MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA DE TRANSPORTES Cap KLEBERSON DE OLIVEIRA RAMOS ESTUDO SOBRE MISTURA ASFÁLTICA TIPO STONE MATRIX ASPHALT (SMA) PARA PAVIMENTO AEROPORTUÁRIO Rio de Janeiro 2012 INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA Cap KLEBERSON DE OLIVEIRA RAMOS ESTUDO SOBRE MISTURA ASFÁLTICA TIPO STONE MATRIX ASPHALT (SMA) PÁRA PAVIMENTO AEROPORTUÁRIO Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia de Transportes do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia de Transportes. Orientadores: Prof. Antônio Carlos Rodrigues Guimarães – D.Sc. Profª. Maria Esther Soares Marques – D.Sc. Rio de Janeiro 2012 1 c 2012 INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA Praça General Tibúrcio, 80 – Praia Vermelha Rio de Janeiro – RJ CEP: 22.290-270 Este exemplar é de propriedade do Instituto Militar de Engenharia, que poderá incluí-lo em base de dados, armazená-lo em computador, microfilmá-lo ou adotar qualquer outra forma de arquivamento. É permitida a menção, a reprodução parcial ou integral e a transmissão entre bibliotecas deste trabalho, em qualquer meio que esteja ou venha a ser fixado, para pesquisa acadêmica, comentários e citações, desde que não haja alteração de seu texto nem intuito comercial e que seja feita a referência bibliográfica completa. Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do() autor (es) e do() orientador (es). 625.85 R175 e Ramos, Kleberson de Oliveira Estudo sobre mistura asfáltica tipo Stone Matrix Asphalt (SMA) para pavimento aeroportuário / Kleberson de Oliveira Ramos; orientado por Antônio Carlos Rodrigues Guimarães e Maria Esther Soares Marques – Rio de Janeiro: Instituto Militar de Engenharia, 2012. 198p.: il. Dissertação (mestrado) – Instituto Militar de Engenharia – Rio de Janeiro, 2012. 1. Engenharia de Transportes, dissertações. 2. Pavimentação de aeroportos. 3. Stone Matrix Asphalt. I. Guimarães, Antônio Carlos Rodrigues. Título. II. Marques, Maria Esther Soares Marques. III. Instituto Militar de Engenharia. 2 INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA Cap KLEBERSON DE OLIVEIRA RAMOS ESTUDO SOBRE MISTURA ASFÁLTICA TIPO STONE MATRIX ASPHALT (SMA) PARA PAVIMENTO AEROPORTUÁRIO Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia de Transportes do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia de Transportes. Orientadores: Prof. Antônio Carlos Rodrigues Guimarães – D.Sc. Profª. Maria Esther Soares Marques – D.Sc. Aprovada em 6 de agosto de 2012 pela seguinte Banca Examinadora: _______________________________________________________________ Maj Antônio Carlos Rodrigues Guimarães – D.Sc. do IME - Presidente _______________________________________________________________ Profª. Maria Esther Soares Marques – D.Sc. do IME _______________________________________________________________ Maj Ben-Hur de Albuquerque e Silva – D.Sc. do IME _______________________________________________________________ Maj Filipe Augusto Cinque de Proença Franco – D.Sc. do Comando da Aeronáutica _______________________________________________________________ Profª Michéle Dal Toé Casagrande – D.Sc. da PUC-RJ Rio de Janeiro 2012 3 A minha esposa Lilian, pela paciência, compreensão e dedicação e apoio em todos os momentos. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus a oportunidade e a força de vontade para prosseguir e concluir este trabalho, passo importante para o aperfeiçoamento profissional e cultural, A minha esposa Lilian e filha Sofia que desde sempre me apoiaram durante os meses de dificuldades enfrentados, trocando horas de entretenimento por diversas horas de estudo e dedicação. Aos companheiros de turma e laboratoristas que oportunamente sempre disponibilizaram seus tempos para uma consulta, explicações e um bom papo descontraído. Aos meus pais e familiares que sempre dispuseram palavras de conforto e ânimo, elevando a moral e prestigiando o andamento do trabalho. Em especial aos meus orientadores, Major Antônio Carlos Guimarães e Professora Maria Esther Marques, ambos além de repassar seus conhecimentos da melhor e mais ampla maneira possível, sempre estavam abertos ao diálogo e colaboração imediata seja o assunto que fosse. 5 RESUMO Nesta pesquisa fez-se uma revisão bibliográfica sobre a análise funcional e estrutural dos pavimentos aeroportuários, com foco no atrito entre pneus e pavimento. Fez-se um estudo do pavimento da pista de pouso e decolagem do novo complexo Aeroportuário da Grande Natal/RN, no que envolve dados funcionais e mecanísticos. Foram coletados agregados e solos da região utilizados no pavimento daquele aeroporto, reproduzindo-se em laboratório as camadas daquele pavimento, evidenciando-se a qualidade dos materiais e da obra. Fez-se uma revisão da utilização do Stone Matrix Asphalt (SMA) em aeroportos no mundo, com base na literatura disponível, verificando que há vários países no mundo que já utilizam da mistura na capa de rolamento de alguns aeroportos, e que atualmente não há pistas de pouso e decolagem em aeroportos no Brasil pavimentados com SMA. Realizou-se a dosagem de duas misturas SMA com os agregados do Aeroporto da Grande Natal/RN, e realizaram-se estudos convencionais e mecanísticos nos corpos de prova. Com a finalidade de verificar o atrito gerado pela mistura SMA, utilizou-se o método IFI (Internacional Friction Index) para verificar o atrito em laboratório do pavimento. Encontrouse na mistura qualidades satisfatórias de desempenho, teores de ligantes maiores que as misturas convencionais densas e valor de atrito satisfatório com as necessidades de campo. Desde estudo, verificou-se que a mistura SMA dosada experimentalmente com os agregados regionais do Aeroporto da Grande Natal / RN, atendeu as recomendações internacionais para SMA em aeroportos, possibilitando assim a execução de pista experimental com a mistura. A mistura SMA possui características satisfatórias de atrito, bom desempenho estrutural e vida de serviço elevada, devendo, entretanto ser realizados trechos experimentais para promover seu teste em campo, qualificação de mão de obra, eficiência da produção, e demais ensaios. 6 ABSTRACT A literature review on the functional and structural analysis of airport pavements, focusing on friction between tires and pavement, was carried out. A study of the runway and takeoff pavement of the new airport complex of Natal / RN was also carried out, involving functional and mechanistic data. The soil and the aggregated used in the pavement of the airport were collected in order to study in laboratory the pavement layers behavior. The literature review on the use of Stone Matrix Asphalt (SMA) at airports worldwide showed that there are many countries already using SMA on the takeoff and landing runways of airports, although not in Brazilian airports. Two specimens of SMA mixtures with aggregates from Natal airport were prepared and conventional and mechanistic studies were conducted. In order to evaluate the friction of the SMA solution, it was used the IFI (International Friction Index) method to verify the pavement friction in laboratory. The performance of the mixture was satisfactory, in accordance with field requirements for friction values, but the binder content was higher than the high density conventional mix. It was also found that the SMA mixture with the regional aggregate was in accordance with the technical standards for SMA for airports, thus enabling the execution of an experimental track with the mixture. The SMA presented good performance related to friction, but also presented a good structural performance and high service life. However, it is necessary to build an experimental track in order to verify the production efficiency, to train of the workforce and to evaluate the equipment to be used. It will be also necessary to carry field tests at the experimental site. 7 O SUMÁRIO LISTA DE ILUSTR RAÇÕES ........................................................................................................ 11 LAS ................................................................................................................. 14 LISTA DE TABEL LISTA DE ABREV VIATURAS S E SÍMBO OLOS ........................................................................... 17 LISTA DE SIGLA AS ..................................................................................................................... 19 1 INTRO ODUÇÃO ................... . .................................................................................... 21 1.1. Justificcativa ................................................................................................................ 23 1.2. Objetivvos ................................................................................................................... 23 1.3. Objetivvos específicos ................................................................................................. 23 1.4. Organização da dissertação ....................................................................................... 24 2 CONC CEITOS BÁ ÁSICOS DE E PAVIME ENTOS AE EROPORT TUÁRIOS........... 26 2.1. Análisee funcional e estruturall dos pavimeentos aeroportuários ............................... 28 2.1.1. Coeficiiente de atriito .................................................................................................. 30 2.1.2. Parâmeetros de texttura e atritoo em aerop pista p seguraa não supervvisionada ortos .. 49 2.1.3. Emborrrachamento o de pistas dde aeroporto os .............................................................. 53 2.1.4. Groovii pista segurra não superrvisionada ng n ............................................................. 55 2.1.5. Ações Corretivas C para p perda dde resistênccia a derrapaagem ..................................... 57 2.1.6. Índice internacion i al de atrito (IFI) ........................................................................... 61 3 STONE E MATRIX X ASPHAL LT - SMA................................................................... 65 3.1. Descriçção e históriico do SMA A.................................................................................. 65 3.2. Vantaggens e desvaantagens da mistura SM MA............................................................ 69 3.3. Considderações de custos ............................................................................................ 72 3.4. Misturaas asfálticass a quente ....................................................................................... 73 3.5. Compoonentes do SMA S .............................................................................................. 79 3.5.1. Agregaado graúdo ....................................................................................................... 79 3.5.1.1. Mástiquue .................................................................................................................... 83 3.5.1.2. Ligantee asfáltico ........................................................................................................ 84 3.5.1.3. Agregaado miúdo ........................................................................................................ 85 3.5.1.4. Materiaal de enchim mento (Fílerr) ................................................................................. 85 3.5.2. Estabilizador .............................................................................................................. 96 8 3.6. Ensaioss mecânicoss nas misturras SMA ................................................................... 100 3.6.1. Ensaio de resistênccia à tração por compreessão diameetral..................................... 100 3.6.2. Móduloo de resiliên ncia .............................................................................................. 101 3.6.3. Ensaio de fadiga ...................................................................................................... 102 3.6.4. Ensaio de deformaação permannente ......................................................................... 104 3.7. Procedimentos con nstrutivos ddo SMA ..................................................................... 104 3.8. A utilizzação da miistura SMA em pavimeentos aeropo ortuários noo mundo............ 110 3.8.1. Noruegga ................................................................................................................... 110 3.8.2. Bélgicaa ..................................................................................................................... 111 3.8.3. Dinamaarca ............................................................................................................... 111 3.8.4. Alemannha................................................................................................................. 112 3.8.5. Itália ......................................................................................................................... 113 3.8.6. u ............................................................................................................. 114 Reino unido 3.8.7. Méxicoo ..................................................................................................................... 115 3.8.8. Estadoss unidos ......................................................................................................... 116 3.8.9. China ....................................................................................................................... 117 3.8.10. África do sul ............................................................................................................ 119 3.8.11. Austrállia .................................................................................................................. 120 3.8.12. Suécia ...................................................................................................................... 121 3.8.13. Espanhha ................................................................................................................... 122 4 ESTUD DO DE CA ASO – NOV VO AEROP PORTO DA A GRANDE E NATAL ....... 123 4.1. Projetoo original ex xecutado ....................................................................................... 123 4.1.1. Projeçãão do tráfeg go .................................................................................................. 124 4.1.2. Definiçção da aeron nave de projjeto ........................................................................... 125 4.1.3. Dimenssionamento do pavimennto flexivell.............................................................. 127 5 ALIZADO CARA ACTERIZA AÇÃO DOS S MATERIIAIS E ENS SAIOS REA OS ... 129 5.1. Coleta dos materiaais ................................................................................................ 130 5.2. Caracteerização doss materiais da pesquisaa ............................................................. 131 5.2.1. Caracteerísticas geo otécnicas ...................................................................................... 131 5.2.2. Caracteerização doss agregadoss pétreos .................................................................... 133 5.2.3. Fibras ....................................................................................................................... 137 5.2.4. Materiaal de enchim mento (fíler) r) ................................................................................ 140 9 5.2.5. Cimentto asfáltico de petróleoo (CAP) ..................................................................... 141 6 METO ODOLOGIA A ADOTAD DA ........................................................................... 144 6.1. Dosageem e caracteerização meecânica das misturas asfálticas smaa estudadas ...... 144 6.1.1. Recom mendações para dosagem m de misturras sma ................................................... 144 6.1.2. Dosageem da mistu ura asfálticaa sma ......................................................................... 149 6.1.2.1. Seleçãoo dos materiais .............................................................................................. 149 6.1.2.2. Verificcação da graanulometria ................................................................................. 153 6.1.2.3. Projetoo da misturaa .................................................................................................... 157 6.1.2.4. Avaliaçção quanto à suscetibillidade à um midade e escorrimento ........................... 160 6.2. Moldaggem de placcas asfálticaas para ensaaios funcionais ....................................... 164 7 APRES SENTAÇà ÃO E ANÁL LISE DOS RESULTA ADOS ................................. 166 7.1. Ensaioss convencio onais e mecaanísticos paara solos e britas b ................................... 166 7.1.1. Ensaioss convencio onais ............................................................................................. 168 7.1.2. Móduloo resiliente ..................................................................................................... 170 7.1.3. Deform mação permaanente.......................................................................................... 174 7.2. Corposs de prova de d cbuq coleetados no aeeroporto.................................................. 175 7.3. Análisee do comportamento m mecânico dass misturas asfálticas a .............................. 177 7.4. Análisee funcional ..................................................................................................... 180 7.4.1. Resultaados de ensaaios de cam mpo – aeropo orto ........................................................ 180 7.4.2. Atrito nas n misturass asfálticas em laborató ório ........................................................ 181 8 CONC CLUSÕES E RECOM MENDAÇÕES ......................................................... 184 8.1. Concluusões............................................................................................................... 184 8.2. Sugestõões para pessquisas futuuras ............................................................................ 186 9 REFER RÊNCIAS BIBLIOGR GRÁFICAS .............................................................. 188 10 LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIG. 2.1 Relacionamento da textura da superfície e outros fatores (PIARC, 2003 apud HALL, 2008)....................................................................................................... 33 FIG. 2.2 Micro e macrotextura na superfície de um revestimento asfáltico (BERNUCCI et al., 2007) ............................................................................................................. 34 FIG. 2.3 Influência da textura sobre o atrito em pista seca e inundada ............................. 38 FIG. 2.4 Comportamento do atrito em função da textura para diversas velocidades ........ 40 FIG. 2.5 Levantamento do atrito com Pêndulo Britânico no Aeroporto da Grande Natal/RN ............................................................................................................. 41 FIG. 2.6 Equipamentos de medição de atrito mais utilizados no Brasil (a) Mumeter (LUGÃO, 2008) e (b) Skiddometer (GONZAGA, 2010). .................................. 45 FIG. 2.7 Detalhe do DF Tester (a) Vista Lateral; (b) Vista inferior ................................. 46 FIG. 2.8 Efeito típico de acúmulo de borracha OPUS, (2004 apud LUGÃO, 2008) ...... 54 FIG. 2.9 Detalhe das ranhuras (grooving) Fonte: Google Images .................................. 55 FIG. 2.10 Revestimento com grooving contaminado e detalhe do grooving após desemborrachamento (RODRIGUES FILHO, 2006) ......................................... 56 FIG. 2.11 Desagregação em destaque no CA com grooving, (RODRIGUES FILHO, 2006) ................................................................................................................... 57 FIG. 2.12 Comparação de dois trechos : emborrachado e o outro com uso do shootblasting ............................................................................................................................. 60 FIG. 2.13 Significado das distintas zonas de diagrama de atrito x valor da textura (sem escala).................................................................................................................. 64 FIG. 3.1 Granulometria das misturas MASTIMAC e MASTIPHALT (BLAZEJOWSKI, 2010) ................................................................................................................... 67 FIG. 3.2 Exemplo de graduações das misturas asfálticas (USACE, 2000). ..................... 75 FIG. 3.3 Granulometrias de CA DNIT e DIRENG .......................................................... 78 FIG. 3.4 Divisão de misturas minerais em dependência das interações entre areia e agregado graúdo .................................................................................................. 80 FIG. 3.5 Transferência de carga pelas partículas do esqueleto pétreo .............................. 81 FIG. 3.6 Exemplos de curvas granulométricas para TMNA 12,5 (NAPA, AASHTO e AAPTP) ............................................................................................................... 83 FIG. 3.7 Conceito de Ligante Livre e 11 Fixo. Adaptado de BAHIA(2011) e BLAZEJOWSKI (2010) ..................................................................................... 89 FIG. 3.8 Interação do grão fíler com o Ligante Asfáltico (TUNNICLIFF, 1960 apud BAHIA, 2011)..................................................................................................... 89 FIG. 3.9 Relação entre vazios de Rigden por relação F:B (BLAZEJOWSKI ,2010) ....... 92 FIG. 3.10 Aparato para ensaio de Rigden (BAHIA, 2010). ................................................ 94 FIG. 3.11 Correlação ente Vazios de Rigden e Valor Teste de Fíler Alemão (KANDHAL, 1999) ................................................................................................................... 96 FIG. 3.12 (a) Partículas de gritting sobre a camada de SMA e (b) Aplicação e compactação da camada de gritting (BLAZEJOWSKI, 2010). ........................ 108 FIG. 3.13 (a) Placa de SMA com grooving radial, após o polimento (b) tipo de polimento utilizado. (PROWELL et al., 2009) .................................................................. 109 FIG. 3.14 Granulometria SMA utilizada no Aeroporto de Hamburgo (traço contínuo), .. 112 FIG. 4.1 Seção típica básica para Pavimentos Flexíveis ................................................. 128 FIG. 5.1 Depósito de Agregados, separados por paredes de concreto no canteiro de obras do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante/RN .............................................. 130 FIG. 5.2 Jazida do material da subbase do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante/RN ........................................................................................................................... 131 FIG. 5.3 Granulometria dos insumos pétreos coletados ................................................ 134 FIG. 5.4 Material Britado e Britador de Mandíbulas do DNIT/IPR ............................... 136 FIG. 5.5 Aspecto geral dos pellets de fibras VIATOP 66. .............................................. 139 FIG. 5.6 Fibras VIATOP 66 maceradas com aquecimento a 170°C ............................... 139 FIG. 6.1 Agregados separados por peneiras retidas utilizadas na misturas SMA ........... 151 FIG. 6.2 Gráfico Viscosidade (cP) x Temperatura (°C) dos CAP utilizados nas misturas SMA. ................................................................................................................. 152 FIG. 6.3 Equipamento previsto para método Rice (ASTM D 2041/00), Laboratório do IME. .................................................................................................................. 156 FIG. 6.4 Mistura manual dos corpos de prova ................................................................ 157 FIG. 6.5 (a) Material aderido as paredes do recipiente de alumínio e (b) Material aderido ao recipiente de porcelana ................................................................................. 158 FIG. 6.6 Gráfico do volume de vazios das misturas SMA 1F e 2F. ................................ 159 FIG. 6.7 Ensaios para verificar o numero de golpes para obter um teor de vazios entre 57% ................................................................................................................... 161 FIG. 6.8 Corpo de prova que desagregou após compactação com 16 golpes durante 12 resfriamento, om o CAP Stylink ....................................................................... 161 FIG. 6.9 Tela para ensaio de escorrimento AASHTO T 305. ......................................... 163 FIG. 6.10 Papel filtro mostrando o escorrimento do mástique para o CAP Stylink (a) 0,1% de fibras e (b) com fibras 0,3%. ........................................................................ 163 FIG. 6.11 (a) Molde metálico para confecção das placas (50x50x4cm) e (b) Misturador da COPPE/UFRJ com mistura SMA ..................................................................... 164 FIG.6.12 Aparência da placa após a compactação ........................................................... 165 FIG.6.13 Execução do ensaio de mancha de areia (a) e execução de ensaio de Pendulo Britânico (b) ...................................................................................................... 165 FIG. 7.1 Vista superior do CP de BGS (15x 30cm) ........................................................ 167 FIG. 7.2 Curva de compactação do solo do subleito. ...................................................... 169 FIG. 7.3 Curva de compactação da Subbase ................................................................... 169 FIG. 7.4 Curva de compactação da camada de Base ....................................................... 169 FIG. 7.5 MR do Subleito. Energia Proctor Modificado, Modelo Combinado. ............... 171 FIG. 7.6 MR da Subbase. Energia Proctor Modificado. Modelo Combinado. ............... 172 FIG. 7.7 MR da Base. Energia Proctor Modificado. Modelo Combinado. .................... 173 FIG. 7.8 Análise comparativa do MR variando em função da tensão desvio (σd) para os três tipos de camadas. Energia Proctor Modificado. ......................................... 173 FIG. 7.9 Análise comparativa do Módulo Resiliente variado em função da tensão confinante (σ3) para os três tipos de camadas. Energia Proctor Modificado. .. 174 FIG. 7.10. Resultado do ensaio de Deformação Permanente ............................................. 174 FIG. 7.11 Aspecto geral dos Corpos de Prova retirados na pista (acima) e (abaixo) CPs moldados durante execução da Capa Asfáltica com uso de Soquete Marshall 176 FIG. 7.12 Vida de fadiga x diferença de tensões para as misturas asfálticas estudadas. .. 179 FIG. 7.13 Comportamento do atrito global das misturas .................................................. 183 13 LISTA DE TABELAS TAB. 2.1 Diferenças entre os pavimentos para rodovias e para aeródromos ..................... 27 TAB. 2.2 Tipo de superfície em função da classe de macrotextura e microtextura ........... 35 TAB. 2.3 Valores de atrito para pistas molhadas de acordo GUZMAN (1995 apud APS, 2006) ................................................................................................................... 39 TAB. 2.4 Correção do BPN devido a temperatura da água ................................................ 40 TAB 2.5 Classes de microtextura (ABPv, 1999 apud BERNUCCI et al., 2007) .............. 41 TAB. 2.6 Métodos de ensaios de textura da superfície de pavimentos Fonte : Modificado de HALL (2008) ................................................................................................. 42 TAB. 2.7 Classes de macrotextura Fonte: (ABPv, 1999 apud BERNUCCI et al., 2007) 44 TAB. 2.8 Métodos de ensaio do atrito de pavimentos Fonte : Modificado de HALL, 2008. ............................................................................................................................. 47 TAB. 2.9 Equipamentos de medição de atrito CFME homologados pela FAA ................. 49 TAB. 2.10 Parâmetros mínimos referentes aos ensaios de medição de atrito ...................... 50 TAB. 2.11 Localização das medições de atrito e textura (ANAC, 2009) ............................. 51 TAB. 2.12 Frequência das medições de atrito (ANAC, 2009) ............................................. 52 TAB. 2.13 Programa de manutenção de atrito baseado no nível de operações de aeronaves a reação para cada cabeceira (ICAO, 2004). ......................................................... 54 TAB. 2.14 Constantes para o cálculo de Sp (APS, 2006)..................................................... 63 TAB. 2.15 Relação dos equipamentos calibrados para obtenção do F60 APS, 2006 .......... 63 TAB. 3.1 Componentes do tratamento SMA ...................................................................... 66 TAB. 3.2 Resumo de comparações entre SMA e CA Convl (P401) PROWELL et al., (2010). ................................................................................................................. 72 TAB. 3.3 Tipos de Graduação (Adaptado USACE, 2000) ................................................. 74 TAB. 3.4 Proporção de Pesos para as frações de Agregado Graúdo para Misturas ........... 82 TAB. 3.5 Vazios de Rigden e área superficial de materiais distintos ................................. 90 TAB. 3.6 Vazios de Rigden modificado por Anderson para alguns materiais ................... 90 TAB 3.7 Recomendações finlandesas para adição de fibras em misturas asfálticas ......... 98 TAB. 3.8 Diferentes tipos e taxas de gritting que podem ser utilizados (BLAZEJOWSKI, 2010). ................................................................................................................ 108 TAB. 3.9 Características do projeto de pavimentação do aeroporto de Frankfurt/Main .. 113 14 TAB. 3.10 Granulometria do SMA utilizado no Aeroporto Internacional de Beijing........ 118 TAB. 3.11 Granulometria do SMA utilizada no pátio do Aeroporto de Cairns (CAMPELL, 1999) ................................................................................................................. 121 TAB. 4.1 Tráfego Anual Médio Previsto para o Horizonte de Vinte Anos (20052025) .. 124 TAB. 4.2 Cálculo do Número de Decolagens da Aeronave de Projeto (B747400) .......... 127 TAB. 5.1 Índices Físicos dos Materiais da Obra .............................................................. 131 TAB. 5.2 Composição Granulométrica dos Solos ............................................................ 132 TAB. 5.3. Classificação MCT, USCS e HRB.................................................................... 132 TAB. 5.4. Resumo dos Ensaios de Brita realizados pela Seção Técnica do 1° BECnst.... 133 TAB. 5.5 Granulometria dos Materiais utilizados nos ensaios de misturas asfálticas ..... 134 TAB. 5.6 Composição Granulométrica da Capa Asfáltica e do binder da PPD ............... 135 TAB. 5.7 Resultado dos Ensaios Tradicionais da Capa Asfáltica e binder da PPD ......... 135 TAB. 5.8 Resultado dos Ensaios Tradicionais da Capa Asfáltica da PPD ....................... 135 TAB. 5.9 Padrões de peneiras utilizadas na composição do SMA AAPTP 12,5mm. ...... 136 TAB. 5.10 Ensaios realizados nos materiais pétreos .......................................................... 136 TAB. 5.11 Ficha Técnica da Fibra VIATOP 66. Fonte: ServBrax ..................................... 138 TAB. 5.12 Granulometria dos fíleres e comparação com limites de norma ASTM D 24204. ........................................................................................................................... 140 TAB. 5.13 Ensaios específicos dos materiais de enchimento (fíleres) ............................... 141 TAB. 5.14 Ensaios realizados com a amostra CAP 5070 LUBNOR ................................. 141 TAB. 5.15 Ensaios realizados com a amostra CAP Stylink ............................................... 143 TAB. 6.1 Recomendações dos Agregados Graúdos (PROWELL et al., 2009). ............... 146 TAB. 6.2 Granulometrias das misturas SMA para aeroportos segundo (PROWELL et al., 2009) ................................................................................................................. 146 TAB. 6.3 Recomendações de ligantes para o SMA (PROWELL et al., 2009)................. 147 TAB. 6.4 Requisitos de uma mistura asfáltica SMA (PROWELL et al., 2009) ............... 148 TAB. 6.5 Requisitos dos Agregados (Graúdo, finos e fíleres) para SMA (NAPA, 2002) 150 TAB. 6.6 Faixas de SMA 12,5 mm de outras especificações PROWELL et al. (2009)... 153 TAB. 6.7 Definição da fração de agregado graúdo nas misturas SMA ............................ 154 TAB. 6.8 Porcentagem de cada tipo de agregado utilizados em cada uma das três misturas. ........................................................................................................................... 155 TAB. 6.9 Granulometria das misturas ensaiadas. ............................................................. 155 TAB. 6.10 Resumo dos ensaios de granulometria com teor de CAP 5070 LUBNOR de 15 6,5% .................................................................................................................. 156 TAB. 6.11 Perda do mástique por aderência nas paredes do recipiente após o condicionamento. .............................................................................................. 158 TAB. 6.12 Resumo dos ensaios SMA 1F e 2F ................................................................... 159 TAB. 6.13 Resultados do ensaio de dano e umidade induzida das misturas. ..................... 162 TAB. 7.1 Resultados dos ensaios de ISC executados pelo 1º BEC .................................. 168 TAB. 7.2 Parâmetros de regressão e coeficientes de determinação para equações utilizadas. .......................................................................................................... 170 TAB. 7.3 Ensaios de MR e RT nos corpos de prova coletados no Aeroporto de Natal/RN ........................................................................................................................... 176 TAB. 7.4 Ensaios de resistência a tração de uma amostra de 3 CPs ................................ 178 TAB. 7.5 Ensaios de módulo resiliente de uma amostra de 3 CPs ................................... 178 TAB. 7.6 Ensaios de módulo resiliente de uma amostra de 3 CPs ................................... 179 TAB. 7.7 Resultado dos ensaios de Pêndulo Britânico e de Mancha de Areia realizados na pista de Pouso do Aeroporto d a Grande Natal/RN (abril/2011) ...................... 180 TAB. 7.8 Resultado dos ensaios de Pendulo Britânico e de Mancha de Areia na Placa 1F ........................................................................................................................... 181 TAB. 7.9 Valores de Sp e de F60 para as misturas analisadas e comparação com 3 outras misturas convencionais (AZR, DZR e BZR) (ARAÚJO, 2009)....................... 181 TAB. 7.10 Classificação dos pavimentos utilizandose o método IFI e coeficientes de atrito mínimo convertidos para os equipamento Griptester e Skiddometer, para cada tipo de mistura ................................................................................................... 183 16 LISTA DE ABREVIATURAS BPN - British Number Pendulum (Pêndulo Britânico) CA - Concreto Asfáltico CBUQ - Concreto Betuminoso Usinado a Quente CBR - California Bearing Ratio (Índice de Suporte Califórnia) CDF - Cumulative Demage Factor (Fator acumulativo de dano, fator fadiga) CAP - Camada Porosa de Atrito DOT - Department of Transportation (Departamento de Transportes – Estadual – EUA) FOD - Foreign object damage (Danos por objetos estranhos) ou Foreign Object Debris (Partículas estranhas) FN - Flow Number GPR - Ground Penetrating Radar MAD - Misturas Asfálticas Drenantes MR - Módulo de Resiliência MRdin. - Módulo de Resiliência Dinâmico MRest. - Módulo de Resiliência Estático MSCR - Multiple Stress Creep Recovery NOTAM - Notice to Airmen (Aviso aos Aeronavegantes) PG - Performance Grading (Gradiente de Desempenho) PPD - Pista de Pouso e Decolagem SMA - Stone Matrix Asphalt SRT - Skid Resistent Test (Teste de resistência ao deslocamento) TMN - Tamanho Máximo Nominal VAM - Vazios no Agregado Mineral 17 LISTA DE SÍMBOLOS μm - Micrômetro (1 x 10-6 m) MPa - Mega Pascal (1 x 106 Pa = 1 x 106 N/m2) (v/v) - proporção por volume (m/m) - proporção por massa d/D - d e D são as peneiras inferior e superior de uma fração retido entre elas 18 LISTA DE SIGLAS AASHTO American Association of State Highway and Transportation Officials (Associação Americana de Rodovias Estaduais e Transportes Oficiais) AAPTP Airfield Asphalt Pavement Technology Program (Programa de Tecnologia em Pavimentos Aeroportuários) ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ANAC Agência Nacional de Aviação Civil AC Advisory Circular (Circular de Normas da FAA) BEC Batalhão de Engenharia de Construção CAAC Civil Aviation Administration of China (Adminstração da Aviação Civil Chinesa) ICAO International Civil Aviation Organization (Organização Internacional de Aviação Civil) DIRENG Diretoria de Engenharia da Aeronáutica DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem DNER-PRO Departamento Nacional de Estradas de Rodagem-Procedimento DNER-ME Departamento Nacional de Estradas de Rodagem-Método DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes DNIT-PRO Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes-Procedimento FBSV Forschungsgesellschaft für Straßen- und Verkehrswesen (Associação de Pesquisa de Viação e Transporte - Alemanha) IA Asphalt Institute (Instituto do Asfalto) IME Instituto Militar de Engenharia INFRAERO Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária FAARFIELD Programa computacional para dimensionamento de espessuras de pavimentos aeroportuários da FAA NAPA National Asphalt Pavement Association (Associação Nacional de Pavimentação Asfaltica – EUA) NASA National Aeronautics and Space Administration (Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço - EUA) NCAT National Center for Asphalt Technology (Centro Nacional de Tecnologia Asfáltica – EUA) 19 NBR Denominação de norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) PIARC Permanent International Association of Road Congress (Associação Internacional Permanente de Estradas Congresso) USACE United States Army Corps of Engineers (Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos) UFGS Unified Facilities Guide Specifications (Guia Unificado de Especificações do Departamento de Defesa dos Estados Unidos) 20 1 INTRODUÇÃO O pavimento destaca-se como uma das mais importantes infraestruturas de um complexo aeroportuário. As pistas de pouso e de decolagem, de taxiamento e os pátios de manobras e estacionamento das aeronaves são imprescindíveis para a operacionalidade e o funcionamento de um aeroporto. A ausência dessas infraestruturas, ou a sua existência precária e ineficiente, tornam inviáveis as operações das aeronaves e seus equipamentos de apoio. Os pavimentos se deterioram gradualmente com o tempo, essa deterioração é normalmente evidenciada pelo surgimento de diferentes tipos de defeitos estruturais e de superfície, causados pela combinação de condições climáticas e ambientais, materiais utilizados, técnicas construtivas e ações do tráfego. Segundo GONZAGA (2009), as operações mais críticas e que representam maiores riscos para as aeronaves durante o voo são o pouso e a decolagem e, dentre os fatores determinantes para o sucesso destas operações estão: a aeronave, o homem e a pista de pouso e decolagem. Quanto a superfície de rolamento da pista de pouso, a atenção está voltada para a qualidade de rolamento, a resistência do pavimento e as características de atrito na superfície (resistência à derrapagem). Quando se trata de segurança aeroviária, um dos principais aspectos a ser levado em conta é a condição de atrito da pista, pois este é um dos fatores relacionados à segurança de voo, determinantes na prevenção de acidentes aéreos nas manobras de pouso e decolagem, sendo devido ao atrito que uma aeronave consegue realizar o procedimento de pouso, em que a aeronave se aproxima a uma determinada velocidade e tem que parar com conforto e segurança (SANTOS, 2004). Um dos fatores contribuintes para ocorrência de acidentes durante essas operações é a ineficácia de frenagem, ocasionada pela deficiência de atrito entre o pneu e a superfícies das pistas de aeroportos, quando as pistas se apresentam molhadas, fator denominado hidroplanagem ou aquaplanagem. O atrito nas pistas muda ao longo do tempo, em função do tráfego, das condições climáticas e das práticas de manutenção adotadas. Os dados referentes aos acidentes e incidentes relacionados ao escape de uma aeronave da pista, por uma das extremidades ou pelas laterais, indicam que, em muitos casos, a causa principal, ou pelo menos um fator contribuinte, foram as características de atrito da pista e a 21 eficácia de frenagem da aeronave (ICAO, 1984 apud RODRIGUES FILHO, 2006). As pistas, quando secas, em geral apresentam níveis de atrito satisfatórios, porém quando a pista é afetada pela água, tornando-se úmida ou inundada, os valores de atrito caem e variam conforme o tipo de pavimento, a textura de sua superfície, a geometria do pavimento e a velocidade da aeronave. Em função da problemática entre o atrito pneu-pavimento, órgãos governamentais norteamericanos, tais como National Aeronautics Space Administration (NASA), a Federal Aviation Administration (FAA) e a United States Air Force (USAF), desenvolvem projetos de pesquisa com ênfase no problema da frenagem de aeronaves a jato (RODRIGUES FILHO, 2006). Dentre estas pesquisas, concentram esforços em duas grandes áreas: 1. No projeto de superfícies de pavimentos com características para maximizar a resistência à derrapagem, por meio da adoção de materiais e técnicas apropriadas de construção; e 2. Na aplicação de técnicas efetivas de avaliação e manutenção, com o objetivo de detectar a deterioração da resistência à derrapagem da superfície do pavimento e proceder à sua restauração para níveis aceitáveis. Com base na linha de pesquisa destes grandes órgãos norte-americanos, pode-se desta maneira avaliar diferentes tipos de misturas asfálticas com relação ao atrito, porém não se deve de forma alguma deixar de avaliar o comportamento mecânico das misturas. Desta maneira este trabalho visa apresentar o SMA (Stone Mastic Asphalt), que é um revestimento asfáltico, usinado a quente, concebido para maximizar o contato entre os agregados graúdos, aumentando a interação grão/grão. A mistura se caracteriza por conter uma elevada porcentagem de agregados graúdos e, devido a essa particular graduação, forma-se um grande volume de vazios entre os agregados graúdos. Esses vazios, por sua vez, são preenchidos por um mástique asfáltico, constituído pela mistura da fração areia, fíler, ligante asfáltico e fibras. O SMA é uma mistura rica em ligante asfáltico, com um consumo de ligante em geral entre 6,0 e 7,5%. Geralmente é aplicado em espessuras variando entre 1,5 a 7cm, dependendo da faixa granulométrica. São misturas que tendem a ser impermeáveis com volume de vazios que variam de 4 a 6% em pista. 22 1.1. JUSTIFICATIVA Devido a uma necessidade levantada pelo 1º Batalhão de Engenharia de Construção, organização militar de engenharia de construção do Exército Brasileiro, durante a execução da pista de pouso e decolagem do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante/RN, quando a uma problemática do atrito no pavimento, levantou-se a possibilidade da utilização do Stone Matrix Asphalt (SMA) em aeroportos, haja vista que, segundo BERNUCCI et al. (2007), pistas de aeroportos são uma das aplicações atuais do SMA. Promover um estudo inédito no Brasil tratando do SMA em pavimentos de aeroportos quanto a avaliação funcional, além de promover a consolidação da linha de pesquisa em pavimentos aeroviários no Instituto Militar de Engenharia 1.2. OBJETIVOS O objetivo deste trabalho consiste no estudo da mistura tipo Stone Matrix Asphalt (SMA), com base na experiência internacional, para utilização em pavimentos aeroportuários no Brasil, para fins de construção e reabilitação dos pavimentos. Com essa finalidade foram utilizados dados e materiais da pista de pouso e decolagem do novo complexo aeroportuário do Aeroporto da Grande Natal – RN, atualmente em construção pelo 1° Batalhão de Engenharia de Construção, organização militar do Exército Brasileiro. 1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Realizar estudos convencionais e mecanísticos nos solos das camadas do pavimento e do subleito do Aeroporto da Grande Natal/RN; Realizar duas misturas de SMA com ligantes asfálticos distintos e analisar suas características mecânicas; Analisar a mistura SMA através de ensaios mecanísticos de resistência a tração, módulo resiliente, fadiga e outros; 23 1.4. Estudar as características de atrito da mistura SMA; Analisar os principais procedimentos executivos do SMA; ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO Este trabalho é composto por oito capítulos, divididos de maneira objetiva para melhor entendimento dos estudos realizados. A seguir segue resumo de cada capítulo. No capítulo 2 apresenta os conceitos básicos aeroportuários, tratando sobre análise funcional e estrutural e discute-se o problema de segurança devido ao pavimento, propondose uma problemática. No capítulo 3 é apresentada uma revisão bibliográfica a partir dos principais trabalhos da área, sobre o a mistura asfáltica tipo “Stone Matrix Asphalt” – SMA, envolvendo histórico, conceitos, formulação, dosagens, ensaios mecânicos utilizados, procedimentos construtivos o seu uso no Brasil e no resto do mundo, incluindo usos rodoviários e aeroportuários. Neste mesmo capítulo dá-se uma introdução aos pavimentos aeroportuários, tratando de assuntos diversos como o tráfego, dimensionamento de pavimentos pelos métodos atuais. São apresentados assuntos relacionados tais como, a condições das pistas dos principais aeroportos do país, diferenças e semelhanças entre pavimentação aeroportuária e rodoviária, textura de pavimentos flexíveis como microtextura e a macrotextura, mecanismo de interação pneu pavimento (condição de atrito), acidentes em pistas, mostrando também a importância das avaliações funcionais e estruturais de pavimentos aeroportuários. Pavimentação aeroportuária, bem como sobre as diferentes granulometrias e procedimentos de dosagem de misturas asfálticas. No capítulo 4 é apresentado o projeto do Novo Aeroporto da Grande Natal – RN, localizado em São Gonçalo do Amarante - RN, os materiais utilizados e os ensaios realizados na pista de pouso e decolagem do aeroporto. No capítulo 5 são apresentados os materiais empregados nesta pesquisa (agregados , solos e ligantes asfálticos), além do resultado da caracterização dos mesmos com um resumo do desenvolvimento dos ensaios, apresentando os equipamentos necessários para sua realização e os procedimentos adotados. O capítulo 6 apresenta a dosagem e caracterização mecânica das misturas asfálticas de 24 SMA estudadas neste trabalho e metodologia de confecção da placa de SMA moldada. No capítulo 7 são apresentados e discutidos os resultados obtidos das análises de caracterização mecânica e funcional das misturas estudadas, No capítulo 8 são apresentadas as conclusões deste estudo, confirmando o verificado na revisão bibliográfica ao longo do tempo vários países estão voltando estudos para utilização do SMA em aeroportos, devido a suas qualidades de atrito, macrotextura e estrutural. Apresentam-se também recomendações para pesquisas futuras. 25 2 CONCEITOS BÁSICOS DE PAVIMENTOS AEROPORTUÁRIOS Segundo a FAA (2009a), os pavimentos aeroportuários são construídos para oferecer suporte adequado para as cargas impostas pelas aeronaves e para produzir uma superfície firme, estável, suave, em todas as condições climáticas do ano, devendo estar livre de detritos ou outras partículas que podem ser sopradas ou sugadas pelas hélices ou motores a jato das aeronaves, danificando os equipamentos aeronáuticos. Desta forma, deve ter qualidade e espessura suficientes para não falhar sob a carga imposta e ainda deve suportar sem danos, a ação abrasiva do tráfego, condições meteorológicas adversas, e outras influências danosas. Para produzir estes pavimentos precisa-se de uma ótima coordenação das atividades durante as fases de projeto e construção, mantendo sempre uma adequada supervisão que assegure a melhor combinação possível dos materiais disponíveis e um alto nível da mão-de-obra. Segundo MEDINA e MOTTA (2005), há diferenças significativas entre os pavimentos de rodovias e de aeródromos, quanto as suas características geométricas e físicas, o que são decorrentes do tipo do tráfego imposto, isto é, das suas solicitações. A TAB. 2.1 ilustra estas diferenças. Nas pistas aeroportuárias, em geral, ocorrem cargas mais pesadas e menor número de solicitações se comparando com as cargas que ocorrem nas rodovias, também diferem consideravelmente na magnitude da carga aplicada, a pressão dos pneus, a seção geométrica do pavimento e o número de repetições de carga durante sua vida útil, sendo grande o impacto da aeronave no pavimento na hora do pouso. GONZAGA (2009) destaca quanto ao problema de atrito em superfícies de pistas de pouso afetadas por água pode ser interpretado como um problema de drenagem generalizado, baseado em 3 critérios distintos, segundo a ICAO (1983): • Configuração da superfície de drenagem, denominada drenagem superficial; • Interface pneu/pavimento drenado (macrotextura) e • Drenagem penetrante (microtextura). 26 TAB. 2.1 - Diferenças entre os pavimentos para rodovias e para aeródromos (Adaptado de MEDINA e MOTTA, 2005). Características Rodovias Aeródromos Largura das pistas 7 a 10m 20 a 50m (táxis: 10 a 25m) Comprimento Vários quilômetros até cerca de 4000m Cargas 10 tf por eixo, veículo máx. 40tf Frequência de repetição das cargas Pressão dos pneus Exemplo: 2000 veículos por dia, vários milhões na vida de serviço; o efeito de fadiga dos materiais é importante 0,15 a 0,6MPa (1,5 a 6kgf/cm2) 100 tf ou mais por trem de pouso principal, aviões de até 400tf Pequena, por dia: 50 a 100. Menos de 100.000 na vida de serviço. 1,0 a 3,0MPa (10 a 30kgf/cm2) 75% Distribuição transversal da carga nas pistas Distância de frenagem Impacto de veículo no pavimento Ação de carga dinâmica (vibratória) Ação da frenagem 7,2m 2,0m (praticamente sem diferenciação transversal) (diferencia-se transversalmente) Pequena (3m) Grande (10 a 50m) Grande no pouso, porém minorado pela Pequeno sustentação do ar e amortecimento. É importante nas cabeceiras das pistas, Não considerada na decolagem e nas pistas de taxiamento Não relevante; nas ruas sim, nos sinais Importante quando do acionamento dos luminosos (semáforos), nos motores, com as rodas do trem-de-pouso cruzamentos, etc. travadas, antes da decolagem. Caminhão leve Geometria de rodas Trem-de-pouso triciclo Trem-de-pouso em tandem duplo triciclo Caminhão pesado Trem-de-pouso biciclo Caminhão pesado Caminhão com Caminhã reboque 27 Trem-de-pouso de um jumbo Quanto à drenagem superficial, trata-se da geometria da pista, onde, conforme recomenda a ICAO (1983) as declividades longitudinais e transversais devem variar de 1 a 2%, conforme o porte do Aeroporto. Em conjunto com as declividades, a irregularidade da superfície do pavimento é outro fator importante para se avaliar se a pista de pouso está nivelada e, desta forma, impedir a formação de lâminas d’água. Tratando-se de macrotextura e microtextura, segundo RODRIGUES FILHO (2006), a principal maneira de se caracterizar a superfície de um pavimento é através da avaliação da textura, onde se pode entender como textura: "o conjunto de características associadas à capacidade do pavimento em atender ao tráfego dos veículos que demandam sua utilização de forma segura, suave, confortável e econômica". A textura do revestimento de uma pista de pouso e decolagem em pavimento flexível é determinada pela mistura asfáltica empregada e pela existência ou não de ranhuras superficiais. Uma mistura do tipo CBUQ (concreto betuminoso usinado a quente) pode propiciar diferentes texturas de acordo com o tamanho e a quantidade de agregados utilizados na mistura. A textura de pavimentos rígidos de concreto é determinada pela existência ou não de ranhuras (grooving) em sua superfície além da composição do concreto empregado. Segundo a ICAO (1983) esforços para aliviar o problema de hidroplanagem têm resultado no desenvolvimento de novos tipos de pavimentos de pistas de pouso, de particular textura superficial e melhoria das características de drenagem. Podem-se citar os revestimentos chamados Camada Porosa de Atrito (CPA) ou ”Open Grade Friction Courses” (OGFC) que tem como característica permitir a infiltração de água e, com isso, diminuir o tempo de escoamento da água pela pista e misturas do tipo “Stone Matrix Asphalt” (SMA), que possui também uma elevada macrotextura, melhorando a drenabilidade da água na pista. 2.1. ANÁLISE FUNCIONAL E ESTRUTURAL DOS PAVIMENTOS AEROPORTUÁRIOS Os pavimentos são estruturas que apresentam deterioração funcional e estrutural a partir do tráfego imposto. As características de funcionalidade estão ligadas ao conforto ao 28 rolamento, segurança, condições da superfície, interação pneu-pavimento, defeitos e irregularidades. E as características estruturais estão ligadas ao conceito de capacidade de carga (ARAÚJO, 2009). O desempenho de um pavimento está associado ao seu conjunto de camadas e do subleito, e está relacionado à capacidade de suporte e a durabilidade, exigidos para o padrão do tipo da obra e do tipo do tráfego, incluindo o conforto ao rolamento e a segurança dos usuários. Deve-se assim atender as demandas estruturais e funcionais do pavimento (BERNUCCI EL AL., 2007). Segundo RODRIGUES (2007), o item segurança da avaliação funcional de pavimentos, é função da resistência à derrapagem, do potencial para ocorrência de hidroplanagem, da refletividade da superfície, presença de defeitos superficiais e das irregularidades do pavimento. SILVA, (2008 apud ARAÚJO, 2009) diz que os parâmetros funcionais mais relevantes na pavimentação aeroportuária estão relacionados à segurança contra a derrapagem, das aeronaves, o que é função de uma boa interação pneu-pavimento. O aspecto estrutural do pavimento de uma pista aeroportuária está relacionado com a deterioração por fadiga das camadas asfálticas, que em função do acréscimo de carga, mudança nos padrões de aeronave, tipo de eixos e aumento do peso e tipos de misturas asfálticas, acarretam queda na vida útil do pavimento (ARAÚJO, 2009). Segundo FAA (1997), o decréscimo na resistência ao deslizamento em pavimentos aeroportuários acontece devido a inúmeros fatores, principalmente pela ação mecânica de desgaste e polimento que os pneus das aeronaves fazem passando ou freando sobre o pavimento, o acúmulo de contaminantes, principalmente borracha na superfície. Ações estas que dependem do volume e do tipo do tráfego no aeroporto. Todos contaminantes, tais como a borracha, partículas de poeira, combustível, derramamento de óleos, água, neve, gelo e lodo, causam perda de atrito, devendo haver remoção e tratamentos específicos para cada tipo. Porém o acúmulo de borracha é o mais frequente e perigoso, pois os acúmulos se dão nas áreas de toque e podem ser bastante extensos, causando perda da capacidade de frenagem e controle direcional, particularmente em pistas molhadas. 29 2.1.1. C COEFICIEN NTE DE AT TRITO Seggundo SPEC CHT et al. (2007) o attrito entre o pavimento o e o pneu pode ser en ntendido como a soma de duuas parcelass, sendo a prrimeira da adesão a nos pontos p de coontato entree as duas superfíccies, onde o contato final entre as superfíícies se esttabelece noos contatos agudos (agregaddos expostoos) com os pneus. E a segunda paarcela surgee se as irreggularidadess de uma das supeerfícies produzem defo ormações naa outra de maneira m a altterar sua forrma originaal. As rodovias e aeroportos devem ter propriedades de resistência adequuadas e durráveis ao minimizandoo desta form ma acidentees decorrenttes de derraapagem porr piso molhaado, isto atrito, m é, falta de atrito. Deve ser preocupaçã p ão dos órgããos e agênccias de trânnsito minim mizar os ncidência ouu potencial elevado acidentees de derrappagem e corrigir seçõees de pistas com alta in de riscoo de acidentee por falta de d atrito (HU UANG, 200 04). Parra WELLS e YOUNG G (2004) o atrito de superfície é uma dass mais imp portantes caracterrísticas dass pistas aeeroportuáriaas, pois peermite as aeronaves a acelerarem para a decolaggem e desaacelerarem no pouso.. A falta de atrito suficiente s ppoderá resu ultar no derrapam mento ou deslizamento o das rodas, por conseg guinte perdaa de controlee da aeronaave. Seggundo HUA ANG (2004), as caracterrísticas do pavimento p são s apenas uum elementto de um sistema de múltipllos compon nentes, em qque cada co omponente tem um effeito signifiicativo e interagee com os outros o para causar aciddentes de derrapagem. d Destaca-see que os prrincipais elementtos de acideentes de derrrapagem sãão o motoriista, o pavim mento, o veeículo e o teempo. A habilidaade do operrador (moto orista) pode afetar a po otencial perd da de contrrole do veícculo com suas coondições dee conservaçção, mais especificam mente no seu sistemaa de frenag gem e a velocidaade influencciam o atritto. As conddições climááticas afetam m as condiçções de derrrapagem, pois se sabe que em m pistas con ntaminadas há maior riisco potenciial de derrappagem, dependendo da espessura destess contaminaantes que poodem ser ág gua, gelo, neve n e outroos. E por úlltimo, ao pavimennto, onde algumas a das condiçõess de superfíície são ind dicativos dee potenciaiss perigos como: Exsudaação, que co obre os agreegados e obscurece a efficácia de suuas propried dades de atrito; Agregaado polido com c microteextura suav ve, o que red duz o atritoo entre o agrregado e o pneu;; Macrottextura suav ve, que care ce de canais apropriado os para faciilitar a drenaagem; 30 Trilhas de roda, que mantém a água nos sulcos provenientes das trilhas de rodas depois da chuva e provocam aquaplanagem; Inclinação transversal inadequada, o que retém água no pavimento por um longo tempo, reduz o atrito e aumenta a espessura da lâmina de água e aumenta o potencial de aquaplanagem. Para medição do atrito superficial vários são os métodos que têm sido utilizados para determinar o coeficiente de atrito entre pavimento e pneu. Conforme já visto, o coeficiente de atrito independe somente das propriedades do pavimento, mas também de muitos outros fatores, como tipo de pneu, o desgaste dos pneus, pressão de enchimento, velocidade do veículo, se a roda está rolando ou bloqueada, e se o pavimento estiver molhado ou seco. Sendo assim, para se obter resultados significativos, todos os fatores não relacionados com o pavimento devem ser fixados ou bem definidos de modo que as únicas variáveis sejam as propriedades do pavimento (HUANG, 2004). A avaliação da textura de um pavimento é a principal maneira de se caracterizar a superfície do mesmo. De forma mais abrangente, segundo RODRIGUES FILHO (2006), a textura do pavimento se trata de um conjunto de características associadas à capacidade do pavimento em atender o tráfego da via de forma segura, suave, confortável e econômica. Segundo MEURER FILHO, (2001 apud LUGÃO, 2008), o comportamento de um pavimento quanto à aderência pode ser descrito pela análise da textura da superfície da pista, pois se tem demonstrado haver correlação entre a textura do revestimento e os índices de derrapagem através de experiências de medições de atrito a altas velocidades e em pistas molhadas. A textura da superfície do pavimento é definida como o desvio de uma superfície de pavimento de uma superfície verdadeiramente plana, com uma textura de comprimento de onda menor que 0,5 m, e divididos em microtextura, macrotextura, megatextura (SANDBERG, 2002 apud HALL et al., 2008). São comumente descritos e separadas em termos de comprimento de onda (λ) e amplitude (A) pico-a-pico, assim sendo, conforme as categorias de textura podem ser separas como a seguir (ISO, 2000; FLINTSCH et al., 2002; ASTM E867 apud HALL et al., 2008): Microtextura (λ < 0,5mm, A = 1µm a 500µm) – Qualidade da Rugosidade da superfície ao nível sub-visível ou microscópico. É uma função das propriedades da superfície das partículas de agregados contidos na mistura asfáltica ou concreto; 31 Macrotextura (0,5mm ≤ λ < 50mm, A = 0,1mm a 20mm) - Qualidade rugosidade da superfície definida pelas propriedades da mistura asfáltica de seus materiais empregados (ou seja, a quantidade e distribuição das partículas graúdas do agregado na mistura asfáltica) e o método de acabamento / texturização (por exemplo: de estopa, grooving, tining) para uso de pavimentos de concreto Portland. Megatextura (50mm ≤ λ < 500mm, A = 0,1mm a 50mm) - Este tipo de textura tem comprimentos de onda na mesma ordem de tamanho da interface do pneu com o pavimento. É definido pelas falhas, defeitos, ou "ondulação" na superfície da estrada. O espectro de texturas foi aumentado pela PIARC (The World Road Association) em 2003, em outros intervalos para microtextura, macrotextura, megatextura, irregularidade (roughness/unevenness) e inclinação transversal (cross slope). As suas inter-relações e influências em outros fatores são mostradas na FIG. 2.1. Como podem ser observadas, as características de atrito das superfícies de pavimento são influenciadas principalmente pela microtextura e macrotextura. Microtextura contribui significativamente para a superfície de atrito em piso seco em todas as velocidades e em estradas molhadas em velocidades mais lentas, enquanto a macrotextura influência significativamente o atrito superficial em pisos molhados com veículos que circulem a velocidades mais elevadas. O nível de ruído de um pavimento é afetado pela sua macrotextura e megatextura e o conforto no rolamento é influenciado principalmente pelas irregularidades do pavimento. 32 FIG. 2.1- Relacionamento da textura da superfície e outros fatores (PIARC, 2003 apud HALL, 2008) Segundo VEITH (1986 apud RODRIGUES FILHO, 2006) a natureza petrográfica e química dos agregados também influenciam na microtextura e em sua resistência ao polimento, provocado pelo contato dos pneus. Segundo RODRIGUES FILHO (2006) a macrotextura se caracteriza pelo tamanho do agregado, pela faixa granulométrica (quantidades relativas dos diversos tamanhos de agregados), pela configuração geométrica individual do agregado e pelos vazios existentes na mistura. Comumente, utiliza-se o termo rugoso ou polido para microtextura e aberto ou grosseira e fechada ou fina para macrotextura, como forma de classificar estas texturas. A FIG. 2.2 ilustra os conceitos de macro e microtextura, numa superfície de revestimento asfáltico. 33 FIG. 2.2 - Micro e macrotextura na superfície de um revestimento asfáltico (BERNUCCI et al., 2007) A megatextura está associada aos desvios da superfície do pavimento, causadas pelas deformações por trilhas de roda, e outras deformações. (RODRIGUES FILHO, 2006) e conforme a FIG. 2.1 afetam principalmente fatores como nível de ruído interno e externo. A irregularidade prove uma medida da condição geral do pavimento e é usualmente expressa pelo IRI – Índice Internacional de Irregularidade (Internacional Roughness Index). A pesquisa apresentada nesta dissertação trata de uma mistura asfáltica especial, o Stone Matrix Asphalt – SMA, que de acordo com a literatura disponível provê bons resultados de atrito pelo fato se sua macrotextura aberta, serão aprofundados apenas os aspectos de textura envolvendo micro e macrotextura. Analisando-se somente o aspecto da microtextura da superfície asfáltica com relação as perdas de energia por atrito e o favorecimento de hidroplanagem, em pistas secas e molhadas podem-se tirar as seguintes conclusões (RODRIGUES FILHO, 2006): Microtextura lisa em pista seca: ocorre contato íntimo entre o pneu e o pavimento, permitindo grande numero de ligações moleculares, desta forma promovendo maior perda de energia por adesão; Microtextura lisa em pista molhada: a película de água que cobre a área de contato e separa as superfícies reduz significativamente o efeito do atrito por adesão, o que favorece a ocorrência da hidroplanagem viscosa ou a área de atuação da hidroplanagem viscosa no caso de hidroplanagem combinada; Microtextura áspera em pista seca: causa perdas por adesão ligeiramente menores que aquelas que se verificam em uma pista seca com microtextura lisa, pois a área de contato real na interface de contato é menor, resultando em um número menor de ligações moleculares; Microtextura áspera em pista molhada: as perdas por adesão são menos influenciadas pela presença de água, pelo fato que a superfície com microtextura áspera ainda que molhada permite o contato seco em grande parte da área de 34 contato, devido à agudeza das asperezas que perfuram a película de água. Analisando-se agora somente o aspecto da macrotextura, conclui-se que (RODRIGUES FILHO, 2006): Macrotextura fechada em superfície seca: o contato entre as superfícies causam pequenas deformações na banda rodagem, gerando assim perdas pequenas por histerese e, em consequência, o atrito em razão da histerese é relativamente menor, sendo o volume ativo da banda de rodagem pequeno; Macrotextura aberta em superfície seca: as perdas por histerese são grandes, devido à maior amplitude das deformações na banda de rodagem, que proporcionam grandes perdas por histerese; A contaminação por água até certo grau não influência de forma significativa as perdas por histerese, pois estas são basicamente resultantes da geometria da superfície e das propriedades visco-elásticas da borracha dos pneus; A macrotextura exerce dinâmica: grande influência no fenômeno da hidroplanagem o valor da espessura crítica da lâmina de água é maior para macrotexturas abertas e menor para fechadas. As estruturas abertas permitem a formação de canais entre a banda de rodagem e a pista, facilitando a drenagem da água para fora da área de contato; Caso a macrotextura da pista seja adequada é possível prevenir a ocorrência de hidroplanagem dinâmica em chuvas de intensidade razoável. Os aspectos de macrotextura e microtextura devem ser analisados conjuntamente. Estas combinações podem resultar em quatro tipos de textura, conforme mostra a TAB. 2.2. . TAB. 2.2 - Tipo de superfície em função da classe de macrotextura e microtextura Fonte: Adaptado de RODRIGUES FILHO (2006) e APS (2006). Macrotextura Microtextura Exemplo de Superfície Tipo de textura Rugosa ou áspera Aberta e Rugosa Polida ou lisa Aberta e Polida Aberta TAB. 2.2 - Tipo de superfície em função da classe de macrotextura e microtextura (continuação) 35 Macroteextura M Microtextura a Exemplo de d Superfíciie Tipo de textura Rugosa ou áspera Fechada e Rugosa Poolida ou lisa Fechada e Polida Fechada Seggundo ROD DRIGUES FILHO F (20006) se conheecem 3 tipos de hidropplanagem, a viscosa, dinâmicca e por desvulcanização. A hidroplanaagem visco osa ocorre com velo ocidades relativam mente baixaas, devido ao a efeito daa viscosidad de da água, que se opõee à sua exp pulsão da área de contato enntre o pneu e o pavim mento. A hid droplanagem m dinâmicaa pode ser expressa nto maior a pressão doos pneus, maior será apenas ccomo funçãão da pressãão dos pneuus, pois quan a velociidade necesssária para que ocorra a hidroplan nagem, estee tipo de hiidroplanageem se dá ema altaa velocidadde, durante a corrida noo solo. A hiidroplanageem por desvvulcanizaçãão ocorre quando a roda não chega a girrar, isto é, qquando a pellícula de ág gua for profu funda e a velocidade de toquee no solo foor superior à velocidadde de hidrop planagem daa aeronave,, que pode provocar p um supeeraquecimento da borraacha, se durrar muito teempo. Anaalisando-se agora as superfíciess conjuntam mente nos classificaçções da TA AB. 2.2, podemoos obter as seguintes s co onclusões (R RODRIGUE ES FILHO, 2006): a. S Superfície com c macrottextura aberrta e microttextura áspeera: em pistta seca prop porciona ccoeficientess de atrito levemente inferiores àqueles po ossíveis de se obter co om uma m microtexturra lisa. Pred dominam ass perdas po or adesão, mas m a contrribuição daas perdas ppor histeresse em razão o da macrottextura são superiores a 25% do vvalor do coeficiente dde atrito. A microtextu ura áspera ddiminui o potencial daa ocorrênciaa da hidroplanagem vviscosa, coom a pista molhada, e a macrotextura abeerta dificultta a ocorrêência da hhidroplanaggem dinâmica, à medidda que a pro ofundidade crítica c da lââmina d'águaa cresce. A FIG. 2.3 (a) ilustra a variação ddo coeficientte de atrito (µ / µmáx secoo) com a velocidade ((v / vh); b. S Superfície com c macrotextura abeerta e micro otextura lisaa: em pista seca propo orcionam ccoeficientess de atrito siimilares aoss oferecidoss pela pista de textura ffechada e liisa. Caso a macrotexxtura seja muito m abertaa os valorees serão lev vemente infferiores, po ois ainda ppredominarrão as perd das por adeesão. As peerdas de en nergia por histerese devido d à m macrotexturra podem alcançar uuma particip pação da ordem o de 25% do atrito. a A 36 hidroplanagem viscosa poderá ocorrer, mas em velocidades mais altas que no caso da pista de textura fechada e lisa. Com a pista molhada, grande parte da água escoa pelos canais que se formam entre a banda de rodagem e a pista, implicando numa profundidade de lamina d´água maior para que ocorra a hidroplanagem dinâmica completa. Sendo que esta profundidade aumenta com a macrotextura. FIG. 2.3 (b) ilustra a variação do coeficiente de atrito (µ / µmáx seco) com a velocidade (v / vh); c. Superfícies com macrotextura fechada e microtextura áspera, em pista seca, proporciona valores de atrito um pouco inferiores aos proporcionados por uma pista de microtextura lisa, pelo fato da diminuição da área real de contato e menor adesão. Esta redução não é importante, sendo que para pistas molhadas o valor é significantemente maior devido as asperezas furarem e atravessam a película de água. Pode ocorrer a hidroplanagem dinâmica, nem prevenir da hidroplanagem por desvulcanização, mas pode evitar a hidroplanagem viscosa. Sendo também importante as ranhuras dos pneus para melhor expulsão d’água. FIG. 2.3 (c) ilustra a variação do coeficiente de atrito (µ / µmáx seco) com a velocidade (v / vh); d. Superfícies com macrotextura fechada e microtextura lisa: em pistas secas, proporcionam valores de coeficiente de atrito na faixa de 0,7 a 1,1, dependendo da composição da borracha e da pressão do pneu, e predominam as perdas por adesão. Quando úmida ou molhada, proporciona coeficientes de atrito reduzidos, mesmo em velocidades baixas devido à hidroplanagem viscosa, em que o pneu não expulsa toda a água da área de contato no intervalo de tempo de passagem da roda. As perdas de energia por adesão são quase nulas, devido a uma fina película de água entre a banda de rodagem e a pista. Como o processo de remoção da água depende do tempo de contato, o coeficiente de atrito disponível decresce com o aumento da velocidade. Neste tipo de superfície agem a hidroplanagem viscosa que é substituída pela hidroplanagem dinâmica. Devido ao pequeno valor da profundidade critica da hidroplanagem, as ranhuras dos pneus são muito importantes, para prevenir a hidroplanagem, a FIG. 2.3(d) ilustra a variação do coeficiente de atrito (µ / µmáx seco) com a velocidade (v / vh). A microtextura lisa propicia condições favoráveis à ocorrência de aquaplanagem viscosa na presença de lâminas de água muito finas, enquanto a microtextura áspera evita tal ocorrência. A aquaplanagem viscosa, segundo UBIRATAN (2008 apud OLIVEIRA, 2009) é aquela verificada em menores velocidades, especialmente durante o deslocamento 37 das aeronaves pelas pistas de taxiamento. Segundo a ICAO (1997 apud OLIVEIRA, 2009), uma das causas prováveis de microtextura lisa pode estar associada à utilização de agregados inadequados e à ação do tráfego e das condições climáticas. O gradiente de velocidade de atrito pode ser definido como a taxa de diminuição do número de atrito por unidade de aumento na velocidade. Com gradientes de baixa velocidade, a superfície do pavimento mantém as suas propriedades de atrito, mesmo em altas velocidades, o que é vital em pistas de aeroportos. Sendo assim, baixos gradientes de atrito em velocidade são desejáveis para um pavimento com bons índices de atrito (KING et al., 2007). (a) Textura aberta e áspera (b) Textura aberta e lisa (c) Textura fechada e áspera (d) Textura fechada e lisa FIG. 2.3 – Influência da textura sobre o atrito em pista seca e inundada Fonte: ICAO (1983 apud RODRIGUES FILHO, 2006) A TAB. 2.3, apresenta valores de atrito para pavimentos asfálticos molhados valores em função da macro e microtextura, apresentado por GUZMÁN (1995 apud APS, 2006). O método de medição do coeficiente não foi relatado, mesmo assim, percebe-se que os maiores valores do coeficiente de atrito são para pistas com textura áspera e aberta, seguido de áspera 38 e fechada, polida e aberta e polida e fechada. E pode-se notar que com o aumento da velocidade, os valores que menos decrescem são os valores para textura áspera e aberta. TAB. 2.3 – Valores de atrito para pistas molhadas de acordo GUZMAN (1995 apud APS, 2006) Velocidade (km/h) 50 60 70 80 90 100 110 120 Microtextura e Macrotextura Áspera e aberta Áspera e fechada Polida e aberta Polida e fechada 0,70 0,60 0,30 0,25 0,62 0,56 0,25 0,20 0,60 0,49 0,22 0,18 0,58 0,40 0,20 0,17 0,57 0,35 0,20 0,16 0,55 0,30 0,19 0,16 0,55 0,24 0,18 0,15 0,55 0,22 0,17 0,15 Em pesquisa realizada no Langley Reseach Center (NASA), nos Estados Unidos em 1965, analisou-se o comportamento do atrito em função da profundidade média da textura para diversas velocidades em 4 (quatro) tipos de pavimentos, de concreto liso, concreto texturizado, asfalto com agregado miúdo e asfalto com agregado graúdo, empregando pneu liso, carga de roda = 12.000lb, pressão de enchimento =140lb/pol² e profundidade de lamina d´água = 0,1 a 0,2 pol (FIG. 2.4). Nesta pesquisa foi possível analisar o comportamento do atrito em função da profundidade média da textura para as três velocidades (HORNE et al., 1965 apud RODRIGUES FILHO, 2006). Deste estudo de atrito em pistas molhadas pode-se dizer que o coeficiente de atrito diminui com o aumento da velocidade do veículo e que a macrotextura contribui para o aumento do atrito. Pode-se observar ainda, que para o concreto liso é indiferente a velocidade de deslocamento, pois o coeficiente de atrito médio é praticamente igual, que o concreto texturizado possui menores coeficiente de atrito médio para todas as velocidades, e comparando-se o asfalto com agregado miúdo com o asfalto com agregado graúdo, que a maior diferença entre ambos está na maior velocidade, em que o coeficiente de atrito médio do asfalto com agregado graúdo é significativamente maior, proporcionando maior segurança naquela velocidade. Os métodos de medição de textura na superfície do pavimento variam dependendo do tipo de textura sendo avaliados (micro, macrotextura, megatextura e irregularidade). A TAB. 2.6 resume os equipamentos de medição usados para mensurar a textura, seus níveis de precisão, aplicabilidade, e os fatores de custo (HENRY, 2000; RADO, 1994; WAMBOLD et al, 1995;. AASHTO, 1976) apud HALL, 2008). Dentre estes métodos citados, somente serão 39 abordados com maiores detalhes os métodos mais usuais, tais como o método do Pêndulo Britânico, Mancha de Areia e Mancha de Graxa. FIG. 2.4 - Comportamento do atrito em função da textura para diversas velocidades Fonte: HORNE el al. (1965 apud RODRIGUES FILHO, 2006) Em geral, a microtextura é medida utilizando-se o método do Pêndulo Britânico ou British Pendulum Tester (BPT). Embora este dispositivo tenha sido criado para uso em laboratório é amplamente utilizado em campo. É um equipamento portátil, e sua metodologia de instrumentação segue a norma ASTM E-303-93. Seu princípio de funcionamento baseia-se em um pêndulo padronizado com uma sapata de borracha, que é lançada em direção a superfície do pavimento molhado, com objetivo de se medir a perda de energia por atrito da sapata do pêndulo, quando esta desliza sobre a superfície do pavimento, sendo seu valor expresso em BPN (British Number Pendulum) ou SRT (Skid Resistent Test). A FIG. 2.5 mostra o equipamento do Pêndulo Britânico e suas correlações para classificação das microtexturas encontram-se na TAB 2.5. Segundo o DNIT (2006), há necessidade de correção da medição conforme a temperatura da água utilizada para o teste, conforme mostra a TAB. 2.4. A mesma correção não se encontra na norma ASTM E-303-93. TAB. 2.4 – Correção do BPN devido a temperatura da água 40 Correção de temperatura da água Temperatura ºC 0 2 5 8 10 13 15 20 25 30 40 Correção -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 +1 +1 +3 FIG. 2.5 – Levantamento do atrito com Pêndulo Britânico no Aeroporto da Grande Natal/RN TAB 2.5 – Classes de microtextura (ABPv, 1999 apud BERNUCCI et al., 2007) Classe Valor da resistência à derrapagem (BPN) Perigosa < 25 Muito lisa 25 ≤ BPN ≤ 31 Lisa 32 ≤ BPN ≤ 39 Insuficientemente rugosa 40 ≤ BPN ≤ 46 Medianamente rugosa 47 ≤ BPN ≤ 54 Rugosa 55 ≤ BPN ≤ 75 Muito rugosa BPN > 75 A macrotextura de uma superfície pode ser medida através de três métodos (APS, 2006): métodos volumétricos, perfilômetros ou eletro-ópticos e drenômetros, sendo que alguns destes métodos estão descritos na TAB. 2.6. Os métodos volumétricos e drenômetros são os mais comuns e de menor custo, estes métodos são ensaios estacionários e requerem fechamento da pista durante o ensaio. 41 TAB. 2.6 - Métodos de ensaios de textura da superfície de pavimentos - Fonte : Modificado de HALL (2008) Método/Equipamento Método da Mancha de Areia (Sand Patch Method - SPM) Norma Associada ASTM E965, ISO10844 Descrição Índice de mensuração Precisão Aplicabilidade Observações Custo do Eqp: Baixo Vel. do teste: Lenta Outros: Requer controle de tráfego Equipamento: Moderado Vel. do teste: Lenta Outros: Requer controle de tráfego Custo do Eqp: Moderado Vel. do teste: Lenta Outros: Requer controle de tráfego Método de teste volumétrico para medição da macrotextura Profundidade média da textura (MTD) da macrotextura 2% Simples e baixo custo Método localizado ASTM WK 364 Método de teste volumétrico que mede o tempo de escape da água Tempo de escoamento volume especificado de água 0,5s Método simples e relativamente de baixo custo Medição localizada Circular Texture Meter (CT Meter) ASTM E 2157 Mede a profundidade média da macrotextura no pavimento a laser. Mede o perfil do pavimento em uma área circular de 284mm de diâmetro e 892mm de circunferência. Profundidade média do perfil (MPD) da macrotextura Raiz média quadrática (RMS) da profundidade da textura 0,03mm Pêndulo Britânico (British Pendulum Tester) - BPT ASTM E 303 Fornece uma medida indireta da microtextura. O dispositivo mede o arrasto de uma sapata de borracha solta por um pêndulo. BPN – British Pendulum Number Medida da microtextura 1,2 BPN Medições de mesma dimensão do DFT Método localizado Textura é medida em duas direções Boa correlação com o mancha de areia, porém não deve ser usado para misturas abertas (HANSON e PROWELL, 2004) Metodologia é crítica Pode ser feita em laboratório Perfilômetros-EOM(4tipos): Laser, Fotoseccionamento(light sectioning), Ultrassônico(ultrasonic) Água de contato(Stylus Contact Followers) ASTM E 1845 ISO 13473-1 ISO 13473-2 ISO 13473-3 Fornece um perfil da macrotextura da superfície da estrada. Este equipamento utiliza um sensor de distância de medição óptico para coletar dados de elevação de superfície em intervalos de 0,25 mm ou menos. Profundidade média do perfil (MPD) da macrotextura Profundidade media estimada (ETD) Amplitude Espectro de texturas 0,15mm Mancha de Graxa (Grease Patch) Método 150/5320-12C Método de teste volumétrico para medição da macrotextura com uso de graxa Profundidade média da textura (MTD) da ma crotextura 5mm 42 Drenabilidade (Outflow time OFT) 42 Alguns equipamentos coletam dados em velocidades altas Boa correlação com MTD Medição continua possível Medição somente em uma direção Simples e baixo custo Método localizado Custo do Eqp: Moderado Vel. do teste: Mediana Outros: Requer controle de tráfego Custo do Eqp: Moderado a Alto Vel. do teste: Lento para rápido Outros: Não Requer controle de tráfego, o eqp é montado sobre veículo Custo do Eqp: Baixo Vel. do teste: Lenta Outros: Requer controle de tráfego O ensaio da macrotextura pelo Método da Mancha de Areia é um ensaio volumétrico, executado segundo a norma ASTM E 965, medindo a profundidade média da textura pela altura média da mancha de areia. O procedimento consiste em preencher os vazios da textura superficial do pavimento com um volume de 25.000mm³ ±150mm³ de um areia normatizada de grãos arredondados, limpa e seca, podendo-se utilizar também microesferas de vidro, se atenderem a granulometria exigida, passando na #60 (0,3mm) e retido na #80 (0,15mm). A areia é espalhada sobre a superfície do pavimento com auxilio de uma base de um pistão circular, que é movimentada em círculos, paralelamente a superfície, preenchendo os vazios da superfície e obtendo uma área final a aproximadamente circular. Mede-se o diâmetro do círculo da mancha em quatro direções com aproximação visual de 5mm; o diâmetro médio Dm, será o resultado da média obtida nas quatro medições, a altura Hm é expressa pela Equação (EQ. 2.1). 4. . (EQ. 2.1) Onde: V = 25.000 mm³; Dm = diâmetro médio da mancha de areia (mm); Hm = altura média da mancha de areia (mm). Outro método utilizado para medida da altura média das superfícies dos pavimentos utilizado pela FAA em seus aeroportos, é o Método da Mancha de Graxa (NASA Grease Smear Method), que é um método volumétrico, que consiste em preencher os vazios da superfície do pavimento com um volume conhecido de graxa de 16 cm³ (1 polegada cúbica) de graxa de uso geral. Demarca-se a área de ensaio com duas fitas adesivas paralelas espaçadas de 10 cm, e uma fita limitadora na perpendicular, fechando um dos extremos. Se limpa a superfície com uma escova de mão macia e a graxa depositada entre as fitas é então distribuída com uma espécie de rodo, até formar uma forma retangular. Mede-se o comprimento do retângulo com aproximação visual de 5 mm. Calcula-se a área coberta e obtêm-se a profundidade da textura medida, conforme Equação (EQ. 2.2). Para se obter a média da profundidade das texturas, deve-se somar as alturas de cada ensaio e dividir pela quantidade de ensaios. O método é descrito na norma da FAA AC 150/5320-12C (FAA,2009a) e também pela Instrução de Aviação Civil n° 4302 (DAC, 2001). Após o término dos ensaios, deverá ser providenciada a limpeza dos pontos de ensaios, por meio de jatos de água adicionada de solventes, para evitar deterioração do pavimento e eventuais riscos de derrapagem. 43 (EQ. 2.2) Onde: HG = altura média da mancha de graxa, profundidade média (mm) V = 16 cm³ A=área do retângulo da mancha de graxa (cm²) A Associação Brasileira de Pavimentação classifica a macrotextura em classes, em função da altura média da mancha de areia em milímetros, conforme a TAB. 2.7: TAB. 2.7 – Classes de macrotextura - Fonte: (ABPv, 1999 apud BERNUCCI et al., 2007) Classe Valor da altura média da textura da superfície em cm (HS) Muito fina ou muito fechada HS ≤ 0,20 Fina ou fechada 0,20 < HS ≤ 0,40 Média 0,40 < HS ≤ 0,80 Grosseira ou aberta 0,80 < HS ≤ 1,20 Muito grosseira ou muito aberta 1,20 < HS Segundo recomendações da (ABPv, (1999 apud BERNUCCI et al., 2007), a macrotextura em pavimentos asfálticos deve estar entre 0,6mm e 1,2mm de altura média da mancha de areia, pois abaixo do limite inferior, a textura passa a ter uma tendência fechada, aumentando o risco de hidroplanagem, pelo fato da presença de água na pista, promovida pela deficiência de eliminação da agua por textura fechada. O limite superior indicado, é muito aberta o que causará um desgaste excessivo nos pneus, maior consumo de combustível e tendência a maior ruído ao rolamento. Para velocidade acima de 50 km/h a macrotextura é uma das características mais importantes que afetam a aderência dos pneus ao pavimento. Quaisquer defeitos que atue na superfície do pavimento que promova o fechamento da textura são prejudiciais, por exemplo, a exsudação que fecha a macrotextura, e no caso do desgaste é ao contrário, pois causa melhoria na macrotextura, com a perda do filme de mástique nos agregados superficiais expõem mais significativamente as pontas dos agregado, aumentando os canais micro-drenantes, assim aumentando a vazão superficial e também a microtextura, expondo mais os agregados. Porém o polimento dos agregados é prejudicial, pois diminui a microtextura, tornando o agregado menos áspero, com menor capacidade de ruptura da lâmina de água. Dentre os equipamentos de medição de atrito, alguns são estáticos e a maioria dos equipamentos são dinâmicos (CFME – Continuos Friction Measuring Equipament). Os 44 equipamentos dinâmicos podem ser de roda oblíqua, roda bloqueada ou parcialmente bloqueada. A TAB. 2.8 relaciona uma série de equipamentos utilizados para medir o atrito dos pavimentos. Dentre os equipamentos CFME, os mais utilizados no Brasil são o Mu-meter (FIG. 2.6a), o skidommeter (FIG. 2.6-b). O Mu-meter é um instrumento de teste de superfície de pista que infere um valor de coeficiente de atrito de frenagem a partir da medida da força lateral nos eixos de duas rodas lisas, chamadas friction wheels (FW), instaladas num veículo de reboque. Em geral, as FW têm um alinhamento convergente em relação à direção longitudinal do reboque, com um ângulo de convergência, com carregamento de 77,5 kgf para cada roda, operando com uma taxa de deslizamento de 13%. Uma terceira roda traseira, alinhada normalmente, mede a distância percorrida e estabiliza o movimento do reboque. Há um sistema espargidor que aplica uma película d’água de espessura média de 1mm à frente das rodas sensoras. O sinal de força e o sinal de distância percorrida medida são enviados para uma unidade de processamento conectada a um dispositivo de processamento e as informações são repassadas em tempo real, de dentro do veículo rebocador (SANTOS, 2004). O skiddometer também realiza as medidas de atrito contínuo, constituído por reboque de três rodas do tipo deslizômetro ( skiddometer). As duas rodas laterais giram livremente, e a roda central, é responsável pela medição do atrito, com sua rotação retardada, operando com uma taxa de deslizamento de 17%. (a) (b) FIG. 2.6 – Equipamentos de medição de atrito mais utilizados no Brasil (a) Mu-meter (LUGÃO, 2008) e (b) Skiddometer (GONZAGA, 2010). 45 Dentre os modelos portáteis de medição de atrito o equipamento mais comum é o Pêndulo Britânico. Ele determina por uma medida escalar o grau de aderência entre o pneu e pavimento presente na superfície de um pavimento, e também é conhecido como coeficiente de atrito cinemático. Além de medir a microtextura do pavimento, o seu BPN também é utilizado para a medição de atrito. Outro equipamento portátil é o Teste de Atrito Dinâmico (DF Tester ou DFT), que permite a medida direta do atrito de vários tipos de superfícies pavimentadas, o procedimento consta na norma ASTM E 1911. Este ensaio apresenta vantagens quando comparado com o pêndulo britânico: não depende de operador; faz leituras de 0 a 90 km/h; possui um reservatório próprio de água. Quando operado a 20 km/h de velocidade de rotação, tem forte correlação com o BPT, com um R² de 0,86. O equipamento está sendo muito utilizado para ensaios de campo nos Estados Unidos, pois tem uma excelente repetibilidade, mas também já é utilizado nos seguintes países: Alemanha, Bélgica, Espanha, Dinamarca, França, Itália, Estados Unidos e Reino Unido. (HALL, 2008 e APS, 2006). (a) (b) FIG. 2.7 – Detalhe do DF Tester (a) Vista Lateral; (b) Vista inferior Fonte: NIPPOU, 2011. 46 TAB. 2.8 – Métodos de ensaio do atrito de pavimentos – Fonte : Modificado de HALL, 2008. Descrição Método consiste na direção de um veiculo, travando as rodas quando chegar a velocidade desejada, e medindo a distância da trajetória do veiculo até parar Equipamento Qualquer veículo em bom estado de manutenção Roda-travada (Locked Wheel) / ASTM E 274 O dispositivo é rebocado atrás do um veículo de medição a uma velocidade de 64 km/h. A água pode ser aplicado na frente do pneu de teste, um sistema de travagem é forçado a travar o pneu, e a força de arrasto resistiva é medida por após 1 segundo de teste da roda totalmente bloqueado. Veiculo de medição e equipamento de medição de atrito por roda travada, equipado com roda ranhurada (ASTM E524) ou roda lisa(ASTM E 274) Exemplos: Locked Wheel Tester, LCPC Skid Trailer, Stuttgarter Reinbungsmesser e Skiddometer Mu-meter, mede o atrito lateral pela força aplicada em duas rodas obliquas Sideway Force Coefficient Routine Investigation Machine (SCRIM), tem um ângulo obliquo de 20°. Stradograph 47 Método/ /Norma Método da Medida da Distância Percorrida até parar (Stopping Distsance Measurement) ASTM E 445 Roda Obliqua (Side-Force) O dispositivo mede o atrito pela força lateral aplicada na roda que é inclinada. O ensaio pode ser executado espargindo ou não água, em geral a medição é com água Índice de Medição Coeficiente de atrito(µ) é determinado pela equação: , : 2. . µ=coeficiente de atrito; v=velocidade de frenagem inicial do veiculo (m/) g=aceleração da gravidade (9,81m/²) A medida da força resistiva e a aplicação do travamento da roda são via computacionais, para cálculo do número de atrito (FN): 100 Precisão Desvio padrão típico é 5% Aplicabilidade Ensaio de campo Trechos retilíneos Observações Custo do Eqp*: $300 a $1000 Vel. do teste: Lenta Outros: Pista deve ser fechada Desvio padrão de 1 FN Ensaio de campo (segmentos de reta) e curvas até uma aceleração de 0,3 G. Custo do Eqp*: $100.000 a $200.000 Vel. do teste: Alta velocidade Outros: Sem aquisição contínua Tipicamente o desvio padrão é de 2 MuN Ensaio de campo (segmentos de reta e seções de curva) Custo do Eqp*: Acima de $50.000 Vel. do teste: Alta velocidade 100. Onde: FN=Número de atrito na velocidade medida µ=Coeficiente de atrito F=Força de tração aplicada no pneu W=Força vertical aplicada no pneu A força lateral perpendicular ao plano de rotação é medida e utilizado um programa computacional para calcular o coeficiente de força lateral (SFC) *Custo: Refere-se ao custo informado no original, em dólares americanos e sem taxas. 47 TAB. 2.8 – Métodos de ensaio do atrito de pavimentos – Fonte : Modificado de HALL, 2008. (Continuação) Método/ /Norma Roda Parcialmente Bloqueada (Fixed –Slip) / Sob aprovação da ASTM Deslizamento Vertical (Variable –Slip) / ASTM E1859 48 Métodos Portáteis Pêndulo Britânico (British Pendulum Tester) – BPT / ASTM E303 Ensaio de atrito dinâmico (Dynamic Friction Tester DF Tester) / ASTM E1911 Descrição Equipamento de Roda parcialmente bloqueada entre 10 a 20% da velocidade de escorregamento Dispositivos de medida de atrito como uma função de deslizamento entre a roda e a superfície da estrada. Eles fornecem informações sobre as características de atrito das superfícies do pneu e da estrada, como o aumento da porção inicial da curva de deslizamento de atrito depende das propriedades dos pneus, enquanto a parte após o pico é dependente das características da superfície da estrada. Métodos portáteis podem fornecer medidas de atrito de superfícies de pavimentos. Estes equipamentos usam a teoria do pêndulo ou do deslizamento para medir atrito em laboratório ou em campo. Fornece uma medida no local do ensaio, devendo ser realizado em várias seções. Nem sempre simula o pneu do veiculo Equipamento Rodway and runway friction testes (RFTs) Airport Surface Friction Tester (ASFT) Saab Friction Tester (SFT) Griptester IMAG Francês RUNAR ROAR SALTAR ASTM R1551 especifica o tipo do pneu para uso nos dispositivos de deslizamento variável. Índice de Medição A força de arrasto resistiva medida e a carga aplicada na roda de estrada são usados para calcular o coeficiente de atrito, μ. Fricção é relatada como FN. Precisão Depende do equipamento Aplicabilidade Ensaio de campo(segmentos de reta) Observações Custo do Eqp*: Acima de $35.000 a $150.000 Vel. do teste: Alta velocidade A força de arrasto resistiva medida e a carga aplicada na roda de estrada são usados para calcular o coeficiente de atrito, μ. Fricção é relatada como FN. Desvio padrão típico de 0,05 Ensaio de campo(segmentos de reta) Custo do Eqp*: Acima de $40.000 a $500.000 Vel. do teste: Alta velocidade BPT – British Pendulum Tester – mais reconhecido medidor de atrito portátil. DF Tester – está ganhando aceitação e fornece mais informações, porque sua medição de atrito é numa faixa de 0 a 80 km/h Resultado apresentado como BPN – British Pendulum Number DF Tester a 20km/h correlaciona com o BPN. Em geral 5% BPN não tem muita repetibiliadade se utilizado outro operador. O DF Tester tem boa repetibilidade BPT correlaciona bem com a microtextura. DF Tester mede atrito de 0 a 90km/h, e a 20km/jh correlaciona com BPN. Custo do Eqp*: $20.000 a $35.000 Vel. do teste: Lenta a Alta *Custo: Refere-se ao custo informado no original, em dólares americanos e sem taxas. 48 2.1.2. P PARÂMET TROS DE TEXTURA T E ATRITO EM AERO OPORTOS AF FAA, por meio m da norm ma circular AC 150/53 320-12C de 18/03/97 (FFAA, 2007)), na sua última aatualização (Change 8)) de 02/07/22007, homo ologou os CFME para uutilização em e pistas aeroporrtuárias confforme relacionado na T TAB. 2.9. TAB. 2.99 - Equipamentos de meddição de atritto CFME homologados ppela FAA Fonte: A Adaptado FA AA (2007) Eq quipamento Fabricannte Airport Surrface Friction n Tester Airport Surfacce Friction T Tester Industrries Ab M Meter Mu Dou uglas Equipm ment Ltd Runwaay Friction Tester T (6810,, 6850 e 68755) Dynaatest Consultting, Inc., RFT (Formerly y K.J. Law E Engineers, Incc.) Griptester Friction F Testter - GT Fiindlay, Irvinee, Ltd. Nac Dynaamic Friction n Tester Neubert N Aero Corp. RUN NAR Runwaay Analyser and a Recordeer Norsemetter Bv-11 Skiddometter Patria Vammaas Aec ms Ab Scandinavian Airport and Road System Sarsys Friiction Testerr (SFT) Saarsys Trailer Friction Tesster (STFT) S Sarsys Suv Friction F Testeer (SSUV) No Brasil os parâmetross referentess aos ensaio os de mediição de atrrito e condiições de homologação pra a operação aeronáuticaa de pistas aeroportuár a ias é regidoo pela Reso olução nº ANAC, 20009), que en ntrou em vig gor em 11/005/10 e foii emitida 88, de 111 de maio de 2009 (A pela Aggência Nacional de Aviação A Civvil – ANAC C. Esta foi inspirada nno Apêndicce G do Anexo 14 da ICAO O (Internatiional Civil A Aviation Orrganization n), publicadaa em julho de 2004 TZ et al., 20010). Esta resolução rrevogou o item 3.1 do o capítulo 3 da Instrrução de (KUNT Aviaçãoo Civil (IAC C 4302), qu ue possuía requisitos mais flexív veis e simpllificados, co omo por exemploo, apenas um u tipo de equipamento e o de mediçãão de atrito o, o Mu-metter, com velocidade de 65 kkm/h com passagem p a uma distânncia de 3m do eixo daa pista, coefficiente de atrito de 0,50 em m um trechoo de 100 m de compri rimento. Co onsiderava-sse como nívvel de man nutenção, que era o nível mínnimo admitiido e frequêência de med dições de attrito era maais esparsa e podiam variar dde 3 meses até a a cada 1 ano. A Resolução n°88 – AN NAC, 20099 estabelecce, conform me TAB. 22.10, uma série de mentos que poderão ser utilizadoss para realizzação da medição do ccoeficiente atrito na equipam pista, em m diferentes velocidad des de coletaa dos dadoss, tipos de pneus, p a resp spectiva pressão dos mesmoss e a espesssura da lamiina d’água para realizaação do testte. A tabelaa também mostra m os 49 coeficientes de atrito mínimos para pavimentos novos, nível de manutenção e nível aceitável. Estes equipamentos são os mesmos na norma da FAA (2007), com exceção do Safegate Friction Tester, da Airport Technology USA, que foi descontinuado. Na resolução ainda estabelecer a classificação e ações decorrentes da leitura do coeficiente de atrito em teste de calibração ou teste de monitoramento, sendo eles: I - pista nova: classificação atribuída a PPD que o teste de calibração indicar coeficiente de atrito igual ou superior àquele indicado na coluna [6] da TAB. 2.10, segundo respectivo equipamento e modo utilizado para medição; II - pista segura não supervisionada: classificação atribuída a uma PPD considerada segura para a operação de aeronaves e sem necessidade de supervisão pela ANAC enquanto os testes de monitoramento da TAB. 2.10 indicar coeficiente de atrito igual ou superior àquele indicado na coluna [7] da mesma tabela; III - pista segura supervisionada: classificação atribuída a uma PPD considerada segura para a operação de aeronaves e objeto de supervisão pela ANAC sempre que o teste de monitoramento indicar coeficiente de atrito menor que àquele indicado na coluna [7] e igual ou superior ao indicado na coluna [8], ambos da TAB. 2.10; IV - pista insegura: classificação de PPD considerada insegura para a operação de aeronaves e objeto de fiscalização e multa, conjugada com emissão de NOTAM, com eventuais restrições à operação ou fechamento da pista de pouso e decolagem, sempre que o teste de monitoramento indicar coeficiente de atrito menor que indicado na coluna [8], da TAB. 2.10. TAB. 2.10 - Parâmetros mínimos referentes aos ensaios de medição de atrito Fonte: ANAC (2009). Pneu Equipamento [1] Mu-meter Skiddometer Surface Friction tester vehicle Runway Friction tester vehicle TATRA RUNAR Grip Tester Tipo [2] A A B B B B B B B B B B C C Pressão (kPa) Velocidade de teste (km/h) [3] [4] 70 70 210 210 210 210 210 210 210 210 210 210 140 140 65 95 65 95 65 95 65 95 65 95 65 95 65 95 Espessura da lâmina de água (mm) [5] 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 50 Coeficiente de atrito mínimo Pavimentos novos Nível de manutenção Nível aceitável [6] [7] [8] 0,72 0,66 0,82 0,74 0,82 0,74 0,82 0,74 0,76 0,67 0,69 0,63 0,74 0,64 0,52 0,38 0,60 0,47 0,60 0,47 0,60 0,54 0,57 0,52 0,52 0,42 0,53 0,36 0,42 0,26 0,50 0,34 0,50 0,34 0,50 0,41 0,48 0,42 0,45 0,32 0,43 0,24 A Resolução n°88 da ANAC(2009) estabelece de acordo com a classificação do aeródromo, os locais de medição de atrito e a textura do pavimento da pista, que deve ser executada em toda extensão da pista e que pode estar localizada a 3m e 6m do eixo da pista, com medição nos dois sentidos de orientação para cada segmento da pista, como apresentado na TAB. 2.11. Para textura superficial a resolução não faz menção, ficando a cargo da Instrução de Aviação Civil – IAC 4302, definir os locais, tipo da medição, frequência e recomendações de profundidade. Fica então definido que para pavimentos novos é recomendada uma profundidade mínima de textura superficial de 1,00mm e para pavimentos em utilização não deverá ser inferior a 0,50mm, sendo necessárias ações corretivas quando estes níveis não forem alcançados. Os ensaios devem ser executados a cada 100m de pista em pontos localizados a 3metros do eixo, alternadamente a esquerda e direita deste, distando o primeiro ponto da medição 100 metros de uma das cabeceiras. TAB. 2.11 - Localização das medições de atrito e textura (ANAC, 2009) Classe de referência Localização da medição Quantidade mínima Aeródromos com operação de Distante 3m do eixo da pista Uma vez de cada lado da pista aeronave tipo: A ou B ou C Aeródromos com operação de Distante 3m e 6m do eixo da Uma vez de cada lado da pista, aeronave tipo: D ou E ou F pista para cada distância. Nos casos em que o valor do coeficiente de atrito for inferior ao nível de planejamento de manutenção, a ANAC (2009) recomenda às administrações aeroportuárias a solicitação de expedição de Aviso aos Aeronavegantes – NOTAM (Notice do Air Man). Um NOTAM é um aviso que contém informação relativa ao estabelecimento, condição ou modificação de quaisquer instalações, serviços, procedimentos ou perigos aeronáuticos, cujo pronto conhecimento seja indispensável ao pessoal ligado à operações de voo. Neste caso informando que as pistas encontram-se escorregadias quando molhadas. A medição dos coeficientes de atrito da PPD (pista de pouso e decolagem) deverá ser realizada após a construção e sempre que o pavimento for submetido a alguma recuperação ou tratamento superficial, o qual caracteriza teste de calibração, e a partir do ensaio, deve seguir o prescrito na TAB. 2.12, independente do tipo de propulsão das aeronaves. 51 TAB. 2.12 - Frequência das medições de atrito (ANAC, 2009) Pousos diários de aeronaves Frequência mínima de medições de atrito Cada 12 meses Cada 6 meses Cada 3 meses Cada 30 dias Cada 15 dias Cada 7 dias Menos de 15 16 a 30 31 a 90 91 a 150 151 a 210 Mais de 210 Ainda de acordo com a resolução, as pistas recebem as seguintes classificações, de acordo com o coeficiente de atrito e tipo de medição: Pista nova; pista segura não supervisionada; pista segura supervisionada e pista insegura. E segundo KUNTZ et al., (2010), com os resultados obtidos nos testes de atrito, a pista poderá ser liberada/reaberta ou interditada ao tráfego aéreo pela ANAC, que em geral, são executados pela própria administração do aeroporto onde é emitido um relatório com o resultado do teste de calibração e laudo técnico com a descrição e análise dos resultados acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica - ART. A ICAO (apud LUGÃO, 2008) recomenda uma textura média mínima de 0,625 mm para pistas em uso e uma textura de no mínimo 1,0 mm para projeto de revestimentos de pistas novas. A norma da AC 150/5320-12C (FAA, 2009a), regula as medições, construção e manutenção de resistência ao deslizamento em pavimentos superficiais em aeroportos que são vinculados a FAA. Com relação à macrotextura, fica definido que quando os valores de atrito medidos por equipamentos de medição contínua de atrito (CFME), estiverem dentro dos critérios de segurança determinados pela norma, não há necessidade da medição da macrotextura, somente quando estes critérios mínimos forem atingidos que deverão ser executadas as suas medições pelo método da Mancha de Graxa. As medições deverão ser executadas somente se a causa da diminuição do atrito não for evidente, por exemplo, por contaminação por borracha. Desta maneira, fica definido que para pavimentos de pista de pouso de concreto ou asfálticos novos, a recomendação para profundidade média da macrotextura será de 1,14mm, e que um valor inferior indica uma deficiência na macrotextura e requererá correções. E para pista de pouso com pavimentos em utilização, quando o valor da profundidade média for inferior a 1,14mm o operador do aeroporto deverá fazer medições regulares na pista, quando índice ficar entre 0,4mm e 0,76mm, o operador do aeroporto 52 deverá iiniciar os pllanejamento os de correçção do paviimento em até a um ano. Quando este índice ficar abaixo de 0,25mm deverrá ser corriggida a deficiiência de macrotextura m a em até 2 meses. m A retexturrização do pavimento p quando q execcutada deveerá prover melhoria m da macrotextu ura de no mínimoo a altura média m da maacrotextura, de 0,76mm m. Os locais para meddições nuncaa devem incluir aas áreas com m grooving. 2.1.3. E EMBORRA ACHAMEN NTO DE PIS STAS DE AEROPORT A TOS O acúmulo do d resíduo de borrachha dos pneeus das aeronaves noo pavimentto causa ouso e deco olagem, pelaa falta de aderência diminuiição do coeeficiente de atrito nas ppistas de po entre o pneu e a piista, em geral as áreas de toque. Este E acúmulo de borraccha está relaacionado com o ppeso das aerronaves quee pousam em m determinaada cabeceirra de pista. Seggundo SPEIIDEL (2002 2) os pneus ddas aeronav ves são maccios e flexívveis, projetaados para absorveer parte do choque c duraante aterrisaagem das aeeronaves, e que durantee o pouso, em e cerca de 300m m de pista, enquanto os pneus eestão ganhan ndo velocid dade, pois eestavam paarados, a borrachha dos pneuus, devido ao calor pprovocado pelo p contato o pneu-pavvimento, so ofre uma polimerrização se trransformando em um material muito m duro que q fica adeerido ao pav vimento. Devido a esse proccesso podem m ser depoositados até de 700 g de d borrachaa por pneu em cada pouso dde uma aeroonave de grrande porte carregada, como o Bo oeing 747 oou um L-10 011, que possui uum peso mááximo para decolagem de cerca dee 400 tonelaadas. Essa bborracha acu umulada voo a voo, vai prejjudicando a micro e m macrotexturaa do pavimeento, desta fforma dimin nuindo a mento o riscco de aquap planagem. resistênncia a derrappagem e aum A IICAO (2004) e FAA (1997) recom mendam o tempo t máximo decorriddo entre av valiações de atritoo e entre seerviços de remoção r de borracha, em e função do d número de pousos diários d e do pesoo acumuladdo dos pousos no perííodo de 1 ano, a conform me consta dda TAB. 2.13. 2 No Brasil a Resoluçãoo nº 88 prev vê a manuteenção para o mesmo peeríodo máxiimo da TA AB. 2.13, porém nnão constam m as colun nas [2] e [44], peso an nual dos pousos e perííodo máxim mo entre remoçõees de borraccha. 53 TAB. 2.13 – Programa de manutenção de atrito baseado no nível de operações de aeronaves a reação para cada cabeceira (ICAO, 2004). Peso anual dos pousos Período máximo entre Período máximo entre Pousos diários de avaliações de atrito remoções de borracha (106kg) aeronaves na [2] [3] [4] cabeceira [1] menos de 15 de 16 a 30 de 31 a 90 de 91 a 150 de 151 a 210 mais de 210 menos de 447 de 448 a 838 de 839 a 2404 de 2405 a 3969 de 3970 a 5535 mais de 5535 1 vez por ano 1 vez cada 6 meses 1 vez cada 3 meses 1 vez por mês 1 vez cada 2 semanas 1 vez por semana 1 vez cada 2 anos 1 vez por ano 1 vez cada 6 meses 1 vez cada 4 meses 1 vez cada 3 meses 1 vez cada 2 meses Segundo RODRIGUES FILHO (2006) a macrotextura de uma pista não se altera, significantemente, ao longo do tempo, exceto nas áreas de toque, que tem como resultado o emborrachamento da pista pelo depósito de borracha dos pneus das aeronaves. Para proceder a remoção desta borracha acumulada, recorre-se a procedimentos de manutenção de remoção dos resíduos de borracha, porém estes também causam alteração na macrotextura. A diminuição da medição do atrito devido a emborrachamento da pista pode ser notada pelo ensaios de CFME e a por inspeção visual na pista. A FIG. 2.8 apresenta o resultado de uma medição de atrito utilizando o equipamento Griptester a 95km/h, afastado 5m do eixo da pista, evidenciando o efeito do acumulo de borracha na zona de toque das aeronaves (círculo em destaque), pelos baixos valores de coeficiente de atrito, que foram comparados com os recomendados pela ICAO (2004). FIG. 2.8 – Efeito típico de acúmulo de borracha - OPUS, (2004 apud LUGÃO, 2008) 54 Oss serviços de remoçãão de borrracha têm por objetiv vo preservaar ou restaaurar as condiçõões de aderrência dos revestimenntos das pistas. p Norm malmente, esses serviiços são realizaddos nos perííodos de meenor movim mento de aeeronaves (geeralmente à noite), dee modo a causar o menor im mpacto nas operações. o S São executaados periodicamente e estão intim mamente ligados às mediçõees de atrito (LUGÃO, ( 22008). 2.1.4. G GROOVIN NG em pequeenos sulcoss transverssais realizaados na As ranhuras (ggrooving) consistem c eja rígido oou flexívell, para facilitar o esccoamento da água superfíccie do pavvimento, sej acumulaada. Para WELLS W e YOUNG G (2004), o grooving g é a maneeira mais efetiva e e econôm mica de reduuzir os risco os de aquapllanagem, po ois melhora as condiçõões de drenaabilidade da pistaa, fornecenddo rotas daa água sair da pista so ob os pneu us desta maaneira preveenindo a hidroplaanagem dinnâmica e oferece um m meio dee escape do d vapor superaqueccido nas derrapaggens por boorracha rev vertida. Ass ranhuras também t auxiliam a drrenagem dee lagoas, reduzinddo o risco de d geração de d spray, accúmulo de contaminant c tes líquidos e o impacto o gerado pelo sprray. FIG G. 2.9 – Detaalhe das ranhhuras (grooviing) – Fonte: Google Imaages A configuraçção padrão das especcificações para execu ução de gr grooving em m pistas 2009), é dee 6 mm (± ± 1,6 mm) de profunndidade porr 6 mm aeroporrtuárias, pella FAA (2 (± 1,6 mm) de largura, l dee forma coontínua em m toda a su ua extensãão e transv versal no sentido das operaçõões de pousos e de decoolagens. Seggundo ARA AÚJO (2009 9), apesar dda técnica do grooving ser uma maneira efficaz em 55 situações de pousos em pistas molhadas, esta técnica não deve ser tomada como única solução para os problemas de drenabilidade, visto a interação pneu-pavimento depende da macrotextura e microtextura do pavimento. O emborrachamento do grooving provocado pela desvulcanização dos pneus durante os pousos das aeronaves é um problema, pois as ranhuras ficam cheias de borracha, impedindo desta maneira uma drenagem eficiente. Segundo RODRIGUES FILHO (2006) o estrangulamento das aberturas das ranhuras ou total fechamento delas se dá no pouso, quando a borracha dos pneus atinge elevadas temperaturas devido ao atrito, levando a alteração da borracha do estado sólido para o líquido, espalhando essa borracha na superfície e para dentro das ranhuras. As ranhuras devem ser limpas periodicamente por ações corretivas. O efeito do emborrachamento do grooving é ilustrado na FIG. 2.10. Segundo RODRIGUES FILHO (2006) o uso contínuo de serviços de limpeza para desemborrachar a pista, acarreta no polimento da superfície dos agregados além de cooperar com o aumento da desagregação da massa asfáltica. Conforme pode ser visto na FIG. 2.11. FIG. 2.10 – Revestimento com grooving contaminado e detalhe do grooving após desemborrachamento (RODRIGUES FILHO, 2006) 56 . FIG G. 2.11 – Dessagregação em e destaque nno CA com grooving, g (R RODRIGUE S FILHO, 20 006) 2.1.5. A AÇÕES CO ORRETIVA AS PARA PE ERDA DE RESISTÊN NCIA A DE ERRAPAGE EM Inddependentem mente do tip po de pavim mento utilizaado em pisttas de um aeeródromo, pistas p de taxi e pátios de estacionam mento, um plano preescrito paraa a inspeçção do pav vimento, manutennção e reabbilitação é essencial ppara a operração segura e movim mento de aeeronaves. (WELL LS e YOUNG, 2004). Casso o atritoo funcional da superrfície de rolamento r seja insufi ficiente, os órgãos responsáveis pela segurança das vias e pistas pod derão recorrrer a técniicas conheccidas de moção da borracha b dep positada ouu pela alterração da elevaçãoo do nível de atrito, seja pela rem rugosidaade superficcial (CAMP PEDELLI e AULICINO O NETO, 2007). AF FAA (2007)), na normaativa AC 1550/5380-6E, relaciona as ações coorretivas paara perda de resistência à derrapagem m em pavvimentos flexíveis, f onde o podem m incluir serviços, s dependeendo do prooblema da pista, comoo remoção do asfalto por exsudaação, recapeeamento, groovinng para melhhorar a dren nagem de ssuperfície e remoção de d depósitoss de borrach ha. Para problem mas com poolimento do o agregadoo, pode-se corrigir utiilizando-se uma capa selante, groovinng, fresagem m ou retextturização. N No caso dee contaminantes, depóósitos de borrachas 57 devem ser removidos com utilização de água em alta pressão ou produtos químicos biodegradáveis. No caso de exsudação pode-se fresar ou retexturizar para remover o excesso de ligante e pode-se tentar a técnica de aquecimento por infravermelho. E como último problema na norma o derramamento de combustível e óleos, onde é indicado para reparos permanentes para áreas sujeitas a derrame contínuo, a remoção do pavimento danificado e substituição com pavimento rígido ou flexível e para áreas isoladas, tratar com produtos químicos biodegradáveis especiais para pavimentos e fazer uma capa selante. Quando o serviço é exclusivo de remoção da borracha na pista, o serviço poderá ser executado com as técnicas de jateamento d’água sob pressão e jateamento por impacto em alta velocidade, com uso de granalhas de aço, conhecida como shotblasting. E quando é necessária a alteração da textura superficial, poderão ser criadas ranhuras ou ser aplicado o jateamento por impacto em alta velocidade (CAMPEDELLI e AULICINO NETO, 2007). O acúmulo de borracha é um problema em todos os tipos de pavimentos. Na aterrissagem das aeronaves, há considerável geração de calor devido ao atrito entre os pneus e o pavimento, o que causa deposição de borracha de pneu em uma camada fina sobre o pavimento da pista. Onde em geral, cerca de 300 metros da pista recebe o acúmulo de borracha. Com pousos repetidos de aeronaves a borracha vai preenchendo a macrotextura da superfície do pavimento e o pavimento continua a perder a sua resistência à derrapagem com piso molhado. O uso de equipamentos de medição contínua de atrito (CFME) deve ajudar a decidir quando a manutenção relacionados ao acúmulo de borracha é necessária. (KING et al., 2007). Segundo United Facilities Guide Specificatios UFGS S-32 01 11.52 (USACE, 2006), as técnicas para a remoção de borracha depositada nas pistas aeroportuária, notadamente nas zonas de toque são as seguintes: Equipamentos removedores mecânicos de borracha e equipamentos removedores químicos. Dentre estes tipos podem-se citar os seguintes: Jateamento d´água sob alta pressão; A remoção é feita por meio de equipamento giratório, com movimentos lentamente ao longo da superfície a ser limpa, usando pressões entre 2.000 e 15.000psi (14MPa e 103MPa). No ponto de aplicação, a água a alta pressão penetra na superfície limpando efetivamente os depósitos de borracha na pista, melhorando as características de atrito do pavimento. (LUGÃO, 2008 ) Segundo CAMPEDELLI e AULICINO NETO(2007), o método possui as seguintes 58 características: velocidade de remoção da borracha, com produção da ordem de 900m²/h; boa relação custo-benefício; Melhoria do coeficiente de atrito do pavimento; rápida liberação da pista em caso de emergência; embora com eventuais resíduos soltos; elevado consumo de água (113 l/min); para evitar dano a superfície do pavimento e não diminuir sua textura superficial, trabalha-se com um máximo de 70MPa, assim não sendo totalmente eficiente para remoção da borracha. A pressão a ser adotada depende da espessura da borracha e do tipo de revestimento do pavimento. As experiências demonstram que a remoção de borracha é facilmente executada em pavimentos estriados de concreto, mas carece de maiores cuidados em pavimentos asfálticos em virtude da possibilidade de desagregação Um exemplo para a mistura asfáltica tipo CPA, pressões acima de 14,7 MPa provocam desagregação superficial do pavimento. (ARAÚJO, 1994 apud LUGÃO, 2008). Jateamento d´água sob ultra pressão; O processo se assemelha ao anterior, porém as pressões de água são em torno de 40.000psi (275MPa) e com redução do consumo de água para em torno de 30 l/min. Neste processo existe um desbaste, que retira a borracha depositada e qualquer outro contaminante, porém a pressão elevada executa também um polimento superficial. A operação repetida do processo exige a re-texturização do pavimento para restaurar o atrito aos níveis requeridos. Remoção por impacto em alta velocidade de impacto (shotblasting); Esse método consiste no lançamento de partículas abrasivas a elevada velocidade sobre a superfície do pavimento. O equipamento possui um sistema auto coletor que recolhe de volta as partículas lançadas, e também a borracha desprendida do pavimento. O equipamento é projetado para reciclar as partículas abrasivas para repetidas operações de limpeza (LUGÃO, 2008). O jato de granalhas pode ser ajustado para além de remover a borracha, alterar a textura produzindo uma textura superficial do pavimento se necessário. É um processo limpo, visto que é totalmente fechado. A razão primária do processo geralmente é a re-texturização superficial, e estes equipamentos tem faixa de trabalho entre 50 a 200cm de largura, com produção de 250 à 2000m²/h. A re-texturização decorrente da remoção da borracha fica em torno de 1 à 2mm, conforme FIG. 2.12 (CAMPEDELLI e AULICINO NETO, 2007) 59 FIG. 2.12 – Comparação de dois trechos : emborrachado e o outro com uso do shootblasting Fonte: (CAMPEDELLI e AULICINO NETO, 2007) Remoção química; Os solventes químicos representam uma solução que apesar de apresentar bons resultados, sofrem restrições em relação à questão ambiental, devido à natureza volátil e tóxica dos produtos empregados, que devem ser manuseados com extremo cuidado durante e após sua aplicação, além de cuidados com seu grau de diluição. Segundo CAMPEDELLI e AULICINO NETO (2007), os produtos químicos destinados a esse serviço devem ser ambientalmente seguros. O produto é finamente jateado sobre a superfície, que após a aplicação é escovada num prazo aproximado de 4 horas. O produto químico quebra a estrutura da borracha polimerizada, transformando-a numa espécie de gel, que então é removida com jatos d’água. Há necessidade da interdição da pista até que todo processo seja concluído, pois o produto torna a pista escorregadia. Adicionalmente, ocorre que esses produtos químicos atacam as borrachas dos equipamentos utilizados na limpeza e a deposição continuada dos rejeitos desse processo nas laterais das pistas causam problemas ambientais que demandam serviços adicionais. O custo desse processo é bem mais oneroso que o de jateamento d’água sob pressão. Segundo LUGÃO (2008), atualmente, a INFRAERO utiliza um produto desenvolvido especificamente para pistas de aeroportos para a remoção da borracha impregnada no pavimento e sugere para a limpeza de emborrachamento de pavimento que utilizam Camada Porosa de Atrito o uso conjunto da técnica da remoção química para dissolver parte da borracha e remoção mecânica tradicional com jato de água, exemplo este que é utilizado no 60 Aeroporrto Santos Dumont no o Rio de Jaaneiro - RJJ. Isto pelo fato que o CPA posssui uma porcentaagem de vaazios muito grande e soomente a lim mpeza com jateamento j de alta pressão não se mostrrou eficientte para deso obstrução deestes vazios impregnad dos com borrracha. Remoçção mecânicca. É uutilizado um m esmeril para p a remooção de dep pósitos de borracha b dee grande esspessura, removenndo camadaas de borraccha entre 3,22 a 4,8mm (FAA, ( 1997 7). 2.1.6. ÍNDICE IN NTERNACIIONAL DE E ATRITO (IFI) ( AP PIARC (Permanent Internationall Association of Road Congress) cconduziu um ma série de expeerimentos paara comparar mediçõe s de texturaas e atrito, denominada d a de “Intern nacional Experim ment to Coompare and d Harmoniizing Textu ure and Skkid Resistannce Measu urement” (Experim mento Inteernacional de d Comparração e Haarmonização o das Meddidas de Teextura e Atrito). Esse experrimento con ntou com 477 sistemas de d medição de 16 paísees, cuja inteenção foi harmonnizar texturaas e mediçõ ões de resisttência ao attrito. Para isso, i uma ggrande varieedade de superfíccies foi testaada e o atritto e a textuura foram medidos. m Um ma série de rrelacionameentos foi desenvoolvida a parrtir de comp parações daas mediçõess, que produ uziram um ííndice harm monizado comum chamado o IFI - Índiice Internaccional de Atrito A (Interrnational Frriction Indeex), cujo procedim mento está descrito na norma AST TM E1960. Com m base em m experimen ntos anterioores, admitiiu-se que, para p relacioonar as med didas de atrito rrealizadas com c equipaamentos diistintos com mo roda bloqueada, b roda parciialmente bloqueaada ou rodaa oblíqua em m relação aao sentido do rolamen nto, seria neecessário in ncluir os efeitos dda textura da d camada de d rolamentoo. (LUGÃO O, 2008) Seggundo APS (2006) o IF FI é um doss parâmetro os internacio onais que poodem ser utilizados para quuantificar a aderência pneu-pavim p mento, e quee desta man neira pode ser utilizad do como ferrameenta visandoo redução dee acidentes. Com m o métoddo IFI podeem-se analissar em umaa escala co omum, diferrentes medições de atrito e textura, reaalizadas por diferentes ddispositivoss. Esta escalla de IFI rellaciona o attrito com m dois parââmetros: a vvelocidade constante c a velociidade de desslizamento. Este índicee consiste em (Sp), quue é previstaa através daa medida daa macrotexttura do paviimento, e o atrito harm monizado a 60km m/h (F60) poor um deterrminado di spositivo de d medição.. O par de valores, Sp S e F60, 61 expressam o valor de IFI de um pavimento e permitem o cálculo do valor do atrito, F(S), a qualquer velocidade, bastando para isto utilizar a Equação (EQ. 2.4) e achar o valor de atrito ajustado para velocidade de “v” km/h, FR(v), e depois utilizar a Equação (EQ. 2.5) para encontrar desta maneira o valor de F(v), isto é, o valor de atrito harmonizado para aquela velocidade (v). Para tanto, é preciso realizar com qualquer equipamento ou técnica homologada ou homologável a partir de critérios estabelecidos em experimento internacional, dois tipos de medidas sobre a superfície do pavimento, uma de atrito (FR) e outra de textura em mm (Tx) (WAMBOLD, 1995). Para o cálculo do IFI pelo procedimento da ASTM E-1960, segue-se três passos: 1. Estima-se a o coeficiente de velocidade (Sp), usando o valor da macrotextura, pela Equação (EQ. 2.3): . (EQ. 2.3) Onde: Tx = medida da macrotextura (mm) a, b = constantes para diferentes métodos/dispositivos (TAB. 2.14) 2. Obtém-se a medição do atrito do equipamento para a respectiva velocidade de deslizamento (S) do mesmo, conforme TAB. 2.14. Este atrito é convertido através de regressão para a velocidade padrão do IFI de 60 km/h, pela Equação (EQ. 2.4): 60 (EQ. 2.4) . Onde: FR(60) = Valor de atrito ajustado para velocidade de 60 km/h FR(S) = Valor do atrito para velocidade de recomentada de deslizamento S do dispositivo utilizado S = velocidade recomendada de deslizamento S do dispositivo (km/h) 3. Calcula-se o valor de IFI pela Equação (EQ. 2.5) utilizando-se os coeficientes determinados pelo PIARC para cada dispositivo, conforme TAB. 2.15. 60 . 60 . (EQ. 2.5) Onde: A, B, C = constantes de calibração do dispositivos selecionado; Tx = Valor da macrotextura medida em milímetros F(60) = Valor de atrito harmonizado para velocidade de 60 km/h Com os valores de IFI, é possível estabelecer também níveis de intervenções em função e F60 e Sp, determinando a estratégia de reabilitação mais adequada, conforme observa-se na FIG. 2.13. 62 TAB. 2.14 - Constantes para o cálculo de Sp (APS, 2006) Norma Ensaio a b ASTM E-1845 DF Tester – Laser 14,2 89,7 ASTM 965 Mancha de Areia -11,6 113,6 TAB. 2.15 – Relação dos equipamentos calibrados para obtenção do F60 – APS, 2006 Características Roda Bloqueada Roda Parcialmente Bloqueada Roda Obliqua Roda Bloqueada Roda Parcialmente Bloqueada Estáticos Equipamento S Pneus Lisos ASTM E-274(USA) 65 LCPC Skid Trailer(F) 60 OSCAR a 86%(N) 52 OSCAR a 20%(N) 12 Komatsu Skis Trailer(J) 10 DWW Trailer(NL) 43 Griptester(UK) 9,4 Stradograph(DK) 12,5 Odoliograph Wallon(B) 12,9 Odoliograph CRR(B) 20,5 SCRIM Flemish(B) 20,5 SCRIM CEDEX(E) 20,5 SCRIM MOPT(E) 20,5 SCRIM SRM(D) 20,5 SCRIM GEOCISA(E) 20,5 SCRIM(F) 20,5 SUMMS(I) 20,5 SCRIMTEX(UK) 17,1 Pneus com ranhuras Stuttgarter Reibunsgsmesser(CH) 60 Skiddometer(CH) 60 Stuttgarter Reibunsgsmesser(A) 60 ASTM E-274(USA) 65 Friction Tester(PL) 60 Stuttgarter Reibunsgsmesser(CH) 12 Skiddometer(CH) 12 BV-11(S) 12 Stuttgarter Reibunsgsmesser(CH) 12 Equipamentos com sapatas DF Tester – 60km/h(J) 60 DF Tester – 20km/h(J) 20 Pêndulo Britânico BPT(USA) 10 Pêndulo Britânico SRT(CH) 10 A B C 0,045 0,002 -0,03 0,119 0,042 0,019 0,082 0,054 0,113 0,113 0,049 0,019 0,032 0,017 0,021 -0,006 0,002 0,033 0,925 1,008 0,864 0,643 0,849 0,868 0,91 0,77 0,729 0,746 0,967 0,813 0,873 0,85 0,928 0,862 0,987 0,872 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,022 0,026 -0,072 -0,023 -0,025 0,141 0,3 0,04 0,02 0,05 0,504 0,767 0,607 0,807 0,323 0,918 0,856 0,867 0,082 0,099 0,086 0,098 0,068 0,074 -0,014 -0,016 -0,006 -0,034 0,081 0,056 0,044 0,771 0,732 0,008 0,01 0 0 0 0 SILVA (2008) utilizou combinação dos parâmetros de macrotextura e microtextura para o cálculo do IFI na pista do aeroporto internacional de Brasília, sendo que desta maneira comprovou que as condições de aderência pneu-pavimento (atrito) de trechos que foram desemborrachados apresentaram medidas de IFI três vezes superior quando comparado ao 63 trecho na condição emborrachada. FIG. 2.13 – Significado das distintas zonas de diagrama de atrito x valor da textura (sem escala) (Adaptado de WAMBOLD et al. 1995 apud LUGÃO, 2008) KAVURI (2008) analisou o banco de dados da NASA Wallops Tire/Friction Workshop onde foram analisadas duas diferentes velocidades de ensaio, 65 e 95km/h e dois tipos de equipamentos o Dynamic Friction Tester (DFT) e os Continuous Friction Measuring Equipament (CFME). O DFT atualmente é o principal equipamento para medição de atrito utilizado pela NASA, e o DFT a 20 km/h é utilizado para padronização de atritos no lugar do Pêndulo Britânico (BPN). Em suas conclusões obteve-se que o atrito harmonizado pelo método do IFI para as velocidades analisadas, diferiram para todos os CFME, e concluiu-se que as constantes A e B variam com a velocidade de teste. Essas constantes levam a um valor F60 único, causando uma incerteza no valor real de atrito da superfície, porém essa incerteza pode ser tratada utilizando-se A e B como variáveis aleatórias e predizendo assim F60 como variável aleatória dentro de certo nível de confiança. 64 3 3.1. STONE MATRIX ASPHALT - SMA DESCRIÇÃO E HISTÓRICO DO SMA Por mais de duas décadas, o Stone Matrix Asphalt (SMA), que na Europa é conhecido por Stone Mastic Asphalt, onde a sigla permanece a mesma, a mistura tem obtido um crescimento notável dentro do mercado mundial de pavimentação asfáltica. (BLAZEJOWSKI, 2010). Devido às suas características de desempenho, vem se popularizando no meio rodoviário e aeroportuário, tendo em vista a existência de novas e melhores soluções. Em português pode ser traduzido como matriz pétrea asfáltica, porém a denominação pela sigla original (SMA) internacionaliza a terminologia da mistura. (BERNUCCI et al., 2007) A mistura asfáltica hoje conhecida pela sigla SMA, originalmente foi chamada de Splittmastixasphalt na Alemanha, foi concebida na década de 60, tendo como inventor o engenheiro alemão Dr. Zichner, que era gerente do Laboratório Central de Construções Rodoviárias de Strabag Bau AG. Originou-se numa tentativa de criar uma mistura asfáltica que resolvesse os problemas no pavimento asfáltico causado pelos pneus com pregos, muito usados nos países de clima frio, devido à precipitação de neve. Na época, eram usados na Alemanha como camada de rolamento a mistura chamada de Gussasphalt, que pode ser traduzido como asfalto mástique, e um concreto asfáltico com baixo teor de agregado graúdo, porém estas misturas tinham um desgaste muito rápido aos pneus com pregos. Desta maneira os principais componentes das misturas, mástique e agregados finos, não eram suficientemente fortes para prover a vida útil desejada para o revestimento asfáltico. Assim, devido ao elevado custo de manutenção e restauração das rodovias alemãs na época, criou-se forte demanda por uma nova mistura asfáltica, mais forte, que suportaria o tráfego de pneus com pregos. Segundo (BLAZEJOWSKI, 2010), Dr. Zichner acreditava que o agregado graúdo era mais durável quanto ao esmagamento, o que garantiria uma resistência maior à camada de rolamento. Desta maneira, ele tinha mais componentes para preparar as misturas com maior resistência aos pregos dos pneus, e considerando que um elevado teor de mástique e ligante produzem uma mistura com maior vida útil. Sendo assim, a ideia do SMA seria criar um forte esqueleto de agregados, sendo de agregados graúdos e preencher os espaços entre os grãos por 65 um mástique. As tentativas iniciais para o projeto da nova mistura consistiu em espalhar agregado graúdo de boa qualidade na proporção de 28 a 35 kg/m² sobre uma camada de mástique quente na proporção de 12 a 15 kg de mástique por metro quadrado e depois compactar a superfície com um rolo liso de rodas. A proporção de mástique e agregados graúdos ficaram na ordem de 30:70. Deste experimento, pode-se então propor a produção da mistura em larga escala, conforme a TAB. 3.1: TAB. 3.1 – Componentes do tratamento SMA Componente Tamanho / Tipo Proporção (m/m) Agregado graúdo 5/8 mm 70 % Areia britada 0,09 / 2 mm 12 % Fíler < 0,09 mm 10,5 % Cimento Asfáltico B80(B65) 7,5% Fonte: (RETTANMAIER, 2009a) Nota-se que existe uma descontinuidade no tamanho dos agregados, neste caso faltando materiais entre as peneiras 2 e 5mm ou 2/5 mm, descaracterizando uma mistura densa comum à época e sim caracterizando uma mistura chamada descontínua ou mais comumente conhecida como gap grading. Porém este tipo de mistura não pode ser produzida, transportada e lançada da forma tradicional, devido ao escorrimento do betume, pela alta taxa utilizada na mistura. Com a experiência da engenharia hidráulica da época foi utilizado fibras de asbesto (amianto) para inibir o escoamento do ligante. Desta maneira foram testadas taxas de 1,0%, depois 0,5-0,7 % de fibras de amianto classe 7M para evitar este problema. Solucionado o problema do escorrimento com o uso do estabilizador, a mistura pode então ser então facilmente transportada, lançada e compactada com os equipamentos tradicionais. Em 1968, o Dr. Zichner criou duas misturas: (ZICHNER, 1972 apud BLAZEJOWSKI, 2010) MASTIMAC – Mistura utilizada em camadas de 2-3 cm de espessura; MASTIPHALT – Mistura utilizada para camadas com mais de 3 cm de espessura; Logo, foram pavimentados trechos usando a mistura MASTIMAC em rodovias internas, com usinas asfálticas ao longo da Strabag/Deutag Consortium, ganhando experiência em todas etapas de pavimentação. Desta maneira, em julho de 1968, as primeiras rodovias públicas foram pavimentadas com a mistura MASTIMAC, em Wilhelmshaven, Alemanha. A 66 FIG. 3.1 mostra as a granulom metrias das duas mistu uras desenvolvidas e ppublicadas pelo p Dr. mo patenteo ou a compoosição de suas mistu uras e o seeu lançameento, na Zichnerr. O mesm Alemannha, nos Esttados Unido os, Suécia, F França e Luxemburgo. FIG. 3.1 – Granullometria das misturas MA ASTIMAC e MASTIPHA ALT (BLAZ ZEJOWSKI, 2010) Seggundo (BLA AZEJOWSK KI, 2010), o SMA mu udou pouco desde sua concepção original da décaada de 60 na n Alemanh ha. Atualm mente pode ser definido o como um ma mistura asfáltica desconttínua, com alto a teor dee agregadoss graúdos, fíler f e cimen nto asfálticco. Geralmeente com uso de aaditivo estabbilizador (in nibidor de eescorrimento o). Seggundo BAL LBO (2007)), a misturaa SMA não apenas tem m a finalidaade de melhoria da aderênccia superficiial e drenabiilidade, mass também e principalm mente aumenntou a resisttência ao cisalham mento de miisturas asfállticas para rrevestimenttos. Am mistura SM MA foi origin nalmente deesenvolvidaa para utilizzação como camada su uperficial de rolam mento, porém em algun ns países tam mbém é usaada como caamada interm rmediária ou u binder. Nas déccadas de 600 e 70, somente eram uutilizados cimentos c asffálticos traddicionais seem o uso de moodificadoress como polímeros, o que atualmentee é ampplamente utilizado u (BLAZE EJOWSKI, 2010). Com m a proibiçção do uso de pregos eem pneus na n Alemanhaa em 1975,, segundo BELLIN, B 1997 (aapud BLAZ ZEJOWSKI, 2010), a mistura SMA conttinuou a seer empregaada pela excelennte resistênccia a deforrmação porr trilha de rodas e po or sua durrabilidade. O SMA atualmeente é consiiderada a mistura ideeal para pav vimentos asfálticos paara alto-tráffego que requeiraa alta resistêência ao dan no e longa vvida de serv viço (BLAZEJOWSKI,, 2010). A uutilização do d SMA no o mundo see deu a parrtir da décaada de 80, onde até então e era essenciaalmente utiilizada na Alemanha, limitando outros países europeu eus a estud dá-la. Os 67 países escandinavos, pelo fato do uso de pneus com pregos para a neve, foram os primeiros a testar o SMA. Na Suécia foram pavimentados trechos testes em 1974 pela Associação Europeia de Pavimentos Asfálticos (EAPA) . Na Polônia, apesar da cortina de ferro, foi permitido executar o primeiro trecho em 1969, com bons resultados e que levaram a publicação de normatização (ZN-71/MK-CZDP-3) que foi colocada em prática em 1971. Após a publicação na Alemanha da norma técnica para SMA (ZTV bit-StB 84), a mistura se popularizou e vários países europeus iniciaram a testar a mistura SMA. Atualmente, segundo BLAZEJOWSKI (2010) vários os países europeus utilizam o SMA, ou como a França, nacionalizaram misturas similares ao SMA. Desde 1968, somente na Alemanha, já foram pavimentados mais de 200 milhões de metros quadrados de SMA (EAPA, 2003res). O maior crescimento da mistura SMA se deu por volta dos anos de 1990, fora da Europa, quando a mistura se popularizou nos Estados Unidos, com pesquisa e desenvolvimento de normas americanas de mistura SMA (AASHTO MP82 e AASHTO PP41). Nos Estados Unidos seu uso teve início em 1991, com uma seção teste no Estado da Geórgia. O uso mais extenso do SMA em rodovias é progressivo, ocorrendo deste então, testes com pistas experimentais que confirmam o sucesso da mistura. BROWN et al. (1997 apud CAMPBELL, 1999) indica que o SMA tem sido usado nos seguintes estados dos Estados Unidos: Alasca, Arkansas, Califórnia, Colorado, Geórgia, Illinois, Kansas, Maryland, Michigan, Missouri, Nebraska, New Jersey, North Carolina, Ohio, Texas, Virgínia, Wisconsin e Wyoming. Com isso levando outros países a utilizarem a mistura SMA como Austrália, Nova Zelândia e China. (BLAZEJOWSKI, 2010). Outros países nos quais a adaptação ao SMA foi bem sucedida foram: Inglaterra, China, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul. Em muitos países europeus (Alemanha, Bélgica, Holanda, Noruega e Suécia), o SMA tornou-se uma das soluções de revestimento de resistência à deformação permanente em altas temperaturas do pavimento, com carga de tráfego crescente, as pressões dos pneus, o número de veículos pesados. (VAN DE VEN, et al. (sem ano) apud CAMPBELL,1999). Em Portugal, o SMA é utilizado desde 1994, onde já há dois tipos de misturas betuminosas do tipo SMA: o Betão Betuminoso Rugoso e Microbetão Rugoso. No mundo atualmente existem resumidamente, segundo (BLAZEJOWSKI, 2010), duas tendências consideradas de executar um projeto de mistura e granulometria da mistura SMA: O método Alemão e de outros que seguem diretamente ou indiretamente as diretrizes do método, com base na observação e experiência da tecnologia SMA. Método Americano e Holandês, com base na pesquisa e desenvolvimento 68 contínuo de novos meios de projetos SMA; Segundo NASCIMENTO H. e REIS R. (2003 apud GONZAGA, 2009), quando avaliado pelo critério custo-benefício, o SMA é uma das técnicas mais promissoras em função de sua durabilidade, segurança e baixos custos de manutenção associados. Não há no Brasil, registro de execução de revestimento em SMA aplicados em aeroportos. O SMA é recomendado para aplicação em pavimentos como camada de rolamento ou de ligação. Devido à graduação e alta concentração de agregados graúdos, tem-se macrotextura superficialmente rugosa, formando pequenos “canais” entre os agregados graúdos, responsáveis por uma eficiente drenabilidade superficial e aumento de aderência pneupavimento em dias de chuva. Segundo CAMPBELL (1999), até a data de sua publicação, havia cerca de 25 países utilizando SMA em rodovias, dos quais 15 também utilizaram em pistas aeroportuárias, com boas avaliações posteriores. Afirma que um projeto de SMA bem projetado e produzido tem excelentes qualidades, como: (a) o seu esqueleto pétreo que possui alto atrito interno, proporcionando boa resistência ao cisalhamento, (b) o alto teor de CAP, que proporciona boa durabilidade e boa resistência ao trincamento, (c) granulometria com alta taxa de agregado graúdo, de 3 a 4 vezes o CA convencional dando resistência as cargas e (d) uma superfície mais rugosa que o CA convencional que assegura boa resistência a derrapagem e menor reflexão de luz. 3.2. VANTAGENS E DESVANTAGENS DA MISTURA SMA A mistura SMA tem como principais características positivas (MOURÃO, 2003; BLAZEJOWSKI, 2010): Boa estabilidade a elevadas temperaturas – devido ao melhor atrito interno gerado pelo esqueleto mineral entre os agregados; Boa flexibilidade a baixas temperaturas – devido ao mástique rico em ligante, proporcionando melhores propriedades em relação as misturas tradicionais com relação a trincas térmicas; Elevada resistência ao desgaste – é uma mistura pouco permeável devido ao baixo índice de vazios, que também tem satisfatória resistência ao envelhecimento, 69 baixa sensibilidade à umidade e alta durabilidade; Elevada adesividade entre os agregados minerais e ligante – devido a elevada quantidade de fíler e as fibras estabilizantes, que tem a função de estabilizar a mistura, engrossando o filme de ligante e melhorando a adesividade agregado/ligante; Boa resistência a derrapagem e redução do efeito “spray” gerado pelo tráfego em pistas molhadas, promovendo boa visibilidade – devido a boa macrotextura formada pela agregado graúdo e o mástique na superfície do pavimento; Boas propriedades sonoras, reduzindo o nível de ruído – devido às propriedades da textura superficial da mistura; Entretanto, apesar das características positivas mencionadas, a mistura SMA possui características negativas entre elas pode-se citar (BLAZEJOWSKI, 2010): Baixa resistência à derrapagem inicial – devido ao fino filme de asfalto sobre os agregados na superfície, ao menos que se realize aplicação de “gritting”, que consiste na aplicação de uma taxa de areia graduada sobre o pavimento durante a segunda passagem do rolo na compactação. Custo inicial maior, se comparado às misturas densas tradicionais – devido ao elevado teor de betume ( >6%), fíler (~10%) e fibra estabilizante, mas devido a maior vida de serviço, o custo benefício o torna viável; Risco de aparecimento de diferentes tipos de exsudação – devido a erros ou variações do projeto, produção e lançamento da mistura. Com base em dados experimentais, (REIS et al., 2001), a mistura SMA tem se mostrado como um revestimento de alto desempenho estrutural e funcional, embora tenham havido alguns insucessos, eles estão correlacionados em geral a falhas executivas associadas à segregação e a exsudação, que podem ser contornados com um controle apropriado dos agregados, faixa do projeto, teor de ligante, fibras e controle nas temperaturas de usinagem e compactação. Quanto à redução de nível de ruído, segundo NAPA (2002), estudos realizados na Alemanha quanto a redução de 2,5 dB(A) no nível de ruído, quando comparado uma mistura densa tradicional com uma mistura SMA. Outro estudo na Itália, mostra a redução de 7dB(A) no nível de ruído a 110km/h, quando comparado uma mistura SMA 15mm TMN com uma mistura densa 15mm TMN. Há outros estudos no mundo que foram comentados pelo mesmo 70 autor mostrando a diminuição do nível de ruído proporcionada pelo SMA, independente do tipo do tamanho máximo nominal da mistura. GOMES e FÉLIX (2010), analisaram e compararam dados referentes aos níveis de ruído emitidos por diversos tipos de pavimentos em rodovias na Austrália, e dentre as misturas testadas, o SMA emitiu o menor nível de pressão sonora, seguido pelo Concreto Asfáltico de Graduação Aberta recém-executado (CPA). Devido às características positivas da mistura SMA, atualmente ela tem sido usada nas seguintes aplicações (BERNUCCI et al., 2007): vias com alta frequência de caminhões; interseções; áreas de carregamento e descarregamento de cargas; rampas, pontes, paradas de ônibus, faixa de ônibus; pistas de aeroporto; estacionamentos; portos. Na Europa tem sido bem aceito o uso mistura SMA de tamanho máximo nominal (TMN) da mistura de 5 a 8mm de camadas delgadas (20-30mm) para renovação da camada superficial para melhoria do atrito e manutenção das rodovias existentes (NAPA, 2002). Na Holanda, uma mistura SMA de TMN 11mm e espessura de 40mm, foi utilizada em um terminal rodoviário de containers, provendo garantia de 3 anos (NAPA, 2002). Segundo CAMPBELL (1999) uma mistura SMA tem uma macrotextura grossa que leva a um maior grau de envelhecimento nos seus 10 mm da superfície de rolamento. No entanto, o maior teor de ligante na mistura SMA reduz este efeito negativo. Um maior enrijecimento pode ser observado na mistura SMA em comparação com o padrão de concreto asfáltico. No entanto, como o filme aglutinante da mistura SMA é muito mais espesso, as características de longo prazo podem ser no mesmo nível para essas duas misturas. PROWELL et al., (2010), em seu estudo que comparou a mistura SMA com um CA convencional utilizado em aeroportos no Estados Unidos (P401), analisou em laboratório a suscetibilidade a deformação permanente, dano a umidade, reflexão de trincas, resistência ao derramamento de combustível e suscetibilidade ao degelo. E com estes ensaios propôs a TAB. 3.2, que resumo suas observações quando a comparação das duas misturas, informando que a mistura SMA tem desempenho semelhante ao CA convencional (P401) em termos de deformação permanente e resistência ao degelo, e que o SMA é superior em todas outras 71 propriedades, particularmente na resistência a formação de trincas. TAB. 3.2 - Resumo de comparações entre SMA e CA Convl (P401) - PROWELL et al., (2010). Desempenho do SMA Desempenho do SMA SMA com melhor Propriedade menor que o CA similar ao o CA desempenho que o CA Convl (P401) Convl.(P401) Conv. (P401) Deformação Permanente (Hamburg x (1) x (2) Test) Dano por umidade x (Hamburg Test) Craqueamento x (Test Method Tex-248F a 25ºC) Resistência ao combustível (CITGO x Fuel Test) Resistencia ao degelo x (Immersion Tensile Test) Textura - - x (2) Obs.: (1) Baseado em ensaios de laboratório do estudo. (2) Baseado na revisão da literatura ou em desempenho em campo. 3.3. CONSIDERAÇÕES DE CUSTOS Segundo BLAZEJOWSKI (2010) na maioria dos países as misturas SMA têm custos mais altos em comparação com as misturas convencionais de concreto asfáltico. Os maiores custos iniciais resultam dos seguintes itens: Maior teor de ligante ou ligante modificado; Maiores quantidades de fíler; Maior quantidade de agregados graúdos; Uso de estabilizador (em geral, fibras); Produção em altas temperaturas e Menores produção em usina. O custo varia para cada país, podendo variar entre 20 -30%, entretanto, esta diferença de preços é aceita por administradoras rodoviárias, devido a sua vida útil, que pode variar de 1520 anos, o que varia para cada país, pois há países onde a experiência do SMA não chegou a 72 15 anos ainda. Assume-se que o elevado custo inicial da mistura SMA é compensada pela sua durabilidade e baixo custo de manutenção. Segundo CAMPBELL (1999), nos trechos experimentais do Aeroporto de Cairns (Austrália), os custos na época ficaram na ordem de 20% a mais que o CA convencional, sendo que o SMA teve o custo de $157/tonelada colocado e o CA convencional de $134/tonelada colocada, que foi mensurada para 3000 t de CA convencional e 200 t de SMA, o que já inclui um produto utilizado para proteger o pavimento contra derramamento de combustível, o que no SMA foi utilizado em dobro devido a sua elevada macrotextura, sendo que este produto não foi especificado pelo autor. 3.4. MISTURAS ASFÁLTICAS A QUENTE As misturas asfálticas a quente consistem basicamente na mistura de agregados minerais, cimento asfáltico e ar, em proporções projetadas para que a mistura tenha propriedades adequadas e com bom desempenho, que consistem em três principais aspectos: deformação permanente, trincas por fadiga e trincas provocadas por baixas temperaturas (TAM, 2006). De acordo com a United States Army Corps of Engineers (USACE, 2000), o termo concreto asfáltico a quente, em inglês HMA (hot-mix asphalt), é utilizado para incluir diferentes tipos de misturas de agregados e cimento asfáltico. Comumente as graduações são dividas em três tipos de misturas: graduação densa, graduação aberta e graduação descontínua. Dentre estas graduações as misturas densas podem ser divididas em graduação contínua ou convencional, mistura tipo large-stone, e misturas tipo areia asfalto. As misturas de graduação aberta incluem as divisões de camada aberta de rolamento (open-graded friction course) e misturas drenantes como Concreto Poroso Asfáltico – CPA. As misturas descontínuas englobam as misturas descontínuas comuns e o Stone Mastic Asphalt (SMA). Na TAB. 3.3 são apresentadas as divisões de cada tipo de graduação: 73 TAB. 3.3 - Tipos de Graduação (Adaptado USACE, 2000) Densa Aberta Descontínua Convencional – tamanho nominal Concreto Poroso Asfáltico Misturas descontínuas máximo entre 12,5 e 19mm convencionais Large-stone - tamanho nominal Base permeável tratada com Stone Matrix Asphalt (SMA) máximo entre 25 e 37,5mm asfalto Areia Asfalto - tamanho nominal Misturas Asfálticas Gap-graded máximo menor que 9,5mm Drenantes A FIG. 3.2 mostra em gráficos exemplos de cada um dos tipos de graduações destas misturas asfálticas a quente. As principais características básicas destes principais tipos de graduação de misturas são as seguintes: (BERNUCCI et al., 2007; USACE, 2000): Graduação densa: curva granulométrica continua e bem-graduada, proporcionando um esqueleto mineral com poucos vazios, permitindo os agregados de dimensões menores preencham os vazios deixados pelos maiores; Graduação aberta: curva granulométrica uniforme com agregados quase exclusivamente de um mesmo tamanho, proporcionando um esqueleto mineral com elevado número de vazios interconectados, com pouco material fino passante na peneira #200 (0,075mm), com isso não preenchendo totalmente os vazios entre as partículas maiores, com o objetivo de deixar a mistura drenante, com um elevado volume de vazios com ar. A produção é similar às misturas densas, sendo que maior diferença está na temperatura de mistura, a qual é reduzida para evitar escorrimento durante armazenamento temporário e durante o transporte. Atualmente usam-se polímeros e fibras para reduzir o escorrimento e aumentar a durabilidade das misturas abertas. Outra diferença está na compactação das misturas na pista que geralmente exige menos energia que misturas densas convencionais. 74 FIG. 3.2 - Exemplo o de graduaçções das mistturas asfálticas (USACE,, 2000). 75 Graduação descontínua: curva granulométrica com proporcionamento dos grãos de maiores dimensões em quantidade dominante em relação aos grãos de dimensões intermediárias, completados com grande quantidade de finos, de forma a ter uma curva descontínua em certas peneiras, com o objetivo de tornar o esqueleto mineral mais resistente à deformação permanente com o maior número de contatos entre os agregados graúdos. Quanto à produção se difere das misturas densas, pelo menos misturas SMA, pela quantidade significativa adição de fíler ao agregado, passante na peneira #200, na ordem de 8 a 12% em peso, devendo em geral ter um sistema dosador adicional, para alimentar a usina. Como todas as misturas descontínuas, a temperatura deve ser cuidadosamente controlada, para prevenir escorrimento do ligante, durante as etapas de usinagem e transporte, para tal, usualmente utilizam-se fibras e polímeros aditivos. No Brasil, em se tratando de misturas asfálticas a quente, as mais utilizadas são as de graduação densa, comumente denominada de concreto asfáltico denso ou somente concreto asfáltico (CA), são muito resistentes em todos os aspectos, desde que adequadamente selecionados os materiais e dosados convenientemente. Suas propriedades são muito sensíveis à variação do teor de ligante asfáltico (UFRJ-COPPE, 2010). VASCONCELLOS (2004) comenta sobre ambiguidades em relação à nomenclaturas adotadas para caracterização das misturas asfálticas, e dá como exemplo: aberta x fechada, densa x porosa, contínua x descontínua, sendo que as características não devem excluir umas as outras. No Brasil utilizam-se comumente as misturas asfálticas densas e contínuas, e podese ter como outro exemplo o CPA, é uma mistura aberta e descontínua. Segundo BERNUCCI et al., (2007), o concreto asfáltico denso (CA) pode ser do tipo convencional ou especial quanto ao ligante asfáltico, com asfalto modificado por polímero, com asfalto-borracha ou com asfalto duro, misturas de módulo elevado (enrobé à module élevé – EME). Os concretos asfálticos devido ao seu arranjo bem-graduado de suas partículas, a quantidade de ligante requerida para cobrir as mesmas e preencher os vazios não elevada, pois a mistura deve contar em geral de 3 a 5% de vazios para camadas de rolamento e de 4 a 6% para camadas intermediárias ou de ligação, isto podendo variar em dependência da forma do agregados, massa específica, tipo e viscosidade do ligante (BERNUCCI et al., 2007). O Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT) e a Diretoria de Engenharia 76 da Aeronáutica (DIRENG) são os principais órgãos federais brasileiros de referência em estudos rodoviários e aeronáuticos, respectivamente. O DNIT utiliza as metodologias usadas para o projeto de pavimentos rodoviários nas normas AASTHO (American Association of State Highway and Transportation Officials) e USACE (U.S. Army Corps of Engineers), enquanto a DIRENG utiliza normas e circulares da FAA (Federal Aviation Administration) para pavimentos aeroportuários (BANDEIRA et al., 2008). O DNIT e a DIRENG preconizam, em geral, graduações densas e contínuas em suas especificações. A norma do DNIT para concretos asfálticos rodoviários é a DNIT 031/2004 – ES, ao qual especifica três faixas granulométricas, faixa A, B e C. A DIRENG pela sua especificação DIRENG 04.05.610/2002, define quatro faixas granulométricas numeradas de 1 a 4. A FIG. 3.3 mostra as faixas do DNIT e DIRENG. Dentre as referências da norma DIRENG, está a norma americana da Federal Aviation Administration (FAA), AC 150.5370-10A. As faixas granulométricas da DIRENG são similares ao do capítulo P-401 da respectiva norma da FAA. A respectiva norma, atualmente está na sua quinta atualização (AC 150.5370-10E), datada de 2009, porém as faixas granulométricas das misturas permaneceram inalteradas. VASCONCELLOS (2004) comenta que as misturas asfálticas são classificadas como densas e contínuas quando essas apresentam baixos valores de volume de vazios (geralmente em torno de 4%) e uma distribuição granulométrica contando com todas as frações de agregados de forma semelhante, respectivamente. Segundo a USACE(2000) em termos de permeabilidade, as misturas descontínuas são semelhantes as de graduação densa, pois fornecem camadas impermeáveis quando devidamente compactadas. Segundo MOURÃO (2003), a descontinuidade da curva granulométrica é a principal diferença entre a mistura asfáltica SMA e o Concreto Asfáltico, proporcionando ao SMA maior valor de vazios no agregado mineral (VAM), e seu aspecto rugoso assemelha-se ao aspecto de uma camada porosa de atrito (CPA), bem como a formação do esqueleto mineral que dá resistência a mistura. 77 0,075mm 100 90 0,30 GRANULO OMETRIAS CA A - DIRENG 0,42 0,60 1,18 2 2,00 2,36 4,75 9,5 12,5 199,0 25,0 37,5 50 0,8 100 FAIXA 1 90 FAIXA 2 80 80 FAIXA 3 70 Porcentatagem Passante 0,15 0,18 70 FAIXA 4 60 60 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 No.200 10080 50 40 0,30 0,42 30 16 10 8 0 4 3/8'' 1/2'' 3/44'' 1'' 1 1/2'' 2'' GRANULLOMETRIAS CA C - DNIT 0,075mm 100 0,15 0,18 1,18 2 2,00 2,36 4,75 9,5 12,5 199,0 25,0 37,5 50 0,8 100 FAIXA A 90 90 FAIXA B 80 Porcentatagem Passante 0,60 80 FAIXA C 70 70 60 60 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 No.200 10080 50 40 30 16 10 8 0 4 3/8'' 1/2'' 3/44'' 1'' 1 1/2'' 2'' FIG. 3.3 3 – Granulom metrias de CA A – DNIT e DIRENG D SOU UZA (20100) em seu trabalho soobre misturras asfálticaas drenantess (MAD), faz uma revisão bibliográfiica de diveersos autorres para as principais característticas deste tipo de mistura aberta: elim minação do o fenômenoo da hidroplanagem, maior m resistêência a derrrapagem com pavvimento moolhado, redu ução do sprray de águaa, menor refflexão das lu luzes dos veeículos e reduçãoo do ruído. E também m coloca as limitações destas missturas comoo a colmataação dos 78 vazios, a durabilidaade e o custo. A camadda de MAD D não possu ui como caraacterística principal p ndo ser apllicada sobrre uma cam mada imperm rmeável de ligação. a de fuunção estruttural, deven Quanto a sua durabbilidade, asssociou ao ellevado núm mero de vazios que favoorecem a ox xidação e ao enveelhecimentoo por ação os agentess atmosfériicos, que é combatidoo pelo aum mento da espessuura da pelícuula de ligantte asfáltico. 3.5. C COMPONE ENTES DO SMA Seggundo BLA AZEJOWSK KI (2010) paara entendeer melhor ass funções dde cada com mponente de uma mistura SM MA, pode-see dividir em m três comp ponentes principais quee são eles: esqueleto e mineral de agregaddo graúdo, mástique ((ligante, fíler, agregad do miúdo e estabilizad dor) e os vazios dda mistura asfáltica. a 3.5.1. A AGREGAD DO GRAÚD DO Seggundo BER RNUCCI ett al., (200 7) as prop priedades geológicas g ddo agregad do estão diretam mente ligadas ao seu u desempennho. Dentrre as prop priedades eestão: com mposição mineralógica, tipoo de rocha, composiçção química, granulaçção, tendênncia a deg gradação, s tráfego e o potenciial de adesãão do ligantee asfáltico eem sua supeerfície. abrasão ou fratura sob Seggundo AI (22010) o agreegado mineeral é fundam mentalmentte responsávvel pela cap pacidade de supoorte de cargaas dos pavim mentos, e eem geral tem m cerca de 90 9 a 95% eem peso e 75 a 85% de voluume, sendo assim o dessempenho ddos pavimen ntos asfálticcos muito influenciad dos pelos agregaddos. Seggundo LAN NCHAS(199 99 apud M MOURÃO, 2003), a maior porccentagem de d grãos graúdoss em relaçãoo ao concreeto asfálticoo, permite a formação o de uma esstrutura com mpacta e entrelaççada, que coontribui para a dissipaação do carrregamento, aumentanndo a resistêência ao desgastee e a deform mação perm manente. O pprimeiro com mponente do d SMA é o seu esquelleto pétreo, formado da interação entre os agregaddos graúdoss da mistura. O esqueeleto pétreo de uma mistura m tem amplo sign nificado, conform me a FIG. 3.4, nota-se que existem m grupos específicos de d misturas,, divididos pelo seu 79 tipo de interação entre e as parrtículas, dessde o contaato dos grão os de areia--areia até o contato os. Misturaas consistin ndo de agrregados de até 2,36 mm m são integral de agregaados graúdo raramennte empregaadas, sendo uma misturra areia-agreegado graúd do. O SMA A pertence ao o tipo de mistura de agregaddo graúdo-aareia com assfalto, sendo o o tipo maais próximo do contato o integral o os macadaames (BLAZ ZEJOWSKII, 2010). de agreggados graúddos, que são Esqu ueleto pétreo Esqueleto pétreo‐aareia Esqu ueleto areia‐pétreo Esqueleto a areia FIG. 3.44 – Divisão de d misturas minerais m em dependênciaa das interaçõ ões entre areiia e agregado o graúdo LAZEJOWSK KI, (2010). Fonte: BL Seggundo BLA AZEJOWSK KI (2010), o esqueleto de agregad do graúdo é uma estrutura de grãos dde tamanhoos adequad dos que reppousam um m contra o outro e estão mutuamente intertravvados. No Brasil B e no os Estados U Unidos é adotado o teermo agregaado graúdo o, para o materiall pétreo retiido na peneira 2,36mm m, na Europaa 2,00mm, porém p o esqqueleto de agregado a graúdo, não tem neecessariameente o limitee inferior dee 2,36mm, isto i porque para encon ntrar uma mistura capaz de suuportar sufi ficientementte cargas, esssa mistura deve ter um m arranjo particular p manhos adeequados. de agreggados de tam Parra classificaar todos os grãos de um ma mistura mineral, BL LAZEJOWSSKI (2010), dividiu da seguinte maneirra os grãos presentes p naa mistura: Grãos ativoos, os que fo ormam o esqqueleto e su uportam e diistribuem o carregamen nto; • G • G Grãos passiivos, os quee preenchem m os vazios do d esqueleto e não supportam as caargas. Os grãos ativoos de uma mistura m SMA A devem prrover um co ontato total pedra-a-peedra pelo m form mado, de forrma que traansmitam a carga atuannte entre elles (FIG. esqueletto pétreo mineral 3.5(a), e se esse coontato não estiver e pressente, as parrtículas men nores irão aatuar juntam mente na distribuuição das carrgas, o que potencialm mente enfraq quecerá a esttrutura (FIG G. 3.5(b). 80 FIG. 3.5 – Transferência de carga pelas partículas do esqueleto pétreo Fonte: (BLAZEJOWSKI, 2010) A formação do esqueleto pétreo se dá com o processo de compactação de uma mistura onde os grãos são forçados a formar a estrutura desejada pelo contato direto entre eles, porém uma compactação adicional poderá ser danosa ao esqueleto pétreo, pois a mistura poderá ter a quebra dos grãos e danificar a distribuição das cargas. Porém, segundo VAN DE VEN et al. (2003 apud BLAZEJOWSKI, 2010) o contato 100% pedra-a-pedra não é real após um SMA recentemente compactado, pois os grãos estão separados por uma fina camada de grãos miúdos, fíler e um filme fino de ligante asfáltico, e que um arranjo final dos grão somente se dará através da influência do tráfego e da temperatura da camada, onde pequenas partículas (areia e fíler) poderão quebrar ou se deslocar, diminuindo assim os vazios da mistura. Segundo BLAZEJOWSKI (2010), quanto melhor o agregado menor é a tendência de ocorrer deformação da estrutura, e mesmo que o ligante seja suscetível a deformação permanente devido ao aumento da temperatura do pavimento, não necessariamente a estrutura irá se deformar. Em um esqueleto de agregados mais fracos, maior é o papel do mástique, e maiores são as razões para reforçar o mástique com polímeros e fibras especiais. A formação do esqueleto do pétreo pode variar conforme o método de dimensionamento utilizado, tendo em vista pequenas mudanças de conceitos. No método alemão de dimensionamento em que o esqueleto pétreo do SMA tem sua composição com base na longa observação e experiência, a definição deste esqueleto pétreo é verificada pelo cumprimento das observações dos dados da TAB. 3.4 que específica para cada tipo de mistura as porcentagens de cada tipo de material. A metodologia utiliza todos os agregados graúdos acima de 2 mm (BLAZEJOWSKI, 2010). 81 TAB. 3.4- Proporção de Pesos para as frações de Agregado Graúdo para Misturas Mistura SMA 2/5mm 5/8mm 8/11mm SMA 0/8 2,5 partes – 35,7% 4,5 partes – 64,3% - SMA 0/8S 2 partes – 26,7 % 5,5 partes – 73,3% - SMA 0/11S 1 parte – 14,3 % 2 partes – 28,6% 4 partes – 57,1% Fonte: Adaptado de BLAZEJOWSKI (2010) A metodologia utilizada nos Estados Unidos para construção do esqueleto pétreo do SMA é com base no controle pedra-a-pedra ou na descontinuidade real da granulometria. Desta maneira faz-se necessário determinar o nível de graduação descontínua para o qual os grãos ativos não estão ao lado dos grãos passivos. A metodologia prescreve que o agregado deve atender a limites de tamanhos máximos de grãos, isto pelo fato de discretizar os agregados como esferas perfeitas, o que funciona somente na teoria, pois em uma mistura real isso não é possível. Teoricamente, para uma mistura TMN 0/12mm os grãos ativos deveriam ser 8/12mm e depois somente utilizar grãos 0/5mm, havendo assim uma descontinuidade real nas peneiras 5/8mm. Esta mistura criaria um forte esqueleto pétreo, porém ocorreriam problemas sérios como a dificuldade de aplicação, de compactação e uma mistura com muitos vazios, o que justifica a necessidade de outra fração graúda complementar. Assim, a fração 5/8 mm é também ativa e deve entrar na composição do granulometria da mistura, e promovendo a descontinuidade nas peneiras 2/5mm. A evolução dos requisitos da graduação de misturas SMA pode ser observada pelos tipos de graduações utilizadas nos Estados Unidos. A FIG. 3.6 mostra as granulometrias de alguns órgãos daquele governo, sendo eles a NAPA, AASHTO e AAPTP. 82 0,075mm 100 0,30 0,42 0,60 1,18 36 2,00 2,3 4,75 9,5 12,5 19,00 25,0 37,5 50,8 8 100 90 NAPA 12,5m mm 90 80 AASHTO 12 2,5mm 80 AAPTP 12,5 5mm 70 Porcentatagem Passante 0,15 0,18 70 60 60 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 No.200 1 10080 50 40 30 16 10 8 0 4 3/8'' 1/2'' 3/4' 4'' 1'' 1 1/2'' 2'' FIG. 3.6 – Exempplos de curvaas granuloméétricas para TMNA T 12,5 (NAPA, AA ASHTO e AA APTP) 3.5.1.1. MÁST TIQUE ndo compoonente com m mais quaantidade em m misturass SMA, O mástique é o segun represenntando cerca de 20-25% % em pesoo e 30-35% em volume. Cerca de 335-40% em m volume do agreegado graúddo é compo osto por vaazios, que depois d de preenchidos p s com másttique, se tornam de 3% a 5% 5 em vollume de esspaço vazio o. É conheccido na liteeratura com mo “total mortar”” nos Estadoos Unidos e na Europa como “masstic”. (BLAZEJOWSK KI, 2010) Om mástique, naa concepção o generalizaada, consistee de (BERN NUCCI et all, 2007): Agregaado miúdo; Fíler; Estabillizador em forma f de fibbras ou outrros aditivos;; Cimentto Asfáltico o. Seggundo BRO OWN e COL LLEY (19999), o mástiique pode ser s separadoo em duas partes, p o mástiquue asfáltico (“total morrtar”), e o m mástique fin no (“fine mo ortar”). O m mástique assfáltico é 83 formado pela porção de agregado passando na peneira de abertura 2,36 mm, estabilizador e cimento asfáltico. Como tem natureza mais grossa, os testes no mástique podem ser feitos similarmente como uma mistura. O mástique fino é a fração que passa na peneira de abertura 0,075 mm, tipicamente composta de fíler, estabilizador e cimento asfáltico. Por ser de natureza fina pode ser testado como se fosse um ligante asfáltico. As funções do mástique nas misturas SMA, segundo BLAZEJOWSKI (2010) são: Fazer a ligação entre os grãos do agregado graúdo (esqueleto pétreo); Lubrificar o agregado graúdo durante a compactação para permitir uma adequada estrutura pétrea no pavimento; Selar a camada, preenchendo os vazios na estrutura compactada, promovendo aumento da durabilidade e resistência a umidade ou contaminantes; Suportar as tensões causadas pelo carregamento e temperatura; Segundo BARDINI et al., (2010) para se avaliar a influência no comportamento do mástique nas misturas asfálticas, em geral caracterizam-se o fíler, a relação fíler-ligante asfáltico e o tipo de ligação entre o fíler e o ligante asfáltico. Essas relações indicam que o mástique, e seus componentes tem influência significativa no comportamento das misturas asfálticas. O mástique forma uma matriz com comportamento viscoplástico que envolve os outros agregados mais grossos e os mantêm ligados. Desta maneira os ensaios sobre o mástique permitem a previsão das propriedades das misturas asfálticas em um nível microestrutural. 3.5.1.2. LIGANTE ASFÁLTICO De acordo com a American Society for Testing Materials – ASTM , o asfalto é um material cimentício marrom escuro ou preto ao qual seus constituintes principais são betumes, e podem ocorrer na natureza ou obtidos do processo de destilação do petróleo. Segundo IA (2010) o asfalto é um líquido viscoso ou sólido que consiste essencialmente de hidrocarbonetos e seus derivados, ao qual é solúvel em dissulfeto de carbono. Em geral, é um material não volátil na temperatura ambiente na forma sólida e que com o aumento da temperatura vai amolecendo gradualmente, até a fase viscosa e líquida. Seu uso intensivo na pavimentação está associado a suas características de proporcionar 84 uma forte união entre os agregados, permitindo uma flexibilidade controlada, ser impermeabilizante, resistente a ação da maioria dos ácidos, álcalis e sais, e a possibilidade do uso aquecido ou emulsionado formando inúmeros tipos de esqueleto mineral, com ou sem aditivos (BERNUCCI et al., 2007). Os asfaltos modificados são uma classe especial de ligantes que receberam em sua composição um ou mais compostos que alteram as suas propriedades reológicas. Esses modificadores podem ser minerais, compostos químicos, pó de borracha ou ainda polímeros elastoméricos, tais como o SBS, SBR, EVA etc. Essas modificações visam conferir a estes asfaltos propriedades melhoradas em relação ao asfalto convencional, tais como diminuição das deformações plásticas a alta temperatura, aumento da resistência ao envelhecimento, aumento da vida de fadiga, aumento da flexibilidade e elasticidade (quando elastômeros estão presentes), maior resistência a trincamentos por fadiga que redundam em redução de manutenção e aumento da durabilidade do pavimento (BETUNEL, 2011). 3.5.1.3. AGREGADO MIÚDO O agregado miúdo tem a função de preencher os vazios entre as partículas do agregado graúdo e facilitar o intertravamento, são os grãos passivos da mistura SMA. Todavia, devem ter uma superfície suficientemente rugosa para evitar o enfraquecimento da mistura, como por exemplo utilizando-se areia ou cascalho como agregado miúdo, que tem superfícies mais lisas que dos agregados britados. (BLAZEJOWSKI, 2010) A angularidade é a característica que descreve a propriedade dos agregados finos em termos de atrito entre as suas partículas que propicia resistência à deformação permanente (BERNUCCI et al., 2007). O método para teste da angularidade é realizado segundo o método ASTM C 1252 ou AASHTO T 304 Método A, que estabelecem um valor de angularidade no agregado miúdo ou fine aggregate angularity (FAA) no valor mínimo ou igual a 45%. É definida pela porcentagem de vazios de ar presentes em agregados com tamanhos de partículas menores de 2,36mm, em uma condição de estado solto. Existem outros métodos de medição da angularidade, por exemplo: EN 933-6 e ASTM D3398. 3.5.1.4. MATERIAL DE ENCHIMENTO (FÍLER) 85 Por definição da norma ASTM D 242-04, o fíler mineral é composto por materiais minerais finamente divididos passando pelo menos 70% na peneira 75μm (No. 200) de abertura de malha quadrada, como pó de rocha, poeira de escória, cal hidratada, cimento Portland, cinzas volantes, ou outra matéria mineral adequada. É necessário em quase todos os casos que o Índice de Plasticidade seja menor ou igual a 4, e no decorrer do uso, deve ser suficientemente seco para fluir livremente e ser essencialmente livre de grânulos. O fíler ou material de enchimento das misturas representam de 8 a 13% do total da mistura em peso, sendo uma quantidade significante, não podendo desta forma, ser menosprezado e subestimado em suas propriedades. Os fíleres geram significante influência nas misturas asfálticas podendo citar as seguintes BLAZEJOWSKI (2010): Grãos de fíler menores do que o filme de ligante em agregados podem se comportar como um transportador (extensor aglutinante); o fíler muito fino faz com que a mistura se comporte como se não houvesse ligante presente, o que pode resultar em problemas como a perda de estabilidade, deformação de trilha de roda e exsudação. Grãos de fíler maiores que o filme de ligante em agregados comportam-se como um agregado de enchimento; Um excesso de fíler leva ao enrijecimento do mástique e um aumento na suscetibilidade as trincas de fadiga (cracking); Determinados fíleres aumentam a durabilidade da mistura quanto ao efeito de suscetibilidade à umidade; Uma proporção adequada entre fíler e ligante, combinada com as propriedades individuais, tem uma influência na mistura SMA com relação à trabalhabilidade e na sua densidade final, devido a compactação. SANTANA, (1995 apud MOURÃO, 2003), descreve o fíler ou material de enchimento como um material que é adicionado à mistura asfáltica para melhorar seu desempenho reológico, mecânico, térmico e de sensibilidade a água, e devendo obedecer as especificações próprias como granulometria e índice de plasticidade. Para conhecer o comportamento de uma fração de enchimento em uma dada mistura todos os grãos passantes na peneira especificada em uma mistura mineral final devem ser separados e testados, independentemente da sua origem. Se apenas o teste do fíler 86 acrescentado for realizado, os resultados não mostrarão a influência da fração de enchimento inteira sobre as propriedades da mistura (BLAZEJOWSKI, 2010). Segundo MOTTA e LEITE, (2000 apud BERNUCCI et al., 2007) o material passante na peneira de n° 200 vem sendo designado como pó (dust em inglês) para distinguir da definição do fíler tradicionalmente utilizada pela ASTM e DNIT. A distinção relaciona-se à possível incorporação de parcela de finos no ligante em uma mistura asfáltica. Explica que quando a porcentagem de pó aumenta, reduzem-se os vazios do esqueleto mineral e aumenta-se a trabalhabilidade da mistura asfáltica até certo ponto. Acima de um determinado teor, o pó começa a prejudicar a trabalhabilidade bem como a estabilidade do esqueleto mineral, diminuindo os contatos entre as partículas grossas, alterando também a capacidade de compactação da mistura. Se a maior parte do pó tiver partículas maiores que 0,040mm, elas vão atuar como material de preenchimento dos vazios do esqueleto mineral. As partículas menores do que 0,020mm atuarão no ligante asfáltico, incorporando-se a este e compondo um filme de ligante, denominado mástique, que envolverá as partículas maiores de agregado. SANTANA, 1995 (apud MOURAO, 2003), faz distinção entre os pós-minerais em uma mistura asfáltica, distinguindo os fíleres por naturais e comerciais ou artificiais. O fíler natural é proveniente do agregado miúdo e graúdo em uma mistura asfáltica, isto quando existir, e pode ser insuficiente para o tipo da mistura. O fíler comercial ou artificial é o pó mineral utilizado quando o fíler natural é inexistente ou insuficiente para a determinada mistura asfáltica. Utiliza-se a denominação de fíler granulométrico ou pó mineral, o que pode ser constituído de 100% fíler natural ou fíler comercial ou artificial ou pela mistura de ambos. A graduação do fíler afeta a trabalhabilidade, da mesma forma que a graduação do esqueleto mineral, sendo proporcional à relação entre a parte mais graúda e mais miúda do fíler (menor que 20 μm). Quanto mais pó estiver contido no fíler, maior seu efeito na trabalhabilidade e no comportamento da mistura. Atualmente, com a tendência cada vez maior de usar como fíler os finos da coleta de filtros instalados nas usinas, aumenta a importância da caracterização do fíler (AASHTO, 1991). O tamanho dos grãos do material passando na peneira 0,075 mm (Peneira n° 200) influencia a rigidez do mástique, bem como também pode afetar a compactação (compacidade) da mistura. Para o mesmo asfalto, se a maioria dos finos é menor do que 0,020 mm (20μm), a rigidez do ligante será maior do que se a maioria dos finos que está na faixa de 0,075 mm a 0,020mm. A graduação do material menor que 0,075 mm por si só pode não indicar o efeito enrijecimento pelos finos (USACE, 2000). 87 Segundo BLAZEJOWSKI (2010) o conceito de área específica para o fíler é definida como a área da superfície dos grãos relacionados a uma unidade de massa, geralmente centímetro quadrado por grama (cm²/g). Pode ser utilizado o Método de Blaine, porém o mesmo não tem precisão, sendo o melhor método são as análises a laser. Quanto mais o material é moído, mais fino é o fíler e maior sua área especifica. Em uma mistura SMA, toda a superfície dos grãos deve ser uniformemente coberta por um filme de ligante. Diferentes áreas superficiais de fíler requerem um teor de ligante diferente para cobri-las totalmente, alterando a demanda de ligante no mástique. Um aumento na área específica do fíler requer um aumento no teor de ligante da mistura, para preservar a consistência do mástique. Entretanto, um aumento no teor de fíler, para um teor constante de ligante, causa uma redução da espessura do filme ou até sua falta nos grãos. Um substancial aumento na relação “dust”/ligante pode causar aumento do risco de trincamento. AI (2010) mostra alguns métodos analíticos de aproximar a necessidade de ligante relacionando com área específica da mistura mineral. O conceito de vazios no fíler compactado a seco está estritamente ligado com a interação do ligante com o fíler. Os vazios no fíler compactado a seco podem ser medidos ou pelo método europeu de Rigden (EN 1097-4) ou pelo estadunidense de Rigden modificado por Anderson. Consiste compactar o fíler a seco, resultando assim uma mistura de grãos e alguns espaços vazios, ao qual se pode ter o volume de vazios presentes no fíler. Estes vazios num mástique serão ocupados pelo ligante, gerando assim dois tipos de ligante numa mistura asfáltica: o ligante fixo, que preenche os vazios entre os grãos de fíler e o ligante livre, que é o excesso de ligante depois que os vazios são preenchidos, conforme FIG. 3.7 BLAZEJOWSKI (2010). 88 FASSE LÍQUIDA Volume dee Ligante Vol. d de ligante livree FASE LÍQUIDA L EFETIVA E Vol. de ligante fixoo FASSE SÓLID DA Volum me do Fíller compaactado a seeco Volume de va V azios Volume de sólidoss Volume de só V lidos FASE SOLIDA S EFETIVA E FIG. 3..7 – Conceitoo de Ligante Livre e Fixoo. Adaptado de BAHIA(2 2011) e BLA AZEJOWSKII (2010) moléculas dee uma subsstância na ssuperfície de d outra Senndo a adsorrção, a fixação de m substânccia, TUNNICLIFF, 19 960 (apud B BAHIA, 2011), propôss um modello de interação fíler ligante, FIG. 3.8, e diz que há um grradiente de rigidez daa mistura qquanto maio or for a quantidaade de ligaante adsorvido pelos grãos de fííler, alterando as suas propriedades como anteriorrmente comentado. FIG. 3.88 – Interaçãoo do grão fíler com o Ligaante Asfálticco (TUNNICLIFF, 1960 aapud BAHIA A, 2011). Quaanto menorr a percentaagem de liggante livre no mástiqu ue, mais ráppido o aum mento do enrijecim mento do mesmo (H HARRIS e STUART, 1995 apud d BLAZEJO OWSKI, 2010). A mínimaa quantidadee de ligante livre foi deefinida num ma pesquisa nos Estado s Unidos, com c base no Métoodo de Rigdden, sendo com 30% ((v/v) do máástique asfálltico, sendoo que a parrtir desse nível dee ligante livvre, os grãos de fíler sãão suspensos no pelo ligante e eless não tocam m uns aos outros, enquanto que q é necesssário que haaja quantidade suficien nte de ligannte livre parra cobrir 89 os outros grãos da mistura (agregado graúdo e miúdo) (ANDERSON, 1987; CHEN e PEN, 1998 apud BLAZEJOWSKI, 2010). Com um teor de ligante constante da mistura asfáltica, a quantidade de ligante livre depende dos vazios do fíler compactado. Com fixada proporções dos componentes na mistura asfáltica, a quantidade de ligante livre pode ser aumentada trocando-se o fíler com um menor teor de vazios e vice-versa. Nas TAB. 3.5 e TAB. 3.6, verificam-se os valores de referência para materiais finos testados pelo métodos de Rigden, Ridgen-Anderson e área superficial pelo método de Blaine. TAB. 3.5– Vazios de Rigden e área superficial de materiais distintos Material Fíler Calcário Diabásio Calcário Dolomita Dolorita-microdiabásio Grauvaque Origem Adicionado Filtro Mangas Filtro Mangas Adicionado Filtro Mangas Filtro Mangas Vazios Rigden (%) 27,7 - 31,6 30,4 - 34,2 28,3 - 32,1 27,1 - 28,1 32,4 - 36,4 27,6 - 31,8 Área Superficial (cm²/g) 4750 3600 2280 2068 2658 4054 Fonte: SCHELLENBERGER, 2002 (apud BLAZEJOWSKI, 2010) TAB. 3.6 – Vazios de Rigden modificado por Anderson para alguns materiais Material Fíler Fíler Mineral Finos dos Filtros de Manga Cal Hidratada Cinza volante Vazios Rigden-Anderson (%) 39-47 30-60 66-71 37-57 Fonte: SCHROER, 2006 (apud BLAZEJOWSKI, 2010) As recomendações para os vazios do fíler seco compactado são: Quando usado o método de Rigden (EN 1097-4), o mínimo de vazios do fíler seco compactado deve ser de 28% (v/v) e o máximo não deve exceder de 45% (v/v).(SCHELLENBERER, 2002 apud BLAZEJOWSKI, 2010) Quando usados os resultados do método de Rigden modificado por Anderson, o máximo de vazios no fíler seco compactado não deve exceder 50% (v/v). (BROWN e COLLEY,1999) BAHIA (2010), em seu estudo, afirma que apesar de haver estudos de casos na literatura sobre os efeitos importantes dos fíleres sobre as misturas asfálticas, a metodologia SUPERPAVE de dosagem de misturas trata de maneira superficial estes efeitos e não oferece orientação suficiente, para os testes nos fíleres, mostrando tais indicadores de desempenho. Com isso caracterizou fisicamente e quimicamente com as características básicas dos fíleres: vazios de Rigden, distribuição granulométrica, teor de compostos de cálcio e teor de argila 90 ativa, fora a densidade real especifica. Para isto foram utilizados procedimentos padrões das normas estadunidenses e europeias. Foram ensaiados 32 tipos de fíleres de diversas regiões dos Estados Unidos e notou-se que, em geral, os fíleres adicionados como cinzas volantes e pó de escoria, têm limites maiores que os demais. O autor utilizou a relação de massa de fíleres para ligante asfáltico de 1:1 o que não é considerado suficiente para estimar os efeitos de fíleres no comportamento de todos tipos de mistura. Os fíleres de rocha e os retirados dos filtros de mangas tem efeitos diferentes dos fíleres manufaturados, parecendo influenciar o mástique e o desempenho da mistura usando uma atuação físico-química uniforme. Com base nos resultados dos ensaios, têm-se as seguintes observações quanto ao desempenho dos fíleres nas misturas asfálticas: Trabalhabilidade: A propriedade mais importante para a viscosidade do mástique e para trabalhabilidade da mistura foram os vazios de Rigden; criou modelo para checar se a viscosidade relativa do mástique é menor que um máximo proposto; Indicadores de deformação permanente: a resistência à deformação permanente do mástique medido pelo ensaio Multiple Stress Creep Recovery (MSCR) mostrou ter uma influência direta com os resultados de Flow Number (FN), porém não são mais importantes quanto a granulometria dos agregados. Para este indicador com base nos estudos recentes de deformação permanente, foi proposto um modelo estatístico, sendo estimados os resultados “Jnr” e os vazios de Rigden para um valor aceitável de FN; Indicador de resistência à fadiga: Através dos resultados obtidos não se pode caracterizar o desempenho a fadiga por influência dos fíleres; Indicador de resistência às trincas a baixas temperaturas: o enrijecimento do mástique a baixas temperaturas está ligado aos vazios de Ridgen e a quantidade de óxidos de cálcio (CaO) do fíler, foi proposto um modelo para estimar uma influencia aceitável do mástique na resistência da mistura, entretanto não foram propostos limites para este modelo; Resistência ao dano por umidade: resultados mostraram que esta propriedade está altamente ligada às propriedades do ligante asfáltico com limitadas influências às propriedades do fíler. Desta maneira no estudo não se pode criar modelo algum. Na metodologia SHRP-Superpave há limites para a relação pó/teor de ligante 91 (“dust”//asfalto), quue é calculado como uuma porcen ntagem em massa m do m material passsante na peneira n° 200 (75μm) dividid do pelo teorr de ligante efetivo (estte em % daa massa da mistura). m (BERNU UCCI et al., 2007). Um ma aproximaação utilizaada na prátiica por muiitos países é a relaçãoo pó/teor dee ligante (“dust”//asfalto) porr peso ou volume, v quee é calculaado como um ma porcenttagem em massa m do materiall passante na peneirra n° 2000 (75μm) dividido pelo teor dde ligante efetivo. (BERNU UCCI et al.., 2007). Esta relação ddescreve bem m o teor mááximo de fííler em umaa mistura que connfigura limiites específi ficos de fíleer para a mistura. m A metodologia m a Superpavee definiu como seendo 0,6-1,6 o limite máximo m parra a relação o pó/teor de ligante, ouu na sigla em m inglês F:B (fíleer/bitumen)). Porém paara misturass SMA a razzão em peso pó/ligantee é tipicameente 1,5, isto com m finalidadee de adquirrir uma adeequada rigid dez do másstique na m mistura (HA ARRIS e STUAR RT, 1995 appud BLAZE EJOWSKI, 22010). Os fíleres são diferentes entre e si, em m termos dee granulomeetria, densiddade e vazio os, desta forma, deve conssiderar um fator F:B para cadaa tipo de fíler utilizaado numa mistura individuualmente, produzindo p assim um mástique mais m macio o ou mais rrígido. A FIG. F 3.9 ilustra a relação enntre o Méto odo de Riggden e a qu uantidade de fíler neceessário paraa fixar o ligante completam mente, sendo o que a linhha de tendêência indicaa que os vaazios do fíleer foram complettamente preeenchidos, representand r do a quantid dade zero de d ligante livvre, todo lig gante foi adsorviddo (BLAZE EJOWSKI, 2010). 2 FIG. 3.9 – Relação R entrre vazios de R Rigden por relação r F:B (BLAZEJOW WSKI ,2010) Seggundo NAP PA (2002) a quantidadee de fíler ad dicionado à mistura SM MA, tem lim mitado a 92 produção da mistura na usina, sendo inclusive o SMA muito sensível ao conteúdo do fíler mineral. Como a mistura SMA requer, em geral, aproximadamente 10% de material fino passando na peneira n° 200, mesmo com o retorno dos finos dos filtros de mangas, um fíler comercial deve ser adicionado a mistura, na ordem de 5% pelo menos em média. Como exemplo de produção, para uma usina que produz 300 t/h, será necessária a adição de 15t/h de fíler comercial para manter a mesma produção. O material pétreo mais comum para uso como fíler para SMA é o pó calcário, que é derivado da britagem da rocha calcária, sendo o mais utilizado na Europa. Podem-se utilizar cinzas volantes, porém é de uso incomum, pois são muito finas e com grãos esféricos, mesmo os vazios de Rigden modificados são geralmente menor que 50%. A cal hidratada tem sido utilizada com efeitos positivos, para um substancial aumento da resistência à água e ao congelamento, decorrente do aumento da adesividade entre o ligante e o agregado, e também um aumento a deformação permanente. Tem características de formar uma mistura enrijecida a altas temperaturas, porém tem um valor de vazios de Rigden modificado alto (66-71%), logo seu uso deve ficar restrito, e geralmente utilizado a 1,0-1,5% em peso, beneficiando a mistura sem ter o risco de enrijecê-la demasiadamente. Outro tipo de fíler utilizado é o material retido nos filtros de manga retornando à mistura (BLAZEJOWSKI, 2010). Os fíleres podem ser ensaiados por vários métodos, sendo que os principais métodos que constam nas normas americanas e europeias de misturas SMA são o método de Blaine, análises granulométricas, ensaios de Rigden e Rigden-Anderson, azul de metileno e número de betume. Para realizar o teste de Superfície Específica pode-se utilizar o método de Blaine que é usualmente utilizado para ensaiar o Cimento Portland, no Brasil utiliza-se a norma ABNT NBR NM 76:1998, podendo ser utilizado as ASTM C204 – 07, EN- 196-6. O método consiste em quantificar o tempo necessário para que o ar flua através de uma camada comprimida do material a ser testado, dado sua granulometria e porosidade. Em condições normais, a superfície específica é diretamente proporcional a √ (t = tempo de escoamento do ar). As análises granulométricas podem ser realizadas via ensaio de sedimentação tal como norma DNER-ME051-94, porém com resultados não tão satisfatórios (BAHIA, 2010). Os melhores resultados são de analisadores de partículas a laser (ASTM D 4464), que podem determinar além da granulometria, o módulo de finura calculado (MF), que é calculado dividindo-se por 100 a soma das percentagens do material passante na peneira n° 200 maiores 93 do que 75, 50, 30, 20, 10, 5, 3, e 1 mícron. Quanto mais fino o agregado, menor será o módulo de finura. Parâmetros chamados de D10, D30, D60 e também podem ser determinadas a partir de análise de tamanho de partícula. Esses parâmetros são os tamanhos de partículas que correspondem, respectivamente, a 10, 30 e 60% da passagem de material fino. A área superficial especifica (cm²/m) também pode ser calculada (KANDHAL, 1999). Os método de Rigden e método de Rigden modificado por Anderson ou RigdenAnderson são dois os métodos que utilizam o princípio da compactação a seco do fíler para determinar os vazios de ar no fíler compactado. Os métodos, apesar de utilizarem o mesmo princípio, diferem nos resultados obtidos, por diferenças no método de ensaio. O aparato é similar ao da FIG. 3.10. FIG. 3.10 – Aparato para ensaio de Rigden (BAHIA, 2010). O Método de Rigden é padronizado pela norma EN-1097-4, e preconiza a compactação a seco de uma amostra de fíler de 10g, por um êmbolo de 350g por 100 golpes a cada segundo. O volume de vazios de ar é calculado pela Equação (EQ. 3.1) onde a massa da amostra compactada (g) é divida pelo seu volume final (cm³), resultando na massa específica aparente do material , seu volume e o peso específico real do grão ( )do material. Segundo a norma EN 13043, de misturas asfálticas comumente utilizada por países europeus, o valor de vazios de ar deve ficar entre 28-45% (v/v). % 100. 1 94 (EQ. 3.1) O Método de Rigden-Anderson é o método desenvolvido por Anderson (1987), e modificou os parâmetros de ensaio para 25 golpes de um peso de embolo de 100g, em uma amostra de 1 a 1,3g. O volume de vazios é calculado como o método de Rigden original. Segundo (BLAZEJOWSKI, 2010), as propriedades do fíler de enrijecer o ligante podem ser testadas pelos seguintes métodos: Método do aumento do ponto de amolecimento – anel e bola, de acordo com EN13179-1 (anel e bola), e métodos similares; Método de Rigden e Método de Rigden-Anderson; Método de aumento da viscosidade do mástique; O método EN-13179-1 consiste em verificar qual é o delta de aumento do valor do ensaio de ponto de amolecimento na mistura de 37,5% de fíler e 62,5% de ligante betuminoso em volume comparando-se com o ensaio de ponto de amolecimento do ligante puro. Utiliza-se o fíler passando pela peneira 0,125mm de acordo com a EN-1259. De acordo com a norma EN13043, o delta de enrijecimento deve ficar entre 8°C e 25°C. O método de aumento da viscosidade do mástique consiste em testar a viscosidade do mástique e comparar com a viscosidade do ligante asfáltico puro, criando-se assim um fator de enrijecimento. Segundo (BLAZEJOWSKI, 2010) não somente as propriedades do fíler afetam esse fator, mas também as propriedades do ligante usado. Outro ensaio para estimar a quantidade de vazios no fíler é o Teste de Fíler Alemão, desenvolvido pela Koch Materials Company, ao qual estabelece a quantidade de fíler mineral necessário para absorver 15 gramas de óleo hidráulico. O óleo hidráulico é colocado em um recipiente pequeno, então com 45 g de fíler mineral é adicionado e misturado. É realizada uma tentativa para formar uma esfera com a mistura. Se uma esfera é formada e deve-se juntar mais 5 g de fíler. Este processo é continuado até que a mistura perca coesão. Neste ponto, todo o óleo hidráulico é fixado nos vazios do material e não há excesso para manter as partículas entre si. A quantidade total do material adicionado ao o óleo hidráulico é relatado como o valor de teste. Este ensaio tem boa relação com o Ensaio de Rigden, conforme FIG. 3.11. O teste de azul de metileno (MB) é utilizado pela Slurry Seal Internacional Association (ISSA) para quantificar a quantidade de argilas nocivas do grupo da esmectita (montimorilonita), matéria orgânica e hidróxidos de ferro presente no agregado fino. O princípio do teste é adicionar quantidades de uma solução padrão aquosa do corante (azul de 95 metilenoo) para umaa amostra atté adsorção do corante cessar (KA ANDHAL, 11999). FIG. 33.11 - Correllação ente Vaazios de Rig den e Valor Teste de Fíleer Alemão (K KANDHAL, 1999) B BAHIA (20010) cita o ensaio eurropeu do Número N de Betume (N NB), que em mbora o nome dde teste incllui o termo "betume" não envolv ve testes com o asfaltoo. O ensaio fornece outro inndicador das d propried dades geom métricas dee cargas e é especifi ficado nas Normas Europeiias (EN13179-2). O mesmo m é reaalizado atraavés da meedição da coonsistência de uma mistura fíler-água para p determ minar a quanntidade de água á necessáária para peermitir que 5 a 7mm de peneetração de um m cilindro de d metal naa mistura de água e do material m de enchimento o, depois de cincoo segundos de mistura. 3.5.2. E ESTABILIZ ZADOR As misturas SM MA requereem um altoo teor de lig gante, no qu ue resulta em m um filmee fino de o grãos do o agregado. Com esse alto teor de d ligante, o ligante apresenta a ligante em todos os s naa mistura, para evitar este e efeito ddo escorrim mento do tendênccia a escorreer, isto é, segregar ligante ou mástique durante a produção, transporte e aplicação, em quase todos os caasos, são utilizadoos aditivos estabilizado ores em missturas SMA A. Seggundo BLA AZEJOWSK KI (2010), a necessidade do uso dee estabilizaddores surgiu u desde a década de 60, nos primeiros p estágios do uuso do SMA A, para prev venir o escoorrimento do o ligante ou do m mástique. Háá duas técniicas de reduuzir este escorrimento da d mistura: Aditivoos que absorrvam parte do ligante (fibras); ( 96 Polímeros adicionados ao ligante, para aumentar sua viscosidade a altas temperaturas, assim reduzindo o risco de escorrimento; Além da adição dos estabilizadores para evitar o escorrimento, pode-se também utilizar outros insumos que melhorem as propriedades do ligante, do mástique ou da mistura, como por exemplo o uso de cal hidratada alterando a reologia do ligante betuminoso. As fibras são consideradas aditivos estabilizadores que absorvem parte do ligante, evitando assim seu escorrimento, e são os agentes estabilizadores mais utilizados. Apresentam como principais propriedades o poder de absorver ligante e de não enfraquecer a mistura asfáltica. Segundo BLAZEJOWSKI (2010) os estabilizadores absorvedores podem ser de vários tipos, podendo ser os seguintes por exemplo: Fibras de celulose, as mais utilizadas; Fibras de pseudo-celulose, feitas a partir de papel inutilizado; Fibras minerais, desenvolvidas a partir da fusão de alguns tipos de rochas (como lã de rocha); Celulose-mineral, uma mistura de celulose com fibras minerais; Celulose-polímero, uma mistura de celulose com diferentes tipos de polímeros e em teores variados; Celulose-cera, uma mistura de celulose com ceras sintéticas, que além de funcionarem como estabilizadores alteram viscosidade do ligante asfáltico; Têxteis, através do processamento e fragmentação de rejeitos têxteis; Plásticas, por exemplo polipropileno; Fibra de vidro, em forma de fios (como lã de vidro); Outros tipos, exemplos: pó de couro, fibras de coco. A diferença entre as fibras está no seu poder se absorção. As fibras de celulose atualmente tem a maior eficiência de absorção conhecida de ligante betuminoso (BLAZEJOWSKI, 2010), o que pode ser observado nas recomendações das quantidades recomendadas na norma finlandesa de SMA, na TAB 3.7, onde o menor teor corresponde das fibras de celulose. 97 TAB 3.7 - Recomendações finlandesas para adição de fibras em misturas asfálticas PANK (1995 apud MOURÃO, 2003) Faixa recomendada Tipo de Fibra na mistura (%) Celulose 0,3 – 0,5 Mineral 0,7 – 0,9 Vidro 0,4 – 0,6 Segundo (BELIGNI et al., 2000) as fibras de celulose exercem uma ação de micro armadura (reticulado tridimensional) em conjunto com os polímeros presentes no ligante betuminoso, aumentando assim a coesão do sistema. Sendo assim, possibilitam desta maneira o uso do maior teor de ligante, sem riscos de exsudação ou perda da estabilidade mecânica. Além das diferentes absorções de ligantes que cada tipo de fibra apresenta, as fibras também possuem densidades diferentes, consequentemente volumes diferentes quando adicionadas a uma mistura SMA. Fibras minerais de alta-densidade necessitam de uma alta adição na mistura, usualmente na ordem de 0,4-0,6% em massa. Além disso, se o estabilizador não funciona adequadamente, deve-se aumentar a sua quantidade, o que deve melhorar a resposta ao escorrimento, porém deve-se levar em conta que o aumento na percentagem de estabilizador pode diminuir a trabalhabilidade. Fibras plásticas, por exemplo, tem pouco poder de absorção e produz um aumento da rigidez e baixa trabalhabilidade, pela quantidade necessária para evitar o escorrimento (BLAZEJOWSKI, 2010). As fibras mais utilizadas como estabilizadores são as de celulose, ocorrendo nas formas de: Fibras soltas, em formas irregulares formado de fios de celulose; Fibras peletizadas sem ligante: são produtos granulados prensados para formar grânulos sem agente ligante tipo betuminoso envolvendo as fibras; Produtos granulados ou fibras peletizadas com ligante ou “pellets”, granulados cilíndricos de 3-4mm de diâmetro e 3-5mm de comprimento que consistem em fios de celulose cobertos com material betuminoso ou outro tipo de agente, como cera ou plástico. As fibras soltas têm como vantagem a sua efetividade imediata quando misturadas aos agregados e ao cimento asfáltico, porém tem uma alta suscetibilidade a umidade, pois são altamente hidrofílicas, e quando úmidas não absorvem o ligante de forma eficiente. São fornecidas em sacos lacrados em diferentes pesos para facilitar o uso em usina, porém têm grande volume. Os quesitos que devem ser levados em conta são: o tempo de mistura com os 98 agregados, pois um tempo muito alto pode levar a uma trituração excessiva, limitando a ação anti-escorrimento, seu uso excessivo, e também o procedimento da fibra solta, pois deve ser misturada antes do cimento asfáltico à mistura. As fibras peletizadas, sem ligantes, têm características similares às fibras soltas, porém com a vantagem de serem mais compactas, pois são prensadas, e sua aplicação fica facilitada na usina, podendo ser fornecidas em pacotes grandes e armazenadas em silos específicos (BLAZEJOWSKI, 2010). Quanto ao uso em laboratório, em geral, tanto as fibras soltas quanto as peletizadas sem ligante podem ser misturadas sem necessidade de um misturador mecânico, com ressalvas para as fibras peletizadas sem ligante, pois por serem fortemente prensadas e unidas podem não se dispersar no ligante (HORST, 2000). No entanto, os pellets recobertos com agentes devem ter um tratamento diferenciado ao serem misturados em laboratório, pois devido à compressão dada aos grânulos durante a fabricação, é necessária uma força de cisalhamento alta para distribuir convenientemente as fibras na mistura, precisando assim do uso de um misturador mecânico. Para a mistura manual deve-se aquecer o produto granulado em estufa a uma temperatura acima do ponto de amolecimento do material que recobre as fibras, caso contrário o estabilizador não irá funcionar efetivamente. (BLAZEJOWSKI, 2010) O uso de pelletes ou fibras granulares facilitam o uso em usina e são recomentados seu uso para produção de médio e grande escala, pela facilidade de uso. O ligante betuminoso ou outro material que recobre as fibras aumentam a resistência à umidade das mesmas. São fornecidos em pacotes grandes, caminhões tanques específicos ou em silos próprios (BLAZEJOWSKI, 2010). Fibras peletizadas com ligante asfáltico oferecem várias vantagens sobre as fibras soltas e as peletizadas sem ligante, como (HORST, 2000): • Dispersão rápida e completa; • Inodora e livre de pó; • Insensibilidade contra umidade; • Pode ser dosada automaticamente; • Produz mistura mais homogênea; 99 3.6. E ENSAIOS MECÂNIC M OS NAS M MISTURAS SMA Toddos ensaios já normatizzados aplicááveis às miisturas conv vencionais eem princípio o podem ser utiliizados nas misturas SM MA, sendo descritos sucintament s te a seguir alguns ensaios que foram uutilizados neeste estudo. 3.6.1. E ENSAIO DE D RESISTÊ ÊNCIA À T TRAÇÃO POR COMPRESSÃO D DIAMETRA AL O eensaio de resistência r à tração poor compresssão diametrral (RT) fooi desenvolv vido por Lobo C Carneiro e Barcellos B no o Brasil (M MOURÃO, 2003), 2 para determinaçção da resisstência à tração dde corpos de d prova dee concreto-ccimento, po or solicitaçõ ões estáticaas. É um en nsaio de ruptura,, onde o corpo c de prova p é poosicionado horizontalm mente e a carga é aplicada progresssivamente, com uma velocidade v de deformaação de 0,8 8 ± 0,1 mm m/, sendo co onhecido como “eensaio brasiileiro”. Sen ndo o ensaioo de laborattório adotad do no Brasill para determ minar as proprieddades resiliientes em misturas m beetuminosas. Sendo quee seu proceedimento de ensaio para detterminação da Resistên ncia à Traçãão por Com mpressão Diaametral (RT T) é normatiizado no método DNER ME E 138/94. Seggundo estuddo de BELIG GNI et al., (2000), se aumentar a o teor de fibrras de celullose, não há acrésscimo de reesistência, e sim uma rredução noss valores dee resistênciaa a tração, e para os valores de móduloo de resiliêência, notouu-se semelh hante caractterística, istto é, uma pequana d módulo ccom o aumeento do teorr de fibras. diminuiição do valoor do valor do Seggundo REIIS et al., (2001) a mistura asfáltica SMA nãoo é uma mistura significaativamente rígida, sem m necessidaade adicion nal de reduçção de defllexões por meio de enrijecim mento de bases ou sub-bases, s ou mesmo o requerend do espessurras de SM MA mais expressiivas. As misturas assfálticas dev vem possuirr flexibilidaade suficiente para supoortar as soliicitações do tráfeego e resistêência à traçãão adequadaa para evitarr rupturas precoces. A vida de fad diga deve ser a maaior possíveel, daí o em mprego de assfalto modiificado por polímero, ppois o mesm mo tem a função de aumentaar a vida dee fadiga da mistura dev vido à recu uperação eláástica impriimida ao ligante ppelo polímeero (MOUR RÃO, 2003).. 100 Callcula-se a reesistência à tração indirreta pela Eq quação (EQ. 3.2): 2 Ondde: (E EQ. 3.2) σtR = resistêência a traçãão indireta (kgf/cm²); ( F = carga de d ruptura (kkgf); d = diâmetro o do corpo de prova (cm); h = altura do o corpo de pprova (cm).. 3.6.2. M MÓDULO DE RESILIIÊNCIA Os módulos de d resiliência podem seer obtidos experimenta e almente em laboratório o através de ensaaios de carggas repetidas ou por inntermédio da d retroanáliise de defleexões (CÓR RDOVA, 2011), ssendo que para este estudo utilizzou-se do ensaio e de caargas repetiidas para siimular a solicitaçção dinâmiica dos paavimentos e do subleeito pela ação a de caargas de diferentes intensiddades e freqquências, variáveis ao loongo do diaa e do ano, e causada ppelo tráfego visando reproduuzir o compoortamento resiliente r doos materiais da estrutura. Seggundo MED DINA e MO OTTA (20055) pode-se dizer d que o módulo dde resiliênccia (MR) de mistuuras betuminosas é a relação r entrre a tensão de tração (σt) ( aplicadda repetidam mente no plano ddiametral veertical de uma u amostrra cilíndricaa de mistura betuminoosa e a defo formação específiica recuperrável (εt) correspondeente a ten nsão aplicaada, numa temperaturra (°C), para cerrta frequênccia de aplicaação de cargga . Seggundo MED DINA e MOTTA M (20005) a força aplicada neste ensaaio atua sem mpre no mesmo sentido de compressãão, desde zeero até um valor máximo, para ddepois dimiinuir até anular-sse ou atinggir um pataamar inferioor, e após um pequen no intervaloo, atuar novamente partindoo do repouso (uma peequena fraçção de segu undo). O teempo de puulso e a am mplitude dependeem da veloocidade do veículo e ddo fluxo dee tráfego naa profundiddade em qu ue sejam calculaddas as tensõões e as defo ormações. Om módulo de resiliência (MR) podee ser quantifficado expeerimentalmeente por inttermédio de ensaaios de carggas repetidaas: triaxial de cargas repetidas r paara solos e britas (DN NIT 134101 2010-M ME); o ensaiio de flexo--tração de vvigotas a caargas repetid das; e o enssaio de com mpressão diametrral de cargaas repetidass para mistturas asfáltiicas. O mó ódulo de reesiliência ob btido no ensaio ttriaxial, em forma gerall, é definidoo pela (EQ. 3.3): (E EQ. 3.3) Ondde: = tensão desvio e = a deformaação resiliennte vertical (EQ. 3.4) ∆ (E EQ. 3.4) ∆ = deslocam mento verticaal máximo e; Ondde: = altura iniccial do corp o-de-prova. Seggundo MOT TTA et al. (2002 apudd MOURÃO O, 2003), dee maneira ggeral, pode--se dizer que o m módulo de resiliência r varia v com a granulomeetria da misstura sendo maior quan nto mais grossa for a faixaa adotada; varia com m o ligante asfáltico sendo s maioor quanto menor m a penetraçção do asfallto ou maio or a sua visccosidade, nãão sendo mu uito sensíveel ao teor dee asfalto, desde qque dentro da d faixa norm mal de dosaagem. Outro os fatores in nfluenciam também, taais como a relaçãão ligante/fíller e a próprria naturezaa do fíler. 3.6.3. E ENSAIO DE D FADIGA A Seggundo MOU URÃO (2003), pode-see dividir o comportame c ento estrutuural dos matteriais de pavimenntação sob carregamen c nto dinâmicoo em duas parcelas: p • a flexão reppetida que leva l à fadigga dos materriais e em co onsequênciaa o trincamento; • a compresssão simples repetida quue leva à deeformação permanente p e em conseequência ao afundam mento de trilha de roda . A fadiga connstitui-se em e um faator degrad dante do pavimento, p em especcial nas misturass asfálticass, dependen nte de váriios fatores, relacionad dos com ass caracteríssticas do tráfego, condições climáticas e com aas caracteríssticas ineren ntes ao pavvimento (AR RAÚJO, 102 2009). Constitui de um processo de deterioração estrutural que sofre um material quando submetido a um estado de tensões e deformações repetidas, que podem ser muito menores que a resistência última do material, resultando em trincas, após um número suficiente de repetições do carregamento: é a perda da resistência que sofre um material quando solicitado repetidamente à flexão ou à tração (PINTO e MOTTA, 1995). As fissuras podem ser subdivididas em duas grandes categorias: fissuração por ação de carga e por não ação de carga. A fissuração por ação de carga associada tradicionalmente tem sido denominada de trinca por fadiga. Neste cenário, as aplicações repetidas de tensões abaixo da máxima resistência à tração do material, eventualmente, levam a trincas. Os fatores associados com o desenvolvimento de trincas por fadiga devem incluir as propriedades in-situ da seção estrutural, o ligante asfáltico, a temperatura e o tráfego. Os fissuramentos não associados a carga tem sido tradicionalmente denominados de fissuras por baixa temperatura. Durante os tempos de resfriamento rápido e baixas temperaturas, misturas asfálticas estão submetidas a tensões que podem exceder a sua resistência à fissuras, levando ao trincamento imediato. (TAM, 2006). Os equipamentos laboratoriais para ensaios de carga repetida permitem a aplicação de carregamentos cíclicos ao material mantendo em tensão constante ou controlada (TC) e de deformação constante ou controlada (DC) (PINTO e PREUSSLER, 2002). No ensaio de tensão controlada (TC), a carga aplicada é mantida constante e as deformações resultantes aumentam no decorrer do ensaio, sendo que o critério de fadiga está associado à fratura da amostra. A tensão é mantida constante ao longo do ensaio e as deformações atingem um valor máximo até o estágio de colapso do corpo de prova. A vida de fadiga (N) é definida como o número total de aplicações de uma carga necessária à fratura completa da amostra (PINTO e PREUSSLER, 2002). No ensaio de deformação controlada (DC) envolve a aplicação de cargas repetidas que produzam uma deformação constante ao longo do ensaio, o que conduz a uma diminuição da carga aplicada, para manter a deformação constante. O critério de fadiga não está condicionado à ruptura completa do corpo de prova, pois para que a deformação seja mantida constante ao longo do ensaio, é necessário que haja uma diminuição no carregamento aplicado. Ambos os ensaios há uma redução da rigidez inicial do material a um nível que pode ser pré-estabelecido, no sentido de definir o fim do ensaio. Para este estudo utilizou-se o ensaio de tensão controlada (TC), pois segundo MEDINA (1997) a solicitação a tensão controlada (TC) é a que ocorre em pavimentos de revestimento 103 asfálticoo muito maiis rígido do que a camaada de basee e que ao reesistirem às cargas deteerminam a magniitude das deeformações,, o que em ggeral é visto o em rodovias de alto trráfego e aerroportos. Seggundo MED DINA (1997 7) teores dee betume crrescentes melhoram m a vida de fadiga e o desgastee superficial, todavia o mesmoo em gerall não acon ntece com sob o asp pecto da deformaação permannente que aumenta com m o teor de betume. b O pprocedimennto para o Ensaio E de F Fadiga à teensão contrrolada (TC)) foi realizaado pela COPPE E/UFRJ e é o seguinte: Posicioonar o corp po de provva na base da prensa, apoiando o mesmo no friso côncavvo inferior; Assentar o pistão de carga coom o friso superior s em contato com m o corpo de d prova diametrralmente op posto ao frisso inferior; Aplicarr uma cargaa F que indduza tensõess de traçõess horizontaiis aproximaadamente entre 10% e 50% da d tensão à tração σtR previamente p e determinadda; A frequuência de ap plicação dass cargas é de d 1 Hz (60 ciclos por m minuto) com m tempo de carregamento de d 0,1 segunndo e 0,9 segundo de descarregam mento; 3.6.4. E ENSAIO DE D DEFORM MAÇÃO PE ERMANEN NTE A ddeformaçãoo permanen nte refere-see à deform mação plástiica de mistturas asfálticas sob cargas rrepetidas. Esta E deformaação permaanente pode ser na form ma de deform rmação de trrilhas de rodas (ffluxo plásticco lateral nas n trilhas dde rodas) ou u consolidaçção (compaactação adiccional da mistura asfáltica appós a constrrução). O inntertravamen nto do agreg gado é o pri rincipal com mponente de resistência à defformação permanente ccom o cimeento asfálticco sendo dee uma funçãão menor quanto a deformaçção permaneente. A anggularidade e a textura áspera á dos aagregados ajudam a a reduzir a deformação perman nente. O li gante asfálltico mais duro d poderáá também fornecer TAM, 2006)) algum bbenefício dee menor inteensidade. (T 3.7. P PROCEDIM MENTOS CONSTRUT C TIVOS DO SMA Um m dos elem mentos principais na cconstrução de um paavimento coom SMA é a sua 104 produção, que se dá de maneira semelhante ao do concreto asfáltico tradicional, porém devese controlar melhor, em particular, o fracionamento dos agregados e os tempos de mistura (MOURÃO, 2003) . Segundo PROWELL et al. (2009), na Europa, o agregado geralmente é fracionado nas frações das peneiras 8-11, 5-8, 2-5 e 0-2 mm, permitindo desta maneira um controle preciso na graduação do SMA, principalmente nas peneiras críticas ou na peneira de parada (breakpoint). Só se utilizar pilhas de estocagem de agregados misturados, em que uma alta porção desta pilha é muito utilizada, deve-se dividir em duas pilhas, e se a graduação fornecida pelo fornecedor durante a produção variar durante as entregas, desta maneira, podese encontrar dificuldade na graduação da mistura e manter as propriedades volumétricas. Aconselha-se utilizar peneiradores portáteis, que permitem fracionar o agregado em pilhas de estocagem definidas, desta maneira aumentando o controle. NAPA (2002) acrescenta que o agregado graúdo numa mistura SMA varia de 72-80% da mistura, o que causa um grande diferencial na produção da mistura, deve-se enfatizar o controle, afim de manter o contato grão a grão da mistura aplicada para o desempenho do SMA. Uma das formas de se realizar este procedimento é efetuando a frequente medição e controle do material passante nas peneiras #4,75mm (n° 4) e a #0,075mm (n° 200). Os materiais de enchimento ou fíleres são, em geral, pouco utilizados na maioria dos concretos asfálticos convencionais, porém as misturas SMA requerem em torno de 10% de material passante na peneira #0,075mm (n°200). Mesmo com o retorno dos finos, dos agregados miúdo e graúdo, dos filtros de mangas, geralmente há a necessidade da adição de fíler comercial nas misturas SMA que, em geral fica torno de 5% no mínimo, o que pode comprometer a taxa de produção da usina. Devido a esse diferencial, recomenda-se o estoque em silo de grandes quantidades para reduzir o custo, e devem ser utilizados sistemas fechados de transporte para o misturador (NAPA, 2002). Recomenda-se que o fíler a ser incorporado, seja adicionado de maneira que não entre em contato com a corrente de ar quente e seja sugado para dentro dos filtro de manga, e numa usina gravimétrica deve entrar direto no misturador (pugmill). (PROWELL et al., 2009) As fibras, em geral, são os estabilizantes mais utilizados nas misturas SMA e podem ser fornecidas de variadas formas, desde soltas ou peletizadas, com ou sem cobrimento de algum material, tipo cera ou betume. Desta forma, temos que para cada tipo de usina, seja gravimétrica ou tipo fluxo contínuo, e dependendo do tipo e tamanho de seus misturadores, pode-se tanto variar o tempo de inserção da fibra no misturador ou tambor, o tempo da 105 agitação da mistura seca (sem ligante) e também no tempo de agitação da mistura úmida (com ligante). A incorporação deve ser realizada diretamente no misturador ou tambor, com cuidados para não ser levados pelo fluxo de ar para os filtros de manga. A sequência mais usual de inserção dos insumos do SMA para melhor homogeneização da mistura é a inserção dos agregados graúdos e finos, seguido pelo fíler, do estabilizador (fibras) e por último do ligante asfáltico. Há outros métodos somente para usinas gravimétricas que podem ser utilizados, como por exemplo, o método KGO-III, que sugere a adição do agregado graúdo (>4mm) e do ligante, seguido da adição do fíler para se dissolver o ligante e por último das frações finas de agregado(0,063- 4mm) (BLAZEJOWSKI, 2010). A densidade in situ é outra questão importante na construção de pavimentos SMA, desta maneira, através do estudo de diversas normas e trabalhos técnicos, PROWELL et al. (2009) verificou que há recomendações para que a densidade de campo seja maior que 94% da máxima densidade medida (Gmm) ou que o teor de vazios seja no máximo 6% (NAPA, 2002), desta maneira a assegurar a impermeabilidade do pavimento. Segundo BLAZEJOWSKI (2010), na norma alemã Asphalt-StB 07, o valor de vazios deve ser abaixo ou igual a 5,0%, fato esse comumente aplicado a países de clima frio, pois desta forma garante-se a impermeabilidade, ações pela neve e uso de descongelantes. E em países onde a temperatura não tenha significantes variações de temperaturas abaixo de 0°C, a percentagem de vazio, tende a ser entre 5 -8%. Segundo BLAZEJOWSKI (2010), a temperatura de produção do SMA pode ser definida de três diferentes maneiras, sendo a primeira variante, e menos indicada, o uso para os diversos tipos de CAP, a utilização de norma para definição da temperatura de produção, a segunda variante é a utilizar as especificações da produtora do CAP, mais utilizada para ligantes modificados e a terceira variante é através da relação viscosidade-temperatura, definindo intervalos de temperatura para a produção. Segundo MOURÃO (2003), o superaquecimento dos agregados prejudica a formação de filme espesso e estável de ligante betuminoso em torno dos agregados o que pode se agravar se tiver pequeno teor de areia na composição da mistura de agregados. Segundo PROWELL et al. (2009), muitos estados dos Estados Unidos exigem o uso de sistemas de transferência de massa (MTV – Materials Transfer Vehicles) para pavimentação com SMA, com intuito de melhorar a uniformidade da densidade “in-situ”, a suavidade e a redução da segregação. O uso deste sistema de transferência de massa permite a melhoria efetiva da variação da temperatura na massa, pois promove uma uniformização da 106 temperatura de espalhamento, melhorando com isso as condições de compactação da camada (CHAVES, 2010a). A temperatura da massa asfáltica, na hora da compactação, não deve ser menor que 140°C, quando usado asfalto modificado e menor que 130°C, quando usado ligante convencional (NAPA, 2002). Porém segundo LANCHAS(1999 apud MOURÃO, 2003) a experiência mostra que se obtém melhores resultados quando a temperatura é de 130°C a 165°C. Alguns países utilizam o “grit”, que é uma fina camada de agregado miúdo que deve ser lançada e compactada sobre a superfície do SMA ainda quente, para aderir a superfície. O grit é utilizado para aumentar o atrito inicial, que em geral é baixo após o lançamento e compactação do SMA, causado pela camada de ligante que recobre os agregados da superfície. O lançamento do grit e compactação ainda quente sobre a camada recém compactada e ainda quente de SMA tem a finalidade de quebrar a camada de ligante sobre o agregado graúdo e devido a microtextura do gritting lançado e compactado que ocorre a quebra da película de água, aumentando a resistência a derrapagem do SMA. Sem a camada de gritting o processo de desgate da camada de ligante sobre os agregados se dá com a passagem do tráfego, porém mais lentamente. A FIG. 3.12 (a) apresenta o aspecto do grit incorporado à camada de SMA, e a FIG. 3.12 (b) mostra um exemplo de aplicação do gritting, com equipamento incorporado ao rolo compactador. Segundo BLAZEJOWSKI (2010), o grit usualmente em diferentes tipos de agregados, conforme TAB. 3.8, sempre lavado e aplicado quente, com temperatura acima de 110ºC, pois abaixo desta temperatura não se consegue a adesão do grit com o ligante superficial do SMA. Após a aplicação do gritting e a camada de SMA ter resfriado, deve-se executar a remoção do excesso de gritting que não aderiu ao SMA. 107 (a) (b) FIG. 3.12 – (a) Partículas de gritting sobre a camada de SMA e (b) Aplicação e compactação da camada de gritting (BLAZEJOWSKI, 2010). TAB. 3.8 – Diferentes tipos e taxas de gritting que podem ser utilizados (BLAZEJOWSKI, 2010). Passando nas peneiras Retido nas peneiras Granulometria Taxa de mm ABNT mm ABNT Aplicação (kg/m²) SMA 0/11 4 ou 5 # 5 ou #4 2 #10 1a2 SMA 0/5 ou 0/8 2 #10 0,25 #60 0,5 a 1,5 Todas Granulometrias 3 #7 1 #18 0,5 a 1,5 Para utilização em aeroportos o grit deve ser de granulometria ≤ 4,0mm, para reduzir o risco de danos por objetos estranhos (Foreign Object Damage - FOD). O FOD também tem o significado em inglês de detritos estranhos (Foreign Objects Debris) sendo desta forma qualquer objeto localizado em local inadequado no ambiente aeroportuário que tem a capacidade de provocar danos ao aeroporto, ao pessoal ou provocar danos às aeronaves. Pode inclui uma ampla gama de materiais, incluindo peças soltas, fragmentos do pavimento, suprimentos de abastecimento, materiais de construção, pedras, areia, peças de bagagem, e até mesmo animais. O FOD deve ser prevenido das seguintes áreas: terminal de carga, áreas de estacionamento, taxiways, PPD e cabeceiras (FAA, 2009). O uso do grit pode gerar uma diminuição da macrotextura e possivelmente a utilização do grooving, elevando o risco de FOD (PROWELL et al. 2009). PROWELL et al. (2009) analisou a capacidade do SMA em receber as ranhuras características do grooving, para isso, uma placa de 51 x 51 cm com agregado granítico. Para as medições de textura e atrito foram ASTM E 2157 - Medido de Textura Circular (CT) e a norma ASTM E 1911 utilizando o equipamento Dynamical Friction Tester (DF Tester), respectivamente. As ranhuras seguiram as normas da FAA (6 x 6 mm) e foram na forma radial, de forma que as medições de atrito sejam medidas pelos dispositivos de forma como se fossem medidas da forma norma ( a 90 graus) para o percurso da medição, a FIG. 3.13 (a) ilustra a aplicação do grooving após o polimento com um dispositivo criado pela NCAT para simular o desgaste em rodovias de alto tráfego, e que foi adequado para cargas de aeronaves, passando a sobrecargas sobre as rodas de 20kg para 61kg, e os pneus foram inflados a uma pressão de 345kPa (50psi), conforme FIG. 3.13 (b). Este ensaio foi utilizado comparações com o DF Tester e utilizou-se também o método IFI, comparando ambos a 65km/h, sendo que 108 para antes do teste os valores foram baixos (0,12 e 0,16) respectivamente, porém após 250 ciclos do dispositivo os valores ficaram constantes e houve um aumento devido a retirada do filme fino dos agregados, ficando valores após 20000 ciclos de ( 0,36 e 0,31) respectivamente. Pode-se desse ensaio verificar que não houve evidencias de desintegração de agregados nem soltura dos mesmos, porém os ensaios foram realizados em laboratório. (a) (b) FIG. 3.13 – (a) Placa de SMA com grooving radial, após o polimento (b) tipo de polimento utilizado. (PROWELL et al., 2009) Segundo CAMPELL (1999) e de acordo com a Norwegian Civil Aviation Administration – NCAA, no caso do uso do SMA, não há necessidade da utilização do grooving, sendo uma das vantagens principais sobre o CA convencional, pois o SMA tem boas propriedades de atrito e estabilidade. O SMA 11 muito utilizado pela NCAA tem uma profundidade de textura (macrotextura) de 1,2 a 1,8mm dependendo do tamanho máximo dos agregados, da temperatura e homogeneidade da mistura durante a compactação. Antes de abrir uma seção de estrada recém-pavimentada com SMA para o tráfego, devese confirmar seu arrefecimento adequado. Caso se permita o tráfego da camada de SMA ainda estiver quente pode causar deformação de trilhas de rodas prematuras e a liberação do mástique em forma de exudação. Alguns regulamentos determinam a abertura ao tráfego somente após 24 horas depois do lançamento e compactação, ou pelo menos, quando a temperatura no meio de uma camada seja pelo menos 30° C. A prática comum é somente liberar o tráfego somente quando a temperatura do interior da camada seja equivalente a temperatura do ar, e quando deseja-se uma abertura prematura, pode liberar o tráfego somente 109 para veeículos levess. (BLAZEJJOWSKI, 22010). 3.8. A UTILIZA AÇÃO DA MISTURA A SMA EM M PAVIME ENTOS AE EROPORTU UÁRIOS NO MU UNDO Connsiderando a grande quantidade q dde aeroportos em todo o o mundo, o uso do SMA S em aeroporrtos é restrito a poucos, sua maioriia na Europaa, Austráliaa e China, seendo que Noruega e China qque possuem m mais aerop portos com pistas pavim mentadas co om SMA. Esttão relacionnados a seg guir, alguns dos paísess que possu uem aeropoortos com pistas p de m pavimentaadas com S SMA. São também aprresentadas aas caracteríssticas de pouso e decolagem cada tippo de mistuura SMA nestes n aeropportos. Os dados foram m coletadoos por CAM MPBELL (1999) e PROWEL LL et al. (20 009). 3.8.1. N NORUEGA A AN NCAA ou (Luftfartstisy ( synet) em N Norueguês, opera o 46 aeeroportos naa Noruega com 7,6 milhõess de m² de pavimento, sendo 97 ppor cento de d pavimenttação asfálttica. Desde 1992, o SMA teem sido usaddo em 15 aeeroportos. N Nos primeirros três anoss utilizou-see a mistura de SMA 0/16 mm m, logo apóós mudou para uma miistura SMA A 11 mm. E na sua últim onstruída ma pista co alterou sua granuulometria para 0/8 mm m. Devido o a desintegração (raaveling) e umidade u relatadaas após o usso de um no ovo produtoo para degelo. Estes pro oblemas acoonteceram tanto t nos pavimenntos com SM MA quanto o nos pavim mentos de CA A convencional. O ttipo do cim mento asfáltiico e tipo e quantidadee de aditivo os que foram m utilizadoss variam dependeendo do clima c de cada c regiãoo. Segundo o CAMB BELL (19999), 16 aeeroportos norueguueses utilizaaram SMA nas suas PP PD, sendo 10 1 com SMA A 11, 5 com m SMA 16 e 1 com SMA 8.. O ppavimento mais antigo com SM MA (Aeropo orto de Molde, pavim mentado em m 1993), recebeuu tratamentoo com agentte rejuvenesscedor em 1997, 1 2000 e 2005. Práática que vem sendo utilizadaa além de camada c pinttura de imppermeabilizaação (fog seeal) na man anutenção das pistas da NCA AA. Destacaa-se o uso do SMA no aaeroporto de d Oslo Gard dermoen. 110 Seggundo LAN NGE et al. (1999 apuud CAMBE ELL, 1999) em seu eestudo do SMA S na Noruegaa: As medições de atrito a nas ppistas com SMA mostraram que as superfíccies com SMA 11 possuem m as mesm mas proprieedades de atrito que pista de Concreto C Asfáltico com grooving de TM MAS 11mm m; O SMA A é mais resistente r a deformação permaneente que o concreto asfáltico comum m; O SM MA necessitta de maiss manutençção preventiva nos 110 primeiro os anos, comparrado ao CA A comum; O paviimento com m SMA perm manece mais tempo na "condição m molhada" depois d da chuva, o que pod de levar a mais aplicaações de produtos parra degelo na n pista, durantee a temporada de invernno, naquelee país. 3.8.2. B BÉLGICA OS SMA é utilizado na Bélgica em 2 aeroporto os regionais, Antwerp e Ostend, operados o pela Fleemish Airpoorts Authority. Antes ddestes aerop portos, a Fo orça Aérea B Belga inicio ou o seu uso em m alguns dee seus aeródromos. S Segundo a Flemish Airports A Auuthority, am mbos os aeroporrtos apresenntam boas caaracterísticaas de atrito com c pista úmida e secaa, entretanto o o atrito nos prim meiros mesees de uso fo oi baixo. Seggundo PROWELL et al. a (2009), o Aeroporto o Internacio onal de Bruuxelas, iria recapear utilizanddo SMA suua pista prrincipal, porrém o testee em laboraatório com Pêndulo Britânico B indicou que aproximadamentee o dobro dda quantidaade de agen nte de degeelo seria neecessário para o S SMA, em comparação c o com a cam mada antideerrapante uttilizada, asssim, a utilizzação do SMA coomo pavimeento da superfície foi ssuspensa e uma u camada antiderrappante foi ex xecutada em seu lugar. 3.8.3. D DINAMAR RCA O Aeroporto de Copen nhagen, na Dinamarcaa, possui SMA na ssua PPD principal p (compriimento de 3600m 3 x larrgura de 422m). É relatado que o resultado r doo ensaio de mancha 111 de areiaa ficou entrre 0,64 e 0,,70mm, o qque é baixo o em termoss de macrottextura. Nãão houve reciclaggem do SMA A na manutenção do paavimento deevido ao uso o das fibrass. Na pista princcipal, a supeerfície foi sselada com produto a base de alccatrão após 10 a 15 anos dee serviço. A análise da SMA da suuperfície in ndica que o ligante nãoo envelheceu muito, mesmo após 20 annos. Indican ndo que a ggrande quan ntidade de ligante l é nuuma boa práática em termos dde durabiliddade. 3.8.4. ALEMANH HA Apeesar do SM MA ter sido inventado nna Alemanh ha, os aerop portos alem mães na suaa maioria utilizam m concreto asfáltico normal. n Em m estudos desenvolvid d dos pela FG GSV em 2005, foi desenvoolvido a “M Mekblatt”, ou o guia de cconstrução de aeroporrtos com assfalto, o que sugere duas graaduações dee SMA, 0/8 8S e 0/11S, que são basseadas nas especificaçõ e ões da norm ma ZTVAsphaltt StB 01. Sendo S a graduação 0//8S sugerid da para locaais com meenor solicittação de cargas. A designaçção “S” é dee “schwer” de pesado e refere-se ao fato de nnão ser permitido o uso de aareia naturaal nas misturras SMA. Na Alemanha o Aeroportto de Hambburgo foi reecapeado em m 2001 com m SMA, num ma faixa granulométrica nãoo típica do SMA, istoo é, com marcada m desscontinuidadde (FIG. 3.14). Na c polímeero Sasobit (35%) e teeor de 7% e utilizado 4,0% de ocasião foi utilizaddo ligante com fibras de celulose. F FIG. 3.14 – Granulometri G ia SMA utiliizada no Aerroporto de Haamburgo (traaço contínuo), em tracejadoo uma granullometria típicca descontín nua de SMA (PROWELL L et al., 2009) 112 u o SMA na pista dda Base Aérea A de A Força Aéreea dos Esttados Uniddos utilizou Spangdaahlem na Alemanha. A Em 2007, o revestim mento prim mário de 500mm foi frresado e substituuído por um m recapeameento de SMA A, de acordo com a norrma ZTV A Asphalt StB B 01 com granulometria 0/111. Na ocasiãão foi utilizzado o “gritt”, porém, para p evitar danos as aeeronaves (FOB) foram retirradas as partículas soltas do “grit” so olto com jaateamento de água pressuriizada. Deviddo a algunss problemass antes da ex xecução do SMA com m chuvas exccessivas, o SMA com baixoo volume dee vazios, poode-se notaar umidade em alguns pontos da pista p ea formaçãão de bolhaas de pequeeno diâmettro na pistaa. O grooviing não foi utilizado na n pista, porém ffoi utilizadoo o grit paraa aumentar o coeficien nte de atrito inicial até o desgaste do filme de ligannte sobre a superfície s pelo p tráfegoo e pelas inteempéries (F FRAGA, 20007). O aaeroporto coom maior destaque d naa Alemanha com o uso de SMA é o de Frank kfurt, na sua pistta Norte, coonhecido co omo Fraport rt. Tornou-sse famoso não n somentee pela utilizzação do SMA naa capa de roolamento, mas m também m pelo modo o atípico de reconstruçãão da pista antiga a de Concretto Portland. A pista de 4000m de ccomprimen nto pode 60 m de largurra foi execu utada em 2 anos ssem o seu fechamento f , com aberttura de 15m m de larguraa, executanddo-se 4 cam madas de asfálticaas segundo as normas alemãs, connforme se observa o na TAB. 3.9. Além de utilizar u o SMA, eexecutou-se todo pavim mento asfálttico, para issto se utilizando de cam madas bem abertas, em 3 ettapas, fora a execução da capa asffáltica SMA A, incluindo o a demoliç ão do trech ho antigo que era em Concreeto Portland d, isto durannte o período um 7,5 ho oras T TAB. 3.9 – Característica C as do projetoo de pavimen ntação do aerroporto de Frrankfurt/Maiin (J. RETT TENMAIER,, sem ano) Tip po da camaada Tipo e Fibras F Espessura asfáltica % Ligan nte (Tipo / %) (cm) SM MA 0/11 S PMB P 45A – 6,7% VIATO OP 66 – 0,5% % 4 B BI 0/22 S PMB P 25A – 4,3% VIATO OP 66 – 0,5% % 12 AT TS 0/32 CS PMB P 25A – 4,2% VIATO OP 66 – 0,5% % 24 AT TS 0/32 CS AC A 30/45 – 4,2% VIATO OP 66 – 0,5% % 24 3.8.5. IITÁLIA 113 Seggundo FRAGA (2007),, a Base Aéérea de Aviaano na Itália foi a prim meira pista da d Força Área doos Estados Unidos U (USA AF) a ser uutilizado o SMA, S que recebeu r a caamada de 50 0mm em 1999, seguindo baasicamente a norma U UFGS 6S-32 2 12 17 parra produzirr um SMA 0/15 da norma iitaliana, porrém com alg guma exceç ões por exeemplo: Porcenntagem de material m pas sante na peneira nº 8 fo ora da faixaa especificad da; Foi utiilizada uma compactaçção de 75 go olpes ao invés de 50 goolpes; VAM aparentemeente menor que o espeecificado, reesultando nnum teor dee projeto menorr que o especificado (5,,4%); Não see utilizou fib bras. Um ma vistoria realizada r em m 2006 connstatou quee não foi reealizada nennhuma man nutenção durante o 7 (sete)) primeiros anos, som mente desem mborracham mento. O cooeficiente de d atrito vimento nãoo contendo ranhuras r (g grooving). FFoi observad do que a relatadoo é bom, meesmo o pav superfíccie demora mais m para seecar após um ma chuva, comparando c o-se com um m concreto asfáltico comum. O ddesemborraachamento é executadoo na pista 2 vezes ao ano, com jjateamento de água pressuriizada, não mostrando m sinais s de deesagregação o desta form ma não apreesentando daanos por partículas soltas. O que podee ser devidoo ao uso do d polímero o SBS e a m maior espessura da películaa de ligante. Na pistaa foi obserrvada diferrença entree as faixas de pavim mentação, indicanddo que a miistura SMA está varianndo durante a construçãão. Esse prooblema até a data da vistoria não resultoou problemaas de desem mpenho. omente um ma trinca traansversal Nãão foram obbservadas trrincas e fisssuras longiitudinais, so refletidaa do final da d placa de concreto c noo final da piista. Durantte inspeção de 2000, ob bservouse que a havia umiidade migraando até a ssuperfície do d pavimen nto. Algumaas manchas de água foram oobservadas (em 2006 6) perto doo acostamen nto, indicando que uum pouco de água continuaava a migrrar para a superfície ddurante perríodos maiss quentes ddo ano. Não houve deteriorração nessass áreas man nchadas, asssim que estte fluxo de água atravéés da superffície não pareceuu ser um graande problem ma. 3.8.6. R REINO UN NIDO OR Reino Unidoo já possui algumas a pisstas de aero oportos paviimentados ccom SMA, porém é 114 comum utilizar o SMA S para faazer remenddos nas cam madas de CP PA, utilizaçãão e reinteg gração de m pequenas áreas da pissta. juntas dde pistas em No Reino Uniido, segundo CAMPBE ELL (1999)), os custoss para o SM MA comparaado com concretoo asfáltico tradicional são similarres, emboraa que os beenefícios doo uso do SM MA com boa texxtura e duurabilidade tornem o SMA em m longo prrazo uma solução dee maior rentabilidade. OA Aeroporto de d Norwich teve a sua pista subsidiária paviimentada coom SMA no o ano de 2001. A pavimenntação teve como objettivo de pro over benefíccios de supeerfície com mo atrito, flexibiliidade na pavimentaçã p ão e apressentar poten ncial resisttência a trrincas de reflexão. r Utilizouu-se uma caamada de 30 0 mm de esppessura. OA Aeroporto de d Prestiwicck recebeu o SMA 0/1 14 mm de graduação g nna sua segun nda pista de pousso, que posssui 1830m de comprim mento com um adicion nal de 150m m de stoway. A pista é usadaa atualmentte para estacionar C55 Galaxy militar m aeron naves e quuando no modo m de tratamennto compleeto, aceitaráá MD11 aerronave. Medições de atrito a na pissta atual são o boas e espera-sse que aum mentar aind da mais aoo longo do o tempo. Não N há relaatos de prroblemas operacioonais associiados a paviimentação nno aeródrom mo. O A Aeroporto de St Angeeo em Ennniskillen na Irlanda do o Norte foii pavimentaado com 40.000,000 m² de SM MA em 199 99. Porém nnão há dado os como ind dicadores dde desempen nho, tipo de mistuura, e outros fatores. 3.8.7. M MÉXICO SM MA foi utilizzado no México nos aeeroportos dee Mexicali, Baja Califoornia, Guadalajara e Jalisco. A pavimenntação da pista de Mexiicali ocorreu em 2004 e 2005 e o SMA foi ex xecutado sobre a pista anttiga de plaacas de cooncreto Porrtland. No Aeroportoo de Guaalajara a pavimenntação com SMA ocorrreu na em uuma das pisstas em 2005. Am mbos aeropoortos de Guadalajara e Mexicali utilizaram u polímero moodificado CAP-20 e uso de ffibras, em forma f de peeletes comppostos de fib bra e ligantee asfáltico. E Em Guadallajara foi utilizadoo polímero SBS. Os ag gregados uttilizados no o México sãão de boa qqualidade attendendo todos os requisitoss para uma boa misturra SMA. O que chamaa atenção nna mistura utilizada u nestes aeroportos é a quanttidade de ppó passante na peneiiro n° 2000, que em geral é 115 normatiizada de 8 a 12 por cen nto e no casso foi utilizzado a faixaa de 3 a 6 ppor cento. Também T foram uutilizados 75 7 golpes do d compacttador Marsh hall para a compactaçção em laboratório, tendo coomo projetoo 4 por centto de volum me de vazios. O ppavimento do d Aeroportto de Guadaalajara apressentou desaagregação de aproximadamente 2,5 cm de profundiidade, próxiimo ao locaal ontem a aeronave a naa decolagem m sai do solo, pois a camadaa amoleceu quando saaturada de uumidade. Os locais forram corrigiddos com reemendos, sem maaiores probleemas. Estass áreas saturradas pela umidade u ind dicam baixaa densidadee in loco. Sendo qque pode accontecido: baixo b VAM , alta energia de compactação em m laboratório o e baixa percentaagem de fíleer passante na peneira nn°200. 3.8.8. E ESTADOS UNIDOS Connforme relaata PROWE ELL et al. ((2009), atéé aquela datta não haviaam aeroporrtos com pistas dde pouso e decolagem m pavimenntados com m SMA. No o Aeroportto Internaciional de Indianappolis em 2005, 2 uma faixa f na pissta de taxiaamento “H”” de aproxim madamente 30m de largura por 550 m de compriimento foi pavimentad da com SM MA. Que coonsistiu em fresar a materiall antigo e coolocar cercaa de 7 cm dde uma misttura Superpaave 19mm T TMAS e um ma SMA 12,5mm m TMAS coom 4,5 cm.. Para o SM MA foi utillizado a no orma de esttradas do esstado da Indiana (Indiana Section 410 0), porém, pela espesssura utilizada na pistaa, recomend dação da 2,5mm, poiis a Indian na DOT (D Department of Transpo ortation) FAA, uutilizou-se o SMA 12 tipicameente utilizaada SMA 9,,5mm. A nnorma INDOT Section n 410 especcifica que a mistura SMA ddeve estar dee acordo com a AASH HTO PP 41 e AASHTO MP8. No trecho fui utilizado u um m ligante assfáltico PG 76-22, escó ória de aciarria com abrrasão LA e 12,5 % e 2 tiposs de calcáriio para com mpor os fino os, formand do uma misstura de Gsb=3,223. Utilizarram-se fibraas de celulose no teorr de 0,3%. O VAM da mistura ficou com m 18,2%, resultanndo numa mistura m de teeor de asfaltto de 5,6% e 4% de vazzios. Apóós a constrrução foram m constatadaas algumas manchas brancas b em marrons pró óximo as juntas, m mas não aoo longo de toda t a pistaa, algumas acompanhad a das de ponttos que levaantaram. As mannchas foram atribuídas a materiais deletérios que q reagiram m com a águua do pavim mento. Em m inspeção realizada por p um pprojetista em e 2006, foram f notaddas ainda algumas elevações e manchhas, porém muitas meenos relatad das após a construçãoo. Ensaios de d atrito 116 realizaddos na pista de taxi “H H”, mostraraam que o treecho possuii o melhor ccoeficiente de atrito do aeropporto. Outrro detalhe verificado v é que foi neccessária um ma pintura addicional praa melhor cobrimeento do pavimento. Em mbora não see tenha enccontrado pisstas com SM MA nos Esstados Uniddos, a USAF F possui pistas aaeroviárias pavimentad p das com SM MA. Segund do FRAGA (2007), em m Aviano (Itália) ( e Spangdaahlem AB (Alemanha) ( ). 3.8.9. C CHINA AC China é o país que maiis possui aeeroportos co om pistas paavimentadaas com SMA A. Como pavimenntos antigoss são recapeados, o SM MA é a misstura normaalmente utillizada com base em informaações da Civvil Aviation n Administraation of Ch hina (CAAC C). O Aerooporto Interrnacional de Pequuim (Beijingg) foi pavim mentado com m SMA em m 1999. Dessde então, m mais dez aeeroportos foram ppavimentados com SM MA num tootal de 11 dos 22 aerroportos chiineses. Alg guns dos benefíciios relatadoos para o uso u do SM MA na Chin na são: resistência a ddanos causaados por derramees de óleoo e combu ustível, resiistência à derrapagem m, maior ddurabilidadee, baixa manutennção, redução das trinccas por refleexão, e men nor custo do ciclo de vidda. O A Aeroporto Internacion nal de Beijjing foi o primeiro a utilizar S MA em su ua PPD. Originaalmente a pista p foi con nstruída em m Concreto Portland, em 1954, e possuía 40cm 4 de espessuura nas borddas e 35 cm no meio daa pista. Dev vido probleemas com a reatividadee alcalissilica noo concreto em 1996, foi f realizadoo reparo, co olocando-see manta de material nãão tecido de 50cm m de larguraa sobre todaas as juntas e fissuras e sobrepond do o concretto asfáltico. Que na época cconsistiu de uma base de 8cm de CA conven ncional, 7 cm de camaada de ligaçção com CA connvencional e uma capa de d 6cm de S SMA-16. O ddesempenhoo da pista é consideraddo bom, ex xiste deform mação perm manente de cerca de 1cm dee profundidade no finaal da pista onde os aviões a esperram para ddecolar. A pista p foi fechadaa em 2004 para p aplicaçção de mateerial selante "Sealmasteer" para resstaurar a corr escura. Um sprray de águaa de alta preessão (sem produtos químicos) q é usado a caada dois meeses para removerr o acúmulo de borraccha. Glicol é usado du urante o inv verno para remoção dee neve e gelo. GA AGNON (22008) relaata que oss menores defeitos na n pista obbservados foram f a 117 deformação permanente, trincas na superfície e remendos de serviços elétricos e os problemas mais sérios foram nas interseções da pista com a pista de taxiamento. A pista oeste que fora construída em 1980 foi recapeada em 2000 com SMA. Foi utilizado nos 200m finais da pista o asfalto natural do Lago de Trinidad com polímero SBS. Ocorreram alguns problemas com controle de qualidade da mistura durante a construção, que resultou em manchas provenientes do alto teor de pó acrescido na usina e também da areia que estava sendo utilizada. Reparos foram feitos duas a três vezes no final da pista, mas a pista não pode ser paralisada por tempo suficiente para fazer reparos com a profundidade necessária. Como resultado, reparos com fresagem e remendos são usados em uma base periódica para manter superfície em condições de operação. Os detalhes de projeto são os seguintes: CAP 100/120 modificado com 3% de Polietileno de baixa densidade (LDPE) e 3% do polímero SBS, produzindo assim um PG 70-22; Agregado graúdo de basalto e agregados finos de calcário e areia natural; Fíler de pó calcário; Aditivos Estabilizantes: Fibras tipo Viatop 66 em péletes, fornecido em sacos plásticos de 4,5kg e inseridos diretamente na tremonha de pesagem da usina durante a produção de cada batelada. O tempo de mistura do agregado seco foi aumentado de 5 a 15s e no ciclo molhado foi acrescido 5s para assegura uma completa mistura. Granulometria, conforme TAB. 3.10: TAB. 3.10 – Granulometria do SMA utilizado no Aeroporto Internacional de Beijing. Tamanho da peneira, mm (in) % Passando 19(3/4) 100 16(5/8) 95-100 13,2(0,525) 72-92 9,5(3/8) 54-72 4,75(N°4) 25-40 2,36(N°8) 17-31 1,18(N°16) 14-26 0,6(N°30) 10-22 0,3(N°50) 8-17 0,15(N°100) 7-15 0,075(N°200) 7-11 118 Parra pavimenntação do aeroporto a fforam utilizzadas 4 paavimentadorras escalon nadas. A mistura foi entreguue na pista uma u temperratura mínim ma de 160 °C, ° com reccomendação o de 170 a 180 °C C. Parte da mistura foi selecionadda e polvilhaada ao long go das juntass longitudin nais para evitar desagregaçãoo. Não houv ve citações do uso de gritting. g mento de A ppista do Aeeroporto Intternacional de Harbin também foi construídoo em pavim concretoo, isto em 1979 e com m 2200m dee comprimeento e com m 45m de laargura. A espessura estruturral total hoje da pista é de 31-344cm de paviimento de concreto, c 66cm de basee de CA convenccional, 7cm m de SMA--20 e 5cm de SMA-13. Os recap peamentos com asfaltto foram executaados no ano de 2002. Primeiramennte antes da execução do d recapeam mento foram m seladas as juntaas e trincas das d placas de d concreto,, utilizando--se grouting e foram ccolocadas mantas m de materiall não-tecidoo, para retaardar as triincas de reeflexão. Os materiais empregado os foram similarees ao do Aeeroporto de Beijing, poorém a granu ulometria utilizada u foi SMA-13. A cidade tem um inverno riggoroso de atté -40°C, e ppara isso foram tomadaas as seguinntes medidas: Asfaltoo de penetrração 130m mm com ad dição de polímero SB BS produziindo um ligante PG 64-32; Uso dee 0,5% de fib bra. Forram relatadaas várias dee trincas apóós a constru ução e após o segundo inverno. ConcluiuC se que aas trincas eram térmicaas causadoss pelo moviimento das placas de cconcreto e o asfalto de recaapeamento e principallmente peloo congelam mento do solo s abaixoo das placaas (frost heavingg). GAGNO ON(2008) reesume que os principaais defeitos são as trinccas transverssais, não há deforrmação perm manente e que q as trincaas são de orrigem térmica e não rellacionados a carga. 3.8.10. Á ÁFRICA DO D SUL No Aeroporto de Johanesburgo, em 11999 foram m executadass 3 diferentees faixas tesstes com misturass asfálticas diferentes (JOUBERT ( T et al., 2004 4), sendo elaas: CA 0/119mm – Con ncreto asfálltico denso convencion c nal; SMA 0/9mm 0 – Co om os seguiintes parâm metros: CAP 40/50 - teeor de 7,1% , vazios de 5,77%, estabiliidade de 66,7kN, com m 17% passsante na ppeneira 2,3 36mm e densidaade aparentee de 92%; CPA 0//13mm – Caamada Poroosa de Atrito o. 119 Toddas as faixaas teste forram executaadas na áreea de pouso o, uma zonna com altaas cargas dinâmiccas. O objettivo da seçõ ões testes é a comparação das missturas quanndo a integridade da superfíccie e testess de superffície, assum mindo supeerfície sem grooving. Foi dada especial atenção as caracterrísticas de atrito das ssuperfícies, macrotextu ura e quantto a acumullação de borrachha. Quando ao a SMA os resultados são os segu uintes: GN (Grrip number)) : inicialmeente 0,64 e após 5 mesees: 0,71; Macrottextura: iniccialmente 1,,33mm e ap pós 5 meses: 0,9 mm. Em m resumo doo teste execcutado, podee-se afirmarr que a cam mada de SM MA possui melhores m caracterrísticas quee as outras misturas. Quando ao o atrito, a camada dee CPA tem m ótimas caracterrísticas, porrém sua du urabilidade é menor que as outras. Quantto a seção de CA convenccional demoonstrou pobres caracterrísticas de atrito, a necessitando do ggrooving. 3.8.11. A AUSTRÁL LIA Em m 1998, 16000 m² do pátio p domééstico do Aeroporto A de d Internaciional de Caairns foi pavimenntado com SMA, ondee foram utillizados cercca de 200 t de SMA. O desempen nho deste trecho é relatado como muito bom e mellhor do que CA conven ncional usaddo em outraas partes do aeróddromo. Ele exigiu pouca ou nenhuuma manuteenção até 2007. No enttanto, nas primeiras p quatro a seis semannas após a pavimentaçã p ão do pátio era necessáário varrer ccom frequên ncia para removerr pedras solltas, muitas vezes depoois de cada movimento m de manobraa das aeronaves. As pedras fforam apareentemente arrancadas a da superfíccie pelos pn neus quentees dos aviões. Uma solução foi molharr a superfíccie que minnimizar o problema. p Este E problem ma poderia ter sido evitado utilizando-se usando um u ligante m mais rígido. Em m 2005, todoo o pátio com c 32.0000 m² foi pav vimentado com 50mm m de SMA 12,5mm TMNA,, a graduaçãão especificcada para o pátio seguee na TAB. 3.11. Foi uutilizado um m ligante chamaddo multigradde 1000/320 0, encontraddo na Austráália e foi utiilizado 0,3 a 0,4% de fibras. f 120 TAB. 33.11 – Granuulometria do SMA utilizaada no pátio do Aeroportto de Cairns ((CAMPELL L, 1999) neira, mm (iin) % Passsando Tamanho da pen 19(3//4) 100 13,2(0, 525) 100 59 9,5(3//8) 47-5 6,70(N N°3) 32-4 42 4,75(N N°4) 26-3 34 2,36(N N°8) 19-2 25 1,18(N N°16) 14-2 20 0,6(N°°30) 12-18 10-14 0,3(N°°50) 0,15(N°°100) 11,5 8,5-1 0,075(N N°200) 7,5-9 9,5 nal de Sidneey foi execu utado um treecho experim imental de SMA S em No Aeroporto Internacion 1999. F Foi utilizadoo um SMA 19 TMNA A, onde a prreocupação principal fo foi a introdu ução das fibras, qque poderiaa causar um m impacto naa produção. O resultado o deste trech cho experim mental foi uma supperfície abeerta em certta porção doo trecho, on nde se acred dita que o pproblema tenha sido a probleemas operaacionais de transporte do materiaal, que resu ultou numaa massa com baixa temperaatura de com mpactação. Em 2003, o trecho ap presentou deesagregaçãoo gerando perigo p de danos ppor objetos (FOD), foi realizado uum tratamen nto na superrfície para ccorrigir o problema p em 20044. 3.8.12. S SUÉCIA CA AMPELL (1999) não reelata os locaais do lançaamento do SMA S neste ppaís, especiificações que forram utilizaddas, problem mas executtivos, porém m informa que a Suéccia não relaata bons resultaddos com suua utilizaçãão de SMA A em aerop portos, e segundo a aadministrad dora dos aeródromos militarres são relattados os segguintes prob blemas: Sensibiilidade a derramamentoo de combu ustível e aos produtos ddo degelo; Baixa resistência r a derrapagem m devido a fina camad da de ligantee nos agregaados; Algunss problemass de segregaação e; Baixa resistência r nos n locais dde manobrass e curvas; E ddevido a esttes problem mas a Suéciaa não utilizaa o SMA, porém p é relaado que hou uve bom desempenho ao norrte do Circu ulo Ártico. 121 3.8.13. E ESPANHA A RETTENMAIER (2007),, cita 6 aerooportos espanhóis que utilizam SM MA em suaas pistas de pousso e decolaggem, porém não constam m dados do os mesmos, sendo eles: Aeropoorto de Córd doba; Aeropoorto Madrid d-Barajas (A Ago/2000); Aeropoorto El Hierrro (Ilhas Caanárias – Deez/1998); Aeropoorto de La Gomera; G Aeropoorto Teneriffe Sur-Princcesa Sofía; Aeropoorto Melilla. 122 4 ESTUDO DE CASO – NOVO AEROPORTO DA GRANDE NATAL Para realização deste estudo utilizaram-se dados e materiais provenientes do Aeroporto da Grande Natal, situado em São Gonçalo do Amarante, localizado no Estado do Rio Grande do Norte, que teve sua pista de pouso e decolagem executada pelo 1° Batalhão de Engenharia de Construção, organização militar do Departamento de Engenharia de Construção do Exército Brasileiro. Utilizaram-se dados do projeto do pavimento do aeroporto, de maio de 2007, dados provenientes do controle tecnológico durante a execução da pista pelo 1° Batalhão de Engenharia de Construção, resultados de ensaios de atrito realizados na pista de pouso e decolagem, foram utilizados os solos do subleito e sub-base e brita graduada da base para realizar ensaios mecânicos e foram utilizados os agregados pétreos para estudo de traço de SMA. O aeroporto localiza-se em São Gonçalo do Amarante – RN, nas coordenadas 05° 47' 34" S 35° 19' 44" O, apresenta clima de tropical úmido, com temperatura média em torno de 28 °C, com temperaturas máximas médias de 30,5ºC. 4.1. PROJETO ORIGINAL EXECUTADO O projeto executado na pista do aeroporto de Natal é datado de maio de 2007, e foi realizado baseando-se nos conceitos e orientações previstas pela Circular Consultiva AC150/5320-6D, da Federal Aviation Administration (FAA) dos Estados Unidos da América, que, de maneira geral, são baseadas na aeronave de projeto que será aquela que, em um prédimensionamento para o tráfego previsto, venha a exigir maior espessura de pavimento. No projeto de pavimentos de aeroportos pelo método utilizado neste caso deve-se levar em conta o tipo do pavimento a ser utilizado. Neste caso será comentado e descrito somente aquilo relativo ao projeto correspondente para pavimentos flexíveis objetivo específico deste trabalho. 123 4.1.1. P PROJEÇÃO O DO TRÁF FEGO O ttráfego de projeto p do aeroporto a daa Grande Natal N consta na TAB. 4.1, e foi projetado p para 20 anos, com m base em dados d do anno de 2005, fornecidos pela INFR RAERO, quee são do Aeroporrto Internaacional Aug gusto Seveero que serrve atualmente a ciddade de Naatal e é comparttilhado com m Base da d Força A Aérea Brassileira. Nesta projeçãão foi lev vada em consideração a exppectativa do o incrementto da deman nda de voos charters e ligações regulares r internaccionais, prinncipalmentee Europa, e ainda foi levado em m conta o faato do sign nificativo potenciaal de proddução da Região R No rdeste de frutas trop picais parra exportaçção, que gradativvamente estta tornando o-se crescennte a demaanda por voos cargueeiros internaacionais. Neste cenário, o prrojetista inccluiu um trááfego simbólico de du uas novas aeeronaves, o Boeing B777-3000 e o Airbus A380, qu ue apresentaam o trem de d pouso maais complexxo do que ass demais aeronavves previstass. O Airbuss A380 é a aaeronave prrevista no plano p diretoor do aeropo orto para definir a geometriaa da infraesttrutura a serr implantadaa. T TAB. 4.1 - Tráfego T Anuaal Médio Prevvisto para o Horizonte dee Vinte Anoss (2005-2025 5) Número o de Decolageens A Aeronave Regular de d Passageiross Doméstico A310 A320 1762 A ATR 43 243 Vô ôos Charter 84 537 80 701 1 54 937 284 303 37 243 3 511 B737-300 2615 659 B737-400 2357 647 B737-700 2907 42 B747-400 691 34 B757-200 688 589 300 04 357 78 40 116 11 852 2 370 0 623 412 D DC 10-30 B777-300 368 86 412 370 574 511 1 688 8 B767-200 M MD-11 Totaal Internacionnal Domésticco Internacio onal B737-200 B767-300 Regular de Cargaa 162 119 97 32 32 2 11 72 657 7 9 5 14 4 5 5 A380 75 1857 Totall 124 O pprojetista innformou no o projeto quue como o comprimen nto da pistaa fora defin nido pela INFRAE ERO, foram m deixadas de ser reaalizadas as pesquisas de d pista dis isponível x peso de decolaggem x etapaa a ser cum mprida. Deesta maneira, o dimen nsionamentoo do pavim mento foi realizaddo na situaçção mais crítica, c isto é, para a aeronave tipo t no seuu Peso Máx ximo de Decolaggem, desta maneira num n potenciial de deseenvolvimento elevado do aeropo orto, não haverá nnecessidadee de reforço o na pavimeentação da primeira etapa de umaa futura con nstrução, no caso de um acrééscimo no comprimentoo da pista. 4.1.2. D DEFINIÇà ÃO DA AER RONAVE D DE PROJET TO Segguiu-se as orientações o previstas ppela Circullar Consultiva FAA-A AC 150/532 20-6D, a aeronavve de projetto será aquela que, em m um pré-d dimensionam mento para o tráfego previsto, p venha a exigir maioor espessuraa de pavimeento. As análises forram realizaadas para caada aeronav ve, todavia, em alguns casos, opto ou-se por agruparr alguns eqquipamentos possuidoores de carracterísticass semelhant ntes. O núm mero de decolaggens foi o enncontrado para o grupoo. O ppré-dimensionamento do d paviment nto flexível foi f realizado com o Méétodo do Co orpo dos Engenhheiros do Exército dos d Estadoos Unidos. Utilizou--se os grááficos da Circular Consulttiva AC 1550/5320-6D e os gráfiicos específficos de dim mensionam mento constaante nos manuaiss das aeronaaves (Airport Planningg) quando see tratam de aeronaves nnão abrangiidos pela AC 1500/5320-6D, a exemplo do d A320, A A380 e B777 7. Os resultados obtidos fo oram confeeridos com as espessu uras forneccidas pela planilha eletrônica F806FA AA.xls paraa os pavimeentos flexív veis, que sãão homologgados e disttribuídos pela FA AA e permiteem a análise para qualqquer número de decolaagens anuaiss. O ppré-dimensiionamento dos d pavimeentos flexíveis foi realiizado consiiderando o CBR do subleitoo em 20%, valor este que a FA AA-AC 150//5320-6D considera c m máximo adm missível, mesmo que no terrreno tenhaa um subleiito com CB BR com maaior valor. A maior espessura exigida foi enconttrada para a aeronave B747-400 com 44,4 polegadas, que é con nsiderada orto. Os dad dos do aviãoo de projeto o seguem aeronavve de projetoo do pavimeento flexíveel do aeropo abaixo: Aeronaave de Projeeto: Boeing B747-400; 125 Tipo do trem de pouso: Quatro Duplos Tandem Peso máximo de decolagem: 397,80 toneladas. As considerações dos projetistas com relação ao pré-dimensionamento devido ao uso de novas aeronaves na metodologia utilizada seguem abaixo, problemas esses que foram corrigidos na atualização da metodologia da FAA: A espessura do pavimento flexível para o A380 foi calculada para 1.200 decolagens anuais, em vista de não ser possível calculá-lo para tráfegos menores e não constar, ainda, dos programas da FAA. O A380 apresenta gráficos diferenciados para o trem de pouso Duplo-Tandem e Triplo-Tandem. Os programas da FAA apresentam entradas diferentes para os trens de pouso Duplo-Tandem e Rodas Duplas. Os valores lançados são os mais exigentes. A Aeronave A320 não possui entrada específica nos programas da FAA, portanto, não leva em consideração o maior afastamento existente entre os pneus em relação às aeronaves de Rodas Duplas usuais, resultando espessuras elevadas para os pavimentos, quando adotados os gráficos genéricos. Seguindo-se a metodologia preconizada pela Circular Consultiva AC 150/5320-6D, os trens de pouso das aeronaves componentes do mix de tráfego foram convertidos ao padrão do trem de pouso da aeronave de projeto. Em seguida são convertidos os números de decolagem para cada tipo de aeronave do mix de tráfego em decolagens equivalentes da aeronave de projeto, seguindo-se a metodologia que majora para aeronaves wide-body para 300.000libras, conduzindo a um número relativamente mais elevado de decolagens convertidas na aeronave de projeto. Assim sendo, segue na TAB. 4.2 o cálculo do número de decolagens da aeronave de projeto. Para a continuação do dimensionamento do pavimento de projeto é imprescindível o conhecimento pela metodologia aplicada o CBR do subleito, que foi encontrado CBR de 47%, que representa um solo de boa qualidade, porém para dimensionamento utilizou-se CBR de 20%, para definir a espessura máxima do pavimento. 126 TAB. 4.2 - Cálculo do Número de D Decolagens da Aeronavee de Projeto ((B747-400) Tipo do Fator F de Aeronavve Trem de Trem T de Decolagens Decolageens Anu uais Corrigiddas Peso Peso Máximo o Peso Máximo Corrigido Máximo Decolagem (libras) por Roda PPeso Máximo de D Decolagem Decolagens D daa Aeronave Pouso Pouso A310-3000 DTW 1 70 01 701 346120 300000 35550 157.00 702 A320-2000 DW 0.6 3037 1822 171737 171737 40272 77.90 1944 ATR433 DW 0.6 43 24 146 41005 41005 9739 18.60 76 B737-2000 DW 0.6 51 11 307 128598 128598 29899 58.33 282 B737-3000 DW 0.6 3686 2212 139991 139991 32128 63.50 2107 B737-4000 DW 0.6 3004 1802 150463 150463 35321 68.25 1800 B737-7000 DW 0.6 3578 2147 155049 155049 35584 70.33 2152 B747-4000 DDTW 1 52 85 852 876984 300000 35025 397.80 847 B757-2000 DTW 1 68 88 688 255952 255952 29211 116.10 625 B767-2000 DTW 1 37 70 370 317019 300000 34613 143.80 366 B767-3000 DTW 1 1197 1197 400653 300000 35213 181.74 1194 1 2 32 32 557992 300000 35625 253.11 32 DDTW 1 65 57 657 605500 300000 35400 274.66 657 B777-3000 TDTW 1 14 4 14 661993 300000 35213 300.28 14 DC-10-330 DDTW MD-111 (ton) Padrão A380 TDTW 1 5 5 744048 300000 35663 337.50 5 A380 DTW 1 5 5 497134 300000 35663 225.50 5 185 575 126522 Totais Númerro de decolagens da aeronaave de projeto Número ave Aerona 12809 B747-4 400 4.1.3. D DIMENSIO ONAMENT TO DO PAV VIMENTO FLEXIVEL F L O procedimennto básico utilizado pelos projetistas foi a norma AC 150/5 5320-6D, considerada conserrvativa nos seus resulttados. Basiccamente a metodologia m a utiliza ábaacos que tem com mo dados dee entrada o CBR do suubleito, o peeso máximo o de decolaggem da aero onave de projeto, e o númeroo de decolaagens anuaiss desta aero onave. A seçção típica bbásica de paavimento flexível para o aerroporto fico ou de acorddo com a FIG. F 4.1, uttilizada parra pista de pouso e decolaggem 12R – 30L, 3 pistas de táxi e páátio de estaccionamento o de aeronavves, onde prrevisto o pavimennto flexível. 127 FIG. 4.1- Seção típica básica para Pavimentos Flexíveis Alguns comentários foram realizados pelos projetistas dentro delas que a solução básica da FIG. 4.1 difere da estrutura projetada na espessura da base de brita graduada, ao qual foi adotado uma espessura ligeiramente superior, de (20 cm) para (24 cm) para que o pavimento dimensionado responda satisfatoriamente às solicitações do tráfego tendo em vista que o método apresenta a base mínima para aeronaves com 385.700 kg, enquanto que a aeronave de projeto apresenta o PMD de 397.800 kg; há previsão da operação de aeronaves mais pesadas, ainda não incluídas no manual de dimensionamento; há contaminação sempre presente em bases granulares quando executadas sobre solos finos, que tende a prejudicar o comportamento no decorrer dos anos; e eventual diferença executiva para menos que poderia prejudicar a capacidade de suporte total do pavimento. Os resultados obtidos foram checados pelos programas, LEDFAA 1.3 – Método de dimensionamento pelo método das camadas elásticas e F806FAA – Programa em Excel da AC 150/5320-6D – pavimentos flexíveis, ao qual obtiveram resultados aproximados, mostrando certas deficiências no mix de aeronaves. Outro comentário pertinente ao projeto é o que o subleito deve ser controlado seguindo a metodologia da FAA - AC 150/5320-6D, que determina que sejam observados determinados graus de compactação ao longo da profundidade do subleito. Os projetistas com análises realizadas com auxilio do programa FLAPS – Finite Layer Analysis Pavement Structures, chegou a recomendação que os 80 cm superiores do subleito, seja em áreas de corte como em áreas de aterro, terão uniformidade no grau de compactação, definido nas especificações como de 100% da densidade obtida nos Ensaios de Compactação com a Energia do Proctor Modificado e para as camadas inferiores foi removido até a cota - 60cm do topo do subleito e compactado a 95% da densidade obtida nos Ensaios de Compactação com a Energia do Proctor Modificado. 128 5 CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS E ENSAIOS REALIZADOS No final de março de 2011, foi realizada visita às obras de pavimentação da infraestrutura do Aeroporto da Grande Natal, situado em São Gonçalo do Amarante/RN, com intuito de coletar os materiais utilizados efetivamente em todas as camadas do pavimento, corpos de prova asfálticos e executar ensaios na pista de pouso e decolagem do aeroporto. A coleta dos materiais teve por finalidade moldar corpos de prova em laboratório com características similares as das camadas do pavimento, desta forma não necessitando de realizar retroanálise na pista, podendo realizar estudos mecanísticos e simular o comportamento mecânico da estrutura através de softwares específicos. Os corpos de prova retirados da pista foram fornecidos pela Seção Técnica do 1° Batalhão de Engenharia de Construção enquanto da execução da pista para ensaios de densidade aparente e para fluência e estabilidade Marshall, sendo que os fornecidos foram os corpos de prova reservas. Os ensaios de mancha de areia e de pêndulo britânico foram realizados para determinar uma medição de atrito pelo método IFI (International Friction Index), que apesar de não ser o método utilizado pelos órgãos internacionais aeronáuticos pode-se comparar as informações de aderência em uma escala idêntica em todos os países, e contribuir para segurança (APS, 2006 apud WAMBOLD et al., 1995). A partir da realização dos ensaios fundamentais da mecânica dos pavimentos, os chamados ensaios de cargas repetidas para a obtenção do módulo resiliente e avaliação da deformação permanente, é possível simular o comportamento tensão versus deformação da estrutura, bem como acompanhar sua variação ao longo do período de operação da pista de pouso e decolagem. Assim, se ganha à possibilidade de um melhor controle de qualidade na execução da obra, no projeto da estrutura e gera-se um importante banco de dados para a elaboração de projetos de restauração/manutenção futuros. 129 5.1. COLETA DOS MATERIAIS Durante os trabalhos de campo foram coletados materiais pétreos utilizados nas camadas de “binder” e na capa da pista de pouso, isto é, utilizados nas camadas asfálticas. Os materiais pétreos foram coletados conforme normas DNER-PRO 120/97, nos depósitos de agregados do canteiro de obras, conforme FIG. 5.1. FIG. 5.1- Depósito de Agregados, separados por paredes de concreto no canteiro de obras do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante/RN Quanto aos solos eles foram coletados de maneiras distintas, o subleito foi coletado in loco durante a escarificação de uma das pistas de acesso rápido do aeroporto, durante sua execução, e o material da sub-base foi coletado diretamente da jazida, conforme observado na FIG. 5.2. O ligante asfáltico, CAP 50-70 utilizado na obra foi coletado diretamente da usina durante execução de trecho do aeroporto, sendo coletado em um latão de 18l. 130 FIIG. 5.2 – Jazzida do materrial da sub-b ase do Aerop porto de São Gonçalo doo Amarante/R RN 5.2. C CARACTE ERIZAÇÃO DOS MAT TERIAIS DA PESQUISA 5.2.1. C CARACTE ERÍSTICAS GEOTÉCN NICAS A seguir são aprresentadas às à caracteríísticas geotéécnicas e índices físicoos dos materriais que compõeem as camaadas de sublleito, sub-b ase e base, camadas estas que ser erão ilustrad das neste trabalhoo. As TAB. 5.1 e TAB.. 5.2 tratam respectivam mente dos ín ndices físiccos e da com mposição granulométrica doss materiais. TAB. 5.1- Índicess Físicos dos Materiais daa Obra al Materia LP LL IP (%)) Solo do Sub bleito 13 18 5 Solo da Sub-base 17 NP NP 131 TAB. 5.2 - Composição Granulométrica dos Solos Composição Granulométrica (%) – Escala ABNT Material Solo Solo Subleito Sub-base 2,7 2,3 Argila < 0,002 (mm) 71,8 39,8 Silte 0,002 – 0,06 (mm) Fina 25,5 43,4 0,06 - 0,2 (mm) Média 14,5 Areia 0,2 – 0,6 (mm) Grossa 0,6 – 2 (mm) Pedregulho 2 – 60 (mm) Brita Base BGS 0,4 3,5 5,2 8,9 23,4 58,6 A TAB. 5.3 apresenta as classificações dos materiais dos pavimentos flexíveis do Aeroporto, sendo que os solos do subleito e sub-base ambos apresentaram classificação Laterítico Arenoso (LA’), segundo a classificação MCT (Miniatura Compactado Tropical). Segundo a classificação SUCS (Sistema Unificado de Classificação de Solos) o solo do subleito apresenta classificação de Areia Siltosa (SM), o solo da sub-base tem classificação de Areia bem graduada siltosa (SW-ML) e para a Brita Graduada uma classificação de Pedregulho bem graduado. Na classificação HRB, o subleito ficou enquadrado como um solo siltoso (A-4), que tem seu comportamento tido como regular a pobre, a sub-base de areia argilosa (A-2-6) e o material da base de pedra britada (A-1a), de acordo com esta classificação os materiais tem comportamento excelente a bom. Ambos materiais, do subleito e sub-base, mostraram-se siltosos, porém com IP baixo ou NP, favorável à utilização em pavimentos. A classificação LA’ para o subleito e sub-base constitui um fator favorável, não tendo sido relatado pelos executores da obra a existência de trincamentos. Este aspecto favorável pode ser resumido em elevados valores de módulo resiliente, conforme mostrado na sequencia e baixos valores de deformação permanente. TAB. 5.3. Classificação MCT, USCS e HRB Classificação MCT USCS HRB Solo Subleito LA’ SM A-4 Solo Sub-base LA’ SW-ML A-2-6 132 Brita BGS Base GW A-1a A T TAB. 5.4 appresenta os dados dos ensaios com m brita. A pedreira quue fornece a brita e BGS paara a obra é a Pedreira Potiguar, loocalizado a 27 km do canteiro c de obras do aeeroporto, no muniicípio de Macaíba/RN. M . TAB. 5.4. - Resumo R dos Ensaios de B Brita realizad dos pela Seção Técnica ddo 1° BECnsst Abrasãoo Los Angelees (%) D Dados Físicoos A Adesividade ao a CAP 50/70 Índdice de Form ma Sem dope Méétodo R.L.L 0,30% 0,50% Sem dope Métod do Riedel-Weeber 0,30% 0,50% 25,4 0,69 Má SSatisfatória SSatisfatória Má SSatisfatória Boa 5.2.2. C CARACTE ERIZAÇÃO DOS AGR REGADOS PÉTREOS Os agregados pétreos colletados no ccanteiro de obras do aeroporto a sãão os utilizaados nas camadaas asfálticas do pavimeento, na cam mada de briita graduadaa simples e o pedrisco o que foi utilizadoo na proporrção de 20% % em peso ccom o solo da d sub-base. Os ensaios realizados r para caraccterização dos agregaados coletaddos na obraa, isto é, materiall pétreo e de enchim mento, foraam executados no laaboratório ““Professor Salomão S Pinto” do Institutoo Militar de d Engenhaaria, seguind do as direttrizes do livvro “Pavim mentação UCCI et al.., 2007), e ddo “Manual de Execuçção de Trechhos Monitorados da Asfálticca” (BERNU Rede Teemática de Asfalto” A (PETROBRA AS, 2010), que q além dee descrevereem os proccessos a serem eexecutados para caraccterização dde materiaiis pétreos e asfálticoos, possuem m normas traduziddas para connsulta. Os seguintes materiais m péétreos foram m coletadoss no canteirro de obrass: brita 25m mm, brita 5/8”, biica ½” (britta corrida passante na ½”), pedrissco e brita graduada g sim imples, send do que a nomencclatura foi mantida m parra evitar trroca de matteriais. Dessta maneiraa, todos os tipos de materiaiis pétreos utilizados u na n obra foraam coletado os com intu uito de posssibilitar um m melhor encaixe granuloméétrico nos traaços do Stoone Mastic Asphalt, A objetivo princiipal do estu udo deste trabalhoo. Pode-se verificar v a granulometriia dos materiais na FIG G. 5.3. 133 0,075mm 100 0,30 0,42 0,60 1,18 2,00 2,,36 4,75 9,5 12,5 199,0 25,0 37,5 50 0,8 100 BRITA 5/8 90 90 BRITA 25mm 80 80 PEDRISCO 70 Porcentatagem Passante 0,15 0,18 70 BICA 1/2'' 60 60 Brita Graduada Simples 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 No.200 10080 50 40 30 0 10 8 16 4 3/8'' 1/2'' 3/44'' 1'' 1 1/2'' 2'' FIG. 5.3 – Granulomeetria dos insu umos pétreoss coletados Segguem na TAB. T 5.5, todas as grranulometriaas dos matteriais pétreeos utilizad dos para confecccionar as misturas asfálticas. TAB. 5.5 – Granulomettria dos Mateeriais utilizad dos nos ensaiios de misturras asfálticass Abertu ura das peneiiras # % em peso, p passand do (pol.) (mm) Retido 12,5 mm Retido 9,5 mm Retido #4 Bica B ½” Pedrisco P Pó mineral Cal CH-I 3/4'' 19,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 1/2'' 12,5 - 100,0 100,0 99,1 100,0 100,0 100,0 3/8'' 9,5 - - 100,0 94,4 99,8 100,0 100,0 4 4,8 - - - 67,9 97,1 100,0 100,0 8 2,4 - - - 44,6 72,6 100,0 100,0 16 1,2 - - - 32,0 54,7 100,0 100,0 30 0,6 - - - 24,6 42,8 100,0 100,0 50 0,3 - - - 13,5 32,7 100,0 100,0 200 0,075 - - - 8,2 12,9 100,0 93,4 De posse da grranulometria dos materriais coletad dos em cam mpo, pode-see realizar um m estudo prévio dda composiçção granulo ométrica do SMA, no caso c foi utiliizado a grannulometria sugerida 134 pelo programa da Airfield Asphalt Pavement Technology Program (AAPTP), SMA 12,5mm, que será apresentado posteriormente. Os materiais utilizados nos pavimentos flexíveis da obra do aeroporto foram utilizados para se usinar Concretos Asfálticos convencionais, de acordo com a normas da INFRAERO, utilizando-se a faixa granulométrica número 2 (dois) para a capa asfáltica e faixa número 7 (sete) para o binder. Os resultados dos ensaios da capa asfáltica e composição granulométrica utilizados são apresentados nas TAB. 5.6 e TAB. 5.8. TAB. 5.6 – Composição Granulométrica da Capa Asfáltica e do binder da PPD Peneira Peneira Peneira (mm) ASTM 25 1” 19 ¾” 12,5 ½” 4,8 nº 4 2,0 nº 10 0,42 nº 40 0,18 nº 80 0,075 nº 200 Faixa 2 100 80-98 68-93 45-75 32-62 16-37 10-24 3-8 % em massa, passando Projeto Capa Faixa 7 Asfáltica 100 100 94 72-96 73 61-89 53 38-66 35 25-50 20 12-28 12 7-18 7 3-7 Dosagem binder 100 86 73 49 33 17 11 5 TAB. 5.7 – Resultado dos Ensaios Tradicionais da Capa Asfáltica e binder da PPD ITEM 1 2 3 4 5 6 INSUMO CAP 50/70 Brita 25mm Brita 19mm Bica de 1/2” Areia Artificial Filer (Cimento) Traço Capa Asfáltica 4,2 % 14,0% 17,0% 67,0% 2,00 % Traço Binder 3,50% 28,0% 23,0% 48,0% 1,00% TAB. 5.8 – Resultado dos Ensaios Tradicionais da Capa Asfáltica da PPD ITEM 1 2 3 4 5 6 7 ENSAIO RESULTADOS OBTIDOS 1.789,00 3,64 3,18 2,403 2,494 73,00 13,46 Estabilidade (Kgf) Índice De Vazios (%) Fluência (Mm) Densidade Aparente (g/cm3) Densidade Máxima Teórica (g/cm3) Relação Betume Vazios (%) Vazios Agregado Mineral (%) ESPECIFICAÇÕES DA INFRAERO ≥ 816 3a5 ≤ 4,00 70 a 80 ≥ 13 Através das diversas composições que podem ser geradas através dos materiais coletados não se obteve êxito no enquadramento granulométrico para a mistura SMA AAPTP 12,5mm, pelo fato dos materiais serem enquadrados especificadamente para os traços utilizados na 135 obram que são granulometrias densas. Desta forma, houve a necessidade de britagem dos materiais pétreos, tomando-se os devidos cuidados para não se perder material, como o pó-depedra gerado pela britagem, material este que era necessário para compor os finos da mistura SMA, que se utiliza em média de 10% de material de enchimento passante na peneira 0,075mm. Conforme ilustrado na FIG. 5.4, Os insumos foram britados no Laboratório do DNIT/IPR no Rio de Janeiro/RJ, com um britador de mandíbulas que possui regulagem de abertura, colocando-se assim a menor abertura possível, possibilitando a britagem do material necessário suficiente para execução da dosagem do SMA. FIG. 5.4 – Material Britado e Britador de Mandíbulas do DNIT/IPR Os insumos britados foram separados pelas peneiras padrões da granulometria do SMA 12,5mm, conforme TAB. 5.9. Porém só foram utilizados os materiais entre as peneiras 12,5mm e 2,4mm e o passante na peneira 0,075mm, pois se utilizou as misturas do canteiro,: pedrisco e bica corrida ½”, para compor os vazios necessários e enquadrando a composição na faixa granulometria da mistura SMA desejada. TAB. 5.9 – Padrões de peneiras utilizadas na composição do SMA AAPTP 12,5mm. Pol./ABNT 1'' 3/4'' 1/2'' 3/8'' 4 8 200 mm 25,0 19,0 12,5 9,5 4,8 2,4 0,075 Seguindo os procedimentos da manual da PETROBRAS (2010) foram realizados os ensaios apresentados na TAB. 5.10, incluindo as densidades de todos os materiais pétreos, seguindo metodologia própria para SMA da rede de asfalto da Petrobrás. TAB. 5.10 – Ensaios realizados nos materiais pétreos 136 Ensaioos Abrasãão Los Angelees, % Perda Partícuulas Longas e Achatadas, A % 3:1 5:1 Absorçção, % Durabiilidade, (5 cicllos) % Sulfato o de Sódio Ensaio de Faces fratuuradas, % Uma faace Duas faaces Ensaioos Durabiilidade, (5 cicllos) % Sulfato o de Sódio Angulaaridade, % Densiddades Gsa Gsb Gssss Absorçção, % Aggregado graú údo Norma Especificação DNER-M ME 035/98 30 máx. ASTM D 4791 20 máx. 5 máx. 2 máx. DNER-M ME 089/94 15 máx. Res esultado obtid do 28,,7 14,,8 0,55 0,0008 5 ASTM D 5821 100 mín. 50 mín. A Agregado miú údo Norma Especificação DNER-M ME 089/94 15 máx. 1000,0 93,,0 ASTM C C1252-03 ASTM C C127-07 60,,3 45 mín. ASTM C12 28-07 Res esultado obtid do 5 2,6634 1,5542 1,9956 26,,91 Densidades Materiial Materiaal Retido 12,55mm Materiaal Retido 9,5 mm m Materiaal Retido #4 Materiaal Retido #8 Bica dee ½’’ Pedriscco Pó Minneral Gsa 2,650 2,640 2,630 2,620 2,700 2,731 2,702 Gsb 2,630 2,600 2,600 2,560 2,700 2,700 2,702 5.2.3. F FIBRAS Um m dos objetiivos específficos deste eestudo é ex xplicitar um m traço da m mistura SMA A para o novo Aeeroporto Naatal, com usso de agreggados locais e não foram m estudadass novas alteernativas de estabbilizador de misturas SMA, senndo assim, foram utilizzadas fibraas de celulo ose, tipo VIATO OP 66. Elas foram cedid das pela em mpresa Serv vBrax, locallizada na ciddade de Diadema – SP, e qque repressenta a J.Reettenmaier L Latinoamerricana Ltda fabricante mundial daas fibras VIATO OP. A fibra VIATOP 66 6 é comerrcializada em e forma de d “pellets”” e é composta por 66,6% eem peso de fibra (ARB BOCEL ZZ 88-1) e por 33,3% 3 de asfalto. Na TAB. 5.111 encontra-sse a ficha téécnica da fiibra VIATO OP 66, forneecida pela empresa, e separadda pelas caraacterísticas dos pellets,, das fibras e do ligantee que recobbre as fibras. A FIG. 5.5, mostra o formaato dos pellets. Os messmos são co omercializad dos em sacoos ou em ton neis. Connforme fichha do materrial enviadoo pelo distriibuidor da fibra, a dennsidade apaarente do 137 granulado é informada como sendo 0,52±0,05g/cm³. Porém utilizando-se os ensaios de densidade real da fibra conforme determinação da densidade real (DNER-ME 093/94) com uso de picnômetro de 50ml e determinação da massa específica real (DNER-ME 085/94), com uso do frasco Le Chatelier, encontrada foi de 1,3 g/cm³, de forma que esta foi utilizada, problema este relatado por MOURÃO (2003) e VASCONCELLOS (2004). TAB. 5.11 – Ficha Técnica da Fibra VIATOP 66. Fonte: ServBrax Características dos Pellets de VIATOP 66 Cor e formato Cinza em pellets cilíndricos 65 - 70 % Conteúdo de fibras ARBOCEL ZZ 8 – 1 Comprimento médio do pellet 2 -10 mm Espessura Média do pellet 5 ± 1 mm Densidade aparente 490 – 550 g/l ou 0,49 – 0,55 g/cm³ Análise granulométrica: mais finas do que 3,55 mm Max. 5% Toxicidade Não tóxico e fisiologicamente seguro. Características do ARBOCEL® ZZ 8-1 Cor e formato Cinza, fibras finas soltas e longas de celulose Matéria prima básica Fibra crua de celulose Teor de Celulose 80 ± 5% Valor de pH (5 g/100 ml) 7,5 ± 1 Comprimento médio das fibras 1100 µm Espessura média das fibras 45 µm Características do ligante utilizado Ligante para construção rodoviária de acordo com a norma DIN 1995. Penetração (de acordo com DIN 52010) a 25°C em 1/10mm 70-100 Ponto de amolecimento (anel e bola, de acordo com DIN 44-49 52011) em °C Segundo BLAZEJOWSKI (2010) poderá acontecer escorrimento inesperado durante os testes em laboratório, no qual os componentes, incluindo o estabilizador tipo pellet, são misturados com um pequeno misturador ou manualmente. Isto pode ser causado pela forma como o estabilizador tipo pellets foi preparado antes de misturá-lo com agregados. Como os grânulos contem uma pequena quantidade de asfalto ou cera esta camada torna-os menos sensíveis à umidade e torna a administração mais fácil, pelo fato de não haver perdas de finos das fibras e ter um volume menor. No entanto, esta camada também exige bastante força de cisalhamento e uma temperatura alta o suficiente para liberar as fibras durante a mistura. Nos testes das primeiras misturas SMA moldadas no Laboratório do IME, foi verificado esse problema, devido à pouco energia exercida manualmente preparando-se as misturas asfálticas. Para evitar esse problema as fibras utilizadas em laboratório foram aquecidas e 138 maceradas, desta maneira as fibras se soltaram, conforme FIG. 5.6. As misturas posteriores foram realizadas com as fibras soltas previamente, apresentando resultados verdadeiros de escorrimento. FIG. 5.5- Aspecto geral dos pellets de fibras VIATOP 66. FIG. 5.6 – Fibras VIATOP 66 maceradas com aquecimento a 170°C Devem-se ter cuidados quanto ao uso de estabilizadores desconhecidos, tanto em laboratório quanto em campo, devendo os mesmos serem testados antes de qualquer ensaio. Quanto aos estabilizadores, deve-se saber sobre a temperatura adequada de mistura e os 139 detalhess da mistura, como oss estabilizaddores devem m ser adicio onados ao aagregado seeco ou à mistura com ligante (BLAZEJJOWSKI, 20010). 5.2.4. M MATERIAL DE ENCH HIMENTO O (FÍLER) Com mo materiaal de enchimento utiliizado nas misturas m SM MA optou- se pelo uso o do pó mineral originado pela britageem do mateerial e tamb bém pelo usso da Cal H Hidratada CH-I, que além dee compor os o finos neecessários nna mistura SMA, forrnece a misstura uma melhora significaativa no daano por umiidade induzzida, sendo um agente redutor deeste dano, conforme LUTIF et al. (20008). Para a granulom metria dos materiais utilizados nnos ensaio os foram m utilizadaas as normas ASTM D 242-04 e ASTM D 546-05. Ass granulomeetrias dos materiais constam m na TAB. 5.12. Busscou-se nesste trabalho o utilizar um m tipo de calcário c do olomítico addquirido no o Rio de Janeiro para ser utiilizado com mo material dde enchimen nto, conform me utilizou MOURÃO O (2003) em suass misturas, porém p o caalcário não ppossuía na sua granulo ometria a quuantidade su uficiente de finoss menores de 75-µm solicitado s eem norma, conforme pode p ser vissto na TA AB. 5.12. Desta foorma não atendeu a a grrande necesssidade dass misturas SMA S de maaterial fino passante na peneeira No. 2000, o peneiraamento ficouu muito trabalhoso e de d pouco renndimento, optandoo se assim m a não utiliizar este tipo o de materiaal nas mistu uras SMA a serem realiizadas. TAB B. 5.12 – Graanulometria dos d fíleres e comparação o com limites de norma A ASTM D 242 2-04. Peneiira Ab bertura % Passante Calcário % Pa assante Cal CH-I %Passantee Pó minerall Pedra 100,0 assante % Pa ASTM D 242-04 (min n - máx) 100 1 No. 116 1,118 mm 100,0 10 00,0 No. 330 6000-µm 99,9 10 00,0 100,0 97 - 100 No. 550 3000-µm 98,4 10 00,0 100,0 95 -100 No. 2200 7 75-µm 64,3 93 3,2 100,0 70 - 100 O ppó mineral utilizado u paara preencheer as necesssidades faltantes de finnos das misturas foi conseguuido pelo método m do peneirament p to com a peeneira de No. N 200 (755-µm) dos materiais m que nãoo foram utilizados da britagem ddos agregad dos graúdos, isto é, abbaixo da peeneira de No.8 opptou-se porr utilizar daa Cal Hidraatada CH-I,, apenas naa proporçãoo máxima de d 1,5%, conform me consta no n Item 3.5.1.4. Mesmoo não sendo o executado o o ensaio dde Rigden, optou-se em seguuir a literattura e não utilizar u propporção maior de 1,5% %, mesmo seendo conveeniente o 140 uso da cal hidrataada pela suaa facilidadee de acesso o e custo, optando o asssim a produ ução em m da rocha britaada. As maassas especcíficas dos m materiais utilizados laboratóório de pó mineral seguem m na TAB. 5.13. 5 TAB B. 5.13 – Enssaios específficos dos matteriais de encchimento (fílleres) Material Gsa* Pó mineraal 2,702 Cal C Hidratada C CH-I 2,415 Calcário 2,700 * Maassa específicca real (g/cm³)) 5.2.5. C CIMENTO ASFÁLTIC CO DE PET TRÓLEO (C CAP) Os ensaios envvolvendo os o ligantes aasfálticos utilizados u naas misturas asfálticas de d SMA realizaddas foram ennsaiados no o laboratórioo “Professorr Salomão Pinto” P do IM ME, preven ndo-se de maneiraa geral as coonsideraçõees de BERN NUCCI et all. (2007) e Manual M de tr trechos mon nitorados da redee temática de d asfalto - PETROB RAS (2010 0), que descrevem os processos a serem executaados para caaracterização o das amosttras de ligan nte asfáltico o, com basee nas normas citadas em cadaa tabela de resultados. r Doiis tipos de ligantes l foraam utilizadoos, o ligantee CAP 50-70 LUBNOR R, coletado na usina e o CA AP modificaado Stylink k, gentilmennte forneciido pela Diistribuidoraa Betunel para p este estudo. Para a caraacterização dos ligantees utilizado os, foi someente utilizad ada a caractterização l preevisto pela A Agência Naacional do Petróleo P (AN ANP, 2005) e para o convenccional dos ligantes asfalto m modificadoo foram utilizados os eensaios prev vistos pela Agência Naacional do Petróleo (ANP, 22010). Os resultados r dos d ensaios realizados são apresen ntados nas TAB. 5.14 4 e TAB. 5.15. O lligante CAP P 50-70 LU UBNOR doo canteiro de d obras do o aeroportoo foi utilizaado para moldar os corpos de d prova de SMA com lligante conv vencional, apesar a do prroblema enccontrado na porccentagem dee penetraçãão após RT TFOT, que é de 55% no n mínimoo, sendo enccontrado 46,5%. TAB B. 5.14 - Enssaios realizaddos com a am mostra CAP 50-70 5 -LUBN NOR 141 Ensaios 3 Densidade relativa (g/cm ) Perda por aquecimento (em massa) Penetração normal (0,1mm) Penetração após aquecimento (RTFOT) (0,1mm) Resultados Normas / Especificações Observações 1,04 ABNT NBR 6296/2004 - 0,27% ABNT NBR 15235/2009 Envelhecimento acelerado 52 24 DNIT 155/2010-ME ABNT-NBR 6576/2007 - DNIT 155/2010-ME * % de penetração 46,15% < ABNT-NBR 6576/2007 55% mín 135°C – 535 - 150°C – 234 Viscosidade 177°C – 88,5 NBR 15184 Brookfield (cPs) *135°C – 712 ASTM D 4402 *150°C – 316 * Após RTOF *177°C - 107 Viscosidade Saybolt Furol () Ponto de amolecimento Resistência elástica Ductilidade 25°C Ponto de fulgor, °C 135 - 231°C 150 - 140°C 170 - 56°C 45,7ºC 52,8°C rtfot DNER-ME 004-94 ABNT NBR 14756/2001 DNIT 131/2010-ME - - 16,5 apos > 100cm 42cm 306°C DNER-ME 163/98 DNER-ME 148/94 Normal *Após ensaio RTFOT < 315°C O CAP Stylink é um ligante modificado por polímero fabricado pela Empresa Betunel, que não fornecem a informação quanto aos modificadores que são utilizados. Segundo a fabricante não requer alteração nos procedimentos operacionais aplicados aos asfaltos convencionais, possuindo estabilidade na estocagem, resistência a oxidação e boas propriedades físicas. (BETUNEL, 2011). A escolha deste ligante modificado para este trabalho se deu pelo fato que a empresa já utilizou o referido ligante na execução de SMA, como pode ser visto no seu sítio na internet, em que relaciona casos desta utilização, como: SMA com Stylink PG 76-22, na concessionária Autovias, na S-300 em junho de 2007, na concessionaria TEBE, na SP-326 em agosto de 2007, na concessionária Ecovias, na BR277(PR), em Agosto de 2006, entre outros. 142 TAB. 5.15 - Ensaios realizados com a amostra CAP Stylink Ensaios PG 3 Densidade relativa (g/cm ) Perda por aquecimento (em massa) Penetração normal (0,1mm) Penetração após aquecimento (RTFOT) (0,1mm) Viscosidade Brookfield (c.Ps) Resultados Normas / Especificações Observações 76-22 Superpave Fornecido pelo fabricante 1,01 ABNT NBR 6296/2004 - 0,05% ABNT NBR 15235/2009 - 50 29 135°C – 1372 150°C – 527 177°C – 238 DNIT 155/2010-ME ABNT-NBR 6576/2007 DNIT 155/2010-ME ABNT-NBR 6576/2007 NBR 15184 ASTM D 4402 Viscosidade DNER-ME 004-94 Saybolt Furol ABNT NBR 14756/2001 Entre 40-70 - Atende especificação Não foi realizado. Entre 60/85 – Somente foi Ponto de amolecimento 51,6ºC DNIT 131/2010-ME 55,8ºC Ductilidade 25°C Recuperação elástica (%) Ponto de fulgor, °C > 100cm 82,5 57,5 299°C realizado após ensaios, ficha da empresa 69ºC Após RTFOT DNER-ME 163/98 NBR 15086 DNER-ME 148/94 143 Não realizado após RTFOT Normal Após RTFOT < 315°C 6 ETODOLOGIA ADOT TADA ME Estte capítulo tem por fin nalidade appresentar a metodologiia utilizadaa para a dosagem e caracterrização meccânicas das misturas aasfálticas dee Stone Mattrix Asphaltlt estudadass com os materiaiis obtidos no n Aeroporto de São Goonçalo do Amarante-R A RN. 6.1. D DOSAGEM M E CARAC CTERIZAÇ ÇÃO MEC ÂNICA DA AS MISTUR RAS ASFÁL LTICAS SMA ESTUDADA AS 6.1.1. R RECOMEN NDAÇÕES PARA DO SAGEM DE E MISTUR RAS SMA Seggundo a US SACE (2000 0), projetoss de dosageem de mistu uras asfálticcas são testtadas em laboratóório, geralm mente usand do-se 3 (trrês) princip pais método os. Até a ddécada de 1990, o método mais comuum de dosaagem era o método Maarshall, utiliizado pela ggrande maiioria dos departam mentos de transportes t e órgãos daa defesa am mericanos e pela FAA. O segundo o método de dosaagem mais utilizado u naaquele país era o méto odo Hveem. E após m metade da déécada de 1990 ccomeçou-se a implem mentar o m método Su uperpave (S Superior P Performing Asphalt Pavemeent), desenvvolvido pelaa Strategic H Highway Research R Prrogram - SH HRP. Nestee método os corpoos de provaa são compaactados com m o equipam mento compaactador giraatório e testados por suas proopriedades volumétrica v as. O conceito de d SMA está baseadoo no contato pedra-aa-pedra e um mástiq que rico preenchhendo os vaazios. Destaa forma, o pprimeiro paasso racional para um projeto dee SMA é promovver um contato entre o agregado ggraúdo com o agregado o graúdo, asssim promo ovendo o chamaddo referido contado pedra-a-pedraa. E o segun ndo passo é promoverr um mástiq que com uma connsistência desejada. d Um U bom dessempenho requer um teor relativvamente eleevado de ligante. Por estas razões, r os vazios no aggregado min neral e o teo or de ligantee devem ateender ao NAPA, 200 02). requisitoo mínimo (N As regras básiicas das missturas SMA A estão suciintamente descritas d no capítulo 3,, todavia diversoss países têm m suas próp prias normaas e formas de dimen nsionamentoo. BLAZEJJOWSKI 144 (2010) cita como principais métodos de dosagem de misturas SMA os seguintes métodos: Método Alemão, Método Americano, Método Tcheco, Método Holandês, Método do Ponto de Dilatação, Método Escocês, Método das Iterações Sucessivas e o Método de Bailey. Neste trabalho optou-se pelo método americano de dosagem, em particular as recomendações da AAPTP 04-04 (PROWELL et al., 2009), formuladas exclusivamente para pavimentos aeroviários, tendo como base as normas rodoviárias daquele país. As recomendações da AAPTP 04-04 são originais de estudos desenvolvidos por PROWELL et al. (2009), em que através de inúmeros ensaios chegaram a tais recomendações. As especificações de SMA nos Estados Unidos foram desenvolvidas pela FHWA SMA TWG (Federal Highway Administration SMA Technical Work Group) e a pesquisa foi conduzida através da NCHRP 9-8. Uma especificação provisória para SMA foi desenvolvida pela AASHTO em 1999, desde então tem atualizado suas especificações, que atualmente são as seguintes: AASHTO M325-08 (Standard Specification for Stone Matrix Asphalt) e AASHTO R46-08 (Standard Practice for Designing Stone Matrix Asphalt). Em 2004, foi desenvolvida pela UFGS (Unified Facilities Guide Specifications) uma especificação de SMA específica para Aeroportos, que no ano de 2008 foi revisada (UFGS32 13 17). O aspecto essencial deste método é o contato grão-a-grão, ou o contato direto entre as partículas de agregados graúdos. Desta maneira os grãos ativos (agregado graúdo) formam uma forte matriz e fornece a mistura de SMA uma boa resistência a deformação permanente. As recomendações da AAPTP (PROWELL et al., 2009) para a utilização de SMA em aeroportos são apresentadas nas TAB. 6.1, TAB. 6.2, TAB. 6.3 e TAB. 6.4. Na TAB. 6.1 podem ser vistas as principais recomendações propostas por (PROWELL et al., 2009) para execução do SMA em pavimento aeroportuários, separados pelo tipo do esforço que o pavimento deve resistir, isto é, pelo tipo da aeronave que deve utilizar o aeródromo e as respectivas pressões dos pneus. 145 TAB. 6.1- Recomendações dos Agregados Graúdos (PROWELL et al., 2009). Propriedade Pavimento de Aeroporto com Pavimento de Aeroporto com aeronaves com peso bruto < aeronaves com peso bruto > 27.216 kg (60.000lbs) e pressão 27.216 kg (60.000lbs) e pressão de pneus < 689kPa (100psi) de pneus > 689kPa (100psi) 301 301 5, 202 5, 202 85, 95 90, 100 Abrasão Los Angeles, ASTM C131, % Ensaio de Partículas longas e achatadas (F&E), ASTM D4791, % > que 5:1,3:1 Ensaio de Faces fraturadas, ASTM D5821, % > 2FF, > 1 FF 1 Pode-se estudar caso a caso agregados graúdos com perdas Los Angeles maiores. 2 Ensaios de laboratório indicam que mistura com porcentagens de partículas longas e achatadas maiores do que determinados. A capacidade de execução para estas misturas não foram testadas. Deve-se permitir agregados que não excedam 10% 5:1 e 50% 3:1. TAB. 6.2 – Granulometrias das misturas SMA para aeroportos segundo (PROWELL et al., 2009) PENEIRA 1 % Passando em massa (TMN) ASTM mm SMA 9,5 mm SMA 12,5 mm SMA 19,0 mm1 3/4'' 19,0 100 100 90-100 1/2'' 12,5 100 90-100 50-88 3/8'' 9,50 70-95 50-85 25-60 4 4,75 26-40 20-32 20-28 8 2,36 20-28 16-24 16-24 200 0,075 8-12 8-12 8-11 Não recomendado para uso na capa de rolamento. Utilizado com sucesso aeroportos na China e rodovias nos Estados Unidos como camada de binder “ligação”. Na TAB. 6.2, PROWELL et al. (2009) elencaram 3 granulometrias recomendadas para execução do SMA em pavimentos aeroportuários, sendo as denominações das granulometrias dadas pelo TMN (Tamanho Máximo Nominal) que definido como uma peneira acima do tamanho nominal máximo, sendo este último definido como o tamanho de peneira maior que a primeira peneira que retém mais que 10% de material. As 3 granulometrias propostas foram SMA 9,5mm, SMA 12,5mm e SMA 19,0mm, sendo que segundo o autor o SMA 19 mm não é recomendado para uso na capa asfáltica, porém já foi utilizado como camada de binder na 146 China e em rodovias norte americanas. Na TAB. 6.3 observam-se as recomendações de PROWELL et al., (2009) para os ligantes para uso em SMA, recomendações relacionadas a dosagem Superpave que depende do PG dos ligantes e que podem variar conforme a temperatura do local. Segundo BLAZEJOWSKI (2010), no continente Europeu, segue-se para especificação de ligantes para SMA as normas EN 12591 e EN 14023, sendo para ligantes convencionais e modificados respectivamente. A norma EN 14023 também especifica os ligantes utilizados em cada país da comunidade europeia. No Brasil poucas normas e especificações foram encontrados, dentre elas a PETROBRAS (2010) dentro do manual de trechos monitorados, DER/SP e DER/PR. Na TAB. 6.4, estão apresentados os requisitos de uma mistura asfáltica SMA em laboratório e também sobre sua compactação in loco. Sobre a compactação em laboratório dos corpos de prova o método fornece as opções de compactação por golpes de soquete Marshall e por quantidade de giros do Compactador Giratório Superpave (CGS). TAB. 6.3 – Recomendações de ligantes para o SMA (PROWELL et al., 2009) Carga esperada Ligante recomendado PG Pavimento de Aeroporto com aeronaves com peso bruto Recomendado o mesmo PG de ligante como se fosse < 27.216 kg (60.000lbs) e pressão de pneus < 689kPa dimensionado para pavimento rodoviário com (100psi) ESALS (Numero “N”) menor que 10 milhões. Exceção para ligantes com PG com temperatura baixa maior que PG XX-22), ficando a cargo do projetista. Pavimento de Aeroporto com aeronaves com peso bruto Aumenta 2 graduações para a alta temperatura, > 27.216 kg (60.000lbs) e pressão de pneus > 689kPa exemplo: PG 64-22, com o aumento dimensiona-se (100psi) mas < 1.378 kPa(200psi) 76-22. Pistas Taxi ou finais de PPD sujeitos a para Pavimento Aumenta 2 graduações para a alta temperatura, de Aeroporto com aeronaves com peso bruto > 27.216 kg exemplo: PG 64-22, com o aumento dimensiona-se (60.000lbs) e pressão de pneus > 689kPa (100psi) mas < 76-22. 1.378 kPa(200psi) ou pista de aeródromos com projetos para pressões de pneus > 1.378 kPa(200psi) 147 TAB. 6.4 – Requisitos de uma mistura asfáltica SMA (PROWELL et al., 2009) Propriedade Requisito Fibras Requerido (tipicamente se utiliza 0,3% em peso total da mistura) Escorrimento, ASTM D 6390, a 13,9ºC abaixo da < 0,3% temperatura de produção Eficiência de compactação 50 golpes Marshall ou 65 giros CGS Teor de vazios para teor ótimo, % (v/v) 4,0 Faixa de aceitação do teor de vazios, % 2,8 a 4,2 Vazios no agregado mineral, VAM, % (v/v) ≥ 17,0 VCAMIX< VCADRC (ASTM C 29) < 1,0 Limite de tolerância para densidade in loco da massa* 96,8% - Gmb ou 93,5 - Gmm Limite de tolerância para densidade in loco nas juntas* 93,9% - Gmb ou 90,5 - Gmm *As especificações de tolerância são baseadas no critério para a aceitação das características de densidade, para cada lote de mistura compactada, será baseado no método da Percentagem Dentro dos Limites – PDL (DIRENGMC 01 ou PWL da FAA). Uma média de densidade da massa de 95% de Gmm ou 98,4 de Gmb com desvio padrão de 1,3% ou menos assim produzindo 90 PDL. Uma média de densidade nas juntas de 93% de Gmm ou 96,4 de Gmb com desvio padrão de 2,1% ou menos assim produzindo 90 PDL. PROWELL et al. (2009) com base na literatura, utilizou-se do número de golpes do soquete Marshall, isto é, 50 golpes por face, para ser o padrão de energia de compactação para o estudo da equivalência de eficiência de compactação com o CGS, que foi verificada por meio da comparação do VAM (Vazios no Agregado Mineral), tomando-se como verdade que misturas com os mesmos agregados e VAM devem ter os mesmos teores de ligante, desta forma se utilizando de vários ensaios, com agregados diferentes, chegou a Equação (EQ. 6.1). Assim o número equivalente de giros do compactador Supervape ficaria dependendo do Ensaio de Perdas pelo ensaio de abrasão Los Angeles (%) e do Ensaio de Partículas longas e achatadas (F&E) que excedam 3:1 (%). 117 1,72 % 0,944 & 3: 1 (EQ. 6.1) Onde: NEG = o número de giros que equivale ao mesmo VMA do corpo de prova compactado com 50x2 golpes Marshall; % Perda LA = Ensaio de Perdas pelo ensaio de abrasão Los Angeles (%) e ; F&E = Ensaio de Partículas longas e achatadas (F&E) que excedam 3:1 (%). Apesar da Equação (EQ. 6.1), o número recomendado de giros pela AAPTP 04-04 (PROWELL et al., 2009), é 65 giros, pois é considerado um número conservativo, devido a 148 análisess de desemppenho das deformaçõe d es permanen ntes realizaadas pelo E Ensaio de Hamburg, H explicanndo que paara algumass misturas ccom algunss agregadoss com teor ótimo por 50 a 64 giros tivveram resuultados simiilares a 80 giros a 3 por p cento de d vazios e mantiveram m bons resultaddos de deformação perrmanente. E Em geral, a compactaçção pelo CG GS ocorrem m menos quebrass de agregaddos que a compactaçã c ão Marshall,, apresentan ndo um resuultado maiss similar ao que eencontrado em campo. 6.1.2. D DOSAGEM M DA MIST TURA ASFÁ ÁLTICA SM MA Um m dos objetivvos deste trrabalho é elaaborar umaa mistura de SMA que ppoderá ser utilizada u futuram mente em fuutura interv venção da ppista de pou uso e decollagem do N Novo Aerop porto da Grande Natal, tantto para melhoria de ddesempenho o quanto paara fins de gerencia futura fu do pavimennto. Interveenção que poderá p ser ffuncional ou u mesmo estrutural, fuuncional peela perda do atritoo da PPD ouu estrutural com probleemas na cap pacidade de suporte dass aeronaves. Am metodologiaa seguida paara o dosageem do SMA A para este trabalho foii da NAPA A (2002), seguinddo-se os cinnco passos seguintes: s 1. Seleçãoo dos agregados; 2. Determ minação das propriedaddes granulom métricas; 3. Verificcação da graanulometriaa para o mín nimo valor de d VMA; 4. Seleçãoo do teor dee asfalto par ara o volumee de vazios desejado; 5. Avaliaçção da mistu ura quanto à suscetibilidade e esco orrimento; Esttes cinco passos p foraam seguidoos com fin nalidade dee se adequuar ao méétodo de dimensiionamento escolhido. e 6.1.2.1. SELE EÇÃO DOS MATERIA AIS Novo Aeropporto da Grrande Natall segundo seu projeto deve atendeer a aeronaves com ON peso brruto maior que 27.216 6 kg, conforrme constaa na TAB. 4.2 - Cálcculo do Número de Decolaggens da Aerronave de Projeto P (B7447-400), e analisando a as a recomenndações AA APTP 0404 para os agregaddos ( TAB. 6.1) 6 e os ennsaios dos agregados coletados c ( TAB. 5.10)), tem se 149 que os agregados atendem as recomendações. Para uma análise mais detalhada dos materiais pétreos, inclusive para os fíleres complementaram as recomendações de PROWELL et al. (2009) com os requisitos da norma da NAPA(2002) descritos na TAB. 6.5, sendo que alguns se repetem. TAB. 6.5 – Requisitos dos Agregados (Graúdo, finos e fíleres) para SMA (NAPA, 2002) Propriedade Requisito Agregados graúdos Ensaio de Abrasão Los Angeles, % de perda (AASHTO T 96) Forma das partículas: Partículas longas e achatadas, % (ASTM D 4791) Determinação da Porcentagem de Partículas Fraturadas para Agregados Graúdos, % (ASTM D 5821) Absorção (AASHTO T 85), % Sanidade, 5 ciclos (AASHTO T 104) ≤ 30 ≤20 para 3:1 ≤5 para 5:1 100%, uma face ≥ 90,0%, duas faces ≤2 ≤ 15 em sulfato de sódio, ≤ 20 em sulfato de magnésio Agregados finos Sanidade, 5 ciclos (AASHTO T 104) ≤ 15 em sulfato de sódio, ≤ 20 em sulfato de magnésio ≥ 45 25 Angularidade, % (AASHTO T 304, método A) Limites de Atterberg Limite de Liquidez (AASHTO T 89),% Limite de Plasticidade (AASHTO T 90),% Absorção (AASHTO T 85), % Equivalente em areia, % (ASTM D 2419) Não plástico ≤2 ≥ 45 Fíleres Índice de Plasticidade(AASHTO T 90),% Vazios de Rigden modificado, % <4 < 50 (Recomendado) E em comparação com os agregados utilizados, todos requisitos foram cumpridos. Segundo BLAZEJOWSKI (2010), os requisitos das normas americanas para SMA, tendem a um compromisso entre as condições de alta qualidade dos materiais e a de ter uma mistura asfáltica econômica, pois seus requisitos são limitados quando comparados com as normas europeias de SMA pela EN 13043 (Aggregates for Bituminous Mixtures and Surface Tratments for Roads, Airfiels, and Other Trafficked Areas). Observa-se na FIG. 6.1 todos agregados separados por peneira, desde a peneira 12,5mm até a passante na peneira Nr 200, incluindo a fibra. 150 FIG. 6.1 – Agregados separados por peneiras retidas utilizadas na misturas SMA Quanto à escolha do CAP, o método da AAPTP 04-04, para o Novo Aeroporto da Grande Natal, recomenda CAP com PG aumentada de 2 graduações para a alta temperatura, e segundo a NAPA(2002) a norma não amarra quando a 1 ou 2 graduações acima da alta temperatura PG recomendada para área geográfica Superpave. A PG do ligante é recomendada pela Equação (EQ.6.2): 0,00618. Onde: 0,2289 42,2 . 0,9545 17,78 (EQ.6.2) Tmax20mm = temperatura máxima de projeto do revestimento asfáltico à profundidade de 20mm abaixo da superfície, ºC; Tmaxar = média das temperaturas máximas do ar dos sete dias consecutivos mais quentes do ano, ºC; Lat = latitude geográfica do local do projeto em graus. Por se tratar de clima tropical não foi realizado o cálculo para temperatura mínima Superpave, e realizando os cálculos para Tmax20mm, com a Latitude da cidade de São Gonçalo do Amarante – RN e para a Tmaxar adotou-se a média das temperaturas máximas do ano de 2011 (31ºC), por não encontrar a média das temperaturas máximas do ar dos sete dias consecutivos mais quentes do ano, desta forma Tmax20mm ficou igual a 53,2ºC. Conforme norma ASTM 6373/2007 - Determinação do Grau de Desempenho (PG) de Ligantes, que caracteriza o Cimentos Asfálticos de Petróleo por suas PG, dentre os requisitos de norma, assim verifica-se que há variação de PG no intervalos de 46 a 82, com cada graduação de 6ºC, 151 desta foorma adotanndo-se o vallor de PG accima de 53,,2ºC, temoss PG 58 para ra o CAP neecessário segundoo diretrizes Superpave, e adotandoo-se duas grraduações PG P acima tem emos que a PG P ideal para utilização na obra o do aero oporto é PG G 70. O CAP 50-770 LUBNO OR já utiliizado nas obras corrrentes do aeroporto não foi caracterrizado quanndo a PG, e o CAP S Stylink fornecido e com mercializaddo como PG G 76-22, atenderiia a obra, poois tem um PG maior qque o solicittado. Connforme PET TROBRAS (2010), ass temperatu uras de preeparação (ddos materiiais e da mistura)) e compactação da mistura fooram definiidas em fu unção da cuurva viscossidade x temperaatura quanddo da caraccterização ddo ligante asfáltico, sendo s que a temperatu ura para mistura do ligante é determin nada quantoo sua visco osidade Bro ookfield for de 17±2 cP P e para temperaatura de com mpactação de d 28 ± 3 ccP. No caso o de materiais modificcados, caso do CAP Assim Stylink as temperraturas foraam forneciddas pela empresa e fab bricante doo produto. me FIG. 6.22, o CAP 50 0-70 LUBN NOR, teve como c tempeeratura de coompactação o a faixa conform de 146--150°C e paara mistura a faixa de 157-163°C,, e no caso do CAP Sty tylink, foi fo ornecido pelo disstribuidor seendo a faixaa para temp eratura de compactaçã c o de 148-1554°C e paraa mistura a faixa de 167-1733°C. Para teemperatura ddos agregad dos adotou--se o valor dde 10 a 15ººC acima da tempperatura defi finida para o ligante, seem ultrapasssar 177ºC. 2000 Viscosidade Brookfield (cP)‐ scos dade oo e d (c ) log og 1372 1000 535 527 500 254 238 88,5 5 50 130 135 140 145 150 5 155 160 165 170 175 180 Temperatura, °C CAP STYLINK Temperatura do Ligante na Mistura doo Agregado CAP 50‐70 LUBNO OR Temperatura de Compactação FIG.. 6.2- Gráficoo Viscosidad de (cP) x Tem mperatura (°C C) dos CAP utilizados naas misturas SMA. S 152 6.1.2.2. VERIFICAÇÃO DA GRANULOMETRIA A granulometria escolhida para execução dos ensaios com SMA, foi a recomendada pela AAPTP 04-04, SMA 12,5mm, que segundo PROWELL et al. (2009), é a granulometria que se destaca como tendência de utilização para aeroportos. Normas alemãs utilizam granulometrias TMN 8 e 11mm, sendo o SMA 11mm naquela país o utilizado para maiores solicitações de cargas. A UFGS S-32 01 11.52, somente especificou a granulometria de TMN 12,5mm. A China utiliza SMA 13 e 15mm TMN em suas pistas de aeroportos. Na TAB. 6.6 podem-se observar algumas granulometrias SMA 12,5mm. TAB. 6.6 - Faixas de SMA 12,5 mm de outras especificações PROWELL et al. (2009) PENEIRA ASTM mm 3/4'' 19,0 1/2'' 12,5 3/8'' 9,50 4 4,75 8 2,36 16 1,18 30 0,600 50 0,300 100 0,150 200 0,075 AAPTP 100 90-100 50-85 20-32 16-24 % Passando em massa (TMN) ALEMANHA UFGS AASHTO 100 100 100 93-100 90-100 90-100 80 50-85 50-80 29-39 20-40 20-35 22-29 16-20 16-24 14-19 8-12 8,7-12,6 8-11 8-11 CHINA 100 82-94 45-65 22-34 18-27 14-22 12-19 10-16 9-14 8-12 Seguindo as orientações NAPA (2002), realizaram-se 3 misturas granulométricas com os materiais constantes na TAB. 5.5, visando enquadrar na faixa granulométrica da AAPTP 04-04, SMA TMN 12,5mm. O uso desta granulometria de SMA, segundo a TAB. 6.7, observa-se que para cada TMN da mistura utilizada é definido pela metodologia que existe uma peneira de parada, que faz distinção entre o material graúdo e os outros materiais. O SMA é muito sensível à mudanças nesta respectiva peneira, pois valores passando excessivos reduzem a fração de agregado graúdo o que causará perda no contato grão-a-grão, desta forma devem-se tomar os cuidados necessários para manutenção da fração graúda NAPA (2002). 153 TAB. 6.7 – Definição da fração de agregado graúdo nas misturas SMA Tamanho máximo do nominal do agregado pol mm 1” 25,00 3/4'' 19,0 1/2'' 12,5 3/8'' 9,50 4 4,75 Porção de agregado Retido na peneira de parada pol mm #4 4,75 #4 4,75 #4 4,75 #8 2,46 #16 1,18 A finalidade desta verificação de granulometrias é verificar a existência do contato grãoa-grão nas misturas e decidir por análises volumétricas qual a mistura ideal para realizar o estudo mais aprofundado para o próximo passo das orientações, que é a seleção do teor ótimo de ligante. Para assegurar o contato grão-a-grão adequado ao SMA, foi estabelecido pelo método a comparação do VCAMIX com o VCADRC, sendo respectivamente, os vazios no agregado graúdo da mistura SMA compactada e os vazios no agregado graúdo compactado a seco (dry-rodded). O VCADRC é especificado pela norma AASHTO T 19, que no Brasil podese seguir a DNER-ME 153/97. São apresentados nas Equações (EQ.6.3) e (EQ.6.4), VCADRC e VCAMIX, respectivamente (NAPA, 2002): . 100 100 Onde: . (EQ.6.3) (EQ.6.4) VCADRC = Vazios na condição de agregado graúdo compactado seco, %; = densidade aparente do agregado graúdo; = massa específica aparente da fração graúda do agregado seco compactado, g/cm³; = massa específica da água, 0,998 g/cm³; VCAMIX = Vazios da fração graúda do agregado na mistura compactada, %; = densidade aparente da mistura compactada; = porcentagem de fração graúda do agregado em relação ao peso total da mistura. Segue na TAB. 6.8, o resumo e quantidades dos materiais empregados em cada uma das três misturas realizadas e na TAB. 6.9 segue o resumo das granulometria encontradas. 154 TAB. 6.8 – Porcentagem de cada tipo de agregado utilizados em cada uma das três misturas. Mistura C D F Retido #12,5mm 5,0 5,0 5,5 % em massa, utilizado em cada mistura. Retido Retido Pó Bica ½” Pedrisco #9,5 mm #4 Mineral 29,0 31,0 17,5 10,0 6,0 32,5 38,5 16,0 6,5 31,5 34,0 22,0 5,5 Cal CH-I 1,5 1,5 1,5 TAB. 6.9 – Granulometria das misturas ensaiadas. Peneiras# Granulometria da mistura Média (pol.) (mm) 3/4'' 1/2'' 3/8'' 4 8 16 30 50 200 19,0 12,5 9,5 4,8 2,4 1,2 0,6 0,3 0,1 C D F 100,0 100,0 94,8 95,0 65,0 62,5 29,1 24,0 22,6 18,9 18,6 16,0 16,1 14,1 13,1 12,4 10,1 9,4 Gsb 2,608 2,624 *Gsb = Densidade específica do agregado 100,0 94,3 61,8 21,9 16,8 8,7 2,625 100,0 94,7 63,1 25,0 19,4 17,3 15,1 12,7 9,4 SMA 12,5 mm 100 90-100 50-86 20-33 16-25 8-12 Para realização dos ensaios da massa específica teórica (Gmm) e da massa específica aparente (Gsm), foram utilizadas as normas ASTM D 2041/00 (Método de Rice), conforme observa-se na FIG. 6.3 e para massa específica aparente da mistura (Gsm) utilizou-se o método ASTM D 1188. 155 FIG. 6.3 – Equipamento previsto para método Rice (ASTM D 2041/00), Laboratório do IME. Conforme sugerido em NAPA (2002), para os ensaios de granulometria utilizou-se um teor de 6,5% do CAP 50-70 LUBNOR, que havia disponível em maior quantidade para todas as misturas, incluíram-se as fibras no teor de 0,3% para evitar o escorrimento, conforme revisão da literatura. Na TAB. 6.10 observa-se o resumo dos ensaios realizados nas 3 misturas, onde se pode verificar que a mistura C não atente a restrição do VCADRC ser maior que o VCAMIX, desta maneira descarta-se a mistura. Para a mistura D, verifica-se que o VAM é menor que a restrição de 17%, e que o Vv é menor que o encontrado na mistura F, desta forma escolheu-se a mistura F para continuar os ensaios. TAB. 6.10 – Resumo dos ensaios de granulometria com teor de CAP 50-70 LUBNOR de 6,5% VCAMIX/ Dens. VCADRC (kg/m3) 41,80 1,056 39,80 36,40 39,70 34,80 Mistura VCADRC VCAMIX C 39,60 D F Gmm Gmb Vv VAM 1,673 2,379 2,332 2,00 17,20 0,915 1,567 2,403 2,336 2,80 16,80 0,877 1,565 2,396 2,325 2,90 17,20 Como pode ser observado, o método da NAPA (2002) de dimensionamento do projeto de SMA difere em partes com o método convencional, como a moldagem de corpos de prova para estudo da granulometria, ensaios de compactação do agregado graúdo a seco e ensaios 156 com o método Rice requerem uma quantidade adicional de todos os materiais empregados, desde os materiais pétreos, fibra, a cal e o próprio ligante utilizado. Desta forma optou-se por não realizar os ensaios do VCAMIX utilizando-se o CAP Stylink, pelo fato de receber uma quantidade limitada do material do fornecedor. 6.1.2.3. PROJETO DA MISTURA Todas as moldagens dos corpos de prova de SMA foram executadas manualmente, com utilização de fogareiro e tacho apropriado, conforme FIG. 6.4. Todos os corpos de prova moldados foram executados com a energia determinada para misturas SMA de 50 golpes por face do compactador Marshall, para um CP de aproximadamente 1200g, com dimensões de 100 mm de diâmetro e 63,5mm ± 1,3mm de altura. FIG. 6.4 – Mistura manual dos corpos de prova Foram seguidas algumas prescrições da PETROBRAS(2010) como o condicionamento da mistura em estufa na temperatura de compactação ±3°C por um período de 2h±10 minutos, de acordo com ABNT NBR 15785/2010 e a AASHTO R 30-02-06. Para isso foram primeiramente utilizados formas de alumínio descartáveis, porém mesmo com o uso de fibras, o mástique aderia as paredes do alumínio (FIG. 6.5-a), de forma que havia muitas perdas na colocação da massa no molde Marshall, que foi levado a utilizar vasilhas de porcelana que tiveram resultado melhor que o anterior (FIG. 6.5-b), sendo que o procedimento não faz 157 alusão do tipo de recipiente. Fez-se uma análise da perda de mástique após o condicionamento, que segue na TAB. 6.11, que foi considerada alta, tendo em vista que pode ser interpretada como um escorrimento do mástique, pois ultrapassa a 0,3%, valor máximo permitido para o escorrimento. (a) (b) FIG. 6.5 – (a) Material aderido as paredes do recipiente de alumínio e (b) Material aderido ao recipiente de porcelana TAB. 6.11 – Perda do mástique por aderência nas paredes do recipiente após o condicionamento. Ensaio Peso do recipiente (g) 1 2 3 4 5 956,2 999,8 959,9 970,6 957,7 Peso recipiente utilizado (g) 958,6 1005,1 963,9 975 961,7 Peso Amostra (g) Diferença (g) Perda Mástique 1.200,00 1.200,00 1.200,00 1.200,00 1.200,00 2,40 5,30 4,00 4,40 4,00 0,200% 0,442% 0,333% 0,367% 0,333% Em continuidade com o método NAPA (2002), para seleção do teor ótimo de ligante, foram moldados mais 3 corpos de prova, para os teores de ligante de 5,5% e 6,0%, utilizando o mesmo CAP 50-70 LUBNOR, sendo que estas amostras foram denominadas de “1F”. Com a mesma granulometria tipo “F” e utilizando o CAP Stylink, foram moldados 3 corpos de prova para cada teor, sendo eles: 6,0%, 6,2% e 6,5%, e estas amostras denominadas de “2F”. O resumo dos resultados das duas misturas são apresentadas na TAB. 6.12. 158 TAB. 6.12 – Resumo dos ensaios SMA 1F e 2F Propriedade Gmb Gmm Vv, % VMA, % VCA, % Propriedade Gmb Gmm Vv, % VMA, % VCA, % 5,5 2,254 2,406 6,3 18,9 36,2 MISTURA SMA “1F” Teor de ligante, % 6,0 2,313 2,391 3,3 17,2 34,9 6,5 2,323 2,379 2,4 17,3 35,0 6,0 2,297 2,405 4,5 17,8 35,2 MISTURA SMA “2F” Teor de ligante, % 6,2 2,297 2,399 4,2 17,9 35,3 6,5 2,325 2,396 2,9 17,2 34,8 Segundo NAPA (2002), deve-se plotar os gráficos do volume de vazios(Vv), vazios no agregado mineral (VAM) e vazios no agregado graúdo (VCA) para se determinar o teor de ligante ótimo para cada mistura. Observando-se a constância do VAM e VCA, apenas plotando o volume de vazios, e adotou-se o valor de 4% como valor corresponde ao teor ótimo de ligante asfáltico, conforme pode ser visto na FIG. 6.6. Desta forma, adotou-se o teor ótimo da mistura SMA 1F como 5,9% e para a mistura SMA 2F como 6,2%. Apesar da metodologia NAPA (2002) de dosagem do SMA indicar que a mistura deverá ter no mínimo 6,0%, pode-se diminuir na dependência do Gsb da mistura. FIG. 6.6 – Gráfico do volume de vazios das misturas SMA 1F e 2F. 159 6.1.2.4. AVALIAÇÃO QUANTO À SUSCETIBILIDADE À UMIDADE E ESCORRIMENTO A metodologia NAPA (2002) prevê que devem ser realizados os ensaios de perda por umidade induzida e de escorrimento, segundo as normas AASHTO T283 e AASHTO T 30597 respectivamente. Segundo BERNUCCI et al. (2007) a avaliação do dano nas misturas asfálticas causado pela umidade é de grande importância, uma vez que afeta o desempenho e a vida de serviço dos pavimentos, evidenciando possíveis problemas de adesividade agregado-ligante. Para análise da suscetibilidade da mistura quanto à umidade, utilizou-se o método de Lothman (AASHTO T 283), conforme descrito no método NAPA (2002), que pode ser descrito da seguinte forma: Moldar seis CPs similares com 1.200g de mistura asfáltica na faixa de projeto e teor de ligante asfáltico de projeto com teor de vazios entre 5 e 7%; Separar um primeiro conjunto de três corpos-de-prova, colocando-os dentro de sacos plásticos para proteção e imersão em banho de água a 25°C por 2 ± 1h; Separar um segundo conjunto de três desses CPs, colocando-os em um recipiente com água destilada e aplicando-se vácuo a uma pressão de 250 – 650mmHg por 5 a 10 minutos, a fim de obter grau de saturação dos vazios entre 70 e 80% de água; Envolver os CPs em filme plástico e colocar cada CP dentro de um saco plástico com 10ml de água adicionais, vedando-os em seguida; colocar o segundo conjunto de três CPs para congelamento (-18°C) por um período mínimo de 16h; Imergir este conjunto de três CPs em um banho de 60°C por um período de 24 ± 1h, retirando-se os CPs dos sacos plásticos e do filme logo após a imersão; Retirar o conjunto de três CPs do banho a 60°C e imergi-los em um banho a 25°C por um período de 2 ± 1h; Realizar ensaio de resistência à tração no primeiro conjunto de três CPs não-condicionados (RT) e no segundo conjunto de três corpos-de-prova após todo ciclo de condicionamento (RTu); Calcular a resistência à tração retida por umidade induzida, que é a razão entre RTu e RT. Para execução dos CPs para o ensaio com o método Marshall de compactação foram 160 realizados ensaios nos CPs com no teor ótimo de ligante e número de golpes reduzido, tendo em vista encontrar um teor de vazios variando entre 5 e 7%, conforme pode ser observado pela FIG. 6.7, onde o volume de vazios mínimo exigido para o ensaio foi adotado, chegandose a um número de golpes muito baixo em ambas as misturas. Devido a esse número baixo de golpes, 16, encontrado, os corpos de prova após a compactação não tinham seus agregados unidos e durante o resfriamento desagregavam os agregados, conforme pode ser observado na FIG. 6.8. CAP 50‐70 LUBNOR CAP STYLINK VOLUME DE VAZIOS 7,00% 6,00% 5,00% 4,00% 3,00% 2,00% 1,00% 0,00% 0 5 10 15 20 25 30 35 40 NÚMERO DE GOLPES FIG. 6.7 – Ensaios para verificar o numero de golpes para obter um teor de vazios entre 5-7% FIG. 6.8 – Corpo de prova que desagregou após compactação com 16 golpes durante resfriamento, om o CAP Stylink 161 Os ensaios de umidade induzida foram considerados baixos para o CAP Stylink, conforme pode ser visto pela TAB. 6.13. O que pode ter acontecido por problemas no ensaio e também pelo fato de que a compactação foi deficiente. TAB. 6.13 – Resultados do ensaio de dano e umidade induzida das misturas. Ensaio 1 2 3 Dano pode umidade induzida (RTR) MISTURA 1F MISTURA 2F CAP 50-70 LUBNOR CAP Stylink 35,1% 39,6% 104,6% 41,46% 99,58% 40,0% De acordo com NAPA (2002) para verificar o valor de escorrimento do ligante asfáltico seguiu-se e a norma AASHTO T 305-97 (BERNUCCI et al., 2007). O ensaio de escorrimento é utilizado para determinar a quantidade de ligante asfáltico que potencialmente poderá escorrer da mistura de SMA. É estabelecido um valor máximo admitido no ensaio laboratorial de forma a evitar perda de ligante no transporte, na aplicação e na compactação do SMA. O ensaio consiste em inserir uma amostra de 1.200g de SMA usinado, utilizando a faixa granulométrica, teor de ligante e teor de fibras que se deseja testar, em um cesto cilíndrico confeccionado com tela metálica de abertura 6,3mm, com fundo suspenso, afastado do fundo, FIG. 6.9. Pesa-se e insere-se o conjunto apoiado em um papel-filtro, dentro de uma estufa regulada na temperatura de compactação por 1h±1min. Transcorrido o tempo, retira-se o conjunto da estufa e pesa-se a folha de papel-filtro novamente que poderá conter ligante escorrido da mistura. 162 FIG. 6.9 – Tela para ensaio de escorrimento AASHTO T 305. Os passos foram seguidos e para ambas as misturas chegou-se a um valor de 0,3% de fibras VIATOP 66, na FIG. 6.10 observa-se o escorrimento do ligante para uma porcentagem e fibras de 0,10% para o CAP Stylink. (a) (b) FIG. 6.10 – Papel filtro mostrando o escorrimento do mástique para o CAP Stylink (a) 0,1% de fibras e (b) com fibras 0,3%. 163 6.2. MOLDAGEM DE PLACAS ASFÁLTICAS PARA ENSAIOS FUNCIONAIS Para execução de ensaios funcionais como atrito pelo pendulo britânico e macrotextura do SMA foram moldadas placas para se calcular International Friction Index – IFI (Sp, F60) para cada mistura analisada, conforme descrito no item 2.1.6. Para confecção das placas elaborou-se um molde metálico de 50x50x4cm, com chapa superior para compactação e inferior com alça para transporte, conforme FIG. 6.11(a) e para mistura dos materiais para cada placa utilizou-se o misturador da COPPE/UFRJ, conforme FIG. 6.11(b). Para chegar a densidade aparente (Gmb) requerida compactou-se até a chapa superior ficar impedida de descer pela forma lateral. (a) (b) FIG. 6.11- (a) Molde metálico para confecção das placas (50x50x4cm) e (b) Misturador da COPPE/UFRJ com mistura SMA O aspecto da mistura SMA pode ser observado na FIG.6.12, após a compactação com uso de placa vibratória sobre o chapa metálica. 164 FIG.6.12 - Aparência da placa após a compactação Para a análise funcional procedeu-se ensaios de mancha de areia, FIG.6.13-(a) e de pêndulo britânico, FIG.6.13-(b), nas placas moldadas, desta forma podendo-se analisar o aspecto funcional do SMA, de acordo como método IFI. (a) (b) FIG.6.13 – Execução do ensaio de mancha de areia (a) e execução de ensaio de Pendulo Britânico (b) 165 7 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Este capítulo tem pode finalidade apresentar os resultados de todos os ensaios mecânicos e convencionais dos solos e agregados coletados, das camadas do pavimento, além dos resultados das misturas asfálticas descritas no capítulo anterior de acordo com as metodologias descritas. Também são apresentados e analisados os resultados dos ensaios realizados para avaliação das propriedades funcionais e mecânicas das misturas em estudo. Para o estudo das camadas do pavimento foram utilizados os parâmetros dos ensaios do acompanhamento controle tecnológico de campo, tais como umidades ótimas, compactação, densidades e CBR dos solos e britas, apresentados também neste capítulo. Para fins de nomenclatura, os ensaios a seguir são referentes a duas misturas SMA 12,5mm com diferentes tipos de ligantes e teores. São chamadas de 1F e 2F, sendo referentes a CAP 50-70 LUBNOR e CAP Stylink, nos teores de ligante de 5,9% e de 6,3%, respectivamente. 7.1. ENSAIOS CONVENCIONAIS E MECANÍSTICOS PARA SOLOS E BRITAS Como metodologia para realização dos ensaios foi utilizado em parte o Procedimento Rede 03/2010 e 04/2010 (PETROBRAS, 2010), pois não havia condições de trazer para o laboratório a quantidade de material solicitado em os procedimentos. Assim sendo, amostras de 25 kg de cada um dos materiais: subleito, sub-base, pedrisco e de brita graduada simples, todos utilizados na infraestrutura da obra em São Gonçalo do Amarante – RN foram trazidas para o laboratório de solos do IME, e postas a secar ao ar. Os solos do subleito e sub-base foram destorroados e subdivididos em amostras de 4,5kg em sacos plásticos, porém, no solo da sub-base foi efetuado mistura de 20% de pedrisco em peso de solo seco do material utilizado e homogeneizado, conforme executado in loco. Para a brita graduada simples (BGS) não houve destorroamento, somente umedecimento na umidade ótima de projeto utilizada in loco. Depois, foram retiradas as amostras de 4,5 kg cada e acondicionadas em sacos plásticos 166 fechados e levadas para a câmara úmida do laboratório, onde permaneceram até a realização do ensaio na COPPE/UFRJ. Tal procedimento teve objetivo garantir que todas as amostras tivessem a mesma umidade. Os ensaios de Módulo Resiliente e Deformação Permanente foram realizados com energias equivalentes a do proctor modificado com os materiais das respectivas camadas colocados na sua umidade ótima de projeto, esta fornecida pelo executante, porém para o material britado da base do pavimento, a brita graduada simples, notou-se que durante o umedecimento da BGS que o valor de umidade fornecido pelo executante estava muito alto, e foi utilizada a umidade de 5,3% para o BGS. A partir daí, os solos foram moldados em corpos-de-prova de dimensões 10 x 20 (cm x cm), com energia equivalente à do ensaio proctor modificado, e realizados ensaios triaxiais de cargas repetidas para se obter o módulo resiliente (MR) das mesmas. O material de base (BGS) foi utilizado o molde de dimensões 15x30 (cm x cm), para o ensaio de módulo resiliente (MR) tendo em vista que para a sua granulometria não era possível a execução sem o escalpo para o CP de dimensões 10 x 20 (cm x cm), conforme previsto nos procedimentos supracitado. Observa-se o corpo de prova 15x30 (cm x cm) na FIG. 7.1. FIG. 7.1 – Vista superior do CP de BGS (15x 30cm) Os ensaios de deformação permanente foram conduzidos em corpos-de-prova moldados com energia equivalente ao ensaio proctor modificado somente para os solos do subleito e sub-base. Seguiu o procedimento da rede temática de asfalto, no que diz respeito ao processo de preparação da amostra e realização do ensaio propriamente dito, porém foi utilizado apenas um estado de tensões para cada material (σd = σ3 = 70 kPa). A ideia da execução do projeto 167 foi somente pesquiisar a tendên ncia à deforrmação perm manente dos materiais,, escolhendo o um par de tensõões baixo. 7.1.1. E ENSAIOS CONVENC C CIONAIS O Os ensaios de CBR foram f realizzados pelo laboratório o de solos do 1° Bataalhão de Engenhharia e Consstrução, em m corpos-de--prova de trechos t difeerentes das amostras utilizadas u para o rrestante doss ensaios. Na N TAB. 7.11 são apreseentados os resultados r ddos ensaios de ISC, expansibilidade e umidade u ótiima média dos materiaais utilizado os na infraeestrutura da obra do D M ME - 01/87, que prevêê o ensaio ddos materiaais em 3 aeroporrto, segundoo a norma DIRENG níveis dde energia de compacctação (55, 26 e 12 golpes), g ond de o CBR final é aqu uele que correspoonde ao vallor correspo ondente a 955% da masssa específicaa aparente m máxima seca, obtida no ensaio de compaactação AA ASHTO moddificado. TA AB. 7.1 - Resultados dos ensaios de ISC I executad dos pelo 1º B BEC Camada do d pavimentto Ensaiio Subleito Sub-base S Ba ase C CBR - 12 goolpes (%) 28 39 37 C CBR - 26 goolpes (%) 68 112 62 C CBR - 55 goolpes (%) 112 143 20 04 CBR Finaal (%) 47 82 13 30 Dens.. Max. Apar. Seca (g/cm³³) 2,170 2,160 2,2 220 Expansãoo (%) 0,05 0,02 0,0 00 U Umidade Óttima (%) 6,6 6,0 6,,4 OC CBR de 47% % apresentaado pelo Suubleito reprresenta um solo de exccelente quallidade, e como a espessura máxima dee pavimentto é definid da pelo CB BR de 20% , de acordo o com o método descrito naa AC-150/5 5320-6D, poor este mottivo o CBR adotado noo dimension namento do projeeto correspoonde a 20%. Nãoo foram aprresentados ensaios e do C CBR do sollo da sub-baase sem a m mistura com m 20% de pedriscoo, os ensaioos que são ap presentadoss são da misstura com o pedrisco. Sãoo apresentaddos nas FIG G. 7.2, FIG G. 7.3 e FIG G. 7.4 as cu urvas de com ompactação dos três 168 tipos dee materiais estudados no presente ttrabalho. FIG. 7.2 2 - Curva de compactação o do solo do subleito. FIG G. 7.3 - Curvaa de compacttação da Sub b-base FIG. 7.4 4 - Curva de compactação o da camadaa de Base 169 7.1.2. M MÓDULO RESILIENTE Os ensaios de Módulo Reesiliente doss materiais das camadas de subleiito, sub-basse e base do pavim mento flexíível do Aero oporto foram m realizados pelo laborratório da C COPPE/UFR RJ. Parra modelagem da variiação do M MR com o estado de tensão, fooram utilizaadas três relaçõess, denominnadas Equaações (6.1)), (6.2) e (6.3). A calibração c destes mo odelos é apresenntada em MO OTTA E MEDINA (20005). M MR k .σ (E EQ. 7.1) M MR k .σ (E EQ. 7.2) k . σ .σ (E EQ. 7.3) MR ondde, A MR: módulo m de rresiliência (MPa); ( σ3 : tensão t confi finante (MPaa); σd : tensão t desviio (MPa); k1 , k2 , k3 : parâmetros p de regressãão. TAB. 7.2 apresenta o resumo dos parâm metros de regressão e coeficieentes de determinação para as três equ uações apreesentadas, muito m utilizaadas no paíís, para relaações de MR com m os estadoos de tensão o. Nota-se qque os parâm metros da Equação E (EQ Q. 7.3), aprresentam os valoores mais elevados e dee R2, indicaando que esta e equaçãão é a maiis adequadaa para a descriçãão do com mportamento o resiliente dos materriais, principalmente nno que se refere à simulaçção numéricca. TA AB. 7.2 - Parââmetros de reegressão e cooeficientes de d determinaçção para equuações utilizaadas. Cam mada do Paviimento Modelo o (Equaçã ão) k1 k2 k3 R2 Sub bleito 1 2 3 1 2 3 1 2 3 6664,21 828,8 9922,8 4477,68 7770,96 834,8 4481,69 11070,7 11140,7 0,016 0,0644 0,24 0,1231 0,2648 0,4 0,4512 0,6377 0,56 -0,188 -0,144 -0,133 0,02 0,17 0,89 0,24 0,73 0,92 0,67 0,95 0,99 Sub b-base B Base 170 Considerando apenas as variações do módulo resiliente em função apenas de uma das tensões de ensaio, o solo do subleito não apresentou bom enquadramento, enquanto que o material de sub-base apresentou enquadramento melhor enquadramento (R2 = 0,73) para variação em função da tensão confinante. A FAA (2009) se utiliza das Equações (6.4) ou (6.5) para estimar o módulo do solo do subleito (E), assumindo que seja de espessura infinita, desta maneira correlaciona o valor do módulo com o CBR para utilizar no programa de dimensionamento FAARFIELD. Conforme relação da Equação 5 o módulo do subleito seria fixo para o seu valor de CBR de 47% e no valor de 485,98 MPa. 1500 E , 10,34 x CBR, E em MPa (EQ. 7.4) (EQ. 7.5) A partir das FIG. 7.5, FIG. 7.6 e FIG. 7.7, pode-se analisar o efeito simultâneo da tensão desvio e confinante, do subleito, sub-base e base. O elevado módulo resiliente do solo do subleito pode ser explicado parcialmente pela sua classificação MCT (LA’), mas provavelmente a umidade ótima de projeto não é exatamente a umidade ótima da amostra de solo ensaiado em laboratório. Isto pode ter acontecido em função das mudanças de características físicas ao longo do perfil de ocorrência do solo de subleito. O módulo resiliente do subleito mostrou-se pouco dependente da tensão desvio, e mais dependente da tensão confinante, conforme pode ser constatado na FIG. 7.5. FIG. 7.5 - MR do Subleito. Energia Proctor Modificado, Modelo Combinado. 171 O módulo resiliente do material de sub-base mostrou-se dependente tanto da tensão desvio quanto da tensão confinante, conforme pode ser observado na FIG. 7.6. FIG. 7.6 - MR da Sub-base. Energia Proctor Modificado. Modelo Combinado. Analogamente o módulo resiliente do material de base mostrou-se dependente de ambas as tensões, apresentando valores bem baixos (abaixo de 150 MPa) para os níveis mais baixos de tensões utilizados no ensaio. Tal constatação não é incomum quando se trata de brita graduada simples, que constitui um tipo de material cujo comportamento resiliente é bastante dependente do enquadramento granulométrico. Os gráficos que apresentam a variação do módulo resiliente em função de ambas as tensões simultaneamente são mais adequados para a descrição do comportamento do material, entretanto uma melhor visualização dos resultados é observada quando se analisa a variação do módulo em função de cada uma das tensões isoladamente, caso das FIG. 7.8 e FIG. 7.9, conforme descrito anteriormente, onde observa-se baixos valores de R². 172 FIG. 7.7 7 - MR da Base. B Energi a Proctor Mo odificado. Modelo M Combbinado. FIG. 7.88 - Análise comparativa c do d MR variaando em funçção da tensão o desvio (σd) para os três tipos de camadas. c Eneergia Proctorr Modificado o. 173 FIG. 77.9 - Análise comparativaa do Móduloo Resiliente variado v em fu unção da tennsão confinan nte (σ3) para os trêss tipos de cam madas. Energia Proctor Modificado. M 7.1.3. D DEFORMA AÇÃO PER RMANENTE E Na F FIG. 7.10 sãão apresenttados resulttados de en nsaios de deeformação ppermanentee para os materiaiis de subleiito e sub-baase, consideerando con ndições anállogas de prreparo das amostras a utilizadaas para o ennsaio de mó ódulo resilieente. Avaliação A d da Deforma ação Perma anente Tottal 0,80 0,70 Ep (mm) 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 0E+0 2E+4 4E+4 Sub b-base 6E+4 8E+4 8 1 E+5 N Subleito S FIG. 7.10. Resultado doo ensaio de Deformação D Permanente 174 Somente foram executados dois ensaios, tendo sido adotado o mesmo estado de tensões (d = 70kPa e 3=70 kPa) em ambos. Neste caso, o objetivo principal foi a obtenção de uma ideia geral da tendência à deformação permanente que os materiais apresentam. Na análise deste tipo de ensaio dois aspectos são os mais importantes. O primeiro se refere ao valor total da deformação observado no ensaio, conduzido em CP´ de 20 cm de altura e 10 cm de diâmetro, tendo sido constatado em ambos os casos valor de deformação permanente total inferior a 1,00 mm, considerando-se 80.000 ciclos de aplicação de carga. Este valor é muito baixo, indicando que os materiais tendem a apresentar bom comportamento quanto à deformação permanente, muito embora mais ensaios com diferentes tensões devam ser realizados. Outro aspecto se refere à forma da curva pxN que os materiais apresentam, conforme constatado na FIG. 7.10. Para o material do subleito existe uma nítida tendência à acomodação da deformação permanente, caracterizada pelo fato da curva tornar-se praticamente paralela ao eixo “x”, a medida que se aumenta o número de ciclos de aplicação de carga. Este fato é favorável ao pavimento, conforme descrito por GUIMARÃES (2009). No caso do material de sub-base, a curva mostrou-se ligeiramente mais inclinada, indicando que a taxa de acréscimo da deformação permanente é não nula, embora pequena, mesmo para elevado valores de N. 7.2. CORPOS DE PROVA DE CBUQ COLETADOS NO AEROPORTO Durante os trabalhos de campo a capa asfáltica da PPD principal do Aeroporto já havia sido executada e a fiscalização local da INFRAERO vetou a extração de corpos de prova da PPD para que fosse realizado relatório fotográfico do procedimento e recolhimento do material. Por causa disso o Laboratório de Ensaios Técnicos do 1° Batalhão de Engenharia de Construção cedeu para o presente estudo 5 (cinco) corpos de prova extraídos da PPD e 6 corpos de prova moldados durante a execução da capa da PPD na época da execução, conforme pode ser observado na FIG. 7.11. Os corpos de prova de CA convencionais extraídos da pista necessitaram ser cortados para atingir dimensões para que se pudessem executar os ensaios de resistência a tração (Ensaio Brasileiro) e de compressão diametral com cargas repetidas, obtendo-se assim os 175 respectivas resistências a tração e módulos resilientes, ao qual foram realizados no laboratório da COPPE-UFRJ. Estes valores são apresentados na TAB. 7.3. FIG. 7.11 – Aspecto geral dos Corpos de Prova retirados na pista (acima) e (abaixo) CPs moldados durante execução da Capa Asfáltica com uso de Soquete Marshall TAB. 7.3 – Ensaios de MR e RT nos corpos de prova coletados no Aeroporto de Natal/RN Ensaio Corpo de Prova Módulo Resiliente (MPa) Desviopadrão Resistência a traçãoRT (MPa) MR/RT Corpos de prova moldados no laboratório do canteiro de obras 1 2 3 4 5 6 Média 7 8 9 10 11 Média 11.472,6 6.941,0 6.043,0 6.351,0 5.117,3 7.918,3 7.307,2 6.959,6 8.105,3 13.514,6 13.461,0 9.608,6 10.329,8 4.606,2 1.574,1 261,8 675,3 179,1 3.475,3 1.795,3 4.134,3 835,5 2.108,7 703,9 541,5 1.664,8 1,24 1,21 1,27 1,38 1,16 1,21 1,25 1,34 0,96 0,81 1,14 1,05 1,06 9.234,4 5.757,8 4.763,8 4.586,7 4.398,1 6.558,1 5.883,2 5.206,6 8.458,7 16.656,9 11.825,2 9.159,2 10.261,3 Corpos de prova extraídos da pista 176 Notam-se valores elevados dos Módulos e das razões MR/RT, isto pode ser devido ao enrijecimento do ligante pelo seu envelhecimento, o que pode ser visto pelo resultado de percentagem de penetração retida, que foi menor que o mínimo de norma, ou o ligante foi aquecido demasiadamente durante o processo de usinagem, há também a influência do intervalo de tempo da moldagem ou extração dos corpos de prova até o ensaio, que foram de aproximadamente 6 meses. Nos corpos de prova moldados no laboratório do canteiro de obras, apenas 1 amostra (11.472,6 MPa), destoou das demais, que variaram entre 5.117,3MPa e 7.918,3 MPa. Estes valores são elavados, porém compativeis com o esperado para concreto asfáltico, tratando-se de um indicativo consistente da qualidade da obra. No caso dos corpos-de-prova extraídos da pista, os valores de MR obtidos foram mais elevados, fato que pode ser explicado pela ampla exposição a luz e outros fatores já comentados. Não foram moldados em laboratório corpos de prova com o mesma traço utilizado em campo na pista do aeroporto, tampouco da camada de binder, ao qual poderiamos ter um resultado mais preciso da camada, equiparando os resultados. A camada de binder será considerado o mesmo Módulo Resiliente da camada de capa, visto ter mesmo teor de asfalto ligeiramente menor e granulometria similar. 7.3. ANÁLISE DO COMPORTAMENTO MECÂNICO DAS MISTURAS ASFÁLTICAS No presente trabalho, o comportamento mecânico das misturas asfálticas foi avaliado por meio dos ensaios de resistência à tração estática por compressão diametral, módulo de resiliência e fadiga por compressão diametral a tensão controlada. O ensaio de resistência à tração por compressão diametral estática foi conduzido para estimativa aproximada da tensão máxima de ruptura das misturas, além de estimar as tensões que poderiam ser utilizadas nos ensaios de módulo de resiliência e fadiga por compressão diametral dinâmica. Seguem na TAB. 7.4 os resultados dos ensaios de resistência à tração conforme metodologia apresentada, observa-se que a mistura 2F, com o CAP Stylink, possui uma RT superior a da mistura 1F. 177 TAB. 7.4 – Ensaios de resistência a tração de uma amostra de 3 CPs Resistência à tração (MPa) CP CP 1 CP 2 CP 3 Média Desvio-Padrão MISTURA 1F (CAP LUBNOR, 5,9%) 0,75 0,69 0,69 0,71 0,04 MISTURA 2F (CAP Stylink, 6,2%) 1,12 1,09 1,10 1,10 0,02 O módulo de resiliência das misturas foi determinado em corpos de prova ensaiados a 25°C, e o resultado foi obtido da deformação instantânea, sendo utilizados os parâmetros dos ensaios de compressão diametral, com tempo de aplicação de carga de 0,1 segundo e freqüência de 1 Hz, realizados no laboratório da COPPE. Observa-se na TAB. 7.5 que apesar da Mistura 2F apresentar MR superior a 1F, os resultados estão na mesma ordem de grandeza. Em seu estudo, MOURÃO (2003), encontrou módulo de resiliência para o seu estudo de SMA na faixa de 2500 MPa para 25°C, utilizando compactador giratório. VASCONCELLOS (2004) encontrou módulo resilientes para SMA da faixa de 3.397 a 4.747 MPa, com uso do compactador giratório. Observa-se que os resultados estão dentro das faixas encontradas na literatura. TAB. 7.5 – Ensaios de módulo resiliente de uma amostra de 3 CPs Módulo Resiliente (MPa) CP CP 1 MISTURA 1F (CAP LUBNOR, 5,9%) 3818 MISTURA 2F (CAP Stylink, 6,2%) 4374 CP 2 3082 3961 CP 3 2866 3133 Média 3255 3823 Desvio-Padrão 499 632 Foram realizados ensaios de Estabilidade e Fluência, com intuito de verificar valores destes ensaios, sendo apresentados na TAB. 7.6. Verifica-se que as misturas, apesar de atenderem os requisitos NAPA (2002) de estabilidade, de 620 kgf, mínima, o ensaio não vem sendo utilizado para dimensionamento do SMA. 178 TAB. 7.6 – Ensaios de módulo resiliente de uma amostra de 3 CPs MISTURA 2F MISTURA 1F CP Estabilidade (kgf) Fluência (mm) Estabilidade (kgf) Fluência (mm) CP 1 852,1 16 710,3 16 CP 2 709,4 17 816,6 18 CP 3 709,4 18 649,3 17 Média 790,0 17 725,4 17 Desvio-Padrão 71,6 1 84,7 1 Os ensaios de fadiga à compressão diametral em corpos de prova cilíndricos foram realizados em condição de carga dinâmica à tensão controlada (TC) por compressão diametral à tração indireta, à frequência de 1Hz e tempo de carregamento de 0,1s, onde as cargas verticais devem induzir tensões de tração horizontais no centro da amostra entre 7,5% e 40% da resistência à tração estática, a uma temperatura de 25°C ± 0,5°C. Os corpos de prova cilíndricos foram moldados com soquete Marshall, 50x2 golpes, no Laboratório da COPPE/UFRJ, com 63 mm de altura e 100mm de diâmetro aproximadamente, seguindo os procedimentos descritos anteriormente. O gráfico referente a comparação das amostras pode ser observado na FIG. 7.12, onde verifica-se na análise de tensões uma maior influência do CAP modificado, com uma vida de fadiga significativamente mais elevada que a do CAP convencional. VIDA DE FADIGA x DIFERENÇA DE TENSÕES Número de aplicações, N 1,00E+07 1,00E+06 y = 36976x-6,242 R² = 0,9402 1,00E+05 1,00E+04 y = 1978,7x-3,404 R² = 0,8454 1,00E+03 1,00E+02 0,1 1F 2F 1 10 Diferença de tensões, Δσ (MPa) FIG. 7.12 – Vida de fadiga x diferença de tensões para as misturas asfálticas estudadas. 179 7.4. A ANÁLISE FUNCIONA F AL 7.4.1. R RESULTAD DOS DE EN NSAIOS DE ORTO E CAMPO – AEROPO Durrante a visitta ao Aerop porto de Sãoo Gonçalo do d Amarante-RN foram m realizadoss ensaios de manncha de areeia e de Pêêndulo Britâânico na pista de pou uso e decollagem. O traço t foi mantidoo o mesmo durante tod da a pista, quue não entrou em operração ainda.. Desta form ma podese verifi ficar pela TA AB. 7.7, qu ue os resultaados de amb bos ensaios são muito ppróximos, podendop se destaa forma utiliizar um dad do médio paara toda a piista, de amb bos os ensaioos. TAB. 77.7 – Resultaado dos ensaiios de Pênduulo Britânico e de Mancha de Areia reealizados na pista de Pouso do o Aeroporto d a Grande Natal/RN N (ab bril/2011) Estaca Temperattura da Pistta Faixa ( (°C) 8 48 1 LD 13 45 1 LE 18 48 1 LD 23 47 1 LE 28 46 1 LE 33 45 1 LD 38 44 1 LE 43 43 1 LD 48 42 1 LE 53 41 1 LD 58 40 1 LD 63 38 1 LE 68 40 1 LE 73 38 1 LE 78 37 1 LE 83 37 2 LE Média DP BPNTºC T 83,0 0 73,8 85,2 81,4 4 77,0 0 70,4 4 71,4 4 77,8 77,0 0 78,0 0 76,8 75,4 4 70,4 4 75,0 0 75,2 77,4 4 76,6 6 4,2 BPN20 (ccorrigido) 86 76,8 88,2 84,4 80 73,4 74,4 80,8 80 81 79,8 77,4 73,4 77 77,2 79,4 79,3 4,240 Macrottextura (h hm) 0,7 77 0,7 73 0,7 78 0,7 78 0,7 78 0,7 76 0,7 77 0,7 78 0,7 77 0,7 76 0,7 77 0,7 72 0,7 75 0,7 78 0,7 77 0,7 72 0,7 76 0,0 02 Com m base nas informaçõees da TAB . 7.7, pode--se classificar a PPD doo Aeroporto o de São Gonçaloo do Amarante-RN, com Microteextura muitto rugosa (TAB 2.5) e de macrrotextura média ((TAB. 2.7). Quanto ao valor da m microtextura não é defin nido em norrma aeropo ortuária a microtextura, porém m para a macrotextura m a conforme já comentaado anteriorrmente, con nforme a 180 Instruçãão de Aviaçção Civil – IAC 4302 determina que pistas novas n o vallor da macrrotextura seja no mínimo 1,00mm, destaa forma verrifica-se quee o valor daa macrotexttura de 0,76 6 já esta abaixo ddo mínimo para pista nova, n e que com o aum mento da soliicitação do ttráfego, a teendência é diminuuir. 7.4.2. A ATRITO NAS N MISTU URAS ASFÁ ÁLTICAS EM E LABOR RATÓRIO Os ensaios dee Pêndulo Britânico B e de Manchaa de Areia foram reallizados na placa p da mistura 1F, com o CAP 50-70 0 LUBNOR R. Sendo quee os resultad dos são apre resentados na n TAB. 7.8. TA AB. 7.8 - Reesultado dos ensaios e de P endulo Britâânico e de Mancha de Areeia na Placa 1F T Temperaturra do Pavimentto (°C) 28 BPN NTºC BPN N20 (corrig gido) Macrotex xtura (hm) 72 ,8 73,8 8 1,21 Apóós determinnação dos parâmetross de textura e atrito da superfíciie da placa asfáltica moldadaa de SMA e da PPD do Aeroporrto da Gran nde Natal, procedeu-see ao cálculo das constanntes de vellocidade “S Sp” e do N Número dee Atrito “F F60” para ass misturas asfálticas a analisaddas, além dee constar daados de 3 m misturas con nvencionais de acordo com a meto odologia Superpaave (AZR, DZR e BZR), B estuddadas por ARAUJO (2009), quue realizou u ensaio semelhaantes de atriito conform me observa-sse na TAB. 7.9. TAB. 7.9 – Valorees de Sp e de F60 para as m misturas anallisadas e com mparação com m 3 outras misturas m convenccionais (AZR R, DZR e BZ ZR) (ARAÚJO, 2009) Misstura H médio (m HS mm) BPN médio Sp FR60 F60 PP PD 0,76 766,6 74,7 39,2 0,3 38 Placa S SMA 1F 1,21 733,8 125,9 48,8 0,4 45 A AZR 1,28 669 133,81 47,49 0,4 44 D DZR 1,18 779 122,45 52,52 0,4 48 BZR 1,02 994 104,27 58,19 0,5 52 181 Definidos então, Sp e F60, pode-se finalmente calcular o IFI (International Friction Index) de cada misturas a qualquer velocidade de passeio S, por meio Equação (EQ. 2.4). A partir dos valores calculados e visando conhecer o comportamento do atrito para diferentes velocidades, foi determinado o IFI para cada mistura avaliada, sendo o gráfico apresentado na FIG. 7.13. Pode-se observar que a condição de atrito, considerando os cálculos baseados na teoria do International Friction Index, para medições de mancha de areia (Sp) e pêndulo britânico (FR60) para as cinco misturas: Placa SMA 1F, PPD do Aeroporto e AZR, DZR e BZR. Uma vez que na TAB. 2.10 não consta o equipamento do pêndulo britânico como referência para se classificar uma PPD de acordo com a ANAC (2009), não se pode comparar os resultados obtidos com o método IFI com nenhuma das velocidades previstas no teste, 65km/h ou 95km/h. Assim sendo, para realizar se obter um parâmetro de classificação dos valores IFI encontrados, se calculou o valor de F65, para cada mistura, com a utilização da Equação (EQ. 2.4), e com base nos dados da TAB. 2.10, que trata dos parâmetros mínimos aos ensaios de medição de atrito, utilizou-se os dados das colunas [6], [7] e [8] dos equipamentos Griptester e Skiddometer para a velocidade de 65km/h. Com estes dados, foram calculados os coeficientes mínimos de atrito mínimos (pista nova, nível de manutenção e nível aceitável) para cada equipamento e para cada mistura, pois cada mistura tem um coeficiente de velocidade (Sp) diferente, fazendo-se a conversão dos coeficiente utilizando-se os dados da TAB. 2.15, que trata da relação dos equipamentos calibrados para obtenção do F60, que possui os dois equipamentos calibrados. Desta forma, verificou-se que as duas conversões de valores apresentaram as mesmas classificações de pista, para os valores encontrados, conforme ilustrado na TAB. 7.10. Pela literatura esperava-se que a mistura SMA obtivesse uma resultado de atrito (IFI neste caso) inferior a de uma mistura convencional, em razão microtextura dos agregados estar impregnada de ligante asfáltico, porém conforme pode ser observado na TAB. 7.10 que a mistura obteve uma classificação de pista como segura não supervisionada. Espera-se conforme prevê a literatura, um aumento do valor do atrito com o tempo, em decorrência do desgaste dessa camada de ligante, expondo seus agregados. As misturas AZR, DZR e BZR correspondem a faixa 2 da DIRENG, executadas por ARAUJO (2009), analisando misturas acima, dentro e abaixo da Zona de Restrição da metodologia Superpave de dosagem do Concreto Asfáltico, mostraram-se como pista segura não supervisionada, com exceção da mistura (BZR) que obteve classificação de pista nova. 182 A mistura da Pista de Pouso e Decolagem do aeroporto de São Gonçalo, obteve classificação de segura e não supervisionada, com seu índice acima do nível de manutenção, apesar de ser uma pista nova que ainda não entrou em operação. 1,000 PLACA SMA 1F 0,900 PPD Aeroporto 0,800 AZR 0,700 DZR IFI 0,600 BZR 0,500 0,400 0,300 0,200 0,100 0,000 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 Velocidade (km/h) FIG. 7.13 – Comportamento do atrito global das misturas TAB. 7.10 – Classificação dos pavimentos utilizando-se o método IFI e coeficientes de atrito mínimo convertidos para os equipamento Griptester e Skiddometer, para cada tipo de mistura Mistura Sp F65 PPD 74,7 0,36 125,9 0,43 Placa SMA 1F AZR 133,81 0,42 DZR 122,45 0,46 BZR 104,27 0,50 Equipamento Pav Nível Nível Novo* Manut.* Aceitável* Griptester 0,39 0,31 0,26 Skiddometer 0,38 0,29 0,24 Griptester 0,48 0,36 0,31 Skiddometer 0,47 0,39 0,29 Griptester 0,54 0,41 0,35 Skiddometer 0,52 0,39 0,32 Griptester 0,51 0,38 0,33 Skiddometer 0,50 0,37 0,32 Griptester 0,48 0,36 0,31 Skiddometer 0,47 0,34 0,30 Classificação pista segura não supervisionada pista segura não supervisionada pista segura não supervisionada pista segura não supervisionada pista nova *Observação: Valores da TAB. 2.10convertidos, utilizando-se dados da TAB. 2.15 e Sp de cada mistura. 183 8 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 8.1. CONCLUSÕES Este trabalho tem caráter inedistista no Brasil, estudando a utilização do SMA em pavimentos aeroportuários, verificando assim a potencialidade de sua utilização em PPD do Brasil, onde de acordo com as qualidades atribuídas ao SMA pela experiência rodoviária e pela experiência internacional em utilização em aeroportos. De acordo com os objetivos deste trabalho foram analisados casos da experiência internacional em pavimentação asfáltica em aeroportos utilizando-se a mistura tipo Stone Matrix Asphalt (SMA), e como objetivos específicos foram propostos estudos nas camadas do pavimento da pista de pouso e decolagem do Aeroporto da Grande Natal – RN, em construção pelo 1° Batalhão de Engenharia de Construção, organização militar do Exército Brasileiro. A pista de pouso do Aeroporto da Grande Natal – RN apresentou macrotextura inferior a recomendada de 1mm, o que levou a preocupação quanto aos testes de atrito dinâmico, que seriam efetuados pela contratante. Esta preocupação com o atrito e macrotextura é eminente em obras aeroportuárias com pavimentação asfáltica, o que poderia ser minimizado, utilizando-se uma mistura que prove uma macrotextura dentro das especificações e a um bom atrito, como no caso do SMA, motivação suficiente para elaboração deste trabalho. De acordo com o objetivo principal deste trabalho que consistiu em estudo da mistura tipo Stone Matrix Asphalt (SMA) para pavimentos aeroportuários, pode-se concluir que a mistura possui propriedades superiores aos CA convencionais. Quanto aos resultados dos ensaios das características geotécnicas dos materiais empregados em parte do pavimento do Aeroporto da Grande Natal: Do ponto de vista do comportamento resiliente dos materiais constatou-se que o Modelo Composto para descrição do módulo resiliente apresentou o melhor ajuste quando comparado com os outros modelos utilizados nesta pesquisa; O material do subleito apresentou valores de módulo resiliente superiores às demais camadas do pavimento; A deformação permanente total dos materiais de subleito e sub-base apresentou-se 184 baixa para o estado de tensões adotado. Quanto aos resultados dos ensaios das misturas SMA com os agregados locais da região do Aeroporto da Grande Natal: Da análise de ambas as misturas, se destacou a mistura com Asfalto Modificado, CAP Stylink, que obteve melhor desempenho com relação em Resistência a Tração, ao Módulo de Resiliência e à Fadiga. Quanto ao ensaio de dano por umidade induzida, o ensaio deve ser repetido para constatar a deficiência encontrada, o que não deveria acontecer com CAP modificado. Devido ao alto teor de ligante da mistura SMA são necessários estabilizantes, e comumente utilizam-se fibras de celulose; Houve necessidade da utilização de muitos finos na mistura, passantes na peneira #200, o que é uma característica do SMA. Foram utilizados finos do próprio agregado e cal hidratado (1,5%), porém para utilização de quantidades maiores de cal e utilização de outros fíleres, recomenda-se proceder o ensaio de Rigden. Quanto ao grooving no SMA, não se realizaram ensaios nas placas, porém conforme revisão da literatura, já foram ensaiados em laboratório obtendo resultados satisfatório. O grooving deve ser utilizado em pistas testes ou trechos em taxis em operação, monitoradas quando a presença de FOD e desagregação que são alguns dos problemas que podem gerar um pavimento aeroportuário de SMA. Quando ao ensaio de atrito em placas utilizando-se o método IFI, com uso do pêndulo britânico e ensaio de mancha de areia, pode-se constatar que o valor obtido pela placa do SMA é compatível com a literatura, prevendo um atrito inicial menor, porém seria exigido testes posteriores colocando–se a placa em serviço ou ao desgaste de alguma equipamento simulando o tráfego para que se possa após o desgaste inicial da película de ligante, haver um aumento do significativo do teste de pêndulo britânico. Porém apesar da presença desta película a placa SMA apresentou uma classificação de pista segura não supervisionada, o que dentre as outra pesquisa utilizada para referencia 2 de 3 foram também classificadas de forma semelhante. Cabe lembrar das pistas testes do aeroporto de Johanesburgo, em que o atrito na seção de SMA apresentou elevação do valor de atrito, pela perda do filme fino de ligante. Quanto os procedimentos executivos destacam-se o desuso de rolos pneumáticos, utilizando-se de rolos lisos vibratórios, a elevada porcentagem de fíler que pode ser um gargalo na produção do SMA em usinas tradicionais, além do uso de fibras, a criteriosa seleção da granulometria dos agregados e também a temperatura de compactação, que deve 185 ser criteriosa, evitando-se assim quebra de materiais e o melhor arranjo do esqueleto pétreo. 8.2. RECOMENDAÇÕES PARA PESQUISAS FUTURAS Para continuidade desta pesquisa, recomenda-se: Localizar agregados e materiais alternativos regionais nas proximidades do Aeroporto da Grande Natal/RN, com a finalidade de se estudar o comportamento e economicidade com materiais regionais como calcário e cal hidratada; Coletar agregados diretamente do britador com granulometrias que possam ser utilizadas nas faixas granulométricas específicas para o SMA, sem a necessidade de britagem posterior; Complementar a campanha de ensaios mecânicos para as misturas SMA, incluindo ensaios de deformação permanente, e de preferencia com simulador de tráfego; Quanto ao estudo do SMA em aeroportos, realizar pistas teste ou trechos monitorados para verificar as características em campo da mistura, impregnação por borracha e facilidade de limpeza; Realizar campanha de ensaios de deformação permanente para o solos do local; Analisar mecanicamente possíveis corpos-de-prova retirados das placas, para comparação das influências do tipo de compactação utilizada; Testar os fíleres quanto a sua superfície especifica e realizar o Ensaio de Rigden, constatando sua adequação quanto a utilização em misturas SMA; Realizar ensaios nas placas com utilização do gritting, verificando sua utilidade para melhoria do atrito inicial do SMA; Realizar os ensaios nas placas com outros equipamentos de atrito como CT Meter, Drenabilidade, DF Tester e o medidor de atrito dinâmico portátil (micro griptester), desta forma podendo-se chegar a correlações eficientes para o teste de atrito em laboratório, sem a necessidade de executar várias pistas teste. Método IFI utilizando o asfalto modificado Comparação dos resultados mecanísticos com a compactação CGS, analisando 186 diferenças atribuídas aos processos de compactação; Testar outros tamanhos máximo nominais (TMN) de agregados; Estudo de ruído do SMA; Estudo do grooving no SMA; 187 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AASHTO. Handbook of hot-mix asphalt paving. American Association of State Highway and Transportation Officials, 1991. ANAC. Resolução nº 88, de 11 de maio de 2009, da ANAC – Agência Nacional da Aviação Civil, 2009. ANP. Resolução Nr 19 de 11 de julho de 2005, da ANP – Regulamento Técnico ANP Nr -03/2005. Brasília. Agencia Nacional do Petróleo. 2005. ANP. Resolução Nr 32 de 21 de setembro de 2010, da ANP – Regulamento Técnico ANP Nr -04/2010. Brasília. Agencia Nacional do Petróleo. 2010. APS, M. Classificação da Aderência Pneu-Pavimento pelo índice combinado IFI International Friction Index para Revestimentos Asfálticos. Tese de Doutorado, USP, São Paulo, 179p., 2006. 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