domingo, 9 de fevereiro de 2014
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PLanejamento urbano
CIDADES
Falta de manutenção prejudica
projeto de paisagismo da Capital
Especialistas fazem alerta sobre negligência da prefeitura em cumprimento de plano diretor
valdenir rezende
Rafael Bueno
Especialistas alertam para a
necessidade de manutenção
das árvores que estão sendo plantadas nas vias e nos
espaços públicos de Campo
Grande, para que o projeto
municipal de arborização não
se torne um problema. Isso
porque, sem o devido cuidado, na idade adulta, essas árvores poderão atingir a rede
elétrica, impedir a iluminação de espaços públicos e, até
mesmo, danificar as calçadas.
A Avenida Duque de Caxias é uma das avenidas que,
recentemente, ganhou novas
mudas de ipês. Quem passa
pelo local pode ver as pequenas árvores, plantadas próximas às luminárias no canteiro
central. Inclusive, as folhas
dessas árvores já estão secas,
indicando a falta de água.
Segundo a arquiteta e urbanista Eliane Guaraldo, doutora em Estruturas Ambientais
Urbanas pela USP, a falta de
manutenção é visível em alguns pontos da Capital. Inclusive, “tapando” semáforos ou
reduzindo a visibilidade nos
cruzamentos.
“Isso dificulta as conversões
e, potencialmente, pode provocar acidentes. Se isto é um
problema, a causa é a falta
de manutenção, e não a existência da árvore ali, naquele
lugar”, comenta. A atenção,
segundo ela, deve ser maior
nesta época do ano (por causa
da combinação temperaturachuva), quando as árvores
costumam crescer em altura
e avolumar os seus galhos e
copas.
Eliane Guaraldo ressalta
que o paisagismo urbano é
fundamental para uma cidade mais bonita e com maior
qualidade de vida. Daí a importância do Plano Diretor de
Um projeto de
arborização
urbana não
termina no
desenho e, bem
assim, uma
execução de
arborização
urbana não
termina no plantio.
Se não houver
acompanhamento
regular, não
há garantia de
adequação às
calçadas, boa
estabilidade
mecânica, ou
de crescimento
saudável”
Eliane Guaraldo, presidente
da Regional Centro-Oeste
da Sociedade Brasileira de
Arborização Urbana (Sbau)
Arborização Urbana de Campo Grande.
Na sua avaliação, o Plano
Diretor tem tudo para dar certo, mas precisa de acompanhamento técnico capacitado
para a sua execução. “Precisamos, nós, cidadãos, acompanhar a sua implantação e
cobrar para que o projeto seja
seguido”.
Partindo deste princípio, a
Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul (UFMS) sub-
Duque de Caxias. Proximidade entre mudas e posicionamento delas no canteiro podem gerar problemas futuros, como na iluminação pública
meteu um projeto que prevê
a vinda a Campo Grande de
dois especialistas da Sociedade Brasileira de Arborização
Urbana (Sbau), para dar palestras e treinamento sobre práticas em arborização urbana.
A iniciativa partiu dos cursos
de Botânica e de Arquitetura
e Urbanismo, no qual Eliane
Guaraldo é coordenadora.
“Precisamos da Universidade,
com seu papel fundamental
de trazer a ciência da Arboricultura para o nosso cotidiano”, pontua.
Diversidade
Para a bióloga Tamires Yule,
com mestrado em biologia
vegetal, o interessante seria
investir em diversidade de
espécies no plantio das árvores em Campo Grande. Conforme Tamires, houve época em que toda a cidade foi
preenchida com sete-copas,
sibipiruna ou figueira. “É assim com o ipê agora. É uma
falha, uma vez que a riqueza
florística do Estado é imensa
e poderia ser amplamente explorada”, afirma.
Tempo
Chuva fraca no início da
tarde de ontem, em Campo
Grande, trouxe alívio para
a população, amenizando
temporariamente o forte calor nos últimos dias. No entanto, volumes mais expressivos na Capital só devem
ser registrados a partir da
semana que vem, segundo
previsão do meteorologista
da Anhanguera-Uniderp,
Natálio Abrahão Filho.
Depois da chuva, que durou pouco mais de 15 minutos, a temperatura caiu de
32ºC para 27ºC.
“Chuvas isoladas podem
ocorrer, por causa de formações locais, decorrentes
de variação de umidade e
aumento de temperatura,
mas não haverá volumes
significativos. A de ho-
sim, apresentarão risco de
danos às calçadas, em razão
do crescimento das raízes.
Assim como, também, as árvores de madeira de menor
qualidade (menor densidade e peso) correm maior
risco de quebra de galhos e
danos ao patrimônio.
A reportagem entrou em
contato duas vezes, com a
Prefeitura de Campo Grande, para falar do projeto municipal de arborização. Mas,
até o fechamento desta edição, não houve retorno.
Rodovias
Chuva vem fraca,
mas alivia o calor
Daniella Arruda
Na Capital, hoje, as espécies de árvores prevalentes na
arborização urbana são sibipirunas, oitis, flamboyants,
além dos belos e chamativos
ipês. Tamires explica que não
há espécies “ideais” para áreas
urbanas, mas sim um conjunto de características que devem ser observadas durante a
escolha, “além da observação
das exigências do local”.
Por isso, ela afirma que árvores muito grandes, em lugares limitados, deverão ter
podas periódicas e, ainda as-
je (ontem), por exemplo,
ocorreu só na região sul
da cidade e não chegou a
um milímetro”, explicou.
De acordo com o meteorologista, o Estado ainda
permanece sob a influência
de bloqueio atmosférico,
que também afeta metade
do País, impedindo o avanço
de frentes frias e causando
onda de calor nas regiões sul
e sudeste. No norte e sul do
Estado, há municípios com
mais de 11 dias sem chuva, o
que já caracteriza estiagem.
Apesar dos volumes baixos, ele esclarece que a Capital ainda não apresenta esse
quadro. Na sexta-feira, por
exemplo, houve precipitação de 2,1 milímetros. A última chuva considerada significativa em Campo Grande
foi no dia 31 de janeiro, com
volume de 12 milímetros.
Fotos: Gerson Oliveira
Sol. Pela manhã, as sombrinhas protegiam do calor
Chuva. À tarde, o objeto foi usado para outra finalidade
Dois mortos em
acidentes no interior
Duas pessoas morreram em
acidentes nas rodovias de Mato Grosso do Sul, anteontem.
Na MS-141, em Ivinhema, um
motociclista de 18 anos foi
atingido por um carro de passeio e não resistiu aos ferimentos, indo a óbito no local. Na
BR-163, em Douradina, colisão frontal entre dois carros de
passeio resultou na morte de
um dos motoristas, de 23 anos.
O primeiro acidente ocorreu
às 22h10min de sexta-feira,
próximo ao Pesqueiro do Valmir. A vítima, identificada como Afonso Henrique Izidoro
Pereira, conduzia uma moto
CG Honda Titan em direção a
Angélica, onde morava, quando colidiu com um veículo,
que teria fugido do local após o
acidente. O Corpo de Bombeiros foi chamado para atender
a ocorrência, mas encontrou
o jovem já sem vida. A Polícia
Civil de Ivinhema apura o caso.
Já o acidente em Douradi-
na ocorreu às 23h40min, no
quilômetro 278, próximo ao
Distrito de Vila Sapé. Conforme boletim de ocorrência,
um Fusion prata com placas
de Dourados, conduzido por
Leandro Piovesan, 23 anos,
seguia pela rodovia no sentido Rio Brilhante-Dourados
quando colidiu frontalmente com um Voyage preto, de
Rio Brilhante, que fazia o trajeto contrário.
O motorista do Voyage,
Ander Luis Camargo da Silva, não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Já o
condutor do Fusion sofreu
ferimentos nas pernas, sendo socorrido pelo Corpo de
Bombeiros e encaminhado
ao Hospital Evangélico de
Dourados. O caso foi registrado pela polícia civil de
Douradina como homicídio
culposo na direção de veículo automotor. (DA, com informações do Ivi Notícias)
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