UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
UTILIZAÇÃO DO TABLET PARA MELHORIA DA GESTÃO DA
QUALIDADE E PRODUTIVIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: estudo de
caso em 02 obras na cidade de Feira de Santana-Ba
Cláudio Alex de Oliveira Pires
Feira de Santana – Ba
2010
CLÁUDIO ALEX DE OLIVEIRA PIRES
UTILIZAÇÃO DO TABLET PARA MELHORIA DA GESTÃO DA
QUALIDADE E PRODUTIVIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: estudo de
caso em 02 obras na cidade de Feira de Santana-Ba
Monografia apresentada à disciplina Projeto Final II
como requisito parcial para obtenção do titulo de
Engenheiro Civil, pela Universidade Estadual de Feira
de Santana.
Professor Orientador: Cristóvão César C. Cordeiro
Feira de Santana-Ba
2010
CLÁUDIO ALEX DE OLIVEIRA PIRES
UTILIZAÇÃO DO TABLET PARA MELHORIA DA GESTÃO DE
QUALIDADE E PRODUTIVIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: estudo de
caso em 02 obras na cidade de Feira de Santana-Ba
Monografia apresentada à disciplina Projeto Final II
como requisito parcial para obtenção do titulo de
Engenheiro Civil, pela Universidade Estadual de Feira
de Santana.
Professor Orientador: Cristóvão César C. Cordeiro
Feira de Santana-Ba,
_/
/
Orientador: Profº. Msc. Cristóvão César C. Cordeiro
Universidade Estadual de Feira de Santana
Avaliador: Profº. Esp. Carlos Antônio Alves Queiros
Universidade Estadual de Feira de Santana
Avaliador: Profº. Msc. Colbert Francisco São Paulo
Universidade Estadual de Feira de Santana
Dedico este trabalho para as duas pessoas
mais importantes na minha vida, pois sem
eles eu não teria chegado até aqui. Minha
mãe Carmen Lúcia de Oliveira Pires e meu
pai Armênio Sousa Pires Filho
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, o principal responsável por toda a minha força e coragem
para chegar até aqui;
Agradeço a meu pai e minha mãe, que sempre torceram por meu sucesso e sempre
estiveram ao meu lado me dando forças, acreditando em mim, mesmo quando eu mesmo
não acreditava que conseguiria.
Agradeço aos meus irmãos, simplesmente por existirem e fazerem parte de minha vida;
Agradeço a Graciele, a mulher mais carinhosa, atenciosa e paciente que existe nesse mundo;
Agradeço aos meus amigos/irmãos José Juvintino (Cabeça), Raphael Ribeiro (Guete),
Karolynne Oliveira (Karol), ao grupo “Balança mais não Cai” composto por Jelzinha, Cabeça,
Cabelo, Barba (Eu), Chicó, Estaca Franki, Tiago (SMT), + anexos e a minha querida e
insubstituível calculadora HP onde sem nossos encontros diários eu não teria suportado
chegar até aqui;
Agradeço ao professor Cristóvão Cordeiro, por toda sua atenção e ajuda nessa empreitada que
parecia não ter fim;
Agradeço aos engenheiros Joziney Lima e Roosevelt Franklin Rios por toda confiança
depositada e pelas oportunidades profissionais que me concederam.
6
“O que sabemos é uma gota e
o que ignoramos é um oceano”
Isaac Newton
7
RESUMO
O trabalho trata da utilização de tablet na gestão da qualidade e produtividade na Construção
Civil, tendo como objetivo melhorar o controle da qualidade e da produtividade com a
utilização desses equipamentos, fazendo um comparativo com o método tradicional de
controle avaliando as vantagens e desvantagens de sua utilização, sendo apresentado por meio
de revisão bibliográfica e estudo de caso em duas obras na cidade de Feira de Santana –
Bahia. O estudo de caso nas duas obras serviu para estudar uma parte da forma tradicional do
controle da qualidade e produtividade em obras de tipologias diferentes (vertical e horizontal);
analisar o seu processo de coleta de dados, implementar a coleta de dados com a utilização do
tablet, elaborar um comparativo entre as duas formas estudadas e avaliar se o controle com
esse equipamento é mais eficiente do que os procedimentos adotados atualmente.
Palavras-chave: Medição de desempenho, controle da qualidade, produtividade, tablet
8
ABSTRACT
The work deals with the subject use of tablet on quality management and productivity in
construction, aiming to improve quality control and productivity through the use of such
equipment, making a comparison with the traditional method of assessing the advantages and
control disadvantages of its use, being presented through a review and case study of two
works in the city of Feira de Santana - Bahia. The case study in the two works served to study
the traditional form of quality control and productivity in works of different types (vertical
and horizontal) to analyze the process of data collection, implement the data collection with
the use of computers, draw a comparison between the two forms of control and assess
whether the control with this device is more efficient than the procedures currently adopted.
Keywords: performance measurement, quality control, productivity, tablet
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Modelo de Sistema de Medição………………………...................................... 23
Figura 02 – Modelo de um sistema de gestão da qualidade baseado em processo.............. 29
Figura 03 – Arranjo Institucional – PBQP-Habitat.................................................................... 31
Figura 04 – Diferentes abrangências do estudo da produtividade....................................... 34
Figura 05 – Modelo de DFD...........................………………………...................................... 37
Figura 06 – Modelo de Sistema de Medição………………………...................................... 40
Figura 07 – Níveis de agregação das medidas em uma empresa......................................... 42
Figura 08 – Delineamento da pesquisa ......………………………...................................... 45
Figura 09 – Modelo do equipamento utilizado.......………………..................................... 50
Figura 10 – Mapa de Constructos - Produtividade ....……………...................................... 56
Figura 11 – Mapa de Constructos – Qualidade......………………...................................... 56
Figura 12 – DFD – Processo de controle de qualidade atual nas obras em estudo ........... 58
Figura 13 – Modelo de FVS das obras em estudo..………………...................................... 59
Figura 14 – Pastas criadas na tela do tablet ...……………………...................................... 61
Figura 15 – FVS coletadas via tablet.....................………………...................................... 61
Figura 16 – Menu da Planilha resumo de qualidade ...……………...................................... 62
Figura 17 – Planilha resumo do controle de qualidade……………...................................... 62
Figura 18 – Planilha de coleta utilizada no tablet (FVS 03) - Qualidade ..........................
63
Figura 19 – Planilha resumo de coleta da FVS 15...………….............................................. 63
Figura 20 – Planilha resumo de coleta de FVS (17) devidamente preenchida ................... 64
Figura 21 – DFD do processo de controle de qualidade proposto........................................ 65
Figura 22 – Pesquisador na coleta de FVS (Armaduras e Alvenaria) – Obra I .................... 66
Figura 23 – Pesquisador na coleta de FVS (Armaduras) – Obra II.......................................... 67
Figura 24 – Estagiário no auxílio da coleta de FVS (Armaduras) – Obra II ....................... 67
Figura 25 – Planilha de coleta utilizada no tablet (FVS 01) devidamente preenchida....... 69
Figura 26 – Planilha verificada assinada e repassada ao técnico de qualidade ou estagiário.69
10
Figura 27 – Planilha resumo indicando as conformidades e as FVS que tiveram alguma não
conformidade....………...................................................………............................................... 70
Figura 28 – DFD – Processo de controle de produtividade atual nas obras em estudo ...... 72
Figura 29 – Planilha de coleta de Produtividade manual...............…...................................... 73
Figura 30 – “Rascunhos” de coleta de produtividade manual .................................................. 74
Figura 31 – Pasta de Produtividade no tablet.............………………......................................75
Figura 32 – Planilha Master do controle de produtividade (Menu de opções)....................... 75
Figura 33 – Planilha de coleta de produtividade via tablet...................................................... 76
Figura 34 – Resumo de produção do operário para ser enviado ao setor financeiro ............. 76
Figura 35 – DFD – Processo de controle de produtividae proposto........................................ 77
Figura 36 – Pesquisador na coleta de dados de produtividade – Obra I ................................. 78
Figura 37 – Estagiário na coleta de dados de produtividade – Obra I ................................ 79
Figura 38 – Planilha master de acompanhamento de produtividade de funcionário ............. 79
Figura 39 – Mapa de constructos – Qualidade...............……………......................................80
Figura 40 – Mapa de constructos - Produtividade ....................……...................................... 83
Figura 41 – FVS01....................................................………………......................................102
Figura 42 – FVS03.........................................……………………........................................ 103
Figura 43 – FVS13...................................................………………...................................... 104
Figura 44 – FVS15........................................………………………......................................105
Figura 45 – FVS17....................................................………………......................................106
Figura 46 – Planilha de produção de serviço (PPS).....……………...................................... 107
11
LISTA DE SIGLAS
UEFS
Universidade Estadual de Feira de Santana
DFD
Diagrama de fluxo de dados
PBQP-H
Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat
ISO
International Organization for Standardization
ABNT
Associação Brasileira de Normas Técnicas
NBR
Normas Brasileiras
FVS
Ficha de verificação de serviço
PPS
Planilha de produção de serviços
RUP
Razão Unitária de Produção
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Dicionário de Dados do DFD – Qualidade.................................................. 59
Tabela 02 – Dicionário de Dados do DFD – Qualidade Proposto................................... 65
Tabela 03 – Dicionário de Dados do DFD – Produtividade............................................
72
Tabela 04 – Dicionário de Dados do DFD – Produtividade proposto............................. 77
Tabela 05 – Quadro comparativo – Utilização do tablet................................................... 87
13
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 17
1.1 – JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 18
1.2 – OBJETIVOS .................................................................................................................... 19
1.2.1 - Objetivo geral ................................................................................................................ 19
1.2.2 - Objetivos específicos..................................................................................................... 19
1.3 – MÉTODO ........................................................................................................................ 20
1.4 – ESTRUTURA DA MONOGRAFIA ............................................................................... 21
2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 22
2.1 - SISTEMAS DE MEDIÇÃO DE DESEMPENHO .......................................................... 22
2.1.1 - Medição de desempenho ............................................................................................... 22
2.1.2 - Os papéis da medição de desempenho .......................................................................... 23
2.1.3 - Classificação dos indicadores de desempenho .............................................................. 25
2.1.4 - Barreiras do processo de medição ................................................................................. 25
2.2 - CONTROLE DE QUALIDADE...................................................................................... 26
2.2.1 - Conceitos e definições sobre gerenciamento de qualidade: .......................................... 26
2.3 - ABNT NBR ISO 9000 ..................................................................................................... 28
2.3.1 - Princípios de gestão da qualidade ................................................................................. 28
2.3.2 - Política da qualidade e objetivos da qualidade.............................................................. 30
2.4 - PROGRAMA BRASILEIRO DE QUALIDADE E PRODUTIVIDADE NO HABITAT–
PBQP-H .................................................................................................................................... 30
2.4.1 - Arranjo institucional do PBQP-H ................................................................................. 31
2.4.2 - Conceitos do PBQP-H................................................................................................... 31
14
2.4.3 - Objetivos do PBQP-H ........................................... ........................................................32
2.5 - PRODUTIVIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL........................................................... 33
2.5.1 – Fatores que influenciam na produtividade da mão de obra .......................................... 34
2.5.2 – Mensurando produtividade ........................................................................................... 34
2.6 - SISTEMAS DE INFORMAÇÃO .................................................................................... 35
2.6.1 - Ferramentas para análise do fluxo de dados.................................................................. 36
2.7 - MEDIÇÕES DE DESEMPENHO NA GESTÃO DA QUALIDADE E
PRODUTIVIDADE ................................................................................................................. 38
2.7.1 - Abordagem sistêmica para a tomada de decisões ......................................................... 38
2.7.2 - O processo de medição como apoio a tomada de decisão............................................. 39
2.8 - MEDIDAS DE DESEMPENHO – INDICADORES DE QUALIDADE E
PRODUTIVIDADE ................................................................................................................. 40
2.8.1 – Classificação das medições segundo a finalidade da informação: ............................... 40
2.8.2 - Classificação segundo os níveis de agregação: ............................................................. 42
3 – MÉTODO DE PESQUISA .............................................................................................. 43
3.1 - ESTRATÉGIA DE PESQUISA ....................................................................................... 43
3.2 - DELINEAMENTO DA PESQUISA ............................................................................... 44
3.3 - FONTES DE EVIDÊNCIAS ........................................................................................... 46
3.3.1 - Observação .................................................................................................................... 47
3.3.2 - Análise documental ....................................................................................................... 48
3.3.3 - Entrevista....................................................................................................................... 48
3.4 - DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA ....................................................................... 49
3.5 - COLETA DE DADOS ..................................................................................................... 53
3.6 - OS EMPREENDIMENTOS ............................................................................................ 53
3.7 – CONSTRUCTOS ............................................................................................................ 55
4 – ESTUDO DE CASO ......................................................................................................... 58
15
4.1 – DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE COLETA DE DADOS DE QUALIDADE .......... 58
4.1.1 - Sistema de coleta de FVS tradicional ............................................................................ 59
4.1.2 - Sistema de coleta de FVS via tablet .............................................................................. 60
4.1.3 – Análise dos dados de qualidade obtidos ....................................................................... 64
4.2 - DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE COLETA DE DADOS DE PRODUTIVIDADE –
RAZÃO UNITÁRIA DE PRODUÇÃO (RUP) ....................................................................... 71
4.2.1 – Sistema de coleta da Razão Unitária de Produção (RUP) tradicional .......................... 73
4.2.2 – Sistema de coleta da Razão Unitária De Produção (RUP) via Tablet .......................... 74
4.2.3 - Análise dos dados de produtividade obtidos ................................................................. 76
5 – RESULTADOS ................................................................................................................. 80
5.1 - CONSTRUCTOS DE QUALIDADE .............................................................................. 80
5.1.1 - Entrevista com os responsáveis pela coleta de dados de qualidade .............................. 81
5.1.2 - Entrevista com o coordenador de qualidade das obras ................................................. 82
5.2 - CONSTRUCTOS DE PRODUTIVIDADE ..................................................................... 83
5.2.1 - Entrevista com os responsáveis pela coleta de dados de produtividade ....................... 84
5.2.2 - Entrevista com o coordenador da obra i ........................................................................ 84
5.3 – AVALIAÇÃO DO USO DO TABLET ............................................................................ 85
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 88
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 90
ANEXO A ................................................................................................................................ 92
ANEXO B ................................................................................................................................ 94
ANEXO C ................................................................................................................................ 97
ANEXO D ................................................................................................................................ 99
16
ANEXO E .............................................................................................................................. 101
ANEXO F .............................................................................................................................. 108
17
1 – INTRODUÇÃO
O mercado da Construção Civil no Brasil está passando atualmente por um dos
melhores momentos de toda a história e, em consequência dessa boa fase e do crescimento da
concorrência, as inovações tecnológicas, vão ficando cada vez em evidência.
Segundo Souza (1998), com a estabilização econômica e o aumento da
competitividade gerada pela globalização, tornou-se visível um problema que se escondia: a
falta de qualidade e produtividade na Construção Civil.
Em vista desses problemas, cresce, cada vez mais, a exigência por produtos e serviços
com qualidade, obrigando as empresas a buscarem novas técnicas para se adaptarem a essas
modificações e buscarem soluções para as exigências do mercado que se torna cada vez mais
competitivo.
A utilização de tablet é uma tendência mundial, onde várias pessoas utilizam desses
equipamentos para ouvir música, ler emails, assistir televisão, entre outros. Observa-se que na
Construção Civil essa utilização não é muito comum devido a diversos fatores como falta de
treinamento dos operários, necessidade de elaboração de softwares específicos para cada obra,
complexidade do empreendimento entre outros.
Todavia, nesse ritmo acelerado e altamente competitivo que é a construção civil
atualmente, torna-se necessário um controle mais preciso e confiável no que se trata de
qualidade de execução e produtividade de equipes de trabalho para que seja possível uma
empresa manter seus empreendimentos em execução.
Na cidade de Feira de Santana, no estado da Bahia, esse sistema de gestão da
qualidade e produtividade na Construção Civil através de tablet ainda não é uma realidade,
logo o intuito desse trabalho é fazer uma análise sobre o uso desses equipamentos no controle
dessas variáveis, desde o desenvolvimento dos softwares, passando por toda a parte de
implantação, coleta de dados e comparando a forma atual de controle com a proposta por esse
trabalho, demonstrando suas vantagens e desvantagens.
18
1.1 – JUSTIFICATIVA
Tendo em vista que as teorias e as ferramentas para a melhoria do controle da
qualidade e produtividade existem e estão disponíveis, é preciso analisar como aplicá-las e
adaptá-las ao setor da construção civil, principalmente dada a natureza e as características
únicas da indústria da construção, onde há necessidade de se desenvolverem estratégias que
permitam às empresas não só sobreviver, mas principalmente competir. (FORMOSO et. al.,
1999)
As formas convencionais de medição de produtividade e controle de qualidade dos
serviços em execução de uma obra são de um modo geral considerados “falhos”, pois gera-se
uma quantidade enorme de papel para esses serviços e muitas vezes acaba-se esquecendo de
fazer os controles e medições de um determinado serviço, gerando assim dados não muito
confiáveis ao final do processo.
A evolução da indústria da Construção Civil já é uma realidade, e cada vez mais o uso
de máquinas e equipamentos vem em crescente expansão nos canteiros de obras, logo a
utilização dos tablets pode ser considerada a evolução da maneira de como se coleta os dados
no campo, gerando assim informações mais precisas, rápidas e com a possibilidade de análise
dos dados diretamente em programas específicos, facilitando a gestão dos processos de
qualidade e produtividade.
Esse tema é interessante e novo, o que desperta o interesse de fazer um estudo
aprofundado para saber sobre suas vantagens e desvantagens e compará-lo com os sistemas de
gestão da qualidade e produtividade convencionais, e também a escolha desse tema é devido
ao fato que caso se comprove nos estudos a funcionalidade dos tablet nos controles acima
citados o mesmo poderá se tornar um padrão no controle dessas variáveis.
Na cidade de Feira de Santana, no estado da Bahia, esse sistema de gestão de
qualidade e produtividade na Construção Civil através de tablet ainda não é uma realidade.
19
1.2 – OBJETIVOS
1.2.1 - Objetivo Geral
A pesquisa tem como objetivo principal melhorar a gestão da qualidade e da
produtividade em 02 (duas) obras em Feira de Santana – Ba. com a utilização do tablet na
coleta de dados.
1.2.2 - Objetivos Específicos
Desenvolver planilhas específicas em plataforma de pacote computacional de uso
consolidado.
Elaborar um quadro comparativo entre o método tradicional de coleta de dados e o
método de coleta via tablet, demonstrando as vantagens e desvantagens de cada um.
20
1.3 – MÉTODO
Foi apresentada a revisão bibliográfica de todo assunto necessário para a compreensão
do estudo. Como se trata de estudar um fenômeno contemporâneo no qual o pesquisador não
tem o controle de todas as variáveis, optou-se pelo estudo de caso como ferramenta de
investigação. Foram definidas duas obras para estudo, as quais passaram pelas seguintes
etapas:
Estudo sobre o método tradicional de coleta de dados de qualidade e produtividade em
campo, levantando as possíveis falhas nesse processo.
Elaborado um programa piloto na plataforma de pacote computacional de planilha
eletrônica, com o intuito de facilitar a coleta de dados para futuro tratamento dessas
informações.
Disponibilizado um equipamento com visor de sete polegadas com tela sensível ao
toque (7” full touch screen) já com as planilhas desenvolvidas para os responsáveis pela
coleta de dados em campo.
Realização de um treinamento sobre o funcionamento das planilhas e a correta forma
de coleta dos dados.
Pesquisa com as pessoas responsáveis pela coleta de dados de qualidade e
produtividade a respeito da nova forma de coleta de dados.
Logo após todas essas etapas foi feita a organização e análise dos dados e materiais
coletados e através de tabelas foram expostos os resultados obtidos para que possa chegar às
conclusões necessárias e para que os objetivos fossem alcançados.
21
1.4 – ESTRUTURA DA MONOGRAFIA
No primeiro capítulo será apresentada uma introdução sobre a importância do controle
da qualidade e produtividade na Construção Civil, a justificativa do porque da escolha do
tema para elaboração do trabalho, o objetivo geral e os objetivos específicos que se pretendem
obter ao final do trabalho e a estrutura da monografia.
No capítulo dois, será feita uma revisão bibliográfica sobre o tema avaliação de
desempenho na construção civil, fazendo as devidas definições e esclarecimentos sobre a
medição de desempenho em obras de edificações nos campos da qualidade e produtividade.
Será demonstrada também a importância da gestão da qualidade e produtividade e a
importância do diagrama de fluxo de dados DFD para entendimento do fluxo de informações.
No capítulo três será descrito o método de pesquisa utilizado nesse estudo, que
consiste em dois estudos de caso em duas obras na cidade de Feira de Santana, sendo uma de
tipologia vertical e outra de tipologia horizontal, mostrando os detalhes necessários para se
chegar as conclusões ao final do trabalho.
No capítulo quatro será feita o estudo de caso nas duas obras.
No capítulo cinco serão feitas as análises dos dados coletados e os resultados obtidos.
No capítulo seis serão feitas as considerações finais, bem como sugestões para
trabalhos futuros.
22
2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O presente capítulo aborda as principais características sobre a medição de
desempenho, controle de qualidade e produtividade na construção civil, trazendo conceitos,
definições, implantação de um sistema de medição de desempenho e sistemas de informações.
2.1 - SISTEMAS DE MEDIÇÃO DE DESEMPENHO
2.1.1 - Medição de Desempenho
Segundo Sink & Tuttle (1993) apud Costa (2003), a medição de desempenho é um
processo pelo qual se decide o que medir e se faz a coleta, acompanhamento e análise dos
dados.
Com base no processo de medição é admissível identificar as capacidades da
organização e os níveis de desempenho esperados, tanto dos processos quanto do sistema
organizacional. Esse processo também auxilia na identificação do que pode ser melhorado,
onde ou o que aplicar os recursos e sua atenção. (SINK & TUTTLE 1993 apud COSTA
2003).
A figura 01 apresenta o modelo de sistema de medição, que envolve a coleta, o
processamento e a avaliação dos dados pela gerência.
23
Figura 01: Modelo de Sistema de Medição
Fonte: COSTA (2003), adaptado de SINK & TUTTLE, (1993), adaptado pelo autor
2.1.2 - Os papéis da medição de desempenho
A medição de desempenho pode exercer vários papéis no processo gerencial (SINK &
TUTTLE 1993 apud COSTA, 2003).
“Um indicador pode ter a função de visibilidade, ou seja, demonstrar os desempenhos
atuais de uma organização, indicando seus pontos fortes ou fracos, ou chamando a atenção
para suas disfunções (COSTA, 2003).”
“Através desse tipo de avaliação é possível estabelecer prioridades em programas de
melhoria da qualidade, indicando os setores da empresa nos quais as intervenções são mais
importantes ou viáveis. (COSTA, 2003)”
A medição como controle é uma das aplicações mais comuns e bem compreendidas. É
utilizada para previsão, estimativa e solução de problemas. Nesse caso, a medição visa a
controlar a variação do desempenho em relação aos padrões de comportamento previamente
estabelecidos, identificando desvios e corrigindo a tempo as causas dos mesmos (SINK &
24
TUTTLE 1993 apud COSTA, 2003). Ainda no que se refere à medição é preciso enfatizar
que:
“A medição também tem o papel de orientar a melhoria, indicando sobre o que
concentrar a atenção e onde os recursos devem ser disponibilizados para identificar as
oportunidades de melhoria ou verificar o impacto das estratégias sobre o desempenho
do processo ou da organização” (COSTA, 2003).
Segundo Sink & Tuttle (1993) apud Costa, (2003), “o processo de ensinar o que é
medição e o seu papel na organização torna-se mais fácil quando iniciado com uma
orientação para melhoria, pois surge uma motivação natural para medir”.
Ainda no que se refere a essa abordagem, os indicadores tem um papel motivacional
sobre as pessoas que participam do processo. Sempre que for implementada qualquer
melhoria se faz necessário indicadores que possam avaliar as mesmas e ainda sejam
difundidas para todos. (SINK & TUTTLE 1993 apud COSTA, 2003).
Ainda nesse âmbito de discussão, a medição pode ser uma importante ferramenta na
implantação ou desenvolvimento de estratégias. Por sua vez, os indicadores gerados pela
medição podem repassar informações para avaliar o posicionamento das empresas em relação
ao seu ambiente interno e externo (ZILBER; FISCHMANN, 2002, apud COSTA, 2003).
Schiemann e Lingle (1999) apud Costa (2003) ressaltam que para aumentar a
participação das pessoas quanto ao entendimento e uso das informações através da
organização é necessário a construção de um sistema de medição.
Assim, pode-se afirmar que os sistemas de medição de desempenho vêm ampliando
seu papel nas organizações, incorporando-se cada vez mais ao gerenciamento do negócio
(COSTA, 2003).
Atualmente, os mesmos tornam-se parte integrante da implementação da estratégia e
da avaliação de desempenho tanto de recursos humanos quanto da competitividade das
empresas em relação ao seu mercado de atuação (COSTA, 2003).
Logo, os indicadores vêm se tornando um dos principais instrumentos utilizados pelas
organizações para auxiliar na tomada de decisão (COSTA, 2003.). Por fim, Lantelme (1999),
25
sinaliza que a medição de desempenho adquire novos papéis não só no monitoramento e
controle de processos, mas também como facilitador da comunicação e da aprendizagem
organizacional.
2.1.3 - Classificação dos indicadores de desempenho
Para Nelly et al. (1996) apud Costa (2003), um sistema de medição de desempenho é
formado por uma série de medidas (ou indicadores) que quantificam a eficiência ou eficácia
de um processo. Segundo o mesmo autor, a eficácia diz respeito ao atendimento dos requisitos
do cliente, enquanto que a eficiência configura-se como uma medida do uso econômico dos
recursos para alcançar um determinado grau de satisfação do cliente
Segundo Lantelme (1994), os indicadores podem ser agregados em indicadores de
desempenho específicos e indicadores de desempenho global. Referindo-se a estes
indicadores, pode-se afirmar que os primeiros fornecem informações para o gerenciamento da
empresa e de seus processos individuais. Os mesmos estão atrelados às estratégias e às
atividades específicas da empresa e dessa forma, as informações fornecidas são utilizadas para
o planejamento, controle e melhoria contínua das estratégias dos processos. Já os indicadores
de desempenho globais possuem um caráter mais agregado e visam demonstrar o desempenho
de uma empresa ou setor em relação ao ambiente em que se insere, e desse modo, possuem
um caráter mais homogêneo para proporcionar a comparação. Estes indicadores podem ser
voltados à empresa ou podem ser setoriais para de avaliar o desempenho do setor de maneira
completa.
2.1.4 - Barreiras do processo de medição
Existem diversas barreiras para a concepção, implementação e uso dos sistemas de
indicadores de desempenho que podem dificultar a melhoria contínua do desempenho das
empresas (SINK & TUTTLE, 1993 apud LANTELME, 1994).
Segundo Sink & Tuttle, (1993) apud Lantelme (1994), em algumas organizações, a
medição de desempenho é avaliada como uma forma de controle e punição, sendo utilizada
para identificação das pessoas que tiveram baixo desempenho, gerando, então, um ambiente
26
de intimidação. O uso da medição na forma de ameaça tende a aumentar a resistência das
pessoas para a coleta, processamento e análise dos dados dos indicadores e também à inserção
desse processo na rotina do trabalho (LANTELME, 1994).
Ainda de acordo com essa perspectiva, torna-se necessário criar uma cultura de
medição que sinalize a medição como uma oportunidade de melhoria. Sink & Tuttle (1993)
apud Costa (2003) apontam que algumas organizações utilizam um único indicador de
desempenho para explicar e medir o desempenho da organização, como foco único de
avaliação.
Entretanto, o uso de um indicador único pode dificultar a identificação de problemas
relevantes em processos específicos, além de não estimular o desenvolvimento de uma visão
sistêmica da organização, visto que, dificulta a compreensão das interações entre suas partes
(COSTA, 2003).
Alarcón et al (2001) apud Costa (2003) argumenta que medidas isoladas são
insuficientes para melhorar o desempenho, sendo necessário analisar um conjunto de
indicadores com o objetivo de detectar os problemas e suas causas.
2.2 - CONTROLE DE QUALIDADE
2.2.1 - Conceitos e definições sobre gerenciamento de qualidade:
A qualidade pode ser definida por mudança. A empresa que pretende implementá-la,
deve ter a vontade de mudar, como se pode analisar no conceito de Juran (1992): “Qualidade
é adequação ao uso”. Ou seja, ou a empresa muda ou ela perde competitividade devido a sua
defasagem perante ao mercado.
Analisamos também outro conceito da qualidade, como o de Campos (1990) que diz:
“um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma confiável,
de forma acessível, de forma segura e no tempo certo às necessidades do cliente”.
27
É preciso analisar como aplicar as teorias e as ferramentas para a melhoria de
qualidade, pois as mesmas existem e estão disponíveis, necessitando-se apenas adaptá-las ao
setor da construção civil, principalmente dada a natureza e as características únicas da
indústria da construção, onde existe a necessidade de se desenvolverem estratégias que
permitam às empresas não só sobreviver, mas principalmente competir. FORMOSO et. al.
(1999).
A implantação do sistema de qualidade nas empresas da construção civil tem como
objetivo, portanto:
 Regulamentar e documentar;
 Controlar e planejar as atividades do projeto;
 Controlar e planejar as atividades de construção;
 Assegurar a adequação dos recursos necessários à construção, que incluem equipes,
materiais, equipamentos e outros insumos;
 Melhorar a produtividade e a qualidade dos serviços;
 Reduzir os custos do empreendimento;
 Otimizar as relações com os clientes;
 Melhorar a imagem da empresa, obtendo maiores e melhores participações no
mercado
Segundo Formoso et. al. (1999), esse programa traz muitos benefícios para as
empresas, setor público e também para o consumidor. Para as empresas gera grandes
oportunidades no aumento da competitividade; redução de desperdícios; melhor formação dos
profissionais; materiais de melhor qualidade e adequação às normas técnicas. Já no setor
público, é uma oportunidade para utilizar seu poder de compra para selecionar fornecedores
com maior qualidade, otimizando o uso dos recursos públicos e solicitando, quando
necessário, os atestados de qualificação. E ainda, beneficia o consumidor, pois traz grande
oportunidade para sua decisão no poder de compra, podendo escolher aquelas empresas que
produzem com qualidade.
No entanto, Dalcul (1996) mostra que as empresas não estão alcançando plenamente
os seus objetivos, mesmo com investimentos, pelo fato de, muitas vezes, haver uma ação
28
pontual, sem a preocupação com o todo, visando retorno imediato, sem garantir o
aperfeiçoamento contínuo e a renovação para o futuro.
Podemos afirmar que atualmente os dois principais caminhos para a qualidade são a
ISO e o PBQP-H.
2.3 - ABNT NBR ISO 9000
A NBR ISO 9000 descreve os fundamentos de sistemas de gestão da qualidade e
estabelece a terminologia para estes sistemas.
2.3.1 - Princípios de gestão da qualidade
Segundo a ABNT NBR ISO 9000 (2000, p.2.)
“Para conduzir e operar com sucesso uma organização é necessário dirigi-la e
controlá-la de maneira transparente e sistemática. O sucesso pode resultar da
implementação e manutenção de um sistema de gestão concebido para melhorar
continuamente o desempenho, levando em consideração, ao mesmo tempo, as
necessidades de todas as partes interessadas. A gestão de uma organização inclui,
entre outras disciplinas de gestão, a gestão da qualidade”.
Oito princípios de gestão da qualidade foram identificados, os quais podem ser usados
pela alta direção para conduzir a organização à melhoria do seu desempenho.
1. Foco no cliente: Organizações dependem de seus clientes e, portanto, convém que
entendam as necessidades atuais e futuras do cliente, os seus requisitos e procurem
exceder as suas expectativas.
2. Liderança: Líderes estabelecem unidade de propósito e o rumo da organização.
Convém que eles criem e mantenham um ambiente interno, no qual as pessoas possam
estar totalmente envolvidas no propósito de atingir os objetivos da organização.
3. Envolvimento de pessoas: Pessoas de todos os níveis são a essência de uma
organização, e seu total envolvimento possibilita que as suas habilidades sejam
usadas para o benefício da organização.
4. Abordagem de processo: Um resultado desejado é alcançado mais eficientemente
quando as atividades e os recursos relacionados são gerenciados como um processo.
29
5. Abordagem sistêmica para a gestão: Identificar, entender e gerenciar processos interrelacionados como um sistema contribui para a eficácia e eficiência da organização
no sentido desta atingir os seus objetivos.
6. Melhoria contínua: Convém que a melhoria contínua do desempenho global da
organização seja seu objetivo permanente.
7. Abordagem factual para tomada de decisão: Decisões eficazes são baseadas na
análise de dados e informações.
8. Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores: Uma organização e seus
fornecedores são interdependentes, e uma relação de benefícios mútuos aumenta a
habilidade de ambos em agregar valor.
Estes oito princípios de gestão da qualidade formam a base para as normas de sistema
de gestão da qualidade na família NBR ISO 9000.
Na figura abaixo podemos observar um modelo de sistema de gestão de qualidade
baseado em processo conforme a norma citada anteriormente.
Figura 03: Modelo de um sistema de gestão da qualidade baseado em processo
Fonte: ABNT-ISO 9000 (2000)
30
2.3.2 - Política da qualidade e objetivos da qualidade
Segundo a ABNT NBR ISO 9000 (2000, p4.)
A política da qualidade e os objetivos da qualidade são estabelecidos para
proporcionar um foco para direcionar a organização. Ambos determinam os
resultados desejados e auxiliam a organização na aplicação de seus recursos para
alcançar esses resultados. A política da qualidade fornece uma estrutura para
estabelecer e analisar criticamente os objetivos da qualidade precisam ser consistentes
com a política da qualidade e o comprometimento para melhoria contínua, e o
atingimento desses objetivos deve ser mensurável. O cumprimento dos objetivos da
qualidade pode ter um impacto positivo na qualidade do produto, na eficácia
operacional e no desempenho financeiro, conduzindo assim à satisfação e confiança
das partes interessadas.
Logo podemos afirmar que ao se cumprir os objetivos da qualidade, a empresa tem um
impacto positivo em diversos aspectos, dentre eles o desempenho financeiro e a confiança na
mesma.
2.4 - Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat – PBQP-H
O PBQP-H, Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, é um
instrumento do Governo Federal para cumprimento dos compromissos firmados pelo Brasil
quando da assinatura da Carta de Istambul (Conferência do Habitat II/1996). A sua meta é
organizar o setor da construção civil em torno de duas questões principais: a melhoria da
qualidade do habitat e a modernização produtiva.
A busca por esses objetivos envolve um conjunto de ações, entre as quais se destacam:
avaliação da conformidade de empresas de serviços e obras, melhoria da qualidade de
materiais, formação e requalificação de mão-de-obra, normalização técnica, capacitação de
laboratórios, avaliação de tecnologias inovadoras, informação ao consumidor e promoção da
comunicação entre os setores envolvidos.
Portanto, espera-se o aumento da competitividade no setor através da redução dos
custos oriundos da melhoria da qualidade dos produtos e serviços. O objetivo, em longo
prazo, é criar um ambiente onde a isonomia da competição propicie soluções mais baratas e
de melhor qualidade para a redução do déficit habitacional no país, atendendo em especial, a
produção habitacional de interesse social.
31
2.4.1 - Arranjo institucional do PBQP-H
O PBQP-H integra-se à Secretaria Nacional de Habitação, do Ministério das Cidades,
e está formalmente inserido como um dos programas do Plano Plurianual (PPA 2008-2011)
conforme seu arranjo na figura abaixo.
Figura 02: Arranjo Institucional – PBQP-Habitat
Fonte: www4.cidades.gov.br/pbqp-h. Acessado dia 08/10/10 as 19:00
Diversas entidades fazem parte do Programa, representando segmentos da cadeia
produtiva: construtores, projetistas, fornecedores, fabricantes de materiais e componentes,
bem como a comunidade acadêmica e entidades de normalização, além do Governo Federal.
A gestão compartilhada se dá de forma transparente, baseada fundamentalmente em
discussões técnicas, respeitando a capacidade de resposta do setor e as diferentes realidades
nacionais. Nesse sentido, o PBQP-H é um programa que se constrói sobre consensos, e sobre
um arranjo institucional firmado na parceria entre setores público e privado.
2.4.2 - Conceitos do PBQP-H
Segundo o site (www.cidades.gov.br) do governo federal, o PBQP-H procura se
articular com o setor privado para que este potencialize a capacidade de resposta do Programa
na implementação do desenvolvimento sustentável do habitat urbano. Por isso, envolve na sua
estrutura entidades representativas do setor compostas por duas coordenações nacionais, que
desenham as diretrizes do Programa em conjunto com o Ministério das Cidades. Tais
diretrizes são estabelecidas em fórum próprio, de caráter consultivo: o Comitê Nacional de
32
Desenvolvimento Tecnológico da Habitação – CTECH, cuja presidência é rotativa entre
entidades
do
governo
e
do
setor.
(Disponível
em
www4.cidades.gov.br/pbqp-
h/pbqp_apresentacao.php)
Uma das grandes virtudes do PBQP-H é a estruturação e criação de um novo ambiente
tecnológico e de gestão para o setor, onde os agentes podem pautar ações específicas visando
à modernização, não só em medidas ligadas à tecnologia no sentido estrito (desenvolvimento
ou compra de tecnologia; desenvolvimento de processos de produção ou de execução;
desenvolvimento de procedimentos de controle; desenvolvimento e uso de componentes
industrializados), mas também em tecnologias de organização, de métodos e de ferramentas
de gestão (gestão e organização de recursos humanos; gestão da qualidade; gestão de
suprimentos; gestão das informações e dos fluxos de produção; gestão de projetos).
(Disponível em www4.cidades.gov.br/pbqp-h/pbqp_apresentacao.php)
O programa enuncia outros importantes princípios como atuação integrada do poder
público, ampliando assim a otimização dos recursos e das ações,; descentralização, para fazer
com que as aplicações correspondam à realidade de cada unidade da federação, ampliando o
controle e a efetividade das ações; parceria; participação da sociedade civil, para assegurar
que as ações do poder público estejam em conformidade com as necessidades e prioridades da
população, e contar com a experiência de diversos setores da sociedade. (Disponível em
www4.cidades.gov.br/pbqp-h/pbqp_apresentacao.php).
2.4.3 - Objetivos do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat –
PBQP-H
Segundo o site (www.cidades.gov.br) do governo federal o objetivo geral do PBQP-H
é o de elevar os patamares da qualidade e produtividade da construção civil, por meio da
criação e implantação de mecanismos de modernização tecnológica e gerencial, contribuindo
para ampliar o acesso à moradia, em especial para a população de menor renda.
33
Seus objetivos específicos são:
1
Universalizar o acesso à moradia, ampliando o estoque de moradias e
melhorando as existentes;
2
Fomentar o desenvolvimento e a implantação de instrumentos e mecanismos de
garantia da qualidade de projetos e obras;
3
Fomentar a garantia da qualidade de materiais, componentes e sistemas
construtivos;
4
Combater a não conformidade técnica intencional de materiais, componentes e
sistemas construtivos;
5
Estruturar e animar a criação de programas específicos visando à formação e
requalificação de mão-de-obra em todos os níveis;
6
Promover o aperfeiçoamento da estrutura de elaboração e difusão de normas
técnicas, códigos de práticas e códigos de edificações;
7
Coletar e disponibilizar informações do setor e do Programa;
8
Apoiar a introdução de inovações tecnológicas;
9
Promover a melhoria da qualidade de gestão nas diversas formas de projetos e
obras habitacionais;
2.5 - PRODUTIVIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Considera-se que produtividade seja a eficiência em se transformar entradas em saídas
num processo produtivo (SOUZA, 1998). Logo, o estudo da produtividade, no processo de
produção de obras de construção civil, pode ser feito sob abordagens diferentes. Em função
do tipo de entrada (recurso) a ser transformada, pode-se ter o estudo da produtividade com
pontos de vista: físico, no caso produtividade no uso dos materiais, equipamentos ou mão-deobra; financeiro, quando se analisa a quantidade de dinheiro demandada; ou social, quando se
encara como recurso inicial do processo o esforço da sociedade como um todo.
O estudo da produtividade da mão-de-obra é, portanto, uma análise de produtividade
física de um dos recursos utilizados no processo produtivo, qual seja, a mão-de-obra.
34
Figura 04: Diferentes abrangências do estudo da produtividade
Fonte: SOUZA (1998) adaptado pelo autor
2.5.1 – Fatores que influenciam na produtividade da mão de obra
Segundo Souza (1998), geralmente existem dois grupos de fatores majoritários que
afetam a produtividade da mão-de-obra: O trabalho que precisa ser feito, e abrange os
componentes físicos do trabalho, especificações exigidas, detalhes de projeto entre outros, e e
o ambiente de trabalho - sua organização e gerenciamento - ,incluindo também condições
atmosféricas, disponibilidade de materiais e equipamentos, seqüência de trabalho etc, que
caracterizam os chamados fatores de contexto do trabalho. Quando estuda-se a produtividade,
se torna necessário a detecção de quais fatores tem influência significativa sobre a eficiência
deste processo e a posterior análise desses fatores para a obtenção de resultados é considerado
como ponto de extrema importância no estudo da mesma.
Nesse trabalho, o autor restringe seu trabalho à coleta da quantidade de serviço
executado em um período de tempo através do tablet e não leva em consideração os fatores
que influenciam a produtividade
2.5.2 – Mensurando produtividade
No que se refere a mensuração de produtividade Souza (1998, p. 2 ) ressalta que:
A forma mais direta de se medir a produtividade diz respeito à quantificação da mãode-obra necessária (expressa em homens-hora demandados) para se produzir uma
unidade da saída em estudo (por exemplo, 1 metro quadrado de revestimento de
35
argamassa de fachada)”. O indicador utilizado, denominado razão unitária de
produção (RUP) é calculado através da seguinte expressão: RUP = Entradas/Saídas
Tal como afirma Souza (1998), para se obter uma uniformização no cálculo da RUP é
necessário que se defina as regras para mensuração tanto de entradas quanto de saídas. Mais
que isto, é preciso definir o período de tempo a que se refere o levantamento feito.
Nesse trabalho, a RUP é calculada automaticamente pelo tablet por indivíduo,
observando a quantidade produzida em 01 (um) dia de trabalho.
2.6 - SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
O presente trabalho segue as definições de termos utilizados no estudo de sistema de
informações.
• Dados são os elementos conhecidos do problema que se deseja resolver. São
portanto brutos, oriundos de levantamentos, questionários ou pesquisas efetuados.
• Informação pode ser definida como sendo os dados processados de forma que
tenham significado para o seu receptor, possuindo valor real ou percebido relativamente às
decisões atuais ou futuras.
Sobre a transmissão da informação, Santos (1999) indica que a mesma se dá através
de um processo de comunicação, que funciona como um intercâmbio entre dois componentes
principais: “um emissor e um receptor, que se utilizam de um meio de transmissão para estas
trocas. O emissor tem por objetivo afetar o modo de agir do receptor ou guiá-lo para um
determinado objetivo, utilizando para isso uma mensagem”.
Veltz e Zarifian (1992) apud Cintra (1998), ampliam o conceito de comunicação, ao
afirmar que “essa comunicação não se reduz à transmissão de mensagens mas,
fundamentalmente, consiste em atingir o acordo sobre os objetivos comuns e sobre as
interações entre as atividades necessárias à realização destes objetivos”.
36
Nas empresas de construção em seu processo produtivo, as ações são baseadas nas
informações que são geradas nos vários níveis hierárquicos em que a sua estrutura está
formada. O sistema de informação é, pois, o responsável pelo trâmite das mesmas no
andamento deste processo (CINTRA,1998). Funciona de cima para baixo no envio de
diretrizes aos diversos níveis hierárquicos inferiores até o nível de execução das tarefas. A
seguir, faz o percurso inverso de baixo para cima avaliando a ação e dando o retorno das
informações referentes a realização das tarefas. Isto implica dizer que um sistema de
informação deve conter acoplado a ele uma retroalimentação de maneira que possa indicar o
desempenho da atividade desenvolvida. Um sistema de informação é portanto indispensável
no alcance dos objetivos e metas dos projetos das empresas. (CINTRA, 1998).
2.6.1 - Ferramentas Para Análise Do Fluxo De Dados
Segundo Santos (1999), para analisar os fluxos de informação é feito inicialmente
um levantamento dos dados e a partir daí parte-se para a modelagem do sistema com o uso de
ferramentas que tratam da sua representação gráfica, sendo, portanto chamadas de técnicas de
diagramação.
Kendall & Kendall (1991) apud Cintra (1998) apresenta o diagrama de fluxo de
dados como sendo a principal técnica que permite a análise do fluxo de informações.
a) Diagrama de Fluxos de Dados (DFD):
O DFD tem como objetivo facilitar a comunicação com o usuário, bem como apoiar
o desenvolvimento de novos sistemas. Ele indica a seqüência de transformação dos dados
pelas áreas envolvidas no processo, sem considerar as particularidades das transformações
sofridas. O diagrama serve para mostrar o que acontece no sistema sem se preocupar sobre
como isto acontece. Servem para modelar a lógica de um sistema. (SANTOS, 1999).
Segundo Gane & Sarson (1995) apud Cintra (1998), a representação gráfica do
diagrama se dá através de quatro símbolos gráficos, que se assemelham aos usados em
programação para as transformações de dados que incluem as linhas para a representação dos
próprios dados, conforme descrito a seguir:
37
• Quadrado: representa uma entidade externa (uma empresa, uma pessoa ou um
departamento) que define a origem ou o destino do dado.
• Retângulo com vértices arredondados: representa um processo de transformação
de dados, isto é, transforma um fluxo de dados de entrada em fluxo de dados de
saída.
• Retângulo aberto em um lado: representa um depósito de dados, permitindo o
acesso aos mesmos. São os dados em repouso.
• Flecha: representa a troca de dados de um ponto a outro. O fluxo de informação
que ocorre de maneira simultânea pode ser representado por meio de flechas
paralelas.
Figura 05: Modelo de DFD
Fonte: Elaborado pelo autor
38
2.7 - MEDIÇÕES DE DESEMPENHO NA GESTÃO DA QUALIDADE E
PRODUTIVIDADE
2.7.1 - Abordagem Sistêmica para a Tomada de Decisões
Segundo Picchi (1993) apud Lantelme (1994) o gerenciamento da qualidade passa por
contínuas evoluções ao longo dos anos interagindo com mudanças políticas, sociais e
econômicas. O gerenciamento da qualidade, em sua evolução mais recente está voltada para a
melhoria contínua, os aspectos administrativos e motivacionais, a participação de todos os
funcionários e a satisfação do cliente. A denominação da abordagem acima não é unânime,
porém o termo Gestão da Qualidade tem sido utilizado por diversos autores.
Segundo Lantelme (1994), vários autores destacam como um dos princípios básicos
para a Gestão da Qualidade a tomada de decisões baseada em dados e fatos [CAMPOS(1992),
BENDELL et al. (1993); HARRINGTON (1992), JURAN, 1992, dentre outros]. Contudo,
muitos gerentes preferem tomar decisões baseados em intuição, experiência e bom senso.
Logo que os problemas que se apresentem, estes parâmetros podem ser adequados, mas a
decisão é tomada sob condições de grande incerteza e risco. Segundo Harrington (1988) apud
Lantelme (1999) algumas vezes esse método funciona, mas na maioria das vezes fracassa; é
essencial ter entendimento objetivo do problema antes de tentar resolvê-lo.
Segundo Lantelme (1994), a tomada de decisão é o núcleo da responsabilidade
gerencial. “O administrador deve constantemente decidir o que fazer, quem deve fazer,
quando, onde e, muitas vezes, como fazer”. Chiavenato (1982) apud Lantelme (1994). As
decisões são tomadas em resposta a algum problema a ser resolvido, a alguma necessidade a
ser satisfeita ou a algum objetivo a ser alcançado, envolvendo uma seqüência de passos, que
constituem o processo de tomada de decisão: (LUNDGREN, 1974 apud LANTELME, 1994)
a) Estabelecer objetivos, identificar problemas, estabelecer critérios para
julgamento;
b) Estabelecer alternativas viáveis e as conseqüências de cada uma delas;
c) Avaliar as alternativas com base nos critérios;
d) Selecionar a melhor ação - uma que solucione o problema.
39
Para atingir seus objetivos a empresa desempenha tarefas, adota tecnologias,
organiza sua estrutura, desenvolve métodos e procedimentos operacionais, delega funções e
responsabilidades às pessoas, adquire do meio os recursos necessários ao desenvolvimento de
suas tarefas, etc.. O sucesso da empresa depende em grande parte do gerenciamento de todos
estes elementos ou subsistemas e de suas interrelações.
Atualmente, o controle tem assumido um conceito mais amplo. Nesta abordagem, o
controle é responsável não somente pela manutenção dos resultados da organização e garantia
de sua sobrevivência mas, também pela melhoria constante de seus resultados de forma a dar
competitividade à empresa.
A retroalimentação permite ao sistema atingir seus objetivos, garantindo sua
sobrevivência e crescimento através de ajustes em seus processos de transformação e
interação com o ambiente. Constitui uma função do sistema que visa comparar resultados
reais com padrões ou metas, previamente estabelecidos e tem por objetivo manter ou melhorar
o desempenho do processo.
Desta forma, a retroalimentação de informações é fundamental para a manutenção e
melhoria do desempenho de um sistema organizacional e portanto imprescindível ao
processo de tomada de decisões.(LANTELME, 1994).
2.7.2. O Processo de Medição como Apoio a Tomada de Decisão
As informações necessárias ao processo de tomada de decisão são obtidas através da
medição. A medição é o processo pelo qual se decide o que medir, se faz coleta,
processamento e avaliação de dados (SINK & TUTTLE, 1993 apud COSTA 2003).
SINK & TUTTLE (1993) apud COSTA (2003) apresentam um modelo que focaliza
a medição como parte complementar do Sistema Gerencial da empresa, destacando o seu
papel como estrutura de retroalimentação de informações para a tomada de decisões.
40
Na Figura 05, o SISTEMA representa a empresa, um departamento ou um processo
específico que está sendo gerenciado. O bloco GERÊNCIA representa as pessoas
responsáveis pela tomada de decisão (diretores, supervisores ou funcionários).
Figura 05: Modelo de Sistema de Medição
Fonte: SINK & TUTTLE (1993) apud COSTA (2003), adaptado pelo autor
As decisões resultam em intervenções sobre o sistema. Ao tomar uma decisão sobre
a intervenção mais adequada, são necessárias informações que apóiem as decisões. Estas
informações são geradas através de coleta, processamento e avaliação de dados. Estes
elementos constituem o processo de medição. (SINK & TUTTLE, 1993 apud COSTA 2003).
A utilização efetiva das medições para melhoria do desempenho é recente. Somente
nesta década e, principalmente, com a crescente preocupação com a melhoria da qualidade,
observa-se o um maior número de estudos e experiências em diferentes empresas e setores da
economia para o desenvolvimento e implantação de Medidas de Desempenho e, mais
especificamente, de Indicadores de Qualidade e Produtividade. (LANTELME, 1994).
2.8 - MEDIDAS DE DESEMPENHO – INDICADORES DE QUALIDADE E
PRODUTIVIDADE
2.8.1 – Classificação das medições segundo a Finalidade da Informação:
41
Segundo LANTELME (1994), a tomada de decisão envolve planejamento, solução
de problemas, controle, melhoria, motivação implicando em diferentes necessidades de
informação. Desta forma, as medições de desempenho podem se usadas com diferentes
finalidades.
Early (1991) apud Lantelme (1994), afirma que as medições são necessárias na busca
da solução de problemas, através da identificação de suas causas, enquanto, Sink & Tuttle
(1993) apud Costa (2003) destacam o uso de medições como forma de priorizar as ações da
empresa e acompanhar os progressos alcançados através das intervenções de melhoria.
Estes últimos também assinalam a utilização das medições com o intuito de fornecer
"feedback" às pessoas da organização quanto ao seu desempenho e do processo onde estão
trabalhando, como forma de motivação para melhoria.
Assim, pode-se classificar as medições em quatro tipos, segundo a finalidade da
informação que fornecem (SINK & TUTTLE, 1993) apud LANTELME (1994):
a) Visibilidade: utilizadas para diagnóstico, buscando identificar pontos fortes e
fracos ou disfunções para propor ações de melhoria. A finalidade principal é despertar e
conscientizar a gerência para a necessidade de melhorias e mostrar o desempenho atual;
b) Controle: visam controlar a variação do desempenho em relação a padrões de
comportamento previamente estabelecidos, permitindo, caso necessário, ações corretivas;
c) Melhoria: feitas para identificar oportunidades de melhoria ou verificar o impacto
dos planos de ação sobre o desempenho do processo ou da organização. Mostram o
desempenho em relação às metas estabelecidas;
d) Motivação: podem ser utilizadas de forma bastante eficaz no envolvimento e
motivação das pessoas para a melhoria contínua, dando aos indivíduos um retorno quanto ao
seu próprio de desempenho e do processo pelo qual são responsáveis.
42
2.8.2. Classificação segundo os Níveis de Agregação:
Segundo Tironi et al. (1991) apud Lantelme (1994) , os níveis de setorização dos
indicadores de qualidade são determinados em função do processo ou do produto e dos níveis
de controle e avaliação existentes ou que se julgue necessário. Assim, conforme as
necessidades de informação da empresa e a sua estrutura de organização e decisão, as medidas
de desempenho podem estar agregadas de diferentes maneiras.
Juran (1992) relaciona os níveis de agregação das medidas de desempenho aos três
níveis hierárquicos de responsabilidade gerencial: estratégico, tático e operacional.
Figura 06: Níveis de agregação das medidas em uma empresa
Fonte: JURAN (1992)
Tironi et al. (1992) apud Lantelme (1994) apresenta um exemplo de um Sistema de
Indicadores
agregados
segundo
áreas
estratégicas
da
empresa:
Relacionamento
Empresa/Empregados; Desempenho Operacional, Satisfação do Cliente e Desempenho
Global.
Segundo Lantelme (1994), as informações que fornecem são utilizadas para
planejamento, controle e melhoria podem ser:
i) Indicadores de Desempenho Gerencial: associados diretamente a implantação de
estratégias através de Planos de Ação ou Programas de Melhoria. Geralmente, apresentam-se
43
desdobrados a vários níveis gerenciais, desde a alta direção até o nível operacional,
permeando vários processos dentro da empresa.
ii)
Indicadores
de
Desempenho
Operacional:
relacionados
a
processos
individualizados na empresa, fornecem informações para o gerenciamento de suas tarefas
rotineiras.
Os indicadores gerados e os que poderão advir são considerados Indicadores de
Desempenho Gerencial, pois visam alimentar o sistema de qualidade da empresa e ainda
gerenciar a produtividade de cada operário, alimentando outros setores como o financeiro e a
diretoria técnica conforme será demonstrado nesse trabalho.
3 – MÉTODO DE PESQUISA
O desenvolvimento deste estudo de caso foi dividido em três etapas conforme
apresentado a seguir:
A etapa inicial visou estabelecer um conhecimento da realidade do processo de
coleta e análise dos dados de qualidade e produtividade nos empreendimentos para o
pesquisador e compreendeu a realização das ações e atividades necessárias para a
elaboração dos softwares e procedimentos de coleta.
A segunda etapa do estudo destinou-se a coletar os dados (Ficha de verificação de
serviço - FVS) e (Planilha de produção de serviços – PPS).
Na terceira etapa foram feitos os processamentos e análises dos dados coletados
nas etapas anteriores.
3.1 - Estratégia de Pesquisa
Para este estudo foi adotada a estratégia de estudo de caso com intervenção, no qual
os objetos de análise foram a execução de um empreendimento comercial de múltiplos
pavimentos e um conjunto habitacional composto por 159 casas (ambos em execução). As
unidades de análise foram o método de coleta e tratamento de dados sobre qualidade e
44
produtividade, especificamente utilizando a Ficha de Verificação de Serviços (FVS)
(Qualidade) e Planilha de Produção de Serviço (PPS) (Produtividade).
Segundo Yin (2001), o estudo de caso é uma estratégia aplicada quando o
pesquisador se defronta com questões do tipo “como” e “por que”, quando tem pouco
controle sobre os eventos e o foco se encontra em fenômenos contemporâneos inseridos
em algum contexto da vida real.
O estudo de caso é indicado em situações nas quais pode haver necessidade de algum
tipo de intervenção, mas cujo objetivo principal é o desenvolvimento de um produto,
aplicação ou experimentação de um modelo, método, ferramenta ou instrumento (HIROTA
et al., 2000).
Este estudo foi composto pela revisão bibliográfica referente ao tema e pela
realização de estudos nas obras, onde o pesquisador através da experimentação de uma
ferramenta (tablet) buscava a melhoria desse processo, mas sem interferir no método atual.
O estudo em cada obra teve como objetivo identificar e, elaborar uma nova
forma de coleta e tratamento dos dados. As fontes de evidência relacionadas ao controle de
qualidade e produtividade foram as planilhas preenchidas em campo e o registro do
processo realizado pelo pesquisador.
3.2 - Delineamento da Pesquisa
A pesquisa foi dividida nas seguintes etapas: (a) revisão bibliográfica, desenvolvida
ao longo de toda pesquisa; (b) estudo exploratório; e (c) estudos de caso em duas obras de
tipologias diferentes. (Figura 07).
45
Figura 07: Delineamento da pesquisa
Fonte: Elaborado pelo autor
O estudo exploratório teve como objetivo definir uma abordagem adequada para
analisar de como eram feitas as fichas de verificação de serviço (FVS) e a planilha de
produção de serviço (PPS). Estes dados, pertinentes a cada empreendimento foram úteis
para a caracterização do contexto no qual o estudo foi desenvolvido.
No estudo exploratório foram realizadas as seguintes atividades: (a) observação das
fontes de evidências; (b) a observação, análise documental e entrevistas com os envolvidos
no processo como instrumentos visando a coleta dos dados.
Os estudos de caso foram subdivididos em duas etapas principais: análise do
processo de coleta normalmente praticado e após a utilização do tablet.
A etapa de análise do processo normalmente praticado teve como objetivo entender
o procedimento adotado desde a coleta de dados até o destino final do mesmo. Já a etapa
46
com a utilização do tablet teve como objetivo facilitar o processo de coleta e ainda gerar
dados digitais que possam ser aproveitados pela empresa em suas tomadas de decisões.
Nesse sentido, foram levantados dados referentes ao método de coleta, formas de
tratamento e aproveitamento dos dados coletados e informações gerais acerca dos
empreendimentos. Esses dados serviram de suporte à elaboração das planilhas e da
adequação da intervenção proposta para a pesquisa.
Na análise crítica dos dados foram observados as vantagens e desvantagens da
utilização do tablet em relação ao método tradicional de coleta, analisando o processo
manual e o processo via tablet.
Na análise final, de acordo com as entrevistas coletadas e a opinião do autor, foi
elaborado um quadro comparativo da utilização do tablet que serve como parâmetro de
avaliação da utilidade e vantagem do uso do equipamento
Por último, foi realizada uma apresentação geral do trabalho na sede da empresa ao
diretor técnico e coordenadores, juntamente demonstrando a viabilidade técnica e as
vantagens a serem obtidas se o equipamento e os softwares específicos forem
implementados. Esse modo de condução do trabalho teve como objetivo aumentar a
confiabilidade dos resultados.
3.3 - FONTES DE EVIDÊNCIAS
Segundo Yin (2001), a “escolha das fontes de evidência deve-se basear em três
princípios básicos que, se corretamente observados, contribuem para aumentar a
confiabilidade, a validade e a representatividade de uma pesquisa”. São eles:
a) uso de múltiplas evidências – permite ao pesquisador captar diferentes aspectos
do objeto de estudo. Porém, a utilização de múltiplas evidências tem como principal
razão a necessidade de se criarem diferentes linhas de investigação, que tenham
convergência em direção à resposta das questões a que o estudo se propõe responder;
b) criação de banco de dados – tem como objetivo a recuperação posterior de
47
dados úteis e importantes para as conclusões do estudo. A rastreabilidade de dados
também contribui para a validade da pesquisa;
c) estabelecimento da cadeia de evidências – deve ser buscada no sentido de
garantir que as evidências estejam alinhadas na mesma direção, buscando responder todas
as questões a que se propõe a pesquisa.
A partir do momento em que as informações coletadas são tratadas e discutidas com
os participantes do processo, análises de documentos do empreendimento são realizadas
e a observação participante é uma constante da pesquisa, o princípio descrito no item
“a” é seguido.
O princípio “b” explicita a necessidade de rastros documentados para posterior
consulta e validação dos resultados obtidos. Parte desses documentos fazem parte dessa
pesquisa (Anexo E). Além dos documentos aqui apresentados, servem como dados
rastreáveis os próprios documentos do empreendimento, anotações feitas durante as
observações diárias, entre outras anotações que não se fizeram necessárias para a inclusão
no corpo deste trabalho.
O estabelecimento da cadeia de evidências descrita no item “c” foi buscada e
realizada. Cada planilha preenchida com o auxilio do equipamento era lançada na planilha
master para que fossem gerados os índices de produtividade e relatórios de qualidade,
servindo como base de comparação com o método atual.
3.3.1 - Observação
Segundo Yin (2001) existem duas formas de coleta de dados por meio da observação.
A primeira é a observação direta, na qual o observador apenas registra os fatos e eventos
relevantes observados. Neste tipo de observação o pesquisador assume uma postura tão
imparcial e impessoal quanto possível em relação ao objeto de pesquisa. A segunda forma é a
observação participante, na qual o pesquisador faz parte do contexto analisado, influenciando
o processo e compondo o objeto de pesquisa.
Para este estudo, foi utilizado o método da observação participante, visto que o
48
pesquisador buscava desenvolver formas mais adequadas de coleta de dados de
produtividade e qualidade, com o intuito de gerar indicadores reais desses serviços,
facilitando assim a tomada de decisões.
3.3.2 - Análise Documental
A análise documental normalmente é utilizada com o objetivo de corroborar as
informações obtidas por meio de outras fontes de evidência, sendo muitas vezes
considerada como fonte secundária (YIN, 2001).
No presente estudos, foram analisados principalmente as FVS e as PPS dos
empreendimentos e ainda como esses dados eram tratados pela sede.
3.3.3 - Entrevista
O uso de entrevista foi necessário para conhecer a opinião dos envolvidos no
processo durante e após a implementação do tablet. Para Bernardes, ( 2001), as entrevistas
são fontes de evidência essenciais no desenvolvimento de estudos de caso e uma de suas
vantagens principais é que possibilita a realização de inferências sobre os dados
registrados segundo a percepção dos entrevistados.
Neste estudo, a entrevista se dava no decorrer da pesquisa, além da
aceitação/satisfação dos participantes do objeto de estudo, em relação às práticas e plano
implementados.
Vale salientar a necessidade da entrevista ainda no processo de elaboração das
planilhas, onde foi buscado encontrar a melhor forma de tratamento e coleta de dados junto
com o coordenador de qualidade e um supervisor da empresa na qual foram escolhidas 02
obras para estudo.
49
3.4 - DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
O estudo de caso se ajusta bem a pesquisas exploratórias / descritivas, no qual o
pesquisador tenta conhecer um assunto novo, identificado e encontrado em situações reais e
investigadas em seu próprio contexto. Nos casos em que o pesquisador tem pouco ou nenhum
controle sobre os eventos investigados, e esses eventos estão contextualizados em
situações contemporâneas da vida real, o estudo de caso também se mostra adequado a
responder às questões de pesquisa (YIN, 2001).
Porém, segundo o mesmo autor, deve-se ressaltar sempre que, embora sem
controle dos fatos, o pesquisador geralmente faz parte do objeto em estudo, pois somente
sua presença física no local de ocorrência dos eventos influencia o contexto do estudo.
A primeira idéia em relação ao estudo de caso surgiu após reunião entre o
pesquisador e o coordenador/orientador do trabalho, em meados do mês de março de 2010.
Após a definição do tema que seria o uso de tablet para a melhoria da gestão da
qualidade e produtividade, o pesquisador encontrou o seu primeiro de muitos desafios: A
escolha do equipamento de coleta.
Foram feitas várias pesquisas para a escolha do aparelho, mas seria necessário a
escolha de um modelo que possuísse a capacidade de processar planilhas, pois os programas
desenvolvidos eram baseados em planilhas eletrônicas.
Com essa restrição, alguns modelos deixaram de ser úteis para o procedimento do
trabalho, até que foi encontrado um equipamento de tela de 7” sensível ao toque (full touch
screen) que permitia a utilização de planilhas eletrônicas e ainda que fosse capaz de
armazenar as informações em um cartão de memória, pois a base da coleta consiste em
obter os dados com o equipamento, armazenando as informações no cartão de memória e
depois esses dados são transferidos para um computador onde irá alimentar uma planilha
mestre para assim gerar as informações necessárias ao trabalho.
50
Figura 08: Modelo do equipamento utilizado
Fonte: Elaborado pelo autor
Após diversas reuniões com o orientador, ficou decidido que seria coletada uma
amostra de 05 itens de produtividade e 05 itens de qualidade para controle nas planilhas
desenvolvidas. Os itens de produtividade e qualidade são mostrados abaixo:
Itens de produtividade coletados: (Produção diária)

Montagem de armaduras

Concretagem de peça estrutural

Alvenaria de bloco cerâmico

Massa única interna

Piso cerâmico 40x40cm
Itens de qualidade coletados: (Ficha de verificação de serviço - FVS)

Concretagem de peça estrutural

Execução de fôrma para concretagem

Alvenaria de bloco cerâmico

Massa única interna

Cobertura em telha cerâmica* (esse último só foi coletado em 01 obra, pois a
outra obra era uma edificação vertical sem telhado. Mas sua coleta na obra I
era relevante, pois a quantidade de dados a serem coletados eram bastante
51
significativos.
Esses cinco itens de produtividade e qualidade foram escolhidos devido ao pouco
tempo disponível para a pesquisa e por serem aqueles que estavam no seu pico de execução
no período da coleta, permitindo-se assim uma maior quantidade e análise de dados em
ambas as obras. A duração da coleta dos dados ficou definida por 02 meses na obra I e 02
meses na obra II. Vale salientar que as obras eram de tipologias diferentes – vertical e
horizontal.
Após a escolha dos itens de produtividade e qualidade foi necessário o
desenvolvimento das planilhas de qualidade e produtividade para serem inseridas no
equipamento. Vale salientar que foram elaborados pelo menos 5 modelos de cada planilha
de coleta e suas planilhas mestres para enfim definir o modelo mais adequado para as obras.
A obra “I” foi escolhida visto que o pesquisador era o assistente técnico de
engenharia da mesma no período de janeiro a novembro de 2010, onde possuía grande
acesso a informações e poderia implementar o uso do tablet de uma maneira mais rápida e
mais prática.
A obra “II” foi escolhida visto que o pesquisador foi estagiário da mesma no período
de janeiro a dezembro de 2009, tendo ainda grande acesso as informações necessárias para a
coleta desses dados e também por se tratar de uma edificação vertical multipavimentos.
Ficou determinado pelo orientador que o pesquisador enfocaria o a vantagem do
sistema de coleta desses dados através do tablet contra o método tradicional e o
pesquisador, autor deste estudo, faria um comparativo sobre os dois métodos de coleta
para avaliar a vantagem ou não do uso do tablet.
Com confirmação das atividades pertinentes, o pesquisador iniciou os trabalhos na
obra I, onde por ser assistente técnico de engenharia poderia colocar o sistema em prática
sem a necessidade de maiores autorizações. A partir daí ficou definido a necessidade de
encontros semanais com o orientador todas as segundas-feiras para discutir os avanços da
pesquisa.
52
No dia 08/04 foi feita uma reunião com o coordenador do setor de qualidade da
empresa na qual foram definidas as 02 obras para coleta de dados, e o mesmo se mostrou
entusiasmado com a proposta alegando que poderia ser uma ótima opção para a empresa
conforme entrevista no anexo A.
Em algumas semanas, as reuniões não puderam ser executadas, visto que
contratempos surgiram impossibilitando o desenvolvimento do trabalho, servem como
exemplos: Software sendo ajustado; provas e avaliações na universidade em dias de
reunião, indisponibilidade de tempo em virtude de tarefas não concluídas nos respectivos
estágios do pesquisador; entre outros.
De toda forma, paralelamente às reuniões, as atividades que poderiam ser
desenvolvidas separadamente foram sendo executadas nos intervalos das reuniões. A
grande maioria dos encontros ocorria na própria Universidade Estadual de Feira de Santana
- UEFS.
No momento do início das atividades de levantamento e pesquisas, a obra I já se
encontrava com 12 casas levantadas e 20 em processo de execução e a obra II com 70% da
estrutura finalizada e com a alvenaria em andamento.
Dessa forma, o presente estudo desenvolveu sua coleta de dados de produtividade e
qualidade durante o período de 15 de julho de 2010 a 15 de Setembro de 2010 na obra I, e
na obra II no período de 16 de Setembro de 2010 a 16 de Novembro de 2010.
Nesse período onde ocorreu a pesquisa foram gerados 130 arquivos de FVS com 62
de PPS na obra 01 e 135 arquivos de FVS com 62 de PPS na obra 02, no total de 389
arquivos. Desses dados, o pesquisador coletou 137 entre FVS e PPS (35% do total de dados)
e o restante foram coletados pelos estagiários e técnicos responsáveis (65%).
53
3.5 - COLETA DE DADOS
A coleta de dados consistiu inicialmente na análise de documentos da empresa bem
como observação dos processos e entrevista com os principais agentes envolvidos nas
atividades relacionadas com o controle de qualidade e produtividade.
A análise de documentos envolveu o manual de qualidade da empresa, caderno de
encargos, fichas de verificação de serviços (FVS), índices de produtividade, planilha de
produção de serviços (PPS), medições e outros documentos.
Ao final desta etapa obteve-se um mapa dos processos de coleta de dados de qualidade
e produtividade.
3.6 - OS EMPREENDIMENTOS
OBRA “I”
A obra “I” é um condomínio residencial, composto de 159 (cento e cinqüenta e nove)
casas distribuídas em 03 etapas de execução (Etapa 01- 48 casas + área de lazer completa, etapa
02 – 60 casas + 03 praças e etapa 03 – 51 casas) onde o objeto desse estudo resumiu-se na etapa
01, pois as demais não estavam em processo de execução. A etapa 01 além das casas possuía
uma área de lazer composta por 02 (duas) piscinas (01 adulta e 01 infantil), quiosque, pista de
cooper, pista de velotrol, parque infantil, quadra gramada, tabela de basquete, sauna, salão de
festas coberto e descoberto, brinquedoteca, lan house, academia e salão de jogos. Toda essa
etapa 01 encontra-se distribuída em aproximadamente 28.00m². Vale salientar que a área
completa do condomínio é de aproximadamente 76.000m².
Os proprietários possuem 03 (três) kits de ampliação da casa que possui 81,25m² de
área construída e um lote mínimo de 313m². Os kits opcionais são: Kit garagem (acréscimo de
área construída – 14,57m²), Kit piscina com deck e ducha (acréscimo de área construída –
36,78m²) e Kit varanda gourmet (acréscimo de área construída – 13,70m²) podendo ainda
propor outras modificações de sua unidade, desde que assuma todos os custos referentes às
alterações e aceitação da administração do empreendimento. Vale salientar que pelo método
construtivo, o proprietário é proibido de remover ou abrir as paredes do imóvel, tendo em
vista que esta é o apoio da laje da residência.
54
O prazo de execução da obra é de 24 (vinte e quatro) meses, contados a partir de
março de 2010, data de início das obras, com entrega das chaves prevista para março de 2012.
A fundação das casas foi executada em radier total e suas vedações externas e internas
em blocos cerâmicos.
A mão de obra empregada é 90% da construtora, apenas alguns serviços foram/serão
terceirizados como pintura, polimento de concreto, execução de calçamento e instalação de
esquadrias. Durante o período de execução do estudo na obra I, além do pesquisador havia um
estagiário que auxiliava na coleta de dados.
A programação da obra encontrava-se a disposição do pesquisador, onde o mesmo
tinha acesso ao planejamento da obra e seus prazos e metas, podendo assim escolher os
“melhores serviços” a serem coletados os dados e ainda as fichas de verificação de serviços
pertinentes ao período da obra.
OBRA “II”
A obra “II” é um edifício comercial, composto de 255 (duzentos e cinqüenta e cinco)
salas distribuídas em 17 (dezessete) pavimentos tipo, além de 1 (um) pavimento térreo, 1 (um)
mezanino, 2 (dois) pavimentos de Garagem coberta e 1 (um) pavimento de garagem
descoberta, totalizando 21 pavimentos. O empreendimento está sendo construído no
estacionamento de um shopping na cidade de Feira de Santana-Ba e tem como área construída
aproximadamente 15.000m²
As salas possuem dimensões a partir de 30m², onde o proprietário receberá a mesma
sem nenhum tipo de acabamento, cabendo ao mesmo definir por conta própria o acabamento
de sua sala. No pavimento térreo, existirão lojas que serão pertencentes ao shopping,
salientando que esse empreendimento será anexo ao shopping existente. Esse mesmo
pavimento terá um business center e um auditório para mais de 100 pessoas.
O prazo de execução da obra é de 24 (vinte e quatro) meses, contados a partir de
Janeiro de 2009, data de início das obras, com entrega das chaves prevista para dezembro de
55
2010. A fundação do empreendimento foi executada em estacas de aço, sua estrutura é em
concreto armado e suas vedações externas e internas em blocos cerâmicos.
A mão de obra empregada é 90% própria, apenas alguns serviços foram/serão
terceirizados como fôrma/escoramento, polimento de concreto e instalação de esquadrias.
Durante o período de execução do estudo na obra II, além do pesquisador havia outro
estagiário que auxiliava na coleta de dados.
A programação da obra encontrava-se bastante resumida em um cronograma físico
financeiro, não possuindo maiores detalhamentos do planejamento de execução do
empreendimento.
3.7 – CONSTRUCTOS
Segundo Martins (2005) constructo possui um significado construído intencionalmente a
partir de um determinado marco teórico, devendo ser definido de tal forma que permita ser
delimitado, traduzido em proposições particulares observáveis e mensuráveis.
Os constructos não são diretamente observáveis ou diretamente inferidos a partir de
fatos observáveis. Os constructos devem cobrir todas as funções das entidades inferidas: (1)
resumir os fatos observados; (2) constituir um objeto ideal para a pesquisa, isto é, promover o
progresso da observação; (3) constituir a base para previsão e a explicação dos fatos.
(MARTINS, 2005)
Constructos podem ser entendidos como operacionalizações de abstrações
consideradas nas teorias, tais como: produtividade; valor de uma empresa; status social; custo
social; inteligência; risco, etc.
Freqüentemente, devemos não só estar aptos a observar os constructos, mas também a
medi-los (SELLTIZ et al.,1987 apud MARTINS, 2005). Um constructo é uma variável –
conjunto de termos, de conceitos e de variáveis –, isto é, uma definição operacional robusta
que busca representar empiricamente um conceito dentro de um quadro teórico específico.
(MARTINS, 2005)
56
Nesse trabalho, foi utilizado o conceito de constructo como um conceito local, ou seja,
válido para este trabalho. Os constructos serão validados através das entrevistas que ocorrerão
no decorrer da pesquisa.
Através do mapa de constructos é possível observar as variáveis e sub-constructos
definidos para esse trabalho nos seus dois aspectos: qualidade e produtividade.
Figura 09: Mapa de Constructos - Produtividade
Fonte: Elaborado pelo autor
Figura 10: Mapa de Constructos - Qualidade
Fonte: Elaborado pelo autor
Através desses mapas, o pesquisador identificou como poderia ser medido os dois
principais constructos desse trabalho: Velocidade de coleta e Adequação ao uso, onde seria
avaliado se, com o uso do tablet existiu melhorias ou não nesses processos.
57
O mapa de constructos “produtividade” que traz como variável do constructo 01
Adequação ao Uso” a rapidez da coleta de dados; será analisado através do estudo
comparativo e diagrama de fluxo de dados (DFD) do processo anterior de coleta e o processo
atual, onde a entrevista ao usuário do equipamento (ver anexo B) e o DFD serão as principais
fontes de embasamento do pesquisador para afirmar se houve redução do tempo envolvido em
todo o processo.
O constructo 02 (dois) traz mais 02 (dois) subconstructos, onde o autor, nesse trabalho
utiliza as seguintes variáveis: organização da coleta, simples manuseio e novos índices para
indicar se houve melhorias ou não na coleta.
O mapa de constructos “qualidade” é semelhante ao de produtividade, exceto pelos
“novos índices”, onde no processo de qualidade, o pesquisador não elaborou programas para
gerar índices de qualidade.
58
4 – ESTUDO DE CASO
4.1 – DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE COLETA DE DADOS DE QUALIDADE
As obras estudadas, por serem da mesma empresa possuíam características de
controle de qualidade semelhantes. Podemos então, através do DFD - diagrama de fluxo
de dados demonstrar como esses controles ocorrem nas obras estudadas.
Figura 11: DFD – Processo de controle de qualidade atual nas obras em estudo.
Fig.xxx. DFD processo de coleta de FVS - Qualidade
Fonte: Elaborado pelo autor
59
Tabela 01: Dicionário de Dados do DFD – Qualidade
CÓDIGO
1
2
3
4
5
6
7
8
EMISSOR
INFORMAÇÃO
Setor qualidade da Treinamento sobre os procedimentos de
Sede
controle de qualidade
Setor de engenharia Repasse do treinamento de qualidade e
da Obra
acompanhamento dos procedimentos
Técnico edificações /
Dúvidas sobre o processo de
Estagiário qualidade
acompanhamento de qualidade
Técnico edificações /
Coleta das Fichas de Verificação de
Estagiário qualidade
Serviços (FVS)
Técnico edificações /
Análise das Não Conformidades
Estagiário qualidade
Técnico edificações /
Repasse das FVS
Estagiário qualidade
Setor de engenharia
Análise das FVS devidamente
da Obra
preenchidas
Técnico edificações /
Arquivamento das FVS ou repasse ao
Estagiário qualidade
setor de qualidade da Sede
MEIO
RECEPTOR
Escrito
Engenheiro
Verbal
Técnico edificações /
Estagiário qualidade
Verbal
Engenheiro
Técnico edificações /
Estagiário qualidade
Técnico edificações /
Escrito
Estagiário qualidade
Escrito
Escrito
Engenheiro
Técnico edificações /
Estagiário qualidade
Coordenador de
Escrito
qualidade
Escrito
Fonte: Elaborado pelo autor
4.1.1 - Sistema de coleta de FVS tradicional
A coleta das FVS de qualidade ocorre através do preenchimento manual dessas fichas,
verificando a data, local, condições para inicio do serviço e verificações de rotina conforme
figura abaixo:
Figura 12: Modelo de FVS das obras em estudo.
Fonte: Obras da empresa em estudo (2010)
60
O técnico ou estagiário de qualidade deveria, em teoria, levar todas as FVS no campo
para preenchimento, ou seja, deveria levar todas as pastas para a coleta de dados no local.
Em vista desse processo, após a coleta dos dados, essas FVS devidamente preenchidas
eram entregues ao engenheiro para sua vistoria e assinatura, depois desse processo essas FVS
eram arquivadas na obra sem ter gerado nenhum indicador de qualidade do serviço, tendo em
vista que muitas vezes ocorrem não-conformidades, mas essas FVS manuais não são
catalogadas nem separadas em “conformes e não conformes” para a melhoria da gestão de
qualidade.
4.1.2 - Sistema de coleta de FVS via tablet
Para a coleta via tablet, o pesquisador desenvolveu as planilhas utilizando o modelo já
aplicado pela empresa, cabendo ao mesmo otimizar o processo para que fosse possível o uso
dessas planilhas no aparelho.
Essas planilhas são compostas em 02 (duas) partes: Planilha de análise de dados
(Planilha Master) e planilha de coleta de dados. As planilhas de coleta de dados foram
desenvolvidas baseadas em cada serviço, ou seja, o pesquisador desenvolveu 01 planilha para
cada FVS em estudo. Nessa pesquisa foram escolhidas 05 FVS conforme capitulo 03 desse
trabalho.
As planilhas de coleta eram salvas em um cartão de memória incluso no tablet e, após o
dia de coleta eram transferidas para o computador onde se encontravam as planilhas Master
para que fossem processado os dados.
Foi definido pelo pesquisador que, no desenvolvimento das suas planilhas, o
responsável pela coleta de dados deveria salvar cada FVS coletada na sua respectiva pasta
criada conforme imagem abaixo.
61
Figura 13: Pastas criadas na tela to tablet.
Fonte: Elaborado pelo autor
As FVS deveriam ser salvas em suas respectivas pastas e ainda receber uma numeração
a iniciar de 01, para que o programa master identificasse essa numeração e alimentasse as
demais planilhas integrantes desse processo.
Figura 14: FVS coletadas via tablet
Fonte: Elaborado pelo autor
62
Figura 15: Menu da Planilha master de qualidade
Fonte: Elaborado pelo autor
Figura 16: Planilha master do controle de qualidade
Fonte: Elaborado pelo autor
63
Figura 17: Planilha de coleta utilizada no Tablet (FVS 03) - Qualidade
Fonte: Elaborado pelo autor
Figura 18: Planilha resumo de coleta da FVS 15
Fonte: Elaborado pelo autor
64
O processo de coleta teve inicio com a primeira coleta da FVS 17 no dia 15 de Julho
de 2010 na obra 01, conforme figura abaixo:
Figura 19: Planilha resumo de coleta de FVS (17) devidamente preenchida
Fonte: Elaborado pelo autor
4.1.3 – Análise dos dados de qualidade obtidos
De acordo com o apresentado no capitulo 02, a gestão da qualidade proposta é
mostrada no DFD a seguir.
65
Figura 20: DFD do processo de controle de qualidade proposto
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 02: Dicionário de Dados do DFD – Qualidade Proposto
CÓDIGO
EMISSOR
INFORMAÇÃO
1
Setor qualidade da
Sede
2
Engenheiro
Treinamento sobre os procedimentos de
controle de qualidade
Repasse do treinamento de qualidade e
acompanhamento dos procedimentos
Dúvidas sobre o processo de
acompanhamento de qualidade
Coleta das Fichas de Verificação de
Serviços (FVS)
3
4
5
6
7
8
9
10
11
Técnico edificações /
Estagiário qualidade
Técnico edificações /
Estagiário qualidade
Técnico edificações /
Estagiário qualidade
Técnico edificações /
Estagiário qualidade
Engenheiro
Técnico edificações /
Estagiário qualidade
Técnico edificações /
Estagiário qualidade
Técnico edificações /
Estagiário qualidade
Técnico edificações /
Estagiário qualidade
Análise das Não Conformidades
Repasse das FVS
Análise das FVS devidamente
preenchidas
Análise quantitativa das conformidades
e não conformidades encontradas
Arquivamento das FVS e repasse ao setor
de qualidade da Sede
Acompanhamento da coleta das FVS na
obra
Acompanhamento real do andamento
das FVS (Possibilita atuar no processo)
Fonte: Elaborado pelo autor
MEIO
RECEPTOR
Escrito
Engenheiro
Verbal
Técnico edificações /
Estagiário qualidade
Verbal
Engenheiro
Técnico edificações /
Estagiário qualidade
Técnico edificações /
DIGITAL
Estagiário qualidade
TABLET
DIGITAL
DIGITAL
DIGITAL
DIGITAL
DIGITAL
DIGITAL
Engenheiro
Técnico edificações /
Estagiário qualidade
Técnico edificações /
Estagiário qualidade
Técnico edificações /
Estagiário qualidade
Técnico edificações /
Estagiário qualidade
Coordenador de
qualidade
66
Para esta pesquisa, foram implementados no processo de controle de qualidade,
apenas os itens em vermelho (Tabela 02) e detalhados a seguir:
Item 04: Coleta de Fichas de Verificação de Serviço (FVS). Conforme visto no
capítulo 3, as FVS digitais em forma de planilha eletrônica foram desenvolvidas com o
intuito de absorver os serviços que estavam em execução em maior volume nas obras I e II.
Nesse momento, o pesquisador dava inicio a coleta de dados em campo, onde, com o
auxilio de 01 (um) estagiário e (01) técnica de qualidade obtiveram os dados através do
tablet. A coleta de dados não ocorria de forma simultânea, pois foi disponibilizado pelo
pesquisador apenas 01(um) equipamento.
Figura 21: Pesquisador na coleta de FVS (Armaduras e Alvenaria) – Obra I
Fonte: Elaborado pelo autor
67
Figura 22: Pesquisador na coleta de FVS (Armaduras) – Obra II
Fonte: Elaborado pelo autor
Figura 23: Estagiário no auxílio da coleta de FVS (Armaduras) – Obra II
Fonte: Elaborado pelo autor
68
As FVS em forma de planilha eram armazenadas no cartão de memória do Tablet,
podendo ser acessada a qualquer momento pelo usuário do equipamento. Nesse momento
existiam duas situações distintas. 1ª: A FVS necessitava de um prazo, pois ao iniciar um
serviço é necessário que sejam aprovadas as “Condições para início do serviço” e ainda
efetuar as verificações de rotina que são executadas após o serviço. A concretagem de peça
estrutural, por exemplo contém, dentro do item “Condições para início do serviço” os
seguintes sub-itens: “Painéis disponíveis e conforme o projeto”, “Local limpo e
desimpedido” e “Eixos principais transferidos”, ou seja, para ser dado início a esse tipo de
serviço, a FVS deverá estar devidamente preenchida, autorizando seu início.
Contudo existem ainda as “verificações de rotina”, onde o responsável pelo controle
de qualidade deverá observar outros itens que às vezes só podem ser observados após a
execução do serviço. Por exemplo, a verificação “desfôrma” só pode ser observada após a
concretagem da peça estrutural. Nesse caso, essas FVS que estavam com data em
andamento eram salvas com a numeração e a letra “F” no final, indicando assim uma FVS
ainda em andamento, impossibilitando a leitura da mesma no programa master.
Item 05: Análise das Não Conformidades. As planilhas desenvolvidas indicavam a não
conformidade dos itens da FVS desde o campo “Condições para início do serviço” e
“Verificações de rotina”, a planilha acusava qualquer não conformidade e ainda registrava a
mesma, para no futuro alimentar um banco de dados do setor de qualidade da empresa.
69
Figura 24: Planilha de coleta utilizada no Tablet (FVS 01) devidamente preenchida
Indicativo de
não
conformidade
Fonte: Elaborado pelo autor
Figura 25: Planilha verificada, assinada e repassada ao técnico de qualidade ou estagiário
Fonte: Elaborado pelo autor
70
Item 06: Repasse das FVS. Nesse ponto, as FVS digitais já finalizadas deveriam ser
repassadas ao engenheiro para que o mesmo verificasse e assinasse cada uma. Vale salientar
que o pesquisador desenvolveu a planilha resumo da FVS tentando aproveitar o máximo do
modelo da FVS da empresa na qual as obras 01 e 02 pertenciam para que fosse algo fácil de
ser entendido por todos, já que a FVS da empresa era conhecida pelos engenheiros. Essa
planilha era impressa para ser assinada e arquivada na obra e ainda o engenheiro recebia a
mesma por email para conferência. (Figura 25).
Item 07: Análise das FVS devidamente preenchidas. Após a análise de cada FVS, o
engenheiro da obra assinava cada uma, observava os problemas ocorridos e reencaminhava as
planilhas para o estagiário ou o técnico de qualidade da obra para que as fichas fossem
arquivadas.
Item 08: Análise quantitativa das conformidades e não conformidades encontradas. A
planilha mestre identificava a palavra “Restrições” nas FVS onde ocorreram algum tipo de
problema, com o intuito de quantificar as conformidades e não conformidades desses
serviços.
Figura 26: Planilha Meste indicando as conformidades e as FVS que tiveram alguma não
conformidade
Fonte: Elaborado pelo autor
71
Item 09: Arquivamento das FVS e repasse ao setor de qualidade da sede: As FVS
devidamente preenchidas e assinadas pelo engenheiro responsável eram arquivadas na obra e
as cópias digitais poderiam ser enviadas via cartão de memória ao coordenador de qualidade,
que poderia verificar cada FVS da obra.
Item 10: Acompanhamento da coleta das FVS na obra: Esse acompanhamento
acontecia ao final de cada mês, onde o técnico ou estagiário de qualidade da empresa obtia os
dados do cartão de memória com as FVS devidamente preenchidas e assinadas pelo
engenheiro responsável no programa mestre, podendo acompanhar o andamento de cada
coleta. Nesse trabalho, o pesquisador também fazia a coleta de dados e diariamente obtia
“baixava” os dados coletados para acompanhamento na planilha mestre para acompanhar o
desenvolvimento da pesquisa. A técnica de qualidade tinha acesso ao programa mestre no
final de cada mês e podia acompanhar as FVS coletadas e identificadas na tela.
Item 11: Acompanhamento real do andamento das FVS: Esse acompanhamento
propiciava ao técnico de qualidade responsável identificar rapidamente as não-conformidades
encontradas e atuar diretamente no intuito de evitar que as mesmas voltassem a acontecer,
gerando um indicador na tela de fácil entendimento e rápida ação corretiva. Esses dados
poderão servir, no futuro, como um banco de dados no qual o coordenador de qualidade da
empresa poderá efetuar treinamentos ou outras análises com o intuito de obter uma redução
das não conformidades e ainda melhorar o processo de gestão de qualidade com esses dados.
4.2 - DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE COLETA DE DADOS DE PRODUTIVIDADE
– RAZÃO UNITÁRIA DE PRODUÇÃO (RUP)
As obras estudadas, por serem da mesma empresa possuíam características de
produtividade semelhantes. Podemos então, através do DFD - diagrama de fluxo de dados
demonstrar como esses controles ocorrem nas obras estudadas.
72
Figura 27: DFD – Processo de controle de produtividade atual nas obras em estudo
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 03: Dicionário de Dados do DFD – Produtividade
CÓDIGO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
EMISSOR
INFORMAÇÃO
Setor de engenharia Treinamento sobre os procedimentos de
da Obra
controle de produtividade
Técnico edificações /
Coleta de dados de produtividade em
Estagiários
fichas impressas (coleta manual)
Técnico edificações / Elaboração de resumo de produtividade
Estagiários
por operário
Técnico edificações / Dados colocados na planilha padrão da
Estagiários
empresa
Técnico edificações / Análise das produções individuais de
Estagiários
cada operário
Comparativo dos índices de
Engenheiro
produtividade esperados com o real
Envio dos dados de produtividade para o
Engenheiro
setor de engenharia da Sede
Diretor técnico da
Análise dos dados da planilha e repasse
Empresa
ao setor financeiro para pagamento
Pagamento aos funcionários que
Setor Financeiro
obtiveram produção acima do índice
Fonte: Elaborado pelo autor
MEIO
RECEPTOR
Técnico edificações
Verbal
Estagiários
Técnico edificações
Escrito
Estagiários
Técnico edificações
Escrito
Estagiários
Técnico edificações
Escrito
Estagiários
DIGITAL
Engenheiro
DIGITAL
Engenheiro
DIGITAL
Diretor técnico da
Empresa
DIGITAL
Setor Financeiro
Escrito
Operários
/
/
/
/
73
A partir da análise dos DFD de produtividade, o pesquisador iniciou o
desenvolvimento das planilhas de coleta de dados, onde, por diversas vezes teve que refazer
as mesmas para que ficassem funcionais e mais praticas ao usuário final.
4.2.1 – Sistema de coleta da razão unitária de produção (RUP) tradicional
A coleta das RUP ocorre através do preenchimento manual de fichas padronizadas de
produção ou mesmo através de anotações em papeis não padronizados, procedimento que
pode levar a imprecisão de dados e falta de controle de coleta. Os dados coletados são: Data
de início, data de término, local, chapa, e quantidade produzida. Após essa coleta de dados
manual, é necessário transpor essas informações para uma planilha resumo da empresa em
formato digital, onde através do tempo e da quantidade produzida é calculada a razão unitária
de produção, gerando o índice de produtividade daquele operário para aquele serviço no
intervalo de tempo coletado. Esse índice atingido pelo operário era comparado com os índices
da empresa e então verificado se o operário receberia ou não alguma gratificação financeira
(produção). A empresa estudada não fazia mais nada com esses dados gerados, a não ser
autorizar o pagamento da gratificação ao seu funcionário que atingia o índice da empresa.
Figura 28: Planilha de coleta de Produtividade (manual)
Fonte: Obras em estudo (2010)
74
Figura 29: “Rascunhos” de coleta de produtividade manual
Fonte: Obras em estudo (2010)
O estagiário ou apontador de campo deve diariamente coletar dados como o início do
serviço, o local e a chapa do operário e sua função juntamente com o serviço que está sendo
executado. Esse processo de coleta gera muitas incertezas, erros e retrabalhos, pois para
“agilizar” a anotação dos dados, os apontadores ou estagiários fazem uso de “rascunhos”
conforme figura acima.
4.2.2 – Sistema de coleta da razão unitária de produção (RUP) via tablet
Para a coleta via tablet, o pesquisador desenvolveu as planilhas utilizando o modelo já
aplicado pela empresa, cabendo ao mesmo otimizar o processo para que fosse possível o uso
dessas planilhas no aparelho.
Essas planilhas são compostas em 02 (duas) partes: Planilha de análise de dados
(Planilha Master) e planilha de coleta de dados. As planilhas de coleta de dados incluem todos
os serviços em que a empresa possui um índice de produtividade definido, entretanto para esse
trabalho, o pesquisador, conforme já dito nesse trabalho optou por coletar os dados de apenas
05 serviços: Montagem de armaduras, concretagem de peça estrutural, alvenaria de bloco
75
cerâmico, massa única interna e piso cerâmico 40x40cm. A planilha de coleta era salva em um
cartão de memória incluso no tablet e, após o dia de coleta eram transferidas para o
computador onde se encontravam as planilhas Master para que fossem processados os dados.
Foi definido pelo pesquisador que, no desenvolvimento das suas planilhas, o
responsável pela coleta de dados deveria salvar esses dados como um arquivo único chamado
“Prod-mês de referência” ex: Prod-Setembro10 em uma pasta criada no tablet.
Figura 30: Pasta de Produtividade no tablet
Fonte: Elaborado pelo autor
Os dados de produção coletados deveriam ser salvos como o nome do arquivo citado
acima para que o programa master processasse as informações.
Figura 31: Planilha Master do controle de produtividade (Menu de opções)
Fonte: Elaborado pelo autor
76
Figura 32: Planilha de coleta de produtividade via tablet
Fonte: Elaborado pelo autor
Figura 33: Resumo de produção do operário para ser enviado ao setor financeiro
Fonte: Elaborado pelo autor
4.2.3 - Análise dos dados de produtividade obtidos
De acordo com o apresentado no capitulo 02, a gestão da produtividade proposta é
mostrada no DFD abaixo.
77
Figura 34: DFD – Processo de controle de produtividae proposto
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 04: Dicionário de Dados do DFD – Produtividade proposto
CÓDIGO
1
2
3
3
4
5
6
7
EMISSOR
INFORMAÇÃO
Setor de
engenharia da
Técnico
edificações /
Técnico
edificações /
Treinamento sobre os procedimentos de
controle de produtividade
MEIO
Verbal
Coleta de dados de produtividade via TABLET TABLET
Programa Master gera os dados necessários
a obra (Produtividade de cada operário)
Comparativo dos índices de produtividade
Engenheiro
esperados com o real
Envio dos dados de produtividade para o
Engenheiro
setor de engenharia da Sede
Diretor técnico da Análise dos dados da planilha e repasse ao
Empresa
setor financeiro para pagamento
Diretor técnico da Análise dos dados da planilha e opção por
Empresa
gerar outros índices.
Pagamento aos funcionários que obtiveram
Setor Financeiro
produção acima do índice
RECEPTOR
Técnico edificações /
Estagiários
Técnico edificações /
Estagiários
DIGITAL
Engenheiro
DIGITAL
Engenheiro
DIGITAL
Diretor técnico da
Empresa
DIGITAL
Setor Financeiro
DIGITAL
Diretor técnico da
Empresa / outros setores
Escrito
Operários
Fonte: Elaborado pelo autor
Para esta pesquisa, foram implementados no processo de controle de produtividade,
apenas os itens em vermelho (Tabela 03) e detalhados a seguir:
Item 02: Coleta de dados via Tablet. Conforme visto no capítulo 3, a coleta de dados
78
em forma de planilha eletrônica foi desenvolvida com o intuito de absorver os serviços que
estavam em execução em maior volume nas obras I e II.
Nesse momento, o pesquisador dava inicio a coleta de dados em campo, onde, com o
auxilio de 02 (dois) estagiários obtiveram os dados através do tablet. A coleta de dados não
ocorria de forma simultânea, pois foi disponibilizado pelo pesquisador apenas 01(um)
equipamento.
Os dados da PPS coletados pelo tablet eram armazenados no cartão de memória e
depois transferidos para um computador que possuía a planilha master onde eram feitos os
cálculos.
Figura 35: Pesquisador na coleta de dados de produtividade – Obra I
Fonte: Elaborado pelo autor
79
Figura 36: Estagiário na coleta de dados de produtividade – Obra I
Fonte: Elaborado pelo autor
Item 03: Programa master gera os dados de produtividade necessários para a obra. Os
dados após coletados e transferidos para o computador geravam o resumo de produção de
cada operário e ainda o engenheiro, através do botão “Mapeamento PPS produção” conseguia
comparar mais rapidamente o que o operário deveria ter produzido e o que ele realmente
produziu, conseguindo assim “monitorar” seu funcionário.
Figura 37: Planilha resumo de acompanhamento de produtividade de funcionário
Fonte: Elaborado pelo autor
Item 06: Análise dos dados da planilha e opção por gerar novos índices. Nesse item, a
diretoria técnica em posse desse novo tipo de planilha pode obter dados como a média de
80
produtividade, o máximo e mínimo de tempo que cada serviço foi executado, e por ser feito
em um programa de planilhas, sua alteração e parametrização se torna mais fácil e rápidas,
podendo obter outros dados que possam ser importantes para outras análises como alimentar o
setor de orçamento, por exemplo.
5 – RESULTADOS
5.1 - CONSTRUCTOS DE QUALIDADE
Conforme capitulo 03 desse trabalho, definiu-se que a melhoria da gestão de qualidade
seria baseada no mapa de constructos abaixo.
Figura 38: Mapa de constructos - Qualidade
Fonte: Elaborado pelo autor
A escolha de trabalhar através de constructos foi necessária, tendo em vista que a
melhoria da gestão da qualidade deveria ter um embasamento não somente na opinião do
pesquisador e sim das opiniões dos envolvidos no processo.
Devido à palavra “melhoria” ser algo de difícil medição, ficou definido pelo
orientador e pesquisador que a palavra melhoria, para este trabalho deveria ser mensurada
através de dois constructos: “Velocidade de coleta” e “Adequação ao uso”.
81
5.1.1 - Entrevista com os responsáveis pela coleta de dados de qualidade
Em entrevista com a técnica de edificações responsável pelo controle de qualidade da
obra 01 (horizontal) e preenchimento das FVS o pesquisador fez 03 perguntas listadas abaixo:
1. O programa e o equipamento concedido atenderam as expectativas esperadas?
Por quê?
2. O uso do equipamento tornou o processo de coleta mais rápido?
3. O equipamento é adequado a sua utilização proposta?
Na resposta da pergunta 01, a entrevistada afirma que o equipamento e as planilhas
disponibilizadas realmente comprovam sua utilidade, principalmente pela facilidade de uso e
capacidade de levar “todas” as FVS ao local de serviço, podendo escolher qual utilizar sem ter
que levar várias fichas e pranchetas no campo.
Na resposta da pergunta 02, a entrevistada afirma que sentiu a planilha um pouco lenta
ao clicar na tela, mas pela capacidade de coleta de várias FVS sem necessidade de retornar a
sala para pegar as outras fichas, pela capacidade de armazenar as FVS ainda em execução, pela
ausência do retrabalho, pois não era mais necessário “passar” a limpo as FVS e sim somente
imprimir e pela elaboração do resumo de acompanhamento, o tablet se tornou uma ferramenta
mais rápida no processo de coleta de dados das FVS.
Na resposta da pergunta 03, a entrevistada afirma que esse equipamento atende sim a
sua utilização proposta, pois consegue evitar erros e ainda é algo “moderno”, de fácil manuseio
e facilita a procura das fichas, pois evitaria o acúmulo de papel gerado por cada FVS coletada a
mão. A entrevistada ressalta porém que o equipamento, em ambientes de alta iluminação (luz
do sol, por exemplo) dificulta a visibilidade, mas quando questionada pelo pesquisador se uma
película anti-reflexo evitasse esse brilho na tela, a mesma afirma que então o equipamento é
realmente bastante promissor naquilo proposto.
O pesquisador então fez a mesma entrevista com o estagiário responsável pela coleta
das FVS da obra II (Edifício comercial) e faz as mesmas perguntas.
82
A entrevista pode ser vista na íntegra ao final desse trabalho no anexo B, mas a
opinião do entrevistado é semelhante à opinião da entrevistada da obra I, porém o estagiário
não reclamou sobre o reflexo na tela, devido ao fato que a obra já se encontrava com sua
estrutura em estágio bastante avançado e por isso as coletas ao ar livre eram poucas e a
própria sombra do edifício facilitava a coleta.
5.1.2 - Entrevista com o coordenador de qualidade das obras
Outra entrevista foi feita ao coordenador de qualidade da empresa, onde o pesquisador,
após apresentar as planilhas de coleta e a planilha Master, juntamente com os dados coletados
em campo faz as seguintes perguntas:
1. Em sua opinião, e após conhecer as planilhas, o uso do tablet para a coleta de
dados de qualidade é uma proposta viável? Por quê?
2. A possibilidade de gerar novos índices e novos controles com o tablet melhora
o processo de gestão de qualidade? Por que?
Na resposta da pergunta 01, o entrevistado afirma que o equipamento e as planilhas
disponibilizadas otimizam a coleta de dados, evitam o retrabalho, contribui para a diminuição
de espaço físico de arquivamento e ainda pelo fato do armazenamento ser em formato digital
gera uma redução do consumo de papel e tinta, o que de certo modo ajuda a preservar o meio
ambiente.
Na resposta da pergunta 02, o entrevistado afirma que com o tablet é possível rastrear
as conformidades e não conformidades em tempo real, obter os índices de qualidade de uma
forma automática por ter acesso a todas as informações coletadas em campo. Segundo o
entrevistado caso a diretoria necessite de informações para as reuniões de análise crítica da
direção, será possível obter todos esses dados mais precisos e rapidamente bem antes das
reuniões, auxiliando na tomada de decisão.
83
5.2 - CONSTRUCTOS DE PRODUTIVIDADE
Conforme capitulo 03 desse trabalho, o pesquisador juntamente com seu orientador
definiu que a melhoria da gestão de produtividade seria baseada no mapa de constructos
abaixo.
Figura 39: Mapa de constructos - Produtividade
Fonte: Elaborado pelo autor
A escolha de trabalhar através de constructos foi necessária, tendo em vista que a
melhoria da gestão da produtividade deveria ter um embasamento não somente na opinião do
pesquisador e sim das opiniões dos envolvidos no processo.
Devido à palavra “melhoria” ser algo de difícil medição, ficou definido pelo
orientador e pesquisador que a palavra melhoria, para este trabalho deveria ser mensurada
através de dois constructos: “Velocidade de coleta” e “Adequação ao uso”.
84
O pesquisador, por não poder comprovar através de valores a velocidade da coleta,
optou por entrevistar os envolvidos e descobrir se houve realmente um ganho de tempo nas
coletas dos dados de produtividade na opinião deles.
O pesquisador, também, por não poder medir a adequação da coleta utilizou-se das
variáveis de medição “organização da coleta”, “simples manuseio”, e agregação de novos
índices obtendo dados através das entrevistas que estão na íntegra no anexo B desse trabalho.
5.2.1 - Entrevista com os responsáveis pela coleta de dados de produtividade
Em entrevista com os estagiários responsáveis pela coleta dos dados de produtividade
dos operários, o pesquisador fez as 03 perguntas listadas abaixo, idênticas ao de coleta de
FVS:
1. O programa e o equipamento concedido atenderam as expectativas esperadas?
Por quê?
2. O uso do equipamento tornou o processo de coleta mais rápido?
3. O equipamento é adequado a sua utilização proposta?
As respostas foram semelhantes as da entrevista de qualidade, onde os entrevistados
avaliaram o ganho de velocidade no processo ( o processamento dos dados ocorreu de forma
mais rápida) como um todo, a ausência de retrabalho e a adequação do equipamento ao que
foi proposto.
5.2.2 - Entrevista com o coordenador da obra I
Outra entrevista foi feita a um coordenador da empresa que era o responsável pelas
obras em estudo, onde o pesquisador, após apresentar as planilhas de coleta e a planilha
Master, juntamente com os dados coletados em campo faz as seguintes perguntas:
1. Em sua opinião, e após conhecer as planilhas, o uso do tablet para a coleta de
dados de produtividade é uma proposta viável? Por quê?
85
2. A possibilidade de gerar novos índices e novos controles com o tablet melhora
o processo de gestão da produtividade? Por que?
Na resposta da pergunta 01, o entrevistado afirmou a facilidade de entendimento dos
dados coletados na planilha e a velocidade do processo como um todo. Comentou também a
ausência de retrabalho e os resumos gerados pela planilha master.
Na resposta da pergunta 02, o entrevistado afirma que com o tablet a gestão da
produtividade se torna mais fácil, pois os dados ficam de forma clara e precisa na tela, pode se
escolher os operários mais produtivos e até formar as melhores equipes através do
monitoramento de cada atividade. Todas essas informações poderiam, na prática, auxiliar e
embasar as decisões tomadas pelo gestor da obra, reduzindo o tempo de execução em cada
serviço gerando resultados para a obra.
A entrevista na íntegra encontra-se no anexo D desse trabalho.
5.3 – AVALIAÇÃO DO USO DO TABLET
Diante dos resultados demonstrados nos itens anteriores, avaliou-se o uso do tablet
como satisfatório. O que se recomenda é que exista um investimento financeiro para aquisição
de equipamentos mais modernos e apoio também no desenvolvimento de planilhas ou
programas para que seja possível facilitar ainda mais o processo de gestão da qualidade e
produtividade na construção civil.
Considera-se então que o equipamento com as planilhas desenvolvidas atendeu as
necessidades propostas nesse trabalho, pois o pesquisador já fazia também as coletas de FVS
e produtividade nas duas obras em estudo no formato manual, e ao introduzir o uso do Tablet
para essa coleta de dados tentou e conseguiu reduzir o tempo e o retrabalho que tinha ao fazer
essas coletas. Conseguiu também gerar indicadores de qualidade, pois as FVS, com algum
tipo de restrição, conforme figura 24, eram identificadas mais rapidamente e ainda gerava o
quantitativo não-conforme, facilitando a gestão da qualidade.
86
Conseguiu também facilitar a coleta de dados de produtividade nos 05 itens estudados,
pois se notou a ausência de retrabalho nas atividades e relatórios confeccionados com maior
rapidez.
O pesquisador concorda com os entrevistados a respeito da planilha se apresentar um
pouco lenta ao ser executada, mas ressalva que o Tablet utilizado para a pesquisa foi um
modelo “genérico” com configurações bem aquém daqueles disponíveis no mercado.
A respeito do reflexo na tela do equipamento o pesquisador também concorda, mas
por se tratar novamente de um equipamento “genérico” o mesmo não possuía em sua tela o
filtro anti-reflexo que atualmente vem integrado nos tablets modernos.
Contudo, conforme opinião dos entrevistados e do pesquisador, o equipamento
atendeu ao processo de coleta de FVS e produtividade, e ainda se demonstrou mais eficaz nos
quesitos de rapidez de coleta e adequação ao uso em relação ao método tradicional de coleta
dos mesmos.
O quadro comparativo abaixo (Tabela 05) ilustra os resultados encontrados com esse
estudo de caso nas duas obras de tipologias diferentes.
87
Tabela 05: Quadro comparativo – Utilização do tablet
QUADRO COMPARATIVO - USO DO TABLET
VANTAGENS
DESVANTAGENS
COLETA DE FVS TRADICIONAL
Procedimento já
conhecido pela empresa
Gera "pilhas" de papel
VANTAGENS
DESVANTAGENS
COLETA DE PPS TRADICIONAL
Procedimento já
conhecido pela empresa
Gera "pilhas" de papel
Não requer investimentos Chance de erro - Maior
financeiros
liberdade de preenchimento
Não requer investimentos Chance de erro - Maior
financeiros
liberdade de preenchimento
Retrabalho - Necessidade de
passar a limpo algumas fichas
Retrabalho - Necessidade de
passar a limpo algumas fichas
Espaço físico para
arquivamento das FVS
Espaço físico para
arquivamento das PPS
Não gera indicadores de
qualidade automaticamente
Não gera índices de
produtividade
automaticamente
Falta de Rastreabilidade
Falta de Rastreabilidade
Não é prático levar "TODAS"
as FVS ao campo de uma só
vez
COLETA DE FVS VIA TABLET
Baixo investimento nos
equipamentos
Flexibilidade no
desenvolvimento das
planilhas
Velocidade na coleta dos
dados (Não ocorre
retrabalho)
Os dados "não servem para
quase nada" além de pagar
ao funcionario
COLETA DE PPS VIA TABLET
Baixo investimento nos
equipamentos
Luminosidade
Processamento um pouco
lento das planilhas
Flexibilidade no
desenvolvimento das
planilhas
Velocidade na coleta dos
dados (Não ocorre
retrabalho)
Rastreabilidade dos dados
Rastreabilidade dos dados
Não gera "pilhas" de papel
Não gera "pilhas" de papel
Obtenção de indicadores
de qualidade a qualquer
momento
Obtenção de indicadores
de produtividade a
qualquer momento
Pode gerar novos controles
e alimentar outros setores
da empresa. Ex: orçamento
Pode levar TODAS as FVS
ao campo de uma só vez
Satisfação do usuário
Satisfação do usuário
Fonte: Elaborado pelo autor
Luminosidade
Processamento um pouco
lento das planilhas
88
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme definido desde o início desta pesquisa, o objetivo principal desta pesquisa
foi a melhoria da gestão da qualidade e da produtividade de 02 (duas) obras em Feira de
Santana – Ba. com a utilização do tablet, focando principalmente na coleta das FVS e RUP.
Este objetivo foi claramente cumprido com os seguintes procedimentos realizados:
o Redução do tempo total entre a coleta e geração de relatórios;
o Adequação do tablet ao uso proposto neste trabalho;
Além disso foi possível com esse trabalho:
o A possibilidade de gerar indicadores diversos para a qualidade e produtividade;
o A utilização das planilhas como auxílio na tomada de decisão ao invés de
somente a experiência.
Outros dois objetivos foram propostos para esta pesquisa e ambos foram alcançados:
1)
Desenvolver planilhas específicas em plataforma de pacote computacional de
uso consolidado. O pesquisador desenvolveu as planilhas de coleta de dados compatíveis com
o tablet e ainda as planilhas master de qualidade e produtividade, que executavam os
procedimentos de forma automática, ao invés de ter o retrabalho de fazer manualmente.
2)
Elaborar um quadro comparativo entre o método tradicional de coleta de dados
e o método de coleta via tablet, demonstrando as vantagens e desvantagens de cada um. O
pesquisador tabulou os dados coletados desse trabalho e demonstrou através do quadro
comparativo as vantagens e desvantagens de cada método de coleta, de forma a demonstrar
que a utilização do tablet é mais vantajosa em vários aspectos.
.
Outro ponto a ser destacado é que as planilhas desenvolvidas no tablet podem ser
parametrizadas facilmente para qualquer tipo de obra. Este fato torna viável este tipo de
utilização em qualquer empreendimento, desde que se adquira os aparelhos.
89
Por fim, ficou explícito nas entrevistas com o coordenador de qualidade e o
supervisor da obra I no processo que o tablet é uma ferramenta que facilita o trabalho e ainda
possibilita a tomada de decisões baseadas em fatos e não somente na experiência.
Em resumo, planilhas foram desenvolvidas, retrabalhos foram reduzidos e novos
índices puderam ser exibidos e os resultados obtidos refletiram na satisfação demonstrada
pelo usuários, coordenador e supervisor ao final da pesquisa.
A partir dos resultados que foram obtidos neste trabalho e de todos os
conhecimentos que foram adquiridos ao longo de sua realização, podem-se fazer algumas
sugestões para o desenvolvimento de estudos futuros:
a) Estudar novas aplicações com o tablet (por exemplo na melhoria da gestão da
segurança do trabalho)
b) Implementar as mesmas práticas adotadas nesse trabalho com a transferência de
dados via intranet ao invés de cartão de memória.
90
REFERÊNCIAS
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sistemas de gestão da qualidade: fundamentos e vocabulário. Rio de Janeiro, 2000a.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISO 9001: sistema
de gestão da qualidade: requisitos. Rio de Janeiro, 2000.
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empresas de construção de micro e pequeno porte, 2001. Tese (Doutorado em Engenharia
Civil), Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre.
CAMPOS, Vicente Falconi. Gerência da qualidade, estratégia para aumentar a ompetitividade
da empresa brasileira. Belo Horizonte, UFMG, 1990
CINTRA, Maria Aparecida Hippert . Sistemas de Informação e Gerenciamento de Projetos:
Um Estudo de Caso na Cidade de Juiz de Fora. Niterói, 1998. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Civil) - Universidade Federal Fluminense.
COSTA, D.B. Diretrizes para concepção, implementação e uso de sistemas de indicadores de
desempenho para empresas de construção civil. 2003. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Civil), Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre.
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de um modelo facilitador (MACT). In: SIMPÓSIO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO
TECNOLÓGICA, 19., São Paulo, 1996. Anais. São Paulo, USP/PGT/FIA/PACTo, 1996. v.2,
p.851-66.
EUROPEAN COMMISSION, THE. Meaning of the general terms used in the interpretative
documents. 2002. Disponível em:
<http://europa.eu.int/comm/enterprise/construction/internal/intdoc/common/genterms.htm>.
Acesso em 11 nov. 2010.
FORMOSO, C.T.; BERNARDES, M.M.S.; OLIVEIRA, L.F.M.; OLIVEIRA, K.A.
Termo de referência para o processo de planejamento e controle da produção em empresas
construtoras. Porto Alegre: UFRGS, 1999.
91
HIROTA, E.H. et al. O processo de pesquisa em tecnologia do ambiente construído: ciência
ou consultoria? In: ENCONTRO NACIONAL DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 8., 2000,
Salvador, BA. Anais... Salvador, BA: ANTAC, 2000. 1CD-ROM.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STARDADIZATION (ISO). ISO/DIS 7164:
performance standards in building: definitions and means of expression for the performance
of a whole building. Geneva, 1985.
JURAN, J.M. A qualidade desde o projeto: os novos passos para o planejamento da qualidade
em produtos e serviços. Pioneira, São Paulo, 1992.
LANTELME, E.M.V. Proposta de um sistema de indicadores de qualidade e produtividade
para a construção civil. 1994. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil), Programa de PósGraduação em Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
LANTELME, E.M.V. A utilização de indicadores na avaliação e melhoria do desempenho de
processos da construção de edificações: uma abordagem com base em princípios da
aprendizagem organizacional. Porto Alegre: Curso de Pós Graduação em Engenharia Civil,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1999. (Seminário de Doutorado).
LIMA, H. M. R. Concepção e implementação de sistema de indicadores de desempenho em
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http://www.cidades.gov.br/pbqp-h/metas_resultados.htm. Acesso em: 08 de Outubro de 2010.
SANTOS, A. R. Modelagem de um Sistema de Gerenciamento de Tarefas na Construção
Civil Com a Utilização de PDA´s – Assistentes Digitais Pessoais - Dissertação (Mestrado em
Engenharia Civil) – Universidade Federal Fluminense, 1999.
SOUZA, U.E.L.(1998) Produtividade e custos dos sistemas de vedação vertical. Tecnologia e
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YIN, R. K.. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2ª. Porto Alegre: Bookman, 2001.
92
ANEXO A
ENTREVISTA REALIZADA COM O COORDENADOR DE QUALIDADE DA
EMPRESA NO INÍCIO DA PESQUISA
93
ANEXO A - ENTREVISTA REALIZADA COM O COORDENADOR DE
QUALIDADE DA EMPRESA NO INÍCIO DA PESQUSA
1. Como funciona o processo de coleta das fichas de verificação de serviço (FVS) na
empresa?
As fichas de verificação de serviço (FVS) servem para rastrear os serviços em uma obra.
Deverá ser preenchido corretamente, indicando a data de início, condições de serviço e
outros itens que constam nesse formulário. O procedimento é manual, onde o técnico de
qualidade leva as fichas necessárias em campo e faz as anotações pertinentes. Após a
conclusão do serviço essas fichas são repassadas para o engenheiro residente para que o
mesmo acompanhe a qualidade dos serviços executados na obra.
2. Após a apresentação da proposta da utilização do tablet para melhorar a gestão de
qualidade de uma obra, você acredita que essa ferramenta irá auxiliar em suas
tomadas de decisões?
De acordo com sua proposta de pesquisa, acredito que as FVS coletadas poderão gerar um
banco de dados onde será possível observar as conformidades e não conformidades e ainda
facilitar o trabalho dos técnicos de qualidade no campo, pois as coletas seriam mais
organizadas e o retrabalho praticamente deixaria de existir. Esses dados, por estarem em
formato digital permitiriam acesso em qualquer local onde eu estivesse e ainda seria possível
obter os dados mais rapidamente para as reuniões de análise crítica da direção.
94
ANEXO B
ENTREVISTA REALIZADA COM OS ESTAGIÁRIOS RESPONSÁVEIS PELA
COLETA DE DADOS DE QUALIDADE E PRODUTIVIDADE VIA TABLET.
95
ANEXO B - ENTREVISTA REALIZADA COM OS ESTAGIÁRIOS RESPONSÁVEIS
PELA COLETA DE DADOS DE QUALIDADE E PRODUTIVIDADE VIA TABLET.
Estagiário da Obra I
1. O programa e o equipamento concedido atenderam as expectativas esperadas? Por
quê?
Sim. Porque consegui coletar os dados de uma forma organizada e não tive que passar a
limpo depois nem gerar relatórios, pois o programa fazia tudo.
2. O uso do equipamento tornou o processo de coleta mais rápido?
Se for considerar a o processo total sim. A planilha é que ficava um pouco lenta ao clicar na
tela, mas pela facilidade e não ter que passar a limpo depois, a velocidade é maior e a
praticidade também. Lembro que algumas vezes o reflexo do sol na tela atrapalhou um
pouco, mas não impediu a coleta e considerando que você falou que existe uma película antireflexo então vai ficar melhor ainda
3. O equipamento é adequado a sua utilização proposta?
Sim, pois foi dito que a coleta de dados de produtividade e qualidade iam ser mais rápidos
e mais práticos e foi isso que aconteceu.
Estagiário da Obra II
1. O programa e o equipamento concedido atenderam as expectativas esperadas? Por
quê?
Sim. Porque só tive que coletar os dados e transferir do cartão de memória para o
computador e executar a planilha master e foi tudo resolvido.
96
2. O uso do equipamento tornou o processo de coleta mais rápido?
Sim A planilha ficou pouco lenta ao clicar na tela, mas meus dados ficavam organizados e eu
não tinha retrabalho ao coletar as informações. Só requer um pouco de atenção para não
colocar a chapa nem o serviço errado do operário.
3. O equipamento é adequado a sua utilização proposta?
Sim, pois meu trabalho reduziu e não tive que perder tempo resumindo dados nem passando
a limpo as coletas feitas em papel.
97
ANEXO C
ENTREVISTA REALIZADA COM O COORDENADOR DE QUALIDADE APÓS A
COLETA DE DADOS DE QUALIDADE DAS DUAS OBRAS
98
ANEXO C - ENTREVISTA REALIZADA COM O COORDENADOR DE
QUALIDADE APÓS A COLETA DE DADOS DE QUALIDADE DAS DUAS OBRAS.
1. Na sua opinião, o uso do tablet para a coleta de dados de qualidade foi uma proposta
viável? Por quê?
Sim! Porque otimizou a coleta de dados das Fichas de verificação de serviço, diminuiu o
retrabalho, a quantidade de registros impressos, agilizou o trabalho pelo responsável do
preenchimento das fichas, possibilitou uma maior rastreabilidade e organização desde a
coleta ate o resumo dos dados de qualidade.
Facilitou também a coleta dos índices de necessários ao setor de qualidade, redução de
espaço físico para arquivamento, propiciando uma redução no consumo de papel e de quebra
contribuiu com a consciência ambiental ao utilizar menos papel.
2. A possibilidade de gerar novos índices e novos controles com o tablet melhora o
processo de gestão de qualidade? Por que?
Sim, porque se tornou possível rastrear as conformidades e não conformidades em
tempo real, obter os índices de qualidade de uma forma automática por ter acesso a todas as
informações coletadas em campo. Com isso, posso afirmar que esse processo de coleta
auxilia na medida em que os dados necessários ao setor de qualidade serão obtidos muito
mais rapidamente, onde caso a diretoria necessite de informações para as reuniões de
análise crítica da direção, será possível obter todos esses dados mais precisos auxiliando a
tomada de decisão.
99
ANEXO D
ENTREVISTA REALIZADA COM O SUPERVISOR DA OBRA I APÓS A COLETA
DE DADOS DA OBRA I
100
ANEXO D - ENTREVISTA REALIZADA COM O SUPERVISOR DA OBRA I APÓS
A COLETA DE DADOS DA OBRA
1. Em sua opinião, e após conhecer as planilhas, o uso do tablet para a coleta de
dados de produtividade é uma proposta viável? Por quê?
O sistema proposto, por ser de fácil entendimento propicia uma coleta mais precisa e
com isso a diminuição ou ausência de retrabalhos gerando ganho de tempo, sem falar na
planilha master que possibilita um rastreamento do funcionário e seus índices de
produtividade, permitindo ao engenheiro da obra avaliar se aquele operário é adequado ao
serviço.
2. A possibilidade de gerar novos índices e novos controles com o tablet melhora
o processo de gestão da produtividade? Por que?
Com o uso do tablet e a planilha master a gestão da produtividade se torna mais fácil,
pois os dados ficam de forma clara e precisa na tela, podendo escolher os operários mais
produtivos e até formar as melhores equipes através do monitoramento de cada atividade.
Todas essas informações são de extrema importância nas decisões tomadas pelo
gestor da obra, pois podem reduzir o tempo de execução em cada serviço gerando resultados
para a obra.
101
ANEXO E
PLANILHAS DE COLETA DE DADOS DESENVOLVIDAS PELO AUTOR
102
ANEXO E – PLANILHAS DE COLETA DE DADOS DESENVOLVIDAS PELO
AUTOR
Figura 40: FVS01
Fonte: Elaborado pelo autor
103
ANEXO E – PLANILHAS DE COLETA DE DADOS DESENVOLVIDAS PELO
AUTOR
Figura 41: FVS03
Fonte: Elaborado pelo autor
104
ANEXO E – PLANILHAS DE COLETA DE DADOS DESENVOLVIDAS PELO
AUTOR
Figura 42: FVS13
Fonte: Elaborado pelo autor
105
ANEXO E – PLANILHAS DE COLETA DE DADOS DESENVOLVIDAS PELO
AUTOR
Figura 43: FVS15
Fonte: Elaborado pelo autor
106
ANEXO E – PLANILHAS DE COLETA DE DADOS DESENVOLVIDAS PELO
AUTOR
Figura 44: FVS17
Fonte: Elaborado pelo autor
107
ANEXO E – PLANILHAS DE COLETA DE DADOS DESENVOLVIDAS PELO
AUTOR
Figura 45: Planilha de produção de serviço (PPS)
Fonte: Elaborado pelo autor
108
ANEXO F
PROPOSTA DE TRABALHO APRESENTADA AOS ENGENHEIROS DAS OBRAS
109
ANEXO F – PROPOSTA DE TRABALHO APRESENTADA AOS ENGENHEIROS
DAS OBRAS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
PROPOSTA DE PLANO DE TRABALHO PARA A EMPRESA Rcarvalho Construções e
Empreendimentos Ltda
1. REALIZAÇÃO DA PESQUISA
Equipe de pesquisadores
Função
Cristóvão César Carneiro Cordeiro
Coordenador – DTEC/UEFS
Cláudio Alex de Oliveira Pires
Pesquisador - DTEC/UEFS
2. OBJETIVOS
2.1.
OBJETIVO GERAL
Avaliar a aplicação das novas tecnologias da computação (Tablets ) em obras de
construção civil tendo como fim o aumento do controle de qualidade e da
produtividade.
2.2.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Os objetivos deste trabalho são:
 Efetuar uma análise da aplicação da tecnologia dos computadores móveis em obras da
empresa;
 Desenvolver planilhas específicas de controle de qualidade;
 Desenvolver planilhas específicas de controle de produtividade;
110
 Coletar dados na(s) obras selecionadas sobre qualidade e produtividade para
acompanhamento da implantação do sistema com tablets;
3. RESULTADOS ESPERADOS
Com a realização deste trabalho espera-se que sejam alcançados os seguintes resultados:

Avaliação do funcionamento do sistema com tablets na empresa;

Facilitar a comunicação entre as obras e o escritório central na gestão da qualidade,
visando as auditorias da ISO ;

Gerar índices de produtividade mais precisos e elaborar treinamentos específicos para
que seja possível aumentar a produtividade nos itens que forem considerados abaixo
da meta.
4. ETAPAS DO TRABALHO E RESPONSABILIDADE DA EQUIPE
O desenvolvimento deste estudo de caso será dividido em três etapas conforme apresentado a
seguir:
A etapa inicial visa estabelecer um conhecimento da realidade da empresa e dos
empreendimentos para a equipe de pesquisadores e compreende a realização das ações e
atividades necessárias para a aplicação do sistema de controle de qualidade e produtividade
via tablets na empresa.
A segunda etapa do estudo destina-se a elaboração das planilhas específicas voltadas ao
controle de qualidade e produtividade de determinada(s) obras (Obra(s) piloto) juntamente
com a coleta de dados.
Na terceira etapa serão feitos o processamento e análises dos dados coletados nas etapas
anteriores. Por fim, nesta etapa, será feita a apresentação dos resultados ao coordenador de
qualidade e supervisor das obras em estudo
111
4.1.
COLETA DE INFORMAÇÕES E DIAGNÓSTICO INICIAL
Inicialmente será efetuada a coleta de dados sobre o projeto e a empresa, objetivando avaliar
as condições e características do sistema com tablets e também definir a melhor forma de
atuação da equipe.
Essa coleta de informações consistirá na análise de documentos da empresa bem como de
entrevistas com os agentes envolvidos e participação nas atividades relacionadas com o
Sistema da Qualidade e Produtividade. A análise de documentos deverá envolver o Manual da
Qualidade da empresa bem como as planilhas e atas de reuniões do comitê da qualidade,
registros de treinamentos, relatórios de auditorias interna e externa, planilhas e indicadores de
índices de produtividade, registros de medição de produtividade, além do relatório sobre o
sistema de indicadores de desempenho da empresa.
Ao final desta etapa pretende-se ter mapeado o processo em estudo na empresa.
Atribuições dos pesquisadores: Estudo e entendimento de todo o processo do Sistema da
Qualidade e do controle de qualidade e produtividade da empresa.
4.2.
IDENTIFICAÇÃO DAS VARIÁVEIS
Para o mapeamento das variáveis relevantes do sistema qualidade e produtividade, espera-se
efetuar o acompanhamento da execução dos treinamentos em algumas obras, a forma de
medição da produtividade dos funcionários, bem como a rotina do sistema da qualidade e
eventuais reuniões do comitê de qualidade da empresa. Pretende-se identificar práticas e
procedimentos que auxiliem o desenvolvimento e aperfeiçoamento das planilhas específicos
com a finalidade de adequar a pesquisa à realidade da empresa.
Atribuições dos pesquisadores: acompanhar as atividades inerentes ao processo (Sistema da
Qualidade e obtenção dos Índices de Produtividade) e coletar os indícios de falhas junto à
gerência da(s) obra(s) e à alta administração.
112
4.3.
PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS
Nesta etapa será realizado um diagnóstico final do sistema da empresa, com o objetivo de
determinar os principais pontos fortes da implantação do sistema de controle de qualidade e
produtividade via tablets na empresa observando os dados obtidos. Uma vez identificado
estes pontos, a equipe de pesquisadores deverá propor diretrizes de implementação que
reforcem os aspectos positivos do sistema e minimizem possíveis pontos fracos na
continuidade da utilização do mesmo.
A equipe de pesquisadores será responsável pelo processamento e análise dos dados podendo
participar também a alta administração da empresa e as gerências das obras e outros, uma vez
que esclarecimentos sejam necessários.Para o encerramento do estudo de caso será
programado a apresentação dos resultados ao coordenador de qualidade e supervisor das obras
objetivando avaliar os resultados alcançados pela equipe.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Deve-se ressaltar aqui a natureza específica desse estudo de caso, em função principalmente
do seu caráter exploratório. Nesse sentido, o trabalho possui objetivos diferentes conforme se
observe pela ótica da universidade ou pela ótica da empresa. Entretanto, a atuação pretendida
busca o estabelecimento de uma relação de parceria entre ambas as organizações, que poderá
resultar em novo estudo de caso de caráter explanatório a depender dos resultados obtidos
nessa proposta.
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Cláudio Alex de Oliveira Pires - engenharia civil