ACTIVIDADES Inteligência Existencial (ANEXO VII) SITUAÇÃO 1: Imagina a seguinte situação: “O Jorge, um engenheiro competente com uma família para sustentar, está desempregado e com grandes dificuldades em encontrar emprego. Um amigo propõe-lhe que aceite um emprego bastante bem pago num laboratório que desenvolve armas químicas e biológicas. O Jorge considera profundamente errado o tipo de investigação desenvolvido nesse laboratório e por isso tem como primeira reacção recusar a proposta de emprego. Mas o seu amigo faz-lhe notar que, se ele não aceitar o emprego, outra pessoa qualquer o aceitará.” Após avaliares a situação, o que deve o Jorge fazer? SITUAÇÃO 2: Dilema de Kohlberg Na Europa, uma mulher estava a morrer de um caso especial de cancro. Havia um medicamento que os médicos pensavam que a poderia salvar. Tratava-se de uma forma de rádio recentemente descoberta por um farmacêutico da mesma cidade. O seu fabrico era dispendioso, mas o farmacêutico cobrava dez vezes mais do que o custo da produção do medicamento. Pagou 400 dólares pelo rádio e cobrou 4 mil dólares por uma pequena dose do medicamento. Heinz, o marido da senhora doente, pediu dinheiro emprestado a toda a gente que conhecia, mas conseguiu angariar apenas 2 mil dólares, que é metade da quantia necessária. Explicou ao farmacêutico que a sua mulher estava a morrer e pediu para lhe vender o medicamento por menos ou deixar pagar mais tarde. Mas o farmacêutico respondeu: «Não, eu descobri o medicamento e vou ter lucro com ele». Heinz ficou tão desesperado e pensou em assaltar o estabelecimento do farmacêutico para roubar o medicamento para a sua mulher.” Supõe que estavas no lugar de Heinz, o que farias? Apresenta razões para legitimar a tua posição. SITUAÇÃO 3: “Se a liberdade não existe, que somos nós? Joguetes em pleno universo. É essa a nossa maior angústia. Para apaziguar queríamos surpreender a liberdade em flagrante delito, tocá-la como se toca num objecto, pelo menos prová-la como se 1 prova um teorema; estabelecer definitivamente que há liberdade no mundo. Mas em vão. A liberdade é afirmação da pessoa, vive-se, não se vê. (…) É a pessoa que se faz livre, depois de ter escolhido ser livre. Em parte nenhuma encontrará a liberdade dada e constituída. Nada no mundo lhe garantirá que ela é livre se não entrar audaciosamente na experiência da liberdade. (…) A liberdade do homem é a liberdade de uma pessoa, desta pessoa, assim constituída e situada em si própria, no mundo e perante os valores. Isso implica que ela é, na maioria dos casos, estreitamente condicionada e limitada pela nossa situação concreta. Ser livre é primeiramente aceitar esta condição, para dela partir. Nem tudo é possível, (…). (…) É verdade que a liberdade não deve fazer esquecer as liberdades. (…) Não se dá a liberdade aos homens a partir do exterior, com facilidades de vida ou com constituições; adormecem nas suas liberdades e acordam escravos. As liberdades não são mais do que possibilidades conferidas ao espírito de liberdade. (…) O homem livre é um homem que o mundo interroga e que responde; é o homem responsável. (…).” E. Mounier (1960), O personalismo, Lisboa, Morais Ed., pp. 104-119. Propomos-te o “desafio” de resolveres as seguintes tarefas: 1. Atribui um título ao texto: 2. Selecciona três frases do texto que assumirias como tuas. Porquê essas? 2.1. 2.2. 2.3. 3. Preferes defender a liberdade ou as liberdades? Porquê? 4. Acrescenta dois pensamentos pessoais ao texto. 4.1. 4.2. 2 SITUAÇÃO 4: “Alguém tem em seu poder um bem alheio que lhe foi confiado em depósito pelo seu dono, que entretanto faleceu sem que os seus herdeiros saibam nem possam vir a saber nunca desse depósito. (…) O possuidor desse depósito, exactamente nessa altura, caiu na ruína total, vendo a sua família, mulher e filhos aflitos e cheios de privações, e sabendo que podia livrá-los dessas privações num abrir e fechar de olhos apropriando-se do depósito. Além disso, suponhamos que o nosso homem é humano e caritativo, enquanto que os herdeiros são ricos e egoístas, e de tal modo petulantes e gastadores que acrescentar o depósito à sua fortuna seria como atirá-lo directamente ao mar. (…).” E. Kant Imagina que estavas a viver esta situação, o que farias? Apresenta razões para legitimar a tua posição. SITUAÇÃO 5: Os membros da tripulação de um navio têm determinadas responsabilidades. Em caso de naufrágio devem proceder “segundo as instruções” quando se trata de colocar os passageiros no barco de salvação (primeiro as crianças, os deficientes e assim sucessivamente). Os passageiros não têm responsabilidades específicas, dado que não exercem qualquer função no navio. Suponhamos que um passageiro adulto salta para o barco salva-vidas passando à frente de uma criança. Suponhamos que um membro da tripulação faz o mesmo. Achas que ambos devem responder pelo seu acto? Só um deles? Porquê? SITUAÇÃO 6: Supõe a seguinte acção: apanhar um táxi Imaginemos que a minha intenção é chegar a horas ao trabalho e que o motivo pelo qual apanho o táxi é o facto de não ter acordado a horas. Imagina ou inventa o resultado da acção e também possíveis consequências. 3