MINAS GERAIS SÁBADO, 14 DE JUNHO DE 2014 - 4
AGRICULTURA
Produção mineira de sorgo deve
alcançar 517,4 mil toneladas
qSecretário de Agricultura, André Merlo, ressalta que o resultado mostra
superioridade de Minas em relação à média nacional A
produção mineira de sorgo,
na safra 2013/14, terá crescimento estimado em 9,6%, devido
à produtividade de 3,1 toneladas
por hectare, equivalente a um
acréscimo de 8%.
DIVULGAÇÃO/SEAPA
Produto continua
como bom
‘coadjuvante’
do milho na
formulação de
ração para aves,
suínos e bovinos
De acordo com avaliação da
Secretaria de Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Seapa) o volume
deverá somar 517,4 mil toneladas,
como informa a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O secretário André Merlo
observa que, na produção de
sorgo, obtida praticamente sem
aumento da área plantada (166,2
mil hectares), Minas mostra superioridade em relação à média do
Brasil. “De acordo com a estimativa da Conab, a safra nacional deve
alcançar 2,1 milhões de toneladas,
crescimento de 2,3%”, afirma.
A cultura do sorgo em Minas,
desenvolvida em áreas onde foi
A cultura do sorgo em Minas Gerais é desenvolvida em áreas onde foi colhida a soja
colhida a soja, beneficiou-se de
chuvas que reduziram o impacto
da estiagem nas lavouras. Merlo
observa que “a perspectiva de
aumento da produção de sorgo interessa principalmente aos
avicultores e suinocultores, pois
o produto continua na condição
de um bom ‘coadjuvante’ do milho na formulação de ração para
aves, suínos e bovinos”.
FEIJÃO E GIRASSOL - Para o
feijão, a estimativa da Conab na
safra atual é de 596 mil toneladas
em Minas, com variação positiva
de 5,5% em relação ao volume
registrado no período anterior. As
lavouras de feijão também se beneficiam da melhoria da produtividade, sendo o rendimento de
1,5 toneladas por hectare, com
aumento de 14,9% em relação à
safra 2012/13.
Já as lavouras de girassol devem apresentar produção de 17
mil toneladas, o que representa
aumento de 29,8% em relação à
safra de 2012/2013. O rendimento das lavouras é de 1,5 tonelada
por hectare, equivalente a um
salto de 25,8% na comparação
com o registrado na safra anterior. A área plantada de girassol,
no Estado, é de 11,3 mil hectares,
uma expansão da ordem de 3%
em relação à registrada no período 2012/13.
O girassol se destina, em parte, à indústria de óleo comestível
e à alimentação de bovinos. Atende também à produção de biocombustível e à alimentação de
aves ornamentais. Os agricultores apostam na cultura por meio
de tecnologia e boas práticas de
produção, que têm favorecido o
aumento da produtividade.
Grãos de Minas
2013/14 x 2012/13
Sorgo: 517,4 mil t (+9,6%)
Rendimento 3,1 t/ha (+ 8%)
Feijão: 596 mil t(+5,5%)
Rendimento: 1,5 t/ha (14,9%)
Girassol: 17 mil t(+ 29,8%)
Rendimento: 1,5 t/ha (+25,8%)
Agricultores mineiros usam criatividade no manejo e produção de morangos
A criatividade é a principal
aliada dos irmãos Gilberto e Fábio
Almeida, produtores do município de Antônio Carlos, na Zona da
Mata, quando o assunto é produção de morangos. Depois de
tentarem cultivo pelo método tradicional e não obterem bons resultados, eles investiram no sistema
alternativo conhecido como soilless. Não satisfeitos ainda, fizeram
adaptações, como a utilização de
calhas de isopor. Com as mudanças, eles conseguiram melhorar as
condições de trabalho e o desempenho da lavoura.
Gilberto e Fábio começaram a
produção de morango com o culti-
vo tradicional, sistema em que as
plantas ficam no chão, em túneis
baixos, e desprotegidas das ações
do clima. Entre os principais problemas estava a necessidade de
usar agrotóxicos, os prejuízos para
a postura do trabalhador, o tempo
gasto em abrir e fechar os túneis, o
custo de manutenção dos canteiros
e o baixo aproveitamento de material ao renovar o plantio.
Com isso, eles adotaram o sistema soilless. Por esse método, o
morango é cultivado numa estufa
que protege as plantas das ações
climáticas. As mudas são plantadas nos slabs (sacos plásticos
também conhecidos como traves-
seiros), que são preenchidos com
substrato para receberem as mudas e furados para que as plantas
possam se desenvolver. Os slabs
são colocados em bancadas para
que as mudas fiquem suspensas
e não tenham contato com chão.
SOILLES - Os irmãos adotaram
o sistema soilless após pesquisarem sobre o assunto e verificarem
a viabilidade do método com a
equipe do escritório da Emater.
O controle de pragas passou a ser
feito sem o uso de agrotóxicos.
Outro benefício é que as pessoas
que cuidam do manejo da lavoura
de morango, agora, trabalham em
pé. “Saltamos de cinco mil plantas
por trabalhador para algo em torno de 12 mil, pois trabalhamos em
pé e fazemos a colheita com carrinhos”, relata Gilberto Almeida.
Apesar das melhorias, os irmãos decidiram fazer algumas
adaptações. Substituíram os slabs
por calhas de isopor, suspensas
por uma estrutura e cobertas
com plástico, antes de receberem
o substrato e as mudas. Além de
durável, o isopor trouxe benefícios, como a redução das oscilações de temperatura, que podem
prejudicar a produtividade da
lavoura, e possibilitou a renovação das plantas. “A calha de iso-
por chega a reduzir a oscilação
da temperatura em 17 graus. Ao
implantar as calhas de isopor, ganhamos em torno de 400 gramas
por planta em sete meses e demos longevidade ao nosso plantio. Isso nos permitiu melhorar o
manejo”, conta Fábio.
A propriedade dos irmãos Almeida tem 12 estufas, totalizando
30 mil plantas. Semanalmente,
são produzidas de 400 a 600 caixas e a produtividade chega a 2,4
quilos por planta. Os morangos
são comercializados no município
de Antônio Carlos, Belo Horizonte
e Rio de Janeiro.
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Produção mineira de sorgo deve alcançar 517,4 mil toneladas