UM AMIGO HERÓICO Para lá do Oceano Atlântico onde dizem que acaba o mundo fica a Geladolândia. Aí vive um urso polar muito querido e brincalhão, com o pelo branco e muito macio, de nome Gigi. Desde sempre que Gigi queria saber o que havia para lá da linha do horizonte. Por isso, todos os dias, depois de muita brincadeira, sentava-se no frio e gelado chão, olhava para o Oceano e pensava: ”Um dia irei conhecer o que há para lá da linha do horizonte, não sozinho, mas sim acompanhado por um amigo.” Passaram alguns dias depois da grande tempestade do ano. Nesse tempo Gigi ficou em casa com a sua família. Como de costume, todos os anos, a família do Gigi dava um grande passeio à beira-rio após a tempestade. Nesse ano escolheram o Rio Donut. Era um rio muito calmo, cuja água sabia a donut, e onde havia um porto e imensos navios. Todavia, o dia começou com um intenso nevão, o que levou a mãe do Gigi a pensar que não poderiam realizar o passeio. Porém, o tempo foi melhorando, por isso, prepararam tudo. Gigi pôs o seu cachecol preferido. Puseram-se a caminho, caminharam, caminharam e, por fim, chegaram ao Rio Donut. Lá estava um grande barco, com uma placa de grandes letras onde se lia “Stilton”. Gigi olhou atentamente para o barco e pensou: “O que é isto?” Ao entrar ouviu alguém a dizer: – Dentro de cinco minutos partiremos para Docelândia. Gigi ficou aflito e escondeu-se. Só ouviu o barco a anunciar a partida com um apito prolongado. Pensou que ia morrer, pois não tinha os seus biscoitos de chocolate, mas lá conseguiu entrar. Já no barco, cansado, Gigi tentou dormir. Mas… em vão, porque havia um barulho constante. Levantou-se, curioso, e foi ao local de onde vinha o ruído. Por trás de um caixote vermelho, viu um pequeno pinguim. – Olá, estás bem? – perguntou Gigi. – Sim, um homem alto e gordo mandou-me para aqui. Magoei-me na asa – explicou o pinguim. – Eu ajudo-te! – ofereceu-se Gigi. Pegou numa faixa de tecido que estava em cima de uma mesa e embrulhou cuidadosamente a asa do pinguim. – Como te chamas? – perguntou Gigi, enquanto estava a fazer o curativo. – Eu chamo-me Óscar. E tu? – quis saber o pinguim. – Chamo-me Gigi - respondeu. Depois desta breve conversa estavam tão cansados e, como a noite já ia alta, Óscar e Gigi dormiram profundamente. No dia seguinte, logo pela manhã, acordaram já o barco tinha atracado. Saíram do barco, pé ante pé. Ao chegarem cá fora, viram imensos doces – casas de chocolates, árvores em forma de chupa-chupa, arbustos de algodão-doce, sóis com a forma de bolachas de chocolate… Um leão, da cor do chocolate, que parecia ser simpático, veio ter com Gigi e Óscar. – Bom dia! São de cá? – perguntou o leão. – Nós, não. Somos de um país que se chama Geladolândia. Como te chamas? – perguntou Gigi. – Chamo-me Solí e vocês? – inquiriu o leão. – Eu sou o Óscar e ele é o Gigi. – respondeu Óscar muito rapidamente. Soli falou-lhes dos costumes da Docelândia, a sua terra natal. Um deles, muito curioso, era que as crianças comiam muita fruta e legumes e, só podiam comer um doce, se fizessem uma boa ação. Deste modo, eram saudáveis, tinham os dentes impecáveis e notas admiráveis. Durante a tarde, Gigi e Óscar visitaram a estátua do “ Ovo da Páscoa”, a torre “Chocolate Mil”, o “doce eyes”, … Já se fazia tarde, por isso Soli instalou Gigi e Óscar no hotel “Doce, doçura”, um hotel de dez rebuçados, com tudo feito de doces. No dia seguinte, acordaram com o Sol a bater-lhes na janela, levantaram-se, comeram e saíram. Começaram o dia por visitar o Museu do Waffle e o Museu da Panqueca. Depois brincaram no Parque Donut… Passado umas horas, Gigi olhou para o mapa que os acompanhava e viu que não tinham visitado a falésia de açúcar. – Óscar, vamos visitar a falésia do açúcar, dizem neste folheto que ela se pode escalar. – afirmou Gigi. Óscar concordou, por isso foram andando. Quando lá chegaram viram um belíssimo mar azul que parecia ter sido pintado há pouco tempo. Óscar tentou aproximar-se o mais possível para ver se havia uma praia de açúcar por baixo. Ao aproximar-se tropeçou e caiu, mas conseguiu agarrar-se a um ramo. – Socorro, socorro, Gigi ajuda-me, … – gritou Óscar. – Eu ajudo-te. – respondeu Gigi. Então, avançou, cautelosamente, ajoelhou-se à beira da falésia, esticou o braço, pegou no braço do amigo e puxou-o. – Obrigado, Gigi. Este é um gesto que quando um amigo mais precisa faz toda a diferença – disse Óscar comovido. Gigi ajudou Óscar e assim voltaram para a cidade. – O que vos aconteceu? – perguntou-lhes Soli. Já no hotel, Gigi contou-lhes o que lhes tinha acontecido. Soli, sensibilizado, disse: – Gigi, tu para mim, agora és o meu herói porque nenhuma pessoa que até agora conheci foi tão forte como tu. O Óscar deve estar muito agradecido, afinal, tu salvaste-lhe a vida. – Bem, vou dormir, estou cansado desta aventura. – disse Óscar já com um ar sonolento. – Não te esqueças, amanhã voltamos para a Geladolândia. Dorme bem! – despediu-se Gigi. No dia seguinte, acordaram, prepararam as coisas e saíram para o cais acompanhados por Soli. – Bem, já se vão embora por isso é a despedida. Gostei de vos conhecer. – afirmou Soli. – Nós também gostámos de te conhecer. - disseram em coro Gigi e Óscar. Entraram no barco cautelosamente e esconderam-se. … – Acorda, Gigi. Vem tomar o pequeno-almoço. – gritou a mãe de Gigi. – O quê? Foi tudo um sonho? Mas foi bonito! – pensou Gigi Após esse sonho, Gigi tornou-se um herói nos seus sonhos, mas também fora dos seus sonhos, no seu dia-a-dia. Acreditava em si, na sua força, na sua capacidade e no seu coração capaz de ajudar. Facto número um: Quando estás a sonhar pensa sempre num amigo e assim poderás ser um herói como o Gigi. Não percas a esperança e ajuda os teus amigos. Autores: - Mara Carreira - Duarte Fiúza 5ºB – Colégio de São Miguel