UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Lucas Ambrósio Bezerra de Oliveira Bacharel em Administração, UFRN, 2010 A GESTÃO DA QUALIDADE NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA DA UFRN/SEDIS: A PERCEPÇÃO DOS DISCENTES Natal 2012 ii LUCAS AMBRÓSIO BEZERRA DE OLIVEIRA A GESTÃO DA QUALIDADE NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA DA UFRN/SEDIS: A PERCEPÇÃO DOS DISCENTES Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Mestre em Engenharia de Produção. Área de Concentração: Estratégia e Qualidade. Orientadora: Fernanda Cristina Barbosa Pereira Queiroz, Dra. Co-Orientador: Jamerson Viegas Queiroz, Dr. Hélio Roberto Hékis, Dr. Natal 2012 iii iv Lucas Ambrósio Bezerra de Oliveira A GESTÃO DA QUALIDADE NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA DA UFRN/SEDIS: A PERCEPÇÃO DOS DISCENTES Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do Título de Mestre em Engenharia de Produção e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, na Área de Concentração: Estratégia e Qualidade. Natal, 15 de março de 2012. BANCA EXAMINADORA ______________________________________________ Fernanda Cristina Barbosa Pereira Queiroz, Dra. Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Presidente (Orientadora) ______________________________________________ Carla Almeida Vivacqua, Dra. Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Membro Interno ______________________________________________ Hélio Roberto Hékis, Dr. Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Membro Interno (Co-Orientador) ______________________________________________ Jamerson Viegas Queiroz, Dr. Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Membro Interno (Co-Orientador) ______________________________________________ Renato Samuel Barbosa de Araújo, Dr. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRN) Membro Externo v Curriculum Vitae Resumido Lucas Ambrósio Bezerra de Oliveira (OLIVEIRA, L. A. B.) possui graduação em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2010). Foi bolsista de mestrado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e, depois, bolsista de extensão do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq) e Tecnológico. No decorrer do mestrado foi Professor Substituto na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Com experiência na área de Administração e Engenharia de Produção, atuando nos temas gestão organizacional, qualidade, produção e ambiental, inovação, estratégia competitiva e educação a distância, publicou 27 artigos em congressos (regionais, nacionais e internacionais) e em periódicos nacionais e internacionais (6 artigos, no total) no decorrer do curso de pós-graduação. Artigos publicados durante a Pós-Graduação Artigos publicados em periódicos HEKIS, H. R. ; QUEIROZ, J. V. ; SOUZA, R. P. ; HEKIS, L. G. R. ; OLIVEIRA, L. A. B. . Gestão de custos: a importância da utilização desta ferramenta em uma unidade educacional. CEPPG Revista (Catalão), v. 25, p. 99-114, 2011. OLIVEIRA, L. A. B.; QUEIROZ, F. C. B. P.; QUEIROZ, J. V.; HEKIS, H. R. ; SOUZA, R. P. . A Educação a Distância como elo de integração e de desenvolvimento para os integrantes do MERCOSUL. Revista da Gestão Universitária na América Latina, v. 4, p. 44-69, 2011. OLIVEIRA, L. A. B.; Vasconcelos, N. V. C. de; QUEIROZ, F. C. B. P. ; QUEIROZ, J. V. ; HEKIS, H. R. . Contribution of Integrated Management Systems to University Management: Case Study of the Federal University of Rio Grande Do Norte. Journal of Social Sciences, v. 7, p. 415-422, 2011. QUEIROZ, J. V. ; ARAUJO, M. G. ; QUEIROZ, F. C. B. P. ; HEKIS, H. R. ; OLIVEIRA, L. A. B. . Desafios para as Instituições de Ensino Superior após o REUNI: articulação entre ensino, pesquisa e extensão na UFRN. Udesc em Ação, v. 5, p. 1-15, 2011. OLIVEIRA, L. A. B. ; QUEIROZ, J. V. ; SOUZA, R. P. ; QUEIROZ, F. C. B. P. ; HEKIS, H. R. . Perfil dos Alunos Ingressantes no Curso de Administração a Distância da UFRN. Paidéi@ (Santos), v. 3, p. 1-24, 2012. Artigos publicados em Congressos (Internacionais e Nacionais) LUTIF JUNIOR, J. A. ; QUEIROZ, J. V. ; QUEIROZ, F. C. B. P. ; HEKIS, H. R. ; OLIVEIRA, L. A. B. . Análise da Perspectiva Financeira do Balanced Scorecard em organizações sem fins lucrativos como facilitador para obtenção do resultado final social. Estudo de caso na ONG AACCRN. In: Encontro Mineiro de Engenharia de Produção EMEPRO 2011, 2011, São João Del Rei. Anais Encontro Mineiro de Engenharia de Produção - EMEPRO 2011, 2011. p. 1-12. OLIVEIRA, L. A. B. ; QUEIROZ, F. C. B. P. ; QUEIROZ, J. V. ; SOUZA, R. P. ; Vasconcelos, N. V. C. de . Proposta de um modelo de mystery shoppers e aplicação para vi avaliação da qualidade: estudo em uma empresa do setor de construção. In: VII Encontro Mineiro de Engenharia de Produção EMEPRO 2011, 2011, São João Del Rei. Anais do VII Encontro Mineiro de Engenharia de Produção EMEPRO 2011, 2011. p. 1-12. OLIVEIRA, L. A. B. ; Vasconcelos, N. V. C. de ; QUEIROZ, F. C. B. P. ; QUEIROZ, J. V. ; HEKIS, H. R. . Contribution Of Integrated Management Systems To University Management Against A Backdrop Of Expanding Higher Education Horizons: Case Study Of The Federal University Of Rio Grande Do Norte, Brazil. In: International Conference on Education, 2011, Samos Island, Greece. Proceedings of International Conference on Education, 2011. p. 1-8. OLIVEIRA, L. A. B. ; Vasconcelos, N. V. C. de ; QUEIROZ, F. C. B. P. ; QUEIROZ, J. V. ; HEKIS, H. R. . La importancia de las TIC para la gestión y la integración académica de la enseñanza a distancia de grado: el caso de la ufrn.. In: Conferencia Internacional ICDE (The International Council for Open and Distance Education) e III Foro Internacional de Educación Superior en Entornos Virtuales, 2011, Buenos Aires, Argentina. Anales de la International conference ICDE, 2011. p. 1-15. Vasconcelos, N. V. C. de ; OLIVEIRA, L. A. B. ; QUEIROZ, F. C. B. P. ; QUEIROZ, J. V. ; HEKIS, H. R. . Contribución de los sistemas de gestión integrada de prácticas para la enseñanza y aprendizaje. In: Conferencia Internacional ICDE (The International Council for Open and Distance Education) e III Foro Internacional de Educación Superior en Entornos Virtuales, 2011, Buenos Aires, Argentina. Anales de la International conference ICDE, 2011. p. 1-15. OLIVEIRA, L. A. B. ; SOUZA, R. P. ; Vasconcelos, N. V. C. de ; QUEIROZ, F. C. B. P. ; HEKIS, H. R. . Proposta de modelo para mapeamento das emissões de CO2 pelos programas de pós-graduação nas Instituições de Ensino Superior. In: Encontro Nacional de Engenharia e Gestão Industrial (ENEGI 2011), 2011, Guimarães, Portugal. Anais do Encontro Nacional de Engenharia e Gestão Industrial (ENEGI 2011). Guimarães/Portugal : Departamento de Produção e Sistemas - Escola de Engenharia da Universidade do Minho, 2011. p. 241-248. QUEIROZ, J. V. ; QUEIROZ, F. C. B. P. ; HEKIS, H. R. ; ARAUJO, M. G. ; OLIVEIRA, L. A. B. . A importância da integração das atividades de ensino, pesquisa e extensão universitária na formação profissional do engenheiro de produção. In: Encontro Nacional de Engenharia e Gestão Industrial (ENEGI 2011), 2011, Guimarães, Portugal. Proceedings do Encontro Nacional de Engenharia e Gestão Industrial (ENEGI 2011). Guimarães/Portugal : Departamento de Produção e Sistemas - Escola de Engenharia da Universidade do Minho, 2011. p. 21-26. Vasconcelos, N. V. C. de ; GONDIM, S. ; OLIVEIRA, L. A. B. ; QUEIROZ, F. C. B. P. ; QUEIROZ, J. V. . Aplicação do Desdobramento da Função Qualidade (QFD) no Setor de Serviços: Análise Focada na Avaliação dos Clientes Internos da Adequação de Uma Empresa Júnior Brasileira. In: Encontro Nacional de Engenharia e Gestão Industrial (ENEGI 2011), 2011, Guimarães, Portugal. Proceedings do Encontro Nacional de Engenharia e Gestão Industrial (ENEGI 2011). Guimarães/Portugal : Departamento de Produção e Sistemas Escola de Engenharia da Universidade do Minho, 2011. p. 227-235. MEDEIROS, L. S. ; FERREIRA, P. H. A. ; OLIVEIRA, L. A. B. ; HEKIS, H. R. . Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas SIGAA: um processo de excelência na UFRN. In: Workshop de Engenharia de Produção, 2011, Natal, RN, Brasil. Anais do III Workshop de Engenharia de Produção, 2011. p. 1-10. SOUZA, R. P. ; OLIVEIRA, L. A. B. ; MELLO, L. T. C. ; Vasconcelos, N. V. C. de ; HEKIS, H. R. . Avaliação dos arranjos produtivos locais por meio da aplicação do sistema de monitoramento de arranjos produtivos SIMPAD. In: Workshop de Engenharia de Produção, 2011, Natal, RN, Brasil. Anais do III Workshop de Engenharia de Produção, 2011. p. 1-11. vii MELLO, L. T. C. ; OLIVEIRA, L. A. B. ; SOUZA, R. P. ; QUEIROZ, J. V. . A gestão de processos como fator competitivo em empresas de serviços. In: Workshop de Engenharia de Produção, 2011, Natal, RN, Brasil. Anais do III Workshop de Engenharia de Produção, 2011. ARAÚJO, Matilde Medeiros de ; OLIVEIRA, L. A. B. ; ARAUJO, M. M. . Perfil dos alunos do curso de Administração Pública a distância: o caso de uma Instituição de Ensino Superior. In: 17º Congresso Internacional ABED de Educação a Distância - Associação Brasileira de Educação a Distância, 2011, Manaus, Amazonas, Brasil. Anais do 17º Congresso Internacional ABED de Educação a Distância, 2011. p. 1-16. ARAÚJO, Matilde Medeiros de ; OLIVEIRA, L. A. B. ; ARAUJO, M. M. . Fatores motivacionais para escolha da graduação em Administração Pública: um estudo no curso a distância da UFRN. In: VIII Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância - ESUD, 2011, Ouro Preto, MG, Brasil. Anais do VIII Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância - ESUD. Ouro Preto, MG : Associação Universidade em Rede, 2011. p. 1-14. FERNANDES, P. C. ; Vasconcelos, N. V. C. de ; QUEIROZ, J. V. ; QUEIROZ, F. C. B. P. ; OLIVEIRA, L. A. B. . Análise Comparativa do Ensino Superior: Processo de Bolonha X Sistema Educacional Americana. In: VIII Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, 2011, Resende, Rio de Janeiro, Brasil. Anais do VIII Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. Resende, Rio de Janeiro, Brasil, 2011. p. 1-16. OLIVEIRA, L. A. B. ; SOUZA, R. P. ; QUEIROZ, F. C. B. P. ; HEKIS, H. R. ; QUEIROZ, J. V. . Perfil dos Alunos Ingressantes no Curso de Administração a Distância da Ufrn. In: VIII Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, 2011, Resende, Rio de Janeiro, Brasil. Anais do VIII Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. Resende, Rio de Janeiro, Brasil, 2011. p. 1-10. SOUZA, R. P. ; HEKIS, H. R. ; OLIVEIRA, L. A. B. ; QUEIROZ, J. V. ; HEKIS, L. G. R. . Gestão de custos: a importância da utilização desta ferramenta em uma unidade educacional. In: VI Simpósio de Engenharia de Produção da Região Nordeste, 2011, Campina Grande, PB, Brasil. Anais do VI Simpósio de Engenharia de Produção da Região Nordeste. Campina Grande, PB, Brasil, 2011. p. 1-15. OLIVEIRA, L. A. B. ; QUEIROZ, F. C. B. P. ; QUEIROZ, J. V. ; HEKIS, H. R. . Proposta de indicadores de desempenho para a Gestão da Qualidade na Educação a Distância. In: XI Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária na América do Sul e II Congresso Internacional IGLU, 2011, Florianópolis, SC, Brasil. Anais do XI Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária na América do Sul e II Congresso Internacional IGLU. Florianópolis, SC, Brasil, 2011. p. 1-20. OLIVEIRA, Lucas Ambrósio Bezerra de. . Gerenciamento de projetos: a importância da Work Breakdown Structure (WBS) como ferramenta para o planejamento de eventos. In: VXII Simpósio de Engenharia de Produção, 2010, Bauru/SP. ANAIS DO XVII SIMPEP, 2010. v. XVII. p. 1-14. OLIVEIRA, L. A. B.; QUEIROZ, F. C. B. P. ; QUEIROZ, J. V. . A educação a distância como elo de integração e de desenvolvimento para os integrantes do MERCOSUL. In: X Coloquio Internacional sobre Gestión Universitaria de América del Sur, 2010, Mar del Plata, Argentina. Anais X Colóquio Internacional sobre Gestión Universitaria de América del Sur, 2010. SOUZA, R. P. ; HEKIS, H. R. ; QUEIROZ, F. C. B. P. ; OLIVEIRA, L. A. B. . Implementação de um projeto Seis Sigma em uma divisão da 3M do Brasil. In: VII Encontro Mineiro de Engenharia de Produção EMEPRO 2011, 2011, São João Del Rei. Anais do VII Encontro Mineiro de Engenharia de Produção EMEPRO 2011, 2011. p. 1-1. OLIVEIRA, L. A. B. ; RAMOS, J. K. C. A. . A Work Breakdown Structure/Estrutura Analítica do Projeto: processo de aplicação da ferramenta de excelência para planejamento organizacional e de projetos. In: XVI Seminário de Pesquisa do Centro de Ciências Sociais viii Aplicadas na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2010, Natal. Anais do XVI Seminário de Pesquisa do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, 2010. ix Aos meus pais, irmãos e para Leopoldina Martins x AGRADECIMENTOS No desenvolvimento desse trabalho tive o privilégio e a honra de receber auxílio de pessoas ilustres... sou grato por todo apoio: Aos meus pais, José Ambrósio e Maria Zenóbia, pelo carinho, amor, dedicação e inspiração; às minhas irmãs, Gisele Bezerra e Valesca Bezerra, e Irmão, Diego Bezerra, pelo companheirismo. À amada Leopoldina Martins, minha companheira das horas difíceis e nos momentos de felicidade plena, obrigado pelo amor, carinho e pelos estímulos. À minha orientadora Prof.ª Fernanda Cristina pelo apoio, estímulo e confiança, pelo compartilhamento de conhecimentos, saberes e oportunidades, no decorrer do mestrado; aos meus Co-orientadores, Jamerson Queiroz e Hélio Roberto, mestres e amigos, que da mesma forma me auxiliaram no desenvolvimento dessa dissertação. Aos meus amigos do Grupo de Pesquisa (em especial: Ricardo Pires, Jorge Lutif, Luciana Torres, Natália Vasconcelos) e do Mestrado, pelos aprendizados e contribuições para o desenvolvimento da dissertação; aos meus amigos e professores da Graduação, os quais representam fonte de inspiração e motivação constante. Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da UFRN, bem como ao pessoal de apoio administrativo do Programa (Secretaria); Aos professores da Banca Examinadora (Qualificação e Defesa) que colaboraram com críticas construtivas para melhoria do trabalho. À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em especial a Secretaria de Educação a Distância da UFRN e Coordenadores dos cursos de graduação a distância, pelo apoio à pesquisa e pela autorização concedida para a realização da mesma. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pelo apoio financeiro. Acredito que dessa forma, agradecendo a todos meus familiares e amigos, agradeço também a Deus pelo dom da vida e por sempre me dar forças para seguir adiante. xi "Non nobis, Domine, non nobis, sed nomini Tuo ad gloriam" Salmo 115,1 - Lema dos Cavaleiros Templários xii OLIVEIRA, Lucas Ambrósio Bezerra de. A gestão da qualidade nos cursos de graduação a distância da UFRN/SEDIS: a percepção dos discentes. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal/Rio Grande do Norte, 2011. RESUMO A presente dissertação tem como objetivo geral analisar a percepção dos discentes quanto à qualidade dos cursos de graduação a distância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que foi motivada pelo seguinte problema de pesquisa: qual a percepção que os discentes da graduação a distância da UFRN tem sobre a qualidade no curso de graduação? Para tanto, buscou-se reunir elementos para uma abordagem satisfatória que contemple a complexidade da temática pesquisada: Gestão da qualidade, educação a distância e qualidade nas Instituições de Ensino Superior. Optou-se por adotar como método de pesquisa, o estudo de caso quanto ao procedimento da pesquisa, a pesquisa exploratória-descritiva quanto ao objetivo e a pesquisa quantitativa quando à abordagem do problema. O objeto de estudo foram os seis cursos de graduação a distância da UFRN/SEDIS, tendo como população alvo os discentes dos cursos. A amostra foi calculada por meio da amostra estratificada aleatória em que 217 discentes, dos cursos pesquisados, foram selecionados. O instrumento de pesquisa foi composto por 21 questões estruturadas, das quais 7 questões destinadas para identificação do perfil dos discentes; 7 questões de percepções (variáveis manifestas) sobre a gestão da qualidade na EAD, em que os discentes atribuiram valores (respostas) para as 24 afirmativas (que abordam a temática central dessa dissertação) compostas com base na escala Likert de 5 pontos, e 6 questões acerca de especificidades gerais que podem interferir na percepção dos discentes acerca da qualidade. Utilizou-se, como método estatístico (análise de dados), a estatística descritiva e análise fatorial exploratória. Os resultados mostram a identificação de quatro fatores latentes (obtidas por meio da análise fatorial exploratória), a saber: (1) infraestrutura e gestão – polo presencial; (2) processos de ensino-aprendizagem; (3) ferramentas de comunicação e integração; (4) tutores. Foi observado, ainda, que aspectos relacionados a infraestrutura e gestão no polo presencial tiveram a menor avaliação dentre os fatores observados, necessitando de atenção especial por parte da Instituição de Ensino. Por outro lado, os professores e os processos de ensino aprendizagem foram os itens com melhor desempenho na percepção dos discentes. Conclui-se que a percepção dos discentes, em relação à qualidade nos cursos a distância, é mediana tendendo para percepção positiva, ou seja, a percepção acerca da qualidade geral nos cursos não é assertiva e uníssona, mas tende para percepção positiva. Assim, de posse dos resultados, espera-se que os Gestores da Instituição foquem sua atenção nos pontos críticos afim de minimiza-los (ou elimina-los) e maximizem os aspectos que têm percepção positiva por parte dos discentes. Palavras-chaves: Gestão Organizacional; Gestão da Qualidade; Instituições de Ensino Superior; Educação a distância; Avaliação da Qualidade. xiii OLIVEIRA, Lucas Ambrósio Bezerra de. The quality management in graduate courses distance of UFRN/SEDIS: the perception of students. Dissertation (Master in Industrial Engineering) - Graduate Program in Industrial Engineering, The Federal University of Rio Grande do Norte, Natal/Rio Grande do Norte, 2011. ABSTRACT This dissertation has as objective at analyzing the students' perception about the quality of graduate courses distance of the Federal University of Rio Grande do Norte, which was motivated by the following research problem: the perception that graduate students of the distance of the UFRN have on the quality of the undergraduate? To this end, we sought to gather evidence for a satisfactory approach that addresses the complexity of the subject studied: quality management, distance learning and quality in the Higher Education Institutions. We chose to adopt as a research method, case study on the procedure of the research, exploratory research-descriptive about the objective and quantitative research when tackling the problem. The object of the study were six graduate courses distance UFRN/SEDIS, having as target the students of the courses. The sample was calculated using the Stratified sampling on which 217 students, the courses surveyed were selected. The survey instrument consisted of 21 structured questions, of which seven questions designed to identify the profile of students, seven issues of perceptions (manifest variables) on quality management in distance learning, where students have given values (responses) for 24 statements (which address the central theme of this dissertation) composite based on a 5-point Likert’s scale, and six questions about general characteristics that may interfere with students' perception about the quality. Was used as statistical method (data analysis), descriptive statistics and exploratory factor analysis. The results show the identification of four latent factors (obtained by exploratory factor analysis), namely: (1) infrastructure and management polo presence, (2) teaching-learning processes, (3) communication tools and integration; (4) tutors. We also observed that aspects related to infrastructure and management at the pole face had the lowest score among the factors observed, requiring special attention by the education institution. On the other hand, teachers and teaching learning processes were the items with better performance in the perception of students. It is concluded that the perception of students in relation to quality in distance education courses, the median is trending positive perception, ie the perception of overall quality of the courses is not assertive and unison, but tends to positive perception. Thus, the results, it is expected that the managers of the institution to focus attention on critical points in order to minimize them (or eliminate them) and maximize the positive aspects that are perceived by the students. Keywords: Organizational Management; Quality Institutions; Distance Learning; Quality Assessment. Management; Higher Education xiv LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Estrutura da dissertação .......................................................................................... 29 Figura 2 – Eras ou enfoques da qualidade................................................................................ 32 Figura 3 – Fases na evolução da qualidade .............................................................................. 33 Figura 4 – Mapa conceitual do referencial teórico ................................................................... 64 Figura 5 – Esquema da correlação do constructo teórico e benefícios da aplicação ............... 65 Figura 6 – Fluxo da metodologia de pesquisa .......................................................................... 84 Figura 7 – Diagrama dos Fatores e relação com as variáveis (v.) estimados pela Análise Fatorial ................................................................................................................................... 115 xv LISTA DE QUADRO Quadro 1 - ideia das definições sobre qualidade ...................................................................... 35 Quadro 2 – Resumo dos indicadores dispostos por aproximações entre as dimensões – MEC, IHEP, OUUK e Sun et al.. ....................................................................................................... 61 Quadro 3 – Estatísticas da análise fatorial ............................................................................... 80 Quadro 4 – Numeração das 24 variáveis (afirmativas) do Estudo ........................................... 93 xvi LISTA DE EQUAÇÕES Equação 1 - tamanho da amostra aleatória estratificada (n) para estimar uma proporção de população finita ........................................................................................................................ 71 xvii LISTA DE TABELAS Tabela 1 – População alvo da pesquisa .................................................................................... 70 Tabela 2 – Tamanho da população e amostra aleatória estratificada ....................................... 72 Tabela 3 – Peso amostral ideal e real ....................................................................................... 73 Tabela 4 - Comando Sample por curso .................................................................................... 74 Tabela 5 - Aceito participar da pesquisa .................................................................................. 85 Tabela 6 - Faixa etária .............................................................................................................. 86 Tabela 7 - Respostas por Polo/Curso ....................................................................................... 87 Tabela 8 - Qual tipo de organização que trabalha .................................................................... 88 Tabela 9 - Faz curso concomitante com a graduação a distância da UFRN/SEDIS ................ 88 Tabela 10 – Elementos da EAD mais importantes para os discentes....................................... 89 Tabela 11 – Ferramenta de comunicação mais utilizada.......................................................... 90 Tabela 12 – Teve contato com sistemas de informática, antes de ingressar no curso de graduação a distância ............................................................................................................... 90 Tabela 13 – Nível atual de conhecimento acerca dos sistemas de informática........................ 91 Tabela 14 – Frequência com a qual acessam utiliza os meios de comunicação ...................... 92 Tabela 15 – Locais em que têm acesso à internet .................................................................... 92 Tabela 16 – Resultado Alfa de Cronbach................................................................................. 95 Tabela 17 – Resultado dos Testes de KMO e de Bartlett......................................................... 95 Tabela 18 – Variância total e quantidade de Fatores retidos.................................................... 96 Tabela 19 – Comunalidades das variáveis (afirmativas) .......................................................... 96 Tabela 20 – Matrix dos componentes após rotação ortogonal varimax, e Comunalidades ..... 98 Tabela 21 – Alfa de Cronbach – segundo momento ................................................................ 99 Tabela 22 - Resultado dos Testes de KMO e de Bartlett – segundo momento ...................... 100 Tabela 23 - Variância total e quantidade de Fatores retidos – segundo momento ................. 100 Tabela 24 - Comunalidades das variáveis (afirmativas) – segundo momento ....................... 101 xviii Tabela 25 - Matrix dos componentes após rotação ortogonal varimax, e Comunalidades – segundo momento .................................................................................................................. 102 Tabela 26 – Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 1: Infraestrutura e gestão – Polo presencial................................................................................................................................ 104 Tabela 27 – Respostas Q11.2 ................................................................................................. 105 Tabela 28 – Respostas Q11.3 ................................................................................................. 106 Tabela 29 – Resposta Q 11.4.................................................................................................. 106 Tabela 30 – Resposta 15.1 ..................................................................................................... 107 Tabela 31 – Resposta 15.2 ..................................................................................................... 108 Tabela 32 – Respostas 15.4 .................................................................................................... 108 Tabela 33 – Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 2: Processo de ensinoaprendizagem ......................................................................................................................... 109 Tabela 34 – Respostas Q.10.3 ................................................................................................ 110 Tabela 35 - Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 3: ferramentas de interação e comunicação ........................................................................................................................... 110 Tabela 36 – Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 4: tutores e suporte on-line .. 111 Tabela 37 – Respostas 13.3 .................................................................................................... 111 Tabela 38 - Curso de graduação e Polo presencial................................................................. 152 Tabela 39 - Cidade do seu Polo presencial ............................................................................ 152 Tabela 40 – Comunalidades com 3 fatores, após exclusão das variáveis 12.3, 15.3, 14.3 .... 152 Tabela 41 - Coordenação do POLO PRESENCIAL transmite confiança na gestão acadêmica e nas atividades de aprendizagem ............................................................................................. 154 Tabela 42 - Espaço adequado para estudo, destinado aos alunos .......................................... 154 Tabela 43 - Livros base ou apostilas de cada disciplina do curso, na biblioteca do polo presencial................................................................................................................................ 154 Tabela 44 - Livros complementares da área do curso, na biblioteca do polo presencial ....... 155 Tabela 45 - Laboratórios do polo presencial são adequados para as práticas das disciplinas 155 Tabela 46 - Computadores do polo presencial têm bom desempenho, facilitando o acesso ao material digital (on-line) e ao ambiente virtual ...................................................................... 155 xix Tabela 47 - Velocidade de conexão da internet NO POLO presencial é satisfatória para realização das atividades e estudos/pesquisas ........................................................................ 156 Tabela 48 - Quando necessário, o site do curso dá suporte on-line (helpdesk – tira dúvidas sobre COMO UTILIZAR o Moodle) ..................................................................................... 156 Tabela 49 - (As avaliações) São coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido ............................................................................................................ 157 Tabela 50 - As disciplinas ministradas atingem os objetivos propostos ................................ 157 Tabela 51 - O(s) livro(s) base ou apostila(s) facilita(m) a compreensão dos assuntos, mesmo em disciplinas (ou assuntos) que abordam métodos quantitativos (cálculos, estatística) ...... 157 Tabela 52 - Facilitam o processo de ensino-aprendizagem.................................................... 158 Tabela 53 - Estimulam os alunos quanto ao estudo dos conteúdos ....................................... 158 Tabela 54 - Propõem e disponibilizam textos complementares (capítulos de livros, artigos, notícias) que facilitam o aprendizado..................................................................................... 158 Tabela 55 - A Coordenação do seu CURSO) Atende com eficiência as necessidades dos discentes ................................................................................................................................. 159 Tabela 56 - Espaço adequado para estudo, destinado aos alunos .......................................... 159 Tabela 57 - Facilitam os contatos com o(s) professor(es) da(s) disciplina(s) ........................ 159 Tabela 58 - Facilitam os contatos com os tutores (a distância e presencial) .......................... 160 Tabela 59 - Facilitam os contatos com a Coordenação do curso ........................................... 160 Tabela 60 - Os tutores PRESENCIAIS auxiliam os alunos(as) no processo de aprendizagem nas disciplinas ........................................................................................................................ 161 Tabela 61 - Os tutores a DISTÂNCIA facilitam e auxiliam os(as) alunos(as) no processo de aprendizagem nas disciplinas ................................................................................................. 161 Tabela 62 - Os tutores a DISTÂNCIA respondem as dúvidas em até 24 horas após o envio da mesma .................................................................................................................................... 161 Tabela 63 - Quando necessário, o site do curso dá suporte on-line (helpdesk – tira dúvidas sobre COMO UTILIZAR o Moodle) ..................................................................................... 162 xx SUMÁRIO RESUMO .............................................................................................................................. XII ABSTRACT ......................................................................................................................... XIII LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................... XIV LISTA DE QUADRO ...........................................................................................................XV LISTA DE EQUAÇÕES ..................................................................................................... XVI LISTA DE TABELAS....................................................................................................... XVII SUMÁRIO .............................................................................................................................XX 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 23 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA................................................................... 24 1.2 OBJETIVOS DE PESQUISA ....................................................................................... 26 1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................................... 26 1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 26 1.3 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 27 1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ............................................................................ 29 2 ESTADO DA ARTE ....................................................................................................... 31 2.1 QUALIDADE ............................................................................................................... 31 2.1.1 Gestão da qualidade: perspectiva histórica e conceitos ............................................. 34 2.1.2 Qualidade em serviços ............................................................................................... 36 2.1.3 Gestão estratégica da qualidade ................................................................................. 39 2.2 INDICADORES DE DESEMPENHO NAS ORGANIZAÇÕES ................................ 41 2.3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: CONCEITOS E EVOLUÇÃO ................................... 43 2.3.1 Educação a distância - conceitos ............................................................................... 44 2.3.2 Pioneirismo na Educação a Distância e principais projetos de EAD no mundo ....... 45 2.3.3 Evolução da educação a distância no Brasil .............................................................. 48 2.3.4 Atores e componentes da Educação a Distância ....................................................... 49 2.4 QUALIDADE NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA ..... 51 2.4.1 Indicadores de desempenho nas Instituições de Ensino Superior ............................. 51 2.4.2 Indicadores de qualidade EAD Brasil ....................................................................... 54 2.4.3 Indicadores de qualidade EAD - Estados Unidos da América .................................. 57 2.4.4 Indicadores de qualidade EAD – Reino Unido ......................................................... 58 xxi 2.4.5 Indicadores de qualidade EAD – estudos científicos ................................................ 59 2.4.6 Resumo dos indicadores de qualidade em EAD........................................................ 60 2.5 3 RESUMO DO CAPÍTULO........................................................................................... 62 METODOLOGIA ........................................................................................................... 67 3.1 Caracterização da pesquisa............................................................................................ 67 3.2 Abrangência do estudo .................................................................................................. 68 3.3 plano amostral: População, amostra e PESO AMOSTRAL ......................................... 69 3.3.1 População .................................................................................................................. 69 3.3.2 Amostragem: aleatória estratificada .......................................................................... 71 3.3.3 Peso amostral ............................................................................................................. 72 3.3.4 Seleção dos inqueridos .............................................................................................. 74 3.4 coleta de dados: INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS ....................................... 75 3.4.1 Instrumento da pesquisa quantitativa ........................................................................ 75 3.4.2 Instrumento da pesquisa qualitativa .......................................................................... 77 3.5 Coleta de dados ............................................................................................................. 77 3.6 ESTUDO PILOTO ........................................................................................................ 78 3.7 Análise dos dados .......................................................................................................... 78 3.8 LIMITAÇÕES DA PESQUISA .................................................................................... 81 3.9 O estudo de caso: Secretaria de Educação a Distância UFRN/SEDIS ......................... 82 3.10 Síntese do método de pesquisa ...................................................................................... 83 4 RESULTADOS DA PESQUISA E ANÁLISE DOS DADOS ..................................... 85 4.1 Descrição da população e perfil dos respondentes ........................................................ 85 4.1.1 Faixa etária e Sexo..................................................................................................... 86 4.1.2 Curso de graduação e Polo Presencial ....................................................................... 86 4.1.3 Vínculo empregatício ................................................................................................ 87 4.1.4 Vínculos educacionais ............................................................................................... 88 4.2 AVALIAÇÃO DE ELEMENTOS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ....................... 89 4.3 Análise da percepção..................................................................................................... 93 4.3.1 Análise Fatorial – primeiro momento........................................................................ 94 4.3.2 Análise Fatorial – segundo momento ........................................................................ 99 4.3.2.1. Fatores Latentes – Fator 1: Infraestrutura e gestão – Polo presencial .............. 104 4.3.2.2. Fatores Latentes – Fator 2: Processo de Ensino-Aprendizagem ...................... 109 xxii 4.3.2.3. Fatores Latentes – Fator 3: Ferramentas de Comunicação e Interação ............ 110 4.3.2.4. Fatores Latentes – Fator 4: Tutores .................................................................. 111 4.3.3 Análise da percepção por curso ............................................................................... 112 4.4 Discussão dos resultados obtidos ................................................................................ 113 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 119 6 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 123 7 A P Ê N D I C E S .................................................................................................. 135 APÊNDICE A – DOCUMENTOS PROTOCOLARES: CARTA SOLICITAÇÃO DE DADOS .................................................................................................................................. 136 APÊNDICE B – DOCUMENTOS PROTOCOLARES: CARTA SOLICITAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DE PESQUISA ......................................................................................... 137 APÊNDICE C – DOCUMENTOS PROTOCOLARES: TERMO DE CONFIDENCIALIDADE.................................................................................................... 138 APÊNDICE D - ROTEIRO ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA ........................... 139 APENDICE E – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA ........................................................ 140 APENDICE F – CONVITE ELETRÔNICO PARA PARTICIPAÇÃO DE PESQUISA151 APENDICE G – TABELAS DE FRENQUENCIA COMPLEMENTARES.................. 152 APENDICE H – GRÁFICOS COMPLEMENTARES .................................................... 163 23 1 INTRODUÇÃO O cenário organizacional moderno sempre apresentou um grau de competitividade entre organizações de um mesmo setor e até mesmo entre aquelas de diferentes setores. Independente do perfil dessas organizações, se Não Governamental (ONG), privada ou pública, fato é que as exigências por parte tanto do mercado como dos clientes aumentaram. Além disso, as novas tecnologias1 (CARREIRA, 2009) tornam os cenários ainda mais competitivos, no qual negar esses fatos e manter a organização em um nível de administração, por exemplo, estático, pode significar o fracasso da mesma. Essas tecnologias estão cada vez mais presentes no dia-a-dia das organizações, disponibilizando ferramentas, técnicas e métodos que auxiliam na melhoria dos processos, redução dos custos operacionais, bem como no gerenciamento das atividades, proporcionando uma melhor qualidade dos produtos e serviços. Uma dessas tecnologias é a Gestão da qualidade, que contempla uma vasta gama de ferramentas, técnicas e métodos de várias ciências como a engenharia e a administração. A gestão da qualidade, como é conhecida atualmente, é resultado de um longo processo evolutivo em torno de conceitos, técnicas, ferramentas, em que os consumidores passaram a demonstrar preocupação crescente com a qualidade dos produtos ou serviços adquiridos, contribuindo para o desenvolvimento da Gestão da qualidade. De um lado, a “gestão” busca gerenciar, conduzir, administrar algo ou alguém; do outro, a qualidade, na maioria das vezes, refere-se a excelência. Assim, gerenciar a qualidade significa, por vezes, administrar, conduzir algo ou alguém para a excelência, ou seja, oferecer ou executar algo da melhor forma possível. Como parte dessa evolução, as organizações passaram a adotar ações voltadas para a criação e manutenção da qualidade dos produtos e/ou serviços oferecidos ao mercado, buscando diferenciais competitivos e estratégicos. Logo, tornou-se um elemento essencial no cenário competitivo. Tal perspectiva é reforçada por Slack et al. (2009, p. 625), os quais afirmam que “deve haver poucos, se houver, gerentes em qualquer economia desenvolvida que não tenha ouvido falar de TQM2[...]”. 1 2 Tecnologia, neste caso, refere-se a conhecimento, técnicas, ferramentas, métodos [...]. Total Quality Management, Administração da Qualidade Total ou Gestão da Qualidade Total é uma das ferramentas ligadas a Gestão da Qualidade. 24 Sob essa perspectiva, de que a qualidade é algo “intrínseco à administração de qualquer organização”, observa-se que as Instituições de Ensino Superior (IES) passaram a ser observadas sob a perspectiva da qualidade na gestão universitária, principalmente sob a perspectiva estratégica. Destarte, com o crescimento das IES no Brasil (MOROSINI et al, 2011), as crescentes exigências e demanda crescente por parte dos clientes, o grau de competitividade passou a ser observado, com maior clareza, na área de Ensino Superior, onde apenas cumprir as exigências legais pode não ser suficiente para manter-se competitivo3. Além de atender as demandas legais, as Instituições devem atender aos requisitos dos stakeholders que, segundo Prado (2000), são os indivíduos ou organizações, direta ou indiretamente ligados, neste caso, a IES. Neste contexto, o presente trabalho propõe um estudo que contemplará a gestão da qualidade nas Instituições de Ensino Superior, tendo como objetivo de estudo a percepção que os discentes dos cursos de graduação a distância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte têm em relação à qualidade no curso, tendo em vista que os discentes e a formação dos mesmos é um dos principais resultados que uma IES “entrega” para a sociedade. 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA O Ensino Superior brasileiro, nos últimos anos, tem alcançado resultados positivos e, ao mesmo tempo, preocupantes. Segundo o resumo técnico do “Censo da Educação Superior 2009”, publicado pelo Ministério da Educação, por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (BRASIL, 2010), 2.314 Instituições de Ensino Superior (IES) foram catalogadas, oferecendo 28.671 cursos de graduação presencial e à distância, totalizando 5.954.021 discentes matriculados. Observando os dados acima, tem-se que do total de IES mapeadas em 2009, 245 são instituições públicas (Federal, Estadual e Municipal) e 2.069 são particulares. Segundo o referido Censo, em 2008, foram ofertados 24.719 cursos, ou seja, 13% a menos que em 2009; a modalidade de ensino a distância cresceu 30,4%, enquanto o ensino 3 Nesta dissertação considera-se competitividade ligada a toda ação que uma organização, no caso uma Instituição de Ensino Superior, pode realizar tendo como objetivo a qualidade máxima do seu produto ou serviço. 25 presencial cresceu apenas 12,5%; o número de matrículas em cursos EAD também apresentou crescimento significativo, correspondendo a 14,1% de todas as matrículas em cursos de graduação no país. Observa-se que esse crescimento é fruto da política de expansão do ensino superior estabelecida na segunda metade da década de 90 e do aumento da demanda por parte da população. Desde idos de 1996, com a promulgação da Lei 9.394 de Diretrizes e Bases até 2007, o mesmo investiu em programas que têm como objetivo a ampliação da inclusão universitária, a melhoria da qualidade de ensino, expansão e reestruturação das universidades públicas, dentre outros. Elencam-se como exemplos dessas ações, três projetos: o Programa de Financiamento Estudantil – FIES, criado em 1999 (CAIXA, 2011); o Programa Universidade para Todos – PROUNI (BRASIL, 2005); e, o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI (BRASIL, 2007). Com a institucionalização dessas ações, o grau de competitividade passou a ser observado, com maior clareza, na área de Ensino Superior, quer seja estimulada pelos programas federais, quer seja pela própria dinâmica do mercado. Nesse cenário, debates têm sido estimulados acerca da qualidade no ensino superior; não apenas a qualidade de ensino, propriamente dito, mas a qualidade em todas as Instituições de Ensino Superior. Quando se trata da qualidade nas IES, várias vertentes podem ser trabalhadas, como: qualidade no ensino, qualidade da gestão acadêmica e universitária, qualidade dos projetos de pesquisa e/ou extensão, qualidade do projeto pedagógico e/ou institucional, qualidade na avaliação institucional, dentre outras. Desta forma, conceituar qualidade para uma organização tão complexa quanto as Instituições de Ensino Superior torna-se tarefa árdua. Mas, este debate, mesmo não sendo recente, é fundamental, uma vez que o conceito do tema é mutável ao longo do tempo, sendo necessário um monitoramento contínuo. A dificuldade na definição da qualidade (conceito) nas IES de certa forma é esperada, pois é algo que faz parte do desenvolvimento e das reflexões sobre o tema, uma vez que o conceito de qualidade vem sendo discutido no ambiente organizacional há anos. Contudo, em geral, atribui-se uma palavra-chave à qualidade: excelência, conforme mencionado. Nesse sentido, estudos foram, e continuam sendo, desenvolvidos relacionando a qualidade e as Instituições de Ensino Superior. Contudo, ainda são poucos os estudos relacionando a Gestão da Qualidade nessas IES, quando comparados a outras abordagens dadas nas pesquisas científicas. Alguns enfoques contemplam a implantação dos princípios da TQM (Total Quality Management ou Gestão da Qualidade Total) em setores específicos das 26 IES; outros contemplam a gestão universitária tendo como base os programas de qualidade, como o Programa Gaúcho de Qualidade e o Programa Brasileiro de Qualidade (BOLZAN, 2006; OLIVEIRA, 2008; SARAIVA, 2009; BERTOLIN, 2009; MAINARDES, 2009; PUFFAL e SCHLABITZ, 2009). Tais estudos consideram os processos de gestão envolvendo a qualidade, mas, por vezes, não ampliam essa abordagem aos discentes (LOURENÇO e KNOP, 2011). A incorporação deste público, quando se trata da qualidade, é de extrema importância, pois os discentes compõem um dos principais resultados que qualquer IES pode oferecer: a formação dos discentes com competência e qualidade desejados por todos. Destarte, diante do exposto, pretende-se trabalhar o tema da gestão da qualidade em uma Instituição de Ensino Superior, por meio do seguinte problema de pesquisa: qual a percepção que os discentes da graduação a distância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte têm sobre a qualidade no curso de graduação? 1.2 OBJETIVOS DE PESQUISA 1.2.1 Objetivo Geral Analisar a percepção dos discentes quanto à qualidade dos cursos de graduação a distância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 1.2.2 Objetivos Específicos • Investigar os indicadores nacionais e internacionais de qualidade para educação superior a distância; • Verificar o escalonamento de importância desses indicadores de qualidade; • Contribuir com um modelo de avaliação da qualidade, sob a ótica do discente para as IES a distância; • Propor ações de melhoria na gestão universitária e acadêmica. 27 1.3 JUSTIFICATIVA A gestão da qualidade (GQ) é uma antiga área de estudo. Conforme aponta as Eras (ou Enfoque) da Qualidade (GARVIN, 1988; 1992), antes mesmo de 1920 já havia ações e estudos nas várias áreas que viriam a compor a GQ (como é hoje conhecido), inspeção visual, como gráficos de controle, dentre outras técnicas. Com a evolução dos conceitos, filosofias e técnicas, outras ferramentas foram surgindo ao longo do tempo, como o controle estatístico da produção, gestão da qualidade em serviços, planejamento e controle da qualidade, normatização da qualidade (ISO 9000 e séries correlacionadas), dentre outras. Com essa evolução, os segmentos empresariais, que até então não tinham foco tão grande quanto da indústria para a aplicação da gestão da qualidade e suas variações, despertaram para as vantagens que as ferramentas, técnicas, filosofias da GQ proporcionavam e passaram a sistematizar a utilização e implantação delas na atividade gestão, com objetivo de melhorar o desempenho organizacional. As Instituições de Ensino Superior são um exemplo de organizações que estão inseridas neste despertar (no sentido de implantar as ferramentas de gestão da qualidade), conforme evidenciado por Arruda (1997), Juwaheer (2006) e Mioranza (2009). Corroborando com essa afirmação, Bolzan (2006) apresenta dados que mostraram a adoção e adesão dos elementos da Gestão de Qualidade, por parte das IES Federais, apresentando uma tendência crescente no tocante a implantação da GQ nessas organizações. No amplo cenário em que as IES atuam, a modalidade de ensino a distância tem despertado atenção, uma vez que com a evolução das tecnologias de informação e comunicação (TIC’s), o maior acesso a essas tecnologias por parte da população, a expansão da internet, contribuíram para crescimento observado na EAD brasileira (OLIVEIRA et al., 2011; ABED, 2010), principalmente nos últimos cinco anos, período em que a oferta de cursos nessa modalidade cresceu, em média, 53,44%. Logo a preocupação sobre a qualidade na EAD segue tendência semelhante ao do ensino presencial. Nesse sentido, mesmo que a qualidade em cursos de graduação (presencial ou a distância), por conseguinte nas IES, seja avaliada periodicamente pelo Ministério da Educação, por meio de suas Secretarias especializadas, a percepção do discente não é considerada como fonte de informação, “exceto no que se refere ao conhecimento adquirido” (LOURENÇO e KNOP, 2011). 28 Ainda segundo os autores, a percepção dos discentes não é considerada de forma proporcional à importância que o mesmo tem. Lourenço e Knop (2011) apontam que o ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), promulgado pela Lei número 10.861/2004, é o único instrumento de avaliação que envolve os discentes de um curso, em que "seu foco no aprendizado, não contempla as condições de ensino e competência docente" (Ibidem, p. 223) Destaca-se que este foi um dos fatores que contribuíram para que a delimitação do foco desta Dissertação constituísse do corpo discente, já que pode considerá-lo como um dos principais “clientes” das Instituições de Ensino Superior brasileira, conforme Lovelock (1983) e Shah, Nair e Wilson (2011). Segundo esses autores, o corpo discente desempenha um papel fundamental na gestão universitária, pois fornecem feedback sobre o que veem como mais importante no ambiente em que estão inseridos, bem como a sua satisfação com tais elementos. O estudo justifica-se, ainda, por poder permitir às IES a manutenção de monitoramento contínuo da qualidade dos cursos em EAD, possibilitando a aplicação do principio de melhoria contínua. Além disso, estima-se que esta dissertação possa contribuir com os debates e pesquisas no contexto da educação a distância com foco na gestão da qualidade, uma vez que reflexões realizadas e proposições podem contribuir não apenas com as Instituições de nível superior, mas com todas as instituições que utilizam este método de ensino em seus serviços, como educação de nível médio, coorporativa, cursos livres, dentre outros, percepção essa confirmada pela ABED (2010, p. 85). Em tal pesquisa, Censo EAD.BR, é possível identificar que a amplitude da educação a distância no Brasil contempla, além dos 1.075.272 discentes que estudaram em instituições credenciadas pelo MEC para ministrar cursos EAD, 1.572.759 discentes participaram de cursos livres (não formalizados) ou de cursos de educação corporativa; sendo uma modalidade que cresce e está tendo boa aceitação da aprendizagem on-line no Brasil e em todo o mundo. No caso brasileiro, as Instituições de Ensino Superior (que dão base aos cursos de graduação a distância), observa-se forte crescimento no número de Instituições, matrículas (dentre outros) desde o governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), Luís Inácio Lula da Silva, até o atual governo da Presidenta Dilma Rousseff (AMARAL, 2009; CHAVES et al., 2012). Apesar das diferentes estratégias para expansão do ensino superior brasileiro (principalmente entre as estratégias de FHC e Lula), fato é que tal expansão confere mais uma justificativa para tal estudo. 29 Além de todos os dados e informações apresentadas para justificar o presente estudo, destaca-se, ainda, que a facilidade de acesso aos discentes, professores e gestores do curso a distância em estudo nesta dissertação também foi de grande importância para a escolha do tema, já que o pesquisador atua como Tutor a distância em um dos cursos de graduação a distância oferecidos pela UFRN. Outrossim, enfatiza-se que o foco do estudo são os discentes dos cursos de graduação a distância. Diante desse cenário, faz-se mister o presente estudo que oportunizará aos gestores do curso, uma análise crítica sobre a gestão da qualidade no que tange a percepção dos discentes dos cursos, contribuindo para com a manutenção e fortalecimento da excelência na gestão e formação na graduação. 1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO De modo a reunir elementos para uma abordagem satisfatória que contemple a complexidade da temática pesquisada, essa dissertação foi organizada em sete capítulos, incluindo a presente introdução (figura 1). Figura 1 – Estrutura da dissertação Fonte: Autor, 2011 O segundo capítulo aborda o assunto chave para esta dissertação, contemplando as temáticas ligadas a, respectivamente: gestão da qualidade; evolução da educação a distância no mundo, no Brasil e seus atores e componentes e a qualidade nas IES a distância que aborda, também, os requisitos legais/normativos (relacionados com a qualidade) que 30 Instituições referências em EAD preconizam para IES, compondo, assim, o referencial teórico do estudo. Tais resgates teóricos mostram-se pertinentes e necessários pela natureza e objetivos propostos nesta dissertação. O debate e reflexão, ora alvitrado, apresenta uma densa capilaridade na gestão universitária, contemplando diversas áreas da gestão e da educação. Espera-se, com isso, a criação de um arcabouço teórico para a pesquisa proposta. A metodologia de pesquisa é abordada no capítulo três deste trabalho, onde é apresentada a caracterização da pesquisa, a população e amostra do estudo, os instrumentos de coletas de dados, o procedimento de tratamento e análise dos dados e o estudo de caso. No quarto capítulo são apresentados os resultados e análise dos resultados desta pesquisa. Por fim, no capítulo cinco, encontram-se as considerações finais, seguidos das referências bibliográficas, capítulo seis, e apêndices no sétimo capítulo. 31 2 ESTADO DA ARTE Neste capítulo, o referencial teórico será apresentado e está organizado em cinco subitens: no primeiro – qualidade – o tema será abordado e contemplará as temáticas de gestão da qualidade e suas perspectivas históricas, qualidade em serviços e gestão estratégica da qualidade; no segundo subitem – indicadores de desempenho organizacional – será contemplado algumas noções básicas e relevantes, sobre indicadores, para o estudo; no terceiro ponto, a educação a distância (conceitos, evolução, atores e componentes) será abordada; no quarto subitem, diante do resgate teórico realizado, torna-se possível tratar da qualidade nas Instituições de Ensino Superior a distância, contemplando, essencialmente, os indicadores de qualidade para essa modalidade de ensino; por fim, no subitem cinco, é feito resumo do capítulo. 2.1 QUALIDADE A palavra “qualidade”, que se origina do termo latim qualitate ou qualitas, talvez seja o tema mais debatido no mundo acadêmico e organizacional; também é reconhecida amplamente como uma das disciplinas mais importantes e estratégicas para as organizações (SHARMA e KODALI, 2008). Assim, quando não abordado de forma específica, é tratado de forma sutil, ou seja, de maneira indireta. Tais debates, em torno da qualidade, estão ligados à própria evolução histórica do homem. Tal fato pode ser observado nos diversos marcos históricos da humanidade, como a construção das pirâmides do Egito, Projeto Manhattan (criação da bomba atômica), as viagens ao espaço e à lua (Projeto Apolo), Projeto Eurotúnel (túnel sob o oceano entre a França e Inglaterra), o desenvolvimento de sistemas de tecnologia e comunicação, a criação dos automóveis (...). Parte do sucesso desses projetos é devido à qualidade intrínseca neles; qualidade, que em alguns casos, foi sendo aperfeiçoada hora por tentativa e erro, hora por meio de técnicas, ferramentas e filosofias específicas, convergindo para a consolidação do que hoje é conhecido como gestão da qualidade. Sob essa perspectiva evolutiva, Garvin (1988) propôs a divisão histórica da qualidade em quatro eras ou enfoque da qualidade: inspeção, controle estatístico da qualidade, 32 garantia da qualidade e gestão estratégica da qualidade ou gestão da qualidade total (Total Quality Management – TQM) (Figura 1). Figura 2 – Eras ou enfoques da qualidade Fonte: Adaptado de Garvin (1988; 2002) Até 1920 (Era da Inspeção), a garantia da qualidade, principalmente nos produtos, era realizada por inspeção direta do bem ou serviço, tendo em vista que a produção na época era artesanal e em baixa quantidade. Com o aumento da produção de bens, o aumento na demanda por novos produtos exigidos em função da Segunda Guerra Mundial, dentre outros fatores, a qualidade passa a ser um fator crítico, vertendo a Gestão para a Era do Controle Estatístico (SHAH; NAIR; WILSON, 2011), em que o controle da qualidade era feito por meio de técnicas e ferramentas estatísticas que proporcionavam o monitoramento da qualidade dos produtos desenvolvidos, com menor número de inspeção. Na Era da Garantia da Qualidade, o controle passa a ser feito por todos os atores envolvidos na cadeia de produção, contemplando o desenvolvimento do projeto, fornecedores. Nesse enfoque, as certificações, tais como ISO 9.000 e 9.004, passam a ser exigidas e implantadas pelas organizações e pelos parceiros (fornecedores) (BEECROFT, 1997). Além disso, a preocupação com o bem estar dos funcionários ganha maior destaque por acreditar que um ambiente saudável pode influenciar positivamente na qualidade de um produto ou serviço. A era seguinte, Gestão Estratégica da Qualidade ou Gestão da Qualidade Total, a qualidade passa a ser vista como fator estratégico e de diferenciação no mercado e os esforços, destinados à qualidade, envolvem toda a organização, abrangendo características, ferramentas e técnicas das eras anteriores. Cordeiro (2004) aponta que muitos gestores viam a Gestão Estratégica da Qualidade como um modismo, mas que mesmo a utilização do termo 33 TQM tendo diminuído, os princípios e práticas continuam sendo empregados por diversas organizações em todo o mundo. (SHAH, NAIR; WILSON, 2011). Percebe-se, então, que a gestão da qualidade alude a diferentes perspectivas, práticas e definições (LUZON E PASOLA, 2011); que ao longo dessa evolução, organizações que não tinham foco tão grande quanto às indústrias para a aplicação da gestão da qualidade e suas variações, despertaram para as vantagens que as ferramentas, técnicas, filosofias da GQ proporcionavam e passaram a sistematizar a utilização e implantação delas na atividade de gestão, com objetivo de melhorar o desempenho organizacional, tendo em vista os diferenciais proporcionados pelas Eras da qualidade, principalmente a última (Gestão Estratégica da Qualidade). Destaca-se, ainda, que apesar de existir tal divisão, as técnicas, ferramentas e filosofias das primeiras eras, como inspeção e controle estatístico, continuaram a ser utilizadas nas eras seguintes; por isso, enfatiza-se o caráter evolutivo da gestão da qualidade ao longo da história, conforme pode ser analisado na Figura 2. Figura 3 – Fases na evolução da qualidade Legenda: TQC – Total quality control ou controle total da qualidade; CWQC - Company Wide Quality Control ou Controle de Qualidade por Toda a Empresa; TQM - Total Quality Management ou Gestão da qualidade total; ISO - International Organization for Standardization, organização responsável por normatizações e padronizações (de vários tipos). Fonte: Autor, baseado e adaptado de Carvalho e Paladini (2005, p. 92); ABNT NBR ISO 9000 (2005); ABNT NBR ISO 9001 (2008); ABNT NBR ISO 9004 (2010). Garvin (1992) corrobora com essa visão no momento em que destaca, por exemplo, que não é possível identificar precisamente a gênese ou primórdio da Era da gestão estratégica da qualidade; assim, os marcos apontados na Figura 1 são estimativas e são variáveis entre os autores e pesquisadores da área. 34 É importante evidenciar que a evolução dos conceitos e técnicas sobre a Gestão da qualidade ainda continuam. Kaye e Dyason (1995) já apontavam para a quinta era da qualidade, como sendo além da gestão estratégica da qualidade e Srdoc et al. (2005), mais recentemente, aponta que a Gestão do conhecimento ligada à Gestão da qualidade proporciona uma nova abordagem, chamada de Conceito de Qualidade Profunda [tradução nossa] (do inglês deep quality concept - DQC) em que ressalta a necessidade de análise profunda e integração das dimensões, conceitos, técnicas e ferramentas mais relevantes da qualidade e visa integrá-las em sistemas de qualidade; perspectiva compartilhada por Adamson (2005) e pela revista Strategic Direction (2006). Esses estudos apontam para o caráter evolutivo contínuo da qualidade. 2.1.1 Gestão da qualidade: perspectiva histórica e conceitos Quanto ao conceito de “qualidade”, observava-se que ao longo do tempo, o termo teve diferentes abordagens; Srdoc et al. (2005), assim como outros autores, apontam para o fato de que há várias definições para qualidade. Em idos de 1970, Juran e Gryna (1980) relacionavam o conceito de qualidade com a adequação ao uso; logo, para um produto ser de qualidade, deveria ter bom projeto, ser confiável (poucas falhas), dentre outras características. Deming (1982) propôs que o conceito deveria estar relacionado a melhoria contínua; Crosby (1979; 1993; 1999) propôs que qualidade é adequação dos produtos ou serviços às normas e às especificações dos órgãos regulamentadores do setor em que a organização está inserida. Kalpakjian e Schmid (2006) corroboram afirmando que a qualidade deve ser introduzida na elaboração do produto ou serviço. Além dessas definições, outros pesquisadores como A. Feigenbaum, Ishikawa (1985; 1998), teceram profundos estudos sobre a área de qualidade abordando temais ainda mais específicos, como: Controle da Qualidade Total, Controle Estatístico da Qualidade, Qualidade em Serviços, dentre outras. Huggins (1998) aponta que W. Shewhart, W. Edwards Deming, Joseph Juran, Phillip Crosby, Kaoru Ishikawa e Armand Feigenbaum V. formam um grupo seleto de indivíduos que contribuíram para com o desenvolvimento da Gestão da Qualidade, sendo Feigenbaum o primeiro a usar o termo Gestão da Qualidade Total, que é chamado, também de Controle Estatístico da Qualidade pelos japoneses (CORDEIRO, 2004). Já Srdoc et al. (2005) inclui Peter Drucker entre os gurus que contribuíram para a Gestão estratégica da qualidade. 35 Consenso é que a definição da qualidade é consoante às exigências e às necessidades do consumidor (DEMING, 1990). Logo, tal conceito está sujeito a subjetividade, pois fatores como: necessidades individuais, cultura, formação educacional, financeira, política, dentre outros, interferem na definição. Essas definições, segundo Maximiano (2004) podem ser traduzidas em seis palavras-chaves: excelência, valor, especificações, conformidade, regularidade e adequação ao uso, conforme Quadro 01. Palavra-chave Excelência Valor Especificações Conformidade Regularidade Adequação ao uso Definição O melhor que se pode fazer, o padrão mais elevado de desempenho em qualquer campo de atuação. Qualidade como luxo. Maior número de atributos. Utilização de materiais ou serviços raros, que custam mais caro. Valor é relativo e depende da percepção do cliente, seu poder aquisitivo e sua disposição para gastar. Qualidade planejada. Projeto do produto ou serviço. Definição de como o produto ou serviço deve ser. Grau de identidade entre o produto ou serviço e suas especificações. Uniformidade. Produtos ou serviços idênticos. Qualidade de projeto e ausência de deficiências. Quadro 1 - ideia das definições sobre qualidade Fonte: Maximiano (2004) Garvin (1988), diante do complexo cenário de definição da qualidade, definiu, em seus estudos, cinco abordagens para a definição de qualidade: transcendental, baseada no produto, baseada no usuário, baseada na produção e baseada no valor. Garvin (1992, p. 48) apresenta as seguintes definições de qualidade: Transcendental Qualidade não é uma ideia ou uma coisa concreta, mas uma terceira entidade independente das duas [...] embora não se possa definir qualidade, sabe-se o que ela é (PIRSIG, 1974, p. 185). [...] uma condição de excelência que implica ótima qualidade, distinta de má qualidade... Qualidade é atingir ou buscar o padrão mais alto em vez de se contentar com o malfeito ou fraudulento (TUCHMAN, 1980, p. 38) Baseada no produto Diferenças de qualidade correspondem a diferenças de quantidade de algum ingrediente ou atributo desejado (ABBOTT, 1955, p. 126). Qualidade refere-se às quantidades de atributos sem preço presentes em cada unidade do atributo com preço (LEFFLER, 1982, p. 956) Baseada no usuário Qualidade consiste na capacidade de satisfazer desejos (EDWARDS, 1968, p. 37). 36 Na análise final de mercado, a qualidade de um produto depende de até que ponto ele se ajusta aos padrões das preferências do consumidor (KUEHN & DAY, 1962, p. 101). Qualidade é adequação ao uso (JURAN, 1974, p. 2). Baseada na produção Qualidade (quer dizer) conformidade com as exigências (CROSBY, 1979, p. 15). Qualidade é o grau em que o produto específico está de acordo com o projeto ou especificação (GILMORE, 1974, p. 16). Baseada no valor Qualidade é o grau de excelência a um preço aceitável e o controle da variabilidade a um custo aceitável (BROH, 1982, p. 3). Qualidade quer dizer o melhor para certas condições do cliente. Essas condições são: a) o verdadeiro uso; e b) o preço de venda do produto (FEIGENBAUM, 1961, p. 1). As cinco abordagens e dimensões (da qualidade), vide quadro 1 e abordagens de Garvin, enquadram a maioria das definições aferidas à qualidade descritas pelos maiores autores e gurus da qualidade. Na abordagem baseada no usuário (em que as características estéticas, qualidade percebida, características, desempenho, atendimento), conforme destacado anteriormente, a qualidade em serviços é uma das áreas que a Gestão da Qualidade contempla. 2.1.2 Qualidade em serviços Kotler (1999) e Kotler e Armstrong (2007) definem serviço como sendo uma ação que alguém (pessoa física ou jurídica) pode oferecer a um terceiro, assumindo características como: intangibilidade, inseparabilidade, variabilidade, perecibilidade. É intangível, pois os resultados não são passíveis de previsão de qualidade, assim, procura-se por sinais de qualidade no serviço em que o prestador busca agregar algum valor tangível ao serviço intangível. A inseparabilidade refere-se ao fato de que o serviço oferecido é entregue concomitantemente com o consumo do mesmo; assim, todo o processo é feito ao mesmo tempo, onde o cliente é um ator sempre presente no processo. É variável (variabilidade), pois considera-se que nenhum cliente é igual ao outro, logo, um serviço bem avaliado por um cliente "x" pode não ser a mesma opinião do cliente "y". Pelas características um serviço não pode ser estocado, com isso a questão da demanda deve ser bem estudada em função da flutuação das necessidades de serviço no mercado. Destaca-se, ainda, que alguns bens em serviços podem ser tangíveis (MOREIRA, 1996) e que as características vão além das apresentadas, brevemente, nesta dissertação. 37 Outra definição sobre serviços é observada na ISO 9004 (ABNT, 1994), em sua versão brasileira, que define-o como resultado obtido por meio de atividades de integração entre fornecedores e clientes, assim como atividades internas da organização, tendo como meta a satisfação das necessidades do cliente. Corroborando com tal perspectiva, Juwaheer (2006) apud (Davis e Allen, 1990), aponta que a qualidade de serviço tem como objetivo confirmar as exigências dos clientes para atender as suas expectativas e para satisfazê-las. Destarte, a gestão da qualidade em serviços é uma forma de gerenciar as organizações objetivando o alcance dos objetivos organizacionais, por meio da alavancagem das vantagens competitivas, buscando meios para garantir a satisfação dos clientes. Com isso, várias ferramentas (UENO, 2008; KERSTEN E KOCH; 2010) da GQ podem ser adaptadas aos processos de atendimento aos clientes (externos). Para tanto, tendo o cliente externo como um dos principais focos da prestação de serviços, a mensuração da qualidade percebida pode ser feita com base em algumas técnicas, em que se destaca a o instrumento SERVQUAL, que apesar de todas as críticas, Loures (2009) aponta que nos últimos 20 anos não houve ferramenta ou modelo que substituísse o SERVQUAL. O SERVQUAL foi proposto por Parasuraman et al. (1985). Nele foi determinado que a percepção ou medição da qualidade percebida do serviço é obtida por meio da diferença entre a expectativa antes do serviço e a real percepção após o serviço, considerando para isso algumas dimensões da qualidade em serviço. As dimensões da qualidade em serviços apresentadas por Parasuraman et al. (1985) são: • Confiabilidade: prestação do serviço prometido com confiança e exatidão. • Presteza: disposição para auxiliar os clientes e fornecer o serviço prontamente. • Garantia: conhecimento e a cortesia dos funcionários bem como sua capacidade de transmitir confiança e confidencialidade. • Empatia: cuidado e atenção dada ao cliente. • Aspectos tangíveis: trata da aparência das instalações físicas, equipamentos, dos colaboradores e materiais de comunicação. Outros autores, em seus estudos, atribuíram diferentes nomes para as dimensões propostas por Parasuraman et al. (1985); Fitzsimmons e Fitzsimmons (2001) e Las Casas (2008), são exemplos disso. Fitzsimmons e Fitzsimmons (2001) chamam as cinco dimensões de, respectivamente: confiabilidade; responsabilidade; segurança; empatia; tangibilidade; 38 enquanto Las Casas (2008) as chama de: confiabilidade, segurança, aspectos tangíveis, empatia e receptividade. Assim, de acordo com os resultados atribuídos pelo cliente a cada uma das dimensões, o instrumento SERVQUAL atribui um “valor” referente ao desempenho da qualidade dos serviços oferecidos pela organização. Destaca-se que o resgate sobre a ferramenta SERVQUAL teve como objetivo resgatar as dimensões da qualidade em serviços propostas por Parasuraman et al. (1985). Tais elementos são fundamentais para que seja possível uma melhor definição dos conceitos e estratégias organizacionais relacionados com a qualidade, conforme debatidos na seção anterior, logo, são relevantes para essa dissertação. É importante destacar, conforme Oliva e Kallenberg (2005), que a preocupação com a qualidade em serviços tornou-se mais visível com a própria evolução do setor de serviços e com a “servitization of business”. Juwaheer (2006), por sua vez, evidencia que a preocupação com a qualidade dos serviços, com ênfase na satisfação do consumidor, é recente tendo em vista todo o processo histórico da gestão da qualidade e, que no caso das Instituições de Ensino Superior, está apenas começando e que não é algo simples, devido a complexidade do tipo da organização. Nesse sentido, Lee (2010) aponta que vários debates estão sendo realizados nas Universidades sobre o que constitui e como assegurar a qualidade na educação a distância. Logo, segundo o autor, várias Instituições desenvolveram princípios, diretrizes ou parâmetros de referência para dar uma resposta ao debate corrente. Assim, ante a definição da qualidade de serviços (atender as necessidades do cliente), torna-se relevante identificar qual é a percepção que os clientes têm sobre o serviço ofertado. Fato é que com o aumento das exigências do consumidor em geral e das características e atividades relacionas às Instituições de Ensino Superior, em especial na modalidade a distância, foco deste estudo, a preocupação na medição de desempenho vem sendo desenvolvida pelas IES, tendo como cliente os discentes (LOURENÇO, KNOP, 2011). Lourenço e Knop (2011) apontam a existência de algumas ferramentas destinadas ao controle da qualidade, como a avaliação da qualidade (feita, geralmente, por uma pessoa externa), a auditoria da qualidade (onde se busca avaliar os critérios e procedimentos adotados pela IES para assegurar a qualidade) e a acreditação (uma ONG determina se a IES possui padrões de qualidade) (SKOLNIK, 2010). Contudo, as IES buscam e fomentam outros métodos de avaliação da qualidade e uma delas é, conforme já mencionado, investigar a percepção dos discentes com base em métodos e ou indicadores de qualidade. 39 Com tais informações, a gestão da qualidade passa a ter condições mínimas para ser utilizada para a gestão estratégica das organizações. 2.1.3 Gestão estratégica da qualidade A percepção de que a qualidade é um elemento fundamental para a estratégia e competitividade organizacional consolidou-se ao longo dos anos; fazendo com que discussões sobre o “porquê investir em qualidade” fosse ultrapassada pelo “como fazê-la” (PALADINI, 2011). A gestão estratégica da qualidade ou gestão da qualidade total, do inglês total quality management (TQM), em geral, é vista pela maioria dos autores e pesquisadores, como uma das filosofias de gestão (CORDEIRO, 2004; SRDOC et al., 2005; SHARMA e KODALI; 2008) mais completas e importantes, tendo em vista o princípio de que a qualidade é “total”, ou seja, envolve toda a cadeia de produção ou de serviço e organização; e é estratégica por proporcionar diferenciais competitivos (vantagens competitivas) frente ao mercado e por auxiliar as organizações do alcance das metas e objetivos estratégicos (KAPLAN E NORTON, 1997; MINTZBERG et al., 2000; MINTZBERG, QUINN; 2001; HITT et al., 2002; OLIVEIRA; 2009; PRAHALAD, 2010). Goetsch e Davis (2005) definem a Gestão da qualidade total como uma estratégia de fazer negócios que objetiva maximizar a competitividade de uma organização por meio da melhoria contínua da qualidade de seus produtos, serviços, pessoas, processos e ambiente. A gestão estratégica da qualidade prevê que a qualidade seja abordada em uma perspectiva de longo prazo, não isolada; assim, seu conceito está associado à sobrevivência da organização (CARVALHO E PALADINI, 2005). Destarte, segundo os autores, a qualidade sob a perspectiva estratégica possui três aspectos: visão, princípios e métodos. A qualidade deve ter uma “visão” abrangente, indo além do atendimento das expectativas do cliente; deve ter multiplicidade de itens (qualidade baseada em múltiplos atributos de bens e serviços) para que seja possível garantir a fidelidade dos clientes atuais e dos novos clientes. Logo, Carvalho e Paladini (2005) apontam que é preciso monitorar os ambientes para que seja possível perceber qualquer alteração. Com a visão abrangente da qualidade, torna-se possível a escolha do(s) princípio(s) estratégico(s) da qualidade que podem auxiliar na sobrevivência das 40 organizações; trata-se, pois, de um processo de escolha interno, baseado nas diversas análises situacionais. Os métodos da dimensão estratégica da qualidade, assim como os princípios, são escolhidos de acordo com a situação (visão, metas, objetivos, cenário externo e interno) das organizações. Srdoc et al. (2005) evidencia que a Gestão estratégica da qualidade, ou TQM, tem como conceitos básicos os seguintes pontos: foco no cliente; liderança; melhoria contínua; planejamento estratégico da qualidade; qualidade do projeto; velocidade e prevenção; participação das pessoas; e é baseada em fatos de gestão. Percebe-se, então, o envolvimento de toda a organização no processo estratégico da qualidade, conforme destacado neste trabalho. Logo, associado a questão estratégica, a qualidade é algo que precisa ser monitorado e avaliado periodicamente, tendo em vista que os resultados encontrados por essas ações, auxiliam as organizações na definição de qual conceito (de qualidade) e estratégias serão adotadas. Destaca-se que ao falar no caráter estratégico, considera-se que as ações e planejamentos são de níveis táticos e operacionais. Nesse sentido, Porter (1985; 1990; 2009), discorrendo sobre as estratégias competitivas genéricas (custo, diferenciação e foco), aponta a diferenciação como um dos métodos de gestão estratégica da qualidade, que pode envolver várias ações para diferenciação da organização frente ao mercado. Contudo, essa perspectiva não “anula” as outras estratégias competitivas. Tal visão é confirmada por Amoako-Gyampah e Acquaah (2007) que apontam que a trilogia de Porter se assemelha as de Miles e Snow (1978) e Hambrick (1983), dentre outras. Destaca-se que, associado às estratégias de diferenciação, há as cinco forças competitivas de Porter que auxiliam as organizações na definição, monitoramento e aprimoramento da estratégia ligada à qualidade nos produtos ou serviços das organizações, que podem conduzir as organizações para liderança e inovação (MCMILAN, 2010). Essas estratégias, segundo Amoako-Gyampah e Acquaah (2007), associadas à gestão da qualidade podem proporcionar diferenciais para as organizações, superando as concorrentes do mercado (útil, principalmente, para organizações privadas) e para melhoria da imagem e qualidade percebida pelo cliente (no caso das organizações públicas) [obviamente, os benefícios são mútuos]. A era da Gestão Estratégica da Qualidade consolida a Gestão da qualidade nas organizações. Evidência desse fato pode ser observada, por exemplo, na estrutura organizacional das organizações, onde o setor/departamento de Gestão da qualidade sumiu, 41 pois passou a ser responsabilidade de todos os setores/departamentos da organização, assumindo, principalmente, o caráter estratégico. 2.2 INDICADORES DE DESEMPENHO NAS ORGANIZAÇÕES Para poder monitorar e controlar as ações e estratégias de qualquer organização faz-se necessário que haja indicadores de desempenho (ELG, 2007). Os indicadores correlacionam-se ao ato de medição (medir) e para isso, torna-se necessário a definição de um conjunto de pressupostos, técnicas e ferramentas que apresentem resultados de algo avaliado. Tais indicadores podem ser números, frações, frequência percentual, associados a escalas contínuas (PALADINI, 2011). Ou seja, os indicadores avaliam o desempenho de forma sintética, apresentando atributos e dimensões daquilo que está sendo medido. Com isso, torna-se possível aperfeiçoar os processos internos, mudar as estratégias organizacionais de acordo, por exemplo, com o mercado externo, o aumento da satisfação do consumidor, para aumentar a qualidade dos processos, serviços (...). Logo, os indicadores de desempenho são um dos elementos integrantes dos sistemas de medição de desempenho (MAIA et al., 2008) cujo objetivo é fornecer dados e informações quantitativas sobre a execução e andamento das ações estabelecidas pela organização. Nesse sentido, resgata-se em uma de suas célebres frases de William Edwards Deming que afirmava: “Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, não há sucesso no que não se gerencia”. Evidencia-se assim a importância da atividade de avaliação e/ou medição de desempenho por meio de indicadores. Observam-se na literatura, essencialmente, cinco tipos de indicadores de desempenho, que estão alinhados com os propostos por Sink e Tuttle (1989): estratégicos (relacionados ao alcance da missão e visão das organizações); produtividade (relacionado à eficiência das atividades; por exemplo, recurso investido por satisfação dos clientes); qualidade (relacionam-se com a satisfação do cliente externo ou interno, com a eficácia; por exemplo, indicador de tempo de espera na fila bancária), efetividade (relação, por exemplo, do número de produtos sem defeitos por hora de produção) e capacidade (de processo, muito utilizado em indústrias; por exemplo, indicador de saída de produtos por minuto). 42 No caso dos indicadores de qualidade, Paladini (2011) aponta que os mesmos devem tender à gestão estratégia organizacional. Miranda et al. (2009), por sua vez, afirma que apesar da dificuldade de mensuração quantitativa da qualidade de um produto ou serviço de uma organização, os indicadores de qualidade são de suma importância no processo que visa atender as necessidades e expectativas dos clientes. Acerca dos indicadores de qualidade, Schröeder (2005) cita quatro: satisfação do cliente (mais importante, refletindo a percepção de qualidade do cliente); desempenho financeiro (relacionado a saúde financeira da organização, por exemplo); desempenho operacional (apresentando resultados de processos que levam à satisfação do cliente); e clima organizacional (representam o nível de motivação dos funcionários, o qual pode interferir na percepção sobre a qualidade). O conjunto dos indicadores de desempenho converge para os Sistemas de Medição de Desempenho (SMD). Carpinetti (2010) aponta que a medição por meio dos sistemas pode ser feito sob duas perspectivas: sob a ótica da eficiência (indica o quanto da expectativa do cliente foi atingida) e sob a perspectiva da eficácia (medida de economia na utilização dos recursos para a realização de determinada ação). Nesse sentido, Carpinetti (2010) aponta, ainda, o Balanced Scorecard (BSC) como o modelo de sistema de medição de desempenho mais difundido na literatura e no meio empresarial, mesmo sendo definido, pelos autores do modelo (KAPLAN; NORTON, 1997), como um sistema de gestão. Kaplan e Norton (1997) afirmam que o Balanced Scorecard (BSC) é um sistema de medição e gestão de desempenho composto por quatro perspectivas (financeira; clientes; processos internos; e aprendizado e crescimento), que no desenvolvimento das ações e estratégias relacionadas à perspectiva do cliente, a satisfação, a lucratividade dos clientes são metas que devem ser atingidas, sendo os mesmos fatores críticos para a qualidade na organização. Os autores consideram essa perspectiva como o “coração do BSC”, onde são descritas as formas de gerar valor para o cliente. Tal modelo por ser utilizado perfeitamente em IES, conforme proposto por Hékis (2010). Destaca-se ainda, que além do BSC existem, na literatura no tocante aos indicadores de desempenho, bem como sistemas de medição de desempenho, outras ferramentas/modelos, como as desenvolvidas por: Rockhart (1979), Geller (1984), Fitzgerald et al. (1991); Shank e Govindarajan (1993); Cooper e Kaplan (1998); dentre outros, conforme apontado por Harris e Mongiello (2001) e Meng e Minogue (2011). Contudo, tendo em vista o foco dessa dissertação, tais modelos não foram explorados e detalhados. 43 2.3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: CONCEITOS E EVOLUÇÃO Apesar da educação a distância4 ser um sistema de ensino relativamente antigo, com o avançar das gerações da educação a distância (EAD), a última (quinta geração) é, talvez, a mais robusta de todas, por envolver características peculiares das gerações anteriores e por contemplar inúmeras ferramentas de interação proporcionadas por meio da internet (MOORE E KEARSKEY, 2007). Mioranza (2009; p. 112) aponta que "a qualidade educacional não pode ser avaliada por um conjunto restrito de determinantes, pois sua ocorrência se dá de forma multidimensional. Não é possível assegurar a qualidade na prestação de um serviço sem determinar os aspectos essenciais dessa qualidade". Por esses e outros motivos, o debate sobre a qualidade em EAD envolve outros critérios ou dimensões, não existindo um modelo único para avaliar a qualidade no sistema educacional a distância. Logo, buscou-se identificar quais elementos são essenciais e que podem interferir na percepção da qualidade, por parte dos discentes. Diante deste cenário, vários autores e órgãos públicos e privados debatem sobre os indicadores e fatores que afetam a percepção do discente em relação à qualidade, consequentemente, à satisfação. No Brasil, o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação a Distância, elaborou o documento "Referenciais de qualidade para educação superior a distância" BRASIL (2007); nos Estados Unidos da América o “Institute for Higher Education Policy - IHEP" conduziu um estudo em que foram propostas sete categorias como valores de referência de qualidade para a modalidade a distância (IHEP, 2000); e, no Reino Unido, o “The Quality Assurance Agency for Higher Education” na publicação do manual de práticas para a garantia da qualidade acadêmica e padrões de ensino superior, incluiu orientações para a garantia da qualidade no ensino a distância (QAA, 2011). Faz-se necessário, portanto, um resgate acerca da educação a distância (EAD) e dos indicadores de qualidade, para que seja possível alcançar os objetivos deste trabalho e responder ao problema de pesquisa. 4 Crase casos especiais: é preferível não usar acento grave em locuções adverbiais [...]. Aconselhável é, também, não usar acento grave na locução a distância. Exemplo: manter-se a distância; seguir alguém a distância (SEGALLA, 1999). 44 2.3.1 Educação a distância - conceitos Na literatura existem diversas nomenclaturas e definições para a educação a distância, conforme pontuado por Aretio (2001). Para o autor, a educação a distância é como um sistema multidirecional no âmbito da comunicação, baseando-se em ações sistemáticas e conjuntas de recursos didáticos, com apoio organizacional (gestores, professores, técnicos) e de tutoria. Como recurso didático, Ronca (2003) lista desde o material impresso até o rádio, televisão, chegando, mais recentemente, o computador, proporcionado pelo desenvolvimento tecnológico. Corroborando com os autores, Moore e Kearskey (2007) discorrem em sua obra que a educação a distância envolve uma natureza multidimensional, por isso a dificuldade em uma definição precisa. Contudo, quanto a definição, a Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED, 2010) considera que há um consenso mínimo em torno da idéia de que EAD é a modalidade de educação em que as atividades de ensino-aprendizagem são desenvolvidas majoritariamente (e em bom número de casos exclusivamente) sem que alunos e professores estejam presentes no mesmo lugar à mesma hora. Quanto a terminologia, os autores argumentam que ela é variável e causa confusão quanto se tenta definir a educação pelo tipo de tecnologia utilizada. Dentre os diversos nomes ou terminologias dadas a esse tipo de sistema, destacam-se: educação por correspondência (antiga expressão) e, uma expressão mais recente, aprendizado eletrônico (e-learning) (MOORE E KEARSKEY, 2007). Interessante observar que as terminologias representam o próprio histórico e evolução do sistema de educação a distância. Associados à essas terminologias e ao termo educação a distância, existe, ainda, a expressão universidade aberta (Open University), amplamente utilizada pelo mundo. A educação a distância, portanto, vem de contraponto à “educação bancária” (FORMAN, NYATANGA e RICH, 2002) em que o professor é o centro das atenções, o detentor do conhecimento. Nesse sistema de ensino, há uma interação/intercâmbio de conhecimento, em que o professor passa a ter, também, o papel de provocador dos debates sobre o que está sendo estudado. Percebe-se que as dificuldades em relação a definição e o amplo debate sobre a qualidade não é diferente nas Instituições de Ensino Superior: enfrentam as mesmas 45 dificuldades e em alguns casos, o escopo do debate é ainda mais amplo, por envolverem, de forma sinérgica, várias áreas ou modalidades ligadas à educação ou ensino. 2.3.2 Pioneirismo na Educação a Distância e principais projetos de EAD no mundo Apesar de estudos históricos e pesquisa referendada, é possível encontrar na literatura relatos de educação a distância na época da Platão (348/347 a.C.). Analisando dados mais precisos, segundo Moore e Kearskey (2007), o correio foi a primeira forma de educação a distância no mundo. Assim, na década de 1880 já era possível estudar em casa ou no trabalho, com as instruções enviadas pelas instituições de ensino. Pelo menos dois acontecimentos influenciaram a boa aceitação do novo sistema de ensino: “a invenção de serviços postais baratos e confiáveis” e a “expansão das redes ferroviárias” (MOORE E KEARSKEY, 2007, p. 25). A partir de então, vários institutos passaram a oferecer cursos a distância. Ainda segundo os autores, a Chautauqua Correspondece College foi a primeira instituição a oferecer um curso de educação superior, rebatizado em 1883 (dois anos após a fundação) como Chautauqua College of Liberal Arts e foi autorizado pelo Estado a conceder diplomas e graus de bacharel por correspondência. Essa iniciativa faz parte da primeira geração do ensino a distância, caracterizandoa. A segunda geração foi marcada pela transmissão por rádio e televisão, a terceira geração foi marcada pelo Projeto Mídia de Instrução Articulada (Articulated Instructional Media Project), que tinha o objetivo de agrupar/articular várias ferramentas de comunicação e pelo surgimento da Universidade Aberta, no governo britânico. A quarta geração foi composta pela teleconferência; a quinta geração marcada pelas aulas baseadas em computadores e na rede mundial de internet. Dias (2002, p. 6) aponta que a educação a distância, baseada na internet, é considerada pela Organização Mundial do Comércio como “ultradinâmica”. Com isso, acredita-se que ainda existam algumas características das antigas gerações na atual, visto todo o processo de evolução e aprendizado. Neste sentido, vários projetos e iniciativas são destaques no mundo, conforme descreve Schlickmann et. al. (2008). No estudo, o autor destaca as seguintes instituições de 46 ensino superior a distância: na África, a University of South Africa e a University Of Lagos; na América do Norte, a Empire State College e a Tele Université; na América Latina, a Universidad Nacional Autónoma de México, Universidad Nacional Abierta y a Distancia e a Universidade Aberta do Brasil; na Ásia Indira Gandhi National Open University e a Korea National Open University; na Europa, a Open University e a Universidade Aberta de Portugal; na Oceania University Of Otago e a Open Universities Australia. Muitas dessas instituições são pioneiras no ensino a distância, como a University of South Africa fundada em 1873. A Indira Gandhi National Open University, fundada em 1985, possuía, em 2007, um milhão e meio de alunos na Índia e possuía cobertura em trinta e cinco países. A Korea National Open University, por sua vez, também em 2007, obteve destaque em um projeto das Organizações das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) cujo objetivo era o desenvolvimento das universidades a distância do leste asiático. Moore e Kearskey (2007) ainda apresentam outros casos no EAD, como China e Turquia. Na China, um país de grande dimensão e de grande população (mais da metade da população vive em zona urbana), os autores argumentam que, nesse caso, não é surpresa o crescimento que a educação a distância teve no país. No ano de criação do sistema nacional de universidades por rádio e TV (RTVUS), em 1979, 400 mil alunos se matricularam nas universidades em todo o país. Após 1986, com o início das transmissões dos programas educacionais via satélite e com a criação de outras instituições de ensino, a carga horária anual de transmissão em canais exclusivos, chegava a nove mil horas. Resultados consideráveis continuam sendo alcançados na China: considerando a variação Frequência (%)ual entre os anos de 1999 e 2002, o número de formandos, o número de iniciantes, o número de matriculados e de colaboradores, o crescimento observado é, respectivamente: 62,96%; 192,85%; 203,68% e 20,60% (MOORE E KEARSKEY, 2007). Esses programas beneficiaram inicialmente a população rural, com cursos voltados para a agricultura, e professores de escolas primárias e de ensino nédio. Na Turquia a importância atribuída para a educação a distância é tão grande que os alunos que não obtiveram média suficiente (em um exame nacional padronizado) para ter acesso às universidades presenciais, ingressam na Open Education Faculty de Anadolu, vinculada à Anadolu University, uma das maiores de todo mundo. É importante destacar que o ingresso no sistema aberto da Anadolu não é sinônimo de má qualidade, pelo contrário: os alunos tem acesso ao material didático via jornais, vídeos, programas de TV e rádio, internet e ainda contam com um centro de tutoria, que esclarece as dúvidas dos alunos por meio de 47 telefone, e-mail e fax. Atualmente, a Anadolu University tem 12 faculdades, sendo 3 a distância, e o número de alunos na modalidade EAD é de 1.507.047, vinculados às faculdades de Administração, Economia e Educação Aberta (ANADOLU, 2010). Ainda segundo a instituição, ela faz parte do grupo de megauniversidades do mundo, ou seja, instituições de ensino a distância que atendem a mais de 100.000 alunos (SOUSA, 1996). Destaca-se ainda, no cenário mundial, a Universidad Libre a Distancia - UNED, criada na década de 70 na Espanha. Segundo dados da própria instituição, a UNED é a maior universidade do país com mais de 160.000 alunos (UNED, 2010); além de estar presente em toda a Espanha e vários países do mundo, como Brasil e Argentina. Somando a esses centros, o idioma oficial, espanhol, tem proporcionado a instituição de ensino uma grande expansão, atraindo estudantes de todo mundo. Destaca-se ainda os programas de mobilidade acadêmica internacional da UNED que, por meio de editais, proporciona o intercâmbio de alunos da instituição. Tratando de blocos econômicos, a União Européia (UE) estimula alguns projetos na área da educação. Dentre eles o programa eLearning, que entre as ações e objetivos está a criação da rede europeia de escolas (European Schoolnet - EUN), assim como a Rede de Formação de Professores (Thematic Network on Teacher Education In Europe - TNTEE). A EUN tem por objetivo o fomento à inovação no ensino e aprendizagem aos seus atores envolvidos. A rede é composta por 31 Ministérios da Educação da Europa. A TNTEE tem como objetivo a formação de professores abordando a perspectiva transnacional e multilíngue. O programa eLearning, não tem por objetivo criar novos processos ou repetir outras iniciativas. Busca-se articular as diferentes ações dos países membros da União Europeia e integrar as tecnologias da informação e da comunicação (TIC) nos sistemas de educação do bloco (UE, 2010). Tais ações são oriundas de um longo processo que culminou com o Processo de Bolonha, que busca o estabelecimento de uma Área Europeia de Ensino Superior, ou seja, a construção de um sistema de educação superior convergente entre todos os países do bloco (UE, 2010; LUZ, MELO, ANGELO, 2005). É clara a forma como a UE trata a educação; como elemento estratégico, buscando tornar os povos educados para viver e trabalhar na sociedade do conhecimento. A base virtual, logo, ganha destaque, dado as vantagens que oferece (UE, 2010). 48 2.3.3 Evolução da educação a distância no Brasil No Brasil a evolução da educação a distância segue uma divisão semelhante a relatada por Moore e Kearskey (2007), sendo dividida em cinco gerações: primeira geração, cuja característica principal era o estudo por correspondência; segunda geração com predominância das transmissões por rádio e televisão; terceira geração com abordagem sistêmica (articular várias tecnologias de comunicação voltadas para educação a distância) figurando como inovação; quarta geração tendo a teleconferência como destaque e a quinta geração onde as aulas virtuais são baseadas no computador e internet (atual fase). Assim, no Brasil, segundo Motta (1998) observa-se as seguintes etapas ou fases: Primeira Etapa (1904-1941); Segunda Etapa (1941-1969); Terceira Etapa (1969-~1991); Quarta Etapa (1991-~1997) e Quinta Etapa (1998-...). Motta (idem) relata que o Brasil foi o sexto país a oferecer cursos EAD, onde se destacam os cursos por correspondência pela “Escolas Internacionais” (representação de uma organização norte-americana). Outro fato importante para a EAD no Brasil foi a criação do Instituto Universal Brasileiro em 1941. Na segunda fase, os programas radiofônicos educativos, oferecidos pela Fundação Roquette Pinto em 1941, marcaram a nova fase da EAD no Brasil. Há ainda outras iniciativas, como da Arquidiocese de Natal, no Rio Grande do Norte, que associada ao Serviço de Assistência Rural, lançou em 1958 um sistema de radiodifusão, cujo sucesso inspirou, três anos depois, a criação do MEB – Movimento Educação de Base. Durante a segunda fase, houve a criação em 1961 do curso de alfabetização de adultos via televisão, ministrado pela Fundação João Batista do Amaral. Mas, por falta de incentivos, nesse primeiro momento, o programa não obteve o resultado esperado. Em 1967, o governo federal começou os incentivos para programas educacionais, o que fortaleceu o surgimento da terceira fase. A terceira fase caracteriza-se pela utilização da TV como tecnologia educativa. Com o apoio do governo federal, em 1969 houve a criação do primeiro sistema TV Escola Brasil no Maranhão. No mesmo ano criou-se o Sistema Avançado de Tecnologias Educacionais – SATE, em âmbito federal e depois Projeto SACI (Sistema Avançado de Comunicações Interdisciplinares), objetivando o uso de satélite para a divulgação de programas educativos. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte deu base para execução do SACI, sendo uma das grandes referências em EAD até hoje. Neste período destaca-se ainda a 49 TV Cultura e Rádio Cultura, que consolidam a EAD no Brasil, e a criação do Telecurso 2ª Grau, projeto da Fundação Roberto Marinho com a TV Globo (MOTTA, 1998). Já a Quarta fase, segundo o autor, inicia-se com o projeto-piloto brasileiro para utilização da recepção de imagem via satélite em processos educativos, elaborado por um grupo de trabalho interministerial, cuja estreia se deu em agosto de 1991, com o nome de Jornal da Educação – Edição do Professor – Um salto para o futuro. O Sistema Nacional de Radiodifusão Educativa (SINRED) e Sistema Nacional de Educação a Distância (SINEAD) dão um passo a mais para a consolidação do EAD no Brasil. É nessa fase, que se observa uma maior divulgação e aceitação da educação a distância no país, tendo em vista as mudanças da Lei de Diretrizes e Bases de 1996, onde estabeleceu-se que a modalidade de educação a distância seria um dos meios para que algumas metas fossem alcançadas. Com isso, a quinta fase caracteriza-se pela utilização de computadores, kits multimídia e redes ligadas por meio de satélite, convergindo com a educação baseada na Web. Destarte, é possível perceber a evolução (BAYMA, 2004; MUGNOL, 2009) da educação a distância no Brasil, bem com o aumento da exigência por parte da gestão universitária, tendo em vista, por exemplo, as múltiplas ferramentas que podem ser utilizadas pelas Instituições de Ensino e o aumento do número de discentes matriculados em cursos oferecidos nessa modalidade. Logo, no contexto das Instituições de Ensino Superior com o objetivo de fomentar o desenvolvimento dessa modalidade de ensino, visando a expansão e interiorização da oferta de cursos no país, foi instituído em junho de 2006 a o Sistema Universidade Aberta do Brasil – UAB. 2.3.4 Atores e componentes da Educação a Distância Conforme observado, Moore e Kearskey (2007) apontam que o modelo de educação a distância em evidência é caracterizado pela utilização da internet e computadores (dentre outras tecnologias de informação e comunicação). Nesse sentido, Schröeder (2005) e Azevedo (2010) apontam como atores na educação a distância os seguintes atores: discente, professor, tutor, monitor, facilitador, coordenadores, dentre outros, que atualmente podem ser resumidos em quatro: discente, professor, tutor e coordenador. 50 O discente é o foco de todas as ações da educação a distância. O planejamento das aulas, materiais didáticos e demais componentes de ensino devem ser elaborados com base nas características do corpo discente, nas competências e habilidades que devem ser desenvolvidas ao longo do curso. Destaca-se, que na educação a distância, o(a) aluno(a) tem nível de independência e autonomia maior para os estudos (em relação aos discentes presenciais), tendo em vista que organizam os próprios horários de estudos (SANTOS E CAMARA, 2010; JACOBSEN, et al. 2011), por exemplo. Quanto ao professor, Dias, Leite e Deniele (2010) apontam que aqueles que atuam na educação a distância devem ter perfil diferenciado para a modalidade em questão; apontam que as dificuldades enfrentadas por esse ator esta na “preparação pedagógica e na formação para escrever” (DIAS, LEITE E DENIELE, 2010 apud CORTELAZZO, 2008). Observa-se, então, que o professor (assim como tutores) na EAD é mais exigido, tendo em vista o envolvimento de outras competências e pela pluralidade e coletividade na EAD ser muito maior que no ensino presencial. Quanto ao Tutor, observa-se que em alguns casos, conforme Dias, Leite e Deniele (2010) e Silva (2011), o professor é chamado de Tutor. Mas, neste trabalho, refere-se àquele que tem como missão interagir com os discentes, por meio dos ambientes virtuais (fóruns, chats, e-mails) ou por meios tradicionais (telefone, encontros presenciais), esclarecendo dúvidas, reforçando conceitos transmitidos nas aulas (responsabilidade do tutor a distância) e dar suporte aos discentes no desenvolvimento das atividades previstas nas disciplinas, no curso, atuando ainda, em momentos presenciais, como aplicação de provas, aulas práticas em laboratórios e estágios supervisionados (BRASIL, 2007). Quanto a Coordenação, observa-se o papel do Coordenador do curso e o coordenador do Polo (BRASIL, 2007). Os coordenadores, segundo Azevedo (2008), podem desempenhar a função de coordenação enquanto docente, enquanto articulador do processo formativo, gestor acadêmico, gestor administrativo e como catalisador da identidade do curso. Conforme observado, o Coordenador na EAD é figura essencial para o sucesso do curso na EAD, pois suas competências estão ligadas a fatores essenciais da modalidade de ensino. Nesse sentido Jacques, Tomelin e Coelho (2011) ratificam essa perspectiva apontando que a função de “administração”, que cabe ao coordenador de curso (no estudo), é a mais relevante dentre os individuais pesquisados. Em seguida, evidencia-se que a “coletividade”, “formação”, “compromisso” e “vocação” são outros elementos que representam o papel dos coordenadores de cursos a distância. 51 Observa-se, ainda, atores no contexto de apoio administrativo, suporte técnico, suporte para o desenvolvimento e elaboração de material didático, dentre outros. Tais atores têm papel importante para o sucesso e qualidade nos cursos a distância, tendo em vista que as competências atribuídas a eles, refletem em todos os demais atores e componentes da EAD. Compõem, portanto, a equipe multidisciplinar prevista nos Referenciais de Qualidade em Educação a Distância (BRASIL, 2007). Quanto aos componentes, observam-se, essencialmente, as tecnologias de informação e comunicação, ou seja, os ambientes virtuais de aprendizagem, fóruns de discussões, chats, e-mails, bem como vídeo-aulas e material didático do curso. Tais componentes são descritos, detalhadamente, na seção que trata dos Indicadores de Qualidade no Brasil. 2.4 QUALIDADE NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA 2.4.1 Indicadores de desempenho nas Instituições de Ensino Superior Em relação aos indicadores de desempenho no contexto das Instituições de Ensino Superior, no caso brasileiro, a legislação aponta para um grupo de indicadores e avaliações que visam medir o desempenho das IES por diferentes meios. Neste caso, os indicadores estão correlacionados com o processo de avaliação das IES conforme observado na Legislação brasileira (BRASIL, 1996) e em alguns estudos científicos, como: Canterle e Favaretto (2008); Polidori (2009); Zoghbi, Oliva e Mariconi (2010); Ribeiro (2011); Peixoto (2011). No caso brasileiro, a avaliação das Instituições de Ensino Superior cabe ao Estado (RIBEIRO, 2011). Polidori (2009) resgata indicadores de desempenho que foram e são utilizados pelas IES brasileiras, algo que não é recente na história da educação superior no Brasil, conforme ratifica Peixoto (2011). Polidori (2009) aponta que o processo de avaliação brasileiro é rico e inovador, que evoluiu de um processo de avaliação “totalitário”, passando para um processo diversificado em que as diversidades e especificidades das IES eram consideradas no processo avaliativo, até retornar para um processo de ranqueamento das Instituições. Os autores citam que a avaliação é feita por meio do SINAES. 52 O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES (BRASIL, 2004) tem por objetivo “assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educação superior, dos cursos de graduação e do desempenho acadêmico de seus estudantes, nos termos do art 9º, VI, VIII e IX, da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) [inserção nossa]” O Sinaes tem ainda como finalidade “a melhoria da qualidade da educação superior, a orientação da expansão da sua oferta, o aumento permanente da sua eficácia institucional e efetividade acadêmica e social e, especialmente, a promoção do aprofundamento dos compromissos e responsabilidades sociais das instituições de educação superior, por meio da valorização de sua missão pública, da promoção dos valores democráticos, do respeito à diferença e à diversidade, da afirmação da autonomia e da identidade institucional” (§ 1º da Lei N 10.861, de 14 de abril de 2004). Como congregador, o SINAES possui instrumentos complementares, tais como: Avaliação Institucional, Avaliação dos cursos de graduação e Enade (BRASIL, 2011a). Ribeiro (2011) aponta que a Avaliação Institucional e Avaliação dos cursos de graduação são atendidas por meio de avaliações in loco e complementados pela avaliação interna de cada IES, por meio da Comissão Própria de Avaliação. O Enade, por sua vez, complementa o processo de avaliação do Sinaes. O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE busca “aferir o rendimento dos alunos dos cursos de graduação em relação aos conteúdos programáticos, suas habilidades e competências” (RIBEIRO, 2011). O Exame é realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) por meio da aplicação de prova; trata-se de um componente curricular dos cursos de graduação, logo é uma atividade obrigatória aos discentes ingressantes e concluintes selecionados (por meio de procedimentos amostrais) para participar do mesmo; cada área de conhecimento é avaliada trienalmente (ZOGHBI, OLIVA e MARICONI, 2010). Evidencia-se, ainda, a existência de três indicadores na Legislação brasileira sobre as IES: o Conceito Preliminar de Curso (CPC), instituído pela Portaria Normativa nº 4 de 5 de agosto de 2008 (BRASIL, 2008a); o Índice Geral de Cursos da Instituição de Educação Superior (IGC), instituído pela Portaria Normativa nº 12 de 5 de setembro de 2008 (BRASIL, 2008b); e o Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD), que mostra o desempenho dos discentes ao longo do curso. 53 O CPC (BRASIL, 2011b) é calculado com base em variáveis distintas, com objetivo de traduzir os resultados nas avaliações realizadas pelas e nas Instituições de Ensino Superior, considerando o desempenho do corpo discente, docente, além da infraestrutura e instalações, recursos didático-pedagógicos. Os valores do CPC variam de 1 a 5, sendo 1 o pior resultado e 5 o melhor. Ou seja, se uma IES tem CPC 5 indica (a possibilidade) que ela tem alto nível de qualidade nas áreas analisadas. O cálculo do Conceito é composto pelos insumos (infraestrutura e instalações físicas e recursos didático-pedagógicos), nota dos discentes no Enade e pelo IDD (POLIDORI, 2009). O IGC (Índice Geral de Cursos) é um indicador que combina os resultados da avaliação dos cursos de graduação no ENADE com os resultados da avaliação dos cursos de pós-graduação da IES, além de fatores como as características da formação acadêmica e do regime de trabalho dos professores (POLIDORI, 2009; PEIXOTO, 2011; RIBEIRO, 2011); trata-se, pois, de um índice que resume a qualidade de todos os cursos de qualquer IES, em todos os níveis de ensino (graduação, mestrado, doutorado) (BRASIL, 2011c). Esse índice é calculado considerando I - média ponderada dos Conceitos Preliminares de Cursos (CPC) [grifo nosso], nos termos da Portaria Normativa Nº 4, de 2008, sendo a ponderação determinada pelo número de matrículas em cada um dos cursos de graduação correspondentes; II - média ponderada das notas dos programas de pós-graduação [grifo nosso], obtidas a partir da conversão dos conceitos fixados pela CAPES, sendo a ponderação baseada no número de matrículas em cada um dos cursos ou programas de pós-graduação stricto sensu correspondentes. (BRASIL, 2008a) Já o IDD, segundo Freitas, Cruz e Sharland (2008), “tem como objetivo trazer às instituições informações comparativas dos desempenhos de seus estudantes concluintes em relação aos resultados obtidos, em média, pelas demais instituições cujos perfis de estudantes ingressantes são semelhantes”. Ou seja, quantificar (por meio do indicador) o valor que a Instituição e o curso agregaram a formação (profissional e, quiçá, pessoal) do discente. Os indicadores de desempenho e processos de avaliação são dinâmicos, adaptando-se à dinâmica do mercado e das organizações. Logo, assim como as estratégias, os indicadores e processos de avaliação podem ser alterados, modificados, aprimorados (JULIATTO, 2005). Nas IES brasileiras é fácil perceber toda essa dinâmica, a qual continua até hoje. 54 Destaca-se, conforme evidenciado por Ribeiro (2011), que o resultado dos indicadores por si só podem não representar a real situação de uma Instituição, pois para isso é preciso ter conhecimento da missão, visão, objetivos e metas da mesma. Contudo, ressaltase que a qualidade é um bem público (CANTERLE E FAVARETTO, 2008), elemento obrigatório no ensino, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Art. 206, inciso VII, com responsabilidade atribuída ao MEC (Lei 9.131 de 24 de novembro de 1995). Logo, o processo de avaliação faz parte da universidade, pois sem ela não há qualidade (CANTERLE, FAVARETTO, 2008). Assim, torna-se importante a manutenção de processos voltados para a qualidade e, considerando a proposta dessa dissertação, na percepção dos discentes, consequentemente, a organização também ganha. Com isso, reforça-se a percepção Lourenço e Knop (2011), a qual diz que os processos de avaliações das IES do Governo brasileiro não levam em consideração a percepção que o corpo discente tem em relação a qualidade nas Instituições, de maneira assertiva. 2.4.2 Indicadores de qualidade EAD Brasil A Lei de Diretrizes e Bases de 1996 foi um marco para a educação a distância no Brasil, uma vez que foi estabelecido que a modalidade seria uma das estratégias para que os governos pudessem alcançar as metas estabelecidas, bem como capacitar professores da educação básica. Contudo, a educação a distância no Brasil ainda não possui legislação específica sobre qualidade. Mas, existem legislações com alguns “princípios” sobre qualidade na EAD, onde se destaca: Lei de Diretrizes e Bases da Educação, do Decreto 5.622, de 20 de dezembro de 2005; Decreto 5.773 de junho de 2006; Portarias Normativas 1 e 2, de 11 de janeiro de 2007. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, por meio do Decreto 5.622, de 20 de dezembro de 2005, apresenta algumas disposições gerais sobre EAD, onde se definem: conceitos de EAD; Ações (atividades) presenciais obrigatórias; Níveis e modalidades educacionais; Disposições sobre a criação de cursos EAD (Projeto do curso com carga igual ao presencial); Diploma com validade nacional, dentre outros tópicos. Nessa Lei, Diretrizes e Bases da Educação, o Parágrafo Único do Artigo 7, diz: 55 “Parágrafo único. Os atos do Poder Público, citados nos incisos I e II, deverão ser pautados pelos Referenciais de Qualidade para a Educação a Distância, definidos pelo Ministério da Educação, em colaboração com os sistemas de ensino”. Logo, a LDB, os Decretos e Portarias Normativas convergem para o “Referenciais de Qualidade para a Educação a Distância”, que “embora seja um documento que não tem força de lei, ele será um referencial norteador para subsidiar atos legais do poder público no que se referem aos processos específicos de regulação, supervisão e avaliação da modalidade citada. Por outro lado, as orientações contidas neste documento devem ter função indutora, não só em termos da própria concepção teórico-metodológica da educação a distância, mas também da organização de sistemas de EaD.” Tal documento apresenta elementos norteadores que são referenciais de qualidade na modalidade de ensino a distância. Apresenta, ainda, alguns tópicos que devem ser elencados e encadeados sistematicamente no Projeto Político-Pedagógico, a saber: (i) Concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem; (ii) Sistemas de Comunicação; (iii) Material didático; (iv) Avaliação; (v) Equipe multidisciplinar; (vi) Infra-estrutura de apoio; (vii) Gestão AcadêmicoAdministrativa; (viii) Sustentabilidade financeira (BRASIL, 2010b, p. 8). No “Referenciais de Qualidade para a Educação a Distância”, cada um dos tópicos é descrito, correlacionando-os e descrevendo os elementos que refletem na qualidade. Ainda mais robusto, mas alinhado com o documento “Referenciais de qualidade”, o “Formulário de verificação in loco das condições institucionais” destinado para uso dos consultores ad hoc da Secretaria de Educação Superior (SESU), vinculada ao Ministério da Educação, apresenta dez indicadores que são analisados de acordo com aspectos específicos definidos pelo documento. Os indicadores são: (i) Integração da educação superior a distância no plano de desenvolvimento institucional; (ii) Organização curricular; (iii) Equipe multidisciplinar; (iv) Materiais educacionais; (v) Interação entre alunos e professores; (vi) Avaliação de aprendizagem e avaliação institucional; (vii) Infraestrutura de apoio; (viii) Gestão acadêmico-administrativa; (ix) Convênios e parcerias; (x) Sustentabilidade financeira (BRASIL, 2010c, p. 21). O “Formulário de verificação in loco das condições institucionais” é considerado mais robusto por agregar elementos avaliativos em que o consultor ad hoc atribui valores ou incidências de não conformidades. Contudo, a base para o Formulário de verificação in loco é 56 o “Referenciais de Qualidade para a Educação a Distância”. Em função disso, esta dissertação irá centralizar as analises nesse documento. A dimensão “Concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem” contempla a clareza do projeto político pedagógico do curso quanto a epistemologia do currículo, ensino, aprendizagem, perfil do estudante, como será feito o desenvolvimento do material didático do curso, tutoria, comunicação e avaliação. Deve tratar, resumidamente, da essência do curso: formação de profissional com competências e habilidades essenciais para o desenvolvimento das funções previstas pela área de formação. Quanto a dimensão “Sistemas de comunicação” a mesma busca fomentar o planejamento do processo ensino-aprendizagem, comunicação e interação entre os atores envolvidos no curso. Os sistemas de comunicação devem permitir aos discentes a resolução de dúvidas e qualquer outra dificuldade, com rapidez e eficiência, por meio de fóruns, chats virtuais, teleconferência, dentre outros. A dimensão “Material didático” orienta quanto a abordagem e a forma que o conteúdo é disposto aos estudantes. O material deve estar alinhado com o projeto pedagógico do curso, ser capaz de estimular o desenvolvimento das competências e habilidades específicas do curso. Para tanto, é preciso que exista uma equipe multidisciplinar para a formação do material (livros, vídeos-aula, página de Web, dentre outros). Quanto a “Avaliação” o “Referenciais de Qualidade para a Educação a Distância” apresenta duas abordagens: avaliação do processo de aprendizagem e avaliação institucional. A avaliação da aprendizagem trata, dentro outros pontos, do processo avaliativo somativo e formativo. Quanto a avaliação institucional o “Referenciais de Qualidade para a Educação a Distância” aponta que as Instituições devem planejar e implementar sistemas de avaliação institucional como ouvidoria. Além disso, a Instituição deve desenhar processo contínuo de avaliação quanto a organização didático-pedagógico; corpo docente, tutores, técnicoadministrativo e discentes; instalações físicas; e meta-avaliação. Destaca-se a importância do tópico ligado à instalações físicas: o custo de manutenção de um acervo bibliográfico mínimo nos Polos, material tecnológico, científico, dentre outros para estudantes. A educação a distância é composto por vários modelos. Logo, a dimensão “Equipe multidisciplinar” trata que os profissionais (docentes, tutores a distância e presencial e técnico-administrativos) inseridos na educação a distância devem ser multidisciplinar, com funções de planejamento, implementação e gestão dos cursos a distância. A “Infraestrutura de apoio” trata do suporte físico suficiente e proporcional ao número de estudantes, como: televisões, impressoras, linhas telefônicas, internet, 57 computadores, equipamentos de gravação de vídeos-aula e conferências, dentre outros. Toda essa infraestrutura deve estar disponível na sede da Instituição e nos Polos de apoio presencial (que devem contar com laboratórios de informática, sala de tutores, biblioteca, secretaria, além de laboratórios específicos para cursos de licenciatura como Ciências Biológica). A dimensão “Gestão acadêmico-administrativa” trata de aspectos de integração com demais processos da instituição, em que os estudantes a distância devem ter as mesmas condições que os estudantes presenciais, como matrícula, acesso às informações institucionais dentre outros. Por fim, a dimensão de “Sustentabilidade financeira” trata da viabilidade do curso, uma vez que essa modalidade de ensino exige investimentos elevados para produção de material didático, infraestrutura, logística dentre outros. Assim, as Instituições devem se preocupar com a sustentabilidade do curso para médio prazo, com planilhas financeiras preenchidas e evolução das vagas ofertadas e consistência do projeto político-pedagógico. 2.4.3 Indicadores de qualidade EAD - Estados Unidos da América Buscando referências globais, destaca-se o "The Institute for Higher Education Policy - IHEP": instituição sem fins lucrativos que tem como objetivo fomentar o acesso e qualidade para as IES (IHEP, 2000). Em estudo conduzido pelo Instituto, nos Estados Unidos da América, foram listados sete dimensões ou categorias como valores de referência de qualidade para o ensino a distância, a saber: (i) Suporte/Apoio Institucional; (ii) Desenvolvimento do curso; (iii) processos ensino/aprendizagem; (iv) Estrutura do Curso; (v) Apoio ao Estudante; (vi) Apoio ao corpo docente; (vii) Avaliações (feitas em momentos específicos e com diferentes 5 abordagens) [tradução nossa] . A dimensão Suporte/Apoio Institucional refere-se à segurança, contabilidade, suporte e manutenção dos sistemas utilizados na educação a distância. Quanto ao Desenvolvimento do Curso a dimensão trata de ações e itens relacionados aos desenvolvimento do curso, incluindo todo o ciclo de análise, planejamento, implementação, 5 Institutional Support; Course Development; Teaching/Learning Process; Course Structure; Student Support; Faculty Support; Evaluation and Assessment. 58 testes, avaliação e manutenção do curso. O Processo de tecnologia e aprendizado contempla a interação entre os atores envolvidos diretamente (discentes/discente e professores) por meio das tecnologias disponíveis (e-mail, chat, voice message), trata do tempo de feedback (respostas) aos discentes, instruções sobre os métodos apropriados de pesquisa e estudo no ambiente virtual. A dimensão Estrutura do curso busca orientar os discentes quanto a automotivação para o estudo a distância e enfatiza que eles têm que ter acesso mínimo aos recursos tecnológicos exigidos para a modalidade, assim como acesso a uma biblioteca virtual. O Suporte ao Estudante contempla ações para que os estudantes tenham acesso a informações e a todo tipo de informação relacionado ao curso. Quanto ao Suporte ao Corpo Docente, a dimensão estima um acompanhamento na transição do ensino presencial para o ensino a distância, dando apoio para tal processo. Além disso, há um processo de formação e orientação para o relacionamento com os estudantes por meio das TICS. A dimensão que trata Avaliação (e auditoria) busca identificar a eficácia do processo de ensino/aprendizagem por meio de métodos específicos estadunidenses. Indicadores como: taxa de matricula e evasão são considerados nessa dimensão. Tais categorias foram obtidas por meio de estudos realizados em IES em EAD referências nos Estados Unidos da América e em trabalhos científicos dos principais autores de EAD. No total foram identificados vinte e quatro padrões de referências essenciais para a garantia da qualidade em IES a distância, que foram agrupadas nas sete categorias listadas no parágrafo anterior. 2.4.4 Indicadores de qualidade EAD – Reino Unido No Reino Unido, as Instituições de Ensino Superior devem atuar estando alinhadas com o sistema nacional de qualidade de ensino. Esse sistema é publicado e avaliado pela “The Quality Assurance Agency for Higher Education”, ou Agência de Garantia da Qualidade, que elaborou um manual com as melhores práticas para a garantia da qualidade no ensino superior na modalidade presencial e, mais recentemente, no ensino a distância (QAA, 2010); tais práticas estão disponíveis no “Code of practice for the assurance of academic quality and standards in higher education (including e-learning)”. 59 No caso britânico, além do QAA, a The Open University of the United Kingdom (OUUK) é uma das referências em educação a distância no mundo e possui ações específicas para garantir a qualidade nessa modalidade de ensino. Segundo Koul e Kanwar (2006), as principais dimensões para a garantia e certificação de qualidade são: (i) produção de materiais e a qualidade de ensino e aprendizagem, incluindo a avaliação; (ii) apoio ao aluno, incluindo aulas; (iii) os sistemas administrativos e operacionais que sustentam as atividades do núcleo de ensino e aprendizagem; (iv) o papel do pessoal no cumprimento de processos de qualidade. Tais dimensões podem ser distribuídos nos seguintes indicadores, conforme abordado por Netto e Giraffa (2009): materiais didáticos elaborados por especialista; avaliação da aprendizagem e desempenho de tutores; professores capacitados; proporção adequada alunos/tutores; projeto pedagógico elaborado por especialista. 2.4.5 Indicadores de qualidade EAD – estudos científicos Sun et al. (2008) apresentam seis dimensões que podem interferir na percepção do discente em relação à qualidade, a saber: aprendizado tecnológico; instrutor/tutor; curso; tecnologias; design das tecnologias; ambiente de interação e desenvolvimento [tradução nossa]6. A primeira dimensão (aprendizado tecnológico) diz respeito ao nível de conhecimento/domínio por parte do aluno dos sistemas computacionais, ou seja, o quanto ele entende de informática; a segunda dimensão trata do tutor, o papel que ele desempenha na assistência para o aluno; a terceira dimensão, fala sobre a estrutura do curso; a quarta dimensão sobre as tecnologias que são oferecidas aos alunos, quais sistemas são utilizados; a quinta dimensão, aborda o como são disponibilizadas as tecnologias utilizadas e/ou disponibilizados para os alunos; e, a última dimensão, trata do ambiente de interação e desenvolvimento disponibilizados para os alunos. As dimensões tecnologias e design das tecnologias são de extrema importância para uma IES a distância, já que (considerando a 5ª geração do EAD – aulas baseadas, 6 Learner dimension, Instructor dimension, Course dimension, Technology dimension, Design dimension and Environmental dimension. 60 principalmente na Internet) é o principal meio de comunicação e interação dos envolvidos nesse sistema de ensino e, para tanto, destaca-se a importância de como a qualidade interfere (positivamente) na percepção da qualidade por parte do discente (GORLA, SOMERS e WONG, 2010). 2.4.6 Resumo dos indicadores de qualidade em EAD A análise dos referenciais de qualidade brasileiro, norte americano e britânico, possibilitou uma visão ampla acerca dos indicadores de qualidade em Instituições de Ensino Superior a distância, bem como de cursos. A partir dos indicadores é possível elencar alguns indicadores de qualidade, sendo possível a proposição de alguns dimensões. Percebe-se que as dimensões entre os indicadores propostos por diferentes Instituições estão alinhadas (Quadro 2). Logo, esses documentos representam o principal escopo de estudo, onde, por meio deles, será possível refletir sobre os critérios e indicadores de qualidade para as Instituições de Ensino Superior a Distância, buscando, se necessário, outros referenciais de qualidade para educação superior a distância. De tal forma, será possível obter soluções para o problema proposto e para os objetivos apresentados nesta dissertação. Assim sendo, tendo os referenciais como base, é apresentado, no Quadro 02, um resumo das dimensões propostas pelas Instituições. Tais dimensões estão dispostas de forma a visualizar as aproximações entre as dimensões, tomando como base para a comparação o “Referenciais de Qualidade” do MEC (BRASIL, 2007). MEC IHEP (i) Concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem; (v) Projeto (ii) Desenvolvimento do pedagógico curso; elaborado por especialista. (iii) Curso; (iv) Estrutura do Curso; (iv) Tecnologias; (v) design das tecnologias; (vi) ambiente de interação e (ii) Sistemas de Comunicação; OUUK --- Sun et al. (Continua) 61 desenvolvimento (iii) Material didático; (iv) Avaliação; --- (iii) processos ensino/aprendizagem; (i) Materiais didáticos elaborados por especialista; (ii) Avaliação da aprendizagem e desempenho de tutores; (v) Equipe multidisciplinar; --- --- (vi) Infraestrutura de apoio; --- --- (vii) Gestão AcadêmicoAdministrativa; (vii) Gestão AcadêmicoAdministrativa; (viii) Sustentabilidade financeira (vi) Apoio Corpo docente; --- (i) aprendizado tecnológico (ii) Instrutor/tutor; --- (iv) Proporção adequada alunos/tutores; --- --- --- Quadro 2 – Resumo dos indicadores dispostos por aproximações entre as dimensões – MEC, IHEP, OUUK e Sun et al.. Fonte: Autor (2011) Destaca-se, contudo, que devido ao caráter multidisciplinar da educação a distância e dos próprios Referenciais de Indicadores de Qualidade propostos pelas Instituições analisadas, algumas das dimensões, quando comparadas com outras, podem ter mais de uma comparação possível, conforme apontado por Netto e Giraffa (2010) e Versuti (2008). 62 2.5 RESUMO DO CAPÍTULO Apresentado o constructo teórico dessa dissertação, desenvolve-se nesta seção análise acerca das temáticas debatidas nos capítulos dois, três e quatro, os quais compõem o background teórico. O momento vivido pelas organizações é caracterizado pelo crescente uso de novas tecnologias. Além disso, a evolução natural dos consumidores (clientes) contribuiu para o aumento do nível de exigência sobre os serviços e/ou produtos ofertados pelas organizações. Na outra ponta, a competitividade entre elas tornam-se ainda maior; “ganha” quem melhor atender as expectativas do cliente. Há alguns anos, esse cenário seria preponderante nas organizações que não fossem da área de educação, por exemplo. Contudo, o cenário descrito passou a envolver, também, as Instituições de Ensino Superior, as quais crescem mais de 260% (de 1997 à 2010). Assim, as IES passaram a investir, sistematicamente, em técnicas e ferramentas de gestão, sendo uma delas a Gestão da Qualidade. Observou-se que a Gestão da Qualidade é uma área composta por diversos métodos, técnicas, ferramentas (...), as quais devem ser apoiadas práticas de gestão organizacional consolidadas, para que as organizações possam manter-se competitivas no mercado. Apesar da dificuldade acerca do conceito sobre “qualidade”, observou-se que o senso comum guia a definição na direção de excelência7. Nesse sentido, a atual Era da qualidade ratifica esse pensamento: de que a organização como um todo deve planejar e executar suas funções com o maior nível de qualidade (que é esperado pelo cliente). Para tanto, como uma forma de monitorar e medir o desempenho dessas atividades viu-se que as organizações podem utilizar os indicadores de desempenho, os quais apresentam em dados numéricos a situação do que está sendo medido. Assim, em casos mais complexos, as organizações podem utilizar sistemas de medição de desempenho e, ainda, podem utilizar modelos para auxiliar no planejamento e monitoramento das atividades organizacionais, como é o caso do Balanced Scorecard (BSC). No caso dos indicadores de qualidade, percebeu-se que os indicadores de desempenho buscam evidenciar a percepção do cliente no processo, ratificando a importância do mesmo. O avanço observado no contexto da 7 Grau elevado de perfeição (Dicionário). 63 gestão da qualidade, indicadores de desempenho, nos últimos anos, tem obtido atenção das Instituições de Ensino Superior, em que vários fatores contribuíram para essa mudança de percepção e possibilidades de utilização de tais técnicas e ferramentas nas IES; dentre eles, evidenciou-se o crescimento da EAD no Brasil, maior expectativa do cliente em relação ao serviço prestado (a educação a distância, propriamente dito), maior exigência, também, por parte do Governo brasileiro. No caso das Instituições de Ensino Superior brasileiras, o Governo define que para uma IES ser considerada de qualidade, ela deve atingir determinado resultados nos indicadores propostos. Como exemplos, foram apresentados: o IGC (Índice Geral de Cursos), o IDD (Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado), o CPC (Conceito Preliminar de Curso); destaca-se ainda o Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes). Contudo, observou-se que esses indicadores e o Exame, não levam em consideração (de forma ampla) a percepção que os discentes têm em relação à qualidade nos cursos de graduação. Para tanto, vislumbrou-se que a identificação da percepção de qualidade por parte dos discentes de cursos a distância pode ser feita por meio das ferramentas, técnicas, metodologias que existem e são aplicadas comumente em organizações do setor industrial e de serviços não educacionais, adaptando-as à realidade das Instituições de Ensino Superior. Nesse sentido, o resgate feito sobre os indicadores de qualidade para as Instituições de Ensino Superior, tendo como foco o ensino a distância, deu base teórica para que fosse possível propor um instrumento de pesquisa direcionado à visão do discente. Com esse resgate, evidenciou-se que, conforme estudos publicados (MITCHELL, CHEN e MACREDIE, 2005; CHANGCHIT, 2007; HAMMOUD et al., 2008; LIU et al., 2009), a familiaridade com as tecnologias e sistemas, bem como o uso delas, influencia na percepção/satisfação que os usuários (discentes) têm. Logo, tornou-se relevante atentar para fatores como a familiaridade e aceitação dos sistemas e tecnologias utilizadas na EAD, por parte dos discentes, uma vez que podem influenciar os resultados de determinada pesquisa. Joon et al. (2011) enfatiza, ainda, que o suporte (de instrução, colegas e suporte técnico) também pode influenciar na percepção sobre qualidade no curso a distância. A importância da Gestão da Qualidade para as Instituições de Ensino Superior vai além dos benefícios alcançáveis por meio da melhoria nos processos, por exemplo. O investimento na Gestão da qualidade proporciona uma mudança profunda da gestão organizacional; para as IES privadas, que tem o lucro como um dos principais 64 resultados/metas da organização, a GQ pode auxiliar na redução dos custos nos processos, a manter os discentes como clientes, dentre outras; para as IES públicas, onde um dos principais resultados são os benefícios gerados à sociedade, a obtenção de bons resultados em avaliações nacionais e internacionais, pode ser alcançada por meio da GQ. Para melhor ilustrar a correção entre o referencial teórico pesquisado, eis uma Figura (3) conceitual do constructo teórico dessa Dissertação. Figura 4 – Mapa conceitual do referencial teórico Fonte: Autor (2011) Destarte, a Figura 4 apresenta (resumidamente) os benefícios que podem ser obtidos por meio da correlação entre o constructo teórico e a aplicação do modelo proposto neste estudo. 65 Figura 5 – Esquema da correlação do constructo teórico e benefícios da aplicação Fonte: Autor (2011) Na figura 5 observa-se a reação em cadeia provocada pela gestão da qualidade nas organizações, no caso nas IES: por meio da gestão da qualidade e suas ferramentas e métodos, as Instituições passam a ter meios para definir indicadores à gestão da qualidade ou aprimorar o desempenho em indicadores existentes, como no Índice Geral de Cursos (IGC); as melhorias de tais indicadores apontam tendência de melhor qualidade no serviço ofertado pela IES que, em geral, é percebida pelos discentes. 66 Dentre os resultados obtidos (esperados) por meio deste ciclo virtuoso destaca-se: a satisfação do cliente; a possibilidade de identificação de falhas e oportunidades de melhorias, tendo em vista que a organização preocupa-se e busca, sistematicamente, por meio de pesquisas e estudos, identificar tais gargalos/oportunidades, convergindo para a redução dos custos em função da má prestação do serviço, logo, aumento dos lucros, tendendo para diferenciação no mercado e destaque. 67 3 METODOLOGIA Neste capítulo é exposta a metodologia utilizada na dissertação. Roesch (2007) aponta que a escolha da tipologia (ou método) da pesquisa que deve ser utilizada nos estudos científicos, deve responder os problemas de pesquisa (ou questões) e objetivos propostos no trabalho. Assim, nesse capítulo serão detalhados: caracterização da pesquisa, justificativa da escolha de tal método, população e amostra, plano amostral, abrangência do estudo, quais instrumentos de coleta de dados, a análise dos dados, o estudo piloto, limitações da pesquisa, e caracterização da SEDIS, órgão onde foi realizado o estudo de caso. 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA O presente estudo conta com dados obtidos a partir de pesquisas bibliográficas e documentais, pois o referencial teórico foi desenvolvido com base em material publicado em livros, meios eletrônicos, revistas, artigos e trabalhos científicos disponibilizados em sites de periódicos e bases de dados como Scielo, Periódicos Capes, EmeraldInsight, IsiWebofKnowledge, SciVerseScopus, como em outros meios eletrônicos da Internet (LAKATOS E MARCONI, 1991). Segundo Yin (2010) “a estratégia de pesquisa dependerá do tipo de questão da pesquisa”. Logo, baseado em Roesch (2007) esta dissertação é um estudo de caso, também chamado de exploratório-interpretativo, pois busca examinar um fenômeno dentro do contexto no qual está inserido. Yin (2005) define o estudo de caso como um método que busca examinar um fenômeno nos aspectos reais. Apesar de existirem vários preconceitos e críticas em torno desse tipo de pesquisa (BRESSAN, 2000), vários autores comungam da definição de Yin para o estudo de caso e defendem-na como método de pesquisa (GODOY, 2006; ROESCH, 2007; BRESSAN, 2000). O estudo é interpretativo, pois contará com rica descrição do fenômeno estudado, tornando-se possível estabelecer padrões e desenvolver categorias conceituais que possibilitam a ilustração, confirmação ou oposição a situações teóricas. É avaliativo, pois se busca apreciar e julgar a qualidade dos serviços das IES (GODOY, 2006). Além disso, 68 podemos considerar este trabalho como exploratório, pois busca “a familiaridade com o fenômeno ou obter nova percepção e descobrir novas idéias do mesmo”, incorporando as ferramentas de qualidade (CERVO e BERVIAN, 1996). Caracteriza-se, essencialmente como uma pesquisa quantitativa, quanto à abordagem do problema, mas não apresenta apenas um método de coleta de dados (YIN apud ROESCH, 2007). Godoy (2006. p. 133) complementa o estudo de caso, quanto à coleta de dados, como sendo também “multimétodo por excelência e utiliza variadas fontes de informação”. Assim, devido o caráter do objetivo de estudo e segundo as premissas de Godoy (2006), a análise teórica não se limitou apenas a um contexto teórico, como a gestão da qualidade ou do ensino a distância, buscando-se uma análise em um contexto mais amplo, como as técnicas de planejamento. 3.2 ABRANGÊNCIA DO ESTUDO O objeto de pesquisa é composto por seis cursos de graduação à distância oferecidos pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, por meio da Secretaria de Educação a Distância (SEDIS); tendo como objetivo de estudo: analisar a percepção dos discentes quanto à qualidade dos cursos de graduação a distância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Os cursos que foram objeto de estudo foram, bem como os polos: Bacharelado Administração Pública: Licenciatura Ciências Biológicas: Física: Geografia: Matemática: Química: Polos Caicó, Currais Novos, Extremoz, Lajes, Luís Gomes, Macau, Marcelino Vieira, Martins. Caicó, Currais Novos, Extremoz, Luís Gomes, Martins, Nova Cruz. Currais Novos, Extremoz, Luís Gomes, Martins, Macau, Nova Cruz. Caicó, Extremoz, Lajes, Luís Gomes, Macau, Martins, Marcelino Vieira, Nova Cruz. Currais Novos, Extremoz, Lajes, Luís Gomes, Martins, Macau, Marcelino Vieira, Nova Cruz. Currais Novos, Extremoz, Macau, Nova Cruz. 69 Optou-se, nessa pesquisa, por considerar apenas os discentes que estão vinculados aos polos potiguares, uma vez que os alunos que têm vínculo com os Polos nos Estados da Paraíba, Pernambuco e Alagoas, estão em fase conclusão de curso ou, simplesmente, apesar de manter o vinculo, abandonaram o curso. 3.3 PLANO AMOSTRAL: POPULAÇÃO, AMOSTRA E PESO AMOSTRAL 3.3.1 População Para alcance dos objetivos propostos, foram coletados dados referentes à percepção dos discentes quanto à qualidade nos cursos de graduação a distância da UFRN. Em 2011, segundo dados coletados junto a SEDIS (obtidos por meio do SIGAA – Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas da UFRN), 2.634 discentes estavam com matrícula ativa nos seis cursos de graduação ofertados, distribuídos nos 21 polos mantidos em Estados do Nordeste brasileiro (além do Rio Grande do Norte). Dessa forma, ficam 2.333 discentes ativos nos polos potiguares. Contudo, considerando a necessidade do e-mail para envio do link do questionário, observou-se que 454 discentes não tinham nenhum e-mail cadastrado ou houve falha na exportação dos dados do SIGAA. Foi eliminado, ainda, um aluno que era do curso de Administração (piloto), que não faz parte do objeto de pesquisa. Com isso, ficaram 1.878 discentes ativos nos 6 cursos alvo da pesquisa, vinculados aos pólos potiguares, com e-mail cadastrado/informados. Outro filtro foi utilizado para eliminar alunos com ano de ingresso entre 2005 e 2007 (alunos antigos), pois estudos realizados com discentes da EAD mostram que os mesmos tendem a não participar de pesquisas na medida em que avançam no curso (ARAUJO, OLIVEIRA, 2010; ARAUJO et al, 2011a; 2011b) ou não acessam mais os e-mails cadastrados. Além disso, esses alunos foram eliminados com objetivo de focar a pesquisa naqueles que estão em fases iniciais do curso, que estão no decorrer do curso e que, mesmo assim, tenham um juízo de valor formado acerca da qualidade no curso. Por esse motivo, os discentes ingressantes em 2011 também foram excluídos do estudo. 70 Em síntese: apenas os discentes que ficaram dentro do parâmetro de ano de ingresso (maior que 2007 e menor que 2011) foram considerados como população-alvo desta pesquisa, excluindo-se os demais. Assim, no curso de Administração Pública, que tem 673 alunos ativos (em todos os anos de ingresso - 2010.1 e 2011.1), apenas os discentes que ingressaram em 2010.1 foram considerados da pesquisa (306 alunos). No curso de Ciências Biológicas, 226 alunos participaram da pesquisa, sem necessidade de exclusão, pois todos são dos períodos 2009.1 e 2010.1. O Curso de Física tem 177 alunos (2005.2, 2007.1, 2007.2, 2009.1, 2010.1), ficando apenas 61 (2009.1 e 2010.1). No curso de Geografia eram 306 alunos (2007.2, 2009.1 e 2010.1), ficando 285 alunos. No curso de Matemática: 311 alunos (2005.2, 2007.1, 2007.2, 2009.1, 2010.1); ficaram: 182. No curso de Química: 185 (2005.2, 2007.1, 2007.2, 2009.1, 2010.1): Ficaram 91. Tais valores podem ser observados na Tabela 1. Tabela 1 – População alvo da pesquisa i Curso Ni 1 Administração Pública 306 2 Ciências Biológicas 226 3 Física 61 4 Geografia 285 5 Matemática 182 6 Química 91 Total 1151 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Portanto, 1151 discentes formaram o cadastro da pesquisa, o que representa 61,29% dos discentes com base no Rio Grande do Norte. Logo, a amostragem foi feita considerando o total de 1151 discentes. 71 3.3.2 Amostragem: aleatória estratificada Como forma de garantir a existência de inqueridos de todos os cursos, possibilidade de obtenção dos resultados por curso e considerando maior exatidão dos resultados se comparado à amostragem aleatória simples, optou-se pela a amostragem aleatória estratificada. Após análises e considerações iniciais, apresentadas na seção anterior, iniciou-se o processo de amostragem aleatória estratificada. Segundo Martins (2009), o tamanho da amostra para estimar uma proporção de população finita, pode ser feito considerando a Equação 1. ⎛ Ni2 pˆ i (1 − pˆ i ) ⎞ ∑ ⎜ ⎟ wi i =1 ⎝ ⎠ k n= 2 k Equação [1] N D + ∑ Ni pˆ i (1 − pˆ i ) i =1 Equação 1 - tamanho da amostra aleatória estratificada (n) para estimar uma proporção de população finita Fonte: Martins (2009, p. 193) Na Equação [1], para população finita, n é o tamanho da amostra; i indica o estrato em questão; N é o tamanho da população; p̂ é a estimativa da verdadeira proporção do estrato i, ou seja, dos cursos; D é o resultado da divisão de d²/Z², em que d indica o erro amostral (expresso em decimais) e Z trata do nível de confiança (abscissa da distribuição normal padrão); wi é o resultado de Ni/N (MARTINS, 2009). Assim, executando as operações iniciais, obtiveram-se os seguintes valores: i = 6. Vide Tabela 1 (página 62). N = 1151. p̂ : 0,50 8. d = 0,06 9. 8 Segundo Martins (2009, p. 193),”caso não haja estimativas prévias para !!, admita pi = 0,50, obtendo assim o maior tamanho de amostra possível do estrato i, considerando constantes os valores de d e Z. 9 Tal valor foi escolhido pelo pesquisador por identificar que o mesmo oferta condições razoáveis para execução da pesquisa e oferece boa precisão das estimativas obtidas, já que quanto menor o erro, melhor. 72 Z = 1,96 (95% de nível de confiança). D = d²/Z². ... (0,06)² / 1,96² = 0,0009371. Portanto, obtiveram-se os seguintes wi: w1 (Administração Pública) = 306 / 1151 ... 0,265856 w2 (Ciências Biológicas) = 226 / 1151 ... 0,196351 w3 (Física) = 61 / 1151 ... 0,052997 w4 (Geografia) = 285 / 1151 ... 0,247611 w5 (Matemática) = 182 / 1151 ... 0,158123 w6 (Química) = 91 / 1151 ... 0,079062 Após esses procedimentos, foi possível a aplicação da Equação 1, cujo resultado n foi 217. Destarte, o n estratificado proporcional pôde ser calculado (n * wi) cujos valores podem ser observados na Tabela 2. Tabela 2 – Tamanho da população e amostra aleatória estratificada i Curso Ni ni 1 Administração Pública 306 58 2 Ciências Biológicas 226 43 3 Física 61 11 4 Geografia 285 54 5 Matemática 182 34 6 Química 91 17 Total 1151 217 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. 3.3.3 Peso amostral O peso amostral é comumente utilizado para compensar as probabilidades de seleção desiguais. Alguns autores (HERNÁNDEZ et al, 2003; BROGAN, 2003) consideram o peso como fator de expansão, pois o valor do peso indica o número de indivíduos (discentes) que cada resposta obtida, por meio do questionário, representa. O peso amostral é calculado considerando a probabilidade de seleção (n da amostra aleatória estratificada de cada estrato dividido pelo N utilizado na AAE, descrita no 73 tópico anterior) sendo o divisor; e, como dividendo 1. Na tabela 3 é descrita a probabilidade de seleção e o peso amostral de cada estrato. Tabela 3 – Peso amostral ideal e real i Curso Probabilidade Peso de seleção amostral (ideal) (ideal) n (ideal) 306 58 0,1895 5,2759 58 0,1895 5,2759 226 43 0,1903 5,2558 43 0,1903 5,2558 3 Física 61 11 0,1803 5,5455 9 0,1475 6,7778 4 Geografia 285 54 0,1895 5,2778 42 0,1474 6,7857 5 Matemática 182 34 0,1868 5,3529 29 0,1593 6,2759 6 Química 91 17 0,1868 5,3529 16 0,1758 5,6875 Administração 1 Pública Ciências 2 Biológicas Total 1151 217 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. n (real) Probabilidade Peso de seleção amostral (real) (real) N 197 Os valores ideais (n, probabilidade de seleção e peso amostral) refletem as projeções realizadas no planejamento da coleta de dados. Contudo, devido a taxa de não aceitação de participação na pesquisa e não conclusão da participação na mesma, os valores ideais não foram alcançados. Com isso, para tentar minimizar o efeito da não participação, foi necessário adaptar o peso amostral ao n obtido. Ou seja, serão considerados nas análises pesos amostrais atualizados com base no número de respostas obtidas por curso. Na tabela 3, tais valores podem ser observados no n (real); Probabilidade de seleção (real); Peso amostral (real). O peso amostral (real), consequentemente, indica que cada resposta coletada pode ser expandida para outros 5,2759 discentes do curso de Administração Pública, por exemplo. Raciocínio análogo deve ser empregado para os pesos dos demais cursos. É importante destacar que os pesos amostrais serão considerados na análise dos dados, em especial na análise fatorial. O plano amostral utilizado deve sempre ser levado em consideração na análise dos dados com o objetivo de evitar resultados imprecisos. Devido ao plano utilizado neste trabalho ser AAE, a análise fatorial não pode ser feita da mesma forma que seria em um estudo cujo plano amostral é não-probabilístico ou aleatório simples, por exemplo. Sendo assim, optou-se por considerar as respostas de cada respondente multiplicadas pelo seu respectivo peso amostral de tal forma que as informações disponíveis 74 na análise fatorial são de toda a população, ou seja, dos 1151 alunos e não apenas dos respondentes. 3.3.4 Seleção dos inqueridos Definida a amostra estratificada, foi feita a seleção dos discentes que participariam da pesquisa. Para tanto, utilizou-se o Software R (R-PROJECT, 2011), e o comando “Sample”. Dando o comando “?sample”, no referido programa, observa-se que a função “Sample” gera amostra de tamanho especificado a partir de x elementos, com ou sem reposição. O comando é sample(x, size, replace=FALSE), em que: “x” representa o conjunto de dados do qual a amostra (por curso) será retirada; size é o número de amostras desejadas; e replace indica se a amostra é com ou sem reposição. Como a amostra era sem reposição, os comandos, por curso, foram os seguintes: Tabela 4 - Comando Sample por curso Curso Comando sample Administração Pública sample(1:306,58) Ciências Biológicas sample(1:226,43) Física sample(1:61,11) Geografia sample(1:285,54) Matemática sample(1:182,34) Química sample(1:91,17) Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Assim, por meio do comando apresentado na tabela 4, os discentes foram numerados sequencialmente, em ordem alfabética, de 1 até Ni de cada curso (tabela 2), e selecionados aleatoriamente para participar da pesquisa. 75 3.4 COLETA DE DADOS: INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS A coleta de dados, segundo Lakatos e Marconi (1991), é a etapa da pesquisa em que os instrumentos definidos para pesquisa são aplicados, objetivando a coleta dos dados previstos. Segundo Cellard (2008), o ser humano tem uma capacidade limitada de memória e ninguém consegue memorizar tudo. Além disso, a memória pode ser alterada por diversos motivos, esquecer fatos relevantes ou distorcer acontecimentos. Destarte, o pesquisar deve certificar-se que terá todos os dados relevantes para a sua pesquisa e alcançar os objetivos estabelecidos. Diante disso, buscou-se um amplo mínimo quanto aos instrumentos de coletas de dados que são apresentados a seguir. Para Roesch (2007), em um estudo de caso, as técnicas ou instrumentos mais utilizados para coleta de dados são: entrevista, observação e uso de diários. Godoy (2006) destaca seis fontes de evidências em um estudo de caso, sendo: documentos, registros em arquivos, entrevistas, observação direta, observação participante e artefatos físicos, que podem ser agrupadas em: observação, entrevistas e documentos. Essas fontes, conclui o autor, podem ser combinadas de diversas formas visando atender aos objetivos da pesquisa. Faz-se importante destacar que Lakatos e Marconi (1991) consideram, ainda sob o método de observação, a observação participante natural e observação direta extensiva (o questionário). Deste modo, diante da característica e dos objetivos desta dissertação e frente ao exposto pelos autores, serão utilizadas como de instrumentos de coletas de dados a entrevista em profundidade semiestruturada com questões abertas (ROESCH, 2007; GODOY, 2006) e observação direta extensiva (questionários) (LAKATOS e MARCONI, 1991). 3.4.1 Instrumento da pesquisa quantitativa Segundo Lakatos e Marconi (1991) questionário é um instrumento composto por questões ordenadas que podem ser classificadas, em sua essência, em perguntas abertas (onde o respondente pode discorrer sobre a questão com suas próprias palavras) e fechadas (questões em que o respondente opta por um ou mais opções específicas e objetivas). Para efeito desta dissertação, foram utilizadas apenas perguntas fechadas, sendo o questionário aplicado junto aos discentes dos cursos de graduação a distância da UFRN. O 76 questionário foi elaborado pelo autor baseado em todo o constructo teórico apresentado neste estudo, foi estruturado da seguinte forma: ü Primeira parte: composta por nove perguntas fechadas, que objetivam identificar o perfil dos discentes; ü Segunda parte: composta por vinte e quatro afirmativas, que serão julgadas quanto a percepção dos discentes. A escala de valor utilizada foi a Likert10 de 5 pontos (GIL, 1999): o valor 1, significa Discordo Totalmente; o Valor 5 significa Concordo Totalmente. ü Terceira parte: composta por seis perguntas cujo objetivo é verificar quais elementos são mais importantes para a qualidade no curso e identificar o nível de conhecimento sobre softwares utilizados na EAD. Quanto à segunda parte do questionário, em que os discentes atribuirão valores de 1 a 5, destaca-se que ao marcar valor 5 para determinada variável (afirmativa) o discente está concordando totalmente com a mesma; assim, considerando que as variáveis (afirmativas) foram propostas considerando a situação ideal para determinado elemento, na medida em que atribui valor 5, ele está percebendo a qualidade como sendo plena em relação àquela variável. Dito de outra forma: ao marcar valor 5, o discente percebe a qualidade como plena (excelente), uma vez que a afirmativa foi elaborada considerando a situação ideal para a mesma, conforme observado no referencial teórico desta dissertação. Destaca-se que apesar de ser, essencialmente, uma pesquisa quantitativa, utilizouse de ferramentas tidas como qualitativas, como as entrevistas, tendo em vista o caráter “multimétodos” destacado por Godoy (2006) e a necessidade de conhecer a realidade e peculiaridades dos cursos pesquisados. 10 “Escala em que os respondentes não apenas registram sua relação de preferência (ou concordância) das afirmações, mas também relatam o qual o grau da relação de preferência ou concordância. A cada dado de resposta é atribuído um número que reflete a direção da atitude do respondente em relação a cada afirmação” (CORRAR, PAULO E DIAS FILHO, 2009, p. 64-65). 77 3.4.2 Instrumento da pesquisa qualitativa Segundo Roesch (2007) e Godoy (2006), a entrevista em profundidade semiestruturada tem como objetivo o entendimento e compreensão dos significados atribuídos pelos entrevistados às questões e situações em análise. Além disso, a entrevista permite, ao pesquisador, uma melhor compreensão do objeto que está sendo pesquisado. A entrevista foi realizada com Coordenadores dos cursos analisados, com finalidade de levantamento de dados e informações sobre a SEDIS, bem como os cursos oferecidos. Além disso, destaca-se que no processo de construção do instrumento quantitativo (questionário) os Coordenadores deram importantes contribuições para a versão final do mesmo. Com isso, em primeiro momento, o levantamento de dados e informações, com os Coordenadores, conferiu mais uma base importante para a construção do instrumento quantitativo; e, no segundo momento, as contribuições dos Coordenadores foram importantes para a versão final do questionário (Apêndice E). Assim, as contribuições dos Coordenadores foram importantes para a elaboração e finalização do instrumento de pesquisa. Logo, tendo em vista o objetivo de tal pesquisa qualitativa, levantar dados e informações sobre a SEDIS, bem como os cursos oferecidos, os resultados não serão apresentados no capítulo Resultados da pesquisa e análise dos resultados, uma vez que as informações coletadas foram destinadas à melhoria do instrumento de pesquisa. 3.5 COLETA DE DADOS As entrevistas com os Coordenadores de Curso foram realizadas entre os dias 24 de agosto a 25 de setembro de 2011. Os encontros ocorreram na Sede da SEDIS. Os dados quantitativos foram coletados por meio do Survey Monkey <http://pt.surveymonkey.net>, sistema on-line especializado na oferta de questionários, no período de 31 de outubro de 2011 a 10 de janeiro de 2012. Os discentes selecionados na amostragem receberam convite eletrônico (e-mail), enviados por meio do próprio site, para participação da pesquisa (Apêndice F). Ao todo, foram enviados 21 convites (com algumas variações de conteúdo, tendo como base o Apêndice B) no decorrer do período mencionado. 78 3.6 ESTUDO PILOTO O questionário foi submetido a teste piloto que envolveu 20 discentes dos cursos analisados nesta dissertação, lotados em polos nos Estados fora o RN. A maior parte dos discentes, 90% deles, era de ingresso antigo (2005, 2006). Em função disso e outros fatores não identificados, o teste piloto teve baixo retorno. Contudo, mostrou-se extremamente importante para a elaboração do plano amostral, em que foram excluídos os alunos com ano de ingresso anterior a 2007. O estudo piloto foi realizado entre os dias 16 a 26 de outubro de 2011, por meio do Survey Monkey. 3.7 ANÁLISE DOS DADOS “O truque na estatística multivariada, se existe, não está nos cálculos, fácil e rapidamente feitos num computador com software adequado instalado. O truque consiste em escolher o método apropriado ao tipo de dados, usá-lo corretamente, saber interpretar os resultados e retirar deles as conclusões corretas” (CORRAR, PAULO E DIAS FILHO apud REIS, 2001, p. 11) A análise e interpretação dos dados representam o núcleo central da pesquisa, sendo a “aplicação lógica dedutiva e indutiva do processo de investigação” (BEST apud LAKATOS e MARCONI, 1991. p, 167). Todos os instrumentos utilizados para coletas de dados ofereceram uma vasta gama de dados, que é característico da pesquisa quantitativa. As análises qualitativas, referentes às entrevistas, deram-se observando as técnicas de Análise de Conteúdo, Construção de Teorias e Análise de Discurso (ROESCH, 2007). Quanto às análises quantitativas, correspondentes ao questionário, destaca-se que os dados foram analisados com auxílio de programas estatísticos como Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) e R. Quanto ao método estatístico, foram utilizadas as seguintes: estatística descritiva e análise multivariada, entre elas a análise fatorial. A estatística descritiva foi utilizada para descrever os dados relacionados, principalmente, à primeira e terceira parte do questionário. Em relação à estatística descritiva, foram utilizados cálculos de média, mediana e desvio padrão. A média é um valor que indica, em geral, onde está a maior concentração de respostas. Destaca-se que a média pode não 79 indicar o que é esperado quando, por exemplo, o coeficiente de variação é alto. A mediana, por sua vez, indica um valor que separa a metade inferior e superior das respostas, ou seja, se a mediana de uma variável for 4, indica que 50% dos inqueridos avaliam determinado quesito com valor 4 ou maior e a outra metade atribuem valor igual ou menor; já o desvio padrão indica a dispersão das respostas, em que o valor pode tender para mais ou para menos da média encontrada. Outro método utilizado foi a análise multivariada, que contempla várias técnicas e métodos que envolvem todas as variáveis na interpretação do conjunto de dados obtidos. Segundo Corrar, Paulo e Dias Filho (2009, p. 2), a análise multivariada contempla um conjunto de métodos estatísticos que permite a “análise simultânea de medidas múltiplas” de determinado estudo, caracterizados por mais de duas variáveis correlacionadas entre si. Dentre os métodos e técnicas da análise multivariada destaca-se a análise fatorial que, segundo Pereira (2003), busca “descrever, se possível, o relacionamento das covariâncias de muitas variáveis em termos de fatores”. Para Aranha e Zambaldi (2008, p. 31) a análise fatorial busca “caracterizar um conjunto de variáveis diretamente mensuráveis, chamadas de variáveis observadas, como a manifestação visível de um conjunto menor de variáveis hipotéticas e latentes (não mensuráveis diretamente), denominadas fatores comuns, e de um conjunto de fatores únicos, cada um deles atuando apenas sobre uma das variáveis observadas”. Corrar, Paulo e Dias Filho (2009) complementam afirmando que a análise fatorial é uma técnica multivariada de interdependência (onde não há uma determinação prévia das variáveis que são dependentes ou não) e exploratória (já que não há certeza de que as variáveis possuem estrutura de relacionamento e muito menos se essa estrutura pode ser interpretada de forma coerente), onde todas as variáveis são consideradas simultaneamente, correlacionando-se uma com as outras, objetivando estudar as inter-relações existentes e sumarização das variáveis. Logo, a análise fatorial consiste em analisar as correlações entre as variáveis propostas no estudo, estimando um conjunto de dimensões comuns, chamadas fatores latentes. Dessa forma, torna-se possível, então, identificar fatores latentes e explicitar o grau em que cada variável é explicada pelas dimensões observadas. Mól et al (2010, p. 38) apresenta em sua obra Quadro com as principais estatísticas-chave associadas à análise fatorial, das quais lista-se as que foram consideradas nesta dissertação. 80 Quadro 3 – Estatísticas da análise fatorial Teste de esfericidade de Barlett Estatística de teste usada para examinar a hipótese de que as variáveis não sejam correlacionadas na população, ou seja, a matriz de correlação da população é uma matriz identidade, em que cada variável se correlaciona perfeitamente com ela própria (r=1), mas não apresenta correlação com as outras variáveis (r=0). A significância para o teste não deve ultrapassar 0,05. Matriz de correlação O triangulo inferior da matriz que exibe as correlações simples entre todos os pares possíveis de variáveis incluídos na análise. Os elementos da diagonal, que são todos iguais a 1, em geral são omitidos. Comunalidade Porção da variância que uma variável compartilha com todas as outras variáveis consideradas. É também a proporção de variância explicada pelos fatores comuns. Autovalor (Eigenvalue) Representa a variância total explicada por cada fator. Carga dos fatores Correlação simples entre as variáveis e os fatores. Escores fatoriais Escores compostos estimados para cada entrevistado nos fatores derivados. Percentagem de variância Percentagem da variância total atribuída a cada fator. Resíduos Diferenças entre as correlações observadas na matriz de correlação de entrada e as correlações reproduzidas, conforme estimadas na matriz de fatores. Fonte: Adaptado de Mól et al (2010, p. 38) Quanto a carga fatorial, em função do tamanho da amostra (maior que 200), optou-se como mínimo aceitável um valor acima de 0,364 (Field, 2009). A análise da confiabilidade dos dados coletados foi realizada considerando o modelo Alfa de Cronbach, em que o valor assumido está entre 0 e 1, em que quanto mais próximo de 1, maior fidedignidade (CORRAR, PAULO E DIAS FILHO, 2009). Nesta pesquisa será admitido um valor de 0,6 como mínimo ideal, tendo em vista que a pesquisa tem caráter exploratório (Idem, apud HAIR, 1998). Destaca-se, ainda, que o resultado do modelo Alfa de Cronbach pode ser analisado segundo a perspectiva de Pereira (2004, apud CORRAR, PAULO E DIAS FILHO, 2009), em que, considerando o resultado como um coeficiente de correlação ao quadrado, o resultado do alfa implica que o valor estaria medindo, em percentual, o impacto real das variáveis. A verificação da adequação da amostra foi realizada pelos Testes de KaiserMeyer-Olkin (KMO), de Esfericidade de Bartlett, bem como o cálculo das comunalidades. O índice Kaiser-Meyer-Olkin mede a adequação da amostra quanto à correlação entre as variáveis. Hair et al. (2005) recomendam que o índice deve ser superior a 0,50. Field (2009) aponta que valores entre 0,5 e 0,7 são medíocres (mas aceitáveis), entre 0,8 e 0,9 são ótimos, e valores acima de 0,9 são excelentes. Assim, valores acima de 0,9 podem indicar que a análise dos fatores é apropriada para os dados analisados. 81 O teste da esfericidade de Bartlett testa a probabilidade da matriz de correlações serem uma matriz identidade e, assim, indicar a inadequação (ou não) da análise fatorial confirmatória. Por vezes, na análise fatorial, os resultados obtidos são de difícil interpretação e análise; para mitigar esse problema, o pesquisador pode utilizar a rotação de fatores. A rotação de fatores busca, pois, melhorar a análise/interpretação dos fatores obtidos por meio do método estatístico em questão e são classificadas em ortogonal (Varimax, Quartimax e Equamax) e oblíqua (oblimin direta e promax) (FIELD, 2009; FIGUEIREDO FILHO, SILVA JUNIOR, 2010). Assim, quanto à rotação de fatores, optou-se pela rotação ortogonal Varimax, que “tenta agregar um menor número de variáveis sobre cada fator resultando em mais aglomerados de fatores interpretáveis” (FIELD, 2009, p.568). 3.8 LIMITAÇÕES DA PESQUISA Quanto às limitações da pesquisa, destacaram-se três. A primeira está relacionada ao tipo de pesquisa utilizada: estudo de caso. Em função disso, os resultados encontrados nesta pesquisa não podem ser generalizados para, por exemplo, todos os cursos de graduação a distância no Brasil. A segunda limitação relaciona-se à taxa de não resposta do questionário ou de não aceite para participar da pesquisa. Com isso, não foi possível atingir o n (amostra estratificada) calculado em três dos seis cursos analisados (Física, Geografia e Matemática), sendo necessário recalcular o peso amostral para cada um dos cursos, conforme apresentado na Tabela 3. A terceira limitação diz respeito ao referencial teórico; sabe-se (MOORE E KEARSKEY, 2007; OLIVEIRA, 2011) da existência de outros países e Instituições de ensino que são referência na educação a distância, como Espanha e Turquia. Contudo, no decorrer da pesquisa e em conversa com pesquisadores da área, observou-se que algumas informações, como os referencias de qualidade, são de acesso restrito ou de dificil acesso. Assim, em função dessa limitação não foi possível expandir a análise, dos indicadores de qualidade em educação a distância, aos países citados. Mas, nada que coloque em xeque a importância e relevância desse estudo. 82 Destaca-se, ainda, que foi observado um indício de limitação relacionado com o tipo de amostragem utilizado no estudo (amostragem aleatória estratificada -AAE) e a análise fatorial. Tal indício de limitação foi observado em função do desenvolvimento de pesquisas que buscam desenvolver métodos mais apropriados que envolvam os métodos utilizados nessa Dissertação (AAE e análise fatorial). Logo, por se tratar de uma pesquisa e de não existir indicação assertiva sobre essa problemática, pontua-se tal situação, mas sem caracterizar uma limitação, necessariamente. 3.9 O ESTUDO DE CASO: SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA UFRN/SEDIS A Secretaria de Educação a Distância (SEDIS, 2010) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte foi criada em 2003, sendo o departamento responsável por estimular a educação e oferecer cursos na modalidade a distância, por meio das tecnologias de informação e comunicação, fomentando-as como ferramenta de ensino e aprendizagem. Integrante da Universidade Aberta do Brasil (UAB), sistema integrado por universidades públicas que oferece cursos de nível superior para camadas da população que têm dificuldade de acesso à formação universitária, por meio do uso da metodologia da educação a distância (UAB, 2011), a SEDIS ofertou, inicialmente, vagas para um curso de graduação bacharelado (Administração) e três licenciaturas (Física, Química e Matemática). Em agosto de 2010, a nova sede da instituição foi inaugurada, oferecendo uma ampla infraestrutura, como uma central de produção de material didático, estúdio de televisão, auditório e sala de capacitação. No referido ano, a SEDIS possuía 3.800 (SEDIS, 2010) alunos matriculados nos 5 cursos de licenciatura (Física, Matemática, Química, Geografia e Ciências Biológicas) e nos dois cursos de bacharelado (Administração [curso piloto, já concluído] e Administração Pública). Outros três cursos de licenciatura foram aprovados pelo Ministério da Educação e deverão ser oferecidos até 2012. Além dos cursos de graduação, em 2010.2, a SEDIS iniciou a oferta de cursos de pós-graduação, como Gestão Pública Municipal e um curso de Mestrado Profissional em Matemática, que é coordenado pela Sociedade Brasileira de Matemática em parceria com a Universidade Aberta do Brasil. 83 A SEDIS possui dezenove polos de apoio, unidades presenciais de apoio (física e humana) educacional para os discentes, localizados em quatro Estados do Nordeste brasileiro: Rio Grande do Norte (treze pólos), Paraíba (um pólo), Pernambuco (cinco pólos) e Alagoas (um pólo). Em geral, a estrutura dos pólos é cedida por outras Instituições públicas parceiras da SEDIS/UAB ou das prefeituras municipais. Destaca-se, ainda, que a SEDIS é considerada Instituição modelo pela Universidade Aberta do Brasil (SEDIS, 2011), atuando na coordenação de vários projetos na área de educação a distância em todo país, como desenvolvimento de material didático, vídeo aulas, cursos pilotos (como Administração), dentre outros. 3.10 SÍNTESE DO MÉTODO DE PESQUISA Para alcançar os objetivos propostos, bem como responder o problema delineado nesta dissertação, optou-se por adotar, como método de pesquisa, o estudo de caso quanto ao procedimento da pesquisa, a pesquisa exploratória-descritiva quanto ao objetivo e a pesquisa quantitativa quando à abordagem do problema. A amostra estratificada aleatória foi composta por 217 discentes dos 6 cursos de graduação ofertados pela UFRN/SEDIS. O instrumento de pesquisa foi composto por 20 questões11 estruturadas, das quais 7 questões destinadas para identificação do perfil dos discentes; 7 questões de percepções (variáveis manifestas) sobre a gestão da qualidade na EAD, em que os discentes atribuiram valores (respostas) para as 24 afirmativas compostas com base na escala Likert de 5 pontos, e 6 questões acerca de especificidades gerais que podem interferir na percepção dos discentes acerca da qualidade. A análise dos dados foi feita por meio dos seguintes métodos estatísticos: (1) estatística descritiva quanto as 7 questões de perfil e as 6 questões de caráter generalista; (2) análise fatorial exploratória, para as 7 questões de percepções. Para o último método, foram considerados os seguintes pontos: rotação Varimax; método de componentes principais, em que as comunalidades menores que 0,5 ocasionaram a exclusão das variáveis 12.3, 14.3 e 15.4 (Apêndice E); teste de Kaiser-Mayer-Olkin (KMO) e esfericidade de Barlett, em que 0,5 foi o valor mínimo aceitável; e Alfa de Cronbach de 0,6 como mínimo aceitável. 11 Considera-se 20, pois a primeira questão é apenas de aceitação ou não da participação da pesquisa, não caracterizando, portanto, uma questão específica do instrumento (Apêndice E). 84 3.1.1 Análise de Conteúdo, Construção de Teorias e Análise de Discurso 3.1. Análise de dados 1. Levantamento teórico 2. Primeira proposta instrumento de pesquisa 3. Pesquisa qualitativa (Coordenadores cursos EAD) 4. Qualificação 8. Resultados 7. Análise de dados 6. Coleta de dados 5. Melhorias instrumento de pesquisa 7.1. Análise de dados 7.1.1 Estatística descritiva 7.1.1.1 Média, mediana, desvio padrão 7.1.2 Estatística multivariada 7.1.2.1 Análise fatorial, testes: KMO, Bartlett, Alfa de Cronbach Figura 6 – Fluxo da metodologia de pesquisa Fonte: Autor, 2012 A figura 6 apresenta, resumidamente em fluxo, o processo metodológico utilizado nesta pesquisa. Assim, feito o levantamento teórico, foi possível elaborar os instrumentos de pesquisa. Na pesquisa qualitativa, realizada junto aos Coordenadores dos cursos de graduação a distância da UFRN/SEDIS, a análise de dados foi feita utilizando as técnicas de análise de conteúdo, construção de teorias e análise de discurso; tais resultados auxiliaram no aprimoramento do instrumento de pesquisa quantitativa (questionário). Na etapa de qualificação, sugestões de melhorias, em todo o escopo do trabalho, foram consideradas para o aprimoramento dessa Dissertação. A coleta de dados foi realizada por meio de ferramenta virtual em que os inqueridos selecionados foram convidados por meio de correio eletrônico. Após a coleta de dados procedeu-se com a análise de dados em que foram utilizadas duas técnicas estatísticas: descritiva e multivariada. Tal análise deu base, por fim, a apresentação dos resultados. 85 4 RESULTADOS DA PESQUISA E ANÁLISE DOS DADOS A identificação da percepção acerca da qualidade nos cursos de graduação a distância da UFRN/SEDIS será feita a partir da descrição e análise do padrão de respostas em relação a qualidade atribuída pelos discentes dos seis cursos analisados. Conforme descrito no Capítulo 3, que trata da metodologia, 217 discentes selecionados na amostra compuseram a população da pesquisa, sendo enviado o mesmo quantitativo de convites. Desses, apenas 16 não aceitaram participar da pesquisa e 4 não finalizaram a participação na pesquisa, sendo tais respostas desconsideradas. Assim, a pesquisa obteve 197 discentes que aceitaram participar da pesquisa e responderam todas as questões, conforme descrito na Tabela 5. Tabela 5 – Participação na pesquisa Frequência Frequência (%) Sim 197 90,78 Não 20 9,22 Total 217 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. 4.1 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO E PERFIL DOS RESPONDENTES As informações acerca da descrição e perfil dos discentes têm com objetivo a compreensão do grupo pesquisado, dando base para circunstanciar e ponderar as respostas atribuídas à pesquisa e à percepção acerca da qualidade nos cursos de graduação a distância. A descrição e perfil dos discentes foram estruturadas a partir das questões que tratavam: faixa etária, sexo, curso de graduação, Polo presencial e se faz outro curso (graduação ou pós-graduação) ao mesmo tempo que o curso de graduação a distância. 86 4.1.1 Faixa etária e Sexo Dos discentes que participaram da pesquisa, 31,5% têm até 24 anos, vide tabela 6. Outras duas faixas etárias chamam atenção, em que 52,3% dos entrevistados têm idade acima de 30 anos, sendo 28,9% desses acima de 35 anos. Tal evidência aponta para um corpo discente maduro, em que os jovens com menos de 20 anos, são minoria. Tabela 6 - Faixa etária Frequência Acumulada (%) Frequência Frequência (%) Menos de 20 anos 12 6,1 6,1 20 a 24 anos 50 25,4 31,5 25 a 29 anos 32 16,2 47,7 30 a 34 anos 46 23,4 71,1 Acima de 35 anos 57 28,9 100 Total 197 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Já em relação ao sexo, 36,5% eram do sexo feminino e 63,5% eram do sexo masculino. 4.1.2 Curso de graduação e Polo Presencial No que se refere ao curso de graduação, conforme descrito na metodologia, 29,4% dos alunos que responderam a pesquisa eram do curso de Administração Pública, único curso Bacharelado ofertado pela UFRN/SEDIS. O curso de Ciências Biológicas e Geografia respondem com, respectivamente, 21,8% e 21,3% dos discentes participantes na pesquisa; seguidos pelo curso de Física, com 4,6%; Matemática, com 14,7% e Química, com 8,1% dos alunos que participaram na pesquisa. 87 Tabela 7 - Respostas por Polo/Curso Administração Pública 9 Ciências Biológicas 9 Física 0 Geografia 3 Matemática 0 Química 0 Total 21 Currais Novos 10 2 2 0 4 5 23 Extremoz 7 17 5 14 9 7 59 Lajes 8 0 0 4 7 0 19 Luís Gomes 5 2 0 5 0 0 12 Macau 5 0 1 3 4 3 16 Martins 7 3 0 4 1 0 15 Marcelino Vieira 6 0 0 5 2 0 13 Natal 1 0 0 0 0 0 1 Nova Cruz 0 10 1 4 2 1 18 Total 58 43 9 42 29 16 197 Polo/Curso Caicó Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Em se tratando do Polo, observa-se (tabela 7) que os discentes de Extremoz tiveram boa participação, totalizando 29,9% das respostas; na outra ponta, o Polo de Natal obteve resposta de apenas um discente. Tal incidência pode ser pelo fato da transferência de polo a pedido do discente. Tais quantitativos de respostas já eram esperados em função do maior número de discentes em determinados polos, como é o caso do polo de Extremoz. Os demais polos obtiveram as seguintes Frequência acumuladas de participação na pesquisa (Apêndice G – Tabela 38): Caicó, 10,7%; Currais Novos, 11,7%; Lajes, 9,6%; Luís Gomes, 6,1%; Macau, 8,1%; Martins, 7,6%; Marcelino Vieira, 6,6%; Nova Cruz, 9,1%. Na tabela 8 é possível observar, em valores absolutos, o quantitativo de discentes que participaram da pesquisa por Polo/Curso. 4.1.3 Vínculo empregatício Do total de participantes na pesquisa, 39,6% dos discentes não possuia nenhuma relação de trabalho e 60,4% possuem vínculo empregatício ou de estágio (tabela 8). 88 Tabela 8 - Qual tipo de organização que trabalha Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Serviço público Municipal 48 24,4 40,3 Serviço público Estadual 20 10,2 57,1 Serviço público Federal 19 9,6 73,1 Setor privado 25 12,7 94,1 Organizações não governamentais ou similar 3 1,5 96,6 Trabalho autônomo 4 2 100 Total (com vínculo empregatício) 119 60,4 78 39,6 197 100 Sim Não Não Possui vínculo empregatício ou estágio Total Geral Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Desse total (dos discentes que tem relação de trabalho) 73,1% atuam no Serviço Público, sendo: 24,4% na esfera municipal; 10,2% na esfera Estadual; e 9,6% no Serviço Público Federal. Apenas 12,7% dos entrevistados atuam no Setor Privado, 2,0% atuam como Autônomo e 1,5% atuam em Organizações Não Governamental (Terceiro Setor). 4.1.4 Vínculos educacionais Buscou-se identificar se os discentes, participantes da pesquisa, cursavam outra graduação ou pós-graduação ao mesmo tempo que o curso de graduação a distância na UFRN/SEDIS. Conforme mostra a tabela 9, 80,2% dos alunos estudam apenas na UFRN/SEDIS, enquanto que 19,8% fazem outro curso de nível superior, além do curso à distância UFRN/SEDIS. Tabela 9 - Faz curso concomitante com a graduação a distância da UFRN/SEDIS Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Não 158 80,2 80,2 Sim 39 19,8 100 Total 197 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. 89 4.2 AVALIAÇÃO DE ELEMENTOS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Nesta seção serão apresentados os resultados referentes à parte 3 do questionário, que busca verificar quais elementos são mais importantes para a qualidade no curso e o nível de conhecimento sobre softwares utilizados na EAD. Mesmo sendo a terceira parte do questionário, optou-se por apresentar estes resultados antes da análise fatorial, para que análises futuras, como por exemplo da AF, possam ser mais aprofundadas. Em relação aos elementos que os discentes julgaram mais importantes, Questão 16 (Apêndice E), na educação a distância, os 3 mais importantes foram: (1) professores capacitados e competentes; (2) material didático elaborado por equipe multidisciplinar; (3) acesso às informações (teorias) e agilidade nas respostas das dúvidas (tabela 10). Tabela 10 – Elementos da EAD mais importantes para os discentes Elementos Respostas N Frequência (%) Professores capacitados e competentes 162 27,40% Material didático elaborado por equipe multidisciplinar 135 22,80% Acesso as informações (teorias) e agilidade nas respostas das dúvidas 108 18,30% Infraestrutura do pólo 75 12,70% Site do curso (Ambiente Virtual de Aprendizagem) com fácil navegação 75 12,70% Comunicação com a Coordenação do curso 36 6,10% Total 591 100,00% Questão com múltiplas respostas Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Destaca-se, que tal questão era de múltipla escolha, em que os inqueridos deveriam listar, exatamente, os 3 itens mais importantes. Destarte, na percepção dos discentes os itens mais importantes para que os cursos sejam de qualidade são descritos na tabela 11. A ferramenta de comunicação mais utilizada pelos discentes é o Fórum (tabela 11), em que os alunos tem acesso integral a todos os fóruns de debates cadastrados no curso de graduação, assim como acesso aos fóruns das disciplinas cursadas. Além disso, em geral, os fóruns são ambientes públicos em que as dúvidas, respostas, reflexões (...) são abertas para todos os atores (discentes, docentes, tutores, coordenadores) cadastrados nos fóruns. Logo, acredita-se que por esses motivos é o mais utilizado. 90 Tabela 11 – Ferramenta de comunicação mais utilizada Frequência Frequência (%) Frequência (%) Acumulada Chat 3 1,5 1,5 E-mail 72 36,5 38,0 Fórum 122 62,0 100,0 Total 197 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Destaca-se a baixíssima utilização dos chats como meio de comunicação. Não há evidências que indiquem quais fatores motivam esta baixa utilização. Contudo, acredita-se que dada a característica de comunicação automática (desde que todos os atores estejam online), esta ferramenta pode ser mais explorada e maximizar os benefícios das ferramentas de comunicação on-line. Foi questionado, ainda, se os discentes tiveram contato com sistemas de informática, (Internet, Word, dentre outros), antes de ingressar no curso de graduação a distância (tabela 12). Observou-se que 93,9% dos discentes afirmaram que sim, tiveram contato com os sistemas de informática antes de ingressar no curso. Tabela 12 – Teve contato com sistemas de informática, antes de ingressar no curso de graduação a distância Frequência Frequência (%) Frequência (%) Acumulada Não 12 6,1 6,1 Sim 185 93,9 100,0 Total 197 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Além disso, buscou-se identificar qual o nível de conhecimento que os discentes têm acerca dos sistemas de informática (internet, programas de edição e criaçãp de arquivos como: Word, Excel, Power Point, dentre outros). Observa-se, na tabela 13, que 50,8% dos alunos consideraram como intermediários os conhecimentos acerca dos softwares comumente utilizado na EAD e 25,4% dos discentes afirmaram que têm conhecimento avançado. Apenas 1,9% dos alunos responderam que têm conhecimento muito básico e 21,8% têm 91 conhecimento básico. Tabela 13 – Nível atual de conhecimento acerca dos sistemas de informática Frequência Frequência (%) Frequência (%) Acumulada Muito básico 4 2,0 2,0 Básico 43 21,8 23,9 Intermediário 100 50,8 74,6 Avançado 50 25,4 100,0 Total 197 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Destarte, 76,2% dos discentes têm (soma da frequência do item “intermediário” e “avançado”), pelo menos, conhecimento intermédiario acerca dos softwares. Destaca-se que daqueles alunos que não tiveram contato com os sistemas de informática, antes de ingressar no curso (tabela 12), 50% deles classificaram os conhecimentos atuais como intermediário, 33,3% como básico, e 16,66% como avançado. Observa-se, portanto, avanço por parte dos alunos acerca dos conhecimentos em informática. Contudo, não foi possível assegurar o que significa, exatamente, cada nível de conhecimento investigado. Em relação às tabelas 12 e 13, destaca-se que os processos de inclusão digital, a democratização dos computadores (e elementos associados, como a internet), o acesso aos sistemas de informática, são de extrema importância para a educação a distância conforme evidenciado por Oliveira, Queiroz e Queiroz (2010). Assim, acredita-se que quanto maior o nível de conhecimento sobre tais sistemas, bem como acesso a eles, melhor serviço de conexão à rede mundial de computadores, melhores serão as condições de ensinoaprendizagem, maiores serão as possibilidades de inclusão educacional. Quanto a frequência em que os alunos utilizam os meios de comunicação e interação (Chat, fórum e e-mail), 48,2% dos discentes afirmaram que acessam e utilizam diariamente as ferramentas de comunicação, por meio do Moodle ou do Sigaa. O segundo maior percentual de respostas para essa questão foi atribui à alternativa “Semanalmente (uma vez por semana)”, com 20,8% das respostas (tabela 14). 92 Tabela 14 – Frequência com a qual acessam utiliza os meios de comunicação Frequência Frequência (%) Frequência (%) Acumulada A cada dois dias 27 13,7 13,7 A cada três dias 34 17,3 31,0 Diariamente 95 48,2 79,2 Semanalmente (uma vez na semana) 41 20,8 100,0 Total 197 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Contudo, não há evidências para afirmar ou observar se tais percentuais podem interferir na percepção da qualidade, tendo em vista que o fato de determinado discente acessar as ferramentas de comunicação não é imperativo para afirmar que o mesmo não está envolvido com o processo de aprendizado e interação; há a possibilidade de que o mesmo, apenas, não tenha dificuldades que motivem a comunicação ou interação por meio das ferramentas disponíveis, sendo o contrário também verdadeiro. Já em relação aos locais em que os discentes têm acesso à internet, observa-se na tabela 15, que 44,4% das respostas mencionadas apontam que o principal local de acesso à internet é em casa; 25,9% das respostas mencionam o trabalho como principal local, seguido pelo polo, com 23% das menções e, por último, lan house com 6,6% das menções. Tabela 15 – Locais em que têm acesso à internet Respostas Elementos N Frequência (%) Casa 168 44,4% Trabalho 98 25,9% Polo 87 23,0% Lan house 25 6,6% Total 378 100,0% Questão com múltiplas respostas Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Convém destacar, que na questão 21 (apêndice E) buscou-se identificar quais os locais o discente têm acesso à internet. Não quer dizer que, necessariamente, ele acesse o ambiente virtual de aprendizagem nos locais mencionados. Contudo, o discente que tem um 93 amplo acesso a rede mundial de computadores, tem possibilidades maiores de manter-se atualizado e de ter maior participação nas atividades de ensino-aprendizagem, elementos que podem interferir na percepção da qualidade. 4.3 ANÁLISE DA PERCEPÇÃO A identificação da percepção sobre a qualidade nos cursos foi feita por meio da análise das respostas atribuídas às questões 9 até a 15; estas 6 questões eram compostas por 24 variáveis (afirmativas) com respostas variando de 1 (discordo totalmente) a 5 (concordo totalmente), observando, assim, a Escala Likert de 5 pontos (vide Apêndice E). Destaca-se que cada variável (afirmativa) das referidas questões foram numeradas da seguinte forma: a primeira afirmativa da questão 9 recebeu o número 9.1, a segunda afirmativa, numeração 9.2; a terceira afirmativa da questão 10, recebeu numeração 10.3, assim sucessivamente, conforme observado no Quadro 4. Quadro 4 – Numeração das 24 variáveis (afirmativas) do Estudo Indique a sua opinião (percepção) quanto: 9. COORDENAÇÃO (Curso e de Polo Presencial) 9.1. (A Coordenação do seu CURSO) Atende com eficiência as necessidades dos discentes 9.2. Coordenação do POLO PRESENCIAL transmite confiança na gestão acadêmica e nas atividades de aprendizagem 10. AVALIAÇÃO E DISCIPLINA 10.1. (As avaliações) São coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido 10.2. As disciplinas ministradas atingem os objetivos propostos 10.3. O(s) livro(s) base ou apostila(s) facilita(m) a compreensão dos assuntos, mesmo em disciplinas (ou assuntos) que abordam métodos quantitativos (cálculos, estatísticas...) 11. POLO PRESENCIAL 11.1. Tem espaço adequado para estudo, destinado aos alunos 11.2. Possui todos os livros base ou apostilas de cada disciplina do curso, na biblioteca do polo presencial 11.3. Tem livros complementares da área do curso, na biblioteca do polo presencial 11.4. Os laboratórios do polo presencial são adequados para as práticas das disciplinas 12. PROFESSORES 12.1. Facilitam o processo de ensino-aprendizagem 12.2. Estimulam os alunos quanto ao estudo dos conteúdos 12.3. Demonstram ter domínio do assunto da disciplina 12.4. Propõem e disponibilizam textos complementares (capítulos de livros, artigos, notícias) que facilitam o aprendizado 13. TUTORES 94 13.1. Os tutores PRESENCIAIS auxiliam os alunos(as) no processo de aprendizagem nas disciplinas 13.2. Os tutores a DISTÂNCIA facilitam e auxiliam os(as) alunos(as) no processo de aprendizagem nas disciplinas 13.3. Os tutores a DISTÂNCIA respondem as dúvidas em até 24 horas após o envio da mesma 14. OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO ON-LINE DISPONÍVEIS12 (chat, fórum e e-mail) 14.1. facilitam os contatos com o(s) professor(es) da(s) disciplina(s) 14.2. facilitam os contatos com os tutores (a distância e presencial) 14.3. DIFICULTAM os contatos com os demais alunos do curso 14.4. facilitam os contatos com a Coordenação do curso 15. SITE E COMPUTADORES 15.1. Os computadores do polo presencial têm bom desempenho, facilitando o acesso ao material digital (on-line) e ao ambiente virtual 15.2. A velocidade de conexão da internet NO POLO presencial é satisfatória para realização das atividades e estudos/pesquisas 15.3. Site (homepages ou página) do curso permite navegação intuitiva (fácil navegação) 15.4. Quando necessário, o site do curso dá suporte on-line (helpdesk – tira dúvidas sobre COMO UTILIZAR o Moodle) Fonte: Autor, 2012 Os resultados descritos nesta seção contemplaram os resultados obtidos por meio da Análise Fatorial, bem como os testes associados à técnica (conforme descrito na metodologia). Destaca-se que o peso amostral, nesta etapa da pesquisa, foi considerado nas análises com o objetivo de levar em conta o plano amostral usado, sendo imputado tal dado no programa SPSS. Apesar disso, ressalta-se que em determinadas tabelas, que buscam analisar a percepção dos discentes detalhadamente (como na Tabela 27), optou-se por não imputar o peso amostral nas mesmas, conforme justificativa apontada na referida tabela. 4.3.1 Análise Fatorial – primeiro momento Inicialmente foi medida a confiabilidade do questionário por meio do Alfa de Cronbach (tabela 16). O resultado encontrado mostrou-se extremamente satisfatório, uma vez que o valor mínimo aceito para essa pesquisa, conforme descrito na metodologia, era 0,6 (pelo fato de ser uma análise fatorial exploratória). 12 Meios de comunicação disponibilizados pelo curso. 95 Tabela 16 – Resultado Alfa de Cronbach Alfa de Cronbach ,906 Nº de Itens 24 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Após o resultado satisfatório do Alfa de Cronbach, foi aplicado o teste KaiserMeyer-Olkin (KMO) e o teste de esfericidade de Barlett para verificar a pertinência do tratamento da amostra por meio da Análise Fatorial (tabela 17). Destaca-se que o mínimo aceitável, nesta dissertação, conforme descrito na Metodologia, é, respectivamente: é 0,5. Tabela 17 – Resultado dos Testes de KMO e de Bartlett Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling Adequacy. Bartlett's Test of Sphericity Approx. Chi-Square ,892 15271,536 DF 276 Sig. ,000 *000 indica que o valor de p<0,0001 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Assim, conforme tabela 17, o resultado do Teste KMO indica que a análise dos fatores é apropriada para os dados apresentados, sendo considerados ótimos. O teste de esfericidade de Bartlett indica nível menor que 0,0001, sendo o mesmo adequado e indicando, também, que a análise fatorial é adequada. Em seguida, observou-se a tabela 18, obtida por meio do cálculo da variância total (método de extração no SPSS: Principal Component Analysis), a quantidade de fatores latentes que explicam as variáveis (afirmativas) analisadas. Na referida tabela, estão listados os fatores que obtiveram “valores próprios” (eigenalues) maiores que 1, conforme orienta Pestana e Gagueiro (2003). 96 Tabela 18 – Variância total e quantidade de Fatores retidos Fatores Autovalores iniciais Total % da Variância Frequência Acumulada (%) 1 8,382 34,926 34,926 2 2,693 11,223 46,149 3 1,429 5,956 52,105 4 1,368 5,699 57,804 5 1,191 4,963 62,766 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Por outro lado, Hair et al. (2005) indicam que pelo fato de ser usada a análise fatorial exploratória, um número de fatores que explique acima de 50% da variabilidade original dos dados, é tido como aceitável. Assim, apesar de 6 fatores atenderem os dois critérios descritos (PESTANA; GAGUEIRO, 2003; HAIR et al., 2005), optou-se, nesta pesquisa, por reter os 4 primeiros fatores que, também, atendem os requisitos dados pelos autores. A retenção com fatores menor que 4 não atenderam satisfatoriamente a análise dos fatores. Foi analisado, ainda, as Comunalidades das variáveis (afirmativas) analisadas (tabela 19). Hair et al. (2005) indicam que as variáveis com comunalidades (extraction) menor que 0,5 podem ser eliminados pois não têm explicação suficiente. É salutar destacar o termo “pode”, uma vez que há casos em que, mesmo com valor menor que 0,5, as variáveis podem ter um comportamento que permitem a continuidade delas na análise – considerando as cargas fatoriais. Tabela 19 – Comunalidades das variáveis (afirmativas) Variáveis (afirmativas) Comunalidades 9.1 A Coordenação do seu CURSO atende com eficiência as necessidades dos discentes 0,463 9.2 Coordenação do POLO PRESENCIAL transmite confiança na gestão acadêmica e nas atividades de aprendizagem 10.1 (As avaliações) São coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido 0,572 0,637 10.2 As disciplinas ministradas atingem os objetivos propostos 0,71 10.3 O(s) livro(s) base ou apostila(s) facilita(m) a compreensão dos assuntos, mesmo em disciplinas (ou assuntos) que abordam métodos quantitativos (cálculos, estatísticas...) 0,622 11.1 tem espaço adequado para estudo, destinado aos alunos 0,588 (Continua) 97 11.2 Possui todos os livros base ou apostilas de cada disciplina do curso, na biblioteca do polo presencial 0,645 11.3 Tem livros complementares da área do curso, na biblioteca do polo presencial 0,665 11.4 Os laboratórios do polo presencial são adequados para as práticas das disciplinas 0,638 12.1 Facilitam o processo de ensino-aprendizagem 0,68 12.2 Estimulam os alunos quanto ao estudo dos conteúdos 0,711 12.3 Demonstram ter domínio do assunto da disciplina 0,485 12.4 Propõem e disponibilizam textos complementares (capítulos de livros, artigos, notícias) que facilitam o aprendizado 13.1 Os tutores PRESENCIAIS auxiliam os alunos(as) no processo de aprendizagem nas disciplinas 13.2 Os tutores a DISTÂNCIA facilitam e auxiliam os(as) alunos(as) no processo de aprendizagem nas disciplinas 13.3 Os tutores a DISTÂNCIA respondem as dúvidas em até 24 horas após o envio da mesma 0,559 0,297 0,587 0,628 14.1 facilitam os contatos com o(s) professor(es) da(s) disciplina(s) 0,698 14.2 facilitam os contatos com os tutores (a distância e presencial) 0,725 14.3 DIFICULTAM os contatos com os demais alunos do curso 0,343 14.4 facilitam os contatos com a Coordenação do curso 0,704 15.1 Os computadores do polo presencial têm bom desempenho, facilitando o acesso ao material digital (on-line) e ao ambiente virtual 15.2 A velocidade de conexão da internet NO POLO presencial é satisfatória para realização das atividades e estudos/pesquisas 15.3 Site (homepages ou página) do curso permite navegação intuitiva (fácil navegação) 15.4 Quando necessário, o site do curso dá suporte on-line (helpdesk – tira dúvidas sobre COMO UTILIZAR o Moodle) Método de extração: Análise dos componentes principais. 0,586 0,621 0,49 0,488 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Observa-se, então, que as variáveis (afirmativas) 9.1, 12.3, 13.1, 14.3, 15.3 e 15.4 apresentaram valores de comunalidade inferior a 0,5, sendo passíveis de exclusão. Contudo, pelo fato do estudo ser exploratório (análise fatorial), a exclusão de tais variáveis pode ser feitas após uma análise conjunta com a matriz dos componentes. Com isso, após essas análises inicias, apresenta-se na tabela 20 a matriz dos componentes após rotação ortogonal varimax. 98 Tabela 20 – Matrix dos componentes após rotação ortogonal varimax, e Comunalidades Variáveis (afirmativas) 10.1 (As avaliações) São coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido 10.2 As disciplinas ministradas atingem os objetivos propostos 10.3 O(s) livro(s) base ou apostila(s) facilita(m) a compreensão dos assuntos, mesmo em disciplinas (ou assuntos) que abordam métodos quantitativos (cálculos, estatísticas...) 11.2 Possui todos os livros base ou apostilas de cada disciplina do curso, na biblioteca do polo presencial 12.1 Facilitam o processo de ensino-aprendizagem 12.2 Estimulam os alunos quanto ao estudo dos conteúdos 12.3 Demonstram ter domínio do assunto da disciplina 12.4 Propõem e disponibilizam textos complementares (capítulos de livros, artigos, notícias) que facilitam o aprendizado 9.2 Coordenação do POLO PRESENCIAL transmite confiança na gestão acadêmica e nas atividades de aprendizagem 11.3 Tem livros complementares da área do curso, na biblioteca do polo presencial 11.4 Os laboratórios do polo presencial são adequados para as práticas das disciplinas 15.1 Os computadores do polo presencial têm bom desempenho, facilitando o acesso ao material digital (on-line) e ao ambiente virtual 15.2 A velocidade de conexão da internet NO POLO presencial é satisfatória para realização das atividades e estudos/pesquisas 9.1 (A Coordenação do seu CURSO) Atende com eficiência as necessidades dos discentes 11.1 tem espaço adequado para estudo, destinado aos alunos 14.1 facilitam os contatos com o(s) professor(es) da(s) disciplina(s) 14.2 facilitam os contatos com os tutores (a distância e presencial) 14.4 facilitam os contatos com a Coordenação do curso 15.3 Site (homepages ou página) do curso permite navegação intuitiva (fácil navegação) 13.1 Os tutores PRESENCIAIS auxiliam os alunos(as) no processo de aprendizagem nas disciplinas 13.2 Os tutores a DISTÂNCIA facilitam e auxiliam os(as) alunos(as) no processo de aprendizagem nas disciplinas 13.3 Os tutores a DISTÂNCIA respondem as dúvidas em até 24 horas após o envio da mesma 14.3 DIFICULTAM os contatos com os demais Fatores Comunalidades 1 2 3 4 0,725 0,025 0,33 0,033 0,637 0,791 0,108 0,238 0,124 0,71 0,732 0,222 -0,051 0,187 0,622 0,245 0,75 0,145 -0,046 0,645 0,703 0,179 0,383 0,087 0,68 0,71 0,184 0,383 0,163 0,711 0,455 0,053 0,415 0,321 0,485 0,633 0,117 0,194 0,326 0,559 -0,089 0,576 0,424 0,229 0,572 0,182 0,772 0,129 -0,14 0,665 0,077 0,772 0,16 0,103 0,638 0,194 0,637 -0,009 0,378 0,586 0,165 0,679 -0,025 0,365 0,621 0,171 0,233 0,591 0,175 0,463 -0,029 0,75 0,116 0,103 0,588 0,388 0,104 0,726 0,094 0,698 0,293 0,127 0,758 0,221 0,725 0,222 0,17 0,779 0,135 0,704 0,267 0,288 0,427 0,393 0,49 0,234 0,144 0,159 0,443 0,297 0,321 0,101 0,23 0,648 0,587 0,117 -0,005 0,373 0,689 0,628 -0,267 0,092 -0,333 0,39 0,343 (Continua) 99 alunos do curso 15.4 Quando necessário, o site do curso dá suporte on-line (helpdesk – tira dúvidas sobre COMO 0,265 UTILIZAR o Moodle) Método de extração: Análise dos componentes principais. Método de rotação: Varimax com Kaiser Normalization. a. Rotation converged in 6 iterations. Fonte: Dados da pesquisa, 2012. 0,416 0,123 0,479 0,488 Destarte, foram listados os 4 fatores latentes e os valores das comunalidades. Com isso, analisando essas duas informações, constata-se que as variáveis (afirmativas) 12.3, 14.3 e 15.4, além de terem valores de comunalidades abaixo de 0,5, apresentam cargas fatoriais muito próximas uma das outras. Diante disso não é possível observar diferenças latentes nas variáveis; dito de outra forma: em função da baixa comunalidade e carga fatorial próximas, não é possível afirma se as variáveis (afirmativas) são de um componente fatorial ou de outro. Por isso, optou-se por eliminar (traçado) as 3 afirmativas destacadas em azul. Em relação as variáveis 9.1, 13.1 e 15.4 (destacadas em verde), mesmo obtendo valores baixos nas comunalidades, as cargas fatoriais foram satisfatórias o suficiente para manter as mesmas nas análises desta pesquisa. Logo, tendo em vista a exlusão de 3 variáveis (afirmativas), 12.3, 14.3 e 15.4, foram realizados novos testes de Alfa de Cronbach, KMO, Barlett, assim como nova análise fatorial, considerando apenas as 21 assertivas mantidas no estudo. 4.3.2 Análise Fatorial – segundo momento Realizando-se o cálculo da nova medida de confiabilidade por meio do Alfa de Cronbach, obteve-se resultado melhor que o anterior: ,909 (o antigo era ,906), vide tabela 21. Tabela 21 – Alfa de Cronbach – segundo momento Alfa de Cronbach ,909 Nº de Itens 21 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Em relação ao teste Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e o teste de esfericidade de Barlett (tabela 22), o resultado foi pouco inferior em relação ao primeiro teste; mas, ainda 100 considerado ótimo. Tabela 22 - Resultado dos Testes de KMO e de Bartlett – segundo momento Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling Adequacy. Bartlett's Test of Sphericity Approx. Chi-Square ,879 13637,690 df 210 Sig. ,000 *000 indica que o valor de p<0,0001 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. O teste de esfericidade de Bartlett indica, ainda, nível menor que 0,0001, sendo o mesmo adequado e indicando, também, que a análise fatorial é adequada. Em relação à variância total e a quantidade de Fatores retidos, observou-se que com a exclusão das 3 variáveis, 5, ao invés de 6 fatores, foram listados com valores próprios (eigenalues) maiores que 1 (tabela 23). Tabela 23 - Variância total e quantidade de Fatores retidos – segundo momento Fatores Autovalor associado % da Variância Variância Acumulada (%) 1 7,811 37,194 37,194 2 2,648 12,607 49,801 3 1,372 6,535 56,336 4 1,277 6,080 62,416 5 1,136 5,408 67,824 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Mesmo assim, considerando o exposto por Hair et al. (2005), que afirma que pelo fato de ser usada a análise fatorial exploratória, um número de fatores que explique acima de 50% da variabilidade original dos dados, é tido como aceitável, optou-se por reter os 4 primeiros fatores, até o Fator 4, que capta 62,416% da variabilidade original dos dados, o que representa uma melhora na variância acumulada (%) em relação à variância total e quantidade de fatores retidos no primeiro momento. Destaca-se ainda que a Variância Acumulada (%) teve aumento de 4,612%, comparada com o percentual obtido anteriormente (tabela 18). Destaca-se que ao reter 3 fatores, o número de variáveis com comunalidades abaixo de 0,5 aumentou sensivelmente (Apêndice G, tabela 40). Com tal estrutura fatorial, 101 haveria maior dificuldade de interpretação e, portanto, por estas razões optou-se por reter os 4 primeiros fatores. Quanto às Comunalidades, observa-se na tabela 24, que apenas duas variáveis (afirmativas) obetiveram comunalidades menor que 0,5, as quais “poderiam” ser eliminadas; são elas: assertivas 13.1 e 15.4. Tabela 24 - Comunalidades das variáveis (afirmativas) – segundo momento Variáveis (afirmativas) 9.1 A Coordenação do seu CURSO atende com eficiência as necessidades dos discentes 9.2 Coordenação do POLO PRESENCIAL transmite confiança na gestão acadêmica e nas atividades de aprendizagem 10.1 (As avaliações) São coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido 10.2 As disciplinas ministradas atingem os objetivos propostos Comunalidades ,531 ,591 ,640 ,717 10.3 O(s) livro(s) base ou apostila(s) facilita(m) a compreensão dos assuntos, mesmo em disciplinas (ou assuntos) que abordam métodos quantitativos (cálculos, estatísticas...) 11.1 tem espaço adequado para estudo, destinado aos alunos ,621 11.2 Possui todos os livros base ou apostilas de cada disciplina do curso, na biblioteca do polo presencial 11.3 Tem livros complementares da área do curso, na biblioteca do polo presencial ,607 11.4 Os laboratórios do polo presencial são adequados para as práticas das disciplinas ,639 12.1 Facilitam o processo de ensino-aprendizagem ,690 12.2 Estimulam os alunos quanto ao estudo dos conteúdos ,718 12.4 Propõem e disponibilizam textos complementares (capítulos de livros, artigos, notícias) que facilitam o aprendizado 13.1 Os tutores PRESENCIAIS auxiliam os alunos(as) no processo de aprendizagem nas disciplinas 13.2 Os tutores a DISTÂNCIA facilitam e auxiliam os(as) alunos(as) no processo de aprendizagem nas disciplinas 13.3 Os tutores a DISTÂNCIA respondem as dúvidas em até 24 horas após o envio da mesma 14.1 facilitam os contatos com o(s) professor(es) da(s) disciplina(s) ,551 14.2 facilitam os contatos com os tutores (a distância e presencial) ,727 14.4 facilitam os contatos com a Coordenação do curso ,726 15.1 Os computadores do polo presencial têm bom desempenho, facilitando o acesso ao material digital (on-line) e ao ambiente virtual 15.2 A velocidade de conexão da internet NO POLO presencial é satisfatória para realização das atividades e estudos/pesquisas 15.4 Quando necessário, o site do curso dá suporte on-line (helpdesk – tira dúvidas sobre COMO UTILIZAR o Moodle) Método de extração: Análise dos componentes principais. ,570 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. ,597 ,620 ,467 ,691 ,681 ,686 ,603 ,436 102 Julga-se importante resgatar texto já mencionado que destaca: “pelo fato do estudo ser exploratório (análise fatorial), a exclusão de tais variáveis pode ser feita após uma análise conjunto com a matriz dos componentes”. Em função disso, foi realizado nosso processo de Análise Fatorial no SPSS afim de melhor analisar os fatores e verificar a necessidade de exclusão das variáveis com comunalidades menores que 0,5, apresentadas na tabela 24. Após rotação ortogonal varimax, a tabela 25 apresenta a matriz dos componentes fatorias com respectivas comunalidades. Tabela 25 - Matrix dos componentes após rotação ortogonal varimax, e Comunalidades – segundo momento Variáveis (afirmativas) Fatores 1 2 3 4 Comunalidades ,578 -,082 ,468 ,177 ,591 ,758 -,048 ,109 ,092 ,597 ,721 ,237 ,173 -,031 ,607 ,736 ,180 ,164 -,138 ,620 ,774 ,057 ,147 ,122 ,639 ,685 ,206 -,001 ,242 ,570 ,721 ,181 -,005 ,224 ,603 ,462 ,288 ,120 ,353 ,436 ,010 ,734 ,307 ,084 ,640 ,102 ,795 ,217 ,165 ,717 ,239 ,730 -,053 ,167 ,621 12.1 Facilitam o processo de ensino-aprendizagem ,173 ,707 ,389 ,095 ,690 12.2 Estimulam os alunos quanto ao estudo dos conteúdos ,185 ,715 ,383 ,162 ,718 ,136 ,637 ,196 ,296 ,551 ,086 ,404 ,703 ,145 ,686 ,111 ,306 ,729 ,299 9.2 Coordenação do POLO PRESENCIAL transmite confiança na gestão acadêmica e nas atividades de aprendizagem 11.1 tem espaço adequado para estudo, destinado aos alunos 11.2 Possui todos os livros base ou apostilas de cada disciplina do curso, na biblioteca do polo presencial 11.3 Tem livros complementares da área do curso, na biblioteca do polo presencial 11.4 Os laboratórios do polo presencial são adequados para as práticas das disciplinas 15.1 Os computadores do polo presencial têm bom desempenho, facilitando o acesso ao material digital (online) e ao ambiente virtual 15.2 A velocidade de conexão da internet NO POLO presencial é satisfatória para realização das atividades e estudos/pesquisas 15.4 Quando necessário, o site do curso dá suporte on-line (helpdesk – tira dúvidas sobre COMO UTILIZAR o Moodle) 10.1 (As avaliações) São coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido 10.2 As disciplinas ministradas atingem os objetivos propostos 10.3 O(s) livro(s) base ou apostila(s) facilita(m) a compreensão dos assuntos, mesmo em disciplinas (ou assuntos) que abordam métodos quantitativos (cálculos, estatísticas...) 12.4 Propõem e disponibilizam textos complementares (capítulos de livros, artigos, notícias) que facilitam o aprendizado 14.1 facilitam os contatos com o(s) professor(es) da(s) disciplina(s) 14.2 facilitam os contatos com os tutores (a distância e presencial) ,727 (Continua) 103 14.4 facilitam os contatos com a Coordenação do curso 9.1 A Coordenação do seu CURSO) Atende com eficiência as necessidades dos discentes 13.1 Os tutores PRESENCIAIS auxiliam os alunos(as) no processo de aprendizagem nas disciplinas 13.2 Os tutores a DISTÂNCIA facilitam e auxiliam os(as) alunos(as) no processo de aprendizagem nas disciplinas 13.3 Os tutores a DISTÂNCIA respondem as dúvidas em até 24 horas após o envio da mesma Método de extração: Análise dos componentes principais. Método de rotação: Varimax com Kaiser Normalization. a. Rotation converged in 6 iterations. Fonte: Dados da pesquisa, 2012. ,151 ,248 ,792 ,125 ,726 ,218 ,195 ,657 ,117 ,531 ,165 ,190 ,080 ,630 ,467 ,149 ,286 ,162 ,749 ,691 ,049 ,093 ,309 ,758 ,681 Logo, com base na tabela 25, observa-se a nova distribuição das variáveis (afirmativas) em relação aos fatores latentes. Com isso, foi possível analisar com maior detalhe o comportamento das assertivas 13.1 e 15.4, se são passíveis de exclusão. Analisando as duas informações apresentadas na referida tabela (carga fatorial e comunalidade), constatase que as variáveis (afirmativas) 13.1 e 15.4, mesmo tendo baixos valores de comunalidades (menor que 0,5), apresentam cargas fatorias distantes entre os fatores. Consequentemente, e considerando que o estudo é exploratório, as mesmas foram mantidas na análise fatorial final (segundo momento). Assim, por meio da análise fatorial foi possível identificar os fatores latentes, em que 4 fatores foram selecionados, os quais apresentam e avaliam o padrão de respostas dos discentes em relação à qualidade nos cursos de graduação a distância na UFRN/SEDIS. Os 4 fatores serão analisados na seção seguinte, tomando como base os resultados obtidos por meio do SPSS. Destarte, sugere-se que, para ter um entendimento completo dos fatores descritos em seguida, busque leitura completa das variáveis (afirmativas) em análise por meio do questionário de pesquisa disponível no Apêndice E. Para melhor ilustrar a descrição dos fatores, nas seções seguintes serão apresentadas tabelas de cada fator, com: carga fatorial (CFn), mediana e desvio padrão, sendo estes métodos de estatística descritiva calculadas considerando os valor de 1 a 5, conforme descrito na metodologia. 104 4.3.2.1. Fatores Latentes – Fator 1: Infraestrutura e gestão – Polo presencial O fator 1 está correlacionado com as variáveis (afirmativas) 9.2, 11.1, 11.2, 11.3, 11.4, 15.1, 15.2, 15.4, as quais englobam as dimensões relacionadas a gestão e infraestrutura do polo presencial, computadores, internet e suporte on-line, conforme descrito na tabela 26. Logo, otpou-se por denominar tal fator de “Infraestrutura e gestão – Polo presencial”. Tabela 26 – Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 1: Infraestrutura e gestão – Polo presencial Variáveis (afirmativas) CF1 Mediana Desvio padrão 9.2 Coordenação do POLO PRESENCIAL transmite confiança na gestão acadêmica e nas atividades de aprendizagem 0,578 4,00 1,168 11.1 tem espaço adequado para estudo, destinado aos alunos 0,758 4,00 1,409 0,721 3,00 1,379 0,736 3,00 1,353 0,774 3,00 1,431 0,685 4,00 1,369 0,721 3,00 1,388 0,462 3,00 1,219 11.2 Possui todos os livros base ou apostilas de cada disciplina do curso, na biblioteca do polo presencial 11.3 Tem livros complementares da área do curso, na biblioteca do polo presencial 11.4 Os laboratórios do polo presencial são adequados para as práticas das disciplinas 15.1 Os computadores do polo presencial têm bom desempenho, facilitando o acesso ao material digital (on-line) e ao ambiente virtual 15.2 A velocidade de conexão da internet NO POLO presencial é satisfatória para realização das atividades e estudos/pesquisas 15.4 Quando necessário, o site do curso dá suporte on-line (helpdesk – tira dúvidas sobre COMO UTILIZAR o Moodle) Fonte: Dados da pesquisa, 2012. A análise feita acerca do Fator 1 indica que o mesmo resulta da percepção dos discentes que observam que tais variáveis tendem a ter relação uma com as outras. Tal constatação é percebida na medida em que observa-se que as variáveis (afirmativas) do Fator 1 têm relação com a gestão acadêmica e infraestrutura disponível no polo presencial, relacionando-se, também, com os computadores, velocidade de conexão à internet e suporte on-line da plataforma de ensino. Logo, o Fator 1 contempla atividades que estão centradas, principalmente, na infraestrutura do polo. Na tabela 27 constata-se, por meio da mediana e desvio padrão que as avaliações realizadas pelos discentes foram concentradas na escala “Neutro/Indiferente” e que houve amplitude do desvio padrão foi considerável nas avaliações realizadas pelos alunos (vide desvio padrão). Com exceção das variáveis 9.2, 11.1 e 15.1, que obtiveram mediana 4 (o que 105 indica que 50% dos inqueridos concordaram parcialmente a totalmente com as afirmativas), todas as demais variáveis obtiveram mediana 3. Assim, para melhor analisar as avaliações de cada variável com mediana de 3, opteou-se por ampliar o escopo de análise das variáveis 11.2, 11.3, 11.4, 15.2 e 15.4. Na tabela 27, que trata da variável 11.2, observa-se que 33,5% dos discentes avaliam que a biblioteca do polo presencial não possui todos os livros/apostilas base do curso, uma vez que discordam da assertiva; além disso, 19,8% consideram tal afirmativa como indiferente. Apenas 46,7% dos alunos concordaram com essa afirmativa. Tabela 27 – Respostas Q11.213 Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Discordo totalmente 35 17,8 17,8 Discordo pouco 31 15,7 33,5 Neutro/Indiferente 39 19,8 53,3 Concordo pouco 54 27,4 80,7 Concordo totalmente 38 19,3 100,0 Total 197 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Quanto à variável 11.3 (tabela 28), a qual afirma que a biblioteca do polo presencial possui livros complementares da área do curso, observa-se que apenas 42,1% dos alunos concordam com a mesma, sendo que apenas 15,2% dos inqueridos responderam “Concordo totalmente”. As escalas “Discordo totalmente” e “Discordo pouco” acumulam 34,5% das respostas e “Neutro/Indiferente” obteve 23,4% das respostas. 13 Nesta Dissertação foram definidos os pesos de cada curso. Tais pesos podem ser utilizado como fator de expansão nesse tipo de tabela. Contudo, como a variação percentual foi mínima, no máximo 1,4 pontos percentuais para mais, optou-se por não utilizar o fator de expansão para esse tipo de tabela. 106 Tabela 28 – Respostas Q11.3 Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Discordo totalmente 39 19,8 19,8 Discordo pouco 29 14,7 34,5 Neutro/Indiferente 46 23,4 57,9 Concordo pouco 53 26,9 84,8 Concordo totalmente 30 15,2 100,0 Total 197 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Destarte, observa-se que as variáveis que tratam do acervo teórico disponível na biblioteca do polo presencial obteve avaliação mediana. Observa-se certa proximidade nas respostas atribuidas para a variávei 11.3 e 11.2, o que pode ser mais um indicador de coerência na avaliação realizada pelos discentes, tendo em vista que ambas as questões tratam do acervo bibliográfico disponível no polo presencial. Em relação a variável 11.4, que trata dos laboratórios para as atividades práticas das disciplinas (“os laboratórios do polo presencial são adequados para as práticas das disciplinas”), partiu-se do pressuposto que todos os polos atendiam os requisitos mínimos para funcionar, conforme observado no referencial teórico. Logo, os mesmos devem ter os laboratórios básicos para o funcionamento de cursos específicos como: Química e Biologia. Percebe-se, na tabela 29, que considerado percentual de discentes atribuiram valores baixos à essa assertiva: 40,6% discordam da mesma, sendo que 27,4% destes “Discordam totalmente”. Os que responderam “Neutro/Indiferente” somaram 19,3% e os que responderam Concordo, foram 40,0% (apenas 14,2% concordaram totalmente). Tabela 29 – Resposta Q 11.4 Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Discordo totalmente 54 27,4 27,4 Discordo pouco 26 13,2 40,6 Neutro/Indiferente 38 19,3 59,9 Concordo pouco 51 25,9 85,8 Concordo totalmente 28 14,2 100,0 Total 197 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. 107 Destarte, evidencia-se um alerta para essa temática, pois, assim como é importante que o polo tenha um bom acervo bibliografico, é importante que o mesmo possua bom suporte e equipamentos para os laboratórios específicos. No que tange aos computadores disponíveis no polo presencial e o desempenho dos mesmos, assertiva 15.1 (tabela 30) observa-se que, segundo a percepção dos discentes, 32,5% deles avaliam negativamente tal variável (“discordo totalmente” e “discordo pouco”), enquanto que 51,3% avaliam-na como positiva. Destaca-se que 16,2% dos discentes participantes da pesquisa, mostraram-se “Neutro/Indiferente” a assertiva. Tabela 30 – Resposta 15.1 Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Discordo totalmente 29 14,7 14,7 Discordo pouco 35 17,8 32,5 Neutro/Indiferente 32 16,2 48,7 Concordo pouco 60 30,5 79,2 Concordo totalmente 41 20,8 100,0 Total 197 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Com isso, acredita-se que os componentes, presentes em tais variáveis, carecem de atenção, uma vez que há quantitativo de alunos que acessam o ambiente virtual de estudos e realizam tarefas e pesquisas no polo presencial. Quanto à velocidade de conexão da internet (“A velocidade de conexão da internet NO POLO presencial é satisfatória para realização das atividades e estudos/pesquisas”), 41,19% dos alunos avaliaram esta variável como satisfatória, sendo que 26,9% desses avaliam como “Concordo pouco” (tabela 31). Na outra ponta, 22,3% dos discentes discordaram totalmente da assertiva e 18,3% discordaram pouco, totalizando 40,6% de discordância. “Neutro/Indiferente” foi marcado por 18,3% dos participantes. 108 Tabela 31 – Resposta 15.2 Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Discordo totalmente 44 22,3 22,3 Discordo pouco 36 18,3 40,6 Neutro/Indiferente 36 18,3 58,9 Concordo pouco 53 26,9 85,8 Concordo totalmente 28 14,2 100,0 Total 197 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Logo, torna-se importante que a Instituição tenha atenção em relação a essa temática, tendo em vista que se trata de um elemento básico e imprescindível para que haja boa qualidade nos cursos e de ensino, garantindo, por exemplo, assistir à vídeo-aulas com rapidez e qualidade. A última variável (afirmativa) associada ao Fator 1 trata do suporte on-line oferecido pelo sistema on-line de ensino, no caso Moodle, a qual afirma: “Quando necessário, o site do curso dá suporte on-line (helpdesk – tira dúvidas sobre COMO UTILIZAR o Moodle)”. Observa-se (tabela 32) que o maior número das respostas (avaliação) foi atribuído à escala “Neutro/Indiferente”, correspondendo à 32,5%. No conjunto das escalas de discordância (“Discordo totalmente” e “Discordo pouco”) 20,8% dos discentes avaliaram negativamente a assertiva; 46,7% dos alunos avaliaram positivamente o suporte on-line (helpdesk) ofertado pelo próprio site/Moodle. Tabela 32 – Respostas 15.4 Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Discordo totalmente 16 8,1 8,1 Discordo pouco 25 12,7 20,8 Neutro/Indiferente 64 32,5 53,3 Concordo pouco 45 22,8 76,1 Concordo totalmente 47 23,9 100,0 Total 197 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. 109 Um dos prováveis motivos para uma grande frequência percentual na escala “Neutro/Indiferente” seja o fato de os alunos não conhecerem tal funcionalidade, optando, assim, pela neutralidade na resposta. Ao passo que os alunos que responderem na escala de “Discordo totalmente”, provavelmente, de fato não encontram tal suporte. Contudo, não há evidências para certificar tal hipótese. 4.3.2.2. Fatores Latentes – Fator 2: Processo de Ensino-Aprendizagem O fator 2 está correlacionado com as variáveis (afirmativas) 10.1, 10.2, 10.3, 12.1, 12.2 e 12.4, as quais engloba as dimensões relacionadas às avaliações, professores e didática (material de leitura, textos obrigatórios e complementares). Em função disso, convencionouse chamar esta variável de “Processo de ensino-aprendizagem” (tabela 33). Tabela 33 – Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 2: Processo de ensinoaprendizagem Variáveis (afirmativas) CF2 Mediana Desvio padrão 10.1 (As avaliações) São coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido 0,734 5,00 ,878 10.2 As disciplinas ministradas atingem os objetivos propostos 0,795 4,00 ,976 10.3 O(s) livro(s) base ou apostila(s) facilita(m) a compreensão dos assuntos, mesmo em disciplinas (ou assuntos) que abordam métodos quantitativos (cálculos, estatística) 0,730 4,00 1,218 12.1 Facilitam o processo de ensino-aprendizagem 0,707 4,00 1,060 12.2 Estimulam os alunos quanto ao estudo dos conteúdos 0,715 4,00 1,113 0,637 4,00 ,853 12.4 Propõem e disponibilizam textos complementares (capítulos de livros, artigos, notícias) que facilitam o aprendizado Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Neste fator, observa-se que as variáveis avaliadas obtiveram, em grande maioria, mediana de 4 (“Concordo pouco”), com exceção da afirmativa 10.1, que tem mediana 5, e desvio padrão com menor amplitude em 4 variaveis. A afirmativa 10.3 obteve maior desvio padrão das variáveis relacionadas com o Fator 2, sendo então analisada individualmente. Assim, ampliando-se o escopo de análise da variável 10.3 (tabela 34), observa-se que 19,8% dos discentes discordam da afirmativa “O(s) livro(s) base ou apostila(s) facilita(m) a compreensão dos assuntos, mesmo em disciplinas (ou assuntos) que abordam métodos quantitativos (cálculos, estatísticas...)”. Contudo, 73,6% dos discentes percebem a qualidade 110 didática dos livros/apostilas como satisfatória. Logo, percebe-se que com poucas ações à assertiva em análise pode obter mediana 4 e reduzir a amplitude do desvio padrão. Tabela 34 – Respostas Q.10.3 Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Discordo totalmente 12 6,1 6,1 Discordo pouco 27 13,7 19,8 Neutro/Indiferente 13 6,6 26,4 Concordo pouco 77 39,1 65,5 Concordo totalmente 68 34,5 100,0 Total 197 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. 4.3.2.3. Fatores Latentes – Fator 3: Ferramentas de Comunicação e Interação O fator 3 está relacionado com as variáveis (afirmativas) 9.1, 14.1, 14.2 e 14.4, agrupando as assertivas que tratam ou estão relacionadas com as ferramentas de comunicação e interação dentro dos cursos de graduação (tabela 35). Tabela 35 - Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 3: ferramentas de interação e comunicação Variáveis (afirmativas) 9.1 (A Coordenação do seu CURSO) Atende com eficiência as necessidades dos discentes 14.1 facilitam os contatos com o(s) professor(es) da(s) disciplina(s) 14.2 facilitam os contatos com os tutores (a distância e presencial) 14.4 facilitam os contatos com a Coordenação do curso CF3 Mediana Desvio padrão 0,657 5,00 1,078 0,703 4,00 1,080 0,729 5,00 ,968 0,792 5,00 ,958 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Com base na tabela 35, observa-se que todas as assertivas foram bem avaliadas pelos discentes, apresentado mediana 5 (“Concordo totalmente”) em três das quatro variáveis. Destaca-se que, conforme apresentado na tabela 12, os meios de comunicação e interação disponíveis são: chat, fóruns e e-mail. Assim, considerando que 62% dos alunos utilizam o fórum como a principal 111 ferramenta de comunicação e que 61,9% dos alunos acessam os fóruns pelo menos uma vez a cada dois dias (tabela 15), acredita-se que as ferramentas de comunicação e interação têm facilitado o contato entre todos os atores envolvidos na educação a distância (professores, tutores, discentes, coordenadores), o que resulta na avaliação positiva das variáveis relacionadas com o fator 3, conforme observado na tabela 35. 4.3.2.4. Fatores Latentes – Fator 4: Tutores O fator 4 (tabela 36) está correlacionado com variáveis ligadas aos tutores (presenciais e a distância). Todas as assertivas, obtiveram boa avaliação por parte do corpo discente, apresentando mediana 4 e 5 para as variáveis analisadas, abrangendo as escalas de concordância. Tabela 36 – Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 4: tutores e suporte on-line Variáveis (afirmativas) 13.1 Os tutores PRESENCIAIS auxiliam os alunos(as) no processo de aprendizagem nas disciplinas 13.2 Os tutores a DISTÂNCIA facilitam e auxiliam os(as) alunos(as) no processo de aprendizagem nas disciplinas 13.3 Os tutores a DISTÂNCIA respondem as dúvidas em até 24 horas após o envio da mesma Fonte: Dados da pesquisa, 2012. CF4 Mediana Desvio padrão 0,63 5,00 1,170 0,749 4,00 ,956 0,758 4,00 1,157 A variável 13.3, que trata das soluções às dúvidas dos alunos em até 24 horas, por obter mediana 4 e desvio padrão de 1,157, provocou a necessidade do pesquisador em fazer analise mais detalhadamente (tabela 37). Tabela 37 – Respostas 13.3 Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Discordo totalmente 10 5,1 5,1 Discordo pouco 23 11,7 16,8 Neutro/Indiferente 32 16,2 33,0 Concordo pouco 72 36,5 69,5 Concordo totalmente 60 30,5 100,0 Total 197 100,0 112 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Na tabela 37, observa-se distribuição, frequência (%), próximas entre as escalas bases, ou seja, discordo e concordo. Com isso, apesar de 67% das respostas terem sido enquadradas na escala de concordância, os demais percentuais acabaram contribuindo para desvio padrão de 1,157. Destaca-se, contudo, que a avaliação indicada pelos discentes tende a uma percepção positiva acerca da qualidade dessa assertiva. 4.3.3 Análise da percepção por curso Para realizar a análise da percepção dos alunos segmentados por curso, optou-se por utilizar os escores gerados no SPSS. Segundo Hair et al. (2005), “os escores fatoriais são medidas compostas para cada observação sobre cada fator extraído na análise fatorial. Os escores podem ser usados para representar os fatores em análises subseqüentes. Os escores são padronizados para terem média 0 e desvio-padrão 1.” Destarte, optou-se por realizar a análise da percepção que os discentes têm em relação à qualidade nos cursos de graduação a distância, por meio dos escores dos fatores latentes selecionados. Em relação às variáveis ligadas ao fator 1 (gestão e infraestrutura do polo presencial, computadores, internet e suporte on-line), chamado de “infraestrutura e gestão – polo presencial”, observou-se que o curso de Física foi o que obteve maior média dentre os cursos analisados, o que indica que, em relação às variáveis associadas a este fator, os discentes teceram avaliação melhor em relação aos outros cursos de graduação a distância, seguido pelos cursos de: Administração Pública, Matemática, Química, Ciências Biológicas e Geografia. Já em relação às variáveis que compõem o fator 2, denomidado de “Processos de Ensino-Aprendizagem”, (avaliações, professores e didática), o curso de Geografia obteve a melhor médias das cargas fatoriais, seguido pelo curso de Física, Ciências Biológicas, Administração Pública, Química e Matemática. Quanto ao fator 3, “Ferramentas de Comunicação e Interação”, que está correlacionado com as ferramentas de comunicação e interação, observa-se que o curso de Administração Pública, Matemática e Geografia, foram, respectivamente, os 3 cursos que 113 apresentaram as melhores médias das cargas fatoriais, seguido pelo curso de Ciências Biológicas, Química e Física. No que tange ao fator 4, chamado de “Tutores”, relacionado às variáveis que trata dos tutores (presenciais e a distância), o curso de Ciências Biológicas foi o que obteve melhor resultado, seguido pelo curso de Geografia, Administração Pública, Matemática, Química e Física. 4.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS O perfil básico dos discentes que participaram da pesquisa é: faixa etária acima de 25 anos, distribuidos por todos os polos do Estado do RN, com vínculo empregatício ou de estágio e não faz outro curso concomitante com a graduação a distância da UFRN/SEDIS. Os discentes, ao elencar quais elementos julgavam os mais importantes na educação a distância, apontaram para três itens: (1) “professores capacitados e competentes”; (2) “material didático elaborado por equipe multidisciplinar” ; e (3) acesso às informações (teorias) e agilidade nas respostas das dúvidas (ver tabela 11). Observou-se que alguns dos itens associados a esses elementos necessitam de atenção dos gestores, uma vez que, no contexto geral, a percepção dos discentes foi mediana – com excessão do elemento (1) “professores capacitados e competentes”, que foi bem avaliado pelos discentes. Ao escolherem os três itens mais importantes, os discentes convergiram com as orientações observadas nos indicadores de qualidade na EAD estudados nessa pesquisa, os quais sugerem que os professores sejam preparados para atuar no ambiente EAD, que o material didático seja elaborado por equipe de especialistas de várias áreas e que os discentes possam ter acesso às informações e respostas rápidas às suas dúvidas. Logo, destaca-se a importância da preparação do professor para atuar na EAD, que tem dinâmica diferente da educação presencial; que a elaboração do material didático seja planejado, elaborado, revisado (...) por equipe multidisciplinar e que o acesso às informações seja satisfatório, assim como a agilidade no envio de respostas às dúvidas dos discentes. Quanto às ferramentas de comunicação e interação, observou-se que os discentes utilizam é Fórum como principal ferramenta. Contudo, acredita-se que o Chat pode (e deve) ser mais utilizado para comunicação e interação entre os atores envolvidos na EAD, uma vez 114 que tal modalidade de ensino permite comunicação instantânea. Observou-se que apenas 6,1% dos discentes ingressantes na EAD nunca tiveram contato com sistemas de informática antes de ingressar no curso e que 76,2% dos inqueridos possuem conhecimento, pelo menos, intermediário, acerca de tais sistemas. Tal resultado é importante na medida em que as atividades na EAD se desenvolvem em ambiente virtual, com auxílio de tais sistemas. Assim, a efetividade das atividades propostas pelos professores, por exemplo, tornam-se constantes, auxiliando no bom desempenho do curso. Em relação aos locais em que os discente têm acesso à internet, observou-se que a grande maioria pode acessar a rede de computadores em pelo menos 2 locais diferentes e que, em 44,4% dos casos o discente tem acesso em casa. Logo, o acesso à internet, principalmente na própria residência, torna-se também um fator de extrema importância para o desenvolvimento do corpo discente e consequentimente do curso, uma vez que os estudantes têm a flexibilidade e comodidade de acessar o conteúdo de estudo em casa, contribuindo para a flexibilização dos horários dedicados às atividades da EAD. A perspectiva de acesso à internet foi defendida por OLIVEIRA et al (2010); os autores dicorrem que tal elemento é fator crítico para a qualidade (em todos os sentidos) da formação dos discentes. Quanto aos resultados associados à análise fatorial, observou-se que os testes utilizados (Alfa de Cronbach e Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e o teste de esfericidade de Barlett) obteveram resultados satisfatórios e atingiram os valores mínimos especificados, a saber, respectivamente: 0,909 (com 21 itens/variáveis) e 0,879. Quanto à análise fatorial, observou-se 4 fatores latentes acerca das 21 (considerando as 3 variáveis excluídas do estudo em função da baixa comunalidade) afirmativas propostas no estudo, afirmativas estas presentes nas questões de 9 a 15 (figura 7). O fatores latentes foram chamados de: (1) infraestrutura e gestão – polo presencial; (2) processos de ensino-aprendizagem; (3) ferramentas de comunicação e integração; (4) tutores. 115 Figura 7 – Diagrama dos Fatores e relação com as variáveis (v.) estimados pela Análise Fatorial Fonte: Dados da pesquisa, 2012 116 O fator 1 ficou relacionado com as variáveis (afirmativas) 9.2, 11.1, 11.2, 11.3, 11.4, 15.1, 15.2 e 15.4, que abordavam assuntos em relação a gestão acadêmica e infraestrutura do polo presencial, computadores, serviços de internet e suporte on-line, sendo denominado, por isso, de “infraestrutura e gestão – polo presencial”. Nesse fator, a avaliação que os discentes fizeram acerca das 8 afirmativas indicam que a qualidade associadas a elas não é satisfatória. Diante disso e considerando o exposto na seção Fatores Lantentes – Fator 1, com base na percepção dos alunos, os polos precisam de melhorias para que possam melhor atender as necessidades deles e, obviamente, dos cursos, principalmente no que se refere ao acervo da biblioteca e laboratórios do polo presencial. Quanto à biblioteca no polo presencial, destaca-se que, conforme observado no referencial teórico, é importante que aspectos relacionados à biblioteca presencial sejam revistos pela Instituição afim de obter resultados mais satisfatórios. Trata-se de um ponto que, na educação a distância, é de fundamental importância, uma vez que parte dos alunos não têm acesso à material didático (obrigatório e/ou complementar) impresso. Observou-se, ainda, evidências que levam a crer que a qualidade da conexão da internet nos polos presenciais é baixa. Assim, na medida em que se observou que o 3º elemento mais importante julgado pelos discente foi acesso às informações teóricas, conforme debatido na tabela 11, torna-se, provavelmente, um dos itens que merecem mais atenção da Instituição visando a melhoria da biblioteca presencial e da conexão à internet. Os cursos de Química, Ciências Biológicas e Geografia devem atentar para esses quesitos, uma vez que obtiveram a menor avaliação nas variáveis relacionadas com o Fator 1. O fator 2, denominado de “Processos de Ensino-Aprendizagem”, ficou correlacionado com as variáveis (afirmativas) 10.1, 10.2, 10.3, 12.1, 12.2 e 12.4, que, logicamente, abordavam temáticas ligadas aos professores, o processo de ensinoaprendizagem, as leituras, o estímulo ao estudo provocado pelo docente, alcance dos objetivos proposto nas disciplinas, avaliações e didática presente nos livros ou apostilas base das disciplinas. A avaliação feita pelo aluno é de que as variáveis associadas a esse fator é boa, eles percebem a qualidade nas assertivas. Apenas a variável 10.3, em que afirma-se que “os livros ou apostilas base facilitam a compreensão dos assuntos, mesmo em disciplinas (ou assuntos) que abordam métodos quantitativos (cálculos, estatística...)” obteve avaliação pouco baixa, se comparada com os demais itens do fator 2. 117 Diante disso e considerando a percepção dos elementos mais importantes na EAD, na ótica dos discentes (tabela 11), observa-se que os professores estão atendendo a esse quesito de importância. O curso de Geografia, Física e Ciências Biológicas atendem bem às variáveis relacionadas com o fator 2, já que obtiveram a melhor média nas avaliações. Já em relação ao fator 3, correlacionado com as variáveis 9.1, 14.1, 14.2 e 14.4, a avaliação obtida foi positiva para todas as assertivas. As ferramentas de interação e comunicação são avaliadas como sendo de boa qualidade e atendem às necessidades dos alunos. Logo, observando novamente a tabela 11, percebe-se que o desempenho desses elementos, estão alinhados com as expectativas dos alunos, já que “agilidade nas respostas das dúvidas” (que têm relação com as ferramentas de comunicação e interação) foi o 3º elemento apontado como o mais importante (tabela 11). Estima-se que os fóruns e e-mail são as duas ferramentas de comunicação e interação mais utilizadas na EAD, conforme observado na tabela 12. Neste fator, os cursos de Administração Pública, Matemática e Geografia foram os 3 melhores avaliados; Ciências Biológicas, Química e Física obteveram menor resultado na avaliação feita pelo discente. O fator 4, por sua vez, ficou relacionado com variáveis ligadas aos tutores presenciais e a distância, compreendendo as assertivas 13.1, 13.2 e 13.3. A avaliação feita pelos discentes foi considerada positiva; apenas a variável 13.3 obteve desvio padrão amplo, em comparação com as variáveis do mesmo fator, mas 67% (tabela 39) dos alunos concordaram com a afirmativa, em que dizia que os tutores respondem as dúvidas em até 24 horas. Os alunos avaliaram as variáveis relacionadas aos tutores como tendo boa qualidade. Apenas duas afirmativas desse Fator apresentam resultados medianos. Em um deles, o que trata do tempo de resposta, por parte dos tutores, às dúvidas dos alunos, acreditase que com simples ações a percepção da qualidade pode ser aprimorada. Uma delas seria o fomento para utilização do Chat como ferramenta de comunicação e interação. Com isso, os tutores e alunos poderiam exclarecer dúvidas imediatamente. No que tange a esse fator, os cursos melhores avaliados foram Ciências Biológicas, Geografia, Administração Pública, seguidos pelos cursos de Matemática, Química e Física. A avaliação geral feita pelos discentes aponta que mesmo quando algumas variáveis obtiveram percentual considerável na escala, por exemplo, de “Concordo totalmente”, observou-se que as avaliações nas escalas de discordância foram substanciais a ponto de colocar em cheque a percepção que os alunos têm em relação à qualidade de tal 118 assertiva. Com isso, é importante que a Instituição tenha atenção aos itens que obtiveram avaliação mediana, pois, em muitos casos, indica amplitude considerável acerca da percepção dos discentes. Com pouco mais de esforço, acredita-se que os alunos que atribuíram valor de neutralidade ou indiferença, podem ter percepção melhorada (tendendo para escalas de concordância). Na análise feita por curso, pode ser observada a posição de cada curso (classificação) em relação aos fatores latentes observados. Com essa informação, os gestores e professores de cada curso, podem centrar esforços nas variáveis que compõem os fatores em que tiveram classificação mais baixa. Destaca-se, que apesar de estar em “último lugar” em determinado fator, não indica que o curso não tenha qualidade, que não seja bom; indicar que há variáveis que podem ser aprimoradas e maximizar, cada vez mais, a qualidade percebida por parte dos discentes. Em síntese: a avaliação feita pelos alunos indica que os cursos têm qualidade mediana tendendo para percepção positiva; dito de outra forma, a percepção dos discentes não é assertiva e uníssona (única, maioria), mas tende para uma avaliação positiva. A UFRN/SEDIS deve atentar para a infraestrutura disponível nos polos; o fator com menor desempenho na avaliação. Para tanto, deve traçar as estratégias necessárias para promover a melhoria de tal elemento da EAD. Ressalta-se o bom desempenho obtido pelas variáveis relacionadas ao fator 2, 3 e 4 (processo de ensino-aprendizagem, ferramentas de comunicação e tutores); há, contudo, pontos em que tais elementos podem ser aprimorados, conforme apresentado nos resultados desta dissertação. 119 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa realizada contribuiu para ampliação dos conhecimentos acerca da gestão da qualidade em Instituições de Ensino Superior que oferecem cursos de graduação na modalidade de Educação a distância, com foco na percepção do discente. Assim, neste capítulo de considerações finais, será feita revisão dos principais resultados obtidos, relacionando-os com o constructo teórico apresentado neste trabalho. A Gestão da qualidade é uma área de estudo que tem evoluído ao longo dos anos: da aplicação de ferramentas básicas nos processos produtivos à utilização dos conceitos e ferramentas da qualidade nas ações estratégicas das organizações (de todos os tipos). Nesse sentido, observou-se que as Instituições de Ensino Superior utilizam, com frequência cada vez maior, as ferramentas da Gestão da Qualidade, quer seja para reduzir custos ou aumentar a lucratividade, quer seja para melhorar os indicadores governamentais e mundiais de qualidade. No cerne das Instituições de Ensino Superior, a modalidade de educação a distância vem sendo destaque e crescendo rapidamente! O acesso às tecnologias da informação e à internet tem contribuído para a inserção da população brasileira em cursos de ensino superior, antes impossibilitados por diversos fatores, como a distância geográfica dos centros universitários. Assim, observou-se que, diante de tal crescimento, a preocupação com a qualidade nessa modalidade de ensino torna-se debate central. Destarte, a presente dissertação evidenciou o seguinte problema de pesquisa: qual a percepção que os discentes da graduação a distância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte têm sobre a qualidade no curso de graduação? Consequentemente, o objetivo geral do mesmo foi “analisar a percepção dos discentes quanto à qualidade dos cursos de graduação a distância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte”. Para responder tal problemática e atingir os objetivos propostos, buscou-se um respaldo teórico que contemplasse as duas temáticas centrais da questão, ideal para o planejamento e estruturação da pesquisa: educação a distância e gestão da qualidade. Com base nesses estudos iniciais foi possível definir o planejamento e a estrutura de todo o trabalho de dissertação, o que servirá com norte para a parte aplicada da pesquisa, ou seja, coleta e análise dos dados. Com base no resgate teórico acerca da educação a distância, nos indicadores de desempenho nas Instituições de Ensino Superior e na Gestão da qualidade, foi possível 120 identificar elementos importantes para proposição de questionário visando a identificação da percepção por parte do discente. Diante do resgate teórico, portanto, foi proposto um instrumento de pesquisa para identificação da percepção de qualidade com base nesses elementos: coordenação (geral e polo presencial); avaliação e disciplina; polo presencial; professores; tutores; meios de comunicação e interação; site e computadores. As respostas coletadas por meio de tal instrumento de pesquisa retratou a percepção que os discentes têm em relação a qualidade nos cursos de graduação a distância da UFRN/SEDIS. Nesse sentido foram identificados 4 fatores latentes: (1) infraestrutura e gestão – polo presencial; (2) processos de ensino-aprendizagem; (3) ferramentas de comunicação e integração; (4) tutores. No fator 1 ficou relacionado com as variáveis (afirmativas) 9.2, 11.1, 11.2, 11.3, 11.4, 15.1, 15.2 e 15.4, a avaliação feita pelos discentes foi mediana, indicando percepção mediana em relação à qualidade nos cursos. O curso de Física foi o que obteve melhor avaliação nas variáveis deste fator, seguido pelos cursos de: Administração Pública, Matemática, Química, Ciências Biológicas e Geografia. O fator 2, relacionado com as avaliações, professores e didática (variáveis/afirmativas: 10.1, 10.2, 10.3, 12.1, 12.2, 12.4), obteve boa avaliação, com base na percepção do discente. O curso de Geografia obteve a melhor média das cargas fatoriais, seguido pelos cursos de Física, Ciências Biológicas, Administração Pública, Química e Matemática. Em relação ao fator 3, o curso que obteve a melhor média foi Administração Pública, seguido pelos cursos de Matemática, Geografia, Ciências Biológicas, Química e Física. Tal fator foi relacionado a variáveis que tratam das ferramentas de comunicação e interação (variáveis/afirmativas: 9.1, 14.1, 14.2 e 14.4). O fator 4, relacionado às variáveis 13.1,13.2 e 13.3, que trata dos tutores (presenciais e a distância), obteve avaliação positiva, em que o curso de Ciências Biológicas foi o melhor avaliado, seguido pelos cursos de: Geografia, Administração Pública, Matemática, Química e Física. Destaca-se que tais fatores podem compor indicadores de qualidade na percepção do cliente, conforme apresentado na seção 2.2 dessa dissertação, em que as variáveis/afirmativas podem atuar como elementos por meio dos quais será possível chegar a percepção do cliente (no caso, discente). Tais indicadores seriam caracterizados, conforme Carpinetti (2010), enquanto perspectiva, como de eficiência, indicado o quanto a expectativa 121 do cliente (discente) foi atingida. Nesse caso, torna-se necessário a realização de pesquisas antes e depois da oferta do serviço afim de permitir tal comparação. Logo, conclui-se que foi possível responder ao problema de pesquisa e atingir o objetivo geral, tendo em vista que a percepção que o discente dos cursos de graduação a distância da UFRN/SEDIS é mediana, em que foi observado que a percepção que os discentes têm em relação à qualidade nos cursos a distância na UFRN/SEDIS não é assertiva, ou seja, não é única ou com alguma tendência majoritária. Mesmo não havendo um consenso, observa-se que a percepção tende para valores positivos e com algumas ações a percepção pode ser melhorada. Variáveis associadas ao Fator 1 contribuíram para baixa avaliação geral, na percepção dos discentes. Também foi possível atingir os objetivos específicos propostos, considerando que: (1) foram identificados e analisados documentos que propõem indicadores nacionais e internacionais (Brasil, Estados Unidos da América e Reino Unido) de qualidade para a educação a distância, apresentados na seção 2.4 desta dissertação; (2) verificou-se o escalonamento de importância dos indicadores de qualidade, também na percepção dos discentes, apresentados na seção 4.2, tabela 11; (3) na medida em que este trabalho é entregue, acredita-se que haja contribuição para com um modelo de avaliação da qualidade, sob a ótica do discente, para EAD, visto ainda a proposição de instrumento de pesquisa e forma de análise e interpretação de dados; (4) discutidos pontos de melhoria (gargalos/falhas) e pontos “ótimos”, que podem ser mantidos, foi apresentado à Instituição estudada elementos que podem ser foco de ações para melhoria da gestão universitária e acadêmica da IES, cabendo à coordenação da mesma a articulação e execução de tais ações. Destarte, considerase que a presente dissertação traz mais uma contribuição para a qualidade e avaliação das IES. Destaca-se que a percepção acerca da qualidade é, em geral, subjetivo, logo é temporal e refere-se ao momento específico em que foi realizada a pesquisa; consequentemente, a percepção identificada pode sofrer alterações para melhor ou pior, tendo em vista os vários fatores que interferem na percepção, conforme descrito no referencial teórico deste estudo. Mas, mesmo com tal subjetividade, os resultados encontrados devem ser considerados pela gestão da Instituição, pois ratifica a percepção que os discentes têm em relação a vários elementos e atores que compõem a educação a distância. As estratégias a serem adotadas pela Instituição UFRN/SEDIS e pelas Coordenações dos cursos de graduação, visando a implantação de melhorias para a prestação dos serviços ao qual se dispuseram, devem estar alinhados com os objetivos estratégicos da mesma, dito de outra forma, da missão e visão da organização, contemplando, ainda, os 122 requisitos mínimos para a oferta de tal serviço e a percepção que o cliente da mesma tem em relação aos mesmos. Uma das principais preocupações do trabalho foi o meio utilizado para alcançar os resultados. Assim, procurou-se evidenciar como as ferramentas da Gestão da Qualidade, indicadores de desempenho e de qualidade nas educação a distância, associados a métodos estatísticos apropriados (no caso análise fatorial), podem fornecer dados e informações para os gestores das Instituições de Ensino Superior. Dessa forma (apresentado os fatores, os elementos mais importantes na percepção dos discentes, a percepção dos alunos em relação aos fatores), acredita-se que tal pesquisa apresenta elementos para a melhoria da gestão da Instituição e para os debates acerca da qualidade na educação a distância. Para atender às expectativas dos clientes é importante, primeiro, identificar a percepção que eles têm sobre os serviços prestados; este passo pôde ser contemplado nessa pesquisa. Como indicações para trabalhos futuros, destaca-se: existe relação entre a percepção dos discentes e o desempenho observado no ENADE? Dito de outra forma: a avaliação mediana percebida pelos discentes, contribui, por exemplo, para um desempenho mediano no ENADE? Outra indicação seria: investigar se há relação entre o nível de conhecimento em sistemas de informática e a percepção acerca da qualidade nos cursos de graduação a distância. Da mesma forma, pode-se investigar se há relação entre diversos elementos associados a educação a distância e a percepção acerca da qualidade no cursos de graduação. Tais indicações não esgotam-se; assim como as pesquisas acerca da gestão da qualidade (que são inúmeras e com diversas abordagens), as possibilidades de pesquisa na educação a distância também são. 123 6 REFERÊNCIAS ABED. Associação Brasileira de Educação a Distância. O que é educação a distância? Disponível em: < http://www2.abed.org.br/faq.asp?Faq_ID=8>. Acesso em: 01 nov. 2010. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR ISO 9000: Sistemas de gestão da qualidade - Fundamentos e vocabulário. 2005. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/52238836/NBR-ISO-9000-2005>. Acesso em: 14 de ago. de 2011. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR ISO 9001: Sistemas de gestão da qualidade Requisitos. 2008. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/11789290/ABNT-ISO-90012008>. Acesso em: 14 de ago. de 2011. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR ISO 9004: Gestão para o sucesso sustentado de uma organização – uma abordagem da gestão da qualidade. 2010. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 9004-2: Gestão da qualidade e elementos do sistema da qualidade - Parte 2: Diretrizes para serviços. Rio de Janeiro, 1994. ADAMSON, Ivana. Knowledge management – the next generation of TQM?. Total Quality Management & Business Excellence, Vol. 16 N. 8-9, p. 987-1000. 2005. Doi: 10.1080/14783360500163177 ADED. Associação Brasileira de Educação a Distância. Censo EAD.Br. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010. AMARAL, Nelson Cardoso. Avaliação e financiamento de instituições de educação superior: uma comparação dos governos FHC e Lula. ATOS DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO – PPGE/ME FURB. v. 4, nº 3, p. 321-336, set./dez. 2009. Disponível em: <http://proxy.furb.br/ojs/index.php/atosdepesquisa/article/viewFile/1721/1166>. Acesso em: 13 de fev. de 2012. AMOAKO-GYAMPAH, Kwasi; ACQUAAH, Moisés. Manufacturing strategy, competitive strategy and firm performance: An empirical study in a developing economy environment. International Journal of Production Economics. Vol. 111, N. 2, p. 575-592. 2007. Doi: 10.1016/j.ijpe.2007.02.030 ANADOLU. Anadolu University. About the University. <http://www.anadolu.edu.tr/en/>. Acesso em: 03 nov. 2010. Disponível em: ARANHA, Francisco; ZAMBALDI, Felipe. Análise fatorial em Administração. São Paulo: Cengange Learning, 2008. ARAÚJO, Matilde Medeiros de ; OLIVEIRA, L. A. B. ; ARAUJO, M. M. Fatores motivacionais para escolha da graduação em Administração Pública: um estudo no curso a distância da UFRN. In: VIII Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância - ESUD, 2011, Ouro Preto, MG, Brasil. Anais do VIII Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância - ESUD. Ouro Preto, MG : Associação Universidade em Rede, 2011a. p. 1-14. ARAÚJO, Matilde Medeiros de ; OLIVEIRA, L. A. B. ; ARAUJO, M. M. Perfil dos alunos do curso de Administração Pública a distância: o caso de uma Instituição de Ensino Superior. In: 17º Congresso Internacional ABED de Educação a Distância - Associação Brasileira de Educação a Distância, 2011, Manaus, Amazonas, Brasil. Anais do 17º Congresso Internacional ABED de Educação a Distância, 2011b. p. 1-16. 124 ARAÚJO, Matilde Medeiros de ; OLIVEIRA, L. A. B. Relatório da Avaliação de Disciplinas do Curso de Administração Pública a Distância da SEDIS/UFRN 2010. Coordenação do Curso de Graduação em Administração Pública, modalidade a distância, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, 2010. ARETIO, Lorenzo García. La educación a distancia: de la teoría a la práctica. Barcelona, Ariel Educación, 2001. ARRUDA, J. R. C. Políticas e indicadores da qualidade na educação a superior. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1997. AZEVEDO, Adriana Barroso de. Como a interação entre as pessoas envolvidas na EAD (aluno, professor tutor, professor temático, monitor e outros) pode tornar a aprendizagem mais atraente e significativa? In: XVII Congresso Internacional ABED de Educação a Distância. Foz do Iguaçu/PR. 2010. Disponível em: <http://www.abed.org.br/congresso2010/cd/3042010161102.pdf>. Acesso em: 14 de ago. de 2011. AZEVEDO, Adriana Barroso; SATHLER, Luciano. Coordenação de curso em EAD: novos papéis. In: V Congresso Brasileiro de Educação Superior a Distância. Gramado/RS. 2008. Disponível em: <http://200.169.53.89/download/CD%20congressos/2008/V%20ESUD/trabs/t38595.pdf>. Acesso em: 14 de ago. de 2011. BAYMA, Fátima (Org). Educação corporativa: desenvolvendo e gerenciando competências. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004. BEECROFT, G. Dennis. Implementation Philosophy - ISO 9000 vs. QS-9000. Institute for Improvement in Quality and Productivity. University of Waterloo, Canada. 1997. Disponível em: <http://www.bisrg.uwaterloo.ca/archive/RR-97-04.pdf>. Acesso em: 15 de ago. de 2011 BERTOLIN, Júlio C. G. Qualidade em educação superior: da diversidade de concepções a inexorável subjetividade conceitual. Avaliação (Campinas) [online]. 2009, vol.14, n.1, p. 127149. DOI: 10.1590/S1414-40772009000100007 BOLZAN, Cristina Izabel Moraes. Excelência em Gestão Universitária: um estudo de caso em uma Instituição Federal de Ensino Superior. Universidade Federal de Santa Maria. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. 2006. Disponível em: <http://cascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/12/TDE-2007-0209T124026Z-362/Publico/CRISTINABOLZAN.pdf>. Acesso em: 14 de set. 2010. BRASIL. República Federativa do Brasil. Casa Civil. Decreto Nº 6.096, de 24 de abril de 2007. Institui o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais - REUNI. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20072010/2007/decreto/d6096.htm>. Acesso em: 04 de fev. de 2011. BRASIL. República Federativa do Brasil. Casa Civil. Lei Nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005. Institui o Programa Universidade para Todos - PROUNI, regula a atuação de entidades beneficentes de assistência social no ensino superior; altera a Lei no 10.891, de 9 de julho de 2004, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11096.htm>. Acesso em: 04 de fev. de 2011. BRASIL. República Federativa do Brasil. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Superior e Secretaria de Educação a Distância. Formulário de Verificação in loco das condições institucionais - credenciamento de Instituições para EAD e autorização de Cursos 125 Superiores a Distância. 2010a. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/formverifinloco-ead.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2010. BRASIL. República Federativa do Brasil. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Resumo técnico: Censo da Educação Superior 2009. 2010. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/download/superior/censo/2009/resumo_tecnico2009.pdf>. Acesso em 22 de jul. de 2010. BRASIL. República Federativa do Brasil. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Sinaes. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/superior-sinaes>. Acesso em: 22 de jul. de 2011a. BRASIL. República Federativa do Brasil. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Portaria Normativa Nº 12, de 5 de setembro de 2008. Institui o Índice Geral de Cursos da Instituição de Educação Superior (IGC). 2008b. Disponível em: http://download.inep.gov.br/download//superior/condicoesdeensino/PORTARIA_NORMATI VA_12.pdf>. Acesso em: 22 de jul. de 2010. BRASIL. República Federativa do Brasil. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Portaria Normativa nº 4 de 5 de agosto de 2008. Regulamenta a aplicação do conceito preliminar de cursos superiores, para fins dos processos de renovação de reconhecimento respectivos, no âmbito do ciclo avaliativo do SINAES instaurado pela Portaria Normativa nº 1, de 2007. 2008a. Disponível em: <http://www.ufpb.br/avalies/PORTARIA_%20NORMATIVA4.htm>. Acesso em: 22 de jul. de 2010. BRASIL. República Federativa do Brasil. Ministério da Educação. IGC. 2011c. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=613&id=12305&option=com_content&view=arti cle>. Acesso em: 22 de jul. de 2011. BRASIL. República Federativa do Brasil. Ministério da Educação. O que é o Conceito Preliminar de Curso? 2011b. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?catid=127:educacao-superior&id=13074:o-que-e-oconceito-preliminar-de-curso&option=com_content&view=article>. Acesso em: 22 de jul. de 2011. BRASIL. República Federativa do Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de educação a distância. Referenciais de Qualidade para Educação Superior a Distância - versão preliminar. 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/referenciaisead.pdf>. Acesso em 22 de jul. de 2010. BRASIL. República Federativa do Brasil. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei N 10.861, de 14 de abril de 2004. Institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.861.htm>. Acesso em: 20 de maio de 2011. BRASIL. República Federativa do Brasil. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e 126 bases da educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 20 de maio de 2011. BRESSAN, Flávio. O método de estudo de caso. Revista Administração On Line: prática, pesquisa e ensino. Volume 1. Número 1. São Paulo: 2000. Disponível em: <http://www.fecap.br/adm_online/art11/flavio.htm>. Acesso em: 29 de abr. de 2010. BRIGNALL, T.J, Fitzgerald, L, Johnston, R, Silvestro, R. Performance measurement in service businesses. Management Accounting, p.34-6. 1991 BROGAN, Donna J. Pitfalls of Using Standard Statistical Software Packages for Sample Survey Data. Disponível em: <http://www.fas.harvard.edu/~stats/surveysoft/donna_brogan.html >. Acesso em: 13 de dezembro de 2011. CAIXA. Caixa Econômica Federal. FIES - Financiamento Estudantil. Disponível em: <http://www3.caixa.gov.br/fies/FIES_FinancEstudantil.asp>. Acesso em 13 de maio de 2011. CANTERLE, Nilsa Maria Guarda; FAVARETTO, Fabio. Proposta de um modelo referencial de gestão de indicadores de qualidade na instituição universitária. Revista Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 16, n. 60, p. 393-412, jul./set. 2008. CARPINETTI, Luiz Cesar Ribeiro. Gestão de qualidade: conceitos e técnicas. São Paulo: Atlas, 2010 CARREIRA, Dorival. Organização, sistemas e métodos: ferramentas para sua racionalizar as rotinas de trabalho e a estrutura organizacional da empresa. São Paulo: Saraiva, 2009. CARVALHO, Marly Monteiro de; PALADINI, Edson Pacheco. Gestão da qualidade: teoria e casos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. CELLARD, A. A análise documental. In: POUPART, J. et al. A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos. Petrópolis, Vozes, 2008. CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Makron Books, 1996. CHANGCHIT, Chuleeporn. An exploratory study on students' perceptions of technology used in distance learning environment. Review of Business Research, Vol.7 N. 4, p. 31–35. 2007 CHAVES, Vera Lúcia Jacob; LIMA, Rosângela Novaes; MEDEIROS, Luciene Miranda. Reforma da educação superior brasileira - de Fernando Henrique Cardoso à Luiz Inácio Lula da Silva: políticas de expansão, diversificação e privatização da educação superior brasileira. Disponível em: <http://www.gepes.belemvirtual.com.br/documentos/Artigos/Artigo_Vera_Luciene_e_Rosan gela.pdf>. Acesso em: 13 de fev. de 2012. COOPER, R, KAPLAN, R.S. The promise and peril of integrated cost systems. Harvard Business Review, p.109-19. 1998 CORDEIRO, José Vicente B. de Mello. Reflexões sobre a Gestão da Qualidade Total: fim de mais um modismo ou incorporação do conceito por meio de novas ferramentas de gestão? Revista FAE, Curitiba, v.7, n.1, p.19-33, jan./jun. 2004 CORRAS, Luiz J.; PAULO, Edilson; DIAS FILHO, José Maria. Análise Multivariada: para os cursos de Administração, Ciências Contábeis e Economia. São Paulo: Atlas, 2009. CROSBY, Philip B. Integração: qualidade e recursos humanos para o ano 2000. São Paulo: Makron Books, 1993. 127 CROSBY, Philip B. Qualidade e investimento: a arte de garantir a qualidade. 7. ed. Rio de Janeiro: Olympio, 1999. CROSBY, Philip B. Quality is free. New York: New American Library, 1979 DEMING, W. Edwards. Quality, productivity and competitive position. Boston: MIT Press, 1982 DEMING, William Edwards. Qualidade: a revolução da administração. Rio de Janeiro: Marques Saraiva, 1990. DIAS, Maco Antonio R. Educação superior: bem público ou serviço comercial regulamentado pela OMC? In: Reunião de Reitores de Universidade Públicas Iberoamericanas. Porto Alegre, Brasil, 2002. Disponível em: <http://firgoa.usc.es/drupal/files/Cumbre.pdf>. Acesso em: 14 de set. de 2011 DIAS, Rosilãna Aparecida; LEITE, Lígia Silva; BATISTA, Deniele Pereira. A compreensão dos alunos sobre o papel do professor e do tutor na educação a distância. In: XVI Congresso Internacional ABED de Educação a Distância. Foz do Iguaçu/PR. 2010. Disponível em: <http://www.abed.org.br/congresso2010/cd/3042010135937.pdf>. Acesso em: 14 de ago. de 2011. ELG, Mattias. The process of constructing performance measurement. The TQM Magazine, Vol 19, N, 3, pp. 217-228. 2007. FIELD, Andy. Descobrindo a estatística usando o SPSS. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. FIGUEIREDO FILHO, Dalson Brito; SILVA JUNIOR, José Alexandre da. Visão além do alcance: uma introdução à análise fatorial. Opin. Publica [online]. 2010, vol.16, n.1, pp. 160185. ISSN 0104-6276. FITZSIMMONS, James A. FITZSIMMONS, Mona A. Administração de Serviços. 2 ed. São Paulo: Bookman, 2001 FREITAS, A.; CRUZ, B. P. A.; SHARLAND, E. M. R. Reflexões sobre o Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado na Composição da Nota do Enade: um olhar a partir do campo do Ensino de Administração. Revista ANGRAD, v. 9, p. 387-404, 2008 GARVIN, David A. Gerenciando a qualidade: a visão estratégica e competitiva. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002 GARVIN, David A. Managing Quality. The Free Press, New York, NY, 1988 GARVIN, David. A. Gerenciando a qualidade: a visão estratégica e competitiva. Editora Quality Mark, Rio de Janeiro, 1992 GELLER, A.N. Executive Information Needs in Hotel Companies. Peat, Marwick Mitchell & Co, Houston, TX. 1984 GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 1999. GODOY, Arilda Schimidt. Estudo de Caso Qualitativo. In: SILVA, Anielson Barbosa da. et al. Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos. 1ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 115-146. GOETSCH, David L.; DAVIS, Stanley B. Quality Manegement. Prentice Hall; 5ª Ed.; 2005. HAIR JUNIOR, J.F. et al. Análise multivariada de dados. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005; 128 HAMBRICK, Donald C. Some Tests of the Effectiveness and Functional Attributes of Miles and Snow's Strategic Types. Academy of Management Journal, Vol. 26, Nº. 1, p. 526. 1983. HAMMOUD, Lamis; LOVE, Steve; BALDWIN, Lynne; CHEN, Sherry Y. Evaluating WebCT use in relation to students' attitude and performance. International Journal of Information and Communication Technology Education, Vol. 4, N. 2, p. 26–43. 2008. Disponível em: <http://www.irma-international.org/viewtitle/2343/>. Acesso em 24 jun. de 2011. HARRIS, Peter J.; MONGIELLO, Marco. Key performance indicators in European hotel properties: general managers’ choices and company profiles. International Journal of Contemporary Hospitality Management, Vol. 13 Iss: 3, pp.120 – 128. 2001. Doi: 10.1108/09596110110388909 HÉKIS, Hélio Roberto. Avaliação e monitoramento dos projetos pedagógicos dos cursos de graduação: O caso da Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina. In: X Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária na América do Sul, 2010. Disponível em: <http://www.inpeau.ufsc.br/wp/wp-content/BD_documentos/coloquio10/175.pdf>. Acesso em: 15 de mar. 2011 HERNÁNDEZ, B; HAENE, J; BARQUERA, S; MONTERRUBIO, E; RIVERA, J; SHAMAH, T; SEPÚLVEDA, J; HAAS, J; CAMPIRANO, F. Factores asociados con la actividad física en mujeres mexicanas en edad reproductiva. Rev Panam Salud Publica. 2003;14(4):235-45 HITT, Michael A.; IRELAND, R. Duane; HOSKISSON, Robert E. Administração estratégica: competitividade e globalização. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. HUGGINS, Lawrence P. Total quality management and the contributions of A.V. Feigenbaum. Journal of Management History (Archive), Vol. 4 N: 1, p.60-67. 1998. Doi: 10.1108/13552529810369623 IHEP. The Institute for Higher Education Policy. Quality on the line: benchmarks for success in internet-based distance education. Washington, DC. 2000. Disponível em: <http://www.ihep.org/assets/files/publications/m-r/QualityOnTheLine.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2010. ISHIKAWA, Kaoru. Controle de qualidade total: a maneira japonesa. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998. ISHIKAWA, Kaoru. How to operate QC circles activities. Tokio: JUSE, 1985 JACOBSEN, Alessandra de Linhares; PEREIRA, Maurício Fernandes; DALMAU, Marcos Baptista Lopez; NUNES, Rogério da Silva; ROCHA, Rudimar Antunes da; BIANCHI, Isaias Scalabrin. Autonomia do aluno na educação a distância: o caso do curso de administração a distância da UFSC. Rev. GUAL., Florianópolis, Vol 4, N 2, p.53-73, mai/ago. 2011 JACQUES, Eleide Mônica da Veiga; TOMELIN, Janes Fidélis; COELHO, Kátia Solange. Coordenador de curso em EAD: representação social de sua função. In: XVII Congresso Internacional ABED de Educação a Distância. Manaus/AM. 2011. Disponível em: <http://www.abed.org.br/congresso2011/cd/144.pdf>. Acesso em: 14 de ago. de 2011. JOON, Sang Lee; SRINIVASAN, Sandhya; TRUDIAN, Trail; LEWIS, David; LOPEZ, Samantha. Examining the relationship among student perception of support, course satisfaction, and learning outcomes in online learning. The Internet and Higher Education. Vol 14, N 3, p. 158-163. 2011. Doi: 10.1016/j.iheduc.2011.04.001 129 JULIATTO, C. I. A universidade em busca da excelência: um estudo sobre a qualidade da educação. 2. ed. Curitiba: Champagnat, 2005. JURAN, Joseph M.; GRYNA JR., Frank M. Quality planning and analysis. New York: McGraw-Hill. 1980. JUWAHEER, Thanika Devi. Assessing service quality in the Higher Education (HE) sector of Mauritius-academics perceptions of the University of Mauritius. In: International Conference on Bussiness and Information. Singapore. Disponível em: <http://bai2006.atisr.org/>. 2006. Acesso em: 05 de set. de 2011. KALPAKJIAN, Serope; SCHMID, Steven R. Manufacturing, Engineering & Technology. 5ª ed. New Jersey: Pearson Prentice Hall, 2006. KAPLAN, Robert S. NORTON, David P. A estratégia em ação: balanced scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997. KAYE, Michael M; DYASON, Marilyn D. The fifth era. The TQM Magazine, Vol. 7, N: 1, p.33–37. 1995. Doi: 10.1108/09544789510076898 KERSTEN, Wolfgang; KOCH, Jan. The effect of quality management on the service quality and business success of logistics service providers. International Journal of Quality & Reliability Management, Vol. 27 N. 2, p.185–200. 2010. Doi: 10.1108/02656711011014302 KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. Prentice Hall Brasil, 12ª edição, 2007. KOTLER, Philip. Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar mercados. São Paulo: Futura, 1999. 14ª reimp. 2005. KOUL, B. N; KANWAR, A. Perspectives on Distance Education: Towards a Quality Culture. Vancouver, BC, The Commonwealth of Learning. 2006 LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 3. ed. ver. e ampl. São Paulo: Atlas, 1991. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Qualidade total em serviços: conceitos, exercícios, casos práticos. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 2008. LEE, Jung-Wan. Online support service quality, online learning acceptance, and student satisfaction. The Internet and Higher Education, Vol 13, N 4, p. 277-283. 2010. Doi: 10.1016/j.iheduc.2010.08.002 LEVIN, Jack. Estatística Aplicada a Ciências Humanas. 2a. Ed. São Paulo: Editora Harbra Ltda, 1987. LEVINE, D. M; BERENSON, M. L; STEPHAN, David. Estatística: Teoria e aplicações usando Microsoft Excel em Português. Rio de Janeiro: LTC, 2000 LIU, Wei; TEH, Keng Soon; PEIRIS, Roshan; CHOI, Yongsoon; CHEOK, Adrian David; MEI-LING, Charissa Lim; THENG, Yin-Leng; NGUYEN, Ta Huynh Duy; QUI, Tran Cong Thien; VASILAKOS, Athanasios V. Internet-enabled user interfaces for distance learning. International Journal of Technology and Human Interaction, Vol. 5 N. 1, pp. 51–77. 2009. Doi: 10.4018/978-1-60960-575-9.ch018 LOURENÇO, Cléria Donizete da Silva; KNOP, Marcelo Ferreira Trezza. Ensino Superior em Administração e Percepção da Qualidade de Serviços: uma aplicação da escala SERVQUAL. Revista Brasileira de Gestão de Negócios. Vol. 13, n. 39, p. 219-233, abr-jun. 130 2011. LOURES, Carlos Augusto da Silva. Razões para a ocorrência dos GAPS de Gestão da Qualidade de serviços: estudo de caso numa organização de transporte metroviário. 2009. Tese (Doutorado em Administração) - Programa de Pós-Graduação em Administração, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2009. LOVELOCK, C. H. Classifying services to gain strategic marketing insishts. The Journal of Marketing. Chigago, v. 47, n. 3, p. 9-20, 1983. LUZ, Rodolfo Joaquim Pinto da; MELO, Pedro Antônio de; ANGELO, Gilberto Vieira. Educação superior na América Latina: uma convergência necessária. Revista de Ciências da Administração. V. 7, n.13, jan/jul 2005. LUZON, Maria D. Moreno; PASOLA, Jaume Valls. Ambidexterity and total quality management: towards a research agenda. Management Decision, Vol. 49, N 6, p.927–947. 2011. Doi: 10.1108/00251741111143612 MAIA, Jonas Lucio; OLIVEIRA, Gerusa Tinasi de; MARTINS, Roberto Antônio. O papel da medição de desempenho no processo estratégico: uma tentativa de síntese teórica. Revista Eletrônica Sistemas & Gestão, Vo. 3, N. 2, p. 129-146, maio/ago, 2008. MAINARDES, Emerson. Gestão pela Qualidade Total: percepções na Universidade. Revista Diálogo e Interação. 2009. Vol. 2, p. 1-13. MARTINS, Gilberto Andrade. Estatística geral e aplicada. 3. Ed. 4. Reimpr. São Paulo: Atlas, 2009. MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da Administração: da revolução urbana à revolução digital. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004 MCMILLAN, Charles. Five competitive forces of effective leadership and innovation, Journal of Business Strategy, Vol. 31, N. 1, p.11–22. 2010. MCMILLAN, Charles. Five competitive forces of effective leadership and innovation. Journal of Business Strategy, Vol. 31, N: 1, p.11–22. 2010. DOI: 10.1108/02756661011012741 MENG, Xianhai; MINOGUE, Michael. Performance measurement models in facility management: a comparative study. Facilities, Vol. 29, Nº 11/12, p. 472-484. 2011. Doi: 10.1108/02632771111157141 MILES, R. E., SNOW, C. C. Organizational strategy, structure and process. New York: Mc Graw Hill, New York 1978. MINTZBERG, Henry; AHLSTRAND, Bruce; LAMPEL, Joseph. Safári de estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000. MINTZBERG, Henry; QUINN, James Brian. O processo da estratégia. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. MIORANZA, Claudio. Desenvolvimento e aplicação de modelo multidimensional para a avaliação da qualidade educacional no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu do IPEN. 2009. 386 p. Tese (Doutorado em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear - Materiais) - Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2009 MIRANDA, Rafael de Carvalho; DIAMANTINO, Simone Rennó; SOUZA, Luiz Gonzaga Mariano de. Análise dos indicadores de qualidade de duas empresas do setor automobilístico. Revista P&D em Engenharia de Produção. Vol 07, Nº 01, p. 64-75. 2009. 131 MITCHELL, T J F; CHEN, S Y; MACREDIE, R D. The relationship between web enjoyment and student perceptions and learning using a web-based tutorial. Learning, Media and Technology, Vol. 30, N. 1, p. 27–40. 2005. Doi: 10.1080/13581650500075546 MÓL, Anderson Luiz Rezende; FERNANDES, Antônio Sérgio Araújo; TINÔCO, Dinah dos Santos; BORGES, Djalma Freire; ALLOUFA, Jomária Mata Lima; ARAÚJO, Maria Arlete Duarte de. Clima organizacional na administração pública: um estudo da Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos do Rio Grande do Norte. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010. MOORE, Michael G; KEARSKEY, Greg. Educação a distância: uma visão integrada. São Paulo: Thomson Learning, 2007. MOREIRA, D. A. Dimensões do desempenho em manufaturas e serviços. São Paulo: Pioneira, 1996. MOROSINI, Marilia Costa; FRANCO, Maria Estela Dal Pai; SEGENREICH, Stella Cecilia Duarte. A expansão da educação superior no Brasil pós LDB/96: organização institucional e acadêmica. Inter-Ação, Goiânia, v. 36, n. 1, p. 119-140, jan./jun. 2011 MUGNOL, Marcio. A educação a distância no Brasil: conceitos e fundamentos. Revista Diálogo Educacional. Curitiba, v. 9, n. 27, p. 335-349, maio/ago. 2009. NETTO, Carla; GIRAFFA, Lucia. Avaliação da Qualidade dos Cursos de Graduação a Distância: o processo de acreditação como garantia de qualidade?. Revista Novas Tecnologias na Educação. v. 8, n. 1. 2010 OLIVA, R., KALLENBERG, R. Managing the transition from products to services. International Journal of Service Industry Management, Vol. 14 No.2, pp.160-72. 2005 OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Estratégia empresarial e Vantagem Competitiva: como estabelecer, implementar e avaliar. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2009. OLIVEIRA, Lucas Ambrósio Bezerra de; Queiroz, Fernanda Cristina Barbosa Pereira; Queiroz, Jamerson Viegas; HÉCKIS, Hélio Roberto; Souza, Ricardo Pires de. A educação a distância como elo de integração e de desenvolvimento para os integrantes do Mercosul. Rev. GUAL., Florianópolis, v.4, n. 1, p.44-69, jan/abr. 2011. OLIVEIRA, Luciel Henrique. Aplicação das ferramentas de TQM na Educação: um estudo de caso na Universidade de Alfenas (MG). 2008. Disponível em: <http://www.angrad.org.br/area_cientifica/artigos/aplicacao_das_ferramentas_de_tqm_na_ed ucacao_um_estudo_de_caso_na_universidade_de_alfenas_mg/573/>. Acesso em 14 de jul. 2011. PALADINI, Edson P. Avaliação estratégica da qualidade. São Paulo: Atlas, 2011. PARASURAMAN, A.; ZEITHAML V. A.; BERRY L. L. A conceptual model of services quality and its implication for future research. Journal of Marketing, v. 49, n. 4, p. 41-50, 1985. PEIXOTO, Maria do Carmo de Lacerda. Avaliação institucional externa no SINAES: considerações sobre a prática recente. Revista Avaliação, Campinas; Sorocaba, SP, v. 16, n. 1, p. 11-36, mar. 2011. PEREIRA, Fernanda Cristina Barbosa. Determinantes da evasão de alunos e os custos ocultos para as Instituições de ensino superior: uma aplicação na Universidade do Extremo Sul Catarinense. 174 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção), Programa de Pós- 132 Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina. PESTANA, M. H.; GAGUEIRO, J. N. Análise de dados para as Ciências Sociais: a complementaridade do SPSS. Lisboa: Silabo, 2003. POLIDORI, Marlis Morosini. Política de avaliação de educação superior brasileira: provão, Sinais, IDD, CPC, IGC e... outros índices. Revista Avaliação, Campinas; Sorocaba, SP, v. 14, n. 2, p. 267-290, jul. 2009. PORTER, Michael. Competição. Edição Revista e Ampliada. Campus, 2009. PORTER, Michael. Competitive Advantage: Creating and Sustaining Superior Performance, The Free Press, New York, NY, 1985. PORTER, Michael.Vantagem Competitiva. Campus, 1990. PRADO, Darci Santos do. Gerenciamento de Projetos nas Organizações – Série Projetos: Vol. 1. Belo Horizonte, MG: Editora de Desenvolvimento Gerencial, 2000. PRAHALAD, C. K. A riqueza na base da pirâmide: como erradicar a pobreza com o lucro. Porto Alegre: Bookman, 2010. PUFFAL, Daniel Pedro; SCHLABITZ, Claudia. Acompanhamento de desempenho das Instituições de Ensino Superior: uma proposta de avaliação integrada. Revista Eletrônica do Núcleo de Estudos e Pesquisa do Protestantismo da Escola Superior de Teologia. 2009. Vol. 20, set/dez, p. 20-26. QAA. The Quality Assurance Agency for Higher Education 2010. Code of practice for the assurance of academic quality and standards in higher education .Collaborative provision and flexible and distributed learning (including e-learning). 2010. Disponível em: <https://www.qaa.ac.uk/academicinfrastructure/codeOfPractice/section2/collab2010.pdf>. Acesso em 02 de jul. 2011. R-PROJECT. The R Project for Statistical Computing. Disponível em: <http://www.rproject.org/>. Acesso em: 13 de março de 2011. RIBEIRO, Jorge Luiz Lordêlo de Sales. Avaliação das Universidades brasileiras as possibilidades de avaliar e as dificuldades de ser avaliado. Revista Avaliação, Campinas; Sorocaba, SP, v. 16, n. 1, p. 57-71, mar. 2011 ROCKHART, J.F. Chief executives define their own needs. Harvard Business Review, pp.81-93. 1979. ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de estágio e de pesquisa em Administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão de curso, dissertações e estudos de caso. Colaboração Grace Vieira Becker, Maria Ivone de Mello. 3. ed. – 3. reimpr. – São Paulo: Atlas, 2007. RONCA, Antônio Carlos Caruso. Prefácio. In: VALENTE, José Armando; PRADO, Maria Elisabette B. Brito; ALMEIDA, Maria Elizabeth Biaconcini de. (Org.). Educação a Distância via internet. São Paulo: Avercamp, 2003. SANTOS, Ronaldo J.; CAMARA, Mônica. A autonomia na educação a distância: reflexões sobre o papel do aluno. In: XVI Congresso Internacional ABED de Educação a Distância. Foz do Iguaçu/PR. 2010. Disponível em: <http://www.abed.org.br/congresso2010/trabalhos1.asp>. Acesso em: 14 de ago. de 2011. 133 SARAIVA, Margarida. Implementação dos princípios de Deming no Ensino Superior Português. Revista Brasileira de Docência, Ensino e Pesquisa em Administração. 2009. Vol. 1, n. 2, p. 84-109. SCHLICKMANN, Raphael; ROCZANSKI, Carla Regina Magagnin; AZEVEDO, Paola. Experiências de Educação Superior a Distância no Mundo. Anais do VIII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária na América do Sul, Assunção. 2008. Disponível em: <http://www.inpeau.ufsc.br/wp/wp-content/BD_documentos/2191.pdf>. Acesso em: 27 out. 2010. SCHRÖEDER; Christine da Silva. Critérios e indicadores de desempenho para sistemas de treinamento corporativo virtual: um modelo para medir resultados. 2005. 211 f. Dissertação (Mestrado em Administração). Programa de Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. 2005. SEDIS. Secretaria de Educação a Distância. Notas de aula. In: 1º Encontro Regional de Educação a Distância. Natal, RN. 12 a 13 de maio de 2011. SEDIS. Secretaria de Educação a Distância. Sobre a SEDIS. Disponível em: <http://www.sedis.ufrn.br/conteudo/capa/institucional/sobre.php>. Acesso: 15 out. 2010. SEGALLA, D. P. Dicionário de Dificuldade da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 2ª Ed. Rev. Ampliada, 1999. SHAH, Mahsood; NAIR, Sid; WILSON, Mark. Quality assurance in Australian higher education: historical and future development. 2011. Asia Pacific Education Review. Vol 12, N 3, p. 475-483, DOI: 10.1007/s12564-011-9152-2. SHANK, J.K; GOVINDARAJAN, V. Strategic Cost Management: The New Tool for Competitive Advantage. The Free Press, New York, NY. 1993 SHARMA, Monica; KODALI, Rambabu. TQM implementation elements for manufacturing excellence. The TQM Journal, Vol. 20, N. 6, p.599–621. 2008. DOI: 10.1108/17542730810909365 SILVA, José Severino da. O trabalho do professor-tutor nos cursos a distância: um olhar sobre a regulamentação e a organização do trabalho docente em algumas IES públicas de Pernambuco. In: XVII Congresso Internacional ABED de Educação a Distância. Manaus/AM. 2011. Disponível em: <http://www.abed.org.br/congresso2011/cd/184.pdf>. Acesso em: 14 de ago. de 2011. SINK, D. S.; TUTTLE, T. C. Planning and measurement in your organization. Norcross, Industrial engineering and management Press, 1989. SKOLNIK, M. L. Quality assurance in higher education as a political process. Higher Education Management and Policy, Paris, v. 22, n. 1, p. 1-20, mar. 2010. SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da Produção. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009. SRDOC, Alira; SLUGA, Alojzij; BRATKO, Ivan. A quality management model based on the “deep quality concept”. International Journal of Quality & Reliability Management, Vol. 22, N 3, p.278–302. 2005 Strategic Direction. Sharing, caring way to learning: Guanxi or guru-shishya – it's all about knowledge. Vol. 22 Iss: 5, p. 8-10. 2005. DOI: 10.1108/02580540610662203 134 SUN, Pei-Chen; TSAI, Ray J.; FINGER, Glenn; CHEN, Yueh-Yang; YEH, Dowming. What drives a successful e-Learning? An empirical investigation of the critical factors influencing learner satisfaction. Computers & Education, Vol. 50. 4ª Ed. Maio, 2008. p. 1183-1202. UAB. Universidade Aberta do Brasil. Sobre a UAB. Disponível <http://uab.capes.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=6:o-quee&catid=6:sobre&Itemid=18>. Acesso em 15 de mar. 2011. em: UE. União Européia. Síntese da legislação da UE. Disponível em: <http://europa.eu/legislation_summaries/education_training_youth/lifelong_learning/index_pt .htm>. Acesso em: 03 nov. 2010. UENO, Akiko. Which management practices are contributory to service quality?. International Journal of Quality & Reliability Management, Vol. 25 Iss: 6, pp.585 – 603. 2008. Doi: 10.1108/02656710810881890 UNED. Universidad Libre a Distancia. Disponível em: <http://www.uned.es/>. Acesso em: 03 nov. 2010. VERSUTI, Andrea C. Uma discussão sobre os referenciais de qualidade para cursos a distância: resultados acerca da percepção de coordenadores do curso Gestores – SP. In: I Seminário de Educação a Distância. Guarapuava - PR. 2008. YIN, Robert K. Case Study Research: design and methods. Disponível em: <http://www.focca.com.br/cac/textocac/Estudo_Caso.htm>. Acesso em: 12 de mar. de 2010. YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e método. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005. 212 p. ZOGHBI, Ana Carolina Pereira; OLIVA, Bruno Teodoro; MORICONI, Gabriela Miranda. Aumentando a eficácia e a eficiência da avaliação do ensino superior: a relação entre o Enem e o Enade. Revista Est. Aval. Educ., São Paulo, v. 21, n. 45, 45-66, jan./abr. 2010 135 7 APÊNDICES 136 APÊNDICE A – DOCUMENTOS PROTOCOLARES: CARTA SOLICITAÇÃO DE DADOS Universidade Federal do Rio Grande do Norte Programa de Engenharia de Produção Carta solicitação de dados Estimado Diretor de Sistema da Superintendência de Informática da UFRN; O Programa de Engenharia de Produção – PEP da Universidade Federal do Rio Grande do Norte desenvolve pesquisa e formação em Pós-Graduação acadêmica e profissional na área de Engenharia de Produção, atualmente com curso acadêmico de Mestrado em Ciências (Master of Science – M.Sc.). Como parte da estratégia adotada pelo PEP/UFRN, todas as pesquisas devem estar em sintonia com os avanços que se desenvolvem no mundo e ao mesmo tempo ter aplicação prática e relevância para um setor produtivo brasileiro. Neste sentido, a realização de pesquisas diretamente em determinado setor ou em âmbito de regulamentações ou políticas nacionais ou regionais têm feito parte dos trabalhos realizados no Mestrado do PEP/UFRN. Nesse sentido, para que determinada pesquisa seja desenvolvida, solicitamos a disponibilização dos seguintes dados dos discentes dos cursos de graduação a distância: • Curso; • Número da Matrícula; • Nome; • Polo presencial; • E-mail. Com base nessas informações, será possível definir a amostra do estudo (por curso e por Polo) e gerenciar as respostas dos participantes com base no e-mail. Enfatizamos que os dados e informações serão mantidos em sigilo total e absoluto. Essas informações serão destinadas à pesquisa que tem como objetivo identificar a percepção que os discentes do curso de graduação fornecidos pela UFRN/SEDIS têm sobre a qualidade na EAD. Colocamo-nos a seu dispor para idêntica retribuição e, antecipadamente, agradecemos as informações prestadas. Fernanda Cristina Barbosa Pereira Queiroz Prof. Adjunta – DEP/PEP/UFRN Lucas Ambrósio Bezerra de Oliveira Mestrando em Engenharia de Produção / UFRN 137 APÊNDICE B – DOCUMENTOS PROTOCOLARES: CARTA SOLICITAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DE PESQUISA Universidade Federal do Rio Grande do Norte Programa de Engenharia de Produção Carta solicitação para realização de pesquisa de Mestrado Estimado(a) Coordenador(a); Por meio deste, solicitamos autorização para realização de uma pesquisa de Mestrado que tem como título provisório "A Gestão da Qualidade nas Instituições de Ensino Superior a Distância na percepção dos discentes: o caso do curso da SEDIS/UFRN". Tal dissertação tem como objetivo identificar a percepção que os discentes do curso de graduação fornecidos pela SEDIS têm sobre a qualidade na EAD. Para tanto, pesquisas foram realizadas onde foi possível selecionar indicadores de qualidade, nas nações referência, para esta modalidade de ensino, proporcionando a criação de um instrumento de pesquisa (questionário) que, além dos indicadores constantes nos Referenciais de Qualidade para EAD do MEC/Brasil, conta com indicadores de países como Inglaterra (Reino Unido) e Estados Unidos. Acreditamos que tal pesquisa, que contempla a aplicação de indicadores globais sobre a qualidade na EAD, contribuirá com o aprimoramento contínuo da gestão universitária e acadêmica no âmbito da Coordenação do curso (dos professores, tutores, servidores e técnicos), bem como da UFRN e na melhor formação dos discentes. Para que tal pesquisa seja desenvolvida, solicitamos a disponibilização de dados quanto a relação de discentes matriculados por semestre acadêmico, cujo objetivo é o de definir a amostra dos estudos. Além disso, solicitamos acesso a algum meio de divulgação/comunicação (Moodle e/ou Sigaa) para que seja possível o envio do convite aos discentes para participação dos mesmos na pesquisa. Enfatizamos que os dados e informações serão mantidos em sigilo total e absoluto. Colocamo-nos a seu dispor para idêntica retribuição e, antecipadamente, agradecemos as informações prestadas. Fernanda Cristina Barbosa Pereira Queiroz Prof. Adjunta – DEP/PEP/UFRN Lucas Ambrósio Bezerra de Oliveira Mestrando em Engenharia de Produção / UFRN 138 APÊNDICE C – DOCUMENTOS PROTOCOLARES: TERMO DE CONFIDENCIALIDADE TERMO DE CONFIDENCIALIDADE Pelo presente termo, o signatário, Lucas Ambrósio Bezerra de Oliveira, aluno do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PEP/UFRN), em fase de pesquisa de campo, se compromete a manter as suas fontes de informação (e dados pessoais) em total anonimato. Nesse sentido, não fará a identificação do entrevistado na redação final dos relatórios e não divulgará dados pessoais informados (email). Natal, _____ de _____________ de _______. ___________________________________ 139 APÊNDICE D - ROTEIRO ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA 1. Qual desses aspectos (referindo-se a primeira proposta de questionário) não se aplicam ao curso de graduação que o Senhor coordena? 2. Qual polo o Senhor acha que tem maior dificuldade, em geral? 3. Em quais polo o curso que o Senhor coordena é disponibilizado? 4. Quais outras peculiaridades, do curso que coordena, o Senhor poderia comentar? 140 APENDICE E – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 APENDICE F – CONVITE ELETRÔNICO PARA PARTICIPAÇÃO DE PESQUISA Assunto: Avaliação da Qualidade nos cursos da SEDIS/UFRN Corpo: Prezado(a) discente; Você faz parte do grupo de alunos selecionados para participar da pesquisa sobre a Qualidade dos cursos de graduação a distância da SEDIS/UFRN. Para participar, acesse o link da pesquisa: https://www.surveymonkey.com/s.aspx O link está vinculado, de maneira exclusiva, a esta pesquisa e ao seu endereço de email. Não encaminhe esta mensagem. Agradecemos sua participação! Lucas Ambrósio Bezerra de Oliveira Tutor no curso de Administração Pública a distância / UFRN Mestrando em Engenharia de Produção UFRN Endereço Lattes: http://lattes.cnpq.br/4164685150112503 Contato: [email protected] | Celular: (84) 9922-0985 Atenção: Se não desejar receber nossos e-mails, clique no link abaixo e você será removido automaticamente de nossa lista de mala direta. https://www.surveymonkey.com/optout.aspx 152 APENDICE G – TABELAS DE FRENQUENCIA COMPLEMENTARES Tabelas obtidas por meio do programa SPSS, sem tradução ou modificações. Tabela 38 - Curso de graduação e Polo presencial Frequência Valid Frequência Valid Frequência Frequência (%) (%) Acumulada (%) Administração Pública 58 29,4 29,4 29,4 Ciências Biológicas 43 21,8 21,8 51,3 Física 9 4,6 4,6 55,8 Geografia 42 21,3 21,3 77,2 Matemática 29 14,7 14,7 91,9 Química 16 8,1 8,1 100,0 197 100,0 100,0 Total Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Tabela 39 - Cidade do seu Polo presencial 7. Marque a cidade do seu Polo presencial Frequência Valid Frequência Frequência (%) Valid Frequência (%) Acumulada (%) Caicó 21 10,7 10,7 10,7 Currais Novos 23 11,7 11,7 22,3 Extremoz 59 29,9 29,9 52,3 Lajes 19 9,6 9,6 61,9 Luís Gomes 12 6,1 6,1 68,0 Macau 16 8,1 8,1 76,1 Martins 15 7,6 7,6 83,8 Marcelino Vieira 13 6,6 6,6 90,4 Natal 1 ,5 ,5 90,9 Nova Cruz 18 9,1 9,1 100,0 Total 197 100,0 100,0 Tabela 40 – Comunalidades com 3 fatores, após exclusão das variáveis 12.3, 15.3, 14.3 Communalities Initial Extraction 9.1 A Coordenação do seu CURSO) Atende com eficiência as necessidades dos discentes 1,000 ,468 9.2 Coordenação do POLO PRESENCIAL transmite confiança na gestão acadêmica e nas 1,000 ,577 1,000 ,626 1,000 ,717 atividades de aprendizagem 10.1 (As avaliações) São coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido 10.2 As disciplinas ministradas atingem os objetivos propostos (Continua) 153 10.3 O(s) livro(s) base ou apostila(s) facilita(m) a compreensão dos assuntos, mesmo em 1,000 ,607 11.1 tem espaço adequado para estudo, destinado aos alunos 1,000 ,596 11.2 Possui todos os livros base ou apostilas de cada disciplina do curso, na biblioteca do polo 1,000 ,576 11.3 Tem livros complementares da área do curso, na biblioteca do polo presencial 1,000 ,551 11.4 Os laboratórios do polo presencial são adequados para as práticas das disciplinas 1,000 ,639 12.1 Facilitam o processo de ensino-aprendizagem 1,000 ,664 12.2 Estimulam os alunos quanto ao estudo dos conteúdos 1,000 ,708 12.4 Propõem e disponibilizam textos complementares (capítulos de livros, artigos, notícias) 1,000 ,537 1,000 ,234 1,000 ,397 1,000 ,438 14.1 facilitam os contatos com o(s) professor(es) da(s) disciplina(s) 1,000 ,623 14.2 facilitam os contatos com os tutores (a distância e presencial) 1,000 ,711 14.4 facilitam os contatos com a Coordenação do curso 1,000 ,632 15.1 Os computadores do polo presencial têm bom desempenho, facilitando o acesso ao 1,000 ,548 1,000 ,585 1,000 ,396 disciplinas (ou assuntos) que abordam métodos quantitativos (cálculos, estatísticas...) presencial que facilitam o aprendizado 13.1 Os tutores PRESENCIAIS auxiliam os alunos(as) no processo de aprendizagem nas disciplinas 13.2 Os tutores a DISTÂNCIA facilitam e auxiliam os(as) alunos(as) no processo de aprendizagem nas disciplinas 13.3 Os tutores a DISTÂNCIA respondem as dúvidas em até 24 horas após o envio da mesma material digital (on-line) e ao ambiente virtual 15.2 A velocidade de conexão da internet NO POLO presencial é satisfatória para realização das atividades e estudos/pesquisas 15.4 Quando necessário, o site do curso dá suporte on-line (helpdesk – tira dúvidas sobre COMO UTILIZAR o Moodle) Extraction Method: Principal Component Analysis. 154 Tabelas detalhadas Fator 1: Para melhor entendimento dos títulos das tabelas, consultar Quadro 04, que traz a numeração e os nomes das mesmas. Tabela 41 - Coordenação do POLO PRESENCIAL transmite confiança na gestão acadêmica e nas atividades de aprendizagem 9.2 Coordenação do POLO PRESENCIAL transmite confiança na gestão acadêmica e nas atividades de aprendizagem Cumulative Valid Frequency Percent Valid Percent Percent Discordo totalmente 8 4,1 4,1 4,1 Discordo pouco 19 9,6 9,6 13,7 Neutro/Indiferente 27 13,7 13,7 27,4 Concordo pouco 55 27,9 27,9 55,3 Concordo totalmente 88 44,7 44,7 100,0 Total 197 100,0 100,0 Tabela 42 - Espaço adequado para estudo, destinado aos alunos 11.1 tem espaço adequado para estudo, destinado aos alunos Cumulative Valid Frequency Percent Valid Percent Percent Discordo totalmente 30 15,2 15,2 15,2 Discordo pouco 25 12,7 12,7 27,9 Neutro/Indiferente 20 10,2 10,2 38,1 Concordo pouco 68 34,5 34,5 72,6 Concordo totalmente 54 27,4 27,4 100,0 Total 197 100,0 100,0 Tabela 43 - Livros base ou apostilas de cada disciplina do curso, na biblioteca do polo presencial 11.2 Possui todos os livros base ou apostilas de cada disciplina do curso, na biblioteca do polo presencial Cumulative Valid Frequency Percent Valid Percent Percent Discordo totalmente 35 17,8 17,8 17,8 Discordo pouco 31 15,7 15,7 33,5 Neutro/Indiferente 39 19,8 19,8 53,3 Concordo pouco 54 27,4 27,4 80,7 (Continua) 155 Concordo totalmente 38 19,3 19,3 Total 197 100,0 100,0 100,0 Tabela 44 - Livros complementares da área do curso, na biblioteca do polo presencial 11.3 Tem livros complementares da área do curso, na biblioteca do polo presencial Cumulative Valid Frequency Percent Valid Percent Percent Discordo totalmente 39 19,8 19,8 19,8 Discordo pouco 29 14,7 14,7 34,5 Neutro/Indiferente 46 23,4 23,4 57,9 Concordo pouco 53 26,9 26,9 84,8 Concordo totalmente 30 15,2 15,2 100,0 Total 197 100,0 100,0 Tabela 45 - Laboratórios do polo presencial são adequados para as práticas das disciplinas 11.4 Os laboratórios do polo presencial são adequados para as práticas das disciplinas Cumulative Valid Frequency Percent Valid Percent Percent Discordo totalmente 54 27,4 27,4 27,4 Discordo pouco 26 13,2 13,2 40,6 Neutro/Indiferente 38 19,3 19,3 59,9 Concordo pouco 51 25,9 25,9 85,8 Concordo totalmente 28 14,2 14,2 100,0 Total 197 100,0 100,0 Tabela 46 - Computadores do polo presencial têm bom desempenho, facilitando o acesso ao material digital (on-line) e ao ambiente virtual 15.1 Os computadores do polo presencial têm bom desempenho, facilitando o acesso ao material digital (on-line) e ao ambiente virtual Cumulative Valid Frequency Percent Valid Percent Percent Discordo totalmente 29 14,7 14,7 14,7 Discordo pouco 35 17,8 17,8 32,5 Neutro/Indiferente 32 16,2 16,2 48,7 Concordo pouco 60 30,5 30,5 79,2 Concordo totalmente 41 20,8 20,8 100,0 156 15.1 Os computadores do polo presencial têm bom desempenho, facilitando o acesso ao material digital (on-line) e ao ambiente virtual Cumulative Valid Frequency Percent Valid Percent Percent Discordo totalmente 29 14,7 14,7 14,7 Discordo pouco 35 17,8 17,8 32,5 Neutro/Indiferente 32 16,2 16,2 48,7 Concordo pouco 60 30,5 30,5 79,2 Concordo totalmente 41 20,8 20,8 100,0 Total 197 100,0 100,0 Tabela 47 - Velocidade de conexão da internet NO POLO presencial é satisfatória para realização das atividades e estudos/pesquisas 15.2 A velocidade de conexão da internet NO POLO presencial é satisfatória para realização das atividades e estudos/pesquisas Cumulative Valid Frequency Percent Valid Percent Percent Discordo totalmente 44 22,3 22,3 22,3 Discordo pouco 36 18,3 18,3 40,6 Neutro/Indiferente 36 18,3 18,3 58,9 Concordo pouco 53 26,9 26,9 85,8 Concordo totalmente 28 14,2 14,2 100,0 Total 197 100,0 100,0 Tabela 48 - Quando necessário, o site do curso dá suporte on-line (helpdesk – tira dúvidas sobre COMO UTILIZAR o Moodle) 15.4 Quando necessário, o site do curso dá suporte on-line (helpdesk – tira dúvidas sobre COMO UTILIZAR o Moodle) Cumulative Valid Frequency Percent Valid Percent Percent Discordo totalmente 16 8,1 8,1 8,1 Discordo pouco 25 12,7 12,7 20,8 Neutro/Indiferente 64 32,5 32,5 53,3 Concordo pouco 45 22,8 22,8 76,1 Concordo totalmente 47 23,9 23,9 100,0 Total 197 100,0 100,0 157 Tabelas detalhadas Fator 2: Tabela 49 - (As avaliações) São coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido 10.1 (As avaliações) São coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido Cumulative Valid Frequency Percent Valid Percent Percent Discordo totalmente 2 1,0 1,0 1,0 Discordo pouco 11 5,6 5,6 6,6 Neutro/Indiferente 6 3,0 3,0 9,6 Concordo pouco 51 25,9 25,9 35,5 Concordo totalmente 127 64,5 64,5 100,0 Total 197 100,0 100,0 Tabela 50 - As disciplinas ministradas atingem os objetivos propostos 10.2 As disciplinas ministradas atingem os objetivos propostos Cumulative Valid Frequency Percent Valid Percent Percent Discordo totalmente 4 2,0 2,0 2,0 Discordo pouco 14 7,1 7,1 9,1 Neutro/Indiferente 15 7,6 7,6 16,8 Concordo pouco 80 40,6 40,6 57,4 Concordo totalmente 84 42,6 42,6 100,0 Total 197 100,0 100,0 Tabela 51 - O(s) livro(s) base ou apostila(s) facilita(m) a compreensão dos assuntos, mesmo em disciplinas (ou assuntos) que abordam métodos quantitativos (cálculos, estatística) 10.3 O(s) livro(s) base ou apostila(s) facilita(m) a compreensão dos assuntos, mesmo em disciplinas (ou assuntos) que abordam métodos quantitativos (cálculos, estatísticas...) Cumulative Valid Frequency Percent Valid Percent Percent Discordo totalmente 12 6,1 6,1 6,1 Discordo pouco 27 13,7 13,7 19,8 Neutro/Indiferente 13 6,6 6,6 26,4 Concordo pouco 77 39,1 39,1 65,5 Concordo totalmente 68 34,5 34,5 100,0 Total 197 100,0 100,0 158 Tabela 52 - Facilitam o processo de ensino-aprendizagem 12.1 Facilitam o processo de ensino-aprendizagem Cumulative Valid Frequency Percent Valid Percent Percent Discordo totalmente 5 2,5 2,5 2,5 Discordo pouco 20 10,2 10,2 12,7 Neutro/Indiferente 15 7,6 7,6 20,3 Concordo pouco 76 38,6 38,6 58,9 Concordo totalmente 81 41,1 41,1 100,0 Total 197 100,0 100,0 Tabela 53 - Estimulam os alunos quanto ao estudo dos conteúdos 12.2 Estimulam os alunos quanto ao estudo dos conteúdos Cumulative Valid Frequency Percent Valid Percent Percent Discordo totalmente 9 4,6 4,6 4,6 Discordo pouco 15 7,6 7,6 12,2 Neutro/Indiferente 21 10,7 10,7 22,8 Concordo pouco 71 36,0 36,0 58,9 Concordo totalmente 81 41,1 41,1 100,0 Total 197 100,0 100,0 Tabela 54 - Propõem e disponibilizam textos complementares (capítulos de livros, artigos, notícias) que facilitam o aprendizado 12.4 Propõem e disponibilizam textos complementares (capítulos de livros, artigos, notícias) que facilitam o aprendizado Cumulative Valid Frequency Percent Valid Percent Percent Discordo totalmente 2 1,0 1,0 1,0 Discordo pouco 8 4,1 4,1 5,1 Neutro/Indiferente 14 7,1 7,1 12,2 Concordo pouco 75 38,1 38,1 50,3 Concordo totalmente 98 49,7 49,7 100,0 Total 197 100,0 100,0 159 Tabelas detalhadas Fator 3 Tabela 55 - A Coordenação do seu CURSO) Atende com eficiência as necessidades dos discentes 9.1 A Coordenação do seu CURSO) Atende com eficiência as necessidades dos discentes Valid Frequência Valid Frequência Frequência Frequência (%) (%) Acumulada (%) Discordo totalmente 18 1,6 1,6 1,6 Discordo pouco 147 12,7 12,7 14,3 Neutro/Indiferente 76 6,6 6,6 20,9 Concordo pouco 391 34,0 34,0 54,9 Concordo totalmente 519 45,1 45,1 100,0 Total 1151 100,0 100,0 Tabela 56 - Espaço adequado para estudo, destinado aos alunos 11.1 tem espaço adequado para estudo, destinado aos alunos Valid Frequência Valid Frequência Frequência Frequência (%) (%) Acumulada (%) Discordo totalmente 180 15,7 15,7 15,7 Discordo pouco 144 12,5 12,5 28,2 Neutro/Indiferente 117 10,2 10,2 38,4 Concordo pouco 396 34,4 34,4 72,8 Concordo totalmente 314 27,2 27,2 100,0 Total 1151 100,0 100,0 Tabela 57 - Facilitam os contatos com o(s) professor(es) da(s) disciplina(s) 14.1 facilitam os contatos com o(s) professor(es) da(s) disciplina(s) Valid Frequência Valid Frequência Frequência Frequência (%) (%) Acumulada (%) Discordo totalmente 12 1,0 1,0 1,0 Discordo pouco 86 7,5 7,5 8,5 Neutro/Indiferente 78 6,8 6,8 15,3 Concordo pouco 307 26,7 26,7 41,9 Concordo totalmente 668 58,1 58,1 100,0 Total 1151 100,0 100,0 160 Tabela 58 - Facilitam os contatos com os tutores (a distância e presencial) 14.2 facilitam os contatos com os tutores (a distância e presencial) Valid Frequência Valid Frequência Frequência Frequência (%) (%) Acumulada (%) Discordo totalmente 12 1,0 1,0 1,0 Discordo pouco 69 6,0 6,0 7,1 Neutro/Indiferente 120 10,4 10,4 17,5 Concordo pouco 273 23,7 23,7 41,2 Concordo totalmente 676 58,8 58,8 100,0 Total 1151 100,0 100,0 Tabela 59 - Facilitam os contatos com a Coordenação do curso 14.4 facilitam os contatos com a Coordenação do curso Valid Frequência Valid Frequência Frequência Frequência (%) (%) Acumulada (%) Discordo totalmente 35 3,0 3,0 3,0 Discordo pouco 77 6,7 6,7 9,8 Neutro/Indiferente 137 11,9 11,9 21,7 Concordo pouco 280 24,3 24,3 46,0 Concordo totalmente 622 54,0 54,0 100,0 Total 1151 100,0 100,0 161 Tabelas detalhadas Fator 4 Tabela 60 - Os tutores PRESENCIAIS auxiliam os alunos(as) no processo de aprendizagem nas disciplinas 13.1 Os tutores PRESENCIAIS auxiliam os alunos(as) no processo de aprendizagem nas disciplinas Valid Frequência Valid Frequência Frequência Frequência (%) (%) Acumulada (%) Discordo totalmente 62 5,4 5,4 5,4 Discordo pouco 69 6,0 6,0 11,4 Neutro/Indiferente 75 6,6 6,6 17,9 Concordo pouco 227 19,8 19,8 37,7 Concordo totalmente 717 62,3 62,3 100,0 Total 1151 100,0 100,0 Tabela 61 - Os tutores a DISTÂNCIA facilitam e auxiliam os(as) alunos(as) no processo de aprendizagem nas disciplinas 13.2 Os tutores a DISTÂNCIA facilitam e auxiliam os(as) alunos(as) no processo de aprendizagem nas disciplinas Valid Frequência Valid Frequência Frequência Frequência (%) (%) Acumulada (%) Discordo totalmente 11 1,0 1,0 1,0 Discordo pouco 78 6,8 6,8 7,7 Neutro/Indiferente 166 14,4 14,4 22,1 Concordo pouco 408 35,4 35,4 57,6 Concordo totalmente 489 42,4 42,4 100,0 Total 1151 100,0 100,0 Tabela 62 - Os tutores a DISTÂNCIA respondem as dúvidas em até 24 horas após o envio da mesma 13.3 Os tutores a DISTÂNCIA respondem as dúvidas em até 24 horas após o envio da mesma Valid Frequência Valid Frequência Frequência Frequência (%) (%) Acumulada (%) Discordo totalmente 59 5,1 5,1 5,1 Discordo pouco 135 11,7 11,7 16,8 Neutro/Indiferente 190 16,5 16,5 33,3 Concordo pouco 422 36,6 36,6 70,0 Concordo totalmente 346 30,0 30,0 100,0 Total 1151 100,0 100,0 162 Tabela 63 - Quando necessário, o site do curso dá suporte on-line (helpdesk – tira dúvidas sobre COMO UTILIZAR o Moodle) 15.4 Quando necessário, o site do curso dá suporte on-line (helpdesk – tira dúvidas sobre COMO UTILIZAR o Moodle) Valid Frequência Valid Frequência Frequência Frequência (%) (%) Acumulada (%) Discordo totalmente 96 8,4 8,4 8,4 Discordo pouco 148 12,9 12,9 21,3 Neutro/Indiferente 368 32,0 32,0 53,3 Concordo pouco 261 22,6 22,6 75,9 Concordo totalmente 277 24,1 24,1 100,0 Total 1151 100,0 100,0 163 APENDICE H – GRÁFICOS COMPLEMENTARES Gráficos detalhados Fator 1 164 Gráficos detalhados Fator 2 165 Gráficos fator 3 166 Gráficos fator 4 167 . .. "Non nobis, Domine, non nobis, sed nomini Tuo ad gloriam"