UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
UNIDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
ENGENHARIA AGRÍCOLA
INFLUÊNCIA DA MODERNIZAÇÃO AGRÍCOLA EM
PALMEIRAS DE GOIÁS (1950-2000)
DIEGO BATISTA DE MORAES
ANÁPOLIS – GO
2012
1
DIEGO BATISTA DE MORAES
INFLUÊNCIA DA MODERNIZAÇÃO AGRÍCOLA EM
PALMEIRAS DE GOIÁS (1950 -2000)
Monografia apresentada à Universidade Estadual de
Goiás – UnUCET, para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Agrícola.
Área de Concentração: Extensão rural.
Orientador: Profa. Me. Eunice de Oliveira Rios
ANÁPOLIS – GO
2012
DIEGO BATISTA DE MORAES
INFLUÊNCIA DA MODERNIZAÇÃO AGRÍCOLA EM
PALMEIRAS DE GOIÁS (1950 -2000)
Trabalho
de Conclusão
de
Monografia
apresentada
à Universidade
Estadual de
Goiás – UnUCET, para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Agrícola.
Área de Concentração: Extensão rural.
Aprovado em: 06/12/2012
Banca examinadora
Profª MSc. Eunice de Oliveira Rios
Universidade Estadual de Goiás
Orientadora
Profº Dr. André Luiz Ribas de Oliveira
Universidade Estadual de Goiás
Membro Avaliador
Profª Dra. Roberta Passini
Universidade Estadual de Goiás
Supervisora de TCC.
ii
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus por ter iluminado meus caminhos nessa longa
caminhada de cinco anos até a conclusão deste curso.
Ao meu pai Ademar de Sousa, por todo amor, dedicação e ajuda.
À minha mãe Vera Lucia, pela dedicação e amizade. Não faltaram esforços para
concretizar esse sonho.
Á minha Orientadora Professora Eunice de Oliveira Rios, pelo incentivo, pelos
ensinamentos que me foram transmitidos, pelo auxílio às atividades e discussões deste
Trabalho de Conclusão e, principalmente por ter acreditado nesse projeto.
A todos os professores da unidade UnUCET que contribuíram para minha formação
profissional e humana.
À instituição UEG e a todos os funcionários.
À coordenação de curso, ao professor Elton, à secretária Renata.
E, aos meus Amigos Diego Felix, Jeverson Morais, Ricardo Regis, e os demais
amigos de turma, por todo o apoio durante o curso.
À minha namorada Stefany Martins, por toda paciência, amizade e compreensão.
À minha irmã Laiz Batista, por todo apoio.
A toda minha família, que de forma direta ou indiretamente me ajudou na conclusão
desse curso.
iii
A minha avó Adelina Dias de Moraes
que durante o meu curso superior
aconteceu seu falecimento. Apesar
de hoje não estar presente entre nós,
seus ensinamentos estão presentes
em mim.
iv
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS............................................................................................................... vii
LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................. viii
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 10
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................... 11
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 11
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO .................................................................................... 11
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 12
3.1 PROCESSO HISTÓRICO .................................................................................... 12
3.2 MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA NO BRASIL.................................... 13
3.2.1 Política agrícola e o crédito rural ............................................................. 14
3.2.1.1 A modernização compulsória (1967/1979) ............................................ 16
3.2.1.2 A crise do padrão de financiamento (1979/1986) .................................. 16
3.2.2 Novas tecnologias ....................................................................................... 17
3.2.2.1 Embrapa ................................................................................................. 19
3.2.2.2 Extensão rural ........................................................................................ 19
3.2.2.3 Graduação em Ciências Agrárias .......................................................... 20
3.2.2.4 Pós-Graduação ....................................................................................... 20
3.2.2.5 Fertilizantes ............................................................................................ 20
3.2.2.6 Defensivos ............................................................................................... 21
3.2.2.7 Máquinas e Implementos ........................................................................ 21
3.2.3 Êxodo rural e concentração urbana no Brasil ......................................... 22
3.3 MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA EM GOIÁS ..................................... 23
3.3.1 Processo histórico do estado de Goiás ...................................................... 23
3.3.2 As pesquisas voltadas ao campo pós 1970 no estado de Goiás ............... 24
3.3.3 Cooperativa em Goiás ................................................................................ 25
3.3.4 Resultado da modernização em Goiás...................................................... 25
3.4
PALMEIRAS DE GOIÁS ................................................................................ 26
4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................... 28
4.1 CENSO DEMOGRÁFICO DO IBGE .................................................................. 28
4.2 CENSO AGROPECUÁRIO DO IBGE ................................................................ 29
4.3 ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO ESTADO DE GOIÁS DO IBGE ..................... 30
v
4.4 LAVOURAS PERMANENTES (IBGE).............................................................. 30
4.5 LAVOURAS TEMPORÁRIAS (IBGE) .............................................................. 31
4.6 PASTAGENS NATURAIS (IBGE) ..................................................................... 31
4.7 PASTAGENS PLANTADAS (IBGE) .................................................................. 31
4.8 MATAS NATURAIS (IBGE) .............................................................................. 31
4.9 MATAS PLANTADAS (IBGE) ........................................................................... 31
4.10 MÁQUINAS E INSTRUMENTOS AGRÁRIOS (IBGE) ................................. 31
4.11 EFETIVOS DA PECUÁRIA (IBGE) ................................................................. 31
4.12 PRODUÇÃO VEGETAL (IBGE) ...................................................................... 32
4.12 EXTRAÇÃO VEGETAL (IBGE) ...................................................................... 32
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 33
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 42
7 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 43
ANEXOS .................................................................................................................................... 47
vi
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Número de contratos e valores dos financiamentos á agropecuária no Brasil
(1938-1980). ............................................................................................................................. 15
TABELA 2 – Distribuição das aplicações federais em Ciência e Tecnologia segundo os
Ministérios (em %). .................................................................................................................. 18
TABELA 3 – Indicadores de utilização de mão de obra, segundo estratos de área total, Brasil,
1970-1980. ................................................................................................................................ 22
vii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1- Localização do Município de Palmeiras de Goiás ............................................... 27
FIGURA 2 - Quantidades de hectares destinadas a utilização das terras como pastagem no
município de Palmeiras de Goiás (1950-1995). ....................................................................... 33
FIGURA 3 – Quantidades de hectares destinados à utilização das terras como lavoura, no
município de Palmeiras de Goiás. ............................................................................................ 34
FIGURA 4 – Números da pecuária no município de Palmeiras de Goiás (1950-2000). ......... 35
FIGURA 5 - Frigorífico Minerva em Palmeiras de Goiás ....................................................... 36
FIGURA 6 – Confinamento Ouro Branco ................................................................................ 36
FIGURA 7 – Número de População Residente: urbana e rural no município de Palmeiras de
Goiás (1950-2000). ................................................................................................................... 37
FIGURA 8 – Números de máquinas agrícolas no município de Palmeiras de Goiás (1950 1995). ........................................................................................................................................ 38
FIGURA 9 – Utilização das terras como matas e florestas no município de Palmeiras de Goiás
(1950-1995). ............................................................................................................................. 39
FIGURA 10– Produção agrícola no município de Palmeiras de Goiás (1950-1995). ............. 40
viii
RESUMO
A expansão da modernização agrícola, a qual vem ocorrendo em Goiás a partir da década de
1970, mudou o padrão de produção. As mudanças surgiram a partir do governo de Getúlio
Vargas, quando foi nomeado para interventor Federal de Goiás, Pedro Ludovico Teixeira, que
tinha com objetivo, povoar as regiões onde existiam vazios demográficos. A mudança da
capital, da cidade de Goiás para Goiânia, em 1933, foi um marco da transformação do estado.
No governo militar, com o pacote da Revolução Verde, que tinha como objetivo a utilização
da tecnologia no campo, trouxe consigo transformações em toda a sociedade goiana, não
somente da região sul do estado. Por este motivo, o presente trabalho teve como objetivo
demonstrar como uma cidade, fora do grande eixo da agricultura, teve na agroindústria um
fator determinante para o ressurgimento da uma economia monetária. A cidade de Palmeiras
de Goiás retrata uma cidade interiorana que teve como origem a mineração e passou pelo
processo de transição entre o ciclo minerador e a modernização da agricultura, fundamentada
na expansão do capitalismo ao campo. As propriedades autossuficientes começaram a
produzir cultivares específicos, aumentando a produtividade da terra, com isso os pequenos
produtores não tinham condições de concorrência contra os grandes latifúndios.
Palavras chave: Estado, Revolução Verde, tecnologia, sociedade goiana.
ix
1 INTRODUÇÃO
A Modernização Agrícola criada pelo governo militar, a partir da década de 1970, foi
sem dúvida, o maior avanço tecnológico na agricultura brasileira. O uso intensivo de insumos
químicos (fertilizantes e pesticidas) aliados ao processo de modernização no plantio, colheita
e o melhoramento genético das sementes acarretaram profundas transformações no modelo
socioeconômico brasileiro.
No cerrado, essas transformações chegaram ao final da década de 1970,
privilegiando, principalmente, os grandes produtores. Aumentou-se, significantemente, a
concentração de terras (QUEIROZ, 2010).
O uso de máquinas agrícolas, nos processos de produção, gerou um excedente da
mão de obra, consequentemente, houve um “inchaço” da cidade, gerando sérios problemas
sociais, como: a falta de empregos, aumento da criminalidade, infraestrutura urbana
deficiente, problemas nas áreas da saúde, da educação, do lazer, entre outros.
O crédito rural passou a ser altamente concentrado nas regiões Sudeste e Sul, para
produtos específicos e nas mãos de poucos agricultores. Do mesmo modo, o crédito,
favoreceu os agricultores do Centro-Sul em detrimento dos das outras regiões,
particularmente, aos do Nordeste, agravando as desigualdades regionais, devido à lógica dos
empréstimos bancários, ao exigir uma série de documentos burocráticos (MARTINE e
GARCIA, 1987).
As regiões norte e nordeste de Goiás passaram pelo processo de modernização tardio,
se comparadas às outras regiões do Estado. Isso se deu devido à intervenção do Estado e
também pelos fatores físicos: clima, topografia, localização e relevo. Portanto a fronteira
agrícola não concentra apenas no sul do estado, ela alcançou toda sua extensão, embora com
uma dinâmica diferente (FERNANDES, 2006).
A mudança no meio agrícola se deu pela necessidade da indústria. Isso fez com que
os dois meios tivessem uma dependência, entre essa relação se posicionava o “governo”, cuja
função era mediar os interesses de ambas as partes.
Segundo Fernandes (2006), a implantação de tecnologia no campo brasileiro é vista
como um dos elementos presentes no processo de fixação do capitalismo no país, no qual
insere o meio rural.
10
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo do presente trabalho foi estudar a modernização agrícola no Estado de
Goiás e sua influência na cidade de Palmeiras de Goiás.
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO
Avaliar as principais consequências da modernização agrícola na cidade de
Palmeiras de Goiás, no período de 1950-2000, levando em consideração os fatores: êxodo
rural, utilização da terra, pecuária, máquinas agrícolas, florestas e a produção agrícola, tendo
por base os dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística e Anuário Estatístico do
Estado de Goiás.
11
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 PROCESSO HISTÓRICO
A crise de 1929 é apontada como um marco, visto que a partir desse momento o setor
agrário passou a ter uma intensa intervenção do Estado, pois era o único setor com capacidade
de gerar lucros a economia fragilizada (FERNADES, 2006).
No período de 1930-1945 com o governo getulista, a política brasileira passou a ser
desenvolvida da seguinte maneira: a agricultura deveria atender às necessidades da nova
regulação da economia (urbano-industrial) sobre influência do Estado que passou a ser o
mediador dos interesses ruralista e industriais (FERNADES, 2006).
O projeto do presidente Vargas era transformar o Brasil em um país autossustentável,
se tornando independente do mercado externo. Esse processo foi inicializado nos locais em
que se instalaram várias indústrias, a grande transformação ocorrida nesse momento foi a
queda dos preços das mercadorias, reduzindo, de forma significativa, o custo de produção.
Como consequência, ocorreu um aumento na demanda dos produtos, para isso houve uma
necessidade de matéria prima e insumos não produzidos no Brasil, o sistema industrial entrou
em colapso, mais precisamente na década de 1960 (FERNADES, 2006).
A BR-153 não foi simplesmente uma via de comunicação, ela transformou
significativamente toda a região que antes vivia em um isolamento. Ela proporcionou o
escoamento da produção, a chegada de produtos industrializados dos grandes centros e,
principalmente, a mudança do perfil do produtor, como o melhoramento genético do gado e a
adaptação de novas áreas na agricultura brasileira (NASCIMENTO, 2009).
O contexto brasileiro no momento se deu em virtude o final da Segunda Guerra
Mundial (1945), onde os Estados Unidos da América e a União da República Socialista
Soviética saíram como os principais vencedores, assim, duas economias diferentes tentando
tomar o poder no mundo, gerou a disputa entre o Socialismo e o Capitalismo, essa batalha foi
denominada de Guerra Fria (nome que se deu pelo fato de nunca ter havido realmente um
combate direto).
Esse fato mundial fez com que os americanos incentivassem a instalação do governo
militar no Brasil. Na realidade, essas medidas tinham como fim, livrar-se das ameaças de
movimento comunista (FERREIRA e MENDES, 2009).
Em 1964 deu-se início no Brasil à fase de sua história, denominada de Ditadura
Militar.
12
O principal objetivo dos militares era transformar o país em uma potência no cenário
mundial, isso só seria possível com o apoio financeiro e logístico dos Estados Unidos. A
partir desse momento o país entrou para um regime ditador.
Espalhou em todo país o serviço de extensão rural, liderado pela Empresa Brasileira
de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMBRATER), o governo brasileiro julgavam que o
principal problema do atraso da modernização agrícola se concentrava na difusão de
tecnologias; crédito rural, taxas de juros subsidiadas para insumos modernos, bem como,
facilitar o trabalho da extensão rural, estimular o desenvolvimento de indústria de insumo
modernos e da agroindústria (ALVES e CONTINI, 1988).
3.2 MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA NO BRASIL
A origem da modernização agrícola brasileira se deu na década de 1950, em que se
pretendia acelerar o processo de substituição de importação. Esse padrão ficou, mas evidente
a partir 1964, com o governo militar, quando se iniciou a ideológica de modernização
(MARTINE e GARCIA, 1987).
Os estímulos à produção industrial avançaram sobre o meio rural, mudando
radicalmente o modo de produção agrícola, quebrando os paradigmas do passado. A partir
desse momento o campo iria abastecer o processo industrial.
A agricultura por sua vez passou a ser incorporada ao processo capitalista, tornandose o agroindustrial, com o capital da indústria e os financiamentos, dados pelo governo, para o
melhoramento no campo (MARTINE e GARCIA, 1987).
A modernização agrícola é um processo de mudança na base técnica, à
industrialização da agricultura trouxe a libertação dos modos produzidos anteriormente,
dando-se as condições necessárias para produção em larga escala, a partir desse momento não
se produzia, apenas o necessário e sim, uma quantidade para estoque e vendas externas, para
tanto, estabeleceram condições como: se faltar chuva, irrigação; se o solo não é fértil,
adubação; se tiver excesso de pragas, agrotóxicos (KAGEYAMA e SILVA, 1988).
O novo modelo agrícola foi possível pela internacionalização do pacote tecnológico,
popularmente, chamado de REVOLUÇÃO VERDE na década de 1960. Esse pacote tinha
como objetivo a elevação da produtividade média através de sementes melhoradas
geneticamente com o uso combinado de máquinas e de insumos químicos (MARTINE e
GARCIA, 1987).
13
A modernização agrícola no Brasil surgiu de uma proposta feita pelos conservadores,
oposta a proposta de reforma agrária. A modernização além das tecnologias tinha escondida
entre seus interesses, manter as grandes concentrações de terras, por isso o processo foi
completamente preconceituoso, desigual e protetor (FERNADES, 2006).
Segundo Fernandes (2006), a modernização agrícola foi simplesmente uma chegada
do capitalismo ao campo, deixando o sistema capitalista mais forte dentro do país, para tanto
houve uma aliança entre Estado/capital/latifúndio, o setor privilegiado foi o industrial.
Entre as principais características da modernização agrícola destaca-se: a introdução
de máquinas na agricultura (tratores importados), de elementos químicos (fertilizantes,
defensivos, etc.), mudança de ferramentas e de culturas ou novas variedades (KAGEYAMA
et al., 1990).
A terra deixa de ser o laboratório natural, para se converter em mercadoria. Os
equipamentos utilizados deixam de ser meros instrumentos de trabalho, para representar parte
do capital a ser valorizado (KAGEYAMA et al., 1990).
3.2.1 Política agrícola e o crédito rural
Em 1967, três anos após o golpe militar iniciava-se a fase chamada de “milagre
econômico” onde os sindicados permaneciam sob a intervenção do Estado, os movimentos
rurais e urbanos sofriam sérios golpes e opressão, o poder Executivo tinha total hegemonia
entre os outros poderes. Subsídios, financiamentos a juros abaixo da taxa de mercado, linha de
crédito normalmente de procedência do mercado externo controlaram a infração que era de
90% caindo para apenas 20% (AGUIAR, 1986).
Segundo Aguiar (1986), a política econômica adotada pelo Brasil pós 1964 teve dois
grandes pilares, de um lado, os esforços de modernização das estruturas sociais e econômica e
do outro, o aprofundamento da internacionalização da economia brasileira, a chamada
doutrina de interdependência.
O crédito rural foi o principal modelo que viabilizou o uso de defensivos industriais
no aumento da produtividade do campo rural brasileiro (MARTINE e GARCIA, 1987).
As transformações ocorridas na economia e na sociedade rural do país, não foi o
resultado da livre força do mercado, mas sim, de uma intervenção do Estado de forma direta.
O Estado ora criava as próprias condições tecnológicas ou agia como interventor de um
projeto definido de modernização da agricultura brasileira (KAGEYAMA et al., 1990).
14
Segundo Kageyama et al. (1990), o instrumento central da intervenção do estado foi
à política de financiamento. A criação do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR),
juntamente com a reforma do sistema financeiro, deixou claro o interesse de que, uma parte
dos recursos captados, fosse direcionada para o setor agrícola.
O crédito rural subsidiário foi um instrumento de articulação entre os grandes
proprietários de terras e os interessados com o desenvolvimento da agricultura destacando-se
os industriais (MARTINE e GARCIA, 1987).
A expansão dos créditos rurais foi realizada de duas formas:
1. Proveniente de depósitos de instituição bancária (10% dos depósitos á vista
dos bancos comerciais deveriam ser emprestados á agricultura);
2. Os geradores viam débitos criados pelo banco contra si mesmos, para um
determinado tomador, sendo que seu reembolso aconteceria posterior.
TABELA 1 – Número de contratos e valores dos financiamentos á agropecuária no Brasil
(1938-1980).
ANOS
1938
1948
1958
1968
1969
1970
1975
1980
Nº de contratos
1.021
9.482
93.859
540.283
1.145.209
1.190.592
1.856.131
2.766.061
Cr$
65.847,00
429.229,00
1.480.129,00
2.757.394,00
6.489.096,00
7.720.053,00
28.188.330,00
31.220.326,00
Fonte: PINTO, p. 117 e 120 e Banco Central do Brasil. Dados Estatísticos, 1980.
Ao observar os dados da Tabela 1, podemos concluir que os números de contratos no
período de 1968 até 1980 foram de 98% do total, isso nos mostra o quando a ditadura militar
incentivou os créditos rurais. Outro dado relevante é a quantidade de dinheiro cedido nesse
período, aproximadamente 97 % do total analisado. Vale ressaltar que o dinheiro está cotado
em cruzeiro.
O grande desafio do governo era ter uma taxa de juros e condições boas de
pagamento para os produtores, sem provocar o colapso do sistema financeiro, garantindo-se
os recursos e a rentabilidade dos bancos.
15
A partir do momento que o Estado insere a agricultura no sistema financeiro, ele
passou a ter o controle no sistema de operação do setor agrícola.
A política de crédito agrícola pode ser dividida em duas fases. A primeira, que se
estendeu desde a criação do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) até o final da década
de 70, período de implantação e consolidação do sistema de crescimento da agricultura, sendo
que no período de 1970 a 1979, os créditos cresceram drasticamente. O segundo momento se
estabeleceu a partir de 1979, quando ocorreu uma redução dos créditos, em 1984 o volume de
crédito rural foi inferior a 46% do crédito concedido em 1979 (KAGEYAMA et al., 1990).
3.2.1.1 A modernização compulsória (1967/1979)
Existiam três linhas de crédito rurais: o custeio, o investimento e a comercialização.
Sem dúvida o custeio foi a que mais se expandiu, através dela o setor agrícola passou a ser
beneficiado pelas políticas estatais, com isso os insumos agrícola foram usados em larga
escala mudando o processo produtivo (MARTINE e GARCIA, 1987).
A modernização compulsória foi a medida adotada pelo governo com a concessão de
crédito subsidiado e do subsidio direto ao consumo de alguns insumos (KAGEYAMA et al.,
1990).
O estado buscou implantar um padrão técnico-econômico por cima das condições de
mercado e transformá-lo no padrão dominante, modificando assim as próprias condições de
concorrência e funcionamento do mercado (KAGEYAMA et al., 1990).
O crédito rural era o elemento mestre para manter o sistema em funcionamento, pois
a agricultura não tinha autossuficiência para a compra dos equipamentos e insumos, já a
indústria se sustentava no mercado sem o apoio da agricultura. O governo tinha o papel
fundamental na economia nessa fase, graças ao investimento externo, isso se tornou possível.
3.2.1.2 A crise do padrão de financiamento (1979/1986)
A crise no sistema financeiro se refletiu na redução dos recursos disponível, como
também, na aquisição de crédito agrícola, isso mudou o cenário do crescimento vertiginoso
que o país estava passando.
Entre 1979 a 1984 o volume de crédito foi reduzido em mais de 50%. Em 1984, o
valor do crédito de investimento foi pouco superior a 1/5 registrado em 1979. Em 1980 e
1981 a taxa de juros foi fixada em 45% ao ano, a inflação foi de 100,2% e 109,9% ao ano,
respectivamente (KAGEYAMA et al., 1990).
16
A partir desse momento o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) começou a ser
alterado. Em 1984/85 pela primeira vez a taxa de juros cobrada passou a ser positiva desde a
criação do SNCR (KAGEYAMA et al., 1990).
Nesse contexto, os produtores eram obrigados a bancar parte dos gastos e arcar com
grande parte dos investimentos. O crédito rural ficou bem próximo do mercado financeiro
mundial. Essas mudanças do sistema financeiro ocorreram em uma fase muito desfavorável
para a agricultura, de um lado, os reflexos do segundo choque do petróleo, do outro lado, o
mercado internacional entrava em uma conjuntura desfavorável, particularmente o complexo
da soja, e o mercado interno sentia o efeito da queda de poder de compra da população e em
seguida os efeitos da própria recessão. Diante dessa situação o Estado passou a assegurar o
preço mínimo de algumas culturas. Essa medida proporcionou uma manutenção nível de
produção agropecuário (KAGEYAMA et al., 1990).
3.2.2 Novas tecnologias
Segundo dados da Portaria Ministerial nº 143; No dia 18 de abril de 1972, o então
Ministro da Agricultura Luiz Fernando Cirne Lima, constituía através da portaria nº 143, um
grupo de trabalho, ao qual delegava a missão de: “definir os principais objetivos e funções da
pesquisa agrícola, em consonância com as necessidades do desenvolvimento nacional”.
A partir desse momento, as pesquisas voltadas para o meio agropecuário tornava-se
uma necessidade para o desenvolvimento nacional, sendo tratadas de forma diferenciadas e
em caráter de urgência. (AGUIAR, 1986).
O Programa Estratégico de Desenvolvimento (PED) foi o primeiro a propor, de
forma clara, uma política científica e tecnológica ao país (AGUIAR, 1986).
O PED tinha dois grandes objetivos:
1. O aumento da produtividade (mudando o modelo tradicional) e,
2. A mudança da comercialização de alimentos.
Para concretizar os referidos objetivos aplicou-se um conjunto de ações, que
acarretaram na mudança do perfil do produtor, são elas:

Desenvolvimento da pesquisa agrícola;

Programa nacional de sementes;

Política de fertilizantes e corretivos;

Política nacional de mecanização;

Política nacional de irrigação;
17

Programa de eletrificação rural;

Desenvolvimento da extensão rural.
TABELA 2 – Distribuição das aplicações federais em Ciência e Tecnologia segundo os
Ministérios (em %).
Ministérios
Agricultura
Educação e Cultura
Minas e Energia
Indústria e Comércio
Saúde
Militares
Outros
Presidência da Republica e FNDCT
TOTAL
1979
18,3
11,3
9,9
3,8
3,2
1,5
0,4
51,6
100
1980
21,3
10,1
9,7
3,3
3,8
1,4
0,2
50,2
100
Fonte: Aguiar, p.132 e Revista Brasileira de Tecnologia, Brasília, CNPq, 12(4): 48, outubro/dezembro (1981).
O 1º Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) destacou a importância da ação
estatal no projeto de modernização da agricultura, tinha como objetivos:
1. Colocar o Brasil na categoria de nações desenvolvidas;
2. Duplicar até 1980 a renda per capita dos brasileiros e,
3. Elevar a economia.
Segundo Aguiar (1986), as políticas de modernização do 1º PND, impunha a
intervenção do Estado como instância que favorece a inserção da economia brasileira na
economia internacional.
Nesse período, as empresas multinacionais tinham força, devido ao volume de
capitais estrangeiros que entrava no país. Do outro lado, promoviam uma política de produção
para o exterior, voltados apenas para esse lado, sem a preocupação em vender apenas o que o
mercado não consumia.
O 1º Plano Básico de Desenvolvimento Científico apresentou, como principal
projeto, a implantação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).
18
3.2.2.1 Embrapa
A lei nº 5.851, de dezembro de 1972, criou a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA), que foi instalada em 26 de abril de 1973, vinculada, como
empresa pública, ao Ministério da Agricultura.
As tecnologias e as pesquisas desenvolvidas pela EMBRAPA estavam voltadas às
necessidades dos médios e grandes produtores, às pessoas de certo nível educacional que
gozassem de um espírito empreendedor. É sob esse perfil e, através do crédito subsidiado, que
se dá a expansão do plantio de culturas de maior rentabilidade (FERREIRA e MENDES,
2009).
Segundo a EMBRAPA o que se esperava com a tecnologia de plantas transgênicas
eram benefícios para o produtor como a redução de custo de produção, facilidade no manejo
(controle de ervas daninhas e insetos, etc.) e aumento de produtividade.
A EMBRAPA foi de extrema importância para naquele momento para a diluição da
tecnologia. Apesar de ter privilegiado de forma desigual, foi uma instituição que influenciou
de forma direta a modernização do campo.
3.2.2.2 Extensão rural
Em 1974 surgiram a Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão
(EMBRATER) e as Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATERES),
criadas para substituir as instituições estaduais. Apenas o estado de São Paulo manteve o
Sistema Brasileiro de Assistência Técnica e Extensão Rural (SIBRATER) e a Coordenadoria
e Assistência Técnica Integral (CATI).
Entre 1948 a 1964 o público-alvo eram os pequenos e médios agricultores. De 1964 a
1974 o público era os médios e grandes produtores. A partir de 1974 definiram-se como
público os pequenos agricultores, responsáveis pelo abastecimento do mercado interno
(ALVES e CONTINI, 1988).
Em muitos lugares o sistema de Extensão Rural era a única representação do governo
voltada para a agricultura. Nesse momento era mais de 3000 municípios beneficiados. Em
meados dos anos 70 este sistema foi substituído pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA).
Segundo Alves e Contini (1988), a extensão rural não é o instrumento mais poderoso
para a transferência de tecnologia, perdendo significada mente para as instituições privadas.
Mas sem dúvida a extensão pública é indispensável à modernização da agricultura.
19
3.2.2.3 Graduação em Ciências Agrárias
Segundo dados da Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior (ABEAS),
no Brasil, em 1949 existiam apenas 17 cursos de ciências agrárias, sendo: 11 de Agronomia e
6 de Veterinária. Em 1986 subiu para 96 cursos e 7203 vagas, e depois da década de 1950
surgiram outros cursos na área como: Engenharia Florestal, Zootecnia, Engenharia Agrícola e
Engenharia de Pesca. Apenas no período de 1970 a 1986 foram criados 55 novos cursos no
país.
3.2.2.4 Pós-Graduação
Segundo dados da ABEAS, o curso de Mestrado surgiu em 1961 com capacidade de
118 cursos e bem distribuídos pelo país, com exceção da região norte do país onde não há
nenhum curso. Diferentemente do curso de Doutorado que teve seu desenvolvimento bem
lento. Em 1986 eram apenas 25 cursos. Desses números o estado de São Paulo detém mais da
metade deles.
As necessidades de doutorados para o desenvolvimento do país foi bem superior à
oferta. Então a diferença foi realizada com programas intensivos de aperfeiçoamento no
exterior (ALVES e CONTINI, 1988).
3.2.2.5 Fertilizantes
A necessidade do uso de fertilizantes não ocorreu apenas em função da cultura, tendo
como determinante, também, a escala e a ligação desta com o conjunto das tecnologias
disponíveis para cada cultura (KAGEYAMA et al., 1990).
A importância da boa utilização do fertilizante vai além da melhor eficiência no
campo, como também o seu valor no custo de produção.
No primeiro momento o estado brasileiro importou os fertilizantes e, no segundo,
com a crise do petróleo (1972-1974) e a abertura da economia brasileira para o capital
multinacional, houve uma expansão das indústrias de fertilizantes.
Segundo Kageyama et al., (1990) não existe grandes inovações de produtos que
alteram o contexto geral da concorrência entre os produtores, o que a indústria procura é
crescer fundamentalmente através da ampliação extensiva dos mercados.
20
Como a maioria dos fertilizantes fosfatos e nitrogenados foram supridos por
empresas estatais gerou-se uma crise que perdurou de 1980 a 1983. Em 1984, o Estado saiu
da produção de fertilizantes, passando a ser comercializados de forma centralizada.
3.2.2.6 Defensivos
Quanto aos defensivos agrícolas, diferentemente dos fertilizantes, há inovações
tecnológicas dos produtos, o que permite que eles tenham um padrão de competividade.
Em 1975 ocorreu um aceleramento da indústria de defensivos, através de políticas
publicas de incentivos a esse ramo de produção como a criação do Plano Nacional de
Defensivos Agrícolas (PNDA), cujo objetivo era a internaciolização das etapas finais de
produção dos defensivos, minimizando assim as importações, e exportar os excedentes
(KAGEYAMA et al., 1990).
A oferta do crédito de custeio para os defensivos favoreceu a alteração do processo
de controle de ervas daninhas em culturas, com o grau crescente de mecanização e também o
uso preventivo de inseticidas e fungicidas (KAGEYAMA et al., 1990).
Segundo Naidin (1985), após 1981 as empresas Bayer e Ciba Gleigy passam a liderar
e dispor de uma rede de venda e desenvolvimento de produtos, superiores às das concorrentes,
gerando o desenvolvimento de pesquisas, difusão de tecnologias e incentivos públicos que
ficaram comprometidos, fato este, que levou ao desenvolvimento de um processo de
monopólio.
O final dos 80 foi marcado por um período de reorganização da indústria de
defensivos no Brasil (KAGEYAMA et al., 1990).
3.2.2.7 Máquinas e Implementos
As máquinas e os implementos agrícolas surgiram em meados da década de 20, mas
desenvolveram com implantação de indústria nacional de tratores, provocando a mecanização
do campo, em grande escala.
A industrialização de tratores iniciou-se no governo de Juscelino Kubitschek com o
Plano de Metas. Nessa época já era presente a proteção do mercado, com políticas que
favoreciam a substituição de importações (KAGEYAMA et al., 1990).
Após a década de 1970, houve um crescimento vertical da compra de máquinas
agrícola, devido à proteção de políticas e ao crédito rural subsidiado (KAGEYAMA et al.,
1990).
21
A partir de 1976, o crescimento da indústria de maquinas e implementos desacelerou.
Com a diminuição do crédito rural e a queda dos preços das culturas (soja, algodão,
amendoim, café e laranja) para exportação, o maior mercado consumidor de máquinas
apresentou problemas em absorver a produção (KAGEYAMA et al., 1990).
3.2.3 Êxodo rural e concentração urbana no Brasil
O pacote de tecnologia (créditos rurais em abundância, pesquisas, defensivos,
fertilizantes e a uso de máquinas no campo) aplicado na modernização da agricultura
brasileira favoreceu, principalmente, os grandes produtores, pois essa tecnologia se adaptou
muito bem em grandes áreas de terras, gerando um aumento da concentração de terras no país.
O efeito de modernização pode ser notado na década de 1970, quando ocorreu o
maior êxodo rural brasileiro, cerca de 16 milhões de pessoas deixou o meio rural em busca de
um futuro melhor, nas cidades (MARTINE e GARCIA, 1987).
TABELA 3 – Indicadores de utilização de mão de obra, segundo estratos de área total, Brasil,
1970-1980.
Estrato de Área Total
(em hectares)
Menos de 5
Menos de 10
Menos de 50
Menos de 100
100 a menos de 500
500 a menos de 1000
1000 a menos de 10000
10000 a mais
Razão entre pessoas ocupado é área total (pessoas / hectares)
1970
1975
1980
1,24
0,78
0,29
0,21
0,03
0,01
0,006
0,001
1,44
0,93
0,34
0,242
0,03
0,014
0,006
0,001
1,385
0,88
0,317
0,226
0,034
0,017
0,007
0,002
Fonte: Censo Agropecuário IBGE (1970, 1980) e Anuário estatístico (1975).
Como podemos observar a Tabela 3 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), quanto maior e a concentração de terra menor será a utilização de mão de obra.
Portanto a modernização agrícola privilegiou os grandes produtores, levando os pequenos
produtores e trabalhadores rurais à migração para as cidades.
Segundo Martine e Garcia (1987), em 1970 o Brasil tinha apenas 257 cidades com
mais de 20 mil pessoas, em 1980 o número já passava de 400 cidades, sendo que, as cidades
de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte foram as que apresentaram um maior
crescimento, em relação o restante do país.
22
Grande parte da mão de obra, que se tem nas cidades, compõe o terciário marginal,
tendo uma produtividade mínima e uma sobrevivência precária. A razão disso é simples: a
alta taxa de migração urbana significa um inchamento da força de trabalho muito maior do
que a capacidade de criação de empregos (MARTINE e GARCIA, 1987).
Os setores periféricos nas cidades é uma consequência lógica do processo de luta
pelo espaço urbano. Os moradores que detém mais capital buscam os lugares próximos do
centro, o restante fica com os lugares afastados e sem estruturas físicas adequadas,
comprometendo a qualidade de vida.
3.3 MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA EM GOIÁS
3.3.1 Processo histórico do estado de Goiás
O sistema de povoamento do estado de Goiás aconteceu à quase 200 anos após a
chegada dos portugueses ao Brasil. Devido à falta de interesse da Coroa com o povoamento
do interior do país, sua ocupação ficou restrita à exploração do litoral. Com a crise no ciclo da
cana-de-açúcar, Portugal sentiu a necessidade de buscar novas fontes de exploração no
interior do país (NASCIMENTO, 2009).
A principal expedição, nesse período da história de Goiás, foi a dos bandeirantes,
que tinham como objetivo os lucros advindos da escravização dos índios e dos metais
preciosos. Eram expedições particulares e não respeitaram o limite oficial do Tratado de
Tordesilhas.
O bandeirante acunhado de Anhanguera pelos indígenas, Bartolomeu Bueno da Silva
Filho, em 07 de setembro de 1722 deixou, juntamente com seus parceiros a capitania de São
Vicente (atual São Paulo). Após três anos de caminhada pelo sertão, em 25 de outubro de
1725, retornou levando consigo várias amostras de ouro de diferentes minas na região de
Goiás (NASCIMENTO, 2009).
A descoberta do ouro em Goiás deu início ao processo de povoamento do futuro
estado. As primeiras cidades foram instaladas, de forma precária, próximas aos rios onde era
extraído o ouro. A cidade de Goiás é um exemplo desse período, uma cidade que se
desenvolveu as margens do Rio Vermelho.
Com a exploração do ouro ocorreram várias transformações significativas, entre elas:
a
urbanização,
o
crescimento
demográfico,
a
mobilidade
social
decorrente
do
desenvolvimento de uma nova atividade econômica, o surgimento da classe média e,
23
principalmente, o deslocamento do eixo econômico do nordeste para o centro-sul.
(NASCIMENTO, 2009).
Com o esgotamento das minas de ouro em Goiás o estado passou a ter um
esvaziamento demográfico, em todo o século XIX houve um crescente aumento populacional
na região, numa espécie de recuperação demográfica (FERNADES, 2006).
A partir do século XIX iniciaram-se as migrações para o estado de Goiás, oriundos
de Minas Gerais e Nordeste brasileiro. Nesse momento aconteceu o período de transição entre
a economia mineradora e a agrícola (FERREIRA e MENDES, 2009).
Os mineiros ocuparam principalmente a região sul do estado, com objetivos de
expandir os seus negócios. Já os nordestinos ocuparam, principalmente, a região norte, atual
estado do Tocantins.
A chegada das ferrovias, em 1913, ao estado de Goiás facilitou o processo de
escoamento da produção e gerou uma valorização das terras goianas (FERNADES, 2006).
A criação da cidade de Goiânia foi o grande marco da conquista do Oeste brasileiro
no movimento chamado de Macha para o Oeste, em seguida a criação da capital federal
Brasília (FERNADES, 2006).
3.3.2 As pesquisas voltadas ao campo pós 1970 no estado de Goiás
Como visto anteriormente, o desenvolvimento das pesquisas voltadas ao campo
aconteceu pela necessidade da indústria nacional, que necessitava de matéria prima oriunda da
agricultura. Os militares acreditava que essa relação entre a indústria e a agricultura era
fundamental para o desenvolvimento do país.
As políticas adotadas pelo governo brasileiro foi o pacote tecnológico da Revolução
Verde, que se adaptou muito bem aos interesses dos grandes produtores. Os pacotes eram
compostos de: produção de fertilizantes, defensivos agrícola, máquinas agrícolas, política de
crédito, sementes geneticamente modificada, entre outros.
A Empresa Goiana de Pesquisa Agropecuária (EMGOPA) foi criada em 1973, em
Goiás, tendo como objetivo desenvolver atividades ajustadas às metas, aos planos e ao
sistema operacional preconizado pela EMBRAPA, sendo o organizador de políticas de
ciências e tecnologias para a agricultura do Estado (EMGOPA, 1975).
Segundo QUEIROZ (2010) a EMGOPA tinha a preocupação de gerar e divulgar suas
tecnologias, preferencialmente, para os grandes produtores e, produtos agrícolas de maior
valor econômico, com forte direcionamento para a região sudoeste de Goiás.
24
A região sul de Goiás teve destaque devido a sua proximidade com o mercado
consumidor e a fertilidade natural do solo (FERNADES, 2006).
A EMGOPA contava com quatro estações experimentais:
1. Goiânia (hoje se localiza na microrregião de Goiânia, na mesorregião Centro
Goiano), que tinha com objetivo os projetos de pesquisa em bovinos, arroz,
mandioca, solos, soja, algodão, milho, feijão, fitossanidade e fruticultura;
2. Jataí (hoje compõe a microrregião do sudoeste de Goiás, na mesorregião Sul
Goiano), que tinha como objetivo os projetos de pesquisa em bovinos, arroz,
olericultura, mandioca, solos, soja, algodão, feijão, fitossanidade, fruticultura
e sistema de produção;
3. Araguaína (hoje localizada no norte do estado do Tocantins), nela as
pesquisas eram voltadas aos bovinos, arroz e peixe e,
4. Anápolis (hoje, microrregião de Anápolis, na mesorregião Centro Goiano),
onde foram desenvolvidos os projetos arroz, olericultura, soja, solos, milho,
feijão, fruticultura e peixe.
Ao observar os locais das estações experimentais da EMGOPA, observamos que três
estações estão na região centro sul de Goiás, apenas a estação de Araguaína se localiza na
região norte do estado (atual estado do Tocantins), ficando evidente a preferência de se
divulgar a extensão rural para a região centro sul do Estado.
3.3.3 Cooperativa em Goiás
A Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (COMIGO) foi
criada em 1975, tinha com principal objetivo o desenvolvimento do capitalismo no campo
utilizando o sistema de cooperativismo como forma de garantir a competividade, com um
discurso pautado na ideia de igualdade “bem comum”, quando na verdade, era a defesa de um
sistema econômico e a expansão de suas bases. A maioria de seus associados era do
município de Rio Verde (FERNADES, 2006).
3.3.4 Resultado da modernização em Goiás
O processo de intervenção do estado no campo, em Goiás, trouxe consigo a
necessidade de urbanização do estado, associado à fundação de várias indústrias próximas às
cidades, uma mentalidade cada vez mais urbana da população (FERNADES, 2006).
25
A educação tornou um elemento fundamental para o desenvolvimento agrícola,
graças à difusão de tecnologia no campo, maximizando o potencial de cada região
(QUEIROZ, 2010).
Como visto anteriormente, as políticas públicas adotadas, privilegiou os
latifundiários, aumentando a concentração de terra no Estado.
Segundo QUEIROZ (2010) os grandes objetivos da modernização foram alcançados
nos anos 80, no entanto, os impactos dessa modernização durariam ate os anos 90 com o
neoliberalismo (retirada do governo da economia).
3.4 PALMEIRAS DE GOIÁS
Foi fundada por um alemão com a atividade de mineração, junto ao córrego das
Flores (RIOS, 1994).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a formação da
cidade de Palmeiras de Goiás se deve às famílias Esteves Rodrigues, Martins, Rodrigues dos
Santos, Goulart de Andrade e outras, oriundas do estado de Minas Gerais, que se apossaram
de grande quantidade de terras no sul do Estado de Goiás.
Palmeiras de Goiás é um exemplo claro de cidade que sofreu com a queda da
mineração e se reabilitou com o desenvolvimento agroindustrial. Os principais produtos
agrícolas em 1950 eram o arroz, feijão, algodão, milho e mandioca (RIOS, 1994).
Segundo QUEIROZ (2010) as pesquisas com o cultivo do algodão foram
desenvolvidas para atender às demandas das microrregiões do sudoeste de Goiás,
Quirinópolis e Vale do Rio dos Bois (onde se localiza a cidade de Palmeiras de Goiás) aonde
predominavam os cultivos do algodoeiro.
Segundo o censo do IBGE de 2010, a cidade de Palmeiras de Goiás possuía,
aproximadamente, 48% do Produto Interno Bruto (PIB) oriundo das indústrias. Este é um
resultado das políticas adotadas no governo militar.
26
FIGURA 1- Localização do Município de Palmeiras de Goiás
Fonte: IBGE. Mapa político do Brasil. Diretoria de Geociências (DGC), 2000.
27
4 MATERIAL E MÉTODOS
Os dados levantados em campo foram obtidos juntos ao Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) localizado em Goiânia, através das seguintes publicações:

Censo Demográfico de 1950, 1960, 1970, 1980, 1990 e 2000.

Censo Agropecuário de 1950,1970, 1980, 1985 e 1995.

Anuários Estatísticos do Estado de Goiás – 1975 e 1989-1992.
4.1 CENSO DEMOGRÁFICO DO IBGE
O Censo Demográfico segue os princípios normativos determinados na Lei nº 5.534
de 14 de novembro de 1968. Segundo a referida Lei, as informações são confidenciais e
obrigatórias, destinam-se exclusivamente a fins estatísticos e não podem ser objeto de certidão
e nem ter eficácia como meio de prova.
O Censo Demográfico é regulamentado pela Lei nº 8.184 de 10 de maio de 1991, que
estabelece um máximo de dez anos para o intervalo intercensitário.
As embaixadas, consulados e representações do Brasil no exterior são considerados
Território Nacional, porém não foram incluídos no censo. Atualmente, a maioria dos
funcionários brasileiros reside em domicílios fora das representações diplomáticas.
A coleta de dados do senso varia de acordo com o tempo, normalmente são 200 mil
recenseadores e 30 mil supervisores, no período de agosto até final de novembro.
O Território Nacional foi dividido em 215.811 áreas contiguas, respeitando-se os
limites da divisão político-administrativa, do quadro urbano e rural legal e de outras estruturas
territoriais de interesse, além dos parâmetros de dimensão mais adequados à operação de
coleta.
O sistema cartográfico, elaborado exclusivamente para os fins estatísticos, é
composto por uma série de Mapas Municipais e outras de Mapas de localidades. Os Mapas
municipais, elaborados em escalas topográficas, apresentam a cobertura completa dos
municípios, sua divisão distrital e os setores rurais. Os mapas de Localidades, elaborados em
escalas cadastrais, apresentam a cobertura das cidades e vilas, suas divisões interurbanas e os
setores urbanos. Os mapas se Setores Censitários, uma terceira série, são mapas individuais
em escala diversas, oriundos do s respectivos Mapas de Localização ou Municipais.
Segundo a Constituição Federal, a divisão política-administrativa da República
Federativa do Brasil compreende a União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios.
28
Os levantamentos do Censo Demográfico são:

Questionário básico: Aplicado em todas as unidades domiciliares, exceto
naquelas selecionadas para a amostra, e que contém a investigação das
características básicas do domicílio e dos seus moradores.

Questionário da amostra: Aplicado em todas as unidades domiciliares
selecionadas para a amostra. Além da investigação contida no questionário
básico, abrange outras características do domicílio e pesquisa importantes
informações sociais, econômicas e demográficas dos seus moradores.
4.2 CENSO AGROPECUÁRIO DO IBGE
O Censo Agropecuário segue os princípios normativos determinados na Lei nº 5.878
de 11 de maio de 1973. O caráter obrigatório e confidencial atribuído às informações
censitárias, que se destinam, exclusivamente, a fins estatísticos e não poderão ser objetos de
certidão e nem terão eficácia jurídica como meio de prova.
A coleta das informações, em cada Unidade da Federação, esteve a cargo das
Divisões Regionais de pesquisa do IBGE, que se encarregaram da coordenação e execução
das tarefas relacionadas com o Censo Agropecuário.
Os resultados censitários são apresentados por Mesorregiões, Microrregiões
Geográficas e Municípios. As Mesorregiões são unidades geográficas relativamente maiores
que as Microrregiões, porém menores que o estado ou território. Foram criadas obedecendo
ao mesmo princípio da classificação das Microrregiões Geográficas, tendo sido estas fixadas
de acordo com a divisão Regional do Brasil para fins estatísticos, com a Resolução PR-51, de
1º de janeiro de 1990, do Departamento de Geografia da Diretoria de Geociências do IBGE.
O Censo Agropecuário abrange as seguintes atividades econômicas: agricultura,
pecuária,
avicultura,
apicultura,
cunicultura,
sericicultura,
horticultura,
floricultura,
silvicultura e extração de produtos vegetais. Procedeu-se ao levantamento complementar da
produção particular do pessoal ocupado residente, obtida em terras do estabelecimento, bem
como o número de seus animais.
O Censo Agropecuário foi investigado as atividades de beneficiamento e
transformação exercidas nos estabelecimentos agropecuários, excetuando-se o correspondente
às usinas de açúcar, fábricas de polpa de madeira, serrarias e às unidades industriais
devidamente licenciadas.
29
Na coleta do Censo Agropecuário foi utilizado o Questionário Geral – CE 2.01,
aplicando aos estabelecimentos agropecuários como unidades econômicas básicas, e o
Questionário Complementar – CE 2.02, reservado ao registro da produção particular do
pessoal
residente
(empregados,
agregados,
entre
outros),
obtida
em
terras
dos
estabelecimentos, e dos animais pertencentes a eles. Para o controle das distribuições e do
recolhimento dos formulários, foram usadas a Caderneta do Recenseador – CE 2.03 e a Folha
de Coleta- CE 2.05.
As informações foram obtidas diretamente dos responsáveis pelos estabelecimentos
(Questionário Geral- CE 2.01) e do pessoal residente, observando-se a produção particular e
os seus animais (Questionário Complementar – CE 2.02).
Para efeito da coleta das informações do Censo, os Municípios foram divididos em
Setores Censitários. O Setor Censitário, unidade básica de coleta, constituiu-se de área
territorial contínua, na mesma situação (urbana ou rural) do mesmo distrito administrativo.
A dimensão dos Setores Censitários na área rural variou em conformidade com o
número de unidades e as dificuldades de transporte.
Os resultados foram obtidos pelo processamento dos registros constantes do
Questionário Geral e do Questionário Complementar.
As tabelas foram convertidas respectivamente, para: hectares, mil reais, toneladas,
mil litros, mil frutos.
Em consequência do arredondamento dos dados, algumas informações registradas a
linha total não correspondem á soma exata dos valores das parcelas.
4.3 ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO ESTADO DE GOIÁS DO IBGE
É um conjunto de pesquisas realizadas pelo IBGE que tem a função de retratar as
principais características demográfica e socioeconômica da população, além de informação
sobre atividades econômicas oriundas da Pesquisa Industrial anual. No que se refere á
produção agrícola, extração de vegetal, silvicultura, efetivos da pecuária e avícola, e produção
animal são apresentados dados das mais recentes pesquisas agropecuárias.
4.4 LAVOURAS PERMANENTES (IBGE)
Compreenderam a área plantada ou em preparo para o plantio de culturas de longa
duração, tais como o café, laranja, cacau, banana, uva, entre outras.
30
4.5 LAVOURAS TEMPORÁRIAS (IBGE)
Áreas plantadas ou em preparo para o plantio de culturas de curta duração (menores
que um ano) e que necessitassem, geralmente de novo plantio após cada colheita. Exemplos:
arroz, algodão, milho, trigo, flores, hortaliças, entre outros.
4.6 PASTAGENS NATURAIS (IBGE)
Áreas destinadas ao pastoreio do gado, sem terem sido formadas mediante plantio.
4.7 PASTAGENS PLANTADAS (IBGE)
Áreas destinadas ao pastoreio e formadas mediante plantio.
4.8 MATAS NATURAIS (IBGE)
Áreas de matas e florestas naturais utilizadas para extração de produtos ou
conversadas como reservas florestais.
4.9 MATAS PLANTADAS (IBGE)
Áreas plantadas ou em preparo para o plantio de essências florestais (acácia-negra,
eucalipto, pinheiros, entre outros), incluindo áreas ocupadas com viveiros de mudas de
essências florestais.
4.10 MÁQUINAS E INSTRUMENTOS AGRÁRIOS (IBGE)
Números de tratores, máquinas de colheita, implementos agrícolas. Incluindo-se os
obtidos por empréstimo ou aluguel, e os que estivessem sob a responsabilidade do produtor,
porém em conserto ou reforma.
4.11 EFETIVOS DA PECUÁRIA (IBGE)
Os bovinos, bubalinos, equinos, asininos, muares, suínos, ovinos e caprinos de
propriedade do produtor que estivesse no estabelecimento, ou em pasto comum ou aberto,
localizados fora de estabelecimentos, e os de terceiros que estivessem arrendados, alugados
ou cedidos ao produtor.
31
Os dados não incluem os animais de propriedade dos produtos que se encontravam
em outros estabelecimentos ou entregues a terceiros, em arrendamento, aluguel ou cessão,
nem a propriedade dos moradores (empregados, colonos, agregados, entre outros).
4.12 PRODUÇÃO VEGETAL (IBGE)
É o resultado referente à quantidade e ao valor da produção das principais culturas
permanentes e temporárias, da horticultura, da extração vegetal e da silvicultura.
As culturas permanentes são capazes de proporcionar colheita por vários anos, sem
necessidade de novo plantio.
As culturas temporárias podem ser:
a) Simples (quando a cultura ocupa isoladamente uma área de cultivo);
b) Associado (no caso de duas ou mais culturas temporárias efetuadas
simultaneamente na mesma área);
c) Intercalado (quando a cultura ocupava os intervalos de uma cultura permanente);
d) Misto (quando a cultura ocupava mais de um tipo de cultivo).
4.12 EXTRAÇÃO VEGETAL (IBGE)
Extração vegetal refere-se aos produtos obtidos de espécies vegetais não plantadas
(nativas).
32
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Palmeiras de Goiás: Pastagem
Quantidade em hectares
160000
140000
120000
100000
80000
60000
Natural
40000
Plantada
20000
0
1950
1970
1980
1985
1995
Ano
FIGURA 2 - Quantidades de hectares destinadas a utilização das terras como pastagem no
município de Palmeiras de Goiás (1950-1995).
Fonte: IBGE: Censo Agropecuário – 1950, 1970, 1980,1985, 1995.
Como demonstrado na Figura 2, a pastagem natural, antes da década de 1980, era
dominante na cidade de Palmeiras de Goiás, os gados pastavam em grandes quantidades de
terras sem a preocupação com melhoria de técnicas de produtividade.
Com a chegada das tecnologias em Goiás no final de década de 1970 e início de
1980, houve um processo de melhoramento do pasto, sendo assim, a pastagem plantada se
tornou bem superior à pastagem natural.
Segundo Queiroz (2010), a criação de gado no estado de Goiás teve um amplo uso de
tecnologias, 48% dos produtores usaram média tecnologia e 33% utilizaram alta tecnologia.
O reflexo dessas mudanças pode ser observado na Figura 4, onde o número de gados
presente na cidade atingiram os maiores valores depois da década de 1980. Chegando a serem
superiores a 140 mil cabeças de gado.
Observamos que a área destinada à pastagem foi reduzida, em 1950 eram 159.852
hectares, em 1980 eram 130.647 hectares, na última data analisada em 1995, o número passou
para 99.935 hectares. Segundo Fernandes (2006), o aumento da produtividade, visa suprir as
necessidades das indústrias e das cidades.
33
Palmeiras de Goiás: Lavouras
Quantidade em hectares
45000
40000
35000
30000
25000
20000
Permanetes
15000
Temporais
10000
5000
0
1950
1970
1980
1985
1995
Ano
FIGURA 3 – Quantidades de hectares destinados à utilização das terras como lavoura, no
município de Palmeiras de Goiás.
Fonte: IBGE: Censo Agropecuário – 1950, 1970, 1980, 1985, 1995.
Observando a Figura 3, podemos concluir que a cidade de Palmeiras de Goiás
apresenta poucas culturas de longa duração, tais como o café, laranja, cacau, banana, uva,
entre outros, mas há uma predominância do cultivo do milho, como evidenciado na Figura 10.
Outro fator importante observado é o aumento da quantidade de hectares plantados
no município, o número cresceu de 18.302 (1970) para 38.335 hectares (1980).
A partir de 1985 ocorreu à diminuição da área destinada à lavoura, isso se deu pelo
fato de diminuição de créditos agrícolas para os produtores que, segundo Kageyama et al.
(1990), em 1984 o volume de crédito rural foi inferior a 46 % do crédito concedido em 1979.
As tecnologias, que continuavam em crescente no mundo, juntamente com as
colheitas mecânicas, aumentaram a eficiência do campo e diminuíram as áreas a serem
plantadas devido à necessidade de serem a áreas planas. Isso também foi um fator
determinante para a redução de áreas de lavouras.
Segundo Ferreira e Mendes (2009), os financiamentos eram concedidos a
investimentos agropecuários de maior porte, como as lavouras comerciais de arroz, milho e
soja.
Em Palmeiras de Goiás as culturas predominantes eram o arroz e o milho, como pode
ser observado na Figura 10. Porém, entre 1980 a 1987, o arroz teve uma queda, de mais de
50% na sua produção, deixando de ser a segunda cultura mais plantada da região.
34
Palmeiras de Goiás: Pecuária
160000
140000
Quantidade
120000
100000
Bovinos
80000
Suínos
60000
Equínos
40000
Muares
20000
0
1950
1970
1980
1991
2000
Ano
FIGURA 4 – Números da pecuária no município de Palmeiras de Goiás (1950-2000).
Fonte: IBGE. Censos Agropecuários 1950, 1970, 1980 e 2000 e Anuários Estatísticos do Estado de Goiás (1989
e 1992).
Em relação à pecuária, podemos observa na Figura 4, que há uma predominância de
criação de bovinos e crescimento significativo da criação do mesmo, a partir da década de
1980. A criação de bovinos é superior às demais, pelo fato da proximidade com frigoríficos na
região, mais uma vez notamos que a agropecuária trabalhava em função da indústria.
Segundo Queiroz (2010) a pecuária bovina era um dos produtos mais importante na
agroindústria. A importância era tamanha que existiam programas destinados à pecuária de
corte como o Programa de Desenvolvimento da Pecuária de Corte (PRODEPE).
Apesar de toda tecnologia na década de 1980, a produção de suínos, equinos e
muares praticamente se manteve estável, os fatores externos não contribuíram para essas
culturas.
Segundo Queiroz (2010) os grandes objetivos da modernização foram alcançados
nos anos 80, mais os seus resultados durariam vários anos.
Em Goiás, no período 1975/85 corresponde a década da chegada da fronteira agrícola
ao Estado, podendo-se assim vislumbrar os primeiros impactos que a adoção de um novo
padrão tecnológico trouxe à região e à organização espacial da agricultura e da pecuária, no
território goiano (FERNANDES, 2006).
35
O frigorífico Minerva, com unidade em Palmeiras de Goiás, abate em média, 1.500
cabeças de gado por dia. O confinamento Ouro Branco opera com capacidade de oito mil
bois.
FIGURA 5 - Frigorífico Minerva em Palmeiras de Goiás
Fonte: Secretaria de Planejamento de Goiás (2012).
FIGURA 6 – Confinamento Ouro Branco
Fonte: Secretaria de Planejamento de Goiás (2012).
36
População
Palmeiras de Goiás: População Residente
20000
18000
16000
14000
12000
10000
8000
6000
4000
2000
0
Urbano
Rural
1950
1960
1970
1980
1991
2000
Ano
FIGURA 7 – Número de População Residente: urbana e rural no município de Palmeiras de
Goiás (1950-2000).
Fonte: IBGE. Censos Demográficos: 1950, 1960, 1970, 1980, 2000; Anuário Estatístico do Estado de Goiás
(1989 a 1992).
A população de Palmeiras de Goiás, segundo o Censo Demográfico, atingiu seu
maior número de habitantes, no ano de 1970. Este fato se explica pela força que o interior
tinha frente à capital do Estado, as indústrias foram atraídas para a proximidade da matéria
prima, através da abertura de novas rodovias estaduais.
A modernização em Goiás, que ocorreu de forma mais intensiva na década de 1980,
fazendo com que, no município de Palmeiras de Goiás, a partir do ano de 1980, o numero de
habitantes na zona rural ser quase o mesmo da zona urbana, como observamos na Figura 7.
Os dados referentes a Palmeiras de Goiás são comparáveis às afirmações de Queiroz
(2010) quanto aos grandes objetivos da modernização, que foram alcançados nos anos 80.
Como podemos observar nos dados da Figura 7, a população rural apresenta uma
queda, por outro lado, a população urbana está ascensão, fato semelhante ao da população
urbana no país.
De acordo com o Censo Demográfico de 2010, a população urbana brasileira atingiu
um total de 160.925.792 habitantes representando 84,4% do total de habitantes, enquanto a
rural representa apenas 29.830.007 habitantes representando apenas 15,6%.
37
Palmeiras de Goiás : Máquinas Agrícola
350
300
Quantidade
250
200
150
Trator
100
Colhedeiras
50
0
1950
1970
1980
1985
1995
Ano
FIGURA 8 – Números de máquinas agrícolas no município de Palmeiras de Goiás (1950 1995).
Fonte: IBGE. Censos Agropecuários 1950, 1970, 1980, 1985 e 1995.
Segundo Queiroz (2010), a técnica de produção foi alterada pelos segmentos
industriais a montante (indústrias vendedoras de máquinas e insumos) e a jusante (indústrias
transformadoras da matéria-prima agropecuária) aparte da modernização agrícola.
Os tratores são tidos como um dos demonstrativos da chegada da fronteira agrícola a
uma determinada região; é uma das variáveis presentes nesse processo de intensificação do
uso do solo, que justamente caracteriza a tecnologia do campo (FERNANDES, 2006).
Após a década de 70, houve um crescimento vertical da compra de máquinas
agrícola, devido à proteção de políticas e ao crédito rural subsidiado (KAGEYAMA et al.,
1990).
Com os grandes investimentos na década de 1970, que teve seu reflexo em Goiás na
década de 1980, a cidade de Palmeiras passou de 69 tratores em 1970, para 305 unidades em
1980. As colhedoras passaram de quatro para 35 unidades conforme Figura 8.
Após 1980 a compra de máquinas foi bastante reduzida, resultado da redução de
créditos do governo. Na Figura 8 percebe-se que o número de máquinas não teve a mesma
redução, devido à vida útil das máquinas serem longa.
38
Palmeiras de Goiás: Matas e Florestas
40.000
Quantidade em hectares
35.000
30.000
25.000
20.000
Natural
15.000
Plantada
10.000
5.000
0
1950
1970
1980
1985
1995
Ano
FIGURA 9 – Utilização das terras como matas e florestas no município de Palmeiras de Goiás
(1950-1995).
Fonte: IBGE. Censos Agropecuários 1950, 1970, 1980, 1985 e 1995.
Segundo Rios (1995) as florestas em Goiás apresentavam forma descontínua e eram
de grande extensão.
Como podemos observar na Figura 9, a quantidade de matas e florestas na região
foram reduzindo, paulatinamente, com o passar do tempo. Em 1950 eram 35.596 hectares, já
no ano de 1970 eram apenas 17.855 hectares.
Os fazendeiros goianos derrubavam a vegetação nativa e arrendavam as terras, sendo
em seguida, transformada em pastagem, característica da atividade econômica predominante
na região de Goiás, antes da década de 1970 (RIOS, 1995).
39
Palmeiras de Goiás: Produção Agrícola
70000
60000
Algodão
Gênero (t)
50000
Arroz
40000
Cana-de-açucar
30000
Feijão
20000
Mandioca
Milho
10000
Soja
0
Café
1950
1970
1980
1987
1990
Ano
FIGURA 10– Produção agrícola no município de Palmeiras de Goiás (1950-1995).
Fonte: IBGE. Censos Agropecuários 1950, 1970, 1980 e 1990; Anuário Estatístico do Estado de Goiás 1987.
O estado de Goiás, nas últimas décadas, tem passado por extremas transformações de
culturas. O arroz, que na década de 1970 e inicio da década de 1980, era o principal produto
da agricultura, cedeu lugar aos grãos modernos, como a soja e o milho. Fator explicado pelas
condições em que o cerrado propicia uma melhor adaptação a essas culturas.
Segundo Fernandes (2006), nos anos 1970, os principais produtos agrícolas de Goiás
eram: arroz, feijão, milho, soja e algodão. A cultura do arroz ocupava 50% da área cultivada,
nesse período, o Estado se despontou como um dos maiores produtores de arroz do país, mas
essa alta produtividade se deu muito mais pelo aumento da área plantada do que pela
produtividade propriamente dita. Esse fator pode explicar a queda na produção do arroz na
cidade de Palmeiras de Goiás, a partir do ano 1980, vale ressaltar que o país estava em crise
no sistema financeiro, a alta produtividade era necessária para a manutenção da agricultura.
No estado de Goiás, o milho teve um crescimento nos índices de produção a partir
dos anos de 1970, passando a ocupar então, a partir da segunda metade dos anos 1980, o
primeiro lugar no ranking de produção do estado (FERNANDES, 2009).
Em Palmeiras de Goiás, a situação foi semelhante, a partir da segunda metade dos
anos de 1980, o milho se tornou o principal produto, com 59.500 toneladas para o ano de
1987. A topografia plana permitiu a mecanização agrícola para a produção em grande escala
de produtos.
40
A produção da cana-de-açúcar vem aumentando gradativamente na região, desde a
década de 1980. Este fato se deve à proximidade com a usina sucroalcooleira do Grupo
Farias, que se localiza na região de Anicuns.
41
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A proximidade do município de Palmeiras de Goiás com a capital do Estado –
Goiânia – favoreceu o desenvolvimento da região, que conta com vários acessos por rodovias
e ainda com um pequeno aeroporto.
O desenvolvimento da agroindústria na região gerou um desenvolvimento de outras
atividades, tais como: sistema bancário, transporte, saúde, comércio, prestação de serviço,
entre outros.
Apesar de cidade ter poucos habitantes, comparando-a com as grandes metrópoles,
ela favorece o desenvolvimento regional para a população, que conta com rede de hospital,
saneamento básico, escolas, faculdades e oportunidade de negócio.
A chegada das grandes indústrias para a região do interior do Estado de Goiás foi de
extrema importância para a manutenção da população na cidade de origem, isto se explica
pelo fato de que, se não existir oportunidade de trabalho nas cidades do interior do Estado, a
população migra para a capital, gerando vários problemas encontrados nos dias atuais em
Goiânia, relacionados ao trânsito, transporte público, aumento populacional, saúde, escolas,
desemprego, moradia, violência, segurança pública, entre outros.
42
7 REFERÊNCIAS
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São Paulo: Polis/CNPq, 1986. 156p.
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Janeiro: PNDE – IPEA, Série 18, cap. II, p. 49 a 87, 1988.
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Goiás-1950, Palmeiras de Goiás. Rio de Janeiro, 1951.
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Goiás - 1950. Rio de Janeiro, 1951.
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Goiás - 1960. Rio de Janeiro, 1961.
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Goiás - 1960. Rio de Janeiro, 1961.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Censo Agropecuário do Estado de
Goiás - 1970. Rio de Janeiro, 1971.
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Goiás - 1970. Rio de Janeiro, 1971.
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Goiás - 1975. Rio de Janeiro, SPC/SEPI, 1977.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Censo Agropecuário do Estado de
Goiás - 1980. Rio de Janeiro, 1981.
43
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Censo Demográfico do Estado de
Goiás - 1980. Rio de Janeiro, 1981.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Censo Agropecuário do Estado de
Goiás - 1985. Rio de Janeiro, 1986.
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Goiás - 1989. Rio de Janeiro, SPC/SEPI, 1990.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Censo Agropecuário do Estado de
Goiás - 1990. Rio de Janeiro, 1991.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Censo Demográfico do Estado de
Goiás - 1990. Rio de Janeiro, 1991.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Anuário Estatístico do Estado de
Goiás - 1992. Rio de Janeiro, SPC/SEPI, 1993.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Censo Agropecuário do Estado de
Goiás - 1995. Rio de Janeiro, 1996.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Censo Agropecuário do Estado de
Goiás - 2000. Rio de Janeiro, 2001.
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Goiás - 2000. Rio de Janeiro, 2001.
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Dissertação (Mestrado em História), Faculdade de Ciências Humanas e Filosofia,
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2006.
44
FERREIRA, I. M.; MENDES E. P. P. Organização do espaço agrário em Goiás: povoamento
e colonização (do século XVIII ao XX). In: ENCONTRO NACIONAL DE GEOGRAFIA
AGRÁRIA, 27 p., São Paulo, 2009.
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2010.
GOIÁS. Empresa Goiana de Pesquisa agropecuária. Documentos da EMGOPA. Goiânia,
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GRAZIANO, S. J. Progresso técnico e relações de trabalho na agricultura. São Paulo:
HUCITEC, 1981.
KAGEYANA, A.; SILVA, J. Os resultados da modernização agrícola dos anos 70. São
Paulo: Estudos Econômicos, 1988.
KAGEYAMA, A; BELGADO, G. C.; VASQUES J. G.; VERDE, C. M. V. Agricultura e
políticas públicas. Brasília: IPEA. n° 127, cap. II, p. 113 - 220. 1990.
MARTINE, G; GARCIA, R. C. Os impactos sociais da modernização agrícola. São Paulo:
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NAIDIN, L. C. Crescimento e competição na indústria de defensivos agrícolas no Brasil.
1985. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Agrícola) Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1985.
NASCIMENTO J. B. Tocantins - história e geografia. Tocantins: Odiléia Lisboa 2009.
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PINTO, L. C. G. Nota sobre a Política Agrícola e Crédito Rural, versão preliminar.
Mimeo, Campinas, 1980.
45
QUEIROZ, G. J. F. Modernização agrícola e transformações socioespaciais em Goiás:
desigualdades e concentração no desenvolvimento regional no período 1930 a 2007.
2010. 275 p. Tese (Doutorado em Geografia), Universidade Federal de Uberlândia, Minas
Gerais. 2010.
RIOS, E. O. Goiás - transformação da paisagem: região do rio dos Bois (1950 -1990).
1994. 164 p. Dissertação (Mestrado em História), Faculdade de Ciências Humanas e
Filosofia, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 1994.
46
ANEXOS
TABELA 3 – Utilização das terras em Palmeiras de Goiás (1950-1995).
Ano
1950
1970
1980
1985
1995
ÁREA ( hectares)
Lavouras
Pastagem
Permanetes
Temporais
Natural
Plantada
394
5.248
99.716
60.136
800
18.302
136.589
3.050
210
38.335
54.541
76.106
233
29.594
28.011
78.642
489
16.404
5.859
94.076
Matas e Florestas
Natural
Plantada
35.596
543
17.855
116
16.649
0
13.585
161
14.450
8
Censo Agropecuário – 1950, 1970, 1980,1985 e 1995.
TABELA 4 – Palmeiras de Goiás: Pecuária (1950-2000).
Efetivo
Ano
1950
1970
1980
1991
2000
Bovinos
41.392
70.193
146.847
141.500
120.000
Suínos
13.650
19.873
22.948
20.000
17.200
Equínos
923
2.835
3.492
2.600
2.200
Muares
26
209
12
140
120
Fonte: IBGE. Censos Agropecuários 1950, 1970 e 1980, 2000 e Anuários Estatísticos do Estado de Goiás- 19891992.
TABELA 5 – Palmeiras de Goiás: População Residente: Total, urbana e Rural (1950-2000).
Ano
Habitantes
Urbana
Rural
total
1950
1.933
14.865
16.798
1960
2.378
13.323
15.701
1970
5.902
18.140
24.042
1980
10.806
11.730
22.536
1991
11.194
5.441
16.635
2000
13.500
4.322
17.822
Fonte: IBGE. Censos Demográficos: 1950, 1960, 1970, 1980, 2000 e Anuário Estatístico do Estado de Goiás
1989 a 1992.
47
TABELA 6 – Palmeiras de Goiás: Produtos Extrativos (mil. m3) (1950-1985).
Ano
Lenha
Madeira
Eucalípto
1950
7.133
816
0
1970
31
3
0
1980
40
2
0
1985
30
2
222
Fonte: IBGE. Censos Agropecuários 1950, 1970, 1980 e 1985.
TABELA 7 - Palmeiras de Goiás: Máquinas agrícolas (1950-1995).
Tipo
Ano
1950
1970
1980
1985
1995
Tratores
0
69
305
273
194
Colhedeiras
0
4
35
50
47
Fonte: IBGE. Censos Agropecuários 1950, 1970, 1980, 1985 e 1995.
TABELA 8 – Palmeiras de Goiás: Produção Agrícola (toneladas) (1950-1990).
Gênero (t)
Algodão
Arroz
Cana-de-açucar
Feijão
Mandioca
Milho
Soja
Café
1950
8
2.425
1.535
230
25
2.464
0
0
1970
23
11.114
343
490
239
5.331
18
3
Ano
1980
1.313
22.713
47
269
24
22.950
1.886
4
1987
420
11.250
4.000
18
24.000
59.500
1.530
70
1990
100
2.650
4.400
780
2.250
32.000
2.960
38
Fonte: IBGE. Censos Agropecuários 1950, 1970, 1980 e 1990 e Anuário Estatístico do Estado de Goiás 1987.
48
TABELA 9 – Palmeiras de Goiás: Estabelecimento Industrial (1987 -1991).
Gênero
Ext. e Tratam. Minerais
Prod. De Minerais não Metálicos.
Metalúrgica
Mecânica
Material elétrico e de comunicação
Material de transporte
Madeira
Mobiliário
Papel e Papelão
Couros, Peles e Prod. Similares.
Química
Prod. Farmacêutico. E Veterinários
Perfumarias, Sabões e Velas.
Produto de material plástico
Têxtil
Vest. Calç. E Art. De tecido.
Produtos alimentares
Bebidas
Fumo
Editorial e gráfico
Utilidade pública
Construção
Borracha
Diversos
Anos
1987
1
3
6
4
6
9
21
1
6
3
1991
8
3
1
3
7
3
1
4
20
2
1
Fonte: Anuário Estatístico do Estado de Goiás (1989 1992).
49
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