Geração da variabilidade genética – Aberração numérica Disciplina: Genética Geral – BEG 5438 Prof: Giorgini A. Venturieri – Eng. Agro. PhD As aberrações podem ser: NUMÉRICAS ESTRUTURAIS Cariótipos Representação fotográfica dos cromossomos de uma célula depois de terem sido reunidos por pares de cromossomos idênticos e classificados por dimensão. Conjunto dos cromossomos de um indivíduo. Cariótipos comparados entre espécies relacionadas ou populações isoladas tem mostrado muita semelhança, com diferenças pequenas na forma de alguns cromossomos, ou no seu número Filogenia do gênero Clarkia inferida com base em ploidias Aberrações numéricas - Euploidias Euploides: as células 2n são um múltiplo exato do número básico de cromossomos (n). Exemplos: Chryzanthemum tem n = 9 e são conhecidas espécies com 18, 36, 54, 72 e 90 cromossomos Solanum tem n = 12 e são conhecidas espécies com 24, 36, 48, 60, 72, 96, 108, 120 e 144 cromossomos. Quanto ao múltiplo de “n” são chamados de: 2 x diplóide, 3 x triplóide, 4 x tetraplóide, 5 x pentaplóide, 6 x hexaplóide. Acima de 2 x são chamados genericamente de poliplóides Podem ser: Autopoliplóides: quando um único genoma é repetido. Autotriplóides; Autotetraplóides etc. Alopoliplóides: quando ocorrem dois ou mais genomas diferentes. Alotriplóide; Alotetraplóide etc. (figura) Autopoliploidia e Alopoliploidia AA BB AB anfidiplóide (estéril) AABB anfitetraplóide (fértil) AAAA Autopoliplóide (fértil) Híbrido entre rabanete e repolho = Raphanobrassica Os Alopoliplóides surgem pela duplicação dos cromossomos após um cruzamento interespecífico. Ocorrem freqüentemente na natureza. Exemplos: algodão sul-americano (alotetraplóide 2n = 26, com genoma de uma espécie asiática (Gossipium herbaceum) com uma americana do Peru (G. raimondi) Triticum aestivum tem o genoma AABBDD. É um alohexaplóide (2n = 6x = 42) derivado do cruzamento das espécies T. monococcum (genoma A), Aegilops speltoides (genoma B) e Aegilops aquarrosa (genoma D); Raphanobrassica tem o genoma de rabanete (Raphanus sativus , 2n = 18) e Brassica oleracea repolho (2n = 18); Triticales: Triticum aestivum (genoma ABD) com Secale cereale (genoma R) seguido de poliploidização, dando AABBDDRR (menos promissor) Triticum durum (genoma AABB) com Secale cereale (genoma RR) dando AABBRR (mais promissor) Métodos de indução de ploidias Tratamento com colchicina: Inibe a formação da tubulina, proteína que forma as fibras do fuso. Sem estas fibras, as cromátides irmãs não conseguem ser eficientemente separadas na anáfase meiótica. Fusão de protoplastos: Células cultivadas em meio líquido tem as suas paredes celulares digeridas e depois induzidas a se fundirem por eletroporação ou modificações nas concentrações de sais no meio. Depois estas células são regeneradas em plantas. Aumento de temperatura no ato da fecundação Formação de triplóides São geralmente estéreis devido a problemas no pareamento dos cromossomos). Podem ser obtidos por: - Junção de células diplóides com haplóides pela fusão de protoplastos - Pelo cruzamento de animais ou plantas tetraplóides (2 n = 4 x; gametas n = 2 x) com diplóides (2n = 2 x; gametas n = x). Dariam como resultado autotriplóides (ex. melancia sem sementes, ostra triplóide) - Fertilização do óvulo por dois núcleos espermáticos - Fertilização por gametas não reduzidos Exemplos de triplóides agronômicos Bananas: Musa acuminata (genoma AA), deu origem a varias variedades: AAA: Gros Michel, Caruverde, Nanica, Nanicão, Valery AAAA: IC2 Musa balbisiana (genoma BB), deu híbrido triplóide com M. acuminata: AAB: Maçã, Branca, Plátanos, ABB: Figo-cinza; Figovermelha Truta marrom (Salmo trutta) genoma 3n) Musa acuminata Variedade Gros Michale (genoma AAA) Musa balbisiana (genoma BB) Variedade Figo (genoma BBB) Formação de ostras e camarões e peixes triplóides Evita-se o prosseguimento da meiose do gameta feminino que o mantém como diplóide seguido da fertilização com o espermatozóide normal. Isto é conseguido pelo tratamento com cytochalasina B ou choque térmico dos óvulos simultaneamente a fertilização. Truta marrom (Salmo trutta) Aberrações numéricas - Aneuploidia – Aneuplóides: possuem em suas células somáticas um ou mais cromossomos adicionais ou em falta. Podem ser causadas por: a) retardamento dos cromossomos durante a anáfase b) não disjunção ou seja, não segregação de cromossomos durante a meiose de organismos diplóides. c) Assinápse, ou seja, o não pareamento de cromossomos homólogos na meiose (figura) d) Irregularidades na distribuição de cromossomos durante a meiose de organismos poliplóides com número ímpar de cromossomos do genoma básico tais como triplóides, pentaplóides etc. (figura) Fatores que podem levar a formação de aneuplóides Trissômicos em Datura estramonium Meiose em Triplóides Tipos de aneuplóides Monossômico: deficientes em um cromossomo ex. 2n = 2x -1. Este tipo tem sido encontrado em humanos, diversos tipos de animais e vegetais. Geralmente é letal e normalmente encontrado em organismos poliplóides porque cromossomos homeólogos suprem a deficiência (ver tabela) Trissômicos: apresentam um dos cromossomos em triplicata. Assim como os Monossômicos, são utilizados para a localização de genes específicos (ex. Datura estramônio). Outras denominações de aneuplóides e respectivas constituições cromossômicas (ver tabela) Denominações de aneuplóides e constituições cromossômicas Aneuplóides Constituição cromossômica Nulissômico 2n - 2 Monossômico 2n - 1 Monossômico duplo 2n - 1 - 1 Trissômico 2n + 1 Trissômico duplo 2n + 1 + 1 Tetrassômico 2n + 2 Monossômico - trissômico 2n - 1 + 1 Cromossomos homeólogos Ex. Trigo Cromossomos homeólogos Genoma 1 2 3... 7 A 1A 2A 3A 7A B 1B 2B 3B 7B D 1D 2D 3D 7D Características dos poliplóides Maior volume nuclear Partes reprodutivas e vegetativas agigantadas Fertilização reduzida Alterações nos constituintes químicos Diminuição da velocidade de crescimento Ocorrência das ploidias As ploidias são freqüentes em plantas (2/3 de todas as espécies de gramíneas são poliplóides), mas raras em animais. Acredita-se que nos animais há: Distúrbios nos mecanismos de determinação do sexo; Barreiras para a fertilização cruzada; Barreiras histológicas. Quando ocorrem nos animais são sobre os inferiores e em mosaicos. Nas plantas geralmente corre no indivíduo todo.