Página 1 de 6 imprimir voltar França e Bélgica em um diálogo simbolista Nada mais apropriado do que uma comunicação sobre o Simbolismo vir precedida por outras sobre Baudelaire e Hoffmann. Isso porque o Simbolismo é com certeza fruto dessa modernidade anunciada pelo poeta de Les Fleurs du Mal e pelos românticos alemães. E, se o presente Simpósio tem como tema a audácia quixotesca da modernidade, não podemos deixar de lembrar esses grandes audaciosos que foram Baudelaire, Hoffmann e os simbolistas. A poesia foi certamente o gênero de predileção dos autores simbolistas e isso não apenas na França. Na Bélgica, Verhaeren e Elskamp são dois poetas importantes, mas aqui já começamos a vislumbrar a especificidade da literatura belga, em que o teatro e a prosa foram muito expressivos nesse período. Maeterlink, com sua obra, vai recriar o gênero dramático e inseri-lo na esfera simbolista, ultrapassando as fronteiras do próprio teatro enquanto ultrapassava também as fronteiras geográficas de seu país. E, na prosa, Georges Rodenbach com seu livro Bruges-la-Morte parece alcançar o “poema em prosa”. As obras desses dois autores realizam fora da poesia o projeto simbolista já esboçado por Jean Moréas em seu Manifesto: Ennemie de l'enseignement, la déclamation, la fausse sensibilité, la description objective, la poésie symbolique cherche à vêtir l'Idée d'une forme sensible qui, néanmoins, ne serait pas son but à elle-même, mais qui, tout en servant à exprimer l'Idée, demeurerait sujette. L'Idée, à son tour, ne doit point se laisser voir privée des somptueuses simarres des analogies extérieures; car le caractère essentiel de l'art symbolique consiste à ne jamais aller jusqu'à la conception de l'Idée en soi. Ainsi, dans cet art, les tableaux de la nature, les actions des humains, tous les phénomènes concrets ne sauraient se manifester eux-mêmes ; ce sont là des apparences sensibles destinées à représenter leurs affinités ésotériques avec des Idées primordiales. (MOREAS, 1886) É certo que houve também na França tentativas de levar o Simbolismo para a prosa e o teatro, mas estas não tiveram a mesma repercussão que os textos belgas. No entanto, para melhor entendermos essa especificidade da literatura belga de expressão francesa, é necessário retraçar rapidamente a história do idioma francês no país, assim como mostrar as relações ambíguas que a literatura belga estabelece com a tradição literária do país vizinho que é a França. Nos dias de hoje, é fácil compreender a divisão lingüística do território belga. As três línguas oficiais são o neerlandês, o francês e o alemão. O Norte do país é flamengo e fala neerlandês, o Sul é francófono e há uma pequena parte da população que fala alemão. Esse país que nasce na primeira metade do século XIX (1830-1831) não tem, porém, desde suas origens, essas fronteiras lingüísticas tão bem definidas. Isso porque a Valônia não era francófona, mas vivia uma situação dialetal em que vários dialetos valões conviviam mais ou menos harmoniosamente entre si. O Norte flamengo também assistia a uma pluralidade dialetal (que, aliás, perdura até hoje). No entanto, as elites belgas tinham como língua o francês. Em um primeiro momento, podemos pensar que essas elites tinham no francês sua língua de cultura e guardavam o(s) dialeto(s) para o uso no quotidiano. Esse caso existia, mas não era, no entanto, o padrão. Os membros das elites freqüentavam na infância e juventude colégios em que o francês era a única língua permitida e quando voltavam para casa de férias eram incentivados muitas vezes a manter o idioma. E, nas vezes em que nos deparamos com indivíduos que ainda preservavam seu dialeto, vemo-nos diante de um fato curioso. Dois flamengos de cidades file://C:\Users\Usuario\Desktop\ano5n5\data\articles\Marilia Santanna Villar.htm 07/01/2011 Página 2 de 6 diferentes podiam ter dialetos tão diferenciados que, para se compreenderem, precisavam recorrer ao francês. Jean Stengers nos dá um bom exemplo dessa situação: Un Flamand de Lierre, Bergmann, qui fréquenta de 1823 à 1828 l’Université de Gand nous rapporte que ses camarades et lui conversaient presque toujours en français. La raison était simple: en fait de flamand, les “cives academici” ne connaissaient que leur patois. (STENGERS, 2000, p. 167) As mulheres também tiveram um papel importantíssimo nessa francisação da Flandres, pois estudavam em conventos em que o uso do neerlandês era proibido. Stengers observa também que o sentimento lingüístico que unia as elites do país contribuiu para o nascimento de um sentimento nacional belga e as classes superiores do Norte e do Sul foram, segundo ele, “o cimento da Bélgica contemporânea”. (STENGERS, 2000, p. 167). Com isso, podemos afirmar que, em meados do século XIX, esse jovem país se vê diante da difícil tarefa de escrever sua própria história e sua própria literatura em francês. Essa literatura será portanto tributária da literatura francesa, cuja hegemonia dentro e fora do mundo francófono é nossa velha conhecida. Das fábulas de La Fontaine, passando pelos dramaturgos, poetas e críticos, a França soube produzir e divulgar seu tesouro literário muito cedo, o que dificulta, é claro, a autonomia literária dos demais países francófonos. Por exemplo, quando a obra que podemos considerar a obra inaugural da literatura belga de expressão francesa, La Légende d’Ulenspiegel, de Charles de Coster, é publicada, ou seja, em 1867, a França já é há muito um país que se construiu sobre a unidade lingüística e no qual o fazer literário tem um prestígio e um peso importantes. Os autores belgas se vêem, então, diante da difícil tarefa de construir sua própria identidade literária e é óbvio que a tarefa que se impõe à Bélgica assume proporções assustadoras. O livro de De Coster não é, entretanto, reconhecido de imediato em toda a sua originalidade. E se nesse momento muitos autores belgas escrevem e escrevem bem, eles não abandonam os moldes franceses. Pode-se dizer que é o momento de dar à luz a literatura desse novo país independente, mas o novo país ainda não consegue deixar de lado toda a tradição que o precedeu e parece apenas dar continuidade a uma literatura que quase que reproduz os padrões franceses, temerosa de introduzir não apenas regionalismos lingüísticos ou uma coloração local, mas também de deixar escapar uma cultura diferente e cheia de particularidades que a afastam da grande potência francesa. Se de um lado essa dependência literária em relação ao país vizinho é compreensível e parece evidente devido a toda a herança francesa, há outros elementos que surpreendem um estrangeiro. Cito aqui três deles. Em primeiro lugar, o próprio nome dado à literatura belga de expressão francesa. A literatura que nasce em território belga é, por exemplo, inicialmente definida como a “literatura francesa na Bélgica” e posteriormente, como “literatura francesa da Bélgica”, o que produz um pequeno melhoramento na nomeação, dando ao menos uma idéia de posse e não apenas de lugar. Outro exemplo dessa situação é o Manifeste du lundi (1937). O grupo de autores belgas que se reúne às segundas-feiras (daí o nome do manifesto) vai assinar um manifesto em que se definem como autores de literatura francesa que se diferenciam dos autores nascidos em território francês unicamente por possuírem uma carteira de identidade belga. E podemos mencionar ainda o texto de Francis Walder, mais recente, publicado em 1958: Saint-Germain ou la négociation. No momento em que a França tem autores que buscam uma linguagem nova (como Ionesco com o teatro do absurdo), a literatura belga nos dá uma obra prima cuja linguagem mais pura e parisiense vai levar à conquista do prêmio Goncourt. Vemos, portanto, que a relação entre os autores belgas e a literatura é verdadeiramente uma página delicada de sua história. Depois dessa explanação sobre a curiosa situação lingüística e literária, podemos começar a falar sobre o Simbolismo propriamente dito e em como este se manifestou em solo belga. Agora que já conhecemos um pouco a situação do francês na Flandres, podemos compreender mais facilmente que, em sua maioria, os autores mais importantes dessa escola literária eram flamengos, mas file://C:\Users\Usuario\Desktop\ano5n5\data\articles\Marilia Santanna Villar.htm 07/01/2011 Página 3 de 6 francófonos. É o que Marc Quaghebeur deixa claro quando critica um artigo de Charles Bertin que sugere que os simbolistas teriam eleito a língua francesa para a redação de suas obras. Quaghebeur relembra que a elite de então tinha o francês não só como língua de cultura, mas como língua materna. Dans son article, Charles Bertin ne se contente pas de considérer comme « révolu(e) » l’époque qui engendra Pélleas et Mélisande, mais estime impensable qu’un Flamand puisse encore « faire élection de la langue française pour donner forme et couleur à ses songes ». L’assertion (...) est non seulement erronée pour le présent mais falsificatrice pour le passé. Maeterlinck ou Elskamp n’eurent pas à élire la langue française. Ils y étaient nés. (QUAGHEBEUR, 1997, p. 89) Como sabemos, o Simbolismo é uma corrente literária que nasceu na França e ganhou forma com o Manifesto de Jean Moréas, publicado em 1886. Mas na França a sua duração foi mais curta que na Bélgica. No entanto, o diálogo entre os dois países é constante. Mallarmé, por exemplo, encontra junto aos belgas espaço e compreensão, como comprova a correspondência que estabeleceu com Émile Verhaeren. Comentando um artigo que Verhaeren tinha escrito, Mallarmé diz: “ il m’est apparu si conforme, que je n’ai pas osé le relire tout de suite pour que ne s’évaporât cette impression rare qu’a un Monsieur de s’être miré tout à fait lui-même”[i] Um aspecto importante nesse diálogo entre a França e a Bélgica é a própria definição do conceito de símbolo. O conceito evolui nos dois países de maneiras diferentes. Na França, é Jean Moréas que define o símbolo em seu Manifesto, mas o que ele ali valoriza é a “Idéia”, como vimos anteriormente. Já na Bélgica, Maeterlinck, Verhaeren e Van Lerberghe tentam chegar a uma definição que não seja apenas uma opinião pessoal, mas é Albert Mockel que melhor explica esse conceito, sobretudo estabelecendo a diferença entre alegoria e símbolo. L’allégorie, comme le symbole, exprime l’abstrait par le concret. Symbole et allégorie sont également fondés sur l’analogie, et tous deux contiennent une image développée. Mais je voudrais appeler allégorie l’oeuvre de l’esprit humain où l’analogie est artificielle et extrinsèque, et j’appelerai symbole celle où l’analogie apparaît naturelle et intrinsèque. L’allégorie serait la représentation explicite ou analytique, par une image, d’une idée abstraite ou PRÉCONÇUE (...) Au contraire le symbole suppose la RECHERCHE INTUITIVE des divers éléments idéaux épars dans les Formes. (MOCKEL, 1894) Há, ainda, outros aspectos que merecem ser mencionados, aspectos que ora aproximam as manifestações do Simbolismo nos dois países ora as afastam. Enquanto na França o Simbolismo aparece como uma reação ao Naturalismo, na Bélgica muitos poetas simbolistas não cessam de manifestar sua admiração pelos naturalistas Lemonnier e Eekhoud. É nesse momento que os autores belgas serão reconhecidos internacionalmente. Verhaeren e, mais especificamente, o teatro de Maeterlinck serão exportados e em diversos países da Europa, na Rússia e mesmo no Japão, veremos a influência deles. É por isso que podemos dizer que é nesse período que a literatura belga começa a trilhar seu próprio caminho e é reconhecida internacionalmente. Entretanto, sabemos já de antemão que nem tudo são flores nas relações entre a França e a Bélgica e nem precisamos citar Baudelaire e sua Pauvre Belgique para lembrar que as relações entre Bruxelas e Paris podem ser muito espinhosas. Um artigo do francês Francisque Sarcey mostra como houve críticos preconceituosos em relação aos simbolistas belgas. file://C:\Users\Usuario\Desktop\ano5n5\data\articles\Marilia Santanna Villar.htm 07/01/2011 Página 4 de 6 ... - le programme ne nous l’avait pas caché - c’est un symbole. Ça y était en toutes lettres sur l’affiche. C’était de plus un symbole belge. Vous pensez bien qu’un symbole français n’aurait pas le même ragoût. Le symbole a, comme le chou, plus de saveur quand il est de Bruxelles. Celui-là était signé: Charles Van Lerberghe. (...) Est-ce qu’on ne va pas bientôt nous laisser tranquilles avec les Scandinaves et les Belges?(PAQUE, 1989, p. 137) Se o comentário é negativo - e não há dúvida disso -, ele tem o mérito de demonstrar também que há uma forte presença dos simbolistas belgas em Paris. Não podemos, porém, deixar de mencionar que os pontos de convergência entre Bruxelas e Paris são muitos. É verdade que há divergências na definição da noção de símbolo entre os autores dos dois países, mas podemos relembrar, por exemplo, as amizades francesas de Verhaeren (como o próprio Mallarmé e André Gide) e a situação que desencadeou o sucesso de Maeterlinck: Maeterlinck publica por conta própria a coletânea de poemas Serre chaudes e a peça teatral La Princesse Maleine (1889). Em seguida, envia um exemplar da peça a Mallarmé que, por sua vez, o entrega a Octave Mirbeau, um dos críticos mais influentes no seus tempo e que escrevia a crônica literária do jornal Le Figaro. Alguns meses depois, a família Maeterlinck lê em um domingo de manhã um artigo em que Maurice Maeterlinck é chamado de « novo Shakespeare » e a Princesse é considerada uma obraprima dos novos tempos. O sucesso de Maeterlinck é imediato e será posteriormente coroado pelo Nobel de 1911. Vemos que a consagração do autor belga não demorou nada, mas aconteceu ainda sob a égide de Paris. A consagração veio, mas precisou mais uma vez passar antes pelo país vizinho. Para ilustrar essas relações ambíguas, remeto a dois poemas, um de Mallarmé e outro de Verhaeren, que deixam transparecer algumas das preocupações dos autores de então. O primeiro poema mostra um poeta que escolhe a cidade de Bruges. Assim, a França se volta para a cidade flamenga cuja atmosfera parece particularmente adequada ao Simbolismo. REMÉMORATION D’AMIS BELGES[ii] A des heures et sans que tel souffle l’émeuve Toute la vétusté presque couleur encens Comme furtive d’elle et visible je sens Que se dévêt pli selon pli la pierre veuve Flotte ou semble par soi n’apporter une preuve Sinon d’épandre pour baume antique le temps Nous immémoriaux quelques-uns si contents Sur la soudaineté de notre amitié neuve O très chers rencontrés en le jamais banal Bruges multipliant l’aube au défunt canal Avec la promenade éparse de maint cygne Quand solennellement cette cité m’apprit Lesquels entre ses fils un autre vol désigne A prompte irradier ainsi qu’aile l’esprit E um trecho de um poema do belga Émile Verhaeren, retirado da coletânea Les Flambeaux Noirs : La morte file://C:\Users\Usuario\Desktop\ano5n5\data\articles\Marilia Santanna Villar.htm 07/01/2011 Página 5 de 6 En sa robe, couleur de feu et de poison, Le cadavre de ma raison Traîne sur la Tamise. Des ponts de bronze, où les wagons Entrechoquent d'interminables bruits de gonds Et des voiles de bâteaux sombres Laissent sur elle, choir leurs ombres. Sans qu'une aiguille, à son cadran, ne bouge, Un grand beffroi masqué de rouge, La regarde, comme quelqu'un Immensément de triste et de défunt. Elle est morte de trop savoir, De trop vouloir sculpter la cause, Dans le socle de granit noir, De chaque être et de chaque chose. Elle est morte, atrocement, D'un savant empoisonnement, Elle est morte aussi d'un délire Vers un absurde et rouge empire. Ses nerfs ont éclaté, Tel soir illuminé de fête, Qu'elle sentait déjà le triomphe flotter Comme des aigles, sur sa tête. Elle est morte n'en pouvant plus, L'ardeur et les vouloirs moulus, Et c'est elle qui s'est tuée, Infiniment exténuée. Reconhecemos nos dois poemas semelhanças, como a presença da cidade marcada pela água. Bruges é apresentada fazendo-se alusão a seus canais, enquanto Londres é representada pelo Tâmisa. Nos dois poemas, elementos caros ao Simbolismo como a água, o etéreo, a morte são recorrentes. E os poemas nos fazem pensar em Bruges-la-Morte, de Georges Rodenbach. Esse longo poema em prosa que já mencionamos aqui é a coqueluche de Paris no final do século XIX. Os canais de Bruges se tornam espelhos que refletem a solidão do viúvo Hugues Viane, a imagem da esposa morta que ele reencontra na atriz Jane, a cidade morta e seus fantasmas. Para concluir, cito Christian Angelet que parece resumir de modo claro essa relação entre a França e a Bélgica, quando diz que Verhaeren assim como Maeterlinck e Rodenbach, cada um a seu tempo, todos deixaram a terra natal e foram morar em Paris. En 1899, Verhaeren s’était établi à Paris, comme avaient fait avant lui Lemonnier, Maeterlinck et Rodenbach. Ce n’était pas une émigration, seulement une antenne professionnelle pour gens de lettres ou, si l’on préfère, une confirmation de leur assise biculturelle. C’est en français que ces écrivains belges se disaient Flamands. Tout en se parisianisant, ils pouvaient se sentir d’ailleurs, et libres. (ANGELET, 2000, p. 86) Aparentemente é a situação curiosa que torna os Flamengos francófonos que permite a estes um distanciamento de Paris até mesmo quando se “parisianisam”. Talvez se fossem de cultura latina não file://C:\Users\Usuario\Desktop\ano5n5\data\articles\Marilia Santanna Villar.htm 07/01/2011 Página 6 de 6 tivessem podido se desapegar do mesmo modo da tradição parisiense. [i] Citado por Michel Lisse em seu artigo « Ces miroirs placés les uns en face des autres... Mallarmé et Verhaeren ». In : Correspondance. El simbolismo belga. Número 3. Universidades de Cádiz, Castilla-La Mancha y Extremadura, 1992. [ii] Publicado pela primeira vez sob o título « A ceux de l’Excelsior », in : L’Art Littéraire, Bruxelas, 1893. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANGELET, C. « Vers la reconnaissance internationale ». In : BERG & HALEN (org.). Littératures belges de langue française - Histoire et perspectives. Bruxelles, Le Cri, 2000. MORÉAS, J. « Manifeste ». In : Le Figaro , sábado 18 de setembro de 1886, suplemento literário p. 1-2. MORÉAS, J. Propos de Littérature. Paris, 1894. Publicado por OTTEN, M. Albert Mockel, Esthétique du Symbolisme. Bruxelles, 1962. QUAGHEBEUR, M. « L’identité ne se réduit pas à la langue ». In : GORCEIX, P (org.) L’identité culturelle de la Belgique et de la Suisse francophones. Paris, Champion, 1997. STENGERS, J. Histoire du sentiment national en Belgique des origines à 1918. 1, Les racines de la Belgique jusqu'à la Révolution de 1830. Bruxelles, Racine, 2000. Professora Doutora Marilia Santanna Villar (UFRJ) Doutora em Letras pela Université Catholique de Louvain (Bélgica). Professora Substituta de Língua e Literatura Francesa da Universidade Federal do Rio de Janeiro, faz atualmente seu Pós-Doutorado na mesma Universidade, financiada pelo CNPq. file://C:\Users\Usuario\Desktop\ano5n5\data\articles\Marilia Santanna Villar.htm 07/01/2011