Senhoras e Senhores, É com muito orgulho que na qualidade de representante da Procuradoria-Geral de Justiça participamos dessa honrosa solenidade em que o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Pará se reúne para, de acordo com os preceitos da Constituição em vigor, empossar a nova desembargadora, Dra. Edinéa Oliveira Tavares que passa a integrar este colegiado em caráter vitalício. Este momento coincide com tempos aparentemente conturbados, em que a sociedade brasileira discute acirradamente, o papel do Estado e a eficiência dos Poderes e dos órgãos institucionais a serviço da sociedade. Longe de tentar obscurecer ou minimizar a importância da discussão, devemos, antes de mais nada, tentar afastar do debate o caráter apaixonado e parcial. O que importa é a discussão sadia e produtiva sobre a efetividade da Justiça. É saber se os jurisdicionados estão ou não estão sendo bem atendidos pelo aparato da Justiça, aqui entendida em sua tríplice dimensão: a da Magistratura, a do Ministério Público e a da Advocacia. É evidente, que apesar de todos os esforços até hoje despendidos, estamos longe do ideal. Por isso mesmo, a primeira e mais lógica conseqüência, é reconhecer abertamente essa insatisfação e procurar identificar com precisão as suas causas em cada um dos lados desse triângulo eqüilátero da Justiça, com o escopo inarredável de solucioná-las, para o bem dos jurisdicionados. E é curial que o debate não pode ficar confinado ao âmbito da Magistratura, do Ministério Público e da Advocacia. É necessário que a ele se integrem os demais Poderes do Estado, não só o Legislativo encarregado da elaboração de todas as leis que formam o nosso “ordenamento jurídico”, como, principalmente, o Executivo, encarregado da formulação das políticas públicas e da execução dos investimentos dos recursos públicos, políticas e investimentos capazes de resolver, na origem, toda a gama de miséria e de desigualdade, sociais e regionais, que inevitavelmente acabam por desaguar no aparelho judicial. As nuvens das preocupações, não devem, contudo, encobrir a singularidade deste momento, em que o Tribunal de Justiça acolhe a nova desembargadora Dra. Edinéa Oliveira Tavares, que ascende a este plenário por promoção por antiguidade. Convém ressaltar que a ilustre magistrada ingressou na carreira em 1985, tendo, portanto, quase 29 (vinte e nove) anos de função judicante, e releva ser a magistrada que mais proferiu sentenças neste Estado, confirmado pelo Sistema Libra deste E. TJE que demonstra por estatísticas dos últimos seis anos mais de 18.000 (dezoito mil) sentenças, e mais de 50.000 (cinquenta mil) decisões interlocutórias. Destaca-se, ainda, que à Desembargadora Edinéa Oliveira Tavares sempre foram atribuídas excelentes pontuações referentes ao seu desempenho, presteza, produtividade, aperfeiçoamento técnico e conduta ética ao longo de toda carreira, o que nos leva a crer na certeza de sucesso em seu novo desafio. Não menos importante a escolha da mesma encontrou respaldo, portanto, em sua extensa ficha de serviços prestados à Magistratura paraense, o que levou os desembargadores a acompanharem, à unanimidade, a indicação da Corregedora Metropolitana de Belém. das Comarcas da Região Brilhante e ponderada Juíza de Direito, a Dra. Edinéa Oliveira Tavares honrou e engrandeceu as comarcas por onde passou, especialmente no interior do Estado, iniciando suas atividades na Comarca de Vigia, passando por Santa Izabel, Santo Antônio do Tauá, Ourém, Tomé Açu, Marabá, Tucuruí, Santarém, Altamira e Ananindeua, e sobretudo na 3ª Entrância, com um reconhecido trabalho na área das Varas da Fazenda Pública, Varas de Execuções Fiscais e nos Juizados Especiais. Particularmente, tive a elevada honra de conhecê-la no exercício da Magistratura mocoronga. Sempre muito digna e operosa, cedo chegava em seu gabinete de trabalho, realizava audiências criminais com muita postura,elegância e austeridade. A Dra. Edinéa Oliveira Tavares, em plena vitalidade, somarse-á aos membros deste seleto plenário. Terá, por conseqüência, longa vida profissional para aperfeiçoar mais ainda o seu perfil de magistrada, resultando em uma nova, ágil e dinâmica feição da prestação jurisdicional no âmbito do mais elevado órgão judicial do Estado do Pará. Em nome do Ministério Público do Estado, que tenho a honra de representar neste sodalício, é com satisfação que apresento às novas desembargadoras os nossos parabéns e os nossos votos de profícuo desempenho na missão que lhe foi confiada. Muito obrigado.