[ISEP] Novos desafios... Novas soluções! Candidatura ao Conselho Directivo [João Rocha] [José Barros Oliveira] [Joana Sampaio] [Dezembro de 2006] Opções estratégicas: 1. PROMOÇÃO Promover a imagem do ISEP como escola de ensino superior de referência João Rocha Presidente 2. QUALIDADE DE VIDA 3. VALORIZAÇÃO DO CORPO DOCENTE Implementar políticas de incentivo à qualificação dos docentes e à satisfação das expectativas de carreira 4. CAPTAÇÃO E RACIONALIZAÇÃO DE RECURSOS José Barros Oliveira Vice‐Presidente Promover actividades para captação de recursos financeiros próprios e racionalizar a utilização de todos os recursos existentes 5. REDUÇÃO DO INSUCESSO ESCOLAR Prosseguir activamente medidas de combate ao insucesso escolar 6. NOVAS OFERTAS FORMATIVAS Novos desafios... Novas soluções! Procurar a melhoria da qualidade de vida no campus Joana Sampaio Vice‐Presidente Procurar oportunidades para diversificar a oferta formativa A vida está cheia de desafios que, se aproveitados de forma criativa, se transformam em oportunidades. [Maxwell Maltz] Razões de uma candidatura O ensino superior enfrenta um conjunto crescente de dificuldades que faz com que algumas instituições se aproximem da fronteira a partir da qual deixa de ser possível desempenhar de forma adequada as funções que lhe competem. Problemas diferenciados que vão desde a redução da procura originada pela realidade demográfica, a constante redução dos financiamentos públicos e a incapacidade de respon‐ der às expectativas de carreira dos docentes constituem o dia a dia a que os gestores das instituições de ensino superior têm que dar resposta. Sabemos também que estes novos desafios requerem novas soluções para que o ISEP seja capaz de lhes dar resposta de forma a sair deste cenário de crise mais forte, mais autónomo e com uma capacidade acrescida de encarar o futuro de forma optimista. Acreditamos que, através de uma gestão de proximidade, envolvendo todos os docentes, discentes e funcionários é possível identificar as oportunidades que sempre se apresentam em situações de crise e, aproveitando‐as, criar condições para, numa primeira fase ultrapas‐ sar as dificuldades e, posteriormente, tomar a iniciativa num contexto de crescente compe‐ titividade entre as instituições e na procura de padrões de qualidade cada vez mais elevados. Candidatamo‐nos com entusiasmo. Entendemos o exercício de funções no Conselho Direc‐ tivo não como um fardo mas como um desafio constante, pleno de responsabilidades mas capaz de trazer grande satisfação e realização pessoal. Por isso afirmamos que somos candi‐ datos porque queremos. E também que temos a disponibilidade pessoal que o exercício das funções exige. Queremos, de uma forma responsável e ponderada, contribuir para a afirmação do Institu‐ to como instituição de ensino superior de referência com todas as mais valias que daí resul‐ tam para todos os que cá trabalham e estudam. Sentimos também que temos a responsabilidade e o dever de participar na procura de solu‐ ções que permitam responder às dificuldades que o Instituto enfrenta. Não basta criticar – há que enfrentar a responsabilidade de responder aos desafios quando as oportunidades se colocam e demonstrar a capacidade de propor soluções que permitam responder aos objec‐ tos da crítica. Novos desafios... Novas soluções! Ao apresentarmos a nossa candidatura ao Conselho Directivo sabemos que este é o cenário que teremos que enfrentar. Candidatamo‐nos alicerçados na convicção de que temos as competências e as capacidades para desempenhar as funções inerentes aos cargos. O profundo conhecimento do Instituto, fruto do nosso longo e empenhado envolvimento na sua gestão nos mais diversos níveis, foi um dos pilares que permitiu a construção das propostas que agora vos apresentamos. No entanto não foi um trabalho solitário, antes alicerçado em inúmeras sugestões que nos foram aparecendo ao longo de anos. Este documento é o nosso compromisso e ao mesmo tempo a semente da nossa posição de gestão participada. Permite também que toda a Programa de Candidatura [João Rocha] [José Barros Oliveira] [Joana Sampaio] 1 comunidade escolar tenha possibilidade de avaliar na prática e em concreto o nosso traba‐ lho e a coerência das posições que ao longo dos anos defendemos. Apresentamos esta candidatura suportados na confiança que temos em todos os que, no dia a dia, constroem o Instituto, muitas vezes com sacrifício pessoal, mas sempre com uma dedicação e entrega que nos permite acreditar no projecto que agora apresentamos. Novos desafios... Novas soluções! Queremos envolver o maior número possível de pessoas na gestão, de forma directa ou indirecta. Acreditamos que só assim é possível conjugar as vontades e os esforços necessá‐ rios para ultrapassar as dificuldades que enfrentamos. Uma participação plural originará um maior confronto de ideias, uma maior criatividade e uma maior diversidade. Caberá à ges‐ tão a coordenação e implementação das soluções, dentro da linha de actuação definida. Programa de Candidatura [João Rocha] [José Barros Oliveira] [Joana Sampaio] 2 1. PROMOÇÃO Promover a imagem do ISEP como escola de ensino superior de referência Ao longo dos anos, com mais ou menos ênfase num ou outro aspecto, cremos ter o Instituto desempenhado de forma adequada o papel que lhe coube a partir do momento em que integrou o ensino superior. Num momento em que se definiu como prioridade a massifica‐ ção do Ensino (e também do superior) o ISEP foi capaz de crescer, dando resposta às cons‐ tantes solicitações que lhe eram colocadas. Cresceu em número de alunos, em número de docentes e em instalações. Tivemos o privilégio de acompanhar e de participar nesse processo. No entanto, hoje, os desafios são outros. Embora Portugal ainda não tenha atingido a média europeia no número de diplomados do ensino superior, a realidade demográfica conjugada com a fragilidade económica que o país atravessa levaram a que o número de candidatos ao ensino superior tenha estabilizado ou mesmo diminuído, colocando uma grande pressão nas instituições. O problema é ainda mais acentuado nas escolas como a nossa, conhecida a pouca vocação das novas gerações pelas áreas tecnológicas e as dificuldades que apresentam em disciplinas nucleares como a Matemática e a Física. Por outro lado é conhecida a intenção do Governo de proceder à reorganização da rede de ensino superior, procedendo a uma avaliação internacional de todas e de cada uma das insti‐ tuições e de criar uma agência de acreditação dos respectivos cursos que estará em funcio‐ namento até final de 2009. Ainda recentemente a ENQA1 publicou o relatório do estudo que efectuou a pedido do Governo português2 e que incluiu um conjunto de recomendações e de critérios para a acre‐ ditação dos cursos universitários e politécnicos. Novos desafios... Novas soluções! O ISEP, enquanto estabelecimento de ensino superior, integrado no subsistema de ensino politécnico, deverá orientar a sua actividade “por uma constante perspectiva de investigação aplicada e de desenvolvimento, dirigido à compreensão e solução de problemas concretos,” visando “proporcionar uma sólida formação cultural e técnica de nível superior, desenvolver a capacidade de inovação e de análise crítica e ministrar conhecimentos científicos de índole teórica e prática e as suas aplicações com vista ao exercício de actividades profissionais” [Art. 11º, Lei nº 49/2005]. A estes factos há que juntar a percepção social largamente difundida de que o ensino poli‐ técnico é um ensino superior de segunda, levando a que, com honrosas excepções, os cursos deste subsistema sejam encarados como segunda escolha relativamente ao subsistema uni‐ 1 European Association for Quality Assurance in Higher Education Quality Assurance of Higher Education in Portugal ‐ An Assessment of the Existing System and Recommenda‐ tions for a Future System, Novembro de 2006, ISBN 952‐5539‐16‐4 2 Programa de Candidatura [João Rocha] [José Barros Oliveira] [Joana Sampaio] 3 versitário ou que sejam primeira escolha nomeadamente para aqueles que pretendem fre‐ quentar horários não disponíveis no subsistema universitário. Embora saibamos que esta perspectiva não corresponde inteiramente à realidade3, facto repetidas vezes confirmado pelo mercado de trabalho, a verdade é que sem invertermos a percepção social existente, permitindo assim uma análise objectiva dos cursos pelos poten‐ ciais candidatos e uma análise objectiva das instituições pelos avaliadores, teremos sérias dificuldades em encarar o futuro com optimismo. Esta é uma área que consideramos fundamental e que constitui uma das linhas principais da nossa actuação. Consiste em promover o ISEP, em torná‐lo conhecido e apetecível enquan‐ to instituição do ensino superior. Pretendemos consegui‐lo através da divulgação das suas actividades (nas diferentes componentes em que intervém, nomeadamente oferta formati‐ va, investigação e cultura), da renovação do gabinete de comunicação e imagem, da renova‐ ção do sítio Internet (cada vez mais importante como veículo de promoção), do contacto regular com escolas do Grande Porto (quer visitando regularmente as escolas, quer trazendo os alunos ao Instituto para participação em actividades devidamente organizadas, quer insti‐ tuindo iniciativas de grande dimensão e impacto especialmente vocacionadas para esta faixa etária). A divulgação das actividades deverá ser cuidadosamente dirigida aos públicos alvo, evitando o envolvimento de elevados recursos financeiros, mas deverá ser regular, promovendo todas as capacidades e boas iniciativas do Instituto. Deverá também ter os meios de comuni‐ cação como parceiros privilegiados, numa perspectiva de mais facilmente atingir um público numeroso. Por outro lado, deveremos privilegiar iniciativas que tenham impacto real nos media. É importante que chegue uma boa imagem da escola aos fazedores de opinião e à sociedade em geral. Em simultâneo, a acreditação dos cursos nas organizações profissionais (Ordem dos Enge‐ nheiros e ANET) e em instituições ou consórcios internacionais permitirá uma maior credibi‐ lização da nossa oferta formativa e será mais um momento de reflexão sobre a mesma. Este será um aspecto que pretendemos ver reforçado. Novos desafios... Novas soluções! Para além disso temos que adicionar o desconhecimento do ISEP na sua própria área de influência. Por incrível que possa parecer, relata‐se um episódio passado há alguns meses atrás, onde se constatou que numa turma duma escola secundária do Grande Porto, entre os alunos do 12º ano numa área tecnológica (e que dentro de poucos meses teriam que efectuar o concurso de acesso ao ensino superior) nenhum conhecia o ISEP. Temos pois que fazer uma forte aposta na inovação e na excelência em todos os domínios em que actuamos (investigação, ensino, relações com a comunidade, serviço, etc.), o que aponta no sentido do desenvolvimento da excelência dos nossos recursos físicos, mas sobre‐ tudo humanos – docentes, funcionários e alunos. 3 Refira‐se por uma questão de justiça que, como em tudo na vida, há cursos no universitário que tem uma qualidade superior aos correspondentes no politécnico e vice‐versa Programa de Candidatura [João Rocha] [José Barros Oliveira] [Joana Sampaio] 4 2. QUALIDADE DE VIDA Procurar a melhoria da qualidade de vida no campus A imagem de degradação geral a que se assiste constitui um dos aspectos menos positivos do Instituto e contribui para as dificuldades que todos sentimos no dia a dia. Representa também uma primeira impressão negativa para quem nos visita e que dificilmente é ultra‐ passada. Sendo um dos nossos objectivos trazer mais visitantes externos, nomeadamente alunos do ensino secundário, torna‐se relevante ter uma actuação prioritária nesta área. Mais do que reflectir sobre os motivos que levaram a que se chegasse ao estado actual, pen‐ samos ser importante reflectir sobre o modo de corrigir os problemas e de garantir estrutu‐ ras de apoio que permitam evitar que se repitam no futuro. Temos experiência nesta área e conhecemos bem os problemas. Com a consciência que não será possível intervir simultaneamente em todas as áreas referidas propomo‐nos consi‐ derar esta uma das prioridades da nossa gestão, alocando os necessários recursos financei‐ ros e, sobretudo, actuando na mudança de atitudes que, sem custos significativos, poderão evitar a sua repetição. Será sobretudo através de uma gestão de proximidade, de um acompanhamento pessoal dos problemas e da criação de mecanismos que permitam o reporte de problemas de for‐ ma fácil, imediata e que possibilite uma resposta que poderemos garantir uma significativa mudança nesta área. Por outro lado, uma reflexão profunda sobre os espaços e a sua gestão permitirá uma utili‐ zação mais eficaz e eficiente dos mesmos. Desse modo serão encontrados os espaços em falta, para um alojamento mais condigno de docentes e funcionários, para a criação de espa‐ ços de estudo e convívio para os alunos, para a alocação de áreas a actividades inovadoras e para a criação de laboratórios diferenciadores. Novos desafios... Novas soluções! Nos últimos anos o ISEP cresceu significativamente em termos de área coberta, sem que, no entanto, tenha sido possível garantir uma qualidade de vida com padrões elevados. Referi‐ mo‐nos, nomeadamente, às questões relacionadas com o aspecto geral das instalações, das zonas comuns, dos jardins, dos parques de estacionamento, das salas, dos gabinetes, dos laboratórios, das infra‐estruturas de luz, água e gás, etc. Finalmente, ao encarar a qualidade de vida no campus não podemos deixar de evidenciar a nossa preocupação com a qualidade ambiental. Sendo o Ambiente um tema que nos mere‐ ce uma atenção muito particular, referimos aqui simplesmente que procuraremos obter também certificações em áreas ambientais, como a gestão de resíduos e a gestão de ener‐ gia. Programa de Candidatura [João Rocha] [José Barros Oliveira] [Joana Sampaio] 5 3. VALORIZAÇÃO DO CORPO DOCENTE Implementar políticas de incentivo à qualificação dos docentes e à satisfação das expectativas de carreira O ISEP sempre se caracterizou pela diversidade do seu corpo docente, englobando professo‐ res com perfis e percursos profissionais claramente distintos. Todos eles nas suas áreas de intervenção e com as suas competências próprias contribuíram para fazer do Instituto aquilo que ele hoje é. A legislação recente, nomeadamente, a Lei nº 49/2005, estabelece condições para que os cursos ministrados pelas instituições de ensino superior sejam acreditados pela futura agên‐ cia de acreditação a partir de 2009. Seria irresponsável da nossa parte não procurar criar as condições para que a instituição, como um todo, esteja em condições de responder aos desafios da acreditação de modo a poder alcançá‐la com a tranquilidade possível. Essa mesma legislação abre duas vias alternativas que entendemos dever explorar em simul‐ tâneo: o aumento do número de doutorados e o aumento do número de especialistas. Consideramos importante actuar nas duas vertentes, embora de forma séria, sem recorrer a facilitismos que, apesar de poderem permitirem obter resultados no imediato, terão segu‐ ramente consequências fortemente negativas no longo prazo. A escolha deve, no entanto, ser pessoal. Ao docente compete decidir qual das vias conside‐ ra mais adequada tendo sempre em atenção que, em qualquer dos casos, deverá prosseguir uma política de valorização pessoal e profissional, de forma a poder responder aos novos desafios e paradigmas que se colocam no ensino e na própria evolução dos saberes. Sendo uma função do docente ensinar e orientar o aluno na procura do saber, a sua valorização pessoal constituirá um incremento para a subida do nível do corpo docente. O aumento do número de doutorados é um processo que está a decorrer e cujos resultados serão mais visíveis nos próximos anos. No entanto, o número de doutoramentos em curso ainda não é suficiente para atingir as metas definidas pela acreditação. A ausência de pro‐ gramas que financiem as dispensas de serviço docente para obtenção de doutoramentos, como ocorreu no passado com o PRODEP, tem levado a que muitos docentes se vejam impedidos de iniciar os seus doutoramentos. Propomo‐nos procurar criar condições que permitam que os docentes interessados em iniciar processos de doutoramento possam obter reduções na componente lectiva através de deliberação dos órgãos competentes, para que se assista ao reforço da investigação residente nas áreas das competências nucleares de cada grupo e, quando não existir alternativa, estimular a participação dos docentes em cen‐ tros de investigação de elevada competência em outras áreas científicas de menor potencia‐ lidade interna. Novos desafios... Novas soluções! Entendemos que essa diversidade continua a ser fundamental para tornar única a formação ministrada pelo Instituto e que tem sido reconhecida de forma sistemática e continuada pelo mercado de trabalho. A produção de saber, através da ciência e da investigação é a força determinante da inova‐ Programa de Candidatura [João Rocha] [José Barros Oliveira] [Joana Sampaio] 6 ção no ensino superior e constitui um motor decisivo do desenvolvimento cultural, económi‐ co e tecnológico. No âmbito da actual política para o ensino superior a nossa continuidade como instituição de ensino superior depende, em grande parte, da capacidade para respon‐ der a este desafio. Refira‐se também que, já hoje, na fórmula de financiamento do ensino superior são conside‐ rados indicadores tais como o número de doutorados e a qualidade e produtividade da investigação residente. Uma outra área de intervenção destes docentes, que consideramos fundamental, deve ser a procura constante de criar pontes entre o tecido empresarial e o Instituto, potenciando acti‐ vidades de colaboração na área da formação contínua e pós‐graduada, colaboração com os grupos de investigação para aplicação das actividades que desenvolvem e empenho na con‐ cepção e implementação de protocolos de prestação de serviços. Uma gestão inclusiva proporcionará, certamente, uma maior satisfação para todos os que trabalham no Instituto e também potenciará a utilização das capacidades e competências de todos os docentes. Um outro aspecto, que aliás sempre esteve presente na vida recente do Instituto como cer‐ tamente se lembrarão todos aqueles que leccionavam no Instituto mesmo antes da integra‐ ção no Politécnico, é o insatisfatório número de lugares de quadro com a consequente limi‐ tação de expectativas na progressão na carreira docente. Com o crescimento significativo do Instituto e após o momento inicial imediatamente a seguir ao primeiro alargamento dos quadros, o número de lugares de quadro nunca respondeu aos rácios definidos para o ensi‐ no politécnico. A esta situação junta‐se a instabilidade resultante do facto de, ao contrário do que acontece no ensino universitário, à obtenção de graus académicos não corresponder uma progressão na carreira e uma diminuição da precariedade do vínculo contratual. Novos desafios... Novas soluções! Os docentes que entendam manter uma forte ligação ao mundo empresarial e que, em con‐ sequência, não pretendam obter novos graus académicos, deverão procurar a excelência na sua profissão, manter uma atitude permanente de reforço das competências profissionais e uma preocupação constante de transferência de conhecimento para os alunos e para o Insti‐ tuto. Embora estas questões não sejam da responsabilidade directa do Instituto, cremos ser importante preencher no mais curto espaço de tempo todas as vagas de quadro existentes e efectuar esforços junto do IPP para que sejam tomadas medidas que permitam obviar esta situação4. Concordamos com a necessidade de “criação de um mecanismo que permita garantir um prazo adequado de estabilidade profissional a um número razoável de docentes equipara‐ 4 Refira‐se que, na generalidade das situações a responsabilidade não é do IPP, mas é a este que cabe actuar junto da tutela Programa de Candidatura [João Rocha] [José Barros Oliveira] [Joana Sampaio] 7 dos essenciais ao funcionamento das Escolas”5 pelo que envidaremos todos os esforços para a sua implementação. Consideramos também que, embora o documento aprovado em Conselho Geral do IPP sobre a bolsa de emprego tenha alguma mérito na exigência de qualificação e transparência, o despacho final não traduz o seu espírito e tem criado constrangimentos na normal trami‐ tação das renovações dos contratos dos docentes, pelo que desenvolveremos esforços no sentido da sua revogação. Novos desafios... Novas soluções! 5 Vítor Santos, Programa da Candidatura à Presidência do Instituto Politécnico do Porto, Maio de 2006 Programa de Candidatura [João Rocha] [José Barros Oliveira] [Joana Sampaio] 8 4. CAPTAÇÃO E RACIONALIZAÇÃO DE RECURSOS Promover actividades para captação de recursos financeiros próprios e racio‐ nalizar a utilização de todos os recursos existentes É também de notar que o formato da avaliação será a partir de agora diferente. Até ao pre‐ sente, a avaliação era feita separada e autonomamente às estruturas pedagógicas e de investigação científica. O novo sistema de avaliação, pelo contrário, dá primazia ao contexto institucional, pelo que a avaliação será feita ao nível do conjunto da instituição. O significativo crescimento do ISEP nos últimos anos provocou um aumento de custos em diversas áreas nomeadamente pessoal, manutenção das instalações, electricidade, água, comunicações, vigilância, limpeza, gás, entre outras. Algumas decisões podem reduzir tais custos sem perda de qualidade, como por exemplo a adopção de iluminação de baixo consumo, a manutenção preventiva na rede de água, a generalização das comunicações VoIP, etc. Se não houver uma actuação que permita prosseguir activamente com uma política de racio‐ nalização dos recursos financeiros existentes, dificilmente será possível manter o nível de prestação de serviços que hoje se verifica. Propomo‐nos intervir de forma a identificar e actuar sobre todas as áreas em que seja pos‐ sível racionalizar custos, nomeadamente através da implementação de políticas descentra‐ lizadas de acompanhamento (que terão lugar ao nível dos Departamentos e sob a respon‐ sabilidade destes), da criação de mecanismos simples de reporte, por qualquer docente, de situações que considere serem merecedoras de análise, da utilização de políticas de gestão de recursos mais económicas e mais amigas do ambiente. É, no entanto, prioridade elevar (ou pelo menos manter) o nível de serviços prestado pelo Instituto, pelo que se torna necessário, para além de racionalizar os existentes, procurar cap‐ tar novos recursos financeiros. Novos desafios... Novas soluções! Os orçamentos das instituições de ensino superior têm sofrido constantes reduções, sendo conhecidas as intenções do governo, versadas no orçamento de estado para 2007, de proce‐ der a uma nova (e significativa) redução. De igual modo é pretendido que o financiamento seja cada vez mais indexado aos resultados da avaliação efectuada por entidades internacio‐ nais. Existem diversas áreas em que, numa escola diversificada como a nossa, é possível intervir. Embora seja difícil actuar em todas em simultâneo, procuraremos fazê‐lo no maior número possível, garantido uma diversificação que permita salvaguardar o Instituto de imprevistos. Consideramos prioritária a intervenção nas seguintes áreas: • Formação pós‐graduada – o início de funcionamento dos cursos de pós‐graduação (mui‐ tos dos quais, aliás, já aprovados), resultará na captação de novos públicos que, se ade‐ quadamente gerida, trará novos recursos financeiros; Programa de Candidatura [João Rocha] [José Barros Oliveira] [Joana Sampaio] 9 • Aumento do financiamento da investigação – aproveitado o aumento do orçamento da ciência6 captar novos financiamentos que se traduzem em investimento no ISEP directo e indirecto; • Desenvolver um plano de formação ao longo da vida – destinada a activos do sector público e privado, disponibilizando meios para a aquisição e actualização de conhecimen‐ tos e de competências ao tecido empresarial; • Desenvolver um plano de certificações profissionais – em todas as áreas em que se mos‐ tre possível, promover actividades de certificação profissional directamente com empre‐ sas ou associações patronais; • Procura de novos protocolos com o tecido empresarial – reforçar os já existentes e procu‐ rar novas experiências que permitam a transferência de recursos directamente ou através do reequipamento de laboratórios de ensino; • Prestação de serviços – procurar novas oportunidades de prestação de serviços ao exte‐ rior, nomeadamente em áreas nas quais o ISEP detenha reconhecidas competências; • Concorrer a financiamentos de programas nacionais e europeus – acompanhar a abertura de concursos que permitam financiar as actividades que desenvolvemos, o reequipamen‐ to de salas e laboratórios e manutenção das infra‐estruturas e concorrer sempre que pos‐ sível (aproveitando todas as oportunidades disponíveis). Para além destas existem outras áreas (como o mecenato, por exemplo) nas quais é possível actuar e às quais estaremos atentos. Será criada uma estrutura de acompanhamento que permita dar resposta às necessidades que, seguramente, surgirão para a implementação destas actividades. Esta estrutura resulta‐ rá de um esforço inicial de investimento do ISEP, mas a curto prazo terá que ser auto‐ financiada. Esta é uma política de longo prazo que poderá ter resultados muito significativos e fulcrais para o futuro do Instituto. Novos desafios... Novas soluções! 6 O Ministro da tutela considera que esta deve ser uma das principais fontes de financiamento das instituições de ensino superior para compensar a quebra do financiamento directo do Estado Programa de Candidatura [João Rocha] [José Barros Oliveira] [Joana Sampaio] 10 5. REDUÇÃO DO INSUCESSO ESCOLAR Prosseguir activamente medidas de combate ao insucesso escolar A avaliação do ensino superior terá cada vez mais uma forte componente relativa à qualida‐ de final da formação que fazemos, analisada pela empregabilidade dos diplomas, mas tam‐ bém uma componente de racionalidade, analisada pela duração da formação e pela taxa de abandono. Entendemos pois que a redução do insucesso escolar deve ser uma prioridade no curto prazo e a manter até que os resultados sejam aceitáveis. Saliente‐se que este objectivo deve ser atingido pela melhoria dos resultados obtidos através de uma avaliação exigente e não através de mecanismos que venham a criar condições para a adopção de uma cultura de facilidade. Só assim se garante a manutenção do reconhecimento da qualidade da formação ministrada pelo ISEP e, por consequência, a manutenção das elevadas taxas de emprego dos diplomados. Promoveremos um estudo para avaliar a necessidade de intervir na formação inicial dos estudantes que ingressam no Instituto pela primeira vez. Apesar de este ser um assunto recorrente, a verdade é que ainda não há dados que permitam avaliar o mérito das diversas propostas que têm sido apresentadas. Se dos resultados do estudo se concluir pela necessidade de intervenção procuraremos, em coordenação com os restantes órgãos de gestão do Instituto e com os cursos e Departamen‐ tos colocá‐las em prática, alocando os necessários recursos humanos, físicos e financeiros. Colocaremos em prática uma semana de acolhimento aos alunos que ingressam no Institu‐ to pela primeira vez, em colaboração com os Departamentos e com a Associação de Estu‐ dantes. Entendemos que a primeira imagem que é dada da instituição é fundamental para o adequado enquadramento dos estudantes, concretizando‐se em melhores resultados. Ali‐ cerçamos esta nossa opinião em experiências já concretizadas no ISEP e noutras instituições de ensino superior. Novos desafios... Novas soluções! O insucesso escolar, avaliado por qualquer destes prismas, tem atingido números dramáti‐ cos que, a médio prazo, poderão por em causa a sustentação do próprio Instituto. Não só degrada a nossa imagem como instituição de ensino superior, como consome cada vez mais recursos numa espiral de irracionalidade. A declaração de Bolonha, ao contabilizar as horas de contacto com o docente e as horas de trabalho independente introduz uma nova centralidade no processo de ensino‐ aprendizagem, deslocando‐o para o aluno. A quantidade de trabalho que cada unidade cur‐ ricular exige ao estudante, medida pelos créditos ECTS, traduz uma maior ênfase na aprendi‐ zagem e não no ensino, ao contrário do que era tradicional. A uma exigência de maior res‐ ponsabilização por parte do discente, terá que corresponder, por parte do docente, um maior acompanhamento da evolução do estudante, intervindo pedagógica e cientificamente de forma mais próxima e mais eficaz no seu processo de aprendizagem. Torna‐se por isso importante fornecer aos docentes os meios adequados para intervir nes‐ Programa de Candidatura [João Rocha] [José Barros Oliveira] [Joana Sampaio] 11 te novo contexto, evitando colocá‐los numa posição em que não detenham a necessária formação pedagógica para se poderem adequar. Nesse sentido será reforçada a formação pedagógica dos docentes tornando‐a mais adequada às realidades do ensino superior con‐ temporâneo, designadamente no que diz respeito à supervisão e ao acompanhamento dos estudantes, à relação entre o ensino e as práticas de investigação e à preparação para a vida profissional através de acções de formação regulares com especialistas internos e externos a que os docentes poderão assistir sempre de uma forma voluntária. Será incentivada a utilização de novas ferramentas para apoio ao processo de ensino, quer na aula quer fora dela, permitindo o acesso aos conteúdos pedagógicos de forma permanen‐ te e criando mecanismos que facilitem o contacto não presencial entre os docentes e os dis‐ centes. Sempre que necessário serão disponibilizadas acções de formação relevantes para a sua eficaz utilização. A utilização dos programas internacionais de intercâmbio como mecanismo contributivo para a melhoria dos indicadores de sucesso será incentivada. Apoiaremos e promoveremos as iniciativas que os cursos e departamentos pretendam adop‐ tar, tais como a prática das metodologias/processos de ensino e aprendizagem do consórcio internacional CDIO (CDIO™ Initiative)7, criando uma assessoria de suporte. A iniciativa CDIO recomenda boas práticas, testadas e consolidadas internacionalmente, na realização de actividades de ensino e aprendizagem na área da engenharia, incluindo ade‐ quadamente o conhecimento científico e tecnológico, o que favorece essencialmente a melhoria do sucesso educativo. Estas práticas relevam também pela sua adequação às novas exigências da economia e da sociedade, uma vez que a sua génese residiu exactamente na constatação de que as práticas até então usadas não respondiam a essas novas exigências, nomeadamente por serem demasiado académicas. Será implementado um sistema de alerta precoce de abandono e insucesso escolar dos alunos, baseado na recolha de informação individual obtida durante as actividades de recepção e acolhimento dos novos alunos, no feedback proveniente das unidades curricula‐ res sobre o aproveitamento escolar intermédio e no sistema de controlo de acessos às aulas. Através deste sistema de alerta precoce serão aplicadas medidas interventivas, desde as mais simples até à mudança de regime diurno total para diurno parcial (a que corresponde um menor número de disciplinas por ano lectivo) ou ao encaminhamento do aluno para acompanhamento personalizado por um docente sénior ou pelo gabinete de orientação do ISEP. Novos desafios... Novas soluções! Reforçaremos, na medida em que for possível e sempre que se mostre adequado, o uso intensivo de novas tecnologias no processo de ensino, equipando as salas de aula com os meios informáticos e audiovisuais necessários. Iremos realizar estudos analíticos com base na grande quantidade de dados de que dispo‐ mos, nomeadamente sobre as classificações dos alunos, de modo a compreender melhor o 7 CDIO é um acrónimo de Conceive‐Develop‐Implement‐Operate, http://www.cdio.org/ Programa de Candidatura [João Rocha] [José Barros Oliveira] [Joana Sampaio] 12 fenómeno do insucesso escolar. A apetência pelos alunos por sessões fortemente práticas, não necessariamente incluídas nos conteúdos curriculares, mas em áreas de interesse generalizado, deve ser potenciada. A presença neste deste tipo de sessões constitui um forte desincentivo à desistência da fre‐ quência do curso e fornece conhecimentos que podem ser utilizados nas diferentes unida‐ des curriculares. Numa perspectiva de que o ensino superior inclui também uma componente de formação do indivíduo enquanto elemento da sociedade serão promovidas actividades não directa‐ mente relacionadas com as áreas de formação do ISEP, nomeadamente desportivas e cultu‐ rais. Programa de Candidatura [João Rocha] [José Barros Oliveira] [Joana Sampaio] Novos desafios... Novas soluções! Será dado apoio a todos os docentes que pretendem introduzir práticas inovadoras no pro‐ cesso de ensino‐aprendizagem e à produção de materiais didácticos em formatos não con‐ vencionais (imagem, som, vídeo, soluções tipo podcast ou vodcast). 13 6. NOVAS OFERTAS FORMATIVAS Procurar oportunidades para diversificar a oferta formativa Devemos pois reflectir profundamente sobre esta situação de forma a actuar evitando pro‐ blemas dramáticos no curso prazo. Entendemos que a oferta formativa actual do ISEP ao nível do 1º ciclo deve ser mantida. No entanto é necessário que em cada departamento sejam avaliadas as possibilidades de criação de novos cursos que, sendo capazes de aprovei‐ tar os recursos humanos e materiais existentes, possam diversificar a oferta formativa. Assim será possível uma redistribuição das vagas existentes, reduzindo a dimensão de alguns cursos e a redistribuição de vagas, dentro da mesma área científica, aos novos cursos. Os cursos a criar devem reflectir as novas tendências observadas na evolução da procura dos alunos, embora mantendo como prioridade a empregabilidade dos diplomados. Já anteriormente foi referido que a formação ao longo da vida, quer na vertente pós‐ graduada, quer na vertente de formação profissional, constitui uma área de intervenção importante e que deve ser significativamente reforçada. Permitirá o reforço dos recursos financeiros existentes e criará uma maior estabilidade na necessidade de recursos docentes, uma vez que poderá ser adequada em cada momento à ocupação efectiva das vagas do 1º e 2º ciclo. A experiência com o “ano zero” que decorreu no ano lectivo passado trouxe resultados posi‐ tivos, nomeadamente com o grande número de alunos que se candidatou este ano a um curso do ISEP. Entendemos ser de manter e alargar a leccionação do “ano zero”, atendendo também ao facto de o número de candidatos ser elevado. Uma vez mais podemos adequar o número de turmas a criar à eventual necessidade da distribuição de serviço docente em resultado da ocupação de vagas. O início do funcionamento dos cursos de 2º ciclo é importante e deverá ser adequadamente planeada. É fundamental garantir um nível apropriado de formação e a atempada elabora‐ ção de regras para a preparação das teses. Novos desafios... Novas soluções! Nos últimos anos tem‐se assistido a um decréscimo do número de candidatos aos cursos de engenharia. Embora em muitos casos tal não se traduza no não preenchimento da totalida‐ de das vagas a concurso (numerus clausus) é incontestável que, em todos os cursos o núme‐ ro de candidatos é cada vez mais reduzido. No último concurso houve cursos que, embora preenchendo a totalidade das vagas esgotaram também os candidatos. O estabelecimento de parcerias com instituições de ensino superior nacionais e estrangeiras poderá abrir perspectivas de cooperação interessantes a diferentes níveis, nomeadamente na diversificação da oferta formativa, na formação dos docentes e na investigação. Programa de Candidatura [João Rocha] [José Barros Oliveira] [Joana Sampaio] 14