18º DOMINGO DO TEMPO COMUM
02 de agosto de 2015
“Quem vem a mim não
terá mais fome, e quem
crê em mim nunca mais
terá sede”
Leituras: Êxodo 16, 2-4.12-15; Salmo 77 (78), 3.4bc.23-24.25.54; Carta de São Paulo aos Efésios
4, 17.20-24; e João 6, 24-35.
COR LITÚRGICA: VERDE
Animador: Nesta Eucaristia, somos convidados a dar um salto qualitativo na nossa fé. Ao invés
de esperarmos o pão caído do céu, precisamos nos abrir para receber o verdadeiro Pão, que é
Jesus. Neste dia em que lembramos do ministério ordenado: diáconos, padres e bispos, rezemos
para que possam sempre trazer o pão do céu, que é Jesus ressuscitado para todos nós.
1. Situando-nos brevemente:
No domingo passado, acompanhamos o sinal de Jesus na multiplicação dos pães. A multidão
não havia compreendido o sentido verdadeiro da ação de Jesus, por isso Ele explica o sentido
deste sinal. Jesus, o Filho de Deus, se manifesta como o pão que oferece vida nova, plena. Ele
convida a trabalhar pelo alimento e pela vida que permanecem para sempre.
A melhor obra que podemos realizar é crer em Jesus, o Filho de Deus enviado para dar vida ao
mundo. A fé nos faz reconhecer os sinais de salvação realizados por Jesus e perceber que temos
necessidades d’Ele como do alimento material. Jesus é o dom de amor gratuito oferecido pelo
Pai à humanidade. Por meio de sua vida, morte e ressurreição, Ele se entregou como pão que
alimenta e conduz os que continuam sua missão.
Em Jesus, o pão da vida, nos tornamos pessoa novas, criadas à imagem de Deus, em verdadeira
justiça e santidade. Neste primeiro domingo do mês vocacional, rezamos por nossos
presbíteros, bispos e diáconos.
2. Recordando a Palavra
O Evangelho de João é o início do discurso sobre o pão da vida, pronunciado por Jesus na
sinagoga de Cafarnaum (cf. 6,22-59). O ensinamento de Jesus faz a alusão ao relato do maná, o
alimento dos israelitas no deserto (cf. Ex 16,1s). Jesus é o verdadeiro Mestre que conduz o
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diálogo, assim como fez com a mulher samaritana (cf. Jo 4,7s). Sua Palavra oferece o alimento,
que sacia plenamente a fome e a sede da humanidade.
A multidão, que procura Jesus e o encontra em Cafarnaum, ainda não havia compreendido o
sentido do sinal do pão. Jesus desperta a esperança e convida a trabalhar “não pelo alimento
que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna” (6,27). Ele oferece o alimento
para a vida plena, pois foi marcado com o selo do Espírito do Pai, de modo especial no Batismo
(cf. 1,32-34).
Jesus é aquele que “ o Pai consagrou e enviou ao mundo” (10,36). Quem acolhe Jesus participa
da fonte da vida e da comunhão com o Pai, uma vez que eles formam uma perfeita unidade (cf.
10,30).
As pessoas desejam trabalhar nas obras de Deus, colaborar para que o reino messiânico se
estabeleça. Jesus afirma que a obra essencial de Deus é “acreditar naquele que ele enviou”
(6,29). Acreditar em Jesus, é configurar a vida a partir d’Ele, de suas palavras e ações
misericordiosas. O povo, que não havia reconhecido a manifestação da vida plena de Deus em
Jesus, espera a realização de prodígios como os de Moisés no deserto. Mas Jesus explica que
Moisés foi apenas instrumento, pois é o pão que dá o verdadeiro pão, “aquele que desce do céu
e dá a vida ao mundo” (6,32).
O encontro com Jesus e a adesão a seus ensinamentos leva à súplica cheia de confiança:
“Senhor, dá-nos sempre desse pão! ” (6,34). Esse pedido remete à mulher samaritana que
reconhece Jesus como a água viva: “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais
sede” (4,15). Agora, Jesus manifesta-se como “o pão da vida”, o alimento que sacia a fome e a
sede de vida para sempre: “Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca
mais terá sede” (6,35).
A Palavra de Deus, revelada em Jesus, o Cristo, alimenta aqueles que acreditam. Jesus plenifica
as esperanças antigas referentes ao mané, o pão dos anjos: “Não são as diversas espécies de
frutos que alimentam o ser humano, mas a tua palavra que sustenta aqueles que acreditam em
ti” (cf. Sb 16,20-28).
A leitura do livro do Êxodo está situada na seção de 15,22-18,27, que narra o caminho do povo
pelo deserto, depois da passagem pelo mar até o Sinai. O relato completo “o maná e as
codornizes” (16,1-36) aparece entre o episódio das águas amargas (15,22-27) e a água do
rochedo (17,1-7).
O povo “pôs-se a murmurar contra Moisés e Aarão” (16,2), os líderes do povo. As dificuldades
da travessia do deserto, em busca da terra prometida, levam a retroceder no caminho, a
preferir a escravidão à liberdade, o sustento do faraó no Egito ao do Senhor Deus do deserto.
O povo é impelido a trilhar o caminho novo na confiança em Deus, que manifesta a salvação
através do sinal do “maná” (16,4) e das “codornizes” (16,12). O maná era uma secreção da
tamargueira, produzida por pequenos insetos (cf. Nm 11,4-9). AS codornizes eram pequenas
aves migratórias que, às vezes, conduzidas pelo vento ao deserto, exaustas, deixavam-se
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apanhar com facilidade pelos beduínos. O texto enfatiza o dom milagroso do maná, que se
torna sinal da presença de Deus que alimenta o povo, sobretudo, por meio da palavra (cf. Dt
8,2).
O Salmo 77 (78) é uma oração de espiritualidade sapiencial que sublinha os maravilhosos
prodígios realizados em favor do povo, ao longo da história da salvação. O senhor “fez chover
sobre eles o maná para nutri-los e deu-lhes o trigo do céu”.
A leitura da Carta aos Efésios convida a trilhar o caminho da vida nova, inaugurado com a morte
e a ressurreição de Jesus. A experiência da fé em Cristo transforma a antiga criatura em pessoas
renovadas. A instrução sobre a “verdade de Jesus”, seu exemplo de fidelidade ao projeto do Pai,
conduz a uma maneira de pensar e agir, condizente com a nova humanidade.
Unidos a Jesus, pelo Batismo, os cristãos são chamados a “vestir-se do homem novo, criado à
imagem de Deus” (4,24a). Essa nova existência impele a viver em contínua renovação espiritual,
deixando-se conduzir pela graça do Senhor. A identificação com Cristo compromete a seguir o
caminho da “verdadeira justiça e santidade” (4,24b), testemunhada pela “caridade, o vínculo da
perfeição” (cf. 3,14).
3. Atualizando a Palavra
Somos, chamados a ir ao encontro de Jesus, deixando-nos instruir por seus ensinamentos, que
conduzem ao caminho da vida em abundância. A indiferença ao sofrimento e às necessidades
das pessoas indica uma fé sem compromisso com a mensagem de Jesus.
Acreditar em Jesus e seguir seu projeto salvífico é o trabalho a que se deve empenhar a vida de
seus seguidores e seguidoras. A identificação com Jesus impulsiona a colaborar na construção
de um mundo mais humano e justo.
O ser humano necessita alimentar sua caminhada de fé e esperança em algo mais profundo, que
os valores oferecidos pela sociedade vigente. Jesus ensina “a trabalhar não pelo alimento que
perece, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna”.
Ele é o verdadeiro caminho que conduz ao Pai. Quem o segue com autenticidade escuta suas
palavras e compartilha seus gestos misericordioso, dedicando a vida ao serviço de seu Reino.
Como Jesus, a comunhão com o Pai que vive para sempre é testemunhada no amor solidário,
que é “mais forte do que a morte”.
O povo no deserto, em busca da terra prometida, faz a experiência do Deus da aliança, que
acompanha a caminhada com amor e solicitude. O episódio do maná ensina a não confiar nas
seguranças humanas, mas na misericórdia do Senhor e a seguir com fidelidade seu projeto de
partilha e solidariedade. O maná devia ser recolhido todo dia sem acumular para o dia seguinte,
pois se alguém tentasse guardar apodrecia (cf. Ex 16, 19-20).
Nesse início do mês vocacional, somos impelidos a renovar o compromisso com o Deus de Jesus
Cristo que diferente do faraó do Egito, liberta da escravidão e cuida dos seres humanos com
gratuidade.
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Quem escuta a Palavra do Senhor descobre a sabedoria da vida, o alimento que sacia a fome e a
sede de justiça, a aliança definitiva (cf. Is 55,1-3). Os que se alimentam com a Palavra de Jesus,
“o pão de vida”, e se dirigem a Ele com fé e confiança encontram o verdadeiro sentido da vida,
que vai além das necessidades vitais.
4. Ligando a Palavra com ação litúrgica
A multidão faminta, no deserto, procura Jesus porque comeram do pão e ficaram satisfeitos.
Jesus chama para verem além do alimento que se perde e procurem o alimento que permanece
até a vida eterna. É este alimento que Ele oferece.
Reunidos para celebrar, participaremos do sinal maior que nos será dado, o pão do céu,
verdadeiro pão que desceu do céu e dá vida ao mundo.
Alimentados com este pão, seremos transformados em pessoas novas, poderemos enxergar
além das aparências, do passageiro, do banal. Nossa vida e ações todas serão concentradas no
essencial, ou seja, teremos os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo, seremos cristãos
de verdade. Que Ele nos renove e nos consagre totalmente na escola do seu serviço.
Oração dos fiéis:
Presidente: Somos um povo faminto, necessitado de um alimento que dê sentido às nossas
vidas e tenha sabor de eternidade. Por isso, elevemos as nossas preces ao Pai.
1. Senhor, que tua Igreja possa sempre alimentar teu povo com o Pão do céu, que dá sentido a
nossa vida. Peçamos:
Todos: Senhor, dê o pão para todos.
2. Senhor, que os governantes possam dar sempre ao povo o pão material, que assim possa
matar a fome de tantas pessoas. Peçamos:
3. Senhor, por aqueles e aquelas que passam fome do pão material, para que nunca desanimem
e possam encontrar em nós uma esperança para os seus problemas. Peçamos:
4. Senhor, por nossa comunidade que muitas vezes te busca por necessidades materiais, possam
também nos dar a fome do teu pão. Peçamos:
5. Senhor, abençoai nosso pároco (N), para que a exemplo de Cristo, empenhe a própria vida em
favor do povo faminto, necessitado de pão e de sentido para viver.
(Outras intenções)
Presidente: Pai, gritamos teu nome, porque somos um povo que tem fome de pão e fome de
vida. Não nos abandoneis em nossos desertos e nem te escondais em nossas buscas, mas ficai
conosco e alimentai-nos sempre com teu Pão. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém
III. LITURGIA EUCARÍSTICA
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ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Dignai-vos, ó Deus, santificar estas oferendas e, aceitando este sacrifício espiritual, fazei de nós
uma oferenda eterna para vós. Por Cristo, nosso Senhor. Todos: Amém
ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:
Acompanhai, ó Deus, com proteção constante os que renovastes com o pão do céu e, como não
cessais de alimentá-los, tornai-os dignos da salvação eterna. Por Cristo, nosso Senhor. Todos:
Amém.
BÊNÇÃO E DESPEDIDA:
Presidente: O Senhor esteja convosco. T.: Ele está no meio de nós.
Presidente: Ó Deus conceda a teus filhos e filhas a alegria do comerem juntos como sinal da
entrega e da consagração ao Reino. T.: Amém.
Presidente: Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, + Pai e Filho e Espírito Santo. T.: Amém.
Presidente: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe. T.: Graças a Deus.
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Celebração do 18º Domingo do Tempo Comum