A Demografia Organizacional de Instituições de Pesquisa Paulistas Autoria: Kris Herik de Oliveira, Márcia Milena Pivatto Serra Resumo Objetivou-se descrever Po perfil demográfico dos pesquisadores científicos de instituições públicas de pesquisa do estado de São Paulo, inseridas no contexto do agronegócio. O método empregado foi quantitativo-descritivo e indicadores clássicos da demografia foram adaptados à realidade organizacional, como a Pirâmide Populacional, Razão de Sexo e Índice de Envelhecimento. Alguns dos resultados apresentaram: a alta qualificação dos pesquisadores; o envelhecimento desses profissionais, pois cerca de 18% possuem 60 anos ou mais; as mulheres como mais qualificadas que os homens, mais jovens e a minoria nos mais altos cargos. Palavras-chave: Demografia Organizacional; Pesquisador Científico; Gênero 1 Introdução Os últimos relatórios do Censo Demográfico 2010 e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – PNAD 2011 – apresentaram as mudanças populacionais em território nacional. Observou-se que os brasileiros têm conquistado mais espaço no mercado de trabalho. As mulheres, em especial, vêm acompanhando os homens nesse ritmo, ainda que em patamar inferior a eles. Cabe destacar, que elas são a maioria da população (51,5%) e, por dez anos, continuam a ter nível de instrução mais elevado que o deles. A população está em rápido processo de envelhecimento e, como consequência, tem ocorrido a elevação etária daqueles que participam no mercado de trabalho (IBGE, 2012a; 2012c). Este quadro, associado a outras mudanças relativas à globalização, tem impactado no quadro funcional das empresas no país, ou seja, na demografia das organizações. De acordo com Pfeffer (1985), falar na demografia de uma organização nada mais é do que descrevê-la em termos de distribuição em diversas dimensões. Tais como sexo, idade, tempo de serviços prestados entre outros. É importante ressaltar o quão recente é o olhar da demografia aplicada aos estudos organizacionais e que são poucos os autores que têm aplicado técnicas demográficas às organizações (CARROLL; KHESSINA, 2005). A preocupação sobre o quadro funcional das instituições públicas de pesquisa brasileiras é emergente e o enfoque à realidade paulista relevante, visto que quase um terço dos mestres e dos doutores brasileiros reside no estado de São Paulo (CGEE, 2012). No entanto, as informações estatísticas ainda são incipientes. As instituições de pesquisa no contexto do agronegócio são de grande importância nacional, porque dentre os setores econômicos brasileiros este é um dos três que mais concentram profissionais no país (IBGE, 2012b) trabalhando, em sua maioria, no estado de São Paulo (CGEE, 2012). Soma-se a isso o fato de ser o setor econômico que mais cresceu na última década (BRASIL, 2011). Portanto, conhecer o perfil demográfico atual de instituições de pesquisa científica inseridas no contexto do agronegócio paulista contribui com o diagnóstico de instituições intimamente ligadas ao desenvolvimento do país. Diante deste quadro, o presente estudo objetivou descrever o perfil demográfico dos pesquisadores científicos de instituições públicas de pesquisa científica e tecnológica do estado de São Paulo. Para tanto, foram estudados 6 institutos e 15 polos públicos de pesquisa paulistas inseridos no contexto do agronegócio. Buscou-se levantar o perfil demográfico dos pesquisadores das instituições de pesquisa comparando distintas variáveis (idade, escolaridade, ano de admissão, nível do cargo, ocupação de cargo de direção) com os grupos de homens e mulheres. Ênfase foi dada na análise sobre o atual quadro de envelhecimento dos profissionais. Na leitura que se segue, considerou-se importante apresentar as distintas linhas teóricas sobre a demografia aplicada aos estudos organizacionais. Em seguida, a partir de indicadores do CGEE (2010), CNPq (2012) e MCTI (2014), é exposto um breve panorama nacional das instituições de pesquisa e dos recursos humanos que atuam em atividades de ciência e tecnologia. Após esta revisão da literatura consta a metodologia utilizada neste trabalho. Posteriormente, são apresentados os resultados nos eixos temáticos: dados gerais sobre a população abordada, distribuição etária, feminilização e teto de vidro. Por fim, estão as conclusões do estudo junto de considerações sobre os impactos dos resultados observados nas instituições de pesquisa. 2 Revisão da literatura A demografia aplicada aos estudos organizacionais São poucos os estudiosos que perceberam a importância da demografia para a administração (CARROLL; KHESSINA, 2005). No entanto, alguns autores têm aplicado técnicas demográficas à ciência que investiga as organizações. Dentre eles, encontram-se principalmente autores internacionais, como Pfeffer (1983; 1985), Carroll e Hannan (2000), Carroll e Khessina (2005) e Coccia e Rolfo (2009). Do mesmo modo, há presença de estudos nacionais no campo. São exemplos a investigação de Esteves (2009), a pesquisa anual do Instituto Ethos (2010) e, mesmo que de forma indireta, as contribuições de Bruschini (2007) em seus estudos sobre a temática mulher e trabalho. Para fins de análise, Carroll e Khessina (2005) esclarecem que existem três linhas de pesquisa distintas encontradas na literatura da demografia aplicada aos estudos organizacionais, cada qual com sua própria estrutura conceitual. São elas: Demografia da força de trabalho (workforce demography); Demografia organizacional (organizational demography) ou Demografia organizacional interna (internal organizational demography); Demografia corporativa (corporate demography). Para os autores, a demografia da força de trabalho pode ser vista como uma aplicação da demografia formal, pois envolve modelos que analisam os fluxos demográficos e os processos relacionados a eles no ambiente organizacional. Os estudos desta linha se interessam pela rotatividade dos trabalhadores dentro de uma organização. Geralmente, dirigem-se a fatores e condições associadas à dinâmica das vagas de trabalho internas (mobilidade interna). Contudo, essa mobilidade interna também têm implicações para a mobilidade externa (rotatividade), ou seja, entre as organizações. Aqui é importante levantar características dos indivíduos, como idade, sexo e escolaridade, para compreender o impacto das mesmas nos salários e nas promoções, por exemplo. Noutros momentos, torna-se importante adotar uma visão estruturalista, enfatizando nas condições organizacionais que criam carreiras internas (CARROLL; KHESSINA, 2005). A demografia organizacional (ou demografia organizacional interna), para Pfeffer (1985), nada mais é do que descrever uma organização em termos de distribuição em diversas dimensões, tais como sexo, idade, tempo de serviços prestados entre outras. Nesta perspectiva, estudiosos têm buscado entender a relação entre as variáveis demográficas nas organizações. A relação entre a diversidade no grupo de trabalho versus os resultados satisfatórios nos negócios e como se dão as orientações estratégicas na equipe executiva das organizações considerando o gênero, rotatividade e entre outras categorias são objetos de análise (LAWRENCE, 1997). Em outras palavras, esta segunda linha relaciona os efeitos da estrutura demográfica sobre os resultados comportamentais da organização (CARROLL; KHESSINA, 2005). Em termos de implicações para as práticas gerenciais, para Pfeffer (1985), o fundamento da pesquisa dos efeitos da demografia organizacional consiste na compreensão e em certa orientação ao planejamento de recursos humanos da organização. O planejamento é importante tanto para prever questões demográficas quanto para gerenciar a demografia e suas consequências. A terceira linha teórica – demografia corporativa – concentra-se em populações organizacionais e em sua evolução ao longo do tempo. O foco está, especialmente, na vitalidade das empresas (fundação, crescimento, transformação estrutural e na mortalidade empresarial) (CARROLL; KHESSINA, 2005). O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2011) realiza há quase 15 anos, sob esta terceira corrente teórica, estudos sobre a demografia de 3 populações organizacionais através de pesquisas de campo que buscam monitorar a sobrevivência dos novos empreendimentos no Brasil. Frente à discussão ainda em evolução, este trabalho se apoiará nos pressupostos da demografia organizacional com o objetivo de descrever o perfil demográfico dos pesquisadores científicos de instituições públicas de pesquisa paulistas. Um breve panorama nacional sobre os recursos humanos e as instituições de pesquisa Informações estatísticas sobre as instituições de pesquisa brasileiras ainda se encontram dispersas, isto dificulta estudos que ofereçam diagnósticos de caráter censitário. Muitas vezes, a gestão de recursos humanos dessas instituições é deficiente (especialmente no setor público) e os dados sobre o seu quadro funcional de difícil acesso. Portanto, o esforço ainda inicial em adentrar à realidade dessas instituições para a realização de estudos científicos com aplicações gerenciais esbarra nas dificuldades supracitadas. De acordo com o estudo realizado pelo CGEE (2010), existem diferentes bases de dados que contêm listas e informações sobre instituições de pesquisa no Brasil, cada uma com escopo e objetivos distintos (Tabela 1). O Laboratório de Estudos sobre Organização da Pesquisa e da Inovação/ Departamento de Geociências - Unicamp (Geopi/DPCT/Unicamp), por exemplo, inclui organizações dedicadas a P&D, mas exclui as universidades de seu banco de dados. Tabela 1 - Número de instituições de pesquisa por base de dados consultada, Brasil, 2010. Base Total Portal Inovação/Ministério da Ciência, Tecnologia e 584 Inovação Diretório de Instituições do CNPq, a partir do Cadastro de Informações Institucionais (Cadi) 422 Geopi/DPCT/Unicamp 388 Associação Brasileira das Organizações de Pesquisa Tecnológica (Abipti) 238 Comitê da Área de Tecnologia da Informação (Cati)/Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação 185 Consulta a sites dos governos federal e estaduais 105 Fonte: CGEE, 2010. A formação de profissionais para atividades de ciência e tecnologia passou por grande evolução nos últimos anos. Recentemente, identificou-se que o Brasil já pode contar com mais de meio milhão de mestres e cerca de 190 mil doutores (CGEE, 2012). Em relação à atuação profissional, em 2010, havia 234.797 pesquisadores e 234.460 pessoal de apoio envolvidos em pesquisa e desenvolvimento. O ritmo de crescimento foi expressivo, pois no ano de 2000 este número era de 231.158 profissionais, no total (MCTI, 2014). Frente aos avanços em educação e trabalho no campo científico e tecnológico, o crescimento feminino nas universidades brasileiras e nos cursos de pós-graduação merece destaque. Contudo, ainda restam dúvidas acerca da garantia de maior igualdade de carreira entre homens e mulheres neste cenário. Afinal, as desigualdades de gênero na ciência têm 4 sido identificadas em diversos estudos (LETA, 2003; OLINTO, 2011; GUEDES, 2012), especialmente quando fazem menção aos altos cargos. Historicamente, a ciência sempre foi vista como uma atividade pertencente aos homens. Contudo, mudanças nesse cenário ocorreram após a segunda metade do século XX, quando a necessidade crescente de recursos humanos para atividades estratégicas – como a ciência –, o movimento de liberação feminina e a luta pela igualdade de direitos entre homens e mulheres permitiram a elas o acesso, cada vez maior, à educação científica e às carreiras, tradicionalmente ocupadas por homens (LETA et al., 2006). Dos cientistas que atuam em pesquisa e ensino e possuem currículos cadastrados na Plataforma Lattes/CNPq, verificou-se que há pouca desigualdade entre homens e mulheres no que diz respeito à proporção de mestres e doutores por sexo. Os homens são 46,14% com titulação de mestrado e as mulheres 53,86%, demonstrando uma branda maioria. Dos doutores, eles são a maioria: 53,64%; e elas representam 46,36% (CNPq, 2012). Cabe considerar, que as mulheres são maioria com mestrado, mas quando se refere ao doutorado elas se tornam a minoria. De acordo com Leta et al. (2006), o distanciamento entre os homens e as mulheres na ciência vai além da titulação. É um processo que envolve diversos incentivos que beneficiam os homens: a promoção, a obtenção de bolsas de estudo, a ocupação de cargos de chefia ou liderança, os nomeados para a Academia Brasileira de Ciências, assim como os ganhos salariais. Em relação à distribuição de homens e mulheres em atividade de pesquisa e ensino na ciência brasileira por grande área do conhecimento, conforme a Tabela 2, há maior participação das mulheres com titulação de mestrado nas áreas de Ciências Humanas, Ciências da Saúde e Ciências Sociais Aplicadas. Com a titulação de doutorado, acentua-se a participação delas em áreas consideradas femininas, como Ciências Humanas, da Saúde e Biológicas. Tabela 2 – Distribuição de mulheres (mestras e doutoras) em atividade de pesquisa e ensino na ciência nacional, segundo grande área do conhecimento, Brasil, 2013. Mestras Doutoras Total Área do conhecimento Nº % Nº % Nº % Ciências Agrárias 2.048 5,11 3.785 8,1 5.833 6,72 Ciências Biológicas 3.808 9,51 7.422 11.230 12,95 15,89 Ciências da Saúde 7.654 8.364 16.018 18,47 19,11 17,91 Ciências Exatas e da Terra 2.914 7,28 4.572 9,79 7.486 8,63 Ciências Humanas 8.534 9.071 17.605 20,30 21,31 19,42 Ciências Sociais Aplicadas 5.982 4.014 8,59 9.996 11,52 14,94 Engenharias 1.088 2,72 2.259 4,84 3.347 3,86 Linguística, Letras e Artes 3.419 8,54 3.829 8,2 7.248 8,36 Não informado 4.596 11,48 3.386 7,25 7.982 9,20 Total 40.043 100 46.702 100 86.745 100 Fonte: CNPq, 2012. Elaborado pelos autores. No cenário masculino (Tabela 3), nas áreas de Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Exatas e da Terra e Ciências Humanas concentram os que possuem titulação de mestrado. Com titulação de doutorado, as áreas consideradas masculinas são confirmadas: Ciências Exatas e da Terra e Engenharias; as Ciências Humanas também se apresentam como a terceira de maior representatividade. 5 Tabela 3 - Distribuição de homens (mestres e doutores) em atividade de pesquisa e ensino na ciência nacional, segundo grande área do conhecimento, Brasil, 2013. Mestres Doutores Total Área do conhecimento Nº % Nº % Nº % Ciências Agrárias 2.199 6,41 6.275 11,61 8.474 9,59 Ciências Biológicas 2.334 6,8 5.469 10,12 7.803 8,83 Ciências da Saúde 3.827 11,16 6.737 12,47 10.564 11,96 Ciências Exatas e da Terra 5.348 10.001 15.349 17,37 15,59 18,51 Ciências Humanas 4.993 6.963 11.956 13,53 14,55 12,89 Ciências Sociais Aplicadas 6.757 5.589 10,34 12.346 13,98 19,7 Engenharias 3.414 9,95 7.200 10.614 12,01 13,32 Linguística, Letras e Artes 1.504 4,38 2.114 3,91 3.618 4,10 Não informado 3.929 11,45 3.690 6,83 7.619 8,62 Total 34.305 100 54.038 100 88.343 100 Fonte: CNPq, 2012. Elaborado pelos autores. Nos últimos dez anos esse quadro vem se alterando, o número de mulheres inscritas e matriculadas em cursos das ciências exatas tem aumentado, assim como sua maior escolaridade em relação ao homem e o seu maior interesse por profissões e cargos de reconhecimento e prestígio. Esses e outros fatores acabam por impactar no quadro funcional das instituições de pesquisa do país, ou seja, na demografia dessas organizações. Metodologia Inicialmente, com o propósito de apresentar um breve panorama nacional sobre os recursos humanos e as instituições de pesquisa, foram levantados dados a partir dos currículos cadastrados na Plataforma Lattes/CNPq (2012), de indicadores do MCTI (2014) e do estudo realizado pelo CGEE (2010). Empiricamente, a população estudada compreendeu 712 profissionais com o cargo “Pesquisador Científico” que atuam em instituições públicas de pesquisa, das quais abrangem 6 institutos e 15 polos regionais de pesquisa científica e tecnológica do estado de São Paulo inseridos no contexto do agronegócio. A instituição “A” se dedica ao melhoramento genético de plantas agrícolas e aos pacotes tecnológicos que envolvem essas espécies, incluindo estudos de solo, clima, pragas e doenças e segurança e eficiência na aplicação de agrotóxicos. A instituição “B”, através das ciências biológicas, atua nas áreas de sanidade animal e vegetal, objetivando a melhoria da qualidade de vida da população e a preservação do meio ambiente. A instituição “C” dedica-se à pesquisa, inovação, assistência tecnológica e difusão do conhecimento nas áreas de alimentos, bebidas e embalagens. As suas atividades são orientadas à prospecção e desenvolvimento de processos e produtos inovadores, à análise de tendências de produção e consumo e à avaliação e garantia da segurança de produtos alimentícios. A instituição “D” desenvolve projetos nas áreas de pesca e aquicultura, visando à obtenção e transferência de novos conhecimentos e de tecnologias destinadas à melhoria do agronegócio do pescado e da qualidade ambiental. 6 A instituição “E” atua na área econômica para o agronegócio e foi a primeira instituição a sistematizar estudos sobre economia agrícola no Brasil. A instituição “F” realiza pesquisas científicas nas áreas de produção animal e pastagens, buscando a integração entre a lavoura, pecuária e floresta. Algumas ênfases de suas pesquisas são: melhoramento genético de bovinos de corte; produção animal a pasto; genética e reprodução; produção e qualidade de carne e leite. A instituição “X” coordena 15 polos regionais, a partir de uma visão multidisciplinar focada em cada região paulista, contemplando as principais cadeias de produção do agronegócio local. Os dados agrupados de todas as instituições foram obtidos a partir do centro de recursos humanos da unidade gestora das instituições de pesquisa. A coleta ocorreu de fevereiro a setembro de 2013, mediante autorização dos gestores. Posteriormente, foi construído um banco de dados com os atributos dos pesquisadores – idade, escolaridade, ano de admissão, nível do cargo, ocupação de cargo de direção e sexo. As técnicas estatísticas descritivas utilizaram gráficos, tabelas e indicadores demográficos adaptados à demografia organizacional, como a Pirâmide Populacional, Razão de Sexo e Índice de Envelhecimento. Não foram identificados estudos que se propusessem a construir um Índice de Envelhecimento adaptado à demografia organizacional. Desta forma, para construir o índice de acordo com a realidade dos pesquisadores científicos foram observados estudos (CARVALHO, 2006; COCCIA; ROLFO, 2009; CGEE, 2012) que se referissem à idade dessa categoria profissional; atentando-se ao pesquisador considerado jovem e aquele considerado de idade avançada. Com base nestas fontes, considerou-se o tempo de formação de um pesquisador científico para propor a idade para idosos e a idade para pesquisadores jovens. No Brasil, um jovem estudante conclui um curso de bacharelado (4 anos ou 5 anos para engenheiros), geralmente, aos 22 anos. Concomitantemente, um pesquisador científico altamente qualificado cursa mestrado e doutorado levando em média mais 5 anos para concluí-los. Nas instituições não havia profissionais com idade inferior a 29 anos. Assim, os dados foram extraídos e agrupados de acordo com os grupos etários necessários para o cálculo do Índice de Envelhecimento, ou seja, a população menor que 40 anos de idade e a população de 55 anos e mais de idade. Estes resultados foram aplicados à equação: P55 Índice de Envelhecimento = P40 Onde: P55 é o número de pesquisadores científicos com 55 anos e mais de idade; P40 é o número de pesquisadores com menos de 40 anos de idade. Logo, quanto mais alto o índice mais envelhecida é a população. Geralmente, para o cálculo do Índice de Envelhecimento, são consideradas jovens as pessoas com idade inferior a 15 anos e consideradas idosas as pessoas com mais de 65 anos em países desenvolvidos e aquelas com idade de 60 anos em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil (CLOSS; SCHWANKE, 2012). Análise dos dados Dados gerais Na Tabela 4 observa-se que a instituição “X” é a mais representativa (185 pesquisadores). Essa, por sua vez, compreende 15 polos regionais distribuídos no estado de 7 São Paulo. A segunda instituição de pesquisa mais representativa é a “A” (164), seguida pela “B” (108), “C” (93), “D” (67), “E” (53) e, por fim, a “F” (42). “X” e “A” representam 49% dos pesquisadores que compuseram este estudo. Tabela 4 – Distribuição da população de pesquisadores científicos das instituições públicas de pesquisa do estado de São Paulo, segundo instituição de pesquisa e sexo, Brasil, 2013. Masculino Feminino Total Unidade Nº % Nº % Nº % Acumulado % X 100 54,05 85 45,95 185 25,98 26 A 98 59,76 66 40,24 164 23,03 49 B 41 37,96 67 62,04 108 15,17 64,2 C 28 30,11 65 69,89 93 13,06 77,3 D 38 56,72 29 43,28 67 9,41 86,7 E 21 39,62 32 60,38 53 7,44 94,1 F 18 42,86 24 57,14 42 5,9 100 Total 344 48,31 368 51,69 712 100 Fonte: Departamento de Recursos Humanos da unidade gestora das instituições, 2013. Elaborado pelos autores. O perfil da população estudada é semelhante, havendo uma branda maioria de pesquisadores científicos do sexo feminino (51,7%) em relação ao sexo masculino (48,3%). Entretanto, são identificados cenários de predominância masculina e outros de predominância feminina (Tabela 4). Dos 93 pesquisadores da instituição “C”, por exemplo, as mulheres são 69,89% desse total. Em relação aos 164 pesquisadores da instituição “A”, 59,76% são do sexo masculino. A área de atuação das instituições mencionadas justifica o percentual apresentado, pois a “C” atua na área de alimentos da qual existem carreiras predominantemente femininas, como engenharia de alimentos e biologia; enquanto a “A” atua diretamente com a agronomia, das quais são carreiras predominantemente masculinas a engenharia agrícola e/ou agronômicai. No que diz respeito à escolaridade, observa-se que os pesquisadores científicos são altamente qualificados. Aqueles com elevado nível acadêmico compreendem aproximadamente 80% da população (Doutorado e Pós-Doutorado). Em nível intermediário (Mestrado) há 20,90%. Existem, também, pesquisadores com baixa titulação (Graduação – 6,46% e Especialização – 1,69%). Entretanto, há forte discrepância em relação à titulação acadêmica dos pesquisadores em distintas instituições. A instituição “A” revelou-se como a mais escolarizada, pois os pesquisadores com nível de Doutorado e Pós-Doutorado, juntos, são cerca de 90% dos pesquisadores. A instituição “E”, por outro lado, mostrou-se com a maior proporção de pesquisadores de menor escolaridade; seus pesquisadores com nível de Doutorado e PósDoutorado não chegam a 25%. A maior concentração dos pesquisadores desta instituição está no nível Mestrado (41,51%) e no nível mais baixo (Graduação), com 30% dos pesquisadores. Os pesquisadores das instituições podem receber promoções na carreira ao longo do tempo e galgar níveis no cargo. O nível do cargo é expresso em números romanos, de modo crescente: I, II, III, IV, V e VI. Assim, o nível I refere-se ao mais baixo da carreira, enquanto o nível VI ao mais alto. Os pesquisadores com os níveis mais altos (V e VI) são a grande maioria: nível V – 19,8%; nível VI – 46,07%. Existe um baixo percentual de profissionais em início de carreira, 8 isto é, com nível I (1,83%) e II (5,48%). No nível IV estão 46,07% dos pesquisadores e no nível III 11,66%. Os pesquisadores também podem vir a ocupar cargos de direção. Foram considerados os 6 cargos de diretoria existentes nas instituições para pesquisadores científicos, que vão desde o nível mais baixo da hierarquia organizacional (Assistentes de Direção), média hierarquia (Chefe de Seção Técnica, Diretor Técnico de Serviço, Diretor Técnico de Divisão), passam pela alta hierarquia (Diretor Técnico de Departamento) e chegam ao topo (Coordenador). Dos 712 investigados, 18,82% ocupam alguma diretoria. IE = (> 55 anos) / (<40 anos) Distribuição etária A idade média dos pesquisadores é de 50,07 anos. Os profissionais concentram-se na faixa etária 40-59 anos. Há mais pesquisadores acima de 65 anos (aproximadamente 5%) que pesquisadores jovens abaixo de 34 anos (2,39%). Em geral, há um percentual considerável de pesquisadores envelhecidos (>60 anos): aproximadamente 18%. Para fins de comparação, 11,7% da população do estado de São Paulo possui mais de 60 anos (IBGE, 2012a). Um indicador frequentemente utilizado nos estudos demográficos é o Índice de Envelhecimento (razão entre a população idosa e a população jovem), uma vez que possibilita monitorar o processo de envelhecimento da população. Este indicador foi adaptado à demografia organizacional e permitiu a este estudo identificar a instituição mais envelhecida frente às demais. A Figura 1 indica a instituição “E” como a mais envelhecida e a “X” como a mais jovem. 6,5 7,0 6,0 5,0 4,4 4,7 4,1 4,0 2,6 3,0 2,3 2,0 1,0 0,8 0,0 X A B E D Instituições C F Figura 1 – Índice de envelhecimento das instituições públicas de pesquisa do estado de São Paulo, segundo instituição de pesquisa, Brasil, 2013. Fonte: Departamento de Recursos Humanos da unidade gestora das instituições, 2013. Elaborado pelos autores. Para a análise comparativa da idade entre os sexos utilizou-se a Pirâmide Etária, em que os homens se mostraram dotados de idade mais avançada que as mulheres (Figura 2 ). Há grande concentração de mulheres entre 40-59 anos e baixa representação delas na faixa 65-69 anos. A Figura 4 pode justificar o fenômeno, porque isto é reflexo da posterior entrada de pesquisadoras nas instituições uma vez que há 30 ou 40 anos o número de mulheres que seguiam a carreira na pesquisa científica era muito menor do que ocorre atualmente. 9 Mais de 70 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos Menos de 19 anos 2,72 7,56 9,24 16,86 16,86 16,85 20,92 16,30 18,75 12,21 17,15 13,08 14,24 12,50 2,72 2,03 25 20 15 10 Homens 5 0 5 10 15 20 25 Mulheres Figura 2 – Distribuição da população de pesquisadores científicos das instituições públicas de pesquisa do estado de São Paulo por sexo, segundo faixa etária, Brasil, 2013. Fonte: Departamento de Recursos Humanos da unidade gestora das instituições, 2013. Elaborado pelos autores. Para melhor compreender o envelhecimento da população em relação ao sexo dos profissionais foi utilizado um indicador conhecido como Razão de Sexoii. As mulheres foram identificadas como mais jovens que os homens (<59 anos). Elas também estão mais distribuídas ao longo das faixas etárias (Figura 3). Este fenômeno não reflete a demografia da população brasileira, em que as mulheres são a maioria da população com idade mais avançada. Em contrapartida, os homens são mais envelhecidos que elas (>60 anos) e estão altamente concentrados na faixa etária 60-69 anos. 300,00 250,00 200,00 150,00 100,00 50,00 0,00 Figura 3 – Razão de sexo da população de pesquisadores científicos das instituições públicas de pesquisa do estado de São Paulo, segundo faixa etária, Brasil, 2013. Fonte: Departamento de Recursos Humanos da unidade gestora das instituições, 2013. Elaborado pelos autores. 10 Feminilização A evolução da representatividade feminina na ciência é um tema recorrente nas ciências sociais e aplicadas. Entretanto, estudos longitudinais são raramente utilizados devido à dificuldade na obtenção dos dados. A Figura 4 apresenta um estudo longitudinal, por sexo, das admissões dos pesquisadores nas instituições nos últimos 44 anos (1969-2013). 120 100 80 60 40 M F 20 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 0 Figura 4 – Admissão dos pesquisadores científicos das instituições públicas de pesquisa do estado de São Paulo, segundo período de 1969-2013, Brasil, 2013. Fonte: Departamento de Recursos Humanos da unidade gestora das instituições, 2013. Elaborado pelos autores. O gráfico (Figura 4) mostra picos de admissão ao longo das décadas, que foram momentos de grandes contratações. Além disso, observa-se que de 1969 a 1979 o número de contratação de homens era superior ao de mulheres. E assim como os achados de Leta (2003) nota-se que a partir da década de 80 as mulheres entraram em maior número nas instituições de pesquisa. Este fenômeno desencadeou um processo de feminilização da carreira nas instituições de pesquisa. Segundo Yannoulas (2011), a feminilizaçãoiii possui um significado quantitativo (valendo-se de medidas estatísticas) e faz referência ao aumento do peso relativo do sexo feminino na composição de uma profissão ou ocupação. A partir da década de 90, as contratações passam a ser, geralmente, equitativas. Contudo, a presença feminina se mantém, em momentos, predominante na carreira. Como, por exemplo, nas duas últimas grandes contratações: 2005 e 2008. Com o objetivo de compreender o impacto feminino nas instituições, cabem análises comparativas. Na Tabela 5 é possível observar a distribuição da população de pesquisadores científicos das instituições de pesquisa, segundo nível de escolaridade e o sexo do pesquisador. As mulheres se apresentam como ligeiramente mais qualificadas que os homens nas titulações doutorado e pós-doutorado. Na titulação mais baixa (graduação), eles são maioria. 11 Tabela 5 – Distribuição da população de pesquisadores científicos das instituições públicas de pesquisa do estado de São Paulo, segundo nível de escolaridade e o sexo do pesquisador, Brasil, 2013. Masculino Feminino Total Nº % Nº % Nº % Graduação 26 7,56 20 5,43 46 6,46 Especialização 5 1,45 7 1,90 12 1,69 Mestrado 74 21,51 75 20,38 149 20,93 Doutorado 196 56,98 217 58,97 413 58,01 Pós-Doutorado 43 12,50 49 13,32 92 12,92 Total 344 100 368 100 712 100 Fonte: Departamento de Recursos Humanos da unidade gestora das instituições, 2013. Elaborado pelos autores. Teto de Vidro Na literatura há uma abordagem que busca compreender as barreiras – de gênero – na carreira das mulheres, conhecida como glass ceiling (teto de vidro). Este enfoque refere-se às discriminações não explícitas que impedem o acesso das mulheres aos altos níveis hierárquicos das empresas; postos e ocupações das quais são características de melhores status e rendimentos. A sua extensão teórica procura explicar as motivações para as barreiras invisíveis e dificilmente transponíveis para a ascensão profissional feminina (MADALOZZO, 2010). Estudos como os de Bruschini (1995) revelam que em muitas organizações a proporção entre homens e mulheres é desigual e quanto mais alto é o cargo, menor é a penetração feminina; e que as oportunidades de trabalho oferecidas para o homem e para a mulher decorrem, em grande parte, de aspectos culturais de gênero. Nas instituições de pesquisa investigadas as mulheres possuem maior qualificação acadêmica que os homens, contudo não são maioria no nível mais alto do cargo. Na maioria das instituições elas são maioria no nível V, mas não há equidade no nível VI. Na Tabela 6 consta a distribuição dos pesquisadores que ocupam cargo de diretoria. Dos diretores, 50,75% são homens e 49,25% mulheres. Essa distribuição é, de modo geral, equitativa. Entretanto, este fenômeno reflete uma leve diferença nestes cargos em relação ao quadro demográfico da população, em que 51,69% dos pesquisadores são do sexo feminino e 48,31% do sexo masculino. Quando observados os mais altos cargos de diretoria identifica-se o que pode ser explicado pelo fenômeno do “teto de vidro” – quanto mais alto é o cargo, menor é a penetração feminina. Para Madalozzo (2010), o “teto de vidro” ocorre pelo fato da promoção interna ser responsabilidade dos gestores e os critérios para a ascensão não são necessariamente públicos nem mesmo para os membros internos da organização, representando uma barreira intransponível, mas invisível na análise de progressão na carreira. Em seu estudo, a autora verifica que a existência de um conselho administrativo diminui em 12,15% as chances do Diretor Executivo (também chamado de Diretor Geral ou CEO) da empresa ser uma mulher. 12 Tabela 6 – Distribuição da população de pesquisadores científicos das instituições públicas de pesquisa do estado de São Paulo que ocupam cargo de diretoria, segundo hierarquia e sexo, Brasil, 2013. M F Total Hierarquia Cargo Nº % Nº % Nº % Topo Coordenador 1 100 0 0,0 1 0,75 Diretor Técnico de Alta 5 71,43 2 28,57 7 5,22 Departamento Diretor Técnico de Divisão 23 57,5 17 42,5 40 29,85 Média Diretor Técnico de Serviço 22 44,9 27 55,1 49 36,57 Chefe de Seção Técnica 5 38,46 8 61,54 13 9,7 Baixa Assistentes de Direção 12 50,0 12 50,0 24 17,91 Total 68 50,75 66 49,25 134 100 Fonte: Departamento de Recursos Humanos da unidade gestora das instituições, 2013. Elaborado pelos autores. Assim como verificou Leta (2003) em seu estudo, as estatísticas mostradas apontam que, se por um lado, as mulheres têm participado cada vez mais das atividades de C&T no Brasil, por outro, elas pouco avançam nas mais altas posições gerenciais. Conclusão A abordagem demográfico-organizacional permitiu a este estudo descrever o perfil demográfico dos pesquisadores científicos de instituições públicas de pesquisa científica e tecnológica (setor do agronegócio) do estado de São Paulo. Foi identificada a homogeneidade dos recursos humanos nas instituições de pesquisa. Os pesquisadores são altamente qualificados e estão envelhecidos. O envelhecimento do quadro funcional pode gerar impactos negativos. A perda do capital intelectual ao longo do tempo e, consequentemente, a queda na produção científica e tecnológica nas instituições são exemplos. Tal fato é um indicador da necessidade de admissão de novos pesquisadores científicos. Quando cruzadas as variáveis com o sexo dos pesquisadores as particularidades emergiriam. Como estigmas, evidenciam-se e persistem os estereótipos de gênero. A maior representação de um sexo em determinada área do conhecimento condiz com a construção social de gênero. Por exemplo, há predominância feminina na instituição “C” que atua na área de alimentos da qual existem carreiras predominantemente femininas, como engenharia de alimentos e biologia. Por outro lado, a instituição “A” que atua diretamente com a agronomia é predominantemente masculina, pois as carreiras nela presentes são masculinizadas, como a engenharia agrícola e/ou agronômica. O aumento do peso relativo do sexo feminino na composição da profissão (feminilização) nas instituições ocorreu a partir da década de 80 e acrescentou positivamente, pois as mulheres possuem maior qualificação acadêmica que os homens e são mais jovens. Apesar do impacto da presença feminina ao longo dos anos elas pouco avançaram para os altos cargos de diretoria. Isto levou este estudo a identificar o que pode ser explicado pelo fenômeno do “teto de vidro”, porque o processo de feminilização deveria tender a equidade de gênero nas instituições a qual ampliaria a visão estratégica de acordo com perspectivas mais diversificadas. 13 Apesar da limitação do estudo desenvolvido para instituições de pesquisa do estado de São Paulo (setor do agronegócio), espera-se que se possa contribuir com a linha teórica da demografia organizacional, a respeito dos pesquisadores científicos paulistas. O Brasil contém diversas instituições de pesquisa científica e a abordagem deste trabalho pode ser aplicada a outras instituições a fim de disseminar as práticas e os indicadores construídos com este estudo. Os dados também podem orientar políticas públicas no que diz respeito ao desenvolvimento científico e tecnológico do país a fim de evitar desigualdades de gênero na ciência e a queda na qualidade e na produtividade científica nacional. Referências BRASIL. Agropecuária é o setor com maior crescimento na última década, 2011. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2011/03/4/agropecuaria-e-osetor-com-maior-crescimento-na-ultima-decada >. Acesso em: 21 mai. 2013. BRUSCHINI, M. C. A. Desigualdades de Gênero no Mercado de Trabalho Brasileiro: o Trabalho da Mulher nos Anos Oitenta. In: FERNANDES, R. (Org.). O Trabalho no Brasil no Limiar do Século XXI. São Paulo: Editora LTr, 1995. ______. Trabalho e gênero no Brasil nos últimos dez anos. Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 132, p. 537-572, set./dez. 2007. CARROLL, G. R.; HANNAN, M. T. The demography of corporations and industries. New Jersey: Princeton University Press, 2000. ______; KHESSINA, O. M. 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Se igual a 100, o número de homens e de mulheres se equivalem; acima de 100, há predominância de homens e, abaixo, predominância de mulheres. iii Yannoulas (2011) apresenta conceitualizações diferenciadas sobre feminilização e feminização. Para a autora, a feminilização possui um significado quantitativo e refere-se ao aumento do peso relativo do sexo feminino na composição de uma profissão ou ocupação; já a feminização tem um significado qualitativo que alude às transformações de significado e valor social de uma profissão ou ocupação, originadas a partir da feminilização ou aumento quantitativo e vinculadas à concepção de gênero predominante em uma época. 16