente empreendeu uma série de reformas na instituição, conforme o leitor poderá verificar nas páginas seguintes. As modernizações não apenas acertam o passo da Academia com o
mundo, afinando-a às inovações tecnológicas, como também incrementam o conforto para todos os frequentadores da Casa, sejam eles acadêmicos ou visitantes.
S
197
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Galeria Oscar Dias Corrêa
Dezembro de 2010
F
oi inaugurada no dia 7 de dezembro, às 16h 30m, a Galeria Oscar
Dias Corrêa que liga o Centro Cultural do Brasil ao Petit Trianon.
198
REFORMAS E MODERNIZAÇÕES
Inauguração da Sala
Maria Carmen de Oliveira
Março 2011
Academia Brasileira homenageou no dia 28 de março a sua mais antiga funcionária, a Sra. Maria Carmen de Oliveira, que a partir de
agora nomeia a sala de trabalhos internacionais da Casa.
A
199
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Reforma do Terceiro Andar do Centro
Cultural do Brasil
Abril 2011
oram inaugurados um refeitório e uma sala de reuniões e promoveu-se
a modernização das salas do andar.
F
Câmeras HD
Junho 2011
Setor Audiovisual da Academia Brasileira de Letras passará a contar, agora, com três novas câmeras HD, o que significa um grande
aperfeiçoamento na qualidade das imagens ali geradas.
O
Cobertura do Jardim do Petit Trianon
Outubro de 2011
m projeto foi criado para a cobertura do jardim localizado na parte
traseira do prédio do Petit Trianon. Uma solução que visou solucionar
de maneira elegante e discreta o espaço interno do edifício das intempéries do ambiente exterior.
U
200
MEDALHAS, PRÊMIOS
E HOMENAGENS
MEDALHAS, PRÊMIOS E HOMENAGENS
Academia Brasileira de Letras é cônscia de seu papel de legitimadora
e de fomentadora da cultura. Entende, assim, que as pessoas que
aquilatam nossa cultura devem merecer reconhecimento não apenas intelectual, mas também financeiro, funcionando o capital como um incentivo à continuação a trabalhos de alto nível. Por isso, anualmente, a ABL
oferece medalhas e prêmios, julgando nisso consumar seu caráter de animadora cultural.
A
203
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Marcos Vilaça Emociona-se com a
Homenagem do Governo do Amazonas
a seu Filho Marcantonio Vilaça
Fevereiro de 2010
Escola Marcantonio Vilaça II proporcionará a 1.700 crianças estudo com a mais moderna tecnologia didática”, disse Vilaça.
O Presidente da Academia Brasileira de Letras, Marcos Vilaça, participou no dia 8 de fevereiro, como convidado do Governo do Estado do
Amazonas, das festividades de inauguração da Escola Estadual de Tempo Integral Marcantonio Vilaça, seu filho. Esta foi mais uma das homenagens daquele Estado ao advogado e colecionador pernambucano, também um dos responsáveis pela abertura do mercado internacional para
artistas brasileiros.
Vilaça disse que a nova escola é uma das mais modernas do Brasil e
custou, segundo o governador Eduardo Braga, R$ 12 milhões. Trata-se
de um complexo educacional com infraestrutura também para atividades
esportivas, artísticas e laboratoriais, além de ser totalmente informatizada. Por ser de tempo integral, permitirá que as 1.700 crianças matriculadas tenham também alimentação.
A escola se constitui, ainda, numa proposta piloto que se tornará realidade com a inauguração de mais 15 complexos idênticos em todo o Estado.
Um dos objetivos será o de criar também atletas para a Olimpíada de 2016 e
infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014. O Amazonas será uma das
sedes. “O Governo do Estado do Amazonas decidiu, ainda, que a nova escola liderará anualmente a Semana Machado de Assis, numa homenagem à
ABL”, disse Marcos Vilaça. O presidente também foi homenageado pelos
integrantes da Academia Amazonense de Letras.
“A
204
MEDALHAS, PRÊMIOS E HOMENAGENS
Medalhas
Fevereiro de 2010
ara simultaneamente agraciar vultos da cultura brasileira e homenagear a memória de acadêmicos já falecidos, o Presidente Marcos Vinicios Vilaça empreendeu a confecção de medalhas comemorativas do
nascimento de quatro confrades: Aurélio Buarque de Holanda, Carlos
Chagas Filho, Joaquim Nabuco e Rachel de Queiroz. Assim, ele como
faz renascer nos homenageados o quilate dos antepassados.
P
205
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Academia Brasileira de Letras Presta
Homenagem a Gilberto Freyre em
sua Sessão Acadêmica
Março de 2010
Academia Brasileira de Letras prestou homenagem ao escritor, sociólogo, antropólogo e jornalista pernambucano Gilberto Freyre na
sessão Acadêmica, dia 11, no Salão Nobre do Petit Trianon. A homenagem
reverenciou os 110 anos de nascimento do autor de Casa Grande & Senzala.
A iniciativa de homenagear Gilberto Freyre partiu do Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, presidente da ABL. O Acadêmico Alberto da Costa
e Silva, escritor e diplomata, foi o orador.
A
ABL Confere “Medalha João Ribeiro”
ao Arquiteto Oscar Niemeyer e ao
Escultor Francisco Brennand
Maio de 2010
Academia Brasileira de Letras decidiu conceder, em sua sessão de
quinta-feira passada, dia 13 de maio, a “Medalha João Ribeiro”, sua
mais importante comenda, ao arquiteto carioca Oscar Niemeyer e ao escultor pernambucano Francisco Brennand, duas das mais destacadas personalidades culturais do país.
A
206
MEDALHAS, PRÊMIOS E HOMENAGENS
Oscar Niemeyer e Marcos Vinicios Vilaça
Presidente Marcos Vinicios Vilaça
Julho de 2010
União Brasileira de Escritores, seção de Pernambuco, por unanimidade dos seus membros, concedeu ao Acadêmico Marcos Vinicios
Vilaça a Ordem do Mérito Literário.
A
ABL Comemora seu 113.º Aniversário e
Entrega os Prêmios Literários de 2010
Julho de 2010
Academia Brasileira de Letras fez a entrega dos prêmios literários de
2010 na sessão comemorativa de seus 113 anos, no dia 20 de julho,
às 17h, no Petit Trianon. O “Prêmio Machado de Assis”, o mais importante da Academia, foi entregue ao escritor paraense Benedito Nunes.
A
207
MARCOS VINICIOS VILAÇA
OS PRÊMIOS
Prêmio Machado de Assis (conjunto de obra): Benedito Nunes
Ficção: Rodrigo Lacerda, por Outra Vida.
Poesia: Ronaldo Costa Fernandes – A Máquina das Mãos.
Ensaio, Crítica e História Literária: Luís Costa Lima – O Controle do Imaginário
& a Afirmação d o Romance
Literatura Infantojuvenil: Angela Lago, por Marginal à Esquerda.
Tradução: Milton Lins, pelo conjunto de obras traduzidas.
História e Ciências Sociais: Francisco Vidal Luna, Iraci del Nero e Herbert S.
Klein, por Escravismo em São Paulo e Minas Gerais
Cinema: Susana Amaral, por Hotel Atlântico.
Prêmio José Ermírio de Morais: Walnice Nogueira Galvão, por Euclidiano –
Ensaios sobre Euclides da Cunha
Acadêmico Lêdo Ivo e Ronaldo Costa Fernandes.
208
MEDALHAS, PRÊMIOS E HOMENAGENS
IAHGP Aprova Voto de Louvor
ao Presidente da ABL, Marcos
Vinicios Vilaça
Outubro de 2010
Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco
(IAHGP) aprovou voto de louvor ao Presidente da ABL, Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, pelo empenho em instituir convênio entre a
Academia e a Fundação Biblioteca Nacional, com o objetivo de microfilmar e digitalizar todos os manuscritos existentes sobre Pernambuco, evitando a concentração do acervo no Rio de Janeiro.
O
Presidente Marcos Vilaça Recebe a
Medalha de Ouro Antônio Olinto
Outubro de 2010
União Brasileira de Escritores homenageou, dia 22 de outubro, o
Acadêmico e Presidente da ABL, Marcos Vilaça, outorgando-lhe a
Medalha de Ouro Antônio Olinto.
A
209
MARCOS VINICIOS VILAÇA
ABL Confere Medalha “Joaquim
Nabuco” ao Secretário José Mariano
Beltrame
Dezembro 2010
Academia Brasileira de Letras conferiu, no dia 29 de dezembro, ao
Secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano
Beltrame, a Medalha “Joaquim Nabuco”, honraria acadêmica que se destina e homenagear personalidades e instituições que se destaquem por relevantes serviços à cultura nacional e a projetos de recuperação social.
O Presidente Marcos Vinicios Vilaça afirmou que “a Academia tem
todo interesse em incentivar uma obra cujos resultados já são altamente
positivos. Joaquim Nabuco dedicou grande parte de sua vida ao cuidado
com os excluídos. O trabalho das UPPs vai bem nessa linha, e queremos
exaltar a iniciativa, homenageando com esta Medalha uma obra que tem
no Secretário Beltrame o seu principal executor".
A Medalha foi entregue logo depois de encerrado o recesso da Academia.
A
210
MEDALHAS, PRÊMIOS E HOMENAGENS
Marcos Vilaça, Presidente da ABL,
Recebe a Medalha Cultural
E. D’Almeida Vítor
Fevereiro 2011
Acadêmico e Presidente da Academia Brasileira de Letras, Marcos
Vinicios Vilaça, foi condecorado com a medalha cultural E.
D’Almeida Vítor, o mais alto título da Academia de Letras de Brasília.
Segundo o Presidente da instituição, José Carlos Gentili, a concessão
da medalha é o reconhecimento formal da Academia quanto ao papel relevante que Marcos Vilaça tem desempenhado para o desenvolvimento
da cultura e das letras brasileiras.
A escolha, unânime entre os membros da diretoria da entidade, deu-se
no último dia 2 de fevereiro.
Uma comissão de Acadêmicos veio especialmente realizar a entrega
da Medalha E. D’Almeida Vítor (um dos fundadores da Academia de
Letras de Brasília) ao Presidente da ABL, em data ainda a ser definida.
O
211
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Acadêmicos Recebem Homenagem
na Universidade de Sorbonne e na
Embaixada Brasileira em Paris
Março de 2011
s escritores e Acadêmicos Ana Maria Machado, Secretária-Geral da
ABL, e João Ubaldo Ribeiro, convidados pela Universidade de Sorbonne e pelo Centre de Recherches sur les Pays Lusophones, foram homenageados
nos auditórios das unidades de Paris III e Paris IV, nos dias 21 e 18 de
março, respectivamente, onde também fizeram conferências para alunos,
doutorandos e professores. Na oportunidade, também foram lidos trechos de suas obras. Ainda no dia 21, os Acadêmicos participaram de um
almoço na residência do Embaixador do Brasil em Paris, José Maurício
O
212
MEDALHAS, PRÊMIOS E HOMENAGENS
Bustani, para o qual foram convidados os professores da Universidade
Francesa.
O Sócio Correspondente da ABL Didier Lamaison, juntamente com
os alunos e doutorandos, fez uma leitura de diversos trechos das obras
dos dois escritores brasileiros, em francês e em português.
A Acadêmica Ana Maria Machado participou ainda de uma conversa
com Claudia Poncioni, além dos pesquisadores de sua obra e estudantes
de licenciatura em Português. O mesmo aconteceu com Acadêmico João
Ubaldo Ribeiro, que esteve com Rita Godet, autora do livro Construções
Identitárias na Obra de João Ubaldo Ribeiro, considerado uma das mais completas reflexões publicadas sobre a obra do escritor baiano.
Novo Membro do Conselho
Editorial da Babel
Março de 2011
Presidente Marcos Vinicios Vilaça é o novo membro do Conselho
Editorial brasileiro da BABEL Editora. A sessão de apresentação pública da BABEL, no Brasil, realizou-se às 20h do dia 14 de março, no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.
O
213
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Cineasta Paulo Cesar Saraceni é
Homenageado na Abertura do “Cinema
na Academia – Série Música de Filme”
Abril de 2011
Academia Brasileira de Letras abriu sua programação do “Cinema
na Academia – Série música de filme” com uma homenagem ao
cineasta Paulo Cesar Saraceni, que agraciará os convidados com sua
presença.
A programação começou com exibição do filme “Porto das Caixas”,
de 1962, com roteiro baseado em histórias originais de Lucio Cardoso e
trilha sonora do compositor Tom Jobim, composta de arranjos sobre o
tema “Derradeira Primavera” e “Valsa do Porto das Caixas”.
A
214
MEDALHAS, PRÊMIOS E HOMENAGENS
Acadêmico e Presidente Marcos
Vilaça é Convidado para a Mesa de
Abertura do “Prêmio SESC de
Literatura 2010”
Julho de 2011
Academia Brasileira de Letras promoveu a solenidade de premiação
aos vencedores do “Prêmio SESC de Literatura 2010”, com a participação especial do Acadêmico e Presidente da ABL Marcos Vilaça,
compondo a mesa de abertura.
Segundo os organizadores do evento, a receptividade e o apoio da
ABL ao Prêmio desde seu lançamento constituem suporte fundamental
ao êxito e à credibilidade do projeto, que já é reconhecido como um dos
principais concursos para escritores inéditos no Brasil.
A
215
MARCOS VINICIOS VILAÇA
No dia da premiação, foram lançadas, pela editora Record, as obras
vencedoras do “Prêmio SESC 2010”: Habeas Asas, Sertão do Céu!, de Arthur
Martins Cecim (Pará), na categoria romance e Contos de Mentira, de Luisa
Geisler (Rio Grande do Sul), na categoria conto.
ABL Comemora 114 Anos e
Entrega seus Prêmios Literários
aos Vencedores de 2011
Julho de 2011
Academia Brasileira de Letras realizou a comemoração dos seus 114
anos de fundação e fez a entrega dos prêmios literários de 2011
(obras publicadas em 2010).
O vencedor do “Prêmio Machado de Assis” (conjunto da obra), a
mais importante premiação literária brasileira, concedida desde 1941, é
o historiador, pesquisador e professor Carlos Guilherme Motta.
“A entrega do Prêmio Machado de Assis a um historiador, pesquisador e professor tem um significado amplo. A Carlos Guilherme
Motta se deve, por exemplo, em seu desempenho no Brasil e no
exterior, percuciente revisão e interpretação da História do Brasil,
singularizadas por enfoques inéditos da construção da nossa nacionalidade. Ao longo de quarenta anos de atividade acadêmica, percorre
criticamente os rumos da sociedade, com olhar diferenciado e agudo”, afirmou o Presidente da ABL, Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, quando da seleção dos vencedores.
A
216
MEDALHAS, PRÊMIOS E HOMENAGENS
OS PRÊMIOS
Prêmio Machado de Assis (conjunto de obra): Carlos Guilherme Motta.
Poesia: Salgado Maranhão, A Cor da Palavra.
Ficção: Elvira Vigna, Nada a Dizer.
Ensaio, Crítica e História Literária: Ronaldes de Melo Souza, Ensaios de Poética
e Hermenêutica.
Literatura Infantojuvenil: Ferreira Gullar, Zoologia Bizarra.
Tradução: Sérgio Flaksmann, O Amante de Lady Chatterley.
História e Ciências Sociais: Maurício de Almeida Abreu, Geografia Histórica do
Rio de Janeiro.
Cinema: Esmir Filho e Ismael Canappele com o filme “Os famosos e os
duendes da morte”.
Prêmio José Ermírio de Morais: Ivan Teixeira, por O Altar & o Trono: Dinâmica
do Poder em O Alienista.
Os ganhadores Salgado Maranhão e Ferreira Gullar.
217
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Presidente da ABL Será
Homenageado na Feira Literária
Internacional de Pernambuco
Novembro de 2011
Acadêmico e Presidente da ABL, Marcos Vinicios Vilaça, foi laureado na sétima edição da Fliporto (Feira Literária Internacional de
Pernambuco) que acontecerá em Olinda – PE.
O tema da feira “Uma Viagem ao Oriente” – homenageou Gilberto
Freyre, autor de obras como Sobrados e Mucambos e China Tropical, nos quais
representou seu pioneirismo de ver a matriz oriental do Brasil. O trabalho será uma viagem no tempo, na geografia e nos diálogos culturais.
O
Medalha do Mérito Cultural
Novembro de 2011
Academia, representada pelo Presidente Marcos Vinicios Vilaça , recebeu as insígnias da Medalha do Mérito Cultural, outorgada pelo
Governo Federal. A solenidade de ontem, dia 9, teve lugar no Teatro de
Santa Izabel, no Recife.
A
218
MEDALHAS, PRÊMIOS E HOMENAGENS
ABL confere “Medalha João Ribeiro”
ao Sr. Domício Coutinho
Novembro de 2011
Academia Brasileira de Letras distinguiu o Sr. Domício Coutinho
com a “Medalha João Ribeiro”, em justiça e em reconhecimento pelos inestimáveis serviços que, com dedicação e trabalho, vem prestando à
cultura brasileira.
A
ABL Recebeu o Diploma do Registro
Nacional MOWBrasil pelo Arquivo
Roquette Pinto
Dezembro de 2011
Academia Brasileira de Letras receberá o Diploma do Registro Nacional MOWBrasil, pelo do Arquivo Roquette Pinto, que foi um
dos nomeados no Registro Nacional da UNESCO.
Com essa outorga, a ABL se posiciona no panorama arquivístico e
cultural como detentora da memória do país, assim como Fundação Casa
Rui Barbosa, Biblioteca Nacional, entre outras grandes instituições
nacionais.
A
219
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Acadêmico Marcos Vilaça Recebe
Honra Máxima do PEN Clube do
Brasil
Dezembro de 2011
Acadêmico e Presidente Marcos Vilaça foi outorgado com o título
de Grande Benfeitor, máximo galardão concedido a quem tenha
prestado serviços relevantes ao PEN CLUBE do Brasil.
De acordo com a Diretoria do PEN Clube, o acadêmico foi escolhido
por unanimidade em reunião ordinária realizada no dia 30 de novembro.
O
220
EXPOSIÇÕES
EXPOSIÇÕES
mbora seja uma Academia de Letras, nossa Casa prima pelo diálogo
incessante com outras artes. Além do cinema, da música e do teatro,
cedemos espaço às artes plásticas, sempre muito bem representadas nas
exposições alocadas na Galeria Manuel Bandeira. Além disso, no bojo do
culto à memória, realizamos, no 1.º andar do Centro Cultural Brasil, exposições periódicas para homenagear nossos confrades.
E
223
MARCOS VINICIOS VILAÇA
ABL Abre Exposição “Encontros
com Nabuco” como Parte das
Homenagens pelo Centenário de
Morte do Diplomata Brasileiro
Maio de 2010
Academia Brasileira de Letras inaugurou no dia 13 de maio, a exposição “Encontros com Nabuco”, como parte das comemorações do
centenário de morte de Nabuco. Sob coordenação geral do Presidente da
ABL, Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, a mostra esteve aberta ao público, sem limite de idade e com entrada franca, no primeiro andar do
Centro Cultural da ABL.
A
224
EXPOSIÇÕES
ABL Inaugura Exposição
de Luiz Ventura
Maio de 2010
Academia Brasileira de Letras convidou o público em geral, para a
inauguração da exposição “Realismo caboclo de Luiz Ventura, da
chegada dos portugueses ao Brasil... aos dias de hoje”, realizada no dia 21
de maio, na Galeria Manuel Bandeira.
A
225
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Exposição Sobre Rachel de
Queiroz é Inaugurada na ABL
Agosto de 2010
Academia Brasileira de Letras, na figura de seu presidente, convidou
para a inauguração da exposição “Rachel de Queiroz – atravessando
o século”, que foi realizada no dia 31 de agosto, no Centro Cultural da
ABL, no 1.º andar. Na ocasião, o Presidente proferiu este discurso.
A
Rachel de Queiroz – Atravessando o século
Há apenas seis anos esta Casa se despedia de um de seus mais notáveis
membros, Rachel de Queiroz, primeira acadêmica a honrar a instituição
com a sua presença, dando origem a uma sucessão de escritoras que muito nos orgulha. Agora, jubilosamente, nos cumpre comemorar o centenário do nascimento dessa presença clássica da nossa literatura, tão lida e
amada em todo o Brasil.
Ao seu lado, a Academia Brasileira de Letras abrigou outros dos maiores nomes do Romance de 30 ou do regionalismo nordestino do século
XX, como José Américo de Almeida, José Lins do Rego e Jorge Amado,
todos responsáveis por um aprofundamento da visão do povo brasileiro
sobre si próprio, de uma autoconsciência nacional não excludente, inaugurada de forma genial por Euclides da Cunha em Os Sertões.
Através de uma criteriosa recolha de primeiras edições, manuscritos,
imagens, documentos, o público reconstituirá a presença viva da autora
de O Quinze e do Memorial de Maria Moura, nossa saudosa Rachel, grande
artista, grande brasileira.
226
EXPOSIÇÕES
227
MARCOS VINICIOS VILAÇA
ABL Inaugura Exposição em
Homenagem a Vinicius de Moraes
Outubro de 2010
Academia Brasileira de Letras convidou para a abertura da exposição
sobre Vinicius de Moraes, uma homenagem póstuma ao grande poeta, promovido a Embaixador do Brasil. O evento aconteceu no dia 28 de
outubro, às 18h 30min, no térreo do Centro Cultural da ABL. Esteve
presente o Secretário Geral do MRE, embaixador Antonio Patriota.
A
228
EXPOSIÇÕES
Exposição “Aquarelas do Rio”
Janeiro de 2011
Academia Brasileira de Letras inaugurou em 24 de janeiro, às 19h, na
Galeria Manuel Bandeira, a primeira exposição do ano de 2011, intitulada “Aquarelas do Rio”. A exibição do artista J. David conta com 31 obras
que mostram, sob sua ótica e traços, variadas belezas do Rio de Janeiro.
O artista expõe aquarelas tais como a fachada da Academia Brasileira
de Letras, um coreto e banda, no subúrbio do Rio, o Museu Imperial de
Petrópolis, entre outras.
A
229
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Exposição “Meu mundo”,
de Acia Stern
Março de 2011
Academia Brasileira de Letras inaugurou no dia 31 de março, às 19h,
na Galeria Manuel Bandeira, a exposição de desenhos e pinturas a
óleo “Meu mundo”, da artista plástica Acia Stern.
A
230
EXPOSIÇÕES
Exposição “Dinah, Caríssima
Dinah”
Maio de 2011
Academia Brasileira de Letras inaugurou no dia 3 de maio, a exposição
“Dinah, Caríssima Dinah” como parte das comemorações pelo centenário de nascimento da Acadêmica, que completaria 100 anos de vida no dia 9
de novembro deste ano. Na ocasião, o Presidente proferiu este discurso.
A
Dinah, Caríssima Dinah
Dinah Silveira de Queiroz, uma das maiores escritoras de nossa literatura, foi
a segunda mulher a honrar a Academia Brasileira de Letras com a sua presença,
embora tão pouco tempo, infelizmente, tenha convivido com os seus pares. Ha-
231
MARCOS VINICIOS VILAÇA
vendo lutado, durante os anos de 1970, pela revisão de um estatuto cujo arcaísmo já saltava aos olhos, veio se unir, nesta Casa, à Rachel de Queiroz, prima de
seu primeiro marido, o advogado e bibliófilo Narcélio de Queiroz.
Próximas pela geração, pelo talento e pela arte, próximas continuam
em nossa memória, admiração e afeto, pois, neste mesmo espaço que recebeu, até o final de 2010, a exposição “Rachel de Queiroz, atravessando
o século”, agora comemoramos os cem anos de nascimento da grande autora de Floradas na Serra com a exposição de “Dinah, caríssima Dinah”,
com a curadoria, tal como a anterior, do poeta Alexei Bueno.
Esperamos que essa minuciosa rememoração de sua obra e sua vida reavive nos leitores brasileiros o interesse por essa fabuladora inata, admirável e múltipla contadora de histórias, notável artista e notável brasileira.
232
EXPOSIÇÕES
Exposição “José Guilherme Merquior
– Crítico de Ideias e de Formas”
Julho de 2011
Academia Brasileira de Letras realizou a exposição “José Guilherme
Merquior – Crítico de ideias e de formas”, uma homenagem ao acadêmico e diplomata pelos seus 70 anos de nascimento. Sob a curadoria
de José Mario Pereira, a exposição esteve aberta ao público de segunda a
sexta-feira, das 10h às 18h, até o dia 31 de agosto, no Centro Cultural da
ABL, no 1.o andar. Na ocasião, o Presidente proferiu este discurso.
A
José Guilherme Merquior –
Crítico de Ideias e de Formas
Era um homem atento e apreciador do dia a dia da vida política, não
da grande reflexão das teorias políticas, mas do curso aparentemente menor da infantaria, do combate corpo a corpo que se tem na vida pública e
na militância partidária. Conversávamos frequentemente pelo telefone e
toda aquela energia, toda aquela sabedoria, toda aquela força de provocação que brotava dos seus pensamentos, das suas análises, me enriqueciam
verdadeiramente, e, muitas vezes, terminado o telefonema, me perguntava: Como é que ele está tão distante e sabe tão bem as coisas que estão
aqui muito mais próximas de nós? Pelo seu talento, pela sua visão do
mundo. Esse gosto pela política era um ponto a mais que nos aproximava, além daquele de louvar a pernambucanidade e de ser um defensor da
obra de Gilberto Freyre, o que para mim é uma coisa que me emociona.
Guardo dele umas das mais belas lições de crítica literária. Foi quando ele, a meu convite, fez, na escadaria da Biblioteca Nacional, um dis233
MARCOS VINICIOS VILAÇA
curso de saudação aos 80 anos de Carlos Drummond de Andrade. Ouvi
então a segurança da sua palavra, palavras repassadas da melhor ética e
palavras construídas na melhor estética, um discurso inesquecível, que
começou com uma dúvida. Na hora marcada para a solenidade, Merquior volta-se para mim e diz: “Vilaça, Drummond não vem.” E eu: “Virá,
tenho certeza que virá”. Tínhamos feito um trabalho sutil para que ele
comparecesse. Aquela dúvida de Merquior e minha, e de todos que lá estavam, se verdadeiramente Drummond compareceria, porque foi a primeira vez que ele foi a um ato daquela envergadura em sua homenagem,
daquela dúvida saiu o discurso de Merquior, feito de improviso, sem leitura, preparado naturalmente, porque ele era um homem responsável,
muito responsável, saiu a partir daquela dúvida a mais bela lição de
crítica literária que já ouvi e que tenho ainda escorrendo nos meus
ouvidos pela vida inteira.
234
EXPOSIÇÕES
Exposição “Malá Strana – Vestígios
da Praga de Jan Neruda”
Maio de 2011
Academia Brasileira de Letras inaugurou no dia 5 de maio, na Galeria
Manuel Bandeira, a exposição “Malá Strana – Vestígios da Praga de
Jan Neruda”.
A
235
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Exposição “Terra Adentro Mar
Afora”, de Leonardo Alencar
Junho de 2011
xposição de pinturas, desenhos e xilogravuras foi inaugurada na ABL.
A Academia Brasileira de Letras abrigou de 16 de junho a 15 de julho,
na Galeria Manuel Bandeira, a exposição de pinturas, desenhos e xilogravuras intitulada “Terra Adentro Mar Afora (51 anos de arte de Leonardo Alencar)”, do artista Leonardo Alencar.
A vernissage foi realizada no dia 16 de junho, às 18h 30min, na Galeria Manuel Bandeira, com o lançamento de livro sobre o artista.
A exposição tem a curadoria de Alexei Bueno, produção de Cida
Alencar e foto de Márcio Garcez.
E
236
EXPOSIÇÕES
Exposição “Paris em Preto
e Branco”
Agosto de 2011
Academia Brasileira de Letras expôs até o dia 12 de agosto a exposição fotográfica “Paris em preto e branco”, de Cris Queiroz, aberta ao
público de segunda a sexta-feira, das 10 às 18h. Sob a curadoria de Alexei
Bueno, a exposição foi disposta na Galeria Manuel Bandeira.
A
237
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Exposição “Percurso – Retratos
de Julio Piroh”
Setembro de 2011
Academia Brasileira de Letras abrigou na Galeria Manuel Bandeira a
exposição “Percurso – Retratos de Julio Piroh”. Sob a curadoria de
Alexei Bueno, a mostra esteve aberta ao público de segunda a sexta-feira,
das 10h às 18h, até o dia 16 de setembro.
A
238
EXPOSIÇÕES
Exposição “Mauro Mota – 100 Anos
de Nascimento”
Setembro de 2011
Academia Brasileira de Letras realizou a exposição “Mauro Mota –
Presença poética do Recife / 1911-2011 – 100 anos de nascimento”. A mostra encerra as mostras relativas às efemérides deste ano e apresenta textos, poemas, livros, objetos pessoais e fotografias do homenageado. Sob a curadoria de Alexei Bueno, a exposição ficou aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, até 28 de outubro, com entrada franca, no Centro Cultural da ABL – 1.º andar. Na ocasião, o Presidente proferiu este discurso.
A
Mauro Mota: Presença Poética do Recife –
1911-2011
NO CENTENÁRIO DE MAURO MOTA
Após as notáveis exposições comemorativas do centenário de nascimento de Dinah Silveira de Queiroz e dos setenta anos de José Guilherme Merquior, a Academia Brasileira de Letras encerra as mostras relativas às efemérides de 2011 com “Mauro Mota: presença poética do Recife”, comemorando o centenário de nascimento desse grande poeta
brasileiro.
Em meio à admirável riqueza da poesia pernambucana do século passado, o século de Manuel Bandeira, de Olegário Mariano, de Adelmar Tavares, de Ascenso Ferreira, de João Cabral de Melo Neto, de Joaquim Cardoso, de Carlos Pena Filho, Mauro Mota é figura central, sem jamais esquecermos a sua notabilíssima obra no campo dos estudos nordestinos.
239
MARCOS VINICIOS VILAÇA
É com alegria, unida à saudade, que através dos textos, poemas, livros,
objetos e fotografias aqui reunidos evocamos o maravilhoso lírico que,
durante quatorze anos, enriqueceu esta Casa com sua presença, o que
continua a fazer – e continuará –, já sem os limites do tempo, desde a sua
partida.
240
EXPOSIÇÕES
Exposição de Fernando Pacheco
Outubro de 2011
“Palavras sem língua” – A Galeria Manuel Bandeira abrigou em outubro exposição de Fernando Pacheco. Na ocasião, foi lançado o livro sobre Fernando Pacheco, O Papel do Artista.
241
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Exposição Cleitson Feitosa
Novembro de 2011
Academia Brasileira de Letras promoveu a inauguração da exposição
“A Arte dos EstanD’Artes, máscaras e pinturas”, de Cleitson Feitosa.
Sob a curadoria de Alexei Bueno e coordenação de Nicole Nicolas Feitosa, a abertura da exposição aconteceu no dia 25 de novembro na Galeria Manuel Bandeira.
A
242
APOSIÇÃO DE
RETRATO
APOSIÇÃO DE RETRATO
lém das Sessões da Saudade, a memória dos acadêmicos ainda foi reverenciada numa série de efemérides – como aquelas dedicadas a
Afrânio Coutinho, Joaquim Nabuco, Rachel de Queiroz, Raimundo
Correia, José Guilherme Merquior, Mauro Mota dentre outros – ou na
aposição de retratos (Acadêmicos Alceu Amoroso Lima e Odylo Costa,
filho) e de bustos, deferência que também homenageia personalidades
importantes do meio extra-acadêmico, como, por exemplo, o Diplomata
Alexandre Gusmão. Imbuída do mesmo espírito, procede-se à aposição
de retratos que preiteiam personalidades ilustres da cultura brasileira.
A
245
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Aposição do Retrato do Acadêmico
Odylo Costa, filho
ealizou-se no dia 06 de maio de 2010, às 15 horas, na Biblioteca
Acadêmica Lúcio de Mendonça, a cerimônia de aposição do retrato
do Acadêmico Odylo Costa, filho. O orador da Solenidade foi o Acadêmico Ivan Junqueira.
R
246
APOSIÇÃO DE RETRATO
Aposição do Retrato do Acadêmico
Alceu Amoroso Lima
ealizou-se no dia 20 de maio de 2010, às 15 horas, na Biblioteca
Acadêmica Lúcio de Mendonça, a cerimônia de aposição do retrato
do Acadêmico Alceu Amoroso Lima. O orador da Solenidade foi o Acadêmico Candido Mendes de Almeida.
R
247
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Aposição do Retrato do Acadêmico
Cícero Sandroni
ABL realizou solenidade de aposição do retrato do Acadêmico Cícero Sandroni.
A Academia Brasileira de Letras realizou no dia 24 de maio de 2011
às 16h, a solenidade de aposição do retrato do Acadêmico Cícero Sandroni, na Galeria dos Presidentes. O Acadêmico Ivan Junqueira foi o
orador.
A
248
ABL NA WEB
ABL NA WEB
a internet, a Academia Brasileira de Letras lançou no dia 28 de janeiro de 2010, no Portal da ABL, belamente remodelado em 2011,
– onde, aliás, o visitante pode tirar dúvidas por meio do serviço ABL responde –, a versão digital da 5.ª Edição do VOLP, o Vocabulário Ortográfico na Língua Portuguesa, que se pauta pelas regras do Novo Acordo
Ortográfico, além de novos vocábulos da língua portuguesa. Ademais, a
ABL marca presença no Twitter, no Facebook e no Orkut.
Não menos importante, merece nota a criação Site do Acadêmico
Marcos Vinicios Vilaça (www.marcosvilaca.com.br), que, além de ratificar a preocupação modernizadora de nosso Presidente, franqueia ao público a oportunidade de conhecer sua vida e sua obra através da biblioteca interativa, dos 76 artigos dispostos, das 340 horas de vídeos, mais de
330 fotografias de sua infância, trabalho, vida e pessoas próximas, entre
outras. Dentre as muitas alegrias e os incontavéis compromissos, o convite para integrar a Comissão de Honra da Associação de Imprensa de
Pernambuco (AIP) certamente representou uma das maiores glórias para
o acadêmico em 2011.
N
251
MARCOS VINICIOS VILAÇA
ABL lança o Site Joaquim Nabuco
como Parte das Comemorações pelo
seu Centenário de Morte
omo parte das comemorações do centenário de morte de Joaquim
Nabuco, a ABL lançou no dia 28 de janeiro, às 17h, o Site Joaquim
Nabuco, para melhor representar a importância do líder abolicionista
para a cultura brasileira, dando acesso à sua produção acadêmica, às imagens de Nabuco e sua família, assim como à postagem de notícias e de
toda programação cultural dos eventos realizados pela Academia.
O Site www.joaquimnabuco.org.br minuciosamente elaborado, possui recursos que facilitam a pesquisa dos consulentes, como obras e fo-
C
252
ABL NA WEB
tografias digitalizadas, acesso às páginas externas que complementam
sua história, além de uma interface dinâmica, com mecanismos que
proporcionam interatividade na navegação.
Em breve, o Site Joaquim Nabuco disponibilizará vídeos com depoimentos dos acadêmicos, familiares e especialistas, como também a linha
do tempo interativa, uma forma fácil e prática de saber sobre os grandes
feitos de Nabuco.
Selo Comemorativo criado pela
Academia Brasileira de Letras para
suas Comunicações e Publicações
253
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Portal da ABL Lança Nova Versão
Digital do VOLP
Academia Brasileira de Letras, presidida pelo Acadêmico Marcos
Vinicios Vilaça, lançou no dia 28 de janeiro de 2010, no Portal da
ABL, a versão digital da 5.ª Edição do VOLP, o Vocabulário Ortográfico na
Língua Portuguesa.
A nova versão digital do VOLP conta com a inclusão das regras do
Novo Acordo Ortográfico, além de novos vocábulos da língua portuguesa.
A
ABL Lança Novo Concurso Cultural:
“Conte o Conto sem Aumentar um
Ponto”
evido a grande repercussão do concurso de Microcontos do Twitter
da ABL (Abletras), a Academia Brasileira de Letras lançou no dia 20
de julho, dia do seu aniversário de 113 anos, um novo concurso cultural
intitulado “Conte o conto sem aumentar um ponto”, baseado na obra “A
Cartomante”, de Machado de Assis.
D
254
ABL NA WEB
ABL Interage na Rede. Depois do
Twitter, Estamos Também no Orkut
e no Facebook
pós a grande repercussão do Twitter Abletras, a Academia Brasileira
de Letras lançou o Orkut e o Facebook da ABL, o que proporcionou
uma maior integração da instituição com as redes sociais.
A
Twitter Abletras
http://twitter.com/abletras
Orkut
www.tiny.cc/OrkutABL
Facebook
http://www.facebook.com/academia.org.br
255
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Academia Brasileira de Letras
Lança Novo Portal
Academia Brasileira de Letras acaba de lançar seu novo Portal. Com
uma atraente estrutura, o Portal visa a atender com mais eficiência às
necessidades de divulgação das atividades culturais da instituição.
Uma das principais mudanças foi na página principal. O Portal passou de cinco espaços para dez áreas dedicadas às notícias, mais a sessão
especial dos Acadêmicos, o “Boletim”. O destaque principal tornou-se
rotativo, dando mais interatividade ao Portal.
O novo Portal dispõe, agora, de uma galeria de imagens, que registrará
várias atividades realizadas pela ABL, além de uma biblioteca virtual e a
galeria dos ex-presidentes.
O visitante poderá observar que, ao navegar nas páginas do novo Portal, ele fará uma visita virtual pelos ambientes da Academia Brasileira de
Letras, pois a cada atualização, uma nova imagem da ABL será gerada
aleatoriamente.
A Academia Brasileira de Letras agradece a todos pelas visitas em seu
Portal, pelos eventos assistidos ao vivo, pelos vários acessos, e espera que
a aceitação no novo Portal seja positiva, pois esse trabalho foi elaborado
com muita dedicação e cautela para você, nosso visitante.
A
256
ABL NA WEB
257
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Academia Brasileira de Letras Lança
o “Sorteio Cultural da ABL”
Academia Brasileira de Letras lançou o “Sorteio Cultural da ABL”,
um sorteio via preenchimento de formulário no portal da ABL que
contemplou os participantes com livros da instituição. Os premiados foram sorteados através da posição do formulário recebido pelo e-mail [email protected]. Ao todo, foram sorteados dez livros.
Receberam prêmios os e-mails de números 100 (cem), 200 (duzentos), 300 (trezentos), 400 (quatrocentos), 500 (quinhentos), 600 (seiscentos), 700 (setecentos), 800 (oitocentos), 900 (novecentos) e 1.000
(mil). O participante só pôde preencher 1 (um) formulário, no qual informou nome completo, telefone, e-mail e endereço.
Foram sorteados o Dicionário Escolar da Academia Brasileira de Letras e
o Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa, de autoria de Rocha Pombo,
sendo 5 (cinco) unidades de cada.
A
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ABL NA WEB
Acadêmico Marcos Vilaça e sua
Presença na Internet
Acadêmico e Presidente da Academia Brasileira de Letras, Marcos
Vilaça, está interagindo na rede on-line. Após o lançamento de seu
site, Vilaça também criou uma página oficial na rede social Facebook, uma
comunidade do Orkut e se tornou adepto do Twitter.
O
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
A gestão de Marcos Vilaça na ABL, na qual preside e esteve à frente
da presidência também nos anos de 2006, 2007 e 2010, mostrou que o
Acadêmico se interessa pela adesão às novas tecnologias da informação e
conseguiu que isso fosse implantado na instituição, através do lançamento do Twitter na ABL; da distribuição de e-books entre os acadêmicos; do
sistema de E-mail Marketing, que contribui com a divulgação dos eventos
que a Casa promove via correio eletrônico; e do lançamento do site Joaquim Nabuco, em homenagem ao ano do grande abolicionista e diplomata brasileiro.
Agora, Vilaça quer estar mais próximo dos internautas e manter essa
interação mais constante. Com o site www.marcosvilaca.com.br, as pessoas poderão conhecer sua vida e sua obra através da biblioteca interativa,
dos 76 artigos dispostos, das 340 horas de vídeos, mais de 330 fotografias de sua infância, trabalho, vida e pessoas próximas, entre outras. Além
disso, conta com uma seção especial dedicada ao seu filho Marcantonio
Vilaça, falecido em 2000. E pelos seus perfis oficiais no Facebook e do
Twitter e sua comunidade no Orkut, os admiradores poderão intensificar
essa proximidade com o escritor de Coronel, Coronéis.
260
ARTIGOS
2010-2011
ARTIGOS 2010-2011
m respeito ao princípio do diálogo e da comunicabilidade, que sempre pautou a atual presidência, o Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça
contribuiu, neste biênio, em diversas publicações externas à Academia:
jornais, revistas, periódicos, livros etc., demonstrando sua versatilidade
intelectual e seu empenho em ampliar sem vulgarizar a participação da
Academia na esfera cultural do país.
E
263
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Cinco Perguntas para Marcos Vilaça
Twitter da ABL, 17/12/2009
novo Presidente da Academia Brasileira de Letras Marcos Vinicios
Vilaça citou em seu discurso de posse a importância de atualizar-se
em meio à tecnologia e os meios de informação. Com esse intuito, o Acadêmico lança o Twitter da ABL. Confira a entrevista que o Presidente
concedeu a respeito desse novo meio de propagar informações.
“Se eu tuíto, tu tuítas e eles tuítam, a Academia também tuíta” – Diz
Marcos Vilaça, presidente da ABL.
O
Em sua última gestão como presidente da Casa de
Machado de Assis, o senhor focou na aproximação da ABL
com a sociedade através do uso de diversas tecnologias.
Há alguma chance disso se repetir?
Há todas as chances. A ABL não pode e não deve ficar parada no tempo.
Hoje vejo meus netos usando o Orkut, o Twitter, e vejo o quão rápida está a
comunicação, a interatividade para esses jovens. Definitivamente nós temos de entrar nesse meio.
Hoje não só pessoas usam o twitter, mas empresas testam
sua popularidade e lançam novidades. Como o senhor vê
essa integração da ABL com o twitter?
Se eu tuíto, tu tuítas e eles tuítam, a Academia também tuíta. A Justiça
Federal de Pernambuco já está nessa, sites de venda on-line já lançam
promoções exclusivas, personalidades de todos os meios já criaram uma
espécie de “linha direta” com os fãs. Faltava a ABL. Digo faltava, pois
264
ARTIGOS 2010-2011
não falta mais. A Academia precisa manter permanentemente uma linha
direta com os seus seguidores.
Os jovens passam muito tempo no que chamamos de
mídias sociais. Este é um filão em que a ABL busca entrar?
Foi como eu disse no começo: meus netos não saem do Orkut, do MSN,
do Twitter... Se é lá que a juventude está, é lá que precisamos ir. Se num
primeiro momento os moços não vêm à Academia, então a Academia
precisa ir até eles... Para muitos deles, até ser apresentada. São horas que
eles passam a fio teclando – como dizem no linguajar próprio.
A internet seria, então, considerada mais uma ferramenta
de incentivo à leitura e à produção textual?
Mas é claro! Há quem diga que é uma ferramenta que faz justamente o
contrário, que atrofia. Mas eu não vejo assim. Olhe, se uma pessoa consegue passar toda uma ideia em 140 caracteres, ela é atrofiada ou possui um
bom poder de síntese? Então pronto! Não adiantar vir com a besteira que
tudo na internet não presta. Isso é mentira! Tem muita coisa boa sim,
mas é preciso selecionar. Da mesma forma há muita coisa ruim encadernada e vendida em livrarias. É preciso ter critério.
Para concluir, podemos esperar novidades para o Portal da ABL?
Como nesse mundo on-line tudo acontece tão rápido, o Twitter da ABL já
não é mais novidade, mesmo recém lançado. Mas haverá muita coisa
nova sim. O site que estamos preparando para o Centenário de Morte de
Joaquim Nabuco é uma delas. Também já está na hora de mudarmos um
pouco a “cara” do Portal. Volta o VOLP e adicionamos mais interação
com os internautas e assim já teremos dado mais um passo adiante.
265
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Administrar uma Academia
Jornal do Commercio (RJ), 31/12/2009
dministrar é ter um olho no programa e dois olhos no propósito. A
Academia reivindica, por sua representatividade, que nada pode ser
decretado pelo governo do País no âmbito da Cultura sem que passe por
esta Casa. Dou exemplos: direito autoral é assunto que deveremos afinar;
a Internet não pode aparecer como plataforma hostil ao arrepio dos direitos do usuário; a proteção à obra não pode inibir a sua apropriada divulgação no equilíbrio do interesse econômico e do interesse público. Com
isto, digo que a base conceitual no campo dos direitos de autor não caberia mais à superada Convenção de Berna, de 1886.
Como presidente da Academia, no que toca à proteção da propriedade intelectual, manifesto solidariedade à Declaração de Hamburgo, de
junho último. Os sites poderosos devem compartilhar recursos econômicos obtidos pela publicidade divulgada em suas páginas de notícias, que
usem conteúdo produzido por empresas de comunicação. A Internet
deve respeitar a lei.
Estimamos que o autor brasileiro tenha viabilizada sua presença em bibliotecas virtuais, mas respeitada a autoria e quebrada essa quase exclusividade que parece reservada aos USA, Canadá, Reino Unido e Austrália.
A Academia entende que aos intelectuais compete lutar para que se impeça concentração de poder, com amargo sabor totalitário. Democracia não é
só o voto na urna mas, igualmente, o acesso quotidiano à justiça e à repartição dos frutos do crescimento econômico e do desenvolvimento social.
Por isso, a legitimidade do protagonismo da Academia permite, sem
coerção alguma, nossa autoridade institucional. Somos uma gente portadora de valores compartidos.
A
266
ARTIGOS 2010-2011
Neste século não há lugar para espectadores que não se sintam atores.
A Academia não senta na plateia para se ausentar do palco.
Em 2010, a UNESCO vai se dedicar ao que chamou o “Ano da aproximação das Culturas”. Nada mais aliciante. A indiferença no que toca às
diferenças culturais mata a capacidade de compreender. A diversidade é
fator de enriquecimento mútuo. Nada de amnésia. A memória alimenta a
capacidade criadora. Para a melhoria da compreensão mútua temos que
aperfeiçoar a capacidade de nos colocarmos no lugar do Outro. Essa
compreensão, esse conhecimento, põe-nos aptos a fazer da Cultura um
fator de emancipação, de descobrimento, de justiça e de coesão, ensina
mestre Guilherme d’ Oliveira Martins, grande intelectual europeu da
atualidade.
Amim Maalouf em seu Mundo sem Raízes, admirável obra deste ano, adverte para o risco de confundir a globalização com a uniformização.
No ano vindouro, “Ano das Aproximações”, teremos instigantes datas a comemorar. Entre outros registros, os centenários de Nabuco, Rachel de Queiroz, Aurélio Buarque de Holanda, Carlos Chagas, Miguel
Reale. De Tolstói, sócio correspondente. De Tancredo Neves, sócio da
Academia de Minas. De Noel Rosa, acadêmico do samba. Os octogenários Afonso Arinos, filho e José Sarney.
Comemorações que faremos, como é do estilo da Casa, sem zumbaias
e foguete de lágrima mas com reflexões sérias, intercâmbios, numa vertente de recriação.
Essas comemorações ornamentarão tudo o mais a se fazer, como ligação da Academia, com a Cultura e a Língua, a língua certa do povo, que
vem na forma gostosa de português do Brasil.
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
De Novo Presidente
Jornal do Commercio (PE), 7/1/2010
omei posse dizendo que estava com mais sonhos do que em 2005 –
para sonhar não há limites – porém, e sobretudo, com os acrescidos
calos da vida. Sonho como Bandeira: “Com que sonho? Não sei não./
Talvez com me bastar /– Ah feliz, como jamais fui”.
A volta enseja caminhar sem demasiadas surpresas. A gente conhece
melhor armadilhas e atalhos. Deus, como fez no passado, haverá de me
guiar e meus confrades não me deixarão sozinho.
Não voltei para reforçar currículo ou servir à biografia. Não faria isso.
Voltei para os fazeres do bem, dos bem-fazeres.
Não me soando bem a palavra volta, preferi servir-me de um toque arcaico que melhor pode se ajustar ao sotaque pernambucano e digo: obrigado por me darem este momento de retornança.
O tempo encontra o tempo. Outra vez na vida declaro-me pronto
para um novo depois.
Machado de Assis, novamente ele – sempre ele – distinguia continuidade de continuismo. Essa clave tinha em mente ao abrir a sessão inaugural de 1897. Breve – como se intuísse a regra do Twitter – nosso fundador
conclama os confrades do tempo e os vindouros a se manterem fiéis à tradição e à dinâmica do tempo.
Lutarei para que se ampliem os trajetos no sentido de que a Academia
seja ainda mais vista e ouvida.
Todos acompanhamos a geração que parece ter nascido com controle
remoto e mouse à mão. Basta um clique e a tela muda. É vital que nos afinemos com os moços. Examinaremos mais opções na internet, Twitter,
e-books, para habituais transeuntes nestas nossas paredes.
T
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ARTIGOS 2010-2011
A continuar aprendendo com Machado, parodiemos o conceito do
mestre: nem tudo se faz com o patrimônio dos antigos, nem tudo se faz
com os haveres do moderno, mas com os dois constrói-se o começar comum.
Cultura, realidade dinâmica, envolve movimento, tradição e criação.
Cultura é compreender, conviver com o outro, respeitar diversidades. Diversidade cultural é fator de coesão e não caminho de fragmentação.
Cultura há de ser a unidade dos momentos, o que é bem diferente de
ser mera unicidade.
Estabeleçamos aliança com o país que ainda está chegando. Sem esse
enlace, no futuro não haverá como preservar a tradição. Seremos pó. Fazer a ligação entre a tradição e a modernidade, sem concessões ao modernoso, é ato de bom senso.
O professor Luiz Otávio Cavalcanti fala de que o tempo se compõe
de duas lâminas, a que corta por fora tem a transparência das cores, a que
opera por dentro recupera pelo mergulho nos sentimentos.
A Academia aceita e convive com essas lâminas, também de antenas e
raízes. Os meus companheiros de diretoria são toreutas. A eles compete
conduzir o cinzel se o presidente não souber fazê-lo. Confio nos companheiros e apelei na oportunidade pela ajuda do plenário acadêmico.
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Nabuco, Além dos Tempos
Jornal do Commercio (RJ), 26/1/2010
s afortunadas comemorações deste ano ao redor de datas significativas em louvor de tantos nomes da Academia Brasileira de Letras,
nunca seriam, nunca serão, uma etapa de meras alegorias de adulações ou
simples anatomia de instantes.
O calendário não refletirá apenas um ajuntamento glorioso de atos
festivos. Isso diminuiria a expressão dos homenageados e a missão da
Casa. Mais que isso, é uma espécie de Kairós da Academia.
Sem memória, os afetos se perdem ao deslizar entre os dedos. A memória é necessária para sentir a relevância do tempo, medir o tempo. Sem
memória, o presente nos escapa, esvai-se, e simultaneamente, converte-se
em passado morto.
Sem passado perde-se o sonho e o homem desabita-se de pessoas e lugares. Quem perde a memória, perde a vontade. Permanece inerte, não se
situa.
Bernanos disse que Deus, ao criar os escritores, já sabia as obras que
deveriam produzir e as contas que lhes seriam cobradas, se negligentes, se
omissos.
Joaquim Nabuco não foi cobrado. Não negligenciou, não se omitiu.
Aqui estamos para reconfirmações das suas grandes obras, ideário que
se mostrou em livros, em tribunas, no comício de rua, em cátedras no estrangeiro, nas mesas de negociação internacional, no debate parlamentar,
nas páginas de jornal, no instigante e revelador epistolário, na boca do
povo, que o tratou por Quincas, “Quincas, o belo”.
Quando nesta cidade aconteceu a III Conferência Pan-Americana os
delegados estrangeiros se abismaram com a popularidade de Joaquim
A
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ARTIGOS 2010-2011
Nabuco. Gilberto Freyre escreveu que, a partir daí, Nabuco passou a ser
visto como o grande brasileiro do seu tempo e de todos os tempos. Alceu
Amoroso Lima completaria: Nabuco foi a imagem mais fulgurante do
humanismo brasileiro e a mais harmoniosa da nossa história cultural.
Nas comemorações deste ano essa visão dele como modelo certamente se imporá em definitivo na cultura dita canônica, decerto ainda um
tanto desatenta ao que Eduardo Portella chama “lógica exterminadora
do Modernismo”.
Joaquim Nabuco, como um operador da transformação social, trouxe
o povo para o combate pela liberdade. Não o contentava apenas o abolicionismo como mudança, queria a verdadeira transformação. E disse:
“acabar com a escravidão não nos basta; é preciso destruir a obra da escravidão” e implementar a “democratização do solo”. Por tudo isto, Minha Formação é o seu melhor retrato e o seu melhor momento, inclusive
como restituição do cidadão do mundo, restituição do extraviado, ao seu
chão. Ele sempre disse: “Sou cativo de Pernambuco”.
A Academia é em grande parte o contraste entre dois homens inseparáveis: Machado de Assis, o humilde que se fez aristocrata das letras, e
Nabuco, que pertencendo à hierarquia do Império, se fez humilde, para
melhor escutar os gritos de liberdade.
Atentemos para o que disse, insuspeitamente, Graça Aranha: “Na sua
vida precária, sem pouso certo, sem meios, perseguida pela ironia, atacada
pelo despeito, a Academia encontra a sua resistência moral em Machado de
Assis e Joaquim Nabuco, o par glorioso que ela pusera à sua frente, e cuja assistência justificaria diante do público a sua aparição no caos literário”.
Explica-se que a Academia registre o centenário de morte de Joaquim
Nabuco com permanente curiosidade e completa empáfia, tal como fez
em relação a Machado de Assis.
Promoveremos ciclo de conferências, reedições de algumas de suas
obras, iremos a Londres e a Washington para comemorações especiais
271
MARCOS VINICIOS VILAÇA
com a intelectualidade dessas cidades nas quais serviu como embaixador,
iremos nos curvar reverentes no Recife e em Massangana, onde ouviremos as badaladas do sino da capela de S. Mateus, o seu “muezzin íntimo” como belamente recordou Evaldo Cabral de Mello.
Tudo isso se fará, na forma tríbia, como ensinou Agostinho de Hipona a respeito do triplo presente: o presente do passado – a memória; o
presente do presente – a percepção; e o presente do futuro – a esperança.
Temos certeza, certeza acadêmica, de que os brasileiros estarão ainda
mais convencidos da sabedoria dele, recordando o que, em 1909, escreveu no Diário pessoal: “O corpo pode ser demolido, não o seja nunca o
espírito”. E juntos atentaremos para a lucidez de quem, há cem anos, enxergando da vida o claro/escuro e mesmo já com a voz a falhar, segredou
ao médico que o atendia: “Doutor, pareço estar perdendo a consciência...
Tudo, menos isso!...”
Nabuco não perdeu a consciência. Sua consciência está conosco.
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ARTIGOS 2010-2011
A Academia e os Novos Tempos
O Estado de São Paulo (SP) 6/3/2010
século XXI trouxe uma necessidade ainda maior de se ampliarem os
trajetos no sentido de que a Academia Brasileira de Letras seja mais
vista e ouvida. Há – e está bem aos nossos olhos – uma geração que parece ter nascido com controle remoto e mouse à mão. Basta um clique e a
tela muda. Portanto, é vital que nos afinemos com os moços.
Desde a adoção do alfabeto na Grécia antiga, passando pela invenção
da imprensa com os tipos móveis do Renascimento, não há nada mais revolucionário do que a chegada do digital. Até ontem, por exemplo, toda
plataforma para ler era modulada de forma passiva e indireta pela luz do
sol ou pela lâmpada. Hoje, o fundo emite luz e nós teclamos sobre seu fluxo, e o fundo sobre o qual aparecem letras e imagens é fonte de luz ativa.
Nada anula a atração de elucidar o alcance dos novos usos. E uma
Academia de Letras também está obrigada, na contemporaneidade, a refletir sobre linguagem e tecnologias, do contrário ficará como sombra, ao
perder a fonte de irradiação.
A Academia examina mais opções na internet, twitter, e-books e tudo mais
que este século nos trouxer de novo. Independentemente do kindle, mesmo que se argumente que o leitor com ele se dispõe a carregar nas mãos
3.500 livros, e mesmo que exija pouco espaço para até milhares de livros,
sabemos que não serão superados os incomparáveis prazeres táteis e cerebrais dos livros de papel. Ainda assim, claro está que, se não preenche o
imaginário da leitura literária, não nos enganemos sobre a força que o
e-book exercerá no futuro em relação ao livro didático.
Não somente por isso, mas também, e principalmente, por isso, nós
nos tornamos uma casa aberta a toda forma de cultura. Unir a literatura a
O
273
MARCOS VINICIOS VILAÇA
todas as formas de manifestação cultural, como artes plásticas, desenho,
cinema, música e teatro, entre muitas outras, mais novas ou não, é o objetivo da casa. Temos, de letras, o sentido das humanidades, não apenas o
de letras literárias.
Mais de um século separa as obras de um Degas, por exemplo, da era
digital. No entanto, em muitos museus essas obras e a computação estão
integradas em perfeita combinação artística. Especialistas temem que o
homem esteja a inaugurar uma cultura autodestrutiva – uma cultura da
incultura. É possível que haja nisso alguma razão. É também possível que
haja nisso algum exagero. Mas uma coisa é certa: nada anula a atração de
elucidar o alcance de novos usos.
O tempo presente nos põe em alerta sobre o que significam para a cultura as instantaneidades da comunicação. Diversidade cultural é fator de
coesão, e não caminho de fragmentação. Cultura há de ser, portanto, a unidade dos momentos, o que é bem diferente de ser mera unicidade. Por isso
pretendemos estabelecer de forma gradual, ininterrupta e coesa uma aliança com o País que ainda está chegando. Sem esse enlace, no futuro não haverá como preservar a tradição. Seremos pó. E as cinzas não aquecem.
A Academia reivindica, por sua representatividade, que nada pode ser
decretado no âmbito da cultura sem que passe pela nossa casa. Damos
exemplos: direito autoral é assunto que deveremos afinar, a internet não
pode aparecer como plataforma hostil ao arrepio dos direitos do usuário,
a proteção à obra não pode inibir a sua apropriada divulgação no equilíbrio do interesse econômico e do interesse público.
Este ano a Unesco se dedicará ao que denominou “Ano da Aproximação
das Culturas”. Nada mais aliciante. A indiferença no que toca às diferenças
culturais mata a capacidade de compreender. A diversidade é fator de enriquecimento mútuo. Nada de amnésia. A memória alimenta a capacidade criadora. Essa compreensão, esse conhecimento nos põem aptos a fazer da cultura um fator de emancipação, de descobrimento e de justiça.
274
ARTIGOS 2010-2011
Nós nos orgulhamos muito de que a Academia seja em grande parte o contraste dentre dois homens inseparáveis: Machado de Assis, o humilde que se
fez aristocrata das letras; e Joaquim Nabuco, que, pertencendo à hierarquia do
Império, se fez humilde, para melhor escutar os gritos de liberdade.
A Academia comemorará, como não poderia deixar de fazê-lo, o centenário de morte de Joaquim Nabuco, com permanente curiosidade e
completa empatia, tal como fez em relação a Machado de Assis. Estamos
a promover ciclo de conferências e reedição de algumas de suas obras.
Iremos a Londres e a Washington para comemorações especiais com a
intelectualidade dessas cidades, nas quais serviu como embaixador. Nabuco, como homem público, é precioso emblema de ética na política.
Como um operador da transformação social, trouxe o povo para o
combate pela liberdade. Temos certeza, certeza acadêmica, de que os
brasileiros estarão ainda mais convencidos da sabedoria dele, recordando
o que, em 1909, escreveu no Diário pessoal: “O corpo pode ser demolido, não o seja nunca o espírito.” E juntos atentaremos para a lucidez de
quem, há cem anos, enxergando da vida o claro/escuro e mesmo já com a
voz a falhar, segredou ao médico que o atendia: “Doutor, pareço estar
perdendo a consciência... Tudo, menos isso!...”
Temos certeza, também, à sombra desses dois exemplos clássicos, de
que aos intelectuais compete lutar para que se impeça concentração de
poder, com amargo sabor totalitário. Democracia não é só o voto na
urna, mas, igualmente, o acesso cotidiano à justiça e à repartição dos frutos do crescimento econômico e do desenvolvimento social. A Academia
não se senta, nem se sentará, na plateia para se ausentar do palco. Sem deixarmos de ser gente, queremos ser a Academia. Não permitiremos a atitude tribal de fechar a casa. Há muito fizemos a abertura. Sua claridade
tem de estar em movimento. Irreversivelmente.
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
A Força da Arena Acadêmica
Jornal do Commercio (RJ), 27/7/2010
gesto de premiar, que nos premia também, pois, como ensinou Nabuco, nós somos quarenta, mas não somos os quarenta. É meritório
reconhecer os valores que não são os da casa. Isto, mais que uma obrigação ética, é uma satisfação para os acadêmicos. Anotemos que entre os
premiados há valores de muitos brasis e de diferentes gerações, selecionados em votação nas comissões e no plenário, a partir de pareceres subscritos por acadêmicos. Isto, em relação ao gesto de premiar.
Já as palavras foram as do historiador de expressão internacional José
Murilo de Carvalho, por todos nós muito estimado e a quem admiramos
na excepcionalidade da sua obra feita de critério, de descobertas, de precisão, de qualidade no estilo, enfim, uma obra ao mesmo tempo marcada
pela beleza e pelo rigor da ciência. Ele foi o orador oficial.
Ao falar, desejei apenas, no cumprimento do dever presidencial, e com
as limitações da semi-invalidez, nada além disso, dizer que a festa de aniversário da Academia Brasileira de Letras não tenciona, de modo algum,
restaurar o passado para o futuro, nem é um retorno à busca duma manhã
de nevoeiro ao estilo sebastianista.
Mas não custa nada cuidar da imaginação do futuro. É o que fazemos
todos os dias, já que à academia também compete realizar destinos.
Moderna e dinâmica nos processos de se programar e de funcionar, a
Academia abrange iniciativas condizentes com essa modernidade e esse
dinamismo, mas sem perder os fundamentos da tradição que nos mantém de pé.
E tudo isto acontece ao investigarmos e operarmos a cultura. Sem cessar. Com amor e total dedicação.
O
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ARTIGOS 2010-2011
Daí porque é de se reconhecer que a nossa arena acadêmica é uma praça de cordialidade e civilização. Sempre evitamos caminhos enganosos
que podem começar largos, mas que acabam invariavelmente estreitos.
Temos razão para essa crença, inclusive no momento em que, no
mundo dito mais desenvolvido, a cultura passa a ser vista como fator estratégico, a distanciar-se da categoria do supérfluo. E há motivos para
tanto. Informações recentes dão conta de que no Reino Unido o emprego na cultura cresce 2% e só 1% no restante da economia, a riqueza gerada avança 5% contra 5% nos demais seguimentos. E esses efeitos têm
correlação vária: onde estações do metrô destinam mais espaços a artistas
pobres do que ali? Onde o Parlamento Nacional discute a ação de cambistas com igual peso que os problemas de saúde e de educação?
Rodrigo Pinto, com zelo de analista, ainda de Londres chama a atenção para o fato de que o Sunday Times tem suplementos dominicais de arte
com 80 páginas. E arremata: “Se quisermos conjugar democracia, crescimento sustentável e distribuição de riquezas (materiais e intelectuais) teremos que avançar muito em mídia, games, moda, artes cênicas, cinema,
artes plásticas, casas de espetáculo, literatura, música, galerias, museus”.
Em nosso canto modesto, ativa no seu modo de ser contemporânea, a
Academia Brasileira de Letras manifesta-se de acordo e assim o faz.
Alberto Venancio Filho, em ensaio brilhante que está escrevendo a
propósito de Nabuco e a nossa Academia, destaca no discurso de Machado de Assis assumindo a Presidência, a recomendação dele de que se
exigirá de nós compreensão pública e constância, zelo pelas funções de
estabilidade e progresso.
Nabuco ainda exigiria de todos nós senão a fé, nunca menos que a boa
fé. A perpetuidade se alcançará pela verossimilhança, por mais que inverossímil pareça o nosso papel. Afinal de contas, Nabuco esperava que
o nosso papel se densificasse ao atingirmos, pelo convívio com os mistérios, a solenidade e a antiguidade.
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Creio que os 113 anos que então registramos já explicam e justificam
o que somos, uma gente com o atormentado vício de pensar.
Quem sabe contar histórias, cria universos.
Mas, nos comigos de mim, sublinhando estímulos ao trabalho, insisto
em repetir o poeta de sempre e os navegadores portugueses do século
XV. Do primeiro, repito: naveguemos mais se vê, dos segundos repito:
há mais marés que marinheiros.
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ARTIGOS 2010-2011
Política e Academia
Diário de Pernambuco, 15/8/2010
enho acompanhando há mais de vinte anos a singular trajetória do
Fórum Nacional, obra notável do grande brasileiro que é João Paulo
dos Reis Velloso. Consolidado como espaço público dos mais relevantes
para o debate de ideias e a formulação de propostas voltadas para o crescimento, o desenvolvimento e a modernização do Brasil, tem prestado relevantes serviços ao país.
O Fórum trouxe em ato acontecido na ABL, de modo aberto e construtivo, contribuição ao próximo governo: na forma de uma proposta de
plano nacional de desenvolvimento que será apresentada aos principais
candidatos a presidente. É contribuição ao Brasil.
A Academia cede pois, de muito bom grado, suas dependências para
este Fórum Especial.
Nos últimos anos, a Academia tem discutido e debatido a questão do
desenvolvimento nacional, sobretudo no âmbito do “Seminário Brasil,
brasis”: em seus vários prismas, o econômico, o social, o político-institucional, o cultural, o ambiental.
Sou dos que pensam o mundo como um fato da cultura – cultura em
seu sentido antropológico. E vejo o desenvolvimento como processo essencialmente cultural porque produto de incontáveis intervenções humanas. Processo avesso às uniformidades e aos conformismos. Que favorece
a mudança e a diferença. Que amplia e dinamiza o vasto campo da experiência humana em sua busca incessante do mais e do melhor.
Fenômeno plural, o desenvolvimento é civilização, é cultura. Faz a
própria História. A nossa História, futuro nosso, criação coletiva, compartilhada, vivida.
V
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Pedimos aos candidatos a presidente da República e convidados que
se sentissem em casa, naquela Casa, que fossem profícuos os resultados
de mais uma iniciativa do Fórum Nacional e recordassem que acrescia ao
prazer e a honra de recebê-los, o fato de que estamos a comemorar o Ano
Joaquim Nabuco, presente a transcendência da vida e da obra de um dos
nossos fundadores.
Nabuco é uma das superioridades da vida pública do Brasil. Por isso a
sua intuição do papel da Academia foi luminosa e fecunda. Deixou claro
que não deveríamos nos ater à cultura da ilustração, para não dizer cultura puramente acadêmica.
De igual sorte, não entendeu a libertação dos escravos como ato que
desconhecesse a necessidade de inclusão social dos libertos. Joaquim Nabuco não pensou apenas na mudança do status do negro mas da transformação. Não apenas mudança, mas transformação.
Nossa Academia tem posição fundamentalmente apartidária, absolutamente apolítica, tanto no plano interno como no espaço internacional. Essa
posição, consideramo-la intocável. Mas, na lição de Silvio Romero, temos
obrigação de como uma grande artéria, acompanhar o pulsar da nação.
Em matéria de eleições já nos bastam as eleições acadêmicas, que Graça Aranha via assim, e eu repeti na tentativa de conclusão amena de nota
introdutória naquele dia: “Nada interessa tanto à vida acadêmica como
uma eleição. Parece que aqueles homens, escapos da política, mas guardando fielmente o espírito eleitoral brasileiro, desforram-se em eleger
confrades, exercendo um privilégio, quando raramente votam fora da
Academia... Na Academia, o sentimento eleitoral é o mais ativo de todos
e a Academia Brasileira, graças a seu quociente de mortos, jamais foi uma
academia morta. Os abençoados mortos deram-lhe a mais preciosa das
vidas, a vida eleitoral”.
Por fim, pedi ao Ministro João Paulo dos Reis Velloso que desse as
ordens.
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ARTIGOS 2010-2011
Iberidade
Diário de Pernambuco, 27/10/2010
ensaio é um gênero literário desde Montaigne. No Brasil o ensaísmo literário une-se ao filosófico em Tobias Barreto, patrono de
uma das Cadeiras da Academia Brasileira de Letras, e ao sociológico em
Silvio Romero, um dos seus fundadores. Vamireh Chacon, mesmo
com formação universitária de doutoramento no Brasil e na Alemanha
e pós-doutoramento nos Estados Unidos, permaneceu fiel às origens
ibéricas, em meio às influências germânicas da Escola do Recife na Faculdade de Direito de Pernambuco, e norte-americanas de Gilberto
Freyre em Apipucos. Foi Ortega y Gasset quem começou a revelar o pensamento hispânico e o alemão à geração de Eduardo Portella, Nelson
Saldanha e Vamireh Chacon, e para a anterior, a de Helio Jaguaribe e
Cândido Mendes, no Nordeste e outras partes do Brasil.
A fidelidade de Vamireh Chacon à iberidade continuou presente no
seu itinerário intelectual, como se vê em vários dos seus artigos e ensaios
resultantes de suas pesquisas principalmente em Caracas e Bogotá, entre
os quais os que escreveu sobre o poeta Natividade Saldanha e o General
Abreu e Lima, pernambucanos refugiados na Venezuela e na Colômbia,
companheiros de Simón Bolívar em suas campanhas de independência
dos países hispano-americanos. Vamireh Chacon não se esquece de sempre incluir conferências suas nas universidades de Lisboa – desde a chamada clássica à nova e à técnica – e Coimbra, Porto, Minho e Évora, ao
lado da complutense de Madrid e a de Salamanca, entre outras, principalmente da Alemanha, França, Grã-Bretanha e Estados Unidos.
Desde 1991, Vamireh Chacon participa dos colóquios do Instituto
de Filosofia Luso-Brasileira no Brasil e em Portugal, do qual é um dos
O
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
fundadores e teve em Miguel Reale sua presidência de honra. No seu livro A Grande lbéria (Convergências e Divergências de uma Tendência), Vamireh
Chacon procura aproximar as influências de Portugal e das Espanhas –
castelhana, galega, catalã e outras – no Brasil em João Cabral de Melo
Neto, Eduardo Portella, Ariano Suassuna e Nélida Piñon. Propõe até
uma aproximação prática maior entre a CPLP (Comunidade dos Países
de Língua Portuguesa), sediada em Lisboa, e a CIN (Comunidade Ibero-Americana de Nações), outro tanto em Madrid.
Em O Brasil e o Ensaio Hispano-Americano, Vamireh Chacon estuda as afinidades e aproximações, até mesmo influências recíprocas, entre escritores ensaístas brasileiros e os dos países nossos vizinhos. Assim vemos o
interesse de Joaquim Nabuco pelo Chile, em Balmaceda, Oliveira Lima em
Na Argentina e Impressões da América Espanhola, e Jorge Luis Borges quatro vezes no Brasil e muitos outros. Borges traduzido entre nós por Ivan Junqueira e Carlos Nejar. São laços profundos que nos unem, não só às culturas, extensivos a inúmeros outros. Livros de poemas de Lêdo Ivo foram
traduzidos ao castelhano no México, Peru e Espanha.
A publicação de O Brasil e o Ensaio Hispano-Americano de Vamireh Chacon situa-se no contexto das comemorações do Bicentenário da Independência da Argentina, às quais também assim se associa a Academia Brasileira de Letras.
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ARTIGOS 2010-2011
Ler e Escrever no SESC
Jornal do Commercio (RJ), 7/2/2011
enho insistido nas conversas descompromissadas com os confrades
da Academia Brasileira de Letras no quanto é difícil saber ler.
Há quem leia e não perceba, há quem leia e não se ilustre, há quem leia
sem saber para quê. Há, assim, quem leia sem ler. Apenas vê os textos.
Certa ocasião disse isto numa palestra para estudantes da Escola
SESC de Ensino Médio e arrematei que não bastava aprender a escrever
era imperioso saber ler. Concluí: só sabe escrever quem lê bem.
Agora mesmo temos a prova disso com o próprio alunado daquela
escola, aliás, no gênero a melhor do Brasil. Privilegiando a docência de
nível e a biblioteca valiosa, os alunos procuram ler, radiografando os textos. Isso resultou, como naturalmente deveria ser, em que detivessem altos índices de aprovação em exames seletivos de abrangência nacional. E
mais, notas altas em redação. Notas absolutamente diferenciadas.
O zelo com que são organizadas as pautas de leituras e a animação dedicada a discutir as obras, as escolas literárias, as inclinações estilísticas
dos autores, tudo leva a que os estudantes saibam o que estão lendo e, em
conseqüência, saibam redigir.
Meu pai, um modesto professor de ginásio no interior de Pernambuco, deu-me muita sabedoria, inclusive no que deveria ser o procedimento
a adotar com a leitura que me favorecesse aprender a escrever: “Leia Machado de Assis”. Segui indagando: “E depois?” A resposta: “Leia Machado de Assis.” Compreendi que deveria ler infinitamente Machado de
Assis. Não sei se o fiz bem, mas isto é outra história... Ora, o que aconteceu aos alunos da Escola SESC é que redigiram bem por conta do hábito
da leitura, da fruição do acervo da bem cuidada biblioteca.
T
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Esforço. Se as escolas de ensino médio se esforçassem – já que fazer
até mesmo parecido com a Escola SESC é difícil – em seguir essa trilha
de leitura, grupos de debate, apoio de biblioteca, cultivo da dissertação, a
realidade do ensino básico de português seria outra.
Os órgãos gerenciadores do ensino, no Rio, têm a obrigação de frequentar aquele estabelecimento localizado nos confins da Barra, para que
se orientem como fazer. Ir lá, enfrentar trânsito e distância, e se confrontar com uma obra exemplar que o País, não só o Rio, fica a dever ao Sistema S, no caso, ao SESC. Fará muito bem a todos.
Se navegar é preciso, ter a humildade em aprender com quem faz bem
feito, também é preciso. E o navegar, de que fala a boa tradição dos navegadores, no alto mar ou na beira da praia, é buscar aprender.
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ARTIGOS 2010-2011
Nabuco nas Ruas
Jornal do Commercio (RJ), 14/3/2011
oaquim Nabuco vai instalar-se, feito em bronze, definitivamente na
praça em frente à Academia Brasileira de Letras, ao lado de Manuel
Bandeira. Pernambuco não poderia almejar mais. Seu grande poeta e seu
grande escritor-político, imagens protegidas em bronze, ficam juntos,
como espécie de guarda suprema da Casa de Machado de Assis.
É bom ver Nabuco na rua. Ele foi um campeão das ruas, dos memoráveis
discursos que o povo aplaudia endossando as suas teses de libertação.
Nabuco chamou o povo para as ruas, para os comícios de campanhas
políticas e para a epopeia da libertação. O fidalgo fez-se povo para melhor conduzi-lo.
Nabuco teve oratória de salão e oratória de rua. Ninguém sabe qual a
melhor. Admirável Nabuco, esse que tomava o significado das palavras
para fazê-los mais significantes. Esse o segredo dos discursos que, infelizmente, só dispomos em textos. Imaginemos o que seria agora o prazer de
ouvi-lo nos meios modernos de imagem e som, ressignificando seu
esforço pela inserção social.
A Academia Brasileira de Letras está agradecida ao operoso prefeito
Eduardo Paes e ao seu excepcionalmente competente secretário Carlos
Osório pelo presente que nos deu, enriquecendo a paisagem da estatuária
das ruas do Rio com a imagem de Nabuco. São ambos administradores
atentos a descobertas e ressignificações da paisagem humana do Rio.
Agora, aguardemos a reação dos cariocas, tão finamente críticos. Gostarão? Quem sabe. O que importa é que o brasileiro do Rio vai poder ainda mais, olhando a estátua, valorizar os grandes homens que fertilizaram
a nossa história com riquezas de idéias, vozes, gestos.
J
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Nabuco certa feita disse assim: “Não fui feito para velho”. Remoia os
achaques da tal melhor idade com essa confissão. Como já está bronzeificado mundo afora e não apenas no Brasil e no seu Pernambuco, acredito
que não reclamará nem mesmo ao ouvido de Bandeira (ou de S. Luzia na
igrejinha vizinha) de que não foi feito para estátua.
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ARTIGOS 2010-2011
Morin no SESC
Jornal do Commercio (RJ), 23/3/2011
m dias da semana passada tive dois ricos encontros com Edgar Morin, na Escola SESC de Ensino Médio. Conversa muito proveitosa
para mim, a recolher o idealismo do pensador francês, que, às vezes, parece até idealista demais.
Impressiona conviver com aquele homem de noventa anos, lépido
como se fora apenas um quarentão. E olhe lá que quarentão, que anda de
bicicleta, que dança com a juventude da escola, que gosta de samba e de
conversar.
Morin vem sempre ao Brasil. Hospeda-se num dos apartamentos da escola destinado aos professores. Convive com alunos e mestres, promove seminários, renova seu amor ao Brasil e se exercita na maneira quase obsessiva
de refletir sobre questões educacionais. Discute com ardor quase juvenil...
Vê-se que já estou a ainda mais remoçar o nonagenário “quarentão”.
Morin dedicou-se nessa passagem pelo Rio a analisar o pensamento
do Sul, em confronto com o pensamento do Hemisfério Norte. Teve a
companhia de latinos americanos e de africanos, entre eles um senegalês
muito qualificado. Entre esses, dirigentes do setor de ensino do SESC de
vários estados brasileiros. Das reuniões resultou um texto básico a ser
apreciado em centros universitários e, em particular, no âmbito dos especialistas do SESC, na matéria de ensino e cultura.
Tenho a ideia de que tal trabalho está a merecer maior divulgação e
que os centros universitários do Rio melhor aproveitem as temporadas
cariocas do Morin, entre nós.
O pensamento dele ao redor do qual há salutares controvérsias de natureza
científica, adocicados pela simpatia pessoal, carece de mais amplo aproveita-
E
287
MARCOS VINICIOS VILAÇA
mento. E, por oportuno, que se preste aos dirigentes da CNC/SESC a reverência da gratidão por conta da oportunidade oferecida aos nativos.
O professor Cândido Mendes, amigo do Morin, levou-o certa vez à
Academia Brasileira e, agora, está sendo instado a promover noutra oportunidade a renovação dessa presença que enriquece a instituição.
Afinal de contas, o deslocamento desde a Europa de Morin, – como
de qualquer nome equivalente ao seu em prestígio internacional – necessita ter a mais ampla porosidade e o SESC, seu anfitrião, certamente não
se furtará a dividi-la com outras áreas do pensamento. Há muito o que
aproveitar, seja dito e insistido, nessa ação abrangente de relevância do
SESC e da sua excelente Escola, situada em frente à Cidade de Deus, point
internacionalizado por Obarna e por Morin, também.
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ARTIGOS 2010-2011
ABL de Portas Abertas
O Dia (RJ), 28/4/2011
papel da Academia Brasileira de Letras, em seus 114 anos de existência, sempre foi o de preservar e valorizar a memória nacional: a
língua como instrumento do conhecimento e da convivência; as letras
como reveladoras e formadoras da identidade do país, sem deixar de fora
nada do que é humano — a ciência que reside no espírito, que observa e
explica; e a poesia que habita a alma, que sente e compreende.
A Academia abrirá suas portas hoje para debater, em seu primeiro
Seminário “Brasil, brasis” de 2011, um tema atual e com pouco espaço
nas discussões acadêmicas: “Grafitismo: A arte das ruas”. E vamos
transformar o pátio da ABL num grande palco de hip hop e rap. Teremos,
ainda, uma parede branca para que os artistas populares do grafitismo
se exibam.
Grafitismo, hip hop e rap são manifestações populares que se tornaram
debate mundial. No Brasil, registra-se, na atualidade, um movimento voltado para essa manifestação artística. Representa, acima de tudo, inclusão
social. Não são poucos os autores que se dedicam ao estudo do grafitismo,
do hip hop e do rap. A Academia não poderia ficar fora dessa discussão.
Vamos ouvir artistas populares e também abrir espaço para o poder
público. O Secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos,
Carlos Roberto Osório, confirmou presença. Ele é o responsável pelo
programa “Antipichação”, iniciativa para desestimular a ação de pichadores, mas que não deixa de reconhecer a prática do grafite como forma
de conscientização.
A ABL, assim, mantém-se fiel à sua vocação de casa de cultura aberta,
democrática e criativa. Tem sido assim desde os tempos de Machado,
O
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Nabuco e Ruy. A Academia não existe para enclausurar cultura, mas para
socializá-la. Temos, semanalmente, ciclos acadêmicos, debates sobre temas atuais ou de culto à memória dos Acadêmicos que já se foram. Toda
semana há espetáculos de teatro, cinema, música. Uma vez por mês, concertos de música clássica. As exposições exibem telas ou esculturas de importantes artistas brasileiros. Tudo aberto ao público, com entrada grátis
e transmissão ao vivo pela Internet.
Nossa proposta é a de popularizar a Academia, mas sem que se torne
popularesca. E, principalmente, sem perder de vista a necessidade de
preservarmos a tradição e a excelência. Portanto, é vital que nos afinemos sempre com os moços. Além disso, uma Academia de Letras também está obrigada, na contemporaneidade, a refletir sobre as novas linguagens e tecnologias. Se não o fizer, ficará como sombra e perderá sua
capacidade de irradiação.
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ARTIGOS 2010-2011
Clube de Leitura do SESC
Jornal do Commercio (RJ), 10/8/2011
lição de Machado foi tomada ao pé da letra pela exemplar Escola
SESC de Ensino Médio.
Convocar os moços às tarefas da Cultura. Ele fez assim ao fundar,
com Lúcio de Mendonça e outros, a Academia Brasileira de Letras.
E mais: deu a traça do desenho acadêmico enquanto promotora e defensora da língua. “Caber-lhe-á então defendê-la daquilo que não venha
de fontes legítimas – o povo e os escritores – não confundindo moda que
perece com o moderno que vivifica”.
A ESEM ao estimular a prática da leitura, a explicitação interpretativa
de textos machadianos, a cargo dos alunos, sabiamente orientados por
professores competentes, serve tanto à preservação quanto à adequada
veiculação do bom português.
Penso que Antonio Oliveira Santos ao criar a ESEM nem imaginava
que ela iria tão longe, tornando realidade a aliança de tradições brasileiras
com a modernidade dos tempos.
Ensina-se, na ESEM, o canônico e o novíssimo. Sem mínguas, sem repartir, mas unindo e progressando.
Dá gosto ler o que os estudantes sumariaram e agora sugerem, afastando mais uma vez aquele bordão que Marcelo Moutinho denuncia e reprova, o de que os livros de Machado cheiram a mofo. Moutinho tem razão e os estudantes comprovam: não é nada disso.
Fernanda Freitas, Vagner Amorim, Luiz Fernando de Morais, Claudia Fadel, Antonio Viveiros são alguns que têm do que se orgulhar. Pelo
trabalho que tantos realizaram, cada um poderia replicar o famoso verso
de Mario de Andrade, que Antonio Carlos Secchin nunca esquece: “Eu
A
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
sou trezentos, sou trezentos e cinquenta”. Estas coisas pus em letra de
forma para a “orelha” do livro que a Editora Autêntica vai divulgar. O livro é o resultado do projeto ali desenvolvido “Machado por jovens leitores”. Trata-se da ideia de acrescentar novo auxílio à literatura do nosso
Machado, com a participação preponderante de estudantes da ESEM.
Carvalhosa, MoMA, Tom
Jornal do Commercio (RJ), 29/8/2011
eio as fartas notícias da exposição de Carlito Carvalhosa, no MoMA
de New York. Dá-me orgulho, dá-me saudades. Orgulho e saudades de
Marcantonio, o nosso TOM, meu e de Carmo.
A abertura se dá às vésperas do aniversário do filho querido. Lembro
bem de quando estávamos a montar o nosso apartamento (refúgio ou relicário?) na Boa Viagem quando ele chega com imenso quadro. Vinha de
São Paulo para um curto período de férias conosco. Trazia obra belíssima de Carvalhosa, artista que até então não conhecíamos. O quadro é
uma assunção de Nossa Senhora, com técnica refinada de uso pouco comum. Ele, ao contrário dos seus costumes, sem consultar a mãe, tomou a
iniciativa de pôr na sala, onde sempre estará. Sabia que o artista vingaria,
ganhando reputação internacional. Sabia que era um presente e um patrimônio para nós. Seu olhar de descoberta não falhou nunca.
Como nada entre os pais e filho se afoga em espumas, aquele foi um
momento. Idea Vilarino, do Uruguai, explica em versos o que as horas
marcantes significam: “Foi um momento / Um momento / no centro
do mundo”.
L
292
ARTIGOS 2010-2011
Centralidade ou frontalidade do protagonismo de nossos filhos sempre significa. Tudo o mais é muito bem-vindo, a família, a saúde, o trabalho bem-sucedido, os amigos, mas sempre aquém daqueles.
O que a gente contabiliza da trajetória na terra do inesquecível Marcantonio é a sua orientação de que o futuro não é dádiva, mas conquista.
Não acreditando no que estivesse desamparado de conhecimento e
trabalho, investiga a geografia das artes e se empenhou em facilitar o
acesso aos seus mapas.
Marcantonio foi um grande navegador.
293
PREFÁCIOS
PREFÁCIOS
prefácio é para o livro o que o aperitivo é para refeição: um anúncio
breve, mas convincente, do que depois se saboreará. Nesse sentido, o
Presidente Marcos Vinicios Vilaça é exímio gourmet, aliando em seus prefácios leveza e rigor, o que, atiçando a saliva do leitor, não o priva do
prazer de degustar o livro.
O
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Prefácio ao Livro Teológico,
Metafísico e Positivo. Filosofia
e Epistemologia no Ocidente
Moderno, de Nelson Saldanha
m Teológico, Metafísico e Positivo. Filosofia e Epistemologia no Ocidente Moderno,
Nelson Saldanha, o grande intelectual e professor pernambucano
abarca, com notável acuidade e poder de síntese, diversos temas que estão
no próprio cerne da visão que tem de si próprio o mundo moderno, e de
que modo e por que ele enverga tão disseminado adjetivo.
Após uma análise notável do legado comtiano, em seus acertos, erros e
desvirtuações, Nelson Saldanha empreende uma profunda reflexão sobre
a epistemologia, à qual se segue uma recuperação quase arqueológica de
como a exacerbação do papel das ciências dentro do universo do conhecimento – iniciada com o positivismo, seguida pelo neopositivismo e pelas teorias da linguagem – procurou ameaçar até mesmo a especificidade
da filosofia e de outras das mais altas atividades do espírito humano. A
pletora do cientificismo – não da ciência -, ou seja, a extrapolação dos
métodos e valores das ciências exatas ou naturais para áreas do conhecimento perfeitamente alheias a eles, é, sem dúvida, uma das marcas e um
dos estigmas limitadores do nosso tempo.
Partindo dos pré-socráticos e de Platão e Aristóteles, passando pelas
figuras seminais de Bacon, Descartes, Spinoza, Kant e Hegel, chegando
ao divisor de águas representado pelo autor do Curso de Filosofia Positiva,
Nelson Saldanha acompanha os problemas da teoria do conhecimento
chegando, por um lado, em suas vertentes mais lógicas e racionalistas, a
Husserl ou Carnap, ou, por outro, nas resistências à redução cientificis-
E
298
PREFÁCIOS
ta e ao tecnicismo planetário, a um Schopenhauer, um Kierkegaard, um
Nietzsche ou um Bergson.
Livro que levanta mil questões, que toca no fundo dos maiores problemas do pensamento ocidental, a presente obra se revela como das mais
instigantes para todos aqueles que se interessam pelas questões fulcrais
do espírito.
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Prefácio ao Livro O Brasil e o
Ensaio Hispano-Americano,
de Vamireh Chacon
ensaio é um gênero literário desde Montaigne. No Brasil o ensaísmo literário une-se ao filosófico em Tobias Barreto, patrono
de uma das Cadeiras da Academia Brasileira de Letras, e ao sociológico em Silvio Romero, um dos seus fundadores.
Vamireh Chacon, mesmo com formação universitária de doutoramento no Brasil e na Alemanha e pós-doutoramento nos Estados Unidos, permaneceu fiel às origens ibéricas, em meio às influências germânicas da Escola do Recife na Faculdade de Direito de Pernambuco, e
americanas de Gilberto Freyre em Apipucos. Foi Ortega y Gasset quem
começou a revelar o pensamento hispânico e o alemão à geração de
Eduardo Portella, Nelson Saldanha e Vamireh Chacon, e para a anterior,
a de Helio Jaguaribe e Cândido Mendes, no Nordeste e outras partes
do Brasil.
A fidelidade de Vamireh Chacon à iberidade continuou presente no
seu itinerário intelectual, como se vê em vários dos seus artigos e ensaios
resultantes de suas pesquisas principalmente em Caracas e Bogotá, entre
os quais os que escreveu sobre o poeta Natividade Saldanha e o General
Abreu e Lima, pernambucanos refugiados na Venezuela e na Colômbia,
companheiros de Simón Bolívar em suas campanhas de independência
dos países hispano-americanos.
Vamireh Chacon não se esquece de sempre incluir conferências suas
nas universidades de Lisboa – desde a chamada clássica à nova e à técnica
– e Coimbra, Porto, Minho e Évora, ao lado da complutense de Madrid
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PREFÁCIOS
e a de Salamanca, entre outras, principalmente da Alemanha, França,
Grã-Bretanha e Estados Unidos.
Desde 1991, Vamireh Chacon participa dos colóquios do Instituto
de Filosofia Luso-brasileira no Brasil e em Portugal, do qual é um dos
fundadores e teve em Miguel Reale sua presidência de honra.
No seu livro A Grande Ibéria (Convergências e Divergências de uma Tendência), Vamireh Chacon procura aproximar as influências de Portugal e das
Espanhas – castelhana, galega, catalã e outras – no Brasil em João Cabral
de Melo Neto, Eduardo Portella, Ariano Suassuna e Nélida Piñon. Propõe até uma aproximação prática maior entre a CPLP (Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa), sediada em Lisboa, e a CIN (Comunidade
Ibero-Americana de Nações), outro tanto em Madrid.
Em O Brasil e o Ensaio Hispano-Americano, Vamireh Chacon estuda as afinidades e aproximações, até mesmo influências recíprocas, entre escritores ensaístas brasileiros e os dos países nossos vizinhos. Assim vemos o
interesse de Joaquim Nabuco pelo Chile, em Balmaceda, Oliveira Lima em
Argentina e Impressões da América espanhola, e Jorge Luis Borges quatro vezes
no Brasil e muitos outros. Borges traduzido entre nós por Ivan Junqueira
e Carlos Nejar. São laços profundos que nos unem, não só às culturas, extensivos a inúmeros outros. Livros de poemas de Lêdo Ivo foram traduzidos ao castelhano no México, Peru e Espanha.
A publicação de O Brasil e o Ensaio Hispano-Americano de Vamireh Chacon situa-se no contexto das comemorações do Bicentenário da Independência da Argentina, às quais também assim se associa a Academia Brasileira de Letras.
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MARCOS VINICIOS VILAÇA
Prefácio ao Tomo VI dos
Discursos Acadêmicos
publicação dos Discursos Acadêmicos atinge agora o Tomo VI, abrangendo quinze anos de atividade (1981-1995), intervalo temporal
mantido nos tomos anteriores, com ligeira flutuação para mais ou menos.
Inicia-se com a recepção de Dinah Silveira de Queiroz, em 1981, e encerra-se em 1995, com a posse de Sábato Magaldi.
A prática dos discursos de recepção e de resposta remonta à fundação
da Academia Brasileira de Letras: desde seu nascimento em 1897, a instituição tornou-se um dos centros de nossa vida intelectual e passou a abrigar grandes nomes de nossa cultura, os quais, empossados, respeitam a
praxe de produzir um texto, reverenciando a memória de seus antecessores e apresentando-se à comunidade acadêmica. Com isso, além de fornecer pistas sobre sua própria obra, o novo confrade ilumina aspectos da
biobibliografia dos predecessores de sua Cadeira. Parafraseando Machado, a cerimônia de posse ata as duas pontas da vida acadêmica: o culto ao
passado e a perene renovação.
Este sexto tomo distingue-se dos demais pelo fato de abrigar até então
o maior montante de acadêmicos vivos (dezesseis) – e também a primeira
geração a que se facultou escrever seus discursos no computador –, o que,
conferindo contemporaneidade à publicação, arquiteta valioso painel
para estudiosos da cultura de hoje, tão heterogênea quanto a aldeia global
que lhe serve de casa.
A
302
PREFÁCIOS
Nota para o Livro A Duquesa
Vale uma Missa, de José Sarney
m seu novo romance, A Duquesa Vale uma Missa, José Sarney mostra a
variedade de seu espaço ficcional. Depois de O Dono do Mar; sobre o
universo poético dos pescadores da Ilha de São Luís do Maranhão, e Saraminda, sobre os mistérios da epopeia do ouro na região do Contestado
entre o Brasil e a França – atuais Amapá e Guiana Francesa –, Sarney investe num romance urbano, passado entre São Paulo e o Rio de Janeiro.
Seus personagens se apresentam ainda, como nos romances anteriores,
com certo ar de realismo mágico, que é enganoso, como se verá na conclusão do romance.
Tratado como um conto longo – e precisamos lembrar que o autor
escreveu um livro de contos excepcional, O Norte das Águas – o romance
conta numa linguagem muito despojada a curiosa relação entre o narrador, Leonardo, e um quadro em que a Duquesa de Villars segura o seio
de sua irmã, Gabrielle d’Estrées, amante de Henrique IV. Sarney abre assim um espaço para tratar da petite histoire francesa no fim do séc. XVI.
Como sempre, há um componente de erotismo em sua obra. Dentro da
riqueza de temas, a narrativa mantém a coesão e um suspense que se resolve no desfecho.
A Duquesa Vale uma Missa mostra que Sarney é um mestre do romance,
que continua capaz de nos surpreender e deliciar com um livro de leitura
a um tempo leve e instigante.
E
303
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Prefácio ao Livro Estribos de
Afetos & Esporas de Sonhos,
de Sergio Bruni
literatura brasileira é riquíssima em cenários, rurais ou urbanos, o
que não é de se estranhar em relação a um país de dimensões continentais, o quarto território contínuo do mundo.
Entre tantas paisagens e ambiências, uma, no entanto, parece ter sido
bafejada pelo milagre transfigurador da literatura, o sertão. O sertão, na
literatura brasileira, é uma entidade muito além do regional, havendo o
sertão goiano de Hugo de Carvalho Ramos e de Bernardo Élis, o sertão
mineiro de Afonso Arinos, do inigualável Guimarães Rosa e de Mário
Palmério, o sertão mato-grossense do Visconde de Taunay, e assim por
diante. Mas, entre tantos sertões, o de maior presença em nossa literatura
é o sertão nordestino, a ambiência física e humana do semiárido do Nordeste, palco do maior épico — ao lado de Grande sertão: veredas – da nacionalidade, Os sertões, de Euclides da Cunha, e de inesquecíveis obras de José
Américo de Almeida, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Rachel de
Queiroz, Jorge Amado ou Ariano Suassuna, entre outros.
É nessa vertente, caudal virtualmente inesgotável, dentro da qual nosso cinema também produziu obras-primas como Deus e o Diabo na Terra do
Sol e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, de Glauber Rocha, ou a recriação de Vidas secas por Nelson Pereira dos Santos, que Sergio Bruni, admirável prosador baiano, nos oferece este Estribos de afetos & esporas de sonhos.
É perceptível, na prosa de índole essencialmente barroca desse conterrâneo de Gregório de Matos, de Sosígenes Costa e do já lembrado Glau-
A
304
PREFÁCIOS
ber Rocha, e semiconterrâneo do sublime Padre Vieira, o prazer quase físico na manipulação das palavras, a feliz pletora do verbo, a eficaz riqueza lexical, características comuns a autores como o injustamente esquecido Coelho Neto de Sertão e o justamente sempre lembrado, inclusive já
neste breve texto, João Guimarães Rosa.
O beatério, o cangaço, o jaguncismo, a política feita à bala, a gesta da
cantoria, todas características da sociedade quase feudal que imperou há
até bem pouco tempo no sertão nordestino, não deixaram – à exceção da
última, gloriosamente presente – saudade em ninguém, mas inegavelmente serviram como um dos cenários de eleição da literatura e da arte
no Brasil.
Trata-se de um mundo inesgotável, como afirmamos, sempre presente ainda que quase extinto, do que é prova cabal a brilhante obra literária
que o leitor tem nas mãos, obra ambientada parte no Ceará e parte na Bahia, por este baiano nacional que é Sergio Bruni.
305
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Prefácio ao Livro O Atestado da
Donzela 2 (Paixão, Fuxico e
Mistério), de José Nivaldo Júnior
ste livro deve ser lido sabendo-se um livro de lealdade. Tudo o que
nele se contém é o retrato sincero do que imaginou o autor nos limites
do que sabe e gosta. É um livro leal ao mundo que José Nivaldo Júnior –
e José Nivaldo, o pai – se dispuseram a entender.
Quem conhece o agreste setentrional de Pernambuco há de desfazer
as cortinas do livro e identificar nos personagens as figuras da história
disfarçada do romance.
Impressionou-me a fidelidade à paisagem e ao linguajar do meio em
que o livro se desenrola. Imagino até, ora a diversão, ora a descoberta que
o fraseado dos diálogos ou da dissertação, que o leitor “estrangeiro” viverá. De certo modo, o autor pode ter passado da medida. Mas se não o fizesse se sentiria afastado da autenticidade.
A trama não tem nada de inverossímil (Camilo Castello Branco dizia que a verdade é às vezes mais inverossímil que a ficção) para quem
conhece o urbano do interior de Pernambuco, invadido pelas pinças
dos modos, das modas e dos meios que o Recife sugere. José Nivaldo
foi o parteiro desse longo passado e José Nivaldo Júnior cuidou em
manter as criaturas de mundos anteriores e interiores.
Ambos têm o gosto de contar e pelo que se sabe não se sujeitam aos
interpelados. Ralham se alguém complica seus objetivos de narrativa. A
oralidade corre solta nos dizeres de Nina, Ambrósio, monsenhor Gomes
e sei lá mais quem, dentro ou fora do cine Acrópole, por exemplo.
E
306
PREFÁCIOS
No romance a força substitui a razão e o estilo não aposentou a ideia.
O autor associa a retórica quotidiana a uma eloquência que vai da censura ética à ironia aberta e ao humor sem freios.
O leitor haverá de examinar se tenho razão nesta pequena apresentação
– não suporto prefácio que antecipa o livro todo ou que doutrina avaliações – de um saudante, não de todo saudoso da época em que o livro se entretece, sem percurso de abandono e sem desesperos e desencontros.
A vida deste livro reside em como é contado.
307
VIAGENS
INTERNACIONAIS
VIAGENS INTERNACIONAIS
Academia empreendeu neste biênio uma série de viagens a cidades
brasileiras, bem como a muitos países, sempre animada pela intenção maior de divulgação das letras nacionais. No diapasão do diálogo, a
ABL também franqueou espaço a outros estados e países, recebendo-os
calorosamente em nossa agenda de debates, palestras, chás, merendas e
almoços.
A
311
MARCOS VINICIOS VILAÇA
2010
—
Acadêmico Alfredo Bosi: Congresso de Linguistas e Filólogos da
Accademia della Crusca, em Florença.
—
Acadêmica Ana Maria Machado (Secretária-Geral): conferências
na Feira Internacional do Livro Infantil de Bolonha, no Congresso
International Board for the Youth (Santiago de Compostela), na Universidade de Salamanca e em Londres (Nabuco in London).
—
Acadêmico Antonio Carlos Secchin: palestra “Le Mythe d’Iracema” na
Sorbonne (Paris III).
—
Acadêmico Arnaldo Niskier: recebeu a Medalha Machado de Assis
na Academia Sueca.
—
Acadêmico Carlos Nejar: conferência em Buenos Aires e no XIII
Encontro de Poetas Ibero-Americanos, em Salamanca.
—
Acadêmico Celso Lafer: presidência do Painel EUA/China sobre
importação de pneus.
—
Acadêmico Cícero Sandroni: palestra “Pluralismo, Atualidade e
Sexo na Obra de Gilberto Freyre” na Academia das Ciências de
Lisboa.
—
Acadêmica Cleonice Berardinelli: conferência “Cesário Verde: Un
Moderniste Avant la Lettre” no Centro Cultural Calouste Gulbenkian
(Paris), palestra para pós-graduandos em Literatura Portuguesa da
Faculdade de Coimbra, conferência “A Presença do Mar em Camões e Fernando Pessoa” no Colóquio Literatura Portuguesa e a
Construção do Passado e do Futuro (Lisboa).
312
VIAGENS INTERNACIONAIS
—
Acadêmico Domício Proença Filho: conferência sobre Machado
de Assis na Universidade de Salamanca e conferências sobre Nabuco em Roma e Bolonha.
—
Acadêmico Evanildo Bechara: palestra no Congresso de Lexicologia e Lexicografia (Santiago de Compostela), na Universidade de
Lisboa, em Bragança (no Encontro da Lusofonia) e em Salamanca
(Conferência “Os Estudos da Língua Portuguesa na ABL”).
—
Acadêmico Geraldo de Holanda Cavalcanti: conferência sobre Nabuco na Biblioteca do Congresso (Washington).
—
Acadêmico Ivan Junqueira: palestra “Gilberto Freyre e o Colonizador Português” na Academia das Ciências de Lisboa.
—
Acadêmico Ivo Pitanguy: participação no Fórum O Brasil e o Futuro (Estolcomo) e no curso “Practical Adjunts to your Facial Rejuvenation
Pratice” (Washington); conferência “Helping to Keep the Dignity of the
Body in the Ageing Process” (Mônaco); Presidência de Honra no Congresso Internacional de Cirurgia Plástica (Cali), onde apresentou a
conferência “O Prazer de Aprender e Ensinar Cirurgia Plástica nas
Últimas Cinco Décadas”; conferência “Holistic Approach of Ageing Treatments: Minimal Invasive Procedures for Well Being” (Genebra); participação da Reunião das Academias Nacionais de Medicina da França e
do Brasil (Paris); conferência “As Doenças de Nabuco” na Biblioteca do Congresso (Washington).
—
Acadêmico José Murilo de Carvalho: palestras em Bogotá e em
Medellín; conferência “Joaquim Nabuco Abolicionist, Statesman, Intellectual” (Londres).
—
Acadêmico Lêdo Ivo: lançamento dos livros traduzidos Rumor Nocturno e Plenilúneo (Madri e Barcelona); participação no Festival
Internacional de Poesia de Roterdam, no 18.o Festival Internacio313
MARCOS VINICIOS VILAÇA
nal de Poesia em Bogotá, no 40.º Festival Internacional de Poesia
(Pereira, Colômbia); Prêmio Rosalía de Castro (Santiago de Compostela).
—
Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça (Presidente): conferências sobre Nabuco em Roma, Washington e Nova York.
—
Acadêmico Moacyr Scliar: palestras “Kafka no Brasil” (Universidade de Praga) e “A Literatura Brasileira Vista da Europa” (Paris);
lançamento do livro La Guerre de Bon Fin (Paris). Palestra com o
mesmo título em Lyon.
—
Acadêmica Nélida Piñon: palestra no Seminário de Verão (Cascais); lançamento do livro Aprendiz de Homero (Lisboa); jurada na
cerimônia de entrega do Prêmio Don Quijote de la Mancha no Palácio
Zarzuela (Madri).
—
Acadêmico Sergio Paulo Rouanet: palestras sobre Nabuco em
Londres e em Roma.
—
Acadêmico Nelson Pereira dos Santos: participação na Mostra de
Cinema Nelson Pereira dos Santos, no Museu de Quioto; palestra
“Literatura Brasileira Adaptada para o Cinema” no Departamento
de Estudos Luso-Brasileiros da Universidade de Quioto e no Departamento de Letras da Universidade de Tóquio.
314
VIAGENS INTERNACIONAIS
2011
intensa participação de acadêmicos em variadas atividades no exterior atesta, mais uma vez, o papel que a Academia Brasileira de Letras
e seus membros exercem na divulgação internacional de nossa cultura e
na expansão do horizonte de alcance de nossa língua. Seu reconhecimento demonstra isso. Ora a convite pessoal recebido de outras instituições,
ora no quadro de parcerias e convênios estabelecidos pela ABL com universidades estrangeiras, os acadêmicos consolidaram em 2011 sua importância na afirmação de uma presença cultural significativa do Brasil
em intercâmbios multilaterais de alto nível.
A
Fevereiro de 2011
—
Acadêmica Ana Maria Machado: Agraciada com o Prêmio Príncipe Claus, da Holanda, pelo conjunto de sua obra.
— Acadêmico Lêdo Ivo: Eleito Membro Correspondente da Academia Mallarmé. Paris, França.
— Acadêmico Tarcísio Padilha: Editado na Enciclopédia Della Persona
nel XX Secolo, Edizioni Scientifiche, verbete dedicado à vida e à obra do
acadêmico. Napoli, Itália
Março de 2011
—
Acadêmica Ana Maria Machado: Salão do Livro de Paris. Palestra
na Sorbonne IV, mesa-redonda na Sorbonne III e recebimento de
dissertação de mestrado sobre sua obra. Paris, França.
315
MARCOS VINICIOS VILAÇA
—
—
—
—
—
Acadêmica Ana Maria Machado: Feira Internacional do Livro
Infantil. Reunião com brasilistas italianos e espanhóis. Recebimento de dissertação de mestrado da Universidade de Roma, sobre sua
obra. Bologna, Itália.
Acadêmico Arnaldo Niskier Feira Internacional do Livro Infantil
de Bologna, representando a ABL. Bologna, Itália.
Acadêmico João Ubaldo Ribeiro: Programação Salon du Livre –
Encontro Literário de Escritores, Sorbonne III, abordando a obra
de acadêmicos romancistas. Paris, França.
Acadêmico Lêdo Ivo: Lançamento do livro Calima, em edição bilíngue, dando prosseguimento à publicação de sua obra poética completa. Barcelona, Espanha.
Acadêmico Lêdo Ivo: Lançamento do seu livro Réquiem em edição
eletrônica. Havana, Cuba.
Abril de 2011
—
—
—
—
—
Acadêmico Candido Mendes: Agraciado com o 1.º Grau da Ordem
do Dragoeiro, principal Comenda Cultural. Praia, Cabo Verde.
Acadêmico Cícero Sandroni: Conferência a convite da Universidade de Indiana. Bloomington, Estados Unidos.
Acadêmico Evanildo Bechara: Reunião na CPLP para tratar da
passagem do 1.º Centenário da Portaria Ministerial, que efetivou a
Reforma Ortográfica de 1911. Lisboa, Portugal.
Acadêmico Evanildo Bechara: Congresso sobre Língua, Literatura
e Cultura dos Países Lusófonos. Macau, China.
Acadêmico Lêdo Ivo: Festival Internacional de Poesia “Cosmopoética – Os Poetas do Mundo”, promovido pelo governo das
Astúrias. Córdoba, Espanha.
316
VIAGENS INTERNACIONAIS
—
Acadêmico Lêdo Ivo: Lançamento e sessão de autógrafos do seu livro Calima. Madrid, Espanha.
— Acadêmico Lêdo Ivo: X Festival Internacional de Poesia – lançamento de Antologia em edição bilíngue. São José da Costa Rica, Costa Rica.
— Acadêmica Nélida Piñon: Foro Iberoamericano e Seminário, na
Brown University. Providence, Estados Unidos.
Maio de 2011
Acadêmica Ana Maria Machado: 24.a Feira Internacional do Livro.
Bogotá, Colômbia.
— Acadêmico Candido Mendes: Palestrante e presidente da XXIII
Conferência da Academia da Latinidade, sobre o tema: “The Democratic Imaginary in the Era of Globalization”. Barcelona, Espanha.
— Acadêmico Nelson Pereira dos Santos: Convidado e homenageado
no 13.o Festival du Cinéma Brésilien pelos 50 anos de carreira. Mostra
de filmes de sua autoria. Mesa-redonda sobre Jorge Amado. Palestra sobre “Cinema e literatura na obra do romancista baiano”. Paris, França.
—
Junho de 2011
—
Acadêmico Carlos Nejar: Encontro de Literatura Brasileira no
Centro de Estudos Brasileiros. Buenos Aires, Argentina.
— Acadêmico Celso Lafer: Participação no quarto encontro da rede
franco-brasileira de internacionalização do Direito, a convite da cátedra “Estudos jurídicos e de Internacionalização do Direito” do
Collège de France. Paris, França.
— Acadêmico Ivo Pitanguy: Simpósio Internacional G-20 sobre o
tema “Regenerative Plastic Surgery”. Barcelona, Espanha.
317
MARCOS VINICIOS VILAÇA
—
Acadêmico Lêdo Ivo: 8.º Festival Mundial de Poesia. Lançamento da Antologia bilíngue. Distinguido com a medalha Excelência Educativa, conferida pela Universidade Nacional Experimental Politécnica das Forças Armadas da Venezuela. Caracas,
Venezuela.
— Acadêmico Luiz Paulo Horta: Palestra sobre Villa-Lobos. Jurado
do Concurso Internacional de Violão Villa-Lobos. Salamanca,
Espanha.
— Acadêmica Nélida Piñon: Jurada do Prêmio da Fundação Mapfre.
Palestra em Barcelona e Valência. Madrid, Espanha.
— Acadêmico Nelson Pereira dos Santos: Conferência no 1.º Congresso de História, Literatura e Arte no Cinema da Língua Espanhola e Portuguesa. Salamanca, Espanha.
Julho de 2011
—
Acadêmico Candido Mendes: Recebeu o título de Doutor honoris
causa da Universidade Andina Simón Bolivar, no Equador, no âmbito do Ciclo de Conferências “Brasil-Comunidade Andina: uma
relação de futuro”. Palestra na inauguração da Cátedra Brasil-Comunidade Andina. Quito, Equador.
— Acadêmico Marco Lucchesi: Professor visitante da Universidade
de Concepcíon. Concepcíon, Chile.
— Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça: Convidado pela Feira Internacional do Livro de Lima a proferir conferência sobre “Joaquim Nabuco na América Latina”. Visita à Academia Peruana de Letras.
Lima, Peru.
318
VIAGENS INTERNACIONAIS
Agosto de 2011
—
Acadêmico Ivo Pitanguy: Festival de Ópera de Salzburgo –
mesa-redonda para discutir o tema “Juventude Eterna”, em relação
à Ópera “Die Sache Makropulos”. Salzburgo, Áustria.
— Acadêmico Lêdo Ivo: Lançamento simultâneo da antologia Poesia
Latinoamericana hoy. México, Argentina e Paraguai.
Setembro de 2011
—
—
—
—
—
—
Acadêmico Carlos Nejar: Recital de poemas e palestras sobre a
Criação Literária Brasileira a convite do Departamento de Espanhol e Português da Universidade de Nova Iorque. Nova York,
Estados Unidos.
Acadêmico Celso Lafer: Mesa-redonda sobre “O futuro das políticas comerciais internacionais, e do crescente papel dos países do sul
na Organização Mundial do Comércio”, a convite do Banco Mundial. Washington, Estados Unidos.
Acadêmico Celso Lafer: Doutorado honoris causa outorgado pela
Universidade Nacional de Tres de Febrero em reconhecimento da
sua trajetória política e acadêmica em prol da integração e do desenvolvimento regional. Buenos Aires, Argentina.
Acadêmico Celso Lafer: Seminário Internacional organizado pela
UNTREF, sobre o tema “De la primavera árabe a las rebeliones europeas”.
Expositor na mesa-redonda: “El contexto global visto desde Sudamerica”.
Buenos Aires, Argentina.
Acadêmico Evanildo Bechara: XIV Congresso de Lusofonia. Ilha
de Sta. Maria (Açores), Portugal.
Acadêmico Evanildo Bechara: Encontro técnico de ortografia (IILP
e CPLP). Trabalhos de elaboração do VOLP. Praia, Cabo Verde.
319
MARCOS VINICIOS VILAÇA
—
Acadêmico João Ubaldo Ribeiro: Conferência no 9.º Congresso
Alemão de Lusitanistas na Universidade de Viena. Viena, Áustria.
— Acadêmico Lêdo Ivo: “Escritor Visitante” a convite do Instituto
Cultural Hispano-Brasileño e Residencia de Estudiantes em parceria
com a ABL. Madrid, Espanha.
Outubro de 2011
—
—
—
—
—
—
Acadêmica Ana Maria Machado: Feira Internacional do Livro de
Belgrado. Mesa-redonda sobre literatura brasileira contemporânea.
Participação em palestras a convite da Universidade local e do
PEN Club. Lançamento da tradução sérvia do romance Tropical Sol
da Liberdade. Belgrado, Sérvia.
Acadêmico Antonio Carlos Secchin: Conferências sobre a poesia
de João Cabral de Melo Neto, representando a ABL nas Universidades de Paris III, Sorbonne Nouvelle, Madrid, Salamanca, Coimbra e Porto. Paris, Madrid, Salamanca, Coimbra e Porto.
Acadêmico Candido Mendes: Palestra “Development and Social Identity: Sustainability and Ecology” – Institute for Advanced Sustentainability Studies. Academia da Alemanha para um debate. Potsdam,
Alemanha.
Acadêmico Celso Lafer: Presidiu e participou das atividades da
FAPESP Week no Woodrow Wilson Center, referentes à comemoração
dos 50 anos da Instituição. Washington, DC.
Acadêmica Cleonice Beradinelli: Representante da Literatura Portuguesa na inauguração do Centro Cultural da Fundação Calouste Gulbekian. Colóquio em homenagem a Eduardo Lourenço. Conferência
Inaugural do Evento “Des Risques Que L’on Court”. Paris, França.
Acadêmico Domício Proença Filho: Assinatura de Protocolo de
Intenções entre ABL e Universidade Blaise-Pascal. Clermont-Fer320
VIAGENS INTERNACIONAIS
—
—
—
—
—
—
—
rand, Paris. Conferência sobre a língua portuguesa no Brasil. Conferência na Embaixada Brasileira em Paris.
Acadêmico Evanildo Bechara: Colóquio “Guerra da Cal” – III Seminário de Lexicologia sobre o tema “Acordo Ortográfico: O interior e o exterior”. Santiago de Compostela, Espanha.
Acadêmico Ivo Pitanguy: Conferência no 1.o Congresso Europeu-Chinês de Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética. 1.º European Chinese Congress of Plastic Reconstructive and Aesthetic Surgery. Conferência sobre o tema “Keeping the dignity of the body during the aging process”.
Beijing, China.
Acadêmico João Ubaldo Ribeiro: Festival de Cultura Europália, no
Bozar (Palais dês Beaux-Arts). Bruxelas, Bélgica.
Acadêmico José Murilo de Carvalho: Aula Magna “La década de sesenta en Brasil: política y guerra”, no Seminário “Los revolucionários sesenta.
Guerra, Estado y nacíon en la década de 1860”, no Colégio de México.
México, México.
Acadêmico Marco Lucchesi: Palestra sobre literatura e crítica com
a Junta de Cultura da Galícia. Santiago de Compostela, Espanha.
Palestra sobre as Latinidades. Alba Iulia, Romenia. Presidiu o 3.º
Concurso de Romance. Massarosa, Itália. Condecorado com a alta
honraria: “Pantera d’oro”. Lucca, Itália.
Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça: Assinatura de Protocolo de
Intenções entre ABL e Universidade Blaise-Pascal. Clermont-Ferrand, Paris. Conferências sobre a Academia na Cultura Brasileira.
Conferência na Embaixada Brasileira em Paris.
Acadêmica Nélida Piñon: Participação como jurada do Prêmio Literário José Saramago. Proferiu discurso na cerimônia de entrega
do galardão ao vencedor. Lançamento do livro Coração Andarilho em
edição portuguesa. Lisboa, Portugal.
321
MARCOS VINICIOS VILAÇA
—
Acadêmico Nelson Pereira dos Santos: Festival do Filme de Nova
Iorque. Lançamento mundial de “A Música segundo Tom Jobim”.
Nova Iorque – E.U.A.
Novembro de 2011
—
Acadêmica Ana Maria Machado: Convidada do programa Belles Latinos. Leituras e debates com leitores. Lyon, França.
— Acadêmica Ana Maria Machado: Convidada pela Americas Society
para palestra em Simpósio sobre Paisagens Urbanas na Literatura Brasileira. Lançamento de revista com capítulos da tradução norte-americana de Tropical Sol da Liberdade. Nova Iorque, Estados Unidos.
— Acadêmico Cícero Sandroni: Participação da Conferência em Budapeste no World Forum Science da Academia de Ciências da Hungria,
designado pelo Presidente Marcos Vilaça, para representar a ABL
na discussão dos temas sociais e econômicos apresentados. Budapeste, Hungria.
Dezembro de 2011
—
Acadêmico Candido Mendes: Conferência da Academia de Latinidade sobre o tema “Les Nouveaux Imaginaires Démocratiques”. Palestrante e mediador das sessões. Hammamet, Tunísia.
322
LANÇAMENTOS E
INAUGURAÇÕES
LANÇAMENTOS E INAUGURAÇÕES
ma das maneiras de socializar os empreendimentos da Academia é a
organização de lançamentos e de inaugurações, que tanto fazem circular nossas publicações e nossos eventos, como aproximam os visitantes
de nossos acadêmicos, num frutífero e amistoso diálogo.
U
325
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Maio de 2010
Dia 6
Lançamento do livro A Alma Encantadora das Ruas / The Enchanting Soul of the
Streets, versão em inglês de Mark Carlyon, do texto original de João do
Rio. Ilustrações de Waltercio Caldas.
326
LANÇAMENTOS E INAUGURAÇÕES
Agosto de 2010
Dia 3
Houve o lançamento de 21 volumes de suas séries de publicações do primeiro semestre deste ano, com destaque para dois importantes livros da
Coleção Antônio de Morais Silva: Estudos sobre os Lusíadas, de José Maria
Rodrigues; e Dificuldades da Língua Portuguesa, de M. Said Ali. Livros da Coleção Afrânio Peixoto, Série Essencial e a edição número 63 da Revista
Brasileira, da ABL, também farão parte do lançamento
327
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Dia 12
Lançamento do livro Odysseus, o Velho, de Carlos Nejar
Dia 18
Lançamento do livro Histórias das Minhas Canções, de Paulo César Pinheiro
328
LANÇAMENTOS E INAUGURAÇÕES
Dia 19
A Academia Brasileira de Letras convidou para o lançamento da obra
Conferências sobre Nabuco, organizada pelos Professores Kenneth David
Jackson e Severino João Albuquerque, que foi realizado no dia 19 de
agosto, às 17h 30min, no Petit Trianon.
329
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Setembro de 2010
Dia 14
Lançamento de edição bilíngue do livro Memórias de um Sargento de Milícias é
lançada na ABL.
A Academia Brasileira de Letras, a Secretaria de Estado de Cultura do
Rio de Janeiro, o Instituto Light e o Instituto Cultural Cidade Viva convidaram para o lançamento da edição bilíngue do livro Memórias de um Sargento de Milícias – Memoirs os a Militia Sergeant, realizado no dia 14 de setembro, às 18h 30min, na ABL.
330
LANÇAMENTOS E INAUGURAÇÕES
Dia 28
Lançamento do livro O Lulismo no Poder, de Merval Pereira
Outubro de 2010
Dia 19
Lançamento da Obra Completa de Casimiro de Abreu
331
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Dia 26
Lançamento do livro Mate com Angu – A História de Armanda Álvaro Alberto,
de Dalva
Novembro de 2010
Dia 23
Lançamento do livro Hotéis à Beira da Noite, de Per Jonhs
332
LANÇAMENTOS E INAUGURAÇÕES
Março de 2011
Dia 16
Lançamento do livro Crônica para a Cidade Amada, organizado pelo Acadêmico Arnaldo Niskier, que reúne 92 crônicas sobre as cidades do Estado
do Rio de Janeiro. A obra apresenta um completo acervo cultural/literário sobre o ambiente cultural do Estado do Rio de Janeiro.
333
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Abril de 2011
Dia 13
Lançamento do livro Percorrendo Memórias, de Aloysio Campos da Paz
Júnior.
334
LANÇAMENTOS E INAUGURAÇÕES
Dia 25
A Secretaria de Estado de Cutura do Rio de Janeiro, o Instituto Light e o
Instituto Cultural Cidade Viva lançaram no dia 25, na Academia Brasileira de Letras o livro Casa Velha/The old house, versão em inglês por Mark
Carlyon, sobre o texto original de Machado de Assis. O lançamento se
realizou às 18h 30min, na Sala dos fundadores, no Petit Trianon.
335
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Junho de 2011
Dia 7
Lançamento do livro Discursos de Afrânio Coutinho, organização de Eduardo
F. Coutinho e Vera Lúcia Teixeira Kauss.
336
LANÇAMENTOS E INAUGURAÇÕES
Dia 9
A Academia Brasileira de Letras, em parceria com as Empresas Ediouro
Publicações e Duetto Editorial, promoveu no dia 9 de junho, no Petit
Trianon, o lançamento da revista Para Saber e Conhecer Nossa Língua, com a
participação dos Acadêmicos Arnaldo Niskier, Evanildo Bechara e
Antonio Carlos Secchin.
337
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Dia 17
A Academia Brasileira de Letras, em parceria com o Serviço do Comércio (SESC), promoveu o lançamento do livro O Decifrador, um registro documental das atividades mais recentes do dramaturgo, poeta, romancista e
Acadêmico Ariano Suassuna, pelo olhar do artista Alexandre Nóbrega.
Ariano veio ao Rio especialmente para a tarde/noite de autógrafos.
A captação das imagens foi feita pelo artista plástico Alexandre Nóbrega, também autor, em sua primeira incursão no universo da fotografia.
Alexandre Nóbrega acompanhou o escritor como seu assessor por dez
anos. Foram viagens (por todo o Brasil) de trabalho, palestras, homenagens,
momentos de lazer e descanso de Ariano Suassuna em casa ou em sua terra
Natal, flagrantes do trabalho em seus escritos, momentos de reflexão ou leitura, imagens realizadas em silêncio. Segundo o autor: “Tudo com a delicadeza de um observador reverente e cuidadoso, que traz o olhar treinado de
um artista sensível e experiente. O resultado dessa comunhão foi uma composição inusitada, uma leitura descontraída e serena do caminho trilhado
338
LANÇAMENTOS E INAUGURAÇÕES
por Ariano Suassuna nos últimos anos. As imagens nos proporcionam a rara
oportunidade de entrarmos em contato com o homem comum, de hábitos
simples e talento invejável”, afirmou Alexandre Nóbrega.
Dia 29
A Academia Brasileira de Letras, em parceria com a Fundación Mapfre e a Editora Objetiva, promoveu mesa-redonda e sessão de autógrafos
para o lançamento da coleção História do Brasil Nação: 1808-2010: Projeto
América Latina na História Contemporânea
A mesa teve os Acadêmicos Alberto da Costa e Silva e José Murilo de
Carvalho como debatedores, juntamente com Angela de Castro Gomes,
Daniel Aarão Reis e Boris Kossoy. A apresentação foi realizada por Pablo Jiménez Burillo (diretor-geral do Instituto de Cultura da Findación
Mapfre) e a moderação foi de Lília Moritz Schwarcz (Diretora da Coleção no Brasil).
339
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Novembro de 2011
Dia 18
O escritor, ator e comediante Jô Soares lançou seu último romance
policial, As Esganadas, na Academia Brasileira de Letras.
Os tipos e as tramas do livro são, segundo os editores, especialmente
engenhosos e, por intermédio deles, o autor retrata um Rio de Janeiro no
fim dos anos 1930, quando estava começando o Estado Novo, a ditadura de Getúlio Vargas. E é exatamente nesse mundo em ebulição que chega uma personagem portuguesa, saída de um poema de Fernando Pessoa,
para elucidar o estranho e terrível caso das gordas desaparecidas, tema
central do romance.
340
LANÇAMENTOS E INAUGURAÇÕES
Novembro de 2011
Dia 18
A Academia Brasileira de Letras, em parceria com a IOESP lança Para
uma História da Belle Époque – A Coleção de Cardápios de Olavo Bilac, de Lúcia
Garcia.
341
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Novembro de 2011
Dia 29
A Academia Brasileira de Letras, em parceria com a IOESP lança 38
volumes da Série Essencial.
342
EVENTOS C OM
A P O I O DA A B L
EVENTOS COM APOIO DA ABL
oroando a política da boa vizinhança, neste biênio a Academia estabeleceu convênios com diversas instituições brasileiras e estrangeiras,
sempre orientada pelo princípio de que, numa parceria, os benefícios circulam em mão dupla: assim como esta Casa fica contemplada pelas benesses dos convênios, também ela se esforça em cooperar com as entidades conveniadas.
C
345
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Março de 2010
Dia 29
Encontro de Lusofonia
Coordenação: Evanildo Bechara
Palestrantes: Chrys Chrystello – “Acordo ortográfico em Portugal e o papel
da sociedade civil como motor para conscientização”; Concha Rodrigues
Peres – “Acordo ortográfico e a língua Galiza: poder e responsabilidade”;
João Malaca Casteleiro – “A implantação do acordo ortográfico e seus
problemas”.
Dia 28
Entrega dos Prêmios do Evento “Dez Mulheres
do Ano 2009”
Promovido pelo Conselho Nacional de Mulheres do Brasil, em comemoração ao Dia Nacional da Mulher.
346
EVENTOS COM APOIO DA ABL
Abril de 2010
Dia 15
ABL Apoia a Iniciativa da USP pela Inclusão
de Bolsa-Livro no Orçamento de 2010
A Academia Brasileira de Letras enviou, no dia 15 de abril, uma correspondência assinada pelo Presidente Marcos Vilaça e pela Secretária-Geral Ana Maria Machado, cumprimentando a Universidade do
Estado de São Paulo (USP) pela inclusão de uma bolsa-livro em seu orçamento de 2010.
A Casa tomou conhecimento da iniciativa por intermédio de artigo
assinado pelo professor Franco Lajolo, Vice-Reitor da Universidade:
“Estamos inteiramente de acordo com a premissa em que se baseia tal
iniciativa: a de que não bastam a presença em sala de aula e a voz do professor, bem como laboratórios e computadores, para que os alunos possam aprender e ter acesso ao conhecimento”, disseram os Acadêmicos na
correspondência.
A ABL também se associou à USP na proposta do professor Franco
Lajolo, “para que a essa bolsa seja dado o nome do nosso saudoso confrade José Mindlin, grande amigo dos livros, aos quais dedicou toda sua
vida. Alegramo-nos com a justa homenagem e, mais uma vez, felicitamos
a USP pela bela ideia”.
347
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Maio de 2010
Dia 10
Orquestra Brasileira de Harpas
Direção: Maria Célia Machado
Dia 20
Solenidade Comemorativa da Centésima Edição do
Livro Menino de Engenho, de José Lins do Rego,
Organizada pela ABL e pela Editora José Olympio
Com leitura do trecho do livro Menino de Engenho, feita pelo ator Lauro
Muller, debate sobre a obra de José Lins do Rego com mesa composta
por Walter Lima Junior, Ivan Cavalcanti Proença e José Castello e exibição do filme de Walter Lima Junior.
348
EVENTOS COM APOIO DA ABL
Junho de 2010
Dia 15
Assinatura do Convênio entre a ABL e
A Universidade de Salamanca
Cooperação cultural e literária, assinado por Ana Maria Machado e
Gonzalo Gómez Dacal, Diretor do Centro de Estudos Brasileiros da
Universidade de Salamanca.
Dia 17
Programa da Série “Centenário de Aurélio
Buarque de Holanda”
Primeiro programa da série “Centenário de Aurélio Buarque de Holanda”, com apoio da ABL é transmitido pela TV Universitária.
349
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Julho de 2010
Dia 8
Entrega do Prêmio CIEE 2010
Dia 13
“Maratona Rachel de Queiroz”
Concurso de redações promovido entre a ABL e a Secretaria Municipal
de Educação.
Dia 19
Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais – IPRI / Fundação
Alexandre Gusmão – Funag e ABL
Agosto de 2010
Dia 02
Entrega do Prêmio SESC de Literatura
Com lançamento dos livros vencedores: Prosa de Papagaio, de Gabriela
Guimarães Gazzinelli e Tavala, de Sergio Tavares.
De 9 de agosto a 29 de setembro
“Mutações – a Invenção das Crenças”
Curadoria: Adauto Novaes
350
EVENTOS COM APOIO DA ABL
Dia 12
Fórum Especial 2010: Plano Nacional de
Desenvolvimento – Proposta ao Novo Governo
Palavras de saudação: Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça.
Apresentação do fórum: João Paulo Reis Veloso.
Participantes: Ministra Marina Silva e Deputado Plinio de Arruda Sampaio.
Setembro de 2010
Sessão Acadêmica Especial
Dia 16
Homenagem ao Centenário de Nascimento
de Carlos Chagas Filho
Sessão conjunta entre Academia Brasileira de Letras, a Academia
Nacional de Medicina, a Academia Brasileira de Ciências, o Instituto
de Biofísica e da Fundação Oswaldo Cruz
Março 2011
Teatro Educação na ABL
Dia 1
O projeto “Teatro Educação” é realizado na Academia Brasileira de
Letras desde agosto de 2005, com a finalidade, entre outras, de proporcionar aos alunos das escolas da rede pública uma oportunidade de estar em
contato com a arte e a educação de uma maneira acessível e lúdica.
351
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Setembro 2011
Dia 1
ABL realiza homenagem a Almeida Prado
A Academia Brasileira de Letras promoveu a série “Música de Câmara na
ABL”, intitulada “Homenagem a Almeida Prado, seus grandes mestres e
amigos”.
Novembro de 2011
Dia 23
Fórum Shakespeare foi apresentado na ABL
A Academia Brasileira de Letras, em parceria com o British Council e
People´s Palace Projects, sediou e apresentou o “Fórum Shakespeare”, uma
sessão de aulas de mestre (master classes) ministradas por Cicely Berry e
Justin Audibert, da Royal Shakespeare Company, Londres (RSC), para atores
dos grupos teatrais.
ABL realiza “Jornada Literária sobre Miguel Delibes”
A Academia Brasileira de Letras e o Centro de Estudios Brasileños de
la Universidad de Salamanca promoveram a “Jornada Literária sobre
Miguel Delibes” (Conversaciones em torno a Miguel Delibes).
352
CONVÊNIOS
CONVÊNIOS
mesmo espírito de simbiose, demonstrado nos eventos, pauta os
convênios com apoio – financeiro ou simbólico – da ABL, pois seu
Presidente sempre demonstrou consciência do poder da Academia como
instituição legitimadora da cultura brasileira.
O
355
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Abril de 2010
Dia 30
Assinatura de Termo de Cooperação Técnica entre a ABL e a Fundação Alexandre de Gusmão (com lançamento do livro Brasil e Romênia –
Pontes Culturais, de Ático Vilas-Boas da Mota).
Dia 8
Assinatura do convênio entre a ABL e a Imprensa Oficial de São Paulo, renovando a parceria para a coedição de obras.
Dia 30
Assinatura do Convênio entre a ABL e o
Rio Ônibus para o Projeto Circulando Cultura
Com presenças de Sebastião Rodrigues Pinto Neto (secretário de
Transportes do RJ), Lelis Marcos Teixeira (presidente do Rio Ônibus) e
Julio Lopes (ex-secretário de Transportes do RJ).
Outubro de 2010
Dia 22
Assinatura do Convênio entre a ABL e a FIRJAN
Implantação de bibliotecas em comunidades com Unidades de Polícias
Pacificadoras do Estado, assinado por Marcos Vinicios Vilaça e Augusto
Franco Aguiar, Diretor-Geral do Sistema FIRJAN.
356
CONVÊNIOS
Junho de 2011
Dia 21
Lançamento da Segunda Edição do Projeto
“Circulando Cultura”
A Academia Brasileira de Letras e o Rio Ônibus lançaram a segunda
edição do projeto “Circulando Cultura”, que publica poesias de grandes
autores brasileiros nos cartazes que são fixados a bordo dos 8.600 ônibus
da cidade.
A nova edição trabalhará com obras do poeta Raimundo Correia, no
centenário da sua morte. Duas de suas poesias, “Anoitecer” e “Mal Secreto”, vão mostrar que o poeta continua vivo através de seus leitores.
Entre outros trabalhos, estão os de Olavo Bilac “Inania Verba”; Machado de Assis “A Carolina”, Auta de Sousa “Página Azul”, B. Lopes “Berço”, Mário Pederneiras “Meu Casal” e Adelino Fontoura “Atração e
Repulsão”.
A cerimônia de lançamento aconteceu no dia 21 de junho, às 17h,
quando a ABL e a empresa Rio Ônibus fixaram o primeiro cartaz em um
ônibus estacionado na sede da Academia.
357
MARCOS VINICIOS VILAÇA
358
CONVÊNIOS
Dia 14
ABL e IBRAM Assinam Acordo de Cooperação
Técnica
O Presidente da Academia Brasileira de Letras, Acadêmico Marcos
Vinicios Vilaça, e o Presidente do Instituto Brasileiro de Museus
(IBRAM), José Nascimento Júnior, vinculado ao Ministério da Cultura, assinou no dia 14 de julho, quinta-feira, às 15h, na sede da Academia, o acordo de Cooperação Técnica para que se desenvolva a melhor forma de preservação, gestão e difusão de acervos documentais e
bibliográficos.
O objetivo é agilizar o acesso de pesquisadores, professores e estudantes aos documentos e livros das bibliotecas Lúcio de Mendonça e Rodolfo Garcia, além de orientar quanto à melhor forma de preservação, gestão, valorização e difusão dos acervos documentais, bibliográficos e artísticos, com vistas à preservação da memória da ABL. Estarão presentes
diversos diretores de museus do Rio de Janeiro e do país.
“Mais uma vez estaremos abrindo nossas portas à sociedade e permitindo que ela se integre cada vez mais às nossas atividades. A Academia
está pronta para disponibilizar recursos humanos no desenvolvimento
dessas ações. Isso permitirá que se desenvolva uma melhor forma de se
preservar a memória das nossas coleções e da Academia. Temos no acervo as mais valiosas contribuições que, ao longo do tempo, foram integradas às Bibliotecas. Além, naturalmente, do acervo mobiliário e artístico
que foram doados por Acadêmicos e Fundadores”, afirmou o Presidente
da ABL, Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça.
De acordo com o documento a ser assinado pelas duas instituições,
caberá ao IBRAM prestar consultoria técnica aos técnicos da Academia nas ações de gestão, preservação e divulgação de suas coleções, assim como promover, em conjunto, planos de trabalho para a identifi359
MARCOS VINICIOS VILAÇA
cação das coleções pessoais de interesse para a Memória da Literatura
Brasileira.
À ABL caberá permitir o acesso a suas instalações, como também tornar disponíveis fontes e bases de dados sobre a história da Literatura Brasileira. Outra atribuição será a de fornecer dados sobre as coleções pessoais que estão sob a guarda da Academia, assim como promover com o
corpo técnico do IBRAM, planos de trabalho para a identificação das
coleções pessoais de interesse do projeto.
O acordo permite, ainda, que as duas instituições estabeleçam novos
campos de cooperação. O documento afirma também que o Acordo de
Cooperação Técnica não exigirá transferência de recursos entre os envolvidos. Se isso vier a acontecer, será por intermédio da celebração de documento específico. A vigência será de cinco anos, a contar da data da assinatura, podendo ser prorrogada por igual período mediante a
assinatura de Termo Aditivo, se for do interesse das duas instituições.
360
CONVÊNIOS
Agosto de 2011
Dia 30
ABL Entregou ao IAHGP 30 Mil Páginas
de Documentos Raros da História de
Pernambuco e do Brasil
A Academia Brasileira de Letras fez a entrega de 30 mil páginas de documentos raros da história de Pernambuco e do Brasil, microfilmados e
digitalizados. Os manuscritos, raros, serão disponibilizados pela ABL,
juntamente com a Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e a Fundação
Miguel de Cervantes (FMC), ao Instituto Arqueológico, Histórico e
Geográfico de Pernambuco (IAHGP).
Os arquivos são mídias eletrônicas do projeto “Manuscritos de Pernambuco” – 35 rolos de microfilmes, 9 DVDs e 1 disco rígido. Estão
devidamente identificados e digitalizados, e correspondem a 812 manuscritos, totalizando 30 mil páginas de documentos que contam parte da
História de Pernambuco – e também do Brasil – do século XVI ao século XIX. Antes, estavam guardados na Divisão de Manuscritos da FBN.
“São documentos da maior importância para a História de Pernambuco e para a História do Brasil. Todos estão devidamente identificados
por historiadores. Temos cartas assinadas por Reis de Portugal aos
Vice-Reis do Brasil, mapas, cartas geográficas, contratos, editais, Atas da
Câmara de Olinda. A partir de agora, pesquisadores e estudantes poderão contar com fontes primárias do mais alto valor historiográfico”,
afirmou Marcos Vinicios Vilaça.
O escritor, professor e historiador Roberto Cavalcanti de Albuquerque,
consultor do IAHGP, um dos responsáveis pela realização do convênio com
a ABL e a FBN, estará presente à cerimônia. Ele informou que o Instituto
361
MARCOS VINICIOS VILAÇA
pernambucano receberá os documentos para seu arquivo institucional:
“Também será responsável pela guarda e distribuição dos documentos a entidades e instituições de preservação da memória, de ensino e de pesquisa. Os
documentos ficarão à disposição também de pesquisadores individuais e estudantes, que poderão ter acesso a todas as informações do projeto ‘Manuscritos de Pernambuco’ de imediato”, afirmou.
Resultado Final
A entrega dos documentos é o resultado final do convênio assinado em
agosto do ano passado entre a ABL, a FBN, a FMC e o IAHGP. A previsão
de conclusão dos trabalhos, de acordo com o convênio, era de um ano. Exatamente um ano depois de sua assinatura, os responsáveis estarão dando por
concluído o trabalho, segundo a Diretora executiva da FBN até o ano passado, Célia Portella. Os documentos pertencem à Biblioteca Nacional e a identificação, microfilmagem e digitalização, de acordo com o convênio, são de
relevância para a cultura regional e nacional.
362
CONVÊNIOS
Entre os 812 documentos identificados e digitalizados, por exemplo,
estão a certidão que trata da retirada dos holandeses do Recife, datada de
1648; a carta do Governador do Brasil tratando do transporte de madeiras de Pernambuco para Lisboa, datada de 1629; carta a Francisco de
Paula Travassos remetendo carta geográfica da Ilha de São João para ser
arquivada na Sociedade Real Marítima, com o maior sigilo, datada de
1799; mapa dos contratos reais da Capitania de Pernambuco com o cálculo de respectivos avanços extraídos da demonstração daquelas capitanias, remetido à Junta da Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba, no
ano de 1777.
Estiveram presentes à cerimônia na Sala da Presidência da ABL, além
de Marcos Vinicios Vilaça, Roberto Cavalcanti e Célia Portella, o Presidente da FBN, Galeno Amorim; a Presidente do IAHGP, Desembargadora Margarida Cantarelli, Monica Rizzo, Diretora do Acervo Especializado, Vera Faillace, Chefe da Microfilmagem, e Vera Garcia, Chefe dos Manuscritos.
363
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Setembro de 2011
Dia 8
ABL e PEN Clube do Brasil Celebram Convênio
de Cooperação
A Academia Brasileira de Letras e o Pen Clube do Brasil, celebrando
os 75 anos de sua presença conjunta na vida intelectual brasileira, assinaram um convênio de cooperação destinado ao estreitamento de suas atividades.
Firmaram o documento, pela ABL, o Presidente Marcos Vinicios Vilaça e, pelo Pen Clube, seu Presidente Cláudio Aguiar.
Na cerimônia, realizada no gabinete da Presidência da ABL, Marcos
Vilaça recordou que, desde a fundação do Pen Clube, muitos membros
da ABL fizeram parte daquela instituição como sócios, além de integrarem também a diretoria da mesma.
Segundo Cláudio Aguiar, a assinatura do convênio “vem apenas formalizar uma ligação que se estende desde o dia 2 de abril de 1936, quando o Pen foi criado. Naquela data, compareceram à solenidade de criação
21 dos 25 acadêmicos da ABL”.
Compareceram à cerimônia o Presidente da ABL Marcos Vilaça; a
Secretária-Geral Ana Maria Machado; o Primeiro-Secretário Domício
Proença Filho, o Segundo-Secretário Murilo Melo Filho e o Tesoureiro
Geraldo Holanda Cavalcanti. Do Pen Clube estiveram presentes o Presidente Cláudio Aguiar e a Vice-Presidente Clair Mattos, e os conselheiros
Délia Mattos, Ana Callado, Helena Ferreira, Godofredo de Oliveira e
Ronaldo de Freitas Mourão. Os Acadêmicos Ivan Junqueira e Antonio
Carlos Secchin, também conselheiros do Pen Clube, estiveram presentes,
assim como o Acadêmico Alberto da Costa e Silva.
364
CONVÊNIOS
Outubro de 2011
Dia 13
ABL Assinou Convênio Inédito com
a Universidade Blaise Pascal
O Presidente da Academia Brasileira de Letras, Acadêmico Marcos
Vinicios Vilaça, assinou convênio inédito com a Universidade Blaise
Pascal – Clermont-Ferrand, na França, que prevê o comprometimento
de ambas em promover o intercâmbio de suas publicações, organizar seminários, conferências, mesas-redondas, exposições e outras manifestações culturais, além de coeditar obras literárias e acadêmicas, e possibilitará que estudantes, escritores e intelectuais brasileiros participem de atividades naquela instituição francesa.
A agenda de Marcos Vinicios Vilaça e do Primeiro-Secretário da
ABL, Domício Proença Filho, também em viagem à França, compreendeu, ainda, uma matinê literária na Embaixada do Brasil naquele país. O
365
MARCOS VINICIOS VILAÇA
tema da conferência de Marcos Vilaça foi “A Academia Brasileira de Letras e a Cultura Brasileira”. Antes, foi exibido o filme “Português, a língua do Brasil”, documentário dirigido pelo Acadêmico Nelson Pereira
dos Santos. Um dia antes, os dois estiveram em Clermont-Ferrand, onde
fica a Universidade Blaise Pascal, para a assinatura do convênio. De tarde, Marcos Vinicios Vilaça recebeu medalha comemorativa das mãos do
Prefeito daquela cidade.
Em sua palestra na embaixada, o Acadêmico Domício Proença Filho apresentou um panorama da evolução da língua portuguesa no
Brasil desde o passado colonial aos dias atuais. Forneceu dados relativos ao uso do português como língua oficial nos países soberanos nos
diversos continentes e discorreu sobre as várias tentativas de reformas
e acordos entre os países lusófonos. Por fim, comentou o último acordo ortográfico assinado em 1990 entre Brasil, Portugal, Angola,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Ti-
Assinatura do convênio com a Universidade Blaise Pascal
366
CONVÊNIOS
mor Leste, destacando as inúmeras vantagens que a simplificação da
grafia poderá suscitar.
O Presidente da ABL relatou episódios relacionados à fundação da
Academia, apontando a importância de Machado de Assis e de Joaquim
Nabuco em sua trajetória. Mencionou ações e atividades que a Academia
vem desenvolvendo, como concertos, exposições, palestras e mostras de
cinema. Indicou que a instituição tem se modernizado, inclusive por
meio da aquisição de aparelhos que ampliem sua comunicação com o
grande público. Destacou ainda a presença da instituição na internet.
Uma Academia dinâmica, inovadora e aberta à sociedade em seus diferentes segmentos foi a imagem que os presentes tiveram a oportunidade
de conhecer, nas palavras de Marcos Vilaça.
Acadêmicos Domício Proença Filho e Marcos Vinicios Vilaça e Embaixador José Bustani
367
POSSES
POSSES
s posses na Academia Brasileira de Letras chancelam e consagram a
chegada de um novo confrade, assumindo significado quase batismal.
Na cerimônia, o empossado deve, em seu discurso, resgatar a memória
dos antecessores de sua Cadeira, o que põe em prática o princípio acadêmico do culto à memória. Do mesmo modo, o recipendiário apresenta ao
público as qualidades que justificaram a eleição do novel membro.
A
371
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Posse da Acadêmica
Cleonice Berardinelli
5 de abril de 2010
s palmas com que Cleonice Berardinelli foi agora recebida explicam a
alegria da Casa. Estamos contentes em recebê-la, com seus 60 anos
de vida na docência, sempre cuidando da difusão cultural em universidades públicas. Curiosamente, eu não tenho certeza, e os melhores conhecedores da história da Academia podem me ajudar, mas me parece que
nunca houve um momento em que alguém tomasse posse com quatro
ex-alunos presentes: os Acadêmicos Affonso Arinos de Mello Franco,
Ana Maria Machado, Domício Proença Filho e Antonio Carlos Secchin.
Trata-se de algo inusitado e por isso merece ser festejado. Ademais, a sua
presença marca dois momentos muito importantes na história da litera-
A
372
POSSES
tura. Um deles, a introdução do edifício Fernando Pessoa na literatura
brasileira; outra, as pontas que vossa senhoria tão bem atou: Camões e
Fernando Pessoa. Isso tudo faz com que a Casa esteja muito contente e
disso tudo dirá especificamente, com sua peculiar competência, e em
cumprimento ao regimento da Casa, o Acadêmico Affonso Arinos de
Mello Franco.
Eu também queria convidar as senhoras presentes a observar a “encadernação” nova das acadêmicas. Nossas meninas estão estreando uma
roupa nova, assinada pelo famoso costureiro Guilherme Guimarães.
Então, além de tudo, elas estão mais bonitas hoje.
Acadêmica Cleonice Berardinelli, além desses seus quatro alunos,
contamos hoje com a presença de estudantes Escola do Ensino Médio do
SESC, que fizeram questão de vir à sua posse. Não são seus alunos, mas o
são indiretamente, porque conhecem sua obra e quiseram estar aqui hoje.
Como se trata de uma professora e de alunos, a direção da Academia entendeu que devia destacar a presença desses jovens alunos. Sei que é
muito do seu agrado.
Seja bem-vinda!
373
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Posse do Acadêmico Geraldo
Holanda Cavalcanti
18 de outubro de 2010
enhoras e senhores, distintos amigos e amigas da Academia, meus
confrades,
A Academia vive hoje uma data e um momento muito significativo.
No ano do Centenário de Morte de Joaquim Nabuco, acolheremos um
pernambucano para integrar o nosso quadro. Daí porque, Sr. Governador João Lira, nós agradecemos a sua presença, que muito nos distingue. Eu quero indicar a comissão que trará até nós o Acadêmico Geraldo Holanda Cavalcanti: os Acadêmicos Ivan Junqueira, Evanildo Bechara e Marco Maciel, como todos podem ver, o favoritismo de dois
pernambucanos.
S
374
POSSES
Como Nabuco, o novo acadêmico é um diplomata. Igualmente a Nabuco, um servidor das causas internacionais. Um servidor público da melhor qualidade. Como se não bastasse, o novo acadêmico será recebido
por Eduardo Portella, de quem Gilberto Freyre dizia ser um recifense
nascido na Bahia.
O representante maior de Pernambuco, o Governador João Lira
Neto, é de Caruaru, terra de Álvaro Lins, diplomata e acadêmico. Pernambuco, no dizer de João Cabral, acadêmico e poeta, é a terra de mais
sol da Terra. E é mesmo. Esse sol continua iluminando e servindo a Pernambuco, ao Brasil. É um sol que aquece, mas não queima.
A poesia, que será o grande tema da noite de hoje, é, sabemos, uma
emoção estética. Mas o poeta que se empossa é também um extraordinário tradutor. Leopardi dizia que a tradução é a arte de naufragar com dignidade. No caso de Geraldo Holanda Cavalcanti, não há naufrágio, mas
muita dignidade. A dignidade de sua vida pública, a dignidade com que
ele escreveu, estudou e ensina. E, na lição de Marco Lucchesi, a tradução
literária é arte que só pode ser exercida por um poeta. Só um poeta pode
traduzir outro.
Senhoras e senhores, perdoem-me nesta noite, que eu considero uma
apoteose pernambucana, mas isso me alegra muitíssimo, e eu não faço reservas da minha pernambucanidade. É assim que eu me comporto. Aliás,
estou me lembrando que, nesta semana, Maria do Carmo repreendeu,
com modos, como é de seu estilo, a nossa guardiã do apartamento que temos na Praia da Boa Viagem, porque as vidraças estavam meio opacas. E
a empregada, uma adorável Sebastiana, respondeu-lhe: “Dona Maria do
Carmo, é a maresia do mar”. Pois bem, eu quero dizer a todos que esse
clima pernambucano é a maresia do mar!
375
MARCOS VINICIOS VILAÇA
Posse do Acadêmico
Marco Lucchesi
20 de maio de 2011
istinta amiga Constança Lucchesi, eu estou muito desorganizado
para coordenar esta sessão, porque eu tinha anotado aqui duas citações: uma de Nise da Silveira, a dizer que Lucchesi se alfabetizara com a
Divina Comédia, e outra, com essa precisão e eficácia de Eduardo Portella,
ao observar que Marco Lucchesi consegue alcançar a espontaneidade sábia na sabedoria espontânea (tenho uma inveja imensa de Portella, porque ele sabe dizer essas coisas). Eu então resolvi arrematar, fazer meu
“brilharete” com essas duas citações.
Tarcísio Padilha falou por todos nós ao dizer da alegria da Casa em
recebê-lo. Nós temos certeza de que seu contributo será substancial, que
enriquecerá a Casa, que já é muito rica, mas que se tornará muito mais.
Só tenho uma questão pela qual eu demandaria o esclarecimento de
Frei Beto: será que o Acadêmico Marco Lucchesi leu o evangelho de
hoje? Não precisa responder, pois eu o ajudarei. Trata-se daquele trecho
que fala que na casa de meu pai há muitas moradas (João 14:2). Esta é
mais uma morada sua. O Evangelho sempre nos salva.
A minha admiração pela sua obra, pela sua maneira de ser, esse jeito
suave com que convive conosco, medi no momento em que certa feita o
Acadêmico Lucchesi estava a proferir uma conferência, quando de repente puxou um papel e leu um poema. Pensei que aqueles eram caracteres árabes e perguntei: “Esse poeta é árabe?”, e ele disse: “Árabe não, ele é
persa”. Eu fiquei sem jeito, pois eu era e ainda sou incapaz de distinguir
árabe de persa, mas aquele momento detonou minha admiração por essa
sua capacidade de dominar línguas e de ser um grande poeta. Poeta que
D
376
POSSES
em livro recente diz: “E quando em mim as coisas já não forem hei de levar o azul inacabado de Isfahan, e nele dissolver-me, sem distinguir onde
começo e onde termino”. Aqui está o seu começo nesta Casa e aqui não
há término. Aqui não se termina. Habilitado e habitado pela Literatura,
esta Casa, esta morada fica muito bem para o Acadêmico Marco Lucchesi. Sua obra é a sua busca. Nós estamos felizes de recebê-lo.
A Academia agradece a quantos vieram a dar brilho a esta noite, e não
estou fazendo palavra de protocolo, pois a maneira brilhante como a assitência acolheu as palavras dos Acadêmicos Tarcísio Padilha e Marco
Lucchesi foi exemplar, o que nos enche de alegria e de prazer; é realmente
gratificante para a Academia receber pessoas que compreendem o nosso
papel, que se solidarizam conosco nas missões difíceis, pois aqui nada é
simples; é agradável, mas nunca simples. Assim agradecemos pela delicadeza da presença de todos e, sobretudo, as de Eros Graus, ministro do
Supremo Tribunal, do Embaixador Jerônimo Moscardo, do sempre
377
MARCOS VINICIOS VILAÇA
querido Frei Beto, destacando também a presença do sócio correspondente Leslie Bethell, grande especialista em Machado de Assis, que possui o direito, como se compreende, de se sentar no cadeiral acadêmico,
mesmo que sem esta plumagem, esta “encadernação” que os acadêmicos
possuem, visto que sócio correspondente não possui fardão.
O Acadêmico Marco Lucchesi receberá os cumprimentos na Sala dos
Poetas Românticos, sendo conduzido pelos Acadêmicos Affonso Arinos
de Mello Franco, Murilo Melo Filho e Domício Proença Filho. Está
encerrada a sessão.
378
POSSES
Posse do Acadêmico Merval Pereira
23 de setembro de 2011
foco da Academia Brasileira de Letras em seus 114 anos de existência
sempre foi o de preferentemente preservar e valorizar a memória nacional, a língua como instrumento do conhecimento e da convivência, as
letras como reveladoras e formadoras da identidade do país, sem deixar de
fora nada do que é humano, como a ciência que reside no espírito – a explicar o observado – e a poesia que habita a alma, a senti-la e a compreendê-la.
Logo, não poderemos ter uma cultura amnésica e um civismo estaladiço, feito apenas de muito verniz.
A Academia deve inquietar certezas.
Atentamos para o dinamismo social, no que ele encerra, na linha inclusive da regeneração, pois nenhuma entidade se legitimará trabalhando
no contraciclo.
Em função disto tudo é que vivemos esta noite, sob o testemunho de
tanta gente ilustre. Mestre Eduardo Portella acolherá em nome da Casa a
Merval Pereira e este dirá a que veio. Dirá que veio em sucessão de Moacyr Scliar, admirável romancista e confrade impecável.
A presença de Merval Pereira enriquece a nominata dos nossos sócios
e mantém expressivo o contingente de jornalistas. São tantos que nem me
aventuro a citar alguém.
Já se disse que o jornalismo seria uma literatura de pressão. Pressão do
tempo, pressão do espaço. É que o homem dá notícias o tempo todo, e a
permanência do seu texto vem da qualidade. Espécie de vai-e-vem, entre
certo imediatismo e a busca da posteridade.
Antonio Olinto, nosso saudoso confrade, observou que a pressão não
esteriliza quem sabe escrever. É o que acontece com Merval Pereira. Ele
O
379
MARCOS VINICIOS VILAÇA
escreve como um ideal de clareza. Este é o seu comprazimento. Escrever é
escutar o mundo.
O acadêmico Eduardo Portella, repito, vai falar por todos nós, com o
saber e a sabedoria que tanto admiramos. Permitam-me, antes, abraçar
presidencialmente o amigo que se empossa.
No gênero, é o último ato que me cabe dirigir desta Cadeira tão honrosa, mas de tantas provações. Cadeira onde cabem alegria e dores.
Este ato, saiba Merval Pereira, é de grande júbilo para todos nós.
Passo os olhos pela trajetória rica dos acadêmicos jornalistas e me
calo. Antes, louvo em representação de todos a Euclides da Cunha, o repórter maior, e gostaria, se soubesse fazê-lo, de cantar como Maria Gadú.
“Todos caminhos trilham pra gente se ver.
Todas trilhas caminham pra gente se achar”.
380
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DE NOVO PRESIDENTE - Marcos