INSTITUTO DE PERINATOLOGIA DA BAHIA - IPERBA
PROTOCOLO - OBS – 023
DATA: 09/05/2005 PÁG:1 / 4
TÍTULO: ASSISTÊNCIA AO PARTO FÓRCIPE
1. CONSIDERAÇAO INICIAL NÃO ESTA CLARO PARA QUE NÃO POSSUI UM
CONHECIMENTO PREVIO
O fórcipe é a maneira mais segura de se abreviar um parto, estando o polo cefálico
insinuado, em pelve proporcional e encaixado em planos positivos. Não se deve praticar
sob qualquer hipótese o fórcipe alto (apresentação acima do plano 0 de De Lee). O fórcipe
médio tem indicações restritas e só deve ser realizado por obstetra experiente pois na
grande maioria das vezes exigem rotações amplas e geralmente há presença de
assinclitismo.
2. NOMENCLATURA
O fórcipe é constituído de dois ramos articuláveis, sendo que cada ramo possui quatro
componentes: cabo, articulação, haste e colher.
Pode possuir duas curvaturas, uma para acomodar a cabeça fetal e a outra para coincidir
com a curvatura pélvica.
3. TIPOS DE FÓRCIPES
- FÓRCIPE DE SIMPSON-BRAUN
- FÓRCIPE DE MARELLE
- FÓRCIPE DE KIELLAND
- FÓRCIPE DE PIPER
4. UTILIZAÇÃO
4.1. FÓRCIPE DE SIMPSON E DE MARELLE
Nos fetos com sutura sagital no diâmetro antero-posterior ou nas variedades de posição
anterior ou posterior, sem bossa importante.
4.2. FÓRCIPE DE KIELLAND
Pode ser aplicado em todas as condições (variedades oblíquas – transversas e diretas). É
o preferido para aplicação nas posições transversas e nas anteriores ou posteriores com
bossa serosanguínea significativa, uma vez que permite uma pega que possibilita a
correção do assinclitismo (articulação móvel). Pela quase inexistência da curvatura pélvica,
é instrumento rotador por excelência.
4.3. FÓRCIPE DE PIPER
No parto pélvico com dificuldade no desprendimento do polo cefálico derradeiro. A cabeça
fetal necessita obrigatoriamente esta insinuada. Se não é disponível pode ser substituído
pelo F. de Simpson ou de Kielland.
5. CLASSIFICAÇÃO DO FÓRCIPE 000EM RELAÇÃO À ALTURA DA APRESENTAÇÃO
5.1. FÓRCIPE DE ALÍVIO
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- Cabeça fetal visível no intróito vaginal, sem necessidade de separação manual dos
pequenos lábios;
- Sutura sagital no diâmetro Antero-posterior (OP ou OS) ou nas variedades de posição
ODA ou OEA:
- Rotação da cabeça fetal não excede 45º .
5.2. FÓRCIPE BAIXO
Cabeça fetal no plano + 2 de De Lee / entre III e IV de Hodge, sem no entanto alcançar o
assoalho pélvico, com:
- rotação menor ou igual a 45º: variedade de posição OEA ou ODA rodando para OP ou
variedade de posição OEP ou ODP rodando para OS:
- rotação maior que 45º: variedade de posição OT, OEP ou ODP rodado para OP.
5.3. FÓRCIPE MÉDIO
Quando a aplicação é realizada quando o vértice da cabeça fetal se situa acima do plano
+ 2 de De Lee / III de Hodge, com polo cefálico insinuado.
Em nosso serviço não o indicamos, devendo ser um procedimento de exceção.
6. INDICAÇÕES
6.1. MATERNAS
- Cardiopatias;
- Doenças pulmonares;
- Comprometimento Neurológico;
- Eclâmpsia;
- Síndrome HELLP;
- Descolamento de retina;
- Período expulsivo prolongado com exaustão materna, por inércia ou hipoatividade
uterina;
- Hérnias abdominais;
- Cicatrizes uterinas prévias:
- DPP.
6.2. FETAIS
- Prolapso de Cordão;
- Sofrimento Fetal Agudo;
- Cabeça derradeira insinuada no parto pélvico.
7. CONDIÇÕES DE APLICABILIDADE DO FÓRCIPE
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- Boa qualificação do obstetra;
- Colo com permeabilidade completa;
- Membranas Rotas;
- Bexiga Vazia;
- Correto diagnóstico da variedade de posição;
- Proporcionalidade adequada entre o feto e a pelve materna;
- Apresentação fetal pelo menos no plano + 2 de De Lee / III de Hodge;
- Episiotomia (preferencialmente médio-lateral);
- Feto vivo ou com morte recente que permita a apreensão da cabeça;
- Feto com peso estimado inferior a 4.000 g e superior a 2500 g;
- Analgesia materna.
8. ANALGESIA
Embora o bloqueio do pudendo possa ser adequado para o fórcipe de alívio, a analgesia
regional, peridural ou raqui, são usualmente requeridas nos fórceps baixos ou médios e
quando há dificuldade de interpretação da variedade de posição fetal, especialmente na
presença de bossa serosanguínea volumosa. Em raras oportunidades se torna necessário a
utilização de anestesia geral.
9. PEGA IDEAL – BIPARIETOMALOMENTONIANA
Critérios para seu diagnóstico:
- A pequena fontanela (lambda ou fontanela posterior) deverá estar na distância de 1 dedo
transversso do plano das hastes do fórcipe;
- A sutura sagital estará perpendicular ao plano das hastes, em toda a sua extensão;
- Ao se tentar introduzir 1 dedo entre o fórcipe e a cabeça fetal, não se deve ter acesso às
fenestras.
Portanto, as colheres estão simetricamente dispostas a cada lado da cabeça fetal,
apreendendo os parietais e os malares e a ponta atingirá a altura das mandíbulas, ocupando o
espaço entre o pavilhão auricular e a fossa orbitária.
10. TÉCNICA
- Posição de Litotomia;
- Analgesia;
- Esvaziamento vesical (cateterismo);
- Verificação das condições de aplicabilidade do fórcipe;
- Episiotomia;
- Apresentação do fórcipe;
- Aplicação do fórcipe;
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- Preensão;
- Confirmação da boa pega;
- Tração de prova;
- Tração, rotação, extração;
- Revisão do canal de parto.
11. COMPLICAÇÕES
11.1. MATERNAS
- Lacerações do canal de parto (incluindo segmento inferior);
- Prolongamento da episiotomia;
- Lesões de órgãos vizinhos (bexiga, reto);
- Maior perda sanguínea;
- Fratura de cóccix;
- Infecção.
11.2. FETAIS
- Cefalohematoma;
- Dano cerebral e hemorragia intracraniana;
- Depressão geral e asfixia;
- Marca facial;
- Paralisia facial;
- Seqüela neurológica tardia;
- Paralisia Braquial;
- Fratura de crânio.
12. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA
Não se aplica
13. ANEXOS
Não se aplica
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Elaborado por
Dr. Omar Ismail Darze CRM 7417
Coordenação de Ensino e Pesquisa
Editado por
Luciana Branco
CRA-BA N. º 6593
Aprovado por
Dra. Dolores F. Fernandez
Coordenação Médica
Data
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