RESUMO
ENCAMINHAMENTO À CLASSE ESPECIAL: DADOS DE UMA PESQUISA
Este trabalho tem como objetivo apresentar dados de uma pesquisa sobre o encaminhamento de alunos à
classe especial para deficientes mentais leves, realizada nas três classes especiais existentes no município de Cruz
Alta-RS , no mês de fevereiro de 2005.
Para tanto, foram analisadas, através de análise documental, as avaliações feitas pelos profissionais
responsáveis pelo encaminhamento desses alunos, para que possamos compreender como as avaliações, que
pautam esse encaminhamento, estão sendo concebidas e utilizadas por esses profissionais.
Inicialmente relatamos as informações referentes ao encaminhamento dos alunos à classe especial para
deficientes mentais leves, ou seja, o que foi diagnosticado pelos profissionais (psicólogo, neurologista,...) para
esses alunos terem sido encaminhados para essa classe, bem como verificamos os instrumentos utilizados por
esses profissionais durante a avaliação. Após, relatamos quais são os profissionais responsáveis, nesse município,
pelas avaliações e encaminhamento dos alunos à classe especial e também, posteriormente analisamos e
colocamos esses dados em debate.
Os resultados da pesquisa permitem afirmar que devem ser revistos nas três classes especiais
pesquisadas: a avaliação do encaminhamento para a classe especial feito pelos profissionais responsáveis, e,
sobretudo, rever o alunado da classe especial, pois não se pode continuar legitimando esse espaço com os alunos
indesejáveis do ensino regular.
Desse modo, para que as classes especiais do município de Cruz Alta –RS
funcionem a contento, mudanças são necessárias, bem como esforços mais direcionados para promover alteração
nas concepções e atitudes dos profissionais envolvidos nesse processo.
Palavras-chave: classe especial, deficiente mental leve, encaminhamento.
ENCAMINHAMENTO À CLASSE ESPECIAL: DADOS DE UMA PESQUISA
Roberta Ortiz Furian
A classe especial é uma modalidade de ensino oferecida na escola pública estadual aos alunos considerados
deficientes mentais leves, que, segundo Mazzotta são aqueles
que apresentam um índice de desenvolvimento intelectual de metade a ¾ em relação ao desenvolvimento
intelectual normal. Em outras palavras, quando submetidos a testes individuais de inteligência, têm
escores de Q.I. aproximadamente entre 50 e 75 e têm, ou existe um prognóstico de que virão a ter,
dificuldades de aprendizagem num currículo escolar comum. O termo educável é utilizado para designar a
possibilidade dos alunos adquirir habilidades de leitura, escrita e cálculo ao nível de alfabetização. (1982,
p. 36).
No Rio Grande do Sul, segundo as Diretrizes para Implantação e Funcionamento de Classes Especiais da
Secretaria da Educação do estado – Divisão de Educação Especial, de 2001, a classe especial é assim definida:
É uma alternativa de atendimento oferecida em escola de ensino regular para estudantes com deficiência
mental acentuada vinculada a uma causa orgânica específica. Nesta classe o professor especializado
deve utilizar métodos, técnicas, procedimentos e recursos didático-pedagógicos especializados para
garantir a aprendizagem do aluno.
Um dos pontos fundamentais da discussão sobre classe especial para deficientes mentais leves que desperta
inquietações é o de que as crianças, antes de ingressarem na classe especial, precisam passar por uma avaliação,
isto é, após terem freqüentado a classe comum, sem que tenha havido sucesso ou progresso pedagógico
suficiente, são levantadas suspeitas de um possível comprometimento maior, que pode ou não ser confirmado
pelas avaliações. E são essas avaliações que vão embasar e justificar o encaminhamento dos alunos para a classe
especial.
Essa pesquisa foi realizada nas três classes especiais para deficientes mentais leves existentes em três
escolas estaduais do município de Cruz Alta-RS:
Escola 1 – a classe especial iniciou em 05.07.1993; atualmente, tem dez alunos, com idades entre 7 e 15 anos (7
a – 2; 8 a – 1; 9 a – 2; 11 a – 2; 13 a – 1; 15 a – 2), sendo sete meninos e três meninas.
Escola 2 – a classe especial iniciou em 26.06.1987; atualmente tem cinco alunos, com idades entre 8 e 14 anos
(8 a – 1; 9 a – 2; 11 a – 1; 14 a – 1), sendo três meninas e dois meninos.
Escola 3 - a classe especial iniciou em março/1993. Em dezembro/1994, a classe especial foi desativada por
falta de recursos humanos, voltando a funcionar em março de 2002. Atualmente, tem sete alunos, com idades
entre 7 e 24 anos (7 a – 1; 8 a – 1; 10 a – 2; 11 a – 1; 13 a – 1; 24 a – 1), sendo seis meninas e um menino.
Para a realização desta pesquisa, optamos pela metodologia de estudos de casos múltiplos. De acordo com
André (1995, p. 51), os estudos de caso buscam o conhecimento do particular, são descritivos, indutivos e
buscam a totalidade, além de se centrarem na compreensão e na descrição do processo mais do que nos
resultados comportamentais.
A coleta de dados foi feita através da análise documental das avaliações feitas pelos profissionais para
encaminhar crianças às classes especiais. Para tanto, tivemos acesso à documentação dos alunos que freqüentam
a classe especial das escolas pesquisadas.
Desse modo, através das avaliações pesquisadas analisamos o que foi diagnosticado pelos profissionais para
esses alunos terem sido encaminhados para a classe especial; os instrumentos utilizados pelos profissionais para a
avaliação desses alunos e quais são os profissionais responsáveis por essas avaliações no município pesquisado.
1. Motivos para o encaminhamento
Primeiramente, constatamos através das pastas dos 22 alunos que vinte deles, ou seja, 90%, possuem avaliação
diagnóstica e apenas dois, ou seja, 10% (pertencentes à Escola 1), não têm nenhuma avaliação. Apesar de estes
alunos serem minoria dentro do contingente pesquisado, esse fato representa um não-cumprimento da legislação,
uma vez que, para estar matriculado na classe especial, o aluno precisa ser avaliado por algum profissional.
Posteriormente, verificamos o que foi identificado pelos profissionais para o encaminhamento desses alunos
para a classe especial, constatando que dois o foram com o diagnóstico de deficiência mental; um, por problemas
de comportamento (agressividade); um por problemas emocionais; cinco por problemas de aprendizagem
(comumente associados a déficit de atenção, concentração, coordenação,...) e seis passaram pela avaliação, mas,
nos pareceres, só havia a indicação para a classe especial, não o motivo do encaminhamento.
Outras situações ainda foram encontradas, como:
uma aluna identificada como “epilética”, com dificuldades de atenção, coordenação e compreensão;
um aluno com doença desmielinizante do sistema nervoso central;
um aluno com desenvolvimento psicomotor prejudicado e paralisia cerebral atáxica.
Também encontramos dois alunos com duas avaliações de profissionais diferentes, permitindo-nos perceber
que não há um consenso entre as duas avaliações:
► Neurologista – Dificuldades de aprendizagem associadas com THDA e impulsividade. Encaminha a criança
para classe especial, mas esclarece: “Necessita de C. especial, no momento”.
Psiquiatra – Problemas psiquiátricos crônicos, retardo mental, déficit de atenção e hiperatividade. Também
encaminhou a C. Especial.
►Psicóloga – Déficit motor e dificuldades nos relacionamentos interpessoais.
Neurologista – Hipótese de rebaixamento intelectual.
2. Instrumentos utilizados
A maioria das avaliações feitas pelos profissionais responsáveis pelo encaminhamento para a classe especial
não contém informações sobre os instrumentos utilizados (E1 – 9; E2 – 4 e E3 – 6), ou seja, não são
especificados nos pareceres os critérios ou parâmetros utilizados para a avaliação do aluno.
Os únicos registros dos instrumentos utilizados foram feitos por neurologistas (E1- 1; E2 – 0 e E3 – 1), que
registraram nas avaliações o exame “estudo tomográfico computadorizado do encéfalo” e “eletro”, e por uma
psicopedagoga (E1 – 0; E2 – 1 e E3 – 0) a qual registrou os testes que utilizou na avaliação: testes D-A-F e
K-F-D, BSM 3 e teste piagetiano, bem como o que foi diagnosticado em cada um deles.
3. Profissionais responsáveis
Pelas avaliações encontradas nas pastas dos alunos, foi possível identificar quais são os profissionais
responsáveis pelo encaminhamento dos alunos para a classe especial para deficientes mentais leves, no município
de Cruz Alta – RS:
► psicólogos – (E1 – 4; E2 – 2 e E3 – 3);
► neurologistas – (E1 – 1; E2 – 1 e E3 – 3);
► psicopedagogo – (E1 – 0; E2 – 1 e E3 - 0);
► psiquiatra – (E1 – 0; E2 – 0 e E3 – 1).
Também foram encontrados alunos com duas avaliações de profissionais diferentes:
► psicólogo/neurologista - (E1 – 3; E2 – 0 e E3 – 0);
► psiquiatra/ neurologista – (E1 – 0; E2 – 1 e E3 - 0).
CONSIDERAÇÕES ACERCA DOS DADOS COLETADOS
Com relação ao encaminhamento para a classe especial, podemos, verificar, primeiramente, a fragilidade
das avaliações feitas pelos profissionais responsáveis por essa tarefa, pois a sistemática utilizada por eles para
avaliar é precária e geralmente é feita desconsiderando a realidade sociocultural do aluno, bem como desprezando
os diversos processos e situações vividas pela criança no seu dia-a-dia escolar.
O profissional atribui as causas do fracasso escolar ao aluno pela mensuração de suas capacidades e
habilidades, estabelecendo uma relação entre a dificuldade de aprendizagem e os supostos comprometimentos
dos alunos, sejam emocionais, intelectuais, comportamentais, ou outros. Segundo Padilha (1997, p. 36),
o
problema, então, fica claramente colocado no aluno, é dele. Assim, em nenhum momento causas alternativas são
levantadas pelos profissionais. Os determinantes políticos, sociais, ideológicos, educacionais e pedagógicos são
escamoteados, o sistema fica isento de investigação; os fatores intra e extra-escolares não fazem parte da busca
dos profissionais responsáveis pelo encaminhamento.
Desse modo, podemos afirmar que a realidade do aluno é desconsiderada nas avaliações feitas pelos
profissionais responsáveis pelo encaminhamento, pois não visam a uma função educativa, mas a um diagnóstico
rotulador realizado sem esclarecer, nem mesmo, os critérios e parâmetros utilizados. Devemos ter consciência de
que a “classificação e o rótulo perpetuam as diferenças entre as pessoas, atribuem e preservam um caráter
discriminatório à deficiência; por isso, deveriam ser revistos”. (SANTOS e DENARI, 2001, p. 63).
Collares e Moysés (1997, p.149) também salientam que, para os profissionais da saúde e da educação, a
doença impede a aprendizagem. Porém, que tipo de doença, em que gravidade? Aparentemente, essas questões
não se colocam. Estar doente, não importa a gravidade (ou ausência de), nem a época da vida, nem o tempo
(tanto faz se aguda ou crônica, se dura dias ou anos), é um estado absoluto. A doença, nesse imaginário, não
admite modulações.
Também foi verificado que as classes especiais para deficientes mentais leves de Cruz Alta – RS não
recebem somente alunos com diagnóstico de deficiência mental leve, mas, igualmente, alunos com problemas
emocionais, de comportamento e com dificuldades de aprendizagem, sendo esses bem mais numerosos do que os
outros.
Com relação a essa questão,
vários trabalhos como os de Schneider (1977), Paschoalick (1981), Denari (1984) e Patto (1990) tem
apontado que muitas crianças são identificadas como deficientes e encaminhadas às classes especiais
por razões as mais diversas, como, por exemplo, por problemas de comportamento e não por
efetivamente requererem recursos educacionais diferenciados. Ao discutir sobre esses critérios de
encaminhamento, Caiado (1993) aponta para uma prática segregadora legitimada dentro da escola
pública, através da qual milhares de crianças são arbitrariamente identificadas e rotuladas como
“burras”, “fracas”, “loucas” ou “deficientes”. Ferreira (1992) também discute essa questão e argumenta
que as classes especiais parecem se constituir mais em um estágio para segregar e excluir da escola
alunos que estavam nas classes normais do que em um procedimento para trazer indivíduos deficientes
para a escola. (TOREZAN e CAIADO, 1995, p. 31-32).
Em consonância, Corrêa (1992, p. 70/71) salienta que os alunos encaminhados para essas classes formam
um contingente de crianças consideradas deficientes mentais, que contudo, em sua maioria, não o são. Elas foram
encaminhadas para essas classes porque, durante o processo de alfabetização, comportaram-se de forma
diferente à estabelecida pela escola e apresentaram divergências com relação ao desempenho esperado por essa
mesma escola. A forma mais conveniente e prática de resolver o problema é afastar esses alunos do ensino
público regular.
Desse modo, fica evidente que, em tais circunstâncias, pode ser completamente inócuo estabelecer regras e
critérios para o encaminhamento correto de alunos para a classe especial para deficientes mentais leves. Contudo,
esse encaminhamento está, na realidade, rigorosamente disciplinado por dispositivos legais no estado do Rio
Grande do Sul.
As Diretrizes para Implantação e Funcionamento de Classes Especiais da Secretaria da Educação do
Estado – Divisão de Educação Especial, de 2001, estabelecem que “o encaminhamento para a Classe Especial
será realizado somente após análise criteriosa realizada pela CRE juntamente com a escola de procedência dos
mesmos mediante avaliação pedagógica e laudo de equipe interdisciplinar”. Já com relação ao alunado que deve
ser atendido na referida classe, as diretrizes referem: “estudantes com deficiência mental que apresentem
dificuldades acentuadas de aprendizagem vinculadas a causa orgânica”.
Também o parecer nº 441, de 10.04.2002, que fixa os parâmetros para a oferta da educação especial no
sistema estadual de ensino, em seu parágrafo 2º, estabelece que “o enquadramento do aluno em uma das
categorias da educação especial dependerá de laudo emitido por equipe interdisciplinar”.
Assim, constatamos que há uma desobediência aos dispositivos legais por parte das escolas que não
cumprem o que preconizam as leis, bem como pelos órgãos que deveriam fiscalizar como estão funcionando as
classes especiais nas escolas estaduais que oferecem esse serviço.
Com base nisso e nos dados coletados sobre o encaminhamento para a classe especial, podemos afirmar
que os caminhos para essa classe apontam para histórias de fracasso escolar de alunos e alunas que são
considerados desviantes por não corresponderem, exatamente, aos padrões estabelecidos pelo sistema escolar.
Também denunciam outra questão: as avaliações seguem o modelo médico-psicológico, pois não priorizam os
fatores sociais, econômicos e/ou culturais, elementos fundamentais quando se quer considerar a pessoa, em seu
contexto – em determinado ambiente, numa determinada cultura. Verificamos, ainda, que esse tipo de avaliação
não favorece um planejamento educacional mais eficiente; ao contrário, salienta déficits, determinando, assim,
incapacidades.
Essas avaliações dão ênfase
ao que a criança não tem, ao que ela não sabe, àquilo que lhe falta. É um olhar voltado para a carência,
para a falha da criança. È quase como se a criança, que está sendo avaliada, precisasse se encaixar nas
formas de avaliação que o avaliador, supostamente inteligente, conhece. Daí, os laudos de falta de
coordenação motora para quem faz pipa; de falta de raciocínio matemático para feirantes; de falta de
ritmo para os que cantam e fazem batucadas...A prova é rígida e previamente estabelecida: se a criança
ainda não sabe, não entende a proposta ou não conhece as regras do jogo, é reprovada. A avaliação
pode ser vista como uma perseguição ao defeito da criança. (COLLARES e MOYSÉS, 1997, p. 130).
Diante do que foi exposto, fica clara a necessidade de rever o tipo de avaliação feita pelos profissionais
responsáveis pelo encaminhamento dos alunos para a classe especial no município de Cruz Alta – RS, bem como
de que essas classes cumpram a sua função de escolarizar alunos deficientes que não podem ser ensinados através
dos recursos do ensino comum, como salienta Omote:
Cabe à educação especial cumprir sua função de educar os deficientes. No caso específico de classe
especial, cabe a ela a função de escolarizar na rede de ensino regular os deficientes em idade escolar que
apresentam condições para isso, buscando promovê-los aos recursos do ensino comum, sempre que for
possível. Portanto, a abertura de classes especiais para deficientes em condições de serem escolarizados
e que se encontram em instituições especializadas ou em casa. A Educação Especial não pode permitir
que seus recursos sejam utilizados para interpretar o grave problema político de fracasso escolar na
educação de crianças de camadas populares como se fosse devido a alguma patologia dessas crianças
ou do seu meio. (2000, p. 51).
Também esse aspecto deve ser respeitado pelas escolas, segundo Machado, para que a Classe Especial
para Deficientes Mentais Leves deixe de ser vista como um depósito de excluídos do sistema regular de ensino.
(1995)
REFERÊNCIAS
ANDRÉ, Marli Eliza. Etnografia da Prática escolar. Campinas: Papirus, 1995.
COLLARES, C. A.; MOYSÉS, M. A. Respeitar ou Submeter: A Avaliação de Inteligência em Crianças em
Idade Escolar. In: MACHADO, A. M. et al. Educação Especial em Debate. São Paulo: Casa do Psicólogo,
1997.
CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO. Parecer nº 441 de 2002. Institui Parâmetros para a oferta da
educação especial no Sistema Estadual de Ensino. Porto Alegre – RS, 2002.
CORRÊA, Maria Ângela Monteiro. De rótulos, carimbos e crianças nada especiais. Caderno Cedes 28, São
Paulo: Papirus, 1ª ed., 1992.
MACHADO, Laêda Bezerra. Classes Especiais: Integração ou segregação?. Dissertação (Mestrado em
Educação) – Universidade Estadual de Recife, Pernambuco, 1995.
MAZZOTA, Marcos. Fundamentos de Educação Especial. São Paulo: Pioneira Editora, 1982.
OMOTE, Sadao. Classes Especiais: comentários à margem do texto de Torezon & Caiado. Revista Brasileira
de Educação Especial, v. 6, n. 1, 2000.
PADILHA, Anna Maria Lunardi. Possibilidades de Histórias ao Contrário: ou como desencaminhar o aluno da
classe especial. São Paulo: Plexus, 1997.
SANTOS, Lucia Maria; DENARI, Fátima. Classe Especial: o olhar de seus usuários e usuárias. Revista
Brasileira de EducaçãoEspecial. V. 7, n.1, 2001.
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DO RS – DIVISÃO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL.
Diretrizes para implantação e funcionamento de classes especiais. 2001.
TOREZAN, Ana Maria; CAIADO, Kátia Regina Moreno. Classes especiais: manter, ampliar ou extinguir? Idéias
para debate. Revista Brasileira de Educação Especial. Vol. II, n. 3, 1995.
ANEXOS
Anexo 1 – Dados dos alunos pesquisados:
ESCOLA 1:
1. A. H. (D.N. 24.05.1996 / S: M)
2002 – Jardim
2003/2004 – Classe Especial
Foi encaminhado para a Classe Especial sem avaliação de um profissional.
2. B. M. (D.N. 22.08.1991 / S: M)
2000 a 2004 – Classe ESpecial
Déficit motor e dificuldades nos relacionamentos interpessoais (Psicóloga – maio de
1998).
Foi avaliado novamente em 04.05.2000, por uma neuropediatra: Hipótese de rebaixa
mento intelectual.
3. E. R. S. (D.N. 12.02.1994 / S: M)
2000 – Pré-escola
2001 – 1ª s.
2002 a 2004 – Classe Especial
Psicóloga encaminhou para C. Especial mas não consta, na avaliação, o motivo.
4. F. L. S. (D.N. 25.06.1989 / S: F)
1997/1998 – 1ª s.
1999 a 2004 – Classe Especial
Diagnóstico de D.M. (leve e moderado), indicação para freqüentar a C. Especial (Psicóloga)
5. I. S. M. (D.N. 13.09.1995 / S: F)
2002 - Jardim
2003 – 1ª s./ C. Especial
2004 – Classe Especial
Não possui avaliação de nenhum profissional.
6. J. S. M. (D.N. 13.03.1994 / S:M)
2000 – Pré- escola
2001 – 1ª s.
2002 a 2004 – C. Especial
Psicóloga encaminhou à C. especial mas não consta, na avaliação, o motivo (27.11.01).
Já o neurologista diz que realizou estudo tomográfico computadorizado do encéfalo e o resultado deu normal.
Colocou, também, que iniciou o uso de psicoestimulantes na criança.
7. J.S.F. (D.N. 21.08.1989 / S:M)
1996 a 1999 – 1ª s.
2000 a 2004 – C. Especial
Psicóloga - Distúrbio de aprendizagem, déficit de atenção, dificuldades de concentração. Foi encaminhado para
C. Especial.
8. N. I. R. (D.N. 26.05.1997 / S:F)
2003 - Jardim
2004 – C. Especial
Psicóloga encaminhou para C. Especial mas não consta, na avaliação, o motivo.
9. V.A.M. (D.N. 05.06.1995 / S: M)
2001 - Jardim
2002 – 1ª s.
2003 – 1ªs./C. Especial
2004 – C. Especial
Neurologista – provável dislexia.
10. W.M.S. (D.N. 21.10.1997 / S: M)
2004 – C. Especial
Psicóloga – alto grau de agressividade e falta de limites.
Neurologista – alteração do comportamento, crises catastróficas e agressividade secundária (Avaliação feita
em 27.03.2003). Em 27.11.2003 fez outra avaliação com a mesma neuro: apresenta DN/M compatível com a
idade. Não há necessidade de C. especial e sim escola regular.
ESCOLA 2:
1. A.G. (D.N. 20.01.1994 / S: F)
2000 a 2004 – C. Especial
Dificuldades emocionais que comprometem sua aprendizagem/ Encaminhou a C. Especial– Psicóloga
2. C. B. (D.N. 04.08.1995 / S: F)
2003 – Jardim
2004 – C. Especial
Neurologista – Desenvolvimento psicomotor prejudicado, principalmente na área de coordenação apendicular
(abaixo dos 5 a), e também na área da atenção e equilíbrio secundário e uma paralisia cerebral atáxica.
3. J. C. (D.N. 05.03.1991 / S: M)
2000 a 2004 – C. Especial
Psicóloga encaminhou para C. Especial mas não consta, na avaliação, o motivo.
4. R. V. M. P. (D.N. 09.01.1996 / S: F)
2003 – 1ª s.
2004 – C. Especial
Psicopedagoga – Testes D-A-F e K-F-D: desconforto emocional e um déficit de condições afetivas e
cognitivas para a aprendizagem; Testes BSM3 e Piagetianos: pouca assimilação e qualificação de esquemas para
sua faixa etária.
5. V.M.S. (D.N. 19.07.1996 / S: M)
2003/2004 – C. Especial
Neurologista – Dificuldades de aprendizagem associado com THDA e impulsividade. Encaminha à criança para
classe especial, mas esclarece: “Necessita de C. especial, no momento”.
Psiquiatra – Problemas psiquiátricos crônicos, retardo mental, déficit de atenção e hiperatividade. Também
encaminhou a C. Especial.
ESCOLA 3:
1. A.F.C. (D.N. 25.09.1991 / S: F)
1999 a 2002 – 1ª s.
2003/2004 – C. Especial
Neurologista – EEA sem alterações. É epilética e associado apresenta dificuldade significativa de atenção,
coordenação, compreensão e da atividade perceptiva. Necessita de C. Especial.
2. B.S. (D.N. 18.04.1995 / S: M)
2002 – 1ª
2003/2004 – C. Especial
Neurologista – Dificuldades de aprendizagem, com dificuldades de coordenação, atenção e relacionamento de
causa mista (orgânica e emocional). Necessita de C. Especial para maior aproveitamento e desenvolvimento.
3. B.Z. (D.N. 12.07.1993 / S: F)
2000 a 2002 – 1ª s.
2003/2004 – C. Especial
Neurologista – Déficit de desenvolvimento da aprendizagem com fim orgânico e emocional. Necessita C.
Especial.
4. C.L. (D.N. 06.08.1996 / S: F)
2004 – 1ª s/ C. Especial
Psicóloga encaminhou para C. Especial mas não consta, na avaliação, o motivo.
5. L.A. (D.N. 29.04.1980 / S: F)
2002 a 2004 – C. Especial
Neurologista – Eletro – 03 normal.
6. L.C. (D.N. 19.11.1995 / S: F)
2002/2003 – 1ª s.
2004 – C.Especial
Psiquiatra – Provável retardo mental, necessita acompanhamento especial em sala de aula.
7. T.B. (D.N. 11.06.1197 / S: F)
2004 – C. Especial
Neurologista – Doença desmielinizante do sistema nervoso central (CID 10 G 37).
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