Ano XIII • nº 233
Outubro/novembro de 2014
R$ 5,90
C E R E J A
Um olhar muda tudo
CASA COR, a mais completa mostra de arquitetura, decoração e paisagismo
das Américas. Os olhares mais inspirados e inspiradores estão aqui.
O seu não pode faltar.
01 de outubro a 18 de novembro
SIGS Quadra 01, Lote 635, Brasília-DF.
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Poltrona Pastil, criada por Eero Aarnio
na década de 1960.
/casacoroficial
PATROCÍNIO MÁSTER
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PATROCÍNIO LOCAL
APOIO LOCAL
empoucaspalavras
Por tudo isso e muito mais é que a matéria de capa desta
edição, tão bem concebida por André Sartorelli, só poderia
ser dedicada a esse ídolo que há mais de cinco décadas encanta
homens, mulheres, jovens e crianças de todos os cantos desse
nosso mundão, e que estará brilhando no palco armado no
Estádio Mané Garrincha, na noite de 23 de novembro próximo.
Um domingo especialíssimo para os brasilienses que o recebem,
de braços abertos, pela primeira vez (página 22).
É também pela primeira vez que a mostra Kandinsky: tudo
começa num ponto chega ao Brasil, tendo como porta de entrada
a nossa cidade. Fica por aqui até 12 de janeiro para, só depois,
completar seu périplo de um ano por Rio, Belo Horizonte e
São Paulo. A revolução abstrata def lagrada pelo russo que viveu
entre 1866 e 1944 pode ser contemplada no CCBB, onde
estão expostas obras e objetos do artista plástico que foi também
um pensador da arte e da cultura (página 28). Imperdível.
Imperdível ainda é a mostra Caymmi 100 anos, em cartaz
no Museu dos Correios até 4 de janeiro. Dividida em quatro
partes, apresenta grande acervo iconográfico do compositor
baiano, com algumas pinturas de sua autoria, capas de discos,
fotos, além de áudios que colocam o visitante em contato com
os temas presentes na obra de Caymmi, como a Bahia e suas
tradições, o mar e as personagens femininas (página 30).
Em Água na boca, a partir da página 4, um convite para
conhecer as receitas inusitadas do restaurante Jambu, as delícias
refrescantes do chef Lui Veronese e o leitãozinho à pururuca
do Bartolomeu. Só de citar essas novidades gastronômicas
as papilas gustativas já se manifestam!
Boa leitura e até dezembro
Divulgação
Quase todo mundo sabe, mas é sempre bom lembrar
fenômenos desse porte para que ninguém jamais os esqueça:
o ex-Beatle Paul McCartney é um colecionador de recordes,
sendo o músico mais citado no livro Guiness, com 22 registros,
16 só da época dos Beatles, o grupo que mais vendeu discos
em todos os tempos. E olhe que a feliz conjunção astral de Paul
McCartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr só
durou dez anos, entre 1960 e 1970! De sua posterior carreira
solo, destaque para o feito impressionante de ter reunido num
só local – no caso, o nosso Maracanã – um público de 184 mil
pagantes, no memorável show de 21 de abril de 1990.
28 galeriadearte
Improvisação n° 11, óleo sobre tela de 1910, é uma
entre as mais de 100 obras do artista plástico russo
Wassily Kandinsky expostas até 12 de janeiro no CCBB.
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águanaboca
picadinho
garfadas&goles
pão&vinho
doisespressoseaconta
dia&noite
queespetáculo
graves&agudos
luzcâmeraação
Maria Teresa Fernandes
Editora
ROTEIRO BRASÍLIA é uma publicação da Editora Roteiro Ltda. | Endereço SHIN QI 14 – Conjunto 2 – Casa 7 – Lago Norte – Brasília-DF – CEP 71.530-020
Endereço eletrônico [email protected] | Tel: 3203.3025 | Diretor Executivo Adriano Lopes de Oliveira | Editora Maria Teresa Fernandes
Diagramação Carlos Roberto Ferreira | Capa André Sartorelli | Colaboradores Adriana Nasser, Alessandra Braz Akemi Nitahara, Alexandre Marino,
Alexandre dos Santos Franco, Ana Vilela, Beth Almeida, Cláudio Ferreira, Eduardo Oliveira, Elaina Daher, Evam Sena, Felipe de Oliveira, Gustavo
Torres, Heitor Menezes, Júlia Viegas, Lúcia Leão, Luís Turiba, Luiz Recena, Mariza de Macedo-Soares, Melissa Luz, Pedro Brandt, Sérgio Moriconi, Silio
Boccanera, Silvestre Gorgulho, Súsan Faria, Vicente Sá, Vilany Kehrle | Fotografia Eduardo Oliveira, Fabrízio Morelo, Gadelha Neto, Rodrigo Oliveira,
Sérgio Amaral, Zé Nobre | Para anunciar 9988.5360 Impressão Editora Gráfica Ipiranga | Tiragem: 20.000 exemplares.
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águanaboca
Fotos: Divulgação
Os camarões ao molho de tucupi
A pré-sobremesa que tem uma formiga como ingrediente
O lagostim sobre pão de especiarias
Receitas inusitadas
Até formigas capturadas na fronteira do Brasil com a Venezuela figuram entre
os ingredientes de pratos preparados pelo restaurante Jambu, da Vila Planalto
Por Beth Almeida
O
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chef Leandro Nunes mudou-se
do Pará para Brasília ainda criança. Mas as lembranças gustativas
familiares continuaram bem vivas em sua
memória, mesmo depois de ter ido morar
na Europa, onde se formou pela tradicional escola francesa Le Cordon Bleu e trabalhou no Café Constant, de Paris, e no
dinamarquês Noma, eleito mais de uma
vez o melhor do mundo pela revista britânica Restaurant. Prova disso é a casa que
inaugurou recentemente no pioneiro bairro da Vila Planalto: o Jambu.
Como não poderia deixar de ser, os
ingredientes amazônicos e do cerrado
têm lugar de destaque no cardápio, que
pode ser servido na forma de menu executivo em três etapas, no almoço, a R$ 49
por pessoa, ou de gourmet interativo, no
jantar, a R$ 130. Este último é praticamente um desafio que a clientela pode
fazer ao chef, escolhendo oito ingredientes entre 31 propostos, divididos em proteínas, frutas, hortaliças, castanhas, tubérculos, laticínios e outros. O cliente
pode acrescentar a esses oito outros dois
que não estão na lista.
Feito isso, o desafiador terá que esperar por dez dias para que Leandro elabore um jantar completo, em oito etapas,
das entradas à sobremesa. Um bom exemplo do resultado é uma de suas criações
mais recentes, uma pré-sobremesa do
cardápio escolhido por uma cliente chamada Verônica. São quatro passos: primeiro, uma flor de jambu, que dá aquela
dormência na boca e prepara para o passo seguinte, um pedaço de requeijão maçaricado com uma pequena esfera de geleia de pera, e, logo depois, uma formiga
– sim, uma formiga cujo sabor é um misto de capim-limão com gengibre – regada
a um shot de cerveja preta aromatizada
com casca de ipê roxo.
A formiga é despachada para ele pelos índios Baniwa, que vivem na fronteira do Brasil com a Venezuela. São coletadas pela tribo e congeladas. No restaurante, continuam congeladas até irem diretamente para as mesas. Sim, o sabor de
capim-limão com gengibre é natural delas. “Conheci essas formigas, que os índios chamam de naniwara, quando trabalhava no Noma. Um amigo belga do
chef René Redzepi esteve na Amazônia e
levou alguns exemplares. Já aqui no Brasil, quando soube que eles estavam comercializando e que o D.O.M. do Alex
Atala já tinha no cardápio, consegui com
eles o contato e resolvi fazer algumas experimentações”, conta Leandro. Segundo ele, a clientela gostou da novidade.
“De 150 pratos servidos, menos de dez
dispensaram a formiga, mas a maioria
porque eram vegetarianos”, conta.
Outra opção de menu para o jantar é
o Carta Branca (R$ 92), que inclui couvert e mais quatro pratos, listados ou não
no cardápio, escolhidos pelo chef. Um
cardápio-surpresa. Já no almoço, o menu
tem três etapas, em que o cliente pode escolher entre quatro tipos de entradas, cinco pratos principais e quatro sobremesas,
com opções sem glúten, sem lactose e vegetariana. Os pratos mudam de acordo
com a disponibilidade de ingredientes no
mercado e a criatividade do chef, mas não
dá para perder pelo menos um deles, que
está no cardápio desde a inauguração: um
camarão ao molho de tucupi, iogurte, leite de coco, jambu e dendê, acompanhado
de arroz negro. Esse, se sair do cardápio,
tomara que volte rapidinho. O mesmo vale para o lagostim sobre pão de especiarias
queimado propositalmente, molho bisque (feito a partir de cabeças de lagosta ou
lagostim) e azeite de coentro. Uma festa
para o paladar.
Jambu
Avenida JK, Acampamento Rabelo, Vila
Planalto, bem em frente ao balão da L4
(3081.0900).
De 3ª a 6ª feira, das 11h30 às 14h30
e das 19 às 23h; sábado, das 12 às 15h
e das 19h30 às 20h30.
Sérgio Amaral
Delícias
refrescantes
A
partir deste final de novembro,
quem se acostumou a usufruir do
agradabilíssimo ambiente do Oliver, no Clube de Golfe, poderá ter um
motivo a mais para frequentar o local.
Trata-se do Cru, um espaço que vai funcionar na recente ampliação do restaurante e que promete cair no gosto da
clientela ávida por novidades. A ideia é
trabalhar com ingredientes frescos e de
baixa temperatura, preferencialmente
crus, em um cardápio característico da
cozinha de vanguarda assinada pelo chef
Lui Veronese. “Queríamos algo que combinasse com a casa e que pudesse ser oferecido a preços justos”, explica Rodrigo
Freire, um dos proprietários do Oliver,
que buscou a parceria com Veronese.
Seguindo esse princípio, o cardápio
da casa promete ter ceviches, carpaccios,
tartares e, para quem ainda tem saudades da antiga Azulejaria, de Gil Guimarães, ostras frescas. Elas estarão dispostas
em um enorme balde de inox, que faz
parte do balcão do bar, com muito gelo e
garrafas de espumantes, inclusive champanhe francês, que poderá ser pedido
em taças. Convite certo para uma happy
hour animada, embalada pela música de
um DJ residente, que poderá até dar
uma pausa no som, porque será facilmente substituído pela verdadeira orquestra de pássaros e cigarras do lugar.
Lui Veronese (na foto à direita) promete apresentar no Cru um pouco do
que aprendeu durante três anos na Euro-
pa, onde estagiou em restaurantes célebres como o inglês Le Manoir aux Quat’
Saisons e os espanhóis El Celler de Can
Roca, Arzak e El Bulli, de Ferran Adriá,
em sua última temporada (2010/2011)
antes do fechamento definitivo.
Antecipando-se à inauguração do novo espaço, Veronese serviu três cardápios
temáticos, como forma de testar receitas
e a aceitação dos comensais, sempre às
quintas, sextas e sábados. Um deles, o
que homenageou o Dia da Criança, fez
alguns chorarem, segundo o chef. “Foi
um cardápio para adultos, mas com tema
infantil e com sabores que lembravam a
infância”, explica, detalhando alguns dos
pratos escolhidos: pipoca caramelada
com curry, o tradicional filé com fritas,
mas regado a uma espuma de gorgonzola
e com a carne cozida a baixa temperatura,
e, de sobremesa, uma lembrança dos tempos em que o jovem chef saía às ruas, todo 27 de setembro, Dia de Cosme e Damião, em busca de doces como maria-mole, suspiro, jujubas e até chocolate que explode na boca, fruto de processo característico da cozinha de Adriá.
Os menus-degustação continuam
após a inauguração da casa, sempre em
cinco passos – duas entradas, dois pratos
principais, sobremesa e dois aperitivos
(a RS 120). Outro exemplo do que esperar do cardápio é o trio de ceviches da foto acima (R$ 30) – o clássico (peixe branco, leite de tigre, milho verde e batata doce); o do cerrado (peixe branco, leite de
tigre de limão cravo e cajuzinho do cerrado); e o sensei (salmão, leite de coco, li-
mão, shoyo e gergelim). O leite de tigre é
um molho tradicionalmente usado para
marinar o peixe desse prato peruano.
Por falar em cozinha do Peru, Lui será
assessorado por dois chefs daquele país,
que vão mostrar aos brasilienses nuances
da culinária nikkei. “Brasília estava precisando de um lugar assim, para curtir com
os amigos e usufruir de um cardápio como o nosso, feito por profissionais que
amam a gastronomia”, enaltece Freire.
Para degustar o que o Cru tem a oferecer, além das mesas e do balcão, diversos bangalôs, com cadeirões, no melhor
estilo lounge, ambiente ideal para um
bom papo e uma boa paquera. Quem pode querer mais?
Cru
Clube de Golfe de Brasília (3323.5961)
Felipe Menezes
Por Beth Almeida
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águanaboca
Assar e comer sem pressa
Por Ana Vilela
S
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ó para descobrir a forma correta de
fazer o baby leitão à pururuca, porém ao forno, macio e bem temperado, foram dois anos de tentativas, erros e acertos, até chegar à versão servida
hoje no restaurante Bartolomeu, na 409
Sul. As primeiras experiências foram feitas na matriz de Goiânia, aberta há seis
anos. Em Brasília, o Bartolomeu comemora em novembro seus sete primeiros
meses de funcionamento.
Na cozinha, o chef Almir Campos –
que já foi de Brasília para Goiânia e voltou à capital do país para mais um desafio
– conta que leva 72 horas para temperar
o leitãozinho de 25 dias, que, depois,
passa três horas no forno. “Quando está
no forno, ainda tiro para esfriar, para
que não asse muito rapidamente, e recoloco depois”, explica.
A pressa, no Bartolomeu, é inimiga
tanto na cozinha quanto na hora de comer. “Não temos pressa em fazer nada,
tudo tem um tempo certo, tudo aqui é
artesanal”, acrescenta Almir, que chega a
preparar 30 leitões em uma semana de
movimento médio. O assado também é
feito sob encomenda (R$ 390, com cerca
de 5,5 quilos).
À mesa, é hora de mais vagar, de
apreciar aos poucos o menu-degustação:
uma taça de vinho, entradas (salada tropical, frios, foccacias mistas, mortadela,
salames e linguiça especial), pratos principais (leitão, tornedor de filé ou fraldinha, galeto, cordeiro, bacalhau ou salmão, lasanha ou conchiglione), com
acompanhamentos (batata, polenta, arroz siciliano, arroz com alho e amêndoas, farofa de ovos e chuchu gratinado), e,
finalmente, sobremesas, como as casquinhas doces (tudo por R$ 68, tanto no almoço quanto no jantar).
No cardápio à la carte, pernil de cordeiro com polenta (R$ 125, para cinco
pessoas); pernil de leitão com salada
(R$ 115, para três pessoas); arroz de pato
(tradição portuguesa, R$ 120, para três
pessoas); e bacalhau ao pil pil na brasa
acompanhado de arroz siciliano (tradição
espanhola, R$ 125, para três pessoas).
Aos domingos, paellas variadas, de chambaril, tradicional e de bacalhau, arroz espanhol etc. (R$ 88 por pessoa).
Escolher um vinho para acompanhar
qualquer uma das carnes realmente não
um é problema no Bartolomeu, que também é uma adega. Os sommeliers, entre
eles Luciano Alves, são a “carta de vinhos”. São mais de 450 rótulos, segundo
o proprietário, o publicitário João Paulo
Araújo, e mais de 26 mil garrafas dispostas em praticamente todas as paredes do
espaço, criando um ambiente aconchegante, bem-climatizado e com luz na medida certa. “Geralmente, pedem a carta.
Tenho que quebrar o gelo, vou conversando, traço o perfil do que o cliente gosta, do que vai comer e apresento opções.
É mais trabalhoso, mas também mais
elegante”, analisa Luciano. Quem quiser
comprar e levar para casa tem 20% de
desconto.
Toda a concepção do Bartolomeu é
do empresário Pedro Vasco, pai de João
Paulo, que incluiu aqui o menu-degustação, inexistente em Goiânia. Na hora de
escolher o nome, uma homenagem ao
bandeirante paulista Bartolo Bueno da
Silva, colonizador do Brasil central, que
veio em busca de ouro e se tornou o
famoso Anhanguera. Pedro Vasco, engenheiro formado pela UnB, um dia fechou sua construtora, depois de 30 anos
de funcionamento, e decidiu que faria
Fotos: Divulgação
algo de que gostasse. “Começou como
hobby, nunca pensou que viraria um negócio”, relembra João Paulo.
Mas a empresa deu certo e se firmou.
Há três anos, o publicitário, nascido em
Goiânia, começou a trabalhar com o pai,
depois de 20 anos morando em São Paulo. Quando estava prestes a voltar de novo para a capital paulista, conversou com
Pedro Vasco e decidiu abrir em Brasília a
segunda unidade. Em janeiro de 2013
começou a busca por um espaço. Foram
nove meses de reforma e para montar a
equipe. “Eu me mudei para cá só por
causa do restaurante”, afirma.
Além da área aberta ao público, dois
ambientes à parte são opções para festas e
eventos, um para 30 a 35 pessoas, com
paredes totalmente decoradas por vinhos
e mais vinhos, e outro para até 80 pessoas. “Não cobramos aluguel, apenas montamos o cardápio, um menu especial de
eventos, e cobramos o pacote completo”,
explica João Paulo, que conseguiu uma
forma de ser empresário e publicitário ao
mesmo tempo: “A minha onda, a minha
parte é o público, a comunicação do restaurante nas mídias sociais. E venho to-
dos os dias, recebo as pessoas, converso”.
O plano para 2015 é abrir cerca de
dez lojas de vinho pelo Distrito Federal.
Voltar para Goiânia ou São Paulo? “Sinto-me muito feliz de estar morando aqui,
não tenho vontade de me mudar de Brasília”, diz João Paulo, que escolheu a ci-
dade pela experiência do pai. “Ele ficou
aqui durante 12 anos e diz que foi uma
cidade muito generosa com ele.”
Bartolomeu
409 Sul – Bloco C (3442.1169)
De 3ª a sábado, das 9 à 1h;
domingo, das 11 às 17h 7
águanaboca
Hora de confraternizar
Fotos: Divulgação
Acima, misto de calabresa e kafta, do Beirute; abaixo, dadinhos de tapioca, charque e carne de sol, do Carpe Diem.
C
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uriosa essa competição: durante
18 dias, 18 bares brasilienses se
empenham em conquistar a preferência do eleitorado para seus petiscos,
seu chope, sua cerveja, seu ambiente, seu
atendimento. Mas quem acaba ganhando, de fato, é a clientela. Afinal, não é toda hora que se tem a oportunidade de
saborear deliciosos tira-gostos – suficientes para duas, três, em alguns casos até
quatro pessoas – ao preço promocional
de R$ 30.
É assim que o Festival Bar em Bar,
promovido pela Associação Brasileira
dos Bares e Restaurantes (Abrasel), vem
conquistando, ano a ano, um público cada vez maior pelo país afora. E chega à
sua oitava edição exibindo números recordes: são nada menos de 280 bares no
Distrito Federal e em 11 Estados – Alagoas, Amazonas, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná,
Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e Ceará.
Para o presidente executivo da Abrasel, Paulo Solmucci Júnior, o bar faz o papel de sala de estar do brasileiro. “É onde
ele encontra os amigos, reúne a família.
Do futebol à política, da religião à novela,
no bar se discute tudo. A conversa, o riso,
a boa comida, a cerveja gelada, o garçom
amigo e a música ambiente estão presentes e contribuem para uma experiência
agradável, que se tornou parte da rotina
do brasileiro. O Festival Bar em Bar é
uma ode a esses espaços e aos encontros
que neles acontecem”, afirma.
“Porção no prato, amigos na mesa” é
o lema do festival este ano, expressando
o caráter democrático e de confraternização dessa verdadeira instituição nacional
que é o boteco. “Nossa intenção é aproximar o bar dos brasilienses, mostrando
que esse é um local de convívio alegre, de
socialização, e que garante até mais segurança para as regiões onde se localizam”,
afirma o presidente da Abrasel-DF, Rodrigo Freire.
Aqui, são 18 bares com diferentes estilos de cozinha e ambiente, o que se reflete na variedade dos petiscos criados especialmente para o festival. Temos desde
os brasileiríssimos dadinhos de tapioca
com queijo coalho do Carpe Diem até a
chorillana do restaurante chileno Caleuche (um misto de carne bovina e calabresa acebolados) ou o trio de ceviches do
Oliver, iguaria típica da cozinha peruana.
A Argentina marca presença com o
choripan do Parrilla Madrid (três sanduíches de linguiça de porco caipira com vinho e molho chimichuri) e o Líbano com
a kafta do Beirute. E é claro que não poderiam faltar petiscos típicos de botecos,
como bolinhos, mandioca e batata fritas,
carne de sol, linguiça acebolada e peixe
empanado. No conjunto da obra temos
uma seleção de comidinhas diferenciadas
e de sabores atraentes (veja relação completa dos petiscos na página ao lado).
Como nas edições anteriores, haverá
um benefício especial para os clientes do
Cartão BRB: uma semana estendida
do festival, de 24 a 30 de novembro, durante a qual eles terão 20% de desconto
no preço dos petiscos. Para isso, basta
que paguem a conta com o Cartão BRB
na função crédito.
Ao longo do festival os bares participantes receberão a visita de uma comissão
julgadora, formada por profissionais especializados, que elegerá a cerveja mais gelada, o melhor chope, o melhor petisco, o
melhor atendimento, o garçom destaque
e o melhor ambiente. O resultado do concurso será divulgado logo após o festival.
Festival Bar em Bar
De 6 a 23/11 em 18 bares da cidade
(semana estendida, de 24 a 30/11,
apenas para clientes do Cartão BRB).
Informações: www.barembar.com.br
Bar em Bar 2014
Balcony 412
412 Sul – Bloco C (3245.5535). De 2ª a sábado, das 18h30 à 1h.
Croquete de fraldinha com gorgonzola e chips de provolone, acompanhados
de maionese e alho (para duas pessoas).
Beirute Norte
107 Norte – Bloco D (3273.0123). De domingo a 4ª, das 11 à 1h; de 5ª a sábado,
das 11 às 2h.
Misto de porções de kafta à palito e calabresa puxadas na cebola e acompanhadas
de farofa de ovos e molho à vinagrete (para duas pessoas).
Beirute Sul
109 Sul – Bloco A (3244.1717). De domingo a 4ª, das 11 à 1h; de 5ª a sábado,
das 11 às 2h.
Misto de porções de kafta à palito e calabresa puxadas na cebola e acompanhadas
de farofa de ovos e molho à vinagrete (para duas pessoas).
Café Savana
116 Norte – Bloco A (3347. 9403). Diariamente, das 11h30 à 1h.
Bolinhos de camarão e bacalhau (porção com três unidades de cada um,
para duas pessoas).
Caleuche
310 Norte – Bloco A (3245.5535). De 3ª a 6ª, das 18 às 24h; sábado, das 12 às 16h
e das 18 às 24h.
Chorrillana – misto de carne bovina e calabresa aceboladas, rodeadas por batatas
fritas e finalizadas com ovo frito (para duas pessoas).
Carpe Diem
104 Sul – Bloco D (3325.5301). De 2ª a sábado, das 12 à 2h; domingo, das 12 às 23h.
Dadinhos de tapioca com queijo coalho dourado e geleia de pimenta, charque
desfiado com cebola roxa e carne de sol com cebola roxa e cachaça (para três pessoas).
Carpe Diem La Cuccina
Terraço Shopping (3363.1777). De 2ª a sábado, das 12 à 2h; domingo, das 12 às 23h.
Dadinhos de tapioca com queijo coalho dourado e geleia de pimenta, charque
desfiado com cebola roxa e carne de sol com cebola roxa e cachaça (para três pessoas).
Chiquita Bacana
209 Sul – Bloco A (3242.1212). 3ª e 4ª, das 17h à 1h; 5ª e 6ª, das 17 às 2h; sábado,
das 14 às 2h; domingo, das 14 à 1h.
Tiras de filé mignon aceboladas, acompanhadas de batatas fritas (para duas pessoas).
Godofredo
408 Sul – Bloco B (3965.6666). De 2ª a 4ª, das 18 às 24h; 5ª a sábado, das 18 às 2h.
Mix de petiscos: espetinhos de filé mignon com queijo coalho, espetinhos de frango,
salsichão tipo holandês e mini batatas recheadas com calabresa e cream cheese
(para duas pessoas).
Miau Que Mia
304 Sul – Bloco D (3443.5743). De 2ª a domingo, das 11h30 às 2h.
Combinado Miau: linguiça de pernil apimentada, carne de sol, mandioca frita
e molho barbecue (para quatro pessoas).
Nosso Mar
115 Norte – Bloco B (3349.6556). 3ª, 4ª e domingo, das 12 às 24h; 5ª a sábado,
das 12 à 1h.
Trio Maravilha: mix de manjubinha frita, isca de peixe empanada e batata recheada
com camarão ao molho de catupiry (para duas pessoas).
Oliver
Clube de Golfe (3323.5961). De 2ª a 5ª, das 12 às 24h; 6ª e sábado, das 12 à 1h;
domingo, das 12 às 17h.
Trio de ceviches: clássico (peixe branco, leite de tigre, milho e batata doce);
do cerrado (peixe branco, leite de tigre de limão cravo e cajuzinho do cerrado;
e sensei (salmão com leite de coco, limão, shoyo e gergelim).
Paradiso
306 Sul – Bloco B (3526.8072). De 2ª a 5ª, das 11h30 à 1h; 6ª e sábado,
das 11h30 às 2h.
Trio de espetinhos de filé mignon, filé de frango e filé suíno feitos na chapa
e servidos com farofa de ovos e vinagrete.
Parrilla Madrid
408 Sul – Bloco D (3547.4398). De 3ª a sábado, das 18 às 24h.
Choripan: porção com três sanduíches de linguiça típicos argentinos, pão ciabatta
artesanal, linguiça de porco caipira com vinho e chimichuri (para três pessoas).
Fotos: Divulgação
Primeiro Cozinha de Bar
SIG Quadra 8 (3021.6771). De 3ª a 5ª, das 17 às 2h; 6ª a domingo, das 12 às 2h.
Rua das Paineiras – Lote 6 – Águas Claras (3028.4366). De 3ª a 6ª, das 17 às 2h;
sábado e domingo, das 12 às 2h.
Mix de petiscos: rissole de camarão, punheta de bacalhau, lula à sevilhana
e tilápia com farofinha de Doritos (para duas pessoas).
Resenha Bar e Restaurante
410 Sul – Bloco D (3244.0421). 3ª, das 12 às 24h; de 4ª a sábado, das 12 à 1h;
domingo, das 12 às 22h.
Espetinhos Resenha: um de picanha, um de frango, um de queijo coalho e um à
milanesa, acompanhados de farofa, vinagrete e batata frita (para duas pessoas).
Toca do Chopp
Quituart – Canteiro central do Lago Norte, altura da QI 9 (9642.9636).
6ª, das 18 às 24h; sábado e domingo, das 11 às 18h.
Petiscos de frango com molho picante, polenta trufada frita e molho de queijo azul
(para duas pessoas).
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Divulgação
picadinho
Trufas brancas
Divulgação
Segue em frente a temporada de trufas brancas
no Gero (Shopping Iguatemi, tel. 3577.5520),
coincidindo com a comemoração do quarto
aniversário de sua chegada a Brasília. Os
interessados devem fazer suas reservas com
antecedência. “Recebemos remessas semanais,
mas elas saem muito rapidamente. Por isso,
pedimos que os clientes nos liguem antes
para saber se o menu está disponível”, orienta
o manager do restaurante, Célio Freitas. Para
celebrar a data, o chef Ronny Peterson incluiu
também sete novos pratos no cardápio, com
entradas, risotos, peixes, carnes e sobremesas.
“Trabalhamos com releituras contemporâneas
de clássicos da gastronomia regional italiana”,
afirma. Entre as novidades, o risoto de provolone com ragu de cordeiro (R$ 79), o linguado
ao limão com tomate cereja, alcaparras e purê
de batata (R$ 79) e o porco ao forno com
tagliolini na manteiga (R$ 79).
“Estou bebendo estrelas”
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Após a inauguração, no início de outubro, de
sua primeira filial, no Lago Sul (QI 17, Edifício
Fashion Park, tel. 3365.1292), o El Negro,
um dos mais apreciados restaurantes de
carnes nobres da cidade, pretende seguir em
frente com um ambicioso plano de expansão.
“Nos próximos dez anos, abriremos mais
cinco casas, incluindo uma em Miami, onde
já começamos a procurar o local ideal”, revela
um dos proprietários, João Clerot. Em estilo
portenho, a filial do Lago Sul exibe novidades
no cardápio – as principais são o kobe bife
e alguns cortes típicos da Argentina, como
a entraña. No mais, segue o padrão gastronômico da matriz da 413 Norte, com destaque
para o ancho premium, as linguiças artesanais
e o matambre ao molho chimichurri.
Avenida Paulista
Após voltar a funcionar no horário do almoço,
o Avenida Paulista (Setor de Clubes Sul, Trecho
2, tel. 3255.6000) lança mais uma novidade.
O chef Jairo Susyn criou receitas especiais
para o bufê do almoço, uma para cada dia
Entraña
No El Negro, como vimos, ela é apresentada
como um corte típico argentino; no Toro (104
Sul, Bloco C, tel. 3225.0494), a nacionalidade
indicada é a uruguaia. Pouco importa. Certo
é que a entraña, retirada da parte interna da
costela, sem osso, super macia e com baixo
teor de gordura, tornou-se repentinamente
a nova queridinha dos apreciadores de carnes
nobres. Essa aí da foto é servida no Toro, no
almoço ou no jantar, ao preço de R$ 69.
João P. Telles
Divulgação
Quem também aniversaria é a franquia
brasiliense do California Coffee (Terraço
Shopping, tel. 3366.3388). Nada melhor, para
comemorar, do que reforçar o cardápio com
uma nova guloseima: o bolo de churros com
cobertura e recheio de doce de leite argentino
(R$ 12,50 a fatia). Além disso, até o final do
mês os clientes serão presenteados com 20%
de desconto
nos pratos
do dia,
criações do
chef Mário
Saraiva,
ex-Empório
Albamonte,
inspiradas
em nomes
de cidades,
praias, pontos turísticos e times esportivos
da Califórnia. Divulgação
Bolo de churros
Black friday de vinhos
A mesma Decanter, em parceria com a Art du
Vin, vai promover nos dias 27 e 28 próximos
o Wine Friday Brasília, juntando degustação
e venda promocional de vinhos num só local,
o Espaço Patrícia Buffet, localizado no prédio
da Assefe (Setor de Clubes Esportivos Sul,
Trecho 1). Aproximadamente 220 rótulos de
15 países serão oferecidos nos dois dias, das
18 às 22 horas, com 20% de desconto – uma
boa oportunidade de reabastecer a adega para
as festas de fim de ano. Entre as muitas opções,
os italianos Rosso di Montalcino DOC, Brunello
di Montalcino DOCG e Sessantani Primitivo
di Manduria, o espanhol Marqués de Murrieta
Reserva e os chilenos Tabalí Reserva Especial
Syrah e Tabalí Reserva Especial Blend. Venda
antecipada de ingressos, a R$ 90, nas lojas
das duas importadores ou pelos telefones
3349.1943 e 3365.4078 (nos dias do evento
o preço sobe para R$ 140).
El Negro em expansão
Divulgação
A célebre frase do monge beneditino Dom
Pérignon, ao beber pela primeira vez uma taça
de champanhe, nos idos do Século XVII, foi
lembrada na noite de 6 de novembro por um
dos convivas da degustação de espumantes
Cave Geisse, na loja da Enoteca Decanter (208
Sul, Bloco A, tel. 3349.1943). E não era para
menos. Entre as quatro maravilhas servidas pelo
enólogo da vinícola, o chileno Carlos Abarzua,
figurava o icônico Cave Geisse 2002, com 70%
de Chardonnay e 30% de Pinot Noir, só agora
posto à venda, após 12 anos em contato com
as leveduras – o que lhe conferiu complexidade
e estrutura, com notas de mel, castanhas e
especiarias. Daquela safra foram produzidas
apenas 450 garrafas em formato magnum (de
1,5 litro), disponíveis na Decanter ao preço de
R$ 750. Também merecedor de sinceros elogios,
a outra novidade da noite – o Extra Brut, 50%
Chardonnay e 50% Pinot Noir – tem preço bem
mais em conta: R$ 85 a garrafa de 750ml.
da semana: terça-feira, filé de peixe e brunoise
de legumes da terra acompanhados de purê
de batata; quarta, picadinho de filé mignon
com farofa de ovo e banana à milanesa;
quinta, paillard de filé à milanesa com cebolas
confitadas; sexta, filé à parmegiana com
fettuccine ao sugo (foto). Para os domingos,
um menu especial com carnes e frutos do mar.
O que vem a ser: um espaço dedicado ao
preparo e venda de embutidos, bacon, presunto,
salsichas, terrinas, galantinas, patês e confits,
expostos em vitrines refrigeradas. Brasília acaba
de ganhar sua primeira salumeria italiana,
localizada no Vitrinni Shopping, na Avenida
Castanheiras, em Águas Claras. Comandado
pelos chefs Ville Della Penna (foto) e Luiz Beto,
o Piccolo Emporium (tel. 3797.1644) é um lugar
onde o cliente encontra desde um café espresso
ou um lanche rápido até pães, frios, pizzas e
pratos da cozinha italiana, como a porqueta
à pururuca e recheada, o rotolo de contra-filé
recheado com fritada (omelete no vapor),
o filé de frango ao molho de limão siciliano e
o frango assado ao molho vermelho (R$ 35,90
o quilo). Todos os pratos e produtos podem ser
degustados no local ou embalados para viagem.
Até 16 de dezembro o Babel (215 Sul, Bloco
A, tel. 3345.6042) estará oferecendo a seus
clientes a degustação de oito sabores de
risotos, com preço promocional (R$ 79,90)
durante três dias da semana, de segunda a
quarta-feira. Os apreciadores da tradicional
iguaria italiana poderão “risotear” à vontade,
alternando frutos do mar, presentes em quatro
receitas, com funghi secchi chileno hidratado
no vinho tinto, cubos de filé com gorgonzola,
tomate seco e parmegiana com queijo
parmesão e caldo de carne.
Também no almoço
Felipe Menezes
Pizzas funcionais
Diego Koppe
No Bar do Calaf (Setor Bancário Sul, Quadra
2, tel. 3325.7408) a novidade é o bufê de
lanche da tarde, das 15 às 19h, de segunda
a sexta-feira. Quem for lanchar nesse horário
terá à disposição salgadinhos assados e
fritos, pães recheados, pão pizza, pamonha,
diferentes sabores de bolos, salada de
frutas, ovos mexidos e frios a R$ 32 o quilo.
O Nolita Coffee & Fun (QI 9/11, Lago Sul,
tel. 3248.1133) acaba de lançar o Nolita’s
Breakfast, nada menos que 50 itens servidos
em sistema de bufê montado entre 8 e 13
horas. “Pensamos naqueles que gostam de
diversificar e comer um pouco de cada coisa,
e com essa fórmula nossos clientes poderão
beliscar um pouquinho aqui e acolá e voltar
para casa satisfeitos”, diz a proprietária do
café, Michele Calmon. A chef Rafaela Jardim
criou, exclusivamente para o café da manhã,
bombinhas de cream cheese com morango,
chocolate e baba de moça, que se juntam às
quiches de alho poró e Lorraine, ao sanduíche
de salmão e aos pães artesanais com milho.
Integram o bufê, ainda, ovos mexidos,
salsichas, pastas, bolos e bebidas diversas,
como suco laranja, chás, leite quente
e chocolate. Tudo isso por R$ 29,90.
Farinha de arroz e biomassa de banana verde,
e nada de farinha de trigo. A pizza sem glúten
e sem lactose do restaurante Duoo (103 Sul,
tel. 3224.1515) é levíssima e pode vir em oito
sabores, como explica o proprietário, Nicolas
Fujimoto. “Chegar na massa final foi um
desafio enorme, pois, justamente por não
possuir glúten, a massa não é maleável e
flexível como a tradicional. Testamos cinco
receitas até chegar ao ponto ideal, com a
combinação dos ingredientes, com o sabor
aproximado e a leveza”, explicou. As pizzas
funcionais são servidas em festival (R$ 44,90),
toda segunda e terça-feira, a partir das 19
horas. Os sabores variam a cada semana,
mas os quatro mais pedidos são repetidos
na semana seguinte.
Sempre lotados à noite, o La Bonne
Fondue (Setor de Clubes Sul, Trecho 2,
tel. 3223.0005) e o Paradiso Cine Bar
(306 Sul, Bloco B, tel. 3526.8072),
também decidiram abrir as portas no
almoço. Além dos fondues e raclettes
que são sua especialidade, o La Bonne
Fondue oferece, de terça a domingo,
pratos de cozinha contemporânea
preparados pela chef Luciana Andrade
– massas, risotos, carnes nobres e
frutos do mar, destacando-se o magret
de canard da foto acima, com risoto de
uvas vermelhas (R$ 78), os medalhões
de filé ao molho de cogumelos com
risoto de queijo (R$ 49) e o risoto de
linguiça picante (R$ 42). Especializado
em drinques, o Paradiso Cine Bar
montou um cardápio para o almoço
de segunda a sábado com sete versões
de grelhados, seis molhos e dez
acompanhamentos. Os pratos criados
pelo chef Kiko Avelar levam nomes de
filmes famosos, como o Mamma mia
(foto abaixo), composto de frango
à parmegiana, arroz branco e batata
frita (R$ 23,90). Quem estiver com
disposição para brincar pode assumir
a direção do filme, isto é, montar seu
próprio prato.
Felipe Menezes
Divulgação
Café da manhã reforçado
Festival do risoto
Café colonial
Henrique Ferrera
Divulgação
A primeira salumeria
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GARFADAS & GOLES
Luiz Recena
[email protected]
Das libações
e eleições
Um gole de vinho muito bom é melhor do que um beijo na boca? Não! E duas meias taças de espumante?
Também não! E uma tulipa de cerveja estupidamente gelada, servida com o colarinho de lei? Bem, bem... Não
também, claro que não. Nada é melhor do que um beijo na boca! E assim filosofava o poeta e poetava o filósofo
na primeira incursão aos néctares depois de duzentos dias no deserto, vitima de fatal conluio entre a família, o clero,
a máfia de branco e os militares. E o que fazem os milicos na frase? Nada! Mas na minha geração, se houvesse coisa
ruim, era culpa deles. Então: abaixo a ditadura! E assim, devidamente observado, o colunista pousou de leve os
lábios em ósculos alcoólicos. Motivo: bons desempenhos e vitória eleitoral no Distrito Federal. Conclusão: o beijo
quase proibido, em copos inadequados e néctares sem trato não é, nem de longe, melhor do que o verdadeiro beijo
na boca. Os sabores sabiam amargos, talvez prejudicados ainda por inexplicável e deslocado peso na consciência.
Então, nos vemos no fim do ano quando nova, minúscula, esperadíssima janela abrir-se-á outra vez.
Ninho antigo
Para lamber as próprias feridas, o velho animal volta à tepidez
da toca. Na Quituart, tudo e todos estão nos devidos lugares.
O chope virou uma quitu-cola qualquer, mas o novo filé do
Claude está cada vez melhor. E a clássica paletinha de cordeiro do Armando continua fora de série. Sim, o Claude aprontou mais uma: fez agora uma cachaça própria. Quem provou,
gostou. Fiz promessa de, para o ano, mesmo sem ser desse ramo, molhar o beiço. É danado o gordinho esse, no?
Vida no shopping?
Doutor Paixão havia dito. Não, comecemos de novo e sem
cacófato. José Luiz é de Bagé e falou: tem carne nova no
Iguatemi. No Pobre Juan, cuja pobreza mora só no nome,
não nos preços, que podem ser mais salgadinhos do que o
molho da costela. Essa, aliás, não é cara e serve muito bem.
Côte de Boef é seu nome de batismo, tendo vinho tinto no
lugar da água benta. Muito saborosa, mais ainda com um
sal de correção. Madame comeu carpaccio, sem reclamações.
Segunda tentativa
O maior momento da primeira visita repetiu-se na segunda:
o reencontro com Sérgio, garçom das antigas, competente
veterano de guerras passadas nos primeiros times do La Boucherie e Entrecôte. Autor reconhecido é meio caminho andado. Uma festa! A fraldinha estava sensacional e o entrecôte do
amigo e advogado no ponto certo. Uma taça de bom tinto para
o amigo, sobremesa e café. Convidado, o colunista só espiou
l’addition: do ponto para o mal... ou para o plus. Na gerência,
nova na casa, mas não no ramo, “a moça que joga pôquer”
esbanja simpatia e está cheia de planos. Vale uma aposta para
eventos de fim de ano.
Vinho novo
Casa nova de vinho não é mais notícia. Só na Quituart, onde
finalmente surgiu a primeira: o corajoso é o sommelier Cesar
Lima e a casa se chama Bahcovinhos. Alguns anos na Europa
poliram conhecimentos de Cesar, que elegeu a Itália para promoções natalinas. Bons rótulos, diferentes, com preços idem. Salute!
Massagem fisioterápica
e linfática, tratamento
complementar de celulite
e obesidade. Técnica
japonesa.
12
Mariinha, profissional
com mais de 40 anos
de experiência.
910 Sul, Mix Park Sul, Bloco I
sala 18. Tel.: 3242.8084
PÃO & VINHO
ALEXANDRE FRANCO
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Lembranças e saudades
Vinho. A bebida mais social de todas. Aquela com
a qual vivemos alegrias, esperança, tristeza, saudade...
São inúmeras as minhas memórias associadas ao vinho,
abraçadas às emoções mais diversas.
Em Brasília, onde residi por dois anos, uma estada
que parecia a princípio me afastar de amigos e parentes
transformou-se em temporada de conquista de novas e
boas amizades, que giraram sempre em volta do vinho.
Para citar uma das muitas ocasiões que me trazem
recordações profundas dessa época, na despedida de meu
querido amigo Luiz Recena, que partia então para sua
aventura baiana, reuni uns poucos especiais amigos em
comum em minha casa e bebemos juntos não menos que
19 garrafas de bons caldos, dentre os quais destaco um
Ferreirinha Reserva Especial. A casa que produz o maior
ícone português, o Barca Velha, adota a rotina de rotular
esse mesmo vinho, nos anos em que o enólogo entende
que a safra não atingiu o seu máximo, como Ferreirinha
Reserva Especial, e aí temos uma excelente oportunidade
de beber um vinho espetacular por um preço muito
razoável. Daquela feita foi a safra de 1996, e ainda
hoje posso recordar claramente de seus tons atijolados
típicos da idade, seus aromas delicados de cerejas e
algo medicinal, e seu palato ainda de acidez fresca.
D’outra feita, com minha esposa, que aliás quase
nunca bebe álcool, em viagem de férias a Angra dos Reis,
uma parada estratégica em Penedo acabou por nos levar
a degustar, já no hotel, antes de irmos dormir, uma
garrafa do ótimo espanhol de Rioja Conde de Valdemar
Crianza, aqui também um 1996, mas à época ainda
potente, de cor rubi intensa, aromas intensos de frutas
maduras, vermelhas e negras, carvalho bem equilibrado
e palato sedoso. Bebeu duas taças e foi “de gatinho”
para o quarto, acompanhada dos risos dos meus filhos.
Como não lembrar do majestoso almoço com meu
melhor amigo, Canaan, e nossas esposas, na Arzuaga, no
coração de Ribeira del D’Ouro, onde degustamos, entre
vários outros, uma garrafa do seu Gran Reserva 2001, e
rimos juntos. De rubi profundo, nariz amplo e complexo,
com frutas negras maduras, tabaco, cedro e algo de
mineral, e uma boca potente mas elegante.
O brinde com sócios e parceiros, a comemorar o início
de um novo negócio, com o excelente Charles de Gaulle,
da Casa Drappier, um champanhe safrado, dourado, de
aromas de frutas vermelhas e muita panificação, boca
cheia, cremosa, com muita fruta e elegância.
A inesquecível sensação de orgulho ao beber com
meu filho um fantástico vinho do Porto, Vintage Fonseca
Guimaraens 2008, de cor intensa, muito escuro, e nariz
muito complexo, mas especialmente com inacreditáveis
notas de casca de laranja que marcam na alma e boca
sedosa, com final interminável.
E meu amado pai, que há pouco me deixou, que
nunca bebeu álcool, mas ria do meu entusiasmo em
degustar um bom vinho, que foi sempre meu herói,
meu amigo, meu confessor e meu conselheiro, mais
que tudo sempre o meu porto seguro. Ele, que vai estar
sempre comigo, da sua última viagem, antes de adoecer,
me presenteou com uma garrafa de Barca Velha 2004
que ainda nem degustei e nem tão cedo o farei, mas
que sei terá a cor vermelha intensa de coragem
e perseverança, aromas suaves de paz e elegância
e uma boca doce como o beijo de um pai eterno,
com final saudoso para sempre.
13
DOIS ESPRESSOS E A CONTA
cláudio ferreira
[email protected]
Comida de fazenda
Brasília tem cada vez mais opções para quem quer
desfrutar de algumas horas – de preferência no fim de
semana, com calma – de um almoço em ambiente rural.
É daqueles programas para reunir família e/ou amigos,
se preparar para um pouquinho de estrada de terra e
esquecer o futebol das 17h na tevê. Basta seguir algumas
dicas simples para garantir uma refeição diferente – para
melhor, é claro!
Se você está de dieta e não tem permissão para um dia
de folga, esqueça os restaurantes rurais. Muitos têm mesas
dedicadas às saladas, mas ninguém, em sã consciência,
vai andar quilômetros de carro para comer alface ou
agrião. Permita-se experimentar o que não está no seu
prato no dia a dia. Comida gorda? Tem e muita. Mas a
semana seguinte, esta sim, pode ser recheada de saladas.
O domingão rural só vale a pena se a tabela de calorias
ficar em casa.
Mas também não é preciso querer “honrar” o
montante pago – no caso do preço fixo por pessoa –
e comer como se nunca mais fosse voltar. Justamente
porque há muito porco, frango ao molho pardo e outras
iguarias, é bom ir com civilidade até o bufê. Guardando
o devido espaço para as sobremesas, geralmente doces
caseiros de comer ajoelhado. Mas já provei até uma
paella na área rural, por isso quem tem alergias ou
não se dá bem com misturas esdrúxulas também pode
se conter.
Falando em quilômetros de carro, é preciso estar
disposto a desbravar novos locais. Em geral, ou o próprio
restaurante ou o amigo que já foi faz um mapa, disponível
no site do restaurante na internet, em cartões de visitas ou
em rascunhos feitos pelos habitués do local.
14
Mesmo com o mapa, as dúvidas não desaparecem.
Essa estradinha de terra estreita conta como “terceira à
esquerda?” Um balão pintado no asfalto tem o mesmo
valor de um balão de grama? O que vale mais, o mapa
ou a placa? Placas, aliás – dicas para os donos dos
restaurantes – são muito benvindas, principalmente nas
bifurcações, onde o cliente de primeira viagem fica com
uma interrogação na cabeça e um erro pode custar muitos
quilômetros e muitos minutos.
Chegando lá, é bom soltar as crianças e relaxar, mas
com limites. Boa parte dos estabelecimentos tem atrativos
que vão além da comida – de cavalos a jardins imensos.
Alguns, no entanto, estabelecem normas para evitar
contratempos com a criançada aventureira, que nunca vê
um bicho de perto ou uma árvore de frutas comestíveis.
Sabe aquele ditado “quem pariu Mateus que o embale”?
Procure segui-lo literalmente: filhos são responsabilidade
dos pais e garçons não são babás.
Ter tempo é essencial, porque, depois da comilança,
até faz mal pegar o carro rápido e sair em busca da cidade
grande novamente. Ainda mais porque, acompanhando
torresmo e doce de leite tem, no mínimo, um licor e,
no máximo, muito álcool. O amigo da vez, para os
restaurantes rurais, é imprescindível. O mapa estará
ao contrário, a estrada é longa e o caminho é deserto.
Esses são lugares em que a propaganda convencional
existe, mas o boca-a-boca é o que realmente funciona.
Tanto que o marinheiro de primeira viagem estranha a
intimidade entre donos, chefs e clientes mais antigos.
É assim mesmo: na vida do campo, mesmo que seja por
apenas um almoço de domingo, tudo é mais simpático
e menos formal.
Banco do Brasil apresenta
Exposição
12 de novembro de 2014
a 12 de janeiro de 2015
CCBB Brasília - Entrada Franca
Venha conhecer a trajetória e as ideias do artista russo Wassily Kandinsky, pioneiro do
abstracionismo. A mostra inédita reúne mais de 150 obras, entre trabalhos do próprio
Kandinsky e de artistas contemporâneos a ele, além de peças da arte popular e da
cultura xamânica que influenciaram a visão estética do artista ao longo dos anos.
Ministério da
Cultura
Ministério da
Cultura
Ministério da
Cultura
Ministério da
Cultura
Tadeu Fesse
dia&noite
estranhomundo
Ele foi um artista múltiplo, cuja produção, vida e arte se entrelaçam de maneira
inseparável, dando origem a uma obra densa, de caráter fortemente autoral. Estamos
falando do mineiro de Araguari Farnese de Andrade (1926/1996), que começou sua
carreira como desenhista e gravador e, a partir de 1964, passou a criar assemblages,
isto é, colagens com objetos e materiais tridimensionais, tais como cabeças e corpos de
bonecas, santos de gesso e plásticos corroídos pelo mar. De 25 de novembro a 11 de
janeiro, esse universo peculiar do artista poderá ser desbravado por quem for à mostra
Farnese de Andrade – Arqueologia existencial, na Caixa Cultural. Com curadoria de Marcus
de Lontra Costa, a mostra apresenta um conjunto de obras pertencentes a coleções
particulares e dos herdeiros do artista, mapeando sua produção ao longo dos anos 1970, 1980 e
1990. Apontado como dono de uma personalidade difícil e de um trabalho marcadamente auto-biográfico, Farnese revelou nas obras sua
densa trajetória pelas memórias de infância, do pai, da mãe, dos irmãos, da sagrada família mineira e de sua fase oceânica, além de um certo
aspecto libertário e transgressor, a partir de sua mudança para o Rio de Janeiro. Um dos mais valorizados artistas brasileiros, Farnese tem
obras nas maiores coleções particulares e museus do Brasil e do mundo. De terça-feira a domingo, das 9 às 21h, com entrada franca.
artecidadã
Divulgação
arteemabadiânia
Antônio Karneiro,
da Bahia, Bráulio
Bittencourt, de Minas
Gerais, e os brasilienses
Paulo Maurício, Pedro
Gadelha e Taigo Meireles.
Esses cinco artistas
plásticos participam da 8ª
edição da mostra coletiva
Arte cidadã, em cartaz até
27 de novembro na
galeria de arte do 10º
andar do anexo IV da
Câmara dos Deputados,
com entrada franca.
Antônio Karneiro apresenta quatro obras em óleo sobre tela que seguem o estilo clássico
das escolas europeias – realismo, impressionismo, surrealismo, cubismo e o expressionismo –
mas também passeiam pela pop arte. Paulo Maurício nasceu em Petrópolis (RJ) e radicou-se
em Brasília em 2002. Deficiente visual, com campo de visão inferior a 70 % do normal,
ele traz quatro telas de pop arte pintadas em acrílico sobre tela. Mestre em Artes Visuais
pelo Instituto de Artes da Universidade de Brasília, Taigo Meireles apresenta quatro obras
baseadas em pesquisas realizadas em jornais e Wikipédia, utilizando tinta, reproduções e
fotografias. De segunda a sexta-feira, das 9 às 17h.
regard
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Obras trabalhadas em nanquim com colagens e
cores vibrantes. A arte da paulista Thais Lino tem
inspiração no tempo em que morou na África e
conheceu a cultura de vários países que visitou naquele
continente. A mostra Regard, em cartaz no Salão Negro
da Câmara dos Deputados, apresenta dez obras da
designer de interiores e pesquisadora de arte que
começou a pintar ainda criança e participou de ateliês
livres em sua adolescência. Com estilo contemporâneo
e modernista, Thais Lino apresenta dez obras que
retratam a África sob seu olhar (regard, em francês).
Todos os dias da semana, inclusive feriados, das 9 às 17h. Entrada franca.
Divulgação
Divulgação
As milhares de pessoas de todas as
partes do Brasil e de outros países que
chegam todos os meses a Abadiânia,
distante 103 km de Brasília, para visitar
a Casa Dom Inácio de Loyola e se
consultar com o espírita João de Deus,
nem imaginam que a cidade abriga
uma galeria de arte, a Anexxo. Pois é lá
que o artista plástico Rodrigo Franzão
está apresentando seu trabalho, nove
telas com cores vibrantes e arranjos
geométricos abstratos, realizadas
com tecido, fio de cobre e agulhas,
elementos presentes no cotidiano do
ser humano. O artista paulista de 32
anos mora na cidade goiana desde
que encerrou sua carreira didática de
professor de língua portuguesa por
quase uma década. A exposição fica
em cartaz até o dia 30 de novembro,
de segunda a sábado, das 9 às 19h.
Entrada franca.
Divulgação
artemultimídia
Ele nasceu em São Paulo há 60 anos, estudou cinema e dirigiu sete filmes de curta-metragem em
Super-8. Depois de passar temporadas em Nova York e em Oslo, Alex Flemming se mudou em 1995
para Berlim, onde vive até hoje. Autodidata e inf luenciado por uma câmera fotográfica que ganhou
aos sete anos de idade, tem na fotografia o ponto de partida de sua arte, permeada por pinturas,
gravados, esculturas e intervenções sobre mobiliários. Até 15 de janeiro de 2015, a Galeria Almeida
Prado (405 Norte) apresenta a mostra Alex Flemming – Desenhos e colagens, com trabalhos realizados
entre 1991 e 2014 pelo fotógrafo, pintor, escultor, gravador, artista multimídia e poeta. É uma
retrospectiva de vários períodos da carreira de Flemming, destacando a aviação, um tema recorrente
em sua trajetória, já que é filho de pai aviador com mãe comissária de bordo. Outras obras exploram o corpo masculino como objeto de
desejo, associando o culto ao corpo à descartabilidade do consumo e do bombardeamento incessante de informações característico do
avanço tecnológico nas comunicações. De terça a sexta, das 12 às 20h; sábado e domingo, das 13 às 19h.
metamorfoses
designpolonês
prêmiodearte
Divulgação
De uma simples caneca com uma fenda
para encaixar a linha do saquinho de chá,
passando por cadeiras coloridas, mesas
estilosas e joias de carvão. Até 28 de
novembro, o Museu da República
apresenta a exposição de design polonês
The spirit of Poland, uma iniciativa
de artistas poloneses para mostrar a
cultura material de seu país, sua história
e seu desenvolvimento atual. Dorota
Kabala, curadora e uma das expositoras,
destaca o local escolhido para sediar a
mostra, projetado pelo arquiteto Oscar
Niemeyer. “É uma grande honra poder
apresentar nossa exposição em um lugar
tão espetacular. O design polonês está
sendo exibido num edifício icônico do
modernismo brasileiro, tão reverenciado
pelo público em todo o mundo,” afirma.
A exposição apresenta objetos exclusivos
e desenvolvidos com a indústria a partir
de novos materiais e tecnologias. Outros
são baseados em habilidades artesanais
exclusivas, como as joias de carvão, feitas
à mão por escultores e desenvolvidas
pelo estúdio bro.Kat. Também estão lá
objetos icônicos dos anos 50, criados
pelo renomado artista polonês Roman
Modzelewski em 1958 e introduzidos
no mercado cerca de 50 anos mais tarde
pela Vzór. De terça a domingo, das 9 às
18h30, entrada franca.
Divulgação
Divulgação
Sessenta obras do acervo da Caixa Cultural unidas pela similaridade do suporte, o papel.
Até 11 de janeiro, desenhos e gravuras de Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Oswaldo
Goeldi, Artur Barrio, Marcelo Gassmann, Djanira, Fayga
Ostrower, Tomie Ohtake, Anna Bella Geiger e Glênio Bianchetti
podem ser vistos na mostra Metamorfoses – O papel no acervo da
Caixa. Para Allan de Lana Frutuoso, curador da exposição, o valor
cultural, artístico e histórico do acervo é incalculável por ref letir,
em alguns momentos, a história do país. “O Brasil sempre teve
uma produção potente nessa área, cobrindo parte do modernismo
da década de 20, passando pelas vanguardas das décadas de 50
e 60, cobrindo, inclusive, momentos de reclusão da arte em
choque com o regime militar”, comenta Lana. Entre os trabalhos
exibidos, merecem destaque duas gravuras realizadas em serigrafia
pelo pintor Di Cavalcanti: Mulata, de 1965, e um registro de
1973, sem título. Obras expressivas de mestres como Tomie
Ohtake, Wagner Hermusche e Fayga Ostrower, premiada com
suas gravuras na Bienal de Veneza nos anos 1950, também fazem
parte da mostra. De terça-feira a domingo, das 9 às 21h, com entrada franca.
Eles vêm de vários Estados e se juntam a cinco convidados, num grande salão de artes
visuais. Até 11 de janeiro, a arte contemporânea expressa em diferentes mídias, linguagens,
materiais e suportes estará em exposição no Situações Brasília, Prêmio de Arte Contemporânea
do Distrito Federal, o único brasiliense com características de salão e de âmbito nacional.
Para chegar aos 20 selecionados, a comissão curadora constituída por Cristiana Tejo,
Ricardo Sardemberg e Evandro Salles analisou 437 propostas e elaborou uma lista de
artistas que foram
convidados a
participar do evento
e terão suas obras
adquiridas e doadas
ao acervo do Museu
da República:
o paraense Luiz
Braga, a gaúcha Lucia Koch, o amazonense Rodrigo Braga (radicado no Rio de Janeiro),
o brasiliense Gê Orthof e o paulista Paulo Monteiro. Os 20 selecionados receberão R$ 3
mil a título de ajuda de custo para participar da iniciativa: Ana Muglia (RJ), André Hauck
(MG), Beto Shwafaty (SP), Carolina Valansi (RJ), Cristina Salgado (RJ), Diego Bressani
(DF), Elen Gruber (SP), Érica Ferrari (SP), Evandro Soares (GO), Felipe Abdala (RJ), Ícaro
Lira (CE), Ismael Monticelli (RS), João Angelini (DF), Marcelo Moscheta (SP), Mariana
Manhães (RJ), Marie Carangi (PE), Marlene Stamm (SP), Pedro David (MG), Regina
de Paula (RJ) e Sandra Rey (RS). De terça a domingo, das 9h às 18h30. Entrada franca.
17
lafontaineporchagall
Entre 1927 e 1930, o artista russo Marc Chagall (1887/1985) fez 97 gravuras em metal
inspirado na obra do escritor francês Jean de La Fontaine (1621/1695), mais conhecido
por suas fábulas que encantaram gerações. Com curadoria de Enock Sacramento,
a mostra inédita Marc Chagall, Fábulas de La Fontaine está em cartaz no Museu dos
Correios até 11 de janeiro. Além de conhecer as gravuras, o público pode ouvir, ler e
conhecer as obras inspiradoras por meio de livros e de áudios disponíveis na exposição.
E pode escolher sua fábula preferida e levar uma cópia para casa. De acordo com
Ambroise Vollard, que foi o marchand de Chagall, “a estética do artista é bem próxima
da obra de La Fontaine, por ser ao mesmo tempo densa e sutil, realista e fantástica.”
Os temas de Chagall buscam explorar um universo mágico, que vai além da realidade
e universalidade. Para Enock Sacramento, a mostra é “uma oportunidade rara de
conhecer essa série em que o mais importante artista plástico judeu do Século XX recria plasticamente a fina ironia dos textos alegóricos do
escritor francês”. De terça a sexta, das 10 às 19h. Sábados e domingos, das 12 às 18h. Entrada franca.
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dia&noite
cartasdomodernismo
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O poeta e escritor Mário de Andrade (1893/1945), célebre por obras como Macunaíma e Pauliceia desvairada,
era também um contumaz escritor de cartas. A correspondência do modernista é reconhecida por seu
expressivo volume e pela qualidade dos interlocutores envolvidos. Trocavam cartas com ele os mais
importantes poetas, escritores, músicos, teóricos e artistas desse período, como Anita Malfatti, Tarsila do
Amaral, Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Enrico Bianco, Cícero Dias e Victor Brecheret. O estudo dessas
cartas revela o ideário modernista do autor, tema central da exposição em cartaz no Museu dos Correios até
4 de janeiro. Com curadoria de Denise Mattar e cenografia de Guilherme Isnard, apresenta também o lado
humano das pessoas envolvidas, suas dores, amores, brigas, disputas, picuinhas e brincadeiras. Devido à
fragilidade do papel envelhecido, as cartas são apresentadas sob forma de fac-símile. Considerando-se
também a dificuldade de compreensão da caligrafia antiga, parte delas foi transcrita e impressa para facilitar a
leitura. Parte das cartas foi gravada pelo ator João Paulo Lorénzon, sendo esse material apresentado em fones
de ouvido, o que estende a abrangência da mostra aos deficientes visuais. A exposição é complementada por
uma cronologia de Mário de Andrade e um vídeo que contextualiza aquele período para o público, através
de fotos de época. Há ainda uma instalação interativa que recompõe cartas de Mário de Andrade.
filmelivre
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Até 2 de dezembro estão abertas as inscrições para
a edição 2015 da Mostra do Filme Livre, a maior de
filmes independentes brasileiros. Neste ano foram
inscritas mais de mil produções e escolhidas 180. Em
2015, como sempre, não haverá limite de selecionados.
Se todos os inscritos, no pensamento da curadoria,
tiverem a ver com a MFL, todos serão selecionados.
A atenção é para filmes que ousem em sua linguagem,
e que não sejam meras cópias do que “funciona”
no circuito comercial. Para quem faz filme que
percorre caminhos menos óbvios na linguagem
audiovisual, a MFL é a vitrine ideal para que ele seja
visto, debatido e valorizado. Inscrições somente online
no site www.mostralivre.com.
Catherine Peillon
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solomúsica
A soprano argentina María Cristina Kiehr é a atração do mês no projeto
Solo Música, da Caixa Cultural. Cantora
referencial na música antiga, já gravou
diversos CDs, trabalhou com alguns dos
principais maestros e grupos de renome.
Contudo, apresentar-se sozinha em um palco,
sem músico acompanhante, era um sonho
para ela. Ano passado, ela aceitou o desafio
de criar um recital para voz solo, com o
repertório que quisesse. O resultado poderá
ser visto dia 17 de novembro, segunda-feira, às
20 horas. O programa traz em seu início e fim
obras de compositores nórdicos. Começa com
a obra do dinamarquês Christoph Ernest
Friedrich Weyse (1774-1842) e encerra com
uma peça do compositor sueco Ole Jacobsen
(1872-1921). Entre elas, interpreta obras de diversos compositores e períodos
musicais: Knud Jeppesen, Jacques-Martin Hotetterre, Giovanni Baptiste
Bovicelli, John Dowland, Zad Moultaka e a compositora alemã do período
medieval Hildegard von Bingen. Maria Cristina reservou ainda uma parte rara
dedicada a compositores latino-americanos: obras do folclore da Argentina e da
Venezuela. Ingressos a R$ 10 e R$ 5, na bilheteria da Caixa Cultural.
Informações: 3206.6456/3206.9448.
Pascale Montandon
vemaíotranscendência
De 2 a 7 de dezembro, o Museu dos Correios recebe a segunda edição do Festival Internacional Cinema
e Transcendência, que promete encantar a plateia com produções que fogem aos temas do cinema
convencional e apresentam olhares diferenciados sobre a realidade, a espiritualidade, a arte e o
pensamento contemporâneo. Entre os dez títulos da programação está A dança da realidade (foto), filme
inédito do chileno Alejandro Jorodowsky, realizador de cults como A montanha sagrada. Sob curadoria do
cineasta e músico André Luiz Oliveira e da produtora e jornalista Carina Bini, as produções do festival
vêm dos Estados Unidos, Brasil, Japão, Inglaterra, Canadá, Chile e Índia. Além das exibições, estão
programados dois debates reunindo o curador André Luiz, o jornalista e escritor Luis Pellegrini, ex-editor
da revista Planeta, o mestre em Psicologia Clínica e Doutor em Desenvolvimento Sustentável Marco
Aurélio Bilibio e a artista brasileira Tiffani Gyatso, especializada em arte sacra do budismo tibetano.
No sábado, 6, a partir das 19 horas , o palco do festival será ocupado pelo grupo Jazz Brasil e no domingo,
7, às 18 horas, André Luiz Oliveira, Cláudio Vinícius e Ocelo Mendonça apresentam o show Mensagem
de Fernando Pessoa, no qual poemas do escritor português recebem roupagem musical. Entrada franca.
curtaaosdomingos
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Até abril do próximo ano, os que se
amarram em curtas-metragens devem
reservar os fins de semana para assistir
à programação do CCBB, com entrada
franca. Em cartaz desde 31 de outubro, o
projeto Curta ao meio-dia traz uma
seleção especial de filmes nesse formato
para atrair os frequentadores daquele
espaço que querem ocupar o tempo
entre o café da manhã e o almoço.
Durante cinco meses, os tradicionais
piqueniques em família e as visitas
às exposições do CCBB podem ser
complementados com programação
de 12 curtas diferentes a cada mês.
Entre eles estão alguns consagrados em
diversos festivais, como Brinquedo popular
do nordeste (foto), de Pedro Jorge de
Castro (premiado no Festival de Brasília
em 1977) e O lobisomen e o coronel, de
Elvis K. Figuereido e Ítalo Cajueiro
(melhor filme brasileiro no Anima
Mundi em 2002). Durante as férias
escolares, o Especial Crianças trará
exibições de Meu amigo Nietzsche, de
Fáuston da Silva, e A menina espantalho,
de Cássio Pereira dos Santos, entre
outros. Às sextas, sábados e domingos,
das 12 às 12h30, com entrada franca.
Programação em www.bb.com.br/cultura
triodovento
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superaçãopeladança
Uma produção inspirada em exemplos de
pessoas – artistas profissionais ou aficionados
desconhecidos – que, por amarem tanto o
f lamenco, jamais permitiram que a arte se
afastasse de suas vidas, não importando os
desafios e dificuldades encontrados ao longo
de suas trajetórias. Assim é o espetáculo Vidas
flamencas, idealizado por Patrícia e Renata
El-moor, a partir de biografias de bailaoras e
bailaores que perderam a audição, estiveram
prestes a se tornar paraplégicos, enfrentaram
algum tipo de enfermidade ou suportaram
a dor da perda de um ente querido, mas
jamais se renderam às intempéries da vida e
as superaram de forma magistral. Dias 27
e 28 de novembro, às 21h, com ingressos
a R$ 40 e R$ 20. Informações: 3273.7374.
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Luciana Viana (voz),
Cairo Vitor (violão) e
Pedro Miranda (contrabaixo
acústico) formam o trio que
tem como proposta musical
fazer uma canção brasileira
com sonoridade que se
coloca entre o popular e
a música de câmara. Eles
apresentam, dia 19 de novembro, seu show Casa da saudade, com repertório de canções
brasileiras inéditas de compositores de Brasília, São Paulo e Goiânia, além de músicas
de Edu Lobo, Djavan, Chico Buarque e Milton Nascimento. A estreia do Trio do Vento
aconteceu em Brasília no mês de junho deste ano. De lá pra cá, já foi selecionado para se
apresentar em dois festivais de canção: Canta Cerrado do SESI – GO e FAMU (Festival
Anapolino de Música). Neste, recebeu o prêmio de melhor interpretação de música inédita.
Às 22 horas, no Feitiço Mineiro (306 Norte), com couvert a R$ 15.
19
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dia&noite
desaparecendo
Esse é o nome do novo CD da banda brasiliense Tiro Williams, que fará show
de lançamento dia 28 de novembro, na Club 904 (904 Sul), a partir das 22h30.
É o segundo álbum do grupo, em atividade desde 2007. O CD de estreia, lançado em
2009, teve repercussão bastante positiva, com comentários elogiosos de diversos críticos
musicais. O disco foi eleito o segundo melhor do ano pela Trama Virtual e a música
O verão figurou entre as melhores de 2009 em mixtape feita pelo mesmo site. O jornal
Correio Braziliense também listou o álbum entre os melhores do ano. O segundo CD foi
gravado entre 2013 e 2014, com produção de Gustavo Bill. É o primeiro lançamento da
Tiro Williams com a presença do tecladista/guitarrista Felipe Aguiar, que integra o grupo
desde 2011. A capa é de Júlio Cesar Lapagesse e as músicas do novo disco estão disponíveis
para streaming e download gratuito em tirowilliams.bandcamp.com.
Dani Azul
perdoa-meportetraíres
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poeiranotempo
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A obra de Nelson Rodrigues é a
inspiração da Cia. Novos Candangos
na montagem que ocupará o palco
do Teatro Plínio Marcos da Funarte
nos dias 28, 29 e 30 de novembro.
A encenação tem como referência o
musical Rocky horror picture show, de
Jim Sharman, levando os personagens
de Nelson Rodrigues para um
universo onírico, no qual se
confundem as noções de real e
imaginário, traição e assassinato.
No texto, Glorinha, uma jovem de
16 anos, é objeto do desejo de seu tio
Raul, que a criou desde criança, após
a morte de sua mãe. Conduzida por
uma colega, a moça conhece e se
fascina pelo mundo dos prostíbulos,
ao mesmo tempo em que prepara uma
terrível vingança contra o assassino
de sua mãe. Com direção de Diego
de Leon, Perdoa-me por te traíres tem no
elenco André Reis, André Rodrigues,
Diego de Leon, João Campos, Luana
Proença, Luísa Duprat, Tati Ramos,
Rafael Toscano e Xiquito Maciel.
Ingressos a R$ 20 e R$ 10. Os dez
primeiros a chegar entram de graça,
e quem vier de bicicleta paga só R$ 5.
Três mulheres com mais de 45 anos de idade em aventura onde elementos biográficos e
narrativas inventadas criam uma atmosfera intimista para tratar, delicadamente, de temas tão
caros nos nossos dias como relacionamentos afetivos, perdas, sonhos e buscas. Assim é a peça
Poeiras, idealizada e produzida por Tatiana Carvalhedo e dirigida por Nathan Andrade. Num
momento de rompimento de fronteiras entre
as artes, onde o teatro subverte de muitos
modos os limites entre realidade e ficção, a
encenação com não-atores tem se mostrado
um campo fértil. Roupas, chão, livros, chuva,
saudade, gargalhadas, imagens, o tempo...
Entre caixas abarrotadas por lembranças, um
leve instante da realidade das três mulheres
sobre a ausência. O que resta são memórias.
Tudo, um dia, será poeira no tempo. No
Espaço Cena Brasília (205 Norte), até 30
de novembro. Sextas e sábados, às 21h, e
domingos, às 20h. Ingressos a R$30 e R$15.
Mais informações: 3349.3937.
San Roge
clonwpiniquenostrilhos
Depois de passar por Ceilândia, Taguatinga e Guará, os palhaços do grupo Marmotagem &
Cia. encerram o projeto de apresentações nas estações de metrô nos dias 4 e 5 de dezembro,
na estação da Rodoviária do Plano Piloto. Criado há dois anos pelos atores Tina Carvalho e
Kaian Ákatra, o espetáculo Clownpinique desta vez adquiriu novas atualizações nas aventuras
dos personagens, Marmota e
Maneco, acompanhados de
um músico bastante excêntrico,
interpretado por Gabriel Preusse.
A nova montagem tem direção
de Luciano Porto, um dos
fundadores do consagrado
Udigrudi Teatro e Circo, que
com sua experiência trouxe mais
unidade às cenas. Durante o
piquenique , entre objetos
inusitados, comidas e muita
música, os personagens
se entregam à comicidade,
brincadeiras e estripulias com acrobacias. Para os atores da peça, o objetivo maior da ação é
levar a alegria e a cultura do teatro e do clown à população que não possui acesso às casas de
espetáculos, além de possibilitar a quebra da rotina dos passageiros. Todas as apresentações
acontecem às 17h, gratuitas e com classificação livre. Das 17 às 17h40, com entrada franca.
queespetáculo
Balé e sonhos
U
ma adaptação do filme A fantástica fábrica de chocolate, de Mel
Stuart, poderá ser vista por
meio da dança, em Brasília, dia 29 próximo, no Teatro da Unip. São 95 bailarinos, a maioria crianças e adolescentes da
escola de balé Etude Seasons, que desde
2001 vêm fazendo sucesso na Capital
com espetáculos como Les sylphides, Brasil brasileiro, A magia, Quebra-nozes e Natal encantado, entre outros.
A fantástica fábrica de chocolate conta
com atores de teatro de Goiânia e Brasília, com destaque para a professora e bailarina Natália Loose, 23 anos, que já abrilhantou, com solos de balé, lançamentos
de livros como A noite dos casacos vermelhos, de Reivaldo Vinas, e a bailarina Jéssica Merino, 26 anos, professora das crianças. “Elas estão muito felizes”, comemora.
Marshmallows, bombons, bonecas de
chocolate, oompa-loompas (seres que trabalham na fábrica de chocolate) e caramelos são alguns dos figurinos do corpo de
baile infanto-juvenil no enredo de muita
fantasia e sonhos. A Etude (francês) Seasons (inglês) – ou Estudo em Estações –
tem se destacado em festivais de dança de
Joinville, Santa Catarina, e recebido prêmios em competições de Goiânia, São
Paulo e Belo Horizonte. Alguns integrantes se apresentaram recentemente em palcos de Berlim. A escola é dirigida por Maria do Carmo Poggi, paulista de Pirassununga, radicada em Brasília, que estudou
em Cannes, durante três anos, com a diretora do balé Rosella Hightower, e desde 1979 se dedica à dança.
O espetáculo faz parte do Festival da
Primavera promovido pela Etude Seasons,
que no dia 25 de outubro apresentou os
balés Paquita e Les sylphides, no Teatro La
Salle, lotado, e no dia 1º de novembro o
Quebra-nozes, no Teatro da Unip, além
de realizar um workshop, dia 2 de novembro, na própria escola, com a dupla de
bailarinos Marisoll Gallo e Elydio Antonelli, de Ribeirão Preto, vencedores de
concurso de pas de deux na Rússia.
“Nesses espetáculos, como em A fantástica fábrica de chocolate, há um sentimento tão grande, uma energia que encanta”,
comenta Maria do Carmo. Que o diga
João Gabriel Alves de Oliveira, bailarino
brasiliense de 14 anos, há oito no balé da
Etude Seasons. “Minha mãe dançou du-
rante 30 anos, sempre gostei, e meus pais
me apoiam”, diz o menino, com a convicção de que adotou a dança para vencer.
A fantástica fábrica de chocolate
29/11, às 20h, no Teatro da Unip (913 Sul).
Ingressos a R$ 60 e R$ 30, à venda na Etude
Seasons (703 Norte, Bloco D, Sala 51, telefone
3328.0780).
Fotos: Divulgação
Por Súsan Faria
21
graves&agudos
A primeira vez
Demorou, mas finalmente Brasília poderá ver ao vivo o mais
bem sucedido e duradouro fenômeno do pop-rock mundial
Por Heitor Menezes
D
22
as muitas voltas que esse mundo deu
em volta do sol, uma delas coincidiu
com mais este esplêndido nariz de cera
e a vinda do Paul McCartney a Brasília. Dia 23
de novembro, acredite, o domingo terminará
diferente, pois Paul, um dos mais adorados e bem
sucedidos dos Beatles, vai se apresentar ao vivo
(morto jamais poderia, exceto Elvis, mas isso é
outra história), no Estádio Mané Garrincha,
o colosso do Eixo Monumental.
Isso, for the first time em Brasília.
Pois é com grande alegria
que pessoas de várias gerações
deverão comparecer em massa
ao Mané, haja vista que um
show de Paul McCartney
não é coisa corriqueira nesse
quadrante, mas é bem ali
(“Out there”) e a experiência,
bem, desde o ano passado o
queixo deste escriba está caído no gramado do Serra
Dourada.
Força de expressão, é
claro, mas o que se viu
em maio de 2013, em
Goiânia, quando Paul &
banda lotaram o Estádio
Serra Dourada, foi a confirmação de que um show
de McCartney é a catarse e o
banho de felicidade que a gente
estava esperando há anos. Aliás,
de que a gente sempre precisa.
Manda ver você, ao vivo, no
meio do “na-na-na” de Hey Jude,
comandado pelo homem em
carne, osso e telão de led. Se as
lágrimas não vierem, é porque
você morreu e não tinha vaga no
Campo da Esperança.
Fotos: Divulgação
Do contrário, é a experiência de estar no meio de um set musical que enfileira grandes canções, tanto da gloriosa
carreira solo quanto dos Beatles. Afinal,
o homem foi parceiro do John Lennon
e é coautor de sucessos beatlônicos eternos, patrimônios da humanidade, que
sobrevoam gerações e continuam encantando para o infinito e além.
Fato amplamente registrado, em
Goiânia um bicho-grilo, aliás, vários, driblaram a segurança e subiram pelas calças
do Paul. Um deles, batizado de Harold,
teve seu momento de fama e cantou Hey
Jude, pousado no ombro do cantor.
Não resta dúvida de que você vai ver
o Paul McCartney no Mané e também
vai abraçar os amigos e o amor ao som de
uma viagem musical inesquecível. Paul
tem um repertório tão grande à disposição que justifica as três horas de som, duração média de seus espetáculos.
A turnê Out there começou lá atrás,
em 4 de maio de 2013, em Belo Horizonte. É a mesma que passou por Goiânia e
Estoque inesgotável de belas canções
Todos conhecemos bem a trajetória de Sir Paul McCartney. Nos Beatles, junto com John Lennon, George Harrison e Ringo Starr,
escreveu pedras fundamentais do pop/rock e construiu uma imagem, espécie de template daquilo que um grupo musical
precisa fazer para ser bem sucedido na vida. Talento, antes de mais nada.
Findos os Beatles, Paul passou os anos 70 com Linda McCartney e os Wings dando vazão ao estoque de belas canções que,
quem sabe, poderiam bem estar no repertório dos Fab Four. Destaques dessa fase: Band on the run, Let me roll it, Jet, Maybe
I’m amazed, Hi, hi, hi, Listen to what the man say e Another day, todas presentes na atual turnê.
E depois que os Wings acabaram, o Paul dos anos 90 em diante. Alguém lembra do que veio depois? Tirem os “ao vivo”,
falemos dos discos de canções originais. Se Paul um dia fizer turnê só com as canções desse período, também vai valer a pena.
Refresco para a memória ou o lado B de Paul McCartney: em 1993, saiu Off the ground, do qual Hope of deliverance foi tocada
maravilhosamente em Goiânia. Em 1997, Flaming pie, onde se destacam a faixa título e a singela Calico skies.
Em 1999, um ano depois da passagem de Linda, o tributo ao rock’n’roll Run devil run (com David Gilmour na guitarra) tem três
ótimas originais: a faixa título, Try not to cry e What is.
De Driving rain (2001), destaques para Magic, Tiny
bubble e Rinse the raindrops. Do calmo e sofisticado
Chaos and creation in the backyard (2005), espécie
de “McCartney III”, produzido por Nigel Godrich
(Radiohead), sem medo de ser feliz podemos juntar
ao grande songbook mccartneyano as faixas Fine line
e Promise to you girl.
De Memory almost full (2007), o retorno às grandes
canções, temos Dance tonight, Ever present past, Only
mama knows e See your sunshine. E do mais recente,
New (2013), temos o velho Macca se reinventando,
atualizando o som e ainda compondo e produzindo
grandes canções: Save us, Queenie eye e New
merecem estar no repertório de shows desse adorável
senhor que tantas lembranças e alegrias nos traz.
23
graves&agudos
gs e solo, como parece aplacar uma certa
solidão de palco associada a Paul. Abe
Laboriel Jr. (bateria), Rusty Anderson e
Brian Ray (guitarras, baixos e teclados) e
Paul “Wix” Wickens (teclados) também
ajudam nos vocais e estão com o Beatle
McCartney desde os tempos do álbum
Driving rain (2001). É mais tempo do que
Paul passou com os Beatles ou com os
Wings.
Out there – Paul McCartney
23/11, às 20h, no Estádio Mané Garrincha.
Abertura dos portões às 16h30. Ingressos
(inteira): cadeira superior, R$ 220; cadeira
inferior, R$ 450; pista, R$ 300; pista premium,
R$ 700 (à venda no site www.tudus.com.br e
na bilheteria do Mané Garrincha).
Fotos: Divulgação
termina a temporada 2014 em São Paulo, dia 26 de novembro. Interessante.
Começou no Brasil e, por enquanto, termina (?) no Brasil, prova do apreço que o
artista tem para com o público brasileiro.
Em geral, os sets da turnê têm umas
40 canções, normalmente começando
com Eight days a week e encerrando com a
trinca que fecha o disco Abbey road: Golden
slumbers/Carry that weight/The end. Porém,
Paul tem sempre uma surpresa para a plateia, a esta altura completamente extasiada/anestesiada com o coquetel sonoro.
Para os beatlemaníacos mais atentos,
vale a menção à excelente banda de
apoio, que não só reproduz fidedignamente os arranjos das fases Beatles, Win-
24
As mais tocadas
na turnê Out there
1. Eight days a week
2. Save us
3. All my loving
4. Listen to what the man said
5. Let me roll it
6. Paperback writer
7. My Valentine
8. Nineteen hundred and eighty-five
9. The long and winding road
10. Maybe I’m amazed
11. I’ve just seen a face
12. We can work it out
13. Another day
14. And I love her
15. Blackbird
16. Here today
17. New
18. Queenie eye
19. Lady Madonna
20. All together now
21. Lovely Rita
22. Everybody out there
23. Eleanor Rigby
24. Being for the benefit of Mr. Kite!
25. Something
26. Ob-la-di, ob-la-da
27. Band on the run
28. Back in the U.S.S.R.
29. Let it be
30. Live and let die
31. Hey Jude
32. Day tripper
33. Hi, hi, hi
34. Get back
35. Yesterday
36. Helter skelter
37. Golden slumbers
38. Carry that weight
39. The end
Fotos: Divulgação
Outra faceta
Vocalista do Natiruts lança disco
solo em que abraça a black music
de sotaque brasileiro
Por Pedro Brandt
C
antor, guitarrista e compositor
brasiliense, Alexandre Carlo
sem­
pre comentou em entrevistas, desde o surgimento de sua banda, o
Natiruts (na época, ainda com o nome
Nativus), o apreço por outros estilos musicais além do reggae, em especial a MPB
e a black music. E são justamente essas
outras sonoridades que Alexandre explora em seu primeiro álbum solo, Quartz.
A música black brasileira tem um sotaque todo próprio, com temperos nacionais, como pode ser percebido nos
discos de Cassiano, Hyldon e Tim Maia,
passando pela banda Black Rio, Cláudio
Zolli, Ed Motta e tantos outros que beberam da matriz norte-americana de soul,
r&b, funk e outros gêneros dançantes.
Alexandre Carlo se insere nessa tradição
de uma maneira bastante contemporânea, adicionando elementos como hip
hop e batidas eletrônicas aos arranjos
das composições.
As dez músicas de Quartz foram gravadas por um time de grandes músicos
brasilienses, resultando em arranjos elegantes e vibrantes, que passeiam com desenvoltura por samba funk, samba soul e
também pelo r&b mais contemporâneo.
Alexandre é dono de uma voz macia,
que complementa com propriedade o
trabalho instrumental. E por falar em
voz, o disco contou com as participações
de Ellen Oléria, Caê du Samba (irmão
de Alexandre) e dos rappers paulistanos
Projota e Rashid.
A agenda da carreira solo é tocada
em paralelo às datas do Natiruts. Por enquanto, os shows de Quartz puderam ser
conferidos em poucas ocasiões. Em Brasília, por exemplo, ele fez uma única
apresentação, em 24 de outubro. Alguns
dias antes, Alexandre Carlo conversou
com a Roteiro.
Alguma das músicas de Quartz poderia
ter aparecido em um disco do Natiruts?
Já fiz algumas canções que não eram reggae se tornarem reggae para entrarem no
repertório do Natiruts. Agora poderei
distinguir melhor o que vai para o Natiruts e o que não. Os temas de reggae são
mais voltados para natureza, espiritualidade, temas sociais. O samba funk, o
soul, privilegiam mais o groove, o ritmo
etc. Mas existirão os pontos onde eles se
encontram.
Quem você elencaria como referências
primordiais para o disco?
Ouço muita coisa diferente. Mas existem
certos artistas que conseguem imprimir
uma linguagem única que acaba virando
referência. Djavan, Michael Jackson, Stevie Wonder e Gilberto Gil são alguns
que entram nesse time.
O Natiruts tem uma agenda bastante
intensa. Foi difícil conciliar com os
shows do Quartz? Você percebe quem é
o público da sua carreira solo?
Os shows são bem pontuais. Por parte
do público menos atento, acostumado a
ler só a manchete e não a notícia inteira,
existe até a pergunta se estou saindo do
Natiruts. Alguns chegam ao ponto de dizer que o Quartz é um disco de reggae.
Quanto ao público do Quartz, ainda não
sei qual é o perfil. É um começo, um primeiro trabalho. E tenho a noção de que,
durante um longo período, haverá muitos outros discos a lançar para construir
uma carreira nesse segmento.
Você cogitaria encerrar o Natiruts para
seguir uma trajetória solo?
Eu adoro reggae e nunca vou deixar de
fazê-lo. E o Alexandre Carlo faz outro tipo
de som. Completamente diferente. Então
não há motivos para deixar o Natiruts.
Quartz
Primeiro disco solo de Alexandre Carlo,
vocalista do Natirutis. 10 faixas. Sony Music.
Preço médio: R$ 25, na Fnac e Livraria Cultura.
25
graves&agudos
No reino do vinil
Por Ana Vilela
S
e novembro é o mês da vitrola, o
jeito é falar dela entrando pelas
portas do gastropub Victrola, localizado na 413 Norte, onde antes funcionava o bar Vinil. Lá, além de ser possível
curtir saudosos rocks e pops dos anos
1960 a 1980, além de jazz, blues, samba,
bossa nova e MPB, o cliente também pode tomar conta das pickups no projeto
DJ por um dia. São cerca de quatro mil vinis ao alcance da inspiração e do estilo
de cada um. Se preferir, o DJ ainda pode
levar de casa as suas músicas preferidas.
Na primeira semana de novembro,
26
Vanessa Carvalho: DJ por um dia
quem estava por lá era a servidora Vanessa Carvalho, que já é quase uma profissional. “É a quarta vez que venho. É divertido, relaxante, a gente sai da correria
do trabalho, vem para cá e não pensa em
outras coisas”, comenta. O que gosta de
tocar? “Rock dos anos 1980 e 1990, mais
para metal, mas tem que ver o público,
depende ainda de como você está no dia.”
Quem a acompanhava era o também
funcionário público Gustavo Ivalski,
que, por hobby, já fazia as vezes de DJ.
Mas nada de bolachões: “É a primeira
vez que mexo com vinil e aprendi com a
Vanessa a lidar com o equipamento”.
Neste semestre, além do DJ por um
dia, estão sendo promovidas noites temáticas comandadas por DJs da cidade, como
Abissal, Dena Clara e Alex Vidigal, sempre homenageando grandes nomes da
música. E o Vitrolinha, realizado pela primeira vez no Dia das Crianças, vai acontecer de novo este mês, inserindo os pequenos no mundo da tecnologia e das músicas do passado. Além das músicas, o próprio aparelho, uma evolução do fonógrafo
criado em 1877 por Thomas Edison, é novidade para a geração 2000, que quer ver
como a estranha máquina funciona.
Quem está à frente do bar agora é o
engenheiro Cristian Oliveira, sócio-proprietário. Ele conta que foram adquiridos 3,5 mil discos do Vinil, mas que vem
incrementando o acervo, já próximo de
quatro mil unidades. Da coleção, Cristian destaca os discos da época da censura, com a pesada palavra estampada na
capa e músicas arranhadas, a exemplo do
disco As aventuras da Blitz 1, da banda
Blitz. “É um pouco de história passada
por meio do vinil”, reflete.
Antes cliente do Vinil, Cristian comprou a ideia do bar, do qual gostava muito. “Tem um saudosismo, sim, o pessoal
quer ouvir um som legal, sem ser essas
músicas de hoje, que tem muito pouca
coisa disponível em vinil. Quem manda
é o cliente e sempre digo ao DJ: se vier
aqui e pedir um disco, tem que colocar”,
enfatiza o também sócio-proprietário do
Liv Lounge, que fica no Condomínio Life Resort, no Lago Paranoá, e do recém-inaugurado restaurante Fusion, no Setor Sudoeste.
Inaugurado em março deste ano, o
bar optou pelas cervejas especiais e drinques. A carta de cervejas selecionadas
traz mais de 40 rótulos, com uma página
dedicada apenas às produções brasileiras. Entre elas a Biritis – A cerveja do
Fotos: Divulgação
Mussum (Rio de Janeiro, 600ml, R$ 38);
a Baden-Baden Stout (Campos do Jordão, 600 ml, R$ 26); a Amazon Stout
Açaí (Belém, 355 ml, R$ 16); e as 3 Lobos
Exterminador, de trigo e capim-limão, e
3 Lobos Pele Vermelha, uma India Pale
Ale com laranja-daterra (Belo Horizonte,
355 ml, R$ 30).
Na hora de degustar um rock, pode
ser pedida também a britânica Trooper,
uma Iron Maden Beer (500 ml, R$ 46),
da cervejaria artesanal Robinsons, ou a
Bamberg Sepultura Weissbier (Votorantim/SP, 600 ml, R$ 32). No Festival
Double Drink, sete opções são servidas
em dose dupla, de terça a sábado, das 18
às 21h. Pede um e ganha outro. Pode ir
de Mojito (rum, folhas de hortelã, suco
de limão e água com gás, R$ 15); Cosmopolitan (vodca, contreau, suco de limão e
de cramberry, R$ 18); Sexy Devil (vodca,
vermute e suco de cramberry, R$ 18); Sexy Angel (vodca, vermute e curaçau blue,
R$ 18); Kir Royal (espumante brut, licor
de cassis e cereja, R$ 18); ou um dos clássicos Cuba Libre (rum com Coca-Cola e
gelo, R$ 12) ou Caipirinha (R$ 10).
Servidas a música e a bebida, é hora
de escolher um petisco. O bar também
vem chamando a atenção por seu cardápio, todo remodelado pela chef Daniela
Goulart. Um dos petiscos mais pedidos
é o filé mignon aperitivo preparado em
molho bechamel, shoyu e ervas finas
(200 g, R$ 30). Há ainda pastéis recheados com gorgonzola e cream cheese acompanhado de chutney de abacaxi (R$ 18);
canapés, hambúrguer de picanha defumada servido sobre bruschetta, miniovo
frito e crocante de bacon (R$ 28); e o chi-
Victrola
413 Norte – Bloco E (3032.2626)
Domingo, 3ª e 4ª feira, das 12 às 15h e das
18 às 24h; de 5ª a sábado, das 12 às 2h.
Con�ra a programação completa no site:
Museu Correios apresenta
www.festivalcinemaetranscendencia.com
II Festival Internacional
Cinema e Transcendência
02 a 07
cken fingers, empanados ao molho de tangerina e geleia de pimenta, vem sequinho, bem crocante (R$ 28).
Agora, o Victrola também tem almoços. Os pratos variam de R$ 35 a R$ 41:
filé mignon alto ao molho dijon com batata rosti, folhas verdes e molho de manteiga de garrafa com ervas (R$ 39); salmão grelhado em crosta de gergelim ao
molho teriaki acompanhado de risoto de
cogumelos (R$ 41); e frango ao molho
oriental com amendoim acompanhado
de rolinho primavera e carpaccio de abobrinha levemente picante (R$ 35). O cardápio finda com a energia do lugar, sempre alto-astral.
Dezembro 2014
Con�ra a programação completa no site:
Local:
www.festivalcinemaetranscendencia.com
Consulte a classi�cação indicati�a na programação!
Museu Correios
Setor Comercial Sul, Quadra 4,
Bloco A, nº 256, Asa Sul - Brasília- DF
Produção:
Apoio:
FILMS
Patrocínío:
27
© Kandinsky, Wassily, AUTVIS, Brasil, 2014
galeriadearte
No branco (óleo sobre tela, 1920)
A revolução abstrata
Por Alexandre Marino
P
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Igreja vermelha (óleo sobre compensado, 1901-1903)
onto. Na visão do artista plástico
russo Wassily Kandinsky, aí está o
começo de tudo, não o fim. Na arte, não se trata de um sinal geométrico,
mas certa mancha de cor, que começa a
tomar forma. Uma força que se torna
uma linha, várias forças que se tornam
sentimentos e emoções. Estados da alma. Kandinsky, nascido em 1866 em
Moscou, refletiu sobre as cores e as formas e essas linguagens artísticas que libertam o que o ser humano aprisiona
em suas profundezas. Foi assim que ele
fez nascer a arte abstrata.
Toda a trajetória de Kandinsky pode
ser melhor compreendida na exposição
realizada pelo Centro Cultural Banco do
Brasil, que desde o dia 12 apresenta aos
brasilienses mais de uma centena de
obras e objetos do artista, incluindo seus
contemporâneos e influências. Um acervo que tem como base a coleção do Museu Estatal Russo de São Petersburgo e
outros sete museus da Rússia, além de
coleções procedentes da Alemanha, Áustria, Inglaterra e França.
É uma oportunidade rara para conhecer uma parte importante da história
da arte. Kandinsky, ao entregar-se à sua
inquietação, foi aquele ponto que significou, senão o início de tudo, pelo menos
a ruptura e o reinício. Kandinsky foi não
apenas um pintor, mas um pensador da
arte e da cultura. Escreveu ensaios e poemas e criou novos sentidos para a arte
popular do norte da Sibéria e para rituais
xamânicos praticados por povos isolados
nas imensidões russas.
ra nos períodos mais controversos
da ex-União Soviética”.
Ao dedicar-se a expressar o estado de espírito e as emoções profundas do ser humano por meio da cor
e da forma, buscando a coerência
com suas reflexões teóricas, Kandinsky chegou ao abstracionismo,
provocando uma ruptura e abrindo horizontes para as artes. Ele consolidou a nova linguagem entre
1910 e 1920, quando suas reflexões
e experiências conduziram sua expressão por novos caminhos.
Nascido em Moscou, passou
parte da infância em Odessa e estudou Direito e Economia na Universidade de Moscou. Ao conhecer a obra dos pintores impressionistas franceses, ficou tão encantado que se mudou para Munique,
na Alemanha, para dedicar-se ao
estudo das artes plásticas, depois
de recusar uma cátedra de Direito
numa universidade russa. Artista inquieto, criou em 1911, com outros artistas,
entre os quais sua companheira Gabriele
Münter, o grupo Der Blaue Reiter (O
Cavaleiro Azul). Nos anos seguintes publicou Do espiritual na arte, primeira fundamentação teórica da arte abstrata, e
em seguida um livro de memórias e uma
coletânea de poemas.
Mas Kandinsky também foi arrastado pelos movimentos históricos, como
não poderia ser diferente. Com o início
da Primeira Guerra Mundial, ele saiu da
Alemanha e voltou para Moscou, onde
se envolveu com os eventos culturais e
Amazona com leões azuis (óleo sobre vidro, 1918)
Fotos: Divulgação
A exposição Kandinsky: tudo começa
num ponto, que permanecerá em Brasília
até 12 de janeiro, seguindo depois para o
Rio, Belo Horizonte e São Paulo, é inédita
no país. Não apenas pela dimensão e importância do acervo, como também pelo
longo período, quase um ano, em que permanecerá no Brasil. Os principais museus
do mundo não costumam ceder suas preciosidades por tanto tempo.
Os curadores Evgenia Petrova e Joseph
Kiblitsky organizaram a exposição em cinco blocos, nos quais os visitantes conhecerão as principais obras de Kandinsky, as
influências que recebeu e seu relacionamento com outras artes e artistas. São eles:
as raízes de sua obra em relação com a cultura popular e o folclore russo; o universo
espiritual do xamanismo no norte da Rússia; na Alemanha, suas experiências no
grupo Der Blaue Reiter e sua vida na cidade de Murnau; diálogo entre pintura e
música e sua amizade com o compositor
Schonberg; caminhos abertos pela abstração, Kandinsky e seus contemporâneos.
“Na exposição, encontraremos também um Kandinsky poético e lírico, no
momento de seu auge criativo”, explica o
diretor geral da mostra, Rodolfo de
Athayde. Ele atribui à curadora Evgenia
Petrova a visão peculiar que a exposição
oferecerá aos visitantes, em muitos aspectos diferente da visão que o Ocidente
tem sobre o artista. Athayde define a
curadora como uma figura lendária,
“guardiã dos 400 mil tesouros do museu
russo, que sobreviveram a uma revolução
social, duas guerras mundiais e a sanha
de uma visão autoritária imposta à cultu-
políticos na Revolução Russa. Chegou a
cooperar com o comitê popular de educação, no ensino da arte e na reforma de
museus, mas a pressão ideológica, que
impunha o chamado “realismo socialista” aos artistas e combatia a “arte burguesa decadente”, o levou de volta à Alemanha, em 1921. Sua arte libertária não se
compatibilizava com as regras impostas
pelos ideólogos comunistas. Na Alemanha, assumiu o cargo de professor da
Bauhaus, inovadora escola de arquitetura
e artes, fechada depois da chegada de Hitler ao poder, em 1933. O artista transferiu-se para Paris, mas sete anos depois a
França foi invadida pelas tropas nazistas.
Sem energia para mudarse novamente, já
septuagenário, Kandinsky viveu com discrição seus últimos anos, até morrer em
1944, aos 78 anos. Vencido o obscurantismo nazista, foi aclamado como o mestre de uma das grandes revoluções da história da arte.
A permanência de sua obra, cuja importância o tempo se encarrega de comprovar, revela que regimes autoritários e
opressores são incapazes de calar o espírito humano, a quem ele deu voz por intermédio de suas telas e seu pensamento. Os tiranos morreram. Kandinsky levará milhares de brasileiros às exposições
do CCBB.
Kandinsky: Tudo começa num ponto
Outono (óleo sobre compensado de madeira, 1901-1903)
Até 12/1 no CCBB (SCES, Trecho 2). De 4ª a
2ª feira, das 9 às 21h, com entrada franca.
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galeriadearte
Caymmi, vida e obra
Por Pedro Brandt
F
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igura essencial da música brasileira,
Dorival Caymmi completaria 100
anos em 2014. Em Brasília, as celebrações do centenário do cantor, violonista e compositor baiano se concentraram em outubro. Primeiramente, com a
série de shows Quando se canta todo mundo bole, realizada no CCBB, com oito
apresentações (sempre com um cantor e
uma cantora) divididas em quatro programas temáticos, e, a partir de 28 de outubro e até 4 de janeiro, com a exposição
Caymmi 100 anos, no Museu Correios.
Além da temática, os dois projetos
têm em comum a participação de familiares do homenageado. As atividades de
Quando se canta todo mundo bole foram
inauguradas com uma bate-papo musical
conduzido por Stella Caymmi, neta de
Dorival e autora da biografia Caymmi –
O mar e o tempo. Stella voltou a Brasília
para o lançamento da exposição – da
qual é curadora – e, na ocasião, dividiu
as atenções com o tio, Danilo Caymmi,
que passou pela cidade, na semana anterior, para cantar com a filha, Alice, em
Quando se canta todo mundo bole.
Durante a apresentação da exposição, no auditório do Museu Correios,
Danilo e Stella contaram várias histórias
sobre vida e obra de Dorival e, entre um
caso pitoresco (o período, antes da carreira de músico, como vendedor de bebida falsificada) e outro (a história por trás
de Maracangalha, que envolve a vida dupla de um amigo), interpretaram várias
das canções de Caymmi.
O clima de descontração foi ainda
maior com a presença, não programada,
de Dori Caymmi, que, coincidentemen-
te, estava em Brasília para ministrar um
curso de música na Universidade de Brasília. “Um dos objetivos dessas palestras
é formar massa crítica, para que Dorival
não seja lembrado apenas no centenário”, afirmou Danilo. Stella comentou
com entusiasmo a realização dos eventos
em Brasília em homenagem ao avô. “A
capital representa o Brasil e recebe muitos visitantes de todo o país. Por isso é
importante que ela esteja aqui. Até porque talvez essa exposição não passe por
outras cidades”.
Danilo lembrou que o pai esteve várias vezes em Brasília. “Não existia tratamento acústico no Hotel Nacional e ele
falava com a Elizeth Cardoso à distância,
pelo corredor”, contou o músico. Entre as
homenagens programadas para Dorival
estão um disco com os filhos cantando algumas de suas composições, um livro in-
Fotos: Divulgação
Exposição no Museu Correios homenageia
centenário do cantor e compositor baiano
Stella, Danilo (em pé) e Dori Caymmi
fantil, um documentário produzido pela
Rede Record, um balé e um selo postal
comemorativo.
A exposição Caymmi 100 anos é dividida em quatro partes: Linha do tempo,
Música, Vida familiar e Rádio. Pelo passeio, que ocupa dois andares do Museu
Correios, o visitante poderá conhecer
um grande acervo iconográfico, com algumas pinturas de autoria do cantor, as
capas de seus discos e diversas fotos,
além de acompanhar, com o auxílio de
fones de ouvido, as fases e temas presentes na obra do homenageado, como a
Bahia e suas tradições, o mar e as personagens femininas. Na seção Rádio, as pessoas poderão se divertir em um karaokê
com as canções de Caymmi. A decoração
da exposição acompanha o universo do
cantor, com direito a uma jangada e
utensílios de pesca.
Durante a apresentação, Danilo foi
perguntado com que palavra definiria o
pai. “Simplicidade”, respondeu. Stella
pensou por alguns segundos e sentenciou: “Uma palavra? Eu precisaria de vários livros!”.
Dorival Caymmi foi uma pessoa capaz de sintetizar de maneira simples assuntos e sentimentos complexos, o que
ajuda a entender a beleza e a importância de sua produção artística para a cultura nacional. Um personagem fascinante
que o brasiliense tem a oportunidade de
conhecer melhor em seu centenário, numa exposição que convida o visitante a
navegar em suas águas.
Exposição Caymmi 100 anos
Até 4/1, de 3ª a 6ª feira, das 10 às 19h, e
sábados, domingos e feriados, das 12 às
18h, no Museu Correios (SCS, Quadra 4).
Acesso livre. Mais informações: 3213.5076.
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luzcâmeraação
The rover – A caçada, de David Michôd
Novo cinema em Brasília
Mostra com dez filmes da distribuidora Vitrine, oito deles inéditos, vai exibir
parte da produção independente de qualidade que se faz no Brasil e no mundo
Por Sérgio Moriconi
O
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s amantes da arte cinematográfica já sabem: fora do circuito comercial de exibição, normalmente localizado em shopping centers,
um grande cinema pulsa. Normalmente,
as produções menores (com as exceções
de praxe) conseguem dar seus primeiros
passos em direção ao grande público através de distribuidoras também pequenas.
Na história do cinema há inúmeros casos
de nanicos que se tornaram gigantes de
bilheteria. Encurralado (1971), obra de estreia de Steven Spielberg, não deixa de
ser um caso emblemático. Ainda que distribuído pela Universal, o filme havia sido originalmente produzido para a TV,
com um orçamento de míseros 450 mil
dólares, e filmado em apenas 13 dias.
Mas a questão fundamental não é essa.
Boa parte dos produtores e realizadores
do cinema independente de qualidade
busca as pequenas distribuidoras porque
sabem que elas pensam como eles.
O foco é antes de tudo cultural. Fundada há apenas quatro anos, a Vitrine
Filmes surgiu para apoiar principalmente filmes nacionais de reconhecido empe-
nho artístico, de pequeno e médio portes, com dificuldades para “abrir salas”
(usando aqui um jargão de cinema) nas
principais cidades do país. Acreditem se
quiserem, o problema atinge quase dois
terços da produção cinematográfica em
todo o mundo. Nos seus poucos anos de
atuação, a Vitrine vem demonstrando
que tem um faro aguçado para pescar
obras de grande interesse de um modo
geral ignoradas pelos grandes do mercado. Foi assim com O som ao redor, de Kleber Mendonça Filho, indicação brasileira para concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro, obra vencedora de inúmeros prêmios em festivais no Brasil e
no exterior, assim como com Eles voltam,
de Marcelo Lordello, vencedor há dois
anos do Festival de Brasília do Cinema
Brasileiro, e também com Frances Ha, de
Noah Baumbach, filme que encantou
plateias do mundo todo, adquirido pela
Vitrine num momento em que ela se
abria para as produções internacionais.
Os três filmes citados acima estarão
no Festival Cine Vitrine, de 21 de novembro a 3 de dezembro, no Cine Brasília,
juntamente com Os dias com ele, Sudoeste,
The rover – A caçada, Avanti Popolo, Quan-
do eu era vivo, A floresta de Jonathas e Além
da estrada. São, todas elas, realizações
interessantes e muito diferentes entre si.
O australiano The rover – A caçada, de
David Michôd, chegou a ser comparado
com o célebre “conterrâneo” Mad Max,
pelo fato de também ser uma ficção científica situada dez anos após um colapso
econômico que devastou a civilização
mundial. Muitos críticos chegaram a
considerar o filme “pós-apocalíptico”, o
que não deixa de ser um interessante paradoxo. Michôd consegue um tênue
equilíbrio entre entretenimento e reflexão, deixando muitas perguntas no ar sobre a nossa contemporaneidade.
O Festival Cine Vitrine apresenta dois
interessantes road movies, gênero que se
adéqua muito bem às indagações que
costumamos fazer sobre nossa identidade num mundo cada vez mais globalizado e fraturado socialmente. Além da estrada mostra uma personagem em busca da
descoberta de sua identidade. Estreante
em longa-metragem, o diretor Charly
Braun perambulou com sua equipe e
atores pelo Uruguai, deixando em nós,
espectadores, a impressão de que o processo de realização do filme era análogo
Quando eu era vivo, de Marcos Dutra
retora Maria Clara Escobar e seu pai, o filósofo Carlos Henrique Escobar. “Através
dos traumas pessoais, a narrativa pretende
espelhar os traumas da nação, principalmente relacionados ao sombrio período da
ditadura militar. O trunfo do filme é a personalidade muito específica de Escobar.
Recluso em Portugal e voluntariamente
afastado de amigos ou familiares, o entrevistado demonstra grande amargura em relação à história, à política (seja ela de esquerda ou direita) e às pessoas de maneira
geral.” Pouco mais se poderia acrescentar a
esse comentário crítico. Numa perspectiva
diferente, o documentário Sudoeste pode
ser definido como uma fábula em que a experimentação estética (o uso do preto e
branco enfatiza isso) tem tanto valor quanto o assunto abordado.
O que dizer então de filmes tão absurdamente distintos quanto Avanti Popolo, A floresta de Jonathas e Frances Ha. O primeiro valeria a pena apenas pela presença póstuma
de Carlos Reichenbach no elenco. Quem
conhece os filmes do grande diretor paulista vai entender muito melhor o conceito do filme de Micheal Wahrtmann, seu
caráter engajado e metalinguístico. O segundo, sucesso no Festival de Rotterdam,
parte do fato real de um rapaz que se
perde na floresta por mais de 40 dias para
propor uma narrativa rarefeita repleta de
mistério e sedução. Frances Ha é sem dúvida o contraponto perfeito para todos
ou outros filmes da mostra (e não só os
mencionados no parágrafo anterior).
Consagrado em 2005 com o autobiográfico A lula e a baleia, Noah Baumbach
recupera nessa singela obra todo o frescor
experimentado por aqueles que puderam
testemunhar os primeiros filmes da nouvelle vague francesa dos anos 60, especialmente as obras iniciais de François Truffaut e Agnès Varda. Um bálsamo.
Festival Cine Vitrine
De 21/11 a 3/12 no Cine Brasília.
Ingressos: R$ 16 e R$ 6.
Fotos: Divulgação
àquele vivido pelo principal protagonista. Com dois curtas premiados na
bagagem, Braun trabalha bem com a
dualidade das dimensões ficcional e
real. Numa certa medida, o mesmo se
dá com Eles voltam, drama em que adolescentes de uma família de classe média alta são submetidos ao contato
com diferentes classes sociais, subvertendo seus cotidianos habituais, horizontes e perspectivas de vida.
Qualquer semelhança com O som
ao redor não é mera coincidência.
Ambos são legítimos representantes
do dinâmico e interessantíssimo novo
cinema pernambucano. Bastante repercutido pela crítica brasileira e internacional, O som ao redor se passa quase
todo em um bairro do Recife, repleto
de condomínios modernos cercados
por aparatos de vigilância. A chegada
de seguranças privados na área aumenta a tensão dramática e conduz a narrativa para caminhos improváveis. Há
claramente no filme referências ao cinema e cineastas brasileiros dos anos
60, especialmente Glauber Rocha.
Existe suspense, mas da forma como
vemos em Quando eu era vivo, de Marcos Dutra. Como já havia feito em Trabalhar cansa, seu primeiro longa, o diretor cultiva o terror de forma original,
manipulando regras e convenções, explorando um gênero com muito pouca
tradição o Brasil.
Hibridismo é um dos aspectos mais
acentuados das outras produções programadas no festival da Vitrine. Os dias
com ele traz uma premissa até pouco
tempo atrás incomum no documentário. O filme trata da relação entre a di-
Frances Ha, de Noah Baumbach
Avanti Popolo, de Micheal Wahrtmann
Salvador – BA
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SAC BRB 0800 648 6161
Ouvidoria 0800 642 1105
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