PSICANÁLISE E MODERNIDADE: O CORPO COMO LUGAR DE METÁFORAS Maria de Fátima P. Assis (UNESP) [email protected] Maria Lúcia de Oliveira (UNESP) [email protected] Introdução Este trabalho apresenta como objetivo geral situar a Psicanálise na Modernidade, buscando demarcar a especificidade do conhecimento psicanalítico quanto à problemática do corpo e seus desdobramentos para a reflexão sobre a educação escolarizada. Para atingirmos nosso objetivo, foi realizada uma pesquisa de caráter bibliográfico (nas publicações em livros e artigos que discutem a temática do corpo). Partimos da hipótese de trabalho segundo a qual o corpo, ponto fronteira entre o individual e o coletivo, é foco de análise privilegiado para compreendermos as subjetividades na atualidade, assim como o conhecimento sobre estas inaugurado pela Psicanálise. Partimos também da hipótese de que a escola é espaço sóciocultural de manifestação das metáforas do corpo enquanto psicossexual. Consideramos que é uma tarefa difícil definir, ainda que de modo sintético, o que é a Modernidade, enquanto período histórico. Tal definição poderia priorizar a análise política, econômica, social, ou mesmo a história das idéias, e, de acordo com cada ótica analisada, poderíamos construir diferentes visões sobre o que é modernidade. Sem pretender esgotar todo o conjunto de transformações que nos permite compreender o que é modernidade, optamos por descrevê-la a partir de diferentes ângulos, mas de uma maneira breve, pontuando alguns marcos históricos no processo de sua constituição. Em um segundo momento, pretendemos percorrer a história do corpo, durante o período que convencionamos chamar de modernidade, de modo a situar nesta, o saber inaugurado pela Psicanálise. Por fim, em um terceiro momento, propomos uma breve reflexão sobre os desdobramentos da problemática do corpo para a educação escolarizada. 1- Marcos históricos da modernidade A Modernidade compreende, de acordo com Sevcenko (2005) o período que vai do séc.XVI até meados do séc. XIX, quando as elites da Europa Ocidental entraram numa fase de desenvolvimento tecnológico acelerado, com o domínio de forças da natureza e energias. O conjunto das transformações históricas deste período foi responsável pela queda do Antigo Regime feudal e pela emergência do modo de produção capitalista. A revolução cientifica e tecnológica que eclode na virada do sec. XVI para o século XVII produziu um grande abalo na tradição teocêntrica do mundo medieval. A conquista de novos mundos, o contato com o diferente, produzem a recolocação da razão humana no centro de nossa cena antropológica, instaurando-se uma infinidade de explicações para tudo o que nos cerca. A feira renascentista ilustra este novo olhar sobre o mundo. Nela encontramos um caleidoscópio de cores, sabores exóticos e mercadorias advindas de regiões longínquas, banhando a todos com o múltiplo, que passa a contrastar com o universo seguro e conhecido da sabedoria milenar medievalista.Não havendo mais apenas uma, mas múltiplas explicações para as ocorrências, passamos a experimentar a dúvida e a insegurança. O que resta de um mundo que assiste a morte de Deus? Das ruínas de um mundo desamparado pela perda da proteção divina, resta o eu racional, o cogito cartesiano. O humano que emerge pela via da razão, passa a ser a medida de todas as coisas, tomando o lugar de Deus. Assim chegamos à modernidade. Sevcenco (2005) nos mostra a imagem da montanha-russa como metáfora para ilustrar a chegada da modernidade, em suas representações contemporâneas. A subida corresponde à primeira fase de implantação do discurso científico que vai do séc.XVI até meados do séc.XIX, quando as elites da Europa Ocidental entraram em acelerado desenvolvimento tecnológico,atingindo o domínio de forças da natureza,de energias e meios de transporte. Neste momento, a euforia mobilizada pelas conquistas, a crença na abundância, na racionalidade e autonomia humanas para resolver os problemas de sobrevivência, exorcizam o sentimento de desamparo. O topo da montanha-russa é o clímax da onipotência da razão, do domínio do homem sobre a natureza. Mas ao nos aproximarmos do séc.XX e ao longo da primeira metade deste, experimentarmos a descida. O vôo tecnológico produziu como resultado um efeito de destruição em massa nunca antes visto: esbarramos nas duas grandes guerras mundiais, quando o rosto do mundo transforma-se definitivamente. A partir de então, quaisquer que fossem os avanços, a sensação seria a de mais perplexidade e de iminência de despedaçamento. Seria necessário fazer a crítica da razão tecnológica, isto é, elaborar uma consciência crítica da própria modernidade, tarefa que coube ao movimento modernista realizar, conforme nos mostra Birman (2006). Neste contexto de desencanto, o mundo entra em crise intelectual provocada pelo esvaziamento da soberania do eu e da razão: percebemos que não seria possível sustentar a confiança em uma razão universal redentora e apaziguadora de nosso sentimento de desamparo. Quando entramos na terceira etapa da montanha-russa atingimos o loop – rodamos no vazio, experiência de extrema intensidade que nos arremessa ao estado inerte: como captar os signos mutantes do real postos pela nova onda da microeletrônica? Nova onda de perplexidade nos assola. Em “tudo o que é sólido desmancha-se no ar - a aventura da modernidade”, Berman (2007) nos faz ver que o que distingue a época burguesa de todas as anteriores, é que na atualidade nada é mais fixo; tudo é descartável. Ao procurar captar a visão da vida moderna como um todo, Berman (2007) retira a expressão “tudo o que é sólido desmancha-se no ar” do “Manifesto comunista” de Marx, trabalho que traduz, na visão de Berman, toda uma cultura, racionalidade e sensibilidade da moderna sociedade burguesa e seu drama histórico. Com esta imagem esfumaçante, podemos visualizar o caráter etéreo das coisas e das relações sociais no capitalismo atual. Assim descreve Berman as conseqüências do capitalismo para a esfera ética e social: (...) tudo o que a sociedade burguesa constrói é construído para ser posto abaixo. “Tudo o que é sólido” – das roupas sobre nossos corpos aos teares e fábricas que as tecem, aos homens e mulheres que operam as máquinas, às casas e aos bairros onde vivem os trabalhadores, às firmas e corporações que os exploram, às vilas e cidades, regiões inteiras e até mesmo as nações que as envolvem – tudo isto é feito para ser desfeito amanhã, despedaçado e esfarrapado, pulverizado ou dissolvido, a fim de que possa ser reciclado ou substituído na semana seguinte e todo o processo possa seguir adiante, sempre adiante, talvez para sempre, sob formas cada vez mais lucrativas. (BERMAN, 2007, p.97) Para Birman (2006), a modernidade é a condição de possibilidade de nosso mal estar, sendo que é este o momento histórico que inaugura o nosso desamparo. Nas sociedades medievais hierarquizadas o projeto identificatório era relativamente fixo, posto que ao nascer o sujeito já recebia o lugar social ao qual viria a pertencer pelo resto da vida, sendo impossível alterá-lo. Do ponto de vista simbólico, a centralidade do conhecimento bíblico, referente seguro e inquestionável, centrado na palavra divina nos remetia a uma vivência de amparo, pois tudo fazia sentido em um mundo onde Deus era o principio de todas as coisas. Com as transformações advindas da modernidade, todas as esferas da vida humana são revolucionadas, lançando as subjetividades em estado de desamparo. Frente ao esfacelamento subjetivo resultante da perda das referências divinas, a constituição da identidade torna-se um processo laborioso de construção individual. Assim, apesar das muitas faces pelas quais a modernidade pode ser definida (filosófica, histórica, econômica, social e cultural), na polissemia da palavra há um projeto de cultura no cerne do debate, posto que é no plano simbólico que o sujeito vai buscar a afirmação de sua individualidade. Segundo Birman (2006), afirmar que existe um projeto de cultura em pauta significa que se trata de um projeto identitário. Nesta perspectiva, a modernidade é caracterizada pela construção do indivíduo como tal. Nas palavras de Birman: A constituição da modernidade representou o autocentramento do sujeito no eu e na consciência, fundamentado no discurso metafísico com a filosofia de Descartes e com a tradição que a este se seguiu. Com isso, realizou-se a fundação ontológica do eu, esboçado por Montaigne, e então localizado no centro do mundo. (...) A modernidade é autocentrada no indivíduo. A individualidade é a categoria fundamental que define o ideário da modernidade, sem a qual esta é impensável. (BIRMAN, 2006, p.39) Portanto, é o indivíduo como valor que fundamenta a modernidade, sendo que é pela via do discurso científico que o indivíduo busca sua afirmação onipotente no mundo Vamos apresentar neste momento, com a história do corpo, outras facetas da aventura da modernidade. 2 - O corpo na história No âmbito das representações visuais reveladas pelo olhar dos artistas, Arasse (2008) argumenta que desde o século XIV, pintores e escultores deram uma atenção renovada à representação do corpo humano, tanto em seu detalhe anatômico como em suas capacidades expressivas. No apogeu da Renascença na Itália, o humanismo e o antropocentrismo fazem do corpo humano a base e a medida da vida: microcosmo no centro do mundo, é também o reflexo e o resumo do macrocosmo. Para o pensamento analógico renascentista, “a criatura humana, corpo e alma não separados, participa do conjunto do mundo e se encontra ligada aos reinos animal e vegetal, à Terra e ao cosmos.” (Arasse, 2008,p.544) O período renascentista também inaugura duas práticas sociais novas, indissociáveis da glorificação do corpo em sua representação clássica, nas quais os artistas participam em larga escala, de acordo com Arasse, do começo do século XVI até as últimas décadas do século XVIII: “a ciência anatômica revoluciona a definição física do organismo humano e a instituição de regras de comportamento ou “civilidade” fixa, através do controle de sua manutenção, uma nova representação do corpo socializado.” (Arasse, 2008, p.565). Para este autor, estas duas práticas são responsáveis por constituírem juntas, uma consciência moderna do corpo, em sua estrutura física e em sua sociabilidade. Nas metáforas da medicina popular renascentista, o corpo é um microcosmo no centro do universo e estava em correspondência com os signos do zodíaco e com as variações climáticas. Acreditava-se que a lua influenciava as sangrias, a cura das feridas, o peso dos humores; ela regulava a menstruação das mulheres, o momento do nascimento e até da morte. Porter e Vigarello (2008, p.447) salientam que a saúde era considerada um estado de equilíbrio sempre precário, ameaçado e instável entre o corpo humano, o universo e a sociedade. A prevenção das doenças era considerada uma arte de viver de acordo com a natureza, isto é, a obtenção de uma correspondência entre a harmonia interna e a externa. No mundo europeu da renascença, o começo da medicina científica apresenta-se entrelaçado com a tradição popular, regida pela representação do corpo humoral, em sintonia com as forças astrológicas: “religião, magia, feitiçaria e medicina popular encontram-se entrelaçadas nas concepções da saúde e da doença.” (Porter e Vigarello, 2008, p.448) A medicina moderna vai sendo elaborada lentamente contra esses saberes milenares, opondo a observação ao “ouvir-dizer”, a pesquisa à tradição popular. Porter e Vigarello (2008, p.450) informam que a partir da Renascença, a agitação intelectual mobilizou a vontade de descobrir verdades novas, momento em que podemos observar uma série de tentativas para estabelecer a medicina sobre bases mais sólidas, em particular, a partir do momento em que a revolução científica obteve sucesso nas ciências mecânicas, na física e na química, conhecimentos que possibilitaram grandes avanços também nas artes de navegação. No campo da medicina, a estrutura mais sólida, calcada na observação, surge com o conhecimento anatômico possibilitado, por sua vez, pela acumulação das práticas de dissecação de cadáveres, no final da Idade Média. De acordo com Faure (2008), ao adentrarmos no século XIX, a tendência a fragmentar o corpo já está estabelecida. Uma abordagem mais fisiológica, localista, minunciosa e técnica ganha bastante prestígio, o que modifica a maneira dos indivíduos e da sociedade lidarem com o corpo. A medicina erige-se como principal guia de leitura do corpo e da doença, o que faz com que a representação naturalista deste e sua medicalização se tornem hegemônicas. Além desta tendência à fragmentação, a separação entre a realidade material fisiológica do corpo e a parte espiritual, apresenta-se na tradição ocidental desde Descartes. Ávila (1997) nos mostra que durante o período medieval corpo e espírito ainda estão intimamente unidos.. Contudo, na idade moderna, desde Descartes somos conduzidos cada vez mais à apreensão do corpo como realidade objetiva e à separação entre corpo e mente. Em Descartes, o universo, os objetos e o corpo também incluído passam a ser vistos como uma gigantesca máquina, subordinada por princípios de causalidade linear, isolando-se as partes, para a compreensão do todo. A racionalidade médica, a partir do séc. XVI assenta-se neste terreno, passando o corpo a ser considerado uma máquina, o corpo maquínico, como observa Albernaz (2003). De acordo com esta autora, o conhecimento médico universaliza a categoria de corpo, reduzindo-o a uma materialidade anátomo-fisio-imagética, desarticulada da subjetividade. Sendo assim, nossa pesquisa do corpo na história nos mostra que a modernidade do corpo ocidental é fundada na ruptura entre a alma ou espírito e o corpo. 2.1- Situando a Psicanálise na história do corpo O campo de pesquisa da psicanálise inicia-se no final do século XIX, com a investigação e tratamento das ditas doenças nervosas, consideradas por Birman (2006) como sintomas do desamparo subjetivo moderno. A pesquisa do mal estar que acossou o sujeito em condições de modernidade apresenta-se, inicialmente, para Freud, nos sintomas do corpo histérico, enigma que não encontrou solução no campo da racionalidade médica. Seria necessário inverter a relação de poder entre médico e paciente, “dando ouvidos e voz” à linguagem do corpo histérico e forjar um novo campo de investigação que pudesse acolher fenômenos não legitimados dentro do quadro de referências do corpo enquanto organismo limitado à sua materialidade física, iniciativas que couberam ao médico Freud empreender. Havíamos dito que o corpo é ponto-fronteira entre a experiência individual e a coletiva, sendo por este motivo, um ângulo de estudos privilegiado para o entendimento das subjetividades na atualidade. No entanto, ao nos aproximarmos de uma leitura psicanalítica da modernidade, faz-se necessário precisarmos melhor as razões de nossa escolha pela problemática do corpo. O conhecimento inaugurado pela psicanálise vai sendo constituído sobre uma corporeidade que rompe com a ordem biológica e anatômica, sendo formulada pelas concepções de corpo erógeno e corpo pulsional, aspectos que nos apontam para o registro sexual do corpo, que se desdobra na implicação da relação entre sujeitos, na dependência fundamental do sujeito humano em relação ao outro que o sustenta em seu desamparo original. A corporeidade do sujeito revela a sua finitude, a sua incerteza, a sua mortalidade, dimensões do seu estado de desamparo existencial. A psicanálise, ao erigir-se como teorização sobre os destinos que o sujeito vai forjar para lidar com sua condição de desamparo, coloca em cheque as pretensões humanas de domínio de sua insegurança pela via da racionalidade. Desta forma, ela se coloca como método crítico de análise da cultura. A consideração da existência do inconsciente colocou em questão a divisão entre o corpo e a mente. A problemática fundamental da pesquisa de Freud, ao inaugurar a Psicanálise, situa-se na pergunta de como é possível que o registro do corpo possa ser articulado com o registro do sujeito. Assim, a especificidade do corpo psicanalítico, apresenta–se em sua articulação com o registro psíquico. Trata-se de um corpo habitado por um sujeito, um corpo-sujeito, cujo centro articulador encontra-se na sexualidade. Para que o corpo humano ultrapasse os registros biológico e orgânico e chegue a ser um corpo para uma subjetividade, um corpo psíquico, ele deve atravessar a experiência da alteridade. É no encontro com outro ser humano que o desejo do outro faz nascer a sexualidade e, com esta, o próprio psiquismo. O corpo para a Psicanálise é um corpo sexual, um corpo, em cujos sintomas encontramos as metáforas da sexualidade de Eros e Thânatos. Nas palavras de Alain Corbin, podemos assim situar o lugar da Psicanálise na história do corpo: O corpo é uma ficção, um conjunto de representações mentais, uma imagem inconsciente que se elabora, se dissolve, se reconstrói através da história do sujeito, com a mediação dos discursos sociais e dos sistemas simbólicos. A estrutura libidinal desta imagem e tudo aquilo que vem perturbá-la constitui o corpo em um corpo clínico, um corpo sintoma. (CORBIN, 2008, v. 2, p.9-10) 4- A escola como sintoma do mal estar na modernidade A educação escolarizada é parte fundamental do projeto identitário do sujeito na modernidade, sendo a responsável por introduzir o indivíduo na e para a cultura. Como instituição moderna, ela funciona como desaguadouro de nossa líquida modernidade. Novas modalidades de sofrimento psíquico nela eclodem, como a síndrome do pânico, a hiperatividade, o déficit de atenção, a depressão, o stress, dentre outros, de modo que ela vai ocupando o lugar de sintoma do mal estar na cultura. Diante destes sintomas, os educadores com freqüência não sabem o que fazer, e sentem-se desorientados e perplexos. O corpo não funciona a contento, sinalizando que as individualidades estariam possuídas pelo excesso que as impele para a ação. Das explosões emocionais incontroláveis, passando pela violência e as compulsões (drogas, comida, consumo), professores e alunos sentem-se transbordar por novas modalidades de mal-estar que ecoam para dentro e a partir do interior dos muros das escolas. Diante deste quadro, produz-se, para Birman (2006), um curto circuito no pensamento, que não pode mais funcionar. Neste contexto, o corpo é mediador do mal estar na modernidade, em cujos sintomas encontramos as metáforas de uma cultura em crise. A imagem do corpo predominante na educação escolarizada é a do corpo como organismo, onde suas dimensões inconscientes não têm sido consideradas. Para as ciências médicas, principais informadoras da educação escolarizada, só há uma realidade a considerar, que é a realidade física, orgânica e natural. Nesta, o corpo e a sexualidade limitam-se aos seus aspectos orgânicos, regidos pelas leis da evolução e da maturação biológica e limitada ao âmbito genital. Os limites desta abordagem necessitam ser apontados, mas acreditamos que tais limitações apenas podem ser superadas pela consideração do corpo enquanto psicossexual, do corpo sujeito. Considerações finais As conclusões desta pesquisa confirmam a importância do corpo como foco de estudos para o conhecimento da subjetividade na modernidade, e da própria Psicanálise. As leituras realizadas nos mostraram que a originalidade da psicanálise encontra-se em revelar as relações entre o corpo e o psíquico, superando a tradição dualista que desde Descartes separava estas duas categorias. O corpo para a psicanálise torna-se des-objetivado como dado concreto e empírico e erige-se como corpo subjetico, corpo psicossexual. A veiculação, na atualidade, de extremos de agressividade e erotismo (auto e heterodestrutivos) que elegem o corpo como via de expressão e comunicação, impõe que se pense num projeto educacional que não descarte o corpo enquanto matriz de metáforas e considere sua crescente presença, em detrimento da capacidade de comunicação verbal. Referências bibliográficas ALBERNAZ, L. Corpo e subjetividade: um diálogo da Psicanálise com a medicina. Revista Brasileira de Psicanálise, v. 37 (1): p.145-158 ARASSE, D. A carne, a graça e o sublime.In: COURTINE, J.J. e CORBIN, A. História do corpo –I : do Renascimento às Luzes. 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