http://www.vivaterra.org.br/vivaterra_plante.htm PLANTE UMA ÁRVORE As árvores, além da função paisagística, protegem lavouras contra ventos, diminuem a poluição sonora nos grandes centros urbanos, absorvem parte dos raios solares, fornecem sombras, servem de moradia a pássaros e outros animais, fornecem alimentos ao homem e a fauna, ajudam na conservação do solo evitando erosão, produzem madeira para construção e indústria, produzem vários derivados utilizados na indústria (resinas, essências, óleos, etc.), absorvem a poluição atmosférica e produzem mais oxigênio (através da fotossíntese). Por isso tudo, é importante mantermos as florestas nativas e plantarmos árvores. Um lugar sem árvores apresenta baixa qualidade ambiental, conseqüentemente problemas para a qualidade de vida. Existem várias espécies de árvores nativas que podemos plantar em nossas cidades e áreas rurais. Algumas estão em perigo de extinção devido ao desmatamento e às queimadas. Devemos ajudar a natureza a recuperar estas espécies. Para isso, antes de tudo, solicite a orientação de um técnico do departamento responsável na Prefeitura de sua cidade. Ele lhe indicará as melhores espécies a serem plantadas. 10 DICAS PARA O PLANTIO DE UMA ÁRVORE 1 – Escolha a espécie adequada para as condições do local, considerando-se a proximidade de residências, existência de redes aéreas ou subterrâneas, existência de calçadas ou gramados, o tipo de solo (úmido, seco, raso ou profundo ou se aterro), além do clima da região. Ao escolher uma árvore, também não deve ser esquecido: existem espécies adequadas para sombra, produção de frutas, ornamentação, formação de bosques e quebra-ventos. Antes de qualquer movimento, temos que nos informar sobre a espécie a ser plantada, sob o risco de, no futuro, termos de cortar uma árvore plantada em local inadequado ou não obter o efeito desejado dela. A época correta para o plantio também deve ser levada em consideração. No Brasil tropical, o ideal é a época das chuvas. Nestes períodos a planta sofrerá menos impacto negativo do ambiente e terá maiores chances de pega. Procure realizar o plantio em dias nublados ou chuvosos ou então ao final da tarde. Então, planejar é a primeira dica; 2 – É importante certificar-se da inexistência de formigas cortadeiras, principalmente em áreas rurais. Elas adoram as folhas suculentas das mudas, podendo comprometer seriamente o plantio. Em caso positivo, procure um técnico habilitado para orienta-lo no controle desses animais; 3 – Definida a espécie e tomados os devidos cuidados com as formigas, escolha uma muda sadia, com haste retilínea e de boa procedência. É bom eliminar, com uma tesoura de poda bem afiada, galhos e raízes secas para evitar moléstias; 4 – O próximo passo é abrir a cova, que deverá ter diâmetro e profundidade igual a 60 cm. Inicia-se com a remoção para um dos lados da cova, dos primeiros 20 cm de solo (superfície), onde se encontra a terra mais fértil. Os 40 cm seguintes, cuja fertilidade é menor, deve ser posto separado. 5 – Aberta a cova, prepara-se a muda, retirando-se o recipiente que a acondiciona, caso contrário, a raiz não se desenvolverá. Retira-se a muda com o torrão de terra, sem quebrar o torrão. Lembre-se de recolher o recipiente, principalmente os de plástico que não são biodegradáveis. Dependendo do tipo de recipiente, você poderá reutiliza-lo para a formação de uma nova muda ou destina-lo à reciclagem; 6 - Feito isto, cheque a profundidade, ajustando-a se necessário de acordo com a altura do torrão, utilizando-se da terra retirada do fundo da cova; 7 - No fundo da cova, colocamos 10 kg de adubo orgânico curtido e 100 g de cinza de lenha ou farinha de osso (não pode ser cinza de churrasco porque tem muito sal de cozinha que mata as plantas). Este material deve ser misturado com a terra fértil dos primeiros 20 cm; 8 – Após esse procedimento, o local está pronto para receber a muda. Então, coloca-se a muda, de forma centralizada ao diâmetro da cova, certificando-se de que está reta e tomando-se o cuidado para que o torrão ou a parte das raízes seja colocado sobre o material adubado; 9 - Para fixar a muda, devemos utilizar a terra retirada do fundo, pressionando um pouco o chão para deixar a muda firme. Cuidado para colocar a parte onde ocorre o contato do tronco com o sistema radicular no nível do solo da cova. Fora desta posição a planta pode morrer. No local da cova, o terreno pode ficar uns 2 cm abaixo do nível do solo, o que facilita a retenção da água da chuva ou durante as regas; 10 – O último passo é proteger a muda. Contra ventos, podemos utilizar um tutor, que consiste numa estaca reta e forte onde o tronco da muda deve ser amarrado com uma laçada em "8". Um dos elos do "8" amarra a planta e outro o tutor. Nunca deixe que o barbante "estrangule" a haste da muda. Essa amarração deve ser feita de forma folgada, permitindo que o tronco cresça livremente. Outro cuidado importante é a colocação de uma camada de folhas ou palha seca (matéria morta) ao redor da muda, o que favorece a retenção da umidade. Caso necessário, podemos providenciar a instalação de um protetor (gradil) confeccionado em madeira, bambu, tela ou outro material disponível, com a finalidade de proteger a muda de ataque de animais ou vândalos. Por último, realiza-se a rega. Agora, é só garantir as condições adequadas para o desenvolvimento da muda, regando, limpando galhos mortos, adubando, cuidando do ataque de formigas e, principalmente, tendo muita paciência. Árvores nativas Topo Inicial Inicial Quem Somos Quem Somos Reg. Sede Reg. Sede Projetos Projetos Campanhas Campanhas Inicial Inicial Quem Somos Quem Somos Região Sede Região Sede Projetos Projetos Campanhas Campanhas Ecodicas Ecodicas Bem Estar Bem Estar Ecossistemas Ecossistemas Fauna-Flora Fauna-Flora Temas Temas Glossário Glossário Agressões Agressões Agressores Agressores SNUC SNUC UCs UCs Legislação Legislação Ecoturismo Ecoturismo Ecoesportes Ecoesportes Regional Regional Ecoarte Ecoarte Noticias Noticias Artigos Artigos Denúncias Denúncias Ecoloja Ecoloja Contato Contato Links Links Nativa Nativa Exótica Exótica Exótica Exótica Nativa Nativa ÁRVORES E ARBUSTOS NATIVOS DO BRASIL ABRICÓ DE MACACO (Couroupita guianensis) ALGODOEIRO DA PRAIA (Hibiscus pernambucensis) AROEIRA (Myracrodruon urundeuva) CACAUEIRO (Theobroma cacao) CAIXETA (Tabebuia cassinoides) CAJUEIRO (Anacardium occidentale) CARRAPETA (Guarea guidonia) CASTANHEIRA DO PARÁ (Bertholletia excelsa) CEDRO (Cedrela fissilis) CUPUAÇU (Theobroma grandiflorum) CUTIEIRA (Joannesia princeps) EMBAÚBA (Cecropia pachystachya) EMBAÚBA PRATEADA (Cecropia hololeuca) ERVA MATE (Ilex paraguariensis) FEDEGOSO (Senna macranthera) FIGUEIRA BRANCA (Ficus guaranitica) GOIABEIRA (Psidium guajava) GUAPURUVU (Schizolobium parahyba) GUARANÁ (Paullinia cupana) INGÁ (Inga uruguensis) IPÊ AMARELO (Tabebuia vellosoi) IPÊ BRANCO (Tabebuia roseo alba) IPÊ ROXO (Tabebuia heptaphylla) MANACÁ DA SERRA (Tibouchina mutabilis) MANGUE PRETO (Avicennia schaueriana) MANGUE VERMELHO (Rhizophora mangle) MOGNO (Swietenia macrophylla) OITI (Licania tomentosa) PAINEIRA (Chorisia speciosa) PATA DE VACA (Bauhinia fortificata) PAU BRASIL (Caesalpinia echinata) PAU FERRO (Caesalpinia ferrea) PAU JACARÉ (Piptadenia gonoacantha) PEQUI (Caryocar brasiliense) PEROBA (Aspidosperma polyneuron) PEROBA DO CAMPO (Paratecoma peroba) PINHEIRO DO PARANÁ (Araucaria angustifolia) PITANGA (Eugenia uniflora) PRIMAVERA (Bougainvillea glabra) QUARESMEIRA (Tibouchina granulosa) ROXINHO (Peltogyne angustiflora) SABIÁ (Mimosa caesalpiniaefolia) SALGUEIRO (Salix humboldtiana) SAPUCAIA (Lecythis pisonis) SERINGUEIRA (Hevea brasiliensis) JABUTICABEIRA (Myrciaria cauliflora) SIBIPIRUNA (Caesalpinia peltophoroides) JACARANDÁ (Dalbergia nigra) SOMBREIRO (Clitoria fairchildiana) JATOBÁ (Hymenaea courbaril) SUCUPIRA (Pterodon emarginatus) MANGUE BRANCO (Laguncularia racemosa) JENIPAPEIRO (Genipa americana) SUINÃ (Erythrina verna) JEQUITIBÁ BRANCO (Cariniana estrellensis) SUMAÚMA (Ceiba pentandra) JEQUITIBÁ ROSA (Cariniana legalis) TATARÉ (Pithecolobium tortum) MAÇARANDUBA (Manilkara huberi) URUCUM (Bixa orellana) ABRICÓ DE MACACO (Couroupita guianensis) Ocorrência – região amazônica, desde a Costa Rica, Panamá, Colombia, Venezuela, nas Guianas até o Brasil. Outros nomes - castanha-de-macaco, cuia-demacaco, árvore-de-macaco, cuiarana, amêndoa-dosandes, macacarecuia, curupita, cannonball tree. Características – árvore heliófita, decídua, ou seja, perde as folhas totalmente numa estação do ano, de grande porte de 8 a 35 m de altura com tronco de 30 a 50 cm de diâmetro. É cultivada com sucesso no Centro-Sul do Brasil, desenvolvendo-se bem em terrenos secos. O florescimento é um belo espetáculo ocorendo durante longo período do ano. O tronco da árvore fica repleto de flores de cor vermelha e branca e perfumadas. Possui ramos acinzentados, com cicatrizes foliares na forma de calos. Folhas alternas, simples, espiraladas, de até 20 cm de comprimento com margens serrilhadas, agrupadas nas extremidades dos ramos, glabras, verde-escuro e brilhante na face superior, pecíolo curto e aveludado. Inflorescências complexas, densas, longas, revestindo todo o tronco até as ramificações superiores. Flores de 5 a 6 cm de diâmetro, amarelas tingidas de vermelho extrenamente, carnosas, muito atraentes, com órgãos reprodutivos expostos, muito perfumadas, que atraem agentes polinizadores os quais se alimentam do néctar. Desenvolvem-se em racemos compridos de 1 a 2 m que saem direto do tronco, até mesmo próximo ao chão. As pétalas grossas possuem uma borda na base de quase 1 centímetro de espessura, exalando um perfume suave que lembra o cheiro de rosas. O fruto é uma cápsula grande e pesada, globosa do tipo pixídio, acastanhado, com cerca de 20 cm de diâmetro e 3 Kg de peso, provido de seis protuberâncias leves no ápice com polpa azulada e sementes pequenas, pretas e comestíveis. A espécie é de crescimento rápido e pode alcançar 3,5 metros em dois anos. É muito suscetível à geadas. Habitat - ocorre naturalmente nas margens inundáveis dos rios e em terrenos brejosos. Propagação – sementes Madeira – parda clara, macia, leve e pouco durável. Utilidade – o uso para paisagismo é muito difundido. Nesse caso, o inconveniente é o peso dos frutos, que podem causar acidentes quando caem no chão, tornando-os uma ameaça aos transeuntes e carros estacionados nas proximidades, e o cheiro forte que exalam quando abertos. A madeira pode ser empregada apenas na fabricação de pequenos artefatos como embalagens leves, folhas faqueadas, para compensados, brinquedos, artefatos leves, etc. As sementes são comestíveis e muito procuradas por por macacos e pequenos roedores e a casca fornece fibras usadas para a produção de cordoalha rústica. O óleo essencial (perfume) das flores é utilizado em perfumaria. Os frutos são considerados comestíveis e apreciados por porcos selvagens e, desprovidos da polpa, são utilizados como utensílios domésticos, principalmente como cuia ou recipiente. A árvore é frondosa e proporciona ótima sombra apesar de sua copa estreita, porém densa. Florescimento – setembro a março Frutificação - dezembro a março ALGODOEIRO DA PRAIA (Hibiscus pernambucensis) Ocorrência – do nordeste do país até São Paulo Outros nomes – guaxima do mangue, algodão do brejo, guanxuma Características – espécie com altura média entre 3 e 6 m, copa globosa e tronco de 20 a 30 cm de diâmetro. Perenifólisa, heliófita. Possui folhas simples, membranáceas, denso-tomentosas em ambas as faces, de 10 cm. Flores de coloração amarela. Um Kg de sementes contém cerca de 90 mil unidades, cujo armazenamento é superior a três meses. No campo, seu desenvolvimento é rápido. Habitat – floresta pluvial de restinga Propagação – estacas ou sementes Madeira – leve, macia ao corte, textura grossa e de baixa durabilidade. Utilidade – é ornamental e amplamente utilizada na arborização urbana, pricipalmente em ruas estreitas e sob a rede elétrica. A madeira pode ser utilizada para a fabricação de pequnos artefatos, brinquedos e caixotaria. Florescimento – durante quase todo o ano, porém com maior intensidade nos meses de agosto e janeiro. Frutificação - fevereiro e abril AROEIRA (Myracrodruon urundeuva) Ocorrência – no nordeste do país, desde o Ceará, oeste da Bahia, Minas Gerais e São Paulo, sul de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás até o Paraná. Em São Paulo aparece tanto em cerradões como nas matas de planalto, mas preferencialmente, em regiões mais quentes. Outros nomes – urundeúva, aroeira do setão, aroeira do campo, aroeira da serra, urindeúva, arindeúva, arendeúva. Características – espécie secundária tardia, decídua com 5 a 30 m de altura. Tronco tipicamente reto com 50 a 80 cm de diâmetro, com casca castanha-escura, desprendendo-se em pequenas placas retangulares nos troncos mais idosos. Folhas compostas, imparipinadas, folíolos aromáticos ( quando esmagadas, têm o cheiro parecido com o de manga ), pouco pilosos, oblongos ou ovais, com ápices arredondados ou agudos. Flores amarelo-alaranjadas com forma de estrelas. Fruto drupa com cálice persistente, globoso-oval, com cerca de 0,5 cm de comprimento. As sementes parecem uma pimenta-do-reino. Carrega a justa fama de produzir a madeira mais resistente do Brasil. Seu cerne é praticamente imputrescível. Diz um dito popular do interior de Goiás que a madeira da aroeira "dura a vida toda e mais 100 anos". Habitat – caatinga, cerrados e cerradões Propagação – sementes Madeira – de coloração bege-rosada escurecendo para castanha-avermelhada com manchas escuras, superfície pouco lustrosa e lisa ao tato. Muito pesada e dura, considerada uma das madeiras mais resistentes à deterioração. Além da densidade muito alta, a aroeira-verdadeira produz substâncias que têm ação fungicida e inseticida, tornando ainda mais difícil a ação de agentes de deterioração. Utilidade – a madeira pode ser usada em obras externas como postes, mourões, esteios e dormentes, na construção civil como caibros, vigas e assoalhos e como moendas de engenho. É a madeira preferida para a construção de cercas. A casca, as folhas e a raiz, reputadas como medicinais, são usadas em chás e infusões contra vários males. As flores têm muito pólen, atraindo abelhas. Na caatinga, utilizam-se dentro dos poços degraus feitos de aroeira desde a borda até o fundo, como uma escada. E, no leito dos rios temporários, os sertanejos usam caixotes vazios de aroeira, furados ao meio, como manilhas. Em olarias, a madeira tem grande procura, pois sua queima é lenta e o poder calorífico, muito alto. Há informações de que os índios utilizavam o cerne da aroeira para fabricar lanças. Eles a chamavam de urundeúva, que quer dizer incorruptível na água. Florescimento – junho a agosto, com a árvore totalmente desfolhada Frutificação - agosto a novembro Ameaças - por suas qualidades, é muito explorada e tornou-se escassa em todas as áreas de ocorrência. Está na lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção, na categoria vulnerável. CACAUEIRO (Theobroma cacao) Ocorrência – região Amazônica Características – espécie com altura entre 4 e 6 m , com tronco de 20 a 30 cm de diâmetro. Folhas simples, pendentes com 15 a 25 cm de comprimento e pecíolo de 1 a 3 cm. Habitat – mata alta de terra firme Propagação – sementes Madeira – leve, mole, pouco resistente e pouco durável quando exposta às intempéries. Utilidade – a madeira é utilizada apenas localmente para lenha e carvão. Os frutos são comestíveis, tanto in natura quanto industrializados. In natura, sua polpa é utilizada para o preparo de refrescos, licores e chocolate caseiro. Seu principal valor está nas castanhas (sementes), transformadas industrialmente no chocolate e consumido em todo o mundo. O Brasil é o maior produtor mundial de cacau, o qual é expotado na forma de amêndoas secas. Florescimento – duas vezes ao ano, porém com maior intensidade nos meses de dezembro a abril. Frutificação – também ocorre duas vezes ao ano, principalmente no período de abril a setembro. CAIXETA (Tabebuia cassinoides) Ocorrência – de Pernambuco ao nosrte de Santa Catarina Outros nomes – caxeta, tabebuia, pau caxeta, pau paraíba, tabebuia do brejo, pau de tmanco, tamanqueira, malacaxeta, pau de viola, corticeira, tamancão, caixeta-do-litoral. Características – árvore de pequeno porte que atinge de 3 a 13 m de altura e de 10 a 30 cm diâmetro. Raramente chega a 20 m de altura, sempre em locais onde não é explorada. O tronco é tortuoso e geralmente possui raízes aéreas, que servem como escora, já que a árvore muitas vezes vegeta em solos pouco firmes. A copa é pequena e a casca apresenta coloração que varia do bege-claro ao cinza-pardo. Folhas simples, coriáceas, glabras, de 12 a 22 cm de comprimento por 4 a cm de largura. As flores, pouco numerosas, são brancas com estrias roxas e perfumadas, e os frutos têm forma de cápsula. As sementes são do tipo aladas, ou seja, dispersadas pelo vento. Habitat – terrenos alagadiços da faixa litorânea, Mata Atlântica. Propagação – além das sementes, a planta rebrota depois de cortada e, além disso, se reproduz por brotações que nascem a partir das raízes. O manejo adequado do caixetal pode evitar a demorada e cara reprodução por sementes. Madeira – muito leve e extremamente fácil de cortar, aplainar e lixar. O alburno e o cerne não se diferenciam. Apresentam coloração branca, levemente rosada. Na maioria das árvores, o alburno, parte mais nova da madeira do tronco e ligada à casca, é mais claro que o cerne. Não racha nem empena. Utilidade – sua madeira não é considerada nobre nem está na lista das mais cobiçadas no mercado internacional. Tem, porém, múltiplas utilidades, o que lhe conferiu importância econômica nas áreas de ocorrência. A madeira é usada no artesanato e para fabricar lápis. É ótima para ser usada na construção de instrumentos musicais, na fabricação de tamancos, palitos de fósforo entre outros objetos. Para se ter uma idéia de sua utilidade, até os anos 70, uma importante indústria de lápis do país, a Johan Faber, só usava a caixeta como matéria-prima. Já teve o corte proibido e volta a ser explorada através do manejo da floresta. Florescimento – começo da primavera, no Sudeste e no Sul, e no verão, no litoral nordestino. Frutificação – outubro a março Ameaças - as áreas de caixetais vêm sofrendo um processo de desaparecimento baseado em três pontos básicos relacionados diretamente a ações antrópicas que refletem a falta de conhecimento dos caixetais pelo homem, que ignoram o conhecimento e a experiência de populações tradicionalmente “manejadoras” de caixeta: o assoreamento dos rios e consequentemente das áreas de várzea, por sedimentos originados da erosão dos solos, lançamento constante de detritos sólidos nos cursos d'água por industrias e centros urbanos em geral, bem como a criação de barragens, açudes e estradas cruzando cursos d'água e alterando os regimes hidrológicos; a extração seletiva de caixeta, principalmente no método por vala, favorece outras espécies em detrimento da caixeta. A ausência de um plano de manejo adequado normalmente resulta em práticas inadequadas de exploração, como a inexecução de desbrota após o corte, que pode diminuir o incremento de madeira (caixeta) e comprometer explorações futuras. Estas práticas tendem a médio/longo prazo, alterar negativamente a densidade de caixeta nas áreas, bem como seu volume absoluto; a pressão resultante da expansão desordenada dos centros urbanos e especulação imobiliária, bem como o aumento dos condomínios à beira mar impulsionados pelo turismo, vêm determinando o aterro de diversas áreas alagadas (mangues, brejos e várzeas) e a devastação das mais diversas formações vegetais (restingas, mangues, e caixetais entre outros...) no litoral. CAJUEIRO (Anacardium occidentale) Ocorrência – costa norte do país, principalmente nos estados do Piauí e Maranhão, é naturalizado em todo o Brasil tropical, principalmente na costa litorânea. Outros nomes - acajaíba, acaju, caju manso, caju banana, caju manteiga, caju da praia, caju de casa Características – árvore de 5 a 10 m de altura por 25 a 40 cm de diâmetro, dotada de tronco curto, geralmente tortuoso, revestido por casca um pouco áspera e partida que descama em pequenas placas de formas irregulares. Planta perenifólia, ou seja, que não perde totalmente as folhas durante o ano, adaptada ao crescimento a pleno sol, com nítida preferência por solos arenosos e bem drenados. Possui copa baixa, arredondada e ampla, com ampla ramificação que chega a tocar o solo. Em terrenos muito pobres seu porte não ultrapassa a de um arbusto. Em algumas situações, quando muito velho, o tronco torna-se inclinado e tortuoso com ramos que chegam a rastejar sobre o solo, vindo a ocupar grandes áreas. A propósito, existe um exemplar no Rio Grande do norte que até ficou famoso e virou atração turística. É o celebre “cajueiro de Pirangi” que ocupa sozinho uma área de mais de 7 mil2. Habitat - campos e dunas Propagação – sementes Madeira – leve, forte e de longa durabilidade Utilidade – planta de múltiplos usos localmente, tanto alimentar como medicinal. Por isso é também chamado de “boi vegetal”. Além disso, é amplamente cultivada para aproveitamento industrial de suas castanhas e frutos. A parte denominada popularmente “fruto” é na verdade um “pseudofruto” resultante do super desenvolvimento do pedúnculo floral da planta, que quando maduro torna-se de cor amarela ou vermelha dependendo da variedade. A “castanha” é o verdadeiro fruto, botanicamente falando. O pseudofruto pode ser consumido in natura ou na forma de geléias, doces, sucos, passas, etc. Já a castanha só pode ser consumida torrada devido ao alto conteúdo de ácidos que queima a mucosa bucal. A sua extração e industrialização é de grande importância econômica para o nordeste do país, sendo também importante fonte de divisas para o país que a exporta para todo o mundo. A transformação industrial dos pseudofrutos, principalmente na forma de sucos, é igualmente importante para a economia do Nordeste. Da casca da castanha é obtido um óleo resinoso conhecido como cardol de amplo uso na fabricação de vernizes, isolantes, inseticidas, etc. A exudação da casca fornece uma goma resinosa totalmente inatacada por insetos e a própria casca é rica em tanino. A madeira é de inferior qualidade, sendo aproveitada apenas para caixotaria e lenha. Suas flores são melíferas. Florescimento – junho a setembro Frutificação – novembro a janeiro CARRAPETA (Guarea guidonia) Ocorrência – da Costa Rica e Panamá até ao Paraguai e Argentina. Ocorre nas matas de quase todo o Brasil, sendo abundante na Amazónia , até ao Rio de Janeiro. Outros nomes – marinheiro, camboatã, carrapetaverdaeira, açafroa, bilreiro, canjerana miúda, cedrão, cedro branco, cedrorana, macuqueiro, jitó, guaré, jata[ubá, pau bala, jataúba branca, pau de sabão, taúva, peloteira. Características – atinge de 25 a 30 m de altura e 1 m de diâmetro de tronco. Ramos jovens densamente ou esparsamente pubescentes, tornando-se glabros depois de velhos, casca de coloração acastanhada e lenticelas pálidas. A sua folhagem é densa. Folhas compostas, de 30 a 40 cm de comprimento, com 6 a 10 pares de folíolos, opostos, elípticos, oblongos ou lanceolados, ápice atenuado ou acuminado base aguda, cartáceos ou suboriáceos glabros. As flores são brancas, pequeninas, perfumadas, dispondo-se em panículas pilosas em forma de pirâmide. Os frutos são cápsulas globosas, amareladas, pequenas, com 2 a 4 lojas cada uma com uma semente avermelhada evolta por arilo da mesma coloração com sementes avermelhadas. Um Kg de sementes contém aproximadamente 2.600 unidades. Habitat – matas de galeria Propagação – sementes Madeira – moderadamente pesada, dura, resistente, elástica, aromática, de grande durabilidade mesmo quando em contato com o solo e a umidade. Utilidade – a casca é utilizada para fins medicinais, tendo propriedades vermífugas, febrífugas, laxantes e adstringentes, no tratameto de dores e tensão no globo ocular e conjuntivite. As cascas e raízes são usadas para provocarem vômitos, também possue ação sobre o útero e são utilizadas para estimular a menstruação. A sua madeira, branca, é muito valorizada. É própria para construção civil e naval, carpintaria, obras internas, para confecção de vagões e carrocerias, caixotaria, forros, caixilhos de portas e janelas, etc. A árvore além de ornamental proporciona ótima sombra, podendo ser empregada no paisagismo rural e urbano. Suas folhas são consideradas tóxicas para o gado. Os frutos são avidamente procurados por espécies da fauna, que também contribuem para a sua disseminação, tornando a planta útil para plantios mistos em áreas degradadas de preservação permanente. Florescimento – dezembro a abril Frutificação - junho a dezembro CASTANHEIRA DO PARÁ (Bertholletia excelsa) Ocorrência – região Amazônica Outros nomes – castanha, castanha do brasil, amendoeira da américa, castanha mansa Características – árvore de grande porte (talvez a maior do Brasil), podendo atingir 60 m, sendo 30 a 50 m a altura mais comum. Semidecídua, perdendo parcialmente as folhas durante o período seco. É planta social, ocorrendo em determinados locais em grande freqüência e formando os chamados “castanhais”, porém sempre em associação com outras espécies de grande porte. Tronco retilíneo e perfeitamente cilíndrico, de 100 a 180 cm de diâmetro, revestido por uma casca grossa e sulcada longitudinalmente. Folhas simples, coriáceas, de margens onduladas, de 25 a 35 cm de comprimento. Flores perfumadas, grandes, de cor amarela, reunidas em racemos paniculados terminais. Os frutos são cápsulas globosas, lenhosas e totalmente fechadas, de cerca de 10 cm de diâmetro e pesando de 0,5 a 1,5 kg e recebe o nome de “ouriço”. Contém em seu interior 15-24 sementes, que são as famosas “castanhas do Pará”. Sua casca é muito resistente e requer grande esforço para ser extraída manualmente. Um kg de sementes contém cerca de 70 unidades. As sementes são de forma angulosa, com tegumento córneo tendo no seu interior a amêndoa, de grande utilidade e alto valor econômico. Habitat – Floresta Amazônica, mata alta de terra firme onde o solo é geralmente pedregoso e bem drenado. Propagação – sementes Madeira – madeira moderadamente pesada (densidade 0,75 g/cm3), de boa resistência ao ataque de organismos xilófagos. Utilidade – fruto com alto teor calórico e protéico, além disso contém o elemento selênio que combate os radicais livres. A castanha com casca é altamente consumida pela população local in natura, torrada, ou na forma de farinhas, doces e sorvetes. As castanhas são muito apreciadas para consumo em todo o mundo e constituem um dos principais produtos de exportação da Amazônia. Seu valor biológico é grande para fins alimentícios, pois a amêndoa desidratada possui em torno de 17% de proteína – cerca de cinco vezes o conteúdo protéico do leite bovino in natura. Fator importante, também, é que a proteína da castanha possui os aminoácidos essenciais ao ser humano. O teor de gordura da amêndoa desidratada é extremamente alto, em torno de 67%. Os “ouriços” são utilizados como combustível ou na confecção de objetos. Da amêndo extrai-se também o óleo e do resíduo da extração do óleo obtém-se torta ou farelo usada como misturas em farinhas ou rações. O “leite” de castanha, é de grande valor na culinária regional. Atualmente já é cultivada em outras regiões, contudo sua grande produção no país provém do extrativismo. Sua madeira foi muito usada em construção civil interna leve, tábuas par assoalho e paredes, painéis decorativos, forros e lambris, para confecção de compensados e embalagens. Os principais consumidores de castanha-do-brasil estão nos Estados Unidos e Europa-Reino Unido, Alemanha e Itália, principalmente. O mercado doméstico é um percentual muito pequeno do mercado consumidor total influenciado pelos preços internacionais e níveis de renda local. No que se refere à produção de frutos, a castanha-do-brasil tem importância social muito grande na região amazônica, já que a quase totalidade da produção é exportada, principalmente para Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra. A castanha-do-brasil é excelente opção para o reflorestamento de áreas degradadas de pastagens ou de cultivos anuais, ao lado de outras espécies florestais. Florescimento – novembro a fevereiro Frutificação – dezembro a março Ameaças - hoje em dia, a exploração de exemplares nativos é proibida pelo Decreto n° 1282, de 19/10/1994 que não impede seu plantio com a finalidade de reflorestamento (plantios puros e sistemas consorciados). CEDRO (Cedrela fissilis) Ocorrência – em todo o país, principalmente de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul. Outros nomes – cedro rosa, cedro vermelho, cedro branco, cedro batata, cedro amarelo, cedro cetim, cedro da várzea, cedro-fofo, acaiá, acaju, cedrinho, cedro-roxo. Características – árvore de grande porte, com altura de 20 a 25 m e tronco com 60 a 90 cm de diâmetro. Tronco reto revestido de casca grossa, parda acinzentada, rugosa e profundamente sulcada. Folhas compostas de 60 a 100 cm de comprimento, paripinadas, de 10 a 15 pares de folíolos sem pecíolo, oval-lanceolados, cobertos de pêlos finos e curtos e com nervura central saliente na face inferior de 8 a 14 cm. Flores brancas. Fruto cápsula oblonga, pendente, lenhosa, pardo-escura, com lenticelas salientes, de 411 cm de comprimento, que se abre em 5 partes quando seco. Sementes aladas, castanho-claras, numerosas e achatadas. Resiste a geadas fracas e derruba totalmente as folhas no inverno. Um Kg contém 21.000 unidades. Habitat - floresta estacional semidecidual, floresta pluvial atlântica e eventualmente também em cerradões. Propagação – sementes Madeira – coloração variável desde amarela-clara até rósea ou vermelha, com poucas listras, leve a moderadamente pesada, macia ao corte, notavelmente durável em ambiente seco e aromática. Quando enterrada ou submersa apodrece rapidamente. O alburno é branco ou rosado distinto do cerne. Utilidade – madeira tem alto valor comercial, sendo empregada principalmente na construção civil e marcenaria. Usada na confecção de móveis finos, compensados, contraplacados, esculturas, molduras, instrumentos musicais; na construção civil como forros e esquadrias e na construção de lanchas, botes e canoas e aeronáutica. Apresenta potencial como ornamental e em reflorestamentos, desde que em plantios mistos, pois é atualmente suscetível ao ataque de broca do ponteiro, Hypsipyla grandella. A árvore é largamente empregada no paisagismo de parques, grandes jardins e recomendada para a arborização de praças públicas. Também pode ser utilizada na arborização de ruas. Não deve faltar na composição de reflorestamentos heterogêneos de áreas degradadas para preservação e para a restauração das matas ciliares em locais com ausência de inundação. As folhas novas desta espécie podem servem de alimento para o bugio (Alouatta fusca). Florescimento – agosto e setembro Frutificação – julho a agosto Cuidados - nunca deve ser plantada em agrupamentos homogêneos devido ao ataque da broca. CUPUAÇU (Theobroma grandiflorum) Ocorrência – Região Amazônica, principalmente no Estado do Pará. Outros nomes - cupuaçu-verdadeiro, cupuassu tree Características – espécie com altura de 4 a 8 m (até 15 m na mata alta), dotada de copa alongada ou piramidal. Tronco geralmente ereto e mais ou menos cilíndrico, com casca fissurada longitudinalmente, de 25 a 35 cm de diâmetro. Folhas simples, opostas, curto-pecioladas, subcoriáceas, discolores, glabras na face superior e com delicados pêlos estrelados na inferior, visivelmente nervadas, de 20 a 40 cm de comprimento por 6 a 12 cm de largura. Apresentam coloração rósea, quando jovens, e verde, quando maduras. Inflorescências em pequenas cimeiras de 2 a 4 flores afixadas diretamente nos ramos. Fruto baga muito grande, de forma elipsóide, de 10 a 25 cm de comprimento e pesando até 1,5 kg , revestida por indumento ferrugíneo, com 20 a 50 sementes envolvidas por densa camada de polpa delicadamente fibrosa de sabor acidulado e de aroma agradável. Um kg contém aproximadamente 40 unidades. Habitat – mata alta de terra firme Propagação – sementes Madeira – moderadamente pesada (densidade 0,55 g/cm3), homogênea, textura média, grâ direita, de moderada durabilidade natural. Utilidade – a madeira é muito pouco utilizada, entretanto é indicada para uso interno em construção civil e para serviços de marcenaria. Os frutos são comestíveis e muito apreciados, principalmente pelas populações do norte do país, onde seu suco é muito popular. Também consumido na forma de sorvetes, doces em pasta, cremes, pudim e geléia. As amêndoas substituem o chocolate. É cultivado em pomares domésticos e comerciais. O Estado do Pará é o principal produtor, seguido do Amazonas, Rondônia e Acre. A área cultivada no Pará é cerca de 14.000 ha , com produção em torno de 21.479 t. de polpa em 2000. Florescimento – setembro a novembro Frutificação - fevereiro a abril CUTIEIRA (Joannesia princeps) Ocorrência – do estado do Pará até São Paulo Outros nomes – anda-assu, indaiaçu, boleira, fruta de arara, fruta de cotia, purga de cavalo, puga dos paulistas Características – espécie decídua de grande porte com 15 a 20 m de altura, casca cinzenta, ramos jovens com pelos. Folhas alternas, digitadas, de 3 a 5 folíolos, ovados a elíptico, glabros, pecíolos de 6 a 15 cm de comprimento. Flores brancas ou arroxeadas, de 2 a 3 mm. Fruto drupáceo, globoso, de até 20 cm de comprimento. A existência dessa árvore, a forma de disseminação de suas sementes é uma verdadeira aula de ecologia, se não, uma verdadeira poesia para quem aprecia os fenômenos que permitem a continuação da vida. A perpetuação da espécie depende de um pequeno roedor que não passa de 4 kg. Esse roedor é a cutia (Dasyprocta agouti) daí o nome popular dado à árvore. É claro que outros animais muito menores que a cutia, promovem a fertilização através da polinização e se isso não acontecesse grande parte dos vegetais não poderiam se reproduzir na natureza, mas o interessante do trabalho da cutia é a engenhosidade da natureza em promover o seu equilíbrio. O fruto é um coquinho e contém em seu interior entre 1 e 3 castanhas, que para os humanos tem forte efeito laxante se ingeridos. Esse fruto cai da árvore e fica no solo até apodrecer ou ser comido por algum animal. Se o coquinho apodrecer, as castanhas também apodrecerão e não serão capazes de germinar. Se o animal que comer o coquinho for uma paca ou um ouriço caixeiro, por exemplo, o coquinho será comido inteiro ou destruído e não haverá nenhuma chance de germinação. Porém, se o animal for uma cutia o destino será diferente. A cutia, com toda a paciência abre o coquinho e come 1 ou 2 sementes e enterra o que não comeu. Dizem que ela enterra o que não comeu para guardar e comer mais tarde, porém ela esquece aonde foi que enterrou as sementes e então, brota a árvore. Habitat – floresta pluvial atlântica Propagação – sementes Madeira – branco-amarelada, mole, leve, textura grosseira e brilho acetinado. Utilidade – madeira usada na marcenaria, caixotaria e indústria de palitos, obras internas, tabuado em geral, artefatos de madeira, tamancos, forros, brinquedos, canoas, jangada e peças navais, miolo de painéis, de portas e ainda para chapas de partículas. O óleo das sementes possui emprego medicinal como purgante e energético e, industrialmente substitui o óleo de linhaça para pintura. A árvore é útil para sombreamento em pastagens, porém não para arborização de ruas em virtude do tamanho e peso dos frutos, além da facilidade com que o vento pode quebrar seus galhos. Florescimento – julho a novembro Frutificação – março a maio EMBAÚBA (Cecropia pachystachya) Ocorrência – do Rio Grande do Norte até Santa Catarina Outros nomes – embaúva, imbaúba, umbaúba, umbaubeira, umbaúba do brejo, ambaíba, árvore da preguiça, caixeta do campo. Características – árvore de 5 a 10 m de altura. Tronco de 15 a 20 cm de diâmetro, ramificado apenas na região superior. Folhas simples, palmatífidas, com incisões que às vezes atigem o pecíolo, formando de 9 a 13 segmetos, com face superior áspera e a inferior com densa camada de pêlos esbranquiçados. Pecíolo piloso de 10 a 55 cm de comprimento. Espécie dióica com inflorescências masculinas ramificadas, com segmentos organizados aos pares, mais o menos pêndulas. As femininas, também aos pares, são pêndulas na frutificação, com bráctea pilosa. Eixo da infrutescência carnoso, apresentando numerosos frutos oblongos embutidos, com cerca de 2 mm de comprimento. Planta característica de solos úmidos, beira de rios, córregos, brejos e lagoas. Ocorre também em bordas e clareiras de matas em processo de regeneração, e tem preferência pelos locais ensolarados. É a "embaúba" mais comum de terrenos úmidos e alagadiços, podendo contudo ocorrer também em terrenos mais drenados. Abriga formigas no interior de seu tronco oco. A preguiça tem nas folhas jovens um dos seus alimentos preferidos. Um kg de sementes limpas contém mais de 1 milhão de unidades. Habitat - tanto na área de influência dos cerrados, quando das florestas estacionais e formações do complexo atlântico. Propagação – sementes Madeira – muito leve, macia ao corte e de baixa durabilidade natural. Utilidade – os frutos são comestíveis e muito procurados pelas aves, bugios, morcegos e servem também de alimento a várias espécies de peixes, como o pacu, a piracanjuba e outros. A madeira pode ser empregada como flutuadores em jangadas e embarcações em geral, para confecção de salto de calçados, brinquedos, lápis, palito-de-fósforo, forros e pasta celulósica. A casca é dotada de fibras muito resistentes utilizadas diretamente como embira, bem como para a confecção de cordas rústicas. As folhas, muito ásperas, são utilizadas como lixa de madeira, além de constituir-se no único alimento do bicho-preguiça. Suas raízes, folhas, flores, cascas, frutos e brotos são utilizados localmente com fins medicinais. Suas folhas e frutos são usados no tratamento da diabete, sendo úteis também contra a tosse e bronquite. Aumenta a energia do músculo cardíaco sem multiplicar os batimentos do coração. O suco obtido da raíz é um poderoso diurético. É uma excelente planta forrageira, com o gado chegando a consumir até os ramos. As embaúbas são consideradas árvores muito elegantes e ornamentais, possuindo grande potencial para uso paisagístico. Pelas características de rusticidade e rápido crescimento, não pode faltar em qualquer projeto de reflorestamento heterogêneo com fins preservacionistas. Florescimento – setembro a outubro Frutificação - maio a junho EMBAÚBA PRATEADA (Cecropia hololeuca) Ocorrência – do Sul da Bahia até São Paulo e Minas Gerais, principalmente na parte mais alta da encosta atlântica e na floresta de altitude da serra da Mantiqueira, podendo contudo ser encontrada até a Bacia do Rio Paraná. Outros nomes - embaúba branca, embaúva preta Características – espécie com 6 a 12 m de comprimento, com tronco de 20 a 30 cm de diâmetro. Folhas peltadas de 50 a 60 cm de diâmetro, coriáceas com ambas as faces cobertas por densa camada de pêlos esbranquiçados. Lobos com 20 a 35 cm de comprimento. Um Kg de sementes contém 900.000 unidades. Habitat – floresta pluvial em altitudes superiores a 500 m. Propagação – sementes Madeira – leva, macia, de baixa resistência mecânica e baixa durabilidade. Utilidade – a madeira pode ser empregada na confecção de objetos leves como fósforos, caixotaria, lápis, brinquedos, aeromodelismo, tamancos, slato de calçados, etc. A árvore é uma das mais bonitas de nossa flora, destacando-se pela tonalidade prateada da folhagem, o que porporciona sua utilização paisagística. Seus frutos são apreciados pela fauna. Florescimento – outubro a janeiro Frutificação – julho a novembro ERVA MATE (Ilex paraguariensis) Ocorrência – Mato Grosso do Sul e São Paulo até o Rio Grande do Sul, Paraguai e Argentina. Outros nomes – mate, erveira, congonha, erva, erva verdaderira, erva congonha Características – árvore de 4 a 8 m de altura, dotada de tronco curto de cerca de 40 cm de diâmetro e copa mais ou menos densa e perenifólia. Devido ao hábito de efetuar sua poda com objetivo de colher as folhas para o preparo do chá-mate, é muito difícil mesmo no habitat natural ver-se algum exemplar com sua copa natural. Suas folhas são simples e coriáceas, quase totalmente desprovidas de pelos, de 8 a 10 cm de comprimento por 3 a 4 cm de largura. Flores pequenas, de cor esbranquiçada e suavemente perfumada. Frutos globosos de cerca de 0,5 cm de diâmetro, de cor vermelho-vinácea contendo 1 a 4 sementes. É naturalmente disseminada por pássaros. Um kg de sementes contém aproximadamente 90.000 unidades. Habitat - em matas de altitude ( 400 a 800 m de altitude), sendo particularmente freqüente nas chamadas “matas de pinhais” dos estados sulinos. Propagação – sementes Madeira – leve, pouco compacta, de baixa durabilidade natural. Utilidade – apesar de possuir madeira branca de boa resistência, sua principal utilidade está nas suas folhas amplamente utilizadas no preparo do “chá-mate” e do “chimarrão”, muito consumidos no sul do país e apreciado pelos indígenas da região há séculos. O mate já é conhecido e consumido hoje em todo o país e em quase todo o mundo. A maior parte da produção de folhas consumida e no país e exportada ainda é de origem extrativista, contudo já existe algum produção de plantas cultivadas no sul do país. Além do chá tradicional, é comercializado no país formas solúveis do mate, além da bebida pronta e engarrafada. As folhas do mate são utilizadas também na medicina tradicional, tanto no país como no exterior. A madeira pode ser empregada para caixotaria e para lenha. A árvore é ornamental e pode ser empregada no paisagismo. Seus futos são avidamente consumidos por várias espécies de pássaros. Pode ser utilizada no plantio de áreas degradadas destinadas à recomposição da vegetação. Florescimento – outubro a dezembro Frutificação – janeiro a março FEDEGOSO (Senna macranthera) Ocorrência – do Ceará a São Paulo Outros nomes – manduirana, pau fava, aleluia, cabo verde, mamangá, ibixuna, tararaçu Características – espécie de 6 a 8 m de altura, com tronco de 20 a 30 cm de diâmetro. Folhas compostas dfde 2 pares de folíolos opostos. Floração de cor amarela. Um Kg de sementes contém 27.600 unidades. Habitat – floresta semidecídua de altitude Propagação – sementes Madeira – leve, macia, de baixa durabilidade ao apodrecimento quando em ambiente desfavorável. Utilidade – a madeira é empregada apenas para uso interno, caixotaria, confecção de brinquedos e lenha.A árvore pode ser usada para paisagismo, arborização urbana, principalmente de ruas estreitas e sob a rede elétrica, além de recomposição de áreas degradadas. Florescimento – dezembro a abril Frutificação – julho a agosto FIGUEIRA BRANCA (Ficus guaranitica) Ocorrência – Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo e norte do Paraná. Outros nomes – figueira brava, figueira, mata pau, figueira mata pau Características – árvore perene com copa densa podendo chegar a mais de 20 m de diâmetro. Alcança de 8 a 20 metros de altura, com tronco dotado de sapopemas basais de 90 a 180 cm de diâmetro. Possui folhas pecioladas, glabras, grossa, coriáceas, com a lâmina foliar elíptica, oblonga ou ovada de 10 a 20 cm de comprimento por 6 a 10 cm de largura. Os figos axilares se desenvolvem em duplas. Habitat – floresta semidecídua Propagação – sementes Madeira – moderadamente pesada, macia, testura grossa, grã direita, pouco resistente, de baixa durabilidade natural. Utilidade – madeira usada para miolo de portas e painés, caixotaria leve, confecção de chapas e folheados. Os frutos são consumidos por morcegos e outros animais. Proporciona ótima sombra, sendo utilizada na arborização de grandes áreas urbanas e rurais. Indicada para recomposição de áreas degradadas e matas ciliares. Suas sementes são amplamente disseminadas pelas aves e macacos. O plantio na beira dos rios é muito importante, pois, além de fornecer alimento à fauna silvestre, seus frutos são intensamente consumidos pelos peixes, como o pacu, a piapara, a piracanjuba, além de outros. Florescimento – setembro a outubro Frutificação – dezembro a janeiro GOIABEIRA (Psidium guajava) Ocorrência – de ocorrência espontânea em quase todo o Brasil. Outros nomes – guava, goiaba, goiabeira branca, goiaba pêra, goiaba branca, goiaba vermelha, araçá goiaba, araçá guaçu, guaiaba, guaiava, araçá guaiaba Características – planta pioneira, indiferente às condições físicas do solo. Tolera bem tanto os solos mais úmidos, quanto os mais secos. Apresenta intensa regeneração natural devido, principalmente, à dispersão das sementes pelas aves. Arvoreta de 3 a 10 m de altura. Tronco tortuoso e ramificado, muito liso e descamante em placas, de coloração cinzaavermelhada ou castanha. Copa irregular e rala. Folhas simples, opostas, oblongas, ápice arredondado ou levemente agudo, base arredondada, pecíolo curto e canaliculado, pilosas na face inferior e glabras na superior, nervura proeminente na face inferior, com até 13 cm de comprimento. Perde parcialmente as folhas secas. Flores solitárias, brancas, terminais ou axilares, vistosas. Fruto baga, casca amarelada ou verde amarelada quando madura, polpa branca ou vermelha, mucilaginosas, sementes numerosas, pequenas e muito duras. Um kg de sementes assim preparadas contém cerca de 71.400 unidades. Habitat - formações florestais do complexo atlântico Propagação – sementes , mas principalmente por enxertia e estaquia. Madeira – moderadamente pesada, dura, muito elástica, compacta, moeradamente durável. Utilidade – os frutos da goiabeira são apreciados pelo homem, consumidos intensamente pela avifauna e por muitas espécies de peixes que também se alimentam das larvas neles encontradas. Seu plantio na beira dos rios é de grande importância. Seus frutos são consumidos ao natural ou como doces, compotas e geléias. É bem conhecido o seu doce artesanal denominado de “goiabada”, muito apreciado em todo o interior do país há séculos. Dela pode-se fabricar também um molho saboroso substituto do catchup, batizado de goiachup. O tronco é utilizado para utensílios rurais, dada a elevada resistência e durabilidade. Muito usada em recuperações de áreas degradadas por atrair a fauna. Florescimento – setembro a novembro Frutificação - dezembro e março Cuidados - a goiaba é uma fruta bastante acometida pela mosca-das-frutas, assim como outras Myrtáceas, o que rendeu o nome popular "bicho-da-goiaba" à larva deste inseto. Durante o crescimento do fruto, este deve ser ensacado para proteção contra a mosca-das-frutas. Frutos rachados, podres e caídos devem ser enterrados para evitar a disseminação da praga. Por ser frágil, a goiaba é uma fruta de difícil armazenamento e transporte. GUAPURUVU (Schizolobium parahyba) Ocorrência – do sul da Bahia até o Rio Grande do Sul. Outros nomes – ficheira, tento, guapurubu, bacurubu, guapiruvu, garapivu, guarapuvu, pataqueira, pau de vintém, bacuruva, birosca, bandarra, faveira. Características – árvore decídua de 10 a 30 m de altura. Tronco sem ramificação, coroa de folhas no ápice, casca lisa, acinzentada, com cicatrizes da queda das folhas, sendo que quando jovem a casca é verde e lisa; o ápice dos ramos têm pêlos glândulosos (pegajosos). Emite ramificações e grande altura para formar a copa, o que lhe confere um porte majestoso. A copa densa, com galhos regulares, forma uma abóboda perfeita. Folhas alternas, compostas bipinadas, com até 1 m de comprimento; folíolos opostos, elípticos, com estípulas que caem com o tempo. Flores amarelas, pilosasm, em inflorescências densas. Fruto tipo legume, obovado, coriáce, pardoescuro, de 10 a 15 cm de comprimento, com uma semente, forma elíptica, brilhante e muito dura, protegida por endocarpo papiráceo. Perde totalmente suas folhas no inverno e cobre-se de flores amarelas na primavera. Só após a florada é que inicia a brotação de novas folhas. Sementes ovaladas com 10 cm de comprimento, com invólucro alado, facil de se retirar, porém extremamente dura. Outra característica é ser uma árvore de duração conhecida. Sua morte ocorre após cerca de 40 a 50 anos. Antes disto, é muito comum a queda de galhos, porque sua madeira é muito fraca. A dispersão de seus frutos e sementes ocorre pelo vento e, principalmente, pela gravidade. Um Kg de sementes contém aproximadamente 500 unidades. Habitat - formações florestais do complexo atlântico e nas florestas estaiconais semideciduais, capoeiras e roçados, raramentre ocorre em áreas sujeiras a inundações. Propagação – sementes Madeira – branco-amarelada, com tonalidade róseo-pálida, lisa, leve, macia e de baixa densidade e durabilidade. Utilidade – madeira usada para confecção de papeis, portas, compensados, embalagens leves, forros, palitos, canoas, brinquedos, etc. Indicada para plantios em áres degradadas devido ao seu rápido crescimento. A espécie é muito ornamental mas, pela quebra fácil da madeira, não é própria para arborização de parques e jardins com grande circulação de pessoas e veículos, nem próxima de benfeitorias. A copa produz uma sombra muito leve, o que permite o plantio da espécie em gramados ou próxima a canteiros sem prejudicar a insolação sobre as outras plantas. Indicada para plantios em áreas degradadas em razão do seu rápido crescimento e restauração de mata ciliar em locais livres de inundação. A casca do tronco tem propriedade terapêutica adstringente, sendo usada na medicina popular. Também pelo fato de possuir muito tanino, é bastante utilizado em curtumes. Suas flores fornecem pólen e néctar, com 29% de açúcar e mel fluído e perfumado. Seus galhos são preferidos para a nidificação do pássaro joão-de-barro. Florescimento – agosto a dezembro Frutificação - março a junho GUARANÁ (Paullinia cupana) Ocorrência – Região Amazônica Outros nomes - uaraná, narana, guaranauva, guaranaina, guaraná cerebral, guaraná-da-amazônia. Características – arbusto escandente, perene. Os ramos mais finos são estriados e liberam um látex branco ao corte. Folhas compostas imparipinadas, com pecíolo de 15 a 18 cm, com 5 folíolos coriáceas, subsésseis de 15 a 25 cm de comprimento. Inflorescências terminais, compostas de flores masculinas e femininas. Os frutos são cápsulas septicidas, com casca vermelha e, quando madura, deixa aparecer a polpa branca e suas 2 sementes, cobertas parcialmente com arilo branco, assemelhando-se com olhos. Habitat – floresta de terra firme Propagação – sementes Utilidade – sua fruta possui uma substância parecida com a cafeína (guaraína) e devido a essa propriedade estimulante é usada para a fabricação de xaropes, barras, pós e refrigerantes. O guaraná é um estimulante, aumenta a resistência nos esforços mentais e musculares, diminui a fadiga motora e psíquica. Por meio da guaraína, o guaraná produz maior rapidez e clareza do pensamento, retarda a fadiga, tonifica o coração e é leve afrodisíaco. Provê maior vitalidade do organismo, regula o ritmo cardíaco, tônico potente. Energético, estimulante, adstringente (que contraem os tecidos), tônica e estimulante do apetite, diurético (facilita a urinar mais) e anti-diarreico (contra diarréia). No Brasil é cultivado no estado do Amazonas e Bahia. Florescimento – novembro a dezembro Frutificação – fevereiro a março INGÁ (Inga uruguensis) Ocorrência – São Paulo até o Rio Grande do Sul Outros nomes – ingá do brejo, ingá de quatro quinas, ingazeiro, ingá banana, angá. Características – espécie com altura de 5 a 10 m , tronco de 20 a 30 cm de diâmetro. Folhas compostas paripinadas, de ráquis alada, com 4 a 5 jugas. Folíolos herbáceos, pubescência restrita às nervuras, superfície inferior de cor mais clara, com 4 a 14 cm de comprimento por 1 a 4 cm de largura. Muito comum nas beiras dos rios e planícies aluviais, preferindo solos úmidos e até brejosos. Um Kg de sementes contém aproximadamente 760 unidades. Habitat - floresta pluvial atlântica Propagação – sementes Madeira – moderamente pesada, pouco resistente, de baixa durabilidade natural. Utilidade – as flores do ingazeiro são melíferas e bastante atrativas para as abelhas. Os frutos são consumidos pelo homem e muito procurados pela fauna silvestre: macacos, periquitos, papagaios e peixes, especialmente os pacus e as piaparas. A madeira é empregada para caixotaria, obras internas, confecção de brinquedos, lápis, etc. Indicada para a regeneração de matas ciliares e paisagismo. Florescimento – agosto e novembro Frutificação - dezembro a fevereiro 1-2-3 Topo