UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ESTUDO DA INTEGRAÇÃO DO QFD COM SERVQUAL EM HOSPITAIS PRIVADOS DO RECIFE SUELYN FABIANA ACIOLE MORAIS Orientadora: Profª. Denise Dumke de Medeiros RECIFE, Fevereiro/2014 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO PARECER DA COMISSÃO EXAMINADORA DE DEFESA DE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO ACADÊMICO DE SUELYN FABIANA ACIOLE MORAIS “ESTUDO DA INTEGRAÇÃO DO QFD COM SERVQUAL EM HOSPITAIS PRIVADOS DO RECIFE” ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: GERÊNCIA DA PRODUÇÃO A comissão examinadora, composta pelos professores abaixo, sob a presidência do(a) primeiro(a), considera a candidata SUELYN FABIANA ACIOLE MORAIS APROVADA. Recife, 21 de fevereiro de 2014. _________________________________________ Profª. DENISE DUMKE DE MEDEIROS, Docteur (UFPE) _________________________________________ Prof. ADIEL TEIXEIRA DE ALMEIDA FILHO, Doutor (UFPE) _________________________________________ Prof. GILSON LIMA DA SILVA, Doutor (UFPE) Dedico este trabalho ao meu pai, Edmário Morais, por ter deixado para mim a melhor e maior herança: a educação, o incentivo aos estudos e os princípios de humildade e simplicidade. “Eu sei que vou te amar, por toda a minha vida eu vou te amar.” (Tom Jombim) iii AGRADECIMENTOS A Deus, por sempre me guiar pelos melhores caminhos e não me desamparar nos momentos de tribulações. Aos meus pais, Lourdes e Edmário, por acreditarem em meus sonhos e por terem me mostrado sempre que a educação seria elemento essencial para minha vida profissional. A minha mãe que sempre esteve ao meu lado, me mostrando sempre o que era certo e errado e que sempre me apoiou em todas as minhas decisões. Ao meu pai, meu companheiro e melhor amigo, que não teve a oportunidade de ver a concretização desta etapa em minha vida, mas que mesmo assim, tem me acompanhado e me vigiado, mesmo em outro plano divino. Não posso ter mais os seus abraços apertados e os seus beijos, mas mesmo assim sinto o seu amor e o seu cuidado constantemente. A minha irmã, amiga e companheira Simone Morais, que sempre está ao meu lado e divide comigo meus medos, angústias, decisões e alegrias. Ao meu noivo Antonio Carlos, por todo amor, compreensão e por se fazer presente em todas as circunstâncias, me apoiando, dando forças e ajudando em tudo que preciso. Aos meus avós, tias, tios e primos pelos incentivos em busca dos meus objetivos e concretização dos meus sonhos. Em especial à professora Denise Medeiros, por todos os ensinamentos, apoio, compreensão e por ter acreditado que seria capaz de realizar este trabalho. A banca examinadora, por terem contribuído significativamente com melhorias para o trabalho. A Gileno Ferraz pela ajuda imprescindível para o desenvolvimento desta pesquisa. As minhas amigas-irmãs Danyely Resende e Vanessa Nóbrega, por terem dividido comigo alegrias e tristezas, madrugadas e mais madrugadas estudando e pesquisando, por terem sido minhas irmãs na ausência da minha, me aconselhando e por se fazerem presente em um dos momentos mais difíceis da minha vida me abraçando e sofrendo a minha dor. Aos meus amigos Anderson Gomes, Charles Cavalcante e Hélio Cavalcanti e por todo o companheirismo desde a época da graduação, por serem até hoje os irmãos que Deus não me deu mais que a vida me ofertou de presente. iv Aos amigos Cleiton, Elizeth e Perseu por terem dividido comigo angústias, medos, estudos e momentos de alegrias. Aos integrantes do grupo PLANASP por toda ajuda e apoio. A FACEPE pelo apoio financeiro concedido para o desenvolvimento da pesquisa. v RESUMO Nos últimos anos, houve um grande crescimento no setor de serviços no Brasil. Diante deste cenário, a qualidade tem se transformado em um critério essencial durante a execução de um serviço. Nesse sentido, as empresas têm buscado desenvolver sistemas de gestão através da aplicação de ferramentas que possam avaliar a qualidade do serviço e ajudar os gestores na tomada de decisão. O presente trabalho tem o objetivo de realizar um estudo de caso para levantar a utilização das ferramentas tradicionais e gerenciais da qualidade e realizar a integração da escala SERVQUAL (Service Quality Gap Analysis) e da matriz QFD (Quality Function Deployement) em hospitais privados da cidade de Recife. A integração do SERVQUAL e do QFD tem a finalidade de apontar os atributos categóricos para melhorar a eficiência da gestão do serviço. Deste modo, a abordagem aplicada para a pesquisa viabilizou observar os principais atributos relacionados pela gestão hospitalar, proporcionando um alinhamento para os gestores com a finalidade de facilitar a tomada de decisões gerenciais e traçar planos de ação para minimizar as deficiências dos serviços prestados pelos hospitais. Em uma perspectiva geral, a referida pesquisa apontou que o Hospital 1 e Hospital 2 precisam melhorar a eficiência dos seus serviços no que se refere a dimensão tangibilidade. E os Hospitais 2 e 3 nos requisitos no tocante a dimensão empatia. Estas respostas proporcionarão aos hospitais um maior balizamento para a definição de prioridades para os próximos planos de ação e treinamentos necessários. Palavras-Chave: Qualidade em Serviços; Setor de Saúde; Hospitais; Ferramentas da Qualidade; SERVQUAL; Desdobramento da Função Qualidade. vi ABSTRACT In the past years, Brazil services sector has had a major expansion. Considering such expansion, services quality has turn into an essential factor during service delivery. Regarding services quality, organizations have sought developing management systems in order to apply tools and strategies to help managers on decision-making. In this work, we propose a case study in order to evaluate traditional tools and also quality management tools integrating these tools with SERVQUAL (Service Quality Gap Analysis) scale and QFD (Quality Function Deployment) matrix on private hospitals of Recife city. Regarding the SERVQUAL and QFD integration, its main purpose is to point categorical attributes to improve service management effectiveness. Therefore, our research approach enables the observation of the main attributes related with hospital management, providing a guideline to hospital managers in order to facilitate their decision-making process and also define action plans to minimize hospitals services flaws. From a general perspective, that study showed that the, Hospital 1 and Hospital 2 need to improve the efficiency of their services as regards the size tangibility. And the Hospital 2 and 3 in the requirements regarding the size empathy. Keywords: Services Quality; Health Sector; Hospitals; Services Quality Tools; SERVQUAL; Quality Function Deployment. vii Sumário 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 1 1.1 Justificativa ................................................................................................................3 1.2 Objetivos .....................................................................................................................4 1.3 Metodologia da Pesquisa ...........................................................................................5 1.3.1 Classificação da pesquisa ................................................................................................................. 5 1.3.2 Procedimentos Técnicos .................................................................................................................. 6 1.3.3 População e Amostra ....................................................................................................................... 8 1.4 Estrutura do Trabalho ..............................................................................................9 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................... 11 2.1 Serviços .....................................................................................................................11 2.1.1 Conceito de serviços ...................................................................................................................... 11 2.1.2 Caracterização dos Serviços ........................................................................................................... 12 2.1.3 Classificação dos Serviços ............................................................................................................. 16 2.2 Qualidade .................................................................................................................18 2.2.1 Conceito de Qualidade ................................................................................................................... 18 2.2.2 Qualidade de serviços .................................................................................................................... 21 2.2.3 Qualidade dos serviços de saúde .................................................................................................... 23 2.3 Ferramentas da Gestão da Qualidade ...................................................................24 2.3.1 Ferramentas Tradicionais e Gerenciais ........................................................................................... 24 2.4 SERVQUAL .............................................................................................................29 2.4.1 A escala SERVQUAL e o modelo gap ........................................................................................... 29 2.4.2 Aplicação da escala SERVQUAL em serviços de saúde ................................................................. 34 2.5 QFD (Quality Function Deployment) ....................................................................35 2.5.1 Matriz de Desdobramento da Função Qualidade (QFD) ................................................................. 35 2.6 Caracterização do Setor Hospitalar .......................................................................40 2.6.1 Definição e Funções do Hospital .................................................................................................... 40 2.6.2 Estrutura Organizacional e Funcional do Hospital .......................................................................... 42 2.6.3 Qualidade nos serviços hospitalares ............................................................................................... 46 2.7 Considerações do Capítulo .....................................................................................48 3 INTEGRAÇÃO DA ESCALA SERVQUAL E A MATRIZ DE DESDOBRAMENTO DA FUNÇÃO DA QUALIDADE (QFD) ............. 49 3.1 Gerenciamento dos serviços hospitalares através das ferramentas de gestão da qualidade. .......................................................................................................................49 3.2 Proposta de integração da escala SERVQUAL e da matriz QFD ......................50 viii 3.3 Instrumentos para coleta de dados ........................................................................54 3.4 Considerações do Capítulo .....................................................................................56 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................................................... 57 4.1 Caracterização da Gestão Hospitalar ....................................................................57 4.2 SERVQUAL .............................................................................................................60 4.2.1 Perfil dos Gestores ......................................................................................................................... 60 4.2.2 Características que descrevem os serviços pelo hospital ................................................................. 61 4.2.3 Percepção e Expectativas do SERVQUAL ..................................................................................... 62 4.3 Análise dos Resultados das Expectativas e Percepções dos gestores ..................65 4.3.1 Dimensão Tangibilidade ................................................................................................................ 66 4.3.2 Dimensão Credibilidade ................................................................................................................. 67 4.3.3 Dimensão Responsividade ............................................................................................................. 69 4.3.4 Dimensão Segurança ...................................................................................................................... 71 4.3.5 Dimensão Empatia ......................................................................................................................... 71 4.3.6 Avaliação das Normas Padrões ...................................................................................................... 73 4.4 Proposta de Integração SERVQUAL e a matriz QFD.........................................76 4.4.1 Matriz QFD do Hospital 1 .............................................................................................................. 77 4.4.2 Matriz QFD do Hospital 2 .............................................................................................................. 79 4.4.3 Matriz QFD do Hospital 3 .............................................................................................................. 81 4.5 Considerações do Capítulo .....................................................................................84 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................... 85 5.1 Dificuldades e Limitações da Pesquisa ..................................................................86 5.2 Recomendações para Trabalhos Futuros ..............................................................86 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 87 APÊNDICES............................................................................................ 95 APÊNDICE I ........................................................................................... 96 APÊNDICE II ........................................................................................ 103 ix LISTA DE FIGURAS Figura 1.1: Etapas da Pesquisa ..................................................................................................... 7 Figura 2.1: Classificação dos processos de serviços .................................................................... 17 Figura 2.2: Qualidade em serviços ................................................................................................ 21 Figura 2.3: Relação entre expectativas, satisfação do cliente e qualidade percebida ................... 22 Figura 2.4: Ferramentas tradicionais da qualidade ...................................................................... 25 Figura 2.5: Ferramentas gerenciais da qualidade ........................................................................ 25 Figura 2.6: Relação de integrada das sete ferramentas tradicionais e as sete ferramentas gerenciais da qualidade ................................................................................................................ 28 Figura 2.7: Modelo de avaliação da qualidade dos serviços ......................................................... 30 Figura 2.8: Componentes do modelo QFD ................................................................................... 37 Figura 2.9: Abordagem conceitual de QFD para serviços ............................................................ 39 Figura 3.1: Proposta de integração do SERVQUAL e QFD para o setor de serviços hospitalares ................................................................................................................................... 53 Figura 4.1: Integração das ferramentas SERVQUAL e QFD para avaliação da eficiência do serviço para o Hospital 1 .............................................................................................................. 77 Figura 4.2: Integração das ferramentas SERVQUAL e QFD para avaliação da eficiência do serviço para o Hospital 2 .............................................................................................................. 79 Figura 4.3: Integração das ferramentas SERVQUAL e QFD para avaliação da eficiência do serviço para o Hospital 3 .............................................................................................................. 82 x LISTA DE TABELAS Tabela 2.1: Características dos serviços........................................................................................ 15 Tabela 2.2: Matriz de Processo de Serviços................................................................................... 16 Tabela 2.3: Conceito de qualidade com a evolução do tempo ....................................................... 20 Tabela 2.4: Ferramentas Tradicionais da Qualidade .................................................................... 26 Tabela 2.5: Ferramentas Gerenciais da Qualidade ....................................................................... 27 Tabela 4.1: Ferramentas Tradicionais da Qualidade utilizadas pelos hospitais ........................... 58 Tabela 4.2: Ferramentas Gerenciais da Qualidade utilizadas pelos hospitais ............................. 59 Tabela 4.3: Outras Ferramentas da Qualidade ............................................................................ 60 Tabela 4.4: Perfil dos gestores ...................................................................................................... 61 Tabela 4.5: Grau de importância dos Serviços Prestados ............................................................ 61 xi LISTA DE ABREVIATURAS ANS – Agência Nacional de Saúde ANAHP – Associação Nacional de Hospitais Privados ONA – Organização Nacional de Acreditação PAS - Pesquisa Anual de Serviços PMR – Polo Médico do Recife PDPC - Process Decision Program Chart QFD - Quality Fuction Deployment SERVQUAL - Service Quality Gap xii Capítulo 1 Introdução 1 INTRODUÇÃO As modificações e melhorias na relação entre o prestador de serviços e o cliente despontam como aliadas ao desenvolvimento, crescimento e ao fortalecimento do mercado no setor de prestação de serviços. Todos esses fatores favorecem a busca de estratégias para manter empresas competitivas no mercado. Os benefícios da relação com o consumidor são originados através da melhoria na qualidade do serviço prestado, desde que, essas melhorias proporcionem uma maior velocidade e confiança, gerando uma perspectiva de visão diferenciada dos consumidores em relação aos concorrentes, causando a satisfação e a fidelização dos clientes à empresa. Nesse sentido, as organizações devem continuar cautelosas quanto à qualidade da prestação dos serviços, devido à dificuldade em monitorar a execução dos mesmos, visto que existe a participação dos recursos humanos. Além disto, os serviços são difíceis de serem padronizados, devido à flexibilidade, e a intervenção do elemento humano constituintes do prestador do serviço e o cliente podem ocasionar uma maior quantidade de erros, permitindo que o serviço esteja mais favorável a quedas quanto à qualidade na execução da operação. Nessa perspectiva, os benefícios da relação com os clientes são determinados através da melhoria na qualidade do serviço prestado, de forma que, essas melhorias acarretem uma maior velocidade e confiança, gerando uma perspectiva de visão diferenciada dos consumidores em relação aos concorrentes, de tal maneira que origine a satisfação e a fidelização dos clientes à empresa. Deste modo o cliente torna-se o fator-chave, pois é ele quem avalia a qualidade de um serviço prestado, cujo desempenho é um critério que compromete diretamente sobre sua satisfação. Sendo assim, Hung & Hsin (2012) afirmam que as empresas devem perceber a importância do serviço, criar valor para o cliente, ouvir suas vontades e transformar a qualidade do serviço de acordo com a satisfação do cliente, se esforçando para satisfazer suas necessidades. De acordo com Ford e Fottler (2000) a concorrência no mercado em que estão inseridos os serviços de saúde favorece que os gestores estejam mais focados e sejam cientes das necessidades e anseios dos seus clientes (pacientes). Vários estudos têm sido realizados referentes à qualidade dos serviços de saúde, utilizando as ferramentas tradicionais e gerenciais da qualidade. Enfatizando essa assertiva, segundo Fonseca e Miyake (2006), para que as organizações aprimorem seus níveis de 1 Capítulo 1 Introdução qualidade é necessário o uso apropriado de técnicas e ferramentas para uma eficiente gestão da qualidade. Diante deste cenário, Ramsaram-Fowdar (2008) e Bakar et al., (2008), utilizaram em seus trabalhos a escala SERVQUAL, já Dijkstra & Bij (2002) e González et al (2005) utilizaram a matriz do QFD (Quality Function Deployement). A escala SERVQUAL é uma das formas mais utilizadas para realização do levantamento de informações acerca dos anseios e necessidades dos clientes (Prass et al., 2010), visto que a referida escala utiliza a coleta de informações através de questionário com a finalidade de avaliar o grau de satisfação e expectativa dos clientes na prestação do serviço. Para complementação das informações, a ferramenta do QFD é apresentada como um importante procedimento para analisar os requisitos dos clientes nas atividades de produção de produtos e serviços (AKAO, 1996; OHFUJI et al., 1997). A aplicação dessa ferramenta nessa pesquisa aponta uma ampliação dos estudos nos serviços de saúde, uma vez que, Dijkstra e Bij (2002) afirmam que a utilização dessa ferramenta se torna adequada por existir poucos estudos do QFD no setor de prestação de serviços, especificamente no de saúde. Diante deste cenário, os serviços de saúde precisam ser direcionados nas diversas partes de seus processos, evidenciando a gestão da qualidade, como também, a supervisão dos recursos humanos, com o objetivo de avaliar, aceitar e exceder as expectativas dos clientes, obtendo desta maneira a excelência da organização. De acordo com o exposto, a presente pesquisa propõe identificar e avaliar as ferramentas da gestão da qualidade utilizadas em hospitais da cidade de Recife – PE, para detectar os atributos categóricos no tocante à satisfação dos clientes que utilizam o serviço prestado pelos hospitais. Para tanto será utilizada a escala SERVQUAL, cujo desígnio é mensurar a qualidade do serviço através da identificação dos gaps (lacunas) existentes entre a expectativa e percepção do serviço prestado, os quais servirão para alimentar a matriz de Desdobramento da Função Qualidade (QFD) apontando os principais requisitos para o desenvolvimento do serviço prestado. 2 Capítulo 1 Introdução 1.1 Justificativa O setor de serviços obteve uma grande importância nos últimos anos (CORREA & CAON, 2010), tanto em nível mundial quanto no Brasil. A Pesquisa Anual de Serviços (PAS) divulgou que em 2002 o setor compreendia 945.000 empresas e ocupava 6,85 milhões de trabalhadores, enquanto em 2006 obteve 958.290 empresas e empregou cerca de 8,15 milhões de trabalhadores. No ano de 2011, esse número cresceu para 1.081.000 empresas, empregando cerca de 11.398.000 pessoas, gerando desta forma uma receita operacional líquida de R$ 1.004.000.000 (PAS 2002; PAS 2006 e PAS 2011), confirmando o crescimento no setor de prestação de serviços. Diante o exposto percebe-se um crescimento do setor de serviços para economia, e que este tem colaborado de maneira intensa para o crescimento e desenvolvimento do mercado (SICSU & CASTELAR, 2009). Nesse sentido, deve ser enfatizado que as modificações na economia ocorridas na prestação de serviços decorrem em maiores oportunidades para conquistar e aumentar a participação deste mercado (SICSU & CASTELAR, 2009). No tocante aos serviços de saúde, deve ser ressaltado que esse seguimento se encontra de maneira mais sensível aos olhos dos consumidores (pacientes), visto que os clientes do referido serviço são os agentes que compartilham ativamente da prestação, e são eles que representam a ação tangível do serviço. Logo, o serviço de saúde possuem particularidades que os caracteriza diferente dos outros tipos de serviços, pela natureza de suas atividades estarem totalmente interligadas a um fator minucioso que é a vida humana. Diante do exposto, Mélo & Medeiros (2007) asseguram que nos últimos anos os serviços de saúde no Brasil têm passado por grandes modificações, com alterações nas regulamentações e introdução de novos papéis e novas formas organizacionais, contribuindo intensamente na economia do país, gerando um crescimento substancial da competitividade para o setor de serviços. Diante deste cenário, a Agência Nacional de Saúde (ANS) apresenta que no ano de 2012 cerca de sessenta milhões de brasileiros eram usuários dos serviços médico-hospitalares no setor privado (Caldas, 2012). Diante dessa projeção, a Organização Nacional de Acreditação (ONA), divulgou que os hospitais têm enfrentado desafios significativos diante de um mercado cada vez mais competitivo, associado a um cenário econômico instável, onde ocorrem grandes avanços de inovação tecnológica, e uma grande regulamentação do setor de saúde e com ascensão de imposição na eficiência no setor médico-hospitalar (ONA 2010). 3 Capítulo 1 Introdução O Polo Médico do Recife (PMR) é reconhecido nacionalmente, pois possui várias empresas no referido setor que procuram diferenciar-se, buscando conseguir vantagem competitiva e, desta forma, procuram adquirir o fortalecimento no mercado (FERNANDES E LIMA, 2006). Diante do exposto, existe uma questão com possibilidade de aplicação prática em hospitais da referida cidade, com o objetivo de alcançar os resultados para esta pesquisa. Tendo em vista que as organizações hospitalares são complexas e, sua principal função é prestar assistência à saúde da população de uma determinada região (FORD e FOTTLER, 2000). Deste modo, faz-se necessário a realização de um estudo voltado para avaliar a eficiência das ferramentas tradicionais e gerenciais da qualidade integrando as ferramentas SERVQUAL e QFD em hospitais particulares da cidade do Recife, em busca de apresentar o papel gerencial no tocante à gestão da qualidade desses estabelecimentos. A integração das ferramentas citadas é uma das formas para a transformação do papel das competências caracterizadas como fator explicativo da qualidade na visão dos gestores dos hospitais. Neste contexto, constata-se a acuidade para o desenvolvimento de pesquisa no setor hospitalar da referida cidade, de maneira que o estudo objetiva identificar melhorias na competitividade do setor estudado, para que os hospitais obtenham a diferenciação através da aplicação eficaz de ferramentas que procuram avaliar e conhecer as necessidades dos clientes e demonstrar a qualidade através dos verdadeiros atributos que os clientes (pacientes) exigem. 1.2 Objetivos O objetivo geral deste trabalho de pesquisa é realizar um levantamento das ferramentas tradicionais e gerenciais da qualidade utilizadas nos hospitais privados do Recife e realizar a integração das ferramentas SERVQUAL e QFD nesses hospitais. Para alcançar o objetivo geral proposto faz-se necessário a realização dos seguintes objetivos específicos: - Avaliar as ferramentas necessárias e apropriadas para mensurar a Qualidade nos hospitais particulares da cidade do Recife; - Realizar um levantamento da utilização das ferramentas tradicionais e gerenciais da qualidade nos hospitais em estudo; - Propor uma abordagem para integração para o SERVQUAL e QFD; 4 Capítulo 1 Introdução - Realizar um estudo de caso para concretização da integração das ferramentas SERVQUAL e QFD dentro do contexto do setor hospitalar. - Analisar como a metodologia QFD pode colaborar para atender as necessidades dos clientes e melhorar a qualidade do serviço hospitalar. 1.3 Metodologia da Pesquisa De acordo com Jung (2004) o método de pesquisa é composto por um conjunto de atividades sistemáticas e racionais que podem ser apontadas em um trabalho científico. Para o desenvolvimento do trabalho científico é necessário utilizar uma metodologia de pesquisa que seja capaz de formular e planejar uma série de etapas como: o levantamento de informações necessárias para o desenvolvimento da pesquisa e a análise destas informações. Corroborando com o exposto, Gil (2010) afirma que existem vários critérios que devem ser considerados quando a finalidade é classificar uma pesquisa. Desta forma, o referido trabalho será classificado de acordo com sua natureza, seus objetivos, abordagem do problema e procedimentos técnicos. 1.3.1 Classificação da pesquisa Quanto à natureza, é considerada uma pesquisa aplicada, pois visa gerar conhecimentos para a aplicação prática, apontando a solução de problemas específicos, envolvendo verdades e interesses locais (GIL, 2010). No tocante aos objetivos, a pesquisa pode ser classificada como exploratória. Este tipo de pesquisa envolve o levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não padronizadas e estudos de caso (GIL, 2008). A pesquisa ainda pode ser classificada como descritiva, pois seu desenvolvimento é pautado nos processos de observação, registro e análise dos fatos, a fim de conhecer a realidade estudada, sem que haja qualquer tipo de manipulação dos fatos analisados (CERVO et al., 2007). No que se refere à abordagem do problema, a pesquisa é considerada qualitativa, pois foram desenvolvidas entrevistas não estruturadas com os gestores dos hospitais e ainda foi realizada uma pesquisa acerca dos estudos que já foram realizados abordando o tema sugerido por este trabalho. Quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa se caracteriza como sendo bibliográfica e estudo de caso. Segundo Silva & Menezes (2001) a pesquisa bibliográfica é aquela baseada na análise da literatura já publicada em forma de livros, revistas, publicações avulsas 5 Capítulo 1 Introdução impressa, escrita e até eletronicamente disponibilizada na internet. Gil (2010) ainda afirma que a principal vantagem desta técnica é que permite ao pesquisador uma visão mais ampla dos fenômenos estudados que na pesquisa direta. Ainda quanto aos procedimentos será realizado um estudo de caso, que consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento (GIL, 2010). 1.3.2 Procedimentos Técnicos Para o desenvolvimento desta dissertação foram desenvolvidas algumas etapas para o levantamento metodológico da pesquisa. O estudo foi desenvolvido em hospitais particulares da cidade de Recife no intuito de realizar um estudo no tocante a gestão da qualidade dos serviços prestados pelos referidos estabelecimentos. Neste sentido, as etapas para o desenvolvimento da pesquisa foram descritas na Figura 1.1, como apresentado a seguir. 6 Capítulo 1 Introdução Figura 1.1 – Etapas da Pesquisa Fonte: Esta pesquisa (2014) Conforme o Fluxograma dos procedimentos técnicos, descrito na Figura 1.1, a primeira etapa do estudo consiste na fundamentação teórica que apresenta a base bibliográfica para pesquisa, na qual foi composta por livros e artigos da área, com o objetivo de construir um embasamento teórico com os conceitos fundamentais, assim como informações sobre as pesquisas mais recentes, e desta maneira obter o conhecimento necessário para atingir os objetivos da pesquisa. 7 Capítulo 1 Introdução Em seguida, foram definidas as ferramentas metodológicas que foram utilizadas para a coleta dos dados nos principais hospitais particulares da cidade de Recife – PE. Neste sentido, foram elaborados dois questionários, o primeiro teve como principal objetivo identificar quais os tipos de ferramentas da qualidade os gestores dos hospitais utilizavam para mensurar a qualidade do serviço. E o segundo questionário foi elaborado de acordo com a Escala SERVQUAL, onde foi realizada uma adaptação com uma escala de Likert de 7 pontos, onde foram pontuados a visão dos gestores quanto a prestação do serviço, onde a escala variava em “fortemente desacordo” a “fortemente de acordo” e as perguntas estavam baseadas nas dimensões do SERVQUAL. Antes da aplicação destes questionários, foram realizados prétestes, com um consultor da área, para verificar se os mesmos teriam como apresentar os dados necessários para atingir os objetivos da pesquisa. Outro instrumento que foi utilizado foi a matriz de Desdobramento da Função Qualidade – QFD, onde foram utilizadas as dimensões do SERVQUAL, realizando assim a integração destas duas ferramentas, para avaliar a qualidade do serviço prestado pelos hospitais. Após a validação dos questionários, deu-se início a coleta dos dados com os gestores da qualidade e gestores de marketing e hotelaria dos hospitais que participaram da pesquisa, onde foi possível destacar quais as principais ferramentas que eles utilizavam para a mensuração do serviço prestado e como era a visão deles quanto ao serviço oferecido. Diante disto, as informações coletadas através da escala SERVQUAL auxiliou para alimentar a matriz do QFD, com a finalidade de analisar a correlação entre as respostas obtidas através das dimensões do SERVQUAL. 1.3.3 População e Amostra O tipo de amostragem adotado para o desenvolvimento da pesquisa foi o de acessibilidade, que segundo Gil (2010), neste tipo de pesquisa é necessário que o pesquisador selecione os elementos que tem acesso, de tal modo que estes possam de alguma maneira, representar o universo. Dadas às dificuldades em ter acesso a um grande número de hospitais, foi realizada uma amostragem não probabilística, de acordo com a conveniência ou intencional, obtida pelo critério de acessibilidade, composta de três hospitais particulares da cidade de Recife – PE, constituindo desta maneira a amostragem para a aplicação deste trabalho. 8 Capítulo 1 Introdução Desta forma, a pesquisa foi aplicada com os gestores dos setores de qualidade, de marketing e de hotelaria destes hospitais. Os questionários foram aplicados diretamente com os gestores, sem utilizar nenhum instrumento intermediário, como e-mail ou correios. Os elementos de uma amostra por acessibilidade são selecionados devido à facilidade em acessar estes indivíduos. Sendo assim, pode-se justificar o uso deste artifício, pois a delimitação da população total dos hospitais particulares da cidade de Recife – PE é grande, tornando o acesso difícil, e impossibilita realizar o cálculo de quanto seria a amostra que representasse a população que deveria ser estudada. Para determinar quais seriam os hospitais que poderiam participar, foi realizada uma pesquisa dos hospitais particulares, localizando estas instituições através de lista telefônica e por intermédio da ANAHP (Associação Nacional de Hospitais Privados), visto que essa associação é uma entidade representativa dos principais hospitais privados de excelência do Brasil e que dentre os principais hospitais de Recife, teve-se acesso a três que são associados à ANAHP. A coleta dos dados foi desenvolvida no seguinte período: a primeira etapa da coleta dos dados foi realizada entre 21 a 31 de maio do decorrente ano, onde foram levantadas as ferramentas da qualidade utilizadas pelos gestores para avaliação do serviço hospitalar, e a segunda etapa da coleta ocorreu entre 05 de agosto a 04 de setembro do decorrente ano, buscando levantar as informações no tocante ao SERVQUAL segundo a perspectiva dos gestores dos hospitais. 1.4 Estrutura do Trabalho O presente trabalho é composto por 5 capítulos, onde: o primeiro capítulo, apresenta a introdução do tema a ser pesquisado, a justificativa do estudo, os objetivos (geral e específicos) os quais o trabalho se propõe a atender e a metodologia de pesquisa utilizada para desígnio da pesquisa. O segundo capítulo envolve a fundamentação teórica, cujo objetivo é proporcionar o embasamento teórico para a realização do estudo. Entre os principais tópicos apresentados no decorrer da pesquisa os mais relevantes são: conceitos, características e classificação dos serviços, conceito de qualidade, qualidade dos serviços, bem como a qualidade nos serviços de saúde. Ainda é levantado o embasamento teórico no tocante as ferramentas da qualidade, a escala SERVQUAL e a matriz de Desdobramento da Função Qualidade (QFD), assim como também a caracterização do setor hospitalar e a qualidade nos serviços hospitalares. 9 Capítulo 1 Introdução O terceiro capítulo apresenta a integração da escala SERVQUAL e a matriz de Desdobramento da Função Qualidade (QFD). O quarto capítulo apresenta os resultados e a discussão dos dados e o quinto capitulo mostra as conclusões, as dificuldade e limitações, bem como sugestões para trabalhos futuros. 10 Capítulo 2 Fundamentação Teórica 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Este capítulo expõe alguns temas que são os assuntos que formam a base teórica para o trabalho de pesquisa, tais como: Conceitos, características e classificação dos serviços, qualidade, qualidade em serviços de saúde e as ferramentas SERVQUAL e QFD utilizadas para o desenvolvimento da pesquisa. 2.1 Serviços Esta seção apresentará o conceito, as características e as classificações para o setor de prestação de serviços, de acordo com a perspectiva de diversos autores. 2.1.1 Conceito de serviços Hill (1977) define serviço como “uma 'mudança' na condição de uma pessoa ou de um bem pertencente a um agente econômico, que está condicionado ao resultado da atividade de outro agente econômico, por acordo prévio, ou seja, solicitação da pessoa ou agente econômico anterior”. Existem várias denominações para expressão serviço, que podem ser distintas dependendo da perspectiva e, até mesmo, da conjuntura de cada autor. Segundo Clark e Johnston (2002, p. 65), o conceito de serviços na perspectiva organizacional é: “o modo como a organização gostaria de ter seus serviços percebidos por seus clientes, funcionários, acionistas e financiadores”, ou seja, é a proposição do negócio. Na perspectiva do cliente é “o modo pelo qual o cliente percebe os serviços da organização”. Grönroos (1995, p. 36) define serviço como: “Uma atividade ou uma série de atividades de natureza mais ou menos intangível – que normalmente, mas não necessariamente, acontece durante as interações entre clientes e empregados de serviços e/ou recursos físicos ou bens e/ou sistemas do fornecedor de serviços que é fornecida como solução ao(s) problema(s) do(s) cliente(s).” De acordo com Moreira (2008) um serviço é oferecido, e a prestação desse serviço implica em uma ação, embora meios físicos possam estar presentes para facilitar ou justificar o serviço. Para que produtos e serviços sejam oferecidos ao público, as atividades correspondentes devem ser planejadas, organizadas e controladas. 11 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Corroborando com o exposto, Paladini (2000) afirma que os serviços representam ações desenvolvidas por terceiros com o objetivo de atender a solicitações exclusivas de atividades a serem executadas. Exemplos dessas atividades são desempenhados por empresas de consultoria, restaurantes, hotéis, hospitais, clínicas. A prestação de serviços encontra-se presente no dia a dia das pessoas, seja tanto no consumo de alguns produtos ou na demanda de um serviço propriamente dito, assim sendo, torna-se complexo a existência da diferenciação dos procedimentos de como atender ao cliente. As empresas possuem diversos tipos de políticas para satisfazer o consumidor, que são ditados pelos valores que definem a maneira de trabalhar de cada uma (CARVALHO & PALADINI, 2005). Lovelock e Wrigth (2006) afirmam que “o modo tradicional de agrupar serviços é por ramo de atividade”. Estes agrupamentos determinam os produtos oferecidos pela empresa e analisam as necessidades dos consumidores como a concorrência, onde devem ser consideradas as seguintes dimensões para os sistemas de serviços: intangibilidade, simultaneidade, perecibilidade, heterogeneidade (ou variabilidade) entre a execução do serviço e o consumo. Essas dimensões avaliam a natureza e identificam possíveis melhorias do serviço que habitualmente é prestado De acordo com o exposto, não existe um único conceito para serviços, porém as definições existentes não diferem muito uma das outras, mas, é necessário observar que existe uma aproximação entre os conceitos que se relacionam com alguns aspectos neste setor. 2.1.2 Caracterização dos Serviços Os serviços possuem algumas características específicas que os diferenciam dos bens manufaturados (isto é, dos bens tangíveis). Estas características devem ser consideradas, visto que trazem implicações no gerenciamento dos serviços. Desta forma, Grönroos (1995), identifica, conforme a seguir, quatro características que ajudam a caracterizar os serviços: - Os Serviços são intangíveis – serviço é intangível, ou seja, geralmente o serviço não pode ser tocado e é percebido de modo subjetivo, exposto muitas vezes pelos consumidores, através do tato, da confiança e segurança. Em outras palavras, não é possível tocar num atendimento em um restaurante, ou em uma consulta médica. Já outros serviços contêm elementos altamente tangíveis, por exemplo, a comida 12 Capítulo 2 Fundamentação Teórica servida em um restaurante é tangível, porém o serviço executado para o atendimento ao cliente é intangível. - Os serviços podem ser uma atividade ou uma série de atividades – as atividades são determinadas e, por esse motivo, não são caracterizados como bens. - O serviço é produzido e consumido simultaneamente – o serviço de vigilância só acontece quando o vigia ou alguém observa a área física ou uma pessoa. Desta forma, o serviço começa a ser oferecido quando o monitoramento é iniciado e é concluído ao final dele. Como é possível perceber, a prestação de cada serviço é realizada no momento em que é consumido. Diferenciando os serviços dos bens, já que os serviços não são estocáveis. - O cliente participa do processo de produção – o consumidor não é exclusivamente o receptor dos serviços, ele é parte integrante do processo de produção. Carvalho & Paladini (2005) apresentam seis características das quais três (heterogeneidade, estocabilidade e qualidade) não foram mencionadas por Grönroos (1995): - Intangibilidade: o serviço não é algo palpável. Exemplo: uma consulta ao dentista; - Heterogeneidade (ou Variabilidade): apesar da tentativa para padronização dos serviços, ele nunca acontecerá da mesma forma com clientes diferentes, mesmo que seja o mesmo serviço oferecido. Exemplo: uma recepcionista nunca atenderá igualmente clientes diferentes, pois os mesmos podem procurar por serviços diferentes que a clínica oferece. - Estocabilidade: o serviço é executado no momento do pedido, por isso, não é possível estocar o serviço. Exemplo: o atendimento em um hospital só é realizado no momento que o paciente chega ao hospital. - Necessidade da participação do cliente: o serviço necessita da presença do cliente para que seja realizado de acordo com as necessidades dele, ao contrário dos produtos, que são produzidos sem o contato do consumidor. Exemplo: consultório médico. - Simultaneidade: os serviços são produzidos e consumidos ao mesmo tempo, Exemplo: a execução de um exame só pode ser realizada quando o paciente chega até a clínica para a realização do diagnóstico. 13 Capítulo 2 Fundamentação Teórica - Qualidade: no serviço a qualidade é analisada não só no resultado final, mas também sua operacionalização. Ainda a respeito da caracterização dos serviços, Lovelock e Wright (2001) apresentam nove diferenças que distinguem os bens e os serviços. Os autores ainda afirmam que estas nove diferenças não estão presentes em todos os serviços. 1. Os clientes normalmente extraem valor dos serviços sem obter propriedade permanente de qualquer elemento tangível. 2. Nos serviços, os benefícios ocorrem da natureza da realização e esta é basicamente intangível. 3. Os clientes, muitas vezes, são ativos e estão envolvidos no processo do serviço (seja pelo autoatendimento ou pelas interações com o pessoal de serviços). 4. Em muitos serviços, as pessoas se tornam parte do produto (exemplo, o contato entre os clientes dentro de um ônibus). 5. Maior variabilidade dos insumos e produtos do serviço, o que impede o controle e padronização dos processos. 6. Normalmente os serviços são difíceis de serem avaliados pelos clientes, principalmente pelas características que não são prontamente visíveis (atributos de confiança). 7. Como o serviço é executado através de uma ação ou realização, ele é perecível e não pode ser estocado. 8. O fator tempo é relativamente mais importante, pois como os usuários estão fisicamente envolvidos na execução do serviço e possuem perspectivas e sensibilidade em relação ao tempo de cada tarefa, a velocidade muitas vezes é fundamental. 9. Os bens tangíveis precisam de canais de distribuição física para ser transportados. Ao contrário disso, as empresas de serviços utilizam canais eletrônicos de distribuição, ou combinam produção, varejo e consumo em um único local. As características apresentadas por Lovelock e Wright (2001) que não foram estudadas pelos demais autores citados anteriormente foram: os clientes extraem valor dos serviços, grande variabilidade dos insumos, o fator tempo é relativamente mais importante. Observa-se que a terceira e quarta características citadas por Lovelock e Wright (2001) podem ser agrupadas em uma característica, classificada como maior 14 Capítulo 2 Fundamentação Teórica envolvimento dos clientes que se enquadram no estudo realizado por Carvalho & Paladini (2005) e Grönroos (1995) como participação do cliente na prestação do serviço. E a sexta característica citada por Lovelock e Wright (2001), (dificuldade na avaliação dos resultados) pode ser agrupada com a característica qualidade nos serviços mencionada por Carvalho & Paladini (2005). Diante da análise das características do serviço levantadas por esses três autores, pode-se então listar 11 características para os serviços (vale ressaltar que elas não se aplicam igualmente a todos os tipos de serviços). A Tabela 2.1 apresenta estas características. Tabela 2.1 – Características dos serviços. AUTORES CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS Lovelock e Wright (2001) O cliente extrai valor do serviço X Intangibilidade X Maior envolvimento do cliente X Contato entre o cliente e o serviço X Grande variabilidade dos insumos X Estocabilidade Fator tempo é relativamente mais importante Heterogeneidade X Carvalho & Paladini (2005) Grönroos (1995) X X X X X X X X Qualidade O serviço pode ser uma atividade ou uma série de atividades Simultaneidade Fonte: Esta pesquisa (2014). X X X De acordo com a Tabela 2.1, as características intangibilidade e contato entre o cliente e o serviço são as mais citadas entre os autores, bem como na bibliografia de serviços, uma vez que são características universais e que não dependem do tipo de serviço. É necessário lembrar que a estocagem é limitada apenas para a execução na prestação do serviço em si, isto é, é possível estocar clientes (ex: filas) e também os meios físicos usados para a prestação do serviço. 15 Capítulo 2 Fundamentação Teórica 2.1.3 Classificação dos Serviços Apesar da quantidade diversificada dos serviços atualmente oferecidos aos consumidores, eles podem ser agrupados em categorias de sistemas de serviços que facilitam sua compreensão. Para compreender os serviços em geral, Schmenner (1986) desenvolveu um método para classificá-los em duas dimensões, através de uma matriz de processos de serviços. A primeira dimensão relaciona o grau de interação do cliente e adaptação do serviço, a segunda, relaciona o grau de intensidade da mão de obra necessária para realizar a entrega. Diante dos dois fatores, o referido autor desenvolveu a matriz de processos de serviços, conforme a Tabela 2.2. Tabela 2.2 – Matriz de processo de serviços. Grau de interação e adaptação ao cliente Grau de intensidade da mão de obra Baixo Alto Baixo Indústria de serviço: - Empresas aéreas - Transporte de cargas - Hotéis Lojas de serviços: - Hospitais - Oficinas de veículos - Serviços de manutenção Alto Serviços de massa: - Varejista - Vendas em atacado - Escolas Serviços profissionais: - Médicos, dentistas - Advogados - Contadores Fonte: Adaptado de Schemenner (1986). Desta forma, o serviço que possui uma intensidade elevada de mão de obra revela instalações reduzidas e com poucos equipamentos e simultaneamente possui uma forte concentração de esforço, tempo e custo com a mão de obra. O autor ainda afirma que em um serviço que oferece um grau elevado de interação o consumidor pode interferir de maneira intensa no processo, e pode adicionar outros serviços para eliminar alguns aspectos relacionados à sua prestação. Além disso, a prestação de um serviço possui um grau elevado de customização, e este é orientado à satisfação das preferências individuais do cliente. 16 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Outra observação feita pelo autor, com relação à matriz acima, é que muitas das medidas adotadas pelas empresas de serviços tendem para a diagonal, isto é, vai da fabricação do serviço até empresa de serviços profissionais. Em busca de uma classificação para os processos de serviço, Silvestro (1999) e Corrêa & Caon (2010), agruparam as categorias dos sistemas de serviços em serviços profissionais, lojas de serviços e serviços em massa, como ilustrado na Figura 2.1. Ênfase em: Pessoas Front Office Processo Alto grau de: Contato Personalização Autonomia Serviços Profissionais Lojas de Serviços Ênfase em: Equipamentos Back Room Produto Baixo grau de: Contato Personalização Autonomia Serviços de Massa Baixo N° de clientes processados por dia Alto Figura 2.1 - Classificação dos processos de serviços. Adaptada de Silvestro et al. (1992). a) Serviços Profissionais: São caracterizados pela intensa participação do cliente durante o processo de prestação do serviço, demandando uma ampla flexibilidade das organizações em atender as necessidades específicas dos clientes. Esse sistema necessita de mão de obra altamente qualificada para a prestação do serviço, visto que o atendimento ao cliente é bastante personalizado (diferenciação pelo front office), realizando atividades com baixa especificação e repetitividade. Um exemplo para os serviços profissionais são os serviços de consultoria empresarial, jurídicos, cirurgiões, execução de projetos com prazos determinados. 17 Capítulo 2 Fundamentação Teórica b) Lojas de Serviços: são definidos como intermediário entre Serviços Profissionais e Serviços de Massa, pois combinam atividades do pessoal do front office (atividades de escritório, linha de frente) com as do back room (retaguarda, operações de baixo contato com o cliente). Pode citar como exemplo desse tipo de serviço, o atendimento bancário, agências de viagens, hotéis, hospitais, restaurantes. c) Serviços de Massa: envolvem transações padronizadas e bem definidas antes mesmo do cliente solicitar este tipo de serviço. Podem ser baseados em equipamentos e orientados para o “produto”, com a maior parte do valor adicionado no back room (retaguarda) e relativamente pouca atividade de julgamento exercida pelo front office (atendimento de linha de frente). No planejamento deste tipo de serviço existe uma tendência à divisão do trabalho e a especialização das atividades para atender a uma demanda em alta escala com eficiência. O que pode contribuir para investimentos em equipamentos e/ou sistemas informatizados e a posterior substituição de recursos humanos. Nessa categoria de serviços, estão inclusos os supermercados, aeroportos, serviços de telecomunicações, serviços de polícia. 2.2 Qualidade Esta seção apresentará uma visão geral dos conceitos da qualidade, como também os conceitos da qualidade dos serviços e mais especificamente a qualidade dos serviços de saúde, de acordo com a visão de diversos pesquisadores da área em estudo. 2.2.1 Conceito de Qualidade A ansiedade por se ter a qualidade em bens e serviços não é recente. Os consumidores sempre tiveram a preocupação de examinar os bens e serviços que recebiam em uma relação de troca. Essa preocupação diferenciou a chamada era da inspeção, que se voltava para o produto acabado, não se tendo assim qualidade no produto, apenas encontrando artigos defeituosos na razão direta da atividade da inspeção. Definir qualidade parece ser fácil, contudo este conceito apresenta um significado distinto e característico para cada pessoa. Este conceito vem evoluindo no decorrer do tempo, de acordo com o ritmo das mudanças que aconteceram. Inicialmente, a 18 Capítulo 2 Fundamentação Teórica expressão qualidade foi empregada pela era da inspeção, caracterizada pela verificação na resolução de um problema, buscando a uniformidade do produto. A era do controle estatístico surgiu com o aparecimento da produção em massa, apresentando a introdução de técnicas de amostragem e de procedimentos de base estatística visando à redução da quantidade de produtos defeituosos. Após a segunda Guerra Mundial, foi adotada a denominação controle de processos, que envolvia todo o processo de produção, desde o planejamento do projeto ao acabamento, e objetivava a segurança e a busca do erro zero. Esse conceito evoluiu para garantia da qualidade, envolvendo a sistematização através de normas escritas dos padrões e requisitos em todas as etapas do processo produtivo, buscando a garantia de uma qualidade adequada e uniforme. A Tabela 2.3 apresenta o conceito e o entendimento dos estudiosos a respeito da qualidade de acordo com a evolução do tempo. Segundo Corrêa e Corrêa (2008) para o cliente, o fator qualidade é dado pela comparação entre sua percepção quanto ao serviço prestado e a expectativa que ele tinha do serviço. Se o nível de percepção estiver abaixo do nível de expectativa, o cliente não ficará satisfeito, portanto, ele terá a impressão de um serviço de baixa qualidade. Assim, a qualidade do serviço pode ser definida como o grau de satisfação que o cliente avalia através dos atributos oferecidos pelo serviço oferecido. 19 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Tabela 2.3 – Conceito de qualidade com a evolução do tempo Autor Feigenbaum (1983) Garvin (1984) Ishikawa (1985) Deming (1990) Juran (1991) Crosby (1992) Paladini (1995) Jenkins (2000) Conceito de Qualidade Qualidade é conceituada de acordo com a opinião dos clientes, e, na busca por competitividade e melhoria contínua, as organizações devem ter este conceito suficientemente claro no momento de tomar a decisão. Identifica cinco abordagens para a definição da qualidade: 1- Abordagem transcendental: a qualidade é exemplo de “excelência inata”; 2- Abordagem baseada no produto: a qualidade é uma variável precisa e mensurável, que pode ser avaliada objetivamente; 3- Abordagem baseada no usuário: a qualidade é subjetiva, e chama a atenção da preferência do consumidor. 4- Abordagem baseada na produção: a qualidade está em conformidade com as especificações; 5- Abordagem baseada no valor: a qualidade é definida em termos de custos e preços, relacionando esses dois aspectos em seu resultado para o consumidor. Considera que a qualidade pode ser interpretada de duas maneiras. Na primeira, muito restrita, significa qualidade de produto; na segunda, mais abrangente, refere-se à qualidade de trabalho, qualidade de serviço, qualidade de informação, qualidade de processos, qualidade de pessoas, qualidade de sistema, qualidade de objetivos, etc. Relata que qualidade não é um luxo, mas sim aquilo que o cliente sempre deseja, necessita e quer. Como seus desejos estão em contínua mudança, a solução para definir qualidade é redefinir constantemente as especificações. Qualidade é a adequação ao uso. Um dos seus significados é o desempenho do produto, cujas características proporcionam a satisfação dos clientes que o comprarão. Seria, por outro lado, a ausência de defeitos, pois estas geram insatisfação e reclamações dos clientes. Qualidade é a conformidade com as especificações. Quando a pretensão é fazer certo da primeira vez, todos os envolvidos no processo devem saber o que isso significa. A qualidade encontra-se na prevenção, que, inicialmente, se origina do treinamento, disciplina, exemplo, liderança e persistência. O padrão de seu desempenho é o zero defeito, ou seja, erros não são admitidos e sua medida é o preço da não conformidade. “A qualidade é conceituada de acordo com a opinião dos clientes e, na busca por competitividade e melhoria contínua, as organizações devem ter este conceito suficientemente claro na tomada de decisões”. “Qualidade é o grau de ajuste de um produto à demanda que pretende satisfazer”. Fonte: Esta pesquisa (2014) 20 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Diante do exposto, esta pesquisa será fundamentada pelo conceito de qualidade desenvolvido por Juran (1991), que define que a “Qualidade é a „adequação‟ ao uso”, isto é, o consumidor é parte fundamental e integra ação na constituição do referido conceito. 2.2.2 Qualidade de serviços A qualidade em serviços apresenta o esforço pela interação com o cliente; pois o suporte é dado diretamente ao agente mais importante no processo, com isso tem-se o feedback imediato, fazendo com que o cliente influencie no processo produtivo, apresentando alternativas que possam atendê-lo nos padrões adequados, conforme ilustrado na Figura 2.2. Expectativa do cliente quanto ao serviço Percepção do cliente quanto ao serviço prestado Comparação Qualidade percebida pelo cliente Figura 2.2 – Qualidade de serviços. Fonte: Gianesi e Corrêa (1994). Corroborando com o exposto, Lovelock e Wright (2001) afirmam que os clientes avaliam a qualidade do serviço, baseado na comparação da qualidade esperada através da entrega do serviço, ou seja, a avaliação é feita através daquilo que realmente receberam e é composta pelas experiências bem ou mal sucedidas pela prestação do serviço. A Figura 2.3 ilustra a relação entre expectativas, satisfação do cliente e qualidade percebida. 21 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Superioridade percebida no Serviço Serviço esperado Serviço desejado Medidas da Qualidade do Serviço Serviço adequado Adequação Percebida no Serviço Serviço percebido Serviço previsto Satisfação Figura 2.3 - Relação entre expectativas, satisfação do cliente e qualidade percebida. Adaptado de: Lovelock & Wright, 2001 apud Zeithaml et al., 1993. Sob a ótica de Paladini (2004) a qualidade no ambiente dos serviços está focalizada quase que exclusivamente na influência mútua entre a empresa e o cliente. Isto ocorre por se tratar de uma operação onde não é possível estabelecer detalhes quanto aos aspectos físicos controláveis que a produção de manufatura possui. O autor ainda afirma que, a preocupação na interação com o cliente ocorre pelo fato da interferência ser necessária para que a atividade seja realizada corretamente. Desta maneira, um atendimento com qualidade deve ocorrer de acordo com a experiência entre o prestador de serviço e o cliente. Desta forma, os gestores devem compreender a importância em acompanhar o desempenho de vários determinantes que estão presente no processo do serviço, para avaliar a qualidade do serviço oferecido ao cliente. Estes realizarão a avaliação confrontando o nível de expectativa de desempenho nos diversos determinantes da qualidade com a percepção de qualidade após desfrutarem das funções oferecidas pelo serviço (LOVELOCK, 2006). 22 Capítulo 2 Fundamentação Teórica 2.2.3 Qualidade dos serviços de saúde O modelo mais empregado para avaliação em qualidade de saúde é o modelo de Donabedian (1988). A metodologia deste modelo é fundamentada na construção de um conjunto de indicadores ou atributos de qualidade que representem o cenário onde deve ser avaliado o componente da estrutura, do processo e do resultado. - Estrutura: está associado às características mais estáveis que compõe os serviços. Referem-se aos recursos físicos, humanos, materiais, equipamentos e financeiros necessários para assistência médica. Esses recursos são utilizados de maneira para atingir os resultados esperados. Apesar do referido componente ser considerado fundamental para garantir a qualidade da assistência, a avaliação pautada somente nesse componente é a que apresenta menos informação sobre a qualidade da assistência (DONABEDIAN 1988). - Processo: é o conjunto de atividade desenvolvida pelos profissionais da área de saúde e o paciente, baseado em padrões aceitos, e que resulta na entrega do serviço de saúde onde se obtém os resultados de assistência à saúde que servem de base para valorização da qualidade. Calvo, Henrique (2006) afirmam que a execução do processo envolve, por exemplo, auditoria de prontuários, supervisões periódicas, pesquisas de opinião pública, entre outras (CALVO, HENRIQUE, 2006). Ou seja, pode ser considerado como processo tudo que se refere ao tratamento de saúde diretamente e no período em que ele está acontecendo. O processo ainda pode ser considerado como um processo técnico ou processo administrativo (DONABEDIAN 1988). - Resultado: consiste no produto final, do serviço prestado, onde deve ser considerada a avaliação dos resultados quanto à satisfação quanto aos padrões estabelecidos, e as expectativas, isto é, é analisado o resultado da experiência de cuidados da saúde, ou seja, se os objetivos do serviço foram atendidos ou não (DONABEDIAN 1988). - Os estudos referentes à qualidade, mais especificamente em serviços de saúde, realizados por Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000), analisam a qualidade sob cinco perspectivas: conteúdo, processo, estrutura, resultado e impacto. Esses estudos consideram também o impacto sobre a família e sobre a sociedade. 23 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Corroborando com o exposto, Fogaça (2006) afirma que a qualidade no tocante aos serviços de saúde inclui fatores sociais, econômicos e culturais da sociedade e os atributos de qualidade com fatores relevantes e pertinentes são resultantes da população. Através dos conceitos apresentados no tocante à qualidade dos serviços, o próximo item explica os conceitos gerais acerca das Ferramentas da Qualidade. Estas ferramentas são sistemas e métodos de documentação utilizados com a finalidade de alcançar o sucesso na administração da qualidade e permitir que o planejamento de todas as ações seja descrita de modo sistemático, de maneira que seja promovida a melhoria contínua e que, respectivamente, atendam os requisitos dos clientes. 2.3 Ferramentas da Gestão da Qualidade Esta seção apresentará as ferramentas da gestão da qualidade, no tocante às ferramentas tradicionais e gerenciais, bem como as suas relações. 2.3.1 Ferramentas Tradicionais e Gerenciais A gestão da qualidade apresenta uma metodologia de análise que está fundamentada na integração de técnicas e ferramentas que contribuem para a tomada de decisão baseada em fatos e na melhoria contínua dos processos e de seus respectivos resultados (MATALIMA, 2007). O referido autor ainda afirma que o uso dessas ferramentas tem a finalidade de analisar as causas fundamentais para resolução dos problemas, estabelece que deva existir uma conexão do trabalho em equipe durante todas as etapas de execução da operação, para que a decisão seja baseada em resultados de informações relevantes, para que o procedimento seja conduzido de modo que a tomada de decisões seja fundamentada nos fatos ocorridos. As ferramentas da qualidade são definidas de acordo com Paladini (1997, p.66) como: [...] dispositivos, procedimentos gráficos, numéricos ou analíticos, formulações práticas, esquemas de funcionamento, mecanismos de operação, enfim métodos estruturados para viabilizar a implantação da Qualidade Total. Normalmente, cada ferramenta refere-se uma área específica do projeto ou do funcionamento do sistema de qualidade ou, ainda, da avaliação de seu desempenho. As ferramentas dispõem de ênfase específica, que pode referirse a uma análise prática do processo produtivo para, por exemplo, determinar previsões acerca de seu desenvolvimento; ou a análise da ação de 24 Capítulo 2 Fundamentação Teórica concorrentes em uma mesma faixa de mercado ou, ainda, a como melhor atender um grupo de consumidores. Estas ferramentas estão divididas em ferramentas tradicionais e ferramentas gerenciais, como apresentam as Figuras 2.4 e 2.5, respectivamente. Figura 2.4 – Ferramentas Tradicionais da Qualidade Fonte: Esta pesquisa (2014) Figura 2.5 - Ferramentas Gerenciais da Qualidade Fonte: Esta pesquisa (2014) 25 Capítulo 2 Fundamentação Teórica De acordo com o exposto, as Tabelas 2.4 e 2.5 descrevem as ferramentas tradicionais e gerenciais, a seguir. Tabela 2.4 – Ferramentas Tradicionais da Qualidade Ferramentas Tradicionais da Qualidade Ferramentas Descrição Diagrama de Causa e Efeito Ferramenta utilizada para investigar as causas prováveis de um problema de qualidade (VIEIRA, 1999) apresentando a relação existente entre um resultado de um processo (efeito) e os fatores (causas) do processo que por razões técnicas, possam afetar o resultado avaliado. (WERKEMA, 1995). Diagrama de Dispersão Vieira (1999) afirma que: Essa ferramenta estuda a relação entre: a) Um característico de qualidade e um fator que possa ter efeito sobre esse característico; b) Dois característicos da Qualidade; c) Dois fatores que possam ter efeito sobre o mesmo característico de qualidade. É um gráfico utilizado para visualização do tipo de relacionamento existente entre duas variáveis. (WERKEMA, 1995). Lista de Verificação A Lista de Verificação é uma planilha para registro de dados. O uso de uma folha de verificação torna a coleta de dados rápida e automática (VIEIRA 1999). A consta todos os fatores de interesse para estratificação (máquinas, operadores, turnos, matérias-primas, tipos de defeitos, entre outros) devem ser incluídos nesta folha, que será utilizada para a coleta e o registro de dados empregados na observação do problema (WERKEMA, 1995) Fluxograma Esta ferramenta é indicada à determinação de um fluxo de operações bem definido. Este fluxo permite visualizar o processo de modo global durante a execução do processo e, ainda, ressalta operações críticas ou situações em que haja cruzamento de vários fluxos. Paladini (1997). Gráfico de Controle Diagrama de Pareto Histograma Os gráficos, ou cartas, de controle são ferramentas para o monitoramento da variabilidade e para a avaliação da estabilidade de um processo (WERKEMA, 1997). O gráfico de controle típico exibe três linhas paralelas: a central, que representa o valor médio do característico de qualidade. A linha superior representa o limite superior de controle (LSC) e a linha inferior representa o limite inferior de controle (LIC). Os pontos representam amostras tomadas em momentos diferentes (VIEIRA, 1999). É um gráfico de barras verticais que apresenta a informação de fora a tornar evidente e visual a priorização de temas (WERKEMA, 1995). O gráfico de Pareto estabelece prioridades, ou seja, mostra em que ordem os problemas devem ser resolvidos. Usualmente se ganha mais trabalhando nas barras mais altas, e não nas mais baixas (VIEIRA, 1999). O histograma apresenta as informações de maneira que seja possível a visualização da distribuição de um conjunto de dados, apresentando, também a percepção da localização do valor central e da dispersão dos dados em torno deste valor central. (WERKEMA, 1995). O histograma revela a quantidade de variação que todo o processo traz dentro de si (VIEIRA, 1999). Fonte: Esta pesquisa (2014). 26 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Tabela 2.5 – Ferramentas Gerenciais da Qualidade Ferramentas Gerenciais da Qualidade Ferramentas Descrição Esta ferramenta reúne grandes quantidades de dados e os organiza em agrupamentos baseados em seus relacionamentos naturais (MIZUNO, 1993). Ela é utilizada Diagrama de Afinidades ou Método JK para explicar a natureza, a forma e a extensão dos problemas, incorporando ideias ou opiniões de acordo com as informações verbais, segundo as semelhanças. Planeja o encadeamento das tarefas necessárias para implementar um plano e acompanhá-lo. (MOURA, 1994, Diagrama de Atividades ou Diagrama de Setas ou seja, reúne a precedência entre atividades para atingir um resultado (RAMOS, 2005). É uma ferramenta utilizada para solucionar problemas que apresentam relações de causa e efeito. Indicando as relações Diagrama de Relações lógicas entre a causa e o efeito, através de setas (MIZUNO 1993). Relacionamento hierárquico entre os “quês” e os “comos”. Nesse tipo de diagrama é determinado o relacionamento Diagrama em Árvore ou Diagrama Sistemático entre quais necessidades e de que forma devem ser atendidos (RAMOS, 2005). Análise dos possíveis caminhos e ocorrências, considerando Diagrama PDPC (Process Decision Program desde a situação inicial até a final desejada (MOURA 1994) Esse diagrama desenvolve uma solução que prepare a Chart) mudança futura e um plano de contingência (RAMOS, 2005). Essa ferramenta estabelece que informações estão contidas em dados complexos. Para analisar esses dados, Matriz de Relações geralmente, é necessário utilizar a técnica estatística Multivariada (RAMOS, 2005). Esta ferramenta visualiza e simplifica relações complexas entre diversos fatores (RAMOS, 2005). Ela ainda realiza uma análise multidimensional, identificando o grau de Diagrama Matricial relação entre dois ou mais grupos de fatores (MOURA, 1994). Fonte: Esta pesquisa (2014). As ferramentas, tanto as tradicionais como as gerenciais, podem ser utilizadas de maneira integrada ou até mesmo de forma isoladas. Para uma gestão eficiente, é necessário um bom entendimento de como elas devem ser aplicadas e implementadas, outro fator importante é que a organização alinhe a utilização dessas ferramentas de acordo com sua necessidade. A Figura 2.6 ilustra a relação integrada das sete ferramentas tradicionais e as sete ferramentas gerenciais da qualidade. 27 Capítulo 2 Fundamentação Teórica FERRAMENTAS GERENCIAIS FERRAMENTAS BÁSICAS 1° ESTÁGIO: Análise dos fenômenos e definição do problema DIAGRAMA DE AFINIDADES DIAGRAMA DE RELAÇÕES DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO DIAGRAMA SISTEMÁTICO FERRAMENTAS BÁSICAS PDPC DIAGRAMA DE PARETO 2° ESTÁGIO: Desdobramento de ações DIAGRAMA MATRICIAL 3° ESTÁGIO: Programação das atividades DIAGRAMA DE SETAS LISTA DE VERIFICAÇÃO HISTOGRAMA DIAGRAMA DE DISPERSÃO MÉTODOS ESTATÍTICOS GRÁFICO LINEAR GRÁFICO DE CONTROLE DELINEAMENTO DE EXPERIMENTOS Figura 2.6 - Relação integrada das sete ferramentas tradicionais e as sete ferramentas gerenciais da qualidade. FONTE: Ramos (2005). Desta forma, a utilização das mesmas (isoladamente, ou até mesmo de maneira integrada) proporciona bons resultados para a resolução de problemas, e consequentemente o desdobramento nos planos de ação, ajudando assim para a melhor tomada de decisão gerencial. 28 Capítulo 2 Fundamentação Teórica 2.4 SERVQUAL Esta seção apresentará os conceitos e procedimentos da escala SERVQUAL e o modelo gap, assim como, a aplicação da escala SERVQUAL em serviços de saúde. 2.4.1 A escala SERVQUAL e o modelo gap Medir o nível de qualidade dos serviços é uma tarefa complexa quando esta atividade é comparada com a mensuração da qualidade dos produtos, uma vez que os produtos contêm propriedades físicas que podem ser avaliadas e detectadas, até mesmo com uma maior exatidão utilizando instrumentos de medição. Ao contrário dos serviços, que possuem características psicológicas e aspectos qualitativos complexos de serem percebidos com um maior nível de confiança, visto que, a resposta no que tange a qualidade do serviço será transmitida através da satisfação das expectativas dos consumidores. Com o objetivo de avaliar os serviços e os produtos inseridos no mercado, uma equipe de pesquisadores norte-americanos, da área de marketing, composta por Parasuraman, Berry & Zeithaml (1985), desenvolveram o modelo Service Quality Gap Analysis, conhecido como SERVQUAL. Este modelo é um dos pioneiros,no qual pode ser analisada a diferença entre a expectativa e a percepção do cliente, possibilitando mensurar a qualidade e o valor dos serviços prestados pelo usuário. Na ideia proposta por Bayrataroglo & Atek (2010), o modelo SERVQUAL tem sido utilizado como uma ferramenta para mensurar a qualidade do serviço em praticamente todos os setores das empresas prestadoras de serviços. Através da assertiva discorrida, as pesquisas realizadas por Ladhari (2008, 2009) e Yu et al. (2007), afirmam que nas últimas duas décadas, a aplicação do SERVQUAL tem sido utilizada como uma ferramenta genérica para avaliar a qualidade de serviços em diferentes setores e este modelo tem sido amplamente relatado na literatura. Com a finalidade de detectar falhas nos serviços, o modelo proposto por Parasuraman, Berry & Zeithaml (1985), consiste em avaliar 22 atributos que estão divididos em cinco dimensões (gaps), onde é possível calcular a pontuação geral da qualidade, baseado em cinco dimensões na qual é calculada a diferença entre as expectativas e percepções dos consumidores. Com a finalidade de facilitar o entendimento do modelo SERVQUAL, apresenta-se a Figura 2.7 que detalha um esboço de como a qualidade do serviço é abordada. 29 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Comunicação boca-a-boca C L I E N T E Necessidades pessoais Experiências passadas Serviço esperado GAP 5 Serviço percebido E M P R E S A D E S E R V I Ç O S GAP 1 Prestação do serviço GAP 4 Comunicação externa com os clientes GAP 3 Especificações da qualidade do serviço GAP 2 Percepções da gerência sobre as expectativas dos clientes Figura 2.7: Modelo de avaliação da qualidade dos serviços. Fonte: Adaptado de Parasuraman, Berry & Zeithaml (1985). O modelo de qualidade em serviços, representado na figura 2.5, encontra-se dividido em duas partes: a primeira parte (superior) refere-se ao cliente e a segunda parte (inferior) refere-se à empresa prestadora de serviços. Na parte que representa a empresa prestadora de serviço existem quatro gaps para avaliação da qualidade. O GAP 30 Capítulo 2 Fundamentação Teórica 1, consiste também na avaliação do serviço na parte do cliente. Parasuraman et al. (1985) definiu esses gaps como: - GAP 1 – Expectativa do consumidor e a percepção da gerência: muitas vezes os gestores não compreendem quais são as características que expressam alta qualidade na visão do cliente, isto é, quais atributos qualificadores o serviço deve ter para atender às necessidades do cliente e quais os níveis de desempenho que estas características devem ter para proporcionar um serviço que garanta qualidade. - GAP 2 - Percepção da gerência e especificações do serviço: Parasuraman et al. (1985) afirmam que esta lacuna pode acontecer quando os gestores não percebem as expectativas do cliente e a empresa não consegue colocá-las nas especificações oferecidas pelo serviço. Este gap pode ocorrer se existir falta de comprometimento entre a qualidade do serviço e os administradores do serviço. - GAP 3 – Especificações da qualidade do serviço e a prestação do serviço: Embora o desempenho do serviço já esteja bem especificado, seu desempenho pode não ser consolidado, e não executa a projeção do serviço. Esta inconsequência é relevada pelo contato pessoal na prestação do serviço, ou seja, os recursos humanos das empresas prestadoras de serviço desempenham uma forte influência na qualidade percebida do serviço pelos clientes, dificultando a padronização da qualidade devido à variabilidade no desempenho do funcionário. - GAP 4 – Prestação de serviço e a comunicação externa com os clientes: divulgação, propagandas na mídia e outros tipos de anúncios divulgados pela empresa podem afetar as expectativas dos clientes. De outra maneira, mesmo que a empresa tenha disponibilidade de prestar o serviço, o consumidor desconhece este aspecto por falta de informação, causando insegurança para o cliente acerca do serviço que ele procura. Por isso, a empresa necessita planejar uma forma que garanta o balanceamento entre esses dois aspectos. - GAP 5 - Gap entre o serviço esperado e o serviço percebido: este gap é dependente dos demais, isto é, ele só acontece se ao menos um dos outros ocorrerem simultaneamente. Desta forma, Parasuraman et al. (1985) afirmam que a garantia de uma boa qualidade do serviço e, desta forma, eliminação do gap 5, é atender ou exceder as expectativas dos clientes sobre o serviço prestado. 31 Capítulo 2 Fundamentação Teórica O gap 5, cujo principal foco é o cliente, é a medida mais comum para o resultado da avaliação, visto que este resultado é medido pela diferença entre o desempenho do serviço menos as expectativas. A ideia proposta por Parasuraman (1985) na elaboração do modelo SERVQUAL é realizar uma comparação do desempenho e melhoria nas empresas de serviços. Originalmente o modelo proposto compreende examinar cinco dimensões que têm sido consistentemente apontadas pelos clientes como sendo as mais importantes para a avaliação da qualidade de serviços prestados. As cinco dimensões principais do SERVQUAL são: tangibilidade, credibilidade, responsividade, segurança (garantia), empatia. Parasuraman et al. (2005) ainda afirmam que a percepção do cliente não é somente aplicável, mas bastante pertinente para vários estudos. 1. Dimensão Tangibilidade: está relacionada à infra-estrutura: apresentação externa, aparência, equipamento, pessoal, e materiais de comunicação; 2. Dimensão Credibilidade: capacidade em conseguir desempenhar o serviço no tempo estabelido de forma confiável e precisa; 3. Dimensão Responsividade: capacidade de atender bem o cliente e de maneira imediata os usuários; 4. Dimensão Segurança (garantia): conhecimento e cortesia dos empregados e sua habilidade em transmitir credibilidade e confiança ao cliente; 5. Dimensão Empatia: o fornecimento de cuidados e atenção individualizados oferecidos pela empresa aos seus clientes. A qualidade do serviço de cada dimensão pode ser calculada da seguinte maneira: Onde: 32 Capítulo 2 Fundamentação Teórica O objetivo do modelo SERVQUAL é comparar a performance da empresa prestadora do serviço frente a um ideal (expectativas) através de um questionário como instrumento de aplicação para os respondentes (PARASURAMAN et al., 1988). A primeira parte do questionário, proposto por Parasuraman et al., (1988), contém 22 itens e foi desenvolvido com a finalidade de mensurar o nível desejado ou ideal. Já a segunda parte busca medir a percepção do cliente sobre o serviço prestado por uma determinada empresa. Considerando que o elemento principal da qualidade percebida é a satisfação do cliente, a qualidade do serviço é a minimização das diferenças entre as expectativas em relação ao serviço e a sua percepção, depois de ser utilizado. (Zeithaml, et al. 2002). De acordo com Macowski (2007), a qualidade do serviço é avaliada subtraindo-se a qualidade esperada da empresa ideal da qualidade percebida na determinada empresa. Baseado nos resultados da pesquisa as áreas consideradas fracas podem ser localizadas e corrigidas. Essa avaliação distingue as áreas fortes da empresa, que podem ser utilizadas como vantagens competitivas. O levantamento das informações para elaboração da escala de avaliação da qualidade do serviço proposta por Parasuraman et al. (1988), mede às expectativas dos clientes em relação ao serviço prestado através das cinco dimensões da qualidade em serviços, onde o cliente responde uma série de perguntas composta no questionário, nas quais cada item é avaliado em uma escala de sete pontos, atribui um determinado grau de importância aos aspectos previamente listados, o que facilita a percepção para o pesquisador do que lhes são mais importantes. A escala SERVQUAL proposta por Parasuraman et al. (1988) é composta de vários itens que tem como propriedade sua ordenação em dimensões subjacentes, a referida escala é do tipo bipolar, onde o cliente fornece o grau de concordância e discordância por meio de uma numeração, que varia de sete pontos (o cliente concorda totalmente com a afirmação, passando pelo ponto neutro representado pela pontuação quatro, até o ponto que representa a discordância total do cliente em relação ao questionamento feito). Desta maneira, a referida ferramenta pode avaliar a qualidade dos serviços em três etapas: na primeira é realizada uma avaliação segundo as expectativas dos clientes, na segunda sucede a avaliação de acordo com as percepções do cliente; e na última etapa, 33 Capítulo 2 Fundamentação Teórica ocorre comparação entre os dois grupos de resultados para obter a qualidade do serviço prestado. Este trabalho abordará tal ferramenta como instrumento para levantamento e mensuração de dados, com o objetivo de obter as informações referentes à prestação de serviços nas empresas prestadoras de serviços de saúde em estudo. 2.4.2 Aplicação da escala SERVQUAL em serviços de saúde Com o objetivo de avaliar a qualidade do serviço, a escala SERVQUAL tem sido aplicada em várias pesquisas. No referente estudo, ela será utilizada no setor de serviços de saúde, especificamente em hospitais da cidade do Recife. Na concepção de Qin & Prybutock (2013) a escala SERVQUAL é um instrumento de medições que é amplamente aplicado no setor de saúde, através das cinco dimensões propostas por Parasuraman et al (1985) que são: tangibilidade, confiabilidade de resposta, garantia (ou segurança), empatia e responsividade, nas quais são sugeridas as diferenças entre as percepções e expectativas dos clientes medindo desta maneira a qualidade percebida do serviço. No estudo desenvolvido por Babakus e Mangold (1992), foi realizada uma avaliação empírica dos serviços hospitalares, nos Estados Unidos. A escala SERVQUAL foi adaptada e este ajustamento foi considerado como uma ferramenta adequada para avaliação da qualidade dos serviços de saúde no ambiente hospitalar. As adaptações realizadas na referida ferramenta foram as seguintes: - Diminuição dos atributos (de 22 para 15 atributos): Babakus e Mangold (1992) juntamente com os administradores do hospital decidiram reduzir parte dos atributos da escala SERVQUAL, pois perceberam que alguns desses atributos não eram considerados relevantes para o segmento hospitalar. Já outros atributos foram descartados após a realização de um pré-teste, visto que as pessoas que participaram da pesquisa reclamaram que alguns atributos contidos na escala eram repetitivos. - Transformação de frases negativas para frases positivas: depois de aplicar o préteste foi observado que a inserção de expressões positivas e negativas na escala ocasionou conflito e desapontamento aos participantes da pesquisa. - Adoção de respostas, através da escala de Likert de 5 pontos (ao invés de 7): esta alteração foi fundamentada na experiência da equipe dos administradores do hospital em pesquisas aplicadas anteriormente. Eles perceberam que a escala de 5 34 Capítulo 2 Fundamentação Teórica pontos reduzia o nível de desapontamento dos participantes da pesquisa e, consequentemente, aumentaria a taxa de obtenção e a qualidade das respostas. A pesquisa realizada por Babakus e Mangold (1992) realizou análises de confiabilidade e validade, através de estudos de correlação estatística e análise fatorial, concluindo que a escala SERVQUAL é uma ferramenta confiável e válida no segmento hospitalar e em outros tipos de serviços. Neste contexto, observa-se que a escala SERVQUAL permite avaliar a qualidade dos serviços em geral, assim como também os serviços do segmento de saúde, apresentando o feedback quanto às exigências da qualidade do serviço. 2.5 QFD (Quality Function Deployment) Esta seção apresentará os conceitos e procedimentos da matriz QFD. 2.5.1 Matriz de Desdobramento da Função Qualidade (QFD) O QFD foi desenvolvido por Yoji Akao e Shiguero Mizuno, na década de 1960, período em que o Japão passava por um crescimento econômico. No referido período, a indústria automobilística japonesa passava por alterações constantes nos modelos dos carros e lançava novos veículos, necessitando de um método que garantisse a qualidade do produto desde a fase inicial do projeto, e a solução foi o QFD (Queiroz et al, 2011). Na década de 80, o QFD passou a ser aplicado por empresas de vários países da Europa e nos Estados Unidos, chegando ao Brasil na década de 90 (Id Ibid). A disseminação do QFD ocorreu em 1988, após a publicação do famoso artigo “The House of Quality”, de Hauser e Clausing (1988), eleva consideravelmente no meio acadêmico, e proporciona um novo método de pesquisa, neste mesmo ano foi desenvolvido o primeiro software de QFD nomeado QFD Plus. De acordo com Hussain et al. (2011), a ferramenta Quality Function Deployment (QFD) ou Desdobramento da Função Qualidade é um método para entrar em contato com o cliente com o objetivo de capturar as necessidades almejadas pelo consumidor, transformando esses desejos através dos produtos e serviços com alta qualidade. Cheng (1995, p.24) define esta ferramenta como: “Uma forma de comunicar, sistematicamente, informação relacionada com a qualidade e de explicitar, ordenadamente, trabalho relacionado com a obtenção da qualidade; tem como objetivo alcançar o enfoque da garantia da qualidade durante o desenvolvimento de produto”. 35 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Segundo Akao (1996) o QFD é um método que traduz “a voz do cliente” apresentando seus desejos e necessidades, em especificações técnicas de produtos e processos, assegurando que estas especificações possam ser cumpridas pelas áreas operacionais, onde os requisitos do consumidor são transformados em características de qualidade do produto se estendendo ao desenvolvimento da qualidade de projeto para o produto acabado através de desdobramentos sistemáticos das relações entre os requisitos do cliente e as características do produto. O início desses desdobramentos ocorre por meio de mecanismo e se desdobram para cada componente ou processo. Desta forma, a qualidade global do produto será formada através desta rede de relações (CARPINETTI, 2010). A implantação do QFD é feito de forma interativa, através de uma equipe multidisciplinar com o objetivo de traduzir as necessidades dos clientes e apresentar as soluções para atingir os próximos passos (CHERIF et al., 2010). Os pesquisadores Martins & Aspinwall (2001), Ginn & Zairi (2005) e Carnevalli et al., (2008), afirmam que para desenvolver trabalho com equipes multidisciplinares é necessário integrar os participantes e estes devem garantir comprometimento, minimizando os conflitos e a falta de consenso. Segundo Nahm et al., (2013) a matriz do QFD ganhou um extenso apoio internacional como uma das poderosas técnicas para aumentar a satisfação do cliente. O referido autor ainda ressalta que a implementação dos resultados do QFD eleva melhorias significativas no desenvolvimento do processo e do produto. No que concerne Cheng et al., (2007), para determinar o modelo conceitual, deve ser analisado a função principal para atingir os objetivos do projeto, para que isto ocorra a equipe deve levar em consideração as características da organização, do produto e do procedimento de operação. Este modelo deve ser formado por matrizes que apresentem os requisitos dos clientes. Desta forma, deve-se determinar a quantidade de matrizes e relacionar quais são elas, assim como também a distribuição e a sequência devem ser realizadas de forma adequada, a fim de conseguir alcançar os objetivos do projeto. Corroborando com o exposto, a ferramenta QFD consiste na construção de uma matriz onde é possível correlacionar os requisitos desejados pelo cliente, através das características ou especificações do serviço que sejam mensuráveis e imprescindíveis para satisfazer os pré-requisitos dos consumidores, possibilite uma avaliação e o alcance 36 Capítulo 2 Fundamentação Teórica das metas, que auxiliem as barreiras essenciais da organização e ajudem no processo de planejamento dos serviços (Cheng et al., 1995; Miguel & Weidmann, 1999; Chan & Wu, 2002). Partindo do pressuposto citado, o objetivo do Desdobramento da Função Qualidade é transformar as exigências dos clientes em características substitutivas (características de qualidade), definir a qualidade do projeto do produto acabado, desdobrar essa qualidade em qualidades de outros componentes tais como: qualidade de cada uma das peças funcionais, qualidade de cada parte e até os elementos do processo, apresentado sistematicamente, e a relação entre os mesmos. No caso de um produto de montagem mecânica, o próprio produto se organiza em um sistema. A qualidade deste é assegurada pela qualidade dos seus Subsistemas e estes pelos elementos do seu processo (AKAO, 1996). A matriz QFD ou “casa da qualidade” desempenha um importante papel no desdobramento da qualidade com foco nas necessidades dos clientes, pois busca incluir as requisições dos consumidores e as características de engenharia. Ela é desdobrada, de maneira que os resultados da aplicação são transformados em entrada para a aplicação seguinte. A Figura 2.8 detalha o modelo básico para a construção da casa da qualidade. Matriz de correlação entre as especificações do produto Voz da Organização Requerimentos do projeto/especificações do produto Análise Competitiva Voz do Cliente Matriz de relacionamento Benchmarking e planejamento estratégico Impacto dos requisitos de projeto sob requisitos do cliente Avaliação Técnica Métricas de qualidade, benchmarks competitivos, valores – alto, custo, etc. Figura 2.8 – Componentes do Modelo QFD Fonte: Slack et al. (2002). 37 Requisito dos clientes priorizados em ordem decrescente de importância Capítulo 2 Fundamentação Teórica Segundo Melo Filho et al., (2007), a correlação da matriz é originada da comparação ou da investigação direta entre todas as características e a qualidade determinadas nos produtos. A finalidade para essa tarefa é identificada através das relações de causa-efeito por meio das tabelas de desdobramentos que compõe a matriz, na qual é feita a priorização dos itens de qualidade que possuem os maiores valores para uma excelência da composição do produto/serviço apontado pelas exigências determinadas pelos clientes, isto é, as características da qualidade são definidas em ordem de prioridades de acordo com o mercado consumidor. O mesmo autor ainda relata que a intensidade, a correlação não adota uma determinada regra, entretanto argumenta-se que o critério deve estar bem definido nos valores nele utilizados. A definição da correlação adota a seguinte ordem: quando a correlação ocorre através das exigências dos clientes a partir das características dos consumidores, esta correlação deve ser analisada verticalmente, da esquerda para direita, atribuindo maior valor para as qualidades determinadas; quando a correlação ocorre através das exigências dos clientes para as características dos produtos, a correlação deve ser analisada na horizontal da esquerda para a direita, de cima para baixo, levando em consideração a maior importância para as características da qualidade do projeto (Melo Filho et al, 2007). A referida matriz é considerada como um método excelente para estabelecer o nível de satisfação do cliente com o produto de uma empresa e serviços. É uma ferramenta de análise da decisão que inicia a partir de uma pesquisa de mercado adequadamente estruturada. Xie et al. (2003) afirma que o QFD tem sido amplamente aplicado para analisar tomadas de decisões. Porém, para definir qual a decisão a ser adotada é necessário realizar uma coleta de informações que traz ao contexto do projeto um ponto de vista diferenciado: o ponto de vista do usuário. Onde é o cliente, que irá adquirir e conviver com o produto e deverá mostrar as carências e expectativas que devem ser minimamente contempladas pelo projeto. Entretanto, a satisfação total do cliente só acontece quando o produto exceder suas expectativas (SCHNEIDER, 2001). Melo Filho & Cheng (2007) ainda afirmam que é importante realizar uma verificação após o lançamento do produto ou serviço, e esta verificação pode ser feita através de questionários, entrevistas, dentre outros. 38 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Desta forma, um modelo conceitual desenvolvido para o setor de serviços proposta por Ribeiro et al., (2000) é composta por três matrizes, conforme a Figura 2.9. Matriz da Qualidade Priorização Desdobramento da Qualidade Demandada Importância Desdobramento das Características de Qualidade Especificações atuais p/ as características da qualidade Importância Técnica Priorização 1 Matriz dos Serviços Priorização Desdobramento dos Serviços Importância Desdobramento da Infra-estrutura e recursos Humanos Matriz dos Recursos Importância Técnica 1 Priorização Plano de melhoria das especificações Plano de melhoria dos Procedimentos Plano de melhoria da infra-estrutura e recursos humanos Revisão e estabelecimento de novas especificações para as Características de Qualidade com o suporte de procedimentos melhorados e reforço/ reorganização dos itens de infra-estrutura e pessoal PLANEJAMENTO DA QUALIDADE Figura 2.9 – Abordagem conceitual de QFD para serviços. Fonte: Adaptado de Ribeiro et al., (2000). 39 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Onde: 1. Matriz da Qualidade – desenvolvida através do desdobramento da qualidade demandada e das características de qualidade; 2. Matriz dos Serviços - desenvolvida através do desdobramento dos procedimentos de prestação de serviços; 3. Matriz dos Recursos Humanos – desenvolvida após o desdobramento dos itens de pessoal e infraestrutura. Neste contexto, Radharamanan (1996), Jeong & Oh (1998) e Lorenzo (2005) afirmam que a ferramenta do QFD, inicialmente, foi desenvolvida para aplicações nas indústrias a fim de assessorar no desenvolvimento do projeto do produto, porém a referida ferramenta pode ser aplicada no segmento de prestação de serviço, principalmente no setor de saúde e especialmente em hospitais, uma vez que, o uso desta ferramenta proporciona melhoria no gerenciamento do serviço, através da opinião do paciente (usuário), aperfeiçoando as ações desenvolvidas pela equipe de profissionais que executaram o serviço, e ainda promove um inter-relacionamento com os demais setores da organização. Camgöz-Akdag et al., (2013) desenvolveram um estudo do QFD aplicando o SERVQUAL em hospitais privados na Turquia. O referido estudo apontou fatores de sucesso para melhorar a qualidade no setor de saúde. 2.6 Caracterização do Setor Hospitalar Nesta seção são expostas as características do setor hospitalar, através de pesquisas na literatura associadas aos assuntos chaves do presente trabalho. Essas informações ajudam a estabelecer uma análise no que vem sendo pesquisado acerca da área como: Definição e funções do hospital, a estrutura organizacional e funcional de um hospital, os atributos que caracterizam os serviços hospitalares, bem como a qualidade neste tipo de serviço. 2.6.1 Definição e Funções do Hospital De acordo com o Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar (2002) a organização hospitalar é considerada um sistema complexo, onde as estruturas e os processos são de tal forma interligada, que o funcionamento de um componente 40 Capítulo 2 Fundamentação Teórica interfere em todo o conjunto e no resultado final, sendo assim, neste processo não se avalia um setor ou departamento de forma isolada. Corroborando com esta assertiva, Drucker (2006) assegura que o hospital é a organização mais complexa jamais concebida. De acordo com o exposto, Londoño et al (2009) o hospital ocupa um posto preferencial dentro do esquema geral de atenção à saúde. Embora a razão de ser do hospital seja a preservação das condições físicas ideais do indivíduo e a meta fundamental seja salvaguardar a vida, o conceito de hospital encerra todo o universo dos mais variados recursos, elementos e dispositivos que, articulados e submetidos a uma ação coordenada, podem conduzir a saúde integral, ou seja, promoção, prevenção, recuperação e reabilitação (LONDOÑO et al 2009). O hospital moderno, incorporado aos sistemas integrados de saúde comporta-se, como uma organização prestadora de serviços, cuja oferta apresenta cinco atributos específicos, que são: prestação e consumo simultâneos; personalização das ofertas; participação dos pacientes nos processos de produção; intangibilidade no valor; e ênfase nos procedimentos e atividades assistenciais prestados ao paciente (COUTO; PEDROSA, 2007; DAFT, 1999). Os autores Cherubin e Santos (2002) relata que as principais funções para o hospital são: Prevenir doenças; Restaurar a saúde; Exercer funções educativas; Promover pesquisa. De acordo com as funções descritas por Cherubin e Santos (2002), faz-se necessário ressaltar que, o hospital é uma organização que presta assistência à saúde a população de uma determinada região, influenciando dessa maneira a sociedade em geral visto que todas as pessoas estão sujeitas a sofrer algum tipo de doença ou até mesmo alguma indisposição, comprometendo a saúde. Desta maneira, Londoño et al (2009) aponta as seguintes características do hospital moderno: Conectado às políticas de saúde: gerais, regionais e locais; Norteado por estratégias de qualidade total; 41 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Dentro da atividade permanente de investigação, avaliação de processo e retroalimentação; Com esquema integrado de atenção à saúde. 2.6.2 Estrutura Organizacional e Funcional do Hospital Segundo Santos (2006a) as organizações hospitalares são hipercomplexas e muito corretas em suas modificações. Dessa forma, os gestores dos hospitais necessitam buscar alternativas que excedam os limites dos modelos tradicionais de gestão, pois existe a necessidade de uma transformação administrativa no que tange a maneira de operacionalizar processos, de buscar parcerias, de agregar valor a serviços/produtos, de gerir relacionamentos, recursos e informações do ambiente, de adaptar a demanda dos usuários à nova realidade do ambiente, e de uma gerência profissionalizada com autonomia, agilidade na aquisição de informações e flexibilidade na tomada de decisão ( CHERCHIGLIA; DALLARI, 2006; COHN; ELIAS, 2005; CONRAD; SHORTELL, 1996; PORTER; TEISBERG, 2007). Neste sentido, para cumprir o objetivo organizacional, devem ser levadas em consideração as atividades a serem realizadas, elaborando-se uma lista e as agrupando segundo sua afinidade, de modo a se estabelecer sua funcionalidade (LONDOÑO et al, 2006). Os hospitais são compostos de várias unidades com diversas áreas. Os funcionários trabalham e integram de forma a manterá a organização e funcionamento adequado das atividades e serviços prestados em todas as unidades do hospital (CABRAL, 2007). Segundo a autora (2007) os tipos de unidades e equipamentos presentes num hospital dependem do tamanho, capacidade e, principalmente, área de atuação do hospital. De acordo com Cherubin e Santos (2002) as unidades que podem fazer parte de um Hospital, são: Unidade Administrativa – composto por um conjunto de elementos integrados onde se desenvolvem atividades de rotinas administrativas do hospital. Departamento de Internação e Alta – é o setor responsável pelo processo da internação, alta e transferência de pacientes e à prestação de informações sobre seu estado de saúde. 42 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Departamento de Internação – é o conjunto de elementos destinado à acomodação do paciente internado e à prestação dos cuidados necessários ao seu atendimento. Contém os seguintes elementos: Quarto Hospitalar, Enfermaria, Isolamento, Leito Hospitalar, Posto de Enfermagem, Sala de Serviço, Sala de Expurgo. Sala de Curativos – é a dependência designada aos exames dos pacientes, curativos e outros procedimentos médicos e de enfermagem. Copa – é o setor destinado à preparação de pequenas refeições e distribuição dos alimentos. Depósito de Roupa Limpa – é o local destinado à armazenagem da roupa proveniente da lavanderia. Depósito de Roupa Suja – é o setor destinado à armazenagem temporária da roupa usada. Depósito de Material de Limpeza – é o setor destinado à armazenagem de utensílios e material para limpeza. Estacionamento de macas – é o local destinado à armazenagem de macas e cadeiras de rodas. Depósito de Equipamento – é o local destinado à armazenagem de mobílias, equipamentos e acessórios de uso ocasional. Unidade de Berçário – é o conjunto de dependências designados à internação dos recém-nascidos. Alojamento Conjunto – é a instalação do berço da criança recém-nascida no leito em que sua mãe está inserida. Berço de Maternidade – é a cama destinada ao recém-nascido sadio. Unidade de Lactário – é o conjunto de elementos designado a preparação alimento dos lactentes do hospital. Unidade de Centro Cirúrgico – é o conjunto em que os elementos indicados ao desenvolvimento das atividades relacionadas à cirurgia, desde que sejam realizadas em condições ideais de segurança e comodidade para os pacientes e a equipe médica. A unidade de centro cirúgico é composta pelos seguintes subsetores: Sala de Cirurgia, Área Restrita do Centro Cirúrgico, Área de Transferência, Barreira Contra a Contaminação, Secretaria, Centro de 43 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Recuperação, Centro de Material Esterilizado (este centro pode ou não fazer parte desta unidade). Unidade de Centro Obstétrico – é o conjunto de elementos indicados para o desenvolvimento das atividades relacionadas com o parto. A referida unidade é composta por: Sala de Pré-Parto, Sala de Parto. Unidade de Centro-Cirúrgico-Obstétrico – é o setor que combina as atividades de cirurgia e obstetrícia, instaladas numa única área, indicada em hospitais gerais de pequeno e médio porte. Unidade de Serviços Complementares e de Diagnóstico e Tratamento – é o conjunto de elementos que permitem serviços que cooperam para facilitar o diagnóstico e ou a recuperação da saúde do paciente. Unidade de Radiodiagnóstico – é o conjunto de dependências onde estão instalados os equipamentos e se realizam as atividades referentes ao uso de RaiosX para fins diagnósticos. Unidade de Radioterapia – é o conjunto de dependências que o uso de Raios-X e radiações ionizantes para fins terapêuticos. Unidade de Medicina Nuclear – é o conjunto de dependências onde são desenvolvidas atividades com o uso de substâncias radioativas (radioisótopos), para fins de diagnóstico e tratamento do paciente. Unidade de Medicina Física (Reabilitação) – é o conjunto de dependências onde é realizado o emprego de agentes físicos com a finalidade de diagnosticar, tratar e reabilitar o paciente através da eletroterapia, termoterapia, fototerapia, hidroterapia, massoterapia e mecanoterapia. Serviço de Anestesialogia e Gasoterapia – é setor que usa substâncias líquidas e ou gasosas para fins de anestésicos e tratamento ao paciente. Sala de Anestesia – é o setor onde é realizado à indução anestésica ao paciente. Laboratório de Patologia Clínica – é o conjunto de dependências onde são realizadas as análises clínicas pertinentes ao diagnóstico e à orientação terapêutica aos pacientes do hospital. Laboratório de Hemoterapia – é o local do hospital que realizam as atividades referentes ao Banco de Sangue, assim como também, atividades semi-industriais de preparo do sangue e seus derivados. 44 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Laboratório de Anatomia Patológica – é o conjunto de dependências onde são realizados necropsias e exames macro e microscópicos dos tecidos. Necrotério, Velório e Capela Unidade de Dispensação de Medicamentos – é o setor destinado à recepção, armazenamento, controle e distribuição de medicamentos industrializados para utilização dos pacientes. Farmácia Hospitalar – é o conjunto de dependências com fins de manipulação, recepção, armazenamento, controle e distribuição de drogas medicamentosas, remédios, insumos farmacêuticos e correspondentes para uso dos pacientes. Farmácia de Manipulação – é o setor onde são desenvolvidas atividades próprias da Farmácia Hospitalar, onde são produzidos medicamentos em grande escala, para uso do hospital e de seus pacientes e, também, para fornecer a outros hospitais. Unidade de Documentação Médica – é o local onde são armazenados os prontuários médicos e onde é realizado o controle dos mesmos. Neste setor ainda são realizadas atividades estatísticas médico-hospitalares. Almoxarifado – é o setor onde é realizado à recepção, armazenamento, controle e distribuição dos materiais e recursos necessários para o funcionamento do hospital. Unidade de Terapia Intensiva ou Centro de Terapia Intensiva – é o conjunto de dependências que compreende o tratamento dos pacientes adultos em estado. Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica – é o conjunto de dependência que consiste no tratamento dos pacientes com até 12 anos em estado grave. Unidade de Terapia Neo-Natológica – é o conjunto de dependências que consiste no tratamento de recém-nascidos em estado grave. Ambulatório ou Unidade de Pacientes Externos – é uma unidade integrada ou isolada do hospital, que consiste no diagnóstico ou tratamento de pacientes não internos. Consultório – é o local onde são realizados exames físico e prescrição de medicamentos aos pacientes. Serviço de Emergência – é o local onde é realiado o atendimento imediato do paciente externo que apresente um quadro grave de sofrimento, risco ou perda de alguma função ou vida. 45 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Serviço de Assistência Hospitalar Domiciliar – é o componente da Unidade de Pacientes Externos onde é realizada a prestação da Assistência Hospitalar Domiciliar de acordo com a necessidade do paciente. Serviço Hospitalar de Saúde Pública ou Saúde Comunitária – é aquele em que se desenvolvem as atividades educativas e profiláticas destinadas a conscientizar a comunidade e oferecer cobertura de saúde. Sala de Pequena Cirurgia – é o local onde ocorre a realização de pequenas intervenções cirúrgicas. Geralmente o referido setor encontra-se localizado na Unidade de Pacientes Externos (Ambulatório ou Emergência). Dispensário – é o setor assistencial ambulatorial. Este setor, geralmente, é isolado e consiste no diagnóstico e tratamento de um único tipo de infecção que na maioria das vezes são infectocontagiosas como Tuberculose, Hanseníase, etc. 2.6.3 Qualidade nos serviços hospitalares Os processos na área de saúde tiveram uma evolução histórica semelhante à própria evolução da tecnologia e das práticas do setor. Muitos deles nem foram planejados num momento inicial. Novas etapas foram adicionadas à medida que as demandas iam surgindo, até que o processo adquirisse a configuração atual (NOGUEIRA, 2008 p. 59). Segundo Eggil e Halfon (2003), na década de 90 foram introduzidas diversas abordagens para auxiliarem os hospitais a melhorar a qualidade dos cuidados e o serviço prestado. Com a finalidade de desenvolver e melhorar a eficiência dos serviços de saúde o que se observa é uma mobilização em vários países em volta da aplicação de programas de qualidade nas organizações hospitalares (CAMACHO, 1998). No tocante aos serviços prestados no ambiente hospitalar, deve existir uma preocupação com a qualidade, que constitua um sistema de medida e cuidados aos pacientes de tal maneira que garanta um serviço de qualidade para todos, visto que seu elemento de trabalho é o cuidado prestado ao ser humano (ALBUQUERQUE, 2012). De acordo com Nogueira (2008) centenas de hospitais, clínicas, laboratórios e outras instituições prestadoras e serviços de saúde praticam os conceitos da qualidade. O referido autor ainda afirma que existem maneiras para aplicar a qualidade no serviço hospitalar como: 46 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Aplicação das sete ferramentas básicas da qualidade (estratificação, folha de verificação, diagrama de causa e efeito, gráfico de Pareto, diagrama de dispersão, gráfico sequencial e carta de controle, histograma); Realização de levantamento, identificação, relato e tratamento de anomalias nos processos; Avaliação das variações nos processos através do Controle Estatístico de Processos (CEP); Gestão com foco em resultados. O referido autor ainda destaca a questão da padronização e afirma que a padronização é o instrumento que garante a manutenção da qualidade. Com a padronização, a tecnologia da empresa deixa de estar registrada apenas nas cabeças das pessoas que nela trabalham, e passa a constituir manuais valiosíssimos para registro, treinamento de novos e base para melhorias, principalmente no setor de saúde (NOGUEIRA, 2008). A padronização concedeu alguns prêmios e certificados que são outorgados mediante avaliações que obedecem a diversos critérios. No caso dos hospitais, podem ser evidenciadas as certificações ISO e o programa de Acreditação Hospitalar para que essas instituições consigam alcançar uma maior qualidade no serviço prestado aos seus pacientes (CABRAL, 2007). O processo de acreditação é um método de consenso, racionalização e ordenação das organizações de serviços de saúde e principalmente de educação permanente dos seus profissionais (ALBUQUERQUE, 2012). Enquanto os prêmios e a certificação com base nas normas da série ISSO são abrangentes e aplicáveis a instituições dos mais diversos setores, a acreditação hospitalar é própria, como o nome indica, da área de saúde (NOGUEIRA, 2008). Para que a acreditação seja autorizada, utiliza-se de critérios de avaliação da estrutura, processos e resultados das instituições de saúde, onde é possível classificar de acordo com o seu desempenho diante da avaliação. Esta é uma prática difundida e amplamente utilizada nos Estados Unidos, cujo o organismo acreditador oficial é a Joint Commission on Acreditation of Healthcare Organizations (JCAHO). No Brasil, por iniciativas do Ministério da Saúde foi instituída a ONA - Organização Nacional de Acreditação, que tem como objetivo principal coordenar as iniciativas e esforços para acreditação das instituições de saúde no país. A ONA edita e revisa periodicamente o 47 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Manual Brasileiro de Acreditação, que contém os critérios básicos para acreditação oficial, bem como os itens de orientação nos quais os auditores se baseiam para verificar a conformidade ou não da instituição aos critérios. (NOGUEIRA, 2008) 2.7 Considerações do Capítulo O referente capítulo abordou a fundamentação teórica, cujo principal objetivo foi embasar esta dissertação, explicitando a relevância do referido estudo bem como a escolha das ferramentas que serão utilizadas para a aplicação da pesquisa. Os pontos principais discutidos foram o conceito, caracterização e classificação dos serviços. Foi conceituada ainda a qualidade, destacando a qualidade no setor de serviços e mais especificamente a qualidade em serviços de saúde. Além destes conceitos, foram apresentadas as ferramentas que deram subsídio para o desenvolvimento da pesquisa, como as Ferramentas Tradicionais e Gerenciais da Qualidade e suas relações. Ainda foram conceituados e aplicação do modelo SERVQUAL e o QFD, as quais foram utilizadas de maneira integrada para o desenvolvimento do modelo desta pesquisa, com a finalidade de mensurar a qualidade nos serviços hospitalares. Por fim, foi caracterizado o setor hospitalar através da definição e funções do hospital, assim como a sua estrutura organizacional e funcional, bem como a qualidade nos serviços hospitalares. 48 Capítulo 3 Escala SERVQUAL e Matriz QFD 3 INTEGRAÇÃO DA ESCALA SERVQUAL E A MATRIZ DE DESDOBRAMENTO DA FUNÇÃO DA QUALIDADE (QFD) Este capítulo propõe uma abordagem para o estudo da gestão da qualidade em empresas de serviços de saúde, mais especificamente no ambiente hospitalar. Entretanto, avaliar a gestão da qualidade hospitalar não é uma atividade fácil, considerando a complexidade e os diversos serviços desempenhados na referida organização. Devido a este fator, a utilização de instrumentos para coleta e análise dos dados, auxilia na compreensão dos dados coletados, evitando as possíveis falhas durante o processo de avaliação dos mesmos. Fundamentado nisto, o estudo pretende analisar a gestão do serviço através das ferramentas da qualidade (tradicionais e gerenciais) para assim identificar a eficiência da gestão do serviço nos hospitais. A abordagem será desenvolvida através da integração da escala SERVQUAL e da matriz de Desdobramento da Função Qualidade (QFD), apontando os aspectos no tocante ao gerenciamento do serviço, buscando minimizar as prováveis falhas no âmbito dos serviços prestados pelos hospitais. 3.1 Gerenciamento dos serviços hospitalares através das ferramentas de gestão da qualidade. A dinâmica de trabalho nas instituições de saúde tem se apresentado cada vez mais complexa (SOUZA et al., 2011). Desta forma, faz-se necessário avaliar quais são as técnicas e ferramentas da gestão da qualidade que se aplicam à realidade do setor hospitalar, uma vez que as ferramentas da qualidade são importantes para a resolução de problemas em diversos tipos de organização, inclusive para as empresas prestadoras de serviços de saúde, como é o caso dos hospitais (SOUZA & SILVA 2007, SOUZA et al., 2011). As ferramentas da qualidade estão dividas em dois grupos: as ferramentas tradicionais da qualidade e as ferramentas gerenciais da qualidade, no caso da prestação de serviços o objetivo da aplicação das tradicionais é controlar o processo e as gerenciais da qualidade estão focadas no planejamento do serviço. Segundo Souza e Silva (2007), as ferramentas de controle e planejamento da qualidade são de grande valia para a resolução de problemas em diversos tipos de organização, inclusive para as organizações prestadoras de serviços de saúde. Desta 49 Capítulo 3 Escala SERVQUAL e Matriz QFD forma, a aplicação destas ferramentas no setor hospitalar colabora para uma gestão eficiente no serviço. Neste estudo, as ferramentas de gestão da qualidade foram analisadas no intuito de verificar quais eram as ferramentas que os hospitais utilizavam para mensurar a gestão do serviço. 3.2 Proposta de integração da escala SERVQUAL e da matriz QFD A necessidade de compreender o que os clientes almejam e qual a percepção que têm quanto a relação do serviço que está sendo prestado é de grande importância para sobrevivência das empresas (Parasuraman et al., 1988), bem como, seu posicionamento frente à seus concorrentes. Desta forma, a etapa inicial da abordagem tem como objetivo a coleta e a comparação dos dados relacionados à gestão do serviço e posteriormente identificar os aspectos relacionados aos seus concorrentes. Primeiramente, deseja-se identificar a gestão do serviço e conhecer suas características, em seguida identificar como o cliente recebe o serviço prestado, conhecendo assim as características do serviço oferecido pelos hospitais. O objetivo principal desta etapa é conhecer a visão do gestor quanto aos serviços prestados e seu perfil, além disso, faz-se necessário confrontar a percepção da gerência quanto à qualidade dos serviços prestados, verificando se há falhas na comunicação existente entre a empresa e o cliente (PARASSURAMAN et al., 1988). Parasuraman et al. (1988) definiram o SERVQUAL como uma escala de múltiplos itens, que permitem a visualização das expectativas e percepções dos consumidores acerca do serviço oferecido. Porém, a referida escala não tem como pressuposto oferecer um caráter inovador, porque a sua precisão e credibilidade ao analisar as “vantagens e desvantagens” permitindo maior visualização do processo do serviço e atendimento de seus requisitos de acordo com as exigências do consumidor. Dando continuidade a esta etapa, é necessário realizar a aplicação do SERVQUAL, onde o objetivo é realizar uma avaliação da qualidade do serviço prestado pelos hospitais particulares da cidade de Recife, comparando o que os gestores percebem do serviço prestado com aquilo que eles obtêm perante a prestação do serviço aos seus clientes. 50 Capítulo 3 Escala SERVQUAL e Matriz QFD Os questionários a serem aplicados aos gestores dos hospitais foram elaborados utilizando os conceitos de serviços, mais especificamente aos serviços desenvolvidos no complexo hospitalar, com a finalidade de atender aos objetivos para o estudo. Dessa forma, os hospitais devem possuir elementos que revelem o perfil dos gestores e a sua percepção diante dos serviços oferecidos, onde estas informações foram o auxílio para as demais fases da abordagem para avaliação dos serviços hospitalares. Apesar da escala SERVQUAL, ter sido desenvolvida a partir de setores específicos, ela é um instrumento padronizado capaz de ser aplicada em qualquer empresa de prestadora de serviços, porém, é necessário às devidas adequações de modo que contemple o segmento em que a empresa está inserida. Para a referida pesquisa, as declarações foram adaptadas para o setor de saúde, mais especificamente para o ambiente hospitalar (LAM, 1997; LIM, 2000; JABNOUN & CHAKER 2003). Segundo Zeithaml et al., (1990), os dados obtidos por meio da escala SERVQUAL são utilizados para mensurar os gaps da qualidade do serviço através de diferentes níveis de detalhes como: para cada declaração, para cada dimensão ou a combinação das dimensões. Vale ressaltar que a análise dos gaps, segundo os referidos autores, consente às empresas de serviço avaliar, não apenas a qualidade do serviço percebido, mas também realizar uma identificação nas quais existam as dimensões mais importantes, de acordo com as percepções dos clientes. Permitindo que as empresas apontem seus esforços para essas dimensões, e assim direcionar suas ações no que é genuinamente importante para os seus clientes. Diante do exposto, após analisar as percepções dos gestores em relação à qualidade do serviço e classificá-lo de conforme a implicação sobre a expectativa do serviço torna-se imprescindível ainda prover um serviço que responda a essas percepções de qualidade. Neste sentido, a matriz de Desdobramento da Função da Qualidade (QFD) é uma ferramenta que permite mensurar as características da qualidade, no intuito de ouvir os desejos dos clientes e traduzir esses desejos em especificações ao desenvolvimento da qualidade de projeto, produto ou serviço (AKAO, 1996). De acordo com Vasconcelos et al. (2003), o QFD é uma estrutura de trabalho que integra o planejamento, a organização e o controle da qualidade desde a fase de percepção até a fase de satisfação plena das necessidades dos clientes. 51 Capítulo 3 Escala SERVQUAL e Matriz QFD Além da satisfação do cliente, a matriz QFD induz à construção de um forte sistema para o desenvolvimento de produto nas organizações (CHENG E MELO FILHO, 2007). Os autores Batenson e Hoffman (2001) apontam as seguintes ações para que as empresas de serviços consigam aperfeiçoar a qualidade do serviço: ouvir o cliente, uma vez que a qualidade é definida pelo cliente e não com a conformidade às especificações da empresa; aumentar a credibilidade da empresa, pois ela é a essência da qualidade do serviço; servir os elementos fundamentais, proporcionar o serviço básico de maneira confiável e sem falhas; reagir de modo eficaz às reclamações dos clientes; ir além das expectativas dos clientes, surpreendendo-os; abordar os clientes de maneira equitativa; buscar o trabalho em equipe; desenvolver pesquisas com funcionários, pois essas pesquisas são tão importantes quanto às pesquisas com os clientes; e promover a liderança sendo capaz de favorecer os funcionários, de modo a inspirá-los e facilitar o seu trabalho. Desta forma, a referida pesquisa apresenta uma proposta que considera a integração das ferramentas SERVQUAL e QFD para a estudar os serviços hospitalares da cidade de Recife. A integração do SERVQUAL e do QFD é capaz de identificar e otimizar as capacidades internas e apontar com sucesso os desejos dos clientes, melhorando serviços nos hospitais em paralelo com a necessidades dos clientes (Killen et al., 2005). A Figura 3.1 detalha a proposta de integração deste trabalho de pesquisa, para as referidas ferramentas. 52 Capítulo 3 Escala SERVQUAL e Matriz QFD SERVQUAL Identificação dos GAPS (lacunas) entre a percepção e expectativa do Serviço Hospitalar Coletar dados sobre o nível de importância do Serviço Hospitalar Atributos Relacionados pela Gestão Hospitalar Analisar as Vantagens e Desvantagens entre os GAPS (lacunas) Calcular a pontuação em relação a gestão do Serviço Hospitalar Equipamentos e ambiente físico do hospital Desempenho do serviço Rapidez no atendimento ao cliente Confiança e habilidade no atendimento ao cliente Atenção individualizada As 5 Dimensões do SERVQUAL TANGIBILIDADE CREDIBILIDADE RESPONSIVIDADE CASA DA QUALIDADE SEGURANÇA EMPATIA Figura 3.1 – Proposta de Integração do SERVQUAL e QFD para o setor de serviços hospitalares. Fonte: Esta pesquisa (2014). Como apresentado na Figura 3.1, na vertical estão exibidas as cinco dimensões do SERVQUAL (tangibilidade, credibilidade, presteza, segurança e empatia) que serão correlacionados com os atributos categóricos relacionados pela gestão hospitalar (equipamentos e ambiente físico do hospital, desempenho do serviço, rapidez no atendimento ao cliente, confiança e habilidade no atendimento ao cliente e, por fim, atenção individualizada) exibidos na parte horizontal da matriz do QFD ou “casa da qualidade”. Para analisar o grau de associação entre eles, a correlação que pontuar o equivalente a 9 pontos será definida como uma correlação forte, com 3 pontos será definida como uma correlação moderada e com pontuação igual a 1 será considerada uma correlação fraca. A determinação para cada nível de priorização foi determinado baseado com a segunda parte do segundo questionário que foi aplicado, no qual se questionava aos gestores qual, dentre as dimensões apresentadas (tangibilidade, credibilidade, 53 Capítulo 3 Escala SERVQUAL e Matriz QFD responsividade, segurança e empatia), era considerada a primeira dimensão mais importante e, em seguida a segunda mais importante e pó último a menos importante. Diante do exposto, o princípio do estudo é verificar a importância dos atributos relacionados a gestão hospitalar para a garantia de uma maior eficiência no tocante a qualidade do serviços desempenhados pelos gestores dos hospitais, ressaltando quais são as principais estratégias que devem deve ser priorizada com o objetivo de aumentar a qualidade nos serviços prestados aos clientes. Neste sentido, o estudo tentará examinar a acuidade de cada dimensão da qualidade, e assim, buscar atender os requisitos almejados pelos clientes que utilizam o serviço hospitalar, ressaltando quais são os requisitos que devem ser priorizados para a elaboração das estratégias a serem implantadas nos hospitais. Desta maneira, a integração do SERVQUAL e do QFD apontará os critérios qualificadores do serviço, garantindo a qualidade e determinando quais os pontos fracos e fortes presentes na prestação do serviço nos hospitais. 3.3 Instrumentos para coleta de dados Inicialmente foi destacado para os gestores dos hospitais, participantes da primeira e segunda parte da pesquisa, que todos os dados coletados e resultados individuais não seriam revelados, para garantia do nome dos hospitais. Para o levantamento dos dados para esta pesquisa foram utilizados dois questionários, apresentados nos Apêndices 1 e 2. O primeiro questionário foi baseado em perguntas abertas, semi-abertas e fechadas e nessas perguntas foram levantadas a descrição da empresa, identificação do respondente (gestor), utilização do sistema de gestão da qualidade e a aplicação das ferramentas da qualidade na gestão do serviço hospitalar. Ainda foram analisadas a utilização das seguintes ferramentas tradicionais da qualidade, ferramentas gerenciais e outros tipos de ferramentas quanto as ferramentas tradicionais da qualidade foram analisadas: o histograma, diagrama de Ishikawa, folhas de registro, diagrama de Pareto, cartas de controle, diagrama de dispersão, fluxograma, estratificação. No tocante as ferramentas gerenciais da qualidade foram analisadas a utilização das seguintes ferramentas: diagrama de afinidades, diagrama de relações, diagrama 54 Capítulo 3 Escala SERVQUAL e Matriz QFD sistemático, diagrama em matriz, matriz de preferência (ou prioridade), diagrama de decisão e diagrama em flecha (PERT). E por fim, as outras ferramentas analisadas foram: SERVQUAL, 5W2H (ou plano de ação), Modelo de Kano, abordagem de processo (diagrama de tartaruga), análise SWOT, relatório de auditoria, QFD e brainstorming. A escala utilizada para o levantamento dos dados quanto a aplicação das ferramentas da gestão da qualidade, foi uma escala itemizada, pois dentre as opções de escolha estão descritas dentro de um nivelamento, que buscou verificar se as ferramentas eram: não utilizada, raramente utilizada, por algumas vezes utilizada, frequentemente utilizada e não conheço a ferramenta. Após a aplicação do primeiro questionário, foi identificado que nenhum hospital utilizava o SERVQUAL e o QFD em seu processo de análise do serviço. Desta maneira, percebeu-se a necessidade de desenvolver um estudo com a integração destas duas ferramentas, para identificar quais as lacunas que interferiam na prestação dos serviços, segundo a visão dos gestores dos hospitais e assim desenvolver a matriz do QFD analisando a correlação entre os dados obtidos através das dimensões do SERVQUAL. Desta forma, foi elaborado um segundo questionário (Apêndice 2) referente ao SERVQUAL. Para a construção do questionário foram realizadas algumas adaptações na escala SERVQUAL para os serviços hospitalares. O questionário foi dividido em cinco partes. A primeira parte procurou identificar o perfil dos gestores em relação ao desenvolvimento de suas atividades nos hospitais pesquisados. Na segunda parte do questionário buscou conhecer quais as características que os gestores priorizavam no tocante a avaliação da qualidade do serviço oferecido pelo hospital, onde foram apresentadas as cinco dimensões do SERVQUAL (tangibilidade, credibilidade, responsividade, segurança e empatia) através de questionamentos que expressassem o significado de cada dimensão, onde os gestores (respondentes da pesquisa) deveriam identificar o grau de importância atribuindo notas de 0 a 10. Como existe a possibilidade do gestor atribuir notas iguais a duas ou mais dimensões, de maneira que não caracterizasse uma hierarquia, foi solicitado que o respondente apontasse qual das cinco dimensões era considerada a mais importante, e qual a segunda mais importante e por fim a menos importante. 55 Capítulo 3 Escala SERVQUAL e Matriz QFD A terceira parte do questionário buscou analisar a experiência do gestor sobre a qualidade do serviço do hospital, através de 22 perguntas, onde estas estavam vinculadas às cinco dimensões, onde: da pergunta 1 a 6 foram relacionados a dimensão tangibilidade, as perguntas de 7 a 10 relacionadas a dimensão credibilidade, as perguntas 11 a 15 foram relacionadas a dimensão responsividade, as perguntas 16 a 18 relacionadas à dimensão segurança e, por fim, as perguntas 19 a 22 relacionados à dimensão empatia. A escala utilizada, para facilitar o entendimento dos respondentes, foi uma escala de Likert de 7 pontos, onde variava de fortemente em desacordo (1 ponto) e fortemente de acordo (7 pontos). A quarta parte do questionário procurou identificar a percepção do gestor quanto a qualidade do serviço prestado pelo hospital através das mesmas 22 perguntas. E para finalizar, a quinta parte do questionário procurou identificar se os hospitais utilizavam normas padronizadas e não padronizadas e se os gestores e funcionários eram capazes de cumprir essas normas, analisadas a partir das cinco dimensões citadas anteriormente. Vale ressaltar que foram realizados os pré testes nos dois questionários e o mesmo foi realizado por um consultor da área de gestão em saúde, especificamente em gestão hospitalar. 3.4 Considerações do Capítulo O referido capítulo apresentou um tópico referente ao gerenciamento dos serviços hospitalares através das ferramentas da gestão da qualidade e em seguida foi relatado a integração da escala SEVQUAL e a matriz do QFD, descrevendo os procedimentos seguidos para avaliar a qualidade na gestão hospitalar. Sendo descrito as dimensões do SERVQUAL e os atributos da gestão hospitalar para a análise dos resultados quanto a prestação dos serviços dos hospitais participantes da pesquisa. 56 Capítulo 4 Análise dos Resultados 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS Neste capítulo serão apresentados a análise e a discussão dos resultados obtidos com a coleta de dados com a aplicação dos questionários, de acordo com a descrição da metodologia da pesquisa, demonstrada no Capítulo 1. Estes questionários foram aplicados com os gestores dos hospitais participantes da pesquisa. Este capítulo foi estruturado com base na sequência de informações apresentadas nos questionários elaborados para esta pesquisa. Desta forma, a análise desses resultados foi realizada com a descrição do capítulo. Inicialmente, foi realizada a caracterização do perfil dos hospitais quanto ao Sistema de Gestão da Qualidade, no tocante a aplicação das ferramentas da qualidade. Em seguida, foi realizada a análise através das informações coletadas pelo questionário da escala SERVQUAL para análise da discrepância entre a expectativa e percepção dos gestores quanto ao serviço prestado pelos hospitais. Posteriormente, foi realizada a análise das dimensões do SERVQUAL com objetivo de compreender quais serão as lacunas que servirão de inputs para a construção da matriz do QFD. 4.1 Caracterização da Gestão Hospitalar O primeiro questionário aplicado aos hospitais buscou avaliar a utilização das ferramentas da gestão da qualidade, como forma de identificar quais os tipos de ferramentas que os gestores utilizam para identificar melhorias na prestação do serviço. Este questionário foi aplicado nos três hospitais que participaram da pesquisa. Como a identidade dos hospitais não será revelada, serão identificados no texto, como Hospital 1, Hospital 2 e Hospital 3 para a quantificação dos dados. Os três Hospitais utilizam um Sistema de Gestão da Qualidade em seu serviço, visto que todos eles possuem certificação ISO (International Organization for Standardization), a certificação internacional JCAHO (Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations), além da certificação de acreditação ONA (Organização Nacional de Acreditação). Os três hospitais também utilizam manuais da qualidade com o objetivo de padronizar as rotinas de trabalho e em todos eles também são realizadas auditorias internas e externas com frequência mensal e anual respectivamente. Eles também 57 Capítulo 4 Análise dos Resultados costumam realizar consultorias com o objetivo de ajudar no processo de realização de auditorias com o objetivo de obter uma visão complementar do serviço, ajudar na imparcialidade e para se atualizarem quanto às normas estabelecidas. Dentre os três hospitais pesquisado, o Hospital 1 e o 2 utilizam métodos, programas e técnicas de Sistema de Gestão da Qualidade como Planejamento da Qualidade, Gerenciamento pelas diretrizes, Gerenciamento da Rotina diária, Gerenciamento de Melhoria Focada e FMEA (Análise de Modo e Efeito de Falha), já o Hospital 3 trabalha com ciclo PDCA. Como o objetivo principal do questionário era identificar quais os tipos de ferramentas os gestores usavam para buscar melhorias na prestação do serviço, foram realizados questionamentos no tocante a adoção das ferramentas da qualidade em seu processo de Sistema de Gestão da Qualidade, sendo levantada essa utilização dividindo as ferramentas em três grupos: ferramentas tradicionais da qualidade, ferramentas gerenciais da qualidade e outros tipos de ferramentas da gestão da qualidade utilizadas, onde os gestores assinalavam se cada ferramenta não era utilizada, se era raramente utilizada, se era utilizada por algumas vezes, se era frequentemente utilizada ou se o gestor não conhecia a ferramenta. A coleta de dados também contemplou a técnica de entrevista não estruturada onde a pesquisadora pode interrogar os gestores quanto a utilização destas ferramentas. Desta forma, a coleta dos dados apresentou os seguintes cenários quanto a utilização das ferramentas tradicionais, gerenciais e outras ferramentas da qualidade, respectivamente, conforme as Tabelas. Tabela 4.1 – Ferramentas Tradicionais da Qualidade Fonte: Esta Pesquisa (2014) Através da Tabela 4.1 pode-se observar que dentre as sete ferramentas tradicionais da qualidade, o diagrama de Ishikawa, a folha de registro, diagrama de Pareto e o 58 Capítulo 4 Análise dos Resultados fluxograma foram as ferramentas que apresentaram maior frequência em sua utilização. Os gestores afirmaram que essas ferramentas possuem um alto grau de utilização visto que estas ferramentas são utilizadas para auxiliar escolhas de técnicas para melhoria do serviço, priorizando desta forma os principais problemas que devem ser gerenciados. Já as demais ferramentas histograma, cartas de controle e diagrama de dispersão não são utilizadas ou são raramente utilizadas. Os gestores justificaram que essas ferramentas não tem uma frequência alta de utilização, pois elas necessitam de técnicas estatísticas o que demanda tempo excessivo para a coleta e tratamento dos dados, que pode gerar atrasos na resolução de problemas que em alguns casos não se tornaria viável para o tratamento dos mesmos. No tocante as ferramentas gerenciais da qualidade foi levantado o cenário representado na Tabela 4.2 a seguir. Tabela 4.2 – Ferramentas Gerenciais da Qualidade Fonte: Esta Pesquisa (2014) A Tabela 4.2 apresentou que dentre as sete ferramentas gerenciais da qualidade, o diagrama de relações, o diagrama sistemático, o diagrama de decisão e a matriz de preferência foram as ferramentas que apresentaram maior frequência em sua utilização, dentre os três hospitais. Os gestores alegaram que a frequência no uso dessas ferramentas ocorre, pois elas oferecem uma visualização para a melhor decisão a ser tomada sem demandar muito tempo. Já as demais ferramentas diagrama de afinidades, matriz de prioridade e diagrama em os gestores afirmaram não conhecer a ferramenta e/ou são raramente utilizadas. Por fim, a Tabela 4.3 apresentou que dentre outras ferramentas da qualidade, o plano de ação (5W2H), a estratificação, o relatório de auditoria e o brainstorming como as ferramentas mais utilizadas pelos três hospitais, dentre o grupo de outras ferramentas da qualidade. Os gestores dos três hospitais afirmaram não conhecer a matriz de 59 Capítulo 4 Análise dos Resultados preferência e o QFD. Já a matriz de preferência e o SERVQUAL os gestores dos hospitais 1 e 2 afirmaram não conhecer a ferramenta e o gestor do hospital 3 afirmou não utilizar as referidas ferramentas. Tabela 4.3 – Outras Ferramentas da Qualidade Fonte: Esta Pesquisa (2014) De acordo com o exposto, como os gestores dos Hospitais afirmaram não conhecer e/ou não utilizar as ferramentas SERVQUAL e QFD para mensurar melhorias no serviço através dessas ferramentas, optou-se em realizar um estudo mais profundo utilizando as referidas ferramentas e assim realizar uma integração na utilização dessas ferramentas para identificar quais os atributos categóricos no tocante à gestão hospitalar. Para isso foi aplicado um segundo questionário, para construção da segunda parte da pesquisa. 4.2 SERVQUAL 4.2.1 Perfil dos Gestores O questionário foi aplicado com gestores de três Hospitais. No questionário, inicialmente foi realizada uma identificação do perfil dos gestores onde foram levantados dados como: nome, cargo ocupado, o tempo que ocupa o cargo, se desenvolve alguma outra função e quanto tempo demandado para exercer a função. A Tabela 4.4 apresenta a descrição do perfil dos gestores. 60 Capítulo 4 Análise dos Resultados Tabela 4.4 – Perfil dos Gestores Entrevistados Hospital 1 Cargo Ocupado Gerente de Acolhimento e Comunicação Hospital 2 Gerente de Planejamento e Gestão 2 anos e 6 meses Não 44 horas semanais Hospital 3 Gerente de Hotelaria 3 anos Não 44 horas semanais Hospitais Tempo na Função Desenvolve outra Função Tempo demandado para exercer a Função 7 anos Não 44 horas semanais Fonte: Esta Pesquisa (2014) 4.2.2 Características que descrevem os serviços pelo hospital A segunda parte do questionário contemplou perguntas que descrevessem as características dos serviços prestados por um Hospital, analisando o que os gestores priorizavam em relação ao serviço oferecido pelo hospital. Os gestores atribuíram notas de 0 (zero) a 10 (dez) para cada uma das cinco características de acordo com o grau de importância. A Tabela 4.5 descreve as notas atribuídas pelos gestores segundo o grau de importância dos serviços prestados. Tabela 4.5 – Grau de Importância dos serviços prestados Dimensões Tangibilidade Credibilidade Responsividade Segurança Empatia Descrição A localização, a aparência das instalações físicas, equipamentos, os funcionários e materiais de comunicação (Ex: Exames, panfletos, protuário, receitas). A capacidade de prestar o serviço no tempo prometido de modo confiável. A boa vontade e disposição para ajudar os pacientes e seus acompanhantes. A competência técnico, o conhecimento e a habilidade dos funcionários em transmitir segurança e confiança nos serviços prestados. Preocupação e o fornecimento de atenção individualizada aos pacientes, por parte dos funcionários. Hospital 1 Hospital 2 Hospital 3 9,0 9,0 9,5 10,0 8,0 8,5 10,0 8,0 9,0 10,0 10,0 10,0 9,0 9,0 8,0 Fonte: Esta Pesquisa (2014) De acordo com a Tabela 4.5 percebe-se que a dimensão segurança obteve nota máxima pelos três gestores, a segunda dimensão mais importante pontuada pelos três 61 Capítulo 4 Análise dos Resultados gestores foi a dimensão tangibilidade e a terceira dimensão mais importante foi responsividade. A dimensão credibilidade e empatia foram classificadas como a quarta e a quinta mais importante respectivamente. 4.2.3 Percepção e Expectativas do SERVQUAL No que se refere às respostas das perguntas elaboradas na terceira e quarta parte do questionário, que buscou analisar as expectativas e percepções dos gestores, quanto aos serviços hospitalares, foram elaboradas questões fechadas onde foi utilizada a escala de Likert de sete pontos, no qual têm-se a seguinte equivalência para fins de análise dos dados neste trabalho: 1 – Fortemente discordo 2 – Fortemente quase discordo 3 – Fracamente discordo 4 – nem concordo e nem discordo 5 – Fracamente concordo 6 – Fortemente quase concordo; e 7 – Concordo Fortemente Vale ressaltar que nas instruções descritas, estão no questionário para o preenchimento das respostas, foram apontadas apenas as definições dos extremos da escala, isto é, o significado do “1” e do “7”, conforme a metodologia de Parasuraman et al. (1988). Entretanto, durante a sua aplicação foi definido para os gestores o significado do meio da escala (o número 4). De acordo com as adaptações realizadas no questionário para aplicação nos serviços hospitalares, e separando por dimensões da qualidade o serviço avaliado, temse a seguir as perguntas referentes às expectativas e às percepções utilizadas no questionário que avaliará os três hospitais. O questionário completo encontra-se no Apêndice 1. Dimensão Tangibilidade Expectativas: E1 – Hospitais que possuam equipamentos modernos. E2 – O ambiente físico e as instalações dos hospitais devem ser limpos e agradáveis. E3 – Hospitais com funcionários bem apresentados e bem vestidos. E4 - Hospitais bem localizados e de fácil acesso. 62 Capítulo 4 Análise dos Resultados E5 – Hospitais com boas condições para repouso e barulho dentro de limites suportáveis. E6 – Hospitais que transmitam todas as informações necessárias (ex: riscos inerentes aos tratamentos, etc) aos pacientes e/ou responsáveis de forma confiável e precisa. Percepções: P1 - O hospital X possui equipamentos modernos. P2 – O ambiente físico e as instalações do hospital X são limpos e agradáveis. P3 – Os funcionários do hospital X andam limpos e bem vestidos. P4 – O hospital X é bem localizado e de fácil acesso. P5 – O hospital X possui boas condições para repouso e o barulho está dentro dos limites suportáveis. P6 - O Hospital X transmite todas as informações necessárias (Exemplo: risco inerente ao tratamento) aos pacientes e/ou responsáveis de forma confiável e precisa. Dimensão Credibilidade Expectativas: E7 – Hospitais devem executar os serviços no tempo prometido (EXEMPLOS: prontidão no atendimento das solicitações dos pacientes, rapidez no atendimento, evitando longos tempos em salas de espera). E8 – Hospitais devem guardar os registros (prontuários, anotações, etc) de maneira segura e impecável. E9 – Os hospitais devem dizer ao cliente, de maneira exata, a data ou horário de quando o serviço será prestado. E10 - Os administradores de Hospitais devem estar envolvidos e comprometidos com a qualidade e a melhoria dos serviços prestados. Percepções: P7 - O Hospital X executa os serviços no tempo prometido (Exemplo: prontidão no atendimento das solicitações dos pacientes, rapidez no atendimento, evitando longos tempos de espera). P8 - O Hospital X guarda seus registros (prontuários, anotações etc) de maneira segura e impecável. 63 Capítulo 4 Análise dos Resultados P9 - O Hospital X informa ao paciente/cliente, de maneira exata, a data ou horário de quando o serviço será prestado. P10 - Os administradores do Hospital X estão envolvidos e comprometidos com a qualidade e a melhoria dos serviços prestados. Dimensão Responsividade Expectativas: E11 - Os serviços dos funcionários de Hospitais devem ser prestados de imediato. E12 - Os funcionários de Hospitais devem ter sempre boa vontade em ajudar seus pacientes. E13 - Os funcionários de Hospitais nunca deixarão de responder imediatamente às solicitações dos seus pacientes e/ou acompanhantes, mesmo quando estiverem muito ocupados. E14 - Se ocorrer algum problema com o cliente, o Hospital deve tranquilizá-lo, demonstrando interesse em resolver o problema. E15 - Os Gestores dos Hospitais devem saber quais são as necessidades de seus clientes e estar voltados em atender os principais interesses dos clientes/pacientes. Percepções: P11 - Os serviços dos funcionários do Hospital X são prestados imediatamente. P12 – Os funcionários do hospital X sempre têm boa vontade em ajudar seus pacientes. P13 - Os funcionários do Hospital X nunca deixam de responder imediatamente às solicitações dos seus pacientes e/ou acompanhantes, mesmo quando estão ocupados. P14 - Quando o paciente/cliente tem problemas, o Hospital X tranquiliza e demonstra interesse em resolver o problema. P15 - Os Gestores do Hospital X sabem quais são as necessidades de seus clientes e estão voltados para os principais interesses dos clientes. Dimensão Segurança Expectativas: E16 - Os funcionários do Hospital deverão ser bem capacitados para desempenhar o seu trabalho de maneira adequada. E17 - Hospitais devem ter procedimentos padronizados. 64 Capítulo 4 Análise dos Resultados E18 - Os funcionários do Hospital deverão ser bem capacitados para desenvolver o seu trabalho da melhor forma possível. Percepções: P16 - Os funcionários do Hospital X transmitem segurança e confiança aos pacientes. P17 - O hospital X tem procedimentos padronizados. P18 - Os funcionários do Hospital X são bem capacitados para desempenhar bem seu trabalho. Dimensão Empatia Expectativas: E19 - Os funcionários da Recepção de Hospitais devem atender os pacientes e seus acompanhantes de maneira cortês. E20 - Os funcionários dos Hospitais devem dar apoio moral, principalmente aos pacientes que apresentam em seu quadro clínico mais gravidade e os que estão doentes há muito tempo no hospital. E21 - A equipe de enfermagem e os Médicos do hospital devem dar atenção aos pacientes e seus familiares, responder seus questionamentos e ouvir sugestões e reclamações com atenção. E22 - Os médicos de Hospitais devem ter muito tempo disponível para atender cada paciente. Percepções: P19 - Os funcionários do Hospital X atendem os pacientes e familiares com atenção e cortesia. P20 - Os funcionários do Hospital X dão apoio moral, principalmente aos pacientes mais doentes e os que estão doentes há muito tempo no hospital. P21 - A equipe de Enfermagem e os Médicos do Hospital X dão atenção aos pacientes e seus familiares, respondem suas dúvidas e ouvem suas sugestões e reclamações. P22 - Os médicos do Hospital X têm muito disponível para atender cada paciente. 4.3 Análise dos Resultados das Expectativas e Percepções dos gestores Para analisar os dados, será citado o significado atribuído a cada ponto da escala de Likert, mesmo que apenas os extremos desta escala estejam identificados no 65 Capítulo 4 Análise dos Resultados questionário aplicados aos gestores dos hospitais. Os resultados obtidos serão apresentados por dimensão e por hospital, o que tornará mais fácil a compreensão e análise, conforme descrito a seguir. 4.3.1 Dimensão Tangibilidade Quanto às respostas para as questões sobre as expectativas dos gestores: Questão 1 – no tocante aos equipamentos dos Hospitais serem modernos, os gestores do Hospital 1 e 2 concordam fortemente. E para o gestor do Hospital 3, concorda quase fortemente com a afirmação. Quanto às respostas para as questões sobre as percepções dos gestores: Questão 1 – com relação a percepção no que tange a esta dimensão, todos os gestores atribuíram nota 7, afirmando que os Hospitais possuíam equipamentos modernos. Quanto às respostas para as questões sobre as expectativas dos gestores: Questão 2 – quanto ao ambiente físico e as instalações dos Hospitais que devem ser limpos e agradáveis, os gestores dos Hospitais 1 e 3 pontuaram a nota 6, como concorda quase fortemente e gestor do Hospital 2 pontuou nota 7, concordando fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as percepções dos gestores: Questão 2 – no que se refere ao ambiente físico e as instalações do hospital X serem limpos e agradáveis, os gestores do Hospital 1 e 2 concorda quase fortemente. Já o gestor do Hospital 3 concorda fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as expectativas dos gestores: Questão 3 – quanto a Hospitais com funcionários bem apresentados e bem vestidos, os gestores do Hospital 1 e 3 afirmaram que concordam fracamente, já o gestor do Hospital 2 concorda fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as percepções dos gestores: Questão 3 – no que se refere aos funcionários do Hospital X andarem limpos e bem vestidos, todos os gestores pontuaram a nota 6, afirmando que concordam quase fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as expectativas dos gestores: Questão 4 – no tocante aos Hospitais serem bem localizados e de fácil acesso, o gestor do Hospital 1 pontuou que nem concorda e nem discorda, o gestor do 66 Capítulo 4 Análise dos Resultados Hospital 2 apontou que concorda quase fortemente e o gestor do Hospital 3 discorda fracamente. Quanto às respostas para as questões sobre as percepções dos gestores: Questão 4 – quanto ao Hospital X ser bem localizado e de fácil acesso, o gestor do Hospital 1e Hospital 3 afirmou que nem concorda e nem discorda e o gestor do Hospital 2 afirmou que concorda fortemente, logo para o gestor do Hospital 2 o Hospital é bem localizado e de fácil acesso. Quanto às respostas para as questões sobre as expectativas dos gestores: Questão 5 – no que se refere aos Hospitais com boas condições para repouso e barulho dentro de limites suportáveis, gestores do Hospital 1 e 3 apontaram que concordam fortemente, ou seja atribuíram nota 7, e o gestor do Hospital 2 concorda quase fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as percepções dos gestores: Questão 5 – no tocante ao Hospital X possuir boas condições para repouso e o barulho está dentro dos limites suportáveis, os gestores dos Hospitais 1 e 3 pontuaram o valor 6, afirmando que concorda quase fortemente e o gestor do Hospital 2 apontou a nota máxima afirmando que concorda fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as expectativas dos gestores: Questão 6 – no que se refere aos Hospitais que transmitam todas as informações necessárias (ex: riscos inerentes aos tratamentos, etc) aos pacientes e/ou responsáveis de forma confiável e precisa os gestores dos Hospitais 1 e 2 pontuaram o valor 7 apontando que concordam fortemente, já o gestor do Hospital 3 apontou que concorda quase fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as percepções dos gestores: Questão 6 – No tocante ao Hospital X transmitir todas as informações necessárias (Exemplo: risco inerente ao tratamento) aos pacientes e/ou responsáveis de forma confiável e precisa, o gestor do Hospital 1 afirmou que concorda fortemente ou seja o Hospital 1 transmite todas as informações necessárias aos pacientes e/ou clientes de maneira confiável e precisa, já os gestores dos Hospitais 2 e 3 concordam fracamente. 4.3.2 Dimensão Credibilidade Quanto às respostas para as questões sobre as expectativas dos gestores: 67 Capítulo 4 Análise dos Resultados Questão 7 – Quanto aos Hospitais executarem os serviços no tempo prometido (EXEMPLOS: prontidão no atendimento das solicitações dos pacientes, rapidez no atendimento, evitando longos tempos em salas de espera), os gestores dos Hospitais 1 e 3 afirmaram que concordam quase fortemente, já o gestor do Hospital 2 concorda fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as percepções dos gestores: Questão 7 – No que se refere aos Hospitais executarem os serviços no tempo prometido (EXEMPLOS: prontidão no atendimento das solicitações dos pacientes, rapidez no atendimento, evitando longos tempos em salas de espera), os gestores do Hospital 2 e 3 afirmaram que concordam fracamente, pontuando assim nota 6. Já o gestor do Hospital 1 concorda quase fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as expectativas dos gestores: Questão 8 – no tocante aos Hospitais guardarem seus registros (prontuários, anotações, etc) de maneira segura e impecável, o gestor do Hospital 2 pontuou nota 7, afirmando que concorda fortemente, já os gestores dos Hospitais 1 e 3 afirmaram que concordam fracamente, pontuando assim nota 5. Quanto às respostas para as questões sobre as percepções dos gestores: Questão 8 – Quanto ao Hospital X guardar seus registros (prontuários, anotações etc) de maneira segura e impecável os gestores dos Hospitais 2 e 3 apontaram que concordam quase fortemente e o gestor do Hospital 1 apontou que concorda fracamente. Quanto às respostas para as questões sobre as expectativas dos gestores: Questão 9 – no que se refere aos Hospitais dizerem ao cliente, de maneira exata, a data ou horário de quando o serviço será prestado, os gestores dos Hospitais 1 e 2 apontaram nota 6, afirmando que concordam quase fortemente, já o gestor do hospital 3 assinalou nota 5, afirmando que concorda fracamente. Quanto às respostas para as questões sobre as percepções dos gestores: Questão 9 – No tocante ao hospital X informar ao paciente/cliente, de maneira exata, a data ou horário de quando o serviço será prestado o Hospital 1 afirmou que concorda quase fortemente e os gestores dos Hospitais 2 e 3 nem concorda e nem discorda. Quanto às respostas para as questões sobre as expectativas dos gestores: 68 Capítulo 4 Análise dos Resultados Questão 10 – Quanto aos administradores dos Hospitais estarem envolvidos e comprometidos com a qualidade e a melhoria dos serviços prestados, os gestores dos Hospitais 2 e 3 pontuaram 7 como resposta, afirmando que concordam fortemente. Já o gestor do Hospital 1 assinalou o 6 como resposta, apontando que concorda quase fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as percepções dos gestores: Questão 10 – Quanto aos administradores do Hospital X estarem envolvidos e comprometidos com a qualidade e a melhoria dos serviços prestados, os gestores dos Hospitais 1 e 2 assinalaram 7 como resposta, afirmando que concordam fortemente e o gestor do Hospital 3 pontuou 6 como resposta, afirmando que concorda quase fortemente. 4.3.3 Dimensão Responsividade Quanto às respostas para as questões sobre as expectativas dos gestores: Questão 11 – No tocante aos serviços dos funcionários de Hospitais que devem ser prestados de imediato, os gestores dos Hospitais 1 e 3 pontuaram 6 como resposta, afirmando que concordam quase fortemente, já o gestor do Hospital 2 pontuou 7 como resposta, assegurando que concorda fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as percepções dos gestores: Questão 11 – Os serviços dos funcionários do Hospital X são prestados imediatamente, os gestores dos três Hospitais afirmaram que concordam fracamente, assinalando assim 5 como resposta. Quanto às respostas para as questões sobre as expectativas dos gestores: Questão 12 – Quanto aos funcionários dos Hospitais terem sempre boa vontade em ajudar seus pacientes, o gestor do Hospital 1 pontuou a resposta 5, afirmando que concorda fracamente, já o gestor do Hospital 2 pontuou 7 como resposta assegurando que concorda fortemente, por fim o gestor do Hospital 3 pontuou 6 como resposta garantindo que concorda quase fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as percepções dos gestores: Questão 12 – Quanto aos funcionários do Hospital X, eles sempre têm boa vontade em ajudar seus pacientes, os gestores dos Hospitais 1 e 2 assinalou 6 como resposta, afirmando concordar quase fortemente, já o gestor do Hospital 3 apontou 7 como resposta, assegurando concordar fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as expectativas dos gestores: 69 Capítulo 4 Análise dos Resultados Questão 13 – Quanto aos funcionários dos Hospitais nunca deixarão de responder imediatamente às solicitações dos seus pacientes e/ou acompanhantes, mesmo quando estiverem muito ocupados, o gestor do Hospital 1 pontuou 4 como resposta afirmando que não concorda e nem discorda, já o gestor do Hospital 2 notificou 5 como resposta, que concorda fracamente e o gestor do Hospital 3 apontou 3 como resposta, afirmando que discorda fracamente. Quanto às respostas para as questões sobre as percepções dos gestores: Questão 13 – Os funcionários do Hospital X nunca deixam de responder imediatamente às solicitações dos seus pacientes e/ou acompanhantes, mesmo quando estão ocupados, os gestores do Hospital 1 e 2 apontaram 5 como resposta, afirmando concordar fracamente, já o gestor do Hospital 3 notificou 6 como resposta, assegurando concordar quase fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as expectativas dos gestores: Questão 14 – Caso ocorra algum problema com o cliente, o Hospital deve tranquilizá-lo, demonstrando interesse em resolver o problema, os gestores dos Hospitais 1 e 2 apontaram 7 como resposta afirmando concordar fortemente, já o gestor do Hospital 3 assinalou 6 como resposta assegurando concordar quase fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as percepções dos gestores: Questão 14 – Quando o paciente/cliente tem problemas, o Hospital X tranquiliza e demonstra interesse em resolver o problema, neste aspecto os gestores dos Hospitais 2 e 3 assinalaram 6 como resposta, garantindo concordar quase fortemente e o gestor do Hospital 1 apontou 7 como resposta, assegurando concordar fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as expectativas dos gestores: Questão 15 – Quanto aos gestores dos Hospitais, eles devem saber quais são as necessidades de seus clientes e estar voltados em atender os principais interesses dos clientes/pacientes, os gestores dos Hospitais 1 e 2 assinalou 6 como resposta afirmando concordar quase fortemente e o gestor do Hospital 3 notificou 7 como resposta assegurando concordar fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as percepções dos gestores: 70 Capítulo 4 Análise dos Resultados Questão 15 – Os Gestores do Hospital X sabem quais são as necessidades de seus clientes e estão voltados para os principais interesses dos clientes, neste aspecto todos os gestores apontaram a resposta 7, garantindo concordar fortemente. 4.3.4 Dimensão Segurança Quanto às respostas para as questões sobre as expectativas dos gestores: Questão 16 – Quanto aos funcionários do Hospital, eles deverão ser bem capacitados para desempenhar o seu trabalho de maneira, todos os gestores assinalaram 7 como resposta, concordando fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as percepções dos gestores: Questão 16 – Os funcionários do Hospital X transmitem segurança e confiança aos pacientes, todos os gestores apontaram 7 como resposta, concordando fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as expectativas dos gestores: Questão 17 – Hospitais devem ter procedimentos padronizados, os gestores dos três Hospitais assinalaram 7 como resposta, concordando fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as percepções dos gestores: Questão 17 – O Hospital X tem procedimentos padronizados, os gestores dos três Hospitais assinalaram 7 como resposta, concordando fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as expectativas dos gestores: Questão 18 – Os funcionários do Hospital deverão ser bem capacitados para desenvolver o seu trabalho da melhor forma possível, os gestores dos três Hospitais notificaram 7 como resposta, concordando fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as percepções dos gestores: Questão 18 – Quanto aos funcionários do Hospital X são bem capacitados para desempenhar bem seu trabalho, os gestores dos três Hospitais notificaram 7 como resposta, concordando fortemente. 4.3.5 Dimensão Empatia Quanto às respostas para as questões sobre as expectativas dos gestores: Questão 19 – Quanto aos funcionários da Recepção de Hospitais devem atender os pacientes e seus acompanhantes de maneira cortês, os gestores dos Hospitais 1 e 2 assinalaram 7 como resposta, assegurando que concordam fortemente, já o gestor do Hospital 3 apontou 5 como resposta, afirmando concordar fracamente . 71 Capítulo 4 Análise dos Resultados Quanto às respostas para as questões sobre as percepções dos gestores: Questão 19 – Os funcionários do Hospital X atendem os pacientes e familiares com atenção e cortesia, o gestor do Hospital 1 assinalou 7 como resposta, afirmando que concorda fortemente, já o gestor do Hospital 2 apontou 6 como resposta, assegurando que concorda quase que fortemente, por fim o gestor do Hospital 3 notificou 5 como resposta . Quanto às respostas para as questões sobre as expectativas dos gestores: Questão 20 – Os funcionários dos Hospitais devem dar apoio moral, principalmente aos pacientes que apresentam em seu quadro clínico mais gravidade e os que estão doentes há muito tempo no hospital, neste aspecto os gestores dos Hospitais 1 e 2 apontaram 6 como resposta, assegurando concordar quase fortemente, já o gestor do Hospital 3 apontou 5 como resposta, afirmando concordar fracamente. Quanto às respostas para as questões sobre as percepções dos gestores: Questão 20 – Os funcionários do Hospital X dão apoio moral, principalmente aos pacientes mais doentes e os que estão doentes há muito tempo no hospital, os gestores dos Hospitais 1 e 3 assinalaram a resposta 6, afirmando que concordam quase que fortemente, já o gestor do Hospital 2 notificou 7 como resposta, afirmando concordar fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as expectativas dos gestores: Questão 21 – No tocante a equipe de enfermagem e aos Médicos do Hospital devem dar atenção aos pacientes e seus familiares, responder seus questionamentos e ouvir sugestões e reclamações com atenção, os gestores dos Hospitais 1 e 2 assinalaram a resposta 7, afirmando concordar afirmando concordarem fortemente e o gestor do Hospital 3 assinalou a resposta 6, assegurando concordar quase fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as percepções dos gestores: Questão 21 – A equipe de Enfermagem e os Médicos do Hospital X dão atenção aos pacientes e seus familiares, respondem suas dúvidas e ouvem suas sugestões e reclamações, os gestores dos Hospitais 2 e 3 apontaram 6 como resposta, afirmando concordar quase que fortemente, já o gestor do Hospital 1 assinalou a resposta 7, assegurando que concorda fortemente. Quanto às respostas para as questões sobre as expectativas dos gestores: 72 Capítulo 4 Análise dos Resultados Questão 22 – Os médicos de Hospitais devem ter muito tempo disponível para atender cada paciente, os gestores dos Hospitais 1 e 2 notificaram 5 como resposta, logo eles concordam fracamente e o gestor do Hospital 3 assinalou a resposta 6, assegurando que concorda quase fortemente . Quanto às respostas para as questões sobre as percepções dos gestores: Questão 22 – Os médicos do Hospital X têm muito disponível para atender cada paciente, todos os gestores pontuaram a resposta 5, afirmando que concordam fracamente. 4.3.6 Avaliação das Normas Padrões Com o intuito de avaliar as normas padrões estabelecidas pelos hospitais, a quinta e última parte do questionário, foi contemplada com questões que levantaram as informações das normas no tocante a cada dimensão do SERVQUAL. Para levantar se existiam normas padronizadas ou não, se o hospital era capaz de cumprir as normas ou não, e se eram capazes de cumprir regularmente as promessas e as obrigações sobre o nível de serviços que o Hospital oferecia e se essas normas existiam os gestores deveriam responder em uma escala de 1 a 7 o quanto elas eram exercidas. Nesse sentido, o cenário para os três Hospitais foi o seguinte, de acordo com cada dimensão. 4.3.6.1 Dimensão Tangibilidade Para a dimensão tangibilidade o questionamento foi quanto a aparência das instalações físicas, equipamentos, pessoal e materiais de comunicação da empresa, onde o cenário foi: Hospital 1, 2 e 3– Os gestores dos 3 Hospitais apontaram 7 como respostas afirmando que tem normas padrões e eles obedecem fortemente a elas. Os gestores e funcionários do Hospital 1, 2 e 3 são capazes de cumprir regularmente as normas padrões em todas as suas atividades de maneira que elas sejam cumpridas fortemente, e todos os gestores assinalaram a resposta 7. E no que se refere às promessas os gestores e funcionários dos Hospitais 1,2 e 3 são capazes de cumprir regularmente com o nível do serviço que prometem aos seus clientes de forma a desempenhar fortemente a promessa feita. 73 Capítulo 4 Análise dos Resultados 4.3.6.2 Dimensão Credibilidade No que se refere à dimensão credibilidade o questionamento foi quanto a capacidade do hospital para realizar o serviço prometido de forma confiável e precisa. Onde o panorama foi: Hospital 1 e 3– Tem normas padrões e eles obedecem quase fortemente a elas no que se refere a esta dimensão, sendo assim os gestores assinalaram a resposta 6 para essa pergunta. Os gestores e funcionários do Hospital 1 e 3 são capazes de cumprir regularmente as normas padrões em todas as suas atividades de maneira que elas sejam cumpridas fortemente, apontando o 7 como resposta. No que se refere às promessas os gestores e funcionários do Hospital são capazes de cumprir regularmente com o nível do serviço que prometem aos seus clientes de forma a desempenhar quase que fortemente a promessa feita, notificando 6 como resposta. Hospital 2 - O gestor do Hospital 2 apontou 7 como resposta, afirmando que tem normas padrões e eles obedecem fortemente a elas. O gestores e funcionários do Hospital 2 são capazes de cumprir regularmente as normas padrões em todas as suas atividades de maneira que elas sejam cumpridas fortemente, o gestor apontou a resposta 7. No tocante às promessas os gestores e funcionários do Hospital 2 são capazes de cumprir regularmente com o nível do serviço que prometem aos seus clientes de forma a desempenhar fortemente a promessa feita. 4.3.6.3 Dimensão Responsividade No que se refere à dimensão responsividade o questionamento foi quanto a e disposição da empresa para ajudar os clientes e dar-lhes um serviço rápido. Onde o cenário foi o seguinte: Hospital 1, 2 e 3– Tem normas padrões e eles obedecem fortemente a elas no que se refere a esta dimensão, sendo assim os gestores assinalaram a resposta 7 para essa pergunta. Os gestores e funcionários de todos os Hospitais pesquisados são capazes de cumprir regularmente as normas padrões em todas as suas atividades de maneira que elas sejam cumpridas fortemente, apontando o 7 como resposta. No que se refere às promessas os gestores e funcionários do Hospital são capazes de cumprir regularmente com o nível do serviço que prometem aos seus clientes de forma a desempenhar fortemente a promessa feita, apontando 7 como resposta. 74 Capítulo 4 Análise dos Resultados 4.3.6.4 Dimensão Segurança Para a dimensão segurança o questionamento foi quanto aos conhecimentos e amabilidade dos empregados da empresa e a sua capacidade de transmitir confiança aos clientes, onde o panorama foi o seguinte: Hospital 1, 2 e 3– Tem normas padrões e eles obedecem fortemente a elas no que se refere a esta dimensão, sendo assim os gestores assinalaram a resposta 7 para essa pergunta. Os gestores e funcionários de todos os Hospitais pesquisados são capazes de cumprir regularmente as normas padrões em todas as suas atividades de maneira que elas sejam cumpridas fortemente, apontando o 7 como resposta. No que se refere às promessas os gestores e funcionários do Hospital são capazes de cumprir regularmente com o nível do serviço que prometem aos seus clientes de forma a desempenhar fortemente a promessa feita, marcando 7 como resposta. 4.3.6.5 Dimensão Empatia No que se refere à dimensão credibilidade o questionamento foi quanto ao cuidado e atenção individualizada que a empresa oferece aos seus clientes, neste aspecto obteve-se o seguinte resultado. Hospital 2 e 3– Tem normas padrões e eles obedecem fortemente a elas no que se refere a esta dimensão, sendo assim os gestores assinalaram a resposta 7 para essa pergunta. Os gestores e funcionários do Hospital 2 e 3 são capazes de cumprir regularmente as normas padrões em todas as suas atividades de maneira que elas sejam cumpridas quase fortemente, apontando o 6 como resposta. No que se refere às promessas os gestores e funcionários do Hospital são capazes de cumprir regularmente com o nível do serviço que prometem aos seus clientes de forma a desempenhar quase que fortemente a promessa feita, notificando 6 como resposta. Hospital 1 - O gestor do Hospital 1 apontou 7 como resposta, afirmando que tem normas padrões e eles obedecem fortemente a elas. O gestores e funcionários do Hospital 2 são capazes de cumprir regularmente as normas padrões em todas as suas atividades de maneira que elas sejam cumpridas fortemente, o gestor apontou a resposta 7. No tocante às promessas os gestores e funcionários do Hospital 2 são capazes de cumprir regularmente com o nível do serviço que prometem aos seus clientes de forma a desempenhar fortemente a promessa feita, o gestor assinalou a resposta 7 também para essa pergunta. 75 Capítulo 4 Análise dos Resultados 4.4 Proposta de Integração SERVQUAL e a matriz QFD Este tópico tem como objetivo desenvolver uma proposta de integração entre as ferramentas SERVQUAL e QFD, com a finalidade de identificar os pontos fortes (eficiência no serviço) e os pontos fracos (as deficiências no serviço), de acordo com a visão dos gestores dos hospitais participantes da pesquisa. E desta forma, apontar alternativas para minimizar e maximizar a eficiência no serviço. Para desenvolver esta integração foi observado no SERVQUAL os gaps que obtiveram as menores notas em relação às expectativas e percepções, em cada dimensão. Desta forma, foram priorizadas as perguntas que obtiveram as menores notas em cada dimensão, para servirem como inputs para construção das matrizes. Como a dimensão segurança obteve nota máxima tanto nas expectativas como nas percepções nos três hospitais em estudo, esta dimensão também foi analisada nas matrizes com o intuito de mostrar qual o ponto forte que os gestores têm priorizado como importante no setor em estudo, sendo assim em todas as matrizes a maior importância para os gestores foi para a dimensão segurança (como o ponto forte analisado) e as demais dimensões obtiveram pontos fracos, favorecendo desta maneira as deficiências no serviço o que induz a apontar quais os aspectos que os gestores devem melhorar para aumentar a eficiência no serviço prestado. Um aspecto que deve ser levantado é que o referente estudo parte de uma perspectiva diferenciada, visto que a proposta de integração das respectivas ferramentas, com o objetivo de avaliar a eficiência no setor de saúde, mas especificadamente na gestão hospitalar, na literatura pesquisada não foi encontrada nenhuma pesquisa semelhante que já tenha sido realizada. Para a construção da matriz do QFD foram levantados os atributos relacionados pela gestão hospitalar de acordo com as cinco dimensões do SERVQUAL. Foram selecionadas as perguntas que obtiveram as menores notas para as expectativas e percepções de cada dimensão, e estas perguntas entraram na matriz para verificar a relação que existia entre elas e os atributos relacionados pela gestão hospitalar e a relação entre as perguntas de cada dimensão de acordo com o grau de importância atribuída pelos gestores. O grau de importância para cada atributo foi definido a partir da segunda parte do questionário SERVQUAL, no qual o gestor escolhia entre as dimensões apresentadas (tangibilidade, credibilidade, responsividade, segurança e empatia) qual ele considerava 76 Capítulo 4 Análise dos Resultados a mais importante, a segunda mais importante e a terceira mais importante. Para a dimensão mais importante a presente pesquisa atribuiu 5 pontos, 3 pontos apara a segunda mais importante e para as demais apenas 1 ponto. Se existe uma forte correlação entre a pergunta e o atributo, soma-se 9 pontos, se a correlação é média soma-se 3 pontos e se a correlação é fraca soma-se 1 ponto, se não existe correlação entre a pergunta e os atributos não é pontuado. De acordo com os dados analisados, foram construídas três matrizes uma para cada hospital. 4.4.1 Matriz QFD do Hospital 1 A Figura 4.1 ilustra a matriz desenvolvida com a integração das ferramentas SERVQUAL e QFD para avaliação da eficiência do serviço para o Hospital 1. Segurança Empatia 1 8 1 12 1 13 1 16 5 17 5 18 5 20 3 22 3 Importância Atenção individualizada Responsividade 1 5 Confiança e habilidade no atendimento ao cliente Credibilidade 4 Rapidez no atendimento ao cliente Tangibilidade Desempenho do serviço Dimensões do SERVQUAL Equipamento e ambiente físico do hospital Grau de importância atribuída pelo gestor Atributos Relacionados pela Gestão Hospitalar 21 31 36 144 103 Legenda - Forte Correlação = 9 pontos - Correlação média = 3 pontos - Correlação fraca = 1 ponto Figura 4.1 - Integração das ferramentas SERVQUAL e QFD para avaliação da eficiência do serviço para o Hospital 1 Fonte: Esta pesquisa (2014) 77 Capítulo 4 Análise dos Resultados De acordo com a Figura 4.1 percebe-se que o atributo que obteve a menor importância foi equipamentos e ambiente físico do hospital, com 21 pontos no somatório da importância para este atributo. Vale ressaltar que o referido atributo está diretamente relacionado com a dimensão tangibilidade, logo a esta dimensão obteve a menor importância, isto significa que os gestores dos hospitais não percebem esta dimensão como uma das mais importantes. As correlações mais significantes para este atributo se concentraram nas perguntas da própria dimensão analisada. O atributo desempenho do serviço obteve 31 pontos no somatório de importância, apesar deste atributo está relacionada com a dimensão credibilidade, a questão que foi levantada no item 8 do questionário (armazenamento dos registros dos hospitais serem guardados de maneira segura e impecável) está relacionada com uma questão da dimensão tangibilidade com correlação fraca e com a dimensão responsividade com uma correlação moderada também som uma questão da dimensão segurança. Desta forma, os gestores dos hospitais precisam analisar este ponto e traçar estratégias de melhoria para uma eficiência maior nos resultados. No tocante ao atributo rapidez no atendimento ao cliente percebe-se que foi ele obteve 36 pontos no somatório da importância, havendo assim uma correlação moderada com a dimensão credibilidade, uma correlação forte com a dimensão responsividade e uma correlação moderada com um dos itens da dimensão segurança. Quanto ao atributo confiança e habilidade no atendimento ao cliente, cuja relação é com a dimensão segurança e como enfatizado anteriormente, em todos os hospitais esse atributo obteve a maior pontuação. Isso ocorreu, pois todos os gestores apontaram a dimensão segurança como a mais importante, logo esta dimensão pode ser considerada como a dimensão que conseguiu atingir o nível máximo de importância em relação às demais. Por fim, o atributo atenção individualizada obteve 103 pontos no somatório da importância, sendo o segundo mais pontuado. A matriz da Figura 4.1 mostra que para esse atributo houve uma correlação fraca para a dimensão credibilidade, uma correlação forte para o item 18 (os funcionários do hospital devem ser bem capacitados para desenvolver o seu trabalho da melhor maneira possível) e correlação forte para dimensão empatia. De acordo com o exposto, os pontos que o Hospital 1 precisa melhorar para uma maior eficiência no serviço prestado estão relacionados as dimenões tangibilidade e 78 Capítulo 4 Análise dos Resultados credibilidade e responsividade, dessa forma os gestores necessitam criar alternativas que permitam uma visão sistêmica do funcionamento do hospital como um todo, permitindo obter resultados mais eficientes no tocante as demais dimensões. 4.4.2 Matriz QFD do Hospital 2 De acordo com o dados levantados para o Hospital 2, foi desenvolvida a matriz do QFD para o referido hospital para avaliação da eficiência do serviço, integrando as ferramentas SERVQUAL e QFD, ilustrada na Figura 4.2. Segurança Empatia 1 6 1 7 3 8 3 9 3 11 1 12 1 14 1 16 5 17 5 18 5 19 1 21 1 22 1 Importância Atenção individualizada Responsividade 1 3 Confiança e habilidade no atendimento ao cliente Credibilidade 2 Rapidez no atendimento ao cliente Tangibilidade Desempenho do serviço Dimensões do SERVQUAL Equipamento e ambiente físico do hospital Grau de importância atribuída pelo gestor Atributos Relacionados pela Gestão Hospitalar 27 118 106 158 58 Legenda - Forte Correlação = 9 pontos - Correlação média = 3 pontos - Correlação fraca = 1 ponto Figura 4.2 - Integração das ferramentas SERVQUAL e QFD para avaliação da eficiência do serviço para o Hospital 2 Fonte: Esta pesquisa (2014) 79 Capítulo 4 Análise dos Resultados Através da Figura 4.2 percebe-se que o atributo que obteve a menor importância foi equipamentos e ambiente físico do hospital, com 27 pontos no somatório da importância para o referido atributo. Este atributo está diretamente relacionado com a dimensão tangibilidade, logo é possível afirmar que os gestores dos hospitais não percebem esta dimensão como uma das mais importantes. As correlações mais significantes para este atributo se concentraram nas perguntas da própria dimensão analisada e não se relacionou com nenhuma das demais dimensões. O atributo atenção individualizada obteve 58 pontos no somatório de importância, apesar deste atributo está relacionada com a dimensão empatia, esse atributo se relacionou com itens das dimensões tangibilidade, e com todos os itens da dimensão credibilidade e responsividade. Para o item 6 referente a dimensão tangibilidade (hospitais que transmitam todas as informações necessárias aos pacientes e/ou responsáveis de forma confiável e precisa) está relacionado com a dimensão empatia mas a correlação foi moderada e como, o grau de importância atribuída pelo gestor para essa dimensão foi baixo, logo esse item pontuou apenas 3 pontos. Já para os itens 7, 8 e 9 a correlação foi fraca, somando 9 pontos todos os itens, visto que a importância atribuída pelo gestor do hospital 2 para esta dimensão foi a segunda mais importante. No item 11 a correlação foi fraca, já os itens 12 e 14 a correlação foi forte, vale lembrar que os itens citados se referem a dimensão responsividade e para finalizar a análise deste atributo a correlação dos itens 19,21 e 22 que se referem a dimensão empatia houve uma correlação forte, tendo em vista que este atributo se relaciona diretamente com esta dimensão. No tocante ao atributo rapidez no atendimento ao cliente percebe-se que foi ele obteve 106 pontos no somatório da importância, havendo assim uma correlação fraca no item 6 para a dimensão tangibilidade, forte com os itens 7 e 9 e uma correlação moderada com o item 8 da dimensão credibilidade, uma correlação forte com a dimensão responsividade e uma correlação moderada com o item 17 da dimensão segurança. Quanto ao atributo desempenho no serviço que obteve 118 pontos no somatório da importância, sendo o segundo mais pontuado. A matriz da Figura 4.2 comprova que para esse atributo houve uma correlação fraca para o item 2 da dimensão tangibilidade, uma correlação moderada no item 12 da dimensão responsividade e no item 16 da dimensão segurança e uma moderação fraca para o item 19 para dimensão empatia. E 80 Capítulo 4 Análise dos Resultados correlação forte em todos os itens da dimensão credibilidade, pois este atributo está diretamente ligado a referida dimensão. O atributo confiança e habilidade no atendimento ao cliente, em todos os hospitais esse atributo obteve a maior pontuação. Visto que, todos os gestores apontaram a dimensão segurança como a mais importante. Dessa forma, os pontos que o Hospital 2 precisa melhorar para uma maior eficiência no serviço prestado estão relacionados as dimensões tangibilidade e empatia, sendo assim os gestores necessitam desenvolver planos de ação que permitam envolver os itens que foram apontados, para uma maior eficácia do serviço hospitalar, permitindo obter resultados mais eficientes na prestação do serviço. 4.4.3 Matriz QFD do Hospital 3 A matriz do QFD do Hospital 3 foi construída a partir dos dados levantados para o referido hospital com o objetivo de realizar uma avaliação da eficiência do serviço, integrando as ferramentas SERVQUAL e QFD, ilustrada na Figura 4.3. 81 Capítulo 4 Análise dos Resultados Segurança Empatia 6 3 7 1 9 1 10 1 11 1 12 1 16 5 17 5 18 5 22 1 Importância Atenção individualizada Responsividade 3 Confiança e habilidade no atendimento ao cliente Credibilidade 5 Rapidez no atendimento ao cliente Tangibilidade Desempenho do serviço Dimensões do SERVQUAL Equipamento e ambiente físico do hospital Grau de importância atribuída pelo gestor Atributos Relacionados pela Gestão Hospitalar 54 48 78 156 22 Legenda - Forte Correlação = 9 pontos - Correlação média = 3 pontos - Correlação fraca = 1 ponto Figura 4.3 - Integração das ferramentas SERVQUAL e QFD para avaliação da eficiência do serviço para o Hospital 3. Fonte: Esta pesquisa (2014). De acordo com a Figura 4.3 percebe-se que o atributo que obteve a menor importância foi atenção individualizada, com 22 pontos. Este atributo está diretamente relacionado à dimensão empatia. As correlações para este atributo foi uma correlação moderada para o item 7 da dimensão credibilidade e correlação fraca para o item 9 também da dimensão credibilidade, correlação forte para o item 12 da dimensão responsividade e uma correlação forte para o item 22 da dimensão empatia. O atributo desempenho do serviço obteve 48 pontos no somatório da importância para o referido atributo. Este atributo está diretamente relacionado com a dimensão credibilidade. As correlações mais significantes para este atributo se concentraram nas perguntas da própria dimensão analisada, ocorrendo desta maneira uma correlação forte entre a dimensão e o atributo, as outras correlações existentes para este atributo foi uma correlação fraca para o item 5 da dimensão tangibilidade, correlação moderada para o 82 Capítulo 4 Análise dos Resultados item 12 da dimensão responsividade e correlação moderada para o item 16 para dimensão segurança. No tocante ao atributo equipamentos e ambiente fisco do hospital obteve 54 pontos no somatório de importância. As correlações mais significantes para este atributo se agruparam nas perguntas da própria dimensão analisada e não se relacionou com nenhuma das demais dimensões. Diferente do resultado deste atributo para os demais hospitais, onde os gestores atribuíram um grau de importância baixo para esta dimensão, o gestor do hospital 3 atribuiu um grau de importância maior em relação ao demais gestores, implicando assim uma maior pontuação para este atributo e consequentemente para dimensão tangibilidade. Quanto ao atributo rapidez no atendimento ao cliente percebe-se que ele obteve 78 pontos no somatório da importância, havendo assim uma correlação forte no item 6 para a dimensão tangibilidade, correlação forte para os itens 7 e 9 da dimensão credibilidade, uma correlação forte com a dimensão responsividade e uma correlação moderada com o item 17 da dimensão segurança. O atributo confiança e habilidade no atendimento ao cliente, em todos os hospitais obteve a maior pontuação, pois todos os gestores afirmaram que a dimensão segurança era a mais importante. Diante do exposto, os pontos que o Hospital 3 precisa melhorar para uma maior eficiência no serviço prestado estão relacionados as dimensões empatia e credibilidade, desta forma os gestores necessitam desenvolver medidas preventivas que permitam envolver os itens que foram apontados, para uma maior eficácia do serviço oferecido pelo hospital. De acordo com a análise das três matrizes, os atributos que apresentaram deficiência foram equipamentos e ambiente físico do hospital, atenção individualizada e desempenho do hospital, esses atributos devem ser prioritários no delineamento de estratégias para aumentar a eficiência da gestão hospitalar de maneira que priorize a satisfação do cliente que utiliza dos serviços dos referidos hospitais e consequentemente, para que a gestão alcance cada vez mais a qualidade na prestação de serviços. E a dimensão destacada unanimemente como a mais importante pelos gestores foi segurança, este resultado comprova que para os serviços de saúde a prioridade é que 83 Capítulo 4 Análise dos Resultados eles seja ofertados de maneira segura, precisa e que todas as pessoas envolvidas na prestação do serviço tenham habilidade para a execução dos mesmos. Numa perspectiva geral, o Hospital 1 e Hospital 2 precisam melhorar a eficiência dos seus serviços no que se refere a dimensão tangibilidade. E o Hospital 2 e o Hospital 3 nos requisitos no tocante a dimensão empatia. 4.5 Considerações do Capítulo O presente capítulo expôs os resultados obtidos com a aplicação da integração das ferramentas SERVQUAL e a matriz QFD para mensuração da qualidade dos serviços de saúde de três hospitais localizados na cidade de Recife – PE. A escala SERVQUAL foi baseada no modelo de Parasuraman et al. (1985) e com a matriz QFD. O SERVQUAL possibilitou identificar as discrepâncias entre as expectativas e percepções do serviço oferecido pelo hospital. Através dessas informações que foram levantadas a partir da aplicação do questionário do SERVQUAL com os gestores dos hospitais, foram levantados os atributos que representavam os gaps. Para construir a matriz do QFD foram escolhidos os atributos que se relacionava com cada dimensão do SERVQUAL, o grau de importância atribuído para cada dimensão do SERVQUAL e os itens que apresentaram as maiores discrepância para as expectativas e percepções e realizada a análise de relação entre cada item, atributo e dimensão. Após a análise foi verificado que as dimensões que precisam de estratégias prioritárias para um delineamento de planos de ação para aumentar a eficiência no tocante as dimensões tangibilidade, credibilidade e empatia. Vale ressaltar ainda que a dimensão segurança foi considerada a dimensão mais importante por todos os gestores que participaram da pesquisa. 84 Capítulo 5 Considerações Finais 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O setor de serviços está sendo influenciado a oferecer um desempenho e melhoria contínua da qualidade através da gestão focada no cliente (BÜYÜKÖZKAN & ÇIFÇI, 2012). Desta forma, a implementação da qualidade no setor de serviços tem refletido positivamente no aumento da competitividade das organizações no mercado. (KANG & JAMES, 2004; YOON & SUH, 2004; ZHAO et. al., 2012). Neste sentido, as empresas precisam de ferramentas que possibilite o desenvolvimento de uma gestão do serviço de maneira eficiente, continua e eficaz para obter a satisfação dos seus clientes. Estas ferramentas são capazes de fornecer aos gestores, informações de como o serviço está sendo recebido pelos seus clientes, apontando as lacunas que podem ser melhoradas para uma maior eficiência do serviço. Diante disto, esta pesquisa realizou um levantamento da utilização das ferramentas tradicionais e gerenciais da qualidade e realizou a integração das ferramentas SERVQUAL e QFD em hospitais privados da cidade de Recife. Para conseguir atingir os objetivos específicos, a pesquisa foi estruturada de forma que foi realizada uma revisão da literatura sobre serviços, qualidade em serviços, qualidade em serviços de saúde, Escala SERVQUAL, matriz QFD e por fim foi caracterizado o setor hospitalar. Ainda foi desenvolvida a abordagem proposta para o desenvolvimento do estudo e aplicação da pesquisa através de um estudo de caso. A aplicação do estudo foi realizada em três Hospitais privados da cidade de Recife. Inicialmente foi aplicado um questionário com os gestores dos hospitais, para identificar quais as ferramentas da qualidade eles utilizavam para avaliar o serviço prestado pelo hospital aos seus clientes. Através desse primeiro panorama foi verificado que dentre as ferramentas da qualidade apontadas, os gestores não utilizavam a matriz QFD e a escala SERVQUAL. Sendo assim, foi aplicado um segundo questionário com o objetivo de levantar as informações da escala SERVQUAL para a identificação dos gaps, ou seja, as lacunas entre a expectativa e percepção da qualidade do serviço prestado pelo hospital. Já a matriz do QFD possibilitou a correlação entre os gaps identificados do SERVQUAL, através das respostas da percepção e expectativas do serviço, e foram correlacionados com as dimensões do SERVQUAL e os atributos categóricos da gestão hospitalar. Através da integração dessas duas ferramentas, foi possível destacar quais os pontos que 85 Capítulo 5 Considerações Finais os gestores precisam melhorar para uma maior eficiência no serviço prestado e também apontar quais são aqueles que eles priorizam. Um fator que deve ser destacado é que cada matriz reflete quais são os aspectos que cada hospital deve melhorar. Ainda é necessário ressaltar que a abordagem desenvolvida nesta pesquisa aponta aos gestores de cada hospital resultados que podem facilitar as decisões gerenciais que os gestores dos hospitais podem tomar e ajudá-los a traçar planos de ações para minimizar as lacunas existentes nos serviços prestados. 5.1 Dificuldades e Limitações da Pesquisa Apesar de ter alcançado o objetivo geral e os específicos a que a pesquisa apontou, a mesma apresenta algumas limitações, como: A pesquisa não pode confrontar os resultados obtidos, através da visão dos gestores e a visão dos clientes. Visto que, os hospitais não deram abertura para que a pesquisa fosse aplicada com os clientes do hospital. Outra dificuldade encontrada foi conseguir um maior número de hospitais que se disponibilizasse para participar da pesquisa, aumentando assim o número amostral da população pesquisada. Outra dificuldade que deve ser apontada foi a hesitação de alguns gestores em atender o pesquisador e fornecer algumas informações do hospital. Quanto às limitações, pode ser destacado o tamanho da amostra, como esta foi pequena, ela não pôde ser considerada uma representação da população em estudo. 5.2 Recomendações para Trabalhos Futuros A presente pesquisa pode contribuir para outros estudos, inclusive com um foco mais expandido para avaliação da eficiência dos serviços hospitalares, dando-lhe o ponto de vista não só dos gestores, mas, também analisando a visão dos funcionários e clientes do hospital. Além disso, poderão servir de base para estudos direcionados para a melhoria da qualidade dos serviços de saúde e ainda estudos envolvendo a aplicação da escala SERVQUAL e a matriz QFD. 86 Anexos REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, Juraci Dias. Qualidade Hospitalar: uma analise de sua realidade em Campina Grande-Paraiba-Brasil. f. 337. Tese Doutorado. 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