Sec.de Estado da Saúde A QUIMIOPROFILAXIA NO PORTADOR DO HIV E OUTROS IMUNODEPRIMIDOS Fiuza de Melo Interações imunobiológicas entre TB e AIDS BK Sinalização VIH Estimulação Linfócito T (CD4) Macrófago BK Infecta o Macrófago VIH Infecta o Linfócito Destrói o Macrófago Multiplica-se Destrói o Linfócito Replica-se Libera TNF-alfa Replicação do VIH Deprime a Imunidade Multiplicação do BK Desenvolvimento da AIDS Desenvolvimento da TB Estimativa global do número de pacientes HIV+ Europa Oeste & Central América do Norte 1,3 milhões Europa Leste & Ásia Central 760.000 [600.000 – 1,1 milhões] 1,6 milhões [1,2 – 2,1 milhões] [480.000 – 1,9 milhões] Caribe 230.000 [210.000 – 270.000] América Latina 1,6 milhões [1,4 – 1,9 milhões] Norte & Meio Leste da África 380.000 [270.000 – 500.000] África Sub-Saariana 22,5 milhões [20,9 – 24,3 milhões] Ásia Leste 800.000 [620.000 – 960.000] Sul e Sudeste da Ásia 4,0 milhões [3,3 – 5,1 milhões] Oceania Total: 33,2 (30,6 – 36,1) milhões UNAIDS Global Reports 2.007 75.000 [53.000 – 120.000] Impacto do HIV sobre a tuberculose nas diversas regiões do mundo USA HIV com prevalência Brasil HIV com X prevalência TB com prevalência TB com X prevalência TB com localizado aumento X da TB África HIV com prevalência TB com prevalência TB com importante Estimated TB incidence/100K/yr Technology 2005: Africa driving global TB epidemic upwards Africa - high HIV 400 300 Africa - low HIV 200 World E Europe 100 0 1990 World exc AFR EEUR 1995 2000 2005 Dye C, STB/WHO/Geneve CONTEXTO: AIDS e Tuberculose no Brasil - 2006 AIDS - 25.000 casos / ano - 613.000 infectados - 9,6% comTB ativa - Prop. H/M - 2:1 - Idade: 20-49a - Interiorização - Empobrecimento TUBERCULOSE - 80.000 casos / ano - 50 milhões infectados - 12% VIH+ - Prop. H/M - 2:1 - Idade: 20-49a - Interiorizacão - Associada a pobreza Percentual de pacientes com TB em casos notificados com Aids. Brasil, 1990-2006* 50 Média de 1990 a 2006* = 18,3% 45 40 35 30 ,4 29 ,1 28 ,6 29 , 30 5 , 29 7 , 27 25 8 , 24 6 , 21 20 6 , 18 7 , 18 5 16 , 15 15 7 , 12 9 , 10 6 , 10 4 , 10 10 3 6 9, 5 0 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 .00 .01 .02 .03 .04 .05 Fonte: SINAN e PN-DST/AIDS (*dados até 06/2006 projetados para 12/2006) .06* Incidência anual de TB em casos de AIDS Co-infecção TB/HIV – Brasil 1985/2003 0,15 Fonte: SINAN TB Pulmonar 0,10 TB Disseminada 0,05 Terapia antiretroviral 0,00 1985 Mono Bi 1988 1991 Tripla 1994 1997 2000 2003 Casos de Tuberculose em pacientes HIV/Aids, de acordo com o ano de primeira notificação de TB no serviço. CRT-DST/AIDS, 1994-2002. 400 TARV 1996/97: - 54.2% 300 1996/01: - 67,5% 200 100 casos 0 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 casos 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 372 320 317 145 93 108 83 103 75 Fonte: Vigilância Epidemiológica. CRT-DST/Aids (dados até 31/12/02) Tendências do HIV-AIDS no Brasil 1. Heterosexualização: homo/bi (83=80%-95=25%) hetero (90=7%-95=29%) 2. Feminilização: relação homem/mulher (85 = 28/1 – 95 = 3/1) 3. Verticalização: transmissão perinatal (85 = 23% - 95 = 84,5%) 4. Juvenilização: aumento da notificação em faixa etária mais baixas 5. Interiorização: aumento dos casos fora das capitais 6. Pauperização: escolaridade em 95: 2o.grau e superior 31% Fonte: Carlos César de Albuquerque, Ex-Ministro da Saúde Bol. Epidem. AIDS 1997;9:2-3 Tuberculose + AIDS: Um problema social ? ESCOLARIDADE Analfabetos e 1o Grau 2o Grau e Superior TOTAL TB + AIDS 50 (94,3%) 3 ( 5,7%) 53 (100%) AIDS s/ TB 33 (78,6%) 9 (21,4%) 42 (100%) X2 = 3,92 - p<0,05 Fiuza de Melo e cols. J Pneumol 1990, 16 (Supl.1):93 Estratégias para Controle de TB em HIV+ Detecção precoce da TB: Baciloscopia, cultura e identificação para todos os pacientes com suspeita de TB. Cultura automatizada como forma de agilizar o diagnóstico. Estratégias para Controle de TB em HIV+ Garantir adesão ao tratamento: Tratamento supervisionado de TB como forma de diminuir abandono, garantir a cura e diminuir taxas de resistência aos medicamentos. Estratégias para Controle de TB em HIV+ Tratamento medicamentoso: Uso de terapia anti-retroviral de alta potência em todos os pacientes com indicação. Uso de terapia preventiva (quimioprofilaxia) para TB em todos os casos em que há indicação Quimioprofilaxia da TB no Brasil em HIV(+) G) Quimioprofilaxia para TB em pacientes HIV (+) INDICAÇÕES Indicações: Ausência de sinais e sintomas da TB A) Com radiografia de tórax normal 1) PPD >5mm 2) Contato intradomiciliar ou institucional 3) PPD não reator ou <5mm, com PPD(+) anterior comprovado, não submetido a tratamento ou quimioprofilaxia na ocasião B) Com radiografia de tórax anormal Com lesões residuais de TB sem tratamento anterior (afastada a TB ativa por escarros e RX anteriores), independente do resultado do PPD Quimioprofilaxia da TB no Brasil em HIV(+) Outras recomendações 1) PPD em todo HIV(+), repetido anualmente nos não reatores e nos que usam TARV a cada 6 m no 1º ano para identificar a ocorrência de SIRI (reação paradoxal) 2) Prolongar a quimioprofilaxia em caso de possível re-exposição ou repetir caso tenha sido suspensa 3) Em caso de imunodeficiência moderada/grave com PPD >10mm, sugere-se investigar TB pulmonar ou extra-pulm.ativa antes de iniciar a quimioprofilaxia 4) HIV(+) contato de TB INH-resistente documentada, deverão ser enviado para uma referência para tratamento com RMP 5) Monitorizar casos de hepatopatia prévia, administração com cautela nos etilistas 6) HIV(+) e PPD (-) independente do estágio da imunodeficiência não devem usar quimiprofilaxia. Repetir o PPD a cada 6 meses TB pós-primária TB primária Sec.de Estado da Saúde QUIMIOTERAPIA NO USUÁRIO DE BLOQUEADOR DE TNF-alfa Fiuza de Melo Desenvolvimento da terapia anti-TNF 1989-1992 anti-TNF anticorpo monoclonal Cultura de cels 1993-1998 TNFR-IG testes Interferon 1a clonada TNF clonado TNFR-IG 1970s 1975 1980 1982 1984 1989 1990 TNF Iêda M.M.Laurindo-FMUSP 2000 - Infliximabe testes Fase I Aprovado para AR Ac anti-TNF 1991 1992 1993 1997 1998 1999 2000 2002 2005 1993-1996 1998 – Etanercepte Ac anti-TNF AR e Crohn aprovado para AR Ac Anti-TNF IL-1 cels sinv (cult) 1982-1988 na AR Sinóvia TNF,IL-1,IL-6 1997-1999 Fase II Ac anti-TNF+MTX 10 trial Adalimumab 1998 Infliximabe 1990-1992 anti-TNF Fase I modelos animais aprovado para Crohn 1994-1996 AC anti-TNF totalmente2002-Adalimumabe humano Aprovado para AR Etanercepte Humano TNF receptor p75 proteina de fusão Adm.: SC 50mg/semana 25mg/2 vezes/ semana Infliximabe Anticorpo monoclonal quimérico 75% humano Adm.: EV cada 6-8 semanas Adalimumabe Anticorpo monoclonal humano 100% humano Adm.: SC 40mg cada 15 dias Concentrações plasmáticas Concentrações séricas dos antiTNF-alfa etanercepte adalimumabe tempo infliximabe Infecções durante os Estudos Clínicos Etanercepte Infliximabe Adalimumabe Infecções (%)* 38 39 51.9 Infecções Sérias (%)* 1 6 1.3 Infecções Sérias paciente/ano 0.04 0.03 0.04 *Incidência de infecções e infecções sérias igual a placebo. US Etanercept Prescribing Information. Immunex Corporation; October 2002. US Infliximab Prescribing Information. Centocor, Inc.; April 2003. US Adalimumab Prescribing Information. Abbott Laboratories; January 2003. Infecções granulomatosas em pacientes que usaram Infliximab e Etanercept (USA) Infecções granulomatosas Infliximab n=233.000 Etanercept n=113.000 P M. Tuberculosis H. Capsulatum Candida sp 335 (143,8) 39 ( 16,7) 39 (34,5) 3 ( 2,7) <0,001 <0,001 8 ( 1 ( 2 ( 7 ( 23 0,006 0,046 <0,001 0,023 localisada sistêmica Listeria sp MNT Outras Total 38 10 36 30 68 ( ( ( ( 16,3) 4,3) 15,5) 12,9) 556 (238,6) 7,1) 0,9) 1,8) 6,2) 83 (73,5) <0,001 Nota: entre ( ) %/100.000 Wallis RS et al. CID 2004:38 1261-5 Tuberculose e bloqueador do TNF-alfa 72% infecções Infliximabe 28% Etanercepte Média de tempo tto Infliximabe-190 dias Etanercepte- 511 dias 3 x mais comuns com Infliximabe comparadas ao Etanercepte Wallis RS et al. CID 2004:38 1261-5 Tuberculose: Infliximab x Etanercept Provável papel do TNF-alfa na imunidade da TB: O macrógago fagocita bacilos invasivos (A), libera TNF-a que intensifica a capacidade de fagocitose e lise dos bacilos (B) e outras citocinas que atraem células mediadoras da imunidade (C) Reconhecendo constituintes do Bacilo (MHC1 e MHC2) ativam CD8 e CD4 respectivamente (D) que recrutam novas células e estimulam a produção de grânulos que lisam ou inibem o bacilos (E) Fluxograma para uso antes de introduzir terapia com anti TNF-a Avaliação clínica inicial Sintomáticos Respiratórios Assintomáticos PPD Avaliação do especialista PPD Reator (>5mm) RX Tórax alterado imagem suspeita ou seqüela de TB Uso de Anti-RNF após avaliação do especialista RX Tórax Normal PPD Não Reator (<5mm) RX Tórax Alterado compatível com seqüela de TB Quimioprofilaxia Anti-TNF pode ser introduzido em sua vigência RX Tórax Normal Uso de Anti-TNF liberado com seguimento clínico de rotina Mangini C, Melo FAF.Rev Bras Reumatol.2003;43:XI-XV TB e anti-TNF alfa ainda em discussão PPD+ e vacinação Necessidade de repetir quimioprofilaxia Repetir o PPD após um ano de profilaxia “booster”como parte da avaliação inicial TB prévia Anergia e os novos testes Caso 1 – AR 71a, evolução da TB arrastada, diagnóstico Tardio. Tto. Com RHE Caso 2 – AR+TB prévia 69a, PPD=8mm pós diagnt. BK (+) D e C. Tratou com RHE (intolerância a Z) Caso 3 - AR TNF-alfa e Eritema nodoso História de contágio anterior PPD 20mm, flictenular Final tardio das lesões Alta cura após RHZ (9m) Caso 4 - Portador de Espondilite Anquilosante 28 anos - uso de Bloq.TNF-alfa - PPD flictenular TB ganglionar – SIRI ao suspender corticoide substituto BK recuperado e tipado Alta cura dom RHZ (9meses) Caso 5 – masc., 48 anos, AR e Espondilite Anquilosante – Uo de bloqueador de TNF-alfa. TB pulmonar + Espondilocistite por TB com abscesso epidural. Eescrofulou com drenagem de material exudativo (abscesso frio) onde o bacilo foi recuperado na cultura. Tratamento por 9 meses com RHZ LITERATURA INDICADA • Mangini C, Melo FAF. Rev Bras Reumatol.2003;43:XI-XV • Long R, Gardam M. CMAJ 2003;168:1153-6 • Kaufmann SHE. Ann Rheum Dis 2002;61 (Supl II):54ii-58ii • Furst DE, Cush J, Kaufmann S, Siegel J, Kurt R. Ann Rheum Dis.2002; 61(Supl II):62ii-63ii • Ministério da Saúde/FUNASA. Tuberculose: guia de vigilância epidemiológica, Brasília-DF.2002 • Wallis RS, Broder MS, Wong JY, Hanson ME, Benhouwer DO.Clin Infect Dis 2004;38:1261-5 • Dayer JM. Best Pract Res Clin Rheumatol.2004;18:31-45 • Melo FAF, Afiune JB, Hijjar M, Gomes M, Rodrigues DSS, Klautau GB. Tuberculose in Focaccia & Veronesi: Tratado de Infectologia (3ª.Ed.);2005:Cap70 Quimioprofilaxia da TB no Brasil (Normas) II INDICAÇÕES Adultos, afastada doença ativa pela baciloscopia e RX: C) Viragem tuberculínica recente (12 meses) com aumento de 10mm ou mais D) População indígena, reatores fortes, independente da idade ou estado vacinal E) Imunodeprimidos, contatos intradomiciliares de TB após criteriosa avaliação médica F) Reatores fortes e com condições clínicas de alto risco de desenvolver a doença, tais como: etilismo, DM insulinodependente, nefropatias graves, sarcoidose, linfomas, terapia imunosupressora (corticoesteróides, quimioterapia antineoplásica e outros) e portadores de lesões inativas no RX de tórax, sem tratamento prévio para a TB Distribuição dos Pacientes Internados no Hospital Estadual Santa Maria Rio de Janeiro, segundo as co-morbidades. Período 2002/2003. Co-morbidades* AIDS Hepatite Diabetes Mellitus Pneumonia Hipertensão Arterial Sistêmica Distúrbios Psiquiátricos DPOC ICC TOTAL Nº 83 43 42 35 27 21 14 08 273 % 30,4 15,8 15,4 12,8 9,9 7,7 5,1 2,9 100,0 Não há um bom Programa de Controle da Tuberculose sem a participação e contribuição de especialistas Caminero, PM, TB para especialista, Union,2003 Instituto Clemente Ferreira - SP “Uma casa que trata o tuberculoso e não a tuberculose...” [email protected]