15. Propriedades distintivas 15.1. Propriedade ou tra os . A fala é um contínuo ~e especifica:t0res dos segmentos: segmentos, devido às caracterísqo' po~e ser Interpretado em função de 'd d cas artlculatórias ;. um a es (segmentos) que d ' acustIcas e auditivas e no tempo C b 't' se suce em au d I Iva, a decomposição d f I ' . om, ase na saliência a a a mats comum \h representados por letras dos alfabetos fo 'f ,gera os segmentos 'iI blocos e linear. Todavia cada um d ~~ ICOS. E uma segmentação por i,·f':~ camadas que os compõ;m P d esses ocos pode ser decomposto nas - d . roce endo assim t ~ nao as coisas que se suced ' em-se uma segmentação ";.; determinad bl em no tempo, mas que coe . t , o oco ou segment d' XIS em num fala. Essas camadas que como~ num etermInado tempo da corrente-da,. ' poem os_ segmentos sao fionetlcas dos sons da f I as propriedades . a a, mas sao usada 1 fi . l!roprzedades distintivas ou não ( d nd s pe a onologia como Informação fonológica. re u antes) - com relação ao valor de " Assim, um [p] é um bloco ue ode propriedades fonéticas: oclusivaq b.r b. ser decomposto nas seguintes , propriedades pode servir para esta'b II a lal, surda. Cada uma dessas - a outros segmentos qu . - fionológica com reIaçao _e ecer uma opoSIçao exemplo, as oclusivas opõem_:en~o ~ssu~rn essas propriedades. Por opõem-se às alveolares as surd as _ cativas e nasais, as bilabiais diante. , a s opoem-se às sonoras, e assim por ' O mesmo vale para as vog'ais' rê] , propriedades fonéticas' vogal t' . e. um bloco com as seguintes oral, sonora. Do mes~o mod a~enor, melO-aberta, não arredondada o, vogal opõem-se às demais que nã~ tiverem tais propriedad fi es, por exemplo às . echadas, arredondadas nasalizad d ' vogaIS posteriores, meioas, esvozeadas etc T d ' • . o a característica fonética (a d' Ao.' na, acústica, auditiva etc) con ti't ' ero Inamlca, fonatória, articulatóf I ' . s UI-se numa . a a. A prática fonológica (sobret d . propnedade dos sons da mente as propriedades am' I ,u. o maIs antiga) tem usado principalcu atonas e acústi . _ OPOSIçoes fonológicas. Propriedades, ; ~as para a definição das atenção especial nos últimos ProsodIcas têm recebido uma anos. Ri storicament . ; fi . e, Ja oram propostos ,. . propnedades distintivas (ou t d" v~os tIpos de inventários de raços lstmtlvoS), com o objetivo de 64 \ sistematização das unidades fonológicas e com vistas a uma maior ou menor correlação com a realidade fonética. Três obras fundamentais são: Preliminaries to Speech Analysis, de Jakobson, Fant e Halle "(1952), Sound Pattem of English, de Chomsky and Halle (1968), e Preliminaries to Linguistic Phonetics, de Ladefoged (1971). Estes foram trabalhos que inspiraram muitas outras obras importantes. As propriedades distintivas estão ligadas a pressupostos teóricos específicos, dependendo do modelo que as adota, O modelo do SPE (Sound Pattern of English) se definia como uma fonologia g~rativa (transformacional), uma vez que fazia parte da Gramática Gerativa Transformacional de Chomsky, quando fora proposto. O modelo de Ladefoged já é completamente diferente. Além disto, é preciso ficar atento para o fato de algumas propriedades serem definidas fqnologicamente de maneiras diferentes por diferentes autores. Alguns autores optaram por um sistema binário ( O : 1 ou + : - ), outros por propriedades n-árias (multi-árias ou escalonadas). Neste último caso, as propriedades apresentam graus (por exemplo, o acento). Embora todo sistema n-ário possa se reduzir a um sistema binário (e vice-versa), o modo de ser de cada modelo é diferente, representa pontos de vista diferentes com relação aos processos de produção e percepção da fala e ao modo como a fonologia lida com essas questões. Muitos acham que os sistemas binários são altamente desejáveis, pois facilitariam uma interface com programas de computação. Outros acham que os sistemas n-ários se adequam com maior rigor à realidade fonética da fala nas descrições lingüísticas. Ao estudar as oposições fonológicas entre sons foneticamente semelhantes, já foi apontado o fato de existir sempre um atributo ou propriedade que era responsável pela diferença entre esses sons e, conseqüentemente, dos itens lexicais. Em outras palavras, nos pares mínimos, o que carreia a oposição de significados são as propriedades diferentes que ocorrem nos pares de sons suspeitos. Portanto, todo par de sons suspeitos caracteriza-se por ter uma base comum ou conjunto de propriedades em comum, e uma (ou mais) propriedade distintiva, ou seja, uma propriedade que não é compartilhada pelosdois sons, mas que é específica de um deles. A base comum de propriedades compartilhadas por dois ou mais sons forma uma classe natural. Veja a tabela abaixo: 65 , I, • Propriedades distintivas base comum s P b surda sonora alveolar oclusiva bilabial S t Y palato- oclusiva alveolar alveolar surda fricativas surdas consoantes fricativa velar sonora A base comum de um conjunto de segmentos, como se disse, forma uma classe natural desses sons. Os processos fonológicos aplicam-se de maneira preferencial sobre as classes naturais, formando regras mais abrangentes do que aquelas que se aplicam apenas sobre propriedades distintivas individuais. O número de propriedades necessário para a especificação de uma classe natural sugere uma simplicidade métrica. Deste modo, uma classe será tanto mais geral quanto menos propriedades forem necessárias para sua definição. Isto significa, por outro lado, que quanto menos propriedades tiver uma classe, mais abrangente ela será, isto é, conterá um número maior de elementos e a formalização dos processo será mais simples. Portanto, a complexidade da notação das regras irá refletir a complexidade do . fenômeno que ela interpreta. As propriedades vêm escritas entre parênteses quadrados como os símbolos fonéticos, com a valência (marcas de + ou -) no início. As propriedades com o sinal (+) são marcadas e as com o sinal (-) são não marcadas. Há implicações teóricas fortes que se baseiam no fato de certas regras atingirem elementos marcados ou não-marcados (teorias das marcas fonológicas). Em urna notação como [+sonoro] não se lê a valência (o sinal de +), mas se diz apenas sonoro. Na notação [-sonoro], por exemplo, diz-se não-sonoro ou surdo, não sendo costume dizer menos sonoro. . . . .. . . . -...... . . . . . .. . . Pro Jriedades alta baixa • ;>ostenor arredondada + - - - - + + - - Os elementos (ou segmentos) são analisados em propriedades distintivas através de matrizes ou de gráficos emforma de,árvore. Este último tipo serve para tirar as redundâncias que costumam aparecer quando se faz urna matriz. Vejas os exemplos, a seguir: - - - + + + + - +. distintivos os Matriz de propnedade( (traç ) • , om as propriedades distintivas da O gráfico em forma de arvore c . " mostra que a propriedade ] , . t da logo aCIma matriz das vogaiS apr~sen a . osteriores] e a propriedade (alta e r] é redundante para as vogaIS (=p mesmo tempo (+posterio aixa] (b . que sao ao damento] é redundante para t~da~ ~s redundante para ~s vogaIS (~edon b e dependendo da distnbUlçao (+baixa]. A propneda~e . de . E preCISO lem rar qu , vogais neste SIstema. resultado será de um tIpO das pr~priedades ná árvore (esco~~~~deo(arredondamento] tivesse si~o sistema ou de outro. Se a ~rop I d como vogais, o resultado tena baixo do no rotu a o d oposições fonológicas. colocada Iogo a . gerado um sistema dIferente e Vogais -----~----~(-posterior] (+posterior] (-baixa] (+baixa] (a] 15.2. Matrizes e árvores: e I Segmentos u o a (+alta] I (u] (-alta] \ (o] • \ (i] \ (e] 15 3. Matrizes de traços distintivods: t'ntI'voS o mais notável foi o , . alh m traços IS 1 De todos os trab os co eh msky e Morris Halle. E 1" h) de Noam o SPE (Sound Patterns of ng IS I de matrizes com propriedades . I uns exemp os á Apresentam-se, abaIXO, a g P m estudo mais detalhado, ser . d modelo. ara u distintivas, segun o esse. preciso consultar a obra CItada. 67 66 (+alta] (-alta] Classes naturais: obstruintes nasais • e consoantes sons (oclusivas, 1fqüidas • • senuvogaI silábicas fricativas, glotais vogaI• s (sons do (nasais e africadas, s LedoR) líqüidas) sons lotais - • silábico sonorante consonantal - - + + + + + + Anterior e coronaI : anterior coronal + - LW[w] - - - + - + + - I I ,I ! • I • Sonorante consonantal contínua - t" + + - delaYed release africadas estridente e - s - + - + + t - - + + - - h + • sonorantes consonantal nasal lateral + - - • • vogaIS altas vogaIS médias vogaIS baixas I + - - + . - + - • y U t + + + - + + + + - . •• • • + . As casas não preenchidas significam que a propriedade ru'io se aplica, isto é, não faz sentido, por exemplo, dizer Se um [tJ é estridente ou não. As propriedades [cootinuoJ, [delaYe<! releaseJ e [estridenteJ aplicam-se somente a consoantes. Sonorantes (ou soantes): + • . . - + + + - • alta • baIxa • postenor arredondada . 7. - VogaIs: • f• - • I • Obstruintes: s k . onsoantes produzIdas na parte da frente da boca e m a lâmina da língua. [anterior] refere-se ~ c [corona1] , às produZIdas co . t c • Nas !fnguas em que não há consoantes silábicas, [+silábicoJ representa as vogais e [-silábico], as consoantes. I t + + ~ I Vo ais e SemivogaIS: • • I J silábico + consonantal - alto + + • postenor arredondado . - Os segmentos m, • II Y w U • - + + + + - + + + + + • [q] e [w] são semivogals • + + + • • • - secundárias: Articulaçoes n I r + + + + + + + - + • anterior coronal alto posterior arredondado . P pJ pW t + - + + - + + + + + + l' W t k kl kW q + + + + + + + - - - - - + + - - + + + + - - . + 68 69 - . - 15.5. Resumo do Sistema de Jakobso n, Fant e Halle (1963): [r] = [-tenso] sonoro: aspirado: glotalizado: acento: . longo: z n S - - - - + - - - - + - - - - - - - -. + + + + + + + + + + + P b . soante silábico consonântico alto baixo recuado arredondado anterior coronal contínuo estridente vozeado nasai latera! f v m t d s 3 Á - + - - - J1 k g + - r + - - - - I + - + + + + + + + - - - - - + - - - - - - - - - - - - + + + + + - - - - - - - - - - - • .- - - - - - + + + - + - + + + - - - - . - - - - - - - - - - - - • - - - - - • • + + + + + + - - - - - + - - + + - - - + + - - + - + + - - - - + - + + + + + + - + + - + + + • - - ""- - - - - - - - . + + + + - + ± + + + + - - - + - - - - - • - + - + + + - • - - - - - Vogais: silábico consonântico soante alto baixo recuado arredondado • 1 e E a :l o u + + + + + + - - - - + - - - - + - + + + + - + + + + + - - - + - + -. + + - + - - + + - + + + + + 70 • J w - + - + + + + .+ p. + - + + + - + - - + - + - + + ± - vogais e líquidas. os glides e as obstruintes. Vocálico: Não-vocálico: obstruintes e líquidas. Consonântico: vogais e glides. Não_consonântico: frieativas e laterais. oclusivas, vibrantes e afrieadas. Contínuo: ejectivas, implosivas e cliques. Não-contínuo: frieativas [f,sS,v,3] (também africadas). Bloqueado / Não-bloqueado: \ fricativas [~,8.x,~J,'i1 (também africadas). Estridente: Mate (Não_estridentes): sonoros. - sonoros. Vozeado: sons nao cons. velares e palatais, vogo baixas (::: [a]). Não-vozeados: cons. labiais, dentais, alveolares, vg. altas. Compacto: consoantes labiais e velares. Difuso: consoantes dentais, alveolares e palatais. Grave: cons. faringalizadas, labializadas, vogo [:),0, u). Agudo: Bemolizado (não bemol.) cons. palatalizadas (/ não_palatalizadas). longas/breves, aspiradas/não-aspiradas. Diesado (/ Não-diesado): cons. nasais, vogais e glides nasalizados. Tenso / Não-tenso: Nasal/ Não-nasal: • • \ ,; • • Nota: velares são agudas diante de [i]. 15.6. O Sistema de Traços de Chomsky e Halle (1968): + + Soante (/ Não-soante): Silábico (/ Não-silábico): Consonântico: Não_consonântico: Coronal: Não-coronal: Anterior: Não-anterior: vogais, glides e nasais, líquidas. vogais _nasais, laterais, vibrantes silábicas. obstruintes, soantes, nasais e líquidas. vogais e glides. alvéoloalveolares, dentais, consoantes palatais, retroflexas. ais es labiais, velares, uvular e faring . consoantes labiais, dentais, alveolares. demais consoantes não anteriores e todas as • vogaIs. 71 . Alto (/ Não-alto): Baixo (/ Não-baixo): Não-alto e Não-baixo: Recuado (/ Não-recuado): cons. alvéolo-palatais, palatais, palatalizadas, velares, velarizadas e as vogais [i,~,u] e os glides [j,w). Os demais são não-alto. consoantes faringais e faringalizadas e as vogais [e,a,J]. vogais [e,p.,o]. consoantes velares, uvulares, faringais, velarizadas faringalizadas, vogais centrais e posteriores. Arredondado (/ Não-arred.): sons produzidos com protrusão dos lábios. consoantes bilabiais e laminais. Distribuído: cons. labiodentais, apicais e retroflexas. Não-distribuído: Coberto (/ Não-coberto): vogais com estreitamento da faringe e maior tensão. cons. implosivas, ejectivas, glotalizadas, . Constrição Glotal: faringalizadas e as vogais laringalizadas. Nasal (/ Não-nasal): cons. nasais, vogais e glides nasalizados. Lateral (I Não-lateral): cons. laterais que são coronais (fricativas, africadas). (Contínuo I) Não-contínuo: cons. africadas, nasais, oclusivas, ejectivas, implosivas (as laterais podem ser ou [cont] ou [-cont]). Distensão Retardada consoantes africadas. (/ Distensão Instantânea): Sucção (/ Não-sucção): consoantes implosivas e cliques. sons egressivos por elevação da glote Pressão (/ Não-pressão): (depois abaixamento). Tenso (/ Não-tenso): articulação firme, clara, prolongada, oposta à articulação indistinta. Tanto as vogais como as consoantes podem ser tensas ou relaxadas. Aumento da Pressão Subglotal (/ Não Aum. da Preso Subglotal): sons aspirados e. tensos ou oclusivas vozeadas e aspiradas - (simultaneamente). Vozeado (/ Não-vozeado): sons sonoros. 72 s obstruintes contínuas e te - es t 'd nte)' conso an Estridente (/ Nao- ri e . das com fricção forte . africa- • • 15.7. Modificações posteriores do sistema: . d Hz do Fo - elevação da laringe. Vocais Tensas [+/-]: aumento a d oclusivas surdas, Cordas Vogais vozea , as, . aspiradas, [hl e Ul· murmuradas. lusivas sonoras, d ] as[+/- : oc. _ Vog desvozeadas, murmura as, Vocais Relaxa4 Cord• asplraçao. . [hl I . as aspiradas, murmuradas e . Abertura Glotai [+/-]: oc U S I V ' , vogais laringalizadas e [l]. Constrição Glotal [+/-].: _ entre os dois sistemaS de traçoS: . 15.8. Comparaçao Chomsky e Halle (1968) Jakobson , Fant e. Halle (1963) .''". , I _Traços de classes principais +/- soante +/_ vocálico " . +/_ consonantlco +/_ vocálico +/_ consonantlco A • l ~ ,, I• \ •i• II - Traços de cavidade +/_ coronal +/- anterior +/- alto +/- baixo +/- recuado +/_ arredondado +/_ distribuído +/- coberto +/_ constrição glotal +/- nasal +/- lateral compacto / difuso grave / agudo +/_ diesado +/_ bemolizado nasal/ oral 73 ." • • • .-;0-. = .. _.= .... =_.. = ... . alatal diante de uma vogal palatal (ou Uma consoante velar torna-se P . 'f hada (alta ou meio-alta - ou, . seja, vogal anterior fechada ou melO- ec III - Traços de modo de articuLação +/+/+/+/+/- interrompido / contínuo +/- bloqueado tenso / relaxado contínuo distenção retardada sucção pressão tenso ainda, média). .ml.L ao· - 16.2. DesaSSl Fenômeno com . caaçrac~erísticas contrárias à assimilação. -silábico +alto • -postenor _arredondado V2 Regra: • -postenpr IV - Traços de fonte +/- aumento da pressão glotal +/- vozeado +/- estridente +/- vozeado estridente / mate (From: Fonética, Fonologia e Morfologia do Português, por Maria Helena M. Mateus et alii, Lisboa: Universidade Aberta, 1990, p. 240). As alterações sonoras que ocorrem nas fonnas básicas dos morfemas, ao se realizarem foneticamente, são explicadas através de regras que caracterizam processos fonológicos. Esses fenômenos têm nomes tradicionais e, via de regra, apresentam um conteúdo que é aceito sem restrições pelos estudiosos. Apresentam-se, a seguir, os mais comuns, ilustrados com exemplos: A assimilação ocorre quando um som torna-se mais semelhante a outro, que lhe está próximo, adquirindo uma propriedade fonética que ele não tinha. [+posterior]---1•.. [-posterior] C [k]-. [c] / [x] • [ç] / • ExempI o: • aI, aa ee -+ • • el, 16.3. Inserção (ou epêntese): , Acontece inserção quando h a o forma básica de um morfema. Regra: 0-.-1· 16.1. Assimilação: Exemplo: Condição: ee'--'. el . tr m fundem-se em um . .'. nteriores iguais se encon a , Quando duas vogaIS a .,' ditongo, cujo segundo elemento e [I). . 16. Processos fonológicos Regra: V2 dev-e ser igual a VI' C • e • 1, e 1, / [-posterior] -silábico _consonantal +alto -posterior _arredondado V +acento -sonorante +consonanta , # +contínuo +estridente uida de umafricativa alveolar surda [s), em Uma vogal acentuada, seg . d com o acréscimo do segundo sílaba final de palavra, torna-se dItonga a segmento, que é um [i). Exemplos: • Ixapas/ Ivosesl /n~sl [xapais) [voseis) [n~is) 75 74 acréscimo de um segmen to à 16.4. Eliminação (ou a Ocorre quando há a s de um morfema. Regra: pagamento, queda, truncamento)' - d . upressao e um segmento da forma básica +silábico -consonantal +alto -posterior -arredondado -acento -sonorante +consonantal +delayed release +alto • -antenor -sonoro Exemplo: _# Apaga-se o [i] átono em final de alavras africada palatoalveolar [tD. p , quando precedido por uma Ip:)til Exemplo: [pJtfi] [pJtfr] Uma consoante bilabial sonora [b] toma-se uma fricativa bilabial sonora [P] em início de palavra, diante de vogal. . [pJtD 16.5. Comutação (ou metátese)' Fenômeno que troca um s~gmento morfemas. de posição dentro de /buml [buru] [punq] (bW ro ) . 16.7. Fortalecimento: Trata-se de um fenômeno com as características contrárias do enfraquecimento. Por exemplo, quando uma fricativa toma-se oclusiva; tem-se um fortalecimento. O caso de uma vogal que se toma uma consoante também pode ser interpretado como um fenômeno de fortalecimento. Exemplo: Ipia/ [pi ia] [pilja] [piÃa] (pia) 16.8. Pala~alização: Um segmento toma-se palatal ou mais semelhante a um som palatal ao adquirir uma articulação secundária palatalizada (do tipo [ti]), • Regra: C". r ... I ...] IdeNtrul [d - - . C". I '" r...] na palavra pirulito. et r u] ----,. 12345 [d r e tu] 14235 16.6. Enfraquecimento (ou redução): Certas mudanças fogem do adrão'd ' , . formas mais explícitas (enfáticas) ~ são 1 eal. da lmgua, tIplCO das enfraquecimento, por causa da artic I _ consl,d~rados processos de considerada como uma arti I _ u açao fonetíca- resultante que é esforço (sic!). Na prática tal cr~ açao ~ais frouxa (sic!) ou. de menor oclusiva toma-se uma fri~ativ gra ap lca-se: por exemplo, quando uma a ou uma aproxlmante. . Regra: +consoantal -silábico +anterior +sonoro , -contmuo ---. +consonantal -silábico +anterior +sonoro +contínuo 76 ou africativizada (do tipo [tD ou um deslocamento articulatório em direção ao lugar de articulação palatal (como uma velar anteriorizada [~]. Regra: +consonantal -silábico -alto -estridente +consoantal -silábico +alto +estridente -delayed release +delayed releas -palatalizado • +antenor +palatal izado -consonantal +silábico +alto -posterior -arredondad Uma consoante oclusiva alveolar [t] toma-se uma africada palatoalveolar [tSl, quando se encontra diante de uma vogal anterior fechada [i]. # ---..:... V Exemplos: Itial /dial [tIia] [d3 ia] 77 (tia) (dia) • 16.9. Labialização: Acontece a labialização quando uma art' I arredondamento é acrescentada à art' I _ ICU açao secundária de ICU açao prim' . . há a troca de um segmento não I b' I ana ou, amda, quando a la por outro labial. Regra: -alto +posterior -baixa ICI v v +arredondada +arredondada +arredondada Uma consoante torna-se labializada, quando Ocorre entre duas arredondadas. vogais Exemplo: 16.11. Harmonia vocálica: A harmonia vocálica é um tipo especial de assimilação que faz com que vogais tornem-se mais semelhantes entre si, em geral, por alguma razão morfológica (regra morfofonológica). Em turco, por exemplo, as vogais altas de um sufixo concordam em posterioridade e em arredondamento com a vogal da raiz. As letras gregas alfa (u) e beta (~) representam os valores (+ / -). Uma vez marcado uma dessas letras com um valor (por exemplo, +), todas as ocorrências dessa letra terão esse valor (+). Para I ficar com valor invertido (no caso, -), coloca-se o sinal na frente da letra grega (-a). O mesmo vale para a letra beta. V +alto Regra: los ui (osso) a posterior ~ 16.10. Retroflexão: A retroflexão acontece quando h' ,. secundária retroflexa à articulaça-o . ~ ~ acreSClmo de uma articulação pnmmadeums de um segmento não retroflexo egmento ou a troca por outro retroflexo. Regra: +sonorante +coronal +anterior +distribuído -nasal -lateral ----. -anterior -distribuído . Exemplo: Ip::lctal [p::l1ta] " (porta) arredondado Regra-l Exemplo: V -alta +baixa V # -alta +baixa a estrutura [oo. C Vi # V 2 C oo.] fica [oo. C V 2 # C ...] Ikaza # amarEla! [ka za ma rela] (casa amarela) 17. Símbolos usados na fonologia Apresentam-se, a seguir, de fonna sucinta, os principais símbolos usados nas regras fonológicas. São fonnas que simplificam a escrita e que têm um uso muito generalizado. Muitos" dos símbolos já foram ," • +- 15.12. Sândi: O sândi é um fenômeno que ocorre nas fronteiras de palavras Guntura intervocabular) que consiste na transfonnação de estruturas silábicas nesse contexto, causada, em geral, pela queda de vogais ou pela fonnação de ditongos ou mesmo pela ocorrência peculiar de certos sons. Regra-2: Uma consoante líqüida não lateral (o . [1, .(l. Observar' u seja, [r, r]) torna-se retrofléxa que e costume colocar à d' . I'" lrelta da seta apenas as propriedades que mudam de va encla ou as q ' , Tam bem e comum escrever . . ue sao acrescentadas. sonorante, [cor] coronal e assal·smProprdl~dades na fonna abreviada: [son] ., por lante._ V a posterior ~ arredondad 79 " apresentados antes, neste trabalho mas . , a comparação entre eles e a cons -l't estao aqm reumdos para facilitar u a aos mesmos. 17.1. Barras inclinadas: /kazal As barras inclinadas servem ar . di elas representam fonemas Q' d P a III car que os segmentos entre . d' . uan o encerram um morf III Icam a forma básica do morfem ema ou palavra, , a ou d a pa1avra. , 17.2. Colchetes: [kaza] Toda representação que parte da forma bá . . SICa de um Item lexical passa a ser representada por colchetes uad q r~d~s. De um modo geral, eles representam alofones dos t onemas, transcnçoes fonéticas. 17.3. Barras verticais'. IkazaI {kaza} , Os segmentos entre barra "itens lexicais É uma outra s .vertidCaIS sao formas morfológicas dos ~ . . maneIra e se escrev . pode-se usar er achaves. orma básIca dos morfemas. Em lugar das , barras vert'IcalS, 17.4. Colchetes para os traços; As'ed . [+c] [ or -ant] propn ades distintivas (ou tr d'" dentro de colchetes quadrado aços IStllltIVOS) são anotados s com as marcas da v IA • e dentro do colchete. ' a enCIa antes do nome 17.5. Flecha: ~ s S A flecha é usada nas regras .. esquerda transforma-se no 1 para sIgmficar que o elemento à ' . e emento da d' eI't É especIficação à direita contenha apenas as lll . a. _ comum que a ou modificadas, com relação ao à ormaçoes novas, inseridas indicar a ocorrência doalofone ,q~~ :em esquerda. Um uso comum é leituras da seta são do tipo' x tra(a :relta) de um fonema (à esquerda). As l' . nSlorma-se em Y' ' x rea Iza-se como y; x toma-se y; x é y . ' t 17.6. Barra inclinada à direita: x ~ x 17.7. Traço horizontal: ~y Iz W Um traço horizontal (ou um travessão) é empregado para indicar o lugar exato no enunciado em que uma regra deve atuar. Uma regra do tipo: "/sl ~ I V " lê-se: "o fonema Isl realiza-se como no • m m • contexto pós-vocálico". ka + za ou ka. za A fronteira de, sílaba é anotada com o sinal de mais (+) ou com ' um ponto (.). O sinal de mais pode ficar reservado para a indicação de fronteira de morfema e o sinal de ponto, para a marcação de sílabas. 17.8. Sinal de mais (fronteira de sílaba): 17.9. Cerquinha (fronteira de palavra): ka.z + a # a.ma.rd + a O sinal (#) (indicação de número ou cerquinha) é usado para indicar as fronteiras de palavras. Duas cerquinhas podem ser usadas para indicar limites de palavras e uma, limite de morfemas. • 17.10. Chaves: { ... } , , As chaves são empregadas nas regras para significar a disjunção ou formas alternativas; ou seja, uma coisa ou outra, mas não ambas ao mesmo tempo. As chaves são usada apenas no eixo paradigmático da corrente da fala. Este símbolo (e alguns outros) são usados para simplificar a formulação de regras, tomando-as mais abrangentes. Em outras palavras, costumam servir para juntar duas regras em uma única. , Exemplo: Ix.! Ix.! [S] I V _ # O fonema Isl ou o fonema Ixl - dependendo de qual deles ocorrer no caso (alofone de ambos), no contexto específico _ realiza-se com o alofone m final de palavras, após vogal. 17.11. Colchetes nas regras: [ ... ] I' . . Uma barra inclinada à direita é usad Y z w. dIreIta, será feita a especificaça-o d a para se dIzer que, à sua d . . o contexto em qu regra regIstrada à esquerda da barra. e se eve aplIcar a Quando os colchetes quadrados são usados em regras, não se referindo especificamente a segmentos individuais, significam o mesmo que as chaves com uma restrição de respectividade: as formas alternadas , ' 81 80 • I, - - s6 se aplicam seguindo a linha horizontal d _ Isto significa que há uma orden - h ' as representaçoes na regra. elementos constitutivos das regras~çao onzontal nas relações entre os Regra: . Isl Ix! [f] V_# V C A regra acima diz qu +' e, quer o lonema Isl quer o fonema Ix! l' com o alofone [f] , , rea Izam-se , porem, Isto acontece com o Isl somente no contexto Posvoc ál'ICO em final de palavras' e ar posvocálico antes de consoante' p ~ o Ixl, somente no contexto palavras, entre uma vogal e uma c~n~~a:'IO de palavras - em outras 17.12. Parênteses: (...) . Os parênteses sempre significa ou conjuntos de elementos que d m ocorr~nClas optatIvas, elementos apresentam a opcionalidade ap po em o~ nao aparecer. Os parênteses , enas no eIXO sintag 'ti . lmha horizontal das regras. Por exem ma co, ou seja, na . contexto de sílabas é co " pIo, nas regras que definem o . 'fi ,mum mdlcar elementos optativos' C (C) V sIgm Ica que podem ocorrer duas consoantes ou apenas a pri~eira. A. 17.13. Colchetes angulados: - ê a- [5] , • 17.14. Convenção alfa (beta, gama... ): a,~, y , As vezes, uma propriedade pode ter a marca "+" ou "_", . condicionada à marca "+" ou "-" de outra propriedade especificada na regra. As letras gregas são usadas para manter o valor em ambos os casos de tal modo que, se alfa for "-" num caso, manterá esse valor em todas as ocorrências que tiver na regra; se tiver o valor "+", esse será o valor do , alfa sempre que aparecer - junto a qualquer propriedade dessa regra. As vezes, pode-se pôr uma marca "+" ou "_" antes da letra grega. Neste caso, isto significa que os valores "+" ou "-" ocorrem sempre com valências (+1-) opostos. Assim, se ex eqüivale a "-", a ocorrência de -ex eqüivalerá a "+". Por outro lado, se ex representa "+", -ex representará "_", e assim por diante.. Regra: -baixa ex posterior V ex arredondado ----~ +posterior -arredondado <-baixo> -. . j , ,, I 1 • 83 V ocorrência de regra - tambem notada com 1 J I 82 +baixo <+nasal> ~u~~a;;ea~~ntece, obnga ~ I • Toda vogal baixa é também posterior e não vogal baixa for também nasal aI' d arr~dondada; porém, se a deverá ser, ainda, não baixa. E~ta ~~m~ ::r poste?or e não arredondada, o seguinte resultado nessa língua: gra da lmgua Nupe que produz Regra: I < '" > e Exemplo: As vogais [i, e] e [o, u] não concordam quanto ao arredondamento nem quanto à propriedade anterior. Em vez de se fazer duas regras, uma para caso, pode-se reduzi-las a uma, usando a convenção alfa, comó se mostrou acima. Portanto, a regra acima diz que, se a vogal for anterior (a posterior eqüivale a [-posteriorD, será também não arredondada (ex arredondada eqüivale a [-arredondada]; se a vogal for posterior (a posterior eqüivale a [+posterior], será também arredondada (a arredondada eqüivale a [+arredondada]). Em outras palavras, se ex posterior valer [-posterior] o a de arredondado deverá ter a mesma valência do ex de posterior, ou seja, deverá ser [-arredondado]. Se a valência ex de posterior for [+posterior] a valência de arredondado deverá ser [+arredondado]. uma especificação em uma colchetes angulados. • . , [a] ,!'IJ, 17.15. Outros símbolos: C : representa a categoria geral de consoantes. ~ : representa a categoria geral de vogal. v : representa qualquer vogal nasalizada. N : representa qualquer consoante nasal. O : representa qualquer consoante oclusiva .D : representa qualquer ditongo Dj :. representa qualquer d~tongo terminado por üJ. wD. representa qualquer dItongo iniciado por [wJ. 0: representa a não ocorrência, nada, nenhum elemento. o No cas C _: : t.i~o de fónnula usada na especificação de padrões silábicos o, s~gm lca a ocorrência de nenhuma consoante de uma d d . " e uas ou de três Isto ' 0 C cc . .' e", ou CCC. Algo equivalente pode-se fazer para ;~;oO;g:~: por exemplo: VO-3 - 0, V (monotongo), VV (ditongo), VVV Regra: t.: V I -3 sílaba deve ~empre ter uma vogal que pode ser um monoton duItongo ou hum trltongo, a qual pode vir precedida ou seguida p;ro~~: d as ou nen uma consoante. ma • 18. Variação lingüística e análise fonológica • 'd . Convém lembrar aqui algu dos d d ( mas conSI eraçoes básicas a respeito ' . a o~ corpus) para a análise fonológica. Em rimeiro lu ~recISo dIzer que é impossível fazer uma análise fo~oló ic gar, e . hngua pretendendo incorporar todas as dife g a de uma , 0;r:tar um conjunto relativamente restrito para u _. entrem na a~~Ise estágios, níveis e fatores tão diferent;s da lín~u: nao tornem a a~áhse contraditória e, portanto, impossível. . que ASSIm como se separa uma língua como o Po . Pr6ximas, como o Espanhol, Francês, o Italiano, etc :g~::mdoe mouotrdaos d evemos separar de tr d L' ., , n a mgua Portuguesa aquelas facções da língua A ° que constituem por si um todo orgânico, com uma identidade lingüística particular. Consegue-se isto com relativa facilidade quando se trabalha com dados reais, obtidos diretamente dos falantes. Ao analisar 'a fala de uma pessoa, obtém-se uma representação da língua bem definida, embora restrita a um falante. Como ele não é um ser isolado • lingüisticamente, sua fala revelará infalivelmente a maneira como a comunidade a que pertence usa a língua portuguesa, pelo menos com relação à maioria dos fatos. Essa indicação já pennite estender os limites da análise aos falant~s de uma comunidade bem definida, sem perder a· homogeneidade do sistema lingüístico que se quer descrever. Quando a análise abrange um número maior de falantes, notar-se-á um aumento nas diferenças estrutur~is no sistema que se descreve. A homogeneidade do sistema depende muito de fatores históricos, geográficos e sociais. Por exemplo, ao estudar a fala de pescadores paulistas com mais de cinqüenta anos, que vivem numa aldeia isolada, provavelmente, vamos descobrir que eles apresentarão não somente um modo de vida, mas também um modó de fala semelhante entre si. Se a esses dados forem juntados dados da fala de escriturários baianos, certamente, as diferenças no corpus assim constituído serão bastante grandes. Em certas comunidades, mais do que outras, as diferenças de idade também podem revelar grandes diferenças de pronúncia entre os falantes. , E difícil (senão impossível) estabelecer a priori os limites ideais para se fazer uma boa análise fonológica de uma língua, seja ela qual for. Por isso, quando se tem muitos falantes, convém começar a análise dos dados não comparando fatos isolados, mas agrupando-os em função de fatores históricos, geográficos, sociais, estilísticos, etc. Certos falantes podem apresentar sistemas tão diferentes a ponto de comprometer a fonnulação de regras. Estas podem gerar contradições internas no sistema, podem revelar fatos mal explicados, podem produzir regras que necessitam de uma quantidade muito grande de exceções, e coisas deste tipo. Por exemplo, em Português, há pessoas que produzem as africadas [tn e [d3] diante de vogal IiI, mas, há outras pessoas que não fazem uso dessa regra. Se misturarmos os dois tipos de falantes, chegaremos à conclusão que se trata de uma regra de variação livre - o que é falso. Porque nenhum dos dois tipos de falante mistura os fatos. A saída é ° 84 85 "''I ..,, • dividir o corpus em duas partes e caracterizar quem são os falantes de um conjunto e quem, do outro. É preciso tornar muito cuidado com os julgamentos que os informantes não treinados lingüisticamente podem ter a respeito da pronúncia da própria língua. A intuição do sujeito falante opera com relativa facilidade nos casos em que ele se vê diante de um fato agramatical ou até mesmo de um fenômeno básico do sistema. Porém, os falantes costumam ter pouca consciência das variações, sobretudo das variações livres. Variações dialetais podem chamar mais a atenção do que variações que ocorrem dentro do próprio sistema do informante. Por exemplo, pode parecer claro que alguns falantes do Português usam as africadas [tJ] [d3], mas pode não ser muito claro que todos os falantes do português usam consoantes sonoras diante de consoantes sonoras e consoantes surdas diante de consoantes surdas, em palavras como deste, desde, visconde, visgo, mesmo, etc. Estudar a pronúncia dos elementos nasais e nasalizados em Português é uma tarefa para especialista, uma vez que os falantes não têm consciência muito clara dos detalhes de sua própria pronúncia. Não raramente, respondem baseando-se mais em . idéias que têm a partir do sistema de escrita do que da verdadeira observação da pronúncia, O exposto acima diz que uma língua como o Português é, na verdade, uma' somatória de muitos subsistemas lingüísticos, caracterizando as diferentes variedades da língua - ou os dialetos, falares, etc. A. análise fonológica deve, de preferência, ater-se a uma variedade por vez e através de comparações possíveis procurar a visão mais abrangente da língua. . . A variação pode ter um aspecto diacrônico (ao longo do tempo) ou sincrônico (em um determinado momento da história). Pode ter um aspecto geográfico: pessoas de lugares diferentes apresentam modos de falar diferentes. Pode, ainda, ter um aspecto social: pessoas de classes sociais diferentes costumam apresentar modos de falar diferentes. O mesmo pode se encontrado entre pessoas de sexos diferentes (principalmente em certas comunidades). Pessoas de grupos étnicos diferentes (emigrantes, por exemplo) também costumam apresentar características próprias (sotaques). Além disto, a variação pode ter um aspecto individual: uma mesma pessoa fala de maneiras diferentes 86 . . _ endendo da velocidade de fala, das & • d uso da linguagem (estilos (apresenta vanaçoes), dep ou menos 10rmals e . . circunstanCIas maIS d d das condições emocionaIS do " . diferentes) e até mesmo depen en o A' • Por causa a rea I a t le' , . relativamente complexo. Sem um con ro análise fonologlca torna-~e ão a interpretação fonológica pode per~er sobre o problema da v~aç, d do mesmo gerar interpretaçoes muito de seu valor e mteresse, po en . equivocadas, incompletas ou falsas. Variação Sincrônica Dlacromca Social Geográfica , " Hlstonca - sexoS diferentes lugares ' . _épocas diferentes SOCIaIS classes diferentes bastante - idades diferentes • diferentes • - grupos étnicos . diferentes • A' • Individual - diferentes velocidades de fala _ diferentes estilos: • maiS ou menos formais -diferentes situações • emocionaIS 19. Novas tendências da fonologia atual • • " d'r aprendiz na maneIra O objetivo deste trabalho e mtr° uuZlm aOlíngua A metodologia '1 sistema sonoro de . como um fono. ogo ~e. o or ue tal abordagem ajuda a se ter privilegiada fOl a analls: fonemlca P lq de um sistema fonológico, com . - . I s porem bastante rea , . d I C a introdução das propneda es uma Vlsao sImp e , mente o processo de formalização relação ao seu aspecto segmenta., tOm , " & • , 1 mostrar sucm a ' f sem contudo incorporar de dlstmtlvas 101 posslve já numa abordagem da fonologia geratI::icas 'dessa teoria. A reflexão forma completa os pressupoS~os, e as, : CI'as teo'ricas de determinada . b - aqUI as eXigen fonológIca se so repoe, . 'lh'd mo forma didática e não como I ti mo fOl esco lOCO , O abordagem. ~c e , S fonólo o deverá, em seu trabalho cientifico, procedimento clenti~C? O . g metodologia coerente e adequada definir seu campo teonco e segUIr urna , . à sua postura teonca. 87 A A' I , ,! ;, ! i ! ; f, :.i !, Os elementos constitutivos das sílabas foram estruturados em forma de árvore, conforme se vê na página anterior. A primeira parte da sílaba (consoante) chama-se Onset e a segunda (vogal mais consoante) chama-se Rima. A parte da rima que identifica a vogal chama-se Núcleo e a que identifica a consoante, chama-se Cada. Estrutu~as mais complexas ou mais simples podem ser formadas a partir desse padrão.. Com esse esquema fica mais fácil fazer regras fonotáticas e definir contextos. Os arquifonemas do Português IS, N, L, RI ocorrem somente como Coda. Os ditongos crescentes, apresentam uma consoante velar no Onset: quatro, água, etc. Uma regra de sândi passa a ser definida corno d~, tl~O Convém lembrar que uma abord . estrutu:alista (fonêmica), como usada aqui na maioria d agem nos trabalhos fonológicos que se f h ~ vezes, Ja nao tem maiS vez da ciência. A Fonologia Gerativa :::a f,0Je, s~n~~ um fato da história sido mais usada Apart' d '. orma mIclal, também não tem . Ir as contríbuiç- d . chegou-se, hoje a novas aborda oes os estudIoSOS do passado, modo geral p~de-se d' gens nos estudos fonológicos. De um d' , Izer que o que derivadas da Fonologia Gerativ pr~ ?mma sao abordagens . . a, com caractensticas próprias. A fonol' definindo fone~;~a~:a:~:~~:~ ~:a I~nea:~o~que ~e~ui~ a linha do tempo, a fonologia tem uma visão não-li: opn a es dIstmtl:as. Atualmente, ear, porque suas umdades de trabalho vão além dos lim' t d & • 1 es o lonema e das matrizes d . dIStO, .os elementos paradl'gma't'lCOS dessas unidad e propnedades. Além b am tendo uma orgamzação própria, com uma hierar uia es aca cu: rumos que tomou a Fonologia nos últi':nos ~em estabelecl.da. Os vários em áreas internas da Fonolo ' empos produzuam trabalhos ge~an~o abo~dagens específicas, como a Fonologia Auto-segmentai Fonologia Prosódica De'ntr ondo ogla lexIcal, a Fonologia Métrica, a . o esse quadro . I maIS g~ra, podem-se encontrar modelos fonológicos variados c de Traços, a Optimalidade em F I " orno a FonologIa de Geometria . ono ogla, etc.. segue: \ • • • \ a Is t rus , I • uma sílaba pesada. 89 88 • C N • Essa estruturação das sílabas é chamada de planilha silábica, Há vários fenômenos fonológicos ligados a isto, corno a ambissilabicidade, os elementos flutuantes, o peso silábico, a extrametricidade, etc. O ,,, .' exemplo de sândi acima, num primeiro momento, mostra um caso de ~! ambissilabicidade: um segmento ligado a dois pontos na estrutura 1 ,, silábica, Num segundo momento, ele foi cortado 1= da Coda da primeira ! sílaba e re-ligado (.....) ao Onset da sílaba seguinte, mostrando o processo de re-silabificação. Todo segmento tem um lugar na planilha silábica. Porém, alguns podem ficar desligados temporariamente: são os chamados elementos flutuantes. Depois, serão re-ligados ou simplesmente apagados. Sílabas que têm um segmento ligado à Coda ("coda preenchida") são consideradas sílabas travadas, assim como aquelas que têm o Núcleo ramificado, como acontece com os ditongos. Alguns interpretam o segundo elemento (semivogal) de ditongos como segmentos ligados à Coda. O peso silábico é um fator importante para regras de acento. Uma sílaba longa tem o Núcleo ramificado, indicando coda s t... . • • • z onset p I • • • C .... 19.1. FONOLOGIA MÉTRICA: A Fonologia Métrica, como as dern 'f, . - . . des~nvolveu a partir do final dos anos 70 aIS onologlas nao-Imeares, se . vários tipos de Fonologia M 'tri . e, sobretudo, nos anos 80. Há voltada para os fenômenos de :n;:~tecuJa preoc~~ação principal está P sílaba e dos fenômenos rítmico s,~g~a. sIda fonotatlca, em particular da . . núcleo " R ;1;, • a. I I As relações entre as sílabas são de . saliências, definidas como sílabas f, rt (termmadas em função de suas O weak). As saliências das íl b eds s - strong) e sílabas fracas (w _ SI a as e um e . d representadas em forma de árv nunCla o podem ser ore, como se mostra a seguir: expressão como thirteen men, que deveria ter uma colisão de acentos, acaba sendo pronunciada com o acento da palavra thirtéen deslocado: thírteen mén. . No estudo do acento, tem sido proposto que algumas sílabas (ou elementos) são extramétricas, ou seja, não contam na formulação de regras de atribuição de acento, como acontece com o latim, cuja regra de atribuição de acento é a seguinte: W W A s I • mI ~"-. w S A s I I nha . che w s w /\ s w I fe I foi I a Regra: A última sílabji é sempre extramétrica (não existem palavras oxítonas). Se a penúltima sílaba for pesada, o acento cai nessa sílaba; se for leve, o acento cai na sílaba anterior. A s w I Sou I sas Exemplos: . . Em vez da representação em forma de ' , . usar-se uma representação na f, d arvore, e comum também orma e grade, como se mostra abaixo: x x • mr x nha x x x che x fe x x foi . x a x x x x Sou , dó - ml- nus ma - gls - ter Em Inglês, a regra de atribuição de acento diz que a última consoante da última ,sílaba é extramétrica. A última sílaba será acentuada se for pesada, caso contrário, o acento cairá na sílaba anterior. Veja as palavras atén(d) e astóni(sh). Da organização das sílabas de um enunciado em função da relativa saliência acentual cria-se uma padrão rítmico. Em vez das sílabas serem marcadas como fortes (s) e fracas (w), marca-se o pé (foot) métrico que pode ser basicamente um troqueu (longa - breve) ou um iambo (breve - longa). Isto mostra que os pés são interpretados como unidades binárias. (Algumas línguas admitem pés não binários.) Os pés métricos são representados pelo sigma maiúsculo: L, e os elementos constitutivos aparecem entre parênteses, às vezes, com marcas do tipo troqueu (x .) ou iambo (. x). x sas ~o esquema arbóreo, a sílaba Sou- é mar " . SIgnifica que é a sílaba mais f, rt N cada tres vezes com s, o que , I o e. o esquema de gr d '. mve , todas as sílabas recebe a e, no pnmelro . m uma marca Dep . , arti d . aIS, o esquema assmala apenas as saliências. Neste caso recebe três marcas de sal'" '. a PE r o segundo nível, a sílaba Sou. lenCla. sta é a íl b . . enu~clado, a que carreia o acento frasaI. SI a a maiS sahente do plamlha métrica do enunciado d I Desse modo, constata-se que a Uma regra rítmica mUi~oc~n~;~:~atos rí~~icos da língua. clashing). Este fenômeno já f h . a e a colzsao de acentos (stress literatura ao estudar a metr'fi ln.. a SIdo detectado por teóricos da . I Icaçao como I ' por exemplo, António de CastIlho. Algumas línguas 'ta , . eVI m co ocar du '1 b as SI a as acentuadas contíguas. Quando isto pode acontecer aplica uma sílaba à esquerda o prim ' ' m uma regra que move elro acento em colisão . Em Ing'" les, uma (x • mI .) nha (x che .) fe (x foi .) a (x .) Sou sas • 90 91 , I _._--_._----19.2. FONOLOGIAPROSÓDICA' Diante de um enunciado, além das síl b ' pode-se constatar outras unidades . a as e do~ pes métricos, fenômenos rítmicos e entoac' . E maIOr~s, envolvIdas com os ·.... . IOnaIS. ssas umdades t b' saIIenClas fortes (marcadas) ou f: ( _ am em podem ter modelo de árvore para mostr:a~as nao .marcadas). Em geraI, usa-se o também a Part.ir de uma estrutura d:~::d~~ldades, mas pode-se obtê-Ias O conjunto de unidades acima d íl . estudo, constituindo a Fonologia P .,~. SI aba é ?bJ~to especial de prosódicas comumente estabelec'd ~o~o Ica. Os mveIS ou unidades são: I os oJe, com os respectivos símbolos , U I fI> C 00 L enunciado fonológico grupo entoacional grupo fonológico grupo clítico palavra fonológica pé (métrico) sílaba • O' ••••• o. •• • • • •• • • ••• •• • • • ••• • • • ••• ••••••• w s w· A s I • Illi w I nha phonological utterance • zntonational phrase phonological phrase clitic group phonological word foot syllable s A s I che w •• • • o • • • • • • • • • • o • • • • • • w s /\ s A s w I I w I fe foi a ••••••••••••• I I Sou sas ••••••• U enunc. fon. I gr. entoac. fI> gr.fonol. L pé O' sílaba Dentro da Fonologia Prosódia . fonológica é uma unidade com t "p~r exemplo, uma palavra específicas. Por exemplo pod s atus propno, à qual aplicam-se regras . , e-se ter uma regra de umdade palavra fonológica e acento que se aplica à nao aos morfemas separadamente. 92 A fonologia moderna tem inúmeras regras, princípios, condições para os processos fonológicos e para a boa formação fonológica dos enunciados. A regra de colisão de acento, vista antes, é um exemplo. Tal regra aplica-se a todos os níveis prosódicos também. É por essa razão que uma palavra como cafezinho tem acento secundário na primeira sílaba e não na segunda, na fala das pessoas. As regras de eurritmia da língua exigem o deslocamento do acento que, na forma básica da palavra café, cai na última sílaba. , 19.3. FONOLOGIA LEXICAL: As regras fonológicas têm muito a ver com a formação de palavras. Essa relação ~ntre o sistema sonoro e o sistema lexical das línguas é tratada através da Fonologia Lexical. Há várias propostas de organização do léxico. Um modelo proposto por Seung-Hwa Lee para o Português pode ser apresentado muito sucintamente, como segue. O léxico é um componente da gramática que se estrutura em estratos ou níveis e contém regras ligadas ao componente fonológico propriamente dito e à sintaxe (A morfologia como tal é mais abrangente). A Fonologia Lexical apresenta dois grandes níveis: o nível lexical e o nível pós-lexical. No nível lexical há dois estratos: o nível 1 (a.) em que são definidas as formas básicas dos morfemas e onde ocorrem os fenômenos de derivação, um tipo especial de composição (i) e as flexões irregulares. Por exemplo, a paIavrafelicidade é derivada defeliz + idade e sua formação se dá nesse primeiro nível do léxico do Português. Outro caso seria a palavra descoberta, de flexão irregular, e uma palavra como rádio-taxista, cuja forma de composição pertence a esse nível. No nível 2 (~), ocorrem todas as formações produtivas e as flexões regulares da língua (verbo, número, -(z)inho, -mente, -íssimo). Palavras como falo, falava, flor, flores, cafezinho, etc. são formadas nesse segundo nível. O terceiro nível (00) já está na parte pós-lexical e representa a saída do léxico e entrada para a sintaxe. Daí em diante, as regras não podem mais ser cíclicas, como acontecia nos estágios anteriores e também não afetam as operações morfológicas. O último nível é o nível pós-lexical, em que acontece um tipo especial de composição (ii), que irá tratar de palavras do tipo homem-rã, 93