34. Desenvolvendo um Trabalho em Equipe com Qualidade Desde os primórdios, o homem aplica conceitos básicos e intrínsecos de qualidade e trabalho em equipe. Um dos temas mais abordados atualmente, levando-se em conta a contingência mundial de mercado competitivo, é o trabalho em equipe. Aparentemente, esta ferramenta, é uma das capazes de alavancar o desempenho de uma empresa e de alçá-la a um nível superior de produtividade, qualidade e inovação. Todavia, o enfoque geral dado ao assunto pode conduzir os desavisados à noção de que trabalho em equipe “sempre dá certo”. Com o surgimento e desenvolvimento das tecnologias da informática, quando todos buscam técnicas altamente sofisticadas, através da pesquisa científica, numa busca incessante ao que se pensa ser o único meio de sobrevivência digna e humana, torna-se imperioso e necessário um perfeito conhecimento e internalização dos fundamentos da ciência que alicerçou todo este processo tecnológico atual. Um dos treinamentos mais solicitados às empresas especializadas é o de trabalho em equipe que visa colocar todos os funcionários na mesma harmonia e sinergismo, enxergando a organização como um todo e não mais com uma visão fragmentada. O treinamento em trabalho de equipe concentra a atenção dos participantes no objetivo comum da empresa com igual responsabilidade e comprometimento de todos. O objetivo é tornar o funcionário participativo com comunicação adequada e eficiente, mostrar sua criatividade e proporcionar a troca de idéias nas equipes sem esquecer o objetivo da empresa. A possibilidade de trabalhar harmoniosamente em equipes de trabalho é um dos pré-requisitos para ser um bom líder nos dias de hoje. Essa característica é imprescindível pois a exigência de qualidade é cada vez maior e a cobrança por resultados uma necessidade. Por se tratar de condição fundamental para sobrevivência de qualquer entidade que concorre no mercado atual, peopleware é uma questão que vem atraindo muita atenção: diz respeito ao tempo gasto em contratar o melhor pessoal, treiná-lo, atribuir-lhe poder (empowerment), deixá-lo se organizar em equipes de trabalho autodirigidas e proporcioná-lo um ambiente de trabalho satisfatório. Deve ser a prioridade-chave de qualquer organização de desenvolvimento de aplicações. No decorrer da história as preocupações foram mudando de lugar. Primeiro, passamos de meios artesanais de produção para a industrialização. Depois tivemos que nos preocupar com o aumento dessa produção. A próxima preocupação foi com a melhoria da qualidade. Foi um caminho natural que essa atenção se voltasse ao trabalhador na forma de treinamento para a qualidade do trabalho. Para quem trabalha na área empresarial há mais de 20 anos, já observou que o trabalho em equipe é uma necessidade, uma filosofia nova para algo que já existia. Percebeu-se que funcionar por equipes é diferente de funcionar por grupos de trabalho. Numa equipe de trabalho existem papéis, funções e tarefas bem definidas, além de planejamento, organização, divisão de tarefas e, principalmente, objetivos comuns. Hoje é necessária a consciência de que a equipe é algo mais, que deve ser eficiente e eficaz e apresentar resultados condizentes com as necessidades da empresa, não importando o tamanho dos departamentos e das equipes. Se são grandes ou pequenos, devem atuar conjuntamente de forma que todas as áreas estejam integradas e trabalhem para alcançar o mesmo objetivo. As paredes dentro das corporações estão caindo. O modelo de divisão organizacional por células ou departamentos – consolidado na década de noventa – dei-xa de ter aplicação na economia globalizada. A estrutura hierárquica e estanque está dando lugar ao trabalho cooperativo em torno de projetos. Fusões e aquisições, empresas pontocom, as privatizações, a internacionalização das companhias e a interação com consultorias e parceiros estratégicos impõem uma reorganização da estrutura de trabalho, que passa pela composição de equipes multidisciplinares e flexíveis. O treinamento para o verdadeiro trabalho em equipe sensibiliza o participante a perceber o que é uma equipe, que um departamento é tão importante quanto todos os outros e que estes devem trabalhar interligados, participativa e cooperativamente. Nesse conceito cada pequena equipe, departamento ou setor de trabalho funciona como uma célula que tem seu objetivo principal e este deve ser integrado ao objetivo maior da empresa. Esse trabalho é demorado, ou seja, a tomada de consciência de que se pertence a uma equipe de trabalho leva algum tempo mas é altamente gratificante e compensador para quem o aplica e para a empresa que consegue que seu quadro de funcionários coloque em prática estas técnicas. Quanto mais observamos a vida empresarial, encontramos uma discrepância entre o discurso (equipe) e a ação (individualidade). Tal situação ocorre, em parte, porque o sistema organizacional, educacional e os estilos gerenciais induzem à individualidade, trazendo o efeito de um “círculo vicioso”, um alimentando ao outro, continuamente. Alguns indícios de que o que foi dito acima é verdade são: •Currículos – A maioria dos currículos é escrita na primeira pessoa do singular; a impressão que fica é que a pessoa sempre fez/conseguiu tudo sozinha, nunca tendo trabalhado em equipe. •Contatos externos/internos – O executivo que acredita no trabalho em equipe, distribui equilibradamente entre seus subordinados a responsabilidade pelos contatos com clientes internos, externos, fornecedores, comunidade, imprensa, etc. A idéia é que o autor seja também o divulgador do trabalho ou informação. Pode até haver filtros e controles por parte do executivo, inclusive sua presença. O que não é ético é um fazer e o outro receber os méritos do trabalho. É um caso típico de apropriação indébita da propriedade intelectual. •Estímulo e motivação – Isto é imprescindível para o feedback do trabalho em equipe, fundamental para que a outra parte entenda esse feedback como um ato de contribuição para melhoria do desempenho (estímulo) e não como uma forma de ferir/destruir. A privacidade, o equilíbrio entre elogios e críticas e o momento adequado são características de um feedback construtivo (motivação). •Fatos ou opiniões, concordâncias e discordâncias – O trabalho grupal sempre será mais eficaz se a(s) pessoa(s) e sua equipe trabalharem primeiro os fatos e depois as opiniões. Os primeiros aproximam as pessoas (são pouco suscetíveis a divergências), já as opiniões separam as pessoas. Uma relação que começa com a exposição de fatos ajuda a construir uma base sólida para aceitação de opiniões divergentes. Todo trabalho em equipe incorpora concordâncias e discordâncias. A pessoa (chefe da equipe) experiente (e grupal) busca sempre iniciar os trabalhos pelas concordâncias, facilitando a criação de um clima de cooperação no âmbito do grupo. •Monopolização de informações – Para muitos executivos informação é poder e para seu uso exclusivo. A era do conhecimento implica na rapidez do compartilhamento desse conhecimento, uma das conseqüências desse compartilhamento é uma abertura, uma cooperação entre as pessoas que induz ao trabalho em equipe, ajuda mútua, motivação para o trabalho em equipe. •Ouvir – A pessoa que consegue ouvir tudo que sua equipe tem a dizer antes de falar, estará demonstrando empatia e reconhecendo a importância da contribuição de seus subordinados/parceiros, até evitando direcionar contribuições para determinado sentido (normalmente o que representa sua opinião). •Sistema de reconhecimento – É muito comum um executivo solicitar um trabalho a um grupo de pessoas. Os resultados são excepcionais, mas em vez de elogiar o grupo, individualiza o reconhecimento. A maioria dos executivos vêm de funções de natureza técnica, quando o reconhecimento por um bom trabalho decorre da eficácia individual. Na posição gerencial é fundamental alterar esse referencial de reconhecimento, pois a competência do executivo será medida pela capacidade de fazer o grupo atuar harmoniosamente na busca de resultados. •Sistema de avaliação de desempenho/ competências – Se o sistema vigente na empresa for desenvolvido para premiar os feitos individuais, desprezando a qualidade de uma atuação grupal, por que o funcionário vai trabalhar em equipe? •Símbolos – Há alguns símbolos que fazem parte do comportamento das pessoas e que demonstram seu culto à individualidade: sentar-se sempre à cabeceira da mesa; ter sempre a primeira (e última) palavra; delegar, mas controlar a toda hora; falar num tom de voz mais alto e cortar a palavra dos funcionários. Na maior parte das vezes essas demonstrações de superioridade e culto à hierarquia, inibem o trabalho em equipe. Na prática, a despeito das inúmeras vantagens do trabalho cooperativo, surgem dificuldades. De um lado, as estruturas de poder cristalizadas colocam-se como forte empecilho e, de outro, a cultura dominante é a do trabalhador da Revolução Industrial – o cumpridor de tarefas. E, além disso, ocorre a tradicional disputa de egos, na qual vence aquele que fala mais alto ou dá a última palavra. Ao listar estas dificuldades, faz-se necessário alertar para a necessidade de intervenção nos hábitos internos das empresas. “O tempo é longo até que as pessoas assimilem mudanças organizacionais dessa grandeza”, afirma a especialista Loris Temer. Ela considera que uma pessoa normal leva, no mínimo, 180 dias para incorporar um novo comportamento. Para se falar em qualidade, trabalho de equipe e auto-superação é preciso ter um grupo cooperativo. A qualidade, deve ser uma característica inerente ao trabalho. Alguns problemas surgem a partir do momento em que estas idéias passam a ser implantadas na empresa. São citados alguns desses problemas e soluções. Necessidades mal combinadas: existem, no grupo de pessoas que compõem a equipe, indivíduos que trabalham em benefício próprio ou em prol de propósitos contraditórios. Sugestão: os objetivos individuais devem ser revelados. Para isso, é necessário perguntar às pessoas o que desejam e o que esperam obter da equipe. Metas confusas, objetivos embolados: o objetivo da equipe não está claramente definido, ou as metas traçadas são incoerentes entre si. Sugestão: se isso acontecer, é necessário esclarecer as metas traçadas ou rever a sua congruência. Em meio à correria de observar prazos cada vez mais curtos, às vezes algumas metas, definidas em meio a arroubos de pressa, podem não apontar na mesma direção. Papéis não resolvidos: os integrantes da equipe não entendem qual é a sua função, qual tarefa devem desempenhar. Sugestão: cada pessoa deve estar ciente do que se espera de seu desempenho e qual sua função dentro do grupo. Isso parece óbvio, mas às vezes nos deparamos com situações em que esse tipo de situação é comum. Tomada de decisões ruins: existem várias ferramentas decisórias diferentes, sendo cada uma mais apropriada para situações específicas. Pode ocorrer que as ferramentas estejam sendo usadas em situações inadequadas. Sugestão: identificar a abordagem decisória correta para cada situação e utilizá-la. Por exemplo, quando se deseja priorizar entre várias idéias propostas por um grupo para a solução de um problema e não existe um referencial objetivo, mensurável, pode-se utilizar as técnicas de análise por comparação par a par, onde uma idéia é avaliada tendo as outras como referencial. Já em situações nas quais existam critérios mensuráveis, pode-se lançar mão das técnicas de matriz de avaliação. Conflitos de personalidades: pessoas são dotadas de uma série de atributos que lhes conferem sua distinta personalidade e, às vezes, isso pode causar conflitos quando o trabalho em equipe é necessário. Sugestão: identificar e valorizar diferenças, tornando-as transparentes para a equipe. Liderança ruim: há várias maneiras de a liderança influenciar negativamente o comportamento de uma equipe, sendo, por exemplo, incoerente, inexpressiva, inconstante, etc. Sugestão: o líder precisa entender que seu propósito é servir aos objetivos da equipe, e caso isso seja possível, ótimo. Senão, o papel de liderança deve ser passado a outra pessoa. Cultura anti-equipe: nem todas as empresas estão prontas para lidar com as decorrências do trabalho em equipe, principalmente de equipes auto-gerenciáveis, pois isso implica em níveis diferenciados de liberdade aos integrantes em especial. Isso faz com que a cultura da empresa trabalhe contra as equipes, de forma sutil ou declarada. Sugestão: nesse tipo de empresa, deve-se avaliar as verdadeiras razões para se criar uma equipe. Se não forem relevantes, melhor nem criar a equipe. Feedback e informações insuficientes: uma das coisas mais importantes para monitorar o trabalho da equipe é avaliar seu desempenho. Além disso, para que o desempenho possa ser o esperado, a equipe necessita de recursos, em especial informações. Isso pode não estar ocorrendo. Sugestão: é necessário criar um sistema que permita o livre fluxo de informações úteis para todos os membros da equipe, para depois poder acompanhar seu desempenho apoiado em premissas realistas. Sistemas de recompensa mal concebidos: o reconhecimento pelo trabalho é fundamental para alimentar o nível de motivação dos membros de uma equipe, e nem sempre isso é feito da forma correta, pois as possibilidades de recompensa são muitas e distintas entre si. Sugestão: é imprescindível recompensar a equipe como um todo e também os esforços individuais. Falta de vontade de mudar: quando se sabe o que deve ser feito, mas não se tem vontade de fazêlo, nenhum esforço há de ter êxito. Sugestão: a tarefa aqui é desvelar os impedimentos à mudança e lidar com os mesmos, destruindo-lhes, se necessário. Ferramentas erradas: a metáfora mais comum é a de uma equipe que é enviada para uma batalha com uma atiradeira. Sugestão: prover aos membros da equipe todas as ferramentas necessárias para, pelo menos, engajar-se apropriadamente na batalha, ou então, dar mais espaço ao uso da criatividade e improvisação. O trabalho em equipe continuará sendo um poderoso catalisador da melhoria e inovação dentro das empresas, mas os fatores apontados anteriormente servirão de base para que o gerente possa manter uma perspectiva realista sobre as dificuldades associadas ao trabalho em equipe. Excelência e qualidade são termos atuais dentro de uma administração moderna, que busca ser competitiva, num mercado globalizado como o de hoje. Competência técnica, motivação pessoal e capacidade de trabalho em grupo são algumas das principais características que levam uma empresa a conquistá-las. Como definir qualidade? Diversas são as definições. Alguns tentaram uma definição simples como: qualidade é estar em conformidade com os requisitos, qualidade é antecipar e satisfazer os desejos dos clientes ou qualidade é escrever tudo o que se deve fazer e fazer tudo o que foi escrito. Segundo a atual norma brasileira sobre o assunto (NBR ISO 8402), qualidade é: o total das características de uma entidade que lhe confere a capacidade de satisfazer às necessidades explícitas e implícitas. Essas definições exigem alguns complementos, principalmente para definir o que são as entidades, as necessidades explícitas e as necessidades implícitas. A entidade é o produto do qual estamos falando, que pode ser um bem ou um serviço. As necessidades explícitas são as próprias condições e objetivos propostos pelo produtor. As necessidades implícitas incluem as diferenças entre os usuários, a evolução no tempo, as implicações éticas, as questões de segurança e outras visões subjetivas. Por exemplo, a qualidade de um prato de comida (o produto) está relacionada com a satisfação de necessidades (requisitos) tais como: sabor, aparência, temperatura, rapidez no serviço, preço, higiene e valor nutricional. Para avaliar a qualidade de um produto, você deve fazer uma lista dessas necessidades e analisar cada uma dessas necessidades. A busca da qualidade exige concentração, atenção, memória, precisão, exatidão, responsabilidade, ética, força individual e trabalho em equipe. Em 1997, uma empresa de auto-peças tinha um objetivo: conseguir a certificação ISO 9000. Esse trabalho era centralizado numa única pessoa e, se assim continuasse, certamente demoraria muito tempo para concluir esse intento. O chefe do controle de qualidade da empresa, com a função de implantar a qualidade total, foi designado a participar do treinamento de trabalho em equipe. Segundo ele, o treinamento foi decisivo a partir do momento que houve a conscientização de que todos poderiam participar de forma ativa do processo. Foram criados grupos homogêneos quanto a conhecimentos técnicos e normativos que se reuniam com freqüência para troca de idéias e informações com o objetivo comum que era obter a certificação. Implantado o sistema de trabalho em equipe essa conduta torna-se natural na or-ganização. O principal fruto desse trabalho é que os integrantes das equipes não mais são vistos como apenas informantes, como quem dita as normas. Todos têm a consciência de que receber informações que interessam ao processo e à organização como um todo é fundamental. O trabalho em equipe é muito importante pois através dele é possível observar o comportamento das pessoas fazendo-as perceber que todas têm a mesma importância na organização. Treinamentos proporcionam formas de conhecer e trazer todas as pessoas para o mesmo lado; estando todos “no mesmo barco”, dentro de uma organização, então é preciso que aprendamos a “remar” de forma sincronizada. O resultado foi que em julho, a empresa atingiu o objetivo e conseguiu o certificado ISO 9000, que possibilitou muitos negócios, como por exemplo, exportações e fornecer produtos com garantia de qualidade para outras grandes organizações. As constantes mudanças verificadas nas tecnologias de desenvolvimento, associadas às também contínuas mudanças do perfil e exigência dos clientes, têm demandado dos desenvolvedores e das equipes uma significativa adaptação nos seus processos, práticos e forma de organização. Todo o trabalho de desenvolvimento de um sistema tem como um dos seus objetivos obter um resultado final que atenda aos requisitos do cliente e seja isento de erros. Para atingir tal objetivo, observa-se que as metodologias vigentes estabelecem formalismos para o processo e adotam fortemente o conceito de revisões técnicas e gerenciais durante o andamento do projeto, visando identificar desvios, o mais cedo possível, em relação a sua geração, evitando-se desse modo, a propagação de erros para fases posteriores, o que aumentaria o custo para correção do desvio. Para assumir o risco de restringir-se os produtos intermediários que necessitam ser avaliados com maior rigor, é necessário que o próprio processo de elaboração do produto assegure a qualidade. Se não há mais tempo para o analista adquirir os conhecimentos necessários, como será feito para garantir a qualidade dos sistemas a serem desenvolvidos? Experiências da empresa demonstram que o conhecimento não precisa ser todo adquirido por uma única pessoa, podendo estar “espalhado” pelos componentes da equipe de desenvolvimento. Estima-se que 80% dos problemas existentes num projeto de TI são decorrentes do relacionamento entre pessoas e não de questões técnicas. Os principais contratempos são os interesses conflitantes, pessoas inadequadas para a função que exercem ou para a situação proposta, a resistência à mudança e a dificuldade de gestão. O sucesso dependerá da qualidade do processo de gerenciamento do trabalho do grupo envolvido no projeto. Nesse sentido, a equipe precisa ser organizada para o máximo aproveitamento das capacidades de cada componente, sendo que estas devem ser maximizadas, através de um constante processo de reciclagem e auto-estudo. Dentro da área de informática, os especialistas acreditam que o grau de interação vem aumentando em todas as funções, inclusive naquelas que tradicionalmente trabalhavam de maneira isolada. O programador, por exemplo, freqüentemente está ligado à uma equipe de projetos. Era importante para o analista de suporte que o sistema estivesse no ar e atualizado. Hoje, o programador está mais voltado para o ambiente como um todo. O que importa é o usuário final (cliente). O mesmo vem ocorrendo com administradores de banco de dados, analistas de sistemas e todas as funções técnicas. O profissional de informática está orientado à prestação de serviços ao cliente interno. Dependendo da qualidade dos componentes da equipe e do volume de demandas, alguns analistas podem assumir várias funções. Por exemplo: o componente com conhecimento do negócio pode assumir a gestão do projeto. A tendência inicial nesse tipo de organização seria dos especialistas participarem desde o início do projeto junto ao gestor, pois o gerente não tem conhecimento completo e procura a segurança da participação de todos desde as fases iniciais. O gestor deve acionar adequadamente os especialistas durante as fases do processo de desenvolvimento. O especialista no negócio será acionado durante as fases de levantamentos. À partir de uma visão clara das necessidades, o gestor aciona todos os especialistas para uma discussão sobre a estrutura e arquitetura da solução. Não existe hierarquia entre os componentes da equipe, pois todos os envolvidos são responsáveis pelo projeto. Cada um assume uma postura de colocar seus conhecimentos à disposição do grupo. Tudo isso, em um clima em que devem ser observados as melhores práticas de relacionamento interpessoal. Todo processo de organização deve ocorrer tendo como foco principal o atendimento ao cliente, buscando-se a agilidade na entrega e qualidade dos produtos. Várias experiências de sucesso da empresa demonstram a importância do trabalho em equipe, pois elas certamente contribuem para uma organização mais adequada dos grupos de desenvolvimento e da empresa. À partir do amadurecimento pode surgir a necessidade de formar novos grupos especialistas e melhorias no processo como um todo, garantindo assim, a evolução do trabalho da empresa. O trabalho realizado em qualquer área deve ser como o de um músico, que está sempre pensando em melhor qualidade, maior precisão, afinação, interpretação e melhores instrumentos. Eles estão sempre em treinamento e aperfeiçoamento. Um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente (projeto “perfeito”), de forma confiável (sem defeitos), de forma acessível (baixo custo), de forma segura (segurança do cliente) e no tempo certo às necessidades do cliente. Toda organização que se considera apta para enfrentar a competição deve trabalhar com alta qualidade e produtividade. A qualidade e produtividade de uma organização dependem de três fatores: processos, tecnologia e pessoas. É um trabalho difícil a implantação desses modelos. Porém, o retorno do investimento vem com a diminuição de tempo gasto nas tarefas, nos custos de manutenção dos produtos, certificação da qualidade do trabalho e da equipe. Isso reflete em desempenho, confiabilidade, entrega e preço. Talvez a frase que defina o que hoje significa um sistema de qualidade com trabalho em equipe, seja esta de J. M. Juran: “qualidade não se controla, se faz”. Autor: Alexandre Ramires de Castro, Aline Pons Alves, Cássia Antunes & Maria Elisabeth Grass Biografia: Alexandre Ramires de Castro ([email protected]) é acadêmico do curso de Informática da Universidade da Região da Campanha (URCAMP) e Webmaster do provedor de acesso Matrix. Aline Pons Alves ([email protected]. br), Cássia Antunes (ccna@bol. com.br) e Maria Elisabeth Grass ([email protected]) são acadêmicas do curso de Informática da URCAMP.