VESTIBULAR UFU 2015/2
Aula 01
CONTEÚDO DE LITERATURA PARA O VEST UFU 2015/2
Este material foi preparado em conformidade com o
programa apresentado pela Universidade Federal de
Uberlândia. Contém muitas questões de vestibulares após
cada item apresentado no programa da UFU.
Bons estudos para ter boa sorte na prova!
Haverá um aulão das obras literárias do vest UFU
2015/2, que será ministrado por mim, em Belo Horizonte
e também em Uberlândia (no hotel).
I. Conceitos e funções da literatura
Literatura
A Literatura é a arte de compor e expor escritos artísticos,
em prosa ou em verso, de acordo com princípios teóricos e
práticos, o exercício dessa arte ou da eloquência e poesia.
Conceitos literários
"Arte Literária é mimese (imitação); é a arte que imita pela
palavra."
gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade.
Passa, então, a viver outra vida, autônoma, independente
do autor e da experiência de realidade de onde proveio."
(COUTINHO, Afrânio. Notas de teoria literária. 2.
ed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1978. p. 9-10)
Formas literárias
Poesia
Provavelmente a mais antiga das formas literárias,
a poesia consiste no arranjo harmônico das palavras.
Geralmente,
um poema organiza-se
em versos,
caracterizados pela escolha precisa das palavras em função
de
seus
valores semânticos (denotativos e,
especialmente, conotativos) e sonoros. É possível a
ocorrência da rima, bem como a construção em formas
determinadas como o soneto e o haikai. Segundo
características formais e temáticas, classificam-se diversos
gêneros poéticos adotados pelos poetas.
(Aristóteles, Grécia Clássica);
"A Literatura obedece a leis inflexíveis: a da herança, a do
meio, a do momento." (Hippolyte Taine, pensador
determinista, metade do século XIX);
Peças de Teatro
O teatro, forma literária clássica, composta basicamente de
falas de um ou mais personagens, individuais (atores e
"A Literatura é arte e só pode ser encarada como arte."
atrizes) ou coletivos (coros), destina-se primariamente a
(Doutrina da arte pela arte, fins do século XIX);
ser encenada e não apenas lida. Até um passado recente,
"O poeta sente as palavras ou frases como coisas e não
como sinais, e a sua obra como um fim e não como um
meio; como uma arma de combate."
(Jean-Paul Sartre, filósofo francês, século XX;
não se escrevia a não ser em verso. Na tradição ocidental,
as origens do teatro datam dos gregos, que desenvolveram
os primeiros gêneros: a tragédia e a comédia.
Mudanças vieram: novos gêneros, como a ópera, que
combinou esta forma com (pelo menos) a música;
"É com bons sentimentos que se faz Literatura ruim."
inovações textuais, como as peças em prosa; e novas
(André Gide, escritor francês, século XX);
finalidades, como os roteiros para o cinema.
"A distinção entre Literatura e as demais artes vai operar-
A imensa maioria das peças de teatro está baseada na
se nos seus elementos intrínsecos, a matéria e a forma
dramatização,
do verbo." (LIMA, Alceu Amoroso. A estética literária e o
de narrativas de ficção por atores encarnando personagens.
crítico. 2. ed. Rio de Janeiro, AGIR, 1954. p 54-5.)
Elas podem ser:
"A Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do
real, é a realidade recriada através do espírito do artista e

Tragédia
retransmitida através da língua para as formas, que são os

Drama
ou
seja,
na
representação
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Aula 01

Comédia

Ópera
Ficção em Prosa
A literatura de ficção em prosa, cuja definição mais crua é
o texto "corrido", sem versificação, bem como suas
formas, são de aparição relativamente recente. Pode-se
considerar que o romance, por exemplo, surge no início
do século
XVII com Dom
Quixote
de
La
Mancha,
de Miguel de Cervantes Saavedra.
Subdivisões, aqui, dão-se em geral pelo tamanho e, de
certa forma, pela complexidade do texto. Entre o conto,
"curto", e o romance, "longo", situa-se por vezes a novela.
Gêneros Literários
A linguagem é o veículo utilizado para se escrever uma
obra literária. Escrever obras literárias é trabalhar com a
02. Li, com extrema indignação, a reportagem do
POPULAR de terça feira, sobre o mapa da prostituição em
Goiás. Os 582 pontos em todo Estado são uma verdadeira
declaração de miséria, levando-se em conta a baixa idade
das garotas. O pior é que já banalizou-se diante dos nossos
olhos, muita gente graúda vê e nada é feito.
No âmbito federal levantamentos foram feitos pelas
autoridades e o resultado também é alarmante. [...] Até
quando tanta miséria e pobreza condenarão nossas crianças
e adolescentes a extremos atos de desespero e
imoralidade?
3. FAÇA COMO A MALU:
MUDE PARA O SABONETE LÍQUIDO LUX GOTAS
DE BELEZA.
(Revista Quem)
04.
– Pois é!
– Não é?
– Então!
– É!
– Falou!
– Falou e disse!
05. (no segundo quadrinho)
linguagem. Os Gêneros Literários são as várias formas de
trabalhar a linguagem, de registrar a história, e fazer com
que a essa linguagem seja um instrumento de conexão
entre os diversos contextos literários que estão dispersos
ao redor do mundo. Uma boa forma de se familiarizar com
os diversos gêneros literários - e assim criar hábitos
sólidos de leitura - é ter contato com o formato mais
apropriado para cada idade, passando desde a literatura
infantil à infanto-juvenil até chegar à adulta2 .
Literatura de informação: A Literatura de Informação é um
segmento do Quinhentismo, que é a denominação das
manifestações literárias ocorridas em território brasileiro
durante o século XVI. Além da Literatura de Informação,
foi de destaque ao Quinhentismo a chamada Literatura dos
06.
Soneto da Separação
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
Jesuítas. Iniciou-se no Brasil e durou de 1500 à 1601.
Nas questões de 01 a 06, identifique as funções de
linguagem que se destacam nos textos.
01. A Assembleia Legislativa de Goiás continua mantendo
sigilo sobre gastos de viagens feitas pelos deputados
estaduais em 2007 e 2008. O presidente Helder Valin
(PSDB) diz que os dados devem ser revelados pelo expresidente Jardel Sebba (PSDB), que alega não ter mais
acesso às informações. Dos 41 deputados, 17 confirmaram
ao POPULAR ter feito viagens.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Vinicius de Moraes
Nas questões de 07 a 10, identifique as funções da
literatura que se destacam nos textos.
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Aula 01
a fruta sem preço
07. As sem razões do amor (Carlos Drummond de
Andrade)
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
O poema, senhores,
não fede
nem cheira.
09. Trem de ferro (Manuel Bandeira)
Café com pão
Café com pão
Café com pão
Virgem Maria que foi isto maquinista?
Agora sim
Café com pão
Agora sim
Café com pão
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
08. Não há vagas (Ferreira Gullar)
O preço do feijão
não cabe no poema.
O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão.
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
– porque o poema, senhores,
está fechado: “não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
Oô..
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pato
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
De ingazeira
Debruçada
Que vontade
De cantar!
Oô...
Quando me prendero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficia
Ôo...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matá minha sede
Ôo...
Vou mimbora voou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Ôo...
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Vou depressa
Vou correndo
Vou na toda
Que só levo
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente...
10. O Bicho (Manuel Bandeira)
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
11.
Nesta tira, a figura do boneco de madeira põe em
evidência a
A) coesão.
B) realidade.
C) metalinguagem.
D) intertextualidade.
E) variedade linguística.
12.
B)
C)
D)
E)
falta de referencial.
ausência de emissor.
ausência de receptor.
código desconhecido.
Ao apresentar os três gêneros literários, Aristóteles usou
como aspectos definidores a forma e o conteúdo. Assim
sendo, um poema pode apresentar gênero épico, lírico ou
dramático, de acordo com a presença ou ausência de
narradores e de acordo com o que se fala: se conta uma
história, se interpreta-a, ou se apenas expressa emoções e
sentimentos. Sabendo disso, indique o gênero dos textos da
questões 13 a 15.
13. A serra do rola-moça (Mário de Andrade)
___________________________________
A Serra do Rola-Moça
Não tinha esse nome não...
Eles eram do outro lado,
Vieram na vila casar.
E atravessaram a serra,
O noivo com a noiva dele
Cada qual no seu cavalo.
Antes que chegasse a noite
Se lembraram de voltar.
Disseram adeus pra todos
E se puseram de novo
Pelos atalhos da serra
Cada qual no seu cavalo.
Os dois estavam felizes,
Na altura tudo era paz.
Pelos caminhos estreitos
Ele na frente, ela atrás.
E riam. Como eles riam!
Riam até sem razão.
A Serra do Rola-Moça
Não tinha esse nome não.
As tribos rubras da tarde
Rapidamente fugiam
E apressadas se escondiam
Lá embaixo nos socavões,
Temendo a noite que vinha.
Porém os dois continuavam
Cada qual no seu cavalo,
E riam. Como eles riam!
E os risos também casavam
Com as risadas dos cascalhos,
Que pulando levianinhos
Da vereda se soltavam,
Buscando o despenhadeiro.
Na tira acima, o elemento que não está permitindo a
comunicação é:
A) canal fechado.
Ali, Fortuna inviolável!
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O casco pisara em falso.
Dão noiva e cavalo um salto
Precipitados no abismo.
Nem o baque se escutou.
Faz um silêncio de morte,
Na altura tudo era paz ...
Chicoteado o seu cavalo,
No vão do despenhadeiro
O noivo se despenhou.
E a Serra do Rola-Moça
Rola-Moça se chamou.
14. Dialética (Vinícius de Moraes)
É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...
15. Caso do Vestido (Carlos Drummond de Andrade)
_______________________________
Nossa mãe, o que é aquele
vestido, naquele prego?
Minhas filhas, é o vestido
de uma dona que passou.
Passou quando, nossa mãe?
Era nossa conhecida?
Minhas filhas, boca presa.
Vosso pai evém chegando.
Nossa mãe, dizei depressa
que vestido é esse vestido.
Minhas filhas, mas o corpo
ficou frio e não o veste.
O vestido, nesse prego,
está morto, sossegado.
Nossa mãe, esse vestido
tanta renda, esse segredo!
Minhas filhas, escutai
palavras de minha boca.
Era uma dona de longe,
vosso pai enamorou-se.
E ficou tão transtornado,
se perdeu tanto de nós,
se afastou de toda vida,
se fechou, se devorou,
chorou no prato de carne,
bebeu, brigou, me bateu,
me deixou com vosso berço,
foi para a dona de longe,
mas a dona não ligou.
Em vão o pai implorou.
Dava apólice, fazenda,
dava carro, dava ouro,
beberia seu sobejo,
lamberia seu sapato.
Mas a dona nem ligou.
Então vosso pai, irado,
me pediu que lhe pedisse,
a essa dona tão perversa,
que tivesse paciência
e fosse dormir com ele...
Nossa mãe, por que chorais?
Nosso lenço vos cedemos.
Minhas filhas, vosso pai
chega ao pátio. Disfarcemos.
Nossa mãe, não escutamos
pisar de pé no degrau.
Minhas filhas, procurei
aquela mulher do demo.
E lhe roguei que aplacasse
de meu marido a vontade.
Eu não amo teu marido,
me falou ela se rindo.
Mas posso ficar com ele
se a senhora fizer gosto,
só pra lhe satisfazer,
não por mim, não quero homem.
Olhei para vosso pai,
os olhos dele pediam.
Olhei para a dona ruim,
os olhos dela gozavam.
O seu vestido de renda,
de colo mui devassado,
mais mostrava que escondia
as partes da pecadora.
Eu fiz meu pelo-sinal,
me curvei... disse que sim.
Sai pensando na morte,
mas a morte não chegava.
Andei pelas cinco ruas,
passei ponte, passei rio,
visitei vossos parentes,
não comia, não falava,
tive uma febre terçã,
mas a morte não chegava.
Fiquei fora de perigo,
fiquei de cabeça branca,
perdi meus dentes, meus olhos,
costurei, lavei, fiz doce,
minhas mãos se escalavraram,
meus anéis se dispersaram,
minha corrente de ouro
pagou conta de farmácia.
Vosso pais sumiu no mundo.
O mundo é grande e pequeno.
Um dia a dona soberba
me aparece já sem nada,
pobre, desfeita, mofina,
com sua trouxa na mão.
Dona, me disse baixinho,
não te dou vosso marido,
que não sei onde ele anda.
Mas te dou este vestido,
última peça de luxo
que guardei como lembrança
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daquele dia de cobra,
da maior humilhação.
Eu não tinha amor por ele,
ao depois amor pegou.
Mas então ele enjoado
confessou que só gostava
de mim como eu era dantes.
Me joguei a suas plantas,
fiz toda sorte de dengo,
no chão rocei minha cara,
me puxei pelos cabelos,
me lancei na correnteza,
me cortei de canivete,
me atirei no sumidouro,
bebi fel e gasolina,
rezei duzentas novenas,
dona, de nada valeu:
vosso marido sumiu.
Aqui trago minha roupa
que recorda meu malfeito
de ofender dona casada
pisando no seu orgulho.
Recebei esse vestido
e me dai vosso perdão.
Olhei para a cara dela,
quede os olhos cintilantes?
quede graça de sorriso,
quede colo de camélia?
quede aquela cinturinha
delgada como jeitosa?
quede pezinhos calçados
com sandálias de cetim?
Olhei muito para ela,
boca não disse palavra.
Peguei o vestido, pus
nesse prego da parede.
Ela se foi de mansinho
e já na ponta da estrada
vosso pai aparecia.
Olhou pra mim em silêncio,
mal reparou no vestido
e disse apenas: — Mulher,
põe mais um prato na mesa.
Eu fiz, ele se assentou,
comeu, limpou o suor,
era sempre o mesmo homem,
comia meio de lado
e nem estava mais velho.
O barulho da comida
na boca, me acalentava,
me dava uma grande paz,
um sentimento esquisito
de que tudo foi um sonho,
vestido não há... nem nada.
Minhas filhas, eis que ouço
vosso pai subindo a escada.
6.
A expressão da mãe de Magali, no segundo quadrinho da
tira, se justifica porque, para ela,
A) contos infantis são textos literários.
B) ela está com sono e não quer mais ler histórias.
C) é pouco comum os pais lerem histórias infantis para os
filhos.
D) o livro de receitas não é o texto literário adequado para
o momento.
E) o livro de receitas é um texto não literário, inadequado
para o momento.
Leia o poema a seguir para responder as questões de 17 a
23.
Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, juntamente choro e rio,
O mundo todo abarco, e nada aperto.
É tudo quanto sinto um desconcerto:
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio;
Agora desvario, agora acerto.
Estando em terra, chego ao Céu voando;
Num'hora acho mil anos, e é de jeito
Que em mil anos não posso achar um'hora.
Se me pergunta alguém porque assi ando,
Respondo que não sei, porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora. (Camões)
17. Que figura de linguagem se destaca na primeira
estrofe?
18. Identifique a figura de linguagem presente em
Num'hora acho mil anos.
19. Quanto à forma, como se chama este poema?
20. Escreva o esquema de rimas do poema e classifique as
rimas encontradas quanto à sua organização nas estrofes.
21. Classifique os versos do poema quanto ao número de
sílabas poéticas.
22. Faça a análise temática do poema.
23. A que gênero pertence o poema?
Indique as figuras de som, segundo a legenda abaixo,
presentes nas questões de 24 a 27.
a) aliteração b) assonância c) paronomásia d)
onomatopeia
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24. ( ) “Leitos perfeitos
seus peitos direitos
me olham assim
fino menino me inclino
pro lado do sim
rapte-me adapte-me capte-me coração.”
(Caetano Veloso)
em suspense, sem identidade precisa, sem lugar e tempo
no mundo.
23. Lírico
24. B
25. D
26. A
27. C
28. Silepse de gênero
28. Silepse de pessoa
30. Silepse de número
25. ( ) “Plunct, plact, zum, você não vai a lugar nenhum.”
(Raul Seixas)
II. Caracterização do texto literário
26. ( ) “Toda gente homenageia Januária na janela.”
(Chico Buarque)
Conotação e denotação
27. ( ) “Há um pinheiro estático e extático.” (Rubem
Braga)
A língua portuguesa é rica, interessante, criativa e versátil,
se encontrando em constante evolução. As palavras não
Identifique o tipo de silepse presente nas questões a seguir.
28. “Vossa Senhoria pode ficar descansado; não digo
nada; cá estou para outras.”( Machado de Assis)
apresentam apenas um significado objetivo e literal, mas
sim uma variedade de significados, mediante o contexto
em que ocorrem e as vivências e conhecimentos das
29. “Entramos os cinco, em fila, na sacristia escura.”
(Carlos Drummond de Andrade)
pessoas
30.“- E o povo de Marvalha? perguntava ele aos canoeiros.
- Estão em São Miguel.” (José Lins do Rego)
Exemplos de variação no significado das palavras:

GABARITO
01. Referencial
02. Emotiva
03. Conativa
04. Fática
05. Metalinguística
06. Poética
07. Formar a personalidade, humanizar o homem, provocar
hedon.
08. Levar à reflexão, denunciar a realidade.
09. Fazer sonhar, divertir.
10. Denunciar a realidade, levar à reflexão, provocar
catarse.
11. D
12. A
13. Épico
14. Lírico
15. Dramático
16. E
17. Paradoxo
18. Hipérbole
19. soneto
20. ABBA/ ABBA/ CDE/ CDE, sendo interpoladas ou
opostas nos quartetos e cada verso do primeiro terceto
rima com o verso correspondente no segundo terceto.
21. Decassílabos.
22. O eu lírico declara a sua amada que o simples fato de
vê-la despertou nele um sentimento paradoxal, que o deixa
que
as
utilizam.
Os domadores conseguiram enjaular a fera.
(sentido literal)

Ele ficou uma fera quando soube da notícia.
(sentido figurado)

Aquela aluna é fera na matemática. (sentido
figurado)
As variações nos significados das palavras ocasionam
o sentido
denotativo (denotação)
e
o sentido
conotativo (conotação) das palavras.
Denotação
Uma palavra é usada no sentido denotativo quando
apresenta seu significado original, independentemente do
contexto frásico em que aparece. Quando se refere ao seu
significado mais objetivo e comum, aquele imediatamente
reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro
significado que aparece nos dicionários, sendo o
significado mais literal da palavra.
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A denotação tem como finalidade informar o receptor da
Uma lata existe para conter algo
mensagem de forma clara e objetiva, assumindo assim um
Mas quando o poeta diz: "Lata"
caráter prático e utilitário. É utilizada em textos
Pode estar querendo dizer o incontível
informativos, como jornais, regulamentos, manuais de
Uma meta existe para ser um alvo
instrução, bulas de medicamentos, textos científicos, entre
Mas quando o poeta diz: "Meta"
outros.
Pode estar querendo dizer o inatingível
Exemplos:
Por isso, não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata

O elefante é um mamífero.
Na lata do poeta tudo nada cabe


Já li esta página do livro.
A empregada limpou a casa.
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível
Conotação
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes
Deixe a meta do poeta, não discuta
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora
interpretações, dependendo do contexto frásico em que
aparece. Quando se refere a sentidos, associações e ideias
Gilberto Gil
que vão além do sentido original da palavra, ampliando
Composição: Gilberto Gil
sua significação mediante a circunstância em que a mesma
é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico.
- 1982
* Levando-se em consideração os sentidos
expressos pela linguagem, comente acerca do
A conotação tem como finalidade provocar sentimentos no
discurso presente na criação de Gilberto Gil.
receptor da mensagem, através da expressividade e
afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa
QUESTÃO 2
linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em
conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios
Aos estabelecermos familiaridade com os
publicitários, entre outros.
enunciados linguísticos subsequentes, notamos
que estes integram determinadas circunstâncias
Exemplos:
comunicativas presentes na linguagem cotidiana.
Assim sendo, analise-os levando-se em

Você é o meu sol!
consideração o sentido contextual por eles


Minha vida é um mar de tristezas.
Você tem um coração de pedra!
expresso.
QUESTÃO 1
Atenha-se a uma leitura minuciosa do texto em
evidência e, em seguida, responda ao que se pede:
Metáfora
A garota está com a pulga atrás da orelha.
Nossa! Fulano é uma cobra!
Não posso fazer mais compromisso, pois estou com a
corda no pescoço.
QUESTÃO 3
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Explicite seus conhecimentos sobre o emprego da
linguagem conotativa e denotativa mediante os
discursos
manifestados
nas
situações
que o alimento deles já estava em ti...
Mário Quintana
de
interlocução.
III
Cortar o tempo
QUESTÃO 4
Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
Frente
a
uma
análise
dos
excertos
ora
demarcados, depreende-se que os trechos nos
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
quais o autor se propôs ao emprego da linguagem
conotativa podem ser identificados por:
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no
limite da exaustão.
I
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e
entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez,
com outro número e outra vontade de acreditar que
daqui pra diante vai ser diferente.
Carlos Drummond de Andrade
QUESTÃO 5
É querer estar preso por vontade
Partindo-se do pressuposto de que a linguagem é
É servir a quem vence o vencedor,
expressa por diferentes sentidos em um dado
É ter com quem nos mata lealdade.
contexto, atribua aos exemplos em questão os
códigos mencionados:
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
( D ) denotação
Se tão contrário a si é o mesmo amor?
( C ) conotação
Luís de Camões
a- ( )
II
Horário de verão começa à meia-noite deste
sábado.
Os poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
Relógios devem ser adiantados em uma hora no
Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Expectativa é de redução de 5% na demanda de
energia no horário de pico.
http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/10/horario
-de-verao-comeca-meia-noite-deste-sabado.html
b–(
)
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Aula 01
(Fonte:
Folha de São Paulo, 16/09/2010)
Respostas
c–( )
Memória
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Carlos Drummond de Andrade
d–(
)
A camada de ozônio, o escudo que protege a
vida na Terra dos níveis nocivos de radiação
ultravioleta, manteve-se estável na última
década, conforme estudo elaborado pela
Organização Mundial da Meteorologia (OMM)
e o Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (PNUMA), divulgado nesta quintafeira.
[...]
Resposta Questão 1
Tão logo estabelecemos contato com o texto, constatamos
que o autor estabelece um jogo de sentido entre o vocábulo
“lata” que, de acordo com seu sentido denotativo,
representa um recipiente que utilizamos para “depositar”
algo. Aplica-lhe, sobretudo, um sentido conotativo, uma
vez que em se tratando da criação imaginativa do poeta,
essa lata tudo pode comportar, como nos revelam os
fragmentos:
Na lata do poeta tudo nada cabe
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível
[...]
Diante de tais elucidações, concluímos que se trata da
metáfora referente à própria criação poética, como
literalmente expressa por meio do título.
Resposta Questão 2
A linguagem conotativa encontra-se demarcada não
somente em textos publicitários e na linguagem poética,
mas também na linguagem cotidiana de uma forma geral,
dada a nossa forte carga de expressividade e afetividade.
Assim, por meio dos enunciados constatamos que o
sentido expresso no primeiro é revelado por temor, medo
de algo que possa vir a acontecer. O segundo retrata o
sentido de uma pessoa má, portadora de atitudes
abomináveis, e o terceiro representa algo relacionado a
uma sobrecarga de compromissos financeiros.
Resposta Questão 3
O sentido expresso pelas palavras está relacionado,
primeiramente, à noção de significado e significante,
sendo este identificado pela materialização da palavra
propriamente dita, ou seja, as letras e os sons que ela
representa; e aquele pela parte concreta, isto é, o
significado, remetendo-nos a uma imagem mental,
representativa.
Dessa forma, temos que uma mesma palavra pode adquirir
diferentes significados, dependendo do contexto em que se
encontrar inserida, visto que na linguagem conotativa o
sentido deixa de ser convencional e passa a adquirir
múltiplos sentidos, dadas as diferentes interpretações que
se atribuem a estes. Quanto ao emprego, sua incidência se
dá por meio da linguagem publicitária e da linguagem
literária como um todo.
Já o sentido denotativo, real, faz parte dos textos
informativos, científicos e didáticos como um todo, pois a
objetividade representa a principal característica.
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Aula 01
Resposta Questão 4
Texto I

Referente ou Contexto: É o objeto ou a situação
a que a mensagem se refere.
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
[...]
É um andar solitário entre a gente;
[...]
É querer estar preso por vontade
------------------------------------------Texto II
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
------------------------------------------------------Texto III
Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
[...]
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite
da exaustão.

Código: É o conjunto de regras de combinação de
signos utilizado para elaborar uma/a mensagem: o
emissor codifica aquilo que o receptor irá decodificar.
Funções da Linguagem
Função Emotiva ou Expressiva
Esta função ocorre quando se destaca o emissor. A
mensagem centra-se nas opiniões, sentimentos e emoções
do emissor, sendo um texto completamente subjetivo e
pessoal. A ideia de destaque do locutor dá-se pelo emprego
da 1ª pessoa do singular, tanto das formas verbais, quanto
dos pronomes. A presença de interjeições, pontuação com
reticências e pontos de exclamação também evidenciam a
função emotiva ou expressiva da linguagem. Os textos que
Resposta Questão 5
D; C; C; D.
expressam o estado de alma do locutor, ou seja, que
exemplificam melhor essa função, são os textos líricos, as
Funções da linguagem
autobiografias, as memórias, a poesia lírica e as cartas de
amor. Essa é a função emotiva.
Funções da linguagem são recursos de ênfase que atuam
segundo a intenção do produtor da mensagem, cada qual
abordando um diferente elemento da comunicação.
Exemplo:
Pelo amor de Deus, preciso encontrar algo, nem que sejam
Elementos da comunicação

Função Referencial ou Denotativa
Emissor: É quem envia a mensagem (pode ser
uma única pessoa ou um grupo de pessoas).

cinco reais!
Receptor: É quem recebe a mensagem (um
indivíduo ou um grupo), também conhecido como
destinatário.
Referente é o objeto ou situação de que a mensagem trata.
A função referencial privilegia justamente o referente da
mensagem, buscando transmitir informações objetivas
sobre ele. Exemplo:' "Nos vertebrados, esta resposta inclui
uma série de alterações bioquímicas, fisiológicas e
Como em situações de comunicação real o emissor e o
imunológicas coletivamente denominadas inflamação."
receptor trocam de papel, costuma-se dizer que emissor e
Descrição da inflamação em um artigo científico.
receptor são interlocutores.
Função Apelativa ou Conativa

Mensagem: É o objeto físico da comunicação,
É voltada para o leitor, tom imperativo, e muito encontrada
em propagandas
aquilo que se transmite.

Canal: É o meio pelo qual a mensagem é
transmitida. (Um microfone, a internet, ou até mesmo
o ar atmosférico.)
A mensagem é centrada no receptor e organiza-se de
forma a influenciá-lo, ou chamar sua atenção, o contexto
torna-se
a
parte
mais
importante
da
mensagem.
Geralmente, usa-se a 2ª pessoa do discurso (tu/você;
VESTIBULAR UFU 2015/2
Aula 01
vós/vocês), vocativos e formas verbais ou expressões no
há ameaça e nem há sevícia que as traga de novo ao centro
imperativo. Como essa função é a mais persuasiva de
da praça.” Carlos Drummond de Andrade
todas, aparece comumente nos textos publicitários, nos
Nesse poema, Drummond escreve um poema sobre como
discursos políticos, horóscopos e textos de autoajuda.
escrever poemas... Ou seja, a criação literária fala sobre si
Como a mensagem centra-se no outro, ou seja, no
mesma.
interlocutor, há um uso explícito de argumentos que fazem
Um outro exemplo é quando um cartunista descreve o
parte de seu universo.
modo como ele faz seus desenhos em um próprio cartoon;
Exemplo: "Beba Coca-Cola" Exemplo: "Vem pra
ele demonstra o ato de fazer cartoons e como são feitos.
caixa você também, vem!"
Função Fática

O canal é posto em destaque, ou seja, o canal que dá
Questão 1
Funções da linguagem, ENEM – 2012
Desabafo
Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha
divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como
disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A
começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite.
Seis recados para serem respondidos na secretária
eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que
venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado.
CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento).
Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea
de várias funções da linguagem, com o predomínio,
entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da
crônica Desabafo, a função da linguagem predominante é
a emotiva ou expressiva, pois
suporte à mensagem. Ocorre quando o emissor tem a
intenção de testar o canal
A Função Fática seria basicamente o diálogo por exemplo:
"Alô ?!", "Entenderam?", Etc...
Função Poética
É aquela que se centra sobre a própria mensagem. Tudo o
que, numa mensagem, suplementa o sentimento da
mensagem através do jogo de sua estrutura, de sua
tonalidade, de seu ritmo, de sua sonoridade. Essa função é
capaz de despertar no leitor o prazer estético e surpresa. É
explorado na poesia e em textos publicitários.
a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio
código.
Função Metalinguística
b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está
sendo dito.
Caracterizada pela preocupação com o código. Pode ser
definida como a linguagem que fala da própria
c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da
mensagem.
linguagem, ou seja, descreve o ato de falar ou escrever.
Programas de TV que falam sobre a própria TV ou
d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento
dos demais.
programas de TV que falam sobre a própria mídia. Peças
de teatro que falam sobre o teatro. Exemplos: Vídeo Show,
e) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção
da comunicação.
observatório da imprensa. A linguagem (o código) torna-se
objeto de análise do próprio texto. Os dicionários e as
gramáticas são repositórios de metalinguagem.
“Lutar com palavras é a luta mais vã. Entretanto lutamos
mal rompe a manhã. São muitas, eu pouco. Algumas, tão
fortes como o javali. Não me julgo louco. Se o fosse, teria
poder de encantá-las. Mas lúcido e frio, apareço e tento
apanhar algumas para meu sustento num dia de vida.
Deixam-se enlaçar, tontas à carícia e súbito fogem e não

Questão 2
Funções da linguagem, ENEM – 2006
Aula de Português
A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que quer dizer?
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Aula 01
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a priminha.
O português são dois; o outro, mistério.
Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para lembrar.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.
Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta
expressa o contraste entre marcas de variação de usos da
linguagem em
a) situações formais e informais.
Leia a tirinha de Calvin e Haroldo para responder à
questão:
As funções da linguagem podem ser encontradas em vários
tipos de textos, inclusive nas histórias em quadrinhos
Para tentar convencer o pai a comprar seu desenho, Calvin
empregou uma função de linguagem específica. Assinale a
alternativa que indica a resposta correta:
a) função metalinguística.
b) função fática.
c) função poética.
d) função emotiva.
e) função conativa.
Respostas
Resposta Questão 1
Alternativa “b”. É possível observar que a atitude do
enunciador sobrepõe-se àquilo que está sendo dito, com
predominância da função emotiva da linguagem, já que a
mensagem está voltada para aspectos subjetivos do
enunciador.
b) diferentes regiões dos pais.
c) escolas literárias distintas.
Resposta Questão 2
Alternativa “a”.
d) textos técnicos e poéticos.
e) diferentes épocas.

Questão 3
Assinale a alternativa que contenha a sequência correta
sobre as funções da linguagem, importantes elementos da
comunicação:
1. Ênfase no emissor (lª pessoa) e na expressão direta de
suas emoções e atitudes.
2. Evidencia o assunto, o objeto, os fatos, os juízos. É a
linguagem da comunicação.
3. Busca mobilizar a atenção do receptor, produzindo um
apelo ou uma ordem.
4. Ênfase no canal para checar sua recepção ou para
manter a conexão entre os falantes.
5. Visa à tradução do código ou à elaboração do discurso,
seja ele linguístico ou extralinguístico.
6. Voltada para o processo de estruturação da mensagem e
para seus próprios constituintes, tendo em vista produzir
um efeito estético.
( ) função metalinguística.
( ) função poética.
( ) função referencial.
( ) função fática.
( ) função conativa.
( ) função emotiva.
a) 1, 2, 4, 3, 6, 5.
b) 5, 2, 6, 4, 3, 1.
c) 5, 6, 2, 4, 3, 1.
d) 6, 5, 2, 4, 3, 1.
e) 3, 5, 2, 4, 6, 1.
Resposta Questão 3
Alternativa “c”.
Resposta Questão 4
Alternativa “e”. A função conativa ou apelativa tem como
característica a escolha vocabular e a organização do texto
para que ele influa no comportamento do receptor por
meio de um apelo ou uma ordem, persuadindo-o ou
convencendo-o. Esse tipo de função é muito encontrado
em anúncios publicitários.
Exercícios sobre funções de linguagem
Leia o artigo: Funções da Linguagem e Comunicação
Questões:
01. Reconheça nos textos a seguir, as funções da
linguagem:
a) "O risco maior que as instituições republicanas hoje
correm não é o de se romperem, ou serem rompidas, mas o
de não funcionarem e de desmoralizarem de vez,
paralisadas pela sem-vergonhice, pelo hábito covarde de
acomodação e da complacência. Diante do povo, diante do
mundo e diante de nós mesmos, o que é preciso agora é
Questão 4
VESTIBULAR UFU 2015/2
Aula 01
fazer funcionar corajosamente as instituições para lhes
f) "Sentia um medo horrível e ao mesmo tempo desejava
devolver a credibilidade desgastada. O que é preciso (e já
que um grito me anunciasse qualquer acontecimento
não há como voltar atrás sem avacalhar e emporcalhar
extraordinário. Aquele silêncio, aqueles rumores comuns,
ainda mais o conceito que o Brasil faz de si mesmo) é
espantavam-me. Seria tudo ilusão? Findei a tarefa, ergui-
apurar tudo o que houver a ser apurado, doa a quem doer."
me, desci os degraus e fui espalhar no quintal os fios da
(O Estado de São Paulo)
gravata. Seria tudo ilusão?... Estava doente, ia piorar, e isto
me alegrava. Deitar-me, dormir, o pensamento
b) O verbo infinitivo
embaralhar-se longe daquelas porcarias. Senti uma sede
Ser criado, gerar-se, transformar
horrível... Quis ver-me no espelho. Tive preguiça, fiquei
O amor em carne e a carne em amor; nascer
pregado à janela, olhando as pernas dos transeuntes."
Respirar, e chorar, e adormecer
(Graciliano Ramos)
E se nutrir para poder chorar
g) " - Que quer dizer pitosga?
Para poder nutrir-se; e despertar
- Pitosga significa míope.
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
- E o que é míope?
E começar a amar e então ouvir
- Míope é o que vê pouco."
E então sorrir para poder chorar.
02. No texto abaixo, identifique as funções da linguagem:
E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
"Gastei trinta dias para ir do Rossio Grande ao coração de
De ser e amar, e se sentir maldito
Marcela, não já cavalgando o corcel do cego desejo, mas o
asno da paciência, a um tempo manhoso e teimoso. Que,
E esquecer tudo ao vir um novo amor
em verdade, há dois meios de granjear a vontade das
E viver esse amor até morrer
mulheres: o violento, como o touro da Europa, e o
E ir conjugar o verbo no infinito... (Vinícius de Morais)
insinuativo, como o cisne de Leda e a chuva de ouro de
Dânae, três inventos do padre Zeus, que, por estarem fora
c) "Para fins de linguagem a humanidade se serve, desde
de moda, aí ficam trocados no cavalo e no asno."
os tempos pré-históricos, de sons a que se dá o nome
(Machado de Assis)
genérico de voz, determinados pela corrente de ar expelida
dos pulmões no fenômeno vital da respiração, quando, de
03. Descubra, nos textos a seguir, as funções de
uma ou outra maneira, é modificada no seu trajeto até a
linguagem:
parte exterior da boca." (Matoso Câmara Jr.)
a) "O homem letrado e a criança eletrônica não mais têm
d) " - Que coisa, né?
linguagem comum." (Rose-Marie Muraro)
- É. Puxa vida!
- Ora, droga!
b) "O discurso comporta duas partes, pois necessariamente
- Bolas!
importa indicar o assunto de que se trata, e em seguida a
- Que troço!
demonstração. (...) A primeira destas operações é a
- Coisa de louco!
exposição; a segunda, a prova." (Aristóteles)
- É!"
c) "Amigo Americano é um filme que conta a história de
e) "Fique afinado com seu tempo. Mude para Col. Ultra
um casal que vive feliz com o seu filho até o dia
Lights."
em que o marido suspeita estar sofrendo de câncer."
VESTIBULAR UFU 2015/2
Aula 01
d) "Se um dia você for embora
06. Historinha I
Ria se teu coração pedir
Chore se teu coração mandar." (Danilo Caymmi & Ana
Terra)
e) "Olá, como vai?
Eu vou indo e você, tudo bem?
Tudo bem, eu vou indo em pegar um lugar no futuro e
Historinha II
você?
Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono
tranquilo..." (Paulinho da Viola)
Texto para as questões 04 e 05
Poética
Qual a função da linguagem comum às duas historinhas?
Que é poesia?
uma ilha
07. (CESUPA - CESAM - COPERVES) Segundo o
cercada
linguista Roman Jakobson, "dificilmente lograríamos (...)
de palavras
encontrar mensagens verbais que preenchem uma única
por todos os lados
função... A estrutura verbal de uma mensagem depende
Que é um poeta?
basicamente da função predominante".
um homem
que trabalha um poema
"Meu canto de morte
com o suor do seu rosto
Guerreiros, ouvi.
Um homem
Sou filho das selvas
que tem fome
Nas selvas cresci.
como qualquer outro
Guerreiros, descendo
homem.
Da tribo tupi.
Da tribo pujante,
(Cassiano Ricardo)
Que agora anda errante
04. Quais as funções da linguagem predominantes no
poema anterior?
Por fado inconstante.
05. Aponte os elementos que integram o processo de
comunicação em Poética, de Cassiano Ricardo.
Sou bravo, forte,
Guerreiros, nasci:
Sou filho do Norte
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi."
(Gonçalves Dias)
Indique a função predominante no fragmento acima
transcrito, justificando a indicação.
08. (PUC - SP)
VESTIBULAR UFU 2015/2
Aula 01
"Com esta história eu vou me sensibilizar, e bem sei que
cada dia é um dia roubado da morte. Eu não sou um
linha lógica e impositiva do tempo velho da
obra literária e, ao mesmo tempo, conscientizá-lo de um
novo modo de ler.
intelectual, escrevo com o corpo. E o que escrevo é uma
névoa úmida. As palavras são sons transfundidos de
d) LIMA BARRETO, ao retratar o estilo incoerente de
suas personagens em seus atos de loucura.
sombras que se entrecruzam desiguais, estalactites, renda,
música transfigurada de órgão. Mal ouso clamar palavras a
essa rede vibrante e rica, mórbida e obscura tendo como
e) CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, ao especular
o tempo e a qualidade de vida do homem
(leitor) em interação com o tempo da narrativa.
contratom o baixo grosso da dor. Alegro com brio.
Tentarei tirar ouro do carvão. Sei que estou adiando a
Resolução:
história e que brinco de bola sem bola. O fato é um ato?
01. a) função referencial
b) função poética
c) funções referencial e metalinguística
d) função fática
e) função conativa
f) função emotiva
g) função metalinguística
Juro que este livro é feito sem palavras. É uma fotografia
muda. Este livro é um silêncio. Este livro é uma pergunta."
(Clarice Lispector)
A obra de Clarice Lispector, além de se apresentar
introspectiva, marcada pela sondagem de fluxo de
consciência (monólogo interior), reflete, também, uma
preocupação
com
a
escritura
do
texto
literário.
Observe o trecho em questão e aponte os elementos que
02. Função emotiva
03. a) função referencial
b) função referencial
c) funções referencial e metalinguística
d) função poética
e) função fática
comprovam tal preocupação.
04. Funções poética e metalinguística.
05. Código, emissor e mensagem.
09. (FATEC) O senão do livro COMEÇO a arrepender-me
deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer;
e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse
mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade,
mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa
contração cadavérica, vício grave, e aliás ínfimo, porque o
maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de
envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração
direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o
meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à
esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham,
ameaçam
o
céu,
escorregam
e
caem...
Este trecho revela o estilo de:
a) MANUEL ANTONIO DE ALMEIDA, ao usar uma
linguagem apelativa, direcionada à reflexão
crítica da obra romântica.
b) GRACILIANO RAMOS, ao revelar a quebra da ordem
cronológica da narrativa de suas obras,
como reflexo coerente da instabilidade psicológica e
espacial de suas personagens.
c) MACHADO DE ASSIS, ao questionar o leitor quanto à
06. Função metalinguística, último quadro de cada
historinha.
07. Função emotiva - predominância de 1ª pessoa.
08. Nesse fragmento de Clarice Lispector, além da
preocupação introspectiva em fisgar elementos interiores,
profundos, beirando uma revelação epifânica
transcendental, há também a preocupação constante com a
própria escritura do texto literário, usando-se a função
metalinguística.
A discussão ou abordagem da tessitura narrativa aparece
em passagens como: "As palavras são sons transfundidos
de sombras que se entrecruzam desiguais, estalactites,
renda, música transfigurada de órgão. Mal ouso clamar
palavras a essa rede vibrante e rica (...)", "Sei que estou
adiando a história e que brinco de bola sem bola. O fato é
um ato? Juro que este livro é feito sem palavras (...)" e "Eu
não sou um intelectual, escrevo com o corpo. E o que
escrevo é uma névoa úmida".
09. C
FIGURAS DE LINGUAGEM
São recursos usados pelo falante para realçar a sua
mensagem.
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Aula 01
1) ELIPSE – ZEUGMA
Novas espécies de tubarão no Japão, pensava em como é
misteriosa a natureza.
Veja os exemplos:
5) SILEPSE
1-Na estante, livros e mais livros.
2-Ele prefere um passeio pela praia; eu, cinema.
No 1º exemplo temos uma elipse, já no 2º, a figura que
aparece é o zeugma.
A elipse consiste na omissão de um termo que é facilmente
identificado.
No exemplo 1, percebemos claramente que o verbo
“haver” foi omitido.
No exemplo 2, ocorre zeugma, que é a omissão de um
termo que já fora expresso anteriormente.
“Ele prefere um passeio pela praia; eu, (prefiro)
cinema.”(Não houve necessidade de repetir o verbo, pois
entendemos o recado).
É a concordância com a ideia e não com a palavra dita.
Pode ser: de gênero, número ou pessoa.
SILEPSE DE GÊNERO (masc./fem.)Vossa Excelência
está admirado do fato?
O pronome de tratamento “Vossa Excelência” é feminino,
mas o adjetivo “admirado” está no masculino. Ou seja,
concordou com a pessoa a quem se referia (no caso, um
homem).
Aqui temos o feminino e o masculino, logo, silepse de
gênero.
SILEPSE DE NÚMERO (singular/plural)
Aquela multidão gritavam diante do ídolo.
2) PLEONASMO
Na oração: “Ela cantou uma canção linda!”, houve o
emprego de um termo desnecessário, pois quem canta, só
pode cantar uma canção.
Multidão está no singular, mas o verbo está no plural.
“Gritavam” concorda com a ideia de plural que está em
“multidão”.
Mais exemplos.
Na famosa frase: “Vi com meus próprios olhos.”, também
ocorre o mesmo.
Pleonasmo é a repetição de ideias
A maior parte fizeram a prova.
A grande maioria estudam uma língua.
3) HIPÉRBATO
SILEPSE DE PESSOA
Exemplos:
Correm pelo parque as crianças da rua.
Na escada subiu o pintor.
Todos estávamos nervosos.
As duas orações estão na ordem inversa.
O hipérbato consiste na inversão dos termos da oração.
Esta frase levaria o verbo normalmente para a 3ª pessoa
(estavam - eles) mas a concordância foi feita com a 1ª
pessoa(nós).
Temos aqui 2 pessoas ( eles e nós ) logo, silepse de pessoa.
Na ordem direta ficaria:
Mais exemplos:
As crianças da rua correm pelo parque.
O pintor subiu na escada.
As duas comemos muita pizza.(elas – nós)
Todos compramos chocolates e balas.(eles – nós)
Os brasileiros sois um povo solidário. (eles – vós)
Os cariocas somos muito solidários.(eles – nós)
4) ANACOLUTO
É a falta de nexo que existe entre o início e o fim de uma
frase.
6) METÁFORA – COMPARAÇÃO
1-Aquele homem é um leão.
Dois gatinhos miando no muro, conversávamos sobre
como é complicada a vida dos animais.
VESTIBULAR UFU 2015/2
Aula 01
Estamos comparando um homem com um leão, pois esse
homem é forte e corajoso como um leão.
2-A vida vem em ondas como o mar.
Aqui também existe uma comparação, só que desta vez é
usado o conectivo comparativo: como.
O exemplo 1 é uma metáfora e o exemplo 2 é uma
comparação.
Quando usamos esse recurso estamos empregando a
perífrase ou antonomásia.
Perífrase, quando se tratar de lugares ou animais.
Antonomásia, quando forem pessoas
9) CATACRESE
A catacrese é o emprego impróprio de uma palavra ou
expressão por esquecimento ou ignorância do seu real
sentido.
Ele é um anjo.
Ela uma flor.
Sentou-se no braço da poltrona para descansar.
A asa da xícara quebrou-se.
O pé da mesa estava quebrado.
Vou colocar um fio de azeite na sopa.
Exemplos de comparação.
10) ANTÍTESE
A chuva cai como lágrimas.
A mocidade é como uma flor.
Emprego de termos com sentidos opostos.
Exemplos de metáfora.
Metáfora: sem o conectivo comparativo.
Comparação: com o conectivo (como, tal como, assim
como)
Ela se preocupa tanto com o passado que esquece o
presente.
A guerra não leva a nada, devemos buscar a paz.
11) EUFEMISMO
7) METONÍMIA
Aqui também existe a comparação, só que desta vez ela é
mais objetiva.
Ele gosta de ler Agatha Christie.
Ele comeu uma caixa de chocolate.
(Ele comeu o que estava dentro da caixa)
A velhice deve ser respeitada.
Pão para quem tem fome.(“Pão” no lugar de “alimento”)
Não tinha teto em que se abrigasse.(“Teto” em lugar de
“casa”)
8) PERÍFRASE - ANTONOMÁSIA
A Cidade Maravilhosa recebe muitos turistas durante o
carnaval.
O Rei das Selvas está bravo.
A Dama do Suspense escreveu livros ótimos.
O Mestre do Suspense dirigiu grandes clássicos do cinema.
Nos exemplos acima notamos que usamos expressões
especiais para falar de alguém ou de algum lugar.
Cidade Maravilhosa: Rio de Janeiro
Rei das Selvas: Leão
A Dama do Suspense: Agatha Christie
O Mestre do Suspense: Alfred Hitchcock
Aquele rapaz não é legal, ele subtraiu dinheiro.
Acho que não fui feliz nos exames.
O intuito dessas orações foi abrandar a mensagem, ou seja,
ser mais educado.
No exemplo 1 o verbo “roubar” foi substituído por uma
expressão mais leve.
O mesmo ocorre com o exemplo 2 , “reprovado “ também
foi substituído por uma expressão mais leve.
12) IRONIA
Que homem lindo! (quando se trata, na verdade, de um
homem feio.)
Como você escreve bem, meu vizinho de 5 anos teria feito
uma redação melhor!
Que bolsa barata, custou só mil reais!
13) HIPÉRBOLE
É o exagero na afirmação.
Já lhe disse isso um milhão de vezes.
Quando o filme começou, voei para casa.
14) PROSOPOPEIA
VESTIBULAR UFU 2015/2
Aula 01
Atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres
irracionais e inanimados.
A formiga disse para a cigarra: ” Cantou...agora dança!”
Exercícios - Figuras de Linguagem
Exercício 1: (ADVISE 2009)
No enunciado: “Virgílio, traga-me uma coca cola bem
gelada!”, registra-se uma figura de linguagem
denominada:
a)
b)
c)
d)
e)
Anáfora
Personificação
Antítese
Catacrese
Metonímia
Resolução:
Neste caso, trata-se de uma METONÍMIA, e portanto a
resposta da questão é a letra E. A metonímia é a figura de
linguagem que consiste na utilização de um termo em
substituição a outro que estabelece com ele algum tipo de
afinidade, semelhança ou relação semântica. Neste caso,
substitui-se refrigerante de cola pela marca do
produto “coca cola”. É o que acontece com outros
produtos, com palha de aço, que em alguns lugares é mais
conhecida pela marca “Bom Bril”, ou quando, ao invés de
falar iogurte, se utiliza a marca “Danone”, etc. Vale
ressaltar que este é apenas um dos casos de metonímia,
existem muitos outros como o autor pela obra, a parte pelo
todo, etc.
Exercício 2:
(FMU) Quando você afirma que enterrou “no dedo um
alfinete”, que embarcou “no trem” e que serrou “os pés
da mesa”, recorre a um tipo de figura de linguagem
denominada:
a)
b)
c)
d)
e)
Metonímia
Antítese
Paródia
Alegoria
Catacrese
Resolução:
Nestes três casos apresentados no enunciado da questão,
temos exemplos de uma figura de linguagem
chamada “CATACRESE”: alternativa E. Esta figura de
linguagem consiste no uso de uma palavra ou
expressão em um sentido que não lhe é próprio, um
sentido figurado, ou um sentido que não corresponde de
forma apropriada ao real significado de tal palavra ou
expressão. Isso acontece, geralmente, porque não se
encontra um termo adequado para ser utilizado no
contexto, e por alguma aproximação de sentido foi
utilizado outro termo, que acabou ficando muito comum e
perdeu a característica de metáfora, sendo assim
denominado CATACRESE. São exemplos de catacrese:
dente de alho, pés da mesa, cabeça de alfinete, e muitos
outros, como os três presentes no enunciado “embarcar no
trem” (embarcar significa entrar no barco) “enterrar no
dedo um alfinete” (enterrar significa colocar debaixo da
terra) ou “serrar os pés da mesa” (mesa, na verdade,
não tem pés. Este nome é dado aos membros inferiores do
ser humano, então, na falta de um termo apropriado, este
passou a ser utilizado).
Exercício 3:
(U. Taubaté) No sintagma: “Uma palavra branca e fria”,
encontramos a figura denominada:
a)
b)
c)
d)
e)
Sinestesia
Eufemismo
Onomatopéia
Antonomásia
Catacrese
Resolução:
Quando se atribui as características “branca” e “fria” a
uma “palavra” (que é algo
sonoro
ou
visual)
está acontecendo uma mistura entre os sentidos do ser
humano
(visual,
táctil,
auditivo).
Este
fenômeno é conhecido como SINESTESIA e considerado
uma figura de linguagem quando aplicado ao texto. A
resposta da questão, portanto, é a alternativa A.
Exercício 4:
(FAU-Santos) Nos versos: “Bomba atômica que aterra
Pomba atônita da paz
Pomba tonta, bomba atômica...”
A repetição de determinados elemento fônicos é um
recurso estilístico denominado:
a)
b)
c)
d)
e)
Hiperbibasmo
Sinédoque
Metonímia
Aliteração
Metáfora
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Aula 01
Resolução:
3.
Nas palavras utilizadas no trecho do poema, presente no
enunciado, podemos notar a repetição insistente de
algumas consoantes como P, B, T, C, o que sonoramente
provoca um efeito no texto. Este recurso estilístico,
presente principalmente em textos literários e
poéticos, é chamado de ALITERAÇÃO, ou seja, a
repetição de sons consonantais em um texto, provocando
nele um efeito perbido pela audição. Outro som
repetido é o som do “om” ou /õ/, que também seria uma
figura de linguagem chamada de assonância (repetição dos
sons vocálicos), porém esta não é uma alternativa presente
na questão. A resposta correta é a letra D ALITERAÇÃO.
4.
Exercício 5:
(Maringá) Leia os versos e depois assinale a alternativa
correta:
“Amo do nauta o doloroso grito
Em frágil prancha sobre o mar de horrores,
Porque meu seio se tornou pedra,
Porque minh’alma descorou de dores.” (Fagundes Varela)
No primeiro verso, há uma figura que se traduz por:
a)
b)
c)
d)
e)
Pleonasmo
Hipérbato
Gradação
Anacoluto
Anáfora
Resolução:
No primeiro verso do poema “amo do nauta o doloroso
grito”, podemos perceber a alteração brusca da posição
normal dos termos, que seria “amo o grito doloroso do
nauta”. Esta mudança brusca em termos, palavras ou
orações, é chamada
de
HIPÉRBATO,
e
geralmente é utilizada em poemas para ajustar a métrica ou
a rima, ou como um efeito estilístico. A resposta,
portanto, é alternativa B - HIPÉRBATO.
Exercício 6:
(Cesesp – PE) Leia atentamente os períodos:
1.
2.
Vários de nós ficamos surpresos.
Essa gente está furiosa e com medo; por
consequência, capazes de tudo.
Tua mãe, não há idade nem desgraça que lhe
transforme o sorriso.
Entre elas, alguém estava envergonhada.
Os períodos aça contêm, respectiva e sucessivamente, as
seguintes figuras de sintaxe:
a)
Silepse de pessoa, silepse de gênero, anacoluto,
silepse de número.
b) Anacoluto, anacoluto, anacoluto, silepse de
número.
c) Silepse de número, silepse de pessoa, anacoluto,
anacoluto.
d) Silepse de pessoa, silepse de número, anacoluto,
silepse de gênero.
e) Silepse de pessoa, anacoluto, silepse de gênero,
anacoluto.
Resolução:
As figuras de sintaxe presentes nas frases apresentadas
nesta questão são, respectivamente:
1. “Vários de nós ficamos surpresos.” - SILEPSE DE
PESSOA - a concordância ideológica com uma pessoa que
não está presente na estrutura sintática da frase, ou seja, na
frase há um termo “ficamos” (1ª pessoa) que concorda
com a ideia do sujeito da frase “nós” (1ª pessoa) e não com
o termo sintático utilizado “Vários de nós” (3ª pessoa).
Sintaticamente, a concordância correta seria “Vários de
nós ficaram surpresos”.
2. “Essa gente está furiosa e com medo; por consequência,
capazes de tudo.” - SILEPSE DE NÚMERO - a
concordância ideológica, porém desta vez não
relacionada à pessoa do discurso, mas uma concordância
de número (singular/plural). Na frase, o sujeito está no
singular “esta gente”, porém o verbo está no
plural “capazes”, subentendendo-se que “essa gente” se
refere a muitas pessoas. Sintaticamente, para haver
concordância de número, o verbo deveria estar também no
singular.
3. “Tua mãe, não há idade nem desgraça que lhe
transforme o sorriso.” - ANACOLUTO - figura que
consiste na quebra da estrutura sintática de uma frase.
Neste caso, a quebra acontece depois do termo “tua mãe”.
Regularmente, deveria haver um verbo e um
complemento, mas a estrutura se reinicia, apresentando
outro sujeito com seu verbo e complemento.
4. “Entre elas, alguém estava envergonhada” - SILEPSE
DE GÊNERO - é o mesmo fenômeno de concordância
ideológica, explicado acima, porém desta vez a
concordância é quebrada quanto ao gênero das palavras.
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Aula 01
No exemplo, o adjetivo “envergonhada” (feminino)
não concorda com o substantivo ao qual se
refere “alguém” (masculino), pois concorda com a ideia
que fica subentendida, de que este “alguém” é uma
mulher,
já que
há o
termo “entre
elas” citado
anteriormente.
A alternativa que corresponde às figuras de linguagem
encontradas respectivamente, é a letra D - Silepse de
pessoa, silepse de número, anacoluto, silepse de gênero.
Exercício 7:
(Inatel) Reconheça e classifique as figuras de palavras, de
construção e de pensamento:
(
(
(
(
(
) “Quando uma lousa cai sobre um cadáver mudo”.
) “Terrível hemorragia de sangue”.
) “Das idades através”.
) “Oxalá tenham razão”.
) “Trejeita, e canta, e ri nervosamente”.





(1) Polissíndeto
(2) Hipérbato
(3) Epíteto
(4) Pleonasmo
(5) Elipse
2. HIPÉRBATO - figura que consiste na alteração da
ordem lógica na estrutura sintática do termo, da frase, da
oração ou do período. Neste caso, a ordem
seria “através das ideias”, e foi alterada de forma
brusca: “Das ideias através”.
5. ELIPSE - é a figura de linguagem utilizada para
suprimir do texto uma palavra que fica facilmente
subentendida, sem causar nenhum prejuízo para a
compreensão do
mesmo. É o
caso
do
exemplo “Oxalá tenham razão”, em que é suprimido o
sujeito,
porém
não há nenhum
prejuízo
quanto à compreensão da frase.
1. POLISSÍNDETO é o uso repetitivo de uma mesma
conjunção para ligar termos, orações ou períodos, como
acontece na frase dada como exemplo: “Trejeita, e canta, e
ri nervosamente”. A repetição da conjunção “e” causa um
efeito estilístico no texto, como se as ações se repetissem
interminavelmente uma depois da outra.
A alternativa que corresponde à sequência é a letra C 3,4,2,5,1.
Exercício 8:
(Cescea) Identifique os recursos estilísticos empregados no
texto:
A seqüência que corresponde à resposta correta é:
a)
b)
c)
d)
e)
“Nem tudo tinham os antigos, nem tudo temos, os
modernos”. (Machado de Assis)
4,3,5,2,1
3,4,2,1,5
3,4,2,5,1
3,4,5,2,1
1,3,2,5,4
a)
b)
c)
d)
e)
Resolução:
A sequência
encontradas é:
correta
das
figuras
de
anáfora – antítese – silepse
metáfora – antítese – elipse
anástrofe – antítese – zeugma
pleonasmo – antítese – silepse
anástrofe – comparação – parábola
linguagem
Resolução:
3. EPÍTETO - é a utilização de um adjetivo, substantivo ou
expressão associado a um outro nome para qualificá-lo ou
identificá-lo, dando a ele características que já lhe
são próprias. No exemplo “Quando uma lousa cai sobre
um cadáver mudo”, a característica “mudo” é atribuída ao
cadáver, que obviamente já tem esta característica.
4. PLEONASMO - é quando há uma redundância de ideias
na frase, como no exemplo “Terrível hemorragia de
sangue”. Trata-se de um pleonasmo, pois a ideia de
hemorragia já nos diz que é um sangramento, portanto
não seria necessário usar a expressão “de sangue”.
Os recursos estilísticos utilizados na frase “Nem tudo
tinham os antigo, nem tudo temos, os modernos” são:
SILEPSE - concordância da forma verbal “temos” com a
ideia subentendida de “nós”, quando na verdade o
sujeito é “os modernos” (3ª pessoa); ANTÍTESE aproximação de duas ideias opostas, presentes nas
palavras “antigos” e “modernos”; ANÁFORA - repetição
da palavra “nem” consecutivamente nas duas frases
seguidas. A alternativa que corresponde à resposta é a
letra A - anáfora - antítese - silepse.
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Exercício 9:
(Mack) Nos versos abaixo, uma figura se ergue graças ao
conflito de duas visões antagônicas:
“Saio do hotel com quatro olhos,
- Dois do presente,
- Dois do passado.”
(FUVEST) A figura de linguagem empregada nos versos
em destaque é:
“Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável)
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!”
Esta figura de linguagem recebe o nome de:
a)
b)
c)
d)
e)
metonímia
catacrese
hipérbole
Antítese
Hipérbato
a)
b)
c)
d)
e)
Clímax
Eufemismo
Sínquise
Catacrese
Pleonasmo
Resolução:
Resolução:
As ideias opostas presentes no trecho do poema
apresentado no enunciado da questão são as ideias
de “presente” e “passado”. A figura de linguagem presente
graças à oposição destas duas ideias é a ANTÍTESE,
assinalada pela alternativa D.
Exercício 10:
(FUVEST) Identifique a figura de linguagem empregada
nos versos destacados:
“No tempo de meu Pai, sob estes galhos,
Como uma vela fúnebre de cera,
Chorei bilhões de vezes com a canseira
De inexorabilíssimos trabalhos!”
a)
b)
c)
d)
e)
Antítese
Anacoluto
Hipérbole
Litotes
Paragoge
No verso em destaque “Quando a indesejada das gentes
chegar”, há o emprego de uma figura de linguagem
chamada de EUFEMISMO. O eufemismo é o emprego de
palavras que suavizam uma ideia no texto, como é o caso
da palavra“indesejadas”. É considerada o contrário da
hipérbole, que é o exagero. A alternativa que
corresponde à resposta é a letra B - EUFEMISMO.
Exercício 12:
Em cada um dos períodos abaixo ocorre uma silepse.
Marque a alternativa que classifica corretamente cada uma
delas.
1.
2.
3.
“Está uma pessoa ouvindo missa, meia-hora o
cansa e atormenta e faz romper em
murmurações”.
“E todos assim nos distraímos nesses
preparativos”. (Aníbal Machado)
“A multidão vai subindo, subiram, subiram
mais”. (Murilo Mendes)
a)
Resolução:
Nos versos em destaque “Chorei bilhões de vezes com a
canseira / De inexorabilíssimos trabalhos!” há uma figura
de linguagem chamada HIPÉRBOLE, assinalada na letra
C. A hipérbole é uma figura de estilo que consiste no
emprego de uma ideia de maneira demasiadamente
exagerada, chegando ao ponto de não condizer com a
realidade dos fatos. No caso do exemplo, ela está presente
na afirmação “chorei bilhões de vezes”. É utilizada
geralmente para conferir ao texto um certo nível de
dramaticidade.
Exercício 11:
silepse de gênero, silepse de número, silepse de
número.
b) silepse de pessoa, silepse de número, silepse de
pessoa.
c) silepse de gênero, silepse de pessoa, silepse de
pessoa.
d) silepse de gênero, silepse de pessoa, silepse de
número.
e) silepse de número, silepse de pessoa, silepse de
gênero.
Resolução:
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Aula 01
Nas três frases apresentadas na questão é utilizada um tipo
de SILEPSE, ou seja, uma concordância ideológica que
pode ser de pessoa, de gênero ou de número.
2 – (FUVEST) A catacrese, figura que se observa na frase
“Montou o cavalo no burro bravo”, ocorre em:
Na primeira frase: “Está uma pessoa ouvindo missa, meiahora o cansa e atormenta e faz romper em
murmurações” há uma SILEPSE DE GÊNERO, pois o
pronome “o” (masculino), presente em “meia-hora o
cansa”, não concorda em gênero com o referente “uma
pessoa” (feminino) e sim com a ideia de que esta pessoa
seria um homem.
a) Os tempos mudaram, no devagar depressa do tempo.
Na segunda frase: “E todos assim nos distraímos nesses
preparativos” há SILEPSE DE PESSOA, pois a
construção “nos distraímos” (1ª pessoa) não concorda com
o sujeito “todos” (3ª pessoa) e sim com a ideia de que
todos na verdade se refere a “nós”.
d) Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de
Portugal.
Na terceira frase: “A multidão vai subindo, subiram,
subiram mais” ocorre SILEPSE DE NÚMERO, já que a
forma verbal “subiram” está no plural, enquanto o
sujeito “multidão” está no
singular.
A
concordância é permitida ideologicamente, pois se sabe
que “multidão” se refere a um grande número de pessoas.
b) Última flor do Lácio, inculta e bela, és a um tempo
esplendor e sepultura.
c) Apressadamente, todos embarcaram no trem.
e) Amanheceu, a luz tem cheiro.
3 – (UFF) TEXTO
Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a
expansão de duas formas, pode determinar a supressão de
duas formas, pode determinar a supressão de uma delas;
mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a
supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra,
A alternativa que corresponde à resposta desta questão é a
letra D - silepse de gênero, silepse de pessoa, silepse de
número.
e a destruição não atinge o princípio universal e comum.
Daí o caráter conservador e benéfico da guerra.
Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As
batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que
Exercícios de Figura de Linguagem
Redação Mundo Vestibular
1 – (UFPE) Assinale a alternativa em que o autor NÃO
utiliza prosopopeia.
assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra
vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas
tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam
a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz,
nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma
das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a
a) “A luminosidade sorria no ar: exatamente isto. Era um
suspiro do mundo.” (Clarice Lispector)
alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas
b) “As palavras não nascem amarradas, elas saltam, se
beijam, se dissolvem…” (Drummond)
dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e
públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a
guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a
ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo
racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que
c) “Quando essa não-palavra morde a isca, alguma coisa se
escreveu.” (Clarice Lispector)
virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao
vencedor, as batatas.
d) “A poesia vai à esquina comprar jornal”. (Ferreira
Gullar)
(ASSIS, Machado fr. Quincas Borba. Rio de Janeiro,
Civilização Brasileira/INL, 1976.)
e) “Meu nome é Severino, Não tenho outro de pia”. (João
Cabral de Melo Neto)
Assinale dentre as alternativas abaixo, aquela em que o uso
da vírgula marca a supressão (elipse) do verbo:
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Aula 01
a) Ao vencido, ódio ou compaixão, ao vencedor, as
batatas.
e que o acabasse tomando/ pelo autor imaginante/
ou tivesse que afrontar/ as brabezas do brigante./
b) A paz, nesse caso, é a destruição (…)
(…)
c) Daí a alegria da vitória, os hinos, as aclamações,
recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações
bélicas.
d) (…) mas, rigorosamente, não há morte (…)
e) Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não
chegariam a dar-se (…)
João Cabral de Melo Neto
Sobre as figuras de linguagem usadas no texto, relacione
as duas colunas abaixo:
1 COLUNA
2 COLUNA
(1) Romance de barbante
( ) Pleonasmo
(2) Roda morta; folheto guenzo
( ) Metáfora
(3) Como puro alto-falante
( ) Comparação
(4) Perto/distante
( ) Metonímia
4 – (UFPE)
DESCOBERTA DA LITERATURA
No dia-a-dia do engenho/ toda a semana, durante/
cochichavam-me em segredo: / saiu um novo romance./
Ali/espaço mágico
E da feira do domingo/ me traziam conspirantes/
Franzino/gigante
para que os lesse e explicasse/ um romance de barbante./
(5) Cochichavam-me em segredo
Sentados na roda morta/ de um carro de boi, sem jante,/
A ordem correta é:
ouviam o folheto guenzo, / o seu leitor semelhante,/
a) 1, 2, 3, 4, 5
com as peripécias de espanto/ preditas pelos feirantes./
b) 5, 2, 3, 1, 4
Embora as coisas contadas/ e todo o mirabolante,/
c) 3, 1, 4, 5, 2
em nada ou pouco variassem/ nos crimes, no amor, nos
lances,/
d) 2, 1, 3, 4, 5
e soassem como sabidas/ de outros folhetos migrantes,/
e) 2, 4, 5, 3, 1
a tensão era tão densa,/ subia tão alarmante,/
5 – (ANHEMBI)
que o leitor que lia aquilo/ como puro alto-falante,/
“A novidade veio dar à praia
e, sem querer, imantara/ todos ali, circunstantes,/
na qualidade rara de sereia
receava que confundissem/ o de perto com o distante,/
metade um busto de uma deusa maia
o ali com o espaço mágico,/ seu franzino com gigante,/
metade um grande rabo de baleia
( ) Antítese
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Aula 01
a novidade era o máximo
e) Sinédoque.
do paradoxo estendido na areia
6 – (ANHEMBI)
alguns a desejar seus beijos de deusa
“A novidade veio dar à praia
outros a desejar seu rabo pra ceia
na qualidade rara de sereia
oh, mundo tão desigual
metade um busto de uma deusa maia
tudo tão desigual
metade um grande rabo de baleia
de um lado este carnaval
a novidade era o máximo
do outro a fome total
do paradoxo estendido na areia
e a novidade que seria um sonho
alguns a desejar seus beijos de deusa
milagre risonho da sereia
outros a desejar seu rabo pra ceia
virava um pesadelo tão medonho
oh, mundo tão desigual
ali naquela praia, ali na areia
tudo tão desigual
a novidade era a guerra
de um lado este carnaval
entre o feliz poeta e o esfomeado
do outro a fome total
estraçalhando uma sereia bonita
e a novidade que seria um sonho
despedaçando o sonho pra cada lado”
milagre risonho da sereia
(Gilberto Gil – A Novidade)
virava um pesadelo tão medonho
Gilberto Gil em seu poema usa um procedimento de
ali naquela praia, ali na areia
construção textual que consiste em agrupar ideias de
sentidos contrários ou contraditórios numa mesma unidade
a novidade era a guerra
de significação. A figura de linguagem acima caracterizada
é:
entre o feliz poeta e o esfomeado
a) Metonímia.
estraçalhando uma sereia bonita
b) Paradoxo.
despedaçando o sonho pra cada lado”
c) Hipérbole.
(Gilberto Gil – A Novidade)
d) Sinestesia.
Assinale a alternativa que ilustre a Figura de Linguagem
descrita na questão anterior:
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Aula 01
a) “A novidade veio dar à praia/na qualidade rara de
sereia”
E, quando chega esse dia,
outro desapareceu…
b) “A novidade que seria um sonho/o milagre risonho da
sereia/virava um pesadelo tão medonho”
(Lua Adversa – Cecília Meireles)
c) “A novidade era a guerra/entre o feliz poeta e o
esfomeado”
Indique a alternativa que não contenha a mesma figura de
linguagem presente nesse verso do poema:
d) “Metade o busto de uma deusa maia/metade um grande
rabo de baleia”
a) “O meu olhar é nítido como um girassol” (Alberto
Caeiro)
e) “A novidade era o máximo/do paradoxo estendido na
areia”
b) “Meu amor me ensinou a ser simples como um largo de
igreja” (Oswald de Andrade)
7 – (ANHEMBI) Tenho fases
c) A casa dela é escura como a noite.
Fases de andar escondida,
d) Ele é lerdo como uma lesma.
fases de vir para a rua…
e) A tristeza é um barco imenso, perdido no oceano.
Perdição da minha vida!
8 – (UFPB) Um dia,o Simão me chamou: – “Vem ver.
Olha ali”. Era uma mulher, atarracada ,descalçada, que
Perdição da vida minha!
subia o caminho do morro. (Diante do Sanatorinho havia
um morro. Os doentes em bom estado podiam ir até lá em
Tenho fases de ser tua,
cima, pela manhã e à tarde.) Lembro-me de que, de
repente, a mulher parou e acenou para o Sanatorinho. Não
tenho outras de ser sozinha.
sei quantas janelas retribuíram. E o curioso é que, desde o
Fases que vão e que vêm,
primeiro momento, Simão saltou: – “É minha! Vi
primeiro!”.
no secreto calendário
Uns oitenta doentes tinham visto, ao mesmo tempo. Mas o
Simão era um assassino. Como ele próprio dizia, semódio,
que um astrólogo arbitrário
quase com ternura, “matei um”. E o crime pretérito
intimidava os demais. Constava que trouxera, na mala,
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua…)
No dia de alguém ser meu
com a escova de dentes, as chinelas, um revólver. Naquela
mesma tarde, foi para a cerca, esperar a volta da fulana. E
conversaram na porteira. Simão voltou, desatinado.
Conversara a fulana. Queria um encontro, na manhã
seguinte, no alto do morro.
A outra não prometera nada. Ia ver, ia ver. Simão estava
possesso: – “Dez anos!”, e repetia, quase chorando: –“Dez
anos não são dez dias!”. Campos do Jordão estava cheio de
casos parecidos. Nada mais cruel do que a cronicidade de
certas formas de tuberculose. Eu conheci vários que
não é dia de eu ser sua…
haviam completado, lá na montanha, um quarto de século.
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Aula 01
E o próprio Simão falava dos dez anos como se fosse esta
a idade do seu desejo.
a) I, III, II.
b) I, IV, II.
Na manhã seguinte, foi o primeiro a acordar. (…) Havia
uma tosse da madrugada e uma tosse da manhã. Eu me
c) II, III, II.
lembro daquele dia. Nunca se tossiu tanto. Sujeitos se
torciam e retorciam asfixiados. E, súbito, a tosse parou.
d) III, IV, II.
Todo o Sanatorinho sabia que, no alto do morro, o Simão
ia ver a tal mulher do riso desdentado. E justamente ela
e) III, IV, III.
estava subindo a ladeira. Como na véspera, deu adeus; e
todas as janelas e varandas retribuíram. Uma hora depois,
volta o Simão. Foi cercado, envolvido: – “Que tal?”. Tinha
9 – (UFPE) Nos enunciados abaixo, a palavra destacada
NÃO tem sentido conotativo em:
uma luz forte no olhar: – “Tem amanhã outra vez”.
Durante todo o dia, ele quase não saiu da cama: – sonhava.
Às seis, seis e pouco, um médico entra na enfermaria.
a) A comissão técnica está dissolvida. Do goleiro ao
ponta-esquerda.
Falou pra todos: – “Vocês não se metam com essa mulher
que anda por aí, uma baixa. Passou, hoje de manhã, subiu
a ladeira. Ele prosa”. Ninguém disse nada. O próprio
Simão ficou, no seu canto, uns dez minutos, quieto.
Depois, levantou-se. No meio da enfermaria, como se
desafiasse os outros, disse duas vezes: – “Eu não me
arrependo, eu não me arrependo”.
(RODRIGUES, Nelson. A menina sem estrela. São
Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 132-3.)
A partir da convenção seguinte:
I.Animização
II.Metáfora
III.Metonímia
IV.Silepse
Preencha os parênteses com a adequada classificação das
figuras de linguagem:
( )”… e todas as janelas e varandas retribuíram.”
( )”Campos do Jordão estava cheio de casos parecidos.”
( )”… Simão ia ver a tal mulher do riso desdentado.”
A sequência correta encontra-se em
b) Indispensável à boa forma, o exercício físico detona
músculos e ossos, se mal praticado.
c) O melhor tenista brasileiro perde o jogo, a cabeça e o
prestígio em Roland Garros.
d) Sob a mira da Justiça, os sorteios via 0900 engordam o
caixa das principais emissoras.
e) Alta nos juros atropela sonhos da classe média.
10 – (UFPA) Tecendo a manhã
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
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se entretendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
(MELO, João Cabral de. In: Poesias Completas. Rio de
Janeiro, José Olympio, 1979)
Nos versos
“E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendo para todos, no toldo…”
tem-se exemplo de
a) eufemismo
b) antítese
c) aliteração
d) silepse
e) sinestesia
comum. A divisão clássica é, desde a Antiguidade, em três
grupos: narrativo ou épico, lírico e dramático. Essa divisão
partiu dos filósofos da Grécia antiga, Platão e Aristóteles,
quando iniciaram estudos para o questionamento daquilo
que representaria o literário e como essa representação
seria produzida.1 Essas três classificações básicas fixadas
pela tradição englobam inúmeras categorias menores,
comumente denominadas subgêneros.
O gênero lírico se faz, na maioria das vezes, em versos e
explora a musicalidade das palavras. É importante ressaltar
que o gênero lírico trabalha bastante com as emoções,
explorando os sentimentos Entretanto, os outros dois
gêneros — o narrativo e o dramático — também podem
ser escritos nessa forma, embora modernamente prefira-se
a prosa.
Todas as modalidades literárias são influenciadas pelas
personagens, pelo espaço e pelo tempo. Todos os gêneros
podem ser não-ficcionais ou ficcionais. Os não-ficcionais
baseiam-se na realidade, e os ficcionais inventam um
mundo, onde os acontecimentos ocorrem coerentemente
com o que se passa no enredo da história.1
O texto épico relata fatos históricos realizados pelos seres
humanos no passado. é relatar um enredo, sendo ele
imaginário
ou
não,
situado
em tempo e lugar determinados, envolvendo uma ou mais
personagens, e assim o faz de diversas formas.
As narrativas utilizam-se de diferentes linguagens:
a verbal (oral ou escrita), a visual (por meio da imagem),
a gestual (por meio de gestos), além de outras.
Quanto à estrutura, ao conteúdo e à extensão, pode-se
classificar
as
obras
narrativas
em romances, contos, novelas, poesias
épicas, crônicas, fábulas e ensaios. Quanto à temática, às
narrativas podem ser histórias policiais, de amor, de ficção
e etc.
Gabarito:
Todo
texto
que
traz foco
narrativo, enredo, personagens, tempo e espaço, conflito, c
límax
1-e 2-c 3-a 4-b 5-b 6-b 7-e 8-e 9-b 10-c
e desfecho é classificado como narrativo.
Gênero Lírico
III. Gêneros literários: concepções tradicional e
moderna
Gênero literário
O termo “lírico” vem do latim (lyricu) e quer dizer “lira”,
um instrumento musical grego. Durante o período da Idade
Média os poemas eram cantados e divididos por métricas
Gênero literário é uma categoria de composição literária.
A classificação das obras literárias podem ser feitas de
acordo com critérios semânticos, sintáticos, fonológicos,
formais, contextuais e outros. As distinções entre os
gêneros e categorias são flexíveis, muitas vezes com
subgrupos.
Na história, houve várias classificações de gêneros
literários, de modo que não se pode determinar uma
categorização de todas as obras seguindo uma abordagem
(a medida de um verso, definida pelo número de sílabas
poéticas). A combinação de palavras, aliterações e rima,
por exemplo, foram cultivadas pelos poetas como forma de
manter o ritmo musical. Logo, essa é a origem da métrica e
da musicalidade na poesia. A temática lírica geralmente
envolve a emoção, o estado de alma, os pensamentos, os
sentimentos do eu-lírico, e também os pontos de vista do
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autor
e,
portanto,
é
inteiramente
subjetiva.
envolve a emoção, o estado de alma, os pensamentos, os
Esse gênero é geralmente expresso pela poesia, contudo,
sentimentos do eu-lírico, e também os pontos de vista do
não é toda poesia que pertence ao gênero referido, já que
autor
dependerá dos elementos literários inseridos nela.
Esse gênero é geralmente expresso pela poesia, contudo,
e,
portanto,
é
inteiramente
subjetiva.
não é toda poesia que pertence ao gênero referido, já que
Quanto à forma, da Idade Média aos dias de hoje, o estilo
dependerá dos elementos literários inseridos nela.
de poema que permaneceu com intensidade foi o soneto,
poesia rimada, composta por quatorze versos, dois
Quanto à forma, da Idade Média aos dias de hoje, o estilo
quartetos e dois tercetos, com métrica composta de versos
de poema que permaneceu com intensidade foi o soneto,
decassílabos (dez sílabas) e versos alexandrinos (12
poesia rimada, composta por quatorze versos, dois
sílabas).
quartetos e dois tercetos, com métrica composta de versos
decassílabos (dez sílabas) e versos alexandrinos (12
Quanto ao conteúdo, predominantemente subjetivo,
sílabas).
destacam-se:
Quanto ao conteúdo, predominantemente subjetivo,
• Elegia – vem do grego e significa “canto triste”; poesia
destacam-se:
lírica que expressa sentimentos tristes ou morte. Um
exemplo frequente é “O cântico do calvário” de Fagundes
• Elegia – vem do grego e significa “canto triste”; poesia
Varela.
lírica que expressa sentimentos tristes ou morte. Um
exemplo frequente é “O cântico do calvário” de Fagundes
• Idílio e écloga – são poemas breves com temática
Varela.
pastoril. A écloga, na maioria das vezes, apresenta diálogo.
• Idílio e écloga – são poemas breves com temática
• Epitalâmio – na literatura grega é um poema de
pastoril. A écloga, na maioria das vezes, apresenta diálogo.
homenagem aos noivos no momento do casamento. Logo,
é uma exaltação às núpcias de alguém.
• Epitalâmio – na literatura grega é um poema de
homenagem aos noivos no momento do casamento. Logo,
• Ode ou hino – derivam do grego e significam “canto”.
é uma exaltação às núpcias de alguém.
Ode é uma poesia que exalta algo e hino que glorifica a
pátria.
• Ode ou hino – derivam do grego e significam “canto”.
Ode é uma poesia que exalta algo e hino que glorifica a
• Sátira – poesia que ridiculariza os defeitos humanos ou
pátria.
determinadas situações.
• Sátira – poesia que ridiculariza os defeitos humanos ou
determinadas situações.
Gênero Narrativo
Textos narrativos
O termo “lírico” vem do latim (lyricu) e quer dizer “lira”,
um instrumento musical grego. Durante o período da Idade
Seguem, abaixo, modalidades textuais pertencentes ao
Média os poemas eram cantados e divididos por métricas
gênero narrativo.
(a medida de um verso, definida pelo número de sílabas
poéticas). A combinação de palavras, aliterações e rima,

por exemplo, foram cultivadas pelos poetas como forma de
manter o ritmo musical. Logo, essa é a origem da métrica e
da musicalidade na poesia. A temática lírica geralmente
Épico: é um texto completo, com tempo, espaço e
personagens bem definidos de carácter verossímil.

Fábula: é um texto de carácter fantástico que
busca ser inverossímil (não tem nenhuma semelhança
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
com a realidade). As personagens principais são
dramático se tornar uma peça, ele deve primeiro ser
animais ou objetos, e a finalidade é transmitir alguma
transformado em um roteiro, para depois poder ser
lição de moral.
transformado então no gênero espetáculo. É muito difícil
Epopeia ou Épico:
é
uma
narrativa
feita
em versos, num longo poema que ressalta os feitos de
um herói ou as aventuras de um povo. Três belos
exemplos
são Os
Lusíadas,
de Luís
de
Camões, Ilíada e Odisseia, de Homero.


muito grande em teatralizar qualquer tipo de texto. No
entanto, a principal característica do texto dramático é a
presença do chamado texto principal, composto pela parte
do texto que deve ser dito pelos atores na peça e que,
muitas vezes, é induzido pelas indicações cênicas,
intermediário entre a longevidade do romance e a
rubricas, texto também chamado de secundário, que
brevidade do conto. O personagem se caracteriza
informa os atores e o leitor sobre a dinâmica do texto
existencialmente
Como
principal. Por exemplo, antes da fala de um personagem é
exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O
colocada a expressão: «com voz baixa», indicando como o
Alienista, de Machado de Assis, e A Metamorfose,
texto deve ser falado.
de Kafka.
Já que não existe narrador nesse tipo de texto, o drama é
em
poucas
situações.
Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção,
dividido entre as duas personagens locutoras, que entram
geralmente em prosa, que conta situações rotineiras,
em cena pela citação de seus nomes.
curta, engraçada e até folclores (conto popular) por
"Classifica-se de drama toda peça teatral caracterizada sem
personagens previamente retratados. Inicialmente,
seriedade, ou solenidade, em semelhança à comédia
fazia
propriamente dita".
parte
da literatura
oral e Boccaccio foi
o
publicação de Decamerão.

demais gêneros textuais, já que existe uma tendência atual
Novela: é um texto caracterizado por ser
primeiro a reproduzi-lo de forma escrita com a

ter definição de texto dramático que o diferencie dos
Apresenta qualquer tema, estrutura-se em dois tipos de
textos: rubrica e o discurso direto. Há ausência de narrador
Crônica: é uma narrativa informal, ligada à vida
e é formado por atos, quadros e cenas porém o gênero
cotidiana, com linguagem coloquial, breve, com um
dramático se encontra numa classe gramatical muito
toque de humor e crítica.
grande e alta o que dificulta o entendimento desse assunto.
Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o
Subclassificações dos gêneros
poético e o didático, expondo ideias, críticas e
reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema.
É menos formal e mais flexível que o tratado.
A notícia é um exemplo de texto não literário.

Consiste também na defesa de um ponto de vista
pessoal
e
subjetivo
sobre
um
alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto
tema
máximo do texto. Um bom exemplo é a peça Romeu e
(humanístico, filosófico, político, social, cultural, mor
al,comportamental, literário, etc.), sem que se paute
em formalidades como documentos ou provas
empíricas ou dedutivas de caráter científico.
Gênero Dramático
É composto de textos que foram escritos para serem
encenados em forma de peça de teatro. Para o texto
Elegia — é um texto de exaltação à morte de
Julieta, de William Shakespeare.

Epitalâmia —
é
um
texto
relativo
às
noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com
poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é
a peça Romeu e Julieta nas Noites Nupciais.
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
Sátira — é um texto de caráter ridicularizador,
podendo ser também uma crítica indireta a algum fato
ou a alguém. Uma piada é um bom exemplo de sátira.

Farsa — é um texto onde os personagens
c) a influência dos trovadores provençais é nítida nas
cantigas de amor galego-portuguesas.
d) durante o trovadorismo, ocorre a separação entre
poesia e música.
e) muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em
livros ou coletâneas que receberam o nome de
cancioneiros.
principais podem ser duas ou mais pessoas diferentes
e não serem reconhecidos pelos feitos dessa pessoa.

Tragédia — representa um fato trágico e tende a
provocar compaixão e terror.

Poesia de cordel - texto tipicamente brasileiro em
que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural
nordestinos, fatos diversos da sociedade e da
realidade vivida por aquele povo.
Questões de vestibulares
Gêneros Literários
1. (UFRS) O gênero dramático, entre outros aspectos,
apresenta como característica essencial:
a) a presença de um narrador.
b) a estrutura dialógica. c) o extravasamento lírico.
d) a musicalidade.
e) o descritivismo.
2. (UFU-MG) Relacione as espécies literárias ao lado
com suas respectivas características dispostas abaixo
e assinale a alternativa correta:
I. Modalidade de texto literário que oferece uma
amostra da vida através de um episódio, um flagrante
ou instantâneo, um momento singular e
representativo; possui economia de meios narrativos e
densidade na construção das personagens.
II. À intensidade expressiva desse tipo de texto
literário, à sua concentração e ao seu caráter imediato,
associa-se, como traço estético importante, o uso do
ritmo e da musicalidade.
III. Essa modalidade de texto literário prende-se a
uma vasta área de vivência, faz-se geralmente de uma
história longa e apresenta uma estrutura complexa.
c) o texto literário é aquele em que predominam a
repetição da realidade, a linguagem linear, a unidade
de sentido.
d) no gênero lírico os elementos do mundo exterior
predominam sobre os do mundo interior do eu
poético.
4. (UFRS) Assinale a alternativa incorreta com
respeito ao Trovadorismo em Portugal:
a) nas cantigas de amigo, o trovador escreve o poema
do ponto de vista feminino.
b) nas cantigas de amor, há o reflexo do
relacionamento entre senhor e vassalo na sociedade
feudal: distância e extrema submissão.
5. (PUC-RS) O paralelismo, uma técnica de
construção literária nas cantigas trovadorescas,
consistiu em:
a) unir duas ou mais cantigas com temas paralelos e
recitá-las em simultaneidade.
b) um conjunto de estrofes ou um par de dísticos em
que sempre se procura dizer a mesma ideia.
c) apresentar as cantigas, nas festas da corte, sempre
com o acompanhamento de um coro.
d) reduzir todo o refrão a um dístico.
e) pressupor que há sempre dois elementos paralelos
que se digladiam verbalmente.
6. (UFMG) Interpretando historicamente a relação de
vassalagem entre homem amante/mulher amada, ou
mulher amante/homem amado, pode-se afirmar que:
a) o Trovadorismo corresponde ao Renascimento.
b) o Trovadorismo corresponde ao movimento
humanista.
c) o Trovadorismo corresponde ao Feudalismo.
d) o Trovadorismo e o Medievalismo só poderiam ser
provençais.
e) tanto o Trovadorismo como Humanismo são
expressões da decadência medieval.
7. (UFMG) Nas mais importantes novelas de
cavalaria que circularam na Europa medieval,
principalmente como propaganda das Cruzadas,
sobressaem-se:
a) as namoradas sofredoras, que fazem bailar para
atrair o namorado ausente.
b) os cavaleiros medievais, concebidos segundo os
padrões da Igreja Católica (por quem lutam).
c) as namorada castas, fiéis, dedicadas, dispostas a
qualquer sacrifício para ir ao encontro do amado.
d) os namorados castos, fiéis, dedicados que,
entretanto, são traídos pelas namoradas sedutoras.
e) os cavaleiros sarracenos, eslavos e infiéis, inimigos
da fé cristã.
8. (PUC-RS) As narrativas que descrevem as lutas dos
cruzados envolvem sempre um herói muito engajado
na luta pela cristandade, podendo ser a um só tempo
frágil e forte, decidido e terno, furioso e cortês. No
entanto, com relação à mulher amada, esse herói é
sempre:
a) pouco dedicado. d) indelicado. b) infiel. e) n.d.a. c)
devotado.
9. (OSEC-SP) Assinale a alternativa incorreta: O
classicismo
a) é o estilo dominante na literatura ocidental durante
o século XVI ou Quinhentismo.
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b) correponde à época do Renascimento em que se
observa a recuperação dos valores culturais gregos e
latinos.
c) é o estilo que incorpora os valores humanistas do
Renascimento:
antropocentrismo,
racionalismo,
universalismo.
d) começa no Brasil em 1500, com a Carta, de Pero
Vaz de Caminha.
e) é uma época caracterizada pela rejeição dos valores
religiosos da cultura medieval.
10. (OSEC-SP) Relacionar:
(1) autor humanista
(2) autor clássico
( ) Erasmo de Rotherdan
( ) Luís Vaz de Camões
( ) Gil Vicente
( ) Dante Alighieri
( ) Sá de Miranda
( ) Giovanni Boccaccio
11. (PUC-SP) O Auto da Barca do Inferno pertence
ao movimento literário do Humanismo, em Portugal,
porque Gil Vicente:
a) critica a igreja pela venda indiscriminada de
indulgências e pela vida desregrada dos padres.
b) preocupa-se somente com a salvação do homem
após a morte, sem se voltar para os problemas sociais
da época.
c) equilibra a concepção cristã da salvação após a
morte com a visão crítica do homem e da sociedade
do seu tempo.
d) tem como única preocupação criticar o homem e as
mazelas sociais do momento histórico em que está
inserido.
e) critica a Igreja, ao defender com entusiasmo os
princípios reformistas disseminados pela Reforma
protestante.
12. (OSEC-SP) Relacionar autor e obra:
1. Gil Vicente
2. Luís Vaz de Camões
3. Giovanni Boccaccio
4. Dante Alighieri
5. Erasmo de Rotherdan
6. Ariosto
( ) Os Lusíadas
( ) Decameron
( ) Orlando Furioso
( ) O elogio da Loucura
( ) Auto da Visitação
( ) A Divina Comédia
13. (ENC-SP) Se o teatro vicentino é acentuadamente
religioso e medievalizante, como se explica sua
classificação nos limites do Humanismo? Se partir de
O Auto da Barca do Inferno, responda mediante a
alternativa correta:
a) analisa o homem em suas relações sociais, nas
busca do melhor caminho para o encontro com Deus e
a moralidade religiosa.
b) analisa o homem em suas relações com Deus, na
busca do melhor caminho para o encontro com o
semelhante.
c) investiga o homem em suas relações com a igreja,
destacando a crítica aos padres que não se voltam para
os valores humanos.
d) analisa o homem em suas relações com a nobreza,
o clero e o povo, tendo em vista a vida transitória da
religião e do mercado ascendente.
e) critica a igreja, ao defender com entusiasmo os
princípios reformistas disseminados pela Reforma
protestante.
14. (UNIFAP-SP) As primeiras peças teatrais
portuguesas escritas com objetivo de serem levadas a
público são de autoria de:
a) Manuel Maria Barbosa du Bocage.
b) Paio Soares de Taveirós.
c) D. Diniz.
d) Camões.
e) Gil Vicente.
15. (UFU-MG) Na Farsa de Inês Pereira, Gil Vicente:
a) retoma a análise do amor do velho apaixonado,
desenvolvida em O velho da horta.
b) mostra a humilhação da jovem que não pode
escolher seu marido, tema de várias peças desse autor.
c) denuncia a revolta da jovem confinada aos serviços
domésticos, o que confere atualidade à obra.
d) conta a história de uma jovem que assassina o
marido para se livrar dos maus tratos.
e) aponta, quando Lianor narra as ações do clérigo,
uma solução religiosa para a decadência moral de seu
tempo.
16. (UFSC) Marque a alternativa incorreta a respeito
do Humanismo:
a) época de transição entre a Idade Média e o
Renascimento.
b) o teocentrismo cede lugar ao antropocentrismo.
c) Fernão Lopes é o grande cronista da época.
d) Garcia de Resende coletou as poesias da época,
publicadas em 1516 com o nome de Cancioneiro
Geral.
e) a Farsa de Inês Pereira é a obra de Gil Vicente cujo
assunto é religioso, desprovido de crítica social. Este
famoso soneto corresponde às questões 17 e 18: Amor
é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se
sente; É um contentamento descontente; É dor que
desatina sem doer; É um não querer mais que [bemquerer; É andar solitário por entre a gente; É nunca
contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se
perder. É querer estar preso por vontade; É servir a
quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata
lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos
corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o
mesmo [Amor?
17. (MACK-SP) Este soneto, um dos mais perfeitos
que foram produzidos em Língua Portuguesa,
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pertence ao estilo de época do Renascimento, portanto
criado no século:
a) XV.
b) XVI.
c) XVII.
d) XVIII.
e) XIX.
18. (MACK-SP) Indique o nome do autor desse
soneto:
a) Bocage. b) Camilo Pessanha. c) Camões. d) Gil
Vicente. e) Manuel Bandeira.
19. (FUVEST) Assinale a(s) alternativa(s) incorreta(s)
sobre Os Lusíadas:
a) ( ) herói coletivo – o povo português; herói
individual – Vasco da Gama.
b) ( ) modelo: A Eneida de Virgílio; seguido das
epopeias de Homero: A Ilíada e A Odisseia. c) ( )
estrutura clássica, 5 partes, dez cantos, 1.102 estrofes,
em oitava rima (ABABABCC), versos decassílabos
heroicos.
d) ( ) concomitância do “maravilhoso”, pagão e
cristão; da ideologia burguesa, expansionista e do
espírito de cruzada medieval; do épico e do lírico; do
plano histórico e do mitológico.
e) ( ) a narrativa inicia-se já no meio da ação (viagem
de Vasco da Gama às Índias).
f ) ( ) na proposição o poeta privilegia: os
navegadores (“as armas e os barões”); os reis de
Portugal (“e as memórias gloriosas daqueles Reis que
foram dilatando a fé”); e os heróis da pátria (“aqueles
que se vão da lei da morte libertando”).
g) ( ) apesar de refletir a ideologia do Renascimento
há em alguns episódios como Os Doze Pares da
Inglaterra e O Velho do Restelo forte presença da
mentalidade e gosto medievais.
h) ( ) na Literatura Brasileira, obras como:
Prosopopeia (Bento Teixeira), Vila Rica (Cláudio M.
Da Costa), Caramuru (Santa Rita Durão), Uraguai
(Basílio da Gama – de forma não-sistemática), A
Confederação dos Tamoios (Gonçalves de
Magalhães) e até Invenção do Orfeu (do modernista
Jorge de Lima) – refletem, em maior ou menor grau, a
influência de Os Lusíadas.
20. (FUVEST) Na Lírica de Camões:
a) o metro usado para a composição dos sonetos é a
redondilha.
b) a mulher é vista em seus aspectos físicos,
despojada de espiritualidade.
c) cantar a pátria é o centro das preocupações.
d) encontra-se fonte de inspiração de muitos poetas
brasileiros do século XX.
e) encontram-se sonetos, odes, sátiras e autos. Texto
correspondente às questões 21 a 23: E vós, Tágides
minhas, pois criado Tendes em mim um novo
engenho [ardente, Se sempre em verso humilde,
[celebrado Foi de mim vosso rio alegremente, Dai-me
agora um som alto, e [sublimado, Um estilo
grandíloco e corrente, Porque de vossas águas Febo
[ordene, Que não tenha inveja às de [Hipocrene.
21. (UFU-MG) Os versos acima pertencem aos
Lusíadas. Pelo que se lê, conclui-se que encerram:
a) a proposição da epopeia.
b) o epílogo de um trecho lírico.
c) uma invocação.
d) uma dedicatória.
e) a narração do poema.
22. (UFU-MG) Repare nas rimas e assinale a
alternativa que espelha seu esquema rimático:
a) ab ab ab cc.
b) aaa bbb cc.
c) abcd abcd.
d) aa bb aa bb.
e) abc abc dd.
23. (UFU-MG) A Tágide e Febo aplicam-se os
seguintes conteúdos semânticos:
a) filhas do amor e deus das águas.
b) filhas humildes e deus do sol.
c) ninfas do rio Tejo e deus da poesia, Apolo.
d) inspirações e deus da lua.
e) ninfas do rio Tejo e deus dos mares.
24.(OSEC-SP) Leia o texto com atenção: Cessem do
sábio Grego e do [Troiano As navegações grandes
que [fizeram; Cale-se de Alexandre e de Trajano A
fama das vitórias que tiveram. Que eu canto o peito
ilustre lusitano A quem Netuno e Marte [obedeceram.
Cesse tudo que a antiga Musa canta Que outro valor
mais alto se [alevanta! (Camões, Os Lusíadas, Canto
I, estrofe IV) Assinale a alternativa incorreta acerca
do texto acima:
a) a estrofe acima corresponde à 1ª parte do poema
(Proposição) e indica a matéria épica de Os Lusíadas.
b) o verso empregado na estrofe acima é o
decassílabo (ou verso de medida nova), verso
tipicamente clássico.
c) a estrofe acima recebe o nome de oitava rima ou
oitava real (8 versos decassílabos com esquema de
rima ab/ab/ab/cc).
d) o subjetivismo do texto fica no emprego da 1ª
pessoa (que caracteriza a função emotiva da
linguagem, típica do Classicismo).
e) Netuno e Marte são figuras mitológicas que
indicam que o maravilhoso presente no texto é o
maravilhoso pagão (mitologia greco-latina), índice do
Classicismo do trecho.
25. (OSEC-SP) Assinale a alternativa correta, em
relação às características do classicismo:
a) subjetivismo, função emotiva da linguagem,
idealização, escapismo, mal do século e nacionalismo.
b) objetivismo, descritivismo, busca da forma
perfeita, aproximação de poesia e arte plásticas, nãoenvolvimento emocional, temas arqueológicos,
estética de nomeação.
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c)
objetividade,
racionalismo,
universalismo,
antropocentrismo, retomada de valores grego-latinos,
referencialidade, harmonia e equilíbrio.
d) estética de sugestão, musicalidade, temas vagos e
místicos, conotação, sinestesia, não-separação de
sujeito-objeto.
e) dualismo, fusionismo, uso do contraste,
bifrontismo, metalinguagem, excesso de figuras de
linguagem.
26. (OSEC-SP) Coloque V (para Verdadeiro) ou F
(para Falso), com relação à estética Clássica:
— 130 — ( ) os padrões estéticos clássicos derivam
de uma concepção de vida teocêntrica.
( ) ao Misticismo e Ascetismo Medievais substitui o
Paganismo, introduzindo novamente a mitologia
greco-latina nas artes.
( ) as obras clássicas apresentam uma linguagem
popular, sendo, por isso, acessíveis a todos.
( ) por bifrontismo da obra camoniana se entende a
participação do ideário medieval e dos valores
clássicos.
27. (ENC-SP) Lioanor pela verdura; Vai fermosa, e
não segura. Leva na cabeça o pote, O testo nas mãos
da prata, Cinta de fina escarlata, Sainho de chamalote;
Traz a vasquinha de cote, Mais branca que a neve
pura; Vai fermosa e não segura. Descobre a touca a
garganta, Cabelos de ouro entrançado, Fita de cor de
encarnado, Tão linda que o mundo espanta, Chove
nela graça tanta, Que dá graça à fermosura: Vai
fermosa, e não segura.* * testo = tampa de pote;
chamalote = tecido de lã e seda; vasquinha = espécie
de saia; de cote = de uso cotidiano. A poesia de
Camões é comumente classificada em “medida velha”
e “medida nova”. É correto afirmar que o poema
abaixo insere-se na:
a) “medida velha”, porque expressa um ideal de
beleza mais concreto, por meio da valorização dos
dotes físicos da mulher do povo.
b) “medida velha”, porque se prende às convenções
da poesia greco-latina, entre elas, a do panteísmo.
c) “medida velha” porque é composto em redondilha
menor, tipo de verso de origem popular.
d) “medida nova”, porque se serve do idealismo
neoplatônico, para expressar a elevação espiritual da
mulher do povo.
e) “medida nova”, porque é composto em redondilha
maior, tipo de verso introduzido em Portugal por Sá
de Miranda
28. (ENC-SP) Em Os Lusíadas, Camões:
a) homem do século XVI, abraçando o Cristianismo e
vivendo o pragmatismo de seu tempo, despreza a
mitologia greco-latina, que contraria sua fé e o
cientificismo da época.
b) como todo poeta do Renascimento, recebendo
influência dos gregos e romanos, concebe as
divindades pagãs como superiores à cristã.
c) fiel a sua religião, faz que a divindade cristã
compareça de maneira física, intervindo e atuando ao
longo do poema, do mesmo modo que as divindades
pagãs.
d) recebendo influência direta de Homero e Virgílio,
elimina em sua epopeia quaisquer vestígio da
concepção de mundo cristã.
e) sensível aos valores do mundo clássico, vale-se da
mitologia greco-latina como um recurso retórico, que
enriquece e embeleza os elementos históricos.
29. (FMABC-SP) Aponte a alternativa correta:
a) Eça de Queirós é um dos maiores prosadores
românticos de Portugal.
b) Camões, além de poeta épico, é notável como
lírico.
c) toda a poesia de Bocage se enquadra no
Arcadismo.
d) Vieira representa o melhor da poesia barroca.
e) Camilo Castelo Branco é lembrado sobretudo pelo
romance histórico.
30. (UFPR) Os trechos abaixo foram retirados,
respectivamente, das obras de Mário de Andrade e de
Camões: No outro dia o herói acordou muito
constipado. Era porque apesar do calorão da noite ele
dormira de roupa com medo da Caruviana que pega
indivíduo dormindo nu. Mas estava muito gangento
com o discurso da véspera. Esperou impaciente os
quinze dias da doença resolvido a contar mais casos
pro povo. Porém quando se sentiu bom era
manhãzinha e quem conta histórias de dia cria rabo de
cutia. (...) Que eu canto o peito ilustre [Lusitano A
quem Neptuno e Marte [obedecerão; Cesse tudo o que
a Musa antiga [canta, Que outro valor mais alto se
[alevanta. ...................................................... E não
menos certíssima [Christandade, Vós, ó novo temor
da Maura lança, Maravilha fatal da nossa idade, Dada
ao mundo por Deos, que [todo o mande (...)
Encontramos neles aspectos que caracterizam o
movimento modernista brasileiro e o classicismo
português, tais como:
a) miscigenação de superstições, provérbios e
anedotas — coexistência de entidades mitológicas
com a tradição monoteísta herdada da Idade Média.
b) problematização social vista às avessas através do
humor — coexistência de entidades mitológicas com
a tradição politeísta herdada da Idade Média.
c) ridicularização do homem através das tradições
históricas — exaltação do homem por seus feitos
históricos.
d) problematização social vista às avessas através do
humor — exaltação do homem por seus feitos
históricos.
e) comparação do homem a seres folclóricos —
comparação do homem a seres mitológicos.
31. (UFPA) Sobre a lírica camoniana, é incorreto
afirmar que:
a) boa parte de sua realização se encontra na poesia
de inspiração clássica.
b) sua temática é variada, encontrando-se desde
temas abstratos até tradicionais.
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c) no aspecto formal, é toda construída em versos
decassílabos em oitava rima.
d) sonda o sombrio mundo do “eu” da mulher, da
Pátria e de Deus.
e) muitas vezes, o poeta procura conceituar o Amor,
lançando mão de antíteses e paradoxos.
32. (VUNESP) Tanto de meu estado me acho
[incerto, que em vivo ardor tremendo estou [de frio;
sem causa, juntamente choro e rio, o mundo todo
abarco e nada aperto. É tudo quanto sinto, um
desconcerto; da alma um fogo me sai, da vista [um
rio; agora espero, agora desconfio, agora desvario,
agora acerto. Estando em terra chego ao céu [voando,
num’hora acho mil anos, e é de jeito que em mil, anos
não posso achar um’hora. Se me pergunta alguém por
que [assi ando, respondo que não sei; porém o
[suspeito que só porque vos vi, minha [Senhora. O
soneto acima transcrito é de Luís Camões. Nele se
acha uma característica da poesia clássica
renascentista. Assinale essa característica, em uma
das alternativas:
a) a suspeita de amor que o poeta declara na
conclusão.
b) o jogo de contradições e perplexidades que
atormentam o poeta.
c) o fato de todos perguntarem ao poeta por que
assim anda.
d) o fato de o poeta não saber responder a quem o
interroga.
e) a utilização de um soneto para relato das suas
amarguras.
33. (FUVEST) Indique a ideia que não está no texto:
Por isso, ó vós que as famas estimais, Se quiserdes no
mundo ser tamanhos, Despertais já do sono do ócio
ignaro, Que o ânimo de livre faz escravo. E ponde na
cobiça um freio duro, E na ambição também, que
[indignamente Tomais mil vezes, e no torpe e escuro
Vício da tirania infame e urgente; Porque essas honras
vãs, esse ouro [puro Verdadeiro valor não dão à
gente; Melhor é merecê-lo sem os ter, Que possuí-los
sem os merecer. (Camões)
a) a ambição é um vício torpe que leva à tirania.
b) as falsas honras e a riqueza não dão valor às
pessoas. c) os que aspiram à glória devem fugir ao
ócio.
d) é preciso refrear a excessiva ambição e o pendor
para tirania.
e) é preferível merecer honras e riquezas não
conseguidas a obtê-las sem merecimento.
As questões 34 e 35 referem-se ao texto abaixo:
Busque Amor novas artes, nôvo [engenho, para
matar-me, e novas [esquivanças; que não pode tirarme esperanças, que mal me tirará o que eu não [tenho.
Olhai de que esperanças me [mantenho! vêde que
perigosas seguranças: que não temo contrastes nem
[mudanças, andando em bravo mar perdido o [lenho.
Mas, conquanto não pode haver [desgôsto onde
esperança falta, lá me [esconde Amor um mal, que
mata e não se vê; que dias há que na alma me tem
[pôsto um não sei quê, que nasce não sei [onde, vem
não sei como e dói não sei [por quê.
34. (PUC-RS) Neste poema é possível reconhecer que
uma dial tica amorosa trabalha a oposição entre:
a) o bem e o mal.
b) a proximidade e a distância.
c) o desejo e a idealização.
d) a razão e sentimento.
e) o mistério e a realidade.
35. (PUC-RS) Uma imagem de forte expressividade
deixa implícita uma comparação com o arriscado jogo
do amor. Assinalar a alternativa que contém essa
imagem:
a) o engenho do amor.
b) o perigo da segurança.
c) naufrágio em bravo mar.
d) mar tempestuoso.
e) um não sei quê.
36. (CESGRANRIO-RJ) Apontam-se a seguir
algumas características atribuídas pela crítica à
epopeia de Luís Vaz de Camões, Os Lusíadas. Uma
dessas características está incorreta. Trata-se de:
a) concepção da história nacional como sequência de
proezas de heróis aristocráticos e militares.
b) apologia dos poderes humanos, realçando o
orgulho humanista de autodeterminação e do avanço
no domínio sobre a natureza.
c) efabulação mitológica. d) contraposição da
experiência e da observação direta à ciência livresca
da Antiguidade.
e) eliminação do pan-erotismo, existente em parte da
lírica, em favor de uma ênfase mais objetiva na
narração dos feitos lusitanos.
37. (CESGRANRIO-RJ) Sobre Os Lusíadas, é
incorreto afirmar que:
a) quando a ação do poema começa, as naus
portuguesas estão navegando em pleno Oceano
Índico, portanto a meio da viagem.
b) na invocação, o poeta se dirige às Tágides, musas
do Rio Tejo.
c) na Ilha dos Amores, após o banquete, Tethys
conduz o capitão ao ponto mais alto da ilha, onde lhe
desvenda “a máquina do mundo”.
d) tem como núcleo narrativo a viagem de Vasco da
Gama a fim de estabelecer contato marítimo com as
Índias.
e) é composto em sonetos decassílabos, mantendo,
em 1102 estrofes, o mesmo esquema de rima.
38. (FUVEST) Não mais, Musa, não mais, que a
[Lira tenho Destemperada e a voz [enrouquecida, E
não do canto, mas de ver que [venho Cantar a gente
surda e endurecida. O favor com que mais se acende
[o engenho Não no dá a pátria, não, que está [metida
No gosto da cobiça e na rudeza De uma austera,
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apagada e vil [tristeza. Os versos acima pertencem a
que parte dos Lusíadas?
a) proposição.
b) invocação.
c) dedicatória.
d) narração.
e) epílogo.
c) dada sua espiritualidade, demonstrava desinteresse
por assuntos mundanos.
d) em função de seu zelo para com Deus, utilizava-o
para justificar todos os acontecimentos políticos e
sociais.
e) mostrou-se tímido diante dos interesses dos
poderosos.
39. (UNIJUÍ-RS) O digno representante do povo
português, herói de Os Lusíadas, foi:
a) Alexandre, o Grande.
b) Trajano.
c) Vasco da Gama.
d) Ulisses.
e) Virgílio.
43. (FUVEST) O Barroco é, na verdade, dois estilos:
o Cultismo e o Conceptismo. O Cultismo:
a) caracteriza-se pelo agudo jogo de conceitos e
ideias, que desenvolve apoiando-se no raciocínio
silogístico.
b) é o estilo que busca a aproximação entre poesia e
música, valorizando figuras sonoras e os efeitos
musicais do ritmo.
c) corresponde a uma estética de nomeação, em que
predomina a poesia descritiva e de traço arqueológico
d) caracteriza-se pela linguagem metafórica, pelo uso
excessivo de figuras, sobretudo antíteses e hipérboles,
pela visão de mundo dualista, contraditória e
sensorial.
e) n.d.a.
40. (UNIJUÍ-RS) Os bons vi sempre passar No
mundo graves tormentos E, para mais me espantar, Os
maus vi sempre nadar Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim O bem tão mal ordenado.
Fui mal. Mas fui castigado. Assim que só para mim
Anda o mundo concentrado. O texto anterior:
a) é parte de um auto de Gil Vicente.
b) é um soneto camoniano.
c) é composto de redondilhas, que se encaixam na
obra lírica de Camões.
d) pode ser encaixado em Os Lusíadas, devido à
estrutura das estrofes.
e) é uma cantiga de amigo.
41. (FUVEST) Entre os semeadores do Evangelho há
uns que saem a semear, há outros que semeiam sem
sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à
Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair são
os que se contentam com pregar na pátria. Todos
terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm
a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura: aos que
vão buscar a seara tão longe, hão-lhes medir a
semeadura, e hão-lhes de contar os passos. Ah! dia do
juízo! Ah! pregadores! Os de cá, achar-vos-eis com
mais paço; os de lá, com mais passos... A passagem
acima é representativa de uma das tendências estéticas da prosa seiscentista a saber:
a) o sebastianismo, isto é, a celebração do mito da
volta de D. Sebastião, rei de Portugal, morto na
batalha de Alcácer-Quibir.
b) a busca do egotismo e da aventura ultramarina,
presentes nas crônicas e narrativas de viagem.
c) a exaltação do heroico e do épico, por meio das
metáforas grandiloquentes da epopeia. d) lirismo
trovadoresco, caracterizado por figuras de estilo
passionais e místicas.
e) conceptismo, caracterizado pela utilização
constante dos recursos da dialética.
42. (FUVEST) A respeito do Pe. Antônio Vieira,
pode-se afirmar que:
a) embora vivesse no Brasil, por sua formação
lusitana, não se ocupou de problemas locais.
b) procura adequar os textos bíblicos às realidades de
que tratava.
44. (OBJETIVO-SP) Assinale a(s) afirmação(ões)
incorreta(s) ou não relacionada(s) ao período Barroco
em Portugal:
a) ( ) Contra-Reforma – Inquisição.
b) ( ) Decadência política e econômica.c) ( ) Domínio espanhol.
d) ( ) Mito sebastianista.
e) ( ) Predomínio da prosa sobre a poesia.
f ) ( ) Sermonística, prosa didática e moralizante.
g) ( ) Elitização, frivolidade da produção acadêmica.
h) ( ) Academias dos Generosos e dos Singulares.
i) ( ) Academias dos Esquecidos e dos Renascidos.
45. (OBJETIVO-SP) Assinale a alternativa que
encerre uma associação incorreta, acerca do Barroco
em Portugal:
a) Pe. Manuel Bernardes – Nova Floresta.
b) Pe. Francisco Manuel de Melo – Carta de Guia aos
Casados. c) Antônio José da Silva (O Judeu) –
Guerras do Alecrim e da Manjerona.
d) Manuel de Sousa Coutinho (Frei Luís de Sousa) –
História de São Domingos. e) Sóror Mariana
D’Alcoforado – Cartas.
f ) Fênix Renascido e Postilhão de Apolo –
Coletâneas de Poesias seiscentistas portugueses.
g) Pe. Vieira – Poemas à Virgem Maria.
46. (ENC-SP) O pregador há de ser como quem
semeia, e não como quem ladrilha ou azuleja.
Ordenado, mas como as estrelas. Todas as estrelas
estão por sua ordem; mas é ordem que faz influência,
não é ordem que faça lavor. Não fez Deus o céu em
xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o
sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte está
branco, de outra há de estar negro; se de uma parte
está dia, de outra há de estar noite; se de uma parte
dizem luz, da outra hão de dizer sombra; se de uma
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parte dizem desceu, da outra hão de dizer subiu. No
fragmento acima, pertencente ao Sermão da
Sexagésima, o padre Antônio Vieira mostra uma
tendência muito comum em sua obra:
I. Uso das antíteses com o propósito deliberado de
equilibrar os anseios espiritualistas e teocêntricos da
Idade Média com os materialistas e antropocêntricos
do Renascimento.
II. Critica os exageros formais dos pregadores
cultistas, que usavam e abusavam das antíteses,
tornando o estilo obscuro.
III. Defende o apuro formal dos pregadores
gongoristas, vendo nele uma forma mais adequada de
convencer e converter o fiel. Interpreta corretamente o
que se afirma apenas em:
a) I. c) III. e) I e III. b) II. d) I e II.
47. (UFRJ) Aponte, nas questões seguintes, o que é
falso (F) e o que é verdadeiro (V).
a) ( ) Vieira defende a ideia de que o pregador não
deve usar a palavra pela palavra só para satisfazer o
gosto pelos malabarismos estéticos – na verdade,
condena o estilo cultista.
b) ( ) Vieira acusa diretamente o estilo gongórico
como o responsável pelo afastamento dos fiéis.
c) ( ) o grande pregador conceptista enfatiza que a
importância da linguagem preciosa é decisiva para
que o ouvinte fique impressionado.
d) ( ) a linguagem de Vieira é evidentemente uma
defesa ao cultismo, daí ter conseguido persuadir o seu
público.
48. (UEL-PR) Que és terra, homem, e em terra [hás
de tornar Te lembra hoje Deus por sua Igreja; De pó
te fez espelho, em que se [veja A vil matéria, de que
quis [formar-te. Conforme sugere o excerto acima, o
poeta barroco não raro expressa:
a) o medo de ser infeliz; uma intensa angústia em
face da vida, a que não consegue dar sentido; a
desilusão diante da falência de valores terrenos e
divinos.
b) a consciência de que o mundo terreno é efêmero e
vão; o sentimento de nulidade diante do poder divino.
c) a percepção de que há saídas para o homem; a
certeza de que o aguardam o inferno e a desgraça
espiritual.
d) a necessidade de ser piedoso e caritativo, paralela à
vontade de fruir até as últimas consequências o lado
material da vida.
e) a revolta contra os aspectos fatais que os deuses
imprimem a seu destino e à vida na terra.
49. (CESESP-PE) Numere os parênteses, obedecendo
à seguinte convenção: 1. Barroco. 2. Arcadismo. 3.
Romantismo. ( ) exacerbação do sentimento, envolto
numa visão de amor idealista. ( ) visão dualista do
universo, refletida numa linguagem essencialmente
antitética. ( ) expressão constante e quase monótona
da fugacidade da vida. ( ) ênfase na incorrespondência
amorosa das tiranas donzelas. ( ) sobre exaltação da
beleza feminina, superior aos elementos da natureza .
De cima para baixo, a resposta correta é:
a) 3, 1, 1, 2, 1.
b) 2, 1, 1, 3, 2.
c) 1, 3, 2, 1, 2.
d) 3, 1, 2, 2, 1.
e) 2, 1, 2, 3, 1.
50. (OBJETIVO-SP) Ele é considerado um dos três
maiores sonetistas da língua portuguesa, ao lado de
Camões e de Antero de Quental. Sua poesia lírica,
extremamente pessoal, é marcada por um rebelde
libertarismo emocional. Às vezes violento, às vezes
calmo. Sua vasta obra poética apresenta dois aspectos
fundamentais: o satírico e o lírico; mas é no lírico que
o poeta se realiza plenamente e fica famoso. Foi, sem
dúvida, o maior poeta português do século XVIII. Seu
pseudônimo arcádio é Elmano Sadino. Trata-se de:
a) Cruz e Silva.
b) Domingo Caldas Barbosa.
c) Filinto Elísio.
d) Almeida Garret.
e) Bocage.
51. (FAC. OSWALDO CRUZ-SP) A “áurea
mediocridade”, a fuga à vida citadina, o bucolismo
definem-se como tendências do:
a) Romantismo.
b) Arcadismo.
c) Parnasianismo.
d) Barroco.
52. (FAC. MED. TRIÂNGULO MINEIRO) A busca
da simplicidade da linguagem e a descoberta da
felicidade pela integração do homem na natureza, em
oposição ao artificialismo formal e à angústia dos
conflitos entre o Bem e o Mal, são algumas das
características que contrapõem o ...... ........................
ao ......................... .
a) barroco – classicismo.
b) arcadismo – barroco.
c) romantismo – arcadismo.
d) parnasianismo – romantismo.
e) simbolismo – parnasianismo.
53. (CFET-PR) Assinale a alternativa que melhor
indica os valores da estética árcade:
a) natureza, simplicidade, pastoralismo.
b) equilíbrio, natureza, filosofia.
c) pastoralismo, sonoridade, natureza.
d) bucolismo, pastoralismo, ilogismo.
e) pastoralismo, ilogismo, subjetivismo.
54. (FUVEST) De Bocage, pode-se dizer que:
a) passou a maior parte de sua vida no Brasil.
b) é o expoente máximo da poesia portuguesa do
século XVIII.
c) foi grande cultor do soneto barroco.
d) escreveu contos eróticos.
e) representa a poesia parnasiana em Portugal.
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55. (ENC-SP) Leia com atenção o texto de Manuel
Maria Barbosa du Bocage, a seguir: Chorosos versos
meus desentoados, Sem arte, sem beleza e sem
[brandura, Urdidos pela mão da Desventura, Pela baça
Tristeza envenenados: Vêde a luz, não busqueis,
[desesperados, No mudo esquecimento a [sepultura;
Se os ditosos vos lerem sem [ternura, Ler-vos-ão com
ternura os [desgraçados: Não vos inspire, ó versos,
cobardia, Da sátira mordaz o furor louco, De
maldizente voz a tirania: Desculpa tendes, se valeis
tão [pouco; Que não pode cantar com melodia Um
peito, de gemer cansado e [rouco. Sobre esse soneto, é
correto afirmar:
a) o amor é apresentado de maneira controlada, de
acordo com os princípios do racionalismo e equilíbrio
que orientavam a criação poética do Arcadismo.
b) o texto demonstra que Bocage, apesar de pertencer
à Arcádia Lusitana, ultrapassa os limites do
Arcadismo e antecipa características da inspiração
poética do Romantismo.
c) o poeta se identifica com os bem aventurados e
solicita a piedade do leitor para com os seus versos.
d) a emoção interfere na elaboração artística.
e) sabe-se que Bocage foi um árcade rebelde;
pertenceu à Nova Arcádia, mas foi expulso dela. O
soneto em questão apresenta características formais
neoclássicas e, quanto ao conteúdo, antecipa o
sentimentalismo romântico.
56. (OBJETIVO-SP) Assinale, com relação ao
Arcadismo (V) verdadeiro ou (F) falso:
a) ( ) desenvolveu-se na segunda metade do século
XVIII, refletindo os ideais iluministas. Coincide no
Brasil com o ciclo da mineração e com as rebeliões
nativistas.
b) ( ) é um regresso aos ideais do classicismo grecoromano e renascentistas (clareza, simplicidade, busca
do belo, bem, verdade e perfeição).
c) ( ) os temas predominantes são o pastoralismo e o
bucolismo. A natureza é o cenário suave e
convencional onde “pastores” e “musas” vivem
amenos idílios campestres
d) ( ) o estilo é contido, há poucas figuras (em
comparação ao Barroco) e predomina a ordem direta.
e) ( ) não há conflitos, a expressão é serena e apoia-se
na mitologia greco-romana, no convencionalismo
amoroso.
f ) ( ) a arte volta-se para o natural e o verdadeiro e
tem finalidade didática e moralizante. A imaginação é
contida.
g) ( ) segue os ideais clássicos da “fugere urbem”, da
“carpe diem”, da “aurea mediocritas” e tem como
lema “Inutilia Truncat”.
57. (OBJETIVO-SP) Assinale a(s) alternativa(s) não
relacionadas ao Arcadismo em Portugal:
a) ( ) Regime Pombalino – despotismo esclarecido.
b) ( ) Influência espanhola.
c) ( ) Influência francesa e italiana.
d) ( ) Iluminismo, racionalismo.
e) ( ) Arcádia Lusitana e Nova Arcádia.
58. (OBJETIVO-SP) Assinale o que não se referir a
Bocage:
a) Idílio Marítimo e Rimas, razão X sentimentos.
b) Pré-Romantismo – confessionalismo, presença da
morte, poesia noturnal.
c) poesia lírica e satírica.
d) autor das Espístolas e Marília.
e) o bucolismo e o pastoralismo são os temas
dominantes em seus melhores sonetos.
59. (UFMG) Aponte a alternativa cujo conteúdo não
se aplica ao Arcadismo:
a) desenvolvimento do gênero épico, registrando o
início da corrente indianista na poesia brasileira.
b) presença da mitologia grega na poesia de alguns
poetas desse período.
c) propagação do gênero lírico em que os poetas
assumem a postura de pastores e transformam a
realidade num quadro idealizado.
d) circulação de manuscritos anônimos de teor satírico
e conteúdo político.
e) penetração de tendência mística e religiosa,
vinculada à expressão de ter ou não fé.
60. (CENTEC-BA) Quando o poeta neoclássico pinta
uma paisagem como um “estado de alma”, podemos
dizer que estamos diante de uma paisagem:
a) tipicamente neoclássica.
b) sugestivamente simbólica.
c) rebuscadamente barroca.
d) prenunciadora do parnasianismo.
e) antecipadamente romântica.
61. (UEL-PR) Assinale a alternativa em que aparece
uma característica imprópria do Arcadismo:
a) bucolismo.
b) presença de entidades mitológicas.
c) exaltação da natureza
d) tranquilidade no relacionamento amoroso.
e) evasão da morte.
62. (FEI-SP) São características comuns aos
movimentos romântico e modernista:
a) sentimento trágico da vida; desilusão e sofrimento.
b) visão da natureza como refúgio acolhedor; atração
por ambiente noturnos.
c) projeção na natureza do estado de espírito do poeta;
religiosidade cristã.
d) nacionalismo; liberdade; desejo de reformas
sociais.
e) idealização da mulher; morte encarada como
libertação.
63. (ENC-SP) As duas obras-primas do romantismo
português – Frei Luís de Sousa e Eurico, o Presbítero
– gêmeas no tempo e nos motivos, separam-se tanto
quanto Garrett se afasta e diverge de Herculano. Um é
a constante pessoal do português aberto à ordem
clássica, o português lúcido e sensível da saudade e
do pecado de delícia numa equação de tragédia, com
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sentimentos de Bernardim em formas de Camões;
outro, o do português de cerne, que peca sobriamente
e supera com dureza o seu pecado, sentindo a Sá de
Miranda e falando com ásperos soluços. Ambos bem
nossos. (Vitorino Nemísio) Tendo por base o texto
crítico abaixo e, sobretudo, a leitura de Frei Luís de
Sousa e Eurico, o Presbítero, é correto afirmar que:
a) o “português aberto à ordem clássica” difere do
“português de cerne”, porque se deixa levar mais
profundamente pela emoção, devido às influências da
tragédia clássica.
b) o problema do celibato, no drama de Garrett, serve
para criar intenso conflito entre as personagens, que
adotam o hábito forçadas pela situação; já, em Eurico,
o Presbítero, superasse a ideia do pecado, porque a
personagem veste o hábito movida pela autêntica fé
cristã e pelo desejo de combater os infiéis.
c) Frei Luís de Sousa insere-se na linha da rigorosa
construção clássica, que supõe a recuperação de
típicos expedientes dramáticos da tragédia, enquanto
que a construção mais livre, em Eurico, o Presbítero,
implica a atualização em grande escala de expedientes
comuns ao Romantismo, como o da expansão
sentimental.
d) há influência clássica tanto em Frei Luís de Sousa
quanto em Eurico, o Presbítero, presente na
construção rigorosa das duas obras, que obedecem aos
cânones da estética seiscentista da tragédia.
e) o sentimento da emoção, muito mais presente em
Herculano do que em Garrett, é autenticamente
português, enquanto que a construção trágica não
passa de influência estranha a Portugal.
64. (ENC-SP) Amor de perdição é uma obra
tipicamente romântica porque nela Camilo Castelo
Branco valoriza:
a) o sentimento nativista, presentes na recusa de
Simão e Teresa em fugirem de Portugal, apesar de
perseguidos pela justiça.
b) as natureza, como fonte de vida e inspiração, em
que Simão se refugia, no final da obra, quando não
pode mais ter acesso a Teresa.
c) os valores espirituais do Cristianismo, a que Simão
se apega quando é condenado ao degredo.
d) o mundo das paixões, o excesso de sentimentos,
evidentes no modo violento como Simão assassina
Baltazar Coutinho.
65. (FUVEST) Leia o texto abaixo: O pacto feito por
ele com os árabes não tardou a ser por mil modos
violado, e o ilustre guerreiro teve de se arrepender,
mas já debalde, por haver deposto a espada aos pés
dos infiéis, em vez de pelejar até à morte pela
liberdade. Fora isto o que Pelágio preferira, e a vitória
coroou o seu confiar no esforço dos verdadeiros
Godos e na piedade de Deus. Agora, responda as
questões:
I. Qual das características abaixo está presente no
texto?
a) retomada dos valores medievais.
b) denúncia de males sociais.
c) despreocupação formal.
d) análise psicopatológica.
e) aproveitamento da mitologia clássica.
II. O autor do texto é:
a) Eça de Queirós.
b) Camilo Castelo Branco.
c) Padre Antônio Vieira.
d) Fernando Namora.
e) Alexandre Herculano.
66. (UNIVERSITÁRIO-SP) Leia com atenção o
trecho abaixo, extraído do último capítulo de Amor de
Perdição, de Camilo Castelo Branco. Viram-na um
momento, bracejar, não para resistir à morte mas para
abraçar-se ao cadáver de Simão, que uma onda lhe
atirou aos braços. O comandante olhou para o sítio
donde Mariana atirara, e viu, enleado no cordame, o
avental, e à flor da água, um rolo de papéis, que os
marujos recolheram na lancha.
a) Que relação há, em Amor de Perdição, entre as
personagens Simão e Mariana?
b) No trecho citado, o narrador menciona um “rolo de
papéis”. Que papéis são esses?
c) Considerando as respostas dadas aos itens a e b,
analise a função desempenhada pela personagem
Mariana na estrutura do romance
67. (METODISTA-PIRACABA-SP) Na primeira
metade do século XIX, a discordância entre a
literatura e a modernização presentifica-se de maneira
nítida e profunda. Pelas obras literárias percebe-se
uma cosmovisão marcada pelo choque com o
cotidiano imediato e as evidências de um mal-estar,
que passou a ser conhecido como o mal do século. Os
textos revelam uma ânsia de evasão deste presente
circunstancial e descolorido. Na busca de
compreensão, o artista valoriza a imaginação criadora:
a arte se converte em manifestação da alma... e assim
tem-se o:
a) Simbolismo.
b) Parnasianismo.
c) Romantismo.
d) Barroco.
e) Pré-Modernismo.
68. (FCMSC-SP) A renovação das formas, a
liberdade de expressão e a tentativa de incorporar à
literatura nossas coisas mais típicas – como
particularidades regionais e termos indígenas – são
marcas frequentes do:
a) Barroco.
b) Arcadismo.
c) Romantismo.
d) Realismo.
e) Pré-modernismo.
69. (OSEC-SP) Do tamarindo a flor faz [entreaberta,
Já solta o bogari mais doce aroma, Também meu
coração, como estas [flores, Melhor perfume ao pé da
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noite [exala! É possível reconhecer, na estrofe acima,
um exemplo da corrente:
a) barroca, pela imagem que evoca a natureza como
símbolo da transitoriedade da vida.
b) arcádica, pois o poeta revela seu amor a uma
natureza idealizada.
c) romântica, pela identificação dos sentimentos
humanos com aspectos da natureza.
d) parnasiana, pela apresentação da natureza com
imagem da perfeição.
e) simbolista, pois a natureza é apenas um recurso
que o poeta transcende, atingindo um nível de
espiritualidade plena.
70. (UFPR) Alguns dos maiores expoente da estética
romântica em Portugal no século XIX foram:
a) Castro Alves, Almeida Garret e Alexandre
Herculano.
b) Cesário Verde, Álvares de Azevedo e Castro
Alves.
c) Eça de Queirós, Camilo Castelo Branco e Vitor
Hugo
d) Stendhal, Antero de Quental e Fagundes Varela.
e) Almeida Garret, Alexandre Herculano e Camilo
Castelo Branco.
71. (OBJETIVO-SP) Assinale a característica nãoaplicável à poesia romântica:
a) o artista goza de liberdade na metrificação e na
distribuição rítmica.
b) o importante é o culto da forma, a arte pela arte.
c) a poesia é primordialmente pessoal, intimista e
amorosa.
d) enfatiza-se a auto-expressão, o subjetivismo, o
individualismo.
e) a linguagem do poeta é a mesma do povo: simples,
espontânea.
72. (FUVEST) O autor de Lendas e narrativas
pertenceu ao movimento romântico.
a) Quem foi?
b) Em que época se passam as Lendas e narrativas?
73. (FUVEST) Qual o autor considerado o mestre da
novela passional portuguesa? Indique o século e o
movimento literário em que se situa sua obra.
74. (UNESP) Desde que saímos da igreja até a
entrada de casa, caminhamos sempre debaixo de
nuvens de flores. O estrondo dos bacamartes era
atroador, e os sinos da freguesia repicaram desde que
saímos do templo até ao anoitecer desse dia. Meia
hora depois que chegamos, entrei no quarto de minha
mulher, e encontrei-a de joelhos diante duma imagem
de S. João dos Bem Casados. Ergue-se ela, benzendose, e esperou que eu a beijasse pela segunda vez.
Penso que o público me releva a confissão de que, ao
dar-lhe este segundo beijo, encontrei os lábios. Era o
instinto das sensações agradáveis, mas honestas, que
ensinou a minha mulher o segredo do máximo prazer
de um beijo. Estava o almoço na mesa. O texto que
você acabou de ler pertence a uma novela de Camilo
Castelo Branco que é considerada como um bom
exemplo da sátira camiliana. A leitura atenta do texto
permitirá identificar o título da novela, em uma das
alternativas abaixo indicadas:
a) Coração, cabeça e estômago.
b) O romance dum homem rico.
c) A mulher fatal. d) Amor de salvação.
e) A queda dum anjo.
75. (PUC-RS) Marque a alternativa correta sobre a
obra Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco:
a) trata-se de uma narrativa centrada na opressão da
liberdade individual, opressão esta promovida por
uma sociedade provinciana ligada a velhos
preconceitos.
b) estabelece-se, na narrativa, o conflito entre o meio
social, com a consequente vitória do indivíduo através
da realização de seus objetivos.
c) nota-se que o sentimento amoroso, a imaginação e
a sensibilidade são valores que realçam a liberdade
individual e abrem, a expectativa de manutenção das
normas sociais institucionalizadas.
d) percebe-se que o sentimento do amor romântico
entra em relação de equilíbrio com a razão, para
manter a liberdade do indivíduo e o seu contato
harmônico com o meio social provinciano.
e) observa-se a pouca importância atribuída ao
sentimento amoroso, que é superado pela razão
equilibrada de uma sociedade provinciana e estável.
76. (FUVEST) Assinale a alternativa que só contém
características românticas:
a) fusionismo – dualismo – sentido dilemático da
vida – oposições, paradoxos e antítese –
metaforização.
b) simplicidade – bucolismo – pastoralismo –
relacionalismo – “poesia de gramática”.
c) sentimentalismo – valorização da natureza –
religiosidade – egocentrismo – miscigenação dos
gêneros literários – metaforização.
d) formalismo – temas greco-latinos e patrióticos –
preferência pelas formas fixas e versos alexandrinos –
impassibilidade – denotação – descritivismo.
e) musicalidade – sinestesia – sugestão – nãoseparação de sujeito e objeto – metaforização – fusão
de concreto + abstrato.
77. (FUVEST) Assinale o que não é correto sobre a
poesia romântica:
a) de modo geral, a mensagem focaliza a pessoa do
emissor (“eu”), predominando a função emotiva da
linguagem.
b) a poesia romântica marca uma ruptura com a
poética clássica, quando abandona os esquemas
métricos regulares e deprecia o soneto.
c) a poesia romântica retoma os temas do
Neoclassicismo, apenas inovando a seleção vocabular,
que se torna pessoal. d) de maneira geral, acentua-se
na poesia romântica o seu caráter intimista, uma vez
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que a poesia é pensada como “voz do coração” ou
expressão de um pensamento divino.
e) dos dois procedimentos básicos de operação com a
língua, a metáfora e a metonímia, os românticos
tomam partido da metáfora: do que decorre a
idealização de seus poemas.
VUNESP) Simão, meu esposo. Sei tudo... Está
conosco a morte. Olha que te escrevo sem lágrimas. A
minha agonia começou há sete meses. Deus é bom,
que me poupou ao crime. Ouvi a notícia da tua
78. (UNI-TAUBATÉ-SP) Das características abaixo,
assinale a que não se refere ao Romantismo:
a) poesia encarada como expressão dos estados da
alma.
b) valorização da natureza.
c) estabelecimento de rígidas leis artísticas.
d) liberdade de expressão e forma.
e) temática nacionalista.
próxima morte, e então compreendi por que estou
79. (SANTA CASA-SP) Afrânio Coutinho aponta as
seguintes qualidades que caracterizam o espírito
romântico:
I – Individualismo e subjetivismo
II – Escapismo
III – Exagero E explica:
lo! A eternidade apresenta-se-me tenebrosa, porque a
A – Na sua busca de perfeição, o romântico cria o
mundo em que coloca o que imagina de bom, bravo,
belo, amoroso, puro, um mundo de perfeição e sonho.
B – O romantismo é o primado exuberante da
emoção, imaginação, paixão, intuição, liberdade
pessoal e interior.
C – Nem fatos nem tradições despertam o respeito do
romântico. Pela liberdade, revolta, fé e natureza,
constrói o mundo novo à base do sonho. A melhor
associação de qualidade e explicações é:
a) I – B; II – C; III – A.
b) I – C; II – A; III – B.
c) I – A; II – B; III – C.
d) I – C; II – B; III – A.
e) I – B; II – A; III – C.
80. (FUVEST) a) Dentre as obras – Camões; Eurico,
o Presbítero, Flores sem Frutos – qual a iniciadora do
movimento romântico em Portugal?
b) Qual o seu autor?
qualquer. Vernos-emos num outro mundo, Simão?
81. (PUC-RJ) Das alternativas abaixo, assinale aquela
que não corresponde às características do
Romantismo:
a) ocorre a superação das normas literárias
construtoras e negação da concepção tradicional de
poesia.
b) movimento que dá origem a políticas
conservadoras, bem como ao socialismo.
c) o homem manipula e domina a natureza, não mais a
obedece.
d) desvaloriza a expressividade da alma, ocorrendo a
primazia da obra (objeto) sobre o indivíduo (criador).
e) insere-se no momento histórico em que o homem
adquire a ideia de liberdade. 82.
morrendo hora a hora. Aqui está o nosso fim,
Simão!... Olha as nossas esperanças! Quando tu me
dizias os teus sonhos de felicidade, e eu te dizia os
meus!... Por que não merecemos nós o que tanta gente
tem!... Assim acabaria tudo, Simão? Não posso crê-
esperança era a luz que me guiava de ti para a fé. Mas
não pode findar assim o nosso destino. Vê se podes
segurar o último fio da tua vida a uma esperança
Terei eu merecido a Deus contemplar-te? Eu rezo,
suplico, mas desfaleço na fé, quando me lembram as
últimas agonias do teu martírio. O texto acima
transcrito pertence a uma carta que Teresa de
Albuquerque escreve a Simão Botelho, numa novela
considerada
romântica
o
melhor
em Portugal.
característico
do
estilo
exemplo
O
da
novelística
texto
é,
portanto,
romântico
e
evidencia
elementos que permitem identificar a novela a que
pertence e o nome do seu autor. Assim sendo,
responda às seguintes questões:
I. Qual o nome do autor e qual o título da novela a que o
texto pertence?
II. Indique alguns segmentos (frases ou palavras) que, no
texto, são característicos da escola romântica.
III. Que outros romancistas e poetas românticos você
conhece na literatura portuguesa?
83. (VUNESP) A poesia deste autor é representativa do
ultra-romantism português: pessimismo, morte, ruínas,
mal-do século – spleen, irracionalismo, cemitérios,
cadáveres e sentimentos lúgubres:
a) João de Deus.
b) Camilo Castelo Branco.
c) Soares de Passos.
d) Castilho.
e) Álvares de Azevedo.
84. (UFV-MG) Assinale a alternativa falsa:
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a) o Romantismo, como estilo, não é modelado pela
individualidade do autor; a forma predomina sempre sobre
o conteúdo.
b) o Romantismo é um movimento de expressão universal,
inspirado por modelos medievais e unificado pela
prevalência de características comuns a todos os escritores
da época.
c) o Romantismo, como estilo de época, constitui,
basicamente, um fenômeno estético-literário, desenvolvido
em oposição ao intelectualismo e à tradição racionalista e
clássica do século XVIII.
d) o Romantismo, ou melhor, o espírito romântico, pode
ser sintetizado numa única qualidade: a imaginação. Podese creditar à imaginação a capacidade extraordinária dos
românticos de criarem mundos imaginários.
e) o Romantismo possui características como o
subjetivismo, o ilogismo, o senso de mistério, o exagero, o
culto da natureza e o escapismo.
85. (UFV-MG) Quanto à diferença de conceitos da relação
homem/ mundo, expresso pela arte e pela literatura, podese afirmar:
I. No Barroco, essa relação se mostra emocional; pode-se
dizer dramática.
II. No Romantismo, essa relação se mostra pessimista,
procurando na natureza um lugar de refúgio idealizado.
III. No Barroco, essa relação mostra-se equilibrada, liberta
de forças contrárias. IV. No Neoclassicismo e no
Arcadismo, essa relação se mostra orientada por critérios
racionais e intelectuais.
V. No Romantismo, essa relação se mostra mediada pela
visão e interpretação científica da realidade. Assinale a
opção correta:
a) todas as alternativas estão corretas.
b) apenas as alternativas I, II e III estão corretas.
c) apenas as alternativas I, IV e V estão corretas.
d) apenas as alternativas I, II, e IV estão corretas.
e) apenas as alternativas II, III e IV estão corretas.
86. (UFU-MG) O homem de todas as épocas se preocupa
com a natureza. Cada período a vê de modo particular. No
Romantismo, a natureza aparece como:
a) um cenário cientificamente estudado pelo homem; a
natureza é mais importante que o elemento humano.
b) um cenário estático, indiferente; só o homem se projeta
em busca de sua realização.
c) um cenário sem importância nenhuma; é apenas pano de
fundo para as emoções humanas.
d) confidente do poeta, que compartilha seus sentimentos
com a paisagem; a natureza se modifica de acordo com o
estado emocional do poeta.
e) um cenário idealizado onde todos são felizes e os
poetas são pastores.
87. (UFPA) Os versos abaixo são de Soares de Passos. Vai
alta a lua! na mansão da morte Já meia-noite com vagar
soou. Que paz tranquila; dos vaivéns da [sorte Só tem
descanso quem ali baixou. Que paz tranquila!... mas eis
longe, [ao longe Funérea campa com fragor rangeu;
Branco fantasma semelhante a um [monge, Dentre os
sepulcros a cabeça [ergueu. Caracterizam o ultraromantismo devido:
a) à introspecção subjetiva.
b) à predestinação para a grandeza.
c) à beleza estética.
d) ao gosto pelo fúnebre e ao tom melodramático.
e) à relação entre Deus e o homem.
88. (FUVEST) Ao criticar O Primo Basílio, Machado de
Assis afirmou: “(...) a Luísa é um caráter negativo, e no
meio da ação ideada pelo autor, é antes um títere que uma
pessoa moral”. Títere é um boneco mecânico, acionado por
cordéis controlados por um manipulador. Nesse sentido, as
personagens que, principalmente, manipulam Luísa,
determinando-lhe o modo de agir, são:
a) Basílio e Juliana.
b) Jorge e Justina.
c) Jorge, Conselheiro Acácio e Juliana.
d) Basílio, Conselheiro Acácio e Leopoldina.
e) Jorge e Leopoldina.
89. (UFOP-MG) Observe as afirmações abaixo e assinale
as alternativas corretas:
I. O Realismo teve sua origem na França e foi apenas uma
renovação no campo literário.
II. O escritor realista deve estudar o interior dos
indivíduos, interrogá-los, analisar o meio e depois
transcrever
suas
observações
procurando
ser,
rigorosamente, impessoal.
III. Para o escritor realista o que importa é o que está fora
de nós, o objeto captado pelos sentidos.
IV. O Realismo é uma obra de ataque à mentalidade
burguesa, à ordem social, clerical e monárquica. A
sequência que contém somente afirmativas corretas é:
a) I e II estão corretas.
b) somente IV está correta.
c) II, III e IV estão corretas.
d) todas estão corretas.
e) n.d.a.
90. (USF-SP) Pode-se entender o Naturalismo como uma
particularização do Realismo que:
a) se volta para a Natureza a fim de analisar-lhes os
processos cíclicos de renovação.
b) pretende expressar com naturalidade a vida simples dos
homens rústicos nas comunidades primitivas.
c) defende a arte pela arte, isto é, desvinculada de
compromissos com a realidade social.
d) analisa as perversões sexuais, condenando-as em nome
da moral religiosa.
e) estabelece um nó de causa e efeito entre alguns fatores
sociológicos e biológicos e a conduta dos personagens.
91. (FEI-SP) Uma literatura se preocupa com os aspectos
sociológicos da obra e faz um romance de tese
documental, e outra se preocupa com os aspectos patológicos da obra e faz um romance de tese experimental.
Aponte respectivamente, o nome dessas estéticas (escolas
literárias).
92. (FUVEST) A minha ambição seria pintar a sociedade
portuguesa, e mostrar-lhe, como num espelho, que triste
país eles formam – eles e elas. É o meu fim nas Cenas
portuguesas. (trecho da carta de Eça de Queirós a Teófilo
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Braga, com data de 12/3/1878). Quais os romances que
foram as Cenas Portuguesas? Que aspectos e camadas da
sociedade eles analisam, respectivamente?
93. (ENC-SP) O crime do padre Amaro pertence à fase
dita realista de seu autor, Eça de Queirós. É reconhecido,
também, como um romance de tese – tipo de narrativa em
que se demonstra uma ideia em geral com intenção crítica
e reformadora. Tendo em vista essas determinações gerais,
é correto afirmar que, nesse romance.
a) o foco expressivo se concentra na interioridade subjetiva
das personagens, que se dão a conhecer por suas ideias e
sentidos e não por suas falas ou ações.
b) as personagens se afastam de caracterizações típicas,
tornando-se psicologicamente mais complexas e
individualizadas.
c) o interesse pelas relações entre o homem e o meio
amplia o espaço e as funções das descrições, tornadas mais
minuciosas e significativas.
d) a personagem Padre Amaro incorpora a tese da herança
psicossomática.
e) a beatitude do Padre Amaro levou Amélia até as últimas
consequências.
94. (ENC-SP) Tormento do ideal Conheci a Beleza que
não morre e fiquei triste. Como quem da serra Mais alta
que haja, olhando aos pés [a terra E o mar, vê tudo, a
maior nau ou [torre, Minguar, fundir-se, sob a luz que
[jorre: Assim eu vi o Mundo e o que ele [encerra Perder a
cor, bem como a nuvem [que erra Ao pôr do Sol e sobre o
mar [discorre. Pedindo a forma, em vão, a ideia [pura,
Tropeço em sombras na matéria [dura, E encontro a
imperfeição de [quanto existe. Recebi o batismo dos
poetas, E, assentado entre as formas [incompletas, Para
sempre fiquei pálido e triste. Esse soneto é de Antero de
Quental. As afirmações abaixo refere-se ao verso “Recebi
o batismo dos poetas” que exprime:
I. Evidente postura religiosa assumida por Antero de
Quental, que lhe permite ver a Beleza como se fosse uma
autêntica alegria de Deus.
II. A convicção de que o poeta é fadado a contemplar a
Beleza, o que tem como consequência a sensação de
imperfeição do mundo e o sentimento de melancolia. III. A
ideia de que a contemplação da Beleza depende
exclusivamente de sua vontade e de sua razão, conforme
ditavam os princípios do realismo oitocentista. É correto o
que se afirma em:
a) III, apenas.
d) I e II, apenas.
b) II, apenas.
e) II e III, apenas.
c) I, II e III.
95. (ENC-SP) Num bairro moderno Dez horas da manhã;
os [transparentes Matizam uma casa apalaçada; Pelos
jardins estancam-se os [nascentes, E fere a vista, com
brancuras [quentes, a larga rua macadamizada. Rez-dechaussée repousam [sossegados, Abriram-se, nalguns, as
persianas, E dum ou doutro, em quartos [estucados, Ou
entre a rama dos papéis [pintados, Reluzem, num almoço,
as porcelanas. Como é saudável ter o seu [conchego, E sua
vida fácil! Eu descia, Sem muita pressa, para o meu
[emprego, Aonde agora quase sempre chego Com as
tonturas duma apoplexia. (...) A leitura dessas estrofes de
Cesário Verde permite a seguinte análise:
a) a postura aí assumida é eminentemente expressionista,
na medida em que esse poeta deforma o real, seguindo os
pressupostos do ideário naturalista.
b) a subjetividade do “eu lírico” é permeada por profunda
emoção – um resquício da estética romântica que entra em
contradição com o ideário realista que o poeta abraçou.
c) na abordagem do real, o “eu lírico” comporta-se como
um observador frio e impessoal das pessoas e das coisas,
conforme determinavam os postulados do Realismo.
d) a subjetividade desse poeta emana diretamente da
observação do real, que lhe ativa as sensações, levando-o a
promover juízos de valor.
e) a objetividade desse poeta é fotográfica, por isso
mesmo altamente comprometida com o ideário positivista
em voga no tempo.
96. (UFMT) Sobre a nudez forte da verdade - o manto
diáfano da fantasia, epígrafe do romance A relíquia, de
Eça de Queirós, explicita uma crítica:
a) à hipocrisia religiosa e ao falseamento dos princípios do
Cristianismo, percebidos por Teodorico Raposo na
peregrinação que empreende até a Terra Santa.
b) à hipocrisia religiosa, com a menção da venda de
relíquias, sobretudo a coroa de espinho de Cristo, que
Teodorico Raposo encontra na Terra Santa e com que
presenteia sua tia beata.
c) aos preconceitos religiosos, através dos pressupostos do
Naturalismo, expostos pelo sábio Topsius à personagem
principal, Teodorico Raposo.
d) aos princípios estéticos do Romantismo que, ao
valorizarem a ideia de fuga da realidade, levavam o
homem às alienação.
e) à hipocrisia religiosa, presente na sociedade oitocentista
portuguesa, por meio da incursão pelo mundo dos sonhos,
que simbolicamente acontece durante a peregrinação do
Teodorico Raposo pela Terra Santa.
97. (UFPA) Com referência ao romance O crime do padre
Amaro, de Eça de Queirós, a única afirmação
INCORRETA é:
a) influenciado pelas teorias do Naturalismo, o autor
procura demonstrar que o meio social e a educação
religiosa é que determinam o comportamento do indivíduo.
b) influenciado pelas teorias do Naturalismo, Eça procura
demonstrar que os antecedentes de raça e as taras sexuais é
que determinam o comportamento de Amaro e Amélia.
c) adotando os pressupostos da estética realista, o autor
critica os efeitos nocivos da arte romântica sobre o caráter
de Amélia.
d) tendo por base uma consciência crítica, tipicamente
realista, o escritor defende a ideia de que a moral católica,
fundada somente em dogmas, opõe-se em tudo à moral
natural.
e) tendo por base uma orientação tipicamente realista, o
escritor critica o domínio que os padres, por meio de
sacramentos como a confissão, exercem sobre os fiéis.
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98. (UNIVERSITÁRIO-SP) Leia atentamente o seguinte
trecho, extraído de O Primo Basílio, de Eça de Queirós:
Nessa semana, uma manhã, Jorge que não se recordava
que era dia de gala, encontrou fechada e voltou para casaI.
ao meio-dia (...) chegando despercebido ao quarto,
surpreendeu Juliana comodamente deitada na chaiseII.
longue*, lendo tranquilamente o jornal. (...) Jorge nãoIII.
encontrou Luísa na sala de jantar, foi dar com ela noIV.
quarto dos engomados, despenteada, em roupão de manhã,V.
passando roupa, muito aplicada e muito desconsolada. —VI.
Tu estás a engomar? – exclamou. (...) A sua voz era tãoVII.
áspera, que Luísa fez-se pálida, e murmurou: — QueVIII.
queres tu dizer? — Quero dizer que te venho encontrar a tiIX.
a engomar, e que a encontrei a ela embaixo muito
repimpada na tua cadeira, a ler o jornal. * chaise-longue:
cadeira de encosto reclinável e com lugar para estender as
pernas.
a) no trecho citado são mencionadas três personagens:
Jorge, Juliana e Luísa. Que relação há entre elas?
b) considerando o trecho citado acima e a resposta dada
ao item a, explique por que Jorge considera inadequado o
comportamento das duas mulheres.
c) analise a trajetória de Luísa e Juliana no romance, de
modo a explicar a situação em que se encontram no trecho
citado.
99. (FUVEST) Cite um folheto a favor dos jovens realistas
e um a favor dos românticos, e seus autores, durante a
famosa Questão Coimbrã.
100. (UFPE) Cite uma característica da fase realista de Eça
de Queirós.
101. (UFPE) Cite um romance e uma característica da fase
pós-realista de Eça de Queirós.
102. (UFPE) Qual o primeiro romance realista da literatura
universal? E seu autor?
103. (UFPE) Qual o primeiro romance realista português?
E seu autor?
104. (UFPE) “É nos Sonetos que encontramos o melhor
conjunto
da
obra
poética
amadurecida
de
...................................... . O poeta via na série completa
dos sonetos, muitos deles desentranhados de outras
coleções já publicadas, uma série de marcos da sua própria
autobiografia espiritual.” O texto refere-se a:
a) Ramalho Ortigão.
b) Cesário Verde.
c) Antero de Quental.
d) Eça de Queirós.
e) Almeida Garrett.
105. (FCCHAGAS-BA) Assinale a alternativa onde estão
indicados os textos que analisam corretamente alguns
aspectos do romance realista.
I. As personagens independem do julgamento do narrador,
reagindo cada uma de acordo com sua própria vontade e
temperamento.
II. A linguagem é poeticamente elaborada nos diálogos,
mas procura alcançar um tom coloquial, com traços de
oralidade, nas partes narrativas e descritivas.
III. Observa-se o predomínio da razão e da observação
sobre o sentimento e a imaginação.
a) I, II, III.
b) I e II.
c) II e III.
d) I e III.
e) II.
106. (UnB-DF) A chamada época
caracterizou-se, na literatura portuguesa:
do
Realismo
a) pelo culto da literatura de caráter nacionalista e
individualista.
b) pelo culto de uma literatura empenhada numa revolução
política, social, moral e mental que superasse a decadência
em que se precipitara Portugal.
c) pelo gosto da literatura inspirada no pitoresco da
paisagem e dos portugueses.
d) pelo culto de uma literatura empenhada na defesa dos
ideais que fizeram a revolução de 1820.
e) pelo culto de uma literatura que idealizasse a sociedade
portuguesa, entregue a profunda religiosidade e
nacionalismo.
107. (UEL-PR) Assinale a alternativa que contém apenas
características da estética simbolista. a) temática social;
hermetismo; valorização dos tons fortes; materialismo;
antítese.
b) temática intimista; ocultismo; valorização dos tons
fortes; espiritualidade; sinestesia.
c) temática intimista; hermetismo; valorização do branco e
da transparência; espiritualidade; sinestesia.
d) temática bucólica; hermetismo; valorização do branco e
da transparência; espiritualidade; antítese.
e) temática bucólica; ocultismo; valorização
tonalidades verdes; materialismo; sinestesia.
das
108. (MACK-SP) Nomear um objeto é suprimir três
quartos do poema, que é feito da felicidade em adivinhar
pouco a pouco; sugeri-lo, eis o sonho ... deve haver enigma
em poesia, e é o objetivo da Literatura – e não há outro –
evocar os objetos. O trecho acima resume parte da
ideologia de importante movimento literário. Assinale a
alternativa em que se encontra o nome do mesmo.
a) Simbolismo. b) Romantismo.
Parnasianismo. e) Modernismo.
c)
Barroco.
d)
109. (PUC-RS) Noiva de Satanás, Arte maldita, Mago
Fruto letal e proibido, Sonâmbulo do além, do Indefinido
Das profundas paixões, Dor Infinita. A linguagem do
poema situa-o no:
a) Romantismo.
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b) Parnasianismo.
c) Impressionismo.
d) Simbolismo.
e) Modernismo.
110. (ENC-SP) Caminho Tenho sonhos cruéis; n’alma
doente Sinto um vago receio prematuro. Vou a medo na
aresta do futuro, Embebido em saudades do [presente...
Saudades desta dor que em vão [procuro Do peito
afugentar bem rudemente, Devendo, ao desmaiar sobre o
[poente, Cobrir-me o coração dum véu [escuro!... Porque a
dor, esta falta d’harmonia, Toda a luz desgrenhada que
alumia As almas doidamente, o céu [d’agora, Sem ela, o
coração é quase nada: Um sol onde expirasse a
[madrugada, Porque é só madrugada quando [chora. (...)
Camilo Pessanha, no contexto geral de sua obra, trata do
sentimento de dor. Com base nisso, considere as seguintes
afirmações a respeito do soneto acima: I. O sentimento de
dor, metaforizado pelo sol, é rejeitado pelo poeta porque
lhe provoca sonos cruéis. II. O sentimento de dor,
metaforizado pela madrugada, ainda enquanto sofrimento,
é essencial ao coração humano. III. A dor, metaforizada
pelo sol, é rejeitada pelo poeta porque falta a ela um pouco
de harmonia. IV. O poeta experimenta um sentimento
ambivalente em relação à dor. Interpreta corretamente o
soneto o que se afirma apenas em:
a) I. b) II. c) I e IV. d) II e III. e) II e IV.
111. (CESESP) “O ........................... está para o
Parnasianismo, assim como a .................................. está
para Simbolismo.” A alternativa que não preenche as
lacunas é: a) verso de ouro – dimensão mística. b)
artesanato da palavra – liturgia. c) culto da forma –
musicalidade. d) lirismo exacerbado – realidade chã. e)
perfeccionismo métrico – flexibilidade. 112. (ENC-SP)
Procuro despir-me do que aprendi, Procuro esquecer-me
do modo de [lembrar que me ensinaram, E raspar a tinta
com que me [pintaram os sentidos, Desencaixotar as
minhas emoções [verdadeiras, Desembrulhar-me e ser eu,
não ... Mas um animal humano que a [natureza produziu.
No trecho acima, de auto-explicação de um poeta cuja
marca é o desejo de libertação da carga civilizatória,
procurando conscientemente a espontaneidade através do
contato direto com a natureza (forma de “redescobrir o
mundo”), deixamos um lacuna no verso 5. Ela deve ser
preenchida por:
a) Fernando Pessoa.
b) Ricardo Reis.
c) Alberto Caeiro.
d) Álvaro de Campos.
e) Mário de Sá-Carneiro.
113. (ENC-SP) Quando, Lídia, vier o nosso outono Com o
inverno que há nele, [reservarmos Um pensamento, não
para a futura Primavera, que é de outrem, Nem para o
estilo, de quem somos [mortos, Senão para o que fica do
que [passa, O amarelo atual que as folhas [vivem E as
torna diferente. (Ricardo Reis) Assinale a alternativa
correta sobre o texto acima:
a) para as folhas há cores mais atuais e outras mais
antiquadas.
b) não chegaremos vivos até a primavera.
c) cada verão, marcando o início do ano, marca também a
esperança de uma nova vida para nós.
d) não há como impedir o fatal ciclo solar das estações.
e) só a vivência de cada momento presente merece
lembrança futura.
114. (ENC-SP) Não a ti, Cristo, odeio ou te não [quero.
Em ti como nos outros creio [deuses mais velhos. Só te
tenho por não mais e nem [menos Do que eles, mas mais
novo [apenas. Odeio-os sim, e a esses com calma
[aborreço, Que te querem acima dos outros [teus iguais
deuses. Quero-te onde tu ‘stás, nem mais [alto Nem mais
baixo que eles, tu [apenas. Deus triste, preciso talvez por
que [nenhum havia Como tu, um a mais no Panteão e [no
culto, Nada mais, nem mais alto nem mais [puro Porque
para tudo havia deuses, [menos tu. Cura tu, idólatra
exclusivo de [Cristo, que a vida É múltipla e todos os dias
são [diferentes dos outros, E só sendo múltiplos como eles
‘Staremos com verdade e sós. Essa postura de Ricardo
Reis frente à imagem de Cristo sugere que o poeta:
a) aceita Cristo como um deus a mais, porque, apesar de
pagão, considera-o uma divindade superior às da
antiguidade greco-latina.
b) aceita Cristo apenas como um deus a mais, em nome de
uma visão múltipla da realidade, própria da mentalidade
pagã.
c) rejeita o Cristianismo, porque abraça os ideais do
Paganismo, que supunham a negação da existência de uma
divindade triste.
d) divide-se entre os princípios pagãos sensualistas e os
princípios cristãos espiritualistas, criando com isso uma
tensão em sua poesia.
e) se sente impelido a aceitar os princípios cristãos, ainda
que isto lhe custe a renúncia aos valores do paganismo.
115. (ENC-SP) Frêmito de meu corpo a procurar-te, Febre
das minhas mãos na tua pele Que cheira a âmbar, a
baunilha e a [mel, Doido anseio dos meus braços a
[abraçar-te, Olhos buscando os teus por todas [a parte,
Sede de beijos, amargos de fel, Estonteante fome, áspera e
cruel, Que nada existe que a mitigue e a [farte! Considere
as afirmações a respeito das quadras de Florbela Espanca:
I. O recorrente apelo sensual na poesia de Florbela
Espanca indicia seu flagrante modernismo, pelo fato de
desafiar as convenções morais da sociedade da época.
II. O principal traço da modernidade em Florbela Espanca
mostra-se na audaciosa ruptura das convenções literárias, o
que se verifica na revolução sintática e na reinvenção da
metáfora.
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Aula 01
III. A confissão amorosa de Florbela Espanca, bastante
explícita, lembra o erotismo das cantigas de amigo, pelo
fato de a mulher expor abertamente os sentimentos ao
amante. Está correto o que se afirma em:
a) II e III, apenas.
b) III, apenas.
c) I, II e III.
d) I e II, apenas..
e) I e III, apenas.
GABARITO:
1. b
2. a
3. a
4. d
5. b
6. c
7. b
8. c
9. e
10. 1,2,1,1,2,1
11. c
12. 2,3,6,5,1,4
13. a
14. e
15. c
16. e
17. b
18. c
19. g
20. e
21. a
22. e
23. c
24. d
25. c
26. e
27. a
28. e
29. b
30. d
31. e
32. b
33. c
34. c
35. c
36. e
37. e
38. e
39. c
40. c
41. e
42. b
43. e
44. g, h, i
45. f
46. b
47. V, V, F, F
48. b
49. d
50. e
51. b
52. b
53 a
54. b
55. b
56. V, V, V, V, V, V, V
57. b
58. e
59. a
60. e
61. e
62. c
63. c
64. d
65. I. a; II. E
66. a) Mariana alimenta um amor resignado e subserviente
a Simão. E Simão dedica à Mariana apenas um sentimento
de gratidão. b) Os papéis são as cartas trocadas entre
Simão e Teresa. c) Mariana serve de apoio a Simão nas
adversidades que ele enfrenta. Além disso, Mariana é o elo
de ligação entre Teresa e Simão.
67. c
68. c
69. c
70. e
71. b
72. a) Alexandre Herculano. b) Fim da Idade Média.
73. Camilo Castelo Branco. Sua obra situa-se no século
XIX e pertence ao Romantismo.
74. d
75. e
76. c
77. c
78. c
79. e
80. a) Camões. b) Almeida Garret.
81. d
82. I. Camilo Castelo Branco - Amor de Perdição. II. “Está
conosco a morte.” “Olha que te escrevo sem lágrimas”
“Deus é bom (...).” “Eu rezo, suplico, mas desfaleço na fé
(...).” III. Almeida Garret, Soares de Passos, Alexandre
Herculano, Antônio Castilho, João de Lemos.
83. c
84. e
85. d
86. d
87. d
88. e
89. b
90. e
91. Realismo e Naturalismo.
92. O Crime do Padre Amaro, O Primo Basílio, Os Maias.
Analisam a pequena e média burguesia de Lisboa, bem
como as influências do clero.
93. d
94. b
95. a
VESTIBULAR UFU 2015/2
Aula 01
96. e
97. b
98. a) Jorge e Luísa formam um típico casal burguês.
Juliana é a serviçal. b) Porque há inversão de papéis
sociais: é a dama quem passa a servir a doméstica, e esta
goza dos privilégios de senhora. c) Luísa, na ausência de
Jorge, comete adultério com seu primo, Basílio. Juliana,
ressentida pela sua condição social inferior, inicia uma
onda de chantagens ao descobrir uma carta que poderia
denunciar os amantes. Sem mais meios financeiros para
atender às chantagens de Juliana, Luísa se submete aos
afazeres domésticos no lugar da serviçal.
99. Teocracias Literárias, de Teófilo Braga, a favor dos
realistas. Camilo Castelo Branco é autor de Vaidades
irritadas e irritantes, defendendo os românticos.
100. Retrata a sociedade portuguesa oitocentista.
101. A Cidade e as Serras – em defesa da vida no campo,
em contato com a natureza.
102. Madame Bovary, de Gustave Flaubert.
103. O Crime do Padre Amaro, de Eça de Queirós.
104. c
105. b
106. b
107. c
108. a
109. d
110. e
111. c
112. c
113. c
114. b
115. d
deixa, aliás, numerosas marcas; entrou em declínio no
século XIV.
Surgiu no mesmo período em que Portugal começou a
despontar como nação independente, no século XII;
porém, as suas origens deram-se na Occitânia, de onde se
espalhou por praticamente toda a Europa. Apesar disso, a
lírica medieval galego-português possuiu características
próprias, uma grande produtividade e um número
considerável de autores conservados. Marcou-se o início
do Trovadorismo na península ibérica com a Cantiga da
Ribeirinha, em 1198 ou 1189.
As origens do Trovadorismo
São admitidas quatro teses fundamentais para explicar a
origem do trovadorismo: a tese arábica, que considera a
cultura arábica como sua velha raiz; a tese folclórica, que a
julga criada pelo próprio povo; a tese médio-latinista,
segundo a qual essa poesia teria origem na literatura
latina produzida durante a Idade Média; e, por fim, a
tese litúrgica, que a considera fruto da poesia litúrgicocristã elaborada na mesma época. Todavia, nenhuma das
teses citadas é suficiente em si mesma, deixando-nos na
posição de aceitá-las conjuntamente, a fim de melhor
IV. Os movimentos literários
abarcar os aspectos constantes dessa poesia.
Trovadorismo
A
mais
antiga
manifestação
literária galaico-
portuguesa que se pode datar é a cantiga "Ora faz host'o
senhor de Navarra", do trovador português João Soares de
Trovadorismo foi um movimento literário que surgiu
Paiva ou João Soares de Pávia, composta provavelmente
na Idade Média no século XI. Foi o primeiro movimento
por volta do ano 1200. Por essa cantiga ser a mais antiga
literário da língua portuguesa, pois dele surgiram as
datável (por conter dados históricos precisos), convém
primeiras manifestações literárias. As cantigas são os
datar daí o início da Lírica medieval galego-portuguesa (e
principais registros da época, tradicionalmente divididas
não, como se supunha, a partir da "Cantiga de Guarvaia",
em cantigas de amor, de amigo, escárnio e maldizer. O
composta por Paio Soares de Taveirós, cuja data de
Trovadorismo português teve seu apogeu durante o
composição é impossível de apurar com exactidão, mas
período, de cerca de 150 anos, que vai, genericamente, de
que, tendo em conta os dados biográficos do seu autor, é
finais do século XII a meados do século XIV. As cantigas
certamente bastante posterior). Este texto também é
medievais
nas alvores das
chamado de "Cantiga da Ribeirinha" por ter sido dedicada
grande
parte
à Dona Maria Paes Ribeiro, a ribeirinha. De 1200, a Lírica
contemporâneas da chamada Reconquista cristã, que nelas
galego-portuguesa se estende até meados do século XIV,
situam-se,
nacionalidades
historicamente,
ibéricas,
sendo,
em
sendo usual referir como termo o ano de 1350, data do
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Aula 01
testamento do Conde D. Pedro Afonso de Barcelos, filho
amor um objeto de sonho, distante, impossível. Mas nunca
primogênito bastardo de D. Dinis, ele próprio trovador e
consegue conquistá-la, porque eles pertencem a diferentes
provável compilador das cantigas (no testamento, D. Pedro
níveis sociais.
lega um "Livro das Cantigas" a seu sobrinho, D.Afonso XI
de Castela).
Neste tipo de cantiga, originária de Provença, no sul de
França, o eu-lírico é masculino e sofredor. Sua amada é
Trovadores eram aqueles que compunham as poesias e
chamada de senhor (as palavras terminadas em or como
as melodias que as acompanhavam, e cantigas são as
senhor ou pastor, em galego-português não tinham
poesias cantadas. A designação "trovador" aplicava-se aos
feminino). Canta as qualidades de seu amor, a "minha
autores de origem nobre, sendo que os autores de origem
senhor", a quem ele trata como superior revelando sua
vilã tinham o nome de jogral, termo que designava
condição hierárquica. Ele canta a dor de amar e está
igualmente o seu estatuto de profissional (em contraste
sempre acometido da "coita", palavra frequente nas
com o trovador). Ainda que seja coerente a afirmação de
cantigas de amor que significa "sofrimento por amor". É à
que quem tocava e cantava as poesias eram os jograis, é
sua amada que se submete e "presta serviço", por isso
muito possível que a maioria dos trovadores interpretasse
espera benefício (referido como o bem nas trovas).
igualmente as suas próprias composições.
Essa relação amorosa vertical é chamada "vassalagem
A mentalidade da época baseada no teocentrismo serviu
amorosa", pois reproduz as relações dos vassalos com os
como base para a estrutura da cantiga de amigo, em que o
seus senhores feudais. Sua estrutura é mais sofisticada.
amor espiritual e inatingível é retratado. As cantigas,
primeiramente
destinadas
ao
canto,
foram
manuscritas em cadernos de apontamentos, que mais tarde
foram
postas
em coletâneas
canções chamadas Cancioneiros (livros
grande
número
de trovas).
São
que
São tipos de Cantiga de Amor:
depois

de
cantiga de amor. Não apresenta refrão, nem
reuniam
conhecidos
três
Cancioneiros galego-portugueses: o "Cancioneiro da
estribilho, nem repetições (diz respeito à forma.)

de Tense ou
Tenção:
diálogo
entre
mesma mulher.
(Colocci-Brancutti) e o "Cancioneiro da Vaticana". Além

Cantiga de Pastorela: trata do amor entre pastores
(plebeus) ou por uma pastora (plebeia).
Maria pelo rei Afonso X de Leão e Castela, O Sábio.
Surgiram também os textos em prosa de cronistas
Cantiga
cavaleiros em tom de desafio. Gira em torno da
Ajuda", o "Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa"
disso, há um quarto livro de cantigas dedicadas à Virgem
Cantiga de Meestria: é o tipo mais difícil de

como Rui de Pina, Fernão Lopes e Gomes Eanes de
Cantiga de Plang: cantiga de amor repleta de
lamentos.
Zurara e as novelas de cavalaria, como a demanda
do Santo Graal.

Eu lírico masculino
Classificação das cantigas

Assunto Principal: o sofrimento amoroso do eulírico perante uma mulher idealizada e distante.
Com base na maioria das cantigas reunidas nos
cancioneiros, podemos classificá-las da seguinte forma:
A cantiga de amor
O cavalheiro dirige se à mulher amada como uma figura
idealizada, distante. O poeta, na posição de fiel vassalo, se
põe a serviço de sua senhora, dama da corte, tornando esse

Amor cortês; vassalagem amorosa.

Amor impossível.

Ambientação aristocrática das cortes.

Forte influência provençal.

Vassalagem amorosa "o eu lírico usa o pronome
de tratamento "senhor".
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Aula 01
A cantiga de amigo
São cantigas de origem popular, com marcas evidentes da
literatura oral (reiterações, paralelismo, refrão, estribilho),

Deus é o elemento mais importante do poema.

Pouca subjetividade.
Exemplo de lírica galego-portuguesa (de Bernardo de
Bonaval)
recursos esses próprios dos textos para serem cantados e
que propiciam facilidade na memorização. Esses recursos
"A dona que eu amo e tenho por Senhor amostra-
são utilizados, ainda hoje, nas canções populares.
me-a Deus, se vos en prazer for, se non dade-mea morte.
A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus e
Este tipo de cantiga, que não surgiu em Provença como as
outras, teve suas origens na Península Ibérica. Nela, o eu-
porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus,
lírico é uma mulher (mas o autor era masculino, devido à
se non dade-me-a morte.
sociedade feudal e o restrito acesso ao conhecimento da
Essa que Vós fezestes melhor parecer de quantas
época), que canta seu amor pelo amigo (isto é, namorado),
sei, a Deus, fazede-me-a veer, se non dade-me-a
muitas vezes em ambiente natural, e muitas vezes também
morte.
em diálogo com sua mãe ou suas amigas. A figura
A Deus, que me-a fizestes mais amar, mostrade-
feminina que as cantigas de amigo desenham é, pois, a da
me-a algo possa con ela falar, se non dade-me-a
jovem que se inicia no universo do amor, por vezes
morte."
lamentando a ausência do amado, por vezes cantando a sua
alegria pelo próximo encontro. Outra diferença da cantiga
A cantiga de escárnio
de amor, é que nela não há a relação Suserano x Vassalo,
ela é uma mulher do povo. Muitas vezes tal cantiga
também revelava a tristeza da mulher, pela ida de seu
amado à guerra.
Em cantiga de escárnio, o eu-lírico faz uma sátira a alguma
pessoa. Essa sátira era indireta, cheia de duplos sentidos.
As cantigas de escárnio (ou "de escarnho", na grafia da
época) definem-se, pois, como sendo aquelas feitas pelos
trovadores para dizer mal de alguém, por meio de

Eu lírico feminino.

Presença de paralelismos.

Predomínio da musicalidade.

Assunto Principal: saudade

Amor natural, espontâneo e possível.
emprego de recursos retóricos. A cantiga de escárnio

Ambientação popular rural ou urbana.
exigindo unicamente a alusão indireta e velada, para que o

Influência da tradição oral ibérica.
destinatário não seja reconhecido, estimula a imaginação
ambiguidades, trocadilhos e jogos semânticos, em um
processo que os trovadores chamavam "equívoco". O
cômico que caracteriza essas cantigas é
predominantemente verbal, dependente, portanto, do
do poeta e sugere-lhe uma expressão irônica, embora, por
vezes, bastante mordaz.
Exemplo de cantiga de escárnio.
Ai, dona fea, foste-vos queixar

que vos nunca louv[o] em meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
não é identificada.

em que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia! (...)
Crítica indireta; normalmente a pessoa satirizada
Linguagem trabalhada, cheia de sutilezas,
trocadilho e ambiguidades.

Ironia.
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Aula 01
A cantiga de maldizer
Ao contrário da cantiga de escárnio, a cantiga de maldizer
João Garcia de Guilhade
traz uma sátira direta e sem duplos sentidos. É comum a
agressão verbal à pessoa satirizada, e muitas vezes, são
"Ai dona fea! Foste-vos queixar
utilizados até palavras de baixo calão (palavrões). O nome
Que vos nunca louv'en meu trobar
da pessoa satirizada pode ou não ser revelado.
Mais ora quero fazer un cantar
Exemplo de cantigas
En que vos loarei toda via;
E vedes como vos quero loar:
Este texto é enquadrado como cantiga de escárnio já que a
Dona fea, velha e sandia!
sátira é indireta e não se cita o nome da pessoa especifica.
Ai dona fea! Se Deus mi pardon!
Mas, se o nome fosse citado ela seria uma Cantiga de
E pois havedes tan gran coraçon
Maldizer, pois contém todas as características diretas
Que vos eu loe en esta razon,
como sátira da "Dona". Existe a suposição que Joan
Vos quero já loar toda via;
Garcia escreveu a cantiga anterior uma senhora que
E vedes qual será a loaçon:
reclamava por ele não ter escrito nada em homenagem a
Dona fea, velha e sandia!
ela. Joan Garcia de tanto ouvi-la dizer, teria produzido a
Dona fea, nunca vos eu loei
cantiga.
En meu trobar, pero muito trobei;

Crítica direta; geralmente a pessoa satirizada é
Mais ora já en bom cantar farei
identificada
En que vos loarei toda via;

Linguagem agressiva, direta, por vezes obscena
E direi-vos como vos loarei:

Zombaria
Dona fea, velha e sandia!"

Linguagem Culta
EXERCÍCIOS SOBRE TROVADORISMO
Questões:
01. Assinale a afirmação falsa:
a) A cultura portuguesa, no século XII, conciliava três
matrizes contraditórias: a católica, a islâmica e a
hebraica.
b) A cultura católica, técnica e literariamente superior às
culturas islâmica e hebraica, impôs-se naturalmente desde
os
primórdios
da
formação
de
Portugal.
c) A expulsão dos mouros e judeus e a Inquisição foram os
aspectos
mais
dramáticos
da
destruição
sistemática que a cultura triunfante impôs às culturas
opostas.
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Aula 01
d) O judeu Maimônides e o islamista Averróis são
Moçambique;
expressões do que as culturas dominadas produziram de
d) em Macau e em dialetos crioulos de Goa, Damão, Sri
mais
Lanka (ex-Ceilao), Java e Málaca;
significativo
na
Península
Ibérica.
e) Pode-se dizer que a cultura portuguesa esteve desde seu
e) no Timor Leste, parte oriental da ilha de Timor, próxima
início
da Oceania, mas que os mapas geopolíticos
assentada
na
diversidade
e
na
contradição, do que resultaram alguns de seus traços
positivos
(miscibilidade,
aclimatabilidade
etc.)
atuais incorporam ao Sudeste Asiático.
e
negativos (tendência ao ceticismo quanto a ideias,
Questões 04 e 05 - Assinale V (verdadeiro) e F para
desconfiança etc.
(falso)
04. (
) A Provença, região sul da França, chamada
02. Assinale a afirmação falsa sobre as cantigas de
Langue d´Oc ou Languedo, foi o berço das primeiras
escárnio e mal dizer:
manifestações de uma lírica sentimental, cortês, refinada,
que fazia da mulher o santuário de sua inspiração poética e
a) A principal diferença entre as duas modalidades
musical.
satíricas está na identificação ou não da pessoa atingida.
b) O elemento das cantigas de escárnio não é temático,
05. (
nem está na condição de se omitir a identidade do
Mediterrâneo, alastrava-se o lirismo trovadoresco, voltado
ofendido. A distinção está no retórico do “equívoco”, da
para a exaltação do amor, para a vassalagem amorosa, no
ambiguidade e da ironia, ausentes na cantiga de maldizer.
norte predominava o espírito guerreiro, épico, que
c) Os alvos prediletos das cantigas satíricas eram os
celebrava nas canções de gesta o heroísmo da cavalaria
comportamentos sexuais (homossexualidade, adultério,
medieval.
) Enquanto no sul da Europa, nas proximidades do
padres e freiras libidinosos), as mulheres (soldadeiras,
prostitutas, alcoviteiras e dissimuladas), os próprios poetas
Questões 06 a 10 - Assinale V (verdadeiro) ou F (falso)
(trovadores e jograis eram frequentemente ridicularizados),
a avareza, a corrupção e a própria arte de trovar.
06. (
d) As cantigas satíricas perfazem cerca de uma quarta
religiosa arrasou a Provença e dispersou seus trovadores,
parte da poesia contida nos cancioneiros galego-
mas a lírica provençalesca já havia fecundado a poesia
portugueses. Isso revela que a liberdade da linguagem e a
ocidental com a beleza melódica e a delicadeza emocional
ausência de preconceito ou censura (institucional, estética
de sua poesia-música, impondo uma nova concepção do
ou pessoal) eram componentes da vida literária no período
amor e da mulher.
) No inicio do século XIII, a intransigência
trovadoresco, antes de a repressão inquisitorial atirá-las à
clandestinidade.
07. (
e) Algumas composições satíricas do Cancioneiro Geral e
nobre, inatingível, ao amor dos sentidos, carnal, erótico; a
algumas cenas dos autos gilvicentinos revelam a
alegria da razão (o amor intelectual) à alegria dos sentidos.
) A canção associava o amor-elevação, puro,
sobrevivência, já bastante atenuada, da linguagem livre e
da violência verbal dos antigos trovadores.
08. (
) A poesia lírica dos provençais teve seguidores na
França, na Itália, na Alemanha, na Catalunha, em Portugal
e em outras regiões , onde também os temas folclóricos
03. A língua portuguesa não é falada:
foram beneficiados com a forma mais culta e elaborada
a) no arquipélago dos Açores e na Ilha da Madeira;
que os trovadores disseminaram.
b) em Gibraltar e nas Ilhas Canárias;
c) no arquipélago de Cabo Verde, nas ilhas de São Tomé e
09. (
Porto Príncipe, na Guiné-Bissau em Angola e em
primitiva, oral, autóctone, associada à música e à
) Foi o que ocorreu em Portugal e Galiza: a poesia
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Aula 01
coreografia e protagonizada por uma mulher, as chamadas
cantigas de amigo, passaram a se beneficiar do contato
com uma arte mais rigorosa e mais consciente de seus
meios de realização artística.
10. (
) O primeiro trovador provençal foi Guilherme IX,
da Aquitânia (1071-1127). Bernart de Ventadorn e Jaufre
Rudel representam a poesia mais simples, facilmente
inteligível; Marcabru, Raimbaut d´Aurenga e
especialmente Arnault Daniel representam a poesia mais
elaborada, com imagens e associações inesperadas,
capazes de encantar os mais rigorosos exegetas, de Dante
Alighieri a Ezra Pound.
Resolução:
01. B
02. A
03. B
04. V
05. V
06. V
07. V
08. V
09. V
10. V
Humanismo
O
humanismo é
a filosofia moral que
coloca
os humanos como principais, numa escala de importância.
É uma perspectiva comum a uma grande variedade de
posturas éticas que atribuem a maior importância à
dignidade,
aspirações
e
capacidades
humanas,
particularmente a racionalidade. Embora a palavra possa
ter diversos sentidos, o significado filosófico essencial
destaca-se por contraposição ao apelo ao sobrenatural ou a
uma autoridade superior.1 2 Desde o século XIX, o
humanismo
tem
sido
associado
ao Anticlericalismo herdado dos filósofos iluministas do
século XVIII. O termo abrange religiões não teístas
organizadas, o humanismo secular e uma postura de vida
humanista.
Vertentes do humanismo
Os humanistas,
como
o
nome
indica,
são
mais empiristas e menos espirituais; são geralmente
associados
a cientistas e
acadêmicos,
embora
a filosofia não se limite a esses grupos. Têm preocupação
com a ética e afirmam a dignidade do ser humano,
recusando explicações transcendentais e preferindo
o racionalismo. São ateus, agnósticos ou ainda ignósticos.
O humanismo renascentista propõe o antropocentrismo.
O antropocentrismo era a ideia de "o homem ser o centro
do pensamento filosófico", ao contrário do teocentrismo, a
ideia de "Deus no centro do pensamento filosófico". O
antropocentrismo surgiu a partir do renascimento cultural.
O humanismo positivista comtiano afirma o ser humano
e rejeita a teologia e a metafísica. A forma mais profunda e
coerente do humanismo comtiano é sua vertente religiosa,
ou seja, a Religião da Humanidade, que propõe a
substituição moral, filosófica, política e epistemológica das
entidades supranaturais (os "deuses" ou as "entidades"
abstratas da metafísica) pela concepção de "Humanidade".
Além disso, afirma a historicidade do ser humano e a
necessidade de uma percepção totalizante do homem, ou
seja, que o perceba como afetivo, racional e prático ao
mesmo tempo.
O humanismo logosófico propõe ao ser humano a
realização de um processo de evolução que o leve a
superar suas qualidades até alcançar a excelência de sua
condição humana. González Pecotche afirma que o
humanismo logosófico "parte do próprio ser sensível e
pensante, que busca consumar dentro de si o processo
evolutivo que toda a humanidade deve seguir. Sua
realização nesse sentido haverá, depois, de fazer dele um
exemplo real daquilo que cada integrante da grande família
humana pode alcançar".4
O humanismo marxista é a linha interpretativa de textos
de Marx,
geralmente
oposta
ao materialismo
dialético de Engels e de outras linhas de interpretação que
entendem o marxismo como ciência da economia e
da história.
É baseado nos manuscritos da adolescência de Marx, nos
quais ele critica o idealismo Hegeliano que apresenta a
história da Humanidade como realização do espírito. Para
Marx, o Homem é antes de tudo parte da Natureza mas,
diferentemente de Feuerbach, considera que o ser humano
possui uma característica que lhe é particular,
a consciência - que se manifesta como saber. Segundo
Salvatore Puledda, em Interpretaciones del Humanismo,
"através de sua atividade consciente o ser humano se
objetiva no mundo natural, aproximando-o sempre mais de
si, fazendo-o cada vez mais parecido com ele: o que antes
era simples natureza, agora se transforma em um produto
humano. Portanto, se o homem é um ser natural, a natureza
é, por sua vez, natureza humanizada, ou seja, transformada
conscientemente pelo homem."
O humanismo universalista possui como um dos
principais valores o de ser internacionalista, aspira uma
nação humana universal, porém não quer um mundo
uniforme, mas sim um mundo múltiplo, múltiplo em
etnias, línguas e costumes; múltiplos nas crenças, no
ateísmo e na religiosidade; o humanismo universalista não
quer dirigentes nem chefes, nem ninguém que se sinta
representante de nada. Outro valor de suma importância
pertencente ao humanismo universalista é a não-violência
ativa como meio de atuação no mundo. O fundador desta
vertente humanista (Mario Rodrigues Luís Cobos) diz:
"Nada acima do ser humano e nenhum humano abaixo de
outro".
Escola literária
Também há a escola literária chamada humanismo, que
surgiu no século XIV, perdurando até o final do século
XV, através do humanismo que surge o Renascimento.
Nesse período, destacam-se as prosas doutrinárias,
dirigidas à nobreza. Já as poesias, que eram cultivadas por
fidalgos, utilizavam o verso de sete e de cinco silabas,
respectivamente a redondilha maior e menor. Entre os
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Aula 01
autores dessa poesia palaciana,5 reunida no Cancioneiro
Geral de Garcia de Resende, destacam-se Sá de
Miranda, Bernardim Ribeiro, Jorge de Aguiar, João Ruiz
de Castelo Branco, Jorge d' Aguiar, Aires Teles, Gil
Vicente, Bernardim Ribeiro, entre outros.
880 composições, de 286 autores, dos quais 29 escreviam
em castelhano. Abrange a produção poética dos reinados
de D. Afonso V (1438-1481), de D. João II (1481-1495) e
de D. Manuel I – O Venturoso (1495-1521).
Exercícios sobre o Humanismo ou Pré - Renascentismo
Questões:
01. Sobre o Humanismo, identifique a alternativa falsa:
04. O Cancioneiro Geral não contém:
a) Em sentido amplo, designa a atitude de valorização do
homem, de seus atributos e realizações.
b) Configura-se na máxima de Protágoras: “O homem é a
medida de todas as coisas”.
c) Rejeita a noção do homem regido por leis sobrenaturais
e opõe-se ao misticismo.
d) Designa tanto uma atitude filosófica intemporal quanto
um período especifico da evolução da cultura ocidental.
e) Fundamenta-se na noção bíblica de que o homem é pó e
ao pó retornará, e de que só a transcendência liberta o
homem de seu insignificância terrena.
02. Ainda sobre o Humanismo, assinale a afirmação
incorreta:
a) Associa-se à noção de antropocentrismo e representou a
base filosófica e cultural do Renascimento.
b) Teve como centro irradiador a Itália e como precursor
Dante Alighieri, Boccaccio e Petrarca.
c) Denomina-se também Pré-Renascentismo, ou
Quatrocentismo, e corresponde ao século XV.
d) Representa o apogeu da cultura provençal que se irradia
da França para os demais países, por meio dos trovadores e
jograis.
e) Retorna os clássicos da Antiguidade greco-latina como
modelos de Verdade, Beleza e Perfeição.
03. Sobre a poesia palaciana, assinale a alternativa falsa:
a) É mais espontânea que a poesia trovadoresca, pela
superação da influência provençal, pela ausência de
normas para a composição poética e pelo retorno á medida
velha.
b) A poesia, que no trovadorismo era canto, separa-se da
música, passando a ser fala. Destina-se à leitura individual
ou à recitação, sem o apoio de instrumentos musicais.
c) A diversidade métrica da poesia trovadoresca foi
praticamente reduzida a duas medidas: os versos de 7
sílabas métricas (redondilhas menores).
d) A utilização sistemática dos versos redondilhas
denominou-se medida velha, por oposição à medida nova,
denominação que recebemos os versos decassílabos,
trazidos da Itália por Sá de Miranda, em 1527.
e) A poesia palaciana foi compilada em 1516, por Garcia
de Resende, no Cancioneiro Geral, antologia que reúne
a) Composições com motes e glosas.
b) Cantigas e esparsas.
c) Trovas e vilancetes.
d) Composições na medida velha.
e) Sonetos e canções.
05. A obra de Fernão Lopes tem um caráter:
a) Puramente científico, pelo tratamento documental da
matéria histórica;
b) Essencialmente estético pelo predomínio do elemento
ficcional;
c) Basicamente histórico, pela fidelidade à documentação e
pela objetividade da linguagem científica;
d) Histórico-literário, aproximando-se do moderno
romance histórico, pela fusão do real com o imaginário.
e) Histórico-literário, pela seriedade da pesquisa histórica,
pelas qualidades do estilo e pelo tratamento literário, que
reveste a narrativa histórica de um tom épico e compõe
cenas de grande realismo plástico, além do domínio da
técnica dramática de composição.
06. (FUVEST) Aponte a alternativa correta em relação
a Gil Vicente:
a) Compôs peças de caráter sacro e satírico.
b) Introduziu a lírica trovadoresca em Portugal.
c) Escreveu a novela Amadis de Gaula.
d) Só escreveu peças e português.
e) Representa o melhor do teatro clássico português.
07. (FUVEST-SP) Caracteriza o teatro de Gil Vicente:
a) A revolta contra o cristianismo.
b) A obra escrita em prosa.
c) A elaboração requintada dos quadros e cenários
apresentados.
d) A preocupação com o homem e com a religião.
e) A busca de conceitos universais.
08. (FUVEST-SP) Indique a afirmação correta sobre o
Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente:
a) É intricada a estruturação de suas cenas, que
surpreendem o público com a inesperado de cada situação.
b) O moralismo vicentino localiza os vícios, não nas
instituições, mas nos indivíduos que as fazem viciosas.
c) É complexa a crítica aos costumes da época, já que o
autor primeiro a relativizar a distinção entre Bem e o Mal.
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d) A ênfase desta sátira recai sobre as personagens
populares mais ridicularizadas e as mais severamente
punidas.
e) A sátira é aqui demolidora e indiscriminada, não
fazendo referência a qualquer exemplo de valor positivo.
09. (FUVEST-SP) Diabo, Companheiro do Diabo, Anjo,
Fidalgo, Onzeneiro, Parvo, Sapateiro, Frade, Florença,
Brísida Vaz, Judeu, Corregedor, Procurador, Enforcado e
Quatro Cavaleiros são personagens do Auto da Barca do
Inferno, de Gil Vicente.
Analise as informações abaixo e selecione a alternativa
incorreta cujas características não descrevam
adequadamente a personagem.
a) O Onzeneiro idolatra o dinheiro, é agiota e usurário; de
tudo que juntara, nada leva para a morte, ou
melhor, leva a bolsa vazia.
b) O Frade representa o clero decadente e é subjugado por
suas fraquezas: mulher e esporte; leva a amante e as armas
de esgrima.
c) O Diabo, capitão da barca do inferno, é quem apressa o
embarque dos condenados; é dissimulado e irônico.
d) O Anjo, capitão da barca do céu, é quem elogia a morte
pela fé; é austero e inflexível.
e) O Corregedor representa a justiça e luta pela aplicação
integra e exata das leis; leva papéis e processos.
10. Leia com atenção o fragmento do Auto da Barco do
Inferno, de Gil Vicente:
Parvo -
- Hou, homens dos breviários,
Rapinastis coelhorum
Et pernis perdigotorum
E mijais nos campanários.
Não é correto afirmar sobre o texto:
a) As falas do Parvo, como esta, sempre são repletas de
gracejos e de palavrões, com intenção satírica.
b) Nesta fala, o Parvo está denunciando a corrupção do
Juiz e do Procurador.
c) O latim que aparece na passagem é exemplo de imitação
paródia dessa língua.
d) Por meio de seu latim, o Parvo afasta-se de seu
simplicidade, mostrando-se conhecedor de outra línguas.
e) Ao misturar um falso latim com palavrões, Gil Vicente
demonstra a natureza popular de seu teatro e de seus canais
de expressão.
Resolução:
01. E 02. D
05. E 06. A
09. E 10. D
03. A
07. D
04. E
08. B
Classicismo
Introdução
O classicismo é um movimento cultural que valoriza e
resgata elementos artísticos da cultura clássica (grecoromana). Nas artes plásticas, teatro e literatura, o
classicismo ocorreu no período do Renascimento Cultural
(séculos XIV ao XVI). Já na música, ele apareceu na
metade do século XVIII (Neoclassicismo).
Características do Classicismo:
- Valorização dos aspectos culturais e filosóficos da
cultura das antigas Grécia e Roma;
- Influência do pensamento humanista;
- Antropocentrismo: o homem como o centro do Universo;
- Críticas as explicações e a visão de mundo pautada pela
religião;
- Racionalismo: valorização das explicações baseadas na
ciência;
- Busca do equilíbrio, rigor e pureza formal;
- Universalismo: abordagem de temas universais como,
por exemplo, os sentimentos humanos.
Principais representantes do Classicismo dos séculos XIV
ao XVI:
- Na literatura destacou-se o escritor português Camões,
autor da grandiosa obra Os Lusíadas. Podemos também
destacar os escritores: Dante Alighieri, Petrarca e
Boccacio.
- Nas artes plásticas, podemos destacar: Leonardo da
Vinci, Michelangelo, Rafael Sanzio, Andrea Mantegna,
Claudio de Lorena entre outros.
Principais representantes do Neoclassicismo na música do
século XVIII:
- Wolfgang Amadeus Mozart
- Joseph Haydn
- Ludwig van Beethoven
Classicismo, ou Quinhentismo (século XV) é o nome
dado ao período literário que surgiu na época
do Renascimento(Europa séc. XV a XVI). Um período de
grandes transformações culturais, políticas e econômicas.
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Vários foram os fatores que levaram a tais transformações,
dentre eles a crise religiosa (era a época da Reforma
Protestante, liderada por Lutero), as grandes navegações
(onde o homem foi além dos limites da sua terra) e a
invenção da Imprensa que contribuiu muito para a
divulgação das obras de vários autores gregos e latinos
(cultura clássica) proporcionando mais conhecimento para
todos.
Foi na arte renascentista que o antropocentrismo atingiu a
sua plenitude, agora, era o homem que passava a ser
evidenciado, e não mais Deus.
A arte renascentista se inspirava no mundo grecoromano (Antiguidade Clássica) já que estes também eram
antropocêntricos.
Características do Classicismo
 Racionalismo: a razão predomina sobre o
sentimento, ou seja, a expressão dos sentimentos
era controlada pela razão.
 Universalismo: os assuntos pessoais ficaram de
lado e as verdades universais (de preocupação
universal) passaram a ser privilegiadas.
 Perfeição formal: métrica, rima, correção
gramatical, tudo isso passa a ser motivo de
atenção e preocupação.
 Presença da mitologia greco-latina
 Humanismo: o homem dessa época se liberta dos
dogmas da Igreja e passa a se preocupar com si
próprio, valorizando a sua vida aqui na Terra e
cultivando a sua capacidade de produzir e
conquistar. Porém, a religiosidade não
desapareceu por completo.
Principais Autores e Obras
- Luís Vaz de Camões
Um dos maiores nomes da Literatura Universal, e
certamente, o maior nome da Literatura Portuguesa.
Escreveu poesias (líricas e épicas) e peças teatrais, porém
sua obra mais conhecida e consagrada é a epopeia “Os
Lusíadas” considerada uma obra-prima.
Essa obra é dividida em 10 partes (cantos) com 8816
versos distribuídos em 1120 estrofes e narra a viagem de
Vasco da Gama às Índias enfatizando alguns momentos
importantes da história de Portugal.
Outros escritores existiram, porém não tiveram tanto
destaque quanto Camões, são eles: Sá de Miranda,
Bernardim Ribeiro e Antônio Ferreira.
O Classicismo terminou em 1580, com a passagem de
Portugal ao domínio espanhol e também com a morte de
Camões.
Características de uma Epopeia
 É escrita em versos.
 O tema é sempre grandioso e heroico e refere-se à
história de um povo.
 É composta de proposição, invocação,
dedicatória, narração e epílogo.
Classicismo (Portugal) - resumo, principais autores,
características, dicas e questões comentadas
Classicismo: é a face literária do Renascimento,
movimento de renovação científica, artística e cultural que
marca o fim da Idade Média e o nascimento da Idade
Moderna na Europa. O Renascimento é fruto do
crescimento gradativo da burguesia comercial e das
atividades econômicas entre as cidades europeias.
Portugal
O Classicismo português começa em 1527, quando o poeta
Francisco Sá de Miranda retorna da Itália a Portugal com
ideias de renovação literária (caso do soneto, nova forma
de
composição
poética).
Camões
Mais importante autor do período em Portugal, Luís de
Camões apresenta uma biografia incerta e cheia de
aventura. Uma das poucas certezas sobre sua vida é que foi
soldado e perdeu o olho direito combatendo na África. Sua
produção poética foi rica e variada, abrangendo poesia
lírica e épica.
Poesia
épica
Em 1572, Camões publica Os Lusíadas, poema que
celebrava feitos marítimos e guerreiros recentes de
Portugal. O livro também narra a história do país (de sua
fundação mítica até o período histórico).
O herói do poema é o próprio povo português e o enredo
gira em torno da viagem de Vasco da Gama na busca de
um novo caminho para as Índias. Escrito em dez
cantos, Os Lusíadas tem 1.102 estrofes (compostas em
oitava-rima e versos decassílabos) e cinco partes.
Poesia lírica
Camões escreveu sua poesia lírica com versos na medida
velha (versos redondilhos) e na medida nova (versos
decassílabos). É no soneto, contudo, que a lírica
camoniana alcança seu ponto mais alto: quer pela estrutura
tipicamente silogística, quer pela constante dualidade entre
o amor material e o amor idealizado (platônico).
Amor é um Fogo que Arde sem se Ver
Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se e contente;
É um cuidar que ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"
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Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança:
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Comentário: Classicismo é a designação dada à tendência
estética, literária, artística e filosófica que reproduzia os
ideais da antiguidade clássica.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança:
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem (se algum houve) as saudades.
Exercícios sobre o classicismo
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
Questões:
01. Os Lusíadas - Luís de Camões - Justifique a afirmação:
O discurso do “Velho Restelo” está em oposição a certas
E afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía.
concepções dominantes na sociedade portuguesa da época
Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"
Lusitana.
Com o que ficar atento?
O Renascimento envolveu um movimento intelectual que
incentivou a recuperação de valores e modelos da
antiguidade clássica greco-romana. Isso desencadeou
importantes transformações políticas e econômicas na
sociedade.
02. Identifique a alternativa que não contenha ideais
Como pode cair no vestibular?
A preferência dos últimos exames recaiu sobre a épica
camoniana, mas nada impede que a lírica também seja
abordada. Sobretudo, no que diz respeito ao tema do
neoplatonismo e do desconcerto do mundo.
Como já caiu no vestibular?
(FGV-SP) Assinale a alternativa que completa
corretamente a afirmação seguinte:
dos grandes descobrimentos, expressas pelo discurso que
exalta a empresa navegadora posta em marcha pela Coroa
clássicos
de
a)
Universalismo
b)
Formalismo
arte:
e
racionalismo.
e
perfeccionismo.
c) Obediência às regras e modelos e contenção do lirismo.
d) Valorização do homem (do aventureiro, do soldado, do
sábio e do amante) e verossimilhança (imitação da verdade
e
da
natureza).
e) Liberdade de criação e predomínio dos impulsos
pessoais.
03. O culto aos valores universais – o Belo, o Bem, a
O movimento desenvolveu-se no apogeu político de
Portugal; consiste numa concepção artística baseada na
imitação dos modelos clássicos gregos e latinos. Nele, o
pensamento lógico predomina sobre a emoção, e a
estrutura da composição poética obedece a formas fixas,
com a introdução da medida nova, que convive com a
medida velha das formas tradicionais.
Verdade e a Perfeição – e a preocupação com a forma
Trata-se do:
c)
Romantismo
d)
Trovadorismo
a) Modernismo.
b) Barroco.
c) Romantismo.
d) Classicismo.
e) Realismo.
Gabarito :
Resposta correta: D
aproximaram o Classicismo de duas escolas literárias
posteriores. Aponte a alternativa que identifica essas
escolas:
a)
Barroco
b)
Arcadismo
e)
Realismo
04. Não
se
e
e
relaciona
influência
sonetos,
Humanismo;
e
b)
d)
Modernismo;
e
versos
predileção
Parnasianismo;
e
a)
c)
Simbolismo;
à
Naturalismo.
medida
nova:
decassílabos;
por
tercetos,
italiana;
formas
oitavas
fixas;
e
odes;
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Aula 01
e)
cultura
popular,
tradicional.
08. Não
são
modalidade
da
medida
nova:
a)
canção
05. O Classicismo propriamente dito, tem por limites
b)
soneto
cronológicos,
de:
c)
terceto
e
oitava;
e
sextina;
em
Portugal,
as
datas
e
elegia;
e
ode;
a)
1500
e
1601.
d)
écloga
b)
1434
e
1516.
e)
trova
c)
1502
e
1578.
d)
1527
e
1580.
09. (FUVEST-SP)
e)
1198
e
1434.
a) o verso usado para a composição dos sonetos é o
e
Na
vilancete.
Lírica
de
Camões:
redondilho
06. Assinale
a
incorreta
sobre
Camões:
b)
maior;
encontram-se
sonetos,
odes,
sátiras
e
autos;
a) Sua obra compreende os gêneros épico, lírico e
c) cantar a pátria é o centro das preocupações;
dramático.
d) encontra-se uma fonte de inspiração de muitos poetas
b) A lírica de Camões permaneceu praticamente inédita.
brasileiros
Sua primeira compilação e póstumas, datada de 1595, e
e) a mulher é vista em seus aspectos físicos, despojada de
organizada sob o título de As Rimas de Luís de Camões,
espiritualidade.
por
Fernão
Rodrigues
Lobo
do
século
XX;
Soropita.
c) Sua lírica compõe-se exclusivamente de redondilhas e
10. (MACKENZIE-SP) Sobre o poema Os Lusíadas, é
sonetos.
incorreto
d) Apesar de localizada no período clássico-renascentista,
a) quando a ação do poema começa, as naus portuguesas
a
estão
obra
de
citações
barrocas.
afirmar
navegando
no
em
que:
pleno
meio
Oceano
Índico,
da
viagem;
e) Representa a amadurecimento de língua portuguesa, sua
portanto
estabilização e a maior manifestação de sua excelência
b) na Invocação, o poeta se dirige às Tágides, ninfas do rio
literária.
Tejo;
c) Na ilha dos Amores, após o banquete, Tétis conduz o
07. Ainda
sobre
Camões,
assinale
a
incorreta:
capitão
ao
descenda
ponto
a
mais
alto
“máquina
da
ilha,
onde
do
lhe
mundo”;
a) Não há um texto definitivo de lírica camoniana.
d) Tem como núcleo narrativo a viagem de Vasco da
Atribuem-se-lhe cerca de 380 composições líricas,
Gama, a fim de estabelecer contato marítimo com as
destacando-se os cerca de 200 sonetos, alguns de autoria
Índias;
controversa.
e) É composto em sonetos decassílabos, mantendo em
b) Camões teria reunido sua lírica sob o titulo de O
1.102
estrofes
o
mesmo
esquemas
de
rimas.
Parnaso Lusitano, que se perdeu, e do qual há algumas
referências
nas
cartas
do
poetas.
Resolução:
c) As redondilhas de Camões seguem os moldes da poesia
palaciana do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende e ,
01. Esse velho, descontente com o empreendimento
mesmo
superou seus
português de buscar do mundo novas partes, destrói ponto
antecessores.
por ponto os ideais que levaram à epopeia das grandes
d) A lírica na medida velha, tradicional, medieval, vale-se
navegações. Começa por desmitificar o ideal da fama,
dos motes glosados, das redondilhas e são de cunho
dizendo que ela nada mais é que a vontade de poder,
galante,
fraude com que os poderosos atiçam as massas para fazê-
na
medida
velha,
contemporâneos
o
e
alegre
poeta
madrigalesco.
e) A principal diferença entre a poesia lírica e a poesia
las
épica é formal e manifesta-se da utilização de versos de
“Chamam-te Fama e Glória soberana / Nomes com que se
diferentes
o povo néscio engana. Esse desejo de mandar só produz
metros.
apoiar
sua
política
expansionista.
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Aula 01
danos. Mostra que o projeto ultramarino será um desastre
para
a
sociedade
portuguesa,
ocasionando
o
despovoamento e o enfraquecimento do país, já que os
homens válidos estarão mortos ou em outras terras e, em
Portugal, estarão os velhos, as mulheres, os órfãos. Para
ele, a empresa navegadora produzirá somente pobreza,
adultério, desamparo. Execra ainda os chamados heróis
d) canção e elegia
e) trova e vilancete
04. Os Lusíadas - Luís de Camões - O discurso do “Velho
Restelo” está em oposição a certas concepções dominantes
na sociedade portuguesa da época dos grandes
descobrimentos, expressas pelo discurso que exalta a
empresa navegadora posta em marcha pela Coroa
Lusitana.
Qual das alternativas abaixo justifica a afirmação:
civilizadores, aqueles que fizeram progredir a sociedade
humana, por exemplo: Prometeu, que roubou o fogo do
céu e deu aos homens; Dédalo, grande arquiteto que
fabricou para seu filho Ícaro umas asas, presas com cera
nos ombros, com cujo auxílio pretendeu voar. Considera
todo
avanço
ocasionam
técnico
a
ruína
intrinsecamente
de
seus
02. E
03. B
04. E
05. D
06. C
07. E
08. E
09. D
mau,
porque
empreendedores.
10. E
01. Identifique a alternativa que não contenha ideais
clássicos de arte:
a) Liberdade de criação e predomínio dos impulsos
pessoais
b) Formalismo e perfeccionismo
c) Universalismo e racionalismo
d) Valorização do homem (do aventureiro, do soldado, do
sábio e do amante) e verossimilhança (imitação da
verdade e da natureza)
e) Obediência às regras e modelos e contenção do lirismo
02. (MACKENZIE-SP) Sobre o poema Os Lusíadas, é
incorreto afirmar que:
a) na Invocação, o poeta se dirige às Tágides, ninfas do rio
Tejo
b) Na ilha dos Amores, após o banquete, Tétis conduz o
capitão ao ponto mais alto da ilha, onde lhe descenda a
“máquina do mundo”
c) quando a ação do poema começa, as naus portuguesas
estão navegando em pleno Oceano Índico, portanto no
meio da viagem
d) É composto em sonetos decassílabos, mantendo em
1.102 estrofes o mesmo esquemas de rimas
e) Tem como núcleo narrativo a viagem de Vasco da
Gama, a fim de estabelecer contato marítimo com as Índias
03. Não são modalidade da medida nova:
a) soneto e ode
b) terceto e oitava
c) écloga e sextina
I) Esse velho, descontente com o empreendimento
português de buscar do mundo novas partes, destrói ponto
por ponto os ideais que levaram à epopeia das grandes
navegações. Começa por desmitificar o ideal da fama,
dizendo que ela nada mais é que a vontade de poder,
fraude com que os poderosos atiçam as massas para fazêlas apoiar sua política expansionista.
II) “Chamam-te Fama e Glória soberana / Nomes com que
se o povo néscio engana. Esse desejo de mandar só produz
danos. Mostra que o projeto ultramarino será um desastre
para
a sociedade
portuguesa,
ocasionando
o
despovoamento e o enfraquecimento do país, já que
os homens válidos estarão mortos ou em outras terras e,
em Portugal, estarão os velhos, as mulheres, os órfãos.
III) Para ele, a empresa navegadora produzirá somente
pobreza, adultério, desamparo. Execra ainda os chamados
heróis civilizadores, aqueles que fizeram progredir
a sociedade humana, por exemplo: Prometeu, que roubou o
fogo do céu e deu aos homens; Dédalo, grande arquiteto
que fabricou para seu filho Ícaro umas asas, presas com
cera nos ombros, com cujo auxílio pretendeu voar.
Considera todo avanço técnico intrinsecamente mau,
porque ocasionam a ruína de seus empreendedores.
a) I e II
b) I, II e III
c) I e III
d) II
e) II e III
05. O Classicismo propriamente dito, tem por limites
cronológicos, em Portugal, as datas de:
a) 1527 e 1580
b) 1502 e 1578
c) 1198 e 1434
d) 1500 e 1601
e) 1434 e 1516
06. (FUVEST-SP) Na Lírica de Camões:
a) a mulher é vista em seus aspectos físicos, despojada de
espiritualidade
b) encontra-se uma fonte de inspiração de muitos poetas
brasileiros do século XX
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Aula 01
c) cantar a pátria é o centro das preocupações
d) encontram-se sonetos, odes, sátiras e autos
e) o verso usado para a composição dos sonetos é o
redondilho maior
09 - E
10 – A
PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES LITERÁRIAS NO
BRASIL
07. O culto aos valores universais – o Belo, o Bem, a
Verdade e a Perfeição – e a preocupação com a
forma aproximaram o Classicismo de duas escolas
literárias posteriores. Aponte a alternativa que identifica
essas escolas:
a) Trovadorismo e Humanismo
b) Romantismo e Modernismo
c) Barroco e Simbolismo
d) Arcadismo e Parnasianismo
08. Assinale a incorreta sobre Camões:
a) Representa a amadurecimento de língua portuguesa, sua
estabilização e a maior manifestação de sua excelência
literária
b) Sua obra compreende os gêneros épico, lírico e
dramático
c) Sua lírica compõe-se exclusivamente de redondilhas e
sonetos
d) A lírica de Camões permaneceu praticamente inédita.
Sua primeira compilação e póstumas, datada de 1595, e
organizada sob o título de As Rimas de Luis de Camões,
por Fernão Rodrigues Lobo Soropita
09. Não se relaciona à medida nova:
a) predileção por formas fixas
b) sonetos, tercetos, oitavas e odes
c) versos decassílabos
d) influência italiana
e) cultura popular, tradicional
10. Ainda sobre Camões, assinale a incorreta:
a) A principal diferença entre a poesia lírica e a poesia
épica é formal e manifesta-se da utilização de versos de
diferentes metros
b) As redondilhas de Camões seguem os moldes da poesia
palaciana do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende e ,
mesmo na medida velha, o poeta superou seus
contemporâneos e antecessores
c) A lírica na medida velha, tradicional, medieval, vale-se
dos motes glosados, das redondilhas e são de cunho
galante, alegre madrigalesco
d) Não há um texto definitivo de lírica camoniana.
Atribuem-se-lhe cerca de 380 composições líricas,
destacando-se os cerca de 200 sonetos, alguns de autoria
controversa
e) Camões teria reunido sua lírica sob o titulo de O
Parnaso Lusitano, que se perdeu, e do qual há algumas
referências nas cartas do poetas
01 - A
02 - D
03 - E
04 - B
05 – A
06 - B
07 - D
08 - C
As primeiras manifestações literárias em terras brasileiras
ocorreram no período do Brasil-Colônia. Destacam-se
como tais, um conjunto de obras portuguesas ocorridas a
partir do século XVI, manifestadas por meio dos escritos
produzidos pelos viajantes, no intento de relatar as
descobertas
marítimas
e
terrestres.
Cabe ressaltar que antes do período que se refere às
Grandes Navegações, os povos europeus consideravam
estar no centro do mundo, uma vez que todas as partes, até
então desconhecidas, eram concebidas como pertencentes
a elementos fantásticos. Após iniciadas as grandes
expedições marítimas, reverteu-se toda esta ótica.
Por meio delas, estas fantasias foram cedendo lugar a fatos
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reais, principalmente com a conquista e a colonização de
novas terras, visto que as consequências econômicas,
políticas e morais, relacionadas às mesmas, tornavam-se
cada vez mais importantes “aos olhos de Portugal”.
Desta forma, as obras produzidas neste período são de
caráter informativo, e ao conjunto dos referidos relatos,
atribuímos o nome de Literatura de Informação ou
Literatura dos Cronistas e Viajantes. Os textos, escritos em
prosa, eram bem aceitos em Portugal e na Espanha, pois as
paisagens exuberantes e os costumes exóticos ligados à
natureza do homem brasileiro atendiam plenamente aos
interesses econômicos, principalmente do colonizador.
Dentre estas obras, destacam-se como mais importantes:
Carta de Pero Vaz de Caminha, dirigida ao rei D. Manuel,
relatando o descobrimento e as principais impressões da
nova
terra;
Diário de navegação, de Pero Lopes de Souza (1530);
Tratado da terra do Brasil e história da Província de
Santa Cruz, a que vulgarmente chamamos de Brasil, de
Pero
de
Magalhães
Gândavo
(1576);
Narrativa epistolar e Tratado das terras e das gentes do
Brasil, de
Fernão
Cardim
(1583);
Tratado descritivo do Brasil, de Gabriel Soares de Souza
(1587);
Diálogos das grandezas do Brasil, de Ambrósio Fernandes
Brandão
(1618);
Cartas escritas pelos jesuítas durante os dois primeiros
séculos
da
catequese;
História da conversão dos gentios, do Pe. Manuel da
Nóbrega;
História do Brasil, de Feri Vicente de Salvador (1627);
Duas viagens ao Brasil, de Hans Staden (1557);
A literatura de Catequese
Compondo o quadro da literatura de informação, destacase também a literatura de catequese, a qual pertencia aos
escritos dos jesuítas que chegaram ao Brasil a partir de
1549. Pertenciam à Companhia de Jesus, organizada por
Ignácio de Loyola, visando recuperar o poder e o prestígio
preconizado pela Igreja Católica após a Reforma
Protestante.
Assim sendo, defendiam a fé contra os ataques de
protestantes e hereges, propagando-a aos mais distantes
lugares da terra, convertendo muçulmanos, budistas e até
os habitantes nativos das terras recém descobertas. Com
base neste propósito, fundaram vários colégios na Europa
e América, pois viam a educação como um instrumento
viável
para
tal
realização.
Entre seus principais representantes, citam-se os padres
Manuel da Nóbrega, Fernão Cardim e José de Anchieta.
Ao chegar aqui, Manuel da Nóbrega, juntamente com
outros membros da Companhia de Jesus, mantiveram uma
vasta correspondência sobre como se deu sua obra
catequética, focalizando hábitos, costumes, língua e,
sobretudo, as relações que mantinham entre os colonos e
os
jesuítas.
José de Anchieta destacou-se de modo relevante, em razão
de sua produção de caráter pedagógico e moral, retratada
em forma de poemas e peças teatrais. As representadas por
cartas, relatórios e crônicas caracterizavam-se como prosa
informativa, além de sermões, peças teatrais e poesias,
todas escritas em português, espanhol e tupi-guarani.
A popularidade é característica marcante no teatro de José
de Anchieta, pautado por uma linguagem simples e
composto por uma técnica rudimentar, retoma uma
tradição baseada nos autos de Gil Vicente, como também
nos moldes proferidos durante a Idade Média.
Como podemos perceber, a produção concernente a este
jesuíta possui um amplo valor significativo no processo de
formação de nossa cultura, em razão de o mesmo ter se
incumbido diante da tentativa de conferir uma expressão
literária às novas condições do homem em solo brasileiro.
Viagem à terra do Brasil, de Jéan Léry (1578).
Exercícios sobre o Quinhentismo
01. As primeiras manifestações literárias que se registram
na Literatura Brasileira referem-se a:
a) Literatura informativa sobre o Brasil (crônica) e
literatura didática, catequética (obra dos jesuítas).
b) Romances e contos dos primeiros colonizadores.
c) Poesia épica e prosa de ficção.
d) Obras de estilo clássico, renascentista.
e) Poemas românticos indianistas.
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02. A literatura de informação corresponde às obras:
07. São características da poesia do Padre José de
a) barrocas;
Anchieta:
b) arcádicas;
a) a temática, visando a ensinar os jovens jesuítas
c) de jesuítas, cronistas e viajantes;
chegados ao Brasil;
d) do Período Colonial em geral;
b) linguagem cômica, visando a divertir os índios;
e) n.d.a.
expressão em versos decassílabos, como a dos poetas
clássicos do século XVI;
03. Qual das afirmações não corresponde à Carta de
c) temas vários, desenvolvidos sem qualquer preocupação
Caminha?
pedagógica ou catequética;
a) Observação do índio como um ser disposto à
d) função pedagógica; temática religiosa; expressão em
catequização.
redondilhas, o que permitia que fossem cantadas ou
b) Deslumbramento diante da exuberância da natureza
recitadas facilmente.
tropical.
e) n.d.a.
c) Mistura de ingenuidade e malícia na descrição dos
índios e seus costumes.
08. (UNIV. FED. DE SANTA MARIA) Sobre a literatura
d) Composição sob forma de diário de bordo.
produzida no primeiro século da vida colonial brasileira, é
e) Aproximações barrocas no tratamento literário e no
correto afirmar que:
lirismo das descrições.
a) É formada principalmente de poemas narrativos e
textos dramáticos que visavam à catequese.
04. (UNISA) A “literatura jesuíta”, nos primórdios de
b) Inicia com Prosopopeia, de Bento Teixeira.
nossa história:
c) É constituída por documentos que informam acerca da
a) tem grande valor informativo;
terra brasileira e pela literatura jesuítica.
b) marca nossa maturação clássica;
d) Os textos que a constituem apresentam evidente
c) visa à catequese do índio, à instrução do colono e sua
preocupação artística e pedagógica.
assistência religiosa e moral;
e) Descreve com fidelidade e sem idealizações a terra e o
d) está a serviço do poder real;
homem, ao relatar as condições encontradas no Novo
e) tem fortes doses nacionalistas.
Mundo.
05. A importância das obras realizadas pelos cronistas
09. (UFV) Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede:
portugueses do século XVI e XVII é:
Dos vícios já desligados
a) determinada exclusivamente pelo seu caráter literário;
nos pajés não crendo mais,
b) sobretudo documental;
nem suas danças rituais,
c) caracterizar a influência dos autores renascentistas
nem seus mágicos cuidados.
europeus;
d) a deterem sido escritas no Brasil e para brasileiros;
(ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução
e) n.d.a.
e adaptação de Walmir Ayala] Rio de Janeiro:
Ediouro[s.d.]p. 110)
06. Anchieta só não escreveu:
a) um dicionário ou gramática da língua tupi;
Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe
b) sonetos clássicos, à maneira de Camões, seu
acima, pronunciada pelos meninos índios em procissão:
contemporâneo;
c) poesias em latim, portugueses, espanhol e tupi;
a) Os meninos índios representam o processo de
d) autos religiosos, à maneira do teatro medieval;
aculturação em sua concretude mais visível, como produto
e) cartas, sermões, fragmentos históricos e informações.
final de todo um empreendimento do qual participaram
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com igual empenho a Coroa
Portuguesa e a Companhia de Jesus.
b) A presença dos meninos índios representa uma síntese
perfeita e acabada daquilo que se convencionou chamar de
literatura informativa.
c) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua
própria cultura, ao mencionar as danças rituais e as magias
praticadas pelos pajés.
d) Os meninos índios são figura alegóricas cuja construção
como personagens atende a todos os requintes da
dramaturgia renascentista.
e) Os meninos índios representam a revolta dos nativos
contra a catequese trazida pelos jesuítas, de quem querem
libertar-se tão logo seja possível.
Resolução:
01. A
02. C
03. E
04. C
05. B
06. B
07. D
08. C
09. A
Questões de vestibulares
1. (FUVEST) Entende-se por literatura informativa no
Brasil:
a) o conjunto de relatos de viajantes e missionários
europeus, sobre a natureza e o homem brasileiros.
b) a história dos jesuítas que aqui estiveram no século
XVI.
c) as obras escritas com a finalidade de catequese do
indígena.
d) os poemas do Padre José de Anchieta.
e) os sonetos de Gregório de Matos.
2. (UFPA) Texto 1 “De ponta a ponta, é tudo praia... muito
chã e muito formosa. Nela, até agora, não podemos saber
que haja ouro nem prata... porém a terra em si é de muitos
bons ares, assim frios e temperados... Águas são muitas;
infindas.” Texto 2 “Então estiraram-se de costas na
alcatifa, a dormir, sem buscarem maneira de encobrir suas
vergonhas.” Sobre o autor dos fragmentos acima é correto
afirmar que:
a) escreveu documentos oficiais.
b) é festejado representante da prosa modernista.
c) criou vasta obra romanesca.
d) concedeu textos com finalidade pedagógica.
e) não propaga em sua obra a fé cristã.
3. (UFPA) A gênese da nossa formação literária encontrase no século XVI. Dela fazem parte:
a) as obras produzidas pelos degredados que eram
obrigados a se instalar no Brasil.
b) os escritos que os donatários das capitanias hereditárias
faziam ao rei de Portugal.
c) os relatos dos cronistas e viajantes.
d) as produções arcádicas.
e) as poesias de Gregório de Matos.
4. (UFPA) Quanto ao sentimento nativista das primeiras
manifestações literárias feitas no Brasil:
a) é um sentimento de apego aos valores culturais
portugueses, conforme se vê nos poemas de Anchieta.
b) consiste na propagação da mentalidade colonial
portuguesa, sobre o que giram os poemas de Gregório de
Matos.
c) a obra dos cronistas viajantes representa o apogeu deste
sentimento.
d) é um sentimento tênue de apego à terra brasileira que,
mais tarde, irá desaguar no nacionalismo do Romantismo.
e) só se observa nos poetas árcades devido ao seu
envolvimento na inconfidência Mineira.
5. (UFPE) “Se suas cartas não apresentam valor literário
reconhecível, os demais aspectos da obra do missionário –
um representado por criações literárias com objetivo
pedagógico em relação à catequese, outro por criações
desinteressadas – devem ser literariamente valorizados,
sobretudo o teatro em verso”. O texto refere-se aos textos
produzidos no século XVI por:
a) José de Anchieta.
b) Pero Vaz de Caminha.
c) Antônio Vieira.
d) Bento Teixeira.
e) Manuel da Nóbrega.
6. (UFPA) Quanto às manifestações literárias brasileiras
aparecidas durante o período colonial: a) refletiam a
grandeza da Literatura Portuguesa da época.
b) não havia obras escritas, existia, pois, como
manifestação oral.
c) eram ainda incipientes, apesar de escritas, pois a
metrópole não incentivava este tipo de produção.
d) o expressivo número de escritores que apareceram
obreiam-se com os maiores vultos da literatura universal.
e) representa o esplendor das tendências literárias do
medievalismo português.
7. (UNISA-SP) A “literatura jesuítica”, nos primórdios de
nossa história:
a) tem grande valor informativo. b) marca nossa
maturação clássica. c) visava à catequese do índio, à
instrução ao colono e sua assistência religiosa e moral.
d) estava a serviço do poder real.
e) tem fortes doses nacionalistas.
8. (UFRN) Sabe-se que a literatura brasileira do século
XVI não primava pelo valor estético, mas se destacava
pelo caráter informativo. Dentre os autores daquele
período, podemos citar, com respectiva obra:
a) Bento Teixeira, com História do Brasil.
b) Frei Vicente Salvador, com Prosopopeia.
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c) Pero Magalhães Gândavo, com Tratado da Terra do
Brasil.
d) Nuno Marques Pereira, com Compêndio narrativo do
peregrino da América.
e) Manoel Botelho de Oliveira, com Música do Parnaso.
9. (UFV-MG) “Meu bem, meu amor, meu esposo, meu
senhor, meu amigo, meu irmão,
— centro do meu coração, Deus e pai! Pois com entranhas
de mãe Quereis de mim ser comigo Roubais todo o meu
sentido, Para vós!” José de Anchieta Assinale a alternativa
que corresponde ao texto:
a) trata-se de um poema barroco, por causa do jogo de
antíteses.
b) pertence à fase do Romantismo, como revela o intenso
sentimento religioso.
c) percebe-se, pelo desejo de exaltação, que é um poema
épico do período quinhentista.
d) expressa a religiosidade nos padrões simbolistas.
e) trata-se de um poema lírico do Quinhentismo.
10. (UM-SP) Aponte a alternativa incorreta sobre o
“Sermão da Sexagésima”:
a) o autor desenvolve dialeticamente a seguinte tese: “A
semente é a palavra de Deus”.
b) o estilo é barroco e privilegia a corrente conceptista de
composição.
c) o orador discute no sermão cinco causas possíveis que
não permitiram a entrada da palavra de Deus no coração
dos homens.
d) Vieira baseia-se em parábolas bíblicas, e sua linguagem
se vale de estruturas retóricas clássicas.
e) pela sua capacidade de argumentação, Vieira consegue,
neste sermão, convencer os indígenas a se converterem.
11. (CARLOS CHAGAS-BA) Assinale o texto que, pela
linguagem e pelas ideias, pode ser considerado como
representante da corrente barroca.
a) “Branco e meigo sorriso se deslizava em seus lábios; os
negros caracóis de suas belas madeixas brincavam, mercê
do zéfiro, sobre suas faces... e ela também suspirava.”
b) “Estiadas amáveis iluminavam instantes de céus sobre
ruas molhadas de pipilos nos arbustos dos squares. Mas a
abóbada de garoa desabava os quarteirões.”
c) “Os sinos repicavam numa impaciência alegre. Padre
Antônio continuou a caminhar lentamente, pensando que
cem vezes estivera a cair, cedendo à fatalidade da herança
e à influência do meio que o arrastavam para o pecado.”
d) “De súbito, porém, as lancinantes incertezas, as
brumosas noites pesadas de tanta agonia, de tanto pavor de
morte, desfaziam-se, desapareciam completamente como
os tênues vapores de um letargo...”
e) “Ah! Peixes, quantas invejas vos tenho a essa natural
irregularidade! A vossa bruteza é melhor que o meu
alvedrio. Eu falo, mas vós não ofendeis a Deus com as
palavras; eu lembro-me, mas vós não ofendeis a Deus com
a memória; eu discorro, mas vós não ofendeis a Deus com
o entendimento; eu quero, mas vós não ofendeis a Deus
com a vontade.”
12. (FUVEST) “Entre os semeadores do Evangelho há uns
que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os
que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China,
ao Japão; os que semeiam sem sair são os que se
contentam com pregar na pátria. Todos terão sua razão,
mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa,
pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão
longe, hão-lhes de medir a semeadura; e hão-lhe de contar
os passos. Ah! Dia do juízo! Ah! Pregadores! Os de cá,
achar-vos-ei com mais paço; os de lá, com mais passos...”
A passagem acima é representativa de uma das tendências
estéticas da prosa seiscentista, a saber:
a) o sebastianismo, isto é, a celebração do mito da volta de
D. Sebastião, rei de Portugal, morto na batalha de AlcácerQuibir.
b) a busca do exotismo e da aventura ultramarina,
presentes nas crônicas e narrativas de viagem.
c) a exaltação do heroico e do épico, por meio das
metáforas grandiloquentes da epopeia.
d) o lirismo trovadoresco, caracterizado por figuras de
estilo passionais e místicas.
e) o conceptismo, caracterizado pela utilização constante
dos recursos da dialética.
13. (FUVEST) Leia o texto: Goza, goza da flor da
mocidade, que o tempo trata a toda ligeireza, e imprime
em toda flor sua pisada. Ó não aguardes, que a madura
[idade, te converta essa flor, essa beleza, em terra, em
cinza, em pó, [em sombra, em nada. Gregório de Matos Os
tercetos acima ilustram:
a) o caráter de jogo verbal próprio da poesia lírica do
século XVI, sustentando uma crítica à preocupação
feminina com a beleza.
b) o jogo metafórico próprio do Barroca, a respeito da
fugacidade da vida, exaltando o gozo do momento.
c) o estilo pedagógico da poesia neoclássica, ratificando as
reflexões do poeta sobre as mulheres maduras.
d) as características de um texto romântico, porque fala de
flores, terras, sombras.
e) uma poesia que fala de uma existência mais materialista
do que espiritual, própria da visão do mundo nostálgico
cultista.
14. (FUVEST) A respeito de Padre Antônio Vieira, podese afirmar: a) embora vivesse no Brasil, por sua formação
lusitana não se ocupou de problemas locais. b) procurava
adequar os textos bíblicos às realidades de que tratava. c)
dada sua espiritualidade, demonstrava desinteresse por
assuntos mundanos. d) em função de seu zelo para com
Deus, utilizava-o para justificar todos os acontecimentos
políticos e sociais. e) mostrou-se tímido diante dos
interesses dos poderosos. 15. (FEBASP) “Basta, senhor,
que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós,
porque roubais em uma armada, sois imperador? Assim é.
O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza; o
roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com
muito, os Alexandres... O ladrão que furta para comer não
vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas que
levam, de que eu trato, são os outros — ladrões de maior
calibre e de mais alta esfera... os outros ladrões roubam um
homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam
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debaixo de seu risco, estes, sem temor nem perigo; os
outros se furtam, são enforcados, estes furtam e
enforcam”. Padre Vieira. Sermão do Bom Ladrão Em
relação ao estilo empregado por Vieira neste trecho podese afirmar:
a) o autor recorre ao cultismo da linguagem com o intuito
de convencer o ouvinte e por isto cria um jogo de imagens.
b) Vieira recorre ao preciosismo da linguagem, isto é,
através de fatos corriqueiros, cotidianos, procura converter
o ouvinte.
c) Padre Vieira emprega, principalmente, o conceptismo,
ou seja, o predomínio das ideias, da lógica, do raciocínio.
d) o pregador procura ensinar preceitos religiosos ao
ouvinte, o que era prática comum entre os escritores
gongóricos.
16. (UHRS) Considere-se as seguintes afirmações sobre o
Barroco brasileiro:
I – A arte barroca caracteriza-se por apresentar
dualidades, conflitos, paradoxos e contrastes, que
convivem tensamente na unidade da obra.
II – O conceptismo e o cultismo, expressões da poesia
barroca, apresentam um imaginário bucólico, sempre
povoado de pastoras e ninfas.
III – A oposição entre Reforma e Contra-Reforma
expressa, no plano religioso, os mesmos dilemas de que o
Barroco se ocupa. Quais estão corretas?
a) apenas I.
b) apenas II
c) apenas III
d) apenas I e III.
e) I, II e III.
17. (UFBA) “Vós, diz Cristo Senhor nosso, falando com
os Pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra,
porque quer que façam na terra, o que faz o sal. O efeito
do sal é impedir a corrupção, mas quando a terra se vê tão
corrupta como está a nossa, havendo tantos nela, que têm
ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta
corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra
se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os
Pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a
terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a
doutrina, que lhes dão, a não querem receber; ou é porque
o sal não salga, e os Pregadores dizem uma cousa, e fazem
outra, ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes
querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que
dizem: ou é porque o sal não salga, e os Pregadores se
pregam a si, e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa
salgar, e os ouvintes em vez de servir a Cristo, servem a
seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal.” Pe.
Antônio Vieira A. O autor aponta como causa da
corrupção na terra:
a) a doutrina pregada é fraca ou os homens não lhe são
receptivos.
b) os pregadores pregam uma falsa doutrina ou a doutrina
é ineficiente.
c) os homens não são receptivos à doutrina, porque ela é
verdadeira.
d) a ação dos pregadores não testemunha o que eles
pregam.
e) os homens tentam imitar os pregadores, seguindo-lhes a
doutrina.
B. São características do autor e da época, presentes no
textos:
a) recursos às antíteses, como suporte das ideias.
b) argumentação construída através de jogo de ideias
conduzindo a uma resposta.
c) visão negativa do caráter do homem.
d) niilismo temático encobrindo o vazio de ideias.
e) abordagem da dualidade inerente à condição humana.
Niilismo é uma doutrina filosófica que indica um
pessimismo e ceticismo extremos
perante
qualquer
situação ou realidade possível. Consiste na negação de
todos os princípios religiosos, políticos e sociais.
18. (VUNESP) “Quem vê girar a serpe da irmã no [casto
seio, Pasma, e de ira e temor ao mesmo [tempo cheio,
Resolve, espera, teme, vacila, [gela e cora, Consulta o seu
amor e o seu [dever ignora, Voa a farpada seta da mão, que
[não se engana; Mas, ai, que já vives, ó mísera [indiana!”
Nestes versos de Silva Alvarenga, poeta árcade e ilustrado,
faz-se alusão ao episódio de uma obra em que a heroína
morre. Assinale a alternativa correta em que se mencionam
o nome da heroína, o título da obra e o nome do autor,
respectivamente:
a) Moema, Caramuru, Santa Rita Durão
b) Marabá, Marabá, Gonçalves Dias
c) Lindóia, O Uraguai, Basílio da Gama
d) Iracema, Iracema, José de Alencar
e) Marília, Marília de Dirceu, Tomás Antônio Gonzaga
19. (UnB-DF) Marque a opção que identifica autor, obra e
escola a que pertence o seguinte trecho: “Inda conserva o
pálido semblante Um não sei quê de magoado, [e triste,
Que os corações mais duros [enternece Tanto era bela no
seu rosto [a morte!”
a) Gonçalves Dias, I-Juca Pirama, Romantismo.
b) Castro Alves, Vozes d’África, Romantismo.
c) Santa Rita Durão, Caramuru, Arcadismo.
d) Basílio da Gama, O Uraguai, Arcadismo.
e) N.d.a.
20. (FUVEST) “Por fim, acentua o polimorfismo cultural
dessa época o fato de se desenrolarem acontecimentos
historicamente relevantes, como a Inconfidência Mineira e
a transladação da corte de D. João VI para o Rio de
Janeiro”. Massaud Moisés A época histórica a que se
refere o crítico é a do:
a) Simbolismo.
b) Arcadismo.
c) Parnasianismo.
d) Realismo.
e) Romantismo.
RESPOSTAS
1. a
2. a
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3. c
4. d
5. a
6. c
7. c
8. c
9. e
10. e
11. e
12. e
13. b
14. b
15. c
16. d
17. A. d, B. b
18. c
19. d
20. b
24. a
gerado muita polêmica e pouco consenso na conceituação
e caracterização do estilo.
Para diversos pesquisadores o Barroco constitui não
apenas um estilo artístico, mas todo um período histórico e
um movimento sociocultural, onde se formularam novos
modos de entender o mundo, o homem e Deus. As
mudanças introduzidas pelo espírito barroco se originaram,
pois, de um grande respeito pela autoridade da tradição
clássica, e de um desejo de superá-la com a criação de
obras originais, dentro de um contexto que já se havia
modificado profundamente em relação ao período anterior
Barroco
Barroco é o nome dado ao estilo artístico que floresceu
entre o final do século XVI e meados do século XVIII,
inicialmente na Itália, difundindo-se em seguida pelos
países católicos da Europa e da América, antes de atingir,
em uma forma modificada, as áreas protestantes e alguns
pontos do Oriente.
Considerado
como
o
estilo
correspondente
ao absolutismo e à Contra-Reforma, distingue-se pelo
esplendor exuberante. De certo modo o Barroco foi uma
continuação natural do Renascimento, porque ambos os
movimentos compartilharam de um profundo interesse
pela arte da Antiguidade clássica, embora interpretando-a
diferentemente. Enquanto no Renascimento o tratamento
das temáticas enfatizava qualidades de moderação,
Contextualização
economia formal, austeridade, equilíbrio e harmonia, o
Antecedentes
tratamento barroco de temas idênticos mostrava maior
dinamismo, contrastes mais fortes, maior dramaticidade,
Desde o Renascimento a Itália se tornara o maior polo de
exuberância e realismo e uma tendência ao decorativo,
atração de artistas em toda a Europa, e no início do século
além de manifestar uma tensão entre o gosto pela
XVI Roma, sede do Papado católico e capital dos Estados
materialidade opulenta e as demandas de uma vida
Pontifícios, se tornara o maior centro irradiador de
espiritual. Mas nem sempre essas características são bem
influência artística, tendo a Igreja como o mais
evidentes ou se apresentam todas ao mesmo tempo. Houve
pródigo mecenas. Mas desde lá, tendo passado por
uma
foram
invasões dramáticas, como a que culminou no Saque de
englobadas sob a denominação genérica de "arte barroca",
Roma de 1527, e sofrendo com agitação interna, a Itália
com certas escolas mais próximas do classicismo
havia perdido muito prestígio e força, ainda que
renascentista e outras mais afastadas dele, o que tem
continuasse a ser a maior referência na cultura europeia. A
grande
variedade
de
abordagens
que
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Aula 01
atmosfera otimista do Renascimento havia se desvanecido.
Edelman, fazendo um balanço da arte deste período, disse
Os progressos na filosofia, nas ciências e nas artes, o
que:
florescer do humanismo, não evitaram os ódios e guerras,
"Os pintores e escritores maneiristas do século
e a fé no homem como imagem da Divindade e no mundo
XVI eram menos "realistas" do que seus
como um novo Éden em potencial - um moto recorrente no
predecessores da Alta Renascença, mas eles
Renascimento - se deparava com o cinismo e a brutalidade
reconheceram e ensinaram muito sobre como a
da política, a vaidade do clero, a eterna opressão do povo,
surgindo uma nova corrente cultural a que se deu o nome
vida pode se tornar motivo de perplexidade:
de Maneirismo - erudita, sofisticada, experimental, mas
através
carregada de dúvidas e agitação, e dada a excentricidades e
reconhecimento
ao cultivo do bizarro.
melancolia, do lúdico, da ironia, da ambiguidade
da
sensualidade,
da
do
horror,
vulnerabilidade,
do
da
e da atenção a diversas situações sociais e
Na religião, o poder papal teve de enfrentar a Reforma
Protestante, um evento com amplas repercussões políticas
naturais. Suas concepções tanto reforçaram como
e sociais, que pôs um fim à unidade do Cristianismo e
refletiram a preocupação com a qualidade da
solapou a influência católica sobre os assuntos seculares de
vida cotidiana, com o desejo de experimentar e
toda a Europa, que antes era imensa. Além das diferenças
inovar, e com outros impulsos de índole
de doutrina, onde se incluía a condenação do culto às
política.... É possível que toda arte apresente esta
imagens, os protestantes denunciaram o luxo excessivo dos
postura,
templos e a corrupção do clero católico. Suas igrejas
especialmente visível"
mas
o
Maneirismo
a
tornou
rapidamente se esvaziaram de estátuas e pinturas
devocionais e de decoração. A reação católica foi
Um novo contexto
orquestrada a partir da convocação do Concílio de
A convocação do Concilio de Trento teve profundas
Trento (1545-1563), o marco inicial da Contra-Reforma,
consequências para a arte produzida na área de influência
numa tentativa de refrear a evasão de fiéis para o lado
da Igreja Católica: a teologia assumiu o controle e impôs
protestante e a perda de influência política da Igreja. Ao
restrições às excentricidades maneiristas buscando reiterar
mesmo tempo que fazia uma revisão na doutrina,
a continuidade da tradição católica, recuperar o decoro na
estabelecendo uma nova abordagem do conceito de Deus,
representação, criar uma arte mais compreensível pelo
a Contra-Reforma tentou moralizar o clero e disciplinou a
povo e homogeneizar o estilo. Desde então tudo devia ser
produção
como
submetido de antemão ao crivo dos censores, desde o
instrumento de proselitismo. Longas guerras de religião
tema, a forma de tratamento e até mesmo a escolha das
seguiriam o cisma protestante nas décadas seguintes,
cores e dos gestos dos personagens. Nesse processo a
devastando muitas regiões. Na economia, a abertura de
Ordem dos Jesuítas foi de especial importância. Afamados
novas
das grandes
pelo seu refinado preparo intelectual, teológico e artístico,
navegações deixou a Itália fora do centro do comércio
os jesuítas exerceram enorme influência na determinação
internacional, deslocando o eixo econômico para as nações
dos rumos estéticos e ideológicos seguidos pela arte
do
católica, estendendo sua presença para a América e o
de arte
rotas
sacra,
comerciais
buscando
em
utilizá-la
vista
oeste
europeu. Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Países
Oriente
Baixos eram as novas potências navais, cuja ascensão
numerosas missões de evangelização.
política era financiada pelas riquezas coloniais e o
grandes responsáveis pela preservação da tradição do
comércio em expansão. A arte desses países se beneficiou
Humanismo renascentista,
6
enormemente desse novo afluxo de riquezas. Murray
através
de
e,
suas
Também
longe
de
foram
serem
conservadores como às vezes foram considerados, atuaram
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Aula 01
na vanguarda de arte da época e promoveram o maior
renovado interesse no mundo natural e uma gradativa
movimento
do
ampliação dos horizontes culturais através da exploração
classicismo pagão desde aquele patrocinado por Lorenzo
do globo e do desenvolvimento da ciência, que trouxeram
de' Medici no século XV.
uma consciência da insignificância do homem em meio à
de revivalismo da
filosofia
Nesse novo cenário, a arte palaciana e sofisticada do
Maneirismo já não encontrava lugar, e se tornara
especialmente imprópria para a representação sacra. A
orientação da Igreja agora era na direção de se produzir
vastidão do universo e da insuspeitada complexidade da
natureza. O desenvolvimento da pintura de paisagem
durante o Barroco foi um reflexo desses novos
descobrimentos
uma arte que pudesse cooptar a massa do povo, apelando
Na economia a principal mudança foi a formação de um
para o sensacionalismo e uma emocionalidade intensa. O
sistema
estilo produzido por este programa se provou desde logo
desenvolvimento do sistema colonial nas Américas e
ambíguo: pregava a fé mas usava de todos os meios para a
Oriente, com a escravidão como uma das bases de seu
sensibilização sensorial do público. As imagens eram
funcionamento.
criadas com formas naturalistas como meio de serem
aprimorado, as práticas de comércio se tornaram mais
imediatamente compreendidas pelo povo inculto, mas
complexas e a importação de produtos coloniais, como
faziam uso de complexos recursos ilusionísticos e
o café, tabaco, arroz e açúcar,
dramáticos, de efeito grandioso e teatral, para acentuar o
culturais e a dieta. Junto com a afluência para a Europa de
apelo visual e emotivo e estimular a piedade e a devoção.
outros bens da colônia, incluindo grandes quantidades
São especialmente ilustrativos os grandes painéis pintados
de ouro, prata e diamantes, o sucesso do sistema mercantil
nos tetos nas igrejas católicas nesse período, que
europeu enriqueceu o continente e afetou as relações
aparentemente dissolvem a arquitetura e se abrem para
sociais
visões sublimes do Paraíso, povoado de santos, anjos e
de diplomacia e etiqueta, além de financiar um grande
do Cristo. Ainda que alimentado pelo movimento contra-
florescimento artístico.
reformista, o Barroco não se limitou ao mundo católico,
afetando também áreas protestantes como a Alemanha,
Países Baixos e Inglaterra, mas por outros motivos,
descritos adiante.
de
e
mercado
internacional
O sistema
políticas,
através
bancário também
transformou
originando
novas
do
foi
hábitos
regras
Os séculos XVII-XVIII, período principal de vigência do
Barroco, continuaram a ser marcados por numerosas
mudanças na situação política europeia e pelo conflito
constante. Foi assinalado que entre 1562 e 1721 a Europa
Outro elemento de importância para a formação da estética
como um todo não conheceu a paz senão em quatro anos.
barroca foi a consolidação das monarquias absolutistas,
A maior guerra deste período foi a Guerra dos Trinta
que através da arte procuraram consagrar os valores que
Anos (1618-1648),
defendiam. Os palácios reais passaram a ser construídos
a Espanha, França, Suécia, Dinamarca, Países
em escala monumental, a fim de exibir visivelmente o
Baixos, Áustria, Polônia, Império
poder e a grandeza dos Estados centralizados, e o maior
Império. De início desencadeada pela disputa entre
exemplo dessa tendência é o Palácio de Versalhes, erguido
católicos e protestantes, logo repercutiu para o campo
a mando de Luís XIV da França. Por outro lado, nesta
secular em questões dinásticas e nacionalistas. Na
mesma época a burguesia começou a se afirmar como uma
conclusão do confronto, a Paz de Vestfália determinou
classe economicamente influente, e com isso passou a se
uma reorganização ampla na geografia política continental,
educar e abrir um novo mercado consumidor de arte.
favoreceu o fortalecimento de Estados absolutistas,
Tendo preferências estéticas distintas da realeza, foi
enfraqueceu outros, mas reconheceu a impossibilidade da
importante para a formação de certas escolas barrocas mais
reunificação do Cristianismo, que foi deslocado como
ligadas ao realismo. Por fim, outra força ativa foi um
força política pelas realidades práticas da política secular. 12
que
envolveu
Otomano e Sacro
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Aula 01
Nessa pesquisa do ser humano um papel importante foi
O conhecimento
desempenhado pela medicina, considerando-se que se
Nesse processo de amplas e continuadas mudanças se
acreditava que as funções e aspecto do corpo refletiam
juntaram a religião, a filosofia moral e as ciências, na
condições da alma, e assim o estudo do corpo humano
tentativa de melhor estudar a adaptabilidade por parte dos
influenciou conceitos religiosos e morais, fazendo com que
indivíduos em meio a um contexto agitado e incerto, bem
muitos doutores se sentissem habilitados a discorrer sobre
como pesquisar a natureza e motivações do ser humano, a
economia, política e moralidade. Ao mesmo tempo, o
fim de que o conhecimento resultante fosse usado para fins
estudo intensificado da anatomia humana e sua ampla
práticos
melhor
divulgação em livros científicos e gravuras atraiu a atenção
doutrinação religiosa e o melhor manejo das massas pelas
dos artistas, se multiplicaram representações do corpo
elites. Segundo José Antônio Maravall, na cultura da
morto em detalhe, e a descrição artística da morte e dos
época, o autoconhecimento, desejado desde o tempo
cadáveres e esqueletos foi usada para se meditar sobre os
de Sócrates, agora se revestia de um caráter tático, racional
fins últimos da existência e da condição humana. O mesmo
e utilitarista.
impulso científico alimentou o interesse pela psicologia e
definidos,
E
a
como
por
partir
do
exemplo,
a
autoconhecimento
e
autodomínio, se acreditava que se conheceria o íntimo de
pela
todos os homens, e se poderia dominar a natureza e o
da fisionomia física do indivíduo, considerada o espelho
ambiente social com mais facilidade, um processo que
do seu estado de espírito, o que possibilitou a formulação
ficou
de categorizações para os tipos caracterológicos.
explícito
por
exemplo
na
obra
dos
poetas Corneille e Gracián, dizendo que o homem era um
microcosmo, e ao dominar-se se tornava mestre do mundo.
Esse autoconhecimento possibilitava ainda que se fizessem
previsões sobre tendências e comportamentos futuros,
individuais e coletivos, aproveitando oportunidades e
evitando desgraças. Nesse sentido, a cultura barroca foi
essencialmente pragmática e regulada pela prudência,
considerada no período a maior das virtudes a serem
adquiridas. Diversos políticos e moralistas barrocos a
enalteceram como meio de se manter alguma ordem e
controle num mundo em eterna mudança.14
análise
dasemoções e
motivações
através
Academismo
O espírito analítico da época influiu até mesmo na teoria
da arte. Fortalecendo uma tendência que havia iniciado
timidamente no século XVI, o Barroco foi o período em
que se estruturaram as academias de arte e se fundou o
método
de
ensino
rigorosamente
normatizado
e
categorizado conhecido como academismo, que teria
imensa influência sobre toda a arte europeia pelos séculos
vindouros. Depois de ensaios irregulares na Itália, o
sistema acadêmico desabrochou na França no reinado de
Luís XIV, onde foram criadas as primeiras academias de
abrangência nacional para as várias modalidades da arte e
ciências, das quais uma das mais notáveis e influentes foi
a Academia Real de Pintura e Escultura. Sob a direção
de Charles Le Brun e o patrocínio real a Academia se
tornou o principal braço executivo de um programa de
glorificação da monarquia absolutista de Luís XIV,
estabelecendo definitivamente a associação da escola com
o Estado e com isso revestindo-a de enorme poder diretivo
Philippe de Champaigne: Vaidade, c. 1671. Museu de
Tessé, Le Mans
sobre todo o sistema de arte francês, o que veio a
contribuir para tornar a França o novo centro cultural
europeu, deslocando a supremacia até então italiana. Neste
período a doutrina acadêmica atingiu o auge de seu rigor,
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Aula 01
abrangência, uniformidade, formalismo e explicitude, e
segundo Barasch em nenhum outro momento da história
da teoria da arte a ideia de Perfeição foi mais intensamente
cultivada como o mais alto objetivo do artista, tendo como
modelo máximo a produção da Alta Renascença italiana,
daí que no caso francês o Barroco sempre permaneceu
mais ou menos afiliado à tradição clássica. Enquanto que
para os renascentistas italianos a arte era também uma
pesquisa do mundo natural, para Le Brun era acima de
tudo o produto de uma cultura adquirida, de formas
herdadas e de uma tradição estabelecida. Assim a Itália
ainda era uma referência inestimável.
Pierre Bourdieu afirmou que a criação do sistema
acadêmico significou a formulação de uma teoria em que a
arte era uma encarnação os princípios da Beleza, da
Verdade e do Bem. A ênfase no virtuosismo técnico e na
referência aos modelos da Antiguidade clássica, que
ligavam a Arte à Ética, expressavam uma visão, primeiro,
de uma ordem social concebida em fundamentos morais e,
Exercícios sobre o barroco
segundo, do artista como um pedagogo, um erudito e um
humanista. As academias, que a partir do fim do século
XVII se multiplicaram pela Europa e Américas, foram
importantes para a elevação do status profissional dos
artistas, afastando-os dos artesãos e aproximando-os dos
intelectuais. Também tiveram um papel fundamental na
01. (UNIV. CAXIAS DO SUL) Escolha a alternativa que
completa de forma correta a frase abaixo:
A linguagem ______, o paradoxo, ________ e o registro
das impressões sensoriais são recursos linguísticos
presentes na poesia ________.
organização de todo o sistema de arte enquanto
funcionaram, pois além do ensino monopolizaram a
a) simples; a antítese; parnasiana.
ideologia cultural, o gosto, a crítica, o mercado e as vias de
b) rebuscada; a antítese; barroca.
exibição e difusão da produção artística, e estimularam a
c) objetiva; a metáfora; simbolista.
formação de coleções didáticas que acabaram por ser a
d) subjetiva; o verso livre; romântica.
origem de muitos museus de arte. Essa vasta influência se
e) detalhada; o subjetivismo; simbolista.
deveu principalmente à sua estreita associação com o
poder constituído dos Estados, sendo via de regra veículos
para a divulgação e consagração de ideários não apenas
02. (MACKENZIE-SP) Assinale a alternativa incorreta:
artísticos, mas também políticos e sociais
a) Na obra de José de Anchieta, encontram-se poesias que
seguem a tradição medieval e textos para teatro com clara
intenção catequista.
b) A literatura informativa do Quinhentismo brasileiro
empenha-se em fazer um levantamento da terra, daí ser
predominantemente descritiva.
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quando crista, em chamas derretido.
c) A literatura seiscentista reflete um dualismo: o ser
Se és fogo, como passas brandamente,
humano dividido entre a matéria e o espírito, o pecado e o
se és fogo, como queimas com porfia?
perdão.
Mas ai, que andou Amor em ti prudente!
Pois para temperar a tirania,
d) O Barroco apresenta estados de alma expressos através
como quis que aqui fosse a neve ardente,
de antíteses, paradoxos, interrogações.
permitiu parecesse a chama fria.
e) O conceptismo caracteriza-se pela linguagem rebuscada,
O texto pertencente a Gregório de Matos e apresenta todas
culta, extravagante, enquanto o cultismo é marcado pelo
seguintes características:
jogo de ideias, seguindo um raciocínio lógico,
racionalista.
a) Trocadilhos, predomínio de metonímias e de símiles, a
dualidade temática da sensualidade e do refreamento,
antíteses claras dispostas em ordem direta.
03. Com referência ao Barroco, todas as alternativas são
corretas, exceto:
b) Sintaxe segundo a ordem lógica do Classicismo, a qual
o autor buscava imitar, predomínio das metáforas e das
a) O Barroco estabelece contradições entre espírito e
antíteses, temática da fugacidade do tempo e da vida.
carne, alma e corpo, morte e vida.
c) Dualidade temática da sensualidade e do refreamento,
b) O homem centra suas preocupações em seu próprio ser,
construção sintática por simétrica por simetrias sucessivas,
tendo em mira seu aprimoramento, com base na cultura
predomínio figurativo das metáforas e pares antitéticos que
greco-latina.
tendem para o paradoxo.
c) O Barroco apresenta, como característica marcante, o
d) Temática naturalista, assimetria total de construção,
espírito de tensão, conflito entre tendências opostas: de um
ordem direta predominando sobre a ordem inversa,
lado, o teocentrismo medieval e, de outro, o
imagens que prenunciam o Romantismo.
antropocentrismo renascentista.
e) Verificação clássica, temática neoclássica, sintaxe
d) A arte barroca é vinculada à Contra-Reforma.
preciosista evidente no uso das síntese, dos anacolutos e
das alegorias, construção assimétrica.
e) O barroco caracteriza-se pela sintaxe obscura, uso de
hipérbole e de metáforas.
05. A respeito de Gregório de Matos, assinale a alternativa,
incorreta:
04. (VUNESP)
a) Alguns de seus sonetos sacros e líricos transpõem, com
Ardor em firme coração nascido;
brilho, esquemas de Gôngora e de Quevedo.
pranto por belos olhos derramado;
incêndio em mares de água disfarçado;
b) Alma maligna, caráter rancoroso, relaxado por
rio de neve em fogo convertido:
temperamento e costumes, verte fel em todas as suas
tu, que em um peito abrasas escondido;
sátiras.
tu, que em um rosto corres desatado;
quando fogo, em cristais aprisionado;
c) Na poesia sacra, o homem não busca o perdão de Deus;
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não existe o sentimento de culpa, ignorando-se a busca do
b) a grandeza de Deus e a pequenez humana;
perdão divino.
c) os contrastes da vida;
d) a falsidade das aparências;
d) As suas farpas dirigiam-se de preferência contra os
e) a duração prolongada do sofrimento.
fidalgos caramurus.
e) A melhor produção literária do autor é constituída de
08. Qual é o elemento barroco mais característico da 1ª
poesias líricas, em que desenvolve temas constantes da
estrofe?
estática barroca, como a transitoriedade da vida e das
coisas.
a) disposição antitética da frase;
b) cultismo;
c) estrutura bimembre;
Texto para as questões 06 a 08
d) concepção teocênctrica;
e) estrutura correlativa, disseminativa e recoletiva.
A INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
09. (SANTA CASA) A preocupação com a brevidade da
Depois da Luz se segue a noite escura,
vida induz o poeta barroco a assumir uma atitude que:
Em tristes sombras morre a formosura,
Em continuas tristezas a alegrias,
a) descrê da misericórdia divina e contesta os valores da
religião;
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
b) desiste de lutar contra o tempo, menosprezando a
Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
mocidade e a beleza;
Como a beleza assim se transfigura?
c) se deixa subjugar pelo desânimo e pela apatia dos
Como o gosto, da pena assim se fia?
céticos;
d) se revolta contra os insondáveis desígnios de Deus;
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,
e) quer gozar ao máximo seus dias, enquanto a mocidade
Na formosura não se dê constância,
dura.
E na alegria, sinta-se triste.
Começa o Mundo enfim pela ignorância
A firmeza somente na inconstância.
10. (UEL) Identifique a afirmação que se refere a Gregório
de Matos:
06. No texto predominaram as imagens:
a) No seu esforço da criação a comédia brasileira, realiza
a) olfativas;
um trabalho de crítica que encontra seguidores no
b) gustativas;
Romantismo e mesmo no restante do século XIX.
c) auditivas;
d) táteis;
b) Sua obra é uma síntese singular entre o passado e o
e) visuais.
presente: ainda tem os torneios verbais do Quinhentismo
português, mas combina-os com a paixão das imagens préromânticas.
07. A ideia central do texto é:
c) Dos poetas arcádicos eminentes, foi sem dúvida o mais
a) a duração efêmera de todas as realidades do mundo;
liberal, o que mais claramente manifestou as ideias da
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ilustração francesa.
d) Teve grande capacidade em fixar num lampejo os
vícios, os ridículos, os desmandos do poder local, valendose para isso do engenho artificioso que caracteriza o estilo
da época.
e) Sua famosa sátira à autoridade portuguesa na Minas do
chamado ciclo do ouro é prova de que seus talento não se
restringia ao lirismo amoroso.
Resolução:
01 - B
02 - E
03 - B
04 - C
05 - D
06 - E
07 - A
08 - A
09 - E
10 - D
QUESTÕES DE VESTIBULARES
1. (SANTA CASA) A preocupação com a brevidade da
vida induz o poeta barroco a assumir uma atitude que:
a) desiste de lutar contra o tempo, menosprezando a
mocidade e a beleza
b) quer gozar ao máximo seus dias, enquanto a mocidade
dura
c) descrê da misericórdia divina e contesta os valores da
religião
d) se deixa subjugar pelo desânimo e pela apatia dos
céticos
e) se revolta contra os insondáveis desígnios de Deus
02. A respeito de Gregório de Matos, assinale a
alternativa, incorreta:
a) Na poesia sacra, o homem não busca o perdão de Deus;
não existe o sentimento de culpa, ignorando-se a busca do
perdão divino
b) Alguns de seus sonetos sacros e líricos transpõem, com
brilho, esquemas de Gôngora e de Quevedo
c) As suas farpas dirigiam-se de preferência contra os
fidalgos caramurus
d) A melhor produção literária do autor é constituída de
poesias líricas, em que desenvolve temas constantes da
estática barroca, como a transitoriedade da vida e das
coisas
e) Alma maligna, caráter rancoroso, relaxado por
temperamento e costumes, verte fel em todas as suas
sátiras
03. (UEL) Identifique a afirmação que se refere a Gregório
de Matos:
a) Dos poetas arcádicos eminentes, foi sem dúvida o mais
liberal, o que mais claramente manifestou as ideias da
ilustração francesa
b) No seu esforço da criação a comédia brasileira, realiza
um trabalho de crítica que encontra seguidores no
Romantismo e mesmo no restante do século XIX
c) Sua obra é uma síntese singular entre o passado e o
presente: ainda tem os torneios verbais do Quinhentismo
português, mas combina-os com a paixão das imagens préromânticas.
d) Teve grande capacidade em fixar num lampejo os
vícios, os ridículos, os desmandos do poder local, valendose para isso do engenho artificioso que caracteriza o estilo
da época
e) Sua famosa sátira à autoridade portuguesa na Minas do
chamado ciclo do ouro é prova de que seus talento não se
restringia ao lirismo amoroso.
Texto para as questões 04 a 06
À INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em continuas tristezas a alegrias,
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto, da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria, sinta-se triste.
Começa o Mundo enfim pela ignorância
A firmeza somente na inconstância.
04. A ideia central do texto é:
a) a duração efêmera de todas as realidades do mundo
b) a falsidade das aparências
c) a grandeza de Deus e a pequenez humana
d) a duração prolongada do sofrimento
e) os contrastes da vida
05. Qual é o elemento barroco mais característico da 1ª
estrofe?
a) estrutura bimembre
b) estrutura correlativa, disseminativa e recoletiva
c) disposição antitética da frase
d) concepção teocênctrica
e) cultismo
06. No texto predominaram as imagens:
a) táteis
b) olfativas
c) auditivas
d) visuais
e) gustativas
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07. (UNIV. CAXIAS DO SUL) Escolha a alternativa que
completa de forma correta a frase abaixo:
A linguagem ______, o paradoxo, ________ e o registro
das impressões sensoriais são recursos linguísticos
presentes na poesia ________.
a) subjetiva
o verso livre
romântica
b) rebuscada a antítese
barroca
c) detalhada o subjetivismo simbolista
d) simples
a antítese
parnasiana
08. (VUNESP)
Ardor em firme coração nascido;
pranto por belos olhos derramado;
incêndio em mares de água disfarçado;
rio de neve em fogo convertido:
tu, que em um peito abrasas escondido; tu, que em um
rosto corres desatado;
quando fogo, em cristais aprisionado;
quando crista, em chamas derretido.
Se és fogo, como passas brandamente,
se és fogo, como queimas com porfia?
Mas ai, que andou Amor em ti prudente!
Pois para temperar a tirania,
como quis que aqui fosse a neve ardente,
permitiu parecesse a chama fria.
seguem a tradição medieval e textos para teatro com clara
intenção catequista.
10. Com referência ao Barroco, todas as alternativas são
corretas, exceto:
a) O homem centra suas preocupações em seu próprio ser,
tendo em mira seu aprimoramento, com base na cultura
greco-latina
b) O Barroco apresenta, como característica marcante, o
espírito de tensão, conflito entre tendências opostas: de um
lado, o teocentrismo medieval e, de outro, o
antropocentrismo renascentista
c) O Barroco estabelece contradições entre espírito e
carne, alma e corpo, morte e vida
d) A arte barroca é vinculada à Contra-Reforma
e) O barroco caracteriza-se pela sintaxe obscura, uso de
hipérbole e de metáfora.
RESPOSTAS
01 - B
05 – C
09 - C
02 - C
06 - D
10 – A
03 - D
07 - B
04 - A
08 - A
Arcadismo
Contexto histórico-social
O século XVIII, também referido como “Século das
O texto pertencente a Gregório de Matos e apresenta quais
características:
Luzes”,
representa
uma
fase
transformações
no
campo
da
a) Dualidade temática da sensualidade e do refreamento,
construção sintática por simétrica por simetrias sucessivas,
predomínio figurativo das metáforas e pares antitéticos que
tendem para o paradoxo
b) Temática naturalista, assimetria total de construção,
ordem direta predominando sobre a ordem inversa,
imagens que prenunciam o Romantismo
c) Trocadilhos, predomínio de metonímias e de símiles, a
dualidade temática da sensualidade e do refreamento,
antíteses claras dispostas em ordem direta
d) Sintaxe segundo a ordem lógica do Classicismo, a qual
o autor buscava imitar, predomínio das metáforas e das
antíteses, temática da fugacidade do tempo e da vida.
Na Inglaterra e
na França forma-se
de
importantes
cultura
europeia.
uma burguesia que
passa a dominar economicamente o Estado, através de um
intenso comércio ultramarino e da multiplicação de
estabelecimentos bancários, assenhoreando-se mesmo de
uma parte da atividade agrícola. Paralelamente, a
antiga Nobreza arruína-se,
e
o Clero,
com
as
suas
intermináveis polêmicas, traz o descrédito às questões
teológicas.
Em
toda
a
Europa
a
influência
do
pensamento Iluminista burguês se alastra.
Esse período de renovação cultural que se caracteriza, em
a) A literatura seiscentista reflete um dualismo: o ser
humano dividido entre a matéria e o espírito, o pecado e o
perdão
b) O Barroco apresenta estados de alma expressos através
de antíteses, paradoxos, interrogações
c) O conceptismo caracteriza-se pela linguagem rebuscada,
culta, extravagante, enquanto o cultismo é marcado pelo
jogo de ideias, seguindo um raciocínio lógico, racionalista
d) A literatura informativa do Quinhentismo brasileiro
empenha-se em fazer um levantamento da terra, daí ser
predominantemente descritiva
e) Na obra de José de Anchieta, encontram-se poesias que
linhas
gerais, pela
valorização
da
Ciência
e
do
espírito racionalista. O método experimental desenvolvese; a análise crítica dos valores sociais e religiosos aguçase, provocando polêmicas; há uma grande confiança na
capacidade do homem em promover o progresso social
(crença em que o bem-estar coletivo só pode advir da
razão), e a tendência de libertar o universo cultural da
influência da religião acentua-se cada vez mais.
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Aula 01
Na França, em 1751, começam a ser publicados os
usavam roupas e pseudônimos de pastores gregos e
volumes
pensadores
reuniam-se em parques e jardins para gozar a vida natural.
como Voltaire, Diderot, D'Alembert, Montesquieu, Rousse
Fez surgir no teatro a novidade do melodrama, com
au, e que pode ser considerada o símbolo da nova postura
"Metastásio", e um novo tipo de tragédia, com "Mérope",
intelectual. A segunda metade do século é marcada
de Maffei .
da Enciclopédia,
que
reunia
pela Revolução Industrial na Grã-Bretanha, pelo aumento
da urbanização de modo geral, e pela independência dos
Estados Unidos (1776). Esta, por sua vez, irá inspirar
movimentos de revolta em muitas colônias da América
Em Portugal e
no Brasil,
a
experiência neoclássica na
literatura deu-se em torno dos modelos do arcadismo
italiano, com a fundação de academias literárias,
simulação pastoral, ambiente campestre, etc.
Latina como por exemplo a Inconfidência Mineira, no
Brasil.
Na Itália essa
influência
assumiu
feição
particular.
Conhecida como arcadismo, inspirava-se na lendária
região da Grécia antiga. Segundo a lenda, a Arcádia era
dominada pelo deus Pã e habitada por pastores que,
vivendo de modo simples e espontâneo, se divertiam
cantando, fazendo disputas poéticas e celebrando o amor e
o prazer.
O Arcadismo, também conhecido como Setecentismo ou
Neoclacissismo, é o movimento que compreende a
produção literária brasileira na segunda metade do século
XVIII. O nome faz referência à Arcádia, região do sul da
Grécia que, por sua vez, foi nomeada em referência ao
semideus Arcas (filho de Zeus e Calisto).
Denota-se, logo de início, as referências à mitologia grega
que perpassa o movimento.
Profundas mudanças no contexto histórico mundial
caracterizam o período, tais como a ascensão do
Iluminismo, que pressupunha o racionalismo, o progresso
e as ciências. Na América do Norte, ocorre a
Independência dos Estados Unidos, em 1776, abrindo
caminho para vários movimentos de independência ao
longo de toda a América, como foi o caso do Brasil, que
presenciou inúmeras revoluções e inconfidências até a
chegada da Família Real em 1808.
O movimento tem características reformistas, pois seu
intuito era o de dar novos ares às artes e ao ensino, aos
hábitos e atitudes da época. A aristocracia em declínio viu
sua riqueza esvair-se e dar lugar a uma nova organização
econômica liderada pelo pensamento burguês.
Ao passo que os textos produzidos no período
convencionado de Quinhentismo sofreram influência
direta de Portugal e aqueles produzidos durante o Barroco,
da cultura espanhola, os do Arcadismo, por sua vez, foram
influenciados pela cultura francesa devido aos
acontecimentos movidos pela burguesia que sacudiram
toda a Europa (e o mundo Ocidental).
O Arcadismo em Portugal
Giovan Crescimbeni em gravura feita por volta de 1790
Os italianos, procurando imitar a lenda grega, por
inspiração
de Giovan
Maria
Crescimbeni
di
Macerata criaram a "Arcádia" em 5 de outubro 1690 - uma
O clima de renovação atingiu fortemente também Portugal
que, no começo do século XVIII, passava pelo período
final de sua reestruturação econômica, política e cultural.
academia literária que reunia os escritores com a finalidade
Durante o reinado de João V de Portugal (1707-1750)
de combater o Barroco e difundir os ideais neoclássicos.
percebe-se, no país, uma certa abertura intelectual e
Para serem coerentes com certos princípios, como
política,
simplicidade e igualdade, os cultos literatos árcades
como
por
exemplo
a
licença
concedida
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à Congregação do Oratório para ministrar ensino, até então
privilégio da Companhia de Jesus.
Em 1746, Luís António Verney, inspirado nas ideias dos
racionalistas franceses, publica as cartas que compõem o
seu "Verdadeiro Método de Estudar", obra em que critica o
ensino tradicional e propõe reformas que visam a colocar a
cultura portuguesa a par com a do resto da Europa.
Autores

Manuel Maria Barbosa du Bocage

António Dinis da Cruz e Silva

Correia Garção

Marquesa de Alorna

Francisco José Freire, ou Cândido Lusitano
Caberá, entretanto, ao marquês de Pombal, ministro
de José I de Portugal (1750-1777), concretizar essas
O arcadismo no Brasil
aspirações. Agindo com plena autonomia de poderes,
No Brasil, vive-se o momento histórico da decadência
o despotismo esclarecido de Pombal operou verdadeira
do ciclo da mineração e da transferência do centro político
transformação nos rumos da cultura portuguesa:
do Nordeste (Salvador, na Bahia) para o Rio de Janeiro.
Aqui o marco inaugural do arcadismo deu-se em 1768 com

expulsou os jesuítas em 1759, o que enfraqueceu
bastante a influência religiosa no campo cultural;
a fundação da “Arcádia Ultramarina”, em Vila Rica, e a
publicação de “Obras Poéticas”, de Cláudio Manuel da

incentivou os estudos científicos;
Costa. Embora não chegue a constituir um grupo nos

reformou o ensino e,
moldes das arcádias europeias, constituem a primeira

apesar de manter um sistema de censura,
geração literária brasileira.
afrouxou muito a repressão que era exercida
Nesta colônia portuguesa, as ideias iluministas vieram ao
pelo Santo Ofício (a Inquisição).
encontro dos sentimentos e anseios nativistas, com maior
oficialmente
repercussão em Vila Rica, centro econômico mais
em 1756, com a fundação da “Arcádia Lusitana”, entidade
importante à época, em função da mineração. A figura do
em que se reuniam intelectuais e artistas para discutirem
“bom selvagem” de Rousseau dará origem, na colônia, ao
Arte.
chamado Nativismo.
Em
Portugal,
o
arcadismo
iniciou-se
A “Arcádia Lusitana” tinha por lema a frase latina "Inutilia
truncat"
("acabe-se
com
as
inutilidades"),
escrito
por António Dinis da Cruz e Silva no capítulo II do
Estatuto da
Arcádia 1 que
vai caracterizar todo o
O
acontecimento
político
mais
importante será a Inconfidência Mineira, tentativa malsucedida de libertar a província das Minas Gerais do
domínio colonial português. A politização do movimento
apresentou-se através dos poetas árcades brasileiros,
participantes da Conjuração.
movimento no país. Visavam com isto erradicar os
exageros, o rebuscamento, e a extravagância preconizados
A
chamada
pelo Barroco, retornando a uma literatura simples. No
até 1808 com a chegada da Família Real ao Rio de Janeiro,
capítulo III é definido a divisa do lírio, alusivo a Virgem
que com suas medidas político-administrativas, permitiu a
Nossa Senhora, tomada como protetora da instituição com
introdução do pensamento pré-romântico no Brasil.
o título de Conceição. Nesse primeiro momento, não havia
Entre as características do movimento no Brasil, destacam-
o preceito contra a religião, o que mudaria na última
se
década do século XVIII com a Nova Arcádia (1790-1794),
em Caramuru, valorização da história colonial, o início
com a participação de Bocage e Nicolau Tolentino, dentre
do nacionalismo e
outros
colocação da colônia como centro das atenções.
a
"Escola
introdução
de
da
Setecentista"
paisagens
luta
desenvolve-se
tropicais,
como
pela independência e
a
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Autores

Santa Rita Durão (1722-1784), autor do poema
épico Caramuru

Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) Obras
Basílio da Gama (1741-1795), autor do poema
Tomás
Antônio
- bucolismo: busca pelos valores da natureza;
- nativismo: referências à terra e ao mundo natural;
épico O Uraguai

- tensão entre o burguês culto, da cidade, contra a
aristocracia;
- pastoralismo: poetas simples e humildes;
Poéticas e Villa Rica

- o bom selvagem, expressão do filósofo Jean-Jacques
Rousseau, denota a pureza dos nativos da terra fazem
menção à natureza e à busca pela vida simples, bucólica e
pastoril;
Gonzaga (1744-1810),
autor
de Marília de Dirceu e Cartas Chilenas

Inácio José de Alvarenga Peixoto (1744-1793)

Silva Alvarenga (1749-1814),

Bocage (1765-1805)
Segundo o crítico Alfredo Bosi em seu livro História
Concisa da Literatura Brasileira (São Paulo: editora
Cultrix, 2006) houve dois momentos do Arcadismo no
Brasil:
- tom confessional;
- estado de espírito de espontaneidade dos sentimentos;
- exaltação da pureza, da ingenuidade e da beleza.
Termos em latim
O uso de expressões em latim era comum no
neoclacisssimo. Elas estavam associados ao estilo de vida
simples e bucólico. Conheça algumas delas:
a) poético: retorno à tradição clássica com a utilização dos
seus modelos, e valorização da natureza e da mitologia.
Inutilia truncat: "cortar o inútil", referência aos excessos
cometidos pelas obras do barroco. No arcadismo, os poetas
primavam pela simplicidade.
b) ideológico: influenciados pela filosofia presente no
Iluminismo, que traduz a crítica da burguesia culta aos
abusos da nobreza e do clero.
Fugere urbem: "fugir da cidade", do escritor clássico
Horácio;
Seus principais autores são Cláudio Manoel da Costa,
Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama e Santa Rita
Durão. No Brasil, o ano convencionado para o início do
Arcadismo é 1768, quando houve a publicação de Obras,
do poeta Claudio Manoel da Costa.
Arcádia Ultramarina
Trata-se de uma sociedade literária fundada na cidade de
Vila Rica (MG), influenciada pela Arcádia italiana
(fundada em 1690) e cujos membros adotavam
pseudônimos, isto é, nomes artísticos, de pastores cantados
na poesia grega ou latina. Por isso que alguns dos
principais nomes do Arcadismo brasileiro publicavam suas
obras com nomes inspirados na mitologia grega e romana.
Principais características
- inspiração nos modelos clássicos greco-latinos e
renascentistas, como por exemplo, em O Uraguai (gênero
épico), em Marília de Dirceu (gênero lírico) e em Cartas
Chilenas (gênero satírico);
- influência da filosofia francesa;
- mitologia pagã como elemento estético;
Locus amoenus: "lugar ameno", um refúgio ameno em
detrimento dos centros urbanos monárquicos;
Carpe diem: "aproveitar a vida", o pastor, ciente da
efemeridade do tempo, convida sua amada a aproveitar o
momento presente.
Cabe ressaltar, no entanto, que os membros da Arcádia
eram todos burgueses e habitantes dos centros urbanos.
Por isso a eles são atribuídos um fingimento poético, isto
é, a simulação de sentimentos fictícios.
O Arcadismo, também conhecido como Setecentismo ou
Neoclacissismo, é o movimento que compreende a
produção literária brasileira na segunda metade do século
XVIII. O nome faz referência à Arcádia, região do sul da
Grécia que, por sua vez, foi nomeada em referência ao
semideus Arcas (filho de Zeus e Calisto).
Denota-se, logo de início, as referências à mitologia grega
que perpassa o movimento.
Profundas mudanças no contexto histórico mundial
caracterizam o período, tais como a ascensão do
Iluminismo, que pressupunha o racionalismo, o progresso
e as ciências. Na América do Norte, ocorre a
Independência dos Estados Unidos, em 1776, abrindo
caminho para vários movimentos de independência ao
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longo de toda a América, como foi o caso do Brasil, que
presenciou inúmeras revoluções e inconfidências até a
chegada da Família Real em 1808.
O movimento tem características reformistas, pois seu
intuito era o de dar novos ares às artes e ao ensino, aos
hábitos e atitudes da época. A aristocracia em declínio viu
sua riqueza esvair-se e dar lugar a uma nova organização
econômica liderada pelo pensamento burguês.
Ao passo que os textos produzidos no período
convencionado de Quinhentismo sofreram influência
direta de Portugal e aqueles produzidos durante o Barroco,
da cultura espanhola, os do Arcadismo, por sua vez, foram
influenciados pela cultura francesa devido aos
acontecimentos movidos pela burguesia que sacudiram
toda a Europa (e o mundo Ocidental).
menção à natureza e à busca pela vida simples, bucólica e
pastoril;
- tensão entre o burguês culto, da cidade, contra a
aristocracia;
- pastoralismo: poetas simples e humildes;
- bucolismo: busca pelos valores da natureza;
- nativismo: referências à terra e ao mundo natural;
- tom confessional;
- estado de espírito de espontaneidade dos sentimentos;
- exaltação da pureza, da ingenuidade e da beleza.
Termos em latim
Segundo o crítico Alfredo Bosi em seu livro História
Concisa da Literatura Brasileira (São Paulo: editora
Cultrix, 2006) houve dois momentos do Arcadismo no
Brasil:
a) poético: retorno à tradição clássica com a utilização dos
seus modelos, e valorização da natureza e da mitologia.
b) ideológico: influenciados pela filosofia presente no
Iluminismo, que traduz a crítica da burguesia culta aos
abusos da nobreza e do clero.
Seus principais autores são Cláudio Manoel da Costa,
Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama e Santa Rita
Durão. No Brasil, o ano convencionado para o início do
Arcadismo é 1768, quando houve a publicação de Obras,
do poeta Claudio Manoel da Costa.
O uso de expressões em latim era comum no
neoclacisssimo. Elas estavam associados ao estilo de vida
simples e bucólico. Conheça algumas delas:
Inutilia truncat: "cortar o inútil", referência aos excessos
cometidos pelas obras do barroco. No arcadismo, os poetas
primavam pela simplicidade.
Fugere urbem: "fugir da cidade", do escritor clássico
Horácio;
Locus amoenus: "lugar ameno", um refúgio ameno em
detrimento dos centros urbanos monárquicos;
Carpe diem: "aproveitar a vida", o pastor, ciente da
efemeridade do tempo, convida sua amada a aproveitar o
momento presente.
Arcádia Ultramarina
Trata-se de uma sociedade literária fundada na cidade de
Vila Rica (MG), influenciada pela Arcádia italiana (fundad
em 1690) e cujos membros adotavam pseudônimos, isto é,
nomes artísticos, de pastores cantados na poesia grega ou
latina. Por isso que alguns dos principais nomes do
Arcadismo brasileiro publicavam suas obras com nomes
inspirados na mitologia grega e romana.
Cabe ressaltar, no entanto, que os membros da Arcádia
eram todos burgueses e habitantes dos centros urbanos.
Por isso a eles são atribuídos um fingimento poético, isto
é, a simulação de sentimentos fictícios.
Questões de vestibulares sobre o Arcadismo
1) (Cescem) - O Arcadismo, didaticamente, inicia-se, no
Brasil, em 1768:
Principais características
- inspiração nos modelos clássicos greco-latinos e
renascentistas, como por exemplo, em O Uraguai (gênero
épico), em Marília de Dirceu (gênero lírico) e em Cartas
Chilenas (gênero satírico);
- influência da filosofia francesa;
- mitologia pagã como elemento estético;
- o bom selvagem, expressão do filósofo Jean-Jacques
Rousseau, denota a pureza dos nativos da terra fazem
a) com a fundação de Arcádia de Lusitana.
b) com a publicação de poemas de Cláudio Manuel da
Costa (em Lisboa) e pela fundação da Arcádia
Ulissiponense.
c) com a publicação dos poemas de Cláudio Manuel da
Costa (em Lisboa) e pela fundação da Arcádia
Ultramarina.
d) pela vinda da família real para o Brasil.
e) nenhuma das anteriores.
2) (UFSC) - Considere as afirmativas sobre Barroco e o
Arcadismo:
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1. Simplificação da língua literária – ordem direta –
imitação dos antigos gregos e romanos.
2. Valorização dos sentidos – imaginação exaltada –
emprego dos vocábulos raros.
3. Vida campestre idealizada como verdadeiro estado de
poesia-clareza-harmonia.
4. Emprego frequente de trocadilhos e de perífrases –
malabarismos verbais – oratória.
5. Sugestões de luz, cor e som – antítese entre a vida e a
morte – espírito cristão anti-terreno.
Assinale a opção que só contém afirmativas sobre o
Arcadismo:
a) 1, 4 e 5
b) 2, 3 e 5
c) 2, 4 e 5
d) 1 e 3
e) 1, 2 e 5
3) (Mackenzie) - Apontar a alternativa correta:
a) Tomás Antônio Gonzaga cultivou a poesia satírica em O
Desertor.
b) Na obra Cartas Chilenas, temos uma sátira contra a
administração de Luís da Cunha Menezes.
c) Nessa obra o autor se disfarça sob o nome de “Doroteu”
d) Para maior disfarce, o autor de Cartas Chilenas faz
passar a ação na cidade do Rio de Janeiro.
e) Tomás Antônio Gonzaga tinha o pseudônimo de
“Doroteu”.
4) (Cescea) - “A poesia parece fenômeno mais vivo e
autêntico (...) por ter brotado de experiências humanas
palpitantes”. (Ele) “é dos raros poetas brasileiros,
certamente o único entre os árcades, cuja vida amorosa
importa para a compreensão da obra.”
“O lírico ouvidor soltava os seus amores em liras
apaixonadas, que tinham, naquele ambiente de Vila Rica,
um sabor novo e raro.”
Assim a crítica literária tem-se manifestado sobre o poeta:
a) Cláudio Manuel da Costa
b) Tomás Antônio Gonzaga c) Alvarenga Peixoto
d) Gonçalves de Magalhães
e) Basílio da Gama
5) (PUC) - Relacione as colunas:
1.Glauceste Satúrnio
2.Alcindo Palmirendo
3.Dirceu
4.Termindo Sipílio
5.Lereno
( ) Tomás Antônio Gonzaga
( ) Cláudio Manuel da Costa
( ) Basílio da Gama
( ) Caldas Barbosa
( ) Silva Alvarenga
a) 3, 1, 5, 2, 4
b) 3, 1, 4, 5, 2
c) 1, 2, 3, 4, 5
d) 3, 2, 4, 1, 5
e) 3, 1, 4, 2, 5
6) (FFSC) - Os autores árcades brasileiros apresentam uma
obra divorciada das necessidades brasileiras, na segunda
metade do século XVIII. Como processo de defesa à
liderança do público, tais letrados criam:
a) poemas de profundo subjetivismo;
b) os contos regionais de mineração;
c) a dialética;
d) as academias;
e) a literatura romântica.
7) (UNICAMP) Nos dois poemas a seguir, Tomás Antônio
Gonzaga e Ricardo Reis refletem, de maneira diferente,
sobre a passagem do tempo, dela extraindo uma "filosofia
de vida". Leia-os com atenção:
LIRA 14 (Parte I)
Minha bela Marília, tudo passa;
a sorte deste mundo é mal segura;
se vem depois dos males a ventura,
vem depois dos prazeres a desgraça.
....................................................................
Que havemos de esperar, Marília bela?
que vão passando os florescentes dias?
As glórias, que vêm tarde, já vêm frias;
e pode enfim mudar-se a nossa estrela.
Ah! não, minha Marília,
Aproveite-se o tempo, antes que faça
o estrago de roubar ao corpo as forças
e ao semblante a graça.
(TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA," Marília de Dirceu")
Quando, Lídia, vier o nosso outono
Com o inverno que há nele, reservemos
Um pensamento, não para a futura
Primavera, que é de outrem,
Nem para o estio, de quem somos mortos,
Senão para o que fica do que passa O amarelo atual que as folhas vivem
E as torna diferentes.
(RICARDO REIS, "Odes")
a) Em que consiste a "filosofia de vida" que a passagem do
tempo sugere ao eu lírico do poema de Tomás Antônio
Gonzaga?
b) Ricardo Reis associa a passagem do tempo às estações
do ano. Que sentido é dado, em seu poema, ao outono?
c) Os dois poetas valorizam o momento presente, embora o
façam de maneira diferente. Em que consiste essa
diferença?
8) (ITA) As opções a seguir referem-se aos textos A, B, C
e D.
Texto "A" ( )
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"Ah! enquanto os destinos impiedosos
não voltam contra nós a face irada,
façamos, sim, façamos, doce amada,
os nossos breves dias mais ditosos."
Texto "B" ( )
"Ó não aguardes, que a madura idade
te converte essa flor, essa beleza,
em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada",
Texto "C" ( )
"Nos olhos Caitutu não sofre o pranto,
E rompe em profundíssimos suspiros,
Lendo na testa da fronteira gruta
De sua mão já trêmula gravado
O alheio crime e a voluntária morte".
Texto "D" ( )
"O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte faz o todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo todo.
Preencha os parênteses anteriores dos textos dados,
obedecendo à seguinte convenção:
I) Gregório de Matos
II) Tomás Antônio Gonzaga
III) Basílio da Gama
IV) Cláudio Manuel da Costa
Preenchidos os parênteses, a sequência correta é:
a) II - I - III - I
b) IV - I - II - II
c) I - II - II - I
d) I - IV - III - I
e) II - IV - III - IV
9) (UEL) Assinale a letra correspondente à alternativa que
preenche corretamente as lacunas do trecho apresentado.
Simplificando a linguagem lírica de Cláudio Manuel da
Costa, mas evitando igualmente a diluição dos valores
poéticos no sentimentalismo, as ...... mais densas,
dedicadas a ......, fizeram de ...... uma figura central do
nosso Arcadismo.
a) crônicas - Marília - Dirceu
b) crônicas - Gonzaga - Dirceu
c) sátiras - Dirceu - Gonzaga
d) liras - Gonzaga - Dirceu
e) liras - Marília - Gonzaga
10) (UNESP) Leia atentamente o texto a seguir e assinale a
alternativa INCORRETA.
Não permitiu o Céu que alguns influxos, que devi às águas
do Mondego, se prosperassem por muito tempo; e
destinado a buscar a Pátria, que por espaço de cinco anos
havia deixado, aqui, entre a grosseria dos seus gênios, que
menos pudera eu fazer que entregar-me ao ócio, e sepultarme na ignorância! Que menos, do que abandonar as
fingidas Ninfas destes rios, e no centro deles adorar a
preciosidade daqueles metais, que têm atraído a este clima
os corações de toda a Europa! Não são estas as venturosas
praias da Arcádia, onde o som das águas inspirava a
harmonia dos versos. Turva e feia, a corrente destes
ribeiros, primeiro que arrebate as ideias de um Poeta, deixa
ponderar a ambiciosa fadiga de minerar a terra, que lhes
tem pervertido as cores."
(COSTA, Cláudio M. da. Fragmento do "Prólogo ao
Leitor". In: CÂNDIDO, A. & CASTELLO, J. A.
PRESENÇA DA LITERATURA BRASILEIRA, vol. I, S.
Paulo, Difusão Europeia do Livro, 1971, p. 138)
a) o poeta estabelece uma conexão entre as diferenças
ambientais e o seu reflexo na produção literária.
b) Cláudio Manuel da Costa manifesta, no texto, a sua
formação intelectual europeia, mas que deseja exprimir a
realidade tosca de seu país.
c) Depreende-se do texto uma forma de conflito entre o
Academicismo Árcade europeu e a realidade brasileira que
passaria a ser a nova matéria-prima do poeta.
d) Apesar dos índices do Arcadismo presentes no texto, há
um questionamento do contexto sobre a validade de adotar
esse modelo literário no Brasil.
e) O poeta sofre mediante o fato de não mais poder, na
Europa, contemplar as praias da Arcádia de onde retirava
suas inspirações poéticas.
11) (MACKENZIE) Assinale a alternativa que NÃO
apresenta um trecho do Arcadismo brasileiro.
a) "Se sou pobre pastor, se não governo
Reinos, nações, províncias, mundo, e gentes;
Se em frio, calma, e chuvas inclementes
Passo o verão, outono, estio, inverno;"
b) "Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci! oh quem cuidara,
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!"
c) "Musas, canoras musas, este canto
Vós me inspirastes, vós meu tenro alento
Erguestes brandamente àquele assento
Que tanto, ó musas, prezo, adoro tanto."
d) "Meu ser evaporei na lida insana
Do tropel das paixões que me arrastava,
Ah! cego eu cria, ah! mísero eu sonhava
Em mim, quase imortal, a essência humana!"
e) "Não vês, Nise, este vento desabrido,
Que arranca os duros troncos? Não vês esta,
Que vem cobrindo o Céu, sombra funesta,
Entre o horror de um relâmpago incendido?"
12) (UFV) Leia o texto a seguir e faça o que se pede:
Ornemos nossas testas com as flores
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E façamos de feno um brando leito;
Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
Gozemos do prazer de sãos amores.
Sobre as nossas cabeças,
Sem que o possam deter, o tempo corre,
E para nós o tempo, que se passa,
Também, Marília, morre.
(TAG, MD, Lira XIV)
Todas as alternativas a seguir apresentam características
do Arcadismo, presentes na estrofe anterior, EXCETO:
a) Ideal de ÁUREA MEDIOCRIDADE, que leva o poeta a
exaltar o cotidiano prosaico da classe média.
b) Tema do CARPE DIEM - uma proposta para se
aproveitar a vida, desfrutando o ócio com dignidade.
c) Ideal de uma existência tranquila, sem extremos,
espelhada na pureza e amenidade da natureza.
d) Fugacidade do tempo, fatalidade do destino,
necessidade de envelhecer com sabedoria.
e) Concepção da natureza como permanente reflexo dos
sentimentos e paixões do "eu" lírico.
13) (UFV) Sobre o Arcadismo no Brasil, podemos afirmar
que:
a) produziu obras de estilo rebuscado, pleno de antíteses e
frases tortuosas, que refletem o conflito entre matéria e
espírito.
b) não apresentou novidades, sendo mera imitação do que
se fazia na Europa.
c) além das características europeias, desenvolveu temas
ligados à realidade brasileira, sendo importante para o
desenvolvimento de uma literatura nacional.
d) apresenta já completa ruptura com a literatura europeia,
podendo ser considerado a primeira fase verdadeiramente
nacionalista da literatura brasileira.
e) presente sobretudo em obras de autores mineiros como
Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Silva
Alvarenga e Basílio da Gama, caracteriza-se como
expressão da angústia metafísica e religiosa desses poetas,
divididos entre a busca da salvação e o gozo material da
vida.
14) (MACKENZIE) Sobre o Arcadismo no Brasil, é
incorreto afirmar que:
a) Cláudio Manuel da Costa, um de seus autores mais
importantes, embora tenha assumido uma atitude pastoril,
traz, em parte de sua obra poética, aspectos ligados à lírica
camoniana.
b) em "Liras de Marília de Dirceu", Tomás Antônio
Gonzaga não segue aspectos formais rígidos, como o
soneto e a redondilha em todas as partes da obra.
c) nas "Cartas Chilenas", o autor satiriza Luís da Cunha
Menezes por suas arbitrariedades como governador da
capitania de Minas.
d) Basílio da Gama, em "O Uraguai", seguiu a rígida
estrutura camoniana de "Os Lusíadas", usando versos
decassílabos em oitava-rima.
e) "Caramuru" tem, como tema principal, o descobrimento
da Bahia por Diogo Álvares Correia, apresentando,
também, os rituais e as tradições indígenas.
15) (MACKENZIE) Sobre Bocage, é INCORRETO
afirmar que:
a) em suas Rimas, apresenta poemas satíricos e líricos.
b) não pode ser totalmente enquadrado no rigor das
convenções bucólicas do Arcadismo.
c) enquanto sonetista, aproxima-se de Camões,
verificando-se, inclusive, certas coincidências entre suas
vidas.
d) sua obra lírica não apresenta qualquer aproximação com
o Romantismo.
e) certa parte de sua obra, a satírica, deu-lhe fama de
anedótico e devasso.
16) (UEL)
"Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci: oh quem cuidara
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza."
Os versos anteriores constituem exemplo da
a) sátira de Gregório de Matos aos poderosos da Bahia.
b) lírica amorosa de Tomás Antônio Gonzaga.
c) paisagem bucólica idealizada na poesia de Cláudio
Manuel da Costa.
d) da sátira de Tomás Antônio Gonzaga ao Governador de
Minas.
e) ambivalência cultural na poesia de Cláudio Manuel da
Costa.
17) (UFV) Considere as afirmações a respeito do
Arcadismo brasileiro. Todas as alternativas estão corretas,
EXCETO:
a) Foi o movimento literário que se desenvolveu no século
XVIII, quando o "saber" assumiu uma importância
fundamental.
b) Confirmou um dos princípios ideológicos do
Iluminismo, por uma forte preocupação com a ciência e
com o raciocínio.
c) Sob o ponto de vista literário reagiu contra o Barroco,
retomando a simplicidade e o bucolismo dos clássicos.
d) Empreendeu uma minuciosa análise do personagem,
revelando-nos claramente os traços de seu corpo e de sua
alma.
e) Vivenciou uma expressiva transformação social, sendo
fortemente marcado pelos ideais político-filosóficos do
enciclopedismo francês.
18) (UFV) Sobre o Arcadismo, anotamos:
1. desenvolvimento do gênero lírico, em que os poetas
assumem postura de pastores e transformam a realidade
num quadro idealizado.
2. composição do poema "Vila Rica" por Cláudio Manoel
da Costa, o Glauceste Satúrnio.
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3. predomínio da tendência mística e religiosa, expressiva
da busca do transcendente.
4. propagação de manuscritos anônimos de teor satírico e
conteúdo político, atribuídos a Tomás Antônio Gonzaga.
5. presença de metáforas da mitologia grega na poesia
lírica, divulgando as ideias dos inconfidentes.
Considerando as anotações
alternativa CORRETA:
anteriores,
assinale
a
a) Apenas 1 e 3 são verdadeiras.
b) Apenas 2 e 4 são falsas.
c) Apenas 2 e 5 são verdadeiras.
d) Apenas 3 e 5 são falsas.
e) Todas são verdadeiras.
19) (UFSM) Assinale a alternativa INCORRETA a
respeito de Cláudio Manuel da Costa.
Destes penhascos fez a natureza
O berço, em que nasci! oh queima cuidara,
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!
Amor, que vence os tigres, por empresa
Tomou logo render-me; ele declara
Contra o meu coração guerra tão rara,
Que não me foi bastante a fortaleza.
Pois mais que eu mesmo conhecesse o dano,
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano:
Vós, que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei; que Amor tirano,
Onde há mais resistência, mas se apura.
(Cláudio Manuel da Costa)
a) Além da produção lírica, escreveu um poema de caráter
épico que se intitula "Vila Rica".
b) Sob o pseudônimo árcade de Glauceste Satúrnio,
compôs uma poesia em que é marcante a imagem da
pedra.
c) Compôs poemas marcados pela condição do pastor que
procura a natureza como refúgio.
d) Cultiva a forma do soneto em que explora temas como a
infelicidade amorosa.
e) Sua produção poética costuma ser dividida pela crítica
em lírica, satírica e religiosa.
20) (UFRS) Assinale a afirmativa INCORRETA em
relação à obra "O Uraguai", de Basílio da Gama.
a) O poema narra a expedição de Gomes Freire de
Andrada, Governador do Rio de Janeiro, às missões
jesuíticas espanholas da banda oriental do rio Uruguai.
b) "O Uraguai" segue os padrões estéticos dos poemas
épicos da tradição ocidental, como a "Odisseia" a "Eneida"
e "Os Lusíadas".
c) Basílio da Gama expressa uma visão europeia em
relação aos indígenas, acentuando seu caráter bárbaro,
incapaz de sentimentos nobres e humanitários.
d) Nas figuras de Cacambo e Sepé Tiaraju está
representando o povo autóctone que defende o solo natal.
e) Lindóia, única figura feminina do poema, morre de
amor após o desaparecimento de seu amado Cacambo.
21) (UFSM) Autor de "Obras poéticas", apresenta, em suas
composições, motivos árcades. Assinale a alternativa que
identifica esse autor, associando, corretamente, seu nome à
característica presente nessa obra.
a) Cláudio Manuel da Costa - desencanto e brevidade do
amor
b) Basílio da Gama - preocupação com feito histórico
c) Tomás Antônio Gonzaga - celebração da natureza
d) Basílio da Gama - inspiração religiosa
e) Tomás Antônio Gonzaga - celebração da amada
22) (UFES)
ruaruaruasol
ruaruasolrua
ruasolruarua
solruaruarua
ruaruaruas
(Ronaldo Azeredo)
Considerando as obras supracitadas como ilustrativas da
poesia árcade e da poesia concreta, assinale a opção cuja
ordem preenche CORRETAMENTE as afirmativas
seguintes:
1 - "O __________ é, pois, consciência de integração: de
ajustamento a uma ordem natural, social e literária,
decorrendo disso a estética da imitação, por meio da qual o
espírito reproduz as formas naturais, não apenas como elas
aparecem à razão, mas como as conceberam e recriaram os
bons autores da Antiguidade."
2 - "Os elementos de composição característicos da poesia
_________ são a organização geométrica do espaço e o
jogo de semelhanças de significantes."
3 - "Os ___________ se recusavam a uma exploração mais
completa da psicologia humana, assim como se tinham
negado a uma concepção mais imaginativa da linguagem."
4 - "Talvez se pudesse concluir que um poema
__________ seja definido mais ou menos assim: um tipo
de composição poética centrada na utilização de poucos
elementos dispostos no papel de modo a valorizar a
distribuição espacial, o tamanho e a forma dos caracteres
tipográficos e as semelhanças fônicas entre as palavras."
5 - A poesia __________ significou o reconhecimento do
poema como objeto também espacial, e da necessidade de
procedimentos composicionais compatíveis com essa
realidade."
a) 1-Arcadismo; 2-concreta; 3-concretistas; 4-concreto; 5árcade.
b) 1-Concretismo; 2-concreta; 3-concretistas; 4-árcade; 5concreta.
c) 1-Arcadismo; 2-concreta; 3-árcades; 4-concreto; 5concreta.
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d) 1-Concretismo; 2-árcade; 3-árcades; 4-árcade; 5concreta.
e) 1-Arcadismo; 2-árcade; 3-árcades; 4-concreto; 5-árcade.
23) (UFLAVRAS)
"Que diversas que são, Marília, as horas
Que passo na masmorra imunda, e feia,
Dessas horas felizes já passadas
Na tua pátria aldeia!"
Esses versos de "Marília de Dirceu", de Tomás Antônio
Gonzaga, caracterizam:
a) a primeira parte da obra, o namoro.
b) a felicidade da futura família.
c) o sonho de realizar a Inconfidência.
d) a segunda parte da obra, a cadeia.
e) o sonho de um futuro feliz ao lado da amada.
24) (UFV) Os árcades, no Brasil, assimilaram as ideias
neoclássicas europeias, muitas vezes, reinterpretando, cada
um ao seu estilo, a realidade sociopolítica e cultural do
país, como se observa no seguinte fragmento das "Cartas
Chilenas":
Pretende, Doroteu, o nosso chefe
erguer uma cadeia majestosa,
que possa escurecer a velha fama
da torre de Babel e mais dos grandes,
custosos edifícios que fizeram,
para sepulcros seus, os reis do Egito.
Talvez, prezado amigo, que imagine
que neste monumento se conserve,
eterna a sua glória, bem que os povos,
ingratos, não consagrem ricos bustos
nem montadas estátuas ao seu nome.
Desiste, louco chefe, dessa empresa:
um soberbo edifício levantado
sobre ossos de inocentes, construído
com lágrimas dos pobres, nunca serve
de glória ao seu autor, mas sim de opróbrio.
(GONZAGA, Tomás Antônio. "Cartas chilenas". In:
COSTA, Cláudio M. da; GONZAGA, Tomás A.;
PEIXOTO, Alvarenga. "A poesia dos inconfidentes". Rio
de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. p. 814.)
Todas as alternativas abaixo apresentam características
desse estilo literário, presente nos versos acima citados,
EXCETO:
a) Valorização do ideal da vida simples e tranquila.
b) Tendência ao discurso em forma de diálogo do eu
poético com um interlocutor.
c) Utilização de linguagem elegante, rebuscada e artificial.
d) Intenções didáticas, expressas no tom de denúncia e
sátira.
e) Caracterização do poeta como um pintor de situações e
não de emoções.
25) (UFRRJ) LIRA XI
Não toques, minha musa, não, não toques
Na sonorosa lira,
Que às almas, como a minha, namoradas
Doces canções inspira:
Assopra no clarim que apenas soa,
Enche de assombro a terra!
Naquele, a cujo som cantou Homero,
Cantou Virgílio a guerra.
GONZAGA, T. A. "Marília de Dirceu". Rio de Janeiro:
Anuário do Brasil, s/d. p. 30.
"Marília de Dirceu" apresenta um dos principais traços do
arcadismo.
A opção que aponta esta característica temática, presente
no texto, é
a) o bucolismo.
b) a presença de valores ou elementos clássicos.
c) o pessimismo e negatividade.
d) a fixação do momento presente.
e) a descrição sensual da mulher amada.
26) (UFPE) O Arcadismo foi um movimento literário que
teve lugar em Vila Rica, Minas Gerais, acompanhando o
ciclo do Ouro, no século XVIII. Sobre as semelhanças e
diferenças com o movimento que o seguiu historicamente,
o Romantismo, analise as proposições a seguir.
( ) Ambos portam as marcas de submissão e servilismo aos
padrões estéticos europeus.
( ) Predominou, nestes movimentos, o plágio, a imitação e
a cópia, sem nenhum traço de originalidade.
( ) Ambos propõem um retorno à natureza: o Arcadismo,
no sentido de uma natureza equilibrada e bucólica,
harmoniosa e pacata; o Romantismo, no sentido de uma
natureza exuberante, selvagem e tropical, identificada com
os estados de espírito, a grandeza e as potencialidades
físicas do país.
( ) O indianismo, em ambos os movimentos, já surge como
símbolo do povo brasileiro: o índio é o herói que paira
acima dos valores dos colonizadores, feito à imagem e
semelhança dos cavaleiros medievais.
( ) A obra dos poetas arcádicos já ganha contornos
românticos, expressando a subjetividade dos autores,
quando descreve os amores arrebatados, em linguagem
sentimental e emotiva.
27) :(UFRS) Leia as afirmações abaixo sobre o Arcadismo
brasileiro.
I - Os poetas árcades colocavam-se como pastores para
realizarem, dessa forma, o ideal de uma vida simples em
contato com a natureza.
II - O Arcadismo brasileiro, embora tenha reproduzido
muito dos modelos europeus, apresentou características
próprias, como a incorporação do elemento indígena e a
sátira política.
III - O tema do "Carpe diem", em que o poeta expressa o
desejo de aproveitar intensamente o momento presente,
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fugaz e passageiro, foi ignorado pelos árcades brasileiros,
excessivamente racionalistas.
c) F - F - V - V.
d) V - F - F - V.
e) F - V - F - F.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas III.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
28) (FGV) Assinale a alternativa que apresenta ERRO na
correlação autor-obra-época, relativamente à literatura
portuguesa.
a) Pe. Antônio Vieira - Sermão da Quarta-feira de Cinzas Século XVII.
b) Gil Vicente - Auto da Barca do Inferno - Século XVI.
c) Manuel Maria Barbosa du Bocage - Nova Arcádia Século XVIII.
d) Camilo Peçanha - Clepsidra - Século XIX/XX.
e) Almeida Garrett - Viagens na Minha Terra - Século
XIX.
29) (UFRS) Com base nos fragmentos a seguir, extraídos
da Lira II, da obra "Marília de Dirceu", de Tomás Antônio
Gonzaga, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as
afirmações que seguem.
"Pintam, Marília, os Poetas
A um menino vendado,
Com uma aljava de setas,
Arco empunhado na mão;
Ligeiras asas nos ombros,
O tenro corpo despido,
E de Amor ou de Cupido
São os nomes, que lhe dão."
[...]
"Tu, Marília, agora vendo
De Amor o lindo retrato,
Contigo estarás dizendo
Que é este o retrato teu.
Sim, Marília, a cópia é tua,
Que Cupido é Deus suposto:
Se há Cupido, é só teu rosto,
Que ele foi quem me venceu."
( ) Na primeira estrofe, o poeta descreve uma figura
representativa do amor na mitologia clássica.
( ) Na primeira estrofe, a amada Marília é alertada sobre a
violência que se esconde por detrás da superfície do amor.
( ) Na segunda estrofe, o poeta transfere o retrato de
Cupido para o rosto vencedor de Marília.
( ) Na segunda estrofe, o poeta confessa à amada a sua
rendição em relação aos poderes do amor.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de
cima para baixo, é
a) V - V - F - F.
b) V - F - V - V.
30) (CFTCE) O novo mercado tende a desprezar o
funcionário formado à moda antiga..." (ref. 31). Moda
antiga nos reporta a processos rudimentares de trabalho e à
vida campesina cujos registros são, mais propriamente,
depreendidos da literatura:
a) árcade
b) informativa
c) quinhentista
d) barroca
e) seiscentista
31) (CFTCE) Coloque no parêntese B ou A conforme a
característica seja do Barroco ou do Arcadismo.
( ) predominância da ordem inversa
( ) expressão de sentimentos universais e não individuais
( ) utilização de vocabulário simples
( ) grande número de antíteses
( ) preferência por temas religiosos
A sequência correta é:
a) A, A, B, B, B
b) A, B, B, A, B
c) B, A, B, A, B
d) A, A, A, B, B
e) B, A, A, B, B
32) (CFTMG) Associe os movimentos literários aos seus
respectivos exemplos.
(1) Barroco
(2) Arcadismo
( ) "Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado
Da vossa Alta piedade me despido
Porque quanto mais tenho delinquido
Vos tenho a perdoar mais empenhado."
( ) "Em lugar delicioso e triste,
Cansada de viver, tinha escolhido
Para morrer a mísera Lindóia.
Lá reclinada, como que dormia,
Na branda relva e nas mimosas flores, ..."
( ) "Nasce o sol, e não dura mais que um dia,
Depois da luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras nasce a formosura,
Em contínuas tristezas, a alegria."
( ) "Ah! minha Bela, se a Fortuna volta,
Se o bem, que já perdi, alcanço e provo;
Por essas brancas mãos, por essas faces
Te juro renascer um homem novo
Amar no céu a Jove e a ti na terra."
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( ) "Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
Com sua língua ao nobre o vil decepa:
O Velhaco maior sempre tem capa. "
e) a adoção de pseudônimos pelos poetas, que se
figuravam pastores.
37) Entre os escritores mais conhecidos do “Grupo
Mineiro”, estão:
A sequência encontrada foi
a) 1, 2, 1, 2, 1
b) 1, 1, 2, 1, 2
c) 1, 2, 1, 2, 2
d) 2, 2, 1, 1, 2
33) (VUNESP) Há no Arcadismo brasileiro uma obra
satírica de forma epistolar que suscitou dúvidas de autoria
durante mais de um século. Assinale abaixo a alternativa
que apresente o nome correto dessa obra e seu autor mais
provável:
a) O Reino da estupidez e Francisco de Melo Franco
b) Viola de Lereno e Domingos Caldas Barbosa
c) O desertor e Manuel Inácio da Silva Alvarenga
d) Cartas chilenas e Tomás Antônio Gonzaga
e) Os Bruzundangas e Lima Barreto
34) UFPE) Assinale as afirmativas verdadeiras e as
afirmativas falsas.
0) O arcadismo tem como um dos traços principais a
inspiração clássica
1) A natureza é a base da sabedoria para os árcades
2) O Arcadismo Brasileiro se caracteriza por sua forte
religiosidade
3) Tomás Antônio Gonzaga nos deixou uma poesia
marcada pela pobreza de expressão e pela banalidade
4) O melhor da produção dos árcades brasileiros está no
teatro
35) (UFPA) O Arcadismo é um estilo de época que pode
ser definido, segundo o que determina a seguinte
afirmação:
a) Nesse período o homem é regido pelas leis físicoquímicas, pela hereditariedade e pelo meio social
b) A poesia dessa época dá ênfase ao poder de vidência do
artista
c) Destaca-se nessa fase certo gosto pelo equilíbrio, pela
simplicidade e pela harmonia, a partir dos modelos
clássicos antigos
d) Há nessa Escola literária uma tendência à valorização
do humor, com vistas a afugentar as circunstâncias
desagradáveis da vida
e) Enfatiza-se na criação poética, desse momento, a
utilização do valor sugestivo da música
36) (UFPB) Na poesia arcádica ou neoclássica, NÃO se
encontra
a) a influência das ideias iluministas.
b) a valorização do campo em detrimento da cidade.
c) a ênfase na interpretação subjetiva da realidade.
d) o retorno aos ideais greco-latinos.
a) Silva Alvarenga, Mário de Andrade, Menotti del
Picchia.
b) Santa Rida Durão, Cecília Meireles, Tomás Antônio
Gonzaga.
c) Basílio da Gama, Paulo Mendes Campos, Alvarenga
Peixoto.
d) Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga,
Alvarenga Peixoto.
e) Alvarenga Peixoto, Fernando Sabino, Cláudio Manuel
da Costa.
38) (ITA) Uma das afirmações abaixo é incorreta.
Assinale-a:
a) O escritor árcade reaproveita os seres criados pela
mitologia greco-romana, deuses e entidades pagãs. Mas
esses mesmos deuses convivem com outros seres do
mundo cristão.
b) A produção literária do Arcadismo brasileiro constituise sobretudo de poesia, que pode ser lírico-amorosa, épica
e satírica.
c) O árcade recusa o jogo de palavras e as complicadas
construções da linguagem barroca, preferindo a clareza, a
ordem lógica na escrita.
d) O poema épico Caramuru, de Santa Rita Durão, tem
como assunto o descobrimento da Bahia, levado a efeito
por Diogo Álvares Correia, misto de missionários e
colonos português.
e) A morte de Moema, índia que se deixa picar por uma
serpente, como prova de fidelidade e amor ao índio
Cacambo, é trecho mais conhecido da obra O Uruguai, de
Basílio da Gama.
39) Poema satírico sobre os desmando administrativos e
morais imputados a Luís da Cunha Menezes, que governou
a Capitania das Minas de 1783 e 1788:
a) Marília de Dirceu
b) Vila Rica
c) Fábula do Ribeirão do Carmo
d) Caras Chilenas
e) O Uruguai
40) (OBJETIVO-SP) Ele é considerado um dos três
maiores sonetistas da língua portuguesa, ao lado de
Camões e de Antero de Quental. Sua poesia lírica,
extremamente pessoal, é marcada por um rebelde
libertarismo emocional, às vezes violente, às vezes calmo.
Sua vasta obra poética apresenta dois aspectos
fundamentais: o satírico e o lírico; mas é o lírico que o
poeta se realiza plenamente e fica famoso. Foi, sem
dúvida, o maior poeta do século XVIII português. Seu
pseudônimo arcádio é Elmano Sadino. Trata-se de:
a) Cruz e Silva
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b) Domingos Caldas Barbosa
c) Filinto Elíseo
d) Almeida Garret
e) Bocage
verdadeira exaltação sensorial na composição das imagens
e na elaboração sonora.
e) O Arcadismo tendeu à obscuridade, à complicação
linguística e ao ilogismo.
41) (FATEC-SP) Sobre o Arcadismo brasileiro só não se
pode afirmar que:
45) Quanto à linguagem árcade:
a) tem suas fontes nos antigos grandes autores gregos e
latinos, dos quais imita os motivos e formas.
b) teve em Cláudio Manuel da Costa o representante que,
de forma original, recusou a motivação bucólica e os
modelos camonianos da lírica amorosa.
c) nos legou os poemas de feição épica Caramuru (de Frei
José de Santa Rita Durão) e O Uraguai (de Basílio da
Gama), no qual se reconhece qualidade literária destacada
em relação ao primeiro.
d) norteou, em termos dos valores estéticos básicos, a
produção dos versos de Marília de Dirceu, obra que
celebrizou Tomás Antônio Gonzaga e que destaca a
originalidade de estilo e de tratamento local dos temas pelo
autor.
e) apresentou uma corrente de conotação ideológica,
envolvida com as questões sociais do seu tempo, com a
crítica aos abusos de poder da Coroa Portuguesa.
42) (VUNESP) Há no Arcadismo brasileiro uma obra
satírica de forma epistolar que suscitou dúvidas de autoria
durante mais de um século. Assinale abaixo a alternativa
que apresente o nome correto dessa obra e seu autor mais
provável:
a) O Reino da estupidez e Francisco de Melo Franco
b) Viola de Lereno e Domingos Caldas Barbosa
c) O desertor e Manuel Inácio da Silva Alvarenga
d) Cartas chilenas e Tomás Antônio Gonzaga
e) Os Bruzundangas e Lima Barret
43) Assinale o que não se refere ao Arcadismo:
a) Época do Iluminismo (século XVIII) – Racionalismo,
clareza, simplicidade.
b) Volta aos princípios clássicos greco-romanos e
renascentistas (o belo, o bem, a verdade, a perfeição, a
imitação da natureza).
c) Ornamentação estilística, predomínio da ordem inversa,
excesso de figuras.
d) Pastoralismo, bucolismo suaves idílios campestres.
e) Apoia-se em temas clássicos e tem como lema: inutilia
truncat (“corta o que é inútil”).
44) Indique a alternativa errada:
a) Cultismo e conceptismo são as duas vertentes literárias
do estilo barroco.
b) O arcadismo afirmou-se em oposição ao estilo barroco.
c) O conceptismo correspondeu a um estilo fundado em
“agudezas” ou “sutilezas” de pensamento, com transições
bruscas e associações inesperadas entre conceitos.
d) O Cultismo correspondeu, sobretudo, a um jogo formal
refinado, com uso abundante de figuras de linguagem e
I - prefere a ordem indireta, tal como no latim literário;
II - tornou-se artificial, pedante, inatural;
III - procura o comedimento, a impessoalidade, a
objetividade;
IV - manteve as ousadias expressionais do Barroco;
V - promove um retorno às “virtudes clássicas” da clareza,
da simplicidade e da harmonia.
a) II, IV, V
b) III, IV
c) II, V
d) I, II, IV
e) I, II, III, IV, V
46) A respeito da época em que surgiu o Arcadismo:
a) os “enciclopedistas” construíram os alicerces filosóficos
da Revolução Francesa
b) em O Contrato Social, Rousseau aborda a origem da
Autoridade
c) a burguesia conhece, então, acentuado declínio em seu
prestígio
d) o adiantamento cientifico é uma das marcas desta época
histórica
47) (ENEM-2008)
Torno a ver-vos, ó montes; o destino (verso 1)
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino. (verso 4)
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros (verso 7)
Atrás de seu cansado desatino.
Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia (verso 10)
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,
Aqui descanse a louca fantasia,
E o que até agora se tornava em pranto (verso 13)
Se converta em afetos de alegria.
Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A
poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,
2002, p. 78-9.
Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os
elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a
opção correta acerca da relação entre o poema e o
momento histórico de sua produção.
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a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira
estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao
lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”.
b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo
do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta,
dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole
e a rusticidade da terra da Colônia.
c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento
estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do
poeta árcade em realizar uma representação literária
realista da vida nacional.
d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a
“Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que
reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da
Colônia sobre a Metrópole.
e) A realidade de atraso social, político e econômico do
Brasil Colônia está representada esteticamente no poema
pela referência, na última estrofe, à transformação do
pranto em alegria.
48) (Unifesp 2009) Levando em consideração que, em
sua produção literária, Gregório de Matos dedicou-se
também à sátira irreverente, pode-se afirmar que os versos
se marcam:
a) Pelo sentimentalismo, fruto da sintonia do eu lírico com
a sociedade.
b) Pela indiferença, decorrente da omissão do eu lírico
com a sociedade.
c) Pelo negativismo, pois o eu lírico condena a sociedade
pelo viés da religião.
d) Pela indignação, advinda de um ideal moralizante
expresso pelo eu lírico.
e) Pela ironia, já que o eu lírico supõe que todas as pessoas
são desonestas.
49) A produção satírica atribuída a Gregório de Matos
a) circulou, principalmente, através de folhas avulsas, entre
os moradores da cidade.
b) pode ser compreendida como uma voz que tenta
desmoralizar os costumes e incentivar o vício.
c) faz uso de uma linguagem complexa e erudita, pois era
conhecida apenas por nobres e letrados.
d) satiriza apenas os vícios e os desmandos da população
baiana.
e) faz crítica aos princípios do Cristianismo.
50) (UFV/99) Leia o soneto a seguir, de autoria de
Gregório de Mattos:
Se uma ovelha perdida, e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
vos deu, como afirmais na Sacra História:
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Cobrai-a, e não queiras, Pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
(Cf. DIMAS, Antônio. “Seleção de textos, notas, estudos
biográficos, histórico e crítico.” 2. ed. São Paulo: Nova
Cultural, 1988. p.141s)
Assinale a alternativa INCORRETA:
a) No jogo de antíteses, o poeta vê-se como culpado, mas
também ovelha indispensável ao Pastor Divino.
b) O argumento do poeta, arrependido, constrói-se pelo
jogo de ideias, ou seja, o cultismo.
c) O poeta recorre ao texto bíblico para justificar, perante
Deus, a necessidade de ser perdoado.
d) Segundo o poeta, o perdão de sua culpa favorecia a
ambos: tanto ao culpado, quanto ao Pastor Divino.
e) O poeta busca, em sua linguagem dualista, conciliar,
poeticamente, fé e razão.
Gabarito:
1) C 2) D 3) B 4) B 5) B 6) D 7) a) Carpe diem,
aproveitar o presente. b) O declínio da vida.
c) Em Gonzaga a vida está em sua plenitude, enquanto em
Reis ela parte para o fim.
8) A 9) E 10) E 11) D 12) A 13) C 14) D 15) D
16) E 17) D 18) D 19) E 20) C
21) A 22) C 23) D 24) C 25) B 26) F F V F F 27)
C 28) C 29) B 30) A 31) E 32) A
33) D 34) VVFFF 35) C 36) C 37) D 38) E 39) D
40) E 41) B 42) D 43) C 44) E
45) D 46) D 47) B 48) D 49) B 50) B
Fontes: http://www.analisedetextos.com.br/2010/10/15exercicios-sobre-o-arcadismo-com.html
http://www.professor.bio.br/portugues/provas_topicos.as
p?topico=Arcadismo&curpage=7
http://gizelicosta.blogspot.com.br/2010/05/exercicioscom-gabarito-sobre-arcadismo.htm
ROMANTISMO
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa piedade me despido,
Porque quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
O romantismo foi
um
movimento artístico, político e filosófico surgido
nas
Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido,
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
por grande parte do século XIX. Caracterizou-se como
últimas décadas do século XVIII na Europa que perdurou
uma visão
de
mundo
contrária
ao Racionalismo e
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Aula 01
ao Iluminismo e buscou um nacionalismo que viria a
Alguns autores neoclássicos já nutriam um sentimento
consolidar os estados nacionais na Europa.
mais tarde dito romântico antes de seu nascimento de fato,
Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o
romantismo toma mais tarde a forma de um movimento, e
sendo assim chamados pré-românticos. Nesta classificação
encaixam-se Francisco Goya e Bocage.
o espírito romântico passa a designar toda uma visão de
O romantismo surge inicialmente naquela que futuramente
mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos
seria
voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o
romantismo, teria, inclusive, fundamental importância na
drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos
unificação germânica com o movimento Sturm und Drang.
de escapismo. Se o século XVIII foi marcado pela
objetividade, pelo Iluminismo e pela razão, o início do
século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade,
pela emoção e pelo eu.
a Alemanha e
na Inglaterra.
Na
Alemanha,
o
O romantismo viria a se manifestar de forma bastante
variada
nas
diferentes artes e
marcaria,
sobretudo,
a literatura e a música (embora ele só venha a
se
manifestar realmente aqui mais tarde do que em outras
O termo romântico refere-se ao movimento estético, ou
artes). À medida que a escola foi sendo explorada, foram
seja, à tendência idealista ou poética de alguém que carece
surgindo críticos à sua demasiada idealização da realidade.
de sentido objetivo.
Destes críticos surgiu o movimento que daria forma
O romantismo é a arte do sonho e fantasia. Valoriza as
ao realismo.
forças criativas do indivíduo e da imaginação popular.
No Brasil, o romantismo coincidiu com a Independência
Opõe-se à arte equilibrada dos clássicos e baseia-se na
política do Brasil em 1822, com o Primeiro reinado, com
inspiração fugaz dos momentos fortes da vida subjetiva: na
a guerra do Paraguai e com a campanha abolicionista.
fé, no sonho, na paixão, na intuição, na saudade, no
Características
sentimento da natureza e na força das lendas nacionais
O romantismo seria dividido em três gerações:
Contexto histórico
O culto à natureza e à imaginação já havia começado com

1ª geração — As características centrais do
os escoceses no século XIII, quando surgiram as primeiras
romantismo viriam a ser o lirismo, o subjetivismo,
histórias de cavaleiros e donzelas, em verso. Nessa época,
o sonho de um lado, o exagero, a busca pelo exótico e
as narrativas eram chamadas de romance, palavra que
pelo inóspito de outro. Também destacam-se o
deriva do advérbio latino romanice, que significa "na
nacionalismo, presente da coletânea de textos e
língua de Roma".
documentos de caráter fundacional e que remetam
como
para o nascimento de uma nação, fato atribuído à
"romantismo", no entanto, fora plantada no século XVII,
época medieval, a idealização do mundo e da mulher
quando o "espírito clássico" começaria a ser contestado
e a depressão por essa mesma idealização não se
na Grã-Bretanha.
materializar, assim como a fuga da realidade e o
O romantismo surgiu na Europa em uma época em que o
escapismo. A mulher era uma musa, ela era amada e
ambiente intelectual era de grande rebeldia. Na política,
desejada mas não era tocada.
A origem do
caíam
sistemas
que
de
viria
a
ser
conhecido
governo despóticos e
surgia
o

2ª geração — Posteriormente também seriam
liberalismo político (não confundir com o liberalismo
notados o pessimismo e um certo gosto pela morte,
econômico do Século XX). No campo social imperava o
religiosidade
inconformismo. No campo artístico, o repúdio às regras. A
Revolução Francesa é o clímax desse século de oposição.
e
naturalismo.
A
mulher
era alcançada mas a felicidade não era atingida.
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Aula 01

3ª geração — Seria a fase de transição para outra
corrente literária, o realismo, a qual denuncia os
vícios e males da sociedade, mesmo que o faça de
forma enfatizada e irônica (vide Eça de Queirós), com
o intuito de pôr a descoberto realidades desconhecidas
Emoção acima de tudo.
Egocentrismo
Como o nome já diz, é a colocação do ego no centro de
tudo. Vários artistas românticos colocam, em seus poemas
e textos, os seus sentimentos acima de tudo, destacando-os
que revelam fragilidades. A mulher era idealizada e
na obra. Pode-se dizer, talvez, que o egocentrismo é um
acessível.
subjetivismo exagerado.
Individualismo
Natureza interagindo com o eu lírico
Os românticos libertam-se da necessidade de seguir formas
reais de intuito humano,
abrindo espaço para a
manifestação da individualidade, muitas vezes definida por
emoções e sentimentos.
A natureza, no romantismo, expressa aquilo que o eu-lírico
está sentindo no momento narrado. A natureza pode estar
presente desde as estações do ano, como formas de
passagens, à tempestades, ou dias de muito sol.
Subjetivismo
Diferentemente do Arcadismo, por exemplo, que a
O romancista trata dos assuntos de forma pessoal, de
natureza é mera paisagem. No romantismo, a natureza
acordo com sua opinião sobre o mundo. O subjetivismo
interage com o eu-lírico. A natureza funciona quase como
pode ser notado através do uso de verbos na primeira
a expressão mais pura do estado de espírito do poeta.
pessoa. Trata-se sempre de uma opinião parcelada, dada
Grotesco e sublime
por um indivíduo que baseia sua perspectiva naquilo que
as suas sensações captam. Com plena liberdade de criar, o
artista romântico não se acanha em expor suas emoções
pessoais, em fazer delas a temática sempre retomada em
sua obra.
que visa a idealização do personagem principal, tornandoo a imagem da perfeição. Como exemplo, temos o conto
de A Bela e o Monstro, no qual uma jovem idealizada, se
apaixona por uma criatura horrenda.
Idealização
Medievalismo
Empolgado pela imaginação, o autor idealiza temas,
exagerando em algumas de suas características. Dessa
forma, a mulher é vista como uma virgem frágil, o índio é
visto como herói nacional e a noção de pátria também é
idealizada.
Alguns românticos se interessavam pela origem de seu
povo, de sua língua e de seu próprio país. Na Europa, eles
acharam no cavaleiro fiel à pátria um ótimo modo de
retratar as culturas de seu país. Esses poemas passam-se
em eras medievais e retratavam grandes guerras e batalhas.
Sentimentalismo exacerbado
Praticamente
Há a fusão do belo e do feio, diferentemente do arcadismo
todos
os
Indianismo
poemas
românticos
apresentam sentimentalismo já que essa escola literária é
movida através da emoção, sendo as mais comuns a
saudade, a tristeza e a desilusão. Os poemas expressam o
sentimento do poeta, suas emoções e são como o relato
sobre uma vida.
É o medievalismo "adaptado" ao Brasil. Como os
brasileiros não tinham um cavaleiro para idealizar, os
escritores adotaram o índio como o ícone para a origem
nacional e o colocam como um herói. O indianismo
resgatava o ideal do "bom selvagem" (Jean-Jacques
Rousseau), segundo o qual a sociedade corrompe o homem
O romântico analisa e expressa a realidade por meio dos
e o homem perfeito seria o índio, que não tinha nenhum
sentimentos. E acredita que só sentimentalmente se
contato com a sociedade europeia.
consegue traduzir aquilo que ocorre no interior do
indivíduo relatado.
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Aula 01
Byronismo
O francês Eugène Delacroix é considerado um pintor
Inspirado na vida e na obra de Lord Byron, um poeta
romântico por excelência. Sua tela A Liberdade guiando o
inglês. Estilo de vida boémio, voltado para vícios, bebida,
povo reúne o vigor e o ideal românticos em uma obra que
fumo, podendo estar representado no personagem ou na
estrutura-se em um turbilhão de formas. O tema são
própria vida do autor romântico. O byronismo é
os revolucionários de 1830 guiados pelo espírito da
caracterizado pelo narcisismo, pelo egocentrismo, pelo
Liberdade (retratados aqui por uma mulher carregando a
pessimismo, pela angústia.
bandeira da França). O artista coloca-se metaforicamente
como um revolucionário ao se retratar em um personagem
Romantismo nas belas artes
da turba, apesar de olhar com uma certa reserva para os
acontecimentos (refletindo a influência burguesa no
romantismo). Esta é provavelmente a obra romântica mais
conhecida.
A busca pelo exótico, pelo inóspito e pelo selvagem
formaria outra característica fundamental do romantismo.
Exaltavam-se
as
sensações
extremas,
os
paraísos
artificiais, a natureza em seu aspecto mais bruto. Lançar-se
em "aventuras" ao embarcar em navios com destino aos
A
liberdade
guiando
o
povo
por Eugène Delacroix, no Museu do Louvre
polos, por exemplo, tornou-se uma forma de inspiração
para
alguns
artistas.
O
pintor
inglês
William
Turner refletiu este espírito em obras como Mar em
Segundo Giulio Carlo Argan na sua obra Arte moderna. O
tempestade onde o retrato de um fenômeno da Natureza é
romantismo e o neoclassicismo são simplesmente duas
usado como forma de atingir os sentimentos supracitados.
faces de uma mesma moeda. Enquanto o neoclássico busca
um ideal sublime, objetivando o mundo, o romântico faz o
mesmo, embora tenda a subjetivar o mundo exterior. Os
dois movimentos estão interligados, portanto, pela
idealização da realidade (mesmo que com resultados
diversos).
As
primeiras
manifestações
românticas
Géricault é outro dos grandes nomes do romantismo na
pintura. A sua obra A Jangada da Medusa, pintada por
volta de 1819, com a mistura entre os elementos barrocos,
o naturalismo e o dramatismo pessoal das personagens, é
uma das mais célebres pinturas do movimento romântico .
Romantismo na literatura
na pintura ocorreram quando Francisco Goya passou a
pintar depois de começar a perder a audição. Um quadro
de temática neoclássica como Saturno devorando seus
filhos, por exemplo, apresenta uma série de emoções para
o espectador que o fazem se sentir inseguro e angustiado.
Goya cria um jogo de luz-e-sombra, linhas de composição
diagonais e pinceladas "grosseiras" de forma a acentuar a
situação dramática representada. Apesar de Goya ter sido
um acadêmico, o romantismo somente chegaria à
Academia mais tarde.
Goethe
na
Itália
por Johann Heinrich Wilhelm Tischbein, noStädel.
O romantismo surge na literatura quando os escritores
trocam o mecenato aristocrático pelo editor, precisando
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Aula 01
assim cativar um público leitor. Esse público estará entre
pensamento, fundidos na ironia e na auto-reflexão. Era o
os pequenos burgueses, que não estavam ligados aos
"romantismo de Jena", o único romantismo autêntico em
valores literários clássicos e, por isso, apreciariam mais a
nível internacional.
emoção do que a sutileza das formas do período anterior.
A história do romantismo literário é bastante controversa.
Em terceiro lugar, a difusão europeia do romantismo
tomou como românticas as formas pré-românticas da
Em primeiro lugar, as manifestações em poesia e prosa
Inglaterra e da Alemanha, privilegiando, portanto, apenas
popular na Inglaterra são os primeiros antecedentes,
o sentimentalismo em
embora sejam consideradas "pré-românticas" em sentido
reflexão do romantismo de Jena. Por isso, mundialmente, o
lato. Os autores ingleses mais conhecidos desse pré-
romantismo é uma extensão do pré-romantismo. Assim, na
romantismo
França,
"extra-oficial"
são William
Blake (cujo
detrimento
Itália Leopardi e Alessandro
O Casamento do Céu e Inferno, 1793 atravessará o
Portugal Garrett e Herculano;
romantismo
Espanha Espronceda e Zorilla.
Young (cujos Night
o Simbolismo)
Thoughts - Pensamentos
e Edward
Noturnos,
1742, re-editados por Blake em 1795, influenciarão
o ultrarromantismo), ao lado de James Thomson, William
Cowper e Robert Burns.
reconhecido
O
romantismo
nas
de Coleridge e Wordsworth(Lyrical
"oficial"
é
figuras
complicada
destacam-se Stendhal, Hugo e Musset;
misticismo latente em The Marriage of Heaven and Hell até
da
Manzoni;
na
em
na
Tendo o liberalismo como referência ideológica, o
romantismo renega as formas rígidas da literatura, como
versos de métrica exata. O romance se torna o gênero
narrativo preferencial, em oposição à epopeia. É a
superação da retórica, tão valorizada pelos clássicos.
Ballads - Baladas
Líricas, 1798), fundadores; Lord Byron (Childe Harold's
Os aspectos fundamentais da temática romântica são
Pilgrimage, Peregrinação
Harold,
o historicismo e o individualismo. O historicismo está
1818), Shelley (Hymn to Intellectual Beauty -Hino à
representado nas obras de Walter Scott (Inglaterra), Vitor
Beleza Intelectual, 1817) e Keats (Endymion, 1817), após
Hugo (França), Almeida
o Romantismo de Jena.
Alencar (Brasil),
de
Childe
entre
Garrett (Portugal), José
tantos
outros.
São
de
resgates
históricos apaixonados e saudosos ou observações sobre o
Em segundo lugar, os alemães procuraram renovar sua
literatura através do retorno à natureza e à essência
momento histórico que atravessava-se àquela altura, como
no caso de Balzac ou Stendhal (ambos franceses).
humana, com assídua recorrência ao "pré-romantismo
extra-oficial" da Inglaterra. Esses escritores alemães
A outra vertente, focada no individualismo, traz consigo o
formaram o movimento Sturm und Drang ("tempestade e
culto do egocentrismo, vazado de melancolia e pessimismo
ímpeto"),
no
(Mal-do-Século). Pelo apego ao intimismo e a valores
sentimentalismo, o pré-romantismo "oficial", isto é,
extremados, foram chamados de Ultra-Românticos. Esses
conforme as convenções historiográficas. Goethe (Die
escritores como Byron, Alfred de Musset e Álvares de
Leiden des Jungen Werther - O Sofrimento do Jovem
Azevedo beberam
Werther, 1774), Schiller (An die Freude - Ode à Alegria,
perpetuando as fontes sentimentais.
1785) e Herder(Auszug aus einem Briefwechsel über
O romantismo é um movimento que vai contra o avanço da
Ossian
da
modernidade em termos da intensa racionalização e
correspondência sobre Ossian e as canções dos povos
mecanização. É uma crítica à perda das perspectivas que
antigos, 1773) formam a Tríade. Alguns jovens alemães,
fogem àquelas correlacionadas à razão. Por parte o
como Schegele Novalis, com novos ideais artísticos,
romantismo nos mostra como bases de vida o amor e a
afirmam que a literatura, enquanto arte literária, precisa
liberdade.
donde
und
die
surge
Lieder
então,
alter
mergulhado
Völker - Extrato
expressar não só o sentimento como também o
do Sturm
und
Drang alemão,
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Aula 01
Romantismo na música
Romantismo no Brasil
As primeiras evidências do romantismo na música
De acordo com o tema principal, os romances no Brasil
aparecem com Beethoven. Suas sinfonias, a partir da
podem ser classificados como indianistas, urbanos ou
terceira, revelam uma música com temática profundamente
históricos e regionalistas.
pessoal e interiorizada, assim como algumas de suas
sonatas para piano também, entre as quais é possível citar
a Sonata Patética.
Outros
No romance indianista, o índio era o foco da literatura,
pois era considerado uma autêntica expressão da
nacionalidade, e era altamente idealizado. Como um
compositores
como Chopin, Tchaikovsky, Felix
símbolo da pureza e da inocência, representava o homem
Mendelssohn, Liszt, Grieg e Brahms levaram ainda mais
não corrompido pela sociedade, o não capitalista, além de
adiante o ideal romântico de Beethoven, deixando o rigor
assemelhar-se aos heróis medievais, fortes e éticos. Junto
formal do classicismo para escreverem músicas mais de
com tudo isso, o indianismo expressava os costumes e a
acordo com suas emoções.
linguagem indígenas, cujo retrato fez de certos romances
Na ópera,
os
compositores
mais
notáveis
excelentes documentos históricos.
foram Verdi e Wagner. O primeiro procurou escrever
Os romances urbanos tratam da vida na capital e relatam as
óperas, em sua maioria, com conteúdo épico ou patriótico -
particularidades da vida cotidiana da burguesia, cujos
entre as quais as óperas Nabucco, I Vespri Sicilianni, I
membros se identificavam com os personagens. Os
Lombardi nella Prima Crociata - embora tenha escrito
romances faziam sempre uma crítica à sociedade através
também algumas óperas baseadas em histórias de amor
de situações corriqueiras, como o casamento por interesse
como La
ou a ascensão social a qualquer preço.
Traviata;
O
segundo
enfocava
histórias
mitológicas germânicas, caso da Tetralogia do Anel do
Nibelungo e outras óperas como Tristão e Isolda e O
Holandês
Voador,
ou
sagas
como Tannhäuser, Lohengrin e Parsifal.
medievais
Mais
tarde
na Itália o romantismo na ópera se desenvolveria ainda
mais com Puccini.
Por fim, o romance regionalista propunha uma construção
de texto que valorizasse as diferenças étnicas, linguísticas,
sociais e culturais que afastavam o povo brasileiro da
Europa, e caracterizava-os como uma nação. Os romances
regionalistas criavam um vasto panorama do Brasil,
representando a forma de vida e individualidade da
população de cada parte do país. A preferência dos autores
Romantismo em Portugal
era por regiões afastadas de centros urbanos, pois estes
Ver artigo principal: Romantismo em Portugal
estavam sempre em contato com a Europa, além de o
Teve como marco inicial a publicação do poema
espaço físico afetar suas condições de vida.
"Camões", de Almeida Garrett, em 1825, e durou cerca de
40 anos terminando por volta de 1865 com a Questão
A
primeira
geração
(nacionalista–indianista)
era
Coimbrã.
voltada para a natureza, o regresso ao passado histórico e
ao medievalismo. Cria um herói nacional na figura do
A primeira geração do romantismo em Portugal vai de
1825 a 1840. Seus principais autores são Almeida
Garrett, Alexandre
Herculano, Antônio
Feliciano
de
Castilho. A segunda geração, ultra-romântica, de 1840 a
1860 e tem como principais autores, Camilo Castelo
Branco e Soares de Passos. A terceira geração, pré-realista,
de 1860 a 1870, aproximadamente, teve como principais
autores Júlio Dinis e João de Deus.
índio, de onde surgiu a denominação de geração
indianista. O sentimentalismo e a religiosidade são outras
características presentes. Entre os principais autores
podemos destacar Gonçalves de Magalhães, Gonçalves
Dias e Araújo Porto Alegre. Gonçalves de Magalhães foi o
introdutor do romantismo no Brasil. Obras: Suspiros
Poéticos e Saudades. Gonçalves Dias foi o mais
significativo poeta romântico brasileiro. Obras: Canção do
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Aula 01
exílio, I-Juca-Pirama. Araújo Porto Alegre fundou com os
Os
outros dois a Revista Niterói-Brasiliense.
Alves, Sousândrade e Tobias
Entre as principais características da primeira geração
romântica no Brasil estão: o nacionalismo ufanista, o
indianismo, o subjetivismo, a religiosidade, o brasileirismo
(linguagem), a evasão do tempo e espaço, o egocentrismo,
o individualismo, o sofrimento amoroso, a exaltação da
liberdade, a expressão de estados de alma, emoções e
sentimentalismo.
A
segunda
geração,
também
conhecida
recebeu
a
denominação de mal do século pela sua característica de
abordar temas obscuros como a morte, amores impossíveis
e a escuridão.
seus
desta
geração
Barreto.
foram Castro
Castro
Alves,
denominado "Poeta dos Escravos", o mais expressivo
representante dessa geração com obras como Espumas
Flutuantes e Navio Negreiro. Sousândrade não foi um
poeta muito influente, mas tem uma pequena importância
pelo descritivismo de suas obras. Tobias Barreto é famoso
pelos seus poemas românticos.
As principais características são o erotismo, a mulher vista
como Byroniana e Ultrarromantismo,
Entre
destaques
com virtudes e pecados, o abolicionismo, a visão ampla e
conhecimento sobre todas as coisas, a realidade social e a
negação do amor platônico, com a mulher podendo ser
tocada e amada.
Essas três gerações citadas acima apenas se aplicam para a
principais
autores
estão Álvares
de
Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Junqueira
Freire e Pedro de Calasans. Álvares de Azevedo fazia parte
da sociedade epicureia destinada a repetir no Brasil a
poesia romântica, pois a prosa no Brasil não foi marcada
por gerações, e sim por estilos de textos - indianista,
urbano
ou
regional
-
que
aconteceram
todos
simultaneamente.
existência boêmia de Byron. Obras: Pálida à Luz, Soneto,
No país, entretanto, o romantismo perdurará até à década
Lembranças de Morrer, Noite na Taverna. Casimiro de
de 1880. Com a publicação de Memórias Póstumas de
Abreu escreveu As Primaveras, Poesia e amor, etc.
Brás Cubas, por Machado de Assis, em 1881, ocorre
Fagundes Varela, embora byroniano, já tinha em sua
formalmente a passagem para o período realista.
poesia algumas características da terceira geração do
Principais escritores românticos brasileiros
romantismo. Junqueira Freire, com estilo dividido entre a
Gonçalves Dias: principal poeta romântico e uns dos
melhores da língua portuguesa, nacionalista, autor da
famosa Canção do Exílio, da nem tão famosa I-JucaPirama e de muitos outros poemas.
homossexualidade e a heterossexualidade, demonstrava as
idiossincrasias da religião católica do século XIX.
Já as principais características da segunda geração foram o
profundo subjetivismo, o egocentrismo, o individualismo,

Segunda Geração Romântica; autor de Lira dos Vinte
a evasão na morte, o saudosismo (lamentação) em
Anos, Noite na Taverna e Macário.
Casimiro de Abreu, por exemplo, o pessimismo, o
sentimento de angústia, o sofrimento amoroso, o

escreveu,
principalmente,
poesias
abolicionistas como o Navio Negreiro.
Por fim há a terceira geração, conhecida também como

Joaquim Manuel de Macedo, romancista urbano
escreveu A Moreninha e também O Moço Loiro.
que costuma construir seu ninho em lugares muito altos e
tem visão ampla sobre todas as coisas, ou Hugoniana,
Castro Alves: grande representante da Geração
Condoreira,
desespero, o satanismo e a fuga da realidade.
geração Condoreira, simbolizada pelo Condor, uma ave
Álvares de Azevedo: o maior romântico da

José de Alencar, principal romancista romântico.
referente ao escritor francês Victor Hugo, grande pensador
Romances
do social e influenciador dessa geração.
Minutos; Senhora.
urbanos: Lucíola; A
Romances
Viuvinha; Cinco
regionalistas: O
Gaúcho, O Sertanejo, O Tronco do Ipê. Romances
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Aula 01
históricos: A Guerra dos Mascates; As Minas de
Prata. Romances indianistas: O Guarani, Iracema e o
c.
pretexto episódico para descrição da natureza.
d.
visto com o desprezo do branco preconceituoso,
que o considera inferior.
e.
representado como um primitivo feroz e de maus
instintos.
Ubirajara.

Manuel Antônio de Almeida: romancista urbano,
precursor do realismo. Obras: Memórias de um
Sargento de Milícias.

Bernardo
(PUC)
Guimarães:
do regionalismo.
Obras: A
considerado
Escrava
fundador
Isaura;
"O
Os exercícios 2 a 7 referem-se aos dois capítulos
transcritos.
Seminarista"

Franklin
Távora:
regionalista.
Obra
mais
importante: O Cabeleira.

"Capítulo CXXIV
VÁ DE INTERMÉDIO
Visconde de Taunay: regionalista. Obra mais
importante: Inocência.

Machado de Assis: estilo único, dotado de fase
romântica e realista. Em sua fase romântica destacamse "A Mão e a Luva" e "Helena". Ainda em tal fase
realizava
análise
psicológica
e
crítica
social,
mostrando-se atípico dentre os demais românticos
Que há entre a vida e a morte? Uma curta ponte. Não
obstante, se eu não compusesse este capítulo, padeceria o
leitor um forte abalo, assaz danoso ao efeito do livro.
Saltar de um retrato a um epitáfio, pode ser real e comum;
o leitor, entretanto, não se refugia no livro, senão para
escapar à vida. Não digo que este pensamento seja meu;
digo que há dose de verdade, e que, ao menos, a forma é
pitoresca. E, repito: não é meu."
Demais artes
"Capítulo CXXV
Apesar da produção literária ser predominantemente
EPITÁFIO
romântica, vive-se no país neste período um grande
incentivo
ao academicismo e
ao neoclassicismo.
O
neoclássico foi o estilo oficial do Império do Brasil recémproclamado e o grande centro das artes no país é a Escola
Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro, lar do
AQUI JAZ
D. EULÁLIA DAMACENA DE BRITO
MORTA
neoclassicismo no Brasil, sob influência direta da Missão
francesa trazida
pelo
príncipe-regente
D.
João
VI.
Principais características: subjetivismo, evasão, erotismo,
senso de mistério e religiosidade.
QUESTÕES DE 1 A 40
1. (USP) O índio, em alguns romances de José de Alencar,
como Iracema e Ubirajara, é:
a.
b.
AOS DEZENOVE ANOS DE IDADE
ORAI POR ELA!"
2. (PUC-SP) Identifique e relacione obra e autor dos dois
capítulos do texto:
1. Memórias Sentimentais de João Miramar.
2. Memórias Póstumas de Brás Cubas.
retratado com objetividade, numa perspectiva
rigorosa e científica.
3. Triste Fim de Policarpo Quaresma.
idealizado sobre o pano de fundo da natureza, da
qual é o herói épico.
A. Lima Barreto
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Aula 01
B. Oswald de Andrade
ao efeito do livro", os elementos sublinhados denotam
referência a, respectivamente:
C. Machado de Assis.
a.
3 e A.
b.
1 e B.
c.
d.
e.
b.
emissor, contato, canal
c.
código, receptor, mensagem
d.
código, receptor, canal
e.
emissor, receptor, mensagem.
1 e C.
2 e B.
um capítulo perfeitamente romântico, por tratar do tema
"morte".
um capítulo bastante adequado ao gênero
romance, onde deve sempre haver uma nova
unidade de trama.
b.
um tanto inusitado neste romance que se enquadra
perfeitamente na norma estabelecida.
c.
perfeitamente cabível neste romance, pelo seu
tom trágico.
d.
canal, emissor, receptor
2 e C.
3. (PUC-SP) O capítulo CXXV é, do ponto de vista de sua
feitura:
a.
a.
um momento de rompimento do padrão
romanesco, pelo seu aspecto anti-narrativo.
4. (PUC-SP) No romance como um todo, as repetidas
interrupções para considerações como essas que são feitas
no Cap. CXXIV referindo-se ao narrar, ao leitor, ao
narrador, revelam:
6. (PUC-SP) "O leitor, entretanto, não se refugia no livro
senão para escapar à vida." Nesta frase cria-se uma
constelação de alusões diretas, ou indiretas, em vários
níveis. Qual delas você considera a menos viável neste
romance?
a.
referência-antecipação à morte do próprio
narrador no final do livro.
b.
referência ao morto-narrador.
c.
referência à morte de Eulália.
d.
referência ao caráter de ficção do romance.
e.
referência à morte como presença constante no
livro.
7. (PUC-SP) O capítulo CXXV deve ser visto:
a.
muito mais como um ícone do que como discurso
linear.
b.
em primeiro lugar como um fato surpreendente,
totalmente inesperado.
a.
um imperfeito domínio da técnica narrativa.
c.
somente como uma manifestação de pesar do
narrador.
b.
uma técnica que sempre fez parte das normas de
composição do romance, independentemente da
época.
d.
de acordo com a leitura convencional de um
romance, sem grandes surpresas ou novidades.
e.
como a uma frase, mas numa sintaxe estranha.
c.
uma "inauguração", na literatura brasileira, do
moderno romance, contrariando inclusive as
principais normas narrativas;
d.
uma técnica muito usada pelos escritores da época
romântica, relegada depois a segundo plano.
e.
uma técnica já superada, mesmo na época
romântica.
5. (PUC-SP) Na frase "(...) se eu não compusesse este
capítulo, padeceria o leitor um forte abalo, assaz danoso
(OSEC) Os trechos I, II e III referem-se às questões 8 a
10.
I - "Passaram-se semanas, Jerônimo agora, todas as
manhãs tomava uma xícara de café bem grosso, à moda
da Ritinha e tragava dois dedos de parati "pra cortar a
friagem".
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Aula 01
Uma transformação, lenta e profunda, operava-se nele, dia
a dia, hora a hora, reviscerando-lhe o corpo e alando-lhe os
sentidos, num trabalho misterioso e surdo de crisálida. A
sua energia afrouxava lentamente: fazia-se contemplativo e
amoroso. A vida americana e a natureza do Brasil
patenteavam-lhe agora aspectos imprevistos e sedutores
que o comoviam; esquecia-se dos seus primitivos sonhos
de ambição, para idealizar felicidades novas, picantes e
violentas; tornava-se liberal, imprevidente e franco, mais
amigo de gastar que de guardar, adquiria desejos, tomava
gosto aos prazeres, e volvia-se preguiçoso, resignando-se,
vencido, às imposições do sol e do calor, muralha de fogo
com que o espírito eternamente revoltado do último
tambor entrincheirou a pátria contra os conquistadores
aventureiros."
II -"O que estou é velho. Cinquenta anos pelo São Pedro.
Cinquenta anos perdidos, cinquenta anos gastos sem
objetivo, a maltratar-me e a maltratar os outros. O
resultado é que endureci, calejei, e não é um arranhão que
penetra esta casca espessa e vem ferir cá dentro a
sensibilidade embotada.
Cinquenta anos! Quantas horas inúteis! Consumir-se uma
pessoa a vida inteira sem saber para quê! Comer e dormir
como um porco! Como um porco! Levantar-se cedo todas
as manhãs e sair correndo, procurando comida! E depois
guardar comida para os filhos, para os netos, para muitas
gerações. Que estupidez! Que porcaria! Não é bom vir o
diabo e levar tudo?
Sol, chuva, noites de insônia, cálculos, combinações,
violências, perigos e nem sequer me resta a ilusão de ter
realizado obra proveitosa."
III- "Seguia-se a Paula, uma cabocla velha, meio idiota, a
quem respeitavam todos pelas virtudes de que só ela
dispunha para benzer erisipelas e cortar febres por meio de
rezas e feitiçarias. Era extremamente feia, grossa, triste
com olhos desvairados, dentes cortados à navalha,
formando ponta, como dentes de cão, cabelos lisos,
escorridos e ainda retintos apesar da idade. Chamavam-lhe
"Bruxa".
8. (OSEC) Pelo tratamento dado às personagens pode-se
dizer que:
a.
texto I é romântico, o II é moderno e o III é
naturalista.
b.
Os textos I e III são naturalistas e o II é moderno.
c.
Os textos I e II são modernos e o III é naturalista.
d.
Os textos I e II são modernos e o III é romântico.
e.
Os textos I e III são modernos e o II é romântico.
9. (OSEC) Percebe-se a personagem em conflito com os
valores do seu mundo:
a.
somente no trecho I.
b.
nos trechos I e II.
c.
somente no trecho II.
d.
nos trechos I e III.
e.
nos trechos II e III.
10. (OSEC) O texto II pertence a:
a.
Graciliano Ramos.
b.
José Lins do Rego.
c.
José de Alencar.
d.
Aluísio Azevedo.
e.
Jorge Amado.
11. (SANTA CASA) No conto "Um Homem Célebre",
ocorre o falecimento da esposa do Pestana, personagem
central, compositor que não logra concluir um réquiem
para a missa da mulher. "Contentou-se da missa rezada e
simples, para ele só. Não se pode dizer se todas as
lágrimas que lhe vieram sorrateiramente aos olhos foram
do marido, ou se algumas eram do compositor."
Conforme o excerto lembra, na obra de Machado de Assis
é comum que o narrador:
a.
ponha em dúvida o significado aparente da
realidade, muitas vezes enganoso.
b.
interfira emocionalmente no texto, tornando-o
dramático, sentimentalista e ultra-romântico.
c.
busque revelar a profunda hipocrisia e bondade
que, a um tempo, caracterizam o comportamento
dos seres humanos.
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Aula 01
d.
busque revelar o aspecto mais piedoso do caráter
das personagens construindo uma narrativa
eminentemente moralista.
e.
construa um texto fortemente espiritualizado, em
que importa pouco o significado material das
ações.
12. (SANTA CASA) "O poeta acorda na terra. Demais, o
poeta é homem. "Homo sum", como dizia o célebre
Romano. Vê, ouve, sente, e, o que é mais, sonha de noite
as belas visões palpáveis de acordado. Tem nervos, tem
fibra e tem artérias – isto é, antes e depois de ser um ente
idealista, é um ente que tem corpo. E, digam o que
quiserem, sem esses elementos, que sou o primeiro a
reconhecer muito prosaicos, não há poesia".
e.
14. (UEL) Assinale a
adequadamente a asserção:
alternativa
barroca
c.
arcádica
d.
naturalista
e.
simbolista
a.
teocentrismo,
hipersensibilidade,
otimismo e crença.
b.
etnocentrismo, insensibilidade,
otimismo e crença na sociedade.
c.
egocentrismo, hipersensibilidade,
pessimismo, angústia e desespero.
d.
teocentrismo,
insensibilidade,
angústia e desesperança.
e.
egocentrismo,
hipersensibilidade,
descontração e crença no futuro.
15. (FUVEST)
I
Porque não merecia o que lograva,
13. (SANTA CASA) "A primeira que se pôs a lavar foi a
Leandra, por alcunha a "Machona", portuguesa feroz,
berradora, pulsos cabeludos e grossos, anca de animal do
campo".
O texto permite afirmar que:
b.
c.
d.
completa
alegria,
descontração,
melancolia,
descontração,
clássica
b.
a.
que
O Romantismo, graças à ideologia dominante e a um
complexo conteúdo artístico, social e político, caracterizase como uma época propícia ao aparecimento de naturezas
humanas marcadas por
Com essas palavras, o poeta romântico Álvares de
Azevedo valoriza o lado material do ser humano, deixando
perceber concepções estéticas que poderiam ser
consideradas precursoras da corrente literária:
a.
a estética naturalista realça certos pormenores do
quadro, modificando o equilíbrio entre as partes
que o compõem.
naturalismo e o realismo, a fim de evidenciarem
as mazelas do tempo, deram ênfase à análise do
comportamento psicológico.
a prosa romântica pautou-se por uma visão
mecanicista do homem e das relações humanas.
realismo caracterizou a realidade por meio da
metáfora elegante, da ironia, de um cinismo
penetrante e refinado.
romantismo, incorporando elementos populares e
prosaicos, idealizou a força física e a pujança
moral do povo.
Deixei, como ignorante, o bem que tinha,
Vim sem considerar aonde vinha,
Deixei sem atender o que deixava.
II
Se a flauta mal cadente
Entoa agora o verso harmonioso,
Sabei, me comunica este saudoso
Influxo a dor veemente;
Não o gênio suave,
Que ouviste já no acento agudo e grave.
alegria,
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III
Da delirante embriaguez de bardo
sonhos em que afoguei o ardor da vida,
II - Atuou na linha do teatro de costumes, associou o
burlesco e o cômico em dramas e comédias ao retratar
flagrantes da vida brasileira, do campo à cidade.
Os enunciados
teatrólogos:
referem-se,
respectivamente,
aos
Ardente orvalho de febris pranteios,
Que lucro à alma descrita?"
Cada estrofe, a seu modo, trabalha o tema de um bem, de
um amor almejado e passado ou perdido. Avaliando
atentamente os recursos poéticos utilizados em cada uma
delas podemos dizer que os movimentos literários a que
pertencem I, II e III são respectivamente:
a.
Camilo Castelo Branco e José de Alencar.
b.
Machado de Assis e Miguel Torga.
c.
Gil Vicente e Nelson Rodrigues.
d.
Gil Vicente e Martins Pena.
e.
Camilo Castelo Branco e Nelson Rodrigues
a.
Barroco – Arcadismo – Romantismo.
18. (PUCCAMP)
b.
Barroco – Romantismo – Parnasianismo.
"Cantor das selvas, entre bravas matas
c.
Romantismo – Parnasianismo – Simbolismo.
d.
Romantismo – Simbolismo – Modernismo.
Áspero tronco da palmeira escolho,
Unido a ele soltarei meu canto,
e.
Parnasianismo – Simbolismo – Modernismo.
Enquanto o vento nos palmares zune,
16. (FUVEST) "Neste despropositado e inclassificável
livro (...), não é que se quebre, mas enreda-se o fio das
histórias e das observações por tal modo, que, bem o vejo
e sinto, só com muita paciência se pode deslindar e seguir
em tão embaraçada meada". Eis como o autor vê sua obra,
dentro da qual faz reflexões como esta: "o povo, o povo
está são: os corruptos somos nós os que cuidamos saber e
ignoramos tudo." Trata-se da obra
Rugindo os longos, encontrados leques."
Os versos acima, de Os Timbiras, de Gonçalves Dias,
apresentam características da primeira geração romântica:
a.
apego ao equilíbrio na forma de expressão;
presença do nacionalismo, pela temática
indianista e pela valorização da natureza
brasileira.
b.
resistência aos exageros sentimentais e à forma de
expressão subordinada às emoções; visão da
poesia a serviço de causas sociais, como a
escravidão.
c.
expressão preocupada com o senso de medida;
"mal do século"; natureza como amiga e
confidente.
17. (FUVEST)
d.
I - Autor que levava no palco a sociedade portuguesa da
primeira metade do século XVI, vivenciando, na expressão
de Antônio José Saraiva, o reflexo da crise.
transbordamento na forma de expressão;
valorização do índio como típico homem
nacional; apresentação da natureza como refúgio
dos males do coração.
e.
expressão a serviço da manifestação dos estados
de espírito mais exagerados; sentimento profundo
de solidão.
a.
Portugal, de Miguel Torga.
b.
Quincas Borba, de Machado de Assis.
c.
Os maias, de Eça de Queirós.
d.
Vidas secas, de Graciliano Ramos.
e.
Viagens na minha terra, de Almeida Garrett.
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19 (UFJR) Marque a alternativa correta sobre a obra Amor
de perdição, de Camilo Castelo Branco:
a.
b.
Trata-se de uma narrativa centrada na opressão da
liberdade individual, opressão esta promovida por
uma sociedade provinciana ligada a velhos
preconceitos.
Estabelece-se na narrativa o conflito entre o
indivíduo e o meio social, com a consequente
vitória do indivíduo através da realização de seus
objetivos.
22. (USC) A respeito do Romantismo no Brasil, pode-se
afirmar que:
a.
sua ação nacionalista deu origem às condições
políticas que propiciaram a nossa Independência;
b.
coincidiu com o momento decisivo de definição
da nacionalidade e colaborou para essa definição;
c.
espelhou sempre as influências estrangeiras, em
nada aproveitando os costumes e a cor locais;
d.
foi decisivo para o amadurecimento dos
sentimentos nativistas que culminaram na
Inconfidência Mineira;
e.
ganhou relevo apenas na poesia, talvez por falta
de talentos no cultivo da ficção.
20 (E. A. LAVRAS) "Vinha o passado e sentava-se num
banco, tomando, a fresca ou tomando o luar".
O passado, com sua melancolia, seu saudosismo, sua
ternura, seu romantismo, não está presente na seguinte
passagem do texto:
a.
"(...) esse laguinho e essa saudade da valsa de
Ouro Preto".
b.
"Ah, como pisavam de leve na areia, com força
em nossos corações!"
c.
"Na alameda elegante, moças desfilavam perante
os rapazes, às quintas e domingos".
d.
"(...) fontes bem luminosas na escuridão, e bem
musicais em meio à cacofonia geral".
e.
23. (F.C.CHAGAS) O movimento romântico, cujas
origens estão na Alemanha e na Inglaterra, adquiriu na
literatura brasileira um reflexo extraordinário porque:
a.
nossas letras contavam, à época, com artistas do
talento de um Machado de Assis e de um Raul
Pompéia;
b.
coincidiu com o momento decisivo de definição
da nossa nacionalidade e de valorização do nosso
passado histórico;
c.
prosperavam, entre nós, os sentimentos nativistas
elevados ao mais alto plano estético, como
demonstram os poemas "O Uruguai" e
"Caramuru";
d.
nosso complexo cultural de colonizadores
encontrava na prosa intimista sua expressão mais
adequada e natural;
e.
nossos homens de letras e de ciências criaram
teorias em que se demonstrava a flagrante
superioridade do pensamento anglo-germânico
sobre o de outros povos.
"Adeus, singelo espelho d'água da Praça, adeus,
coreto histórico sentimental dos seresteiros e das
charangas caprichadas".
21. (F.C.CHAGAS) "O critério de apresentação da obra,
colocando em primeiro lugar a parte referente ao indígena,
está de acordo com a busca do exotismo que era moda na
época.
"A moda que o juízo crítico acima transcrito menciona, a
propósito da obra A Viagem Pitoresca e Histórica ao
Brasil, do pintor Jean-Baptiste Debret, era vigente no
período ..... da literatura.
24. (FUVEST)
I - "Ah! enquanto os destinos impiedosos
a.
barroco;
b.
arcádico
c.
romântico;
Façamos, sim façamos, doce amada,
d.
realista;
Os nossos breves dias mais ditosos
e.
naturalista.
Não voltam contra nós a face irada,
II -"É a vaidade, Fábio, nesta vida,
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Rosa, que da manhã lisonjeada,
c.
amor a Portugal, devaneio e idealização
nacionalista;
Púrpuras mil, com ambição dourada,
d.
saudades, ânimo satírico e pessimismo;
Airosa rompe, arrasta presumida."
e.
alívio, expectativa e otimismo.
III- "E quando eu durmo, e o coração ainda
26. (VUNESP) Baseando-se na leitura do texto de Álvares
de Azevedo, assinale a única alternativa incorreta.
Procura na ilusão da lembrança,
"Junto a meu leito, com as mãos unidas,
Anjo da vida, passa nos meus sonhos
Olhos fitos no céu, cabelos soltos,
E meus lábios orvalha de esperança!"
Pálida sombra de mulher formosa
Associe os trechos acima com os respectivos movimentos
literários, cujas características estão enunciadas abaixo.
Romantismo: evasão e devaneio na realização de um
erotismo difuso.
Entre nuvens azuis pranteia orando.
É um retrato talvez. naquele seio
Porventura sonhei doiradas noites.
Arcadismo: aproveitamento do momento presente ("carpe
diem").
Barroco: efemeridade da beleza física, brevidade enganosa
da vida.
Talvez sonhando desatei sorrindo
Alguma vez nos ombros perfumados
Esses cabelos negros, e em delíquio
a.
romantismo; II- arcadismo; III- barroco;
b.
barroco; II- arcadismo; III- romantismo;
c.
arcadismo; II- romantismo; III- barroco;
foi-se minha visão. E resta agora
d.
arcadismo; II- barroco; III- romantismo;
Aquela vaga sombra na parede
e.
barroco; II- arcadismo; III- romantismo.
– Fantasma de carvão e pó cerúleo,
25. (F.C.CHAGAS)
"Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá."
Nestes versos de Gonçalves Dias, escritos em Portugal, o
poeta vive um momento marcado por
a.
solidão, devaneio e idealização nacionalista.
b.
melancolia, tédio e ironia;
Nos lábios dela suspirei tremendo.
Tão vaga, tão extinta e fumarenta
Como de um sonho o recordar incerto."
(AZEVEDO, Álvares de. VI Parte de "Ideias Íntimas". In:
CÂNDIDO, A. & CASTELLO, J. A. Presença da
Literatura Brasileira, vol.II, São Paulo, Difusão Europeia
do Livro, 1968, p. 26).
Considerando os aspectos temáticos e formais do poema
pode-se vinculá-lo ao segundo momento do movimento
romântico brasileiro, também conhecido como "geração do
spleen" ou "mal do século."
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a.
b.
c.
d.
A presença da mulher amada torna-se o ponto
central do poema. Isso é claramente manifestado
pelas recordações do eu-lírico, marcado por um
passado vivido, que sempre volta em imagens e
sonhos.
texto reflete um articulado jogo entre o plano do
imaginário e o plano real. Um dos elementos,
entre outros, que articula essa contradição é a
alternância dos tempos verbais presente/passado.
Realidade e fantasia tornam-se a única realidade
no espaço da poesia lírica romântica, gênero
privilegiado dentro desse movimento.
Apesar de utilizar decassílabo, esse poema possui
o andamento próximo ao da prosa. Esse aspecto
formal é importante para intensificar certo
prosaísmo intimista da poesia romântica.
27. (PUC) Considerado pela crítica brasileira o escritor
mais bem dotado de sua geração, Álvares de Azevedo,
além das poesias, deixou-nos que obra de prosa narrativa?
c.
tratamento ao mesmo tempo irônico e lírico a que
Carlos Drummond de Andrade submete o
cotidiano;
d.
a presença da natureza como cenário para o
encontro do pastor com sua amada, como ocorre
em Tomás Antônio Gonzaga;
e.
a exploração de ecos, assonâncias, aliterações em
busca de uma sonoridade válida por si mesma,
como se vê na obra de Cruz e Sousa.
29. (F.C.CHAGAS) A poesia confessional e fantasia de
Álvares de Azevedo pertence a uma geração romântica
situada entre a de
a.
Gonçalves Dias e a de Cláudio Manuel da Costa
b.
Gonçalves de Magalhães e a de Gonçalves Dias;
c.
Castro Alves e a de Cruz e Sousa;
d.
Gonçalves Dias e a de Castro Alves;
e.
Cláudio Manuel da Costa e a de Tomás Antônio
Gonzaga.
a.
Conde Lopo;
b.
Macário;
c.
espumas Flutuantes;
d.
Noite na Taverna;
30. (FEI) Numere a coluna da esquerda, de acordo com a
coluna da direita, tendo em vista a poesia romântica
brasileira:
e.
Pedro Ivo.
1. primeira geração
28. (U.FORTALEZA)
2. segunda geração
"Eu deixo a vida como deixa o tédio
3. terceira geração
Do deserto, o poento caminheiro
( ) abolicionismo
– Como as horas de um longo pesadelo
( ) condoreirismo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro."
( ) autocomiseração exacerbada
Os versos acima exemplificam:
( ) obsessão pela morte
a.
a utilização de metáforas grandiosas para
expressar a indignação com as injustiças sociais
que caracteriza a obra de Castro Alves;
b.
a temática a procura da morte como solução para
os problemas da existência em que se encontra
em Álvares de Azevedo;
( ) indianismo
( ) nacionalismo
Agora, escolha a alternativa que apresenta a sequência
correta dos numerais:
a.
2 - 3 - 2 - 1 - 2 - 1;
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b.
1 - 3 - 2 - 1 - 2 - 3;
c.
3 - 2 - 2 - 1- 2 - 2;
d.
2 - 1 - 2 - 2 - 1 - 1;
e.
33. (AFA) O ideal de liberdade, preconizado por Cecília
Meirelles em "Romanceiro da Inconfidência, repete, de
certa forma, a temática da poesia social de:
a.
Castro Alves;
b.
Fagundes Varela;
c.
Casimiro de Abreu;
d.
Álvares de Azevedo.
3 - 3 - 2 - 2 - 1 - 1;
31. (F.C.CHAGAS) Assinale a alternativa que preenche
corretamente as lacunas.
Quando se fala em ..... na literatura romântica, os nomes
..... não podem ser esquecidos.
"Agora, peço a você.
Ó caboclo brasileiro,
indianismo caboclo ainda cativo,
abolicionismo -
ler o 'Navio Negreiro'
para ficar informado
abolicionismo do passado cativeiro.
indianismo -
sertanismo 32. (F.C.CHAGAS) A palavra de Castro Alves seria, no
contexto em que se inseriu, uma palavra aberta à realidade
da nação, indignando-se o poeta com o problema do
escravo e entusiasmando-se com o progresso e a técnica
que já atingiam o meio rural. Esse último aspecto permite
afirmar que Castro Alves
a.
b.
identifica-se aos poetas da segunda geração
romântica no que se refere à concepção da
natureza como refúgio.
afasta-se, nesse sentido, de outros poetas, como
Fagundes Varela, que o consideram o campo um
antídoto para os males da cidade;
c.
trata a natureza da mesma forma que o poeta
árcade que o antecedeu;
d.
antecipa o comportamento do poeta parnasiano
que se entusiasma com a realidade exterior;
e.
idealiza a natureza da pátria, buscando preservar a
sua simplicidade e pureza, tal como Gonçalves
Dias.
Era um navio maldito,
uma ave de rapina
voando a flor do oceano,
no bojo a gana a assassina
conduzia ouro humano:
a rapa negra era a mina.
Caboclo, não chore não,
não chora quando o poema
apertar-lhe o coração;
se não puderimpe ou gema
ou grite de indignação.
caboclo, este o dilema.
Depois leias as Vozes d'África
com a mesma indignação
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contra os senhores de escravos,
a.
José de Alencar e Joaquim Manuel Antônio de
Almeida;
ó caboclo do sertão,
b.
Joaquim Manuel de Macedo e Manuel Antônio de
Almeida;
c.
Manuel Antônio de Almeida e Bernardo
Guimarães;
d.
Bernardo Guimarães e Visconde de Taunay;
e.
Visconde de Taunay e José de Alencar.
o cativeiro de hoje
é o mesmo: cana e algodão."
34. (VUNESP) As quatro estrofes acima constituem trecho
de uma obra, publicada em 1952, em que um poeta
modernista, autor do longo poema "Invenção de Orfeu",
conta à maneira dos poetas populares das feiras
nordestinas, a vida e as aventuras de um poeta do
romantismo brasileiro. Assinale nas alternativas abaixo
aquela que contenha respectivamente:
IX.
a temática versada pelas estrofes acima;
IX.
nome do poeta romântico;
IX.
título da primeira obra deste poeta romântico;
IX.
nome do poeta modernista autor desse texto à
moda de cordel.
I.
temática regionalista; II- Gonçalves Dias; IIIPrimeiros Cantos; IV- Mário de Andrade.
II.
temática amorosa; II- Álvares de Azevedo; IIILira dos Vinte Anos; IV- Ferreira Gullar.
III.
temática racial; II- Casimiro de Abreu; IIIPrimaveras: IV- Carlos Drummond de Andrade.
IV.
temática urbana; II- Olavo Bilac; III- Tarde; IVOswald de Andrade.
36. (FUVEST) "O primeiro cearense, ainda no berço,
emigrava da terra da pátria. Havia aí uma predestinação de
uma raça?"
Eis aí uma reflexão sob a forma de pergunta que o autor,
......, faz a si mesmo com toda propriedade, e por motivos
que podemos interpretar como pessoais, ao finalizar o
romance ........ .
Assinale a alternativa que completa os espaços.
a.
José Lins do Rego - Menino do Engenho;
b.
José de Alencar - Iracema;
c.
Graciliano Ramos - São Bernardo;
d.
Aluísio Azevedo - O Mulato;
e.
Graciliano Ramos - Vidas Secas.
(FUVEST) Texto para as questões 37 e 38:
V.
temática de crítica social; II- Castro Alves; IIIEspumas Flutuantes; IV- Jorge de Lima.
35.
(F.C.CHAGAS) Embora
contemporâneos
e
focalizando, muitas vezes, o mesmo ambiente social, os
romances desses dois escritores revelam a distância em
que se encontram: um pela capacidade de desmascarar e
denunciar certos aspectos profundos recalcados, da
realidade social e individual, pode ser considerado um
modesto precursor de Machado de Assis; o outro deve sua
popularidade ao fato de trazer para o romance justamente o
cenário e personagens familiares ao meio fluminense da
segunda metade do século XIX.
"Sua ambição literária era, contudo, imensa e pode ser
aferida, não só por sua produção romanesca, como pelo
projeto gigantesco que delineara de maneira bem
significativa, na sua indiscutidíssima introdução ao
romance Sonhos d'Ouro. Está fora de dúvida que (o
romancista) considerava sua obra como fator primacial da
criação realmente orgânica de nossa literatura". (Eugênio
Gomes).
37. (FUVEST) O romancista a que se refere o crítico é:
a.
João Guimarães Rosa;
b.
Joaquim M. de Macedo;
c.
Bernardo Guimarães;
d.
José de Alencar;
Trata-se, respectivamente, de
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Aula 01
e.
Manuel Antônio de Almeida.
Questões de 1 a 40
38. (FUVEST) Assinale a opção em que vêm citadas obras
do romancista, objeto da questão antecedente.
a.
Cortiço e Casa de Pensão;
b.
Fogo Morto e Banguê;
c.
A Moreninha e O Moço Louro;
d.
Grande Sertão: Veredas e Sagarana;
e.
Senhora e O Guarani
39. (FUVEST) Lucíola e Senhora; O Gaúcho, Sertanejo; e
o Guarani e As Minas de Prata representam na obra de
Alencar, de acordo com os seus conteúdos e seus cenários,
romances de tipos, respectivamente:
1.
b
2.
c
3.
e
4.
c
5.
e
6.
a
7.
a
8.
b
9.
b
10. a
a.
urbanos, regionalistas e pré-históricos;
11. a
b.
documentais, sociais e histórico-indianistas;
12. d
c.
europeus, nacionais e indianistas;
13. e
d.
psicológicos, documentais e folclóricos;
14. c
e.
realistas, impressionistas e românticos.
15. a
40. (PUC) Nos romances Senhora e Lucíola, José de
Alencar dá um passo em relação à crítica dos valores da
sociedade burguesa, na medida em que coloca como
protagonistas personagens que se deixam corromper por
dinheiro. Entretanto, essa crítica se dilui e ele se reafirma
como escritor romântico, nessas obras, porque
a.
pune os protagonistas no final, levando-os a um
casamento infeliz;
b.
justifica o conflito dos protagonistas com a
sociedade pela diferença de raça: uns, índios
idealizados; outros, brasileiros com maneiras
europeias;
16. e
17. d
18. a
19. a
20. d
21. c
c.
confirma os valores burgueses, condenando os
protagonistas à morte;
d.
resolve a contradição entre o dinheiro e valores
morais tornando os protagonistas ricos e
poderosos;
22. b
23. b
24. d
25. a
26. b
27. d
e.
permite aos protagonistas recuperarem
dignidade pela força do amor.
sua
28. b
29. d
VESTIBULAR UFU 2015/2
Aula 01
30. e
pode ser percebido em texto de qualquer época, desde as
primeiras manifestações da humanidade até hoje; mas,
31. d
como movimento relativamente organizado, começou na
32. b
segunda metade do século XIX, na França, difundindo-se
33. a
por todos os países da Europa, com oposição declarada, ou
34. e
não, ao sentimento romântico. O movimento realista
correspondeu à ascensão da pequena burguesia. O
35. a
pensamento filosófico que exerceu mais influência no
surgimento do realismo foi o positivismo. Ao contrário do
36. b
gosto da alta burguesia, interessada no jogo vazio das
37. d
formas artísticas (a "arte pela arte"), motivou-a uma arte
38. e
voltada a solução dos problemas sociais, isto é, uma arte
39. a
"engajada" de "compromissos", que se colocava também
contra o tradicionalismo romântico e procurava incorporar
40. e
os descobrimentos científicos de seu tempo. O naturalismo
é uma espécie de prolongamento do realismo. Não
Realismo
chegaram a ser movimentos literários distintos, tanto é que
muitos
O realismo foi um movimento artístico e literário surgido
nas últimas décadas do século XIX na Europa, mais
especificamente
na França,
em
reação
ao romantismo. Entre 1850 e 1900 o movimento cultural,
chamado realismo, predominou na França e se estendeu
pela Europa e outros continentes. Os integrantes desse
movimento
repudiaram
a
artificialidade
do neoclassicismo e do romantismo, pois sentiam a
necessidade de retratar a vida, os problemas e costumes
das classes média e baixa não inspirada em modelos do
passado. O movimento manifestou-se também na escultura
e, principalmente, na arquitetura.
autores
naturalistas,
posterior
são
sendo
ao
o
realismo.
simultaneamente
naturalismo
56
Para
realistas
e
cronologicamente
muitos,
o
realismo
representava uma alternativa do que era visto como um
isolamento ou mesmo um elitismo da vanguarda — ponto
de vista que ganhou apoio a partir da adoção do realismo
socialista como a forma oficial de arte da União Soviética.
Contudo, outras vozes insistiam em que a vanguarda
possuía um papel a exercer no desenvolvimento de um
realismo moderno adequado às condições do século XX.
Características e contexto histórico
Realismo não só foi moldado como uma importante escola
e períodos da história da literatura, mas também foi uma
constante de toda a literatura, a sua primeira formulação
teórica
foi
o
princípio
da mimesis na Poética de Aristóteles. Em
geral,
os
realistas retratavam temas e situações em contextos
contemporâneos
do cotidiano,
e
tentaram
descrever
indivíduos de todas as classes sociais de uma maneira
similar. O idealismo clássico, o emocionalismo romântico
Jean-Baptiste
Camille
Corot, Jovem
1868, Galeria Nacional de Arte.
Garota
Lendo,
2
Entende-se por "realismo literário" um estilo de escrita que
toma a realidade como princípio orientador de criação
artística por meio da palavra. Neste sentido, o realismo
e drama foram evitados de forma igual, e muitas vezes os
sórdidos ou não cuidados elementos de temas não foram
suavizados ou omitidos. O realismo social enfatiza a
representação da classe trabalhadora, e os tratam com a
mesma seriedade que as outras classes de arte, mas o
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Aula 01
realismo, como prevenção a artificialidade, no tratamento
conquistou o direito de registrar e debater os grandes
das relações humanas e as emoções também eram um
momentos da história nacional dos países que floresceu; o
objetivo do realismo. Tratamentos de assuntos de uma
realismo, a seu modo, amplificou esse interesse e trouxe a
maneira
reflexão sobre a realidade social e política para o centro
heroica
ou
sentimental
foram
igualmente
rejeitados.
das narrativas realistas.10
Paralelismo entre romantismo e realismo
Romantismo
Realismo
primeira
terceira
Exemplos de pinturas do romantismo e do realismo
Pessoa
Valoriza o que se idealiza e sente o que se é
Artes visuais
Ver artigo principal: Pintura do realismo
O realismo fundou uma escola artística que surgiu
no século XIX em reação ao romantismo e se desenvolveu
baseada
na
observação
social),
na razão e
da realidade (como
na ciência.
contexto
O realismo,
como
movimento artístico do século XIX, que se caracterizava
pela oposição ao idealismo das escolas clássica, romântica
e acadêmica, não deve ser confundindo com técnicas
O Beijo (1859), de Francesco Hayez. Exemplar de pintura
realistas de execução de obras de arte, ou seja, com o
romântica
esmero do artista em reproduzir as imagens (em artes
plásticas) tal qual as vê na realidade. Técnicas realistas de
pintura e de escultura existem desde, ao menos, a
Antiguidade clássica e foram e continuam sendo utilizadas
por diversas escolas (como, a dos surrealistas).
Como movimento artístico, surgiu na França, e sua
influência se estendeu a numerosos países. Esta corrente
aparece no momento em que ocorrem as primeiras lutas
sociais
contra
o capitalismo progressivamente
mais
dominador, ao mesmo tempo em que há um crescente
respeito pelo fato empiricamente averiguado, pelas
ciências exatas e experimentais e pelo progresso técnico.
Das influências intelectuais que mais ajudaram no sucesso
Casa (1889), de Jožef Petkovšek. Exemplar de pintura
do realismo denota-se a reação contra as excentricidades
realista
românticas e contra as suas idealizações da paixão
Embora alguns manuais de literatura estabeleçam uma
amorosa. A passagem do romantismo para o realismo
grande ruptura entre as propostas estéticas do romantismo
corresponde uma mudança do belo e ideal para o real e
e do realismo, acredita-se que é possível considerar que há
objetivo.
um momento de continuidade entre esses dois importantes
Pintura realista
momentos na história da literatura. O romantismo
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Aula 01
nas quais procura traduzir os costumes, o aspecto
de sua época, faz arte atual.
A primeira característica divisada por Moisés na
pintura daquele momento é justamente a ênfase dada
ao "retrato do real", resultando na insatisfação com a
expressão subjetiva e desfocada do inventário da
realidade que os realistas vão propor a partir
daí.14 Principais pintores realistas:
O Enterro em Ornans, de Gustave Courbet, cerca de 184950.
Os impressionistas não pintavam temas religiosos,
históricos ou relacionados com o que viesse da
imaginação. Na realidade, compartilhavam muitas de suas
ideias com o pintor realista Gustave Courbet. Courbet,
porém, queria pintar a realidade árdua da vida cotidiana,
enquanto os impressionistas se concentravam-se em temas
agradáveis, belos ou considerados interessantes. Para eles,
essa era a realidade de sua vida: não tinha nenhuma
mensagem social a transmitir.12 O historiador Seymour
Jean-François Millet, As Catadoras, 1857.

Slive cita que quando se discute o realismo em relação aos
Édouard Manet era um artista pivô durante
o século XIX. Não só o seu trabalho crítico foi de
pintores de paisagem é importante especificar que esses
princípios realistas, mas sua arte também
artistas quase nunca pintavam seus quadros em exteriores.
desempenhou
A prática de fazer pinturas ao ar livre só se tornou comum
um
papel
importante
no
desenvolvimento do Impressionismo em 1870.
no século XIX. Em épocas anteriores as pinturas de
paisagem eram quase sempre compostas nos ateliês. A
Sua obra-prima, Le déjeuner sur l'herbe (O
França foi o país europeu que propôs, desenvolveu e
piquenique no bosque), retrata duas mulheres,
alimentou o realismo durante todo o período de sua
uma nua, e dois homens vestidos desfrutando um
permeância na literatura, ou seja, ao longo de toda segunda
tipo de piquenique. Em consonância com os
metade do século XIX. Segundo Massaud Moisés, as artes
princípios realistas, Manet baseava todas as
plásticas francesas foram a primeira manifestação contra a
figuras de primeiro plano em pessoas vivendo.
estética romântica:

Gustave
Courbet é
a
figura
principal
do
As suas origens situam-se na França e nas artes
movimento realista na arte do século XIX. Na
plásticas: antes que os literários, os pintores
verdade, Courbet usou o termo realismo quando
reagiram violentamente contra o romantismo, a
exibia suas obras, mesmo tendo evitado rótulos.
pintura idealista e imaginativa, não raro feita de
A sinceridade dos realistas em examinar seu
memória. E essa reação divisa a primeira
ambiente levou a retratação de objetos e imagens
característica do realismo. Em 1850 e 1853,
que
Gustave Courbet (1818-1877) expõe duas obras
considerado indignas de representação — os
realistas (O Enterro em Ornans e As Banhistas),
mundanos e triviais trabalhadores da classe
nos
últimos
séculos
artistas
tinham
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Aula 01
operária e os camponeses, e assim por diante.
diferente, menos provocante, mais calmo do que
Além disso, realistas retratavam essas cenas em
o de Coubert.
uma escala e com uma sinceridade e seriedade

anteriormente
Escultura do realismo
reservadas
à
grande pintura
Théodore Rousseau
histórica.

Honoré Daumier trabalhou como balconista de
uma livraria, no Palais Royal, um lugar perfeito
para observar todos os passos da vida parisiense.
As pessoas que lá ele observava inspiraram sua
carreira posterior de caricatura e seu interesse em
retratar a classe trabalhadora. Ele escolheu
retratar a vida urbana. Era litógrafo assim como
pintor e fez muitas litografias para revistas
francesas liberais. Pintores realistas eram muitas
vezes políticos radicais que queriam transmitir
opiniões políticas e sociais em suas obras. As

caricaturas de Honoré Daumier, por exemplo,
Cópia de O Pensador, de Auguste Rodin. O original
criticaram acidamente a ordem social existente.
encontra-se no Museu Rodin, em Paris.
Jean-Baptiste Camille Corot tem sido chamado de
Neste gênero os escultores, assim como os pintores,
o último pintor neoclássico, ele também tem sido
preferem temas contemporâneos. Animam-se de
chamado de o primeiro impressionista. Há
intenções políticas e de propósitos doutrinários.
verdades em ambas as declarações. Também é
Procuram fazer uma escultura social, ao enaltecer os
verdade que há traços de naturalismo, realismo e
aspectos
romantismo em suas obras. Ele admirava o estilo
representante realista foi o Auguste Rodin (1840-
mais realista, natural da pintura de paisagem no
1917), dono de um estilo feito de naturalismo e
início do século dezenove pelo artista, como os
passionalismo. Era grande admirador de Donatello e
pintores
Michelangelo, a principio apreciava os aspectos
ingleses Richard
Bonington e John
Constable, que estavam determinados a pintar o
que viam, e que muitas vezes eram pintadas no
local, em vez de artisticamente organizadas
paisagens em estúdio.

Jean-François
Millet foi
realistas. Na
escultura,
o
grande
naturalísticos e, no segundo, a dramaticidade. O
escultor não se preocupou com a idealização da
realidade. Ao contrário, procurou recriar os seres tais
como eles são. Além disso, os escultores preferiam os
temas contemporâneos, assumindo muitas vezes uma
notável
por
sua
intenção política em suas obras. Sua característica
interpretação "rigorosamente sincera" da vida
principal é a fixação do momento significativo de um
rural. Os camponeses mostrados em sua pintura
gesto humano.15 Para Duílio Battistoni Filho "é difícil
parecem ser "homens subjugados pelas forças da
julgar Rodin, pois suas obras mais significativas
Natureza, mas também soberanos em relação a
como O
isso." Millet infundiu sua pintura com uma aura
sugestões patéticas góticas, a luminosidade dos
solene, oferecendo ao realismo um significado
impressionistas e a sobriedade dos gregos". Em
Beijo, O
Pensador e Balzac,
apresentam
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Aula 01
resumo: "foi um escultor que valorizou as sensações
realismo teatral francês apresenta a singularidade de
imediatas".
combinar descrição com prescrição. Assim, em Les
O realismo na arquitetura
Filles de Marbre (1853), por exemplo, Barrière e
Os arquitetos e engenheiros procuram
responder
adequadamente às novas necessidades urbanas,
criadas pela industrialização. As cidades não exigem
mais ricos palácios e templos. Elas precisam de
fábricas,
estações
ferroviárias,
armazéns,
lojas,
bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para
os operários quanto para a nova burguesia.
Teatro e o realismo
Thiboust não se contentam em descrever o universo
da prostituição ou os males que uma prostituta pode
causar a um jovem inexperiente. Eles introduzem
um raisonneur — personagem típico da comédia
realista — que didaticamente expõe o pensamento dos
autores em relação a esse problema social. Em
algumas
peças
teatrais
como Le
Mariage
d'Olympe (1855), de Augier; De Demi-monde (1855),
de
Dumas
Filho;
e Dalila (1857),
de Feuillet a
prostituição é abordada com variações sobre o mesmo
tema.25 26 O teatro, tanto naturalista quanto realista,
era definido pelo fato de que não só ilustrava o que se
desviava
da
melhor
sociedade,
mas
também suplantava a vida real pela forma do drama.
Fora
da França,
um
dos
expoentes
é
o norueguês Henrik Ibsen (1828-1906), citado como o
primeiro grande nome a despontar no realismo.
Em Casa de Bonecas, por exemplo, trata da situação
social
da
desenvolve
mulher.28 Em
um
obra Espectros,
comentário
cáustico
Ibsen
sobre
a
moralidade da sociedade norueguesa da época. O
drama foi tratado duramente pelos críticos por abrir
La Dame aux camélias, de Dumas filho (1848).
Com o realismo, problemas do cotidiano das camadas
sociais mais baixas ocupam os palcos. O teatro,
inclusive o realista e o naturalista, era definido pelo
fato de que não só ilustrava o que se desviava da
melhor sociedade, mas também suplantava a vida real
pela forma do drama. O herói romântico é substituído
por personagens do dia-a-dia e a linguagem torna-se
coloquial. A primeira grande obra dramática realista
é A Dama das Camélias, de fevereiro de 1852, do
francês Alexandre Dumas, filho (1824-1895).24Essa
peça conta a história de uma cortesã que é regenerada
pelo amor, dando ao público a constatação de um
mundo real, observado, sem fantasiosas e lúdicas
vivências, e sim, do dia a dia que explica o
comportamento dos personagens apresentados. O
completamente a moral da sociedade ao falar de
promiscuidade e doenças venéreas. São importantes
também o dramaturgo e escritor russo Máximo
Gorki (1868-1936), autor de Ralé e Os Pequenos
Burgueses, e o alemão Gerhart Hauptmann (18621946), autor de Os Tecelões.
O realismo na literatura
Motivados pelas teorias científicas e filosóficas da
época, os escritores realistas desejavam retratar o
homem e a sociedade em sua totalidade. Não bastava
mostrar a face sonhadora ou idealizada da vida, como
fizeram os românticos; desejaram mostrar a face
nunca antes revelada: a do cotidiano massacrante, do
amor adúltero, da falsidade e do egoísmo humano, da
impotência do homem comum diante dos poderosos.
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Aula 01
Uma característica do romance realista é o seu poder
poetas seria Baudelaire, o que teve como resultado o
de crítica, adotando uma objetividade que faltou ao
empréstimo de alguns expedientes de As Flores do
romantismo. Grandes escritores realistas descrevem o
Mal pelos poetas brasileiros. Assim, em 1881, houve
que está errado de forma natural, ou por meio de
um
histórias como Machado de Assis. Se um autor
Azevedo publica O
desejasse criticar a postura de alguma entidade, não
naturalista
escreveria um soneto para tanto, porém escreveria
Assis publica Memórias
histórias que envolvessem-na de forma a inserir
Cubas (primeiro romance realista do Brasil).
marco
na
literatura
no
Brasil, Aluísio
Mulato (primeiro
brasileiro)
romance
e Machado
Póstumas
de
de
Brás
nessas histórias o que eles julgam ser a entidade e
como as pessoas reagem a ela.
Em lugar do egocentrismo romântico, verifica-se um
enorme interesse de descrever, analisar e até em
criticar a realidade. A visão subjetiva e parcial da
realidade é substituída pela visão objetiva, sem
distorções. Dessa forma os realistas procuram apontar
falhas talvez como modo de estimular a mudança das
instituições e dos comportamentos humanos. Em
lugar de heróis, surgem pessoas comuns, cheias de
problemas e limitações. Na Europa, o realismo teve
início com a publicação do romance realista Madame
Bovary (1857) de Gustave Flaubert.
Alguns expoentes do realismo europeu: Gustave
Flaubert, Honoré de Balzac, Eça de Queirós, Charles
Dickens.
De Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás
Realismo no Brasil
Cubas, Fundação Biblioteca Nacional.
No Brasil, entre as décadas de 1870 e 1880, as formas
do romantismo já se haviam convencionalizado. O
culto a natureza, o panegírico da pátria e o
sentimentalismo,
dividindo
entre
os
arroubos
patéticos e o pudor receoso despertaram o fastio de
alguns jovens poetas. As práticas estéticas românticas,
além do mais, estavam extremamente associadas
ao modus vivendi do Segundo Império, de maneira
que sua composição estética nasceria em meio aos
anseios de uma geração, apologista de República e de
abolição
da
escravatura.
Antes
mesmo
do
parnasianismo se instalar com sucesso no Brasil,
surgiu uma tendência chamada de "realista" na poesia
nacional. Naquele tempo, "realista" significava, antes
de tudo, antirromântico, e o modelo adotado por esses
Machado de Assis foi um grande crítico e escritor do
realismo e também do romantismo no Brasil, suas
principais obras foram: Memórias Póstumas de Brás
Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro. No artigo
"Instinto de Nacionalidade" (1899), Machado critica o
principal ponto de honra do romantismo brasileiro: o
tema nacionalista. Ele vai dizer, em poucas palavras,
que para ser brasileiro não é necessário falar sempre
de imagens nacionalistas ou de símbolos — como a
natureza exuberante do Brasil, ou mesmo a figura
do índio como marca nacional. Em relação ao
realismo, Machado sempre se manteve alheio aos
preceitos explícitos da Escola. Para Carlos Fuentes, a
produção de Machado de Assis é um verdadeiro
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Aula 01
milagre no contexto limitado do realismo latino-
Embora ainda pertencendo à época romântica e
americano, pois:
não podendo ser consideradas realistas em
O romance oitocentista hispano-americano, ao
contrário, não se atreve a abandonar um
preceituário que constitui o enganoso chamariz da
modernidade: primeiro o romantismo, depois o
sentido escrito, as Memórias são, de acordo com
Alfredo Bori, "de franca aderência à realidade
média",
então
"isentas
de
qualquer
traço
idealizante" e recorrem a um "método objetivo de
composição".
realismo, por fim o naturalismo. O romantismo,
escreve Machado de Assis, é um cavaleiro que
estafou o seu próprio corcel "a tal, ponto que o foi
preciso deixá-lo à margem, onde o realismo o
veio achar, comido de lazeira e vermes, e, por
Nas últimas décadas do século XIX, observa-se
que os escritores passaram a demostrar uma
preocupação com uma descrição mais detalhada
dos
costumes
orientais,
sob
manifestações
humanas, tais como gestos, palavras e atitudes, e,
compaixão, o transportou para seus livros". As
procuraram
informações
das
árvores dentro de paisagens típicas. Com o
independências pautaram-se em uma civilização
declínio da poesia romântica e sob influência do
Nescafé:
realismo,
absurdas
poderíamos
do
ser
período
instantaneamente
apresentar
também,
animais
apareceu
e
o
modernos abolindo o passado, negando a
movimento parnasianista que
repudiou
a
tradição. O gênio de Machado reside no contrário:
expressão do Eu. Os princípios dessa escola
não há criação sem tradição que a nutra, assim
impuseram a impessoalidade, o cuidado artístico
como não há tradição sem criação que a renove.
e os poetas passaram a prender-se mais ainda que
Vitor Hugo, ao esplendor do estilo, à riqueza das
Desde o seu início, o realismo brasileiro foi sobre
tudo urbano, no mais das vezes retratando a vida
na cidade do Rio de Janeiro, como já fazia em
pleno
romantismo,
um
precursor
do
realismo, Manuel Antônio de Almeida (18311861). A novela de Manuel Antônio de Almeida
ocupa um lugar especial no cenário da ficção
romântica brasileira, graças à sua originalidade,
seu único romance, Memórias de um Sargento de
Milícias, publicado em 1852-53 sob a forma de
folhetins,
difere
em
muitos
aspectos
dos
romances comumente publicados em folhetins
do século XIX, o que explica sua franca
popularidade na época, e sua maior aceitação na
posteridade. Suas narrações ganharam um caráter
cômico e, ao mesmo tempo, observador, que o
aproxima
muito
do
realismo,
mas
com
características arcaicas. Por essas razões Manuel
Antônio de Almeida é considerado um escritor
em transição do romantismo para o realismo.
rimas. Leconte de Lisle, que foi uma das figuras
mais influentes desse movimento no Brasil,
apresentou quadros com precisão impressionante,
resultados da observação direta e de informações
tiradas da arqueologia ou da história natural. Sob
a sua influência, e de Gustave Flaubert, Olavo
Bilac fez sonetos sobre crenças religiosas que
foram
conhecidas
sucessivamente
pela
humanidade e sobre costumes de civilizações
antigas. Bilac descreveu os países exóticos e suas
religiões em "A Missão de Purna", como havia
feito Leconte de Lisle em "Les Paraboles de
Dom Guy" e "Djihan-Ara". Provavelmente sobre
a influência de Salombo de Flaubert, escreveu
"Delenda Cartago" e "Panoplias" onde fez uso de
cores e imagens do poeta francês.
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Aula 01
Realismo em Portugal
Antecedentes
Os críticos e historiadores identificaram três
diferentes momentos na literatura portuguesa
I. "Segunda Revolução Industrial, o cientificismo, o
progresso tecnológico, o socialismo utópico, a
filosofia positivista de Auguste Comte, o
evolucionismo formam o contexto sociopolíticoeconômico-filosófico-científico em que se
desenvolveu a estética realista."
romântica. O primeiro momento é de introdução
das novas ideias. Ele se personifica nas figuras
de Almeida
Garrett,
Alexandre
Herculano e António Feliciano de Castilho. Os
três escritores foram aqueles que implementaram
a
semente
da
permaneceram
nova
estética,
bastante
ligados
mas
às
que
velhas
concepções, ainda embebidos da mentalidade
árcade. O segundo momento ficou conhecido
como Ultrarromantismo, período de ápice da
estética romântica, quando se afirma o nome de,
II. "O escritor realista acerca-se dos objetos e das
pessoas de um modo pessoal, apoiando-se na
intuição e nos sentimentos."
III. "Os maiores representantes da estética
realista/naturalista no Brasil foram: Machado de
Assis, Aluísio Azevedo e Raul Pompéia."
IV. "Poderíamos citar como característica da estética
realista: o individualismo, a linguagem erudita e a
visão fantasiosa da sociedade."
Verificamos que em relação ao Realismo/naturalismo está
(estão) correta (corretas):
entre outros autores, Camilo Castelo Branco. Na
poesia, o Ultrarromantismo viu surgir poetas
a.
apenas I e II.
como Soares
de
b.
apenas I e III.
composições
marcadas
c.
apenas II e IV.
d.
apenas II e III.
e.
apenas III e IV.
Passos,
que
pelo
produziram
exacerbamento
amoroso e pelo exagero sentimental e subjetivo.
O terceiro e último momento do romantismo é
aquele que assiste à transição para o realismo. O
marco para estas passagens é a polêmica literária
que ficou conhecida como "A Questão Coimbra"
ou a "Questão do Bom Senso e do Bom
Gosto".39 O
Ultrarromantismo
português
2. (USF-SP) Pode-se entender o Naturalismo como uma
particularização do Realismo que:
a.
se volta para a Natureza a fim de analisar-lhe os
processos cíclicos de renovação.
b.
pretende expressar com naturalidade a vida
simples dos homens rústicos nas comunidades
primitivas.
c.
defende a arte pela arte, isto é, desvinculada de
compromissos com a realidade social.
d.
analisa as perversões sexuais, condenando-as em
nome da moral religiosa.
e.
estabelece um nexo de causa e efeito entre alguns
fatores sociológicos e biológicos e a conduta das
personagens.
desenvolveu-se em torno da cidade do Porto e de
Coimbra com origem através da prosa de Camilo
Castelo Branco, e o poeta típico Soares de
Passos. Sua obra Ultrarrealista era considerada
'piegas'. "Noivado do Sepulcro" (Poesias, 1855),
uma balada funérea, completamente distante da
realidade portuguesa era a obra mais executada
nos saraus da literários da época. Viam-na como
um modismo importado desprovido de qualquer
sentido artístico.
Questões de 1 a 40
1.
(FEI-SP) Leia atentamente:
3. (UCS-RS) Embora tradicionalmente se considere o ano
de 1893 como data final do Realismo e suas manifestações
no Brasil, sabe-se que, na verdade, durante os primeiros
vinte anos do século XX, essa estética desenvolveu-se
paralelamente:
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Aula 01
a.
ao Romantismo e ao Parnasianismo.
b.
ao Pré-Modernismo e ao Modernismo.
c.
ao Simbolismo e ao Modernismo.
5. preocupação com mensagem que revela concepção
materialista do homem;
d.
ao Simbolismo e ao Pré-Modernismo.
6. senso de mistério;
e.
ao Parnasianismo e ao Modernismo.
4. (MACK-SP) O cientificismo comunicou feitio próprio
ao Realismo-Naturalismo. Assinale a alternativa
que não apresenta o cientista e a respectiva teoria
científica ou filosófica correspondentes à época daquele
movimento literário.
a.
b.
Darwin – Teoria da evolução das espécies e sua
revolução biológica.
Comte – Teoria positivista, que explica todos os
fenômenos sujeitos às leis naturais.
c.
Taine – Teoria do ambientalismo determinante: a
obra de arte como produto do meio, momento e
raça.
d.
Claude Bernard - Teorias da medicina
experimental, mostrando a importância da
fisiologia no comportamento do indivíduo.
e.
Kant – Teoria segundo a qual a razão constrói o
mundo da ciência servindo-se das aparências das
coisas, formas de nossa sensibilidade.
4. linguagem natural, sem rebuscamentos;
7. retorno ao passado;
8. determinismo biológico ou social.
a.
1, 2, 3, 5, 7, 8.
b.
1, 3, 4, 5, 8.
c.
2, 3, 4, 6, 7,
d.
3, 4, 5, 6, 8.
e.
2, 3, 4, 5, 8.
6. (FGV-SP) Há, no romance brasileiro do século XIX,
um filão que se caracteriza por criar quadros da sociedade
carioca, com visão crítica dessa sociedade, e "perfis
femininos", que foram inicialmente esboços de análise
psicológica. Nele podemos incluir autores de momentos
diferentes como:
a.
Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar e
Machado de Assis.
b.
Joaquim Manuel de Macedo, Martins Pena e
Manuel Antônio de Almeida.
c.
José de Alencar, Machado de Assis e Álvares de
Azevedo.
d.
Martins Pena, Machado de Assis e Álvares de
Azevedo.
e.
Manuel Antônio de Almeida, Martins Pena e José
de Alencar.
5. (UFPR) Eça de Queirós afirmava:
"O Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do
homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos –
para nos conhecermos, para que saibamos se somos
verdadeiros ou falsos, para condenar o que houver de mau
na nossa sociedade."
Para realizar essa proposta literária, quais os recursos
utilizados no discurso realista? Selecione-os na relação
abaixo e depois assinale a alternativa que os contém:
7. (MACK-SP) Assinale a alternativa incorreta sobre a
prosa naturalista:
1. Preocupação revolucionária, atitude de crítica e de
combate;
a.
As personagens expressam a dependência do
homem às leis naturais.
2. imaginação criadora;
b.
estilo caracteriza-se por um descritivismo intenso,
capaz de refletir a visualização pictórica dos
ambientes.
3. personagens fruto da observação; tipos concretos e
vivos;
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Aula 01
c.
Os tipos são muito bem delimitados, física e
moralmente, compondo verdadeiras
representações caricaturais.
d.
Tem como objetivo maior aprofundar a dimensão
psicológica das personagens.
e.
comportamento das personagens e sua
movimentação no espaço determinam-lhe a
condição narrativa.
8. (UFPR)
"Marcas de lona suspensas em varais de ferro, umas sobre
as outras, encardidas com panos de cozinha, oscilavam à
luz moribunda e macilenta das lanternas. Imagine-se o
porão do navio mercante carregado de miséria. No
intervalo das peças, na meia escuridão dos recôncavos
moviam-se corpos seminus, indistintos. Respirava-se um
odor nauseabundo de cárcere, um cheiro acre de suor
humano diluído em urina e alcatrão. Negros, de boca
aberta, roncavam profundamente, contorcendo-se na
inconsciência do sono."
Com relação a esse fragmento da obra Bom-Crioulo, de
Adolfo Caminha, é correto afirmar que apresenta a(s)
seguinte(s) característica(s) naturalista(s):
9. (FUVEST-SP)
"E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade
quente e lodosa, começou a minhocar, e esfervilhar, a
crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração, que
parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, a
multiplicar-se como larvas no esterco."
O fragmento de O cortiço, romance de Aluísio Azevedo,
apresenta uma característica fundamental do Naturalismo.
Qual?
a.
Uma compreensão psicológica do Homem.
b.
Uma compreensão biológica do Mundo.
c.
Uma concepção idealista do Universo.
d.
Uma concepção religiosa da Vida.
e.
Uma visão sentimental da Natureza.
10. (FEI-SP)
IX.
Tentativa de impessoalidade em relação à voz
narrativa.
IX.
Despreocupação com pormenores descritivos, o
que torna o ritmo narrativo extremamente rápido.
"Desnudam-se as mazelas da vida pública e os contrastes
da vida íntima; e buscam-se para ambas causas naturais
(raça, clima, temperamento) ou culturais (meio e
educação), que lhes reduzem de muito a área de liberdade.
O escritor tomará a sério as suas personagens e se sentirá
no dever de descobrir-lhes a verdade, no sentido positivista
de dissecar os móveis do seu comportamento." (Alfredo
Bosi)
IX.
Subjetividade na descrição do espaço.
O texto refere-se ao:
IX.
Valorização de ambientes exóticos, objetivando a
recuperação estética das figuras marginalizadas
socialmente.
a.
Romantismo
b.
Realismo.
Preferência por espaços miseráveis e socialmente
inferiores.
c.
Simbolismo.
d.
Parnasianismo.
e.
Modernismo.
XXII.
Está correta a sequência:
a.
I, II e V.
b.
I, IV e V.
c.
II, III e IV.
d.
I, II, III, IV. e V.
e.
II, III e V.
11. (F. Objetivo-SP) Analise o seguinte fragmento e
responda:
"A primeira que se pôs a lavar foi a Leandra, por alcunha a
Machona, portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e
grossos..." (Aluísio Azevedo)
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Aula 01
prado verdejante e proibido. As outras conquistas
vinham logo chamadas por aquelas, e todas as
vítimas de sua sensualidade, ou as cúmplices do
seu temperamento e da sua má educação,
enfileiravam-se defronte dele, como um submisso
batalhão de prisioneiros."
Descrição de personagens pela acentuação de caracteres
biológicos e raciais é característica do:
a.
Romantismo.
b.
Realismo.
c.
Modernismo.
d.
Impressionismo.
e.
Naturalismo.
12. (PUC-RJ) Estão relacionadas a seguir características
de movimentos literários. Delas, apenas uma não se refere
ao Naturalismo. Qual?
a.
Busca da objetividade científica.
b.
Idealização da natureza.
c.
Determinismo biológico.
d.
Tematização do psicológico.
e.
Aplicação do método experimental.
13. (F.M. Santa Casa-SP) As questões A e B referem-se
ao mesmo conjunto de textos.
a.
b.
c.
d.
"Daí a um mês manifestaram-se claramente os
efeitos da pisadela e do beliscão; sete meses
depois teve a Maria um filho, formidável menino
de quase três palmos de comprimento, gordo,
vermelho, cabeludo, esperneador e chorão; o qual,
logo depois que nasceu, mamou duas horas
seguidas sem largar o peito."
A. Para os autores naturalistas, os fatores biológicos,
reforçados por outros de ordem social, determinariam o
destino das criaturas. Identifique o excerto de autor
naturalista.
B. O realismo que isola Manuel Antônio de Almeida no
panorama do romance romântico provém, em parte, das
linhas caricaturais que desenha sua variada galeria de
personagens. Identifique o excerto de sua autoria.
14. (COVEST-PE) Assinale V para verdadeiro e F para
falso. Sobre o Realismo/Naturalismo brasileiro:
a.
Pode-se dizer que uma das maiores influências
sofridas foi a do Positivismo.
b.
Por razões de dependência cultural, nosso
Realismo apresenta, de modo geral, as mesmas
características do Realismo francês.
c.
Uma das principais diferenças entre o
Romantismo e o Realismo brasileiros é que o
Realismo tem uma visão idealizada da realidade e
o Romantismo tenta descrever a realidade tal qual
é.
d.
Os naturalistas mostram, em seus romances, que o
homem é determinado pelo meio e pelo momento
histórico.
e.
regionalismo, iniciado com O sertanejo, de José
de Alencar, é um exemplo típico do Naturalismo
brasileiro.
"O jornal publicava também parte do relatório do
médico legista, cavalheiro de honestidade e
cultura reconhecidas, já então um dos grandes
sociólogos e etnógrafos do país, relatório que
provava que Volta Seca era um tipo
absolutamente normal e que se virara cangaceiro
e matara tantos homens e com tamanha crueldade
não fora provocação de nascença. Fora o
ambiente..."
15. (COVEST-PE) Relacione a coluna I com a coluna II.
"O testamento, que só apareceu e foi aberto
depois do enterro, contemplava com dez contos
de réis o afilhado do morto; o mais era distribuído
por hospitais e asilos."
(2) Idealizou a vida campestre com verdadeiro estado de
poesia.
"– Está segura! – exclamou o rapaz, sacudido por
estas ideias. O sangue saltava-lhe no corpo;
aquela aventura se lhe afigurava a melhor de sua
vida; seu orgulho pueril, de namorador vulgar,
espinoteava qual potro que se pilha às soltas no
Coluna I
(1) Valorizou o indianismo com intuito nativista.
(3) Analisou o momento histórico, revelando-o em sua
miséria moral e econômica.
Coluna II
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Aula 01
Realismo
e.
bucólica e antropocêntrica.
Romantismo
18. (PUC-RS)
Arcadismo
"[...] uma preta velha, vergada por imenso tabuleiro de
madeira, sujo, seboso, cheio de sangue e coberto por uma
nuvem de moscas, apregoava em tom arrastado e
melancólico: 'Fígado, rins e coração'. Era uma vendedeira
de fatos de boi. [...] os cães, estendidos pelas calçadas,
tinham uivos que pareciam gemidos humanos,
movimentos irascíveis, mordiam o ar, querendo morder os
mosquitos."
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a.
3, 1, 2.
b.
3, 2, 1.
c.
2, 3, 1.
d.
2, 1, 3.
e.
1, 3, 2.
16. (UCBA) É possível caracterizar o romance naturalista
por vários traços, entre os quais o fato de que nele:
a.
as ações dos homens são consideradas resultantes
de um compromisso moral entre o ser humano
e as forças espirituais, que transcendem a matéria
e tendem ao eterno.
Nesse trecho naturalista, Aluísio Azevedo enfatiza a:
a.
patologia social.
b.
brutalidade do cotidiano.
c.
despreocupação ética.
d.
força da hereditariedade.
e.
ação do meio social.
b.
há preferência por temas sociais e psicológicos,
visto que o objetivo maior dessa corrente literária
é a análise percuciente das causas e
consequências dos fatos históricos.
19. (MACK-SP) O romance naturalista de Aluísio
Azevedo, em sua busca de verossimilhança, baseou-se,
mais de uma vez, em fatos realmente ocorridos.
c.
se observa uma intenção consciente do escritor no
sentido de imprimir à narração um cunho
animista, necessário para explicar a relação entre
o homem e a natureza.
O "caso Capistrano" foi um crime que frequentou a crônica
policial carioca da época, ocorrido por questões de honra.
Tal fato teria sido explorado em:
d.
a narração exalta o homem metafísico, em
oposição ao homem animal, cujas ações e
intenções o escritor analisa e condena, na medida
em que defende uma conduta ética.
e.
escritor evita julgar ações e personagens de um
ponto de vista ético ou moral, pois seu intuito é
expor e analisar cientificamente a realidade.
17. (MACK-SP) Várias características do Realismo estão
intimamente ligadas ao momento histórico, refletindo,
dessa forma, as posturas:
a.
nacionalista e positivista.
b.
positivista e evolucionista.
c.
evolucionista e sentimentalista.
d.
neoclassicista e socialista.
a.
mulato.
b.
Uma lágrima de mulher.
c.
Casa de pensão.
d.
A mortalha de Alzira.
e.
cortiço.
20. (FEI-SP) Observe o fragmento abaixo, pertencente a
conhecida obra naturalista:
"Uma escrava cafuza, a quitandeira Bertoleza, que lhe
fornecia a comida, tendo perdido o homem com quem
vivia amigada, recebe bem a aproximação de João Romão,
logo tornado seu procurador e conselheiro."
Estamos nos referindo a:
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Aula 01
a.
Aluísio Azevedo – O cortiço.
b.
Aluísio Azevedo – Casa de pensão.
c.
Aluísio Azevedo – O mulato.
d.
Machado de Assis – Quincas Borba.
e.
Raul Pompéia – Canções sem metro.
21. (COVEST-PE) Os textos I e II referem-se às questões
A e B seguintes.
I. "[...] a sua pele, cor de cobre, brilhava com reflexos
dourados; [...] a pupila negra, móbil, cintilante; a boca
forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos [...]
Era de alta estatura; tinha as mãos delicadas; a perna ágil e
nervosa [...], apoiava-se sobre um pé pequeno, mas firme
no andar e veloz na corrida.
Segurava o arco e as flechas com a mão direita caída..."
II. "[Bertoleza] devia ser esmagada, devia ser suprimida
[...] ela era o torpe balcão da primitiva bodega; era o
aladroado vintenzinho de manteiga em papel pardo; era o
peixe trazido da praia e vendido à noite ao lado do
fogareiro à porta da taberna; era o frege imundo [...]; era o
sono roncado num colchão fétido, cheio de bichos..."
A. Pelas características que apresentam, os dois textos
anteriores são, respectivamente:
a.
barroco e realista.
b.
moderno e moderno.
c.
moderno e naturalista.
d.
romântico e naturalista.
e.
romântico e moderno.
B. Assinale a única alternativa errada:
a.
b.
c.
d.
A atmosfera de morbidez criada no texto II
contraria os princípios do estilo de época que o
texto I representa.
e.
os dois textos são típicos do Modernismo, pois os
escritores modernos amavam demais a liberdade,
podendo, portanto, embelezar ou enfear o que
quisessem.
22. (FGV-SP) A respeito do autor de O Ateneu, disse
Mário de Andrade: "Raul Pompéia, inconscientemente, foi
a última e derradeiramente legítima expressão do barroco
entre nós". Referia-se, com essas palavras, ao:
a.
tema nitidamente
romance.
barroco
desenvolvido
no
b.
fato de que Raul Pompéia viveu no fim da era
barroca.
c.
requinte verbal da linguagem de Pompéia.
d.
espírito religioso da obra.
e.
caráter moralista da narração.
23. (FGV-SP) No romance O cortiço, Aluísio Azevedo
estabelece uma forte ligação entre o meio em que vivem as
personagens e sua vida material, moral e psicológica. Tal
relação apoia-se nos princípios:
a.
do livre-arbítrio religioso.
b.
do determinismo científico.
c.
do sentimentalismo romântico.
d.
do culto à natureza.
e.
do ideário modernista.
24. (PUC-RS) A redução dos seres humanos ao nível
animal, a natureza humana vista como uma selva onde os
fortes, representados por João Romão, devoram os fracos,
são princípios básicos do romance ..... de ..... .
texto I revela a profunda contradição existente em
querer valorizar o nacional sem perder de vista os
valores e padrões europeus.
a.
A mortalha de Alzira – Aluísio Azevedo.
b.
Memorial de Aires – Machado de Assis
texto I é descritivo e a exagerada subjetivação
apresenta a personagem como um ser imponente,
idealizado.
c.
Casa de pensão – Aluísio Azevedo.
d.
cortiço – Aluísio Azevedo.
As metáforas que caracterizam a personagem do
texto II são exemplos da linguagem rude que
Aluísio Azevedo utiliza em seus livros.
e.
Esaú e Jacó – Machado de Assis.
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25. (CESESP-PE) Leia os textos seguintes:
Seus romances dividem-se em dois grupos, não porém em
duas fases, alternando-se os românticos e os naturalistas.
"É como romancista social que melhor se afirmou o [seu]
talento. É o escritor apaixonado, o artista combativo,
pondo a nu os problemas sociais e morais da realidade
brasileira do seu tempo."
em um dos principais romances, descreve a lenta ascensão
do mestiço brasileiro, em sua participação no campo
intelectual, político e social, dificultada pelos preconceitos
duma aristocracia latifundiária e escravocrata.
Embora, como naturalista, pretenda manter uma atitude
científica, objetiva e imparcial na descrição do homem e
da sociedade, nele frequentemente reponta o romantismo
subjacente, no tom polêmico com que combate, por
exemplo, o clericalismo, no apaixonamento com que
descreve os males sociais, e em toques de lirismo e
patético diante de personagens vítimas da fatalidade da
condição humana.
Esse conjunto de características descreve o mundo literário
de:
a.
Raul Pompéia.
b.
Machado de Assis.
c.
Aluísio Azevedo.
d.
Inglês de Sousa.
e.
Júlio Ribeiro.
e.
não se atém a reflexões críticas em relação ao
contexto social.
27. (MACK-SP) Assinale
respeito de O Ateneu.
a
alternativa incorreta a
a.
Por apresentar uma estrutura bastante eclética,
não se trata de um romance que tem uma
classificação rigorosa como representante de uma
ou outra tendência literária.
b.
Tem como narrador em primeira pessoa, Sérgio,
que relata fatos ocorridos com ele no passado.
c.
A ação desse romance transcorre no ambiente
fechado de um internato, onde convivem crianças,
adolescentes, professores e empregados.
d.
A maioria das personagens do romance é
apresentada de uma forma caricatural, realçando
seus aspectos negativos.
e.
Em função de uma narrativa mais dinâmica, o
autor abre mão da análise psicológica de
personagens.
28. (FUVEST-SP) Assinale a alternativa correta a respeito
de O Ateneu, romance de Raul Pompéia:
a.
romance de formação que avalia a experiência
colegial, por meio de Sérgio, alter-ego do autor.
b.
romance romântico que explora as relações
pessoais de adolescentes no colégio, acenando
para o homossexualismo latente.
c.
romance naturalista que retrata a tirania do diretor
do colégio e o materialismo de sua mulher com os
alunos.
d.
romance realista que apresenta um padrão de
excelência da escola brasileira do final do
Império.
e.
romance da escola do Brasil no final do Império,
cuja falência vem assinalada pelo incêndio do
prédio, no final da narrativa.
26. (PUC-RS) Sobre O Ateneu, de Raul Pompéia, é
correto afirmar que:
a.
apresenta todas as características do Realismo,
exceto a influência do meio sobre o
comportamento do indivíduo.
b.
tem como matéria-prima as recordações e
impressões da personagem principal.
29. (FESP) Identifique o movimento literário, o autor e a
obra que traz como dedicatória a seguinte frase:
c.
constitui-se num documento fotográfico da
realidade objetiva.
"Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu
cadáver dedico como lembrança estas..."
d.
segue uma ordem cronológica, apoiando-se no
real.
a.
Realismo, Machado de
póstumas de Brás Cubas
Assis,
Memórias
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b.
Naturalismo, Aluísio Azevedo, O mulato.
c.
Naturalismo, Júlio Ribeiro, A carne.
d.
Pré-Modernismo, Lima Barreto, Triste fim de
Policarpo Quaresma.
e.
a.
pessimismo com que trata as personagens que
ocupam postos privilegiados na sociedade
burguesa, diferentemente do modo como lida com
indivíduos socialmente carentes.
b.
uso da ironia como arma de combate às
tendências estéticas do Romantismo, de que
nunca sofreu influência.
c.
a fixação nos problemas sentimentais, entendidos
como única causa da conduta humana.
d.
a tendência à idealização das personagens,
herança do Romantismo.
e.
a tentativa de compreender a natureza humana
naquilo que tem de universal.
Romantismo, Álvares de Azevedo, Lembrança de
morrer.
30. (UnB-DF) De Machado de Assis pode-se afirmar que:
a.
em sua prosa, o homem quase desaparece e
sobreleva a descrição das personagens.
b.
seu romance Ressurreição, de 1872, inicia a
segunda fase do autor, a qual se caracteriza pela
dimensão intimista.
c.
na trilogia Memórias póstumas de
Quincas Borba e Dom Casmurro, o
o tema do adultério, elaborando
suspeitas que se sustentam na
feminina.
32. (FUVEST-SP) [Leia o texto da questão anterior.]
Brás Cubas,
autor explora
uma teia de
dissimulação
d.
como ficcionista inicia-se como romântico e
evolui para o Realismo.
e.
como poeta seus primeiros livros são de caráter
simbolista.
f.
em seus primeiros livros de versos, veem-se
influências de Gonçalves Dias, Lamartine e
Baudelaire.
g.
sua prosa romântica caracteriza-se
transbordamento sentimental
h.
reproduz nos diálogos de suas personagens a
linguagem popular.
pelo
Do ponto de vista da composição, é correto afirmar que o
capítulo "Filosofia dos epitáfios":
a.
é predominantemente dissertativo, servindo os
dados do enredo e do ambiente como fundo para a
digressão.
b.
é predominantemente descritivo, com a suspensão
do curso da história dando lugar à construção do
cenário.
c.
equilibra em harmonia a narração, à medida que
faz avançar a história e cria o cenário de sua
ambientação.
d.
é predominantemente narrativo, visto que o
narrador evoca os acontecimentos que marcaram
sua saída.
e.
equilibra narração e dissertação, com o uso do
discurso indireto para registrar as impressões que
o ambiente provoca no narrador.
31. (USP-SP)
"Filosofia dos epitáfios
E, aliás, gosto dos epitáfios; eles são, entre a gente
civilizada, uma expressão daquele pio e secreto egoísmo
que induz o homem a arrancar à morte um farrapo ao
menos da sombra que passou. Daí vem, talvez, a tristeza
inconsolável dos que sabem os seus mortos na vala
comum; parece-lhes que a podridão anônima os alcança a
eles mesmos."
O fragmento acima, de Memórias póstumas de Brás
Cubas, exemplifica a seguinte característica de seu autor:
33. (UFGO) Com relação a Machado de Assis, podem-se
fazer as seguintes afirmações:
a.
literariamente, sua obra inclui contos, poesias e
romances.
b.
os seus romances da fase realista incluem Dom
Casmurro, Memórias póstumas de Brás Cubas,
Helena e Quincas Borba.
c.
Machado de Assis dá muita importância à
paisagem natural da cidade do Rio de Janeiro,
onde suas narrativas transcorrem, descrevendo-a
com colorido e detalhe.
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d.
Memórias póstumas de Brás Cubas é considerado
o livro-marco na obra machadiana, a partir do
qual inicia sua fase mais profunda e madura.
e.
a visão de mundo de Machado, como se
depreende da leitura de seus romances e contos, é
irônica, pessimista e crítica.
f.
com respeito ao estilo, Machado de Assis
introduz um elemento pouco comum na literatura
de sua época, que é a conversa que o
autor/narrador mantém a todo momento com o
leitor.
34. (ITA-SP)
"Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles,
'olhos de cigana oblíqua e dissimulada'. Eu não sabia o que
era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria verse se
podiam chamar assim [...] deixou-se fitar e examinar. Só
me perguntara o que era, se nunca os vira; eu nada achei
de extraordinário; a cor e a doçura eram minhas
conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu
outra ideia do meu intento; imaginou que era um pretexto
para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos,
constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a
ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão
que..."
O excerto faz parte do romance ....., cuja principal
personagem feminina é ..... .
a.
Memórias póstumas de Brás Cubas – Virgília.
b.
Dona Flor e seus dois maridos – Dona Flor.
c.
Dom Casmurro – Capitu.
d.
cortiço – Rita Baiana.
e.
Senhora – Aurélia.
35. (MACK-SP) Sobre Dom Casmurro é correto afirmar
que:
a.
a partir dos ciúmes de Sancha, Escobar deixa de
frequentar a casa de Bentinho e Capitu.
b.
Ezequiel, sem qualquer sombra de dúvida,
apresenta semelhança física com Escobar.
c.
toda a narrativa é parcial, pois se desenvolve a
partir da ótica da personagem-narrador, ou seja,
Bentinho.
d.
Capitu, devido a seus "olhos de ressaca", deixa
claro o adultério cometido.
e.
Dona glória, mãe de Bentinho, devido aos
conselhos de José Dias, não chega a mandar o
filho para o seminário.
36. (PUC-RS)
"Em vez de ir ao espelho, que pensais que fez Capitu? Não
vos esqueçais que estava sentada de costas para mim.
Capitu derreou a cabeça, a tal ponto que me foi preciso
acudir com as mãos e ampará-la; o espaldar da cadeira era
baixo. Inclinei-me depois sobre ela, rosto a rosto, mas
trocados, os olhos de um na linha da boca do outro. Pedilhe que levantasse a cabeça, podia ficar tonta, machucar o
pescoço. Cheguei a dizer que estava feia; nem esta razão a
moveu."
Na fase da análise psicológica e social, a ficção de
Machado de Assis salienta, como ilustra o texto transcrito
a:
a.
hipocrisia social.
b.
vaidade egoística.
c.
ambiguidade feminina.
d.
impossibilidade amorosa.
e.
insanidade velada.
37. (UNIOESTE-PR)
"Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de
réis [...]"
Neste trecho, de Memórias póstumas de Brás Cubas,
Machado de Assis:
a.
surpreende o leitor com um vocabulário exótico e
comparações inesperadas.
b.
dá
seu
depoimento
autobiográfico
e
impressionista, através de um estilo rebuscado e
colorido.
c.
explora com muita felicidade a "psicologia
feminina", razão pela qual foi aceito com
entusiasmo pelo público ansioso de uma literatura
romântica.
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d.
focaliza o emergente proletariado fluminense e os
interesses ocultos por trás de suas ações
aparentemente triviais.
e.
dá um exemplo da ironia e do humor
característicos de sua obra, frutos de um profundo
pessimismo.
e.
Enfatiza
os
personagens.
aspectos
Questões de 1 a 40
38. (UFMS) A ação de quase todas as narrativas realistas
de Machado de Assis se passa:
a.
b.
c.
d.
e.
em províncias fictícias, nos últimos anos do
Brasil-Império.
no Rio de janeiro, no decênio que precedeu a
Primeira Grande Guerra.
em várias regiões do Brasil, no primeiro período
republicano.
no Rio de Janeiro, ao tempo do Império e da
Primeira República.
no Rio de Janeiro, nos anos em que se preparava a
Independência.
1.
b
2.
e
3.
b
4.
e
5.
b
6.
a
7.
d
8.
b
9.
b
10. b
11. e
39. (UFCE - adaptada) Assinale as afirmativas corretas
relativamente à personalidade literária de Machado de
Assis.
a.
Iniciou sua carreira literária sob o signo do
Romantismo.
b.
Em seus romances Helena e Iaiá Garcia, ainda se
encontra esteticamente vinculado à maneira
romântica.
12. b
13. a=d; b=a
14. a=V; b=V; c=F; d=V; e=F
15. a
16. e
17. b
c.
autor repartiu sua produção por vários gêneros,
atingindo o ponto mais alto na crítica literária.
d.
A obra poética do autor revela-o como um criador
de fina sensibilidade.
e.
Na linha do romance psicológico, afirma-se o
autor como um dos pioneiros da ficção brasileira.
18. b
19. c
20. a
40. (UEM-PR) Assinale a alternativa incorreta sobre
Machado de Assis.
21. a=d; b=e
22. c
23. b
a.
Estilo sóbrio, com descrições moderadas.
24. d
b.
Linguagem vibrante, cheia de metáforas.
25. c
c.
Senso de humor sutil e velado.
26. b
d.
Personalidade um tanto melancólica, pessimista.
27. e
psicológicos
das
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Aula 01
28. a
da hereditariedade e o seu comportamento é fruto
29. a
da educação e do meio em que vive e sobre o qual age.
30. c
A perspectiva evolucionista de Charles Darwin inspirava
os
31. e
naturalistas,
que
acreditavam
ser
a Seleção
Natural impulsionadora da transformação das espécies.
32. a
Assim, predomina nesse tipo de romance o instinto, o
33. a
fisiológico e o natural, retratando a agressividade, a
violência, o erotismo como elementos que compõem a
34. c
personalidade humana.
35. c
Ao lado de Darwin, Hippolyte Taine e Auguste Comte
36. c
influenciaram de modo definitivo a estética naturalista.
37. e
Os autores naturalistas criavam narradores omniscientes e
38. d
impassíveis para dar apoio à teoria na qual acreditavam.
Exploravam temas como a homossexualidade, o incesto, o
39. b
desequilíbrio que leva à loucura, criando personagens que
eram dominados pelos seus instintos e desejos, pois viam
40. b
no comportamento do ser humano traços da sua natureza
Naturalismo
animal.
Naturalismo (não
confundir
com naturismo ou
com filosofia naturalista) é uma escola literária conhecida
por ser a radicalização do Realismo, baseando-se na
observação fiel da realidade e na experiência, mostrando
que o indivíduo é determinado pelo ambiente e
pela hereditariedade. A escola esboçou o que se pode
No Brasil, a prosa naturalista foi influenciada por Aluísio
Azevedo com a obra O mulato, publicado em 1881. Esta
marcou o início do Naturalismo brasileiro e a obra O
cortiço, também de sua autoria, marcou essa tendência.
Características gerais
Impessoalidade / Linguagem simples e enxuta
declarar como os primeiros passos do pensamento
teórico evolucionista de Charles Darwin.
O naturalismo como
forma
1. Engajamento literário (o autor tenta convencer o
de
leitor)
conceber
o universo constitui um dos pilares da ciência moderna,
2. Determinismo (o homem é fruto do meio/ raça/
sendo alvo de considerações também de ordem filosófica.
momento)
3. Darwinismo social
Literatura
4. Positivismo / Cientificismo exagerado
Os romances naturalistas destacam-se pela abordagem
extremamente aberta do sexo e pelo uso da linguagem
falada.
O
resultado
extraordinariamente
é
um
verdadeiro,
diálogo
que
na
vivo
época
e
Ambiente e personagens
Ambiente restrito como microcosmo de toda a
sociedade
foi
considerado até chocante de tão inovador. Ao ler uma obra

Preferência por grupos humanos marginalizados
naturalista, tem-se a impressão de se estar a ler uma obra

Patologias sociais (prostituição, traição, incesto)
contemporânea, que acabou de ser escrita. Os naturalistas

Animalização / Zoomorfização dos personagens
acreditavam que o indivíduo é um mero produto
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Émile Zola
necessidade de extrair lições. Minha obra não é
publicitária nem representa um partido político. Minha
obra representa a verdade".
Em 1880, Nana é lançado e faz grande sucesso. Aborda
um tema ousado: a prostituição de luxo.
Em 1881 Zola lança sua obra-prima Germinal. Para
escrevê-lo, o autor não se contentou com a pesquisa, foi
direto à fonte. Passou dois meses trabalhando como
mineiro na extração de carvão. Viveu com os mineiros,
comeu e bebeu nas mesmas tavernas para se familiarizar
Émile Zola, grande precursor do Naturalismo.
O francês Émile Zola foi o idealizador do naturalismo e o
escritor que mais se identificou com ele. O romance
experimental (1880) é considerado o manifesto literário do
com o meio. Sentiu na carne o trabalho sacrificado, a
dificuldade em empurrar um vagonete cheio de carvão, o
problema do calor e a umidade dentro da mina, o trabalho
insano que era necessário para escavar o carvão, a
movimento.
promiscuidade das moradias, o baixo salário e a fome.
As leituras de Zola sobre a teoria evolucionista de Darwin
Além do mais, acompanhou de perto a greve dos mineiros,
(a Origem das espécies foi publicada em 1859), A filosofia
por isso sua narração é tão impactante. A força de
da
Germinal causou enorme repercussão, consagrando Émile
arte (1865),
"um
grande
estudo
fisiológico
e
psicológico". O que Claude Bernard tinha desvendado no
Zola como um dos maiores escritores de todos os tempos.
corpo humano, Zola iria desvendar na sociedade. A título
de curiosidade, conta-se que Zola pouco mais teve que
Teatro
fazer do que substituir as palavras médico por romancista
No teatro, o naturalismo exerceu mudanças marcantes,
do
médicine
com o surgimento do diretor, do cenógrafo e do figurinista.
experimentale" (Claude Bernard) para poder escrever a sua
Até então, o próprio ator escolhia suas roupas, um único
obra "Le Roman Expérimental", de 1880. Outras
cenário era usado para diversas montagens, e não estava
influências fortes sobre seu trabalho, nesse sentido, seriam
definida a posição do diretor como coordenador de todas
a obra de Honoré de Balzac (que havia realizado uma
as funções. A iluminação passou a ser mais estudada e
verdadeira radiografia da sociedade francesa com a série
adotou-se a sonoplastia. É um radicalismo do Realismo.
livro
"Introduction
a
l'étude
de
la
de romances. A comédia humana, concluída em 1846) e as
ideias
socialistas
em
ascensão
Pintura
(O Manifesto
Comunista de Karl Marx e Friederich Engels é de 1848).
Na pintura, um exemplo naturalista é o famoso quadro
Em 1871, Zola dava início a seu grande projeto, a série Os
de Van Gogh, Os Comedores de batatas (1885).
Rougon-Macquart.
Naturalismo em Portugal e no Brasil
A repercussão na imprensa do êxito de A taverna (1876)
levou Zola a responder à crítica da seguinte forma: "Estou
sendo considerado um escritor democrático, simpatizante
do socialismo, mas não gosto de rótulos. Se quiserem me
classificar, digam que sou naturalista. Vocês se espantam
com as cores verdadeiras e tristes que uso para pintar a
classe operária, mas elas expressam a realidade. Eu apenas
traduzo em palavras o que vejo; deixo para os moralistas a
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Aula 01
Horácio de Carvalho, autor naturalista.
No Brasil, as primeiras obras naturalistas são publicadas
em 1880, sendo influenciadas pela leitura de Émile Zola.
O
primeiro
romance
éO
mulato (1881)
do
III. "Os maiores representantes da estética
realista/naturalista no Brasil foram: Machado de
Assis, Aluísio Azevedo e Raul Pompéia."
IV. "Poderíamos citar como característica da estética
realista: o individualismo, a linguagem erudita e a
visão fantasiosa da sociedade."
maranhense Aluísio de Azevedo, o escritor que melhor
representa a corrente literária do naturalismo brasileiro.
Além dessa obra, foi o responsável pela criação de um dos
Verificamos que em relação ao Realismo/naturalismo está
(estão) correta (corretas):
maiores marcos da literatura brasileira: O cortiço.
a.
apenas I e II.
A recepção crítica da teoria naturalista de Zola fez-se
b.
apenas I e III.
c.
apenas II e IV.
d.
apenas II e III.
e.
apenas III e IV.
em Portugal por
intermédio
de
autores
como Júlio
Lourenço Pinto (1842-1907), José António dos Reis
Dâmaso (1850-1895), António José da Silva Pinto (18481911), Alexandre da Conceição (1842-1889), Teixeira de
Queirós (1848-1919), autor das séries Comédia do Campo
e Comédia Burguesa, e o mais destacado deles, Abel
Botelho, (1854-1917), criador da série Patologia Social,
ou Carlos
Malheiro
Dias (1875-1941)
tentariam
a
aplicação do Naturalismo ao conto e ao romance.
Pela primeira vez, a literatura pôs em primeiro plano o
pobre,
o
homossexual,
os
negros
e
os
2. (USF-SP) Pode-se entender o Naturalismo como uma
particularização do Realismo que:
a.
se volta para a Natureza a fim de analisar-lhe os
processos cíclicos de renovação.
b.
pretende expressar com naturalidade a vida
simples dos homens rústicos nas comunidades
primitivas.
c.
defende a arte pela arte, isto é, desvinculada de
compromissos com a realidade social.
d.
analisa as perversões sexuais, condenando-as em
nome da moral religiosa.
e.
estabelece um nexo de causa e efeito entre alguns
fatores sociológicos e biológicos e a conduta das
personagens.
mulatos
discriminados.
Os
representantes
do Brasil foram Aluísio
Azevedo, Horácio de Carvalho, Inglês de Souza, Júlio
Ribeiro, Emília Bandeira de Melo, Adolfo Caminha, Pápi
Júnior, Rodolfo Teófilo, Carneiro Vilela, Faria Neves
Sobrinho, Manoel Arão entre vários outros.
Questões de 1 a 40
1.
(FEI-SP) Leia atentamente:
I. "Segunda Revolução Industrial, o cientificismo, o
progresso tecnológico, o socialismo utópico, a
filosofia positivista de Auguste Comte, o
evolucionismo formam o contexto sociopolíticoeconômico-filosófico-científico
em
que
se
desenvolveu a estética realista."
II. "O escritor realista acerca-se dos objetos e das
pessoas de um modo pessoal, apoiando-se na
intuição e nos sentimentos."
3. (UCS-RS) Embora tradicionalmente se considere o ano
de 1893 como data final do Realismo e suas manifestações
no Brasil, sabe-se que, na verdade, durante os primeiros
vinte anos do século XX, essa estética desenvolveu-se
paralelamente:
a.
ao Romantismo e ao Parnasianismo.
b.
ao Pré-Modernismo e ao Modernismo.
c.
ao Simbolismo e ao Modernismo.
d.
ao Simbolismo e ao Pré-Modernismo.
e.
ao Parnasianismo e ao Modernismo.
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4. (MACK-SP) O cientificismo comunicou feitio próprio
ao Realismo-Naturalismo. Assinale a alternativa
que não apresenta o cientista e a respectiva teoria
científica ou filosófica correspondentes à época daquele
movimento literário.
a.
Darwin – Teoria da evolução das espécies e sua
revolução biológica.
b.
Comte – Teoria positivista, que explica todos os
fenômenos sujeitos às leis naturais.
c.
Taine – Teoria do ambientalismo determinante: a
obra de arte como produto do meio, momento e
raça.
d.
Claude Bernard - Teorias da medicina
experimental, mostrando a importância da
fisiologia no comportamento do indivíduo.
e.
Kant – Teoria segundo a qual a razão constrói o
mundo da ciência servindo-se das aparências das
coisas, formas de nossa sensibilidade.
8. determinismo biológico ou social.
a.
1, 2, 3, 5, 7, 8.
b.
1, 3, 4, 5, 8.
c.
2, 3, 4, 6, 7,
d.
3, 4, 5, 6, 8.
e.
2, 3, 4, 5, 8.
6. (FGV-SP) Há, no romance brasileiro do século XIX,
um filão que se caracteriza por criar quadros da sociedade
carioca, com visão crítica dessa sociedade, e "perfis
femininos", que foram inicialmente esboços de análise
psicológica. Nele podemos incluir autores de momentos
diferentes como:
a.
Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar e
Machado de Assis.
b.
Joaquim Manuel de Macedo, Martins Pena e
Manuel Antônio de Almeida.
c.
José de Alencar, Machado de Assis e Álvares de
Azevedo.
d.
Martins Pena, Machado de Assis e Álvares de
Azevedo.
e.
Manuel Antônio de Almeida, Martins Pena e José
de Alencar.
5. (UFPR) Eça de Queirós afirmava:
"O Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do
homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos –
para nos conhecermos, para que saibamos se somos
verdadeiros ou falsos, para condenar o que houver de mau
na nossa sociedade."
Para realizar essa proposta literária, quais os recursos
utilizados no discurso realista? Selecione-os na relação
abaixo e depois assinale a alternativa que os contém:
1. Preocupação revolucionária, atitude de crítica e de
combate;
2. imaginação criadora;
3. personagens fruto da observação; tipos concretos e
vivos;
7. (MACK-SP) Assinale a alternativa incorreta sobre a
prosa naturalista:
a.
As personagens expressam a dependência do
homem às leis naturais.
b.
estilo caracteriza-se por um descritivismo intenso,
capaz de refletir a visualização pictórica dos
ambientes.
c.
Os tipos são muito bem delimitados, física e
moralmente,
compondo
verdadeiras
representações caricaturais.
d.
Tem como objetivo maior aprofundar a dimensão
psicológica das personagens.
e.
comportamento das personagens e sua
movimentação no espaço determinam-lhe a
condição narrativa.
4. linguagem natural, sem rebuscamentos;
5. preocupação com mensagem que revela concepção
materialista do homem;
6. senso de mistério;
7. retorno ao passado;
8. (UFPR)
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"Marcas de lona suspensas em varais de ferro, umas sobre
as outras, encardidas com panos de cozinha, oscilavam à
luz moribunda e macilenta das lanternas. Imagine-se o
porão do navio mercante carregado de miséria. No
intervalo das peças, na meia escuridão dos recôncavos
moviam-se corpos seminus, indistintos. Respirava-se um
odor nauseabundo de cárcere, um cheiro acre de suor
humano diluído em urina e alcatrão. Negros, de boca
aberta, roncavam profundamente, contorcendo-se na
inconsciência do sono."
Com relação a esse fragmento da obra Bom-Crioulo, de
Adolfo Caminha, é correto afirmar que apresenta a(s)
seguinte(s) característica(s) naturalista(s):
IX.
Tentativa de impessoalidade em relação à voz
narrativa.
IX.
Despreocupação com pormenores descritivos, o
que torna o ritmo narrativo extremamente rápido.
IX.
Subjetividade na descrição do espaço.
IX.
Valorização de ambientes exóticos, objetivando a
recuperação estética das figuras marginalizadas
socialmente.
XXII.
Preferência por espaços miseráveis e socialmente
inferiores.
Está correta a sequência:
a.
I, II e V.
b.
I, IV e V.
c.
II, III e IV.
d.
I, II, III, IV. e V.
e.
II, III e V.
a.
Uma compreensão psicológica do Homem.
b.
Uma compreensão biológica do Mundo.
c.
Uma concepção idealista do Universo.
d.
Uma concepção religiosa da Vida.
e.
Uma visão sentimental da Natureza.
10. (FEI-SP)
"Desnudam-se as mazelas da vida pública e os contrastes
da vida íntima; e buscam-se para ambas causas naturais
(raça, clima, temperamento) ou culturais (meio e
educação), que lhes reduzem de muito a área de liberdade.
O escritor tomará a sério as suas personagens e se sentirá
no dever de descobrir-lhes a verdade, no sentido positivista
de dissecar os móveis do seu comportamento." (Alfredo
Bosi)
O texto refere-se ao:
a.
Romantismo
b.
Realismo.
c.
Simbolismo.
d.
Parnasianismo.
e.
Modernismo.
11. (F. Objetivo-SP) Analise o seguinte fragmento e
responda:
"A primeira que se pôs a lavar foi a Leandra, por alcunha a
Machona, portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e
grossos..." (Aluísio Azevedo)
Descrição de personagens pela acentuação de caracteres
biológicos e raciais é característica do:
9. (FUVEST-SP)
"E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade
quente e lodosa, começou a minhocar, e esfervilhar, a
crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração, que
parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, a
multiplicar-se como larvas no esterco."
O fragmento de O cortiço, romance de Aluísio Azevedo,
apresenta uma característica fundamental do Naturalismo.
Qual?
a.
Romantismo.
b.
Realismo.
c.
Modernismo.
d.
Impressionismo.
e.
Naturalismo.
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12. (PUC-RJ) Estão relacionadas a seguir características
de movimentos literários. Delas, apenas uma não se refere
ao Naturalismo. Qual?
a.
Busca da objetividade científica.
b.
Idealização da natureza.
c.
Determinismo biológico.
d.
Tematização do psicológico.
e.
Aplicação do método experimental.
13. (F.M. Santa Casa-SP) As questões A e B referem-se
ao mesmo conjunto de textos.
a.
b.
c.
d.
"Daí a um mês manifestaram-se claramente os
efeitos da pisadela e do beliscão; sete meses
depois teve a Maria um filho, formidável menino
de quase três palmos de comprimento, gordo,
vermelho, cabeludo, esperneador e chorão; o qual,
logo depois que nasceu, mamou duas horas
seguidas sem largar o peito."
"O jornal publicava também parte do relatório do
médico legista, cavalheiro de honestidade e
cultura reconhecidas, já então um dos grandes
sociólogos e etnógrafos do país, relatório que
provava que Volta Seca era um tipo
absolutamente normal e que se virara cangaceiro
e matara tantos homens e com tamanha crueldade
não fora provocação de nascença. Fora o
ambiente..."
"O testamento, que só apareceu e foi aberto
depois do enterro, contemplava com dez contos
de réis o afilhado do morto; o mais era distribuído
por hospitais e asilos."
"– Está segura! – exclamou o rapaz, sacudido por
estas ideias. O sangue saltava-lhe no corpo;
aquela aventura se lhe afigurava a melhor de sua
vida; seu orgulho pueril, de namorador vulgar,
espinoteava qual potro que se pilha às soltas no
prado verdejante e proibido. As outras conquistas
vinham logo chamadas por aquelas, e todas as
vítimas de sua sensualidade, ou as cúmplices do
seu temperamento e da sua má educação,
enfileiravam-se defronte dele, como um submisso
batalhão de prisioneiros."
B. O realismo que isola Manuel Antônio de Almeida no
panorama do romance romântico provém, em parte, das
linhas caricaturais que desenha sua variada galeria de
personagens. Identifique o excerto de sua autoria.
14. (COVEST-PE) Assinale V para verdadeiro e F para
falso. Sobre o Realismo/Naturalismo brasileiro:
a.
Pode-se dizer que uma das maiores influências
sofridas foi a do Positivismo.
b.
Por razões de dependência cultural, nosso
Realismo apresenta, de modo geral, as mesmas
características do Realismo francês.
c.
Uma das principais diferenças entre o
Romantismo e o Realismo brasileiros é que o
Realismo tem uma visão idealizada da realidade e
o Romantismo tenta descrever a realidade tal qual
é.
d.
Os naturalistas mostram, em seus romances, que o
homem é determinado pelo meio e pelo momento
histórico.
e.
regionalismo, iniciado com O sertanejo, de José
de Alencar, é um exemplo típico do Naturalismo
brasileiro.
15. (COVEST-PE) Relacione a coluna I com a coluna II.
Coluna I
(1) Valorizou o indianismo com intuito nativista.
(2) Idealizou a vida campestre com verdadeiro estado de
poesia.
(3) Analisou o momento histórico, revelando-o em sua
miséria moral e econômica.
Coluna II
Realismo
Romantismo
Arcadismo
A. Para os autores naturalistas, os fatores biológicos,
reforçados por outros de ordem social, determinariam o
destino das criaturas. Identifique o excerto de autor
naturalista.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a.
3, 1, 2.
b.
3, 2, 1.
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c.
2, 3, 1.
d.
2, 1, 3.
e.
1, 3, 2.
16. (UCBA) É possível caracterizar o romance naturalista
por vários traços, entre os quais o fato de que nele:
a.
b.
c.
d.
as ações dos homens são consideradas resultantes
de um compromisso moral entre o ser humano
e as forças espirituais, que transcendem a matéria
e tendem ao eterno.
há preferência por temas sociais e psicológicos,
visto que o objetivo maior dessa corrente literária
é a análise percuciente das causas e
consequências dos fatos históricos.
se observa uma intenção consciente do escritor no
sentido de imprimir à narração um cunho
animista, necessário para explicar a relação entre
o homem e a natureza.
a narração exalta o homem metafísico, em
oposição ao homem animal, cujas ações e
intenções o escritor analisa e condena, na medida
em que defende uma conduta ética.
movimentos irascíveis, mordiam o ar, querendo morder os
mosquitos."
Nesse trecho naturalista, Aluísio Azevedo enfatiza a:
a.
patologia social.
b.
brutalidade do cotidiano.
c.
despreocupação ética.
d.
força da hereditariedade.
e.
ação do meio social.
19. (MACK-SP) O romance naturalista de Aluísio
Azevedo, em sua busca de verossimilhança, baseou-se,
mais de uma vez, em fatos realmente ocorridos.
O "caso Capistrano" foi um crime que frequentou a crônica
policial carioca da época, ocorrido por questões de honra.
Tal fato teria sido explorado em:
a.
mulato.
b.
Uma lágrima de mulher.
escritor evita julgar ações e personagens de um
ponto de vista ético ou moral, pois seu intuito é
expor e analisar cientificamente a realidade.
c.
Casa de pensão.
d.
A mortalha de Alzira.
17. (MACK-SP) Várias características do Realismo estão
intimamente ligadas ao momento histórico, refletindo,
dessa forma, as posturas:
e.
cortiço.
e.
a.
nacionalista e positivista.
b.
positivista e evolucionista.
c.
evolucionista e sentimentalista.
d.
neoclassicista e socialista.
e.
bucólica e antropocêntrica.
20. (FEI-SP) Observe o fragmento abaixo, pertencente a
conhecida obra naturalista:
"Uma escrava cafuza, a quitandeira Bertoleza, que lhe
fornecia a comida, tendo perdido o homem com quem
vivia amigada, recebe bem a aproximação de João Romão,
logo tornado seu procurador e conselheiro."
Estamos nos referindo a:
a.
Aluísio Azevedo – O cortiço.
b.
Aluísio Azevedo – Casa de pensão.
c.
Aluísio Azevedo – O mulato.
d.
Machado de Assis – Quincas Borba.
e.
Raul Pompéia – Canções sem metro.
18. (PUC-RS)
"[...] uma preta velha, vergada por imenso tabuleiro de
madeira, sujo, seboso, cheio de sangue e coberto por uma
nuvem de moscas, apregoava em tom arrastado e
melancólico: 'Fígado, rins e coração'. Era uma vendedeira
de fatos de boi. [...] os cães, estendidos pelas calçadas,
tinham uivos que pareciam gemidos humanos,
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21. (COVEST-PE) Os textos I e II referem-se às questões
A e B seguintes.
I. "[...] a sua pele, cor de cobre, brilhava com reflexos
dourados; [...] a pupila negra, móbil, cintilante; a boca
forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos [...]
Era de alta estatura; tinha as mãos delicadas; a perna ágil e
nervosa [...], apoiava-se sobre um pé pequeno, mas firme
no andar e veloz na corrida.
Segurava o arco e as flechas com a mão direita caída..."
II. "[Bertoleza] devia ser esmagada, devia ser suprimida
[...] ela era o torpe balcão da primitiva bodega; era o
aladroado vintenzinho de manteiga em papel pardo; era o
peixe trazido da praia e vendido à noite ao lado do
fogareiro à porta da taberna; era o frege imundo [...]; era o
sono roncado num colchão fétido, cheio de bichos..."
A. Pelas características que apresentam, os dois textos
anteriores são, respectivamente:
22. (FGV-SP) A respeito do autor de O Ateneu, disse
Mário de Andrade: "Raul Pompéia, inconscientemente, foi
a última e derradeiramente legítima expressão do barroco
entre nós". Referia-se, com essas palavras, ao:
a.
tema nitidamente
romance.
barroco
b.
fato de que Raul Pompéia viveu no fim da era
barroca.
c.
requinte verbal da linguagem de Pompéia.
d.
espírito religioso da obra.
e.
caráter moralista da narração.
a.
do livre-arbítrio religioso.
barroco e realista.
b.
do determinismo científico.
b.
moderno e moderno.
c.
do sentimentalismo romântico.
c.
moderno e naturalista.
d.
do culto à natureza.
d.
romântico e naturalista.
e.
do ideário modernista.
e.
romântico e moderno.
a.
b.
c.
d.
e.
texto I revela a profunda contradição existente em
querer valorizar o nacional sem perder de vista os
valores e padrões europeus.
texto I é descritivo e a exagerada subjetivação
apresenta a personagem como um ser imponente,
idealizado.
As metáforas que caracterizam a personagem do
texto II são exemplos da linguagem rude que
Aluísio Azevedo utiliza em seus livros.
A atmosfera de morbidez criada no texto II
contraria os princípios do estilo de época que o
texto I representa.
os dois textos são típicos do Modernismo, pois os
escritores modernos amavam demais a liberdade,
podendo, portanto, embelezar ou enfear o que
quisessem.
no
23. (FGV-SP) No romance O cortiço, Aluísio Azevedo
estabelece uma forte ligação entre o meio em que vivem as
personagens e sua vida material, moral e psicológica. Tal
relação apoia-se nos princípios:
a.
B. Assinale a única alternativa errada:
desenvolvido
24. (PUC-RS) A redução dos seres humanos ao nível
animal, a natureza humana vista como uma selva onde os
fortes, representados por João Romão, devoram os fracos,
são princípios básicos do romance ..... de ..... .
a.
A mortalha de Alzira – Aluísio Azevedo.
b.
Memorial de Aires – Machado de Assis
c.
Casa de pensão – Aluísio Azevedo.
d.
cortiço – Aluísio Azevedo.
e.
Esaú e Jacó – Machado de Assis.
25. (CESESP-PE) Leia os textos seguintes:
Seus romances dividem-se em dois grupos, não porém em
duas fases, alternando-se os românticos e os naturalistas.
"É como romancista social que melhor se afirmou o [seu]
talento. É o escritor apaixonado, o artista combativo,
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classificação rigorosa como representante de uma
ou outra tendência literária.
pondo a nu os problemas sociais e morais da realidade
brasileira do seu tempo."
em um dos principais romances, descreve a lenta ascensão
do mestiço brasileiro, em sua participação no campo
intelectual, político e social, dificultada pelos preconceitos
duma aristocracia latifundiária e escravocrata.
Embora, como naturalista, pretenda manter uma atitude
científica, objetiva e imparcial na descrição do homem e
da sociedade, nele frequentemente reponta o romantismo
subjacente, no tom polêmico com que combate, por
exemplo, o clericalismo, no apaixonamento com que
descreve os males sociais, e em toques de lirismo e
patético diante de personagens vítimas da fatalidade da
condição humana.
Esse conjunto de características descreve o mundo literário
de:
a.
Raul Pompéia.
b.
Machado de Assis.
c.
Aluísio Azevedo.
d.
Inglês de Sousa.
e.
Júlio Ribeiro.
b.
Tem como narrador em primeira pessoa, Sérgio,
que relata fatos ocorridos com ele no passado.
c.
A ação desse romance transcorre no ambiente
fechado de um internato, onde convivem crianças,
adolescentes, professores e empregados.
d.
A maioria das personagens do romance é
apresentada de uma forma caricatural, realçando
seus aspectos negativos.
e.
Em função de uma narrativa mais dinâmica, o
autor abre mão da análise psicológica de
personagens.
28. (FUVEST-SP) Assinale a alternativa correta a respeito
de O Ateneu, romance de Raul Pompéia:
a.
romance de formação que avalia a experiência
colegial, por meio de Sérgio, alter-ego do autor.
b.
romance romântico que explora as relações
pessoais de adolescentes no colégio, acenando
para o homossexualismo latente.
c.
romance naturalista que retrata a tirania do diretor
do colégio e o materialismo de sua mulher com os
alunos.
d.
romance realista que apresenta um padrão de
excelência da escola brasileira do final do
Império.
e.
romance da escola do Brasil no final do Império,
cuja falência vem assinalada pelo incêndio do
prédio, no final da narrativa.
26. (PUC-RS) Sobre O Ateneu, de Raul Pompéia, é
correto afirmar que:
a.
apresenta todas as características do Realismo,
exceto a influência do meio sobre o
comportamento do indivíduo.
b.
tem como matéria-prima as recordações e
impressões da personagem principal.
c.
constitui-se num documento fotográfico da
realidade objetiva.
d.
segue uma ordem cronológica, apoiando-se no
real.
a.
Realismo, Machado de
póstumas de Brás Cubas
e.
não se atém a reflexões críticas em relação ao
contexto social.
b.
Naturalismo, Aluísio Azevedo, O mulato.
c.
Naturalismo, Júlio Ribeiro, A carne.
d.
Pré-Modernismo, Lima Barreto, Triste fim de
Policarpo Quaresma.
e.
Romantismo, Álvares de Azevedo, Lembrança de
morrer.
27. (MACK-SP) Assinale
respeito de O Ateneu.
a.
a
29. (FESP) Identifique o movimento literário, o autor e a
obra que traz como dedicatória a seguinte frase:
"Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu
cadáver dedico como lembrança estas..."
Assis,
Memórias
alternativa incorreta a
Por apresentar uma estrutura bastante eclética,
não se trata de um romance que tem uma
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30. (UnB-DF) De Machado de Assis pode-se afirmar que:
c.
a fixação nos problemas sentimentais, entendidos
como única causa da conduta humana.
a.
em sua prosa, o homem quase desaparece e
sobreleva a descrição das personagens.
d.
a tendência à idealização das personagens,
herança do Romantismo.
b.
seu romance Ressurreição, de 1872, inicia a
segunda fase do autor, a qual se caracteriza pela
dimensão intimista.
e.
a tentativa de compreender a natureza humana
naquilo que tem de universal.
c.
na trilogia Memórias póstumas de
Quincas Borba e Dom Casmurro, o
o tema do adultério, elaborando
suspeitas que se sustentam na
feminina.
Brás Cubas,
autor explora
uma teia de
dissimulação
é predominantemente dissertativo, servindo os
dados do enredo e do ambiente como fundo para a
digressão.
como poeta seus primeiros livros são de caráter
simbolista.
b.
em seus primeiros livros de versos, veem-se
influências de Gonçalves Dias, Lamartine e
Baudelaire.
é predominantemente descritivo, com a suspensão
do curso da história dando lugar à construção do
cenário.
c.
equilibra em harmonia a narração, à medida que
faz avançar a história e cria o cenário de sua
ambientação.
d.
é predominantemente narrativo, visto que o
narrador evoca os acontecimentos que marcaram
sua saída.
e.
equilibra narração e dissertação, com o uso do
discurso indireto para registrar as impressões que
o ambiente provoca no narrador.
como ficcionista inicia-se como romântico e
evolui para o Realismo.
e.
g.
h.
Do ponto de vista da composição, é correto afirmar que o
capítulo "Filosofia dos epitáfios":
a.
d.
f.
32. (FUVEST-SP) [Leia o texto da questão anterior.]
sua prosa romântica caracteriza-se
transbordamento sentimental
pelo
reproduz nos diálogos de suas personagens a
linguagem popular.
31. (USP-SP)
"Filosofia dos epitáfios
E, aliás, gosto dos epitáfios; eles são, entre a gente
civilizada, uma expressão daquele pio e secreto egoísmo
que induz o homem a arrancar à morte um farrapo ao
menos da sombra que passou. Daí vem, talvez, a tristeza
inconsolável dos que sabem os seus mortos na vala
comum; parece-lhes que a podridão anônima os alcança a
eles mesmos."
O fragmento acima, de Memórias póstumas de Brás
Cubas, exemplifica a seguinte característica de seu autor:
a.
b.
pessimismo com que trata as personagens que
ocupam postos privilegiados na sociedade
burguesa, diferentemente do modo como lida com
indivíduos socialmente carentes.
uso da ironia como arma de combate às
tendências estéticas do Romantismo, de que
nunca sofreu influência.
33. (UFGO) Com relação a Machado de Assis, podem-se
fazer as seguintes afirmações:
a.
literariamente, sua obra inclui contos, poesias e
romances.
b.
os seus romances da fase realista incluem Dom
Casmurro, Memórias póstumas de Brás Cubas,
Helena e Quincas Borba.
c.
Machado de Assis dá muita importância à
paisagem natural da cidade do Rio de Janeiro,
onde suas narrativas transcorrem, descrevendo-a
com colorido e detalhe.
d.
Memórias póstumas de Brás Cubas é considerado
o livro-marco na obra machadiana, a partir do
qual inicia sua fase mais profunda e madura.
e.
a visão de mundo de Machado, como se
depreende da leitura de seus romances e contos, é
irônica, pessimista e crítica.
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Aula 01
f.
com respeito ao estilo, Machado de Assis
introduz um elemento pouco comum na literatura
de sua época, que é a conversa que o
autor/narrador mantém a todo momento com o
leitor.
34. (ITA-SP)
"Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles,
'olhos de cigana oblíqua e dissimulada'. Eu não sabia o que
era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria verse se
podiam chamar assim [...] deixou-se fitar e examinar. Só
me perguntara o que era, se nunca os vira; eu nada achei
de extraordinário; a cor e a doçura eram minhas
conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu
outra ideia do meu intento; imaginou que era um pretexto
para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos,
constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a
ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão
que..."
O excerto faz parte do romance ....., cuja principal
personagem feminina é ..... .
"Em vez de ir ao espelho, que pensais que fez Capitu? Não
vos esqueçais que estava sentada de costas para mim.
Capitu derreou a cabeça, a tal ponto que me foi preciso
acudir com as mãos e ampará-la; o espaldar da cadeira era
baixo. Inclinei-me depois sobre ela, rosto a rosto, mas
trocados, os olhos de um na linha da boca do outro. Pedilhe que levantasse a cabeça, podia ficar tonta, machucar o
pescoço. Cheguei a dizer que estava feia; nem esta razão a
moveu."
Na fase da análise psicológica e social, a ficção de
Machado de Assis salienta, como ilustra o texto transcrito
a:
a.
hipocrisia social.
b.
vaidade egoística.
c.
ambiguidade feminina.
d.
impossibilidade amorosa.
e.
insanidade velada.
a.
Memórias póstumas de Brás Cubas – Virgília.
37. (UNIOESTE-PR)
b.
Dona Flor e seus dois maridos – Dona Flor.
c.
Dom Casmurro – Capitu.
"Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de
réis [...]"
d.
cortiço – Rita Baiana.
e.
Senhora – Aurélia.
35. (MACK-SP) Sobre Dom Casmurro é correto afirmar
que:
a.
a partir dos ciúmes de Sancha, Escobar deixa de
frequentar a casa de Bentinho e Capitu.
b.
Ezequiel, sem qualquer sombra de dúvida,
apresenta semelhança física com Escobar.
c.
toda a narrativa é parcial, pois se desenvolve a
partir da ótica da personagem-narrador, ou seja,
Bentinho.
d.
e.
Capitu, devido a seus "olhos de ressaca", deixa
claro o adultério cometido.
Dona glória, mãe de Bentinho, devido aos
conselhos de José Dias, não chega a mandar o
filho para o seminário.
36. (PUC-RS)
Neste trecho, de Memórias póstumas de Brás Cubas,
Machado de Assis:
a.
surpreende o leitor com um vocabulário exótico e
comparações inesperadas.
b.
dá
seu
depoimento
autobiográfico
e
impressionista, através de um estilo rebuscado e
colorido.
c.
explora com muita felicidade a "psicologia
feminina", razão pela qual foi aceito com
entusiasmo pelo público ansioso de uma literatura
romântica.
d.
focaliza o emergente proletariado fluminense e os
interesses ocultos por trás de suas ações
aparentemente triviais.
e.
dá um exemplo da ironia e do humor
característicos de sua obra, frutos de um profundo
pessimismo.
38. (UFMS) A ação de quase todas as narrativas realistas
de Machado de Assis se passa:
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a.
em províncias fictícias, nos últimos anos do
Brasil-Império.
b.
no Rio de janeiro, no decênio que precedeu a
Primeira Grande Guerra.
c.
em várias regiões do Brasil, no primeiro período
republicano.
d.
no Rio de Janeiro, ao tempo do Império e da
Primeira República.
e.
no Rio de Janeiro, nos anos em que se preparava a
Independência.
3.
b
4.
e
5.
b
6.
a
7.
d
8.
b
9.
b
10. b
39. (UFCE - adaptada) Assinale as afirmativas corretas
relativamente à personalidade literária de Machado de
Assis.
a.
Iniciou sua carreira literária sob o signo do
Romantismo.
b.
Em seus romances Helena e Iaiá Garcia, ainda se
encontra esteticamente vinculado à maneira
romântica.
11. e
12. b
13. a=d; b=a
14. a=V; b=V; c=F; d=V; e=F
c.
autor repartiu sua produção por vários gêneros,
atingindo o ponto mais alto na crítica literária.
d.
A obra poética do autor revela-o como um criador
de fina sensibilidade.
e.
Na linha do romance psicológico, afirma-se o
autor como um dos pioneiros da ficção brasileira.
40. (UEM-PR) Assinale a alternativa incorreta sobre
Machado de Assis.
a.
Estilo sóbrio, com descrições moderadas.
b.
Linguagem vibrante, cheia de metáforas.
c.
Senso de humor sutil e velado.
d.
Personalidade um tanto melancólica, pessimista.
e.
Enfatiza
os
personagens.
Questões de 1 a 40
aspectos
psicológicos
15. a
16. e
17. b
18. b
19. c
20. a
21. a=d; b=e
22. c
23. b
24. d
25. c
das
26. b
27. e
28. a
29. a
Voltar às Questões
30. c
1.
b
2.
e
31. e
32. a
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33. a
sua beleza. Faz referências ao prosaico, e o texto
34. c
mostra interesse a coisas pertinentes a todos.

35. c
Estética/Culto à forma: Como os poemas não
assumem nenhum tipo de compromisso, a estética é
36. c
muito valorizada. O poeta parnasiano busca a
37. e
perfeição formal a todo custo, e por vezes, se mostra
38. d
incapaz para tal.
39. b
Aspectos importantes para essa estética perfeita são:
40. b

classe gramatical. Há uma ênfase das rimas do tipo
Parnasianismo
ABAB para estrofes de quatro versos, porém também
O parnasianismo é uma escola literária ou um movimento
literário
Rimas Ricas: São evitadas palavras da mesma
essencialmente
poético,
contemporâneo
muito usada as rimas interpoladas.
do
Realismo-Naturalismo. Um estilo de época que se

Valorização dos Sonetos: É dada preferência
para os sonetos, composição dividida em duas
desenvolveu na poesia a partir de 1850, na França.
estrofes de quatro versos, e duas estrofes de três
Origens
versos. Revelando, no entanto, a "chave" do texto no
Movimento
literário
que
originou-se
na
França,
representou na poesia o espírito positivista e científico da
último verso.

Metrificação Rigorosa: O número de sílabas
época, surgindo no século XIX (19) em oposição ao
poéticas deve ser o mesmo em cada verso,
romantismo.
preferencialmente com dez (decassílabos) ou doze
Nasceu com a publicação de uma série de poesias,
sílabas (versos alexandrinos), os mais utilizados no
precedendo de algumas décadas o simbolismo uma vez
que
os
seus
autores
procuravam
recuperar
período. Ou apresentar uma simetria constante,
os
exemplo: primeiro verso de dez sílabas, segundo de
valores estéticos da antiguidade clássica. O seu nome vem
seis sílabas, terceiro de dez sílabas, quarto com seis
do Monte Parnaso, a montanha que, na mitologia grega era
sílabas, etc.
consagrada a Apolo e às musas.

Características gerais
Descritivismo: Grande parte da poesia parnasiana
é baseada em objetos inertes, sempre optando pelos
Preciosismo: focaliza-se o detalhe; cada objeto deve
singularizar-se, daí as palavras raras e rimas ricas.
que exigem uma descrição bem detalhada como "A

de Oliveira.
Objetividade
e
impessoalidade:
O
poeta
apresenta o fato, a personagem, as coisas como são e
acontecem na realidade, sem deformá-los pela sua
maneira pessoal de ver, sentir e pensar. Esta posição
combate o exagerado subjetivismo romântico.

Estátua", "Vaso Chinês" e "Vaso Grego" de Alberto
Arte Pela Arte: A poesia vale por si mesma, não
tem nenhum tipo de compromisso, e se justifica por

Temática Greco-Romana - A estética é muito
valorizada no Parnasianismo, mas mesmo assim, o
texto precisa de um conteúdo. A temática abordada
pelos parnasianos recupera temas da antiguidade
clássica, características de sua história e sua
mitologia. É bem comum os textos descreverem
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
deuses, heróis, fatos lendários, personagens marcados
poetas, mas também à extensão de sua influência, uma vez
na história e até mesmo objetos.
que seus princípios estéticos dominaram por muito tempo
Uso de figuras de linguagem: Preferência
pelo hipérbato, recurso que estiliza ainda mais os

a vida literária do país, praticamente até o advento do
Modernismo em 1922.
textos parnasianos contribuindo para o objetivo das
Na década de 1870, a poesia romântica deu mostras de
obras.
cansaço, e mesmo em Castro Alves é possível apontar
Cavalgamento
ou
encadeamento
sintático (enjambement) - Ocorre quando o verso
termina quanto à métrica (pois chegou na décima
sílaba), mas não terminou quanto à ideia, quanto ao
conteúdo, que se encerra no verso de baixo. O verso
elementos precursores de uma poesia realista. Assim, entre
1870 e 1880 assistiu-se no Brasil à liquidação do
Romantismo, submetido a uma crítica severa por parte das
gerações emergentes, insatisfeitas com sua estética e em
busca
de
novas
formas
de
arte,
inspiradas
nos
ideais positivistas e realistas do momento.
depende do contexto para ser entendido. Tática para
priorizar a métrica e o conjunto de rimas. Como
exemplo, este verso de Olavo Bilac:
Cheguei, chegaste. Vinhas fatigada
e triste. E triste e fatigado eu vinha.
Em Portugal
Em Portugal, o movimento não foi muito importante,
tendo como autores Gonçalves Crespo (nascido no Brasil
mas criado em Portugal desde os 10 anos de idade), João
Penha, António Feijó e Cesário Verde.
Dessa maneira, a década de 1880 abriu-se para a poesia
científica, a socialista e a realista, primeiras manifestações
da reforma que acabou por se canalizar para o
Parnasianismo. As influências iniciais foram Gonçalves
Crespo e Artur de Oliveira, este o principal propagandista
do movimento a partir de 1877, quando chegou de uma
estada em Paris. Alberto de Oliveira publicou "Canções
Românticas" em 1878 e Teófilo Dias, "Cantos Tropicais",
dois dos marcos iniciais da nova Escola 1 . De um começo
tímido nos versos de Luís Guimarães Júnior (Sonetos e
rimas. 1880) e Teófilo Dias (Fanfarras. 1882), firmou-se
No Brasil
definitivamente com Raimundo Correia (Sinfonias. 1883),
novamente
Alberto
de
Oliveira (Meridionais.
1884)
e Olavo Bilac (Relicário. 1888).
O Parnasianismo brasileiro, a despeito da grande
influência que recebeu do Parnasianismo francês, não é
uma exata reprodução dele, pois não obedece à mesma
preocupação de objetividade, de cientificismo e de
descrições realistas. Foge do sentimentalismo romântico,
mas não exclui o subjetivismo. Sua preferência dominante
é pelo verso alexandrino de tipo francês, com rimas ricas, e
pelas formas fixas, em especial o soneto. Quanto ao
assunto, caracteriza-se pela objetividade, o universalismo e
o esteticismo. Este último exige uma forma perfeita
Vicente de Carvalho por volta de 1900
(formalismo) quanto à construção e à sintaxe. Os poetas
No Brasil, o parnasianismo dominou a poesia até a
parnasianos veem o homem preso à matéria, sem
chegada do Modernismo brasileiro. A importância deste
possibilidade de libertar-se do determinismo, e tendem
movimento no país deve-se não só ao elevado número de
então para o pessimismo ou para o sensualismo.
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Além de Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo
Bilac, que configuraram a chamada tríade parnasiana, o
movimento teve outros grandes poetas no Brasil,
como Vicente de Carvalho, Machado de Assis, Luís
Delfino, Bernardino
Passos, Carlos
Lopes, Francisca
Magalhães
de
Júlia, Guimarães
Azeredo, Goulart
de
Andrade, Artur Azevedo, Adelino Fontoura, Emílio de
Meneses, Antônio Augusto de Lima, Luís Murat e Mário
de Lima.
A partir de 1890, o Simbolismo começou a superar o
Parnasianismo. O realismo classicizante do Parnasianismo
teve grande aceitação no Brasil, graças certamente à
facilidade oferecida por sua poética, mais de técnica e
forma que de inspiração e essência. Assim, ele foi muito
além de seus limites cronológicos e se manteve paralelo ao
Simbolismo e mesmo ao Modernismo em sua primeira
fase.
O prestígio dos poetas parnasianos, ao final do século
XIX, fez de seu movimento a escola oficial das letras no
país durante muito tempo. Os próprios poetas simbolistas
foram excluídos da Academia Brasileira de Letras, quando
esta se constituiu, em 1896. Em contato com o
Simbolismo, o Parnasianismo deu lugar, nas duas
primeiras décadas do século XX, a uma poesia sincretista e
de transição.

Olavo Bilac

Alberto de Oliveira

Raimundo Correia

Francisca Júlia

Vicente de Carvalho

Luís Delfino

Mário de Lima
QUESTÕES
05. Assinale o par que melhor se aplica ao poema:
a) religião / ateísmo
b) mistério / solução
c) dor / felicidade
d) dor / felicidade
e) opulência / decadência
06. Assinale a alternativa que tenha apenas características
do Parnasianismo:
a) teoria da arte pela arte; métrica perfeita; busca do
nacionalismo
b) culto da forma; objetivismo; predomínio dos elementos
da natureza
c) sexualidade; hereditariedade; meio ambiente
d) preocupação com a forma, com a técnica e com a
métrica; presença de rimas ricas, raras, preciosas
e) predomínio do sentimentalismo; vocabulário precioso;
descrições de objetos;
07. Enfocando os temas e as atitudes parnasianos:
a) a poesia parnasiana é alienada, no sentido de que ignora
as questões que não sejam essencialmente estéticas
b) é uma poesia de elaboração, fruto do “esforço
intelectual”
c) os parnasianos diferem da atitude impassível e antisentimental dos realistas
d) o artesanato poético é sua principal preocupação
08. (FUND. UNIV. RIOGRANDE) Marque a afirmativa
correta:
a) O Parnasianismo brasileiro deu ênfase ao
experimentalismo formal
b) O Parnasianismo foi o responsável pela afirmação de
uma poesia de caráter sugestivo e musical
c) O Parnasianismo determinou o surgimento de obras de
tom marcadamente coloquial
d) O Parnasianismo caracterizou-se, no Brasil, pela busca
da perfeição formal na poesia
09. Ainda quanto os temas e as atitudes parnasianos:
a) filosoficamente, os parnasianos são pessimistas
b) a mitologia é revalorizada
c) a descrição de fenômenos naturais é frequente em seus
versos
d) existe uma preferência pelos temas universais, objetivos
e) ao fazer a fixação da cenas históricas, o poeta coloca-se
ao lado dos anseios de sua época
10. (MACKENZIE) Não caracteriza a estética parnasiana:
a) A exaltação do “eu” e fuga da realidade presente
b) A objetividade, advinda do espírito cientificista, e o
culto da forma
c) A perfeição formal na rima, no ritmo, no metro e volta
aos motivos clássicos
d) a oposição aos românticos e distanciamento das
preocupações sociais dos realistas
e) A obsessão pelo adorno e contenção lírica
05 – E 06 - D
10 – A
07 - C
08 - D
09 - E
QUESTÃO 1. UNEB-BA São características parnasianas:
a – perfeição formal, preciosismo linguístico, objetivismo
e desprezo pela arte útil.
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b – preocupação excessiva com a forma, análise
determinista do homem, subjetivismo e universalismo.
c – desprezo pela forma requintada, preocupação políticosocial, objetivismo e individualismo.
d – forma requintada, “arte-sugestão”, subjetivismo
exacerbado e análise psicológica do homem.
e – impassibilidade (distanciamento das emoções), “poesia
científica”, pessoalidade e tematização da natureza.
QUESTÃO 2. FEI-SP . Leia com atenção:
“O objetivo da “arte pela arte” é o Belo, a criação da
beleza pelo uso perfeito dos recursos artísticos; nesse
sentido, levaram ao exagero o culto do ritmo, da rima e do
vocabulário”;
“A partir de 1883, este movimento se define na Literatura
Brasileira, sobretudo com os versos de Alberto de Oliveira,
Raimundo Correia e Olavo Bilac”.
Assinale a alternativa que indica o movimento de que
tratam os fragmentos acima:
a – Modernismo
b – Parnasianismo
c – Concretismo
d – Simbolismo
e – Naturalismo
QUESTÃO 3. Tendo em vista as características que
nortearam a estética parnasianista, leia atentamente o
poema que segue e depois o analise, procurando evidenciar
tais pressupostos por meio de exemplos extraídos do
próprio poema:
Vaso Chinês
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
Mas, talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura.
Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.
Alberto de Oliveira
QUESTÃO 4. “A cavalgada” é uma criação artística
de Raimundo Correia – representante parnasiano. Eis
então que abaixo se encontra demarcado o poema em
questão, cuja intenção é fazer com que você o analise,
destacando, pois, as impressões voltadas para as
características parnasianistas:
A Cavalgada
A lua banha a solitária estrada...
Silêncio!... Mas além, confuso e brando,
O som longínquo vem-se aproximando
Do galopar de estranha cavalgada.
São fidalgos que voltam da caçada;
Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando.
E as trompas a soar vão agitando
O remanso da noite embalsamada...
E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...
E o silêncio outra vez soturno desce...
E límpida, sem mácula, alvacenta
A lua a estrada solitária banha...
Resposta Questão 1
Atesta-se como verdadeira a alternativa demarcada
pela letra “A”, haja vista que as características nela
ressaltadas se encaixam perfeitamente à era em evidência –
Parnasianismo. Dessa forma, enquanto que os
representantes dos demais estilos de época, preocupandose mais com o conteúdo, com a temática propriamente
dita, encontravam em tal posicionamento uma forma de
expressar a visão, a ideologia que mantinham frente à
realidade que os cercava, os representantes parnasianos
cultuavam a “arte pela arte”, ou seja, captavam a realidade
de uma forma absolutamente neutra, longe de quaisquer
preocupações de ordem social ou crítica.
Não menos relevante se evidenciavam o preciosismo
linguístico e o objetivismo, visto que a “forma”
representava a força-motriz de tais representantes, os quais
valorizavam, acima de tudo, a composição impecável e
rima perfeita, o que equivale dizer que a linguagem não
ficava aquém de tais intenções, sendo essa envolta por um
preciosismo implacável, constituída por um vocabulário
altamente requintado.
Resposta Questão 2
Infere-se como adequadas as informações prestadas
na letra “B”, pois tal estilo de época (Parnasianismo)
representou uma escola literária voltada para o culto à
forma, preconizando a rima, os valores clássicos, a
linguagem rebuscada, voltada, sobretudo, para um intenso
preciosismo, entre outros aspectos. Acerca dos
representantes, torna-se inegável que as afirmações em
evidência tão bem os pontuaram, são eles: Raimundo
Correia, Alberto de Oliveira e Olavo Bilac.
Resposta Questão 3
Ao analisarmos o poema em questão, sobretudo no que se
refere à estética, constatamos, evidentemente, que se trata
de um soneto, composto por dois quartetos (estrofes com
quatro versos) e dois tercetos (estrofes com três versos).
Aspecto esse que simbolizou uma das principais
características da estética em questão – o retorno aos
moldes clássicos, mais precisamente à Antiguidade
clássica. Outro aspecto, que também demonstra essa
preocupação com o culto à forma, diz respeito à posição
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das rimas, uma vez dispostas de forma cruzada, com bem
nos demonstra os versos:
Fino artista chinês, enamorado,(a)
Nele pusera o coração doentio (b)
Em rubras flores de um sutil lavrado, (a)
Na tinta ardente, de um calor sombrio. (b)
científica”, pessoalidade e tematização da natureza.
2) “A cavalgada” é uma criação artística de Raimundo
Correia – representante parnasiano. Eis então que abaixo
se encontra demarcado o poema em questão, cuja intenção
é fazer com que você o analise, destacando, pois, as
impressões voltadas para as características parnasianistas:
Bem ao gosto parnasianista, temos a linguagem, uma vez
representada no poema como uma espécie de trabalho de
ourivesaria, adornada, trabalhada, rica, voltada para um
intenso preciosismo linguístico. O fato de a poesia não
expressar nenhuma representatividade para o poeta, ele
mesmo, dotado de uma impassibilidade nítida, parece se
mostrar alheio, neutro à realidade a qual pinta, mesmo
porque faz uso de um objeto (ora representado pelo vaso)
para representar uma visão acerca do universo
propriamente dito, aspecto esse materializado por meio dos
seguintes versos:
A Cavalgada
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...
Resposta Questão 4
As impressões por ele captadas, sobretudo no que diz
respeito à forma, evidenciam-se por uma forma bastante
cultuada na Antiguidade Clássica: o soneto. Quanto à
disposição das rimas, notadamente se figuram as rimas
interpoladas, representadas por meio dos seguintes versos:
A lua banha a solitária estrada... (a).
Silêncio!... Mas além, confuso e brando,(b)
O som longínquo vem-se aproximando(b)
Do galopar de estranha cavalgada. (a)
Quanto à questão da temática, elemento deixado em
segundo plano por todos os representantes da estética em
questão, percebemos o estilo do autor em preconizar a
objetividade constante – característica essa de cunho
relevante na época em pauta. Tal objetividade se manifesta
em função do distanciar entre o eu lírico e a matéria
poética propriamente dita, aqui transcrita como uma
espécie de descrição no que tange às impressões captadas
pelo poeta em relação à realidade que o cerca, manifestada
pela mais nítida impassibilidade.
Questões de vestibulares sobre o Parnasianismo
1) (Uneb – BA) São características parnasianas:
A) perfeição formal, preciosismo linguístico, objetivismo e
desprezo pela arte útil.
B) preocupação excessiva com a forma, análise
determinista do homem, subjetivismo e universalismo.
C) O desprezo pela forma requintada, preocupação
político-social, objetivismo e individualismo.
D) forma requintada, “arte-sugestão”, subjetivismo
exacerbado e análise psicológica do homem.
E) impassibilidade (distanciamento das emoções), “poesia
A lua banha a solitária estrada...
Silêncio!... Mas além, confuso e brando,
O som longínquo vem-se aproximando
Do galopar de estranha cavalgada.
São fidalgos que voltam da caçada;
Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando.
E as trompas a soar vão agitando
O remanso da noite embalsamada...
E o silêncio outra vez soturno desce...
E límpida, sem mácula, alvacenta
A lua a estrada solitária banha...
3) Enfocando os temas e as atitudes parnasianos:
a) a poesia parnasiana é alienada, no sentido de que ignora
as questões que não sejam essencialmente estéticas;
b) há um acentuado desprezo pela plebe e pelas aspirações
populares;
c) o artesanato poético é sua principal preocupação;
d) os parnasianos diferem da atitude impassível e antisentimental dos realistas;
e) é uma poesia de elaboração, fruto do “esforço
intelectual”.
4) (MACKENZIE) Não caracteriza a estética parnasiana:
a) A oposição aos românticos e distanciamento das
preocupações sociais dos realistas.
b) A objetividade, advinda do espírito cientificista, e o
culto da forma.
c) A obsessão pelo adorno e contenção lírica.
d) A perfeição formal na rima, no ritmo, no metro e volta
aos motivos clássicos.
e) A exaltação do “eu” e fuga da realidade presente.
5) (FUND. UNIV. RIOGRANDE) Marque a afirmativa
correta:
a) O Parnasianismo caracterizou-se, no Brasil, pela busca
da perfeição formal na poesia.
b) O Parnasianismo determinou o surgimento de obras de
tom marcadamente coloquial.
c) O Parnasianismo, por seus poetas, preconizava o uso do
verso livre.
d) O Parnasianismo brasileiro deu ênfase ao
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experimentalismo formal.
e) O Parnasianismo foi o responsável pela afirmação de
uma poesia de caráter sugestivo e musical.
6) Assinale a alternativa que tenha apenas características
do Parnasianismo:
a) culto da forma; objetivismo; predomínio dos elementos
da natureza;
b) preocupação com a forma, com a técnica e com a
métrica; presença de rimas ricas, raras, preciosas;
c) predomínio do sentimentalismo; vocabulário precioso;
descrições de objetos;
d) teoria da arte pela arte; métrica perfeita; busca do
nacionalismo;
e) sexualidade; hereditariedade; meio ambiente.
7) (UFPE) É incorreto afirmar que, no Parnasianismo:
a) a natureza é apresentada objetivamente;
b) a disposição dos elementos naturais (árvores, estrelas,
céu, rios) é importante por obedecer a uma ordenação
lógica;
c) a valorização dos elementos naturais torna-se mais
importante que a valorização da forma do poema;
d) a natureza despe-se da exagerada carga emocional com
que foi explorada em outros períodos literários;
e) as inúmeras descrições da natureza são feitas dentro do
mito da objetividade absoluta, porém os melhores textos
estão permeados de conotações subjetivas.
8) Sobre o Parnasianismo, é correto afirmar, exceto:
a) Contrariando a estética do Realismo e do Naturalismo, o
Parnasianismo representou na poesia uma volta ao estilo
clássico, sobretudo no que diz respeito à métrica do
poema.
b) Embora fosse contemporâneo do Realismo e do
Naturalismo, o Parnasianismo apresentou uma temática
diferente dessas correntes literárias ao propor um olhar
sobre a linguagem, cuja temática predominante era a arte
pela arte.
c) As principais características desse movimento literário,
que teve como seu maior representante o poeta Olavo
Bilac, foram a simplicidade da linguagem, valorização da
cultura nacional e elevados níveis de subjetividade.
d) Um dos principais objetivos da poesia parnasiana era
combater o ideário dos poetas românticos que primavam
pelos exageros de emoção e fantasia.
e) Objetivismo, racionalismo, universalismo, vocabulário
culto e gosto pelas descrições são as principais
características da linguagem da poesia parnasiana.
9) É incorreto afirmar que, no Parnasianismo:
a) a natureza é apresentada objetivamente;
b) a disposição dos elementos naturais (árvores, estrelas,
céu, rios) é importante por obedecer a uma ordenação
lógica;
c) a valorização dos elementos naturais torna-se mais
importante que a valorização da forma do poema;
d) a natureza despe-se da exagerada carga emocional com
que foi explorada em outros períodos literários;
e) as inúmeras descrições da natureza são feitas dentro do
mito da objetividade absoluta, porém os melhores textos
estão permeados de conotações subjetivas.
10) Assinale a alternativa correta a respeito do
Parnasianismo:
a) A inspiração é mais importante que a técnica.
b) Culto da forma: rigor quanto às regras de versificação,
ao ritmo, às rimas ricas ou raras.
c) O nome do movimento vem de um poema de Raimundo
Correia.
d) Sua poesia é marcada pelo sentimentalismo.
e) No Brasil, o Parnasianismo conviveu com o Barroco.
11) Assinale a alternativa correta a respeito do
Parnasianismo:
a) A inspiração é mais importante que a técnica.
b) Culto da forma: rigor quanto às regras de versificação,
ao ritmo, às rimas ricas ou raras.
c) O nome do movimento vem de um poema de Raimundo
Correia.
d) Sua poesia é marcada pelo sentimentalismo.
e) No Brasil, o Parnasianismo conviveu com o Barroco.
12) O Parnasianismo pode ser descrito como um
movimento:
( ) essencialmente poético, que reagiu ao sentimentalismo
romântico.
( ) cuja poesia é, sobretudo, forma que se sobrepõe ao
conteúdo e às ideias.
( ) cuja arte tinha um sentido utilitário e um compromisso
social.
( ) cuja verdade residia na beleza da obra, e essa, na sua
perfeição formal.
( ) que revela preferência pela objetividade, pelos temas
greco-latinos e por formas fixas, como o soneto.
13) (UNIFESP-2004) No Manifesto da Poesia Pau-Brasil,
Oswald de Andrade faz o seguinte comentário sobre os
poetas parnasianos: “Só não se inventou uma máquina de
fazer versos - já havia o poeta parnasiano.”
O que o poeta modernista está criticando nos parnasianos é
a) a demasiada liberdade no ato da criação, que os torna
máquinas poéticas.
b) o abandono da Arte pela arte, com a criação objetiva e
anti-convencional.
c) a preocupação com a perfeição formal e com o
subjetivismo.
d) o formalismo e a impessoalidade comuns em seus
textos.
e) o exagero na expressão das emoções, apesar da criação
poética mecânica.
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14) (UFAM) Todas as características de estilo abaixo
relacionadas pertencem ao Parnasianismo, exceto:
a) O apuro quanto à parte formal.
b) A reserva nas efusões pessoais.
c) A procura de rimas ricas.
d) A imaginação criadora.
e) O uso de descrições.
15) (UEL) O Parnasianismo brasileiro foi um movimento.
a) Poético do final do século XIX e início do século XX.
b) Lítero-musical do final do século XVIII e início do
século XIX.
c) Poético do final do século XVIII e início do século XIX.
d) Teatral do final do século XX.
e) Lítero-musical do início do século XX.
16) (UFPB) A propósito da poesia parnasiana, é correto
afirmar que ela:
a) caracteriza-se como forma de evocação de sentimentos e
emoções.
b) revela-se no emprego de palavras de grande valor
conotativo e ricas em
sugestões sensoriais.
c) explora intensamente a cadeia fônica da linguagem,
procurando associar a poesia à música.
d) faz alusões a elementos evocadores de rituais religiosos,
impregnando a poesia de misticismo e espiritualidade.
e) acentua a importância da forma, concebendo a atividade
poética como a habilidade no manejo do verso.
17) (FUVEST) – Leia com atenção:
Fulge de luz banhado, esplêndido e suntuoso,
O palácio imperial se pórfiro luzente
E mármor da Lacônia. O teto caprichoso
Mostra, em prata incrustado, o nácar do Oriente.
O texto acima é a primeira estrofe do soneto “A Sesta de
Nero”, de Olavo Bilac.
a) A que “escola literária” ou estilo de época pertence
autor? Justifique a resposta com elementos de texto.
b) Cite outro poema do autor.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
19) (ENEM-2013)
Mal secreto
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
CORREIA, R. In: PATRIOTA, M. Para compreender
Raimundo Correia. Brasília: Alhambra, 1995.
Coerente com a proposta parnasiana de cuidado formal e
racionalidade na condução temática, o soneto de
Raimundo Correia reflete sobre a forma como as emoções
do indivíduo são julgadas em sociedade. Na concepção do
eu lírico, esse julgamento revela que
A) a necessidade de ser socialmente aceito leva o
indivíduo a agir de forma dissimulada.
B) o sofrimento íntimo torna-se mais ameno quando
compartilhado por um grupo social.
C) a capacidade de perdoar e aceitar as diferenças
neutraliza o sentimento de inveja.
D) o instinto de solidariedade conduz o indivíduo a
apiedar-se do próximo.
E) a transfiguração da angústia em alegria é um artifício
nocivo ao convívio social.
20) E sobre mim, silenciosa e triste,
A Via-Láctea se desenrola
Como um jarro de lágrimas ardentes. (Olavo Bilac)
Sobre o fragmento poético não é correto afirmar:
18) (UFRS-RS) Com relação ao Parnasianismo, são feitas
as seguintes afirmações.
I - Pode ser considerado um movimento anti-romântico
pelo fato de retomar muitos aspectos do racionalismo
clássico.
II - Apresenta características que contrastam com o
esteticismo e o culto da forma.
III - Definiu-se, no Brasil, com o livro "Poesias", de Olavo
Bilac, publicado em 1888.
a)
A “Via-Láctea” sofre um processo de personificação.
b)
A cena é descrita de modo objetivo, sem
interferência da subjetividade do eu-poético.
c)
A opção pelos sintagmas “desenrola” e “jarro de
lágrimas ardentes”visa a presentificar o movimento dos
astros.
d) Há predomínio da linguagem figurada e descritiva.
e)
A visão de mundo melancólica do emissor da
mensagem se projeta sobre o objeto poetizado.
Quais estão corretas?
Gabarito:
a) Apenas I.
b) Apenas II.
1) A
2) As impressões por ele captadas, sobretudo no que diz
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respeito à forma, evidenciam-se por uma forma bastante
cultuada na Antiguidade Clássica: o soneto. Quanto à
disposição das rimas, notadamente se figuram as rimas
interpoladas, representadas por meio dos seguintes versos:
A lua banha a solitária estrada... (a).
literária, teve suas origens de As Flores do Mal, do
poeta Charles Baudelaire.1 2 É bastante relevante não
confundirmos o Simbolismo com a Simbologia, a qual é a
ciência que estuda, analisa e interpreta os significados dos
símbolos reais ou metafóricos.
Silêncio!... Mas além, confuso e brando,(b)
Histórico e características
O som longínquo vem-se aproximando(b)
Do galopar de estranha cavalgada. (a)
A partir de 1881, na França, poetas, pintores, dramaturgos
Quanto à questão da temática, elemento deixado em
e escritores em geral, influenciados pelo misticismo
segundo plano por todos os representantes da estética em
advindo do grande intercâmbio com as artes, pensamento e
questão, percebemos o estilo do autor em preconizar a
religiões orientais - procuram refletir em suas produções a
objetividade constante – característica essa de cunho
atmosfera presente nas viagens a que se dedicavam.
relevante na época em pauta. Tal objetividade se manifesta
em função do distanciar entre o eu lírico e a matéria
poética propriamente dita, aqui transcrita como uma
Marcadamente individualista e místico, foi, com desdém,
apelidado
de
"decadentismo"
-
clara
alusão
espécie de descrição no que tange às impressões captadas
à decadência dos valores estéticos então vigentes e a uma
pelo poeta em relação à realidade que o cerca, manifestada
certa
pela mais nítida impassibilidade.
Em1886 um manifesto trouxe a denominação que viria
3) D
marcar
4) E
corrente: simbolismo.
5) A
Principais características
6) B
7) C
afetação
que
neles
definitivamente
deixava
os
a
sua
adeptos
marca.
desta
Subjetivismo
8) C
Os simbolistas terão maior interesse pelo particular e
9) C
individual do que pela visão mais geral. A visão objetiva
10) B
da realidade não desperta mais interesse, e, sim, está
11) (4 + 16 = 20)
focalizada sob o ponto de vista de um único indivíduo.
12) V V F V V
Dessa forma, é uma poesia que se opõe à poética
13) D
parnasiana e se reaproxima da estética romântica, porém,
14) D
15) A
16) E
17) a) Olavo Bilac foi um poeta parnasiano, como nos
mostra a caráter descritivo do fragmento acima, a
preocupação com a beleza plástica, com a forma
trabalhada, exótica.
b) Profissão de fé, Última flor do Lácio e O caçador de
esmeraldas.
18) C
19) A
20) D
Simbolismo
Simbolismo é um movimento literário da poesia e das
outras artes que surgiram na França, no final do século
XIX, como oposição ao Realismo, ao Naturalismo e ao
Positivismo da época. Movido pelos ideais românticos,
estendendo suas raízes à literatura, aos palcos teatrais,
às artes plásticas. Não sendo considerado uma escola
mais do que voltar-se para o coração, os simbolistas
procuram o mais profundo do "eu" e buscam o
inconsciente, o sonho.
Musicalidade
A musicalidade é uma das características mais destacadas
da estética simbolista, segundo o ensinamento de um dos
mestres do simbolismo francês, Paul Verlaine, que em seu
poema "Art Poétique", afirma: "De la musique avant toute
chose..." (" A música antes de mais nada...") Para
conseguir aproximação da poesia com a música, os
simbolistas lançaram mão de alguns recursos, como por
exemplo a aliteração, que consiste na repetição sistemática
de um mesmo fonema consonantal, e a assonância,
caracterizada pela repetição de fonemas vocálicos.
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Escritores simbolistas
Transcendentalismo
Um dos princípios básicos dos simbolistas era sugerir
através das palavras sem nomear objetivamente os
elementos da realidade. Ênfase no imaginário e na fantasia.
Pode-se dizer que o precursor do movimento, na França,
foi o poeta francês Charles Baudelaire com "As Flores do
Mal", ainda em 1857.
Para interpretar a realidade, os simbolistas se valem da
Mas só em 1881 a nova manifestação é rotulada, com o
intuição e não da razão ou da lógica. Preferem o vago, o
nome decadentismo, substituído por Simbolismo em
indefinido ou impreciso. O fato de preferirem as
manifesto
palavras névoa, neblina, e palavras do gênero, transmite a
Europa, é na França, porém, que tem seus expoentes,
ideia de uma Obsessão pelo branco(outra característica
como Paul
do simbolismo) como podemos observar no poema
Mallarmé.
de Cruz e Sousa:
publicado
em
1886.3 Espalhando-se
Verlaine, Arthur
pela
Rimbaud e Stéphane
Portugal
"Ó Formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de
Com a publicação de Oaristos, de Eugenio de Castro, em
neves, de neblinas!... Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
1890, inicia-se oficialmente o Simbolismo português,
Incensos dos turíbulos das aras..." [...]
durando até 1915, época do surgimento da geração
Dado esse poema de Cruz e Sousa, percebe-se claramente
Orpheu, que desencadeia a revolução modernista no país,
uma obsessão pelo branco, sendo relatado com grande
em muitos aspectos baseada nas conquistas da nova
constância no simbolismo.
estética.
Literatura do simbolismo
Conhecidos como adeptos do Nefelibatismo (espécie de
adaptação portuguesa do Decadentismo e do Simbolismo
Os temas são místicos, espirituais, ocultos. Abusa-se
da sinestesia, sensação produzida pela interpenetração de
órgãos sensoriais: "cheiro doce" ou "grito vermelho",
das aliterações (repetição de letras ou sílabas numa mesma
oração: "Na messe que estremece") e das assonâncias,
repetição fônica das vogais: repetição da vogal "e" no
mesmo exemplo de aliteração, tornando os textos poéticos
francês), e, portanto como nefelibatas (pessoas que andam
com a cabeça nas nuvens), os poetas simbolistas
portugueses vivenciam um momento múltiplo e vário, de
intensa agitação social, política, cultural e artística. Com o
episódio
do
manifestações
Ultimatum
inglês,
nacionalistas
e
aceleram-se
republicanas,
as
que
culminarão com a proclamação da República, em 1910.
simbolistas profundamente musicais.
Portanto, os principais autores desse estilo em Portugal
O Simbolismo em Portugal liga-se às atividades das
revistas Os Insubmissos e Boêmia Nova, fundadas por
estudantes de Coimbra, entre eles Eugénio de Castro, que,
ao publicar um volume de versos intitulado Oaristos,
seguem linhas diversas, que vão do esteticismo de Eugênio
de Castro ao nacionalismo de Antônio Nobre e outros, até
atingirem maioridade estilística com Camilo Pessanha: o
mais importante poeta simbolista português.
instaurou essa nova estética em Portugal. Contudo, o
consolidador
estará,
a
esse
tempo,
residindo
Os nomes de maior destaque no Simbolismo português
verdadeiramente no Oriente - trata-se do poeta Camilo
são: Camilo
Pessanha, venerado pelos jovens poetas que irão constituir
Gil e Eugénio de Castro
a chamada Geração Orpheu. O movimento simbolista
Brasil
durou aproximadamente até 1915, altura em que se iniciou
o Modernismo.
Pessanha, António
Nobre, Augusto
No Brasil, três grandes poetas destacaram-se dentro do
movimento
simbolista: Augusto
dos
Anjos , Cruz
e
Sousa e Alphonsus de Guimarães, autor de Sete dores de
Maria.4 Com Cruz e Sousa, a angústia de sua condição,
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reflete-se no comentário de Manuel Bandeira: "Não há (na
Oriundo
literatura brasileira) gritos mais dilacerantes, suspiros
influenciar pelas pinturas japonesas que aparecem na
mais profundos do que os seus".
Europa, provocando verdadeiro choque cultural - e este
São também escritores que merecem atenção: Raul de
Leoni, Emiliano
Perneta, Da
Costa
e
Silva, Dario
Vellozo, Arthur de Salles, Ernãni Rosas, Petion de
Villar, Marcelo Gama, Maranhão Sobrinho, Saturnino de
Meireles,
Pedro
Kikerry, Alceu
Wamosy, Eduardo
Guimarães, Gilka Machado e Onestaldo de Penafort.
do impressionismo, Paul
Gauguin deixa-se
artista abandona as técnicas ainda vigentes nas telas do
movimento onde se iniciou, como a perspectiva, pintando
apenas em formas bidimensionais. A temática alegórica
passa a dominar, a partir de 1890. Ao artista não bastava
pintar a realidade, mas demonstrar na tela a essência
sentimental dos personagens - e em Gauguin isto levou a
uma busca tal pelo primitivismo que o próprio artista
Simbolismo nas artes plásticas
abandonou a França, indo morar com os nativos da
Polinésia francesa.
Em França outros artistas, como Gustave Moreau, Odilon
Redon, Maurice Denis, Paul Sérusier e Aristide Maillol,
aderem à nova estética. Na Áustria, usando de motivos
eminentemente europeus do estilo rococó, Gustav Klimt é
outro que, assim como Gauguin, torna-se conhecido e
apreciado. O norueguês Edvard Munch, autor do célebre
quadro "O grito", alia-se primeiro ao simbolismo, antes de
Gauguin impressionista
tornar-se um dos expoentes do expressionismo.
Eliseu Visconti - Recompensa de São Sebastião -1898
Gauguin simbolista
No Brasil, o movimento simbolista influenciou a obra de
pintores como Eliseu Visconti e Rodolfo Amoedo. A tela
"Recompensa de São Sebastião", de Eliseu Visconti,
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medalha de ouro na Exposição Universal de Saint Louis,
em 1904, é um exemplo da influência simbolista nas artes
plásticas do Brasil.
Já na literatura, o simbolismo tem início no Brasil em 1893
com a publicação de dois livros: Missal (prosa) e Broquéis
(poesia), ambos de Cruz e Sousa. Estende-se até o ano
de 1922, data da Semana da Arte Moderna.
O início do simbolismo não pode, no entanto, ser
identificado
com
o
termino
da
escola
antecedente, Realismo. Na realidade, no final do século
XIX e início do século XX três tendências caminhavam
paralelas: O Realismo e suas manifestações (romance
realista, romance naturalista e poesia parnasiana); O
simbolismo, situado à margem da literatura acadêmica
época; e o pré-Modernismo, com o aparecimento de alguns
Abaixo você encontrará 20 exercícios de Literatura sobre
Simbolismo. Ao final você ainda poderá conferir o
gabarito dos exercícios para verificar se está entendendo
bem a matéria.
autores preocupados em denunciar a realidade brasileira,
como Euclides
da
Cunha, Lima
Barreto e
Monteiro
Agora que você tem uma ideia melhor das características,
que tal fazermos alguns exercícios?
Lobato, entre outros.
Les Nabis
Como consequência do Simbolismo, apareceu o grupo
de Les Nabis. Tem a particularidade de ter formas mais
simplificadas e cores mais puras. A arte torna-se desta
forma uma realidade autónoma do real, pois nela estão
patentes emoções, sentimentos e ideologias.
Simbolismo no teatro
Buscaram os autores, dentre os quais o belga Maeterlinck,
o italiano Gabriele D'Annunzio e o norueguês Ibsen, levar
ao palco não personagens propriamente ditos, mas
alegorias a representar sentimento, ideia - em peças onde o
cenário (som, luz, ambiente, etc.) tenham maior destaque.
Simbolismo – Exercícios de Literatura com gabarito
No artigo de hoje você poderá estudar um pouco mais
sobre um período literário bastante cobrado em provas do
Ensino Médio e, às vezes, em provas os vestibulares que
dão acesso às maiores universidades do Brasil. Além do
período abordado nestes exercícios com gabarito, você
pode
fazer
alguns
outros
relacionados
ao
Arcadismo. Clique aqui e veja os exercícios. Antes, no
entanto, vejamos algumas características do Simbolismo.
EXERCÍCIOS DE LITERATURA SOBRE
SIMBOLISMO
1) Indique a única alternativa que apresenta os valores da
estética simbolista:
a) A lógica, o mistério e a sensibilidade.
b) A intuição, a ciência e a sonoridade.
c) O ilógico, o simbolismo e o científico.
d) A intuição, a musicalidade e a espiritualidade.
e) A evidência, a coerência e o simbólico.
2) (Ucmg) – Das características da obra de Cruz e Souza
indicadas abaixo, a única que, sendo de cunho pessoal,
foge aos modelos simbolistas é:
a) culto da imprecisão, do misterioso e do vago.
b) exploração consciente da musicalidade das palavras.
c) lirismo impregnado de tom dramático e humanitário.
d) presença de vocabulário com palavras raras e
expressivas.
e) tentativa de superação no transcendental e no místico.
3) (11594 Uel Londrina) – Assinale a alternativa cujos
termos preenchem corretamente as lacunas do texto inicial.
Pode-se afirmar que a poesia …………….. não teve, entre
nós, a mesma repercussão que teve na Europa. De
qualquer modo, essa poética voltada para as sonoridades,
os amplos espaços, o Absoluto, o desejo do infinito, e
estilisticamente apoiada em sinestesias, enumerações,
assonâncias e aliterações, permitiu a ……………..
consagrar-se com seus versos.
a) pré-romântica – Casimiro de Abreu
b) pré-modernista – Raimundo Correia
c) neoclássica – Basílio da Gama
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Aula 01
d) simbolista – Cruz e Sousa
e) parnasiana – Machado de Assis
4) (Mackenzie)
“Ah! plangentes violões dormentes, mornos,
Soluços ao luar, choros ao vento…
Tristes perfis, os mais vagos contornos,
Bocas murmurejantes de lamento.
Sutis palpitações à luz da lua.
Anseio dos momentos mais saudosos,
Quando lá choram na deserta rua
As cordas vivas dos violões chorosos.
Quando os sons dos violões vão soluçando,
Quando os sons dos violões nas cordas gemem,
E vão dilacerando e deliciando,
Rasgando as almas que nas sombras tremem.
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”
As estrofes anteriores, claramente representativas do_____
, não apresentam _____ .
Assinale a alternativa que completa corretamente AS
DUAS lacunas anteriores.
a) Romantismo – sinestesia
b) Simbolismo – aliterações e assonâncias
c) Romantismo – musicalidade
d) Parnasianismo – metáforas e metonímias
e) Simbolismo – versos brancos e livres
5) (20432 Mackenzie) – Assinale a alternativa em que
aparece um trecho do Simbolismo brasileiro.
a) Vejo através da janela de meu trem
os domingos das cidadezinhas,
com meninas e moças,
e caixeiros e caixeiros engomados que vêm olhar
os passageiros empoeirados dos vagões.
b) E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente se fabrica,…
c) Ai! Se eu te visse no calor da sesta
A mão tremente no calor das tuas,
Amarrotado o teu vestido branco,
Soltos cabelos nas espáduas nuas! …
Ai! Se eu te visse, Madalena pura,
Sobre o veludo reclinada a meio
Olhos cerrados na volúpia doce,
Os braços frouxos – palpitante o seio!
d) Eu amo os gregos tipos de escultura:
Pagãs nuas no mármore entalhadas;
Não essas produções que a estufa escura
Das normas cria, tortas e enfezadas.
e) Brancuras imortais da Lua Nova,
frios de nostalgia e sonolência…
Sonhos brancos da Lua e viva essência
dos fantasmas noctívagos da Cova.
6) (Fuvest)
– “Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranquila,
– Perdida voz que de entre as mais se exila,
– Festões de som dissimulando a hora.”
Os versos anteriores são marcados pela presença
………………….. e pela predominância de imagens
auditivas, o que nos sugere a sua inclusão na estética
…………………. .
Assinale a alternativa que completa os espaços.
a) da comparação – romântica
b) da aliteração – simbolista
c) do paralelismo – trovadoresca
d) da antítese – barroca
e) do polissíndeto – modernista
7) (Uelondrina) – Identifique os versos tipicamente
simbolistas de Cruz e Sousa.
a) Adeus! ó choça do monte!…
Adeus! palmeiras da fonte!…
Adeus! amores… adeus!…
b) Rei é Oxalá que nasceu sem se criar.
Rainha é Iemanjá que pariu Oxalá sem se manchar.
c) Minhas ideias abstratas
De tanto as tocar, tornaram-se concretas.
São rosas familiares
Que o tempo traz ao alcance da mão.
d) Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
e) Nessa Amplidão das Amplidões austeras
chora o Sonho profundo das Esferas
que nas azuis Melancolias morre…
8) Subjetivismo, valorização do inconsciente e do
subconsciente, busca do vago, do diáfano, musicalidade,
sugestão são características da poesia:
a) romântica.
b) barroca.
c) árcade.
d) simbolista.
e) parnasiana.
9) (Udesc) – Leia atentamente os textos a seguir:
I- Quando será que tantas almas duras
Em tudo, já libertas, já lavadas
Nas águas imortais, iluminadas
Do sol do amor, hão de ficar bem puras?
Quando será que as límpidas frescuras
Dos claros rios de ondas estreladas
Dos céus do bem, hão de deixar clareadas
Almas vis, almas vãs, almas escuras?
(Cruz e Souza. POESIAS COMPLETAS. São Paulo,
Ediouro, s/d, p.93.)
II- “Não acredito em bicho maligno mas besouro, não sei
não. Olhe o que sucedeu com a Rosa… Dezoito anos. E
não sabia que os tinha. Ninguém reparara nisso. Nem dona
Carlotinha, nem dona Ana, entretanto já velhuscas e
solteironas, ambas quarenta e muito. Rosa viera pra
companhia delas aos sete anos quando lhe morreu a mãe.
Morreu ou deu a filha que é a mesma coisa que morrer.”
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Aula 01
(OS MELHORES CONTOS DE MARIO DE ANDRADE.
São Paulo, Global, 1988, p.17.)
Em relação aos fragmentos apresentados, assinale com V
as proposições verdadeiras e com F as falsas.
( ) Por suas características estilísticas, os versos de Cruz e
Souza pertencem ao Simbolismo e o texto de Mário de
Andrade, ao Modernismo.
( ) O Simbolismo brasileiro apresenta conteúdo carregado
de mistério, misticismo, sonoridade e espiritualidade.
( ) No Simbolismo o lirismo é altamente objetivo,
apresentando cunho político-social.
( ) Os textos do Modernismo apresentam, além de
linguagem cotidiana e dinâmica, frases despojadas.
A alternativa que apresenta sequência CORRETA, de cima
para baixo, é:
a) V, F, F, V
b) V, V, F, F
c) V, V, F, V
d) F, F, V, V
e) V, F, V, V
10) (9714 Mackenzie) – Assinale a alternativa que não se
refere ao Simbolismo.
a) Na busca de uma linguagem exótica, colorida, musical,
os autores não resistem, muitas vezes, à ideia de criar
novos termos.
b) Ocorre grande interesse pelo individual e pelo
metafísico.
c) Há assuntos relacionados ao espiritual, místico,
religioso.
d) Nota-se o emprego constante de aliterações e
assonâncias.
e) Busca-se uma poesia formalmente perfeita, impassível e
universalizante.
11) (Cescem) – Um dos aspectos que faz com que a poesia
simbolista se contraponha frontalmente ao Parnasianismo
é:
a) o predomínio da linguagem denotativa sobre a figurada,
como tentativa
de exprimir com mais clareza as ambiguidades da alma.
b) a consideração do poema como um produto artístico,
resultante de um processo lógico e analítico de
interpretação do real.
c) a visão materialista do mundo, adequadamente expressa
por uma linguagem eivada de sugestões plásticas que
acentuam a ideia de sensualidade.
d) a adoção de uma postura subjetiva diante da realidade,
expressa por uma linguagem rica de associações
sensoriais.
e) o abandono do soneto, que, como forma poética fixa,
passa ser considerado impróprio para exprimir a fluidez
onírica.
12) (Cescem) – O Simbolismo enveredou por caminhos
algumas vezes semelhantes aos Romantismo; é o que se
pode depreender do fato de que os autores simbolistas, via
de regra:
a) aceitaram que o real é aquilo que está refletido na
consciência individual.
b) assumiram uma postura esteticista, cultuaram a forma e
a expressão ortodoxa.
c) utilizaram uma linguagem enxuta, direta e contundente,
que dizia a expressão de seus temas ao essencial.
d) adotaram uma expressão oralizada, valendo-se dos
recursos da fala popular.
e) impuseram à literatura uma concepção positiva do
mundo, segundo a qual o homem exprime as contradições
e grandezas da sociedade em que vive.
13) (Cescem) – O texto que segue aponta características do
Simbolismo.
“Nem a ideia clara, nem o sentimento preciso, mas o vago
do coração, o indeciso dos estados da alma.”
Com base nessas propostas, aponte o excerto que pertence
a esse movimento estético.
a) “Era um casarão sombrio, a casa da fazenda. Além de
escura e abafada, recendia a um cheiro esquisito”.
b) “A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece na paz do céu risonho
Toda branca de sol”.
c) “Lá nas areias infindas,
das palmeiras do país,
Nasceram – crianças lindas,
Viveram – moças gentis…”
d) “Pois direi-me agora da grandeza, com que já me tendes
ameaçado, desta província chamada Brasil, ou Terra de
Santa Cruz”.
e) “Vontade de dormir. Fumaça de chaminé transformada
em lençol branco, cama macia de fazer água na boca.”
14) (Fac. Bandeirantes-PR) – O Simbolismo caracterizouse por ser:
a) positivista, naturalista, cientificista.
b) antipositivista, antinaturalista, anticientificista.
c) objetivo, racional.
d) volta aos modelos greco-latinos.
e) subjetivista, materialista.
15) (Fuvest)
– Perdida voz que de entre as mais se exila,
– Festões de som dissimulando a hora.”
Os versos anteriores são marcados pela presença
………………….. e pela predominância de imagens
auditivas, o que nos sugere a sua inclusão na estética
…………………. .
Assinale a alternativa que completa os espaços.
a) da comparação – romântica
b) da aliteração – simbolista
c) do paralelismo – trovadoresca
d) da antítese – barroca
e) do polissíndeto – modernista
16) (Uelondrina) – “Faz descer sobre mim os brandos véus
da calma,
Sinfonia da Dor, ó Sinfonia muda,
Voz de todo meu Sonho, ó noiva da minh’alma,
Fantasma inspirador das Religiões de Buda.”
A estrofe acima é de Cruz e Souza, e nela estão os
seguintes elementos típicos da poesia simbolista:
a) realidade urbana, linguagem coloquial, versos longos.
b) erotismo, sintaxe fluente e direta, ironia.
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c) desprezo pela métrica, linguagem concretizante, sátira.
d) filosofia materialista, linguagem rebuscada, exotismo.
e) misticismo, linguagem solene, valorização do
inconsciente.
17) (Ufes) – Maior importância conferida às sensações
produzidas pelas coisas do que às coisas em si, visão do
tempo como algo que não se pode captar e aparência
fugidia das pessoas, objetos e paisagens são algumas das
características de um estilo de época que se conhece como:
a) Romantismo.
b) Parnasianismo.
c) Simbolismo.
d) Impressionismo.
e) Modernismo.
18) (Cescem) – “É, mais pedras, mais pedras se
sobreporão às pedras já acumuladas, mais pedras, mais
pedras, mais pedras… Pedras destas odiosas, caricatas e
fatigantes civilizações e sociedades… E as estranhas
paredes hão de subir – longas, negras, terríficas! Hão de
subir, subir mudas, silenciosas, até às Estrelas, deixando-te
para sempre perdidamente alucinado e emparedado dentro
do teu Sonho…”
É comum, durante o Simbolismo, a criação de textos como
o acima transcrito. Com base nesse excerto de Cruz e
Souza podemos dizer que se trata de:
a) uma crônica historiográfica.
b) uma tragédia em moldes clássicos.
c) um romance em que predomina a descrição
d) um poema em prosa.
e) uma sátira aos costumes.
19) (Cescem) – “Ó lua, triste, amargurada,
fantasma de brancuras vaporosas,
a tua nívea luz ciliciadas
faz murchecer e congelar as rosas.”
A luz difusa, esbate difusa, esbatendo as linhas e diluindo
as formas, produz uma transfiguração do objeto, o que
caracteriza o ___________ e o faz aproximar-se
do______________.
a) Romantismo – Modernismo
b) Simbolismo – Impressionismo
c) Realismo – Surrealismo
d) Simbolismo – Naturalismo
e) Romantismo – Realismo
20) (PUC – Campinas) – “Ah! Plangentes violões
dormentes, mornos
Soluços ao luar, choros ao vento…
Tristes perfis, os mais vagos contornos,
Bocas murmurejantes de lamento.”
O texto acima é um fragmento da obra Psicologia de um
Vencido, de autoria de:
a) Cruz e Souza
b) Alphonsus de Guimaraens
c) Ciro dos Anjos
d) Augusto dos Anjos
e) Francisca Júlia
1-D, 2-E, 3-D, 4-E, 5-E, 6-B, 7-E, 8-D, 9-C, 10-E, 11-A,
12-C, 13-B, 14-A, 15-B, 16-E, 17-C, 18-A, 19-E, 20-E
Questões sobre Simbolismo com gabarito
1) "Faz descer sobre mim os brandos véus da calma,
Sinfonia da Dor, ó Sinfonia muda,
Voz de todo meu Sonho, ó noiva da minh'alma,
Fantasma inspirador das Religiões de Buda."
A estrofe acima é de Cruz e Sousa, e nela estão os
seguintes elementos típicos da poesia simbolista:
a) realidade urbana, linguagem coloquial, versos longos.
b) erotismo, sintaxe fluente e direta, ironia.
c) desprezo pela métrica, linguagem concretizante, sátira.
d) filosofia materialista, linguagem rebuscada, exotismo.
e) misticismo, linguagem solene, valorização do
inconsciente.
2) Identifique os versos tipicamente simbolistas de Cruz e
Sousa.
a) "Adeus! ó choça do monte!...
Adeus! palmeiras da fonte!...
Adeus! amores... adeus!..."
b)"Rei é Oxalá que nasceu sem se criar.
Rainha é Iemanjá que pariu Oxalá sem se manchar."
c)"Minhas ideias abstratas
De tanto as tocar, tornaram-se concretas.
São rosas familiares
Que o tempo traz ao alcance da mão."
d) "Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo."
e) "Nessa Amplidão das Amplidões austeras
chora o Sonho profundo das Esferas
que nas azuis Melancolias morre..."
3) Não é difícil classificar este poema como simbolista, já
que:
a) busca a fantasia
b) exagera a realidade
c) é impessoal e impassível
Gabarito dos Exercícios sobre Simbolismo
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d) apresenta-se direta e objetivamente
e) predominam nele a lógica e a razão.
( ) Este autor representou o Simbolismo no Brasil,
propondo uma poesia pura não-racionalizada, explorando
4) Só um tema domina os versos do poeta: a morte da
imagens e não conceitos.
amada Constança, sua prima. Morre adolescente; eis o
( ) A poesia simbolista é hermética, misteriosa e despreza a
fantasma que o acompanha na maioria dos versos.
poética racional.
Escreveu estas obras, exceto:
( ) Cruz a Sousa, principal figura do movimento, era filho
de escravos e, como tal, usou a escravidão e as injustiças
a) "Câmara Ardente"
como tema central de sua poética.
b) "Dona Mística"
( ) Pela espiritualização contínua de sua poesia, tenta
c) "Missal e Broquéis"
desfazer-se de todos os referenciais concretos, adotando
d) "Kiriale"
para isso uma linguagem rebuscada e musical.
e) "A Escada de Jacó".
( ) O trecho anterior, pertencente a LITANIA DOS
POBRES, tem o tom de denúncia social, apesar do
5) O poema pertence à escola:
idealismo platônico do autor e de sua tendência à
espiritualização.
a) neoclássica
b) romântica
8) Assinale a alternativa que não se refere ao Simbolismo.
c) realista
d) simbolista
a) Na busca de uma linguagem exótica, colorida, musical,
e) moderna.
os autores não resistem, muitas vezes, à ideia de criar
novos termos.
6) Também são de Alphonsus de Guimaraens estes versos
b) Ocorre grande interesse pelo individual e pelo
famosos:
metafísico.
c) Há assuntos relacionados ao espiritual, místico,
a) "Ó Formas alvas, brancas,
religioso.
Formas claras de luares, de neves, de neblinas!..."
d) Nota-se o emprego constante de aliterações e
b) "Quando Ismália enlouqueceu
assonâncias.
Pôs-se na torre a sonhar..."
e) Busca-se uma poesia formalmente perfeita, impassível e
c) "Eu, filho do carbono e do amoníaco,
universalizante.
Monstro de escuridão e rutilância,..."
d) "Sonho que sou um cavaleiro andante
9) (PUC-Campinas)
Por desertos, por sóis, por noite escura..."
"Ah! plangentes violões dormentes, mornos,
e) "Só a leve esperança, em toda a vida,
Soluços ao luar, choros ao vento...
Disfarça a pena de viver, mais nada;"
Tristes perfis, os mais vagos contornos,
Bocas murmurejantes de lamento.
7) OBSERVE:
.......................................................................................
Sutis palpitações à luz da lua.
"Os miseráveis, os rotos
Anseio dos momentos mais saudosos,
São as flores dos esgotos
Quando lá choram na deserta rua
São espectros implacáveis
As cordas vivas dos violões chorosos.
Os rotos, os miseráveis
São prantos negros de furnas
Quando os sons dos violões vão soluçando,
Caladas, mudas, soturnas."
Quando os sons dos violões nas cordas gemem,
(Cruz e Sousa)
E vão dilacerando e deliciando,
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Rasgando as almas que nas sombras tremem.
.......................................................................................
b) E não há melhor resposta
Vozes veladas, veludosas vozes,
que o espetáculo da vida:
Volúpias dos violões, vozes veladas,
vê-la desfiar seu fio,
Vagam nos velhos vórtices velozes
que também se chama vida,
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas."
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente se fabrica,...
As estrofes anteriores, claramente representativas do_____
, não apresentam _____ .
c) Ai! Se eu te visse no calor da sesta
Assinale a alternativa que completa corretamente AS
A mão tremente no calor das tuas,
DUAS lacunas anteriores.
Amarrotado o teu vestido branco,
Soltos cabelos nas espáduas nuas! ...
a) Romantismo - sinestesia
b) Simbolismo - aliterações e assonâncias
Ai! Se eu te visse, Madalena pura,
c) Romantismo - musicalidade
Sobre o veludo reclinada a meio
d) Parnasianismo - metáforas e metonímias
Olhos cerrados na volúpia doce,
e) Simbolismo - versos brancos e livres.
Os braços frouxos - palpitante o seio!
10) Subjetivismo, valorização do inconsciente e do
d) Eu amo os gregos tipos de escultura:
subconsciente, busca do vago, do diáfano, musicalidade,
Pagãs nuas no mármore entalhadas;
sugestão são características da poesia:
Não essas produções que a estufa escura
Das normas cria, tortas e enfezadas.
a) romântica.
b) barroca.
e) Brancuras imortais da Lua Nova,
c) árcade.
frios de nostalgia e sonolência...
d) simbolista.
Sonhos brancos da Lua e viva essência
e) parnasiana.
dos fantasmas noctívagos da Cova.
11) "os poetas vivem em torres de ametista" - referência
13) Assinale a alternativa em que aparece um trecho do
irônica aos poetas:
Simbolismo brasileiro.
a) simbolistas
a) Vejo através da janela de meu trem
b) renascentistas
os domingos das cidadezinhas,
c) árcades
com meninas e moças,
d) barrocos
e caixeiros e caixeiros engomados que vêm olhar
e) parnasianos.
os passageiros empoeirados dos vagões.
12) Assinale a alternativa em que aparece um trecho do
b) E não há melhor resposta
Simbolismo brasileiro.
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
a) Vejo através da janela de meu trem
que também se chama vida,
os domingos das cidadezinhas,
ver a fábrica que ela mesma,
com meninas e moças,
teimosamente se fabrica,...
e caixeiros e caixeiros engomados que vêm olhar
os passageiros empoeirados dos vagões.
c) Ai! Se eu te visse no calor da sesta
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A mão tremente no calor das tuas,
Morte ao burguês mensal!"
Amarrotado o teu vestido branco,
c) "Velho vento vagabundo!
Soltos cabelos nas espáduas nuas! ...
No teu rosnar sonolento
Leva ao longe este lamento
Ai! Se eu te visse, Madalena pura,
Além do escárnio do mundo."
Sobre o veludo reclinada a meio
d) "Como são belos os dias
Olhos cerrados na volúpia doce,
Do despontar da existência!
Os braços frouxos - palpitante o seio!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;"
d) Eu amo os gregos tipos de escultura:
e) "Quero um beijo sem fim,
Pagãs nuas no mármore entalhadas;
Que dure a vida inteira e aplaque o meu desejo!
Não essas produções que a estufa escura
Ferve-me o sangue:
Das normas cria, tortas e enfezadas.
acalma-o com teu beijo;"
e) Brancuras imortais da Lua Nova,
16) Considere as seguintes afirmações sobre a poesia de
frios de nostalgia e sonolência...
Cruz e Sousa:
Sonhos brancos da Lua e viva essência
dos fantasmas noctívagos da Cova.
I. Elementos de uma natureza imaginária são tomados para
sugerir sensações e aspirações.
14) Sobre o Simbolismo brasileiro é correto afirmar que
II. Ganham muita importância os efeitos musicais da
melodização e do ritmo na elaboração dos versos.
a) reelabora a fala popular carioca em curtos poemas de
III. A busca ansiada da transcendência mística é marca
temática urbana repletos de elipses e trocadilhos bilíngues.
poderosa de seus versos.
b) retoma a temática romântica com ânimo satírico e
polêmico, inclusive parodiando trechos de romances do
Está correto o que se afirma
século XIX.
c) explora a mitologia greco-latina e episódios da história
a) apenas em II.
antiga da Europa em sonetos descritivos com chave-de-
b) apenas em I e II.
ouro.
c) apenas em I e III.
d) explora a sugestividade dos sons da língua em poemas
d) apenas em II e III.
que reportam sensações indefinidas e sentimentos vagos.
e) em I, II e III.
e) reelabora a musicalidade dos vocábulos com
experiências em que as palavras são segmentadas e a frase
17) Leia as afirmações a seguir:
parte-se em fragmentos.
I - Misticismo, amor e morte caracterizam a obra de
15) Assinale a opção cujos versos, pertencentes ao período
Alphonsus de Guimaraens.
simbolista, são reveladores de um de seus traços
II - A poesia de Cruz e Sousa apresenta aspectos ligados
característicos:
ao subjetivismo e angústia pessoal, evoluindo para
posições mais universalizantes.
a) "Clame a saparia
III - O Simbolismo nega o cientificismo, valorizando as
Em críticas céticas:
manifestações metafísicas e espirituais.
Não há mais poesia
Mas há artes poéticas..."
Assinale:
b) "Morte à gordura!
Morte às adiposidades cerebrais!
a) se apenas I e III estiverem corretas.
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b) se apenas I estiver correta.
c) Apenas III
c) se todas estiverem corretas.
d) Apenas II e III
d) se todas estiverem incorretas.
e) I, II e III
e) se apenas III estiver correta.
19) Elevação espiritual, amplo emprego de sinestesias e
18) ACROBATA DA DOR
criação de paisagens oníricas estão na base da poesia do
Cruz e Sousa
autor de
Gargalha, ri, num riso de tormenta,
a) ESPUMAS FLUTUANTES.
Como um palhaço, que desengonçado,
b) SEGUNDOS CANTOS.
Nervoso, ri, num riso absurdo, inflado,
c) LIRA DOS VINTE ANOS.
De uma ironia e de uma dor violenta.
d) BROQUÉIS.
e) PRIMAVERAS.
Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
Agita os guizos, e convulsionado
20) Para as estrelas de cristais gelados
Salta gavroche, salta clown, varado
as ânsias e os desejos vão subindo,
Pelo estertor dessa agonia lenta...
galgando azuis e siderais noivados
de nuvens brancas a amplidão vestindo.
Pedem-se bis e um bis não se despreza!
Vamos! retesa os músculos, retesa
Na estrofe anterior, note-se a ânsia de infinitude, o clima
Nessas macabras piruetas d'aço...
de sonho, a sublimação dos desejos, o movimento
ascensional, a exploração simbólica do branco. São
E embora caias sobre o chão, fremente,
características da poesia de
Afogado em teu sangue estuoso e quente
Ri! Coração, tristíssimo palhaço.
a) Olavo Bilac.
____________
b) Gonçalves Dias.
gavroche: garoto: clown: palhaço
c) Cruz e Sousa.
d) Fagundes Varela.
Considere as seguintes afirmações em relação ao poema de
e) Casimiro de Abreu.
Cruz e Sousa.
21) "O Assinalado"
I - Trata-se de poema simbolista que não expressa
nitidamente as emoções representadas, o que é
Tu és o louco da imortal loucura,
incompatível com a forma do soneto.
O louco da loucura mais suprema.
II - Os poetas do Simbolismo, incapazes de captarem as
A Terra é sempre a tua negra algema,
sensações e os sentimentos humanos em sua real
Prende-te nela a extrema Desventura.
dimensão, apelavam para imagens obscuras.
III - O poema mistura em tom veemente imagens
Mas essa mesma algema de amargura,
contraditórias de riso e dor, utilizando em diferentes
Mas essa mesma Desventura extrema
metáforas a imagem do palhaço.
Faz que tu'alma suplicando gema
E rebente em estrelas de ternura.
Quais estão corretas?
Tu és o Poeta, o grande Assinalado
a) Apenas I
Que povoas o mundo despovoado,
b) Apenas II
De belezas eternas, pouco a pouco ...
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Com que Fílis entoa a voz candente!"
Na Natureza prodigiosa e rica
(Cláudio Manuel da Costa)
Toda a audácia dos nervos justifica
Os teus espasmos imortais de louco!
( ) "Era o poeta de Teos que a suspendia
Então, e, ora repleta ora esvasada,
O poema acima encontra-se na obra "Últimos sonetos", de
A taça amiga aos dedos seus tinia,
Cruz e Sousa, poeta cujo centenário de morte foi
Toda de roxas pétalas colmada."
comemorado em 1998. Leia as afirmativas seguintes
(Alberto de Oliveira)
acerca do poema e assinale a opção CORRETA.
Assinale a sequência correta.
I - Ocorre hipérbole no verso 4; anáfora, nos versos 5 e 6;
antítese, no verso 9; sinestesia, nos versos13-14.
a) I, III, II, IV
II - O poeta é considerado um ser diferente cuja alma,
b) I, II, III, V
mesmo algemada à Terra, rebenta "em estrelas de ternura".
c) II, III, IV, V
III - O uso da letra maiúscula em substantivos comuns
d) IV, I, V, III
singulariza-os e empresta-lhes uma dimensão simbólica.
e) IV, I, II, III
a) Apenas a afirmativa I está correta.
23) (UFPR) "Broquéis", obra de Cruz e Sousa que
b) Apenas a afirmativa II está correta.
inaugura histórica e esteticamente o Simbolismo no Brasil
c) Apenas a afirmativa III está correta.
(1893), é marcante pela exploração das virtualidades da
d) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
palavra. Um de seus poemas é "Sinfonias do Ocaso":
e) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
Musselinosas como brumas diurnas
22) Numere a segunda coluna de acordo com a primeira.
Descem do ocaso as sombras harmoniosas,
Sombras veladas e musselinosas
(I) Barroco
Para as profundas solidões noturnas.
(II) Arcadismo
(III) Romantismo
Sacrários virgens, sacrossantas urnas,
(IV) Parnasianismo
Os céus resplendem de sidéreas rosas,
(V) Simbolismo
Da Lua e das Estrelas majestosas
Iluminando a escuridão das furnas.
( ) "Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada
Cobrai-a e não queirais, Pastor Divino,
Ah! por estes sinfônicos ocasos
Perder na Vossa ovelha a Vossa glória"
A terra exala aromas de áureos vasos.
(Gregório de Matos)
Incensos de turíbulos divinos.
( ) "Mulher do meu amor! Quando aos meus beijos
Os plenilúnios mórbidos vaporam...
Treme tua alma, como a lira ao vento,
E como que no Azul plangem e choram
Das teclas de teu seio que harmonias,
Cítaras, harpas, bandolins, violinos...
Que exalas de suspiros, bebo atento!"
(Castro Alves)
Neste poema, estão presentes aspectos recorrentes na
estética simbolista, como
( ) "Brandas ribeiras, quanto estou contente
De ver-vos outra vez, se isto é verdade!
Quanto me alegra ouvir a suavidade,
01) intuição, musicalidade e espiritualidade.
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Aula 01
02) tentativa de superação no transcendental e no místico,
e culto da imprecisão.
a) de tendência naturalista, que se compraz na descrição
04) sondagem da realidade oculta das coisas, sugestão e
mórbida dos sentimentos, embora mostre otimismo em
harmonia.
relação ao homem.
08) emprego de palavras raras e expressivas, e exploração
b) próxima da música, não apenas no plano temático, mas,
da musicalidade das palavras.
sobretudo, no trabalho detalhista da sonoridade.
16) valorização do gosto burguês, nacionalismo e
c) abstrata, pois se afasta de situações cotidianas e, além
impressionismo na linguagem.
disso, exprime um intenso sentimento de dor e de angústia.
d) de atmosfera intensamente misteriosa, criada pelo forte
24) Leia o poema "Siderações", de Cruz e Souza.
impulso de transfiguração da realidade imediata.
Para as estrelas de cristais gelados
26) Leia o fragmento a seguir do poema "Evocações" de
As ânsias e os desejos vão subindo,
Alphonsus de Guimaraens:
Galgando azuis e siderais noivados,
De nuvens brancas a amplidão vestindo...
"Na primavera que era a derradeira,
Mãos estendidas a pedir esmola
Num cortejo de cânticos alados
Da estrada fui postar-me à beira.
Os arcanjos, as cítaras ferindo,
Brilhava o sol e o arco-íris era a estola
Passam, das vestes nos troféus prateados,
Maravilhosamente no ar suspensa"
As asas de ouro finamente abrindo...
Como se sabe, Alphonsus de Guimaraens é tido como um
Dos etéreos turíbulos de neve
dos mais importantes representantes do Simbolismo no
Claro incenso aromal, límpido e leve,
Brasil. No fragmento acima, pode-se destacar a seguinte
Ondas nevoentas de visões levanta...
característica da escola à qual pertence:
E as ânsias e desejos infinitos
a) bucolismo, que se caracteriza pela participação ativa da
Vão com os arcanjos formulando ritos
natureza nas ações narradas.
Da eternidade que nos astros canta...
b) intensa movimentação e alta tensão dramática.
c) concretismo e realismo nas descrições.
A respeito do poema, é correto afirmar que
d) foco no instante, na cena particular e na impressão que
causa.
a) o poeta idealiza seus desejos, projetando-os para uma
e) tom poético melancólico, apresentando a natureza como
instância inatingível.
cúmplice na tristeza.
b) o poema emprega descrições nítidas que garantem uma
compreensão exata dos versos.
27) Como escola literária, o Simbolismo:
c) o poeta expõe a sua avaliação sobre a realidade objetiva,
utilizando imagens da natureza em linguagem precisa e
( ) apresenta-se como uma estética oposta à poesia
direta.
objetiva, plástica e descritiva, praticada pelo
d) o poema, em forma de epigrama, traduz uma visão
Parnasianismo, e como uma recusa aos valores burgueses.
materialista do amor e da sensualidade.
( ) define-se pelo antiintelectualismo e mergulha no
e) se trata da descrição de fantasias e alucinações
irracional, descobrindo um mundo estranho de
apresentadas nos moldes de ficção científica.
associações, de ideias e sensações.
( ) propõe uma poesia pura, hermética e misteriosa, que
25) Com base na leitura de "Broquéis", de Cruz e Sousa, é
INCORRETO afirmar que se trata de uma poesia
usa imagens, e não conceitos.
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Aula 01
( ) foi um movimento de grande receptividade e
repercussão junto ao público brasileiro.
31) (ESAPP-modificado) Assinale a única afirmação
( ) revolucionou a poesia da época, com o uso de versos
coerente com as características do movimento simbolista:
livres e de uma temática materialista.
a) Algumas obras são bastante herméticas, justificando a
28) Assinale a alternativa INCORRETA a respeito do
referência a um estilo “nefelibata”, pela obscuridade
Simbolismo:
nebulosa, consistindo não poucas vezes em uma linguagem
de compreensão extremamente difícil.
a) Utiliza o valor sugestivo da música e da cor.
b) Evita radicalmente a abordagem de paisagens
b) Dá ênfase à imaginação e à fantasia.
desoladamente esfumaçada, de visões esgarçadas, de um
c) Procura a representação da realidade do subconsciente.
estilo etéreo e de um penumbrismo no ambiente.
d) É uma atitude objetiva, em oposição ao subjetivismo
c) Nas obras há um predomínio dos fatos fisiológicos, que
dos parnasianos.
não de fatos de ordem espiritual e transcendente, mas
e) No Brasil, produziu, entre outras, a poesia de Cruz e
apenas manifestações da matéria.
Sousa e, em Portugal, a de Antônio Nobre.
d) Preferência pelos assuntos da época, marcadamente as
questões sociais, como a abolição da escravatura.
29) Morte e _________ são temas presentes tanto na
e) Exacerbado sentimento da natureza, que se revela
poesia de _________ quanto na de _________,
especialmente quanto à apresentação do indígena e das
considerados as duas principais matrizes do _________ no
riquezas naturais, como florestas, rios e fauna.
Brasil, movimento do final do século XIX, de inspiração
32) (PUC) No poema de Cruz e Sousa, ocorre o
francesa.
predomínio das seguintes características:
a) inovações, simultaneidade de traços, dinamicidade,
As lacunas podem ser correta e respectivamente
ausência de sequência temporal e descritor-observador.
preenchidas por:
b) Explicações, sequência de traços, estaticidade,
a) mitologia - Cruz e Souza - Eduardo Guimaraens -
sequência temporal e narrador-personagem.
Parnasianismo
c) Explicações, sequência de traços, dinamicidade,
b) melancolia - Alphonsus de Guimaraens - Raimundo
ausência de conflito narrativo e ausência de narrador.
Correa - Simbolismo
d) Invocações, concomitância de traços, estaticidade,
c) religiosidade - Cruz e Souza - Alphonsus de
ausência de conflito narrativo e ausência de narrador.
Guimaraens - Simbolismo
e) Invocações, concomitância de traços, estaticidade,
d) amor - Olavo Bilac - Raimundo Correa - Parnasianismo
sequência temporal e descritor-observador.
e) natureza - Cruz e Souza - Eduardo Guimaraens -
33) O simbolismo caracterizou-se por ser:
Simbolismo.
a) positivista, naturalista, cientificista;
b) antipositivista, antinaturalista, anticientificista;
30) Das alternativas abaixo, indique a que não se aplica ao
c) objetivo – racional;
Simbolismo:
d) uma volta aos modelos greco-latinos;
a) Procura evocar a realidade e não descrevê-la
e) subjetivista – materialista.
minuciosamente.
b) O poeta evita que os sentimentos interfiram na
34) (UNID – SP) Não corresponde ao Simbolismo a
abordagem da realidade.
afirmativa:
c) O valor musical dos signos linguísticos é um efeito
procurado pelos poetas.
a) No Brasil, o Simbolismo começa em 1893 com a
d) O simbolismo mantém ligações com a poética
publicação de Missal e Broquéis, ambos de Cruz e Souza.
romântica.
b) Olavo Bilac, um dos poetas mais festejados do período,
e) O tema da morte é valorizado pelos simbolistas.
escreveu o poema formal Profissão de fé.
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Aula 01
c) Os versos “Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias
c) V, V, F, V
dos violões, vozes veladas...” fazem parte do poema
d) F, F, V, V
“Violões que choram”.
e) V, F, V, V
d) O autor mais representativo desse movimento – Cruz e
Souza – também é chamado de Cisne Negro.
36) (Cescem) - "É, mais pedras, mais pedras se sobreporão
e) Alphonsus de Guimarães é o autor de Ismália.
às pedras já acumuladas, mais pedras, mais pedras, mais
pedras... Pedras destas odiosas, caricatas e fatigantes
35) - Leia atentamente os textos a seguir:
civilizações e sociedades... E as estranhas paredes hão de
I- Quando será que tantas almas duras
subir - longas, negras, terríficas! Hão de subir, subir
Em tudo, já libertas, já lavadas
mudas, silenciosas, até às Estrelas, deixando-te para
Nas águas imortais, iluminadas
sempre perdidamente alucinado e emparedado dentro do
Do sol do amor, hão de ficar bem puras?
teu Sonho..."
Quando será que as límpidas frescuras
É comum, durante o Simbolismo, a criação de textos como
Dos claros rios de ondas estreladas
o acima transcrito. Com base nesse excerto de Cruz e
Dos céus do bem, hão de deixar clareadas
Souza podemos dizer que se trata de:
Almas vis, almas vãs, almas escuras?
(Cruz e Souza. POESIAS COMPLETAS. São Paulo,
a) uma crônica historiográfica.
Ediouro, s/d, p.93.)
b) uma tragédia em moldes clássicos.
c) um romance em que predomina a descrição
II- "Não acredito em bicho maligno mas besouro, não sei
d) um poema em prosa.
não. Olhe o que sucedeu com a Rosa... Dezoito anos. E
e) uma sátira aos costumes.
não sabia que os tinha. Ninguém reparara nisso. Nem dona
Carlotinha, nem dona Ana, entretanto já velhuscas e
37) (Cescem) - "É, mais pedras, mais pedras se sobreporão
solteironas, ambas quarenta e muito. Rosa viera pra
às pedras já acumuladas, mais pedras, mais pedras, mais
companhia delas aos sete anos quando lhe morreu a mãe.
pedras... Pedras destas odiosas, caricatas e fatigantes
Morreu ou deu a filha que é a mesma coisa que morrer."
civilizações e sociedades... E as estranhas paredes hão de
(OS MELHORES CONTOS DE MARIO DE ANDRADE.
subir - longas, negras, terríficas! Hão de subir, subir
São Paulo, Global, 1988, p.17.)
mudas, silenciosas, até às Estrelas, deixando-te para
sempre perdidamente alucinado e emparedado dentro do
Em relação aos fragmentos apresentados, assinale com V
teu Sonho..."
as proposições verdadeiras e com F as falsas.
É comum, durante o Simbolismo, a criação de textos como
( ) Por suas características estilísticas, os versos de Cruz e
o acima transcrito. Com base nesse excerto de Cruz e
Souza pertencem ao Simbolismo e o texto de Mário de
Souza podemos dizer que se trata de:
Andrade, ao Modernismo.
( ) O Simbolismo brasileiro apresenta conteúdo carregado
a) uma crônica historiográfica.
de mistério, misticismo, sonoridade e espiritualidade.
b) uma tragédia em moldes clássicos.
( ) No Simbolismo o lirismo é altamente objetivo,
c) um romance em que predomina a descrição
apresentando cunho político-social.
d) um poema em prosa.
( ) Os textos do Modernismo apresentam, além de
e) uma sátira aos costumes.
linguagem cotidiana e dinâmica, frases despojadas.
A alternativa que apresenta sequência CORRETA, de cima
38) (FUVEST - SP)
para baixo, é:
A) Em que século e em que movimento literário se situa a
a) V, F, F, V
b) V, V, F, F
obra de Camilo Pessanha?
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Aula 01
B) Dê razões que permitam situar sua obra nesse
Nas prisões colossais e abandonadas,
movimento.
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
39) (Mackenzie)
Nesses silêncios solitários, graves,
que chaveiro do Céu possui as chaves
Chorai, arcadas
para abrir-vos as portas do Mistério?!
Do violoncelo!
Convulsionadas
CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis:
Pontes aladas
Fundação Catarinense de Cultura / Fundação Banco do
De pesadelo ...
Brasil, 1993.
Trêmulos astros...
Os elementos formais e temáticos relacionados ao contexto
Soidões* lacustres...
cultural do Simbolismo encontrados no poema Cárcere das
- Lemes e mastros...
almas, de Cruz e Sousa, são
E os alabastros
a) a opção pela abordagem, em linguagem simples e direta,
Dos balaústres!
de temas filosóficos.
soidões – solidões.
b) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação
Camilo Pessanha
à temática nacionalista.
c) o refinamento estético da forma poética e o tratamento
Assinale a alternativa correta sobre o texto.
metafísico de temas universais.
d) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade
a) Destaca a expressão egocêntrica do sofrimento amoroso,
social expressa em imagens poéticas inovadoras.
de nítida influência romântica.
e) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a
b) Recupera da lírica trovadoresca a redondilha maior, a
rima e a métrica tradicionais em favor de temas do
estrutura paralelística e os versos brancos.
cotidiano
c) A influência do Futurismo italiano é comprovada pela
presença de frases nominais curtas e temática onírica.
d) A linguagem grandiloquente, as metáforas cósmicas e o
Gabarito:
pessimismo exacerbado comprovam o estilo condoreiro.
e) A valorização de recursos estilísticos relacionados ao
1) E
2) E 3) A 4) C 5) D 6) B 7) V V F V V 8) E
ritmo e à sonoridade é índice do estilo simbolista.
9) E 10) D 11) A 12 E 13) E 14) D 15) C 16) E
17) C 18) C 19) D 20) C 21) E 22) A 23) 15
40) (Enem 2009) Cárcere das almas
24) A 25) A 26) D 27) V V V F F 28) D 29) C 30)
B 31) A 32) A 33) B 34) B 35) C 36) A 37) C
Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
38) a) Século XIX, Se situa no Simbolismo.
Do calabouço olhando imensidades,
b) utilização da técnica impressionista, na imagem visual e
Mares, estrelas, tardes, natureza.
sonora, com a finalidade de sugerir sensações e convidar o
leitor a interpretar estados de alma, sem nunca se deter “na
Tudo se veste de uma igual grandeza
descrição que levaria à objetividade.
Quando a alma entre grilhões as liberdades
39) E 40) C
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.
Pré-modernismo
O pré-modernismo (ou ainda estética impressionista1 )
Ó almas presas, mudas e fechadas
foi um período literário brasileiro2 , que marca a transição
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Aula 01
entre
o simbolismo e
o
movimento modernista.
nas camadas mais elevadas de manifestações até então
Em Portugal, o pré-modernismo configura o movimento
restritos às camadas mais populares – ritmos tais como
denominado saudosismo .
o maxixe, toada, modinha e serenata. É o tempo em que a
O termo pré-modernismo parece ter sido criado por Tristão
de Athayde, para designar os "escritores contemporâneos
do neo-parnasianismo, entre 1910 e 1920", no dizer de
capital do país, então o Rio de Janeiro, assiste ao
crescimento do carnaval, ao sucesso de compositores
como Chiquinha Gonzaga e o nascimento do samba em
sua versão recente.5
Joaquim Francisco Coelho
Na música erudita, o nome representativo foi o de Alberto
Contexto histórico
Nepomuceno, de composições de “intenção nacionalista”.5
Na pintura, tendo como principal foco a Escola Nacional
de
Belas-Artes,
no
Rio
de
Janeiro,
vigorava
o academicismo, passando despercebida a exposição feita
em 1913 pelo lituano Lasar Segall. Apenas em 1917uma
forte reação à exposição de Anita Malfatti expõe o
confronto que redundaria na Semana de Arte Moderna de
1922. (vide, mais abaixo, texto de Monteiro Lobato sobre
essa exposição).
Ambiente literário e outras informações
Pontos de conflito no Brasil pré-modernista.
Para os autores, o momento histórico brasileiro interferiu
na produção literária, marcando a transição dos valores
éticos do século XIX para uma nova realidade que se
desenhava, essencialmente pautado por uma série de
conflitos como o fanatismo religioso do Padre Cícero e
de Antônio Conselheiro e o cangaço, no Nordeste, as
revoltas da Vacina e da Chibata, no Rio de Janeiro, as
greves
operárias
em São
Paulo e
a Guerra
Contestado (na fronteira entre Paraná e Santa
do
Catarina);
além disso a política seguia marcadamente dirigida
pela oligarquia rural, o nascimento da burguesia urbana, a
industrialização, segregação dos negros pós-abolição, o
surgimento do proletariado e: finalmente, a imigração
europeia.5
Para além dos fatos circundantes, registra-se que ainda
estão
ativos
autores parnasianos,
como Olavo
Bilac, Raimundo Correia e Francisca Júlia da Silva, e neoparnasianos como Martins Fontes e Goulart de Andrade,
dominando o cenário da Academia Brasileira de Letras.
Além
deles,
longe
da
Academia, simbolistas como Emiliano Perneta e Pereira da
Silva, convivem com os escritores pré-modernistas.
Caracterização
Embora vários autores sejam classificados como prémodernistas, este não se constituiu num estilo ou escola
literária, dado a forte individualidade de suas obras 3 , mas
essencialmente eram marcados por duas características
comuns:
Além desses fatos somam-se as lutas políticas constantes
pelo coronelismo, e disputas provincianas como as
existentes
no Rio
republicanos.
Grande
do
Sul entre maragatos e
6
1. conservadorismo - traziam na sua estética os
valores naturalistas;
2. renovação - demonstravam íntima relação com a
Outras manifestações artísticas
realidade brasileira e as tensões vividas pela
A música assistiu, desde o lançamento da primeira
sociedade do período5
gravação feita no país por Xisto Bahia, a uma penetração
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Aula 01
Embora tenham rompido com a temática dos períodos

Lima Barreto, que faz uma crítica da sociedade
anteriores, esses autores não avançaram o bastante para ser
urbana da época, com Triste Fim de Policarpo
considerados modernos - notando-se, até, alguns casos,
Quaresma e Recordações do Escrivão Isaías
resistência às novas estéticas.5
Caminha; e O Homem Que Sabia Javanês
Excerto

Monteiro Lobato, com Urupês e Cidades Mortas,
Num artigo publicado em 1917, Monteiro Lobato reagiu
retrata o homem simples do campo numa região
assim à exposição de Anita Malfatti, no jornal O Estado de
de decadência econômica;5 Ele também foi um
São Paulo:
dos primeiros autores de literatura infantil, desse
"Há duas espécies de artistas. Uma composta dos
modo, transmitindo ao público infantil valores
que
em
morais, conhecimentos do Brasil, tradições,
consequência fazem arte pura. (...) A outra
nossa língua. Destaca-se no gênero conto. E foi,
espécie é formada dos que veem anormalmente a
também, um dos escritores brasileiros de maiores
natureza e a interpretam à luz das teorias
prestígios.
veem
normalmente
as
coisas
e
efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas

Valdomiro Silveira, com Os Caboclos, e Simões
rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da
Lopes
cultura excessiva. São produtos do cansaço e do
Gauchescos,
sadismo de todos os períodos da decadência do
retratam a realidade do sul brasileiro.
simbolismo.(...)"
Autores e suas obras


Euclides da Cunha, com Os Sertões, aborda de
forma jornalística a Guerra de Canudos; a obra,
dividida em três partes (A Terra, O Homem e A
Luta), procura retratar um dos maiores conflitos
brasileiros.5 O sertão baiano e pernambucano
onde se deram as lutas, era um ambiente
praticamente desconhecido dos grandes centros,
e as lutas marcaram a vida nacional: o
termo favela, que tornou-se comum depois,
designava um arbusto típico da caatinga, e dava
nome a um morro em Canudos.

com Lendas
precursores
do
Sul e Contos
do regionalismo,
Augusto dos Anjos que, segundo alguns autores,
trazia elementos pré-modernos., embora no
aspecto
Os principais pré-modernistas no Brasil foram:
Neto,
linguístico
tenda
para
o realismo-
naturalismo, em seus Eu e Outras Poesias .
Outros autores:

Figuram como escritores desse período,
embora guardem no estilo mais elementos
das
escolas
como Afonso
precedentes,
autores
Arinos, Alcides
Maya e Coelho Neto9 . Este último, ao lado
de Afrânio Peixoto, tendia a uma visão
da literatura como simples ornato social e
cultural. Raul de Leoni pode ser, também,
tido como pré-modernista, mas o seu Luz
Mediterrânea tende ao Simbolismo.
Graça Aranha, com Canaã, retrata a imigração
alemã para o Brasil. Nesse livro tinha o constante
conflito entre dois imigrantes Milkau e Lentz que
discutiam se o dinheiro era mais importante do
que o amor.
Pré-Modernismo
1. (FCC-BA) Obra pré-modernista eivada de informações
histórias e científicas, primeira grande interpretação da
realidade brasileira, que, buscando compreender o meio
áspero em que vivia o jagunço nordestino, denunciava uma
campanha militar que investia contra o fanatismo religioso
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Aula 01
advindo da miséria e do abandono do homem do sertão.
Trata-se de:
a.
O sertanejo, de José de Alencar.
b.
Pelo sertão, de Afonso Arinos.
c.
Os Sertões, de Euclides da Cunha.
d.
Grande Sertão: veredas, de Guimarães Rosa.
e.
Sertão, de Coelho Neto.
2. (FCC-BA) Fazendo um paralelo entre Os Sertões, de
Euclides da Cunha, e Grande Sertão: Veredas, de
Guimarães Rosa, pode-se afirmar:
a.
Em ambas as obras predomina o espírito
científico, sendo analisados aspectos da realidade
brasileira.
b.
Ambas têm por cenário o sertão do Brasil
setentrional, sendo numerosas as referências à
flora e à fauna.
c.
Ambas as obras, criações de autores dotados de
gênio, muito enriqueceram a nossa literatura
regional de ficção.
d.
Ambas têm como principal objetivo denunciar o
nosso subdesenvolvimento, revelando a miséria
física e moral do homem do sertão.
e.
Tendo cada uma suas peculiaridades estilísticas,
são ambas produto de intensa elaboração de
linguagem.
"O silêncio de êxtase em que ficou foi interpretado pelo
estudante como uma prostração de saudade. Ele fora
acordar na alma do patrício a nostalgia que o tempo
consumidor havia esmaecido, lembrando-lhe a terra nativa
onde lhe haviam rolado as primeiras lágrimas. Céus que
seus olhos lânguidos tanto namoravam nas doces manhãs
cheirosas quando, das margens remotas dos grandes rios
vinham, em abaladas, brancas, sob o azul do céu, as garças
peregrinas/ campos de moitas verdes onde, nas arroxeadas
tardes melancólicas, ao som abemolado das flautas
pastoris, o gado bravio, descendo das malhadas, em
numeroso armento, junto, entrechocando os chifres
aguçados, mugia magoadamente quando, por trás dos
serros frondosos, lenta e alva, a lua subia espalhando pela
terra morna o seu diáfano e pálido esplendor." (Coelho
Neto, A Conquista).
3. (FATEC) Assinale a alternativa correta.
a.
Ambos os textos são narrados em terceira pessoa.
No primeiro, pelo discurso do narrador, passa a
perspectiva de um personagem que, habituado aos
grandes centros urbanos, choca-se com a pobreza
dos subúrbios.
b.
No texto B o narrador expõe as lembranças de um
personagem que, exilado de sua terra natal, conta
a um interlocutor suas experiências em contato
com a natureza tropical.
c.
No texto de Lima Barreto fica clara a acusação à
indolência dos roceiros como a única responsável
pela realidade do seu meio – opinião, de resto,
partilhada por Monteiro Lobato em suas
referências ao personagem Jeca Tatu.
d.
Os dois textos tratam, em princípio, do espaço
rural observado por personagens oriundos do
espaço urbano e em crise com a falta de
perspectiva nas cidades.
e.
No texto A, depreende-se, através do contato de
um personagem citadino com a realidade rural, a
perspectiva crítica dos problemas da população
do campo.
(FATEC) Os dois textos referem-se às questões 3 e 4.
Texto A:
"O que mais a impressionou no passeio foi a miséria geral,
a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste, abatido
da gente pobre. Educada na cidade, ela tinha dos roceiros
ideia de que eram felizes, saudáveis e alegres. Havendo
tanto barro, tanta água, por que as casas não eram de
tijolos e não tinham telhas? Era sempre aquele sapé
sinistro e aquele "sopapo" que deixava ver a trama das
varas, como o esqueleto de um doente.
4. (FATEC) Com relação aos textos, assinale a única
afirmação incorreta.
a.
Por que, ao redor dessas casas, não havia culturas, uma
horta, um pomar? Não seria tão fácil, trabalho de horas? e
não havia gado, nem grande, nem pequeno. Era raro uma
cabra, um carneiro. Por quê? (...) Não podia ser preguiça
só ou indolência." (Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo
Quaresma).
No texto de Coelho Neto observa-se, ao lado do
aproveitamento da temática bucólica, a
idealização excessiva do ambiente do campo.
b.
No texto de Lima Barreto, contrariamente ao de
Coelho Neto, constata-se a visão questionadora e
crítica dos problemas da população rural e seu
espaço
Texto B:
c.
A sugestão do bucolismo clássico no texto de
Coelho Neto, exemplificado pela frase "ao som
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Aula 01
abemolado das flautas pastoris, o gado bravio,
descendo das malhadas...", contrasta com a
quebra da idealização nostálgica do campo –
enquanto espaço rico e harmônico – exposta no
texto de Lima Barreto.
d.
Enquanto a linguagem de Lima Barreto se
caracteriza pelo despojamento sintático e
vocabular (frases curtas e poucos adjetivos), o
estilo de Coelho Neto está bastante preso ao
purismo e à erudição do naturalismo art nouveau,
de que são exemplos a sintaxe complicada e as
construções com muitos adjetivos.
e.
O contraste verificado entre as linguagens dos
dois autores explica-se pelo fato de que, sendo
ambos representantes do Pré-Modernismo
brasileiro, eles prenunciam o Modernismo, que se
preocupa com a aceitação completa de todos os
estilos individuais, sem preconceitos contra
qualquer forma de linguagem.
5. (UFR-RJ)
"Crítico feroz do Modernismo, grande incentivador da
disseminação da cultura, defensor dos valores e riquezas
nacionais; conhecido, particularmente, pela sua grande
obra infantil, em que se destacam os personagens do Sítio
do Pica-Pau Amarelo."
(PUC-SP) O texto a seguir refere-se às questões 7 e 8:
"Iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo? E que tinha
ele feito de sua vida? nada. Levara toda ela atrás da
miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito
bem, no intuito de contribuir para a sua felicidade e
prosperidade. Gastara a sua mocidade nisso, a sua
virilidade também; e, agora que estava na velhice, como
ela o recompensava, como ela o premiava, como ela o
condenava? matando-o. E o que não deixara de ver, de
gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não
pandegara, não amara – todo esse lado da existência que
parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não
vira, ele não provara, ele não experimentara.
Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por
ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe
importavam os rios? Eram grandes? Pois se fossem... Em
que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos
heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse
sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas causas de tupi,
do folclore, das suas tentativas agrícolas... Restava disto
tudo em sua alma uma sofisticação? Nenhuma!
Nenhuma!"
(Lima Barreto)
7. (PUC-SP) As obras do autor desse trecho integram o
período literário chamado Pré-Modernismo. Tal
designação para este período se justifica, porque ele:
O nome do autor a que se refere a afirmativa acima é:
a.
Lima Barreto
b.
José Lins do Rego
c.
Monteiro Lobato
d.
Mário de Andrade
e.
Cassiano Ricardo
6. (UFR-RJ) O autor de Triste fim de Policarpo
Quaresma é um pré-modernista e aborda em seus
romances a vida simples dos pobres e dos mestiços.
Reveste o seu texto com a linguagem descontraída dos
menos privilegiados socialmente.
O autor descrito acima é:
a.
Euclides da Cunha
b.
Graça Aranha
c.
Manuel Bandeira
d.
Lima Barreto
e.
Graciliano Ramos
a.
desenvolve temas do nacionalismo e se liga às
vanguardas europeias.
b.
engloba toda a produção literária que se fez antes
do Modernismo.
c.
antecipa temática e formalmente as manifestações
modernistas.
d.
se preocupa com o estudo das raças e das culturas
formadoras do nordestino brasileiro.
e.
prepara pela irreverência de sua linguagem as
conquistas estilísticas do Modernismo.
8. (PUC-SP) O trecho acima pertence ao romance Triste
fim de Policarpo Quaresma. Da personagem que dá título
ao romance, podemos afirmar que:
a.
foi um nacionalista extremado, mas nunca
estudou com afinco as coisas brasileiras.
b.
perpetrou seu suicídio, porque se
decepcionado com a realidade brasileira.
c.
defendeu os valores nacionais, brigou por eles a
vida toda e foi condenado à morte justamente
pelos valores que defendia.
sentia
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Aula 01
d.
foi considerado traidor da pátria, porque
participou da conspiração contra Floriano
Peixoto.
e.
era um louco e, por isso, não foi levado a sério
pelas pessoas que o cercavam.
Esses versos apresentam em conjunto características
relativas a ritmo, métrica, vocabulário, sintaxe e figuras de
linguagem, tornando possível a identificação de um estilo
mesclado de dois estilos artísticos diferentes. Esse estilo
foi marca inconfundível de um autor brasileiro que os
críticos em geral consideram de difícil enquadramento
histórico-literário.
9. (UNITAU-SP)
"Só ele não fala, não canta, não ri, não ama. Só ele, no
meio de tanta vida, não vive."
Tendo em vista tais informações, assinale a alternativa
correta.
a.
O autor é Machado de Assis e os estilos
mesclados são Realismo e Modernismo.
b.
O autor é José de Alencar da última fase e os
estilos mesclados são Romantismo e Realismo.
c.
O autor é Augusto dos Anjos e os estilos
mesclados são Simbolismo e Naturalismo.
d.
O autor é Castro Alves e os estilos mesclados são
Romantismo e Realismo.
e.
O autor é Sousândrade e os estilos mesclados são
Romantismo e Modernismo.
Os comentários acima são endereçados por Monteiro
Lobato:
a.
ao nordestino.
b.
ao menor.
c.
ao sertão.
d.
ao caboclo.
e.
ao paulistano.
10. (UEL-PR) Nas duas primeiras décadas de nosso
século, as obras de Euclides da Cunha e de Lima Barreto,
tão diferentes entre si, têm como elemento comum:
a.
a intenção de retratar o Brasil de modo otimista e
idealizante.
b.
a adoção da linguagem coloquial das camadas
populares do sertão.
c.
a expressão de aspectos até então negligenciados
da realidade brasileira.
d.
e.
a prática de um experimentalismo linguístico
radical.
o estilo conservador do antigo regionalismo
romântico.
12. (UFRGS-RS) Lima Barreto é um autor que se
caracteriza por criar tipos:
a.
rústicos, ligados ao campo.
b.
aristocratas, ligados ao campo.
c.
aristocratas, ligados à cidade.
d.
burgueses, ligados à cidade.
e.
populares, ligados ao subúrbio.
13. (PUC-RS) Na figura de ....., Monteiro Lobato criou o
símbolo do brasileiro abandonado ao seu atraso e miséria
pelos poderes públicos.
a.
O Cabeleira
b.
Jeca Tatu
c.
João Miramar
d.
Blau Nunes
e.
Augusto Matraga
11. (VUNESP) Leia os versos que seguem:
"Como quem esmigalha protozoários
Meti todos os dedos mercenários...
Na consciência daquela multidão...
E, em vez de achar a luz que os céus inflama,
14. (PUC-RS) A obra pré-modernista de Euclides da
Cunha situa-se entre a ..... e a ..... .
Somente achei moléculas de lama
a.
E a mosca alegre da putrefação!"
História - Psicologia
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Aula 01
b.
Geografia - Economia
d.
Coelho Neto - Fogo-fátuo
c.
Literatura - Sociologia
e.
Euclides da Cunha - Contrastes e confrontos
d.
Arte - Filosofia
e.
teologia - Geologia
15. (FAUS-SP) Criador da literatura infantil brasileira.
Criticado por seu agnosticismo, pois era influenciado pelo
evolucionismo, positivismo e materialismo de fins do
século passado.
a.
Monteiro Lobato
b.
Jorge de Lima
c.
Rui Barbosa
d.
José de Anchieta
e.
18. (UFRGS-RS) Uma atitude comum caracteriza a
postura literária de autores pré-modernistas, a exemplo de
Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Euclides
da Cunha. Pode ela ser definida como:
a.
a necessidade de superar, em termos de um
programa definido, as estéticas românticas e
realistas.
b.
pretensão de dar um caráter definitivamente
brasileiro à nossa literatura, que julgavam por
demais europeizada.
c.
uma preocupação com o estudo e com a
observação da realidade brasileira.
d.
a necessidade de fazer crítica social, já que o
Realismo havia sido ineficaz nessa matéria.
e.
aproveitamento estético do que havia de melhor
na herança literária brasileira, desde suas
primeiras manifestações.
José Lins do Rego
16. (PUC-RS)
"Triste a escutar, pancada por pancada.
A sucessividade dos segundos,
Ouço em sons subterrâneos, do orbe oriundos,
19. (FATEC-SP) Assinale a alternativa incorreta.
a.
Nos primeiros vinte anos deste século, a produção
literária brasileira é marcada por diversidades,
abrangendo, ao mesmo tempo, obras que
questionam a realidade social e obras voltadas
para os lugares-comuns herdados de autores
anteriores.
b.
Pode-se afirmar que um dos traços modernos de
Euclides da Cunha é o compromisso com os
problemas de seu tempo.
c.
A importância da obra de Lima Barreto situa-se
no plano do conteúdo, a partir do qual se revela
seu caráter polêmico; a linguagem descuidada,
porém, revela pouca consciência estética, em
virtude de sua formação literária precária.
d.
O estilo parnasiano permanece influenciando
autores e caracterizando boa parte da obra poética
escrita durante o período pré-modernista.
e.
Graça Aranha faz parte do conjunto mais
significativo de escritores do Pré-Modernismo.
Nos anos anteriores à Semana de Arte Moderna,
Graça Aranha interveio a favor da renovação
artística a que se propunham os escritores
modernistas.
O choro da energia abandonada."
A crítica reconhece na poesia de Augusto dos Anjos, como
exemplifica a estrofe, a forte presença de uma dimensão:
a.
niilista.
b.
patológica.
c.
cósmica.
d.
estética.
e.
metafísica.
17. (VUNESP) Volume contendo doze histórias tiradas do
sertão paulista, foi citado por rui Barbosa, em discurso no
Senado, apontando o personagem Jeca Tatu como o
protótipo do camponês brasileiro.
Aponte o autor e sua obra:
a.
Monteiro Lobato - Urupês
b.
Lima Barreto - Cemitério dos vivos
c.
Monteiro Lobato - Cidades mortas
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Aula 01
Gabarito
1.
c
2.
e
3.
e
4.
e
5.
c
6.
d
7.
c
8.
c
9.
d
10. c
11. c
12. e
13. b
14. c
e) influencia a prosa do autor, antes impregnada de
cientificismo e reacionarismo.
02. (PUC/RS) Leia:
Em Marcha para Canudos
Foi nestas condições desfavoráveis que partiram a
12 de janeiro de 1897. Tomaram pela Estrada de Cambaio.
É a mais curta e a mais acidentada. Ilude a
princípio, perlongando o vale de Cariacá, numa cinta de
terrenos férteis sombreados de cerradões que prefiguram
verdadeiras matas.
Transcorridos alguns quilômetros, porém,
acidenta-se; perturbasse em trilhas pedregosas e torna-se
menos praticável à medida que se avizinha do sopé da
serra do Acaru.
(...)
Tinha meio caminho andado. As estradas
pioravam crivadas de veredas, serpeando em morros,
alçando-se em rampas, caindo em grotões, desabrigadas,
sem sombras...
(...)
Entretanto era imprescindível a máxima
celeridade. Tornava-se suspeita a paragem: restos de
fogueira à margem do caminho e vivendas incendiadas,
davam sinais do inimigo.
Todas as afirmativas que seguem estão associadas
ao trecho selecionado de "Os sertões", em que os homens
se dirigem para o local do embate, EXCETO:
15. a
16. c
17. a
18. c
19. c
a) Atenção e rapidez são necessárias numa trajetória que
leva os viajantes a uma experiência belicosa.
b) A presença do inimigo é percebida pelos rastros de sua
passagem ainda recente.
c) Os obstáculos que se apresentam prenunciam os trágicos
eventos que ocorrerão.
d) Pelo assunto do trecho, é possível inferir que se trata de
um episódio constante na segunda parte da obra.
e) A estrada referida perturba a avaliação inicial do
viajante dada a riqueza natural da área.
03. (UEL-PR) A Assinale a alternativa INCORRETA
sobre o Pré-Modernismo:
LISTA DE EXERCÍCIOS PRÉ-MODERNISMO
01. (PUC/RS) A viagem de Euclides da Cunha à região de
Canudos, onde ocorre a revolta dos seguidores de Antônio
Conselheiro,
a) ratifica sua posição em relação aos fanáticos rebeldes,
expressa em seu artigo "A Nossa Vendeia".
b) impulsiona-o a produzir "Os sertões", baseando-se
somente no que realmente pôde presenciar.
c) demove-o da concepção determinista vigente na época,
que concebe o homem como um cruzamento de
condicionamentos.
d) retifica a opinião vigente, passando a considerar a
revolta como resultante do atraso da nação.
a) Não se caracterizou como uma escola literária com
princípios estéticos bem delimitados, mas como um
período de prefiguração das inovações temáticas e
linguísticas do Modernismo.
b) Algumas correntes de vanguarda do início do século
XX, como o Futurismo e o Cubismo, exerceram grande
influência sobre nossos escritores pré-modernistas,
sobretudo na poesia.
c) Tanto Lima Barreto quanto Monteiro Lobato são nomes
significativos da literatura pré-modernista produzida nos
primeiros anos do século XX, pois problematizam a
realidade cultural e social do Brasil.
d) Euclides da Cunha, com a obra "Os Sertões", ultrapassa
o relato meramente documental da batalha de Canudos
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Aula 01
para fixar-se em problemas humanos e revelar a face
trágica da nação brasileira.
e) Nos romances de Lima Barreto observa-se, além da
crítica social, a crítica ao academicismo e à linguagem
empolada e vazia dos parnasianos, traço que revela a
postura moderna do escritor.
04. (Mackenzie-SP)
E surgia na Bahia o anacoreta sombrio, cabelos crescidos
até aos ombros, barba inculta e longa; face escaveirada;
olhar fulgurante; monstruoso, dentro de um hábito azul de
brim americano; abordoado ao clássico bastão em que se
apoia o passo tardo dos peregrinos.
É desconhecida a sua existência durante tão longo período.
Um velho caboclo, preso em Canudos nos últimos dias da
campanha, disse-me algo a respeito, mas vagamente, sem
precisar datas, sem pormenores característicos. Conhecerao nos sertões de
Pernambuco, um ou dois anos depois da partida do Crato.
Com relação à obra de que se extraiu o fragmento
acima, é INCORRETO afirmar que:
a) apresenta cenário e paisagem idealizados por se tratar de
um texto de cunho romântico.
b) trata da campanha de Canudos e dos contrastes entre o
Brasil à beira do Atlântico e um outro, do sertão
nordestino.
c) denuncia o extermínio de milhares de pessoas no
interior baiano pelo exército nacional.
d) contém uma visão de mundo determinista, influenciada
pelas ideias de Hypolite Taine.
e) constrói um grande painel do sertão nordestino,
dividindo-se em três partes. A terra, O homem, A luta.
05. (UFRS) Assinale com V (Verdadeiro) ou F (Falso) as
afirmações abaixo sobre a obra "Os Sertões", de Euclides
da Cunha.
( ) No texto de Euclides da Cunha, misturam-se o requinte
da linguagem, a intenção científica e o propósito
jornalístico.
( ) A obra euclidiana insere-se numa tradição da literatura
brasileira que tematiza o povoamento do sertão, iniciada
ainda no Romantismo com Bernardo Guimarães.
( ) Euclides da Cunha escreveu "Os Sertões" com base nas
reportagens que realizou como correspondente do jornal
"O Estado de São Paulo".
( ) Antônio Conselheiro é uma personagem fictícia criada
pelo imaginário do autor.
( ) O episódio de Canudos, retratado no texto de Euclides
da Cunha, faz parte dos movimentos de protesto surgidos
logo após a proclamação da Independência do Brasil.
e) V- V- F- F- F
06. (UFU) Nos primeiros parágrafos de "Urupês",
Monteiro Lobato posiciona-se em relação às principais
tendências da literatura brasileira.
Assinale a alternativa em que a posição de Lobato é
apresentada INCORRETAMENTE.
a) Assim como os modernistas, Lobato critica a visão
idealizada que os românticos tinham do índio; para ele, o
romantismo brasileiro havia sido mera imitação da escola
francesa, tendo apenas adaptado ao cenário dos trópicos as
ideias de Rousseau.
b) Para Lobato, o realismo naturalista irá acertar o tom da
literatura brasileira, fugindo à caricatura para revelar
outras deficiências do caboclo nacional, cuja índole ele
investiga com apoio da ciência evolucionista; por isto, o
naturalismo projeta-se como a literatura do futuro, por
associar ao cientificismo alta dosagem de qualidade
poética.
c) A fraqueza moral e muscular do selvagem brasileiro que Lobato julgava capaz de "moquear a linda menina"
Ceci "num bom braseiro", em vez de amá-la perdidamente,
como fez Peri - corresponde à mesma visão que Mário de
Andrade adota na construção do herói Macunaíma.
d) Para Lobato, a substituição do selvagem pelo caboclo
como tipo brasileiro, no período pré-modernista, dando a
este atributos de integridade moral, repete o mesmo
equívoco de idealização que marcou o indianismo
romântico.
07. (UFRS/RS) Assinale a alternativa INCORRETA sobre
a obra de Monteiro Lobato.
a) A obra literária de Lobato, um dos intelectuais mais
importantes da sua época, se insere no Regionalismo PréModernista.
b) O conto "Urupês", que dá título ao primeiro livro do
autor, nasceu de um panfleto em que Lobato criou a figura
típica do "Jeca Tatu".
c) As denúncias de Lobato sobre as queimadas nos campos
e sobre o caboclo miserável, indiferente e preguiçoso
ajudaram a projetá-lo como ficcionista.
d) Além de contos, crônicas e ensaios variados, a obra de
Lobato compreende vários textos de literatura infantil.
e) A prosa de Lobato é marcada pelo gosto documental
naturalista e pelo uso de uma linguagem ornamentada,
como pode ser comprovado nas obras "Fruto Proibido", de
1895, "Sertão", de 1896, e "Canaã", de 1902.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses é:
08. (UNIFOA-MG) Além da obra infantil, extremamente
conhecida, Monteiro Lobato deixou contos em que trata de
temática ligada ao homem do interior paulista, suas
características e pensamentos. Tal obra costuma ser
encaixada num período literário conhecido como:
a) V- F- V- F- F
b) V- V- V- F- F
c) F- F- V- V- F
d) F- V- F- F- V
a) Pré-modernismo
b) Realismo
c) Naturalismo
d) Modernismo
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Aula 01
e) Romantismo
09. FAAP-SP Sobre Monteiro Lobato não procede a
seguinte afirmação:
a) Nasceu em Taubaté e morreu em São Paulo. Advogado,
promotor Público. Fundou a Companhia de Petróleos do
Brasil
b) Inovador quando defende a arte de Anita Malfatti em
famoso artigo publicado pelo Estado: Paranoia
ou Mistificação
c) Avançado quando satiriza o purismo da linguagem no
conto também famoso: O Colocador de Pronomes
d) Promoveu campanhas nacionais em favor do ferro e
petróleo: Preso pelo governo Vargas em 1941, exila-se na
Argentina.
e) Crítico veemente do sistema agrícola brasileiro na figura
de Jeca Tatu, símbolo da miséria e do atraso a que foram
relegados nossos caipiras
10. Observe a seguinte declaração sobre o PréModernismo:
01.D
02.D
03.B
04.A
05.B
06.B
07.E
08.A
09.B
Modernismo
Chama-se
genericamente modernismo (ou movimento
modernista) o conjunto de movimentos culturais, escolas
e estilos que permearam as artes e o design da primeira
metade do século XX. Apesar de ser possível encontrar
pontos de convergência entre os vários movimentos, eles
em geral se diferenciam e até mesmo se antagonizam.
Encaixam-se nesta classificação, dentre outros campos
“Creio que se pode chamar pré-modernismo (no sentido
forte de premonição dos temas vivos em 22) tudo o que,
nas primeiras décadas do século, problematiza a nossa
realidade social e cultural. (...) Caberia ao romance de
Lima Barreto e de Graça Aranha, ao largo ensaísmo social
de Euclides da Cunha e à vivência brasileira de Monteiro
Lobato o papel histórico de mover as águas estagnadas da
belle époque, revelando, antes dos modernistas, as tensões
que sofria a vida nacional”.
culturais,
a literatura,
a arquitetura, design, pintura, escultura, teatro e
a música modernas.
O movimento modernista baseou-se na ideia de que as
formas
"tradicionais"
das artes
plásticas, literatura, design, organização social e da vida
cotidiana tornaram-se ultrapassadas, e que se fazia
BOSI, Alfredo. "História concisa da literatura brasileira".
São Paulo: Cultrix, 1994. p. 306.
a. Segundo o texto de Alfredo Bosi, o que é o PréModernismo?
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
fundamental deixá-las de lado e criar no lugar uma
nova cultura.
Esta
constatação
apoiou
a
ideia
de
reexaminar cada aspecto da existência, do comércio à
filosofia, com o objetivo de achar o que seriam as "marcas
antigas" e substituí-las por novas formas, e possivelmente
melhores, de se chegar ao "progresso". Em essência, o
movimento moderno argumentava que as novas realidades
b. Qual seria o papel do Pré-Modernismo em sua época?
do século XX eram permanentes e eminentes, e que as
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
pessoas deveriam se adaptar a suas visões de mundo a fim
de aceitar que o que era novo era também bom e belo.
A palavra moderno também é utilizada em contraponto ao
c. Pode-se afirmar que a literatura pré-modernista deu voz
a elementos marginalizados da cultura brasileira. Que tipo
de personagens aparece nas obras desse período que
justificaria essa afirmação?
que é ultrapassado. Neste sentido, ela é sinónimo
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
bastante diversos.
GABARITO
modernista não se opunham a toda realização artística
de contemporâneo, embora, do ponto de vista históricocultural, moderno e contemporâneo abranjam contextos
No Brasil,
os
principais
artifícios
do
movimento
anterior a deles. A grande batalha se colocava contra ao
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Aula 01
passadismo, ou seja, tudo aquilo que impedisse a criação
clássica e doutrinas que pregavam a percepção da
livre. Pode-se, assim, dizer que a proposta modernista era
realidade básica externa através de um ponto de
de
com o
vista objetivo. Críticos e historiadores rotulam este
engrossamento da arte encontrado nas escolas anteriores e
conjunto de doutrinas como Realismo, apesar deste termo
de uma ampliação dos horizontes dessa arte antes
não ser universal. Na filosofia, os movimentos positivista
delimitada pelos padrões académicos. Em paralelo à
e racionalista estabeleceram uma valorização da razão e
ruptura, não se pode negar o desejo dos escritores em
do sistema.
uma
ruptura
estética
quase
completa
conhecer e explorar o passado como fonte de criação, não
como norma para se criar. Como manifestações desse
desejo por ruptura, que ao mesmo tempo respeitavam
obras da tradição literária, temos o Manifesto da Poesia
Pau-Brasil, o livro Macunaíma, o retrato de brasileiros
através das influências cubistas de Tarsila do Amaral, o
livro Casa Grande & Senzala, dentre inúmeros outros.
Revistas da época também se dedicaram ao tema, tais
como Estética, Klaxon e Antropofagia, que foram meios
de comunicação entre o movimento, os artistas e a
sociedade.
História do modernismo
Contra estas correntes estavam uma série de ideias.
Algumas delas eram continuações diretas das escolas de
pensamento
românticas.
Notáveis
eram
movimentos bucólicos e revivalistas nas artes
os
plásticas e
na poesia (por exemplo, a Irmandade pré-rafaelita e a
filosofia de John Ruskin). O Racionalismo também
manifestou respostas do antirracionalismo na filosofia. Em
particular, a visão dialética de Hegel da civilização e da
história gerou respostas de Friedrich Nietzsche e Søren
Kierkegaard,
principal
precursor
do Existencialismo.
Adicionalmente, Sigmund Freud ofereceu uma visão dos
estados
subjetivos
que
envolviam
uma
mente
subconsciente repleta de impulsos primários e restrições
Origem do modernismo
contrabalançantes, e Carl Jung combinaria a doutrina de
A renovação estética nas artes do fim do século XIX.
Freud com uma crença na essência natural para estipular
A primeira metade do século XIX na Europa foi marcada
por uma série de guerras e revoluções turbulentas, as quais
gradualmente traduziram-se em um conjunto de doutrinas
atualmente identificadas com o movimento romântico,
focado na experiência individual subjetiva, na supremacia
um inconsciente coletivo que era repleto de tipologias
básicas que a mente consciente enfrentou ou assumiu.
Todas estas reações individuais juntas, porém, ofereceram
um desafio a quaisquer ideias confortáveis de certeza
derivada da civilização, da história ou da razão pura.
da Natureza como um tema padrão na arte, meios de
Duas escolas originadas na França gerariam um impacto
expressão revolucionários ou radicais e na liberdade do
particular. A primeira seria o Impressionismo, a partir
indivíduo. Em meados da metade do século, entretanto,
de 1872,
uma síntese destas ideias e formas de governo estáveis
preocupou-se com o trabalho feito ao ar livre, ao invés dos
surgiram. Chamada de vários nomes, esta síntese baseava-
estúdios. Argumentava-se que o ser humano não via
se na ideia de que o que era "real" dominou o que
objetos, mas a própria luz refletida pelos objetos. O
era subjetivo. Exemplificada pela realpolitik de Otto von
movimento reuniu simpatizantes e, apesar de divisões
Bismarck, ideias filosóficas como o positivismo e normas
internas entre seus principais membros, tornou-se cada vez
culturais agora descritas pela palavra vitoriano.
mais influente. Foi originalmente rejeitado pelas mais
Fundamental para esta síntese, no entanto, foi a
importância de instituições, noções comuns e quadros de
referência. Estes inspiraram-se em normas religiosas
encontradas no Cristianismo, normas científicas da física
uma
escola
de pintura que
inicialmente
importantes exposições comerciais do período - o governo
patrocinava o Salon de Paris (Napoleão III viria a criar
o Salon des Refusés, que expôs todas as pinturas rejeitadas
pelo Salon de Paris). Enquanto muitas obras seguiam
estilos padrão, mas por artistas inferiores, o trabalho
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Aula 01
de Manet atraiu tremenda atenção e abriu as portas do
aversão à tradição pelos impressionistas az destes um dos
mercado da arte para o movimento.
primeiros movimentos artísticos a serem vistos, em
A segunda escola seria o Simbolismo, marcado pela crença
de que a linguagem é um meio de expressão simbólico em
sua natureza, e que a poesia e a prosa deveriam seguir
conexões que as curvas sonoras e a textura das palavras
pudessem criar. Tendo suas raízes em As Flores do Mal,
de Baudelaire,
publicado
em 1857,
retrospectiva,
como
"moderno".
Na
literatura,
o movimento simbolista teria uma grande influência no
desenvolvimento do Modernismo, devido ao seu foco na
sensação. Filosoficamente, a quebra com a tradição por
Nietzsche e Freud provê um embasamento chave do
movimento que estaria por vir: começar de novo princípios
primários, abandonando as definições e sistemas prévios.
poetas Rimbaud, Lautréamont e Stéphane
Mallarmé seriam de particular importância para o que
Esta tendência do movimento em geral conviveu com as
normas de representação do fim do século XIX;
aconteceria dali a frente.
frequentemente seus praticantes consideravam-se mais
Ao mesmo tempo, forças sociais, políticas e econômicas
reformadores do que revolucionários.
estavam trabalhando de forma a eventualmente serem
usadas como base para uma forma radicalmente diferente
Começando na década de 1890 e com força bastante
grande daí em diante, uma linha de pensamento passou a
de arte e pensamento.
defender que era necessário deixar completamente de lado
Encabeçando este processo estava a industrialização, que
as normas prévias, e ao invés de meramente revisitar o
produziu obras como a Torre Eiffel, que superou todas as
conhecimento passado à luz das técnicas atuais, seria
limitações anteriores que determinavam o quão alto um
preciso implantar mudanças mais drásticas. Cada vez mais
edifício poderia ser e ao mesmo tempo possibilitava um
presente
ambiente para a vida urbana notadamente diferente dos
a industrialização; e o advento das ciências sociais na
anteriores. As misérias da urbanização industrial e as
política pública. Nos primeiros quinze anos do século XX,
possibilidades criadas pelo exame científico das disciplinas
uma série de escritores, pensadores e artistas fizeram a
seriam cruciais na série de mudanças que abalariam a
ruptura com os meios tradicionais de se organizar a
civilização europeia, que, naquele momento, considerava-
literatura, a pintura, a música - novamente, em paralelo às
se tendo uma linha de desenvolvimento contínua e
mudanças nos métodos organizacionais de outros campos.
evolutiva desde a Renascença.
O
A marca das mudanças que ocorriam pode ser encontrada
da realidade mesma estava em questão, e as suas
na forma como tantas ciências e artes são descritas em suas
restrições, as atividades humanas até então comuns
formas anteriores ao século XX pelo rótulo "clássico",
estavam mudando, então a arte também deveria mudar.
incluindo a física clássica, a economia clássica e o ballet
Artistas que fizeram parte do modernismo
clássico.
integração
argumento
era
entre
o
de
a combustão
que
se
interna e
a
natureza
Alguns marcos são as músicas de Arnold Schoenberg, as
experiências pictóricas de Kandinsky que culminariam na
O advento do modernismo (1890-1910)
Em
princípio,
o
movimento
pode
fundação do grupo Der blaue Reiter em Munique e o
ser
descrito
advento
do Cubismo através
do
trabalho
genericamente como uma rejeição da tradição e uma
dePicasso e Georges Braque em 1908 e dos manifestos
tendência a encarar problemas sob uma nova perspectiva
de Guillaume
baseada
do Expressionismo inspirado
em
ideias
e
técnicas
atuais.
Daí Gustav
Mahler considerar a si próprio um compositor "moderno"
e Gustave Flaubert ter proferido sua famosa frase "É
essencial ser absolutamente moderno nos seus gostos". A
do Futurismo.
Apollinaire,
além,
em Van
é
claro,
Gogh e
VESTIBULAR UFU 2015/2
Aula 01
Bastante influentes nesta onda de modernidade estavam as
o Surrealismo, a partir da relação com a estética de
teorias de Freud, o qual argumentava que a mente tinha
escritores e poetas da segunda metade do século XIX, com
uma estrutura básica e fundamental, e que a experiência
suas novas formas de explorar a psique humana e com
subjetiva era baseada na relação entre as partes da mente.
a linguagem verbal.
Toda a realidade subjetiva era baseada, de acordo com as
ideias freudianas, na representação de instintos e reações
básicas, através dos quais o mundo exterior era percebido.
Isto representou uma ruptura com o passado, quando se
acreditava que a realidade externa e absoluta poderia
impressionar ela própria o indivíduo, como dizia por
exemplo, a doutrina da tabula rasa de John Locke.
No entanto, muito influenciada pelas ideias do futurismo,
surge também uma linha do movimento moderno que
rompeu com o passado ainda a partir da primeira década
do século XX de forma mais branda que as vanguardas, e
tentou redefinir as várias formas de arte de uma maneira
menos radical
Arte moderna
Entretanto, o movimento moderno não era meramente
definido pela sua vanguarda mas também pela linha
reformista aplicada às normas artísticas prévias. Esta
procura pela simplificação do discurso é encontrada no
trabalho de Joseph Conrad. Nota-se em Mário de Andrade,
com suas restrições à Poesia Pau-Brasil que não o tornam
absolutamente um vanguardista. As consequências das
comunicações modernas, dos novos meios de transporte e
Arte Moderna é um termo que se refere às expressões
artísticas surgidas no final do século XIX, que se
estenderam até a metade do século XX.
Na arte moderna vê-se a influência da Revolução
Industrial, das máquinas a vapor, do aumento
das velocidades, da fotografia, do cinema, do avião, do
estudo da menteentre outros elementos que contribuíram
para a mudança do pensamento e das atitudes.
Como resultado, os principais movimentos artísticos
voltaram-se para três correntes, a saber:
do desenvolvimento científico mais rápido começaram a se
mostrar na arquitetura mais barata de se construir e menos

Estilo: os artistas buscaram o rompimento das
ornamentada, e na redação literária, mais curta, clara e
regras na busca de um novo estilo capaz de expressar
fácil de ler. O advento do cinema e das "figuras em
a vida moderna. Os movimentos mais destacados
movimento"
são: Fauvismo,Futurismo, Cubismo, Escola
na
primeira
década
do
século
XX
possibilitaram ao movimento moderno uma estética que
era única, e novamente, criaram uma conexão direta com a
necessidade
percebida
de
se estender à
Paris entre outros.

tradição
Mente: artistas experimentalistas declararam que
o objetivo da arte não era o da simples representação
"progressiva" do fim do século XX, mesmo que isto
do visível, mas a expressão interior da emoção e da
entrasse em conflito com as normas estabelecidas.
sensibilidade.
A tentativa de reproduzir o movimento das imagens com
palavras
surgiu
o Futurismo de Marinetti,
primeiramente
na Itália,
que
o
primeiro manifesto no ano de 1909. Baseados nas
experiências de Sergei Eisenstein no cinema, os cubofuturistas russos, como Vladimir Maiakovski conseguiram
subsequentemente concretizar esta intenção dos primeiros
Após o Futurismo, surgem várias vanguardas na literatura
e na poesia, como o Expressionismo e o Cubismo,
importados
das
artes
plásticas,
o Dadaísmo e
movimentos
mais
destacados
daísmo, Surrealismo entre outros.

Função: designers, ilustradores e arquitetos passa
ram a se preocupar com a funcionalidade da arte, sem
o descuido da forma, sendo o modo de vida das
pessoas a maior preocupação. Os movimentos mais
destacados
futuristas.
Os
são: Simbolismo, Expressionismo, Suprematismo, Da
com
publicou
de
são: Arts
&
Noveau, Construtivismo, Bauhaus, De
crafts, Art
Stijl, Arte
Deco, Estilo internacional entre outros.
Considerado
a
priori
como
uma
iniciativa
eminentemente europeia, a arte moderna foi introduzida na
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Aula 01
América durante a I Guerra Mundial, quando um número
de
artistas
deMontmartre e Montparnasse bairros
de Paris, França fugiram
do
conflito. Francis
Picabia (1879–1954), foi o responsável por trazê-la para a
cidade de Nova York.
Havia a busca pelo moderno, original e polêmico, com o
nacionalismo em suas múltiplas facetas. A volta das
origens, através da valorização do indígena e a língua
falada pelo povo, também foram abordados. Contudo, o
Modernismo no Brasil
O modernismo brasileiro foi um amplo movimento
cultural que repercutiu fortemente sobre a cena artística e a
sociedade brasileira na primeira metade do século XX,
sobretudo no campo da literatura e das artes plásticas. O
movimento no Brasil foi desencadeado a partir da
assimilação de tendências culturais e artísticas lançadas
pelas vanguardas europeias no período que antecedeu
a Primeira Guerra Mundial, como o Cubismo e
o Futurismo.1 As novas linguagens modernas colocadas
pelos movimentos artísticos e literários europeus foram
aos poucos assimiladas pelo contexto artístico brasileiro,
mas colocando como enfoque elementos da cultura
brasileira. Considera-se a Semana de Arte Moderna,
realizada em São Paulo, em 1922, como ponto de partida
do modernismo no Brasil. Porém, nem todos os
participantes desse evento eram modernistas: Graça
Aranha, um pré-modernista, por exemplo, foi um dos
oradores. Não sendo dominante desde o início, o
modernismo, com o tempo, suplantou os anteriores. Foi
marcado, sobretudo, pela liberdade de estilo e
aproximação com a linguagem falada, sendo os da
primeira fase mais radicais em relação a esse marco.
Didaticamente, divide-se o Modernismo em três fases: a
primeira fase, mais radical e fortemente oposta a tudo que
foi anterior, cheia de irreverência e escândalo; uma
segunda mais amena, que formou grandes romancistas e
poetas; e uma terceira, também chamada PósModernismo por vários autores, que se opunha de certo
modo a primeira e era por isso ridicularizada com o
apelido de Parnasianismo.
nacionalismo foi empregado de duas formas distintas: a
crítica, alinhado a esquerda política através da denúncia da
realidade, e a ufanista, exagerado e de extrema direita.
Devido à necessidade de definições e de rompimento com
todas as estruturas do passado foi a fase mais radical,
assumindo um caráter anárquico e destruidor. Um mês
depois da Semana de Arte Moderna, o Brasil vivia dois
momentos de grande importância política: as eleições
presidenciais e o congresso de fundação do Partido
Comunista em Niterói.
Em 1926,
surge
o Partido
Democrático, sendo Mário de Andrade um de seus
fundadores. A Ação Integralista Brasileira, movimento
nacionalista radical, também vai ser fundado, em 1932,
por Plínio Salgado.
Manifestos e revistas
Revista Klaxon — Mensário de Arte Moderna (19221923)
Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924-1925)
Escrito por Oswald de Andrade e publicado inicialmente
no Correio da Manhã. Em 1924, é republicado como
abertura do livro de poesias Pau-Brasil; Pé de Oswald.
Apresenta uma proposta de literatura vinculada à realidade
Primeira geração (1922-1930)
brasileira, a partir de uma redescoberta do Brasil. Este
O seu sentido verdadeiramente específico. Porque, embora
manifesto dizia que a arte brasileira deveria ser de
lançados inúmeros processos e ideias novas, o movimento
"exportação" tal qual o Pau-Brasil.1
modernista foi essencialmente destruidor. " A Primeira
Verde-Amarelismo ou Escola da Anta (1916-1929)
Fase do Modernismo foi caracterizada pela tentativa de
definir e marcar posições, sendo ela rica em manifestos e
revistas de circulação efêmera. Foi o período mais radical
do movimento modernista, justamente em consequência da
necessidade de romper com todas as estruturas do passado.
Daí o caráter anárquico dessa primeira fase modernista e
seu forte sentido destruidor, assim definido por Mário de
Andrade:"...se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do
movimento modernista.1 Isto é teatro é uma experiência
eficaz para o futebol.1
Grupo
formado
por Plínio
Salgado, Menotti
del
Picchia, Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo em
resposta ao nacionalismo do Pau-Brasil, criticando-se o
“nacionalismo afrancesado” de Oswald.1 Sua proposta era
de um nacionalismo primitivista, ufanista, identificado
com o fascismo, evoluindo para o Integralismo. Idolatria
do tupi e a anta é eleita símbolo nacional. Em maio
de 1929, o grupo verde-amarelista publica o manifesto
"Nhengaçu Verde-Amarelo — Manifesto do VerdeAmarelismo ou da Escola da Anta".
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Aula 01
Manifesto Regionalista de 1926
poesia No meio do caminho); além de desenhos de Tarsila,
De 1925 a 1930 foi um período marcado pela difusão do
Modernismo pelos estados brasileiros. Nesse sentido, o
Centro Regionalista do Nordeste (Recife).Presidido por
Gilberto Freyre busca desenvolver o sentimento de
unidade do Nordeste nos novos moldes modernistas.
Propõem trabalhar em favor dos interesses da região, além
de promover conferências, exposições de arte, congressos
etc. Para tanto, editaram uma revista. Vale ressaltar que o
artigos em favor da língua tupi de Plínio Salgado e poesias
de Guilherme de Almeida.
Segunda geração (1930-1945)
Estendendo-se de 1930 a 1945, a segunda fase foi rica na
produção poética e, também, na prosa. O universo
temático amplia-se com a preocupação dos artistas com o
destino do Homem e no estar-no-mundo. Ao contrário da
sua antecessora, foi construtiva.
regionalismo nordestino conta com Graciliano Ramos,
Alfredo Pirucha José Lins do Rego, José Américo de
Não sendo uma sucessão brusca, as poesias das gerações
Almeida, Antonio
Amado e João
de 22 e 30 foram contemporâneas. A maioria dos poetas de
Cabral, em 1926. O manifesto é muitas vezes dúbio, pois
30 absorveram experiências de 22, como a liberdade
ao mesmo tempo que critica o provincianismo a la
temática, o gosto da expressão atualizada ou inventiva,
paulistocentrismo que atrapalha o regionalismo acaba
o verso livre e o antiacademicismo.2 Portanto, ela não
gerando um recifilismo pernanbucocentrista. Do mesmo
precisou ser tão combativa quanto a de 22, devido ao
modo critica certas influências do Ocidente Setentrional e
encontro de uma linguagem poética modernista já
ao mesmo tempo vangloria-se de influências ibéricas,
estruturada. Passara, então, a aprimorá-la, prosseguindo a
holandesas, etc; ignora que as civilizações nordestinas
tarefa de purificação de meios e formas direcionando e
surgem fundadas por ocidentais ibéricos, franceses,
ampliando a temática da inquietação filosófica e religiosa,
holandeses, etc e depois volta atras.
com Vinícius de Moraes, Jorge de Lima, Augusto
de
Queiroz, Lucas
Frederico Schmidt, Murilo Mendes, Carlos Drummond de
Revista de Antropofagia (1928-1929)
É a nova etapa do Pau-Brasil, sendo resposta a Escola da
Anta. Seu nome origina-se da tela Abaporu (O que come)
de Tarsila do Amaral.
Andrade.2
A prosa, por sua vez, alargava a sua área de interesse ao
incluir preocupações novas de ordem política, social,
econômica, humana e espiritual. A piada foi sucedida pela
O Antropofagismo foi caracterizado por assimilação
gravidade de espírito, a seriedade da alma, propósitos e
(“deglutição”) crítica às vanguardas e culturas europeias,
meios. Essa geração foi grave, assumindo uma postura
com o fim de recriá-las, tendo em vista o redescobrimento
séria em relação ao mundo, por cujas dores, considerava-se
do Brasil em sua autenticidade primitiva. Contou com duas
responsável.3 Também caracterizou o romance dessa
fases, sendo a primeira com dez números (1928 – 1929),
época, o encontro do autor com seu povo, havendo uma
sob direção de Antônio Alcântara Machado e gerência de
busca do homem brasileiro em diversas regiões, tornando
Raul Bopp, e a segunda publicada semanalmente em 25
o regionalismo importante. A Bagaceira, de José Américo
números no jornal Diário do Rio de Janeiro em 1929,
de Almeida, foi o primeiro romance nordestino. Rachel de
tendo como secretário Geraldo Ferraz.
Queiroz, Jorge
Primeira fase
Verissimo, Graciliano Ramos, Orígenes Lessa e outros
escritores
Iniciado pelo polêmico manifesto de Oswald, conta
com Antônio de Alcântara Machado, Mário de Andrade
(com a publicação de um capítulo de Macunaíma em seu
2º número), Carlos Drummond (3º número, publicou a
Amado, José
criaram
um
estilo
Lins
novo,
do
Rego, Érico
completamente
moderno, totalmente liberto da linguagem tradicional, nos
quais puderam incorporar a real linguagem regional, as
gírias locais. O humor quase piadístico de Drummond
receberia influências de Mário e Oswald de Andrade.
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Aula 01
Vinícius, Cecília, Jorge de Lima e Murilo Mendes
apresentaram certo espiritualismo que vinha do livro de
Questões de 41 a 80
Mário Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917).
A consciência crítica estava presente, e mais do que tudo,
41. (UC-MG) Graciliano Ramos é autor que, no
Modernismo, faz parte da:
os escritores da segunda geração consolidaram em suas

fase destruidora, que procura romper com o
passado.

segunda fase, em que se destaca a ficção
regionalista.

fase irreverente, que busca motivos no
primitivismo.

geração de 45, que procura estabelecer uma
ordem no caos anterior.

década de 60, que transcendentaliza o
regionalismo.
obras questões sociais bastante graves: a desigualdade
social, a vida cruel dos retirantes, os resquícios de
escravidão, o coronelismo, apoiado na posse das terras todos problemas sociopolíticos que se sobreporiam ao lado
pitoresco das várias regiões retratadas.
Terceira geração (1945-1975)
Com a transformação do cenário sócio-político do Brasil, a
literatura também transformou-se:4 O fim da Era Vargas, a
ascensão e queda do Populismo, a Ditadura Militar, e o
contexto da Guerra Fria, foram, portanto, de grande
42. (EU-Maringá)
influência na Terceira Fase. Na prosa, tanto no romance
quanto no conto, houve a busca de uma literatura intimista,
de sondagem psicológica e introspectiva, tendo como
destaque Clarice Lispector. O regionalismo, ao mesmo
tempo, ganha uma nova dimensão com a recriação dos
"A cachorra espiou o dono desconfiada, enroscou-se no
tronco e foi-se desviando até ficar no outro lado da árvore,
agachada e arisca, mostrando apenas as pupilas negras.
Aborrecido com esta manobra, Fabiano saltou a janela,
esgueirou-se ao longo da cerca do curral, deteve-se no
mourão do canto e levou de novo a arma ao rosto..."
costumes e da fala sertaneja com Guimarães Rosa,
penetrando fundo na psicologia do jagunço do Brasil
central.
A pesquisa
da
linguagem
foi
um
traço
O excerto acima apresenta uma cena da obra:
F) Angústia
caraterísticos dos autores citados, sendo eles chamados de
G) Vidas Secas
instrumentalistas.
H) Doidinho
Ariano Suassuna
I)
Dom Casmurro
A geração de 45 surge com poetas opositores das
J)
Menino do Engenho
conquistas e inovações modernistas de 22, o que faz com
que, na concepção de muitos estudiosos (como Tristão de
Athaydee Ivan Junqueira), esta geração seja tratada como
pós-modernista. A
defendida
pela
liberdade
formal,
nova
proposta,
inicialmente,
revista Orfeu em 1947.
as
ironias,
as
Negando
sátiras
e
é
a
outras
características modernistas, os poetas de 45 buscaram uma
poesia mais “equilibrada e séria”.4 No início dos anos 40,
surgem dois poetas singulares, não filiados esteticamente a
nenhuma tendência: João Cabral de Melo Neto e Lêdo Ivo.
Estes considerados por muitos os mais importantes
representantes da geração de 1945.
43. (PUCCAMP) Em sua obra, "a tendência regionalista
acaba assumindo a característica de experiência estética
universal, compreendendo a fusão entre o real e o mágico,
de forma a radicalizar os processos mentais e verbais
inerentes ao contexto fornecedor de matéria-prima. O
folclórico, o pitoresco e o documental cedem lugar a uma
maneira nova de repensar as dimensões da cultura,
flagrada em suas articulações no mundo da linguagem".
Esse conjunto de características descreve a obra de:

Clarice Lispector

José Cândido de Carvalho
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
Erico Verissimo

Fogo Morto

Jorge Amado

Grande Sertão: veredas

Guimarães Rosa

A Hora da Estrela

Tempo e o Vento
44. (PUCCAMP) O isolamento social e cultura de uma
família de retirantes nordestinos e a tragédia do ciúme,
provocada por um incontrolável sentimento de posse, são
os temas centrais de dois grandes romances de Graciliano
Ramos, respectivamente:

Vidas Secas e São Bernardo

São Bernardo e Vidas Secas

Caetés e Angústia

Angústia e Caetés

São Bernardo e Angústia
47. (PUCCAMP)
"O romance é narrado na primeira pessoa, em monólogo
ininterrupto, por um velho fazendeiro do Norte de Minas,
antigo jagunço. Na estrutura do livro, os fatos são
transpostos para uma atmosfera lendária e o real se cruza
com o fantástico."
As afirmações acima referem-se à obra-prima de um
grande escritor brasileiro moderno:

Sagarana, de João Guimarães Rosa.

Cangaceiros, de José Lins do Rego.

Menino do Engenho, de José Lins do Rego.

Grande Sertão: veredas, de João Guimarães
Rosa.

Tempo e o Vento, de Erico Verissimo.
45. (VUNESP) Leia com atenção o texto a seguir:
"– Ara, ara, bichinha. antes pelesses mundões, viu-que-teviu, avistei deparado muito que assim-assim, luziluzindo,
eu figurava rindo que nem-nem. apois. A senhora tolere.
Não gloso. Deus esteja, que-que vem a ser isso que nemnem o que for?"
Neste trecho, extraído da obra Vencecavalo e o outro povo,
o autor, João Ubaldo Ribeiro, alude parodisticamente ao
estilo de:

Graciliano Ramos

José Lins do Rego

João Guimarães rosa

Osman Lins

Dalton Trevisan
46. (VUNESP)
"Descendente de senhores de engenho, o romancista soube
fundir, numa linguagem de forte e poética oralidade, as
recordações da infância e da adolescência com o registro
intenso da vida nordestina colhida por dentro, através dos
processos mentais de homens e mulheres que representam
a gama étnica e social da região".
48. (UFPA) Em fevereiro de 1909, Marinetti publicou na
Europa um manifesto cujas ideias desencadearam o:

Dadaísmo

Futurismo

Surrealismo

Romantismo

Simbolismo.
49. (UFPA) As ideias de Marinetti influenciaram muito os
nossos autores. Dele, os escritores brasileiros seguiram:

a exacerbação do nacional e a sintaxe tradicional.

a paixão pela metáfora, intelectualista e
rebuscada, e pelas frases de efeito.

a negação do passado e o uso de palavras em
liberdade.

conceito de felicidade na vida em contato com a
natureza e a fé na razão e na ciência.
O trecho acima refere-se ao autor de

Vidas Secas
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
gosto pelo psicologismo na ficção e a
supervalorização da natureza.
50. (PUC-RJ) O movimento artístico-literário que
mobilizou parcela significativa da intelectualidade
brasileira durante a década de 20 e procurou romper com
os padrões europeus da criação tinha como proposta:

a tentativa de buscar um conteúdo mais popular
para a problemática presente nas diferentes
formas de manifestação artística.
8.
os modelos arquitetônicos do período buscaram
sua inspiração na tradição do barroco português.
9.
a preocupação dominante dos autores foi com o
retratar os males da colonização.
52. (FIUbe-MG) O Modernismo brasileiro preocupava-se
em criar uma arte essencialmente brasileira. Entretanto,
alguns dos primeiros escritores desse movimento estético,
no Brasil, sofreram influências:
f)
f)
a tentativa de recuperação das idealizações
românticas ligadas à temática do índio brasileiro.
f)
a valorização do passado colonial, ressaltada a
influência portuguesa sobre a nossa sintaxe.
f)
f)
a tentativa de constituição, no campo das artes, da
problemática da nacionalidade, ressaltadas as
peculiaridades do povo brasileiro.
a desvalorização da problemática regionalista,
contida nas lendas e mitos brasileiros.
Assinale:
f)
se somente as afirmativas I e IV estiverem
corretas.
g) se somente as afirmativas I e V estiverem
corretas.
h) se somente as afirmativas II e III estiverem
corretas.
do futurismo
g) do Concretismo
h) do Hiper-realismo
i)
da arte popular
j)
da arte cinética.
53. (UCP-PR) Movimento literário brasileiro que recebeu
influências de vanguardas europeias, tais como o
Futurismo e o Surrealismo:

Modernismo

Parnasianismo

Romantismo

Realismo

Simbolismo
54. (UFPE)
i)
j)
se somente as afirmativas III e IV estiverem
corretas.
Com o Modernismo, desenvolveu-se a
preocupação de valorizar nossa tradição artística,
sobretudo teve início um verdadeiro trabalho de
retomada crítica da nossa produção literária do
passado.
f)
A Semana de Arte Moderna foi, não resta dúvida,
um acontecimento marcado por ideias
renovadoras; não se pode negar, contudo, o fato
de ter desencadeado certas consequências
negativas; uma delas, por exemplo, foi certo
clima de intranquilidade, tanto no aspecto social
como no ideológico.
f)
A primeira fase do movimento modernista no
Brasil foi marcada por um comportamento
iconoclasta; a utilização do poema-piada, da
liberdade de expressão, do coloquialismo na
linguagem literária atestam certo nível de
irreverência típica dessa fase.
se somente as afirmativas II e V estiverem
corretas.
51. (PUCSP) A Semana de Arte Moderna (1922),
expressão de um movimento cultural que atingiu todas as
nossas manifestações artísticas, surgiu de uma rejeição ao
chamado colonialismo mental, pregava uma maior
fidelidade à realidade brasileira e valorizava sobretudo o
regionalismo. Com isto pode-se dizer que:
5.
f)
romance regional assumiu características de
exaltação, retratando os aspectos românticos da
vida sertaneja.
6.
a escultura e a pintura tiveram seu apogeu com a
valorização dos modelos clássicos.
7.
movimento redescobriu o Brasil, revitalizando os
temas nacionais e reinterpretando nossa realidade.
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Responda:
f)
se as três estiverem certas
g) se I e II estiverem certas.

Valorização poética de aspectos da realidade
tradicionalmente considerados prosaicos.

Utilização de versos simétricos, porém brancos.

Integração na nossa cultura de manifestações
artísticas estrangeiras.

Síntese poética da nacionalidade pela integração
de diversos aspectos culturais do país.

Aproximação
coloquial.
h) se II e III estiverem certas.
i)
se I e III estiverem certas.
j)
se nenhuma estiver certa.
55. (UCP-PR) Baseando-se no trecho abaixo, responda
obedecendo ao código.
dos
padrões
da
linguagem
57. (UCP-PR) Ano decisivo para o Modernismo brasileiro
é 1917, já que nele aparecem produções que iriam
revolucionar a arte literária brasileira. Da lista abaixo, o
que apareceu pela primeira vez em 1917?
"Trem de ferro
Café com pão
Café com pão
Café com pão

Wilson Martins: O Modernismo e Mário da Silva
Brito: Antecedentes da Semana de Arte Moderna.

Monteiro
Lobato: Urupês e
Bandeira: Carnaval.

Anita Malfatti: Homem amarelo e Mulher de
cabelos verdes e Di Cavalcanti: Carnaval.
Virge Maria que foi isto maquinista?"
(Manuel Bandeira)
Manuel
f)
A significação do trecho provém da sugestão
sonora.

Mário de Andrade: Paulicéia desvairada e Graça
Aranha: Canaã.
4.
O poeta utiliza expressões da fala popular
brasileira.

Menotti del Picchia: Juca Mulato e Manuel
Bandeira: A cinza das horas.
f)
A temática e a estrutura do poema contrariam o
programa poético do Modernismo.
a. se I, II e III forem corretas.
b.
se I e II forem corretas e III incorreta.
c.
se I, II e III forem incorretas.
d.
se I for incorreta e II e III corretas.
58. (PUC-RS)
"O que eu adoro em tua natureza,
Não é o profundo instinto maternal
Em teu flanco aberto como uma ferida.
Nem tua pureza. Nem tua impureza.
e.
se I e II forem incorretas e apenas III
correta.
O que eu adoro em ti – lastima-me e consola-me!
56. (FESP-PE)
O que eu adoro em ti, é a vida."
"Quando as casas baixarem de preço,/ Laura Moura,
prenda minha,/ Uma delas será sua sem favor./ Lá fora a
bulha da cidade/ Disfarçará nosso prazer.../ E a gente,
numa rede maranhense,/ Ao som dum jazz bem blue,/
Balancearemos no calor da noite,/ Sonhando com o
sertão."
A estrofe acima é um exemplo do traço de ..... e de ..... que
existe na obra de Manuel Bandeira.
Assinale a afirmativa que não constitui característica do
Modernismo e que, assim, não se aplica ao texto acima.

rebeldia - ódio pela vida

melancolia - indiferença pelo mundo

ternura - paixão pela existência
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
saudade - medo ao cotidiano

amargura - conformismo com o destino
59. (FMABC-SP) De Manuel Bandeira, é válido dizer
que:


incentiva a pesquisa formal com base nas
conquistas parnasianas, a ela anteriores.

enriquece e dinamiza a linguagem, inspirando-se
na sintaxe clássica.

confere ao nível coloquial da fala brasileira a
categoria de valor literário.
foi um poeta típico do período crepuscular
anterior ao Modernismo.
62. (FCMSCSP)




voltou-se sobretudo para o mundo interior,
procurando captar, com sua sensibilidade
delicada, as nuanças da sombra, do indefinido, da
morte.
"3 de maio
Aprendi com meu filho de dez anos
foi um dos grandes agitadores da literatura
brasileira e, em sua obra, salientam-se
experiências semânticas que fazem dele um
precursor da poesia concreta.
Que a poesia é a descoberta
soube conciliar a notação intimista com o registro
do mundo exterior, e sua obra poética abrange
desde poemas de tom parnasiano até experiências
concretistas.
(Oswald de Andrade)
exaltou a cidade natal, fez a apologia da preguiça
criadora, valorizou os mitos amazônicos.
60. (VUNESP) Embora tenha publicado dois livros de
poesia caracterizadamente modernista, Manuel Bandeira
manteve sempre muita independência em relação às
diversas correntes literárias. Assinale a alternativa que
apresenta os títulos corretos de suas obras modernistas,
bem como uma de suas características mais marcantes:

Clan do Jabuti e Libertinagem, singeleza formal.

Remate de males e O ritmo dissoluto, virtuosismo
rítmico.

A cinza das horas e Carnaval, ardente e contido
sopro erótico.

Losango cáqui e Mafuá do malungo, expressão
do nacional.
Das coisas que eu nunca vi."
As cinco alternativas apresentam afirmações extraídas do
Manifesto da Poesia Pau-Brasil; assinale a que está
relacionada com o poema "3 de maio".

"Só não se inventou uma máquina de fazer versos
– já havia o poeta parnasiano."

"... contra a morbidez romântica – pelo equilíbrio
geômetro e pelo acabamento técnico."

"Nenhuma fórmula para a contemporânea
expressão do mundo. Ver com os olhos livres."

"A poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar
domingueira, com passarinhos cantando na mata
resumida das gaiolas..."

"Temos a base dupla e presente – a floresta e a
escola."
63. (FCMSCSP)

ritmo dissoluto e Libertinagem, incorporação do
prosaico.
61. (FIUbe-MG) A poesia modernista, sobretudo a da
primeira fase (1922-1928):


utiliza-se de vocabulário sempre vago e ambíguo
que apreenda estados de espírito subjetivos e
indefiníveis.
faz uma síntese dos pressupostos poéticos que
norteavam a linguagem parnasiano-simbolista.
Movimentos:

Pau-Brasil

Verde-Amarelo

Antropofagia
Objetivos:
1. Resposta ao conservadorismo
movimento da Anta.
manifestado
pelo
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Aula 01
2. Revalorização do primitivo, através de uma arte que
redescobrisse o Brasil.
"O fazendeiro criara filhos
Escravos escravas
3. Proposição de uma estrutura nacionalista.
Nos terreiros de pitangas e jabuticabas
A associação correta é:
Mas um dia trocou

I-2; II-3; III-1.

I-3; II-2; III-1.

I-1; II-2; III-3.

I-3; II-1; III-2.

n. d. a.
O ouro da carne preta e musculosa
As gabirobas e os coqueiros
Os monjolos e os bois
Por terras imaginárias
64. (FCMSCSP) As barreiras entre os gêneros literários
tornaram-se tênues no Modernismo, que, à procura de uma
expressão nova, trouxe à prosa características da poesia e
vice-versa, ou, algumas vezes, alternou numa mesma obra
poesia e prosa de ficção.
Um texto que espelha semelhante situação é:

Memórias sentimentais de João Miramar.

São Bernardo.

Triste fim de Policarpo Quaresma.

auto da compadecida.

Lição de coisas.

aproveitou-se
dadaístas.

aproveitou-se de aspectos para os quais Pero Vaz
de Caminha chama a atenção em sua Carta sobre
o descobrimento do Brasil.
exclusivamente
das
ideias
aproveitou-se das sugestões temáticas que se
depreendem das sátiras de Gregório de Matos
Guerra.

valeu-se de princípios da tradição poética
parnasiana.

aproveitou a sugestão romântica de libertar a
imaginação e a fantasia.
66. (PUC-RS)
Este poema de Oswald de Andrade exemplifica o
movimento nativista... . O poeta, através de uma poesia
reduzida ao ...., buscou uma interpretação de seu país.

Antropófago - visual

Verde-amarelo - simbólico

Terra roxa e Outras Terras - discursivo

Anta - concreto

Pau-Brasil - essencial.
67. (FUVEST-SP) O Romantismo
Modernismo, assim como:
65. (UFPA) Oswald de Andrade, para sistematizar os
princípios da corrente Pau-Brasil, do nosso Modernismo:

Onde nasceria a lavoura verde do café."
está
para
o
f.
Inocência está para A carne.
g.
A escrava Isaura está para A escrava que não é
Isaura.
h.
A escrava Isaura está para O cortiço.
i.
Memórias póstumas de
para Memórias do cárcere.
j.
A Moreninha está para dom Casmurro.
Brás
Cubas está
68. (F. de Ciências e Letras Pe. Anchieta-SP) Passando
de maneira brusca do primitivo solene à crônica jocosa e à
paródia, Mário de Andrade jogou sabiamente com níveis
de consciência e de comunicação diversos, justificando
plenamente o título de rapsódia, mais que "romance", à
obra que se trata de:
f.
A escrava que não é Isaura.
g.
Macunaíma.
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h.
Paulicéia desvairada.
i.
Losango cáqui
j.
Empalhador de passarinhos.
69. (FMU-SP) O tema da pátria distante foi retomado por
muitos poetas. Um deles, Oswald de Andrade, do
Modernismo.
São características do Modernismo:
e.
linguagem coloquial; valorização do nacional;
tom irônico; liberação absoluta da forma.
f.
nacionalismo; tom irônico; linguagem retórica;
liberdade de composição.
g.
saudosismo; crítica social; verde-amarelismo;
regras rígidas de composição.
h.
Exaltação exagerada de fatores como mocidade e
tempo; o novo, nesta fase, foi erigido como um
valor em si.
i.
Movimento de inquietação e de insatisfação; os
novos se lançaram à luta em nome da
originalidade, da liberdade de pesquisa estética e
do direito de "errar".
j.
apesar de toda a radicalidade do grupo, é unânime
a preocupação dos modernistas com o purismo da
linguagem.
(FAAP-SP) Texto para as questões de 72 a 77.
"Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
h.
linguagem retórica; saudosismo; nacionalismo;
regras rígidas de composição.
i.
linguagem retórica; liberdade de composição;
cientificismo; tom irônico.
70. (FEBASP)
"Não sendo um personagem, mas um símbolo, ..... está ao
mesmo tempo no passado e no presente, no sul e no norte
do Brasil. Ele é, de resto, intemporal e super geográfico
como, por um lado, será mais americano que brasileiro..."
(Wilson Martins).
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Estes dados referem-se a:
Que Joana a Louca de Espanha
f.
Peri.
g.
Macunaíma.
h.
Augusto Matraga.
i.
Jeca Tatu.
Rainha e falsa demente
71. (UFV-MG) Assinale a alternativa em que há uma
característica que não corresponde ao Modernismo em sua
primeira fase (a de São Paulo, 1922).
f.
g.
Ver a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Ruptura radical e audaciosa em relação às
posições estéticas do passado, quebra total da
rotina literária.
Montarei em burro brabo
Caráter turbulento, polemista, de demolição de
valores.
tomarei banhos de mar!
Subirei no pau-de-sebo
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
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mando chamar a mãe-dágua
i.
em que aparece a figura da mulher idealizada e a
fuga de um lugar distante e edênico.
j.
que busca o bucólico, o campestre, o fantástico.
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
73. (FAAP-SP) Pasárgada, cidade lendária da antiga
Pérsia, no poema indica outro espaço e outro tempo. No
texto, há uma oposição entre um aqui e um lá; entre um
agora e um então. Esta oposição recebe o nome de:
f.
silepse.
g.
antítese.
h.
pleonasmo.
i.
sinestesia.
j.
polissíndeto.
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcaloide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
74. (FAAP-SP) Não é difícil definir o tema da ida para
Pasárgada:
f.
busca dos prazeres libidinosos
g.
evasão espacial e temporal
h.
volta à infância
i.
amor à civilização
j.
apego ao poder.
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
– Lá sou amigo do rei –
75. (FAAP-SP) Voltaire afirmava que "quem quiser
fundar alguma coisa de grande deve começar por ser
completamente louco". Bandeira nega este mundo chato e
mofino, percorrendo vastidões da fantasia, ainda que seja
para cair na loucura, especialmente em:
Terei a mulher que eu quero
f.
Joana a Louca de Espanha
Na cama que escolherei
Vem a ser contraparente
Vou-me embora pra Pasárgada
Da nora que nunca tive
(Manuel Bandeira)
g.
72. (FAAP-SP) A simples leitura do texto já nos convence
tratar-se de um poema filiado ao modernismo já que se
trata de um poema:
Andarei de bicicleta
h.
f.
de tom coloquial, sem rima, em que não está
presente a pontuação tradicional.
g.
em que predomina o vago, o etéreo, o indizível.
h.
de absoluta precisão formal.
... farei ginástica
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
i.
Tem telefone automático
Tem alcaloide à vontade
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j.
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar.
76. (FAAP-SP) Nesta estrofe, o poeta devidamente
refugiado no mágico Éden imaginário, projeta uma série
de ações insignificantes que compõem o cotidiano de um
menino sadio. É o retorno psicológico à infância – marca
de um tempo feliz e de liberdade. A estrofe começa assim:
f.
i.
j.
E como farei ginástica
Assinale a alternativa correta.
Só a proposição II é correta.
Em Pasárgada tem tudo
e.
Só a proposição III é correta.
É outra civilização
f.
São corretas as proposições I e II.
E quando eu estiver mais triste
g.
São corretas as proposições II e III.
79. (PUC-RS) O livro de Cecília Meireles que evoca os
"tempos do ouro" denomina-se:
f.
Romanceiro da Inconfidência.
g.
Balada para el-Rei.
h.
Vaga música.
i.
Retrato natural.
j.
Romance de Santa Clara.
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
f.
A Moreninha narra, em linguagem presa ao
modelo lusitano, a história de um amor
impossível entre um jovem da aristocracia
imperial do Brasil e uma mestiça.
d.
Aqui eu não sou feliz
f.
f.
Andarei de bicicleta
Lá sou amigo do rei
f.
Cecília Meireles caracterizou sua poesia pela
constante sugestão de sombra, identificação e
ausência; mas soube também incorporar a matéria
histórica, em uma de suas mais importantes obras.
Só a proposição I é correta.
77. (FAAP-SP) Inconformado com o real concreto, o
poeta enumera um conjunto de vantagens que este mundo
fantástico oferece: sexo livre, uma nova percepção do
tempo e do espaço, uma nova permeabilidade para uma
revisão do mundo material. A estrofe começa assim:
f.
f.
c.
Mas triste de não ter jeito
f.
Moderno e versátil, Vinícius de Moraes compõe,
com mestria, tanto letras para canções populares
como poemas dentro dos mais estritos padrões
clássicos.
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
h.
f.
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
g.
78. (F.C.Chagas-BA)
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito.
80. (UCP-PR) A poesia modernista revela:
f.
nacionalismo crítico.
g.
valorização do popular.
h.
versos livres.
i.
Estão corretas as afirmações a e c.
j.
Estão corretas as afirmações a, b e c.
b
b
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e
b
a
b
c
a
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e
a
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Referências


uma obra no qual marcou o pré-modernismo
↑ Ir para:a b c d e f Marina Cabral. O Modernismo no
porem ser muito pornográfica, Língua e
Brasil (em português) R7 Brasil Escola. Visitado
em 21 de novembro de 2012.
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↑ Ir para:a b c d e Marina Cabral. O Modernismo no
Brasil – 2ª fase (em português) R7 Brasil Escola.
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Ir para cima↑ Literatura, Terra, Pré-modernismo
- outros autores. Página pesquisada em 5 de abril
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Visitado em 21 de novembro de 2012.
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Geração) (em português) Itaú Cultural. Visitado
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Bibliografia
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Referências
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Paulo, s/d
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Ir para cima↑ E-Dicionário de literatura, página
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Francisco. Manuel Bandeira pré-modernista,
Instituto Nacional do Livro, 1982
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MOURA, Francisco. Língua e Literatura, terceiro
volume, Ática, São Paulo, 2ª ed., 1983
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Ir para cima↑ Literatura, Terra, Pré-modernismo
- origens. Página consultada em 5 de abril de
2008
↑ Ir para:a b c ESCHER, xota no pau véio esta foi
de 2008.

Wikpeia.
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