SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIICAÇÃO (SBCLASS) E AS ALTERNATIVAS DO MERCADO – PROPOSTA DOS ESTUDANTES DE HOTELARIA DO CEUNSP (2013) Bruna C. Mendes1 RESUMO: Percebe-se nos últimos anos a profissionalização e melhoria dos serviços prestados pela hotelaria brasileira. Contudo, diante da estratificação que o mercado apresenta torna-se árdua a tarefa da escolha de um meio de hospedagem em detrimento de outro. Diante disso, foi instituído o Sistema Brasileiro de Classificação, pela Portaria nº 100, de 16 de junho de 2011, visando orientar o consumidor pelos critérios estabelecidos pelo SBCLASS. Porém, como são diversos os critérios assim como a a variedade dos meios de hospedagem contemplados, aliando-se ao caráter da adesão não obrigatória ao sistema, muitos hotéis sentem-se isolados nessa classificação, procurando meios alternativos para valorização e divulgação de seus serviços. Aproveitando-se desse caráter, como desafio a estudantes ingressantes do curso de Hotelaria do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio, foi proposto que os discentes formassem grupos e que cada um realizasse uma análise do setor hoteleiro da cidade de Itu, propondo sistemas de classificação mais próximos à realidade do município. O objetivo do estudo foi desenvolver o lado crítico dos futuros profissionais do setor, assim como permitir uma análise mais profunda do Sistema Brasileiro de Classificação (SBCLASS) e seus critérios, finalizando com criatividade e aplicabilidade da teoria da disciplina em questão. PALAVRAS-CHAVE: Sistema Brasileiro de Classificação. Sistema Alternativo. Critérios. INTRODUÇÃO Nos últimos anos ocorreu um crescimento intenso do setor da Hospitalidade, consolidando-se nos últimos anos como uma das áreas que mais geram empregos, melhora da qualidade de vida, aumento do fluxo de circulação de receitas e elevação da renda per-capita e de divisas (CYPRIANO, 2012). Segundo a OMT, tais atividades características do turismo são responsáveis pela geração de 6% a 8% do total de 1 Mestre em Hospitalidade (UAM), Especialista em Docência no Ensino Superior (UNIMEP), em Gestão Mercadológica do Turismo e Hotelaria (USP), e pós-graduada em Administração (FGV). Atua como docente do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio no eixo da Hospitalidade. E-mail: [email protected] 2 empregos no mundo. Ainda de acordo com a OMT, o mercado de viagens internacionais representa 30% das exportações mundiais de serviços e equivale a 6% do valor total dessas exportações. Essas magnitudes lhe conferem o quarto lugar no ranking das atividades geradoras de receitas cambiais, atrás apenas das indústrias de combustíveis, de produtos químicos e automobilística (apud MELLO; GOLDENSTEIN, s/a). Os mesmos autores ainda destacam que no Brasil, em pesquisa publicada no ano de 2009, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) concluiu que o conjunto das chamadas atividades características do turismo representou, em 2006, 3,6% do valor adicionado da economia brasileira, montante gerado por 6,1% do total das pessoas ocupadas, que receberam 3,2% dos salários e demais remunerações pagas no país. Os serviços de alimentação destacaram-se como responsáveis por 40,9% do valor agregado por essas atividades, cabendo aos serviços de transporte rodoviário 17,7% e às atividades recreativas, culturais e esportivas 13,8%. Apesar dos avanços, pesquisa do Fórum Econômico Mundial divulgada em março de 2011 posicionou o Brasil em 52º lugar no ranking de competitividade no turismo, entre 139 países analisados. Entre os 14 quesitos avaliados, as infraestruturas de transporte terrestre e aeroportuário, a violência e a mão de obra qualificada foram os principais responsáveis pela mediana posição brasileira (MELLO; GOLDENSTEIN, s/a). Acredita-se que as características do setor como a presença significativa de micro e pequenas empresas, principalmente nas atividades de gastronomia e hospedagem, agenciamento de viagens, consultoria, conforme destacam Gorini e Mendes (2005), contribuam para essa análise do turismo nacional. Em todo o mundo o desempenho do setor hoteleiro está fortemente relacionado ao desempenho da indústria do turismo. Entretanto, uma das atividades mais difíceis consiste em estabelecer precisamente a definição de “turismo”. Nos tempos atuais, o turismo não está necessariamente associado à realização de atividades de lazer e entretenimento. Pelo contrário, cada vez mais a realização de atividades profissionais são reportadas como objetivo principal da viagem (turismo de negócios) (FREITAS; MARINHO; MARGEM, 2005) Concentrando-se no setor hoteleiro, destaca-se a variedade do mesmo, já que os principais agentes da hotelaria são os proprietários dos bens imóveis explorados comercialmente como meios de hospedagem e as empresas operadoras, responsáveis pela administração e gerenciamento dos empreendimentos (GORINI; MENDES, 2005). 3 Os autores ainda destacam que cada localidade combinada a uma categoria de hospedagem forma um segmento particular, sendo que cada cidade constitui um mercado diferente dos demais, mercado esse fragmentado em distintos subsegmentos hoteleiros que não competem ou pouco competem entre si. O Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem reflete esse fracionamento ao adotar uma tipologia que os categoriza em sete diferentes grupos: hotel, hotel histórico, hotel fazenda, resort, flat/apart-hotel, pousada e cama & café. Mesmo nesses grupamentos, há diferentes segmentos de mercado, como o de hotéis de uma e duas estrelas e o de hotéis cinco estrelas (GORINI; MENDES, 2005). Entretanto, apesar do sistema atual de classificação ser bastante amplo no sentido de abranger diversas dimensões e critérios intrínsecos à atividade hoteleira, este sistema inicialmente aparenta atingir somente os estabelecimentos de hospedagem de maior porte. Mais especificamente, observa-se que o nível de detalhamento dos aspectos a serem verificados nos estabelecimentos e também os custos associados ao processo de avaliação representam alguns dos fatores que inibem ou desmotivam os estabelecimentos de menor porte a aderirem ao novo sistema de classificação (FREITAS; MARINHO; MARGEM, 2005) . Considerando, portanto, as dificuldades apontadas pelos autores acima, acreditase que muitos meios de hospedagem preferem buscar meios alternativos de classificação, procurando um sistema que seja mais próximo de sua realidade. Assim, destacam-se o grupo Roteiros de Charme, focado em empreendimentos que apresentem características únicas, em destinos turísticos; como também o The Leading Hotels, focado em empreendimentos de alto luxo. Partindo do pressuposto descrito acima, como desafio a estudantes ingressantes do curso de Hotelaria do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio, foi proposto que cada grupo realizasse uma análise do setor hoteleiro da cidade de Itu 2, propondo sistemas de classificação mais próximos à realidade da cidade, sendo os resultados expostos nas linhas abaixo. O objetivo do estudo era desenvolver o lado crítico dos futuros profissionais do setor, assim como permitir uma análise mais profunda do Sistema Brasileiro de Classificação (SBCLASS) e seus critérios, finalizando com criatividade e aplicabilidade da teoria da disciplina em questão. Após a 2 Trabalho proposto para a disciplina de Tipologia de Meios de Hospedagem no 01º semestre de 2013, sob supervisão da professora Bruna C. Mendes, utilizando-se das pesquisas realizadas para a disciplina de Análise do Mercado Hoteleiro I, sob supervisão da professora Karina Manelli. 4 estruturação dos critérios de classificação, cada grupo deveria escolher dez empreendimentos hoteleiros da cidade e avalia-los segundo o novo sistema sugerido, garantindo, assim, uma visão do mercado hoteleiro de Itu. SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO – SBCLASS Com o objetivo de organizar o mercado e facilitar a orientação para os consumidores, surgem os mecanismos de classificação hoteleiro. Segundo Wanderley (2004), até abril de 2002 existiam no Brasil dois sistemas principais de classificação de meios de hospedagem: a classificação oficial, instituída pelo Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR) e a classificação realizada por entidades privadas e representada pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH). A classificação dos meios de hospedagem pelo sistema da EMBRATUR era realizada através da verificação da adequação e da conformidade dos itens existentes no estabelecimento quando comparados aos padrões definidos nas Matrizes de Classificação, compostas por padrões gerais e específicos adequados aos diferentes tipos de meios de hospedagem. Os estabelecimentos hoteleiros deveriam então atender aos padrões exigidos para a sua categoria através da verificação de diversos itens. Por outro lado, a classificação pelo sistema da ABIH era realizada pelo próprio estabelecimento hoteleiro, através da verificação da conformidade do estabelecimento em relação a padrões pré-estabelecidos (FREITAS; MARINHO; MARGEM, 2005). Entretanto, destacam os autores supracitados, através da Deliberação Normativa n. 429 da EMBRATUR (2004), a EMBRATUR e a ABIH instituíram o atual sistema de classificação dos meios de hospedagem. Este novo sistema também utilizava Matrizes de Classificação compostas por padrões de adequação aos diversos tipos de meios de hospedagem e extensivamente detalhadas em itens e aspectos que devem ser observados nos estabelecimentos O quadro 01, exposto abaixo, contempla o processo classificatório existente até 2002, além das mudanças realizadas a partir desta data, após a união entre Embratur e ABIH conforme descritos acima. Destaca-se, porém, que os critérios continuavam confusos, subordinados a conceitos subjetivos de qualidade, prejudicando a avaliação e sofrendo intensas variações, dependendo do profissional que avaliava o meio de hospedagem na época. Essa classificação agrupava os hotéis em seis categorias, avaliando indicadores referentes à gestão do empreendimento e à qualidade dos serviços 5 e instalações (GORINI; MENDES, 2005). Destaca-se que a adesão a esse sistema era um ato voluntário dos meios de hospedagem interessados em fazer parte de um referencial informativo de cunho oficial, destinado a orientar os mercados turísticos interno e externo, enfatizam os autores supracitados. Quadro 01: Categorias de hospedagem segundo os sistemas de classificação até 2010 Fonte: (FREITAS; MARINHO; MARGEM, 2005 Contudo, no âmbito da indústria hoteleira, atualmente existe uma grande diversificação de tipos de estabelecimentos de hospedagem (hotéis, pousadas, flats, resorts, etc.), embora a Deliberação Normativa n. 429 da EMBRATUR (2004) defina as condições necessárias para tais estabelecimentos serem considerados Meios de Hospedagem. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis - ABIH (2004) esta diversificação e também a evolução do mercado turístico motivaram a criação do Sistema de Classificação dos Meios de Hospedagem que está em vigor oficialmente (FREITAS; MARINHO; MARGEM, 2005). Em 16 de junho de 2011 foi baixada a Portaria nº 100, com o objetivo de regular o processo e os critérios de classificação hoteleira no Brasil, estabelecendo a estrutura do sistema; os tipos passíveis de classificação; as categorias de cada tipo; os requisitos de infraestrutura e serviços; os critérios de classificação; além dos processos de verificação e monitoramento. Destaca-se, contudo, que pelo artigo 5º, a adesão ao SBCLASS e sua adoção continuam sendo de natureza voluntária, cabendo ao Ministério do Turismo a exclusão dos utentes que estiverem em desacordo com os preceitos desta Portaria. O novo Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem (SBCLASS) foi elaborado de forma participativa, por meio de uma ampla parceria entre o Ministério do Turismo, o Inmetro, a Sociedade Brasileira de Metrologia – SBM e a sociedade civil, e adotado como estratégia para o país, aumentando a competitividade 6 do setor (grifo nosso), tornando-se um instrumento de divulgação de informações, sendo um importante mecanismo de comunicação, possibilitando uma concorrência justa entre os meios de hospedagem do país e auxiliando turistas, brasileiros e estrangeiros, em suas escolhas (MTUR, 2013). TIPOLOGIA CLASSIFICAÇÂO Hotel Variação entre 01 a 05 estrelas Hotel Histórico Variação entre 03 a 05 estrelas Hotel Fazenda Variação entre 01 a 05 estrelas Pousada Variação entre 01 a 05 estrelas Resort Variação entre 04 a 05 estrelas Cama e Café Variação entre 01 a 04 estrelas Flat & Apart Hotel Variação entre 03 a 05 estrelas Quadro 02: Sistema Brasileiro de Classificação (SBCLASS) Fonte: adaptado do MTUR (2013) O objetivo inicial foi manter o conceito de “estrelas”, já disseminado no território nacional facilitando assim a compreensão dos futuros consumidores. Porém, após uma breve análise dos critérios, verificam-se alguns empecilhos para a adesão total dos meios de hospedagem em território nacional, tais como: a) A adesão continua a ser voluntária, e como os meios de hospedagem precisam pagar pela visita e avaliação do fiscal (do Inmetro), acredita-se que pequenos hoteleiros não investirão nesse diferencial; b) Na tentativa de criar um sistema classificatório de âmbito nacional, ocorreu um processo de generalização intenso, o que desconsidera as particularidades de regiões e cidades; c) Manter estrelas para as sete tipologias contempladas gera duvidas para o consumidor final, pois o mesmo não conseguirá entender que um hotel fazenda três estrelas é diferente de um hotel três estrelas (essa diferenciação é mais presente aos profissionais da área) d) Há exigências de sustentabilidade e interação com a sociedade local, não possíveis de serem realizados pelos pequenos meios de hospedagem. 7 Além dos quatro destaques supracitados, há outros pontos que mereciam destaques, não sendo esse, porém, o objetivo do estudo. O foco principal do trecho acima foi destacar que na necessidade de se criar um sistema válido para todos os meios de hospedagem brasileiros, perdeu-se a particularidade de cada região, sendo que a hotelaria reflete o tipo de turismo local. Essa situação abre espaço para sistemas alternativos, conforme destacados abaixo. PROPOSTAS DOS DISCENTES I. ROTEIRO DOS EXAGEROS Essa classificação foi criada pelas discentes Andréia Oliveira; Jéssica Rocha; Letícia Cesaroni e Valquiria Oliveira, com o objetivo de homenagear a cidade de Itu, conhecida como a “Cidade dos Exageros”, título conquistado graças ao Simplício, comediante ituano nascido no ano de 1916, que em um programa humorístico da televisão, sempre destacava o tamanho desproporcional de legumes, frutas e demais itens originários de Itu. A cidade de Itu realmente necessita de um sistema de classificação hoteleiro, para assim, conhecemos os serviços oferecidos e qualidade do meio de hospedagem, seja do atendimento ou da infraestrutura do estabelecimento. Na nomenclatura, o Roteiro é inspirado no Semáforo Gigante, que se encontra na Praça Padre Miguel, a mesma Praça do Orelhão de Itu, diante da Igreja Matriz Nossa Senhora da Candelária. Criado originalmente na década de 1970, o Semáforo Gigante passou por uma reforma no final dos anos 80 e mantém-se em funcionamento até hoje. Apesar do tamanho exagerado, fazendo alusão à fama do município, o Semáforo Gigante serve de fato como sinalização de trânsito, devendo ser respeitado pelos motoristas e pedestres. Inspirando-se nesse ponto em particular, o Roteiro dos Exageros classifica os Meios de Hospedagem de acordo com as cores do semáforo: O Vermelho Luxo, Amarelo Midscale e Verde Econômico, utilizando-se como logo a figura exposta abaixo. Para a classificação dos meios de hospedagem, foram estabelecidos critérios, como de infraestrutura; serviços e sustentabilidade. No primeiro quesito foram considerados os conjuntos estruturais que compõem um determinado local e ajuda no desenvolvimento de um modo geral, sendo considerados aspectos como quarto com 8 banheira; bar; cama king size; piscina; SPA; Sauna; Estrutura Esportiva; Salas de Convenções/Eventos; Estacionamento cortesia; Escritório na UH; Lavanderia e Restaurante. Figura 01: Logo da Classificação Roteiros dos Exageros Fonte: Andréia Oliveira; Jéssica Rocha; Letícia Cesaroni e Valquiria Oliveira No quesito sobre serviços foram considerados como a união de atividades que traz satisfação aos hóspedes. Um serviço bem prestado é necessário considerar como critério, pois pode criar hóspedes habitues, ou seja, aqueles que sempre voltam, algo que é importante na hotelaria. Porém, se haver falha nos serviços, o hóspede pode, através do Marketing, ferramenta considerada mais importante para a divulgação, comunicar com conhecidos sobre os problemas que teve no meio de hospedagem, levando assim, um prejuízo para o mesmo. Por esse motivo, é necessário oferecer um serviço de qualidade. Entretanto, os critérios considerados como avaliação foram os serviços de Recepção; Mensageiro; Recreação; a oferta de Meia Pensão / Room Service; Troca de enxoval; Amenities; Climatização; TV por assinatura / TV á Cabo; Internet / Wi-Fi; Facilidades para bebês; Salão de Jogos; Cofre; Fitness Center. O terceiro quesito envolve o conceito de sustentabilidade, ou seja, medidas sustentáveis para beneficiar e gerar uma economia para o Meio Ambiente. Atualmente, é o maior tema em discussão por entidades do mundo todo. Os critérios considerados para avaliação foram Reaproveitamento de Materiais e Recursos (Luz Solar); Serviços para Tratamento de Resíduos; Serviço de Reciclagem e o Sistema de Bloqueio de Cartão para economia de Água e Luz. Assim, considerando-se os critérios primordiais para o sucesso da classificação proposta, o grupo construiu o seu Sistema, conforme exposto na tabela 01. Posteriormente, o grupo selecionou dez empreendimentos da cidade, procurando informações sobre os mesmos e aplicando os critérios pré-estabelecidos aos 9 selecionados, garantindo o conhecimento sobre a oferta hoteleira na cidade e a aplicabilidade da teoria. CLASSFICICAÇÃO INFRAESTRUTURA SERVIÇOS UH com banheira, bar, Recepção VERMELHO cama king size, piscina, mensageiro, recreação, de Resíduos ou LUXO SPA e sauna, estrutura serviço reaproveitamento de esportiva, manhã, almoço, e jantar materiais, serviço de convenção e eventos, completo, reciclagem, usode luz estacionamento Service, troca de roupa solar, cartão nas UH para cortesia, escritório na de toalhas economia de luz e água UH, diariamente, quatro nas UH's. sala lavanderia de e restaurante; SUSTENTABILIDADE 24 de cama horas, café da Room e Serviços para tratamento amenities, limatização, tv por assinatura, internet, facilidades para bebês, salão de jogos, cofre e fitness Center; Bar, Restaurante, cama Recepção AMARELO padrão, serviço MIDSCALE sala convenção e eventos, manhã, troca de roupa de Resíduos e cartão nas estacionamento de cama e toalhas em UH para economia de luz cortesia, escritório na dias e água. UH, amenities, restaurante; café Serviços de reciclagem, serviços para tratamento e de horas, da lavanderia de 24 alternados, três climatização, TV por assinatura nas UH, internet e cofre; VERDE ECONÔMICO Cama padrão, estacionamento cortesia e escritório na UH; Recepção 12 horas Serviços de reciclagem e troca de roupa de cama tratamento de resíduos. e toalhas somente á pedido do hóspede, internet, dois amenities, tv á cabo e cofre; Tabela 01: Sistema de Classificação Roteiros dos Exageros Fonte: Andréia Oliveira; Jéssica Rocha; Letícia Cesaroni e Valquiria Oliveira Destaca-se que os critérios utilizados pelo grupo consideraram as principais diretrizes do SBCLASS, como sustentabilidade, infraestrutura e serviços. 10 II. COFFEE CLASS Esse sistema de classificação foi criado pelas discentes Tammy Lopes Berto e Nina Nascimento, considerando-se o crescimento que a cidade de Itu apresentou nos últimos anos, mas sem esquecer-se do seu lado histórico. A Estância Turística de Itu possui rica história, desde os tempos de colônia, com a preservação das características estruturais das casas do centro e de alguns prédios tombados, aliando-se ao turismo de negócios, aspecto crescente nos últimos anos. Assim, com a chegada de novos turistas e aumento do fluxo, iniciaram-se a construção de novos empreendimentos hoteleiros, ofertando hoje mais de 30 opções, dividas próximas ao centro, além das redondezas da cidade e na parte rural. O Sistema Coffee Class abrange hotéis do eixo histórico, localidades afastadas do centro em 30 km e meios de hospedagem no âmbito rural – campings e fazendas, destacando a história de Itu, sendo que para tal utilizou-se do “café”, desde o seu cultivo inicial até a comercialização, permitindo uma união com a atualidade, já que essa é uma as bebidas mais consumidas no mundo. Com base nisso, foi criado um novo sistema de classificação, combinando a história da cidade, o café e a hotelaria, permitindo que juntos possam exercer o bem receber da hospitalidade e fidelização de clientes, voltando e divulgando a cidade como um todo. A Coffee Class é um instrumento que visa divulgar informações de modo claro e objetivo sobre os meios de hospedagem, onde torna-se um importante mecanismos para realizar a comunicação com o mercado e a forma mais adequada para o consumidor escolher quais os meios de hospedagem desejará utilizar. Podendo considerar que cada um reflete práticas diferentes de mercado e expectativas diferentes para cada tipo de turista a Coffee Class criou categorias para cada tipo. Dentre todas as combinações hoje encontradas no consumo da bebida, destacamos quatro, que se adéquam ao estilo de hotelaria que se encontra na cidade, e que atendem as necessidades de todos os tipos de público que seja ou esteja nela, destacados na tabela 02. Para aderir ao Sistema Coffee Class, e obter uma dessas classificações, o meio de hospedagem deve entrar em contato e solicitar uma visita agendada em seu estabelecimento para ser analisado e avaliar a possível classificação do mesmo, dentro dos critérios estabelecidos. 11 CLASSIFICAÇÃO CARACTERÌSTICAS CRITÉRIOS Simples e rápido é o tipo mais tradicional na cultura Suas unidades brasileira e mais consumido por empresários que habitacionais são bem não dispensam uma energia a mais nos intervalos simples, sendo nula a das reuniões. oferta de lazer, oferecendo apenas café da manhã. ESPRESSO Café expresso com pequenas doses de leite e Os quartos são espuma. Para um público vindo a negócios, mas que completos procura um conforto a mais quando necessita condicionado, prolongar sua estadia, e no tempo que sobra deseja ventilador, descansar e sair da rotina. frigobar), sendo que (com TV ar e na área social tem a opção do restaurante, MACCHIATO estacionamento e centro de convenções. A área de lazer quase não é contemplada. CAPPUCCINO Bebida clássica e muito saborosa, o cappuccino Suas conta com o gostoso café, adicionado ao doce do habitacionais chocolate em pó, e requinte da canela e envolvido completas, com o toque do leite quente com espuma. Ideal para como o espaço de o serviços lazer, sendo que nas diferenciados, com tempo para descansar e relaxar áreas sociais possui com a família; mas que possa contar com sala de bar, convenções e realização de eventos se necessário. internet, além de um hóspede que procura conforto, unidades são assim restaurante, centro de eventos. Drink batido e gelado, uma mistura de sabores, feito Possui algumas opções com café expresso, leite condensado e gelo, de finalizado e decorado com chantilly e cobertura de piscinas e salas de chocolate. Ótimo para um dia de calor, destinado ao jogos, Quartos com público que busca lazer e quer aproveitar toda a ventilador e frigobar, infraestrutura e serviços que o meio de hospedagem com café da manhã, ofereça para sair completamente da rotina e não se área de restaurante e preocupar com o stress do trabalho. centro de eventos. FRAPE Tabela 02: Sistema de Classificação Coffee Class Fonte: Tammy Lopes Berto e Nina Nascimento lazer, como 12 A hotelaria de Itu é em sua maioria independente, o que torna mais difícil ter um padrão. Apesar de ter na cidade um hotel pertencente a uma rede, é também, como a maioria dos hotéis independentes despreparada para receber o público. Possui hotéis com uma ótima estrutura e qualidade. Um de seus pontos fortes é ter meios de hospedagem que atenda os mais diversos tipos de público, que vão desde os hotéis mais voltados para os hóspedes de negócios quanto os que atendam mais os de lazer, e também aqueles que conseguem mesclar os dois. Seu ponto mais fraco é a falta do padrão que classifique e estruture esses meios de hospedagem sem que eles percam suas características e também por serem em sua maioria independentes, possuem em sua característica o despreparo. A razão principal para a criação da nova classificação foi poder dar a oportunidade aos donos dos empreendimentos de ter ao seu alcance uma forma de classificação que valorize seus pontos principais, e não uma classificação que cobre coisas que eles não podem cumprir, ou se cumprem perdem sua essência, com isso eles acabam se classificando por conta própria. Para realizar a classificação, os públicos foram divididos em quatro categorias: negócios, lazer, negócios mais lazer e lazer mais negócios, onde os critérios para realizar a avaliação foram divididos em: recursos básicos que as UH’s possuem, o que as áreas sociais oferecem, as formas de lazer e a área de eventos que o meio de hospedagem possui. Os meios de hospedagem foram selecionados para ser analisados pois mesmo alguns deles sendo muito simples, são bons e possuem uma estrutura capaz de demonstrar melhor a classificação que foi escolhida pelo grupo. III. AROMAS DE ITU Esse projeto foi desenvolvido pelas discentes Fernanda Amoroso, Franciellen Luiz, Lucia de Fátima Richena e Marina Leite Ferrante, criando-se os critérios após analisarem 18 meios de hospedagem da cidade, apontando alguns aspectos físicos, serviços oferecidos, opções de lazer e possibilidades de grandes eventos. As informações foram obtidas através de sites de informações, fotos e contato telefônico, sendo considerados na classificação: a localização, a infraestrutura do hotel, serviços auxiliares e condições de atendimento, sempre levando em consideração a hospitalidade em geral interna e externa, conforme destacado na tabela 03. O que diferencia cada grupo de Hotéis, é o conjunto de todas as atividades, permitindo que através da 13 comparação, o hóspede terá a possibilidade de escolher aquele hotel que mais irá se adequar a sua necessidade. CLASSIFICAÇÃO CRITÉRIOS * Hotéis localizados próximos ou dentro de centros urbanos * Aspectos arquitetônicos modernos * UH s com banheiro, TV á cabo e acesso á internet WI-FI, mini refrigerador, ar condicionado e aquecedor. * Facilidade para pessoas portadoras de deficiência física ORQUÍDEA * 3 á 5 serviços auxiliares * Recepção aberta no período de 12 horas * Agilidade de atendimento e conhecimento de todos os colaboradores ás demais áreas, facilitando esclarecimento de dúvidas aos hóspedes. * Hotéis onde a simplicidade junto com seus espaços generosos faz o seu conjunto arquitetônico. * UH s com banheiro, cama Box spring, TV á cabo e acesso á internet WIFI, mini refrigerador, ar condicionado e aquecedor. * Facilidade para pessoas portadoras de deficiência física * 6 á 9 serviços auxiliares * Recepção aberta no período de 18 horas VIOLETA * 2 á 3 amenities * Agilidade de atendimento e conhecimento de todos os colaboradores ás demais áreas, facilitando esclarecimento de dúvidas aos hóspedes. * Hotéis com localização privilegiada, fora de centros urbanos, com decoração que remeta a tranqüilidade, a natureza e a rusticidade. * UH s com banheiro, cama Box Spring, TV com acesso á cabo e acesso á internet WI-FI, mini refrigerador, ar condicionado, aquecedor, serviço de abertura de cama e banheira. * Facilidade para pessoas portadoras de deficiência física. ROSA * Recepção aberta no período de 24 horas * Mínimo 10 serviços auxiliares * Acima de 4 amenities * Room Service * Opções de lazer e monitoria de recreação para crianças * Agilidade de atendimento e conhecimento de todos os colaboradores ás demais áreas, facilitando esclarecimento de dúvidas aos hóspedes. Tabela 03: Sistema de Classificação Aromas de Itu Fonte: Fernanda Amoroso, Franciellen Luiz, Lucia de Fátima Richena e Marina Leite Ferrante 14 A escolha do tema ocorreu pela natureza exuberante de Itu, onde a flora está presente de forma harmônica, podendo ser encontrada nas fazendas históricas, nos parques e praças da cidade. A opção pelas flores ocorreu porque as mesmas são símbolos de beleza, requinte e hospitalidade em qualquer ambiente. Rosa é considerada a rainha das flores e simboliza beleza, pureza e perfeição. Já a Orquídea é símbolo de delicadeza, nobreza, luxo, enquanto a Violeta, é uma flor popular que simboliza o amor, a fertilidade e a simplicidade. Existem inúmeras opções de hospedagem na cidade. Se tratando de uma Estância Turística, abranger na classificação hoteleira, pequenas coisas fazem extrema diferença no momento da escolha de onde se hospedar. Se tratando de clientes cada vez mais exigentes, buscamos nessa classificação garantir ao hóspede, serviços com agilidade e excelência no atendimento e facilidades únicas em determinados hotéis, determinando assim sua verdadeira identidade, fidelizando clientes com sua hospitalidade e buscando novos hóspedes e novos turistas para a cidade. Contudo, finalizamos a classificação com um objetivo único: Usar a hospitalidade e as facilidades simples de um meio de hospedagem como ferramenta crucial para atender a demanda de hóspedes com conforto e bem estar. CONSIDERAÇÕES FINAIS Era importante, nesse trabalho, desenvolver o lado crítico dos discentes, destacando as potencialidades e fraquezas do mercado hoteleiro nacional. Porém, desenvolver um trabalho interdisciplinar não é simples, pois envolve conhecimento dos docentes das diferentes disciplinas, como também interação entre as matérias. Contudo, o objetivo com os trabalhos citados foi plenamente alcançado, permitindo que os discentes obtivessem uma visão clara do sistema hoteleiro de Itu, como também avaliassem o Sistema Brasileiro de Classificação e desenvolvessem um raciocínio crítico para a elaboração do sistema de classificação por grupo. Percebe-se que no início os discentes apresentaram pequenas dificuldades, principalmente por ser ingressantes no curso de hotelaria, mas com o avançar das disciplinas, foram se envolvendo e criando um trabalho com bases acadêmicas e empíricas. Destaca-se um padrão entre os critérios dos grupos, principalmente por se basearem no SBCLASS, com ênfase nas áreas de sustentabilidade, localização e infraestrutura. Os resultados destacaram desde equipamentos nas unidades habitacionais, estacionamento, até a quantidade de amenities disponíveis. Além, 15 focaram na acessibilidade e hospitalidade, assim como estacionamento e preocupação com o meio ambiente, utilizando-se do reaproveitamento dos recursos naturais. Apesar das docentes das disciplinas estarem conscientes sobre a dificuldade do trabalho proposto, termina-se a análise destacando o ótimo resultado alcançado pelo grupo, atingindo plenamente os objetivos projetados para o estudo em questão. Acredita-se, que assim, teremos profissionais mais do que qualificados para um mercado que se apresenta em ampla expansão. REFERÊNCIAS CYPRIANO, Pedro dos Santos. Desarollo Hotelero en Brasil: Panorama de mercado y perspectivas. Dissertação de Mestrado (Direcionamento e Planejamento em Turismo) – Instituto Universitário de Investigações Turísticas, da Universidade de Alicante. Alicante, 2012. FREITAS, Andre Luis; MARINHO, Maria Angelica Barbosa; MARGEM, Frederico. Emprego do método ELECTRE TRI na classificação de hotéis. IN: VII Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais, 2005. GORINI, Ana Paula Fontenelle; MENDES, Eduardo da Fonseca. Setor de turismo no Brasil: segmento de hotelaria. BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n.22, p.111-150, set. 2005. MELLO, Gustavo; GOLDENSTEIN, Marcelo. Perspectivas na Hotelaria no Brasil. . BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n.33, p.5-42, s/a. ROMAO, Kátia. Sistema de Gestão da Qualidade na hotelaria: um estudo comparativo da ISO 9000 com os modelos de classificação no Brasil. Dissertação (Mestrado em Ciências em Engenharia de Produção) – Universidade Potiguar, 1995. WANDERLEY, H. A percepção dos hóspedes quanto aos atributos oferecidos pelos hotéis voltados para o turismo de negócios na cidade de São Paulo. 2004. Dissertação de mestrado (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo). 2004.