D I S C I P L I N A
Educação e Tecnologia
Nova escola, novos professores
Autores
Célia Maria de Araújo
Marcos Aurélio Felipe
aula
02
Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ___/___/___
Nome:_______________________________________
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
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Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Universidade Estadual da Paraíba
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Vice-Reitora
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Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central “Zila Mamede”
Araújo, Célia Maria de.
Educação e tecnologia / Célia Maria de Araújo, Marcos Aurélio Felipe. – Natal, RN : EDFURN, 2007.
184 p. il.
1. Educação. 2. Tecnologia. 3. Comunicação. 4. Prática pedagógica. I. Felipe, Marcos Aurélio. II. Título.
ISBN: 978-85-7273-422-6
RN/UF/BCZM
2008/46
CDD 370
CDU 37
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UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.
Apresentação
N
esta aula, você estudará a escola no contexto da Sociedade Tecnológica. Imbuída
de historicidade como as demais instituições sociais, a escola não é um fenômeno
contemporâneo isento das influências de outros fenômenos (econômicos, sociais,
culturais e tecnológicos). Mas, é uma das instituições que incorpora e, ao mesmo tempo,
reflete, debate e delineia as tendências da atualidade. A partir da percepção de seus principais
agentes (professores) e de conceitos como Alfabetização Tecnológica, você observará que a
instituição escolar, necessariamente, precisa encontrar formas e modos de uso das Tecnologias
de Informação e Comunicação (TIC’s) nos processos educativos. Nesse sentido, perpassados
pelo papel do professor na contemporaneidade, conceitos como mediatização e autodidaxia
serão trabalhados e apresentados a você como aspectos relevantes para a sua formação.
Objetivos
1
2
Compreender as novas configurações da escola no
contexto da Sociedade Tecnológica.
Compreender o papel do professor, funções e usos das
TIC’s na prática docente.
Aula 02 Educação e Tecnologia
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Nova sociedade, nova escola
É possível a instituição escolar continuar a mesma, apesar da sociedade, cada
vez mais, passar a se estruturar a partir de outras dimensões no tocante a
produção, circulação e acesso ao conhecimento?
Com o advento da Sociedade Tecnológica (veja a aula 1 – O contexto tecnológico),
cujas dimensões sociais, culturais e econômicas são, intensamente, pautadas pelo vetor
tecnológico, observe que a escola que lhe formou, certamente, não é mais a escola na
qual você ensina ou pretende ensinar ao concluir o curso de graduação. Hoje, depois que,
em grande parte do mundo, os aspectos sociais, culturais e econômicos tornaram-se
tecnológicos, a instituição escolar não tem como ser excluída do contexto que determina,
organiza e/ou media as outras dimensões da realidade. Nesse sentido, você pode falar no
advento de uma nova escola e, portanto, de novos professores e práticas educacionais?
Percebe-se que educar, cada vez mais, passou a depender, a utilizar e a promover a
imersão dos sujeitos no mundo das TIC’s. Das “velhas” às “novas tecnologias”, os recursos
tecnológicos já foram apropriados pelas instituições escolares no seu fazer educativo. Assim,
tanto a partir dos meios de comunicação (cinema, rádio, TV e jornal) quanto das novas
tecnologias (as que surgem da conjugação dos recursos das telecomunicações, dos meios
eletrônicos e da informática), a educação e conseqüentemente a escola estão imbuídas da
dimensão tecnológica.
Sendo parte integrante do processo histórico, assim como a educação, a escola não
pode existir como instituição autônoma e auto-suficiente:
Podemos entender a educação como um fenômeno social, que, como parte
das condições sócio-político-econômico da sociedade de classes, influencia
e é influenciada pelas demais manifestações sociais. Em nossa sociedade, a
educação possui um espaço especializado, a escola, que não é e não pode ser
entendida como uma instituição auto-suficiente e independente (SAVIANI apud
SAPAIO; LEITE, 2002, p. 46).
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Fonte: <http://multimedia.iol.pt/iol/gar_multimedia/objecto_
imagem/id/1265/584>. Acesso em: 17 dez. 2007.
Indissociável do contexto que a cerca, a escola, portanto, precisa incorporar em
suas diversas dimensões formadoras os vetores necessários para não se tornar um
espaço obsoleto ou anacrônico. Diante do avanço das tecnologias na vida cotidiana,
que atende ora aos seus aspectos instrumentais, ora aos parâmetros dos meios de
comunicação e informação, observe que algumas questões se tornaram prementes.
Figura 1 - Tecnologias e Transformações
Espaço obsoleto ou
anacrônico
Como conceito histórico,
espaço anacrônico
significa um determinado
espaço da realidade
que não acompanhou o
desenrolar do tempo, os
avanços e transformações.
Portanto, por diversos
motivos relacionados
às políticas públicas e à
formação de professores,
o que se observa hoje
são escolas ainda com
metas e objetivos que não
consideram a inserção
tecnológica na vida
cotidiana e educacional.
Portanto, enquanto professor, é possível que você se pergunte sempre se, na
contemporaneidade, há como os Projetos Políticos e Pedagógicos não incorporarem em suas
metas e objetivos anuais o domínio, o manuseio e a criatividade a partir das tecnologias; se o
planejamento das disciplinas, hoje, não considera os meios como recursos pedagógicos ou
objeto de análise; e se a formação de professores não privilegia o debate e a constituição de
uma prática reflexiva em torno do conhecimento e da informação que emanam e envolvem
as mídias impressas, audiovisuais ou informáticas. Questões que, caso ainda não tenha feito
ou pensado a respeito, certamente outros colegas formadores já se fizeram e elaboraram
como reflexão de uma prática educativa e tecnológica.
Nesse sentido, observe que a instituição escolar não tem como se desvincular da
Sociedade Tecnológica principalmente porque:
n surgem novas formas de produção, circulação e acesso à informação e ao conhecimento
com o desenvolvimento e ingerência das tecnologias na sociedade;
n emergem novos conceitos e práticas educacionais, a partir do momento que as tecnologias
da informação e comunicação entram no ambiente escolar através dos alunos;
n preponderam novas linguagens, baseadas nas múltiplas formas de imagem, e, assim, novos
modos de leitura e entendimento, que precisam, cognitivamente, serem dominadas.
Por exemplo, quando os alunos acessam os sites de jornais brasileiros (Folha de São
Paulo, Tribuna do Norte, O Mossoroense) ou dos portais de notícias da Internet (UOL, Yahoo e
outros) que, a cada segundo, publicam as últimas informações sobre o país e o mundo, você
percebe uma estrutura relacionada à informação e ao conhecimento sendo, intensamente,
modificada. Conectado à Rede Mundial de Computadores (Internet), a tecnologia dos
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computadores permite novas formas de produção, circulação e acesso à informação.
Conseqüentemente, as novas tecnologias promovem a emersão de conceitos relacionados
ao seu universo semântico (como hipertextos, hipermídias, telemáticas etc. – formas de
comunicação e apresentação de informação na Internet já trabalhadas nas aulas anteriores).
Nesse contexto, os nossos alunos deparam-se com linguagens, invariavelmente,
híbridas (texto, imagem, som) e/ou não-lineares (com as páginas estruturadas em links),
fazendo com que nem mesmo o nosso próprio idioma acompanhe essas transformações,
o que resulta na incorporação de expressões e palavras dos centros produtores dessas
tecnologias, dificultando ainda mais o acesso a elas.
Assim, com o advento da Sociedade Tecnológica, o que muda na instituição
escolar e o que se apresenta com mais urgência aos professores exigindo
deles uma resposta?
Em uma experiência com cursos de formação de professores – Curso de Formação
Mídias na Educação / MEC (2007) –, que você pode observar no quadro a seguir, perceba que
as transformações pelas quais passa a escola exigem a atenção dos docentes, basicamente,
sobre três aspectos: (a) a inserção das tecnologias na escola; (b) as alternativas educacionais;
(c) a preocupação em torno do caráter educativo das tecnologias.
Quadro 1 - Perspectivas de professores sobre escola e tecnologias
“O que tem ocorrido é o uso das novas tecnologias na escola com inúmeras fragilidades, a
culpabilização dos professores pelos maus resultados dos sistemas de ensino, a ausência de
condições de trabalho adequadas em muitas escolas”.
Professora da Rede Pública – Fórum de Discussão
“A necessidade de ter novos métodos de ensino é fundamental para um bom desempenho. Sendo
assim, o professor deve crescer continuamente e praticar novos métodos de ensino construindo
uma maneira eficaz e satisfatória beneficiando e dando prazer aos que dela participa”.
Professora da Rede Pública – Fórum de Discussão
Professor da Rede Pública – Fórum de Discussão
“O que podemos perceber é que alguns professores já têm uma nova mentalidade ou visão do processo
de ensino-aprendizagem, enquanto outros ainda vão demorar a perceberem a necessidade de uma
formação continuada que possibilite a apropriação das novas TIC’s. Estamos reformulando o Projeto
Político Pedagógico de nossa escola e, com certeza, esta questão está sendo contemplada”.
Professor da Rede Pública – Fórum de Discussão
Fonte: (REFLETINDO..., 2007).
“O uso de tais ferramentas tem impulsionado uma nova dinâmica escolar. Com a ampliação das
oportunidades de aprender a lidar com as mídias e tecnologias, a escola vem sendo desafiada a aderir a
esses recursos valorizando-os e inserindo-os na prática pedagógica”.
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Assim, na teoria e na prática, a instituição escolar já se movimenta para inserir-se no
contexto tecnológico da contemporaneidade, seja com professores participando de inúmeros
cursos de formação continuada, seja com a prática reflexiva permanente sobre a relação das
mídias, tecnologias e dos meios no ambiente educacional.
A partir de uma “nova dinâmica escolar” e da urgência de uma “nova visão do processo”,
a realidade já aponta para o que as pesquisadoras Sampaio e Leite (2002) chamam de
Alfabetização Tecnológica:
Conceito que envolve o domínio contínuo e crescente das tecnologias que estão
na escola e na sociedade, mediante o relacionamento crítico. Este domínio se
traduz em uma percepção global do papel das tecnologias na organização
do mundo atual e na capacidade do professor em lhe dar com as diversas
tecnologias, interpretando sua linguagem e criando novas formas de expressão.
Além de distinguir como, quando e por que são importantes e devem ser
utilizadas no processo educativo. (SAMPAIO; LEITE, 2002, p. 75).
Perceba que, assim como em relação à escrita, as tecnologias apontam para a necessidade de
passarmos por um processo de alfabetização tecnológica. Primeiramente, porque a complexidade
de suas dimensões (subjetivas, objetivas) e funções (instrumental e mental) requerem um
processo de aprendizagem, que lhe permitirá habilidades e conhecimentos imprescindíveis
para o manuseio, domínio e criatividade através dos recursos tecnológicos. Segundo, porque,
conseqüentemente, as formas e modos de uso da tecnologia estão, intrinsecamente, vinculados
aos aspectos que as definem também como linguagem (que expressa, informa ou comunica).
Conteúdos que, em parte, trabalhamos nas aulas 1e 3 (A dimensão imagem).
Como professor, veja que a alfabetização tecnológica exige um espaço na instituição
escolar não apenas para a utilização de tecnologias em alguma situação educativa (como
filmes, laboratórios de informática ou outro recurso tecnológico). Mas, como objeto de
discussão permanente entre os sujeitos da instituição: professores, coordenação pedagógica
e gestores e, sobretudo, alunos e pais.
Atividade 1
As escolas de sua cidade já incorporaram as tecnologias da informação e comunicação
em seus espaços e práticas? Considerando esses aspectos, trabalhados nesse
primeiro momento da aula, converse com os sujeitos de uma escola de sua cidade
(alunos, professores e gestores) e procure compreender como a instituição escolar
está se organizando diante da inserção das tecnologias nas práticas educacionais.
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Outra escola, outros professores
S
e, nesse contexto tecnológico escolar, adotarmos os vetores de Sampaio e Leite (2002), os
motivos para a institucionalização de uma alfabetização tecnológica encontram-se no fato
da alfabetização ser um processo que precisa atender a várias demandas: a) constituição de
duas habilidades (conhecimento e técnica); b) ampliação dos horizontes dos professores para além
da leitura de linguagem, permitindo, intensamente, a inserção do homem no mundo; c) configuração
de um processo contínuo, o qual exige, por sua vez, um aperfeiçoamento constante. Portanto, escola
e tecnologias dialogam com mais intensidade e, ao mesmo tempo, localizam-se historicamente no
mundo longe dos anacronismos que envelhecem as práticas e as tornam obsoletas.
Com o advento de uma nova escola, então, como se delineiam as práticas dos
professores frente ao avanço das tecnologias no espaço escolar e à constituição
de novas formas de aprendizagem?
Assim, da mesma forma que, na Sociedade Tecnológica, a escola entrou em crise, com a
prática docente não é diferente. Ao entrar em desequilíbrio, quando novas formas de aprender
exigem novas formas de ensinar, a escola na qual os professores foram formados diverge totalmente
da escola na qual hoje ensinam. Portanto, as mudanças impostas pelo vetor tecnológico não são,
simplesmente, pela questão geracional, a busca por capacitações, cursos de formação ou grupos
permanentes de estudos torna-se a estrada pela qual, na contemporaneidade, os professores
querem e desejam trilhar. Principalmente, porque novos conceitos passam a definir as suas
práticas, especificamente porque, em campo, entra uma nova linguagem, suportes e recursos
tecnológicos, permeados de saberes, questões humanas e possibilidades educacionais.
Nesse contexto, em várias partes do mundo, professores como nós, se deparam
constantemente com as TIC’s em suas escolas. É importante que você, mesmo vivendo em
regiões onde essa inserção ainda pode não ser tão intensa, mas, certamente, já se tornou
inevitável, atente para novos parâmetros conceituais que modalizam sua prática educativa,
seguindo os dois processos descritos a seguir.
Mediatização
Conceito que, ao ampliar as práticas docentes na Sociedade Tecnológica,
refere-se, basicamente, a três dimensões: (1) produção de materiais didáticos
tecnológicos; (2) constituição de um usuário ativo e crítico dos meios; (3)
mediação entre esses meios (ensino) e os alunos (aprendizagem).
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Autodidaxia
Conceito que, ao inserir os alunos nesse contexto tecnológico que já domina
o âmbito social e escolar, refere-se, essencialmente, ao delineamento dos
“novos modos de aprender”, a partir da auto-aprendizagem diante de uma
educação mediatizada. (BELLONI, 2001, p. 27-28)
Em ambos os casos, professores e alunos vivenciam novas formas e modos de uso das
tecnologias provenientes: (1) da informática (programas de computador, comunidades virtuais,
meios instantâneos de comunicação, sites e portais); (2) das telecomunicações (celulares
multifuncionais, câmeras digitais fotográficas e videográficas, mp4 etc.); (3) dos meios de
comunicação (canais por assinaturas, TV digital, cinema, jornais onlines e outros).
Nesse sentido, veja que a prática educativa, aos poucos, torna-se mediatizada e a
aprendizagem envolve-se em um modelo autodiaxial sem precedentes. Portanto, ensinar
e aprender, hoje, não pode desviar dos conceitos que impregnam materiais didáticos,
tecnologias educacionais e perspectivas de alunos em relação ao que se vai ensinar e o que
se quer aprender. Ao referirem-se aos dois universos, sujeitos e práticas mais imersos na
educação escolar, mediatização e autodidaxia tornam-se, portanto, parâmetros essenciais
para a modalização da prática do professor na contemporaneidade.
Fonte: <http://www.gsdln.org/i/index.jpg>.
Acesso em: 17 dez. 2007.
Se são estes os conceitos que envolvem o mundo conceitual do professor, é
possível uma educação hoje sem as tecnologias da informação e comunicação
e sem um aluno protagonista de seu processo de aprendizagem?
Figura 2 - Tecnologias, novas aprendizagens
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Toda a discussão em torno dessas questões passa, necessariamente, pela consolidação
do papel coletivo do professor, já que a tendência, portanto, é intensificar cada vez mais a
inserção das TIC’s no âmbito escolar.
Nesse contexto, observe que ocorre a desintegração das dimensões do tempo e do
espaço, a partir do momento que a interatividade entre professores e alunos pode acontecer
sem a presença física desses sujeitos no mesmo espaço (a escola) e ao mesmo tempo. Se,
hoje, as comunidades virtuais (Orkut, Ambientes Virtuais de Aprendizagem (Moodle) e listas
de discussão) possibilitam um grau elevado para o estabelecimento das relações humanas,
por que então tornar o tempo e o espaço limitadores do processo de ensino-aprendizagem?
Quantos alunos hoje já não são formados em um processo de auto-aprendizagem, sendo,
por parte do professor, necessário apenas “aprender a ensinar a aprender”?
Veja que, mesmo morando em regiões longínquas, anualmente, diversos kits
tecnológicos adentram as escolas. Há alguns anos, projetos como “TV Escola”, “Salto para o
Futuro” e “Cinema BR em Movimento” chegam às escolas do Nordeste brasileiro e impõem
um novo ritmo, fazer pedagógico e espaço dentro do espaço escolar. Portanto, se antes havia
o movimento da escola em direção às tecnologias, hoje, esse movimento é inverso, intenso
e deflagrador do ponto de vista político e educacional. De uma hora para outra, paredes são
erguidas, laboratórios de informáticas são montados e antenas parabólicas instaladas nas
dependências das instituições escolares. Para dar conta desse avanço tecnológico dentro
dos muros escolares, você precisa compreender a necessidade de cursos permanentes de
formação, do contato sistemático com modelos de ensino e aprendizagem a distância e da
critica contundente ao tecnicismo.
Por isso, ao analisar a integração das tecnologias em processos de formação e educação,
Belloni (2001) chama a atenção para duas áreas de estudos e pesquisas para a formação do
professores: mídia-educação e comunicação educacional.
No centro dessas duas áreas, observe as duas dimensões das tecnologias em uma situação
educativa. De um lado, inserindo-se na primeira área de conhecimento citada, as mídias, tecnologias
e materiais se tornam objetos de análise, e, conseqüentemente, abre-se um espaço para se
trabalhar os aspectos que possibilitem uma leitura crítica dos produtos midiáticos e tecnológicos.
Do outro, contextualizando a segunda área, as tecnologias da informação e comunicação são
inseridas em um contexto de mediatização educacional como recursos para serem aplicados em
sala de aula, a partir de estratégias, formas e modos de uso.
Nesse sentido, ao ultrapassarem os muros das escolas e chegarem à sala de aula dos
professores, as tecnologias da informação e da comunicação, basicamente, configuram
duas práticas: objeto de estudo e recurso pedagógico. Dessa forma, tornou-se recorrente a
utilização de filmes e trabalhos direcionados para a leitura da imagem; diversas estratégias
já foram desenvolvidas pelos educadores, assim como manuais apontando o que e como os
alunos devem olhar a imagem.
Entre uma área e outra, inúmeras são as demandas que, ao professor, apresentam-se como
possibilidades, desafios e/ou atividades com as tecnologias em uma situação de aprendizagem.
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Como dimensões, a partir das quais podemos traçar um panorama, as tecnologias podem gerar
diversas estratégias: a tecnologia para organizar a informação (criar metodologia para dar lógica,
sistematizar e compreender o caos de informação que domina o ciberespaço), tecnologia para
a pesquisa (desenvolver estratégias de busca de informação, o que está consolidado e disperso
na Rede Mundial de Computadores), tecnologias para comunicação e publicação (explorar o
filão dos meios instantâneos de contato e os formatos de blogs para produção e circulação de
conhecimento) (MORAN, 2007).
Atividade 2
Considerando a discussão sobre o papel do professor, cite os aspectos
primordiais para a formação e prática docente dos professores que atuam
nas escolas inseridas no contexto tecnológico. Nesta atividade, não basta
pontuar cada aspecto, é necessário justificar com argumentos, afirmações e/ou
observações trabalhados nesta aula ou em outra fonte consultada.
Leituras complementares
MORAN, José Manuel. Como utilizar as tecnologias na escola. Disponível em: <http://www.
eca.usp.br/prof/moran/utilizar.htm>. Acesso em: 27 nov. 2007.
MORAN, José Manuel. Os novos espaços de atuação do educador com as tecnologias.
Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/espacos.htm>. Acesso em: 27 nov. 2007.
Com a leitura desses dois artigos, você vai aprofundar, respectivamente, as questões
que envolvem a utilização das tecnologias em diversas situações educacionais (informação,
pesquisa, publicação) e a categorização dos vários espaços que, na Sociedade Tecnológica,
(re) delinearam a instituição escolar e, conseqüentemente, a prática do professor.
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Resumo
Nesta aula, você compreendeu que, enquanto fenômeno histórico, a escola não tem
como deixar de se influenciar pelos aspectos definidores da Sociedade Tecnológica.
Compreendeu principalmente que, uma vez inserida no contexto contemporâneo,
seus principais protagonistas (professores e alunos) precisam conjugar alternativas
educacionais, especificamente a partir de novos modos de ensinar e novas formas
de aprender. Portanto, entendeu que, hoje, não apenas termos como TIC’s dominam
o receituário de uma nova instituição escolar, mas conceitos como alfabetização
tecnológica, mediatização e autodidaxia tornam-se fundamentais para as práticas
que se desenvolvem através da dimensão tecnológica e uma aprendizagem na qual
o aluno desenvolve níveis variados de autonomia.
Auto-avaliação
Nova escola, novos professores?
Com o material que você recolheu a partir do contato com os sujeitos da escola
local e da reflexão sobre os aspectos primordiais que definem a prática do
professor na contemporaneidade, quais as metas que um Projeto Político
Pedagógico (PPP) precisa estabelecer para a constituição da “nova escola” e
de “novos professores”?
Referências
BELLONI, Maria Luiza. O que é mídia-educação. Campinas, SP: Autores Associados, 2001.
MORAN, José Manuel. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá.
Campinas, SP: Papirus, 2007.
REFLETINDO sobre as mudanças nas escolas: [fórum de discussão]. In: MOODLE. Curso de
formação mídias na educação / MEC. Natal, 2007.
SAMPAIO, Marisa Narcizo; LEITE, Ligia Silvia. Alfabetização tecnológica do professor. 3.
ed. Petrópolis: Vozes, 2002.
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Anotações
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Anotações
12
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Educação e Tecnologia – GEOGRAFIA
Ementa
Processos e intervenções dos novos recursos tecnológicos da comunicação e da informação na Educação.
Desenvolvimento de habilidades básicas para a produção de conhecimentos fundamentados pelo uso de tecnologias
na prática pedagógica.
Autores
n Célia Maria Araújo
n Marcos Aurélio Felipe
Aulas
01 O contexto tecnológico
02 Nova escola / novos professores
03 Outros cenários, outras práticas
04 A dimensão imagem
05 Elaboração, aplicação e avaliação de projetos I
06 Os principais conceitos
07 Oficinas tecnológicas I – Fontes de informação
08 Oficinas tecnológicas II – O uso do filme
2º Semestre de 2008
10 Elaboração, aplicação e avaliação de projetos II
Impresso por Gráfica:
09 Oficinas tecnológicas III – O uso do blog
SEB/SEED
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