Vitor Teixeira Talento e determinação A GALOPE #6 – ano 2 – Julho 2010 – Órgão Oficial do Clube Hípico de Santo Amaro Rowin von Reininghaus Prática do hipismo em família Editorial Na certeza de que esta revista já é uma realidade, estou aqui de novo a redigir um editorial de nossa Santo Amaro a Galope; com satisfação, já até perdi a A GALOPE lembrança de quantas edições se publicou, o que me dá a segurança de que ela veio para ficar. Se, por um lado, a vida exige mudanças, na busca constante de aprimoramento, realização e felicidade, por outro, ela tem seus alicerces calcados na tradição, na entrega de valores de uma geração à próxima, para que possamos saber quem somos, o que queremos e de onde viemos. Isto tanto vale para a nossa simpática revista, que difunde nossa gente de Santo Amaro, suas histórias e feitos, bem como para o CHSA como um todo. Assim – e com muito mais ênfase –, estamos neste ano de 2010 envolvidos com a comemoração de um aniversário de número emblemático: 75 anos, o famoso Jubileu de Diamante! Segundo a numerologia, o 7 é o número mágico, místico e perfeito, que representa a passagem do que é conhecido para o desconhecido; 7 são as virtudes, mas 7, também, são os pecados. Já o 5 é o número do movimento, da mudança necessária. Misticismo – ou ciência – à parte, o que importa é que este nosso Santo Amaro se mostre forte, renovado e com muita disposição para seguir na proa dos destinos de nosso hipismo, lugar que sempre ocupou. Reinventando-se sempre, até mudando seu forte sotaque germânico dos primeiros tempos, Santo Amaro não abriu mão de seus valores originais, daqueles que importam de fato. Se fosse possível “espremer” este período de 75 anos para obtermos a essência de nosso Santo Amaro, decerto teríamos um suco com um sabor predominante de alegria, camaradagem, amor à prática desportiva e de muita, mas muita hospitalidade a nossos irmãos cavaleiros de todas as partes do mundo, já CONSELHO DIRETOR Diretor Presidente - Luís Duílio de Oliveira Martins Diretor Vice-Presidente - Luca Mifano Dir. Adm. Financeiro - Michel Ernesto Setzer Diretor Tesoureiro - William Pereira Diretor Jurídico - Bernardo M. Franco Diretora de Salto - Karina Ivone Smith Diretora de Adestramento - Lindinha Macedo Diretor de Vila Hípica - Adriano Ferraz Pellicciari Dir. da Escola de Equitação - Ana Claudia C. Delmaschio Diretor Comercial e Marketing - Marcelo Ramos Diretor Médico - Arthur Corradini Diretora Social - Sandra Smith de Oliveira Martins Assuntos Internacionais - Joe Quagliotti de Faá Assessora de Volteio - Joyce D. R. Altmann CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Presidente - Davis Konfino Castro Vice-Presidente - Gilson José Rasador Secretária - Fátima da Collina de Aguiar Comissão de Julgamento e Justiça Coordenador - Gilson José Rasador Efetivos - Renato Luiz de M. Mange e Sérgio C. Fernandes Comissão de Sindicância Coordenador - Élcio Garcia Álvares Efetivos - Sílvia Salles Milani e Fátima da Collina de Aguiar Comissão de Obras e Ecologia Coordenador - Paulo André Jorge Germanos Efetivos - Paul von Bismarck e Enio Monte CONSELHO FISCAL Coordenador - Francisco José C. de Arruda Efetivos - José Carlos Ávila que o que norteou esses “75” foi, sobretudo, o amor ao cavalo, que em Santo Amaro é a nossa razão de existir. Aproveitado esse suco maravilhoso, o resto é bagaço, que não define a alma de nossa gente, mas apenas realça suas boas qualidades; aquele bagaço composto de diminutas tristezas, de rixas pueris entre irmãos que, no fundo, admiram-se, querem as mesmas coisas - que sempre é o bem geral. Insignificantes erros de percurso que, de tão pequenos, Santo Realização Amaro deles se esquece; nem se lembra mais! Santo Amaro, julho de 2010 Duílio Martins, Presidente da Diretoria Nota de falecimento A Diretoria, na pessoa de seu Presidente Duílio Martins, e funcionários do Clube Hípico de Santo Amaro registram sua homenagem ao sócio e amigo Armando Mifano, falecido em 21 de julho. Aos familiares enlutados, em especial a Luca Mifano, Vice-presidente do CHSA, nossos sinceros sentimentos. 2 Santo Amaro a Galope Direção Geral - Eliseu Urban Reportagem, Edição e Revisão Cambacica Projetos Editoriais Direção de Arte - Cibele Cipola Colaboraram nesta Edição - redação: Érica Fernandes (Mtb 40.204/SP); fotografia: Anna Paula Carvalho; estagiários de arte: Mariana Zanarelli e Rafael Carrochi Jornalista Responsável - Deborah Peleias (Mtb 15.212/SP) Sumário 16 o4 07 18 14 Michaela Porr - paixão pela música erudita 22 Social by Anna Paula Carvalho 27 Gastronomia francesa no Felix Bistrot 28 Gadgets: pequenos e funcionais 29 O inverno é a melhor estação para tratar da pele 34 Artigo 10 12 24 30 04 Talento no salto e determinação na busca dos objetivos 07 Entre o salto e o polo, a prática do hipismo em família 10 Como é o dia a dia de treinamento de um Master 12 Projeto Doma – a integração homem-cavalo 16 Jubileu de Diamante – os preparativos do Departamento Social 18 Resultados das IV e V Etapas da Copa Santo Amaro 24 Circuito de feiras europeias: Golegã e Verona 30 Recordar é Viver com Luca Mifano Santo Amaro a Galope 3 Talento e determinação “Participar dos Jogos de Havana foi inesquecível porque o Brasil não conquistava uma medalha no salto havia 24 anos!” V itor Alves Teixeira nasceu em Belo Horizonte em janeiro de 1958 e começou a montar em 1971, ao lado do irmão Luiz Otávio. Devido às dificuldades financeiras de sua família, por muito pouco Vitor não deixou o hipismo, mas como a determinação é o que escreve o sucesso dos fortes, ele é hoje um dos grandes nomes desse esporte no Brasil. SAAG. Quais foram suas principais dificuldades no início de carreira? Você começou em 1971, na Sociedade Hípica de Brasília, correto? VAT. Minha principal dificuldade foi ser comunicado que deveria deixar de montar na escola de equitação da Hípica de Brasília, pois deveria comprar um título caso quisesse 4 Santo Amaro a Galope continuar no esporte. Como minha família não tinha condições financeiras, precisei deixar a Hípica e meus pais passaram a me levar ao Regimento de Cavalaria para que eu pudesse continuar a montar, até que apareceu a possibilidade da transferência de um título da Hípica. Mas, para isso, contei com a ajuda do coronel Fidélis Chaves da Silveira e tenho muito a agradecer a todos os militares daquela época. SAAG. O que aconteceria se tivesse desistido de montar? VAT. Cheguei a fazer vestibular para Educação Física e Veterinária, e sempre tentei montar nos períodos livres. Mas não me dediquei com convicção aos estudos porque teria de diminuir meus treinamentos. Tupa Destaque – Vitor Alves Teixeira Tupa Acervo Pessoal l Acervo Pessoa No sentido horário, Vitor no Campeonato de Master realizado em Juiz de Fora (MG), em julho de 2009; na 37ª Copa São Paulo, em 2008; e concentrado durante um concurso. SAAG. Você tem muitas e importantes conquistas em seu currículo. Você as atribui a quê? VAT. Atribuo primeiro à minha vocação e aptidão no esporte, claro, e todo o apoio que tive por parte dos meus pais e ajuda de meus primeiros instrutores. Tudo isso soma-se à minha determinação em realizar meus sonhos, que sempre foram pautados por trabalho e disciplina. Tupa SAAG. Em 1979, aos 21 anos, você ganhou o Torneio FIAT superando, entre outros, Nelson Pessoa e Roberto Kalil. Qual foi a sensação desta vitória sobre estes dois nomes importantes do hipismo? VAT. Foi o meu primeiro carro - que ganhei como primeiro lugar no concurso - e a primeira vitória importante. Foi uma festa muito grande, principalmente depois de tudo que passei no início de minha carreira e, além de tudo, ganhei o prêmio justamente com um cavalo emprestado do coronel Fidélis. Superar Nelson Pessoa e Roberto Kalil era um sonho muito difícil naquela época, principalmente com Kalil montando a lendária égua Coca-Cola. SAAG. Conte-nos como se prepara para os concursos internacionais. VAT. É preciso primeiramente definir qual o campeonato internacional. Pan-americanos, Olimpíadas, Mundiais e Copas do Mundo têm, cada um, uma preparação específica. Para os campeonatos mundiais, a preparação ideal passa por um período no exterior para enfrentar melhores conjuntos e dificuldades de percurso com maior exigência técnica. No caso de provas internacionais avulsas, é quase uma consequência das provas que disputamos ao longo do ano. SAAG. Fale-nos sobre suas participações em Jogos Pan-americanos e Olimpíadas. O que mais lhe marcou nessas duas competições, as mais importantes para um atleta? VAT. Tive a oportunidade de participar dos Pan-americanos de Caracas (1983); Indianápolis (1987), onde fui quarto colocado por equipe; Havana (1991), quando conquistamos o ouro por equipe e eu, bronze individual; Buenos Aires (1995), que também ganhamos o ouro por equipe; Winnipeg (1999), outro ouro por equipe e outro bronze individual, e das Olimpíadas de Los Angeles (1984), Seul (1988) e Barcelona (1992), quando fiquei na 21ª colocação individual. Também participei de dois Campeonatos Mundiais (Dublin, 1982, e Estocolmo, 1990, onde conquistei a 12ª colocação individual). No entanto, destes concursos, o que mais me marcou foram as primeiras medalhas por equipe e individual nos Pan-americanos de Cuba. Estes Jogos de Havana são inesquecíveis porque o Brasil não conquistava uma medalha na modalidade havia 24 anos, e também porque foi conquistada pelo cavalo Zurkis, um BH de hipismo de 1,52m de altura! E a mais importante foi o 12º lugar individual em Estocolmo conseguido também pelo Zurkis. Participação de Vitor no concurso de comemoração dos 74 anos do CHSA, em 2009. Santo Amaro a Galope 5 Destaque SAAG. Como foi bater o recorde de 2,30m em 2001? VAT. A marca foi batida junto com Renato Junqueira, e permanece até hoje como recorde de indoor e de muro saltado no Brasil. SAAG. Como você avalia o hipismo hoje no Brasil? VAT. O Brasil continua formando bons valores para o hipismo internacional, porém, na minha opinião, a dificuldade em conseguir cavalos ao nível de alguns cavaleiros fez cair os resultados internacionais por equipe. SAAG. Tem algum prêmio que ainda lhe falta conquistar? VAT. Sempre terei algo a conquistar enquanto estiver montando, porque me vejo no auge da forma e com experiência necessária para isso. A curto prazo, quero conquistar meu décimo título de campeão brasileiro após cinco vice-campeonatos e conseguir também uma medalha olímpica. SAAG. O que pensa em fazer ao se aposentar? VAT. Acho que sempre estarei fazendo algo em torno dos cavalos. Tenho preferência em treinar equipes de outros países em competições de grande porte. O santamarense Vitor Alves Teixeira. Tupa Acima, participação em concurso na Holanda. Na foto à direita, pose de campeão para a II Copa Chevrolet, em 1987 e, à esquerda, outro momento de sua participação na 37ª Copa São Paulo. 6 Santo Amaro a Galope Fotos Acervo Pessoal SAAG. Em sua opinião, como é a nova geração de cavaleiros e amazonas santamarenses? VAT. Apesar de termos bons valores, temo que vários não chegarão ao nível internacional porque alguns optaram por se tornar profissionais ainda muito jovens, sem o devido conhecimento técnico da modalidade e vivência hípica. Destaque – Rowin von Reininghaus “Agradeço a Deus todos os dias por Acervo Pessoal poder praticar o hipismo em família.” Desportista em dobro À s vésperas de completar 50 anos, Rowin von Reininghaus mantém a boa forma física para continuar a competir no salto e a jogar polo. Dentre as curiosidades de sua vida estão alguns trabalhos como modelo fotográfico. Esta e outras histórias Rowin conta nesta entrevista. SAAG. Quando e onde você começou a montar? RR. Comecei a montar em 1965 na Miss Jean Samson, em Interlagos. No ano seguinte, minha família se associou ao Clube de Campo de São Paulo e em 1971 nos tornamos sócios do Clube Hípico de Santo Amaro. SAAG. Qual foi seu primeiro cavalo e seu primeiro instrutor? RR. Comecei montando cavalos herdados de meu irmão Rasso e de minha mãe, Romana. Tive bons instrutores: meu pai, Ruediger von Reininghaus, me ensinou o abecedário da equitação e depois tive o privilégio de montar com excelentes profissionais, como Toninho, Mauro César, Ubirajara Guimarães, coronel Gerson Borges, coronel Renyldo Ferreira, Orlando Facada e Alfinete. SAAG. E na Europa, quais foram suas experiências? RR. Tive a oportunidade de representar nosso país em concursos na Alemanha, Holanda, Espanha, França e Bélgica. Nestas viagens se adquire muita bagagem e experiência. Atualmente, viajar para a Europa, seja no polo ou no salto, ficou mais simples porque a logística nos países europeus é fantástica e bem mais fácil que antigamente. SAAG. E o polo, quais são suas experiências nesta modalidade? RR. Comecei a jogar polo com 38 anos (em 2010 completo 50). Não é preciso dizer que não cheguei a ser exímio jogador, mas o polo é um esporte envolvente. Joguei muitos torneios e também fui manager do Villa Real Polo Team, do meu amigo e patrocinador Roberto Villa Real. Fomos campeões nacionais de baixo handicap em 2005, e também ganhamos vários torneios, como a Copa Santo Amaro a Galope 7 Destaque SAAG. Fale das experiências de seus filhos e filhas nas pistas de salto e adestramento. Você é o professor? RR. De um jeito ou de outro, todos em casa montam. Todas as crianças têm o seu cavalo. A Maria Carolina e a Maria Lúcia treinam adestramento com minha esposa. A Marcela, o Pedro e o Rowinho saltam e montam comigo. Quando temos tempo, os meninos também vão taquear comigo. Agradeço a Deus todos os dias por poder praticar o hipismo em família. O Pedro, em função dos estudos, não está montando neste ano. Aliás, estudar é um assunto delicado em casa. Rowin começou a jogar polo apenas aos 38 anos. Hyundai de Polo SHP, Torneio Giorgio Moroni Helvetia Polo Country, Polo Tour, Tortugas (na Argentina), e hoje o Villa Real Polo é um dos maiores times brasileiros. SAAG. Você atuou também como modelo fotográfico. Como surgiu esta oportunidade e quais trabalhos fez? RR. Fiz algumas campanhas publicitárias, como filmes para Skol, Ford, Philip Morris, Bohemia, Colgate, Brahma, Nestlé, dentre outras. Também atuei como modelo fotográfico para a Daslu, Daslu (Homem), Levi’s, Casas Pernambucanas, Vila Romana e fiz vários editoriais de moda. Mas nunca pensei nem quis ser ator ou modelo. Foram apenas trabalhos que ajudaram em meu orçamento, já que a vida de cavaleiro é difícil. SAAG. E atualmente, como é o seu dia a dia? RR. Em novembro completo 50 anos e pretendo continuar a competir nas provas de salto e a jogar polo. Para isso, tento me manter em forma: corro uma hora por dia e treino no SPA 7 Voltas diariamente. Minha família – esposa Solange e filhos – e eu montamos juntos e continuo a dar aulas e a montar em haras e na Sociedade Hípica de Campinas. Quando sobra algum tempinho, vou ao Helvetia taquear ou jogar polo. 8 Santo Amaro a Galope Acima, Rowin com a filha Maria Carolina von Reininghaus durante um campeonato brasileiro de polo, um dos dois esportes praticados pelo santamarense. SAAG. E o Clube Hípico de Santo Amaro, como se tornou sócio e como é seu dia a dia aqui? RR. O Clube para mim sempre foi muito importante. Minha mãe, meu irmão e eu montávamos aqui – eu em especial, porque queria ter aulas com o coronel Renyldo Ferreira. O CHSA faz parte de toda a minha vida esportiva e social. E, atualmente, me sinto feliz em poder proporcionar para minha família um Clube como este. Quero que meus filhos tenham tantos momentos inesquecíveis como eu tive aqui. Desde que me tornei sócio, o Clube passou por muitas mudanças – como os novos pavilhões de cocheiras, o andador para cavalos, temos piquetes de verdade, uma arquibancada coberta, excelentes jogos de obstáculos e, principalmente, temos o que todo clube hípico deseja, um picadeiro coberto de salto -, mas a essência continua a mesma: um lugar de cavaleiros que evoluiu muito e cresceu tecnicamente. Como desportista, só posso me orgulhar do CHSA e como cavaleiro me sinto honrado em poder representá-lo. Ao lado, com o filho Rowin von Reininghaus Filho após partida de polo; nas fotos acima e abaixo, momentos de Rowin no salto e no polo. Fotos Acervo Pessoal SAAG. Quais são seus projetos mais importantes daqui para frente? RR. Quero continuar formando cavalos e cavaleiros e tenho muita vontade de treinar e competir. Espero ter saúde para isso. Quero continuar a representar nosso Clube, nossa Federação e nosso país junto com meus filhos e minha família. Santo Amaro a Galope 9 Gente A voz da sabedoria Experiências de cavaleiros Master revelam como obter sucesso no hipismo Fotos Acervo CHSA Sabine Bilton, juíza de adestramento da FEI desde 2008, Troféu Eficiência em 1994 e em 2003, campeã de CAI e de concursos estaduais e nacionais Élcio Garcia Álvares, campeão do CAI, campeão Paulista e Brasileiro em provas pela Federação, finalista do Troféu Eficiência “Sempre fui apaixonado por cavalos e aprendi a montar de verdade em 1997. Associei-me ao CHSA em 1999 e possuía um cavalo BH de 14 anos, chamado Elliot - e após aposentálo, aos 18 anos, experimentei os Lusitanos, que me ensinaram muito. Nesta época, comecei a ter aulas com o Antonio João, que me trouxe o Caruso, com o qual cheguei à série Forte II. Hoje, monto duas vezes por semana, e invariavelmente nos finais de semana. Meus treinamentos incluem exercícios na academia e monto dois cavalos, o Caruso e o Rhemus, mas não tenho grandes objetivos, porque não sou atleta e não tenho sonho de competir seriamente. Para os jovens santamarenses, aconselho seguir o velho e valioso ditado ‘para cavaleiro novo, cavalo velho’. Tenham também um instrutor experiente. Se vocês escolherem o salto, não se esqueçam de passar, no mínimo, dois anos pelo adestramento básico, porque estou cansado de ver crianças saltando sem ter a mínima técnica e equilíbrio. Então, cuidado, calma e paciência para os que estão começando.” 10 Santo Amaro a Galope “Desde pequena tive paixão por cavalos, mas foi somente aos 30 anos que tive a oportunidade de me dedicar à equitação, iniciando na Escola do CHSA. Atualmente, dou aulas de adestramento pela manhã e depois monto três ou quatro cavalos. Sempre inicio com pelo menos 10 minutos de passo, para garantir a descontração física e psíquica, bem como o aquecimento gradativo dos animais. A segunda fase é o alongamento ao trote e galope, seguido de transições para promover uma atividade maior dos posteriores. Nesta fase, estou sempre atenta para variar os exercícios e não repeti-los se o cavalo os executou bem. Finalizo alongando o cavalo e andando ao passo, antes de retornar à cocheira. Para os jovens, o segredo de conduzir bem um cavalo está na paciência. Se o animal reage de certa forma é porque responde aos estímulos que lhe damos. Portanto, procure entender como seu cavalo se comporta e o treine respeitando suas condições físicas e mentais. Antes de desanimar ou até puni-lo, pergunte-se se realmente fez tudo certo e foi claro no que pediu. Uma vez alcançada a sintonia com o cavalo, a equitação se torna o esporte mais apaixonante que existe.” Fotos Acervo CHSA Antonio Sanches, líder Ranking CBH, Prêmio Hipismo Brasil 2009 Categoria Master B, vice-campeão Paulista Master B 2010, campeão por equipe Campeonato Brasileiro Master 2010 e atual líder Troféu Eficiência “Comecei a montar ao me associar ao Clube Hípico de Santo Amaro, em 1989, e infelizmente só consigo montar nos finais de semana, mas intensifico os meus treinamentos quando se aproximam os campeonatos e as provas importantes. Meu objetivo atual é buscar um título de Campeão Brasileiro. Com minha experiência, posso dizer aos jovens cavaleiros que este é um esporte que se pratica em equipe e que para alcançar bons resultados devemos ter ao nosso lado um bom professor, um veterinário competente e um tratador que goste do animal. E, acima de tudo, respeitem seus concorrentes e seus animais.” Itsumi Kato, campeão Paulista de Master em 2002 “Comecei a montar aos 16 anos, quando ainda morava no Japão. Atualmente, treino às quartas, sextas, sábados e domingos. Meu objetivo em 2010 era ganhar o Campeonato Paulista de Masters, mas não obtive êxito. Porém, coincidentemente, conquistei o quarto lugar no Campeonato Paulista de Master e no Campeonato Brasileiro de Salto (CBS), em Belo Horizonte. E tenho ainda uma esperança em 2010: ganhar o carro da Copa Santo Amaro, no sorteio do final do ano, o que estou esperando há 15 anos! Para os jovens cavaleiros pergunto-lhes quantos anos podem montar até chegar à minha idade? Por isso, tentem melhorar pouco a pouco, porque também estou tentando, e mantendo meu ritmo atual, pelos meus cálculos, vou conseguir alcançar o nível de meu professor, o Peixinho, quando estiver com 92 anos de idade.” Agostino Tacoli, campeão Paulista Individual de Masters 2003, tricampeão Paulista por equipes (2007, 2008 e 2009), tricampeão da Copa Santo Amaro e vice-campeão Brasileiro por equipe Masters 2007 “Sempre montei, desde que me conheço por gente, e em minhas primeiras fotos de infância já havia um cavalo. Há 20 anos, treino todas as terças e quintas-feiras logo pela manhã, inclusive alguns sábados e domingos. Faço treino de solo três vezes por semana e uma ou duas vezes apenas no salto – caso contrário, o corpo não aguenta. Meus objetivos atuais como cavaleiro incluem continuar a participar de competições que elevem o nome do CHSA. E para os jovens santamarenses digo que caiam e se levantem, e tenham muita persistência, porque este esporte é um binômio em constante mutação física e mental.” Simone Mourão Zurita, vice-campeã brasileira 2010 “Meu pai, dr. Jair Mourão, foi responsável pela minha paixão por cavalos – quando criança, cavalgava ao lado dele. No hipismo, iniciei em 2004, acompanhando minha filha Patsy ainda no Fundamental. Atualmente, meu objetivo é o de, a cada dia, me aprimorar mais no hipismo, sem grandes preocupações em relação às mudanças de categorias, pois são consequências do trabalho realizado. Para os jovens cavaleiros, digo o mesmo que digo aos meus filhos: em primeiro lugar, precisamos gostar daquilo que fazemos, e que nada na vida se consegue sem esforço, dedicação e responsabilidade. Se dermos o nosso melhor, sem dúvida, conseguiremos atingir nossos objetivos. A prática do hipismo é um esporte de conjunto e deve haver respeito entre o cavalo e o cavaleiro. Os resultados com certeza virão, porque são fruto do trabalho e dedicação.” Santo Amaro a Galope 11 Gente Explicando o inexplicável A Santo Amaro a Galope foi até Capivari, a cerca de 100 km de São Paulo, para conhecer os fundamentos da educação equestre “A José Eduardo Borba, no Projeto Doma: educação equestre é, acima de tudo, a educação do homem, que passa a entender e a se integrar melhor com os cavalos. 12 Santo Amaro a Galope lgumas pessoas optam por acreditar que o cavalo sempre quer brigar conosco e que precisamos mostrar quem manda por meio da imposição, coerção ou intimidação, como preconiza a equitação convencional. Existem pessoas que promovem a consciência de que o cavalo é um ser vivo que sente, pensa, decide e tem uma capacidade enorme de aprender quando nos dispomos a ensiná-lo a partir de uma relação de respeito mútuo, de parceria e de confiança.” Esta frase de José Eduardo Borba resume o que hoje se chama educação equestre. Borba também gosta de salientar que acredita que “dentre os animais de nosso convívio, o cavalo talvez seja um dos que mais têm nobreza. Aprender a conviver procurando uma integração de verdadeira parceria, só pode nos melhorar como pessoas”. Mas o que isso tem a ver com o hipismo? Tudo, porque, como diz Borba, de 64 anos e titular do Projeto Doma há 38, ao repensarmos o conceito de autoridade e entendendo que para os cavalos não é importante saber quem manda, mas o valor da dúvida, obtêm-se respostas mais rápidas e consistentes para o objetivo do cavaleiro. Os ensinamentos do Projeto Doma, sediado em Capivari, têm por objetivo inspirar as pessoas a se comportarem como verdadeiros horsemen e a melhorarem enquanto seres humanos, acreditando que a relação homem-cavalo “é uma metáfora perfeita para os desafios da vida. Na educação das crianças, na maneira de tocar empresas ou mesmo quando encontramos um parceiro para dançar, onde dois parecem um”, diz Borba. Nos cursos ministrados por José Eduardo Borba existe um fim, mas não existe um método específico para se chegar a este fim, porque o que pode servir para um animal às vezes não serve para outro. Partindo deste princípio, o que o horseman ensina aos alunos “é paciência, amor, carinho e energia, porque os animais conhecem e respeitam o homem que deles cuida. Eles sentem vibra- “Cavalos, Abençoados sejam todos eles. Me mantiveram buscando riscos e desafios, Muitas vezes me frustraram, Mas sempre me provocaram muito respeito E, conseguiram me manter completamente apaixonado.” Jay Dusard ções de simpatia e dedicação e retribuem à sua maneira a esta dedicação. É preciso ter consciência e saber separar o que é lazer e o que é trabalho e nunca confundir energia com judiação, e carinho com paparicação, ou desobediência com ignorância”. Estas lições de sinergia entre homem e cavalo Borba aprendeu, primeiro, quando morou no Texas, em 1975, e ficou horrorizado com a forma com que os cowboys tratavam os cavalos, e depois quando Pulle (que trabalhava os cavalos de Doda no CHSA) lhe indicou três livros que mudaram sua vida: Os Princípios Fundamentais do Cavalo e do Cavaleiro e My horses, my teachers, ambos de Alois Podhajsky (diretor da Escola de Viena por 30 anos), e Western horsemanship and equitation, de Dwight Stewart. E foi na Califórnia, em 1978, que o horseman brasileiro teve o contato com a equitação da península ibérica, “de tradição militar, com freios especiais, na qual o cavalo trabalha todo flexionado, muito diferente dos cavalos do Texas”, afirma. Se a forma de enxergar o cavalo já havia mudado 180° na vida de Borba, depois que ele conheceu os ícones do horsemenship Tom Dorrance, Ray Hunt e Martin Black, o panorama mudou mais ainda. “Esses três diziam que o cavalo tem necessidades internas que vêm de seu instinto de preservação. E não está escrito em nenhum ‘manual de equitação’ que, para o cavalo, em primeiro lugar está a comida, e que ele é um animal de fuga”, diz Borba, “e não tem absolutamente nada para se proteger que não sejam suas patas para fugir. O significado e a importância do instinto de preservação no cavalo são coisas que as pessoas que mexem com o animal precisam ter na cabeça.” Ou seja, se o cavalo está ansioso, angustiado, inseguro, desconfiado, é o instinto de preservação que vem em primeiro lugar, e nesse momento, como diz Borba, “ele não entende nada, porque sua preservação está em sua frente. O ser humano tem de entender o cavalo para dar-lhe uma vida melhor; fazendo isso, consegue-se qualquer coisa”. Outro ponto fundamental que quem trata com cavalo precisa saber, segundo Borba, é que o cavalo é um animal de manada, e consequentemente, necessita de vida social. “Se um cavalo fica isolado dos outros cavalos, ele começa a ficar angustiado, frustrado. Um exemplo é um cavalo que domei para um haras: ele veio na barriga da égua, nasceu fora de estação e foi criado sozinho com a mãe no piquete. Desmamou, recriou e nunca teve contato com outro cavalo. A tarefa mais enlouquecedora da minha vida foi mexer com este cavalo, porque ele não tinha limites, era um maluco, um mimado!” No Projeto Doma, Borba ensina que tudo em cavalo é o equilíbrio do alívio e da pressão. “É fundamental entender o universo do cavalo, e 99% das pessoas se comportam como se o universo do cavalo não existisse, só o Fotos Anna Paula Carvalho Ícones do horsemenship do ser humano. Por exemplo, todo mundo diz que cavalo aprende na pressão, mas na verdade, aprende no alívio; a pressão o motiva a aprender”. A grande dificuldade do trabalho realizado por Borba é que não existe uma técnica, porque no trato com o cavalo, 100% da técnica são “como” e não “porque”. Ou seja, com o cavalo, tudo o que uma pessoa fizer que tenha sentido, ele aprenderá. “É como dançar”, afirma. “O homem não vai conduzir uma mulher por dor ou por intimidação. A mulher o segue por outra razão. Quando há a sintonia, o conjunto cavaleiro-cavalo se sai bem nas provas, dá tudo certo. Mas, normalmente, o cavaleiro imprime um grau de dificuldade em que um dos dois (homem ou cavalo) não está preparado. Por isso, meus cursos focam mais a atenção sobre si do que os de educação de equitação.” E ensinando as pessoas a desenvolverem a sensibilidade, o timing e o discernimento no universo do cavalo, Borba tem certeza de que as está ajudando a melhorarem a comunicação com os cavalos, e a cada uma a libertar o seu espírito. Santo Amaro a Galope 13 Gente ação Divulg Paixão pela música A lém dos cavalos, a amazona Michaela Porr se dedica à música erudita. “Tenho duas grandes paixões desde que me entendo por gente: cavalos e música erudita.” A santamarense Michaela Porr resume nesta frase dois dos grandes sentidos de sua vida – o terceiro, e não menos importante, é sua filha. Na fazenda da família, onde passava as férias quando criança, os cavalos eram seus companheiros de brincadeiras e aventuras com os irmãos. O talento para a música, no entanto, nasceu com ela. “Foi pelo violino que fascinei-me quando criança e, aos 11 anos, ganhei um e comecei a ter aulas. Aos 17, realizei meu grande sonho de fazer parte de uma orquestra sinfônica: prestei concurso e entrei para a Orquestra Sinfônica Jovem Municipal”, diz emocionada. Já a prática de equitação e salto, Michaela só pôde iniciar por volta dos 19 anos, e sempre saltou na categoria Amador. Hoje concorre no Master e ganhou vários campeonatos. Michaela, à direita, e os integrantes do conjunto Musikalina Ensemble. Após se casar, aos 24 anos, Michaela se mudou para o interior do Estado e largou totalmente a prática do violino, retomando somente muitos anos depois, já de volta a São Paulo, onde atualmente tem aulas com a professora Maria Vassileva, que reconheceu seu talento e há dois anos a convidou para fazer parte do conjunto Musikalina Ensemble, composto por sete músicos – três violinos, um violoncelo, um piano e duas vozes. O conjunto Musikalina Ensemble interpreta as mais consagradas árias de óperas e operetas, musicais e peças instrumentais dos repertórios barrocos, clássicos, românticos e modernos em versão camerística, adequada a diversos ambientes e eventos. O conjunto se apresenta em várias salas de concerto, teatros, galerias de arte, congressos, casamentos, festas, dentre outros eventos. Para contratar o Musikalina, os telefones são 5542-9079/94876319, com Mirian. Venha nos visitar e descubra porque a Casa de Repouso Filó é especial! Serviços oferecidos • Visita médica semanal; • Enfermagem 24 hs; • Acompanhamento nutricional; • 6 refeições diárias atendendo as necessidades individuais; • Terapia Ocupacional; • Psicólogos e terapeutas de acordo com as necessidades do hóspede; • Fisioterapeuta e Fonoaudióloga; • Serviço de lavanderia; • Cabelereiro, manicure, podólogo e barbeiro; • Passeios externos; • Centro dia; • Recuperação pós-cirurgia. Rua Verbo Divino, 505/522 cep 04719-001 – Granja Julieta/SP – Tel.: 11 5181-0410 / 5181-9527 / Cel. 7547-8787 www.casaderepousofilo.com.br / e-mail: [email protected] 14 Santo Amaro a Galope Fotolia A Casa de Repouso Filó tem uma meta: cuidar do bem-estar de seu ente querido, para que ele mantenha o convívio social e o interesse pela vida. Assim, estimulamos atividades de jogos, leituras, bate-papos, artesanato e festas. Nossos hóspedes sentem-se em casa e recebem familiares e amigos em qualquer hora, porque aqui, desde a decoração até o atendimento, nada remete ao ambiente hospitalar. Santo Amaro a Galope 15 Social Um Jubileu inesquecível! Conheça os preparativos do Departamento Acervo CHSA Fotolia.com Social para o Jubileu de Diamante A Sede Social recebeu ráfias para delimitar a área do restaurante dos espaços de descanso, oferecendo mais conforto para os sócios. D e todos os eventos que acontecerão em 2010, com certeza os mais esperados são aqueles em comemoração aos 75 anos do Clube Hípico de Santo Amaro. Para realizar os eventos programados para o Jubileu de Diamante, o Departamento Social se movimenta para organizar todos os preparativos. Embora os detalhes sejam uma surpresa para os sócios, a Diretora Social Sandra Smith contou para a reportagem da Santo Amaro a Galope um pouco do que está sendo preparado para comemorar em grande estilo esse marco na história do Clube. Para começar, na semana de concursos, três restaurantes funcionarão simultaneamente: sede social, deck e área vip. Tudo está sendo organizado com muito carinho, desde a escolha dos menus até a compra das matérias-primas, coordenação de garçons, decoração etc. Sandra Smith garante que todos do Departamento estão muito animados “e estamos preparando um Jubileu muito bonito para receber os nossos convidados, que vêm de todo o Brasil e do exterior”, diz a Diretora, destacando que, nestes grandes eventos, o Clube recebe cerca de cinco mil 16 Santo Amaro a Galope pessoas por dia, “e manter tudo limpo, organizado, com segurança e com cordialidade é o nosso objetivo, sempre lembrando de resguardar o sócio de quaisquer incômodos que possam acontecer”, finaliza. De acordo com Sandra Smith, o grande destaque do Jubileu será o jantar de aniversário. “Queremos oferecer aos associados um jantar dançante inesquecível, com um show de um cantor que agrade a todos, independente da idade. Desde já convido os santamarenses para participarem do jantar, pois comemoraremos os 75 anos do CHSA e esta é a oportunidade dos sócios prestigiarem esse momento importante e único.” Nos outros dias da semana de comemoração do Jubileu, ocorrerão happy hours, noites de pizzas e shows com bandas de todos os estilos musicais. “A ideia é ter um show diferente a cada dia. Também montaremos áreas de descanso com sofás e guarda-sóis, onde os sócios e os visitantes poderão tomar um drink, ouvir uma boa música e relaxar”, garante a Diretora. Outro destaque será voltado para a estética e beleza, segundo Sandra Smith. “Estamos para fechar uma parceria para ter um espaço exclusivo para mulheres, onde poderão cuidar dos cabelos, aprender técnicas de maquiagem e fazer massagem. Além disso, estudamos um espaço para crianças com jogos e brinquedos.” Colônia de Férias A Recreação promove uma inovação para as crianças em julho: uma inédita Colônia de Férias, realizada de 27 a 31 de julho, em parceria com o Grupo Curumim, uma empresa de renome em animação de festas infantis. Aberta aos sócios e convidados, a Colônia de Férias terá brincadeiras esportivas e interativas com as crianças, todas muito animadas e divididas por idade – dos 4 aos 13 anos. No encerramento, que acontece no sábado, as crianças poderão se maquiar, colorir os cabelos e seguir para uma baladinha especial. O ponto de encontro será no Casarão. A gente acredita em um mundo melhor Recreação Fins de semana e feriados são dias de Recreação com o Tio Picachu e a Tia Pipoca no Clube. E a Copa do Mundo de Futebol animou a criançada a participar das atividades nas quadras, como as partidas de futebol e jogos de taco. E depois das férias de julho tem novidade: um campeonato de Wii. Fique atento com a divulgação do evento. Como o Clube estará em festa em setembro, a Recreação também terá atividades especiais para a criançada. “Estamos preparando uma grande surpresa que vai encrementar ainda mais o nosso parquinho”, diz a Diretora Sandra Smith. Não se esqueça: a Recreação funciona aos sábados, domingos e feriados das 9h às 17h. A Gráfica Mundo acredita em um mundo mais consciente. Por isso mesmo está fazendo a sua parte, investindo constantemente em novas tecnologias e processos que colaboram com a natureza. Esforços que transformam o mundo para melhor. Desbravadores Certificada na Cadeia de Custódia FSC Os Desbravadores tiveram um pequeno recesso nas férias de julho, mas voltam animados para cumprir o seu cronograma dos Amigos da Natureza, Amigos do Cavalo, Amigos dos Insetos etc. “Os Desbravadores são um sucesso porque as crianças aprendem brincando. O trabalho desenvolvido pelo Renato Vargas e sua equipe é muito bonito e estamos muito contentes com o resultado”, informa a Diretora Social. Então, Desbravadores, fiquem atentos à programação das atividades! A certificação FSC garante que a Gráfica Mundo utiliza matéria-prima de florestas manejadas de forma ecologicamente correta, socialmente benéfica e economicamente viável, e outras fontes controladas, confirmando o nosso compromisso com o meio ambiente e com a sociedade. Academia A Academia dá continuidade à campanha “Doe seus Quilos”, na qual a Medic Star doará R$ 10,00 a uma entidade assistencial para cada quilo perdido pelos frequentadores. O próximo passo é uma pesquisa para saber as entidades que receberão as doações. “Os frequentadores da Academia estão muito animados com as mudanças do local e estamos atendendo o dobro de pessoas. Por isso, queremos melhorá-lo ainda mais e estudamos a possibilidade de realizar a troca de alguns equipamentos até o final do ano. Vale lembrar que os aparelhos agora passam por manutenção preventiva, o que melhorou a qualidade e o conforto para os santamarenses”, afirma Sandra Smith. Conheça outras práticas sustentáveis adotadas pela empresa: • utilização de tintas ecológicas, formuladas a partir de materiais não tóxicos, livres de metais pesados e que possuem em sua composição óleos vegetais e minerais, resinas Festa Junina sintéticas naturais e pigmentos orgânicos; • destino correto de resíduos sólidos e Anna Paula Carvalho A tradicional festa junina do Clube mais uma vez é sucesso de público. Em 2010, a Diretoria Social aproveitou a estrutura do deck e arquibancada para desenvolver todas as atrações da festa, quadrilha, prova das tochas e show com banda. Com fins beneficentes, a festa arrecadou 1.200 kg de alimentos não perecíveis que foram doados para a Associação Beneficiente Joaquim Varela. Confira a animação da festa junina na cobertura fotográfica de Anna Paula Carvalho nas páginas 22 e 23. Como acontece em todos os anos, a Festa Junina do Clube é um sucesso de público e de diversão. Neste ano, foi arrecadada mais de 1,2 tonelada de alimentos não perecíveis, que foram doados a uma entidade assistencial. efluentes líquidos; • investimentos em equipamentos modernos que reduzem o impacto ambiental. Fone Fax www.graficamundo.com.br Santo Amaro a Galope 17 Esporte Picadeiro coberto recebe a Copa Santo Amaro A XVIII Copa Santo Amaro já concluiu cinco etapas e os conjuntos continuam na disputa pelos melhores resultados. O público tem acompanhado as performances, que na V Etapa, realizada em 17 e 18 de julho, aconteceram no picadeiro coberto de saltos, o Picadeiro Presidente Moncelo Almulli. Na V Etapa, os conjuntos santamarenses novamente ocuparam as duas principais colocações do pódio da prova de 1,40 m (Volta da Vitória), e os cinco primeiros colocados foram: 1° lugar Andrea Guzzo Muniz Ferreira, com Wegonda 2° lugar Ricardo Monteiro da Luz, com Onix 3° lugar Fernando Schilis, com Salto & Sela Barboer 4° lugar João Vitor Marcon, com Cantonius JMen 5° lugar Gabriela Placco Dalva, com Princess Emily Buona Fortuna As etapas IV e V da tradicional competição do CHSA foram bem disputadas, e os santamarenses continuam entre os destaques Já na IV Etapa, que aconteceu de 2 a 4 de julho, os três melhores colocados na categoria 1,40 m defenderam as cores do CHSA. O quarto e quinto lugares ficaram com a Sociedade Hípica Paulista; confira abaixo: 1° lugar Márcio Appel, com Shutterfly Bom Sabor 2° lugar Ricardo Monteiro da Luz, com Onix 3° lugar Andrea Guzzo Muniz Ferreira, com Wegonda 4° lugar Fernando Schilis, com Salto & Sela Unique 5° lugar Frederico Vellutini de Moraes, com Wieze Fape Linga Confira, a seguir, os santamarenses que estão nas cinco primeiras colocações até a V Etapa Altura 0,80 m – Iniciante 1 1º Rafaela Piovesan Dall’Oglio, com Angelito 3º Sidney Knobloch, com Riebel 4º Gustavo Soares, com São Martinho Altura 0,80 – AB 1º Bianca Rodrigues, com Capriola JMen 2º Bianca Rodrigues, com Hermosa 3º Carlos Eduardo Pires de Sá, com Seth 4º Márcio Appel, com Fogo 2 5º William Pereira, com Prince Dimitri von Garrincha Altura 1,00 m – Mini-Mirim 1º Isabela Piovesan Dall’Oglio, com Wisk Itapuã 2º Henrique Albertinni Affonso, com Teatro Altura 1,00 m – Jovem Cavaleiro B 1º Yasmin Carmona, com Santa Fé Método 2º Bianca Rodrigues, com Hermosa 4º Bianca Rodrigues, com Harry Potter 5º Yasmin Carmona, com Casulo JMen 18 Santo Amaro a Galope Altura 1,00 m – AB 1º Fábio de Siqueira Rodarte, com SL Soberbo 2º André Campos Freire, com Concórdia 4º Lúcia Rivas, com Tzarina Altura 1,00 m – AM 1º Alexandre Silva e Silva, com WS Kzar Itapuã 3º Gisele Sydow, com Grand Liberty 5º Enrico Moraes de Vettori, com Great Pleasure Altura 1,00 m – Master 1º Emyr Diniz Costa Júnior, com Lady Madonna 2º Antonio Manoel Lopes Sanches, com Zizocat Altura 1,10 m – PMR 1º Isabela Piovesan Dall’Oglio, com Naranco 2º Isabela Piovesan Dall’Oglio, com Quick Time 4º Patsy Mourão Zurita, com Singular Argus 5º Isabela Piovesan Dall’Oglio, com Wisk Itapuã Altura 1,10 m – Jovem Cavaleiro A 1º Luiza Gottschalk Carvalho, com Kulla Ardad de Jet 2º Isabela Kalil, com Zumbi Itapuã 3º Ana Bárbara Fortunato, com Shiva 4º Ana Bárbara Fortunato, com First Hand Altura 1,10 m – AB 1º Fábio de Siqueira Rodarte, com Hermosa 2º Fábio de Siqueira Rodarte, com Xandu Itapuã 3º Fábio de Siqueira Rodarte, com Capriola JMen Altura 1,10 m – AM 1º Isabel Mangabeira Albernaz, com Imperiale 2º Adriana Feffer, com Wind da Lagoa Salto & Sela 3º Patrícia Nehemy Torino, com Instituto Visão Altura 1,10 m – Master 1º Itsumi Kato, com Miss Brasil 3º Luís Frias, com Diogo For 4º Michaela Porr, com Paladin 5º André Madella, com Vincent Altura 1,20 m – Mirim 1º Giovanna Moreira Arcas, com Dama da Noite 3º Emyr Diniz Costa Neto, com Kiwi 5º Emyr Diniz Costa Neto, com Laiana Altura 1,20 m – Jovem Cavaleiro 1º Gustavo Salvestrini Cunha, com Premier Quality Z 3º Murilo César Cia, com Silber Cem 4º Tatiana Claro, com Caruso Meter Campeche 5º Stephani Castueira, com Ursula Altura 1,20 m – AB 2º Luiz Carlos da Costa Mata, com Up Saque 5º L eandro Serrano Giunchetti, com Ileana II JMen Altura 1,20 m – AM 2º Karina Smith, com Best Choice Oiti TW 3º Nicolas de Zavalia, com Calenium JMen Altura 1,20 m – Master 1º Ricardo Guida Fernandes, com CS Sara 2º Paula Ferreira, com Querubim 3º Jorge Calil Cury, com Hatamane Altura 1,30 m – AMT 1º Márcio Appel, com QH Utah 4º Ricardo Guida Fernandes, com CS Sara Altura 1,30 m – PJR 1º G ustavo Silvestrini Cunha, com Premier Quality Z 2º F ernanda de Araújo Pereira, com MC Atlético 3º R odrigo Gonçalves Fernandes, com Grande Finesse C 4º Tatiana Claro, com Caruso Alvorada Itapuã Altura 1,30 m – AB 2º C ésar Almeida, com Cavallie Z Império Egípcio 3º Ricardo Monteiro da Luz, com Jaboticaba 4º M ônica de Siqueira Cavalcanti de Paula, com Jet da Barra 5º L eandro Serrano Giunchetti, com Milk Mangaratiba Altura 1,40 m – AB 1º Ricardo Monteiro da Luz, com Onix 2º Andrea Guzzo Muniz Ferreira, com Wegonda 4º M árcio Appel, com Shutterfly Bom Sabor RGJ - Eventos e Locações Ltda. Fornecedor de maravalha e locação de baias e coberturas Presente nos eventos de todo o Brasil Telefones (11) 5524-1725 e (11) 8434-0236 E-mail: [email protected] Santo Amaro a Galope 19 Acervo Pessoal Esporte II Etapa do CAI Cavaleiros e amazonas defendem as cores do CHSA categoria Profissional, seguida de Nilberto Moratti/ Lordanus, da Escola de Equitação, nos segundo e terceiros lugares, e na série Média I, categoria Profissional Sabine Bilton/Donaustern GV obteve o primeiro lugar, representando o CHSA. Já na série Média II, categoria Amador, os dois primeiros lugares foram conquistados pelos conjuntos santamarenses Bruno de Certaines/Finesse e Márcia Brandão/ Eufrates, e na categoria Profissional, Inês Meister/Zayo do Top levou a primeira colocação. E por fim, na série Forte II, categoria Senior, o CHSA ocupou os dois primeiros lugares do pódio, com Sabine Bilton/Rubin GV e Sandra Smith Oliveira Martins/ Zoilo, respectivamente. Fotos Acervo CHSA O CHSA sediou em 26 de junho a II Etapa do Campeonato de Adestramento Interclubes, que reuniu cavaleiros e amazonas em mais uma amistosa e disputada competição. Na série Pôneis, novamente as cores do Clube ocuparam os três principais lugares do pódio, com a seguinte classificação: 1º lugar Victoria Zardette Gomes/Espirro, 2º lugar Karen Boos Pegler/Pingo e 3º lugar Martin Smith de Oliveira Martins/Coca-Cola. Na série Iniciante, categoria CE, a Escola de Equitação do CHSA também conquistou os três primeiros lugares, com Carla Lie Abe Lopes/Chic na primeira posição, Sergio Luchesi/Chic em segundo e Carla Lie Abe Lopes/Lordanos em terceiro. Sophie von Podewils/Beethoven WR, Tales Andreassi/ Wellington Itapuã e Marcela Karmann/ Zurkis, da Escola de Equitação, conquistaram as três principais colocações na série Elementar, categoria Amador. O conjunto santamarense Inês Meister/Banzé da Sasaje ficou com o primeiro lugar na série Elementar, A amazona e juíza Sabine Bilton ocupou o primeiro lugar no pódio, representando as cores do CHSA. Homenagem Ao final das competições do CAI, em 26 de junho, a Diretoria do CHSA prestou homenagem à memória de Tânia Cavalcanti, responsável pelo departamento de Adestramento do Clube Hípico de Santo Amaro, falecida em 19 de junho, em Pirajuí (SP). Em nome de seus atletas e de todos os funcionários, o CHSA manifesta profundo pesar e solidariedade para com a família e amigos de nossa estimada companheira Tânia. 20 Santo Amaro a Galope Tânia Cavalcanti, responsável pelo Departamento de Adestramento do Clube, é homenageada por seus amigos. leoart.com.br Santo Amaro a Galope 21 Social by Anna Paula Carvalho Arraial santamarense A tradicional Festa Junina do CHSA reuniu os associados em 3 de julho. A fria noite paulistana foi rebatida com quentão, quadrilha e Prova das Tochas l Renyldo. Tratador Gerson com o corone es: Os anfitriõ ins rt a M io íl u D mith. S e Sandra Lá vêm os noivo s!!! Tratador Maurício. Trata d or Lo . Cláudia Alves e Marcos Teixeira i. Marina e Pedro Fiorin a Smith. u e Karin Adir Abre Hugo de 22 Santo Amaro a Galope Lucca e P riscila. ló. ane Morais. pez e Christi , Manuel Lo rissa Rossato Cla Fábio Bos on com su Micha ela Po rr e su a filha Tarsila . a filha Vito ria. Marcelo Lima, Adir, Marcos Te ixeira, Guilher Aguiar, Miche me l Setzer e Arm ando Cherkeda mian. Leo de Almeida Ferraz Pellicciari, Gabriel Curi e Monica de Paula. Corone l Avila. Malu Curi, Mar quinhos Ribeiro e Marcello Serv os. Rebeca de Barr os Santos e Ana Cláudia Cr otti Delmaschio . Joana, Victória, Fernanda e Vick nda. a Mira Vinic ernand ius e F Joyce Altmann e seu filho Arth ur. Serra. Turismo Circuito de feiras europeias Golegã, em Portugal, e Verona, na Itália, preparam seus de 5 a 7 e de 10 a 14 de novembro e a italiana, a 112ª edição da Fieracavalli, acontece de 4 a 7 de novembro O fim de ano reserva para a Europa dois dos maiores eventos equestres do mundo: a Feira de Golegã, em Portugal, e a Fieracavalli, na Itália. Ambas acontecem em novembro e, como em anos anteriores, a previsão é que as feiras recebam milhares de visitantes do mundo todo e atraiam a atenção de importantes criadores, além de cavaleiros e amazonas, que abrilhantam ainda mais os eventos com as competições esportivas. Golegã: as feiras Conhecida como a Capital do Cavalo, Golegã apresenta, de 5 a 7 e de 10 a 14 de novembro, a Feira Nacional do Cavalo Lusitano, XXXV Feira Nacional do Cavalo, XII Feira Internacional do Cavalo Lusitano e Feira de São Martinho. As feiras têm recebido um crescente número de visitantes estrangeiros, que participam dos eventos na expectativa de adquirir os melhores exemplares do Puro Sangue Lusitano. A última edição da feira, em novembro de 2009, registrou mais de mil cavalos inscritos, cerca de 200 carros de cavalos e 47 criadores. Golegã: a vila Golegã é uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de Santarém. Está localizada no coração de Portugal, em pleno Ribatejo, entre os rios Tejo e Almonda. É sede d0 pequeno município com 76 km2 e quase seis mil habitantes, número que pouco cresceu ao curso de dois séculos. 24 Santo Amaro a Galope Outrora pertencente à Vila de Santarém, a Golegã foi elevada à categoria de vila por carta de D. João III, datada de 3 de novembro de 1534. As terras da região da Golegã tinham um solo bastante fértil, o que chamou a atenção de grandes agricultores e criadores de cavalos. A partir de 1833, e com o apoio do Marquês de Pombal, a feira passou a ter uma tendência mais competitiva, com concursos hípicos e competições de raças, com os melhores criadores de cavalos concentrando-se na vila. A Feira de Golegã começou em meados do século XVIII, chamada até 1972 de Feira de São Martinho, data a partir da qual passou a denominar-se Feira Nacional do Cavalo – a mais importante e mais castiça de todas as feiras do gênero, onde se comercializam os melhores puro sangue criados no país, que são vendidos para vários lugares do mundo. Golegã: monumentos históricos A Golegã também é conhecida por seus três maiores patrimônios, a Igreja Matriz da Golegã, a Quinta da Cardiga e a Casa-Museu Carlos Relvas. A Igreja Matriz da Golegã, também conhecida como Igreja de Nossa Senhora da Conceição, data do século XVI e situa-se no centro da vila. Constituída por um corpo de três naves e por uma abside retangular, a construção é um dos mais emblemáticos e mais bem conservados exemplares do estilo manuelino, tendo seu magnífico portal Aurélio Grilo eventos centenários: a feira portuguesa recebe o público Fotos Aurélio Grilo Nas fotos à esquerda, cavalgada e desfile de charretes na Golegã, tradição resguardada há mais de três séculos. Nas fotos acima, apresentação da raça Puro Sangue Lusitano durante a feira e, abaixo, a Igreja Matriz, construída no século XVI, situada no centro da Vila da Golegã. Cascais recebe feira internacional como destaque. A estrutura do edifício revela fortes influências dos templos característicos do gótico mendicante, no que diz respeito à cobertura das naves em madeira, à cobertura abobadada da cabeceira, à existência de clerestório e à altura diferenciada das naves. A igreja é considerada monumento nacional desde 1910. A Quinta e o Castelo de Cardiga foram doados à Ordem dos Templários por D. Afonso Henrique em 1189 e 1165, respectivamente. Com o passar dos anos, a Quinta foi sendo doada a outras ordens e, a partir do século XIX, foi comprada por diversos grandes agricultores. A Quinta da Cardiga é hoje uma das mais notáveis propriedades de Portugal. Tendo pertencido aos frades do Convento de Cristo, tem ainda como símbolo da casa a Cruz de Cristo. O conjunto arquitetônico é interessante pela mistura de estilos, a que não falta uma torre e um portal manuelino. A Casa-Museu Carlos Relvas é mantida em homenagem a dois grandes agricultores e estadistas que contribuíram para a valorização agrária da Golegã no século XIX: Carlos Relvas, fidalgo da Casa Real, grande amigo do Rei, comendador, lavrador, artista, proprietário de diversos estabelecimentos agrícolas e de dois palácios (onde por várias vezes hospedou a família real), e José Relvas, seu filho, imensamente ligado à causa republicana, ministro das finanças e também um grande artista. Mais informações sobre a Feira de Golegã em www. horsefairlusitano.org. Portugal também recebeu atenção de criadores de puro sangue de 2 a 5 de junho, quando aconteceu, em Cascais, o XXII Festival Internacional do Cavalo Lusitano, o mais importante evento dedicado à raça portuguesa. Cerca de 300 exemplares participaram das diferentes modalidades de competição. Montado há cerca de cinco mil anos, o cavalo Puro Sangue Lusitano mantém as qualidades que há dois mil anos o levaram a ser considerado por gregos e romanos como o melhor cavalo de sela. Selecionado como cavalo de raça e de combate ao longo dos séculos, hoje o cavalo compete em quase todas as disciplinas do esporte equestre e na arte de tourear. Na foto acima, espetáculo da equitação de trabalho no Festival Internacional do Cavalo Lusitano em Cascais; ao lado, apresentação de um exemplar da raça Lusitano. Santo Amaro a Galope 25 Turismo A Fieracavalli é um festival para cavaleiros, amazonas, criadores e todos os amantes dos cavalos, que acontece anualmente em Verona, na Itália, e este ano será realizada de 4 a 7 de novembro. Fundada em 1898 como um simples mercado de cavalo, atualmente o evento atrai pessoas do mundo inteiro. Reunindo grande variedade de raças de cavalos, feira de roupas, equipamentos e acessórios equestres, além de apresentar competições e comércio de cavalos, o evento internacional celebra sua 112ª edição, oferecendo ao público muito entretenimento, concursos, corridas, desfiles, exibições e espetáculos. Entre os eventos mais esperados destaca-se a Jumping Verona – Rolex FEI World Cup™, que neste ano celebra o décimo aniversário de sua presença em Verona. Pelos 350 mil m2 da feira já passaram mais de 150 mil visitantes de todo o mundo, mais de 600 expositores de 26 países e cerca de 2.500 cavalos de mais de 60 raças. Verona realiza a Fieracavalli há 112 anos, reunindo cavalos de várias raças, feira de roupas, equipamentos e acessórios, além de concursos, como a Rolex FEI World Cup™. Nas fotos, exibição de cavalos da raça americana e árabe, e público presente no evento. Verona, palco da Fieracavalli Divulgação Verona é uma comuna italiana da região do Vêneto, província de Verona, com cerca de 260 mil habitantes, estendendo-se por uma área de 207 km2 e banhada pelo rio Adige. Segundo historiadores, a cidade de Verona foi fundada pelos celtas. Mais tarde, no ano 89, foi uma colônia romana, com o nome de Augusta. Foi capital de ducados durante o Reino Lombardo e, em 145, foi uma colônia de monges Beneditinos. Verona chegou a ostentar a supremacia artística de toda a Itália e foi incorporada ao Reino de Itália, em 1866, com a Terceira Guerra de Independência Italiana. A cidade foi declarada patrimônio da humanidade pela Unesco devido a sua estrutura urbana e arquitetura. Verona é um grande exemplo de cidade que se desenvolveu progressivamente e sem interrupções durante dois mil anos, integrando elementos artísticos de altíssima qualidade dos diversos períodos que se seguiram, representando também, de um modo excepcional, o conceito de uma cidade fortificada em etapas determinantes da história europeia. Entre seus diversos monumentos destacam-se o Anfiteatro Romano, a Catedral gótica do século X, a Igreja românica de São Zeno, vários palácios – como o Palazzo del Consiglio, o Castel Vecchio e a Ponte Scaligero (de 1354). Uma curiosidade interessante é que Verona é um dos locais onde se passa a história da famosa obra shakespeariana Romeu e Julieta. No centro da cidade existe uma vila onde, segundo a história, Julieta morava. Este é um grande marco de Verona, que tem a fama de “cidade dos namorados”, atraindo centenas de turistas. Passa-se também em Verona parte da história de A Megera Domada, também de Shakespeare. Para obter mais informações sobre a Fieracavalli acesse www.fieracavalli.com. 26 Santo Amaro a Galope Fotolia Puro Sangue Árabe na feira de compra e venda de cavalos na Fieracavalli. Verona possui vários monumentos históricos, como o Castel Vecchio, ao lado. Fotos Divulgação De Shakespeare à Fieracavalli Ares campestres Fotos Divulgação Gastronomia Deguste a alta gastronomia francesa em um local agradável localizado na granja Viana S aborear criações da culinária francesa com toques bem brasileiros em um ambiente com ares campestres localizado na região da Granja Viana. Pode parecer que esta sugestão esteja equivocada, mas não está. Instalado em uma antiga e charmosa casa de campo, rodeada por palmeiras e castanheiras centenárias, o Felix Bistrot é uma excelente opção para a família santamarense experimentar a culinária francesa longe do tumulto dos bairros badalados de São Paulo. As criações do chefe Alain Uzan (eleito o Chefe do Ano 2009/2010 pela revista Veja ABC Comer & Beber) para o Felix Bistrot se diferenciam de outros restaurantes franceses da cidade pela combinação da cozinha clássica da França com as especiarias típicas do Brasil. “O principal diferencial da cozinha do Felix Bistrot é que servimos alta gastronomia com técnicas francesas utilizando os produtos nacionais. Costumo usar bastante leite de coco, azeite de dendê, tapioca, jambú, além de vários tipos de temperos brasileiros. Também utilizo muito os produtos do mar e todas as massas são feitas na própria casa, como tagliatelles, raviólis, tortelines e pães”, garante Uzan. Com capacidade para receber 120 pessoas, o restaurante divide-se em dois espaços para almoços e jantares: a parte interna oferece um amplo salão com ambiente acolhedor e decoração rústica, enquanto a externa destaca-se pela beleza do cenário natural do local, composto por um suntuoso jardim com projeto assinado pelo renomado As criações gastronômicas do Felix Bistrot recebem toques dos produtos nacionais como o Filé Mignon de Javali, à esquerda, e o escalope de Foie Gras, à direita. paisagista Roberto Riscala, além de uma elegante piscina de frente para as mesas da varanda. O cardápio criado por Alain Uzan tem ainda pratos especiais para as crianças. “Como sou pai, pedi ajuda a meus filhos para criar opções para as crianças. Neste cardápio não pode faltar carne macia, molho branco e batatas fritas.” Aliás, os pequenos recebem atenção especial no Felix Bistrot: aos domingos, o espaço de eventos ganha versão infantil com atividades de recreação, e no complexo a céu aberto é possível desenvolver diversas brincadeiras acompanhadas por monitores. As sugestões do chefe para os santamarenses são as Ostras à Moda de Nantes (“a melhor ostra gratinada do mundo”, afirma Uzan) e o Filé Mignon de Javali com Crosta de Pistache. A partir de agosto, a novidade do cardápio é a Picanha de Cordeiro e Uzan também prepara imperdíveis festivais gastronômicos, que vão encher os olhos e a boca de quem aprecia uma boa comida: Festival de Frutos do Mar, em julho, Festival de Caças, em setembro, e o principal de todos, o Festival do Felix Bistrot, o de ostras, em novembro e dezembro. Serviço Felix Bistrot: Avenida José Felix de Oliveira, n° 555 (próximo ao quilômetro 24 da Rodovia Raposo Tavares). Telefones: 4702.3555/4612-2339. O espaço também pode ser reservado para festas e casamentos. De acordo com o chefe Alain Uzan, as melhores ostras gratinadas saem de sua cozinha, como o prato Ostras à Moda de Nantes, à direita. Santo Amaro a Galope 27 Shopping Até os objetos mais comuns Pequeno, mas funcional passam por uma extreme makeover quando a tecnologia os alcançam, e os tornam cada vez menores. Alguns gadgets ajudam a simplificar e potencializar ainda mais o seu dia a dia tecnológico Scanner manual portátil Fotos Divulgação Se os aparelhos de escâner revolucionaram a digitalização de documentos, livros, imagens e outros impressos, o que não dizer do escâner portátil da SkyPix? Bastante prático, por ser pequeno e não ter fios, este gadget escaneia textos e imagens em resolução de 300 ou 600 dpi e envia os arquivos, em formato JPEG, para um memory card, cujo conteúdo pode ser baixado para o computador via USB. Compatível com Mac e Windows 7/Vista/XP, esse escâner pesa apenas 250g e funciona com duas pilhas AA, suficientes para escanear cerca de 180 arquivos. Onde encontrar: http://usb.brando.com. 28 Santo Amaro a Galope Minúsculos Aparelhos cada vez menores são cada vez mais potentes. É o caso deste mini alto-falante cilíndrico para iPhone/iPod/celulares e aparelhos de MP3 em geral. Medindo apenas 8x3cm, ele possui um excelente som estéreo e dois alto-falantes de 28mm de diâmetro. Seu plug é igual ao de um fone de ouvido e funciona com duas pilhas AAA, suficientes para 10 horas de funcionamento – dependendo da marca. Outro aparelho pequeno e bastante útil é o carregador wireless para iPhone. Seguindo o caminho inevitável – e bem-vindo! – de dispositivos eletrônicos com alimentação de força sem fio, basta colocar o iPhone sobre a base deste gadget de alta tecnologia e ondas de alta frequência para que ele comece a ser carregado. O carregador wireless funciona como um carregador-padrão, tem 14x11,5cm e desliga automaticamente. Onde encontrá-los: www.coisasgeniais.com.br. Livre-se das bactérias! Seu celular passeia pelo escritório, casa e escola, anda por mesas, fica dentro de bolsas e bolsos, vai no porta-luvas, passa de mão em mão e é tocado a toda hora por dedos nem sempre limpos, acumulando bactérias que andam soltas por todos os lugares. E o calor produzido pelo aparelho é ainda mais propício para o desenvolvimento destes seres microscópicos e indesejáveis, o que faz com que o sanitarizador da VIOlight – empresa especializada em aparelhos desinfetantes para escovas de dentes e aparelhos de barbear – um gadget mais do que necessário. O Cell Phone Sanitizer será lançado em outubro e promete desinfetar celulares e outros acessórios – como fones Bluetooth – com raios ultravioletas em um processo que dura três minutos. Onde encontrar: http://violight.com/. Bem-estar Espelho, espelho meu... O inverno é o momento certo para procurar seu dermatologista e corrigir manchas, verrugas, pintas T erminado o verão, você se olha no espelho e depara-se com manchas que não o deixam esquecer os abusos cometidos. Chegou, então, a hora de procurar um dermatologista e eliminar as imperfeições da pele, porque não basta usar bons cremes, é preciso fazer um tratamento adequado. A primeira atitude sensata para manter-se livre das doenças de pele é o uso diário de um bom protetor solar, mesmo quando não for se expor ao sol. É recomendável também o uso em bebês a partir dos seis meses de idade. O segundo passo para cuidar de sua pele é escolher um bom médico dermatologista para fazer uma avaliação profunda, desde a textura, flacidez, manchas e hidratação. A primeira consulta é sua oportunidade de tirar as dúvidas em relação aos diversos procedimentos oferecidos atualmente, dos mais simples aos mais complexos, incluindo o tempo de tratamento, recuperação e número de sessões. Tipos de tratamentos Dos recursos da medicina estética, o laser foi o que mais evoluiu nos últimos anos. É um tratamento praticamente indolor e rápido. Por tratar-se de um procedimento não invasivo, o paciente não interrompe suas atividades diárias e o resultado já é visível logo após a primeira sessão. Esta moderna tecnologia está disponível nos tratamentos faciais e corporais, como também já é possível utilizá-la para a depilação definitiva dos pelos da face, buço, virilha, pernas e qualquer outra parte do corpo. O Light Sheer é um equipamento que atua com um sistema de resfriamento e requer de três a cinco sessões para Fotolia e lesões da pele. Confira alguns procedimentos conseguir-se um bom resultado na depilação definitiva. Outro laser muito utilizado é o Quantum, um equipamento de luz pulsada que promove o fotorrejuvenescimento e trata, ao mesmo tempo, de pigmentações dos diversos tipos, pequenos vasos sanguíneos no rosto, cicatrizes de acne, pequenas rugas, imperfeições e sinais de envelhecimento. Este laser reconhece e “evapora” o pigmento conseguindo a eliminação de manchas, sejam elas resultado da exposição ao sol, de senilidade ou de gravidez, dentre outras. Segundo o médico dermatologista José Carlos Greco, um dos maiores especialistas em tratamentos a laser, o Deka é um dos equipamentos mais sofisticados e apresenta excelentes resultados. O Deka é uma associação do laser Nd.Yag de 1064nm e da luz pulsada de última geração. Com ele, é possível trabalhar a pele de dentro para fora, estimulando o colágeno (que confere a sustentação da pele) e, de fora para dentro, eliminando manchas e vasos superficiais. A terapêutica por radiofrequência, por atingir com eficácia as camadas mais profundas da pele, consegue combater a flacidez, melhorar o aspecto das rugas de expressão e sulcos, bem como cicatrizes e todos os diagnósticos que evoluam por perda do tecido de sustentação da pele. Estes modernos procedimentos têm se destacado pelo reduzido número de sessões necessárias, aplicação cada vez menos invasiva e segurança que oferece ao paciente. Mas lembre-se, ninguém melhor do que um especialista para mostrar o caminho certo para se ter uma pele bonita e saudável o ano todo. Santo Amaro a Galope 29 Recordar é Viver Amor à primeira vista Um engano no caminho fez a família Mifano se apaixonar pelo magnífico Clube Hípico de Santo Amaro A Fotos Acervo Pessoal pós 40 anos, Luca Mifano sente a mesma emoção da primeira vez em que esteve no CHSA: encantamento. Várias vezes Diretor e Conselheiro do Clube, hoje, aos 55 anos, é Vice-presidente e, como parte importante do Jubileu de Diamante, Luca relembra os momentos que marcaram esta história de amor pelo Clube Hípico de Santo Amaro e destaca a importância de se resgatar a valorização deste local privilegiado de São Paulo. Entrada errada Acima, na década de 1970, montando Guette, Luca recebe prêmio do coronel Renyldo e seu pai, Armando Mifano; na foto acima, em pé Marco Moulatlet, Luca Mifano, Lauro (pai do picador Airton), Joãozinho e Afonso (ambos picadores do Clube); e abaixo, Luca salta com Snob’s no CHI de 1974. Quando conheci o Clube ele era um jovem senhor e estava com 35 anos de idade – há exatos 40 anos! Minha família e eu estávamos procurando um lugar para praticar a equitação e em um sábado fomos até a Hípica Paulista. No domingo seguinte, quando estávamos indo nos associar à Hípica, meu pai errou a entrada na Avenida Santo Amaro – naquele tempo ainda não existia a Marginal Pinheiros – e viemos parar no Clube Hípico de Santo Amaro. Foi amor à primeira vista. Nesses 40 anos de associado, o Clube me ensinou muita coisa, como o amor pela natureza e pelos cavalos e o respeito pelos animais e pelas pessoas. A equitação nos ensina também a humildade, porque é um esporte que se você sobe nas tamancas, literalmente cai do cavalo. Lidar com outro ser vivo, ter a responsabilidade de montar todos os dias e cuidar do animal são lições para toda a vida. Primeiro instrutor Quando ficamos sócios, era a primeira gestão do coronel Renyldo, em 1969/1970. Então, comecei a montar e a ter aulas com ele. Nesta época, tinha uma equipe Mirim muito grande e muito boa, que ganhava todas as provas da categoria. Na verdade, este foi meu início na equitação de forma mais séria, entre os 12 e 13 anos, porque desde pequeno tive paixão por cavalos. 30 Santo Amaro a Galope Deborah Peleias Acervo CHSA Nas fotos em preto-e-branco, o jovem Luca Mifano, em 1982, recém-formado em veterinária e especializado em cavalos, escreveu um artigo para a Santo Amaro a Galope sobre as qualidades do Puro Sangue Inglês no hipismo. Passados 28 anos, o santamarense continua um apaixonado pelo Clube e pelos animais. O Militarismo era o regime que vivíamos na época no Brasil, mas o verdadeiro sentido da expressão “regime militar” nós sentíamos na pele convivendo com o coronel Renyldo (risos). Tem uma passagem que o coronel gosta de contar até hoje: às vezes, ele jogava ganchos de obstáculos para o cavalo fazer a marcação do salto, e um dia errou e acertou minha perna. Na hora, o local da pancada inchou e a bota não saía. Aí falei “ô coronel!”, e ele respondeu “isso é para você aprender”. Em vez de dizer que havia errado, ele disse que foi de propósito, para eu aprender! Galopes pelo exterior Meus amigos e eu galopávamos nas margens do Rio Pinheiros – falando assim parece que sou muito velho (risos), mas é que São Paulo cresceu muito rápido. Lembro-me que íamos almoçar na casa do Caio Mattar e amarrávamos os cavalos no jardim da casa dele. Às vezes, íamos até Capão Redondo e também saíamos com os Capacetes Brancos no Morumbi. Na volta, subíamos um barranco até a ponte do Morumbi. Era um outro mundo. Saíamos por aí sem capacete, sem sistema de segurança nenhum, não tinha celular, e se acontecesse algum acidente conosco, alguém ia descobrir muito tempo depois – por isso acho que os anjos da guarda trabalhavam muito mais naquela época (risos)! Nas férias, meu pai me deixava no Clube pela manhã antes de ir trabalhar, às 7h, e eu passava o dia montando, fazendo os exteriores. Meu pai não fazia ideia do que acontecia comigo, e no fim da tarde me pegava para irmos para casa. Éramos muito felizes e passávamos o dia fazendo exercícios no meio da natureza. A gente caía, levantava, montava de novo e continuava a cavalgar. Competições Competi em provas de Mirim, Junior e Senior – antigamente, as competições só possuíam estas categorias. Competi como Amador e, depois dos 40 anos, como Master, que é a categoria mais divertida que existe porque é a única em que todos torcem para o seu adversário – é uma grande reunião entre amigos, como o Kato e a Andrea Teixeira. De premiações, tenho três títulos de vice-campeão paulista de Master; fui campeão por equipe no Amador de 2009; ganhei uma prova internacional de amadores 1,20m, na Itália, em Torino, quando fui montar com o Filipinho (Luiz Felipe Azevedo), há cinco anos, bem no dia do meu aniversário de 50 anos! Foi realmente um presentão. Participei de quase todos os Torneios de Verão e Copas Santo Amaro e fui o campeão Amador, 1,20m, da primeira realizada pelo Clube em 1998. Acho que já faço parte do acervo do Museu do CHSA! Santo Amaro a Galope 31 Recordar é Viver Ídolos do hipismo Sempre existiu uma rixa saudável entre o Roberto Kalil e o Renyldo e cresci vendo esta “rivalidade”: de um lado, o Kalil sempre debochado e brincalhão, e do outro, o Renyldo sempre sério, responsável, com aquela rigidez militar. Acompanhar esta história desses meus ídolos nas pistas do hipismo foi muito interessante e um grande aprendizado. Churrasco de gambá! Perto da Marginal, onde era o prédio da Eletropaulo, tinha uma área que chamávamos de “areião”, onde levávamos os cavalos bravos para galopar porque eles afundavam até a metade das canelas, ficavam cansados e voltavam mansos. Outra história incrível é a dos churrascos de gambá. Isso mesmo, os tratadores, na década de 1970, como o Joaquinzão, faziam churrascos de gambá – quem duvidar, pergunte ao Zico (tratador do Chico Fotos Acervo Pessoal Momentos de Luca Mifano nas comemorações de 74 anos do Clube: com a Diretora Sandra Smith e na foto abaixo durante o jantar, acompanhado de Gilberto Alves, Orlando Facada, coronel Renyldo Ferreira, Pedro Mari e Walter Demasi, da esquerda para a direita. Cavalos e técnica Há mais de 40 anos, os cavalos eram menores e inferiores tecnicamente aos cavalos atuais. Com a introdução e aprimoramento da raça BH (a partir da importação do sangue de cavalos europeus), a qualidade dos cavalos brasileiros ganhou em excelência – e podemos dizer que antigamente os cavalos eram mais “matungos” (risos). É preciso considerar que o traçado das pistas era diferente, não existiam as exigências técnicas de hoje e os percursos eram mais simples. Os obstáculos eram “toras” que não caíam facilmente, os ganchos eram pesados e curvos. Hoje é diferente, basta o cavalo encostar no obstáculo, e é falta. Enfim, a técnica da montaria também mudou muito nesses anos, e na mesma proporção os cavaleiros precisam necessariamente montar melhor para atender às exigências dos armadores. O hipismo se aprimorou e se tornou um espetáculo mais bonito de se ver. É claro que os concursos do passado tinham seu charme, com os obstáculos mais rústicos, cancelas pesadas. A Coca-Cola, uma égua que brigava na pista, não tem mais espaço nas provas atuais, pois seria muito difícil submetê-la aos percursos modernos, o que mostra a mudança ocorrida com o cavalo de competição. Tive um cavalo que era apelidado de Bilu, mas se chamava Hi-Fi. Era um cavalo muito inteligente e um fato que prova isso é que me seguia por todo o Clube. Uma vez, quando eu estava viajando, ele entrou por uma porta da sede me procurando e saiu por outra; entrou relinchando e amigos (Janjão, Davis, Léo) que faziam uma happy hour ficaram olhando pasmos para o Bilu! Eu vendi o Bilu para os pais da Thais. Ele foi seu primeiro cavalo, com quem, ainda menina, aprendeu a fazer volteio, e hoje é esta campeã formidável que conhecemos. Comando da madrugada e On the Rocks Com Cláudia Campos na Festa Junina do Clube, realizada em 3 de julho. 32 Arruda), outra memória viva do CHSA. E é interessante porque os tratadores mantinham o “equilíbrio” da população de gambás, que é um animal reservatório de um protozoário que causa “bambeira” (enfermidade neurológica) nos cavalos e não tem predador natural. Naquele tempo era muito divertido e os sócios tinham uma integração muito forte com os tratadores. Tinha também uma turma bem legal de picadores, o Joãozinho, o Afonso, o Gauchinho, o Lauro, o Pelé. Éramos muito amigos e eles sempre nos acompanhavam nos passeios no entorno do Clube. Santo Amaro a Galope Não me esqueço do famoso Comando da Madrugada. Era um grupo grande, formado pelo William Pereira, Zé Augusto, Léo Borghoff, Janjão, Davis Castro, Peixinho (comandava a galera), Edgard Foroni, dentre outros. Como todos trabalhavam muito (estávamos naquela fase dos trinta-e-poucos anos, que se corre atrás do dinheiro), Tupa Performance de Luca nas competições do 73° aniversário do Clube Hípico de Santo Amaro. “A força de um clube é diretamente proporcional à força montávamos por volta das 6h30. Todos traziam seus ternos e após o treino, um banho e o café da manhã, partiam para seus respectivos escritórios. Este era o único horário que dispúnhamos para montar, e por isso nos autodenominamos Comando da Madrugada. Alguns anos depois, formamos o On the Rocks. Tudo começou com uma brincadeira: em uma roda, alguém disse que a gente ficava mais tempo na happy hour do que montando. Aí surgiu a ideia do grupo, que tinha o Janjão (Fernando Khann) o Leo e eu. Fizemos um logo – era um cavalo tomando uísque em uma mesa! –, camisetas (inclusive para os nossos filhos), bonés. Nós montávamos usando a camiseta do grupo, organizamos uma prova de rodízio e foi um show de tombos, porque ninguém conseguiu montar o cavalo do outro (muitos risos). Famílias unidas Nós éramos muito amigos e as famílias, muito unidas. Com a correria do dia a dia, as pessoas estão mais dispersas em seus afazares e com os estresses diários. Por isso, acho que precisamos resgatar uma maior convivência entre os associados, afinal não levamos nada dessa vida. Precisamos ter a sensibilidade de abrir mão de certas individualidades em prol de um convívio melhor no coletivo. O CHSA tem seu estutato que rege o comportamento de seus associdos. São normas que precisam ser respeitadas, pois eu já vi muitas pessoas excluídas por não segui-las nesses 40 anos! e união de seus associados.” Um senhor bonito Vi o Clube passar por muitas transformações, como a construção do muro em substituição ao arame farpado, a construção da Sede, do redondel de liberdade, de todas as alas de cocheiras novas etc... Desde a saída da Taunay eram ruas de terra e desciam até o que hoje é a Marginal. Onde estão as cocheiras novas do Clube ficava a Escolinha, que tinha umas cocheiras de tábua horrorosas, pintadas de cal. Lembro-me muito bem do capitão Moritz, um alemão que era responsável pela Escola; era super-rigoroso. Eu e o Clube crescemos e amadurecemos juntos. Por isso, digo que o Clube é o meu companheiro de anos. As comemorações de aniversário são momentos de felicidade para mim e faço questão de estar sempre presente. O que é importante realmente nisso tudo é que as pessoas saibam ver e valorizar o potencial desse Clube, que vem num crescente, como alguns senhores que vão ficando cada vez mais bonitos! Para as pessoas que gostam, como eu, de caminhar, o exterior do Clube é um local ímpar – impecável, limpo, muito bonito. É como se tivéssemos um Parque Ibirapuera só para nós. Fazer caminhadas pela manhã, acompanhado de saguis, sabiás, bem-te-vis, respirando ar puro é uma higiene mental e privilégio que poucos locais oferecem. Santo Amaro a Galope 33 Artigo Pessoa com deficiência ainda é mal remunerada 34 Santo Amaro a Galope Mas, em cinco anos, o serviço municipal conseguiu inserir no mercado pouco mais de cinco mil das 16 mil pessoas com deficiência cadastradas nos CAT. Os números ainda denunciam uma forma velada de preconceito, pois muitas empresas oferecem a esse público vagas em níveis hierárquicos inferiores e, consequentemente, pior remuneradas. Quase não são oferecidas vagas técnicas ou de gerência. A principal conclusão de todo esse raciocínio é que as barreiras encontradas não se resumem à qualificação e nem ao tipo de vaga oferecida. O que se percebe é uma falta de orientação das empresas sobre elementos importantes para a inclusão, como acessibilidade, ajudas técnicas e sensibilização dos colaboradores, entre outros. Apenas superando esses vícios de atitude e modificando a política de recursos humanos das empresas é que poderemos construir uma sociedade verdadeiramente inclusiva e livre de pré-julgamentos. Marcos Belizário, 47 anos, é administrador de empresas, advogado e secretário Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de São Paulo. Arquivo pessoal E mpresas alegam não conseguir contratar pessoas com deficiência devido à baixa escolaridade dos candidatos. Mas, ao mesmo tempo, aqueles candidatos mais qualificados relatam sofrer para conseguir um emprego. Números apresentados pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho e pela Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida apontam que uma das barreiras para a inclusão profissional de pessoas com deficiência pode ser exatamente o perfil das vagas e a remuneração oferecida. Existem atualmente cerca de dez mil candidatos cadastrados e aproximadamente mil vagas disponíveis no sistema gerenciado via Centros de Apoio ao Trabalho (CAT). Entre estes candidatos, menos de 1% é de analfabetos, 7% têm nível superior e cerca de 50% completaram o ensino médio. Um perfil condizente e, em muitos casos, até superior às exigências das vagas oferecidas. Metade das vagas disponíveis é da área operacional, que no máximo pede o ensino fundamental ou ensino médio em curso. A outra metade das posições – em geral nas áreas administrativas, de atendimento, telemarketing – tem como pré-requisito a conclusão do ensino médio. As vagas na área técnica exigem estar cursando ou ter concluído o ensino técnico ou superior. Esses dados indicam não haver motivo para que todas as vagas de trabalho não sejam facilmente preenchidas. Informe publicitário Lukarmona no pódio de campeonatos de Jovens Cavaleiros 2010 A juventude paulista está bem representada nas pistas hípicas em 2010 e Yasmin Carmona é um dos destaques A jovem amazona Yasmin Carmona, patrocinada pela Lukarmona, recebe carinho de seu cavalo Casulo JMen. Tim Maia Talento da Lukarmona Salto para a vitória de Yasmin Carmona e Casulo JMen no Campeonato Brasileiro de Jovens Cavaleiros de Brasília. O s principais jovens talentos paulistas participaram do Campeonato Paulista de Jovens Cavaleiros (para cavaleiros e amazonas entre 12 e 21 anos), realizado na Hípica Manège Alphaville de 3 a 6 de junho, e mostraram porque são a esperança futura do salto brasileiro. Montando Casulo JMen, de 7 anos, Yasmin Carmona, de apenas 14 anos e patrocinada pela Lukarmona, se sagrou campeã na categoria Jovem Cavaleiro B 1m pelas cores do Clube Hípico de Santo Amaro. Yasmin e Casulo JMen garantiram seu primeiro importante título estadual com aproximação ao tempo ideal de percurso (360 metros/ minuto) de 0s17. Yasmin, que começou a montar na escola da Hípica Paulista há apenas três anos e hoje treina com o cavaleiro José Roberto Reynoso Fernandez no Clube Hípico de Santo Amaro, diz que seu cavalo ainda é novo e que ambos ainda têm muito a aprender. O professor José Roberto aproveita para saltá-lo na categoria Cavalos Novos 7 anos, o que dá a Casulo JMen muita experiência para a idade dele, colaborando também para a performance da jovem amazona. Muito emocionada, Yasmin dedicou esta conquista aos seus pais, ao seu treinador e à sua instrutora, Lucinha Rivas (que acompanhou cada movimento de Yasmin durante esse concurso), a todos que torcem por ela e, principalmente, a Casulo JMen, porque “sem ele eu não teria chegado aqui”, afirma a jovem. Organizado pela Federação Paulista de Hipismo e Hípica Manège Alphaville, o evento contou com patrocínio da Porto Seguro, Rações Guabi, Telefutura, Pão de Açúcar, Mitsubishi Itatiaia e Peugeot Paris, além de incentivar a educação ambiental das empresas CCR Via Oeste com Manège Alphaville, que deram lições de reciclagem com sacolas para botas feitas com material de placas viárias. A amazona também foi campeã brasileira por equipe no Campeonato Brasileiro de Jovens Cavaleiros, realizado em Brasília de 1° a 4 de julho, e ocupa o primeiro lugar do ranking da CBH. Patrocinada pela Lukarmona, Yasmin afirma que para as próximas competições quer manter a calma, fazer o que sabe e esperar por bons resultados. Resultados do Campeonato Paulista Jovem Cavaleiro B – 1m Tupa Campeã: Yasmin Carmona / Casulo JMen - CHSA Vice-campeã: Victoria Junqueira Ribeiro de Mendonça / Charm Royale JMen - CHTSJ 3º lugar: Ana Paula Ferrarezi Alves da Silva / Fyoti - CHNA 4º lugar: Ana Paula Ferrarezi Alves da Silva / Sheik - CHNA 5º lugar: Victoria Junqueira Ribeiro de Mendonça / Geysa - CHTSJ 6º lugar: Henrique Tortorella / Spirit II – CHTSJ 35 Santo Amaro a Galope Eliminadores de Odores, Shampoos e Colônias para o seu pet. www.sanol.com.br