P ropriedade : C onvívios F raternos • D irector e R edactor : P. V alente de M atos • F otocomposição e I mpressão : C oraze - S. T. R iba -U l - O. A zeméis • T el . 256 661460
Publicação Bimestral - Dep. Legal Nº 6711/93 - Ano XXXIII - Nº 307 - Março/Abril 2011 • Assinatura Anual: 10 o • Tiragem: 10.000 exs. • Preço: 1 o
É POR ISSO… QUE A MINHA VIDA
TEM SENTIDO!...
ESTATUTO EDITORIAL
De facto, se tudo acaba com a morte e a vida por vezes se
torna para nós tão “ madrasta “, tão difícil e complicada nos
objectivos que sonhamos alcançar, para quê lutar contra a
adversidade?!...É preferível e, talvez, mais fácil e mais cómodo por termo à vida!!...
(Continua na pág. 2 BU)
MARIA NA CONSTRUÇÃO DA
MINHA HISTÓRIA
Ainda hoje , com 41 anos ,quando chega o mês de Maio .sinto
como que uma nostalgia inexplicável, um vazio de algo que me
falta, uma grande necessidade de novamente ajoelhar aos pés da
imagem da Senhora, Mãe de Deus e minha Mãe, e rezar!.....
(Continua na pág. 2 BU)
A PROPÓSITO: OS “IDOSOS”
MORREM MUITO ANTES DE
MORRER…
Os últimos acontecimentos mostram apenas a ponta do icebergue, que a “humanidade”, ou melhor, a desumanidade, “esconde”: a morte de muitos idosos, antes mesmo de morrerem!...
(Continua na pág. 3 BU)
OS CONVÍVIOS-FRATERNOS
CONTINUAM A SER RESPOSTA
PARA OS PROBLEMAS DOS
JOVENS !...
EU SOU A RESSURREIÇÃO.
E UMA VEZ ELEVADO DA TERRA,
ATRAIREI TODOS A MIM
Oferecer o Evangelho, sobretudo às novas gerações, de modo
credivel e significativo ,é um desafio permanente e sempre apaixonante para a Igreja.
A Páscoa, esta ressurreição para a plenitude corpóreotemporal, inquieta sobremaneira o meu ser. É provável que
vós, como eu, seres criados e amados por Aquele que é – o
Filho do Homem que é também e essencialmente o Filho de
Deus, os venhais questionado sobre o mistério glorioso da
Ressurreição de Cristo. Sabeis que Ele ressuscitou por nós,
que nos ensinou desta maneira amorosa e sofredora da Sua
paixão e morte o caminho da plenitude. Mas a que preço? O
preço da Cruz. A Cruz como símbolo real do sofrimento, da
mortificação do EU para a elevação do Homem Colectivo,
nascido e motivado para a comunhão plena de amor com
Deus. É maravilhosa a perspetiva de uma comunhão assim,
de vida e amor entre Deus e os Seus filhos adotivos, resgatados do singularismo e da divisão por Cristo. A maioria de
vós que ledes este jornal jovem tiveste a experiência, para
muitos talvez a primeira, da presença, no silêncio dos seus
corações, de Jesus Ressuscitado.
(Continua na pág. 4 BU)
(Continua na pág. 2 BU)
Nas férias de carnaval, mais de 3 centenas de jovens quiseram trocar as folias carnavalescas, pela participação nos 10 Convívios-Fraternos que se realizaram nas diversas dioceses. Esta
procura de Deus pelos jovens de hoje que vivem emaranhados
nesta sociedade matérialista e consumista donde parece DEUS
foi afastado, é sinal de muita esperança porque certeza de que os
jovens continuam a sentir necessidade de Deus como resposta
para os seus problemas e sentido para a sua vida.
(Continua na pág. 2,3,4 JA e 3 BU)
UM EVANGELHO CREDIVEL
O MEU AVIVAR DE COMPROMISSO
Irmãos, não queremos que ignoreis coisa alguma a respeito da morte, para que não vos entristeçais, como os outros homens que não têm esperança. Se cremos que Jesus
morreu e Ressuscitou, cremos também que Deus levará
com Jesus os que n’Ele morreram. Eis o que vos declaramos, conforme a palavra de Jesus” ( 1ª Tes.4,13-14)
Há 39 anos que “Balada da União” era publicado mensalmente e agora bimestralmente como órgão oficial da
Associação de Jovens Cristãos CONVÍVIOS-FRATERNOS
E DO “CENTRO SOCIAL DE APOIO A TOXICODEPENDENTES – CONVÍVIOS FRATERNOS II”, visando a sua
formação integral. A sua publicação tem por objetivo apoiar
todos os jovens, com maior incidência os que se encontram
em situação de risco ou conflito social ou familiar, tais como
toxicodependentes, alcoólicos e marginais, e colaborar na
sua formação cultural, humana , cívica, religiosa e profissional, sendo elo de união entre todos os seus associados.
Não tem fins lucrativos nem comerciais mas tão somente pedagógicos e preventivos de situações de risco.
De acordo com o nº17 da Lei da Imprensa “compromete-se a respeitar os princípios deontológicos de imprensa e
a ética profissional, de modo a não prosseguir apenas fins
comerciais nem abusar da boa fé dos seus leitores sem a
deturpação da informação a que têm direito”.
Para além do seu Diretor não possui corpo redatorial
próprio, estando aberto à colaboração de todos os jovens,
como possibilidade de experiência jornalística.
A associação existe há 39 anos a nível nacional e diocesano bem como a nível internacional, estando registada
oficialmente, por Escritura Pública de 23 de Abril de 1998,
como Instituição Particular de Solidariedade Social.
BRAGANÇA RUMO ÀS JMJ 2011
Caminhando no tempo, estamos a passos do grande encontro
de jovens na cidade de Madrid que tem como tema “Enraizados
e edificados em Cristo, firmes na fé. ”Por isso, nesta última catequese foi abordado o tema “a Esperança”. De facto, para um
cristão é fundamental viver na profundidade da esperança para
que possa viver o presente, projectado o olhar para o Reino futuro e Absoluto.
(Continua na pág. 4 JA)
NOTA PASTORAL DA CONFERÊNCIA
EPISCOPAL POR OCASIÃO DA
BEATIFICAÇÃO DE JOÃO PAULO II
Ao beatificar João Paulo II , a Igreja está a sublinhar certos
traços de uma santidade particular,considerando que não só
merece ser conhecida e admirada, como pode ser luz que guia
e estimula a prosseguir nos caminhos da conversão ao amor de
DEUS e do serviço aos homens e mulheres dos nossos dias.
(Continua na pág. 4 BU)
A TODOS OS JOVENS E CASAIS DO MOVIMENTO E A TODOS
OS LEITORES DO “BALADA DA UNIÃO”, DESEJAMOS UMA
PÁSCOA FELIZ EM CRISTO RESSUSCITADO”
www.conviviosfraternos.com
2
Março/Abril 2011
É POR ISSO… QUE A MINHA VIDA TEM
SENTIDO!...
Apesar desta sociedade consumista e materialista em que nascemos e vivemos nos
oferecer tudo o que de comodismo e bem
estar desejamos, e nos proporcionar, já em
saturação, o prazer em todas as vertentes
da vida procurando até apagar todas as
responsabilidades éticas de muitos desvios
da ordem natural apresentando-os como
simples “tabus” duma sociedade moralista exagerada e ultrapassada, o certo é que
hoje, e mais que nunca, há muitos jovens a
não encontrar um verdadeiro sentido para
a sua vida e, por isso, também a não sentirem razões válidas para viver.
É certo que na vida de hoje, que se precipita no tempo e numa correria incontrolada
da casa para a escola ou trabalho e destes
para o café, discoteca ou outros antros de
prazer, o jovem não encontra um momento para parar e confrontar o seu modo de
viver com a realidade da VIDA. E quando
tal sucede, ele corre o risco de sentir uma
grande angústia, uma grande insatisfação,
senão um vazio profundo e, só então, no
meio da sua desilusão se interroga:
- O que é que ando aqui a fazer?!...
-Por ventura esta vida tem qualquer razão de ser?!...
E se o jovem então não encontra uma
resposta satisfatória para esta sua incerteza, corre o perigo de iniciar a sua angústia
existencial que poderá ser tão forte que o
conseguirá arrastar a uma depressão destruidora.
Nesse momento – por que também já um
dia passei – só a Fé em Deus e na Boa Nova
que por Cristo Ele nos revelou, poderá ser
sossego espiritual e resposta satisfatória.
De facto, se tudo acaba com a morte e
a vida, por vezes, se torna para nós tão
“madrasta”, tão difícil e complicada nos
objectivos que sonhamos alcançar, para
quê lutar contra a adversidade?!... É pre-
ferível, é mais fácil e, talvez, mais cómodo
morrer…
Talvez o suicídio que acontece tantas
vezes, e sobretudo com jovens, tenha
aqui a sua explicação. Nenhum antes quis
explicar a razão da sua tão descontrolada
atitude!
Na minha vida também tenho sentido
momentos de forte depressão e de profunda angústia quando vejo desmoronaremse, às vezes sem razões razoáveis (desculpai o pleonasmo) e válidas, tantos castelos
que sonhei construir!... É difícil não se ser
influenciado e até contaminado pelo meio
em que nós vivemos e pelas solicitações
que continuamente nos são dirigidas!...
Mas nesses momentos difíceis e complicados, vem em meu auxílio a fé abanandome o sub-consciente e garantindo-me que se
esta vida é difícil e complicada, ela é também extraordinariamente passageira e que
uma outra vida me está destinada na qual
serei plenamente feliz e em que os meus
anseios mais profundos de paz e de amor
serão realidade. É esta certeza maravilhosa que hoje dá pleno sentido à minha
vida, foi-me dada pela RESSURREIÇÃO
de Cristo que quis fazer a experiência da
vida humana até às últimas consequências: a morte. Por isso nos afirma S.Paulo:
“se Cristo não ressuscitou, então é vã a
nossa Fé. Se é só para esta vida que temos colocado a nossa esperança, somos
os mais dignos de lástima”.
“Mas não, Cristo ressuscitou dos mortos, como primícia dos que morreram!
Com efeito, assim como por um homem
veio a morte, por um homem vem a ressurreição dos mortos”.
“Pois, se os mortos não ressuscitam
também Cristo não ressuscitou”, (Cof. 1ª
Cor.Cap.15).
Acreditai, amigos, que tem sido esta
certeza dada pela Fé, que me tem levado a
ultrapassar todos os momentos de desânimo que, por vezes, também me invadem.
Por isso é que eu neste momento penso
que quem não tem Fé, dificilmente conseguirá encontrar um sentido para a vida e
razões válidas para lutar por ela, quando
ela se torna em fardo pesado…
Vamos viver a nossa PÁSCOA, passagem da morte para a vida, celebração da
nossa libertação, porque certeza da RESSURREIÇÃO de Cristo. Felizes os jovens
que, como eu, acreditamos nesta realidade
e por ela pautamos a nossa vida!...
PÁSCOA, libertação do homem oprimido pela morte…; plenitude da vida contra a sua finidade hoje tão apregoada…;
garantia da presença de Cristo vivo no
meio de nós, em cada um de nós…; certeza de que a morte é semente de vida…;
e de que a plena felicidade, por que tanto
ansiamos, jamais será uma utopia!...
E é à luz desta realidade – CRISTO
RESSUSCITOU, NOSSA PÁSCOA – que
eu, católico, no limiar do ano 2 mil, quero
viver já esta vida bela e maravilhosa que
Deus me ofereceu, através dos meus pais.
Gosto imenso, acreditai, de a viver, porque nela encontrei um sentido.
Gostaria que também tu, que porventura me venhas a ler, já tivesses encontrado
o verdadeiro sentido para a tua vida. Se
tal não aconteceu e continuas a debaterte numa vida sem sentido - se quiseres - ,
poderás procurar ajuda na participaçãop
de um Convívio Fraterno, onde encontrei
e aprendi a amar esse CRISTO RESSUSCITADO, há 17 anos, e que jamais abandonarei.
Que para todos nós haja PÁSCOA, haja
LIBERTAÇÃO.
António Manuel do C.F.425
Quaresma tempo de Esperança para
ultrapassar a crise
A crise fundamental é de Amor, claro
que não há dinheiro e como diz o provérbio, casa onde não há pão todos ralham e
ninguém tem razão. O país socialmente
encontra-se a passar um autêntico calvário de dúvidas, ansiedades, depressões
e sofrimentos e agora com o deus-papão
do FMI à porta. Os meios de comunicação social vomitam finanças e afins, neste
momento todos já sabemos de economia e
finanças e dominamos todas as siglas com
que somos atormentados.
Neste tempo de desespero social, e desesperança moral e ética URGE, É MESMO MUITO URGENTE que cada um de
nós cristão conviva seja portador de Esperança.
Se há qualidade que classifique a Quaresma, é a da Esperança, muito especialmente nesta Quaresma de 2011. A Esperança que aqui refiro não é a esperança
tola e balofa de um optimismo irrealista e
idealista ou de uma ideologia.
A Verdadeira Esperança radica no Evangelho, vive-se em Jesus o Cristo, o grande
semeador de Esperança, que doou a sua
vida por cada um de nós. É este o grande milagre de toda a humanidade; Deus
que se fez Homem, por amor, se entregou
à morte, venceu a morte, ressuscitou e vive
é certo!
Só pela Fé se pode contemplar a Deus,
só pela Fé se encontra a serenidade, o silêncio para não nos deixarmos perturbar
pela insanidade e crueldade do mundo. Diz Santa Teresa; “Nada te perturbe,
Nada te espante Tudo passa, Só Deus não
muda. A paciência Tudo alcança Quem
tem a Deus, Nada lhe falta. Só Deus basta.
“Encontramo-nos assim novamente
diante da questão: o que podemos esperar? É necessária uma auto-crítica da Idade
Moderna feita em diálogo com o cristianis-
mo e com a sua concepção da esperança.
Neste diálogo, também os cristãos devem
aprender de novo, no contexto dos seus conhecimentos e experiências, em que consiste verdadeiramente a sua esperança, o que
é que temos para oferecer ao mundo e, ao
contrário, o que é que não podemos oferecer.” (Carta encíclica de Bento XVI, Spe Salvi, nº 22). E o Papa é incisivo: “Digamos isto
de uma forma mais simples: o ser humano
tem necessidade de Deus; de contrário, fica
privado de Esperança” (Spe Salvi, nº 23).
A Esperança deverá ser amparada no
Evangelho e na oração, bem como, partilhada com o próximo com quem semeamos a vida de todos os dias. Como Cristãos
convivas todos somos semeadores de Esperança, ao jeito de Jesus Cristo. Desejo Boas
sementeiras, e já agora! Não nos preocupemos com as colheitas, não é para já… nem é
da nossa responsabilidade.
António Silva
NA CONSTRUÇÃO DA
MINHA HISTÓRIA
Cada um de nós, no dia da sua existência, vai construindo a história da sua vida. Dela vamos escrevendo
e passando cada dia uma página onde se retêm os momentos bons e os menos agradáveis.
Da história da minha vida, a começar nas primeiras
páginas, aparece Maria, a Mãe de Deus, porque desde
tenra idade ela me foi apresentada como mãe espiritual,
a quem devia recorrer em todos os momentos difíceis
da minha caminhada.
A Avé Maria que, minha mãe, era eu ainda tenra
criança, me ensinou a rezar sentado na cama e com ela
ao meu lado e, no fim, a atirar um “beijo” para um quadro representando a Senhora das Dores, e aquela imagem de Nossa Senhora de Fátima que no mês de Maio,
ainda hoje é colocada na sala com duas velas acesas e
rodeada de flores, onde todos os dias fazíamos o Mês
de Maria, gravaram-se, de tal maneira na minha mente,
que é difícil ainda hoje deitar-me sem rezar aquela Avé
Maria e, no mês de Maio, ao olhar para aquela imagem,
não recordar o fascínio e a ternura daquele mês em que
diariamente com meus pais e irmãos rezava o terço.
Infelizmente já não sinto a mesma atração, ternura e
carinho para com Nossa Senhora como naquela altura
da minha vida, pois, tendo-me agora mais absorvido
com o material, a sensibilidade religiosa diminuiu em
mim.
Ainda hoje, com 41 anos, quando chega o mês de
Maio, eu sinto como que uma nostalgia inexplicável,
como que um vazio de algo que me falta, como que
uma grande necessidade de novamente ajoelhar aos
pés da Senhora e rezar. Embora seja difícil rezar o terço completo neste Mês, todavia, vou prometer a mim
mesmo não deixar passar um dia sequer deste Mês de
Nossa Senhora, sem d`Ela me lembrar.
E é curioso que ainda hoje nos momentos de desânimo, quando me surgem graves problemas ou fortes
dificuldades, é a Ela que recorro imediatamente a pedir
o seu auxílio, a sua proteção, como me havia ensinado
minha mãe e, acreditai, que nesses momentos, tenho
sentido sempre a sua poderosa proteção.
Por isso Maria faz parte da história da minha vida
porque nela, pelas mãos de minha mãe, entrou muito
cedo e nela tem exercido uma influência determinante,
e por isso dela jamais desaparecerá.
Amigo, experimenta também sentires o fascínio e a
ternura desta mulher que entrou na história da salvação de todo o homem, porque escolhida desde toda a
eternidade para Mãe de Deus, e que a Igreja te oferece
também como tua Mãe espiritual. Experimenta acolherte sob o seu manto maternal e torna presente na tua
vida, sobretudo neste mês de Maio florido que a Igreja
a ELA consagra como ROSA MÍSTICA, e verás como
também nela encontrarás uma força grande nos difíceis
caminhos da tua vida.
Sérgio, do C.F.415
Jovens em Alerta
www.conviviosfraternos.com
Suplemento DO BALADA DA UNIÃO nº 80 • Março/Abril/11 • propriedade da comunidade terapêutica • N.I.P.C. 503298689
Os vícios têm somente como recompensa
o arrependimento
Vou contar a minha história de vida. Nasci
em Rebordões, Santa Maria, Ponte De Lima,
no seio de uma família pobre mas humilde.
Cresci com os meus pais e alguns tios na casa
da minha avó paterna. Aos quatro anos de
idade nasceu a minha irmã.
Com seis anos de idade fui para a escola
primária onde estudei até à quarta classe,
mas não a cheguei acabar porque os meus
pais tiveram que mudar de habitação. Ainda
continuei a frequentar a mesma escola, mas
para continuar tinha que fazer vinte quilómetros de autocarro, e com isto reprovei de ano.
No novo ano letivo mudei de escola, e claro,
tive que fazer novos amigos.
Já no secundário aconteceu a coisa mais
drástica da minha vida. Desde que me lembro que o meu pai bebia mas nunca pensei
seriamente que ele tinha um problema com
álcool. Na verdade é que tinha mesmo um
grave e sério problema. Certo dia, depois de
um dia de escola e de ajudar a minha mãe no
campo, ao entrar em casa, a minha irmã veio
ter connosco, a dizer que o nosso pai tinha
escondido uma faca de cozinha numa jarra
da sala. Isso foi o suficiente para nós ficarmos
com medo e chamar os meus tios. Ao chegarem a nossa casa os meus tios deram uma tareia ao meu pai e levaram-nos para casa dos
meus avós maternos. No outro dia quando
fui ajudar um dos meus tios, recebi a notícia
que o meu pai tinha posto termo à vida e se
tinha suicidado, (isto é uma parte da minha
vida que não quero recordar).
Com treze anos acabei o 6º ano de escolaridade obrigatória e abandonei a escola para
começar a trabalhar e ajudar a minha mãe.
Comecei numa fábrica de enchidos, mas,
como ganhava pouco, optei por ir para a
construção civil para ganhar mais para construir a casa da minha mãe.
Aos dezoito anos fui para a Alemanha (Berlim) com mais três tios trabalhar. Foi em Berlim que curti a maior festa de música eletrónica (love parade). Estava tudo a correr normal
até que num dia estava a trabalhar foi chamado ao escritório. Quando entrei deparei com
o meu tio mais velho a chorar, e dei comigo
a pensar que alguma coisa tinha acontecido.
Cheguei perto do meu tio e perguntei- lhe o
porquê dele estar assim. Respondeu-me que
o meu avô tinha falecido. Não é preciso dizer
que foi um grande choque para mim.
Ainda há seis meses atrás o meu avô estava bem. Nesse mesmo dia apanhamos o
avião para regressar a Portugal para os atos
fúnebres, mas, ao fim de oito dias, acabei por
regressar. Para meu espanto já não foi para
mesma zona. A empresa tinha-me mudado
para Stutgart. Como não gostei da zona nem
das condições, ao fim de um mês voltei para
Portugal.
Quando cheguei meti na cabeça de comprar um carro e tirar a carta de condução, o
que acabei por fazer. Mas, como ia para a escola de carro, acabava por ir poucas vezes às
aulas e, ao fim de meia dúzia de aulas, pedi
o código. Não será preciso dizer que no dia
de exame acabei por reprovar com quatro
respostas erradas. Desisti do exame mas eu
continuava a conduzir e, claro, a estourar o
dinheiro que ganhei na Alemanha.
Um certo dia tive uma proposta para ir gerir
um bar de alterne, o que prontamente aceitei
mas, não tendo corrido lá muito bem, desisti.
Já estava em casa há alguns meses sem trabalho e a ficar sem dinheiro quando um vizinho me perguntou se queria ir trabalhar para
Frankfurt para uma empresa de Famalicão.
Como eu estava a ficar sem dinheiro, aceitei
e lá fomos nós. Mal pousei as malas, o chefe de obra perguntou se algum de nós sabia
trabalhar com gruas. Como era um trabalho
de risco, e eu gostava de aventuras, e sabia
trabalhar ofereci-me. Tudo corria bem até ao
final do mês. Já no final do mês, as coisas não
correram tão bem, na parte salarial, mas pensava que era um atraso normal. Passaram-se
dois meses, três meses, e as coisas estavam
cada vez pior. Com três meses de atraso salarial despedi-me e regressei a Portugal sem
dinheiro e mais uma vez sem trabalho.
Se já estava mal antes de ir para lá, agora
fiquei pior ainda. Mas como para tudo há
uma solução, continuei à procura de trabalho, até que surgiu uma oportunidade de ir
para Zurich (Suíça) trabalhar para uma empresa de trabalhos temporários, como oficial
de carpinteiro de cofragem. Como gostaram
do meu desempenho acabei por assinar contrato e ficar efetivo.
Mas como a vida é feita de coisas boas e
más, e nem todos os amigos que fazemos são
nossos verdadeiros amigos, e como já referi
mais atrás, que gosto de correr riscos, cometi o maior erro da minha vida, experimentar
drogas. Foi esse momento lunático que me
vez perder tudo. Acabei por perder o empre-
go, os amigos verdadeiros e até a vida social e
voltei a Portugal.
Nos primeiros tempos fui camuflando as
coisas, mas como a minha mãe é a que melhor me conhece, com o passar do tempo foi
notando algo de estranho em mim. Minha
mãe questionava-me com o que se passava,
mas eu nada dizia. Pensava que conseguia
controlar a situação, mas, na verdade, não
conseguia e cada vez estava pior, deixando a
minha mãe aflita.
A minha mãe sofria com a minha situação,
ficava cada vez mais velha e eu cada vez mais
enterrado na droga. Já não tinha vida, ou se
tinha era só para aquilo. Não trabalhava, e
só sabia que ela era minha mãe para lhe pedir dinheiro, mas, como tudo tem principio
meio e fim e como se tinha esgotado o fim,
então tive que me fazer á vida para pagar
os meus vícios. Trabalhava um dia ou dois,
roubava aqui e ali com os companheiros, pedia emprestado etc., coisa que hoje me ponho a pensar e me arrependo. E como essa
vida nos traz problemas, acabei por passar
três meses na prisão por condução ilegal,
sem carta. Foi ai que resolvi mudar a minha
vida, juntamente com a minha mãe e uma
prima. Foi ao C.A.T. (C.R.I.) e com ajuda da
segurança social comecei o meu tratamento,
passando quatro dias numa casa de desintoxicação.
Foi em Vila do Conde na clínica do Outeiro no dia 06/08/2009 que começou a minha
caminhada para a recuperação. A adaptação
ao grupo foi boa já ao programa foi um pouco mais difícil, é um programa fundado no
Canadá com bases num programa militar
com um conceito muito forte. Um programa que nos faz despertar sentimentos e nos
obriga a vivê-los. Um programa que ajuda
a conhecermo-nos melhor e a conhecer os
outros. No fundo é um programa que nos
ensina a batalhar por aquilo que queremos
e acreditamos.
E foi no Outeiro que conheci a Alexandra,
uma rapariga que estava em tratamento. Recebia e dei-lhe as boas vindas e fui-me embora “pulinar”. Passei lá duas semanas quando
normalmente só se ficam no máximo quatro
a cinco dias. Já no final fui presenteado pelo
meu bom desempenho com o cargo de “expeditor”. Claro que fiquei contente mas isso
trazia mais empenho e mais tarefas. Ao fim
de algum tempo comecei a namorar com a
Alexandra às escondidas e perdi o cargo por
quebrar várias regras com ela. Além disso
apanhei vários castigos e foram poucos os
que cumpri.
continuação pág3 JA
Podemos passar
ao lado da
Primavera?
A história, atravessada pelo dinamismo do
Reino de Deus, não se reduz a um monte de
implacáveis cinzas. Estamos, sim, prometidos
à Primavera
Com o tempo da Quaresma começa para os cristãos o acordar da Primavera. Na natureza já não
se conseguem esconder os sinais da sua presença:
das árvores de grande porte à mais singela flor
tudo parece despertar da penumbra do inverno.
Sentimo-nos como naquela passagem da Carta
aos Hebreus, que diz: «estamos envolvidos por
uma nuvem de testemunhas». De facto, o grande
alvoroço de vida com que a criação, a nosso lado,
se reveste, constitui um desafio que vai directo ao
interior de nós. Podemos passar ao lado da Primavera sem reflorir?
A chave do nosso florescimento é Cristo. É Ele
que permite ao Homem, sendo velho, nascer de
novo. De junto do Pai, Ele envia-nos o Espírito que
nos conduz à verdade plena. O Espírito desmonta o nosso fatalismo em relação a nós e à história,
desarmando as declarações que fazemos sobre o
que é impossível. Talvez achemos que não nos é
possível renascer. Talvez nos pareçam impossíveis
as transformações essenciais: as que nos conduzem
ao perdão e ao dom, à gratuidade do amor e do
serviço, ao mistério da prece e da esperança. E, contudo, o Espírito Daquele que morreu numa cruz e
ressuscitou não deixa de proclamar o contrário. O
Homem não está condenado ao peso da sua sombra ou a um crepúsculo de cinismo e desistência.
A história, atravessada pelo dinamismo do Reino
de Deus, não se reduz a um monte de implacáveis
cinzas. Estamos, sim, prometidos à Primavera.
O tempo da Quaresma é um grande momento
de profissão de Fé e, simultaneamente, um tempo
muito prático. Às portas das nossas Igrejas poderíamos colocar uma tabuleta: «Obras em curso». A
Quaresma é um estaleiro. Nesse sentido, a tradição cristã oferece-nos três meios, de extraordinária
simplicidade, mas de consistente verdade. Primeiro a oração: somos chamados a rezar, isto é, a
expormo-nos a Deus sem máscaras, em atitude de
acolhimento e de escuta. Depois, somos chamados
ao jejum. O nosso eu facilmente se torna tirânico
nas suas reivindicações, rapidamente soçobra sequestrado por uma cultura que estimula falsas necessidades e apetites, frequentemente se acha mais
do lado dos direitos que dos deveres. O jejum, através de gestos concretos de renúncia, contraria esta
lógica e devolve-nos um salutar sentido crítico em
relação ao que estamos a ser e àquilo de que nos
alimentamos. Por fim, a esmola é a expressão do
dom de nós mesmos, se quisermos ser discípulos
Daquele que se deu até ao fim.
José Tolentino Mendonça
Jovens em Alerta
2
Vila Real
Uma experiência de acolhimento
Convívio Fraterno 1150 da Diocese de Vila Real
Numa altura marcada pelas festas carnavalescas, aceitar o desafio para sermos nós próprios e retirar as máscaras, pode ser muito
complicado. Mas, houve 24 jovens da Diocese
de Vila Real que, sem apreensão o fizeram e
aceitaram o apelo d’Ele deixando-se acolher e
acolhendo-se una aos outros. Foi nos dias 5, 6
e 7 de Março, na Casa Diocesana de Vila Real,
que se realizou o Convívio Fraterno 1150.
Este foi um convívio marcado sobretudo pelos pequenos toques que Ele nos foi dando ao
longo dos três dias.
As dúvidas eram muitas, mas estes jovens
quiseram descobrir algumas das respostas e
perceberam que estas surgem na sua disponibilidade e no abrir dos seus corações, pois
de coração aberto, escutamos melhor e mais
facilmente chegamos ao essencial que é Jesus
Cristo, o único caminho.
Após a noite de acolhimento e de conhecimento, os dias foram preenchidos pela dinâmica própria de um Convívio em que se
privilegia a auto descoberta e a descoberta de
Deus no próximo.
A alegria e a conivência foram duas das
características que se fizeram notar num crescendo que a todos ia envolvendo, especialmente por meio do canto que ia relembrando
que só por meio de um amor humilde é possível se tornar mais forte, é possível ser mais
luz no meio do mundo.
Num mundo onde predomina a indiferença perante a religião e onde se procura a
alegria instantânea, é possível mostrar que
os jovens marcam a diferença e querem realmente ter nas suas vidas o AMOR DE DEUS
e assumir um compromisso responsável e coerente perante a Igreja.
O Papa João Paulo II, numa das mensagens
aos jovens por ele tão amados, dizia: “Amados jovens, a Igreja precisa de testemunhas
autênticas para a nova evangelização: homens e mulheres cuja vida seja transformada
pelo encontro com Jesus; homens e mulheres
capazes de comunicar esta experiência aos
outros. A Igreja precisa de santos. Todos somos chamados à santidade, e só os santos podem renovar a humanidade.”
Estes novos convivas apercebam-se da importância da sua contribuição para a Igreja,
de que a fé se manifesta através das obras,
não desprezando a oração…
Com estes três dias, em que deixámos cair
as nossas máscaras e conseguimos um encontro mais íntimo com Deus, saímos de lá com
a certeza de que é importante deixarmo-nos
acolher por Deus e acolher Deus nos irmãos.
A festa de encerramento foi no Auditório
do Seminário de Vila Real, e contou com a
presença de convivas, familiares, amigos, sacerdotes e diáconos que receberam os novos
convivas de uma forma bastante acolhedora.
Estes, por sua vez, transmitiram a sua alegria,
trocaram experiências, e o encerramento culminou com a Eucaristia, onde todos celebraram as graças concedidas.
pela Equipa Coordenadora
Paula Lage
Viseu
PRECISO DAS TUAS MÃOS PARA AMAR…
Convívio Fraterno 1149 da Diocese de Viseu
O pequeno João perguntava à sua tia, o que
era o Amor.
Ela como adulta, pensou, pensou na melhor
forma de lhe explicar, (pois os adultos têm a
mania de complicar) e a criança sem esperar
por resposta, afirmou:
- O Amor é um buraco!...
Sim um buraco… Foi assim que no dia 4,
numa noite fria de Março, entravam no Centro
Pastoral da Diocese de Viseu, 25 jovens, vindos
das diversas paróquias, de diferentes zonas da
diocese, para participarem de 5 a 7 de Março no
Convívio Fraterno 1149, realizando um encontro consigo, com os outros e com Deus.
Março/Abril 2011
Nestes tês dias, fomos descobrindo que o
“buraco”, dos nossos corações, necessitava de
ser preenchido com o verdadeiro Amor, porque
Deus precisava das nossas mãos para Amar.
Entrar numa aventura de encontro connosco
Próprios, com Deus e com os Outros, era o desafio. O desafio, de sentir Deus próximo, tendo
assim a oportunidade de desvendar as nossas
apreensões e fragilidades, a nossa coragem de
assumir a Fé.
Descobrir que mesmo sendo “tijolos”, de
uma Igreja Viva, podemos parti-nos em cacos
porque nos olhamos no espelho da vida, e verificamos que o caminho para a felicidade tem
“calhaus”, mas que este caminho se faz caminhando com um sorriso, que as lágrimas que
derramamos podem ser Fonte de Água Viva,
para saciar a nossa sede de encontrar, um Deus
que nos ama, nos fortalece, mesmo perante as
nossas imperfeições.
Assim tivemos a ousadia de juntar os “cacos”, a audácia de sonhar, de verificar que a
vida só faz sentido, reconhecendo que temos
um objectivo, uma missão, que é Amar, Amar
até doer!...
Assim foi vivido este encontro até à noite de
segunda-feira, dia 7 de Março, momento em
que estes jovens, que pela primeira vez realizaram esta experiência, partilharam com uma
sala composta por outros que, nos vários anos
de história deste Movimento dos Convívios
Fraternos na nossa diocese fizeram similar experiência, bem como familiares e amigos, davam ao Auditório D. António Monteiro uma
agradável moldura de alegria e entusiasmo.
O Paulo Jorge, um dos novos convivas, deunos este testemunho: “Deus é amor, e foi nesse Amor que o nosso Amigo Jesus construiu
a sua Igreja (de pedras vivas que somos todos
nós: eu, tu, ele, ela…). Nestes 3 dias, em cada
hora, em cada minuto, em cada segundo, eu
senti o Amor d’Ele. Na sexta-feira e no sábado,
eu pensei para comigo ‘como eles se amam’,
olhando para esse amor que continua hoje, em
cada conviva, desde o testemunho dos Apóstolos. Depois de Domingo e de segunda-feira,
penso ‘como eu os amo’, com esse amor quero re-continuar a missão como cristão, amado
e amando, amando-me a mim, às pessoas que
me rodeiam e a Deus. Obrigado, Jesus por me
chamares e estares com estes irmãos aqui, na
terra que criastes para nós”
Por isso, com os “buracos” dos nossos corações a transbordar de Alegria, verificamos
que vale apena pensar nisto, abalar para o Um
grande desafio… Para onde estás olhar? È tempo de Agir!...
Equipa Coordenadora
Porto
Sorrir como Jesus Sorriu
Convívio Fraterno 1152 da Diocese do Porto
Numa altura de festa como o Carnaval, 60
jovens da Diocese do Porto arriscaram partir
numa verdadeira aventura de descoberta de
como ser feliz… não numa folia de Carnaval
que passa mas numa alegria que perdura
pela vida fora e que nos faz “felizes até nos
dias tristes”.
À chegada pairavam tímidos sorrisos,
olhares de desconfiança, perguntas ansiosas.
Uma verdadeira “multidão” de desconhecidos. Com o passar do tempo a “multidão”
transformou-se em grupo e o grupo em amizade e união. Aos poucos foram descobertas
as origens da verdadeira alegria, presente no
valor que cada um de nós tem, no projecto de
amor em que estamos inseridos, no abraço do
amigo e sobretudo na descoberta do verdadeiro rosto de Jesus Cristo e da sua presença
constante, próxima e amiga. Foi neste encontro próximo, íntimo e pessoal com Jesus que
nasceu uma nova paz, serenidade e alegria
que se manifestou nos muitos sorrisos rasgados e olhares “apaixonados” por este Jesus.
Foi com Ele e na amizade uns com os outros
que descobrimos o verdadeiro caminho de
felicidade. E mais… descobrimos que não es-
távamos sozinhos, mas neste mesmo Amigo
unidos a tantos e tantos jovens que lá fora tinham o seu coração posto em nós, bem como
tantos e tantos jovens que ao mesmo tempo
experimentavam esta mesma alegria nos restantes convívios por este país fora.
Foi esta alegria que transbordou nos sorrisos, palavras e gestos durante o Encerramento
que se realizou no salão paroquial de Cesar,
com a presença sentida dos jovens vindos das
diferentes paróquias, amigos, pais e casais convivas. Cada um de nós foi “evangelho” vivo,
transmitindo a Boa-Nova do amor a todos os
que lá estavam, com sorrisos, lágrimas, abraços... O encerramento terminou com a verdadeira festa da alegria sentida pela presença de
Jesus vivo na Eucaristia que celebramos.
No início desta caminhada levamos connosco a alegria da descoberta do verdadeiro
caminho de felicidade: O Amigo, o companheiro das nossas vidas, Jesus. E por isso queremos ser reflexo do seu amor… para assim
podermos “Sorrir como Jesus Sorriu”
Pela Equipa Coordenadora:
Hugo Cravo (CF945)
Jovens em Alerta
Março/Abril 2011
Setúbal
Um encontro que mudou a nossa vida
3
Beja
SENHOR, A TI ME ENTREGO…
Convívio Fraterno 1146 da Diocese de Setúbal
Foi no passado dia 4 de Março de 2011 que cerca de
40 jovens iniciaram, no Lar de Férias da Casa do Gaiato na Arrábida, um Encontro que pode ter mudado as
suas vidas para sempre.
O Convívio Fraterno 1146 mudará as nossas
vidas se reconhecermos com quem nos encontrámos. O que foram todos os silêncios e as conversas, as alegrias e as lágrimas, as canções e as orações, os novos amigos e os perdões antigos; senão
sinais e testemunhos do Misterioso Encontro com
Jesus Cristo nosso Salvador?
O que é o Convívio senão…
…Um Encontro em que nos encontrámos connosco próprios, olhando-nos como Deus no olha;
…Um Encontro em que nos encontrámos com o
Cristo ressuscitado;
…Um Encontro em que nos encontrámos com a
Igreja onde Jesus vive e onde a nossa vida encontra o seu Destino!
Desse facto também nos deu testemunho o
nosso bispo D. Gilberto, que ao estar presente
tornou presente toda a Igreja. Esta Igreja presente
no carinho e nas orações recebidas e na presença
de muitos irmãos no Encerramento em Fernão
Ferro, onde testemunhámos a nossa felicidade e
gratidão.
Que o que encontrámos nestes dias, não nos
deixe nunca e que a nossa vida seja assim sempre
tão feliz e completa, na presença de Cristo Ressuscitado.
Que o Senhor nos ajude!
Um forte abraço, pela equipa do 1146
Mané
Santarém
“IR PELO MUNDO MOSTRAR A SUA HERANÇA”
Convívio Fraterno 1151 da Diocese de Beja
Realizou-se nos dias 5, 6 e 7 de Março
de 2011, no Centro Pastoral de Beja o Convívio Fraterno nº1151, o 46º desta diocese.
Foram 19 os jovens que se colocaram a
caminho de Beja, vindos de vários pontos
da diocese e até mesmo de fora.
Tal como outrora, Zaqueu procurava
ver Jesus, apesar da sua desconfiança,
também estes jovens traziam no coração
muitas dúvidas e incertezas por esclarecer. À medida que o tempo avançava
cada um destes jovens, cruzando o seu
olhar com o de Jesus, ia experimentando
o Amor incondicional de Deus, o que os
levou a abraçar esse mesmo Amor, numa
atitude de confiança e abandono nas
mãos do Pai.
Foi neste ambiente de Paz e Amor, recém-descoberto, que cada um dizia, à sua
maneira: “Senhor, a ti me entrego, com
todo o coração!”.
É maravilhoso poder descobrir no
rosto de cada irmão o rosto do próprio
que nos fala, e convida a segui-Lo.
O encerramento realizou-se no dia 7
de Março, no salão do Centro Pastoral,
onde pudemos partilhar a Boa Nova da
Ressurreição de Jesus. Foi neste momento que os novos convivas manifestaram
a alegria desta descoberta e o desejo de
não apagarem das suas vidas a presença do Senhor.
O ponto alto do encerramento foi a
celebração da grande festa da vida, a
eucaristia, presidida pelo Sr.D. António
Vitalino Dantas, Bispo de Beja, e concelebrada por alguns padres da nossa diocese e um diácono.
Resta a certeza de um “4º dia” cheio
de dificuldades na vivência desta experiência iniciada no convívio, muito contrária ao mundo em que vivemos.
P`la Equipa
Jorge Mata
Os vícios têm somente como
recompensa o arrependimento
continuação pág1 JA
Convívio Fraterno 1153 da Diocese de Santarém
Nos passados dias 5-8 de Março realizou-se, na
diocese de Santarém, o Convívio Fraterno (CF)
n.º 1153. A casa de retiros das irmãs de S. José de
Cluny, em Torres Novas, acolheu, mais uma vez,
o movimento dos CF, tendo os 14 Novos sido convidados a viver um tempo de encontro consigo
próprios, com Deus e com os outros, ao invés de
participarem na folia (muitas vezes desproporcionada) que habitualmente caracteriza a época
carnavalesca.
O número reduzido de participantes não foi um
entrave à vivência da alegria da (re)descoberta do
amor de Deus na vida e na pessoa de cada um,
tendo-se desenvolvido um espírito de amizade e
de partilha da fé em Jesus Cristo. Este Cristo, que
se entregou e ressuscitou por nós, é realmente a
Água Viva (Jo 4, 14) que sacia a sede dos jovens
em serem cada vez melhores; que seduz e os leva
a não quererem ficar no meio termo, mas a serem
comprometidos e responsáveis em cada momento das suas vidas, no meio dos pares, na família e
na comunidade a que pertencem.
No final dos 3 dias de CF cada um dos presentes
foi enviado pelo senhor bispo e desafiado a “ir pelo
mundo mostrar a sua herança”, na convicção de que
a verdadeira amizade em Cristo cresceu ao longo
destes dias e, com ela, a importância dos verdadeiros
amigos nas escolhas diárias, no meio da imensidão de
propostas a que o jovem é sujeito e que tantas vezes
são contrárias ao caminho que Cristo nos indica: o de
amarmos como Ele nos amou, pois Ele é o Amor que
nos salva e embeleza as nossas vidas.
Pelo movimento dos CF da diocese de Santarém,
Joana Jorge CF 1088
Um dia, fartos de lá estar, decidimos
fugir uma vez que não nos deixavam
sair de livre vontade. Fomos por terras
e pinhais até há paragem de metro mais
próxima que nos poderia levar até ao
Porto. Quando eu e a Alexandra chegámos à cidade do Porto não tínhamos
dinheiro para fazer fosse o que fosse,
foi quando ela decidiu assaltar alguém
na rua o que nos levou a recair e perder
tudo outra vez.
Desesperados, dormimos na rua e no
dia seguinte viemos pedir ajuda aos pais
dela. Foi tudo muito dramático. Ainda
tentei ligar para a minha mãe mas não
podia voltar para casa. Foi o pai dela
que no final da tarde falou com o Diretor da Comunidade de Santa Marinha
dos Convívios-Fraternos e, graças a eles
consegui dar entrada nos Convívios Fraternos ainda nessa noite porque não iria
poder ficar lá em casa dela nessa noite.
Desde esse dia que faço um esforço por
seguir um caminho mais correto, contrariar os meus velhos hábitos da vida que
“destruí”, conhecer-me melhor como pessoa para poder vir a ser alguém na vida e
poder dar um bom futuro a mim e às pessoas que me vão acompanhar na minha
vida junto a mim, apoiando-me nas coisas boas e nas más, como a minha família
e a Alexandra. Voltei a sonhar com coisas
boas no futuro e a sentir bons sentimentos, coisas tão básicas que eu já me tinha
esquecido do que era porque as drogas
sempre fizeram com que tudo fosse falso
e de curta duração. Agora tenho coisas
que são bem mais duradouras que são a
minha dignidade, o meu amor-próprio e
respeito.
“O vício tem somente como recompensa, o arrependimento”.
Ricardo M. Sousa
Jovens em Alerta
4
Bragança
Bragança Rumo às JMJ 2011
“Enraizados e edificados em Cristo”
Convívio Fraterno 1148 da Diocese de Bragança
“Enraizados e edificados em Cristo”, tema
que o Espírito Santo quis que nos guiasse durante os três dias do convívio numero 1148.
Foi na noite de 3 de Março que se deu inicio a
mais um convívio fraterno na diocese de Bragança - Miranda. Cerca de 36 jovens da diocese decidiram, durante três dias, dizer basta a
uma sociedade mergulhada nos preparativos
carnavalescos, como anda de resto o ano inteiro, e dizer sim a uma verdadeira e única experiencia em Cristo.
Nós, jovens, temos dentro de nós uma ânsia
e um profundo desejo de felicidade verdadeira que apenas pode ser alicerçada no único pilar capaz de a sustentar verdadeiramente: Jesus Cristo. Se, realmente, este tema nos remete
por um lado para raízes, aquelas que alimentam e sustentam as árvores, e por outro para a
construção, edifícios firmemente construídos.
Não é menos verdade que, a utilização dos
termos no passivo, nos remete como sendo
Cristo aquele que toma a iniciativa de enraizar
e edificar os fiéis, ¡Haznos firmes en ti!
As nossas verdadeiras e firmes descobertas
são aquelas que fazemos com o nosso coração,
do qual brota uma sede de infinito que só Ele
pode saciar... Durante três dias fomos impelidos a ouvir o nosso coração, aquilo que Deus
nos diz através dele, os desafios que Ele nos
lança, a como diz o Papa dos jovens, não ter
medo e escancarar as portas para aquele que
compreende todo o ser jovem, o nosso best
friend, J.C “Não tenhais medo! Abri, ou me-
lhor, escancarai as portas para Cristo” diz o
Papa João Paulo II. De facto, foi isto que aconteceu, ESCANCARARMOS as portas a Cristo
deixamo-nos enraizar e edificar por Ele. Apenas Ele consegue transformar as nossas inseguranças, as nossas fragilidades, a nossa falta
de estabilidade na firme certeza da felicidade
onde todas as fraquezas são pontos de partida
para nos enriquecermos Nele.
Toda esta experiencia de três dias se reflectiu no encerramento na paróquia de São Bento e São Francisco onde fomos acolhidos pela
igreja em festa! Ali pudemos testemunhar o
poder da oração, os nossos ideais e as mudanças que operam em nós quando nos deixamos
seduzir por Ele. Esteve presente Sua Exª. Rev.
D. António Montes Moreira, bispo diocesano
que, com a sua presença serena e profunda,
continua a acompanhar os jovens e a entusiasmar-nos a levar Jesus Cristo a todos e mudar
o mundo.
Sabendo nós que “a oração não é a forma de
levar Deus a fazer a nossa vontade, mas sim de Ele
nos mostrar a sua”, como nos disse D. António
Montes. Continuamos a rezar e pedir a intercepção de Maria, nossa Mãe do céu, pelo sucesso dos resultados do 1148, que nós tenhamos a firme certeza de que Ele vale sempre a
pena e que, como diz o sr. Pe. António Magalhães, “as nossas raízes em Cristo, cresçam no
coração e não no exterior do ser”.
Pela equipa coordenadora
Foi no dia de lançamento de mais um núcleo paroquial do movimentos dos convívios
fraternos na diocese de Bragança-Miranda que
se realizou a primeira formação de preparação
para as Jornadas Mundiais da Juventude 2011 a
realizar em Agosto na capital espanhola.
Depois de uma manha com destaque para a
eucaristia dominical com a animação dos convivas que englobam o núcleo de S. Bento e S.
Francisco e com todos os que se quiseram juntar para celebrar connosco, foi ao inicio da noite
que se juntaram alguns convivas para reflectir
e pensar no tema da 1ª catequese proposta pelo
organização das JMJ, “Deus fez-nos capazes de
viver com Ele”.
Foi de forma jovem e dinâmica que o núcleo
organizou assim o início desta caminhada. Durante perto de 80 minutos reflectimos sobre o
significado do logótipo das JMJ deste ano e sobre a história das jornadas. Neste encontro houve também momentos de oração, pois acreditamos que a oração é a força que vence a Deus
unindo-nos mais fortemente com Ele !
“Bem, eu acho muito importante estas reuniões de preparação para as J.M.J. pois além de
nos preparar a nível logístico permite-nos antecipar aquilo que eventualmente iremos viver,
preparando-nos para tal e entrarmos desde já
nesse espírito.”
Gilberto Morais CF 820
“Depois desta reunião sinto-me muito alegre
e saciada desta sede de infinito! Primeiro como
membro do núcleo de S. Bento que esteve na
organização da catequese, ajudou-me no conhecimento e na aproximação dos restantes
membros, pois obrigou-nos a trabalhar em
equipa e como “juntos seremos mais fortes”
torna-se mais fácil esta caminhada se tivermos
do nosso lado pessoas com o mesmo ideal e o
mesmo farol : Jesus Cristo;
Ciente que a JMJ não decorre apenas no mês
de Agosto, sei que ela terá mais qualidade e trará mais frutos quanto melhor preparada for e
foi através da 1ª catequese que quisemos que
ao longo destes meses até à grande data, fazer
o caminho de aprofundamento serio e comprometido através da promoção de encontros de
jovens, diálogo, partilha e confronto com os valores do evangelho.
Por outro lado e como já dizia o nosso papa
bento XVI “as JMJ não é apenas um evento
momentâneo, é preparada durante um longo
caminho” sei que estas catequeses são verdadeiramente importantes uma vez que servem
de base a uma melhor preparação espiritual e
caquéctica de nós jovens. Ajudou-me particularmente a assimilar os objectivos das JMJ colocando-me em contacto tanto com o lema como
com a oração proposta pelo papa”
Cassilda Domingues CF 1031
A preparação para as jornadas mundiais
da juventude começou em cheio. A primeira
catequese foi extraordinária. Nessa noite, maravilhosamente preparada pelo núcleo de São
Bento, foi o começar de um caminho, de um trilho rumo às jornadas mundiais da juventude.
A minha (nossa) ânsia de que o mês de Agosto chegue, cresceu. Mas não foi apenas a ânsia
que cresceu, a nossa fé e o nosso amor por Jesus
Cristo também. A nossa raiz irá tornar-se cada
vez mais robusta e profunda para chegarmos
ao essencial: o amor pleno a Jesus Cristo.
Inês Ruivo CF 1130
Braga
“O essencial é invisivel aos olhos”
Jorge Pinto, CF 1107
Nasce mais um núcleo paroquial na
diocese de Bragança
Foi Domingo, o dia do Senhor, que os convivas da paróquia de S. Bento e S. Francisco escolheram para celebrar o lançamento do núcleo
na mesma.
Como de outra forma não poderia ser, foi
através da celebração da eucaristia que o núcleo se afirma como “agora activo”, oficialmente a partir portanto do dia 20 de Fevereiro
deste ano.
É com muito orgulho que afirmamos e agradecemos o empenho do nosso pároco, Sr. Pe.
Rufino que com a sua dedicação e disponibilidade nos levou a esta celebração tão especial;
aos convivas do 1141 que se integraram na
nossa paroquia para ajudar na animação da
eucaristia; ainda ao resto dos convivas que qui-
Março/Abril 2011
seram mostrar o seu apoio com a sua presença
e não poderíamos deixar de referir a restante
comunidade que nos acolheu e felicitaram!
É com imensa alegria que vamos trabalhar
para evangelizar mais jovens trabalhando preferencialmente na zona geográfica englobada
pela paróquia. Como diz o fundador do nosso
movimento, o Sr. Padre Valente de Matos “os
núcleos paroquiais são a célula base do movimento” e é neste sentido que o núcleo vai
funcionar, com a integração na comunidade
paroquial como igreja intensificando a vida de
piedade e de oração.
Pelo Núcleo
Cassilda Domingues CF 1031
Convívio Fraterno 1145 da Diocese de Braga
Guimarães, noite de sexta-feira, 4 de Março, um grupo de 21 jovens começava a desenhar-se para se envolver numa aventura: um
encontro consigo próprio, com os outros e
com Deus!
Os dias que se seguiam até ao 7 de Março era uma incerteza, mas uma pista lhes era
revelada: “O essencial é invisível aos olhos”. E,
assim, com a necessidade de terem um coração atento e disponível, lá foram vivendo
o fim-de-semana prolongado, que antecede
o Carnaval, para descobrirem o magnífico
amor de Deus.
Durante 3 dias este grupo de jovens, foi
criando laços e cada um se foi questionando,
confrontando e procurando respostas para as
ansiedades e dúvidas das suas vidas: respostas que só foram possíveis de encontrar no
mais íntimo de si!
Cada um foi vivendo o Convívio-Fraterno,
fazendo a sua caminhada e o regresso à “fonte de água viva”, ao Deus de Amor que já se
pressentia!
Jesus Cristo, o amigo sempre presente, o
companheiro de jornada, revelou-se e a cada
um abraçou e seduziu. E os jovens, com um
coração aberto, deixaram-se transformar por
um sopro leve e imenso que vem do Céu, por um
amor suave que vem de Deus, um amor que transforma e alumia.
Foram três dias de uma aventura diferente,
carregados de gestos e sinais que espelhavam
a ternura do nosso Deus.
Terminados estes dias, com o encerramento em Moure, Barcelos, começa a mais bela e
exigente etapa: o 4º dia! Agora é o tempo de
partilhar a riqueza que recebemos.
A Equipa Coordenadora
3
Março/Abril 2011
Portalegre - Castelo Branco
Um eco do amor de Deus
Guarda
Afastar o frio com uma experiência
calorosa
Convívio Fraterno 1145 da Diocese de Portalegre - Castelo Branco
Entre uma chuva miúda e pequenas orações,
começávamos ontem mais um encerramento no
Seminário do Preciosíssimo Sangue de Proençaa-Nova, o qual acolheu o quinquagésimo quinto Convívio Fraterno da Diocese de Portalegre
- Castelo Branco, nos dias 5, 6 e 7 de Março.
Nestes três dias de encontro connosco mesmos, de descoberta de Deus e do “arregaçar”das
mangas para ir ao encontro dos outros, contou
com um número humilde de novo convivas,
composto por doze elementos, número este que
nos traz à memória um outro grupo de há mais
de dois mil anos, fazendo chegar até nós esta fé
que nos deixa muitas vezes paralisados entre as
incertezas e a audácia. E foi com estes sentimentos que arrancou este convívio, começando logo
a colocar questões quando conhecemos alguém
especial de bata branca, com um estetoscópio ao
pescoço e uma Bíblia na mão. Depois disseramnos que para amar temos muitas vezes que sair
da nossa zona de conforto, estarmos atentos
aos sinais que se cruzam no nosso caminho e
deixarmo-nos arder por este amor genuíno que
nos impele a viver com coragem e humildade.
Mas depois falaram-nos da meta “felicidade”,
revelando-nos um mundo em que as lágrimas
e os sorrisos se completavam nesta busca. Ao
mesmo tempo, descobrimos que nesta batalha,
podemos tropeçar imensas vezes, fazendo-nos
falhar o alvo daquilo que procuramos, daquilo
que ansiamos e lutamos. Mas depois foi-nos
dito para não temer, pois há sempre Alguém
que nos ajuda a levantar e que nos volta sempre
a indicar o centro deste alvo”.
Entre esta confiança e alguns receios, tivemos um encontro mais íntimo com Deus,
o qual nos fez voltar a voar, a sonhar, a caminhar e a perceber que não estamos sós; e que
precisamos de ir ao encontro daqueles que se
encontram esquecidos num marasmo anémico. Mas para isso, é preciso ter a coragem de
tirar as mãos dos bolsos e enfrentarmos várias
pranchas bem altas ao longo do nosso 4º dia,
para mergulhar em profundidade. Contudo,
encontraremos sempre novos obstáculos e até
nos podem fazer caminhar em cima de cadeiras, mas a audácia de saltar desta prancha, será
sempre uma decisão nossa, uma decisão que
deverá ser alcançada através da perseverança
no pouco que podemos fazer, no concreto em
que nos empenhamos a realizar e no possível
que temos que acreditar.
Este foi um convívio muito especial que contou com a presença de alguns daqueles que há
muito moram no nosso coração, com a despedida de muitos que vão continuar o seu caminho, com o exemplo daquele que sonhou este
movimento na nossa diocese e com um grito
profundo do amor de Deus de que queremos
ser o eco.
Pela Equipa Coordenadora
Rui Correia
Convívio Fraterno 1147 da Diocese da Guarda
O Movimento dos Convívios Fraternos da
Diocese da Guarda promoveu, de 4 a 7 de
Março, mais um Convívio Fraterno, este com
o número 1147, contando com 30 novas participações.
Os jovens, que chegaram dos mais variados
pontos da Egitânia, depressa se esqueceram
do frio que se fazia sentir no sopé da Serra da
Estrela e fizeram do Seminário Menor do Fundão, uma nova fonte de energia, na qual Cristo
foi o “combustível” que não terminou!
Na verdade, foi em torno d’Ele que se (re)
criou esta experiência de encontro e fortaleci-
mento da fé, que aqueceu o coração dos jovens
que, às vezes, distraídos nem dão pela Sua
presença na vida quotidiana.
Mais uma vez se comprovou que o “frio é
psicológico”, porque quando se têm motivos
para cantar, rezar e viver a comunhão, não
há temperaturas baixas ou negativas… antes
se deixa aquecer o coração com o fogo do Espírito, para que se alimente a força do nosso
Acreditar!
No final… o desejo de recuperar cada minuto
desta experiência calorosa e o compromisso
de “ir pelo Mundo mostrar a herança”!
Moçambique
Convívios fraternos rumo ao futuro
O movimento dos convívios fraternos chegou a Moçambique em 2002. Nos primeiros
anos, conseguia realizar por ano dois convívios, no entanto, começou a enfrentar algumas dificuldades e teve de passar a ter apenas um convívio por ano, o que significava
um enfraquecimento desta obra de Cristo,
em terras moçambicanas. Este ano, porém, o
movimento recebeu uma dádiva, pois algumas casas abriram as portas para acolherem
a realização dos convívios fraternos. Desse
modo, com a graça de Deus, o movimento
vai realizar 3 convívios fraternos, a saber: de
8 a 10 de Julho – na Paróquia São Rafeal de
Chibututuine; de 9 a 11 de Dezembro, em
Ressano Garcia; de 16 a 18 de Dezembro, na
Casa das Irmãs Pilarinas em Maputo. Esses
convívios fraternos destinam-se aos jovens
da Arquidiocese de Maputo.
Chico cf. 854
A propósito: Os “idosos” morrem muito antes de morrer.
A sociedade não os vê como uma valia mas
como um fardo.
Em que sociedade vivemos e como vivemos
em sociedade? Esta é uma das perguntas que
todos nós devemos intuir. A família como centro de toda a actividade e célula valorativa da
vida humana tende a desaparecer.
1 - A Assembleia Geral das Nações Unidas,
atenta à importância do envelhecimento à escala global decretou no ano de 1999, portanto
há 12 anos, o Ano Internacional do Idoso. Comemorado e celebrado por todo o universo dos
homens, e pelo que nos é dado a conhecer, alguns sectores com responsabilidades na sociedade nesta área mudaram o seu agir, mas em
Portugal, por incrível que pareça, continuam a
morrer idosos sem que ninguém note pela sua
falta. É o caso da senhora que morreu há 9 anos,
pouco tempo depois da celebração do Ano Internacional do Idoso.
Ao declarar o Ano Internacional do Idoso, as
Nações Unidas declararam também um conjunto de princípios que na minha perspectiva
vale a pena recordar:
O primeiro é o princípio da Dignidade – os
idosos ou os “seniores” como agora se chamam
têm de ter as condições de vida que preservem
a sua dignidade intrínseca; o segundo, é o princípio da Autonomia – devem ter as condições
para exercerem, em pleno, na família e na sociedade; o terceiro é o Desenvolvimento Pessoal – no plano cultural, profissional e, também
espiritual; o quatro é o Acesso aos Cuidados
– de prevenção da doença e de promoção do
bem-estar físico, psíquico e espiritual; o quinto
e último é o princípio da Participação – que dá
direitos aos idosos – seniores – a capacidade
para intervirem sempre que o devem fazer.
2 - Como em todas faixas etárias: idosos,
jovens e crianças, estes nunca são um grupo
homogéneo. Em todos os estratos etários há
pessoas débeis e pessoas que morrem, como
também existem pessoas saudáveis e, por isso,
os idosos não são um estrato etário muito diferente dos outros.
Na sociedade portuguesa, como sabemos,
o índice de envelhecimento aumentou significativamente e alberga no seu seio mais de um
milhão e meio de idosos constituindo um estrato social que deve ser “valorizado, respeitado e
não arrumado”.
Os factos e acontecimentos recentes e noticiados por toda a comunicação social, apesar de
isolados, dão-nos um panorama muito duro da
realidade e da maneira como muitos dos nossos idosos são tratados, esquecidos pela família,
em primeiro lugar, e depois pelas entidades responsáveis que têm o dever de olhar por aqueles
que no activo da sua vida ajudaram a construir
o país que hoje somos.
3 - Dedicados à vida que construíram durante um percurso e estilo de vida, os idosos,
estão presos por esses laços que não devem ser
destruídos mas simplesmente acompanhados
e estimulados. Deve, a família, sempre num
primeiro momento, ajudar a criar um ambiente
favorável à sua concretização e o Estado através das suas estruturas não podem ignorar esta
realidade.
A criação de serviços de proximidade e de
vizinhança, nos meios mais rurais, têm ajudado as pessoas idosas a permanecerem nos seus
espaços – nas suas casas – com alguma qualidade e companhia. Contudo, muitos continuam
a morrer sozinhos e sem que ninguém dê pela
sua falta.
Seria útil que todos: família, instituições, governo, organizações de apoio aos idosos e voluntários reflectissem nos princípios emanados
da Nações Unidas e se de facto a sua validade e
pertinência tem aplicação prática para que amanhã como hoje não continuem a morrer idosos
antes de morrer. Isto é, abandonados à sua sorte, depois de “tanto terem dado” à sociedade
que agora os esquece como se fosse apenas um
fardo que é necessário eliminar.
Os últimos acontecimentos mostram apenas
a ponta do icebergue que a “humanidade ou a
melhor a desumanidade” esconde. A morte de
muitos idosos antes mesmo de morrerem.
Já agora, penso que cada um deve pensar e
reflectir sobre a sociedade em que vivemos e somos, e como vivemos e somos em sociedade?
Carlos Costa Gomes CF 132
4
Março/Abril 2011
UM EVANGELHO CREDÍVEL
em situações penosas, não se apaga
neles o desejo do verdadeiro amor e
da autêntica felicidade.
E por isso nunca deixam de aflorar
as perguntas de fundo, tais como: Porque estou no mundo? Que sentido tem
viver? Que será da minha vida? Como alcançar a felicidade? Porquê o sofrimento,
a doença e a morte?
Perguntas que são angustiantes
quando os jovens têm que enfrentar
obstáculos que às vezes parecem insuperáveis: dificuldades para estudar,
falta de trabalho, incompreensões da
família, crise nas relações de amizade
e na construção de um projecto de casamento, doenças ou incapacidades,
carência de recursos adequados por
causa da actual e generalizada crise
económica e social.
Em busca da verdadeira esperança
A experiência mostra que as qualidades pessoais e os bens materiais não
são suficientes para assegurar aquela
esperança que a alma humana busca
constantemente. Como escreveu o actual Papa na encíclica Spe salvi, a política, a ciência, a técnica, a economia
e qualquer outro recurso material, por
si sós não são suficientes para oferecer a grande esperança a que todos
aspiramos. Esta esperança «só pode ser
Deus que abraça o universo e que nos pode
propor e dar aquilo que só por nós não podemos alcançar» (n. 31).
Para S. Paulo, a esperança não é só
um ideal ou sentimento, mas uma
pessoa viva: Jesus Cristo, o Filho de
Deus. Impregnado profundamente
por esta certeza, poderá dizer a Timóteo: «Pusemos a nossa esperança
no Deus vivo» (1 Tm 4, 10). O «Deus
vivo» é Cristo ressuscitado e presente
no mundo. Ele é a verdadeira esperança: Cristo que vive connosco e em nós,
e nos chama a participar da sua mesma vida eterna. Se não estamos sós, se
Ele está connosco, se Ele é o nosso presente e o nosso futuro, porque temer?
A esperança do cristão consiste, portanto, «em aspirar ao reino dos Céus
e à vida eterna como nossa felicidade,
pondo a nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos não nas
nossas forças, mas nos auxílios da graça do Espírito Santo» (Catecismo da
Igreja Católica, 1817).
Vivemos um momento histórico que
constitui uma oportunidade para a
Igreja e para o Apostolado da Oração.
Queremos aproveitar a nossa rica tradição espiritual, os
Padres da Igreja, os Padres do
deserto, os místicos de todos os
tempos para dar uma resposta
aos nossos contemporâneos.
Existe a necessidade de Deus e
3720 Cucujães
nós encontrámos o tesouro esTaxa Paga
condido.
Propriedade Editorial e Administração:
Queremos e devemos anunConvívios-Fraternos
ciá-lo, em primeiro lugar a parN.I.P.C. 503298689
tir do nosso testemunho, dizenTelef.: 234 884474 Fax 234 880904
do aos outros aquilo que nós
Director e Redactor:
descobrimos. Como afirmou
P. Valente de Matos
João Paulo II: «Hoje as pessoas
Depósito Legal: 634/82 - Nº de Registo: 108164
acreditam mais em testemunhas
Este jornal encontra-se em www.conviviosfraternos.com
que em professores… na vida e nos
Correspondência
factos que em teorias».
Apartado 12 - 3860-130 Avanca
Para que, através do anúncio credível
do Evangelho, a Igreja saiba oferecer sempre, às novas gerações, renovadas razões
de vida e esperança. (Intenção do Santo
Padre – Abril)
Situação actual
Não há dúvida que vivemos num
tempo confuso e de profunda crise
também no seio da Igreja. Crescem no
mundo a intolerância e as incertezas,
a injustiça, as guerras, a violência, a
pobreza, a fome. A cultura ocidental
dominante está marcada pelo secularismo e o materialismo, que parecem
não necessitar de Deus. Mas também,
e talvez por isso mesmo, somos testemunhas de um tempo de intensa
busca espiritual, por parte de muitos
dos nossos contemporâneos. Há um
renascer da espiritualidade e do desejo de Deus, mas tantas vezes buscado
no lugar errado.
Os progressos da ciência e a abundância das coisas materiais não conseguem responder à pergunta pelo sentido da vida e às necessidades mais
prementes do coração humano. Hoje
em dia entram no «mercado» múltiplas ofertas religiosas que pretendem
oferecer respostas ao vazio existencial
de quem não quer um mundo sem
Deus.
Oferecer o Evangelho, sobretudo às
novas gerações, de modo credível e
significativo, é um desafio permanente e
sempre apaixonante para a Igreja.
Necessidade da esperança
Todos nos damos conta da necessidade de esperança, não de qualquer
esperança mas de uma esperança firme
e credível. Em particular, a juventude
é tempo de esperanças, porque olha
para o futuro com muitas expectativas. Quando se é jovem alimentam-se
ideais, sonhos e projectos; a juventude
é o tempo em que amadurecem opções decisivas para o resto da vida.
Mas a crise de esperança é também
mais forte nas jovens gerações que,
em contextos sócio-culturais em que
faltam certezas, valores e pontos de
referência sólidos, têm que afrontar
dificuldades que parecem superiores
às suas forças. Por isso, para muitos
a única saída que se apresenta possível é a fuga alienante para comportamentos perigosos e violentos, para a
dependência da droga e do álcool e
outras formas de falsa solução. Apesar de muitos jovens se encontrarem
[email protected] [email protected]
António Coelho, s.j.
Nota Pastoral da Conferência
Episcopal Portuguesa por
ocasião da Beatificação do
Papa João Paulo II
Em Nota Pastoral, de que publicamos parte, a conferência
Episcopal Portuguesa convida
os cristãos a associar-se à comemoração, a nível nacional da
beatificação do Papa João Paulo
II, que terá lugar em Fátima no
próximo dia 13 de Maio.
1. Os santos actualizam o
Evangelho
No próximo dia 1 de Maio, a
Igreja vai beatificar o Papa João
Paulo II. A beatificação de alguém é a celebração agradecida
pela vida e testemunho cristãos
de um homem ou de uma mulher, proclamando a sua virtude e oficializando o seu culto
público. Reconhecido o seu alto
grau de santidade, isto é, provadas as suas «virtudes heróicas»
e confirmadas por um milagre,
a pessoa beatificada é proposta
à veneração dos crentes como
modelo, estímulo e intercessora
junto de Deus.
Só Deus é verdadeiramente
Santo. Mas todos os baptizados
tornam-se «santos», como com
toda naturalidade lhes chama S.
Paulo nas suas cartas, por participação na vida e santidade de
Cristo. No amor e na fidelidade
ao Espírito Santo e à missão recebida da Igreja, a santidade original reflecte-se na santidade de
carácter moral, que é um caminho feito de entrega e aperfeiçoamento espiritual no serviço de
Deus e do próximo. É essa santidade que a Igreja, tantas vezes
ao longo dos séculos, propõe aos
contemporâneos e vindouros,
como testemunho de qualidade
humana e desafio de crescimento, como nos recorda o Concílio
Vaticano II: «Todos os cristãos
são chamados à santidade e
obrigados a tender à perfeição
do próprio estado de vida» (LG,
42). O viver cristão é um caminho
de perfeição, que leva à felicidade
verdadeira.
Cada santo, a seu modo e no
seu tempo, distingue‑se pelo
grau elevado da sua comunhão
pessoal com Cristo, que se revela sempre de um modo único e
diferente, conforme os carismas
e caminhos próprios com que
respondeu à graça e aos sinais
dos tempos.
Ao beatificar João Paulo II, a
Igreja está a sublinhar certos traços de uma santidade particular,
considerando que não só merece
ser conhecida e admirada, como
pode ser luz que guia e estimula a prosseguir nos caminhos da
conversão ao amor de Deus e do
serviço aos homens e mulheres
dos nossos dias.
…
2. Santidade: graça e liberdade em diálogo
…
A beatificação do Papa João
Paulo II é um chamamento e
uma oferta que a Igreja faz a
todos os homens e mulheres de
boa vontade. Somos convidados
a dar graças a Deus pela vida
e acção deste Papa, por todo o
bem e estímulo que nos continua
a transmitir pelo seu exemplo e
intercessão.
Somos também convidados a
agradecer e a acolher a bondade
de Deus que, mais uma vez, se
revela atento às nossas necessidades e alegrias, tristezas e
esperanças, suscitando sempre,
no momento certo, pessoas disponíveis a apontar, de forma
renovada, Jesus Cristo, caminho
seguro, verdade luminosa e vida
abundante.
Para além das iniciativas que
as diversas comunidades cristãs
acharem por bem promover, os
Bispos portugueses convidam
os fiéis a associar‑se à comemoração, a nível nacional, da Beatificação do Papa João Paulo II,
que terá lugar em Fátima, no
próximo dia 13 de Maio.
João Paulo II cultivou uma
devoção autenticamente cristã a
Nossa Senhora, tornando vida a
sua divisa episcopal: «Totus tuus.
Todo teu. Tudo o que tenho vos
pertence. Sois todo o meu bem.
Dai‑me o vosso coração». É considerado o Papa de Fátima, que
um ano depois do atentado na
Praça de S. Pedro, em Roma, a
13 de Maio de 1981, veio à Cova
da Iria agradecer à Rainha da
Paz o ter providencialmente sobrevivido.
Que Maria, Mãe de Deus e Mãe
da Igreja, nos inspire a progredir nos caminhos da santidade,
a que Deus nos chama na vida
comum do nosso quotidiano.
Fátima, 14 de Março de 2011
Via-Sacra Conviva
Os convivas da diocese do Porto dinamizaram, no dia 2 de Abril,
um Convívio Animação para Jovens e Casais Convivas, onde se
viveu uma reflexão Quaresmal
com a realização da Via-sacra, a
qual ocorreu na paróquia de Fornos (Santa Maria da Feira).
Esta actividade envolve vários
núcleos convivas da diocese, em
que cada núcleo é responsabili-
zado por uma estação, tendo que
realizar uma encenação de acordo com o texto distribuído. A Jornada nocturna da Via-sacra pelas
ruas de Fornos, foi um tempo de
oração e de recolhimento, muito proveitoso para os que aceitaram o convite radical de fazer
o caminho e aceitar o convite de
Jesus para o Amor.
A história não acaba com a
morte de Jesus, mas é reinventada ao jeito de Jesus ressuscitado. Após a décima quarta estação da Via-sacra celebramos
a Eucaristia. Este conjunto de
celebrações auxiliam-nos a ser
melhor e a vivermos com a dignidade de Filho de Deus.
Actividades deste tipo são um
meio óptimo de evangelização e
de encontro.
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fazer - Convívios Fraternos II