INSTITUTO BIOLÓGICO PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DA DIVERSIDADE MORFOLÓGICA E GENÉTICA DE ISOLADOS DE Metarhizium anisopliae (METSCH.) SOROK. E AVALIAÇÃO DA VIRULÊNCIA EM Diatraea saccharalis (FABRICIUS, 1794) (LEPIDOPTERA: CRAMBIDAE). DAYSI DA SILVA ANDRADE PENNA Dissertação apresentada ao Instituto Biológico, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, para obtenção do título de Mestre em Sanidade, Segurança Alimentar e Ambiental no Agronegócio. Área de Concentração: Sanidade Segurança Alimentar e o Ambiente. Vegetal, Orientador: Prof. Dr. Antonio Batista Filho Co-orientadora: Prof. Lanza Destéfano São Paulo 2012 Dra. Suzete Aparecida DADOS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) Núcleo de Informação e Documentação - Biblioteca Instituto Biológico Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo Penna, Daysi da Silva Andrade Análise da diversidade molecular e genética de isolados de Metarhizium anisopliae (Metsch) Sorok e avaliação da virulência em Diatraea saccharalis (Fabricius,1794) (Lepdoptera : Crambidae) / Daysi da Silva Andrade Penna. -São Paulo, 2012. Dissertação (Mestrado). Instituto Biológico (São Paulo). Programa de Pós-Graduação. Área de concentração: Segurança Alimentar e Sanidade no Agroecossistema Linha de pesquisa: Biodiversdidade : caracterização, interações, interações ecológicas em agroecossistemas Orientador: Antonio Batista Filho Versão do título para o inglês: Analysis of morphological and genetic diversity Metarhizium anisopliae isolates (Metsch) Sorok and evaluation of virulence in Diatraea saccharalis (Fabricius,1794) (Lepdoptera : Crambidae) 1. Metarhizium anisopliae. 2. Diatraea saccharalis 3. Controle biológico 4. Controle microbiano 5. Cana-deaçúcar 6. Rep-PCR I. Batista Filho, Antonio II. Instituto Biológico (São Paulo). Programa de Pós-Graduação III. Título IB/Bibl./2012/003 SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS INSTITUTO BIOLÓGICO Pós-Graduação Av. Cons. Rodrigues Alves 1252 CEP 04014-002 - São Paulo – SP [email protected] FOLHA DE APROVAÇÃO DAYSI DA SILVA ANDRADE PENNA ANÁLISE DA DIVERSIDADE MORFOLÓGICA E GENÉTICA DE ISOLADOS DE Metarhizium anisopliae (METSCH.) SOROK. E AVALIAÇÃO DA VIRULÊNCIA EM Diatraea saccharalis (FABRICIUS, 1794) (LEPIDOPTERA: CRAMBIDAE). Orientador: Prof. Dr. Antonio Batista Filho Co-orientador: Prof. Dra. Suzete Aparecida Lanza Destéfano Dissertação apresentada ao Instituto Biológico da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios para obtenção do título de Mestre em Sanidade, Segurança Alimentar e Ambiental no Agronegócio. Área de Concentração: Sanidade Vegetal, Segurança, Alimentar e Ambiental no Agronegócio. Aprovada em: Banca Examinadora Assinatura: Prof. Dr.: Antonio Batista Filho Instituição: Instituto Biológico de São Paulo Assinatura: Prof. Dr.: José Eduardo Marcondes de Almeida Instituição: Instituto Biológico de São Paulo Assinatura: Prof. Dr.: Nelson Sidnei Massola Júnior Instituição: ESALQ/USP “Determinação, coragem e autoconfiança são fatores decisivos para o sucesso. Se estivermos possuídos por uma inabalável determinação conseguiremos superá-los. Independentemente das circunstâncias, devemos ser sempre humildes, recatados e despidos de orgulho”. (Dalai Lama) Ao meu pai Valmir que mesmo lá de cima, tenho a certeza de que sempre esteve ao meu lado. Dedico. AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar a Deus, pela saúde e capacidade para atingir os meus objetivos. Ao Prof. Dr. Antonio Batista Filho pela orientação, amizade, respeito, total confiança para a realização desse trabalho e principalmente por toda tranquilidade nos meus momentos de estresse e pelo exemplo profissional. E é claro, por todos os fortes abraços! A Prof. Dra. Suzete Aparecida Lanza Destéfano que além de uma co-orientadora, esteve o tempo todo ao meu lado e como uma mãe confiou e me ensinou desde os primeiros passos da biologia molecular até a realização total desse trabalho. Agradeço de coração pelo carinho, amizade, simplicidade, dedicação, serenidade, segurança e exemplo de pessoa a quem me espelho. Ao Dr. José Eduardo Marcondes de Almeida pela amizade e confiança, mesmo com toda a minha insegurança ou quando tudo parecia não sair do papel. Ao Dr. Ricardo Henri Rodrigues Destéfano por ter nos concedido o DNA E-9. Ao Dr. Luis Garrigos Leite, Dr. Valmir Antonio Costa e Dra. Zuleide Alves Ramiro pelo convívio. Ao Dr. José Eduardo Marcondes de Almeida, Dr. Luis Garrigos Leite e Dr. Nelson Sidnei Massola Junior pelas indispensáveis correções e contribuições no trabalho. Ao Dr. Valmir Antonio Costa pelas lindas fotos. A FUNDAG e FUNDEPAG pelo apoio financeiro nas despesas do trabalho. Ao agrônomo Diogo Miranda pela ajuda nos primeiros passos. A bióloga Patrícia Lima pelos protocolos e dúvidas esclarecidas no início das extrações de DNA. A Dra. Mariana Ferreira Tonin e a doutoranda Daniele Corrêa pela paciência, explicações e auxílio na realização de algumas técnicas laboratoriais. A doutoranda Lucilene Lopes pela amizade, apoio e essencial ajuda nas análises moleculares. Ao doutorando Lucas Rivera pela ajuda com o programa NTSYS. Aos funcionários e estagiários do Laboratório de Bacteriologia Vegetal Dr. Berian, Dr. Júlio, Dra. Celeste Diniz, MSc. Irene Maria Gatti de Almeida, Alex Tomaseto, Karen Maciel, Larissa Merighi, Renata Comparoni, Soninha e Victor Pierini pela receptividade e convívio. A bióloga Jaqueline Rebouças Cachatori pelo incentivo e convívio no primeiro ano que passamos juntas em Campinas. Aos biólogos e amigos do Laboratório de Controle Biológico Aline Almeida, Ana Beatriz Monteiro, Ana Paula Pinto, Ana Paula Pereira, Fabio Shimit, Fenanda Polastre, Lucas Simi, Mariana Silva, Mariana Garcia, Marília Marcassi, Maria Elízia Pacheco, Patrícia Ballone, Renata Imperato, Renata Marraschi, Roselaine Bueno e Tatiane Pietrobon pela convivência amiga, pelas conversas, piadinhas e gargalhadas que tornavam o nosso ambiente de trabalho mais animado e agradável. Em especial a Paty, por estabelecer a rotina de confraternizações diárias que resultaram nos “kg” a mais da turma. A amiga Marília Marcassi por ser sempre tão delicada e atenciosa no dia a dia, além de não medir esforços para criar e ceder todas as lagartas de D. saccharalis para os experimentos. Novamente aos amigos Ana Paula Pereira, Mariana Garcia, Marília Marcassi, Lucas Simi, Patrícia Ballone e Roselaine Bueno pela prontidão e imprescindível colaboração nos experimentos de virulência – Muito obrigada, sem vocês tudo seria mais difícil! E não poderia deixar de fora mais uma vez à amiga Ana Paula Pinto por todos os bons momentos, mesmo quando se fazia presente apenas “on line”. A Daniele Oliveira, Débora Rais, Mário Kokubo e Anderson Fujita pela amizade, companhia no alojamento e/ou nas intermináveis viagens a SP. Ao doutorando Matheus Cipriano pela confiança em me acompanhar, aprender e até ajudar nos experimentos moleculares. A pesquisadora Harumi Hojo pela amizade, incentivo e presteza em sempre ajudar, seja no lado profissional ou pessoal, com uma palavra, um conselho ou apenas em me ouvir. Aos colegas e amigos do Programa de Pós Graduação pelo convívio e boas risadas, as quais descontraiam os momentos de tensão, além das histórias, apelidos e lembranças que ficarão gravadas para sempre em minha memória. Aos pesquisadores, professores e funcionários do Instituto Biológico, pela amizade, dedicação e princípios que ficaram registrados no convívio desses dois anos de trabalho. E por fim, agradeço aos Professores Dr. Douglas Máscara (orientador da graduação) e Maria Cecília Piola Brandt pelo incentivo e pela carta de recomendação. Em particular ao Dr. Douglas Máscara pela maneira como ministrava suas aulas de Controle Biológico, as quais despertaram meu interesse pela área. AGRADECIMENTOS ESPECIAIS A minha mãe pelo amor, orgulho, confiança e principalmente pela educação, valores e momentos de superação que sempre esteve ao meu lado. A minha irmã pelo amor, carinho e saudades o qual aprendemos controlar com o passar do tempo. A Sandy minha paixão e fiel companheira, que me esperava por longos dias em troca muito carinho, respeito e amor verdadeiro. Aos meus avós: Nair, Lourdes e Miel o qual dispenso palavras, amor incondicional. A minha família em geral tios, primos e agregados os quais eu amo muito e hoje tenho a certeza de que somos mais unidos do que nunca. As eternas amigas Ana Claudia Oliveira, Amanda da Silva, Paloma Teixeira e Silvia Espinoza pela certeza da verdadeira amizade, carinho, admiração e pensamentos positivos cada vez que eu precisei uma palavra amiga. Amo de verdade! As amigas Aline Santos, Roberta Duarte e Thais Feitosa que mesmo longe em momento algum deixaram de estar presente na minha vida por meio de um telefonema, um e-mail ou uma mensagem de celular, mostrando que simplesmente pensavam em mim e estavam ali para qualquer coisa. Ao irmão, amigo e sempre companheiro Willian Silva Arruda, sem dúvida um exemplo de pessoa que através de coisas simples me mostrou com um olhar e um sorriso o verdadeiro significado da VIDA e sem dúvida para mim ficou alguém especial que me ensinou muito do que sou hoje e que ficará para sempre em meu coração. Saudades eternas meu querido – DESCANSE EM PAZ! Ao amigo Felipe Sousa por ser especial na minha vida. As amigas Ana Paula Rosa, Daniela Moreira, Flávia Tatsuno (minha companheira de graduação), Fernanda Ribeiro, Fernanda “Redher”, Gisele Antunes, Janaína Cavalari, Marcelle Toutain e Marisa Cunha pelas conversas e palavras amiga, mesmo não frequentes, mas aconteciam nos momentos em que eu mais precisava. A amiga e companheira Danielle Vieira Rodrigues que sempre que possível esteve ao meu lado, dividindo momentos de felicidades, dificuldades e superação. A bióloga e amiga Dra. Denise Balani pela companhia durante o meu primeiro ano em Campinas. As biólogas e amigas Jéssica Harue e Renata Ésper pelos poucos, mas inesquecíveis momentos de descontração. Ao amigo Cleiton Fernando Feruglio por toda a atenção, carinho e belas palavras a todo o momento. Aos companheiros do Rotaract Club Campinas Universitário, em especial a minha madrinha Letícia Biglia, pela oportunidade de fazer parte dessa família e aos companheiros do Rotaract Club Poá, em particular aos amigos Fagner Barreto de Carvalho e Paulo Victhor Bueno Costa pela compreensão, incentivo e apoio em tudo o que eu escolhi para minha vida. A todos, muito obrigada! i PENNA, D.A.S.; ANÁLISE DA DIVERSIDADE MOLECURAR E GENÉTICA DE ISOLADOS DE Metarhizium anisopliae E AVALIAÇÃO DA VIRULÊNCIA EM Diatraea saccharalis (FABRICIUS, 1794) (LEPIDOPTERA: CRAMBIDAE). São Paulo. 2012. Dissertação (Mestrado em Sanidade Vegetal, Segurança Alimentar e o Ambiente) – Instituto Biológico. RESUMO A cultura da cana-de-açúcar é importante para o agronegócio brasileiro, constituindo uma das fontes de energia mais consideráveis do país. No entanto, a produção dos canaviais poderia ser maior se fossem minimizados os problemas de pragas e doenças, dentre elas o ataque por Diatraea saccharalis, que tem levado a uma busca contínua por alternativas visando a reduzir os efeitos adversos resultantes das aplicações de inseticidas químicos. Neste contexto vem se destacando o controle biológico com uso de fungos entomopatogênicos, seja pela sua ocorrência natural ou pela sua utilização como inseticidas biológicos. Assim o fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae assume importante papel, pois é encontrado facilmente nos solos e seu uso pode ser associado a parasitoides. O presente trabalho teve como objetivo a análise da diversidade biológica de quarenta e sete isolados de M. anisopliae armazenados e catalogados na Coleção de Fungos Entomopatogênicos “Oldemar Cardim Abreu” do Laboratório de Controle Biológico do Instituto Biológico bem como a avaliação da virulência sobre D. saccharalis. Os resultados obtidos com a caracterização morfológica das colônias e com a amplificação por primers específicos ITSMet e ITS4, permitiram confirmar a identidade biológica de todos os isolados como M. anisopliae var. anisopliae e por meio da técnica de rep-PCR pode-se afirmar que existe diversidade genética infraespecífica nos isolados selecionados e dentre eles, o isolado IBCB 695 apresentou-se potencialmente mais virulento para D. saccharalis que o isolado IBCB 425 comumente usado em áreas comercias para o controle de Mahanarva fimbriolata. Palavras-chave: Controle microbiano, controle biológico, cana-de-açúcar, Metarhizium anisopliae, Diatraea saccharalis e rep-PCR. ii PENNA, D.A.S.; ANALISYS OF MORPHOLOGICAL AND GENETIC DIVERSITY OF Metarhizium anisopliae ISOLATES AND EVALUATION OF VIRULENCE IN Diatraea saccharalis (LEPIDOPTERA: CRAMBIDAE). São Paulo. 2012. Dissertation (Mestrado em Sanidade Vegetal, Segurança Alimentar e o Ambiente) – Instituto Biológico. ABSTRACT The sugarcane crop is important for the Brazilian agribusiness, constituting one of the most significant sources of income to the country. However, the production of sugar cane could be increased if the problems due to pests and diseases we reduced, among them Diatraea saccharalis, which has led to a continuous search for alternatives to reduce the adverse effects from the application of chemical insecticides. In this context it has been emphasized the use of biological control with entomopathogenic fungi, either by their natural occurrence or by their use as biological insecticides. Thus the entomopathogenic fungus Metarhizium anisopliae plays an important role, since it can be easily found in soils and its use may be associated with parasitoids. This study aimed to analyze the biological diversity of forty-seven isolates of M. anisopliae stored and cataloged in the Collection of Entomopathogenic Fungi "Oldemar Cardim Abreu" Biological Control Laboratory of the Biology Institute as well as evaluating the virulence of D. saccharalis. The results obtained with the morphological characterization of the colonies and with the amplification with specific primers ITSMet and ITS4, confirmed the identity of all isolates as M. anisopliae var. anisopliae. Rep-PCR technique showed that there is infraspecific genetic diversity in selected isolates and among them. The isolate IBCB 695 is potentially more virulent for D. saccharalis than the isolate IBCB 425, which is normally used as agent for biological to control of Mahanarva fimbriolata. Keywords: microbial control, biological control, cane sugar, Metarhizium anisopliae, Diatraea saccharalis and rep-PCR. iii LISTA DE TABELAS Tabela 1: Isolados de Metarhizium anisopliae ............................................................ 15 Tabela 2: Sequência dos primers utilizados nas reações de ERIC-, BOX- e REP-PCR 22 Tabela 3: Mortalidade de lagartas de Diatraea saccharalis após a aplicação do fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae ................................................................. 41 iv LISTA DE FIGURAS Figura 1: Variação morfocultural de M. anisopliae cultivados em meio BDA .............. 24 Figura 2: Características do crescimento micelial vigoroso de algumas colônias ....... 25 Figura 3: Coloração das colônias e verso das placas. ............................................... 25 Figura 4: Quantificação de DNA de isolados de M.anisopliae .................................... 26 Figura 5: Produtos da amplificação do DNA de isolados de M. anisopliae utilizando-se iniciadores ITSMet e ITS4 ........................................................................................... 27 Figura 6: Produtos da amplificação do DNA de isolados de Metarhizium anisopliae utilizando-se os iniciadores REP1R-I e REP2R-I ........................................................ 28 Figura 7: Dendrograma gerado de acordo com amplificação de isolados de M. anisopliae utilizando-se os iniciadores REP1R-I e REP2R-I ........................................................ 30 Figura 8: Produtos da amplificação do DNA de isolados de Metarhizium anisopliae utilizando-se o iniciador BOX A1R. ............................................................................. 31 Figura 9: Dendrograma gerado de acordo com amplificação de isolados de M. anisopliae utilizando-se os iniciadores BOX A1R ......................................................................... 32 Figura 10: Produtos da amplificação do DNA de isolados de Metarhizium anisopliae utilizando-se os iniciadores ERIC1R e ERIC2. ............................................................ 33 Figura 11: Dendrograma gerado de acordo com amplificação de isolados de M. anisopliae utilizando-se os iniciadores ERIC1R-I e ERIC2 .......................................... 35 Figura 12: Dendrograma gerado em conjunto das matrizes dos iniciadores de REP1R-I e REP2, BOX AR1, ERIC1R e ERIC2 ............................................................................ 37 Figura 13: Testemunha de D. saccharalis não colonizada por M. anisopliae ............. 42 v Figura 14: Lagartas de D. saccharalis morta por ataque de diferentes isolados de M. anisopliae ................................................................................................................... 42 Figura 15: Lagarta de D. saccharalis morta com o isolado de M. anisopliae IBCB 69542 Figura 16: Mortalidade de lagartas de Diatraea saccharalis após a aplicação do fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae IBCB 425 ................................................. 43 SUMÁRIO RESUMO ....................................................................................................................... i ABSTRACT ...................................................................................................................ii LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... iii LISTA DE TABELAS ....................................................................................................iv 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................... 3 2.1. Características e importância econômica da cana-de-açúcar ................................ 3 2.2. Biologia e danos de Diatraea saccharalis............................................................... 3 2.3. Monitoramento e controle ...................................................................................... 4 2.4. Metarhizium anisopliae (Metsch.) Sorokin e o controle microbiano ........................ 7 2.4.1 Mecanismo de ação sobre o inseto ...................................................................... 8 2.4.2 Aplicação do isolado IBCB 425 no controle pragas .............................................. 8 2.5. Caracterização molecular e marcadores moleculares ............................................ 9 2.6. Diversidade genética em fungos .......................................................................... 10 3. OBJETIVO.............................................................................................................. 13 4. MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 14 4.1. Isolados de Metarhizium anisopliae ..................................................................... 14 4.2. Meios de cultivo e soluções ................................................................................. 17 4.2.1. Meio de cultivo BDA. ......................................................................................... 17 4.2.2 Soluções e tampões........................................................................................... 17 4.3. Obtenção dos conídios para a inoculação em meio sólido e cultura monospórica 18 4.4. Caracterização Morfológica.................................................................................. 19 4.5. Caracterização Molecular .................................................................................... 19 4.5.1 Obtenção de micélio utilizado para a extração do DNA ...................................... 19 4.5.2. Extração de DNA em pequena escala............................................................... 20 4.5.3 Confirmação da identidade biológica por primers específicos ............................ 20 4.5.4. Caracterização dos isolados por rep-PCR ........................................................ 21 4.5.4.1. Análise dos padrões de fingerprinting ............................................................ 22 4.6. Ensaio de virulência ............................................................................................. 23 4.7. Análise Estatística................................................................................................ 23 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................ 24 5.1 Caracterização Morfológica ....................................................................................... 24 5.2 Caracterização Molecular.......................................................................................... 26 5.2.1 Extração de DNA ............................................................................................... 26 5.2.2 Confirmação da identidade dos isolados de M. anisopliae por primers específicos26 5.2.3 Caracterização dos isolados por rep-PCR e análise dos padrões de fingerprinting 27 5.2.3.1 REP-PCR............................................................................................................ 28 5.2.3.2 BOX-PCR ........................................................................................................... 31 5.2.3.3 ERIC-PCR........................................................................................................... 33 5.2.3.4 Análise por rep-PCR ........................................................................................... 36 5.3 Ensaio de virulência .................................................................................................. 40 6. CONCLUSÃO ............................................................................................................. 44 7. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 45 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ 1. INTRODUÇÃO O agronegócio é uma das fontes de renda mais importante para a economia do país, representando cerca de um terço do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e responsável pela geração de empregos em diversos setores. Atualmente, o Brasil exporta seus produtos agroindustriais para cerca de 180 países, podendo ser expandido, respeitando os cuidados com relação à segurança e sanidade ambiental e alimentar (PORTAL, 2011). A cultura da cana-de-açúcar (Saccharum spp.) é uma das mais importantes para o agronegócio brasileiro e está presente nos setores econômico, social ou ambiental. O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, e também lidera o setor de tecnologia de produção do etanol. Além da matéria prima para a produção de açúcar e álcool, os subprodutos e resíduos dessa cultura são utilizados para a co-geração de energia elétrica, produção de ração animal e fertilizantes para as lavouras (EMBRAPA, 2010). A área de cana-de-açúcar colhida destinada à atividade sucroalcooleira na safra de 2011 foi estimada em 8.091,5 mil hectares, distribuída em todos estados produtores. O Estado de São Paulo continua sendo o maior produtor com 54,35%, seguido por Minas Gerais com 8%, Paraná com 7,5%, Goiás com 7,4%, Alagoas com 5,74%, Mato Grosso do Sul com 4,2% e Pernambuco com 4,1%. Nos demais estados produtores as áreas são menores, mas com bons índices de produtividade (CONAB, 2011). Porém, a produção brasileira poderia ser maior se fossem minimizados os problemas de pragas e doenças. Entre esses destaca-se o ataque por Diatraea saccharalis (Fabricius, 1794) (Lepidoptera: Crambridae), conhecida popularmente como broca-da-cana e considerada a praga mais importante da cultura (BOTELHO, 1992; YAMAUCHI et al., 1997; GALLO et al., 2002). O controle da broca-da-cana tem levado à busca contínua de alternativas visando diminuir os efeitos adversos ao homem e ao ambiente decorrentes do emprego de inseticidas químicos. Neste contexto, os entomopatógenos assumem papel importante, seja pela sua ocorrência natural, como pela sua utilização como inseticidas biológicos ou no emprego de programas de controle biológico e manejo integrado de pragas (MIP) (ALVES, 1998). Com relação ao controle biológico no Brasil, a cultura da cana-de-açúcar possui dois dos maiores programas mundial sendo a liberação de Cotesia flavipes para o controle de D. saccharalis e a aplicação do fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae para o controle de Mahanarva posticata e Mahanarva fimbriolata (Hemiptera: Cercopidae) (PINTO; GARCIA; BOTELHO, 2006). ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 1 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ A presente dissertação teve como objetivo a análise da diversidade biológica de quarenta e sete isolados de M. anisopliae pertencentes à Coleção de Fungos Entomopatogênicos “Oldemar Cardim Abreu” do Laboratório de Controle Biológico do Instituto Biológico de São Paulo, bem como avaliação da virulência dos isolados sobre D. saccharallis. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 2 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. Características e importância econômica da cana-de-açúcar A cana-de-açúcar é uma espécie pertencente à família Poaceae, subfamília Panicoideae, tribo Andropogoneae, subtribo Saccharinae, e ao gênero Saccharum (TZVELEV; 1989). Tem origem no Sudeste da Ásia e tem sido utilizada como fonte de energia desde a antiguidade, e há cerca de 12 mil anos já era domesticada na Nova Guiné (Oceania). Foi introduzida no Brasil pelos primeiros colonizadores e logo se disseminou pelos estados brasileiros devido a sua preferência por regiões tropicais. Desenvolve-se em forma de touceira, sua parte aérea é formada por colmos, folhas, inflorescências e frutos; e a parte subterrânea é formada por raízes e rizomas. Suas características varietais definem o número de colmos por plantas, altura e diâmetro do colmo, comprimento e largura das folhas e arquitetura da parte aérea, sendo a expressão desses caracteres influenciados pelo clima, manejo e pelas práticas culturais realizadas (MAULE; MAZZA; MARTHA, 2001; AZEVEDO et al., 2003; ASSIS et al., 2004). De acordo com Lopes (2011), a cultura da cana-de-açúcar possui importância histórica e econômica para o Brasil. O agronegócio sucroalcooleiro vem sofrendo grande expansão na última década, não só no país como também em todo o mundo em função, principalmente, da demanda por fontes de energia menos agressivas ao ambiente. Assim, para atender à maior demanda por seus subprodutos, principalmente de etanol, as áreas cultivadas com cana-de-açúcar vêm aumentando a cada ano no Brasil, ocupando áreas novas de cultivo nas regiões centrais do país. Em 2011 as vendas gerais do agronegócio ao exterior chegaram a US$ 85,7 bilhões no período acumulado dos últimos 12 meses, superando expectativas do Ministério da Agricultura. Em um ano, os produtos do complexo sucroalcooleiro foram um dos mais exportados, superados apenas pelo complexo soja seguido das carnes (ProCana, 2011). Para incrementar a produção de cana-de-açúcar por meio da instituição de novas usinas e pelo aumento da capacidade produtiva da renovação dos canaviais, a Petrobras Biocombustível deve investir US$ 2,5 bilhões na ampliação da produção de etanol e biodiesel até o ano de 2015. Desse volume, US$ 1,9 bilhão, ou 76% do total, será direcionado para produção de etanol (PROCANA, 2011). 2.2. Biologia e danos de Diatraea saccharalis ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 3 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ A broca-da-cana, Diatraea saccharalis Fabr. (Lepidoptera: Crambidae), um inseto pertencente a Ordem Lepidoptera, Família Crambidae, possui desenvolvimento holometabólico e é muito conhecida no Brasil pelos prejuízos causados à cultura de canade-açúcar (CRUZ; 2007). Os adultos frequentemente depositam seus ovos na face dorsal das folhas, em um agrupamento característico semelhante a uma escama de peixe, contendo em média de 5 a 50 ovos podendo chegar a colocar de 300 à 600 ovos durante toda a sua vida com período de incubação de ovos variando de 4 a 12 dias (GALLO et al., 2002). Ainda de acordo com Gallo e colaboradores (2002), as lagartas apresentam coloração branco amarelada com cabeça marrom, podendo atingir até 2,5 cm de comprimento. Após a eclosão, as lagartas de 1° ínstar alimentam-se do parênquima das folhas e entre o 2° e 3° ínstar passam a caminhar em direção ao colmo e penetram na região dos entre nós, abrindo galerias longitudinais e transversais até a fase de pupa. A fase larval tem duração de 20 a 79 dias, sofrendo variações de acordo com as condições climáticas. A fase pupal ocorre no interior das galerias abertas até a emergência do adulto. Os adultos emergem sob a forma de mariposas com coloração amarela-palha medindo 2,5 cm de envergadura, sendo as fêmeas maiores com abdômen dilatado, diferenciando-se dos machos que apresentam o último par de pernas cobertos por cerdas. Sua longevidade varia de 2 a 9 dias (GALLO et al., 2002; PINTO; GARCIA; BOTELHO 2006). Os danos causados por essa praga podem ser diretos ou indiretos. Os danos diretos são caracterizados pela abertura das galerias no colmo, perda de peso, morte das gemas, redução do fluxo da seiva, além de torná-la mais suscetível ao tombamento pela ação do vento e das chuvas. Em canas mais jovens a broca produz o secamento dos ponteiros (conhecido como coração morto). Os danos indiretos ocorrem pela ação de microorganismos fitopatogênicos, entre eles os fungos Colletotrichum falcatum (Went, 1993) e Fusarium moniliforme Sheldon (Nirenberg, 1976) que penetram através dos orifícios e galerias, ocasionando a podridão vermelha do colmo. Muitas vezes esses fungos chegam a degradar a sacarose diminuindo a pureza do caldo, competindo com as leveduras no processo fermentativo e interferindo negativamente na produção de açúcar e álcool, resultando algumas vezes em perdas maiores do que àquelas causadas pelos danos diretos (GALLO et al., 2002; BOTELHO; MACEDO, 2002). 2.3. Monitoramento e controle ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 4 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ Com a expansão das áreas cultivadas pela cana-de-açúcar em locais de diferentes condições edafoclimaticas, faz-se necessário o monitoramento de pragas, principalmente da broca da cana-de-açúcar pois ela encontra-se bem disseminada em todas as áreas de cultivo. Por isso, existe a preocupação dessa praga ser monitorada todos os anos, para que a sua população não ultrapasse o nível de controle, causando prejuízos consideráveis à produção. Quando a broca-da-cana ocorrer em altas infestações, a diminuição dos seus danos até níveis toleráveis será lenta, levando, geralmente, de dois a três anos (PINTO, 2008). O controle químico pode ser empregado na situação quando houver 3% de cana com lagartas recém-eclodidas. Nessa situação, são realizadas pulverizações com inseticidas reguladores de crescimento visando a região do palmito da planta. A recomendação desse tipo de controle consiste na pulverização de inseticidas nas proximidades do conjunto de folhas centrais, fazendo-se uso de algum dos produtos recomendados, tendo como ingredientes ativos o triflumuron, lufenuron ou fipronil. (GALLO et al., 2002; MAPA, 2011). De acordo com Bortoli e colaboradores (2004), para o sucesso do controle da broca é imprescindível que o mesmo seja realizado antes de sua penetração no colmo da cana, uma vez que no interior do colmo seu o controle torna-se muito difícil. Esse método apresenta uma série de efeitos adversos prejudiciais ao homem e outros animais como a seleção de populações resistentes do inseto, desequilíbrio ecológico; além do seu alto custo, fazendo-se, portanto, necessária a busca de alternativas que minimizem os efeitos negativos dos inseticidas sintéticos sobre o meio ambiente (KOGAN; 1998; DALVI et al., 2011). E neste contexto, os entomopatógenos, alguns parasitoides e predadores assumem um importante papel seja pela sua ocorrência natural como pela sua utilização como inseticidas biológicos (ALVES, 1998). No Brasil, o controle biológico é feito principalmente por meio criações e liberações inundativas de parasitoides como C. flavipes (Cameron; 1891) (Hymenoptera: Braconidae), e tem sido empregado desde 1974. Para Botelho e Macedo (2002), o sucesso da liberação dessas vespinhas foi devido à facilidade da produção massal em laboratório de criação e a sua capacidade de localização da praga. Esse é o controle biológico mais eficaz (FUCHS; HARDING; SMITH, 1979; WIEDENMANN; SMITH; DARNELL, 1995), mesmo esta praga não sendo seu hospedeiro natural (GIFFORD; MANN, 1967). C. flavipes é reconhecido também por parasitar outras lagartas da família Crambidae, sendo considerado um endoparasitoide larval, cenobionte e gregário (WIEDENMANN; SMITH, 1995; BOTELHO; MACEDO, 2002). ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 5 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ O microhimenóptero Trichogramma galloi Zucchi, 1988 (Hymenoptera: Tricchogrammatidae) é outro inimigo natural eficiente ao controle de pragas, pois parasita ovos de lepidópteros (BOTELHO et al., 1995). Esse tipo de controle é recomendável quando no monitoramento for encontrado médias superiores a 10 lagartas/hora/homem, ou com população estimada em 2.500 lagartas/ha (BOTELHO; MACEDO, 2002). Porém, a eficiência da liberação de parasitoides pode ser comprometida pela falta de sincronismo observada no campo entre ovos da praga e fêmeas de T. galloi, havendo a necessidade, nesse caso, de se utilizar outros métodos para combater a praga (BOTELHO; MACEDO, 2002). Essa falta de sincronismo pode levar ao aparecimento de lagartas, que não é o estágio suscetível ao parasitoide de ovos. Nesse caso,a utilização de um agente microbiano seria recomendado levando em consideração o comportamento do primeiro ínstar larval de se encontrar na parte externa da planta. As diversas fases de desenvolvimento de D. saccharalis sofrem a ação de diferentes inimigos naturais, tais como parasitoides, predadores e entomopatógenos como fungos, bactérias, vírus (NAVA; PINTO; SILVA, 2009), uma vez que os microrganismos são compatíveis com outros métodos usuais não interferindo na ação de parasitoides e predadores que já participam naturalmente no controle de pragas (ALMEIDA et al., 1986). Segundo Alves, (1986) e Lecuona e Alves (1998), os patógenos mais importantes que infectam naturalmente a broca da cana-de-açúcar são Metarhizium anisopliae (Metsch.) Sorok., Beauveria bassiana (Balsamo) Vuillemin, (1912) e vírus da granulose. Os fungos, devido à sua ampla distribuição geográfica, são os mais estudados para o controle de pragas, e apresentam também a vantagem da variedade de hospedeiros e sua ocorrência enzoótica ou epizoótica em algumas espécies de insetos pragas (ALVES; 1998). Os fungos B. bassiana e M. anisopliae podem ser utilizados no controle de ovos e lagartas recém eclodidas de Diatraea spp., uma vez que, quando em condições climáticas favoráveis de umidade e temperatura favorecem a atuação do patógeno, possibilitando o desenvolvimento de epizootias. A sua utilização em diferentes concentrações sobre lagartas demonstrou que além de serem patogênicos às lagartas dessa praga, estes fungos também interferiram negativamente na sua biologia (OLIVEIRA et al. 2008). Na região Nordeste, em condições favoráveis, esses patógenos causam naturalmente a infecção de até 10% de lagartas existentes nos canaviais (ALVES; LOPES 2008). M. anisopliae é um agente de controle biológico capaz de infectar todas as fases de desenvolvimento de D. saccharalis. De acordo com Almeida e colaboradores (1984) em condições de laboratório, a eficiência do fungo sobre ovos do inseto chega a atingir 90% de controle. Já Almeida; Alves (1982) obtiveram um controle de 100% de lagartas, propondo o uso de M. anisopliae para o controle biológico deste inseto. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 6 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ Segundo Folegatti (1985), a aplicação conjunta de M. anisopliae e C. flavipes Cameron 1891 (Hymenoptera: Braconidae) é mais eficiente que a aplicação do fungo isoladamente e sua inoculação não é prejudicial a nenhum estágio de desenvolvimento da vespinha. Logo, M. anisopliae é compatível com o uso de parasitoides e pode ser inserido no manejo integrado de pragas nessa cultura. Com relação ao entomopatógeno B. bassiana, Alves et al., (1985) avaliaram a eficiência no controle de D. sacchharalis em condições de campo e observaram mortalidade de 47,5% até 56%, de acordo com as diferentes concentrações das suspensões, causando a redução do dano causado pela praga. E em 2009, Zappelini observou que B. bassiana é mais virulento que M. anisopliae, porém, concluiu que ambos são promissores para a aplicação no controle microbiano. Fernandes e colaboradores (2006), concluíram que estudos desenvolvidos com os entomopatógenos demonstraram que a variabilidade genética dos isolados, principalmente quanto aos parâmetros moleculares e de patogenicidade, determinaram diferenças no grau de virulência do patógeno, interferindo, dessa maneira, nos percentuais de eficiência do controle de insetos e ácaros. 2.4. Metarhizium anisopliae (Metsch.) Sorok. e o controle microbiano O fungo Metarhizium anisopliae, é um patógeno de inseto da classe Hiphomycetes, foi descrito pela primeira vez pelo zoologista e patologista russo Metschnikoff em 1879, que publicou também o primeiro trabalho de controle microbiano, utilizando esse patógeno para o controle de larvas de um curculionídeo praga de importância econômica na cultura da beterraba (ALVES, 1998). Segundo Zimmermann (1993), Alves (1998), o fungo M. anisopliae destaca-se como um importante agente microbiano e suas variedades vêm sendo estudadas em muitas espécies de insetos e acredita-se que esse patógeno ocorra naturalmente sobre mais de 300 espécies de insetos das diferentes ordens, além de vários grupos de insetos importantes, como Diatraea saccharalis, que vêm sendo controlados por esse fungo. A utilização de fungos entomopatogênicos no controle de pragas tem crescido por ser considerado um método de controle que preserva o meio ambiente. A espécie M. anisopliae é amplamente distribuída na natureza, podendo ser encontrada facilmente nos solos, onde sobrevive por longos períodos e é utilizado no controle de pragas que causam sérios prejuízos a culturas de importância econômica, em quase todos os países do mundo, principalmente nos tropicais (AZEVEDO 2001, MILNER 2000). ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 7 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ Atualmente, o fungo M. anisopliae é usado em grande escala no Brasil, principalmente para controlar um complexo de pragas na cultura da cana-de-açúcar, alcançando 1 milhão de hectares tratados (PINTO; BOTELHO; OLIVEIRA, 2009). 2.4.1 Mecanismo de ação sobre o inseto A broca-da-cana é muito sensível ao fungo M. anisopliae, nos diferentes estágios de desenvolvimento causando mortalidade tanto dos ovos quanto lagartas pequenas (NAVA, et al. 2009). Assim como a maioria dos fungos, atua principalmente por contato. Alguns isolados podem ser diferenciados de acordo com sua variabilidade genética, permitindo estudos de seleção para avaliação dos mais virulentos no controle de pragas. A escolha vai depender de vários fatores como a espécie e isolado do patógeno, dificuldade da sua produção, do ambiente onde será aplicado e do método de aplicação, podendo ser afetado por fatores como temperatura, luz, umidade, radiação solar, condições nutricionais e suscetibilidade do hospedeiro (ALVES; 1998). Segundo o autor, o mecanismo de ação consiste em adesão, seguido de germinação, penetração, colonização e reprodução. Os insetos atacados tornam-se mumificados e cobertos por uma camada pulverulenta de cor verde, formada pela aglomeração de conídios (ALVES; 1998). 2.4.2 Aplicação do isolado IBCB 425 no controle de pragas O isolado IBCB 425 de Metarhizium anisopliae é atualmente o mais utilizado na produção comercial por algumas biofábricas brasileiras e empregado como padrão, em muitos trabalhos. Em 2005, Loureiro e colaboradores selecionaram isolados do fungo M. anisopliae, com potencial de uso no controle de ninfas de Mahanarva fimbriolata e o IBCB 425 foi um dos mais virulentos, apresentando mortalidade confirmada acima de 70% no sexto dia de aplicação, o que já havia sido relatado por Loureiro (2004); onde o isolado além de produzir maior quantidade de conídios, foi um dos mais virulentos em ninfas e adultos do mesmo inseto, permanecendo ativo por até 60 dias após a aplicação sem interferir na atividade agrícola. Em 2010, Gassen também relatou que ao avaliar 19 isolados, o IBCB 425 ficou entre os dois mais promissores para o controle de M. fimbriolata. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 8 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ Barbosa e colaboradores (2011) avaliou o isolado no controle da lagarta do cartucho do milho, Spodoptera frugiperda J. E. Smith 1797, em milho cultivado em condições de campo e obteve resultados com 35% de eficiência. Com relação à ocorrência natural do fungo M. anisopliae, assim como em áreas onde ocorre a aplicação do isolado IBCB 425, foi constatado que o fungo encontra-se amplamente distribuído nessas regiões de canaviais brasileiros (Miranda, 2011). 2.5. Caracterização molecular e marcadores moleculares Com objetivo de revelar a variabilidade genética em nível de DNA, as técnicas de diagnóstico molecular foram utilizadas, a princípio, para a taxonomia de microrganismos e desde então, têm sido empregadas em programas de melhoramento genético (MARQUES et al., 2002); assim como em programas de controle de qualidade de produtos biológicos, de monitoramento ambiental e de avaliação de persistência de produtos microbianos (HEGEDUS; KHACHATOUIANS, 1996). A tecnologia da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) foi descrita por Kary Mullis nos anos 80, e a partir de então, devido à sua rapidez, versatilidade e facilidade de realização, a PCR causou uma verdadeira revolução nos conceitos da biologia, por ser uma técnica eficaz para estudos genéticos moleculares (FERREIRA; GRATTAPAGLIA, 1998). Para fins de PCR é possível utilizar métodos rápidos e simplificados de extração de DNA, uma vez que essa técnica requer quantidades mínimas de DNA e este não precisa apresentar alto grau de pureza, podendo ser extraídos a partir de amostras de ambientes complexos, tais como solos, rios e açudes, alimentos e amostras clínicas (FUNGARO; 2000). Desde a criação desta técnica, muitos trabalhos científicos têm sido publicados, utilizando-se diretamente a PCR ou de técnicas derivadas. Estes trabalhos têm permitido avanços significativos tanto em áreas básicas quanto em áreas que buscam o entendimento de processos biológicos fundamentais e áreas aplicadas, dentre elas a identificação de genótipos, o diagnóstico de doenças, estudos filogenéticos e melhoramento genético de plantas, animais e microrganismos (ANDERSON STASOVSKI, 1992; OUELLET; SEIFERT, 1993). Análises de sequencias por meio de RFLP (Restriction Fragment Lenght Polymorphism) é uma das ferramentas que pode ser utilizada nas análises de DNA. Variações no tamanho de fragmentos gerados por distintas amostras de DNA após a clivagem com enzimas de restrição podem ser avaliados pela comparação entre o número e ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 9 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ o tamanho dos fragmentos produzidos pela digestão do DNA com ou sem uma posterior etapa de hibridização com sondas marcadas (MARQUES et al., 2002). Outro marcador molecular amplamente utilizado na identificação e diferenciação de espécies é o DNA ribossomal (DNAr) que nos eucariotos estão presentes repetidas vezes e cada unidade consiste de regiões codificadas para os genes RNAr 18S, 5.8S e 28S e dois espaços internos (ITS 1 e ITS 2) que separam essas regiões. Cada unidade do DNAr é separada por um espaço intergenico (IGS). A unidade de DNAr apresenta componentes em sua sequencia que envolve variações e podem ser usadas em estudos de sistemática para diferentes níveis taxonomicos (FOULY; WILKINSON; CHEN, 1997). As regiões de DNAr 18S e 28S são muito conservadas e podem ser utilizadas para a diferenciação em nível de gênero e espécie (BERBEE; TAYLOR, 1995; GARGAS; DEPRIEST, 1996). Por outro lado as regiões espaçadoras ITS e IGS acumulam mais variabilidade, sendo mais utilizadas na diferenciação de espécies ou entre linhagens da mesma espécie (RISTAINO et al., 1998; ESTEVE-ZARZOSO et al., 1999). Técnicas como RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA) e rep-PCR têm sido cada vez mais empregadas para avaliar a diversidade genética de microrganismos. O repPCR envolvendo ERIC-PCR (Enterobacterial Repetitive Intergenic Consensus), BOX-PCR (BOX elements) e REP-PCR (Repetitive Extragenic Palindromic) são métodos rápidos e de alta reprodutibilidade, que envolvem a amplificação por PCR utilizando primers que amplificam sequências repetitivas presentes no genoma. Essas sequências repetitivas foram inicialmente descritas em Escherichia coli e Salmonella typhimurium (STERN et al., 1984; VERSALOVIC, et al. 1991) e têm sido utilizadas amplamente para estudos de diversidade genética em fungos, distinguindo isolados estreitamente relacionados. No entanto, a homologia e a sequência dos fragmentos amplificados em fungos é pouco conhecida (GILLINGS; HOLLEY, 1997). 2.6. Diversidade genética em fungos A taxonomia fúngica é essencial, devido ao papel que os fungos desempenham na natureza, particularmente os entomopatogênicos utilizados no controle biológico de insetos pragas na agricultura (LIMA, 1989). Dentre os fungos entomopatogênicos mais utilizados, encontra-se M. anisopliae, que tem sido encontrado em formulações comerciais que têm como base conídios dessa espécie. Nesse sentido, é importante a correta identificação do agente fúngico quando se avalia o seu potencial como biocontrolador e quando se utilizam formulações a serem aplicadas no campo. Assim, a precisa identificação dos isolados é um ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 10 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ pré-requisito para o registro e uso de um produto comercial que tenha como base o fungo (YIP; RATH; KOEN, 1992). De acordo com Alves e Lecuona (1998), o desenvolvimento da biologia molecular permitiu o surgimento de diversos métodos de detecção de polimorfismo genético, diretamente em nível de DNA e os avanços nessas técnicas têm mostrado grande potencial para a eficiente detecção e identificação de fungos aplicados no setor agrícola. Diversos marcadores genéticos têm sido avaliados em diferentes trabalhos, sendo que o mais amplamente utilizado é o gene do DNA ribossomal (DNAr) (DRIVER; MILNER; TRUEMAN, 2000; MARQUES et al., 2002). O primeiro relato da sequência das regiões ITS1-5.8S-ITS2 foi feito por (MEHTA; MEHTA; ROSSATO, 2002b), onde as relações genéticas entre isolados de Stemphylium solani de diferentes regiões dos estados de São Paulo e Goiás foram estudadas por meio do sequenciamento da região ITS e os resultados mostraram sequências distintas entre os isolados dando indícios de que os mesmos devem pertencer a genótipos diferentes de S. solani. As técnicas de amplificação e posterior sequenciamento do gene 5.8 S com as regiões intergenicas (ITS 1 e ITS 2) também foram aplicadas para Metarhizium. A análise filogenética dos dados e sequenciamento mostrou que M. anisopliae constitui um grupo monofilético e M. flavociride e M. album representam duas linhas evolucionárias separadas (SOSA-GÓMEZ; TIGANO, ARANTES,1998). Velásquez e colaboradores (2007) realizaram um estudo com 350 isolados de M. anisopliae pertencentes ao Instituto Nacional de Pesquisas Agropecuárias do Chile (Instituto de Investigaciones Agropecuárias - INIA, Quilamapu Chile) os quais foram caracterizados inicialmente por morfologia, mas, no entanto, a caracterização com marcadores moleculares possibilitou uma melhor compreensão da diversidade e estrutura genéticas de populações chilenas deste fungo. Trinta e nove isolados foram selecionados aleatoriamente e analisados por meio das técnicas de RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA), SSR (Simple Sequences Repeat) ou microssatélites e análises de PCR-RFLP da região ITS. Os dados de RAPD revelaram alta diversidade genética entre os isolados com 41% de similaridade entre os isolados, enquanto que as análises por SSR mostraram 45,2% e os marcadores ITS, 70,2% de similaridade. Mehta (2001) e Mehta; Mehta, Rossato, (2002a) realizaram estudos de caracterização genética dos fungos Drechslera avenae (Eidam) Scharif, (1963) e Stemphylium solan (G.F. Weber, 1930), utilizando a técnica de ERIC- e REP-PCR, uma vez que estas representam uma poderosa ferramenta para estudos de diversidade genética de microrganismos. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 11 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ Inglis, Duke, Goettel (2008) utilizaram a técnica de AFLP (Amplified Fragments Length Polimorphism) para investigar a diversidade genética de mais de 200 isolados de M. anisopliae var. anisopliae, no sudoeste da Columbia Britânica e verificaram que, além de se ter acesso à diversidade genética entre a linhagem referência de M. anisopliae e os isolados examinados, essa ferramenta possibilitou distinguir gêneros de entomopatógenos de outros fungos. Bischoff; Rehner; Humber (2009) utilizando sequências dos genes a partir de EF-1α, RPB1, RPB2 e β-tubulin (de tradução e fatores de alongamento) e analise morfológica, avaliaram a relação filogenética dentro do complexo M. anisopliae, a fim de identificar linhagens monofiléticas e esclarecer a posição taxonômicas de algumas espécies do gênero. Os autores propuseram reconhecer em nível de espécie M. anisopliae, M. guizhouense, M. pingshaense, M. acridum, M. lepidiotae e M. majus. Ainda, propuseram as novas espécies M. globosum e M. robertsii, além de sugerir a utilização do nome M. brunneum e demostrar que M. taii é um sinônimo de M. guizhouense. Steinwender e colaboradores (2011) avaliaram a diversidade genética no solo de uma área experimental agrícola por meio de métodos moleculares. Para isso foram coletados isolados de Metarhizium spp. e analisados por meio de sequenciamento do gene 18S DNAr e utilização microssatélites (SSR). Os resultados obtidos mostram que 86,3% pertecem à espécie M. brunneum, 11,3% à M. robertsii e 3,4% à M. majus. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 12 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ 3. OBJETIVO Caracterização morfológica e molecular de quarenta e sete isolados do fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae. Avaliação da virulência de isolados de Metarhizium anisopliae sobre Diatraea saccharalis. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 13 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ 4. MATERIAL E MÉTODOS Este estudo foi realizado nos Laboratório de Controle Biológico e Laboratório de Bacteriologia Vegetal do Centro Experimental do Instituto Biológico, sediado em Campinas, SP. 4.1. Isolados de Metarhizium anisopliae Nos experimentos foram utilizados 47 isolados do fungo Metarhizium anisopliae relacionados na Tabela 1. Os isolados foram provenientes da Coleção de Fungos Entomopatogênicos “Oldemar Cardim Abreu” do Laboratório de Controle Biológico do Instituto Biológico, localizado no Centro Experimental Instituto Biológico, em Campinas - SP. Estes isolados são mantidos armazenados em “freezer” a -4°C, sob a forma de conídios puros, acondicionados em microtubos e em tubos de cultura com óleo mineral. Os isolados são provenientes de três usinas sucroalcooleiras: Usina São João (U.S.J.), Usina Santo Antonio/ Grupo Balbo (U.S.A.) e Usina Açúcar Guarani (U.G.), localizadas, respectivamente nos municípios de Araras, Sertãozinho e Olímpia, no estado de São Paulo. Todas as coletas foram realizadas no período de outubro de 2009 a abril de 2010 e fizeram parte do estudo realizado por Miranda (2011) com o objetivo de avaliar a ocorrência natural do mesmo em diferentes regiões do estado de São Paulo. Dentre esses, foram selecionados 31 isolados de áreas onde não ocorreu aplicação de M. anisopliae e 16 isolados de áreas onde foi efetuada aplicação artificial desse fungo. O isolado IBCB 425 foi considerado neste estudo como isolado padrão. Cabe ressaltar que os isolados de áreas provenientes da Usina Santo Antonio pertencem a uma área onde ocorre produção orgânica de cana-de-açúcar. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 14 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ 15 Tabela 1: Isolados de Metarhizium anisopliae. n o Hospedeiro Data Local Coordenadas Área com aplicação de fungo long. 24°, 5865'/ lat - 48° , 5948' long. 22° , 3526'/ lat - 47° , 3881' long. 22° , 3526'/ lat - 47° , 3881' long. 22° , 3526'/ lat - 47° , 3881' long. 22° , 3526'/ lat - 47° , 3881' long. 22° , 3526'/ lat - 47° , 3881' long. 22° , 3526'/ lat - 47° , 3881' long. 22° , 3526'/ lat - 47° , 3881' long. 22° , 3526'/ lat - 47° , 3881' long. 22° , 3526'/ lat - 47° , 3881' Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não IBCB 425 IBCB 639 IBCB 640 IBCB 643 IBCB 644 IBCB 645 IBCB 646 IBCB 647 IBCB 650 IBCB 654 Solo solo – cana solo – cana solo – cana solo – cana solo – cana solo – cana solo – cana solo – cana solo – cana 06/10/2009 06/10/2009 26/10/2009 26/10/2009 26/10/2009 26/10/2009 26/10/2009 26/10/2009 26/10/2009 Mata Atlântica Araras (Usina São João) Araras (Usina São João) Araras (Usina São João) Araras (Usina São João) Araras (Usina São João) Araras (Usina São João) Araras (Usina São João) Araras (Usina São João) Araras (Usina São João) IBCB 655 IBCB 658 solo – cana solo – cana 26/10/2009 26/10/2009 Araras (Usina São João) Araras (Usina São João) long. 22° , 3526'/ lat - 47° , 3881' long. 22° , 3526'/ lat - 47° , 3881' Não Não IBCB 659 IBCB 660 IBCB 662 IBCB 665 IBCB 667 IBCB 669 IBCB 685 IBCB 695 IBCB 698 IBCB 697 IBCB 700 IBCB 701 IBCB 702 IBCB 703 solo – cana solo – cana solo – cana solo – cana solo – cana solo – cana solo – cana solo – cana solo – cana solo – cana solo – cana solo – cana solo – cana solo – cana 23/10/2009 23/10/2009 23/10/2009 23/10/2009 23/10/2009 10/12/2009 13/11/2009 13/11/2009 10/12/2009 10/12/2009 06/01/2010 06/01/2010 06/01/2010 06/01/2010 Sertãozinho (Usina Santo Antonio) Sertãozinho (Usina Santo Antonio) Sertãozinho (Usina Santo Antonio) Sertãozinho (Usina Santo Antonio) Sertãozinho (Usina Santo Antonio) Olímpia (Usina Guarani) Olímpia (Usina Guarani) Olímpia (Usina Guarani) Araras (Usina São João) Araras (Usina São João) Sertãozinho (Usina Santo Antonio) Sertãozinho (Usina Santo Antonio) Sertãozinho (Usina Santo Antonio) Sertãozinho (Usina Santo Antonio) long. 21°, 1440'/ lat - 48° 0116' long. 21°, 1440'/ lat - 48° 0116' long. 21°, 1440'/ lat - 48° 0116' long. 21°, 1440'/ lat - 48° 0116' long. 21°, 1440'/ lat - 48° 0116' long. 20° , 7355/ lat - 48°, 9070' long. 20° , 7355/ lat - 48°, 9070' long. 20° , 7355/ lat - 48°, 9070' long. 47° 25, 9081' / lat - 22° 24, 8363 long. 47° 25, 9081' / lat - 22° 24, 8363 long. 21°, 1440'/ lat - 48° 0116' long. 21°, 1440'/ lat - 48° 0116' long. 21°, 1440'/ lat - 48° 0116' long. 21°, 1440'/ lat - 48° 0116' Não Não Não Não Não Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim Não ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ 16 Continuação da tabela 1 IBCB 704 IBCB 705 IBCB 713 solo – cana solo – cana solo – cana 06/01/2010 06/01/2010 01/02/2010 Sertãozinho (Usina Santo Antonio) Sertãozinho (Usina Santo Antonio) Araras (Usina São João) long. 21°, 1440'/ lat - 48° 0116' long. 21°, 1440'/ lat - 48° 0116' long. 47° 25, 9081' / lat - 22° 24, 8363 Não Não Sim IBCB 717 IBCB 718 IBCB 720 IBCB 722 solo – cana solo – cana solo – cana solo – cana 01/02/2010 01/02/2010 01/02/2010 01/02/2010 Araras (Usina São João) Araras (Usina São João) Araras (Usina São João) Araras (Usina São João) long. 47° 25, 9081' / lat - 22° 24, 8363 long. 47° 25, 9081' / lat - 22° 24, 8363 long. 47° 25, 9081' / lat - 22° 24, 8363 long. 47° 25, 9081' / lat - 22° 24, 8363 Sim Não Não Não IBCB 724 IBCB 725 IBCB 726 IBCB 729 solo – cana solo – cana solo – cana solo – cana 27/02/2010 27/02/2010 16/03/2010 16/03/2010 Sertãozinho (Usina Santo Antonio) Sertãozinho (Usina Santo Antonio) Sertãozinho (Usina Santo Antonio) Sertãozinho (Usina Santo Antonio) long. 21°, 1440'/ lat - 48° 0116' long. 21°, 1440'/ lat - 48° 0116' long. 21°, 1440'/ lat - 48° 0116' long. 21°, 1440'/ lat - 48° 0116' Não Sim Sim Sim IBCB 737 IBCB 756 IBCB 761 IBCB 789 solo – cana M. fimbriolata 27/02/2010 16/03/2010 15/02/2009 25/01/2010 Sertãozinho (Usina Santo Antonio) Sertãozinho (Usina Santo Antonio) Olímpia (Usina Guarani) Olímpia (Usina Guarani) long. 21°, 1440'/ lat - 48° 0116' long. 21°, 1440'/ lat - 48° 0116' long. 20° , 7355/ lat - 48°, 9070' long. 20° , 7355/ lat - 48°, 9070' Não Não Sim Sim solo – cana solo – cana IBCB 810 solo – cana 14/04/2010 Araras (Usina São João) long. 47° 25, 9081' / lat - 22° 24, 8363 IBCB 811 solo – cana 14/04/2010 Araras (Usina São João) long. 47° 25, 9081' / lat - 22° 24, 8363 IBCB 812 solo – cana 14/04/2010 Araras (Usina São João) long. 47° 25, 9081' / lat - 22° 24, 8363 IBCB 815 solo – cana 14/04/2010 Araras (Usina São João) long. 47° 25, 9081' / lat - 22° 24, 8363 IBCB 825 solo – cana 14/04/2010 Araras (Usina São João) long. 47° 25, 9081' / lat - 22° 24, 8363 IBCB 827 solo – cana 14/04/2010 Araras (Usina São João) long. 47° 25, 9081' / lat - 22° 24, 8363 IBCB Coleção de Fungos Entomopatogênicos “Oldemar Cardim Abreu” do Laboratório de Controle Biológico do Instituto Biológico. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 Não Sim Não Não Não Não Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ 4.2. Meios de cultivo e soluções Os meios de cultivo utilizados para a manutenção e crescimento das colônias, assim como as soluções e tampões de rotina estão descritos abaixo. 4.2.1. Meio de cultivo BDA BDA (Batata – Dextrose – Ágar) 40 g Água destilada 1.000 mL 4.2.2. Soluções e tampões EDTA 0,5 M pH 8,0 EDTA 372,24 g Água destilada 1.000 mL Acertou pH com NaOH 1N NaCl 5 M NaCl 58,44 g Água destilada 1.000 mL Tris- HCL 1 M Tris T Água destilada 121,14 g 1.000 mL Acertou o pH para 8,0 com HCl 1N T Tampão de Extração CTAB (2% CTAB, 100 mM Tris-Hcl pH 8,0, 1,4 M NaCl, 0,02M EDTA, 2% mercaptoetanol). EDTA 0,5 M pH 8,0 4 mL NaCl 5 M pH 8,0 28 mL Tris-HCl 1M pH 8,0 10 mL CTAB 2g Mercaptoetanol 2 mL ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 17 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ Água Milli-Q q.s.p. 1.000 mL Clorofórmio: Álcool isoamílico Clorofórmio 29 mL Álcool isoamílico 1 mL Etanol 70% Etanol Absoluto 70 mL Água destilada q.s.p. 100 mL Tampão TAE Tris 242g Acido glacial acético 57.1 mL EDTA 0,5M 100 mL pH8,0 Água destilada q.s.p. 100 mL TE EDTA 0,5 M 100 mL pH8,0 2 mL Tris 1 M pH 8 10 mL Água MilliQ q.s.p. 100 mL RNAse RNAse 10 mg Água MilliQ q.s.p. 100 mL Cloreto de Lítio 4 M Cloreto de Lítio 16,95 g Água destilada q.s.p. 100 mL 4.3. Obtenção dos conídios para a repicagem em meio sólido e cultura monospórica Os conídios de M. anisopliae, foram repicados, com auxílio de alça de platina, em placas de Petri (90mm de diâmetro), devidamente esterilizadas e contendo meio BDA. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 18 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ Posteriormente as placas foram vedadas com filme plástico e incubadas em câmara tipo B.O.D. (Biological Oxigen Demand) a 28 o C e fotofase de 12 horas por 10 dias. Todo esse procedimento foi realizado sob condições de assepsia em câmara de fluxo laminar. As colônias monospóricas foram obtidas observando-se o crescimento da colônia e produção de esporos, por microscopia óptica. Em seguida, pequenas quantidades do fungo foram coletadas diretamente de cada placa e macerada em água destilada esterilizada. A suspensão de esporos foi colocada em lâminas de microscopia e observada por. microscopia óptica (M.O.) com aumento de 400X. Com o auxílio de um alfinete entomológico de espessura 0,3 mm foi retirado 1 conídio de cada suspensão, repicados para placas de Petri contendo meio BDA, os quais foram incubadas sob as mesmas condições descritas, por 15 dias. O procedimento foi repetido individualmente para cada um dos isolados analisados. 4.4. Caracterização Morfológica A caracterização morfológica dos isolados de M. anisopliae foi realizada utilizando culturas monospóricas e foram analisados com base no formato, crescimento micelial, aspecto da colônia e na sua coloração no verso e reverso da placa em meios de cultura BDA. Os ensaios foram realizados em duplicata. O diâmetro das colônias foi medido a partir do terceiro dia de crescimento até o décimo segundo dia, quando o crescimento da maioria começou a estabilizar. 4.5. Caracterização Molecular A caracterização molecular consistiu na extração do DNA genômico dos isolados, seguido de amplificação por rep-PCR. 4.5.1. Obtenção de micélio utilizado para a extração do DNA Para as extrações de DNA, os micélios dos fungos foram obtidos diretamente das colônias monospóricas frescas, com 20 dias de crescimento. O micélio foi raspado das placas com espátula no momento da extração e colocado diretamente em microtubos de 1,5 mL. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 19 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ 4.5.2. Extração de DNA em pequena escala As extrações de DNA de fungo em pequena escala foram realizadas com base na metodologia descrita por Murray e Thompson (1980), modificada. Em um microtubo de 1,5 mL foram adicionados aproximadamente 50 mg de micélio do fungo; o conteúdo foi macerado com o auxílio de um pistilo em 500 µL de tampão de extração CTAB (2% CTAB, 100 mM Tris-HCl pH 8,0, 1,4 M NaCl, 0,02 M EDTA, 2% mercaptoetanol) e incubado a 65 oC por 1 hora. Terminado o período de incubação foram adicionados 500 µL de clorofórmio: álcool isoamílico (29:1) e a suspensão foi homogeneizada em agitador de tubos por cerca de 2 minutos. Posteriormente, a mistura foi submetida à centrifugação de 10.000 rpm por 10 minutos a 4 oC. A fase aquosa, aproximadamente 400 µL contendo DNA, foi transferida para um novo microtubo, adicionouse 500 µL de isopropanol e misturou-se por inversão. Os tubos foram mantidos em freezer a -20o durante a noite. Após este período, os tubos foram centrifugados a 12.000 rpm por 15 minutos a 4 oC. O sobrenadante foi descartado, o sedimento foi lavado com 500 µL de etanol 70% e novamente submetido a uma centrifugação de 10.000 rpm por 10 minutos à 4ºC. Em seguida o sobrenadante foi descartado, o DNA foi seco e suspenso a 50 µL de H 2O Milli-Q previamente autoclavada. Posteriormente, adicionou-se 2 µL de RNAse (10 mg/mL), 200 µL de tampão TE pH 8,0 e incubou-se novamente por 1 hora a 37°C. Depois, adicionou-se 40 µL de cloreto de lítio (4M), 240 µL de clorofórmio álcool isoamílico e misturou-se manualmente até a emulsificação completa. Centrifugou-se por 10 minutos a 12.000 rpm para separar as duas fases e transferiu-se o sobrenadante para outro microtubo. Precipitouse o DNA com 400 µL de etanol absoluto e misturou-se por inversão até a visualização de um precitado fibroso branco. Centrifugou-se por 2 minutos a 12.000 rpm, em seguida os sedimentos foram lavados duas vezes com etanol 70% e o DNA foi seco e suspendido em 50 µL de água milli-Q. Os DNAs extraídos foram estocados em freezer a -20ºC. 4.5.3 Confirmação da identidade dos isolados de M. anisopliae por primers específicos Antes de serem iniciados os experimentos de rep-PCR, foi realizada a confirmação da identidade biológica dos isolados como o M. anisopliae através de amplificação por PCR utilizando-se primers específicos de acordo com Destéfano et al., (2004). As reações de amplificação foram efetuadas em volumes de 25 µL contendo: 1X tampão de reação da ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 20 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ enzima Taq polimerase; 1% de BSA (soro albumina bovina); 3,5 mM MgCl2, 0,6 mM do primer ITSMet (5’ TCT GAA TTT TTT ATA AGT AT 3’), 0,4 mM do primer ITS4 (5’ TCC TCC GCT TAT TGA TAT GC 3’), 0,2 mM de dNTPs e 2 U da enzima Taq DNA polimerase (Fermentas) e 100 ng do DNA genômico de cada isolado. A amplificação foi realizada em um termociclador Axygen Maxygene, e o programa para amplificação das amostras constituiu de um ciclo de desnaturação inicial 95 °C por 3 minutos, seguido de 32 ciclos de 1 minuto a 94 °C, 61 °C por 1 minuto, 72 °C por 1 minuto e um ciclo de extenção final a 72 °C por 3 minutos. Os produtos de PCR foram submetidos à eletroforese em gel de agarose 2,5 %/tampão TAE 1X, corados com brometo de etídio (MANIATIS; FRITSCH; SAMBROOK, 1982), visualizados em fonte de luz U.V. e registrados pelo sistema de fotodocumentação digital Alpha Innotech 2200. 4.5.4. Caracterização dos isolados por rep-PCR Com base nos trabalhos de Mehta; Mehta; Rossato, (2002a) modificados, foram utilizados aproximadamente 100 ng de DNA de cada isolado, nas reações dos experimentos de REP-, ERIC- e BOX-PCR. As reações de amplificação foram efetuadas em volume de 25 µL contendo: 1 X tampão de reação da enzima (Fermentas); 1% de BSA; 3,5 mM MgCl 2; 2mM de cada primer para o ERIC- e REP-PCR e 4mM de primer para o BOX-PCR; 0,2 mM de dNTPs, 1 U de enzima Taq DNA polimerase (Fermentas). A amplificação foi realizada em um termociclador Axygen Maxygene, e o programa de amplificação das amostras consistiu de: REP-PCR: um ciclo de desnaturação inicial a 95 ºC por 6 minutos; seguido de 30 ciclos a 94 ºC por 1 minuto; 40 ºC por 1 minuto e 65 ºC por 8 minutos e um ciclo de extensão final a 65 ºC por 16 minutos. ERIC-PCR: um ciclo de desnaturação inicial a 95 ºC por 7 minutos; seguido de 30 ciclos a 94 ºC por 1 minuto; 52 ºC por 1 minuto e 65 ºC por 8 minutos e um ciclo de extensão final a 65 ºC por 16 minutos. BOX-PCR: um ciclo de desnaturação inicial a 95 ºC por 7 minutos; seguido de 30 ciclos a 94 ºC por 1 minuto; 43 ºC por 1 minuto e 56 ºC por 8 minutos e um ciclo de extensão final a 65 ºC por 16 minutos. As sequências dos primers utilizados estão descritas na Tabela 2. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 21 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ Tabela 2: Sequência dos primers utilizados nas reações de ERIC-, BOX- e REP-PCR. No. nucleot. 22 Código Sequência do primer (5’ 3’) ERIC1R ATG TAA GCT CCT GGG GAT TCA C ERIC2 AAG TAA GTG ACT GGG GTG AGC G 22 Enterobacterial Repetitive Intergenic Consensus sequence BOX A1R CTA CGG CAA GGC GAC GCT GAC G 22 Elementos Box 15 Repetitive Extragenic Palindromic REP1R-I ICG ICG ICA TCI GGC (Onde I = A, C, G, T) REP2-I ICG ICT TAT CIG GCC TAC (Onde I = A, C, G, T) 18 Especificidade Enterobacterial Repetitive Intergenic Consensus sequence Repetitive Extragenic Palindromic Os produtos de PCR foram submetidos à eletroforese em gel de agarose 2,5 %/tampão TAE 1X, corados com brometo de etídio (MANIATIS; FRITSCH; SAMBROOK, 1982), visualizados em fonte de luz U.V. (Ultra Violeta) e registrados pelo sistema de fotodocumentação digital Alpha Innotech 2200. 4.5.4.1. Análise dos padrões de fingerprinting Os perfis obtidos por rep-PCR foram analisados através do sistema binário (bandas presentes, 1 ou ausentes, 0 para cada linhagem). Os fragmentos abaixo de 50 pb não foram considerados nas análises. A matriz de similaridade foi construída utilizando-se o programa de similaridade para dados qualitativos (SIMQUAL), com o coeficiente de Jaccard (SJ). Os dendrogramas foram construídos utilizando-se o algorítmo de agrupamento UPGMA (Unweighted Pair-Group Method with Arithmetic Mean) por meio do programa NTSYS-PC (ROHLF, 1992). ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 22 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ 4.6. Ensaio de virulência Após a caracterização molecular dos 47 isolados, foram selecionados os doze isolados que mais se destacaram em cada grupo (perfil) para os bioensaios de virulência. As lagartas de D. saccharalis foram provenientes de criação do Laboratório de Controle Biológico do Instituto Biológico - CEIB, Campinas, SP. Os conídios de cada isolado foram produzidos em placas de Petri contendo meio BDA, e estas foram incubadas em câmara climatizada do tipo B.O.D. (25±1ºC e fotofase de 12 horas) durante 10 dias. Após o período de incubação, os conídios foram quantificados utilizando-se câmara de Neubauer e M.O. com aumento de 400X. A viabilidade dos conídios também foi determinada através da porcentagem de germinação obtida em meio de cultura (BDA). As suspensões utilizadas no experimento tinham concentração de 1x108 conídios/mL e viabilidade superior a 90% (FRANCISCO, 2006). A estas suspensões foram acrescidas espalhante adesivo Tween® na concentração de 1% por litro de água. Os tratamentos foram constituídos pelos doze isolados selecionados e a testemunha foi representada pela água destilada e Tween. Com o emprego de torre de Potter (15 Ib/pol2) foram pulverizados 1 mL da suspensão de cada tratamento, constituído por 40 lagartas divididas em quatro repetições de dez lagartas de D. saccharalis de 4° ínstar. Os insetos pulverizados foram mantidos nas placas de Petri, sem dieta, por 24 horas, e em seguida individualizados em novas placas de Petri, contendo pedaços de dieta artificial (HENSLEY E HAMMOND 1968 modificado por KING; HARTLEY, 1985). O bioensaio foi mantido em sala climatizada (27 ± 1 ºC e fotofase de 14 horas, 70 ± 10% UR) e as avaliações de mortalidade foram realizadas após 7 dias. As lagartas mortas foram submetidas à câmara úmida por 5 dias, a fim de confirmar a morte causada pelo fungo. 4.7. Análise Estatística Os bioensaios de virulência seguiram o delineamento inteiramente casualizado (DIC), sendo que os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F, e na significância deste, as médias foram comparadas por meio de teste de Tukey a 5% de probabilidade. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 23 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1. Caracterização Morfológica Os 47 isolados de M. anisopliae analisados apresentaram diâmetro de 3,8 a 6 cm após 12 dias de crescimento em meio BDA, além de conformação circular e a maioria delas bem definidas, com uma massa de conídios mais concentrada (Figura 1), o que segundo Alves (1998), são conidióforos simples que, justapostos resultam em uma massa regular. A B C D E F G H I Figura 1: Variação morfocultural de M. anisopliae cultivados em meio BDA (A) IBCB 639, (B) IBCB 660, (C) IBCB 662, (D) IBCB 703, (E) IBCB 705, (F) IBCB 724, (G) IBCB 737, (H) IBCB 815 e (I) IBCB 827. A coloração de todas as colônias foi observada e as mesmas apresentaram esporos que variaram do verde escuro até verde claro e algumas delas apresentaram crescimento micelial mais vigoroso (Figura 2) confirmando assim o que foi relatado por Yip; Rath; Koen, (1992), que efetuaram um estudo envolvendo 204 isolados de M. anisopliae de solo de pastagem na Tasmânia e observaram que as colônias apresentam três cores básicas: verde acinzentado, verde escuro e cinza escuro, considerando assim essas colorações típicas da espécie (var. anisopliae) e sendo este uma característica estável e confiável para a ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 24 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ diferenciação de isolados. Já com relação ao verso das placas, muitas delas apresentaram coloração amarelada com o centro mais escuro, e algumas outras alaranjadas com aspecto transparente nas bordas (Figura 3). A B Figura 2: Características do crescimento micelial vigoroso de algumas colônias. (A) isolado IBCB 722 e (B) isolado IBCB 756. A B C D Figura 3: Coloração das colônias e verso das placas. (A) e (B) isolado IBCB 640 e (C) e (D) isolado IBCB 665. A taxonomia baseada nas características morfológicas do gênero descrita por Tulloch (1976); Rombach; Humber; Evans, (1987) tem sido constantemente revista, associando diferentes métodos moleculares para a identificação das espécies com o objetivo de tentar esclarecer possíveis relações entre variedades e espécies do gênero. Parâmetros morfológicos, relacionados ao crescimento, forma e coloração das colônias, podem ser importantes indicadores da variabilidade entre isolados (ALVES et al., 1986), parâmetros esses que foram observados por Macedo (2005), que afirma que ao selecionar isolados de M. anisopliae patogênicos para Mahanarva fimbriolata, observou que pode ocorrer diferenças morfológicas entre os isolados. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 25 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ 5.2. Caracterização Molecular 5.2.1. Extração de DNA A extração do DNA genômico de todos os isolados foi efetuada com base no protocolo (MURRAY; THOMPSON; 1980), e o mesmo foi considerado eficiente tendo-se obtido a quantidades de DNAs suficiente para o desenvolvimento de todo o trabalho (Figura 4). 1 2 3 4 5 6 7 8 Figura 4: Quantificação de DNA de isolados de M. anisopliae. (1) marcador DNA do fago λ 100 ng (2) marcador λ 200 ng, (3) IBCB 425, (4) IBCB 639, (5) IBCB 640, (6) IBCB 643, (7) IBCB 644, (8) IBCB 645. 5.2.2. Confirmação da identidade dos isolados de M. anisopliae por primers específicos Todos os DNAs extraídos foram submetidos à amplificação por PCR utilizando-se primers específicos ITSMet e ITS4, para a confirmação da identidade biológica dos isolados como M. anisopliae var. anisopliae. Utilizou-se a linhagem de M. anisopliae E9 como controle positivo da amplificação (Figura 5). Foi possível a obtenção do fragmento específico de 440 pb para todos os isolados testados. A utilização de primers específicos é uma alternativa para a identificação e diferenciação de fungos. Hegedus e Khachatourians (1996) utilizaram primers específicos, correspondentes a segmentos de DNA específicos de B. bassiana, para identificação e diferenciação deste ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 26 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ fungo através das técnicas de PCR e SSCP (Single-Strand Conformation Polymorphism Analysis) em isolados deste entomopatógeno infectando Melanoplus sanguinipes (gafanhotos migratórios). No presente trabalho, a confirmação da identidade dos isolados foi obtida empregando-se a metodologia desenvolvida por Destéfano et al. (2004). Os autores utilizaram sequencias da região ITS1 – 5.8S – ITS2 analisadas em diferentes espécies do fungo entomopatogênico Metarhizium incluindo M. anisopliae, M. album e M. flavoviride para desenvolver primers específicos para a detecção e identificação de linhagens de M. anisopliae var. anisopliae em larvas de D. saccharalis infectadas artificialmente. M 1 2 3 4 5 6 M 500 pb Figura 5: Produtos da amplificação do DNA de isolados de M. anisopliae utilizando-se os iniciadores ITSMet e ITS4. (M) marcador de peso molecular 100 pb (Fermentas), (1) E9, (2) IBCB 425, (3) IBCB 639, (4) IBCB 640, (5) IBCB 643, (6) IBCB 644. 5.2.3. Caracterização dos isolados por rep-PCR e análise dos padrões de fingerprinting A diversidade genética de 47 isolados de M. anisopliae foi avaliada por meio da análise comparativa entre os padrões eletroforéticos gerados pela amplificação de sequências conservadas e repetitivas do DNA genômico. As análises possibilitaram a construção de dendrogramas com base na similaridade dos perfis genéticos determinados pelo uso dos iniciadores REP, BOX e ERIC-PCR. Ainda, uma análise conjunta desses marcadores moleculares também foi efetuada. Para apresentação e discussão dos resultados de caracterização molecular dos isolados, a expressão “área aplicada” refere-se-à às áreas onde foram efetuadas aplicações ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 27 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ artificiais de M. anisopliae e a expressão “área não aplicada”, às áreas onde tais aplicações não ocorreram. 5.2.3.1 REP-PCR Nas análises de REP-PCR foram avaliados fragmentos de 150 a 2.800pb. Os padrões de bandas gerados com os primers REP1R-I e REP2-I para alguns isolados de M. anisopliae estão ilustrados na Figura 6. M 1 2 3 4 5 6 M 7 8 9 10 11 12 M 2.000 pb 300 pb Figura 6: Produtos da amplificação do DNA de isolados de M. anisopliae utilizando-se os iniciadores REP1R-I e REP2-I. (M) marcador de peso molecular 100 pb (Fermentas), (1) IBCB 640, (2) IBCB 645, (3) IBCB 643, (4) IBCB 659, (5) IBCB 660, (6) IBCB 662, (7) IBCB 667, (8) IBCB 695, (9) IBCB 697, (10) IBCB 703, (11) IBCB 722 e (12) IBCB 815. Para se verificar o grau de similaridade dos isolados de M. anisopliae, os resultados de REP-PCR (Figura 6) foram analisados por meio da construção de um dendrograma de similaridade com o auxílio do algoritmo de agrupamento UPGMA (Unweighted Pair Group Method with Arithmetic Mean), executado pelo programa NTSYS-PC (ROLF, 1992). As análises revelaram a formação de dois grupos (I e II) com similaridade entre si de aproximadamente 13%. O grupo I ficou representado apenas pelo isolado IBCB 725, oriundo de área aplicada na Usina Santo Antonio, Sertãozinho, SP. O grupo II ficou composto pelos isolados restantes, sendo subdividido em “a” e “b”. O subgrupo “b” alocou somente o isolado ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 28 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ IBCB 789 obtido de área onde foi efetuada aplicação do isolado de M. anisopliae IBCB 425 na Usina Guarani, Olímpia, SP. O subgrupo “a” englobou os outros 45 isolados, sendo que os isolados obtidos de áreas aplicadas formaram dois grupos distintos com similaridade de aproximadamente 39% entre si, exceto o isolado IBCB 695, proveniente também de área onde ocorreu aplicação do isolado IBCB 425 na Usina Guarani e que ficou alocado em um ramo distinto. Em um desses grupos, ficaram alocados dez dos 16 isolados e estes, com 100% de similaridade entre si, incluindo o isolado IBCB 425. Os outros seis isolados provenientes também de áreas aplicadas, ficaram alocados em outros grupos, mas distinto daqueles de áreas não aplicadas. Os grupos gerados com isolados provenientes de áreas aplicadas exibiram aproximadamente 55% de similaridade. Cabe salientar ainda que, a maioria dos isolados obtidos de mesmas áreas não aplicadas (Usina Santo Antônio município de Sertãozinho, SP e Usina São João, Araras, SP) ficaram alocados num mesmo grupo (Figura 7). ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 29 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ 0,00 0,00 0,25 0,25 0,50 0,50 I IIII iii ba ii 1,00 1,00 IBCB 425 – Padrão (+) IBCB 698 – U.S.J., Araras, SP (+) IBCB 669 – U.G., Olímpia, SP (+) IBCB 685 – U.G., Olímpia, SP (+) IBCB 700 – U.G., Olímpia, SP (+) IBCB 811 – U.S.J., Araras, SP (+) IBCB 761 – U.G., Olímpia SP (+) IBCB 701 – U.S.A., Sertãozinho, SP (+) IBCB 702 – U.S.A., Sertãozinho, SP (+) IBCB 729 – U.S.A., Sertãozinho, SP (+) IBCB 639 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 654 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 640 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 644 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 645 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 650 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 697 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 643 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 646 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 647 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 658 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 718 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 722 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 720 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 724 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 756 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 812 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 827 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 825 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 815 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 655 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 810 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 659 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 660 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 667 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 662 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 665 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 703 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 704 – Usina Snt .Antonio, Sertãozinho, SP (-) IBCB 705 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 737 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 695 – U.G., Olímpia, SP (+) IBCB 713 – U.S.J., Araras, SP (+) IBCB 717 – U.S.J., Araras, SP (+) IBCB 726 – U.S.A., Sertãozinho, SP (+) IBCB 789 – U.G., Olímpia, SP (+) IBCB 725 – U.S.A., Sertãozinho (+) i a 0,75 0,75 30 b I Figura 7: Dendrograma gerado de acordo com os perfis de amplificação de 47 isolados de M. anisopliae utilizando-se os iniciadores REP1R-I e REP2-I, baseado no método UPGMA e coeficiente de Jaccard. Onde (+) áreas aplicadas; (-) áreas não aplicadas. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ 5.2.3.2 BOX-PCR Nas análises de BOX-PCR foram avaliados fragmentos de 220 à 3.000 pb. Os resultados obtidos com alguns isolados estão ilustrados na (Figura 8). 16 M 1 M 2 3 4 5 6 7 M 8 9 10 11 12 13 14 M 2.000 pb 300 pb Figura 8: Produtos da amplificação do DNA de isolados de M. anisopliae utilizando-se o iniciador BOX A1R. (M) marcador de peso molecular 100 pb (Fermentas), (1) IBCB 668, (2) IBCB 669, (3) IBCB 685, (4) IBCB 700, (5) IBCB 701, (6) IBCB 702, (7) IBCB 713, (8) IBCB 717, (9) IBCB 725, (10) IBCB 726, (11) IBCB 761, (12) IBCB 729, (13) IBCB 789 e (14) IBCB 811. O dendrograma obtido a partir das análises dos padrões de fingerprinting revelou também a formação de dois grupos (I e II) com similaridade de aproximadamente 13% entre si, sendo que o grupo I alocou apenas quatro isolados (IBCB 713, 717, 726 e 725) obtidos de áreas aplicadas das Usinas São João e Santo Antonio. Ainda que obtidos de áreas aplicadas, esses quatro isolados mostraram-se geneticamente bem distintos dos demais provenientes das mesmas áreas, apresentando diferenças nos fragmentos de DNA acima de 500 pb. O grupo II ficou subdividido em “a” e “b”, onde os isolados IBCB 825 e IBCB 827 provenientes da Usina São João representaram o subgrupo “b”, enquanto que o subgrupo “a” se constituiu dos isolados restantes, incluindo dez isolados oriundos de áreas aplicadas, entre eles o isolado IBCB 425. Como observado nas análises de REP-PCR, dez isolados de áreas aplicadas formaram um grupo distinto com 100% de similaridade. Cabe salientar que nos grupamentos de isolados provenientes de áreas não aplicadas foram incluídos dois isolados de áreas aplicadas (IBCB 695 e 789) (Figura 9). ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 31 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ 0,00 0,25 0,50 0,75 a aa IIII bb b I II 32 1,00 IBCB 425 – Padrão (+) IBCB 698 – U.S.J., Araras, SP (+) IBCB 669 – U.G., Olímpia, SP (+) IBCB 685 – U sina Guarani, Olímpia, SP (+) IBCB 700 – U.S.A., Sertãozinho, SP (+) IBCB 811 – U.S.J., Araras, SP (+) IBCB 729 – U.S.A., Sertãozinho, SP (+) IBCB 761 – U.G., Olímpia, SP (+) IBCB 702 – U.S.A., Sertãozinho, SP (+) IBCB 701 – U.S.A., Sertãozinho, SP (+) IBCB 655 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 643 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 646 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 647 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 650 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 654 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 658 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 639 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 695 – U.G., Olímpia, SP (+) IBCB 697 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 815 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 644 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 645 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 640 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 659 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 660 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 662 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 665 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 667 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 703 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 722 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 789 – U.G., Olímpia, SP (+) IBCB 718 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 756 – U.S.A., Serãozinho, SP (-) IBCB 724 – U.S.A., Sertãozinho SP (-) IBCB 812 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 704 – U.S.A., Sertãozinho SP (-) IBCB 705 – U.S.A., Sertãozinho SP (-) IBCB 720 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 810 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 737 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 825 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 827 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 713 – U.S.J., Araras, SP (+) IBCB 717 – U.S.J., Araras, SP (+) IBCB 726 – U.S.A., Sertãozinho, SP (+) IBCB 725 – U.S.A., Sertãozinho, SP (+) Figura 9: Dendrograma gerado de acordo com os perfis de amplificação de 47 isolados de M. anisopliae utilizando-se os iniciadores BOX A1R, baseado no método UPGMA e coeficiente de Jaccard. Onde (+) áreas aplicadas; (-) áreas não aplicadas. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ 5.2.3.3 ERIC-PCR Nas análises de ERIC-PCR foram avaliados fragmentos de 50 a 2.800 pb e os resultados obtidos com alguns isolados estão ilustrados na (Figura 10). M 1 2 3 4 5 6 M 7 8 9 10 11 12 M 13 14 15 16 M 2.000 pb 300 pb Figura 10: Produtos da amplificação do DNA de isolados de M. anisopliae utilizando-se os iniciadores ERIC1R-I e ERIC2. (M) marcador de peso molecular 100 pb (Fermentas), (1) IBCB 425, (2) IBCB 640, (3) IBCB 643, (4) IBCB 647, (5) IBCB 650, (6) IBCB 654, (7) IBCB 704, (8) IBCB 705, (9) IBCB 718, (10) IBCB 720, (11) IBCB 724, (12) IBCB 737, (13) IBCB 756, (14) IBCB 810, (15) IBCB 825 e (16) IBCB 827. Nessas análises o dendrograma revelou a formação de dois grupos I e II, sendo que o grupo I ficou representado apenas pelo isolado IBCB 726. O grupo II ficou dividido em subgrupos “a” e “b”, sendo que nesse subgrupo foram inclusos quatro isolados oriundos das Usinas Guarani, São João e Santo Antonio, todos de áreas aplicadas. No subgrupo “a” verificou-se que a grande maioria dos isolados oriundos da Usina São João, formaram um grupo distinto dos isolados provenientes da Usina Santo Antonio, todos de áreas não aplicadas. Esse subgrupo também alocou outros 11 isolados de áreas aplicadas dentre eles, o isolado IBCB 425 que agrupou com os isolados IBCB 698, 669, 685, 761, 811 e 729 também de áreas aplicadas com 100% de similaridade entre si. Os isolados IBCB 700, 702 e 701 também de áreas aplicadas formaram outro grupo do mesmo modo com 100% de similaridade entre si. Os dois grupos apontados apresentam aproximadamente 87% de ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 33 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ similaridade. O isolado IBCB 695, proveniente da Usina Guarani, ficou em um grupo distinto entre os isolados de áreas não aplicadas das usinas São João e Santo Antonio. Com relação aos isolados de áreas não aplicadas, dos 20 isolados pertencentes à Usina São João, 16 deles ficaram alocados no mesmo grupo (Figura 10). ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 34 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ 0,00 0,25 0,50 0,75 35 1,00 IBCB 425 – Padão (+) IBCB 698 – U.S.J., Araras, SP (+) IBCB 669 – U.G., Olímpia, SP (+) IBCB 685 – U.G., Olímpia, SP (+) IBCB 761 - U.G., Olímpia, SP (+) IBCB 811 – U.S.J., Araras, SP (+) IBCB 729 – U.S.A., Sertãozinho, SP (+) IBCB 700 – U.S.A., Sertãozinho, SP (+) IBCB 702 – U.S.A., Sertãozinho, SP (+) IBCB 701 – U.S.A., Sertãozinho, SP (+) IBCB 639 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 640 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 643 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 646 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 647 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 650 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 655 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 697 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 827 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 810 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 644 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 645 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 654 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 658 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 812 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 815 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 695 – U.G., Olímpia, SP (+) IBCB 718 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 724 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 756 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 659 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 825 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 660 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 662 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 737 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 665 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 722 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 720 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 667 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 705 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 704 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 703 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 789 – U.G., Olímpia, SP (+) IBCB 713 – U.S.J., Araras (+) IBCB 725 – U.S.A., Sertãozinho, SP (+) IBCB 717 – U.S.J., Araras (+) IBCB 726 – U.S.A., Sertãozinho, SP (+) a II III a b b I Figura 11: Dendrograma gerado de acordo com os perfis de amplificação de 47 isolados de M. anisopliae utilizando-se os iniciadores ERIC1R-I e ERIC2-I, baseado no método UPGMA e coeficiente de Jaccard. Onde (+) áreas aplicadas; (-) áreas não aplicadas. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ 5.2.3.4 Análise por rep-PCR Utilizando-se em conjunto as matrizes resultantes das análises de REP, BOX e ERIC, foi construído um dendrograma que possibilitou uma análise geral do polimorfismo entre os isolados testados. Nesta análise combinada, foram avaliados fragmentos de 50 a 2.800 pb. O dendrograma obtido revelou a formação de dois grupos (I e II) com similaridade aproximada de 18% entre si. O grupo II ficou subdividido em “a” e “b”. O subgrupo “b” ficou representado apenas pelo isolado IBCB 789 de área onde ocorreu aplicação do isolado IBCB 425, oriundo da Usina Guarani, e o subgrupo “a” englobou à maior parte dos isolados, sendo 11 isolados de áreas aplicadas e 31 isolados de áreas não aplicadas. Com relação aos isolados de áreas aplicadas, eles ficaram agrupados em dois diferentes grupos com similaridade entre si de aproximadamente 97%, em um subgrupo ficaram os isolados IBCB 425, 668, 669, 815, 761, 811 e 729 oriundos das três diferentes usinas e apresentaram 100% de similaridade entre si, já no outro subgrupo ficaram alocados os isolados IBCB 700, 701 e 702 oriundos da Usina Santo Antonio. Como verificado nos dendrogramas individuais o isolado IBCB 695 ficou em um braço distinto e entre os isolados de outras usinas de áreas não aplicadas. Com relação aos isolados de áreas não aplicadas foi observada aproximadamente 49% de similaridade, sendo que os isolados ficaram subdivididos em grupos de acordo com a sua origem (Figura 12). O grupo I, subdividido em “a” e “b”, alocou quatro isolados de áreas aplicadas, porém diferentes entre si e apenas 25% de similaridade com o grupo do isolado IBCB 425 utilizado para aplicações nas áreas. No subgrupo “a” ficaram incluídos os isolados IBCB 713 e 717 obtidos da Usina São João e IBCB 726 obtido da Usina Santo Antonio todos com similaridade entre si de aproximadamente 57%, e no grupo “b” ficou composto pelo isolado IBCB 725 oriundo também da Usina Santo Antonio. Treze isolados pertencentes a Usina São João apresentaram valores de aproximadamente 66% com o grupo que incluiu o isolado IBCB 425. Esse resultado pode ser explicado de acordo Miranda (2011) que relata que esses isolados foram coletados de uma área próxima de um talhão onde ocorre a aplicação do isolado IBCB 425 por cerca de 10 anos até a presente data. Desse modo ao longo desses anos pode ter ocorrido a disseminação de inóculos fúngicos de uma área para outra, seja através de agentes disseminadores, como por insetos contaminados, maquinário ou até mesmo o homem ou, ainda, por fatores abióticos como chuva e ventos. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 36 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ 0,00 0,25 II I I 0,50 37 0,75 1,00 IBCB 425 – Padrão (+) IBCB 698 – U.S.J., Araras, SP (+) IBCB 669 – U.G., Olímpia, SP (+) IBCB 685 – U.G., Olímpia, SP (+) IBCB 761 – U.G., Olímpia, SP (+) IBCB 811 – U.S.J., Araras, SP (+) IBCB 729 – U.S.A., Sertãozinho, SP (+) IBCB 700 – U.S.A., Sertãozinho, SP (+) IBCB 701 – U.S.A., Sertãozinho, SP (+) IBCB 702 – U.S.A., Sertãozinho, SP (+) IBCB 639 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 658 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 640 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 643 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 646 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 647 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 650 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 644 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 645 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 854 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 697 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 655 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 815 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 695 – U.G., Olímpia, SP (+) IBCB 718 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 724 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 756 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 812 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 827 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 825 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 810 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 659 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 660 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 662 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 665 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 667 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 703 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 704 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 705 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 720 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 722 – U.S.J., Araras, SP (-) IBCB 737 – U.S.A., Sertãozinho, SP (-) IBCB 789 – U.G., Olímpia, SP (+) IBCB 713 – U.S.J., Araras, SP (+) IBCB 717 – U.S.J., Araras, SP (+) IBCB 726 – U.S.A., Sertãozinho, SP (+) IBCB 725 – U.S.A., Sertãozinho, SP (+) a I b I Figura 12: Dendrograma gerado em conjunto das matrizes dos iniciadores de REP1R - I e REP2 - I, BOX AR1, ERIC1R e ERIC2 baseado no método UPGMA e coeficiente de Jaccard. Onde (+) áreas aplicadas; (-) áreas não aplicadas. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ Conforme relatado por Miranda (2011) deve-se levar em consideração o tipo de solo existente na área sem aplicação do isolado. Trata-se de um latossolo vermelho, um solo evoluído, rico em argilo-minerais, e com maiores índices de matéria orgânica, fator relevante para o acréscimo de depósitos de M. anisopliae. Já o solo encontrado na área com aplicação, um cambissolo, é menos desenvolvido, pouco profundo portador de horizonte B incipiente e com elevados teores de silte e cascalho (SIBCS, 2012), o que confirma os resultados dos estudos realizados por Lanza, Monteiro e Malheiros (2004), que observaram que a sobrevivência desse fungo foi favorecida em solos que apresentaram textura arenoargilosa e elevada porcentagem de matéria-orgânica. Ainda, esses dados também são corroborados por Oliveira, Chaves e Loures (1981) que observaram que o fungo M. anisopliae sobrevive melhor em solos com maiores teores de matéria-orgânica, podendo permanecer por períodos de até 90 dias a uma taxa de infestação de 1,41x10 6 conídios/grama de solo. Com relação os isolados pertencentes à Usina Santo Antonio, esses se apresentaram mais distribuídos confirmando os relatos de Miranda (2011), que verificou que tanto os isolados de área com aplicação do IBCB 425 quanto os de área sem aplicação eram provenientes de um latossolo vermelho, solo favorável à ocorrência de reservas naturais de M. anisopliae. Além disso, a área sem aplicação pode ser mais favorável por tratar-se de uma área de produção orgânica de cana-de-açúcar, que apresenta inúmeras vantagens pelo sistema (MIRANDA, 2011). Em estudos realizados por Miranda (2011) na Usina Guarani, não foram encontrados isolados de ocorrência natural em áreas não aplicadas, pois nessas áreas ocorreu a utilização de inseticidas químicos para o controle de insetos praga. No presente estudo, de cinco isolados provenientes da Usina Guarani na área onde ocorreu a aplicação artificial do isolado IBCB425, foram encontrados dois isolados (IBCB 695 e IBCB 789) que mostraram perfis genéticos distintos do isolado padrão. Para a diferenciação de isolados de Metarhizium anisopliae tem sido empregadas técnicas baseadas em RFLP (PIPE et al., 1995; LEAL et al., 1997) e RAPD-PCR (LEAL et al., 1994; TIGANO-MILANI; GOMES; SOBRAL, 1995). Contudo, a técnica de PCR-RAPD apresenta algumas limitações, entre elas a suscetibilidade à contaminação (interferência) por DNA não alvo, além de que a mesma só pode ser realizada de modo seguro com o DNA de culturas puras (LEAL et al., 1997; THOMSEN; JENSEN, 2002). Por outro lado, análises filogenéticas, baseadas no sequenciamento da região ITS, possibilitaram uma identificação mais precisa de grupos de variedades desse entomopatógeno (CURRAN et al., 1994). Driver, Milner, Trueman (2000) reavaliaram a taxonomia de Metarhizium spp. baseando-se em análises dessas sequências e moldes de ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 38 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ RAPD e encontraram um alto nível de diversidade genética entre os isolados, observando novas variedades dentro do gênero Metarhizium spp. Assim, dez grupos distintos foram nitidamente reconhecidos, incluindo duas novas variedades de M. anisopliae: M. anisopliae var. lepidiotum e M. anisopliae var. acridume, e duas novas variedades de M. flavoviride: M. flavoviride var. novazealandicum e M. flavoviride var. Pemphigum. Está técnica também foi utilizada para diferenciar espécies, variedades e isolados do gênero Hirsutella (STRONGMAN; MACKAY, 1993; MOZES-KOCH et al., 1995), assim como para diferenciar isolados em espécies do gênero Zoophtora (HODGE et al., 1995). Miranda (2011) realizou o sequenciamento da região ITS de treze desses isolados e não conseguiu chegar a uma diferenciação desses e do isolado fúngico IBCB425, pois as sequências apresentavam elevada porcentagem de similaridade entre si, caracterizando todos como M. anisopliae var. anisopliae. No presente trabalho, a técnica de rep-PCR foi utilizada pela primeira vez em fungos entomopatogênicos e as técnicas de REP, BOX ou ERIC-PCR aplicadas individualmente, assim como a análise combinada de rep-PCR possibilitou observar que existe diferença interespecífica nos 47 isolados analisados, além observar que ocorre desenvolvimento de outros isolados em áreas onde ocorre a aplicação do isolado IBCB 425. No entanto, provavelmente os resultados de diversidade genética seriam mais expressivos com uma seleção de isolados de origem e hospedeiros mais diversificados, pois como verificamos em todos os dendrogramas (Figuras 7, 9, 11 e 12) o fungo M. anisopliae encontra-se amplamente distribuído no solo das áreas consideradas, porém com baixo nível de polimorfismo e como relata Tigano-Milani et al., (1995) o genótipo de um isolado parece estar mais relacionado com o hospedeiro do que com o local de origem geográfica porque o solo apresenta muitos isolados de M. anisopliae com grande variedade genética em uma área específica. Este também pode ser comprovado por Fungaro et al., (1996) que realizaram um estudo com M. anisopliae var. anisopliae e demonstraram com a metodologia de RAPD que a diversidade entre os isolados de Deois flavopicta é inferior comparado a isolados provenientes de solo, indicando que existe relação de especificidade entre hospedeiros. Resultados semelhantes foi observado por Fegan et al., (1993) trabalhando com M. anisopliae var. anisopliae, flavoviridae e M. anisopliae e Bidochka et al., (1994) trabalhando com isolados de M. Cravanzola et al., (1997) com Beauveria bassiana. E ainda assegurando esses resultados Vargas et al., (2003) caracterizando isolados de Nomurea rileyi observaram alta homologia entre os isolados testados provenientes de locais distintos. Shoabi, F., Jin, F. L. e Ren S. X., (2011) utilizaram as técnicas de SSR e ITS-rDNA para avaliar a prevalência e a variabilidade genética do fungo entomopatogênico M. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 39 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ anisopliae var. anisopliae em quatro países asiáticos e um país europeu e obtiveram baixa variação entre os mesmos, com a distância máxima de 34% entre eles. A razão para a esses resultados é desconhecida, mas acredita-se que esteja relacionada com condições climáticas desfavoráveis, fatores bióticos e abióticos. Para Fegan et al. (1993) as características morfológicas empregadas na taxonomia de M. anisopliae var. anisopliae falham na definição de um grupo geneticamente uniforme e que isolados com genomas exibindo mais de 70% de dissimilaridade têm sido incluídos na mesma subespécie. A explicação para isso seria o modo de reprodução de M. anisopliae, pois a incompatibilidade somática pode prevenir a formação de heterocários estáveis entre isolados que diferem significativamente em seus genótipos, favorecendo a existência de clones isolados reprodutivamente (COBB; CLARKSON, 1993). Isso porque fungos assexuais geralmente possuem menor diversidade quando comparados aos microrganismos que se reproduzem sexuadamente por causa da ausência de recombinação genética, porém a ampla distribuição geográfica e alta gama de hospedeiros dos fungos anamorficos, sugere que existe alta variabilidade genética nessas espécies (CASTRILLO; BROOKS, 1998). 5.3. Ensaio de virulência O isolado IBCB 695 mostrou-se mais virulento provocando a morte de 50% da população de lagartas, seguido dos isolados IBCB 725 (50,25%), IBCB 717 (40,50%), IBCB 726 (40,00%), IBCB 425 e IBCB 658 (30,75%), IBCB 685 (30,50%), IBCB 729 (30,25%), IBCB 724 (20,50%), IBCB 655 (10,75%), IBCB 810 (10,75%) e por último o isolado IBCB 698 (10,50%) (Tabela 3). Ressalta-se que os dois isolados que apresentaram maior mortalidade de lagartas (IBCB 695 e IBCB 725) são provenientes de locais diferentes, além de permaneceram em grupos distintos em todas as análises de rep-PCR (Figuras 7, 9, 11 e 12). Contudo, não foi possível observar maiores relações entre as análises de rep-PCR e os demais isolados avaliados no bioensaio. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 40 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ Tabela 3: Mortalidade de lagartas de Diatraea saccharalis após a aplicação do fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae. Tratamento Mortalidade (%) Desvio Padrão Erro Padrão Testemunha 2,50 b 5,00 2,50 IBCB 425 37,50 a 17,07 8,53 IBCB 655 17,50 a 9,57 4,78 IBCB 658 37,50 ab 33,04 16,52 IBCB 685 35,00 ab 12,90 6,45 IBCB 695 55,00 ab 36,96 18,48 IBCB 698 15,00 ab 12,90 6,45 IBCB 717 45,00 ab 30,00 15,00 IBCB 724 25,00 ab 17,32 8,66 IBCB 725 52,50 ab 9,57 4,78 IBCB 726 40,00 ab 8,16 4,08 IBCB 729 32,50 ab 5,00 2,50 IBCB 810 17,50 ab 17,07 8,53 Teste F 2,56* CV (%) 5,37 Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem pelo teste de Tukey a 5% (p<0,05). Valores originais, mas análise estatística realizada com dados transformados em Log x + 10. *Significativo a 5% de probabilidade. Vargas e colaboradores, (2003) caracterizando isolados de Nomuraea riley provenientes de locais e hospedeiros distintos, observaram alta homologia entre os isolados testados sugerindo que não existe relação entre parâmetros de virulência e análise de RAPD. O mesmo também foi observado por Tigano-Milani e colaboradores (1995) para Paecilomyces fumosoroseus e Driver, Milner, Trueman (2000) para fungos M. anisopliae, M. flavoviridae e M. album. A variação da mortalidade pode ser observada com frequência em bioensaios de seleção e pode estar associada a fatores como patogenicidade, virulência, especificidade, tolerância do hospedeiro, entre outros (ALVES, 1998). As testemunhas apresentaram mortalidade de 2,50% (Figura 13). A mortalidade pelo fungo pôde ser confirmada pelo exame dos insetos contaminados que foram mantidos em câmara úmida após a morte (Figura 14). O isolado IBCB 695 foi o mais virulento e as lagartas por ele colonizadas foram as que apresentaram visualmente maior esporulação (Figura 15). De acordo com estudo realizado por Macedo (2005), em alguns insetos pode-se notar a interferência do fungo no processo de ecdise, que também pudemos observar nesse bioensaio. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 41 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ Figura 13: Testemunha de D. saccharalis não colonizada por M. anisopliae. Figura 14: Lagartas de D. saccharalis mortas por ataque de diferentes isolados de M. anisopliae. (A) IBCB 725 e (B) IBCB 425. Figura 15: Lagarta de D. saccharalis morta com o isolado de M. anisopliae IBCB 695. Variações fenotípicas como alterações na patogenicidade e caracterizações morfológicas foram observadas em isolados de M. anisopliae associados a M. fimbriolata, ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 42 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ essas foram demonstradas com a variabilidade genética apresentada por RAPD (MACEDO, 2005). Ainda de acordo com Macedo (2005), esse polimorfismo genético pode ser explicado por acúmulos de mutações ou simplesmente pelo modo de reprodução do fungo. E esse polimorfismo genético, permite ao fungo adaptar-se e sobreviver em um meio heterogênio, e mesmo que a maioria dos isolados testados sejam oriundos do mesmo hospedeiro, em parte da sua vida o fungo permanece no solo, na forma de esporos e provavelmente compete com outros microrganismos para sua sobrevivência quando a população de insetos é baixa. Por isso, antes do desenvolvimento de um produto microbiano é importante efetuar bioensaios para a seleção de isolados e avaliar a relação de patogenicidade e virulência dos mesmos (ALVES, 1998). Embora existam relatos na literatura de que o fungo entomopatógeno Beauveria bassiana é mais eficiente no controle de lagartas de D. saccharalis, o conhecimento da eficiência de meios alternativos ao uso de C. flavipes é de grande importância para alcançar o sucesso do controle biológico nos canaviais brasileiros, contribuindo para a sustentabilidade da agricultura em nosso país. Os resultados apresentados na tabela 3, também foram expressos em forma de gráfico para melhor visualização e compreensão (Figura 16). A A AB AB AB AB AB AB AB AB AB AB B Figura 16: Mortalidade de lagartas de Diatraea saccharalis após a aplicação do fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae. Dados originais, porém transformados em Log x+10 para análise estatística. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 43 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ 6. CONCLUSÃO As características morfológicas observadas, assim como a amplificação por primers específicos confirmaram que todos os isolados estudados pertencem à espécie M. anisopliae var. anisopliae. A técnica de rep-PCR permite analisar a diversidade genética de M. anisopliae var. anisopliae. O isolado IBCB 695 é mais virulento para Diatraea saccharalis que o padrão IBCB 425. ___________________________________________________________________________ Instituto Biológico - 2012 44 Análise da Diversidade Morfológica e Genética de M. anisopliae e Avaliação da Virulência em D. saccharalis. ________________________________________________________________________________________________ 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, J.E.M.; BATISTA FILHO, A. Boletim Técnico – Instituto Biológico. São Paulo: Instituto Biológico, n. 16, p. 1-19, 2006. ALMEIDA, L.C.; ALVES, S.B.; BOTELHO, P.S.M.; DEGASPARI, N.; PINHEIRO, J.B. Determinação da patogenicidade do Metarhizium anisopleae (Mestch) Sorok. sobre ovos de Diatraea saccharalis (Fabr.) de diferentes. Brasil Açúcareiro, Rio de Janeiro, v. 102, p. 2027, 1984. ALMEIDA, L.C., ALVES, S.B. Testes preliminares de dosagens de M. anisopliae (Metsch.) 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