UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LEANDRO JOSÉ MARTINS PROPOSTA DE UM FLUXO DE CAIXA PARA A EMPRESA USINAGEM MARTINS Biguaçu 2012 LEANDRO JOSÉ MARTINS PROPOSTA DE UM FLUXO DE CAIXA PARA A EMPRESA USINAGEM MARTINS Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado ao Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Univali – Biguaçu para obtenção do Título de Bacharel em Administração. Professor (a) Orientador (a): Maria Albertina Schmitz Bonin Biguaçu 2012 LEANDRO JOSÉ MARTINS PROPOSTA DE UM FLUXO DE CAIXA PARA A EMPRESA USINAGEM MARTINS Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado para a obtenção do título de Bacharel em Administração pelo Curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de ciências Sociais Aplicadas - Gestão. Área de Concentração: Administração Geral Biguaçu, 03 de dezembro de 2012 Prof. MSc. Maria Albertina Schmitz Bonin UNIVALI – CE de Biguaçu Orientadora Prof. João Carlos Domingues Carneiro UNIVALI – CE de Biguaçu Membro Prof. Simone Regina Dias UNIVALI – CE de Biguaçu Membro MARTINS, Leandro José. Proposta de um fluxo de caixa para a empresa Usinagem Martins. 2012. Trabalho de Conclusão de Estágio (Graduação em Administração) – Universidade do Vale do Itajaí, 2012. RESUMO O fluxo de caixa é uma ferramenta que permite que o gestor monitore as entradas e saídas de caixa da empresa, auxiliando na tomada de decisão. Este estudo teve como objetivo elaborar um fluxo de caixa que controle as finanças da empresa Usinagem Martins, pois verificou-se uma deficiência da mesma em relação as suas finanças. A Usinagem Martins é uma empresa situada em Florianópolis que atua no ramo de usinagem industrial. Para atingir o objetivo do estudo, foi realizada uma revisão bibliográfica para alicerçar e aprofundar o estudo. Durante o período de março a agosto de 2012, foi realizada uma pesquisa documental na empresa juntamente com o profissional de contabilidade a fim de obter informações financeiras reais para compor este estudo. Primeiramente foram identificados todos os ingressos e desembolsos e analisados os seus impactos financeiros. Posteriormente, foi realizada uma análise horizontal e análise vertical, também, foi desenvolvido um fluxo de caixa projetado que foi comparado com o fluxo de caixa realizado no período estudado. Ao final, foi desenvolvido um plano de ação com recomendações e indicações de estratégias que contribuam para o equilíbrio das movimentações financeiras. Sendo assim, este estudo foi desenvolvido para que a empresa utilize esta ferramenta eficiente de fluxo de caixa, pois poderá planejar de forma segura suas ações e saber a real situação financeira. Palavras-chave: fluxo de caixa, ingressos, desembolsos, análise horizontal, análise vertical e plano de ação. MARTINS, Jose Leandro. Proposal for a cash flow for the Company Usinagem Martins. 2012. Internship Final Report (Undergraduate in Management) - University of Vale do Itajaí, 2012. ABSTRACT Cash flow is a tool that allows the manager to monitor the money into and out of a business to assist in decision making. This study aimed to develop a cash flow to control the finance of Usinagem Martins because of a deficiency of its financial performance. The Company Usinagem Martins is a manufacturer of industrial parts located in Florianópolis. A literature review has been written to support the objective of the study. To obtain accurate financial records for this study during the period from March to August 2012 the financial records of the company were examined in collaboration with its accountant. First the amount of cash generated and used was identified then a financial impact analysis was conducted. Subsequently, it was performed a horizontal analysis and a vertical analysis. A projected cash flow was also developed to be compared with the cash flow prepared during the period of the study. Finally, it was presented an action plan with recommendations and proposed strategies to improve the balance of financial transactions. Therefore, this study was carried out to make available for the company an efficient tool of cash flow to plan safely future actions and to obtain accurate financial performance. Keywords: cash flow, income, disbursements, horizontal analysis, vertical analysis and action plan. Dedico este trabalho à minha esposa Paula, pois não me deixou desistir de concluir este estudo. A minha gratidão, respeito e admiração. AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a DEUS pelo dom da vida e a proteção divina, a mãe santíssima pelo conforto presente em meu coração. Aos meus pais Valério e Maurisa, são os maiores exemplos que posso ter em vida, obrigado por serem tão especiais. Aos meus irmãos Cristiano, Evandro, Valéria e Bruno, de forma individual contribuíram para minha formação profissional e pessoal, pela amizade e companheirismo. Aos meus lindos sobrinhos Lucas, Mateus, Lara, Bernardo e Beatriz. Minhas cunhadas Fabiana e Josi, que de forma única, substituiu minha irmã ausente Patrícia. Agradeço a minha linda e maravilhosa esposa Paula, que muito me incentivou e apoiou para a conclusão deste trabalho, de forma paciente e alegre, a minha eterna gratidão. Aos meus amigos e familiares, pela paciência e incentivo. A todos os professores e funcionários da Univali, que sempre mostraram-se dedicados e atenciosos comigo. A minha orientadora Maria Albertina, pelo incentivo e atenção prestada ao longo deste estagio, não medindo esforços para a conclusão deste trabalho, obrigado. "Oração da paz Senhor! Fazei de mim um instrumento da vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor. Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Onde houver discórdia, que eu leve a união. Onde houver dúvidas, que eu leve a fé. Onde houver erro, que eu leve a verdade. Onde houver desespero, que eu leve a esperança. Onde houver tristeza, que eu leve a alegria. Onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó Mestre, fazei que eu procure mais: consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe. É perdoando que se é perdoado. E é morrendo que se vive para a vida eterna.” Autor desconhecido LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Fluxograma. .............................................................................................. 36 Figura 2 - Cálculo análise horizontal. ........................................................................ 67 Quadro 1 - Balanço patrimonial e capital de giro. ...................................................... 22 Quadro 2 - Mercado de credito e mercado monetário. .............................................. 24 Quadro 3 - MODELO DE FLUXO DE CAIXA ZDANOWICCZ. .................................. 38 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Gráfico 1 – Ingressos. ............................................................................................... 49 Gráfico 2 - Serviços á vista........................................................................................ 50 Gráfico 3 - Serviços a prazo. ..................................................................................... 51 Gráfico 4 - Serviços à vista e a prazo........................................................................ 52 Gráfico 5 - Desembolsos ........................................................................................... 53 Gráfico 6 - Desembolsos Administrativos .................................................................. 55 Gráfico 7 - Desembolsos Administrativos %.............................................................. 56 Gráfico 8 - Desembolsos com Pessoal...................................................................... 58 Gráfico 9 - Simples Nacional. .................................................................................... 60 Gráfico 10 - Tarifa Bancária. ..................................................................................... 61 Gráfico 11 - Ingressos e Desembolsos Comparativos............................................... 62 Gráfico 12 - Ingressos e Desembolsos de Março. ..................................................... 63 Gráfico 13 - Ingressos e Desembolsos de Abril. ....................................................... 63 Gráfico 14 - Ingressos e Desembolsos de Maio. ....................................................... 64 Gráfico 15 - Ingressos e Desembolsos de Junho. ..................................................... 64 Gráfico 16 - Ingressos e Desembolsos de Julho. ...................................................... 65 Gráfico 17 - Ingressos e Desembolsos de Agosto. ................................................... 65 Gráfico 18 – Ingressos e Desembolsos. .................................................................... 66 Gráfico 19 - Análise Vertical Total de Ingressos em %. ............................................ 71 Gráfico 20 - Desembolsos em %. .............................................................................. 75 Gráfico 21 - Ingressos realizado X projetado. ........................................................... 82 Gráfico 22 - Desembolsos realizado X projetado. ..................................................... 83 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Fluxo de caixa .......................................................................................... 47 Tabela 2 - Desembolsos Administrativos .................................................................. 54 Tabela 3 - Desembolsos com Pessoal ...................................................................... 57 Tabela 4 - Análise horizontal. .................................................................................... 67 Tabela 5 - Análise Vertical de Ingressos. .................................................................. 69 Tabela 6 - Análise Vertical Total de Ingressos. ......................................................... 71 Tabela 7 - Análise Vertical Total de Desembolsos. ................................................... 72 Tabela 8 - Análise Vertical Total de Desembolsos Total. .......................................... 74 Tabela 9 - Fluxo de caixa projetado. ......................................................................... 77 Tabela 10 - Fluxo de caixa realizado X Fluxo de caixa projetado. ............................ 81 Tabela 11- Plano de ação. ........................................................................................ 84 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 1.1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 14 1.1.1 Objetivo geral.................................................................................................. 14 1.1.2 Objetivos específicos..................................................................................... 14 1.2. JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 16 2.1 ADMINISTRAÇÃO .............................................................................................. 16 2.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ........................................................................ 16 2.2.1 A Função Financeira da Empresa ................................................................. 17 2.2.2 Objetivos da Administração Financeira ....................................................... 17 2.2.3 A Função do Administrador Financeiro ....................................................... 18 2.3 PLANEJAMENTO FINANCEIRO ......................................................................... 18 2.3.1 Planejamento Financeiro a Longo Prazo ..................................................... 19 2.3.2 Planejamento Financeiro a Curto Prazo ....................................................... 20 2.4 ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO ......................................................... 20 2.4.1 Natureza do Capital de Giro .......................................................................... 21 2.4.2 Necessidades de Capital de Giro .................................................................. 23 2.4.3 Valores a Receber .......................................................................................... 23 2.5 FONTES DE FINANCIAMENTO .......................................................................... 24 2.5.1 Financiamento de Curto Prazo ...................................................................... 25 2.5.2 Financiamento de Longo Prazo .................................................................... 25 2.5.3 Custos e Riscos de Financiamento Próprio ................................................ 26 2.6 FERRAMENTAS DE CONTROLE E GESTÃO FINANCEIRA .............................. 27 2.6.1 Controle do Nível de Caixa ............................................................................ 27 2.6.2 Controle das entradas de caixa..................................................................... 28 2.6.3 Controle das saídas de caixa ........................................................................ 29 2.7 FLUXO DE CAIXA ............................................................................................... 30 2.7.1 Objetivos do Fluxo de Caixa ......................................................................... 32 2.7.2 Componentes do Fluxo de Caixa .................................................................. 33 2.7.3 Principais Transações que Afetam o Caixa ................................................. 33 2.7.4 Gestão de Fluxo de Caixa .............................................................................. 34 2.7.5 Planejamento e Controle para um Eficiente uso do Fluxo de Caixa .......... 34 2.7.6 Mecanismo de elaboração do Fluxo de Caixa ............................................. 35 2.7.7 Requisitos para a Implantação do Fluxo de Caixa ...................................... 36 2.7.8 Modelos de Fluxo de Caixa ........................................................................... 37 2.8 ANÁLISE HORIZONTAL E ANÁLISE VERTICAL ................................................ 39 2.8.1 Análise horizontal........................................................................................... 39 2.8.2 Análise vertical ............................................................................................... 40 2.9 IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA ............................................................... 40 3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO ................................................................... 43 4 ANÁLISE E TRATAMENTO DOS DADOS ............................................................ 44 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO .......................................................... 44 4.2 IDENTIFICAÇÃO DAS ENTRADAS DE CAIXA DA EMPRESA ........................... 45 4.3 IDENTIFICAÇÃO DAS SAÍDAS DE CAIXA DA EMPRESA ................................. 45 4.4 AVALIAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA .................................................................... 46 4.5 COMPOSIÇÃO DOS INGRESSOS ..................................................................... 48 4.5.1 Vendas a vista e vendas a prazo ................................................................... 50 4.6 COMPOSIÇÃO DOS DESEMBOLSOS ............................................................... 53 4.6.1 Desembolsos administrativos ....................................................................... 54 4.6.2 Desembolsos com pessoal ........................................................................... 57 4.6.3 Desembolsos tributários ............................................................................... 59 4.6.4 Desembolsos financeiros .............................................................................. 60 4.6.5 Inadimplência.................................................................................................. 61 4.7 INGRESSOS E DESEMBOLSOS ........................................................................ 62 4.8 ANÁLISE HORIZONTAL E ANÁLISE VERTICAL ................................................ 66 4.9 FLUXO DE CAIXA PROJETADO ........................................................................ 75 4.10 FLUXO DE CAIXA REALIZADO X FLUXO DE CAIXA PROJETADO ................ 80 4.11 PLANO DE AÇÃO ............................................................................................. 83 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 86 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 88 13 1 INTRODUÇÃO Para uma empresa ter uma boa saúde financeira, precisa, primeiramente, ter um fluxo de caixa para que possa conhecer sua real situação financeira. Com essa ferramenta, pode projetar seu futuro, definir onde investir, e optar por tomadas de decisões mais conscientes, saber exatamente quanto entra e quanto sai de recurso financeiro da empresa. As pequenas como as grandes empresas precisam ter um fluxo de caixa, qualquer organização, por menor que seja, deve possuir um sistema de fluxo de caixa. Este entendimento deveria também se aplicar aos indivíduos, de uma forma geral. As pessoas para controlar seus gastos e aplicar os recursos eficientemente deveriam possuir um controle e organização de suas finanças. A empresa em que foi desenvolvido o fluxo de caixa é a Usinagem Martins, que trabalha com tornearia e frisagens das mais variadas peças, consertos de máquinas, embuchamentos, soldas em geral e retífica de engrenagem, entre outros trabalhos no ramo. Trata-se de uma empresa familiar, que está situada no bairro Estreito, na área continental de Florianópolis - SC. A Usinagem Martins não dispõe dei um fluxo de caixa para monitorar sua movimentação financeira. Com isso, existe a falta de registro de entradas e saídas, e o desconhecimento dos dados, impedindo ao gestor tomar decisões mais consistentes. Portanto, torna-se preponderante que o administrador seja conhecedor da movimentação de ingressos e desembolsos da empresa, para que possa tomar ações que a conduzam para o sucesso ou corrigir eventuais distorções. Assim, este trabalho tem como propósito responder a seguinte pergunta: como estruturar um fluxo de caixa que monitore a movimentação financeira e atenda as necessidades da empresa Usinagem Martins? 14 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo geral Propor um fluxo de caixa para a empresa Usinagem Martins. 1.1.2 Objetivos específicos . Identificar as entradas e saídas de caixa; Verificar as contas a receber; Verificar contas a pagar; Mapear o fluxo de caixa atual; Projetar o fluxo de caixa adequado às necessidades da empresa; Proceder à análise horizontal e vertical; Elaborar um plano de ação. 1.2. JUSTIFICATIVA Este estudo é muito importante porque a empresa precisa de um Fluxo de Caixa para que o gestor possa ter mais informações reais do setor financeiro da empresa, possibilitando mais certeza nas decisões. Para os funcionários, as informações derivadas do estudo permitirão mais segurança e clareza das movimentações financeiras. Para os clientes, também é importante, visto que se sentirão mais seguros em fazer os serviços com mais confiança, porque uma empresa bem estruturada transmite uma imagem mais segura e com maior credibilidade para a sociedade. Importante para a instituição, pois qualifica ainda mais seus alunos visando qualidade e preparação profissional. Para o acadêmico um passo importante para agregar conhecimento específico e interagindo entre estudos e profissão. Para o mercado, pois a empresa não ficará ultrapassada neste mercado atual. O momento é o mais propício para a execução deste estudo, pois o gestor já sentiu a necessidade de implantar uma gestão financeira organizada na empresa, e 15 tem a certeza que com o fluxo de caixa, terá mais clareza de como anda sua empresa. Este estudo é viável, porque o idealizador do estudo já trabalhou no setor financeiro da empresa e obterá todas as informações necessárias facilitando a execução do estudo. Há tempo disponível de um ano para a realização do mesmo, com incentivo do gestor e disposição de custo para dar mais ênfase neste estudo. 16 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Tendo em vista que o objetivo deste estudo consiste em elaborar um fluxo de caixa para a empresa em estudo, esta fundamentação teórica abordará os seguintes temas: administração, administração financeira, a função financeira da empresa, objetivos da administração financeira, a função do administrador financeiro, planejamento financeiro, planejamento financeiro a longo prazo, planejamento financeiro a curto prazo, administração do capital de giro, natureza do capital de giro, necessidades de capital de giro, valores a receber, fontes de financiamento, financiamento de curto prazo, financiamento de longo prazo, custos e riscos de financiamento próprio, ferramentas de controle de gestão financeira, controle de nível de caixa, controle das entradas de caixa, controle das saídas de caixa, fluxo de caixa, objetivos do fluxo de caixa, componentes do fluxo de caixa, principais transações que afetam o caixa, gestão de fluxo de caixa, planejamento e controle para um eficiente uso do fluxo de caixa, mecanismo de elaboração do fluxo de caixa, requisitos para implantação do fluxo de caixa, modelo de fluxo de caixa, análise horizontal e análise vertical . 2.1 ADMINISTRAÇÃO 2.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Para Gitmam (1997, p. 4), define como finanças a arte e ciência de administrar fundos, onde os serviços financeiros é a área voltada à compreensão e a prestação de assessoria, desde a entrega de produtos financeiros a indivíduos, empresas e governo. Também enfatiza que administração financeira “diz respeito a responsabilidades do administrador financeiro numa determinada empresa” e que por sua vez “administram ativamente todos os tipos de empresas, financeiras ou não financeiras, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos. Com este argumento de Gitmam, temos uma global visão de administração financeira, onde o conhecimento em finanças é o principal meio para uma empresa sobreviver no mercado. Sob a mesma perspectiva, Brigham e Houston (1999, p.4) acrescentam que a administração financeira é a que possui maiores oportunidades de emprego, pois é a 17 mais ampla das três áreas. Também enfatiza que a área de marketing principalmente esta mais conectada a área de finanças, pois precisa das duas áreas para definir estratégias e analisar decisões corretas. 2.2.1 A Função Financeira da Empresa De acordo com Braga (1989, p.23) a função financeira está relacionada ao envolvimento de todas as áreas da empresa para gestão dos fundos movimentados por ela, tendo como principal objetivo a contribuição para que tenha sucesso no empreendimento. Para Gitmam (1997, p. 39) a função financeira da empresa terá seu tamanho e importância de acordo com o seu porte. Empresas menores, o setor financeiro estará associado com a contabilidade, conforme a empresa cresce, terá seu funcionamento separado mas será subordinado ao diretor presidente da empresa. 2.2.2 Objetivos da Administração Financeira Braga (1989, p.31) argumenta que objetivo principal é “maximizar a riqueza de seus proprietários” que deve ser ilustrado pelo valor de mercado da empresa numa possível venda de seu capital social. Na mesma perspectiva, Ross, Westerfield e Jordan (2000, p.44) descrevem que os objetivos da administração financeira como “maximizar o valor de mercado do capital dos proprietários existentes”. Em outra perspectiva, Gitman (2002, p.16) avalia que o objetivo para maximização dos lucros o administrador que toma apenas decisões decorrentes para esta situação, “é falho por várias razões: a data de ocorrências dos retornos, o fluxo de caixa disponível aos acionistas e o risco”. Este mesmo autor, (2002, p.19) acrescenta que além do objetivo de maximizar a riqueza do acionista, existe muitas empresa com de “incluir os interesses dos Stakeholders”, que são os fornecedores, clientes, empregados e outros que de certa forma contribuem economicamente para a empresa. 18 2.2.3 A Função do Administrador Financeiro Para Zdanowicz (2004, p.29), além da maximização dos lucros sobre os investimentos, o administrador deve obter meios de conciliar a manutenção da liquidez e do capital de giro, para que possa cumprir com suas obrigações perante aos terceiros na data firmada. De acordo com Sanvicente (1997, p. 17-18), entre o nível mais alto da organização juntamente caracterizada pela centralização, esta o administrador financeiro com a preocupação de obter recursos monetários para manter as atividades operacionais da empresa. Hoji (2000, p.23) complementa o pensamento de Sanvicente afirmando que a importância do administrador financeiro em receber auxílio técnico dos profissionais como tesouraria e controladoria, não é dever do administrador financeiro orientar a área operacional como deve ser feito, mas somar os seus conhecimentos técnicos na sua área de atuação. Brigham (1999, p. 6) acrescenta ainda que antigamente, o administrador teria a função de levantar fundos para cumprir com as decisões tomadas pelo gerentes de outros setores e que esta situação se reverteu ao ponto em que o gerente financeiro participa das decisões tomadas pelo grupo, contribuindo diretamente pelo processo de controle. 2.3 PLANEJAMENTO FINANCEIRO O planejamento financeiro tem como principal propósito organizar e projetar os objetivos da empresa a longo e curto prazo. Neste sentido, Silva (2006, p.24) menciona que um grupo de pessoas para traçar seus objetivos e como fazê-las, o melhor processo esta no planejamento financeiro. Já para Ross, Westerfield e Jordan (1998, p.82-83) é no planejamento financeiro que as decisões devem ser analisadas com antecedência numa situação de incerteza e que na maioria das vezes, essas decisões são bastante demoradas para serem implantadas. Ross, Westerfield e Jordan (1998, p.82-83) ainda afirmam que o planejamento financeiro “estabelece diretrizes de mudança e crescimento numa 19 empresa” e tem como umas das finalidades de “evitar surpresas e desenvolver planos alternativos”. Na perspectiva Gitman (2004, p.92) destaca que o planejamento financeiro é importante para as atividades da empresa, pois define a orientação, a coordenação e controle para a organização obter seus objetivos. A partir dos conceitos dos autores anteriormente citados sobre planejamento financeiro, serão abordados, na seqüência o planejamento financeiro a longo prazo e planejamento financeiro a curto prazo. 2.3.1 Planejamento Financeiro a Longo Prazo Gitman (2001, p.434) afirma que o planejamento a longo prazo (estratégico) planeja ações financeiras e os impactos dessas ações em um período de 2 a 10 anos. Os planos estratégicos são planos integrados em conjunto com planos de marketing e produção, direcionando a empresa para a realização das metas estratégicas, inclusive estariam as liquidação de projetos existentes como: as linhas de produção, ou as linhas de negócios; pagamento de dívidas ativas; e qualquer aquisição planejada. Sanvincente (1997, p.208) pressupõe três itens importantes: “previsões sobre o comportamento esperado do meio em que a empresa atua; a fixação de objetivos amplos e a elaboração dos documentos que formalizam o processo de planejamento”. Figueiredo e Gaggiano (1997, p. 75) complementam que o planejamento financeiro a longo prazo são tentativas de planejar o comportamento da organização e obter crescimento dos lucros, pois estas tentativas são sistemáticas, e não uma simples técnica. Na mesma linha Ross, Westerfield e Jordan (1998, p. 82) acrescentam que a falta de um planejamento correto, acarreta em resultados negativos como falência e dificuldades financeiras, com isso, “é uma forma de refletir sistematicamente sobre o futuro e antecipar os possíveis problemas antes que aconteçam”. Então, como é possível constatar o planejamento de longo prazo ocupa-se com as atividades que se desenvolvem em horizontes de tempo que excedem o período de exercício social da empresa. 20 2.3.2 Planejamento Financeiro a Curto Prazo Gitman (2001, p. 434) especifica que o planejamento financeiro a curto prazo, são ações financeiras e impactadas num período de 1 a 2 anos. Este planejamento para o autor, envolve as entradas-chaves que são: previsão de vendas e muitas formas de dados financeiros e operacionais, e as saídas-chaves que são: inúmeros orçamentos operacionais e de caixa e demonstrações financeiras projetadas. Em outra perspectiva, Ross, Westwefield e Jordan (2000, p.412) afirmam que o prazo das ações financeiras de curto prazo é de um ano ou menos e que ações são as entradas e saídas de caixa. Nesta ações estão incluídas os pagamentos a vista ou descontos na venda de produtos acabados e também as encomendas de matéria prima. Na mesma linha, Hoji (2000, p. 365) menciona que o planejamento financeiro a curto prazo é num período de um ano ou seis meses, pois o exercício social da organização corresponde neste período. O mesmo autor Hoji (2000, p. 361) destaca que o objetivo do planejamento a curto prazo é melhorar o planejamento a longo prazo. Considera-se então que, planejamento financeiro a curto prazo é o espelho das ações financeiras de uma organização, ou seja, as entradas e saídas de caixa, detalhadas num certo período de tempo. 2.4 ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO De acordo com Assaf Neto (2005, p. 459) a administração de capital de giro está envolvido nas organizações pelas decisões compras e vendas, como também nas atividades operacionais e financeiras. As organizações devem ter garantias através da administração de capital de giro os seguintes aspectos: Adequada consecução de sua política de estocagem; Compra de materiais; Produção; Vendas de produtos e mercadorias; Prazo de recebimento. 21 Segundo Braga (1989, p.81), administração do capital de giro esta voltada em um “processo continuo de tomada de decisões voltadas principalmente para a preservação da liquidez da empresa, mas que também afetam a sua rentabilidade”. Para Brigham e Houston (1999, p 561), administração do capital de giro está englobado dentro da administração, “critérios estabelecidos, dos ativos correntes e dos passivos”. Na mesma linha de raciocínio, Assaf Neto e Silva (1997, p.14) acrescentam que ainda que administração do capital de giro se encontre nas decisões financeiras da empresa, permitindo assim, uma melhor clareza de como as organizações aplicam, geram e administram seus recursos financeiros. 2.4.1 Natureza do Capital de Giro Assaf Neto e Silva (2007, p.14-15) definem que o capital de giro ou capital circulante está representado pelo ativo circulante, ou seja, pelas aplicações correntes, normalmente identificadas pelas disponibilidades de valores a receber e estoques. O quadro 1 representa de forma resumida o balanço patrimonial de uma empresa, permitindo a identificação de algumas definições da Administração do capital de giro. 22 Quadro 1 - Balanço patrimonial e capital de giro. ATIVO CIRCULANTE (AC) PASSIVO CIRCULANTE (PC) Disponibilidades Fornecedores Valores a Receber Salários e Encargos Sociais Estoques Empréstimos e Financiamentos ............................................. ....................................................... ATIVO REALIZÁVEL A PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO LONGO PRAZO (RLP) PRAZO (ELP) .............................................. Empréstimos e Financiamentos ATIVO PERMANENTE (AP) Debêntures Investimento ...................................................... Imobilizado PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL) Diferido Capital Reservas Lucros Acumulados Fonte: Assaf Neto e Silva (2007, p.14) Berti (1999, p.15) aponta que o capital de giro é um ciclo operacional em que os recursos estão destinados para a aplicação dos meios, ou seja, para aquisição de matéria prima, material secundário, a transformação em produtos acabados e a distribuição dos produtos para o mercado consumidor. Sendo assim, reinicia-se o ciclo. Braga (1989, p.81), enfatiza que o capital de giro retribui aos recursos aplicados no ativo circulante, sendo formado principalmente: Pelos estoques; Contas a receber; Disponibilidades. Assaf Neto e Silva (200, p.15) destacam que é necessário a empresa saber um nível adequado de estoque para manter seus investimentos em créditos a clientes, normas de gerenciamento de caixa e a estrutura e passivos correntes, para que os objetivos da empresa sejam enunciados de forma consistente. 23 2.4.2 Necessidades de Capital de Giro De acordo com Assaf Neto (2005, p.481) a necessidade de capital de giro depende do volume financeiro utilizado pelo ciclo operacional da empresa, sendo determinadas as funções de suas políticas de compra, estocagem e vendas. Em complemento a esta posição, Sanvicente (1997, p.124) menciona que o investimento em capital de giro deve ser conduzido satisfatoriamente pela empresa e que este investimento pode ser efetuado em pequenas partes, conforme a necessidade imediata deste recurso. Berti (1999, p.69) para calcular as necessidades de capital de giro de uma organização, é importante o estudo das seguintes características dos setores: Administração: pessoal que administra, política adotada, sua estrutura física no setor administrativo, estrutura de receitas e custos etc; Produção: capacidade instalada no setor produtivo (máquinas, equipamentos, espaço físico destinado à produção e estocagem, pessoal etc.); Comercialização: meios de distribuição do produto acabado, mercado consumidor (áreas de atuação), política de vendas etc; Financeiro: forma de pagamento da compra de materiais, políticas de vendas e recebimentos, fontes de recursos (próprios e terceiros). O mesmo autor (1999, p.69) acrescenta que o planejamento operacional da organização deve ser feito após o estudo detalhado dos setores mencionados acima, podendo ser mensal, semestral e anual. Acrescenta ainda que seja elaborado um quadro das necessidades de capital de giro, através do planejamento dos demonstrativos das receitas e custos para o período determinado, que enfoca o resultado previsto para a organização. Na sequência aborda-se os valores a receber, cujos recursos possibilitam o desenvolvimento das atividades empresariais e o alcance dos objetivos da empresa. 2.4.3 Valores a Receber Assaf Neto e Silva (1997, p.97) ressaltam que crédito é a troca de bens presentes por bens futuros, ou seja, uma empresa concede um credito para efetuar um pagamento futuro, e outra empresa obtém esse credito e assume a responsabilidade do pagamento. 24 Na mesma linha, Berti (1999, p. 43) enfatiza que valores a receber,são direitos que uma organização possui para receber de terceiros num certo período de tempo, ou seja, bens que estão nas mãos de outros com promessas de recebimentos de outros bens, normalmente em moeda corrente do país. O mesmo autor acrescenta que o período futuro para receber estes direitos depende de como a empresa atua, das condições impostas e do mercado consumidor, podendo ser normalmente de 30, 45, 60, 90 dias. Complementando esta abordagem, Brigham e Houston (1999, p.581) mencionam a importância do monitoramento de contas a receber, pois sem ele, podem os níveis ser altíssimos de contas a receber, com isso, os fluxos de caixa diminuíram e as dividas perdidas poderão sugar os lucros gerados pelas vendas. Os autores acrescentam que é necessário tomar atitudes corretivas neste caso, sendo a melhor prevenção o acompanhamento e possuir um bom sistema de controle de valores a receber. 2.5 FONTES DE FINANCIAMENTO De acordo com Assaf Neto (2005, p. 561) o mercado monetário e o mercado de crédito, atendem basicamente as necessidades de operações financeiras ou os excessos de monetários de caixas das organizações. Braga (1992, p. 34) acrescenta ainda que as fontes de financiamento da qual as empresas procuram, são fontes de recursos utilizados por motivos diversos. Complementando, Assaf Neto (2005, p. 561) descreve os objetivos de mercado de crédito e mercado monetário, como mostra a tabela 1.a seguir. Mercado de credito e mercado monetário Quadro 2 - Mercado de crédito e mercado monetário. MERCADO Mercado de crédito OBJETIVOS Suprir a demanda por recurso de curto (e médio) prazo da economia, sendo constituído por todas as instituições financeiras. Mercado monetário Aplicar seus eventuais excessos de liquidez com vista em almejar determinada remuneração financeira. Fonte: Assaf Neto (2005, p. 561). 25 Este autor (2005) ainda menciona as empresas de factoring, que atribui a operações de fomento comercial, mais utilizadas por pequenas e médias empresas. Diante do que colocam os autores anteriormente citados, pode-se entender que, estas fontes de financiamentos devem ser utilizadas para saldar eventuais dívidas para obter recursos de épocas sazonais, também uma opção para investir na organização. 2.5.1 Financiamento de Curto Prazo Groppelli e Nikbakht (2001, p. 330) enfatizam que o financiamento de curto prazo tem por objetivo principal captação de fundos para cobrir certa deficiência financeira temporariamente, podendo ser representada nas sazonalidades das vendas, como datas comemorativas, com isso, optam em captar recursos para produzir antecipadamente, consequentemente, atendendo a demanda. Ross, Westwefield e Jordan (1998, p.351) considera dois tipos de financiamento a curto prazo: Empréstimo sem garantia: são linhas de créditos até um limite previamente estabelecido, na qual envolvem pagamentos de taxas pelo compromisso da empresa com o banco. Empréstimos com garantias: companhia financeiras ou bancos, impõe garantias pelo empréstimo a curto prazo como fazem a longo prazo, tendo como garantia contas a receber ou estoques, podendo também ser ambos. Gitman (1997, p. 588) menciona que financiamento de curto prazo, normalmente é mais barato do que um financiamento de longo, porém, este financiamento é mais arriscado e menos confiável, porque as taxas de juros podem aumentar muito e ocorrer mudanças financeiras da organização afetando custo. 2.5.2 Financiamento de Longo Prazo Gitman (1997, p. 468) afirma que o financiamento a longo prazo é negociado com uma instituição financeira ou pela venda de títulos negociáveis. Informa que o vencimento inicial é superior a um ano. 26 Este autor acrescenta ainda, que o financiamento a longo prazo proporcionam alavancagem financeira, um fator importante na estrutura de capital. Também acrescentam que normalmente estes financiamentos estão entre cinco a vinte anos. Ao chegar o financiamento de longo prazo no período igual há um ano ou menos, os contadores consideram uma obrigação de curto prazo, passando então, para o passivo circulante. De forma mais abrangente, Groppelli e Nikbakht (2001, p. 337-338) detalham algumas intenções de as organizações se submeterem ao financiamento de longo prazo: Modernização e eficiência em equipamentos; Vistas ao crescimento da empresa, o aumento da capacidade operacional é inevitável; Os aumentos esperados nas vendas futuras; Necessidades de investimentos em instalações com maior capacidade de produção, visto ao crescimento da demanda; Financiamento de projetos de pesquisa e desenvolvimento promove um ciclo de vida saudável; O capital de trabalho torna-se permanente e deve ser financiado a longo prazo. 2.5.3 Custos e Riscos de Financiamento Próprio De acordo com Siqueira (2008, p. 1) o risco financeiro “é uma opção de decisão consciente e livre, mesmo havendo uma possível perda ou ganho financeiro na qual a organização se expõe”. Este autor ainda menciona que a incerteza não é suficientemente um conceito de risco, mas sim, um componente necessário. Braga (1995, p. 114) detalha alguns itens que afetam negativamente a organização em conceder créditos, na qual assume seus custos e riscos em conceder o crédito para o cliente: Riscos com perdas com créditos incobráveis; Perda e poder aquisitivo do valor de créditos em decorrência do processo inflacionário; 27 Custos dos recursos aplicados nas contas a receber; Despesas com cobranças das duplicatas; Despesas com análise do potencial de crédito dos clientes. O autor acrescenta que departamento de crédito e de cobrança obtém outros custos: Custos com seu pessoal; Instalações; Com visitas aos clientes; Com serviço de agências de informações cadastrais; Com escritórios especializados em cobranças judiciais etc. 2.6 FERRAMENTAS DE CONTROLE E GESTÃO FINANCEIRA 2.6.1 Controle do Nível de Caixa Zdanowicz (2000, p.173) afirma que o controle de fluxo de caixa é tão importante quanto planejamento para a empresa, porque um depende do outro para serem úteis e práticos. Sanvicente (1997, p. 144) explica que os níveis de caixa são afetados por alguns desses fatores: Discrepâncias imprevisíveis entre entradas e saídas de caixa: são os gastos não previstos, como aumentos de preços repentinos, enchentes, falências etc; Discrepâncias previsíveis de entradas e saídas de caixa: é o acúmulo de caixa, isso ocorre quando as saídas superam as entradas; Disponibilidades de outras fontes de fundo: são as possíveis facilidades e flexibilidade de ampliar seus recursos, como: recorrer aos proprietários, bancos para reduzir as despesas numa eventual necessidade; 28 Relações com os bancos: é o fator que atinge diretamente sobre os saldos das contas bancárias. Eleva o investimento na razão direta no numero de bancos na qual a empresa trabalha, bem como das garantias de saldos mínimos para garantir a prestação de serviços dos bancos, como: futuros de crédito, pagamento de salários, cofre ou caixas para guarda de valores etc. Zdanowicz (2000, p.173) acrescenta que alguns itens para a revisão do fluxo de caixa: Controle diário da movimentação bancária; Boletim de bancos e caixa diários; Possuir um controle de entrada e saídas de caixa diário. 2.6.2 Controle das entradas de caixa A importância que é dada às contas a pagar deve também ser dada às contas a receber. De acordo com Oliveira (2006, p.119-120) o controle das contas a receber constitui uma tarefa permanente, isto é, saber os valores a serem recebidos, pois sem isso não é possível identificar as condições para pagar os fornecedores. Para isso a empresa deverá ter um controle igual ao de contas a pagar, com planilhas eletrônicas, papel etc. deverá ter conhecimento de vendas já realizadas, as projeções de vendas e as possíveis inadimplências. Longenecker, Moore e Petty (1997, p. 568-569) afirmam que muitas empresas vendem a crédito por uma decisão de marketing e com isso tardam a entrada de recursos no caixa da empresa, permitindo que seus clientes paguem seus compromissos alem da data de compra. Sob o mesmo entendimento, Braga (1989, p. 113) acrescenta que com a autorização de prazo para pagamento que a empresa oferece, aumenta o giro dos estoques do comércio, favorece o escoamento da produção industrial e incentiva as empresas prestadoras de serviços ampliarem seu ramo de atividade. 29 Braga (1989, p. 114) ressalta que existem custos e riscos para estas empresas que concedem vendas a prazo, na qual não teria na vendas à vista, entre elas, são: A empresa tem umas despesas com a análise do potencial de crédito dos clientes, para averiguar se os clientes não têm nenhuma pendência com outras empresas e para saber se a empresa terá condições de honrar seus compromissos; Despesas com a cobrança das duplicatas, ou seja, com telefonemas se necessário, cobradores para cobrar dos clientes e etc; Riscos de perdas com os créditos incobráveis, a empresa tem que estabelecer uma margem para este fim, pois a possibilidade de haver inadimplência é grande; Perda o poder aquisitivo do valor dos créditos em decorrência do processo inflacionário, dependendo do tempo que o cliente levar para quitar sua divida ou alguma mudança de governo que influenciaria no valor da moeda. Longenecker; Moore; Petty (1997, p. 569-571) e Oliveira (2006, p. 120) concordam que muitas empresas para adiantar estes recursos optam em recorrer aos bancos, a única vantagem é que imediatamente os recursos estariam disponíveis no caixa da empresa, proporcionando crescimento de vendas e de suas contas a receber. A desvantagem é que os bancos cobram taxas altíssimas para obter este recurso imediato, fazendo com que diminuísse o lucro da empresa. Se a empresa optar sempre pelo banco, as taxas cobradas poderiam pagar muitas contas da empresa, por exemplo, 13º salário de funcionário, água, luz e etc. 2.6.3 Controle das saídas de caixa Um dos itens que compõe o fluxo de caixa são as contas a pagar. De acordo com Oliveira (2006, p.118), o controle de contas a pagar constitui uma prática de grande relevância que pode gerar um corte no crédito de muitas empresas. Em muitas situações, o empresário na condição de pessoa física, só paga as contas mais urgentes, deixando outras contas para pagar depois. Esse fato é comum em muitas empresas, não tendo uma organização para que as contas sejam pagas na data certa, acarretará multas e juros, diminuindo o lucro da empresa. 30 Para que não ocorra este tipo de problema, Longenecker; Moore; Petty (1997, p. 572-573) destaca que quando uma empresa encontra se com emergência, pode pedir um prazo maior para fazer o pagamento de suas obrigações e que a maioria das vezes os credores colaboram com seus clientes para que haja uma harmonia entre eles em busca de uma solução. Oliveira (2006, p.118-119) enfatiza que a pontualidade nos pagamentos é essencial para uma vida duradoura e um bom relacionamento com seus fornecedores, com isso a empresa devera ter uma previsão de no mínimo uma semana para pagar seus compromissos e deverá ter um controle mensal ou até anual de suas contas a pagar. Este autor afirma que seria importante ter uma planilha eletrônica ou outra alternativa para que possa ter um controle mais eficaz, pois sem um procedimento adequado pode levar a empresa ao desequilíbrio de suas contas.. 2.7 FLUXO DE CAIXA Fluxo de caixa tem sido considerado uma ferramenta que muitos administradores tem utilizado para manter o controle de suas movimentações financeiras. Na sequência abordam-se os conceitos e particularidades segundo alguns autores. De acordo com Di Augustini (1996, p. 39), o fluxo de caixa é a ferramenta básica do financeiro da empresa, onde se obtém as entradas e saídas do capital, tendo em vista a elaboração diária do mesmo para que haja um acompanhamento constante do capital de giro da empresa. Para que haja um controle financeiro organizado, recomenda-se documentar as movimentações de valores para uma avaliação de seus gestores. Dessa mesma forma, Oliveira (2006, p.118) acrescenta que todas as contas devem estar presentes nesta ferramenta, as contas a pagar: pagamento de funcionários, luz, água, telefone, matéria prima, enfim, todas as saídas da empresas devem estar anotadas no fluxo de caixa. Também se deve apresentar os recebimentos, que devem estar todos inclusos para que o equilíbrio, ou não, seja visto na análise do fluxo de caixa. 31 Conceitualmente, o fluxo de caixa é um instrumento que relaciona os ingressos e saídas (desembolso) de recursos monetários no âmbito de uma empresa em determinado intervalo de tempo. A partir da elaboração do fluxo de caixa é possível prognosticar eventuais excedentes ou escassez de caixa, determinando se medidas saneadoras a serem tomadas. (ASSAF NETO; SILVA, 2007, p.39) Destaca-se que o empenho para com os resultados líquidos de caixa da empresa deve ser de todos os setores, tais como produção, compras, vendas, financeiras. Isso não quer dizer que a área financeira é a única a se responsabilizar pelo fluxo de caixa. (ASSAF NETO; SILVA, 2007, p. 40). Os mesmos autores (2007) acrescentam que o fluxo de caixa é a ferramenta onde a empresa gera e aplica seu dinheiro pelo leque de atividades prestadas; analisando o fluxo de caixa da empresa como um todo, as entradas e saídas são um reflexo das movimentações financeiras. O fluxo de caixa é o espelho da saúde financeira da empresa, ali que é possível analisar as movimentações financeiras e dar um parecer de suas atitudes empresariais. Oliveira (2006, p.117) ressalta também que não existe empresa que não faça um fluxo de caixa, formalmente, ou não, por papel ou planilha. Segundo este autor (2006, p.117), “seria impossível alguém manter um empreendimento sem ter a mínima noção do dinheiro que entra e que sai do caixa”. Isto seria uma forma organizada de a empresa manter o fluxo de caixa com margem de erros baixos. Em sendo assim, Machado (2008) acrescenta que para proteger o capital de giro e ter um rendimento favorável sem ajuda de um fluxo de caixa seria impossível. O termo caixa representa as antigas caixas registradoras. Hoje é possível dizer que o caixa pode ser representado pelas contas correntes em bancos, cofres ou qualquer lugar onde se possa depositar valores em espécie ou qualquer tipo de recebíveis. (OLIVEIRA, 2006, p.117) Longenecker; Moore; Petty (1997, p. 560-561), apresentam um exemplo de um fluxo de caixa líquido em que na conta bancária da empresa, os depósitos de certo período forem diminuídos pelos cheques emitidos no mesmo período, desta forma determinando o fluxo de caixa líquido da empresa. 32 2.7.1 Objetivos do Fluxo de Caixa O fluxo de caixa é um recurso de informações significativas, onde o administrador controla as ações financeiras da organização, com isso, avalia a movimentação diária com recursos presentes e futuros disponíveis. (QUEJI, 2002) De acordo com Zdanowicz (2004, p. 23-24) o objetivo básico do fluxo de caixa é projetar num certo período de tempo as entradas e saídas de recursos financeiros, visando se há necessidade de realizar um empréstimo ou investir o lucro excedente de caixa para fazer operações mais lucrativas para a empresa. O mesmo autor (2004) acrescenta outros objetivos consideráveis para a elaboração de um luxo de caixa, tais como: Aplicar os recursos da empresa, estudando antecipadamente a fim de empregá-lo da melhor forma possível. Quitar as obrigações financeiras no tempo combinado. Caso haja necessidade de a empresa obter recursos, analise a melhor opção de empréstimos com menos juros. Machado (2008) ressalta outros objetivos de fluxo de caixa que na prática esse relatório possibilita o gestor: Controlar e planejar entradas e saídas de capital; Adiantar das decisões sobre a falta/sobra de dinheiro; Escolher melhores tipos/prazos de investimento; Examinara necessidade de mais capital em um período; Negociar melhores taxas e tipos de empréstimos; Planejar prazos de pagamentos e recebimentos; Saber se haverá capital para compromisso futuro; Avaliar se o recebimento está cobrindo os gastos; Saber o melhor momento para repor estoques; Avaliar o melhor momento para fazer promoções; Reter e operar capital de terceiros (fornecedores); Avaliar o impacto de aumento nas vendas. 33 Complementando, Zdanowicz (2004, p.42) considera que as empresas devem buscar a otimização da rentabilidade nos recursos próprios ou de terceiros aplicados, e que as empresas brasileiras não podem de se dar ao luxo de deixar seus recursos parados. 2.7.2 Componentes do Fluxo de Caixa Para Gitmam (1997, p. 294), qualquer projeto do padrão convencional, possui três componentes básicos para o fluxo de caixa: Investimento inicial: é o fluxo de caixa relevante no tempo zero; Fluxos de entrada de caixa operacionais: fluxos de entrada de caixa incrementais após o imposto de renda resultante do uso do projeto durante sua vida; Fluxo de caixa residual: é o fluxo de caixa não operacional após o imposto de renda que ocorre no final do um projeto. Ele é normalmente atribuível a liquidação do projeto. 2.7.3 Principais Transações que Afetam o Caixa Marion (1997, p. 382) menciona as principais transações que afetam o caixa da empresa, divididas em dois tópicos. São elas: Transações que aumentam o caixa: investimentos dos sócios, empréstimos bancários e financiamentos, vendas de itens do ativo permanente, vendas a vista e outras entradas como juros, idenizações etc; Transações que diminuem o caixa: pagamentos de dividendos, de juros, aquisições do ativo permanente, compras a vistas e pagamentos de despesas/custos. Na mesma concepção, Berti (1999, p. 39-40) menciona transações que não afetam o caixa da empresa, entre elas: depreciação, amortização, exaustão, provisão para devedores e pelo método de equivalência patrimonial, os acréscimos ou diminuições de investimentos. 34 2.7.4 Gestão de Fluxo de Caixa De forma simplificada, Révillion e Badejo (p. 55), mencionam a gestão de fluxo de caixa é o todo acompanhamento de saídas e entradas de dinheiro num determinado período no caixa da empresa, pois oferece uma enorme quantidade de informações, sendo um dos controles financeiros mais importantes da organização. No mesmo sentido Assaf Neto e Silva (1997, p. 35) concordam com os autores citados acima, acrescentam que, estes acompanhamentos servem para avaliar os resultados da empresa, com isso, possam fazer suas correções e ajustes necessários. Dessa forma as organizações conseguem gerir seu fluxo de caixa corretamente e analisando seus resultados, assim podem planejar e controlar seu fluxo de caixa. 2.7.5 Planejamento e Controle para um Eficiente uso do Fluxo de Caixa Zdanowiccz (2004, p.133), enfatiza que para a implantação do fluxo de caixa, todas as áreas da empresa deverão fornecer valores para que possa haver um regime de caixa da empresa, isto é, num determinado período deverá entrar e sair dinheiro em caixa. O mesmo autor (2004, p.133), ainda destaca a importância de estruturar as unidades monetárias em dois itens: planejamento dos ingressos e planejamento dos desembolsos. Ingressos operacionais: - Venda a vista. - Recebimentos. - Descontos. - Cauções. - Cobranças de duplicatas realizadas a prazos pela a empresa. Desembolsos: - Compras de matéria prima a vista e a prazo. - Salários. 35 - Custos indiretos de fabricação. - Despesas administrativas - Despesas com vendas. - Despesas financeiras. - Despesa tributária. O mesmo autor, Zdanowiccz (2000, p.49-51) afirma que muitos fracassos de pequenas e micro empresas são decorrentes da não elaboração do planejamento e controle das atividades operacionais da empresa. 2.7.6 Mecanismo de elaboração do Fluxo de Caixa Zdanowicz (2000, p.125) menciona que o fluxo de caixa pode ser elaborado de diversas maneiras, depende da necessidade e conveniência de cada organização, permitindo visualizar futuros desembolsos e ingressos de recursos financeiros. Ainda este autor (2000, p.131) destaca algumas informações úteis, num certo período de tempo, para elaboração do fluxo de caixa: Estimativa de vendas, considerando as vendas a vista e a prazo com suas prováveis proporções.; Projeções de compras e as condições que os fornecedores podem oferecer; Pesquisar valores que possui para receber dos clientes; Dependendo da necessidade, ramo de atividade, tamanho e organização de cada empresa, determinar o período de fluxo de caixa; Cada período, determinar o orçamento de entradas e saídas de caixa. Zdanowicz (2000, p.130), elabora um fluxograma dos principais elementos envolvidos na elaboração do fluxo de caixa. 36 Figura 1 - Fluxograma Fonte: Zdanowicz (2000, p.130) 2.7.7 Requisitos para a Implantação do Fluxo de Caixa Zdanowicz (2004, p.132-133) apresenta alguns requisitos para a implantação do fluxo de caixa: Apoio da alta direção da empresa. Elaborar de forma funcional a estrutura da empresa definindo com clareza os níveis de responsabilidades década área. Integração de todos os setores com o sistema de fluxo de caixa. 37 Elaborar a equipe responsável para as diversas projeções, com um calendário periódico de entrega de dados, definindo o sistema de informação, também a qualidade e aos formulários a serem utilizado. Apoio e treinamento para equipe envolvida na implantação do fluxo de caixa. Preparação de um manual de operações financeiras. Empenho dos responsáveis de todas as áreas, no sentindo de alcançar os objetivos e as metas impostas pela a empresa. Controles financeiros adequados. Usar o fluxo de caixa com antecedência para que seja útil na tomadas de decisões financeiras da empresa. Elaborar um fluxograma a fim de definir as atividades meio e atividades fins da empresa. 2.7.8 Modelos de Fluxo de Caixa Na elaboração de um modelo de fluxo de caixa, deverão ser discriminados todos os valores a serem recebidos e pagos pela empresa. Quanto mais especificado ou detalhado for o fluxo de caixa, melhor será o controle de entradas e saídas de caixa, verificando assim as suas defasagens e determinando as medidas corretivas para os períodos seguintes. (ZDANOWICZ, 2004, p.145) Machado (2008) acrescenta que um fluxo de caixa projeta o saldo de caixa para um determinado período de tempo, que pode ser de uma semana, mês, ano, etc. O importante é esclarecer que quanto maior o tempo, menor o grau de precisão dos dados. Uma variação de 10%, entre projetado e realizado, para um fluxo de caixa mensal é considerado satisfatório e 15% no caso de um fluxo de caixa trimestral, semanal ou anual é aceitável. (MACHADO, 2008). Conforme Machado (2008) para o fluxo de caixa funcionar adequadamente, sem discrepâncias nos dados, será necessário um sistema de alimentação de dados afinado (ou muita disciplina). O fluxo de caixa é o receptor dos dados financeiros gerados por todas as áreas da empresa. O modelo proposto por Zdanowicz (2004, p.145), será apresentado pela tabela 4: 38 Quadro 3 - MODELO DE FLUXO DE CAIXA ZDANOWICZ. PERÍODOS ITENS MODELO DE FLUXO DE CAIXA JAN ......... TOTAL P R D P R D P R D 1. INGRESSOS VENDAS À VISTA COBRANÇA EM CARTEIRA COBRANÇAS BANCÁRIAS DESCONTOS DE DUPLICATAS VENDAS DE ITENS DO ATIVO PERMANENTE ALUGUEIS RECEBIDOS AUMENTOS DO CAPITAL SOCIAL RECEITAS FINANCEIRAS OUTROS SOMA 2. DESEMBOLSOS COMPRAS ÀVISTA FORNECEDORES SALÁRIOS COMPRAS DE ITENS DO ATIVO PERMANENTE ENERGIA ELETRICA TELEFONE MANUTENÇÃO DE MAQUINAS DESPESAS ADMINISTRATIVAS DESPESAS COM VENDAS DESPESAS TRIBUTÁRIAS DESPESAS FINANCEIRAS OUTROS SOMA 3. DIFERENÇA DO PERIODO (1-2) 4. SALDO INICIAL DE CAIXA 5. DISPONIBILIDADE ACUMULADA (3+4) 6. NIVEL DESEJADO DE CAIXA PROJETADO 7. EMPRESTIMOS A CAPTAR 8.APLICAÇÕES NO MERCADO FINANCEIRO 9. AMORTIZAÇÕES DE EMPRESTIMOS 10. RESGATES DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS 11. SALDO FINAL DE CAIXA PROJETADO P= PROJETADO; R= REALIZADO; D= DEFASAGEM Fonte: Zdanowiccz (2004, p.145) 39 2.8 ANÁLISE HORIZONTAL E ANÁLISE VERTICAL De acordo com Assaf Neto (2000, p.100) o relacionamento entre os valores com outros e a comparação dos valores em determinado período com o período anterior, são as duas principais análises de uma empresa. Braga (1989, p. 140) menciona que análise financeira da organização está vinculada algum processo decisório, pois cada gestor traça seu objetivo e vai determinar a profundidade e o enfoque da análise. Assa Neto (2000, p.100) acrescenta que quando analisado um montante de uma conta ou um grupo patrimonial isoladamente, não terá uma análise expressiva, mas se comparar com outras contas, trará uma clareza maior sobre o posicionamento da empresa. Desta forma, os valores comparados entre si e de outros períodos, tem uma posição mais estática das demonstrações contábeis, sendo essas comparações importantes e indispensáveis para a real situação da empresa. Essas demonstrações contábeis são representadas pela análise horizontal e análise vertical. 2.8.1 Análise horizontal Assaf Neto (2000, p.100) entende que análise horizontal é a análise temporal através de números índices, ou seja, é a comparação de valores de contas diferentes ou ate mesmo de uma mesma conta. Iudícibus (1998, p. 90) apresenta análise horizontal como sendo sua principal finalidade é apontar o crescimento dos itens, tanto do Balanço como das Demonstrações de Resultado, num certo período, com intuito de descrever as tendências. Hoji (2007, p. 281); Chiavenato (2005, p. 82) e Sanvicente (1997, p. 172) consideram que análise horizontal é o acompanhamento em um determinado período de tempo, a evolução de um determinado item. Na perspectiva de Braga (1989) a análise horizontal é executada a partir de um conjunto de balanços e demonstrações de resultados consecutivos. Com a análise horizontal podemos avaliar melhor o aumento da vendas. Já em condições inflacionárias os dados estão distorcidos se for diretamente calculados sobre os 40 saldos históricos. Esses valores precisam ser desflacionados ou ser realizado a correção de valores para a posição mais recentes. 2.8.2 Análise vertical Assaf Neto (2000, p.108) ressalta que como análise vertical é também um comparativo de valores expresso em porcentagem, onde no mesmo demonstrativo é aplicado à relação de uma “conta ou grupo de contas com um valor afim ou relacionável”. Na mesma perspectiva, Chiavenato (2005, p. 83) define que análise vertical faz a comparação de cada item no cálculo total. Dessa forma, podemos analisar quais itens que diminuíram, cresceram e se mantiveram percentualmente. Corroborando com a afirmação anterior, Hoji (2007, p. 281) afirma que a analise vertical facilita na avaliação da estrutura do Passivo e Ativo, como também demonstra a participação de cada item. Análise vertical da demonstração do Resultados: analisa a participação de cada elemento sobre a formação do lucro ou prejuízo do período. Pode ser uma análise vertical, usando como base 100 o valor total das de origens do capital circulante. Já para Matarazzo (1998, p.26) a elevada, as alterações de procedimentos contábeis em função de legislação comercial, fiscal ou mercado capitais e a própria dinâmica da economia brasileira não tem estimulado os analistas a usarem mais intesamente as possilidades de análise vertical e horizontal. 2.9 IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA Segundo Zdanowicz (2004, p.127), o fluxo de caixa é tão importante na saúde financeira e gerencial da empresa que algumas instituições de crédito exigem o controle de fluxo de caixa para fornecerem empréstimos, não importando o tamanho da empresa, sejam elas micro, pequenas, médias ou grandes. De forma simplificada, o SEBRAE (2010) destaca que “sua grande utilidade é permitir a visualização de sobras ou faltas de caixa antes mesmo que ocorram, possibilitando ao empresário planejar melhor suas ações.” 41 O SEBRAE (2010) ainda destaca outras importantes utilidades do fluxo de caixa, tais como: Planejar e controlar as entradas e saídas de caixa num período de tempo determinado; Dar apoio ao empresário para tomar decisões antecipadas em relação à falta ou sobra de dinheiro na empresa; Analisa se a empresa esta trabalhando num determinado período com folga ou aperto financeiro; Analisa num determinado período se a empresa terá dinheiro suficiente para trabalhar ou se terá a necessidade de obtenção de capital de giro; Projeta melhores artifícios de prazos de pagamentos e recebimentos; Analisa se a empresa será capaz de pagar antes de assumir compromissos; Conhecer anteriormente os números do negócio e sua real importância no período; Analisa se os recebimentos serão suficientes para cobrir despesas assumidas e previstas no período; Analisa se há recurso suficiente e o melhor momento de repor o estoque; Analisa o melhor momento de fazer promoção a fim de obter vendas e melhora os recursos financeiros da empresa. Para Machado (2008) o fluxo de caixa oferece dados necessários para tomada de decisões conscientes, sendo possível prever ou quase prever o futuro, com isso, o fluxo de caixa é umas das ferramentas principais ao administrador. O mesmo autor (2008) ressalta ainda que a importância do fluxo de caixa seja incontestável. Uma empresa lucrativa e uma gestão eficiente seria impossível sem o fluxo de caixa. Quanto maior for à fidelidade dos dados inseridos no controle de fluxo de caixa, maior a qualidade das decisões tomadas, melhor serão os insights para a administração financeira e a criação de estratégias de contingência ou crescimento. (MACHADO, 2008) Machado (2008) afirma que ”Um fluxo de caixa bem feito e armazenado pode evidenciar o desempenho da empresa, assim como tendências importantes que 42 passariam despercebidas.”. O mesmo autor (2008) ainda destaca que analisando um fluxo de caixa passado o gestor poderá prever o futuro. 43 3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO O estudo teve como finalidade a estruturação de um fluxo de caixa na empresa José Valério Martins Neto ME, com o nome fantasia Usinagem Martins, situada na Rua Afonso Pena, número 436, no bairro Estreito, município de Florianópolis, Santa Catarina. O trabalho foi realizado no período de agosto de 2010 a julho de 2011. A implantação de um fluxo de caixa formalizado possivelmente irá contribuir para a gestão da organização e monitoramento dos dados reais e mais exatos de como está à área financeira da empresa. Como instrumentos de coleta de dados, foram desenvolvidas a pesquisa bibliográfica e pesquisa documental, pois o pesquisador terá dados coletados na empresa para fazer seus estudos. De acordo com Vergara (1998, p.46), “pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral.” A mesma autora (1998) ainda descreve que na pesquisa documental é concretizada em estudos realizados em documentos conservados em órgãos públicos e privados, ou seja, registros, anais,regulamentos, circulares, ofícios, memorando, balancetes e outros. No caso foram utilizadas as notas, recibos, registros existentes na empresa. Para o desenvolvimento deste trabalho foi realizado um levantamento de dados nos registros e documentos da empresa. De posse dos dados, estes foram organizados em planilhas e procedidos os cálculos, de acordo com o modelo de fluxo de caixa sugerido por Zdanowicz (2000). Com os dados coletados foi possível verificar os desequilíbrios de caixa e projetar os ingressos e desembolsos de tal forma a não ocorrerem descompassos entre os ingressos e desembolsos. Para complementar o estudo realizou-se a análise vertical e horizontal para se ter uma visualização do comportamento e evolução das contas da empresa. Para complementar o estudo foi elaborado um plano de ação, em que estão sugeridas ações que poderão minimizar os desequilíbrios e otimizar o desempenho financeiro da mesma. 44 4 ANÁLISE E TRATAMENTO DOS DADOS O objetivo do fluxo de caixa é organizar de forma eficiente as entradas e saídas financeiras da empresa para que num período proposto apresente uma previsão de desembolso e recebimentos. Também mostrará aos administradores de forma transparente os registros obtidos das entradas e saídas financeiras. As vendas a prazo são controladas através de cheques pré-datados e depósitos nas datas acordadas entre empresa e clientes. Não é feita nenhuma consulta como SPC ou SERASA, pois a grande maioria dos clientes são fixos e também é realizado na base da confiança. Os serviços a prazo são quase que sua totalidade para empresas do governo federal ou estadual, como também municípios e empresas de economia mistas. Para obter informações mais precisas do fluxo de caixa, é importante que sejam detalhadas as despesas da empresa, tanto de longo prazo como de curto prazo, pois interfere dos ingressos financeiros sendo um fator importante para o administrador planejar as finanças da empresa. 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO A Usinagem Martins foi fundada em 1979 pelo torneiro mecânico José Valério Martins Neto. Apesar dele não ter nenhum curso técnico, trouxe apenas a experiência da empresa onde trabalhou anteriormente para abrir seu próprio negócio. A empresa surgiu em função de uma demanda no mercado local, pois, na época, existiam poucas tornearias na região. Atualmente, a empresa não possui um cadastro organizado de seus clientes, mas na percepção do gestor, acredita-se que 85% deles são empresas e 15% pessoas físicas. Os serviços oferecidos são: soldas elétricas e mig, serviços de fresa, torno em geral, pinos de porta, embuchamentos em geral, retifica de engrenagem, etc. A Usinagem Martins está situada na Rua Afonso Pena, 436, no bairro Estreito, na cidade de Florianópolis. Conta com apenas cinco funcionários, sendo que quatro colaboradores trabalham diretamente na função de torneiro e um, além de torneiro, exerce a função administrativa. 45 É visível a falta de organização da estrutura administrativa, mas o gestor demonstra interesse em melhorar esta estrutura e incrementá-la. A estrutura física também é pequena, e observa-se que a empresa poderia ampliar sua atuação, pois há muita procura pelos serviços oferecidos, mas restrição de espaço e funcionários disponíveis. Há também um interesse do gestor em organizar a parte financeira, estruturar um fluxo de caixa para que possa obter mais informações corretas da empresa, tendo em vista que desde sua fundação, seu objetivo principal era a qualidade de seus serviços prestados aos clientes, e a estrutura administrativa ficou, ao longo de muito tempo, em segundo plano e defasado. 4.2 IDENTIFICAÇÃO DAS ENTRADAS DE CAIXA DA EMPRESA Os serviços prestados a clientes da empresa em estudo têm como entradas de caixa as seguintes opções: pagamento à vista e pagamentos a prazo. Os pagamentos à vista são efetuados em dinheiro ou em cheque, e nos pagamentos a prazo podem ser em cheques pré-datados ou depósito conforme acordado com o cliente. 4.3 IDENTIFICAÇÃO DAS SAÍDAS DE CAIXA DA EMPRESA Foram identificadas as saídas de caixa da empresa Usinagem Martins como pessoal, tributários financeiros e administrativos. Sendo especificadas as saídas financeiras a seguir: Adicional de Insalubridade; Água e Esgoto; Alimentação; Aluguel; Contribuição sindical; Energia Elétrica; FGTS; Fornecedores; 46 Honorário contador; INSS; Pró-Labore; Rescisão; Salários; Seguro Funcionários; Simples Nacional; Tarifa bancária; Telefone; Transporte. 4.4 AVALIAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA Os meses pesquisados e analisados na empresa Usinagem Martins foram entre Março e Setembro de 2012, porém, só serão contabilizados entre junho e agosto, pois setembro não havia completado o período. Foram analisados para este estudo os documentos fiscais como Notas Fiscais e Recibos, como também documentos tributários e outras despesas com objetivo de reter as informações necessárias para análise do fluxo de caixa da empresa. A seguir na Tabela 1, mostra os ingressos e desembolsos no período entre março a agosto de 2012 com seus respectivos valores para comparação e análise. 47 Tabela 1 - Fluxo de caixa Descrição/Mês-Ano Março 12 Abril 12 Maio 12 Junho 12 Julho 12 Agosto 12 1. Ingressos Serviços à vista 4.180,00 2.100,00 5.695,00 8.413,00 4.740,00 11.555,00 Serviços a prazo 3.770,00 2.210,00 6.835,00 21.690,00 7.200,00 32.121,00 R$ R$ R$ 30.103,00 11.940,00 43.676,00 R$ SOMA R$ 7.950,00 R$ 4.310,00 12.530,00 2. Desembolsos Adicional de insalubridade Água e esgoto 456,14 366,41 354,34 298,56 219,78 248,80 76,14 76,14 76,14 76,14 76,14 82,74 600,00 600,00 600,00 Alimentação Aluguel 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 Contribuição Sindical 178,40 Energia elétrica 106,29 330,11 357,29 382,05 307,54 532,12 FGTS 1.270,47 427,08 424,10 422,06 342,47 333,31 Fornecedores 2.180,06 2.166,87 3.341,41 2.415,55 1.283,14 3.072,74 Honorário contador 312,00 312,00 312,00 312,00 312,00 312,00 INSS 744,46 606,35 602,26 588,85 510,12 500,96 Pró-Labore 1.244,00 1.244,00 1.244,00 1.244,00 1.244,00 1.244,00 Rescisão 2.345,98 Salários 6.867,00 4.956,00 4.868,00 4.837,00 3.755,00 3.262,00 Seguro funcionários 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Simples Nacional 477,00 258,60 751,80 1.806,18 716,40 2.620,56 68,25 68,25 68,25 68,25 68,25 68,25 Telefone 442,12 314,70 196,38 175,82 148,33 260,11 Transporte 550,00 441,82 427,99 360,00 261,29 300,00 R$ R$ R$ R$ R$ R$ 22.418,31 16.668,33 18.123,96 20.523,55 14.944,46 18.537,59 -R$ -R$ -R$ 14.468,31 12.358,33 5.593,96 R$ R$ R$ 40.850,58 26.382,27 R$ R$ R$ 26.382,27 14.023,94 R$ 26.382,27 Tarifa bancaria SOMA 3. Diferença do período 1-2 4. Saldo inicial de caixa 5. Disponibilidade acumulada 3+4 6. Saldo final Fonte: Dados da empresa (2012) 1.837,09 -R$ R$ 3.004,46 25.138,41 R$ R$ 18.009,43 15.004,97 R$ R$ R$ 8.429,98 18.009,43 15.004,97 40.143,38 R$ R$ R$ R$ R$ 14.023,94 8.429,98 18.009,43 15.004,97 40.143,38 R$ 9.579,45 14.023,94 R$ 8.429,98 48 Conforme a tabela 1 em que é apresentado o fluxo de caixa mostra que os meses de março, abril, maio e julho, tiveram uma queda significativa de serviços. Junho e agosto tiveram lucratividade nos períodos. A análise feita pelos administradores, através de clientes, fornecedores e concorrentes, obteve a resposta de que mercados de serviços, principalmente automotivos estavam em baixa e também verificaram que ausência de serviços feitos pelos seus melhores clientes. O serviço de torno da Usinagem Martins atinge todos os mercados, mas em especial a linha automotiva e projetos industriais. A informação de saldo inicial de caixa de junho foi obtida através do saldo da conta bancaria da empresa, pois toda a movimentação financeira da empresa é destinada a conta bancária no final do dia. Na empresa ficam apenas valores insignificantes para eventual troco a clientes. Além de ser seguro o dinheiro estar no banco, a agência fica muito próximo a empresa, fazendo com que o administrador se dirija a ela, caso necessite. Observou-se que os desembolsos nos meses estudados são no mínimo de R$14.944,46 a R$ 22.418,31, devido que muitos valores mensais são fixos, como aluguel, tarifas etc. 4.5 COMPOSIÇÃO DOS INGRESSOS Existem apenas duas formas de ingressos na empresa em estudo, à vista ou a prazo. Os recebimentos a prazo normalmente são serviços feitos para o governo federal ou estadual, também municípios e empresas de economia mistas. Na sua maioria são projetos desenvolvidos em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina. Os recebimentos são efetuados na conta bancária da empresa no prazo de 30 dias. Também existe a opção em pagar com cheque pré-datado. Os recebimentos à vista podem ser em espécie, cheques ou depósitos. Não existe nenhuma restrição quanto a créditos dos clientes, não é feita pesquisa em SERASA ou SPC, visto que a inadimplência é quase nula e a maioria dos clientes é fixa. Os clientes eventuais pagam normalmente a vista. O gráfico 1 a seguir mostra a evolução dos ingressos durante o período em estudo. 49 Os ingressos são decorrentes dos serviços de usinagem de peças, solda elétrica, solda alumínio, solda oxigênio, tornearia, frisagem, torneamento de disco de freio, retífica de engrenagem, pino de porta de automóveis, desenvolvimento de peças metálicas e de plásticos. Gráfico 1 – Ingressos. Fonte: Dados da empresa (2012) No gráfico 1, observa-se uma queda de ingressos de R$ 3.640,00 no período de março a abril e uma acentuação de valores no período de maio e junho, sendo um acréscimo significativo de R$ 12.530,00 para R$ 30.103,00 em junho, ou seja, uma diferença de R$ 17.573,00 de maio para junho, e um ingresso de R$ 25.793,00 entre os meses de abril e junho. Porém, de junho para julho, houve uma queda brusca de R$ 18.163,00, sendo menores os valores de ingressos até de maio. Isto ocorreu devido ao mercado de automóveis usados estarem em baixa, causando um faturamento muito abaixo do esperado. Foi constatado com fornecedores, clientes e concorrentes, que também ocorreu diminuição significativa nos seus serviços. A Universidade Federal de Santa Catarina também não desenvolveu nenhum projeto por falta de verba neste período. Houve uma recuperação de julho para agosto de R$ 31.736,00, sendo considerado pelos gestores um mês normal de ingressos. 50 4.5.1 Vendas à vista e vendas a prazo No gráfico 2, observa-se uma proximidade com a representação obtida no gráfico de ingressos (gráfico 1). Gráfico 2 - Serviços á vista Fonte: Dados da empresa (2012) Os serviços à vista como mostra a gráfico 2, tem uma queda no mês de abril de 49,76% em relação ao mês de março, devido a pouca demanda de serviços neste mês, também no mês anterior (março) que segundo os administradores, foi considerado muito fraco em serviços. Nos meses de maio e junho, ocorreram dois acréscimos seguidos, de 171,19% (de abril para maio) e 47,73% (de maio para junho) em relação ao mês de abril. No mês de julho houve uma queda de serviços à vista de quase metade, ou seja, 43,66% inferior ao mês de Junho, sendo menor até ao mês de maio. Esta redução ocorreu devido ao mercado de carros usados estarem em baixa, pois o governo diminuiu a taxa do IPI, facilitando a compra de carros novos. Também pelo fator de que o mercado em geral de serviços e projetos com metal mecânica estar desacelerado neste período, conforme foi constatado pelos seus fornecedores, clientes e concorrentes. 51 Porém, vale destacar um crescimento significativo no recebimento à vista no mês de agosto, um aumento de 143,77% em relação ao mês anterior. Os proprietários consideram este mês, como um mês de serviços normais, não ocorreu nenhum evento que provocassem a redução dos serviços. Com isso, gera mais recursos disponíveis para a empresa. Gráfico 3 - Serviços a prazo. Fonte: Dados da empresa (2012) No gráfico 3 pode-se perceber a mesma queda de ingressos nos serviços com pagamento a prazo. Ocorreu uma queda de 41,38%no mês de abril em relação ao mês de março. E um acréscimo significativo de 209,27%no mês de maio em relação ao mês de abril. No mês de junho, observa-se um novo acréscimo de 217,34% comparando ao mês de maio, justificando uma crescente de ingressos com pagamento a prazo neste período. Porém, percebeu-se uma queda de quase três vezes no período de julho, ou seja, caiu em 66,80% de ingressos neste mês em relação ao mês passado. Observa-se que no mês de agosto, o número de ingressos com pagamento a prazo aumenta em 346,12% em relação a Julho, sendo um fator positivo para as finanças da empresa. Com a queda de ingressos nos meses de abril e julho, possivelmente porque o mercado de carros usados estava desfavorecido, também o fraco desempenho 52 desses meses juntamente com março e maio, foi percebida a ausência de serviços pelos clientes com maiores ingressos de recursos na empresa. Devido, segundo eles, a falta de serviços em suas empresas, posteriormente, reflete na empresa em estudo, ou seja, os clientes informaram que estavam com muito pouco serviço, posteriormente, não obtém serviço necessário para a empresa em estudo. Gráfico 4 - Serviços à vista e a prazo Fonte: Dados da empresa (2012) Observa-se no gráfico 4, que em quase todos os períodos, os serviços a prazo superou os serviços com pagamento à vista, somente no mês de março ocorreu uma pequena diferença, onde os recursos à vista superou os ingressos a prazo. Um fato a destacar é que os ingressos a prazo são de clientes com serviços de valores elevados. São poucos clientes, mas as receitas geradas através deles são de grande importância para a empresa. A seguir, apresentam-se as seções que compõe os desembolsos que a empresa obteve no período estudado. 53 4.6 COMPOSIÇÃO DOS DESEMBOLSOS Nesta seção aborda-se os desembolsos da empresa, ou seja, são todas as saídas de caixa com objetivo de suprir as necessidades para o seu funcionamento adequado. Os desembolsos são compostos pelas seguintes contas: Desembolsos administrativos: são as saídas de caixa com despesas geradas para o funcionamento da empresa, ex: água e esgoto, energia elétrica, telefone etc; Desembolsos com pessoal: são todas as despesas com serviços prestados pelos funcionários da empresa, ex: FGTS, salários etc; Desembolsos tributários: são despesas tributárias nos âmbitos federais, estaduais e municipais, ex: Simples Nacional; Desembolsos financeiros: saídas de caixa geradas pelas operações financeiras, ex: tarifa bancária. Gráfico 5 - Desembolsos Fonte: Dados da empresa (2012) No gráfico 5, observa-se uma variação de desembolsos no período compreendido entre março a agosto de 2012. Verifica-se uma queda de 25,64% 54 referente ao mês de abril comparando com o mês anterior, percebe-se que a diferença de R$ 5.749,98 se refere às despesas que sofrem variações de valor, como Simples Nacional, transportes, telefones e devido à diminuição de salários, adicional de insalubridade, FGTS, pois foi demitido um funcionário como é percebido, isto ocorreu devido à rescisão de R$ 2.345,98 no mês de março. Observa-se que no mês de maio, aumentou em R$ 1.455,63 de desembolsos seguidos de um aumento de mais R$ 2.399,59 no mês de Junho. Porém, uma queda de 27,18% no mês de julho. Em agosto houve um aumento de 24,04% referente ao mês de julho. Para melhor entendimento do que ocorreu com os desembolsos da empresa em estudo, nas seções a seguir, será especificado o desempenho dos desembolsos específicos. 4.6.1 Desembolsos administrativos Os desembolsos administrativos são referentes às despesas necessárias para o funcionamento da organização. Na Usinagem Martins, os desembolsos administrativos são compostos pelos seguintes itens: água e esgoto, aluguel, energia elétrica, fornecedores, honorário contador, Pró-Labore e telefone. Os itens estão descritos na tabela 2 com seus respectivos valores e meses. Tabela 2 - Desembolsos Administrativos Descrição/MêsAno Água e esgoto Aluguel Energia elétrica Fornecedores Honorário contador Pró-Labore Telefone Março 76,14 Abril 76,14 Maio Junho 76,14 76,14 Julho 76,14 Agosto 82,74 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 106,29 330,11 357,29 382,05 307,54 532,12 2.180,06 2.166,87 3.341,41 2.415,55 1.283,14 3.072,74 312,00 312,00 312,00 312,00 312,00 312,00 1.244,00 1.244,00 1.244,00 1.244,00 1.244,00 1.244,00 442,12 Fonte: Dados da empresa (2012) 314,70 196,38 175,82 148,33 260,11 55 A seguir, no gráfico 6, tem-se uma maior clareza em relação a valores de cada item que compõe o gráfico. Nota-se que o aluguel está com valor muito acima dos outros itens, sendo responsável por 52% dos desembolsos administrativos conforme nos mostra o gráfico 7. Gráfico 6 - Desembolsos Administrativos Fonte: Dados da empresa (2012) Em relação aos outros itens, observa-se que segundo fator significativo e que está em segundo lugar, são os fornecedores com 24%. Destaca-se que muitos serviços não precisam de materiais para ser executados e também muitos clientes levam seus materiais para serem usinados, ou seja, a empresa Usinagem Martins não precisa comprar de fornecedores materiais para serem utilizados na hora do 56 serviço para o cliente. Não são fabricados produtos novos, o que não necessita de compra de matéria-prima. Outro fator importante e que merece destaque é que muitas ferramentas utilizadas no processo de usinagem e de serviços, a empresa possui um estoque favorável destas ferramentas, pois o fundador da empresa comprava uma grande quantidade destes materiais, favorecendo o preço e o tempo para a próxima compra destas ferramentas. Gráfico 7 - Desembolsos Administrativos %. Fonte: Dados da empresa (2012) Em terceiro lugar estão os pró-labores dos administradores, os outros itens são relativamente baixos no total de desembolsos administrativos, seguidos de energia elétrica, honorário contador e telefone seguem com 3%, e por último água e esgoto com 1%. 57 4.6.2 Desembolsos com pessoal Nesta seção, apresentam-se os itens que compõem o desembolso com pessoal que a empresa obteve no período estudado. Esses itens compõem o adicional de insalubridade, alimentação, FGTS, INSS, rescisão, salários, seguro dos funcionários e transporte. Segue a tabela 3 com valores dos itens: Tabela 3 - Desembolsos com Pessoal Descrição/Mês-Ano Março Abril Adicional de insalubridade 456,14 366,41 Maio Junho Julho Agosto 354,34 Alimentação Contribuição Sindical 298,56 219,78 248,80 600,00 600,00 600,00 178,40 FGTS 1.270,47 427,08 424,10 422,06 342,47 333,31 INSS 744,46 606,35 602,26 588,85 510,12 500,96 Rescisão 2.345,98 1.837,09 Salários 6.867,00 4.956,00 4.868,00 4.837,00 3.755,00 3.262,00 Seguro funcionários 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Transporte 550,00 441,82 427,99 360,00 261,29 300,00 Fonte: Dados da empresa (2012) Observa-se que compõe estes itens, o adicional de insalubridade, que corresponde ao adicional de natureza salarial, pois o funcionário está exposto à agressão de agentes químicos ou físicos, sendo acima dos níveis de tolerância fixados pelo Ministério do Trabalho. 58 Gráfico 8 - Desembolsos com Pessoal. Fonte: Dados da empresa (2012). De acordo com o gráfico 8, observa-se que os itens que compõem os desembolsos com pessoal são: Salários: corresponde a 62% do desembolso com pessoal, sendo um fator importante e significativo, pois representa mais da metade dos desembolsos com o pessoal; Rescisão: representa 9%, sendo demitidos 02 funcionários ao longo deste período; INSS: Instituto Nacional de Seguridade Social representa 8%; FGTS: Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, pago até o 7° dia útil após o mês trabalhado, representa cerca de 7% dos desembolsos do período estudado; Transporte: pagos aos funcionários mensalmente, cerca de 5% dos desembolsos com pessoal; Adicional de insalubridade: representa 4%; Alimentação: pago aos funcionários incide em 4% dos desembolsos com pessoal, sendo pago a partir de junho; 59 Seguro do funcionário: mais um benefício pago mensalmente para os funcionários, representa1%; Contribuição sindical: sendo o menos representativo entre os itens dos desembolsos com pessoal, 0%, é pago uma vez ao ano, no mês de Março. 4.6.3 Desembolsos tributários Os desembolsos tributários se definem a tributos que devem ser pagos a órgãos municipais, estaduais e federais. A empresa em estudo se enquadra no Simples Nacional (Regime especial unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pela Microempresas e Empresas de Pequeno porte), este sistema de imposto, permite que a empresa pague vários tributos de forma única. Entre os impostos no âmbito são: Federal: IR (Imposto de Renda), PIS (Programa de Integração Social), COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido); Estadual: ICMS (Imposto sobre Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação); Municipal: ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza). Cabe ressaltar que o IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) não atinge a empresa Usinagem Martins, pois é uma prestadora de serviços e não vende nenhum produto industrializado. 60 Gráfico 9 - Simples Nacional. Fonte: Dados da empresa (2012) O Simples Nacional corresponde a 6% sobre o serviço, observa-se no gráfico 9, que no mês de abril houve uma queda de 45,78% em relação ao mês de março devido à diminuição de serviços prestados. Observa-se que no mês de maio e junho, um aumento consecutivo de serviços, uma consequência direta foi um aumento de desembolsos tributários com Simples Nacional, sendo 190,72% no mês de maio em relação a abril, e 140,25% em relação de junho a maio. Nota-se uma diminuição significativa no mês de Julho, ou seja, neste mês houve uma queda de ingressos refletindo na diminuição de tributos pagos pela empresa, cerca de 60,33% a menos comparando ao mês de junho. Porém, agosto tem acréscimo de 265,79% em relação ao mês de julho, percebe-se com isso um aumento de ingressos, gerando mais tributos a pagar. 4.6.4 Desembolsos financeiros A empresa Usinagem Martins possui uma conta bancária para a movimentação financeira. Na conta, são repassados todos os recursos gerados pela empresa, como: Depósito em cheque ou dinheiro pela empresa; 61 Depósito em cheque ou dinheiro através dos clientes; Retirada de dinheiro para pagamentos a funcionário e demais fornecedores; Retirada de cheques para eventuais pagamentos a fornecedores. Gráfico 10 - Tarifa Bancária. Fonte: Dados da empresa (2012) Observa-se no gráfico 10, que em todos os períodos, a tarifa bancária é a mesma, sendo mensalmente pago o mesmo valor pelo serviço prestado pela financeira. 4.6.5 Inadimplência A empresa Usinagem Martins, fundada a mais de 32 anos, possui uma clientela fixa e na sua maioria jurídica, facilitando a confiança e selecionando seus clientes ao longo desses anos. No período em estudo, não foi detectada nenhuma informação a respeito de inadimplência, reforçando que ao longo desses anos, é quase insignificante a inadimplência para a empresa. É um fator positivo, visto que muitas organizações ficam fragilizadas com o número de inadimplentes em sua organização, atingindo o setor financeiro. 62 4.7 INGRESSOS E DESEMBOLSOS É importante ressaltar que após serem feitas as análises individuais de ingressos e desembolsos no período estudado, o comparativo entre as entradas e saídas de caixa se faz necessário para um entendimento mais expressivo da situação do fluxo de caixa da empresa. O gráfico 11, é a comparação entre os ingressos e desembolsos que a empresa Usinagem Martins obteve no período estudado entre março a agosto de 2012. Gráfico 11 - Ingressos e Desembolsos Comparativos. Fonte: Dados da empresa (2012). Observa-se no gráfico 11, que nos meses de março, abril, maio e julho, os desembolsos foram maiores que os ingressos, somente nos meses de junho e agosto onde as receitas superaram as despesas. A seguir serão detalhados os ingressos e desembolsos de cada mês estudado. 63 Gráfico 12 - Ingressos e Desembolsos de Março. Fonte: Dados da empresa (2012). Percebe-se no gráfico 12 que os desembolsos superaram os ingressos, como acontece no gráfico13 a seguir. Gráfico 13 - Ingressos e Desembolsos de Abril. Fonte: Dados da empresa (2012). Observa-se no gráfico 14, que os desembolsos também superaram os ingressos, mas cabe ressaltar a diminuição entre eles. No mês de abril conforme mostra o gráfico 13 ,R$ 12.358,33 é a diferença de ingressos e desembolsos, porém, o gráfico14, mostra uma diferença menor entre os ingressos e desembolsos, sendo R$ 5.593,96. 64 Gráfico 14 - Ingressos e Desembolsos de Maio. Fonte: Dados da empresa (2012). O mês de junho, gráfico 15, obteve um resultado satisfatório, pois os ingressos superaram em R$ 9.579,45 os desembolsos, um fator positivo visto que os meses anteriores foram negativos, com isso, a empresa se posiciona favorável financeiramente. Gráfico 15 - Ingressos e Desembolsos de Junho. Fonte: Dados da empresa (2012). 65 No gráfico 16 é possível identificar uma queda de ingressos no mês de julho, causada pela fraca procura de serviços durante os meses de 2012 como foi identificado anteriormente. Nesta análise, observou que as saídas foram maiores do que as entradas, gerando um saldo negativo de R$ 3.004,46 neste período. Gráfico 16 - Ingressos e Desembolsos de Julho. Fonte: Dados da empresa (2012). Porém, no mês de agosto merece destaque pelo fato de uma recuperação de ingressos serem muito superiores aos de desembolsos conforme mostra o gráfico 17. Gráfico 17 - Ingressos e Desembolsos de Agosto. Fonte: Dados da empresa (2012). 66 Percebe-se que neste período, as receitas superaram em 135,60% as despesas, com isso o caixa da empresa recupera o negativo do mês de julho e supera o mês de junho em R$ 13.573,00 a mais de ingressos. Apesar das oscilações de ingressos e a quase estabilidade de desembolsos, a empresa empatou em ingressos e desembolsos, cerca de 50% de ingressos e desembolsos, conforme nos mostra o gráfico 18. Gráfico 18 – Ingressos e Desembolsos. Fonte: Dados da empresa (2012). Cabe ressaltar, segundo administradores e já mencionado anteriormente, esses meses de ingressos e desembolsos foram atípicos, houve uma significativa queda de serviços realizados neste período de estudo. Sendo observados em coleta de dados, com fornecedores, clientes e principalmente concorrentes, essa diminuição de serviços prestados. 4.8 ANÁLISE HORIZONTAL E ANÁLISE VERTICAL Para obtermos mais informações a respeito das finanças da empresa em estudo, será feita uma análise horizontal e análise vertical dos itens compostos dos ingressos e desembolsos no período estudado, entre março a agosto de 2012. Para entendimento do cálculo realizado, Assaf Neto (2000, p. 101) exemplifica o cálculo com a seguinte expressão: 67 Figura 2 - Cálculo análise horizontal. NúmeroÍndice = Vdx × 100 Vb Vd = valor de uma conta contábil em determinada data. Vb = valor obtido na data base. Fonte: Assaf Neto (2000, p. 101) Tabela 4 - Análise horizontal. Descrição/Mês-Ano Março 12 Abril 12 Maio 12 Junho 12 Julho 12 Agosto 12 1. Ingressos Serviços a vista 100% 50,2% 136,2% 201,3% 113,4% 276,4% Serviços a prazo 100% 58,6% 181,3% 575,3% 191,0% 852,0% 100% 54,2% 157,6% 378,7% 150,2% 549,4% Adicional de insalubridade 100% 80,3% 77,7% 65,5% 48,2% 54,5% Água e esgoto 100% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 108,7% 100,0% 100,0% 100,0% SOMA 2. Desembolsos Alimentação Aluguel 100% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Contribuição Sindical 100% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% Energia elétrica 100% 310,6% 336,1% 359,4% 289,3% 500,6% FGTS 100% 33,6% 33,4% 33,2% 27,0% 26,2% Fornecedores 100% 99,4% 153,3% 110,8% 58,9% 140,9% Honorário contador 100% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% INSS 100% 81,4% 80,9% 79,1% 68,5% 67,3% Pró-Labore 100% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Rescisão 100% 0,0% 0,0% 78,3% 0,0% 0,0% Salários 100% 72,2% 70,9% 70,4% 54,7% 47,5% Seguro funcionários 100% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Simples Nacional 100% 54,2% 157,6% 378,7% 150,2% 549,4% Tarifa bancaria 100% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Telefone 100% 71,2% 44,4% 39,8% 33,5% 58,8% Transporte 100% 80,3% 77,8% 65,5% 47,5% 54,5% 100% 74,4% 80,8% 91,5% 66,7% 82,7% 3. Diferença do período 1-2 100% 85,4% 38,7% -66,2% 20,8% -173,7% 4. Saldo inicial de caixa 100% 64,6% 34,3% 20,6% 44,1% 36,7% 5. Disponibilidade acumulada 3+4 100% 53,2% 32,0% 68,3% 56,9% 152,2% 6. Saldo final 100% 53,2% 32,0% 68,3% 56,9% 152,2% SOMA Fonte: Dados da empresa (2012) 68 Todos os índices tiveram como referência da data base, o mês de março de 2012. Observa-se na tabela 4, que os ingressos a vista e ingressos a prazo, sofreram apenas uma diminuição no mês de abril, sendo uma diferença de 49,8%, porém,até no mês de agosto, todos foram acima de 100%, ou seja, os meses de maio, junho, junho e agosto, tiveram os desembolsos maiores que o mês de referência, março. Os desembolsos apresentaram diversas características ao decorrer do período estudado. Alguns itens mantiveram seu percentual, outros cresceram ou diminuíram no decorrer do período ou simplesmente oscilaram. Entre os que manterão seu percentual são os itens de desembolsos com preços já fixados, como água e esgoto, aluguel, honorário contador, pró-labore e Seguro funcionários. Esses itens manterão seus preços devido ao acordo de valores com a empresa em estudo. Observa-se que o item que cresceu no decorrer no período, foi a energia elétrica. Somente no mês de julho que rompeu o contínuo crescimento, mas foi acima do mês de referência, março. Isso se deve com a quantidade de serviços executados, se analisarmos os ingressos, justamente no mês de julho que houve uma diminuição de ingressos, justificando esta oscilação. Outro destaque a ser analisado foram os índices que diminuiram ao decorrer do período, existe uma correlação entre eles para justiçar essa diminuição, entre os itens são: adicional de insalubridade, FGTS, INSS e salários. Esses índices sofreram diminuição principalmente por duas demissões neste período, contribuindo para os decrescentes valores seguidos. O desembolso referente à alimentação, dos funcionários teve início a partir de junho, mantendo então o mesmo valor seguido até agosto. Somente no mês de março, houve o pagamento de Contribuição Sindical, pois este desembolso é pago em cota única ao ano. Quanto aos fornecedores, percebeu-se uma oscilação com o mês de referência, diminui 0,6 em abril, aumenta 53,3% e 10,8% em maio e junho, porém uma queda de 41,1% em julho devido à diminuição de serviços prestados pela empresa. Cabe ressaltar, que nem sempre a percentual dos fornecedores acompanha o percentual de ingresso, devido que muitos serviços, pode ser usado apenas serviços com pouco acréscimo de material e muitos clientes optam em levar 69 seu próprio material para ser usinado. Por isso a um descompasso de percentual entre fornecedores e ingressos. Observa-se que no mês de março e junho, a empresa demitiu 02 funcionários, havendo diferença de salário e tempo de serviço, os valores foram diferentes nos períodos, sendo junho 21,7% menor. O desembolso Simples Nacional está diretamente relacionado com ingressos que a empresa obteve no período. Sendo o tributo fixado em 6% do que a empresa arrecada, os valores dos meses em estudo são exatamente iguais aos ingressos do mesmo período. Somente no mês de abril que o percentual foi menor que o mês de referência, a seguir de dois aumentos consecutivos nos meses de maio e junho em 57,6% e 278,7% respectivamente. Consequentemente, julho diminui perante o mês anterior mais acima da media e agosto um acréscimo de 449,4%. Os custos com telefone foi diminuindo a cada mês devido ao controle dos gestores com seus funcionários, muitos deles usavam o telefone para fins particulares e acarretava despesas para a empresa. Somente em agosto houve um percentual superior ao mês anterior, mas muito inferior ao mês de referência (março), sendo uma diminuição significativa de 41,2%. A análise vertical composta por este estudo tem a finalidade de analisar os ingressos à vista e a prazo com o soma total de cada mês e o total acumulado nos 6 meses. O mesmo acontece com os desembolsos administrativo, tributário, com pessoal e financeiro. A tabela 5 apresenta a análise vertical de ingressos a vista e a prazo nos meses de março a agosto de 2012. Tabela 5 - Análise Vertical de Ingressos. Descrição/Mês-Ano Março 12 Abril 12 Maio 12 Junho 12 Julho 12 Agosto 12 1. Ingressos Serviços à vista 52,6% 48,7% 45,5% 27,9% 39,7% 26,5% Serviços a prazo 47,4% 51,3% 54,5% 72,1% 60,3% 73,5% SOMA 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Fonte: Dados da empresa (2012) 70 Observa-se na tabela 5, que somente no mês de março é que os ingressos à vista foi superior dos que os ingressos a prazo, ou seja, nos meses de abril á agosto, todos os ingressos a prazo foram superiores. Apesar de que em março os ingressos à vista foi superior, a diferença foi de apenas 5,2%, ou seja, quase igual aos ingressos a vista e a prazo. Vale destacar que os ingressos à vista são favoráveis ao caixa da empresa visto que retém mais dinheiro disponível para a organização cumprir com suas obrigações e investimentos. Como já mencionado anteriormente, os ingressos a prazo são em quase sua totalidade representadas por empresas do governo federal, estadual e municipal. O órgão que mais contribui com serviços a prazo é a FAPEU, Fundação de Amparo á Pesquisa e Extensão Universitária, trazendo projetos de pesquisa para serem executadas na empresa em estudo. O mês de abril apresentou o ingresso à vista com 48,7% contra 51,3% de serviços a prazo, o mesmo aconteceu em maio, com 45,5% a vista e 54,5% a prazo. Esses dois meses ficaram muitos próximos nos dois tipos de ingressos. Observa-se no mês de junho, ocorreu uma diminuição de serviços à vista, sendo 27,9% em relação a prazo, que representou 72,1%. Porém, no mês de julho aumentou o faturamento a vista, subindo para 39,7% e diminuindo o ingressos a prazo para 60,3%, favorecendo o caixa da empresa novamente. Isto ocorreu devido o aumento de serviço para clientes que pagam a vista, sendo a maioria deles, empresário do ramo de oficinas mecânicas. Agosto obteve o menor índice de ingressos à vista desses seis meses estudados, caindo para 26,5% à vista e 73,5% a prazo, lembrando que no mês de agosto obteve o maior recurso de ingressos nos meses estudados, sendo um total de R$ 43.676,00. A tabela 6 representa a análise vertical do total dos ingressos de março a agosto de 2012 71 Tabela 6 - Análise Vertical Total de Ingressos. Descrição/Mês-Ano Março á Agosto Análise Vertical Serviços à vista 36.683,00 33,2% Serviços a prazo 73.826,00 66,8% 110.509,00 100,0% Ingressos SOMA Fonte: Dados da empresa (2012) De acordo com a tabela 6, os serviços a prazo foram à maioria dos recursos financeiros da empresa Usinagem Martins nos seis meses de estudo, com 66,8% enquanto os ingressos à vista representaram 33,2%. Para ter uma visão ampliada da análise de cada ingresso, no gráfico 19 representa o total de ingressos à vista e ingressos a prazo, entre Março a agosto de 2012. Gráfico 19 - Análise Vertical Total de Ingressos em %. Fonte: Dados da empresa (2012) A tabela 7 mostra a análise vertical referente aos itens de desembolsos, entre eles são: desembolsos administrativos, desembolsos tributário, desembolsos pessoais e desembolsos financeiros. 72 Tabela 7 - Análise Vertical Total de Desembolsos. Descrição/Mês-Ano Março 12 Abril 12 Maio 12 Junho 12 Julho 12 Agosto 12 ADMINISTRATIVOS 41,75% 56,66% 58,08% 46,80% 56,02% 56,66% DESEMBOLSO TRIBUTÁRIO 2,13% 1,55% 4,15% 8,80% 4,79% 14,14% DESEMBOLSO PESSOAL 55,81% 41,38% 37,39% 44,06% 38,73% 28,83% DESEMBOLSO FINANCEIRO 0,30% 0,41% 0,38% 0,33% 0,46% 0,37% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% DESEMBOLSOS SOMA Fonte: Dados da empresa (2012) Observa-se em março, a maior representação com 55,81% se refere ao desembolso com pessoal, sendo nos meses seguintes a segundo maior índice de desembolsos. Lembrando que neste mês, foi demitido um funcionário, tendo uma rescisão a pagar somando ao desembolso com pessoal referente aos salários atingindo 52% dos desembolsos, como apresentado anteriormente. O segundo maior índice é com relação aos desembolsos administrativos com 41,75%, índice com peso significativo neste mês. O desembolso tributário e financeiro contribuiu com um peso menor em relação aos anteriores, com 2,13% e 0,30% respectivamente. De abril a agosto, o índice mais significativo foi desembolso administrativo, sendo nesses meses o que mais contribuiu para o desembolso da organização. Em relação a abril, desembolso administrativo lidera com 56,66%, seguido de desembolso com pessoal de 41,38%, também muito representativo na saída de caixa da empresa. O desembolso tributário no mês de abril foi o menor dos seis meses estudados, cabe ressaltar que neste mês os ingressos foram de apenas R$ 4.310,00, sendo o Simples Nacional como o imposto pago pela a empresa de 6% sobre o faturamento. O menos significante foi desembolso financeiro com 0,41% O desembolso administrativo segue liderando com 58,08% no mês de Maio, com um aumento de 1,42% em relação ao mês anterior. Desembolso com pessoal 37,39%. O desembolso tributário aumentou para 4,15%, ou seja, o numero de ingressos neste período foi positivo com mais recursos financeiro para a empresa, porém, refletindo nos impostos a pagar. Desembolso financeiro com 0,38%. Cabe ressaltar que em junho o desembolso administrativo diminuiu para 46,80%, mas segue como o mais representativo, porém, o desembolso com pessoal 73 aumentou para 44,06% devido ao pagamento de mais uma rescisão e o início do pagamento de alimentação aos funcionários. Observa-se também, o terceiro aumento consecutivo do desembolso tributário, sendo o dobro do mês anterior com 8,80%, ou seja, dobrou o número de ingressos financeiro na organização. O desembolso financeiro com 0,33%. Ressalta-se que o desembolso financeiro é o menos representativo dos desembolsos devido à pequena taxa mensal pago à instituição financeira para manter a conta da empresa ativa. O mês de julho apresentou aumento do desembolso administrativo com 56,02% do total das despesas, seguido com a diminuição do desembolso com pessoal para 38,73% e uma queda de 4,01% de desembolso tributário, ou seja, em julho representou 4,79% e 0,46% de desembolso financeiro. No mês de agosto, desembolso administrativo quase se mantém com 56,66%, desembolso com pessoal diminuiu para 28,83%, porém, se destaca o desembolso tributário 14,14%, sendo bem representativo e considerado normal pelos sócios administradores. Vale lembrar que, segundo os administradores, o ano de 2012 teve baixo desempenho, sendo os meses estudados os mais críticos. É importante considerar que o desembolso administrativo tem o aluguel como o fator determinante para o volume de saída de recursos financeiro, fazendo com que este desembolso seja o mais significativo de todos. Para ter uma visibilidade mais abrangente dos desembolsos, a tabela 8 mostra uma analise vertical do total de desembolsos nos meses em estudo. 74 Tabela 8 - Análise Vertical Total de Desembolsos Total. Descrição/Mês-Ano Março á Agosto Análise Vertical ADMINISTRATIVOS 57.812,07 51,98% DESEMBOLSO TRIBUTÁRIO 6.630,54 5,96% DESEMBOLSO PESSOAL 46.364,09 41,69% 409,50 0,37% 111.216,20 100,00% DESEMBOLSOS DESEMBOLSO FINANCEIRO SOMA Fonte: Dados da empresa (2012) De acordo com a tabela 8, o desembolso administrativo é o mais representativo nas despesas da empresa como já mencionado anteriormente, com 51,98%. O desembolso com pessoal segue em segundo lugar com 41,09%, sendo neste período, demitido 02 funcionários, implicando em acréscimo de despesa com rescisão. O desembolso tributário esta ligado diretamente com os ingressos da empresa, porém, cabe destacar que no período estudado, os serviços de usinagem na empresa estudada, teve um desempenho muito abaixo do esperado, não cobrindo os desembolsos por alguns meses. O desembolso financeiro segue com uma parcela muito insignificante no total de desembolso da organização, pois atualmente não teve empréstimos e juros correspondentes. No gráfico 20 a seguir tem-se uma visibilidade de cada desembolso em % com relação ao período estudado. 75 Gráfico 20 - Desembolsos em %. Fonte: Dados da empresa (2012). No gráfico 20 percebe-se que a empresa teve a duas maiores fatias com desembolso administrativo e com pessoal respectivamente como os mais influentes. O desembolso tributário segue com 6% devido ao baixo desempenho de serviços e por ultimo o desembolso financeiro como o menos significativo. 4.9 FLUXO DE CAIXA PROJETADO Nesta seção, aborda-se o fluxo de caixa projetado, ou seja, refere-se aos valores de caixa futuro que a empresa almeja alcançar. Para obter um o saldo satisfatório a cada mês, espera-se que o mercado automobilístico e o mercado em geral apresentem crescimento, que seja superior aos meses em estudo entre março á agosto de 2012. De acordo com a experiência dos sócios-proprietários, a tendência é de crescimento, visto que ao decorrer do mês de setembro, os serviços realizados pela empresa estavam superiores ao mês de agosto, período que os gestores consideram um mês normal. 76 Para compor o fluxo de caixa projetado, foram analisados todos os itens em conjunto com os gestores e a empresa de contabilidade, a fim de obter informações mais precisas em relação aos valores projetados. Foi decidido em comum acordo que os valores devem seguir conforme a tabela 11, alguns valores fixos de desembolsos não se alteram, outros desembolsos sofrem os valores máximos como salários, FGTS, INSS e adicional de insalubridade. Porém foi decidido a contenção de gastos com telefone, pois os valores podem ser reduzidos e somente devem ser usado para o interesse da empresa. Também se utilizou as análises horizontal para a projeção dos dados. A seguir a tabela 9 com detalhamento em valores do fluxo de caixa projetado e o detalhamento de cada item que o compõe. 77 Tabela 9 - Fluxo de caixa projetado. Descrição/Mês-Ano Set/2012 Out/2012 Nov/2012 Dez/2012 Jan/2013 Fev/2013 1. Ingressos Serviços à vista 12.132,75 12.739,38 13.376,34 14.045,16 14.747,42 15.484,80 Serviços a prazo 33.727,05 35.413,40 37.184,07 39.043,27 40.995,43 43.045,20 R$ 45.859,80 R$ 48.152,78 R$ 50.560,41 R$ 53.088,43 R$ 55.742,85 R$ 58.530,00 SOMA 2. Desembolsos Adicional de insalubridade 248,80 248,80 248,80 497,60 248,80 248,80 82,74 82,74 82,74 82,74 82,74 82,74 600,00 600,00 600,00 600,00 600,00 600,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 Energia elétrica 558,72 586,66 615,99 646,79 679,13 713,09 FGTS 344,20 344,20 344,20 688,40 344,20 344,20 2.409,92 2.530,42 2.656,94 2.789,79 2.929,28 3.075,74 Honorário contador 312,00 312,00 312,00 312,00 312,00 312,00 INSS 524,06 524,06 524,06 1.048,12 524,06 524,06 1.244,00 1.244,00 1.244,00 1.244,00 1.244,00 1.244,00 3.755,54 3.755,54 3.755,54 3.755,54 3.755,54 3.755,54 Água e esgoto Alimentação Aluguel Contribuição Sindical Fornecedores Pró-Labore Rescisão Salários 13º Salários Seguro funcionários 3.755,54 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 2.751,59 2.889,17 3.033,62 3.185,30 3.344,57 3.511,80 68,25 68,25 68,25 68,25 68,25 68,25 Telefone 194,75 185,01 175,76 166,97 158,62 150,69 Transporte 300,00 300,00 300,00 300,00 300,00 300,00 R$ 18.494,57 R$ 18.770,85 R$ 19.061,90 R$ 24.241,04 R$ 19.691,19 R$ 20.030,91 3. Diferença do período 1-2 R$ 27.365,23 R$ 29.381,93 R$ 31.498,51 R$ 28.847,39 R$ 36.051,66 R$ 38.499,09 4. Saldo inicial de caixa R$ 40.143,38 R$ 62.508,61 R$ 86.890,54 R$ 113.389,05 R$ 137.236,44 R$ 168.288,10 5. Disp. acumulada 3+4 R$ 67.508,61 R$ 91.890,54 R$ 118.389,05 R$ 142.236,44 R$ 173.288,10 R$ 206.787,19 6.Nível desejado de caixa R$ 5.000,00 7. Saldo final R$ 62.508,61 R$ 86.890,54 R$ 113.389,05 R$ 137.236,44 R$ 168.288,10 R$ 201.787,19 Simples Nacional Tarifa bancaria SOMA R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 Fonte: Dados da empresa (2012) De acordo com a tabela 9, o fluxo de caixa projetado de ingressos dos próximos seis meses, ou seja, setembro de 2012 a fevereiro de 2013 foi baseado a partir do último ingresso realizado, acrescentado 5% a cada mês, pois os proprietários visam e almejam este crescimento, bem como a análise horizontal que serviu de referência para se ter resultados mais reais. 78 Nos ingressos à vista, ocorre um aumento de 5% a cada mês, esses valores são considerados normais entre os administradores, pois como informado anteriormente, os valores de ingressos no período de março a agosto de 2012, foram muito abaixo do normal, pela contingência do mercado automobilístico e o mercado em geral estarem em baixa. Nos ingressos a prazo, percebe-se aumento igual ao de ingressos a vista, 5%, porém com valores mais expressivos, pois derivam de serviços com clientes do governo, principalmente projetos, como a Universidade Federal de Santa Catarina. O Fluxo de caixa projetado nos desembolsos foi desenvolvido atenciosamente por cada item. Devido à incerteza dos valores futuros, os administradores optaram por uma margem maior em alguns itens, para que os valores se aproximem do esperado e pela experiência dos proprietários. O adicional de Insalubridade foi baseado por mês sem que haja alguma alteração inferior, como falta de algum funcionário alterando o valor. Somente no mês de dezembro devido ao 13º salário, optou-se em dobrar o valor, seguindo normalmente o valor de R$ 248,80 ate fevereiro. Água e esgoto foi percebido um valor superior a ao normal, esse valor estava como taxa e possivelmente é o novo valor cobrado pela empresa fornecedora, com isso, optou-se em manter o maior valor. O auxílio alimentação ficou inalterado, pois é um valor significativo e os administradores entendem como um bom benefício, sendo que, somente dois funcionários recebem este benefício, ou seja, o valor para cada funcionário é de R$ 300,00. O aluguel permanece inalterado, pois é pago para o fundador da empresa e não tem documento oficial exigindo aumento anual, este contrato é verbal. Não ocorre neste período contribuição sindical, é paga somente no mês de março. A energia elétrica sofre um aumento de 5% ao mês, optou-se em acrescentar 5% do mês de agosto para compor setembro, seguindo este aumento sucessivamente, pois entende-se que devido ao aumento de serviço previsto, acarreta um aumento de energia elétrica. O FGTS igualmente ao adicional de insalubridade, optou-se em permanecer com o total de salário por mês, sendo no mês de dezembro devido ao 13° salário, o valor duplicado, seguindo normalmente até fevereiro de 2013 79 Devido aos valores de fornecedores serem inconstantes e não necessariamente com aumento de serviço aumenta-se o valor de fornecedores, pois muitos clientes trazem seus materiais e vários serviços não precisam de materiais para ser executados, como exemplo, furação,corte etc. Optou-se em realizar uma média dos seis meses de pesquisa, ou seja, março a agosto de 2012, e acrescentar 5% ao mês. De acordo com a empresa de contabilidade, não haverá um aumento nos serviços contábeis executados pela empresa, sendo um fator favorável para a empresa em estudo. O INSS igualmente com adicional de insalubridade e FGTS, optou-se em impor o maior valor referente ao mês sem que haja alguma interferência, sendo no mês de dezembro o dobro devido ao 13º salário, seguindo o valore de R$ 524,06 ate fevereiro de 2013. Os proprietários decidiram em manter o mesmo valor do pró-labore, pois segundo eles, preferem arrecadar mais recursos para empresa e possivelmente se tudo correr como projetado, no final de 2013 aumenta o pró-labore. A empresa não pretende demitir nenhum funcionário neste período, por isso não há valor de desembolso com rescisão. Os valores com salários foram baseados no total de dias trabalhados sem que haja alguma alteração, como exemplo, a falta de funcionário no serviço. Esses valores foram obtidos através do contador da empresa, como também o adicional de insalubridade, FGTS, INSS e o próprio Honorário. O 13º salário acrescentou no desembolso da empresa no período projetado, é pago no mês de dezembro para os funcionários. O valor do seguro dos funcionários ficou inalterado devido que os proprietários da empresa decidiram aumentar o valor do prêmio dos segurados com as demissões de dois funcionários no período estudado, ou seja, os funcionários que continuam na empresa tiveram seu seguro com valor superior. Sendo mais beneficio para o funcionário e um valor considerado pequeno para as despesas da empresa. O desembolso Simples Nacional, sofre um aumento gradativo de 5% devido que está vinculada diretamente com os ingressos da empresa, ou seja, 6% do valor arrecadado pela emissão de nota fiscais é pago ao governo pelo imposto Simples Nacional e a empresa almeja um crescimento de 5% de ingressos no período projetado. 80 A tarifa bancária não altera e não tem previsão de aumento segundo funcionários do banco que a empresa possui conta bancária. O telefone foi realizado uma média dos últimos três meses e nos meses projetados, uma diminuição de 5% a cada mês, pois os gestores querem diminuir os gastos com este item, que segundo os proprietários ainda é alto devido o mau uso. O transporte é um benefício que não sofre valor ao decorrer dos meses projetados se nenhum dos 02 funcionários faltarem, sendo R$ 150,00 de benefício por funcionário. 4.10 FLUXO DE CAIXA REALIZADO X FLUXO DE CAIXA PROJETADO Nesta seção, aborda-se o comparativo de fluxo de caixa realizado (entre março á agosto de 2012) versus fluxo de caixa projetado (entre setembro de 2012 á fevereiro de 2013) e a diferença entre estes dois períodos. A tabela 10 apresenta os valores realizados entre os comparativos com finalidade de obter informações do atual período (realizado) com o futuro (projetado). 81 Tabela 10 - Fluxo de caixa realizado X Fluxo de caixa projetado. Descrição/Mês-Ano REALIZADO PROJETADO DIFERENÇA 1. Ingressos Serviços à vista 36.683,00 82.525,85 45.842,85 Serviços a prazo 73.826,00 229.408,42 155.582,42 110.509,00 311.934,27 201.425,27 SOMA 2. Desembolsos 0,00 Adicional de insalubridade 1.944,03 1.741,60 -202,43 463,44 496,44 33,00 1.800,00 3.600,00 1.800,00 30.000,00 30.000,00 0,00 Água e esgoto Alimentação Aluguel Contribuição Sindical 178,40 -178,40 Energia elétrica 2.015,40 3.800,38 1.784,98 FGTS 3.219,49 2.409,40 -810,09 14.459,77 16.392,09 1.932,32 Honorário contador 1.872,00 1.872,00 0,00 INSS 3.553,00 3.668,42 115,42 Pró-Labore 7.464,00 7.464,00 0,00 Rescisão 4.183,07 Salários 28.545,00 Fornecedores -4.183,07 22.533,24 -6.011,76 3.755,54 3.755,54 600,00 600,00 0,00 6.630,54 18.716,05 12.085,51 409,50 409,50 0,00 Telefone 1.537,46 1.031,80 -505,66 Transporte 2.341,10 1.800,00 -541,10 111.216,20 120.290,46 9.074,26 -707,20 191.643,81 192.351,01 4. Saldo inicial de caixa 122.701,17 608.456,12 485.754,95 5. Disp. acumulada 3+4 121.993,97 800.099,93 678.105,96 30.000,00 30.000,00 770.099,93 648.105,96 Salários 13º Seguro funcionários Simples Nacional Tarifa bancaria SOMA 3. Diferença do período 1-2 6.Nível desejado de caixa 7. Saldo final 121.993,97 Fonte: Dados da empresa (2012) 82 Observa-se na tabela 10, que a na coluna DIFERENÇA existe alguns desembolsos com valores negativos, isso se refere aos gastos com desembolsos que no período realizado foram maiores que no período projetado, ou seja, os valores como adicional de insalubridade, FGTS e salário foi devido que existiam mais funcionários e por isso estes encargos foram superiores, como também a rescisão. A contribuição sindical é paga em única parcela no mês de março. A diferença do telefone é a economia que a empresa almeja alcançar. Uma observação a ser feita é em relação às férias dos funcionários, o período de férias proposto pelos funcionários é para abril e setembro de 2013, com isso não foi contabilizado na tabela de fluxo de caixa projetado. Para obter uma análise mais específica de ingressos e desembolsos, será apresentada em gráficos para se ter uma melhor visão de cada período. Gráfico 21 - Ingressos realizado X projetado. Fonte: Dados da empresa (2012). Os ingressos no período projetado é muito superior ao ingresso do período realizado conforme nos mostra o gráfico 21. É uma estimativa positiva referente ao período estudado. Essa diferença é explicada pelo fraco desempenho de serviços realizados no período estudado, possivelmente pelo mercado de automóveis usados está em baixa. O gráfico 22 mostra a comparação dos desembolsos realizado e projetado. 83 Gráfico 22 - Desembolsos realizado X projetado. Fonte: Dados da empresa (2012). De acordo com o gráfico 22, o desembolso projetado é um pouco superior ao realizado, devido alguns gastos no mês de dezembro como 13º salário e seus encargos como FGTS, INSS e adicional de insalubridade. Também o acúmulo de energia elétrica devido ao aumento de serviços, consequentemente o aumento do Simples Nacional, que está relacionado com os ingressos. 4.11 PLANO DE AÇÃO 84 Tabela 11- Plano de ação. D Plano de ação P 1 - PLANO DE AÇÃO PROPOSTA/PROJETO: META OBJETIVO: Aumentar as receitas monitoramento de ingressos e desembolsos META VALOR: 1500,00 MEDIDA (o que) Quando Onde INDICADOR META PRAZO: Prospecção de clientes e Quem Razão, Como Porque, P/ (procedimento) Quanto Posição (R$) quem 1 Prospecção de 2012/2013 clientes Oficinas e outras empresas Proprietários Aumentar as Realizar visitas em receitas, empresas e oficinas que pois a não fazem serviços na empresa empresa. 150 esta refém de apenas 1 cliente em potencial que realiza serviços a prazo. 2 Propaganda 2012/2013 Radio, folder, anuncios Proprietarios Investir na imagem da Fazer anúncios em 1200 rádios, jornais e folder organização, para ser distribuídos em com isso lugares específicos existe como: sinaleira, chances de fornecedores e obter novos empresas visitadas. clientes. 3 Monitoramento 2012/2013 Empresa Proprietarios Os Realizar anotações de continuo dos proprietários ingressos e não estavam saídas de caixa, para todas as entradas e desembolsos monitorando compor o fluxo de caixa as finanças, adequado e atualizado, com isso, sendo tudo não informatizado. possuíam informações da real situação da empresa. 4 Parceria com fornecedores 2012/2013 Fornecedores Proprietarios Aumentar as Fazer parcerias com receitas e fornecedores potenciais prospecção a fim de divulgar a de novos empresa para futuros clientes serviços, aumentando os recursos e conquistando novos clientes 150 __ /__ /__ 85 Fonte: Dados da empresa (2012) Ação em desenvolvimento positivo. descontinuada. Ação proposta, aguardando aprovação. Ação parada ou 86 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Por meio deste estudo, o trabalho de conclusão de estágio teve como objetivo propor um modelo de fluxo de caixa para a empresa Usinagem Martins. Ao analisar as contas da empresa, percebeu-se que a organização não possuía um controle das entradas e saídas de caixa da empresa. A empresa baseava-se no saldo da conta bancária, e com isso, não realizava com precisão a tomada de decisão. O fluxo de caixa é guarda uma significativa importância para o monitoramento da dinâmica financeira, pois é uma ferramenta que auxilia o gestor a obter informações para tomada de decisão como também, para verificar a saúde financeira da empresa. O modelo desenvolvido para a empresa Usinagem Martins teve como referência o modelo de Zdanowicz (2004), pois de forma simplificada e eficaz, atende as necessidades da organização, contendo os ingressos e desembolsos da empresa em estudo. Percebe-se através deste estudo que a empresa Usinagem Martins, mesmo passando por diminuição de serviços, possivelmente pela baixa do mercado de automóveis usados e o mercado em geral, ainda considera-se sustentável. Um fator negativo mostrado através do fluxo de caixa realizado foram os ingressos a prazo, além de serem superiores ao de à vista, este recurso financeiro provém praticamente de um cliente, ou seja, a empresa esta refém de um único cliente para compor seus ingressos. Para reverter esta questão, um plano de ação foi elaborado pelo idealizador deste estudo para que seja solucionado este problema, sendo como fator principal, a prospecção de clientes. Durante a finalização deste estudo, a empresa Usinagem Martins passou a utilizar o modelo de fluxo de caixa proposto no estudo e a controle de suas entradas e saídas de caixa com mais eficiência, sendo um fator positivo para avaliar e analisar a real situação de suas finanças. Também passou a dialogar sobre o plano de ação proposto e a possibilidade de implantação por parte dos proprietários. Diante das atitudes tomadas pelos proprietários, o autor do estudo acredita que os objetivos do trabalho foram alcançados, pois o fluxo de caixa esta sendo utilizado e as medidas de correção estão sendo analisadas. Da perspectiva do acadêmico, este estudo foi de fundamental importância, pois aprofundou o conhecimento adquirido em sala de aula e colocou-se em prática 87 em uma empresa, tendo um retorno satisfatório entre o acadêmico e os proprietários da empresa em estudo. Não ocorreram impedimentos à coleta de dados, mesmo a empresa não contendo todas as informações registradas em um fluxo de caixa organizado, disponibilizou os documentos necessários para viabilizar este estudo no período realizado e os proprietários não mediram esforços para fornecer as informações. Acredita-se que se cumpriu com a formalidade ao concluir este estágio, somando-se ao objetivo de aprimoramento do conhecimento em administração, admiração à instituição de ensino e a valorização de todas as pessoas envolvidas neste estudo. Sugere-se como trabalho futuro a elaboração de um plano de marketing, para divulgação da empresa em estudo e a prospecção de clientes. 88 REFERÊNCIAS ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2005. ASSAF NETO, A; SILVA, C.A.T. Administração do capital de giro. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2007. ASSAF NETO, A; SILVA, C.A.T. Administração do capital de giro. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1997. ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-financeiro. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2000. BERTI, A. Análise do capital de giro: teoria e prática. São Paulo: Ícone, 1999. BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeiras. São Paulo: Atlas, 1989. BRAGA, Roberto. 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