Vitor
Teixeira
Talento
e determinação
A GALOPE
#6 – ano 2 – Julho 2010 – Órgão Oficial do Clube Hípico de Santo Amaro
Rowin
von Reininghaus
Prática do hipismo
em família
Editorial
Na certeza de que esta revista já é uma realidade, estou aqui de novo a redigir
um editorial de nossa Santo Amaro a Galope; com satisfação, já até perdi a
A GALOPE
lembrança de quantas edições se publicou, o que me dá a segurança de que ela
veio para ficar.
Se, por um lado, a vida exige mudanças, na busca constante de aprimoramento, realização e felicidade, por outro, ela tem seus alicerces calcados na
tradição, na entrega de valores de uma geração à próxima, para que possamos
saber quem somos, o que queremos e de onde viemos. Isto tanto vale para a
nossa simpática revista, que difunde nossa gente de Santo Amaro, suas histórias
e feitos, bem como para o CHSA como um todo.
Assim – e com muito mais ênfase –, estamos neste ano de 2010 envolvidos
com a comemoração de um aniversário de número emblemático: 75 anos, o
famoso Jubileu de Diamante!
Segundo a numerologia, o 7 é o número mágico, místico e perfeito, que
representa a passagem do que é conhecido para o desconhecido; 7 são as virtudes, mas 7, também, são os pecados. Já o 5 é o número do movimento, da
mudança necessária.
Misticismo – ou ciência – à parte, o que importa é que este nosso Santo
Amaro se mostre forte, renovado e com muita disposição para seguir na proa dos
destinos de nosso hipismo, lugar que sempre ocupou.
Reinventando-se sempre, até mudando seu forte sotaque germânico dos primeiros tempos, Santo Amaro não abriu mão de seus valores originais, daqueles
que importam de fato.
Se fosse possível “espremer” este período de 75 anos para obtermos a essência de nosso Santo Amaro, decerto teríamos um suco com um sabor predominante de alegria, camaradagem, amor à prática desportiva e de muita, mas
muita hospitalidade a nossos irmãos cavaleiros de todas as partes do mundo, já
CONSELHO DIRETOR
Diretor Presidente - Luís Duílio de Oliveira Martins
Diretor Vice-Presidente - Luca Mifano
Dir. Adm. Financeiro - Michel Ernesto Setzer
Diretor Tesoureiro - William Pereira
Diretor Jurídico - Bernardo M. Franco
Diretora de Salto - Karina Ivone Smith
Diretora de Adestramento - Lindinha Macedo
Diretor de Vila Hípica - Adriano Ferraz Pellicciari
Dir. da Escola de Equitação - Ana Claudia C. Delmaschio
Diretor Comercial e Marketing - Marcelo Ramos
Diretor Médico - Arthur Corradini
Diretora Social - Sandra Smith de Oliveira Martins
Assuntos Internacionais - Joe Quagliotti de Faá
Assessora de Volteio - Joyce D. R. Altmann
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Presidente - Davis Konfino Castro
Vice-Presidente - Gilson José Rasador
Secretária - Fátima da Collina de Aguiar
Comissão de Julgamento e Justiça
Coordenador - Gilson José Rasador
Efetivos - Renato Luiz de M. Mange e Sérgio C. Fernandes
Comissão de Sindicância
Coordenador - Élcio Garcia Álvares
Efetivos - Sílvia Salles Milani e Fátima da Collina de Aguiar
Comissão de Obras e Ecologia
Coordenador - Paulo André Jorge Germanos
Efetivos - Paul von Bismarck e Enio Monte
CONSELHO FISCAL
Coordenador - Francisco José C. de Arruda
Efetivos - José Carlos Ávila
que o que norteou esses “75” foi, sobretudo, o amor ao cavalo, que em Santo
Amaro é a nossa razão de existir.
Aproveitado esse suco maravilhoso, o resto é bagaço, que não define a alma
de nossa gente, mas apenas realça suas boas qualidades; aquele bagaço composto de diminutas tristezas, de rixas pueris entre
irmãos que, no fundo, admiram-se, querem as mesmas coisas - que sempre é o bem geral. Insignificantes erros de percurso que, de tão pequenos, Santo
Realização
Amaro deles se esquece; nem se lembra mais!
Santo Amaro, julho de 2010
Duílio Martins, Presidente da Diretoria
Nota de falecimento
A Diretoria, na pessoa de seu Presidente Duílio Martins, e funcionários do Clube
Hípico de Santo Amaro registram sua homenagem ao sócio e amigo Armando
Mifano, falecido em 21 de julho. Aos familiares enlutados, em especial a Luca
Mifano, Vice-presidente do CHSA, nossos sinceros sentimentos.
2
Santo Amaro a Galope
Direção Geral - Eliseu Urban
Reportagem, Edição e Revisão Cambacica Projetos Editoriais
Direção de Arte - Cibele Cipola
Colaboraram nesta Edição - redação:
Érica Fernandes (Mtb 40.204/SP);
fotografia: Anna Paula Carvalho;
estagiários de arte: Mariana Zanarelli e Rafael Carrochi
Jornalista Responsável - Deborah Peleias
(Mtb 15.212/SP)
Sumário
16
o4 07
18
14 Michaela Porr - paixão
pela música erudita
22 Social by Anna Paula
Carvalho
27 Gastronomia francesa
no Felix Bistrot
28 Gadgets: pequenos
e funcionais
29 O
inverno é a melhor
estação para tratar da pele
34 Artigo
10 12
24 30
04 Talento no salto e determinação na busca dos objetivos
07 Entre o salto e o polo, a prática do hipismo em família
10 Como é o dia a dia de treinamento de um Master
12 Projeto Doma – a integração homem-cavalo
16 Jubileu de Diamante – os preparativos do Departamento Social
18 Resultados das IV e V Etapas da Copa Santo Amaro
24 Circuito de feiras europeias: Golegã e Verona
30 Recordar é Viver com Luca Mifano
Santo Amaro a Galope
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Talento e determinação
“Participar dos Jogos de Havana
foi inesquecível porque o Brasil
não conquistava uma medalha
no salto havia 24 anos!”
V
itor Alves Teixeira nasceu em Belo Horizonte em
janeiro de 1958 e começou a montar em 1971, ao
lado do irmão Luiz Otávio. Devido às dificuldades financeiras de sua família, por muito pouco Vitor
não deixou o hipismo, mas como a determinação é
o que escreve o sucesso dos fortes, ele é hoje um dos
grandes nomes desse esporte no Brasil.
SAAG. Quais foram suas principais dificuldades no início
de carreira? Você começou em 1971, na Sociedade Hípica
de Brasília, correto?
VAT. Minha principal dificuldade foi ser comunicado que
deveria deixar de montar na escola de equitação da Hípica
de Brasília, pois deveria comprar um título caso quisesse
4
Santo Amaro a Galope
continuar no esporte. Como minha família não tinha condições financeiras, precisei deixar a Hípica e meus pais
passaram a me levar ao Regimento de Cavalaria para que
eu pudesse continuar a montar, até que apareceu a possibilidade da transferência de um título da Hípica. Mas,
para isso, contei com a ajuda do coronel Fidélis Chaves
da Silveira e tenho muito a agradecer a todos os militares
daquela época.
SAAG. O que aconteceria se tivesse desistido de montar?
VAT. Cheguei a fazer vestibular para Educação Física e
Veterinária, e sempre tentei montar nos períodos livres.
Mas não me dediquei com convicção aos estudos porque
teria de diminuir meus treinamentos.
Tupa
Destaque – Vitor Alves Teixeira
Tupa
Acervo Pessoal
l
Acervo Pessoa
No sentido horário, Vitor no
Campeonato de Master realizado em
Juiz de Fora (MG), em julho de 2009;
na 37ª Copa São Paulo, em 2008; e
concentrado durante um concurso.
SAAG. Você tem muitas e importantes conquistas em seu
currículo. Você as atribui a quê?
VAT. Atribuo primeiro à minha vocação e aptidão no esporte, claro, e todo o apoio que tive por parte dos meus
pais e ajuda de meus primeiros instrutores. Tudo isso soma-se à minha determinação em realizar meus sonhos,
que sempre foram pautados por trabalho e disciplina.
Tupa
SAAG. Em 1979, aos 21 anos, você ganhou o Torneio FIAT
superando, entre outros, Nelson Pessoa e Roberto Kalil.
Qual foi a sensação desta vitória sobre estes dois nomes
importantes do hipismo?
VAT. Foi o meu primeiro carro - que ganhei como primeiro lugar no concurso - e a primeira vitória importante. Foi
uma festa muito grande, principalmente depois de tudo
que passei no início de minha carreira e, além de tudo,
ganhei o prêmio justamente com um cavalo emprestado
do coronel Fidélis. Superar Nelson Pessoa e Roberto Kalil
era um sonho muito difícil naquela época, principalmente com Kalil montando a lendária égua Coca-Cola.
SAAG. Conte-nos como se prepara para os concursos internacionais.
VAT. É preciso primeiramente definir qual o campeonato
internacional. Pan-americanos, Olimpíadas, Mundiais e
Copas do Mundo têm, cada um, uma preparação específica. Para os campeonatos mundiais, a preparação ideal
passa por um período no exterior para enfrentar melhores conjuntos e dificuldades de percurso com maior exigência técnica. No caso de provas internacionais avulsas,
é quase uma consequência das provas que disputamos ao
longo do ano.
SAAG. Fale-nos sobre suas participações em Jogos Pan-americanos e Olimpíadas. O que mais lhe marcou nessas
duas competições, as mais importantes para um atleta?
VAT. Tive a oportunidade de participar dos Pan-americanos de Caracas (1983); Indianápolis (1987), onde fui quarto colocado por equipe; Havana (1991), quando conquistamos o ouro por equipe e eu, bronze individual; Buenos
Aires (1995), que também ganhamos o ouro por equipe;
Winnipeg (1999), outro ouro por equipe e outro bronze
individual, e das Olimpíadas de Los Angeles (1984), Seul
(1988) e Barcelona (1992), quando fiquei na 21ª colocação individual. Também participei de dois Campeonatos
Mundiais (Dublin, 1982, e Estocolmo, 1990, onde conquistei a 12ª colocação individual). No entanto, destes
concursos, o que mais me marcou foram as primeiras
medalhas por equipe e individual nos Pan-americanos de
Cuba. Estes Jogos de Havana são inesquecíveis porque o
Brasil não conquistava uma medalha na modalidade havia 24 anos, e também porque foi conquistada pelo cavalo
Zurkis, um BH de hipismo de 1,52m de altura! E a mais
importante foi o 12º lugar individual em Estocolmo conseguido também pelo Zurkis.
Participação de Vitor no concurso
de comemoração dos 74 anos do
CHSA, em 2009.
Santo Amaro a Galope
5
Destaque
SAAG. Como foi bater o recorde de 2,30m em 2001?
VAT. A marca foi batida junto com Renato Junqueira, e
permanece até hoje como recorde de indoor e de muro saltado no Brasil.
SAAG. Como você avalia o hipismo hoje no Brasil?
VAT. O Brasil continua formando bons valores para
o hipismo internacional, porém, na minha opinião,
a dificuldade em conseguir cavalos ao nível de alguns
cavaleiros fez cair os resultados internacionais por
equipe.
SAAG. Tem algum prêmio que ainda lhe falta conquistar?
VAT. Sempre terei algo a conquistar enquanto estiver
montando, porque me vejo no auge da forma e com
experiência necessária para isso. A curto prazo, quero
conquistar meu décimo título de campeão brasileiro
após cinco vice-campeonatos e conseguir também uma
medalha olímpica.
SAAG. O que pensa em fazer ao se aposentar?
VAT. Acho que sempre estarei fazendo algo em torno dos
cavalos. Tenho preferência em treinar equipes de outros
países em competições de grande porte.
O santamarense Vitor Alves Teixeira.
Tupa
Acima, participação em
concurso na Holanda. Na foto
à direita, pose de campeão
para a II Copa Chevrolet, em
1987 e, à esquerda, outro
momento de sua participação
na 37ª Copa São Paulo.
6
Santo Amaro a Galope
Fotos Acervo Pessoal
SAAG. Em sua opinião, como é a nova geração de cavaleiros e amazonas santamarenses?
VAT. Apesar de termos bons valores, temo que vários não
chegarão ao nível internacional porque alguns optaram
por se tornar profissionais ainda muito jovens, sem o
devido conhecimento técnico da modalidade e vivência
hípica.
Destaque – Rowin von Reininghaus
“Agradeço a Deus todos os dias por
Acervo Pessoal
poder praticar o hipismo em família.”
Desportista em dobro
À
s vésperas de completar 50 anos, Rowin von Reininghaus mantém a boa forma física para continuar a competir no salto e a jogar polo. Dentre
as curiosidades de sua vida estão alguns trabalhos como
modelo fotográfico. Esta e outras histórias Rowin conta
nesta entrevista.
SAAG. Quando e onde você começou a montar?
RR. Comecei a montar em 1965 na Miss Jean Samson, em
Interlagos. No ano seguinte, minha família se associou
ao Clube de Campo de São Paulo e em 1971 nos tornamos
sócios do Clube Hípico de Santo Amaro.
SAAG. Qual foi seu primeiro cavalo e seu primeiro
instrutor?
RR. Comecei montando cavalos herdados de meu irmão
Rasso e de minha mãe, Romana. Tive bons instrutores:
meu pai, Ruediger von Reininghaus, me ensinou o
abecedário da equitação e depois tive o privilégio de montar com excelentes profissionais, como Toninho, Mauro
César, Ubirajara Guimarães, coronel Gerson Borges,
coronel Renyldo Ferreira, Orlando Facada e Alfinete.
SAAG. E na Europa, quais foram suas experiências?
RR. Tive a oportunidade de representar nosso país em
concursos na Alemanha, Holanda, Espanha, França e
Bélgica. Nestas viagens se adquire muita bagagem e experiência. Atualmente, viajar para a Europa, seja no polo ou
no salto, ficou mais simples porque a logística nos países
europeus é fantástica e bem mais fácil que antigamente.
SAAG. E o polo, quais são suas experiências nesta modalidade?
RR. Comecei a jogar polo com 38 anos (em 2010 completo 50). Não é preciso dizer que não cheguei a ser exímio jogador, mas o polo é um esporte envolvente. Joguei muitos torneios e também fui manager do Villa Real
Polo Team, do meu amigo e patrocinador Roberto Villa
Real. Fomos campeões nacionais de baixo handicap em
2005, e também ganhamos vários torneios, como a Copa
Santo Amaro a Galope
7
Destaque
SAAG. Fale das experiências de seus filhos e filhas nas
pistas de salto e adestramento. Você é o professor?
RR. De um jeito ou de outro, todos em casa montam.
Todas as crianças têm o seu cavalo. A Maria Carolina e a
Maria Lúcia treinam adestramento com minha esposa. A
Marcela, o Pedro e o Rowinho saltam e montam comigo.
Quando temos tempo, os meninos também vão taquear
comigo. Agradeço a Deus todos os dias por poder praticar
o hipismo em família. O Pedro, em função dos estudos,
não está montando neste ano. Aliás, estudar é um assunto delicado em casa.
Rowin começou a jogar polo apenas aos 38 anos.
Hyundai de Polo SHP, Torneio Giorgio Moroni Helvetia
Polo Country, Polo Tour, Tortugas (na Argentina), e hoje o
Villa Real Polo é um dos maiores times brasileiros.
SAAG. Você atuou também como modelo fotográfico.
Como surgiu esta oportunidade e quais trabalhos fez?
RR. Fiz algumas campanhas publicitárias, como filmes
para Skol, Ford, Philip Morris, Bohemia, Colgate, Brahma, Nestlé, dentre outras. Também atuei como modelo
fotográfico para a Daslu, Daslu (Homem), Levi’s, Casas
Pernambucanas, Vila Romana e fiz vários editoriais de
moda. Mas nunca pensei nem quis ser ator ou modelo.
Foram apenas trabalhos que ajudaram em meu orçamento, já que a vida de cavaleiro é difícil.
SAAG. E atualmente, como é o seu dia a dia?
RR. Em novembro completo 50 anos e pretendo continuar a competir nas provas de salto e a jogar polo. Para
isso, tento me manter em forma: corro uma hora por dia
e treino no SPA 7 Voltas diariamente. Minha família – esposa Solange e filhos – e eu montamos juntos e continuo
a dar aulas e a montar em haras e na Sociedade Hípica de
Campinas. Quando sobra algum tempinho, vou ao Helvetia taquear ou jogar polo.
8
Santo Amaro a Galope
Acima, Rowin com a filha Maria Carolina von Reininghaus durante
um campeonato brasileiro de polo, um dos dois esportes praticados
pelo santamarense.
SAAG. E o Clube Hípico de Santo Amaro, como se tornou
sócio e como é seu dia a dia aqui?
RR. O Clube para mim sempre foi muito importante.
Minha mãe, meu irmão e eu montávamos aqui – eu
em especial, porque queria ter aulas com o coronel
Renyldo Ferreira. O CHSA faz parte de toda a minha
vida esportiva e social. E, atualmente, me sinto feliz em
poder proporcionar para minha família um Clube como
este. Quero que meus filhos tenham tantos momentos
inesquecíveis como eu tive aqui.
Desde que me tornei sócio, o Clube passou por muitas
mudanças – como os novos pavilhões de cocheiras, o
andador para cavalos, temos piquetes de verdade, uma
arquibancada coberta, excelentes jogos de obstáculos e,
principalmente, temos o que todo clube hípico deseja,
um picadeiro coberto de salto -, mas a essência continua
a mesma: um lugar de cavaleiros que evoluiu muito e
cresceu tecnicamente.
Como desportista, só posso me orgulhar do CHSA e como
cavaleiro me sinto honrado em poder representá-lo.
Ao lado, com o filho
Rowin von Reininghaus
Filho após partida de
polo; nas fotos acima
e abaixo, momentos
de Rowin no salto
e no polo.
Fotos Acervo Pessoal
SAAG. Quais são seus projetos mais importantes daqui
para frente?
RR. Quero continuar formando cavalos e cavaleiros e
tenho muita vontade de treinar e competir. Espero ter
saúde para isso. Quero continuar a representar nosso
Clube, nossa Federação e nosso país junto com meus
filhos e minha família.
Santo Amaro a Galope
9
Gente
A voz da sabedoria
Experiências de cavaleiros Master revelam
como obter sucesso no hipismo
Fotos Acervo CHSA
Sabine Bilton, juíza de adestramento
da FEI desde 2008, Troféu Eficiência
em 1994 e em 2003, campeã de CAI
e de concursos estaduais e nacionais
Élcio Garcia Álvares, campeão do CAI,
campeão Paulista e Brasileiro em provas
pela Federação, finalista do Troféu Eficiência
“Sempre fui apaixonado por cavalos e aprendi a montar de
verdade em 1997. Associei-me ao CHSA em 1999 e possuía
um cavalo BH de 14 anos, chamado Elliot - e após aposentálo, aos 18 anos, experimentei os Lusitanos, que me ensinaram
muito. Nesta época, comecei a ter aulas com o Antonio João,
que me trouxe o Caruso, com o qual cheguei à série Forte II.
Hoje, monto duas vezes por semana, e invariavelmente nos
finais de semana. Meus treinamentos incluem exercícios na
academia e monto dois cavalos, o Caruso e o Rhemus, mas
não tenho grandes objetivos, porque não sou atleta e não
tenho sonho de competir seriamente.
Para os jovens santamarenses, aconselho seguir o velho
e valioso ditado ‘para cavaleiro novo, cavalo velho’. Tenham
também um instrutor experiente. Se vocês escolherem o
salto, não se esqueçam de passar, no mínimo, dois anos pelo
adestramento básico, porque estou cansado de ver crianças
saltando sem ter a mínima técnica e equilíbrio. Então, cuidado,
calma e paciência para os que estão começando.”
10
Santo Amaro a Galope
“Desde pequena tive paixão por cavalos, mas foi
somente aos 30 anos que tive a oportunidade de me
dedicar à equitação, iniciando na Escola do CHSA.
Atualmente, dou aulas de adestramento pela manhã
e depois monto três ou quatro cavalos. Sempre inicio
com pelo menos 10 minutos de passo, para garantir a
descontração física e psíquica, bem como o aquecimento
gradativo dos animais. A segunda fase é o alongamento
ao trote e galope, seguido de transições para promover
uma atividade maior dos posteriores. Nesta fase, estou
sempre atenta para variar os exercícios e não repeti-los se o cavalo os executou bem. Finalizo alongando o
cavalo e andando ao passo, antes de retornar à cocheira.
Para os jovens, o segredo de conduzir bem um cavalo
está na paciência. Se o animal reage de certa forma é
porque responde aos estímulos que lhe damos. Portanto,
procure entender como seu cavalo se comporta e o
treine respeitando suas condições físicas e mentais.
Antes de desanimar ou até puni-lo, pergunte-se se
realmente fez tudo
certo e foi claro no
que pediu. Uma vez
alcançada a sintonia
com o cavalo, a
equitação se torna
o esporte mais
apaixonante
que existe.”
Fotos Acervo CHSA
Antonio Sanches, líder Ranking CBH, Prêmio Hipismo
Brasil 2009 Categoria Master B, vice-campeão Paulista
Master B 2010, campeão por equipe Campeonato Brasileiro
Master 2010 e atual líder Troféu Eficiência
“Comecei a montar ao me associar ao Clube Hípico de Santo Amaro, em 1989,
e infelizmente só consigo montar nos finais de semana, mas intensifico os meus
treinamentos quando se aproximam os campeonatos e as provas importantes. Meu
objetivo atual é buscar um título de Campeão Brasileiro. Com minha experiência, posso
dizer aos jovens cavaleiros que este é um esporte que se pratica em equipe e que para
alcançar bons resultados devemos ter ao nosso lado um bom professor, um veterinário competente e um
tratador que goste do animal. E, acima de tudo, respeitem seus concorrentes e seus animais.”
Itsumi Kato, campeão
Paulista de Master em 2002
“Comecei a montar aos 16 anos, quando
ainda morava no Japão. Atualmente, treino
às quartas, sextas, sábados e domingos.
Meu objetivo em 2010 era ganhar o
Campeonato Paulista de Masters, mas
não obtive êxito. Porém, coincidentemente,
conquistei o quarto lugar no Campeonato
Paulista de Master e no Campeonato
Brasileiro de Salto (CBS), em Belo
Horizonte. E tenho ainda uma esperança
em 2010: ganhar o carro da Copa Santo
Amaro, no sorteio do final do ano, o que
estou esperando há 15 anos! Para os
jovens cavaleiros pergunto-lhes quantos
anos podem montar até chegar à minha
idade? Por isso, tentem melhorar pouco
a pouco, porque também estou tentando,
e mantendo meu ritmo atual, pelos meus
cálculos, vou conseguir alcançar o nível de
meu professor, o Peixinho, quando estiver
com 92 anos de idade.”
Agostino Tacoli, campeão
Paulista Individual de
Masters 2003, tricampeão
Paulista por equipes (2007,
2008 e 2009), tricampeão
da Copa Santo Amaro e
vice-campeão Brasileiro
por equipe Masters 2007
“Sempre montei, desde que me conheço por gente, e em minhas primeiras fotos
de infância já havia um cavalo. Há 20 anos, treino todas as terças e quintas-feiras
logo pela manhã, inclusive alguns sábados e domingos. Faço treino de solo três
vezes por semana e uma ou duas vezes apenas no salto – caso contrário, o corpo
não aguenta. Meus objetivos atuais como cavaleiro incluem continuar a participar
de competições que elevem o nome do CHSA. E para os jovens santamarenses
digo que caiam e se levantem, e tenham muita persistência, porque este esporte é
um binômio em constante mutação física e mental.”
Simone Mourão
Zurita, vice-campeã
brasileira 2010
“Meu pai, dr. Jair Mourão, foi responsável
pela minha paixão por cavalos – quando
criança, cavalgava ao lado dele. No
hipismo, iniciei em 2004, acompanhando
minha filha Patsy ainda no Fundamental.
Atualmente, meu objetivo é o de, a cada
dia, me aprimorar mais no hipismo, sem
grandes preocupações em relação às mudanças de categorias,
pois são consequências do trabalho realizado.
Para os jovens cavaleiros, digo o mesmo que digo aos meus filhos: em primeiro
lugar, precisamos gostar daquilo que fazemos, e que nada na vida se consegue
sem esforço, dedicação e responsabilidade. Se dermos o nosso melhor, sem
dúvida, conseguiremos atingir nossos objetivos. A prática do hipismo é um esporte
de conjunto e deve haver respeito entre o cavalo e o cavaleiro. Os resultados com
certeza virão, porque são fruto do trabalho e dedicação.”
Santo Amaro a Galope
11
Gente
Explicando
o inexplicável
A Santo Amaro a Galope foi até
Capivari, a cerca de 100 km de São
Paulo, para conhecer os fundamentos
da educação equestre
“A
José Eduardo Borba, no Projeto
Doma: educação equestre é, acima
de tudo, a educação do homem,
que passa a entender e a se
integrar melhor com os cavalos.
12
Santo Amaro a Galope
lgumas pessoas optam por acreditar que o
cavalo sempre quer brigar conosco e que
precisamos mostrar quem manda por meio
da imposição, coerção ou intimidação, como preconiza
a equitação convencional. Existem pessoas que promovem a consciência de que o cavalo é um ser vivo que sente,
pensa, decide e tem uma capacidade enorme de aprender
quando nos dispomos a ensiná-lo a partir de uma relação
de respeito mútuo, de parceria e de confiança.”
Esta frase de José Eduardo Borba resume o que hoje
se chama educação equestre. Borba também gosta de salientar que acredita que “dentre os animais de nosso convívio, o cavalo talvez seja um dos que mais têm nobreza.
Aprender a conviver procurando uma integração de verdadeira parceria, só pode nos melhorar como pessoas”.
Mas o que isso tem a ver com o hipismo? Tudo, porque, como diz Borba, de 64 anos e titular do Projeto Doma
há 38, ao repensarmos o conceito de autoridade e entendendo que para os cavalos não é importante saber quem
manda, mas o valor da dúvida, obtêm-se respostas mais
rápidas e consistentes para o objetivo do cavaleiro.
Os ensinamentos do Projeto Doma, sediado em Capivari, têm por objetivo inspirar as pessoas a se comportarem como verdadeiros horsemen e a melhorarem enquanto
seres humanos, acreditando que a relação homem-cavalo
“é uma metáfora perfeita para os desafios da vida. Na
educação das crianças, na maneira de tocar empresas ou
mesmo quando encontramos um parceiro para dançar,
onde dois parecem um”, diz Borba.
Nos cursos ministrados por José Eduardo Borba existe um fim, mas não existe um método específico para se
chegar a este fim, porque o que pode servir para um animal às vezes não serve para outro. Partindo deste princípio, o que o horseman ensina aos alunos “é paciência,
amor, carinho e energia, porque os animais conhecem e
respeitam o homem que deles cuida. Eles sentem vibra-
“Cavalos,
Abençoados sejam todos eles.
Me mantiveram buscando riscos e desafios,
Muitas vezes me frustraram,
Mas sempre me provocaram muito respeito
E, conseguiram me manter completamente apaixonado.”
Jay Dusard
ções de simpatia e dedicação e retribuem à sua maneira a
esta dedicação. É preciso ter consciência e saber separar
o que é lazer e o que é trabalho e nunca confundir energia com judiação, e carinho com paparicação, ou desobediência com ignorância”.
Estas lições de sinergia entre homem e cavalo Borba
aprendeu, primeiro, quando morou no Texas, em 1975,
e ficou horrorizado com a forma com que os cowboys tratavam os cavalos, e depois quando Pulle (que trabalhava
os cavalos de Doda no CHSA) lhe indicou três livros que
mudaram sua vida: Os Princípios Fundamentais do Cavalo e do
Cavaleiro e My horses, my teachers, ambos de Alois Podhajsky
(diretor da Escola de Viena por 30 anos), e Western horsemanship and equitation, de Dwight Stewart. E foi na Califórnia, em 1978, que o horseman brasileiro teve o contato com
a equitação da península ibérica, “de tradição militar, com
freios especiais, na qual o cavalo trabalha todo flexionado, muito diferente dos cavalos do Texas”, afirma.
Se a forma de enxergar o cavalo já havia mudado 180°
na vida de Borba, depois que ele conheceu os ícones do
horsemenship Tom Dorrance, Ray Hunt e Martin Black, o
panorama mudou mais ainda. “Esses três diziam que o
cavalo tem necessidades internas que vêm de seu instinto
de preservação. E não está escrito em nenhum ‘manual
de equitação’ que, para o cavalo, em primeiro lugar está a
comida, e que ele é um animal de fuga”, diz Borba, “e não
tem absolutamente nada para se proteger que não sejam
suas patas para fugir. O significado e a importância do
instinto de preservação no cavalo são coisas que as pessoas que mexem com o animal precisam ter na cabeça.”
Ou seja, se o cavalo está ansioso, angustiado, inseguro,
desconfiado, é o instinto de preservação que vem em primeiro lugar, e nesse momento, como diz Borba, “ele não
entende nada, porque sua preservação está em sua frente.
O ser humano tem de entender o cavalo para dar-lhe uma
vida melhor; fazendo isso, consegue-se qualquer coisa”.
Outro ponto fundamental que quem trata com cavalo
precisa saber, segundo Borba, é que o cavalo é um animal de manada, e consequentemente, necessita de vida
social. “Se um cavalo fica isolado dos outros cavalos, ele
começa a ficar angustiado, frustrado. Um exemplo é um
cavalo que domei para um haras: ele veio na barriga da
égua, nasceu fora de estação e foi criado sozinho com a
mãe no piquete. Desmamou, recriou e nunca teve contato
com outro cavalo. A tarefa mais enlouquecedora da minha vida foi mexer com este cavalo, porque ele não tinha
limites, era um maluco, um mimado!”
No Projeto Doma, Borba ensina que tudo em cavalo
é o equilíbrio do alívio e da pressão. “É fundamental entender o universo do cavalo, e 99% das pessoas se comportam como se o universo do cavalo não existisse, só o
Fotos Anna Paula Carvalho
Ícones do horsemenship
do ser humano. Por exemplo, todo mundo diz que cavalo
aprende na pressão, mas na verdade, aprende no alívio;
a pressão o motiva a aprender”.
A grande dificuldade do trabalho realizado por Borba
é que não existe uma técnica, porque no trato com o cavalo, 100% da técnica são “como” e não “porque”. Ou seja,
com o cavalo, tudo o que uma pessoa fizer que tenha sentido, ele aprenderá. “É como dançar”, afirma. “O homem
não vai conduzir uma mulher por dor ou por intimidação.
A mulher o segue por outra razão. Quando há a sintonia,
o conjunto cavaleiro-cavalo se sai bem nas provas, dá tudo
certo. Mas, normalmente, o cavaleiro imprime um grau
de dificuldade em que um dos dois (homem ou cavalo)
não está preparado. Por isso, meus cursos focam mais a
atenção sobre si do que os de educação de equitação.”
E ensinando as pessoas a desenvolverem a sensibilidade, o timing e o discernimento no universo do cavalo,
Borba tem certeza de que as está ajudando a melhorarem
a comunicação com os cavalos, e a cada uma a libertar o
seu espírito.
Santo Amaro a Galope
13
Gente
ação
Divulg
Paixão
pela música
A
lém dos cavalos, a amazona Michaela Porr se dedica à música erudita. “Tenho duas grandes paixões desde que me entendo por gente: cavalos e
música erudita.” A santamarense Michaela Porr resume
nesta frase dois dos grandes sentidos de sua vida – o terceiro, e não menos importante, é sua filha.
Na fazenda da família, onde passava as férias quando
criança, os cavalos eram seus companheiros de brincadeiras e aventuras com os irmãos. O talento para a música, no
entanto, nasceu com ela. “Foi pelo violino que fascinei-me
quando criança e, aos 11 anos, ganhei um e comecei a ter
aulas. Aos 17, realizei meu grande sonho de fazer parte de
uma orquestra sinfônica: prestei concurso e entrei para a
Orquestra Sinfônica Jovem Municipal”, diz emocionada.
Já a prática de equitação e salto, Michaela só pôde iniciar
por volta dos 19 anos, e sempre saltou na categoria Amador.
Hoje concorre no Master e ganhou vários campeonatos.
Michaela, à direita, e os integrantes
do conjunto Musikalina Ensemble.
Após se casar, aos 24 anos, Michaela se mudou para
o interior do Estado e largou totalmente a prática do violino, retomando somente muitos anos depois, já de volta
a São Paulo, onde atualmente tem aulas com a professora Maria Vassileva, que reconheceu seu talento e há dois
anos a convidou para fazer parte do conjunto Musikalina
Ensemble, composto por sete músicos – três violinos, um
violoncelo, um piano e duas vozes.
O conjunto Musikalina Ensemble interpreta as mais
consagradas árias de óperas e operetas, musicais e peças
instrumentais dos repertórios barrocos, clássicos, românticos e modernos em versão camerística, adequada
a diversos ambientes e eventos. O conjunto se apresenta
em várias salas de concerto, teatros, galerias de arte, congressos, casamentos, festas, dentre outros eventos. Para
contratar o Musikalina, os telefones são 5542-9079/94876319, com Mirian.
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• 6 refeições diárias atendendo as
necessidades individuais;
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necessidades do hóspede;
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14 Santo Amaro a Galope
Fotolia
A Casa de Repouso Filó tem uma meta: cuidar do bem-estar de seu ente querido, para que ele mantenha o
convívio social e o interesse pela vida. Assim, estimulamos atividades de jogos, leituras, bate-papos, artesanato
e festas. Nossos hóspedes sentem-se em casa e recebem familiares e amigos em qualquer hora, porque aqui,
desde a decoração até o atendimento, nada remete ao ambiente hospitalar.
Santo Amaro a Galope
15
Social
Um Jubileu
inesquecível!
Conheça os preparativos do Departamento
Acervo CHSA
Fotolia.com
Social para o Jubileu de Diamante
A Sede Social recebeu ráfias para delimitar a área do restaurante dos
espaços de descanso, oferecendo mais conforto para os sócios.
D
e todos os eventos que acontecerão em 2010, com
certeza os mais esperados são aqueles em comemoração aos 75 anos do Clube Hípico de Santo
Amaro. Para realizar os eventos programados para o Jubileu de Diamante, o Departamento Social se movimenta
para organizar todos os preparativos.
Embora os detalhes sejam uma surpresa para os sócios, a Diretora Social Sandra Smith contou para a reportagem da Santo Amaro a Galope um pouco do que está
sendo preparado para comemorar em grande estilo esse
marco na história do Clube.
Para começar, na semana de concursos, três restaurantes funcionarão simultaneamente: sede social, deck e
área vip. Tudo está sendo organizado com muito carinho,
desde a escolha dos menus até a compra das matérias-primas, coordenação de garçons, decoração etc. Sandra
Smith garante que todos do Departamento estão muito
animados “e estamos preparando um Jubileu muito bonito para receber os nossos convidados, que vêm de todo
o Brasil e do exterior”, diz a Diretora, destacando que,
nestes grandes eventos, o Clube recebe cerca de cinco mil
16
Santo Amaro a Galope
pessoas por dia, “e manter tudo limpo, organizado, com
segurança e com cordialidade é o nosso objetivo, sempre
lembrando de resguardar o sócio de quaisquer incômodos que possam acontecer”, finaliza.
De acordo com Sandra Smith, o grande destaque do
Jubileu será o jantar de aniversário. “Queremos oferecer
aos associados um jantar dançante inesquecível, com um
show de um cantor que agrade a todos, independente da
idade. Desde já convido os santamarenses para participarem do jantar, pois comemoraremos os 75 anos do CHSA
e esta é a oportunidade dos sócios prestigiarem esse momento importante e único.”
Nos outros dias da semana de comemoração do Jubileu, ocorrerão happy hours, noites de pizzas e shows com
bandas de todos os estilos musicais. “A ideia é ter um show
diferente a cada dia. Também montaremos áreas de descanso com sofás e guarda-sóis, onde os sócios e os visitantes poderão tomar um drink, ouvir uma boa música e
relaxar”, garante a Diretora.
Outro destaque será voltado para a estética e beleza,
segundo Sandra Smith. “Estamos para fechar uma parceria para ter um espaço exclusivo para mulheres, onde
poderão cuidar dos cabelos, aprender técnicas de maquiagem e fazer massagem. Além disso, estudamos um
espaço para crianças com jogos e brinquedos.”
Colônia de Férias
A Recreação promove uma inovação para as crianças em
julho: uma inédita Colônia de Férias, realizada de 27 a 31
de julho, em parceria com o Grupo Curumim, uma empresa de renome em animação de festas infantis.
Aberta aos sócios e convidados, a Colônia de Férias
terá brincadeiras esportivas e interativas com as crianças, todas muito animadas e divididas por idade – dos 4
aos 13 anos. No encerramento, que acontece no sábado,
as crianças poderão se maquiar, colorir os cabelos e seguir para uma baladinha especial. O ponto de encontro
será no Casarão.
A gente
acredita em um
mundo melhor
Recreação
Fins de semana e feriados são dias de Recreação com o Tio Picachu e a Tia Pipoca
no Clube. E a Copa do Mundo de Futebol animou a criançada a participar das
atividades nas quadras, como as partidas de futebol e jogos de taco.
E depois das férias de julho tem novidade: um campeonato de Wii. Fique
atento com a divulgação do evento.
Como o Clube estará em festa em setembro, a Recreação também terá atividades especiais para a criançada. “Estamos preparando uma grande surpresa que
vai encrementar ainda mais o nosso parquinho”, diz a Diretora Sandra Smith.
Não se esqueça: a Recreação funciona aos sábados, domingos e feriados das
9h às 17h.
A Gráfica Mundo acredita em um mundo mais
consciente. Por isso mesmo está fazendo a sua
parte, investindo constantemente em novas
tecnologias e processos que colaboram com a
natureza. Esforços que transformam o mundo para
melhor.
Desbravadores
Certificada na Cadeia de
Custódia FSC
Os Desbravadores tiveram um pequeno recesso nas férias de julho, mas voltam
animados para cumprir o seu cronograma dos Amigos da Natureza, Amigos do
Cavalo, Amigos dos Insetos etc. “Os Desbravadores são um sucesso porque as
crianças aprendem brincando. O trabalho desenvolvido pelo Renato Vargas e
sua equipe é muito bonito e estamos muito contentes com o resultado”, informa a Diretora Social. Então, Desbravadores, fiquem atentos à programação das
atividades!
A certificação FSC garante que a
Gráfica Mundo utiliza matéria-prima
de florestas manejadas de forma
ecologicamente correta, socialmente
benéfica e economicamente viável, e
outras fontes controladas,
confirmando o nosso compromisso
com o meio ambiente e com a
sociedade.
Academia
A Academia dá continuidade à campanha “Doe seus Quilos”, na qual a Medic
Star doará R$ 10,00 a uma entidade assistencial para cada quilo perdido pelos
frequentadores. O próximo passo é uma pesquisa para saber as entidades que
receberão as doações.
“Os frequentadores da Academia estão muito animados com as mudanças
do local e estamos atendendo o dobro de pessoas. Por isso, queremos melhorá-lo ainda mais e estudamos a possibilidade de realizar a troca de alguns equipamentos até o final do ano. Vale lembrar que os aparelhos agora passam por
manutenção preventiva, o que melhorou a qualidade e o conforto para os santamarenses”, afirma Sandra Smith.
Conheça outras práticas sustentáveis
adotadas pela empresa:
• utilização de tintas ecológicas, formuladas a
partir de materiais não tóxicos, livres de
metais pesados e que possuem em sua
composição óleos vegetais e minerais, resinas
Festa Junina
sintéticas naturais e pigmentos orgânicos;
• destino correto de resíduos sólidos e
Anna Paula Carvalho
A tradicional festa junina do Clube mais uma vez é sucesso de público. Em 2010,
a Diretoria Social aproveitou a estrutura do deck e arquibancada para desenvolver
todas as atrações da festa, quadrilha, prova das tochas e show com banda. Com
fins beneficentes, a festa arrecadou 1.200 kg de alimentos não perecíveis que foram doados para a Associação Beneficiente Joaquim Varela.
Confira a animação da festa junina na cobertura fotográfica de Anna Paula
Carvalho nas páginas 22 e 23.
Como acontece em
todos os anos, a Festa
Junina do Clube é um
sucesso de público
e de diversão. Neste
ano, foi arrecadada
mais de 1,2 tonelada
de alimentos não
perecíveis, que
foram doados a uma
entidade assistencial.
efluentes líquidos;
• investimentos em equipamentos modernos
que reduzem o impacto ambiental.
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Santo Amaro a Galope 17
Esporte
Picadeiro coberto
recebe a Copa
Santo Amaro
A
XVIII Copa Santo Amaro já concluiu cinco etapas e
os conjuntos continuam na disputa pelos melhores
resultados. O público tem acompanhado as performances, que na V Etapa, realizada em 17 e 18 de julho,
aconteceram no picadeiro coberto de saltos, o Picadeiro
Presidente Moncelo Almulli. Na V Etapa, os conjuntos
santamarenses novamente ocuparam as duas principais
colocações do pódio da prova de 1,40 m (Volta da Vitória),
e os cinco primeiros colocados foram:
1° lugar Andrea Guzzo Muniz Ferreira, com Wegonda
2° lugar Ricardo Monteiro da Luz, com Onix
3° lugar Fernando Schilis, com Salto & Sela Barboer
4° lugar João Vitor Marcon, com Cantonius JMen
5° lugar Gabriela Placco Dalva, com Princess Emily
Buona Fortuna
As etapas IV e V da
tradicional competição
do CHSA foram bem
disputadas, e os
santamarenses continuam
entre os destaques
Já na IV Etapa, que aconteceu de 2 a 4 de julho, os três
melhores colocados na categoria 1,40 m defenderam as
cores do CHSA. O quarto e quinto lugares ficaram com a
Sociedade Hípica Paulista; confira abaixo:
1° lugar Márcio Appel, com Shutterfly Bom Sabor
2° lugar Ricardo Monteiro da Luz, com Onix
3° lugar Andrea Guzzo Muniz Ferreira, com Wegonda
4° lugar Fernando Schilis, com Salto & Sela Unique
5° lugar Frederico Vellutini de Moraes,
com Wieze Fape Linga
Confira, a seguir, os santamarenses que estão nas cinco primeiras colocações até a V Etapa
Altura 0,80 m – Iniciante 1
1º Rafaela Piovesan Dall’Oglio, com Angelito
3º Sidney Knobloch, com Riebel
4º Gustavo Soares, com São Martinho
Altura 0,80 – AB
1º Bianca Rodrigues, com Capriola JMen
2º Bianca Rodrigues, com Hermosa
3º Carlos Eduardo Pires de Sá, com Seth
4º Márcio Appel, com Fogo 2
5º William Pereira, com Prince
Dimitri von Garrincha
Altura 1,00 m – Mini-Mirim
1º Isabela Piovesan Dall’Oglio,
com Wisk Itapuã
2º Henrique Albertinni Affonso, com Teatro
Altura 1,00 m – Jovem Cavaleiro B
1º Yasmin Carmona, com Santa Fé Método
2º Bianca Rodrigues, com Hermosa
4º Bianca Rodrigues, com Harry Potter
5º Yasmin Carmona, com Casulo JMen
18
Santo Amaro a Galope
Altura 1,00 m – AB
1º Fábio de Siqueira Rodarte,
com SL Soberbo
2º André Campos Freire, com Concórdia
4º Lúcia Rivas, com Tzarina
Altura 1,00 m – AM
1º Alexandre Silva e Silva,
com WS Kzar Itapuã
3º Gisele Sydow, com Grand Liberty
5º Enrico Moraes de Vettori,
com Great Pleasure
Altura 1,00 m – Master
1º Emyr Diniz Costa Júnior,
com Lady Madonna
2º Antonio Manoel Lopes Sanches,
com Zizocat
Altura 1,10 m – PMR
1º Isabela Piovesan Dall’Oglio,
com Naranco
2º Isabela Piovesan Dall’Oglio,
com Quick Time
4º Patsy Mourão Zurita, com Singular Argus
5º Isabela Piovesan Dall’Oglio,
com Wisk Itapuã
Altura 1,10 m – Jovem Cavaleiro A
1º Luiza Gottschalk Carvalho,
com Kulla Ardad de Jet
2º Isabela Kalil, com Zumbi Itapuã
3º Ana Bárbara Fortunato, com Shiva
4º Ana Bárbara Fortunato, com First Hand
Altura 1,10 m – AB
1º Fábio de Siqueira Rodarte, com Hermosa
2º Fábio de Siqueira Rodarte,
com Xandu Itapuã
3º Fábio de Siqueira Rodarte,
com Capriola JMen
Altura 1,10 m – AM
1º Isabel Mangabeira Albernaz,
com Imperiale
2º Adriana Feffer,
com Wind da Lagoa Salto & Sela
3º Patrícia Nehemy Torino, com Instituto Visão
Altura 1,10 m – Master
1º Itsumi Kato, com Miss Brasil
3º Luís Frias, com Diogo For
4º Michaela Porr, com Paladin
5º André Madella, com Vincent
Altura 1,20 m – Mirim
1º Giovanna Moreira Arcas, com
Dama da Noite
3º Emyr Diniz Costa Neto, com Kiwi
5º Emyr Diniz Costa Neto, com Laiana
Altura 1,20 m – Jovem Cavaleiro
1º Gustavo Salvestrini Cunha, com
Premier Quality Z
3º Murilo César Cia, com Silber Cem
4º Tatiana Claro, com Caruso Meter
Campeche
5º Stephani Castueira, com Ursula
Altura 1,20 m – AB
2º Luiz Carlos da Costa Mata, com Up Saque
5º L eandro Serrano Giunchetti, com
Ileana II JMen
Altura 1,20 m – AM
2º Karina Smith, com Best Choice Oiti TW
3º Nicolas de Zavalia, com Calenium JMen
Altura 1,20 m – Master
1º Ricardo Guida Fernandes, com CS Sara
2º Paula Ferreira, com Querubim
3º Jorge Calil Cury, com Hatamane
Altura 1,30 m – AMT
1º Márcio Appel, com QH Utah
4º Ricardo Guida Fernandes, com CS Sara
Altura 1,30 m – PJR
1º G
ustavo Silvestrini Cunha, com
Premier Quality Z
2º F ernanda de Araújo Pereira,
com MC Atlético
3º R odrigo Gonçalves Fernandes, com
Grande Finesse C
4º Tatiana Claro, com Caruso Alvorada Itapuã
Altura 1,30 m – AB
2º C ésar Almeida, com Cavallie Z
Império Egípcio
3º Ricardo Monteiro da Luz, com Jaboticaba
4º M
ônica de Siqueira Cavalcanti de Paula,
com Jet da Barra
5º L eandro Serrano Giunchetti, com
Milk Mangaratiba
Altura 1,40 m – AB
1º Ricardo Monteiro da Luz, com Onix
2º Andrea Guzzo Muniz Ferreira,
com Wegonda
4º M
árcio Appel, com Shutterfly Bom Sabor
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Santo Amaro a Galope
19
Acervo Pessoal
Esporte
II Etapa
do CAI
Cavaleiros e amazonas
defendem as cores do CHSA
categoria Profissional, seguida de Nilberto Moratti/
Lordanus, da Escola de Equitação, nos segundo e terceiros lugares, e na série Média I, categoria Profissional
Sabine Bilton/Donaustern GV obteve o primeiro lugar,
representando o CHSA.
Já na série Média II, categoria Amador, os dois primeiros lugares foram conquistados pelos conjuntos santamarenses Bruno de Certaines/Finesse e Márcia Brandão/
Eufrates, e na categoria Profissional, Inês Meister/Zayo
do Top levou a primeira colocação.
E por fim, na série Forte II, categoria Senior, o CHSA
ocupou os dois primeiros lugares do pódio, com Sabine Bilton/Rubin GV e Sandra Smith Oliveira Martins/
Zoilo, respectivamente.
Fotos Acervo CHSA
O
CHSA sediou em 26 de junho a II Etapa do Campeonato de Adestramento Interclubes, que reuniu cavaleiros e amazonas em mais uma amistosa
e disputada competição.
Na série Pôneis, novamente as cores do Clube ocuparam os três principais lugares do pódio, com a seguinte
classificação: 1º lugar Victoria Zardette Gomes/Espirro,
2º lugar Karen Boos Pegler/Pingo e 3º lugar Martin Smith
de Oliveira Martins/Coca-Cola.
Na série Iniciante, categoria CE, a Escola de Equitação do CHSA também conquistou os três primeiros
lugares, com Carla Lie Abe Lopes/Chic na primeira posição, Sergio Luchesi/Chic em segundo e Carla Lie Abe
Lopes/Lordanos em terceiro.
Sophie von Podewils/Beethoven WR, Tales Andreassi/
Wellington Itapuã e Marcela Karmann/ Zurkis, da Escola
de Equitação, conquistaram as três principais colocações
na série Elementar, categoria Amador.
O conjunto santamarense Inês Meister/Banzé da
Sasaje ficou com o primeiro lugar na série Elementar,
A amazona e juíza
Sabine Bilton ocupou
o primeiro lugar no
pódio, representando
as cores do CHSA.
Homenagem
Ao final das competições do CAI, em 26
de junho, a Diretoria do CHSA prestou
homenagem à memória de Tânia Cavalcanti,
responsável pelo departamento de
Adestramento do Clube Hípico de Santo
Amaro, falecida em 19 de junho, em Pirajuí
(SP). Em nome de seus atletas e de todos
os funcionários, o CHSA manifesta profundo
pesar e solidariedade para com a família e
amigos de nossa estimada companheira Tânia.
20
Santo Amaro a Galope
Tânia Cavalcanti, responsável
pelo Departamento de
Adestramento do Clube, é
homenageada por seus amigos.
leoart.com.br
Santo Amaro a Galope
21
Social by Anna Paula Carvalho
Arraial santamarense
A tradicional Festa Junina do CHSA reuniu os
associados em 3 de julho. A fria noite paulistana foi
rebatida com quentão, quadrilha e Prova das Tochas
l Renyldo.
Tratador Gerson com o corone
es:
Os anfitriõ
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Cláudia Alves e Marcos Teixeira
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Marina e Pedro Fiorin
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22
Santo Amaro a Galope
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Adir, Marcos Te
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Aguiar, Miche
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Leo de Almeida
Ferraz Pellicciari,
Gabriel Curi e
Monica de Paula.
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Avila.
Malu Curi, Mar
quinhos Ribeiro
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Rebeca de Barr
os Santos e
Ana Cláudia Cr
otti Delmaschio
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Joyce Altmann
e seu filho Arth
ur.
Serra.
Turismo
Circuito de feiras
europeias
Golegã, em Portugal, e Verona, na Itália, preparam seus
de 5 a 7 e de 10 a 14 de novembro e a italiana, a 112ª
edição da Fieracavalli, acontece de 4 a 7 de novembro
O
fim de ano reserva para a Europa dois dos maiores eventos equestres do mundo: a Feira de Golegã, em Portugal, e a Fieracavalli, na Itália. Ambas
acontecem em novembro e, como em anos anteriores, a
previsão é que as feiras recebam milhares de visitantes do
mundo todo e atraiam a atenção de importantes criadores, além de cavaleiros e amazonas, que abrilhantam ainda mais os eventos com as competições esportivas.
Golegã: as feiras
Conhecida como a Capital do Cavalo, Golegã apresenta, de
5 a 7 e de 10 a 14 de novembro, a Feira Nacional do Cavalo
Lusitano, XXXV Feira Nacional do Cavalo, XII Feira Internacional do Cavalo Lusitano e Feira de São Martinho.
As feiras têm recebido um crescente número de visitantes estrangeiros, que participam dos eventos na expectativa de adquirir os melhores exemplares do Puro
Sangue Lusitano. A última edição da feira, em novembro
de 2009, registrou mais de mil cavalos inscritos, cerca de
200 carros de cavalos e 47 criadores.
Golegã: a vila
Golegã é uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de
Santarém. Está localizada no coração de Portugal, em
pleno Ribatejo, entre os rios Tejo e Almonda. É sede d0
pequeno município com 76 km2 e quase seis mil habitantes, número que pouco cresceu ao curso de dois séculos.
24
Santo Amaro a Galope
Outrora pertencente à Vila de Santarém, a Golegã foi
elevada à categoria de vila por carta de D. João III, datada
de 3 de novembro de 1534. As terras da região da Golegã
tinham um solo bastante fértil, o que chamou a atenção
de grandes agricultores e criadores de cavalos.
A partir de 1833, e com o apoio do Marquês de Pombal, a feira passou a ter uma tendência mais competitiva,
com concursos hípicos e competições de raças, com os
melhores criadores de cavalos concentrando-se na vila.
A Feira de Golegã começou em meados do século
XVIII, chamada até 1972 de Feira de São Martinho, data
a partir da qual passou a denominar-se Feira Nacional do
Cavalo – a mais importante e mais castiça de todas as feiras do gênero, onde se comercializam os melhores puro
sangue criados no país, que são vendidos para vários lugares do mundo.
Golegã: monumentos históricos
A Golegã também é conhecida por seus três maiores patrimônios, a Igreja Matriz da Golegã, a Quinta da Cardiga
e a Casa-Museu Carlos Relvas.
A Igreja Matriz da Golegã, também conhecida como
Igreja de Nossa Senhora da Conceição, data do século XVI
e situa-se no centro da vila. Constituída por um corpo de
três naves e por uma abside retangular, a construção é um
dos mais emblemáticos e mais bem conservados exemplares do estilo manuelino, tendo seu magnífico portal
Aurélio Grilo
eventos centenários: a feira portuguesa recebe o público
Fotos Aurélio Grilo
Nas fotos à esquerda, cavalgada e desfile de charretes na
Golegã, tradição resguardada há mais de três séculos. Nas
fotos acima, apresentação da raça Puro Sangue Lusitano
durante a feira e, abaixo, a Igreja Matriz, construída no
século XVI, situada no centro da Vila da Golegã.
Cascais recebe feira internacional
como destaque. A estrutura do edifício revela fortes influências dos templos característicos do gótico mendicante, no que diz respeito à cobertura das naves em madeira, à cobertura abobadada da cabeceira, à existência
de clerestório e à altura diferenciada das naves. A igreja é
considerada monumento nacional desde 1910.
A Quinta e o Castelo de Cardiga foram doados à Ordem dos Templários por D. Afonso Henrique em 1189 e
1165, respectivamente. Com o passar dos anos, a Quinta
foi sendo doada a outras ordens e, a partir do século XIX,
foi comprada por diversos grandes agricultores. A Quinta da Cardiga é hoje uma das mais notáveis propriedades
de Portugal. Tendo pertencido aos frades do Convento de
Cristo, tem ainda como símbolo da casa a Cruz de Cristo.
O conjunto arquitetônico é interessante pela mistura de
estilos, a que não falta uma torre e um portal manuelino.
A Casa-Museu Carlos Relvas é mantida em homenagem a dois grandes agricultores e estadistas que contribuíram para a valorização agrária da Golegã no século
XIX: Carlos Relvas, fidalgo da Casa Real, grande amigo do
Rei, comendador, lavrador, artista, proprietário de diversos estabelecimentos agrícolas e de dois palácios (onde
por várias vezes hospedou a família real), e José Relvas,
seu filho, imensamente ligado à causa republicana, ministro das finanças e também um grande artista.
Mais informações sobre a Feira de Golegã em www.
horsefairlusitano.org.
Portugal também recebeu atenção de criadores de puro sangue
de 2 a 5 de junho, quando aconteceu, em Cascais, o XXII Festival
Internacional do Cavalo Lusitano, o mais importante evento dedicado
à raça portuguesa. Cerca de 300 exemplares participaram
das diferentes modalidades de competição.
Montado há cerca de cinco mil anos, o cavalo Puro Sangue Lusitano
mantém as qualidades que há dois mil anos o levaram a ser considerado
por gregos e romanos como o melhor cavalo de sela. Selecionado
como cavalo de raça e de combate ao longo dos séculos, hoje o
cavalo compete em quase todas as disciplinas do esporte
equestre e na arte de tourear.
Na foto acima,
espetáculo da equitação
de trabalho no Festival
Internacional do Cavalo
Lusitano em Cascais; ao
lado, apresentação de um
exemplar da raça Lusitano.
Santo Amaro a Galope
25
Turismo
A Fieracavalli é um festival para cavaleiros, amazonas,
criadores e todos os amantes dos cavalos, que acontece
anualmente em Verona, na Itália, e este ano será realizada
de 4 a 7 de novembro. Fundada em 1898 como um simples mercado de cavalo, atualmente o evento atrai pessoas do mundo inteiro. Reunindo grande variedade de raças de cavalos, feira de roupas, equipamentos e acessórios
equestres, além de apresentar competições e comércio de
cavalos, o evento internacional celebra sua 112ª edição,
oferecendo ao público muito entretenimento, concursos,
corridas, desfiles, exibições e espetáculos.
Entre os eventos mais esperados destaca-se a Jumping
Verona – Rolex FEI World Cup™, que neste ano celebra
o décimo aniversário de sua presença em Verona. Pelos
350 mil m2 da feira já passaram mais de 150 mil visitantes
de todo o mundo, mais de 600 expositores de 26 países e
cerca de 2.500 cavalos de mais de 60 raças.
Verona realiza a Fieracavalli
há 112 anos, reunindo
cavalos de várias
raças, feira de roupas,
equipamentos e acessórios,
além de concursos, como a
Rolex FEI World Cup™. Nas
fotos, exibição de cavalos da
raça americana e árabe, e
público presente no evento.
Verona, palco da Fieracavalli
Divulgação
Verona é uma comuna italiana da região do Vêneto,
província de Verona, com cerca de 260 mil habitantes,
estendendo-se por uma área de 207 km2 e banhada pelo
rio Adige.
Segundo historiadores, a cidade de Verona foi fundada pelos celtas. Mais tarde, no ano 89, foi uma colônia
romana, com o nome de Augusta. Foi capital de ducados
durante o Reino Lombardo e, em 145, foi uma colônia de
monges Beneditinos.
Verona chegou a ostentar a supremacia artística de
toda a Itália e foi incorporada ao Reino de Itália, em 1866,
com a Terceira Guerra de Independência Italiana.
A cidade foi declarada patrimônio da humanidade
pela Unesco devido a sua estrutura urbana e arquitetura.
Verona é um grande exemplo de cidade que se desenvolveu progressivamente e sem interrupções durante dois
mil anos, integrando elementos artísticos de altíssima
qualidade dos diversos períodos que se seguiram, representando também, de um modo excepcional, o conceito
de uma cidade fortificada em etapas determinantes da
história europeia.
Entre seus diversos monumentos destacam-se o Anfiteatro Romano, a Catedral gótica do século X, a Igreja românica de São Zeno, vários palácios – como o Palazzo del
Consiglio, o Castel Vecchio e a Ponte Scaligero (de 1354).
Uma curiosidade interessante é que Verona é um dos
locais onde se passa a história da famosa obra shakespeariana Romeu e Julieta. No centro da cidade existe uma
vila onde, segundo a história, Julieta morava. Este é um
grande marco de Verona, que tem a fama de “cidade dos
namorados”, atraindo centenas de turistas. Passa-se
também em Verona parte da história de A Megera Domada,
também de Shakespeare.
Para obter mais informações sobre a Fieracavalli acesse
www.fieracavalli.com.
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Santo Amaro a Galope
Fotolia
Puro Sangue Árabe na feira de compra e venda de cavalos na
Fieracavalli. Verona possui vários monumentos históricos, como o
Castel Vecchio, ao lado.
Fotos Divulgação
De Shakespeare à Fieracavalli
Ares
campestres
Fotos Divulgação
Gastronomia
Deguste a alta gastronomia francesa em um
local agradável localizado na granja Viana
S
aborear criações da culinária francesa com toques
bem brasileiros em um ambiente com ares campestres localizado na região da Granja Viana. Pode parecer que esta sugestão esteja equivocada, mas não está.
Instalado em uma antiga e charmosa casa de campo, rodeada por palmeiras e castanheiras centenárias, o Felix
Bistrot é uma excelente opção para a família santamarense experimentar a culinária francesa longe do tumulto
dos bairros badalados de São Paulo.
As criações do chefe Alain Uzan (eleito o Chefe do Ano
2009/2010 pela revista Veja ABC Comer & Beber) para o Felix
Bistrot se diferenciam de outros restaurantes franceses
da cidade pela combinação da cozinha clássica da França
com as especiarias típicas do Brasil. “O principal diferencial da cozinha do Felix Bistrot é que servimos alta gastronomia com técnicas francesas utilizando os produtos
nacionais. Costumo usar bastante leite de coco, azeite de
dendê, tapioca, jambú, além de vários tipos de temperos
brasileiros. Também utilizo muito os produtos do mar e
todas as massas são feitas na própria casa, como tagliatelles, raviólis, tortelines e pães”, garante Uzan.
Com capacidade para receber 120 pessoas, o restaurante divide-se em dois espaços para almoços e jantares: a
parte interna oferece um amplo salão com ambiente acolhedor e decoração rústica, enquanto a externa destaca-se
pela beleza do cenário natural do local, composto por um
suntuoso jardim com projeto assinado pelo renomado
As criações
gastronômicas do
Felix Bistrot recebem
toques dos produtos
nacionais como
o Filé Mignon de
Javali, à esquerda,
e o escalope de Foie
Gras, à direita.
paisagista Roberto Riscala, além de uma elegante piscina
de frente para as mesas da varanda.
O cardápio criado por Alain Uzan tem ainda pratos
especiais para as crianças. “Como sou pai, pedi ajuda
a meus filhos para criar opções para as crianças. Neste
cardápio não pode faltar carne macia, molho branco e
batatas fritas.” Aliás, os pequenos recebem atenção especial no Felix Bistrot: aos domingos, o espaço de eventos ganha versão infantil com atividades de recreação, e
no complexo a céu aberto é possível desenvolver diversas
brincadeiras acompanhadas por monitores.
As sugestões do chefe para os santamarenses são as
Ostras à Moda de Nantes (“a melhor ostra gratinada do
mundo”, afirma Uzan) e o Filé Mignon de Javali com
Crosta de Pistache. A partir de agosto, a novidade do cardápio é a Picanha de Cordeiro e Uzan também prepara
imperdíveis festivais gastronômicos, que vão encher os
olhos e a boca de quem aprecia uma boa comida: Festival
de Frutos do Mar, em julho, Festival de Caças, em setembro, e o principal de todos, o Festival do Felix Bistrot, o de
ostras, em novembro e dezembro.
Serviço
Felix Bistrot: Avenida José Felix de Oliveira, n° 555 (próximo ao quilômetro 24 da Rodovia Raposo Tavares). Telefones: 4702.3555/4612-2339. O espaço também pode ser
reservado para festas e casamentos.
De acordo com o
chefe Alain Uzan,
as melhores ostras
gratinadas saem de
sua cozinha, como o
prato Ostras à Moda
de Nantes, à direita.
Santo Amaro a Galope
27
Shopping
Até os objetos mais comuns
Pequeno,
mas funcional
passam por uma extreme
makeover quando a tecnologia os
alcançam, e os tornam cada vez
menores. Alguns gadgets ajudam
a simplificar e potencializar ainda
mais o seu dia a dia tecnológico
Scanner manual portátil
Fotos Divulgação
Se os aparelhos de escâner
revolucionaram a digitalização de
documentos, livros, imagens e
outros impressos, o que não dizer do
escâner portátil da SkyPix? Bastante
prático, por ser pequeno e não ter
fios, este gadget escaneia textos e
imagens em resolução de 300 ou
600 dpi e envia os arquivos, em
formato JPEG, para um memory card,
cujo conteúdo pode ser baixado para
o computador via USB. Compatível
com Mac e Windows 7/Vista/XP,
esse escâner pesa apenas 250g
e funciona com duas pilhas AA,
suficientes para escanear cerca de
180 arquivos. Onde encontrar:
http://usb.brando.com.
28
Santo Amaro a Galope
Minúsculos
Aparelhos cada vez
menores são cada vez
mais potentes. É o caso
deste mini alto-falante cilíndrico para
iPhone/iPod/celulares
e aparelhos de MP3 em geral. Medindo apenas 8x3cm, ele
possui um excelente som estéreo e dois alto-falantes de
28mm de diâmetro. Seu plug é igual ao de um fone de ouvido
e funciona com duas pilhas AAA, suficientes para 10 horas de
funcionamento – dependendo da marca.
Outro aparelho pequeno e bastante útil é o carregador wireless
para iPhone. Seguindo o caminho inevitável – e bem-vindo! – de
dispositivos eletrônicos com alimentação de força sem fio,
basta colocar o iPhone sobre a base deste gadget de
alta tecnologia e ondas de alta frequência para
que ele comece a ser carregado. O carregador
wireless funciona como um carregador-padrão, tem 14x11,5cm e desliga
automaticamente. Onde encontrá-los:
www.coisasgeniais.com.br.
Livre-se das bactérias!
Seu celular passeia pelo escritório, casa e escola, anda por mesas, fica dentro de bolsas e bolsos,
vai no porta-luvas, passa de mão em mão e é tocado a toda hora por dedos nem sempre limpos,
acumulando bactérias que andam soltas por todos os lugares. E o calor produzido pelo aparelho é ainda
mais propício para o desenvolvimento destes seres microscópicos e indesejáveis, o que faz com que o
sanitarizador da VIOlight – empresa especializada em aparelhos desinfetantes para escovas de dentes
e aparelhos de barbear – um gadget mais do que necessário. O Cell Phone Sanitizer será lançado
em outubro e promete desinfetar celulares e outros acessórios – como fones Bluetooth – com raios
ultravioletas em um processo que dura três minutos. Onde encontrar: http://violight.com/.
Bem-estar
Espelho, espelho meu...
O inverno é o momento certo para procurar seu
dermatologista e corrigir manchas, verrugas, pintas
T
erminado o verão, você se olha no espelho e depara-se com manchas que não o deixam esquecer os
abusos cometidos. Chegou, então, a hora de procurar um dermatologista e eliminar as imperfeições da
pele, porque não basta usar bons cremes, é preciso fazer
um tratamento adequado.
A primeira atitude sensata para manter-se livre das
doenças de pele é o uso diário de um bom protetor solar,
mesmo quando não for se expor ao sol. É recomendável
também o uso em bebês a partir dos seis meses de idade.
O segundo passo para cuidar de sua pele é escolher
um bom médico dermatologista para fazer uma avaliação profunda, desde a textura, flacidez, manchas e
hidratação. A primeira consulta é sua oportunidade de
tirar as dúvidas em relação aos diversos procedimentos
oferecidos atualmente, dos mais simples aos mais complexos, incluindo o tempo de tratamento, recuperação e
número de sessões.
Tipos de tratamentos
Dos recursos da medicina estética, o laser foi o que mais
evoluiu nos últimos anos. É um tratamento praticamente indolor e rápido. Por tratar-se de um procedimento
não invasivo, o paciente não interrompe suas atividades
diárias e o resultado já é visível logo após a primeira sessão. Esta moderna tecnologia está disponível nos tratamentos faciais e corporais, como também já é possível
utilizá-la para a depilação definitiva dos pelos da face,
buço, virilha, pernas e qualquer outra parte do corpo.
O Light Sheer é um equipamento que atua com um sistema de resfriamento e requer de três a cinco sessões para
Fotolia
e lesões da pele. Confira alguns procedimentos
conseguir-se um bom resultado na depilação definitiva.
Outro laser muito utilizado é o Quantum, um equipamento de luz pulsada que promove o fotorrejuvenescimento e trata, ao mesmo tempo, de pigmentações dos
diversos tipos, pequenos vasos sanguíneos no rosto, cicatrizes de acne, pequenas rugas, imperfeições e sinais
de envelhecimento. Este laser reconhece e “evapora” o
pigmento conseguindo a eliminação de manchas, sejam
elas resultado da exposição ao sol, de senilidade ou de
gravidez, dentre outras.
Segundo o médico dermatologista José Carlos Greco,
um dos maiores especialistas em tratamentos a laser, o
Deka é um dos equipamentos mais sofisticados e apresenta excelentes resultados. O Deka é uma associação do
laser Nd.Yag de 1064nm e da luz pulsada de última geração. Com ele, é possível trabalhar a pele de dentro para
fora, estimulando o colágeno (que confere a sustentação
da pele) e, de fora para dentro, eliminando manchas e
vasos superficiais.
A terapêutica por radiofrequência, por atingir com
eficácia as camadas mais profundas da pele, consegue
combater a flacidez, melhorar o aspecto das rugas de
expressão e sulcos, bem como cicatrizes e todos os
diagnósticos que evoluam por perda do tecido de sustentação da pele.
Estes modernos procedimentos têm se destacado
pelo reduzido número de sessões necessárias, aplicação
cada vez menos invasiva e segurança que oferece ao paciente. Mas lembre-se, ninguém melhor do que um especialista para mostrar o caminho certo para se ter uma
pele bonita e saudável o ano todo.
Santo Amaro a Galope
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Recordar é Viver
Amor
à primeira vista
Um engano no caminho fez a família
Mifano se apaixonar pelo magnífico
Clube Hípico de Santo Amaro
A
Fotos Acervo Pessoal
pós 40 anos, Luca Mifano sente a mesma emoção da primeira vez em que esteve no CHSA: encantamento. Várias vezes Diretor e Conselheiro
do Clube, hoje, aos 55 anos, é Vice-presidente e, como
parte importante do Jubileu de Diamante, Luca relembra os momentos que marcaram esta história de amor
pelo Clube Hípico de Santo Amaro e destaca a importância de se resgatar a valorização deste local privilegiado de São Paulo.
Entrada errada
Acima, na década de 1970, montando Guette, Luca
recebe prêmio do coronel Renyldo e seu pai, Armando
Mifano; na foto acima, em pé Marco Moulatlet, Luca
Mifano, Lauro (pai do picador Airton), Joãozinho e
Afonso (ambos picadores do Clube); e abaixo, Luca
salta com Snob’s no CHI de 1974.
Quando conheci o Clube ele era um jovem senhor e estava
com 35 anos de idade – há exatos 40 anos! Minha família
e eu estávamos procurando um lugar para praticar a equitação e em um sábado fomos até a Hípica Paulista. No
domingo seguinte, quando estávamos indo nos associar
à Hípica, meu pai errou a entrada na Avenida Santo Amaro – naquele tempo ainda não existia a Marginal Pinheiros – e viemos parar no Clube Hípico de Santo Amaro. Foi
amor à primeira vista.
Nesses 40 anos de associado, o Clube me ensinou muita
coisa, como o amor pela natureza e pelos cavalos e o respeito pelos animais e pelas pessoas. A equitação nos ensina também a humildade, porque é um esporte que se você
sobe nas tamancas, literalmente cai do cavalo. Lidar com
outro ser vivo, ter a responsabilidade de montar todos os
dias e cuidar do animal são lições para toda a vida.
Primeiro instrutor
Quando ficamos sócios, era a primeira gestão do coronel Renyldo, em 1969/1970. Então, comecei a montar e a
ter aulas com ele. Nesta época, tinha uma equipe Mirim
muito grande e muito boa, que ganhava todas as provas
da categoria. Na verdade, este foi meu início na equitação
de forma mais séria, entre os 12 e 13 anos, porque desde
pequeno tive paixão por cavalos.
30
Santo Amaro a Galope
Deborah Peleias
Acervo CHSA
Nas fotos em preto-e-branco, o jovem Luca Mifano, em 1982, recém-formado em veterinária
e especializado em cavalos, escreveu um artigo para a Santo Amaro a Galope sobre as
qualidades do Puro Sangue Inglês no hipismo. Passados 28 anos, o santamarense continua um
apaixonado pelo Clube e pelos animais.
O Militarismo era o regime que vivíamos na época no
Brasil, mas o verdadeiro sentido da expressão “regime
militar” nós sentíamos na pele convivendo com o coronel
Renyldo (risos).
Tem uma passagem que o coronel gosta de contar
até hoje: às vezes, ele jogava ganchos de obstáculos para
o cavalo fazer a marcação do salto, e um dia errou e acertou minha perna. Na hora, o local da pancada inchou e a
bota não saía. Aí falei “ô coronel!”, e ele respondeu “isso
é para você aprender”. Em vez de dizer que havia errado,
ele disse que foi de propósito, para eu aprender!
Galopes pelo exterior
Meus amigos e eu galopávamos nas margens do Rio
Pinheiros – falando assim parece que sou muito velho
(risos), mas é que São Paulo cresceu muito rápido. Lembro-me que íamos almoçar na casa do Caio Mattar e amarrávamos os cavalos no jardim da casa dele. Às vezes, íamos
até Capão Redondo e também saíamos com os Capacetes
Brancos no Morumbi. Na volta, subíamos um barranco
até a ponte do Morumbi.
Era um outro mundo. Saíamos por aí sem capacete, sem
sistema de segurança nenhum, não tinha celular, e se acontecesse algum acidente conosco, alguém ia descobrir muito
tempo depois – por isso acho que os anjos da guarda trabalhavam muito mais naquela época (risos)!
Nas férias, meu pai me deixava no Clube pela manhã
antes de ir trabalhar, às 7h, e eu passava o dia montando, fazendo os exteriores. Meu pai não fazia ideia do
que acontecia comigo, e no fim da tarde me pegava para
irmos para casa. Éramos muito felizes e passávamos o
dia fazendo exercícios no meio da natureza. A gente caía,
levantava, montava de novo e continuava a cavalgar.
Competições
Competi em provas de Mirim, Junior e Senior – antigamente, as competições só possuíam estas categorias.
Competi como Amador e, depois dos 40 anos, como
Master, que é a categoria mais divertida que existe porque é a única em que todos torcem para o seu adversário
– é uma grande reunião entre amigos, como o Kato e a
Andrea Teixeira.
De premiações, tenho três títulos de vice-campeão
paulista de Master; fui campeão por equipe no Amador
de 2009; ganhei uma prova internacional de amadores
1,20m, na Itália, em Torino, quando fui montar com o Filipinho (Luiz Felipe Azevedo), há cinco anos, bem no dia do
meu aniversário de 50 anos! Foi realmente um presentão.
Participei de quase todos os Torneios de Verão e Copas
Santo Amaro e fui o campeão Amador, 1,20m, da primeira realizada pelo Clube em 1998. Acho que já faço parte do
acervo do Museu do CHSA!
Santo Amaro a Galope
31
Recordar é Viver
Ídolos do hipismo
Sempre existiu uma rixa saudável entre o Roberto
Kalil e o Renyldo e cresci vendo esta “rivalidade”: de
um lado, o Kalil sempre debochado e brincalhão, e
do outro, o Renyldo sempre sério, responsável, com
aquela rigidez militar. Acompanhar esta história
desses meus ídolos nas pistas do hipismo foi muito
interessante e um grande aprendizado.
Churrasco de gambá!
Perto da Marginal, onde era o prédio da Eletropaulo, tinha uma área que chamávamos de “areião”,
onde levávamos os cavalos bravos para galopar
porque eles afundavam até a metade das canelas,
ficavam cansados e voltavam mansos.
Outra história incrível é a dos churrascos de gambá. Isso mesmo, os tratadores, na década de 1970,
como o Joaquinzão, faziam churrascos de gambá –
quem duvidar, pergunte ao Zico (tratador do Chico
Fotos Acervo Pessoal
Momentos de
Luca Mifano nas
comemorações de 74
anos do Clube: com
a Diretora Sandra
Smith e na foto abaixo
durante o jantar,
acompanhado de
Gilberto Alves, Orlando
Facada, coronel
Renyldo Ferreira,
Pedro Mari e Walter
Demasi, da esquerda
para a direita.
Cavalos e técnica
Há mais de 40 anos, os cavalos eram menores e inferiores tecnicamente aos cavalos atuais. Com a introdução
e aprimoramento da raça BH (a partir da importação do
sangue de cavalos europeus), a qualidade dos cavalos
brasileiros ganhou em excelência – e podemos dizer que
antigamente os cavalos eram mais “matungos” (risos).
É preciso considerar que o traçado das pistas era diferente, não existiam as exigências técnicas de hoje e os
percursos eram mais simples. Os obstáculos eram “toras” que não caíam facilmente, os ganchos eram pesados
e curvos. Hoje é diferente, basta o cavalo encostar no obstáculo, e é falta.
Enfim, a técnica da montaria também mudou muito
nesses anos, e na mesma proporção os cavaleiros precisam necessariamente montar melhor para atender às
exigências dos armadores. O hipismo se aprimorou e
se tornou um espetáculo mais bonito de se ver. É claro
que os concursos do passado tinham seu charme, com
os obstáculos mais rústicos, cancelas pesadas.
A Coca-Cola, uma égua que brigava na pista, não tem
mais espaço nas provas atuais, pois seria muito difícil
submetê-la aos percursos modernos, o que mostra a mudança ocorrida com o cavalo de competição.
Tive um cavalo que era apelidado de Bilu, mas se chamava Hi-Fi. Era um cavalo muito inteligente e um fato
que prova isso é que me seguia por todo o Clube. Uma
vez, quando eu estava viajando, ele entrou por uma porta da sede me procurando e saiu por outra; entrou relinchando e amigos (Janjão, Davis, Léo) que faziam uma
happy hour ficaram olhando pasmos para o Bilu!
Eu vendi o Bilu para os pais da Thais. Ele foi seu primeiro cavalo, com quem, ainda menina, aprendeu a fazer
volteio, e hoje é esta campeã formidável que conhecemos.
Comando da madrugada e On the Rocks
Com Cláudia Campos na
Festa Junina do Clube,
realizada em 3 de julho.
32
Arruda), outra memória viva do CHSA. E é interessante
porque os tratadores mantinham o “equilíbrio” da população de gambás, que é um animal reservatório de um
protozoário que causa “bambeira” (enfermidade neurológica) nos cavalos e não tem predador natural.
Naquele tempo era muito divertido e os sócios tinham
uma integração muito forte com os tratadores. Tinha
também uma turma bem legal de picadores, o Joãozinho,
o Afonso, o Gauchinho, o Lauro, o Pelé. Éramos muito
amigos e eles sempre nos acompanhavam nos passeios
no entorno do Clube.
Santo Amaro a Galope
Não me esqueço do famoso Comando da Madrugada. Era
um grupo grande, formado pelo William Pereira, Zé Augusto, Léo Borghoff, Janjão, Davis Castro, Peixinho (comandava a galera), Edgard Foroni, dentre outros. Como
todos trabalhavam muito (estávamos naquela fase dos
trinta-e-poucos anos, que se corre atrás do dinheiro),
Tupa
Performance de Luca nas competições do 73° aniversário do Clube Hípico de Santo Amaro.
“A força de um clube é
diretamente proporcional à força
montávamos por volta das 6h30. Todos traziam seus
ternos e após o treino, um banho e o café da manhã, partiam para seus respectivos escritórios. Este era o único
horário que dispúnhamos para montar, e por isso nos autodenominamos Comando da Madrugada.
Alguns anos depois, formamos o On the Rocks. Tudo
começou com uma brincadeira: em uma roda, alguém
disse que a gente ficava mais tempo na happy hour do que
montando. Aí surgiu a ideia do grupo, que tinha o Janjão
(Fernando Khann) o Leo e eu. Fizemos um logo – era um
cavalo tomando uísque em uma mesa! –, camisetas (inclusive para os nossos filhos), bonés. Nós montávamos
usando a camiseta do grupo, organizamos uma prova de
rodízio e foi um show de tombos, porque ninguém conseguiu montar o cavalo do outro (muitos risos).
Famílias unidas
Nós éramos muito amigos e as famílias, muito unidas.
Com a correria do dia a dia, as pessoas estão mais dispersas em seus afazares e com os estresses diários. Por
isso, acho que precisamos resgatar uma maior convivência entre os associados, afinal não levamos nada dessa
vida. Precisamos ter a sensibilidade de abrir mão de certas individualidades em prol de um convívio melhor no
coletivo. O CHSA tem seu estutato que rege o comportamento de seus associdos. São normas que precisam ser
respeitadas, pois eu já vi muitas pessoas excluídas por
não segui-las nesses 40 anos!
e união de seus associados.”
Um senhor bonito
Vi o Clube passar por muitas transformações, como a
construção do muro em substituição ao arame farpado, a construção da Sede, do redondel de liberdade, de
todas as alas de cocheiras novas etc... Desde a saída da
Taunay eram ruas de terra e desciam até o que hoje é a
Marginal. Onde estão as cocheiras novas do Clube ficava
a Escolinha, que tinha umas cocheiras de tábua horrorosas, pintadas de cal. Lembro-me muito bem do capitão
Moritz, um alemão que era responsável pela Escola; era
super-rigoroso.
Eu e o Clube crescemos e amadurecemos juntos. Por
isso, digo que o Clube é o meu companheiro de anos. As
comemorações de aniversário são momentos de felicidade para mim e faço questão de estar sempre presente.
O que é importante realmente nisso tudo é que as pessoas saibam ver e valorizar o potencial desse Clube, que
vem num crescente, como alguns senhores que vão ficando cada vez mais bonitos!
Para as pessoas que gostam, como eu, de caminhar,
o exterior do Clube é um local ímpar – impecável, limpo,
muito bonito. É como se tivéssemos um Parque Ibirapuera
só para nós. Fazer caminhadas pela manhã, acompanhado de saguis, sabiás, bem-te-vis, respirando ar puro é uma
higiene mental e privilégio que poucos locais oferecem.
Santo Amaro a Galope
33
Artigo
Pessoa com deficiência
ainda é mal remunerada
34
Santo Amaro a Galope
Mas, em cinco anos, o serviço municipal conseguiu inserir
no mercado pouco mais de cinco mil das 16 mil pessoas
com deficiência cadastradas nos CAT.
Os números ainda denunciam uma forma velada de
preconceito, pois muitas empresas oferecem a esse público vagas em níveis hierárquicos inferiores e, consequentemente, pior remuneradas. Quase não são oferecidas
vagas técnicas ou de gerência.
A principal conclusão de todo esse raciocínio é que
as barreiras encontradas não se resumem à qualificação
e nem ao tipo de vaga oferecida. O que se percebe é uma
falta de orientação das empresas sobre elementos importantes para a inclusão, como acessibilidade, ajudas técnicas e sensibilização dos colaboradores, entre outros.
Apenas superando esses vícios de atitude e modificando a política de recursos humanos das empresas é que
poderemos construir uma sociedade verdadeiramente
inclusiva e livre de pré-julgamentos.
Marcos Belizário, 47 anos, é administrador de
empresas, advogado e secretário Municipal
da Pessoa com Deficiência e Mobilidade
Reduzida de São Paulo.
Arquivo pessoal
E
mpresas alegam não conseguir contratar pessoas
com deficiência devido à baixa escolaridade dos
candidatos. Mas, ao mesmo tempo, aqueles candidatos mais qualificados relatam sofrer para conseguir
um emprego.
Números apresentados pela Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Econômico e do Trabalho e pela Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade
Reduzida apontam que uma das barreiras para a inclusão
profissional de pessoas com deficiência pode ser exatamente o perfil das vagas e a remuneração oferecida.
Existem atualmente cerca de dez mil candidatos
cadastrados e aproximadamente mil vagas disponíveis
no sistema gerenciado via Centros de Apoio ao Trabalho
(CAT). Entre estes candidatos, menos de 1% é de analfabetos, 7% têm nível superior e cerca de 50% completaram o ensino médio. Um perfil condizente e, em muitos
casos, até superior às exigências das vagas oferecidas.
Metade das vagas disponíveis é da área operacional,
que no máximo pede o ensino fundamental ou ensino
médio em curso. A outra metade das posições – em geral
nas áreas administrativas, de atendimento, telemarketing
– tem como pré-requisito a conclusão do ensino médio.
As vagas na área técnica exigem estar cursando ou ter
concluído o ensino técnico ou superior.
Esses dados indicam não haver motivo para que todas
as vagas de trabalho não sejam facilmente preenchidas.
Informe publicitário Lukarmona
no pódio de campeonatos
de Jovens Cavaleiros 2010
A juventude paulista está
bem representada nas pistas
hípicas em 2010 e Yasmin
Carmona é um dos destaques
A jovem amazona Yasmin
Carmona, patrocinada pela
Lukarmona, recebe carinho de
seu cavalo Casulo JMen.
Tim Maia
Talento da
Lukarmona
Salto para a vitória de Yasmin
Carmona e Casulo JMen no
Campeonato Brasileiro de Jovens
Cavaleiros de Brasília.
O
s principais jovens talentos paulistas participaram do Campeonato
Paulista de Jovens Cavaleiros (para cavaleiros e amazonas entre 12 e 21
anos), realizado na Hípica Manège Alphaville de 3 a 6 de junho, e mostraram porque são a esperança futura do salto brasileiro.
Montando Casulo JMen, de 7 anos, Yasmin Carmona, de apenas 14 anos e patrocinada pela Lukarmona, se sagrou campeã na categoria Jovem Cavaleiro B 1m pelas cores do Clube Hípico de Santo Amaro. Yasmin e Casulo JMen garantiram seu primeiro
importante título estadual com aproximação ao tempo ideal de percurso (360 metros/
minuto) de 0s17.
Yasmin, que começou a montar na escola da Hípica Paulista há apenas três anos e
hoje treina com o cavaleiro José Roberto Reynoso Fernandez no Clube Hípico de Santo
Amaro, diz que seu cavalo ainda é novo e que ambos ainda têm muito a aprender. O
professor José Roberto aproveita para saltá-lo na categoria Cavalos Novos 7 anos, o que
dá a Casulo JMen muita experiência para a idade dele, colaborando também para a performance da jovem amazona.
Muito emocionada, Yasmin dedicou esta conquista aos seus pais, ao seu treinador e
à sua instrutora, Lucinha Rivas (que acompanhou cada movimento de Yasmin durante
esse concurso), a todos que torcem por ela e, principalmente, a Casulo JMen, porque
“sem ele eu não teria chegado aqui”, afirma a jovem.
Organizado pela Federação Paulista de Hipismo e Hípica Manège Alphaville, o evento contou com patrocínio da Porto Seguro, Rações Guabi, Telefutura, Pão de Açúcar,
Mitsubishi Itatiaia e Peugeot Paris, além de incentivar a educação ambiental das empresas CCR Via Oeste com Manège Alphaville, que deram lições de reciclagem com sacolas
para botas feitas com material de placas viárias.
A amazona também foi campeã brasileira por equipe no Campeonato Brasileiro de
Jovens Cavaleiros, realizado em Brasília de 1° a 4 de julho, e ocupa o primeiro lugar do
ranking da CBH. Patrocinada pela Lukarmona, Yasmin afirma que para as próximas
competições quer manter a calma, fazer o que sabe e esperar por bons resultados.
Resultados do Campeonato Paulista
Jovem Cavaleiro B – 1m
Tupa
Campeã: Yasmin Carmona / Casulo JMen - CHSA
Vice-campeã: Victoria Junqueira Ribeiro de Mendonça / Charm Royale
JMen - CHTSJ
3º lugar: Ana Paula Ferrarezi Alves da Silva / Fyoti - CHNA
4º lugar: Ana Paula Ferrarezi Alves da Silva / Sheik - CHNA
5º lugar: Victoria Junqueira Ribeiro de Mendonça / Geysa - CHTSJ
6º lugar: Henrique Tortorella / Spirit II – CHTSJ
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Santo Amaro a Galope
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oliveira martins