CNEN/SP ipen AUTARQUIA ASSOCIADA A UNIVERSIDADE DE S A O FWULO ESTUDO DO PROCESSO DE PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE LIGAS MAGNÉTICAS DE SAMÁRIO-COBALTO OBTIDAS POR REDUÇÃO-DIFUSÃO CALCIOTÉRMICA HIDETOSHITAKIISHI Dissertação apresentada como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Mestre em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear. Orientador: Dr. José Octavio Armani Paschoal São Paulo 1993 ÊÊ^^^f^ mgtW^mM M Instituía EnmrgmIIcmm a» Pmm^uluma m Wuctoar«s AUTARQUIA ASSOCIADA À UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESTUDO DO PROCESSO CARACTERIZAÇÃO DE P R E P A R A Ç Ã O E DE LIGAS MAGNÉTICAS DE S A M Á R I O - C O B A L T O OBTIDAS POR REDUÇÃO-DIFUSÃO CALCIOTÉRMICA HIDETOSHI TAKIISHI / L I V R cM Dissertação apresentada como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Mestre em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear. Orientador: Dr. José Octavio Armani Paschoal São Paulo 1993 coMiscAo r;;x;cN/L cr C K E R G I A N U C L E A R . / S P - IPEH Aos meus pais, meus IrmâoB e a Bilica. ,1* AGRADECIMENTOS Ao Dr. José Octavio Armani Paschoal, pela orientação, pe] sugestões e pelo apoio na execução desta dissertação. Aos meus amigos pelos constantes incentivos na realização des trabalho. A conclusão todos deste que de alguma trabalho, nas forma colaboraram realizações das com o análises andamento e de auxíl técnico. Em especial a Elza Ullrich, pela prestativa colaboração duran a realização deste trabalho. A Rosa Ana Conti, do Centro de Materiais Refratários (FAENQUI, LORENA), pela realização de análises do teor de oxigênio. Ao Nilton Morimoto e Weliton Matsumura, da ' EPUSP, peí! análises realizadas por microscopia eletrônica de varredura. I Ao Sergio Okada, pelas análises de caracterização magnética. Ao trabalho. Pedro Humberto da Silva, pela execução das fotos des ÍNDICE Página RESUMO i ABSTRACT iü I- INTRODUÇÃO 1 II- DESENVOLVIMENTO DE ÍMÃS PERMANENTES À BASE DE TERRAS RARAS - METAIS DE TRANSIÇÃO ( 3d) 5 11.1- MATERIAIS MAGNÉTICOS 5 11.2- ÍMÃS PERMANENTES DE TERRAS RARAS -METAIS DE TRANSIÇÃO(3d) 13 II. 3- DESENVOLVIMENTO DE ÍMÃS DE TR-CO5 16 II.4- ESTABILIDADE DE TERRAS TERMODINÂMICA DOS ÓXIDOS RARAS COMPARADA COM ÓXIDOS DE OUTROS METAIS 18 II. 5- SISTEMA SAMÁRIO - COBALTO 19 II.6- MAGNETISMO BÁSICO DOS COMPOSTOS DE TERRAS RARAS - METAIS DE TRANSIÇÃO 28 II. 6.1- Temperatura de Curie 29 II. 6.2- Anisotropia Magnética 30 ÍNDICE Página RESUMO i ABSTRACT iü I- INTRODUÇÃO 1 II- DESENVOLVIMENTO DE ÍMÃS PERMANENTES À BASE DE TERRAS RARAS - METAIS DE TRANSIÇÃO ( 3d) 5 11.1- MATERIAIS MAGNÉTICOS 5 11.2- ÍMÃS PERMANENTES DE TERRAS RARAS -METAIS DE TRANSIÇÃO(3d) 13 II. 3- DESENVOLVIMENTO DE ÍMÃS DE TR-CO5 16 II.4- ESTABILIDADE DE TERRAS TERMODINÂMICA DOS ÓXIDOS RARAS COMPARADA COM ÓXIDOS DE OUTROS METAIS 18 II. 5- SISTEMA SAMÁRIO - COBALTO 19 II.6- MAGNETISMO BÁSICO DOS COMPOSTOS DE TERRAS RARAS - METAIS DE TRANSIÇÃO 28 II. 6.1- Temperatura de Curie 29 II. 6.2- Anisotropia Magnética 30 II.7- TIPOS DE ÍMÃS COMERCIAIS DEFINIDOS PELA COMPOSIÇÃO DA LIGA 32 II. 8- PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE ÍMÃS TR-Co 35 II. 8.1- Métodos de Fabricação 35 11.8.1.1- Preparação de Ligas TR-Co pelo Método de Fusão 11.8.1.2- 36 Preparação de Ligas TR-Co pelo Método de Redução Calciotérmica II.8.2- Comparação entre os Processos de Fusão e Redução Calciotérmica 41 II. 9- QUALIDADE DO PÓ DAS LIGAS 43 11.10- PROCESSAMENTO 11.11- III- 37 DE ÍMÃS PERMANENTES DE TERRAS RARAS POR METALURGIA DO PÓ 44 OBJETIVOS DO PRESENTE ESTUDO 48 MATERIAIS E MÉTODOS 49 III. 1 MATÉRIAS PRIMAS 49 III. 1.1- Óxido de Samário, Cobalto e Cálcio 49 111.1.2- Ligas de SmCo^ e Sm2C07 Obtidas por Fusão 49 111.1.3- Gases 50 III.2- MÉTODO UTILIZADO PARA OBTENÇÃO DA LIGA SmCOg III.3- MÉTODO UTILIZADO PARA 50 PRODUÇÃO DE ÍMÃS SmCOg IV- 54 RESULTADOS E DISCUSSÃO 61 IV. 1 CARACTERIZAÇÃO DAS MATÉRIAS PRIMAS 61 IV. 1.1- Óxido de Samário - Sm203 61 IV. 1.2- Cobalto e Calcio 63 IV. 1.3- SmCo^ e Sm2C07 Obtidos por Fusão 64 IV.2- PROCESSO DE REDUÇÃO -DIFUSÃO CALCIOTÉRMICA 68 IV. 2.1- Influência da Atmosfera de Reação de R-D 68 IV. 2. 2- Influência do Excesso de 73 IV. 2. 3- Influência do Excesso de Agente Redutor Óxido de Samário 76 IV. 2. 4IV.2.5 Influência do Tempo da Reação de R-D Influência da Temperatura da 79 Reação de Redução-Difusão IV.2.6- Estudo da Reação 82 R-D em 02 Patamares Isotérmicos 84 IV. 3 SINTERIZAÇÃO 87' IV.3.1- Sinterização de ímãs SmCo^ com Pós Importados... 87 IV.3.2- Sinterização de ímãs SmCo^ com Pós Preparados neste Trabalho V- CONCLUSÕES VI- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 89' 94 , 95 I > ESTUDO DO PROCESSO DE PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE LIGAS MAGNÉTICA; DE SAMÂRIO - COBALTO OBTIDAS POR REDUÇÃO - DIFUSÃO CALCIOTÉRMICA. HIDETOSHI TAKIISHI RESUMO A aplicação de imãs permanentes de terras raras aumentei significativamente nos últimos 20 anos, em parte, devido aos novos projetos, que incluem desmagnetizantes situações onde onde se altos campos e altas temperaturas, associados ã necessidade dí miniaturização de componentes e, também Alnico coexistem requer alto em substituição aos ímãs dí desempenho. As características mais ¡ •) 'í importantes destes ímãs referem-se às suas propriedades magnéticas,tais como: alto produto de energia, de 5 a 10 vezes superior ao dosj ímãs convencionais; alta coercividade e alta temperatura de Curie. Os dois maiores sub-grupos dos ímãs permanentes de terras raras englobam a família de ligas à base de terras raras - cobaltc (especialmente SmCos) e a família de ligas terras raras - ferro (eii particular, a liga Nd2Fei4B) . Os dois métodos mais preparação dessas calciotérmica. ligas magnéticas utilizados ne são o de fusão e o de reduçãc No presente trabalho realizou-se um estudo do processo d redução - difusão calciotérmica para obtenção da liga magnétic SmCos. Foram avaliadas algumas variáveis de processo, como o teor e excesso de óxido de samário e do cálcio metálico, a temperatura e tempo de reação. Foram preparados ímãs de SmCos com as liga produzidas, obtendo-se produtos de energia da ordem de 10-13 MGOe. 11 THE STUDY OF THE PROCESS OF OF COBALT - SAMARIUM THE PREPARATION MAGNETIC 3^D ALLOYS CHARACTERIZATIO BY CALCIOTHERMI REDUCTION - DIFFUSION. HIDETOSHI TAKIISHI ABSTRACT The application of rare earth permanent magnets has beei'j increasing in the last 20 years. These magnets are replacing thi| Alnico magnets where high performance is required and for new designs where high demagnetization fields, high temperature and component miniaturization are necessary. The most important characteristics oi these materials refers to their magnetic properties such as: higt| energy product (5 to 10 times superior to the conventional magnets) ; high coercivity and high Curie temperature. The two main sub-groups of rare earth permanent magnets are: rare earth - cobalt magnets, specially SmCos and rare earth iron, mainly preparation Nd2Fei4B. of The magnetic two alloys reduction. I l l most common are: methods fusion and used in the calciothermic In this work the reduction - diffusion process for the obtention of the magnetic alloy SmC05, calciotherini( was studiedj Some processing parameters such as the excess of samarium oxide anc reducing agent, time and temperature of the reaction, were evaluated SmCo5 magnets were prepared with the produced alloys. This allowec the obtention of magnets with an energy product of 10-13 MGOe. IV I- INTRODUÇÃO Os materiais magnéticos permanentes desempenham uma grand função tecnológica, industriais, devido principalmente aeroespaciais, a sua nas informática, ampla áreas medicina variedade de automotivas, e aplicaçõe transportes eletrodomésticos. Est importância deriva da sua capacidade de ação, de atração e repulsão sem necessidade de contato com outro material e por fornecer um fluxíi magnético permanente consequentemente, sem consumo diminuindo o adicional custo de de energia' operação do; equipamentos[1»2,3,4]^ O crescimento consequência em grande magnéticas, que das aplicações parte, possibilitou da dos melhoria aos ímãs nas permanentes ( suas propriedades e engenheiros projetistas I desenvolverem novos produtos e projetos, e miniaturizareí equipamentos, tornando-os mais leves e eficientes. No século XVIII foram desenvolvidos os primeiros materiais magnéticos à base de aço-carbono, que permaneceram até o final dc século XIX. O surgimento de novos ímãs permanentes teve início er 1932, com o desenvolvimento de uma nova série de ligas pesquisadas por T. Mishima da Universidade de Tóquio. A composição destas ligas era basicamente de alumínio-níquel, balanceada com ferro. A pesquisa destes materiais se prolongou por 20 anos, quando foram estudados os efeitos de adições de diversos elementos de liga e variações nc processamento, que proporcionaram um significativo aumento no produtç de energia. O cobalto mostrou-se o mais importante elemento da liga. contribuindo para o desenvolvimento da primeira grande família d' ímãs permanentes, denominada de alnico, constituída por Al, Ni e Co. Os ímãs à base de alnico dominaram rapidamente o mercado d ímãs permanentes, e ainda hoje são empregados em várias aplicaçõe, industriais. denominados materiais Nos anos 50, foram desenvolvidos os ímãs cerâmicos; ferrites, que se tornaram a segunda grande família d magnéticos permanentes e ultrapassaram rapidamente o; alnicos em consumo no final dos anos 60. Embora as ferrites se jai inferiores ao melhor ímã de alnico em relação ao produto de energia elas apresentam maior coercividade. Uma grande vantagem das ferrite; é o seu baixo custo e, consequentemente, menor custo por unidade di energia. Em ferrites adição ao oferecem desprezíveis quando seu uma baixo alta expostas custo e alta resistividade, a campos coercividade, sofrendo alternados. Sua a: perda: maiol desvantagem é a baixa temperatura de Curie, levando rapidamente a uij decréscimo na remanencia e coercividade com o aumento dc temperatura[1» 2]_ A terceira maior família de materiais magnéticos permanentes, desenvolvida a partir dos anos 50, se compõe de ligas metálicas à base de terras raras, principalmente samário e neodimio.' As pesquisas com estas ligas tiveram início somente nos anos 50 com s existência Vários dos metais de terras raras em quantidades grupos de pesquisadores iniciaram estudos suficientes. sobre as propriedades dos compostos intermetálicos com terras raras e metais! de transição-3d, culminando com o desenvolvimento de vários tipos ãé ímãs comerciais de terras raras, nos últimos 2 0 anos. Em 197 0, ímãs' densos de SinCo^ foram produzidos por sinterização em fase líquida partir de um pó alinhado magnéticamente, formando a primeira geraçãi I dos ímãs de foram muito terras raras. As propriedades superiores, em produto de observadas energia nestes ímã: e coercividade, e: relação aos alnicos e ferrites, chegando a atingir valores da ordei de 20 MG0e[5] no produto de energia. A segunda geração dos ímãs de terras raras foi desenvolvidí com os compostos tipo TR2COj^-7, com adições de ferro e cobre. Com c auxílio de tratamentos microestrutura com térmicos, precipitados foi finos, possível incluindo produzir a fase umej (1:5), obtendo-se produtos de energia superiores aos ímãs SmCo^C^'^]. No final da década de 70 procurou-se desenvolver novos ímãs permanentes de terras raras sem adição de cobalto, em virtude do alte custo e problemas de fornecimento deste elemento. Em 1983, a Sumitomo e a General Motors desenvolveram os primeiros ímãs tornaram-se a comerciais terceira à base geração de de ímãs neodímio-ferro-boro, permanentes de que terras' rarast^'^] . Os ímãs de Nd-Fe-B apresentam um produto de energia superior aos ímãs de TR-Co e um custo inferior devido ao Fe e Nd' serem mais abundantes e baratos do que o Co e Sm. A grande! desvantagem é a sua baixa temperatura de Curie. Os ímãs de terras raras representam, atualmente, cerca de 30% do mercado total dos ímãs permanentes. Os ímãs de alnico tem sido' substituídos gradualmente pelas ferrites de baixo custo e pelos ímãs de terras raras para aplicações onde se requer alta performance. A produção dos ímãs de terras raras - metais de transição está dividida em duas etapas. A primeira, emgloba a preparação dai ligas magnéticas, sendo os processos mais utilizados os de fusão e di redução calciotérmica. Na segunda, tem-se a fabricação dos ímãs < partir das ligas, sendo que a técnica mais utilizada é a d; metalurgia do pó. O terras estudo para a obtenção de raras (Sm-Co, Nd-Fe-B) com ímãs permanentes alto produto de à base à( energia, nc Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), teve inicio er 1986, com o desenvolvimento do método de redução-difusãc calciotérmica. Dada a grande importância desse método para a produção de ligas à base de terras raras, principalmente devido ao baixo custe que esse processo oferece em relação ao da fusão, procurou-se, nc presente trabalho, estudar e otimizar o processo de redução-difusãc calciotérmica na preparação de ligas de samário-cobalto. Para tanto, variou-se a composição dos reagentes (óxido de samário e cálcici metálico) bem como alguns parâmetros do processo de redução-difusão,, como temperatura e tempo de reação II- DESENVOLVIMENTO DE ÍMÃS PERMANENTES Ã BASE DE TERRAS RARAS METAIS DE TRANSIÇÃO(ad). II-l. MATERIAIS MAGNÉTICOS. Os materiais magnéticos estão divididos em dois grupos: o¿ 1 magneticamente moles, que são facilmente magnetizados e j desmagnetizados, e os magneticamente duros, que são difíceis de ser i magnetizados e/ou desmagnetizados. Esta diferença é observada diretamente nos ciclos de histerese destes materiais, apresentados ncj Figura II. 1, que mostra a dependência da magnetização M em função dc! campo aplicado H. Os histerese materiais estreita, magnéticos com baixa moles apresentam coercividade H^^, uma curva sendo que de a I magnetização segue a variação do campo aplicado quase sem histerese,¡ ou seja, sem perdas. Figura Il.l(a). Os materiais magnéticos duros ou permanentes apresentam um alto H^^, obtendo-se um ciclo de histerese largo e na forma retangular, Figura II.l(b)[l^]. Os materiais ferrimagnéticos, existindo uma ou magnéticos são sempre seja, os momentos magnéticos magnetização intrínsica destes ferro- estão ou alinhados, materiais. Estai magnetização intrínsica deve ser tão alta quanto possível; as ligas! ferromagnéticas apresentam magnetização intrínsica superior às ferrites cerâmicas ferrimagnéticas; portanto, são melhores materiais! magnéticos em relação a esta propriedade. Material Magnat ico Mole Moteriol Magnético Permanente magnetização M mognetizoçõo M Hç-0.001 10 A / c m CAMPO H He* 100 90 000 A ^ CAMPO H ta) Figura II. 1. Ciclos de histerese dos materiais magnéticos: (a) moles;| e (b) permanentes[10]. Embora existam alinhamentos espontâneos ou ordenamentos dos momentos nos ímãs obtidos com materiais ferro- e ferrimagnéticos, estes frequentemente não exibem um momento na rede na ausência de um campo aplicado. Isto é devido à existência de domínios magnéticos no material. Domínios são pequenas regiões internas, nas quais os dipolos magnéticos ou momentos magnéticos elementares são orientados pela troca de energia. A região de transição entre domínios é chamada de parede de domínio. A estrutura, o comportamento dos domínios e das paredes dos domínios determinam muitas das propriedades magnéticas quando é aplicado um campo magnético nestes materiais. O processo de magnetização dos materiais ferro- ov ferrimagnéticos envolve o movimento das paredes de domínio e rotaçãc dos eixos de magnetização dos domínios. Na Figura II. 2 está i representado como a estrutura de domínio de um material magnético se I altera quando é magnetizado até a sua saturação. Inicialmente, há 4 (quatro) domínios triangulares, a amostra momento magnético orientado na da direção rede do é campo zero, está desmagnetizada tornando-se aplicado no final um e o monodomíniOj do processo de vários estágios do magnetização. Figura II.2. Estrutura de domínios processo de magnetização em seus A histerese magnética é uma caractetística intrínsica muit importante dos materiais ferro- e ferrimagnéticos. Os materiai paramagnéticos, que é impossível de ser magnetizado completamente . temperatura ambiente, não apresentam esta propriedade. A Figura II. mostra ciclos de histerese dos materiais magnéticos. Esta curv, ¡ possibilita definir vários parâmetros utilizados em magnetismo qu( caracterizam as principais propriedades magnéticas de um material. Inicialmente, o material é magnetizado, sujeitando-o a uí campo aplicado H, fazendo com que ocorra um alinhamento do momentc magnético fundamental, iónico ou atômico, no material. Quando estãc totalmente ordenados eles produzem uma magnetização M (momentc magnético por unidade de volume), que é saturado até um valor Mg. / densidade do fluxo B é determinada por M e o campo aplicado H, qué estão relacionados pela seguinte equação: B = Mo (H + M ) , onde /ÍQ é a constante magnética (4 71 x 10~^Hm~l) Com o aumento do campo aplicado (H) ocorre um aumento em B,; portanto, não ocorre a saturação de B. Entretanto, quando ocorre a! saturação de M, a densidade do fluxo magnético (B) permanecei praticamente inalterada e o valor máximo de B, que é a indução dej saturação (Bg), é determinado por extrapolação. Estas propriedades: estão mostradas na Figura II.3. A variação de M e B com H está representada no ciclo de histerese, o qual mostra que, após H ser 8 reduzido a zero, uma certa densidade de fluxo (Bj., remanencia permanece e que um campo reverso (H^^g, força coerciva) é necessárií para reduzir B a zero. Um grande campo reverso (Hç,jj) , que é a forçj coerciva intrínseca em muitos Í^QJ^) , será necessário para reduzir M a zero, materiais magnéticos permanentes os valores de H^jj sã maiores ou iguais a H^^g. Variações em M e B são cíclicas, e H vari; entre os limites mostrados (±Hmáx). 0«n<idad* Fluxo Soturaçõo Rafliaiiâiieia B , Mognatixoçfio M Bs 6r^ Campo Aplicodo H Figura II.3. Ciclos de histerese mostrando características magnéticas: ciclo B/H, [12]. as principais M/H, - - - - ; cicie Um bom material para Imãs permanentes deverá apresentar B. ® ^cB alto quanto possível, retendo, assim, a densidade de fluxt após magnetização e minimizando, desta forma, a influência dos campo! aplicados externamente para resistir à sua desmagnetização. A curv< no 2° quadrante do ciclo de histerese, que também é chamada de curví de desmagnetização, mostrada na Figura II.4(a), é de grande importância, porque, a partir dela, são determinadas as principais propriedades magnéticas que caracterizam os materiais magnéticos (como, Bj. e Hç^g) . O produto de energia (BxH), cujo valor também é usado pare caracterizar os materiais magnéticos, é determinado pela área dc retângulo sombreado, ccnstruindo-se assim a curva mostrada na Figura II.4 (b). O valor obtido como produto de energia máximo (BH)jjj^j^ 1 determina o volume do material magnético necessário para se criar um determinado campo magnético em um certo espaço. Quanto maior for o valor de (BH)jjj^j^, menor será o volume do ímã. O produto de energia é| expresso em Megagauss Oersted (MGOe) no sistema CGS, ou kilojoule por I metro cúbico (kJm~^) pela unidade do SI. O desenvolvimento dos materiais magnéticos permanentes está intimamente ligado com os incrementos alcançados no valor do (BH)jjj^jj com as propriedades mecânicas dos ímãs, que permitiram a fabricação desses materiais na forma desejada, e com os custos de fabricação. O progresso destes ímãs, com respeito representado na Figura I I . 5 1 2 , 1 3 ] , 10 ao produto de energia está Compo Aplicado - H Compo Aplicado H Figura II.4. (a) Ciclo efeito do corresponde energia de histerese no segundo quadrante mostrando c campo à desmagnetizante. condição de (BH)jj,^jj. em função do campo no 11 área sombreada (b) Produto segundo melhores condições correspondem ao de trabalho w[12]. A de quadrante. As (BH)jj,^jj e no ponte Aços 500- Fe-Ni-AI-(Co)4-Sm-Co4Nd-Fe-B 100- 50— O - CD - 105- 1680 Figura II. 5. Aumento do (BH)^^^^ último século. metais, das ligas dos melhores materiais magnéticos no Valores em escala e compostos logarítmica, intermetálicos dos mostram aproximadamente um crescimento linear. As ferrites tem atualmente aumentado muito pouco. A é um ímã de açocarbono (1900). B é um ímã de terra rara ã base de Nd- Fe-B (1987) : ambos apresentam valores iguais de volume y (BH):„áx^''^- t2 II. 2- ÍMÃS PERMANENTES DE TERRAS RARAS - METAIS D TRANSIÇÃO(3d). As propriedades magnéticas dos elementos da família da: terras raras, ou da série dos lantanídeos, elementos com peso atomice de 57 a 71 da tabela periódica, estão relacionadas com suas estruturas eletrônicas. Esta série caracteriza-se pelo preenchimentc gradual da camada 4f, que se satura com 14 elétrons. Esta série t dividida pelo gadolinio (Gd) em duas seqüências. A primeira, anterioi ao Gd, onde o preenchimento da camada 4f é menor do que a sua metade, e a segunda, posterior ao Gd, onde o preenchimento da camada 4f é maior do que a sua metade. Os metais cristalinas (Tabela empilhamento das maiores que do de terras II.1) camadas a que raras são existem em várias diferenciadas estruturas pela forma de hexagonais. Estes metais, a temperaturas | ambiente, são paramagnéticos, isto é, são impossíveis de se magnetizar, devido às interações de troca entre os dipolos livres atômicos e particular, e dos independentes os momentos um compostos do da magnéticos outro. segunda À serem baixas seqüência essencialmente temperaturas, são en fortemente ferromagnéticos com vários tipos de ordenamento magnético, enquanto que o ordenamento magnético, na primeira seqüência, ocorre a temperaturas muito menores. Esta diversidade no ordenamento magnético está ligada à natureza das interações magnéticas e à ação do campe cristalino ao nível dos átomos da família das terras raras, isto é, das propriedades da anisotropia magnetocristalina. 13 Tabela II.1. Algumas propriedades físicas dos lantanídeos[H] Elemento Ponto de fusão Estrutura cristalina (faixa de existência |°q) Densi dhex(-271 a 310) cfc (310 a 868) ccc (> 868) cfc (< -150) dh8x(-150a-10) cfc (-10 8 730) ccc.(> 730) 617 618 598 8 23 677 667 dhex {< 798) 678 664 700 6.80 Ponto de Ebulição La 920 3469 Ce 795 3469 Pr 935 3127 1024 3027 Nd Pm Instável Sm 1072 1900 826 1439 1312 3000 1356 2800 1407 2600 1461 2600 1497 2900 1545 1726 824 1427 1652 3327 Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu ccc (> 798) dhex (< 868) ccc (> 868) - Sm - tipo romb :917) - 754 5.26 ficp ccc hcp ccc hcp ccc hcp (< 1264) (> 1264) (< 1317) (> 1317) {< 1360) (> 1360) (<966) 789 7 80 8,27 880 hcp (<917) 905 hcp (< 1004) 9 cfc ccc hcp (< 798) (> 798) (< 1400) 8.54 33 698 6,58 9 84 dhex = hexagonal dupla, cfc = cúbica de face centrada, ccc = cúbica de corpo centrado; hcp = hexagonal compacta. 14 Os estudos com as ligas dos elementos da 1^ sequência d terras raras (TR), com os metais de transição (MT-3d), como manganêsj ferro, cobalto ferro- e e níquel, revelaram ferrimagnéticas, materiais para serem a existência impulsionando utilizados como a ímãs de várias pesquisa com fase; estei permanentesí14,15]^ Oj I elementos usados para fabricação destes ímãs devem apresentar: 1) uma alta magnetização espontânea. Mg, à temperatura ambiente; 2) alta temperatura de Curie (T^), superior a 300 ^C; 3) uma elevada força coerciva intrínseca seja (H^^j^ ou H^^jj) , ov >^ 0,5 Bs[l/16] . O desenvolvimento, nos anos 50, de uma tecnologia para e separação química dos elementos de terras raras e a sua redução à forma metálica, incentivou às pesquisas científicas sobre as ligas dc sistema TR - MT, principalmente por apresentarem anisotropia magnetocristalina. Até meados dos anos 60, muitas fases nos sistemas TR - MT foram estudadas obtendo-se informações para o desenvolvimento destes ímãs. Nesbitt et alt^^] estudaram, inicialmente, o efeito-da adição dos Hubbard elementos et alfl^l das terras mostraram raras que a nos fase metais de transição. intermetálica GdCo^ apresentava alta anisotropia magnetocristalina e, na forma de pó, uma força coerciva da ordem de 8 KOe (0,64 MA/m), sendo a primeira indicação de que os compostos TR-COg eram materiais promissores para fabricação de ímãs permanentes. Entretanto, estas ligas estudadas apresentavam baixa saturação magnética, desqualificando-as como ímãs. Neste período, vários pesquisadores estudaram os diagramas de fase É 15 as propriedades magnéticas dos compostos intermetálicos TR • MT(3d)[19/20,21]. Os resultados obtidos, a partir dos compostos T R - C 0 5 , ni forma de monocristais ou em pós orientados, com as terras raras leves I da primeira anisotropia sequência (Ce, Pr, magnetocristalina magnetização, mostrando-se Nd, Sm ou extremamente adequados ao Y ) , apresentaram alta e ume facilidade desenvolvimento de ¿ ímãs. permanentes[15/19,20,22,23]. Observou-se que os compostos T R - C 0 5 e TR2Co3^.7, na forma de pós da ordem de microns, podem apresentar coercividades muito altas e, quando alinhados em um corpo compacto, podem tornar-se bons ímãs.! Mas, na prática, os ímãs produzidos com pós preparados por trituraçãc mecânica alcançaram valores de R^^ relativamente baixos, com a única exceção para a fase SmCo^íl^]. II.3- DESENVOLVIMENTO DOS ÍMÃS T R - C O 5 . Os primeiros ímãs comerciais à base de terras raras surgiram após o desenvolvimento de técnicas de sinterização por Benz et al[24] e Dasí^], que obtiveram ímãs de SmCog com altos produtos de energia, em torno de 15 a 20 MGOe. Outras terras raras, como Ce, Pr, Nd e La, mischmetal Mas, bem como uma mistura de terras raras conhecida como (MM), também foram utilizadas para obtenção de ímãs[25], para se atingir um H^, alto foi necessário manter o samário na 16 mistura. Nesbitt et al[26] realizaram experimentos, substituindc parcialmente o Co pelo Cu, nas ligas SmCo^ e CeCOg, e verificaram l formação de um precipitado na matriz T R - C 0 5 , que proporcionava ui^ aumento na força coerciva, utilizando-se soluções sólidas de TRC05 ( TRCUg. Nos ímãs contendo Cu, produzidos por metalurgia do pó, fo: possível substituir uma parte do Co por Fe e aumentar o teor total dc metal de transição acima da relação (1:5), para TR(MT)5+jj, onde x<l. Após o estudo dos compostos intermetálicos do tipo procurou-se magnéticas desenvolver superiores novas ligas que apresentassem aos compostos T R C 0 5 . TRCOp propriedades Observou-se que a fase TR2Co-j^7 apresentava temperatura de Curie maior do que a fase TRCo^. í. magnetização de saturação das fases TR2Co.j^.7, com as terras raras leves são semelhantes, ou levemente superiores, quando comparadas as fases T R C 0 5 . Com as terras raras pesadas, os compostos intermetálicos' TRC05 e TR2Co2^.7 são ferrimagnéticos e a magnetização de saturação é I muito baixa, não apresentando interesses técnicos. Estas propriedades indicavam que os compostos tipo TR2Co-j^7 (2:17) poderiam ser superiores aos T R C 0 5 , quando formados com as terras raras leves, parJ fabricação de ímãs permanentes. Entretanto, na confecção de ímãs tipc (2:17), utilizando-se os mesmos métodos de preparação, obteve-se coercividade na faixa de 1 a 3 KOe. Schaller et al[27] e Ray et alt^S] estudaram os compostos' binários e ternários do tipo (2:17) e observaram intermetálicos pseudo-binários TR2 (Coj^.j^Fe^^) a existência de para muitos elementosi de terras raras. Pequenas adições de Fe estabilizavam a anisotropia, I magnetocristalina no eixo de fácil magnetização (c) , em todos osp sistemas compostos de terras raras leves, exceto com Nd, e aumentavami 17 Mg, diminuindo levemente a temperatura de Curie. Com est conhecimento, uma nova geração de ímãs no sistema TR-Co foi previst. com potencial MGOe[29]. para atingir um Entretanto, não produto de energia se obteve a em torno coercividade de 6' necessária comparando-se com os ímãs de TR até então produzidos. Com pequenas adições de outros metais 3d, ou coi substituição do Sm pelo Ce[6'30,31]^ foram desenvolvidos vários ímãí comerciais, tendo como fase principal a estrutura tipo (2:17). Todoí apresentavam, como característica geral, o ancoramento dos domínios através desenvolvimento de destes precipitados ímãs foi homogêneos. alcançado formando ligas tipo Sm (Co, Fe, Cu, Zr) com a das paredes Outro adição passo no de Zr, que aumentavam a coercividade e o produto de energia[l^K II.4- ESTABILIDADE TERMODINÂMICA DOS ÓXIDOS DE TERRAÊ RARAS COMPARADA COM ÓXIDOS DE OUTROS METAIS. Os metais de terras raras são muito conhecidos pela alta reatividade. Isto é particularmente verdade em relação sua ao oxigênio. Esta é a razão porque a sua obtenção é conseguida com muita dificuldade, pois Quantitativamente, formam-se estas facilmente afinidades podem em ser óxidos e nitretos. dimensionadas pela variação de energia livre padrão de formação dos compostos. Para os metais de nosso interesse, a energia 18 livre de formação dos óxidos está apresentado no diagrama de Elingham, na Figura II.6. Atravé; destes dados pode-se concluir que somente o Ca e Th são capazes di reduzir os óxidos de terras raras à forma metálica na faixa d{ interesse, e que somente os óxidos BeO, CaO e Th02 resistem ao ataqui dos metais de terras raras. MgO, AI2O3 e Zr02 mostram-se menoi estáveis e SÍO2 é reduzido completamente[^2]. II.5- SISTEMA SAMÁRIO - COBALTO. O grande interesse nas ligas dos sistemas Terras Raras- Metais de Transição é a formação de fases que apresentam alto momentc magnético a baixas temperaturas. As características mais importantes destas fases são: a) a falta de solubilidade mútua no estado sólido, devido, principalmente, a grande diferença entre os raios atómicos das TR e os metais de transição, como Mn, Fe, Co e Ni (Tabela II.2), b) a existência de pelo menos um eutético de baixo ponto de fusão nc lado rico de intermetálicos terra que, rara e, c) a normalmente, formação não de vários apresentam compostos desvio dè estequiometria. O número de compostos intermetálicos aumenta do Mn ac Ni e das terras raras leves para as pesadas. 19 TEMPERATURA »C 2000 -40.000 - 20.000 - 60.000 . -40.000 •60.000 : -80.000 -100.000 -1-120.000 2 / 3 AU o , ¿ Z/STi^O, ^^ 1 q-140.000 ¿ --160.000 o < ü -180.000 to" D / j O j T m j O j J . 200.000 LUjOjSCjOj --220.000 -1-240.000 --260.000 -500.000 - -280.000 -30X>.000 -540.000 TEMPERATURA "F Figura II.6. Energia livre padrão de formação de óxidos ou g-mol de Ojígás)!^^^]. 20 NüCl.FAR/SF C0M15 por Ib- mol Tabela II.2. Raio atômico e iónico dos elementos das terras raras e Fe, Co, NiCll]. Atorao La Ce Ce Pr Pr Hd Sm Sm Eu Eu Gd Tb Tb Dy Ho Er Tm Yb Yb lu Fe Fe Co Co Ni Raio atômico (A) Valencia do lon 1.87 1.82 1.82 1.82 1.82 1.82 La3+ Ce3+ Ce4+ Pr3+ Pr4+ Hd3+ Sm2+ Sm3+ Eu2+ Eu 3+ Gd3+ Tb3+ Tb4+ Dy3+ Ho3+ Er3+ Tm3+ Yb2+ Yb3+ Lu3+ Fe2+ Fe3+ Co2+ Co3+ Hi2+ — — 2.04 2.04 1.80 1.77 1.77 1.77 1.76 1.75 1.74 1.93 1.93 1.73 1.28 1.28 1.25 1.25 1.25 21 Raio Iónico (Á) 1.06 1.03 1.01 1.00 0.96 0.95 0.94 0.92 0.91 0.89 0.88 0.87 0.86 0.87 0.67 0.82 0.65 0.78 As composições das ligas de maior interesse do ponto dé vista magnético situaro-se entre a dos intermetálicos do tipo TR-MTj e TR2-MT]^7, onde, TR= Y, La, Ce, Pr, Nd, Sm e Gd e MT= Fe, Co e Ni. Os compostos nesta faixa de composição podem ser arranjados em doisj grupos, que derivam da estrutura hexagonal CaCUg. O primeiro grupo e formado no lado rico enquanto que o outro no lado pobre das terras raras, em relação à fase TR-MTgtü,17,32,33]. Os compostos T R - C 0 5 são caracterizados por uma sequência dè 1 empilhamento perpendicular ao eixo c do arranjo hexagonal, contendo; camadas de átomos MT intercaladas com camadas formadas por átomos TR e MT, como mostrado na Figura II.7(a). Os compostos intermetálicos do primeiro grupo, tipo TR-MT2, TR-MT3, TR2-MT7, etc, são formados pela troca ordenada dos átomos MT pelos átomos TR em cada célula unitária, como mostrado segundo grupo na Figura estão II.7(b). Os compostos interrelacionados, podendo intermetálicos ser formados doi pelaj troca de um átomo TR por um par de átomos vizinhos do metal (3d). i Estas trocas ordenadas resultam na estrutura TR2MTj^y [^2 ] . Buschow samário-cobalto e e Van der observaram Goott^^] a estudaram formação intermetálicos, como, Sm3Co, SmgCo^, SmCo2, de ligas do vários SmCo3, sistema compostos Sm2Coy, SmCo5,e Sm2Co-j^7. Os parâmetros de rede destes compostos foram determinados e são apresentados na Tabela II.3. Estudos posteriores mostraram que o composto SmCog é termodinâmicamente instável abaixo de 750 ^C, decompondo-se nos compostos Sm2COy e Sm2Co-|^-7. Observou-se também que ocorre uma fusão incongruente do SmCOg para composições em excesso de 22 1 » a) O O COBALTO TERRA RARA b) c H t X ( l , ü ü ) HEX(2) R0(3)=CUBIC0 TK Co^ TR Co^ Figura II.7. (a) Célula unitária HEX(¿^) R0íiB(6) TR Co^ R0nB(9) TR^Co^ hexagonal da estrutura CaCUg. (b) Diagrama do modo de formação das estruturas hexagonal e romboédrica das ligas TRj^COy do primeiro grupo, formadas através da liga T R C 0 5 , pela substituição de camadas nc plano hexagonal basal [32]. 23 Tabela II.3. Fases do sistema samário-cobalto e alguns cristalográficos[34]. Constantes da Rede Simetria Cristalina Tipo da Estrutura Sm^Co a=7 090 tí=e.625 c=6 342 ortorrômbico tipo-FejC SmqCo4 a=11.15 b=9 461 c=9.173 ortonômbico SmC02 a=7260 cúbico tipo-MgCu-j SmCo^ a=5.Q50 c=24 59 romboédrico tipo-GdC03 a=5 041 c=24 327 hexagonal tipoOiNiy SmCa5 a=5QQ2 c=3.964 hexagonal tipo-CaZn^ a-Sm-jCOiy a=8 395 c=12216 romboédrico tipo-Th-jZni7 p-Sm2Coi7 a=8 360 c=8515 hexagonal tipo-Th^Nii7 Composto 24 * dados Co, em relação à composição estequiométricaC^5,36,37] . Q diagrama de fases do sistema Sm-Co é mostrado na Figura II.8(a). confirmaram que somente as fases Sm3Co e Investigações SmjCo-j^^ fundem-se congruentemente. Também foram determinados três pontos eutéticos que ocorrem entre as fases Sm - Sm3Co, SmgCo^ - SmC02 e Sm2Coj^7 - Co. Para a fabricação de ímãs, os compostos intermetálicos que apresentam maior interesse tecnológico são : Sm2C07, SmCog e Sm2Co27. A parte rica em cobalto do diagrama de fases está representada na Figura II.8(b)[37]. Pode-se observar que, para concentrações inferiores a 81% de Co, o composto SmCo^ solidifica-se como uma fase primária, enquanto que para altos teores de Co, este formado por uma reação peritética entre a fase primária composto é (Sm2Co-j^7) , e I o fundido. É importante o conhecimento de que a presença da fase Sm2Co-j^7 nos ímãs de SmCo^ reduz grandemente a força coerciva[^7] _ Na Figura II. 9 estão apresentadas as fases binárias dos sistemas TR-Co que são estáveis e magnéticas à temperatura ambiente. Para cada composição listada é dada a simetria cristalina ài temperatura ambiente e as barras indicam as fases que se formam com as TR. As fases (2:17) e (1:5) são as principais para a produção dei fluxo magnético nos ímãs. O eixo c representa magnetização[1^]. 25 a direção de fácil b) Figura II.8. (a) Diagrama (b) Parte de fases do sistema samário - cobalto[32], rica em cobalto Co[37]. 26 do diagrama de fases Sm- COMPOSTO Lo Ct Gd|Tb|<y)|Py [ H o | E f Pr Nd S Tm Lu SIMETRIA RCo„ CUBIC " o »- o HEX RHOMB ,. n y/////////////////////y^Z/^/7y7/A RCo, HEX HEX RHOMB RHOMB HEX R, C o „ ^ ^ ^ ^ ^ »- o ^ N ,\s\ssss\s\ss\\ssss\\s\ss RCo. £ o RCo, RHOMB 2 \///////////À^/Ay/////////////^^^^ I CUBIC 1 o Figura II.9. Temperatura de Curie compostos (Tc) e estrutura cristalina dos intermetálicos TR-Co de interesse para permanentes. As duas linhas tracejadas separam compostos com Tc superior e inferior a 300 O c t l ^ K 27 ímãs os II. 6- MAGNETISMO BÁSICO DOS COMPOSTOS DE TERRAS RARAS METAIS DE TRANSIÇÃO. Dos intermetálicos binários tipo TR-MT, em particular os compostos ferromagnéticos das terras raras leves Ce, Pr, Nd e Sm e dos não magnéticos La e Y, somente aqueles ricos em Co ou Fe, têm ume magnetização interesse espontânea para temperatura suficientemente fabricação ambiente de estão ímãs. elevada Seus para valores representados na de serem de saturação ê Figura 11.10. Os compostos ternários tipo TR2Fe^4B apresentam a mesma tendência. 16 i.e / / r 14 1.4 / s , ".Co 12 1.2 \/ // 10 V s L V \\ > \ 1.0 r o.e < -i in > 0.6 / \ \\ Ac s 0.4 \ Ls C« Pr 97 9t 9> Figura 11.10. Valores saturação), IM «O ta «1 de das Sa «2 E u «4 Tk «3 «4 «9 0.2 Dy «6 He «T Cr 69 6t magnetização fases u t- TR-MT Yk Tut 70 La 71 Y 3» espontânea de interesse permanentes ã temperatura a m b i e n t e C ] . 28 (indução para de ímãs II.6.1- Temperatura de Curie. Dependendo da aplicação, as ligas permanecer magnéticas até altas temperaturas os valores da 11.11 vários compostos TR-MT. O TR2Co.j^7, com T^, entre temperatura ligas tipo T R C 0 5 , T^, para muitas dever (acima de 300 ^C) . Ne. Figura maior. A apresenta-se metálicas de 800-950 Curie de ^C, é c é relativamente alto,^ enquanto que para as fases tipo TR2Fe-j^7 é muito baixa para a produção de ímãs. Entretanto, introduzindo-se o elemento Boro para formar c composto ternario TR2Fe24B aumenta-se a Tc na faixa de 2 00-3 00 *^C, como mostrado na Figura 11.11, tornando as fases, com TR= Nd e Pr, materiais para uso como ímãs permanentes. Lo C* Pr N4 Pa S « Cu Gd Tb Ov Ho Cr Tm Vb Lu Y Figura 11.11. Temperatura de Curie das fases tipo TR-MT e TR-MT-B con interesse para ímãs permanentes [16]. 29 II.6.2. Anisotropia Magnética. I Nas ligas ferromagnéticas, com forte anisotropia no eixo d\ fácil magnetização, um alto valor de H^, pode ser obtido por várioi caminhos, dependendo do processo micromagnético que domina i magnetização reversa, a nucleação do domínio, o ancoramento da pared«; localizada ou homogênea, ou a reversão do spin coerente nas partículas dos monodomínios. Teoricamente, o Hj,j^ pode, em qualque caso, ser tão alto como o campo anisotrópico, importante o seu conhecimento. Este campo H^, sendo, então (H^) é o necessário pari saturar um cristal na direção do plano basal, que é perpendicular ac eixo c. Para os materiais serem bons ímãs permanentes é necessáric que êles apresentem anisotropia no eixo de fácil magnetização, com ui alto na principais temperatura propriedades de uso. Na Tabela para as fabricação dos ímãs TR-Co[1^]. 30 fases II. 4 estão que são listadas as utilizadas nc Tabela II.4. Principais propriedades magnéticas de interesse para oí ímãs tipo TR-Co (valores à temperatura ambiente, exceti T^)[16]. Br (kG) YC05 LaCos CeCog PrCD5 HdCo5 SmCos MMC05 MMq . 8S»0. 2^5 Smo ¿Gdo 4Co5 Sm2Coi7 Sm2(Coo.7Feo.3)l7 Sm2(Coo.8Feo.iMno.l)l7 »2 _._ .._ Sm(Coo.87Cuo.l3)7.8 Tc OC) 10.6 9.1 630 567 380 620 637 727 495 500 727 920 840 lU 12.2 11.4 9.4 9.8 7.3 12.5 14.5 13.1 10.9 847 Kl (107erg/cm3) 5.5 6.3 6.4 8.1 0.24 11-20 6.4 7.8 7.7 3.2 3.0 4.3 3.3 (kO, m 210 170 5 250-440 180 200 264 65 77 a) O limite do produto de energia é calculado como (0.5Bs)2. MH -Mischmetal(mistura de metais de terras raras). 31 Teor (BH)| (MGOÍ 28.1 20.7 14.8 36.0 37.2i 32.5 20.2i 24.0! 13.31 39.0 29.7 II. 7- TIPOS DE ÍMÃS COMERCIAIS DEFINIDOS PELA COMPOSIÇÃO Di LIGA. Os ímãs comerciais à base de TR-Co, fabricados atualmente, podem ser classificados de acordo com a sua composição, como segue: (a) ímãs de SmCo^, apresentam uma composição levemente ricc em Sm,' em relação à composição estequiométrica da fase (1:5). O metal Sm utilizado contendo é de alta pureza aproximadamente 70% (em torno de de 99%) , ou uma mistura samário que produz ímãs coiri propriedades magnéticas similares às do SmCo^í^S], (b) ímãs de (Sm,Pr)Co5, com uma substituição parcial do Sm' por Pr, que proporciona altos produtos de energia. Com excesso de Pr, há uma redução na coercividade,reduzindo a estabilidade da fase quando utilizados por longos períodos. Porém, dispersões de óxidos de; Pr na matriz aumentando a produzem uma estabilidade força a coerciva semelhante temperaturas elevadas ao dos SmCo^, ímãs sinterizados, quando 80% do componente da T R é o Pr[39,40]_ (c) ímãs de MMC05, utilizam uma mistura de T R , que é chamada de mischmetal (MM), rica em Ce, ou uma modificação que reduz o teor de cério. Os valores de Bj_, H^^j^ e (BH)jjj^jj são menores do que os correspondentes da liga SmCog. Devido a baixa temperatura de Curie (Tç,) , em torno de 500 ^C, e a sua grande afinidade por oxigênio, a estabilidade química e magnética da liga em função da temperatura é baixa. Para aumentar o H^^j^ é sugerido manter o teor de Sm na faixa de 15 a 25% do total da TR[41,42]. 32 (d) ímãs com adição de Gd ou outras terras raras pesadas tipo (Sm,HTR)Co5, são utilizados formam um subgrupo de ímãs (1:5). Estes material; em tubos de microondas, instrumentos de medição < acelerômetros. Eles são mais caros do que os ímãs SmCo^ e apresentai uma excelente estabilidade[16,43]. (e) ímãs tipo Sm(Co,Fe,Cu), podem ter produtos de energia comparáveis aos ímãs SmCo^, com a substituição do Co pelo Fe, Adicionando Sm e Ce, em várias proporções, desenvolveu-se um conjunto de ímãs tipo (Sm,Ce)(Co,Fe,Cu)5.7, para diferentes aplicações, custos e desempenhot31]. (f) Ligas (2:17), endurecidas por precipitação. En particular, as ligas Sm (Co, Fe, Cu, Zr) j^, com x variando entre 7,2-8,5,i estão ganhando fabricados rapidamente um certo interesse tecnológico. Sãc ímãs tanto de alto como de baixo H^^. Os de baixo H^,, I representam uma extensão da família tipo S m ( C o , F e , C u ) . Os ímãs dé alto são de menores custos e normalmente melhores para aplicações em altas temperaturas, substituindo os ímãs de SmCOgt*'*]. (g) (Sm,HTR)MTjj, com composição baseada na liga tipo (2:17), onde HTR= Gd ou Er. Atualmente são produzidos comercialmente e utilizados para as mesmas aplicações especiais dos ímãs' (Sm,HTR)C05[16]. Na Figura 11.12, estão representados alguns tipos de ligas, com os respectivos valores do produto de energia. As barras indicam a faixa de valores alcançados nos produtos comerciais, e a tracejada, os valores obtidos em laboratórios. Como 33 uma forma de comparação estão incluídos os ímãs produzidos com polímeros e os da família NdFe-B t^^] . PRODUTO DE ENERGIA 50 O 100 DOS 150 ÍmÃS TIPO 200 (BH)niox TR-MT 250 300 [kJ/m^. 550 400 RCs, IMAS COM R2»C«.mt)i7 POLÍMEROS V///////////////// tSa.HTR) C « , ( M M , S m ) Ce j S n Ce s y//////////j. y///////y. Oei.PrjCej to W e , r e , C e ) ^ , IMAS SINTERIZADOS y////////j S-.CeíFe.O í*.^TeMCe,Pe.Ci.,MT)7.,j («•.CeMeo/e*. ."Tl C ^ y//////////////A mw/////////x///m^^ MOMPICAÇSCS 10 15 20 25 30 35 40 45 [MGOt] 50 Figura 11.12. Valores do produto de energia para diferentes tipos de ímãs TR-Co (Nd-Fe-B estão incluídos para comparação) . As barras sombreadas são de produtos comerciais, e as tracejadas de valores obtidos em laboratórios[16]. 34 II.8- PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE ÍMÃS TR-Oo. II.8.1- Métodos de Fabricação. I Muitas técnicas são utilizadas em fábricas ou laboratório! para preparação de Imãs TR-Co. Os processos de fabricação das ligas magnéticas e de ímãs permanentes são a seguir discutidos separadamente. Os processos mais utilizados na produção de ligas TR-Co sãc o de fusão e o de redução calciotérmica. A produção de ímãs é, geralmente, por metalurgia do pó, que engloba as etapas de moagem das ligas, compactação com alinhamento magnético das partículas, sinterização e tratamento térmico. Um outro método para fabricação dè ímãs é o que utiliza um ligante polimérico, onde a liga é britada até tamanho de partícula da ordem de 2 0 a 200 microns, que é misturado com um polímero. Esta mistura é prensada em moldes com alinhamento magnético, por injeção, ou por extrusão para obter a forma desejada. 35 II.8.1.1- Preparação de ligas TR-Co pelo método di fusão. O método de fusão é simples e muito empregado na produçãt das ligas TR-Co. Este processo consiste da fusão dos metais de terras raras e cobalto. Devido à alta reatividade dos metais de terras raras, a fusão não pode ser realizada ao ar, devendo ser protegidc por um gás inerte, vácuo ou escória. Quando a proteção é feita por um gás inerte, é recomendável que o gás realizada seja de alta pureza, enquanto que, quando sob alto vácuo, deve-se observar a perda da a fusão é terra rarc devido a sua alta volatilidade. As escórias utilizadas para cobrir c liga fundida são quimicamente inertes, por exemplo, NaCl seco, CaCl^ ou BaCl2, que propiciam uma proteção satisfatória diante da oxidação quando da fusão das ligas ao ar. Entretanto, ocorre perda seletiva dc; metal da terra rara e precipitação de pequenas quantidades de! cloretos na liga produzida[^2]. Para a fusão é necessário atingir altas temperaturas, eitj torno de 1500 ^C, podendo ser realizada em fornos resistivos coirii atmosfera controlada, em fornos de fusão por indução ou em fornos dei fusão a arco[32,45]. 36 II.8.1.2- Preparação de Ligas TR-Co pelo Método d< Redução Calciotérmica. Os óxidos de TR de interesse para utilização como materiais magnéticos podem ser reduzidos à forma metálica pelo cálcio. Ne Tabela II. 5 estão listadas as energias livres padrão de formação de alguns óxidos de TR e do óxido de cálciot'*^]. Tabela II.5- Energia livre padrão de formação de óxidos de TR e Ca[46]. óxido -AGO^se°K Cai - A G O i o o o ° K Cal 1/3 La203 134.200 114.135 1/3 Ce203 137.165 118.835 1/3 Pr203 140.165 125.335 1/3 Hd203 137.500 121.735 1/3 5*203 136.835 122.000 1/3 Y2O3 144.485 127.340 144.350 127.200 CaO 37 cálcio, Com a possiblidade foram desenvolvidos de- redução destes dois métodos de óxidos redução de TR pelo calciotérmicc para fabricação de ligas do sistema TR-Co, utilizando-se óxidos de terras raras na presença do cobalto. São eles, o processo de reduçãodifusão (R-D) desenvolvido por R.E. Cech[46/47] e o de co-redução, por C. Herget et al[32]. a) Processo de redução-difusão calciotérmica. R.E. Cech foi o primeiro a desenvolver o processo de redução-difusão para produção de ligas TR-Co. Este processo consiste em uma etapa de redução (R) do óxido de samário seguido da difusão; (D) do samário no cobalto. Neste processo, Cech utilizou o hidreto de; cálcio como agente metálico, na microns. redutor, bem como óxido de samário e cobalto; forma de pó, com tamanho de partículas menor que lO; Estas experiências foram realizadas com a finalidade dej obter a liga na forma finamente particulada['^6/47] . Esquematicamente, a reação pode ser escrita como segue: 850 / IISO^C! TR2O3 + 10 Co + 3 CaH2 As primeiras > 2 TRC05 + 3 CaO + 3 H2 --• 5 (1) horas corridas para a preparação das ligas, comí I tamanho médio de partícula suficientemente pequeno, menor que 10 microns, para serem utilizadas diretamente na produção de ímãs, não foram bem sucedidas. E, por razões econômicas o processo foi modificado, utilizando-se pó de cobalto comercial, cálcio granular e 38 atmosfera de hidrogênio ou argônio. Esta reação é representada pel. equação 2C32,45,48,49,50,51]. 1150*^C TR2O3 + 10 Co + 3 Ca H Ar '• — > 2 TRCO5 + 3 CaO (2) De acordo com o processo desenvolvido por Cech, as matérias primas foram misturadas e colocadas em um cadinho de aço. Este cadinho foi aquecido a 1150 ^C por três horas em uma mufla ou fornc tubular com fluxo de hidrogênio. O material obtido foi uma massa sinterizada, que é umedecida com nitrogênio úmido por várias horas. A umidade provoca a hidratação do óxido de cálcio, bem como do cálcio metálico não reagido fazendo com que a massa seja desintegrada. A remoção da maior parte do óxido de cálcio hidratado é realizada por decantação exà água. O restante do óxido de cálcio é então dissolvido em uma solução de ácido acético. Finalmente, o pó da liga é lavado em água e álcool e seco a vácuo numa temperatura inferior a 50 ^C. 39 b) Processo de co-redução. O processo foi desenvolvido por C. Herget et al[32]^ qual os óxidos de cobalto e de terra rara são reduzidos simultaneamente e, por esta razão, foi denominado por co-redução e i descrito pela equação 3: 1000°C, vácuo TR2O3 + n C03O4 + (lO-3n) Co + (4n + 3 ) Ca >i 3 2TRC05 + horas (4n + 3) CaO (3) onde n varia de O até 10/3. Neste processo, as matérias primas (óxidos de samário e cobalto, pó de cobalto metálico e cálcio granulado) são misturadas e homogeneizadas em misturadores mecânicos. Esta mistura é prensada em tabletes e colocada em um cadinho de aço com recobrimento de cálcia sinterizada. O cadinho é selado por soldagem e transferido para o! forno resistivo, onde é aquecido até à temperatura de 1000 duas horas. O produto triturada, moída e da reação colocada em é uma um massa sinterizada, recipiente com água, por que é para; hidratação do cálcio. O cálcio hidratado é eliminado por decantação em água e lixiviação ácida, seguido de lavagem com água e álcool e, finalmente, seco a vácuo. 40 cowiscAo r:fic;crj/;- ii E N E R G I A N U C I . E A R / S P - ire» II.8.2- Comparação entre os Processos de Fusão e Reduçãc Calciotérmica. No fluxograma da Figura 11.13 estão representados as etapa? do processo de obtenção da liga SmCo^ pelo processo de fusão e por RD calciotérmica. No processo de fusão, o samário e o cobalto são utilizados na forma metálica, sendo necessária, então, uma redução para etapa obtenção do samário metálico. Como o anterior de Sm é altamente reativo à atmosfera ambiente, é necessário precauções especiais no seu manuseio. No processo R-D utiliza-se o Samário na forma de óxido,Í não havendo problemas com o seu manuseio, além dos cuidados especiais com o agente redutor utilizado, ou seja, o cálcio metálico. A liga Sm-Co fundida é altamente corrosiva , e não há; material que resista completamente ao seu ataque. Vários materiais, como nitreto de boro, tántalo e alumina utilizados na confecção de cadinhos para recristalizada, sãd fusão. Todos são de alto; custo e de vida útil limitada. No processo R-D, o metal produzido é' rapidamente convertido na liga, que é mais estável, além do tempo dé contato com o cadinho que é mais curto. A temperatura de operação; também é menor em relação ao processo de fusão, o que torna o processo mais econômico. Outra grande diferença entre os dois processos está nosi equipamentos necessários para a produção das ligas. No processo de! fusão é necessário ura forno de indução a vácuo, de alto custo, glove-i' box, com atmosfera inerte para manuseio do samário, e britador com| atmosfera controlada. Devido à grande 41 diferença entre os pontos de , PREPARAÇÃO DA LIGA SmCos EÜSAQ Co SmzOa Sm2 03 Redução Co Ca Homogeneização Sm Fuss o Reação R-D Britagem Hidratação Lavagem Moagem Ca(0H)2 Moagem Secagem (vacuo) Lixívia Ácida Lavagem Re si duos Ca{0H)2 Secagem (vácuo) Pó Sm Cos Figura 11.13. Fluxograma das etapas do processo de obtenção da SmCog por fusão e R-D calciotérmicat48,50]. 42 liga- fusão dos metais cobalto e samário, mostrados na Figura II.8(a) ocorre uma perda significativa do samário neste processo. No processo R - D não há necessidade de um investimento elevado em equipamentos; os fornos resistivos representam um cust< muito inferior e não há necessidade de controle da atmosfera par; manuseio do óxido de samário. O custo da etapa de britagem e moagem i também menor para este processo. A perda do samário devido à baixa relativamente temperatura mais de complicado operação. em vista produção: redução, desintegração, Porém, de lavagem, suas o é minimizadí processo várias lixivia R-D í etapas ácida, de secagem, e t c , necessárias para obtenção do pó daliga[32,45] . II.9- QUALIDADE DO PÓ DAS LIGAS. Como a fusão é realizada em atmosfera controlada com gás inerte, o teor de oxigênio é significativamente baixo. Após a etapa' de trituração e a moagem, o teor de oxigênio varia entre 100 a 1.000 ppm. A pureza da liga também não é afetada e o pó, quando obtido em ótimas condições, produz ímãs com as melhores características e qualidade. Contrariamente, o teor de oxigênio para o pó obtido por R-D! é sempre alto, entre 5.000 e 10.000 ppm em decorrência, principalmente, da etapa de lavagem. Além do mais, a remoção total do; cálcio também é sempre difícil. Em vista dessas impurezas, o pó! obtido por R - D é relativamente inferior em qualidade quando comparado ao pó obtido por fusão direta. Contudo, a liga de R - D , preparada em condições cuidadosamente controladas, tem produzido ímãs com valores em torno de 90% daqueles preparados a partir da fusão[45]. 43 f~ . y- ;-i.t¡rv:;:i/, Mij C t R / SP - l?^:M 11.10- PROCESSAMENTO DE ÍMÃS PERMANENTES DE TERRAS RARA POR METALURGIA DO PÓ. As ligas produzidas pelos dois processos, fusão e R-D, sã amplamente utilizadas para fabricação de ímãs permanentes de terra raras pelas técnicas da metalurgia do pót 1°» ^2 ,53 ] . jja Figura II. 1 estão mostradas as etapas de fabricação dos ímãs. As ligas obtidas por fusão são britadas antes da moagem,! i I enquanto que diretamente as após obtidas por desagregação, produzir pós de pequeno redução O calciotérmica objetivo da são moídai moagem das ligas < tamanho de partículas e com uma estreiti distribuição granulométrica. E, no alinhamento em um campo magnéticr estas partículas devem apresentar somente uma direção preferencial d( magnetização. Além do mais, estas partículas, devem resultar em um corpo que apresente uma força e densidade. Os parâmetros após sinterização ótima combinação d< i coerciva críticos que devem sei I controlados partículas, durante defeitos a moagem na são o estrutura tamanho e cristalina distribuição das e daí oxidação partículas[54]. A moagem pode ser realizada em moinhos de bolas, vibracionais e por atritos, usando como meio um líquido orgânico, poi exemplo, ciclohexano, tolueno ou freon. As condições de moagem sãc escolhidas para se obter a melhor distribuição do tamanho d( partículas e um nível mínimo de oxigênioflO/37,53,55,56]. É necessário um controle e ajuste da composição química, devido i contaminação, particularmente a oxidação da liga, que ocorre durante o processamento. 44 FABRICAÇÁO DE ÍMÃS PERMANENTES DE TERRAS RARAS LÎQA FUSSO/R-D BRITAGEM MOAGEM 0 0 0 AJUSTE COMPOSIÇXO ALINHAMENTO EM CAMPO MAGNÉTICO PRENSAGEM EM MATRIZ COM CAMPO MAGNÉTICO í H PRENSAGEM ISOSTÁTICA Í SINTERIZAÇ2;0 9 TRATAMENTO TÉRMICO RECORTES ACABAMENTO MAGNETIZAÇÃO Figura 11.14. Fluxograma das etapas do processo de obtenção de ímãs permanentes[10]. 45 A oxidação resulta num empobrecimento do Sm na liga, e ei consequência há um deslocamento da composição para o lado rico ei I cobalto do diagrama de fases (Figura II.8.(a)) causando uma alteraçãc nas fases, não favorável magnéticamente. Para o caso dos ímãs de SmCo^, uma compensação é realizado com a adição de Sm metálico ou com uma liga rica em samário, poi exemplo Sm2Co7[56]. Para se obter um corpo compacto com magnetização máxima i necessário que as partículas do pó sejam magnéticamente alinhadas n c prensagem, de tal partículas sejam forma que os paralelos. A eixos de compactação fácil magnetização das do é por pó realizada prensagem em moldes uniaxiais ou em prensas isostáticas. Altos campos magnéticos são necessários para produzir um alto nível de alinhamento. O grau de alinhamento é influenciado pela forma e pela distribuição do tamanho de partículas, amplitude do campo aplicado é pressão de compactaçãot^7,56]. A sinterização dos ímãs permanentes de terras raras deve: ser realizada em atmosfera inerte, redutora ou sob vácuo. Apósi sinterização o ímã deve apresentar alta densidade e baixo crescimento; de grãos. A temperatura de sinterização deve ser bem definida para' I evitar a porosidade aberta nos ímãs, que pode levar à oxidação! li durante seu uso. Além da temperatura de sinterização, a densidade!' ,1 após compactação, o excesso de samário, acima da composição estequiométrica da liga SmCog, e o teor de oxigênio influenciam na] densidade densidade final e seja na força maior coerciva que teórica[52,57,58,59,60,61]. 46 do 95 ímã. % É necessário da que a| densidade A força coerciva após sinterização também pode ser alterada pela taxa evitar a de resfriamento, decomposição devendo eutetóide ser da rápida fase o suficiente SmCo^ em pará Sm2Co7 e; Sm2C03^7[37,62] . Outro fator que influencia a força coerciva é o tratamento térmico pós-sinterização, que consiste no aquecimento e permanência I do material a uma determinada temperatura, acima de 900 ^C, seguidoj de resfriamento rápido até a temperatura ambiente[37,62,64 ] . Após sinterização, o ímã é submetido a uma i operação de¡ acabamento, que pode ser realizada em equipamentos convencionais de, polimento com discos de diamante ou carbeto de silício. Após o acabamento final, o ímã é magnetizado até sua saturação, podendo ser antes de sua montagem no equipamento, ou muitas vezes, após montagem, devido às dificuldades de manuseá-lo magnetizado[1°,52]. 47 a 11.11- OBJETIVOS DO PRESENTE ESTUDO. obtenção Este trabalho das ligas teve por magnéticas objetivo Sm-Co estudar por o processo redução-difusão de (R-D): calciotérmica e avaliar o comportamento magnético de ímãs preparados a partir dessas ligas. O trabalho foi dividido nas seguintes etapas: a) caracterização das matérias primas; b) estudo de algumas variáveis do processo que infuenciam a| reação de redução-difusão, tais como: - o teor em excesso do óxido de samário, em relação à concentração do cobalto dada pela (equação 2 ) ; - o teor em excesso do agente redutor, cálcio metálico em relação à concentração de óxido de samário; e - temperatura e tempo de reação de R-D. c) preparação de ímãs SmCog, pelas técnicas de metalurgia do pó, compreendendo: - moagem das ligas e ajuste da composição; - compactação sob campo magnético; - sinterização e tratamento térmico. d) caracterização física e química das ligas e dos ímãs produzidos. 48 III- MATERIAIS E MÉTODOS. III.1- MATÉRIAS PRIMAS. 111.1.1- Óxido de Samário, Cobalto e Cálcio. O óxido de samário e cobalto, de alta pureza (99,9%), foram fornecidos na forma de pó pela firma Alfa Products. O cálcio metálico! (>99% de pureza) , na forma granular, com tamanho médio de 6 mm,| quimicamente pelasi também foi fornecido pela mesma firma. Estes materiais foram caracterizados técnicas de fluorescência de raios-X (por dispersão de comprimento dei onda, da RIGAKU - DENKI, modelo 3 063-P) e de espectrografía de I emissão ótica (JARREL - ASH, montagem EBERT, 3,4 metros e equipado com de retículo 590 linhas/mm) e fisicamente por microscopia eletrônica de varredura, para avaliação da morfologia das partículas; (microscópio PHILLIPS SEM 515), por sedimentação para distribuição dol tamanho de partículas (SEDIGRAPH, modelo S-100) gasosa, para determinação da área de superfície e por adsorção específica (com o equipamento STRÕHLEIN INSTRUMENTS - AREA METER II). 111.1.2- Ligas de SmCo^ e Sm2COy Obtidas por Fusão. As ligas SmCOg e Sm2Co.7, produzidas por fusão, foram fornecidas pela Alfa Products, com tamanho de partícula menor do que 0,59 mm (<30 mesh). Estas ligas foram caracterizadas fisicamente por difratometria de raios-X, para identificação (difratômetro modelo GEIRGERFLEX, da RIGAKU 49 das fases - DENKI, presentes equipado com goniómetro modelo SG-8, e radiação do cromo - \ = 2,29092 A) e por microscopia eletrônica de varredura e quimicamente por fluorescencia de raios-X e espectrografía de emissão ótica. I III.1.3- Gases. I Utilizou-se argônio , fornecido pela firma Air Products (>99,999%) do tipo Ultra-Puro. III.2- MÉTODO UTILIZADO PARA OBTENÇÃO DA LIGA SmCo^. As principais etapas do processo de redução-difusão calciotérmica estão apresentadas no fluxograma da Figura III.1. Os reagentes estequiométrica dada foram pela pesados equação 1 de e acordo com a acrescentou-se relação uma certa quantidade em excesso de Sm203 e cálcio, que variou de O a 20% e O a\ I • I 50%, respectivamente. Após a mistura e homogeneização da carga por 3| horas, em um misturador tipo TURBULA (modelo T2C da WAB), os; reagentes foram carregados em um cadinho de aço inoxidável. Para a etapa de R-D calciotérmica, utilizou-se uma retorta de aço inoxidável, onde introduziu-se o cadinho com a carga, e estes foram colocados em um forno resistivo tubular e vertical, como mostrado na Figura III.2. 50 SMZOA 4. CO-> HOMOGENEIZAÇÃO CA REAÇÃO R-D CALCIOTÉRMICA H2O HIDRATAÇÃO DA LIGA HZ O CA(OH)Z, ÁLCOOL + H2O —=f LAVAGEM ACETONA ÁLCOOL + ACETONA MOAGEM CA(OH)Z SOLUÇÃO DE HCL + CHACOZH LIXIVIA + SOLUÇÃO DE ÁLCOOL + ACETONA RESIDUAL ÁCIDA ÁCIDA -*• H 2 O + Á C I D O S -> Á L C O O L + A C E T O N A LAVAGEM SECAGEM VÁCUO SOLUÇÃO A i Figura III. 1. Fluxograma das etapas preparação de ligas calciotérmica. 51 do processo SmCog por utilizado na redução-difusão Figura III,2. Equipamentos utilizados na preparação de ligas por D, onde temos a retorta de aço inoxidável, R- forno resistivo tubular e vertical, o cilindro de gás Ar e bomba de vácuo. Inicialmente, a retorta foi submetida a uma operação de limpeza a vácuo e realizada uma lavagem com argônio a uma pressão de 9,8 X 10^ Pa, e novamente submetida a vácuo. Essa operação foi repetida por 02 vezes. O início do aquecimento do forno é lento até à 52 temperatura de 400 ^C, realizado sob vácuo a uma pressão entre 1,33 e 13,33 Pa, para aquecimento variou de horas. retirada foi rápido 1000 a Durante da até umidade atingir do a sistema. temperatura 1150 ^C, mantendo-se nestas o aquecimento Em e próximo a seguida, c de reação, que condições de 750 2 a */ ^C, desligava-se c sistema de vácuo e preenchia-se a retorta com argônio até uma pressãc de 9,8 X 104 Pa. Em alguns casos, optou-se pela realização de uii por 02 horas antes de se atingir a tratamento isotérmico a 850 temperatura de reação. Após concluida a etapa de redução calciotérmica (R-D), a retorta era resfriada rapidamente em um recipiente com água corrente. Na Figura III.3 ilustra-se os ciclos térmicos adotados neste trabalho para estudo da etapa de R-D. O produto de reação de R-D era retirado do cadinho e imerso (a liga metálica e a escória) em um erlenmeyer contendo água deionizada, permanecendo por 23 horas, para sua total desintegração., A maior parte da escória era eliminada por sucessivas lavado comji realizadas com água deionizada. Este produto era então álcool e acetona moinho de bolas, e secado a vácuo. O pó obtido juntamente com um era lavagens'1 carregado líquido orgânico no (ciclohexano), utilizado na etapa de moagem. Na Figura III.4 apresenta-se o cadinho, o produto da reação antes da desintegração e o pó da liga após lavagem, resultantes de uma operação típica da redução calciotérmica. A etapa de moagem foi realizada, num tempo que variou de 3 a 7 horas em um moinho de bolas. O pó moído era, então, lavado com água deionizada eliminação de e uma resíduos solução ácida de da escória. embalado a vácuo. 53 Em 1% de ácido acético, para seguida, o pó era seco e Para difratometria química por caracterização de raios-X, do para espectrometría pó da liga identificação de emissão utilizou-se das ótica, fases, para < anális» determinação principalmente do teor de cálcio, e o método Fisher (FISHER SUB-SIEV] í SIZER, modelo 95, Norma ASTM B-330) para determinação do tamanhc médio de partículas. III.3- MÉTODO UTILIZADO PARA PRODUÇÃO DE ÍMÃS SmCOg. As etapas do processo utilizado para SmCOg estão composição mostradas na utilizou-se, Figura numa III.5. Na concentração de fabricação etapa de de ímãç ajuste de 30% em peso, a lige Sm2Co7, rica em Sm, fornecida pela Alfa Products, que foi moída até um tamanho médio de partículas entre 4 e 8 microns. O mesmc procedimento foi adotado para a liga SmCo^, tanto a produzida neste trabalho como aquela fornecida pela Alfa Products. A compactação dos pós foi realizada a uma pressão de 6,86 >, 10^ Pa, sob um campo magnético de 8 kOe (Figura III.6), obtendo-seí pastilhas com diâmetro da ordem de 10 mm e altura entre 6 e 8 mm. As pastilhas eram carregadas em um cadinho de açc inoxidável e colocadas em uma retorta, também de aço inoxidável, que introduziu-se em um forno tubular sinterização e tratamento térmico horizontal para as etapas de (Figura III.7). Inicialmente erair realizadas 03 operações de lavagem da retorta com argônio, seguidas de um aquecimento materiais lento voláteis do até 150 sistema. Esta sob vácuo operação para variava retirada de 01 dos a 02 horas. Aumentava-se, então, a temperatura do forno, de forma mais rápida, até atingir a temperatura de sinterização, isto é, a 1125 ^C. 54 COMISCAO KACCN/; 2 a 7 horos 3 g 7 horos 3 o 7 horos t b) (horas! T ( O C ) 3 0 7 horos t (horas) ; i Figura III.3. ciclos de reação de R-D calciotérmica. (a) Temperaturas de 1000, 1100 e 1150 °C, com tempo de reação entre 02 e 07 horas, (b) Reação com dois patamares isotérmicos. Ç i primeiro a 850 ^C, para redução do óxido de samário, por 02 horas, e o segundo a temperatura de 1150 ^C para; a reação de difusão, entre 03 e 07 horas. 55 c) Figura III. 4. (a) Cadinho utilizado na reação de R-D; (b) produto di reação após R-D e, (c) pó da liga após lavagem. mantendo-se por 3 0 minutos. Igualmente, durante o aquecimento, quand< a temperatura de 825 °C era atingida, desligava-se o sistema de vácuc e a retorta era preenchida com argônio até à pressão de 9,8 x 10^ Pa. ií Após a sinterização, era realizado um resfriamento a um< taxa de aproximadamente 1,6 ^c/min até à temperatura de 925 ^C, send<'( então, mantida num tempo que variou entre 03 e 06 horas para c, tratamento térmico das pastilhas. Após esta etapa, as pastilhas erai resfriadas rapidamente, colocando-se a retorta em um recipiente cor água corrente. As pastilhas eram então polidas superficialmente e, finalmente, eram magnetizadas num campo da ordem de 8 kOe. Na Figur< III. 8 ilustra-se o ciclo térmico sinterização e tratamento térmico. 56 adotado para as etapas dt MOAGEM SmCos SmzCo? AJUSTE DE COMPOSIÇÃO COMPACTAÇÃO CAMPO SOB MAGNÉTICO SINTERIZAÇÃO TRATAMENTO TÉRMICO ACABAMENTO S U P E R F I C I A L MAGNETIZAÇÃO 1 Figura III.5. Fluxograma do processo utilizado na preparação de ímãs SmCog. 57 utilizou-se emissão ótica, a difração microscopia ótica, de o raios-X, o analizador espectrómetro de di infra-vermelhi (LEGO, modelo TC 136, com fluxo de níquel) e o de fluxo magnetice (HISTERESISGRAPH, modelo MH-5020) para caracterização dos ímãi produzidos. Figura III.6. Equipamentos utilizados na preparação de ímãs SmCOg. Prensa uniaxial com magnetizador para partículas. 58 COMiSSAC : :,:CLí:AR/5P - IPií' orientação das Figura III.7. Equipamentos utilizados na sinterização de ímãs SmCog. Forno resistivo horizontal, retorta de aço inoxidável, bomba de vácuo e cilindro de gás Ar. 59 3 e 6 horas t Figura III.8. Ciclo (horas] de sinterização e tratamento térmico utilizados na fabricação de ímãs SmCo^. 60 IV- RESULTADOS E DISCUSSÃO. IV.1- CARACTERIZAÇÃO DAS MATÉRIAS PRIMAS. IV.1.1- Óxido de Samário - Sm203. Na Tabela IV.1, estão mostrados os resultados da análise química do óxido de samário como recebido. Pode-se verificar que este óxido é de alta pureza (>99,0%), como especificado pelo fornecedor. Tabela química IV.1. Análise fluorescencia de do óxido raios-X de e samário realizada espectrografía de por emissão ótica. ELEMENTO FLUORESCENCIA (>í) ESPECTROGRAFÍA (Z) ELEMENTO La 0,13 Mg < 0,0045 Pi 0,06 Ca < 0,02 Gd < 0,05 Mn < 0,0015 Hd < 0,05 Ba < 0,0015 Y < 0,025 Cu < 0,0045 Fe < 0,0075 Na granulométrica Figura IV. 1 apresenta-se uma curva de distribuição do óxido de samário, o diámetro médio das partículas deste óxido, também determinado pelo Sedigraph, foi de 1,12 microns, e a área da superficie específica igual a 4,5 m^/g. Na Figura IV.2, é 61 mostrada a micrografia deste pó, que apresenta-se na forma c do oxido aglomerados. 100 < 90 « Q H 70 ^ g < < S3 50 -J D H U 2 W< 40 U ce 30 o 20 10 O 100 Figura IV.1. Distribuição DIÂMETRO ESÍ-ÉRICO EQUIVALENTE (um) do tamanho de partículas samário. Figura IV.2. Micrografia obtida a partir do oxido de samário (MEV) 62 de Com um diâmetro médio relativamente pequeno é de se espera uma alta reatividade na reação de R-D, como, de fato, foi observad nos ensaios realizados. IV.1.2. A Cobalto e Cálcio análise química destes materiais está apresentada n Tabela IV.2. Pode-se verificar que, como o óxido de samário, estail matérias primas também são de alta pureza. Na Figura IV.3, apresenta' se uma micrografia obtida a partir do cobalto, encontrando-se tambéí na forma de aglomerados. Tabela IV.2. Análise química do cobalto e cálcio realizada espectrografía de emissão ótica. FTKMEHTO Cobalto (íí) Cálcio {*4) Fe 0,2 Ni 0,2 Zn < 0,35 Si < 0,015 Pb < 0,01 Cu 0,02 — Mg — 0,3 Àl — 0,35 < 0,007 < 0,007 63 po] Figura IV.3. Micrografia do cobalto metálico (MEV). IV. 1.3. SmCOg e Sm2Co-7 Obtidos por Fusão. Na Figura IV.4 apresenta-se os difratogramas de raios-X dos pós de SmCOg e Sm2Co7, como fornecidos pela firma Alfa. Pode-se verificar que a liga SmCo^ apresenta valores de intensidade relativa muito próximos aos catalogados na ficha JCPDS ("Joint Committee or Powder Diffraction Standards"- Tabela IV.3). Micrografias obtidas c partir destes pós são mostradas na Figura IV.5(a) e (b), onde pode-sc verificar que os mesmos se apresentam na forma de aglomerados. N< Tabela IV.4, estão mostrados os resultados impurezas da liga SmCo^ e Sm2COy. 64 da análise química d< • O O 1 - SmCo5 2 - SMJCOJ 3 - SMJCOI, O O 80 90 70 50 60 26 b) JU 70 80 90 60 50 29 Figura IV.4. Difratogramas de raios-X das SmjCo-y obtidas representam os por fusão, picos (1:5), (2:7) e (2:17). 65 de da maior ligas: firma (a) SmCOg Alfa. intensidade 1, das e 2 (b) e 3 fases b) Figura IV.5. Micrografias das ligas obtidas por fusão da firma Alfa; (a) SmCOg e (b) SmjCo^ (MEV). 66 Tabela I V . 3. Distância interplanar (d) e intensidade relativa (I/Iq)' referentes aos picos mais intensos de difração de raiosX do SmCOg padronizado. SmC05 Padrão d (A) hkl 2e 2,929 60 101 46,043 2,498 36 110 54,587 2,164 36 200 63,920 2,116 100 111 66,549 1,989 24 002 70,325 Tabela I V . 4 . Análise química das ligas SmCo^ e Sm2Co7 realizadas por espectrografía de (importadas), emissão ótica fluorescência de raios-X. ELEIvENTO Fe Cr NJ Si AJ Mn Mg Pb Sn Bi V Cu Ca ELEMENTO ESPECTRO G RAF IA(%) SmCog Sm2Co7 < 0.0025 < 0,0045 0,03 < 0.0015 < 0,0070 < 0.0015 < 0.0045 < 0.0045 < 0.0030 < 0.0015 < 0,0030 < 0,0015 < 0.0025 U Pr 0,05 < 0.0045 < 0.045 < 0,006 0,0070 0.0015 < 0.0045 < 0.0045 < 0.0030 < 0.0015 < 0,0030 < 0.0045 0.020 Gd Nd Y 67 FLUORESCÉNCIA(%) SmC05 Sm2Co7 <0,05 0,17 <0,05 <0,05 -«0,05 <0,05 0,20 <0,OS <0,05 <0,05 e IV.2- PROCESSO DE REDUÇÃO - DIFUSÃO CALCIOTÉRMICA. O processo trabalho, adequado observou-se R-D calciotérmica à obtenção da frequentemente a mostrou-se, liga metálica presença de uma no presente SmCOg. Entretanto,! segunda ou até de terceira fase (SmCo^, Sm2Co7 e SmjCo^y). A presença de outras fases era fortemente dependente de muitas variáveis do processo, tais como, atmosfera de reação, concentração do óxido de samário, etc.. A^^). Dessa forma na primeira parte deste trabalho procurou-se adequar a atmosfera para a reação de R-D. Na segunda, estudou-se a influência de algumas variáveis de processo tais como: a) o teor em excesso de óxido de samário, em relação ao cobalto da equação 2, b) o: teor em excesso do agente redutor cálcio em relação ao Sm203 e, c) oi efeito da temperatura e do tempo no comportamento da reação de R-D. Na terceira parte foram preparados ímãs de SmCo^, com pós obtidos nas melhores condições definidas na segunda parte do trabalho. Nos experimentos realizados tanto para obtenção de pós como para preparação de ímãs procurou-se ajustar a melhor relação entre as fases SmCo^ /Sm2CO'j, bem como eliminar a fase Sm2CO]^y (2:17), rica em cobalto, já que a mesma é prejudicial às propriedades magnéticas dos ímãs SmCog. IV.2.1- Influência da Atmosfera de Reação de R-D. Os experimentos foram realizados sob vácuo, numa pressão que variou de 1,3 3 a 13,33 Pa, ou em atmosfera de argônio ultra-puro, i .1 a uma pressão de 9,8 x 10^ Pa, mantendo-se constantes variáveis do processo, tais como: excesso de Sm203 68 outras i (20% em peso), | excesso de Ca (2 5% em peso) em relação ao Sm203, temperatura de 115C °C e 03 horas de reação. Os difratogramas de raios-X (Figura IV.6) mostram que c liga produzida sob vácuo apresenta maior concentração da fase rica en Co, Sm2Co-j^-7, além da presença de óxido de samário, em relação è obtida sob atmosfera de argônio. 1 - SmCO; 2 - SmjCo, a) 80 3 - SmjCOi, 70 AO 50 60 b) .Smj O, 80 70 50 60 40 29 Figura IV.6. Difratogramas de raios-X dos pós obtidos por R-D. atmosfera de argônio e (b) vácuo. 69 (a) Os valores de rendimento da reação, calculados em função da massa obtida em relação à massa teórica, e os dados de distribuição granulométrica, após as etapas de desintegração e lavagem das ligas produzidas, são mostrados na Tabela IV.5. A perda de massa da liga produzida a vácuo, é levemente superior àquela produzida sob argônio, provavelmente indicando uma pequena perda do agente redutor ou do samário metálico. O produtc formado sob vácuo apresenta uma distribuição granulométrica mais grosseira sendo necessário uma etapa de britagem antes da moagem. Na I etapa de moagem procurou-se atingir uma condição tal que o diâmetro médio das partículas se situasse no intervalo entre 4 e 8 microns (método Fisher). Observou-se que o tempo necessário maior para a liga importada de moagem foi (preparada por fusão) , seguida da liga obtida sob vácuo e em argônio, como mostrado na Tabela IV.6. Tabela IV.5. Rendimento da reação de R-D e a granulometria após as etapas de desintegração e lavagem obtidas a partir das ligas produzidas a vácuo e por atmosfera de argônio. MÉTODO RENDIMENTO DAREAÇAO (%) GRANULOMETRIA(%) 2.00 0.85 0.59 025 0.149 (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) <0.149 (mm) VACUO 93-94 33.0 9.0 1.0 1.8 2.0 53.2 ARGÔNIO 96-96 - 4.5 1.0 5.8 3.7 85.0 70 Tabela IV. 6. Tempo de moagem, diâmetro médio das partículas e o teor¡; de cálcio obtidos a partir das ligas produzidas por R-D,! a vácuo e sob atmosfera de argônio, comparados com a liga preparada por fusão (importada). MÉTODO TEMPO MOAGEM 4> MÉDIO CALCIO APÔS (minutos) (um) (FSSS) MOAGEM (%) vAcuo 240-270 4a6 2.50 0,15 ARGÔNIO 180-210 4a6 0.75 0.09 FUSAO 300-360 4a6 0.03 - CALCIO APÔS a.a.* (%) * a.a. = ataque ádck> Nessa tabela apresenta-se os valores de diâmetro médio dasj partículas, e os teores de cálcio (após moagem e lixivia ácida).! Esses dados são comparados, nessa tabela, com os resultados obtidos com a liga fornecida pela firma Alfa. Na Figura IV. 7 apresenta-se' duas micrografias relativas aos pós obtidos sob vácuo e argônio. As Figuras IV.5(a) e IV.7(b) mostram que as ligas produzidas por fusão; (importada) apresentam se numa forma maciça ou compacta, enquanto que' as obtidas no processo R-D são esponjosas ou altamente porosas, facilitando a sua moagem. O teor de cálcio das ligas foi superior quando obtidas sob vácuo, que manteve-se mais alto mesmo após a lixivia ácida. A partir i desses resultados utilizou-se atmosfera argônio. 71 COMISCÃC WC:CN/L t£ N U C L E A R / S P - 1F£M de! a) b) Figura IV. 7. Micrografias de pós da liga SmCog obtidas (a) sob vácuo e (b) atmosfera de argônio. 72 por R-D. IV.2.2- Influência do Excesso de Óxido de Samário. Nesta etapa, variou-se a concentração em excesso do óxido de samário finalidade de O de a obter 25% em peso, em ligas do tipo relação a SmCOj^, onde equação 2, com 4,00<x<5,00. a Foram mantidas constantes: concentração em excesso de Ca igual a 25%, a temperatura de 1150 ^C e o tempo de 3 horas de reação. Pelosj difratogramas de raios-X mostrados na Figura IV. 8 ocorre um aumento; I na concentração da fase rica em samário, SmjCOy, com o aumento de| óxido de samário em excesso, o que é interessante para as etapas, posteriores do processamento de ímãs, previnindo a formação da f a s e í Sm2Co-j^y, devido à perda do Sm. Simultaneamente, observa-se uma diminuição da fase Sm2Co-|^-7 com o aumento de Sm2Co-7. Para avaliar como a concentração das fases (SmCOg, Sm2Co-7 e Sm2Co2-7) , presentes nas ligas, variava em função do teor em excesso de óxido maior de samário, procurou-se intensidade dos picos estabelecer de difração uma relação de raios-X entre a dessas fases. Assim, para verificar a relação de intensidade entre as fases SmCo^ (1:5) e Sm2Co-7 intensos dessas apresentam-se as (2:7), dividiu-se fases, dadas por curvas a intensidade 1(1:5) referentes dos / 1(2:7). à relação dos picos mais Na Figura IV.9 picos de maior intensidade, das fases (1:5) / (2:7) e (1:5) / (2:17) em função da concentração do óxido de samário em excesso. Observa-se que a curva 1(1:5) / 1(2:17) aumenta rapidamente até uma concentração em excesso de Sm203 próximo de 10%, mantendo-se constante para uma concentração superior. Por outro lado, a curva 1(1:5) / 1(2:7) é sempre decrescente. Os resultados indicam que, nas condições experimentais testadas, 73 a concentração da fase(2:17) 1 - SmCOj e) 2 - SmzCO; 3 - SrajCoiy C) a) x J 70 60 70 ^ 60 70 60 29 d) b) f) J70 60 70 60 70 60 , 29 Figura IV.8. Difratogramas de raios-X dos pós da liga SmCo5 obtidas por R-D, com a variação em excesso do óxido de samário. (a) 0%; (b) 5%; (c) 10%; (d) 15%; (e) 20% e (f) 25%. 74 diminue com o aumento do Sm203. Igualmente, diminue a concentração da fase (1:5) em relação à fase (2:7). Para altos teores de Sm203, á liga é predominantemente Sm2Co7, como observado na Figura IV.8. Co/Sm 100 90 BO 70 -H 60 ¿\ 50 40 30 t—I 20 10 0 5 10 15 E X C E S S O D E 20 S m ^ O g Figura IV.9. Efeito da variação do excesso de óxido de samário nas : fases presentes na liga SmCog preparada por R-D. Relação entre os picos de maior intensidade dos difratogramas de i raios-X das fases (1:5) e (2:7) e entre (1:5) e (2:17). 75 Para a próxima etapa deste trabalho, que foi estudar a influencia do teor em excesso do agente redutor (Ca) na preparação da liga SmCOg, fixou-se a concentração em excesso do óxido de samário em 20% em peso em relação ao cobalto, mantendo-se a mesma temperatura e tempo de reação da etapa anterior. IV.2.3- Influência do Excesso do Agente Redutor. Outra variável que pode influenciar a composição das fases é o teor em excesso do cálcio. A concentração em excesso de Ca foi variada de O a 50% em peso. Na Figura IV.10 estão mostrados os difratogramas de raios-X das ligas obtidas nestes experimentos. Observa-se que, com o aumento' do teor de cálcio, ocorre uma grande diminuição na fase (2:17). intensidade dá De forma análoga ao ítem anterior, a relação entre as fases pode ser observada na Figura IV. 11. A relação entre as fases (1:5) / (2:17), aumenta até uma concentração próxima de 25% de Ca, mantendo-se constante acima deste valor. Por outro lado, a relação entre (1:5) / (2:7) apresenta uma pequena oscilação. A cálcio em partir 25% em destes peso, em resultados relação continuidade dos estudos. 76 fixou-se ao óxido a de concentração samário, para dc á a) 1 - SmCo5 2 - SmjCo, d) 3 - Sm,Co,, c) 70 60 2S e) 70 ^ A. 60 70 60 70 60 Figura IV.10. Difratogramas de raios-X de pós da liga SmCo^ obtidas por R-D, com a variação do excesso de cálcio metálico! em relação ao óxido de samário em excesso de 20%. (a) 0%; (b) 10%; (c) 25%; (d) 35% e (e) 50%. 77 100 90 BO 70 60 ¿i ÕO 40 30 20 10 0 10 20 30 40 50 60 E X C E S S O D E C a (%) Figura IV.11. Efeito da presentes maior variação do da liga intensidade excesso SmCOg. das (1:5) e (2:17). 78 de Relação fases (1:5) cálcio nas fases entre e os picos (2:7) e de entre IV.2.4- Influência do Tempo de Reação de R-D. Como a reação de R-D envolve duas etapas, ou seja a de redução do óxido de samário, seguida da difusão do Sm no cobalto, c tempo de reação é um parâmetro muito importante a ser definido. Para avaliá-lo, variou-se o tempo da reação global de 2 a 7 horas. Foraír preparadas amostras com concentrações em excesso de 15% e 20% de Sm203, mantendo-se a concentração de Ca em 25% em excesso em relação I ao óxido de samário, e a temperatura em 1150 ^C. ! Pode-se observar pelas Figuras IV.12 e IV.13 que, com o aumento do tempo de reação até 5 horas, diminui a concentração da I fase (2:17) para as duas condições. Para um tempo de reação superior¡ a 5 horas observa-se um declínio na relação (1:5) / (2:17), o quei mostra um leve aumento na concentração da fase (2:17), provavelmente devido a perdas do samário por evaporação. Comparando-se as duas concentrações de Sm203, nota-se que, para 20%, a reação mostrou ser mais efetiva na diminuição da fase (2:17). A relação entre as fases (1:5) / (2:7), apresentou uma realizados. 79 pequena oscilação nos ensaios o) 15'/o b) E X C E S S O SM, "2 20 EXCESSO t O, "3 2 horas '"a ° 3 2 horas 3 horas 3 horas 5 horas 5 horas 7 horas 7 horas 70 60 50 J 26 70 60 Figura IV.12. Difratogramas de raios-X das ligas >4J 50 SmCog 20 obtidas por R-D, com concentrações de (a) 15 e (b) 20% em excesso de óxido de samário, variando-se o tempo de reação de 2 a 7 horas. 80 1 2 3 4 5 8 7 a TEMPO DE REAÇÃO ( h o r a s ) 0 1 2 3 4 5 8 7 TEMPO DE REAÇÃO (horas) Figura IV.13. Efeito da variação do tempo de reação de R-D nas fases presentes na liga SmCog, para excessos de (1) 15 e (2) 20% de óxido de samário. (a) Relação entre os picos de maior intensidade das fases (1:5) e (2:17) e (b) entre (1:5) e (2:7). 81 IV.2.5- Influência da Temperatura de Reação de Redução Difusão. Com a finalidade de otimizar a temperatura e o tempo de reação procurou-se também avaliar a reação de R-D nas temperaturas de 1000 Oc e 1100 Oc e comparar com os resultados obtidos a 1150 ^C. Nas Figuras IV.14 e IV.15 pode-se verificar que a reação foi mais efetive na preparação da liga SmCo^, observando-se a relação entre as fases presentes,para a temperatura de 1150 ^C e tempo de 5 horas. 100 1 > 1 1 1 3.0 1 1 "1 1 1 1 r 90 80 al / / / 60 ^ 40 " 30 / // / / 1/ 1100 °c S.O / ^ b) 3.5 1150 °C —^ - - — •V., 1.5 ^ 1.0 1100 "C _ / 1000 "C 1000 'C 20 0.5 Cr-' 10 O 1 1 1 2 TEMPO 1 3 DE 1 1 4 6 REAÇÃO 1 1 6 0.0 7 1 (horas) 2 TEMPO Figura IV.14. Efeito da variação da 3 DE temperatura 4 6 REAÇÃO 6 7 (horas) ( 1 0 0 0 , 1100 e 1150i Oc) e o tempo de reação de R-D (de 02 a 07 horas) , nas! fases presentes da liga SmCOg. (a) Relação entre ( 1 : 5 ) / (2:17) e (b) (1:5) / 82 (2:7). a) 1000 "c I b) IIOO'C C) 1150-c 2 a,) b,) 3 horoa 3 horas 3 horot 70 60 70 60 70 60 S horas bJ 5 horas tu 70 9 horas 60 70 60 70 60 a,) 7 horas 7 horas 7 hora» 70 Figura IV.15. Difratogramas 60 de raios-X 70 dos 60 29 pós das ligas SmCog obtidos por R-D, com a variação da temperatura e tempo de reação. 83 IV.2.6- Estudo da Reação R-D em 02 Patamares Isotérmicos. Na literatura [4"7] tem sido observado que o óxido de samáric pode ser reduzido pelo cálcio metálico em temperaturas inferiores às usualmente utilizadas. Mas a reação de redução é mais efetiva com c cálcio metálico na forma líquida, ou seja, numa temperatura maior oi igual a 850 ^C. A reação de redução é dada então: S">203(s) + 3 Ca^i) Igualmente, a difusão > 2 Sm^gj + 3 CaO^gj do samário metálico (4) no cobaltc metálico, para formação dos compostos intermetálicos, é mais efetiva com o samário no estado líquido, ou seja, a uma temperatura superior a 1050 ^C. Nesse sentido, procurou-se, nessa etapa do trabalho, estudar a reação R-D nas condições: a) tratamento isotérmico a 850 por 02 horas e I b) tratamento isotérmico a 1150 num tempo que variou de 03 a 07! horas. í ! A concentração em excesso de Sm203 e de Ca foi de 20% è| i 25%, respectivamente. Pode-se observar pelas Figuras IV.16 e IV.17| que no patamar a 850 ^C a reação é mais efetiva para a redução doi óxido de samário, quando comparada ao tratamento sem o patamar. No tratamento a 1150 ^C, por 05 horas, após patamar a 850 °C, forma-se predominantemente a liga Sm2Co7. E também, nestes experimentos concentração da fase (2:17) foi mantida em níveis bem baixos. 84 a TEMPO DE REACAO (horas) TEMPO DE REAÇÃO (horas) Figuras IV.16, Efeito dos 02 patamares isotérmicos na reação de R-D. O primeiro à temperatura de 850 horas seguido da temperatura de 1150 e tempo de 02: de 03 a 07 horas (curva 2 ) . Os resultados foram comparados com os! obtidos com 01 patamar a 1150 (curva 1). (a) Relação entre as fases (1:5) e (2:17) e (b) (1:5) e (2:7). 85 a) Temperotura 1150 " C b ) Temperatura 2 horas 850 °C 1150 "C 3 horos b.) 3 horas 1 1150 " C 7 a,) 5 horos ba) 5 horas U 1150 " C V 7 horas II50*C 0 3 ) 7 horos 70 60 50 29 Figura IV.17. Difratogramas de raios-X por R-D, com 70 86 50 29 de pós da liga SmCOg obtidosj tratamentos patamares. 60 isotérmicos de oi e 02 I V . 3 - SINTERIZAÇÃO. Para avaliar o potencial das ligas preparadas na anterior, amostras compactadas foram sinterizadas a 1 1 2 5 30 minutos, seguidas de um resfriamento controlado até 9 2 5 O c , permanecendo nesta temperatura etapa durante ( 1 , 6 ^C/minuto) de 0 3 a 0 6 horas, e de un resfriamento rápido até à temperatura ambiente. Os ensaios de sinterização foram divididos em 0 2 etapas: ne primeira, utilizou-se pós (importados), das ligas SmCog e Sm2Co7, fornecidos pela firma Alfa (preparados por fusão) e na segunda, usou-, se pós obtidos neste trabalho com adição de 3 0% em peso da liga Sm2COy importada. Sinterização de ímãs SmCo^ com Pós Importados. IV.3.1- Foram preparados 0 2 conjuntos de amostras. Na Tabela IV.7 são apresentadas amostras. Na as Tabela condições de IV. 8 apresentadas sinterização, de densidade remanencia são moagem e sinterização os dessas resultados, (geométrica) sobre a densidade (Bj.) , coercividade (H^^) , do produto de energia após^í teórica,i (BH)jjj^jj e dos teores de oxigênio e cálcio. Na amostra com 1 0 0 % de SmCoc, a densificação foi baixa,, 'i ^ 7 7 , 8 % da teórica, prejudicando a caracterização magnética. A amostrai composta de 7 0 % de SmCo^ 3 0 % de e Sm2COy foi submetida, após'! I sinterização, a um tratamento térmico por 0 3 e 0 6 horas. A amostraj tratada por 0 3 h o r a s ( 2 ) após 0 6 horas(3). apresentou uma densidade maior do que aquela Contudo, a coercividade 87 da amostra ( 0 3 ) foi significativamente superior à amostra (02), para um grau di condições dí contaminação semelhante em oxigênio e cálcio. Tabela IV.7. Tempo de moagem, sinterização e diâmetro tratamento médio, e térmico para os ímãs produzidos com as ligas importadas. LIGA(füsáo) SmCo5 SmjCoy (1) 100 (2) 70 (3) 70 Tempo de (t> Médio moagem (pm) (minutos) 300 330 330 30 30 Tabela IV. 8. Resultados Sinterização Tratantento (°C/mlnuto) Térmico (Oc/horas) 1125/30 1125/30 1125/30 S2 6.0 6.0 obtidos após 925/6 925/3 925/6 sinterização, da densidadeii relativa, de suas propriedades magnéticas e do teor de oxigênio e de cálcio para os ímãs produzidos com as difração de ligas importadas. imft SmCo5 dens. exD. dens, teor. Br (KG) Hc (KOe) — 8,35 7.84 — 3,77 6.47 (BH)màx 07 Ca (MGOe) (ppm) (%) (%) (1) (2) (3) 77,8 92.5 89,8 13.Ü 13.5 4382±1Q82 40341160 4046±175 0.040 0.025 0.025 (1) (mà com 100% liga SmCo5; (2) e (3) com 70% SmCos e 30% Sm2C07 . A raios-X. A Figura amostra IV.18 (1) apresenta com 100% os resultados de SmCo^, de apresenta maior concentração da fase Sm2CO]^y. Embora tenha sido utilizado 30% Sm2Co7 na amostra (2) e (3), observou-se, após sinterização, um pico da fase| Sm2Coy pouco intenso, o que representa uma baixa concentração dessa[ fase. 88 q) amostra amostra 1 b) 70 60 50 70 ] - SmCo5 ? - Sm2 C o , 3 •- Sm, Co 60 26 Figura IV.18. Difratogramas de 3 50 26 raios-X dos ímãs produzidos com as ligas importadas, (a) 100% SmCog e (b) 70% SmCog e 30% Sm2COy, com tempo de tratamento térmico de 06 horas. IV.3.2- Sinterização de ímãs SmCo^ Pós Preparados Nestei Trabalho. Com os resultados obtidos no item anterior selecionou-se as composições e condições de sinterização dos pós preparados nestej trabalho (via redução-difusão), que são apresentados na Tabela IV.9. 89 Na sinterização Tabela IV.10 (1125 apresenta-se minutos) os resultados, e tratamento térmico após (925 ^C/Q6 horas), das amostras mencionadas na Tabela IV.9. A densificação das amostras, após sinterização, atingiu valores entre 83 e 96%, em relação à densidade teórica, para um grauj de contaminação de oxigênio que variou entre aproximadamente 3000 e 6000 ppm. É interessante notar que os maiores valores de densidade foram atingidos para as amostras (10 e 11) submetidas à reação R-D com 02 patamares de temperatura. Nestas condições (amostra 10), foram obtidos os seguintes valores das propriedades magnéticas: B, = 6,79 kG H, = 5,85 kOe (BH)ináx = 50 Tabela IV. 9. Resultados MGOe do tempo de moagem, diâmetro médio partículas a partir dos pós obtidos por redução calciotérmica. Amostra Condição de (Qq/(h) Composição (%) R-D Sm-2a>7 Tempo de Moagem (minutos) () Módío (>im) 4 1000 /3 70 30 180 5.4 5 1100/3 70 30 180 6.1 € 1150/3 70 30 180 6.2 7 1000/5 70 30 210 6.4 8 1100/5 70 30 240 45 9 1150/5 70 30 210 7.2 10 85Q/2 1150/3 70 30 210 6.6 70 30 240 6.0 11 fmf2 1150/5 90 dasi; Tabela IV.10. Resultados da densidade relativa e teor de oxigênio e de cálcio relativos aos ímãs produzidos com pós obtidos por R-D. Isto etapas de Amostra Dens Exp, Dens. Teor. (%) 4 92 5 4068160 0.25 5 95.3 4013t161 0.25 6 626 4794±724 009 7 92.0 3394±146 0.30 8 922 60231266 0.20 9 86.7 27991119 0.04 to 95.0 ^aTOlIS 0.10 11 95 4 41661294 0 05 significa preparação magnéticas (produto que, de de Ca (%) Ol (ppm) mesmo ímãs, foi energia), não tendo possível a partir de sido otimizada atingir pós as propriedades preparados por redução-difusão, com valores da ordem de 80% daqueles obtidos com pós importados. As curvas de desmagnetização (BxH), obtidas no segundo quadrante para as amostras 02, 03 e 10, estão apresentadas na Figura IV.19. A diferença de comportamento entre as curvas 02 e 03 (amostras produzidas com a liga importada) evidencia a influência do tratamento térmico, no qual, um aumento no tempo de 03 para 06 horas, propiciou uma melhoria considerável na coercividade da amostra 03 (aproximadamente de 70 % ) . Além disto, a curva referente à amostra 02 apresenta um comportamento anômalo, 91 com mudança na inclinação. A curva 10, produzida referente neste comportamento a uma trabalho, idêntico amostra preparada apresentou, ao da para amostra a as 03, partir mesmas embora da liga condições, com valores ligeiramente inferiores das propriedades magnéticas. Na Figura IV.2 0 apresenta-se os resultados da análise de¡ difração de produzidas Sm2Co3^7 raios-X com está a partir das amostras pós obtidos presente concentração dessa em por R-D. várias sinterizadas Pode-se observar amostras, sendo fase foi detectada nas amostras que que que foram a a fase menor! resultantes da redução-difusão com 02 patamares, o que reforça a importância desse tratamento. H (VAM) 300 B(kG) 6 5 4 3 2 1 H (VCe) Figura IV.19. Curvas de desmagnetização das amostras 02 e 03, produzidas a partir da liga importada, e 10, com a liga obtida por redução-difusão. 92 a) amostra amostra 4 a') 3 horas 5 horas (000 «C lOOO-C ' — b) /, i amostra 5 amostra b') J Laj c) amostra 6 8 5 horas IIOO'C 3 horas IIOO-C J 7 L x amostr;^ J 9 5 horas 1150 «C 3 heros II50*C ú d) amostra 10 2 horo» 850-el 3 horos liso *C amostra d') U J 11 2 horas BSO'C 5 horos IISO'C Jj 26 26 Figura IV.20. Difratogramas de raios-X dos ímãs de SmCog produzidos com as ligas produzidas por R-D. 93 V- CONCLUSÕES A partir dos resultados obtidos e analizados conclui-se que: 1- As ligas Samário-cobalto podem ser obtidas pelo processo de Redução-Difusão Calciotérmica, proporcionando boas vantagens R-D apresenta-se na forma econômicas. 2. O produto obtido pelo processo particulada, facilitando a etapa de moagem. 3. As melhores condições obtidas para preparação da liga SmCog foram: 2 0% em excesso de óxido de samário; 25% em excesso de cálcio e com 02 tratamentos isotérmicos. 4- Os pós obtidos apresentaram baixos teores de cálcio e oxigênio após sinterização, proporcionando boas densidades. 5- Os ímãs SmCOg produzidos magnéticas. 94 apresentaram boas propriedades VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS fl] LIVINGSTON, J.D. materials. The JOM, J. history Miner. of Met. permanent-magnet Mater. Soc, 42(2): 30-4, 1990. [2] OVERSHOTT, K.J. Magnetism: it is permanent. lEE, Proceed. A, 138(1): 22-30,1991. [3] NARASIMHAN, K.S.V.L. materials. In: Advanced METAL POWDER hard INDUSTRIES magnetic FEDERATION. P/M in Aerospace and Defense Technologies: conference on... held in Seattle, 2,3 November, 1989. Princeton, New magnets for Jersey,1990. v.l, p.179-85. [4] STRNAT, K.J. Modern applications in permanents electro-technology (invited). Proc. IEEE, 78(6): 923-46, 1990. ¡ i [5] DAS, D.K. Cobalt Twenty magnet. million IEEE energy Trans. product Magn., MAG-5(3): Samarium- ' 214-16, : 1969. [6] STRNAT, ' K.J. & R2 (Co, Fe) state RAY, A.E. phases: of Permanent Their development. magnets potential Goldschmidt and based on present informiet, 35: 47-53, 1975. [7] RAY. A.E. permanent The magnets development from Trans. Magn., MAG-20(5): 2:17 of high RE-TM energy product alloys. IEEE 1614-18, 1984. I 95 [8] SAGAWA, M.; FUJIMURA, MATSUURA, Y. of Nd and S.; TOGAWA, N. ; YAMAMOTO, H. ; New material for permanent magnets on a base Fe (invited). J. Appl. Phys., 55(6): 2083- 2087,1984. [9] CROAT, J.J.; F.E. of HERBST, Pr-Fe and J.F.; LEE, Nd-Fe-based high-performance permanent R.W.; materials: magnets PINKERTON, A new class (invited). J. Appl. Phys., 55(6): 2078-82,1984. [10] ABLER, E.; H. REPPEL, Matching materials. [11] NESBITT, [12] CORNER, P/M RODEWALD, and the W.; physics Int. J. Powder Metal., 25(4): E.A. magnets. G.W.; & WERNICK, J.H. Rare WARLIMONT, of magnetic 319-35, 1989. earth permanent New York, Academic, 1973. W.D. Permanent magnets. Phys. Technol., 19: 158-65, 1988. [13] CULLITY, B.D. Introduction to magnetic materials. Massachusetts, Addison-Wesley, 1972. [14] LEMAIRE, of R. ; rare PAUTHENET, earth R. ; alloys. SCHWEIZER, IEEE Trans. J. Magnetism Magn., MAG-6(2): 153-57, 1970. [15] STRNAT, K.J. matériaux d'avenir Les alliages pour 36: 133-43, 1967. 96 aimants cobalt-terres permanents. rares, Cobalt, [16] STRNAT, K.J. Rare earth-cobalt permanent magnets. J. Magn. Magn. Mat., 100: 38-56, 1991. [17] NESBITT, E.A.; WILLIAMS, SHERWOOD, R.C. compounds of H.J.; Magnetic WERNICK, moments transition and of J.H. ; intermetallic rare-earth elements. J. Appl. Phys., 33(5): 1674-8, 1962. [18] HUBBARD, W.M.; moments of ADAMS, alloys transition E. ; of GILFRICH, Gadolinium elements. J. Appl. J.V. with Phys., Magnetic, some of the 31(5): 368S-9, des composés 1960. [19] LEMAIRE, R. Propriétés intermétalliques terres rares de ou magnétiques cobalt avec 1'yttrium. les Cobalt, métaux 33: des 201-11, 1966. [20] HOFFER, G. & anisotropy MAG-2(3): [21] of STRNAT, YC05 and K. Magnetocrystalline YjCo^^^. IEEE Trans. Magn., rare earth- 487-9, 1966. KIRCHMAYR, manganese H.R. Magnetic compounds. properties IEEE Trans. of Magn., MAG-2(3): 493-9, 1966. [22] STRNAT, K. ; family materials. HOFFER, of new G. ; OLSON, J. ; cobalt-base J. Appl. Phys., 38(3): 97 OSTERTAG, permanent 1001-2, 1967. W. A magnet I [23] BUSCHOW, K.H.J. materials & of VELGE, rare W.A.J.J. earth cobalt Permanent compounds. magnetic Z. Angew Phys., 26'. 157-60, 1969. a [24] BENZ, M.G. magnets & MARTIN, prepared D.L. by Cobalt-Samarium liquid phase permanent: sintering. Appl. i Phys. Let., 17(4): 176-7, 1970. [25] STRNAT, K.J. magnet The materials recent containing Trans. Magn., MAG-6(2): [26] NESBITT, E.A.; BUEHLER, [27] SCHALLER, earth permanent metals. lEEE'^ R.H.; J.H. SHERWOOD, New R.C.; permanent magnet Appl. Phys. Let ,12(11):361-2, 1968. H.J.; compounds. RAY, of 182-90, 1970. WERNICK, CRAIG, characteristics [28] rare WILLENS, E.; materials. development of R.S.; some WALLACE, binary W.E. and Magnetic ternary 2-17 J. Appl. Phys., 43(7): 3161-4, 1972. A.E. & STRNAT, magnetization in K.J. ternary Easy R2(Co,Fe)]^7 | directions phases. of! IEEE Trans. Magn.: 516-8, 1972. [29] STRNAT, K.J. The earth-transition hard-magnetic metal alloys. properties IEEE Trans. of rare Magn.: 511-6, 1972. [30] TAWARA, Y. permanent & magnets STRNAT, near K.J. the Trans. Magn.,MAG-12(6): 1976. 98 2-17 Rare earth-cobalt composition. IEEE [31] SENNO, H. & TAWARÀ, of Sm-Ce-Co-Fe-Cu 1-5 and Y. Permanent-magnet alloys 2-17. IEEE with Trans. properties compositions Magn., between MAG-12(2): 313-7, 1974. [32] HERGET, C. & production DOMAZER, of particular rare H.G. Methods earth-3d emphasis on metal the for alloys cobalt the with alloys. Goldschmidt informiet, 35: 3-33, 1975. [33] GIVORD, F. & LEMAIRE, cristallographiques intermétalliques et R. Propriétés' magnétiques entre le cobalt des et composés le lutecium. Cobalt, 50: 16-19, 1971. [34] BUSCHOW, K.H.J, compounds in & VAN the DER GOOT, system A. S. Intermetallic samarium-cobalt. J. Less- Coercive force Common Met., 14: 323-8, 1968. [35] DEN BROEDER, and F.J.A. stability of & BUSCHOW, SmCOg and K.H.J. GdCo^. J. Less-Common Met., 29: 65-71, 1972. [36] BUSCHOW, rich K.H.J. regions cobalt phase & DEN BROEDER, of the samarium-cobalt diagrams. J. F.J.A. The and Less-Common cobalt- gadolinium- Met.,33: 191- 201, 1973. [37] NAASTEPAD, WASSINK, P.A.; R.J. DEN Technology Metal. Intern.,5(2): BROEDER, of 61-5, 1973. 99 SmCOg F.J.A.; KLEIN magnets. Powder [38] DOMAZER, H.G. alloys In: & Preparation STRNAT, K.J. in of JOHNSON, the Dayton, Dayton, 1976. [39] K.J. - proceedings held STRNAT, New and magnetic ed. 2nd June substituted properties. Rare earth-cobalt : international 8-11, Sm-Co | workshop 1976. Ohio, on Univ. , of! p.348-63. R.E. & FELLOWS, C.J. Aimants permanentes cobalt-terres rares contenant du praséodyme. Cobalt, 1: 21-4, 1974. [40] GHANDEHARI, studies M. H. of oxide Magn.,MAG-21(5): [41] WALKIEWICZ, of doped J. PrCog MORRICE, E.; properties mischmetal magnesium. FIDLER, Microstructural magnets. IEEE Trans. 1973-1975, 1985. J.W.; magnetic synthetic & IEEE WONG, of alloyed Trans. M.M. natural with Magn., Comparison mischmetal cobalt, copper, MAG-19(5): and and 2053-5, 1983. [42] BENZ, M.G. permanent & MARTIN, magnet D.L. alloys: Cobalt-mischmetal-samarium Process and properties. J. Appl. Phys., 42(7): 2786-9, 1971. [43] JONES, F.G. coefficient & TOKUNAGA, cobalt-rare M. earth Trans.Magn., MAG-12(6): 968-70, 1976. 100 Low magnets. Temperature IEEE [44] RAY, À.E.; MILDRUM, metallurgical near z= H.F.; KRUPAR, properties 8,5. IEEE of J.B. Magnetic Sm(Co,Fe,Cu,Zr)g Trans. Magn., and alloys MAG-19(5): 2044-6, 1983. [45] KRISHNAN, T.S. cobalt Direct alloy DEPARTMENT powders OF [46] CECH, - A ATOMIC sintered products: Bombay, preparation of rare earth- perspective. ENERGY. proceedings INDIA. Sintering of the..., and' held at Oct. 29-31, 1979. Bombay, 1980. p.327-34. R.E. compounds oxides. Cobalt-rare produced by earth calcium intermetallic hydride reduction of, J. Metals,26: 32-5, 1974. i [47] ESTADOS UNIDOS. intermetallic U.S. Patent compounds reduction-diffusion 3,748,193. by process. a Rare calcium CECH, R.E. earth' hydride July 24, 1973. [48] KRISHNAN, alloy In: T.S. by & C.K. calciothermic BAUTISTA, conference: meeting, GUPTA, R.G. & reduction WONG, Extraction, held in Las Production M.M. of Vegas, Metallurgical Society, 1989. 101 27 samarium eds. preparation feb. p.389-401. of Rare and ~ SmCOg oxide. earth applications 2 mar., 1989. [49] CHENGZHOU, G.; Y. ; BAOZHEN, powder by WENWANG, D. and and Y. international MCFARLAND, CM. reduction-diffusion process. In:. P.; earth-coJbalt proceedings on held 1983. p.439-46. Beijing, earth SmCog XIAOSHUO, Rare workshop CobaIt-rare QINGHAI, of applications: Beijing, 16-18 September, 1983. [50] In: eds. their D. ; production process. CHENGZHOU, 7th XIUXUAN, Research magnets the Y.; calciothermic H.; permanent of QIMING, powders RARE in by earth the research conference, held in Carefree, Arizona, 30 April, 03 May, 1973. sem local e data. v. 2, p.692-700. [51] JONES, F.G.; THOE, J.H.; LEHMAN, Production of RC05 and RjCoy process. In: RARE earth H.E.; powders research DOWNS, by R.B. the conference. R/D Vail, July 22, 1976. sem local e data. v. 2, p. 1054-62. [52] ORMEROD, J. Powder permanent magnets. Jnt metallurgy of rare . J. Powder Metall., earth 25(3): 197- 205, 1989. [53] STRNAT, K.J. production Rare and earth development. magnets J. Magn. in Magn. present Mat., 7: Change in 351-60, 1978. [54] LEBEDEV, coercive G.A.; TARANOV, force alloy powder. with O.G.; degree AGEEV, of A.V. comminution Russian Metall. 1: 110-14, 1989. 102 of SmCOg [55] SAPELKINA, YU.F.; TUL'CHINSKII, particles YAGLO, G.I.; L.N. of samarium-cobalt PAVLYUKOV, Magnetization highly base of coercive alloys. A.A. ; powder multicomponent Powder Metal. Mat., Prod. Coatings: 466-70, 1987. [56] ORMEROD, of J. The sintered physical rare earth metallurgy permanent and magnets. processing J. Less- Common Met., Ill: 49-69, 1985. [57] PALADINO, A.E.; WETTSTEIN, E.C. technology. [58] BENZ, M.G. Cobalt DIONNE, Rare N.J.; WEIHRAUCH, earth-cobalt P.P.; permanent magnet Goldschmidt informiert, 35: 63-74, 1975. & MARTIN, rare-earth D.L. Mechanism permanent-magnet of sintering alloys. J. in ' Appl. Phys., 43(7): 3165-70, 1972. [59] DAS, D.K. Influence magnetic of properties sintering of temperature samarium-cobalt on magnets. IEEE Trans. Magn.: 432-5, 1971[60] DEN BROEDER, coercive permanent F.J.A. force & and magnets. ZIJLSTRA, H. microstructure J. Appl. Relation of between sintered Phys., 47(6): SmCo^ 2688-95, 1976. [61] JONES, F.G.; atmosphere DOSER, M.; sintering of IEEE Trans. Magn., MAG-13(5): 103 NEZU, T. cobalt-samarium 1320-2, 1977- Hydrogen magnets. [62] * BUSCHOW, K.H.J. CaCUg-type On rare the eutectoid earth-cobalt decomposition phases. J. of Less- Common Met., 37'. 91-101, 1974. •0 [63] WESTENDORP, magnets. [64] LEE^ F.F. [65] TAKIISHI, Preparação cold-pressed IEEE Trans. Magn., MAG-6(3): & CROAT, stoichiometric MAG-10(3): Nonaging J.J. SmCOg 472-4, 1970. Heat-treatment magnets. SmCog IEEE Trans. of offMagn., 708-711, 1974. H.; de calciotérmica. MARTINEZ, ligas In: L.G.; PASCHOAL, samário-cobalto UNICAMP. Engenharia por e J.O.A. redução Ciencia dos Materiais: Anais do los Congresso Brasileiro de...realizado em Águas de Lindóia, 6-9 Dezembro, 1992, v. 1. p.445-448. 104