Ceny Tavares
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ATITUDES
Ceny Tavares
AS
ATITUDES
Toronto – 2014
2
© 2014 por Ceny Tavares
Revisão
Daisy Melo Dias & Evanilda dos Passos Tavares
Capa
Cidiney Mazim & Bruno Ferreira
Diagramação e Colaboração
Cidiney Mazim & Cristiane Dias Lopes Mazim
Coordenador de Produção
Ceny Tavares
Primeira edição – junho de 2014
Todos os direitos reservados e protegidos pela lei 9.610, de 19/02/1998. É
expressamente proibida a reprodução total ou parcial deste livro, por quaisquer meios
(eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação e outros), sem prévia autorização por
escrito do autor.
Igreja Vida Nova
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Contato pelo telefone: 00 1 416 766 5695
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Distribuição Gratuita
3
Dedicatória
Assim diz o Senhor: No tempo aceitável te
ouvi e no dia da salvação te ajudei, e te
guardarei, e te darei por aliança do povo,
para restaurares a terra, e dar-lhes em
herança as herdades assoladas.
Isaías 49:8
À família Vida Nova em Toronto.
A todos que buscam espelhar-se nas atitudes positivas descritas
nas Sagradas Escrituras, que estão dispostos a caminhar na
presença do Senhor, anunciar Seu evangelho e obter por
intermédio dEle bênçãos extraordinárias.
4
Sumário
INTRODUÇÃO ............................................................................... 6
AMOR .......................................................................................... 7
ARREPENDIMENTO ....................................................................... 10
PODER ......................................................................................... 12
ORDEM ........................................................................................ 14
INTERROGATÓRIO ........................................................................ 16
MISSÃO........................................................................................ 19
CAPACITAÇÃO ............................................................................. 21
CONCLUSÃO ................................................................................ 24
5
As 7 atitudes de Pedro que o levaram
à restauração
J
á meditamos sobre as sete atitudes que contribuíram para a
queda de Pedro. Neste livro iremos estudar sobre as sete
atitudes que contribuíram para a sua restauração.
Pedro avançou para o Alvo e tornar-se um apóstolo cheio do
Espírito Santo, um pregador ungido e ousado.
O objetivo deste estudo é propiciar aos leitores a oportunidade de
espelhar-se nas atitudes positivas de Pedro, as quais contribuíram para
sua restauração, por meio da intimidade com o Senhor Jesus e alicerçado
em Sua Palavra.
6
Amor
O OLHAR PENETRANTE DE JESUS
E, virando-se o Senhor, olhou para Pedro, e Pedro
lembrou-se da palavra do Senhor, como lhe havia dito:
Antes que o galo cante hoje, me negarás três vezes. (Lucas
22:61)
A
derrota espiritual começa de dentro para fora, quando o
coração se incha das piores doenças da vaidade e do
orgulho. Ninguém vive para Jesus olhou para Pedro
exatamente no momento em que ele estava negando, jurando e
praguejando, insistindo em dizer que não conhecia a Jesus. O olhar de
Jesus levou Pedro a uma reflexão em quatro níveis:
!
Olhar de amor — naquele momento em que Pedro estava
praticando o erro, Jesus fixa os olhos nele demonstrando tanto amor que
seu coração certamente foi tocado e se derreteu diante do Senhor.
Mesmo sem dizer nenhuma palavra, o Senhor Jesus feriu o seu coração
como uma flecha pontiaguda. O olhar de Jesus foi como uma micro
câmera colocada no fundo do seu coração e com uma tela gigantesca em
frente aos olhos de Pedro para que ele pudesse enxergar o tamanho do
seu passo errado. Pedro agiu covardemente, mas o Senhor o restaurou
amorosamente. Pedro deixou seu coração se encher dos lixos do mundo,
mas Jesus veio para fazer uma faxina na alma dele com seu olhar
profundo. Pedro se deixou levar pelas más companhias, mas Jesus veio
para perto dele num olhar que demonstrava plena comunhão e que o
levantaria.
7
!
Um olhar que convida à reconciliação — os olhos de Cristo
penetraram na alma de Pedro e radiografaram as mazelas do seu coração.
Aquele foi um olhar de tristeza, mas também de compaixão que o trazia
de volta para a presença do Senhor em reconciliação.
!
Um olhar de perdão — naquele momento, Pedro não se
sentiu condenado, mas perdoado, justificado, abraçado, amado,
sustentado e amparado. Posso ver Pedro se deliciando com a visão dos
serafins que voavam sobre ele com uma brasa viva na mão, tocando a
sua vida e dizendo: “A tua iniquidade foi tirada, e perdoado o teu
pecado” e “dos teus pecados jamais me lembrarei”. Coisa boa é estar
sob os olhares do Deus vivo, não para ser condenado, mas para receber
as mais doces palavras que alguém possa ouvir: “Tu és bendito de meu
Pai”. Cristo não vê os pecados de Pedro, mas Pedro se vê perdoado e
recebe um trato mais que especial: a justa recompensa daquele que
transforma o mal em bem, a perdição em salvação, a condenação em
justificação, a escravidão em libertação, o choro em alegria, o desespero
em esperança, a morte em vida e o terreal em celestial. Deus sempre
conduz os seus filhos em triunfos, levantando os caídos e lhes dando os
lugares celestiais junto com os anjos para sempre.
!
Olhar de Esperança — quando Jesus olhou para Pedro, ele
se lembrou da palavra do Senhor e, ao lembrar-se dela, encontrou uma
âncora de esperança e o caminho de volta para a restauração. Jesus, com
seu olhar penetrante, sempre traz de volta a esperança que virou
desespero. Ele é especialista em restaurar vidas destruídas. O olhar de
Jesus levou Pedro a um alto e sublime monte, onde tudo é belo em
derredor porque a glória de Deus está lá. O olhar de Jesus naquele
momento em que Pedro estava detonado pelas forças das trevas, o levou
a ver o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono para receber a
glória, a honra e o louvor eternamente. Sua alma foi restaurada e ele
pode contemplar as maravilhas de uma nova caminhada aberta diante
dele. Oh! Quanta esperança o olhar de Jesus trouxe para dentro do
coração de Pedro! Esperança que nunca se desvanece, nunca perece, mas
permanece eternamente. “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o
8
amor”. Que bendita mensagem! Que extraordinário olhar! Jesus continua
com os seus olhos abertos sobre nós e dentro de nós levando-nos aos
pontos mais elevados de nossa comunhão e intimidade com o Pai. O
caminho de Emaús é o caminho da desistência do discipulado. É o
caminho dos sonhos desfeitos. É o caminho da esperança morta. É o
caminho da falência dos projetos. É o caminho daqueles que acham que
não têm mais jeito. Talvez você pense assim acerca seu casamento, da
sua vida, do seu trabalho. Você já arrumou as malas, já botou o pé na
estrada da fuga. Nenhum homem pode viver sem esperança. Não
desanime, não se capitule. Lembre-se que Jesus está olhando para você
com o olhar que restaura a sua esperança e o coloca de volta na jornada
vitoriosa sem deixar marcas de um passado negativo, mas de um selo
que por si só é explicativo.
9
Arrependimento
O CHORO AMARGO PELO PECADO
E o galo cantou segunda vez. E Pedro lembrou-se da
palavra que Jesus lhe tinha dito: Antes que o galo cante
duas vezes, três vezes me negarás. E, retirando-se dali,
chorou. (Marcos 14:72; Mateus 26:75; Lucas 22:62)
O
s evangelistas nos informam que Pedro, saindo dali, chorou
amargamente (Mateus 26.75, Lucas 22.62); e caindo em si,
desatou a chorar (Marcos 14.72). Logo que as lágrimas do
arrependimento rolaram pelo rosto de Pedro, seus pés se apressaram em sair
daquele ambiente. Pedro deu quatro passos rumo à restauração:
!
Ele caiu em si — esta é uma atitude de quem experimenta o
olhar penetrante de Jesus. Ele caiu em “SI”, não caiu nos outros jogando
pedras, tentando se justificar do que havia feito. O Filho pródigo tomou
a atitude errada de pedir ao pai a herança antecipada e sair de casa em
direção ao desconhecido. Ele foi se afastando da casa do pai cada vez
mais, à medida que caminhava em direção aos seus projetos e seus
objetivos. Enquanto seu bolso estava cheio de dinheiro, tinha muitos
amigos. De onde só se vai tirando e nada se coloca, uma hora acaba. E
foi o que aconteceu com aquele jovem. Quando ele dissipou todos os
bens que estavam em seu poder, seus amigos o abandonaram, ficou em
necessidade e teve que procurar um trabalho. O único local que
encontrou foi com um criador de porcos para cuidar dos mesmos. Passou
fome e sentia desejo de comer as comidas dos porcos. Olhando para
todos os lados e não vendo nenhuma saída, caiu em si e resolveu voltar
10
para a casa de seu Pai. Quando chegou em casa foi recebido pelo pai com
muita festa. Quem fica olhando para os lados procurando justificativas nas
circunstâncias e acusando pessoas, jamais poderá cair em si e ter sua
situação resolvida. Seja honesto diante de Deus e diga como Davi:
“Pequei” e o profeta vai poder dizer: “O Senhor te perdoou”.
!
Ele saiu dali — Pedro não permaneceu naquele lugar e nem
com aquelas pessoas. O povo de Israel viveu no Egito por 430 anos.
Deus o tirou de lá para levá-lo para uma terra que manava leite e mel. A
Igreja de Deus, a noiva do Cordeiro, está neste mundo, mas não é deste
mundo. Chegará um momento em que deixaremos esta terra para
habitarmos para sempre com o Senhor. Não podemos nos misturar com
o mundo e nem com as coisas que no mundo há. Quem nasceu de novo
tem um novo habitat , um novo lar, novos hábitos, pois as coisas antigas
se passaram, eis que tudo se fez novo. Saia o mais rápido possível dos
ambientes que corrompem o coração e se ajunte com os novos irmãos
em Cristo para um viver novo, um caminho novo e uma vida nova.
!
Ele desatou a chorar — o olhar de Jesus levou Pedro a
chorar pelo que havia feito contra Jesus, contra ele mesmo e contra as
pessoas. Tem gente que chora até por uma barata, mas não chora pelos
seus pecados. Não sente dor na alma e nem o coração apertado pelas
suas mazelas. Não chora aos pés do Senhor. São pessoas insensíveis e
que estão sempre espreitando o que está acontecendo na vida dos outros
para depois criticar. É tempo de ir para os pés do Senhor e para o altar
da oração para chorar e se derramar diante do seu terno e doce olhar.
!
Ele chorou amargamente — não foi um choro qualquer. Foi
um choro diferente com o gosto de azedo e amargoso. Ele se derreteu
diante do Senhor. Ele não se mascarou, mas se quebrantou. Um coração
quebrantado e contrito o Senhor não despreza. O choro do
arrependimento desemboca na alegria do perdão. Davi disse: “Restituime a alegria da tua salvação” (Salmo 51:12). Isaías disse: “Se quiserdes
e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra” (Isaías 1:19).
11
Poder
O IMPACTO DO TÚMULO VAZIO
E as suas palavras lhes pareciam como desvario, e não as
creram. Pedro, porém, levantando-se, correu ao sepulcro e,
abaixando-se, viu só os lençóis ali postos; e retirou-se,
admirando consigo aquele caso. (Lucas 24:11-12)
Q
uando Pedro foi informado de que o túmulo de Jesus
estava vazio, ele correu e entrou no sepulcro e, ao ver os
lençóis de linho, retirou-se para casa maravilhado com o
que havia acontecido. Vejamos alguns passos determinantes na vida de
Pedro neste momento:
!
O poder da ressurreição — foi mais um instrumento que
Deus usou para levantar Pedro de sua queda. Para ter-se uma explicação
minuciosa e detalhada sobre a ressurreição de Cristo é só ler a I Carta de
Paulo aos Coríntios, capítulo 15 onde há uma bela exposição e profunda
compreensão desta doutrina capitular da ressurreição de Jesus. Neste
texto Paulo entra nas cavernas mais profundas da garimpagem espiritual
para extrair as maiores pepitas de ouro deste ensinamento que nos leva a
viver firmados na Rocha dos séculos que é Cristo. As melhores notícias
que o mundo já ouviu vieram do túmulo vazio de Jesus. A vida de Cristo
não termina num funeral, mas sim com uma grande festa, a festa da
ressurreição, a festa da vitória definitiva e final sobre a morte. O túmulo
vazio de Cristo é o berço da igreja. Nós pregamos um Cristo que esteve
morto e está vivo, não um Cristo que esteve vivo e está morto. A morte
é o rei dos terrores, mas Cristo é o Rei dos reis. A morte assombra, mas
12
Cristo é a sombra do Onipotente para aqueles que descansam debaixo
das suas asas. A morte foi vencida por Jesus. Ele matou a morte. Ele
arrancou o aguilhão da morte. A morte será lançada no lago do fogo. A
ressurreição de Cristo é a demonstração do supremo poder de Deus.
Pedro ficou tremendamente impactado por esta maravilhosa notícia. Nós
temos que ler esta narrativa, e mais do que isso, temos que vivê-la
intensamente celebrando todos os dias que Cristo já ressuscitou. Aleluia!
!
O triunfo de Cristo — sobre a morte, sobre o diabo e sobre
o inferno deixou Pedro maravilhado. A mesma mão que abriu o túmulo
de Cristo abriu também os olhos de Pedro. Aqueles que são impactados
pela luz da ressurreição não permanecem mais nas regiões tenebrosas da
morte. O célebre sermão de Pedro no Pentecoste versou sobre a
ressurreição de Jesus. Se Cristo não tivesse mesmo ressuscitado, bastaria
ter apresentado seu corpo morto à multidão e o Cristianismo teria sido
esquecido naquela manhã.
A RESSURREIÇÃO DE JESUS É UM FATO PSICOLÓGICO
Os discípulos acuados pelo medo, desânimo, pessimismo, foram
poderosamente transformados. Tornaram-se ousados, valentes, poderosos
no testemunho, enfrentaram ameaças, açoites, prisões, morte e martírio
sem jamais recuar. Eles não teriam morrido por uma mentira. A mudança
dos discípulos é uma prova incontroversa da ressurreição de Jesus.
A RESSURREIÇÃO DE JESUS É UM FATO SOCIOLÓGICO
Uma igreja cristã foi estabelecida sobre a rocha desta verdade
incontestável. Gente de todas as nações, raças, línguas e povos uniram-se
em torno desta verdade suprema.
O túmulo vazio de Cristo é a mensagem mais rica, mais atual, mais
importante, mais intrigante, mais real, mais linda e mais rica para todos os
povos em todos os tempos. Cristo ressuscitou. Ele está vivo para nos
ressuscitar também e nos levar para habitar com Ele para sempre.
13
Ordem
O RECADO ESPECIAL DE CRISTO
Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai
adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis, como ele vos
disse. (Marcos 16:7)
O
anjo de Deus, assentado sobre a pedra que fechava o
túmulo de Cristo, testemunhou para as mulheres que Ele
havia ressuscitado, e lhes entregou um recado: “… ide,
dizei a seus discípulos, e a Pedro, que Ele vai adiante de vós para a
Galileia, lá o vereis, como Ele vos disse”. Por que Jesus mandou esse
recado especial a Pedro? Porque Jesus sabia que neste momento:
!
Pedro não se sentia mais digno de ser um discípulo — ele
estava completamente arrasado, envergonhado, sem eira e sem beira, se
sentindo o pior dos seres humanos. Certamente você já se sentiu assim
em algum momento também. Não se dê por vencido. Ninguém pode ser
derrotado a não ser que perca a esperança. Homens que reconhecem o
seu erro e tomam a posição de continuarem a caminhada têm a presença
de Jesus em seu coração.
!
Pedro havia negado seu nome — imaginem como estava a
mente de Pedro. Um verdadeiro furacão. Pensando no passado, na
besteira que fez, na decisão que tomou e o quanto se tornou vulnerável.
Mesmo assim estava recebendo uma mensagem direta do anjo. Jesus
estava dizendo para ele: "Eu não desisti de você. Minha palavra dita no
dia em que você foi chamado para deixar as redes, "segue-me e eu farei
14
de você um pescador de homens," continua em pé. Eu não abro mão de
você, não apenas por você, mas porque minha palavra não pode ser
negada e não pode voltar atrás, nem ser revogada". Palavra de Deus
dita tem que ser cumprida, especialmente quando dita pelo Filho de
Deus.
!
Pedro havia negado a sua fé — suas convicções foram por
água a baixo, suas declarações se tornaram uma balela. Tudo foi para o
ralo, sem deixar sequer alguma marca. Seu apostolado foi jogado na
lama e ficou atolado. Pedro tinha pensado em desistir de tudo, voltar
para a pescaria e retornar à sua antiga profissão, mas Jesus não desistiu
de Pedro. Há preciosas lições para nós: Aceite que você é um pecador
que não pode mudar as coisas na força do braço. É preciso levantar a
cabeça e se posicionar para continuar. Nunca olhe para as circunstâncias
e adversidades que está enfrentando, pois tudo vai passar diante do olhar
do grande e incomparável Mestre dos mestres. Pare agora mesmo de
culpar os outros e os problemas. Eles são apenas instrumentos de Deus
para burilar vidas preciosas para o Senhor. Dê um soco direto na
autopiedade. Você não pode pensar que nasceu assim, tem que viver
assim, vai morrer assim e sofre mais que todos. Bata de frente e detone
com a autopiedade. Sua vida é preciosa aos olhos do Senhor. Use o
bálsamo de Gileade para curar todas as suas feridas emocionais. É tempo
de reconstruir a vida e seguir em frente. Para Jó que passava pelas piores
adversidades, Deus é aquele que inspira canções nas horas das noites
escuras. Paulo e Silas estavam presos e “por volta da meia-noite oravam
e cantavam louvores ao Senhor” (Atos 16:25). Cante e dance antes da
vitória chegar, porque cantar e dançar depois, qualquer um pode fazer.
Viva por fé e celebre a vitória de Deus em sua vida.
15
Interrogatório
A PERGUNTA ESPECIAL DE CRISTO
E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro:
Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele
respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe:
Apascenta os meus cordeiros.
Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas,
amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo.
Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.
Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me?
Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amasme? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te
amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. (João
21:15-17)
P
edro saiu de Jerusalém e foi para a Galileia como Cristo
ordenara. Naquela longa jornada, a consciência de Pedro
foi lhe acusando. Ele pensou que Cristo iria lançar em
seu rosto o seu fracasso. Mas a única pergunta de Cristo a Pedro foi:
“Simão, tu me amas?”. Essa pergunta foi repetida três vezes, porque três
vezes Pedro negou a Cristo. O Senhor não humilhou Pedro. Jesus não
esmaga a cana quebrada nem apaga a torcida que fumega (Mateus
12:20). Jesus não lançou no rosto de Pedro seus fracassos. Antes, deulhe a oportunidade de reafirmar o seu amor e reiniciar o seu ministério.
Para que Jesus faz a pergunta três vezes?
16
!
Para lembrá-lo da tríplice negação — Pedro o fez de forma
enfática, assentado perto de uma fogueira, junto com os seus amigos de
pescaria. Agora, Jesus aparece a Pedro depois de uma pescaria que já
havia acabado em fracasso, pois nada apanharam; Jesus se apresenta, dálhes uma ordem para lançarem de novo as redes à direita do barco e
pegaram 153 peixes grandes. Quando saíram da água, num lugar onde
havia uma fogueira, depois de comerem pão e peixes, Jesus faz a
pergunta direta e específica para Pedro: “Simão, filho de João, amas-me
mais do que estes outros?”. Jesus o chamou de Simão e se referiu ao seu
pai que era João. Com isso, Jesus o estava levando às suas raízes,
lembrando-lhe quem ele era, o que fazia e especialmente mostrando-lhe
que aquele trabalho não era mais dele. A prova incontestável disso é que
eles pescaram a noite toda e nada apanharam. Eles estavam fazendo a
coisa certa, no lugar certo, mas fora da vontade de Deus, por isso os
peixes fugiram das redes. Quando Deus quer, os peixes somem e os
peixes aparecem. Quando Deus determina, aparece um grande peixe e se
transforma em embarcação para o profeta fujão. Quando Deus quer, o
peixe tem na boca uma moeda para uma lição das mais extraordinárias.
Jesus chamou a Pedro para ser pescador de homens e não de peixes.
Quantas vezes os servos do Senhor estão gastando tempo demais nas
coisas banais que não são essenciais, em detrimento das espirituais.
Quem sabe você não está sendo bem sucedido em sua vida material
porque você está mais focado nos peixes do que no Deus dos peixes.
Quem sabe você está mais interessado nas pescarias que lhe podem
render dividendos, deixando de lado o chamado de Deus. Analise com
cuidado e carinho a sua vida na perspectiva de Deus porque só Ele pode
realmente fazer o seu coração inteiramente feliz.
!
Para lembrá-lo que o trabalho de Deus está em primeiro
lugar — “Buscai, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua
justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33). É
lindo ver como Jesus mostrou para os discípulos, para Pedro e para todos
nós como Ele trabalha para aqueles que nEle esperam. Eles pescaram a
noite toda e nada apanharam. Gente querida, que noite esquisita,
estranha, diferente! Eles eram pescadores especialistas neste assunto.
Quantas noites se passaram, quantas noites eles pescaram, mas aquela
17
noite foi diferente das demais. Não se fala das outras noites, mas esta
noite entrou para a história com uma grande lição. Trabalhar na força do
braço, sem o poder da presença de Deus é pura perda e de nada adianta.
Quantas lições podemos tirar deste episódio. Se fizermos tudo da melhor
forma, baseado puramente na experiência, sem focar em Deus e para
glória dele, será perda de tempo, desperdício de dinheiro e fracassos que
entram para a história da nossa vida. Jesus só chegou ao clarear da
madrugada. Eles estavam tão focados na noite que nem reconheceram
Jesus. O foco era peixe, água e noite escura. Pedro sequer reconheceu
que era Jesus. Alguém teve que falar para ele: “É o Senhor!” A despeito
disso, Pedro lançou-se ao mar. Uma atitude, no mínimo, estranha.
Depois de comerem, Jesus pergunta pela primeira vez: “Amas-me”? Em
seguida disse: “Apascenta os meus cordeiros”. Novamente faz a
pergunta pela segunda vez: “Amas-me?”. Agora ele disse: “Pastoreie as
minhas ovelhas”. Na terceira vez Jesus pergunta: “Amas-me?”. Jesus lhe
disse: “Apascenta as minhas ovelhas”. Jesus sempre está pronto para
investir todo tempo necessário para conversar, ensinar, educar, ministrar
e deixar claro a obra que Ele tinha para Pedro.
Deus está tratando com cada um de nós e nos preparando para a
obra que Ele nos tem chamado. Coloquemos nossas vidas a serviço do
Senhor porque a seara é grande e os trabalhadores são poucos.
18
Missão
O COMISSIONAMENTO DE CRISTO
Na verdade, na verdade te digo que, quando eras mais
moço, te cingias a ti mesmo, e andavas por onde querias;
mas, quando já fores velho, estenderás as tuas mãos, e
outro te cingirá, e te levará para onde tu não queiras.
E disse isto, significando com que morte havia ele de
glorificar a Deus. E, dito isto, disse-lhe: Segue-me. (João
21:15-19)
C
risto não apenas restaurou a vida de Pedro, mas também
o seu ministério. Para Pedro realizar a obra do Senhor era
necessário que o seu interior estivesse completamente
possuído pelo poder do Espírito Santo. A grande obra começa dentro do
coração, de dentro para fora, do interior para o exterior. No momento em
que o mundo interior de Pedro foi restaurado, ele estava pronto para dar
continuidade ao chamado e à vocação para os quais foi convocado.
Pedro se tornou habitação do Senhor e depois se tornou instrumento do
Senhor para a obra para a qual foi chamado. O Senhor lhe deu três
ordens:
!
Apascenta os meus cordeiros — Jesus estava entregando
nas mãos de Pedro os tesouros mais preciosos que ele tem: seus
cordeiros e seus irmãos que foram lavados no sangue vertido naquela
cruz pelo Unigênito do Pai. Depois de restaurado, sua vida estava agora
em plena condição de ser o apascentador dos seus cordeirinhos. Jesus
confiou a Pedro as joias mais preciosas que Lhe pertenciam.
19
!
Pastoreie e apascente as minhas ovelhas — Jesus entrega
aos cuidados de Pedro suas ovelhas para serem apascentadas e
pastoreadas com o amor que derramou em seu coração. Pedro estava
recebendo a maior das incumbências das mãos de Jesus que era pastorear
suas ovelhas, cuidando delas todo o tempo com o alimento necessário e
o cuidado especial. Pedro se tornou um pastor tão dedicado e amoroso
que escreveu duas cartas belíssimas. As instruções contidas demonstram
zelo e cuidado no pastoreio das ovelhas do Senhor. Ele foi enérgico,
claro, direto e decisivo na transmissão dos ensinamentos e mandamentos
do Senhor para a sua igreja. Ele ensinou as ovelhas a terem santidade,
citando Levítico 11:44-45: “Eu sou o Senhor, vosso Deus; portanto, vós
vos consagrareis e sereis santos, porque eu sou santo; e não vos
contaminareis por nenhum enxame de criaturas que se arrastam sobre a
terra”. Pedro ensinou para as ovelhas de Cristo os mais ricos preceitos e
advertências sobre a vida com o Senhor. Ele ensinou sobre a casa
espiritual que somos nós, a vida cristã exemplar, vida familiar, amor
fraternal, pureza no viver, deveres da vida cristã, etc.
!
E segue-me! — o Senhor sepultou no esquecimento os
fracassos de Pedro e abriu-lhe uma nova fronteira de trabalho. O Senhor
restaurou a alma e os sonhos de Pedro! Glória a Deus!
20
Capacitação
O REVESTIMENTO DE PODER PARA PREGAR A PALAVRA DE DEUS
E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar
noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que
falassem. E em Jerusalém estavam habitando judeus, homens
religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. E,
quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e
estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria
língua. E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns
aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens
que estão falando? Como, pois, os ouvimos, cada um, na
nossa própria língua em que somos nascidos? ... todos nós
temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas
de Deus. E todos se maravilhavam e estavam suspensos,
dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer? E outros,
zombando, diziam: Estão cheios de mosto. Pedro, porém,
pondo-se em pé com os onze, levantou a sua voz, e disse-lhes:
Homens judeus, e todos os que habitais em Jerusalém, sejavos isto notório, e escutai as minhas palavras. (Atos 2:4-14)
P
edro não apenas teve de volta o seu ministério, mas agora
é revestido com o poder do Espírito Santo para pregar a
Palavra de Deus. Vamos observar algumas verdades
importantes do texto em apreço. A igreja estava com as portas fechadas,
com medo dos judeus. Jesus estava ausente. Os discípulos estavam em
crise. Hoje estamos também assim: cheios de tensões, fechados, com
medo, acovardados. Precisamos também experimentar o derramamento do
Espírito Santo. Observemos a transformação acontecida na vida de Pedro: 21
!
Sua intrepidez — Pedro, medroso, com as portas trancadas
com medo dos Judeus, agora se transforma num varão ousado, corajoso
e pronto para fazer a obra de Deus na autoridade que emana de Jesus e
no poder do Espírito Santo. Pedro agora está entre os discípulos do
Senhor, não mais assentado na roda dos escarnecedores se aquentando
com o calor das brasas. Agora ele está entre os servos do Deus
Altíssimo, se levanta, ergue a voz e adverte os Judeus quanto ao que eles
estavam pensando a respeito dos irmãos (Atos 1:14-15). Pedro não fica
mais entocado, encavernado, achatado diante dos acontecimentos e das
portas do inferno. Pedro agora avança na força do Onipotente Deus e
derruba as portas do império das trevas, despedaçando os seus ferrolhos.
Todas as potestades de Satanás são vencidas pelo poder do Espírito
Santo. A casa do valente foi saqueada e de lá Pedro trouxe de volta para
o reino de luz as vidas que estavam escravizadas e acorrentadas pelo
poder das trevas. Pedro agora é corajoso e destemido. Nada de temor,
nada de pessimismo, nada de derrota, nem fracasso e muito menos
pensamento de recuar. Jamais! Antes do Pentecoste ele havia se trancado
com medo e depois ele é trancado por falta de medo. Temos que nos
posicionar em oração, comunhão e perseverança até que do alto sejamos
revestidos de poder. Daí para frente os demônios vão ter que se render,
porque o Deus que está em nós é Todo Poderoso para destruir e aniquilar
as obras do encardido.
!
Sua firmeza — Pedro, que antes cambaleava, agora está
firme na Rocha que é Cristo e firme na realização do ministério para o
qual fora chamado. Ele não abaixa as armas, mas levanta a arma de
Deus, sua Palavra, e com firmeza expõe as Escrituras com uma
habilidade antes desconhecida. Ele se refere ao texto do profeta Joel e
com firmeza chama a todos para atentarem para aos acontecimentos que
estavam se cumprindo. O Pentecoste mudou completamente o rumo da
vida de Pedro porque foi batizado com o Espírito Santo e recebeu o
poder; a partir daí revolucionou o mundo.
22
!
Sua pregação (Atos 2:37-41) — quando Pedro se levantou
para pregar, os corações começaram a se derreter aos milhares,
convertendo-se a Cristo. Uma mensagem simples, direta e convincente.
Três coisas eles precisavam fazer: arrependerem-se, serem batizados e
receberem o dom do Espírito Santo. O impacto do Espírito Santo foi tão
forte no coração deles que o apelo não vinha do pregador, mas das
próprias pessoas que estavam presenciando os acontecimentos. Eles
perguntaram: “Que faremos?” A pregação da Palavra tem que estar
misturada com a ligação que o Espírito Santo faz para produzir os efeitos
que Deus quer.
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Conclusão
O
mesmo Jesus que restaurou Pedro pode também restaurar a
minha vida, a sua vida, a igreja e todas as coisas para o seu
eterno propósito. Para Deus não há causa perdida. Ele é o
criador, mantenedor e sustentador de todas as coisas.
Jesus restaurou a vida de Pedro, apareceu a Saulo de Tarso no
caminho para Damasco e é o mesmo que está presente hoje em nós para
nos restaurar e salvar todo aquele que se achega a Ele de coração
quebrantado e contrito, dizendo: “Que faremos?” ou “Senhores, que
devo fazer para ser salvo?” (Atos 16:30), ou ainda: “Como poderei
entender se alguém não me explicar?” (Atos 8:30).
Jesus quer uma igreja ousada, corajosa e sempre pronta para ir e
pregar o Evangelho a toda criatura. Vamos permanecer clamando até que
do alto sejamos revestidos do Poder do Espírito Santo para
testemunharmos de Jesus ao mundo. Certamente os corações serão
derretidos diante do Senhor e as conversões acontecerão aos montões.
Nossa restauração vem do Senhor que fez o céu e a terra.
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Anotações
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