AS CHAVES DE MARDUM
TV ESCOLA
EPISÓDIO 03
O Chapéu
do Tango
Conteudista:
Antônio José
Lopes Bigode
MATEMÁTICA E NOVAS MÍDIAS
No mundo
mágico de
Mardum
Na série, Cacá e Nina usam seus
conhecimentos matemáticos
para enfrentar desafios
O
s irmãos Cacá e Nina chegam com
os pais à casa em que passarão as férias. Eles não veem a hora de explorar tudo. Mas por onde começar?
Pelo quarto de despejo da casa! Uma
estante empoeirada chama a atenção dos irmãos. Na verdade, não é
uma estante comum. Atrás dela as
crianças encontram uma porta que
os leva direto para a oficina de Anonimus, outro lugar repleto de objetos interessantes, como uma flauta
mágica – a flauta de Hamelin. Ela
é uma das chaves musicais que dá a
quem as tiver o direito ao trono de
Mardum, um mundo extremamente
colorido e musical.
A LUTA PELO TRONO
Anonimus foi escolhido pelo bom
rei Ghor para proteger as chaves
mágicas e, assim, evitar que elas
caiam nas mãos do terrível Rumpus, seu ambicioso irmão. Mas
as chaves estão perdidas e precisam ser recuperadas o mais rápido
possível. Para realizar essa missão,
Anonimus contará com a ajuda de
Nina e Cacá que, além de muito
corajosos, adoram uma aventura.
E aventura é o que não vai faltar
para eles e também para seus alunos, professor (a). Até recuperar as
chaves musicais, os irmãos passarão
por muitas peripécias.
Professor (a), nos episódios de O
Mundo de Mardum, Cacá e Nina
circulam entre o real e o imaginário: o Mundo Paralelo de Mardum.
Mas tanto lá quanto cá, as crianças
usam conhecimentos, ou conceitos matemáticos, para enfrentar os
desafios que encontram. Os seus
alunos, certamente, também fazem
isso, por isso é importante valorizar
os conhecimentos prévios que eles
já têm, tanto em relação aos temas
e questões que são explorados nesta
série quanto em outros momentos
em que os conteúdos matemáticos
são estudados.
Bom divertimento a todos vocês!
Mundo Paralelo
Nos episódios, o mundo paralelo de Mardum é uma referência ao universo paralelo,
teoria desenvolvida pelos físicos em que eles buscam comprovar a existência de outra
realidade que é paralela, ou existe ao mesmo tempo, à realidade na qual vivemos.
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AVENTURA MUSICAL
O Chapéu
do Tango
Neste episódio, Cacá e Nina
têm a missão de recuperar
mais uma das chaves
mágicas de Mardum
A
nonimus espera ansiosamente pela
chegada de seus dois escudeiros.
Mais uma vez, ele conta com a ajuda das crianças para recuperar uma
das chaves de poder de Mardum.
Agora, elas devem procurar por um
chapéu fora do comum: o chapéu
típico de um cantor de tango, que
dá a quem o usa o poder de se tornar um exímio cantor desse gênero
musical. O rei Ghor não resiste aos
acordes tristes e melodiosos de um
bom tango. Ele se emociona, desata
a chorar e não consegue parar enquanto a música não cessa.
FEITIÇO CONTRA FEITICEIRO
Todos em Mardum temem que
Rumpus se aproveite dessa fraqueza de Ghor para dominar o reino.
Mas não será dessa vez que isso vai
acontecer, pois Nina e Cacá loca-
lizam e recuperam o chapéu com
a ajuda de Ambrósio, o pequeno
amigo de Anonimus. Antes, porém,
descobrem que o malvado irmão do
rei compartilha da mesma emoção
pelo tango e usam a informação
para fugir das armadilhas dos malvados: Cacá coloca o chapéu sobre
a cabeça, começa a cantar um bom
tango e Rumpus, que cai no chororô, fica sem ação.
PALAVRAS-CHAVE
números e operações, sequências, números naturais, entre outros.
!
O
Ã
Ç
ATEN
Em As Chaves de Mardum, as situações-problema envolvendo números
são muito frequentes. A explicação para isso, com certeza, você já
sabe, professor. Desde muito cedo, as crianças repetem e memorizam
informações sobre eles. Na escola, esse contato se amplia e os diversos
conceitos relacionados a números e operações são, gradativamente,
formalizados e ampliados durante todo o ensino básico.
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NA SALA DE AULA
Sequências numéricas
Esse é o foco das diversas sugestões que você encontrará aqui,
professor. Há várias delas para ajudá-lo a instigar os alunos
O
s números começam a povoar o
dia a dia das crianças assim que elas
aprendem a falar. É um pra cá, dois
pra lá e assim por diante. Mas toda
essa “intimidade” não significa que
a criança já tenha alguma noção do
significado matemático dos números. E é certo que não tenha mesmo!
Na verdade, o ideal é que essa noção comece a ser apresentada à criança no início do ensino fundamental,
com o professor oferecendo possibilidade de ela, gradualmente, se apropriar dos conceitos de numeração,
suas relações e propriedades. Em algum momento desse início, os alunos têm que saber que o 8 inclui o 7
e este inclui o 6.
CONCRETO E LÚDICO
Observe a imagem que mostra 9 pássaros em pleno voo. Além de bonita,
ela ilustra uma relação de inclusão.
©IMAGEM: REPRODUÇÃO
Contar de trás para frente,
igual nas contagens regressivas:
10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1 ... fogo!
Perceber tal relação de inclusão
é importante para que as crianças
construam, por exemplo, as primeiras noções de sucessor. Estas
noções são fundamentais para que
compreendam a estrutura e as relações presentes na sequência que
usamos naturalmente para contar,
como a que segue:
+1 +1
...
ATIVIDADES DESAFIADORAS
Nesse trabalho, uma boa pedida é
dividir a turma em grupos e propor desafios, por meio de exercícios de contagens com regras, em
que precisem:
Contar a partir de um
determinado número,
como 12, 13, 14, ...
Contar até determinado
número, 20, por exemplo, e daí
fazer contagem regressiva até
o 1, cronometrando o tempo
e garantindo que não haja
atropelos na contagem:
20, 19, 18, 17...1
Caso você queira reforçar o tema,
vá em frente: peça aos alunos para
contarem os dedos das mãos e dos
pés e, então, pergunte-lhes:
Qual o número do dedo que
vem depois do 9? E depois do
dedo 14, qual é que vem?
ou
Que número vem antes do 17?
E antes do 11, qual vem?
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DESCOBERTAS DE PADRÕES
As atividades que envolvem registros
são, igualmente, oportunas e interessantes quando o objetivo é ajudar os
alunos a perceber padrões.
Confira as possibilidades que um
quadro, como o seguinte, oferece:
No exemplo, como você pode ver,
estão assinalados dois padrões possíveis nessas sequências numéricas.
Você sabe disso, professor, mas para
seus alunos deve ser uma grande descoberta. Assim, antes da formalização
desse conceito, vale a pena propor às
crianças que falem o que estão vendo
de curioso nesse, ou em outros quadros que você elabore. É possível que
elas enunciem frases, como:
“o último número repete de 10
em 10” - em referência ao ciclo
que vai de 0 a 9 na casa das unidades;
“os números da mesma linha começam do mesmo jeito” - em relação ao fato de que os números
de uma mesma linha (exceto o
último) têm a mesma dezena;
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
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27
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29
30
31
32
33
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36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
...
...
...
...
...
...
...
...
...
60
“os números da mesma coluna
terminam sempre do mesmo jeito” – em observação ao fato de
que os números de uma mesma
coluna têm a mesma unidade;
“depois de um número que termina em 9, sempre vem um número que termina em 0” – ao
perceberem que 9 + 1 = 10, 19 +
1 = 20, etc.;
“depois de um número que termina em 0, sempre vem um número que termina em 1”.
Em mais uma sugestão para complementar esse estudo, você pode
juntar um pouco de movimento, e
permitir que seus alunos “brinquem”
um pouco mais com a ideia de sequências numéricas. Por exemplo:
Peça voluntários para mais uma
atividade diferente e oriente-os a
se organizarem em três fileiras na
frente da sala de aula, como na imagem, mas uma na frente da outra:
Numa fileira o BETO está na 7ª posição e a FAFÁ está na 19ª posição:
Quantos colegas estão
entre o BETO e a FAFÁ ?
Qual é a posição do colega
que está atrás do BETO ?
Qual é a posição do colega
que está na frente da FAFÁ?
7º
19º
Beto
Fafá
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UNIDADES DE MEDIDA
Padronizar é preciso
Você sabe que medir é comparar. Mas para não tomar
o caminho errado é preciso atenção e olho-vivo
E
m busca do chapéu do tango, Nina
e Cacá partem para Mardum, onde
devem procurar o Espião. “Essa é a
dica de missão, crianças”, recomenda Anonimus. O Espião “é o cara do
tango”. Em Mardum, eles vão contar com a ajuda de Ambrósio, que
está sempre disposto a isso. Dessa
vez, o auxílio do detetive vem em
forma de um mapa secreto.
As cenas são ricas em detalhes que
as crianças vão adorar. Mas para
você, professor, elas oferecem bem
mais do que curiosidades. Observe
que, seguindo as instruções, Cacá e
Nina se põem a contar passos, mas
não chegam ao mesmo ponto. Nada
mais natural, visto que os passos de
Nina e Cacá são de tamanhos diferentes. Nessa situação, está em jogo
um dos mais importantes princípios usados para medir coisas, ou
seja, a necessidade de se adotar um
padrão como unidade de medida.
UNIDADES NÃO CONVENCIONAIS
Atenção, professor: você pode ajudar os alunos a refletirem sobre essa
questão, por meio de uma atividade bastante simples. Proponha a
eles que meçam o comprimento de
uma carteira retangular, ou a borda
da lousa, usando unidades de medida não convencionais e diferentes
umas das outras.
Por exemplo, o grupo de Pedro utiliza um palito de sorvete para medir enquanto outro grupo, o de Maria usa um palito de fósforo (ou de
dente). Mas antes da ação, indague a
turma sobre quem precisará de mais
palitos para medir o comprimento
do tampo da mesa, Pedro ou Maria?
As crianças devem concluir, depois de erros e acertos e muita discussão entre si que, se o palito de
sorvete é maior que o palito de fósforo, usa-se mais palitos de fósforos
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que palitos de sorvete (e isso, apesar
da confusão de natureza linguística que pode ser gerada aí : palito
MAIOR → MENOS palitos; palito
MENOR → MAIS palitos).
DE PALMO EM PALMO
Varie a atividade, utilizando o palmo como unidade de medida dessa
vez. Também aqui, a diversão deverá ser grande e a conclusão a mesma do exercício anterior. A criança
que tiver o palmo menor precisará
contar mais palmos que outra, que
tenha o palmo maior.
Olho vivo aqui: a relação aí envolvida tem de ser descoberta pelos
alunos. Se você adiantar o resultado
para eles, o impacto para a apreensão não será o mesmo.
PASSO A PASSO
Volte ao vídeo e retome a cena em que
Cacá e Nina conversam sobre o porquê de não terem chegado ao mesmo
ponto, apesar da mesma quantidade
de passos dados. Só agora, professor,
chame a atenção dos alunos para o
fato de que isso aconteceu, justamente,
porque os irmãos não padronizaram
a unidade de medida que usaram.
Embora tenham se utilizado do passo como unidade de medida, não padronizaram essa unidade. É por isso
que Nina ficou distante de Cacá, pois
seu passo é menor. Assim, ao darem
o mesmo número de passos, Cacá
percorreu uma distância maior que
Nina. Aproximando-se da tela da
TV, ou do telão, em que assistem aos
vídeos da série, compare os passos
de Cacá a um palito de sorvete e os
passos de Nina ao palito de fósforos.
Se for o caso, alinhe-os, para que as
crianças percebam o que aconteceu.
Medidas importantes a considerar
Lápis
17,5 cm (175 mm)
Palito de sorvete
11,5 cm (115 mm)
Palito de dente
6,5 cm (65 mm)
Palito de fósforo
3 cm ou 4 cm (médio)
Tampo de uma mesa escolar: (60 cm x 40 cm)
©IMAGEM: REPRODUÇÃO
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ATIVIDADES E ESTUDOS COMPLEMENTARES
Aprender
nunca é demais
Neste episódio, o tango está no centro da roda. Como ele,
há muitas outras sonoridades para seus alunos conhecerem
A
música é uma fonte quase inesgotável de informações sobre outros
povos, seus costumes, sua cultura.
Não é preciso ir longe, somente nas
Américas – do Norte, Central e,
especialmente, do Sul, há uma incrível diversidade de gêneros musicais, além do tango argentino ou
do samba brasileiro. Você sabe, professor, como é importante ampliar
as referências, ou os horizontes cul-
turais das crianças. Assim, não hesite em apresentar-lhes sons e ritmos diferentes daqueles que estão
acostumadas a ouvir.
MÚSICAS E DANÇAS
O Mariachi, por exemplo, é a música típica do México, criada para
alegrar as festas de casamentos,
aniversários, batizados e até funerais. Os músicos, inconfundíveis
com seus chapelões de abas largas,
tocam violino, trompete, violão
e vihuela, instrumento de corda
muito parecido com o violão. Da
Colômbia vem a popular cúmbia,
animada por instrumentos de percussão, flautas, tambores africanos
e indígenas. Como a salsa, o merengue, o reggae, a milonga, a rumba,
o blue e tantos mais, a cúmbia tem
inspiração na música afro.
Sons e ritmos diferentes
Como Cacá e Nina, poucas crianças brasileiras conhecem o tango ou outros ritmos populares dos países
americanos. Não há porque estranhar, visto que a maioria tem poucas chances de entrar em contato
com eles. Mas isso pode mudar a partir dos conteúdos de música já integrados ao currículo do ensino
fundamental. Que tal buscar mais informações em seus materiais didáticos e em pesquisas na internet
sobre o assunto? Se na sua escola houver laboratório de informática, com acesso à rede, leve as crianças
para ouvir os diferentes ritmos que você selecionar. É possível que entre os pais dos alunos haja
latino-americanos. Vale a pena convidá-los a contar suas memórias e informações musicais.
PARA SABER MAIS
TOLEDO, Marília; TOLEDO, Mauro. Didática de
www.mibuenosairesquerido.com/Tango1.htm
Matemática: Como dois e dois. A construção
youtu.be/NR6rfIInP5A – sobre o tango
da Matemática. São Paulo, FTD, 1997 –
youtu.be/Fj89hAy6bBQ – sobre o mariachi
com sugestões metodológicas para as séries
youtu.be/90AcOYA2-EM – sobre a cúmbia
iniciais à luz das teorias de Jean Piaget.
youtu.be/QMHXdfOygoM – sobre a rumba
youtu.be/RlYHhSyY0S0 – sobre a salsa
youtu.be/jIjpFOjcPvs – sobre o reggae
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