I CPAC, IV EPAC e I EBEPAC 13 a 15 de maio de 2010, Londrina, PR – ISBN 978-85-7846-078-5 116 EXERCÍCIO DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO EM UMA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DO SERVIÇO DE ACONSELHAMENTO GENÉTICO. Renata Grossi, Alex Eduardo Gallo, Naiara Fernanda Costa, Luciana Helena da Silva e Wagner José Martins Paiva, (Departamento de Biologia Geral e Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) A presente mesa tem como objetivo apresentar a atuação de uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos e biólogos, no Serviço de Acompanhamento Genético da Universidade Estadual de Londrina, bem como o estudo e a análise funcional de um caso com suspeita de Síndrome de Huntington. A biologia contribui com a realização do exame de cariótipo pelo Laboratório de Diagnóstico Citogenético (BIO). Sua atuação proporciona diagnóstico de indivíduos portadores de enfermidades de origem genética, esclarecimento técnico e/ou médico do problema e orientações para o indivíduo e sua família, além de preparar profissionais para atuação na área da saúde e em genética humana; propiciar treinamento e aprendizado a residentes do HU em genética humana; pesquisar e determinar a incidência dos principais tipos de anomalias congênitas na região de Londrina e investigar os possíveis fatores de risco associados à ocorrência de malformações; esclarecer e orientar a população e os profissionais da saúde com respeito às afecções genéticas, contribuindo para um melhor encaminhamento, tratamento e prevenção, quando possível, no Sistema Único de Saúde do Estado do Paraná. A atuação da psicologia começa na abordagem do paciente na sala de espera para a coleta do sangue para o exame de cariótipo, realizando a entrevista e participando ativamente na avaliação, estudo do caso e na devolutiva do resultado para o paciente/família e apoio psicológico. Por fim, com base na Análise do Comportamento, serão descritas algumas das relações funcionais de um caso com suspeita de síndrome de Huntington, tendo como linha de ação a especificação de como variáveis ambientais podem vir a afetar de modo indireto, as variáveis biológicas do paciente. Palavras-chave: Psicologia da saúde, Análise do Comportamento, aconselhamento genético. Apoio financeiro: O trabalho foi realizado com apoio financeiro da Secretaria de estado da tecnologia e ensino (SETI) e da PROEX-UEL. ATUAÇÕES DA BIOLOGIA NO SERVIÇO DE ACONSELHAMENTO GENÉTICO: UMA INTERFACE COM A ANÁLISE DO COMPORTAMENTO. Renata Grossi, Alex Eduardo Gallo e Wagner José Martins Paiva O presente trabalho tem como objetivo apresentar a atuação da biologia no Serviço de Aconselhamento Genético (SAG), em Londrina/Paraná, que proporciona diagnóstico de indivíduos portadores de enfermidades de origem genética (doenças monogênicas, cromossômicas, multifatoriais e enfermidades genéticas somáticas adquiridas), esclarecimento técnico e/ou médico do problema e orientações para o indivíduo e sua família de forma que se sintam mais acolhidos e preparados para se adaptarem e I CPAC, IV EPAC e I EBEPAC 13 a 15 de maio de 2010, Londrina, PR – ISBN 978-85-7846-078-5 117 administrarem possíveis mudanças em suas vidas, decorrentes de uma enfermidade. Para isto, atuam profissionais de várias áreas, incluindo dois psicólogos, um biólogo geneticista e outro da bioética.A biologia contribui com a realização do exame de cariótipo pelo Laboratório de Diagnóstico Citogenético (BIO) e o Laboratório de Bioética do Departamento de Biologia Geral (BIO) da Universidade Estadual de Londrina, onde está sediado. O exame de cariótipo tem o objetivo de realizar um diagnóstico citogenético através de técnicas de cultura de células para observação de cromossomos metafásicos, prometafásicos (alta resolução) e sítios frágeis. A análise cromossômica é feita segundo técnicas de coloração convencional e de obtenção de bando G e, quando necessário, por bandas C, R, e NOR. As microfotografias das células são inteiramente produzidas pelo SAG, sendo utilizadas tanto na análise, como na documentação dos casos. As técnicas de cultura utilizadas são de cultura de linfócitos do sangue periférico; cultura de pele; cultura de células de material de aborto; cultura de tecido de tumores sólidos; cultura de células de líquido amniótico; cultura de células de vilosidades coriônicas; cultura de células da medula óssea. Diagnosticada a afecção por meio do diagnóstico citogenético com comprometimento, deverá se processar o Aconselhamento Genético que implicará: em estudo pertinente, cálculo dos riscos de recorrência e avaliação da situação apresentada no laudo final e encaminhamento do resultado. O encaminhamento para o SAG é feito através de médicos, instituições e, algumas vezes, a própria família procura o projeto. O projeto atende indivíduos/ famílias, de Londrina e região, pertencentes a 17ª Regional de Saúde. O SAG tem capacidade de atender seis indivíduos por semana para diagnóstico citogenético. Geralmente, a procura pelo serviço se deve a questões relacionadas a: abortos espontâneos repetidos; aconselhamento genético pré-matrimonial; aconselhamento genético pré-natal; erros inatos de metabolismo; hemoglobinopatias; deficiência mental; enfermidades degenerativas; esterilidade; idade materna avançada; indivíduos afetados por neoplasias e malformações. O Serviço de Aconselhamento Genético (SAG) visa aprimorar o serviço prestado pelo Laboratório de Diagnóstico Citogenético do Departamento da UEL preparando profissionais para atuação neste campo de ação da saúde, propiciando aprendizado e treinamento de alunos e de estagiários de graduação da área de biologia, da saúde em genética humana e da psicologia; propiciar treinamento e aprendizado a residentes do HU em genética humana; pesquisar e determinar a incidência dos principais tipos de anomalias congênitas na região de Londrina e investigar os possíveis fatores de risco associados à ocorrência de malformações; esclarecer e orientar a população e os profissionais da saúde com respeito às afecções genéticas, contribuindo para um melhor encaminhamento, tratamento e prevenção, quando possível, no Sistema Único de Saúde do Estado do Paraná. Palavras-chave: Biologia genética, aconselhamento genético e saúde. Apoio financeiro: O trabalho foi realizado com apoio financeiro da Secretaria de estado da tecnologia e ensino (SETI) e da PROEX-UEL. I CPAC, IV EPAC e I EBEPAC 13 a 15 de maio de 2010, Londrina, PR – ISBN 978-85-7846-078-5 118 A PSICOLOGIA NO CONTEXTO DA SAÚDE PÚBLICA Alex Eduardo Gallo, Renata Grossi e Wagner José Martins Paiva A Psicologia vem conquistando espaço na área da saúde e no Serviço de Aconselhamento Genético (SAG), em Londrina/Paraná, sua atuação vem sendo bem específica, quanto ao suporte oferecido pelo serviço. Quando um novo paciente chega, é feito o agendamento para a coleta de sangue para o exame de cariótipo. No dia da coleta, um psicólogo ou estagiários de psicologia aplicam o Roteiro de Bioética e o Termo de Consentimento Livre Esclarecido e na seqüência é encaminhado para a coleta de sangue para realização do exame de cariótipo. Após a coleta, é realizada a Entrevista Inicial. A entrevista é subsidiada por um roteiro, que contempla os seguintes itens: apresentação do SAG; dados pessoais dos pais e do paciente; dados diagnósticos; atendimentos e intervenções profissionais; desenvolvimento geral do paciente; ambiente familiar; agentes estressores e rede de apoio; dinâmica do casal e outras informações que julgarem necessárias. Estes itens oferecem informações importantes na realização dos exames, permitindo o encaminhamento de enfermidades que o SAG não pode ou não tem recursos para diagnosticar, além de auxiliar no estudo e na compreensão do caso para a elaboração da devolutiva. Enquanto o exame está sendo realizado, a equipe de psicologia se reúne para a supervisão do caso e, se necessário, há o encaminhamento para avaliação ou para observação do paciente/família. O resultado do exame é encaminhado para os profissionais da equipe multidisciplinar do SAG, para estudo do caso e para a elaboração da devolutiva, e para o setor administrativo do projeto, que agenda a devolutiva para a família/paciente, quando o resultado do exame é entregue em mãos, para a família/paciente. Na devolutiva a família/paciente, toma conhecimento técnico e/ou médico do problema e a equipe de psicologia atua com o objetivo de dar apoio e amparar, dar as informações e as orientações necessárias, bem como realizar os possíveis encaminhamentos e os atendimentos posteriores. Também prepara a família para possíveis mudanças e impactos que a doença pode causar na vida do indivíduo e de seus familiares. Com apoio e orientações adequadas, a família pode gerenciar melhor as possíveis alterações em sua vida e sua rotina, propiciando uma melhora na qualidade de vida de todos, dentro da realidade de cada um. Possivelmente, essas adaptações se darão a nível: pessoal; profissional; social; financeiro; estrutural e psicológico. O primeiro desafio para os profissionais da psicologia foi tornar o processo mais coeso desde o agendamento da coleta de sangue até a devolutiva com o biólogo geneticista e com a psicóloga responsável e seus estagiários. Isto se deu através de reuniões com a equipe multidisciplinar. Neste serviço, todos têm que estar interados do processo e da importância do seu trabalho para um atendimento mais satisfatório que atenda, o máximo possível, as necessidades que o paciente e sua família tem relacionadas com sua condição genética. O segundo, foi conhecer a população, atendida pelo projeto, para assim melhorar o atendimento oferecido. Este trabalho continua em aprimoramento constante. Palavras-chave: Saúde Pública, Psicologia, aconselhamento genético. Apoio financeiro: O trabalho foi realizado com apoio financeiro da Secretaria de estado da tecnologia e ensino (SETI) e da PROEX-UEL. I CPAC, IV EPAC e I EBEPAC 13 a 15 de maio de 2010, Londrina, PR – ISBN 978-85-7846-078-5 119 ANÁLISE FUNCIONAL DE UM CASO COM SUSPEITA DE SÍNDROME DE HUNTINGTON. Naiara Fernanda Costa, Renata Grossi, Alex Eduardo Gallo, Luciana Helena, Wagner José Martins Paiva O analista do comportamento, independente do lugar no qual seu trabalho aconteça, compreende os fenômenos comportamentais e ambientais ocorrendo em variadas relações de interdependência. Buscou-se descrever algumas destas interdependências na análise do caso clínico de A., atendida pelo Serviço de Aconselhamento Genético da Universidade Estadual de Londrina no ano de 2009. A. tinha 29 anos de idade, era professora e residia com a mãe e com mais duas irmãs. Foi encaminhada por um médico neurologista, sob suspeita de uma anomalia genética: Síndrome de Huntington. A cliente começou a apresentar movimentos involuntários da musculatura em geral, chegando a não conseguir manter a coordenação motora ao caminhar. A. relatou que estes movimentos se intensificavam quando as pessoas se aproximavam e que alguns membros de sua família também apresentavam movimentos semelhantes a estes. Sua mãe afirmou que a cliente foi afastada do trabalho e, embora permanecesse o dia todo no quarto utilizando o computador, esta evitava sites de relacionamentos. Sua única amiga era uma de suas irmãs. A cliente demonstrava conformismo frente à possibilidade de confirmação da suspeita do diagnóstico e possuía dificuldades em expressar sentimentos. De forma geral, os dados indicavam que a cliente possuía uma pobre interação social e, conseqüentemente, apresentava um repertório pouco desenvolvido e variado para estas situações. Acreditava-se que a ausência de habilidades necessárias para o manejo de contingências requeridos nestas condições, prejudicava a obtenção de reforçadores positivos provenientes de situações de interação social, dificultando o fortalecimento de classes de comportamentos que compõe um repertório social satisfatório e aumentando seu engajamento em comportamentos apresentados de forma individual (permanecer no computador ou ler um livro, por exemplo). Neste contexto, as interações sociais podem ter adquirido propriedades aversivas à cliente, o que descreveria uma possível relação funcional com os movimentos involuntários apresentados por ela. Embora estes movimentos possam estar relacionados à Síndrome, o fato dos mesmos serem intensificados na presença ou simples aproximação de pessoas sugeria que estas respostas eram produtos da combinação entre variáveis genéticas e ambientais, tendo função de fuga/esquiva e mantendo-se intensificadas por contingências de reforçamento negativo. As respostas motoras involuntárias se assemelhavam às respostas apresentadas por outros familiares como o avô e o pai, podendo ter atuado como um estímulo ambiental que favorecia e/ou fortalecia a formulação de auto-regras, tanto da mãe quanto da própria cliente, a de estar desenvolvendo uma doença crônica, degenerativa e fatal. Estas regras poderiam exercer controle sobre os comportamentos disfuncionais da cliente tornando-a pouco sensível às contingências ambientais. À dificuldade da cliente em expressar sentimentos também estaria relacionada ao seu repertório social empobrecido, uma vez que a discriminação e nomeação de comportamentos privados têm origem social. Expressar sentimentos é um comportamento relevante, pois fornece à comunidade verbal na qual o indivíduo está inserido indícios de quais contingências estão operando na vida do mesmo. No presente caso, embora se tivesse acesso à presença de contingências ambientais aversivas à cliente, a ausência de relatos que descreviam suas respostas internas dificultava o manejo adequado de contingências de reforçamento, também por parte da família. I CPAC, IV EPAC e I EBEPAC 13 a 15 de maio de 2010, Londrina, PR – ISBN 978-85-7846-078-5 120 Palavras-chave: Análise do comportamento, psicologia da saúde, aconselhamento genético. Apoio financeiro: O trabalho foi realizado com apoio financeiro da Secretaria de estado da tecnologia e ensino (SETI) e da PROEX-UEL.