VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 CONTEÚDO DE LITERATURA PARA O VEST UFU 2015/2 Este material foi preparado em conformidade com o programa apresentado pela Universidade Federal de Uberlândia. Contém muitas questões de vestibulares após cada item apresentado no programa da UFU. Bons estudos para ter boa sorte na prova! Haverá um aulão das obras literárias do vest UFU 2015/2, que será ministrado por mim, em Belo Horizonte e também em Uberlândia (no hotel). I. Conceitos e funções da literatura Literatura A Literatura é a arte de compor e expor escritos artísticos, em prosa ou em verso, de acordo com princípios teóricos e práticos, o exercício dessa arte ou da eloquência e poesia. Conceitos literários "Arte Literária é mimese (imitação); é a arte que imita pela palavra." gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra vida, autônoma, independente do autor e da experiência de realidade de onde proveio." (COUTINHO, Afrânio. Notas de teoria literária. 2. ed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1978. p. 9-10) Formas literárias Poesia Provavelmente a mais antiga das formas literárias, a poesia consiste no arranjo harmônico das palavras. Geralmente, um poema organiza-se em versos, caracterizados pela escolha precisa das palavras em função de seus valores semânticos (denotativos e, especialmente, conotativos) e sonoros. É possível a ocorrência da rima, bem como a construção em formas determinadas como o soneto e o haikai. Segundo características formais e temáticas, classificam-se diversos gêneros poéticos adotados pelos poetas. (Aristóteles, Grécia Clássica); "A Literatura obedece a leis inflexíveis: a da herança, a do meio, a do momento." (Hippolyte Taine, pensador determinista, metade do século XIX); Peças de Teatro O teatro, forma literária clássica, composta basicamente de falas de um ou mais personagens, individuais (atores e "A Literatura é arte e só pode ser encarada como arte." atrizes) ou coletivos (coros), destina-se primariamente a (Doutrina da arte pela arte, fins do século XIX); ser encenada e não apenas lida. Até um passado recente, "O poeta sente as palavras ou frases como coisas e não como sinais, e a sua obra como um fim e não como um meio; como uma arma de combate." (Jean-Paul Sartre, filósofo francês, século XX; não se escrevia a não ser em verso. Na tradição ocidental, as origens do teatro datam dos gregos, que desenvolveram os primeiros gêneros: a tragédia e a comédia. Mudanças vieram: novos gêneros, como a ópera, que combinou esta forma com (pelo menos) a música; "É com bons sentimentos que se faz Literatura ruim." inovações textuais, como as peças em prosa; e novas (André Gide, escritor francês, século XX); finalidades, como os roteiros para o cinema. "A distinção entre Literatura e as demais artes vai operar- A imensa maioria das peças de teatro está baseada na se nos seus elementos intrínsecos, a matéria e a forma dramatização, do verbo." (LIMA, Alceu Amoroso. A estética literária e o de narrativas de ficção por atores encarnando personagens. crítico. 2. ed. Rio de Janeiro, AGIR, 1954. p 54-5.) Elas podem ser: "A Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do espírito do artista e Tragédia retransmitida através da língua para as formas, que são os Drama ou seja, na representação VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Comédia Ópera Ficção em Prosa A literatura de ficção em prosa, cuja definição mais crua é o texto "corrido", sem versificação, bem como suas formas, são de aparição relativamente recente. Pode-se considerar que o romance, por exemplo, surge no início do século XVII com Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes Saavedra. Subdivisões, aqui, dão-se em geral pelo tamanho e, de certa forma, pela complexidade do texto. Entre o conto, "curto", e o romance, "longo", situa-se por vezes a novela. Gêneros Literários A linguagem é o veículo utilizado para se escrever uma obra literária. Escrever obras literárias é trabalhar com a 02. Li, com extrema indignação, a reportagem do POPULAR de terça feira, sobre o mapa da prostituição em Goiás. Os 582 pontos em todo Estado são uma verdadeira declaração de miséria, levando-se em conta a baixa idade das garotas. O pior é que já banalizou-se diante dos nossos olhos, muita gente graúda vê e nada é feito. No âmbito federal levantamentos foram feitos pelas autoridades e o resultado também é alarmante. [...] Até quando tanta miséria e pobreza condenarão nossas crianças e adolescentes a extremos atos de desespero e imoralidade? 3. FAÇA COMO A MALU: MUDE PARA O SABONETE LÍQUIDO LUX GOTAS DE BELEZA. (Revista Quem) 04. – Pois é! – Não é? – Então! – É! – Falou! – Falou e disse! 05. (no segundo quadrinho) linguagem. Os Gêneros Literários são as várias formas de trabalhar a linguagem, de registrar a história, e fazer com que a essa linguagem seja um instrumento de conexão entre os diversos contextos literários que estão dispersos ao redor do mundo. Uma boa forma de se familiarizar com os diversos gêneros literários - e assim criar hábitos sólidos de leitura - é ter contato com o formato mais apropriado para cada idade, passando desde a literatura infantil à infanto-juvenil até chegar à adulta2 . Literatura de informação: A Literatura de Informação é um segmento do Quinhentismo, que é a denominação das manifestações literárias ocorridas em território brasileiro durante o século XVI. Além da Literatura de Informação, foi de destaque ao Quinhentismo a chamada Literatura dos 06. Soneto da Separação De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama. Jesuítas. Iniciou-se no Brasil e durou de 1500 à 1601. Nas questões de 01 a 06, identifique as funções de linguagem que se destacam nos textos. 01. A Assembleia Legislativa de Goiás continua mantendo sigilo sobre gastos de viagens feitas pelos deputados estaduais em 2007 e 2008. O presidente Helder Valin (PSDB) diz que os dados devem ser revelados pelo expresidente Jardel Sebba (PSDB), que alega não ter mais acesso às informações. Dos 41 deputados, 17 confirmaram ao POPULAR ter feito viagens. De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente. Fez-se do amigo próximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente. Vinicius de Moraes Nas questões de 07 a 10, identifique as funções da literatura que se destacam nos textos. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 a fruta sem preço 07. As sem razões do amor (Carlos Drummond de Andrade) Eu te amo porque te amo. Não precisas ser amante, e nem sempre sabes sê-lo. Eu te amo porque te amo. Amor é estado de graça e com amor não se paga. Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge a dicionários e a regulamentos vários. Eu te amo porque não amo bastante ou demais a mim. Porque amor não se troca, não se conjuga nem se ama. Porque amor é amor a nada, feliz e forte em si mesmo. Amor é primo da morte, e da morte vencedor, por mais que o matem (e matam) a cada instante de amor. O poema, senhores, não fede nem cheira. 09. Trem de ferro (Manuel Bandeira) Café com pão Café com pão Café com pão Virgem Maria que foi isto maquinista? Agora sim Café com pão Agora sim Café com pão Voa, fumaça Corre, cerca Ai seu foguista Bota fogo Na fornalha Que eu preciso Muita força Muita força Muita força 08. Não há vagas (Ferreira Gullar) O preço do feijão não cabe no poema. O preço do arroz não cabe no poema. Não cabem no poema o gás a luz o telefone a sonegação do leite da carne do açúcar do pão. O funcionário público não cabe no poema com seu salário de fome sua vida fechada em arquivos. Como não cabe no poema o operário que esmerila seu dia de aço e carvão nas oficinas escuras – porque o poema, senhores, está fechado: “não há vagas” Só cabe no poema o homem sem estômago a mulher de nuvens Oô.. Foge, bicho Foge, povo Passa ponte Passa poste Passa pato Passa boi Passa boiada Passa galho De ingazeira Debruçada Que vontade De cantar! Oô... Quando me prendero No canaviá Cada pé de cana Era um oficia Ôo... Menina bonita Do vestido verde Me dá tua boca Pra matá minha sede Ôo... Vou mimbora voou mimbora Não gosto daqui Nasci no sertão Sou de Ouricuri Ôo... VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Vou depressa Vou correndo Vou na toda Que só levo Pouca gente Pouca gente Pouca gente... 10. O Bicho (Manuel Bandeira) Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem. 11. Nesta tira, a figura do boneco de madeira põe em evidência a A) coesão. B) realidade. C) metalinguagem. D) intertextualidade. E) variedade linguística. 12. B) C) D) E) falta de referencial. ausência de emissor. ausência de receptor. código desconhecido. Ao apresentar os três gêneros literários, Aristóteles usou como aspectos definidores a forma e o conteúdo. Assim sendo, um poema pode apresentar gênero épico, lírico ou dramático, de acordo com a presença ou ausência de narradores e de acordo com o que se fala: se conta uma história, se interpreta-a, ou se apenas expressa emoções e sentimentos. Sabendo disso, indique o gênero dos textos da questões 13 a 15. 13. A serra do rola-moça (Mário de Andrade) ___________________________________ A Serra do Rola-Moça Não tinha esse nome não... Eles eram do outro lado, Vieram na vila casar. E atravessaram a serra, O noivo com a noiva dele Cada qual no seu cavalo. Antes que chegasse a noite Se lembraram de voltar. Disseram adeus pra todos E se puseram de novo Pelos atalhos da serra Cada qual no seu cavalo. Os dois estavam felizes, Na altura tudo era paz. Pelos caminhos estreitos Ele na frente, ela atrás. E riam. Como eles riam! Riam até sem razão. A Serra do Rola-Moça Não tinha esse nome não. As tribos rubras da tarde Rapidamente fugiam E apressadas se escondiam Lá embaixo nos socavões, Temendo a noite que vinha. Porém os dois continuavam Cada qual no seu cavalo, E riam. Como eles riam! E os risos também casavam Com as risadas dos cascalhos, Que pulando levianinhos Da vereda se soltavam, Buscando o despenhadeiro. Na tira acima, o elemento que não está permitindo a comunicação é: A) canal fechado. Ali, Fortuna inviolável! VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 O casco pisara em falso. Dão noiva e cavalo um salto Precipitados no abismo. Nem o baque se escutou. Faz um silêncio de morte, Na altura tudo era paz ... Chicoteado o seu cavalo, No vão do despenhadeiro O noivo se despenhou. E a Serra do Rola-Moça Rola-Moça se chamou. 14. Dialética (Vinícius de Moraes) É claro que a vida é boa E a alegria, a única indizível emoção É claro que te acho linda Em ti bendigo o amor das coisas simples É claro que te amo E tenho tudo para ser feliz Mas acontece que eu sou triste... 15. Caso do Vestido (Carlos Drummond de Andrade) _______________________________ Nossa mãe, o que é aquele vestido, naquele prego? Minhas filhas, é o vestido de uma dona que passou. Passou quando, nossa mãe? Era nossa conhecida? Minhas filhas, boca presa. Vosso pai evém chegando. Nossa mãe, dizei depressa que vestido é esse vestido. Minhas filhas, mas o corpo ficou frio e não o veste. O vestido, nesse prego, está morto, sossegado. Nossa mãe, esse vestido tanta renda, esse segredo! Minhas filhas, escutai palavras de minha boca. Era uma dona de longe, vosso pai enamorou-se. E ficou tão transtornado, se perdeu tanto de nós, se afastou de toda vida, se fechou, se devorou, chorou no prato de carne, bebeu, brigou, me bateu, me deixou com vosso berço, foi para a dona de longe, mas a dona não ligou. Em vão o pai implorou. Dava apólice, fazenda, dava carro, dava ouro, beberia seu sobejo, lamberia seu sapato. Mas a dona nem ligou. Então vosso pai, irado, me pediu que lhe pedisse, a essa dona tão perversa, que tivesse paciência e fosse dormir com ele... Nossa mãe, por que chorais? Nosso lenço vos cedemos. Minhas filhas, vosso pai chega ao pátio. Disfarcemos. Nossa mãe, não escutamos pisar de pé no degrau. Minhas filhas, procurei aquela mulher do demo. E lhe roguei que aplacasse de meu marido a vontade. Eu não amo teu marido, me falou ela se rindo. Mas posso ficar com ele se a senhora fizer gosto, só pra lhe satisfazer, não por mim, não quero homem. Olhei para vosso pai, os olhos dele pediam. Olhei para a dona ruim, os olhos dela gozavam. O seu vestido de renda, de colo mui devassado, mais mostrava que escondia as partes da pecadora. Eu fiz meu pelo-sinal, me curvei... disse que sim. Sai pensando na morte, mas a morte não chegava. Andei pelas cinco ruas, passei ponte, passei rio, visitei vossos parentes, não comia, não falava, tive uma febre terçã, mas a morte não chegava. Fiquei fora de perigo, fiquei de cabeça branca, perdi meus dentes, meus olhos, costurei, lavei, fiz doce, minhas mãos se escalavraram, meus anéis se dispersaram, minha corrente de ouro pagou conta de farmácia. Vosso pais sumiu no mundo. O mundo é grande e pequeno. Um dia a dona soberba me aparece já sem nada, pobre, desfeita, mofina, com sua trouxa na mão. Dona, me disse baixinho, não te dou vosso marido, que não sei onde ele anda. Mas te dou este vestido, última peça de luxo que guardei como lembrança VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 daquele dia de cobra, da maior humilhação. Eu não tinha amor por ele, ao depois amor pegou. Mas então ele enjoado confessou que só gostava de mim como eu era dantes. Me joguei a suas plantas, fiz toda sorte de dengo, no chão rocei minha cara, me puxei pelos cabelos, me lancei na correnteza, me cortei de canivete, me atirei no sumidouro, bebi fel e gasolina, rezei duzentas novenas, dona, de nada valeu: vosso marido sumiu. Aqui trago minha roupa que recorda meu malfeito de ofender dona casada pisando no seu orgulho. Recebei esse vestido e me dai vosso perdão. Olhei para a cara dela, quede os olhos cintilantes? quede graça de sorriso, quede colo de camélia? quede aquela cinturinha delgada como jeitosa? quede pezinhos calçados com sandálias de cetim? Olhei muito para ela, boca não disse palavra. Peguei o vestido, pus nesse prego da parede. Ela se foi de mansinho e já na ponta da estrada vosso pai aparecia. Olhou pra mim em silêncio, mal reparou no vestido e disse apenas: — Mulher, põe mais um prato na mesa. Eu fiz, ele se assentou, comeu, limpou o suor, era sempre o mesmo homem, comia meio de lado e nem estava mais velho. O barulho da comida na boca, me acalentava, me dava uma grande paz, um sentimento esquisito de que tudo foi um sonho, vestido não há... nem nada. Minhas filhas, eis que ouço vosso pai subindo a escada. 6. A expressão da mãe de Magali, no segundo quadrinho da tira, se justifica porque, para ela, A) contos infantis são textos literários. B) ela está com sono e não quer mais ler histórias. C) é pouco comum os pais lerem histórias infantis para os filhos. D) o livro de receitas não é o texto literário adequado para o momento. E) o livro de receitas é um texto não literário, inadequado para o momento. Leia o poema a seguir para responder as questões de 17 a 23. Tanto de meu estado me acho incerto, Que em vivo ardor tremendo estou de frio; Sem causa, juntamente choro e rio, O mundo todo abarco, e nada aperto. É tudo quanto sinto um desconcerto: Da alma um fogo me sai, da vista um rio; Agora espero, agora desconfio; Agora desvario, agora acerto. Estando em terra, chego ao Céu voando; Num'hora acho mil anos, e é de jeito Que em mil anos não posso achar um'hora. Se me pergunta alguém porque assi ando, Respondo que não sei, porém suspeito Que só porque vos vi, minha Senhora. (Camões) 17. Que figura de linguagem se destaca na primeira estrofe? 18. Identifique a figura de linguagem presente em Num'hora acho mil anos. 19. Quanto à forma, como se chama este poema? 20. Escreva o esquema de rimas do poema e classifique as rimas encontradas quanto à sua organização nas estrofes. 21. Classifique os versos do poema quanto ao número de sílabas poéticas. 22. Faça a análise temática do poema. 23. A que gênero pertence o poema? Indique as figuras de som, segundo a legenda abaixo, presentes nas questões de 24 a 27. a) aliteração b) assonância c) paronomásia d) onomatopeia VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 24. ( ) “Leitos perfeitos seus peitos direitos me olham assim fino menino me inclino pro lado do sim rapte-me adapte-me capte-me coração.” (Caetano Veloso) em suspense, sem identidade precisa, sem lugar e tempo no mundo. 23. Lírico 24. B 25. D 26. A 27. C 28. Silepse de gênero 28. Silepse de pessoa 30. Silepse de número 25. ( ) “Plunct, plact, zum, você não vai a lugar nenhum.” (Raul Seixas) II. Caracterização do texto literário 26. ( ) “Toda gente homenageia Januária na janela.” (Chico Buarque) Conotação e denotação 27. ( ) “Há um pinheiro estático e extático.” (Rubem Braga) A língua portuguesa é rica, interessante, criativa e versátil, se encontrando em constante evolução. As palavras não Identifique o tipo de silepse presente nas questões a seguir. 28. “Vossa Senhoria pode ficar descansado; não digo nada; cá estou para outras.”( Machado de Assis) apresentam apenas um significado objetivo e literal, mas sim uma variedade de significados, mediante o contexto em que ocorrem e as vivências e conhecimentos das 29. “Entramos os cinco, em fila, na sacristia escura.” (Carlos Drummond de Andrade) pessoas 30.“- E o povo de Marvalha? perguntava ele aos canoeiros. - Estão em São Miguel.” (José Lins do Rego) Exemplos de variação no significado das palavras: GABARITO 01. Referencial 02. Emotiva 03. Conativa 04. Fática 05. Metalinguística 06. Poética 07. Formar a personalidade, humanizar o homem, provocar hedon. 08. Levar à reflexão, denunciar a realidade. 09. Fazer sonhar, divertir. 10. Denunciar a realidade, levar à reflexão, provocar catarse. 11. D 12. A 13. Épico 14. Lírico 15. Dramático 16. E 17. Paradoxo 18. Hipérbole 19. soneto 20. ABBA/ ABBA/ CDE/ CDE, sendo interpoladas ou opostas nos quartetos e cada verso do primeiro terceto rima com o verso correspondente no segundo terceto. 21. Decassílabos. 22. O eu lírico declara a sua amada que o simples fato de vê-la despertou nele um sentimento paradoxal, que o deixa que as utilizam. Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido literal) Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido figurado) Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado) As variações nos significados das palavras ocasionam o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo (conotação) das palavras. Denotação Uma palavra é usada no sentido denotativo quando apresenta seu significado original, independentemente do contexto frásico em que aparece. Quando se refere ao seu significado mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro significado que aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da palavra. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 A denotação tem como finalidade informar o receptor da Uma lata existe para conter algo mensagem de forma clara e objetiva, assumindo assim um Mas quando o poeta diz: "Lata" caráter prático e utilitário. É utilizada em textos Pode estar querendo dizer o incontível informativos, como jornais, regulamentos, manuais de Uma meta existe para ser um alvo instrução, bulas de medicamentos, textos científicos, entre Mas quando o poeta diz: "Meta" outros. Pode estar querendo dizer o inatingível Exemplos: Por isso, não se meta a exigir do poeta Que determine o conteúdo em sua lata O elefante é um mamífero. Na lata do poeta tudo nada cabe Já li esta página do livro. A empregada limpou a casa. Pois ao poeta cabe fazer Com que na lata venha caber O incabível Conotação Uma palavra é usada no sentido conotativo quando apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes Deixe a meta do poeta, não discuta Deixe a sua meta fora da disputa Meta dentro e fora, lata absoluta Deixe-a simplesmente metáfora interpretações, dependendo do contexto frásico em que aparece. Quando se refere a sentidos, associações e ideias Gilberto Gil que vão além do sentido original da palavra, ampliando Composição: Gilberto Gil sua significação mediante a circunstância em que a mesma é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico. - 1982 * Levando-se em consideração os sentidos expressos pela linguagem, comente acerca do A conotação tem como finalidade provocar sentimentos no discurso presente na criação de Gilberto Gil. receptor da mensagem, através da expressividade e afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa QUESTÃO 2 linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios Aos estabelecermos familiaridade com os publicitários, entre outros. enunciados linguísticos subsequentes, notamos que estes integram determinadas circunstâncias Exemplos: comunicativas presentes na linguagem cotidiana. Assim sendo, analise-os levando-se em Você é o meu sol! consideração o sentido contextual por eles Minha vida é um mar de tristezas. Você tem um coração de pedra! expresso. QUESTÃO 1 Atenha-se a uma leitura minuciosa do texto em evidência e, em seguida, responda ao que se pede: Metáfora A garota está com a pulga atrás da orelha. Nossa! Fulano é uma cobra! Não posso fazer mais compromisso, pois estou com a corda no pescoço. QUESTÃO 3 VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Explicite seus conhecimentos sobre o emprego da linguagem conotativa e denotativa mediante os discursos manifestados nas situações que o alimento deles já estava em ti... Mário Quintana de interlocução. III Cortar o tempo QUESTÃO 4 Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, Frente a uma análise dos excertos ora demarcados, depreende-se que os trechos nos a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. quais o autor se propôs ao emprego da linguagem conotativa podem ser identificados por: Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. I Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; É um andar solitário entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É um cuidar que se ganha em se perder. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente. Carlos Drummond de Andrade QUESTÃO 5 É querer estar preso por vontade Partindo-se do pressuposto de que a linguagem é É servir a quem vence o vencedor, expressa por diferentes sentidos em um dado É ter com quem nos mata lealdade. contexto, atribua aos exemplos em questão os códigos mencionados: Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade; ( D ) denotação Se tão contrário a si é o mesmo amor? ( C ) conotação Luís de Camões a- ( ) II Horário de verão começa à meia-noite deste sábado. Os poemas Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês. Quando fechas o livro, eles alçam voo como de um alçapão. Eles não têm pouso nem porto alimentam-se um instante em cada par de mãos e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias, no maravilhoso espanto de saberes Relógios devem ser adiantados em uma hora no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Expectativa é de redução de 5% na demanda de energia no horário de pico. http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/10/horario -de-verao-comeca-meia-noite-deste-sabado.html b–( ) VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 (Fonte: Folha de São Paulo, 16/09/2010) Respostas c–( ) Memória Amar o perdido deixa confundido este coração. Nada pode o olvido contra o sem sentido apelo do Não. As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão Mas as coisas findas muito mais que lindas, essas ficarão. Carlos Drummond de Andrade d–( ) A camada de ozônio, o escudo que protege a vida na Terra dos níveis nocivos de radiação ultravioleta, manteve-se estável na última década, conforme estudo elaborado pela Organização Mundial da Meteorologia (OMM) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), divulgado nesta quintafeira. [...] Resposta Questão 1 Tão logo estabelecemos contato com o texto, constatamos que o autor estabelece um jogo de sentido entre o vocábulo “lata” que, de acordo com seu sentido denotativo, representa um recipiente que utilizamos para “depositar” algo. Aplica-lhe, sobretudo, um sentido conotativo, uma vez que em se tratando da criação imaginativa do poeta, essa lata tudo pode comportar, como nos revelam os fragmentos: Na lata do poeta tudo nada cabe Pois ao poeta cabe fazer Com que na lata venha caber O incabível [...] Diante de tais elucidações, concluímos que se trata da metáfora referente à própria criação poética, como literalmente expressa por meio do título. Resposta Questão 2 A linguagem conotativa encontra-se demarcada não somente em textos publicitários e na linguagem poética, mas também na linguagem cotidiana de uma forma geral, dada a nossa forte carga de expressividade e afetividade. Assim, por meio dos enunciados constatamos que o sentido expresso no primeiro é revelado por temor, medo de algo que possa vir a acontecer. O segundo retrata o sentido de uma pessoa má, portadora de atitudes abomináveis, e o terceiro representa algo relacionado a uma sobrecarga de compromissos financeiros. Resposta Questão 3 O sentido expresso pelas palavras está relacionado, primeiramente, à noção de significado e significante, sendo este identificado pela materialização da palavra propriamente dita, ou seja, as letras e os sons que ela representa; e aquele pela parte concreta, isto é, o significado, remetendo-nos a uma imagem mental, representativa. Dessa forma, temos que uma mesma palavra pode adquirir diferentes significados, dependendo do contexto em que se encontrar inserida, visto que na linguagem conotativa o sentido deixa de ser convencional e passa a adquirir múltiplos sentidos, dadas as diferentes interpretações que se atribuem a estes. Quanto ao emprego, sua incidência se dá por meio da linguagem publicitária e da linguagem literária como um todo. Já o sentido denotativo, real, faz parte dos textos informativos, científicos e didáticos como um todo, pois a objetividade representa a principal característica. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Resposta Questão 4 Texto I Referente ou Contexto: É o objeto ou a situação a que a mensagem se refere. Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; [...] É um andar solitário entre a gente; [...] É querer estar preso por vontade ------------------------------------------Texto II Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês. Quando fechas o livro, eles alçam voo como de um alçapão. alimentam-se um instante em cada par de mãos e partem. ------------------------------------------------------Texto III Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, [...] Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Código: É o conjunto de regras de combinação de signos utilizado para elaborar uma/a mensagem: o emissor codifica aquilo que o receptor irá decodificar. Funções da Linguagem Função Emotiva ou Expressiva Esta função ocorre quando se destaca o emissor. A mensagem centra-se nas opiniões, sentimentos e emoções do emissor, sendo um texto completamente subjetivo e pessoal. A ideia de destaque do locutor dá-se pelo emprego da 1ª pessoa do singular, tanto das formas verbais, quanto dos pronomes. A presença de interjeições, pontuação com reticências e pontos de exclamação também evidenciam a função emotiva ou expressiva da linguagem. Os textos que Resposta Questão 5 D; C; C; D. expressam o estado de alma do locutor, ou seja, que exemplificam melhor essa função, são os textos líricos, as Funções da linguagem autobiografias, as memórias, a poesia lírica e as cartas de amor. Essa é a função emotiva. Funções da linguagem são recursos de ênfase que atuam segundo a intenção do produtor da mensagem, cada qual abordando um diferente elemento da comunicação. Exemplo: Pelo amor de Deus, preciso encontrar algo, nem que sejam Elementos da comunicação Função Referencial ou Denotativa Emissor: É quem envia a mensagem (pode ser uma única pessoa ou um grupo de pessoas). cinco reais! Receptor: É quem recebe a mensagem (um indivíduo ou um grupo), também conhecido como destinatário. Referente é o objeto ou situação de que a mensagem trata. A função referencial privilegia justamente o referente da mensagem, buscando transmitir informações objetivas sobre ele. Exemplo:' "Nos vertebrados, esta resposta inclui uma série de alterações bioquímicas, fisiológicas e Como em situações de comunicação real o emissor e o imunológicas coletivamente denominadas inflamação." receptor trocam de papel, costuma-se dizer que emissor e Descrição da inflamação em um artigo científico. receptor são interlocutores. Função Apelativa ou Conativa Mensagem: É o objeto físico da comunicação, É voltada para o leitor, tom imperativo, e muito encontrada em propagandas aquilo que se transmite. Canal: É o meio pelo qual a mensagem é transmitida. (Um microfone, a internet, ou até mesmo o ar atmosférico.) A mensagem é centrada no receptor e organiza-se de forma a influenciá-lo, ou chamar sua atenção, o contexto torna-se a parte mais importante da mensagem. Geralmente, usa-se a 2ª pessoa do discurso (tu/você; VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 vós/vocês), vocativos e formas verbais ou expressões no há ameaça e nem há sevícia que as traga de novo ao centro imperativo. Como essa função é a mais persuasiva de da praça.” Carlos Drummond de Andrade todas, aparece comumente nos textos publicitários, nos Nesse poema, Drummond escreve um poema sobre como discursos políticos, horóscopos e textos de autoajuda. escrever poemas... Ou seja, a criação literária fala sobre si Como a mensagem centra-se no outro, ou seja, no mesma. interlocutor, há um uso explícito de argumentos que fazem Um outro exemplo é quando um cartunista descreve o parte de seu universo. modo como ele faz seus desenhos em um próprio cartoon; Exemplo: "Beba Coca-Cola" Exemplo: "Vem pra ele demonstra o ato de fazer cartoons e como são feitos. caixa você também, vem!" Função Fática O canal é posto em destaque, ou seja, o canal que dá Questão 1 Funções da linguagem, ENEM – 2012 Desabafo Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado. CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento). Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem, com o predomínio, entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da crônica Desabafo, a função da linguagem predominante é a emotiva ou expressiva, pois suporte à mensagem. Ocorre quando o emissor tem a intenção de testar o canal A Função Fática seria basicamente o diálogo por exemplo: "Alô ?!", "Entenderam?", Etc... Função Poética É aquela que se centra sobre a própria mensagem. Tudo o que, numa mensagem, suplementa o sentimento da mensagem através do jogo de sua estrutura, de sua tonalidade, de seu ritmo, de sua sonoridade. Essa função é capaz de despertar no leitor o prazer estético e surpresa. É explorado na poesia e em textos publicitários. a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código. Função Metalinguística b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito. Caracterizada pela preocupação com o código. Pode ser definida como a linguagem que fala da própria c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem. linguagem, ou seja, descreve o ato de falar ou escrever. Programas de TV que falam sobre a própria TV ou d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais. programas de TV que falam sobre a própria mídia. Peças de teatro que falam sobre o teatro. Exemplos: Vídeo Show, e) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação. observatório da imprensa. A linguagem (o código) torna-se objeto de análise do próprio texto. Os dicionários e as gramáticas são repositórios de metalinguagem. “Lutar com palavras é a luta mais vã. Entretanto lutamos mal rompe a manhã. São muitas, eu pouco. Algumas, tão fortes como o javali. Não me julgo louco. Se o fosse, teria poder de encantá-las. Mas lúcido e frio, apareço e tento apanhar algumas para meu sustento num dia de vida. Deixam-se enlaçar, tontas à carícia e súbito fogem e não Questão 2 Funções da linguagem, ENEM – 2006 Aula de Português A linguagem na ponta da língua tão fácil de falar e de entender. A linguagem na superfície estrelada de letras, sabe lá o que quer dizer? VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Professor Carlos Góis, ele é quem sabe, e vai desmatando o amazonas de minha ignorância. Figuras de gramática, esquipáticas, atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me. Já esqueci a língua em que comia, em que pedia para ir lá fora, em que levava e dava pontapé, a língua, breve língua entrecortada do namoro com a priminha. O português são dois; o outro, mistério. Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para lembrar. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979. Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta expressa o contraste entre marcas de variação de usos da linguagem em a) situações formais e informais. Leia a tirinha de Calvin e Haroldo para responder à questão: As funções da linguagem podem ser encontradas em vários tipos de textos, inclusive nas histórias em quadrinhos Para tentar convencer o pai a comprar seu desenho, Calvin empregou uma função de linguagem específica. Assinale a alternativa que indica a resposta correta: a) função metalinguística. b) função fática. c) função poética. d) função emotiva. e) função conativa. Respostas Resposta Questão 1 Alternativa “b”. É possível observar que a atitude do enunciador sobrepõe-se àquilo que está sendo dito, com predominância da função emotiva da linguagem, já que a mensagem está voltada para aspectos subjetivos do enunciador. b) diferentes regiões dos pais. c) escolas literárias distintas. Resposta Questão 2 Alternativa “a”. d) textos técnicos e poéticos. e) diferentes épocas. Questão 3 Assinale a alternativa que contenha a sequência correta sobre as funções da linguagem, importantes elementos da comunicação: 1. Ênfase no emissor (lª pessoa) e na expressão direta de suas emoções e atitudes. 2. Evidencia o assunto, o objeto, os fatos, os juízos. É a linguagem da comunicação. 3. Busca mobilizar a atenção do receptor, produzindo um apelo ou uma ordem. 4. Ênfase no canal para checar sua recepção ou para manter a conexão entre os falantes. 5. Visa à tradução do código ou à elaboração do discurso, seja ele linguístico ou extralinguístico. 6. Voltada para o processo de estruturação da mensagem e para seus próprios constituintes, tendo em vista produzir um efeito estético. ( ) função metalinguística. ( ) função poética. ( ) função referencial. ( ) função fática. ( ) função conativa. ( ) função emotiva. a) 1, 2, 4, 3, 6, 5. b) 5, 2, 6, 4, 3, 1. c) 5, 6, 2, 4, 3, 1. d) 6, 5, 2, 4, 3, 1. e) 3, 5, 2, 4, 6, 1. Resposta Questão 3 Alternativa “c”. Resposta Questão 4 Alternativa “e”. A função conativa ou apelativa tem como característica a escolha vocabular e a organização do texto para que ele influa no comportamento do receptor por meio de um apelo ou uma ordem, persuadindo-o ou convencendo-o. Esse tipo de função é muito encontrado em anúncios publicitários. Exercícios sobre funções de linguagem Leia o artigo: Funções da Linguagem e Comunicação Questões: 01. Reconheça nos textos a seguir, as funções da linguagem: a) "O risco maior que as instituições republicanas hoje correm não é o de se romperem, ou serem rompidas, mas o de não funcionarem e de desmoralizarem de vez, paralisadas pela sem-vergonhice, pelo hábito covarde de acomodação e da complacência. Diante do povo, diante do mundo e diante de nós mesmos, o que é preciso agora é Questão 4 VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 fazer funcionar corajosamente as instituições para lhes f) "Sentia um medo horrível e ao mesmo tempo desejava devolver a credibilidade desgastada. O que é preciso (e já que um grito me anunciasse qualquer acontecimento não há como voltar atrás sem avacalhar e emporcalhar extraordinário. Aquele silêncio, aqueles rumores comuns, ainda mais o conceito que o Brasil faz de si mesmo) é espantavam-me. Seria tudo ilusão? Findei a tarefa, ergui- apurar tudo o que houver a ser apurado, doa a quem doer." me, desci os degraus e fui espalhar no quintal os fios da (O Estado de São Paulo) gravata. Seria tudo ilusão?... Estava doente, ia piorar, e isto me alegrava. Deitar-me, dormir, o pensamento b) O verbo infinitivo embaralhar-se longe daquelas porcarias. Senti uma sede Ser criado, gerar-se, transformar horrível... Quis ver-me no espelho. Tive preguiça, fiquei O amor em carne e a carne em amor; nascer pregado à janela, olhando as pernas dos transeuntes." Respirar, e chorar, e adormecer (Graciliano Ramos) E se nutrir para poder chorar g) " - Que quer dizer pitosga? Para poder nutrir-se; e despertar - Pitosga significa míope. Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir - E o que é míope? E começar a amar e então ouvir - Míope é o que vê pouco." E então sorrir para poder chorar. 02. No texto abaixo, identifique as funções da linguagem: E crescer, e saber, e ser, e haver E perder, e sofrer, e ter horror "Gastei trinta dias para ir do Rossio Grande ao coração de De ser e amar, e se sentir maldito Marcela, não já cavalgando o corcel do cego desejo, mas o asno da paciência, a um tempo manhoso e teimoso. Que, E esquecer tudo ao vir um novo amor em verdade, há dois meios de granjear a vontade das E viver esse amor até morrer mulheres: o violento, como o touro da Europa, e o E ir conjugar o verbo no infinito... (Vinícius de Morais) insinuativo, como o cisne de Leda e a chuva de ouro de Dânae, três inventos do padre Zeus, que, por estarem fora c) "Para fins de linguagem a humanidade se serve, desde de moda, aí ficam trocados no cavalo e no asno." os tempos pré-históricos, de sons a que se dá o nome (Machado de Assis) genérico de voz, determinados pela corrente de ar expelida dos pulmões no fenômeno vital da respiração, quando, de 03. Descubra, nos textos a seguir, as funções de uma ou outra maneira, é modificada no seu trajeto até a linguagem: parte exterior da boca." (Matoso Câmara Jr.) a) "O homem letrado e a criança eletrônica não mais têm d) " - Que coisa, né? linguagem comum." (Rose-Marie Muraro) - É. Puxa vida! - Ora, droga! b) "O discurso comporta duas partes, pois necessariamente - Bolas! importa indicar o assunto de que se trata, e em seguida a - Que troço! demonstração. (...) A primeira destas operações é a - Coisa de louco! exposição; a segunda, a prova." (Aristóteles) - É!" c) "Amigo Americano é um filme que conta a história de e) "Fique afinado com seu tempo. Mude para Col. Ultra um casal que vive feliz com o seu filho até o dia Lights." em que o marido suspeita estar sofrendo de câncer." VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 d) "Se um dia você for embora 06. Historinha I Ria se teu coração pedir Chore se teu coração mandar." (Danilo Caymmi & Ana Terra) e) "Olá, como vai? Eu vou indo e você, tudo bem? Tudo bem, eu vou indo em pegar um lugar no futuro e Historinha II você? Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono tranquilo..." (Paulinho da Viola) Texto para as questões 04 e 05 Poética Qual a função da linguagem comum às duas historinhas? Que é poesia? uma ilha 07. (CESUPA - CESAM - COPERVES) Segundo o cercada linguista Roman Jakobson, "dificilmente lograríamos (...) de palavras encontrar mensagens verbais que preenchem uma única por todos os lados função... A estrutura verbal de uma mensagem depende Que é um poeta? basicamente da função predominante". um homem que trabalha um poema "Meu canto de morte com o suor do seu rosto Guerreiros, ouvi. Um homem Sou filho das selvas que tem fome Nas selvas cresci. como qualquer outro Guerreiros, descendo homem. Da tribo tupi. Da tribo pujante, (Cassiano Ricardo) Que agora anda errante 04. Quais as funções da linguagem predominantes no poema anterior? Por fado inconstante. 05. Aponte os elementos que integram o processo de comunicação em Poética, de Cassiano Ricardo. Sou bravo, forte, Guerreiros, nasci: Sou filho do Norte Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi." (Gonçalves Dias) Indique a função predominante no fragmento acima transcrito, justificando a indicação. 08. (PUC - SP) VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 "Com esta história eu vou me sensibilizar, e bem sei que cada dia é um dia roubado da morte. Eu não sou um linha lógica e impositiva do tempo velho da obra literária e, ao mesmo tempo, conscientizá-lo de um novo modo de ler. intelectual, escrevo com o corpo. E o que escrevo é uma névoa úmida. As palavras são sons transfundidos de d) LIMA BARRETO, ao retratar o estilo incoerente de suas personagens em seus atos de loucura. sombras que se entrecruzam desiguais, estalactites, renda, música transfigurada de órgão. Mal ouso clamar palavras a essa rede vibrante e rica, mórbida e obscura tendo como e) CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, ao especular o tempo e a qualidade de vida do homem (leitor) em interação com o tempo da narrativa. contratom o baixo grosso da dor. Alegro com brio. Tentarei tirar ouro do carvão. Sei que estou adiando a Resolução: história e que brinco de bola sem bola. O fato é um ato? 01. a) função referencial b) função poética c) funções referencial e metalinguística d) função fática e) função conativa f) função emotiva g) função metalinguística Juro que este livro é feito sem palavras. É uma fotografia muda. Este livro é um silêncio. Este livro é uma pergunta." (Clarice Lispector) A obra de Clarice Lispector, além de se apresentar introspectiva, marcada pela sondagem de fluxo de consciência (monólogo interior), reflete, também, uma preocupação com a escritura do texto literário. Observe o trecho em questão e aponte os elementos que 02. Função emotiva 03. a) função referencial b) função referencial c) funções referencial e metalinguística d) função poética e) função fática comprovam tal preocupação. 04. Funções poética e metalinguística. 05. Código, emissor e mensagem. 09. (FATEC) O senão do livro COMEÇO a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade, mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica, vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem... Este trecho revela o estilo de: a) MANUEL ANTONIO DE ALMEIDA, ao usar uma linguagem apelativa, direcionada à reflexão crítica da obra romântica. b) GRACILIANO RAMOS, ao revelar a quebra da ordem cronológica da narrativa de suas obras, como reflexo coerente da instabilidade psicológica e espacial de suas personagens. c) MACHADO DE ASSIS, ao questionar o leitor quanto à 06. Função metalinguística, último quadro de cada historinha. 07. Função emotiva - predominância de 1ª pessoa. 08. Nesse fragmento de Clarice Lispector, além da preocupação introspectiva em fisgar elementos interiores, profundos, beirando uma revelação epifânica transcendental, há também a preocupação constante com a própria escritura do texto literário, usando-se a função metalinguística. A discussão ou abordagem da tessitura narrativa aparece em passagens como: "As palavras são sons transfundidos de sombras que se entrecruzam desiguais, estalactites, renda, música transfigurada de órgão. Mal ouso clamar palavras a essa rede vibrante e rica (...)", "Sei que estou adiando a história e que brinco de bola sem bola. O fato é um ato? Juro que este livro é feito sem palavras (...)" e "Eu não sou um intelectual, escrevo com o corpo. E o que escrevo é uma névoa úmida". 09. C FIGURAS DE LINGUAGEM São recursos usados pelo falante para realçar a sua mensagem. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 1) ELIPSE – ZEUGMA Novas espécies de tubarão no Japão, pensava em como é misteriosa a natureza. Veja os exemplos: 5) SILEPSE 1-Na estante, livros e mais livros. 2-Ele prefere um passeio pela praia; eu, cinema. No 1º exemplo temos uma elipse, já no 2º, a figura que aparece é o zeugma. A elipse consiste na omissão de um termo que é facilmente identificado. No exemplo 1, percebemos claramente que o verbo “haver” foi omitido. No exemplo 2, ocorre zeugma, que é a omissão de um termo que já fora expresso anteriormente. “Ele prefere um passeio pela praia; eu, (prefiro) cinema.”(Não houve necessidade de repetir o verbo, pois entendemos o recado). É a concordância com a ideia e não com a palavra dita. Pode ser: de gênero, número ou pessoa. SILEPSE DE GÊNERO (masc./fem.)Vossa Excelência está admirado do fato? O pronome de tratamento “Vossa Excelência” é feminino, mas o adjetivo “admirado” está no masculino. Ou seja, concordou com a pessoa a quem se referia (no caso, um homem). Aqui temos o feminino e o masculino, logo, silepse de gênero. SILEPSE DE NÚMERO (singular/plural) Aquela multidão gritavam diante do ídolo. 2) PLEONASMO Na oração: “Ela cantou uma canção linda!”, houve o emprego de um termo desnecessário, pois quem canta, só pode cantar uma canção. Multidão está no singular, mas o verbo está no plural. “Gritavam” concorda com a ideia de plural que está em “multidão”. Mais exemplos. Na famosa frase: “Vi com meus próprios olhos.”, também ocorre o mesmo. Pleonasmo é a repetição de ideias A maior parte fizeram a prova. A grande maioria estudam uma língua. 3) HIPÉRBATO SILEPSE DE PESSOA Exemplos: Correm pelo parque as crianças da rua. Na escada subiu o pintor. Todos estávamos nervosos. As duas orações estão na ordem inversa. O hipérbato consiste na inversão dos termos da oração. Esta frase levaria o verbo normalmente para a 3ª pessoa (estavam - eles) mas a concordância foi feita com a 1ª pessoa(nós). Temos aqui 2 pessoas ( eles e nós ) logo, silepse de pessoa. Na ordem direta ficaria: Mais exemplos: As crianças da rua correm pelo parque. O pintor subiu na escada. As duas comemos muita pizza.(elas – nós) Todos compramos chocolates e balas.(eles – nós) Os brasileiros sois um povo solidário. (eles – vós) Os cariocas somos muito solidários.(eles – nós) 4) ANACOLUTO É a falta de nexo que existe entre o início e o fim de uma frase. 6) METÁFORA – COMPARAÇÃO 1-Aquele homem é um leão. Dois gatinhos miando no muro, conversávamos sobre como é complicada a vida dos animais. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Estamos comparando um homem com um leão, pois esse homem é forte e corajoso como um leão. 2-A vida vem em ondas como o mar. Aqui também existe uma comparação, só que desta vez é usado o conectivo comparativo: como. O exemplo 1 é uma metáfora e o exemplo 2 é uma comparação. Quando usamos esse recurso estamos empregando a perífrase ou antonomásia. Perífrase, quando se tratar de lugares ou animais. Antonomásia, quando forem pessoas 9) CATACRESE A catacrese é o emprego impróprio de uma palavra ou expressão por esquecimento ou ignorância do seu real sentido. Ele é um anjo. Ela uma flor. Sentou-se no braço da poltrona para descansar. A asa da xícara quebrou-se. O pé da mesa estava quebrado. Vou colocar um fio de azeite na sopa. Exemplos de comparação. 10) ANTÍTESE A chuva cai como lágrimas. A mocidade é como uma flor. Emprego de termos com sentidos opostos. Exemplos de metáfora. Metáfora: sem o conectivo comparativo. Comparação: com o conectivo (como, tal como, assim como) Ela se preocupa tanto com o passado que esquece o presente. A guerra não leva a nada, devemos buscar a paz. 11) EUFEMISMO 7) METONÍMIA Aqui também existe a comparação, só que desta vez ela é mais objetiva. Ele gosta de ler Agatha Christie. Ele comeu uma caixa de chocolate. (Ele comeu o que estava dentro da caixa) A velhice deve ser respeitada. Pão para quem tem fome.(“Pão” no lugar de “alimento”) Não tinha teto em que se abrigasse.(“Teto” em lugar de “casa”) 8) PERÍFRASE - ANTONOMÁSIA A Cidade Maravilhosa recebe muitos turistas durante o carnaval. O Rei das Selvas está bravo. A Dama do Suspense escreveu livros ótimos. O Mestre do Suspense dirigiu grandes clássicos do cinema. Nos exemplos acima notamos que usamos expressões especiais para falar de alguém ou de algum lugar. Cidade Maravilhosa: Rio de Janeiro Rei das Selvas: Leão A Dama do Suspense: Agatha Christie O Mestre do Suspense: Alfred Hitchcock Aquele rapaz não é legal, ele subtraiu dinheiro. Acho que não fui feliz nos exames. O intuito dessas orações foi abrandar a mensagem, ou seja, ser mais educado. No exemplo 1 o verbo “roubar” foi substituído por uma expressão mais leve. O mesmo ocorre com o exemplo 2 , “reprovado “ também foi substituído por uma expressão mais leve. 12) IRONIA Que homem lindo! (quando se trata, na verdade, de um homem feio.) Como você escreve bem, meu vizinho de 5 anos teria feito uma redação melhor! Que bolsa barata, custou só mil reais! 13) HIPÉRBOLE É o exagero na afirmação. Já lhe disse isso um milhão de vezes. Quando o filme começou, voei para casa. 14) PROSOPOPEIA VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais e inanimados. A formiga disse para a cigarra: ” Cantou...agora dança!” Exercícios - Figuras de Linguagem Exercício 1: (ADVISE 2009) No enunciado: “Virgílio, traga-me uma coca cola bem gelada!”, registra-se uma figura de linguagem denominada: a) b) c) d) e) Anáfora Personificação Antítese Catacrese Metonímia Resolução: Neste caso, trata-se de uma METONÍMIA, e portanto a resposta da questão é a letra E. A metonímia é a figura de linguagem que consiste na utilização de um termo em substituição a outro que estabelece com ele algum tipo de afinidade, semelhança ou relação semântica. Neste caso, substitui-se refrigerante de cola pela marca do produto “coca cola”. É o que acontece com outros produtos, com palha de aço, que em alguns lugares é mais conhecida pela marca “Bom Bril”, ou quando, ao invés de falar iogurte, se utiliza a marca “Danone”, etc. Vale ressaltar que este é apenas um dos casos de metonímia, existem muitos outros como o autor pela obra, a parte pelo todo, etc. Exercício 2: (FMU) Quando você afirma que enterrou “no dedo um alfinete”, que embarcou “no trem” e que serrou “os pés da mesa”, recorre a um tipo de figura de linguagem denominada: a) b) c) d) e) Metonímia Antítese Paródia Alegoria Catacrese Resolução: Nestes três casos apresentados no enunciado da questão, temos exemplos de uma figura de linguagem chamada “CATACRESE”: alternativa E. Esta figura de linguagem consiste no uso de uma palavra ou expressão em um sentido que não lhe é próprio, um sentido figurado, ou um sentido que não corresponde de forma apropriada ao real significado de tal palavra ou expressão. Isso acontece, geralmente, porque não se encontra um termo adequado para ser utilizado no contexto, e por alguma aproximação de sentido foi utilizado outro termo, que acabou ficando muito comum e perdeu a característica de metáfora, sendo assim denominado CATACRESE. São exemplos de catacrese: dente de alho, pés da mesa, cabeça de alfinete, e muitos outros, como os três presentes no enunciado “embarcar no trem” (embarcar significa entrar no barco) “enterrar no dedo um alfinete” (enterrar significa colocar debaixo da terra) ou “serrar os pés da mesa” (mesa, na verdade, não tem pés. Este nome é dado aos membros inferiores do ser humano, então, na falta de um termo apropriado, este passou a ser utilizado). Exercício 3: (U. Taubaté) No sintagma: “Uma palavra branca e fria”, encontramos a figura denominada: a) b) c) d) e) Sinestesia Eufemismo Onomatopéia Antonomásia Catacrese Resolução: Quando se atribui as características “branca” e “fria” a uma “palavra” (que é algo sonoro ou visual) está acontecendo uma mistura entre os sentidos do ser humano (visual, táctil, auditivo). Este fenômeno é conhecido como SINESTESIA e considerado uma figura de linguagem quando aplicado ao texto. A resposta da questão, portanto, é a alternativa A. Exercício 4: (FAU-Santos) Nos versos: “Bomba atômica que aterra Pomba atônita da paz Pomba tonta, bomba atômica...” A repetição de determinados elemento fônicos é um recurso estilístico denominado: a) b) c) d) e) Hiperbibasmo Sinédoque Metonímia Aliteração Metáfora VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Resolução: 3. Nas palavras utilizadas no trecho do poema, presente no enunciado, podemos notar a repetição insistente de algumas consoantes como P, B, T, C, o que sonoramente provoca um efeito no texto. Este recurso estilístico, presente principalmente em textos literários e poéticos, é chamado de ALITERAÇÃO, ou seja, a repetição de sons consonantais em um texto, provocando nele um efeito perbido pela audição. Outro som repetido é o som do “om” ou /õ/, que também seria uma figura de linguagem chamada de assonância (repetição dos sons vocálicos), porém esta não é uma alternativa presente na questão. A resposta correta é a letra D ALITERAÇÃO. 4. Exercício 5: (Maringá) Leia os versos e depois assinale a alternativa correta: “Amo do nauta o doloroso grito Em frágil prancha sobre o mar de horrores, Porque meu seio se tornou pedra, Porque minh’alma descorou de dores.” (Fagundes Varela) No primeiro verso, há uma figura que se traduz por: a) b) c) d) e) Pleonasmo Hipérbato Gradação Anacoluto Anáfora Resolução: No primeiro verso do poema “amo do nauta o doloroso grito”, podemos perceber a alteração brusca da posição normal dos termos, que seria “amo o grito doloroso do nauta”. Esta mudança brusca em termos, palavras ou orações, é chamada de HIPÉRBATO, e geralmente é utilizada em poemas para ajustar a métrica ou a rima, ou como um efeito estilístico. A resposta, portanto, é alternativa B - HIPÉRBATO. Exercício 6: (Cesesp – PE) Leia atentamente os períodos: 1. 2. Vários de nós ficamos surpresos. Essa gente está furiosa e com medo; por consequência, capazes de tudo. Tua mãe, não há idade nem desgraça que lhe transforme o sorriso. Entre elas, alguém estava envergonhada. Os períodos aça contêm, respectiva e sucessivamente, as seguintes figuras de sintaxe: a) Silepse de pessoa, silepse de gênero, anacoluto, silepse de número. b) Anacoluto, anacoluto, anacoluto, silepse de número. c) Silepse de número, silepse de pessoa, anacoluto, anacoluto. d) Silepse de pessoa, silepse de número, anacoluto, silepse de gênero. e) Silepse de pessoa, anacoluto, silepse de gênero, anacoluto. Resolução: As figuras de sintaxe presentes nas frases apresentadas nesta questão são, respectivamente: 1. “Vários de nós ficamos surpresos.” - SILEPSE DE PESSOA - a concordância ideológica com uma pessoa que não está presente na estrutura sintática da frase, ou seja, na frase há um termo “ficamos” (1ª pessoa) que concorda com a ideia do sujeito da frase “nós” (1ª pessoa) e não com o termo sintático utilizado “Vários de nós” (3ª pessoa). Sintaticamente, a concordância correta seria “Vários de nós ficaram surpresos”. 2. “Essa gente está furiosa e com medo; por consequência, capazes de tudo.” - SILEPSE DE NÚMERO - a concordância ideológica, porém desta vez não relacionada à pessoa do discurso, mas uma concordância de número (singular/plural). Na frase, o sujeito está no singular “esta gente”, porém o verbo está no plural “capazes”, subentendendo-se que “essa gente” se refere a muitas pessoas. Sintaticamente, para haver concordância de número, o verbo deveria estar também no singular. 3. “Tua mãe, não há idade nem desgraça que lhe transforme o sorriso.” - ANACOLUTO - figura que consiste na quebra da estrutura sintática de uma frase. Neste caso, a quebra acontece depois do termo “tua mãe”. Regularmente, deveria haver um verbo e um complemento, mas a estrutura se reinicia, apresentando outro sujeito com seu verbo e complemento. 4. “Entre elas, alguém estava envergonhada” - SILEPSE DE GÊNERO - é o mesmo fenômeno de concordância ideológica, explicado acima, porém desta vez a concordância é quebrada quanto ao gênero das palavras. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 No exemplo, o adjetivo “envergonhada” (feminino) não concorda com o substantivo ao qual se refere “alguém” (masculino), pois concorda com a ideia que fica subentendida, de que este “alguém” é uma mulher, já que há o termo “entre elas” citado anteriormente. A alternativa que corresponde às figuras de linguagem encontradas respectivamente, é a letra D - Silepse de pessoa, silepse de número, anacoluto, silepse de gênero. Exercício 7: (Inatel) Reconheça e classifique as figuras de palavras, de construção e de pensamento: ( ( ( ( ( ) “Quando uma lousa cai sobre um cadáver mudo”. ) “Terrível hemorragia de sangue”. ) “Das idades através”. ) “Oxalá tenham razão”. ) “Trejeita, e canta, e ri nervosamente”. (1) Polissíndeto (2) Hipérbato (3) Epíteto (4) Pleonasmo (5) Elipse 2. HIPÉRBATO - figura que consiste na alteração da ordem lógica na estrutura sintática do termo, da frase, da oração ou do período. Neste caso, a ordem seria “através das ideias”, e foi alterada de forma brusca: “Das ideias através”. 5. ELIPSE - é a figura de linguagem utilizada para suprimir do texto uma palavra que fica facilmente subentendida, sem causar nenhum prejuízo para a compreensão do mesmo. É o caso do exemplo “Oxalá tenham razão”, em que é suprimido o sujeito, porém não há nenhum prejuízo quanto à compreensão da frase. 1. POLISSÍNDETO é o uso repetitivo de uma mesma conjunção para ligar termos, orações ou períodos, como acontece na frase dada como exemplo: “Trejeita, e canta, e ri nervosamente”. A repetição da conjunção “e” causa um efeito estilístico no texto, como se as ações se repetissem interminavelmente uma depois da outra. A alternativa que corresponde à sequência é a letra C 3,4,2,5,1. Exercício 8: (Cescea) Identifique os recursos estilísticos empregados no texto: A seqüência que corresponde à resposta correta é: a) b) c) d) e) “Nem tudo tinham os antigos, nem tudo temos, os modernos”. (Machado de Assis) 4,3,5,2,1 3,4,2,1,5 3,4,2,5,1 3,4,5,2,1 1,3,2,5,4 a) b) c) d) e) Resolução: A sequência encontradas é: correta das figuras de anáfora – antítese – silepse metáfora – antítese – elipse anástrofe – antítese – zeugma pleonasmo – antítese – silepse anástrofe – comparação – parábola linguagem Resolução: 3. EPÍTETO - é a utilização de um adjetivo, substantivo ou expressão associado a um outro nome para qualificá-lo ou identificá-lo, dando a ele características que já lhe são próprias. No exemplo “Quando uma lousa cai sobre um cadáver mudo”, a característica “mudo” é atribuída ao cadáver, que obviamente já tem esta característica. 4. PLEONASMO - é quando há uma redundância de ideias na frase, como no exemplo “Terrível hemorragia de sangue”. Trata-se de um pleonasmo, pois a ideia de hemorragia já nos diz que é um sangramento, portanto não seria necessário usar a expressão “de sangue”. Os recursos estilísticos utilizados na frase “Nem tudo tinham os antigo, nem tudo temos, os modernos” são: SILEPSE - concordância da forma verbal “temos” com a ideia subentendida de “nós”, quando na verdade o sujeito é “os modernos” (3ª pessoa); ANTÍTESE aproximação de duas ideias opostas, presentes nas palavras “antigos” e “modernos”; ANÁFORA - repetição da palavra “nem” consecutivamente nas duas frases seguidas. A alternativa que corresponde à resposta é a letra A - anáfora - antítese - silepse. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Exercício 9: (Mack) Nos versos abaixo, uma figura se ergue graças ao conflito de duas visões antagônicas: “Saio do hotel com quatro olhos, - Dois do presente, - Dois do passado.” (FUVEST) A figura de linguagem empregada nos versos em destaque é: “Quando a Indesejada das gentes chegar (Não sei se dura ou caroável) Talvez eu tenha medo. Talvez sorria, ou diga: - Alô, iniludível!” Esta figura de linguagem recebe o nome de: a) b) c) d) e) metonímia catacrese hipérbole Antítese Hipérbato a) b) c) d) e) Clímax Eufemismo Sínquise Catacrese Pleonasmo Resolução: Resolução: As ideias opostas presentes no trecho do poema apresentado no enunciado da questão são as ideias de “presente” e “passado”. A figura de linguagem presente graças à oposição destas duas ideias é a ANTÍTESE, assinalada pela alternativa D. Exercício 10: (FUVEST) Identifique a figura de linguagem empregada nos versos destacados: “No tempo de meu Pai, sob estes galhos, Como uma vela fúnebre de cera, Chorei bilhões de vezes com a canseira De inexorabilíssimos trabalhos!” a) b) c) d) e) Antítese Anacoluto Hipérbole Litotes Paragoge No verso em destaque “Quando a indesejada das gentes chegar”, há o emprego de uma figura de linguagem chamada de EUFEMISMO. O eufemismo é o emprego de palavras que suavizam uma ideia no texto, como é o caso da palavra“indesejadas”. É considerada o contrário da hipérbole, que é o exagero. A alternativa que corresponde à resposta é a letra B - EUFEMISMO. Exercício 12: Em cada um dos períodos abaixo ocorre uma silepse. Marque a alternativa que classifica corretamente cada uma delas. 1. 2. 3. “Está uma pessoa ouvindo missa, meia-hora o cansa e atormenta e faz romper em murmurações”. “E todos assim nos distraímos nesses preparativos”. (Aníbal Machado) “A multidão vai subindo, subiram, subiram mais”. (Murilo Mendes) a) Resolução: Nos versos em destaque “Chorei bilhões de vezes com a canseira / De inexorabilíssimos trabalhos!” há uma figura de linguagem chamada HIPÉRBOLE, assinalada na letra C. A hipérbole é uma figura de estilo que consiste no emprego de uma ideia de maneira demasiadamente exagerada, chegando ao ponto de não condizer com a realidade dos fatos. No caso do exemplo, ela está presente na afirmação “chorei bilhões de vezes”. É utilizada geralmente para conferir ao texto um certo nível de dramaticidade. Exercício 11: silepse de gênero, silepse de número, silepse de número. b) silepse de pessoa, silepse de número, silepse de pessoa. c) silepse de gênero, silepse de pessoa, silepse de pessoa. d) silepse de gênero, silepse de pessoa, silepse de número. e) silepse de número, silepse de pessoa, silepse de gênero. Resolução: VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Nas três frases apresentadas na questão é utilizada um tipo de SILEPSE, ou seja, uma concordância ideológica que pode ser de pessoa, de gênero ou de número. 2 – (FUVEST) A catacrese, figura que se observa na frase “Montou o cavalo no burro bravo”, ocorre em: Na primeira frase: “Está uma pessoa ouvindo missa, meiahora o cansa e atormenta e faz romper em murmurações” há uma SILEPSE DE GÊNERO, pois o pronome “o” (masculino), presente em “meia-hora o cansa”, não concorda em gênero com o referente “uma pessoa” (feminino) e sim com a ideia de que esta pessoa seria um homem. a) Os tempos mudaram, no devagar depressa do tempo. Na segunda frase: “E todos assim nos distraímos nesses preparativos” há SILEPSE DE PESSOA, pois a construção “nos distraímos” (1ª pessoa) não concorda com o sujeito “todos” (3ª pessoa) e sim com a ideia de que todos na verdade se refere a “nós”. d) Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal. Na terceira frase: “A multidão vai subindo, subiram, subiram mais” ocorre SILEPSE DE NÚMERO, já que a forma verbal “subiram” está no plural, enquanto o sujeito “multidão” está no singular. A concordância é permitida ideologicamente, pois se sabe que “multidão” se refere a um grande número de pessoas. b) Última flor do Lácio, inculta e bela, és a um tempo esplendor e sepultura. c) Apressadamente, todos embarcaram no trem. e) Amanheceu, a luz tem cheiro. 3 – (UFF) TEXTO Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, A alternativa que corresponde à resposta desta questão é a letra D - silepse de gênero, silepse de pessoa, silepse de número. e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que Exercícios de Figura de Linguagem Redação Mundo Vestibular 1 – (UFPE) Assinale a alternativa em que o autor NÃO utiliza prosopopeia. assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a a) “A luminosidade sorria no ar: exatamente isto. Era um suspiro do mundo.” (Clarice Lispector) alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas b) “As palavras não nascem amarradas, elas saltam, se beijam, se dissolvem…” (Drummond) dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que c) “Quando essa não-palavra morde a isca, alguma coisa se escreveu.” (Clarice Lispector) virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas. d) “A poesia vai à esquina comprar jornal”. (Ferreira Gullar) (ASSIS, Machado fr. Quincas Borba. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira/INL, 1976.) e) “Meu nome é Severino, Não tenho outro de pia”. (João Cabral de Melo Neto) Assinale dentre as alternativas abaixo, aquela em que o uso da vírgula marca a supressão (elipse) do verbo: VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 a) Ao vencido, ódio ou compaixão, ao vencedor, as batatas. e que o acabasse tomando/ pelo autor imaginante/ ou tivesse que afrontar/ as brabezas do brigante./ b) A paz, nesse caso, é a destruição (…) (…) c) Daí a alegria da vitória, os hinos, as aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. d) (…) mas, rigorosamente, não há morte (…) e) Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se (…) João Cabral de Melo Neto Sobre as figuras de linguagem usadas no texto, relacione as duas colunas abaixo: 1 COLUNA 2 COLUNA (1) Romance de barbante ( ) Pleonasmo (2) Roda morta; folheto guenzo ( ) Metáfora (3) Como puro alto-falante ( ) Comparação (4) Perto/distante ( ) Metonímia 4 – (UFPE) DESCOBERTA DA LITERATURA No dia-a-dia do engenho/ toda a semana, durante/ cochichavam-me em segredo: / saiu um novo romance./ Ali/espaço mágico E da feira do domingo/ me traziam conspirantes/ Franzino/gigante para que os lesse e explicasse/ um romance de barbante./ (5) Cochichavam-me em segredo Sentados na roda morta/ de um carro de boi, sem jante,/ A ordem correta é: ouviam o folheto guenzo, / o seu leitor semelhante,/ a) 1, 2, 3, 4, 5 com as peripécias de espanto/ preditas pelos feirantes./ b) 5, 2, 3, 1, 4 Embora as coisas contadas/ e todo o mirabolante,/ c) 3, 1, 4, 5, 2 em nada ou pouco variassem/ nos crimes, no amor, nos lances,/ d) 2, 1, 3, 4, 5 e soassem como sabidas/ de outros folhetos migrantes,/ e) 2, 4, 5, 3, 1 a tensão era tão densa,/ subia tão alarmante,/ 5 – (ANHEMBI) que o leitor que lia aquilo/ como puro alto-falante,/ “A novidade veio dar à praia e, sem querer, imantara/ todos ali, circunstantes,/ na qualidade rara de sereia receava que confundissem/ o de perto com o distante,/ metade um busto de uma deusa maia o ali com o espaço mágico,/ seu franzino com gigante,/ metade um grande rabo de baleia ( ) Antítese VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 a novidade era o máximo e) Sinédoque. do paradoxo estendido na areia 6 – (ANHEMBI) alguns a desejar seus beijos de deusa “A novidade veio dar à praia outros a desejar seu rabo pra ceia na qualidade rara de sereia oh, mundo tão desigual metade um busto de uma deusa maia tudo tão desigual metade um grande rabo de baleia de um lado este carnaval a novidade era o máximo do outro a fome total do paradoxo estendido na areia e a novidade que seria um sonho alguns a desejar seus beijos de deusa milagre risonho da sereia outros a desejar seu rabo pra ceia virava um pesadelo tão medonho oh, mundo tão desigual ali naquela praia, ali na areia tudo tão desigual a novidade era a guerra de um lado este carnaval entre o feliz poeta e o esfomeado do outro a fome total estraçalhando uma sereia bonita e a novidade que seria um sonho despedaçando o sonho pra cada lado” milagre risonho da sereia (Gilberto Gil – A Novidade) virava um pesadelo tão medonho Gilberto Gil em seu poema usa um procedimento de ali naquela praia, ali na areia construção textual que consiste em agrupar ideias de sentidos contrários ou contraditórios numa mesma unidade a novidade era a guerra de significação. A figura de linguagem acima caracterizada é: entre o feliz poeta e o esfomeado a) Metonímia. estraçalhando uma sereia bonita b) Paradoxo. despedaçando o sonho pra cada lado” c) Hipérbole. (Gilberto Gil – A Novidade) d) Sinestesia. Assinale a alternativa que ilustre a Figura de Linguagem descrita na questão anterior: VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 a) “A novidade veio dar à praia/na qualidade rara de sereia” E, quando chega esse dia, outro desapareceu… b) “A novidade que seria um sonho/o milagre risonho da sereia/virava um pesadelo tão medonho” (Lua Adversa – Cecília Meireles) c) “A novidade era a guerra/entre o feliz poeta e o esfomeado” Indique a alternativa que não contenha a mesma figura de linguagem presente nesse verso do poema: d) “Metade o busto de uma deusa maia/metade um grande rabo de baleia” a) “O meu olhar é nítido como um girassol” (Alberto Caeiro) e) “A novidade era o máximo/do paradoxo estendido na areia” b) “Meu amor me ensinou a ser simples como um largo de igreja” (Oswald de Andrade) 7 – (ANHEMBI) Tenho fases c) A casa dela é escura como a noite. Fases de andar escondida, d) Ele é lerdo como uma lesma. fases de vir para a rua… e) A tristeza é um barco imenso, perdido no oceano. Perdição da minha vida! 8 – (UFPB) Um dia,o Simão me chamou: – “Vem ver. Olha ali”. Era uma mulher, atarracada ,descalçada, que Perdição da vida minha! subia o caminho do morro. (Diante do Sanatorinho havia um morro. Os doentes em bom estado podiam ir até lá em Tenho fases de ser tua, cima, pela manhã e à tarde.) Lembro-me de que, de repente, a mulher parou e acenou para o Sanatorinho. Não tenho outras de ser sozinha. sei quantas janelas retribuíram. E o curioso é que, desde o Fases que vão e que vêm, primeiro momento, Simão saltou: – “É minha! Vi primeiro!”. no secreto calendário Uns oitenta doentes tinham visto, ao mesmo tempo. Mas o Simão era um assassino. Como ele próprio dizia, semódio, que um astrólogo arbitrário quase com ternura, “matei um”. E o crime pretérito intimidava os demais. Constava que trouxera, na mala, inventou para meu uso. E roda a melancolia seu interminável fuso! Não encontro com ninguém (tenho fases, como a lua…) No dia de alguém ser meu com a escova de dentes, as chinelas, um revólver. Naquela mesma tarde, foi para a cerca, esperar a volta da fulana. E conversaram na porteira. Simão voltou, desatinado. Conversara a fulana. Queria um encontro, na manhã seguinte, no alto do morro. A outra não prometera nada. Ia ver, ia ver. Simão estava possesso: – “Dez anos!”, e repetia, quase chorando: –“Dez anos não são dez dias!”. Campos do Jordão estava cheio de casos parecidos. Nada mais cruel do que a cronicidade de certas formas de tuberculose. Eu conheci vários que não é dia de eu ser sua… haviam completado, lá na montanha, um quarto de século. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 E o próprio Simão falava dos dez anos como se fosse esta a idade do seu desejo. a) I, III, II. b) I, IV, II. Na manhã seguinte, foi o primeiro a acordar. (…) Havia uma tosse da madrugada e uma tosse da manhã. Eu me c) II, III, II. lembro daquele dia. Nunca se tossiu tanto. Sujeitos se torciam e retorciam asfixiados. E, súbito, a tosse parou. d) III, IV, II. Todo o Sanatorinho sabia que, no alto do morro, o Simão ia ver a tal mulher do riso desdentado. E justamente ela e) III, IV, III. estava subindo a ladeira. Como na véspera, deu adeus; e todas as janelas e varandas retribuíram. Uma hora depois, volta o Simão. Foi cercado, envolvido: – “Que tal?”. Tinha 9 – (UFPE) Nos enunciados abaixo, a palavra destacada NÃO tem sentido conotativo em: uma luz forte no olhar: – “Tem amanhã outra vez”. Durante todo o dia, ele quase não saiu da cama: – sonhava. Às seis, seis e pouco, um médico entra na enfermaria. a) A comissão técnica está dissolvida. Do goleiro ao ponta-esquerda. Falou pra todos: – “Vocês não se metam com essa mulher que anda por aí, uma baixa. Passou, hoje de manhã, subiu a ladeira. Ele prosa”. Ninguém disse nada. O próprio Simão ficou, no seu canto, uns dez minutos, quieto. Depois, levantou-se. No meio da enfermaria, como se desafiasse os outros, disse duas vezes: – “Eu não me arrependo, eu não me arrependo”. (RODRIGUES, Nelson. A menina sem estrela. São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 132-3.) A partir da convenção seguinte: I.Animização II.Metáfora III.Metonímia IV.Silepse Preencha os parênteses com a adequada classificação das figuras de linguagem: ( )”… e todas as janelas e varandas retribuíram.” ( )”Campos do Jordão estava cheio de casos parecidos.” ( )”… Simão ia ver a tal mulher do riso desdentado.” A sequência correta encontra-se em b) Indispensável à boa forma, o exercício físico detona músculos e ossos, se mal praticado. c) O melhor tenista brasileiro perde o jogo, a cabeça e o prestígio em Roland Garros. d) Sob a mira da Justiça, os sorteios via 0900 engordam o caixa das principais emissoras. e) Alta nos juros atropela sonhos da classe média. 10 – (UFPA) Tecendo a manhã Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe o grito que um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos. E se encorpando em tela, entre todos, se erguendo tenda, onde entrem todos, VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 se entretendo para todos, no toldo (a manhã) que plana livre de armação. A manhã, toldo de um tecido tão aéreo que, tecido, se eleva por si: luz balão. (MELO, João Cabral de. In: Poesias Completas. Rio de Janeiro, José Olympio, 1979) Nos versos “E se encorpando em tela, entre todos, se erguendo tenda, onde entrem todos, se entretendo para todos, no toldo…” tem-se exemplo de a) eufemismo b) antítese c) aliteração d) silepse e) sinestesia comum. A divisão clássica é, desde a Antiguidade, em três grupos: narrativo ou épico, lírico e dramático. Essa divisão partiu dos filósofos da Grécia antiga, Platão e Aristóteles, quando iniciaram estudos para o questionamento daquilo que representaria o literário e como essa representação seria produzida.1 Essas três classificações básicas fixadas pela tradição englobam inúmeras categorias menores, comumente denominadas subgêneros. O gênero lírico se faz, na maioria das vezes, em versos e explora a musicalidade das palavras. É importante ressaltar que o gênero lírico trabalha bastante com as emoções, explorando os sentimentos Entretanto, os outros dois gêneros — o narrativo e o dramático — também podem ser escritos nessa forma, embora modernamente prefira-se a prosa. Todas as modalidades literárias são influenciadas pelas personagens, pelo espaço e pelo tempo. Todos os gêneros podem ser não-ficcionais ou ficcionais. Os não-ficcionais baseiam-se na realidade, e os ficcionais inventam um mundo, onde os acontecimentos ocorrem coerentemente com o que se passa no enredo da história.1 O texto épico relata fatos históricos realizados pelos seres humanos no passado. é relatar um enredo, sendo ele imaginário ou não, situado em tempo e lugar determinados, envolvendo uma ou mais personagens, e assim o faz de diversas formas. As narrativas utilizam-se de diferentes linguagens: a verbal (oral ou escrita), a visual (por meio da imagem), a gestual (por meio de gestos), além de outras. Quanto à estrutura, ao conteúdo e à extensão, pode-se classificar as obras narrativas em romances, contos, novelas, poesias épicas, crônicas, fábulas e ensaios. Quanto à temática, às narrativas podem ser histórias policiais, de amor, de ficção e etc. Gabarito: Todo texto que traz foco narrativo, enredo, personagens, tempo e espaço, conflito, c límax 1-e 2-c 3-a 4-b 5-b 6-b 7-e 8-e 9-b 10-c e desfecho é classificado como narrativo. Gênero Lírico III. Gêneros literários: concepções tradicional e moderna Gênero literário O termo “lírico” vem do latim (lyricu) e quer dizer “lira”, um instrumento musical grego. Durante o período da Idade Média os poemas eram cantados e divididos por métricas Gênero literário é uma categoria de composição literária. A classificação das obras literárias podem ser feitas de acordo com critérios semânticos, sintáticos, fonológicos, formais, contextuais e outros. As distinções entre os gêneros e categorias são flexíveis, muitas vezes com subgrupos. Na história, houve várias classificações de gêneros literários, de modo que não se pode determinar uma categorização de todas as obras seguindo uma abordagem (a medida de um verso, definida pelo número de sílabas poéticas). A combinação de palavras, aliterações e rima, por exemplo, foram cultivadas pelos poetas como forma de manter o ritmo musical. Logo, essa é a origem da métrica e da musicalidade na poesia. A temática lírica geralmente envolve a emoção, o estado de alma, os pensamentos, os sentimentos do eu-lírico, e também os pontos de vista do VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 autor e, portanto, é inteiramente subjetiva. envolve a emoção, o estado de alma, os pensamentos, os Esse gênero é geralmente expresso pela poesia, contudo, sentimentos do eu-lírico, e também os pontos de vista do não é toda poesia que pertence ao gênero referido, já que autor dependerá dos elementos literários inseridos nela. Esse gênero é geralmente expresso pela poesia, contudo, e, portanto, é inteiramente subjetiva. não é toda poesia que pertence ao gênero referido, já que Quanto à forma, da Idade Média aos dias de hoje, o estilo dependerá dos elementos literários inseridos nela. de poema que permaneceu com intensidade foi o soneto, poesia rimada, composta por quatorze versos, dois Quanto à forma, da Idade Média aos dias de hoje, o estilo quartetos e dois tercetos, com métrica composta de versos de poema que permaneceu com intensidade foi o soneto, decassílabos (dez sílabas) e versos alexandrinos (12 poesia rimada, composta por quatorze versos, dois sílabas). quartetos e dois tercetos, com métrica composta de versos decassílabos (dez sílabas) e versos alexandrinos (12 Quanto ao conteúdo, predominantemente subjetivo, sílabas). destacam-se: Quanto ao conteúdo, predominantemente subjetivo, • Elegia – vem do grego e significa “canto triste”; poesia destacam-se: lírica que expressa sentimentos tristes ou morte. Um exemplo frequente é “O cântico do calvário” de Fagundes • Elegia – vem do grego e significa “canto triste”; poesia Varela. lírica que expressa sentimentos tristes ou morte. Um exemplo frequente é “O cântico do calvário” de Fagundes • Idílio e écloga – são poemas breves com temática Varela. pastoril. A écloga, na maioria das vezes, apresenta diálogo. • Idílio e écloga – são poemas breves com temática • Epitalâmio – na literatura grega é um poema de pastoril. A écloga, na maioria das vezes, apresenta diálogo. homenagem aos noivos no momento do casamento. Logo, é uma exaltação às núpcias de alguém. • Epitalâmio – na literatura grega é um poema de homenagem aos noivos no momento do casamento. Logo, • Ode ou hino – derivam do grego e significam “canto”. é uma exaltação às núpcias de alguém. Ode é uma poesia que exalta algo e hino que glorifica a pátria. • Ode ou hino – derivam do grego e significam “canto”. Ode é uma poesia que exalta algo e hino que glorifica a • Sátira – poesia que ridiculariza os defeitos humanos ou pátria. determinadas situações. • Sátira – poesia que ridiculariza os defeitos humanos ou determinadas situações. Gênero Narrativo Textos narrativos O termo “lírico” vem do latim (lyricu) e quer dizer “lira”, um instrumento musical grego. Durante o período da Idade Seguem, abaixo, modalidades textuais pertencentes ao Média os poemas eram cantados e divididos por métricas gênero narrativo. (a medida de um verso, definida pelo número de sílabas poéticas). A combinação de palavras, aliterações e rima, por exemplo, foram cultivadas pelos poetas como forma de manter o ritmo musical. Logo, essa é a origem da métrica e da musicalidade na poesia. A temática lírica geralmente Épico: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos de carácter verossímil. Fábula: é um texto de carácter fantástico que busca ser inverossímil (não tem nenhuma semelhança VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 com a realidade). As personagens principais são dramático se tornar uma peça, ele deve primeiro ser animais ou objetos, e a finalidade é transmitir alguma transformado em um roteiro, para depois poder ser lição de moral. transformado então no gênero espetáculo. É muito difícil Epopeia ou Épico: é uma narrativa feita em versos, num longo poema que ressalta os feitos de um herói ou as aventuras de um povo. Três belos exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, Ilíada e Odisseia, de Homero. muito grande em teatralizar qualquer tipo de texto. No entanto, a principal característica do texto dramático é a presença do chamado texto principal, composto pela parte do texto que deve ser dito pelos atores na peça e que, muitas vezes, é induzido pelas indicações cênicas, intermediário entre a longevidade do romance e a rubricas, texto também chamado de secundário, que brevidade do conto. O personagem se caracteriza informa os atores e o leitor sobre a dinâmica do texto existencialmente Como principal. Por exemplo, antes da fala de um personagem é exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O colocada a expressão: «com voz baixa», indicando como o Alienista, de Machado de Assis, e A Metamorfose, texto deve ser falado. de Kafka. Já que não existe narrador nesse tipo de texto, o drama é em poucas situações. Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, dividido entre as duas personagens locutoras, que entram geralmente em prosa, que conta situações rotineiras, em cena pela citação de seus nomes. curta, engraçada e até folclores (conto popular) por "Classifica-se de drama toda peça teatral caracterizada sem personagens previamente retratados. Inicialmente, seriedade, ou solenidade, em semelhança à comédia fazia propriamente dita". parte da literatura oral e Boccaccio foi o publicação de Decamerão. demais gêneros textuais, já que existe uma tendência atual Novela: é um texto caracterizado por ser primeiro a reproduzi-lo de forma escrita com a ter definição de texto dramático que o diferencie dos Apresenta qualquer tema, estrutura-se em dois tipos de textos: rubrica e o discurso direto. Há ausência de narrador Crônica: é uma narrativa informal, ligada à vida e é formado por atos, quadros e cenas porém o gênero cotidiana, com linguagem coloquial, breve, com um dramático se encontra numa classe gramatical muito toque de humor e crítica. grande e alta o que dificulta o entendimento desse assunto. Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o Subclassificações dos gêneros poético e o didático, expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. A notícia é um exemplo de texto não literário. Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto tema máximo do texto. Um bom exemplo é a peça Romeu e (humanístico, filosófico, político, social, cultural, mor al,comportamental, literário, etc.), sem que se paute em formalidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Gênero Dramático É composto de textos que foram escritos para serem encenados em forma de peça de teatro. Para o texto Elegia — é um texto de exaltação à morte de Julieta, de William Shakespeare. Epitalâmia — é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas Noites Nupciais. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Sátira — é um texto de caráter ridicularizador, podendo ser também uma crítica indireta a algum fato ou a alguém. Uma piada é um bom exemplo de sátira. Farsa — é um texto onde os personagens c) a influência dos trovadores provençais é nítida nas cantigas de amor galego-portuguesas. d) durante o trovadorismo, ocorre a separação entre poesia e música. e) muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros. principais podem ser duas ou mais pessoas diferentes e não serem reconhecidos pelos feitos dessa pessoa. Tragédia — representa um fato trágico e tende a provocar compaixão e terror. Poesia de cordel - texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por aquele povo. Questões de vestibulares Gêneros Literários 1. (UFRS) O gênero dramático, entre outros aspectos, apresenta como característica essencial: a) a presença de um narrador. b) a estrutura dialógica. c) o extravasamento lírico. d) a musicalidade. e) o descritivismo. 2. (UFU-MG) Relacione as espécies literárias ao lado com suas respectivas características dispostas abaixo e assinale a alternativa correta: I. Modalidade de texto literário que oferece uma amostra da vida através de um episódio, um flagrante ou instantâneo, um momento singular e representativo; possui economia de meios narrativos e densidade na construção das personagens. II. À intensidade expressiva desse tipo de texto literário, à sua concentração e ao seu caráter imediato, associa-se, como traço estético importante, o uso do ritmo e da musicalidade. III. Essa modalidade de texto literário prende-se a uma vasta área de vivência, faz-se geralmente de uma história longa e apresenta uma estrutura complexa. c) o texto literário é aquele em que predominam a repetição da realidade, a linguagem linear, a unidade de sentido. d) no gênero lírico os elementos do mundo exterior predominam sobre os do mundo interior do eu poético. 4. (UFRS) Assinale a alternativa incorreta com respeito ao Trovadorismo em Portugal: a) nas cantigas de amigo, o trovador escreve o poema do ponto de vista feminino. b) nas cantigas de amor, há o reflexo do relacionamento entre senhor e vassalo na sociedade feudal: distância e extrema submissão. 5. (PUC-RS) O paralelismo, uma técnica de construção literária nas cantigas trovadorescas, consistiu em: a) unir duas ou mais cantigas com temas paralelos e recitá-las em simultaneidade. b) um conjunto de estrofes ou um par de dísticos em que sempre se procura dizer a mesma ideia. c) apresentar as cantigas, nas festas da corte, sempre com o acompanhamento de um coro. d) reduzir todo o refrão a um dístico. e) pressupor que há sempre dois elementos paralelos que se digladiam verbalmente. 6. (UFMG) Interpretando historicamente a relação de vassalagem entre homem amante/mulher amada, ou mulher amante/homem amado, pode-se afirmar que: a) o Trovadorismo corresponde ao Renascimento. b) o Trovadorismo corresponde ao movimento humanista. c) o Trovadorismo corresponde ao Feudalismo. d) o Trovadorismo e o Medievalismo só poderiam ser provençais. e) tanto o Trovadorismo como Humanismo são expressões da decadência medieval. 7. (UFMG) Nas mais importantes novelas de cavalaria que circularam na Europa medieval, principalmente como propaganda das Cruzadas, sobressaem-se: a) as namoradas sofredoras, que fazem bailar para atrair o namorado ausente. b) os cavaleiros medievais, concebidos segundo os padrões da Igreja Católica (por quem lutam). c) as namorada castas, fiéis, dedicadas, dispostas a qualquer sacrifício para ir ao encontro do amado. d) os namorados castos, fiéis, dedicados que, entretanto, são traídos pelas namoradas sedutoras. e) os cavaleiros sarracenos, eslavos e infiéis, inimigos da fé cristã. 8. (PUC-RS) As narrativas que descrevem as lutas dos cruzados envolvem sempre um herói muito engajado na luta pela cristandade, podendo ser a um só tempo frágil e forte, decidido e terno, furioso e cortês. No entanto, com relação à mulher amada, esse herói é sempre: a) pouco dedicado. d) indelicado. b) infiel. e) n.d.a. c) devotado. 9. (OSEC-SP) Assinale a alternativa incorreta: O classicismo a) é o estilo dominante na literatura ocidental durante o século XVI ou Quinhentismo. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 b) correponde à época do Renascimento em que se observa a recuperação dos valores culturais gregos e latinos. c) é o estilo que incorpora os valores humanistas do Renascimento: antropocentrismo, racionalismo, universalismo. d) começa no Brasil em 1500, com a Carta, de Pero Vaz de Caminha. e) é uma época caracterizada pela rejeição dos valores religiosos da cultura medieval. 10. (OSEC-SP) Relacionar: (1) autor humanista (2) autor clássico ( ) Erasmo de Rotherdan ( ) Luís Vaz de Camões ( ) Gil Vicente ( ) Dante Alighieri ( ) Sá de Miranda ( ) Giovanni Boccaccio 11. (PUC-SP) O Auto da Barca do Inferno pertence ao movimento literário do Humanismo, em Portugal, porque Gil Vicente: a) critica a igreja pela venda indiscriminada de indulgências e pela vida desregrada dos padres. b) preocupa-se somente com a salvação do homem após a morte, sem se voltar para os problemas sociais da época. c) equilibra a concepção cristã da salvação após a morte com a visão crítica do homem e da sociedade do seu tempo. d) tem como única preocupação criticar o homem e as mazelas sociais do momento histórico em que está inserido. e) critica a Igreja, ao defender com entusiasmo os princípios reformistas disseminados pela Reforma protestante. 12. (OSEC-SP) Relacionar autor e obra: 1. Gil Vicente 2. Luís Vaz de Camões 3. Giovanni Boccaccio 4. Dante Alighieri 5. Erasmo de Rotherdan 6. Ariosto ( ) Os Lusíadas ( ) Decameron ( ) Orlando Furioso ( ) O elogio da Loucura ( ) Auto da Visitação ( ) A Divina Comédia 13. (ENC-SP) Se o teatro vicentino é acentuadamente religioso e medievalizante, como se explica sua classificação nos limites do Humanismo? Se partir de O Auto da Barca do Inferno, responda mediante a alternativa correta: a) analisa o homem em suas relações sociais, nas busca do melhor caminho para o encontro com Deus e a moralidade religiosa. b) analisa o homem em suas relações com Deus, na busca do melhor caminho para o encontro com o semelhante. c) investiga o homem em suas relações com a igreja, destacando a crítica aos padres que não se voltam para os valores humanos. d) analisa o homem em suas relações com a nobreza, o clero e o povo, tendo em vista a vida transitória da religião e do mercado ascendente. e) critica a igreja, ao defender com entusiasmo os princípios reformistas disseminados pela Reforma protestante. 14. (UNIFAP-SP) As primeiras peças teatrais portuguesas escritas com objetivo de serem levadas a público são de autoria de: a) Manuel Maria Barbosa du Bocage. b) Paio Soares de Taveirós. c) D. Diniz. d) Camões. e) Gil Vicente. 15. (UFU-MG) Na Farsa de Inês Pereira, Gil Vicente: a) retoma a análise do amor do velho apaixonado, desenvolvida em O velho da horta. b) mostra a humilhação da jovem que não pode escolher seu marido, tema de várias peças desse autor. c) denuncia a revolta da jovem confinada aos serviços domésticos, o que confere atualidade à obra. d) conta a história de uma jovem que assassina o marido para se livrar dos maus tratos. e) aponta, quando Lianor narra as ações do clérigo, uma solução religiosa para a decadência moral de seu tempo. 16. (UFSC) Marque a alternativa incorreta a respeito do Humanismo: a) época de transição entre a Idade Média e o Renascimento. b) o teocentrismo cede lugar ao antropocentrismo. c) Fernão Lopes é o grande cronista da época. d) Garcia de Resende coletou as poesias da época, publicadas em 1516 com o nome de Cancioneiro Geral. e) a Farsa de Inês Pereira é a obra de Gil Vicente cujo assunto é religioso, desprovido de crítica social. Este famoso soneto corresponde às questões 17 e 18: Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que [bemquerer; É andar solitário por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo [Amor? 17. (MACK-SP) Este soneto, um dos mais perfeitos que foram produzidos em Língua Portuguesa, VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 pertence ao estilo de época do Renascimento, portanto criado no século: a) XV. b) XVI. c) XVII. d) XVIII. e) XIX. 18. (MACK-SP) Indique o nome do autor desse soneto: a) Bocage. b) Camilo Pessanha. c) Camões. d) Gil Vicente. e) Manuel Bandeira. 19. (FUVEST) Assinale a(s) alternativa(s) incorreta(s) sobre Os Lusíadas: a) ( ) herói coletivo – o povo português; herói individual – Vasco da Gama. b) ( ) modelo: A Eneida de Virgílio; seguido das epopeias de Homero: A Ilíada e A Odisseia. c) ( ) estrutura clássica, 5 partes, dez cantos, 1.102 estrofes, em oitava rima (ABABABCC), versos decassílabos heroicos. d) ( ) concomitância do “maravilhoso”, pagão e cristão; da ideologia burguesa, expansionista e do espírito de cruzada medieval; do épico e do lírico; do plano histórico e do mitológico. e) ( ) a narrativa inicia-se já no meio da ação (viagem de Vasco da Gama às Índias). f ) ( ) na proposição o poeta privilegia: os navegadores (“as armas e os barões”); os reis de Portugal (“e as memórias gloriosas daqueles Reis que foram dilatando a fé”); e os heróis da pátria (“aqueles que se vão da lei da morte libertando”). g) ( ) apesar de refletir a ideologia do Renascimento há em alguns episódios como Os Doze Pares da Inglaterra e O Velho do Restelo forte presença da mentalidade e gosto medievais. h) ( ) na Literatura Brasileira, obras como: Prosopopeia (Bento Teixeira), Vila Rica (Cláudio M. Da Costa), Caramuru (Santa Rita Durão), Uraguai (Basílio da Gama – de forma não-sistemática), A Confederação dos Tamoios (Gonçalves de Magalhães) e até Invenção do Orfeu (do modernista Jorge de Lima) – refletem, em maior ou menor grau, a influência de Os Lusíadas. 20. (FUVEST) Na Lírica de Camões: a) o metro usado para a composição dos sonetos é a redondilha. b) a mulher é vista em seus aspectos físicos, despojada de espiritualidade. c) cantar a pátria é o centro das preocupações. d) encontra-se fonte de inspiração de muitos poetas brasileiros do século XX. e) encontram-se sonetos, odes, sátiras e autos. Texto correspondente às questões 21 a 23: E vós, Tágides minhas, pois criado Tendes em mim um novo engenho [ardente, Se sempre em verso humilde, [celebrado Foi de mim vosso rio alegremente, Dai-me agora um som alto, e [sublimado, Um estilo grandíloco e corrente, Porque de vossas águas Febo [ordene, Que não tenha inveja às de [Hipocrene. 21. (UFU-MG) Os versos acima pertencem aos Lusíadas. Pelo que se lê, conclui-se que encerram: a) a proposição da epopeia. b) o epílogo de um trecho lírico. c) uma invocação. d) uma dedicatória. e) a narração do poema. 22. (UFU-MG) Repare nas rimas e assinale a alternativa que espelha seu esquema rimático: a) ab ab ab cc. b) aaa bbb cc. c) abcd abcd. d) aa bb aa bb. e) abc abc dd. 23. (UFU-MG) A Tágide e Febo aplicam-se os seguintes conteúdos semânticos: a) filhas do amor e deus das águas. b) filhas humildes e deus do sol. c) ninfas do rio Tejo e deus da poesia, Apolo. d) inspirações e deus da lua. e) ninfas do rio Tejo e deus dos mares. 24.(OSEC-SP) Leia o texto com atenção: Cessem do sábio Grego e do [Troiano As navegações grandes que [fizeram; Cale-se de Alexandre e de Trajano A fama das vitórias que tiveram. Que eu canto o peito ilustre lusitano A quem Netuno e Marte [obedeceram. Cesse tudo que a antiga Musa canta Que outro valor mais alto se [alevanta! (Camões, Os Lusíadas, Canto I, estrofe IV) Assinale a alternativa incorreta acerca do texto acima: a) a estrofe acima corresponde à 1ª parte do poema (Proposição) e indica a matéria épica de Os Lusíadas. b) o verso empregado na estrofe acima é o decassílabo (ou verso de medida nova), verso tipicamente clássico. c) a estrofe acima recebe o nome de oitava rima ou oitava real (8 versos decassílabos com esquema de rima ab/ab/ab/cc). d) o subjetivismo do texto fica no emprego da 1ª pessoa (que caracteriza a função emotiva da linguagem, típica do Classicismo). e) Netuno e Marte são figuras mitológicas que indicam que o maravilhoso presente no texto é o maravilhoso pagão (mitologia greco-latina), índice do Classicismo do trecho. 25. (OSEC-SP) Assinale a alternativa correta, em relação às características do classicismo: a) subjetivismo, função emotiva da linguagem, idealização, escapismo, mal do século e nacionalismo. b) objetivismo, descritivismo, busca da forma perfeita, aproximação de poesia e arte plásticas, nãoenvolvimento emocional, temas arqueológicos, estética de nomeação. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 c) objetividade, racionalismo, universalismo, antropocentrismo, retomada de valores grego-latinos, referencialidade, harmonia e equilíbrio. d) estética de sugestão, musicalidade, temas vagos e místicos, conotação, sinestesia, não-separação de sujeito-objeto. e) dualismo, fusionismo, uso do contraste, bifrontismo, metalinguagem, excesso de figuras de linguagem. 26. (OSEC-SP) Coloque V (para Verdadeiro) ou F (para Falso), com relação à estética Clássica: — 130 — ( ) os padrões estéticos clássicos derivam de uma concepção de vida teocêntrica. ( ) ao Misticismo e Ascetismo Medievais substitui o Paganismo, introduzindo novamente a mitologia greco-latina nas artes. ( ) as obras clássicas apresentam uma linguagem popular, sendo, por isso, acessíveis a todos. ( ) por bifrontismo da obra camoniana se entende a participação do ideário medieval e dos valores clássicos. 27. (ENC-SP) Lioanor pela verdura; Vai fermosa, e não segura. Leva na cabeça o pote, O testo nas mãos da prata, Cinta de fina escarlata, Sainho de chamalote; Traz a vasquinha de cote, Mais branca que a neve pura; Vai fermosa e não segura. Descobre a touca a garganta, Cabelos de ouro entrançado, Fita de cor de encarnado, Tão linda que o mundo espanta, Chove nela graça tanta, Que dá graça à fermosura: Vai fermosa, e não segura.* * testo = tampa de pote; chamalote = tecido de lã e seda; vasquinha = espécie de saia; de cote = de uso cotidiano. A poesia de Camões é comumente classificada em “medida velha” e “medida nova”. É correto afirmar que o poema abaixo insere-se na: a) “medida velha”, porque expressa um ideal de beleza mais concreto, por meio da valorização dos dotes físicos da mulher do povo. b) “medida velha”, porque se prende às convenções da poesia greco-latina, entre elas, a do panteísmo. c) “medida velha” porque é composto em redondilha menor, tipo de verso de origem popular. d) “medida nova”, porque se serve do idealismo neoplatônico, para expressar a elevação espiritual da mulher do povo. e) “medida nova”, porque é composto em redondilha maior, tipo de verso introduzido em Portugal por Sá de Miranda 28. (ENC-SP) Em Os Lusíadas, Camões: a) homem do século XVI, abraçando o Cristianismo e vivendo o pragmatismo de seu tempo, despreza a mitologia greco-latina, que contraria sua fé e o cientificismo da época. b) como todo poeta do Renascimento, recebendo influência dos gregos e romanos, concebe as divindades pagãs como superiores à cristã. c) fiel a sua religião, faz que a divindade cristã compareça de maneira física, intervindo e atuando ao longo do poema, do mesmo modo que as divindades pagãs. d) recebendo influência direta de Homero e Virgílio, elimina em sua epopeia quaisquer vestígio da concepção de mundo cristã. e) sensível aos valores do mundo clássico, vale-se da mitologia greco-latina como um recurso retórico, que enriquece e embeleza os elementos históricos. 29. (FMABC-SP) Aponte a alternativa correta: a) Eça de Queirós é um dos maiores prosadores românticos de Portugal. b) Camões, além de poeta épico, é notável como lírico. c) toda a poesia de Bocage se enquadra no Arcadismo. d) Vieira representa o melhor da poesia barroca. e) Camilo Castelo Branco é lembrado sobretudo pelo romance histórico. 30. (UFPR) Os trechos abaixo foram retirados, respectivamente, das obras de Mário de Andrade e de Camões: No outro dia o herói acordou muito constipado. Era porque apesar do calorão da noite ele dormira de roupa com medo da Caruviana que pega indivíduo dormindo nu. Mas estava muito gangento com o discurso da véspera. Esperou impaciente os quinze dias da doença resolvido a contar mais casos pro povo. Porém quando se sentiu bom era manhãzinha e quem conta histórias de dia cria rabo de cutia. (...) Que eu canto o peito ilustre [Lusitano A quem Neptuno e Marte [obedecerão; Cesse tudo o que a Musa antiga [canta, Que outro valor mais alto se [alevanta. ...................................................... E não menos certíssima [Christandade, Vós, ó novo temor da Maura lança, Maravilha fatal da nossa idade, Dada ao mundo por Deos, que [todo o mande (...) Encontramos neles aspectos que caracterizam o movimento modernista brasileiro e o classicismo português, tais como: a) miscigenação de superstições, provérbios e anedotas — coexistência de entidades mitológicas com a tradição monoteísta herdada da Idade Média. b) problematização social vista às avessas através do humor — coexistência de entidades mitológicas com a tradição politeísta herdada da Idade Média. c) ridicularização do homem através das tradições históricas — exaltação do homem por seus feitos históricos. d) problematização social vista às avessas através do humor — exaltação do homem por seus feitos históricos. e) comparação do homem a seres folclóricos — comparação do homem a seres mitológicos. 31. (UFPA) Sobre a lírica camoniana, é incorreto afirmar que: a) boa parte de sua realização se encontra na poesia de inspiração clássica. b) sua temática é variada, encontrando-se desde temas abstratos até tradicionais. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 c) no aspecto formal, é toda construída em versos decassílabos em oitava rima. d) sonda o sombrio mundo do “eu” da mulher, da Pátria e de Deus. e) muitas vezes, o poeta procura conceituar o Amor, lançando mão de antíteses e paradoxos. 32. (VUNESP) Tanto de meu estado me acho [incerto, que em vivo ardor tremendo estou [de frio; sem causa, juntamente choro e rio, o mundo todo abarco e nada aperto. É tudo quanto sinto, um desconcerto; da alma um fogo me sai, da vista [um rio; agora espero, agora desconfio, agora desvario, agora acerto. Estando em terra chego ao céu [voando, num’hora acho mil anos, e é de jeito que em mil, anos não posso achar um’hora. Se me pergunta alguém por que [assi ando, respondo que não sei; porém o [suspeito que só porque vos vi, minha [Senhora. O soneto acima transcrito é de Luís Camões. Nele se acha uma característica da poesia clássica renascentista. Assinale essa característica, em uma das alternativas: a) a suspeita de amor que o poeta declara na conclusão. b) o jogo de contradições e perplexidades que atormentam o poeta. c) o fato de todos perguntarem ao poeta por que assim anda. d) o fato de o poeta não saber responder a quem o interroga. e) a utilização de um soneto para relato das suas amarguras. 33. (FUVEST) Indique a ideia que não está no texto: Por isso, ó vós que as famas estimais, Se quiserdes no mundo ser tamanhos, Despertais já do sono do ócio ignaro, Que o ânimo de livre faz escravo. E ponde na cobiça um freio duro, E na ambição também, que [indignamente Tomais mil vezes, e no torpe e escuro Vício da tirania infame e urgente; Porque essas honras vãs, esse ouro [puro Verdadeiro valor não dão à gente; Melhor é merecê-lo sem os ter, Que possuí-los sem os merecer. (Camões) a) a ambição é um vício torpe que leva à tirania. b) as falsas honras e a riqueza não dão valor às pessoas. c) os que aspiram à glória devem fugir ao ócio. d) é preciso refrear a excessiva ambição e o pendor para tirania. e) é preferível merecer honras e riquezas não conseguidas a obtê-las sem merecimento. As questões 34 e 35 referem-se ao texto abaixo: Busque Amor novas artes, nôvo [engenho, para matar-me, e novas [esquivanças; que não pode tirarme esperanças, que mal me tirará o que eu não [tenho. Olhai de que esperanças me [mantenho! vêde que perigosas seguranças: que não temo contrastes nem [mudanças, andando em bravo mar perdido o [lenho. Mas, conquanto não pode haver [desgôsto onde esperança falta, lá me [esconde Amor um mal, que mata e não se vê; que dias há que na alma me tem [pôsto um não sei quê, que nasce não sei [onde, vem não sei como e dói não sei [por quê. 34. (PUC-RS) Neste poema é possível reconhecer que uma dial tica amorosa trabalha a oposição entre: a) o bem e o mal. b) a proximidade e a distância. c) o desejo e a idealização. d) a razão e sentimento. e) o mistério e a realidade. 35. (PUC-RS) Uma imagem de forte expressividade deixa implícita uma comparação com o arriscado jogo do amor. Assinalar a alternativa que contém essa imagem: a) o engenho do amor. b) o perigo da segurança. c) naufrágio em bravo mar. d) mar tempestuoso. e) um não sei quê. 36. (CESGRANRIO-RJ) Apontam-se a seguir algumas características atribuídas pela crítica à epopeia de Luís Vaz de Camões, Os Lusíadas. Uma dessas características está incorreta. Trata-se de: a) concepção da história nacional como sequência de proezas de heróis aristocráticos e militares. b) apologia dos poderes humanos, realçando o orgulho humanista de autodeterminação e do avanço no domínio sobre a natureza. c) efabulação mitológica. d) contraposição da experiência e da observação direta à ciência livresca da Antiguidade. e) eliminação do pan-erotismo, existente em parte da lírica, em favor de uma ênfase mais objetiva na narração dos feitos lusitanos. 37. (CESGRANRIO-RJ) Sobre Os Lusíadas, é incorreto afirmar que: a) quando a ação do poema começa, as naus portuguesas estão navegando em pleno Oceano Índico, portanto a meio da viagem. b) na invocação, o poeta se dirige às Tágides, musas do Rio Tejo. c) na Ilha dos Amores, após o banquete, Tethys conduz o capitão ao ponto mais alto da ilha, onde lhe desvenda “a máquina do mundo”. d) tem como núcleo narrativo a viagem de Vasco da Gama a fim de estabelecer contato marítimo com as Índias. e) é composto em sonetos decassílabos, mantendo, em 1102 estrofes, o mesmo esquema de rima. 38. (FUVEST) Não mais, Musa, não mais, que a [Lira tenho Destemperada e a voz [enrouquecida, E não do canto, mas de ver que [venho Cantar a gente surda e endurecida. O favor com que mais se acende [o engenho Não no dá a pátria, não, que está [metida No gosto da cobiça e na rudeza De uma austera, VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 apagada e vil [tristeza. Os versos acima pertencem a que parte dos Lusíadas? a) proposição. b) invocação. c) dedicatória. d) narração. e) epílogo. c) dada sua espiritualidade, demonstrava desinteresse por assuntos mundanos. d) em função de seu zelo para com Deus, utilizava-o para justificar todos os acontecimentos políticos e sociais. e) mostrou-se tímido diante dos interesses dos poderosos. 39. (UNIJUÍ-RS) O digno representante do povo português, herói de Os Lusíadas, foi: a) Alexandre, o Grande. b) Trajano. c) Vasco da Gama. d) Ulisses. e) Virgílio. 43. (FUVEST) O Barroco é, na verdade, dois estilos: o Cultismo e o Conceptismo. O Cultismo: a) caracteriza-se pelo agudo jogo de conceitos e ideias, que desenvolve apoiando-se no raciocínio silogístico. b) é o estilo que busca a aproximação entre poesia e música, valorizando figuras sonoras e os efeitos musicais do ritmo. c) corresponde a uma estética de nomeação, em que predomina a poesia descritiva e de traço arqueológico d) caracteriza-se pela linguagem metafórica, pelo uso excessivo de figuras, sobretudo antíteses e hipérboles, pela visão de mundo dualista, contraditória e sensorial. e) n.d.a. 40. (UNIJUÍ-RS) Os bons vi sempre passar No mundo graves tormentos E, para mais me espantar, Os maus vi sempre nadar Em mar de contentamentos. Cuidando alcançar assim O bem tão mal ordenado. Fui mal. Mas fui castigado. Assim que só para mim Anda o mundo concentrado. O texto anterior: a) é parte de um auto de Gil Vicente. b) é um soneto camoniano. c) é composto de redondilhas, que se encaixam na obra lírica de Camões. d) pode ser encaixado em Os Lusíadas, devido à estrutura das estrofes. e) é uma cantiga de amigo. 41. (FUVEST) Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair são os que se contentam com pregar na pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura: aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes medir a semeadura, e hão-lhes de contar os passos. Ah! dia do juízo! Ah! pregadores! Os de cá, achar-vos-eis com mais paço; os de lá, com mais passos... A passagem acima é representativa de uma das tendências estéticas da prosa seiscentista a saber: a) o sebastianismo, isto é, a celebração do mito da volta de D. Sebastião, rei de Portugal, morto na batalha de Alcácer-Quibir. b) a busca do egotismo e da aventura ultramarina, presentes nas crônicas e narrativas de viagem. c) a exaltação do heroico e do épico, por meio das metáforas grandiloquentes da epopeia. d) lirismo trovadoresco, caracterizado por figuras de estilo passionais e místicas. e) conceptismo, caracterizado pela utilização constante dos recursos da dialética. 42. (FUVEST) A respeito do Pe. Antônio Vieira, pode-se afirmar que: a) embora vivesse no Brasil, por sua formação lusitana, não se ocupou de problemas locais. b) procura adequar os textos bíblicos às realidades de que tratava. 44. (OBJETIVO-SP) Assinale a(s) afirmação(ões) incorreta(s) ou não relacionada(s) ao período Barroco em Portugal: a) ( ) Contra-Reforma – Inquisição. b) ( ) Decadência política e econômica.c) ( ) Domínio espanhol. d) ( ) Mito sebastianista. e) ( ) Predomínio da prosa sobre a poesia. f ) ( ) Sermonística, prosa didática e moralizante. g) ( ) Elitização, frivolidade da produção acadêmica. h) ( ) Academias dos Generosos e dos Singulares. i) ( ) Academias dos Esquecidos e dos Renascidos. 45. (OBJETIVO-SP) Assinale a alternativa que encerre uma associação incorreta, acerca do Barroco em Portugal: a) Pe. Manuel Bernardes – Nova Floresta. b) Pe. Francisco Manuel de Melo – Carta de Guia aos Casados. c) Antônio José da Silva (O Judeu) – Guerras do Alecrim e da Manjerona. d) Manuel de Sousa Coutinho (Frei Luís de Sousa) – História de São Domingos. e) Sóror Mariana D’Alcoforado – Cartas. f ) Fênix Renascido e Postilhão de Apolo – Coletâneas de Poesias seiscentistas portugueses. g) Pe. Vieira – Poemas à Virgem Maria. 46. (ENC-SP) O pregador há de ser como quem semeia, e não como quem ladrilha ou azuleja. Ordenado, mas como as estrelas. Todas as estrelas estão por sua ordem; mas é ordem que faz influência, não é ordem que faça lavor. Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte está branco, de outra há de estar negro; se de uma parte está dia, de outra há de estar noite; se de uma parte dizem luz, da outra hão de dizer sombra; se de uma VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 parte dizem desceu, da outra hão de dizer subiu. No fragmento acima, pertencente ao Sermão da Sexagésima, o padre Antônio Vieira mostra uma tendência muito comum em sua obra: I. Uso das antíteses com o propósito deliberado de equilibrar os anseios espiritualistas e teocêntricos da Idade Média com os materialistas e antropocêntricos do Renascimento. II. Critica os exageros formais dos pregadores cultistas, que usavam e abusavam das antíteses, tornando o estilo obscuro. III. Defende o apuro formal dos pregadores gongoristas, vendo nele uma forma mais adequada de convencer e converter o fiel. Interpreta corretamente o que se afirma apenas em: a) I. c) III. e) I e III. b) II. d) I e II. 47. (UFRJ) Aponte, nas questões seguintes, o que é falso (F) e o que é verdadeiro (V). a) ( ) Vieira defende a ideia de que o pregador não deve usar a palavra pela palavra só para satisfazer o gosto pelos malabarismos estéticos – na verdade, condena o estilo cultista. b) ( ) Vieira acusa diretamente o estilo gongórico como o responsável pelo afastamento dos fiéis. c) ( ) o grande pregador conceptista enfatiza que a importância da linguagem preciosa é decisiva para que o ouvinte fique impressionado. d) ( ) a linguagem de Vieira é evidentemente uma defesa ao cultismo, daí ter conseguido persuadir o seu público. 48. (UEL-PR) Que és terra, homem, e em terra [hás de tornar Te lembra hoje Deus por sua Igreja; De pó te fez espelho, em que se [veja A vil matéria, de que quis [formar-te. Conforme sugere o excerto acima, o poeta barroco não raro expressa: a) o medo de ser infeliz; uma intensa angústia em face da vida, a que não consegue dar sentido; a desilusão diante da falência de valores terrenos e divinos. b) a consciência de que o mundo terreno é efêmero e vão; o sentimento de nulidade diante do poder divino. c) a percepção de que há saídas para o homem; a certeza de que o aguardam o inferno e a desgraça espiritual. d) a necessidade de ser piedoso e caritativo, paralela à vontade de fruir até as últimas consequências o lado material da vida. e) a revolta contra os aspectos fatais que os deuses imprimem a seu destino e à vida na terra. 49. (CESESP-PE) Numere os parênteses, obedecendo à seguinte convenção: 1. Barroco. 2. Arcadismo. 3. Romantismo. ( ) exacerbação do sentimento, envolto numa visão de amor idealista. ( ) visão dualista do universo, refletida numa linguagem essencialmente antitética. ( ) expressão constante e quase monótona da fugacidade da vida. ( ) ênfase na incorrespondência amorosa das tiranas donzelas. ( ) sobre exaltação da beleza feminina, superior aos elementos da natureza . De cima para baixo, a resposta correta é: a) 3, 1, 1, 2, 1. b) 2, 1, 1, 3, 2. c) 1, 3, 2, 1, 2. d) 3, 1, 2, 2, 1. e) 2, 1, 2, 3, 1. 50. (OBJETIVO-SP) Ele é considerado um dos três maiores sonetistas da língua portuguesa, ao lado de Camões e de Antero de Quental. Sua poesia lírica, extremamente pessoal, é marcada por um rebelde libertarismo emocional. Às vezes violento, às vezes calmo. Sua vasta obra poética apresenta dois aspectos fundamentais: o satírico e o lírico; mas é no lírico que o poeta se realiza plenamente e fica famoso. Foi, sem dúvida, o maior poeta português do século XVIII. Seu pseudônimo arcádio é Elmano Sadino. Trata-se de: a) Cruz e Silva. b) Domingo Caldas Barbosa. c) Filinto Elísio. d) Almeida Garret. e) Bocage. 51. (FAC. OSWALDO CRUZ-SP) A “áurea mediocridade”, a fuga à vida citadina, o bucolismo definem-se como tendências do: a) Romantismo. b) Arcadismo. c) Parnasianismo. d) Barroco. 52. (FAC. MED. TRIÂNGULO MINEIRO) A busca da simplicidade da linguagem e a descoberta da felicidade pela integração do homem na natureza, em oposição ao artificialismo formal e à angústia dos conflitos entre o Bem e o Mal, são algumas das características que contrapõem o ...... ........................ ao ......................... . a) barroco – classicismo. b) arcadismo – barroco. c) romantismo – arcadismo. d) parnasianismo – romantismo. e) simbolismo – parnasianismo. 53. (CFET-PR) Assinale a alternativa que melhor indica os valores da estética árcade: a) natureza, simplicidade, pastoralismo. b) equilíbrio, natureza, filosofia. c) pastoralismo, sonoridade, natureza. d) bucolismo, pastoralismo, ilogismo. e) pastoralismo, ilogismo, subjetivismo. 54. (FUVEST) De Bocage, pode-se dizer que: a) passou a maior parte de sua vida no Brasil. b) é o expoente máximo da poesia portuguesa do século XVIII. c) foi grande cultor do soneto barroco. d) escreveu contos eróticos. e) representa a poesia parnasiana em Portugal. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 55. (ENC-SP) Leia com atenção o texto de Manuel Maria Barbosa du Bocage, a seguir: Chorosos versos meus desentoados, Sem arte, sem beleza e sem [brandura, Urdidos pela mão da Desventura, Pela baça Tristeza envenenados: Vêde a luz, não busqueis, [desesperados, No mudo esquecimento a [sepultura; Se os ditosos vos lerem sem [ternura, Ler-vos-ão com ternura os [desgraçados: Não vos inspire, ó versos, cobardia, Da sátira mordaz o furor louco, De maldizente voz a tirania: Desculpa tendes, se valeis tão [pouco; Que não pode cantar com melodia Um peito, de gemer cansado e [rouco. Sobre esse soneto, é correto afirmar: a) o amor é apresentado de maneira controlada, de acordo com os princípios do racionalismo e equilíbrio que orientavam a criação poética do Arcadismo. b) o texto demonstra que Bocage, apesar de pertencer à Arcádia Lusitana, ultrapassa os limites do Arcadismo e antecipa características da inspiração poética do Romantismo. c) o poeta se identifica com os bem aventurados e solicita a piedade do leitor para com os seus versos. d) a emoção interfere na elaboração artística. e) sabe-se que Bocage foi um árcade rebelde; pertenceu à Nova Arcádia, mas foi expulso dela. O soneto em questão apresenta características formais neoclássicas e, quanto ao conteúdo, antecipa o sentimentalismo romântico. 56. (OBJETIVO-SP) Assinale, com relação ao Arcadismo (V) verdadeiro ou (F) falso: a) ( ) desenvolveu-se na segunda metade do século XVIII, refletindo os ideais iluministas. Coincide no Brasil com o ciclo da mineração e com as rebeliões nativistas. b) ( ) é um regresso aos ideais do classicismo grecoromano e renascentistas (clareza, simplicidade, busca do belo, bem, verdade e perfeição). c) ( ) os temas predominantes são o pastoralismo e o bucolismo. A natureza é o cenário suave e convencional onde “pastores” e “musas” vivem amenos idílios campestres d) ( ) o estilo é contido, há poucas figuras (em comparação ao Barroco) e predomina a ordem direta. e) ( ) não há conflitos, a expressão é serena e apoia-se na mitologia greco-romana, no convencionalismo amoroso. f ) ( ) a arte volta-se para o natural e o verdadeiro e tem finalidade didática e moralizante. A imaginação é contida. g) ( ) segue os ideais clássicos da “fugere urbem”, da “carpe diem”, da “aurea mediocritas” e tem como lema “Inutilia Truncat”. 57. (OBJETIVO-SP) Assinale a(s) alternativa(s) não relacionadas ao Arcadismo em Portugal: a) ( ) Regime Pombalino – despotismo esclarecido. b) ( ) Influência espanhola. c) ( ) Influência francesa e italiana. d) ( ) Iluminismo, racionalismo. e) ( ) Arcádia Lusitana e Nova Arcádia. 58. (OBJETIVO-SP) Assinale o que não se referir a Bocage: a) Idílio Marítimo e Rimas, razão X sentimentos. b) Pré-Romantismo – confessionalismo, presença da morte, poesia noturnal. c) poesia lírica e satírica. d) autor das Espístolas e Marília. e) o bucolismo e o pastoralismo são os temas dominantes em seus melhores sonetos. 59. (UFMG) Aponte a alternativa cujo conteúdo não se aplica ao Arcadismo: a) desenvolvimento do gênero épico, registrando o início da corrente indianista na poesia brasileira. b) presença da mitologia grega na poesia de alguns poetas desse período. c) propagação do gênero lírico em que os poetas assumem a postura de pastores e transformam a realidade num quadro idealizado. d) circulação de manuscritos anônimos de teor satírico e conteúdo político. e) penetração de tendência mística e religiosa, vinculada à expressão de ter ou não fé. 60. (CENTEC-BA) Quando o poeta neoclássico pinta uma paisagem como um “estado de alma”, podemos dizer que estamos diante de uma paisagem: a) tipicamente neoclássica. b) sugestivamente simbólica. c) rebuscadamente barroca. d) prenunciadora do parnasianismo. e) antecipadamente romântica. 61. (UEL-PR) Assinale a alternativa em que aparece uma característica imprópria do Arcadismo: a) bucolismo. b) presença de entidades mitológicas. c) exaltação da natureza d) tranquilidade no relacionamento amoroso. e) evasão da morte. 62. (FEI-SP) São características comuns aos movimentos romântico e modernista: a) sentimento trágico da vida; desilusão e sofrimento. b) visão da natureza como refúgio acolhedor; atração por ambiente noturnos. c) projeção na natureza do estado de espírito do poeta; religiosidade cristã. d) nacionalismo; liberdade; desejo de reformas sociais. e) idealização da mulher; morte encarada como libertação. 63. (ENC-SP) As duas obras-primas do romantismo português – Frei Luís de Sousa e Eurico, o Presbítero – gêmeas no tempo e nos motivos, separam-se tanto quanto Garrett se afasta e diverge de Herculano. Um é a constante pessoal do português aberto à ordem clássica, o português lúcido e sensível da saudade e do pecado de delícia numa equação de tragédia, com VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 sentimentos de Bernardim em formas de Camões; outro, o do português de cerne, que peca sobriamente e supera com dureza o seu pecado, sentindo a Sá de Miranda e falando com ásperos soluços. Ambos bem nossos. (Vitorino Nemísio) Tendo por base o texto crítico abaixo e, sobretudo, a leitura de Frei Luís de Sousa e Eurico, o Presbítero, é correto afirmar que: a) o “português aberto à ordem clássica” difere do “português de cerne”, porque se deixa levar mais profundamente pela emoção, devido às influências da tragédia clássica. b) o problema do celibato, no drama de Garrett, serve para criar intenso conflito entre as personagens, que adotam o hábito forçadas pela situação; já, em Eurico, o Presbítero, superasse a ideia do pecado, porque a personagem veste o hábito movida pela autêntica fé cristã e pelo desejo de combater os infiéis. c) Frei Luís de Sousa insere-se na linha da rigorosa construção clássica, que supõe a recuperação de típicos expedientes dramáticos da tragédia, enquanto que a construção mais livre, em Eurico, o Presbítero, implica a atualização em grande escala de expedientes comuns ao Romantismo, como o da expansão sentimental. d) há influência clássica tanto em Frei Luís de Sousa quanto em Eurico, o Presbítero, presente na construção rigorosa das duas obras, que obedecem aos cânones da estética seiscentista da tragédia. e) o sentimento da emoção, muito mais presente em Herculano do que em Garrett, é autenticamente português, enquanto que a construção trágica não passa de influência estranha a Portugal. 64. (ENC-SP) Amor de perdição é uma obra tipicamente romântica porque nela Camilo Castelo Branco valoriza: a) o sentimento nativista, presentes na recusa de Simão e Teresa em fugirem de Portugal, apesar de perseguidos pela justiça. b) as natureza, como fonte de vida e inspiração, em que Simão se refugia, no final da obra, quando não pode mais ter acesso a Teresa. c) os valores espirituais do Cristianismo, a que Simão se apega quando é condenado ao degredo. d) o mundo das paixões, o excesso de sentimentos, evidentes no modo violento como Simão assassina Baltazar Coutinho. 65. (FUVEST) Leia o texto abaixo: O pacto feito por ele com os árabes não tardou a ser por mil modos violado, e o ilustre guerreiro teve de se arrepender, mas já debalde, por haver deposto a espada aos pés dos infiéis, em vez de pelejar até à morte pela liberdade. Fora isto o que Pelágio preferira, e a vitória coroou o seu confiar no esforço dos verdadeiros Godos e na piedade de Deus. Agora, responda as questões: I. Qual das características abaixo está presente no texto? a) retomada dos valores medievais. b) denúncia de males sociais. c) despreocupação formal. d) análise psicopatológica. e) aproveitamento da mitologia clássica. II. O autor do texto é: a) Eça de Queirós. b) Camilo Castelo Branco. c) Padre Antônio Vieira. d) Fernando Namora. e) Alexandre Herculano. 66. (UNIVERSITÁRIO-SP) Leia com atenção o trecho abaixo, extraído do último capítulo de Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco. Viram-na um momento, bracejar, não para resistir à morte mas para abraçar-se ao cadáver de Simão, que uma onda lhe atirou aos braços. O comandante olhou para o sítio donde Mariana atirara, e viu, enleado no cordame, o avental, e à flor da água, um rolo de papéis, que os marujos recolheram na lancha. a) Que relação há, em Amor de Perdição, entre as personagens Simão e Mariana? b) No trecho citado, o narrador menciona um “rolo de papéis”. Que papéis são esses? c) Considerando as respostas dadas aos itens a e b, analise a função desempenhada pela personagem Mariana na estrutura do romance 67. (METODISTA-PIRACABA-SP) Na primeira metade do século XIX, a discordância entre a literatura e a modernização presentifica-se de maneira nítida e profunda. Pelas obras literárias percebe-se uma cosmovisão marcada pelo choque com o cotidiano imediato e as evidências de um mal-estar, que passou a ser conhecido como o mal do século. Os textos revelam uma ânsia de evasão deste presente circunstancial e descolorido. Na busca de compreensão, o artista valoriza a imaginação criadora: a arte se converte em manifestação da alma... e assim tem-se o: a) Simbolismo. b) Parnasianismo. c) Romantismo. d) Barroco. e) Pré-Modernismo. 68. (FCMSC-SP) A renovação das formas, a liberdade de expressão e a tentativa de incorporar à literatura nossas coisas mais típicas – como particularidades regionais e termos indígenas – são marcas frequentes do: a) Barroco. b) Arcadismo. c) Romantismo. d) Realismo. e) Pré-modernismo. 69. (OSEC-SP) Do tamarindo a flor faz [entreaberta, Já solta o bogari mais doce aroma, Também meu coração, como estas [flores, Melhor perfume ao pé da VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 noite [exala! É possível reconhecer, na estrofe acima, um exemplo da corrente: a) barroca, pela imagem que evoca a natureza como símbolo da transitoriedade da vida. b) arcádica, pois o poeta revela seu amor a uma natureza idealizada. c) romântica, pela identificação dos sentimentos humanos com aspectos da natureza. d) parnasiana, pela apresentação da natureza com imagem da perfeição. e) simbolista, pois a natureza é apenas um recurso que o poeta transcende, atingindo um nível de espiritualidade plena. 70. (UFPR) Alguns dos maiores expoente da estética romântica em Portugal no século XIX foram: a) Castro Alves, Almeida Garret e Alexandre Herculano. b) Cesário Verde, Álvares de Azevedo e Castro Alves. c) Eça de Queirós, Camilo Castelo Branco e Vitor Hugo d) Stendhal, Antero de Quental e Fagundes Varela. e) Almeida Garret, Alexandre Herculano e Camilo Castelo Branco. 71. (OBJETIVO-SP) Assinale a característica nãoaplicável à poesia romântica: a) o artista goza de liberdade na metrificação e na distribuição rítmica. b) o importante é o culto da forma, a arte pela arte. c) a poesia é primordialmente pessoal, intimista e amorosa. d) enfatiza-se a auto-expressão, o subjetivismo, o individualismo. e) a linguagem do poeta é a mesma do povo: simples, espontânea. 72. (FUVEST) O autor de Lendas e narrativas pertenceu ao movimento romântico. a) Quem foi? b) Em que época se passam as Lendas e narrativas? 73. (FUVEST) Qual o autor considerado o mestre da novela passional portuguesa? Indique o século e o movimento literário em que se situa sua obra. 74. (UNESP) Desde que saímos da igreja até a entrada de casa, caminhamos sempre debaixo de nuvens de flores. O estrondo dos bacamartes era atroador, e os sinos da freguesia repicaram desde que saímos do templo até ao anoitecer desse dia. Meia hora depois que chegamos, entrei no quarto de minha mulher, e encontrei-a de joelhos diante duma imagem de S. João dos Bem Casados. Ergue-se ela, benzendose, e esperou que eu a beijasse pela segunda vez. Penso que o público me releva a confissão de que, ao dar-lhe este segundo beijo, encontrei os lábios. Era o instinto das sensações agradáveis, mas honestas, que ensinou a minha mulher o segredo do máximo prazer de um beijo. Estava o almoço na mesa. O texto que você acabou de ler pertence a uma novela de Camilo Castelo Branco que é considerada como um bom exemplo da sátira camiliana. A leitura atenta do texto permitirá identificar o título da novela, em uma das alternativas abaixo indicadas: a) Coração, cabeça e estômago. b) O romance dum homem rico. c) A mulher fatal. d) Amor de salvação. e) A queda dum anjo. 75. (PUC-RS) Marque a alternativa correta sobre a obra Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco: a) trata-se de uma narrativa centrada na opressão da liberdade individual, opressão esta promovida por uma sociedade provinciana ligada a velhos preconceitos. b) estabelece-se, na narrativa, o conflito entre o meio social, com a consequente vitória do indivíduo através da realização de seus objetivos. c) nota-se que o sentimento amoroso, a imaginação e a sensibilidade são valores que realçam a liberdade individual e abrem, a expectativa de manutenção das normas sociais institucionalizadas. d) percebe-se que o sentimento do amor romântico entra em relação de equilíbrio com a razão, para manter a liberdade do indivíduo e o seu contato harmônico com o meio social provinciano. e) observa-se a pouca importância atribuída ao sentimento amoroso, que é superado pela razão equilibrada de uma sociedade provinciana e estável. 76. (FUVEST) Assinale a alternativa que só contém características românticas: a) fusionismo – dualismo – sentido dilemático da vida – oposições, paradoxos e antítese – metaforização. b) simplicidade – bucolismo – pastoralismo – relacionalismo – “poesia de gramática”. c) sentimentalismo – valorização da natureza – religiosidade – egocentrismo – miscigenação dos gêneros literários – metaforização. d) formalismo – temas greco-latinos e patrióticos – preferência pelas formas fixas e versos alexandrinos – impassibilidade – denotação – descritivismo. e) musicalidade – sinestesia – sugestão – nãoseparação de sujeito e objeto – metaforização – fusão de concreto + abstrato. 77. (FUVEST) Assinale o que não é correto sobre a poesia romântica: a) de modo geral, a mensagem focaliza a pessoa do emissor (“eu”), predominando a função emotiva da linguagem. b) a poesia romântica marca uma ruptura com a poética clássica, quando abandona os esquemas métricos regulares e deprecia o soneto. c) a poesia romântica retoma os temas do Neoclassicismo, apenas inovando a seleção vocabular, que se torna pessoal. d) de maneira geral, acentua-se na poesia romântica o seu caráter intimista, uma vez VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 que a poesia é pensada como “voz do coração” ou expressão de um pensamento divino. e) dos dois procedimentos básicos de operação com a língua, a metáfora e a metonímia, os românticos tomam partido da metáfora: do que decorre a idealização de seus poemas. VUNESP) Simão, meu esposo. Sei tudo... Está conosco a morte. Olha que te escrevo sem lágrimas. A minha agonia começou há sete meses. Deus é bom, que me poupou ao crime. Ouvi a notícia da tua 78. (UNI-TAUBATÉ-SP) Das características abaixo, assinale a que não se refere ao Romantismo: a) poesia encarada como expressão dos estados da alma. b) valorização da natureza. c) estabelecimento de rígidas leis artísticas. d) liberdade de expressão e forma. e) temática nacionalista. próxima morte, e então compreendi por que estou 79. (SANTA CASA-SP) Afrânio Coutinho aponta as seguintes qualidades que caracterizam o espírito romântico: I – Individualismo e subjetivismo II – Escapismo III – Exagero E explica: lo! A eternidade apresenta-se-me tenebrosa, porque a A – Na sua busca de perfeição, o romântico cria o mundo em que coloca o que imagina de bom, bravo, belo, amoroso, puro, um mundo de perfeição e sonho. B – O romantismo é o primado exuberante da emoção, imaginação, paixão, intuição, liberdade pessoal e interior. C – Nem fatos nem tradições despertam o respeito do romântico. Pela liberdade, revolta, fé e natureza, constrói o mundo novo à base do sonho. A melhor associação de qualidade e explicações é: a) I – B; II – C; III – A. b) I – C; II – A; III – B. c) I – A; II – B; III – C. d) I – C; II – B; III – A. e) I – B; II – A; III – C. 80. (FUVEST) a) Dentre as obras – Camões; Eurico, o Presbítero, Flores sem Frutos – qual a iniciadora do movimento romântico em Portugal? b) Qual o seu autor? qualquer. Vernos-emos num outro mundo, Simão? 81. (PUC-RJ) Das alternativas abaixo, assinale aquela que não corresponde às características do Romantismo: a) ocorre a superação das normas literárias construtoras e negação da concepção tradicional de poesia. b) movimento que dá origem a políticas conservadoras, bem como ao socialismo. c) o homem manipula e domina a natureza, não mais a obedece. d) desvaloriza a expressividade da alma, ocorrendo a primazia da obra (objeto) sobre o indivíduo (criador). e) insere-se no momento histórico em que o homem adquire a ideia de liberdade. 82. morrendo hora a hora. Aqui está o nosso fim, Simão!... Olha as nossas esperanças! Quando tu me dizias os teus sonhos de felicidade, e eu te dizia os meus!... Por que não merecemos nós o que tanta gente tem!... Assim acabaria tudo, Simão? Não posso crê- esperança era a luz que me guiava de ti para a fé. Mas não pode findar assim o nosso destino. Vê se podes segurar o último fio da tua vida a uma esperança Terei eu merecido a Deus contemplar-te? Eu rezo, suplico, mas desfaleço na fé, quando me lembram as últimas agonias do teu martírio. O texto acima transcrito pertence a uma carta que Teresa de Albuquerque escreve a Simão Botelho, numa novela considerada romântica o melhor em Portugal. característico do estilo exemplo O da novelística texto é, portanto, romântico e evidencia elementos que permitem identificar a novela a que pertence e o nome do seu autor. Assim sendo, responda às seguintes questões: I. Qual o nome do autor e qual o título da novela a que o texto pertence? II. Indique alguns segmentos (frases ou palavras) que, no texto, são característicos da escola romântica. III. Que outros romancistas e poetas românticos você conhece na literatura portuguesa? 83. (VUNESP) A poesia deste autor é representativa do ultra-romantism português: pessimismo, morte, ruínas, mal-do século – spleen, irracionalismo, cemitérios, cadáveres e sentimentos lúgubres: a) João de Deus. b) Camilo Castelo Branco. c) Soares de Passos. d) Castilho. e) Álvares de Azevedo. 84. (UFV-MG) Assinale a alternativa falsa: VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 a) o Romantismo, como estilo, não é modelado pela individualidade do autor; a forma predomina sempre sobre o conteúdo. b) o Romantismo é um movimento de expressão universal, inspirado por modelos medievais e unificado pela prevalência de características comuns a todos os escritores da época. c) o Romantismo, como estilo de época, constitui, basicamente, um fenômeno estético-literário, desenvolvido em oposição ao intelectualismo e à tradição racionalista e clássica do século XVIII. d) o Romantismo, ou melhor, o espírito romântico, pode ser sintetizado numa única qualidade: a imaginação. Podese creditar à imaginação a capacidade extraordinária dos românticos de criarem mundos imaginários. e) o Romantismo possui características como o subjetivismo, o ilogismo, o senso de mistério, o exagero, o culto da natureza e o escapismo. 85. (UFV-MG) Quanto à diferença de conceitos da relação homem/ mundo, expresso pela arte e pela literatura, podese afirmar: I. No Barroco, essa relação se mostra emocional; pode-se dizer dramática. II. No Romantismo, essa relação se mostra pessimista, procurando na natureza um lugar de refúgio idealizado. III. No Barroco, essa relação mostra-se equilibrada, liberta de forças contrárias. IV. No Neoclassicismo e no Arcadismo, essa relação se mostra orientada por critérios racionais e intelectuais. V. No Romantismo, essa relação se mostra mediada pela visão e interpretação científica da realidade. Assinale a opção correta: a) todas as alternativas estão corretas. b) apenas as alternativas I, II e III estão corretas. c) apenas as alternativas I, IV e V estão corretas. d) apenas as alternativas I, II, e IV estão corretas. e) apenas as alternativas II, III e IV estão corretas. 86. (UFU-MG) O homem de todas as épocas se preocupa com a natureza. Cada período a vê de modo particular. No Romantismo, a natureza aparece como: a) um cenário cientificamente estudado pelo homem; a natureza é mais importante que o elemento humano. b) um cenário estático, indiferente; só o homem se projeta em busca de sua realização. c) um cenário sem importância nenhuma; é apenas pano de fundo para as emoções humanas. d) confidente do poeta, que compartilha seus sentimentos com a paisagem; a natureza se modifica de acordo com o estado emocional do poeta. e) um cenário idealizado onde todos são felizes e os poetas são pastores. 87. (UFPA) Os versos abaixo são de Soares de Passos. Vai alta a lua! na mansão da morte Já meia-noite com vagar soou. Que paz tranquila; dos vaivéns da [sorte Só tem descanso quem ali baixou. Que paz tranquila!... mas eis longe, [ao longe Funérea campa com fragor rangeu; Branco fantasma semelhante a um [monge, Dentre os sepulcros a cabeça [ergueu. Caracterizam o ultraromantismo devido: a) à introspecção subjetiva. b) à predestinação para a grandeza. c) à beleza estética. d) ao gosto pelo fúnebre e ao tom melodramático. e) à relação entre Deus e o homem. 88. (FUVEST) Ao criticar O Primo Basílio, Machado de Assis afirmou: “(...) a Luísa é um caráter negativo, e no meio da ação ideada pelo autor, é antes um títere que uma pessoa moral”. Títere é um boneco mecânico, acionado por cordéis controlados por um manipulador. Nesse sentido, as personagens que, principalmente, manipulam Luísa, determinando-lhe o modo de agir, são: a) Basílio e Juliana. b) Jorge e Justina. c) Jorge, Conselheiro Acácio e Juliana. d) Basílio, Conselheiro Acácio e Leopoldina. e) Jorge e Leopoldina. 89. (UFOP-MG) Observe as afirmações abaixo e assinale as alternativas corretas: I. O Realismo teve sua origem na França e foi apenas uma renovação no campo literário. II. O escritor realista deve estudar o interior dos indivíduos, interrogá-los, analisar o meio e depois transcrever suas observações procurando ser, rigorosamente, impessoal. III. Para o escritor realista o que importa é o que está fora de nós, o objeto captado pelos sentidos. IV. O Realismo é uma obra de ataque à mentalidade burguesa, à ordem social, clerical e monárquica. A sequência que contém somente afirmativas corretas é: a) I e II estão corretas. b) somente IV está correta. c) II, III e IV estão corretas. d) todas estão corretas. e) n.d.a. 90. (USF-SP) Pode-se entender o Naturalismo como uma particularização do Realismo que: a) se volta para a Natureza a fim de analisar-lhes os processos cíclicos de renovação. b) pretende expressar com naturalidade a vida simples dos homens rústicos nas comunidades primitivas. c) defende a arte pela arte, isto é, desvinculada de compromissos com a realidade social. d) analisa as perversões sexuais, condenando-as em nome da moral religiosa. e) estabelece um nó de causa e efeito entre alguns fatores sociológicos e biológicos e a conduta dos personagens. 91. (FEI-SP) Uma literatura se preocupa com os aspectos sociológicos da obra e faz um romance de tese documental, e outra se preocupa com os aspectos patológicos da obra e faz um romance de tese experimental. Aponte respectivamente, o nome dessas estéticas (escolas literárias). 92. (FUVEST) A minha ambição seria pintar a sociedade portuguesa, e mostrar-lhe, como num espelho, que triste país eles formam – eles e elas. É o meu fim nas Cenas portuguesas. (trecho da carta de Eça de Queirós a Teófilo VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Braga, com data de 12/3/1878). Quais os romances que foram as Cenas Portuguesas? Que aspectos e camadas da sociedade eles analisam, respectivamente? 93. (ENC-SP) O crime do padre Amaro pertence à fase dita realista de seu autor, Eça de Queirós. É reconhecido, também, como um romance de tese – tipo de narrativa em que se demonstra uma ideia em geral com intenção crítica e reformadora. Tendo em vista essas determinações gerais, é correto afirmar que, nesse romance. a) o foco expressivo se concentra na interioridade subjetiva das personagens, que se dão a conhecer por suas ideias e sentidos e não por suas falas ou ações. b) as personagens se afastam de caracterizações típicas, tornando-se psicologicamente mais complexas e individualizadas. c) o interesse pelas relações entre o homem e o meio amplia o espaço e as funções das descrições, tornadas mais minuciosas e significativas. d) a personagem Padre Amaro incorpora a tese da herança psicossomática. e) a beatitude do Padre Amaro levou Amélia até as últimas consequências. 94. (ENC-SP) Tormento do ideal Conheci a Beleza que não morre e fiquei triste. Como quem da serra Mais alta que haja, olhando aos pés [a terra E o mar, vê tudo, a maior nau ou [torre, Minguar, fundir-se, sob a luz que [jorre: Assim eu vi o Mundo e o que ele [encerra Perder a cor, bem como a nuvem [que erra Ao pôr do Sol e sobre o mar [discorre. Pedindo a forma, em vão, a ideia [pura, Tropeço em sombras na matéria [dura, E encontro a imperfeição de [quanto existe. Recebi o batismo dos poetas, E, assentado entre as formas [incompletas, Para sempre fiquei pálido e triste. Esse soneto é de Antero de Quental. As afirmações abaixo refere-se ao verso “Recebi o batismo dos poetas” que exprime: I. Evidente postura religiosa assumida por Antero de Quental, que lhe permite ver a Beleza como se fosse uma autêntica alegria de Deus. II. A convicção de que o poeta é fadado a contemplar a Beleza, o que tem como consequência a sensação de imperfeição do mundo e o sentimento de melancolia. III. A ideia de que a contemplação da Beleza depende exclusivamente de sua vontade e de sua razão, conforme ditavam os princípios do realismo oitocentista. É correto o que se afirma em: a) III, apenas. d) I e II, apenas. b) II, apenas. e) II e III, apenas. c) I, II e III. 95. (ENC-SP) Num bairro moderno Dez horas da manhã; os [transparentes Matizam uma casa apalaçada; Pelos jardins estancam-se os [nascentes, E fere a vista, com brancuras [quentes, a larga rua macadamizada. Rez-dechaussée repousam [sossegados, Abriram-se, nalguns, as persianas, E dum ou doutro, em quartos [estucados, Ou entre a rama dos papéis [pintados, Reluzem, num almoço, as porcelanas. Como é saudável ter o seu [conchego, E sua vida fácil! Eu descia, Sem muita pressa, para o meu [emprego, Aonde agora quase sempre chego Com as tonturas duma apoplexia. (...) A leitura dessas estrofes de Cesário Verde permite a seguinte análise: a) a postura aí assumida é eminentemente expressionista, na medida em que esse poeta deforma o real, seguindo os pressupostos do ideário naturalista. b) a subjetividade do “eu lírico” é permeada por profunda emoção – um resquício da estética romântica que entra em contradição com o ideário realista que o poeta abraçou. c) na abordagem do real, o “eu lírico” comporta-se como um observador frio e impessoal das pessoas e das coisas, conforme determinavam os postulados do Realismo. d) a subjetividade desse poeta emana diretamente da observação do real, que lhe ativa as sensações, levando-o a promover juízos de valor. e) a objetividade desse poeta é fotográfica, por isso mesmo altamente comprometida com o ideário positivista em voga no tempo. 96. (UFMT) Sobre a nudez forte da verdade - o manto diáfano da fantasia, epígrafe do romance A relíquia, de Eça de Queirós, explicita uma crítica: a) à hipocrisia religiosa e ao falseamento dos princípios do Cristianismo, percebidos por Teodorico Raposo na peregrinação que empreende até a Terra Santa. b) à hipocrisia religiosa, com a menção da venda de relíquias, sobretudo a coroa de espinho de Cristo, que Teodorico Raposo encontra na Terra Santa e com que presenteia sua tia beata. c) aos preconceitos religiosos, através dos pressupostos do Naturalismo, expostos pelo sábio Topsius à personagem principal, Teodorico Raposo. d) aos princípios estéticos do Romantismo que, ao valorizarem a ideia de fuga da realidade, levavam o homem às alienação. e) à hipocrisia religiosa, presente na sociedade oitocentista portuguesa, por meio da incursão pelo mundo dos sonhos, que simbolicamente acontece durante a peregrinação do Teodorico Raposo pela Terra Santa. 97. (UFPA) Com referência ao romance O crime do padre Amaro, de Eça de Queirós, a única afirmação INCORRETA é: a) influenciado pelas teorias do Naturalismo, o autor procura demonstrar que o meio social e a educação religiosa é que determinam o comportamento do indivíduo. b) influenciado pelas teorias do Naturalismo, Eça procura demonstrar que os antecedentes de raça e as taras sexuais é que determinam o comportamento de Amaro e Amélia. c) adotando os pressupostos da estética realista, o autor critica os efeitos nocivos da arte romântica sobre o caráter de Amélia. d) tendo por base uma consciência crítica, tipicamente realista, o escritor defende a ideia de que a moral católica, fundada somente em dogmas, opõe-se em tudo à moral natural. e) tendo por base uma orientação tipicamente realista, o escritor critica o domínio que os padres, por meio de sacramentos como a confissão, exercem sobre os fiéis. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 98. (UNIVERSITÁRIO-SP) Leia atentamente o seguinte trecho, extraído de O Primo Basílio, de Eça de Queirós: Nessa semana, uma manhã, Jorge que não se recordava que era dia de gala, encontrou fechada e voltou para casaI. ao meio-dia (...) chegando despercebido ao quarto, surpreendeu Juliana comodamente deitada na chaiseII. longue*, lendo tranquilamente o jornal. (...) Jorge nãoIII. encontrou Luísa na sala de jantar, foi dar com ela noIV. quarto dos engomados, despenteada, em roupão de manhã,V. passando roupa, muito aplicada e muito desconsolada. —VI. Tu estás a engomar? – exclamou. (...) A sua voz era tãoVII. áspera, que Luísa fez-se pálida, e murmurou: — QueVIII. queres tu dizer? — Quero dizer que te venho encontrar a tiIX. a engomar, e que a encontrei a ela embaixo muito repimpada na tua cadeira, a ler o jornal. * chaise-longue: cadeira de encosto reclinável e com lugar para estender as pernas. a) no trecho citado são mencionadas três personagens: Jorge, Juliana e Luísa. Que relação há entre elas? b) considerando o trecho citado acima e a resposta dada ao item a, explique por que Jorge considera inadequado o comportamento das duas mulheres. c) analise a trajetória de Luísa e Juliana no romance, de modo a explicar a situação em que se encontram no trecho citado. 99. (FUVEST) Cite um folheto a favor dos jovens realistas e um a favor dos românticos, e seus autores, durante a famosa Questão Coimbrã. 100. (UFPE) Cite uma característica da fase realista de Eça de Queirós. 101. (UFPE) Cite um romance e uma característica da fase pós-realista de Eça de Queirós. 102. (UFPE) Qual o primeiro romance realista da literatura universal? E seu autor? 103. (UFPE) Qual o primeiro romance realista português? E seu autor? 104. (UFPE) “É nos Sonetos que encontramos o melhor conjunto da obra poética amadurecida de ...................................... . O poeta via na série completa dos sonetos, muitos deles desentranhados de outras coleções já publicadas, uma série de marcos da sua própria autobiografia espiritual.” O texto refere-se a: a) Ramalho Ortigão. b) Cesário Verde. c) Antero de Quental. d) Eça de Queirós. e) Almeida Garrett. 105. (FCCHAGAS-BA) Assinale a alternativa onde estão indicados os textos que analisam corretamente alguns aspectos do romance realista. I. As personagens independem do julgamento do narrador, reagindo cada uma de acordo com sua própria vontade e temperamento. II. A linguagem é poeticamente elaborada nos diálogos, mas procura alcançar um tom coloquial, com traços de oralidade, nas partes narrativas e descritivas. III. Observa-se o predomínio da razão e da observação sobre o sentimento e a imaginação. a) I, II, III. b) I e II. c) II e III. d) I e III. e) II. 106. (UnB-DF) A chamada época caracterizou-se, na literatura portuguesa: do Realismo a) pelo culto da literatura de caráter nacionalista e individualista. b) pelo culto de uma literatura empenhada numa revolução política, social, moral e mental que superasse a decadência em que se precipitara Portugal. c) pelo gosto da literatura inspirada no pitoresco da paisagem e dos portugueses. d) pelo culto de uma literatura empenhada na defesa dos ideais que fizeram a revolução de 1820. e) pelo culto de uma literatura que idealizasse a sociedade portuguesa, entregue a profunda religiosidade e nacionalismo. 107. (UEL-PR) Assinale a alternativa que contém apenas características da estética simbolista. a) temática social; hermetismo; valorização dos tons fortes; materialismo; antítese. b) temática intimista; ocultismo; valorização dos tons fortes; espiritualidade; sinestesia. c) temática intimista; hermetismo; valorização do branco e da transparência; espiritualidade; sinestesia. d) temática bucólica; hermetismo; valorização do branco e da transparência; espiritualidade; antítese. e) temática bucólica; ocultismo; valorização tonalidades verdes; materialismo; sinestesia. das 108. (MACK-SP) Nomear um objeto é suprimir três quartos do poema, que é feito da felicidade em adivinhar pouco a pouco; sugeri-lo, eis o sonho ... deve haver enigma em poesia, e é o objetivo da Literatura – e não há outro – evocar os objetos. O trecho acima resume parte da ideologia de importante movimento literário. Assinale a alternativa em que se encontra o nome do mesmo. a) Simbolismo. b) Romantismo. Parnasianismo. e) Modernismo. c) Barroco. d) 109. (PUC-RS) Noiva de Satanás, Arte maldita, Mago Fruto letal e proibido, Sonâmbulo do além, do Indefinido Das profundas paixões, Dor Infinita. A linguagem do poema situa-o no: a) Romantismo. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 b) Parnasianismo. c) Impressionismo. d) Simbolismo. e) Modernismo. 110. (ENC-SP) Caminho Tenho sonhos cruéis; n’alma doente Sinto um vago receio prematuro. Vou a medo na aresta do futuro, Embebido em saudades do [presente... Saudades desta dor que em vão [procuro Do peito afugentar bem rudemente, Devendo, ao desmaiar sobre o [poente, Cobrir-me o coração dum véu [escuro!... Porque a dor, esta falta d’harmonia, Toda a luz desgrenhada que alumia As almas doidamente, o céu [d’agora, Sem ela, o coração é quase nada: Um sol onde expirasse a [madrugada, Porque é só madrugada quando [chora. (...) Camilo Pessanha, no contexto geral de sua obra, trata do sentimento de dor. Com base nisso, considere as seguintes afirmações a respeito do soneto acima: I. O sentimento de dor, metaforizado pelo sol, é rejeitado pelo poeta porque lhe provoca sonos cruéis. II. O sentimento de dor, metaforizado pela madrugada, ainda enquanto sofrimento, é essencial ao coração humano. III. A dor, metaforizada pelo sol, é rejeitada pelo poeta porque falta a ela um pouco de harmonia. IV. O poeta experimenta um sentimento ambivalente em relação à dor. Interpreta corretamente o soneto o que se afirma apenas em: a) I. b) II. c) I e IV. d) II e III. e) II e IV. 111. (CESESP) “O ........................... está para o Parnasianismo, assim como a .................................. está para Simbolismo.” A alternativa que não preenche as lacunas é: a) verso de ouro – dimensão mística. b) artesanato da palavra – liturgia. c) culto da forma – musicalidade. d) lirismo exacerbado – realidade chã. e) perfeccionismo métrico – flexibilidade. 112. (ENC-SP) Procuro despir-me do que aprendi, Procuro esquecer-me do modo de [lembrar que me ensinaram, E raspar a tinta com que me [pintaram os sentidos, Desencaixotar as minhas emoções [verdadeiras, Desembrulhar-me e ser eu, não ... Mas um animal humano que a [natureza produziu. No trecho acima, de auto-explicação de um poeta cuja marca é o desejo de libertação da carga civilizatória, procurando conscientemente a espontaneidade através do contato direto com a natureza (forma de “redescobrir o mundo”), deixamos um lacuna no verso 5. Ela deve ser preenchida por: a) Fernando Pessoa. b) Ricardo Reis. c) Alberto Caeiro. d) Álvaro de Campos. e) Mário de Sá-Carneiro. 113. (ENC-SP) Quando, Lídia, vier o nosso outono Com o inverno que há nele, [reservarmos Um pensamento, não para a futura Primavera, que é de outrem, Nem para o estilo, de quem somos [mortos, Senão para o que fica do que [passa, O amarelo atual que as folhas [vivem E as torna diferente. (Ricardo Reis) Assinale a alternativa correta sobre o texto acima: a) para as folhas há cores mais atuais e outras mais antiquadas. b) não chegaremos vivos até a primavera. c) cada verão, marcando o início do ano, marca também a esperança de uma nova vida para nós. d) não há como impedir o fatal ciclo solar das estações. e) só a vivência de cada momento presente merece lembrança futura. 114. (ENC-SP) Não a ti, Cristo, odeio ou te não [quero. Em ti como nos outros creio [deuses mais velhos. Só te tenho por não mais e nem [menos Do que eles, mas mais novo [apenas. Odeio-os sim, e a esses com calma [aborreço, Que te querem acima dos outros [teus iguais deuses. Quero-te onde tu ‘stás, nem mais [alto Nem mais baixo que eles, tu [apenas. Deus triste, preciso talvez por que [nenhum havia Como tu, um a mais no Panteão e [no culto, Nada mais, nem mais alto nem mais [puro Porque para tudo havia deuses, [menos tu. Cura tu, idólatra exclusivo de [Cristo, que a vida É múltipla e todos os dias são [diferentes dos outros, E só sendo múltiplos como eles ‘Staremos com verdade e sós. Essa postura de Ricardo Reis frente à imagem de Cristo sugere que o poeta: a) aceita Cristo como um deus a mais, porque, apesar de pagão, considera-o uma divindade superior às da antiguidade greco-latina. b) aceita Cristo apenas como um deus a mais, em nome de uma visão múltipla da realidade, própria da mentalidade pagã. c) rejeita o Cristianismo, porque abraça os ideais do Paganismo, que supunham a negação da existência de uma divindade triste. d) divide-se entre os princípios pagãos sensualistas e os princípios cristãos espiritualistas, criando com isso uma tensão em sua poesia. e) se sente impelido a aceitar os princípios cristãos, ainda que isto lhe custe a renúncia aos valores do paganismo. 115. (ENC-SP) Frêmito de meu corpo a procurar-te, Febre das minhas mãos na tua pele Que cheira a âmbar, a baunilha e a [mel, Doido anseio dos meus braços a [abraçar-te, Olhos buscando os teus por todas [a parte, Sede de beijos, amargos de fel, Estonteante fome, áspera e cruel, Que nada existe que a mitigue e a [farte! Considere as afirmações a respeito das quadras de Florbela Espanca: I. O recorrente apelo sensual na poesia de Florbela Espanca indicia seu flagrante modernismo, pelo fato de desafiar as convenções morais da sociedade da época. II. O principal traço da modernidade em Florbela Espanca mostra-se na audaciosa ruptura das convenções literárias, o que se verifica na revolução sintática e na reinvenção da metáfora. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 III. A confissão amorosa de Florbela Espanca, bastante explícita, lembra o erotismo das cantigas de amigo, pelo fato de a mulher expor abertamente os sentimentos ao amante. Está correto o que se afirma em: a) II e III, apenas. b) III, apenas. c) I, II e III. d) I e II, apenas.. e) I e III, apenas. GABARITO: 1. b 2. a 3. a 4. d 5. b 6. c 7. b 8. c 9. e 10. 1,2,1,1,2,1 11. c 12. 2,3,6,5,1,4 13. a 14. e 15. c 16. e 17. b 18. c 19. g 20. e 21. a 22. e 23. c 24. d 25. c 26. e 27. a 28. e 29. b 30. d 31. e 32. b 33. c 34. c 35. c 36. e 37. e 38. e 39. c 40. c 41. e 42. b 43. e 44. g, h, i 45. f 46. b 47. V, V, F, F 48. b 49. d 50. e 51. b 52. b 53 a 54. b 55. b 56. V, V, V, V, V, V, V 57. b 58. e 59. a 60. e 61. e 62. c 63. c 64. d 65. I. a; II. E 66. a) Mariana alimenta um amor resignado e subserviente a Simão. E Simão dedica à Mariana apenas um sentimento de gratidão. b) Os papéis são as cartas trocadas entre Simão e Teresa. c) Mariana serve de apoio a Simão nas adversidades que ele enfrenta. Além disso, Mariana é o elo de ligação entre Teresa e Simão. 67. c 68. c 69. c 70. e 71. b 72. a) Alexandre Herculano. b) Fim da Idade Média. 73. Camilo Castelo Branco. Sua obra situa-se no século XIX e pertence ao Romantismo. 74. d 75. e 76. c 77. c 78. c 79. e 80. a) Camões. b) Almeida Garret. 81. d 82. I. Camilo Castelo Branco - Amor de Perdição. II. “Está conosco a morte.” “Olha que te escrevo sem lágrimas” “Deus é bom (...).” “Eu rezo, suplico, mas desfaleço na fé (...).” III. Almeida Garret, Soares de Passos, Alexandre Herculano, Antônio Castilho, João de Lemos. 83. c 84. e 85. d 86. d 87. d 88. e 89. b 90. e 91. Realismo e Naturalismo. 92. O Crime do Padre Amaro, O Primo Basílio, Os Maias. Analisam a pequena e média burguesia de Lisboa, bem como as influências do clero. 93. d 94. b 95. a VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 96. e 97. b 98. a) Jorge e Luísa formam um típico casal burguês. Juliana é a serviçal. b) Porque há inversão de papéis sociais: é a dama quem passa a servir a doméstica, e esta goza dos privilégios de senhora. c) Luísa, na ausência de Jorge, comete adultério com seu primo, Basílio. Juliana, ressentida pela sua condição social inferior, inicia uma onda de chantagens ao descobrir uma carta que poderia denunciar os amantes. Sem mais meios financeiros para atender às chantagens de Juliana, Luísa se submete aos afazeres domésticos no lugar da serviçal. 99. Teocracias Literárias, de Teófilo Braga, a favor dos realistas. Camilo Castelo Branco é autor de Vaidades irritadas e irritantes, defendendo os românticos. 100. Retrata a sociedade portuguesa oitocentista. 101. A Cidade e as Serras – em defesa da vida no campo, em contato com a natureza. 102. Madame Bovary, de Gustave Flaubert. 103. O Crime do Padre Amaro, de Eça de Queirós. 104. c 105. b 106. b 107. c 108. a 109. d 110. e 111. c 112. c 113. c 114. b 115. d deixa, aliás, numerosas marcas; entrou em declínio no século XIV. Surgiu no mesmo período em que Portugal começou a despontar como nação independente, no século XII; porém, as suas origens deram-se na Occitânia, de onde se espalhou por praticamente toda a Europa. Apesar disso, a lírica medieval galego-português possuiu características próprias, uma grande produtividade e um número considerável de autores conservados. Marcou-se o início do Trovadorismo na península ibérica com a Cantiga da Ribeirinha, em 1198 ou 1189. As origens do Trovadorismo São admitidas quatro teses fundamentais para explicar a origem do trovadorismo: a tese arábica, que considera a cultura arábica como sua velha raiz; a tese folclórica, que a julga criada pelo próprio povo; a tese médio-latinista, segundo a qual essa poesia teria origem na literatura latina produzida durante a Idade Média; e, por fim, a tese litúrgica, que a considera fruto da poesia litúrgicocristã elaborada na mesma época. Todavia, nenhuma das teses citadas é suficiente em si mesma, deixando-nos na posição de aceitá-las conjuntamente, a fim de melhor IV. Os movimentos literários abarcar os aspectos constantes dessa poesia. Trovadorismo A mais antiga manifestação literária galaico- portuguesa que se pode datar é a cantiga "Ora faz host'o senhor de Navarra", do trovador português João Soares de Trovadorismo foi um movimento literário que surgiu Paiva ou João Soares de Pávia, composta provavelmente na Idade Média no século XI. Foi o primeiro movimento por volta do ano 1200. Por essa cantiga ser a mais antiga literário da língua portuguesa, pois dele surgiram as datável (por conter dados históricos precisos), convém primeiras manifestações literárias. As cantigas são os datar daí o início da Lírica medieval galego-portuguesa (e principais registros da época, tradicionalmente divididas não, como se supunha, a partir da "Cantiga de Guarvaia", em cantigas de amor, de amigo, escárnio e maldizer. O composta por Paio Soares de Taveirós, cuja data de Trovadorismo português teve seu apogeu durante o composição é impossível de apurar com exactidão, mas período, de cerca de 150 anos, que vai, genericamente, de que, tendo em conta os dados biográficos do seu autor, é finais do século XII a meados do século XIV. As cantigas certamente bastante posterior). Este texto também é medievais nas alvores das chamado de "Cantiga da Ribeirinha" por ter sido dedicada grande parte à Dona Maria Paes Ribeiro, a ribeirinha. De 1200, a Lírica contemporâneas da chamada Reconquista cristã, que nelas galego-portuguesa se estende até meados do século XIV, situam-se, nacionalidades historicamente, ibéricas, sendo, em sendo usual referir como termo o ano de 1350, data do VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 testamento do Conde D. Pedro Afonso de Barcelos, filho amor um objeto de sonho, distante, impossível. Mas nunca primogênito bastardo de D. Dinis, ele próprio trovador e consegue conquistá-la, porque eles pertencem a diferentes provável compilador das cantigas (no testamento, D. Pedro níveis sociais. lega um "Livro das Cantigas" a seu sobrinho, D.Afonso XI de Castela). Neste tipo de cantiga, originária de Provença, no sul de França, o eu-lírico é masculino e sofredor. Sua amada é Trovadores eram aqueles que compunham as poesias e chamada de senhor (as palavras terminadas em or como as melodias que as acompanhavam, e cantigas são as senhor ou pastor, em galego-português não tinham poesias cantadas. A designação "trovador" aplicava-se aos feminino). Canta as qualidades de seu amor, a "minha autores de origem nobre, sendo que os autores de origem senhor", a quem ele trata como superior revelando sua vilã tinham o nome de jogral, termo que designava condição hierárquica. Ele canta a dor de amar e está igualmente o seu estatuto de profissional (em contraste sempre acometido da "coita", palavra frequente nas com o trovador). Ainda que seja coerente a afirmação de cantigas de amor que significa "sofrimento por amor". É à que quem tocava e cantava as poesias eram os jograis, é sua amada que se submete e "presta serviço", por isso muito possível que a maioria dos trovadores interpretasse espera benefício (referido como o bem nas trovas). igualmente as suas próprias composições. Essa relação amorosa vertical é chamada "vassalagem A mentalidade da época baseada no teocentrismo serviu amorosa", pois reproduz as relações dos vassalos com os como base para a estrutura da cantiga de amigo, em que o seus senhores feudais. Sua estrutura é mais sofisticada. amor espiritual e inatingível é retratado. As cantigas, primeiramente destinadas ao canto, foram manuscritas em cadernos de apontamentos, que mais tarde foram postas em coletâneas canções chamadas Cancioneiros (livros grande número de trovas). São que São tipos de Cantiga de Amor: depois de cantiga de amor. Não apresenta refrão, nem reuniam conhecidos três Cancioneiros galego-portugueses: o "Cancioneiro da estribilho, nem repetições (diz respeito à forma.) de Tense ou Tenção: diálogo entre mesma mulher. (Colocci-Brancutti) e o "Cancioneiro da Vaticana". Além Cantiga de Pastorela: trata do amor entre pastores (plebeus) ou por uma pastora (plebeia). Maria pelo rei Afonso X de Leão e Castela, O Sábio. Surgiram também os textos em prosa de cronistas Cantiga cavaleiros em tom de desafio. Gira em torno da Ajuda", o "Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa" disso, há um quarto livro de cantigas dedicadas à Virgem Cantiga de Meestria: é o tipo mais difícil de como Rui de Pina, Fernão Lopes e Gomes Eanes de Cantiga de Plang: cantiga de amor repleta de lamentos. Zurara e as novelas de cavalaria, como a demanda do Santo Graal. Eu lírico masculino Classificação das cantigas Assunto Principal: o sofrimento amoroso do eulírico perante uma mulher idealizada e distante. Com base na maioria das cantigas reunidas nos cancioneiros, podemos classificá-las da seguinte forma: A cantiga de amor O cavalheiro dirige se à mulher amada como uma figura idealizada, distante. O poeta, na posição de fiel vassalo, se põe a serviço de sua senhora, dama da corte, tornando esse Amor cortês; vassalagem amorosa. Amor impossível. Ambientação aristocrática das cortes. Forte influência provençal. Vassalagem amorosa "o eu lírico usa o pronome de tratamento "senhor". VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 A cantiga de amigo São cantigas de origem popular, com marcas evidentes da literatura oral (reiterações, paralelismo, refrão, estribilho), Deus é o elemento mais importante do poema. Pouca subjetividade. Exemplo de lírica galego-portuguesa (de Bernardo de Bonaval) recursos esses próprios dos textos para serem cantados e que propiciam facilidade na memorização. Esses recursos "A dona que eu amo e tenho por Senhor amostra- são utilizados, ainda hoje, nas canções populares. me-a Deus, se vos en prazer for, se non dade-mea morte. A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus e Este tipo de cantiga, que não surgiu em Provença como as outras, teve suas origens na Península Ibérica. Nela, o eu- porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus, lírico é uma mulher (mas o autor era masculino, devido à se non dade-me-a morte. sociedade feudal e o restrito acesso ao conhecimento da Essa que Vós fezestes melhor parecer de quantas época), que canta seu amor pelo amigo (isto é, namorado), sei, a Deus, fazede-me-a veer, se non dade-me-a muitas vezes em ambiente natural, e muitas vezes também morte. em diálogo com sua mãe ou suas amigas. A figura A Deus, que me-a fizestes mais amar, mostrade- feminina que as cantigas de amigo desenham é, pois, a da me-a algo possa con ela falar, se non dade-me-a jovem que se inicia no universo do amor, por vezes morte." lamentando a ausência do amado, por vezes cantando a sua alegria pelo próximo encontro. Outra diferença da cantiga A cantiga de escárnio de amor, é que nela não há a relação Suserano x Vassalo, ela é uma mulher do povo. Muitas vezes tal cantiga também revelava a tristeza da mulher, pela ida de seu amado à guerra. Em cantiga de escárnio, o eu-lírico faz uma sátira a alguma pessoa. Essa sátira era indireta, cheia de duplos sentidos. As cantigas de escárnio (ou "de escarnho", na grafia da época) definem-se, pois, como sendo aquelas feitas pelos trovadores para dizer mal de alguém, por meio de Eu lírico feminino. Presença de paralelismos. Predomínio da musicalidade. Assunto Principal: saudade Amor natural, espontâneo e possível. emprego de recursos retóricos. A cantiga de escárnio Ambientação popular rural ou urbana. exigindo unicamente a alusão indireta e velada, para que o Influência da tradição oral ibérica. destinatário não seja reconhecido, estimula a imaginação ambiguidades, trocadilhos e jogos semânticos, em um processo que os trovadores chamavam "equívoco". O cômico que caracteriza essas cantigas é predominantemente verbal, dependente, portanto, do do poeta e sugere-lhe uma expressão irônica, embora, por vezes, bastante mordaz. Exemplo de cantiga de escárnio. Ai, dona fea, foste-vos queixar que vos nunca louv[o] em meu cantar; mais ora quero fazer um cantar não é identificada. em que vos loarei toda via; e vedes como vos quero loar: dona fea, velha e sandia! (...) Crítica indireta; normalmente a pessoa satirizada Linguagem trabalhada, cheia de sutilezas, trocadilho e ambiguidades. Ironia. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 A cantiga de maldizer Ao contrário da cantiga de escárnio, a cantiga de maldizer João Garcia de Guilhade traz uma sátira direta e sem duplos sentidos. É comum a agressão verbal à pessoa satirizada, e muitas vezes, são "Ai dona fea! Foste-vos queixar utilizados até palavras de baixo calão (palavrões). O nome Que vos nunca louv'en meu trobar da pessoa satirizada pode ou não ser revelado. Mais ora quero fazer un cantar Exemplo de cantigas En que vos loarei toda via; E vedes como vos quero loar: Este texto é enquadrado como cantiga de escárnio já que a Dona fea, velha e sandia! sátira é indireta e não se cita o nome da pessoa especifica. Ai dona fea! Se Deus mi pardon! Mas, se o nome fosse citado ela seria uma Cantiga de E pois havedes tan gran coraçon Maldizer, pois contém todas as características diretas Que vos eu loe en esta razon, como sátira da "Dona". Existe a suposição que Joan Vos quero já loar toda via; Garcia escreveu a cantiga anterior uma senhora que E vedes qual será a loaçon: reclamava por ele não ter escrito nada em homenagem a Dona fea, velha e sandia! ela. Joan Garcia de tanto ouvi-la dizer, teria produzido a Dona fea, nunca vos eu loei cantiga. En meu trobar, pero muito trobei; Crítica direta; geralmente a pessoa satirizada é Mais ora já en bom cantar farei identificada En que vos loarei toda via; Linguagem agressiva, direta, por vezes obscena E direi-vos como vos loarei: Zombaria Dona fea, velha e sandia!" Linguagem Culta EXERCÍCIOS SOBRE TROVADORISMO Questões: 01. Assinale a afirmação falsa: a) A cultura portuguesa, no século XII, conciliava três matrizes contraditórias: a católica, a islâmica e a hebraica. b) A cultura católica, técnica e literariamente superior às culturas islâmica e hebraica, impôs-se naturalmente desde os primórdios da formação de Portugal. c) A expulsão dos mouros e judeus e a Inquisição foram os aspectos mais dramáticos da destruição sistemática que a cultura triunfante impôs às culturas opostas. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 d) O judeu Maimônides e o islamista Averróis são Moçambique; expressões do que as culturas dominadas produziram de d) em Macau e em dialetos crioulos de Goa, Damão, Sri mais Lanka (ex-Ceilao), Java e Málaca; significativo na Península Ibérica. e) Pode-se dizer que a cultura portuguesa esteve desde seu e) no Timor Leste, parte oriental da ilha de Timor, próxima início da Oceania, mas que os mapas geopolíticos assentada na diversidade e na contradição, do que resultaram alguns de seus traços positivos (miscibilidade, aclimatabilidade etc.) atuais incorporam ao Sudeste Asiático. e negativos (tendência ao ceticismo quanto a ideias, Questões 04 e 05 - Assinale V (verdadeiro) e F para desconfiança etc. (falso) 04. ( ) A Provença, região sul da França, chamada 02. Assinale a afirmação falsa sobre as cantigas de Langue d´Oc ou Languedo, foi o berço das primeiras escárnio e mal dizer: manifestações de uma lírica sentimental, cortês, refinada, que fazia da mulher o santuário de sua inspiração poética e a) A principal diferença entre as duas modalidades musical. satíricas está na identificação ou não da pessoa atingida. b) O elemento das cantigas de escárnio não é temático, 05. ( nem está na condição de se omitir a identidade do Mediterrâneo, alastrava-se o lirismo trovadoresco, voltado ofendido. A distinção está no retórico do “equívoco”, da para a exaltação do amor, para a vassalagem amorosa, no ambiguidade e da ironia, ausentes na cantiga de maldizer. norte predominava o espírito guerreiro, épico, que c) Os alvos prediletos das cantigas satíricas eram os celebrava nas canções de gesta o heroísmo da cavalaria comportamentos sexuais (homossexualidade, adultério, medieval. ) Enquanto no sul da Europa, nas proximidades do padres e freiras libidinosos), as mulheres (soldadeiras, prostitutas, alcoviteiras e dissimuladas), os próprios poetas Questões 06 a 10 - Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) (trovadores e jograis eram frequentemente ridicularizados), a avareza, a corrupção e a própria arte de trovar. 06. ( d) As cantigas satíricas perfazem cerca de uma quarta religiosa arrasou a Provença e dispersou seus trovadores, parte da poesia contida nos cancioneiros galego- mas a lírica provençalesca já havia fecundado a poesia portugueses. Isso revela que a liberdade da linguagem e a ocidental com a beleza melódica e a delicadeza emocional ausência de preconceito ou censura (institucional, estética de sua poesia-música, impondo uma nova concepção do ou pessoal) eram componentes da vida literária no período amor e da mulher. ) No inicio do século XIII, a intransigência trovadoresco, antes de a repressão inquisitorial atirá-las à clandestinidade. 07. ( e) Algumas composições satíricas do Cancioneiro Geral e nobre, inatingível, ao amor dos sentidos, carnal, erótico; a algumas cenas dos autos gilvicentinos revelam a alegria da razão (o amor intelectual) à alegria dos sentidos. ) A canção associava o amor-elevação, puro, sobrevivência, já bastante atenuada, da linguagem livre e da violência verbal dos antigos trovadores. 08. ( ) A poesia lírica dos provençais teve seguidores na França, na Itália, na Alemanha, na Catalunha, em Portugal e em outras regiões , onde também os temas folclóricos 03. A língua portuguesa não é falada: foram beneficiados com a forma mais culta e elaborada a) no arquipélago dos Açores e na Ilha da Madeira; que os trovadores disseminaram. b) em Gibraltar e nas Ilhas Canárias; c) no arquipélago de Cabo Verde, nas ilhas de São Tomé e 09. ( Porto Príncipe, na Guiné-Bissau em Angola e em primitiva, oral, autóctone, associada à música e à ) Foi o que ocorreu em Portugal e Galiza: a poesia VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 coreografia e protagonizada por uma mulher, as chamadas cantigas de amigo, passaram a se beneficiar do contato com uma arte mais rigorosa e mais consciente de seus meios de realização artística. 10. ( ) O primeiro trovador provençal foi Guilherme IX, da Aquitânia (1071-1127). Bernart de Ventadorn e Jaufre Rudel representam a poesia mais simples, facilmente inteligível; Marcabru, Raimbaut d´Aurenga e especialmente Arnault Daniel representam a poesia mais elaborada, com imagens e associações inesperadas, capazes de encantar os mais rigorosos exegetas, de Dante Alighieri a Ezra Pound. Resolução: 01. B 02. A 03. B 04. V 05. V 06. V 07. V 08. V 09. V 10. V Humanismo O humanismo é a filosofia moral que coloca os humanos como principais, numa escala de importância. É uma perspectiva comum a uma grande variedade de posturas éticas que atribuem a maior importância à dignidade, aspirações e capacidades humanas, particularmente a racionalidade. Embora a palavra possa ter diversos sentidos, o significado filosófico essencial destaca-se por contraposição ao apelo ao sobrenatural ou a uma autoridade superior.1 2 Desde o século XIX, o humanismo tem sido associado ao Anticlericalismo herdado dos filósofos iluministas do século XVIII. O termo abrange religiões não teístas organizadas, o humanismo secular e uma postura de vida humanista. Vertentes do humanismo Os humanistas, como o nome indica, são mais empiristas e menos espirituais; são geralmente associados a cientistas e acadêmicos, embora a filosofia não se limite a esses grupos. Têm preocupação com a ética e afirmam a dignidade do ser humano, recusando explicações transcendentais e preferindo o racionalismo. São ateus, agnósticos ou ainda ignósticos. O humanismo renascentista propõe o antropocentrismo. O antropocentrismo era a ideia de "o homem ser o centro do pensamento filosófico", ao contrário do teocentrismo, a ideia de "Deus no centro do pensamento filosófico". O antropocentrismo surgiu a partir do renascimento cultural. O humanismo positivista comtiano afirma o ser humano e rejeita a teologia e a metafísica. A forma mais profunda e coerente do humanismo comtiano é sua vertente religiosa, ou seja, a Religião da Humanidade, que propõe a substituição moral, filosófica, política e epistemológica das entidades supranaturais (os "deuses" ou as "entidades" abstratas da metafísica) pela concepção de "Humanidade". Além disso, afirma a historicidade do ser humano e a necessidade de uma percepção totalizante do homem, ou seja, que o perceba como afetivo, racional e prático ao mesmo tempo. O humanismo logosófico propõe ao ser humano a realização de um processo de evolução que o leve a superar suas qualidades até alcançar a excelência de sua condição humana. González Pecotche afirma que o humanismo logosófico "parte do próprio ser sensível e pensante, que busca consumar dentro de si o processo evolutivo que toda a humanidade deve seguir. Sua realização nesse sentido haverá, depois, de fazer dele um exemplo real daquilo que cada integrante da grande família humana pode alcançar".4 O humanismo marxista é a linha interpretativa de textos de Marx, geralmente oposta ao materialismo dialético de Engels e de outras linhas de interpretação que entendem o marxismo como ciência da economia e da história. É baseado nos manuscritos da adolescência de Marx, nos quais ele critica o idealismo Hegeliano que apresenta a história da Humanidade como realização do espírito. Para Marx, o Homem é antes de tudo parte da Natureza mas, diferentemente de Feuerbach, considera que o ser humano possui uma característica que lhe é particular, a consciência - que se manifesta como saber. Segundo Salvatore Puledda, em Interpretaciones del Humanismo, "através de sua atividade consciente o ser humano se objetiva no mundo natural, aproximando-o sempre mais de si, fazendo-o cada vez mais parecido com ele: o que antes era simples natureza, agora se transforma em um produto humano. Portanto, se o homem é um ser natural, a natureza é, por sua vez, natureza humanizada, ou seja, transformada conscientemente pelo homem." O humanismo universalista possui como um dos principais valores o de ser internacionalista, aspira uma nação humana universal, porém não quer um mundo uniforme, mas sim um mundo múltiplo, múltiplo em etnias, línguas e costumes; múltiplos nas crenças, no ateísmo e na religiosidade; o humanismo universalista não quer dirigentes nem chefes, nem ninguém que se sinta representante de nada. Outro valor de suma importância pertencente ao humanismo universalista é a não-violência ativa como meio de atuação no mundo. O fundador desta vertente humanista (Mario Rodrigues Luís Cobos) diz: "Nada acima do ser humano e nenhum humano abaixo de outro". Escola literária Também há a escola literária chamada humanismo, que surgiu no século XIV, perdurando até o final do século XV, através do humanismo que surge o Renascimento. Nesse período, destacam-se as prosas doutrinárias, dirigidas à nobreza. Já as poesias, que eram cultivadas por fidalgos, utilizavam o verso de sete e de cinco silabas, respectivamente a redondilha maior e menor. Entre os VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 autores dessa poesia palaciana,5 reunida no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, destacam-se Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro, Jorge de Aguiar, João Ruiz de Castelo Branco, Jorge d' Aguiar, Aires Teles, Gil Vicente, Bernardim Ribeiro, entre outros. 880 composições, de 286 autores, dos quais 29 escreviam em castelhano. Abrange a produção poética dos reinados de D. Afonso V (1438-1481), de D. João II (1481-1495) e de D. Manuel I – O Venturoso (1495-1521). Exercícios sobre o Humanismo ou Pré - Renascentismo Questões: 01. Sobre o Humanismo, identifique a alternativa falsa: 04. O Cancioneiro Geral não contém: a) Em sentido amplo, designa a atitude de valorização do homem, de seus atributos e realizações. b) Configura-se na máxima de Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas”. c) Rejeita a noção do homem regido por leis sobrenaturais e opõe-se ao misticismo. d) Designa tanto uma atitude filosófica intemporal quanto um período especifico da evolução da cultura ocidental. e) Fundamenta-se na noção bíblica de que o homem é pó e ao pó retornará, e de que só a transcendência liberta o homem de seu insignificância terrena. 02. Ainda sobre o Humanismo, assinale a afirmação incorreta: a) Associa-se à noção de antropocentrismo e representou a base filosófica e cultural do Renascimento. b) Teve como centro irradiador a Itália e como precursor Dante Alighieri, Boccaccio e Petrarca. c) Denomina-se também Pré-Renascentismo, ou Quatrocentismo, e corresponde ao século XV. d) Representa o apogeu da cultura provençal que se irradia da França para os demais países, por meio dos trovadores e jograis. e) Retorna os clássicos da Antiguidade greco-latina como modelos de Verdade, Beleza e Perfeição. 03. Sobre a poesia palaciana, assinale a alternativa falsa: a) É mais espontânea que a poesia trovadoresca, pela superação da influência provençal, pela ausência de normas para a composição poética e pelo retorno á medida velha. b) A poesia, que no trovadorismo era canto, separa-se da música, passando a ser fala. Destina-se à leitura individual ou à recitação, sem o apoio de instrumentos musicais. c) A diversidade métrica da poesia trovadoresca foi praticamente reduzida a duas medidas: os versos de 7 sílabas métricas (redondilhas menores). d) A utilização sistemática dos versos redondilhas denominou-se medida velha, por oposição à medida nova, denominação que recebemos os versos decassílabos, trazidos da Itália por Sá de Miranda, em 1527. e) A poesia palaciana foi compilada em 1516, por Garcia de Resende, no Cancioneiro Geral, antologia que reúne a) Composições com motes e glosas. b) Cantigas e esparsas. c) Trovas e vilancetes. d) Composições na medida velha. e) Sonetos e canções. 05. A obra de Fernão Lopes tem um caráter: a) Puramente científico, pelo tratamento documental da matéria histórica; b) Essencialmente estético pelo predomínio do elemento ficcional; c) Basicamente histórico, pela fidelidade à documentação e pela objetividade da linguagem científica; d) Histórico-literário, aproximando-se do moderno romance histórico, pela fusão do real com o imaginário. e) Histórico-literário, pela seriedade da pesquisa histórica, pelas qualidades do estilo e pelo tratamento literário, que reveste a narrativa histórica de um tom épico e compõe cenas de grande realismo plástico, além do domínio da técnica dramática de composição. 06. (FUVEST) Aponte a alternativa correta em relação a Gil Vicente: a) Compôs peças de caráter sacro e satírico. b) Introduziu a lírica trovadoresca em Portugal. c) Escreveu a novela Amadis de Gaula. d) Só escreveu peças e português. e) Representa o melhor do teatro clássico português. 07. (FUVEST-SP) Caracteriza o teatro de Gil Vicente: a) A revolta contra o cristianismo. b) A obra escrita em prosa. c) A elaboração requintada dos quadros e cenários apresentados. d) A preocupação com o homem e com a religião. e) A busca de conceitos universais. 08. (FUVEST-SP) Indique a afirmação correta sobre o Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente: a) É intricada a estruturação de suas cenas, que surpreendem o público com a inesperado de cada situação. b) O moralismo vicentino localiza os vícios, não nas instituições, mas nos indivíduos que as fazem viciosas. c) É complexa a crítica aos costumes da época, já que o autor primeiro a relativizar a distinção entre Bem e o Mal. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 d) A ênfase desta sátira recai sobre as personagens populares mais ridicularizadas e as mais severamente punidas. e) A sátira é aqui demolidora e indiscriminada, não fazendo referência a qualquer exemplo de valor positivo. 09. (FUVEST-SP) Diabo, Companheiro do Diabo, Anjo, Fidalgo, Onzeneiro, Parvo, Sapateiro, Frade, Florença, Brísida Vaz, Judeu, Corregedor, Procurador, Enforcado e Quatro Cavaleiros são personagens do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente. Analise as informações abaixo e selecione a alternativa incorreta cujas características não descrevam adequadamente a personagem. a) O Onzeneiro idolatra o dinheiro, é agiota e usurário; de tudo que juntara, nada leva para a morte, ou melhor, leva a bolsa vazia. b) O Frade representa o clero decadente e é subjugado por suas fraquezas: mulher e esporte; leva a amante e as armas de esgrima. c) O Diabo, capitão da barca do inferno, é quem apressa o embarque dos condenados; é dissimulado e irônico. d) O Anjo, capitão da barca do céu, é quem elogia a morte pela fé; é austero e inflexível. e) O Corregedor representa a justiça e luta pela aplicação integra e exata das leis; leva papéis e processos. 10. Leia com atenção o fragmento do Auto da Barco do Inferno, de Gil Vicente: Parvo - - Hou, homens dos breviários, Rapinastis coelhorum Et pernis perdigotorum E mijais nos campanários. Não é correto afirmar sobre o texto: a) As falas do Parvo, como esta, sempre são repletas de gracejos e de palavrões, com intenção satírica. b) Nesta fala, o Parvo está denunciando a corrupção do Juiz e do Procurador. c) O latim que aparece na passagem é exemplo de imitação paródia dessa língua. d) Por meio de seu latim, o Parvo afasta-se de seu simplicidade, mostrando-se conhecedor de outra línguas. e) Ao misturar um falso latim com palavrões, Gil Vicente demonstra a natureza popular de seu teatro e de seus canais de expressão. Resolução: 01. E 02. D 05. E 06. A 09. E 10. D 03. A 07. D 04. E 08. B Classicismo Introdução O classicismo é um movimento cultural que valoriza e resgata elementos artísticos da cultura clássica (grecoromana). Nas artes plásticas, teatro e literatura, o classicismo ocorreu no período do Renascimento Cultural (séculos XIV ao XVI). Já na música, ele apareceu na metade do século XVIII (Neoclassicismo). Características do Classicismo: - Valorização dos aspectos culturais e filosóficos da cultura das antigas Grécia e Roma; - Influência do pensamento humanista; - Antropocentrismo: o homem como o centro do Universo; - Críticas as explicações e a visão de mundo pautada pela religião; - Racionalismo: valorização das explicações baseadas na ciência; - Busca do equilíbrio, rigor e pureza formal; - Universalismo: abordagem de temas universais como, por exemplo, os sentimentos humanos. Principais representantes do Classicismo dos séculos XIV ao XVI: - Na literatura destacou-se o escritor português Camões, autor da grandiosa obra Os Lusíadas. Podemos também destacar os escritores: Dante Alighieri, Petrarca e Boccacio. - Nas artes plásticas, podemos destacar: Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael Sanzio, Andrea Mantegna, Claudio de Lorena entre outros. Principais representantes do Neoclassicismo na música do século XVIII: - Wolfgang Amadeus Mozart - Joseph Haydn - Ludwig van Beethoven Classicismo, ou Quinhentismo (século XV) é o nome dado ao período literário que surgiu na época do Renascimento(Europa séc. XV a XVI). Um período de grandes transformações culturais, políticas e econômicas. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Vários foram os fatores que levaram a tais transformações, dentre eles a crise religiosa (era a época da Reforma Protestante, liderada por Lutero), as grandes navegações (onde o homem foi além dos limites da sua terra) e a invenção da Imprensa que contribuiu muito para a divulgação das obras de vários autores gregos e latinos (cultura clássica) proporcionando mais conhecimento para todos. Foi na arte renascentista que o antropocentrismo atingiu a sua plenitude, agora, era o homem que passava a ser evidenciado, e não mais Deus. A arte renascentista se inspirava no mundo grecoromano (Antiguidade Clássica) já que estes também eram antropocêntricos. Características do Classicismo Racionalismo: a razão predomina sobre o sentimento, ou seja, a expressão dos sentimentos era controlada pela razão. Universalismo: os assuntos pessoais ficaram de lado e as verdades universais (de preocupação universal) passaram a ser privilegiadas. Perfeição formal: métrica, rima, correção gramatical, tudo isso passa a ser motivo de atenção e preocupação. Presença da mitologia greco-latina Humanismo: o homem dessa época se liberta dos dogmas da Igreja e passa a se preocupar com si próprio, valorizando a sua vida aqui na Terra e cultivando a sua capacidade de produzir e conquistar. Porém, a religiosidade não desapareceu por completo. Principais Autores e Obras - Luís Vaz de Camões Um dos maiores nomes da Literatura Universal, e certamente, o maior nome da Literatura Portuguesa. Escreveu poesias (líricas e épicas) e peças teatrais, porém sua obra mais conhecida e consagrada é a epopeia “Os Lusíadas” considerada uma obra-prima. Essa obra é dividida em 10 partes (cantos) com 8816 versos distribuídos em 1120 estrofes e narra a viagem de Vasco da Gama às Índias enfatizando alguns momentos importantes da história de Portugal. Outros escritores existiram, porém não tiveram tanto destaque quanto Camões, são eles: Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro e Antônio Ferreira. O Classicismo terminou em 1580, com a passagem de Portugal ao domínio espanhol e também com a morte de Camões. Características de uma Epopeia É escrita em versos. O tema é sempre grandioso e heroico e refere-se à história de um povo. É composta de proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo. Classicismo (Portugal) - resumo, principais autores, características, dicas e questões comentadas Classicismo: é a face literária do Renascimento, movimento de renovação científica, artística e cultural que marca o fim da Idade Média e o nascimento da Idade Moderna na Europa. O Renascimento é fruto do crescimento gradativo da burguesia comercial e das atividades econômicas entre as cidades europeias. Portugal O Classicismo português começa em 1527, quando o poeta Francisco Sá de Miranda retorna da Itália a Portugal com ideias de renovação literária (caso do soneto, nova forma de composição poética). Camões Mais importante autor do período em Portugal, Luís de Camões apresenta uma biografia incerta e cheia de aventura. Uma das poucas certezas sobre sua vida é que foi soldado e perdeu o olho direito combatendo na África. Sua produção poética foi rica e variada, abrangendo poesia lírica e épica. Poesia épica Em 1572, Camões publica Os Lusíadas, poema que celebrava feitos marítimos e guerreiros recentes de Portugal. O livro também narra a história do país (de sua fundação mítica até o período histórico). O herói do poema é o próprio povo português e o enredo gira em torno da viagem de Vasco da Gama na busca de um novo caminho para as Índias. Escrito em dez cantos, Os Lusíadas tem 1.102 estrofes (compostas em oitava-rima e versos decassílabos) e cinco partes. Poesia lírica Camões escreveu sua poesia lírica com versos na medida velha (versos redondilhos) e na medida nova (versos decassílabos). É no soneto, contudo, que a lírica camoniana alcança seu ponto mais alto: quer pela estrutura tipicamente silogística, quer pela constante dualidade entre o amor material e o amor idealizado (platônico). Amor é um Fogo que Arde sem se Ver Amor é um fogo que arde sem se ver; É ferida que dói, e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; É um andar solitário entre a gente; É nunca contentar-se e contente; É um cuidar que ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? Luís Vaz de Camões, in "Sonetos" VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança: Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades. Comentário: Classicismo é a designação dada à tendência estética, literária, artística e filosófica que reproduzia os ideais da antiguidade clássica. Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança: Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem (se algum houve) as saudades. Exercícios sobre o classicismo O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria, E em mim converte em choro o doce canto. Questões: 01. Os Lusíadas - Luís de Camões - Justifique a afirmação: O discurso do “Velho Restelo” está em oposição a certas E afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto, Que não se muda já como soía. concepções dominantes na sociedade portuguesa da época Luís Vaz de Camões, in "Sonetos" Lusitana. Com o que ficar atento? O Renascimento envolveu um movimento intelectual que incentivou a recuperação de valores e modelos da antiguidade clássica greco-romana. Isso desencadeou importantes transformações políticas e econômicas na sociedade. 02. Identifique a alternativa que não contenha ideais Como pode cair no vestibular? A preferência dos últimos exames recaiu sobre a épica camoniana, mas nada impede que a lírica também seja abordada. Sobretudo, no que diz respeito ao tema do neoplatonismo e do desconcerto do mundo. Como já caiu no vestibular? (FGV-SP) Assinale a alternativa que completa corretamente a afirmação seguinte: dos grandes descobrimentos, expressas pelo discurso que exalta a empresa navegadora posta em marcha pela Coroa clássicos de a) Universalismo b) Formalismo arte: e racionalismo. e perfeccionismo. c) Obediência às regras e modelos e contenção do lirismo. d) Valorização do homem (do aventureiro, do soldado, do sábio e do amante) e verossimilhança (imitação da verdade e da natureza). e) Liberdade de criação e predomínio dos impulsos pessoais. 03. O culto aos valores universais – o Belo, o Bem, a O movimento desenvolveu-se no apogeu político de Portugal; consiste numa concepção artística baseada na imitação dos modelos clássicos gregos e latinos. Nele, o pensamento lógico predomina sobre a emoção, e a estrutura da composição poética obedece a formas fixas, com a introdução da medida nova, que convive com a medida velha das formas tradicionais. Verdade e a Perfeição – e a preocupação com a forma Trata-se do: c) Romantismo d) Trovadorismo a) Modernismo. b) Barroco. c) Romantismo. d) Classicismo. e) Realismo. Gabarito : Resposta correta: D aproximaram o Classicismo de duas escolas literárias posteriores. Aponte a alternativa que identifica essas escolas: a) Barroco b) Arcadismo e) Realismo 04. Não se e e relaciona influência sonetos, Humanismo; e b) d) Modernismo; e versos predileção Parnasianismo; e a) c) Simbolismo; à Naturalismo. medida nova: decassílabos; por tercetos, italiana; formas oitavas fixas; e odes; VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 e) cultura popular, tradicional. 08. Não são modalidade da medida nova: a) canção 05. O Classicismo propriamente dito, tem por limites b) soneto cronológicos, de: c) terceto e oitava; e sextina; em Portugal, as datas e elegia; e ode; a) 1500 e 1601. d) écloga b) 1434 e 1516. e) trova c) 1502 e 1578. d) 1527 e 1580. 09. (FUVEST-SP) e) 1198 e 1434. a) o verso usado para a composição dos sonetos é o e Na vilancete. Lírica de Camões: redondilho 06. Assinale a incorreta sobre Camões: b) maior; encontram-se sonetos, odes, sátiras e autos; a) Sua obra compreende os gêneros épico, lírico e c) cantar a pátria é o centro das preocupações; dramático. d) encontra-se uma fonte de inspiração de muitos poetas b) A lírica de Camões permaneceu praticamente inédita. brasileiros Sua primeira compilação e póstumas, datada de 1595, e e) a mulher é vista em seus aspectos físicos, despojada de organizada sob o título de As Rimas de Luís de Camões, espiritualidade. por Fernão Rodrigues Lobo do século XX; Soropita. c) Sua lírica compõe-se exclusivamente de redondilhas e 10. (MACKENZIE-SP) Sobre o poema Os Lusíadas, é sonetos. incorreto d) Apesar de localizada no período clássico-renascentista, a) quando a ação do poema começa, as naus portuguesas a estão obra de citações barrocas. afirmar navegando no em que: pleno meio Oceano Índico, da viagem; e) Representa a amadurecimento de língua portuguesa, sua portanto estabilização e a maior manifestação de sua excelência b) na Invocação, o poeta se dirige às Tágides, ninfas do rio literária. Tejo; c) Na ilha dos Amores, após o banquete, Tétis conduz o 07. Ainda sobre Camões, assinale a incorreta: capitão ao descenda ponto a mais alto “máquina da ilha, onde do lhe mundo”; a) Não há um texto definitivo de lírica camoniana. d) Tem como núcleo narrativo a viagem de Vasco da Atribuem-se-lhe cerca de 380 composições líricas, Gama, a fim de estabelecer contato marítimo com as destacando-se os cerca de 200 sonetos, alguns de autoria Índias; controversa. e) É composto em sonetos decassílabos, mantendo em b) Camões teria reunido sua lírica sob o titulo de O 1.102 estrofes o mesmo esquemas de rimas. Parnaso Lusitano, que se perdeu, e do qual há algumas referências nas cartas do poetas. Resolução: c) As redondilhas de Camões seguem os moldes da poesia palaciana do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende e , 01. Esse velho, descontente com o empreendimento mesmo superou seus português de buscar do mundo novas partes, destrói ponto antecessores. por ponto os ideais que levaram à epopeia das grandes d) A lírica na medida velha, tradicional, medieval, vale-se navegações. Começa por desmitificar o ideal da fama, dos motes glosados, das redondilhas e são de cunho dizendo que ela nada mais é que a vontade de poder, galante, fraude com que os poderosos atiçam as massas para fazê- na medida velha, contemporâneos o e alegre poeta madrigalesco. e) A principal diferença entre a poesia lírica e a poesia las épica é formal e manifesta-se da utilização de versos de “Chamam-te Fama e Glória soberana / Nomes com que se diferentes o povo néscio engana. Esse desejo de mandar só produz metros. apoiar sua política expansionista. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 danos. Mostra que o projeto ultramarino será um desastre para a sociedade portuguesa, ocasionando o despovoamento e o enfraquecimento do país, já que os homens válidos estarão mortos ou em outras terras e, em Portugal, estarão os velhos, as mulheres, os órfãos. Para ele, a empresa navegadora produzirá somente pobreza, adultério, desamparo. Execra ainda os chamados heróis d) canção e elegia e) trova e vilancete 04. Os Lusíadas - Luís de Camões - O discurso do “Velho Restelo” está em oposição a certas concepções dominantes na sociedade portuguesa da época dos grandes descobrimentos, expressas pelo discurso que exalta a empresa navegadora posta em marcha pela Coroa Lusitana. Qual das alternativas abaixo justifica a afirmação: civilizadores, aqueles que fizeram progredir a sociedade humana, por exemplo: Prometeu, que roubou o fogo do céu e deu aos homens; Dédalo, grande arquiteto que fabricou para seu filho Ícaro umas asas, presas com cera nos ombros, com cujo auxílio pretendeu voar. Considera todo avanço ocasionam técnico a ruína intrinsecamente de seus 02. E 03. B 04. E 05. D 06. C 07. E 08. E 09. D mau, porque empreendedores. 10. E 01. Identifique a alternativa que não contenha ideais clássicos de arte: a) Liberdade de criação e predomínio dos impulsos pessoais b) Formalismo e perfeccionismo c) Universalismo e racionalismo d) Valorização do homem (do aventureiro, do soldado, do sábio e do amante) e verossimilhança (imitação da verdade e da natureza) e) Obediência às regras e modelos e contenção do lirismo 02. (MACKENZIE-SP) Sobre o poema Os Lusíadas, é incorreto afirmar que: a) na Invocação, o poeta se dirige às Tágides, ninfas do rio Tejo b) Na ilha dos Amores, após o banquete, Tétis conduz o capitão ao ponto mais alto da ilha, onde lhe descenda a “máquina do mundo” c) quando a ação do poema começa, as naus portuguesas estão navegando em pleno Oceano Índico, portanto no meio da viagem d) É composto em sonetos decassílabos, mantendo em 1.102 estrofes o mesmo esquemas de rimas e) Tem como núcleo narrativo a viagem de Vasco da Gama, a fim de estabelecer contato marítimo com as Índias 03. Não são modalidade da medida nova: a) soneto e ode b) terceto e oitava c) écloga e sextina I) Esse velho, descontente com o empreendimento português de buscar do mundo novas partes, destrói ponto por ponto os ideais que levaram à epopeia das grandes navegações. Começa por desmitificar o ideal da fama, dizendo que ela nada mais é que a vontade de poder, fraude com que os poderosos atiçam as massas para fazêlas apoiar sua política expansionista. II) “Chamam-te Fama e Glória soberana / Nomes com que se o povo néscio engana. Esse desejo de mandar só produz danos. Mostra que o projeto ultramarino será um desastre para a sociedade portuguesa, ocasionando o despovoamento e o enfraquecimento do país, já que os homens válidos estarão mortos ou em outras terras e, em Portugal, estarão os velhos, as mulheres, os órfãos. III) Para ele, a empresa navegadora produzirá somente pobreza, adultério, desamparo. Execra ainda os chamados heróis civilizadores, aqueles que fizeram progredir a sociedade humana, por exemplo: Prometeu, que roubou o fogo do céu e deu aos homens; Dédalo, grande arquiteto que fabricou para seu filho Ícaro umas asas, presas com cera nos ombros, com cujo auxílio pretendeu voar. Considera todo avanço técnico intrinsecamente mau, porque ocasionam a ruína de seus empreendedores. a) I e II b) I, II e III c) I e III d) II e) II e III 05. O Classicismo propriamente dito, tem por limites cronológicos, em Portugal, as datas de: a) 1527 e 1580 b) 1502 e 1578 c) 1198 e 1434 d) 1500 e 1601 e) 1434 e 1516 06. (FUVEST-SP) Na Lírica de Camões: a) a mulher é vista em seus aspectos físicos, despojada de espiritualidade b) encontra-se uma fonte de inspiração de muitos poetas brasileiros do século XX VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 c) cantar a pátria é o centro das preocupações d) encontram-se sonetos, odes, sátiras e autos e) o verso usado para a composição dos sonetos é o redondilho maior 09 - E 10 – A PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES LITERÁRIAS NO BRASIL 07. O culto aos valores universais – o Belo, o Bem, a Verdade e a Perfeição – e a preocupação com a forma aproximaram o Classicismo de duas escolas literárias posteriores. Aponte a alternativa que identifica essas escolas: a) Trovadorismo e Humanismo b) Romantismo e Modernismo c) Barroco e Simbolismo d) Arcadismo e Parnasianismo 08. Assinale a incorreta sobre Camões: a) Representa a amadurecimento de língua portuguesa, sua estabilização e a maior manifestação de sua excelência literária b) Sua obra compreende os gêneros épico, lírico e dramático c) Sua lírica compõe-se exclusivamente de redondilhas e sonetos d) A lírica de Camões permaneceu praticamente inédita. Sua primeira compilação e póstumas, datada de 1595, e organizada sob o título de As Rimas de Luis de Camões, por Fernão Rodrigues Lobo Soropita 09. Não se relaciona à medida nova: a) predileção por formas fixas b) sonetos, tercetos, oitavas e odes c) versos decassílabos d) influência italiana e) cultura popular, tradicional 10. Ainda sobre Camões, assinale a incorreta: a) A principal diferença entre a poesia lírica e a poesia épica é formal e manifesta-se da utilização de versos de diferentes metros b) As redondilhas de Camões seguem os moldes da poesia palaciana do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende e , mesmo na medida velha, o poeta superou seus contemporâneos e antecessores c) A lírica na medida velha, tradicional, medieval, vale-se dos motes glosados, das redondilhas e são de cunho galante, alegre madrigalesco d) Não há um texto definitivo de lírica camoniana. Atribuem-se-lhe cerca de 380 composições líricas, destacando-se os cerca de 200 sonetos, alguns de autoria controversa e) Camões teria reunido sua lírica sob o titulo de O Parnaso Lusitano, que se perdeu, e do qual há algumas referências nas cartas do poetas 01 - A 02 - D 03 - E 04 - B 05 – A 06 - B 07 - D 08 - C As primeiras manifestações literárias em terras brasileiras ocorreram no período do Brasil-Colônia. Destacam-se como tais, um conjunto de obras portuguesas ocorridas a partir do século XVI, manifestadas por meio dos escritos produzidos pelos viajantes, no intento de relatar as descobertas marítimas e terrestres. Cabe ressaltar que antes do período que se refere às Grandes Navegações, os povos europeus consideravam estar no centro do mundo, uma vez que todas as partes, até então desconhecidas, eram concebidas como pertencentes a elementos fantásticos. Após iniciadas as grandes expedições marítimas, reverteu-se toda esta ótica. Por meio delas, estas fantasias foram cedendo lugar a fatos VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 reais, principalmente com a conquista e a colonização de novas terras, visto que as consequências econômicas, políticas e morais, relacionadas às mesmas, tornavam-se cada vez mais importantes “aos olhos de Portugal”. Desta forma, as obras produzidas neste período são de caráter informativo, e ao conjunto dos referidos relatos, atribuímos o nome de Literatura de Informação ou Literatura dos Cronistas e Viajantes. Os textos, escritos em prosa, eram bem aceitos em Portugal e na Espanha, pois as paisagens exuberantes e os costumes exóticos ligados à natureza do homem brasileiro atendiam plenamente aos interesses econômicos, principalmente do colonizador. Dentre estas obras, destacam-se como mais importantes: Carta de Pero Vaz de Caminha, dirigida ao rei D. Manuel, relatando o descobrimento e as principais impressões da nova terra; Diário de navegação, de Pero Lopes de Souza (1530); Tratado da terra do Brasil e história da Província de Santa Cruz, a que vulgarmente chamamos de Brasil, de Pero de Magalhães Gândavo (1576); Narrativa epistolar e Tratado das terras e das gentes do Brasil, de Fernão Cardim (1583); Tratado descritivo do Brasil, de Gabriel Soares de Souza (1587); Diálogos das grandezas do Brasil, de Ambrósio Fernandes Brandão (1618); Cartas escritas pelos jesuítas durante os dois primeiros séculos da catequese; História da conversão dos gentios, do Pe. Manuel da Nóbrega; História do Brasil, de Feri Vicente de Salvador (1627); Duas viagens ao Brasil, de Hans Staden (1557); A literatura de Catequese Compondo o quadro da literatura de informação, destacase também a literatura de catequese, a qual pertencia aos escritos dos jesuítas que chegaram ao Brasil a partir de 1549. Pertenciam à Companhia de Jesus, organizada por Ignácio de Loyola, visando recuperar o poder e o prestígio preconizado pela Igreja Católica após a Reforma Protestante. Assim sendo, defendiam a fé contra os ataques de protestantes e hereges, propagando-a aos mais distantes lugares da terra, convertendo muçulmanos, budistas e até os habitantes nativos das terras recém descobertas. Com base neste propósito, fundaram vários colégios na Europa e América, pois viam a educação como um instrumento viável para tal realização. Entre seus principais representantes, citam-se os padres Manuel da Nóbrega, Fernão Cardim e José de Anchieta. Ao chegar aqui, Manuel da Nóbrega, juntamente com outros membros da Companhia de Jesus, mantiveram uma vasta correspondência sobre como se deu sua obra catequética, focalizando hábitos, costumes, língua e, sobretudo, as relações que mantinham entre os colonos e os jesuítas. José de Anchieta destacou-se de modo relevante, em razão de sua produção de caráter pedagógico e moral, retratada em forma de poemas e peças teatrais. As representadas por cartas, relatórios e crônicas caracterizavam-se como prosa informativa, além de sermões, peças teatrais e poesias, todas escritas em português, espanhol e tupi-guarani. A popularidade é característica marcante no teatro de José de Anchieta, pautado por uma linguagem simples e composto por uma técnica rudimentar, retoma uma tradição baseada nos autos de Gil Vicente, como também nos moldes proferidos durante a Idade Média. Como podemos perceber, a produção concernente a este jesuíta possui um amplo valor significativo no processo de formação de nossa cultura, em razão de o mesmo ter se incumbido diante da tentativa de conferir uma expressão literária às novas condições do homem em solo brasileiro. Viagem à terra do Brasil, de Jéan Léry (1578). Exercícios sobre o Quinhentismo 01. As primeiras manifestações literárias que se registram na Literatura Brasileira referem-se a: a) Literatura informativa sobre o Brasil (crônica) e literatura didática, catequética (obra dos jesuítas). b) Romances e contos dos primeiros colonizadores. c) Poesia épica e prosa de ficção. d) Obras de estilo clássico, renascentista. e) Poemas românticos indianistas. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 02. A literatura de informação corresponde às obras: 07. São características da poesia do Padre José de a) barrocas; Anchieta: b) arcádicas; a) a temática, visando a ensinar os jovens jesuítas c) de jesuítas, cronistas e viajantes; chegados ao Brasil; d) do Período Colonial em geral; b) linguagem cômica, visando a divertir os índios; e) n.d.a. expressão em versos decassílabos, como a dos poetas clássicos do século XVI; 03. Qual das afirmações não corresponde à Carta de c) temas vários, desenvolvidos sem qualquer preocupação Caminha? pedagógica ou catequética; a) Observação do índio como um ser disposto à d) função pedagógica; temática religiosa; expressão em catequização. redondilhas, o que permitia que fossem cantadas ou b) Deslumbramento diante da exuberância da natureza recitadas facilmente. tropical. e) n.d.a. c) Mistura de ingenuidade e malícia na descrição dos índios e seus costumes. 08. (UNIV. FED. DE SANTA MARIA) Sobre a literatura d) Composição sob forma de diário de bordo. produzida no primeiro século da vida colonial brasileira, é e) Aproximações barrocas no tratamento literário e no correto afirmar que: lirismo das descrições. a) É formada principalmente de poemas narrativos e textos dramáticos que visavam à catequese. 04. (UNISA) A “literatura jesuíta”, nos primórdios de b) Inicia com Prosopopeia, de Bento Teixeira. nossa história: c) É constituída por documentos que informam acerca da a) tem grande valor informativo; terra brasileira e pela literatura jesuítica. b) marca nossa maturação clássica; d) Os textos que a constituem apresentam evidente c) visa à catequese do índio, à instrução do colono e sua preocupação artística e pedagógica. assistência religiosa e moral; e) Descreve com fidelidade e sem idealizações a terra e o d) está a serviço do poder real; homem, ao relatar as condições encontradas no Novo e) tem fortes doses nacionalistas. Mundo. 05. A importância das obras realizadas pelos cronistas 09. (UFV) Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede: portugueses do século XVI e XVII é: Dos vícios já desligados a) determinada exclusivamente pelo seu caráter literário; nos pajés não crendo mais, b) sobretudo documental; nem suas danças rituais, c) caracterizar a influência dos autores renascentistas nem seus mágicos cuidados. europeus; d) a deterem sido escritas no Brasil e para brasileiros; (ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e) n.d.a. e adaptação de Walmir Ayala] Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110) 06. Anchieta só não escreveu: a) um dicionário ou gramática da língua tupi; Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe b) sonetos clássicos, à maneira de Camões, seu acima, pronunciada pelos meninos índios em procissão: contemporâneo; c) poesias em latim, portugueses, espanhol e tupi; a) Os meninos índios representam o processo de d) autos religiosos, à maneira do teatro medieval; aculturação em sua concretude mais visível, como produto e) cartas, sermões, fragmentos históricos e informações. final de todo um empreendimento do qual participaram VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 com igual empenho a Coroa Portuguesa e a Companhia de Jesus. b) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e acabada daquilo que se convencionou chamar de literatura informativa. c) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua própria cultura, ao mencionar as danças rituais e as magias praticadas pelos pajés. d) Os meninos índios são figura alegóricas cuja construção como personagens atende a todos os requintes da dramaturgia renascentista. e) Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a catequese trazida pelos jesuítas, de quem querem libertar-se tão logo seja possível. Resolução: 01. A 02. C 03. E 04. C 05. B 06. B 07. D 08. C 09. A Questões de vestibulares 1. (FUVEST) Entende-se por literatura informativa no Brasil: a) o conjunto de relatos de viajantes e missionários europeus, sobre a natureza e o homem brasileiros. b) a história dos jesuítas que aqui estiveram no século XVI. c) as obras escritas com a finalidade de catequese do indígena. d) os poemas do Padre José de Anchieta. e) os sonetos de Gregório de Matos. 2. (UFPA) Texto 1 “De ponta a ponta, é tudo praia... muito chã e muito formosa. Nela, até agora, não podemos saber que haja ouro nem prata... porém a terra em si é de muitos bons ares, assim frios e temperados... Águas são muitas; infindas.” Texto 2 “Então estiraram-se de costas na alcatifa, a dormir, sem buscarem maneira de encobrir suas vergonhas.” Sobre o autor dos fragmentos acima é correto afirmar que: a) escreveu documentos oficiais. b) é festejado representante da prosa modernista. c) criou vasta obra romanesca. d) concedeu textos com finalidade pedagógica. e) não propaga em sua obra a fé cristã. 3. (UFPA) A gênese da nossa formação literária encontrase no século XVI. Dela fazem parte: a) as obras produzidas pelos degredados que eram obrigados a se instalar no Brasil. b) os escritos que os donatários das capitanias hereditárias faziam ao rei de Portugal. c) os relatos dos cronistas e viajantes. d) as produções arcádicas. e) as poesias de Gregório de Matos. 4. (UFPA) Quanto ao sentimento nativista das primeiras manifestações literárias feitas no Brasil: a) é um sentimento de apego aos valores culturais portugueses, conforme se vê nos poemas de Anchieta. b) consiste na propagação da mentalidade colonial portuguesa, sobre o que giram os poemas de Gregório de Matos. c) a obra dos cronistas viajantes representa o apogeu deste sentimento. d) é um sentimento tênue de apego à terra brasileira que, mais tarde, irá desaguar no nacionalismo do Romantismo. e) só se observa nos poetas árcades devido ao seu envolvimento na inconfidência Mineira. 5. (UFPE) “Se suas cartas não apresentam valor literário reconhecível, os demais aspectos da obra do missionário – um representado por criações literárias com objetivo pedagógico em relação à catequese, outro por criações desinteressadas – devem ser literariamente valorizados, sobretudo o teatro em verso”. O texto refere-se aos textos produzidos no século XVI por: a) José de Anchieta. b) Pero Vaz de Caminha. c) Antônio Vieira. d) Bento Teixeira. e) Manuel da Nóbrega. 6. (UFPA) Quanto às manifestações literárias brasileiras aparecidas durante o período colonial: a) refletiam a grandeza da Literatura Portuguesa da época. b) não havia obras escritas, existia, pois, como manifestação oral. c) eram ainda incipientes, apesar de escritas, pois a metrópole não incentivava este tipo de produção. d) o expressivo número de escritores que apareceram obreiam-se com os maiores vultos da literatura universal. e) representa o esplendor das tendências literárias do medievalismo português. 7. (UNISA-SP) A “literatura jesuítica”, nos primórdios de nossa história: a) tem grande valor informativo. b) marca nossa maturação clássica. c) visava à catequese do índio, à instrução ao colono e sua assistência religiosa e moral. d) estava a serviço do poder real. e) tem fortes doses nacionalistas. 8. (UFRN) Sabe-se que a literatura brasileira do século XVI não primava pelo valor estético, mas se destacava pelo caráter informativo. Dentre os autores daquele período, podemos citar, com respectiva obra: a) Bento Teixeira, com História do Brasil. b) Frei Vicente Salvador, com Prosopopeia. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 c) Pero Magalhães Gândavo, com Tratado da Terra do Brasil. d) Nuno Marques Pereira, com Compêndio narrativo do peregrino da América. e) Manoel Botelho de Oliveira, com Música do Parnaso. 9. (UFV-MG) “Meu bem, meu amor, meu esposo, meu senhor, meu amigo, meu irmão, — centro do meu coração, Deus e pai! Pois com entranhas de mãe Quereis de mim ser comigo Roubais todo o meu sentido, Para vós!” José de Anchieta Assinale a alternativa que corresponde ao texto: a) trata-se de um poema barroco, por causa do jogo de antíteses. b) pertence à fase do Romantismo, como revela o intenso sentimento religioso. c) percebe-se, pelo desejo de exaltação, que é um poema épico do período quinhentista. d) expressa a religiosidade nos padrões simbolistas. e) trata-se de um poema lírico do Quinhentismo. 10. (UM-SP) Aponte a alternativa incorreta sobre o “Sermão da Sexagésima”: a) o autor desenvolve dialeticamente a seguinte tese: “A semente é a palavra de Deus”. b) o estilo é barroco e privilegia a corrente conceptista de composição. c) o orador discute no sermão cinco causas possíveis que não permitiram a entrada da palavra de Deus no coração dos homens. d) Vieira baseia-se em parábolas bíblicas, e sua linguagem se vale de estruturas retóricas clássicas. e) pela sua capacidade de argumentação, Vieira consegue, neste sermão, convencer os indígenas a se converterem. 11. (CARLOS CHAGAS-BA) Assinale o texto que, pela linguagem e pelas ideias, pode ser considerado como representante da corrente barroca. a) “Branco e meigo sorriso se deslizava em seus lábios; os negros caracóis de suas belas madeixas brincavam, mercê do zéfiro, sobre suas faces... e ela também suspirava.” b) “Estiadas amáveis iluminavam instantes de céus sobre ruas molhadas de pipilos nos arbustos dos squares. Mas a abóbada de garoa desabava os quarteirões.” c) “Os sinos repicavam numa impaciência alegre. Padre Antônio continuou a caminhar lentamente, pensando que cem vezes estivera a cair, cedendo à fatalidade da herança e à influência do meio que o arrastavam para o pecado.” d) “De súbito, porém, as lancinantes incertezas, as brumosas noites pesadas de tanta agonia, de tanto pavor de morte, desfaziam-se, desapareciam completamente como os tênues vapores de um letargo...” e) “Ah! Peixes, quantas invejas vos tenho a essa natural irregularidade! A vossa bruteza é melhor que o meu alvedrio. Eu falo, mas vós não ofendeis a Deus com as palavras; eu lembro-me, mas vós não ofendeis a Deus com a memória; eu discorro, mas vós não ofendeis a Deus com o entendimento; eu quero, mas vós não ofendeis a Deus com a vontade.” 12. (FUVEST) “Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair são os que se contentam com pregar na pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a semeadura; e hão-lhe de contar os passos. Ah! Dia do juízo! Ah! Pregadores! Os de cá, achar-vos-ei com mais paço; os de lá, com mais passos...” A passagem acima é representativa de uma das tendências estéticas da prosa seiscentista, a saber: a) o sebastianismo, isto é, a celebração do mito da volta de D. Sebastião, rei de Portugal, morto na batalha de AlcácerQuibir. b) a busca do exotismo e da aventura ultramarina, presentes nas crônicas e narrativas de viagem. c) a exaltação do heroico e do épico, por meio das metáforas grandiloquentes da epopeia. d) o lirismo trovadoresco, caracterizado por figuras de estilo passionais e místicas. e) o conceptismo, caracterizado pela utilização constante dos recursos da dialética. 13. (FUVEST) Leia o texto: Goza, goza da flor da mocidade, que o tempo trata a toda ligeireza, e imprime em toda flor sua pisada. Ó não aguardes, que a madura [idade, te converta essa flor, essa beleza, em terra, em cinza, em pó, [em sombra, em nada. Gregório de Matos Os tercetos acima ilustram: a) o caráter de jogo verbal próprio da poesia lírica do século XVI, sustentando uma crítica à preocupação feminina com a beleza. b) o jogo metafórico próprio do Barroca, a respeito da fugacidade da vida, exaltando o gozo do momento. c) o estilo pedagógico da poesia neoclássica, ratificando as reflexões do poeta sobre as mulheres maduras. d) as características de um texto romântico, porque fala de flores, terras, sombras. e) uma poesia que fala de uma existência mais materialista do que espiritual, própria da visão do mundo nostálgico cultista. 14. (FUVEST) A respeito de Padre Antônio Vieira, podese afirmar: a) embora vivesse no Brasil, por sua formação lusitana não se ocupou de problemas locais. b) procurava adequar os textos bíblicos às realidades de que tratava. c) dada sua espiritualidade, demonstrava desinteresse por assuntos mundanos. d) em função de seu zelo para com Deus, utilizava-o para justificar todos os acontecimentos políticos e sociais. e) mostrou-se tímido diante dos interesses dos poderosos. 15. (FEBASP) “Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador? Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza; o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres... O ladrão que furta para comer não vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas que levam, de que eu trato, são os outros — ladrões de maior calibre e de mais alta esfera... os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 debaixo de seu risco, estes, sem temor nem perigo; os outros se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam”. Padre Vieira. Sermão do Bom Ladrão Em relação ao estilo empregado por Vieira neste trecho podese afirmar: a) o autor recorre ao cultismo da linguagem com o intuito de convencer o ouvinte e por isto cria um jogo de imagens. b) Vieira recorre ao preciosismo da linguagem, isto é, através de fatos corriqueiros, cotidianos, procura converter o ouvinte. c) Padre Vieira emprega, principalmente, o conceptismo, ou seja, o predomínio das ideias, da lógica, do raciocínio. d) o pregador procura ensinar preceitos religiosos ao ouvinte, o que era prática comum entre os escritores gongóricos. 16. (UHRS) Considere-se as seguintes afirmações sobre o Barroco brasileiro: I – A arte barroca caracteriza-se por apresentar dualidades, conflitos, paradoxos e contrastes, que convivem tensamente na unidade da obra. II – O conceptismo e o cultismo, expressões da poesia barroca, apresentam um imaginário bucólico, sempre povoado de pastoras e ninfas. III – A oposição entre Reforma e Contra-Reforma expressa, no plano religioso, os mesmos dilemas de que o Barroco se ocupa. Quais estão corretas? a) apenas I. b) apenas II c) apenas III d) apenas I e III. e) I, II e III. 17. (UFBA) “Vós, diz Cristo Senhor nosso, falando com os Pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra, o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção, mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela, que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os Pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina, que lhes dão, a não querem receber; ou é porque o sal não salga, e os Pregadores dizem uma cousa, e fazem outra, ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem: ou é porque o sal não salga, e os Pregadores se pregam a si, e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal.” Pe. Antônio Vieira A. O autor aponta como causa da corrupção na terra: a) a doutrina pregada é fraca ou os homens não lhe são receptivos. b) os pregadores pregam uma falsa doutrina ou a doutrina é ineficiente. c) os homens não são receptivos à doutrina, porque ela é verdadeira. d) a ação dos pregadores não testemunha o que eles pregam. e) os homens tentam imitar os pregadores, seguindo-lhes a doutrina. B. São características do autor e da época, presentes no textos: a) recursos às antíteses, como suporte das ideias. b) argumentação construída através de jogo de ideias conduzindo a uma resposta. c) visão negativa do caráter do homem. d) niilismo temático encobrindo o vazio de ideias. e) abordagem da dualidade inerente à condição humana. Niilismo é uma doutrina filosófica que indica um pessimismo e ceticismo extremos perante qualquer situação ou realidade possível. Consiste na negação de todos os princípios religiosos, políticos e sociais. 18. (VUNESP) “Quem vê girar a serpe da irmã no [casto seio, Pasma, e de ira e temor ao mesmo [tempo cheio, Resolve, espera, teme, vacila, [gela e cora, Consulta o seu amor e o seu [dever ignora, Voa a farpada seta da mão, que [não se engana; Mas, ai, que já vives, ó mísera [indiana!” Nestes versos de Silva Alvarenga, poeta árcade e ilustrado, faz-se alusão ao episódio de uma obra em que a heroína morre. Assinale a alternativa correta em que se mencionam o nome da heroína, o título da obra e o nome do autor, respectivamente: a) Moema, Caramuru, Santa Rita Durão b) Marabá, Marabá, Gonçalves Dias c) Lindóia, O Uraguai, Basílio da Gama d) Iracema, Iracema, José de Alencar e) Marília, Marília de Dirceu, Tomás Antônio Gonzaga 19. (UnB-DF) Marque a opção que identifica autor, obra e escola a que pertence o seguinte trecho: “Inda conserva o pálido semblante Um não sei quê de magoado, [e triste, Que os corações mais duros [enternece Tanto era bela no seu rosto [a morte!” a) Gonçalves Dias, I-Juca Pirama, Romantismo. b) Castro Alves, Vozes d’África, Romantismo. c) Santa Rita Durão, Caramuru, Arcadismo. d) Basílio da Gama, O Uraguai, Arcadismo. e) N.d.a. 20. (FUVEST) “Por fim, acentua o polimorfismo cultural dessa época o fato de se desenrolarem acontecimentos historicamente relevantes, como a Inconfidência Mineira e a transladação da corte de D. João VI para o Rio de Janeiro”. Massaud Moisés A época histórica a que se refere o crítico é a do: a) Simbolismo. b) Arcadismo. c) Parnasianismo. d) Realismo. e) Romantismo. RESPOSTAS 1. a 2. a VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 3. c 4. d 5. a 6. c 7. c 8. c 9. e 10. e 11. e 12. e 13. b 14. b 15. c 16. d 17. A. d, B. b 18. c 19. d 20. b 24. a gerado muita polêmica e pouco consenso na conceituação e caracterização do estilo. Para diversos pesquisadores o Barroco constitui não apenas um estilo artístico, mas todo um período histórico e um movimento sociocultural, onde se formularam novos modos de entender o mundo, o homem e Deus. As mudanças introduzidas pelo espírito barroco se originaram, pois, de um grande respeito pela autoridade da tradição clássica, e de um desejo de superá-la com a criação de obras originais, dentro de um contexto que já se havia modificado profundamente em relação ao período anterior Barroco Barroco é o nome dado ao estilo artístico que floresceu entre o final do século XVI e meados do século XVIII, inicialmente na Itália, difundindo-se em seguida pelos países católicos da Europa e da América, antes de atingir, em uma forma modificada, as áreas protestantes e alguns pontos do Oriente. Considerado como o estilo correspondente ao absolutismo e à Contra-Reforma, distingue-se pelo esplendor exuberante. De certo modo o Barroco foi uma continuação natural do Renascimento, porque ambos os movimentos compartilharam de um profundo interesse pela arte da Antiguidade clássica, embora interpretando-a diferentemente. Enquanto no Renascimento o tratamento das temáticas enfatizava qualidades de moderação, Contextualização economia formal, austeridade, equilíbrio e harmonia, o Antecedentes tratamento barroco de temas idênticos mostrava maior dinamismo, contrastes mais fortes, maior dramaticidade, Desde o Renascimento a Itália se tornara o maior polo de exuberância e realismo e uma tendência ao decorativo, atração de artistas em toda a Europa, e no início do século além de manifestar uma tensão entre o gosto pela XVI Roma, sede do Papado católico e capital dos Estados materialidade opulenta e as demandas de uma vida Pontifícios, se tornara o maior centro irradiador de espiritual. Mas nem sempre essas características são bem influência artística, tendo a Igreja como o mais evidentes ou se apresentam todas ao mesmo tempo. Houve pródigo mecenas. Mas desde lá, tendo passado por uma foram invasões dramáticas, como a que culminou no Saque de englobadas sob a denominação genérica de "arte barroca", Roma de 1527, e sofrendo com agitação interna, a Itália com certas escolas mais próximas do classicismo havia perdido muito prestígio e força, ainda que renascentista e outras mais afastadas dele, o que tem continuasse a ser a maior referência na cultura europeia. A grande variedade de abordagens que VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 atmosfera otimista do Renascimento havia se desvanecido. Edelman, fazendo um balanço da arte deste período, disse Os progressos na filosofia, nas ciências e nas artes, o que: florescer do humanismo, não evitaram os ódios e guerras, "Os pintores e escritores maneiristas do século e a fé no homem como imagem da Divindade e no mundo XVI eram menos "realistas" do que seus como um novo Éden em potencial - um moto recorrente no predecessores da Alta Renascença, mas eles Renascimento - se deparava com o cinismo e a brutalidade reconheceram e ensinaram muito sobre como a da política, a vaidade do clero, a eterna opressão do povo, surgindo uma nova corrente cultural a que se deu o nome vida pode se tornar motivo de perplexidade: de Maneirismo - erudita, sofisticada, experimental, mas através carregada de dúvidas e agitação, e dada a excentricidades e reconhecimento ao cultivo do bizarro. melancolia, do lúdico, da ironia, da ambiguidade da sensualidade, da do horror, vulnerabilidade, do da e da atenção a diversas situações sociais e Na religião, o poder papal teve de enfrentar a Reforma Protestante, um evento com amplas repercussões políticas naturais. Suas concepções tanto reforçaram como e sociais, que pôs um fim à unidade do Cristianismo e refletiram a preocupação com a qualidade da solapou a influência católica sobre os assuntos seculares de vida cotidiana, com o desejo de experimentar e toda a Europa, que antes era imensa. Além das diferenças inovar, e com outros impulsos de índole de doutrina, onde se incluía a condenação do culto às política.... É possível que toda arte apresente esta imagens, os protestantes denunciaram o luxo excessivo dos postura, templos e a corrupção do clero católico. Suas igrejas especialmente visível" mas o Maneirismo a tornou rapidamente se esvaziaram de estátuas e pinturas devocionais e de decoração. A reação católica foi Um novo contexto orquestrada a partir da convocação do Concílio de A convocação do Concilio de Trento teve profundas Trento (1545-1563), o marco inicial da Contra-Reforma, consequências para a arte produzida na área de influência numa tentativa de refrear a evasão de fiéis para o lado da Igreja Católica: a teologia assumiu o controle e impôs protestante e a perda de influência política da Igreja. Ao restrições às excentricidades maneiristas buscando reiterar mesmo tempo que fazia uma revisão na doutrina, a continuidade da tradição católica, recuperar o decoro na estabelecendo uma nova abordagem do conceito de Deus, representação, criar uma arte mais compreensível pelo a Contra-Reforma tentou moralizar o clero e disciplinou a povo e homogeneizar o estilo. Desde então tudo devia ser produção como submetido de antemão ao crivo dos censores, desde o instrumento de proselitismo. Longas guerras de religião tema, a forma de tratamento e até mesmo a escolha das seguiriam o cisma protestante nas décadas seguintes, cores e dos gestos dos personagens. Nesse processo a devastando muitas regiões. Na economia, a abertura de Ordem dos Jesuítas foi de especial importância. Afamados novas das grandes pelo seu refinado preparo intelectual, teológico e artístico, navegações deixou a Itália fora do centro do comércio os jesuítas exerceram enorme influência na determinação internacional, deslocando o eixo econômico para as nações dos rumos estéticos e ideológicos seguidos pela arte do católica, estendendo sua presença para a América e o de arte rotas sacra, comerciais buscando em utilizá-la vista oeste europeu. Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Países Oriente Baixos eram as novas potências navais, cuja ascensão numerosas missões de evangelização. política era financiada pelas riquezas coloniais e o grandes responsáveis pela preservação da tradição do comércio em expansão. A arte desses países se beneficiou Humanismo renascentista, 6 enormemente desse novo afluxo de riquezas. Murray através de e, suas Também longe de foram serem conservadores como às vezes foram considerados, atuaram VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 na vanguarda de arte da época e promoveram o maior renovado interesse no mundo natural e uma gradativa movimento do ampliação dos horizontes culturais através da exploração classicismo pagão desde aquele patrocinado por Lorenzo do globo e do desenvolvimento da ciência, que trouxeram de' Medici no século XV. uma consciência da insignificância do homem em meio à de revivalismo da filosofia Nesse novo cenário, a arte palaciana e sofisticada do Maneirismo já não encontrava lugar, e se tornara especialmente imprópria para a representação sacra. A orientação da Igreja agora era na direção de se produzir vastidão do universo e da insuspeitada complexidade da natureza. O desenvolvimento da pintura de paisagem durante o Barroco foi um reflexo desses novos descobrimentos uma arte que pudesse cooptar a massa do povo, apelando Na economia a principal mudança foi a formação de um para o sensacionalismo e uma emocionalidade intensa. O sistema estilo produzido por este programa se provou desde logo desenvolvimento do sistema colonial nas Américas e ambíguo: pregava a fé mas usava de todos os meios para a Oriente, com a escravidão como uma das bases de seu sensibilização sensorial do público. As imagens eram funcionamento. criadas com formas naturalistas como meio de serem aprimorado, as práticas de comércio se tornaram mais imediatamente compreendidas pelo povo inculto, mas complexas e a importação de produtos coloniais, como faziam uso de complexos recursos ilusionísticos e o café, tabaco, arroz e açúcar, dramáticos, de efeito grandioso e teatral, para acentuar o culturais e a dieta. Junto com a afluência para a Europa de apelo visual e emotivo e estimular a piedade e a devoção. outros bens da colônia, incluindo grandes quantidades São especialmente ilustrativos os grandes painéis pintados de ouro, prata e diamantes, o sucesso do sistema mercantil nos tetos nas igrejas católicas nesse período, que europeu enriqueceu o continente e afetou as relações aparentemente dissolvem a arquitetura e se abrem para sociais visões sublimes do Paraíso, povoado de santos, anjos e de diplomacia e etiqueta, além de financiar um grande do Cristo. Ainda que alimentado pelo movimento contra- florescimento artístico. reformista, o Barroco não se limitou ao mundo católico, afetando também áreas protestantes como a Alemanha, Países Baixos e Inglaterra, mas por outros motivos, descritos adiante. de e mercado internacional O sistema políticas, através bancário também transformou originando novas do foi hábitos regras Os séculos XVII-XVIII, período principal de vigência do Barroco, continuaram a ser marcados por numerosas mudanças na situação política europeia e pelo conflito constante. Foi assinalado que entre 1562 e 1721 a Europa Outro elemento de importância para a formação da estética como um todo não conheceu a paz senão em quatro anos. barroca foi a consolidação das monarquias absolutistas, A maior guerra deste período foi a Guerra dos Trinta que através da arte procuraram consagrar os valores que Anos (1618-1648), defendiam. Os palácios reais passaram a ser construídos a Espanha, França, Suécia, Dinamarca, Países em escala monumental, a fim de exibir visivelmente o Baixos, Áustria, Polônia, Império poder e a grandeza dos Estados centralizados, e o maior Império. De início desencadeada pela disputa entre exemplo dessa tendência é o Palácio de Versalhes, erguido católicos e protestantes, logo repercutiu para o campo a mando de Luís XIV da França. Por outro lado, nesta secular em questões dinásticas e nacionalistas. Na mesma época a burguesia começou a se afirmar como uma conclusão do confronto, a Paz de Vestfália determinou classe economicamente influente, e com isso passou a se uma reorganização ampla na geografia política continental, educar e abrir um novo mercado consumidor de arte. favoreceu o fortalecimento de Estados absolutistas, Tendo preferências estéticas distintas da realeza, foi enfraqueceu outros, mas reconheceu a impossibilidade da importante para a formação de certas escolas barrocas mais reunificação do Cristianismo, que foi deslocado como ligadas ao realismo. Por fim, outra força ativa foi um força política pelas realidades práticas da política secular. 12 que envolveu Otomano e Sacro VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Nessa pesquisa do ser humano um papel importante foi O conhecimento desempenhado pela medicina, considerando-se que se Nesse processo de amplas e continuadas mudanças se acreditava que as funções e aspecto do corpo refletiam juntaram a religião, a filosofia moral e as ciências, na condições da alma, e assim o estudo do corpo humano tentativa de melhor estudar a adaptabilidade por parte dos influenciou conceitos religiosos e morais, fazendo com que indivíduos em meio a um contexto agitado e incerto, bem muitos doutores se sentissem habilitados a discorrer sobre como pesquisar a natureza e motivações do ser humano, a economia, política e moralidade. Ao mesmo tempo, o fim de que o conhecimento resultante fosse usado para fins estudo intensificado da anatomia humana e sua ampla práticos melhor divulgação em livros científicos e gravuras atraiu a atenção doutrinação religiosa e o melhor manejo das massas pelas dos artistas, se multiplicaram representações do corpo elites. Segundo José Antônio Maravall, na cultura da morto em detalhe, e a descrição artística da morte e dos época, o autoconhecimento, desejado desde o tempo cadáveres e esqueletos foi usada para se meditar sobre os de Sócrates, agora se revestia de um caráter tático, racional fins últimos da existência e da condição humana. O mesmo e utilitarista. impulso científico alimentou o interesse pela psicologia e definidos, E a como por partir do exemplo, a autoconhecimento e autodomínio, se acreditava que se conheceria o íntimo de pela todos os homens, e se poderia dominar a natureza e o da fisionomia física do indivíduo, considerada o espelho ambiente social com mais facilidade, um processo que do seu estado de espírito, o que possibilitou a formulação ficou de categorizações para os tipos caracterológicos. explícito por exemplo na obra dos poetas Corneille e Gracián, dizendo que o homem era um microcosmo, e ao dominar-se se tornava mestre do mundo. Esse autoconhecimento possibilitava ainda que se fizessem previsões sobre tendências e comportamentos futuros, individuais e coletivos, aproveitando oportunidades e evitando desgraças. Nesse sentido, a cultura barroca foi essencialmente pragmática e regulada pela prudência, considerada no período a maior das virtudes a serem adquiridas. Diversos políticos e moralistas barrocos a enalteceram como meio de se manter alguma ordem e controle num mundo em eterna mudança.14 análise dasemoções e motivações através Academismo O espírito analítico da época influiu até mesmo na teoria da arte. Fortalecendo uma tendência que havia iniciado timidamente no século XVI, o Barroco foi o período em que se estruturaram as academias de arte e se fundou o método de ensino rigorosamente normatizado e categorizado conhecido como academismo, que teria imensa influência sobre toda a arte europeia pelos séculos vindouros. Depois de ensaios irregulares na Itália, o sistema acadêmico desabrochou na França no reinado de Luís XIV, onde foram criadas as primeiras academias de abrangência nacional para as várias modalidades da arte e ciências, das quais uma das mais notáveis e influentes foi a Academia Real de Pintura e Escultura. Sob a direção de Charles Le Brun e o patrocínio real a Academia se tornou o principal braço executivo de um programa de glorificação da monarquia absolutista de Luís XIV, estabelecendo definitivamente a associação da escola com o Estado e com isso revestindo-a de enorme poder diretivo Philippe de Champaigne: Vaidade, c. 1671. Museu de Tessé, Le Mans sobre todo o sistema de arte francês, o que veio a contribuir para tornar a França o novo centro cultural europeu, deslocando a supremacia até então italiana. Neste período a doutrina acadêmica atingiu o auge de seu rigor, VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 abrangência, uniformidade, formalismo e explicitude, e segundo Barasch em nenhum outro momento da história da teoria da arte a ideia de Perfeição foi mais intensamente cultivada como o mais alto objetivo do artista, tendo como modelo máximo a produção da Alta Renascença italiana, daí que no caso francês o Barroco sempre permaneceu mais ou menos afiliado à tradição clássica. Enquanto que para os renascentistas italianos a arte era também uma pesquisa do mundo natural, para Le Brun era acima de tudo o produto de uma cultura adquirida, de formas herdadas e de uma tradição estabelecida. Assim a Itália ainda era uma referência inestimável. Pierre Bourdieu afirmou que a criação do sistema acadêmico significou a formulação de uma teoria em que a arte era uma encarnação os princípios da Beleza, da Verdade e do Bem. A ênfase no virtuosismo técnico e na referência aos modelos da Antiguidade clássica, que ligavam a Arte à Ética, expressavam uma visão, primeiro, de uma ordem social concebida em fundamentos morais e, Exercícios sobre o barroco segundo, do artista como um pedagogo, um erudito e um humanista. As academias, que a partir do fim do século XVII se multiplicaram pela Europa e Américas, foram importantes para a elevação do status profissional dos artistas, afastando-os dos artesãos e aproximando-os dos intelectuais. Também tiveram um papel fundamental na 01. (UNIV. CAXIAS DO SUL) Escolha a alternativa que completa de forma correta a frase abaixo: A linguagem ______, o paradoxo, ________ e o registro das impressões sensoriais são recursos linguísticos presentes na poesia ________. organização de todo o sistema de arte enquanto funcionaram, pois além do ensino monopolizaram a a) simples; a antítese; parnasiana. ideologia cultural, o gosto, a crítica, o mercado e as vias de b) rebuscada; a antítese; barroca. exibição e difusão da produção artística, e estimularam a c) objetiva; a metáfora; simbolista. formação de coleções didáticas que acabaram por ser a d) subjetiva; o verso livre; romântica. origem de muitos museus de arte. Essa vasta influência se e) detalhada; o subjetivismo; simbolista. deveu principalmente à sua estreita associação com o poder constituído dos Estados, sendo via de regra veículos para a divulgação e consagração de ideários não apenas 02. (MACKENZIE-SP) Assinale a alternativa incorreta: artísticos, mas também políticos e sociais a) Na obra de José de Anchieta, encontram-se poesias que seguem a tradição medieval e textos para teatro com clara intenção catequista. b) A literatura informativa do Quinhentismo brasileiro empenha-se em fazer um levantamento da terra, daí ser predominantemente descritiva. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 quando crista, em chamas derretido. c) A literatura seiscentista reflete um dualismo: o ser Se és fogo, como passas brandamente, humano dividido entre a matéria e o espírito, o pecado e o se és fogo, como queimas com porfia? perdão. Mas ai, que andou Amor em ti prudente! Pois para temperar a tirania, d) O Barroco apresenta estados de alma expressos através como quis que aqui fosse a neve ardente, de antíteses, paradoxos, interrogações. permitiu parecesse a chama fria. e) O conceptismo caracteriza-se pela linguagem rebuscada, O texto pertencente a Gregório de Matos e apresenta todas culta, extravagante, enquanto o cultismo é marcado pelo seguintes características: jogo de ideias, seguindo um raciocínio lógico, racionalista. a) Trocadilhos, predomínio de metonímias e de símiles, a dualidade temática da sensualidade e do refreamento, antíteses claras dispostas em ordem direta. 03. Com referência ao Barroco, todas as alternativas são corretas, exceto: b) Sintaxe segundo a ordem lógica do Classicismo, a qual o autor buscava imitar, predomínio das metáforas e das a) O Barroco estabelece contradições entre espírito e antíteses, temática da fugacidade do tempo e da vida. carne, alma e corpo, morte e vida. c) Dualidade temática da sensualidade e do refreamento, b) O homem centra suas preocupações em seu próprio ser, construção sintática por simétrica por simetrias sucessivas, tendo em mira seu aprimoramento, com base na cultura predomínio figurativo das metáforas e pares antitéticos que greco-latina. tendem para o paradoxo. c) O Barroco apresenta, como característica marcante, o d) Temática naturalista, assimetria total de construção, espírito de tensão, conflito entre tendências opostas: de um ordem direta predominando sobre a ordem inversa, lado, o teocentrismo medieval e, de outro, o imagens que prenunciam o Romantismo. antropocentrismo renascentista. e) Verificação clássica, temática neoclássica, sintaxe d) A arte barroca é vinculada à Contra-Reforma. preciosista evidente no uso das síntese, dos anacolutos e das alegorias, construção assimétrica. e) O barroco caracteriza-se pela sintaxe obscura, uso de hipérbole e de metáforas. 05. A respeito de Gregório de Matos, assinale a alternativa, incorreta: 04. (VUNESP) a) Alguns de seus sonetos sacros e líricos transpõem, com Ardor em firme coração nascido; brilho, esquemas de Gôngora e de Quevedo. pranto por belos olhos derramado; incêndio em mares de água disfarçado; b) Alma maligna, caráter rancoroso, relaxado por rio de neve em fogo convertido: temperamento e costumes, verte fel em todas as suas tu, que em um peito abrasas escondido; sátiras. tu, que em um rosto corres desatado; quando fogo, em cristais aprisionado; c) Na poesia sacra, o homem não busca o perdão de Deus; VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 não existe o sentimento de culpa, ignorando-se a busca do b) a grandeza de Deus e a pequenez humana; perdão divino. c) os contrastes da vida; d) a falsidade das aparências; d) As suas farpas dirigiam-se de preferência contra os e) a duração prolongada do sofrimento. fidalgos caramurus. e) A melhor produção literária do autor é constituída de 08. Qual é o elemento barroco mais característico da 1ª poesias líricas, em que desenvolve temas constantes da estrofe? estática barroca, como a transitoriedade da vida e das coisas. a) disposição antitética da frase; b) cultismo; c) estrutura bimembre; Texto para as questões 06 a 08 d) concepção teocênctrica; e) estrutura correlativa, disseminativa e recoletiva. A INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, 09. (SANTA CASA) A preocupação com a brevidade da Depois da Luz se segue a noite escura, vida induz o poeta barroco a assumir uma atitude que: Em tristes sombras morre a formosura, Em continuas tristezas a alegrias, a) descrê da misericórdia divina e contesta os valores da religião; Porém, se acaba o Sol, por que nascia? b) desiste de lutar contra o tempo, menosprezando a Se é tão formosa a Luz, por que não dura? mocidade e a beleza; Como a beleza assim se transfigura? c) se deixa subjugar pelo desânimo e pela apatia dos Como o gosto, da pena assim se fia? céticos; d) se revolta contra os insondáveis desígnios de Deus; Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza, e) quer gozar ao máximo seus dias, enquanto a mocidade Na formosura não se dê constância, dura. E na alegria, sinta-se triste. Começa o Mundo enfim pela ignorância A firmeza somente na inconstância. 10. (UEL) Identifique a afirmação que se refere a Gregório de Matos: 06. No texto predominaram as imagens: a) No seu esforço da criação a comédia brasileira, realiza a) olfativas; um trabalho de crítica que encontra seguidores no b) gustativas; Romantismo e mesmo no restante do século XIX. c) auditivas; d) táteis; b) Sua obra é uma síntese singular entre o passado e o e) visuais. presente: ainda tem os torneios verbais do Quinhentismo português, mas combina-os com a paixão das imagens préromânticas. 07. A ideia central do texto é: c) Dos poetas arcádicos eminentes, foi sem dúvida o mais a) a duração efêmera de todas as realidades do mundo; liberal, o que mais claramente manifestou as ideias da VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 ilustração francesa. d) Teve grande capacidade em fixar num lampejo os vícios, os ridículos, os desmandos do poder local, valendose para isso do engenho artificioso que caracteriza o estilo da época. e) Sua famosa sátira à autoridade portuguesa na Minas do chamado ciclo do ouro é prova de que seus talento não se restringia ao lirismo amoroso. Resolução: 01 - B 02 - E 03 - B 04 - C 05 - D 06 - E 07 - A 08 - A 09 - E 10 - D QUESTÕES DE VESTIBULARES 1. (SANTA CASA) A preocupação com a brevidade da vida induz o poeta barroco a assumir uma atitude que: a) desiste de lutar contra o tempo, menosprezando a mocidade e a beleza b) quer gozar ao máximo seus dias, enquanto a mocidade dura c) descrê da misericórdia divina e contesta os valores da religião d) se deixa subjugar pelo desânimo e pela apatia dos céticos e) se revolta contra os insondáveis desígnios de Deus 02. A respeito de Gregório de Matos, assinale a alternativa, incorreta: a) Na poesia sacra, o homem não busca o perdão de Deus; não existe o sentimento de culpa, ignorando-se a busca do perdão divino b) Alguns de seus sonetos sacros e líricos transpõem, com brilho, esquemas de Gôngora e de Quevedo c) As suas farpas dirigiam-se de preferência contra os fidalgos caramurus d) A melhor produção literária do autor é constituída de poesias líricas, em que desenvolve temas constantes da estática barroca, como a transitoriedade da vida e das coisas e) Alma maligna, caráter rancoroso, relaxado por temperamento e costumes, verte fel em todas as suas sátiras 03. (UEL) Identifique a afirmação que se refere a Gregório de Matos: a) Dos poetas arcádicos eminentes, foi sem dúvida o mais liberal, o que mais claramente manifestou as ideias da ilustração francesa b) No seu esforço da criação a comédia brasileira, realiza um trabalho de crítica que encontra seguidores no Romantismo e mesmo no restante do século XIX c) Sua obra é uma síntese singular entre o passado e o presente: ainda tem os torneios verbais do Quinhentismo português, mas combina-os com a paixão das imagens préromânticas. d) Teve grande capacidade em fixar num lampejo os vícios, os ridículos, os desmandos do poder local, valendose para isso do engenho artificioso que caracteriza o estilo da época e) Sua famosa sátira à autoridade portuguesa na Minas do chamado ciclo do ouro é prova de que seus talento não se restringia ao lirismo amoroso. Texto para as questões 04 a 06 À INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em continuas tristezas a alegrias, Porém, se acaba o Sol, por que nascia? Se é tão formosa a Luz, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto, da pena assim se fia? Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria, sinta-se triste. Começa o Mundo enfim pela ignorância A firmeza somente na inconstância. 04. A ideia central do texto é: a) a duração efêmera de todas as realidades do mundo b) a falsidade das aparências c) a grandeza de Deus e a pequenez humana d) a duração prolongada do sofrimento e) os contrastes da vida 05. Qual é o elemento barroco mais característico da 1ª estrofe? a) estrutura bimembre b) estrutura correlativa, disseminativa e recoletiva c) disposição antitética da frase d) concepção teocênctrica e) cultismo 06. No texto predominaram as imagens: a) táteis b) olfativas c) auditivas d) visuais e) gustativas VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 07. (UNIV. CAXIAS DO SUL) Escolha a alternativa que completa de forma correta a frase abaixo: A linguagem ______, o paradoxo, ________ e o registro das impressões sensoriais são recursos linguísticos presentes na poesia ________. a) subjetiva o verso livre romântica b) rebuscada a antítese barroca c) detalhada o subjetivismo simbolista d) simples a antítese parnasiana 08. (VUNESP) Ardor em firme coração nascido; pranto por belos olhos derramado; incêndio em mares de água disfarçado; rio de neve em fogo convertido: tu, que em um peito abrasas escondido; tu, que em um rosto corres desatado; quando fogo, em cristais aprisionado; quando crista, em chamas derretido. Se és fogo, como passas brandamente, se és fogo, como queimas com porfia? Mas ai, que andou Amor em ti prudente! Pois para temperar a tirania, como quis que aqui fosse a neve ardente, permitiu parecesse a chama fria. seguem a tradição medieval e textos para teatro com clara intenção catequista. 10. Com referência ao Barroco, todas as alternativas são corretas, exceto: a) O homem centra suas preocupações em seu próprio ser, tendo em mira seu aprimoramento, com base na cultura greco-latina b) O Barroco apresenta, como característica marcante, o espírito de tensão, conflito entre tendências opostas: de um lado, o teocentrismo medieval e, de outro, o antropocentrismo renascentista c) O Barroco estabelece contradições entre espírito e carne, alma e corpo, morte e vida d) A arte barroca é vinculada à Contra-Reforma e) O barroco caracteriza-se pela sintaxe obscura, uso de hipérbole e de metáfora. RESPOSTAS 01 - B 05 – C 09 - C 02 - C 06 - D 10 – A 03 - D 07 - B 04 - A 08 - A Arcadismo Contexto histórico-social O século XVIII, também referido como “Século das O texto pertencente a Gregório de Matos e apresenta quais características: Luzes”, representa uma fase transformações no campo da a) Dualidade temática da sensualidade e do refreamento, construção sintática por simétrica por simetrias sucessivas, predomínio figurativo das metáforas e pares antitéticos que tendem para o paradoxo b) Temática naturalista, assimetria total de construção, ordem direta predominando sobre a ordem inversa, imagens que prenunciam o Romantismo c) Trocadilhos, predomínio de metonímias e de símiles, a dualidade temática da sensualidade e do refreamento, antíteses claras dispostas em ordem direta d) Sintaxe segundo a ordem lógica do Classicismo, a qual o autor buscava imitar, predomínio das metáforas e das antíteses, temática da fugacidade do tempo e da vida. Na Inglaterra e na França forma-se de importantes cultura europeia. uma burguesia que passa a dominar economicamente o Estado, através de um intenso comércio ultramarino e da multiplicação de estabelecimentos bancários, assenhoreando-se mesmo de uma parte da atividade agrícola. Paralelamente, a antiga Nobreza arruína-se, e o Clero, com as suas intermináveis polêmicas, traz o descrédito às questões teológicas. Em toda a Europa a influência do pensamento Iluminista burguês se alastra. Esse período de renovação cultural que se caracteriza, em a) A literatura seiscentista reflete um dualismo: o ser humano dividido entre a matéria e o espírito, o pecado e o perdão b) O Barroco apresenta estados de alma expressos através de antíteses, paradoxos, interrogações c) O conceptismo caracteriza-se pela linguagem rebuscada, culta, extravagante, enquanto o cultismo é marcado pelo jogo de ideias, seguindo um raciocínio lógico, racionalista d) A literatura informativa do Quinhentismo brasileiro empenha-se em fazer um levantamento da terra, daí ser predominantemente descritiva e) Na obra de José de Anchieta, encontram-se poesias que linhas gerais, pela valorização da Ciência e do espírito racionalista. O método experimental desenvolvese; a análise crítica dos valores sociais e religiosos aguçase, provocando polêmicas; há uma grande confiança na capacidade do homem em promover o progresso social (crença em que o bem-estar coletivo só pode advir da razão), e a tendência de libertar o universo cultural da influência da religião acentua-se cada vez mais. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Na França, em 1751, começam a ser publicados os usavam roupas e pseudônimos de pastores gregos e volumes pensadores reuniam-se em parques e jardins para gozar a vida natural. como Voltaire, Diderot, D'Alembert, Montesquieu, Rousse Fez surgir no teatro a novidade do melodrama, com au, e que pode ser considerada o símbolo da nova postura "Metastásio", e um novo tipo de tragédia, com "Mérope", intelectual. A segunda metade do século é marcada de Maffei . da Enciclopédia, que reunia pela Revolução Industrial na Grã-Bretanha, pelo aumento da urbanização de modo geral, e pela independência dos Estados Unidos (1776). Esta, por sua vez, irá inspirar movimentos de revolta em muitas colônias da América Em Portugal e no Brasil, a experiência neoclássica na literatura deu-se em torno dos modelos do arcadismo italiano, com a fundação de academias literárias, simulação pastoral, ambiente campestre, etc. Latina como por exemplo a Inconfidência Mineira, no Brasil. Na Itália essa influência assumiu feição particular. Conhecida como arcadismo, inspirava-se na lendária região da Grécia antiga. Segundo a lenda, a Arcádia era dominada pelo deus Pã e habitada por pastores que, vivendo de modo simples e espontâneo, se divertiam cantando, fazendo disputas poéticas e celebrando o amor e o prazer. O Arcadismo, também conhecido como Setecentismo ou Neoclacissismo, é o movimento que compreende a produção literária brasileira na segunda metade do século XVIII. O nome faz referência à Arcádia, região do sul da Grécia que, por sua vez, foi nomeada em referência ao semideus Arcas (filho de Zeus e Calisto). Denota-se, logo de início, as referências à mitologia grega que perpassa o movimento. Profundas mudanças no contexto histórico mundial caracterizam o período, tais como a ascensão do Iluminismo, que pressupunha o racionalismo, o progresso e as ciências. Na América do Norte, ocorre a Independência dos Estados Unidos, em 1776, abrindo caminho para vários movimentos de independência ao longo de toda a América, como foi o caso do Brasil, que presenciou inúmeras revoluções e inconfidências até a chegada da Família Real em 1808. O movimento tem características reformistas, pois seu intuito era o de dar novos ares às artes e ao ensino, aos hábitos e atitudes da época. A aristocracia em declínio viu sua riqueza esvair-se e dar lugar a uma nova organização econômica liderada pelo pensamento burguês. Ao passo que os textos produzidos no período convencionado de Quinhentismo sofreram influência direta de Portugal e aqueles produzidos durante o Barroco, da cultura espanhola, os do Arcadismo, por sua vez, foram influenciados pela cultura francesa devido aos acontecimentos movidos pela burguesia que sacudiram toda a Europa (e o mundo Ocidental). O Arcadismo em Portugal Giovan Crescimbeni em gravura feita por volta de 1790 Os italianos, procurando imitar a lenda grega, por inspiração de Giovan Maria Crescimbeni di Macerata criaram a "Arcádia" em 5 de outubro 1690 - uma O clima de renovação atingiu fortemente também Portugal que, no começo do século XVIII, passava pelo período final de sua reestruturação econômica, política e cultural. academia literária que reunia os escritores com a finalidade Durante o reinado de João V de Portugal (1707-1750) de combater o Barroco e difundir os ideais neoclássicos. percebe-se, no país, uma certa abertura intelectual e Para serem coerentes com certos princípios, como política, simplicidade e igualdade, os cultos literatos árcades como por exemplo a licença concedida VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 à Congregação do Oratório para ministrar ensino, até então privilégio da Companhia de Jesus. Em 1746, Luís António Verney, inspirado nas ideias dos racionalistas franceses, publica as cartas que compõem o seu "Verdadeiro Método de Estudar", obra em que critica o ensino tradicional e propõe reformas que visam a colocar a cultura portuguesa a par com a do resto da Europa. Autores Manuel Maria Barbosa du Bocage António Dinis da Cruz e Silva Correia Garção Marquesa de Alorna Francisco José Freire, ou Cândido Lusitano Caberá, entretanto, ao marquês de Pombal, ministro de José I de Portugal (1750-1777), concretizar essas O arcadismo no Brasil aspirações. Agindo com plena autonomia de poderes, No Brasil, vive-se o momento histórico da decadência o despotismo esclarecido de Pombal operou verdadeira do ciclo da mineração e da transferência do centro político transformação nos rumos da cultura portuguesa: do Nordeste (Salvador, na Bahia) para o Rio de Janeiro. Aqui o marco inaugural do arcadismo deu-se em 1768 com expulsou os jesuítas em 1759, o que enfraqueceu bastante a influência religiosa no campo cultural; a fundação da “Arcádia Ultramarina”, em Vila Rica, e a publicação de “Obras Poéticas”, de Cláudio Manuel da incentivou os estudos científicos; Costa. Embora não chegue a constituir um grupo nos reformou o ensino e, moldes das arcádias europeias, constituem a primeira apesar de manter um sistema de censura, geração literária brasileira. afrouxou muito a repressão que era exercida Nesta colônia portuguesa, as ideias iluministas vieram ao pelo Santo Ofício (a Inquisição). encontro dos sentimentos e anseios nativistas, com maior oficialmente repercussão em Vila Rica, centro econômico mais em 1756, com a fundação da “Arcádia Lusitana”, entidade importante à época, em função da mineração. A figura do em que se reuniam intelectuais e artistas para discutirem “bom selvagem” de Rousseau dará origem, na colônia, ao Arte. chamado Nativismo. Em Portugal, o arcadismo iniciou-se A “Arcádia Lusitana” tinha por lema a frase latina "Inutilia truncat" ("acabe-se com as inutilidades"), escrito por António Dinis da Cruz e Silva no capítulo II do Estatuto da Arcádia 1 que vai caracterizar todo o O acontecimento político mais importante será a Inconfidência Mineira, tentativa malsucedida de libertar a província das Minas Gerais do domínio colonial português. A politização do movimento apresentou-se através dos poetas árcades brasileiros, participantes da Conjuração. movimento no país. Visavam com isto erradicar os exageros, o rebuscamento, e a extravagância preconizados A chamada pelo Barroco, retornando a uma literatura simples. No até 1808 com a chegada da Família Real ao Rio de Janeiro, capítulo III é definido a divisa do lírio, alusivo a Virgem que com suas medidas político-administrativas, permitiu a Nossa Senhora, tomada como protetora da instituição com introdução do pensamento pré-romântico no Brasil. o título de Conceição. Nesse primeiro momento, não havia Entre as características do movimento no Brasil, destacam- o preceito contra a religião, o que mudaria na última se década do século XVIII com a Nova Arcádia (1790-1794), em Caramuru, valorização da história colonial, o início com a participação de Bocage e Nicolau Tolentino, dentre do nacionalismo e outros colocação da colônia como centro das atenções. a "Escola introdução de da Setecentista" paisagens luta desenvolve-se tropicais, como pela independência e a VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Autores Santa Rita Durão (1722-1784), autor do poema épico Caramuru Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) Obras Basílio da Gama (1741-1795), autor do poema Tomás Antônio - bucolismo: busca pelos valores da natureza; - nativismo: referências à terra e ao mundo natural; épico O Uraguai - tensão entre o burguês culto, da cidade, contra a aristocracia; - pastoralismo: poetas simples e humildes; Poéticas e Villa Rica - o bom selvagem, expressão do filósofo Jean-Jacques Rousseau, denota a pureza dos nativos da terra fazem menção à natureza e à busca pela vida simples, bucólica e pastoril; Gonzaga (1744-1810), autor de Marília de Dirceu e Cartas Chilenas Inácio José de Alvarenga Peixoto (1744-1793) Silva Alvarenga (1749-1814), Bocage (1765-1805) Segundo o crítico Alfredo Bosi em seu livro História Concisa da Literatura Brasileira (São Paulo: editora Cultrix, 2006) houve dois momentos do Arcadismo no Brasil: - tom confessional; - estado de espírito de espontaneidade dos sentimentos; - exaltação da pureza, da ingenuidade e da beleza. Termos em latim O uso de expressões em latim era comum no neoclacisssimo. Elas estavam associados ao estilo de vida simples e bucólico. Conheça algumas delas: a) poético: retorno à tradição clássica com a utilização dos seus modelos, e valorização da natureza e da mitologia. Inutilia truncat: "cortar o inútil", referência aos excessos cometidos pelas obras do barroco. No arcadismo, os poetas primavam pela simplicidade. b) ideológico: influenciados pela filosofia presente no Iluminismo, que traduz a crítica da burguesia culta aos abusos da nobreza e do clero. Fugere urbem: "fugir da cidade", do escritor clássico Horácio; Seus principais autores são Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama e Santa Rita Durão. No Brasil, o ano convencionado para o início do Arcadismo é 1768, quando houve a publicação de Obras, do poeta Claudio Manoel da Costa. Arcádia Ultramarina Trata-se de uma sociedade literária fundada na cidade de Vila Rica (MG), influenciada pela Arcádia italiana (fundada em 1690) e cujos membros adotavam pseudônimos, isto é, nomes artísticos, de pastores cantados na poesia grega ou latina. Por isso que alguns dos principais nomes do Arcadismo brasileiro publicavam suas obras com nomes inspirados na mitologia grega e romana. Principais características - inspiração nos modelos clássicos greco-latinos e renascentistas, como por exemplo, em O Uraguai (gênero épico), em Marília de Dirceu (gênero lírico) e em Cartas Chilenas (gênero satírico); - influência da filosofia francesa; - mitologia pagã como elemento estético; Locus amoenus: "lugar ameno", um refúgio ameno em detrimento dos centros urbanos monárquicos; Carpe diem: "aproveitar a vida", o pastor, ciente da efemeridade do tempo, convida sua amada a aproveitar o momento presente. Cabe ressaltar, no entanto, que os membros da Arcádia eram todos burgueses e habitantes dos centros urbanos. Por isso a eles são atribuídos um fingimento poético, isto é, a simulação de sentimentos fictícios. O Arcadismo, também conhecido como Setecentismo ou Neoclacissismo, é o movimento que compreende a produção literária brasileira na segunda metade do século XVIII. O nome faz referência à Arcádia, região do sul da Grécia que, por sua vez, foi nomeada em referência ao semideus Arcas (filho de Zeus e Calisto). Denota-se, logo de início, as referências à mitologia grega que perpassa o movimento. Profundas mudanças no contexto histórico mundial caracterizam o período, tais como a ascensão do Iluminismo, que pressupunha o racionalismo, o progresso e as ciências. Na América do Norte, ocorre a Independência dos Estados Unidos, em 1776, abrindo caminho para vários movimentos de independência ao VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 longo de toda a América, como foi o caso do Brasil, que presenciou inúmeras revoluções e inconfidências até a chegada da Família Real em 1808. O movimento tem características reformistas, pois seu intuito era o de dar novos ares às artes e ao ensino, aos hábitos e atitudes da época. A aristocracia em declínio viu sua riqueza esvair-se e dar lugar a uma nova organização econômica liderada pelo pensamento burguês. Ao passo que os textos produzidos no período convencionado de Quinhentismo sofreram influência direta de Portugal e aqueles produzidos durante o Barroco, da cultura espanhola, os do Arcadismo, por sua vez, foram influenciados pela cultura francesa devido aos acontecimentos movidos pela burguesia que sacudiram toda a Europa (e o mundo Ocidental). menção à natureza e à busca pela vida simples, bucólica e pastoril; - tensão entre o burguês culto, da cidade, contra a aristocracia; - pastoralismo: poetas simples e humildes; - bucolismo: busca pelos valores da natureza; - nativismo: referências à terra e ao mundo natural; - tom confessional; - estado de espírito de espontaneidade dos sentimentos; - exaltação da pureza, da ingenuidade e da beleza. Termos em latim Segundo o crítico Alfredo Bosi em seu livro História Concisa da Literatura Brasileira (São Paulo: editora Cultrix, 2006) houve dois momentos do Arcadismo no Brasil: a) poético: retorno à tradição clássica com a utilização dos seus modelos, e valorização da natureza e da mitologia. b) ideológico: influenciados pela filosofia presente no Iluminismo, que traduz a crítica da burguesia culta aos abusos da nobreza e do clero. Seus principais autores são Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama e Santa Rita Durão. No Brasil, o ano convencionado para o início do Arcadismo é 1768, quando houve a publicação de Obras, do poeta Claudio Manoel da Costa. O uso de expressões em latim era comum no neoclacisssimo. Elas estavam associados ao estilo de vida simples e bucólico. Conheça algumas delas: Inutilia truncat: "cortar o inútil", referência aos excessos cometidos pelas obras do barroco. No arcadismo, os poetas primavam pela simplicidade. Fugere urbem: "fugir da cidade", do escritor clássico Horácio; Locus amoenus: "lugar ameno", um refúgio ameno em detrimento dos centros urbanos monárquicos; Carpe diem: "aproveitar a vida", o pastor, ciente da efemeridade do tempo, convida sua amada a aproveitar o momento presente. Arcádia Ultramarina Trata-se de uma sociedade literária fundada na cidade de Vila Rica (MG), influenciada pela Arcádia italiana (fundad em 1690) e cujos membros adotavam pseudônimos, isto é, nomes artísticos, de pastores cantados na poesia grega ou latina. Por isso que alguns dos principais nomes do Arcadismo brasileiro publicavam suas obras com nomes inspirados na mitologia grega e romana. Cabe ressaltar, no entanto, que os membros da Arcádia eram todos burgueses e habitantes dos centros urbanos. Por isso a eles são atribuídos um fingimento poético, isto é, a simulação de sentimentos fictícios. Questões de vestibulares sobre o Arcadismo 1) (Cescem) - O Arcadismo, didaticamente, inicia-se, no Brasil, em 1768: Principais características - inspiração nos modelos clássicos greco-latinos e renascentistas, como por exemplo, em O Uraguai (gênero épico), em Marília de Dirceu (gênero lírico) e em Cartas Chilenas (gênero satírico); - influência da filosofia francesa; - mitologia pagã como elemento estético; - o bom selvagem, expressão do filósofo Jean-Jacques Rousseau, denota a pureza dos nativos da terra fazem a) com a fundação de Arcádia de Lusitana. b) com a publicação de poemas de Cláudio Manuel da Costa (em Lisboa) e pela fundação da Arcádia Ulissiponense. c) com a publicação dos poemas de Cláudio Manuel da Costa (em Lisboa) e pela fundação da Arcádia Ultramarina. d) pela vinda da família real para o Brasil. e) nenhuma das anteriores. 2) (UFSC) - Considere as afirmativas sobre Barroco e o Arcadismo: VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 1. Simplificação da língua literária – ordem direta – imitação dos antigos gregos e romanos. 2. Valorização dos sentidos – imaginação exaltada – emprego dos vocábulos raros. 3. Vida campestre idealizada como verdadeiro estado de poesia-clareza-harmonia. 4. Emprego frequente de trocadilhos e de perífrases – malabarismos verbais – oratória. 5. Sugestões de luz, cor e som – antítese entre a vida e a morte – espírito cristão anti-terreno. Assinale a opção que só contém afirmativas sobre o Arcadismo: a) 1, 4 e 5 b) 2, 3 e 5 c) 2, 4 e 5 d) 1 e 3 e) 1, 2 e 5 3) (Mackenzie) - Apontar a alternativa correta: a) Tomás Antônio Gonzaga cultivou a poesia satírica em O Desertor. b) Na obra Cartas Chilenas, temos uma sátira contra a administração de Luís da Cunha Menezes. c) Nessa obra o autor se disfarça sob o nome de “Doroteu” d) Para maior disfarce, o autor de Cartas Chilenas faz passar a ação na cidade do Rio de Janeiro. e) Tomás Antônio Gonzaga tinha o pseudônimo de “Doroteu”. 4) (Cescea) - “A poesia parece fenômeno mais vivo e autêntico (...) por ter brotado de experiências humanas palpitantes”. (Ele) “é dos raros poetas brasileiros, certamente o único entre os árcades, cuja vida amorosa importa para a compreensão da obra.” “O lírico ouvidor soltava os seus amores em liras apaixonadas, que tinham, naquele ambiente de Vila Rica, um sabor novo e raro.” Assim a crítica literária tem-se manifestado sobre o poeta: a) Cláudio Manuel da Costa b) Tomás Antônio Gonzaga c) Alvarenga Peixoto d) Gonçalves de Magalhães e) Basílio da Gama 5) (PUC) - Relacione as colunas: 1.Glauceste Satúrnio 2.Alcindo Palmirendo 3.Dirceu 4.Termindo Sipílio 5.Lereno ( ) Tomás Antônio Gonzaga ( ) Cláudio Manuel da Costa ( ) Basílio da Gama ( ) Caldas Barbosa ( ) Silva Alvarenga a) 3, 1, 5, 2, 4 b) 3, 1, 4, 5, 2 c) 1, 2, 3, 4, 5 d) 3, 2, 4, 1, 5 e) 3, 1, 4, 2, 5 6) (FFSC) - Os autores árcades brasileiros apresentam uma obra divorciada das necessidades brasileiras, na segunda metade do século XVIII. Como processo de defesa à liderança do público, tais letrados criam: a) poemas de profundo subjetivismo; b) os contos regionais de mineração; c) a dialética; d) as academias; e) a literatura romântica. 7) (UNICAMP) Nos dois poemas a seguir, Tomás Antônio Gonzaga e Ricardo Reis refletem, de maneira diferente, sobre a passagem do tempo, dela extraindo uma "filosofia de vida". Leia-os com atenção: LIRA 14 (Parte I) Minha bela Marília, tudo passa; a sorte deste mundo é mal segura; se vem depois dos males a ventura, vem depois dos prazeres a desgraça. .................................................................... Que havemos de esperar, Marília bela? que vão passando os florescentes dias? As glórias, que vêm tarde, já vêm frias; e pode enfim mudar-se a nossa estrela. Ah! não, minha Marília, Aproveite-se o tempo, antes que faça o estrago de roubar ao corpo as forças e ao semblante a graça. (TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA," Marília de Dirceu") Quando, Lídia, vier o nosso outono Com o inverno que há nele, reservemos Um pensamento, não para a futura Primavera, que é de outrem, Nem para o estio, de quem somos mortos, Senão para o que fica do que passa O amarelo atual que as folhas vivem E as torna diferentes. (RICARDO REIS, "Odes") a) Em que consiste a "filosofia de vida" que a passagem do tempo sugere ao eu lírico do poema de Tomás Antônio Gonzaga? b) Ricardo Reis associa a passagem do tempo às estações do ano. Que sentido é dado, em seu poema, ao outono? c) Os dois poetas valorizam o momento presente, embora o façam de maneira diferente. Em que consiste essa diferença? 8) (ITA) As opções a seguir referem-se aos textos A, B, C e D. Texto "A" ( ) VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 "Ah! enquanto os destinos impiedosos não voltam contra nós a face irada, façamos, sim, façamos, doce amada, os nossos breves dias mais ditosos." Texto "B" ( ) "Ó não aguardes, que a madura idade te converte essa flor, essa beleza, em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada", Texto "C" ( ) "Nos olhos Caitutu não sofre o pranto, E rompe em profundíssimos suspiros, Lendo na testa da fronteira gruta De sua mão já trêmula gravado O alheio crime e a voluntária morte". Texto "D" ( ) "O todo sem a parte não é todo; A parte sem o todo não é parte; Mas se a parte faz o todo, sendo parte, Não se diga que é parte, sendo todo. Preencha os parênteses anteriores dos textos dados, obedecendo à seguinte convenção: I) Gregório de Matos II) Tomás Antônio Gonzaga III) Basílio da Gama IV) Cláudio Manuel da Costa Preenchidos os parênteses, a sequência correta é: a) II - I - III - I b) IV - I - II - II c) I - II - II - I d) I - IV - III - I e) II - IV - III - IV 9) (UEL) Assinale a letra correspondente à alternativa que preenche corretamente as lacunas do trecho apresentado. Simplificando a linguagem lírica de Cláudio Manuel da Costa, mas evitando igualmente a diluição dos valores poéticos no sentimentalismo, as ...... mais densas, dedicadas a ......, fizeram de ...... uma figura central do nosso Arcadismo. a) crônicas - Marília - Dirceu b) crônicas - Gonzaga - Dirceu c) sátiras - Dirceu - Gonzaga d) liras - Gonzaga - Dirceu e) liras - Marília - Gonzaga 10) (UNESP) Leia atentamente o texto a seguir e assinale a alternativa INCORRETA. Não permitiu o Céu que alguns influxos, que devi às águas do Mondego, se prosperassem por muito tempo; e destinado a buscar a Pátria, que por espaço de cinco anos havia deixado, aqui, entre a grosseria dos seus gênios, que menos pudera eu fazer que entregar-me ao ócio, e sepultarme na ignorância! Que menos, do que abandonar as fingidas Ninfas destes rios, e no centro deles adorar a preciosidade daqueles metais, que têm atraído a este clima os corações de toda a Europa! Não são estas as venturosas praias da Arcádia, onde o som das águas inspirava a harmonia dos versos. Turva e feia, a corrente destes ribeiros, primeiro que arrebate as ideias de um Poeta, deixa ponderar a ambiciosa fadiga de minerar a terra, que lhes tem pervertido as cores." (COSTA, Cláudio M. da. Fragmento do "Prólogo ao Leitor". In: CÂNDIDO, A. & CASTELLO, J. A. PRESENÇA DA LITERATURA BRASILEIRA, vol. I, S. Paulo, Difusão Europeia do Livro, 1971, p. 138) a) o poeta estabelece uma conexão entre as diferenças ambientais e o seu reflexo na produção literária. b) Cláudio Manuel da Costa manifesta, no texto, a sua formação intelectual europeia, mas que deseja exprimir a realidade tosca de seu país. c) Depreende-se do texto uma forma de conflito entre o Academicismo Árcade europeu e a realidade brasileira que passaria a ser a nova matéria-prima do poeta. d) Apesar dos índices do Arcadismo presentes no texto, há um questionamento do contexto sobre a validade de adotar esse modelo literário no Brasil. e) O poeta sofre mediante o fato de não mais poder, na Europa, contemplar as praias da Arcádia de onde retirava suas inspirações poéticas. 11) (MACKENZIE) Assinale a alternativa que NÃO apresenta um trecho do Arcadismo brasileiro. a) "Se sou pobre pastor, se não governo Reinos, nações, províncias, mundo, e gentes; Se em frio, calma, e chuvas inclementes Passo o verão, outono, estio, inverno;" b) "Destes penhascos fez a natureza O berço em que nasci! oh quem cuidara, Que entre penhas tão duras se criara Uma alma terna, um peito sem dureza!" c) "Musas, canoras musas, este canto Vós me inspirastes, vós meu tenro alento Erguestes brandamente àquele assento Que tanto, ó musas, prezo, adoro tanto." d) "Meu ser evaporei na lida insana Do tropel das paixões que me arrastava, Ah! cego eu cria, ah! mísero eu sonhava Em mim, quase imortal, a essência humana!" e) "Não vês, Nise, este vento desabrido, Que arranca os duros troncos? Não vês esta, Que vem cobrindo o Céu, sombra funesta, Entre o horror de um relâmpago incendido?" 12) (UFV) Leia o texto a seguir e faça o que se pede: Ornemos nossas testas com as flores VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 E façamos de feno um brando leito; Prendamo-nos, Marília, em laço estreito, Gozemos do prazer de sãos amores. Sobre as nossas cabeças, Sem que o possam deter, o tempo corre, E para nós o tempo, que se passa, Também, Marília, morre. (TAG, MD, Lira XIV) Todas as alternativas a seguir apresentam características do Arcadismo, presentes na estrofe anterior, EXCETO: a) Ideal de ÁUREA MEDIOCRIDADE, que leva o poeta a exaltar o cotidiano prosaico da classe média. b) Tema do CARPE DIEM - uma proposta para se aproveitar a vida, desfrutando o ócio com dignidade. c) Ideal de uma existência tranquila, sem extremos, espelhada na pureza e amenidade da natureza. d) Fugacidade do tempo, fatalidade do destino, necessidade de envelhecer com sabedoria. e) Concepção da natureza como permanente reflexo dos sentimentos e paixões do "eu" lírico. 13) (UFV) Sobre o Arcadismo no Brasil, podemos afirmar que: a) produziu obras de estilo rebuscado, pleno de antíteses e frases tortuosas, que refletem o conflito entre matéria e espírito. b) não apresentou novidades, sendo mera imitação do que se fazia na Europa. c) além das características europeias, desenvolveu temas ligados à realidade brasileira, sendo importante para o desenvolvimento de uma literatura nacional. d) apresenta já completa ruptura com a literatura europeia, podendo ser considerado a primeira fase verdadeiramente nacionalista da literatura brasileira. e) presente sobretudo em obras de autores mineiros como Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Silva Alvarenga e Basílio da Gama, caracteriza-se como expressão da angústia metafísica e religiosa desses poetas, divididos entre a busca da salvação e o gozo material da vida. 14) (MACKENZIE) Sobre o Arcadismo no Brasil, é incorreto afirmar que: a) Cláudio Manuel da Costa, um de seus autores mais importantes, embora tenha assumido uma atitude pastoril, traz, em parte de sua obra poética, aspectos ligados à lírica camoniana. b) em "Liras de Marília de Dirceu", Tomás Antônio Gonzaga não segue aspectos formais rígidos, como o soneto e a redondilha em todas as partes da obra. c) nas "Cartas Chilenas", o autor satiriza Luís da Cunha Menezes por suas arbitrariedades como governador da capitania de Minas. d) Basílio da Gama, em "O Uraguai", seguiu a rígida estrutura camoniana de "Os Lusíadas", usando versos decassílabos em oitava-rima. e) "Caramuru" tem, como tema principal, o descobrimento da Bahia por Diogo Álvares Correia, apresentando, também, os rituais e as tradições indígenas. 15) (MACKENZIE) Sobre Bocage, é INCORRETO afirmar que: a) em suas Rimas, apresenta poemas satíricos e líricos. b) não pode ser totalmente enquadrado no rigor das convenções bucólicas do Arcadismo. c) enquanto sonetista, aproxima-se de Camões, verificando-se, inclusive, certas coincidências entre suas vidas. d) sua obra lírica não apresenta qualquer aproximação com o Romantismo. e) certa parte de sua obra, a satírica, deu-lhe fama de anedótico e devasso. 16) (UEL) "Destes penhascos fez a natureza O berço em que nasci: oh quem cuidara Que entre penhas tão duras se criara Uma alma terna, um peito sem dureza." Os versos anteriores constituem exemplo da a) sátira de Gregório de Matos aos poderosos da Bahia. b) lírica amorosa de Tomás Antônio Gonzaga. c) paisagem bucólica idealizada na poesia de Cláudio Manuel da Costa. d) da sátira de Tomás Antônio Gonzaga ao Governador de Minas. e) ambivalência cultural na poesia de Cláudio Manuel da Costa. 17) (UFV) Considere as afirmações a respeito do Arcadismo brasileiro. Todas as alternativas estão corretas, EXCETO: a) Foi o movimento literário que se desenvolveu no século XVIII, quando o "saber" assumiu uma importância fundamental. b) Confirmou um dos princípios ideológicos do Iluminismo, por uma forte preocupação com a ciência e com o raciocínio. c) Sob o ponto de vista literário reagiu contra o Barroco, retomando a simplicidade e o bucolismo dos clássicos. d) Empreendeu uma minuciosa análise do personagem, revelando-nos claramente os traços de seu corpo e de sua alma. e) Vivenciou uma expressiva transformação social, sendo fortemente marcado pelos ideais político-filosóficos do enciclopedismo francês. 18) (UFV) Sobre o Arcadismo, anotamos: 1. desenvolvimento do gênero lírico, em que os poetas assumem postura de pastores e transformam a realidade num quadro idealizado. 2. composição do poema "Vila Rica" por Cláudio Manoel da Costa, o Glauceste Satúrnio. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 3. predomínio da tendência mística e religiosa, expressiva da busca do transcendente. 4. propagação de manuscritos anônimos de teor satírico e conteúdo político, atribuídos a Tomás Antônio Gonzaga. 5. presença de metáforas da mitologia grega na poesia lírica, divulgando as ideias dos inconfidentes. Considerando as anotações alternativa CORRETA: anteriores, assinale a a) Apenas 1 e 3 são verdadeiras. b) Apenas 2 e 4 são falsas. c) Apenas 2 e 5 são verdadeiras. d) Apenas 3 e 5 são falsas. e) Todas são verdadeiras. 19) (UFSM) Assinale a alternativa INCORRETA a respeito de Cláudio Manuel da Costa. Destes penhascos fez a natureza O berço, em que nasci! oh queima cuidara, Que entre penhas tão duras se criara Uma alma terna, um peito sem dureza! Amor, que vence os tigres, por empresa Tomou logo render-me; ele declara Contra o meu coração guerra tão rara, Que não me foi bastante a fortaleza. Pois mais que eu mesmo conhecesse o dano, A que dava ocasião minha brandura, Nunca pude fugir ao cego engano: Vós, que ostentais a condição mais dura, Temei, penhas, temei; que Amor tirano, Onde há mais resistência, mas se apura. (Cláudio Manuel da Costa) a) Além da produção lírica, escreveu um poema de caráter épico que se intitula "Vila Rica". b) Sob o pseudônimo árcade de Glauceste Satúrnio, compôs uma poesia em que é marcante a imagem da pedra. c) Compôs poemas marcados pela condição do pastor que procura a natureza como refúgio. d) Cultiva a forma do soneto em que explora temas como a infelicidade amorosa. e) Sua produção poética costuma ser dividida pela crítica em lírica, satírica e religiosa. 20) (UFRS) Assinale a afirmativa INCORRETA em relação à obra "O Uraguai", de Basílio da Gama. a) O poema narra a expedição de Gomes Freire de Andrada, Governador do Rio de Janeiro, às missões jesuíticas espanholas da banda oriental do rio Uruguai. b) "O Uraguai" segue os padrões estéticos dos poemas épicos da tradição ocidental, como a "Odisseia" a "Eneida" e "Os Lusíadas". c) Basílio da Gama expressa uma visão europeia em relação aos indígenas, acentuando seu caráter bárbaro, incapaz de sentimentos nobres e humanitários. d) Nas figuras de Cacambo e Sepé Tiaraju está representando o povo autóctone que defende o solo natal. e) Lindóia, única figura feminina do poema, morre de amor após o desaparecimento de seu amado Cacambo. 21) (UFSM) Autor de "Obras poéticas", apresenta, em suas composições, motivos árcades. Assinale a alternativa que identifica esse autor, associando, corretamente, seu nome à característica presente nessa obra. a) Cláudio Manuel da Costa - desencanto e brevidade do amor b) Basílio da Gama - preocupação com feito histórico c) Tomás Antônio Gonzaga - celebração da natureza d) Basílio da Gama - inspiração religiosa e) Tomás Antônio Gonzaga - celebração da amada 22) (UFES) ruaruaruasol ruaruasolrua ruasolruarua solruaruarua ruaruaruas (Ronaldo Azeredo) Considerando as obras supracitadas como ilustrativas da poesia árcade e da poesia concreta, assinale a opção cuja ordem preenche CORRETAMENTE as afirmativas seguintes: 1 - "O __________ é, pois, consciência de integração: de ajustamento a uma ordem natural, social e literária, decorrendo disso a estética da imitação, por meio da qual o espírito reproduz as formas naturais, não apenas como elas aparecem à razão, mas como as conceberam e recriaram os bons autores da Antiguidade." 2 - "Os elementos de composição característicos da poesia _________ são a organização geométrica do espaço e o jogo de semelhanças de significantes." 3 - "Os ___________ se recusavam a uma exploração mais completa da psicologia humana, assim como se tinham negado a uma concepção mais imaginativa da linguagem." 4 - "Talvez se pudesse concluir que um poema __________ seja definido mais ou menos assim: um tipo de composição poética centrada na utilização de poucos elementos dispostos no papel de modo a valorizar a distribuição espacial, o tamanho e a forma dos caracteres tipográficos e as semelhanças fônicas entre as palavras." 5 - A poesia __________ significou o reconhecimento do poema como objeto também espacial, e da necessidade de procedimentos composicionais compatíveis com essa realidade." a) 1-Arcadismo; 2-concreta; 3-concretistas; 4-concreto; 5árcade. b) 1-Concretismo; 2-concreta; 3-concretistas; 4-árcade; 5concreta. c) 1-Arcadismo; 2-concreta; 3-árcades; 4-concreto; 5concreta. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 d) 1-Concretismo; 2-árcade; 3-árcades; 4-árcade; 5concreta. e) 1-Arcadismo; 2-árcade; 3-árcades; 4-concreto; 5-árcade. 23) (UFLAVRAS) "Que diversas que são, Marília, as horas Que passo na masmorra imunda, e feia, Dessas horas felizes já passadas Na tua pátria aldeia!" Esses versos de "Marília de Dirceu", de Tomás Antônio Gonzaga, caracterizam: a) a primeira parte da obra, o namoro. b) a felicidade da futura família. c) o sonho de realizar a Inconfidência. d) a segunda parte da obra, a cadeia. e) o sonho de um futuro feliz ao lado da amada. 24) (UFV) Os árcades, no Brasil, assimilaram as ideias neoclássicas europeias, muitas vezes, reinterpretando, cada um ao seu estilo, a realidade sociopolítica e cultural do país, como se observa no seguinte fragmento das "Cartas Chilenas": Pretende, Doroteu, o nosso chefe erguer uma cadeia majestosa, que possa escurecer a velha fama da torre de Babel e mais dos grandes, custosos edifícios que fizeram, para sepulcros seus, os reis do Egito. Talvez, prezado amigo, que imagine que neste monumento se conserve, eterna a sua glória, bem que os povos, ingratos, não consagrem ricos bustos nem montadas estátuas ao seu nome. Desiste, louco chefe, dessa empresa: um soberbo edifício levantado sobre ossos de inocentes, construído com lágrimas dos pobres, nunca serve de glória ao seu autor, mas sim de opróbrio. (GONZAGA, Tomás Antônio. "Cartas chilenas". In: COSTA, Cláudio M. da; GONZAGA, Tomás A.; PEIXOTO, Alvarenga. "A poesia dos inconfidentes". Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. p. 814.) Todas as alternativas abaixo apresentam características desse estilo literário, presente nos versos acima citados, EXCETO: a) Valorização do ideal da vida simples e tranquila. b) Tendência ao discurso em forma de diálogo do eu poético com um interlocutor. c) Utilização de linguagem elegante, rebuscada e artificial. d) Intenções didáticas, expressas no tom de denúncia e sátira. e) Caracterização do poeta como um pintor de situações e não de emoções. 25) (UFRRJ) LIRA XI Não toques, minha musa, não, não toques Na sonorosa lira, Que às almas, como a minha, namoradas Doces canções inspira: Assopra no clarim que apenas soa, Enche de assombro a terra! Naquele, a cujo som cantou Homero, Cantou Virgílio a guerra. GONZAGA, T. A. "Marília de Dirceu". Rio de Janeiro: Anuário do Brasil, s/d. p. 30. "Marília de Dirceu" apresenta um dos principais traços do arcadismo. A opção que aponta esta característica temática, presente no texto, é a) o bucolismo. b) a presença de valores ou elementos clássicos. c) o pessimismo e negatividade. d) a fixação do momento presente. e) a descrição sensual da mulher amada. 26) (UFPE) O Arcadismo foi um movimento literário que teve lugar em Vila Rica, Minas Gerais, acompanhando o ciclo do Ouro, no século XVIII. Sobre as semelhanças e diferenças com o movimento que o seguiu historicamente, o Romantismo, analise as proposições a seguir. ( ) Ambos portam as marcas de submissão e servilismo aos padrões estéticos europeus. ( ) Predominou, nestes movimentos, o plágio, a imitação e a cópia, sem nenhum traço de originalidade. ( ) Ambos propõem um retorno à natureza: o Arcadismo, no sentido de uma natureza equilibrada e bucólica, harmoniosa e pacata; o Romantismo, no sentido de uma natureza exuberante, selvagem e tropical, identificada com os estados de espírito, a grandeza e as potencialidades físicas do país. ( ) O indianismo, em ambos os movimentos, já surge como símbolo do povo brasileiro: o índio é o herói que paira acima dos valores dos colonizadores, feito à imagem e semelhança dos cavaleiros medievais. ( ) A obra dos poetas arcádicos já ganha contornos românticos, expressando a subjetividade dos autores, quando descreve os amores arrebatados, em linguagem sentimental e emotiva. 27) :(UFRS) Leia as afirmações abaixo sobre o Arcadismo brasileiro. I - Os poetas árcades colocavam-se como pastores para realizarem, dessa forma, o ideal de uma vida simples em contato com a natureza. II - O Arcadismo brasileiro, embora tenha reproduzido muito dos modelos europeus, apresentou características próprias, como a incorporação do elemento indígena e a sátira política. III - O tema do "Carpe diem", em que o poeta expressa o desejo de aproveitar intensamente o momento presente, VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 fugaz e passageiro, foi ignorado pelos árcades brasileiros, excessivamente racionalistas. c) F - F - V - V. d) V - F - F - V. e) F - V - F - F. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas III. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 28) (FGV) Assinale a alternativa que apresenta ERRO na correlação autor-obra-época, relativamente à literatura portuguesa. a) Pe. Antônio Vieira - Sermão da Quarta-feira de Cinzas Século XVII. b) Gil Vicente - Auto da Barca do Inferno - Século XVI. c) Manuel Maria Barbosa du Bocage - Nova Arcádia Século XVIII. d) Camilo Peçanha - Clepsidra - Século XIX/XX. e) Almeida Garrett - Viagens na Minha Terra - Século XIX. 29) (UFRS) Com base nos fragmentos a seguir, extraídos da Lira II, da obra "Marília de Dirceu", de Tomás Antônio Gonzaga, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações que seguem. "Pintam, Marília, os Poetas A um menino vendado, Com uma aljava de setas, Arco empunhado na mão; Ligeiras asas nos ombros, O tenro corpo despido, E de Amor ou de Cupido São os nomes, que lhe dão." [...] "Tu, Marília, agora vendo De Amor o lindo retrato, Contigo estarás dizendo Que é este o retrato teu. Sim, Marília, a cópia é tua, Que Cupido é Deus suposto: Se há Cupido, é só teu rosto, Que ele foi quem me venceu." ( ) Na primeira estrofe, o poeta descreve uma figura representativa do amor na mitologia clássica. ( ) Na primeira estrofe, a amada Marília é alertada sobre a violência que se esconde por detrás da superfície do amor. ( ) Na segunda estrofe, o poeta transfere o retrato de Cupido para o rosto vencedor de Marília. ( ) Na segunda estrofe, o poeta confessa à amada a sua rendição em relação aos poderes do amor. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) V - V - F - F. b) V - F - V - V. 30) (CFTCE) O novo mercado tende a desprezar o funcionário formado à moda antiga..." (ref. 31). Moda antiga nos reporta a processos rudimentares de trabalho e à vida campesina cujos registros são, mais propriamente, depreendidos da literatura: a) árcade b) informativa c) quinhentista d) barroca e) seiscentista 31) (CFTCE) Coloque no parêntese B ou A conforme a característica seja do Barroco ou do Arcadismo. ( ) predominância da ordem inversa ( ) expressão de sentimentos universais e não individuais ( ) utilização de vocabulário simples ( ) grande número de antíteses ( ) preferência por temas religiosos A sequência correta é: a) A, A, B, B, B b) A, B, B, A, B c) B, A, B, A, B d) A, A, A, B, B e) B, A, A, B, B 32) (CFTMG) Associe os movimentos literários aos seus respectivos exemplos. (1) Barroco (2) Arcadismo ( ) "Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado Da vossa Alta piedade me despido Porque quanto mais tenho delinquido Vos tenho a perdoar mais empenhado." ( ) "Em lugar delicioso e triste, Cansada de viver, tinha escolhido Para morrer a mísera Lindóia. Lá reclinada, como que dormia, Na branda relva e nas mimosas flores, ..." ( ) "Nasce o sol, e não dura mais que um dia, Depois da luz se segue a noite escura, Em tristes sombras nasce a formosura, Em contínuas tristezas, a alegria." ( ) "Ah! minha Bela, se a Fortuna volta, Se o bem, que já perdi, alcanço e provo; Por essas brancas mãos, por essas faces Te juro renascer um homem novo Amar no céu a Jove e a ti na terra." VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 ( ) "Neste mundo é mais rico, o que mais rapa: Quem mais limpo se faz, tem mais carepa: Com sua língua ao nobre o vil decepa: O Velhaco maior sempre tem capa. " e) a adoção de pseudônimos pelos poetas, que se figuravam pastores. 37) Entre os escritores mais conhecidos do “Grupo Mineiro”, estão: A sequência encontrada foi a) 1, 2, 1, 2, 1 b) 1, 1, 2, 1, 2 c) 1, 2, 1, 2, 2 d) 2, 2, 1, 1, 2 33) (VUNESP) Há no Arcadismo brasileiro uma obra satírica de forma epistolar que suscitou dúvidas de autoria durante mais de um século. Assinale abaixo a alternativa que apresente o nome correto dessa obra e seu autor mais provável: a) O Reino da estupidez e Francisco de Melo Franco b) Viola de Lereno e Domingos Caldas Barbosa c) O desertor e Manuel Inácio da Silva Alvarenga d) Cartas chilenas e Tomás Antônio Gonzaga e) Os Bruzundangas e Lima Barreto 34) UFPE) Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas. 0) O arcadismo tem como um dos traços principais a inspiração clássica 1) A natureza é a base da sabedoria para os árcades 2) O Arcadismo Brasileiro se caracteriza por sua forte religiosidade 3) Tomás Antônio Gonzaga nos deixou uma poesia marcada pela pobreza de expressão e pela banalidade 4) O melhor da produção dos árcades brasileiros está no teatro 35) (UFPA) O Arcadismo é um estilo de época que pode ser definido, segundo o que determina a seguinte afirmação: a) Nesse período o homem é regido pelas leis físicoquímicas, pela hereditariedade e pelo meio social b) A poesia dessa época dá ênfase ao poder de vidência do artista c) Destaca-se nessa fase certo gosto pelo equilíbrio, pela simplicidade e pela harmonia, a partir dos modelos clássicos antigos d) Há nessa Escola literária uma tendência à valorização do humor, com vistas a afugentar as circunstâncias desagradáveis da vida e) Enfatiza-se na criação poética, desse momento, a utilização do valor sugestivo da música 36) (UFPB) Na poesia arcádica ou neoclássica, NÃO se encontra a) a influência das ideias iluministas. b) a valorização do campo em detrimento da cidade. c) a ênfase na interpretação subjetiva da realidade. d) o retorno aos ideais greco-latinos. a) Silva Alvarenga, Mário de Andrade, Menotti del Picchia. b) Santa Rida Durão, Cecília Meireles, Tomás Antônio Gonzaga. c) Basílio da Gama, Paulo Mendes Campos, Alvarenga Peixoto. d) Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto. e) Alvarenga Peixoto, Fernando Sabino, Cláudio Manuel da Costa. 38) (ITA) Uma das afirmações abaixo é incorreta. Assinale-a: a) O escritor árcade reaproveita os seres criados pela mitologia greco-romana, deuses e entidades pagãs. Mas esses mesmos deuses convivem com outros seres do mundo cristão. b) A produção literária do Arcadismo brasileiro constituise sobretudo de poesia, que pode ser lírico-amorosa, épica e satírica. c) O árcade recusa o jogo de palavras e as complicadas construções da linguagem barroca, preferindo a clareza, a ordem lógica na escrita. d) O poema épico Caramuru, de Santa Rita Durão, tem como assunto o descobrimento da Bahia, levado a efeito por Diogo Álvares Correia, misto de missionários e colonos português. e) A morte de Moema, índia que se deixa picar por uma serpente, como prova de fidelidade e amor ao índio Cacambo, é trecho mais conhecido da obra O Uruguai, de Basílio da Gama. 39) Poema satírico sobre os desmando administrativos e morais imputados a Luís da Cunha Menezes, que governou a Capitania das Minas de 1783 e 1788: a) Marília de Dirceu b) Vila Rica c) Fábula do Ribeirão do Carmo d) Caras Chilenas e) O Uruguai 40) (OBJETIVO-SP) Ele é considerado um dos três maiores sonetistas da língua portuguesa, ao lado de Camões e de Antero de Quental. Sua poesia lírica, extremamente pessoal, é marcada por um rebelde libertarismo emocional, às vezes violente, às vezes calmo. Sua vasta obra poética apresenta dois aspectos fundamentais: o satírico e o lírico; mas é o lírico que o poeta se realiza plenamente e fica famoso. Foi, sem dúvida, o maior poeta do século XVIII português. Seu pseudônimo arcádio é Elmano Sadino. Trata-se de: a) Cruz e Silva VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 b) Domingos Caldas Barbosa c) Filinto Elíseo d) Almeida Garret e) Bocage verdadeira exaltação sensorial na composição das imagens e na elaboração sonora. e) O Arcadismo tendeu à obscuridade, à complicação linguística e ao ilogismo. 41) (FATEC-SP) Sobre o Arcadismo brasileiro só não se pode afirmar que: 45) Quanto à linguagem árcade: a) tem suas fontes nos antigos grandes autores gregos e latinos, dos quais imita os motivos e formas. b) teve em Cláudio Manuel da Costa o representante que, de forma original, recusou a motivação bucólica e os modelos camonianos da lírica amorosa. c) nos legou os poemas de feição épica Caramuru (de Frei José de Santa Rita Durão) e O Uraguai (de Basílio da Gama), no qual se reconhece qualidade literária destacada em relação ao primeiro. d) norteou, em termos dos valores estéticos básicos, a produção dos versos de Marília de Dirceu, obra que celebrizou Tomás Antônio Gonzaga e que destaca a originalidade de estilo e de tratamento local dos temas pelo autor. e) apresentou uma corrente de conotação ideológica, envolvida com as questões sociais do seu tempo, com a crítica aos abusos de poder da Coroa Portuguesa. 42) (VUNESP) Há no Arcadismo brasileiro uma obra satírica de forma epistolar que suscitou dúvidas de autoria durante mais de um século. Assinale abaixo a alternativa que apresente o nome correto dessa obra e seu autor mais provável: a) O Reino da estupidez e Francisco de Melo Franco b) Viola de Lereno e Domingos Caldas Barbosa c) O desertor e Manuel Inácio da Silva Alvarenga d) Cartas chilenas e Tomás Antônio Gonzaga e) Os Bruzundangas e Lima Barret 43) Assinale o que não se refere ao Arcadismo: a) Época do Iluminismo (século XVIII) – Racionalismo, clareza, simplicidade. b) Volta aos princípios clássicos greco-romanos e renascentistas (o belo, o bem, a verdade, a perfeição, a imitação da natureza). c) Ornamentação estilística, predomínio da ordem inversa, excesso de figuras. d) Pastoralismo, bucolismo suaves idílios campestres. e) Apoia-se em temas clássicos e tem como lema: inutilia truncat (“corta o que é inútil”). 44) Indique a alternativa errada: a) Cultismo e conceptismo são as duas vertentes literárias do estilo barroco. b) O arcadismo afirmou-se em oposição ao estilo barroco. c) O conceptismo correspondeu a um estilo fundado em “agudezas” ou “sutilezas” de pensamento, com transições bruscas e associações inesperadas entre conceitos. d) O Cultismo correspondeu, sobretudo, a um jogo formal refinado, com uso abundante de figuras de linguagem e I - prefere a ordem indireta, tal como no latim literário; II - tornou-se artificial, pedante, inatural; III - procura o comedimento, a impessoalidade, a objetividade; IV - manteve as ousadias expressionais do Barroco; V - promove um retorno às “virtudes clássicas” da clareza, da simplicidade e da harmonia. a) II, IV, V b) III, IV c) II, V d) I, II, IV e) I, II, III, IV, V 46) A respeito da época em que surgiu o Arcadismo: a) os “enciclopedistas” construíram os alicerces filosóficos da Revolução Francesa b) em O Contrato Social, Rousseau aborda a origem da Autoridade c) a burguesia conhece, então, acentuado declínio em seu prestígio d) o adiantamento cientifico é uma das marcas desta época histórica 47) (ENEM-2008) Torno a ver-vos, ó montes; o destino (verso 1) Aqui me torna a pôr nestes outeiros, Onde um tempo os gabões deixei grosseiros Pelo traje da Corte, rico e fino. (verso 4) Aqui estou entre Almendro, entre Corino, Os meus fiéis, meus doces companheiros, Vendo correr os míseros vaqueiros (verso 7) Atrás de seu cansado desatino. Se o bem desta choupana pode tanto, Que chega a ter mais preço, e mais valia (verso 10) Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto, Aqui descanse a louca fantasia, E o que até agora se tornava em pranto (verso 13) Se converta em afetos de alegria. Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9. Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o momento histórico de sua produção. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”. b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia. c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional. d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole. e) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria. 48) (Unifesp 2009) Levando em consideração que, em sua produção literária, Gregório de Matos dedicou-se também à sátira irreverente, pode-se afirmar que os versos se marcam: a) Pelo sentimentalismo, fruto da sintonia do eu lírico com a sociedade. b) Pela indiferença, decorrente da omissão do eu lírico com a sociedade. c) Pelo negativismo, pois o eu lírico condena a sociedade pelo viés da religião. d) Pela indignação, advinda de um ideal moralizante expresso pelo eu lírico. e) Pela ironia, já que o eu lírico supõe que todas as pessoas são desonestas. 49) A produção satírica atribuída a Gregório de Matos a) circulou, principalmente, através de folhas avulsas, entre os moradores da cidade. b) pode ser compreendida como uma voz que tenta desmoralizar os costumes e incentivar o vício. c) faz uso de uma linguagem complexa e erudita, pois era conhecida apenas por nobres e letrados. d) satiriza apenas os vícios e os desmandos da população baiana. e) faz crítica aos princípios do Cristianismo. 50) (UFV/99) Leia o soneto a seguir, de autoria de Gregório de Mattos: Se uma ovelha perdida, e já cobrada Glória tal e prazer tão repentino vos deu, como afirmais na Sacra História: Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, Cobrai-a, e não queiras, Pastor divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória. (Cf. DIMAS, Antônio. “Seleção de textos, notas, estudos biográficos, histórico e crítico.” 2. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1988. p.141s) Assinale a alternativa INCORRETA: a) No jogo de antíteses, o poeta vê-se como culpado, mas também ovelha indispensável ao Pastor Divino. b) O argumento do poeta, arrependido, constrói-se pelo jogo de ideias, ou seja, o cultismo. c) O poeta recorre ao texto bíblico para justificar, perante Deus, a necessidade de ser perdoado. d) Segundo o poeta, o perdão de sua culpa favorecia a ambos: tanto ao culpado, quanto ao Pastor Divino. e) O poeta busca, em sua linguagem dualista, conciliar, poeticamente, fé e razão. Gabarito: 1) C 2) D 3) B 4) B 5) B 6) D 7) a) Carpe diem, aproveitar o presente. b) O declínio da vida. c) Em Gonzaga a vida está em sua plenitude, enquanto em Reis ela parte para o fim. 8) A 9) E 10) E 11) D 12) A 13) C 14) D 15) D 16) E 17) D 18) D 19) E 20) C 21) A 22) C 23) D 24) C 25) B 26) F F V F F 27) C 28) C 29) B 30) A 31) E 32) A 33) D 34) VVFFF 35) C 36) C 37) D 38) E 39) D 40) E 41) B 42) D 43) C 44) E 45) D 46) D 47) B 48) D 49) B 50) B Fontes: http://www.analisedetextos.com.br/2010/10/15exercicios-sobre-o-arcadismo-com.html http://www.professor.bio.br/portugues/provas_topicos.as p?topico=Arcadismo&curpage=7 http://gizelicosta.blogspot.com.br/2010/05/exercicioscom-gabarito-sobre-arcadismo.htm ROMANTISMO Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, Da vossa piedade me despido, Porque quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. O romantismo foi um movimento artístico, político e filosófico surgido nas Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido, Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado. por grande parte do século XIX. Caracterizou-se como últimas décadas do século XVIII na Europa que perdurou uma visão de mundo contrária ao Racionalismo e VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 ao Iluminismo e buscou um nacionalismo que viria a Alguns autores neoclássicos já nutriam um sentimento consolidar os estados nacionais na Europa. mais tarde dito romântico antes de seu nascimento de fato, Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o romantismo toma mais tarde a forma de um movimento, e sendo assim chamados pré-românticos. Nesta classificação encaixam-se Francisco Goya e Bocage. o espírito romântico passa a designar toda uma visão de O romantismo surge inicialmente naquela que futuramente mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos seria voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o romantismo, teria, inclusive, fundamental importância na drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos unificação germânica com o movimento Sturm und Drang. de escapismo. Se o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo Iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu. a Alemanha e na Inglaterra. Na Alemanha, o O romantismo viria a se manifestar de forma bastante variada nas diferentes artes e marcaria, sobretudo, a literatura e a música (embora ele só venha a se manifestar realmente aqui mais tarde do que em outras O termo romântico refere-se ao movimento estético, ou artes). À medida que a escola foi sendo explorada, foram seja, à tendência idealista ou poética de alguém que carece surgindo críticos à sua demasiada idealização da realidade. de sentido objetivo. Destes críticos surgiu o movimento que daria forma O romantismo é a arte do sonho e fantasia. Valoriza as ao realismo. forças criativas do indivíduo e da imaginação popular. No Brasil, o romantismo coincidiu com a Independência Opõe-se à arte equilibrada dos clássicos e baseia-se na política do Brasil em 1822, com o Primeiro reinado, com inspiração fugaz dos momentos fortes da vida subjetiva: na a guerra do Paraguai e com a campanha abolicionista. fé, no sonho, na paixão, na intuição, na saudade, no Características sentimento da natureza e na força das lendas nacionais O romantismo seria dividido em três gerações: Contexto histórico O culto à natureza e à imaginação já havia começado com 1ª geração — As características centrais do os escoceses no século XIII, quando surgiram as primeiras romantismo viriam a ser o lirismo, o subjetivismo, histórias de cavaleiros e donzelas, em verso. Nessa época, o sonho de um lado, o exagero, a busca pelo exótico e as narrativas eram chamadas de romance, palavra que pelo inóspito de outro. Também destacam-se o deriva do advérbio latino romanice, que significa "na nacionalismo, presente da coletânea de textos e língua de Roma". documentos de caráter fundacional e que remetam como para o nascimento de uma nação, fato atribuído à "romantismo", no entanto, fora plantada no século XVII, época medieval, a idealização do mundo e da mulher quando o "espírito clássico" começaria a ser contestado e a depressão por essa mesma idealização não se na Grã-Bretanha. materializar, assim como a fuga da realidade e o O romantismo surgiu na Europa em uma época em que o escapismo. A mulher era uma musa, ela era amada e ambiente intelectual era de grande rebeldia. Na política, desejada mas não era tocada. A origem do caíam sistemas que de viria a ser conhecido governo despóticos e surgia o 2ª geração — Posteriormente também seriam liberalismo político (não confundir com o liberalismo notados o pessimismo e um certo gosto pela morte, econômico do Século XX). No campo social imperava o religiosidade inconformismo. No campo artístico, o repúdio às regras. A Revolução Francesa é o clímax desse século de oposição. e naturalismo. A mulher era alcançada mas a felicidade não era atingida. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 3ª geração — Seria a fase de transição para outra corrente literária, o realismo, a qual denuncia os vícios e males da sociedade, mesmo que o faça de forma enfatizada e irônica (vide Eça de Queirós), com o intuito de pôr a descoberto realidades desconhecidas Emoção acima de tudo. Egocentrismo Como o nome já diz, é a colocação do ego no centro de tudo. Vários artistas românticos colocam, em seus poemas e textos, os seus sentimentos acima de tudo, destacando-os que revelam fragilidades. A mulher era idealizada e na obra. Pode-se dizer, talvez, que o egocentrismo é um acessível. subjetivismo exagerado. Individualismo Natureza interagindo com o eu lírico Os românticos libertam-se da necessidade de seguir formas reais de intuito humano, abrindo espaço para a manifestação da individualidade, muitas vezes definida por emoções e sentimentos. A natureza, no romantismo, expressa aquilo que o eu-lírico está sentindo no momento narrado. A natureza pode estar presente desde as estações do ano, como formas de passagens, à tempestades, ou dias de muito sol. Subjetivismo Diferentemente do Arcadismo, por exemplo, que a O romancista trata dos assuntos de forma pessoal, de natureza é mera paisagem. No romantismo, a natureza acordo com sua opinião sobre o mundo. O subjetivismo interage com o eu-lírico. A natureza funciona quase como pode ser notado através do uso de verbos na primeira a expressão mais pura do estado de espírito do poeta. pessoa. Trata-se sempre de uma opinião parcelada, dada Grotesco e sublime por um indivíduo que baseia sua perspectiva naquilo que as suas sensações captam. Com plena liberdade de criar, o artista romântico não se acanha em expor suas emoções pessoais, em fazer delas a temática sempre retomada em sua obra. que visa a idealização do personagem principal, tornandoo a imagem da perfeição. Como exemplo, temos o conto de A Bela e o Monstro, no qual uma jovem idealizada, se apaixona por uma criatura horrenda. Idealização Medievalismo Empolgado pela imaginação, o autor idealiza temas, exagerando em algumas de suas características. Dessa forma, a mulher é vista como uma virgem frágil, o índio é visto como herói nacional e a noção de pátria também é idealizada. Alguns românticos se interessavam pela origem de seu povo, de sua língua e de seu próprio país. Na Europa, eles acharam no cavaleiro fiel à pátria um ótimo modo de retratar as culturas de seu país. Esses poemas passam-se em eras medievais e retratavam grandes guerras e batalhas. Sentimentalismo exacerbado Praticamente Há a fusão do belo e do feio, diferentemente do arcadismo todos os Indianismo poemas românticos apresentam sentimentalismo já que essa escola literária é movida através da emoção, sendo as mais comuns a saudade, a tristeza e a desilusão. Os poemas expressam o sentimento do poeta, suas emoções e são como o relato sobre uma vida. É o medievalismo "adaptado" ao Brasil. Como os brasileiros não tinham um cavaleiro para idealizar, os escritores adotaram o índio como o ícone para a origem nacional e o colocam como um herói. O indianismo resgatava o ideal do "bom selvagem" (Jean-Jacques Rousseau), segundo o qual a sociedade corrompe o homem O romântico analisa e expressa a realidade por meio dos e o homem perfeito seria o índio, que não tinha nenhum sentimentos. E acredita que só sentimentalmente se contato com a sociedade europeia. consegue traduzir aquilo que ocorre no interior do indivíduo relatado. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Byronismo O francês Eugène Delacroix é considerado um pintor Inspirado na vida e na obra de Lord Byron, um poeta romântico por excelência. Sua tela A Liberdade guiando o inglês. Estilo de vida boémio, voltado para vícios, bebida, povo reúne o vigor e o ideal românticos em uma obra que fumo, podendo estar representado no personagem ou na estrutura-se em um turbilhão de formas. O tema são própria vida do autor romântico. O byronismo é os revolucionários de 1830 guiados pelo espírito da caracterizado pelo narcisismo, pelo egocentrismo, pelo Liberdade (retratados aqui por uma mulher carregando a pessimismo, pela angústia. bandeira da França). O artista coloca-se metaforicamente como um revolucionário ao se retratar em um personagem Romantismo nas belas artes da turba, apesar de olhar com uma certa reserva para os acontecimentos (refletindo a influência burguesa no romantismo). Esta é provavelmente a obra romântica mais conhecida. A busca pelo exótico, pelo inóspito e pelo selvagem formaria outra característica fundamental do romantismo. Exaltavam-se as sensações extremas, os paraísos artificiais, a natureza em seu aspecto mais bruto. Lançar-se em "aventuras" ao embarcar em navios com destino aos A liberdade guiando o povo por Eugène Delacroix, no Museu do Louvre polos, por exemplo, tornou-se uma forma de inspiração para alguns artistas. O pintor inglês William Turner refletiu este espírito em obras como Mar em Segundo Giulio Carlo Argan na sua obra Arte moderna. O tempestade onde o retrato de um fenômeno da Natureza é romantismo e o neoclassicismo são simplesmente duas usado como forma de atingir os sentimentos supracitados. faces de uma mesma moeda. Enquanto o neoclássico busca um ideal sublime, objetivando o mundo, o romântico faz o mesmo, embora tenda a subjetivar o mundo exterior. Os dois movimentos estão interligados, portanto, pela idealização da realidade (mesmo que com resultados diversos). As primeiras manifestações românticas Géricault é outro dos grandes nomes do romantismo na pintura. A sua obra A Jangada da Medusa, pintada por volta de 1819, com a mistura entre os elementos barrocos, o naturalismo e o dramatismo pessoal das personagens, é uma das mais célebres pinturas do movimento romântico . Romantismo na literatura na pintura ocorreram quando Francisco Goya passou a pintar depois de começar a perder a audição. Um quadro de temática neoclássica como Saturno devorando seus filhos, por exemplo, apresenta uma série de emoções para o espectador que o fazem se sentir inseguro e angustiado. Goya cria um jogo de luz-e-sombra, linhas de composição diagonais e pinceladas "grosseiras" de forma a acentuar a situação dramática representada. Apesar de Goya ter sido um acadêmico, o romantismo somente chegaria à Academia mais tarde. Goethe na Itália por Johann Heinrich Wilhelm Tischbein, noStädel. O romantismo surge na literatura quando os escritores trocam o mecenato aristocrático pelo editor, precisando VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 assim cativar um público leitor. Esse público estará entre pensamento, fundidos na ironia e na auto-reflexão. Era o os pequenos burgueses, que não estavam ligados aos "romantismo de Jena", o único romantismo autêntico em valores literários clássicos e, por isso, apreciariam mais a nível internacional. emoção do que a sutileza das formas do período anterior. A história do romantismo literário é bastante controversa. Em terceiro lugar, a difusão europeia do romantismo tomou como românticas as formas pré-românticas da Em primeiro lugar, as manifestações em poesia e prosa Inglaterra e da Alemanha, privilegiando, portanto, apenas popular na Inglaterra são os primeiros antecedentes, o sentimentalismo em embora sejam consideradas "pré-românticas" em sentido reflexão do romantismo de Jena. Por isso, mundialmente, o lato. Os autores ingleses mais conhecidos desse pré- romantismo é uma extensão do pré-romantismo. Assim, na romantismo França, "extra-oficial" são William Blake (cujo detrimento Itália Leopardi e Alessandro O Casamento do Céu e Inferno, 1793 atravessará o Portugal Garrett e Herculano; romantismo Espanha Espronceda e Zorilla. Young (cujos Night o Simbolismo) Thoughts - Pensamentos e Edward Noturnos, 1742, re-editados por Blake em 1795, influenciarão o ultrarromantismo), ao lado de James Thomson, William Cowper e Robert Burns. reconhecido O romantismo nas de Coleridge e Wordsworth(Lyrical "oficial" é figuras complicada destacam-se Stendhal, Hugo e Musset; misticismo latente em The Marriage of Heaven and Hell até da Manzoni; na em na Tendo o liberalismo como referência ideológica, o romantismo renega as formas rígidas da literatura, como versos de métrica exata. O romance se torna o gênero narrativo preferencial, em oposição à epopeia. É a superação da retórica, tão valorizada pelos clássicos. Ballads - Baladas Líricas, 1798), fundadores; Lord Byron (Childe Harold's Os aspectos fundamentais da temática romântica são Pilgrimage, Peregrinação Harold, o historicismo e o individualismo. O historicismo está 1818), Shelley (Hymn to Intellectual Beauty -Hino à representado nas obras de Walter Scott (Inglaterra), Vitor Beleza Intelectual, 1817) e Keats (Endymion, 1817), após Hugo (França), Almeida o Romantismo de Jena. Alencar (Brasil), de Childe entre Garrett (Portugal), José tantos outros. São de resgates históricos apaixonados e saudosos ou observações sobre o Em segundo lugar, os alemães procuraram renovar sua literatura através do retorno à natureza e à essência momento histórico que atravessava-se àquela altura, como no caso de Balzac ou Stendhal (ambos franceses). humana, com assídua recorrência ao "pré-romantismo extra-oficial" da Inglaterra. Esses escritores alemães A outra vertente, focada no individualismo, traz consigo o formaram o movimento Sturm und Drang ("tempestade e culto do egocentrismo, vazado de melancolia e pessimismo ímpeto"), no (Mal-do-Século). Pelo apego ao intimismo e a valores sentimentalismo, o pré-romantismo "oficial", isto é, extremados, foram chamados de Ultra-Românticos. Esses conforme as convenções historiográficas. Goethe (Die escritores como Byron, Alfred de Musset e Álvares de Leiden des Jungen Werther - O Sofrimento do Jovem Azevedo beberam Werther, 1774), Schiller (An die Freude - Ode à Alegria, perpetuando as fontes sentimentais. 1785) e Herder(Auszug aus einem Briefwechsel über O romantismo é um movimento que vai contra o avanço da Ossian da modernidade em termos da intensa racionalização e correspondência sobre Ossian e as canções dos povos mecanização. É uma crítica à perda das perspectivas que antigos, 1773) formam a Tríade. Alguns jovens alemães, fogem àquelas correlacionadas à razão. Por parte o como Schegele Novalis, com novos ideais artísticos, romantismo nos mostra como bases de vida o amor e a afirmam que a literatura, enquanto arte literária, precisa liberdade. donde und die surge Lieder então, alter mergulhado Völker - Extrato expressar não só o sentimento como também o do Sturm und Drang alemão, VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Romantismo na música Romantismo no Brasil As primeiras evidências do romantismo na música De acordo com o tema principal, os romances no Brasil aparecem com Beethoven. Suas sinfonias, a partir da podem ser classificados como indianistas, urbanos ou terceira, revelam uma música com temática profundamente históricos e regionalistas. pessoal e interiorizada, assim como algumas de suas sonatas para piano também, entre as quais é possível citar a Sonata Patética. Outros No romance indianista, o índio era o foco da literatura, pois era considerado uma autêntica expressão da nacionalidade, e era altamente idealizado. Como um compositores como Chopin, Tchaikovsky, Felix símbolo da pureza e da inocência, representava o homem Mendelssohn, Liszt, Grieg e Brahms levaram ainda mais não corrompido pela sociedade, o não capitalista, além de adiante o ideal romântico de Beethoven, deixando o rigor assemelhar-se aos heróis medievais, fortes e éticos. Junto formal do classicismo para escreverem músicas mais de com tudo isso, o indianismo expressava os costumes e a acordo com suas emoções. linguagem indígenas, cujo retrato fez de certos romances Na ópera, os compositores mais notáveis excelentes documentos históricos. foram Verdi e Wagner. O primeiro procurou escrever Os romances urbanos tratam da vida na capital e relatam as óperas, em sua maioria, com conteúdo épico ou patriótico - particularidades da vida cotidiana da burguesia, cujos entre as quais as óperas Nabucco, I Vespri Sicilianni, I membros se identificavam com os personagens. Os Lombardi nella Prima Crociata - embora tenha escrito romances faziam sempre uma crítica à sociedade através também algumas óperas baseadas em histórias de amor de situações corriqueiras, como o casamento por interesse como La ou a ascensão social a qualquer preço. Traviata; O segundo enfocava histórias mitológicas germânicas, caso da Tetralogia do Anel do Nibelungo e outras óperas como Tristão e Isolda e O Holandês Voador, ou sagas como Tannhäuser, Lohengrin e Parsifal. medievais Mais tarde na Itália o romantismo na ópera se desenvolveria ainda mais com Puccini. Por fim, o romance regionalista propunha uma construção de texto que valorizasse as diferenças étnicas, linguísticas, sociais e culturais que afastavam o povo brasileiro da Europa, e caracterizava-os como uma nação. Os romances regionalistas criavam um vasto panorama do Brasil, representando a forma de vida e individualidade da população de cada parte do país. A preferência dos autores Romantismo em Portugal era por regiões afastadas de centros urbanos, pois estes Ver artigo principal: Romantismo em Portugal estavam sempre em contato com a Europa, além de o Teve como marco inicial a publicação do poema espaço físico afetar suas condições de vida. "Camões", de Almeida Garrett, em 1825, e durou cerca de 40 anos terminando por volta de 1865 com a Questão A primeira geração (nacionalista–indianista) era Coimbrã. voltada para a natureza, o regresso ao passado histórico e ao medievalismo. Cria um herói nacional na figura do A primeira geração do romantismo em Portugal vai de 1825 a 1840. Seus principais autores são Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Antônio Feliciano de Castilho. A segunda geração, ultra-romântica, de 1840 a 1860 e tem como principais autores, Camilo Castelo Branco e Soares de Passos. A terceira geração, pré-realista, de 1860 a 1870, aproximadamente, teve como principais autores Júlio Dinis e João de Deus. índio, de onde surgiu a denominação de geração indianista. O sentimentalismo e a religiosidade são outras características presentes. Entre os principais autores podemos destacar Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Araújo Porto Alegre. Gonçalves de Magalhães foi o introdutor do romantismo no Brasil. Obras: Suspiros Poéticos e Saudades. Gonçalves Dias foi o mais significativo poeta romântico brasileiro. Obras: Canção do VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 exílio, I-Juca-Pirama. Araújo Porto Alegre fundou com os Os outros dois a Revista Niterói-Brasiliense. Alves, Sousândrade e Tobias Entre as principais características da primeira geração romântica no Brasil estão: o nacionalismo ufanista, o indianismo, o subjetivismo, a religiosidade, o brasileirismo (linguagem), a evasão do tempo e espaço, o egocentrismo, o individualismo, o sofrimento amoroso, a exaltação da liberdade, a expressão de estados de alma, emoções e sentimentalismo. A segunda geração, também conhecida recebeu a denominação de mal do século pela sua característica de abordar temas obscuros como a morte, amores impossíveis e a escuridão. seus desta geração Barreto. foram Castro Castro Alves, denominado "Poeta dos Escravos", o mais expressivo representante dessa geração com obras como Espumas Flutuantes e Navio Negreiro. Sousândrade não foi um poeta muito influente, mas tem uma pequena importância pelo descritivismo de suas obras. Tobias Barreto é famoso pelos seus poemas românticos. As principais características são o erotismo, a mulher vista como Byroniana e Ultrarromantismo, Entre destaques com virtudes e pecados, o abolicionismo, a visão ampla e conhecimento sobre todas as coisas, a realidade social e a negação do amor platônico, com a mulher podendo ser tocada e amada. Essas três gerações citadas acima apenas se aplicam para a principais autores estão Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Junqueira Freire e Pedro de Calasans. Álvares de Azevedo fazia parte da sociedade epicureia destinada a repetir no Brasil a poesia romântica, pois a prosa no Brasil não foi marcada por gerações, e sim por estilos de textos - indianista, urbano ou regional - que aconteceram todos simultaneamente. existência boêmia de Byron. Obras: Pálida à Luz, Soneto, No país, entretanto, o romantismo perdurará até à década Lembranças de Morrer, Noite na Taverna. Casimiro de de 1880. Com a publicação de Memórias Póstumas de Abreu escreveu As Primaveras, Poesia e amor, etc. Brás Cubas, por Machado de Assis, em 1881, ocorre Fagundes Varela, embora byroniano, já tinha em sua formalmente a passagem para o período realista. poesia algumas características da terceira geração do Principais escritores românticos brasileiros romantismo. Junqueira Freire, com estilo dividido entre a Gonçalves Dias: principal poeta romântico e uns dos melhores da língua portuguesa, nacionalista, autor da famosa Canção do Exílio, da nem tão famosa I-JucaPirama e de muitos outros poemas. homossexualidade e a heterossexualidade, demonstrava as idiossincrasias da religião católica do século XIX. Já as principais características da segunda geração foram o profundo subjetivismo, o egocentrismo, o individualismo, Segunda Geração Romântica; autor de Lira dos Vinte a evasão na morte, o saudosismo (lamentação) em Anos, Noite na Taverna e Macário. Casimiro de Abreu, por exemplo, o pessimismo, o sentimento de angústia, o sofrimento amoroso, o escreveu, principalmente, poesias abolicionistas como o Navio Negreiro. Por fim há a terceira geração, conhecida também como Joaquim Manuel de Macedo, romancista urbano escreveu A Moreninha e também O Moço Loiro. que costuma construir seu ninho em lugares muito altos e tem visão ampla sobre todas as coisas, ou Hugoniana, Castro Alves: grande representante da Geração Condoreira, desespero, o satanismo e a fuga da realidade. geração Condoreira, simbolizada pelo Condor, uma ave Álvares de Azevedo: o maior romântico da José de Alencar, principal romancista romântico. referente ao escritor francês Victor Hugo, grande pensador Romances do social e influenciador dessa geração. Minutos; Senhora. urbanos: Lucíola; A Romances Viuvinha; Cinco regionalistas: O Gaúcho, O Sertanejo, O Tronco do Ipê. Romances VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 históricos: A Guerra dos Mascates; As Minas de Prata. Romances indianistas: O Guarani, Iracema e o c. pretexto episódico para descrição da natureza. d. visto com o desprezo do branco preconceituoso, que o considera inferior. e. representado como um primitivo feroz e de maus instintos. Ubirajara. Manuel Antônio de Almeida: romancista urbano, precursor do realismo. Obras: Memórias de um Sargento de Milícias. Bernardo (PUC) Guimarães: do regionalismo. Obras: A considerado Escrava fundador Isaura; "O Os exercícios 2 a 7 referem-se aos dois capítulos transcritos. Seminarista" Franklin Távora: regionalista. Obra mais importante: O Cabeleira. "Capítulo CXXIV VÁ DE INTERMÉDIO Visconde de Taunay: regionalista. Obra mais importante: Inocência. Machado de Assis: estilo único, dotado de fase romântica e realista. Em sua fase romântica destacamse "A Mão e a Luva" e "Helena". Ainda em tal fase realizava análise psicológica e crítica social, mostrando-se atípico dentre os demais românticos Que há entre a vida e a morte? Uma curta ponte. Não obstante, se eu não compusesse este capítulo, padeceria o leitor um forte abalo, assaz danoso ao efeito do livro. Saltar de um retrato a um epitáfio, pode ser real e comum; o leitor, entretanto, não se refugia no livro, senão para escapar à vida. Não digo que este pensamento seja meu; digo que há dose de verdade, e que, ao menos, a forma é pitoresca. E, repito: não é meu." Demais artes "Capítulo CXXV Apesar da produção literária ser predominantemente EPITÁFIO romântica, vive-se no país neste período um grande incentivo ao academicismo e ao neoclassicismo. O neoclássico foi o estilo oficial do Império do Brasil recémproclamado e o grande centro das artes no país é a Escola Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro, lar do AQUI JAZ D. EULÁLIA DAMACENA DE BRITO MORTA neoclassicismo no Brasil, sob influência direta da Missão francesa trazida pelo príncipe-regente D. João VI. Principais características: subjetivismo, evasão, erotismo, senso de mistério e religiosidade. QUESTÕES DE 1 A 40 1. (USP) O índio, em alguns romances de José de Alencar, como Iracema e Ubirajara, é: a. b. AOS DEZENOVE ANOS DE IDADE ORAI POR ELA!" 2. (PUC-SP) Identifique e relacione obra e autor dos dois capítulos do texto: 1. Memórias Sentimentais de João Miramar. 2. Memórias Póstumas de Brás Cubas. retratado com objetividade, numa perspectiva rigorosa e científica. 3. Triste Fim de Policarpo Quaresma. idealizado sobre o pano de fundo da natureza, da qual é o herói épico. A. Lima Barreto VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 B. Oswald de Andrade ao efeito do livro", os elementos sublinhados denotam referência a, respectivamente: C. Machado de Assis. a. 3 e A. b. 1 e B. c. d. e. b. emissor, contato, canal c. código, receptor, mensagem d. código, receptor, canal e. emissor, receptor, mensagem. 1 e C. 2 e B. um capítulo perfeitamente romântico, por tratar do tema "morte". um capítulo bastante adequado ao gênero romance, onde deve sempre haver uma nova unidade de trama. b. um tanto inusitado neste romance que se enquadra perfeitamente na norma estabelecida. c. perfeitamente cabível neste romance, pelo seu tom trágico. d. canal, emissor, receptor 2 e C. 3. (PUC-SP) O capítulo CXXV é, do ponto de vista de sua feitura: a. a. um momento de rompimento do padrão romanesco, pelo seu aspecto anti-narrativo. 4. (PUC-SP) No romance como um todo, as repetidas interrupções para considerações como essas que são feitas no Cap. CXXIV referindo-se ao narrar, ao leitor, ao narrador, revelam: 6. (PUC-SP) "O leitor, entretanto, não se refugia no livro senão para escapar à vida." Nesta frase cria-se uma constelação de alusões diretas, ou indiretas, em vários níveis. Qual delas você considera a menos viável neste romance? a. referência-antecipação à morte do próprio narrador no final do livro. b. referência ao morto-narrador. c. referência à morte de Eulália. d. referência ao caráter de ficção do romance. e. referência à morte como presença constante no livro. 7. (PUC-SP) O capítulo CXXV deve ser visto: a. muito mais como um ícone do que como discurso linear. b. em primeiro lugar como um fato surpreendente, totalmente inesperado. a. um imperfeito domínio da técnica narrativa. c. somente como uma manifestação de pesar do narrador. b. uma técnica que sempre fez parte das normas de composição do romance, independentemente da época. d. de acordo com a leitura convencional de um romance, sem grandes surpresas ou novidades. e. como a uma frase, mas numa sintaxe estranha. c. uma "inauguração", na literatura brasileira, do moderno romance, contrariando inclusive as principais normas narrativas; d. uma técnica muito usada pelos escritores da época romântica, relegada depois a segundo plano. e. uma técnica já superada, mesmo na época romântica. 5. (PUC-SP) Na frase "(...) se eu não compusesse este capítulo, padeceria o leitor um forte abalo, assaz danoso (OSEC) Os trechos I, II e III referem-se às questões 8 a 10. I - "Passaram-se semanas, Jerônimo agora, todas as manhãs tomava uma xícara de café bem grosso, à moda da Ritinha e tragava dois dedos de parati "pra cortar a friagem". VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Uma transformação, lenta e profunda, operava-se nele, dia a dia, hora a hora, reviscerando-lhe o corpo e alando-lhe os sentidos, num trabalho misterioso e surdo de crisálida. A sua energia afrouxava lentamente: fazia-se contemplativo e amoroso. A vida americana e a natureza do Brasil patenteavam-lhe agora aspectos imprevistos e sedutores que o comoviam; esquecia-se dos seus primitivos sonhos de ambição, para idealizar felicidades novas, picantes e violentas; tornava-se liberal, imprevidente e franco, mais amigo de gastar que de guardar, adquiria desejos, tomava gosto aos prazeres, e volvia-se preguiçoso, resignando-se, vencido, às imposições do sol e do calor, muralha de fogo com que o espírito eternamente revoltado do último tambor entrincheirou a pátria contra os conquistadores aventureiros." II -"O que estou é velho. Cinquenta anos pelo São Pedro. Cinquenta anos perdidos, cinquenta anos gastos sem objetivo, a maltratar-me e a maltratar os outros. O resultado é que endureci, calejei, e não é um arranhão que penetra esta casca espessa e vem ferir cá dentro a sensibilidade embotada. Cinquenta anos! Quantas horas inúteis! Consumir-se uma pessoa a vida inteira sem saber para quê! Comer e dormir como um porco! Como um porco! Levantar-se cedo todas as manhãs e sair correndo, procurando comida! E depois guardar comida para os filhos, para os netos, para muitas gerações. Que estupidez! Que porcaria! Não é bom vir o diabo e levar tudo? Sol, chuva, noites de insônia, cálculos, combinações, violências, perigos e nem sequer me resta a ilusão de ter realizado obra proveitosa." III- "Seguia-se a Paula, uma cabocla velha, meio idiota, a quem respeitavam todos pelas virtudes de que só ela dispunha para benzer erisipelas e cortar febres por meio de rezas e feitiçarias. Era extremamente feia, grossa, triste com olhos desvairados, dentes cortados à navalha, formando ponta, como dentes de cão, cabelos lisos, escorridos e ainda retintos apesar da idade. Chamavam-lhe "Bruxa". 8. (OSEC) Pelo tratamento dado às personagens pode-se dizer que: a. texto I é romântico, o II é moderno e o III é naturalista. b. Os textos I e III são naturalistas e o II é moderno. c. Os textos I e II são modernos e o III é naturalista. d. Os textos I e II são modernos e o III é romântico. e. Os textos I e III são modernos e o II é romântico. 9. (OSEC) Percebe-se a personagem em conflito com os valores do seu mundo: a. somente no trecho I. b. nos trechos I e II. c. somente no trecho II. d. nos trechos I e III. e. nos trechos II e III. 10. (OSEC) O texto II pertence a: a. Graciliano Ramos. b. José Lins do Rego. c. José de Alencar. d. Aluísio Azevedo. e. Jorge Amado. 11. (SANTA CASA) No conto "Um Homem Célebre", ocorre o falecimento da esposa do Pestana, personagem central, compositor que não logra concluir um réquiem para a missa da mulher. "Contentou-se da missa rezada e simples, para ele só. Não se pode dizer se todas as lágrimas que lhe vieram sorrateiramente aos olhos foram do marido, ou se algumas eram do compositor." Conforme o excerto lembra, na obra de Machado de Assis é comum que o narrador: a. ponha em dúvida o significado aparente da realidade, muitas vezes enganoso. b. interfira emocionalmente no texto, tornando-o dramático, sentimentalista e ultra-romântico. c. busque revelar a profunda hipocrisia e bondade que, a um tempo, caracterizam o comportamento dos seres humanos. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 d. busque revelar o aspecto mais piedoso do caráter das personagens construindo uma narrativa eminentemente moralista. e. construa um texto fortemente espiritualizado, em que importa pouco o significado material das ações. 12. (SANTA CASA) "O poeta acorda na terra. Demais, o poeta é homem. "Homo sum", como dizia o célebre Romano. Vê, ouve, sente, e, o que é mais, sonha de noite as belas visões palpáveis de acordado. Tem nervos, tem fibra e tem artérias – isto é, antes e depois de ser um ente idealista, é um ente que tem corpo. E, digam o que quiserem, sem esses elementos, que sou o primeiro a reconhecer muito prosaicos, não há poesia". e. 14. (UEL) Assinale a adequadamente a asserção: alternativa barroca c. arcádica d. naturalista e. simbolista a. teocentrismo, hipersensibilidade, otimismo e crença. b. etnocentrismo, insensibilidade, otimismo e crença na sociedade. c. egocentrismo, hipersensibilidade, pessimismo, angústia e desespero. d. teocentrismo, insensibilidade, angústia e desesperança. e. egocentrismo, hipersensibilidade, descontração e crença no futuro. 15. (FUVEST) I Porque não merecia o que lograva, 13. (SANTA CASA) "A primeira que se pôs a lavar foi a Leandra, por alcunha a "Machona", portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos, anca de animal do campo". O texto permite afirmar que: b. c. d. completa alegria, descontração, melancolia, descontração, clássica b. a. que O Romantismo, graças à ideologia dominante e a um complexo conteúdo artístico, social e político, caracterizase como uma época propícia ao aparecimento de naturezas humanas marcadas por Com essas palavras, o poeta romântico Álvares de Azevedo valoriza o lado material do ser humano, deixando perceber concepções estéticas que poderiam ser consideradas precursoras da corrente literária: a. a estética naturalista realça certos pormenores do quadro, modificando o equilíbrio entre as partes que o compõem. naturalismo e o realismo, a fim de evidenciarem as mazelas do tempo, deram ênfase à análise do comportamento psicológico. a prosa romântica pautou-se por uma visão mecanicista do homem e das relações humanas. realismo caracterizou a realidade por meio da metáfora elegante, da ironia, de um cinismo penetrante e refinado. romantismo, incorporando elementos populares e prosaicos, idealizou a força física e a pujança moral do povo. Deixei, como ignorante, o bem que tinha, Vim sem considerar aonde vinha, Deixei sem atender o que deixava. II Se a flauta mal cadente Entoa agora o verso harmonioso, Sabei, me comunica este saudoso Influxo a dor veemente; Não o gênio suave, Que ouviste já no acento agudo e grave. alegria, VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 III Da delirante embriaguez de bardo sonhos em que afoguei o ardor da vida, II - Atuou na linha do teatro de costumes, associou o burlesco e o cômico em dramas e comédias ao retratar flagrantes da vida brasileira, do campo à cidade. Os enunciados teatrólogos: referem-se, respectivamente, aos Ardente orvalho de febris pranteios, Que lucro à alma descrita?" Cada estrofe, a seu modo, trabalha o tema de um bem, de um amor almejado e passado ou perdido. Avaliando atentamente os recursos poéticos utilizados em cada uma delas podemos dizer que os movimentos literários a que pertencem I, II e III são respectivamente: a. Camilo Castelo Branco e José de Alencar. b. Machado de Assis e Miguel Torga. c. Gil Vicente e Nelson Rodrigues. d. Gil Vicente e Martins Pena. e. Camilo Castelo Branco e Nelson Rodrigues a. Barroco – Arcadismo – Romantismo. 18. (PUCCAMP) b. Barroco – Romantismo – Parnasianismo. "Cantor das selvas, entre bravas matas c. Romantismo – Parnasianismo – Simbolismo. d. Romantismo – Simbolismo – Modernismo. Áspero tronco da palmeira escolho, Unido a ele soltarei meu canto, e. Parnasianismo – Simbolismo – Modernismo. Enquanto o vento nos palmares zune, 16. (FUVEST) "Neste despropositado e inclassificável livro (...), não é que se quebre, mas enreda-se o fio das histórias e das observações por tal modo, que, bem o vejo e sinto, só com muita paciência se pode deslindar e seguir em tão embaraçada meada". Eis como o autor vê sua obra, dentro da qual faz reflexões como esta: "o povo, o povo está são: os corruptos somos nós os que cuidamos saber e ignoramos tudo." Trata-se da obra Rugindo os longos, encontrados leques." Os versos acima, de Os Timbiras, de Gonçalves Dias, apresentam características da primeira geração romântica: a. apego ao equilíbrio na forma de expressão; presença do nacionalismo, pela temática indianista e pela valorização da natureza brasileira. b. resistência aos exageros sentimentais e à forma de expressão subordinada às emoções; visão da poesia a serviço de causas sociais, como a escravidão. c. expressão preocupada com o senso de medida; "mal do século"; natureza como amiga e confidente. 17. (FUVEST) d. I - Autor que levava no palco a sociedade portuguesa da primeira metade do século XVI, vivenciando, na expressão de Antônio José Saraiva, o reflexo da crise. transbordamento na forma de expressão; valorização do índio como típico homem nacional; apresentação da natureza como refúgio dos males do coração. e. expressão a serviço da manifestação dos estados de espírito mais exagerados; sentimento profundo de solidão. a. Portugal, de Miguel Torga. b. Quincas Borba, de Machado de Assis. c. Os maias, de Eça de Queirós. d. Vidas secas, de Graciliano Ramos. e. Viagens na minha terra, de Almeida Garrett. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 19 (UFJR) Marque a alternativa correta sobre a obra Amor de perdição, de Camilo Castelo Branco: a. b. Trata-se de uma narrativa centrada na opressão da liberdade individual, opressão esta promovida por uma sociedade provinciana ligada a velhos preconceitos. Estabelece-se na narrativa o conflito entre o indivíduo e o meio social, com a consequente vitória do indivíduo através da realização de seus objetivos. 22. (USC) A respeito do Romantismo no Brasil, pode-se afirmar que: a. sua ação nacionalista deu origem às condições políticas que propiciaram a nossa Independência; b. coincidiu com o momento decisivo de definição da nacionalidade e colaborou para essa definição; c. espelhou sempre as influências estrangeiras, em nada aproveitando os costumes e a cor locais; d. foi decisivo para o amadurecimento dos sentimentos nativistas que culminaram na Inconfidência Mineira; e. ganhou relevo apenas na poesia, talvez por falta de talentos no cultivo da ficção. 20 (E. A. LAVRAS) "Vinha o passado e sentava-se num banco, tomando, a fresca ou tomando o luar". O passado, com sua melancolia, seu saudosismo, sua ternura, seu romantismo, não está presente na seguinte passagem do texto: a. "(...) esse laguinho e essa saudade da valsa de Ouro Preto". b. "Ah, como pisavam de leve na areia, com força em nossos corações!" c. "Na alameda elegante, moças desfilavam perante os rapazes, às quintas e domingos". d. "(...) fontes bem luminosas na escuridão, e bem musicais em meio à cacofonia geral". e. 23. (F.C.CHAGAS) O movimento romântico, cujas origens estão na Alemanha e na Inglaterra, adquiriu na literatura brasileira um reflexo extraordinário porque: a. nossas letras contavam, à época, com artistas do talento de um Machado de Assis e de um Raul Pompéia; b. coincidiu com o momento decisivo de definição da nossa nacionalidade e de valorização do nosso passado histórico; c. prosperavam, entre nós, os sentimentos nativistas elevados ao mais alto plano estético, como demonstram os poemas "O Uruguai" e "Caramuru"; d. nosso complexo cultural de colonizadores encontrava na prosa intimista sua expressão mais adequada e natural; e. nossos homens de letras e de ciências criaram teorias em que se demonstrava a flagrante superioridade do pensamento anglo-germânico sobre o de outros povos. "Adeus, singelo espelho d'água da Praça, adeus, coreto histórico sentimental dos seresteiros e das charangas caprichadas". 21. (F.C.CHAGAS) "O critério de apresentação da obra, colocando em primeiro lugar a parte referente ao indígena, está de acordo com a busca do exotismo que era moda na época. "A moda que o juízo crítico acima transcrito menciona, a propósito da obra A Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, do pintor Jean-Baptiste Debret, era vigente no período ..... da literatura. 24. (FUVEST) I - "Ah! enquanto os destinos impiedosos a. barroco; b. arcádico c. romântico; Façamos, sim façamos, doce amada, d. realista; Os nossos breves dias mais ditosos e. naturalista. Não voltam contra nós a face irada, II -"É a vaidade, Fábio, nesta vida, VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Rosa, que da manhã lisonjeada, c. amor a Portugal, devaneio e idealização nacionalista; Púrpuras mil, com ambição dourada, d. saudades, ânimo satírico e pessimismo; Airosa rompe, arrasta presumida." e. alívio, expectativa e otimismo. III- "E quando eu durmo, e o coração ainda 26. (VUNESP) Baseando-se na leitura do texto de Álvares de Azevedo, assinale a única alternativa incorreta. Procura na ilusão da lembrança, "Junto a meu leito, com as mãos unidas, Anjo da vida, passa nos meus sonhos Olhos fitos no céu, cabelos soltos, E meus lábios orvalha de esperança!" Pálida sombra de mulher formosa Associe os trechos acima com os respectivos movimentos literários, cujas características estão enunciadas abaixo. Romantismo: evasão e devaneio na realização de um erotismo difuso. Entre nuvens azuis pranteia orando. É um retrato talvez. naquele seio Porventura sonhei doiradas noites. Arcadismo: aproveitamento do momento presente ("carpe diem"). Barroco: efemeridade da beleza física, brevidade enganosa da vida. Talvez sonhando desatei sorrindo Alguma vez nos ombros perfumados Esses cabelos negros, e em delíquio a. romantismo; II- arcadismo; III- barroco; b. barroco; II- arcadismo; III- romantismo; c. arcadismo; II- romantismo; III- barroco; foi-se minha visão. E resta agora d. arcadismo; II- barroco; III- romantismo; Aquela vaga sombra na parede e. barroco; II- arcadismo; III- romantismo. – Fantasma de carvão e pó cerúleo, 25. (F.C.CHAGAS) "Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá." Nestes versos de Gonçalves Dias, escritos em Portugal, o poeta vive um momento marcado por a. solidão, devaneio e idealização nacionalista. b. melancolia, tédio e ironia; Nos lábios dela suspirei tremendo. Tão vaga, tão extinta e fumarenta Como de um sonho o recordar incerto." (AZEVEDO, Álvares de. VI Parte de "Ideias Íntimas". In: CÂNDIDO, A. & CASTELLO, J. A. Presença da Literatura Brasileira, vol.II, São Paulo, Difusão Europeia do Livro, 1968, p. 26). Considerando os aspectos temáticos e formais do poema pode-se vinculá-lo ao segundo momento do movimento romântico brasileiro, também conhecido como "geração do spleen" ou "mal do século." VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 a. b. c. d. A presença da mulher amada torna-se o ponto central do poema. Isso é claramente manifestado pelas recordações do eu-lírico, marcado por um passado vivido, que sempre volta em imagens e sonhos. texto reflete um articulado jogo entre o plano do imaginário e o plano real. Um dos elementos, entre outros, que articula essa contradição é a alternância dos tempos verbais presente/passado. Realidade e fantasia tornam-se a única realidade no espaço da poesia lírica romântica, gênero privilegiado dentro desse movimento. Apesar de utilizar decassílabo, esse poema possui o andamento próximo ao da prosa. Esse aspecto formal é importante para intensificar certo prosaísmo intimista da poesia romântica. 27. (PUC) Considerado pela crítica brasileira o escritor mais bem dotado de sua geração, Álvares de Azevedo, além das poesias, deixou-nos que obra de prosa narrativa? c. tratamento ao mesmo tempo irônico e lírico a que Carlos Drummond de Andrade submete o cotidiano; d. a presença da natureza como cenário para o encontro do pastor com sua amada, como ocorre em Tomás Antônio Gonzaga; e. a exploração de ecos, assonâncias, aliterações em busca de uma sonoridade válida por si mesma, como se vê na obra de Cruz e Sousa. 29. (F.C.CHAGAS) A poesia confessional e fantasia de Álvares de Azevedo pertence a uma geração romântica situada entre a de a. Gonçalves Dias e a de Cláudio Manuel da Costa b. Gonçalves de Magalhães e a de Gonçalves Dias; c. Castro Alves e a de Cruz e Sousa; d. Gonçalves Dias e a de Castro Alves; e. Cláudio Manuel da Costa e a de Tomás Antônio Gonzaga. a. Conde Lopo; b. Macário; c. espumas Flutuantes; d. Noite na Taverna; 30. (FEI) Numere a coluna da esquerda, de acordo com a coluna da direita, tendo em vista a poesia romântica brasileira: e. Pedro Ivo. 1. primeira geração 28. (U.FORTALEZA) 2. segunda geração "Eu deixo a vida como deixa o tédio 3. terceira geração Do deserto, o poento caminheiro ( ) abolicionismo – Como as horas de um longo pesadelo ( ) condoreirismo Que se desfaz ao dobre de um sineiro." ( ) autocomiseração exacerbada Os versos acima exemplificam: ( ) obsessão pela morte a. a utilização de metáforas grandiosas para expressar a indignação com as injustiças sociais que caracteriza a obra de Castro Alves; b. a temática a procura da morte como solução para os problemas da existência em que se encontra em Álvares de Azevedo; ( ) indianismo ( ) nacionalismo Agora, escolha a alternativa que apresenta a sequência correta dos numerais: a. 2 - 3 - 2 - 1 - 2 - 1; VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 b. 1 - 3 - 2 - 1 - 2 - 3; c. 3 - 2 - 2 - 1- 2 - 2; d. 2 - 1 - 2 - 2 - 1 - 1; e. 33. (AFA) O ideal de liberdade, preconizado por Cecília Meirelles em "Romanceiro da Inconfidência, repete, de certa forma, a temática da poesia social de: a. Castro Alves; b. Fagundes Varela; c. Casimiro de Abreu; d. Álvares de Azevedo. 3 - 3 - 2 - 2 - 1 - 1; 31. (F.C.CHAGAS) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas. Quando se fala em ..... na literatura romântica, os nomes ..... não podem ser esquecidos. "Agora, peço a você. Ó caboclo brasileiro, indianismo caboclo ainda cativo, abolicionismo - ler o 'Navio Negreiro' para ficar informado abolicionismo do passado cativeiro. indianismo - sertanismo 32. (F.C.CHAGAS) A palavra de Castro Alves seria, no contexto em que se inseriu, uma palavra aberta à realidade da nação, indignando-se o poeta com o problema do escravo e entusiasmando-se com o progresso e a técnica que já atingiam o meio rural. Esse último aspecto permite afirmar que Castro Alves a. b. identifica-se aos poetas da segunda geração romântica no que se refere à concepção da natureza como refúgio. afasta-se, nesse sentido, de outros poetas, como Fagundes Varela, que o consideram o campo um antídoto para os males da cidade; c. trata a natureza da mesma forma que o poeta árcade que o antecedeu; d. antecipa o comportamento do poeta parnasiano que se entusiasma com a realidade exterior; e. idealiza a natureza da pátria, buscando preservar a sua simplicidade e pureza, tal como Gonçalves Dias. Era um navio maldito, uma ave de rapina voando a flor do oceano, no bojo a gana a assassina conduzia ouro humano: a rapa negra era a mina. Caboclo, não chore não, não chora quando o poema apertar-lhe o coração; se não puderimpe ou gema ou grite de indignação. caboclo, este o dilema. Depois leias as Vozes d'África com a mesma indignação VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 contra os senhores de escravos, a. José de Alencar e Joaquim Manuel Antônio de Almeida; ó caboclo do sertão, b. Joaquim Manuel de Macedo e Manuel Antônio de Almeida; c. Manuel Antônio de Almeida e Bernardo Guimarães; d. Bernardo Guimarães e Visconde de Taunay; e. Visconde de Taunay e José de Alencar. o cativeiro de hoje é o mesmo: cana e algodão." 34. (VUNESP) As quatro estrofes acima constituem trecho de uma obra, publicada em 1952, em que um poeta modernista, autor do longo poema "Invenção de Orfeu", conta à maneira dos poetas populares das feiras nordestinas, a vida e as aventuras de um poeta do romantismo brasileiro. Assinale nas alternativas abaixo aquela que contenha respectivamente: IX. a temática versada pelas estrofes acima; IX. nome do poeta romântico; IX. título da primeira obra deste poeta romântico; IX. nome do poeta modernista autor desse texto à moda de cordel. I. temática regionalista; II- Gonçalves Dias; IIIPrimeiros Cantos; IV- Mário de Andrade. II. temática amorosa; II- Álvares de Azevedo; IIILira dos Vinte Anos; IV- Ferreira Gullar. III. temática racial; II- Casimiro de Abreu; IIIPrimaveras: IV- Carlos Drummond de Andrade. IV. temática urbana; II- Olavo Bilac; III- Tarde; IVOswald de Andrade. 36. (FUVEST) "O primeiro cearense, ainda no berço, emigrava da terra da pátria. Havia aí uma predestinação de uma raça?" Eis aí uma reflexão sob a forma de pergunta que o autor, ......, faz a si mesmo com toda propriedade, e por motivos que podemos interpretar como pessoais, ao finalizar o romance ........ . Assinale a alternativa que completa os espaços. a. José Lins do Rego - Menino do Engenho; b. José de Alencar - Iracema; c. Graciliano Ramos - São Bernardo; d. Aluísio Azevedo - O Mulato; e. Graciliano Ramos - Vidas Secas. (FUVEST) Texto para as questões 37 e 38: V. temática de crítica social; II- Castro Alves; IIIEspumas Flutuantes; IV- Jorge de Lima. 35. (F.C.CHAGAS) Embora contemporâneos e focalizando, muitas vezes, o mesmo ambiente social, os romances desses dois escritores revelam a distância em que se encontram: um pela capacidade de desmascarar e denunciar certos aspectos profundos recalcados, da realidade social e individual, pode ser considerado um modesto precursor de Machado de Assis; o outro deve sua popularidade ao fato de trazer para o romance justamente o cenário e personagens familiares ao meio fluminense da segunda metade do século XIX. "Sua ambição literária era, contudo, imensa e pode ser aferida, não só por sua produção romanesca, como pelo projeto gigantesco que delineara de maneira bem significativa, na sua indiscutidíssima introdução ao romance Sonhos d'Ouro. Está fora de dúvida que (o romancista) considerava sua obra como fator primacial da criação realmente orgânica de nossa literatura". (Eugênio Gomes). 37. (FUVEST) O romancista a que se refere o crítico é: a. João Guimarães Rosa; b. Joaquim M. de Macedo; c. Bernardo Guimarães; d. José de Alencar; Trata-se, respectivamente, de VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 e. Manuel Antônio de Almeida. Questões de 1 a 40 38. (FUVEST) Assinale a opção em que vêm citadas obras do romancista, objeto da questão antecedente. a. Cortiço e Casa de Pensão; b. Fogo Morto e Banguê; c. A Moreninha e O Moço Louro; d. Grande Sertão: Veredas e Sagarana; e. Senhora e O Guarani 39. (FUVEST) Lucíola e Senhora; O Gaúcho, Sertanejo; e o Guarani e As Minas de Prata representam na obra de Alencar, de acordo com os seus conteúdos e seus cenários, romances de tipos, respectivamente: 1. b 2. c 3. e 4. c 5. e 6. a 7. a 8. b 9. b 10. a a. urbanos, regionalistas e pré-históricos; 11. a b. documentais, sociais e histórico-indianistas; 12. d c. europeus, nacionais e indianistas; 13. e d. psicológicos, documentais e folclóricos; 14. c e. realistas, impressionistas e românticos. 15. a 40. (PUC) Nos romances Senhora e Lucíola, José de Alencar dá um passo em relação à crítica dos valores da sociedade burguesa, na medida em que coloca como protagonistas personagens que se deixam corromper por dinheiro. Entretanto, essa crítica se dilui e ele se reafirma como escritor romântico, nessas obras, porque a. pune os protagonistas no final, levando-os a um casamento infeliz; b. justifica o conflito dos protagonistas com a sociedade pela diferença de raça: uns, índios idealizados; outros, brasileiros com maneiras europeias; 16. e 17. d 18. a 19. a 20. d 21. c c. confirma os valores burgueses, condenando os protagonistas à morte; d. resolve a contradição entre o dinheiro e valores morais tornando os protagonistas ricos e poderosos; 22. b 23. b 24. d 25. a 26. b 27. d e. permite aos protagonistas recuperarem dignidade pela força do amor. sua 28. b 29. d VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 30. e pode ser percebido em texto de qualquer época, desde as primeiras manifestações da humanidade até hoje; mas, 31. d como movimento relativamente organizado, começou na 32. b segunda metade do século XIX, na França, difundindo-se 33. a por todos os países da Europa, com oposição declarada, ou 34. e não, ao sentimento romântico. O movimento realista correspondeu à ascensão da pequena burguesia. O 35. a pensamento filosófico que exerceu mais influência no surgimento do realismo foi o positivismo. Ao contrário do 36. b gosto da alta burguesia, interessada no jogo vazio das 37. d formas artísticas (a "arte pela arte"), motivou-a uma arte 38. e voltada a solução dos problemas sociais, isto é, uma arte 39. a "engajada" de "compromissos", que se colocava também contra o tradicionalismo romântico e procurava incorporar 40. e os descobrimentos científicos de seu tempo. O naturalismo é uma espécie de prolongamento do realismo. Não Realismo chegaram a ser movimentos literários distintos, tanto é que muitos O realismo foi um movimento artístico e literário surgido nas últimas décadas do século XIX na Europa, mais especificamente na França, em reação ao romantismo. Entre 1850 e 1900 o movimento cultural, chamado realismo, predominou na França e se estendeu pela Europa e outros continentes. Os integrantes desse movimento repudiaram a artificialidade do neoclassicismo e do romantismo, pois sentiam a necessidade de retratar a vida, os problemas e costumes das classes média e baixa não inspirada em modelos do passado. O movimento manifestou-se também na escultura e, principalmente, na arquitetura. autores naturalistas, posterior são sendo ao o realismo. simultaneamente naturalismo 56 Para realistas e cronologicamente muitos, o realismo representava uma alternativa do que era visto como um isolamento ou mesmo um elitismo da vanguarda — ponto de vista que ganhou apoio a partir da adoção do realismo socialista como a forma oficial de arte da União Soviética. Contudo, outras vozes insistiam em que a vanguarda possuía um papel a exercer no desenvolvimento de um realismo moderno adequado às condições do século XX. Características e contexto histórico Realismo não só foi moldado como uma importante escola e períodos da história da literatura, mas também foi uma constante de toda a literatura, a sua primeira formulação teórica foi o princípio da mimesis na Poética de Aristóteles. Em geral, os realistas retratavam temas e situações em contextos contemporâneos do cotidiano, e tentaram descrever indivíduos de todas as classes sociais de uma maneira similar. O idealismo clássico, o emocionalismo romântico Jean-Baptiste Camille Corot, Jovem 1868, Galeria Nacional de Arte. Garota Lendo, 2 Entende-se por "realismo literário" um estilo de escrita que toma a realidade como princípio orientador de criação artística por meio da palavra. Neste sentido, o realismo e drama foram evitados de forma igual, e muitas vezes os sórdidos ou não cuidados elementos de temas não foram suavizados ou omitidos. O realismo social enfatiza a representação da classe trabalhadora, e os tratam com a mesma seriedade que as outras classes de arte, mas o VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 realismo, como prevenção a artificialidade, no tratamento conquistou o direito de registrar e debater os grandes das relações humanas e as emoções também eram um momentos da história nacional dos países que floresceu; o objetivo do realismo. Tratamentos de assuntos de uma realismo, a seu modo, amplificou esse interesse e trouxe a maneira reflexão sobre a realidade social e política para o centro heroica ou sentimental foram igualmente rejeitados. das narrativas realistas.10 Paralelismo entre romantismo e realismo Romantismo Realismo primeira terceira Exemplos de pinturas do romantismo e do realismo Pessoa Valoriza o que se idealiza e sente o que se é Artes visuais Ver artigo principal: Pintura do realismo O realismo fundou uma escola artística que surgiu no século XIX em reação ao romantismo e se desenvolveu baseada na observação social), na razão e da realidade (como na ciência. contexto O realismo, como movimento artístico do século XIX, que se caracterizava pela oposição ao idealismo das escolas clássica, romântica e acadêmica, não deve ser confundindo com técnicas O Beijo (1859), de Francesco Hayez. Exemplar de pintura realistas de execução de obras de arte, ou seja, com o romântica esmero do artista em reproduzir as imagens (em artes plásticas) tal qual as vê na realidade. Técnicas realistas de pintura e de escultura existem desde, ao menos, a Antiguidade clássica e foram e continuam sendo utilizadas por diversas escolas (como, a dos surrealistas). Como movimento artístico, surgiu na França, e sua influência se estendeu a numerosos países. Esta corrente aparece no momento em que ocorrem as primeiras lutas sociais contra o capitalismo progressivamente mais dominador, ao mesmo tempo em que há um crescente respeito pelo fato empiricamente averiguado, pelas ciências exatas e experimentais e pelo progresso técnico. Das influências intelectuais que mais ajudaram no sucesso Casa (1889), de Jožef Petkovšek. Exemplar de pintura do realismo denota-se a reação contra as excentricidades realista românticas e contra as suas idealizações da paixão Embora alguns manuais de literatura estabeleçam uma amorosa. A passagem do romantismo para o realismo grande ruptura entre as propostas estéticas do romantismo corresponde uma mudança do belo e ideal para o real e e do realismo, acredita-se que é possível considerar que há objetivo. um momento de continuidade entre esses dois importantes Pintura realista momentos na história da literatura. O romantismo VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 nas quais procura traduzir os costumes, o aspecto de sua época, faz arte atual. A primeira característica divisada por Moisés na pintura daquele momento é justamente a ênfase dada ao "retrato do real", resultando na insatisfação com a expressão subjetiva e desfocada do inventário da realidade que os realistas vão propor a partir daí.14 Principais pintores realistas: O Enterro em Ornans, de Gustave Courbet, cerca de 184950. Os impressionistas não pintavam temas religiosos, históricos ou relacionados com o que viesse da imaginação. Na realidade, compartilhavam muitas de suas ideias com o pintor realista Gustave Courbet. Courbet, porém, queria pintar a realidade árdua da vida cotidiana, enquanto os impressionistas se concentravam-se em temas agradáveis, belos ou considerados interessantes. Para eles, essa era a realidade de sua vida: não tinha nenhuma mensagem social a transmitir.12 O historiador Seymour Jean-François Millet, As Catadoras, 1857. Slive cita que quando se discute o realismo em relação aos Édouard Manet era um artista pivô durante o século XIX. Não só o seu trabalho crítico foi de pintores de paisagem é importante especificar que esses princípios realistas, mas sua arte também artistas quase nunca pintavam seus quadros em exteriores. desempenhou A prática de fazer pinturas ao ar livre só se tornou comum um papel importante no desenvolvimento do Impressionismo em 1870. no século XIX. Em épocas anteriores as pinturas de paisagem eram quase sempre compostas nos ateliês. A Sua obra-prima, Le déjeuner sur l'herbe (O França foi o país europeu que propôs, desenvolveu e piquenique no bosque), retrata duas mulheres, alimentou o realismo durante todo o período de sua uma nua, e dois homens vestidos desfrutando um permeância na literatura, ou seja, ao longo de toda segunda tipo de piquenique. Em consonância com os metade do século XIX. Segundo Massaud Moisés, as artes princípios realistas, Manet baseava todas as plásticas francesas foram a primeira manifestação contra a figuras de primeiro plano em pessoas vivendo. estética romântica: Gustave Courbet é a figura principal do As suas origens situam-se na França e nas artes movimento realista na arte do século XIX. Na plásticas: antes que os literários, os pintores verdade, Courbet usou o termo realismo quando reagiram violentamente contra o romantismo, a exibia suas obras, mesmo tendo evitado rótulos. pintura idealista e imaginativa, não raro feita de A sinceridade dos realistas em examinar seu memória. E essa reação divisa a primeira ambiente levou a retratação de objetos e imagens característica do realismo. Em 1850 e 1853, que Gustave Courbet (1818-1877) expõe duas obras considerado indignas de representação — os realistas (O Enterro em Ornans e As Banhistas), mundanos e triviais trabalhadores da classe nos últimos séculos artistas tinham VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 operária e os camponeses, e assim por diante. diferente, menos provocante, mais calmo do que Além disso, realistas retratavam essas cenas em o de Coubert. uma escala e com uma sinceridade e seriedade anteriormente Escultura do realismo reservadas à grande pintura Théodore Rousseau histórica. Honoré Daumier trabalhou como balconista de uma livraria, no Palais Royal, um lugar perfeito para observar todos os passos da vida parisiense. As pessoas que lá ele observava inspiraram sua carreira posterior de caricatura e seu interesse em retratar a classe trabalhadora. Ele escolheu retratar a vida urbana. Era litógrafo assim como pintor e fez muitas litografias para revistas francesas liberais. Pintores realistas eram muitas vezes políticos radicais que queriam transmitir opiniões políticas e sociais em suas obras. As caricaturas de Honoré Daumier, por exemplo, Cópia de O Pensador, de Auguste Rodin. O original criticaram acidamente a ordem social existente. encontra-se no Museu Rodin, em Paris. Jean-Baptiste Camille Corot tem sido chamado de Neste gênero os escultores, assim como os pintores, o último pintor neoclássico, ele também tem sido preferem temas contemporâneos. Animam-se de chamado de o primeiro impressionista. Há intenções políticas e de propósitos doutrinários. verdades em ambas as declarações. Também é Procuram fazer uma escultura social, ao enaltecer os verdade que há traços de naturalismo, realismo e aspectos romantismo em suas obras. Ele admirava o estilo representante realista foi o Auguste Rodin (1840- mais realista, natural da pintura de paisagem no 1917), dono de um estilo feito de naturalismo e início do século dezenove pelo artista, como os passionalismo. Era grande admirador de Donatello e pintores Michelangelo, a principio apreciava os aspectos ingleses Richard Bonington e John Constable, que estavam determinados a pintar o que viam, e que muitas vezes eram pintadas no local, em vez de artisticamente organizadas paisagens em estúdio. Jean-François Millet foi realistas. Na escultura, o grande naturalísticos e, no segundo, a dramaticidade. O escultor não se preocupou com a idealização da realidade. Ao contrário, procurou recriar os seres tais como eles são. Além disso, os escultores preferiam os temas contemporâneos, assumindo muitas vezes uma notável por sua intenção política em suas obras. Sua característica interpretação "rigorosamente sincera" da vida principal é a fixação do momento significativo de um rural. Os camponeses mostrados em sua pintura gesto humano.15 Para Duílio Battistoni Filho "é difícil parecem ser "homens subjugados pelas forças da julgar Rodin, pois suas obras mais significativas Natureza, mas também soberanos em relação a como O isso." Millet infundiu sua pintura com uma aura sugestões patéticas góticas, a luminosidade dos solene, oferecendo ao realismo um significado impressionistas e a sobriedade dos gregos". Em Beijo, O Pensador e Balzac, apresentam VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 resumo: "foi um escultor que valorizou as sensações realismo teatral francês apresenta a singularidade de imediatas". combinar descrição com prescrição. Assim, em Les O realismo na arquitetura Filles de Marbre (1853), por exemplo, Barrière e Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas necessidades urbanas, criadas pela industrialização. As cidades não exigem mais ricos palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova burguesia. Teatro e o realismo Thiboust não se contentam em descrever o universo da prostituição ou os males que uma prostituta pode causar a um jovem inexperiente. Eles introduzem um raisonneur — personagem típico da comédia realista — que didaticamente expõe o pensamento dos autores em relação a esse problema social. Em algumas peças teatrais como Le Mariage d'Olympe (1855), de Augier; De Demi-monde (1855), de Dumas Filho; e Dalila (1857), de Feuillet a prostituição é abordada com variações sobre o mesmo tema.25 26 O teatro, tanto naturalista quanto realista, era definido pelo fato de que não só ilustrava o que se desviava da melhor sociedade, mas também suplantava a vida real pela forma do drama. Fora da França, um dos expoentes é o norueguês Henrik Ibsen (1828-1906), citado como o primeiro grande nome a despontar no realismo. Em Casa de Bonecas, por exemplo, trata da situação social da desenvolve mulher.28 Em um obra Espectros, comentário cáustico Ibsen sobre a moralidade da sociedade norueguesa da época. O drama foi tratado duramente pelos críticos por abrir La Dame aux camélias, de Dumas filho (1848). Com o realismo, problemas do cotidiano das camadas sociais mais baixas ocupam os palcos. O teatro, inclusive o realista e o naturalista, era definido pelo fato de que não só ilustrava o que se desviava da melhor sociedade, mas também suplantava a vida real pela forma do drama. O herói romântico é substituído por personagens do dia-a-dia e a linguagem torna-se coloquial. A primeira grande obra dramática realista é A Dama das Camélias, de fevereiro de 1852, do francês Alexandre Dumas, filho (1824-1895).24Essa peça conta a história de uma cortesã que é regenerada pelo amor, dando ao público a constatação de um mundo real, observado, sem fantasiosas e lúdicas vivências, e sim, do dia a dia que explica o comportamento dos personagens apresentados. O completamente a moral da sociedade ao falar de promiscuidade e doenças venéreas. São importantes também o dramaturgo e escritor russo Máximo Gorki (1868-1936), autor de Ralé e Os Pequenos Burgueses, e o alemão Gerhart Hauptmann (18621946), autor de Os Tecelões. O realismo na literatura Motivados pelas teorias científicas e filosóficas da época, os escritores realistas desejavam retratar o homem e a sociedade em sua totalidade. Não bastava mostrar a face sonhadora ou idealizada da vida, como fizeram os românticos; desejaram mostrar a face nunca antes revelada: a do cotidiano massacrante, do amor adúltero, da falsidade e do egoísmo humano, da impotência do homem comum diante dos poderosos. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Uma característica do romance realista é o seu poder poetas seria Baudelaire, o que teve como resultado o de crítica, adotando uma objetividade que faltou ao empréstimo de alguns expedientes de As Flores do romantismo. Grandes escritores realistas descrevem o Mal pelos poetas brasileiros. Assim, em 1881, houve que está errado de forma natural, ou por meio de um histórias como Machado de Assis. Se um autor Azevedo publica O desejasse criticar a postura de alguma entidade, não naturalista escreveria um soneto para tanto, porém escreveria Assis publica Memórias histórias que envolvessem-na de forma a inserir Cubas (primeiro romance realista do Brasil). marco na literatura no Brasil, Aluísio Mulato (primeiro brasileiro) romance e Machado Póstumas de de Brás nessas histórias o que eles julgam ser a entidade e como as pessoas reagem a ela. Em lugar do egocentrismo romântico, verifica-se um enorme interesse de descrever, analisar e até em criticar a realidade. A visão subjetiva e parcial da realidade é substituída pela visão objetiva, sem distorções. Dessa forma os realistas procuram apontar falhas talvez como modo de estimular a mudança das instituições e dos comportamentos humanos. Em lugar de heróis, surgem pessoas comuns, cheias de problemas e limitações. Na Europa, o realismo teve início com a publicação do romance realista Madame Bovary (1857) de Gustave Flaubert. Alguns expoentes do realismo europeu: Gustave Flaubert, Honoré de Balzac, Eça de Queirós, Charles Dickens. De Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Realismo no Brasil Cubas, Fundação Biblioteca Nacional. No Brasil, entre as décadas de 1870 e 1880, as formas do romantismo já se haviam convencionalizado. O culto a natureza, o panegírico da pátria e o sentimentalismo, dividindo entre os arroubos patéticos e o pudor receoso despertaram o fastio de alguns jovens poetas. As práticas estéticas românticas, além do mais, estavam extremamente associadas ao modus vivendi do Segundo Império, de maneira que sua composição estética nasceria em meio aos anseios de uma geração, apologista de República e de abolição da escravatura. Antes mesmo do parnasianismo se instalar com sucesso no Brasil, surgiu uma tendência chamada de "realista" na poesia nacional. Naquele tempo, "realista" significava, antes de tudo, antirromântico, e o modelo adotado por esses Machado de Assis foi um grande crítico e escritor do realismo e também do romantismo no Brasil, suas principais obras foram: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro. No artigo "Instinto de Nacionalidade" (1899), Machado critica o principal ponto de honra do romantismo brasileiro: o tema nacionalista. Ele vai dizer, em poucas palavras, que para ser brasileiro não é necessário falar sempre de imagens nacionalistas ou de símbolos — como a natureza exuberante do Brasil, ou mesmo a figura do índio como marca nacional. Em relação ao realismo, Machado sempre se manteve alheio aos preceitos explícitos da Escola. Para Carlos Fuentes, a produção de Machado de Assis é um verdadeiro VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 milagre no contexto limitado do realismo latino- Embora ainda pertencendo à época romântica e americano, pois: não podendo ser consideradas realistas em O romance oitocentista hispano-americano, ao contrário, não se atreve a abandonar um preceituário que constitui o enganoso chamariz da modernidade: primeiro o romantismo, depois o sentido escrito, as Memórias são, de acordo com Alfredo Bori, "de franca aderência à realidade média", então "isentas de qualquer traço idealizante" e recorrem a um "método objetivo de composição". realismo, por fim o naturalismo. O romantismo, escreve Machado de Assis, é um cavaleiro que estafou o seu próprio corcel "a tal, ponto que o foi preciso deixá-lo à margem, onde o realismo o veio achar, comido de lazeira e vermes, e, por Nas últimas décadas do século XIX, observa-se que os escritores passaram a demostrar uma preocupação com uma descrição mais detalhada dos costumes orientais, sob manifestações humanas, tais como gestos, palavras e atitudes, e, compaixão, o transportou para seus livros". As procuraram informações das árvores dentro de paisagens típicas. Com o independências pautaram-se em uma civilização declínio da poesia romântica e sob influência do Nescafé: realismo, absurdas poderíamos do ser período instantaneamente apresentar também, animais apareceu e o modernos abolindo o passado, negando a movimento parnasianista que repudiou a tradição. O gênio de Machado reside no contrário: expressão do Eu. Os princípios dessa escola não há criação sem tradição que a nutra, assim impuseram a impessoalidade, o cuidado artístico como não há tradição sem criação que a renove. e os poetas passaram a prender-se mais ainda que Vitor Hugo, ao esplendor do estilo, à riqueza das Desde o seu início, o realismo brasileiro foi sobre tudo urbano, no mais das vezes retratando a vida na cidade do Rio de Janeiro, como já fazia em pleno romantismo, um precursor do realismo, Manuel Antônio de Almeida (18311861). A novela de Manuel Antônio de Almeida ocupa um lugar especial no cenário da ficção romântica brasileira, graças à sua originalidade, seu único romance, Memórias de um Sargento de Milícias, publicado em 1852-53 sob a forma de folhetins, difere em muitos aspectos dos romances comumente publicados em folhetins do século XIX, o que explica sua franca popularidade na época, e sua maior aceitação na posteridade. Suas narrações ganharam um caráter cômico e, ao mesmo tempo, observador, que o aproxima muito do realismo, mas com características arcaicas. Por essas razões Manuel Antônio de Almeida é considerado um escritor em transição do romantismo para o realismo. rimas. Leconte de Lisle, que foi uma das figuras mais influentes desse movimento no Brasil, apresentou quadros com precisão impressionante, resultados da observação direta e de informações tiradas da arqueologia ou da história natural. Sob a sua influência, e de Gustave Flaubert, Olavo Bilac fez sonetos sobre crenças religiosas que foram conhecidas sucessivamente pela humanidade e sobre costumes de civilizações antigas. Bilac descreveu os países exóticos e suas religiões em "A Missão de Purna", como havia feito Leconte de Lisle em "Les Paraboles de Dom Guy" e "Djihan-Ara". Provavelmente sobre a influência de Salombo de Flaubert, escreveu "Delenda Cartago" e "Panoplias" onde fez uso de cores e imagens do poeta francês. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Realismo em Portugal Antecedentes Os críticos e historiadores identificaram três diferentes momentos na literatura portuguesa I. "Segunda Revolução Industrial, o cientificismo, o progresso tecnológico, o socialismo utópico, a filosofia positivista de Auguste Comte, o evolucionismo formam o contexto sociopolíticoeconômico-filosófico-científico em que se desenvolveu a estética realista." romântica. O primeiro momento é de introdução das novas ideias. Ele se personifica nas figuras de Almeida Garrett, Alexandre Herculano e António Feliciano de Castilho. Os três escritores foram aqueles que implementaram a semente da permaneceram nova estética, bastante ligados mas às que velhas concepções, ainda embebidos da mentalidade árcade. O segundo momento ficou conhecido como Ultrarromantismo, período de ápice da estética romântica, quando se afirma o nome de, II. "O escritor realista acerca-se dos objetos e das pessoas de um modo pessoal, apoiando-se na intuição e nos sentimentos." III. "Os maiores representantes da estética realista/naturalista no Brasil foram: Machado de Assis, Aluísio Azevedo e Raul Pompéia." IV. "Poderíamos citar como característica da estética realista: o individualismo, a linguagem erudita e a visão fantasiosa da sociedade." Verificamos que em relação ao Realismo/naturalismo está (estão) correta (corretas): entre outros autores, Camilo Castelo Branco. Na poesia, o Ultrarromantismo viu surgir poetas a. apenas I e II. como Soares de b. apenas I e III. composições marcadas c. apenas II e IV. d. apenas II e III. e. apenas III e IV. Passos, que pelo produziram exacerbamento amoroso e pelo exagero sentimental e subjetivo. O terceiro e último momento do romantismo é aquele que assiste à transição para o realismo. O marco para estas passagens é a polêmica literária que ficou conhecida como "A Questão Coimbra" ou a "Questão do Bom Senso e do Bom Gosto".39 O Ultrarromantismo português 2. (USF-SP) Pode-se entender o Naturalismo como uma particularização do Realismo que: a. se volta para a Natureza a fim de analisar-lhe os processos cíclicos de renovação. b. pretende expressar com naturalidade a vida simples dos homens rústicos nas comunidades primitivas. c. defende a arte pela arte, isto é, desvinculada de compromissos com a realidade social. d. analisa as perversões sexuais, condenando-as em nome da moral religiosa. e. estabelece um nexo de causa e efeito entre alguns fatores sociológicos e biológicos e a conduta das personagens. desenvolveu-se em torno da cidade do Porto e de Coimbra com origem através da prosa de Camilo Castelo Branco, e o poeta típico Soares de Passos. Sua obra Ultrarrealista era considerada 'piegas'. "Noivado do Sepulcro" (Poesias, 1855), uma balada funérea, completamente distante da realidade portuguesa era a obra mais executada nos saraus da literários da época. Viam-na como um modismo importado desprovido de qualquer sentido artístico. Questões de 1 a 40 1. (FEI-SP) Leia atentamente: 3. (UCS-RS) Embora tradicionalmente se considere o ano de 1893 como data final do Realismo e suas manifestações no Brasil, sabe-se que, na verdade, durante os primeiros vinte anos do século XX, essa estética desenvolveu-se paralelamente: VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 a. ao Romantismo e ao Parnasianismo. b. ao Pré-Modernismo e ao Modernismo. c. ao Simbolismo e ao Modernismo. 5. preocupação com mensagem que revela concepção materialista do homem; d. ao Simbolismo e ao Pré-Modernismo. 6. senso de mistério; e. ao Parnasianismo e ao Modernismo. 4. (MACK-SP) O cientificismo comunicou feitio próprio ao Realismo-Naturalismo. Assinale a alternativa que não apresenta o cientista e a respectiva teoria científica ou filosófica correspondentes à época daquele movimento literário. a. b. Darwin – Teoria da evolução das espécies e sua revolução biológica. Comte – Teoria positivista, que explica todos os fenômenos sujeitos às leis naturais. c. Taine – Teoria do ambientalismo determinante: a obra de arte como produto do meio, momento e raça. d. Claude Bernard - Teorias da medicina experimental, mostrando a importância da fisiologia no comportamento do indivíduo. e. Kant – Teoria segundo a qual a razão constrói o mundo da ciência servindo-se das aparências das coisas, formas de nossa sensibilidade. 4. linguagem natural, sem rebuscamentos; 7. retorno ao passado; 8. determinismo biológico ou social. a. 1, 2, 3, 5, 7, 8. b. 1, 3, 4, 5, 8. c. 2, 3, 4, 6, 7, d. 3, 4, 5, 6, 8. e. 2, 3, 4, 5, 8. 6. (FGV-SP) Há, no romance brasileiro do século XIX, um filão que se caracteriza por criar quadros da sociedade carioca, com visão crítica dessa sociedade, e "perfis femininos", que foram inicialmente esboços de análise psicológica. Nele podemos incluir autores de momentos diferentes como: a. Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar e Machado de Assis. b. Joaquim Manuel de Macedo, Martins Pena e Manuel Antônio de Almeida. c. José de Alencar, Machado de Assis e Álvares de Azevedo. d. Martins Pena, Machado de Assis e Álvares de Azevedo. e. Manuel Antônio de Almeida, Martins Pena e José de Alencar. 5. (UFPR) Eça de Queirós afirmava: "O Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para nos conhecermos, para que saibamos se somos verdadeiros ou falsos, para condenar o que houver de mau na nossa sociedade." Para realizar essa proposta literária, quais os recursos utilizados no discurso realista? Selecione-os na relação abaixo e depois assinale a alternativa que os contém: 7. (MACK-SP) Assinale a alternativa incorreta sobre a prosa naturalista: 1. Preocupação revolucionária, atitude de crítica e de combate; a. As personagens expressam a dependência do homem às leis naturais. 2. imaginação criadora; b. estilo caracteriza-se por um descritivismo intenso, capaz de refletir a visualização pictórica dos ambientes. 3. personagens fruto da observação; tipos concretos e vivos; VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 c. Os tipos são muito bem delimitados, física e moralmente, compondo verdadeiras representações caricaturais. d. Tem como objetivo maior aprofundar a dimensão psicológica das personagens. e. comportamento das personagens e sua movimentação no espaço determinam-lhe a condição narrativa. 8. (UFPR) "Marcas de lona suspensas em varais de ferro, umas sobre as outras, encardidas com panos de cozinha, oscilavam à luz moribunda e macilenta das lanternas. Imagine-se o porão do navio mercante carregado de miséria. No intervalo das peças, na meia escuridão dos recôncavos moviam-se corpos seminus, indistintos. Respirava-se um odor nauseabundo de cárcere, um cheiro acre de suor humano diluído em urina e alcatrão. Negros, de boca aberta, roncavam profundamente, contorcendo-se na inconsciência do sono." Com relação a esse fragmento da obra Bom-Crioulo, de Adolfo Caminha, é correto afirmar que apresenta a(s) seguinte(s) característica(s) naturalista(s): 9. (FUVEST-SP) "E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a minhocar, e esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, a multiplicar-se como larvas no esterco." O fragmento de O cortiço, romance de Aluísio Azevedo, apresenta uma característica fundamental do Naturalismo. Qual? a. Uma compreensão psicológica do Homem. b. Uma compreensão biológica do Mundo. c. Uma concepção idealista do Universo. d. Uma concepção religiosa da Vida. e. Uma visão sentimental da Natureza. 10. (FEI-SP) IX. Tentativa de impessoalidade em relação à voz narrativa. IX. Despreocupação com pormenores descritivos, o que torna o ritmo narrativo extremamente rápido. "Desnudam-se as mazelas da vida pública e os contrastes da vida íntima; e buscam-se para ambas causas naturais (raça, clima, temperamento) ou culturais (meio e educação), que lhes reduzem de muito a área de liberdade. O escritor tomará a sério as suas personagens e se sentirá no dever de descobrir-lhes a verdade, no sentido positivista de dissecar os móveis do seu comportamento." (Alfredo Bosi) IX. Subjetividade na descrição do espaço. O texto refere-se ao: IX. Valorização de ambientes exóticos, objetivando a recuperação estética das figuras marginalizadas socialmente. a. Romantismo b. Realismo. Preferência por espaços miseráveis e socialmente inferiores. c. Simbolismo. d. Parnasianismo. e. Modernismo. XXII. Está correta a sequência: a. I, II e V. b. I, IV e V. c. II, III e IV. d. I, II, III, IV. e V. e. II, III e V. 11. (F. Objetivo-SP) Analise o seguinte fragmento e responda: "A primeira que se pôs a lavar foi a Leandra, por alcunha a Machona, portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos..." (Aluísio Azevedo) VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 prado verdejante e proibido. As outras conquistas vinham logo chamadas por aquelas, e todas as vítimas de sua sensualidade, ou as cúmplices do seu temperamento e da sua má educação, enfileiravam-se defronte dele, como um submisso batalhão de prisioneiros." Descrição de personagens pela acentuação de caracteres biológicos e raciais é característica do: a. Romantismo. b. Realismo. c. Modernismo. d. Impressionismo. e. Naturalismo. 12. (PUC-RJ) Estão relacionadas a seguir características de movimentos literários. Delas, apenas uma não se refere ao Naturalismo. Qual? a. Busca da objetividade científica. b. Idealização da natureza. c. Determinismo biológico. d. Tematização do psicológico. e. Aplicação do método experimental. 13. (F.M. Santa Casa-SP) As questões A e B referem-se ao mesmo conjunto de textos. a. b. c. d. "Daí a um mês manifestaram-se claramente os efeitos da pisadela e do beliscão; sete meses depois teve a Maria um filho, formidável menino de quase três palmos de comprimento, gordo, vermelho, cabeludo, esperneador e chorão; o qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar o peito." A. Para os autores naturalistas, os fatores biológicos, reforçados por outros de ordem social, determinariam o destino das criaturas. Identifique o excerto de autor naturalista. B. O realismo que isola Manuel Antônio de Almeida no panorama do romance romântico provém, em parte, das linhas caricaturais que desenha sua variada galeria de personagens. Identifique o excerto de sua autoria. 14. (COVEST-PE) Assinale V para verdadeiro e F para falso. Sobre o Realismo/Naturalismo brasileiro: a. Pode-se dizer que uma das maiores influências sofridas foi a do Positivismo. b. Por razões de dependência cultural, nosso Realismo apresenta, de modo geral, as mesmas características do Realismo francês. c. Uma das principais diferenças entre o Romantismo e o Realismo brasileiros é que o Realismo tem uma visão idealizada da realidade e o Romantismo tenta descrever a realidade tal qual é. d. Os naturalistas mostram, em seus romances, que o homem é determinado pelo meio e pelo momento histórico. e. regionalismo, iniciado com O sertanejo, de José de Alencar, é um exemplo típico do Naturalismo brasileiro. "O jornal publicava também parte do relatório do médico legista, cavalheiro de honestidade e cultura reconhecidas, já então um dos grandes sociólogos e etnógrafos do país, relatório que provava que Volta Seca era um tipo absolutamente normal e que se virara cangaceiro e matara tantos homens e com tamanha crueldade não fora provocação de nascença. Fora o ambiente..." 15. (COVEST-PE) Relacione a coluna I com a coluna II. "O testamento, que só apareceu e foi aberto depois do enterro, contemplava com dez contos de réis o afilhado do morto; o mais era distribuído por hospitais e asilos." (2) Idealizou a vida campestre com verdadeiro estado de poesia. "– Está segura! – exclamou o rapaz, sacudido por estas ideias. O sangue saltava-lhe no corpo; aquela aventura se lhe afigurava a melhor de sua vida; seu orgulho pueril, de namorador vulgar, espinoteava qual potro que se pilha às soltas no Coluna I (1) Valorizou o indianismo com intuito nativista. (3) Analisou o momento histórico, revelando-o em sua miséria moral e econômica. Coluna II VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Realismo e. bucólica e antropocêntrica. Romantismo 18. (PUC-RS) Arcadismo "[...] uma preta velha, vergada por imenso tabuleiro de madeira, sujo, seboso, cheio de sangue e coberto por uma nuvem de moscas, apregoava em tom arrastado e melancólico: 'Fígado, rins e coração'. Era uma vendedeira de fatos de boi. [...] os cães, estendidos pelas calçadas, tinham uivos que pareciam gemidos humanos, movimentos irascíveis, mordiam o ar, querendo morder os mosquitos." A sequência correta, de cima para baixo, é: a. 3, 1, 2. b. 3, 2, 1. c. 2, 3, 1. d. 2, 1, 3. e. 1, 3, 2. 16. (UCBA) É possível caracterizar o romance naturalista por vários traços, entre os quais o fato de que nele: a. as ações dos homens são consideradas resultantes de um compromisso moral entre o ser humano e as forças espirituais, que transcendem a matéria e tendem ao eterno. Nesse trecho naturalista, Aluísio Azevedo enfatiza a: a. patologia social. b. brutalidade do cotidiano. c. despreocupação ética. d. força da hereditariedade. e. ação do meio social. b. há preferência por temas sociais e psicológicos, visto que o objetivo maior dessa corrente literária é a análise percuciente das causas e consequências dos fatos históricos. 19. (MACK-SP) O romance naturalista de Aluísio Azevedo, em sua busca de verossimilhança, baseou-se, mais de uma vez, em fatos realmente ocorridos. c. se observa uma intenção consciente do escritor no sentido de imprimir à narração um cunho animista, necessário para explicar a relação entre o homem e a natureza. O "caso Capistrano" foi um crime que frequentou a crônica policial carioca da época, ocorrido por questões de honra. Tal fato teria sido explorado em: d. a narração exalta o homem metafísico, em oposição ao homem animal, cujas ações e intenções o escritor analisa e condena, na medida em que defende uma conduta ética. e. escritor evita julgar ações e personagens de um ponto de vista ético ou moral, pois seu intuito é expor e analisar cientificamente a realidade. 17. (MACK-SP) Várias características do Realismo estão intimamente ligadas ao momento histórico, refletindo, dessa forma, as posturas: a. nacionalista e positivista. b. positivista e evolucionista. c. evolucionista e sentimentalista. d. neoclassicista e socialista. a. mulato. b. Uma lágrima de mulher. c. Casa de pensão. d. A mortalha de Alzira. e. cortiço. 20. (FEI-SP) Observe o fragmento abaixo, pertencente a conhecida obra naturalista: "Uma escrava cafuza, a quitandeira Bertoleza, que lhe fornecia a comida, tendo perdido o homem com quem vivia amigada, recebe bem a aproximação de João Romão, logo tornado seu procurador e conselheiro." Estamos nos referindo a: VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 a. Aluísio Azevedo – O cortiço. b. Aluísio Azevedo – Casa de pensão. c. Aluísio Azevedo – O mulato. d. Machado de Assis – Quincas Borba. e. Raul Pompéia – Canções sem metro. 21. (COVEST-PE) Os textos I e II referem-se às questões A e B seguintes. I. "[...] a sua pele, cor de cobre, brilhava com reflexos dourados; [...] a pupila negra, móbil, cintilante; a boca forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos [...] Era de alta estatura; tinha as mãos delicadas; a perna ágil e nervosa [...], apoiava-se sobre um pé pequeno, mas firme no andar e veloz na corrida. Segurava o arco e as flechas com a mão direita caída..." II. "[Bertoleza] devia ser esmagada, devia ser suprimida [...] ela era o torpe balcão da primitiva bodega; era o aladroado vintenzinho de manteiga em papel pardo; era o peixe trazido da praia e vendido à noite ao lado do fogareiro à porta da taberna; era o frege imundo [...]; era o sono roncado num colchão fétido, cheio de bichos..." A. Pelas características que apresentam, os dois textos anteriores são, respectivamente: a. barroco e realista. b. moderno e moderno. c. moderno e naturalista. d. romântico e naturalista. e. romântico e moderno. B. Assinale a única alternativa errada: a. b. c. d. A atmosfera de morbidez criada no texto II contraria os princípios do estilo de época que o texto I representa. e. os dois textos são típicos do Modernismo, pois os escritores modernos amavam demais a liberdade, podendo, portanto, embelezar ou enfear o que quisessem. 22. (FGV-SP) A respeito do autor de O Ateneu, disse Mário de Andrade: "Raul Pompéia, inconscientemente, foi a última e derradeiramente legítima expressão do barroco entre nós". Referia-se, com essas palavras, ao: a. tema nitidamente romance. barroco desenvolvido no b. fato de que Raul Pompéia viveu no fim da era barroca. c. requinte verbal da linguagem de Pompéia. d. espírito religioso da obra. e. caráter moralista da narração. 23. (FGV-SP) No romance O cortiço, Aluísio Azevedo estabelece uma forte ligação entre o meio em que vivem as personagens e sua vida material, moral e psicológica. Tal relação apoia-se nos princípios: a. do livre-arbítrio religioso. b. do determinismo científico. c. do sentimentalismo romântico. d. do culto à natureza. e. do ideário modernista. 24. (PUC-RS) A redução dos seres humanos ao nível animal, a natureza humana vista como uma selva onde os fortes, representados por João Romão, devoram os fracos, são princípios básicos do romance ..... de ..... . texto I revela a profunda contradição existente em querer valorizar o nacional sem perder de vista os valores e padrões europeus. a. A mortalha de Alzira – Aluísio Azevedo. b. Memorial de Aires – Machado de Assis texto I é descritivo e a exagerada subjetivação apresenta a personagem como um ser imponente, idealizado. c. Casa de pensão – Aluísio Azevedo. d. cortiço – Aluísio Azevedo. As metáforas que caracterizam a personagem do texto II são exemplos da linguagem rude que Aluísio Azevedo utiliza em seus livros. e. Esaú e Jacó – Machado de Assis. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 25. (CESESP-PE) Leia os textos seguintes: Seus romances dividem-se em dois grupos, não porém em duas fases, alternando-se os românticos e os naturalistas. "É como romancista social que melhor se afirmou o [seu] talento. É o escritor apaixonado, o artista combativo, pondo a nu os problemas sociais e morais da realidade brasileira do seu tempo." em um dos principais romances, descreve a lenta ascensão do mestiço brasileiro, em sua participação no campo intelectual, político e social, dificultada pelos preconceitos duma aristocracia latifundiária e escravocrata. Embora, como naturalista, pretenda manter uma atitude científica, objetiva e imparcial na descrição do homem e da sociedade, nele frequentemente reponta o romantismo subjacente, no tom polêmico com que combate, por exemplo, o clericalismo, no apaixonamento com que descreve os males sociais, e em toques de lirismo e patético diante de personagens vítimas da fatalidade da condição humana. Esse conjunto de características descreve o mundo literário de: a. Raul Pompéia. b. Machado de Assis. c. Aluísio Azevedo. d. Inglês de Sousa. e. Júlio Ribeiro. e. não se atém a reflexões críticas em relação ao contexto social. 27. (MACK-SP) Assinale respeito de O Ateneu. a alternativa incorreta a a. Por apresentar uma estrutura bastante eclética, não se trata de um romance que tem uma classificação rigorosa como representante de uma ou outra tendência literária. b. Tem como narrador em primeira pessoa, Sérgio, que relata fatos ocorridos com ele no passado. c. A ação desse romance transcorre no ambiente fechado de um internato, onde convivem crianças, adolescentes, professores e empregados. d. A maioria das personagens do romance é apresentada de uma forma caricatural, realçando seus aspectos negativos. e. Em função de uma narrativa mais dinâmica, o autor abre mão da análise psicológica de personagens. 28. (FUVEST-SP) Assinale a alternativa correta a respeito de O Ateneu, romance de Raul Pompéia: a. romance de formação que avalia a experiência colegial, por meio de Sérgio, alter-ego do autor. b. romance romântico que explora as relações pessoais de adolescentes no colégio, acenando para o homossexualismo latente. c. romance naturalista que retrata a tirania do diretor do colégio e o materialismo de sua mulher com os alunos. d. romance realista que apresenta um padrão de excelência da escola brasileira do final do Império. e. romance da escola do Brasil no final do Império, cuja falência vem assinalada pelo incêndio do prédio, no final da narrativa. 26. (PUC-RS) Sobre O Ateneu, de Raul Pompéia, é correto afirmar que: a. apresenta todas as características do Realismo, exceto a influência do meio sobre o comportamento do indivíduo. b. tem como matéria-prima as recordações e impressões da personagem principal. 29. (FESP) Identifique o movimento literário, o autor e a obra que traz como dedicatória a seguinte frase: c. constitui-se num documento fotográfico da realidade objetiva. "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como lembrança estas..." d. segue uma ordem cronológica, apoiando-se no real. a. Realismo, Machado de póstumas de Brás Cubas Assis, Memórias VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 b. Naturalismo, Aluísio Azevedo, O mulato. c. Naturalismo, Júlio Ribeiro, A carne. d. Pré-Modernismo, Lima Barreto, Triste fim de Policarpo Quaresma. e. a. pessimismo com que trata as personagens que ocupam postos privilegiados na sociedade burguesa, diferentemente do modo como lida com indivíduos socialmente carentes. b. uso da ironia como arma de combate às tendências estéticas do Romantismo, de que nunca sofreu influência. c. a fixação nos problemas sentimentais, entendidos como única causa da conduta humana. d. a tendência à idealização das personagens, herança do Romantismo. e. a tentativa de compreender a natureza humana naquilo que tem de universal. Romantismo, Álvares de Azevedo, Lembrança de morrer. 30. (UnB-DF) De Machado de Assis pode-se afirmar que: a. em sua prosa, o homem quase desaparece e sobreleva a descrição das personagens. b. seu romance Ressurreição, de 1872, inicia a segunda fase do autor, a qual se caracteriza pela dimensão intimista. c. na trilogia Memórias póstumas de Quincas Borba e Dom Casmurro, o o tema do adultério, elaborando suspeitas que se sustentam na feminina. 32. (FUVEST-SP) [Leia o texto da questão anterior.] Brás Cubas, autor explora uma teia de dissimulação d. como ficcionista inicia-se como romântico e evolui para o Realismo. e. como poeta seus primeiros livros são de caráter simbolista. f. em seus primeiros livros de versos, veem-se influências de Gonçalves Dias, Lamartine e Baudelaire. g. sua prosa romântica caracteriza-se transbordamento sentimental h. reproduz nos diálogos de suas personagens a linguagem popular. pelo Do ponto de vista da composição, é correto afirmar que o capítulo "Filosofia dos epitáfios": a. é predominantemente dissertativo, servindo os dados do enredo e do ambiente como fundo para a digressão. b. é predominantemente descritivo, com a suspensão do curso da história dando lugar à construção do cenário. c. equilibra em harmonia a narração, à medida que faz avançar a história e cria o cenário de sua ambientação. d. é predominantemente narrativo, visto que o narrador evoca os acontecimentos que marcaram sua saída. e. equilibra narração e dissertação, com o uso do discurso indireto para registrar as impressões que o ambiente provoca no narrador. 31. (USP-SP) "Filosofia dos epitáfios E, aliás, gosto dos epitáfios; eles são, entre a gente civilizada, uma expressão daquele pio e secreto egoísmo que induz o homem a arrancar à morte um farrapo ao menos da sombra que passou. Daí vem, talvez, a tristeza inconsolável dos que sabem os seus mortos na vala comum; parece-lhes que a podridão anônima os alcança a eles mesmos." O fragmento acima, de Memórias póstumas de Brás Cubas, exemplifica a seguinte característica de seu autor: 33. (UFGO) Com relação a Machado de Assis, podem-se fazer as seguintes afirmações: a. literariamente, sua obra inclui contos, poesias e romances. b. os seus romances da fase realista incluem Dom Casmurro, Memórias póstumas de Brás Cubas, Helena e Quincas Borba. c. Machado de Assis dá muita importância à paisagem natural da cidade do Rio de Janeiro, onde suas narrativas transcorrem, descrevendo-a com colorido e detalhe. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 d. Memórias póstumas de Brás Cubas é considerado o livro-marco na obra machadiana, a partir do qual inicia sua fase mais profunda e madura. e. a visão de mundo de Machado, como se depreende da leitura de seus romances e contos, é irônica, pessimista e crítica. f. com respeito ao estilo, Machado de Assis introduz um elemento pouco comum na literatura de sua época, que é a conversa que o autor/narrador mantém a todo momento com o leitor. 34. (ITA-SP) "Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, 'olhos de cigana oblíqua e dissimulada'. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria verse se podiam chamar assim [...] deixou-se fitar e examinar. Só me perguntara o que era, se nunca os vira; eu nada achei de extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra ideia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que..." O excerto faz parte do romance ....., cuja principal personagem feminina é ..... . a. Memórias póstumas de Brás Cubas – Virgília. b. Dona Flor e seus dois maridos – Dona Flor. c. Dom Casmurro – Capitu. d. cortiço – Rita Baiana. e. Senhora – Aurélia. 35. (MACK-SP) Sobre Dom Casmurro é correto afirmar que: a. a partir dos ciúmes de Sancha, Escobar deixa de frequentar a casa de Bentinho e Capitu. b. Ezequiel, sem qualquer sombra de dúvida, apresenta semelhança física com Escobar. c. toda a narrativa é parcial, pois se desenvolve a partir da ótica da personagem-narrador, ou seja, Bentinho. d. Capitu, devido a seus "olhos de ressaca", deixa claro o adultério cometido. e. Dona glória, mãe de Bentinho, devido aos conselhos de José Dias, não chega a mandar o filho para o seminário. 36. (PUC-RS) "Em vez de ir ao espelho, que pensais que fez Capitu? Não vos esqueçais que estava sentada de costas para mim. Capitu derreou a cabeça, a tal ponto que me foi preciso acudir com as mãos e ampará-la; o espaldar da cadeira era baixo. Inclinei-me depois sobre ela, rosto a rosto, mas trocados, os olhos de um na linha da boca do outro. Pedilhe que levantasse a cabeça, podia ficar tonta, machucar o pescoço. Cheguei a dizer que estava feia; nem esta razão a moveu." Na fase da análise psicológica e social, a ficção de Machado de Assis salienta, como ilustra o texto transcrito a: a. hipocrisia social. b. vaidade egoística. c. ambiguidade feminina. d. impossibilidade amorosa. e. insanidade velada. 37. (UNIOESTE-PR) "Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis [...]" Neste trecho, de Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis: a. surpreende o leitor com um vocabulário exótico e comparações inesperadas. b. dá seu depoimento autobiográfico e impressionista, através de um estilo rebuscado e colorido. c. explora com muita felicidade a "psicologia feminina", razão pela qual foi aceito com entusiasmo pelo público ansioso de uma literatura romântica. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 d. focaliza o emergente proletariado fluminense e os interesses ocultos por trás de suas ações aparentemente triviais. e. dá um exemplo da ironia e do humor característicos de sua obra, frutos de um profundo pessimismo. e. Enfatiza os personagens. aspectos Questões de 1 a 40 38. (UFMS) A ação de quase todas as narrativas realistas de Machado de Assis se passa: a. b. c. d. e. em províncias fictícias, nos últimos anos do Brasil-Império. no Rio de janeiro, no decênio que precedeu a Primeira Grande Guerra. em várias regiões do Brasil, no primeiro período republicano. no Rio de Janeiro, ao tempo do Império e da Primeira República. no Rio de Janeiro, nos anos em que se preparava a Independência. 1. b 2. e 3. b 4. e 5. b 6. a 7. d 8. b 9. b 10. b 11. e 39. (UFCE - adaptada) Assinale as afirmativas corretas relativamente à personalidade literária de Machado de Assis. a. Iniciou sua carreira literária sob o signo do Romantismo. b. Em seus romances Helena e Iaiá Garcia, ainda se encontra esteticamente vinculado à maneira romântica. 12. b 13. a=d; b=a 14. a=V; b=V; c=F; d=V; e=F 15. a 16. e 17. b c. autor repartiu sua produção por vários gêneros, atingindo o ponto mais alto na crítica literária. d. A obra poética do autor revela-o como um criador de fina sensibilidade. e. Na linha do romance psicológico, afirma-se o autor como um dos pioneiros da ficção brasileira. 18. b 19. c 20. a 40. (UEM-PR) Assinale a alternativa incorreta sobre Machado de Assis. 21. a=d; b=e 22. c 23. b a. Estilo sóbrio, com descrições moderadas. 24. d b. Linguagem vibrante, cheia de metáforas. 25. c c. Senso de humor sutil e velado. 26. b d. Personalidade um tanto melancólica, pessimista. 27. e psicológicos das VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 28. a da hereditariedade e o seu comportamento é fruto 29. a da educação e do meio em que vive e sobre o qual age. 30. c A perspectiva evolucionista de Charles Darwin inspirava os 31. e naturalistas, que acreditavam ser a Seleção Natural impulsionadora da transformação das espécies. 32. a Assim, predomina nesse tipo de romance o instinto, o 33. a fisiológico e o natural, retratando a agressividade, a violência, o erotismo como elementos que compõem a 34. c personalidade humana. 35. c Ao lado de Darwin, Hippolyte Taine e Auguste Comte 36. c influenciaram de modo definitivo a estética naturalista. 37. e Os autores naturalistas criavam narradores omniscientes e 38. d impassíveis para dar apoio à teoria na qual acreditavam. Exploravam temas como a homossexualidade, o incesto, o 39. b desequilíbrio que leva à loucura, criando personagens que eram dominados pelos seus instintos e desejos, pois viam 40. b no comportamento do ser humano traços da sua natureza Naturalismo animal. Naturalismo (não confundir com naturismo ou com filosofia naturalista) é uma escola literária conhecida por ser a radicalização do Realismo, baseando-se na observação fiel da realidade e na experiência, mostrando que o indivíduo é determinado pelo ambiente e pela hereditariedade. A escola esboçou o que se pode No Brasil, a prosa naturalista foi influenciada por Aluísio Azevedo com a obra O mulato, publicado em 1881. Esta marcou o início do Naturalismo brasileiro e a obra O cortiço, também de sua autoria, marcou essa tendência. Características gerais Impessoalidade / Linguagem simples e enxuta declarar como os primeiros passos do pensamento teórico evolucionista de Charles Darwin. O naturalismo como forma 1. Engajamento literário (o autor tenta convencer o de leitor) conceber o universo constitui um dos pilares da ciência moderna, 2. Determinismo (o homem é fruto do meio/ raça/ sendo alvo de considerações também de ordem filosófica. momento) 3. Darwinismo social Literatura 4. Positivismo / Cientificismo exagerado Os romances naturalistas destacam-se pela abordagem extremamente aberta do sexo e pelo uso da linguagem falada. O resultado extraordinariamente é um verdadeiro, diálogo que na vivo época e Ambiente e personagens Ambiente restrito como microcosmo de toda a sociedade foi considerado até chocante de tão inovador. Ao ler uma obra Preferência por grupos humanos marginalizados naturalista, tem-se a impressão de se estar a ler uma obra Patologias sociais (prostituição, traição, incesto) contemporânea, que acabou de ser escrita. Os naturalistas Animalização / Zoomorfização dos personagens acreditavam que o indivíduo é um mero produto VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Émile Zola necessidade de extrair lições. Minha obra não é publicitária nem representa um partido político. Minha obra representa a verdade". Em 1880, Nana é lançado e faz grande sucesso. Aborda um tema ousado: a prostituição de luxo. Em 1881 Zola lança sua obra-prima Germinal. Para escrevê-lo, o autor não se contentou com a pesquisa, foi direto à fonte. Passou dois meses trabalhando como mineiro na extração de carvão. Viveu com os mineiros, comeu e bebeu nas mesmas tavernas para se familiarizar Émile Zola, grande precursor do Naturalismo. O francês Émile Zola foi o idealizador do naturalismo e o escritor que mais se identificou com ele. O romance experimental (1880) é considerado o manifesto literário do com o meio. Sentiu na carne o trabalho sacrificado, a dificuldade em empurrar um vagonete cheio de carvão, o problema do calor e a umidade dentro da mina, o trabalho insano que era necessário para escavar o carvão, a movimento. promiscuidade das moradias, o baixo salário e a fome. As leituras de Zola sobre a teoria evolucionista de Darwin Além do mais, acompanhou de perto a greve dos mineiros, (a Origem das espécies foi publicada em 1859), A filosofia por isso sua narração é tão impactante. A força de da Germinal causou enorme repercussão, consagrando Émile arte (1865), "um grande estudo fisiológico e psicológico". O que Claude Bernard tinha desvendado no Zola como um dos maiores escritores de todos os tempos. corpo humano, Zola iria desvendar na sociedade. A título de curiosidade, conta-se que Zola pouco mais teve que Teatro fazer do que substituir as palavras médico por romancista No teatro, o naturalismo exerceu mudanças marcantes, do médicine com o surgimento do diretor, do cenógrafo e do figurinista. experimentale" (Claude Bernard) para poder escrever a sua Até então, o próprio ator escolhia suas roupas, um único obra "Le Roman Expérimental", de 1880. Outras cenário era usado para diversas montagens, e não estava influências fortes sobre seu trabalho, nesse sentido, seriam definida a posição do diretor como coordenador de todas a obra de Honoré de Balzac (que havia realizado uma as funções. A iluminação passou a ser mais estudada e verdadeira radiografia da sociedade francesa com a série adotou-se a sonoplastia. É um radicalismo do Realismo. livro "Introduction a l'étude de la de romances. A comédia humana, concluída em 1846) e as ideias socialistas em ascensão Pintura (O Manifesto Comunista de Karl Marx e Friederich Engels é de 1848). Na pintura, um exemplo naturalista é o famoso quadro Em 1871, Zola dava início a seu grande projeto, a série Os de Van Gogh, Os Comedores de batatas (1885). Rougon-Macquart. Naturalismo em Portugal e no Brasil A repercussão na imprensa do êxito de A taverna (1876) levou Zola a responder à crítica da seguinte forma: "Estou sendo considerado um escritor democrático, simpatizante do socialismo, mas não gosto de rótulos. Se quiserem me classificar, digam que sou naturalista. Vocês se espantam com as cores verdadeiras e tristes que uso para pintar a classe operária, mas elas expressam a realidade. Eu apenas traduzo em palavras o que vejo; deixo para os moralistas a VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Horácio de Carvalho, autor naturalista. No Brasil, as primeiras obras naturalistas são publicadas em 1880, sendo influenciadas pela leitura de Émile Zola. O primeiro romance éO mulato (1881) do III. "Os maiores representantes da estética realista/naturalista no Brasil foram: Machado de Assis, Aluísio Azevedo e Raul Pompéia." IV. "Poderíamos citar como característica da estética realista: o individualismo, a linguagem erudita e a visão fantasiosa da sociedade." maranhense Aluísio de Azevedo, o escritor que melhor representa a corrente literária do naturalismo brasileiro. Além dessa obra, foi o responsável pela criação de um dos Verificamos que em relação ao Realismo/naturalismo está (estão) correta (corretas): maiores marcos da literatura brasileira: O cortiço. a. apenas I e II. A recepção crítica da teoria naturalista de Zola fez-se b. apenas I e III. c. apenas II e IV. d. apenas II e III. e. apenas III e IV. em Portugal por intermédio de autores como Júlio Lourenço Pinto (1842-1907), José António dos Reis Dâmaso (1850-1895), António José da Silva Pinto (18481911), Alexandre da Conceição (1842-1889), Teixeira de Queirós (1848-1919), autor das séries Comédia do Campo e Comédia Burguesa, e o mais destacado deles, Abel Botelho, (1854-1917), criador da série Patologia Social, ou Carlos Malheiro Dias (1875-1941) tentariam a aplicação do Naturalismo ao conto e ao romance. Pela primeira vez, a literatura pôs em primeiro plano o pobre, o homossexual, os negros e os 2. (USF-SP) Pode-se entender o Naturalismo como uma particularização do Realismo que: a. se volta para a Natureza a fim de analisar-lhe os processos cíclicos de renovação. b. pretende expressar com naturalidade a vida simples dos homens rústicos nas comunidades primitivas. c. defende a arte pela arte, isto é, desvinculada de compromissos com a realidade social. d. analisa as perversões sexuais, condenando-as em nome da moral religiosa. e. estabelece um nexo de causa e efeito entre alguns fatores sociológicos e biológicos e a conduta das personagens. mulatos discriminados. Os representantes do Brasil foram Aluísio Azevedo, Horácio de Carvalho, Inglês de Souza, Júlio Ribeiro, Emília Bandeira de Melo, Adolfo Caminha, Pápi Júnior, Rodolfo Teófilo, Carneiro Vilela, Faria Neves Sobrinho, Manoel Arão entre vários outros. Questões de 1 a 40 1. (FEI-SP) Leia atentamente: I. "Segunda Revolução Industrial, o cientificismo, o progresso tecnológico, o socialismo utópico, a filosofia positivista de Auguste Comte, o evolucionismo formam o contexto sociopolíticoeconômico-filosófico-científico em que se desenvolveu a estética realista." II. "O escritor realista acerca-se dos objetos e das pessoas de um modo pessoal, apoiando-se na intuição e nos sentimentos." 3. (UCS-RS) Embora tradicionalmente se considere o ano de 1893 como data final do Realismo e suas manifestações no Brasil, sabe-se que, na verdade, durante os primeiros vinte anos do século XX, essa estética desenvolveu-se paralelamente: a. ao Romantismo e ao Parnasianismo. b. ao Pré-Modernismo e ao Modernismo. c. ao Simbolismo e ao Modernismo. d. ao Simbolismo e ao Pré-Modernismo. e. ao Parnasianismo e ao Modernismo. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 4. (MACK-SP) O cientificismo comunicou feitio próprio ao Realismo-Naturalismo. Assinale a alternativa que não apresenta o cientista e a respectiva teoria científica ou filosófica correspondentes à época daquele movimento literário. a. Darwin – Teoria da evolução das espécies e sua revolução biológica. b. Comte – Teoria positivista, que explica todos os fenômenos sujeitos às leis naturais. c. Taine – Teoria do ambientalismo determinante: a obra de arte como produto do meio, momento e raça. d. Claude Bernard - Teorias da medicina experimental, mostrando a importância da fisiologia no comportamento do indivíduo. e. Kant – Teoria segundo a qual a razão constrói o mundo da ciência servindo-se das aparências das coisas, formas de nossa sensibilidade. 8. determinismo biológico ou social. a. 1, 2, 3, 5, 7, 8. b. 1, 3, 4, 5, 8. c. 2, 3, 4, 6, 7, d. 3, 4, 5, 6, 8. e. 2, 3, 4, 5, 8. 6. (FGV-SP) Há, no romance brasileiro do século XIX, um filão que se caracteriza por criar quadros da sociedade carioca, com visão crítica dessa sociedade, e "perfis femininos", que foram inicialmente esboços de análise psicológica. Nele podemos incluir autores de momentos diferentes como: a. Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar e Machado de Assis. b. Joaquim Manuel de Macedo, Martins Pena e Manuel Antônio de Almeida. c. José de Alencar, Machado de Assis e Álvares de Azevedo. d. Martins Pena, Machado de Assis e Álvares de Azevedo. e. Manuel Antônio de Almeida, Martins Pena e José de Alencar. 5. (UFPR) Eça de Queirós afirmava: "O Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para nos conhecermos, para que saibamos se somos verdadeiros ou falsos, para condenar o que houver de mau na nossa sociedade." Para realizar essa proposta literária, quais os recursos utilizados no discurso realista? Selecione-os na relação abaixo e depois assinale a alternativa que os contém: 1. Preocupação revolucionária, atitude de crítica e de combate; 2. imaginação criadora; 3. personagens fruto da observação; tipos concretos e vivos; 7. (MACK-SP) Assinale a alternativa incorreta sobre a prosa naturalista: a. As personagens expressam a dependência do homem às leis naturais. b. estilo caracteriza-se por um descritivismo intenso, capaz de refletir a visualização pictórica dos ambientes. c. Os tipos são muito bem delimitados, física e moralmente, compondo verdadeiras representações caricaturais. d. Tem como objetivo maior aprofundar a dimensão psicológica das personagens. e. comportamento das personagens e sua movimentação no espaço determinam-lhe a condição narrativa. 4. linguagem natural, sem rebuscamentos; 5. preocupação com mensagem que revela concepção materialista do homem; 6. senso de mistério; 7. retorno ao passado; 8. (UFPR) VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 "Marcas de lona suspensas em varais de ferro, umas sobre as outras, encardidas com panos de cozinha, oscilavam à luz moribunda e macilenta das lanternas. Imagine-se o porão do navio mercante carregado de miséria. No intervalo das peças, na meia escuridão dos recôncavos moviam-se corpos seminus, indistintos. Respirava-se um odor nauseabundo de cárcere, um cheiro acre de suor humano diluído em urina e alcatrão. Negros, de boca aberta, roncavam profundamente, contorcendo-se na inconsciência do sono." Com relação a esse fragmento da obra Bom-Crioulo, de Adolfo Caminha, é correto afirmar que apresenta a(s) seguinte(s) característica(s) naturalista(s): IX. Tentativa de impessoalidade em relação à voz narrativa. IX. Despreocupação com pormenores descritivos, o que torna o ritmo narrativo extremamente rápido. IX. Subjetividade na descrição do espaço. IX. Valorização de ambientes exóticos, objetivando a recuperação estética das figuras marginalizadas socialmente. XXII. Preferência por espaços miseráveis e socialmente inferiores. Está correta a sequência: a. I, II e V. b. I, IV e V. c. II, III e IV. d. I, II, III, IV. e V. e. II, III e V. a. Uma compreensão psicológica do Homem. b. Uma compreensão biológica do Mundo. c. Uma concepção idealista do Universo. d. Uma concepção religiosa da Vida. e. Uma visão sentimental da Natureza. 10. (FEI-SP) "Desnudam-se as mazelas da vida pública e os contrastes da vida íntima; e buscam-se para ambas causas naturais (raça, clima, temperamento) ou culturais (meio e educação), que lhes reduzem de muito a área de liberdade. O escritor tomará a sério as suas personagens e se sentirá no dever de descobrir-lhes a verdade, no sentido positivista de dissecar os móveis do seu comportamento." (Alfredo Bosi) O texto refere-se ao: a. Romantismo b. Realismo. c. Simbolismo. d. Parnasianismo. e. Modernismo. 11. (F. Objetivo-SP) Analise o seguinte fragmento e responda: "A primeira que se pôs a lavar foi a Leandra, por alcunha a Machona, portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos..." (Aluísio Azevedo) Descrição de personagens pela acentuação de caracteres biológicos e raciais é característica do: 9. (FUVEST-SP) "E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a minhocar, e esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, a multiplicar-se como larvas no esterco." O fragmento de O cortiço, romance de Aluísio Azevedo, apresenta uma característica fundamental do Naturalismo. Qual? a. Romantismo. b. Realismo. c. Modernismo. d. Impressionismo. e. Naturalismo. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 12. (PUC-RJ) Estão relacionadas a seguir características de movimentos literários. Delas, apenas uma não se refere ao Naturalismo. Qual? a. Busca da objetividade científica. b. Idealização da natureza. c. Determinismo biológico. d. Tematização do psicológico. e. Aplicação do método experimental. 13. (F.M. Santa Casa-SP) As questões A e B referem-se ao mesmo conjunto de textos. a. b. c. d. "Daí a um mês manifestaram-se claramente os efeitos da pisadela e do beliscão; sete meses depois teve a Maria um filho, formidável menino de quase três palmos de comprimento, gordo, vermelho, cabeludo, esperneador e chorão; o qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar o peito." "O jornal publicava também parte do relatório do médico legista, cavalheiro de honestidade e cultura reconhecidas, já então um dos grandes sociólogos e etnógrafos do país, relatório que provava que Volta Seca era um tipo absolutamente normal e que se virara cangaceiro e matara tantos homens e com tamanha crueldade não fora provocação de nascença. Fora o ambiente..." "O testamento, que só apareceu e foi aberto depois do enterro, contemplava com dez contos de réis o afilhado do morto; o mais era distribuído por hospitais e asilos." "– Está segura! – exclamou o rapaz, sacudido por estas ideias. O sangue saltava-lhe no corpo; aquela aventura se lhe afigurava a melhor de sua vida; seu orgulho pueril, de namorador vulgar, espinoteava qual potro que se pilha às soltas no prado verdejante e proibido. As outras conquistas vinham logo chamadas por aquelas, e todas as vítimas de sua sensualidade, ou as cúmplices do seu temperamento e da sua má educação, enfileiravam-se defronte dele, como um submisso batalhão de prisioneiros." B. O realismo que isola Manuel Antônio de Almeida no panorama do romance romântico provém, em parte, das linhas caricaturais que desenha sua variada galeria de personagens. Identifique o excerto de sua autoria. 14. (COVEST-PE) Assinale V para verdadeiro e F para falso. Sobre o Realismo/Naturalismo brasileiro: a. Pode-se dizer que uma das maiores influências sofridas foi a do Positivismo. b. Por razões de dependência cultural, nosso Realismo apresenta, de modo geral, as mesmas características do Realismo francês. c. Uma das principais diferenças entre o Romantismo e o Realismo brasileiros é que o Realismo tem uma visão idealizada da realidade e o Romantismo tenta descrever a realidade tal qual é. d. Os naturalistas mostram, em seus romances, que o homem é determinado pelo meio e pelo momento histórico. e. regionalismo, iniciado com O sertanejo, de José de Alencar, é um exemplo típico do Naturalismo brasileiro. 15. (COVEST-PE) Relacione a coluna I com a coluna II. Coluna I (1) Valorizou o indianismo com intuito nativista. (2) Idealizou a vida campestre com verdadeiro estado de poesia. (3) Analisou o momento histórico, revelando-o em sua miséria moral e econômica. Coluna II Realismo Romantismo Arcadismo A. Para os autores naturalistas, os fatores biológicos, reforçados por outros de ordem social, determinariam o destino das criaturas. Identifique o excerto de autor naturalista. A sequência correta, de cima para baixo, é: a. 3, 1, 2. b. 3, 2, 1. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 c. 2, 3, 1. d. 2, 1, 3. e. 1, 3, 2. 16. (UCBA) É possível caracterizar o romance naturalista por vários traços, entre os quais o fato de que nele: a. b. c. d. as ações dos homens são consideradas resultantes de um compromisso moral entre o ser humano e as forças espirituais, que transcendem a matéria e tendem ao eterno. há preferência por temas sociais e psicológicos, visto que o objetivo maior dessa corrente literária é a análise percuciente das causas e consequências dos fatos históricos. se observa uma intenção consciente do escritor no sentido de imprimir à narração um cunho animista, necessário para explicar a relação entre o homem e a natureza. a narração exalta o homem metafísico, em oposição ao homem animal, cujas ações e intenções o escritor analisa e condena, na medida em que defende uma conduta ética. movimentos irascíveis, mordiam o ar, querendo morder os mosquitos." Nesse trecho naturalista, Aluísio Azevedo enfatiza a: a. patologia social. b. brutalidade do cotidiano. c. despreocupação ética. d. força da hereditariedade. e. ação do meio social. 19. (MACK-SP) O romance naturalista de Aluísio Azevedo, em sua busca de verossimilhança, baseou-se, mais de uma vez, em fatos realmente ocorridos. O "caso Capistrano" foi um crime que frequentou a crônica policial carioca da época, ocorrido por questões de honra. Tal fato teria sido explorado em: a. mulato. b. Uma lágrima de mulher. escritor evita julgar ações e personagens de um ponto de vista ético ou moral, pois seu intuito é expor e analisar cientificamente a realidade. c. Casa de pensão. d. A mortalha de Alzira. 17. (MACK-SP) Várias características do Realismo estão intimamente ligadas ao momento histórico, refletindo, dessa forma, as posturas: e. cortiço. e. a. nacionalista e positivista. b. positivista e evolucionista. c. evolucionista e sentimentalista. d. neoclassicista e socialista. e. bucólica e antropocêntrica. 20. (FEI-SP) Observe o fragmento abaixo, pertencente a conhecida obra naturalista: "Uma escrava cafuza, a quitandeira Bertoleza, que lhe fornecia a comida, tendo perdido o homem com quem vivia amigada, recebe bem a aproximação de João Romão, logo tornado seu procurador e conselheiro." Estamos nos referindo a: a. Aluísio Azevedo – O cortiço. b. Aluísio Azevedo – Casa de pensão. c. Aluísio Azevedo – O mulato. d. Machado de Assis – Quincas Borba. e. Raul Pompéia – Canções sem metro. 18. (PUC-RS) "[...] uma preta velha, vergada por imenso tabuleiro de madeira, sujo, seboso, cheio de sangue e coberto por uma nuvem de moscas, apregoava em tom arrastado e melancólico: 'Fígado, rins e coração'. Era uma vendedeira de fatos de boi. [...] os cães, estendidos pelas calçadas, tinham uivos que pareciam gemidos humanos, VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 21. (COVEST-PE) Os textos I e II referem-se às questões A e B seguintes. I. "[...] a sua pele, cor de cobre, brilhava com reflexos dourados; [...] a pupila negra, móbil, cintilante; a boca forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos [...] Era de alta estatura; tinha as mãos delicadas; a perna ágil e nervosa [...], apoiava-se sobre um pé pequeno, mas firme no andar e veloz na corrida. Segurava o arco e as flechas com a mão direita caída..." II. "[Bertoleza] devia ser esmagada, devia ser suprimida [...] ela era o torpe balcão da primitiva bodega; era o aladroado vintenzinho de manteiga em papel pardo; era o peixe trazido da praia e vendido à noite ao lado do fogareiro à porta da taberna; era o frege imundo [...]; era o sono roncado num colchão fétido, cheio de bichos..." A. Pelas características que apresentam, os dois textos anteriores são, respectivamente: 22. (FGV-SP) A respeito do autor de O Ateneu, disse Mário de Andrade: "Raul Pompéia, inconscientemente, foi a última e derradeiramente legítima expressão do barroco entre nós". Referia-se, com essas palavras, ao: a. tema nitidamente romance. barroco b. fato de que Raul Pompéia viveu no fim da era barroca. c. requinte verbal da linguagem de Pompéia. d. espírito religioso da obra. e. caráter moralista da narração. a. do livre-arbítrio religioso. barroco e realista. b. do determinismo científico. b. moderno e moderno. c. do sentimentalismo romântico. c. moderno e naturalista. d. do culto à natureza. d. romântico e naturalista. e. do ideário modernista. e. romântico e moderno. a. b. c. d. e. texto I revela a profunda contradição existente em querer valorizar o nacional sem perder de vista os valores e padrões europeus. texto I é descritivo e a exagerada subjetivação apresenta a personagem como um ser imponente, idealizado. As metáforas que caracterizam a personagem do texto II são exemplos da linguagem rude que Aluísio Azevedo utiliza em seus livros. A atmosfera de morbidez criada no texto II contraria os princípios do estilo de época que o texto I representa. os dois textos são típicos do Modernismo, pois os escritores modernos amavam demais a liberdade, podendo, portanto, embelezar ou enfear o que quisessem. no 23. (FGV-SP) No romance O cortiço, Aluísio Azevedo estabelece uma forte ligação entre o meio em que vivem as personagens e sua vida material, moral e psicológica. Tal relação apoia-se nos princípios: a. B. Assinale a única alternativa errada: desenvolvido 24. (PUC-RS) A redução dos seres humanos ao nível animal, a natureza humana vista como uma selva onde os fortes, representados por João Romão, devoram os fracos, são princípios básicos do romance ..... de ..... . a. A mortalha de Alzira – Aluísio Azevedo. b. Memorial de Aires – Machado de Assis c. Casa de pensão – Aluísio Azevedo. d. cortiço – Aluísio Azevedo. e. Esaú e Jacó – Machado de Assis. 25. (CESESP-PE) Leia os textos seguintes: Seus romances dividem-se em dois grupos, não porém em duas fases, alternando-se os românticos e os naturalistas. "É como romancista social que melhor se afirmou o [seu] talento. É o escritor apaixonado, o artista combativo, VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 classificação rigorosa como representante de uma ou outra tendência literária. pondo a nu os problemas sociais e morais da realidade brasileira do seu tempo." em um dos principais romances, descreve a lenta ascensão do mestiço brasileiro, em sua participação no campo intelectual, político e social, dificultada pelos preconceitos duma aristocracia latifundiária e escravocrata. Embora, como naturalista, pretenda manter uma atitude científica, objetiva e imparcial na descrição do homem e da sociedade, nele frequentemente reponta o romantismo subjacente, no tom polêmico com que combate, por exemplo, o clericalismo, no apaixonamento com que descreve os males sociais, e em toques de lirismo e patético diante de personagens vítimas da fatalidade da condição humana. Esse conjunto de características descreve o mundo literário de: a. Raul Pompéia. b. Machado de Assis. c. Aluísio Azevedo. d. Inglês de Sousa. e. Júlio Ribeiro. b. Tem como narrador em primeira pessoa, Sérgio, que relata fatos ocorridos com ele no passado. c. A ação desse romance transcorre no ambiente fechado de um internato, onde convivem crianças, adolescentes, professores e empregados. d. A maioria das personagens do romance é apresentada de uma forma caricatural, realçando seus aspectos negativos. e. Em função de uma narrativa mais dinâmica, o autor abre mão da análise psicológica de personagens. 28. (FUVEST-SP) Assinale a alternativa correta a respeito de O Ateneu, romance de Raul Pompéia: a. romance de formação que avalia a experiência colegial, por meio de Sérgio, alter-ego do autor. b. romance romântico que explora as relações pessoais de adolescentes no colégio, acenando para o homossexualismo latente. c. romance naturalista que retrata a tirania do diretor do colégio e o materialismo de sua mulher com os alunos. d. romance realista que apresenta um padrão de excelência da escola brasileira do final do Império. e. romance da escola do Brasil no final do Império, cuja falência vem assinalada pelo incêndio do prédio, no final da narrativa. 26. (PUC-RS) Sobre O Ateneu, de Raul Pompéia, é correto afirmar que: a. apresenta todas as características do Realismo, exceto a influência do meio sobre o comportamento do indivíduo. b. tem como matéria-prima as recordações e impressões da personagem principal. c. constitui-se num documento fotográfico da realidade objetiva. d. segue uma ordem cronológica, apoiando-se no real. a. Realismo, Machado de póstumas de Brás Cubas e. não se atém a reflexões críticas em relação ao contexto social. b. Naturalismo, Aluísio Azevedo, O mulato. c. Naturalismo, Júlio Ribeiro, A carne. d. Pré-Modernismo, Lima Barreto, Triste fim de Policarpo Quaresma. e. Romantismo, Álvares de Azevedo, Lembrança de morrer. 27. (MACK-SP) Assinale respeito de O Ateneu. a. a 29. (FESP) Identifique o movimento literário, o autor e a obra que traz como dedicatória a seguinte frase: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como lembrança estas..." Assis, Memórias alternativa incorreta a Por apresentar uma estrutura bastante eclética, não se trata de um romance que tem uma VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 30. (UnB-DF) De Machado de Assis pode-se afirmar que: c. a fixação nos problemas sentimentais, entendidos como única causa da conduta humana. a. em sua prosa, o homem quase desaparece e sobreleva a descrição das personagens. d. a tendência à idealização das personagens, herança do Romantismo. b. seu romance Ressurreição, de 1872, inicia a segunda fase do autor, a qual se caracteriza pela dimensão intimista. e. a tentativa de compreender a natureza humana naquilo que tem de universal. c. na trilogia Memórias póstumas de Quincas Borba e Dom Casmurro, o o tema do adultério, elaborando suspeitas que se sustentam na feminina. Brás Cubas, autor explora uma teia de dissimulação é predominantemente dissertativo, servindo os dados do enredo e do ambiente como fundo para a digressão. como poeta seus primeiros livros são de caráter simbolista. b. em seus primeiros livros de versos, veem-se influências de Gonçalves Dias, Lamartine e Baudelaire. é predominantemente descritivo, com a suspensão do curso da história dando lugar à construção do cenário. c. equilibra em harmonia a narração, à medida que faz avançar a história e cria o cenário de sua ambientação. d. é predominantemente narrativo, visto que o narrador evoca os acontecimentos que marcaram sua saída. e. equilibra narração e dissertação, com o uso do discurso indireto para registrar as impressões que o ambiente provoca no narrador. como ficcionista inicia-se como romântico e evolui para o Realismo. e. g. h. Do ponto de vista da composição, é correto afirmar que o capítulo "Filosofia dos epitáfios": a. d. f. 32. (FUVEST-SP) [Leia o texto da questão anterior.] sua prosa romântica caracteriza-se transbordamento sentimental pelo reproduz nos diálogos de suas personagens a linguagem popular. 31. (USP-SP) "Filosofia dos epitáfios E, aliás, gosto dos epitáfios; eles são, entre a gente civilizada, uma expressão daquele pio e secreto egoísmo que induz o homem a arrancar à morte um farrapo ao menos da sombra que passou. Daí vem, talvez, a tristeza inconsolável dos que sabem os seus mortos na vala comum; parece-lhes que a podridão anônima os alcança a eles mesmos." O fragmento acima, de Memórias póstumas de Brás Cubas, exemplifica a seguinte característica de seu autor: a. b. pessimismo com que trata as personagens que ocupam postos privilegiados na sociedade burguesa, diferentemente do modo como lida com indivíduos socialmente carentes. uso da ironia como arma de combate às tendências estéticas do Romantismo, de que nunca sofreu influência. 33. (UFGO) Com relação a Machado de Assis, podem-se fazer as seguintes afirmações: a. literariamente, sua obra inclui contos, poesias e romances. b. os seus romances da fase realista incluem Dom Casmurro, Memórias póstumas de Brás Cubas, Helena e Quincas Borba. c. Machado de Assis dá muita importância à paisagem natural da cidade do Rio de Janeiro, onde suas narrativas transcorrem, descrevendo-a com colorido e detalhe. d. Memórias póstumas de Brás Cubas é considerado o livro-marco na obra machadiana, a partir do qual inicia sua fase mais profunda e madura. e. a visão de mundo de Machado, como se depreende da leitura de seus romances e contos, é irônica, pessimista e crítica. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 f. com respeito ao estilo, Machado de Assis introduz um elemento pouco comum na literatura de sua época, que é a conversa que o autor/narrador mantém a todo momento com o leitor. 34. (ITA-SP) "Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, 'olhos de cigana oblíqua e dissimulada'. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria verse se podiam chamar assim [...] deixou-se fitar e examinar. Só me perguntara o que era, se nunca os vira; eu nada achei de extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra ideia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que..." O excerto faz parte do romance ....., cuja principal personagem feminina é ..... . "Em vez de ir ao espelho, que pensais que fez Capitu? Não vos esqueçais que estava sentada de costas para mim. Capitu derreou a cabeça, a tal ponto que me foi preciso acudir com as mãos e ampará-la; o espaldar da cadeira era baixo. Inclinei-me depois sobre ela, rosto a rosto, mas trocados, os olhos de um na linha da boca do outro. Pedilhe que levantasse a cabeça, podia ficar tonta, machucar o pescoço. Cheguei a dizer que estava feia; nem esta razão a moveu." Na fase da análise psicológica e social, a ficção de Machado de Assis salienta, como ilustra o texto transcrito a: a. hipocrisia social. b. vaidade egoística. c. ambiguidade feminina. d. impossibilidade amorosa. e. insanidade velada. a. Memórias póstumas de Brás Cubas – Virgília. 37. (UNIOESTE-PR) b. Dona Flor e seus dois maridos – Dona Flor. c. Dom Casmurro – Capitu. "Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis [...]" d. cortiço – Rita Baiana. e. Senhora – Aurélia. 35. (MACK-SP) Sobre Dom Casmurro é correto afirmar que: a. a partir dos ciúmes de Sancha, Escobar deixa de frequentar a casa de Bentinho e Capitu. b. Ezequiel, sem qualquer sombra de dúvida, apresenta semelhança física com Escobar. c. toda a narrativa é parcial, pois se desenvolve a partir da ótica da personagem-narrador, ou seja, Bentinho. d. e. Capitu, devido a seus "olhos de ressaca", deixa claro o adultério cometido. Dona glória, mãe de Bentinho, devido aos conselhos de José Dias, não chega a mandar o filho para o seminário. 36. (PUC-RS) Neste trecho, de Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis: a. surpreende o leitor com um vocabulário exótico e comparações inesperadas. b. dá seu depoimento autobiográfico e impressionista, através de um estilo rebuscado e colorido. c. explora com muita felicidade a "psicologia feminina", razão pela qual foi aceito com entusiasmo pelo público ansioso de uma literatura romântica. d. focaliza o emergente proletariado fluminense e os interesses ocultos por trás de suas ações aparentemente triviais. e. dá um exemplo da ironia e do humor característicos de sua obra, frutos de um profundo pessimismo. 38. (UFMS) A ação de quase todas as narrativas realistas de Machado de Assis se passa: VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 a. em províncias fictícias, nos últimos anos do Brasil-Império. b. no Rio de janeiro, no decênio que precedeu a Primeira Grande Guerra. c. em várias regiões do Brasil, no primeiro período republicano. d. no Rio de Janeiro, ao tempo do Império e da Primeira República. e. no Rio de Janeiro, nos anos em que se preparava a Independência. 3. b 4. e 5. b 6. a 7. d 8. b 9. b 10. b 39. (UFCE - adaptada) Assinale as afirmativas corretas relativamente à personalidade literária de Machado de Assis. a. Iniciou sua carreira literária sob o signo do Romantismo. b. Em seus romances Helena e Iaiá Garcia, ainda se encontra esteticamente vinculado à maneira romântica. 11. e 12. b 13. a=d; b=a 14. a=V; b=V; c=F; d=V; e=F c. autor repartiu sua produção por vários gêneros, atingindo o ponto mais alto na crítica literária. d. A obra poética do autor revela-o como um criador de fina sensibilidade. e. Na linha do romance psicológico, afirma-se o autor como um dos pioneiros da ficção brasileira. 40. (UEM-PR) Assinale a alternativa incorreta sobre Machado de Assis. a. Estilo sóbrio, com descrições moderadas. b. Linguagem vibrante, cheia de metáforas. c. Senso de humor sutil e velado. d. Personalidade um tanto melancólica, pessimista. e. Enfatiza os personagens. Questões de 1 a 40 aspectos psicológicos 15. a 16. e 17. b 18. b 19. c 20. a 21. a=d; b=e 22. c 23. b 24. d 25. c das 26. b 27. e 28. a 29. a Voltar às Questões 30. c 1. b 2. e 31. e 32. a VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 33. a sua beleza. Faz referências ao prosaico, e o texto 34. c mostra interesse a coisas pertinentes a todos. 35. c Estética/Culto à forma: Como os poemas não assumem nenhum tipo de compromisso, a estética é 36. c muito valorizada. O poeta parnasiano busca a 37. e perfeição formal a todo custo, e por vezes, se mostra 38. d incapaz para tal. 39. b Aspectos importantes para essa estética perfeita são: 40. b classe gramatical. Há uma ênfase das rimas do tipo Parnasianismo ABAB para estrofes de quatro versos, porém também O parnasianismo é uma escola literária ou um movimento literário Rimas Ricas: São evitadas palavras da mesma essencialmente poético, contemporâneo muito usada as rimas interpoladas. do Realismo-Naturalismo. Um estilo de época que se Valorização dos Sonetos: É dada preferência para os sonetos, composição dividida em duas desenvolveu na poesia a partir de 1850, na França. estrofes de quatro versos, e duas estrofes de três Origens versos. Revelando, no entanto, a "chave" do texto no Movimento literário que originou-se na França, representou na poesia o espírito positivista e científico da último verso. Metrificação Rigorosa: O número de sílabas época, surgindo no século XIX (19) em oposição ao poéticas deve ser o mesmo em cada verso, romantismo. preferencialmente com dez (decassílabos) ou doze Nasceu com a publicação de uma série de poesias, sílabas (versos alexandrinos), os mais utilizados no precedendo de algumas décadas o simbolismo uma vez que os seus autores procuravam recuperar período. Ou apresentar uma simetria constante, os exemplo: primeiro verso de dez sílabas, segundo de valores estéticos da antiguidade clássica. O seu nome vem seis sílabas, terceiro de dez sílabas, quarto com seis do Monte Parnaso, a montanha que, na mitologia grega era sílabas, etc. consagrada a Apolo e às musas. Características gerais Descritivismo: Grande parte da poesia parnasiana é baseada em objetos inertes, sempre optando pelos Preciosismo: focaliza-se o detalhe; cada objeto deve singularizar-se, daí as palavras raras e rimas ricas. que exigem uma descrição bem detalhada como "A de Oliveira. Objetividade e impessoalidade: O poeta apresenta o fato, a personagem, as coisas como são e acontecem na realidade, sem deformá-los pela sua maneira pessoal de ver, sentir e pensar. Esta posição combate o exagerado subjetivismo romântico. Estátua", "Vaso Chinês" e "Vaso Grego" de Alberto Arte Pela Arte: A poesia vale por si mesma, não tem nenhum tipo de compromisso, e se justifica por Temática Greco-Romana - A estética é muito valorizada no Parnasianismo, mas mesmo assim, o texto precisa de um conteúdo. A temática abordada pelos parnasianos recupera temas da antiguidade clássica, características de sua história e sua mitologia. É bem comum os textos descreverem VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 deuses, heróis, fatos lendários, personagens marcados poetas, mas também à extensão de sua influência, uma vez na história e até mesmo objetos. que seus princípios estéticos dominaram por muito tempo Uso de figuras de linguagem: Preferência pelo hipérbato, recurso que estiliza ainda mais os a vida literária do país, praticamente até o advento do Modernismo em 1922. textos parnasianos contribuindo para o objetivo das Na década de 1870, a poesia romântica deu mostras de obras. cansaço, e mesmo em Castro Alves é possível apontar Cavalgamento ou encadeamento sintático (enjambement) - Ocorre quando o verso termina quanto à métrica (pois chegou na décima sílaba), mas não terminou quanto à ideia, quanto ao conteúdo, que se encerra no verso de baixo. O verso elementos precursores de uma poesia realista. Assim, entre 1870 e 1880 assistiu-se no Brasil à liquidação do Romantismo, submetido a uma crítica severa por parte das gerações emergentes, insatisfeitas com sua estética e em busca de novas formas de arte, inspiradas nos ideais positivistas e realistas do momento. depende do contexto para ser entendido. Tática para priorizar a métrica e o conjunto de rimas. Como exemplo, este verso de Olavo Bilac: Cheguei, chegaste. Vinhas fatigada e triste. E triste e fatigado eu vinha. Em Portugal Em Portugal, o movimento não foi muito importante, tendo como autores Gonçalves Crespo (nascido no Brasil mas criado em Portugal desde os 10 anos de idade), João Penha, António Feijó e Cesário Verde. Dessa maneira, a década de 1880 abriu-se para a poesia científica, a socialista e a realista, primeiras manifestações da reforma que acabou por se canalizar para o Parnasianismo. As influências iniciais foram Gonçalves Crespo e Artur de Oliveira, este o principal propagandista do movimento a partir de 1877, quando chegou de uma estada em Paris. Alberto de Oliveira publicou "Canções Românticas" em 1878 e Teófilo Dias, "Cantos Tropicais", dois dos marcos iniciais da nova Escola 1 . De um começo tímido nos versos de Luís Guimarães Júnior (Sonetos e rimas. 1880) e Teófilo Dias (Fanfarras. 1882), firmou-se No Brasil definitivamente com Raimundo Correia (Sinfonias. 1883), novamente Alberto de Oliveira (Meridionais. 1884) e Olavo Bilac (Relicário. 1888). O Parnasianismo brasileiro, a despeito da grande influência que recebeu do Parnasianismo francês, não é uma exata reprodução dele, pois não obedece à mesma preocupação de objetividade, de cientificismo e de descrições realistas. Foge do sentimentalismo romântico, mas não exclui o subjetivismo. Sua preferência dominante é pelo verso alexandrino de tipo francês, com rimas ricas, e pelas formas fixas, em especial o soneto. Quanto ao assunto, caracteriza-se pela objetividade, o universalismo e o esteticismo. Este último exige uma forma perfeita Vicente de Carvalho por volta de 1900 (formalismo) quanto à construção e à sintaxe. Os poetas No Brasil, o parnasianismo dominou a poesia até a parnasianos veem o homem preso à matéria, sem chegada do Modernismo brasileiro. A importância deste possibilidade de libertar-se do determinismo, e tendem movimento no país deve-se não só ao elevado número de então para o pessimismo ou para o sensualismo. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Além de Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac, que configuraram a chamada tríade parnasiana, o movimento teve outros grandes poetas no Brasil, como Vicente de Carvalho, Machado de Assis, Luís Delfino, Bernardino Passos, Carlos Lopes, Francisca Magalhães de Júlia, Guimarães Azeredo, Goulart de Andrade, Artur Azevedo, Adelino Fontoura, Emílio de Meneses, Antônio Augusto de Lima, Luís Murat e Mário de Lima. A partir de 1890, o Simbolismo começou a superar o Parnasianismo. O realismo classicizante do Parnasianismo teve grande aceitação no Brasil, graças certamente à facilidade oferecida por sua poética, mais de técnica e forma que de inspiração e essência. Assim, ele foi muito além de seus limites cronológicos e se manteve paralelo ao Simbolismo e mesmo ao Modernismo em sua primeira fase. O prestígio dos poetas parnasianos, ao final do século XIX, fez de seu movimento a escola oficial das letras no país durante muito tempo. Os próprios poetas simbolistas foram excluídos da Academia Brasileira de Letras, quando esta se constituiu, em 1896. Em contato com o Simbolismo, o Parnasianismo deu lugar, nas duas primeiras décadas do século XX, a uma poesia sincretista e de transição. Olavo Bilac Alberto de Oliveira Raimundo Correia Francisca Júlia Vicente de Carvalho Luís Delfino Mário de Lima QUESTÕES 05. Assinale o par que melhor se aplica ao poema: a) religião / ateísmo b) mistério / solução c) dor / felicidade d) dor / felicidade e) opulência / decadência 06. Assinale a alternativa que tenha apenas características do Parnasianismo: a) teoria da arte pela arte; métrica perfeita; busca do nacionalismo b) culto da forma; objetivismo; predomínio dos elementos da natureza c) sexualidade; hereditariedade; meio ambiente d) preocupação com a forma, com a técnica e com a métrica; presença de rimas ricas, raras, preciosas e) predomínio do sentimentalismo; vocabulário precioso; descrições de objetos; 07. Enfocando os temas e as atitudes parnasianos: a) a poesia parnasiana é alienada, no sentido de que ignora as questões que não sejam essencialmente estéticas b) é uma poesia de elaboração, fruto do “esforço intelectual” c) os parnasianos diferem da atitude impassível e antisentimental dos realistas d) o artesanato poético é sua principal preocupação 08. (FUND. UNIV. RIOGRANDE) Marque a afirmativa correta: a) O Parnasianismo brasileiro deu ênfase ao experimentalismo formal b) O Parnasianismo foi o responsável pela afirmação de uma poesia de caráter sugestivo e musical c) O Parnasianismo determinou o surgimento de obras de tom marcadamente coloquial d) O Parnasianismo caracterizou-se, no Brasil, pela busca da perfeição formal na poesia 09. Ainda quanto os temas e as atitudes parnasianos: a) filosoficamente, os parnasianos são pessimistas b) a mitologia é revalorizada c) a descrição de fenômenos naturais é frequente em seus versos d) existe uma preferência pelos temas universais, objetivos e) ao fazer a fixação da cenas históricas, o poeta coloca-se ao lado dos anseios de sua época 10. (MACKENZIE) Não caracteriza a estética parnasiana: a) A exaltação do “eu” e fuga da realidade presente b) A objetividade, advinda do espírito cientificista, e o culto da forma c) A perfeição formal na rima, no ritmo, no metro e volta aos motivos clássicos d) a oposição aos românticos e distanciamento das preocupações sociais dos realistas e) A obsessão pelo adorno e contenção lírica 05 – E 06 - D 10 – A 07 - C 08 - D 09 - E QUESTÃO 1. UNEB-BA São características parnasianas: a – perfeição formal, preciosismo linguístico, objetivismo e desprezo pela arte útil. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 b – preocupação excessiva com a forma, análise determinista do homem, subjetivismo e universalismo. c – desprezo pela forma requintada, preocupação políticosocial, objetivismo e individualismo. d – forma requintada, “arte-sugestão”, subjetivismo exacerbado e análise psicológica do homem. e – impassibilidade (distanciamento das emoções), “poesia científica”, pessoalidade e tematização da natureza. QUESTÃO 2. FEI-SP . Leia com atenção: “O objetivo da “arte pela arte” é o Belo, a criação da beleza pelo uso perfeito dos recursos artísticos; nesse sentido, levaram ao exagero o culto do ritmo, da rima e do vocabulário”; “A partir de 1883, este movimento se define na Literatura Brasileira, sobretudo com os versos de Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac”. Assinale a alternativa que indica o movimento de que tratam os fragmentos acima: a – Modernismo b – Parnasianismo c – Concretismo d – Simbolismo e – Naturalismo QUESTÃO 3. Tendo em vista as características que nortearam a estética parnasianista, leia atentamente o poema que segue e depois o analise, procurando evidenciar tais pressupostos por meio de exemplos extraídos do próprio poema: Vaso Chinês Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, Casualmente, uma vez, de um perfumado Contador sobre o mármor luzidio, Entre um leque e o começo de um bordado. Fino artista chinês, enamorado, Nele pusera o coração doentio Em rubras flores de um sutil lavrado, Na tinta ardente, de um calor sombrio. Mas, talvez por contraste à desventura, Quem o sabe?... de um velho mandarim Também lá estava a singular figura. Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a, Sentia um não sei quê com aquele chim De olhos cortados à feição de amêndoa. Alberto de Oliveira QUESTÃO 4. “A cavalgada” é uma criação artística de Raimundo Correia – representante parnasiano. Eis então que abaixo se encontra demarcado o poema em questão, cuja intenção é fazer com que você o analise, destacando, pois, as impressões voltadas para as características parnasianistas: A Cavalgada A lua banha a solitária estrada... Silêncio!... Mas além, confuso e brando, O som longínquo vem-se aproximando Do galopar de estranha cavalgada. São fidalgos que voltam da caçada; Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando. E as trompas a soar vão agitando O remanso da noite embalsamada... E o bosque estala, move-se, estremece... Da cavalgada o estrépito que aumenta Perde-se após no centro da montanha... E o silêncio outra vez soturno desce... E límpida, sem mácula, alvacenta A lua a estrada solitária banha... Resposta Questão 1 Atesta-se como verdadeira a alternativa demarcada pela letra “A”, haja vista que as características nela ressaltadas se encaixam perfeitamente à era em evidência – Parnasianismo. Dessa forma, enquanto que os representantes dos demais estilos de época, preocupandose mais com o conteúdo, com a temática propriamente dita, encontravam em tal posicionamento uma forma de expressar a visão, a ideologia que mantinham frente à realidade que os cercava, os representantes parnasianos cultuavam a “arte pela arte”, ou seja, captavam a realidade de uma forma absolutamente neutra, longe de quaisquer preocupações de ordem social ou crítica. Não menos relevante se evidenciavam o preciosismo linguístico e o objetivismo, visto que a “forma” representava a força-motriz de tais representantes, os quais valorizavam, acima de tudo, a composição impecável e rima perfeita, o que equivale dizer que a linguagem não ficava aquém de tais intenções, sendo essa envolta por um preciosismo implacável, constituída por um vocabulário altamente requintado. Resposta Questão 2 Infere-se como adequadas as informações prestadas na letra “B”, pois tal estilo de época (Parnasianismo) representou uma escola literária voltada para o culto à forma, preconizando a rima, os valores clássicos, a linguagem rebuscada, voltada, sobretudo, para um intenso preciosismo, entre outros aspectos. Acerca dos representantes, torna-se inegável que as afirmações em evidência tão bem os pontuaram, são eles: Raimundo Correia, Alberto de Oliveira e Olavo Bilac. Resposta Questão 3 Ao analisarmos o poema em questão, sobretudo no que se refere à estética, constatamos, evidentemente, que se trata de um soneto, composto por dois quartetos (estrofes com quatro versos) e dois tercetos (estrofes com três versos). Aspecto esse que simbolizou uma das principais características da estética em questão – o retorno aos moldes clássicos, mais precisamente à Antiguidade clássica. Outro aspecto, que também demonstra essa preocupação com o culto à forma, diz respeito à posição VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 das rimas, uma vez dispostas de forma cruzada, com bem nos demonstra os versos: Fino artista chinês, enamorado,(a) Nele pusera o coração doentio (b) Em rubras flores de um sutil lavrado, (a) Na tinta ardente, de um calor sombrio. (b) científica”, pessoalidade e tematização da natureza. 2) “A cavalgada” é uma criação artística de Raimundo Correia – representante parnasiano. Eis então que abaixo se encontra demarcado o poema em questão, cuja intenção é fazer com que você o analise, destacando, pois, as impressões voltadas para as características parnasianistas: Bem ao gosto parnasianista, temos a linguagem, uma vez representada no poema como uma espécie de trabalho de ourivesaria, adornada, trabalhada, rica, voltada para um intenso preciosismo linguístico. O fato de a poesia não expressar nenhuma representatividade para o poeta, ele mesmo, dotado de uma impassibilidade nítida, parece se mostrar alheio, neutro à realidade a qual pinta, mesmo porque faz uso de um objeto (ora representado pelo vaso) para representar uma visão acerca do universo propriamente dito, aspecto esse materializado por meio dos seguintes versos: A Cavalgada Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, Casualmente, uma vez, de um perfumado Contador sobre o mármor luzidio, Entre um leque e o começo de um bordado. E o bosque estala, move-se, estremece... Da cavalgada o estrépito que aumenta Perde-se após no centro da montanha... Resposta Questão 4 As impressões por ele captadas, sobretudo no que diz respeito à forma, evidenciam-se por uma forma bastante cultuada na Antiguidade Clássica: o soneto. Quanto à disposição das rimas, notadamente se figuram as rimas interpoladas, representadas por meio dos seguintes versos: A lua banha a solitária estrada... (a). Silêncio!... Mas além, confuso e brando,(b) O som longínquo vem-se aproximando(b) Do galopar de estranha cavalgada. (a) Quanto à questão da temática, elemento deixado em segundo plano por todos os representantes da estética em questão, percebemos o estilo do autor em preconizar a objetividade constante – característica essa de cunho relevante na época em pauta. Tal objetividade se manifesta em função do distanciar entre o eu lírico e a matéria poética propriamente dita, aqui transcrita como uma espécie de descrição no que tange às impressões captadas pelo poeta em relação à realidade que o cerca, manifestada pela mais nítida impassibilidade. Questões de vestibulares sobre o Parnasianismo 1) (Uneb – BA) São características parnasianas: A) perfeição formal, preciosismo linguístico, objetivismo e desprezo pela arte útil. B) preocupação excessiva com a forma, análise determinista do homem, subjetivismo e universalismo. C) O desprezo pela forma requintada, preocupação político-social, objetivismo e individualismo. D) forma requintada, “arte-sugestão”, subjetivismo exacerbado e análise psicológica do homem. E) impassibilidade (distanciamento das emoções), “poesia A lua banha a solitária estrada... Silêncio!... Mas além, confuso e brando, O som longínquo vem-se aproximando Do galopar de estranha cavalgada. São fidalgos que voltam da caçada; Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando. E as trompas a soar vão agitando O remanso da noite embalsamada... E o silêncio outra vez soturno desce... E límpida, sem mácula, alvacenta A lua a estrada solitária banha... 3) Enfocando os temas e as atitudes parnasianos: a) a poesia parnasiana é alienada, no sentido de que ignora as questões que não sejam essencialmente estéticas; b) há um acentuado desprezo pela plebe e pelas aspirações populares; c) o artesanato poético é sua principal preocupação; d) os parnasianos diferem da atitude impassível e antisentimental dos realistas; e) é uma poesia de elaboração, fruto do “esforço intelectual”. 4) (MACKENZIE) Não caracteriza a estética parnasiana: a) A oposição aos românticos e distanciamento das preocupações sociais dos realistas. b) A objetividade, advinda do espírito cientificista, e o culto da forma. c) A obsessão pelo adorno e contenção lírica. d) A perfeição formal na rima, no ritmo, no metro e volta aos motivos clássicos. e) A exaltação do “eu” e fuga da realidade presente. 5) (FUND. UNIV. RIOGRANDE) Marque a afirmativa correta: a) O Parnasianismo caracterizou-se, no Brasil, pela busca da perfeição formal na poesia. b) O Parnasianismo determinou o surgimento de obras de tom marcadamente coloquial. c) O Parnasianismo, por seus poetas, preconizava o uso do verso livre. d) O Parnasianismo brasileiro deu ênfase ao VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 experimentalismo formal. e) O Parnasianismo foi o responsável pela afirmação de uma poesia de caráter sugestivo e musical. 6) Assinale a alternativa que tenha apenas características do Parnasianismo: a) culto da forma; objetivismo; predomínio dos elementos da natureza; b) preocupação com a forma, com a técnica e com a métrica; presença de rimas ricas, raras, preciosas; c) predomínio do sentimentalismo; vocabulário precioso; descrições de objetos; d) teoria da arte pela arte; métrica perfeita; busca do nacionalismo; e) sexualidade; hereditariedade; meio ambiente. 7) (UFPE) É incorreto afirmar que, no Parnasianismo: a) a natureza é apresentada objetivamente; b) a disposição dos elementos naturais (árvores, estrelas, céu, rios) é importante por obedecer a uma ordenação lógica; c) a valorização dos elementos naturais torna-se mais importante que a valorização da forma do poema; d) a natureza despe-se da exagerada carga emocional com que foi explorada em outros períodos literários; e) as inúmeras descrições da natureza são feitas dentro do mito da objetividade absoluta, porém os melhores textos estão permeados de conotações subjetivas. 8) Sobre o Parnasianismo, é correto afirmar, exceto: a) Contrariando a estética do Realismo e do Naturalismo, o Parnasianismo representou na poesia uma volta ao estilo clássico, sobretudo no que diz respeito à métrica do poema. b) Embora fosse contemporâneo do Realismo e do Naturalismo, o Parnasianismo apresentou uma temática diferente dessas correntes literárias ao propor um olhar sobre a linguagem, cuja temática predominante era a arte pela arte. c) As principais características desse movimento literário, que teve como seu maior representante o poeta Olavo Bilac, foram a simplicidade da linguagem, valorização da cultura nacional e elevados níveis de subjetividade. d) Um dos principais objetivos da poesia parnasiana era combater o ideário dos poetas românticos que primavam pelos exageros de emoção e fantasia. e) Objetivismo, racionalismo, universalismo, vocabulário culto e gosto pelas descrições são as principais características da linguagem da poesia parnasiana. 9) É incorreto afirmar que, no Parnasianismo: a) a natureza é apresentada objetivamente; b) a disposição dos elementos naturais (árvores, estrelas, céu, rios) é importante por obedecer a uma ordenação lógica; c) a valorização dos elementos naturais torna-se mais importante que a valorização da forma do poema; d) a natureza despe-se da exagerada carga emocional com que foi explorada em outros períodos literários; e) as inúmeras descrições da natureza são feitas dentro do mito da objetividade absoluta, porém os melhores textos estão permeados de conotações subjetivas. 10) Assinale a alternativa correta a respeito do Parnasianismo: a) A inspiração é mais importante que a técnica. b) Culto da forma: rigor quanto às regras de versificação, ao ritmo, às rimas ricas ou raras. c) O nome do movimento vem de um poema de Raimundo Correia. d) Sua poesia é marcada pelo sentimentalismo. e) No Brasil, o Parnasianismo conviveu com o Barroco. 11) Assinale a alternativa correta a respeito do Parnasianismo: a) A inspiração é mais importante que a técnica. b) Culto da forma: rigor quanto às regras de versificação, ao ritmo, às rimas ricas ou raras. c) O nome do movimento vem de um poema de Raimundo Correia. d) Sua poesia é marcada pelo sentimentalismo. e) No Brasil, o Parnasianismo conviveu com o Barroco. 12) O Parnasianismo pode ser descrito como um movimento: ( ) essencialmente poético, que reagiu ao sentimentalismo romântico. ( ) cuja poesia é, sobretudo, forma que se sobrepõe ao conteúdo e às ideias. ( ) cuja arte tinha um sentido utilitário e um compromisso social. ( ) cuja verdade residia na beleza da obra, e essa, na sua perfeição formal. ( ) que revela preferência pela objetividade, pelos temas greco-latinos e por formas fixas, como o soneto. 13) (UNIFESP-2004) No Manifesto da Poesia Pau-Brasil, Oswald de Andrade faz o seguinte comentário sobre os poetas parnasianos: “Só não se inventou uma máquina de fazer versos - já havia o poeta parnasiano.” O que o poeta modernista está criticando nos parnasianos é a) a demasiada liberdade no ato da criação, que os torna máquinas poéticas. b) o abandono da Arte pela arte, com a criação objetiva e anti-convencional. c) a preocupação com a perfeição formal e com o subjetivismo. d) o formalismo e a impessoalidade comuns em seus textos. e) o exagero na expressão das emoções, apesar da criação poética mecânica. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 14) (UFAM) Todas as características de estilo abaixo relacionadas pertencem ao Parnasianismo, exceto: a) O apuro quanto à parte formal. b) A reserva nas efusões pessoais. c) A procura de rimas ricas. d) A imaginação criadora. e) O uso de descrições. 15) (UEL) O Parnasianismo brasileiro foi um movimento. a) Poético do final do século XIX e início do século XX. b) Lítero-musical do final do século XVIII e início do século XIX. c) Poético do final do século XVIII e início do século XIX. d) Teatral do final do século XX. e) Lítero-musical do início do século XX. 16) (UFPB) A propósito da poesia parnasiana, é correto afirmar que ela: a) caracteriza-se como forma de evocação de sentimentos e emoções. b) revela-se no emprego de palavras de grande valor conotativo e ricas em sugestões sensoriais. c) explora intensamente a cadeia fônica da linguagem, procurando associar a poesia à música. d) faz alusões a elementos evocadores de rituais religiosos, impregnando a poesia de misticismo e espiritualidade. e) acentua a importância da forma, concebendo a atividade poética como a habilidade no manejo do verso. 17) (FUVEST) – Leia com atenção: Fulge de luz banhado, esplêndido e suntuoso, O palácio imperial se pórfiro luzente E mármor da Lacônia. O teto caprichoso Mostra, em prata incrustado, o nácar do Oriente. O texto acima é a primeira estrofe do soneto “A Sesta de Nero”, de Olavo Bilac. a) A que “escola literária” ou estilo de época pertence autor? Justifique a resposta com elementos de texto. b) Cite outro poema do autor. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 19) (ENEM-2013) Mal secreto Se a cólera que espuma, a dor que mora N’alma, e destrói cada ilusão que nasce, Tudo o que punge, tudo o que devora O coração, no rosto se estampasse; Se se pudesse, o espírito que chora, Ver através da máscara da face, Quanta gente, talvez, que inveja agora Nos causa, então piedade nos causasse! Quanta gente que ri, talvez, consigo Guarda um atroz, recôndito inimigo, Como invisível chaga cancerosa! Quanta gente que ri, talvez existe, Cuja ventura única consiste Em parecer aos outros venturosa! CORREIA, R. In: PATRIOTA, M. Para compreender Raimundo Correia. Brasília: Alhambra, 1995. Coerente com a proposta parnasiana de cuidado formal e racionalidade na condução temática, o soneto de Raimundo Correia reflete sobre a forma como as emoções do indivíduo são julgadas em sociedade. Na concepção do eu lírico, esse julgamento revela que A) a necessidade de ser socialmente aceito leva o indivíduo a agir de forma dissimulada. B) o sofrimento íntimo torna-se mais ameno quando compartilhado por um grupo social. C) a capacidade de perdoar e aceitar as diferenças neutraliza o sentimento de inveja. D) o instinto de solidariedade conduz o indivíduo a apiedar-se do próximo. E) a transfiguração da angústia em alegria é um artifício nocivo ao convívio social. 20) E sobre mim, silenciosa e triste, A Via-Láctea se desenrola Como um jarro de lágrimas ardentes. (Olavo Bilac) Sobre o fragmento poético não é correto afirmar: 18) (UFRS-RS) Com relação ao Parnasianismo, são feitas as seguintes afirmações. I - Pode ser considerado um movimento anti-romântico pelo fato de retomar muitos aspectos do racionalismo clássico. II - Apresenta características que contrastam com o esteticismo e o culto da forma. III - Definiu-se, no Brasil, com o livro "Poesias", de Olavo Bilac, publicado em 1888. a) A “Via-Láctea” sofre um processo de personificação. b) A cena é descrita de modo objetivo, sem interferência da subjetividade do eu-poético. c) A opção pelos sintagmas “desenrola” e “jarro de lágrimas ardentes”visa a presentificar o movimento dos astros. d) Há predomínio da linguagem figurada e descritiva. e) A visão de mundo melancólica do emissor da mensagem se projeta sobre o objeto poetizado. Quais estão corretas? Gabarito: a) Apenas I. b) Apenas II. 1) A 2) As impressões por ele captadas, sobretudo no que diz VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 respeito à forma, evidenciam-se por uma forma bastante cultuada na Antiguidade Clássica: o soneto. Quanto à disposição das rimas, notadamente se figuram as rimas interpoladas, representadas por meio dos seguintes versos: A lua banha a solitária estrada... (a). literária, teve suas origens de As Flores do Mal, do poeta Charles Baudelaire.1 2 É bastante relevante não confundirmos o Simbolismo com a Simbologia, a qual é a ciência que estuda, analisa e interpreta os significados dos símbolos reais ou metafóricos. Silêncio!... Mas além, confuso e brando,(b) Histórico e características O som longínquo vem-se aproximando(b) Do galopar de estranha cavalgada. (a) A partir de 1881, na França, poetas, pintores, dramaturgos Quanto à questão da temática, elemento deixado em e escritores em geral, influenciados pelo misticismo segundo plano por todos os representantes da estética em advindo do grande intercâmbio com as artes, pensamento e questão, percebemos o estilo do autor em preconizar a religiões orientais - procuram refletir em suas produções a objetividade constante – característica essa de cunho atmosfera presente nas viagens a que se dedicavam. relevante na época em pauta. Tal objetividade se manifesta em função do distanciar entre o eu lírico e a matéria poética propriamente dita, aqui transcrita como uma Marcadamente individualista e místico, foi, com desdém, apelidado de "decadentismo" - clara alusão espécie de descrição no que tange às impressões captadas à decadência dos valores estéticos então vigentes e a uma pelo poeta em relação à realidade que o cerca, manifestada certa pela mais nítida impassibilidade. Em1886 um manifesto trouxe a denominação que viria 3) D marcar 4) E corrente: simbolismo. 5) A Principais características 6) B 7) C afetação que neles definitivamente deixava os a sua adeptos marca. desta Subjetivismo 8) C Os simbolistas terão maior interesse pelo particular e 9) C individual do que pela visão mais geral. A visão objetiva 10) B da realidade não desperta mais interesse, e, sim, está 11) (4 + 16 = 20) focalizada sob o ponto de vista de um único indivíduo. 12) V V F V V Dessa forma, é uma poesia que se opõe à poética 13) D parnasiana e se reaproxima da estética romântica, porém, 14) D 15) A 16) E 17) a) Olavo Bilac foi um poeta parnasiano, como nos mostra a caráter descritivo do fragmento acima, a preocupação com a beleza plástica, com a forma trabalhada, exótica. b) Profissão de fé, Última flor do Lácio e O caçador de esmeraldas. 18) C 19) A 20) D Simbolismo Simbolismo é um movimento literário da poesia e das outras artes que surgiram na França, no final do século XIX, como oposição ao Realismo, ao Naturalismo e ao Positivismo da época. Movido pelos ideais românticos, estendendo suas raízes à literatura, aos palcos teatrais, às artes plásticas. Não sendo considerado uma escola mais do que voltar-se para o coração, os simbolistas procuram o mais profundo do "eu" e buscam o inconsciente, o sonho. Musicalidade A musicalidade é uma das características mais destacadas da estética simbolista, segundo o ensinamento de um dos mestres do simbolismo francês, Paul Verlaine, que em seu poema "Art Poétique", afirma: "De la musique avant toute chose..." (" A música antes de mais nada...") Para conseguir aproximação da poesia com a música, os simbolistas lançaram mão de alguns recursos, como por exemplo a aliteração, que consiste na repetição sistemática de um mesmo fonema consonantal, e a assonância, caracterizada pela repetição de fonemas vocálicos. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Escritores simbolistas Transcendentalismo Um dos princípios básicos dos simbolistas era sugerir através das palavras sem nomear objetivamente os elementos da realidade. Ênfase no imaginário e na fantasia. Pode-se dizer que o precursor do movimento, na França, foi o poeta francês Charles Baudelaire com "As Flores do Mal", ainda em 1857. Para interpretar a realidade, os simbolistas se valem da Mas só em 1881 a nova manifestação é rotulada, com o intuição e não da razão ou da lógica. Preferem o vago, o nome decadentismo, substituído por Simbolismo em indefinido ou impreciso. O fato de preferirem as manifesto palavras névoa, neblina, e palavras do gênero, transmite a Europa, é na França, porém, que tem seus expoentes, ideia de uma Obsessão pelo branco(outra característica como Paul do simbolismo) como podemos observar no poema Mallarmé. de Cruz e Sousa: publicado em 1886.3 Espalhando-se Verlaine, Arthur pela Rimbaud e Stéphane Portugal "Ó Formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de Com a publicação de Oaristos, de Eugenio de Castro, em neves, de neblinas!... Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... 1890, inicia-se oficialmente o Simbolismo português, Incensos dos turíbulos das aras..." [...] durando até 1915, época do surgimento da geração Dado esse poema de Cruz e Sousa, percebe-se claramente Orpheu, que desencadeia a revolução modernista no país, uma obsessão pelo branco, sendo relatado com grande em muitos aspectos baseada nas conquistas da nova constância no simbolismo. estética. Literatura do simbolismo Conhecidos como adeptos do Nefelibatismo (espécie de adaptação portuguesa do Decadentismo e do Simbolismo Os temas são místicos, espirituais, ocultos. Abusa-se da sinestesia, sensação produzida pela interpenetração de órgãos sensoriais: "cheiro doce" ou "grito vermelho", das aliterações (repetição de letras ou sílabas numa mesma oração: "Na messe que estremece") e das assonâncias, repetição fônica das vogais: repetição da vogal "e" no mesmo exemplo de aliteração, tornando os textos poéticos francês), e, portanto como nefelibatas (pessoas que andam com a cabeça nas nuvens), os poetas simbolistas portugueses vivenciam um momento múltiplo e vário, de intensa agitação social, política, cultural e artística. Com o episódio do manifestações Ultimatum inglês, nacionalistas e aceleram-se republicanas, as que culminarão com a proclamação da República, em 1910. simbolistas profundamente musicais. Portanto, os principais autores desse estilo em Portugal O Simbolismo em Portugal liga-se às atividades das revistas Os Insubmissos e Boêmia Nova, fundadas por estudantes de Coimbra, entre eles Eugénio de Castro, que, ao publicar um volume de versos intitulado Oaristos, seguem linhas diversas, que vão do esteticismo de Eugênio de Castro ao nacionalismo de Antônio Nobre e outros, até atingirem maioridade estilística com Camilo Pessanha: o mais importante poeta simbolista português. instaurou essa nova estética em Portugal. Contudo, o consolidador estará, a esse tempo, residindo Os nomes de maior destaque no Simbolismo português verdadeiramente no Oriente - trata-se do poeta Camilo são: Camilo Pessanha, venerado pelos jovens poetas que irão constituir Gil e Eugénio de Castro a chamada Geração Orpheu. O movimento simbolista Brasil durou aproximadamente até 1915, altura em que se iniciou o Modernismo. Pessanha, António Nobre, Augusto No Brasil, três grandes poetas destacaram-se dentro do movimento simbolista: Augusto dos Anjos , Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimarães, autor de Sete dores de Maria.4 Com Cruz e Sousa, a angústia de sua condição, VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 reflete-se no comentário de Manuel Bandeira: "Não há (na Oriundo literatura brasileira) gritos mais dilacerantes, suspiros influenciar pelas pinturas japonesas que aparecem na mais profundos do que os seus". Europa, provocando verdadeiro choque cultural - e este São também escritores que merecem atenção: Raul de Leoni, Emiliano Perneta, Da Costa e Silva, Dario Vellozo, Arthur de Salles, Ernãni Rosas, Petion de Villar, Marcelo Gama, Maranhão Sobrinho, Saturnino de Meireles, Pedro Kikerry, Alceu Wamosy, Eduardo Guimarães, Gilka Machado e Onestaldo de Penafort. do impressionismo, Paul Gauguin deixa-se artista abandona as técnicas ainda vigentes nas telas do movimento onde se iniciou, como a perspectiva, pintando apenas em formas bidimensionais. A temática alegórica passa a dominar, a partir de 1890. Ao artista não bastava pintar a realidade, mas demonstrar na tela a essência sentimental dos personagens - e em Gauguin isto levou a uma busca tal pelo primitivismo que o próprio artista Simbolismo nas artes plásticas abandonou a França, indo morar com os nativos da Polinésia francesa. Em França outros artistas, como Gustave Moreau, Odilon Redon, Maurice Denis, Paul Sérusier e Aristide Maillol, aderem à nova estética. Na Áustria, usando de motivos eminentemente europeus do estilo rococó, Gustav Klimt é outro que, assim como Gauguin, torna-se conhecido e apreciado. O norueguês Edvard Munch, autor do célebre quadro "O grito", alia-se primeiro ao simbolismo, antes de Gauguin impressionista tornar-se um dos expoentes do expressionismo. Eliseu Visconti - Recompensa de São Sebastião -1898 Gauguin simbolista No Brasil, o movimento simbolista influenciou a obra de pintores como Eliseu Visconti e Rodolfo Amoedo. A tela "Recompensa de São Sebastião", de Eliseu Visconti, VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 medalha de ouro na Exposição Universal de Saint Louis, em 1904, é um exemplo da influência simbolista nas artes plásticas do Brasil. Já na literatura, o simbolismo tem início no Brasil em 1893 com a publicação de dois livros: Missal (prosa) e Broquéis (poesia), ambos de Cruz e Sousa. Estende-se até o ano de 1922, data da Semana da Arte Moderna. O início do simbolismo não pode, no entanto, ser identificado com o termino da escola antecedente, Realismo. Na realidade, no final do século XIX e início do século XX três tendências caminhavam paralelas: O Realismo e suas manifestações (romance realista, romance naturalista e poesia parnasiana); O simbolismo, situado à margem da literatura acadêmica época; e o pré-Modernismo, com o aparecimento de alguns Abaixo você encontrará 20 exercícios de Literatura sobre Simbolismo. Ao final você ainda poderá conferir o gabarito dos exercícios para verificar se está entendendo bem a matéria. autores preocupados em denunciar a realidade brasileira, como Euclides da Cunha, Lima Barreto e Monteiro Agora que você tem uma ideia melhor das características, que tal fazermos alguns exercícios? Lobato, entre outros. Les Nabis Como consequência do Simbolismo, apareceu o grupo de Les Nabis. Tem a particularidade de ter formas mais simplificadas e cores mais puras. A arte torna-se desta forma uma realidade autónoma do real, pois nela estão patentes emoções, sentimentos e ideologias. Simbolismo no teatro Buscaram os autores, dentre os quais o belga Maeterlinck, o italiano Gabriele D'Annunzio e o norueguês Ibsen, levar ao palco não personagens propriamente ditos, mas alegorias a representar sentimento, ideia - em peças onde o cenário (som, luz, ambiente, etc.) tenham maior destaque. Simbolismo – Exercícios de Literatura com gabarito No artigo de hoje você poderá estudar um pouco mais sobre um período literário bastante cobrado em provas do Ensino Médio e, às vezes, em provas os vestibulares que dão acesso às maiores universidades do Brasil. Além do período abordado nestes exercícios com gabarito, você pode fazer alguns outros relacionados ao Arcadismo. Clique aqui e veja os exercícios. Antes, no entanto, vejamos algumas características do Simbolismo. EXERCÍCIOS DE LITERATURA SOBRE SIMBOLISMO 1) Indique a única alternativa que apresenta os valores da estética simbolista: a) A lógica, o mistério e a sensibilidade. b) A intuição, a ciência e a sonoridade. c) O ilógico, o simbolismo e o científico. d) A intuição, a musicalidade e a espiritualidade. e) A evidência, a coerência e o simbólico. 2) (Ucmg) – Das características da obra de Cruz e Souza indicadas abaixo, a única que, sendo de cunho pessoal, foge aos modelos simbolistas é: a) culto da imprecisão, do misterioso e do vago. b) exploração consciente da musicalidade das palavras. c) lirismo impregnado de tom dramático e humanitário. d) presença de vocabulário com palavras raras e expressivas. e) tentativa de superação no transcendental e no místico. 3) (11594 Uel Londrina) – Assinale a alternativa cujos termos preenchem corretamente as lacunas do texto inicial. Pode-se afirmar que a poesia …………….. não teve, entre nós, a mesma repercussão que teve na Europa. De qualquer modo, essa poética voltada para as sonoridades, os amplos espaços, o Absoluto, o desejo do infinito, e estilisticamente apoiada em sinestesias, enumerações, assonâncias e aliterações, permitiu a …………….. consagrar-se com seus versos. a) pré-romântica – Casimiro de Abreu b) pré-modernista – Raimundo Correia c) neoclássica – Basílio da Gama VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 d) simbolista – Cruz e Sousa e) parnasiana – Machado de Assis 4) (Mackenzie) “Ah! plangentes violões dormentes, mornos, Soluços ao luar, choros ao vento… Tristes perfis, os mais vagos contornos, Bocas murmurejantes de lamento. Sutis palpitações à luz da lua. Anseio dos momentos mais saudosos, Quando lá choram na deserta rua As cordas vivas dos violões chorosos. Quando os sons dos violões vão soluçando, Quando os sons dos violões nas cordas gemem, E vão dilacerando e deliciando, Rasgando as almas que nas sombras tremem. Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas, Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” As estrofes anteriores, claramente representativas do_____ , não apresentam _____ . Assinale a alternativa que completa corretamente AS DUAS lacunas anteriores. a) Romantismo – sinestesia b) Simbolismo – aliterações e assonâncias c) Romantismo – musicalidade d) Parnasianismo – metáforas e metonímias e) Simbolismo – versos brancos e livres 5) (20432 Mackenzie) – Assinale a alternativa em que aparece um trecho do Simbolismo brasileiro. a) Vejo através da janela de meu trem os domingos das cidadezinhas, com meninas e moças, e caixeiros e caixeiros engomados que vêm olhar os passageiros empoeirados dos vagões. b) E não há melhor resposta que o espetáculo da vida: vê-la desfiar seu fio, que também se chama vida, ver a fábrica que ela mesma, teimosamente se fabrica,… c) Ai! Se eu te visse no calor da sesta A mão tremente no calor das tuas, Amarrotado o teu vestido branco, Soltos cabelos nas espáduas nuas! … Ai! Se eu te visse, Madalena pura, Sobre o veludo reclinada a meio Olhos cerrados na volúpia doce, Os braços frouxos – palpitante o seio! d) Eu amo os gregos tipos de escultura: Pagãs nuas no mármore entalhadas; Não essas produções que a estufa escura Das normas cria, tortas e enfezadas. e) Brancuras imortais da Lua Nova, frios de nostalgia e sonolência… Sonhos brancos da Lua e viva essência dos fantasmas noctívagos da Cova. 6) (Fuvest) – “Só, incessante, um som de flauta chora, Viúva, grácil, na escuridão tranquila, – Perdida voz que de entre as mais se exila, – Festões de som dissimulando a hora.” Os versos anteriores são marcados pela presença ………………….. e pela predominância de imagens auditivas, o que nos sugere a sua inclusão na estética …………………. . Assinale a alternativa que completa os espaços. a) da comparação – romântica b) da aliteração – simbolista c) do paralelismo – trovadoresca d) da antítese – barroca e) do polissíndeto – modernista 7) (Uelondrina) – Identifique os versos tipicamente simbolistas de Cruz e Sousa. a) Adeus! ó choça do monte!… Adeus! palmeiras da fonte!… Adeus! amores… adeus!… b) Rei é Oxalá que nasceu sem se criar. Rainha é Iemanjá que pariu Oxalá sem se manchar. c) Minhas ideias abstratas De tanto as tocar, tornaram-se concretas. São rosas familiares Que o tempo traz ao alcance da mão. d) Eu não devia te dizer mas essa lua mas esse conhaque botam a gente comovido como o diabo. e) Nessa Amplidão das Amplidões austeras chora o Sonho profundo das Esferas que nas azuis Melancolias morre… 8) Subjetivismo, valorização do inconsciente e do subconsciente, busca do vago, do diáfano, musicalidade, sugestão são características da poesia: a) romântica. b) barroca. c) árcade. d) simbolista. e) parnasiana. 9) (Udesc) – Leia atentamente os textos a seguir: I- Quando será que tantas almas duras Em tudo, já libertas, já lavadas Nas águas imortais, iluminadas Do sol do amor, hão de ficar bem puras? Quando será que as límpidas frescuras Dos claros rios de ondas estreladas Dos céus do bem, hão de deixar clareadas Almas vis, almas vãs, almas escuras? (Cruz e Souza. POESIAS COMPLETAS. São Paulo, Ediouro, s/d, p.93.) II- “Não acredito em bicho maligno mas besouro, não sei não. Olhe o que sucedeu com a Rosa… Dezoito anos. E não sabia que os tinha. Ninguém reparara nisso. Nem dona Carlotinha, nem dona Ana, entretanto já velhuscas e solteironas, ambas quarenta e muito. Rosa viera pra companhia delas aos sete anos quando lhe morreu a mãe. Morreu ou deu a filha que é a mesma coisa que morrer.” VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 (OS MELHORES CONTOS DE MARIO DE ANDRADE. São Paulo, Global, 1988, p.17.) Em relação aos fragmentos apresentados, assinale com V as proposições verdadeiras e com F as falsas. ( ) Por suas características estilísticas, os versos de Cruz e Souza pertencem ao Simbolismo e o texto de Mário de Andrade, ao Modernismo. ( ) O Simbolismo brasileiro apresenta conteúdo carregado de mistério, misticismo, sonoridade e espiritualidade. ( ) No Simbolismo o lirismo é altamente objetivo, apresentando cunho político-social. ( ) Os textos do Modernismo apresentam, além de linguagem cotidiana e dinâmica, frases despojadas. A alternativa que apresenta sequência CORRETA, de cima para baixo, é: a) V, F, F, V b) V, V, F, F c) V, V, F, V d) F, F, V, V e) V, F, V, V 10) (9714 Mackenzie) – Assinale a alternativa que não se refere ao Simbolismo. a) Na busca de uma linguagem exótica, colorida, musical, os autores não resistem, muitas vezes, à ideia de criar novos termos. b) Ocorre grande interesse pelo individual e pelo metafísico. c) Há assuntos relacionados ao espiritual, místico, religioso. d) Nota-se o emprego constante de aliterações e assonâncias. e) Busca-se uma poesia formalmente perfeita, impassível e universalizante. 11) (Cescem) – Um dos aspectos que faz com que a poesia simbolista se contraponha frontalmente ao Parnasianismo é: a) o predomínio da linguagem denotativa sobre a figurada, como tentativa de exprimir com mais clareza as ambiguidades da alma. b) a consideração do poema como um produto artístico, resultante de um processo lógico e analítico de interpretação do real. c) a visão materialista do mundo, adequadamente expressa por uma linguagem eivada de sugestões plásticas que acentuam a ideia de sensualidade. d) a adoção de uma postura subjetiva diante da realidade, expressa por uma linguagem rica de associações sensoriais. e) o abandono do soneto, que, como forma poética fixa, passa ser considerado impróprio para exprimir a fluidez onírica. 12) (Cescem) – O Simbolismo enveredou por caminhos algumas vezes semelhantes aos Romantismo; é o que se pode depreender do fato de que os autores simbolistas, via de regra: a) aceitaram que o real é aquilo que está refletido na consciência individual. b) assumiram uma postura esteticista, cultuaram a forma e a expressão ortodoxa. c) utilizaram uma linguagem enxuta, direta e contundente, que dizia a expressão de seus temas ao essencial. d) adotaram uma expressão oralizada, valendo-se dos recursos da fala popular. e) impuseram à literatura uma concepção positiva do mundo, segundo a qual o homem exprime as contradições e grandezas da sociedade em que vive. 13) (Cescem) – O texto que segue aponta características do Simbolismo. “Nem a ideia clara, nem o sentimento preciso, mas o vago do coração, o indeciso dos estados da alma.” Com base nessas propostas, aponte o excerto que pertence a esse movimento estético. a) “Era um casarão sombrio, a casa da fazenda. Além de escura e abafada, recendia a um cheiro esquisito”. b) “A catedral ebúrnea do meu sonho Aparece na paz do céu risonho Toda branca de sol”. c) “Lá nas areias infindas, das palmeiras do país, Nasceram – crianças lindas, Viveram – moças gentis…” d) “Pois direi-me agora da grandeza, com que já me tendes ameaçado, desta província chamada Brasil, ou Terra de Santa Cruz”. e) “Vontade de dormir. Fumaça de chaminé transformada em lençol branco, cama macia de fazer água na boca.” 14) (Fac. Bandeirantes-PR) – O Simbolismo caracterizouse por ser: a) positivista, naturalista, cientificista. b) antipositivista, antinaturalista, anticientificista. c) objetivo, racional. d) volta aos modelos greco-latinos. e) subjetivista, materialista. 15) (Fuvest) – Perdida voz que de entre as mais se exila, – Festões de som dissimulando a hora.” Os versos anteriores são marcados pela presença ………………….. e pela predominância de imagens auditivas, o que nos sugere a sua inclusão na estética …………………. . Assinale a alternativa que completa os espaços. a) da comparação – romântica b) da aliteração – simbolista c) do paralelismo – trovadoresca d) da antítese – barroca e) do polissíndeto – modernista 16) (Uelondrina) – “Faz descer sobre mim os brandos véus da calma, Sinfonia da Dor, ó Sinfonia muda, Voz de todo meu Sonho, ó noiva da minh’alma, Fantasma inspirador das Religiões de Buda.” A estrofe acima é de Cruz e Souza, e nela estão os seguintes elementos típicos da poesia simbolista: a) realidade urbana, linguagem coloquial, versos longos. b) erotismo, sintaxe fluente e direta, ironia. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 c) desprezo pela métrica, linguagem concretizante, sátira. d) filosofia materialista, linguagem rebuscada, exotismo. e) misticismo, linguagem solene, valorização do inconsciente. 17) (Ufes) – Maior importância conferida às sensações produzidas pelas coisas do que às coisas em si, visão do tempo como algo que não se pode captar e aparência fugidia das pessoas, objetos e paisagens são algumas das características de um estilo de época que se conhece como: a) Romantismo. b) Parnasianismo. c) Simbolismo. d) Impressionismo. e) Modernismo. 18) (Cescem) – “É, mais pedras, mais pedras se sobreporão às pedras já acumuladas, mais pedras, mais pedras, mais pedras… Pedras destas odiosas, caricatas e fatigantes civilizações e sociedades… E as estranhas paredes hão de subir – longas, negras, terríficas! Hão de subir, subir mudas, silenciosas, até às Estrelas, deixando-te para sempre perdidamente alucinado e emparedado dentro do teu Sonho…” É comum, durante o Simbolismo, a criação de textos como o acima transcrito. Com base nesse excerto de Cruz e Souza podemos dizer que se trata de: a) uma crônica historiográfica. b) uma tragédia em moldes clássicos. c) um romance em que predomina a descrição d) um poema em prosa. e) uma sátira aos costumes. 19) (Cescem) – “Ó lua, triste, amargurada, fantasma de brancuras vaporosas, a tua nívea luz ciliciadas faz murchecer e congelar as rosas.” A luz difusa, esbate difusa, esbatendo as linhas e diluindo as formas, produz uma transfiguração do objeto, o que caracteriza o ___________ e o faz aproximar-se do______________. a) Romantismo – Modernismo b) Simbolismo – Impressionismo c) Realismo – Surrealismo d) Simbolismo – Naturalismo e) Romantismo – Realismo 20) (PUC – Campinas) – “Ah! Plangentes violões dormentes, mornos Soluços ao luar, choros ao vento… Tristes perfis, os mais vagos contornos, Bocas murmurejantes de lamento.” O texto acima é um fragmento da obra Psicologia de um Vencido, de autoria de: a) Cruz e Souza b) Alphonsus de Guimaraens c) Ciro dos Anjos d) Augusto dos Anjos e) Francisca Júlia 1-D, 2-E, 3-D, 4-E, 5-E, 6-B, 7-E, 8-D, 9-C, 10-E, 11-A, 12-C, 13-B, 14-A, 15-B, 16-E, 17-C, 18-A, 19-E, 20-E Questões sobre Simbolismo com gabarito 1) "Faz descer sobre mim os brandos véus da calma, Sinfonia da Dor, ó Sinfonia muda, Voz de todo meu Sonho, ó noiva da minh'alma, Fantasma inspirador das Religiões de Buda." A estrofe acima é de Cruz e Sousa, e nela estão os seguintes elementos típicos da poesia simbolista: a) realidade urbana, linguagem coloquial, versos longos. b) erotismo, sintaxe fluente e direta, ironia. c) desprezo pela métrica, linguagem concretizante, sátira. d) filosofia materialista, linguagem rebuscada, exotismo. e) misticismo, linguagem solene, valorização do inconsciente. 2) Identifique os versos tipicamente simbolistas de Cruz e Sousa. a) "Adeus! ó choça do monte!... Adeus! palmeiras da fonte!... Adeus! amores... adeus!..." b)"Rei é Oxalá que nasceu sem se criar. Rainha é Iemanjá que pariu Oxalá sem se manchar." c)"Minhas ideias abstratas De tanto as tocar, tornaram-se concretas. São rosas familiares Que o tempo traz ao alcance da mão." d) "Eu não devia te dizer mas essa lua mas esse conhaque botam a gente comovido como o diabo." e) "Nessa Amplidão das Amplidões austeras chora o Sonho profundo das Esferas que nas azuis Melancolias morre..." 3) Não é difícil classificar este poema como simbolista, já que: a) busca a fantasia b) exagera a realidade c) é impessoal e impassível Gabarito dos Exercícios sobre Simbolismo VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 d) apresenta-se direta e objetivamente e) predominam nele a lógica e a razão. ( ) Este autor representou o Simbolismo no Brasil, propondo uma poesia pura não-racionalizada, explorando 4) Só um tema domina os versos do poeta: a morte da imagens e não conceitos. amada Constança, sua prima. Morre adolescente; eis o ( ) A poesia simbolista é hermética, misteriosa e despreza a fantasma que o acompanha na maioria dos versos. poética racional. Escreveu estas obras, exceto: ( ) Cruz a Sousa, principal figura do movimento, era filho de escravos e, como tal, usou a escravidão e as injustiças a) "Câmara Ardente" como tema central de sua poética. b) "Dona Mística" ( ) Pela espiritualização contínua de sua poesia, tenta c) "Missal e Broquéis" desfazer-se de todos os referenciais concretos, adotando d) "Kiriale" para isso uma linguagem rebuscada e musical. e) "A Escada de Jacó". ( ) O trecho anterior, pertencente a LITANIA DOS POBRES, tem o tom de denúncia social, apesar do 5) O poema pertence à escola: idealismo platônico do autor e de sua tendência à espiritualização. a) neoclássica b) romântica 8) Assinale a alternativa que não se refere ao Simbolismo. c) realista d) simbolista a) Na busca de uma linguagem exótica, colorida, musical, e) moderna. os autores não resistem, muitas vezes, à ideia de criar novos termos. 6) Também são de Alphonsus de Guimaraens estes versos b) Ocorre grande interesse pelo individual e pelo famosos: metafísico. c) Há assuntos relacionados ao espiritual, místico, a) "Ó Formas alvas, brancas, religioso. Formas claras de luares, de neves, de neblinas!..." d) Nota-se o emprego constante de aliterações e b) "Quando Ismália enlouqueceu assonâncias. Pôs-se na torre a sonhar..." e) Busca-se uma poesia formalmente perfeita, impassível e c) "Eu, filho do carbono e do amoníaco, universalizante. Monstro de escuridão e rutilância,..." d) "Sonho que sou um cavaleiro andante 9) (PUC-Campinas) Por desertos, por sóis, por noite escura..." "Ah! plangentes violões dormentes, mornos, e) "Só a leve esperança, em toda a vida, Soluços ao luar, choros ao vento... Disfarça a pena de viver, mais nada;" Tristes perfis, os mais vagos contornos, Bocas murmurejantes de lamento. 7) OBSERVE: ....................................................................................... Sutis palpitações à luz da lua. "Os miseráveis, os rotos Anseio dos momentos mais saudosos, São as flores dos esgotos Quando lá choram na deserta rua São espectros implacáveis As cordas vivas dos violões chorosos. Os rotos, os miseráveis São prantos negros de furnas Quando os sons dos violões vão soluçando, Caladas, mudas, soturnas." Quando os sons dos violões nas cordas gemem, (Cruz e Sousa) E vão dilacerando e deliciando, VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Rasgando as almas que nas sombras tremem. ....................................................................................... b) E não há melhor resposta Vozes veladas, veludosas vozes, que o espetáculo da vida: Volúpias dos violões, vozes veladas, vê-la desfiar seu fio, Vagam nos velhos vórtices velozes que também se chama vida, Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas." ver a fábrica que ela mesma, teimosamente se fabrica,... As estrofes anteriores, claramente representativas do_____ , não apresentam _____ . c) Ai! Se eu te visse no calor da sesta Assinale a alternativa que completa corretamente AS A mão tremente no calor das tuas, DUAS lacunas anteriores. Amarrotado o teu vestido branco, Soltos cabelos nas espáduas nuas! ... a) Romantismo - sinestesia b) Simbolismo - aliterações e assonâncias Ai! Se eu te visse, Madalena pura, c) Romantismo - musicalidade Sobre o veludo reclinada a meio d) Parnasianismo - metáforas e metonímias Olhos cerrados na volúpia doce, e) Simbolismo - versos brancos e livres. Os braços frouxos - palpitante o seio! 10) Subjetivismo, valorização do inconsciente e do d) Eu amo os gregos tipos de escultura: subconsciente, busca do vago, do diáfano, musicalidade, Pagãs nuas no mármore entalhadas; sugestão são características da poesia: Não essas produções que a estufa escura Das normas cria, tortas e enfezadas. a) romântica. b) barroca. e) Brancuras imortais da Lua Nova, c) árcade. frios de nostalgia e sonolência... d) simbolista. Sonhos brancos da Lua e viva essência e) parnasiana. dos fantasmas noctívagos da Cova. 11) "os poetas vivem em torres de ametista" - referência 13) Assinale a alternativa em que aparece um trecho do irônica aos poetas: Simbolismo brasileiro. a) simbolistas a) Vejo através da janela de meu trem b) renascentistas os domingos das cidadezinhas, c) árcades com meninas e moças, d) barrocos e caixeiros e caixeiros engomados que vêm olhar e) parnasianos. os passageiros empoeirados dos vagões. 12) Assinale a alternativa em que aparece um trecho do b) E não há melhor resposta Simbolismo brasileiro. que o espetáculo da vida: vê-la desfiar seu fio, a) Vejo através da janela de meu trem que também se chama vida, os domingos das cidadezinhas, ver a fábrica que ela mesma, com meninas e moças, teimosamente se fabrica,... e caixeiros e caixeiros engomados que vêm olhar os passageiros empoeirados dos vagões. c) Ai! Se eu te visse no calor da sesta VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 A mão tremente no calor das tuas, Morte ao burguês mensal!" Amarrotado o teu vestido branco, c) "Velho vento vagabundo! Soltos cabelos nas espáduas nuas! ... No teu rosnar sonolento Leva ao longe este lamento Ai! Se eu te visse, Madalena pura, Além do escárnio do mundo." Sobre o veludo reclinada a meio d) "Como são belos os dias Olhos cerrados na volúpia doce, Do despontar da existência! Os braços frouxos - palpitante o seio! - Respira a alma inocência Como perfumes a flor;" d) Eu amo os gregos tipos de escultura: e) "Quero um beijo sem fim, Pagãs nuas no mármore entalhadas; Que dure a vida inteira e aplaque o meu desejo! Não essas produções que a estufa escura Ferve-me o sangue: Das normas cria, tortas e enfezadas. acalma-o com teu beijo;" e) Brancuras imortais da Lua Nova, 16) Considere as seguintes afirmações sobre a poesia de frios de nostalgia e sonolência... Cruz e Sousa: Sonhos brancos da Lua e viva essência dos fantasmas noctívagos da Cova. I. Elementos de uma natureza imaginária são tomados para sugerir sensações e aspirações. 14) Sobre o Simbolismo brasileiro é correto afirmar que II. Ganham muita importância os efeitos musicais da melodização e do ritmo na elaboração dos versos. a) reelabora a fala popular carioca em curtos poemas de III. A busca ansiada da transcendência mística é marca temática urbana repletos de elipses e trocadilhos bilíngues. poderosa de seus versos. b) retoma a temática romântica com ânimo satírico e polêmico, inclusive parodiando trechos de romances do Está correto o que se afirma século XIX. c) explora a mitologia greco-latina e episódios da história a) apenas em II. antiga da Europa em sonetos descritivos com chave-de- b) apenas em I e II. ouro. c) apenas em I e III. d) explora a sugestividade dos sons da língua em poemas d) apenas em II e III. que reportam sensações indefinidas e sentimentos vagos. e) em I, II e III. e) reelabora a musicalidade dos vocábulos com experiências em que as palavras são segmentadas e a frase 17) Leia as afirmações a seguir: parte-se em fragmentos. I - Misticismo, amor e morte caracterizam a obra de 15) Assinale a opção cujos versos, pertencentes ao período Alphonsus de Guimaraens. simbolista, são reveladores de um de seus traços II - A poesia de Cruz e Sousa apresenta aspectos ligados característicos: ao subjetivismo e angústia pessoal, evoluindo para posições mais universalizantes. a) "Clame a saparia III - O Simbolismo nega o cientificismo, valorizando as Em críticas céticas: manifestações metafísicas e espirituais. Não há mais poesia Mas há artes poéticas..." Assinale: b) "Morte à gordura! Morte às adiposidades cerebrais! a) se apenas I e III estiverem corretas. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 b) se apenas I estiver correta. c) Apenas III c) se todas estiverem corretas. d) Apenas II e III d) se todas estiverem incorretas. e) I, II e III e) se apenas III estiver correta. 19) Elevação espiritual, amplo emprego de sinestesias e 18) ACROBATA DA DOR criação de paisagens oníricas estão na base da poesia do Cruz e Sousa autor de Gargalha, ri, num riso de tormenta, a) ESPUMAS FLUTUANTES. Como um palhaço, que desengonçado, b) SEGUNDOS CANTOS. Nervoso, ri, num riso absurdo, inflado, c) LIRA DOS VINTE ANOS. De uma ironia e de uma dor violenta. d) BROQUÉIS. e) PRIMAVERAS. Da gargalhada atroz, sanguinolenta, Agita os guizos, e convulsionado 20) Para as estrelas de cristais gelados Salta gavroche, salta clown, varado as ânsias e os desejos vão subindo, Pelo estertor dessa agonia lenta... galgando azuis e siderais noivados de nuvens brancas a amplidão vestindo. Pedem-se bis e um bis não se despreza! Vamos! retesa os músculos, retesa Na estrofe anterior, note-se a ânsia de infinitude, o clima Nessas macabras piruetas d'aço... de sonho, a sublimação dos desejos, o movimento ascensional, a exploração simbólica do branco. São E embora caias sobre o chão, fremente, características da poesia de Afogado em teu sangue estuoso e quente Ri! Coração, tristíssimo palhaço. a) Olavo Bilac. ____________ b) Gonçalves Dias. gavroche: garoto: clown: palhaço c) Cruz e Sousa. d) Fagundes Varela. Considere as seguintes afirmações em relação ao poema de e) Casimiro de Abreu. Cruz e Sousa. 21) "O Assinalado" I - Trata-se de poema simbolista que não expressa nitidamente as emoções representadas, o que é Tu és o louco da imortal loucura, incompatível com a forma do soneto. O louco da loucura mais suprema. II - Os poetas do Simbolismo, incapazes de captarem as A Terra é sempre a tua negra algema, sensações e os sentimentos humanos em sua real Prende-te nela a extrema Desventura. dimensão, apelavam para imagens obscuras. III - O poema mistura em tom veemente imagens Mas essa mesma algema de amargura, contraditórias de riso e dor, utilizando em diferentes Mas essa mesma Desventura extrema metáforas a imagem do palhaço. Faz que tu'alma suplicando gema E rebente em estrelas de ternura. Quais estão corretas? Tu és o Poeta, o grande Assinalado a) Apenas I Que povoas o mundo despovoado, b) Apenas II De belezas eternas, pouco a pouco ... VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Com que Fílis entoa a voz candente!" Na Natureza prodigiosa e rica (Cláudio Manuel da Costa) Toda a audácia dos nervos justifica Os teus espasmos imortais de louco! ( ) "Era o poeta de Teos que a suspendia Então, e, ora repleta ora esvasada, O poema acima encontra-se na obra "Últimos sonetos", de A taça amiga aos dedos seus tinia, Cruz e Sousa, poeta cujo centenário de morte foi Toda de roxas pétalas colmada." comemorado em 1998. Leia as afirmativas seguintes (Alberto de Oliveira) acerca do poema e assinale a opção CORRETA. Assinale a sequência correta. I - Ocorre hipérbole no verso 4; anáfora, nos versos 5 e 6; antítese, no verso 9; sinestesia, nos versos13-14. a) I, III, II, IV II - O poeta é considerado um ser diferente cuja alma, b) I, II, III, V mesmo algemada à Terra, rebenta "em estrelas de ternura". c) II, III, IV, V III - O uso da letra maiúscula em substantivos comuns d) IV, I, V, III singulariza-os e empresta-lhes uma dimensão simbólica. e) IV, I, II, III a) Apenas a afirmativa I está correta. 23) (UFPR) "Broquéis", obra de Cruz e Sousa que b) Apenas a afirmativa II está correta. inaugura histórica e esteticamente o Simbolismo no Brasil c) Apenas a afirmativa III está correta. (1893), é marcante pela exploração das virtualidades da d) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. palavra. Um de seus poemas é "Sinfonias do Ocaso": e) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. Musselinosas como brumas diurnas 22) Numere a segunda coluna de acordo com a primeira. Descem do ocaso as sombras harmoniosas, Sombras veladas e musselinosas (I) Barroco Para as profundas solidões noturnas. (II) Arcadismo (III) Romantismo Sacrários virgens, sacrossantas urnas, (IV) Parnasianismo Os céus resplendem de sidéreas rosas, (V) Simbolismo Da Lua e das Estrelas majestosas Iluminando a escuridão das furnas. ( ) "Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada Cobrai-a e não queirais, Pastor Divino, Ah! por estes sinfônicos ocasos Perder na Vossa ovelha a Vossa glória" A terra exala aromas de áureos vasos. (Gregório de Matos) Incensos de turíbulos divinos. ( ) "Mulher do meu amor! Quando aos meus beijos Os plenilúnios mórbidos vaporam... Treme tua alma, como a lira ao vento, E como que no Azul plangem e choram Das teclas de teu seio que harmonias, Cítaras, harpas, bandolins, violinos... Que exalas de suspiros, bebo atento!" (Castro Alves) Neste poema, estão presentes aspectos recorrentes na estética simbolista, como ( ) "Brandas ribeiras, quanto estou contente De ver-vos outra vez, se isto é verdade! Quanto me alegra ouvir a suavidade, 01) intuição, musicalidade e espiritualidade. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 02) tentativa de superação no transcendental e no místico, e culto da imprecisão. a) de tendência naturalista, que se compraz na descrição 04) sondagem da realidade oculta das coisas, sugestão e mórbida dos sentimentos, embora mostre otimismo em harmonia. relação ao homem. 08) emprego de palavras raras e expressivas, e exploração b) próxima da música, não apenas no plano temático, mas, da musicalidade das palavras. sobretudo, no trabalho detalhista da sonoridade. 16) valorização do gosto burguês, nacionalismo e c) abstrata, pois se afasta de situações cotidianas e, além impressionismo na linguagem. disso, exprime um intenso sentimento de dor e de angústia. d) de atmosfera intensamente misteriosa, criada pelo forte 24) Leia o poema "Siderações", de Cruz e Souza. impulso de transfiguração da realidade imediata. Para as estrelas de cristais gelados 26) Leia o fragmento a seguir do poema "Evocações" de As ânsias e os desejos vão subindo, Alphonsus de Guimaraens: Galgando azuis e siderais noivados, De nuvens brancas a amplidão vestindo... "Na primavera que era a derradeira, Mãos estendidas a pedir esmola Num cortejo de cânticos alados Da estrada fui postar-me à beira. Os arcanjos, as cítaras ferindo, Brilhava o sol e o arco-íris era a estola Passam, das vestes nos troféus prateados, Maravilhosamente no ar suspensa" As asas de ouro finamente abrindo... Como se sabe, Alphonsus de Guimaraens é tido como um Dos etéreos turíbulos de neve dos mais importantes representantes do Simbolismo no Claro incenso aromal, límpido e leve, Brasil. No fragmento acima, pode-se destacar a seguinte Ondas nevoentas de visões levanta... característica da escola à qual pertence: E as ânsias e desejos infinitos a) bucolismo, que se caracteriza pela participação ativa da Vão com os arcanjos formulando ritos natureza nas ações narradas. Da eternidade que nos astros canta... b) intensa movimentação e alta tensão dramática. c) concretismo e realismo nas descrições. A respeito do poema, é correto afirmar que d) foco no instante, na cena particular e na impressão que causa. a) o poeta idealiza seus desejos, projetando-os para uma e) tom poético melancólico, apresentando a natureza como instância inatingível. cúmplice na tristeza. b) o poema emprega descrições nítidas que garantem uma compreensão exata dos versos. 27) Como escola literária, o Simbolismo: c) o poeta expõe a sua avaliação sobre a realidade objetiva, utilizando imagens da natureza em linguagem precisa e ( ) apresenta-se como uma estética oposta à poesia direta. objetiva, plástica e descritiva, praticada pelo d) o poema, em forma de epigrama, traduz uma visão Parnasianismo, e como uma recusa aos valores burgueses. materialista do amor e da sensualidade. ( ) define-se pelo antiintelectualismo e mergulha no e) se trata da descrição de fantasias e alucinações irracional, descobrindo um mundo estranho de apresentadas nos moldes de ficção científica. associações, de ideias e sensações. ( ) propõe uma poesia pura, hermética e misteriosa, que 25) Com base na leitura de "Broquéis", de Cruz e Sousa, é INCORRETO afirmar que se trata de uma poesia usa imagens, e não conceitos. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 ( ) foi um movimento de grande receptividade e repercussão junto ao público brasileiro. 31) (ESAPP-modificado) Assinale a única afirmação ( ) revolucionou a poesia da época, com o uso de versos coerente com as características do movimento simbolista: livres e de uma temática materialista. a) Algumas obras são bastante herméticas, justificando a 28) Assinale a alternativa INCORRETA a respeito do referência a um estilo “nefelibata”, pela obscuridade Simbolismo: nebulosa, consistindo não poucas vezes em uma linguagem de compreensão extremamente difícil. a) Utiliza o valor sugestivo da música e da cor. b) Evita radicalmente a abordagem de paisagens b) Dá ênfase à imaginação e à fantasia. desoladamente esfumaçada, de visões esgarçadas, de um c) Procura a representação da realidade do subconsciente. estilo etéreo e de um penumbrismo no ambiente. d) É uma atitude objetiva, em oposição ao subjetivismo c) Nas obras há um predomínio dos fatos fisiológicos, que dos parnasianos. não de fatos de ordem espiritual e transcendente, mas e) No Brasil, produziu, entre outras, a poesia de Cruz e apenas manifestações da matéria. Sousa e, em Portugal, a de Antônio Nobre. d) Preferência pelos assuntos da época, marcadamente as questões sociais, como a abolição da escravatura. 29) Morte e _________ são temas presentes tanto na e) Exacerbado sentimento da natureza, que se revela poesia de _________ quanto na de _________, especialmente quanto à apresentação do indígena e das considerados as duas principais matrizes do _________ no riquezas naturais, como florestas, rios e fauna. Brasil, movimento do final do século XIX, de inspiração 32) (PUC) No poema de Cruz e Sousa, ocorre o francesa. predomínio das seguintes características: a) inovações, simultaneidade de traços, dinamicidade, As lacunas podem ser correta e respectivamente ausência de sequência temporal e descritor-observador. preenchidas por: b) Explicações, sequência de traços, estaticidade, a) mitologia - Cruz e Souza - Eduardo Guimaraens - sequência temporal e narrador-personagem. Parnasianismo c) Explicações, sequência de traços, dinamicidade, b) melancolia - Alphonsus de Guimaraens - Raimundo ausência de conflito narrativo e ausência de narrador. Correa - Simbolismo d) Invocações, concomitância de traços, estaticidade, c) religiosidade - Cruz e Souza - Alphonsus de ausência de conflito narrativo e ausência de narrador. Guimaraens - Simbolismo e) Invocações, concomitância de traços, estaticidade, d) amor - Olavo Bilac - Raimundo Correa - Parnasianismo sequência temporal e descritor-observador. e) natureza - Cruz e Souza - Eduardo Guimaraens - 33) O simbolismo caracterizou-se por ser: Simbolismo. a) positivista, naturalista, cientificista; b) antipositivista, antinaturalista, anticientificista; 30) Das alternativas abaixo, indique a que não se aplica ao c) objetivo – racional; Simbolismo: d) uma volta aos modelos greco-latinos; a) Procura evocar a realidade e não descrevê-la e) subjetivista – materialista. minuciosamente. b) O poeta evita que os sentimentos interfiram na 34) (UNID – SP) Não corresponde ao Simbolismo a abordagem da realidade. afirmativa: c) O valor musical dos signos linguísticos é um efeito procurado pelos poetas. a) No Brasil, o Simbolismo começa em 1893 com a d) O simbolismo mantém ligações com a poética publicação de Missal e Broquéis, ambos de Cruz e Souza. romântica. b) Olavo Bilac, um dos poetas mais festejados do período, e) O tema da morte é valorizado pelos simbolistas. escreveu o poema formal Profissão de fé. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 c) Os versos “Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias c) V, V, F, V dos violões, vozes veladas...” fazem parte do poema d) F, F, V, V “Violões que choram”. e) V, F, V, V d) O autor mais representativo desse movimento – Cruz e Souza – também é chamado de Cisne Negro. 36) (Cescem) - "É, mais pedras, mais pedras se sobreporão e) Alphonsus de Guimarães é o autor de Ismália. às pedras já acumuladas, mais pedras, mais pedras, mais pedras... Pedras destas odiosas, caricatas e fatigantes 35) - Leia atentamente os textos a seguir: civilizações e sociedades... E as estranhas paredes hão de I- Quando será que tantas almas duras subir - longas, negras, terríficas! Hão de subir, subir Em tudo, já libertas, já lavadas mudas, silenciosas, até às Estrelas, deixando-te para Nas águas imortais, iluminadas sempre perdidamente alucinado e emparedado dentro do Do sol do amor, hão de ficar bem puras? teu Sonho..." Quando será que as límpidas frescuras É comum, durante o Simbolismo, a criação de textos como Dos claros rios de ondas estreladas o acima transcrito. Com base nesse excerto de Cruz e Dos céus do bem, hão de deixar clareadas Souza podemos dizer que se trata de: Almas vis, almas vãs, almas escuras? (Cruz e Souza. POESIAS COMPLETAS. São Paulo, a) uma crônica historiográfica. Ediouro, s/d, p.93.) b) uma tragédia em moldes clássicos. c) um romance em que predomina a descrição II- "Não acredito em bicho maligno mas besouro, não sei d) um poema em prosa. não. Olhe o que sucedeu com a Rosa... Dezoito anos. E e) uma sátira aos costumes. não sabia que os tinha. Ninguém reparara nisso. Nem dona Carlotinha, nem dona Ana, entretanto já velhuscas e 37) (Cescem) - "É, mais pedras, mais pedras se sobreporão solteironas, ambas quarenta e muito. Rosa viera pra às pedras já acumuladas, mais pedras, mais pedras, mais companhia delas aos sete anos quando lhe morreu a mãe. pedras... Pedras destas odiosas, caricatas e fatigantes Morreu ou deu a filha que é a mesma coisa que morrer." civilizações e sociedades... E as estranhas paredes hão de (OS MELHORES CONTOS DE MARIO DE ANDRADE. subir - longas, negras, terríficas! Hão de subir, subir São Paulo, Global, 1988, p.17.) mudas, silenciosas, até às Estrelas, deixando-te para sempre perdidamente alucinado e emparedado dentro do Em relação aos fragmentos apresentados, assinale com V teu Sonho..." as proposições verdadeiras e com F as falsas. É comum, durante o Simbolismo, a criação de textos como ( ) Por suas características estilísticas, os versos de Cruz e o acima transcrito. Com base nesse excerto de Cruz e Souza pertencem ao Simbolismo e o texto de Mário de Souza podemos dizer que se trata de: Andrade, ao Modernismo. ( ) O Simbolismo brasileiro apresenta conteúdo carregado a) uma crônica historiográfica. de mistério, misticismo, sonoridade e espiritualidade. b) uma tragédia em moldes clássicos. ( ) No Simbolismo o lirismo é altamente objetivo, c) um romance em que predomina a descrição apresentando cunho político-social. d) um poema em prosa. ( ) Os textos do Modernismo apresentam, além de e) uma sátira aos costumes. linguagem cotidiana e dinâmica, frases despojadas. A alternativa que apresenta sequência CORRETA, de cima 38) (FUVEST - SP) para baixo, é: A) Em que século e em que movimento literário se situa a a) V, F, F, V b) V, V, F, F obra de Camilo Pessanha? VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 B) Dê razões que permitam situar sua obra nesse Nas prisões colossais e abandonadas, movimento. Da Dor no calabouço, atroz, funéreo! 39) (Mackenzie) Nesses silêncios solitários, graves, que chaveiro do Céu possui as chaves Chorai, arcadas para abrir-vos as portas do Mistério?! Do violoncelo! Convulsionadas CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Pontes aladas Fundação Catarinense de Cultura / Fundação Banco do De pesadelo ... Brasil, 1993. Trêmulos astros... Os elementos formais e temáticos relacionados ao contexto Soidões* lacustres... cultural do Simbolismo encontrados no poema Cárcere das - Lemes e mastros... almas, de Cruz e Sousa, são E os alabastros a) a opção pela abordagem, em linguagem simples e direta, Dos balaústres! de temas filosóficos. soidões – solidões. b) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação Camilo Pessanha à temática nacionalista. c) o refinamento estético da forma poética e o tratamento Assinale a alternativa correta sobre o texto. metafísico de temas universais. d) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade a) Destaca a expressão egocêntrica do sofrimento amoroso, social expressa em imagens poéticas inovadoras. de nítida influência romântica. e) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a b) Recupera da lírica trovadoresca a redondilha maior, a rima e a métrica tradicionais em favor de temas do estrutura paralelística e os versos brancos. cotidiano c) A influência do Futurismo italiano é comprovada pela presença de frases nominais curtas e temática onírica. d) A linguagem grandiloquente, as metáforas cósmicas e o Gabarito: pessimismo exacerbado comprovam o estilo condoreiro. e) A valorização de recursos estilísticos relacionados ao 1) E 2) E 3) A 4) C 5) D 6) B 7) V V F V V 8) E ritmo e à sonoridade é índice do estilo simbolista. 9) E 10) D 11) A 12 E 13) E 14) D 15) C 16) E 17) C 18) C 19) D 20) C 21) E 22) A 23) 15 40) (Enem 2009) Cárcere das almas 24) A 25) A 26) D 27) V V V F F 28) D 29) C 30) B 31) A 32) A 33) B 34) B 35) C 36) A 37) C Ah! Toda a alma num cárcere anda presa, Soluçando nas trevas, entre as grades 38) a) Século XIX, Se situa no Simbolismo. Do calabouço olhando imensidades, b) utilização da técnica impressionista, na imagem visual e Mares, estrelas, tardes, natureza. sonora, com a finalidade de sugerir sensações e convidar o leitor a interpretar estados de alma, sem nunca se deter “na Tudo se veste de uma igual grandeza descrição que levaria à objetividade. Quando a alma entre grilhões as liberdades 39) E 40) C Sonha e, sonhando, as imortalidades Rasga no etéreo o Espaço da Pureza. Pré-modernismo O pré-modernismo (ou ainda estética impressionista1 ) Ó almas presas, mudas e fechadas foi um período literário brasileiro2 , que marca a transição VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 entre o simbolismo e o movimento modernista. nas camadas mais elevadas de manifestações até então Em Portugal, o pré-modernismo configura o movimento restritos às camadas mais populares – ritmos tais como denominado saudosismo . o maxixe, toada, modinha e serenata. É o tempo em que a O termo pré-modernismo parece ter sido criado por Tristão de Athayde, para designar os "escritores contemporâneos do neo-parnasianismo, entre 1910 e 1920", no dizer de capital do país, então o Rio de Janeiro, assiste ao crescimento do carnaval, ao sucesso de compositores como Chiquinha Gonzaga e o nascimento do samba em sua versão recente.5 Joaquim Francisco Coelho Na música erudita, o nome representativo foi o de Alberto Contexto histórico Nepomuceno, de composições de “intenção nacionalista”.5 Na pintura, tendo como principal foco a Escola Nacional de Belas-Artes, no Rio de Janeiro, vigorava o academicismo, passando despercebida a exposição feita em 1913 pelo lituano Lasar Segall. Apenas em 1917uma forte reação à exposição de Anita Malfatti expõe o confronto que redundaria na Semana de Arte Moderna de 1922. (vide, mais abaixo, texto de Monteiro Lobato sobre essa exposição). Ambiente literário e outras informações Pontos de conflito no Brasil pré-modernista. Para os autores, o momento histórico brasileiro interferiu na produção literária, marcando a transição dos valores éticos do século XIX para uma nova realidade que se desenhava, essencialmente pautado por uma série de conflitos como o fanatismo religioso do Padre Cícero e de Antônio Conselheiro e o cangaço, no Nordeste, as revoltas da Vacina e da Chibata, no Rio de Janeiro, as greves operárias em São Paulo e a Guerra Contestado (na fronteira entre Paraná e Santa do Catarina); além disso a política seguia marcadamente dirigida pela oligarquia rural, o nascimento da burguesia urbana, a industrialização, segregação dos negros pós-abolição, o surgimento do proletariado e: finalmente, a imigração europeia.5 Para além dos fatos circundantes, registra-se que ainda estão ativos autores parnasianos, como Olavo Bilac, Raimundo Correia e Francisca Júlia da Silva, e neoparnasianos como Martins Fontes e Goulart de Andrade, dominando o cenário da Academia Brasileira de Letras. Além deles, longe da Academia, simbolistas como Emiliano Perneta e Pereira da Silva, convivem com os escritores pré-modernistas. Caracterização Embora vários autores sejam classificados como prémodernistas, este não se constituiu num estilo ou escola literária, dado a forte individualidade de suas obras 3 , mas essencialmente eram marcados por duas características comuns: Além desses fatos somam-se as lutas políticas constantes pelo coronelismo, e disputas provincianas como as existentes no Rio republicanos. Grande do Sul entre maragatos e 6 1. conservadorismo - traziam na sua estética os valores naturalistas; 2. renovação - demonstravam íntima relação com a Outras manifestações artísticas realidade brasileira e as tensões vividas pela A música assistiu, desde o lançamento da primeira sociedade do período5 gravação feita no país por Xisto Bahia, a uma penetração VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Embora tenham rompido com a temática dos períodos Lima Barreto, que faz uma crítica da sociedade anteriores, esses autores não avançaram o bastante para ser urbana da época, com Triste Fim de Policarpo considerados modernos - notando-se, até, alguns casos, Quaresma e Recordações do Escrivão Isaías resistência às novas estéticas.5 Caminha; e O Homem Que Sabia Javanês Excerto Monteiro Lobato, com Urupês e Cidades Mortas, Num artigo publicado em 1917, Monteiro Lobato reagiu retrata o homem simples do campo numa região assim à exposição de Anita Malfatti, no jornal O Estado de de decadência econômica;5 Ele também foi um São Paulo: dos primeiros autores de literatura infantil, desse "Há duas espécies de artistas. Uma composta dos modo, transmitindo ao público infantil valores que em morais, conhecimentos do Brasil, tradições, consequência fazem arte pura. (...) A outra nossa língua. Destaca-se no gênero conto. E foi, espécie é formada dos que veem anormalmente a também, um dos escritores brasileiros de maiores natureza e a interpretam à luz das teorias prestígios. veem normalmente as coisas e efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas Valdomiro Silveira, com Os Caboclos, e Simões rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da Lopes cultura excessiva. São produtos do cansaço e do Gauchescos, sadismo de todos os períodos da decadência do retratam a realidade do sul brasileiro. simbolismo.(...)" Autores e suas obras Euclides da Cunha, com Os Sertões, aborda de forma jornalística a Guerra de Canudos; a obra, dividida em três partes (A Terra, O Homem e A Luta), procura retratar um dos maiores conflitos brasileiros.5 O sertão baiano e pernambucano onde se deram as lutas, era um ambiente praticamente desconhecido dos grandes centros, e as lutas marcaram a vida nacional: o termo favela, que tornou-se comum depois, designava um arbusto típico da caatinga, e dava nome a um morro em Canudos. com Lendas precursores do Sul e Contos do regionalismo, Augusto dos Anjos que, segundo alguns autores, trazia elementos pré-modernos., embora no aspecto Os principais pré-modernistas no Brasil foram: Neto, linguístico tenda para o realismo- naturalismo, em seus Eu e Outras Poesias . Outros autores: Figuram como escritores desse período, embora guardem no estilo mais elementos das escolas como Afonso precedentes, autores Arinos, Alcides Maya e Coelho Neto9 . Este último, ao lado de Afrânio Peixoto, tendia a uma visão da literatura como simples ornato social e cultural. Raul de Leoni pode ser, também, tido como pré-modernista, mas o seu Luz Mediterrânea tende ao Simbolismo. Graça Aranha, com Canaã, retrata a imigração alemã para o Brasil. Nesse livro tinha o constante conflito entre dois imigrantes Milkau e Lentz que discutiam se o dinheiro era mais importante do que o amor. Pré-Modernismo 1. (FCC-BA) Obra pré-modernista eivada de informações histórias e científicas, primeira grande interpretação da realidade brasileira, que, buscando compreender o meio áspero em que vivia o jagunço nordestino, denunciava uma campanha militar que investia contra o fanatismo religioso VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 advindo da miséria e do abandono do homem do sertão. Trata-se de: a. O sertanejo, de José de Alencar. b. Pelo sertão, de Afonso Arinos. c. Os Sertões, de Euclides da Cunha. d. Grande Sertão: veredas, de Guimarães Rosa. e. Sertão, de Coelho Neto. 2. (FCC-BA) Fazendo um paralelo entre Os Sertões, de Euclides da Cunha, e Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, pode-se afirmar: a. Em ambas as obras predomina o espírito científico, sendo analisados aspectos da realidade brasileira. b. Ambas têm por cenário o sertão do Brasil setentrional, sendo numerosas as referências à flora e à fauna. c. Ambas as obras, criações de autores dotados de gênio, muito enriqueceram a nossa literatura regional de ficção. d. Ambas têm como principal objetivo denunciar o nosso subdesenvolvimento, revelando a miséria física e moral do homem do sertão. e. Tendo cada uma suas peculiaridades estilísticas, são ambas produto de intensa elaboração de linguagem. "O silêncio de êxtase em que ficou foi interpretado pelo estudante como uma prostração de saudade. Ele fora acordar na alma do patrício a nostalgia que o tempo consumidor havia esmaecido, lembrando-lhe a terra nativa onde lhe haviam rolado as primeiras lágrimas. Céus que seus olhos lânguidos tanto namoravam nas doces manhãs cheirosas quando, das margens remotas dos grandes rios vinham, em abaladas, brancas, sob o azul do céu, as garças peregrinas/ campos de moitas verdes onde, nas arroxeadas tardes melancólicas, ao som abemolado das flautas pastoris, o gado bravio, descendo das malhadas, em numeroso armento, junto, entrechocando os chifres aguçados, mugia magoadamente quando, por trás dos serros frondosos, lenta e alva, a lua subia espalhando pela terra morna o seu diáfano e pálido esplendor." (Coelho Neto, A Conquista). 3. (FATEC) Assinale a alternativa correta. a. Ambos os textos são narrados em terceira pessoa. No primeiro, pelo discurso do narrador, passa a perspectiva de um personagem que, habituado aos grandes centros urbanos, choca-se com a pobreza dos subúrbios. b. No texto B o narrador expõe as lembranças de um personagem que, exilado de sua terra natal, conta a um interlocutor suas experiências em contato com a natureza tropical. c. No texto de Lima Barreto fica clara a acusação à indolência dos roceiros como a única responsável pela realidade do seu meio – opinião, de resto, partilhada por Monteiro Lobato em suas referências ao personagem Jeca Tatu. d. Os dois textos tratam, em princípio, do espaço rural observado por personagens oriundos do espaço urbano e em crise com a falta de perspectiva nas cidades. e. No texto A, depreende-se, através do contato de um personagem citadino com a realidade rural, a perspectiva crítica dos problemas da população do campo. (FATEC) Os dois textos referem-se às questões 3 e 4. Texto A: "O que mais a impressionou no passeio foi a miséria geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste, abatido da gente pobre. Educada na cidade, ela tinha dos roceiros ideia de que eram felizes, saudáveis e alegres. Havendo tanto barro, tanta água, por que as casas não eram de tijolos e não tinham telhas? Era sempre aquele sapé sinistro e aquele "sopapo" que deixava ver a trama das varas, como o esqueleto de um doente. 4. (FATEC) Com relação aos textos, assinale a única afirmação incorreta. a. Por que, ao redor dessas casas, não havia culturas, uma horta, um pomar? Não seria tão fácil, trabalho de horas? e não havia gado, nem grande, nem pequeno. Era raro uma cabra, um carneiro. Por quê? (...) Não podia ser preguiça só ou indolência." (Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma). No texto de Coelho Neto observa-se, ao lado do aproveitamento da temática bucólica, a idealização excessiva do ambiente do campo. b. No texto de Lima Barreto, contrariamente ao de Coelho Neto, constata-se a visão questionadora e crítica dos problemas da população rural e seu espaço Texto B: c. A sugestão do bucolismo clássico no texto de Coelho Neto, exemplificado pela frase "ao som VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 abemolado das flautas pastoris, o gado bravio, descendo das malhadas...", contrasta com a quebra da idealização nostálgica do campo – enquanto espaço rico e harmônico – exposta no texto de Lima Barreto. d. Enquanto a linguagem de Lima Barreto se caracteriza pelo despojamento sintático e vocabular (frases curtas e poucos adjetivos), o estilo de Coelho Neto está bastante preso ao purismo e à erudição do naturalismo art nouveau, de que são exemplos a sintaxe complicada e as construções com muitos adjetivos. e. O contraste verificado entre as linguagens dos dois autores explica-se pelo fato de que, sendo ambos representantes do Pré-Modernismo brasileiro, eles prenunciam o Modernismo, que se preocupa com a aceitação completa de todos os estilos individuais, sem preconceitos contra qualquer forma de linguagem. 5. (UFR-RJ) "Crítico feroz do Modernismo, grande incentivador da disseminação da cultura, defensor dos valores e riquezas nacionais; conhecido, particularmente, pela sua grande obra infantil, em que se destacam os personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo." (PUC-SP) O texto a seguir refere-se às questões 7 e 8: "Iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito bem, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade. Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora que estava na velhice, como ela o recompensava, como ela o premiava, como ela o condenava? matando-o. E o que não deixara de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara. Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois se fossem... Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas causas de tupi, do folclore, das suas tentativas agrícolas... Restava disto tudo em sua alma uma sofisticação? Nenhuma! Nenhuma!" (Lima Barreto) 7. (PUC-SP) As obras do autor desse trecho integram o período literário chamado Pré-Modernismo. Tal designação para este período se justifica, porque ele: O nome do autor a que se refere a afirmativa acima é: a. Lima Barreto b. José Lins do Rego c. Monteiro Lobato d. Mário de Andrade e. Cassiano Ricardo 6. (UFR-RJ) O autor de Triste fim de Policarpo Quaresma é um pré-modernista e aborda em seus romances a vida simples dos pobres e dos mestiços. Reveste o seu texto com a linguagem descontraída dos menos privilegiados socialmente. O autor descrito acima é: a. Euclides da Cunha b. Graça Aranha c. Manuel Bandeira d. Lima Barreto e. Graciliano Ramos a. desenvolve temas do nacionalismo e se liga às vanguardas europeias. b. engloba toda a produção literária que se fez antes do Modernismo. c. antecipa temática e formalmente as manifestações modernistas. d. se preocupa com o estudo das raças e das culturas formadoras do nordestino brasileiro. e. prepara pela irreverência de sua linguagem as conquistas estilísticas do Modernismo. 8. (PUC-SP) O trecho acima pertence ao romance Triste fim de Policarpo Quaresma. Da personagem que dá título ao romance, podemos afirmar que: a. foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com afinco as coisas brasileiras. b. perpetrou seu suicídio, porque se decepcionado com a realidade brasileira. c. defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte justamente pelos valores que defendia. sentia VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 d. foi considerado traidor da pátria, porque participou da conspiração contra Floriano Peixoto. e. era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelas pessoas que o cercavam. Esses versos apresentam em conjunto características relativas a ritmo, métrica, vocabulário, sintaxe e figuras de linguagem, tornando possível a identificação de um estilo mesclado de dois estilos artísticos diferentes. Esse estilo foi marca inconfundível de um autor brasileiro que os críticos em geral consideram de difícil enquadramento histórico-literário. 9. (UNITAU-SP) "Só ele não fala, não canta, não ri, não ama. Só ele, no meio de tanta vida, não vive." Tendo em vista tais informações, assinale a alternativa correta. a. O autor é Machado de Assis e os estilos mesclados são Realismo e Modernismo. b. O autor é José de Alencar da última fase e os estilos mesclados são Romantismo e Realismo. c. O autor é Augusto dos Anjos e os estilos mesclados são Simbolismo e Naturalismo. d. O autor é Castro Alves e os estilos mesclados são Romantismo e Realismo. e. O autor é Sousândrade e os estilos mesclados são Romantismo e Modernismo. Os comentários acima são endereçados por Monteiro Lobato: a. ao nordestino. b. ao menor. c. ao sertão. d. ao caboclo. e. ao paulistano. 10. (UEL-PR) Nas duas primeiras décadas de nosso século, as obras de Euclides da Cunha e de Lima Barreto, tão diferentes entre si, têm como elemento comum: a. a intenção de retratar o Brasil de modo otimista e idealizante. b. a adoção da linguagem coloquial das camadas populares do sertão. c. a expressão de aspectos até então negligenciados da realidade brasileira. d. e. a prática de um experimentalismo linguístico radical. o estilo conservador do antigo regionalismo romântico. 12. (UFRGS-RS) Lima Barreto é um autor que se caracteriza por criar tipos: a. rústicos, ligados ao campo. b. aristocratas, ligados ao campo. c. aristocratas, ligados à cidade. d. burgueses, ligados à cidade. e. populares, ligados ao subúrbio. 13. (PUC-RS) Na figura de ....., Monteiro Lobato criou o símbolo do brasileiro abandonado ao seu atraso e miséria pelos poderes públicos. a. O Cabeleira b. Jeca Tatu c. João Miramar d. Blau Nunes e. Augusto Matraga 11. (VUNESP) Leia os versos que seguem: "Como quem esmigalha protozoários Meti todos os dedos mercenários... Na consciência daquela multidão... E, em vez de achar a luz que os céus inflama, 14. (PUC-RS) A obra pré-modernista de Euclides da Cunha situa-se entre a ..... e a ..... . Somente achei moléculas de lama a. E a mosca alegre da putrefação!" História - Psicologia VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 b. Geografia - Economia d. Coelho Neto - Fogo-fátuo c. Literatura - Sociologia e. Euclides da Cunha - Contrastes e confrontos d. Arte - Filosofia e. teologia - Geologia 15. (FAUS-SP) Criador da literatura infantil brasileira. Criticado por seu agnosticismo, pois era influenciado pelo evolucionismo, positivismo e materialismo de fins do século passado. a. Monteiro Lobato b. Jorge de Lima c. Rui Barbosa d. José de Anchieta e. 18. (UFRGS-RS) Uma atitude comum caracteriza a postura literária de autores pré-modernistas, a exemplo de Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Euclides da Cunha. Pode ela ser definida como: a. a necessidade de superar, em termos de um programa definido, as estéticas românticas e realistas. b. pretensão de dar um caráter definitivamente brasileiro à nossa literatura, que julgavam por demais europeizada. c. uma preocupação com o estudo e com a observação da realidade brasileira. d. a necessidade de fazer crítica social, já que o Realismo havia sido ineficaz nessa matéria. e. aproveitamento estético do que havia de melhor na herança literária brasileira, desde suas primeiras manifestações. José Lins do Rego 16. (PUC-RS) "Triste a escutar, pancada por pancada. A sucessividade dos segundos, Ouço em sons subterrâneos, do orbe oriundos, 19. (FATEC-SP) Assinale a alternativa incorreta. a. Nos primeiros vinte anos deste século, a produção literária brasileira é marcada por diversidades, abrangendo, ao mesmo tempo, obras que questionam a realidade social e obras voltadas para os lugares-comuns herdados de autores anteriores. b. Pode-se afirmar que um dos traços modernos de Euclides da Cunha é o compromisso com os problemas de seu tempo. c. A importância da obra de Lima Barreto situa-se no plano do conteúdo, a partir do qual se revela seu caráter polêmico; a linguagem descuidada, porém, revela pouca consciência estética, em virtude de sua formação literária precária. d. O estilo parnasiano permanece influenciando autores e caracterizando boa parte da obra poética escrita durante o período pré-modernista. e. Graça Aranha faz parte do conjunto mais significativo de escritores do Pré-Modernismo. Nos anos anteriores à Semana de Arte Moderna, Graça Aranha interveio a favor da renovação artística a que se propunham os escritores modernistas. O choro da energia abandonada." A crítica reconhece na poesia de Augusto dos Anjos, como exemplifica a estrofe, a forte presença de uma dimensão: a. niilista. b. patológica. c. cósmica. d. estética. e. metafísica. 17. (VUNESP) Volume contendo doze histórias tiradas do sertão paulista, foi citado por rui Barbosa, em discurso no Senado, apontando o personagem Jeca Tatu como o protótipo do camponês brasileiro. Aponte o autor e sua obra: a. Monteiro Lobato - Urupês b. Lima Barreto - Cemitério dos vivos c. Monteiro Lobato - Cidades mortas VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Gabarito 1. c 2. e 3. e 4. e 5. c 6. d 7. c 8. c 9. d 10. c 11. c 12. e 13. b 14. c e) influencia a prosa do autor, antes impregnada de cientificismo e reacionarismo. 02. (PUC/RS) Leia: Em Marcha para Canudos Foi nestas condições desfavoráveis que partiram a 12 de janeiro de 1897. Tomaram pela Estrada de Cambaio. É a mais curta e a mais acidentada. Ilude a princípio, perlongando o vale de Cariacá, numa cinta de terrenos férteis sombreados de cerradões que prefiguram verdadeiras matas. Transcorridos alguns quilômetros, porém, acidenta-se; perturbasse em trilhas pedregosas e torna-se menos praticável à medida que se avizinha do sopé da serra do Acaru. (...) Tinha meio caminho andado. As estradas pioravam crivadas de veredas, serpeando em morros, alçando-se em rampas, caindo em grotões, desabrigadas, sem sombras... (...) Entretanto era imprescindível a máxima celeridade. Tornava-se suspeita a paragem: restos de fogueira à margem do caminho e vivendas incendiadas, davam sinais do inimigo. Todas as afirmativas que seguem estão associadas ao trecho selecionado de "Os sertões", em que os homens se dirigem para o local do embate, EXCETO: 15. a 16. c 17. a 18. c 19. c a) Atenção e rapidez são necessárias numa trajetória que leva os viajantes a uma experiência belicosa. b) A presença do inimigo é percebida pelos rastros de sua passagem ainda recente. c) Os obstáculos que se apresentam prenunciam os trágicos eventos que ocorrerão. d) Pelo assunto do trecho, é possível inferir que se trata de um episódio constante na segunda parte da obra. e) A estrada referida perturba a avaliação inicial do viajante dada a riqueza natural da área. 03. (UEL-PR) A Assinale a alternativa INCORRETA sobre o Pré-Modernismo: LISTA DE EXERCÍCIOS PRÉ-MODERNISMO 01. (PUC/RS) A viagem de Euclides da Cunha à região de Canudos, onde ocorre a revolta dos seguidores de Antônio Conselheiro, a) ratifica sua posição em relação aos fanáticos rebeldes, expressa em seu artigo "A Nossa Vendeia". b) impulsiona-o a produzir "Os sertões", baseando-se somente no que realmente pôde presenciar. c) demove-o da concepção determinista vigente na época, que concebe o homem como um cruzamento de condicionamentos. d) retifica a opinião vigente, passando a considerar a revolta como resultante do atraso da nação. a) Não se caracterizou como uma escola literária com princípios estéticos bem delimitados, mas como um período de prefiguração das inovações temáticas e linguísticas do Modernismo. b) Algumas correntes de vanguarda do início do século XX, como o Futurismo e o Cubismo, exerceram grande influência sobre nossos escritores pré-modernistas, sobretudo na poesia. c) Tanto Lima Barreto quanto Monteiro Lobato são nomes significativos da literatura pré-modernista produzida nos primeiros anos do século XX, pois problematizam a realidade cultural e social do Brasil. d) Euclides da Cunha, com a obra "Os Sertões", ultrapassa o relato meramente documental da batalha de Canudos VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 para fixar-se em problemas humanos e revelar a face trágica da nação brasileira. e) Nos romances de Lima Barreto observa-se, além da crítica social, a crítica ao academicismo e à linguagem empolada e vazia dos parnasianos, traço que revela a postura moderna do escritor. 04. (Mackenzie-SP) E surgia na Bahia o anacoreta sombrio, cabelos crescidos até aos ombros, barba inculta e longa; face escaveirada; olhar fulgurante; monstruoso, dentro de um hábito azul de brim americano; abordoado ao clássico bastão em que se apoia o passo tardo dos peregrinos. É desconhecida a sua existência durante tão longo período. Um velho caboclo, preso em Canudos nos últimos dias da campanha, disse-me algo a respeito, mas vagamente, sem precisar datas, sem pormenores característicos. Conhecerao nos sertões de Pernambuco, um ou dois anos depois da partida do Crato. Com relação à obra de que se extraiu o fragmento acima, é INCORRETO afirmar que: a) apresenta cenário e paisagem idealizados por se tratar de um texto de cunho romântico. b) trata da campanha de Canudos e dos contrastes entre o Brasil à beira do Atlântico e um outro, do sertão nordestino. c) denuncia o extermínio de milhares de pessoas no interior baiano pelo exército nacional. d) contém uma visão de mundo determinista, influenciada pelas ideias de Hypolite Taine. e) constrói um grande painel do sertão nordestino, dividindo-se em três partes. A terra, O homem, A luta. 05. (UFRS) Assinale com V (Verdadeiro) ou F (Falso) as afirmações abaixo sobre a obra "Os Sertões", de Euclides da Cunha. ( ) No texto de Euclides da Cunha, misturam-se o requinte da linguagem, a intenção científica e o propósito jornalístico. ( ) A obra euclidiana insere-se numa tradição da literatura brasileira que tematiza o povoamento do sertão, iniciada ainda no Romantismo com Bernardo Guimarães. ( ) Euclides da Cunha escreveu "Os Sertões" com base nas reportagens que realizou como correspondente do jornal "O Estado de São Paulo". ( ) Antônio Conselheiro é uma personagem fictícia criada pelo imaginário do autor. ( ) O episódio de Canudos, retratado no texto de Euclides da Cunha, faz parte dos movimentos de protesto surgidos logo após a proclamação da Independência do Brasil. e) V- V- F- F- F 06. (UFU) Nos primeiros parágrafos de "Urupês", Monteiro Lobato posiciona-se em relação às principais tendências da literatura brasileira. Assinale a alternativa em que a posição de Lobato é apresentada INCORRETAMENTE. a) Assim como os modernistas, Lobato critica a visão idealizada que os românticos tinham do índio; para ele, o romantismo brasileiro havia sido mera imitação da escola francesa, tendo apenas adaptado ao cenário dos trópicos as ideias de Rousseau. b) Para Lobato, o realismo naturalista irá acertar o tom da literatura brasileira, fugindo à caricatura para revelar outras deficiências do caboclo nacional, cuja índole ele investiga com apoio da ciência evolucionista; por isto, o naturalismo projeta-se como a literatura do futuro, por associar ao cientificismo alta dosagem de qualidade poética. c) A fraqueza moral e muscular do selvagem brasileiro que Lobato julgava capaz de "moquear a linda menina" Ceci "num bom braseiro", em vez de amá-la perdidamente, como fez Peri - corresponde à mesma visão que Mário de Andrade adota na construção do herói Macunaíma. d) Para Lobato, a substituição do selvagem pelo caboclo como tipo brasileiro, no período pré-modernista, dando a este atributos de integridade moral, repete o mesmo equívoco de idealização que marcou o indianismo romântico. 07. (UFRS/RS) Assinale a alternativa INCORRETA sobre a obra de Monteiro Lobato. a) A obra literária de Lobato, um dos intelectuais mais importantes da sua época, se insere no Regionalismo PréModernista. b) O conto "Urupês", que dá título ao primeiro livro do autor, nasceu de um panfleto em que Lobato criou a figura típica do "Jeca Tatu". c) As denúncias de Lobato sobre as queimadas nos campos e sobre o caboclo miserável, indiferente e preguiçoso ajudaram a projetá-lo como ficcionista. d) Além de contos, crônicas e ensaios variados, a obra de Lobato compreende vários textos de literatura infantil. e) A prosa de Lobato é marcada pelo gosto documental naturalista e pelo uso de uma linguagem ornamentada, como pode ser comprovado nas obras "Fruto Proibido", de 1895, "Sertão", de 1896, e "Canaã", de 1902. A sequência correta de preenchimento dos parênteses é: 08. (UNIFOA-MG) Além da obra infantil, extremamente conhecida, Monteiro Lobato deixou contos em que trata de temática ligada ao homem do interior paulista, suas características e pensamentos. Tal obra costuma ser encaixada num período literário conhecido como: a) V- F- V- F- F b) V- V- V- F- F c) F- F- V- V- F d) F- V- F- F- V a) Pré-modernismo b) Realismo c) Naturalismo d) Modernismo VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 e) Romantismo 09. FAAP-SP Sobre Monteiro Lobato não procede a seguinte afirmação: a) Nasceu em Taubaté e morreu em São Paulo. Advogado, promotor Público. Fundou a Companhia de Petróleos do Brasil b) Inovador quando defende a arte de Anita Malfatti em famoso artigo publicado pelo Estado: Paranoia ou Mistificação c) Avançado quando satiriza o purismo da linguagem no conto também famoso: O Colocador de Pronomes d) Promoveu campanhas nacionais em favor do ferro e petróleo: Preso pelo governo Vargas em 1941, exila-se na Argentina. e) Crítico veemente do sistema agrícola brasileiro na figura de Jeca Tatu, símbolo da miséria e do atraso a que foram relegados nossos caipiras 10. Observe a seguinte declaração sobre o PréModernismo: 01.D 02.D 03.B 04.A 05.B 06.B 07.E 08.A 09.B Modernismo Chama-se genericamente modernismo (ou movimento modernista) o conjunto de movimentos culturais, escolas e estilos que permearam as artes e o design da primeira metade do século XX. Apesar de ser possível encontrar pontos de convergência entre os vários movimentos, eles em geral se diferenciam e até mesmo se antagonizam. Encaixam-se nesta classificação, dentre outros campos “Creio que se pode chamar pré-modernismo (no sentido forte de premonição dos temas vivos em 22) tudo o que, nas primeiras décadas do século, problematiza a nossa realidade social e cultural. (...) Caberia ao romance de Lima Barreto e de Graça Aranha, ao largo ensaísmo social de Euclides da Cunha e à vivência brasileira de Monteiro Lobato o papel histórico de mover as águas estagnadas da belle époque, revelando, antes dos modernistas, as tensões que sofria a vida nacional”. culturais, a literatura, a arquitetura, design, pintura, escultura, teatro e a música modernas. O movimento modernista baseou-se na ideia de que as formas "tradicionais" das artes plásticas, literatura, design, organização social e da vida cotidiana tornaram-se ultrapassadas, e que se fazia BOSI, Alfredo. "História concisa da literatura brasileira". São Paulo: Cultrix, 1994. p. 306. a. Segundo o texto de Alfredo Bosi, o que é o PréModernismo? _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ fundamental deixá-las de lado e criar no lugar uma nova cultura. Esta constatação apoiou a ideia de reexaminar cada aspecto da existência, do comércio à filosofia, com o objetivo de achar o que seriam as "marcas antigas" e substituí-las por novas formas, e possivelmente melhores, de se chegar ao "progresso". Em essência, o movimento moderno argumentava que as novas realidades b. Qual seria o papel do Pré-Modernismo em sua época? do século XX eram permanentes e eminentes, e que as _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ pessoas deveriam se adaptar a suas visões de mundo a fim de aceitar que o que era novo era também bom e belo. A palavra moderno também é utilizada em contraponto ao c. Pode-se afirmar que a literatura pré-modernista deu voz a elementos marginalizados da cultura brasileira. Que tipo de personagens aparece nas obras desse período que justificaria essa afirmação? que é ultrapassado. Neste sentido, ela é sinónimo _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ bastante diversos. GABARITO modernista não se opunham a toda realização artística de contemporâneo, embora, do ponto de vista históricocultural, moderno e contemporâneo abranjam contextos No Brasil, os principais artifícios do movimento anterior a deles. A grande batalha se colocava contra ao VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 passadismo, ou seja, tudo aquilo que impedisse a criação clássica e doutrinas que pregavam a percepção da livre. Pode-se, assim, dizer que a proposta modernista era realidade básica externa através de um ponto de de com o vista objetivo. Críticos e historiadores rotulam este engrossamento da arte encontrado nas escolas anteriores e conjunto de doutrinas como Realismo, apesar deste termo de uma ampliação dos horizontes dessa arte antes não ser universal. Na filosofia, os movimentos positivista delimitada pelos padrões académicos. Em paralelo à e racionalista estabeleceram uma valorização da razão e ruptura, não se pode negar o desejo dos escritores em do sistema. uma ruptura estética quase completa conhecer e explorar o passado como fonte de criação, não como norma para se criar. Como manifestações desse desejo por ruptura, que ao mesmo tempo respeitavam obras da tradição literária, temos o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, o livro Macunaíma, o retrato de brasileiros através das influências cubistas de Tarsila do Amaral, o livro Casa Grande & Senzala, dentre inúmeros outros. Revistas da época também se dedicaram ao tema, tais como Estética, Klaxon e Antropofagia, que foram meios de comunicação entre o movimento, os artistas e a sociedade. História do modernismo Contra estas correntes estavam uma série de ideias. Algumas delas eram continuações diretas das escolas de pensamento românticas. Notáveis eram movimentos bucólicos e revivalistas nas artes os plásticas e na poesia (por exemplo, a Irmandade pré-rafaelita e a filosofia de John Ruskin). O Racionalismo também manifestou respostas do antirracionalismo na filosofia. Em particular, a visão dialética de Hegel da civilização e da história gerou respostas de Friedrich Nietzsche e Søren Kierkegaard, principal precursor do Existencialismo. Adicionalmente, Sigmund Freud ofereceu uma visão dos estados subjetivos que envolviam uma mente subconsciente repleta de impulsos primários e restrições Origem do modernismo contrabalançantes, e Carl Jung combinaria a doutrina de A renovação estética nas artes do fim do século XIX. Freud com uma crença na essência natural para estipular A primeira metade do século XIX na Europa foi marcada por uma série de guerras e revoluções turbulentas, as quais gradualmente traduziram-se em um conjunto de doutrinas atualmente identificadas com o movimento romântico, focado na experiência individual subjetiva, na supremacia um inconsciente coletivo que era repleto de tipologias básicas que a mente consciente enfrentou ou assumiu. Todas estas reações individuais juntas, porém, ofereceram um desafio a quaisquer ideias confortáveis de certeza derivada da civilização, da história ou da razão pura. da Natureza como um tema padrão na arte, meios de Duas escolas originadas na França gerariam um impacto expressão revolucionários ou radicais e na liberdade do particular. A primeira seria o Impressionismo, a partir indivíduo. Em meados da metade do século, entretanto, de 1872, uma síntese destas ideias e formas de governo estáveis preocupou-se com o trabalho feito ao ar livre, ao invés dos surgiram. Chamada de vários nomes, esta síntese baseava- estúdios. Argumentava-se que o ser humano não via se na ideia de que o que era "real" dominou o que objetos, mas a própria luz refletida pelos objetos. O era subjetivo. Exemplificada pela realpolitik de Otto von movimento reuniu simpatizantes e, apesar de divisões Bismarck, ideias filosóficas como o positivismo e normas internas entre seus principais membros, tornou-se cada vez culturais agora descritas pela palavra vitoriano. mais influente. Foi originalmente rejeitado pelas mais Fundamental para esta síntese, no entanto, foi a importância de instituições, noções comuns e quadros de referência. Estes inspiraram-se em normas religiosas encontradas no Cristianismo, normas científicas da física uma escola de pintura que inicialmente importantes exposições comerciais do período - o governo patrocinava o Salon de Paris (Napoleão III viria a criar o Salon des Refusés, que expôs todas as pinturas rejeitadas pelo Salon de Paris). Enquanto muitas obras seguiam estilos padrão, mas por artistas inferiores, o trabalho VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 de Manet atraiu tremenda atenção e abriu as portas do aversão à tradição pelos impressionistas az destes um dos mercado da arte para o movimento. primeiros movimentos artísticos a serem vistos, em A segunda escola seria o Simbolismo, marcado pela crença de que a linguagem é um meio de expressão simbólico em sua natureza, e que a poesia e a prosa deveriam seguir conexões que as curvas sonoras e a textura das palavras pudessem criar. Tendo suas raízes em As Flores do Mal, de Baudelaire, publicado em 1857, retrospectiva, como "moderno". Na literatura, o movimento simbolista teria uma grande influência no desenvolvimento do Modernismo, devido ao seu foco na sensação. Filosoficamente, a quebra com a tradição por Nietzsche e Freud provê um embasamento chave do movimento que estaria por vir: começar de novo princípios primários, abandonando as definições e sistemas prévios. poetas Rimbaud, Lautréamont e Stéphane Mallarmé seriam de particular importância para o que Esta tendência do movimento em geral conviveu com as normas de representação do fim do século XIX; aconteceria dali a frente. frequentemente seus praticantes consideravam-se mais Ao mesmo tempo, forças sociais, políticas e econômicas reformadores do que revolucionários. estavam trabalhando de forma a eventualmente serem usadas como base para uma forma radicalmente diferente Começando na década de 1890 e com força bastante grande daí em diante, uma linha de pensamento passou a de arte e pensamento. defender que era necessário deixar completamente de lado Encabeçando este processo estava a industrialização, que as normas prévias, e ao invés de meramente revisitar o produziu obras como a Torre Eiffel, que superou todas as conhecimento passado à luz das técnicas atuais, seria limitações anteriores que determinavam o quão alto um preciso implantar mudanças mais drásticas. Cada vez mais edifício poderia ser e ao mesmo tempo possibilitava um presente ambiente para a vida urbana notadamente diferente dos a industrialização; e o advento das ciências sociais na anteriores. As misérias da urbanização industrial e as política pública. Nos primeiros quinze anos do século XX, possibilidades criadas pelo exame científico das disciplinas uma série de escritores, pensadores e artistas fizeram a seriam cruciais na série de mudanças que abalariam a ruptura com os meios tradicionais de se organizar a civilização europeia, que, naquele momento, considerava- literatura, a pintura, a música - novamente, em paralelo às se tendo uma linha de desenvolvimento contínua e mudanças nos métodos organizacionais de outros campos. evolutiva desde a Renascença. O A marca das mudanças que ocorriam pode ser encontrada da realidade mesma estava em questão, e as suas na forma como tantas ciências e artes são descritas em suas restrições, as atividades humanas até então comuns formas anteriores ao século XX pelo rótulo "clássico", estavam mudando, então a arte também deveria mudar. incluindo a física clássica, a economia clássica e o ballet Artistas que fizeram parte do modernismo clássico. integração argumento era entre o de a combustão que se interna e a natureza Alguns marcos são as músicas de Arnold Schoenberg, as experiências pictóricas de Kandinsky que culminariam na O advento do modernismo (1890-1910) Em princípio, o movimento pode fundação do grupo Der blaue Reiter em Munique e o ser descrito advento do Cubismo através do trabalho genericamente como uma rejeição da tradição e uma dePicasso e Georges Braque em 1908 e dos manifestos tendência a encarar problemas sob uma nova perspectiva de Guillaume baseada do Expressionismo inspirado em ideias e técnicas atuais. Daí Gustav Mahler considerar a si próprio um compositor "moderno" e Gustave Flaubert ter proferido sua famosa frase "É essencial ser absolutamente moderno nos seus gostos". A do Futurismo. Apollinaire, além, em Van é claro, Gogh e VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Bastante influentes nesta onda de modernidade estavam as o Surrealismo, a partir da relação com a estética de teorias de Freud, o qual argumentava que a mente tinha escritores e poetas da segunda metade do século XIX, com uma estrutura básica e fundamental, e que a experiência suas novas formas de explorar a psique humana e com subjetiva era baseada na relação entre as partes da mente. a linguagem verbal. Toda a realidade subjetiva era baseada, de acordo com as ideias freudianas, na representação de instintos e reações básicas, através dos quais o mundo exterior era percebido. Isto representou uma ruptura com o passado, quando se acreditava que a realidade externa e absoluta poderia impressionar ela própria o indivíduo, como dizia por exemplo, a doutrina da tabula rasa de John Locke. No entanto, muito influenciada pelas ideias do futurismo, surge também uma linha do movimento moderno que rompeu com o passado ainda a partir da primeira década do século XX de forma mais branda que as vanguardas, e tentou redefinir as várias formas de arte de uma maneira menos radical Arte moderna Entretanto, o movimento moderno não era meramente definido pela sua vanguarda mas também pela linha reformista aplicada às normas artísticas prévias. Esta procura pela simplificação do discurso é encontrada no trabalho de Joseph Conrad. Nota-se em Mário de Andrade, com suas restrições à Poesia Pau-Brasil que não o tornam absolutamente um vanguardista. As consequências das comunicações modernas, dos novos meios de transporte e Arte Moderna é um termo que se refere às expressões artísticas surgidas no final do século XIX, que se estenderam até a metade do século XX. Na arte moderna vê-se a influência da Revolução Industrial, das máquinas a vapor, do aumento das velocidades, da fotografia, do cinema, do avião, do estudo da menteentre outros elementos que contribuíram para a mudança do pensamento e das atitudes. Como resultado, os principais movimentos artísticos voltaram-se para três correntes, a saber: do desenvolvimento científico mais rápido começaram a se mostrar na arquitetura mais barata de se construir e menos Estilo: os artistas buscaram o rompimento das ornamentada, e na redação literária, mais curta, clara e regras na busca de um novo estilo capaz de expressar fácil de ler. O advento do cinema e das "figuras em a vida moderna. Os movimentos mais destacados movimento" são: Fauvismo,Futurismo, Cubismo, Escola na primeira década do século XX possibilitaram ao movimento moderno uma estética que era única, e novamente, criaram uma conexão direta com a necessidade percebida de se estender à Paris entre outros. tradição Mente: artistas experimentalistas declararam que o objetivo da arte não era o da simples representação "progressiva" do fim do século XX, mesmo que isto do visível, mas a expressão interior da emoção e da entrasse em conflito com as normas estabelecidas. sensibilidade. A tentativa de reproduzir o movimento das imagens com palavras surgiu o Futurismo de Marinetti, primeiramente na Itália, que o primeiro manifesto no ano de 1909. Baseados nas experiências de Sergei Eisenstein no cinema, os cubofuturistas russos, como Vladimir Maiakovski conseguiram subsequentemente concretizar esta intenção dos primeiros Após o Futurismo, surgem várias vanguardas na literatura e na poesia, como o Expressionismo e o Cubismo, importados das artes plásticas, o Dadaísmo e movimentos mais destacados daísmo, Surrealismo entre outros. Função: designers, ilustradores e arquitetos passa ram a se preocupar com a funcionalidade da arte, sem o descuido da forma, sendo o modo de vida das pessoas a maior preocupação. Os movimentos mais destacados futuristas. Os são: Simbolismo, Expressionismo, Suprematismo, Da com publicou de são: Arts & Noveau, Construtivismo, Bauhaus, De crafts, Art Stijl, Arte Deco, Estilo internacional entre outros. Considerado a priori como uma iniciativa eminentemente europeia, a arte moderna foi introduzida na VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 América durante a I Guerra Mundial, quando um número de artistas deMontmartre e Montparnasse bairros de Paris, França fugiram do conflito. Francis Picabia (1879–1954), foi o responsável por trazê-la para a cidade de Nova York. Havia a busca pelo moderno, original e polêmico, com o nacionalismo em suas múltiplas facetas. A volta das origens, através da valorização do indígena e a língua falada pelo povo, também foram abordados. Contudo, o Modernismo no Brasil O modernismo brasileiro foi um amplo movimento cultural que repercutiu fortemente sobre a cena artística e a sociedade brasileira na primeira metade do século XX, sobretudo no campo da literatura e das artes plásticas. O movimento no Brasil foi desencadeado a partir da assimilação de tendências culturais e artísticas lançadas pelas vanguardas europeias no período que antecedeu a Primeira Guerra Mundial, como o Cubismo e o Futurismo.1 As novas linguagens modernas colocadas pelos movimentos artísticos e literários europeus foram aos poucos assimiladas pelo contexto artístico brasileiro, mas colocando como enfoque elementos da cultura brasileira. Considera-se a Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo, em 1922, como ponto de partida do modernismo no Brasil. Porém, nem todos os participantes desse evento eram modernistas: Graça Aranha, um pré-modernista, por exemplo, foi um dos oradores. Não sendo dominante desde o início, o modernismo, com o tempo, suplantou os anteriores. Foi marcado, sobretudo, pela liberdade de estilo e aproximação com a linguagem falada, sendo os da primeira fase mais radicais em relação a esse marco. Didaticamente, divide-se o Modernismo em três fases: a primeira fase, mais radical e fortemente oposta a tudo que foi anterior, cheia de irreverência e escândalo; uma segunda mais amena, que formou grandes romancistas e poetas; e uma terceira, também chamada PósModernismo por vários autores, que se opunha de certo modo a primeira e era por isso ridicularizada com o apelido de Parnasianismo. nacionalismo foi empregado de duas formas distintas: a crítica, alinhado a esquerda política através da denúncia da realidade, e a ufanista, exagerado e de extrema direita. Devido à necessidade de definições e de rompimento com todas as estruturas do passado foi a fase mais radical, assumindo um caráter anárquico e destruidor. Um mês depois da Semana de Arte Moderna, o Brasil vivia dois momentos de grande importância política: as eleições presidenciais e o congresso de fundação do Partido Comunista em Niterói. Em 1926, surge o Partido Democrático, sendo Mário de Andrade um de seus fundadores. A Ação Integralista Brasileira, movimento nacionalista radical, também vai ser fundado, em 1932, por Plínio Salgado. Manifestos e revistas Revista Klaxon — Mensário de Arte Moderna (19221923) Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924-1925) Escrito por Oswald de Andrade e publicado inicialmente no Correio da Manhã. Em 1924, é republicado como abertura do livro de poesias Pau-Brasil; Pé de Oswald. Apresenta uma proposta de literatura vinculada à realidade Primeira geração (1922-1930) brasileira, a partir de uma redescoberta do Brasil. Este O seu sentido verdadeiramente específico. Porque, embora manifesto dizia que a arte brasileira deveria ser de lançados inúmeros processos e ideias novas, o movimento "exportação" tal qual o Pau-Brasil.1 modernista foi essencialmente destruidor. " A Primeira Verde-Amarelismo ou Escola da Anta (1916-1929) Fase do Modernismo foi caracterizada pela tentativa de definir e marcar posições, sendo ela rica em manifestos e revistas de circulação efêmera. Foi o período mais radical do movimento modernista, justamente em consequência da necessidade de romper com todas as estruturas do passado. Daí o caráter anárquico dessa primeira fase modernista e seu forte sentido destruidor, assim definido por Mário de Andrade:"...se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do movimento modernista.1 Isto é teatro é uma experiência eficaz para o futebol.1 Grupo formado por Plínio Salgado, Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo em resposta ao nacionalismo do Pau-Brasil, criticando-se o “nacionalismo afrancesado” de Oswald.1 Sua proposta era de um nacionalismo primitivista, ufanista, identificado com o fascismo, evoluindo para o Integralismo. Idolatria do tupi e a anta é eleita símbolo nacional. Em maio de 1929, o grupo verde-amarelista publica o manifesto "Nhengaçu Verde-Amarelo — Manifesto do VerdeAmarelismo ou da Escola da Anta". VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Manifesto Regionalista de 1926 poesia No meio do caminho); além de desenhos de Tarsila, De 1925 a 1930 foi um período marcado pela difusão do Modernismo pelos estados brasileiros. Nesse sentido, o Centro Regionalista do Nordeste (Recife).Presidido por Gilberto Freyre busca desenvolver o sentimento de unidade do Nordeste nos novos moldes modernistas. Propõem trabalhar em favor dos interesses da região, além de promover conferências, exposições de arte, congressos etc. Para tanto, editaram uma revista. Vale ressaltar que o artigos em favor da língua tupi de Plínio Salgado e poesias de Guilherme de Almeida. Segunda geração (1930-1945) Estendendo-se de 1930 a 1945, a segunda fase foi rica na produção poética e, também, na prosa. O universo temático amplia-se com a preocupação dos artistas com o destino do Homem e no estar-no-mundo. Ao contrário da sua antecessora, foi construtiva. regionalismo nordestino conta com Graciliano Ramos, Alfredo Pirucha José Lins do Rego, José Américo de Não sendo uma sucessão brusca, as poesias das gerações Almeida, Antonio Amado e João de 22 e 30 foram contemporâneas. A maioria dos poetas de Cabral, em 1926. O manifesto é muitas vezes dúbio, pois 30 absorveram experiências de 22, como a liberdade ao mesmo tempo que critica o provincianismo a la temática, o gosto da expressão atualizada ou inventiva, paulistocentrismo que atrapalha o regionalismo acaba o verso livre e o antiacademicismo.2 Portanto, ela não gerando um recifilismo pernanbucocentrista. Do mesmo precisou ser tão combativa quanto a de 22, devido ao modo critica certas influências do Ocidente Setentrional e encontro de uma linguagem poética modernista já ao mesmo tempo vangloria-se de influências ibéricas, estruturada. Passara, então, a aprimorá-la, prosseguindo a holandesas, etc; ignora que as civilizações nordestinas tarefa de purificação de meios e formas direcionando e surgem fundadas por ocidentais ibéricos, franceses, ampliando a temática da inquietação filosófica e religiosa, holandeses, etc e depois volta atras. com Vinícius de Moraes, Jorge de Lima, Augusto de Queiroz, Lucas Frederico Schmidt, Murilo Mendes, Carlos Drummond de Revista de Antropofagia (1928-1929) É a nova etapa do Pau-Brasil, sendo resposta a Escola da Anta. Seu nome origina-se da tela Abaporu (O que come) de Tarsila do Amaral. Andrade.2 A prosa, por sua vez, alargava a sua área de interesse ao incluir preocupações novas de ordem política, social, econômica, humana e espiritual. A piada foi sucedida pela O Antropofagismo foi caracterizado por assimilação gravidade de espírito, a seriedade da alma, propósitos e (“deglutição”) crítica às vanguardas e culturas europeias, meios. Essa geração foi grave, assumindo uma postura com o fim de recriá-las, tendo em vista o redescobrimento séria em relação ao mundo, por cujas dores, considerava-se do Brasil em sua autenticidade primitiva. Contou com duas responsável.3 Também caracterizou o romance dessa fases, sendo a primeira com dez números (1928 – 1929), época, o encontro do autor com seu povo, havendo uma sob direção de Antônio Alcântara Machado e gerência de busca do homem brasileiro em diversas regiões, tornando Raul Bopp, e a segunda publicada semanalmente em 25 o regionalismo importante. A Bagaceira, de José Américo números no jornal Diário do Rio de Janeiro em 1929, de Almeida, foi o primeiro romance nordestino. Rachel de tendo como secretário Geraldo Ferraz. Queiroz, Jorge Primeira fase Verissimo, Graciliano Ramos, Orígenes Lessa e outros escritores Iniciado pelo polêmico manifesto de Oswald, conta com Antônio de Alcântara Machado, Mário de Andrade (com a publicação de um capítulo de Macunaíma em seu 2º número), Carlos Drummond (3º número, publicou a Amado, José criaram um estilo Lins novo, do Rego, Érico completamente moderno, totalmente liberto da linguagem tradicional, nos quais puderam incorporar a real linguagem regional, as gírias locais. O humor quase piadístico de Drummond receberia influências de Mário e Oswald de Andrade. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Vinícius, Cecília, Jorge de Lima e Murilo Mendes apresentaram certo espiritualismo que vinha do livro de Questões de 41 a 80 Mário Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917). A consciência crítica estava presente, e mais do que tudo, 41. (UC-MG) Graciliano Ramos é autor que, no Modernismo, faz parte da: os escritores da segunda geração consolidaram em suas fase destruidora, que procura romper com o passado. segunda fase, em que se destaca a ficção regionalista. fase irreverente, que busca motivos no primitivismo. geração de 45, que procura estabelecer uma ordem no caos anterior. década de 60, que transcendentaliza o regionalismo. obras questões sociais bastante graves: a desigualdade social, a vida cruel dos retirantes, os resquícios de escravidão, o coronelismo, apoiado na posse das terras todos problemas sociopolíticos que se sobreporiam ao lado pitoresco das várias regiões retratadas. Terceira geração (1945-1975) Com a transformação do cenário sócio-político do Brasil, a literatura também transformou-se:4 O fim da Era Vargas, a ascensão e queda do Populismo, a Ditadura Militar, e o contexto da Guerra Fria, foram, portanto, de grande 42. (EU-Maringá) influência na Terceira Fase. Na prosa, tanto no romance quanto no conto, houve a busca de uma literatura intimista, de sondagem psicológica e introspectiva, tendo como destaque Clarice Lispector. O regionalismo, ao mesmo tempo, ganha uma nova dimensão com a recriação dos "A cachorra espiou o dono desconfiada, enroscou-se no tronco e foi-se desviando até ficar no outro lado da árvore, agachada e arisca, mostrando apenas as pupilas negras. Aborrecido com esta manobra, Fabiano saltou a janela, esgueirou-se ao longo da cerca do curral, deteve-se no mourão do canto e levou de novo a arma ao rosto..." costumes e da fala sertaneja com Guimarães Rosa, penetrando fundo na psicologia do jagunço do Brasil central. A pesquisa da linguagem foi um traço O excerto acima apresenta uma cena da obra: F) Angústia caraterísticos dos autores citados, sendo eles chamados de G) Vidas Secas instrumentalistas. H) Doidinho Ariano Suassuna I) Dom Casmurro A geração de 45 surge com poetas opositores das J) Menino do Engenho conquistas e inovações modernistas de 22, o que faz com que, na concepção de muitos estudiosos (como Tristão de Athaydee Ivan Junqueira), esta geração seja tratada como pós-modernista. A defendida pela liberdade formal, nova proposta, inicialmente, revista Orfeu em 1947. as ironias, as Negando sátiras e é a outras características modernistas, os poetas de 45 buscaram uma poesia mais “equilibrada e séria”.4 No início dos anos 40, surgem dois poetas singulares, não filiados esteticamente a nenhuma tendência: João Cabral de Melo Neto e Lêdo Ivo. Estes considerados por muitos os mais importantes representantes da geração de 1945. 43. (PUCCAMP) Em sua obra, "a tendência regionalista acaba assumindo a característica de experiência estética universal, compreendendo a fusão entre o real e o mágico, de forma a radicalizar os processos mentais e verbais inerentes ao contexto fornecedor de matéria-prima. O folclórico, o pitoresco e o documental cedem lugar a uma maneira nova de repensar as dimensões da cultura, flagrada em suas articulações no mundo da linguagem". Esse conjunto de características descreve a obra de: Clarice Lispector José Cândido de Carvalho VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Erico Verissimo Fogo Morto Jorge Amado Grande Sertão: veredas Guimarães Rosa A Hora da Estrela Tempo e o Vento 44. (PUCCAMP) O isolamento social e cultura de uma família de retirantes nordestinos e a tragédia do ciúme, provocada por um incontrolável sentimento de posse, são os temas centrais de dois grandes romances de Graciliano Ramos, respectivamente: Vidas Secas e São Bernardo São Bernardo e Vidas Secas Caetés e Angústia Angústia e Caetés São Bernardo e Angústia 47. (PUCCAMP) "O romance é narrado na primeira pessoa, em monólogo ininterrupto, por um velho fazendeiro do Norte de Minas, antigo jagunço. Na estrutura do livro, os fatos são transpostos para uma atmosfera lendária e o real se cruza com o fantástico." As afirmações acima referem-se à obra-prima de um grande escritor brasileiro moderno: Sagarana, de João Guimarães Rosa. Cangaceiros, de José Lins do Rego. Menino do Engenho, de José Lins do Rego. Grande Sertão: veredas, de João Guimarães Rosa. Tempo e o Vento, de Erico Verissimo. 45. (VUNESP) Leia com atenção o texto a seguir: "– Ara, ara, bichinha. antes pelesses mundões, viu-que-teviu, avistei deparado muito que assim-assim, luziluzindo, eu figurava rindo que nem-nem. apois. A senhora tolere. Não gloso. Deus esteja, que-que vem a ser isso que nemnem o que for?" Neste trecho, extraído da obra Vencecavalo e o outro povo, o autor, João Ubaldo Ribeiro, alude parodisticamente ao estilo de: Graciliano Ramos José Lins do Rego João Guimarães rosa Osman Lins Dalton Trevisan 46. (VUNESP) "Descendente de senhores de engenho, o romancista soube fundir, numa linguagem de forte e poética oralidade, as recordações da infância e da adolescência com o registro intenso da vida nordestina colhida por dentro, através dos processos mentais de homens e mulheres que representam a gama étnica e social da região". 48. (UFPA) Em fevereiro de 1909, Marinetti publicou na Europa um manifesto cujas ideias desencadearam o: Dadaísmo Futurismo Surrealismo Romantismo Simbolismo. 49. (UFPA) As ideias de Marinetti influenciaram muito os nossos autores. Dele, os escritores brasileiros seguiram: a exacerbação do nacional e a sintaxe tradicional. a paixão pela metáfora, intelectualista e rebuscada, e pelas frases de efeito. a negação do passado e o uso de palavras em liberdade. conceito de felicidade na vida em contato com a natureza e a fé na razão e na ciência. O trecho acima refere-se ao autor de Vidas Secas VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 gosto pelo psicologismo na ficção e a supervalorização da natureza. 50. (PUC-RJ) O movimento artístico-literário que mobilizou parcela significativa da intelectualidade brasileira durante a década de 20 e procurou romper com os padrões europeus da criação tinha como proposta: a tentativa de buscar um conteúdo mais popular para a problemática presente nas diferentes formas de manifestação artística. 8. os modelos arquitetônicos do período buscaram sua inspiração na tradição do barroco português. 9. a preocupação dominante dos autores foi com o retratar os males da colonização. 52. (FIUbe-MG) O Modernismo brasileiro preocupava-se em criar uma arte essencialmente brasileira. Entretanto, alguns dos primeiros escritores desse movimento estético, no Brasil, sofreram influências: f) f) a tentativa de recuperação das idealizações românticas ligadas à temática do índio brasileiro. f) a valorização do passado colonial, ressaltada a influência portuguesa sobre a nossa sintaxe. f) f) a tentativa de constituição, no campo das artes, da problemática da nacionalidade, ressaltadas as peculiaridades do povo brasileiro. a desvalorização da problemática regionalista, contida nas lendas e mitos brasileiros. Assinale: f) se somente as afirmativas I e IV estiverem corretas. g) se somente as afirmativas I e V estiverem corretas. h) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. do futurismo g) do Concretismo h) do Hiper-realismo i) da arte popular j) da arte cinética. 53. (UCP-PR) Movimento literário brasileiro que recebeu influências de vanguardas europeias, tais como o Futurismo e o Surrealismo: Modernismo Parnasianismo Romantismo Realismo Simbolismo 54. (UFPE) i) j) se somente as afirmativas III e IV estiverem corretas. Com o Modernismo, desenvolveu-se a preocupação de valorizar nossa tradição artística, sobretudo teve início um verdadeiro trabalho de retomada crítica da nossa produção literária do passado. f) A Semana de Arte Moderna foi, não resta dúvida, um acontecimento marcado por ideias renovadoras; não se pode negar, contudo, o fato de ter desencadeado certas consequências negativas; uma delas, por exemplo, foi certo clima de intranquilidade, tanto no aspecto social como no ideológico. f) A primeira fase do movimento modernista no Brasil foi marcada por um comportamento iconoclasta; a utilização do poema-piada, da liberdade de expressão, do coloquialismo na linguagem literária atestam certo nível de irreverência típica dessa fase. se somente as afirmativas II e V estiverem corretas. 51. (PUCSP) A Semana de Arte Moderna (1922), expressão de um movimento cultural que atingiu todas as nossas manifestações artísticas, surgiu de uma rejeição ao chamado colonialismo mental, pregava uma maior fidelidade à realidade brasileira e valorizava sobretudo o regionalismo. Com isto pode-se dizer que: 5. f) romance regional assumiu características de exaltação, retratando os aspectos românticos da vida sertaneja. 6. a escultura e a pintura tiveram seu apogeu com a valorização dos modelos clássicos. 7. movimento redescobriu o Brasil, revitalizando os temas nacionais e reinterpretando nossa realidade. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Responda: f) se as três estiverem certas g) se I e II estiverem certas. Valorização poética de aspectos da realidade tradicionalmente considerados prosaicos. Utilização de versos simétricos, porém brancos. Integração na nossa cultura de manifestações artísticas estrangeiras. Síntese poética da nacionalidade pela integração de diversos aspectos culturais do país. Aproximação coloquial. h) se II e III estiverem certas. i) se I e III estiverem certas. j) se nenhuma estiver certa. 55. (UCP-PR) Baseando-se no trecho abaixo, responda obedecendo ao código. dos padrões da linguagem 57. (UCP-PR) Ano decisivo para o Modernismo brasileiro é 1917, já que nele aparecem produções que iriam revolucionar a arte literária brasileira. Da lista abaixo, o que apareceu pela primeira vez em 1917? "Trem de ferro Café com pão Café com pão Café com pão Wilson Martins: O Modernismo e Mário da Silva Brito: Antecedentes da Semana de Arte Moderna. Monteiro Lobato: Urupês e Bandeira: Carnaval. Anita Malfatti: Homem amarelo e Mulher de cabelos verdes e Di Cavalcanti: Carnaval. Virge Maria que foi isto maquinista?" (Manuel Bandeira) Manuel f) A significação do trecho provém da sugestão sonora. Mário de Andrade: Paulicéia desvairada e Graça Aranha: Canaã. 4. O poeta utiliza expressões da fala popular brasileira. Menotti del Picchia: Juca Mulato e Manuel Bandeira: A cinza das horas. f) A temática e a estrutura do poema contrariam o programa poético do Modernismo. a. se I, II e III forem corretas. b. se I e II forem corretas e III incorreta. c. se I, II e III forem incorretas. d. se I for incorreta e II e III corretas. 58. (PUC-RS) "O que eu adoro em tua natureza, Não é o profundo instinto maternal Em teu flanco aberto como uma ferida. Nem tua pureza. Nem tua impureza. e. se I e II forem incorretas e apenas III correta. O que eu adoro em ti – lastima-me e consola-me! 56. (FESP-PE) O que eu adoro em ti, é a vida." "Quando as casas baixarem de preço,/ Laura Moura, prenda minha,/ Uma delas será sua sem favor./ Lá fora a bulha da cidade/ Disfarçará nosso prazer.../ E a gente, numa rede maranhense,/ Ao som dum jazz bem blue,/ Balancearemos no calor da noite,/ Sonhando com o sertão." A estrofe acima é um exemplo do traço de ..... e de ..... que existe na obra de Manuel Bandeira. Assinale a afirmativa que não constitui característica do Modernismo e que, assim, não se aplica ao texto acima. rebeldia - ódio pela vida melancolia - indiferença pelo mundo ternura - paixão pela existência VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 saudade - medo ao cotidiano amargura - conformismo com o destino 59. (FMABC-SP) De Manuel Bandeira, é válido dizer que: incentiva a pesquisa formal com base nas conquistas parnasianas, a ela anteriores. enriquece e dinamiza a linguagem, inspirando-se na sintaxe clássica. confere ao nível coloquial da fala brasileira a categoria de valor literário. foi um poeta típico do período crepuscular anterior ao Modernismo. 62. (FCMSCSP) voltou-se sobretudo para o mundo interior, procurando captar, com sua sensibilidade delicada, as nuanças da sombra, do indefinido, da morte. "3 de maio Aprendi com meu filho de dez anos foi um dos grandes agitadores da literatura brasileira e, em sua obra, salientam-se experiências semânticas que fazem dele um precursor da poesia concreta. Que a poesia é a descoberta soube conciliar a notação intimista com o registro do mundo exterior, e sua obra poética abrange desde poemas de tom parnasiano até experiências concretistas. (Oswald de Andrade) exaltou a cidade natal, fez a apologia da preguiça criadora, valorizou os mitos amazônicos. 60. (VUNESP) Embora tenha publicado dois livros de poesia caracterizadamente modernista, Manuel Bandeira manteve sempre muita independência em relação às diversas correntes literárias. Assinale a alternativa que apresenta os títulos corretos de suas obras modernistas, bem como uma de suas características mais marcantes: Clan do Jabuti e Libertinagem, singeleza formal. Remate de males e O ritmo dissoluto, virtuosismo rítmico. A cinza das horas e Carnaval, ardente e contido sopro erótico. Losango cáqui e Mafuá do malungo, expressão do nacional. Das coisas que eu nunca vi." As cinco alternativas apresentam afirmações extraídas do Manifesto da Poesia Pau-Brasil; assinale a que está relacionada com o poema "3 de maio". "Só não se inventou uma máquina de fazer versos – já havia o poeta parnasiano." "... contra a morbidez romântica – pelo equilíbrio geômetro e pelo acabamento técnico." "Nenhuma fórmula para a contemporânea expressão do mundo. Ver com os olhos livres." "A poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata resumida das gaiolas..." "Temos a base dupla e presente – a floresta e a escola." 63. (FCMSCSP) ritmo dissoluto e Libertinagem, incorporação do prosaico. 61. (FIUbe-MG) A poesia modernista, sobretudo a da primeira fase (1922-1928): utiliza-se de vocabulário sempre vago e ambíguo que apreenda estados de espírito subjetivos e indefiníveis. faz uma síntese dos pressupostos poéticos que norteavam a linguagem parnasiano-simbolista. Movimentos: Pau-Brasil Verde-Amarelo Antropofagia Objetivos: 1. Resposta ao conservadorismo movimento da Anta. manifestado pelo VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 2. Revalorização do primitivo, através de uma arte que redescobrisse o Brasil. "O fazendeiro criara filhos Escravos escravas 3. Proposição de uma estrutura nacionalista. Nos terreiros de pitangas e jabuticabas A associação correta é: Mas um dia trocou I-2; II-3; III-1. I-3; II-2; III-1. I-1; II-2; III-3. I-3; II-1; III-2. n. d. a. O ouro da carne preta e musculosa As gabirobas e os coqueiros Os monjolos e os bois Por terras imaginárias 64. (FCMSCSP) As barreiras entre os gêneros literários tornaram-se tênues no Modernismo, que, à procura de uma expressão nova, trouxe à prosa características da poesia e vice-versa, ou, algumas vezes, alternou numa mesma obra poesia e prosa de ficção. Um texto que espelha semelhante situação é: Memórias sentimentais de João Miramar. São Bernardo. Triste fim de Policarpo Quaresma. auto da compadecida. Lição de coisas. aproveitou-se dadaístas. aproveitou-se de aspectos para os quais Pero Vaz de Caminha chama a atenção em sua Carta sobre o descobrimento do Brasil. exclusivamente das ideias aproveitou-se das sugestões temáticas que se depreendem das sátiras de Gregório de Matos Guerra. valeu-se de princípios da tradição poética parnasiana. aproveitou a sugestão romântica de libertar a imaginação e a fantasia. 66. (PUC-RS) Este poema de Oswald de Andrade exemplifica o movimento nativista... . O poeta, através de uma poesia reduzida ao ...., buscou uma interpretação de seu país. Antropófago - visual Verde-amarelo - simbólico Terra roxa e Outras Terras - discursivo Anta - concreto Pau-Brasil - essencial. 67. (FUVEST-SP) O Romantismo Modernismo, assim como: 65. (UFPA) Oswald de Andrade, para sistematizar os princípios da corrente Pau-Brasil, do nosso Modernismo: Onde nasceria a lavoura verde do café." está para o f. Inocência está para A carne. g. A escrava Isaura está para A escrava que não é Isaura. h. A escrava Isaura está para O cortiço. i. Memórias póstumas de para Memórias do cárcere. j. A Moreninha está para dom Casmurro. Brás Cubas está 68. (F. de Ciências e Letras Pe. Anchieta-SP) Passando de maneira brusca do primitivo solene à crônica jocosa e à paródia, Mário de Andrade jogou sabiamente com níveis de consciência e de comunicação diversos, justificando plenamente o título de rapsódia, mais que "romance", à obra que se trata de: f. A escrava que não é Isaura. g. Macunaíma. VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 h. Paulicéia desvairada. i. Losango cáqui j. Empalhador de passarinhos. 69. (FMU-SP) O tema da pátria distante foi retomado por muitos poetas. Um deles, Oswald de Andrade, do Modernismo. São características do Modernismo: e. linguagem coloquial; valorização do nacional; tom irônico; liberação absoluta da forma. f. nacionalismo; tom irônico; linguagem retórica; liberdade de composição. g. saudosismo; crítica social; verde-amarelismo; regras rígidas de composição. h. Exaltação exagerada de fatores como mocidade e tempo; o novo, nesta fase, foi erigido como um valor em si. i. Movimento de inquietação e de insatisfação; os novos se lançaram à luta em nome da originalidade, da liberdade de pesquisa estética e do direito de "errar". j. apesar de toda a radicalidade do grupo, é unânime a preocupação dos modernistas com o purismo da linguagem. (FAAP-SP) Texto para as questões de 72 a 77. "Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada h. linguagem retórica; saudosismo; nacionalismo; regras rígidas de composição. i. linguagem retórica; liberdade de composição; cientificismo; tom irônico. 70. (FEBASP) "Não sendo um personagem, mas um símbolo, ..... está ao mesmo tempo no passado e no presente, no sul e no norte do Brasil. Ele é, de resto, intemporal e super geográfico como, por um lado, será mais americano que brasileiro..." (Wilson Martins). Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconsequente Estes dados referem-se a: Que Joana a Louca de Espanha f. Peri. g. Macunaíma. h. Augusto Matraga. i. Jeca Tatu. Rainha e falsa demente 71. (UFV-MG) Assinale a alternativa em que há uma característica que não corresponde ao Modernismo em sua primeira fase (a de São Paulo, 1922). f. g. Ver a ser contraparente Da nora que nunca tive E como farei ginástica Andarei de bicicleta Ruptura radical e audaciosa em relação às posições estéticas do passado, quebra total da rotina literária. Montarei em burro brabo Caráter turbulento, polemista, de demolição de valores. tomarei banhos de mar! Subirei no pau-de-sebo E quando estiver cansado Deito na beira do rio VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 mando chamar a mãe-dágua i. em que aparece a figura da mulher idealizada e a fuga de um lugar distante e edênico. j. que busca o bucólico, o campestre, o fantástico. Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada Em Pasárgada tem tudo 73. (FAAP-SP) Pasárgada, cidade lendária da antiga Pérsia, no poema indica outro espaço e outro tempo. No texto, há uma oposição entre um aqui e um lá; entre um agora e um então. Esta oposição recebe o nome de: f. silepse. g. antítese. h. pleonasmo. i. sinestesia. j. polissíndeto. É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcaloide à vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar E quando eu estiver mais triste 74. (FAAP-SP) Não é difícil definir o tema da ida para Pasárgada: f. busca dos prazeres libidinosos g. evasão espacial e temporal h. volta à infância i. amor à civilização j. apego ao poder. Mas triste de não ter jeito Quando de noite me der Vontade de me matar – Lá sou amigo do rei – 75. (FAAP-SP) Voltaire afirmava que "quem quiser fundar alguma coisa de grande deve começar por ser completamente louco". Bandeira nega este mundo chato e mofino, percorrendo vastidões da fantasia, ainda que seja para cair na loucura, especialmente em: Terei a mulher que eu quero f. Joana a Louca de Espanha Na cama que escolherei Vem a ser contraparente Vou-me embora pra Pasárgada Da nora que nunca tive (Manuel Bandeira) g. 72. (FAAP-SP) A simples leitura do texto já nos convence tratar-se de um poema filiado ao modernismo já que se trata de um poema: Andarei de bicicleta h. f. de tom coloquial, sem rima, em que não está presente a pontuação tradicional. g. em que predomina o vago, o etéreo, o indizível. h. de absoluta precisão formal. ... farei ginástica Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo i. Tem telefone automático Tem alcaloide à vontade VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 j. Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar. 76. (FAAP-SP) Nesta estrofe, o poeta devidamente refugiado no mágico Éden imaginário, projeta uma série de ações insignificantes que compõem o cotidiano de um menino sadio. É o retorno psicológico à infância – marca de um tempo feliz e de liberdade. A estrofe começa assim: f. i. j. E como farei ginástica Assinale a alternativa correta. Só a proposição II é correta. Em Pasárgada tem tudo e. Só a proposição III é correta. É outra civilização f. São corretas as proposições I e II. E quando eu estiver mais triste g. São corretas as proposições II e III. 79. (PUC-RS) O livro de Cecília Meireles que evoca os "tempos do ouro" denomina-se: f. Romanceiro da Inconfidência. g. Balada para el-Rei. h. Vaga música. i. Retrato natural. j. Romance de Santa Clara. Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada E como farei ginástica Andarei de bicicleta Em Pasárgada tem tudo É outra civilização f. A Moreninha narra, em linguagem presa ao modelo lusitano, a história de um amor impossível entre um jovem da aristocracia imperial do Brasil e uma mestiça. d. Aqui eu não sou feliz f. f. Andarei de bicicleta Lá sou amigo do rei f. Cecília Meireles caracterizou sua poesia pela constante sugestão de sombra, identificação e ausência; mas soube também incorporar a matéria histórica, em uma de suas mais importantes obras. Só a proposição I é correta. 77. (FAAP-SP) Inconformado com o real concreto, o poeta enumera um conjunto de vantagens que este mundo fantástico oferece: sexo livre, uma nova percepção do tempo e do espaço, uma nova permeabilidade para uma revisão do mundo material. A estrofe começa assim: f. f. c. Mas triste de não ter jeito f. Moderno e versátil, Vinícius de Moraes compõe, com mestria, tanto letras para canções populares como poemas dentro dos mais estritos padrões clássicos. Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz h. f. Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei g. 78. (F.C.Chagas-BA) E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito. 80. (UCP-PR) A poesia modernista revela: f. nacionalismo crítico. g. valorização do popular. h. versos livres. i. Estão corretas as afirmações a e c. j. Estão corretas as afirmações a, b e c. b b VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 e b a b c a b c d d b d c a a e c a a d b b e d d e e c a a b e b b a b e a VESTIBULAR UFU 2015/2 Aula 01 Referências uma obra no qual marcou o pré-modernismo ↑ Ir para:a b c d e f Marina Cabral. O Modernismo no porem ser muito pornográfica, Língua e Brasil (em português) R7 Brasil Escola. Visitado em 21 de novembro de 2012. ↑ Ir para:a b c d e Marina Cabral. O Modernismo no Brasil – 2ª fase (em português) R7 Brasil Escola. Literatura, vol. 3, Ática, São Paulo, 1979 Ir para cima↑ CUNHA, Euclides da. Os Sertões Ir para cima↑ Literatura, Terra, Pré-modernismo - outros autores. Página pesquisada em 5 de abril Visitado em 21 de novembro de 2012. ↑ Ir para:a b c Camila Conceição Faria (25 de agosto de 2007). Modernismo (em português) InfoEscola. Visitado em 21 de novembro de 2012. ↑ Ir para:a b c d e Modernismo (Terceira Geração) (em português) Itaú Cultural. Visitado em 21 de novembro de 2012. Bibliografia BOSI, Alfredo. A Literatura Brasileira: vol. V O Pré-Modernismo, 4ª ed., São Paulo: Cultrix, 1973. Referências Ir para cima↑ MATTOS, Geraldo, Teoria e Prática de Língua e Literatura, vol. 3, FTD, São Paulo, s/d Ir para cima↑ E-Dicionário de literatura, página pesquisada em 4 de abril de 2008 ↑ Ir para:a b c d Análise, sítio pesquisado em 21 de março de 2008. Ir para cima↑ COELHO, Joaquim Francisco. Manuel Bandeira pré-modernista, Instituto Nacional do Livro, 1982 ↑ Ir para:a b c d e f g h i j k l FARACO, Carlos e MOURA, Francisco. Língua e Literatura, terceiro volume, Ática, São Paulo, 2ª ed., 1983 Ir para cima↑ Literatura, Terra, Pré-modernismo - origens. Página consultada em 5 de abril de 2008 ↑ Ir para:a b c ESCHER, xota no pau véio esta foi de 2008. Wikpeia.