Intervenção Fisioterapêutica domiciliar na mielite transversa aguda: estudo de caso Heiner Borges da Silva Júnior¹ [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia ² Pós Graduação em Fisioterapia Neurofuncional – Faculdade Ávila Resumo A mielite transversa (MT) é um processo inflamatório agudo que afeta uma área focal da medula espinhal. Ela é caracterizada clinicamente por sinais e sintomas de disfunção neurológica em nervos motores, sensoriais, e autonômicos e vias nervosas da medula espinhal que se desenvolvem agudamente ou subagudamente. Embora a fisioterapia seja somente um dos componentes do programa de tratamento do paciente com mielite transversa, esta é considerada imprescindível para a recuperação das habilidades físicas e funcionais. Este estudo de caso foi realizado com um paciente de 31 anos, sexo masculino com diagnóstico clínico de Mielite Transversa e fisioterapêutico de Tetraplegia. O tratamento fisioterapêutico foi realizado em domicílio utilizando recursos eletroterapêuticos, manuais e cinesioterapêuticos, o paciente evoluiu com melhora estrutural (ADM, força muscular, tônus muscular, equilíbrio, coordenação, sensibilidade e propriocepção), na capacidade funcional e nas atividades de vida diária. Palavras Chave: Fisioterapia domiciliar; Mielite transversa; Estudo de caso. 1. Introdução Mielite transversa aguda (MTA) é uma doença inflamatória desmielinizante que afeta a medula espinhal focal que resulta em disfunção sensório-motora e autonômica (PANDIT, 2009). Os sintomas podem progredir rapidamente dentro de minutos ou horas em alguns pacientes com Mielite Transversa (MT), ou eles podem progredir dentro de dias ou semanas em outros. Quando o nível máximo do déficit é alcançado, aproximadamente 50% dos pacientes têm perda de todos os movimentos de seus pés, virtualmente todos os pacientes têm algum grau de disfunção da bexiga, e 80-94% dos pacientes sofrem de insensibilidade, parestesia, ou disestesia. Mielite Transversa é uma doença rara com uma ocorrência de 1 à 4 casos novos por milhão de pessoas por ano, e a MT pode afetar pessoas de todas as idades (desde os 6 meses até os 88 anos) com um pico de incidência entre os 10 e 19 anos e entre os 30 e 39 anos. Não há nenhuma predisposição sexual ou familiar para a MT. Aproximadamente 1/3 dos pacientes se recuperam sem ou com poucas seqüelas após o ataque inicial, 1/3 têm um grau moderado de desabilidade permanente, e 1/3 não têm nenhuma recuperação, ficando com graves desabilidades funcionais (KERR, 2001). Alguns pacientes com Mielite Transversa podem apresentar melhora na função neurológica mesmo se eles não fizerem nenhuma terapia específica. Se o paciente se recuperar, a recuperação deve começar dentro de 6 meses, e a maioria dos pacientes apresentam alguma forma de restauração da função neurológica dentro de 8 semanas. A recuperação pode ser rápida entre o terceiro e o sexto mês depois do início dos sintomas, e pode continuar embora seja mais devagar, até dois anos. (KUERTEN, 2007). ¹Pós Graduando em Fisioterapia Neurofuncional ²Orientadora, Fisioterapeuta, Especialista em Metodologia do Ensino Superior e Mestrando em Bioética e Direito em Saúde Atualmente, não existe nenhum tratamento que altere claramente o prognóstico dos pacientes com MT. Apesar da terapêutica com corticóides ser muitas vezes oferecida a estes doentes durante a fase aguda, não há estudos randomizados e controlados com placebo que suportem esta opção. (OLIVEIRA et. al., 2010:30). O tratamento é baseado no fisiodiagnóstico do paciente feito pelo fisioterapeuta, sendo, a modalidade, a freqüência e a duração de tratamento determinadas frente à história clínica e ao exame físico (CORDEIRO, 2007). O presente estudo teve como objetivo acompanhar a evolução fisioterapêutica de um paciente com Mielite transversa aguda atendido em domicílio desde a alta hospitalar, analisando melhoras estruturais e funcionais e informando a importância da intervenção fisioterapêutica imediata nesta patologia, que aparece de forma súbita e evolui para complicações graves. 2. Revisão Bibligráfica 2.1. Características Clínicas da Mielite Transversa Mielite transversa aguda (MTA) é uma desordem patogeneticamente heterogênea inflamatória da medula espinhal. (PANDIT, 2009). Mielite transversa (MT) pode ocorrer isoladamente (idiopática) ou no contexto de outra doença. Pode acontecer como uma síndrome parainfecciososa, paraneoplásica ou pós-vacinal ou como complicação de uma doença auto-imune sistêmica, esclerose múltipla ou vasculopatia (WALID et. al., 2008). A lesão tipicamente se estende por vários segmentos vertebrais e não é radiologicamente ou patologicamente transversal; o termo transversal foi retida por causa da importância de um nível vertebral sensorial em fazer o diagnóstico (SCOTT, 2011). A MT é caracterizada clinicamente por sintomas que se desenvolvem agudamente e subagudamente, e por sinais de disfunção neurológica em nervos motores, sensoriais, e autonômicos, e vias nervosas da medula espinhal. A fraqueza é descrita como uma paraparesia rapidamente progressiva que começa nas pernas e ocasionalmente progride para as mãos. A flacidez pode ser notada inicialmente com sintomas piramidais que aparecem gradualmente até a segunda semana da doença. Pode-se documentar um nível sensorial na maioria dos casos. O nível sensorial mais comum em adultos é a região médio-torácica, apesar de crianças poderem ter uma freqüência maior de complicações da medula espinhal cervical e de nível sensorial cervical. A pessoa pode sentir dor nas costas, nas extremidades, e no abdômen. A parestesia é um sintoma inicial comum em adultos com MT, mas não é comum em crianças. Sintomas autonômicos consistem variavelmente de aumento da impulsão de urinar, incontinência do intestino ou da bexiga, dificuldade ou inabilidade em evacuar, evacuação incompleta ou constipação intestinal. Disfunção sexual também é um resultado comum de complicações sensoriais e autonômicas do sistema nervoso na MT. (KRISHNAN, et. al., 2004). Do ponto de vista anatomofuncional, as lesões medulares podem ocorrer no sentido transversal, de maneira completa, ou comprometer apenas parte da estrutura parenquimatosa, originando secções anterior, posterior, lateral ou central. A lesão pode se estender no sentido longitudinal, ascendente ou descendente, com envolvimento de vários segmentos. A sintomatologia decorrente depende, portanto, da extensão e intensidade da lesão e do grau de sofrimento das estruturas radiculomedulares (BRITO, 2003). MT é geralmente dividida em 2 subgrupos com base no grau de envolvimento da medula espinal: Mielite transversa aguda completa (MTAC) e mielite transversa aguda parcial (MTAP) (SCOTT, 2011). Mielite transversa aguda completa pode ser definida como uma doença idiopática inflamatória causando disfunção da medula espinhal simétrica abaixo de um nível específico da função da medula. A deficiência que se seguiu pode ser moderada a grave. Monofásico agudo MT foi descrito no fundo de uma variedade de infecções e vacinações. Pode também ser visto na configuração de ADEM, em quase um quarto dos pacientes. As formas graves de MTA têm sido descritas com outras doenças auto-imunes, como lúpus eritomatoso sistêmico (LES), síndrome da Sjφgren (SS), síndrome do anticorpo antifosfolípide primária, sarcoidose, e várias formas de vasculite. Pode ser a manifestação inicial na medida em que 23% dos pacientes diagnosticados mais tarde a ter LES. Mielite transversa aguda parcial pode ser definida como uma perda assimétrica ou leve da função da medula espinhal. Estes pacientes podem ter deficiência sensorial desigual, fraqueza leve a moderada de distribuição assimétrica, e disfunção da bexiga ocasional (PANDIT, 2009). 2.2. Aspectos Epidemiológicos Sua incidência estimada é de 1-4 novos casos por ano por milhões de habitantes, que afetam individuos de todas as idades e sendo uma causa significativa em todo o mundo (CHAVES, et. al., 2011). A MT afeta pessoas de todas as idades com picos bimodais entre os 10 e 19 anos e entre os 30 e 39 anos. Existem aproximadamente 1400 casos novos diagnosticados nos Estados Unidos por ano, e aproximadamente 34,000 pessoas têm morbilidade crônica da MT em qualquer momento. Aproximadamente 28% dos casos de MT relatados são em crianças [estudo de série de casos do JHTMC]. Não há nenhuma predisposição sexual ou familiar para a MT (KRISHNAN, et. al., 2004). 2.3. Aspectos Etiológicos Não há uma única etiologia para a Mielite Transversa (MT), mas em muitos casos, a síndrome clínica pode ser o resultado de danos ao tecido neural causado por um agente infeccioso ou pelo sistema imunológico, ou por ambos. Muitos casos provavelmente são parainfecciosos, freqüentemente seguidos de uma infecção respiratória ou de uma doença gastrointestinal. Em muitos poucos casos, foi mostrado que a MT foi causada por uma infecção microbiana direta no SNC. 30-60% dos pacientes com MT relatam uma infecção precedente dentro de 3-8 semanas, e evidências serológicas de infecções agudas com rubéola, sarampo, mononucleose infecciosa, influenza, enterovíruses, micoplasma ou hepatite A, B e C, já foram demonstradas (KERR, 2001). Uma mielopatia transversa aguda pode resultar de uma variedade de mecanismos patológicos, alguns deles não infecciosos. Causas não infecciosas incluem esclerose múltipla, lúpus eritematoso sistêmico e pós vacinação. Os vírus implicados na condição incluem Echo vírus, herpes zoster, vírus Epstein Barr e citomegalovírus. Agentes infecciosos não virais causando mielite transversa incluem esquistossoma, micoplasma e toxoplasma. Uma síndrome medular de evolução aguda é observada. A maioria dos pacientes em idade infantil apresenta uma boa recuperação, mas um déficit residual não é incomum em adultos. (PERKIN, 1998:250) 2.4. Diagnóstico em MT A história geral e do exame físico são realizados pela primeira vez, mas muitas vezes não dão pistas sobre a causa da lesão medular. A primeira preocupação do médico que avalia um paciente com queixa e exames sugestivos de um distúrbio da medula espinhal é para descartar uma lesão de massa ocupando o que pode estar comprimindo a medula espinhal. Lesões em potencial que pode comprimir a medula incluem tumor, hérnia de disco, estenose (estreitamento de canal a cabo) e abscesso. Isto é importante porque a cirurgia precoce para remover a compressão podem reverter o dano neurológico à medula espinal. O teste mais fácil para descartar tal lesão de compressão é a ressonância magnética dos níveis adequados de medula. No entanto, se a RM não estiver disponível ou as imagens são equívocos, mielografia deve ser realizada. Um mielograma é um conjunto de raios-X tomadas após uma punção lombar foi realizada tanto no pescoço ou na região lombar e um agente de contraste (corante) é injectado para dentro do saco que envolve a medula espinhal. O paciente é então inclinado para cima e para baixo para permitir o fluxo de corante e delinear a medula espinal enquanto que os raios-X são tomados (LYNN, 1997). Em 2002 The Transverse Myelitis Consortium Working Group (TMCW) propôs um conjunto de critérios diagnósticos para a MTA idiopática e a MTA secundária ou associada a uma doença específica. Estes critérios permitiram unificar as classificações, para garantir uma linguagem comum para a prática clínica e servir como um guia para o reconhecimento da mielite inflamatória incluídos na pesquisa (CHAVES, et. al. 2011). O diagnóstico baseia-se, para além das manifestações clínicas, na demonstração de inflamação medular: pleocitose e aumento do índice de IgG no liquor, e na RM medular aumento da captação de contraste (edema medular, sinal hiperintenso na ponderação T2 (com menor frequência, sinal iso ou ligeiramente hipointenso em T1), geralmente atingindo vários segmentos vertebrais e mais frequentemente ao nível da medula toraco-lombar). A evidência da inflamação medular pode não estar presente no início do quadro, pelo que há autores que sugerem a sua repetição entre o segundo e o sétimo dia de doença (SAMPAIO, et. al., 2011). Mielite transversa às vezes se manifesta como rápida de início paraparesia, tetraparesia grave ou com arreflexia, o que pode levar a confusão diagnóstica com outras causas de debilidade crescente, tal como a síndrome de Guillain-Barré, caso contrário, sinais de hiperreflexia e Babinski estão presentes, confirmando a central e não uma causa periférica da fraqueza muscular (FROHMAN, et. al., 2010). Os critérios de diagnósticos para a MTA idiopática estão listados na Tabela 1. Um diagnóstico da MTA idiopática deve requerer que todos os critérios de inclusão e nenhum dos critérios de exclusão sejam satisfeitos. Um diagnóstico da MTA associada à uma doença deve requerer que todos os critérios de inclusão sejam satisfeitos e que o paciente seja identificado como uma pessoa que tenha uma condição subjacente listada nas exclusões específicas à doença (KERR, 2002). Critérios de inclusão Desenvolvimento da disfunção sensorial, motora, ou autonômica atribuível à medula espinhal Sintomas e sinais bilaterais (mas não necessariamente simétricos) Nível sensorial claramente definido Exclusão de etiologia compressiva extra-axial por neuroimágens (RM ou mielografia; uma TC da medula espinhal não é adequada) Inflamação da medula espinhal demonstrada pela pleocitose no LCR ou pelo índice elevado de imunoglobina G ou pelo realce degadolinio (Se nenhum dos critérios inflamatórios estiverem presentes no ínicio dos sintomas, repita a avaliação com RM e PL entre 2-7 dias após o início dos sintomas para satisfazer os critérios). Progressão ao estado crítico entre 4 horas e 21 dias após o início dos sintomas (se o paciente acordar com sintomas, os sintomas devem ficar mais graves desde o momento em que o paciente acordou) Critérios de Exclusão Histórico médico de radiação à espinha dorsal nos últimos 10 anos Distribuição arterial clara déficit clínico consistente com trombose da artéria espinhal anterior Ausência de sinal anormal na superfície da espinhal dorsal consistente com a MAV Evidência clínica ou serológica de alguma doença do tecido conectivo (sarcoidose, doença de Behçet, síndrome de Sjogren, LES, doença mista do tecido conectivo, etc)* Manifestações do SNC por sífilis, doença de Lyme, HIV, HTLV-1, micoplasma, e outras infecções virais (e.g. HSV-1, HSV-2, VZV, EBV, CMV, HHV-6, enterovíruses)* Anormalidades na RM do cérebro que indicam EM* Histórico médico de neurite óptica clinicamente aparente * Fonte: Adaptado de Douglas Kerr (2002) Tabela 1. Critérios para a mielite transversa aguda idiopática *Não exclua a mielite transversa aguda associada à uma doença. MAV= malformação arteriovenosa; LES = lupus eritematoso sistemico; HTLV-1= vírus linfotrópico da célula T humana do tipo 1; HSV= vírus simples do herpes; VZV= vírus varicela-zoster; EBV= vírus Epstein-Barr; CMV= citomegalovirus; HHV= vírus herpético humano 2.5. Prognóstico em MT Uma das questões importantes a serem abordados, enquanto confrontado com um caso de MTA, é diferenciar entre um pós-infecciosa de uma apresentação inicial de um caso de Esclerose Múltipla (EM), pois há são prognóstico diferente e, possivelmente, ramificações de tratamento. RM de encéfalo e CSF-OCB tem o maior valor preditivo negativo para o desenvolvimento subseqüente de EM. As características clínicas que, possivelmente, ajudar na diferenciação de MTA (pós-infecciosa) e mielopática EM são simétricas, os sintomas evoluíram rapidamente, dor lombar, mielite ascendente e favorecendo um déficit mais grave da primeira. Alta incidência de MTA como apresentando características de EM só é visto em pacientes com síndrome da medula espinhal aguda parcial, onde todos os componentes não estão envolvidos. Outras variáveis prognósticos que determinam o resultado da MTA são gravidade do déficit, ENMG dos músculos mostrando padrão de desnervação e da coluna vertebral somato sensoriais potenciais evocados. Neuroimagem anormal foi encontrado para ser um outro fator de mau prognóstico (PRABHAKAR, 1999). O bom prognóstico é observado em jovens com progressão subaguda dos sintomas sensorial e motor dentro de dias e semanas, quando a função da coluna posterior e os reflexos profundos são mantidos e a recuperação se inicia rapidamente. Já no prognóstico mais grave há dor nas costas como sintoma inicial, início mais agudo com evolução rápida dos sintomas em poucas horas e disfunção neurológica grave, distúrbio sensorial em níveis da coluna cervical, incontinência urinária, falta de recuperação após três meses e choque medular. O bom resultado é aquele em que o paciente apresenta marcha normal, sintomas urinários leves, sinais mínimos sensoriais e do neurônio motor superior, o regular há leve espasticidade porém com marcha independente, urgência e/ou constipação e alguns sinais sensoriais, e o ruim com inabilidade para andar ou distúrbio severo na marcha, ausência do controle do esfíncter e déficit sensorial. Isto é de valor prognóstico no que diz respeito ao desenvolvimento de tónus muscular e, consequentemente, para o planejamento do tratamento (KAMONSEKI, 2010). Os exames eletrofisiológicos são de valor complementar na avaliação diagnóstica de lesões da medula espinhal, na previsão do resultado funcional, e no acompanhamento do curso de déficits neurológicos. Isso é útil para o planejamento e seleção de abordagens terapêuticas dentro do programa de reabilitação (CURT, 2000). 2.6. Intervenção Fisioterapêutica Domiciliar na MT Recuperar a função e melhorar a qualidade de vida dos paciente é importante. Mas, além do aspecto clínico das síndromes neurológicas, os profissionais da saúde precisam olhar holisticamente o paciente, para os aspectos psicossociais e os processos de ajustamento envolvidos. O profissional precisa inicialmente dominar a capacidade de se comunicar e angariar a confiança e, assim, a cooperação do paciente. Sua consuta não deve ser restrita ao protocolo de tratamento, mas também a boa avaliação, monitorização do progresso e orientação aos parentes nos cuidados e na convivência com o doente. O atendimento domiciliar deve ser estruturado considerando alguns fatores como as condições sociais e econômicas, equipamentos necessários, identificação do cuidador do paciente em casa e o envolvimento do programa. O considerável efeito psicológico que as visitas do Fisioterapeuta surtem na vida e no cotidiano dos pacientes com doenças neurológicas, uma vez que, além da reabilitação física, estes pacientes desenvolvem a sensação de segurança e confiança (FELÍCIO et. al., 2005). Fisioterapia é um componente chave do processo de reabilitação após uma lesão da medula espinal (LM), e inclui uma variedade de intervenções que abordam vários domínios na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), adaptada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Estes domínios incluem função e estrutura corporal, limitação de atividade e participação. Ao aplicar estes conceitos no contexto da reabilitação após lesão medular, função e estrutura corporal referem-se a deficiências na sensação ou função motora, limitações amplitude de movimento (ADM), dor músculo-esquelético, etc limitação da atividade refere-se a déficits em tarefas diárias, tais como rolamento em cama ou impulsionar uma cadeira de rodas. Participação refere-se a atividades que contribuam para papéis de habilidades sociais e de lazer, como a dona de casa, participantes de esportes, ou estudante universitário (SCHROEDER, 2011). O paciente com seqüelas de lesão medular precisa, inicialmente, alcançar as habilidades de se mover no leito. O ensino de técnicas de transferência incorpora uma ampla variedade de estratégias, adaptações e técnicas necessárias na reabilitação da lesão medular. O tratamento mais efetivo é um programa com exercícios passivos e auto-assistidos na amplitude de movimento. O alongamento mais efetivo é leve e mantido por um período prolongado, permitindo que as fibras colágenas se alonguem progressivamente. Exercícios ativos ou resistidos podem ser feitos manualmente ou com pesos (DESANTANA, 2005). O processo de reabilitação em lesão medular normalmente inclui várias fases que ocorrem durante um período de semanas, meses ou anos. Para muitos pacientes com (LM), o fundamento deste processo é colocado durante a reabilitação de internação onde os objetivos primários incluem maximizar a independência com habilidades básicas (mobilidade cama, gestão de cadeira de rodas, e transferências), a progressão para a deambulação se for o caso, a formação do cuidador, fornecimento de equipamentos e educação (em temas como alívio de pressão, complicações médicas, etc.) Uma série de investigações têm examinado o impacto do momento, a intensidade ou a duração dos programas de internação de reabilitação sobre os resultados de reabilitação, e associaram a participação na reabilitação hospitalar para (LM) com ganhos funcionais (SCHROEDER, 2011). Estudo de Caso Paciente A.P.O, 31 anos, com diagnóstico clínico de Mielite Transversa e diagnóstico fisioterapêutico de Tetraplegia. Relatou que em 11/06/09 apresentou quadro de cervicalgia, que foi diagnosticada inicialmente como mialgia e tratada com antinflamatório não esteroidal. Em 14/06/09, iniciou um quadro de parestesia em membros inferiores aproximadamente às 18:00 hrs, que ascendeu até o membro superior esquerdo e psoteriormente ao membro superior direito em mais ou menos 1 hora. Às 23:00 hrs do mesmo dia procurou atendimento médico onde ficou internado para observação por aproximadamente 4 horas, sendo diagnósticado de retenção urinária e feito um cateterismo “de alívio” naquela ocasião, mesmo tetraparético, foi liberado para o domicílio. Na manhã do dia seguinte de entrada no Hospital João Lúcio, onde permaneceu 31 dias internado. No dia 15/06/09 realizou ressonância magnética nuclear de coluna total que mostrou imagem sugestiva de empiema subdural na região cervical. Em 18/06/09 foi submetido ao procedimento neurocirúrgico de laminectomia descompressiva C4-C5 e utilizou Oxacilina para o tratamento do quadro infeccioso. Na avaliação fisioterapêutica verificou-se: Exame Físico Geral Nível de consciência: Orientado Estado Afetivo: Normal Distúrbios de Cognição e Linguagem: Normal Inspeção Sonda: Vesical Presença de curativo Duoderm em placa devido a início de úlcera por pressão Edema: Cacifo (-) em MMII na região distal em ambos os lados Coloração da pele: Normocorado Trofismo muscular: Hipotrófico Sem deformidades osseas e articulares Respiratório Ventilação: Ar ambiente Tipo de Tórax: Normal Ritmo Respiratório: Eupnéico Padrão Respiratório: Torácico Expansibilidade: Simétrica Ausculta: MV (↓) em bases de AHTX e sem ruídos adventícios. Palpação Escala ASYA: Classificação B motor e sensitivo Tônus Muscular: Hipotonia nos 4 membros Amplitude de Movimento: Limitação de movimento nos músculos flexores do ombro de ambos os lados, flexores e adutores do quadril, flexores do joelho e tornozelo. Força Muscular: MMSS - Grau 0 em todos os segmentos, proximal, medial e distal, com exceção dos músculos flexores do ombro e cotovelo E - 1, flexores do punho e dedos D - 1. MMII: Grau 0 em todos os segmentos, proximal medial, distal, com exceção dos músculos extensores do quadril D - 1, flexores do tornozelo D - 1 e E – 1. Sensibilidade: Tátil - MMSS - normoestesia em MSD, hipoestesia MSE em região proximal, medial e distal. Dolorosa: hipoestesia em MSD, normoestesia MSE em região proximal, medial e distal. Reflexos Patológicos: Hiporreflexia em MMSS e MMII Testes e Sinais: Sinal de Babinski (+), Clônus - Ausente. Testes Coordenação: Index - Nariz: Incapaz de realizar; Calcanhar - Joelho: Incapaz de realizar. Mobilidade no Leito: DD → DLD: Não realiza, DD → DLE: Não realiza, DD → DV: Não realiza, DD → SENTADO: Não realiza, SENTADO → DE PÉ: Não realiza. Os objetivos e condutas propostas são: - Melhorar expansão torácica em bases com manobra de pressão expiratória, e uso de incentivador de fluxo - respiron. - Diminuir edema em região distal de MMII com uso de drenagem linfática e posicionamento de membros. - Promover alinhamento biomecânico buscando normalizar o tônus, para a melhora da postura; - Manter trofismo muscular com a utilização de eletroestimulação funcional (FES). - Melhorar e manter a ADM com alongamentos passivos e ativos, priorizando os músculos dos membros inferiores (ísquios tibiais, tríceps sural, tibial anterior e adutores de quadril) prevenindo contraturas e deformidades; - Manter e melhorar a força muscular com exercícios isotônicos passivos, ativo-assistidos, ativos, resistido manual, com thera band, alteres, tornozeleira e exercícios isométricos; - Promover mobilidade da cintura pélvica, escapular e de tronco com mobilizações; - Prevenir atrofia muscular por desuso de membros superiores com fortalecimentos utilizando as diagonais de FNP; - Promover descarga de peso e transferência de peso, de membros superiores e inferiores se possível; - Favorecer as reações de endireitamento e equilíbrio, provocando o desequilíbrio, e realizando tomada de peso em membros superiores; - Facilitar e estimular as mudanças de posturas no leito; 3. Materiais e Métodos A pesquisa foi desenvolvida previamente sob a forma de revisão bibliográfica para fundamentação teórica, e posteriormente desenvolveu-se através de estudo de caso. Foram utilizados como critério de inclusão artigos, revistas de fisioterapia, neurologia e saúde escritos no período de 1994 a 2011, e critérios de exclusão artigos escritos em período anterior às datas mensionadas. Na caracterização de estudo de caso, utilizou-se fichas de evolução de atendimentos domiciliares que foram realizados no período de julho de 2009 a outubro de 2010, utilizando como acompanhamento evolutivo o teste de força muscular manual, escala de ashworth modificada para o tônus muscular, escala de berg para o equilíbrio, goniometria para a amplitude de movimento e o índice de barthel para a quantificação das funcionalidades e atividades de vida diária (AVDs). Os atendimentos foram realizados em domicílio com frequência de 6 vezes por semana, de segunda-feira a sábado, com duração de 60 a 90 minutos de terapia. Os objetivos e condutas fisioterapêuticas eram alteradas a cada 30 dias, conforme a evolução apresentada pelo paciente. 4. Discussão Os programas terapêuticos aplicados consistem em processos pelos quais se ministra, orienta, guia e ensina a demanda funcional adequada, a fim de estimular que os mecanismos de reorganização neural desenvolvam-se de forma ideal, na tentativa de recuperar ao máximo as funções sensório-motoras dos pacientes com lesão neurológica. Embora a fisioterapia seja somente um dos componentes do programa de tratamento do paciente com lesão medular, incluindo a mielopatia transversa, é considerada imprescindível para a recuperação das habilidades físicas e funcionais (DESANTANA, 2005). O tratamento mais efetivo é um programa com exercícios passivos e auto-assistidos na amplitude de movimento. Após a ocorrência de contratura, o manejo depende da duração e gravidade da contratura e varia de alongamento leve até intervenções cirúrgicas para procedimento de liberação capsular e alongamento de tendões. O alongamento mais efetivo é leve e mantido por um período prolongado, permitindo que as fibras colágenas se alonguem progressivamente. Exercícios ativos ou resistidos podem ser feitos manualmente ou com pesos. O paciente com seqüelas de lesão medular precisa, inicialmente, alcançar as habilidades de se mover no leito. O ensino de técnicas de transferência incorpora uma ampla variedade de estratégias, adaptações e técnicas necessárias na reabilitação da lesão medular (SCHNEIDER, 1994). O alongamento passivo é um procedimento utilizado com freqüência na reabilitação de segmentos submetidos à imobilização e também na prática desportiva. Esta técnica é capaz de prevenir a proliferação de tecido conjuntivo, a atrofia muscular e a perda de sarcômeros em série em músculos imobilizados, influenciando sua resposta mecânica como o aumento da resiliência (CARVALHO et. al., 2008). Os alongamentos passivos e a auto-assistidos para musculatura dos membros superiores e inferiores, segmentos cervical e lombar da coluna vertebral são necessários para manter as amplitudes articulares e prevenir retrações musculotendíneas e capsulares (SARTORI et. al., 2009) O desenvolvimento de uma contratura pode resultar no mau alinhamento postural e/ou impedir a função potencial. Exercícios diários de ADM e posicionamento adequado ajudam a evitar contraturas. Os pacientes que apresentam espasticidade podem precisar de tratamentos mais freqüentes. A prevenção de contratura inclui mobilizações para o alinhamento adequado da articulação, técnicas como sustentação de peso e exercícios funcionais. (UMPHRED, 2004). As ações de rolar a partir da posição supina para a posição prona e levantar a partir da posição supina para ficar de pé são elementos importantes nas habilidades funcionais da vida diária, e os fisioterapeutas rotineiramente ensinam estas tarefas a indivíduos cujos prejuízos funcionais interferem com a capacidade de realizá-las. Além de sua importância prática em garantir independência física, estas ações também têm importância nas teorias do desenvolvimento e do controle motor (DESANTANA, 2005). A sensibilidade, particularmente a propriocepção, é muito importante para o paciente com uma lesão incompleta para aquisição de uma deambulação funcional, e deve ser enfatizada para recuperação funcional após uma lesão ao nível medular (UMPHRED, 1994). A estimulação elétrica neuromuscular é uma modalidade eletroterapêutica versátil, geralmente integrada aos planos de tratamentos de seqüelas pós-imobilização. Está técnica é capaz de induzir o músculo estriado esquelético a alterações histológicas, histoquímicas e biomecânicas (CARVALHO et. al., 2008). O objetivo das técnicas de FNP é promover o movimento funcional por meio da facilitação, da inibição, do fortalecimento e do relaxamento de grupos musculares. As técnicas utilizam contrações musculares concêntricas, excêntricas e estáticas, combinadas com a aplicação gradual de uma resistência e com procedimento facilitatórios adequados, todos ajustados para atingir as necessidades de cada paciente (NUNES et. al., 2010). O objetivo principal da pressão expiratória é desinsuflar os pulmões. Fisiologicamente ocorre uma diminuição do espaço morto e, consequentemente, do volume residual (VR); aumento do volume corrente (VC) e maior ventilação pulmonar, que, por sua vez, oxigenará melhor o sangue. Objetiva-se também com esta manobra um ganho de mobilidade da caixa torácica, bem como um auxílio na mobilização de secreções. Na sua parte final, assiste e estimula a tosse, por uma provável tendência de colapso das vias aéreas (LIEBANO, 2009). Esses incentivadores são exercitadores respiratórios que têm como objetivos reexpandir áreas pulmonares, promover a higiene brônquica (já que pode estimular a tosse) e fortalecer os músculos inspiratórios (KOTZ, 2005). 5. Conclusão Baseado nas reavaliações fisioterapêuticas, as evoluções apresentadas a cada 30 dias sofriam alterações nos objetivos e nas condutas de tratamento fisioterapêutico e foram também observadas e tratadas as fases de transição desta lesão cervical, a fase flácida e espástica. O tratamento foi realizado no prazo de 1 ano e 3 meses e obteve-se melhora estrutural e funcional em todo o programa de tratamento realizado. Através deste estudo foi verificado a importância da reabilitação fisioterapêutica em pacientes com Mielite Transversa, onde o indivíduo acometido possui muitas limitações funcionais e necessita de uma intervenção imediata e permanente. Sendo assim, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais. Considerando-se os achados deste estudo de caso clínico, sugere-se que a cinsesioterapia se constituiu um tratamento eficaz para seqüelas graves em paciente portador de mielopatia transversa, visto que houve evolução positiva notável em variáveis como força muscular, controle postural, reações de endireitamento e proteção, funcionalidade no leito, propriocepção, equilíbrio estático e dinâmico, coordenação neuromuscular, ortostatismo e deambulação. Finalmente, considerando-se a escassez de literatura sobre o assunto, têm-se como perspectivas que mais pesquisas sobre os cuidados e manejo fisioterapêutico do paciente portador de mielopatia transversa sejam executados, a fim de estabelecer os efeitos do tratamento sobre o quadro funcional e a forma mais efetiva de tratamento. 6. Referências Bibliográficas BRITO, José Correia de Farias; NÓBREGA, Paulo Virgolino. Mielopatias – Considerações Clínicas e aspectos etiológicos. Arq. Neuro-Psiquiatria, Vol.61, Núm. 3B. São Paulo, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0004282X2003000500021&script=sci_arttext CARVALHO, Leonardo César. Estimulação Elétrica Neuromuscular e o alongamento passivo manual na recuperação das propriedades mecânicas do músculo gastrocnêmio imobilizado. Acta Ortopédica Brasileira, Vol. 16, Núm. 3, 2008, pp. 161-164. Universidade de São Paulo Brasil, 2008. Disponível em: http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/657/65713426007.pdf CHAVES M, et al. 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