PARASITOSES
INTESTINAIS
Isabella Antoniali
Laís Faeda
ASCARIDÍASE
ETIOLOGIA
• Áscaris lumbricóides
Cor rosada; cerca de 15 - 25 cm
A fêmea é maior que o macho (até 40 cm)
EPIDEMIOLOGIA
• Universalmente distribuída (1 bilhão de pessoas no
mundo; ± 90 milhões no Brasil)
• A mais freqüente das parasitoses
• Mais intensa nas regiões tropicais e sub-tropicais
• Tanto mais, quanto maior a pobreza  solo
contaminado
• Pó e insetos veiculam os ovos;  de 2 anos com a
parasitose é reinfestação
ASCARIDÍASE- Ciclo Evolutivo
• Habitat: intestino delgado (se agrupam); duram 10-24 meses
• Fêmea  elimina 240 mil ovos/dia, 60 -70 dias após contaminação
• ovos  2 - 3 semanas para serem infectantes
Ascaridíase – Ciclo Evolutivo
• 1- A ingestão de água ou alimento (frutas e verduras) contaminados pode introduzir ovos de lombriga no tubo
digestório humano.
• 2- No intestino delgado, cada ovo se rompe e libera uma larva.
• 3- Cada larva penetra no revestimento intestinal e cai na corrente sanguínea, atingindo fígado, coração e
pulmões, onde sofre algumas mudanças de cutícula e aumenta de tamanho.
• 4- Permanece nos alvéolos pulmonares podendo causar sintomas semelhantes ao de pneumonia.
• 5- Ao abandonar os alvéolos passam para os brônquios, traquéia, laringe (onde provocam tosse com o
movimento que executam) e faringe.
• 6- Em seguida, são deglutidas e atingem o intestino delgado, onde crescem e se transformam em vermes
adultos.
• 7- Após o acasalamento, a fêmea inicia a liberação dos ovos. Cerca de 15.000 por dia. Todo esse ciclo que
começou com a ingestão de ovos, até a formação de adultos, dura cerca de 2 meses.
• 8-Os ovos são eliminados com as fezes. Dentro de cada ovo, dotado de casca protetora, ocorre o
desenvolvimento de um embrião que, após algum tempo, origina uma larva.
• 9- Ovos contidos nas fezes contaminam a água de consumo e os alimentos utilizados pelo homem.
ASCARIDÍASE - Patogenia/Clínica
• Sintomas respiratórios : comuns na fase larvária
• (Síndrome de Löeffler ):
- escarro rico em eosinófilos;
- eosinofilia
• Sintomas TGI : - dor em cólica, Peri umbilical
- náuseas
- vômitos
- meteorismo
• Alterações mecânicas: - bolo de áscaris
- obstrução do
colédoco
ASCARIDÍASE- Patogenia/Clínica
• Atividade inflamatória : - perfuração intestinal
• Reação alérgica ou tóxica : - rinite
- cefaléia
- sibilos
• Ação nervosa irritativa : - intranqüilidade
- insônia
- tiques
- convulsões
• Outros : - anemia
- púrpura
- hemorragia digestiva
ASCARIDÍASE- Diagnóstico
• Clínico : eliminação de vermes e sintomas clinicos.
• Laboratorial :  EPF em 3 amostras
hemograma
RX : tórax; abdome
ASCARIDÍASE- Tratamento e Prevenção
• Sais de piperazina: 60 - 70% + óleo mineral na obstrução. Leva à paralisia
neuromuscular (flácida) do verme. As demais causam paralisia espástica
• Levamisol ( 80 e 150mg ) 90% dose única
• Mebendazol ( 100mg ) 80% 2 x/dia; 3 dias
• Albendazol ( 400mg ) 90% dose única  OVICIDA
• Nitazoxanida (1ml/20mg) 7,5 mg/kg/dose 12/12h; 3 dias
• PREVENÇÃO: Vermífugo de 6/6 meses
ANCILOSTOMÍASE
ETIOLOGIA
• Ancilostoma duodenale e Necator americanus: mede 5 - 8 mm
EPIDEMIOLOGIA
•
•
•
•
•
•
60 milhões de pessoas; mais no Brasil
mais em regiões tropicais  Anemia Tropical
mais em condições precárias de higiene
ambos tem ação semelhante
habitat: intestino delgado alto
forma rara de transmissão  transplacentária: detectada em
crianças com 30 - 40 dias de vida
ANCILOSTOMÍASE - Ciclo Evolutivo
Ancilostomíase – Ciclo Evolutivo
• 1- As larvas penetram ativamente através da pele, atingem a circulação e
executam uma viagem semelhante àquela realizada pelas larvas da lombriga,
migrando do coração para os alvéolos pulmonares.
• 2- Dos alvéolos, seguem para os brônquios, traquéia, laringe, faringe, esôfago,
estômago e intestino delgado, local em que se transformam em adultos.
• 3- Após acasalamento no intestino, as fêmeas iniciam a posturas dos ovos,
que, misturados as fezes, são eliminados para o solo. A diferença em relação à
ascaridíase é que, neste caso, os ovos eclodem no solo e liberam uma larva.
• 4- Em solo úmidos e sombrios, as larvas permanecem vivas e se alimentam.
ANCILOSTOMÍASE- Patogenia/Clínica
• Pele: - máculas e eritema de pequenas proporções no local da
penetração. Rara lesão típica no nosso meio.
• TGI : - ulcerações  cápsula bucal prende-se a mucosa  cólicas,
sangramento e astenia. Cada verme suga 0,06 - 0,09 ml/dia (N.A)
ANCILOSTOMÍASE- Patogenia/Clínica
• Sistêmicos:
•
- desnutrição
- anemia severa
- geofagia
- hipoproteinemia
- anasarca
- insuficiência cardíaca
- óbito
Sistema respiratório :
- Síndrome de Löeffler
ANCILOSTOMÍASE- Diagnóstico e Tratamento
• DIAGNÓSTICO: Clínico - astenia, anemia, baixo
nível sócio-econômico
Laboratorial- hemograma – EPF
em 3 amostras
•
•
•
•
•
•
•
TRATAMENTO:
Mebendazol
Albendazol (  2 anos )
Nitazoxanida (  1 ano)
Combater a anemia
Dieta hipercalórica
Uso de sapatos
ESTRONGILOIDÍASE
ETIOLOGIA
• Strongylóides stercoralis
• A fêmea mede 2 mm
• Menos freqüente que os demais parasitas
ESTROGILOIDÍASE- Ciclo Evolutivo
• Ciclo parasitário:
• 1. as larvas filiformes em solo contaminado penetram na pele humana, são
transportados até o pulmão onde penetram no espaço alveolar.
• 2. São transportados pela árvore brônquica até a faringe, sofrem deglutição e
chegam no intestino, onde se transformam em fêmeas adultas.
• 3. As fêmeas vivem na luz intestinal e por partenogênese produzem ovos, que
se transformam em larvas rabdiformes. Estas larvas podem ser liberadas nas
fezes ou causar autoinfecção.
• 4. Na autoinfecção, a larva rabditiforme se transforma em larvas filiformes
infectantes que penetram na mucosa intestinal ou na pele da região perianal.
Em ambos os casos a larva filiforme segue a rota descrita anteriormente.
ESTROGILOIDÍASE- Ciclo Evolutivo
• Ciclo no ambiente:
• 1. A larva rabiditiforme liberada nas fezes:
• 1a) se diferencia duas vezes e se transforma em larva filiforme infectante ou;
• 1b) se diferencia quatro vezes e se transforma em machos e fêmeas adultos
livres, ambos produzindo larvas rabiditiformes. Estas últimas, podem se
desenvolver em novos adultos livres, ou em larvas infectantes.
• 2. A larva filiforme penetra no hospedeiro humano através da pele e inicia
o ciclo parasitário.
ESTRONGILOIDÍASE - Clínica
• Pobre : exceto em casos de hiperinfecção
• Pele : dermatite com prurido e placas eritematosas
• TGI :
pirose
dor epigástrica
diarréia recidivante
má digestão
má absorção
esteatorréia
ESTRONGILOIDÍASE - Clínica
• Pulmão : Síndrome de Löeffler
Estrongiloidíase disseminada : início abrupto com
dor abdominal difusa, distensão abdominal, febre e
choque em conseqüência de sepsis por gram
negativos.
ESTRONGILOIDÍASE – Diagnóstico e
Tratamento
• DIAGNÓSTICO
- EPF
- Hemograma : anemia
eosinofilia : às vezes intensa
• TRATAMENTO
- Tiabendazol : 25 mg/kg/dose 2 x/dia por 3 dias;
Repetir em 7 - 10 dias
- Albendazol : 400 mg/dia por 3 dias ( 83% )
- Outros: Ivermectina (DU) e Nitazoxanida
OXIURÍASE
• ETIOLOGIA:
- Enteróbios vermicularis
Mede cerca de 1 cm; machos menores que as fêmeas
É infecção inofensiva, o homem é o único hospedeiro natural
Comum reinfestação
OXIURÍASE – Ciclo Evolutivo
• Após infecção pelos parasitas, estes vão para a região cecal do
intestino grosso, onde se tornam adultos.
• Ocorrendo a fecundação, as fêmeas migram para a região anal para a
ovoposição. O verme adulto morre após esses acontecimentos (o
macho morre depois do acasalamento e a fêmea geralmente depois de
pôr os ovos).
• Os ovos podem ser eliminados juntamente com as fezes do indivíduo
ou maturarem na própria pele. Após isso, eles se tornam infectantes se
ingeridos (seja por uma pessoa saudável ou por auto-infecção) e
eclodem no intestino delgado do indivíduo (sob efeito do suco gástrico
e duodenal), liberam larvas que se alimentam, crescem e migram para
o intestino grosso, reiniciando seu ciclo de vida.
OXIURÍASE – Ciclo Evolutivo
• Ovos deglutidos

Eclodem no estômago → larvas (ID)

Migração fêmeas à noite 
( Cólon e reto )
fecundação

Oviposição
• Ovos: em 1 - 2 h são infestantes;
são viáveis por até 3-6 semanas
• Auto contaminação : → interna
→ externa
OXIURÍASE- Clínica
• Inespecífica
• Mais comum : - prurido anal noturno
- insônia
• Sem eosinofilia : - não há invasão tecidual
• Vaginite e salpingite : - quando há migração aberrante
OXIURÍASE – Diagnóstico e Tratamento
• DIAGNÓSTICO:
- EPF em 3 amostras: melhor método  fita gomada
• TRATAMENTO:
• Mebendazol
• Albendazol
• Pamoato de pirvínio: 10 mg/kg DU; repetir em 2
semanas
• Ivermectina; Nitazoxanida
•  Tratar todos em casa
SÍNDROME DE LOEFFLER:
•
•
•
•
•
•
-edemaciação dos alvéolos
-infiltrado parenquimatoso eosinofílico
-manifestações alérgicas
-febre
-bronquite
-pneumonia.
TRICURÍASE
• ETIOLOGIA
- Trichiuris trichiura
• Muito freqüente : meio bilhão de casos no mundo
• Climas quentes
• Forma : chicote, com 3 - 5 cm
• Habitat : ceco e colon ascendente
TRICURÍASE
• EPIDEMIOLOGIA
• Homem : Único hospedeiro conhecido
• Mais em crianças
• Transmissão : mãos, alimentos ou líquidos
contaminados
• Os ovos podem ser levados por insetos
• Os vermes se fixam à mucosa intestinal
TRICURÍASE – Ciclo Evolutivo
a) Machos e fêmeas no ceco
1) Eliminação de ovos nas
fezes
2) Ovos tornando-se infectante
contaminanando alimentos;
Ovo segue esôfago e atinge
estômago, onde é semidigerido;
Larva eclode no duodeno e
migram para o ceco;
Durante a migração ocorre três
mudas;
Cerca de um mês após a
infecção, as iniciam a postura
TRICURÍASE - Clínica
• Assintomáticos : - a maioria
• Queixas abdominais vagas : - cólica
- distensão
abdominal
• Anemia : - não é tão comum
- um verme adulto suga 0,005 ml/dia
• Prolapso retal e enterorragia, associados ou não à
diarréia : comum em infestação maciça
TRICURÍASE – Dignóstico e Tratamento
• DIAGNÓSTICO:
EPF em 3 amostras
• TRATAMENTO:
Mebendazol ( 70 - 90% )
Albendazol
Nitazoxanida
Giardíase
• ETIOLOGIA:
Giardia lamblia ( protozoário )
Muito comum em todo mundo
• CICLO EVOLUTIVO:
Cistos nas fezes

Contaminação de alimentos e ingestão de cistos
( cada cisto libera 4 T )

Trofozoítas no intestino delgado( lesão epitelial e vilosidades)

Transformação cística

Eliminação pelas fezes
 cistos :
podem permanecer até 3 meses viáveis, mesmo em água
clorada; 10-25 cistos já provocam doença
Giardíase-Ciclo Evolutivo
GIARDÍASE
• PREVALÊNCIA:
2-5%: nos países de 1º mundo
20-30%: nos países de 3º mundo
GIARDÍASE - Clínica
• Os sintomas ocorrem em 40 - 50% das crianças, após 8 dias de
contaminação
• Assintomáticos → diarréia recidivante com : fraqueza, lassidão, dores
epigástricas, náuseas, pirose, anorexia, meteorismo e perda de peso.
• Casos graves: Síndrome de má absorção
• Compromete o crescimento das crianças
• Causa freqüente de diarréia crônica na infância
O verme não é visível a olho nu.
GIARDÍASE – Diagnóstico e
Tratamento
• DIAGNÓSTICO
- Detecção dos trofozoítas ou cistos nas fezes ou por
biópsia duodenal
• TRATAMENTO
- Metronidazol : 20 mg/kg/dia em 3 tomadas (5ml/200mg),
por 5 a 7 dias; 60-100% de cura
-Furazolidona : 10 mg/kg/dia em 2 tomadas (5ml/50 mg),
por 5 a 7 dias; 80-90% de cura
-Secnidazol: 1mg(=1ml)/Kg em dose única; 79-98% de cura
Giardíase- Tratamento
- Tizoxanida (derivado da nitazoxanida):
droga lançada há pouco tempo no Brasil
- Albendazol: 34-96% de cura com 5 doses
OBS: a nitazoxanida erradica 84% dos
protozoários e 95% dos helmintos;
droga lançada há pouco tempo no
Brasil
Infecções por Taenia sp
Teníase e Cisticercose
Definição
Teníase
 É a infecção
intestinal humana causada
por helmintos adultos da
Taenia saginata e Taenia
solium.
Cisticercose
humana

caracterizada pela presença
da larva da Taenia solium
no homem (olhos, músculos
e cérebro).
Cisticercose ocular, Cisticercose
muscular e Neurocisticercose.
Patogenia
Teníase
• Freqüentemente assintomática
• Dor abdominal, náuseas e
perda de peso
• Diarréia ou constipação
• Cisticercose
• Convulsões
• Distúrbios do comportamento
• Distúrbios visuais
• Cefaléia e náuseas
(hipertensão intracraniana)
NEUROCISTICERCOSE
Carne bovina com cisticercos
Teníase –Ciclo Evolutivo
CISTICERCOSE
CISTICERCOSE  A cisticercose humana é adquirida pela
ingestão acidental de ovos viáveis da Taenia solium.
Auto-infecção externa
Auto-infecção
interna
(mecanismo
de
retroperistaltismo)
Contaminação Externa
Verme adulto
Ovos de Taenia sp
Proglotes
• Taenia solium
•Taenia saginata
DIAGNÓSTICO
TENÍASE:
PARASITOLÓGICO
 Pesquisa de proglotes - Tamização
 Parasitológico de fezes –
CISTICERCOSE:
IMUNOLÓGICO : Testes sorológicos.
RADIOLÓGICO :Raio X, Tomografia, etc
TRATAMENTO
• Teníase
• Praziquantel
• Neurocisticercose
• Praziquantel
• Albendazol
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OXIURÍASE – Ciclo Evolutivo