Okamoto Fotografia / Divulgação Abimaq BOLETIM MENSAL DA CÂMARA SETORIAL DE MÁQUINAS E IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS DA ABIMAQ | MAIO/2013 - Nº 46 Resgatar a competividade do setor é prioridade do novo presidente da CSMIA Posse da nova diretoria na Agrishow 2013 contou com as presenças de dois ministros, dois ex-ministros, do presidente da Embrapa, autoridades e várias lideranças do agronegócio Okamoto Fotografia / Divulgação Abimaq Agrishow 2013: bons resultados para o setor Acordo inédito de cooperação técnica entre CSMIA-Abimaq, IPT e POLI-USP durante a posse de Gilberto Zancopé foi assinado pelos presidentes da Abimaq, Luiz Aubert Neto e pelo ex-presidente da CSMIA-Abimaq, Celso Casale. Página 4 Coincidindo com o balanço oficial da Agrishow 2013, que projetou negócios da ordem de R$ 2,6 bilhões, crescimento de 15% em relação à edição de 2012, vários empresários do setor de máquinas e implementos também relataram expansão dessa ordem nos negócios, com alguns registrando evolução de até 30% em suas vendas na feira. Outros fabricantes afirmaram que a Agrishow 2013 deve responde por até 20% de suas encomendas anuais. (Continua na página 4) Capa Nosso contrato com o futuro Nessa primeira manifestação como presidente da CSMIA/ ABIMAQ, iniciando uma gestão de dois anos, gostaria de, primeiramente, agradecer pelo apoio recebido dos colegas industriais e também pela calorosa recepção em plena realização do Agrishow. Quero ainda enfatizar o que disse nas diversas ocasiões em que me manifestei durante a feira: que o setor vive um ótimo momento em termos de vendas, com boas perspectivas no médio prazo. O Brasil tem um contrato com o futuro. Estamos contratados em nos tornar o maior produtor de grãos do mundo. Hoje, ocupamos o quarto lugar atrás da China, Índia e Estados Unidos, mas os três países não têm mais terras disponíveis para ampliar a produção, enquanto o Brasil ainda tem cerca de 100 milhões de hectares para ser incorporados ou convertidos de pastagens para a agricultura. E tudo isso será feito respeitando a mais rigorosa legislação de proteção ao meio ambiente do mundo. As nossas florestas serão preservadas. Essa perspectiva de incorporar mais 100 milhões de hectares aos cerca de 50 milhões atuais significa o triplo da área, mas nesses próximos 30 anos, quando isso deve ocorrer, haverá expressivos ganhos de produtividade e, dependendo do mix de produção, milho e soja, por exemplo, poderemos atingir uma produção anual de, aproximadamente, 1 bilhão de toneladas de grãos, ou seja, o quíntuplo do atual patamar de 200 milhões (184 milhões de toneladas em 2013). Para escoar toda essa produção precisamos de infraestrutura e muito investimento em logística. Nesse contexto, o papel da Câmara e da ABIMAQ é o de incentivar e articular junto com o governo soluções para desengargalar a logística do Brasil e destravar os investimentos necessários. É lamentável que, em meio a tanta abundância de recursos existentes atualmente no mundo, tenhamos restrições ideológicas para receber capitais e falha na regulamentação para esses investimentos tão necessários aos agricultores. Nossa função é ajudar o governo a superar essa armadilha ideológica e tomar decisões que beneficiem o Brasil. Já no plano interno, nossa tarefa, como entidade, é levar o associado a entender que temos uma lição de casa a ser feita, principalmente no que diz respeito à melhoria de gestão e foco na busca constante por inovação. Novo presidente da CSMIA reforça a necessidade de desoneração total do setor Além dos negócios e das demonstrações de campo, a Agrishow 2013 também foi palco para a posse da nova diretoria da CSMIA, a Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq. Muito concorrida, nas palavras do próprio presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, presente ao evento, foi uma demonstração da valorização da câmara e do fortalecimento do segmento. Além de dois ministros de Estado, Antônio Andrade, da Agricultura Pecuária e Abastecimento, e Pepe Vargas, do Desenvolvimento Agrário, a solenidade em que Gilberto Zancopé assumiu a presidência da CSMIA para o período 2013/2015 contou ainda com as presenças dos ex-ministros da Agricultura, Roberto Rodrigues e Alysson Paolinelli, do presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, além de inúmeras autoridades e lideranças do agronegócio brasileiro. O estande da Abimaq, onde foi realizada a cerimônia, ficou até pequeno para tantos convidados. Também participaram do evento a Diretora de Inovação do IPT, Zehbour Panossian, e o Chefe do Departamento de Automação Agrícola da POLI/USP, Prof. Antônio Saraiva, que assinaram acordo inédito de cooperação da CSMIA-Abimaq com as duas instituições. Em seu discurso de posse, Zan- Papel decisivo no aumento da produtividade Gilberto Zancopé – Presidente Expediente Informativo CSMIA é uma publicação mensal da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da ABIMAQ. Conselho Editorial: Gilberto Zancopé e Carlos Eduardo De Marchi. Coordenação Técnica: José Carlos Pedreira de Freitas – Coordenação Editorial: Enio Campoi – Jornalista responsável: Lázaro Evair de Souza – MTB 15.522 – Design Gráfico: Alcibiades Godoy. Endereço: Av. Presidente Vargas, 2001 – Sala 84 – Jd. California – CEP: 14020-260 – Ribeirão Preto – SP – Tel: (16) 3941-4113 – Fax: (16) 3941-4114 – www.camaras.org.br/site.aspx/Home-CSMIA – E-mail: [email protected] 2 copé fez questão de lembrar que os dois ex-ministros, Roberto Rodrigues e Alysson Paulinelli, influenciaram de maneira decisiva sua trajetória empresarial. “Foram os dois ministros quem primeiro me mostraram que esse país Fale conosco Associados podem enviar sugestões para as próximas edições Okamoto Fotografia / Divulgação Abimaq Editorial Na primeira plenária sob seu comando, Zancopé contou com a presença de grande parte dos associados, parceiros do IPT e da POLI e também o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto. poderia ser um líder mundial na agricultura. Eles falaram do nosso contrato com esse futuro e cabe a nós, agora, trabalhar para ele acontecer. Acredito nisso e acho que temos condições de, em uma geração, atingir uma produção anual de 1 bilhão de toneladas de grãos”, afirmou Zancopé. Para que o País alcance essa meta, o novo presidente da CSMIA-Abimaq enfatizou que sua função, agora à frente da câmara, é reforçar a articulação com as diversas esferas, principalmente a governamental, para atingir a ambiciosa meta de ser o celeiro do mundo. “Penso que nossa missão humanitária é garantir alimento, de boa qualidade e barato para que não se morra mais de Atenção Associados! Envie sugestões de pautas, artigos e experiências de sucesso de sua empresa para o e-mail [email protected] Associe-se e fortaleça ainda mais as ações do setor | [email protected] www.abimaq.org.br/csmia Gilberto Zancopé elege como prioridade a elevação da competitividade das máquinas e implementos agrícolas produzidos no Brasil O pensamento do novo presidente da CSMIA “Nós, empresários, temos de ajudar o governo a superar a armadilha ideológica que impede investimentos privados para permitir que o empresariado, que tem capital em abundância, possa investir e reduzir o gargalo logístico do País”. “O Brasil é um dos poucos países do mundo que onera e tributa investimentos. E investimento tem de ser estimulado e não tributado. Estamos conduzindo esse pleito da desoneração junto com a presidência da Abimaq e estamos muito perto de conseguir essa desoneração”. fome no mundo. Nesse sentido, o fabricante de máquinas e implementos tem um papel decisivo ao melhorar tecnologicamente seus produtos para que o produtor consiga, com equipamentos modernos, obter maior produtividade”, afirmou. O tripé do mal: câmbio, juros e tributos Ao fazer a transição do cargo para Zancopé, Celso Casale, que presidiu a CSMIA nos últimos quatro anos, agradeceu a colaboração dos colegas de diretoria e enfatizou que atingiu sua meta de fortalecimento do setor junto às demais cadeias do agronegócio e diante da opinião pública. O presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, enfatizou em seu pronunciamento a necessidade de desoneração tributária. “A CSMIA fez um trabalho excelente na ges- tão do Celso. Nós aumentamos em mais de 70% o número de associados da Câmara. Isso nós vamos cobrar também do Gilberto, pois a participação e a representatividade da entidade é fator fundamental dentro da Abimaq”. Aubert Neto também defendeu medidas econômicas governamentais, sobretudo na questão cambial, que, a seu ver, são fundamentais para a recuperação da competividade da indústria de máquinas. “Como é que pode um país que está em pleno emprego, com 5% de desemprego, o governo bate recorde todo mês de arrecadação e o País não cresce. Alguma coisa está muito errada na estrutura. Então são duas coisas: os importados entrando muito forte aqui e o câmbio faz com que nossas máquinas percam competitividade. De todos os males que temos no Brasil, o câmbio é um dos fatores de maior peso na baixa competitividade da indústria de máquinas. Como digo sempre, é o tripé do mal: câmbio, juros e tributos”, concluiu o presidente da Abimaq. “A participação da indústria no PIB está hoje por volta de 13%, mas o setor responde por 38% da arrecadação de impostos. Está demais. Está duro para a indústria carregar sozinha esse piano”. “Pra mim é um mistério que tendo 70% de nossa matriz energética baseada em água, recurso abundante e barato, nossa energia seja uma das mais caras do mundo. Nossa energia é mais cara até do que em países que dependem 100% do petróleo”. “Nós do setor de máquinas e implementos agrícolas já perdemos o mercado da Ásia, da África e estamos perdendo o da América Latina. O próximo passo é ver entrar aqui os concorrentes externos”. “Nós empresários do setor de máquinas e implementos estamos fazendo festa num lago congelado em plena primavera. Quando chegar o verão, o gelo pode derreter e todos nós corremos sérios riscos. Temos de estar preparados”. Associe-se e fortaleça ainda mais as ações do setor | [email protected] 3 Notas www.abimaq.org.br/csmia CSMIA assina acordo inédito com IPT e POLI-USP que deverá servir de referência para outras câmaras da ABIMAQ Okamoto Fotografia / Divulgação Abimaq Durante a posse da nova diretoria da Câmara, na Agrishow 2013, foi assinado um acordo inédito de cooperação técnica entre a CSMIA-Abimaq, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a Escola Politécnica da USP (Poli). “Esse trabalho é fundamental para o desenvolvimento da indústria de máquinas e equipamentos, especialmente das pequenas e médias”, disse o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, que também assinou o documento oficializando o acordo. Entusiasmado com as possibilidades futuras do acordo, Aubert Neto recomendou que a iniciativa da CSMIA fosse seguida pelas demais câmaras setoriais da entidade. O acordo torna-se, assim, uma referência para o setor de máquinas e equipamentos. Fruto de entendimentos iniciados há cerca de um ano, o acordo – último ato oficial da gestão de Celso Casale à frente da CSMIA –, tem por objetivo dar apoio aos associados da CSMIA-ABIMAQ nas áreas de P&D e inovação, no desenvolvimento de projetos, realização de ensaios, treinamento e capacitação, representando um importante instrumento de avanço tecnológico. “O acordo nos ajudará a melhorar processos produtivos, reduzir custos e aperfeiçoar nossos produtos, de maneira a nos tornarmos mais competitivos”, resumiu Casale. A diretora de Inovação do IPT, Zehbour Panossian, destacou sua importância. “Trata-se de algo inédito envolvendo um setor industrial e duas das mais importantes instituições de ensino e pesquisa do País”, disse. “Estamos muito animados com essa parceria. Todos nós temos a ganhar com a aproximação”, complementou o professor Antônio Saraiva, presidente da Comissão de Pesquisa da POLI/USP e chefe do Laboratório de Automação Agrícola. Segundo o professor Saraiva, há hoje uma gama de competências muito grande na universidade que pode e precisa ser melhor utilizada pelas empresas, em todas as áreas de engenharia. A pesquisadora Zehbour acrescentou que nos últimos anos o IPT passou por um processo de modernização, ampliando a infraestrutura para servir à indústria brasileira. Ela acrescentou ainda que o Instituto pode buscar, inclusive, apoio financeiro voltado para a inovação. “O IPT pode desenvolver projetos executados no âmbito da recém criada EMBRAPII em diversas áreas. Nesta modalidade, o governo federal entra com 1/3, o IPT com 1/3 e a empresa com o restante em projetos de inovação”, conclui a pesquisadora. Passos a serem seguidos por empresas interessadas no acordo lEnviar um e-mail para a CSMIA com sua demanda na área de P&D; lA consulta será encaminhada ao IPT e a POLI, que responderão indicando qual a área/interlocutor responsável pelo eventual atendimento daquela demanda específica; lA CSMIA informará essa área/interlocutor à empresa interessada que encaminhou a consulta que, a partir daí, tratará diretamente de como será o atendimento; lDetalhes sobre forma de trabalhar, custos e demais condições do atendimento serão discutidos diretamente entre a empresa, o IPT e a POLI. (continuação da capa) 4 Ofício da Imagem / Divulgação Agrishow Há menções elogiosas também relativas à diversidade dos visitantes. Este ano, a feira recebeu um público de 150 mil pessoas nos cinco dias de funcionamento, com um recorde histórico num único dia, no feriado do Dia do Trabalho, quando 35 mil visitantes passaram pelo Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios, em Ribeirão Preto, SP. Outro recorde deste ano foi o comparecimento de visitantes internacionais: foram 1.000 pessoas, procedentes de 67 países. Já no setor da feira onde são realizadas as demonstrações dinâmicas, o principal atrativo deste ano foi a área de 16 hectares destinada ao sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF). Segundo levantamento da Embrapa, responsável pelo projeto, cerca de 5 mil pessoas visitaram a área para obter informações sobre o novo siste- Sistema integração LavouraPecuáriaFloresta foi o grande destaque nas demonstrações da Embrapa na Agrishow 2013. ma produtivo. Focado na sustentabilidade ambiental, integra numa mesma área atividades agrícola, pecuária e florestal, por meio de cultivos consorciados, em sucessão ou rotacionado. O objetivo da Embrapa foi o de divulgar a nova opção de produção sustentável, de forma a estimular o maior número de produtores a utilizarem esse tipo de manejo. Além do Sistema Santa Fé, um dos mais tradicionais do iLPF no Brasil, foram feitos outros experimentos mais complexos, envolvendo a plantação de gramíneas forrageiras; o cultivo simultâneo de grãos com gramíneas e leguminosas. Nesses trabalhos, foram utilizadas braquiárias, guandu-anão, sorgo, milho, milheto e soja. Em todas as experiências, a espécie florestal empregada foi o eucalipto. Associe-se e fortaleça ainda mais as ações do setor | [email protected]