Teologia Fundamental Aula 5 Razões para crer Aulas previstas: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. Origem, objecto, método ( 6 slides) Desejo de Deus ( 9 slides) Caminho de Deus para o homem ( 10 slides) Etapas da Revelação ( 11 slides) Razões para crer (13 slides) Transmissão da Revelação ( 11 slides) Fé, encontro com Deus ( 14 slides ) Fé, projecto vital ( 10 slides) Círculos de diálogo (19 slides) Teologia Fundamental 1/13 A auto-manifestação de Deus vai dirigida ao homem e o homem é chamado a responder a esse convite divino mediante a fé. Tanto a Revelação como a fé são actos livres. A Revelação é livre porque é acção soberana de Deus, que se revela unicamente por amor a nós. A fé é livre porque não existe motivo que leve necessariamente a crer que seja verdade o que nós escutamos na Revelação. Ninguém pode obrigar outro a crer. Teologia Fundamental 1 2 3 2/13 Para poder crer de modo coerente, é preciso que, uma vez escutada a Revelação, possamos contar com suficientes razões para identificar a mensagem como proveniente de Deus. A fé não se reduz à razão, mas tão pouco lhe é contrária. Ambas se complementam harmonicamente. A Revelação é digna de ser acreditada: há razões ou motivos que levam a aceitá-la (= “a credibilidade” da Revelação). Jo 10, 37: “Se não faço as obras do meu Pai, não me acrediteis; mas se as faço, crede pelas obras”. Estas obras fazem com que a fé não seja puro salto no vazio, fruto de uma mera decisão da vontade. Teologia Fundamental 3/13 Sinais no AT O itinerário do povo de Israel para a fé está marcado por dois principais motivos de credibilidade: – os grandes factos (gestos) salvíficos realizados por Yahwéh, – e a palavra dos profetas. Estes factos e palavras não dão a fé, mas são sinais de credibilidade. Factos: sinais, porque dão a conhecer que é Deus quem actua. Levam sua marca e levam o povo a confiar n’Ele. Profetas: para ajudar o seu povo. Deus serve-se deles para confirmá-lo na verdade e bondade da fé revelada. Eles falavam em lugar de Deus e anunciavam promessas divinas. Teologia Fundamental 4/13 Sinais no NT Nos Sinópticos: os “sinais” aparecem como algo injustamente exigido pelas autoridades judaicas ou por Herodes. Pelo contrário, os milagres são actos de Jesus que mostram o poder de Deus. Nos Actos dos Apóstolos: ambos os termos são idênticos e designam o actuar extraordinário de Pedro, de Filipe... Em São João: Cristo é o único sinal fundamental. Jesus realiza os milagres precisamente porque n’Ele actua Deus: são as “obras” do Pai e são os “sinais” de que é o Filho de Deus. A multiplicação dos pães, cura do cego, ressurreição de Lázaro, estão muito unidos ao que disse sobre si: é Alimento (Jo 6,34), Luz (Jo 9,5), Vida (Jo 11,25). Teologia Fundamental 5/13 A credibilidade segundo o Magistério Vaticano I: O próprio Deus quis dar “argumentos externos da sua Revelação, quer dizer, factos divinos, e em primeiro lugar milagres (...) que, ao mostrar com toda a clareza a omnipotência e infinita sabedoria de Deus, são sinais certíssimos da Revelação divina, acomodados à inteligência de todos” (Dei Filius, 3). Para podermos crer, devem unir-se a estes sinais externos os auxílios internos do Espírito Santo. Vaticano II: não usa a palavra “credibilidade”, mas antes com frequência o que esse termo significa. Apela para um sinal de suma importância = o testemunho dos cristãos: todos estão chamados a ser testemunhas do amor de Deus. Para isso, temos de estar unidos com Cristo, que é o sinal fundamental da Revelação. O sinal não é algo, mas alguém, a saber, a Pessoa de Jesus, em que o homem descobre o próprio Deus. Teologia Fundamental 6/13 Durante algum tempo, os motivos de credibilidade eram buscados em argumentos externos a Jesus Cristo, os milagres e profecias). Mas não parece argumentação suficiente. O milagre central afirmado pelo cristianismo é a Incarnação. Quando uma pessoa considera a vida terrena do Filho de Deus Jesus, pode chegar a crer na sua divindade: Ele é o Cristo! O verdadeiro sinal de credibilidade é Jesus Cristo. Acima de tudo, o cristianismo é Jesus Cristo e a comunhão com Ele. “Seguir Cristo: este é o segredo. Acompanhá-lo tão de perto, que vivamos com Ele, como aqueles primeiros doze; tão de perto, que com Ele nos identifiquemos” (Amigos de Deus, 299). Teologia Fundamental 7/13 Jesus não é um mito, nem una ideia etérea: é uma personagem histórica. A fonte mais importante para conhecer a vida e a obra de Jesus são os escritos do NT. Sobre Ele há noticias extra-bíblicas: Plínio, o Jovem (112), Tácito (116), Suetónio (120); Flávio Josefo, o Talmude . No Século XVIII: surge o debate sobre a credibilidade das fontes cristãs. Hoje em dia este debate pode considerar-se superado. Embora os Evangelhos não sejam biografias no sentido moderno, eles correspondem perfeitamente ao que no mundo greco-romano se entendia por uma biografia. Actualmente ficou de novo esclarecido que os Evangelhos transmitem a mensagem e os factos de Jesus com fidelidade. Teologia Fundamental 8/13 Enquanto que os profetas do AT se remetiam expressamente a Yahwéh, Jesus fala sempre em primeira pessoa (“Eu digo-vos”). Testemunha assim que actua com o poder próprio de Deus. João Paulo II, Discurso, 9.12.1987: “Um estudo atento dos textos evangélicos revela-nos que nenhum outro motivo, a não ser o amor pelo homem, o amor misericordioso, explica os ‘milagres e sinais’ do Filho do homem”. Jesus não afasta os pecadores, mas, antes, mostra-lhes também o amor sem limites de Deus por eles. Oferece-lhes o perdão. O amor de Jesus é o motivo mais decisivo para que alguém se abra à fé. Constitui resposta divina ao desejo e à necessidade de amor que cada homem experimenta. Teologia Fundamental 9/13 O Filho foi obediente até à morte de cruz. O sofrimento que experimentou ao cumprir a vontade do Pai, concedeu à sua fidelidade um valor singular. Mas a cruz não se pode compreender senão à luz da Ressurreição. A cruz não é a última palavra. A Ressurreição constituiu desde o começo o fundamento da fé e o conteúdo essencial da pregação cristã. Os que testemunham ter visto Cristo ressuscita- do são os mesmos Apóstolos que se ocultaram decepcionados depois da crucifixão de Jesus. Estes não esperavam a Ressurreição. A Ressurreição é ao mesmo tempo um grande mistério e um facto histórico. Teologia Fundamental 10/13 Só é possível encontrar o Cristo real na Igreja. É aqui onde continua a actuar através dos séculos. A Igreja, à qual foi confiada a Revelação plena que é mesmo Cristo, existe para continuar a missão de Jesus Cristo até ao fim dos tempos e dar testemunho do amor de Deus aos homens. A graça que Cristo nos ganhou na cruz é-nos comunicada pela Igreja. A Igreja é Cristo a salvar-nos hoje. Teologia Fundamental Querida por Deus Pai, fundada por Deus Filho, vivificada por Deus Espírito Santo, a Igreja é santa: Cristo, o seu fundador é santo, o Espírito Santo actua nela e leva Deus Pai aos homens. Esta santidade ontológica deveria reflectir-se na santidade moral dos membros. Nós, os cristãos, nem sempre reflectimos a santidade da Igreja nas nossas vidas. A Igreja não mostra sempre a santidade moral que deveria mostrar, mas continua a ter a santidade ontológica. A santidade ontológica não pode aumentar nem diminuir. A Igreja é santa e, ao mesmo tempo, necessita de purificação constante, porque recebe no seu seio os pecadores: está para os santificar. 11/13 Teologia Fundamental 12/13 Os cristãos não podem diminuir a santidade da Igreja, com os seus defeitos e pecados, mas sim podem obscurecer o seu rosto e travar o seu passo na terra. Podem impedir que a Igreja se mostre ao mundo tão bela e esplêndida como realmente é. Cada cristão é chamado a dar a conhecer o verdadeiro rosto de Cristo, a ser santo. Uma pessoa santa não é aquela que nunca cai, mas a que se levanta, uma e outra vez, pedindo perdão a Deus. João Paulo II, durante o jubileu do ano 2000, pediu perdão ao mundo pelos pecados passados e presentes dos cristãos (12.03.2000). Ficha técnica 13/13 Bibliografia Estes Guiões são baseados nos manuais da Biblioteca de Iniciação Teológica da Editorial Rialp (editados em português pela editora Diel) Slides Original em português europeu - disponível em inicteol.googlepages.com