UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP
A ENFERMAGEM E A PRÁTICA DE SAÚDE BASEADA EM
EVIDÊNCIAS
JANICE DE OLIVEIRA SANTOS
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado
na Pós-Graduação em Gestão de Planos de Saúde.
Área de concentração: Gestão da Assistência à
Saúde.
Orientador: Prof. Alba Valéria Eira Fleuri
IPATINGA/MG
2011
RESUMO
O presente trabalho é uma pesquisa bibliográfica sobre a prática de saúde baseada
em evidências com reflexões na enfermagem. Objetivou identificar os desafios ao exercício
da enfermagem baseada em evidências. Ressaltou informações e conhecimentos necessários
para o exercício desta prática, e sua importância para a qualidade da assistência em saúde.
Pela literatura acessada, constatou-se que são grandes os desafios para o profissional de
enfermagem: diversas barreiras e limitações, poucas instituições apoiando, além de serem
indispensáveis habilidades e conhecimentos específicos, pouco trabalhados na vida
acadêmica. Conclui-se que é importante a implementação de estratégias que viabilizem a
compreensão e o exercício diário da prática baseada em evidências. O enfermeiro deve
enfrentar as dificuldades, ter atitude crítica e reflexiva, aceitar, estudar, entender e integrar a
prática com as melhores evidências científicas disponíveis, pois, proporciona uma assistência
à saúde mais qualificada e fortalece a enfermagem como ciência, conforme já ocorre na área
da medicina.
Palavras chave: Evidências, Enfermagem, Prática de saúde baseada em evidências; Auditoria
em saúde; Educação em saúde.
ABSTRACT
The present work is a bibliographical research about the practice of evidencebased health with reflections in the nursing. Its aimed at identify the challenges for
the practice of the evidence-based nursing. Its pointed out informations and needed
knowledge for the exercise of this practice, and your importance for the quality health care.
Coming from the accessed literature, noticed that the challenges are big for the nursing
professional: several barriers and limitations, and few institutions supporting, besides, its is
essential has abilities and specific knowledge, rarely worked in the academical life. Conclude
that is important the implementation of strategies that make possible the understanding and
the daily exercise of the practice based on evidences. The nurse must face the difficulties, to
have critical and reflexive attitude, to accept, to study, to understand and to integrate the
practice with the best available scientific evidences, because, it provides an health care to the
most qualified and it strengthens the nursing as science, as it already happens in the medicine
field.
Keywords: Evidence; Nursing; Evidence-based health practice; Health audit; Health
education.
2
1
INTRODUÇÃO
Este artigo tem por finalidade estudar e conhecer, com base na literatura, o tema
Prática de Saúde Baseada em Evidências, focalizando o cenário da Enfermagem Baseadas em
Evidências (EBE), com ênfase nos desafios a serem enfrentados e conhecimentos necessários
para o exercício desta prática. Esta prática tem origem no movimento da Medicina Baseada
em Evidências (MBE), que se unem ao termo geral Prática Baseada em Evidências (PBE). O
estudo pretende centrar a atenção dos profissionais de enfermagem para este tema atual,
estimulando-os a vencer os obstáculos presentes e exercer esta prática dia a dia, o que implica
na qualificação da assistência em saúde e valorização da enfermagem como ciência. A PBE é
um processo de integração das melhores evidências de pesquisa à habilidade clínica do
profissional e à preferência do paciente e desenvolveu-se com o propósito de enfrentar uma
lacuna entre pesquisa e prática.
A enfermagem baseada em evidências é uma prática recente que vem sendo
introduzida lentamente no exercício da enfermagem e já se torna essencial ao profissional
enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem, pois proporciona um conhecimento clínico
atualizado e o exercício seguro da atividade, embasado nas melhores evidências científicas
disponíveis que auxiliam o profissional na tomada de decisão. Sendo a auditoria em saúde um
instrumento positivo para nortear as ações de enfermagem, principalmente com a mudança de
foco no controle de custos para o estabelecimento da qualidade da assistência, a PBE torna-se
fundamental para o embasamento, referência e tomada de decisões dos auditores em saúde
nos processos de auditoria, em virtude também dos contínuos avanços tecnológicos,
mudanças rápidas nas pesquisas científicas e prática diária de diferentes diretrizes clínicas.
Portanto, por ser um tema de atualização acadêmica, cuja implementação requer um processo
de mudança complexo e que envolve a interação de diversos fatores, é imprescindível que os
profissionais estudem, conheçam, entendam e pratiquem a EBE visando à qualificação da
assistência.
Se o profissional de enfermagem prestar a assistência em saúde com base nas
melhores evidências científicas disponíveis, o resultado do seu trabalho será mais bem
qualificado.
3
2
PROBLEMA DE PESQUISA
Quais são os desafios para o exercício da enfermagem baseada em evidências?
3
OBJETIVO
Identificar os desafios, e ao mesmo tempo, ressaltar as informações e
conhecimentos necessários para o exercício da prática de enfermagem baseada em evidências,
e sua importância para a qualidade da assistência em saúde.
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METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica sobre a PBE, com foco na EBE, que possa
subsidiar a discussão a respeito do tema e sensibilizar o leitor quanto à necessidade de
avanços na área, a partir da literatura consultada e estímulo à busca constante de evidências
para as mais variadas práticas exercidas.
Em primeira instância, o referencial teórico pesquisado era composto de 30 artigos
científicos. Ao final da análise bibliográfica, 17 artigos foram selecionados como amostra
para utilização no texto. Optou-se pela busca do referencial publicado no idioma português,
no período de 1998 a 2010.
A pesquisa foi realizada por meio de levantamento bibliográfico dos estudos
indexados nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BIREME): Centro LatinoAmericano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Lilacs), Literatura Internacional
em Ciências da Saúde (MEDLINE), Biblioteca Cochrane e Base de Dados de Enfermagem
(BDENF). Para esta busca foram utilizadas as seguintes palavras-chave: enfermagem;
evidências, enfermagem baseada em evidências; medicina baseada em evidências; auditoria
de enfermagem; auditoria médica; pesquisa em enfermagem; educação; tomada de decisões;
enfermagem prática.
Além do acesso ao referencial via base de dados, foi feita consulta direta a revistas
disponibilizadas online: Revista Enfermagem Atual, Acta Paulista de Enfermagem (ACTA),
Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn), Revista da Escola de Enfermagem da USP
(REEUSP), Revista Latino-Americana de Enfermagem, Revista da Associação Médica
4
Brasileira (RAMA). Outras fontes foram também acessadas, como internet, livros e
dissertações sobre o tema.
A princípio foi feita uma leitura global de todo o arsenal bibliográfico e
selecionadas as obras de utilidade para a pesquisa, sendo agrupadas por consensos e
diferenças relacionadas ao tema. Numa segunda etapa, foi realizada uma análise e estudo
exploratório e descritivo das informações apresentadas pelos autores e que realmente fossem
de encontro ao interesse do estudo, estabelecendo relações entre as informações colhidas,
tema principal e objetivos da pesquisa.
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5.1
ENFERMAGEM BASEADA EM EVIDÊNCIAS
Um breve histórico
Por muitos anos, o atendimento em saúde foi baseado, principalmente, na
experiência profissional, na opinião de especialistas e nas teorias fisiopatológicas, cujos
processos de decisão, valorizam as crenças do profissional de saúde em relação ao que ele
acha ser melhor para seu paciente (SOARES, 2005). Neste contexto, em que o conhecimento
científico é deixado em segundo plano, Domenico; Ide (2003) afirma que, surge
urgentemente, a necessidade de adoção de medidas que minimizem o distanciamento entre os
avanços científicos e a prática assistencial, com a definição de uma proposta nova,
inicialmente, no campo da Medicina, e posteriormente, na Enfermagem: a Prática de Saúde
Baseada em Evidências (PBE).
O movimento designado de prática baseada em evidências teve origem com o
propósito de enfrentar a lacuna entre pesquisa e prática, após constatação de que as
evidências geradas por pesquisadores em todo o mundo não chegavam aos médicos e
pacientes de modo atualizado e confiável (SACKETT et al., 2003, apud CRUZ;
PIMENTA, 2005, p. 416).
Segundo Drummond (1998, apud GALVAO, SAWADA, MENDES, 2003, p. 44),
a PBE associada à Medicina teve origem por meio de um grupo de estudos da Universidade
McMaster, no Canadá, década de 80, buscando melhorar a assistência à saúde e o ensino.
Considerando o Brasil, as Universidades dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio
Grande do Sul foram as que iniciaram o desenvolvimento desta prática, principalmente no
campo da medicina. Em relação à enfermagem, o movimento é incipiente e a maioria da
5
literatura disponível encontra-se em língua estrangeira (GALVAO, SAWADA, MENDES,
2003).
Sackett, et al. (1996, apud GALVÃO; SAWADA; ROSSI, 2002, p.692) e Closs,
Cheater (1999, apud GALVAO, SAWADA, MENDES, 2003, p. 44) informam que a origem
da enfermagem baseada em evidências pode ser considerada no movimento da medicina
baseada em evidências (MBE). A Medicina Baseada em Evidências, ou baseada em
informação científica de boa qualidade, deriva da epidemiologia clínica, com objetivo de
organizar as informações mais relevantes, buscando condutas em saúde mais eficientes: com
melhor resposta ao paciente, mais seguras e com custo adequado às circunstâncias (SOARES,
2005). De acordo com Sackett, et al. (1996, apud GALVÃO; SAWADA; ROSSI, 2002,
p.692) a MBE é definida como “o consciencioso, explícito e criterioso uso da melhor
evidência para tomar decisão sobre o cuidado individual do paciente”, sendo uma tentativa de
remediar o déficit de conhecimento baseado em pesquisas. Esta prática significa “a integração
entre a experiência clínica individual, a melhor evidência externa disponível e avaliada,
oriunda de revisão sistemática de pesquisas”. SOARES (2005) completa ao afirmar também a
integração das características individuais de cada paciente, não se restringindo exclusivamente
à evidência.
Os livros são fontes confiáveis de conhecimento, mas desatualizadas,
principalmente referindo-se às condutas e prevenção de doenças. Portanto, há um grande
desafio a ser vencido: a busca por informações confiáveis e de qualidade, através da seleção
das milhares de publicações e relatos anuais, e logo após, a comparação das informações e
extração de conclusões válidas, finalizando com o uso na prática em saúde (SOARES, 2005).
A intuição, observações não sistematizadas e princípios fisiopatológicos não são
desconsiderados, porém não são fontes de evidências com alto grau de validade (GALVÃO,
SAWADA, ROSSI, 2002, apud CRUZ; PIMENTA, 2005, p. 416).
De acordo com Soares (2005), a PBE é uma prática que não subestima o papel do
profissional nem cria uma fórmula fechada de conduta frente a determinado problema. É
atribuída a todas as áreas de atenção à saúde, incluindo dentistas, enfermeiros, fisioterapeutas,
entre outros, sendo que o uso de evidências na formação e atualização destes profissionais de
saúde vem tomando espaço gradativo, causando reações tanto positivas como negativas nos
meios clínicos e acadêmicos. Afirma ainda que a Enfermagem baseada em evidências (EBE)
é um movimento que vem crescendo bastante nos últimos anos, incluindo a criação de
entidades e revistas especializadas como Evidence-based Nursing.
6
5.2
Conceitos, princípios e aplicabilidades
A enfermagem baseada em evidências é definida por Ingersoll (2000, apud
GALVÃO, SAWADA, ROSSI, 2002, p. 692) como o uso consciencioso, explícito e
criterioso de informações derivadas de teorias, pesquisas para a tomada de decisão sobre o
cuidado prestado a indivíduos ou grupo de pacientes, levando em consideração as
necessidades individuais e preferências. SOARES (2005) reforça como sendo um
compromisso de utilizar as evidências científicas da literatura para decisão da melhor conduta
disponível e própria a seu paciente, devendo este também, participar da tomada de decisão e
ter acesso às fontes de conhecimento.
O processo de enfermagem baseada em evidências pode ser definido por cinco
etapas: Primeiro, a formulação de questões, que são verdadeiros problemas clínicos e dúvidas,
que surgem no dia a dia da prática profissional, durante a assistência à saúde de indivíduos ou
grupos de pacientes. Segundo, a busca das melhores evidências disponíveis, por meio da
investigação da literatura ou recursos relevantes de informações. Terceiro, a avaliação crítica
das evidências encontradas, principalmente pesquisas, considerando a validade, generalização
e transferência. A quarta etapa envolve “o uso da melhor evidência disponível, habilidade
clínica e as preferências do cliente no planejamento e implantação do cuidado”. A quinta e
última, corresponde à reflexão crítica e avaliação do enfermeiro em relação à sua própria
prática, analisando as perspectivas esperadas e os resultados conquistados (MASHERRY,
PROCTOR-CHILD, 2001, apud GALVAO, SAWADA, MENDES, 2003, p. 44).
A prática baseada em evidências é um processo de descoberta, avaliação e
aplicação de evidências científicas para o tratamento e gerenciamento da saúde (HAMER,
1999, apud GALVÃO, SAWADA, ROSSI, 2002, p. 692). É o cuidado guiado por meio de
resultados de pesquisas, consenso de especialistas ou a combinação de ambos (MADIGAN,
1998, apud GALVÃO, SAWADA, ROSSI, 2002, p. 692). Não conta com a intuição,
observações não sistematizadas ou princípios patológicos. Ela enfatiza o uso de pesquisas
para guiar a tomada de decisão clínica e combina a pesquisa com a experiência clínica e as
preferências do paciente para realizar uma decisão sobre um problema específico. Sendo
assim, para o exercício dessa abordagem é indispensável o aprendizado de novas habilidades,
por exemplo, a aplicação formal das regras da evidência ao avaliar a literatura, que auxiliarão
no uso de diferentes processos para a tomada de decisão. (SIMON, 1999, apud GALVÃO,
SAWADA, ROSSI, 2002, p. 692).
7
Stetler, et al. (1998, apud GALVAO, SAWADA, MENDES, 2003, p. 44), reforça
ao dizer que
a enfermagem baseada em evidências não dá ênfase a rituais, experiência clínica
isolada e não sistemática, opiniões infundadas e tradição como base para a prática de
enfermagem. Acentua a utilização de resultados de pesquisas, e na ausência desses,
dados obtidos de forma sistemática oriundos de programas de avaliação e de melhoria
de qualidade e/ou consenso de especialistas reconhecidos e de confirmada experiência
para comprovar a prática.
Nesse contexto, Domenico, Ide (2003) afirma ser importante considerar e destacar
os limites e as perspectivas de aplicabilidade na utilização dessa metodologia, que tem como
condição imediata de aplicabilidade, os movimentos de acreditação da prática instituída, cada
vez mais alicerçados no pensamento crítico e na competência clínica dos enfermeiros,
enquanto requisitos para a coordenação de processos de cuidar, sustentados pelas melhores
evidências científicas.
Trilhar a trajetória de uma Prática Baseada em Evidências compreende
redimensionar prioridades, reinvestir na avaliação clínica da clientela e disponibilizar tempo
para empreendimentos relacionados à busca de resultados de pesquisa, ou mesmo à sua
execução. A participação do paciente e a utilização da experiência profissional do enfermeiro
também são essenciais, na medida em que fornecerão subsídios para a determinação das
necessidades (diagnósticos) e das condutas de cuidar, devidamente pautadas em melhores
evidências científicas (SASTRE; SOLIS, 2000, apud DOMENICO, IDE, 2003, p. 117).
Segundo Friendland, et al. (2001, apud DOMENICO, IDE, 2003, p. 116), os
elementos da PBE são constituídos pelas técnicas de tomada de decisão clínica, pelo acesso
às informações científicas e pela análise da validade dessas informações, principalmente
averiguando os graus de eficiência e efetividade que possuem. Para Domenico, Ide (2003, p.
117), “os elementos básicos da PBE consistem no exercício da avaliação clínica e no
processo de integração e aplicação das evidências externas àquela realidade observada”.
Cruz; Pimenta (2005) lembra que antes de se usar uma informação numa decisão clínica, ela
deve ser avaliada quanto à sua acurácia, relevância e aplicabilidade na situação em questão.
Em concordância, Sackett et al. (2003, apud CRUZ; PIMENTA, 2005, p. 416) afirma que
esta prática fundamenta-se na aplicação de conhecimentos básicos de epidemiologia e
bioestatística para avaliar a evidência clínica quanto à sua validade e utilidade potencial.
Domenico, Ide (2003, p. 116), mostra na figura seguinte os elementos constituintes
da prática baseada em evidências, permitindo uma visualização compacta das informações
discutidas nesta sessão.
8
1. Elementos Constituintes da Prática Baseada em Evidências
(DOMENICO, IDE, 2003, p. 116)
5.3
Uma abordagem sobre os desafios para o exercício da EBE
5.3.1 Barreiras e limitações
O grande desafio que surgiu nas últimas décadas para os profissionais enfermeiros
é a utilização e o exercício da prática baseada em evidência no cotidiano assistencial da
enfermagem, ou seja, “a possibilidade de unir prática diária com os resultados de estudos que
evidenciem a melhor PBE” (KANEKO, GUERRA, LASELVA, 2006, p. 70). Pensando em
Brasil, o desenvolvimento da cultura do uso da EBE percorrerá ainda um longo caminho,
nada fácil, e para seu alcance, as escolas de enfermagem, na graduação e na pós-graduação,
devem reconhecer e enfatizar a sua importância, estimular e ensinar o seu uso. Os alunos
devem aprender e habituar-se a fazer perguntas relevantes de pesquisa; investigar o contexto
da prática em pesquisas úteis para a área da saúde; ler criticamente publicações nacionais e
9
internacionais envolvidas com o processo de cuidar e integrar as atividades profissionais e a
investigação clínica (SANTORO, GRIEP, 2008).
Domenico, Ide (2003) reforça as afirmações acima dizendo que a EBE requer
habilidades que não são tradicionais na prática clínica, pois exige identificar as questões
essenciais nas tomadas de decisão, buscar informações científicas pertinentes à pergunta e
avaliar a validade das informações. É um dever cada vez mais crescente, a familiarização e
difusão das disciplinas de bioestatística e a epidemiologia na produção científica de
enfermagem, cujo enfoque tradicional é a pesquisa qualitativa, a qual, possui grandes
limitações em relação à nível de evidência e cuja fragilidade na produção de evidências traz
implicações no desejo da EBE, tal como é concebida a MBE (SANTORO, GRIEP, 2008).
Como em muitas áreas da saúde, na enfermagem, as informações de boa qualidade que dão
suporte às práticas do dia-a-dia são limitadas (SOARES, 2005). Conforme Galvão, Sawada,
Rossi (2002, apud CRUZ; PIMENTA, 2005, p. 416), a enfermagem ainda não dispõe de
pesquisas em quantidade e com as características necessárias para sustentar a prática baseada
em evidências. Isto porque, “a revisão sistemática, com ou sem metanálise, é o meio mais
consistente de busca das melhores evidências disponíveis na literatura internacional”
(PETITTI, 2002, apud LIMA; CÂMARA, 2008, p. 8). Por isso, CRUZ; PIMENTA (2005, p.
416) salienta que é fundamental que os pesquisadores atentem para esse fato e reorganizem
esforços nessa direção.
Santoro, Griep (2008, p. 8) coloca como grande questão no âmbito da
enfermagem: o quanto tem sido priorizado o desenvolvimento de pesquisas bem delineadas,
metanálises, revisões sistemáticas de estudos de boa qualidade, principalmente de ensaios
clínicos controlados e chama atenção para dois desafios a serem vencidos: “uma maior
valorização das revisões sistemáticas e metanálise, principalmente em dissertações e teses de
mestrado, que difundissem o uso adequado e a importância nas academias” e a “difusão de
bases primárias e secundárias de informações em saúde, através do ensino do uso adequado e
familiaridade com os sistemas de busca para reduzir o material identificado em quantidade
manuseável”, além do estímulo, de forma sistemática, da leitura crítica dos estudos relevantes
ao processo de cuidar.
As limitações para o exercício da EBE estão diretamente relacionadas à exigência
de habilidades e conhecimentos específicos não desenvolvidos, desde cedo, na época da
graduação, na maioria dos profissionais de enfermagem. Soares (2005) comenta sobre a
necessidade de conhecimentos dos aspectos de epidemiologia clínica e que são
desvalorizados na formação acadêmica; de correlacionar os tipos de questões clínicas e os
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tipos de estudos e buscar o melhor delineamento de pesquisa que responde a determinado tipo
de questão. Cruz, Pimenta (2005, p. 421) afirma que “a aplicação de conceitos de estatística,
epidemiologia e de delineamento de pesquisas não são conceitos freqüentemente
apresentados nos cursos de graduação em enfermagem”. Dicenso, Cullum, Ciliska (1998) e
Tolson, et al (2005, apud SOARES, 2005, p.12) relatam também sobre a dificuldade de
extrapolação da evidência para o cuidado individual dos pacientes, fato inerente a toda
ciência; dificuldade e limitações de acesso às evidências, a exigência de conhecimentos
básicos de metodologia e a escassez de tempo dos profissionais. De acordo com estudo
Retsas (2000, apud GALVÃO, SAWADA, ROSSI, 2002, p. 693-694), o tempo insuficiente
para a leitura de pesquisas e implementação de novas idéias no trabalho, a falta da
organização em adotar estratégias para facilitar a utilização de pesquisas e as dificuldades na
compreensão da análise estatística existente nas investigações, foram, em uma investigação,
as barreiras mais identificadas pelos participantes para o uso da pesquisa na prática
assistencial.
Conforme estudo de Hicks (1996, apud GALVÃO, SAWADA, ROSSI, 2002, p.
693.), os desafios para esta prática estão relacionados também às barreiras para a utilização
de pesquisas na enfermagem. Primeiro, as barreiras pessoais (subjetivas) dos enfermeiros
evidenciadas pela falta de motivação, seguida pela falta de convicção do valor da pesquisa.
Segundo, as barreiras organizacionais (estruturais), onde a pesquisa não é considerada como
atividade do enfermeiro, e a falta de preparo e de tempo. Terceiro, as reações dos médicos
frente à pesquisa de enfermagem; havendo atitude negativa da equipe médica frente à
pesquisa de enfermagem, seguida pela falha desses profissionais na implementação dos
resultados. A quarta barreira é representada pelas reações de profissionais da saúde,
evidenciada pela falta de confiança de outros profissionais da saúde e o descrédito dos
próprios enfermeiros. A quinta e última barreira aborda o impacto da pesquisa de
enfermagem, enfatizando a deficiência de impacto das pesquisas na prática de enfermagem.
A leitura de estudos científicos, seguida pelo intercâmbio de informações entre os
profissionais, são as atividades de pesquisa desenvolvidas pelos enfermeiros e que incentivam
o uso das pesquisas na enfermagem; por outro lado, a implementação dos resultados de
pesquisa na assistência ainda é muito escasso, sendo que a falta de tempo e de suporte
organizacional sobressaem como fatores desencorajadores. Os enfermeiros afirmam que para
esta prática é crucial um método adequado e maior tempo para o desenvolvimento de
atividades de pesquisa. E como estratégias, o auxílio de profissionais como estaticista e
enfermeiro/pesquisador, bem como são fundamentais o acesso fácil à literatura e serviços
11
informatizados. Um boletim informativo mensal sobre pesquisas, seguido pelos eventos
científicos, programas de educação continuada, informações via computador, software e
guias de estudos de pesquisas são fatores incentivadores (PETTENGILL, GILLIES, CLARK,
1994, apud GALVÃO, SAWADA, ROSSI, 2002, p. 693).
Santoro, Griep (2008) contribui ao lembrar-se da autonomia insuficiente, em
determinado processo do cuidado, ficando o enfermeiro restrito ao cumprimento de
protocolos, normas e rotinas no serviço de saúde e o tempo insuficiente com sobrecarga de
trabalho, o que impede o acompanhamento contínuo e atualizado das evidências e o cuidado
holístico e singular para cada paciente.
Segundo Fawett, Lainof (1996, apud GALVÃO, SAWADA, ROSSI, 2002, p.
693):
Uma pesquisa realizada com enfermeiros perioperatórios, para identificar o interesse,
barreiras e experiência com pesquisa clínica em enfermagem, evidenciou que 58%
dos enfermeiros investigados relataram um interesse acurado por pesquisa, 55%
nunca tiveram aula sobre pesquisa, e apenas 40% têm lido pesquisas realizadas. Em
relação às barreiras percebidas pelos participantes do estudo, a falta de tempo para
realizar pesquisa, a falta de suporte organizacional e a falta de reconhecimento dos
colegas foram as mais mencionadas.
5.3.2 Habilidades e conhecimentos específicos para PBE
Csokasy (1997), apud Galvão, Sawada Rossi (2002, p.694) defende a idéia que o
enfermeiro deve ser competente tecnicamente, demonstrar julgamentos independentes, ter
habilidade para a tomada de decisão e conhecimento científico para empregar na prática
profissional. Assim, o profissional deve ser capaz de analisar dados de pesquisa e utilizar os
seus resultados para proporcionar assistência de enfermagem, com resultados positivos para o
paciente. Para tanto, esse profissional precisa compreender o processo de pesquisa e da
investigação sistemática dos problemas da prática.
De acordo com Soares (2005, p.4-5), uma séria de habilidades são necessárias para
melhor aproveitamento da saúde baseada em evidências, como:
capacidade de elaborar uma questão clínica clara e objetiva que consiga direcionar e
facilitar a busca de informações; facilidade de identificar fontes de literatura
científica de boa qualidade; selecionar de forma criteriosa as informações relevantes;
sintetizar os dados e aplicá-los na sua prática diária.
Este autor acrescenta também o estímulo ao compromisso com a busca, avaliação
e aplicação das informações relevantes obtidas rotineiramente e com técnicas explícitas.
Mcsherry, Proctor (2001, apud GALVÃO, SAWADA, ROSSI, 2002, p. 693) reforça a
afirmação acima quando diz que para a implementação da enfermagem baseada em
12
evidências, o enfermeiro necessita ter conhecimento e competência para interpretar os
resultados oriundos de pesquisa, os quais auxiliarão na tomada de decisão em relação à
assistência de enfermagem. Acrescido a esse aspecto, existe a necessidade de uma cultura
gerencial e organizacional que favoreça a utilização de pesquisas. Para Scheffer, Rubenfeld
(2000, apud CRUZ, PIMENTA, 2005, p. 421), acima de tudo isso, habilidades cognitivas e
hábitos mentais característicos do pensamento crítico são essenciais para a integração
produtiva de todas essas condições. Essa construção, embora incipiente, árdua e apaixonante,
é fundamental para a afirmação da enfermagem como ciência.
Para Santoro, Griep (2008) é essencial o domínio da língua inglesa na
disseminação das evidências, principalmente a leitura, cuja habilidade não é muito presente
nos enfermeiros. E também saber avaliar criticamente os tipos de estudos epidemiológicos
mostrando conhecimento e familiaridade com metodologia de pesquisas clínicoepidemiológicas.
Segundo Beyea (2000), apud Galvão, Sawada, Rossi (2002, p. 694),
para a implementação da prática baseada em evidências, o enfermeiro perioperatório
necessita de um ambiente organizacional que proporcione recursos, para a obtenção
das evidências disponíveis, e tempo, para as discussões necessárias entre os
profissionais envolvidos na assistência sobre a viabilidade das mudanças necessárias.
Assim, o enfermeiro, utilizando sua competência clínica e as evidências disponíveis,
realizará o planejamento e implementação da assistência de enfermagem embasada
em conhecimento científico.
O enfermeiro deve saber como obter, interpretar e integrar as evidências oriundas
de pesquisas, logo, deve ser capaz de avaliar a qualidade da evidência, de forma a reconhecer
como boa ou ruim, reconhecer a força e fraqueza e avaliar e utilizá-la de forma crítica, não a
tomando com absoluta confiança (HUMPRIS, 1999, apud GALVÃO, SAWADA, MENDES,
2003, p.44). Para isso, o profissional deve compreender a abordagem metodológica na qual a
pesquisa está inserida, sendo que a escolha da abordagem quantitativa ou qualitativa é guiada
pela questão da pesquisa (CLOSS, CHEATER, 1999; HICKS, HENNESSY, 1997;
MARCUS, LIEHR, 2001; apud GALVÃO, SAWADA, MENDES, 2003, p. 44).
Isern (1999); Sastre, Solis (2000, apud DOMENICO, IDE, 2003, p. 117) enfatiza
que,
para a operacionalização das etapas da PBE, o profissional necessita construir
competências relacionadas, principalmente: 1. À capacidade de analisar criticamente
o contexto da prática; 2. À habilidade de converter situações-problema em foco
investigativo; 3. Ao conhecimento sobre metodologia de pesquisa: desenho do
estudo, análises de confiabilidade, efetividade, custo-benefício; 4. À capacidade de
associar os achados científicos ao seu contexto de prática; 5. À habilidade de
implementar mudanças e de avaliá-las continuamente.
13
Domenico, Ide (2003) conclui esta sessão dizendo, que a qualidade da formação
universitária e as oportunidades científicas da vida profissional devem ser integradas. Isto
porque não é repentino o desenvolvimento de habilidades concernentes a um profissional, de
forma a capacitá-lo para atuar com os parâmetros das melhores evidências. Desde a
graduação, o aluno deveria habituar-se a questionar e investigar o contexto da prática, e
concomitantemente, torna-se fundamental uma reestruturação administrativa do trabalho,
baseada na disponibilidade de recursos e na reformulação filosófica da prática, realinhando as
atividades profissionais em razão da investigação clínica permanente.
5.4
A busca pelas melhores evidências disponíveis
Santos, Pimenta, Nobre (2007) enfatiza que para o processo de identificação das
melhores evidências é importante a adequada construção da pergunta de pesquisa e de revisão
de literatura. E foi neste contexto que a estratégia PICO (acrônimo para Paciente,
Intervenção, Comparação e “Outcomes”/Desfechos) surgiu para auxiliar na seleção das
informações científicas acessíveis, pois, direciona a elaboração da pergunta de pesquisa,
orienta a busca bibliográfica e facilita o alcance da pesquisa, permitindo ao profissional, da
área clínica e de pesquisa, localizar de forma rápida e objetiva a melhor informação científica
disponível.
2. Etapas da Prática Baseada em Evidências
(SANTOS, PIMENTA, NOBRE, 2007, p. 510)
A disponibilidade de sistemas que permitam recuperar, em tempo hábil, resultados
das pesquisas mais atuais e que o enfermeiro aprenda a utilizá-los, são requisitos importantes
para a prática baseada em evidência (CRUZ; PIMENTA, 2005). Assim, após a formulação da
pergunta clínica, a próxima etapa é a busca bibliográfica de evidências, para qual o
profissional precisa esquematizar a seleção dos termos de busca, sendo necessário identificar
os termos descritores relacionados a cada um dos componentes da estratégia PICO. Nessa
etapa, os conhecimentos sobre metodologia da pesquisa tornam-se imprescindível para o
14
profissional analisar, com segurança, o desenho da pesquisa, a exposição de sua condução, e
os métodos estatísticos empregados (ATALLAH, CASTRO,1998; FRIENDLAND, et al,
2001; apud DOMENICO, IDE, 2003, p. 117), porque conforme Humpris (1999, apud
GALVÃO, SAWADA , MENDES, 2003, p. 45), as evidências têm sido hierarquizadas
segundo a abordagem metodológica empregada no estudo (desenho de pesquisa).
Muir (2004, apud CRUZ; PIMENTA, 2005, p. 416) chama a atenção para o fato
de que “a ausência de evidência de alta qualidade não impossibilita a tomada de decisão
baseada em evidência; nessa situação, o que é requerido é a melhor evidência disponível e
não a melhor evidência possível”.
O estudo controlado randomizado, melhor desenho de pesquisa para avaliar a
eficácia de intervenções de saúde, representa um nível de evidência restrito na enfermagem
(CLOSS, CHEATER, 1999; STETLER, et al, 1998; apud GALVÃO, SAWADA, MENDES,
2003, p.46). Neste contexto, Griep, Santoro (2008) salienta e traz como reflexão o fato de
que, na produção da enfermagem, a pesquisa qualitativa ainda é predominante, e seu
potencial na produção de nível de evidência é frágil e limitado se desejarmos a EBE, tal como
é concebida a MBE. Segundo Lima, Câmara (2008), há um paradoxo constituído, pois, ao
mesmo tempo em que, tendo em vista as características da profissão de enfermagem, os
estudos qualitativos permitem desvelar e conhecer as relações e os sentimentos e são ditos
como os melhores para determinada situação clínica ou para determinada característica de um
grupo profissional, por outro lado são classificados como evidência baixa. Hicks, Henessy
(1997, apud GALVÃO, SAWADA, MENDES, 2003, p. 46) reforça a questão ao dizer que
“há uma cultura que não reconhece a importância da abordagem qualitativa, a qual dificulta o
incremento da enfermagem baseada em evidências”.
Para a prática da enfermagem baseada em evidências, uma das grandes
dificuldades do enfermeiro é saber analisar criticamente a literatura publicada. Conforme
Kaneko, Guerra E Laselva (2006) para a avaliação crítica de um artigo é preciso atentar para
critérios como validade dos resultados (acurácia), importância dos resultados e aplicabilidade
e incorporação dos resultados.
15
3. Critérios para Avaliação Crítica de um Artigo de Enfermagem:
Aplicabilidade e Incorporação dos resultados
(KANEKO, GUERRA E LASELVA, 2006, p.72)
O estudo controlado randomizado é mais apropriado para avaliação da eficácia de
intervenções de enfermagem, ou seja, os efeitos mais favoráveis da intervenção pesquisada
em uma amostra de pacientes. Em contrapartida, a abordagem qualitativa proporciona maior
adequação para compreensão da experiência, atitudes e crenças dos pacientes, ou seja, são
estudos que esclarecem as barreiras do paciente para concordar com a intervenção, como o
tratamento afeta sua vida, e o significado da doença ou a adequação para um tratamento
prolongado ou eterno. Portanto, havendo desenhos com finalidade, forças e limitações
diferentes e específicas, o importante é utilizar o desenho correto para responder a pergunta
formulada (DICENSO, CULLUM, 1998, apud GALVÃO, SAWADA, MENDES, 2003, p.
46).
É necessário localizar as informações potencialmente relevantes para a decisão
clínica focalizada, sendo então imprescindível para a aplicação de princípios da PBE, dispor
de equipamentos e condições para acessar as diversas fontes contidas na Internet, enfatiza
Cruz; Pimenta (2005). “Antes de aceitar as conclusões dos autores, os leitores precisam
assegurar-se de que os estudos são válidos” (JULL, 2002, apud, CRUZ; PIMENTA, 2005, p.
419).
Em virtude da quantidade e complexidade de informações na área da saúde e o
tempo limitado dos profissionais, foi desenvolvida a revisão sistemática (com ou sem
metanálise) que é um recurso importante na PBE, onde resultados de pesquisas são coletados,
categorizados, avaliados e sintetizados (GALVÃO, SAWADA, TREVIZAN, 2004, p. 550).
O enfermeiro tem dificuldades no uso de pesquisas devido à falta de tempo, falhas na busca
de pesquisas e deficiências de habilidades para avaliar e sintetizar as pesquisas encontradas,
assim, “a revisão sistemática tem potencial para minimizar algumas barreiras para a
utilização de resultados de pesquisas na prática assistencial”. (CILISKA, CULLUM,
MARKS, 2001, apud GALVÃO, SAWADA, TREVIZAN, 2004, p. 550-551). Entretanto, a
qualidade da revisão pode variar, havendo necessidade de o enfermeiro avaliá-la
anteriormente à implementação dos resultados na prática assistencial, conforme diz Evans,
16
(2001); Ciliska, Cullum, Marks (2001, apud GALVÃO, SAWADA, TREVIZAN, 2004,
p.553).
A metanálise corresponde à análise dos dados combinados a partir de diversas
revisões sistemáticas selecionadas, de forma a conseguir resultados mais precisos, implicando
em maior força de evidência científica (BERNARDO, NOBRE, JATENE, 2004).
Segundo Atallah, Castro (1998); Friendland, et al (2001, apud
DOMENICO, IDE, 2003, p. 117),
as Revisões Sistemáticas construídas com a meta-análise são consideradas as
melhores evidências sobre determinados assuntos, uma vez que a associação da
revisão meticulosa da literatura ao método estatístico possibilita a aquisição de
resultados combinados e avaliados qualitativamente (revisão da literatura) e
quantitativamente (meta-análise), podendo-se inferir a magnitude do efeito da
intervenção, as diferenças e contradições entre diferentes estudos, o grau de
confiabilidade, entre outras análises que não sofrem a influência da posição do autor.
É preciso cautela na utilização das informações contidas nos livros-textos, pois
conforme afirma Mckibbon, Marks (1998, apud CRUZ; PIMENTA, 2005, p. 418), estes são
fontes úteis para busca de informações consideradas "estáveis", isto é, que não se modificam
com muita freqüência (anatomia, princípios e mecanismos básicos das doenças, entre outros).
Admite-se que as informações contidas nos livros-textos já estão defasadas pelo menos 2
anos à época de sua publicação, em virtude do tempo requerido para preparação, edição e
produção. Além disso, são poucos os autores que fornecem referências bibliográficas para
fundamentar suas opiniões e enriquecer seus capítulos.
Em relação aos periódicos, Mckibbon, Marks (1998, apud CRUZ; PIMENTA,
2005, p. 418) relata que
são fóruns de divulgação de avanços e novas idéias, provendo aos leitores um
mecanismo para contínua atualização em pesquisa sobre diversos assuntos. Há
inúmeros periódicos de enfermagem, e a escolha deve considerar 3 aspectos: 1) se o
periódico tem comitê de revisores que avaliam e julgam o material que é publicado;
2) se o periódico é local, nacional ou internacional; e 3) se o periódico inclui relatos
de pesquisas ou se é um periódico mais geral, que apresenta notícias profissionais,
relatos de experiências e discussões gerais sobre assuntos clínicos atuais.
Stern, Simes (1997, apud CRUZ, PIMENTA, 2005, p. 418) ressalta que as fontes
de informações dos periódicos têm como limitações, os vieses de publicação, pois as
pesquisas com resultados positivos têm maior probabilidade de serem publicadas ou são
publicadas mais rapidamente que pesquisas em que não são comprovadas diferenças.
As bases eletrônicas de dados são muito grandes, assim a adequada recuperação
de informações requer o desenvolvimento de familiaridade com os sistemas de busca, para
reduzir o material identificado em quantidade manuseável. Portanto, os enfermeiros precisam
aplicar critérios diversos para julgar a confiabilidade e validade das informações que eles
17
obtêm nas fontes da internet (MCKIBBON, MARKS, 1998, apud CRUZ; PIMENTA, 2005,
p. 418-419). As Bases Primárias publicam trabalhos originais na forma integral ou resumida,
exigindo do leitor a capacidade de selecionar e analisar criticamente a validade dos
resultados. As Bases Secundárias publicam trabalhos originais reproduzidos, comentados e
avaliados criticamente, obedecendo à metodologia preconizada. Servem para aplicação
prática, economizando o tempo que seria gasto na seleção e avaliação crítica da qualidade das
informações (BERNARDO, NOBRE, JATENE, 2004). O BDEnf(http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&base=BDENF&lang=p) e o PERIenf
(http://www.sibi.usp.br/perienf/) são exemplos de bases das publicações brasileiras de
enfermagem.
5.5
Relação entre PBE e Auditoria de enfermagem
O fenômeno da globalização e Internet, a circulação de um grande volume de
informações, com rapidez e acessibilidade, são um grande marco na história da Humanidade.
Esta verdadeira “inundação de informações” dificulta a seleção e a avaliação da
confiabilidade e qualidade das informações, sendo impossível acompanhar todas as
novidades disponíveis. O conhecimento científico tem aumentado em ritmo exponencial,
tornando muito difícil definir por qual prática seguir e a melhor opção de tratamento a ser
instituído no paciente ou grupo de pessoas.
A Prática Baseada em Evidências vem sendo muito discutida na literatura,
inclusive com menção às várias barreiras para sua implementação. Entretanto, essa
abordagem poderá contribuir para a mudança da prática de enfermagem baseada em tradição,
rituais e tarefas, para uma prática reflexiva baseada em conhecimento científico, promovendo
a melhoria da qualidade da assistência de enfermagem (SIMPSON, 1996, apud GALVÃO,
SAWADA, ROSSI, 2002, p. 694).
Para Soares (2005, p. 10),
por mais que muitos procedimentos sejam reconhecidos como padrão, nem sempre
essas indicações foram confirmadas por pesquisas bem desenhadas, testados
idealmente por estudos clínicos, prospectivos, controlados e randomizados.
“A finalidade dessa difusão de conhecimentos é evitar as condutas baseadas em
opiniões pessoais, subjetivas, por vezes mal orientadas e, em outras, sujeitas à pressão dos
aspectos comerciais” (SOARES, 2005, p.12). Utilizando os princípios da PBE, não se tem a
garantia de bons resultados, mas, claramente, reduzem-se as chances de desfechos ruins
(SOARES, 2005). Para Griep, Santoro (2008, p. 7), o propósito é “direcionar a prática clínica
18
com melhor custo-benefício, minimizando o distanciamento entre avanços científicos e a
prática assistencial”, já que o conhecimento e o acesso às informações científicas são guia
para a tomada de ações, que conduzem com segurança o cuidado prestado pela equipe de
enfermagem. Somente quando o enfermeiro conscientizar-se do reflexo de suas ações no
estado de saúde do paciente sob seus cuidados (ação terapêutica e educativa), ele garantirá seu
espaço na equipe de saúde.
Soares (2005, p. 11 -12) discursa:
Espera-se que o enfermeiro, tendo em mãos a melhor informação científica
disponível, com sua experiência profissional e adequando-se à situação clínica, que é
única, decida pela melhor opção e atenda, do melhor modo possível, a seus pacientes.
Sua prática diária propicia conhecimento e experiência em intervenções que
funcionam, evitando o que é prejudicial ou ineficaz, aumentando, por sua vez, a
eficiência profissional, com menor desperdício de recursos e energia do profissional e
do paciente. Essa prática dinâmica de adaptação ao desafio, que é a arte de lidar com
pessoas, tende a qualificar os serviços e melhorar a relação profissional-paciente.
Neste contexto, o enfermeiro deve buscar exercer a enfermagem baseada em
evidências, a qual proporciona uma forma sistematizada de trabalho, cujo processo é o
caminho para o avanço, desenvolvimento e melhoria diária da qualidade na assistência
prestada, com o acompanhamento do desenvolvimento científico, reciclagem dos conceitos e
melhoria da performance (MOTTA, 2004, p. 9).
Segundo Barbosa, Melo (2008, p. 367),
O enfermeiro é o profissional que coordena e gerencia todo o processo de assistência
a ser desenvolvido em relação ao paciente e tudo o que o envolve no contexto da
instituição hospitalar. O paciente e suas especificidades, suas necessidades, sua alta
ou recuperação, constituem a principal razão da assistência de enfermagem, a qual
deve, portanto, ser realizada eficientemente, com comprometimento de quem a
desenvolve, garantindo qualidade do cuidado prestado e, principalmente, a satisfação
do paciente e seus familiares.
Teixeira et al (2006, apud BARBOSA, MELO, 2008, p. 367) reforça que “é
necessário que os profissionais de enfermagem desenvolvam ações de saúde com
conhecimento, habilidade e competência, objetivando atender às expectativas dos clientes e
alcançar a almejada qualidade assistencial”. E conforme Adami (2000, apud BARBOSA,
MELO, 2008, p. 367), a Comissão de Auditoria de Enfermagem é um dos instrumentos
internos que o serviço de enfermagem de uma instituição de saúde dispõe para a gestão da
qualidade dos serviços.
Motta (2004, p. 17) define Auditoria de Enfermagem:
“Trata-se da avaliação sistemática da qualidade da assistência de enfermagem
prestada ao cliente pela análise dos prontuários, acompanhamento do cliente
“in loco” e verificação da compatibilidade entre o procedimento realizado e os
itens que compõem a conta hospitalar cobrados, garantindo um pagamento
justo mediante a cobrança adequada”.
19
“Conforme Riolino, Kliukas (2003 p.36), o que se “busca atualmente é a auditoria
da qualidade da assistência com redução de custos, agregando os valores financeiros aos
valores qualitativos”, assim, as funções exercidas pelo enfermeiro auditor têm um caráter
abrangente, logo ele age como um facilitador no desenvolvimento e aprimoramento da equipe
multiprofissional.
Para Motta (2004, p.17-18), entre as principais responsabilidades do enfermeiro
auditor estão:
- Atualizar seus conhecimentos sobre os temas médicos, que sofrem mudanças
constantes devido ao desenvolvimento tecnológico;
- Aprimorar seus conceitos sobre os novos produtos lançados no mercado, materiais
ou medicamentos;
- Ter embasamento e conhecimento para conversar e negociar;
- Fundamentar com conteúdo baseado em evidências seus conceitos antes de expôlos;
Nos hospitais e instituições de saúde do Canadá, medidas para o desenvolvimento
da prática baseada em evidências já estão em andamento. Estratégias que vinculam a pesquisa
e a prática estão sendo implantadas, como exemplo, “a formação de comissões orientadas para
a pesquisa na enfermagem, desenvolvimento de planos estratégicos, articulação de forças
voltadas, para a pesquisa e o uso de modelos na prática profissional”. Estão sendo
implantados programas que identificam idéias provenientes da prática, que promovem
diretrizes baseadas em pesquisa e encorajam a equipe de enfermagem a tomar decisões
baseadas em evidências. Para promover o uso de pesquisa na prática, os hospitais estão
implementando: programas educativos para a equipe de enfermagem; desenvolvimento de
projetos de pesquisa nas unidades de trabalho; clarificação do papel de pesquisador para o
avanço da prática de enfermagem, por meio da utilização de pesquisas; e agilidade no acesso
à informação através da informatização (SIMPSON, 1996, apud GALVÃO, SAWADA,
ROSSI, 2002, p. 694).
Para Galvão, Sawada, Rossi (2002), as ações que envolvem o cuidado de
enfermagem são complexas, e diante disto, surgiu a necessidade de sistematização da
assistência embasada no conhecimento científico. Alfaro (1986, apud GALVÃO, SAWADA,
ROSSI, 2002, p.692) define que “o processo de enfermagem é um método sistemático e
organizado para prestar cuidados de enfermagem individualizados, enfocando as respostas
humanas de uma pessoa ou grupos, a problemas de saúde reais ou potenciais”. É uma
atividade deliberada, lógica e racional que proporciona uma prática de enfermagem
sistematizada, que diante das características específicas dos pacientes, “possibilita a melhoria
da qualidade da assistência prestada ao paciente, pois torna-se um processo individualizado,
20
planejado, avaliado e, principalmente, contínuo” (GALVÃO, SAWADA, ROSSI, 2002,
p.691).
A sistematização da assistência de enfermagem é um método que organiza a
assistência de enfermagem e compreende coleta de dados, diagnóstico, planejamento,
implementação e avaliação. Complementando sua fala, faz relação do método com a EBE:
A realização de cada etapa dessa metodologia de assistência implica a prática baseada
em evidências, tanto no que se refere aos dados coletados pelo enfermeiro (evidência
baseada nas informações e nas condições clínicas do paciente) quanto ao julgamento
clínico realizado por esse profissional para estabelecer os diagnósticos de
enfermagem, planejar e avaliar as respostas à assistência implementada.
Enfatizo novamente e chamo a atenção para o compromisso do enfermeiro auditor
em saúde, cujo objetivo de trabalho é a avaliação sistemática da qualidade da assistência de
enfermagem prestada ao cliente, acompanhado ao controle de custos. O enfermeiro auditor de
instituições hospitalares, e principalmente de Operadoras de Planos de Saúde, que não atuam
no cuidado direto ao paciente, precisam estar sintonizados ao método de sistematização da
assistência de enfermagem embasado pela PBE; caso contrário, estes profissionais não terão
credibilidade para realização do trabalho, não conquistarão o respeito dos colegas de
profissão, além disso, contribuem para denegrir a imagem desta especialidade no mercado de
trabalho, que atualmente está em crescente ascensão.
21
6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conhecimento está em constante transformação e pleno desenvolvimento no
mundo, o que implica na avaliação e reflexão constante das práticas em saúde, em virtude da
possibilidade de haver condutas e atitudes divergentes dos estudos científicos mais recentes,
resultando em prejuízos na assistência prestada. E assim, tornou-se prioridade para o trabalho
do profissional da saúde, o acompanhamento atualizado e análise crítica dos resultados de
pesquisa.
Nesse cenário, a enfermagem baseada em evidências surgiu e vem aparecendo de
forma tímida nas instituições de saúde, faculdades e Universidades. Esta prática impulsiona
no enfermeiro a busca do conhecimento científico, implicando no desenvolvimento de
pesquisas e aplicação na prática dos melhores resultados dos estudos.
O acesso à literatura sobre o tema permite afirmar que o profissional de
enfermagem que presta uma assistência à saúde do cliente/paciente com base na melhores
evidências científicas disponíveis, exerce um trabalho mais qualificado, enfim, mais seguro e
confiável. No campo da Medicina, os benefícios e resultados positivos já têm sido
amplamente divulgados, reconhecidos e acompanhados.
O enfermeiro deve atentar para este tema tão recente, atual, incipiente e já valioso
na vida profissional e acadêmica. É preciso a conscientização sobre a importância do tema e
priorização da implantação da prática. O processo é complexo, e a preocupação vigente
corresponde aos diversos desafios que precisam ser enfrentados. No decorrer do trabalho
foram apresentadas e discutidas as diferentes dificuldades e barreiras existentes, sendo que um
número restrito de instituições de saúde apóia e incentiva seus profissionais, e os
conhecimentos e habilidades requeridos para a implementação da prática baseada em
evidências, os quais são pouco trabalhados na vida acadêmica.
Este trabalho chama a atenção do profissional para a abordagem EBE,
correlacionando-a ao foco principal da enfermagem: o resultado do cuidado prestado, ou seja,
uma assistência de qualidade. O atendimento atual na saúde engloba a avaliação do paciente,
proposta de intervenções e tomada de decisão, levando em consideração conhecimentos
científicos, habilidades perceptuais e cognitivas, pensamento crítico-reflexivo e as vontades
do paciente. Em síntese, conforme literatura, o desenvolvimento de pesquisas na enfermagem
é indispensável, pois garante a construção de um corpo de conhecimento próprio, propiciando
a melhoria da assistência de enfermagem prestada ao cliente/paciente, embasada em
22
conhecimento científico, o enriquecimento do profissional e da sua prática, bem como
possibilita a busca de soluções para os problemas vivenciados no cotidiano.
Simultaneamente, pode-se afirmar que para a prática diária da enfermagem
baseada em evidências, um longo e árduo caminho deverá ser percorrido, mas que este
movimento é fundamental para afirmação da enfermagem como ciência. Na interface dos
benefícios e desafios, a conclusão é que o profissional de enfermagem deve enfrentar as
dificuldades levantadas/mencionadas, ter uma atitude crítica e reflexiva, aceitar, estudar,
entender e integrar a prática de enfermagem baseada nas melhores evidências científicas
disponíveis.
Sendo a auditoria em saúde um processo de educação continuada, com avaliação
da eficácia e eficiência dos serviços, as questões discutidas no decorrer da pesquisa
relacionam-se diretamente ao trabalho do enfermeiro auditor, que tem como objetivo a
avaliação sistemática da qualidade da assistência de enfermagem prestada ao cliente/paciente,
e requer sempre o embasamento científico para tomada de decisão. Logo, apesar de não atuar
na assistência direta ao paciente, é também responsabilidade do enfermeiro auditor a iniciativa
de exercer a enfermagem baseada em evidências diariamente nas atividades profissionais.
Sugere-se, portanto, a implementação de estratégias efetivas que viabilizem aos enfermeiros,
o mais rápido possível, a compreensão, uso e aplicação diária da prática baseada em
evidências, em virtude, dos benefícios a serem alcançados, conforme já vêm sendo
conquistados na área da Medicina, com a Medicina Baseada em Evidências.
E assim a prática baseada em evidência vai aparecendo no cenário da enfermagem,
gerando muitas dúvidas nos profissionais e tornando-se um desafio a ser vencido. Há um
grande percurso a ser conhecido e percorrido, mas quando os obstáculos e dificuldades
apresentadas e discutidas neste artigo forem enfrentados e vencidos, o uso da EBE será uma
rotina no dia-a-dia dos enfermeiros, os processos serão mais qualificados, e consequentemente
o trabalho será mais profissional e científico.
23
7
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Janice de Oliveira Santos