CIÊNCIAS
AGRÁRIAS
107
108
CIÊNCIAS ÁGRÁRIAS
A IMPORTÂNCIA DA MONITORIA NA FORMAÇÃO DO
1 PETIANO
PROJETO DE SENSIBILIZAÇÃO INFANTIL “MÃE,
2 QUERO SER SAUDÁVEL! ”
3 CICLO DE PALESTRAS
A EDUCAÇÃO TUTORIAL ATUANDO COM PRÁTICAS
SUSTENTÁVEIS E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: “O DIA DE
PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS PROMOVIDO PELO GRUPO
4 PET-FLORESTA DA UFRR
TÓPICOS DE MANEJO: AULAS MINISTRADAS AOS
5 INGRESSANTES DO CURSO DE ZOOTECNIA
DIA DE CAMPO: CANA DE AÇÚCAR NA ALIMENTAÇÃO DE
6 RUMINANTES1
SIMPÓSIO GRANDES CULTURAS: INTEGRANDO ENSINO,
7 PESQUISA E EXTENSÃO
INTERAÇÃO ALUNO-CAMPO E VISUALIZAÇÃO
DAS POTENCIALIDADES AGROPECUÁRIAS NO
MUNICÍPIO DE CASTANHAL, PARÁ, COM A XVI
8 VIAGEM DE INTEGRAÇÃO RURAL
109
ESTÁGIO DE VIVÊNCIA EM CAMPO NA AGRICULTURA
9 FAMILIAR, USO DE DIAGNOSTICO RÁPIDO
PARTICIPATIVO (DRP) COMO METODOLOGIA DE
ANÁLISE
NIVELAMENTO NA ÁREA DE CIÊNCIAS EXATAS PARA
10 INGRESSANTES NO CURSO DE ZOOTECNIA
A REENGENHARIA FLORESTAL: UMA PROPOSTA
11 DE INCENTIVO DA ENGENHARIA
PESQUISA E EXTENSÃO: MANEJO FLORESTAL CONFORME
12 O NOVO CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO
13 ESCOLA DE REDAÇÃO
14 PROJETO SOCIAL CASA ALIANÇA DE MISERICÓRDIA
PRÁTICAS DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA ATRAVÉS DA
ORGANIZAÇÃO DAS “TARDES DE CAMPO" PARA
15
PRODUTORES DE LEITE NA REGIÃO SUDOESTE DO
PARANÁ
DESAFIOS DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA:DISCUSSÃO
16
SOBRE O TRABALHO COM MULHERES NO ASSENTAMENTO
RURAL DE ARACATI
110
BONS MARES AOS TUBARÕES: AVALIAÇÃO DA
SEMANA DE ACOLHIDA AOS CALOUROS DO
17 CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA DA
UNIVERDIDADE FEDERAL RURAL DE
PERNAMBUCO-UNID
EDUCAÇÃO TUTORIAL COMO DIFERENCIAL NA
18
FORMAÇÃO PROFISSIONAL E NO CONTEXTO DA
AGRICULTURA FAMILIAR
INTERCÂMBIO DOS GRUPOS PET DA UFSJ: UMA NOVA
19 ABORDAGEM NA EDUCAÇÃO TUTORIAL
AVALIANDO A APRENDIZAGEM DA BOVINOCULTURA DE
20 LEITE POR MEIO DE QUESTIONÁRIOS
VIVENCIANDO A AVICULTURA POR MEIO DE ATIVIDADES
21 PRÁTICAS E LÚDICAS
PROJETO-ESCOLA, CONHECENDO A ZOOTECNIA,
22 EXPANDINDO HORIZONTES
AQUICULTURA INTERATIVA: A BUSCA PELO
23 CONHECIMENTO EM VIVEIROS DE PEIXE
PROJETO HORTA ORGÂNICA E VIVEIRISMO:
CAPACITAÇÃO, INCLUSÃO SOCIAL E MELHORIA DO
24 AMBIENTE
PERFIL SOCIOECONÔMICO DO CONSUMIDOR DE PESCADO
25 NO MUNICÍPIO DE BELÉM PA
111
COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E SUCESSÃO ECOLÓGICA DE
26
UMA FLORESTA SECUNDÁRIA DE TERRA FIRME EM
BRAGANÇA-PA
INFLUÊNCIA DA LUZ NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE
27 TATAPIRIRICA (TAPIRIRA GUIANENSIS AUBL.).
AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL, FISÍCA E
TEMÁTICA DA XVI SEMANA DE ENGENHARIA
FLORESTAL DA UFRPE PELOS PARTICIPANTES DO
28 EVENTO
DEMANDA DOS DISCENTES DO CURSO DE ENGENHARIA
FLORESTAL ACERCA DOS CURSOS DE CURTA DURAÇÃO A
SEREM OFERECIDOS NOS EVENTOS PROMOVIDOS PELO
29 PET
EDUCAÇAO AMBIENTAL EM SOLOS: ESTUDO DE
30 CASO DA ESCOLA VIRGILLIO LIBONATT
ACOLHIDA SOLIDÁRIA PET-EA 2014 DA
31 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG
VERIFICAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE
FABRICAÇÃO EM EMPRESA BENEFICIADORA DE
32 SAL
EDUCAÇÃO ALIMENTAR INFANTIL: UMA AÇÃO
EDUCATIVA NA UNIDADE UNIVERSITÁRIA
FEDERAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL NÚCLEO DE
33 DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DA UNIVERSI
112
RECEPÇÃO AOS ALUNOS INGRESSANTES DO CURSO DE
ZOOTECNIA - UDESC COMO MECANISMO DE INCLUSÃO
34 UNIVERSITÁRIA
PESCA ITINERANTE: UM NOVO OLHAR SOBRE A
ENGENHARIA DE PESCA NO SERTÃO
35 PERNAMBUCANO.
PRODUTIVIDADE DE SOJA EM FUNÇÃO DE DOSES DE
36
FERTILIZANTE NITROGENADO NA SEMEADURA EM
DOURADOS – MS
INICIAÇÃO AO UNIVERSO ACADÊMICO PELA
TUTORIA DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO
TUTORIAL (PET) ECONOMIA DOMÉSTICA:
37 OFICINAS EDUCATIVAS AOS RECÉM-INGRESSOS
38 GALPÃO CIDADÃO ENAPET 2014
EXPECTATIVAS E PERCEPÇÕES DOS ACADÊMICOS DO
CURSO DE AGRONOMIA - UFSM SOBRE AS DISCIPLINAS
40 COMPLEMENTARES DE GRADUAÇÃO
HORTA DIDÁTICA: AGREGANDO MAIS SABOR E
41
QUALIDADE DE VIDA A CRIANÇAS ASSISTIDAS
SOCIALMENTE.
ÀS MARGENS DO VELHO CHICO: UMA VIAGEM AO
SEMI-ARIDO NORDESTINO ORIENTADA POR UM
42 PROFISSIONAL PETIANO.
113
A Importância da Monitoria na Formação do Petiano
1
1
1
2.
Daniele Missio , Natan da Cruz de Carvalho , Marcelo Becker , Daniela dos Santos Brum
1
Bolsista do grupo PET-Veterinária, Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana, RS.
Tutora do grupo PET-Veterinária, Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana, RS.
2
Introdução
Com a criação do sistema Universitário Federal Brasileiro, as universidades buscaram
um conjunto de normas para regulamentar esse sistema. Foi à lei Federal nº. 5.540, de 28 de
novembro de 1968, que fixou regras de funcionamento do ensino superior e instituiu em seu
artigo 41 a monitoria acadêmica (BRASIL, 1968). De acordo com a Resolução nº 152/99
artigo 1º “[...] a monitoria é caracterizada como uma modalidade ensino e aprendizagem
vinculada às atividades de contribuição à formação do aluno integrada às atividades de ensino,
pesquisa e extensão dos cursos de graduação” (UFPI, 1999). Conforme Cordeiro e
colaboradores (2011), a monitoria acadêmica é um passo importante na vida de um estudante
universitário, pois pode levá-lo a trilhar caminhos diferentes dos que havia planejado ao
adentrar na Universidade. Conforme Friedlander (1984), o aluno-monitor é o estudante que,
interessado em desenvolver-se, aproxima-se de uma disciplina e junto a ela realiza pequenas
tarefas que contribuem para o ensino, a pesquisa ou à extensão. Segundo Schneider (2006), a
monitoria pretende contribuir com o desenvolvimento da competência pedagógica e auxiliar
os acadêmicos na apreensão e produção do conhecimento. Considerando isso e a proposta do
Programa de Educação Tutorial (PET) de propiciar aos petianos, condições para a realização
de atividades extracurriculares, que complementem a sua formação acadêmica, procurando
atender mais plenamente às necessidades do próprio curso de graduação (MEC/SeSU, 2014),
a monitoria voluntária é uma das atividades realizadas pelo Grupo PET Veterinária da
Universidade Federal do Pampa, RS.
Objetivos
Esse trabalho objetivou apresentar em forma de relato os resultados positivos alcançados
durante a monitoria para a formação dos petianos.
Metodologia
114
Os petianos do Grupo PET-Veterinária da Universidade Federal do Pampa acompanharam e
auxiliaram nas aulas práticas aos professores de diferentes disciplinas, básicas ou
profissionalizantes, do curso de Medicina Veterinária de acordo com os índices de retenção e
evasão do curso (Brum et al., 2013). Além disso, outras atividades extraclasses como aulas de
revisão também foram criadas pelos petianos juntamente com o professor para estimular os
alunos. Para a avaliação dos resultados deste trabalho optou-se pela técnica da análise teórica
das práticas didático-pedagógicas realizadas durante o período de monitoria voluntária nas
diferentes disciplinas, sendo que neste trabalho todas as atividades são condensadas em ideias
sobre os resultados positivos do programa de monitoria para o petianos.
Resultados e discussão
Os petianos realizaram ao menos uma monitoria ao ano, podendo optar pela qual
apresentavam maior afinidade ou interesse, desde que, já tivessem cursado a mesma. Assim,
foram realizadas monitorias nas disciplinas de Anatomia Animal, Histologia e Embriologia
Veterinária, Bioquímica Especial, Clínica Médica de Grandes Animais, Parasitologia
Veterinária, Técnica Cirúrgica Veterinária e Nutrição Animal. Além disso, os petianos
auxiliaram na execução de tarefas complementares a monitoria a fim de auxiliar aos alunos,
como aulas de revisão, tendo grane aceitação pelos alunos. Conforme Linz e colaboradores
(2009) a importância da monitoria nas disciplinas do ensino superior extrapola o caráter de
obtenção de um título, indo mais além, seja no aspecto pessoal de ganho intelectual do
monitor, seja na contribuição dada aos alunos monitorados e, principalmente, na relação de
troca de conhecimentos, entre professor orientador e aluno monitor. Os petianos que
exerceram a monitoria notaram a importância desta para o desenvolvimento das habilidades
técnicas, o contato mais próximo com a docência e os demais alunos do curso, além disso,
conseguiram rever os conteúdos anteriormente aprendidos e tiveram a oportunidade de melhor
a dicção e diminuir a insegurança de falar em público, aumentando assim a autoconfiança nas
relações interpessoais e contribuindo na realização de outras atividades. Segundo Cordeiro et
al. (2011) a experiência vivida na monitoria serve para despertar vocações, principalmente
quanto à docência, assim, é um ensaio necessário àqueles que ainda estão em dúvida sobre o
que querem mais adiante, pois através dela algumas dúvidas serão esclarecidas, tanto no
âmbito da aprendizagem do aluno quanto no âmbito educacional, servindo de base para a
construção da identidade de educador do aluno-monitor.
115
Conclusão
A monitoria é de suma importância para o desenvolvimento acadêmico dos alunos e foi de
encontro ao que é proposto pelo PET. Permitindo assim, aos petianos um crescimento pessoal,
profissional e social. Por estas razões, conclui-se que a monitoria desperta vocações e
constitui-se em uma forma valiosa de consolidação do processo de ensino-aprendizagem que
repercute positivamente na vida acadêmica e social do petiano.
Referências
BRASIL. Senado Federal, Lei Federal n.º 5540, de 28 de novembro de 1968.
BRUM, D. S.; HOCH, G.C.; MISSIO, D.; CARVALHO, N. C.; SOUZA, T.L. Índices de
Reprovação e Evasão no Curso de Graduação em Medicina Veterinária da Universidade
Federal do Pampa-RS. ANAIS: XVIII Encontro Nacional dos Grupos PET. Recife:
ENAPET. 2013.
CORDEIRO, A.S.; OLIVEIRA, B.P. Monitoria acadêmica: A importância para o aluno
de licenciatura em química. ANAIS: 2º Encontro de ciência e Perícia Forenses do RN.
Natal: ANNQ, 2011.
FRIEDLANDER, M. R.; Alunos-monitores: uma experiência em Fundamentos de
Enfermagem. Revista Esc. Enf. USP, 18(2): p.113-120, 1984.
LINS, L. F.; FERREIRA, L. M. C.; FERRAZ, L. V.; CARVALHO, S. S. G. A importância
da monitoria na formação acadêmica do monitor. In: JEPEX 2009 –IX Jornada de ensino,
pesquisa
e
extensão
da
UFRPE,
Recife,
2009.
<http://www.eventosufrpe.com.br/jepex2009/cd/resumos/R0147-1.pdf.>
Disponível
em:
Acesso
em:
Junho/2014.
MEC/SESu. Programa de Educação Tutorial – PET Manual de Orientações Básicas.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/PETmanual.pdf>. Acesso em: 11
de junho de 2014.
SCHNEIDER, M.S.P.S. Monitoria: instrumento para trabalhar com a diversidade de
conhecimento em sala de aula. Revista Eletrônica Espaço Acadêmico, v. Mensal, p.65,
2006.
UFPI- UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ. Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão.
Resolução nº 152/99. Processo nº 23111.6670/99-64, 1999.
116
PROJETO DE SENSIBILIZAÇÃO INFANTIL
“MÃE, QUERO SER SAUDÁVEL! ”
[Alisson de Souza Cunha, Ana Carolina Fösch Batista, Bárbara Da Cás Draguetti, Carolinne
Pereira Morais, Eliana Laís Lange, Halisson Baron da Silva, Maíra Michel Fuhr Puig,
Valentina Ferrando Tasende, Vinicius Rios de Lima]¹; Alessandro de Oliveira Rios².
¹Bolsistas do Programa de Educação Tutorial (PET) Engenharia de Alimentos, Instituto de
Ciência e Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Av. Bento
Gonçalves, 9500 – Campus do Vale – Prédio 43.212 - CEP: 91501-970 - Porto Alegre – RS
Telefone: 55-51- 3308-9787 - Fax: 55-51- 3308-7048
²Professor do Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Tutor do grupo PETEngenharia de Alimentos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Av. Bento
Gonçalves, 9500 – Campus do Vale – Prédio 43.212 - CEP: 91501-970 - Porto Alegre – RS
Telefone: 55-51- 3308-9787 - Fax: 55-51- 3308-7048
Introdução
A obesidade infantil tem aumentado muito nas últimas décadas o que representa um fato
preocupante, uma vez que esta pode ser associada a problemas cardiovasculares e diabetes,
doenças que antes eram observadas somente em adultos (STYNE, 2001). Um ponto
determinante no número mais elevado de crianças obesas é a mudança no estilo de vida e dos
hábitos alimentares (ROSENBAUM & LEIBEL, 1998). As crianças e adolescentes estão
consumindo maiores quantidades de produtos ricos em açúcares simples e gordura, além de
haver redução da prática de atividades físicas, associado à presença da televisão (OLIVEIRA
et al., 2003).
Diante deste contexto, um projeto voltado para instruir os consumidores em geral e
principalmente conscientizar as crianças sobre a busca de uma alimentação mais saudável,
através do conhecimento das consequências do mau hábito alimentar adquirido na infância
torna-se de extrema importância.
O documentário “Muito além do peso” lançado em novembro de 2012 representa a trajetória
de Marina Farinha e do Instituto Alana, sendo retratada a situação da obesidade infantil e as
doenças decorrentes do mau hábito alimentar.
A grande repercussão do documentário “Muito Além do Peso” vem gerando discussões sobre
a situação da saúde das crianças devido à má alimentação. Atualmente, um terço das crianças
brasileiras tem obesidade e algumas apresentam diabetes, depressão, doenças cardíacas e
respiratórias (OBESIDADE, 2013).
117
Diante destes fatos, foi desenvolvido pelos discentes do Programa de Educação Tutorial
(PET), do Curso de Engenharia de Alimentos, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS), um projeto inspirado no documentário brasileiro “Muito Além do Peso”. O projeto
de sensibilização recebeu o nome “Mãe, quero ser saudável!”, pois se trata de um projeto
voltado para o público infantil, de modo que os filhos possam transmitir aos pais o que lhes
foi ensinado, fazendo-se assim o inverso do que o habitual, uma vez que torna-se mais fácil
ensinar hábitos saudáveis para crianças em formação escolar.
Objetivos
O objetivo deste projeto foi promover a conscientização das crianças em idade escolar, do
ensino público e privado, sobre os malefícios do consumo demasiado de produtos com pouco
valor nutricional, além de estimular tais consumidores a optarem por uma alimentação mais
saudável e pela prática de atividade física regular.
Metodologia
Foram realizadas visitas em duas escolas para a implantação do projeto, sendo o Colégio La
Salle Santo Antônio, localizado na Rua Luiz de Camões, 372, Bairro Santo Antônio, na
cidade de Porto Alegre (RS), onde foram atendidas 5 turmas do primeiro ano do ensino
fundamental. A segunda escola visitada foi a Escola Estadual de Ensino Fundamental Duque
de Caxias, localizada na Rua General Caldwell, 1175, Bairro Azenha, Porto Alegre (RS),
onde foram atendidas 8 turmas de primeiro a quarto ano do ensino fundamental.
Para atingir o objetivo proposto, foram propostas as seguintes atividades:
1) Reconhecimento de Alimentos: foram apresentadas fotos de alguns vegetais, legumes e
frutas (tais como: batata, cebola, abacate, chuchu, entre outros), sendo questionado o nome
destes e as suas origens (raiz, árvore, etc.). Após, foram apresentando alguns dos benefícios
do consumo regular de frutas e vegetais.
2) Apresentação das Quantidades de Açúcares e Gorduras dos Alimentos: para
conscientização das crianças, foram apresentadas as quantidades de açúcares e gorduras
adicionados aos produtos durante a industrialização, comparando com o conteúdo final do
alimento (expressos em volume ou massa).
3) Apresentação do Processamento de Alimentos: foi apresentado o modo de processamento
de produtos muito consumidos por crianças (batata industrializada, arroz branco e integral,
bolachas recheadas, sucos, entre outros), esclarecendo suas fontes, as mudanças de
ingredientes, de processamento e as consequências de seu consumo frequente, porém de
118
forma lúdica, com utilização de vídeos infantis. Para tanto, foram apresentadas as etapas de
transformação da matéria prima até o produto final, comparando com práticas do cotidiano.
4) Apresentação das Vantagens do Processamento de Alimentos: nesta atividade foram
expostas situações nas quais o processamento dos alimentos é benéfico, com indicação de
produtos industrializados que podem ser opções de uma alimentação saudável.
5) Análise dos Hábitos Alimentares das Crianças: foram realizados questionamentos sobre
seus atuais hábitos diários de alimentação, quais os alimentos preferidos e quais das propostas
apresentadas já fazem parte do cotidiano.
Para avaliação dos resultados ao final da atividade distribuiu-se um ficha de avaliação do
projeto, onde os alunos deveriam indicar: 1. Gostei muito; 2. Gostei; 3. Degostei; 4. Desgostei
muito, além de dar sugestões sobre as atividades realizadas.
Resultados e Discussão
Na atividade de Reconhecimento de Alimentos a abordagem de cada alimento foi explanada
de forma simples, mostrando a importância de cada alimento, como por exemplo: Batata,
como fonte de energia, representa um carboidrato e deve ser consumido sem exageros, pois o
consumo demasiado gera acúmulo de calorias que pode levar ao sobrepeso. Frutas, verduras e
legumes são fontes de fibras, minerais e vitaminas, auxiliando o organismo a funcionar
melhor e por isso o consumo deve ser frequente. Carne e leite também devem ser consumidos,
pois são ricos em proteínas que são importantes para a fortificação e para o crescimento.
As crianças mostraram conhecer a maioria dos itens apresentados, tendo alguma dificuldade
no reconhecimento de berinjela, couve, e por vezes pimentão. É importante que as crianças
conheçam todos os alimentos e suas funções, pois uma boa alimentação não deve conter
exageros de algum grupo alimentício e nem falta de outro.
Durante a apresentação da atividade sobre as Quantidades de Açúcares e Gorduras dos
Alimentos as crianças foram questionadas quanto à quantidade de açúcar e gordura em alguns
alimentos (bolacha recheada, salgadinho, refrigerante, etc.). Após, foi apresentado de forma
visual e comparativa a quantidade destes ingredientes nos alimentos, revelando que tais
alimentos industrializados, em sua maioria, apresentam um elevado teor de açúcares e
gorduras e que seu consumo em excesso gera malefícios para a saúde.
Todos os alunos, inclusive os professores, ficaram surpresos com a quantidade de açúcar e
gordura contidos nos alimentos, fazendo perguntas e relatos do quanto eles e seus familiares
consumiam desses produtos. É indispensável que as crianças tenham o real conhecimento do
119
que estão ingerindo, para que possam, por elas mesmas, cuidar de sua alimentação,
prevenindo assim futuras doenças relacionadas ao excesso de gordura e/ou açúcar.
Na apresentação sobre o processamento de alimentos foi mostrado às diferenças entre o arroz
branco e o arroz integral, além da diferença entre suco integral e néctar de frutas. Deste modo,
foi possível relatar que no consumo de tais produtos há a opção pelo “mais” saudável
possível. Ao comparar com o produto mais saudável, foi explicado o que foi alternado no
processo, sendo apresentado que o arroz integral passou por um refino até chegar ao arroz
branco.
As crianças exibiram um completo desconhecimento da diferença entre néctar e suco integral,
fato muito negativo, pois normalmente acredita-se que alguns alimentos representam o
consumo saudável, mas que na realidade contém uma grande quantidade de açúcar. A maioria
desconhecia o conceito de alimento integral (como por exemplo, arroz integral) e não
possuem o hábito de consumi-lo.
Na atividade sobre as vantagens do processamento de alimentos foram expostas situações
onde o processamento é benéfico, para melhor conservação, facilitar a utilização e reduzir a
contaminação
microbiológica.
As
crianças
mostraram-se
interessadas
quanto
ao
processamento de alimentos, fazendo vários questionamentos e percebendo que nem todos os
produtos manufaturados são maléficos.
Durante a análise dos hábitos alimentares as crianças foram questionadas sobre seus hábitos
tanto na escola quanto em suas residências. Após, foi explicado os malefícios do consumo
exagerado de alimentos de pouco valor nutricional e os benefícios de alimentos saudáveis e
nutritivos. Além disso, foram mostrados vários grupos de alimentos e qual a frequência
necessária de consumo destes para uma alimentação saudável.
Os alunos foram participativos, relatando sobre seus hábitos alimentares como café da manhã,
almoço e lanches trazidos para a escola. Percebeu-se que a maioria tem uma alimentação
equilibrada nas refeições principais, porém nos intervalos entre essas refeições há o consumo,
por vezes exagerado, de alimentos calóricos. Segundo Harnack et al. (1999), 64,1% de
crianças em idade escolar podem ser consideradas consumidoras de refrigerante, em
detrimento a outras bebidas saudáveis como leite e suco de fruta. Trichesa & Giuglianib
(2005) ao realizarem um estudo com 573 crianças dos municípios de Dois Irmãos e Morro
Reuter relataram que somente 23,4% das crianças sabiam o que eram alimentos saudáveis,
19% responderam corretamente as questões sobre alimentos ricos em gordura e 4,9% as
questões sobre alimentos que são fonte de energia. Além disso, nesse estudo o grau de
conhecimento em nutrição estava mais presente em crianças acima do peso. É significativo
120
que essas crianças apresentem uma mudança por si só em suas escolhas alimentares,
preferindo alimentos mais saudáveis, com menor teor de açúcar e de gordura.
Em relação a avaliação das atividades realizadas pelo grupo PET nas escolas obteve-se um
índice acima de 95% de aceitação, sendo indicadas apenas as opções : 1. Gostei muito e 2.
Gostei.
Conclusão
Durante a apresentação as crianças interagiram de forma espontânea, respondendo aos
questionamentos e realizando diversas perguntas. Além disso, recebeu-se como retorno dos
familiares dos discentes, com relatos de que o conhecimento aprendido em sala foi repassado
aos mesmos. Assim conclui-se que a apresentação do projeto nas escolas obteve resultado
satisfatório, ou seja, o desenvolvimento e a discussão da problemática com o público alvo
levou ao interesse dos mesmos, tendo como ápice o conhecimento aprendido em sala de aula
repassado aos familiares.
Referências
HARNACK, L. ; STANG, J. ; STORY, M. Soft drink consumption among US children and
adolescents: nutritional consequences. Journal of the American Dietetic Association, vol.99
n.4, p. 436-411. Apr.1999.
OBESIDADE, 2013 - a maior epidemia infantil da história. Disponível em :
http://www.muitoalemdopeso.com.br/sobre/. Acesso em : 05 de jun. de 2014
OLIVEIRA A.M.A. et al. Sobrepeso e obesidade infantil: Influência dos fatores biológicos e
ambientais. Arquivos Brasileiros Endocrinologia & Metabolismo, São Paulo, v.47 n.2,
p.144-155, Apr. 2003. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302003000200006. Acesso
em: 30 maio de 2013
ROSENBAUM, M.; LEIBEL R.L. The physiology of body weight regulation: relevance to
the etiology of obesity in children. Pediatrics, Elk Grove Village- IL, v.101, p. 525-549, jun.
1998. Disponível em:
http://pediatrics.aappublications.org/content/101/Supplement_2/525.full.pdf. Acesso em: 28maio de 2013.
STYNE D.M. Childhood and adolescent obesity: Prevalence and significance. Pediatric
Clinics North America, v.48, p.823-854, ago.2001.
TRICHESA, R. M.; GIUGLIANIB, E. R. J. Obesidade, práticas alimentares e conhecimentos
de nutrição em escolares. Revista saúde pública. v.39 n.4, p.541-547, ago.2005.
121
Ciclo de Palestras
SANTOS, T. B.; PATEL, V.; MÜLLER, D.; PAVAN, C. S.; MAZETTO, I. A.; KAIPERS,
K. F. C.; REITZ, T. C.; VERONA, V.¹; ALFARO, A. T.²
¹ ² UTFPR – FRANCISCO BELTRÃO
Introdução
O curso Superior de Tecnologia em Alimentos é o único curso de graduação na área
de alimentos oferecido na região Sudoeste do Paraná. Iniciou suas atividades em 2008 e sua
implantação ocorreu em grande parte devido à mobilização de organizações governamentais,
não governamentais e movimentos populares de representação dos agricultores, após terem
identificado no processamento de alimentos, uma vocação natural do Sudoeste do Paraná.
O curso confere aos discentes habilidades e competências para atuarem em diferentes
funções, ligadas a área da ciência e tecnologia de alimentos. A formação de profissionais
habilitados para atuar na industrialização de alimentos, supri a necessidade da região por mão
de obra qualificada e permiti a expansão do setor, contribuindo para o desenvolvimento
regional.
O município de Francisco Beltrão pertence à Mesorregião Sudoeste Paranaense que é
formada por 37 municípios, sendo Dois Vizinhos, Francisco Beltrão e Pato Branco,
microrregiões em sua área de atuação, totalizando uma população residente de
aproximadamente quinhentos e sessenta e cinco mil habitantes (IPARDES, 2010), dos quais
cerca de 40% vivem no meio rural. Com relação à concentração fundiária, a região é
caracterizada por minifúndios, dos quais aproximadamente 50% das propriedades rurais têm
menos de 10 há.
O ciclo de palestras é uma atividade desenvolvida pelo grupo PET do curso de
Tecnologia em Alimentos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, câmpus
Francisco Beltrão.
A ação visa a apresentação de palestras e discussão sobre temas de interesse dos
acadêmicos do curso. A atividade busca à associação entre ensino, pesquisa e extensão, numa
perspectiva coletiva, interdisciplinar e transdisciplinar, onde todas as palestras são realizadas
com a participação efetiva dos discentes do curso.
Os tópicos apresentados aos acadêmicos são assuntos relacionados a área de alimentos
e as possíveis áreas de atuação dos tecnólogos em alimentos. Integrantes do grupo PET122
Alimentos são responsáveis pelo levantamento de assuntos de interesse dos acadêmicos e
posterior contato com os possíveis palestrantes.
Objetivos
O ciclo de palestras tem como objetivo a abordagem e discussão de diferentes temas
relacionados ao curso de Tecnologia em Alimentos, mercado de trabalho e possibilidades de
atuação profissional
Metodologia
Foram selecionados diferentes temas de interesse dos acadêmicos, e
posteriormente, palestrantes com expertise no assunto foram convidados para
explanação dos mesmos. A divulgação do evento foi realizada nos murais da
universidade, convite formal realizado nas salas de aula e pelas redes socais.
O evento ocorreu em três edições e contou com a seguinte distribuição:
Primeira edição – Foram realizadas quatro palestras por diferentes profissionais da área
de ciência e tecnologia de alimentos. Os assuntos abordados nas palestras foram:
metodologia para implantação de agroindústrias, hidrolisados proteicos, embalagens e
suas aplicações, frutos transgênicos.
Segunda edição – Diferentes profissionais abordaram os temas: estudo da biossíntese de
aromas, alimentos prebióticos e probióticos, biofilmes e uso e aplicação de embalagens
ativas em alimentos.
Terceira edição - foram apresentadas quatro palestras por egressos do curso, sendo que,
dois egressos atuam em indústrias processadoras de alimentos e dois cursam pósgraduação stricto sensu na área de Ciência e Tecnologia de alimentos. Os egressos
explanaram a respeito das dificuldades encontradas nas suas atividades, bem como, as
possibilidades de atuação para os profissionais da área.
Em cada edição, após as apresentações foram realizadas mesas redondas com discussão
sobre os temas explanados, deste modo, possibilitando a realização de questionamento
aos palestrantes e a ampla discussão dos temas.
A atividade é realizada no auditório da UTFPR - câmpus Francisco Beltrão e conta com o
apoio da assessoria de comunicação (ASCON) e da Diretoria de Relações Comunitárias e
Empresariais (DIREC) da universidade.
123
Resultados e discussão
O ciclo de palestras contou com um elevado número de participantes do curso superior de
Tecnologia em Alimentos durante as três edições, obtendo resultados satisfatórios quanto a
participação dos discentes do curso.
Atividade similar também é desenvolvida por outros grupos PET como o PET-Engenharia
Elétrica da UDESC e pelo PET-Química da UFC. Nas atividades realizadas por esses grupos,
são apresentados diferentes temas e são esclarecidas dúvidas sobre a atuação profissional de
suas respectivas áreas.
Nas primeiras duas edições do evento, os temas abordados nas palestras buscaram não
somente a disponibilização de informação aos discentes, mas também motivá-los. O estimulo
aos discentes, principalmente dos primeiros períodos é fundamental para reduzir os índices de
evasão. A possibilidade de interagir com profissionais da área permite que os discentes
esclareçam dúvidas e, desse modo, sintam-se mais confiantes sobre o seu futuro profissional.
Sabe-se que relatos de uma vida acadêmica e profissional de sucesso, estimulam a
permanência dos estudantes no curso (UEL, 2014).
O envolvimento em atividades que propiciem a vivencia do “aprender fazendo” e “refletindo
sobre”, conduz os discentes a reflexões e discussões, sobre temas éticos, sócio-políticos e
culturais, relevantes para o seu futuro exercício profissional e para a construção da cidadania.
Observou-se na terceira edição do evento, ministrada por egressos, uma elevada participação
de discentes de diferentes semestres. Acredita-se que o fato é resultado da similaridade e
identificação dos discentes com o perfil dos palestrantes, visto que todos eram antigos colegas
de curso. A interação entre discentes de diferentes estágios de adiantamento do curso, auxilia
na interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, que é fundamental para uma formação
acadêmica, desse modo, permitindo à concepção de profissionais mais aptos a construção do
conhecimento.
Ao final das palestras os temas foram amplamente discutidos pelos participantes e
palestrantes. Dentre os temas abordados nas três edições do “ciclo de palestras”, ressalta-se
que os temas mais discutidos foram aqueles ligados a futura inserção no mercado de trabalho.
Muitos acadêmicos possuem dúvidas sobre a atual disponibilidade de empregos na área, bem
como, a remuneração em média recebida.
Conclusão
A elevada participação e a positiva avaliação dos discentes, demonstra que o ciclo de palestras
é uma atividade que contribui para a formação dos acadêmicos do curso. Além disso, a ação
desempenha um importante papel no auxílio a redução da evasão.
124
No segundo semestre de 2014 está prevista a quarta edição do evento, com a apresentação de
temas que ainda serão levantados e definidos junto aos discentes do curso.
Referências
PET–ENGENHARIA ELÉTRICA. Disponível em:
<http://www.pet.joinville.udesc.br/atividades/projetos/pet-15-anos/>. Acesso em : 04 de
junho de 2014.
PET-QUÍMICA.
Palestra
de
Egressos.
Disponível
em:
<http://www.petquimica.ufc.br/?p=529>. Acesso em : 04 de junho de 2014.
IPARDES - Instituto Paranaense de Desenvolvimento Economico e Social. Disponível em:
http://www.ipardes.gov.br/. Acesso em : 04 de junho de 2014.
UEL, Universidade Estadual de Londrina. Ciências Agrárias. Departamento de Zootecnia.
2014.
125
A Educação Tutorial Abordando Práticas Sustentáveis Através
das Oficinas de Reciclagem de Papel e Artesanato
Letícia Castro Nogueira1; Allan Werner dos Anjos1; Aloisio Werneck Pereira1; Dalila Araujo
Lopes1; Dayane Oliveira Lima1; Gessica Kalline Rodrigues Silva1; Jéssica Grama Mesquita1;
Laiza Santos Dagnaisser1; Marianna Fernandes Santana1; Marina da Silveira Gomes1; Natani
de Souza Nascimento 1; Thais Vilaronga Reis da Silva1 ; Thuanny de Santa Barbara Menezes1;
Tiago Marques Tito 1; Victor Rodrigues Ribeiro 1; Alexandre Monteiro de Carvalho 2
¹ Membros discentes do PET-Floresta
² Professor Tutor do PET-Floresta
Introdução
A Educação Tutorial tem como objetivo propiciar aos alunos a participação em atividades
extracurriculares que complementam sua formação. Em muitos momentos, nestas atividades
se insere a sociedade do entorno do Campus Universitário, fazendo com que os grupos do
Programa de Educação Tutorial da Engenharia Florestal (PETs) interajam com a população
em geral, incluindo neste contexto pessoas muitas vezes distantes do ambiente acadêmico.
O Grupo PET-Floresta, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, vinculado ao curso
de graduação em engenharia promove atividades que levam em consideração os preceitos da
sustentabilidade, transmitidos através da educação ambiental.
Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a
coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia
qualidade de vida e sua sustentabilidade (Política Nacional de Educação Ambiental - Lei nº
9795/1999, Art 1º).
Dessa forma, o PET-Floresta busca através da educação tutorial, aplicar e difundir a educação
ambiental na Instituição onde está inserido e na comunidade do entorno.
Alguns dos grandes desafios, a serem superados, na organização de práticas sustentáveis e
educação ambiental são apresentados no relatório realizado pela comissão organizadora da I
Conferência Nacional de Educação Ambiental, em 1997. São eles:
- “A falta de material didático para orientar os trabalhos de educação ambiental, por exemplo
em escolas, sendo que os materiais disponíveis, em geral, estão distantes da realidade em que
são utilizados e apresentam caráter apenas informativo e principalmente ecológico, não
126
incluindo os temas sociais, econômicos e culturais, reforçando as visões reducionistas da
questão ambiental”;
- “A ausência de uma visão integrada que contemple a formação ambiental dos discentes e a
inclusão das questões éticas e epistemológicas necessárias para um processo de construção de
conhecimento em educação ambiental”;
- “A ausência de conceitos e práticas da educação ambiental nos diversos níveis e
modalidades de ensino, o que reforça as lacunas na fundamentação teórica dos pressupostos
que a sustentam” (MMA/MEC, 1997).
Tais desafios trouxeram motivação ao Grupo PET-Floresta para efetuar trabalhos práticos que
tratem da problemática ambiental, assimilando a questão social e econômica. Busca-se com
isso a aplicação dos conceitos de sustentabilidade e educação ambiental, envolvendo ainda a
interdisciplinaridade do ensino.
Assim, o grupo tem considerado a educação ambiental como uma ferramenta utilizada para
sensibilizar a todos, crianças, jovens e adultos. No caso das crianças a curiosidade infantil se
apresenta como um ponto chave para a concretização de bons resultados da educação
ambiental e na participação de jovens e adultos busca-se a conscientização dos envolvidos a
partir da exemplificação de assuntos e problemas do cotidiano da vida destas pessoas.
Experiências avaliadas como bem sucedidas e que consideraram os fatores discutidos acima
foram as oficinas de reciclagem de papel e de artesanato com materiais alternativos realizadas
pelo Grupo PET-Floresta da UFRRJ.
Cada vez mais necessária e aplicada em centros urbanos, comunidades, ambientes
empresariais, cooperativas de trabalho e outras organizações a reciclagem de papel mostra-se
atualmente como prática bem sucedida e com potencial de crescimento indiscutível no futuro.
A utilização de materiais que apresentem potencial de geração de renda para um grupo de
pessoas, seja ele uma comunidade, uma pequena cidade, um bairro ou vila de uma grande
metrópole, é vista hoje como uma forma não só de aproveitamento de bens que seriam
descartados, mas também como uma alternativa organizada de um trabalho coletivo
sustentável, que pode agregar ao grupo de pessoas envolvidas uma série de benefícios.
Objetivos
Este trabalho teve como objetivo, através da experiência com a educação tutorial acumulada
pelo Grupo PET-Floresta da UFRRJ, utilizar e avaliar o ensino de práticas sustentáveis,
enfatizando a importância da consciência ambiental e do reaproveitamento de diversos
127
materiais, em duas atividades abertas à comunidade do entorno do Campus de Seropédica da
UFRRJ: as oficinas de papel reciclado e de artesanato a partir de materiais alternativos.
Metodologia
As atividades tiveram como público alvo estudantes de ensino fundamental da rede pública do
município de Seropédica, que poderiam estar acompanhados de seus pais ou responsáveis,
alunos de graduação e funcionários da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
A oficina de papel reciclado teve carga horária de 8 horas e foi ministrada pelos discentes
integrantes do Grupo PET-Floresta, com o auxílio de um professor do curso de graduação em
engenharia florestal, responsável pelo laboratório e pela disciplina de papel e celulose, ambos
pertencentes ao Departamento de Produtos Florestais, do Instituto de Floresta da UFRRJ.
No laboratório os participantes tiveram a oportunidade de produzir papel reciclado a partir da
desagregação, prensagem, formação de folhas e secagem, de papéis usados trazidos pelos
próprios participantes da atividade. Além da parte prática da atividade, houve uma palestra
sobre questões relacionadas ao descarte do papel, as formas de consumo e de utilização
correta, questões sociais e econômicas envolvidas no processo de uso-descarte-coleta de papel
usado, além da ilustração das possibilidades de reciclagem e reaproveitamento.
A oficina de artesanato a partir de materiais alternativos teve também carga horária de 8 horas
e foi ministrada pelos discentes do Grupo PET-Floresta com o auxílio de uma profissional
artesã. Cada participante aprendeu a reutilizar materiais trazidos por eles, como CDs
inutilizados (riscados ou antigos) e embalagens de leite do tipo “longa vida”, além de retalhos
de tecido.
As duas oficinas foram realizadas em paralelo, em um dia batizado de “dia de práticas
sustentáveis” organizado pelo Grupo PET-Floresta da UFRRJ, “abrindo as portas” do
Instituto de Florestas.
A partir dos CDs foram produzidos porta-recados e a partir das caixas de leite foram
produzidas carteiras. Também foram discutidas em conjunto questões relacionadas ao
descarte de materiais de difícil reciclagem e formas racionais e sustentáveis de
aproveitamento dos materiais utilizados na oficina e outros.
Como forma de avaliar as atividades, os integrantes do Grupo PET-Floresta distribuíram
questionários de satisfação aos participantes.
Trinta questionários foram preenchidos avaliando itens de cada atividade com notas 1 a 5,
sendo estes: divulgação, organização, duração, informações disponibilizadas e didática.
128
Além disso, o questionário contou com campo onde os participantes puderam expressar suas
opiniões e sugestões sobre cada atividade.
Os dados registrados pelos questionários foram analisados através da média aritmética das
notas.
Resultados e discussão
De acordo com os questionários distribuídos ao longo das atividades, a média de satisfação,
considerando todos os critérios analisados e as duas oficinas de forma conjunta foi de 4,45, de
um total de 5, representando uma aprovação de 89% para as atividades.
Os participantes mostraram interesse em participar de futuros eventos e oficinas.
Foi constatada a relevância que atividades de extensão podem ter na comunidade próxima ao
Campus sede da UFRRJ.
As oficinas tiveram boa ocupação, sendo preenchidas com quinze participantes em cada uma,
sendo este o número de vagas pretendido e disponibilizado.
Analisando as oficinas pode-se perceber como as práticas desenvolvidas pelo ensino tutorial
podem estar presente não só dentro da Universidade, mas principalmente fora dela,
propiciando à comunidade a oportunidade de aprender mais sobre o uso sustentável de
materiais e recursos.
Muitos participantes comentaram sobre a necessidade de uma maior e melhor divulgação das
atividades e que estas sejam realizadas com periodicidade mais intensa.
Foram destacados desejos e verificadas necessidades da realização de eventos semelhantes
dentro do Instituto de Florestas da UFRRJ.
Conclusões
Conclui-se que as atividades planejadas para o “dia de práticas sustentáveis”, oficinas de
papel reciclado e de artesanato alcançou os objetivos propostos.
Visando melhorar os eventos futuros o grupo PET-Floresta planeja fazer a divulgação de tais
atividades com maior antecedência, pois se verificaram falhas e dificuldades na divulgação
das atividades que podem e devem alcançar um maior público, apesar de terem sua ocupação
preenchida conforme as vagas disponibilizadas.
Em futuras atividades semelhantes devem ser oferecidas mais vagas através da realização de
mais de uma turma para cada oficina, que poderão também ser oferecidas em mais de um dia.
129
Observou-se também o desejo e a demanda para que este tipo de atividades aconteçam com
mais frequência, abordando novamente os mesmos temas e também novos temas relacionados
com a sustentabilidade ambiental.
O Grupo PET-Floresta avaliou as atividades como de extrema importância e verificou a
grande demanda por estas iniciativas existente na comunidade do entorno da UFRRJ.
Foi verificada na prática e concluiu-se pela concordância com o texto de STERLING, 2001
que destaca que “é preciso ver diferente, deslocar e renovar nosso ponto de vista para
compreender e agir diferentemente; aprendizado e mudança são inseparáveis, pois não é
possível mudar sem aprender (ver o novo), ou aprender sem mudar”.
Agradecimentos
Ao professor Azarias Machado de Andrade, do Departamento de Produtos Florestais, do
Instituto de Florestas da UFRRJ, que coordenou a oficina de reciclagem de papel.
À artesã Regina Célia que auxiliou e coordenou a oficina de artesanato.
Referências
BRASIL. Lei n. 9795 - 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental. Política
Nacional de Educação Ambiental. Brasília, 1999.
BRASIL, Ministério da Educação. Apresentação – PET. Disponível em : <http://portal.mec.
gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12223&Itemid=480>. Acesso em
04 de Jun. 2014.
CONFERÊNCIA Nacinal de Educação Ambiental. 1, 1997, Brasília. Declaração de Brasília
para a educação ambiental. Brasília: Ministério do Meio Ambiente; Ministério da
Educação, 1997.
LIMA, G. da C. O discurso da sustentabilidade e suas implicações para a educação.
Ambiente & Sociedade, vol. 6, núm. 2, julho-dezembro, 2003, pp. 99-119. Associação
Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade Brasil. Disponível em:
<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=31760207>. Acesso em 06 de Jun. de 2014.
STERLING, S. Sustainable education: re-visioning learning and change. Bristol, UK: Green
Books, 2001.
130
Tópicos de Manejo: aulas ministradas aos ingressantes do curso de zootecnia1
Ana Maria Bridi2, Adana Kelita Felix Carneiro4, Amanda Gobeti Barro3, Ana Carla
Picharillo3, Ana Maria Allain Ometto4, Bruna Silva Barboza3, Cássia Perpétua
Marques3, Deivid Willian Xavier de Olvieira4, Dirceu Novais Junior3, Evelyn Rangel dos
Santos3, Fernanda Gonçalves Lisboa4, Gabriela de Oliveira Souza3, Guilherme Agostinis
Ferreira3, Guilherme de Oliveira Rorato4, Jéssica Gonçalves Vero3, Jéssica Martins
Aliano3, Leonardo Lourenço Trolegi4, Maurilio Okuno Canhet3, Talita Favareto Casini4,
Vanessa Bordini Barreto3.
1Projeto de ensino desenvolvido pelo PET Zootecnia UEL, financiado pelo MEC.
2Professora Tutora do PET Zootecnia – UEL, Paraná, Brasil.
3Acadêmico de Graduação em Zootecnia – UEL, Paraná, Brasil. Bolsista do PET- Programa
de Educação Tutorial.
4Acadêmico de Graduação em Zootecnia – UEL, Paraná, Brasil. Voluntario do PET
Programa
de Educação Tutorial.
Introdução
O curso de graduação em Zootecnia da Universidade Estadual de Londrina visa formar
Zootecnistas com sólidos conhecimentos científicos e tecnológicos, dotados de consciência
ética, política e humanista, capazes de desenvolver ações que contribuam com o
desenvolvimento, o bem-estar e a qualidade de vida do homem.
Seu princípio fundamental é a articulação entre a teoria e a prática, valorizando a pesquisa
científica e as ações de extensão, de forma que os alunos adquiram capacidade de crítica,
reflexão e interpretação da realidade. O curso tem objetivo qualificar os alunos para a
continuidade dos estudos na pós-graduação e desenvolver a capacidade analítica, crítica,
técnica e criativa dos mesmos.
O PET Zootecnia, ao estudar os motivos ligados à evasão e retenção, identificou que parte
desta evasão no curso se dava, muitas vezes, porque no segundo semestre do primeiro ano do
curso, não é oferecida nenhuma disciplina ligada à produção animal. Os estudantes se
ressentem pela falta de disciplinas profissionalizantes o que muitas vezes leva ao um
desinteresse pelo curso.
Assim, bolsistas do PET Zootecnia, supervisionados pela professora tutora, ofereceram uma
131
disciplina optativa aos calouros, onde foram abordadas práticas zootécnicas, visando
introduzir termos técnicos e estimular a permanência dos alunos no curso.
Objetivos
As aulas ministradas pelos alunos bolsistas, ingressantes do grupo PET, tiveram como
objetivo:
- Diminuir a retenção e a evasão do curso de Zootecnia, através da oferta de uma disciplina
aos calouros na área profissionalizante e pela convivência com os veteranos;
- Proporcionar novos conhecimentos acadêmicos e um maior contato com os animais de
produção, através de aulas práticas;
- Demonstrar as diversas áreas de atuação do zootecnista;
- Promover um aprimoramento dos conhecimentos dos Petianos, tanto técnico como a
capacidade de elaborar e ministrar aulas, preparando-os ao exercício da docência.
Metodologia
Durante o segundo semestre de 2013 foram realizadas 16 aulas. As aulas foram ministradas na
Fazenda Escola (FAZESC) e no Laboratório de Análise e Nutrição Animal (LANA), ambos
pertencentes à Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Cada petiano escolheu um tema para a aula, de acordo com sua atividade de iniciação
científica. Após a escolha do tema, o petiano elaborou um plano de aula onde constava o
título da aula, os objetivos, a metodologia e as referências bibliográficas. Cada plano foi
discutido e ajustado com a professora da disciplina. Cada aula teve a duração de uma hora
aula (50 minutos) e foram ministradas nas sextas-feiras às 14 horas.
Para esta atividade, foram abordados os seguintes temas: Identificação e caracterização de
forrageiras; Escolha de reprodutores e matrizes e padrão racial da raça Santa Inês;
Identificação e caracterização de forrageiras; Metabolismo de ovinos; Influência do escore de
condição corporal no período reprodutivo; Técnica de OPG e Famacha na Ovinocultura;
Cuidado com os cordeiros do nascimento ao desmame; Ezoognose de Bovinos; Estimativas
de forragem; Equinocultura – Limpeza e cuidados higiênicos; Avicultura de postura; Bovinos
fistulados; Creche, Maternidade e Terminação de Suíno; Análise de ovos; Leiteria; Análise de
carne; Confecção de silagem; Anatomia do sistema digestivo de aves e introdução a fisiologia
da digestão.
Após as aulas era solicitado um breve relatório do conteúdo ministrado que foram corrigidos
pelos próprios alunos que davam a aula, motivando e estimulando o aprendizado da docência
132
nos petianos.
Resultados e discussão
A aula de “Escolha de reprodutores e matrizes e padrão racial da raça Santa Inês” teve como
objetivo repassar noções básicas sobre ezoognósia de ovinos, ensinando a correta
nomenclatura do exterior; demonstrando os animais que apresentam o melhor padrão racial,
bem como as características permitidas e as falhas que os desclassificam; listou-se as
características desejáveis para animais voltados à produção e reprodução, fazendo a
comparação entre os animais para destacar as qualidades e as falhas dos mesmos; listou-se as
características que devem ser observadas no momento de aquisição e descarte de animais.
Na aula de “Identificação e caracterização de forrageiras”, foi apresentado às características
morfológicas e como usar-las na classificação botânica das forrageiras. Outro assunto tratado
foi sobre as características agronômicas de diversas espécies.
Na aula sobre “Metabolismo de Ovinos” discutiu-se sobre gaiolas metabólicas, métodos de
manejo diário e avaliação do comportamento animal. No aprisco, exemplificou-se um modelo
de confinamento.
A aula de “Ezoognose de Bovinos” teve como objetivo demonstrar aos alunos a morfologia
externa dos bovinos, enquanto a aula de “Influência do Escore de Condição Corporal no
período reprodutivo” ocorreu à utilização de alguns animais do rebanho para demonstração da
avaliação.
Na aula de “Técnica de OPG e Famacha na Ovinocultura” foi demonstrado como é realizado
os exames nos ovinos.
A aula de “Equinocultura – Limpeza e Cuidados Higiênicos” foram abordados tópicos de
manejo de higienização nos animais. Também, foram passadas algumas informações aos
alunos sobre o histórico do setor de Equinocultura da Universidade.
Na aula “Bovinos Fistulados” comentou-se sobre o histórico do método de fístula em animais;
Conceitos da técnica cirúrgica e apresentação dos materiais que compõe a cânula; Conceitos
de degradabilidade ruminal e atividade dos micro-organismos, como também técnicas de
coleta de líquido ruminal e incubação “in situ” além do manejo e higiene da cânula.
Na aula de “Estimativas de forragem” foi demonstrado como são feitas as coletas de massa de
forragem, taxa de acúmulo e como calcular taxa de lotação. Para tanto, utilizou-se um
quadrado de 0,25m² e uma segadeira a motor de combustível.
Na aula de “Anatomia do Sistema Digestivo de Aves e Introdução a Fisiologia da Digestão”
133
foi utilizado como exemplo uma ave de postura, que foi insensibilizada e abatida. Após, foi
retirado o aparelho digestório para explicação das partes anatômicas e os seus respectivos
processos fisiológicos.
Na aula de “Creche, Maternidade e Terminação de Suíno” foram abordadas os cuidados com
animais recém nascido até a terminação. Na aula de “Avicultura de Postura” teve como
tópicos o histórico e evolução (genética) da avicultura de postura; Marcas comerciais; Postura
no chão e em gaiolas; Manejo das aves e Manejo dos ovos.
Durante as aulas foram distribuídos para os alunos participantes panfletos relacionados ao
assunto abordado, visando facilitar o aprendizado.
Conclusão
Conclui-se que, as aulas abordavam temas de interesse perante o curso, despertando um maior
interesse dos alunos ingressantes em relação aos estudos e estimulando a permanência no
curso.
Referências
ANUALPEC 2002. Anuário da Pecuária Brasileira. São Paulo: FNP, 2002. 400 p.
MACARI, M.; FURLAN, R. L.; GONZALES, E. Fisiologia aplicada a frangos de corte.
Jaboticabal: FUNEP/UNESP, 2002. 375 p.
PEIXOTO, A. M.; MOURA, J. C.; FARIA, V. P. Bovinocultura leiteira: fundamentos da
exploração racional. Piracicaba: FEALQ, 1993b. 580 p.
SILVA, I. J. S. Ambiência e qualidade na produção industrial de suínos. Piracicaba:
FEALQ, 1999. 247 p.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA. A produção animal na visão dos
brasileiros. Piracicaba: FEALQ, 2001. 927 p.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA – UEL. Departamento de Zootecnia.
Graduação. Disponível em: <http://www.uel.br/cca/zootecnia/pages/graduacao.php>. Acesso
em: 12 maio 2014.
134
Dia de campo: Cana de açúcar na alimentação de ruminantes1
Ana Maria Bridi2, Adana Kelita Felix Carneiro4, Amanda Gobeti Barro3, Ana Carla
Picharillo3, Ana Maria Allain Ometto4, Bruna Silva Barboza3, Cássia Perpétua
Marques3, Deivid Willian Xavier de Olvieira4, Dirceu Novais Junior3, Evelyn Rangel dos
Santos3, Fernanda Gonçalves Lisboa4, Gabriela de Oliveira Souza3, Guilherme Agostinis
Ferreira3, Guilherme de Oliveira Rorato4, Jéssica Gonçalves Vero3, Jéssica Martins
Aliano3, Leonardo Lourenço Trolegi4, Maurilio Okuno Canhet3, Talita Favareto Casini4,
Vanessa Bordini Barreto3.
1Projeto de extensão desenvolvido pelo PET Zootecnia UEL, financiado pelo MEC.
2Professora Tutora do PET Zootecnia – UEL, Paraná, Brasil.
3Acadêmico de Graduação em Zootecnia – UEL, Paraná, Brasil. Bolsista do PET- Programa
de Educação Tutorial.
4Acadêmico de Graduação em Zootecnia – UEL, Paraná, Brasil. Voluntario do PETPrograma
de Educação Tutorial.
Introdução
A bovinocultura se destaca pela sua importância no agronegócio brasileiro e mundial. O
Brasil tem o segundo maior rebanho efetivo do mundo, com cerca de 200 milhões de cabeças
(BRASIL, 2014).
A maior parte dos bovinos produzidos no Brasil é a pasto, sendo que muitas das vezes, o
único alimento, desses animais são as gramíneas. Devido à sazonalidade do clima do país, a
oferta de forragem é diferente no decorrer do ano, sobretudo é necessário que os alimentos
tenham boa qualidade durante todo o ano, levando em conta os períodos alternados de excesso
e escassez de pastagens (BUMBIERIS JUNIOR et al., 2007). Buscando reduzir os reflexos
negativos da sazonalidade de produção de forragens sobre o desempenho do rebanho, a
conservação de forragens é uma estratégia interessante a ser utilizada, para que os animais
tenham alimentos de qualidade durante todo o ano (BOTELHO et al., 2010; BUMBIERIS
JUNIOR et al., 2007).
A ensilagem é uma técnica que consiste em preservar forragens, normalmente produzidas no
verão, através de uma fermentação anaeróbica obtida pela picagem, compactação e vedação
da planta forrageira em silos. O produto final dessa fermentação, denominado silagem, é
obtido pela ação de bactérias lácticas sobre açúcares presentes nas plantas, abaixando o pH até
135
valores próximos de 4,0.
A cana-de-açúcar, pelo fato de possuir alta produtividade e estar madura durante o período de
inverno, pode ser uma excelente alternativa como recurso forrageiro, já que devido ao grande
acúmulo de açúcar, permite a fermentação em quantidade adequada.
O dia de campo tem por finalidade o intercambio de informações entre produtores e alunos,
promover a interação do conhecimento científico com as práticas de campo. Tornando a
produção mais tecnificada, rentável e expondo sua realidade diária aos alunos.
Objetivos
Objetivou-se com o trabalho realizado pelo grupo PET Zootecnia numa parceria com a
CATECz - Empresa Junior de Zootecnia da Universidade Estadual de Londrina, promover um
dia de campo para produtores rurais, estudantes e técnicos, sobre processos de ensilagem, uso
de aditivos e a silagem de cana x in natura, buscando:
- Promover a integração entre os produtores e a comunidade acadêmica;
- Proporcionar novos conhecimentos técnicos aos produtores;
- Aprimorar os conhecimentos dos petianos, através da vivência transmitida pelos produtores.
Metodologia
O trabalho foi realizado por integrantes do Programa de Educação Tutorial (PET) em uma
parceria com a CATECz - Empresa Junior de Zootecnia da Universidade Estadual de
Londrina, com a orientação dos professores Marco Aurélio Alves de Freitas Barbosa e Valter
Harry Bumbieris Junior.
O dia de campo foi desenvolvido na Fazenda 46, localizada no município de Cidade Gaúcha,
ao noroeste do Estado do Paraná. A propriedade é privada com fins lucrativos e também é
utilizada em parceria com a Universidade Estadual de Londrina para desenvolvimento de
experimentos científicos na área de bovinocultura de corte.
O evento contou com a exposição de três banners, que abordaram os processos de ensilagem e
armazenamento, importância do uso aditivos na silagem de cana de açúcar e as vantagens do
seu uso frente à cana de açúcar in natura.
Seqüencialmente, apresentou-se a área experimental da fazenda que possui 12 hectares e foi
realizado uma discussão sobre dimensionamento de silo tipo trincheira, presença de
microrganismos que afetam a qualidade da silagem, a interferência da produtividade da
cultura no custo e no produto final e tamanho ideal das partículas do material à ser ensilado.
136
Resultados e discussão
O tema a silagem de cana-de-açúcar é uma alternativa para produtores de gado de corte e
gado leiteiro porque visa suprir as necessidades do rebanho no inverno, com um alimento com
um custo economicamente viável, foi apresentado pelos petianos Maurilio Okuno Canhet e
Vanessa Bordini Barreto. Foi discutida a importância do uso de aditivos na silagem de cana e
destacado a importância do uso de aditivos químicos e microbianos na tentativa de diminuir a
proliferação de leveduras que convertem açúcares a etanol, dióxido de carbono e água,
causando reduções de ate 70% no teor de carboidratos solúveis (CHO’s).
O tema Cana in natura x silagem foi apresentado pela petiana Bruna Silva Barboza e a
discente Thayane Letícia Casagrande, destacando os fatores que diferem o corte diário da
cana in natura em relação à utilização de silagem.
No período de escassez de forragem a cana de açúcar pode ser utilizada como uma alternativa
de alimento volumoso para alimentação de bovinos, sendo frequentemente oferecida aos
animais in natura, mediante cortes diários (SIQUEIRA et al., 2007). Esta forma de utilização
da cana de açúcar apresenta alguns inconvenientes como a necessidade de contratação de mão
de obra para cortes, desintegração e transporte, fato que tem levado muitos produtores a optar
pela ensilagem como alternativa de utilização desta forrageira viabilizando os custos.
Por fim, o petiano Dirceu Novais Junior discutiu sobre processos de ensilagem e
armazenamento, os quais devem ter grandes cuidados para se obter uma silagem de alta
qualidade, como a escolha adequada do tamanho do silo em relação à demanda da
propriedade, os cuidados na compactação da forrageira, que deve ser o mais homogênea
possível e o fechamento do silo, que não pode permitir a entrada de oxigênio.
Conclusão
O dia de campo apresenta-se como uma ferramenta de grande potencial na difusão do
conhecimento e de tecnologias para a agropecuária em geral, e desta forma consegue-se
passar conhecimentos científicos e proporcionar um convívio entre profissionais técnicos,
produtores e alunos de graduação.
137
Referências
BOTELHO, P. R. F.; PIRES, D. A, de A.; SALES, E. C. J. de.; ROCHA JUNIOR, V. R.;
JAYME, D. G.; e REIS, T. do. Avaliação de Genótipos de sorgo em primeiro corte e rebrota
para produção de silagem. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, Sete Lagoas, v. 9, n. 3, p.
287-297, 2010.
BUMBIERIS JUNIOR, V. H.; DIAS, F. J.; KAZAMA, R.; ARRUDA, D. S. R. de; JOBIM,
C. C.; MORAIS, M da G. Degradabilidade ruminal e fracionamento de carboidratos de
silagens de grama estrela (Cynodon nlemfuensis vanderyst.) com diferentes aditivos. Semina:
Ciências Agrárias, Londrina, v. 28, n. 4, p. 761-772, 2007. Ministério da Agricultura
Pecuária e Abastecimento – MAPA. Bovino e Bubalinos. Brasília -DF. Disponível em: <
http://www.agricultura.gov.br/animal/especies/bovinos-e-bubalinos>. Acesso em: 31 Maio
2014.
SIQUEIRA, G. R. et al. Interações entre inoculantes microbianos e aditivos químicos na
fermentação e na estabilidade aeróbia de silagens de cana-de-açúcar (Saccharum officinarum
l.). In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 41., 2004,
Campo Grande. Anais... Campo Grande: Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2004. (CDROM
138
SIMPÓSIO GRANDES CULTURAS: INTEGRANDO ENSINO, PESQUISA E
EXTENSÃO
Helen K. C. Paschoeto¹; Alex V. Alves¹; Valéria A. Herling¹; Anderson C. Santos¹; Naiara G.
Sousa¹; Matheus F. Belon¹; Larissa Zubek¹; Guilherme S. C. Souza¹; Gustavo P. Camargo¹;
Aarão F. Santos¹; Fernando T. Bernardino¹; Michel E. Neto¹; Fernando C. Melini¹; Paulo H.
P. Alexandre¹; Guilherme C. Cagnini¹; Antonio C. A. Gonçalves².
Introdução
Idealizado e organizado pelo PET-Agronomia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) o
Simpósio Grandes Culturas (SGC) é um evento anual que, em cada edição, aborda temas
relacionados a uma cultura de grande importância para o setor agrícola. O evento é realizado
desde o ano de 2008, tendo ocorrido, em 2014, a sua sétima edição, que obteve ótima
avaliação pelo público.
Objetivos
O Simpósio Grandes Culturas tem como principal meta proporcionar ao público, que é na
maioria composto por acadêmicos do curso de Agronomia da UEM, palestras que visem
preencher algumas lacunas existentes na grade curricular vigente, além de buscar aproximar o
público das inovações científicas e tecnológicas da agricultura.
Metodologia
Para a realização do evento, a Comissão Organizadora conta com o apoio da Fundação
Agrisus e também com apoio institucional, por meio da Reitoria e das Pró-reitorias de Ensino,
Pesquisa e Extensão, do Centro de Ciências Agrárias e do Departamento de Agronomia. O
SGC ocorre durante dois dias completos e consiste na apresentação de palestras, após as quais
há um momento para questionamentos e discussão sobre o assunto. Há também um painel
temático, coordenado por um professor convidado, no qual reúnem-se palestrantes que
debatem sobre um assunto previamente escolhido. A divulgação do evento é feita através da
Internet, tanto por meio do site do grupo, quanto através de redes sociais, da Rádio
Universitária, e também por meio de folders, cartazes e banners que são distribuídos no
139
campus universitário. Para a definição do tema de cada ano, nas primeiras edições fez-se uma
pesquisa com os acadêmicos, sobre qual cultura lhes despertava mais interesse. Deste modo,
ao longo dos anos, estabeleceu-se o seguinte ciclo: Cana-De-Açúcar, Milho, Soja, Trigo e
Café. Este ciclo pode ser alterado, conforme se detecte uma mudança no mercado ou algum
interesse maior por outra cultura, por parte do público. Em 2013 se iniciou o segundo ciclo, e
até o momento tem-se optado por manter os temas pré-definidos. Assim o tema do evento
realizado nos dias 06 e 07 de maio de 2014 foi “Milho”.
Resultados e discussão
No simpósio realizado em maio de 2014, obteve-se um público de cerca de 100 pessoas,
sendo estas na maioria estudantes de Agronomia, tanto da graduação quanto da pósgraduação, mas também houveram alguns profissionais participando do evento. Ao final das
atividades foi entregue a cada participante uma ficha de avaliação, a partir da qual foi possível
inferir a qualidade técnica e científica das palestras apresentadas, bem como o bom
desempenho do grupo PET-Agronomia na organização desse simpósio.
Conclusão
No ano de 2015, o grupo pretende realizar a oitava edição do evento. Esta nova edição trará
consigo os mesmo parâmetros de qualidade utilizados para a realização dos simpósios
anteriores, porém ajustando-se alguns aspectos abordados pelos participantes de 2014, como
uma melhor pontualidade nas palestras e uma divulgação mais ampla do evento.
Referências
SILVA, C.B.R; GONÇALVES, A.C.A.²; Simpósio Grandes Culturas: Integrando Ensino,
Pesquisa E Extensão; In: XIV ENAPET, 2009, Manaus - AM
140
INTERAÇÃO ALUNO-CAMPO E VISUALIZAÇÃO DAS POTENCIALIDADES
AGROPECUÁRIAS NO MUNICÍPIO DE CASTANHAL, PARÁ, COM A XVI
VIAGEM DE INTEGRAÇÃO RURAL
Eduardo Augusto Carlos Conceição; João Francisco Costa Carneiro Junior¹; Carlos Augusto
Cordeiro Costa².
¹Petianos Bolsistas do Grupo PET Agronomia UFRA/Belém; ²Tutor do Grupo PET
Agronomia UFRA/Belém.
Introdução
Atividades de campo como visitas técnicas são modalidades de importância fundamental para
atender as diversas necessidades e interesses dos alunos. Estas atividades devem ser
planejadas de formas interdisciplinar, envolvendo diversas áreas de interesses na formação
acadêmica. A Viagem de Integração Rural, já é uma atividade realizada pelo grupo ha muitos
anos, já foram visitados diversos municípios no estado, como: Paragominas, Parauapebas,
Igarapé-Acú, Tomé-Acú, São Miguel, Irituia, Tucuruí, Rondon, Santa Izabel do Pará entre
outros. Morin (2000, p.52) “expõe que, a ideia de sujeito, um indivíduo sujeito, é a
possibilidade de poder estar no centro de seu mundo para considerar seu mundo a si mesmo”,
dentro dessa perspectiva a vivência provoca no aluno uma aproximação ao “saber se ver”, na
medida em que é obtido um conhecimento na prática exercida. As atividades de campo
permitem o contato direto com o ambiente, possibilitando que o estudante se envolva e
interaja em situações reais, confrontando teoria e prática, além de estimular a curiosidade e
aguçar os sentidos. Além disso, uma atividade de campo permite que “o aluno se sinta
protagonista de seu ensino, que é um elemento ativo e não um mero receptor de
conhecimento” (De Frutos et al, 1996, p.15). O município a ser observado e visitado com o
intuito do primeiro contato do discente ingressante com o campo foi Castanhal. Esta cidade
está localizada no Nordeste Paraense a 68 km da Capital do Estado, Belém. Esta é conhecida
na região pelo seu potencial agrícola e pecuário.
Objetivos
A Viagem de Integração Rural (VIR) serve como uma ferramenta de interação entre os novos
discentes e o campo. Este intuito partiu por parte dos petianos onde a observação foi o
carácter principal onde foi visto que muitos que entravam no curso de Agronomia, não tinham
muito conhecimento do curso ou se tinham era escasso. Com isto surgiu a VIR, que com a
141
XVI edição contemplou o município de Castanhal com a visitação, visualização e integração
do aluno com o meio rural. No município pode ser observado em várias agrovilas três
atividades que são muito fortes na região. Estas foram: O plantio, a colheita e beneficiamento
da mandioca; Pomares de Mamoeiros consorciados ou solteiros; e Fazenda de Gado de Corte
com o Sistema de Cria, Recria e Engorda dos Animais. Estas atividades instigaram os
estudantes a uma visão renovada sobre o campo.
Metodologia
A abordagem utilizada para realização da Viagem de Integração Rural tem sua estrutura
dividida em quatro etapas principais. Na primeira etapa, sendo uma das mais fundamentais
para sua realização, está relacionada com escolha do local, onde, busca-se identificar,
municípios com expressões agropecuárias no estado, assim como também, selecionar no
grupo os coordenadores da atividade, que especificamente nesta foram dois petianos e o tutor,
os mesmos são responsáveis pelas principais articulações visando à consecução da atividade.
A segunda etapa refere-se ao planejamento da viagem, atrelando-se as melhores datas de
realização da mesma, levando-se em consideração o início das aulas dos novatos no curso de
agronomia e o calendário acadêmico, com o período de realização definido, torna-se possível
dar inicio ao trâmite da logística da atividade constante no projeto de execução, envolvendo
unidades administrativas da universidade, bem como, fontes externas. Ainda nesta etapa, é
efetivada a viagem precursora ao município selecionado, visando junto à prefeitura do
município e outras entidades governamentais e não governamentais, firmar programação e
apoio logístico. Na terceira etapa é feita as divulgações em salas de aula e em redes sociais,
abrindo-se as inscrições de participação, que se restringem a trinta alunos recém-ingressos no
Curso de Agronomia/UFRA- Campus Belém. Na quarta etapa, é alcançado o objetivo
principal da VIR, que é conduzir os estudantes aos locais contidos na programação,
aplicando-se no encerramento de cada de dia de atividade, um questionário de avaliação,
reservando-se o período noturno para aplicação e entrega do referido questionário, sendo
possível a análise pelo petianos de pontos fortes e fracos, e propiciando se necessário,
mudanças no direcionamento e forma metodológica pré-estabelecida. Durante a Viagem em
questão, visitamos a Propriedade de Manoel das Chagas, na Comunidade de Nazaré onde
tivemos a oportunidade de conhecer um pouco sobre o Manejo da Mandioca, desde seu
plantio até sua fase final, foi visitado também a Fazenda AG Gomes, de Proprietário Manoel
Gomes, na Agrovila de Iracema, nela podemos observar e dar ênfase a cultura do Mamão,
142
como o consórcio com outras culturas e os solteiros, além da parte de industrialização dos
frutos, e finalmente, foi visitado a Fazenda NOGREMI, na PA-127, Estrada que liga
Castanhal a Igarapé-Açu, a mesma destina-se à cria, recria e engorda de Bovinos de Corte,
focando na Inseminação Artificial com o método LATF (Tecnologia que permite inseminar
um grande número de vacas em dia e hora pré-determinados).
Resultados e discussão
A atividade Viagem de Integração Rural (VIR) objetiva despertar o estudante para a realidade
de sua formação profissional, a partir da inserção deste no ambiente profissional da
agronomia. Neste “pano de fundo” o estudante começa a compreender os desafios e
possibilidades da sua futura profissão. Essa atividade proporciona uma experiência inicial
muito construtiva com relação aos alunos do primeiro período do Curso de Agronomia da
UFRA/Belém. Como principais resultados obtidos nesta atividade, podemos citar:
IMPACTOS SOBRE OS CALOUROS DO CURSO DE AGRONOMIA E MAIOR
APROXIMAÇÃO ENTRE ELES MESMOS - Através desse trabalho, esses alunos têm a
oportunidade de se aproximarem uns dos outros, criando laços de amizades, em um ambiente
totalmente novo e cheio de obstáculos, em que precisarão contar com a presença do outro para
o êxito do mesmo; IMPACTO NA VISÃO DESTES RÉCEM CHEGADOS, SOBRE O
PRÓPRIO CURSO DE GRADUAÇÃO - Esta atividade também contribui para o aluno ter
uma visão geral do curso e das áreas em que pode atuar quando formado, observando-se que
muitos deles tinham uma visão restrita sobre Agronomia, esses novos conhecimentos também
os incentiva a criar expectativas sobre o mercado de trabalho, e assim, permanecer no curso.
CONHECIMENTO ADQUIRIDO SOBRE O GRUPO PET - Aproxima o Grupo PET dos
calouros, oportunizando de mostrar a esses alunos, a importância do Programa e das suas
atividades, e que como as mesmas podem gerar resultados positivos, e contribuir, no
crescimento da qualidade da graduação. O interesse dos calouros no Programa cresce a partir
desse contato e vai se consolidando a partir de outras atividades que o grupo realiza com os
alunos de graduação. Isso tem relevância significativa no processo de seleção de futuros
petianos para o Grupo, já sendo constatado, que muitos candidatos, afirmam que o seu
interesse pelo Programa se deu com a Viagem de Integração Rural. Contribuir com o
crescimento da graduação é uma das bandeiras que o PET defende, e essa atividade, é um
grande exemplo de como esse grupo pode ter bons resultados quando envolve em suas
atividades, alunos de diversos semestres do Curso de Agronomia da UFRA/Belém. Com esse
intuito as visitas foram realizadas em várias propriedades, possibilitando uma visualização de
143
diferentes realidades do município de Castanhal no Pará, assim como a diversidade de áreas
na qual um engenheiro agrônomo pode atuar.
Conclusão
A Viagem de Integração Rural contribuiu para o aprendizado acadêmico, pois se pode
conhecer um pouco da potencialidade agrícola do município estabelecendo assim uma ampla
discussão do que foi observado, expandindo o leque de conhecimento da nossa profissão e sua
importância na agricultura. Vale ressaltar a importância que esta atividade tem para os alunos
que estão entrando na universidade, sabendo que muitos deles não conhecem a vasta área de
atuação de um agrônomo. Podemos perceber o interesse desses alunos pela atividade, pelas
visitas nas fazendas, nas empresas, nas industrias. Nesta atividade, os alunos são orientados
sob diversos aspectos para que a atividade atinja os objetivos pretendidos. Assim, através do
contato com profissionais e com o ambiente de trabalho, o estudante tem a oportunidade de
compreender o contexto da agronomia, os desafios, as possibilidades, e a responsabilidade
que ele mesmo terá quando profissional. Permite também, ao jovem estudante e todos os
petianos compreender a profissão de modo mais amplo e relaciona-la a um contexto social,
bem como adquirir visões criticas sobre o mercado de trabalho, a universidade, a sociedade, e
todo o contexto em que o curso de graduação está inserido.
Referências
DE FRUTOS, J. A. et al. Sendas ecológicas: un recurso didáctico para el conocimiento del
entorno. Madrid: Editorial CCS, 1996.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo, Cortez, 2000.
144
Estágio de vivência em campo na agricultura familiar, uso de Diagnostico Rápido
Participativo (DRP) como metodologia de análise
José Reinaldo da Silva Cabra de Moraes¹, Juliana Martins de Lima¹; Carlos Augusto Cordeiro
Costa².
¹ Bolsistas PET-Agronomia/SESu-MEC/da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
² Tutor do grupo PET-Agronomia/SESu-MEC/(UFRA)
Introdução
Atividades de campo são de suma importância, para poder atender as necessidades e os
interesses de alunos. Buscou-se então, o Estágio de Vivência em comunidade que vem se
multiplicando por todo o país, assumindo caráter local ou regional, em sua maioria
interdisciplinar e a partir daí, atuar para melhorar a qualidade do ensino no curso de
Agronomia, aproximando mais os alunos da realidade, demandas e necessidades dos
trabalhadores e produtores rurais. O Estágio de Vivência é um período de tempo no qual
estudantes universitários convivem com comunidades rurais e assentamentos e pretende
discutir a necessidade de uma profunda reorientação dos padrões de organização
socioeconômica da agricultura para alcançar sua sustentabilidade, caminhando assim, para a
produção de alimentos de melhor qualidade (CAPORAL, 2002).
Essa proposta representa hoje um importante processo de reflexão e elaboração crítica dos
objetivos da universidade, em uma valorização do diálogo com a sociedade, repensando as
condições de intervenção sobre a realidade do campo. Ao longo das discursões travadas, foi
se reconhecendo como ponto central a superar a lacuna universidade/sociedade, em especial o
caráter acadêmico, tecnicista e segmentado do conhecimento produzido na instituição
universitária brasileira (PETERSEN, 1999).
Partindo desse princípio busca-se, através do diagnóstico Rápido Participativo (DRP),
conhecer a realidade socioeconômica das comunidades. Esse processo estimula a participação
dos grupos sociais no processo decisório e, consequentemente, os resultados obtidos por essa
interação assolam a visão simplista que os atores da esfera privada denotam as relações
sociais, políticas e culturais. (GOMES et al,2001). Nesse contexto, o Estágio de Vivência,
serve como uma forma de conexão entre o universitário e o meio rural. Aqui enfocamos o
Estágio de Vivência realizado no município de Inhangapi-PA, nas comunidades: Patauateua,
Boa Vista e Pernambuco.
145
Objetivos
Objetivou-se,
Aprender,
observar,
conhecer
e
participar
da
realidade
do
assentamento/comunidade. Conhecer a complexidade da realidade e a diversidade de manejo
de cada propriedade. Valorizar a troca de informações e experiências, em plano coletivo e
interdisciplinar. Confrontar seus conhecimentos teóricos com a realidade das comunidades/
assentamentos, gerando uma discursão na universidade, ao seu retorno, no período de
avaliação.
Metodologia
Buscando alcançar os objetivos propostos, o Estágio de Vivência realizado no município de
Inhangapi, é estruturado em etapas que são descritas a seguir:
Etapa 1 – Preparação: Sendo uma das mais fundamentais para sua realização, buscam-se
selecionar no grupo o coordenador da atividade, envolvendo geralmente um petiano e o tutor,
os mesmo são responsáveis pelas principais articulações visando à execução da atividade, tal
como, planejamento da viagem, encontrando-se as melhores datas de realização da mesma.
Com o período de realização definido torna-se possível dar início aos trâmites de logística,
envolvendo unidades administrativas da universidade. Ainda é realizada uma visita nas 12
casas das comunidades onde irão receber um aluno e um petiano, ou seja, dois alunos por
casa. Também é articulado com a prefeitura do município e outras entidades governamentais e
não governamentais a programação e o apoio logístico da atividade. Com tudo encaminhado,
é feita a divulgação do Estágio de Vivência em Inhangapi e são abertas as inscrições para os
alunos do curso de Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia. Com o período
de inscrição encerrado é feito o sorteio de 12 (doze) alunos, sendo realizado também o sorteio
de suplentes, caso aja desistência de algum aluno sorteado primeiramente.
Etapa 2 – Vivência: é a fase em que um aluno e um petiano convivem, por cerca de 3 (três)
dias diretamente com o produtor rural, ficando em uma das 12 (doze) casas de alguma família
que os recebem. É importante lembrar que essa fase é caracterizada pela não intervenção, ou
seja, os alunos vivenciam a realidade do agricultor, e não interferem na mesma, seja a parte
técnica da universidade ou de valores culturais, políticos e sociais que não sejam daquela
realidade e que se queira introduzir nela.
Etapa 3 – Nesta etapa os alunos se reúnem na secretaria de agricultura do município e
socializam as experiências num caráter avaliativo e reflexivo, pensando em formas de atuação
146
na organização e na sociedade, além de avaliar a experiência do estágio como um todo,
levantando os pontos positivos e negativos, e por fim, elaborando propostas coletivas para o
próximo Estágio de Vivência.
Resultados e discussão
Através da aplicação do Diagnóstico Rápido Participativo (DRP), observou-se que, mais de
80% das famílias das comunidades visitadas, não participam de nenhuma associação ou
cooperativa, fator esse, que deve ser analisado pelos gestores da região ou comunidade. Visto
que, o surgimento desta forma de associativismo constitui-se numa busca pela melhoria da
qualidade de vida do agricultor, e em uma visão mais ampla, colocando-se como meio
alternativo de desenvolvimento local, visto que apresenta uma relação de afinidade com o
conceito de capital empresarial, ou seja, em sua essência, o cooperativismo caracteriza-se por
uma forma de produção e distribuição de riquezas baseada em princípios como a ajuda mútua,
a igualdade, a democracia e a equidade (GAWLAK, 2001).
Outra questão a ser analisada, refere-se ao uso de crédito pelas famílias, onde apenas cerca de
33%, usam de tal benefício, assim como também relacionado aos serviços de assistência
técnica e extensão rural que somam pouco mas de 35%. A importância das assistência técnica
é dada, pois, a mesma, é capaz de transferir as tecnologias geradas pela pesquisa aos
agricultores, possibilitando a estes o emprego de novas dinâmicas nas formas de produção, o
que tem grande peso na promoção do crescimento e desenvolvimento do meio rural. Sendo
assim, a assistência técnica e extensão rural são serviços de importância fundamental no
processo de desenvolvimento rural e da atividade agropecuária, logo, sua falta, pode trazer
grandes prejuízos as comunidades e famílias ali inseridas.
Dos entrevistados, 66,7% tinham seu lote de terra de utilização própria, questão que trás
seguridade as famílias visto que produzem em sua própria área, porém, a forma de preparo
dessas áreas pelos produtores ainda é baseada na agricultura de corte e queima, um sistema
que está em transformação, devido aos impactos ambientais gerados, mas que é frequente nas
propriedades de muitos produtores rurais do pais. Observou-se também que mais de 35% das
famílias apresentam a mandioca para a produção de farinha, como principal produto
produzido pelas famílias. A produção de Açaí, principalmente nas áreas ribeirinhas das
comunidades, tem em seu extrativismo como principal fonte de renda, principalmente no
período de entressafra da cultura, chegando o preço da tonelada a dobrar. Cultivos alimentares
de feijão e milho estavam presentes apenas em 7% das famílias. A comercialização da
147
produção é dada em 50% das famílias nas feiras de outra cidade e apenas 25% na feira do
município e na comunidade, apresentando em média as famílias 3 a 4 salário mínimos. No
entanto, quando não feita à venda pelos produtores de forma direta nas feiras, aparece a figura
do atravessador e marreteiros, controlando preços e condições de pagamento aos produtores.
Por outro lado tem-se o baixo poder aquisitivo da população, que se fazem frente a esses
agentes, não favorecendo a demanda sustentável para os produtos locais. Torna-se, portanto,
mais urgente à ação organizada de produtores para atuar em mercados no âmbito regional, que
possam a vim solucionar diversos a atenuar problemas relatados pelos agricultores como falta
de comercialização, maquinas e equipamentos e solo sem seus devidos preparos e manejos.
Conclusão
Os resultados apresentados neste trabalho representam um pouco da realidade local das
comunidades do município de Inhangapi/PA, onde por meio do DRP, visto este como uma
metodologia de pesquisa e de coleta de dados que pretende incluir a perspectiva de todos os
grupos de interesse integrados em uma comunidade, forneceu informações diversas sobre a
forma de trabalho, produção, apoio técnico científico, poder público local e entre outros. Que
permitiu por meio do método local e participativo fazer levantamento da realidade desses
produtores familiares. Outro fator relevante é a aproximação dos alunos da realidade,
demandas e necessidades dos trabalhadores e produtores rurais, que necessitam desse apoio
para a busca de novas técnicas para o fortalecimento da agricultura familiar, almejando a
sustentabilidade desse sistema.
Referências
CAPORAL, F. R. Superando a revolução verde: a transição agroecológica no RS.
Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, v. 3, n. 3, p 70-85, 2002.
GAWLAK, Albino; RATZKE, Fabianne Allage y. Cooperativismo: filosofia de vida
para um mundo melhor. 2. ed. Curitiba: Ocepar, 2001.
GOMES, M. A. O.; SOUZA, A. V. A. de; CARVALHO, R. S. de. Diagnóstico Rápido
Participativo (DRP) como mitigador de impactos socioeconômicos negativos em
empreendimentos agropecuários. In: BROSE, M. Metodologia Participativa – uma
introdução a 29 instrumentos. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2001.
PETERSEN, P; ROMANO, J. O. Abordagens participativas para o desenvolvimento local.
Rio de Janeiro: AS-PTA/ Actionaid – Brasil, 1999. 144p.
148
Nivelamento na área de ciências exatas para ingressantes no curso de zootecnia
Daniel Augusto Barreta¹, Débora Ferreira Laureano¹, Gabriel Zieher¹, Mauricio Barreta¹,
Sandra Schuh¹, Diovani Paiano², Edir Oliveira da Fonseca³.
¹Acadêmico de Zootecnia da Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, Chapecó –
SC, Bolsista do Programa de Educação Tutorial – PET/Sesu – MEC, ²Professor da
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, Tutor do Programa de Educação
Tutorial – PET Zootecnia, ³Professor da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC,
Tutor Egresso do Programa de Educação Tutorial – PET Zootecnia
Introdução
As Diretrizes Educacionais Nacionais norteiam a inserção de disciplinas curriculares
da área das ciências exatas nos cursos de Zootecnia do Brasil. As ciências exatas estão
contidas em conteúdos de matemática, em especial cálculo e álgebra linear, ciências da
computação, física, estatística, químicas, desenho técnico e construções rurais. Estas
disciplinas favorecem o entendimento de outras áreas no curso de Zootecnia, como é o caso
da genética aplicada à zootecnia, nutrição animal, climatologia, topografia aplicada à
zootecnia, entre outras.
Geralmente, os problemas mais sérios na área de ciências exatas são enfrentados pelos
alunos na fase inicial do curso, provavelmente associados aos déficits educacionais do sistema
de educação brasileiro. A avaliação do INEP (2011) indica que os alunos de 3° ano do ensino
médio no Brasil possuem pontuação média de proficiência em matemática de 273 pontos, e
nenhuma pontuação média do estado de SC é superior a 300 pontos. De acordo com o próprio
INEP (2001), alunos com pontuação entre 250 a 300 pontos são capazes de utilizar conceito
de progressão aritmética e interpretar tabelas de dupla entrada com dados reais. Sendo
incapazes de identificar e resolver uma função de 1° grau, calcular a probabilidade de um
evento em um problema simples, identificar em um gráfico de função o comportamento de
crescimento/ decrescimento, identificar o gráfico de uma reta dada sua equação, utilizar o
conceito de progressão geométrica, operar com o plano cartesiano utilizando sua
nomenclatura (abscissa, ordenada e quadrantes), operar com o plano cartesiano encontrando o
ponto de intersecção de duas retas; calcular a probabilidade de um evento, identificar em um
gráfico de função os intervalos em que os valores são positivos ou negativos e os pontos de
máximo ou de mínimo, resolver problema aplicando o teorema de Pitágoras em figuras
espaciais, resolver problemas reconhecendo gráfico de uma função exponencial, entre outros.
149
Trabalhos em outras áreas indicam um grande problema, que é o índice de acadêmicos
desistentes dos cursos durante os primeiros semestres, fato que esta correlacionado com a
dificuldade de entendimento das ciências exatas.
Uma das formas de nivelar e ajudar os discentes com mais dificuldade é o
acompanhamento nas primeiras semanas de aula, esclarecendo dúvidas e revisando conteúdos
já vistos em outras ocasiões. Além de auxiliar os discentes iniciantes, o referido
acompanhamento promove a interação entre os alunos. A interação é de grande relevância
para a vida acadêmica e precisa ser incentivada pelo professor, sendo que neste ambiente
ambos são beneficiados (Barbosa e Jófili, 2004). Uma outra forma de melhorar o aprendizado
se dá com o uso de meios didáticos alternativos, a fim de aumentar o interesse do estudante
em buscar novas informações promovendo o relacionamento com conhecimentos já
incorporados (Domingos e Recena, 2010).
Com a realização deste curso esperam-se melhorias no desempenho dos alunos nas
disciplinas nas áreas de exatas do curso de Zootecnia, pois historicamente se observa um alto
índice de reprovação nas referidas disciplinas.
Objetivos
O projeto foi elaborado com o principal objetivo de minimizar as deficiências de
aprendizagem em disciplinas nas áreas das ciências exatas, com isso favorecer o aprendizado
nas disciplinas básicas do curso e como consequência o aprendizado nas disciplinas
posteriores. Paralelamente, aumentar a interação entre alunos de diferentes fases do curso e
despertar no aluno tutor o gosto pelo ensino.
Metodologia
Foram utilizadas para o projeto aulas expositivas dialogadas e a resolução de
exercícios. Para a elaboração do plano de atividades os docentes responsáveis pela disciplina
indicaram quais as principais dificuldades que os alunos dos semestres anteriores
apresentavam em relação ao conteúdo programado para a disciplina. Após a identificação dos
problemas foi elaborado um plano de atividades, o qual foi reencaminhado ao docente para
sugestões ou foi construído junto com o docente da disciplina.
Na sequência foram realizados encontros com os acadêmicos ingressantes nas
primeiras semanas de aula, de acordo com horários livres na grade escolar dos mesmos para
150
evitar confronto de horários e assim maximizar a participação dos mesmos. Nos encontros
foram utilizados como metodologia de ensino aulas expositiva, dialogadas, com apoio de
aparelho de projetor multimídia além de apoio ao ensino realizado a distância por meio de
correio eletrônico. Nos encontros foram trabalhados os pontos previamente estabelecidos em
conjunto com o docente, desenvolvimento de exercícios práticos e encaminhamento a leitura
adicional. Como forma de averiguar os benefícios do curso foi elaborado um questionário
previamente estruturado com informações que os autores consideram relevantes.
Posteriormente, o questionário foi aplicado aos alunos da primeira fase, independente de
terem participado ou não no curso. Após a realização do mesmo para a elaboração do resumo
foram utilizadas apenas as fichas dos alunos que participaram da atividade.
Resultados e discussão
A primeira edição ocorrida em 2013/02 contou apenas com quatro alunos os quais
apresentaram 50% de frequência aos encontros. Visto a baixa procura foi relizado um trabalho
maior de divulgação junto aos alunos, para sensibiliza-los em relação à participação nos quais
foram envolvidos os professores responsáveis e o grupo PET como um todo. Como resultado
no semestre 2014/01 houve a participação de 16 acadêmicos com frequência de 62,5%. Os
alunos ingressantes classificaram a divulgação do curso como boa, pois 71% dos alunos
ficaram sabendo da realização do mesmo. Os alunos participantes interessaram-se pela
atividade principalmente por terem dificuldades nas disciplinas exatas, o principal objetivo
em participar do curso foi revisar aprimorar e até mesmo adquirir novos conhecimentos nas
áreas afins.
Nesse contexto, o curso foi bem avaliado pelos participantes, pois os mesmos
atribuíram nota média de 8,22 para a atividade e gostaram da iniciativa dos petianos, pois
ambos apresentam uma linguagem parecida, o que facilita a aprendizagem.
Com o decorrer do projeto espera-se avaliar o desempenho escolar dos alunos
beneficiados e os índices de abandonos de modo a correlaciona-los com a realização do curso.
Além dos benefícios aos calouros, a atividade desenvolveu nos bolsistas do PET o
gosto pelo ensino, a habilidade de identificar problemas e desenvolver ferramentas para
minimiza-los
151
Conclusão
A atividade foi positiva para a maioria dos alunos beneficiados, no qual um pequeno
número de turmas receberam tal auxilio até o momento, o que dificulta a realização de uma
análise mais aprofundada a fim de saber os ganhos que tal metodologia de ensino
proporcionou aos alunos participantes. Através do curso de nivelamento, buscou o
favorecimento do senso de organização por parte dos integrantes do grupo PET e habilidade
para identificar problemas e desenvolver novas alternativas para minimiza-los.
Referências
BARBOSA, R.M.; JÓFILI, J.M.; Aprendizagem cooperativa e ensino de química - parceria
que dá certo. Ciência e Educação, v.10, n.1, p.55-61, 2004.
DOMINGOS, D.C.; RECENA, M.C.; Elaboração de jogos didáticos no processo de ensino e
aprendizagem de química: a construção do conhecimento. Ciências & Cognição, v. 15, n.1,
p.272-281, 2010.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO
TEIXEIRA (INEP). Descrição dos níveis de escala de desempenho em matemática. 2001.
Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_basica/prova_brasil_saeb/escala/
2011/escala_desempenho_matematica_medio.pdf>. Acesso em: 17 maio 2014.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO
TEIXEIRA (INEP). Diretoria de avaliação da educação básica. 2011. Disponível em:
<http://download.inep.gov.br/educacao_basica/prova_brasil_saeb/resultados/2012/Saeb_2011
_primeiros_resultados_site_Inep.pdf>. Acesso em: 17 maio 2014.
152
A REENGENHARIA FLORESTAL: UMA PROPOSTA DE INCENTIVO DA
ENGENHARIA
Habitzreiter, C. Aline¹; Gazzana, Denise¹; Poleto, C. Gian¹; Cerutti, Giovana ¹; Croda. P.
Jéssica¹; Scheuermann. F. Mirian¹; Cantarelli. B., Edison².
¹ Graduando do curso de Engenharia Florestal, da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM), campus Frederico Westphalen.
² Engenheiro Florestal, professor Adjunto do Departamento de Engenharia Florestal da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), campus Frederico Westphalen e Tutor do
Grupo PET Engenharia Florestal.
Introdução
O município de Frederico Westphalen localiza-se na macrorregião Norte do Estado do Rio
Grande do Sul, constitui-se numa região que já teve a maior parte de seu território (264,50
km²) coberto por florestas nativas, mas que em pouco mais de um século de colonização teve
sua área florestal reduzida para pouco mais de um terço (93,83 km²). Este cenário, em grande
parte resulta da falta de manejo adequado deste recurso natural e da carência de conhecimento
da comunidade regional quanto às melhores práticas relacionadas à atividade florestal. Isso
ocorre em razão da carência de profissionais com conhecimento da atividade florestal na
região, bem como o desconhecimento desta comunidade da existência do curso de Engenharia
Florestal neste município.
Em razão deste contexto, surge a necessidade de apresentar a comunidade regional o curso de
Engenharia Florestal, além de motivar seus acadêmicos, através do desenvolvimento de uma
atividade prática que envolva as diferentes disciplinas do curso, constituindo um processo de
reengenharia.
Em entrevistas com profissionais da Engenharia Florestal, é frequente relatos de que o
percentual do conhecimento atual estima-se que somente 30 a 40% foram adquiridos nas aulas
dentro da universidade. Nesse sentido algumas reflexões devem ser revistas, seja na estrutura
universitária, seja na forma de aprendizado. Pesquisas recentes, órgãos e entidades
governamentais vêm alertando sobre a importância da relação entre a teoria e a prática
profissional, uma vez que estas são indissociáveis e fundamentais para a formação integral do
acadêmico.
A forma de condução das disciplinas será o fator determinante para a preparação dos futuros
profissionais. Geralmente, as disciplinas são tratadas de forma isolada, abordado unicamente
153
os conteúdos de sua ementa, desconsiderando suas implicações e relações com os demais
temas que compõem a Engenharia Florestal. Assim, o acadêmico tem acesso ao conhecimento
de forma fragmentada, tornando ainda mais complexo o entendimento pleno das áreas de
atuação da carreira florestal. E o mais preocupante, é que este modelo descontínuo acaba por
tornar o curso desinteressante, desconsiderando aspectos multidisciplinares, particularmente,
quando houver déficit de aulas de cunho prático nas disciplinas profissionalizantes.
No contexto atual, cada vez mais se requer profissionais mais qualificados no mercado de
trabalho. Desta forma, os gestores dos cursos de graduação devem estar atentos à qualidade
do ensino ofertado, visando preparar profissionais aptos a atuarem no campo profissional.
Assim, a análise do perfil dos alunos egressos, é uma forma de medir a qualidade do ensino
ofertado, sendo também um importante meio de sanar problemas existentes nos cursos de
graduação (PELEIAS, 2006). Assim alguns paradigmas devem ser quebrados, buscando uma
forma integrada de ensino-aprendizagem, teoria e prática universitária, bem como, uma
reflexão critica sobre a formação inicial e continuada dos futuros profissionais, destacando
neste artigo, a formação do engenheiro florestal.
Objetivos
O objetivo deste trabalho é propor uma reflexão da forma tradicional de ensino universitário
focando as mudanças que vem ocorrendo em todos os setores de domínio humano,
principalmente, social e educacional, avaliando uma proposta de integralização curricular.
Metodologia
Os aspectos formadores de uma universidade giram em torno do tripé ensino-pesquisaextensão, o qual revela os objetivos e as funções principais que são indissociáveis, e que tem
na sociedade e em sua interação com ela, um fator importante para avaliação e retorno de sua
atuação. Esta relação pressupõe uma troca constante entre a universidade e o aluno, onde o ser
humano, investido de sua capacidade de busca de conhecimento, informação e
aperfeiçoamento, encontra cada vez mais nas Instituições de Ensino, espaço tanto para o
aprendizado intelectual e formador, como um instrumento que permitirá desenvolver
habilidades e encontrar instrumentos para uma troca maior com o meio externo, podendo
interagir com ele e influenciá-lo, sendo a universidade a promotora de saber e conhecimento
que entende a sociedade e propõe mudanças a esta realidade (LOUSADA e MARTINS;
2005).
154
Atualmente mudanças ocorrem de forma muito rápida, as informações propagam-se com
velocidade, a partir do uso das novas tecnologias de informação e comunicação (TICs). Em
função disso, a educação do futuro tende cada vez mais, se tornar permanente, constante, não
formal, difusa, multi-institucional e viabilizada pela tecnologia.
Conforme Lévy: (...) a principal função do professor não pode mais ser uma difusão dos
conhecimentos, que agora é feita de forma mais eficaz por outros meios. Sua competência
deve deslocar-se no sentido de incentivar a aprendizagem e o pensamento etc.(1999, p. 171).
Para que as instituições de ensino acompanhem essas novas tecnologias, se faz necessário,
que se transforme em locais que além de a informação ser transmitida, seja discutida,
criticamente analisada, relacionada com valores e interesses, sendo colocada a serviço da
definição de objetivos pessoais e coletivos. Ao homem compete ser criativo, imaginativo,
inovador e multi-especialista. A ele compete saber fazer uso da informação, saber que, no
mundo globalizado, o seu bem de capital é o intelecto.
É preciso ressaltar que, as novas tecnologias não devem desviar o usuário de seu mundo
interior e de sua criação de sentido. Ao contrário, essas tecnologias favorecem o acesso ao
saber, a caça de informação, novos estilos de raciocínio e de conhecimento são instigados pela
tecnologia. Cabe à educação desenvolver as potencialidades positivas da cibercultura, para
que nos tornemos mais humanos, reflexivos e capazes de aplicar as novas tecnologias a favor
de uma sociedade mais igualitária, justa e fraterna.
Espera-se que, no decorrer dos tempos, a educação do futuro consiga avançar e superar as
barreiras, rumo à democratização do conhecimento e do saber.
Para tanto os cursos de graduação em Engenharia Florestal no Brasil capacitam o acadêmico a
atuar principalmente, em áreas voltadas para a silvicultura e o manejo de florestas nativas e
plantadas, conservação da natureza e tecnologias de aproveitamentos de produtos florestais.
Atualmente, o país encontra-se em expansão das escolas florestais, chegando a 62 cursos de
graduação em atividade.
Contudo, apesar da consolidação e estruturação das escolas de florestas no Brasil os desafios
da formação profissional são permanentes e constantes, especialmente frente a discentes com
acesso irrestrito a informação. Neste contexto, o grande desafio é realmente tornar os bancos
acadêmicos interessantes, mantendo os alunos motivados e determinados a seguir a carreira
florestal.
155
Resultados e discussão
Com isso, analisando o contexto, sugere-se uma integralização curricular, onde cada turma
deve desenvolver as aulas práticas dentro de um sistema cooperativo.
No 1º semestre as aulas podem ser mais interativas através de TIC’s (Tecnologias de
Informação e Comunicação), com disciplinas mais direcionadas a prática. Tendo a Iniciação a
Engenharia Florestal que apresentar o que será estudado durante o curso.
Já no 2º semestre os alunos podem ingressar no sistema cooperativo de aprendizado. Tendo
através da Botânica Sistemática, conhecimento dos gêneros e espécies florestais.
No 3º semestre, com a Silvicultura, os alunos aprendem a manejar sementes; produzir mudas
florestais e projetar um viveiro florestal.
No 4º semestre o currículo apresenta as disciplinas de: Fitogeografia Florestal; Tratos e
Métodos Silviculturais; Economia Rural; Sociologia Rural; Topografia e Elementos de
Geodésia; Experimentação Florestal e Fertilidade do Solo.
Para o 5º semestre temos as disciplina de: Biometria Florestal; Dendrologia; Ecologia
Florestal I; Genética Florestal; Propriedades Físico-mecânicas da Madeira; Fitopatologia
Florestal; Manejo e Conservação do Solo.
Para o 6º semestre: Ecologia Florestal II; Fitossociologia; Melhoramento Genético e
Biotecnologia de Espécies Florestais; Política e Legislação Ambiental; Preservação de
Madeiras; Ajustamento de Observações Geodésicas; Fotogrametria e Fotointerpretação e
Química da Madeira.
Para o 7º semestre: Inventário Florestal; Organização e Administração Florestal; Tecnologia
da Madeira I; Extensão e Comunicação Rural; Hidráulica Geral “A” e Máquinas Florestais.
Para o 8º semestre: Economia Florestal; Incêndios Florestais; Manejo de Bacias
Hidrográficas; Vias de Acesso Florestal; Projetos, Perícias, Licenciamento e Avaliação
Ambiental; Mecanização Florestal; Sensoriamento Remoto e Manejo da Fauna Silvestre.
Para o 9º semestre: Manejo de Áreas Silvestres; Manejo Florestal; Parques e Arborização
Florestal; Silvicultura Aplicada; Tecnologia da Madeira II; Estruturas e Construções em
Madeira e Geoprocessamento.
156
E por fim, no 10º semestre, temos o estágio extracurricular, que deve ser desenvolvido em
uma instituição privada ou pública. Sendo necessário que o acadêmico cumpra uma carga
horária de 390 horas com atividades flexíveis, como disciplinas complementares (180 horas) e
participação de eventos, congressos, semanas acadêmicas, etc (210 horas).
Contudo, se analisarmos as diversas grades curriculares dos cursos de Engenharia Florestal,
podemos ter inúmeras possibilidades de integralização curricular, sempre atento à vocação
profissional da região geográfica onde está a universidade.
Conclusão
Torna-se fundamental, repensar a forma tradicional de formação profissional desenvolvida
pelas universidades, onde se devem priorizar os melhores os critérios genéricos de avaliação,
permitindo resultados que evidenciem aprendizado e conhecimento por parte dos alunos,
ficando evidente que novos métodos de avaliação devem ser utilizados considerando as TICs
como ferramentas capazes de facilitar e motivar o alunado em seu aprendizado inicial e
continuado.
A integralização curricular através de um sistema cooperativo de diferentes turmas de
ingressos e maior valorização dos conhecimentos práticos poderá ser a solução para a
formação de profissionais com melhor formação para as dificuldades do mercado de trabalho.
Assim, fica perceptível que através dos indicadores de produtividade externa, como a maior
aproximação da academia e do profissional, é possível buscar propostas que contribuirão para
reforçar mudanças necessárias e amplamente almejadas.
Referências
LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.
LOUSADA, A, C, Z; MARTINS, G, de A. Egressos como fonte de informação à gestão dos
cursos de Ciências Contábeis. Revista Cont. Fin. – USP, São Paulo: n. 37, 2005.
PELEIAS, I, R. Didática do ensino da contabilidade: aplicável a outros cursos superiores.
São Paulo: Saraiva, 2006.
PET. Relatórios de atividade. Frederico Westphalen: Documentos UFSM, 2013.
UFSM. Missão do curso de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Santa Maria,
2006. Disponível em: < http://www.cesnors.ufsm.br/graduacao/engenharia-florestal>. Acesso
em: 30/05/2013.
157
Pesquisa e extensão: Manejo Florestal conforme o novo Código Florestal
Brasileiro
Jaine C. K. Lanz¹; Fernando Rusch¹; Luis Fernando Allebrand¹; Priscila Simon¹; Ricardo
Pilla¹; Elenice B. Weiler¹ Edison Bisognin Cantarelli².
¹ Graduando do curso de Engenharia Florestal, da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM), campus Frederico Westphalen e membro do Grupo PET Engenharia
Florestal/UFSM/FW. ² Engenheiro Florestal, professor Adjunto do Departamento de
Engenharia Florestal da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), campus Frederico
Westphalen e Tutor do Grupo PET Engenharia Florestal/UFSM/FW.
Introdução
As atividades de um Grupo PET são fundamentalmente relacionadas ao tripé EnsinoPesquisa-Extensão, sendo essencial que o grupo viabilize a interação com disseminação de
conhecimento para os segmentos da comunidade regional.
Neste sentido, esta atividade visa proporcionar entre os integrantes do Grupo PET
Engenharia Florestal, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), campus Frederico
Westphalen, a difusão de conhecimento relativo às atividades de produção de mudas, plantios
comerciais, manejo florestal e extrativismo através do cultivo de plantas frutíferas nativas, em
especial, em Áreas de Preservação Permanente APP, a qual tem a função de preservar locais
frágeis como beiras de rios, topos de morros e encostas, que não podem ser desmatados para
não causar erosões e deslizamentos, além de proteger nascentes, fauna, flora e biodiversidade,
entre outros, e Reserva Legal RL, onde está é a porcentagem de cada propriedade ou posse
rural que deve ser preservada, variando de acordo com a região e o bioma a pequenos
produtores rurais familiares.
Esta atividade é permitida pelas determinações do novo Código Florestal Brasileiro,
atendendo anseios de agricultores familiares, quanto à viabilidade econômica da propriedade
rural.
O Código Florestal brasileiro constitui regras gerais sobre, onde e de que forma o
território brasileiro pode ser explorado, isso ao determinar as áreas de vegetação nativa que
devem ser preservadas e quais regiões são legalmente autorizadas a receber os diversos tipos
158
de produção rural. Desta forma, gerando impacto social de ação transformadora,
especialmente, quanto aos problemas sociais resultantes da vulnerabilidade socioeconômica e
da necessidade de recuperação das áreas degradadas. Entre os resultados esperados desta
iniciativa, pode-se enfatizar a multiplicação da formação de conhecimento técnico frente às
exigências resultantes da aprovação do ‘novo Código Florestal Brasileiro’, isso resulta na
formulação, na implementação e acompanhamento de novas diretrizes para as políticas
públicas prioritárias ao desenvolvimento sustentável regional e nacional.
Objetivos
O trabalho tem como finalidade orientar agricultores familiares, quanto ao
cumprimento da legislação florestal, também auxiliar os petianos há terem um,
aprimoramento profissional, vivenciado em atividades de campo o cumprimento das
legislações e as delimitações. Para tanto, esta pesquisa visa estabelecer parâmetros que
auxiliem na determinação do melhor formato metodológico para sua elaboração.
Metodologia
O projeto está sendo executado no município de Taquaruçu do Sul – RS, situado a oito
(8) km do campus Frederico Westphalen da UFSM, abrangendo cinco (5) localidades,
localizadas no interior do município, denominadas de Linha Santo Antônio, Balestrin,
Turchetto, Dez de Novembro e Travessão Seco. No diagnóstico ambiental foi visível a
necessidade de intervenções para a melhoria e adequação legal das condições presentes nas
propriedades rurais e urbanas inseridas na micro-bacia.
Num primeiro momento, foram levantados dados de campo relativos às condições
ambientais das propriedades atendidas. Em seguida, foram realizados mapeamentos do uso do
solo e demarcação das áreas irregulares de cada propriedade, especialmente quanto ao déficit
de área de vegetação, descumprindo a nova legislação. Posteriormente, foram demarcadas
áreas, corredores para a dessedentação dos animais e cercamento das áreas de APP, isso
ocorreu apenas onde foi necessário.
Em seguida foi feita a escolha das espécies adequadas a cada situação, estás por sua
vez, espécies nativas, já que estás áreas deveriam estar preservadas, para então atender as
exigências legais do ‘novo Código Florestal Brasileiro’, especialmente quanto as APPs. Por
fim, para o mapeamento utilizou-se uma imagem orbital da região, obtida pela Prefeitura
Municipal de Taquaruçu do Sul, com resolução espacial 0,5m X 0,5m.
159
Nos mapas obtidos, foram ilustradas as áreas em que foram implantadas estás mudas
de espécies nativas em atividade de recomposição de APP, em cada propriedade rural. A
partir deste levantamento em campo foi possível gerar mapas temáticos de cada propriedade,
e criarem-se as seguintes classes: Categoria Limites, Categoria Rio, Categoria APP, Categoria
Vegetação Nativa, Categoria Agricultura, Categoria Águas, Categoria Benfeitorias, Categoria
Outros.
Os maiores problemas foram encontrados nas linhas e propriedades a montante, onde
se forma a cabeceira do Lajeado Amadeu, região de muitas nascentes e córregos afluentes do
rio principal. Nessa região as Áreas de Preservação Permanente (APP) muitas vezes
apresentam cobertura florestal, porém abaixo do exigido por lei e também sem presença de
isolamento para animais (cercas).
A partir disso, foram levantados dados de campo relativos às condições ambientais,
em seguida, foram realizados mapeamentos do uso do solo e demarcação das áreas irregulares
de cada propriedade. Foram consideradas como áreas irregulares, todas as APPs, com
metragem inferior as especificadas pelo Código Florestal. Posteriormente, foram implantadas
espécies nativas (processo este denominado como enriquecimento), nestas propriedades,
visando atender as exigências legais do ‘novo Código Florestal Brasileiro’, especialmente
quanto as APPs.
Resultados e discussão
As propriedades são caracterizadas como pequenas propriedades rurais e urbanas,
geralmente de agricultura familiar, onde se produz principalmente culturas como soja, milho,
tabaco e hortas familiares, assim como uma presença acentuada da suinocultura, animais para
venda e principalmente para o consumo na própria propriedade como gado e galinhas. Quanto
ao arrendamento de terras, essa atividade é pouco expressiva nessa região, sendo mais
presente o arrendamento de parte da propriedade, geralmente de um vizinho para outro.
Nas cinco localidades foram implantadas espécies nativas em um total de 12.228
mudas em um espaçamento 2X2, abrangendo uma área de aproximadamente 49.150m² de
APP. Onde na Linha Albarelo foi implantado 3.424m² de terra e 856 mudas, na Linha
Balestrin foi implantado 22.340m² de terra e 5.585 mudas, na Linha Santo Antônio foi
implantado 5.860m² e 1.465 mudas, já na Linha Travessão Seco foram implantados 4.246m² e
1.062 mudas, e na Linha Turcheto foram implantados 13.280m² e 3.320 mudas.
160
Portanto surgem benefícios para os agricultores do qual, agora suas propriedades
cumprem com a legislação florestal, já que, houve debate e desenvolvimento de metodologias
voltadas a recuperação e enriquecimento de APP e RL, atendendo as necessidades de cada
uma das propriedades rurais envolvidas no projeto.
O trabalho também beneficiou os integrantes do grupo PET Engenharia Florestal, onde
se pode enfatizar, o aprimoramento da capacidade de identificar espécies nativas nãomadeireiras que possuem potencial para uso e manejo sustentável em APP e RL. Deste modo
possibilitar a formação de conhecimento técnico frente às exigências resultantes da aprovação
do novo Código Florestal Brasileiro, que exigirá a recomposição de uma grande área
territorial
Conclusão
As matas ciliares degradadas, que margeiam os cursos d'água são áreas que têm um
papel estratégico na conservação da biodiversidade e na preservação da qualidade da água. Na
micro-bacia do Lajeado Amadeu, a água é muito utilizada nas propriedades, principalmente
para a dessedentação dos animais, o que afirma a importância da preservação e manutenção
da qualidade das APPs e conseqüentemente da água.
É a partir disso que os parâmetros de debate e desenvolvimento de metodologias
utilizadas se tornam essenciais na recuperação das APPs já que cada propriedade é diferente e
também deve ser trabalhada de forma adequada a realidade de cada uma delas, desta forma
garante-se um resultado positivo na preservação do Lajeado Amadeu.
Cabe ressaltar que esta é uma ação que visa melhorar um ambiente que abrange todos
os cidadãos da região, sendo assim, demanda da colaboração de todos os envolvidos.
Referências
Entenda
as
principais
regras
do
código
florestal;
Disponível
em:
<
http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2012/11/entenda-as-principais-regras-do-codigoflorestal > Acesso em: 27/05/2014.
Presidência
da
republica;
Disponível
em:
<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm >Acesso em:
27/05/2014
161
Marco, R. De; Ponssoni, C. C.; Projeto corredor ecológico Lajeado Amadeu. Taquaruçu
Do Sul, p. 01-20, 2012.
RURALBR_agricultura. 2014 - Código Florestal: plantio de árvores nativas é alternativa
para recuperação das Áreas de Preservação Permanente. Disponível em : <
http://agricultura.ruralbr.com.br/noticia/2012/11/codigo-florestal-plantio-de-arvoresnativas-e-alternativa-para-recuperacao-das-areas-de-preservacao-permanente3952115.html >. Acesso em: 04 de junho de 2014.
Mesquita, R. A. S.; Murilo, R. B.; Marinho, A. A.; Muraishi, T.; A importância das áreas
de preservação permanete (app’s). Tocantins – FACTO, 2010.
162
ESCOLA DE REDAÇÃO
Amanda Camila de Oliveira Poppi1, Caroline Silva Gonzaga Beuno1, Fabrícia de Almeida
Garcia1, Gabriella Oliveira1, Isabela Ferreira Leal1, Jaqueline de Souza Hörügel1, Jessica
SayuriTicse Nakamura1, Jessica Ortega de Jesus1, Leonardo Filipe Malavazi Ferreira1, Murilo
Monteiro1, Natália Galoro Leite1, Nathaly Marques da Silva1, Priscila Martins Ribeiro1,
Vinícius Donizeti Vieira da Costa1, Ferenc Istvan Bánkuti².
1
Acadêmico de Graduação em Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá e integrante
do PET Zootecnia.
2
Professor Doutor e Tutor do PET Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá.
INTRODUÇÃO
É notável a dificuldade encontrada por uma grande parcela da comunidade acadêmica
em expressar seu conhecimento através da escrita. No curso de graduação em Zootecnia, por
exemplo, onde a grade curricular compreende uma boa parcela de matérias das ciências
exatas, é perceptível a deficiência dos acadêmicos em organizar seus pensamentos a fim de
transcrevê-los. Alguns atribuem a este problema a falta de leitura, visto que o hábito de ler
possibilita ao aluno uma vasta gama de conhecimentos e informações que serão de suma
importância para o desenvolvimento de sua opinião e olhar crítico em relação a assuntos
específicos. Outros relacionam a carência do ensino de redação nas escolas de nível
fundamental e médio a este impasse no desenvolvimento literário.
De acordo com Feitosa (1991),
“Parece que a primeira razão para este “sofrimento” está naquilo que é, ao
mesmo tempo, causa e efeito da crise em que se encontra a comunicação escrita:
a pouca eficácia do ensino de redação nas escolas e a falta de treinamento
especifico para redação cientifica, decorrentes de total desprestígio em que caiu
a língua escrita como meio eficiente de comunicação. Hoje, “falam” os números,
os dados estatísticos, as fotos, os gráficos, os VTs” (FEITOSA, 1991, p.12).
Escrever se faz importante principalmente no momento em que o acadêmico se
encontra no âmbito profissional, o qual exige a elaboração de relatórios, comunicação
interpessoal, escrita de e-mails, entre outros. Com as mudanças constantes que ocorrem no
163
mercado de trabalho, torna-se imprescindível a atualização do profissional. Como se pode
perceber em:
“Quem vai sobreviver nesse novo mundo? Terão mais chances os que
conseguirem acompanhar o ritmo das mudanças e também quem for "educado" e
não meramente preparado para "apertar parafusos". O cacife dos que tiverem
capacidade para criar e transferir conhecimentos de um campo para outro
também será maior. Também o dos que souberem se comunicar, trabalhar em
grupo, aprender várias atividades. Sobreviverão aqueles que estiverem
preparados para a era da polivalência, da multifuncionalidade, das famílias de
ocupações” (ASSIS, 1999. p. 13).
Diante deste contexto, percebe-se que não cabe à Universidade a responsabilidade de
preencher as lacunas deixadas pelos ensinos fundamental e médio, mas sim estimular aqueles
que têm dificuldade em escrever, com leitura e prática, suprimindo assim, o mal da escrita e a
desvalorização da língua portuguesa.
OBJETIVOS
O Projeto Escola de Redação foi estabelecido com o objetivo de minimizar as
dificuldades encontradas pelos petianos de Zootecnia em escrever, sejam textos de cunho
científico ou social, despertando o hábito da leitura e desenvolvendo a autocrítica frente aos
assuntos diversos.
METODOLOGIA
Para o desenvolvimento da atividade, determina-se a elaboração de textos, a partir da
leitura de livros de base cultural ou técnica, e da discussão de artigos ou temas propostos por
petianos e tutor.
Inicialmente um artigo ou tema é sugerido por um petiano. O grupo, por sua vez,
discute o assunto proposto e, a partir da troca de informações, são incentivados a redigirem
redação, obedecendo ao estilo literário de interesse. Posteriormente, estipula-se um prazo de
entrega do trabalho, para que o tutor possa realizar as correções cabíveis, sendo avaliada a
ortografia e a capacidade de interpretação de cada indivíduo. Além desta, pratica-se também a
melhoria na escrita por meio do estímulo ao desenvolvimento de revisões bibliográficas
encaminhadas à congressos científicos. Para que esses procedimentos sejam alcançados
petianos são ainda mais estimulados à leitura.
164
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Apesar do pouco tempo de execução do projeto, visto que o mesmo foi estabelecido a
pouco mais de um ano, é possível perceber a melhora no desempenho dos petianos, tanto nas
atividades exercidas dentro, como fora do meio acadêmico. É perceptível a mudança na
comunicação dos integrantes do PET. Quem lê, escreve e se comunica bem.
CONCLUSÃO
Nos dias atuais, é possível observar a intensa banalização da escrita e a desvalorização
da língua portuguesa, o que pode ser relacionado à dificuldade das pessoas em expor as suas
ideias no papel, sendo preferido, muitas vezes, os números, gráficos e imagens devido a
deficiência em organizar as letras.
A partir dos resultados que estão sendo alcançados, percebe-se que a leitura cultural e
técnica faz com que o indivíduo adquira conhecimento e formule opiniões de forma mais
consistente e eficaz. A leitura é a base para a boa escrita e não se deve ler somente para
escrever, mas sim para enriquecer-se culturalmente. Um bom escritor será sempre um bom
leitor. Os integrantes do PET tem tido melhora considerável nestes aspectos a partir do projeto
“Escola de Redação”.
165
REFERÊNCIAS
ASSIS, M. O Mundo do Trabalho. 2. ed. Brasília: SENAI, 1999. p. 13.
BARRETO, C. A Importância do Ato de Escrever no Ensino de Língua Portuguesa.
Disponível em: http://www.cintiabarreto.com.br/artigos/aimportanciadoatodeescrever.shtml.
Acesso em: 15 de maio de 2014.
FEITOSA, V. C. Redação de Textos Científicos. 4. ed. São Paulo: Papirus, 1991. p. 12.
166
Projeto Social Casa Aliança de Misericórdia
Amanda Camila de Oliveira Poppi1, Caroline Silva Gonzaga Beuno1, Fabrícia de Almeida
Garcia1, Gabriella Oliveira1, Isabela Ferreira Leal1, Jaqueline de Souza Hörügel1, Jessica
Sayuri Ticse Nakamura1, Jessica Ortega de Jesus1, Leonardo Filipe Malavazi1, Murilo
Monteiro1, Natália Galoro Leite1, Nathaly Marques da Silva1, Priscila Martins Ribeiro1,
Vinícius Donizeti Vieira da Costa1, Ferenc Istvan Bánkuti².
1
Acadêmico de Graduação em Zootecnia – Universidade Estadual de Maringá – e integrante do PET Zootecnia.
2
Professor Doutor e Tutor do PET Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá.
Introdução
Os projetos sociais representam atividades importantes para o desenvolvimento da
cidadania (BORGES et al. 2011). Permitem o acesso a áreas de conhecimento e experiências
distintas, quase sempre, da realidade da equipe que nele atua. Promove a reflexão entre
diferentes realidades de vida, despertando em seus integrantes a atitude de solidariedade
(EIDELWEIN, 2005). Um projeto social aliado a uma atividade de extensão formam projetos
que compreendem o processo educativo, cultural e científico como articulador do ensino,
pesquisa e extensão. Diante desta importância, o PET Zootecnia/UEM desenvolve projeto
com essas características. A atividade acontece em uma instituição de recuperação e
integração de dependentes químicos, denominada “Aliança de Misericórdia Casa Nossa
Senhora da Anunciação”, localizada no Município de Maringá, Pr.
Objetivos
O objetivo principal proposto neste projeto foi proporcionar ao petiano contato com
uma realidade diferente – pessoas em reabilitação frente a dependência química, tal qual em
dependência do álcool, craque, cocaína entre outros. Além disso, o de proporcionar a
comunidade atendida, conhecimentos diferenciados, por meio de palestras na área de
Zootecnia, dinâmicas em grupo e orientação técnica sobre a produção de animais. Atividades
167
estas, que ocupam e valorizam as pessoas atendidas, auxiliando assim, no processo de
reabilitação.
Metodologia
Inicialmente foi estabelecido contato com responsáveis pela instituição atendida, afim
de verificar o interesse e disponibilidade para a realização de projetos de parceria. Em etapa
seguinte foram realizadas reuniões entre os representantes do PET/Zootecnia/UEM e aqueles
da instituição parceira. Foram definidas as atividades e o método em que estas seriam
realizadas. O projeto é composto por um conjunto de atividades que ocupam e valorizam as
pessoas atendidas na instituição. Entre estas, estão: (a) assessoria em técnicas zootécnicas
para a criação de suínos e aves. Criações essas, que já eram realizadas na instituição; (b)
orientações e difusão de conhecimento por meio de palestras e dinâmicas em variados temas,
tais quais, higiene pessoal e doenças sexualmente transmissíveis (DST´s). Além disso,
elaboram manuais e cartilhas de orientação técnica para as culturas realizadas na instituição.
Para tanto, petianos se dividem em grupos e realizam visitas semanais à instituição.
Resultados e discussão
A atividade está contribuindo significativamente para a complementação da formação
de petianos, principalmente em caráter humano e integrador com outras realidades. Sendo
assim, a atividade cria uma experiência no convívio com outras pessoas de outras realidades
sociais, que geralmente o petiano não teria em um ambiente acadêmico (KISIL, 2011).
Somam-se a estes fatos, a contribuição efetiva na busca por soluções distintas daquelas
apresentadas e discutidas na Universidade. A falta de recursos financeiros, frente a
necessidade das pessoas atendidas, torna urgente a necessidade de resposta, impondo ao
petiano desafios distintos a cada dia, capacitando-o assim, a lidar com situações não
corriqueiras e que fogem aquelas vividas em suas atividades de pesquisa e técnicas. Busca-se
neste momento efetivação de parcerias já formatadas com outros grupos PET da Universidade
Estadual de Maringá, afim de complementar o atendimento à instituição atendida. Entre esses,
já foram contatados o PET Agronomia, Farmácia, Enfermagem, Educação física, Odontologia
e Pedagogia. Trata-se de um projeto contínuo em que a cada ano busca-se o aperfeiçoamento.
168
Conclusão
O projeto está atendendo aos objetivos propostos. O comprometimento e a motivação
dos participantes têm atendido às expectativas do grupo PET e de representantes e atendidos
da instituição. Para este ano, espera-se que parcerias já formatadas com outros grupos PET da
UEM possam ser efetivadas.
Referências
BORGES, F. F.; HOFF, G.; BORGES, M. T. A.; NASCIMENTO, P. P. A importância dos
Projetos Sociais para o desenvolvimento social, educacional e profissional de crianças
e jovens. Universidade Federal do Tocantins – MBA em Gestão de Projetos e Cidades.
2011. Disponível em: http://procidade.wordpress.com/2011/03/11/a-importancia-dosprojetos-sociais-para-o-desenvolvimento-social-educacional-e-profissional-de-criancas-ejovens/. Acesso em : 28 jun. 2014.
EIDELWEIN, K. A psicologia em projetos sociais de educação e trabalho. Psicologia &
Sociedade,
17
(3),
62-66,
set/dez:
2005.
Disponível
em:
<http://www.scielo.br/pdf/psoc/v17n3/a09v17n3.pdf>. Acesso em : 27 jun. 2014.
169
Práticas de extensão universitária através da organização das “Tardes de Campo" para
produtores de leite na região sudoeste do Paraná
Viviann Y. Einsfeld, Alberto L. Gagstetter, Raquel S. Kolln, Anderson Rosso, Rafael
Schimitz, Deividy Boger, Heliethe Barth, Francieli Freiesleben, Luanderson C. Borges,
Miguel Kuhn, Graziele A. Gomes, Samanta K. Almeida¹, Fernando Kuss².
Bolsistas PET-Produção Leiteira, UTFPR-DV¹ Tutor PET-Produção Leiteira, UTFPR-DV²
Introdução
Segundo o IPARDES (2009), o Paraná vem apresentando um expressivo crescimento da
produção leiteira, consolidando-se como segundo estado produtor de leite do Brasil. Essa
expansão foi mais intensa nas regiões Oeste e Sudoeste do Estado, com forte crescimento do
rebanho e dos níveis de produtividade. Sendo que grande parte da produção concentrasse em
pequenos estabelecimentos agrícolas familiares, onde produtores contam com pequenas áreas
destinadas a produção leiteira e em grande parte carentes de informações técnicas.
Analisando essa deficiência e buscando melhorar a produção tanto no aspecto de qualitativo
quanto quantitativo os docentes Universidade Tecnológica Federal do Paraná, campus Dois
Vizinhos, desenvolveram um projeto, no ano de 2009, chamado de Unidades Demonstrativas
de Produção Leiteira (UDPL), onde tem como objetivo orientar discentes para acompanharem
quatro propriedades em distintos municípios da região, auxiliando produtores com o manejo
alimentar dos animais das distintas categorias com o intuito de propiciar um desenvolvimento
adequado de animais jovens, maximizar a produção de leite das vacas em lactação e propiciar
as vacas secas adequada condição corporal ao parto. (PARIS, 2010)
O projeto da UDPL tem como base a difusão das tecnologias empregadas que proporcionou a
melhoria da produção, pensando nisso todo ano é realizada a rodada de tardes de campo, onde
são encontros em cada unidade demonstrativa aberto ao público em geral para que se possa
mostrar os resultados alcançados e como se chegou a tal.
Neste momento inicia a participação do PET-Produção Leiteira, como tratasse de um grupo
interdisciplinar, que preza e atua diretamente na área de ensino, pesquisa e extensão, o mesmo
participa das tardes de campo ajudando na organização das palestras e apresentação de
resultados, onde o tutor do grupo também é um dos docentes fundadores e colaboradores do
projeto da UDPL, fazendo essa ponte de ligação entre o grupo e o projeto, sendo que ambos
estão sempre em contato e colaborando nas atividades em comum.
170
Objetivos
Propiciar aos alunos uma formação acadêmica diferenciada, permitindo aos mesmos ter o
contato direto com produtores e técnicos, aprendendo como agir em diferentes públicos
desenvolvendo assim o lado profissional. Além de estar agregando valor as tardes de campo
através do repasse do conhecimento adquirido durante a graduação, colocando em prática um
dos pilares dos grupos PET’s, a extensão, e contribuindo com os colegas desenvolvendo
assim o espírito coletivo.
Metodologia
Os alunos da extensão são preparados dentro da universidade através do ensino e participação
em cursos, e nas propriedades auxiliam os produtores juntamente com os docentes
responsáveis, repassando informações sobre o manejo em geral dos animais e com o
balanceamento alimentar dos mesmo, o qual é realizado mensalmente por meio de uma visita
técnica em cada unidade demostrativa, essas são localizadas nos municípios de São Jorge
D’Oeste, Dois Vizinhos, Boa Esperança do Sudoeste e Honório Serpa.
As tardes de campo são realizadas anualmente, uma tarde em cada propriedade, buscando
repassar os resultados alcançados em cada caso específico e mini-palestras são feitas sobre
diversos temas ligados a área leiteira, as mesmas são abertas ao público em geral, produtores,
técnicos e acadêmicos da instituição, sendo elas organizadas pelos alunos da extensão com a
ajuda dos petianos, onde os mesmos auxiliam na confecção do material o qual é composto por
Flip Sharp, são cartazes usados para uma melhor visualização do público durante a
explanação, sendo composto de figuras e tabelas em cartolinas sendo fixadas em um suporte
de madeira. As mini-palestras são ministradas por docentes da universidade parceiros do
projeto UDPL, os temas abordados foram sobre : Sanidade do Rebanho Leiteiro, Silagem de
Grão Úmido, Manejo de Vacas Secas e Manejo de Ordenha, sendo que os mesmos são os
principais tópicos citados e trabalhados nas propriedades que recebem a assistência técnica,
sendo possível observar que pequenas mudanças podem trazer resultados satisfatórios.
Enquanto a divulgação conta com a colaboração de todos, alunos, servidores, professores,
proprietários e órgãos públicos de cada local, sendo feita principalmente por rádio, principal
meio de comunicação com o meio rural, e-mail, redes sociais e oralmente. A organização do
local é feita pelos petianos, os quais se dividem para que todos participem, primeiramente é
171
montada as tendas em diferentes locais da propriedade onde em cada uma será apresentada
uma mini-palestra, depois são instalados os Flip Sharp com o material a ser explanado.
Depois os alunos são divididos onde os da extensão irão apresentar os resultados alcançados e
os petianos são responsáveis por organizar o público, onde os mesmos são separados por
grupos, para facilitar a locomoção e explanação das palestras, cada petiano fica como guia de
um grupo, onde ajudam a controlar o tempo de cada palestrante, que foi de 45 minutos, e
ordenar o grupo para a próxima tenda.
Resultados e discussões
Como resposta fica evidente a satisfação da interação dos orientados do tutor tanto do projeto
da UDPL como dos petianos com produtores da área leiteira, pois a troca de conhecimento
acontece de forma surpreendente, reunindo um número expressivo de produtores que tem
apenas a noção básica da atividade, demais acadêmicos da universidade, e profissionais
renomados, gerando uma abordagem interessante e assim relatando experiências vividas.
Além de repassar os resultados alcançados das UDPL’s, que são realmente satisfatórios, onde
as propriedade que possuem a mesma apresenta redução de custos e aumento da quantidade e
qualidade de leite entregue gerando uma maior margem de lucratividades para os seus
respectivos proprietários, também repassado novidades da cadeia leiteira, através das minipalestras, as quais geram discussões interessantes, onde os produtores, alunos e público
aproveitam para saciar suas dúvidas com os docentes ali presentes.
Permitindo dessa forma que os alunos tenham contato direto com doutores, técnicos e
produtores, obtendo uma formação diferenciada pois estão se preparando dentro da graduação
de como se portar com pessoas de diferentes níveis técnicos, além de obter contatos
profissionais, os quais podem estar auxiliando de alguma maneira durante ou depois da
graduação.
Os acadêmicos que participaram das tarde de campo tem a percepção de como está a cadeia
leiteira da região Sudoeste, ficando evidente que se tem muito a evoluir e buscando qual o
melhor caminho para engrandecer a nossa pecuária leiteira, sendo que a região apresenta
vários pontos positivos para o desenvolvimento da mesma como clima, relevo e solo
favorável. Percebendo que hoje umas das principais dificuldades se encontram na assistência
técnica, onde existem profissionais capacitados, mas os mesmos buscam se auto-beneficiar,
pois grande maioria que auxiliam produtores são representantes comerciais e dessa maneira se
172
engrandecem encima dos mesmos, vendendo produtos de interesse próprio sem se importar se
o uso é necessário ou não.
Entrando assim o projeto da UDPL onde estudantes auxiliam produtores, que buscam reduzir
custos, mostrando como os mesmos podem trabalhar com esses pontos favoráveis que a
região apresenta e como pequenas mudanças podem trazer resultados realmente satisfatórios,
sem se auto-beneficiar dos produtores, pois os acadêmicos apenas recebem uma bolsa mensal
de R$ 400,00 do governo para desenvolver tal atividade.
Apesar desse incentivo governamental para as instituições desenvolverem projetos, ainda é
pouco pelo número de propriedades que a região apresenta, sendo que como citado de todo o
Sudoeste apenas quatro propriedades recebem assistência técnica gratuita, faltando assim
incentivo do governo para que depois de formados os já profissionais continuem
desempenhando tal função, a qual só virá a contribuir com a cadeia leiteira.
Conclusão
O trabalho de campo tem importância por permitir uma formação acadêmica diferenciada aos
alunos, colocando em situações de desafios fazendo com que os mesmos explorem seus
potenciais, não ficando só ligado a teoria e sim interagindo com diferentes públicos o quais
estarão em contato direto depois de formados, conhecendo assim práticas de comunicação
com diferentes profissionais de níveis técnicos, além de estar inserido no meio produtivo
podendo observar a demanda atual por profissionais capacitados que possam estar suprindo
essa necessidade de assistência técnica qualificada no meio rural, além de poder contribuir
com os demais grupos dentro da instituição e praticando a extensão a qual o grupo PETProdução Leiteira tanto almeja.
Referências
IPARDES. Caracterização Socioeconômicas da Atividade Leiteira no Paraná. Disponível
em :<http://www.ipardes.gov.br/biblioteca/docs/sumario_executivo_atividade_leiteira_parana
.pdf>. Acesso em 23 de maio de 2014.
PARIS, M. Unidades Demonstrativas de Produção Leiteira em Pequenas Propriedades
Rurais
na
Região
Sudoeste
do
Paraná
173
(Dois
Vizinhos).
Disponível
em:
<http://eventos.cp.utfpr.edu.br/index.php/sicite/2010/paper/downloadSuppFile/1130/782>.
Acesso em 23 de maio de 2014.
174
Desafios da extensão universitária: discussão sobre o trabalho com mulheres em
assentamentos rurais
Autora: Adriane Denise Fonseca Lopes¹; Tutora: Irene Alves Paiva².
1
Graduanda do curso de Serviço Social pela UFRN e bolsista do PET Conexões- Comunidade Campo.
E-mail: [email protected]
²Professora adjunta da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e tutora do PET Conexões- Comunidade
Campo.
E-mail: [email protected]
Introdução
Sabemos que a Universidade é regida por um tripé: ensino, pesquisa e extensão, todavia o que
vemos é que essas práticas acontecem muitas vezes de forma desarticulada, com importância
diferenciada. O ensino e a pesquisa nos são cobrados a todo o momento, já a extensão é tida
muitas vezes como uma prática menos importante, que merece menos crédito, sendo muitas
vezes ignorado seu potencial junto à população e a formação profissional dos universitários.
O presente trabalho discute a extensão universitária baseada nas atividades realizadas pelo
grupo PET – Conexões de Saberes no segundo semestre de 2013, com um grupo de mulheres
do assentamento de Aracati, localizado na cidade de Touros/RN. Para avançarmos na
compreensão dessa problemática, torna-se pertinente, a priori, entendermos como funciona
nosso grupo de trabalho.
O PET – Conexões de Saberes é um grupo interdisciplinar, formado por estudantes das mais
diversas áreas do conhecimento, que atuam em dois núcleos diferentes: o rural e o urbano.
Nossa equipe, especificamente, que foi formada por três assistentes sociais e um gestor de
políticas públicas trabalhou com a “parte social” do núcleo rural, no assentamento de Aracati.
A escolha por trabalhar com um grupo de mulheres deveu-se a dois motivos principais.
Primeiro, o entendimento de sua grande importância, que hoje parece esquecida, dentro do
assentamento; uma vez que, durante o período de luta para a conquista da posse das terras,
elas se mostraram ativas, dentro dos espaços políticos e de grupos. Entretanto, quando
conquistaram a posse das terras e o atendimento de suas necessidades mais básicas, é possível
notar um afastamento das mulheres desses espaços. Elas se voltam para os cuidados com o
seu lote, sua família, ou o trabalho - que muitas vezes é doméstico, realizado em cidades
175
vizinhas durante a semana (MENEGAT, 2008). Segundo, porque notamos (com a aplicação
de um questionário) que elas tinham muitas demandas, que almejavam por informação sobre
os direitos seus e de suas famílias. Foi então que surgiram questões referentes à violência
doméstica, direitos dos idosos e das crianças, direitos trabalhistas das empregadas domésticas,
etc.A partir dessas premissas, surgiu o projeto de extensão “Mulheres fortes e unidas por uma
qualidade de vida melhor”, que foi realizado durante o segundo semestre do ano de 2013.
Objetivos
Nosso maior objetivo nesse projeto de extensão foi, a partir do trabalho com esse grupo de
assentadas, tanto levar a refletir sobre sua importância dentro do assentamento e o valor de
sua organização e atuação política, quanto, levá-las a trabalhar sua autoestima e confiança,
sempre estimulando a sua autonomia e do grupo em formação.
Metodologia
Como só podíamos visitar o assentamento a cada quinze dias (por questões objetivas de
transporte), fizemos reuniões quinzenais (totalizando 6 reuniões), que priorizavam rodas de
conversa, onde as mulheres tivessem ao máximo a fala (já que só com a fala delas poderíamos
formar um grupo autônomo, acreditamos).
Realizamos junto com as assentadas discussões sobre qualidade de vida, autoestima, direitos
das mulheres (principalmente no tocante a violência e direitos trabalhistas) e importância da
coletividade.
Usamos o máximo de recursos lúdicos que tínhamos disponibilidade, como equipamentos de
mídia, confecção de cartazes e quebra-cabeças. Tudo voltado para o cumprimento dos
objetivos anteriormente propostos.
Para compor esse trabalho, foi utilizada além das experiências em campo a leitura de algumas
bibliografias.
Resultados e discussão
A prática de extensão deve ter uma orientação, não pode ser algo aleatório, desqualificado, é
necessário um aporte teórico-metodológico, que sustente essa prática, que imprima direção,
objetivos claros e estratégias para alcançá-los. Se recorrermos a Política Nacional de Extensão
176
Universitária (2012), vemos que logo no primeiro objetivo aparece “reafirmar a Extensão
Universitária como processo acadêmico definido e efetivado em função das exigências da
realidade, além de indispensável na formação do estudante, na qualificação do professor e no
intercâmbio com a sociedade”. Assim sendo, a extensão tem um papel social, junto às
necessidades sociais e um papel acadêmico, junto à formação de estudantes e professores.
Quando pensamos em sua função social vemos que ela deve atender as exigências da
realidade, isso exige um conhecimento do lugar onde se pretende atuar, é necessário ler sobre,
andar, conhecer e principalmente escutar, afinal ninguém melhor para falar de suas
necessidades do que quem necessita. Para a elaboração do projeto foi aplicado um
questionário com as mulheres interessadas em participar, saber o que era de interesse delas, o
que elas queriam saber.
A partir do questionário foram traçadas as atividades que seriam feitas com essas mulheres,
que iam desde trazer informações sobre direitos das mulheres, da família, trabalhistas, da
família, até trabalhar a autoestima e coletividade em prol de busca de melhorias das
assentadas.
Entretanto, quando fomos colocar esse projeto em ação vimos como ele não é nada rígido,
surgem novas dificuldades e demandas que não estavam previstas, elas começam desde o
momento que nos deparamos com a estrutura do lugar de trabalho, que era uma pequena
escola, com duas salas, não existindo espaço suficiente para as atividades que o PET realizava
no local, até o momento que vemos, a partir do contato com as assentadas, que além das
atividades propostas deveríamos incluir atividades voltadas para a necessidade de
alfabetização presente entre o grupo de mulheres.
Devemos lembrar ainda que por ser realizado em ambiente rural (um assentamento, como já
vimos), outros desafios nos foram inerentes, afinal, é um erro acreditar que trabalhar em
ambiente urbano e rural é a mesma coisa. Concordando com os apontamentos de Redin e
Silveira, é importante pensar como a Universidade vai ao campo, como ela usa o
conhecimento acadêmico aliado ao conhecimento popular, não podendo tentar impor ou
passar por cima de práticas culturais da população. Pensar, por exemplo, em dias de festas da
igreja, que tinha bastante influência no local, era melhor cancelar ou mudar o rumo das
atividades, uma vez que essa prática era muito importante para boa parte das mulheres que
frequentavam nossos encontros.
177
Outra questão notada é o imediatismo por resultados, vimos que atividades com resultados
imediatos eram mais bem aceitas, quando realizamos um dia voltado para atividades de
beleza, como arrumação de cabelos e unhas, a adesão foi grande, apareceram muitas
mulheres, entretanto quando era realizadas atividades de discussão sobre direitos, que o maior
resultado era o conhecimento e só poderia ser visto em longo prazo, poucas apareciam.
Conclusão
Vemos que a prática de extensão não pode ser ignorada, sendo fundamental para a
composição do ensino e da pesquisa, além de propiciar uma rica troca de saberes
com
a
comunidade em que a universidade esta inserida. Julgamos que para esse avanço e maior
reconhecimento da extensão dentro da academia, é necessário que ela seja qualificada, e
atenda a demandas reais da comunidade.
Quando ao projeto notamos que com o passar dos encontros às mulheres foram mostrando
mais sua voz, pudemos escutar como elas se enxergavam e ao assentamento. Escutar suas
histórias, de suas famílias, seus desejos. Vimos a partir dos
encontros
práticas
que
haviam sido negligenciadas a priori, que precisavam de correção.
Por fim, a experiência nesse projeto mostrou-se rica em aspectos profissionais e humanos,
uma vez que pudemos interagir com um mundo que não conhecíamos (o assentamento rural),
colocar em prática conhecimentos adquiridos em sala de aula e mais que tudo, aprender no
dia-a-dia, com as mais diversas dificuldades, como se dá a prática profissional.
Referências
BRASILEIRAS, Fórum de Pró-reitores de Extensão das Instituições de Educação Superior
Públicas. Política Nacional de Extensão Universitária. Manaus, 2012.
MENEGAT, Alzira Salete. Mulheres de assentamentos rurais: identidades e trajetórias em
construção. Fazendo Gênero 8: Corpo, violência e poder, Florianópolis, ago. 2008.
REDIN, Ezequiel; SILVEIRA, Paulo Roberto Cardoso da. Extensão Universitária e Extensão
rural: diferenças e desafios. Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI, Santa Maria,
v. 9, n. 16, p.153-158, maio 2013.
178
BONS MARES AOS TUBARÕES: AVALIAÇÃO DA SEMANA
DE ACOLHIDA AOS CALOUROS DO CURSO DE
ENGENHARIA DE PESCA DA UNIVERDIDADE FEDERAL
RURAL DE PERNAMBUCO-UNIDADE ACADÊMICA DE
SERRA TALHADA
1
MARQUES, Ricácio; 1 VENTURA, Emerson; 1 XAVIER, Missileny; NUNES, Lucas; 1
CARVALHO, Karen; 1 OLIVEIRA, Rosana; 1 SILVA, Josevânio; 1 ALCOFORADO,
Vinícius; 1 CAMPELLO, Tiago; 2 SILVA-CAVALCANTI, Jacqueline
1
Graduando do curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco
membro, Unidade Acadêmica de Serra Talhada, membro do grupo PET-Engenharia de Pesca
UAST/UFRPE.
2
Tutora do PET- Engenharia de Pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco email:[email protected]
Área: ENGENHARIAS
Introdução
A entrada na universidade representa uma nova etapa na vida dos jovens que obtêm essa
oportunidade, exigindo uma sequência de adaptações. Ser um universitário é, para muitos,
caminhar para longe da família e da cidade de origem: implica morar fora de casa, numa
cidade estranha, muitas vezes maior, conviver com pessoas diferentes e assumir
responsabilidades com as quais antes não precisa se preocupar. É também frequentar salas de
aula, corredores e outros espaços bastante diferentes do antigo colégio. É aprender novamente
onde encontrar o professor, os novos colegas, como chegar e, especialmente, onde buscar as
informações necessárias ao dia a dia acadêmico (BELLOTI, 2004).
Há uma grande dificuldade na transição dos estudantes de ensino médio para o ensino
superior. Segundo Cunha e Carrilho (2005), o ingresso dos alunos no ensino superior é
marcado por inúmeros desafios, tanto pela adaptação ao curso, quanto pela transição entre a
adolescência e a vida adulta. Há ainda, o receio do trote violento que ocorre em algumas
instituições e também do novo ritmo de estudos, que requer mais dos mesmos. Portanto, uma
adequada recepção aos calouros em suas respectivas faculdades, os faz sentir mais valorizados
e confiantes para essa nova etapa de suas vidas. Ademais, os estudantes que conseguem
integrar-se acadêmica e socialmente desde o ingresso à IES têm maior chance de crescimento
intelectual e pessoal (Teixeira et al., 2008).
Atualmente, universidades têm desenvolvido atividades de integração, que ocorre a cada
semestre. Pensando nisto, o grupo PET (Programa de Educação Tutorial) do curso de
Engenharia de Pesca desenvolveu a atividade denominada “Bons Mares aos Tubarões”, com o
179
intuito de recepcionar os novos ingressantes do curso
de Pesca, minimizando assim o impacto do novo ambiente físico e social.
de
Engenharia
“Acolhimento” foi a palavra chave que os membros do grupo PET utilizaram para receber os
ingressos em seu primeiro semestre no curso. Estudo aponta que as ações de acolhimento
quando realizadas de maneira integradora e sem provocar constrangimentos melhoraram o
interesse dos alunos em relação ao curso (PEREIRA et al., 2006).
Objetivos
Este trabalho teve como objetivo avaliar as estratégias aplicadas pelo grupo PET Engenharia
de Pesca, na acolhida aos calouros do curso, bem como no processo de adaptação/integração
dos mesmos à universidade, utilizando como objeto de estudo a atividade “Bons Mares aos
Tubarões”.
Metodologia
A atividade “Bons Mares aos Tubarões” consistiu em uma semana de integração entre o
grupo PET e os calouros. A recepção consistiu em uma semana de atividades, ondes os
calouros vivenciaram as seguintes experiências: introdução à vivência na profissão (realizada
na base de pesca da UAST); dinâmica de grupo, para melhor integração do PET e dos
próprios calouros; passeio nas dependências da universidade; apresentação das dicas PETs;
olimpíada de matemática; entre outras. Como estas atividades foram realizadas durante o
primeiro ano de atividades do PET, duas programações diferenciadas foram realizadas com os
calouros de 2013, a fim de identificar qual a estratégia mais eficaz à acolhida.
Foram realizadas duas acolhidas aos calouros: nos dias 20 a 23 do mês de maio; e nos dias 21
e 22 do mês de outubro de 2013. A primeira estratégia constou em uma semana de atividades
com a autorização da coordenação do curso, bem como dos professores do período, onde
alguns até participaram ativamente da programação, onde foram desenvolvidas as seguintes
atividades: recepção e boas vindas aos calouros; dica PET (Panfletagem); apresentação do
curso de Engenharia de Pesca; apresentação dos professores; apresentação do Programa de
Educação Tutorial; apresentação da estrutura organizacional da Universidade; atividade de
matemática com o professor do período; visita ao Museu de Oceanografia; dinâmica em grupo
com os calouros; vivências dos alunos veteranos; visita à base de piscicultura do IPA
(Instituto Agronômico de Pesquisa); apresentação de projetos desenvolvidos no IPA; práticas
de pesca no Açude Saco; gincana e vídeos com os melhores momentos do evento. A segunda
estratégia constou de um período menor, de dois dias de integração. Na ocasião, foram
desenvolvidas as atividades: recepção e boas vindas aos calouros; dica PET (Panfletagem);
apresentação do curso de Engenharia de Pesca; apresentação dos professores; apresentação do
Programa de Educação Tutorial; atividade de matemática com o professor do período;
vivências dos alunos veteranos; visita à base de piscicultura do IPA (Instituto Agronômico de
Pesquisa); apresentação de projetos desenvolvidos no IPA e práticas de pesca no Açude Saco.
Resultados e discussão
180
O nível de engajamento e integração entre o PET com os demais alunos de graduação foi
mensurado através do número de alunos participantes nas atividades oferecidas pelo grupo
durante o período, bem como pela fidelidade dos calouros às atividades oferecidas pelo PET
posteriormente à acolhida.
Em relação à quantidade de alunos na atividade “Bons Mares aos Tubarões”, em 2013.1
foram 37 alunos e em 2013.2 foram 39 alunos. Foram desenvolvidas 16 atividades com os
calouros na primeira acolhida e na segunda acolhida, foram desenvolvidas 10 atividades. O
grupo PET percebeu que a primeira estratégia de acolhimento foi a mais bem sucedida, dado
que os alunos acolhidos tiveram uma maior identidade e entrosamento com o grupo PET. Nas
duas acolhidas, a atividade que os calouros mais gostaram de executar foi a visita à base de
Piscicultura do IPA. Esse resultado deve está relacionado a possibilidade que o calouro tem
em entrar em contato com seu ambiente profissional, logo nos primeiros dias de aula,
identificando-se com a atividade e a profissão escolhida. Devido a este fato, o grupo PET
resolveu realizar esta atividade em todas as acolhidas nos “Bons Mares aos Tubarões”. Dando
sempre ênfase à necessidade de proporcionar aos calouros nesta visita o trato com redes de
pesca, viveiros e açudes, pontos chaves no curso de Engenharia de Pesca da UAST.
Em geral, as duas acolhidas obtiveram resultados positivos, os alunos que participaram das
mesmas passaram a frequentar outras atividades desenvolvidas pelo grupo PET, vendo nestas
atividades uma forma de crescer academicamente.
Pereira et al. (2006) em um estudo de caso sobre como evitar evasão em cursos de
engenharia, observou que há um grande aproveitamento da primeira semana de aula, quando
esta é proposta com atividades diferenciadas, onde normalmente seria dedicada a trotes e à
apresentação das disciplinas do curso. O grupo PET percebeu que a semana de acolhida aos
calouros na UAST/UFRPE é fundamental nessa questão e que os efeitos são realmente
benéficos, principalmente quando os calouros começam a perceber o PET e os petianos como
elemento de referencia do curso. Nesse sentido, o objetivo do PET em integrar e proporcionar
experiências diferenciadas à formação dos alunos de graduação passa a ser cumprida.
Silva-Filho et al. (2007) afirma que a média de evasão nos cursos superiores do Brasil é 22%,
destoando muito de países como o Japão, o qual apresenta uma das menores taxas de evasão
mundial (7%). Os valores de evasão no curso de Engenharia de Pesca na UFRPE-UAST são
maiores daqueles citados como média nacional. Desde a implantação do grupo PET na
unidade e seu maior envolvimento com os alunos de graduação, esses valores tem diminuído.
Havendo momentos diferenciados para os alunos desde o início de sua entrada na
universidade ao decorrer da graduação, esta estatística poderá mudar ainda mais. Na
atividade de acolhida aos calouros, o PET Pesca demonstrou essa possibilidade de mudança,
percebido pelos resultados alcançados, principalmente posteriores à acolhida. Em atividades
posteriores oferecidas pelo PET aos alunos de graduação, o público de alunos que foram
acolhidos pelo programa representa mais de 50% dos presentes.
Segundo Martins (1999), tal como um bebê, o aluno passa por angústias que precisam ser
digeridas e devolvidas a ele como elementos toleráveis. Nesse modelo, se o aluno encontra
um ambiente continente para suas angústias, seu aprendizado e desenvolvimento emocional
181
poderão ser favorecidos. O grupo PET Pesca buscou desenvolver um ambiente agradável aos
calouros nos seus primeiros dias de universitários, em que os mesmos pudessem se sentir a
vontade nesta ocasião. Esse mesmo clima de acolhimento e fraternidade é continuado pela a
graduação, fazendo-se o calouro perceber como parte do ambiente universitário, que pode
contar com o PET diante de quaisquer momentos desfavoráveis ou conflitantes, dentro da
limitação do grupo.
Conclusão
A atividade de recepção atingiu seus objetivos e mostrou-se como uma iniciativa que pode
contribuir principalmente para a adaptação dos ingressantes à IES e ao curso. Foram
proporcionados momentos dinâmicos de total interação entre o grupo PET e os calouros,
valorizando esse momento de transição na vida dos mesmos. A primeira turma acolhida
referente ao mês de maio apresentou uma maior identidade com o grupo PET. Acredita-se que
esse fato se deve pelo maior número de atividades desenvolvidas com os mesmos durante a
recepção, facilitando a integração do grupo com estes alunos.
Portanto, a atividade “Bons Mares aos Tubarões” promovida pelo grupo PET para os alunos
recepcionados teve ampla aceitação, tendo a primeira atividade de acolhida como a melhor
estratégia, demonstrando-se então eficiente e fazendo-se permanecer um sentimento por parte
dos novos ingressantes na unidade, de “verdadeiramente acolhidos”.
Referências
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rendimento acadêmico adaptação e rendimento acadêmico. Psicologia Escolar e
Educacional, v.9, n.2, p.215-224, 2005.
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R, Evitando evasão em cursos de engenharia: um estudo de caso, In: COBENGE:
Ensino de Engenharia, Empreender e Preservar, XXXIV, 2006 Campo Grande- MS,
Anais do XXXIV COBENGE. Passo Fundo: Ed. Universidade de Passo Fundo,
Setembro de 2006. ISBN 85-7515-371-4, 2006.
3. BELLOTI, P. L. O Programa Tutores e a Integração dos Calouros na FMUSP, Rio de
Janeiro, v28, n° 3, p. 2, set/dez. 2004.
4. Martins LAM. Prefácio. Em: O universo psicológico do futuro médico. São Paulo:
Casa do Psicólogo; 1999.
5. FILHO, R.L.L.S., MOTEJUNAS, P.R., HIPÓLITO, O., LOBO, M.B.C.M. A evasão
no ensino superior brasileiro. Cadernos de Pesquisa, v.37, n.132, p.641-659, 2007.
6. TEIXEIRA, M.A.P., DIAS, A.C.G., WOTTRICH, S.H. Adaptação à universidade em
jovens calouros. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e
Educacional (ABRAPEE), v.12, n. 1, p.185-202, 2008.
182
Educação Tutorial como diferencial na formação profissional e no contexto da
Agricultura Familiar
Mariana Alves Pinto Barbosa¹; Igor Franco Rezende¹; Daniel Rocha Nogueira¹; José Carlos
Moraes Rufini²
Introdução
O mercado de trabalho necessita de profissionais que apresentem não somente a
competência do “saber-fazer”, mas também do “saber-ser”. O ensino tutorial é uma
importante ferramenta para a formação de profissionais de excelência, pois possibilita o
desenvolvimento de habilidades de resolução de problemas e pensamento crítico enquanto ser
humano, ou seja, criatividade, versatilidade, flexibilidade, capacidade de relacionar-se,
comunicar-se, em contraste com a formação acadêmica oferecida pela IES (Instituição de
ensino superior).
A Agricultura Familiar tem um grande potencial e uma relevante importância social e
econômica no Brasil, uma vez que o país tem 4.367,902 pequenas propriedades, o que
representa 84,4% dos estabelecimentos brasileiros (IBGE, 2006). Esses agricultores tem papel
essencial na produção de alimentos, sendo a Agricultura Familiar responsável por grande
parte da produção de mandioca, feijão, leite, milho e frutas.
O cultivo de espécies frutíferas tem como principal característica à elevada exigência
de mão-de-obra. Isso porque não apenas são necessários cuidados na condução do pomar,
como também na colheita e manejo dos frutos. Assim, compreende-se porque a fruticultura
tem um importante papel social, como fonte geradora de empregos. A complexidade da
fruticultura faz com que sejam exigidos tratos culturais especiais e para isso, deve-se dispor
de mão-de-obra qualificada em grande quantidade. Isto faz com que a mão-de-obra de caráter
familiar seja considerada preponderante nessa atividade. Ainda no que se refere à mão-deobra, a fruticultura é uma fonte geradora de empregos não apenas diretamente no pomar, mas
também indiretamente, no processamento dos frutos e manejo de produtos industrializados.
Estima-se que, para cada hectare cultivado com frutíferas, são criados 3 a 5 novos postos de
trabalho.
Face ao elevado rendimento por área e ao alto valor agregado de frutos, como citados
anteriormente, a fruticultura pode atuar, uma vez otimizando o sistema de produção, como um
agente de capitalização do produtor, especialmente se a fruticultura estiver dentro de um
plano de diversificação de cultura da propriedade. Dessa forma a fruticultura é um importante
183
fator de fixação do homem a terra, pois possibilita a exploração intensiva e lucrativa das áreas
produtivas.
Minas Gerais se destaca na produção de diversas espécies frutíferas como abacaxi,
manga, banana, pêssego e abacate, além de possuir excelente potencial para a expansão de sua
produção de citros, maracujá, uva e acerola.
Entretanto, os resultados do diagnóstico rural evidenciam alguns problemas
relacionados à agricultura familiar, sendo notadamente alguns mais genéricos como a falta de
assistência técnica e a dificuldade na comercialização dos produtos. Outros aspectos são mais
específicos para a fruticultura como a perda das frutas durante a safra e na pós-colheita, em
decorrência de super oferta e má planejamento da produção, e a dificuldade de acesso a
material propagativo com qualidade comprovada.
Objetivos
Promover o contato direto entre os discentes do curso de agronomia com a realidade da
agricultura familiar para possibilitar o desenvolvimento de profissionais com pensamento
crítico e capacitado na resolução de problemas.
Metodologia
O presente trabalho foi conduzido na Universidade Federal de São João Del Rei
campus Sete Lagoas, situado na cidade de Sete Lagoas – MG.
Esta atividade teve como público alvo, pequenos produtores rurais de três
comunidades de Fortunas de Minas/MG e da Associação Comunitária dos moradores das
comunidades Beira Córrego, Retiro dos Moreira e Adjacentes no município de Fortuna de
Minas/MG.
As atividades desenvolvidas constituíram-se das seguintes etapas:
Seleção de genótipos superiores de aceroleiras com base na qualidade dos frutos
O estudo foi realizado a partir de frutos oriundos de um pomar orgânico situado no município
de Jequitibá/MG (latitude 19º15’S e longitude 44º15’W) implantado em 2006, em
espaçamento de 4x2,5m, com cerca de 800 plantas oriundas de propagação seminífera. A préseleção foi baseada no histórico das plantas quanto à produtividade, regularidade da produção,
vigor, sanidade e qualidade dos frutos. Com base no histórico das plantas foram selecionados
25 genótipos de aceroleira sendo coletados 200 frutos aleatoriamente em cada planta em duas
épocas de colheita (2013/2014). Tais frutos estavam no ápice de sua maturidade fisiológica
184
com coloração avermelhada da casca. Os frutos foram embalados, identificados e conduzidos
ao laboratório de produção vegetal da Universidade Federal de São João Del Rei-CSL
(UFSJ).
Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, com 25 genótipos (fator de
variação) e quatro replicatas de 15 frutos cada para cada época avaliada.
Seguiu-se análise da massa do fruto (g), massa da polpa (g) e massa da semente (g);
diâmetros transversais e longitudinais (mm), medidos a partir de um paquímetro digital. A
análise de sólidos solúveis (SS) foi feita por refratometria, realizada com um refratômetro,
expressando-se o resultado em °Brix, sendo utilizada a polpa dos frutos; pH, medido com
pHmetro digital; acidez titulável (AT) por titulação simples, com resultados expressos em
percentagem de ácido málico (g ácido málico/100 g de amostra). A relação entre sólidos
solúveis totais e acidez, foi calculada a partir da razão entre os valores médios dos testes.
Avaliação do perfil microbiológico e da qualidade da polpa de acerola
Foram realizadas inspeções periódicas junto à Unidade de Processamento da
Associação situada no município de Fortuna de Minas com o objetivo de avaliar a qualidade
da polpa de acerola. Em cada período (10/2013, 04/2014), foram coletadas 4 amostras de
250mL de polpa congelada para avaliação do pH das características da qualidade
microbiológica, que foram transportados em isopor com gelo até o Laboratório de
Microbiologia da UFSJ-CSL e as amostras imediatamente processadas.
Os valores de pH foram determinados por meio de pHmetro digital.
Para as análises microbiológicas foram retirados 10 mL de cada amostra de polpa
adicionados a um erlenmeyer contendo 90 mL de solução salina (NaCl 0,9%). Após 5
minutos de agitação a 200 rpm, 1 mL foi retirado para a diluição seriada, até 10-4, em tubos de
ensaio contendo 9 mL de solução salina (NaCl 0,9%). Após homogeneização por inversão do
tubo, 100 µl de cada diluição serão retirados e espalhados, em triplicata, em placas de petri
contendo meio de cultura. Os meios de culturas utilizados foram o Agar Nutriente para
análises de bactérias psicrofílicas e mesofílicas; Baird-Parker para análises de Staphylococcus
aureus; Caldo Lauril Sulfato Triptose para detecção de coliformes totais e termotolerantes. As
placas de petri foram mantidas em estufa de crescimento à 35°C/48 horas para coliformes
totais e termotolerantes, plaqueamento em profundidade à 35ºC/48 horas para bactérias
mesofílicas, plaqueamento em superfície à 7ºC/10 dias para bactérias psicrofílicas,
plaqueamento em superfície à 25ºC/10 dias, plaqueamento em superfície à 35-37ºC/40 horas
185
para determinação da presença de Staphylococcus aureus, procedimentos realizados antes da
contagem do número de colônias presentes.
A partir dos resultados obtidos nas análises microbiológicas da polpa de acerola congelada
foram realizados mini cursos e palestras relacionados a boas práticas de colheita e
processamento dos frutos para obtenção da melhor qualidade de polpa congelada de acerola.
Resultados e discussão
Seleção de genótipos superiores de aceroleiras com base na qualidade dos frutos
Os valores de massa do fruto variaram de 1,48g a 7,45g, sendo o acesso vinte e cinco
o de maior massa. Para massa da polpa o maior valor foi de 5,85g inferior ao observado por
Freire et. al (2006) para acerola cultivada no semi-árido. A média geral para massa de
sementes foi de 1,07g, sendo que 13 dos 25 acessos foram superiores a esse valor. Alto valor
de massa do fruto e polpa e baixo valor de massa da semente resultam em maior rendimento
dos frutos, observados no presente trabalho para o acesso vinte e cinco.
O acesso vinte e cinco apresentou o maior valor de diâmetro longitudinal 23,97mm e
o acesso onze, o menor valor para o diâmetro transversal com valor de 15,65mm. De todos os
acessos quinze possuíram valores superiores a média encontrada para relação DL/DT.
No presente trabalho, os valores de pH não oscilaram entre os 25 acessos de acerola,
sendo superiores a 3,09, coerente aos valores encontrados por Matsuura et al. (2001),
superiores a 3,0 (3,08 a 3,57). A acidez total titulável (ATT) dos frutos de diferentes acessos
variou entre 0,99 e 4,70%. Menor amplitude para acidez foi verificada por Matsuura et al.
(2001), para doze genótipos de acerola, que oscilou entre 0,69 e 1,65%.
Os valores de sólidos solúveis totais apresentaram variação de 6,35 a 11,53°Brix.
Freire et al. (2006), por meio de análises de vários autores, constataram por meio dos seus
experimentos teores de sólidos solúveis e acidez titulável com ampla faixa de variação, de
3,76 a 14,10º Brix para sólidos solúveis e de 0,53 até 2,27 para acidez. Os maiores índices
para relação SST/ATT foram 6,42; 6,49; 6,50 e 6,93 gramas de ácido málico/100g referentes
aos acessos 3, 8, 25 e 5, respectivamente.
Avaliação do perfil microbiológico e da qualidade da polpa de acerola
Os valores médios de pH das polpas da Agroindústria foram 3,57; valor este, que se enquadra
nos padrões estabelecidos pelo Ministério da Agricultura e Abastecimento, que preconiza um
186
pH mínimo de 2,80 para polpa de acerola (Brasil, 2000). Os valores encontrados para bolores
e leveduras, bactérias mesofílicas, bactérias psicrofílicas e presença de Staphylococcus
aureus, foram 0,41 (UFC/g); 9,4 x10-³ (UFC/g); 0,13 (UFC/g); ausência, respectivamente,
valores estes que se enquadram dentro da legislação vigente, que preconiza no máximo 5x10³
(UFC/g) para bolores e leveduras; 10³células/g de produto para Staphylococcus aureus, porém
para bactérias psicrofílicas e mesofílicas não existem valores pré estabelecidos pela
legislação. Nas análises para coliformes totais e termotolerantes não foi observado formação
de gás dentro do tubo de Durham, portanto o resultado foi negativo para a formação de
colônias de coliformes, pelo fato da acidez da acerola inibir o crescimento das mesmas.
Conclusão
A educação tutorial incrementou a formação profissional dos discentes envolvidos, permitiu
por meio da vivência no contexto real da agricultura familiar o desenvolvimento do espírito
crítico e a capacidade de analisar e trazer soluções aos problemas desafiadores enfrentados
pela comunidade.
Referências
BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA DO ABASTECIMENTO. Instrução
Normativa nº 01/00, de 07/01/00. Regulamento técnico geral para fixação dos padrões de
identidade e qualidade para polpa de fruta. Diário Oficial da República Federativa do Brasil,
Brasília, DF, 10 jan. 2000, Seção I, p.54-58.
FREIRE, J. L. de O.; LIMA, A.N.; SANTOS, F.G.B. dos; MARINUS, J.V.M. de L.
Características físicas de frutos de acerola cultivada em pomares de diferentes microrregiões
do estado da Paraíba. Agropecuária Técnica, Areia, v.27, n.2, p.105–110, 2006.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo agropecuário de 2006,
Agricultura Familiar, ISSN 0103-6157. Rio de Janeiro, p.1-267, 2006.
MATSUURA, F.C.A.U.; CARDOSO, R.L.; FOLEGATTI, M.I.S.; OLIVEIRA, J.R.P.;
OLIVEIRA, J.A.B.; SANTOS, D.B.S. Avaliações físico-químicas em frutos de diferentes
genótipos de acerola (Malpighia punicifolia L.). Revista Brasileira de Fruticultura,
Jaboticabal, v. 23, n. 3, p. 602-606, 2001.
187
Intercâmbio dos grupos PET da UFSJ: Uma nova abordagem na educação tutorial
Flávio Araujo de Moraes; Camila Calsavara Rocha; Gustavo Franco de Castro; Renata Elisa
Viol¹; José Carlos Moraes Rufini².
¹Bolsista PET Agronomia, Universidade Federal de São João del Rei;
²Professor Tutor PET Agronomia, Universidade Federal de São João del Rei.
Introdução
O Programa de Educação Tutorial (PET) é um programa de excelência financiado pelo
MEC/SESU que tem como base a indissociabilidade entre o ensino, pesquisa e extensão, que
busca ampliar a gama de experiências vivenciadas na graduação bem como desenvolver
habilidades dinâmicas e individuais, formando um profissional critico e atuante.
A promoção da interação dos petianos com o corpo docente e discente da instituição
complementa a formação acadêmica e estimula a melhoria do curso de graduação através do
desenvolvimento de novas práticas e experiências. Esta interação permite a percepção da
responsabilidade coletiva e do compromisso social perante a comunidade, além do
desenvolvimento da capacidade de trabalho em equipe.
A preparação de um discente exige não somente a relação interna no curso a que se
refere o grupo PET, mas também da estreita ligação com os demais cursos de graduação
existentes na Instituição de Ensino Superior (IES).
Neste contexto é de extrema relevância a criação e desenvolvimento de encontros
internos que promovam máxima interação entre os petianos, levando a otimização das ações
no ensino, pesquisa e extensão.
Objetivos
O objetivo desta atividade é promover o intercâmbio, comunicação e integração
efetiva dos diferentes grupos PET da UFSJ, levando a novos conhecimentos e a formação de
parcerias, aprimorando desta forma as atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Metodologia
188
Baseado nos diferentes propósitos do PET e buscando a maior interação entre os
grupos da UFSJ, houve a necessidade da criação de atividades conjunta que estreitasse a
relação dos grupos, visto que os mesmos estão inseridos em diferentes cursos e campus.
Durante a plenária do III Encontro dos grupos PET da UFSJ: "Saúde e suas interfaces no
século XXI", ocorrido no ano de 2013, foi proposto a criação do TRANSPET, um evento com
o objetivo de promover o intercâmbio, comunicação e integração entre os grupos PET da
UFSJ. O evento consiste no intercâmbio de petianos aos demais grupos PET da UFSJ.
O evento teve início no dia 19/10/2013 no campus Sete Lagoas (CSL) e campus Dom
Bosco (CDB), e contou com a participação de todos os grupos PET DA UFSJ. O grupo PET
Agronomia acolheu os grupos PET BioSus e PET Conexões de Saberes no campus Sete
Lagoas e os grupos, PET Filosofia e PET Mecânica acolheram os grupos PET “Da Loucura a
Ciência” e PET Bioquímica, no campus Dom Bosco, ambos seguindo programação especifica
para cada encontro.
O encontro no CSL contou com a presença do tutor e de todos os integrantes do grupo
PET Agronomia e de dois representantes de cada grupo visitante, contabilizando o total de 16
petianos.
O cronograma da atividade no Campus Sete Lagoas contou com uma recepção/café da
manhã que ocorreu das oito às nove horas, seguido das apresentações das atividades
especificas de cada grupo no período da manhã. Após o almoço foram realizadas oficinas no
viveiro de mudas e laboratório de produção vegetal, onde os integrantes do grupo PET
Agronomia explanaram suas atividades realizadas desde a criação do respectivo grupo. Foram
abordados os seguintes temas nas oficinas: propagação de plantas, hidroponia e análise físicoquímica de frutos. Após as oficinas os grupos continuaram o processo de integração através
da participação no Grupo de Discussão, onde foram discutidas ações conjuntas entre os
grupos participantes finalizando a atividade.
Resultados e discussão
As apresentações foram vinculadas as atividades realizadas nas áreas de ensino,
pesquisa e extensão dos respectivos grupos. A presente ação permitiu que os grupos
discutissem a melhor forma de execução das tarefas e também a proposição de
aperfeiçoamento nas diversas áreas de atuação. A visualização das distintas linhas de
pesquisas realizadas pelos petianos evidenciou relações similares que existem entre os cursos
189
de graduação da UFSJ, possibilitando formação de parcerias nos projetos desenvolvidos por
cada grupo.
As experiências trocadas entre os grupos deixaram claras as possibilidades de
replicação das atividades que cada PET executa em seu campus e comunidade externa. É
notável a importância que as IES possuem perante a sociedade, em vista disto, a existência de
uma relação estreita entre os grupos PET e a comunidade serve como um apoio direto e
objetivo na construção e multiplicação do conhecimento.
Encontros como estes que propõem uma nova metodologia servem de apoio para
sugestão de ideias e assuntos que envolvam a educação tutorial no Brasil e conseqüente
fortalecimento desta. A base para participação em eventos regionais e nacionais dos grupos no
país é favorecida e construída durante encontros internos, levando a um crescimento e
amadurecimento dos assuntos pertinentes a atual situação do programa.
Conclusão
O Intercâmbio dos grupos Pet da UFSJ ampliou as inter relações, permitindo a
amplitude de conhecimentos e experiências abordadas em diferentes cursos de graduação da
IES, caracterizando assim a importância do PET na formação multidisciplinar do discente e
evidenciando a necessidade de novas metodologias no programa de educação tutorial
objetivando a otimização do ensino superior no país.
Referências
Manual
de
orientações
básicas
PET.
Disponível
em
<
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12228:programade-educacao-tutorial-pet&catid=232:pet-programa-de-educacao-tutorial&Itemid=480>
Acesso em 05/06/2014
190
Avaliando a Aprendizagem da Bovinocultura de Leite por meio de Questionários
Cassiane Simone Gorosterrazú¹, Tacila Nascimento Vasconcelos¹, Danise Langaro¹, Bruno
Gustavo Geraldo¹, Cristiane Paula Regauer¹, Joselaine dos Santos¹, Ilana Gatti¹, Ilidrimari
Antunes¹, Janise Zeni¹, Sandra Mônica Cadini¹, Alline Vandressa Maia Kochhann¹, Cristina
Napp¹, Denise Bauermann¹, Thaís Rithielli Vasconcelos¹, Juliana Marcia Rogalski².
¹, ² PET Conexões de Saberes Licenciatura em Ciências Agrícolas, Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Câmpus Sertão.
Introdução
A região do Alto Uruguai apresenta como principal fonte de renda as atividades agropastoris.
Os pequenos produtores rurais têm como principais atividades a produção de grãos, a
atividade leiteira, a avicultura e a suinocultura.
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) Câmpus Sertão caracteriza-se por ser essencialmente agrícola e pastoril, visto que foi criado a
partir das antigas Escolas Agrícolas. O Câmpus possui, nas áreas agrícolas e zootécnicas,
vários setores de produção, entre eles o de Bovinocultura de leite. Nesta perspectiva, foi
desenvolvida a oficina “Vivenciando a Bovinocultura de leite”, através do Programa de
Educação Tutorial (PET) Conexões de Saberes Licenciatura em Ciências Agrícolas. Para
verificar os saberes e o conhecimento dos discentes sobre esta atividade elaborou-se um
questionário, o qual foi aplicado previamente e posteriormente à oficina. O questionário,
segundo GIL (1999, pode ser definido como a técnica de investigação composta por um
número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por
objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações
vivenciadas etc..
Conforme CHARLOT (2005, p.41) deve-se buscar o saber, pois se deve: “compreender como
o sujeito categoriza, organiza seu mundo, como ele dá sentido à sua experiência e
especialmente à sua experiência escolar [...], como o sujeito apreende o mundo e, com isso,
como se constrói e transforma a si próprio”. Dessa forma, este estudo buscou verificar os
saberes que os discentes apresentavam sobre a Bovinocultura de leite e avaliar se estes
discentes aumentaram seu conhecimento após a participação na oficina.
191
Objetivos
- Vivenciar a Bovinocultura de leite, através das atividades realizadas no setor;
- Utilizar atividades lúdicas para fixar os conteúdos desenvolvidos;
- Verificar por meio de questionário se as atividades práticas (visita e acompanhamento no
setor) e lúdicas resultaram no aprendizado dos conteúdos abordados.
Metodologia
Os questionários, prévio e posterior a oficina Bovinocultura de leite, foram respondidos por
discentes, pertencentes a três escolas públicas de Sertão: Escola Municipal de Ensino
Fundamental João Antônio De Col, Escola Municipal de Ensino Fundamental Linha Secco e
Escola Estadual de Ensino Fundamental Engenheiro Luiz Englert, sendo uma turma por
escola. Participaram discentes das sétima e oitava séries. Visando relacionar a oficina com o
conteúdo programático a série escolhida foi aquela que estava desenvolvendo a temática os
seres vivos.
Inicialmente aplicou-se um questionário aos discentes das turmas participantes. O
questionário continha dez questões objetivas e de múltipla escolha, relacionadas à
Bovinocultura de leite.
Após responderem o questionário, os discentes participaram da oficina “Vivenciando a
Bovinocultura de leite”. A oficina foi desenvolvida no setor de Bovinocultura do IFRS,
Câmpus Sertão. Na oficina os discentes tiveram a oportunidade de vivenciar todo processo in
loco da bovinocultura de leite (multidisciplinar), onde foram abordados: instalações e
equipamentos, gestação, fases do ciclo de vida dos animais, lactação, produtividade, sistema
digestório, manejo, doenças, bem estar animal, formas de minimizar os impactos ambientais
pela atividade. Para fixar os conteúdos abordados foram desenvolvidas atividades lúdicas,
como quebra-cabeças das raças leiteiras, corrida do saco relacionada às instalações e os
equipamentos do setor de Bovinocultura de leite, jogo do tabuleiro envolvendo todos os
conteúdos desenvolvidos.
Posteriormente a oficina, os discentes participantes responderam o mesmo questionário sobre
Bovinocultura de leite, para verificar se ocorreu um melhor desempenho nas questões
referentes à atividade.
192
Resultados e discussão
Previamente a oficina os discentes responderam um questionário contendo 10 questões para
avaliar o saber existe pelos mesmos. Os discentes possuem idade ente 11 e 16 anos e a
maioria reside na zona rural (84,9%). Quando questionados se já tiveram contato com a
atividade da bovinocultura de leite, na Escola Engenheiro Luiz Englert a maioria dos
discentes (44,5%) respondeu que sim, de forma indireta; 33,3% responderam que tiveram
contato direto, pois a atividade constitui em renda familiar; e 22,2% que nunca teve contato
com a atividade. Na Escola João Antônio De Col 46,1% dos discentes respondeu que tiveram
contato indireto com a atividade; 46,2% responderam que diretamente, pois a família
desenvolve a atividade; e 7,7% que nunca tiveram contato com a atividade. Já na Escola
Linha Secco, a qual se situa no interior, 11,1% dos discentes responderam que sim de forma
indireta e 88,9% responderam que sim diretamente, pois a família desenvolve a atividade.
Entre as famílias que desenvolvem essa atividade 90% responderam que possuem instalações
completas de ordenha. Dos entrevistados 88,6% responderam que conhecem alguma raça de
gado leiteiro, os quais citaram quatro raças: Jersey, Holandesa, Zebu e Gir Leiteiro,
destacando-se Jersey e Holandesa.
Com relação à gestação apenas 51,0% dos discentes, em média, responderam corretamente
que o período gestacional corresponde a nove meses. Quando questionados sobre a
alimentação dos bovinos todos os discentes responderam alimentos utilizados para nutrir os
bovinos, tais como: pasto, milho, feno, silagem, farelo de soja e sal mineral.
Quando questionados sobre quais doenças costumam acometer o gado leiteiro, podendo citar
várias, na Escola Engenheiro Luiz Englert 77,8% dos discentes citaram mastite e 22,2% febre
aftosa, na Escola Linha Secco 100% citaram mastite, 88,9% febre aftosa e 53,8% brucelose.
Na Escola João Antônio De Col 76,9% dos discentes citou mastite, 46,2% febre aftosa e
53,8% brucelose.
Com relação à higienização dos equipamentos, do espaço da ordenha e do úbere das vacas,
que deve ocorrer a cada ordenha responderam corretamente 100% dos discentes da Escola
Engenheiro Luiz Englert, 88,9% na Escola Linha Secco e 84,6% na Escola João Antônio De
Col. Em relação ao destino do leite após a ordenha, responderam que o leite deve ser resfriado
88,9, 100 e 61,5%, respectivamente.
Os discentes que responderam os questionários participaram da oficina “Vivenciando a
Bovinocultura de leite” e posteriormente foi aplicado o mesmo questionário, sendo que na
Escola Linha Secco 100% dos discentes responderam corretamente todas as questões, na
193
Escola João Antônio De Col 79% e na Escola Engenheiro Luiz Englert 90% dos discentes. Os
discentes da Escola João Antônio De Col, escola localizada em área urbana, apresentaram os
menores índices de acertos, possivelmente por não vivenciarem a atividade no seu cotidiano.
A oficina permitiu aos alunos acompanharem todas as etapas da atividade, bem como
visualizarem na prática as fases de desenvolvimento, a alimentação, a ordenha, as instalações
e equipamentos necessários, sendo abordados vários conteúdos de diversas áreas. Na prática
educativa, tem-se percebido cada vez mais a importância dada à interdisciplinaridade como
forma participativa e coletiva de diferentes componentes curriculares na busca pelo êxito
educacional. CHARLOT (2005) reforça que ensinar é um ato complexo, dinâmico, difícil de
ser analisado separadamente do aprender. Sendo o professor o profissional que trabalha com o
processo ensino-aprendizagem, essa passa a ser uma profissão complicada para ser estudada.
A metodologia com atividades lúdicas permitiu o envolvimento dos discentes nas atividades,
bem como sociabilizar o conhecimento com os colegas. Além disso, percebeu-se a motivação
e o aprendizado prazeroso por parte dos discentes. FIALHO (2007), diz que: "A exploração
do aspecto lúdico pode tornar-se uma técnica facilitadora na elaboração de conceitos, no
reforço de conteúdos, na sociabilidade entre os alunos, na criatividade e no espírito de
competição e cooperação, tornando, esse processo transparente, ao ponto em que o domínio
sobre os objetivos propostos sejam assegurados".
Conclusão
As atividades práticas e lúdicas motivaram os discentes em todas as etapas da oficina
desenvolvida. O aumento do conhecimento pôde ser verificado com a aplicação dos
questionários prévio e posterior a oficina. Além disso, os questionários demonstram a
contribuição para a aprendizagem dos saberes que os discentes possuem devido a prática
cotidiana da Bovinocultura de leite.
Referências
BERGAMO, M. O uso de metodologias diferenciadas em sala de aula: uma experiência
no
ensino
superior.
Disponível
em:
<http://www.univar.edu.br/revista/downloads/metodologiasdiferenciadas.pdf >. Acesso em:
28 de janeiro de 2014.
194
CHARLOT, B. Relação com o saber, formação de professores e globalização: questões
para a educação hoje. Porto Alegre: Artmed, 2005.
FIALHO, N. N. Jogos no ensino de Química e Biologia. Curitiba: Ibpex, 2007.
GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
SILVEIRA,
J.
Dicas
de
estudo
-
estilos
de
aprendizagem.
Disponível
<http://www.unibarretos.edu.br/v3/faculdade/imagens/nucleo-apoio-docente/
ESTILOS%20DE%20APRENDIZAGEM%203.pdf>. Acesso em: 28 de janeiro de 2014.
195
em:
Vivenciando a Avicultura por meio de Atividades
Práticas e Lúdicas
Ilana Gatti¹, Ilidrimari Antunes¹, Janise Zeni¹, Cassiane Simone Gorosterrazú¹, Cristiane
Paula Regauer¹, Bruno Gustavo Geraldo¹, Danise Langaro¹, Joselaine dos Santos¹, Tacila
Nascimento Vasconcelos¹, Sandra Mônica Cadini¹, Paulo Ricardo Oliveira de Moura¹, Juliana
Marcia Rogalski².
¹,² PET Conexões de Saberes Licenciatura em Ciências Agrícolas, Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Câmpus Sertão
Introdução
No Brasil, a produção nacional de carne de frango atingiu 13,3 milhões de toneladas em 2013,
sendo a terceira maior produção e a primeira maior exportação do mundo, com 3,9 milhões de
toneladas (EMBRAPA, 2013). Segundo esta empresa, nesse mesmo ano, a produção de ovos
no país chegou a 34,1 milhões de unidades de ovos, sendo a sétima maior produção do
mundo. Na região do Alto Uruguai a atividade merece destaque.
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) Câmpus Sertão caracteriza-se por ser essencialmente rural, visto que foi criado a partir das
antigas Escolas Agrícolas, possuindo alguns setores agropecuários, como o de Avicultura.
Na prática educativa, tem-se percebido cada vez mais a importância dada à
interdisciplinaridade como forma participativa e coletiva de diferentes componentes
curriculares, buscando o êxito educacional.
No ensino tradicional prevalecem à transmissão-recepção de informações, a memorização e a
dissociação da relação entre o conteúdo e a vida cotidiana (LONGO, 2011). Segundo a autora,
mediante o uso dos jogos como recursos didáticos, vários objetivos podem ser atingidos,
relacionados à cognição (desenvolvimento da inteligência e da personalidade, fundamentais
para a construção de conhecimentos); afeição (desenvolvimento da sensibilidade e da estima,
e atuação no sentido de estreitar laços de amizade e afetividade); socialização (simulação de
vida em grupo); motivação (envolvimento da ação, do desafio e mobilização da curiosidade) e
criatividade.
196
O jogo oferece o estímulo e o ambiente propícios, favorecendo o desenvolvimento espontâneo
e criativo dos discentes e permite ao docente: ampliar seu conhecimento de técnicas ativas de
ensino; desenvolver capacidades pessoais e profissionais para estimular nos discentes a
capacidade de comunicação e expressão, mostrando-lhes uma nova maneira, lúdica, prazerosa
e participativa de relacionar-se com o conteúdo escolar, levando a uma maior apropriação dos
conhecimentos envolvidos (BRASIL, 2006).
Nesta perspectiva, a oficina “Vivenciando a Avicultura” buscou estudar todos os conteúdos
que envolvem a atividade, de forma integrada, possibilitando aos alunos a vivência da
atividade de forma prática, bem como de desenvolver e fixar os conteúdos por meio de
atividades lúdicas.
Objetivos
- Vivenciar as atividades da avicultura: corte e postura;
- Entender e diferenciar a avicultura de corte e postura;
- Estudar as principais características das aves;
- Identificar as fases de desenvolvimento das aves e sua alimentação;
- Observar e identificar as instalações e manejos para produção de ovos e carne;
- Estudar as condições necessárias para o bem estar animal;
- Utilizar atividades lúdicas para desenvolvimento e fixação dos conteúdos estudados.
Metodologia
O Programa de Educação Tutorial (PET) Conexões de saberes Licenciatura em Ciências
Agrícolas ofertou a oficina “Vivenciando a Avicultura”, a qual foi destinada às escolas de
ensino fundamental (municipais e estaduais) do município de Sertão, RS. A oficina foi
desenvolvida no setor de Avicultura: corte e postura do IFRS, Câmpus Sertão. Durante a
oficina foram abordados os seguintes conteúdos: instalações, equipamentos e manejo dos
aviários; características das aves, fases de vida das aves, comparação e diferenciação entre o
galo e galinha (tamanho corporal, crista, penas, pernas e esporas), o ovo (coloração, formação,
postura), início e duração da postura, tempo para abate de um frango de corte, nutrição e bem
estar animal. Durante a visita aos aviários (corte e postura) os discentes puderam observar as
diferenças entre os mesmos, bem como conhecer as instalações, os equipamentos (ventilador,
caixa d’água, bebedouro, comedouro, gaiolas) e a rotina do setor.
197
No próprio setor de avicultura, como forma de fixação dos conteúdos da Oficina Avicultura
(corte e postura), cada turma participante foi dividida em duas equipes e foram adaptados à
atividade alguns jogos lúdicos, como:
Quebra-cabeça - O jogo consistia em um quebra-cabeça referente ao sistema digestório da
galinha, composto por seus órgãos. A equipe que primeiro montasse corretamente o quebracabeça era a vencedora. A outra equipe marcava pontos correspondentes ao número de peças
montadas corretamente.
Caça-palavras - Foram elaboradas frases referentes à avicultura, onde os discentes tinham que
preencher corretamente as lacunas. Posteriormente ao preenchimento das lacunas, as palavras
deveriam ser encontradas no caça-palavras. A equipe que primeiro finalizasse corretamente a
atividade vencia o jogo, obtendo pontuação máxima. A outra equipe pontuava conforme o
número de palavras encontradas.
Corrida do ovo - Inicialmente a turma participante foi dividida em duas equipes e então foram
formadas duplas para a competição. Cada discente da dupla tinha que correr com uma colher
na boca equilibrando um ovo cozido, sem auxílio das mãos. O primeiro discente da dupla a
chegar, sem derrubar o ovo, respondia a questão, relacionada a todo conteúdo da oficina,
sendo que: caso respondesse a questão corretamente pontuava para a equipe, e caso não
acertasse pontuava a equipe adversária.
O somatório da pontuação dos três jogos determinava a equipe vencedora, sendo aquela com
maior pontuação.
Resultados e discussão
Participaram da oficina quatro escolas: Escola Estadual de Ensino Fundamental Bandeirantes,
Escola Municipal de Ensino Fundamental João Antônio De Col, Escola Municipal de Ensino
Fundamental Linha Secco e Escola Estadual Engenheiro Luiz Englert, sendo uma turma por
escola. Os discentes pertenciam às turmas do sexto, sétimo e oitavo ano (ano correspondente
a temática os seres vivos), totalizando 45 participantes.
Antes de participarem da oficina os discentes responderam um questionário, onde foi
constatado que apresentavam baixo conhecimento sobre a Avicultura, visto que há poucos
produtores no município de Sertão.
Durante a oficina, os alunos se mostraram extremamente interessados, bem como
participativos, em conhecer o funcionamento do setor de Avicultura. Após a oficina, nas
atividades lúdicas desenvolvidas os discentes apresentaram 95% de acertos nas questões que
198
envolviam a oficina como um todo. Enquanto joga o aluno desenvolve a iniciativa, a
imaginação, o raciocínio, a memória, a atenção, a curiosidade e o interesse, concentrando-se
por longo tempo em uma atividade (FORTUNA, 2003).
O ensino da Avicultura envolve conteúdos abstratos e muito deles de difícil compreensão.
Dessa forma, a explanação dos conteúdos na prática e os jogos lúdicos puderam contribuir
para a aprendizagem dos mesmos. Por aliar os aspectos lúdicos aos cognitivos, entende-se que
o jogo é uma importante estratégia para o ensino e a aprendizagem de conceitos abstratos e
complexos, favorecendo a motivação interna, o raciocínio, a argumentação, a interação entre
discentes e entre docentes e discentes (CAMPOS, BORTOLOTO e FELICIO, 2003).
Segundo VYGOTSKY (1996), o desenvolvimento da capacidade de pensar é em grande
medida um desenvolvimento “de fora para dentro”, e a interação social é um requisito
fundamental para tal desenvolvimento, de forma que as funções cognitivas de nível superior
se iniciam por uma fase social e posteriormente se internalizam.
Durante os jogos percebeu-se grande proximidade e envolvimento entre os discentes da
mesma equipe. Conforme FRIEDMANN (1996), os jogos lúdicos permitem uma situação
educativa cooperativa e interacional, ou seja, quando alguém está jogando está executando
regras do jogo, e ao mesmo tempo, desenvolvendo ações de cooperação e interação que
estimulam a convivência em grupo, aprendendo a respeitar o espaço do outro e seus limites.
No final das atividades os discentes foram perguntados se gostariam de participar de outra
oficina, onde todos participantes respoderam que sim. Desta forma, possivelmente os alunos
acharam as atividades prazerosas e sentiram-se motivados durante o processo de
aprendizagem. O docente é, então, elemento chave na organização das situações de
aprendizagem, pois compete-lhe dar condições para que o discente "aprenda a aprender",
desenvolvendo situações de aprendizagens diferenciadas, estimulando a motivação e a
articulação entre saberes e competências (LABARCE e BORTOLLOZI, 2010).
Conclusão
A atividade prática desenvolvida no setor de Avicultura permitiu estudar os conteúdos de
forma interdisciplinar, permitindo o estudo de vários conteúdos escolares de forma integrada e
facilitando a aprendizagem. As atividades lúdicas podem contribuir para o processo ensinoaprendizagem, pois facilitam a compreensão e fixação dos conteúdos e consequentemente a
aprendizagem, de
forma lúdica, com motivação e diversão. Também estimulam a
convivência e contribuem para a sociabilização dos discentes. Além disso, os jogos despertam
199
mais raciocínio e imaginação no educando, fazendo com este se torne um ser pensante e
crítico na sociedade.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares
para o Ensino Médio: Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília:
MEC/SEB, 2006. 135 p.
CAMPOS, L.M.L.; BORTOLOTO, T.M.; FELICIO, A.K.C. A produção de jogos didáticos
para o ensino de Ciências e Biologia: uma proposta para favorecer a aprendizagem. Caderno
dos Núcleos de Ensino, p.35-48, 2003.
EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Suínos e Aves. Relatório de
atividades
2013.
Disponível
em:
<http://www.cnpsa.embrapa.br/sgc/sgc_publicacoes/publicacao_2q92f0.pdf>. Acesso em : 20
de maio de 2014.
FORTUNA, T. R. Jogo em aula. Revista do Professor, Porto Alegre, v.19, n.75, p.15-19,
jul./set. 2003
FRIEDMANN, A. Brincar, crescer e aprender: o resgate do jogo infantil. São Paulo:
Moderna, 1996.
LABARCE, E.C.; BORTOLOZZI, J. Atividades Práticas no Ensino de Biologia: Motivação,
Interação e Cognição.
IX Jornadas Nacionales y IV Congreso Internacional de
Enseñanza de la Biología. p.1-3, 2010.
LONGO, V.C.C. Vamos jogar? Jogos como recursos didáticos no ensino de Ciências e
Biologia. São Paulo: Curso de Ciências Biológicas da Faculdade da Saúde da Universidade
Metodista de São Paulo, 2011.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos
psicológicos superiores. 5.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
200
Projeto-Escola, conhecendo a Zootecnia, expandindo horizontes
Rotchyelly Prestes Carpes¹, Julio Viégas², Stela Naetzold Pereira5, Tiago João Tonin3, Leticia
Lopes da Costa5, Ana Carolina Philippsen5, Lisiani Rorato Dotto5, Greice Kelly Machado4,
Bernardo Bevilaqua5, Bruna Aqel de Oliveira5,Elissandra Maiara de Castro Zilio5, Graciele
Dalise Schirmann5, Vanessa Tomazetti Michelotti5.
¹ Apresentadora, Aluna do Curso de Zootecnia - UFSM, bolsista PET-Zootecnia – UFSM
² Dr., Professor do Departamento de Zootecnia – UFSM. Tutor do Grupo PET Zootecnia e NUPECLE - RS
³ Aluno do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UFSM, Bolsista CAPES
4
Zootecnista – Egresso PET-Zootecnia – UFSM
5
Aluno(a) do Curso de Zootecnia - UFSM, bolsista PET-Zootecnia – UFSM
Introdução
O curso de graduação em Zootecnia surgiu no Brasil no ano de 1966, sendo instituído
na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), na cidade de
Uruguaiana, no estado do Rio Grande do Sul, contudo ainda é razoavelmente desconhecido ou
confundido com outros cursos pela população de uma maneira geral.
Dúvidas frequentes surgem a respeito da associação do curso de Zootecnia, com o curso
de Medicina Veterinária, o que é um equívoco marcante.
Portanto, atividades como a proposta a seguir tem alta importância, pois são
esclarecedoras e formadoras de opinião.
Este projeto faz parte do planejamento anual do grupo PET Zootecnia da Universidade
Federal de Santa Maria - UFSM, e tem como objetivo apresentar o curso de Zootecnia em
escolas de ensino fundamental e médio, mostrando para os alunos a realidade do curso bem
como as áreas de trabalho e as ações que um Zootecnista desempenha durante a formação
profissional.
Objetivos
Permitir maior visibilidade do curso fora do âmbito acadêmico, direcionando, através
do esclarecimento, um maior número de alunos ao curso de Zootecnia, na medida em que
permite conhecimento prévio das áreas de atuação que o curso abrange, almejando com estas
ações a redução da evasão dos alunos.
Incentivar o público-alvo a ingressar numa instituição de nível superior.
Metodologia
201
O projeto vem sendo realizado desde o ano de 2012, tendo iniciado na Escola
Municipal Lorenzo da La Corte, situada no município de Santa Maria. A escola possui turmas
de ensino fundamental, de 1º a 9º ano, a visita nessa escola ocorreu no dia seis de novembro
de 2012, no período da tarde, e contou com a presença das turmas do 5º, 6º, 7º e 8º ano,
totalizando mais de cem alunos presentes durante a explanação.
Foi utilizado material multimídia, para o auxílio na explanação por parte dos petianos
e do tutor do grupo PET ZOOTECNIA- UFSM, essa apresentação continha informações
sobre a estrutura da Universidade Federal de Santa Maria, e também referentes ao curso de
Zootecnia, bem como quais laboratórios e setores vinculados a Zootecnia existem na UFSM, e
em qual área o profissional em Zootecnia pode atuar após a sua diplomação. No mesmo ano
foram visitadas mais três escolas aí incluída o Colégio Militar, momento em que ocorreu uma
feira das profissões sendo que o PET Zootecnia representou o Curso de Zootecnia da UFSM.
No ano de 2013, a Escola Estadual de Educação Básica João XXIII, situada na cidade
de São João do Polêsine, na Quarta Colônia, foi visitada pelo turno da manhã, as turmas
envolvidas foram as pertencentes ao Ensino médio da escola, englobando o 1º, 2º e 3º Anos.
A visita realizou-se no dia 27 de Maio de 2013.
No mesmo ano de 2013, mas no mês de Agosto a escola visitada foi a Escola Estadual
de 2º Grau João Isidoro Lorentz, localizada no município de Formigueiro, RS, que fica a 73
km de distância de Santa Maria. Assim como na escola João XXIII, o público-alvo foram
somente os alunos do ensino médio.
O material utilizado em ambas as escolas foi o mesmo citado anteriormente, com
material áudio visual, e explanação por parte dos integrantes do grupo e ativa participação do
público envolvido.
O Grupo PET enfrentou várias adversidades em relação ao projeto pela falta da verba
de custeio não repassada ao Grupo.
Resultados e discussão
O objetivo do PET Zootecnia em apresentar o curso foi a divulgação e o elucidação
uanto às áreas trabalhadas ao longo do curso de Zootecnia e a atuação do Zootecnista no
mercado de trabalho e qual sua contribuição com a sociedade.
Os alunos envolvidos pelo projeto mostraram-se bastante interessados pela atividade
participando ativamente através de questionamentos sobre o que realmente é a Zootecnia,
evidenciando pouco conhecimento do curso, possivelmente por ser relativamente novo em
202
relação aos outros cursos das ciências agrárias. Outro questionamento frequente foi sobre
quais áreas de trabalho, que profissionais formados em Zootecnia, podem atuar. Foi
esclarecido que a área da zootecnia tem inúmeras atuações profissionais, tanto com pequenos
animais quanto grandes, sendo a escolha do aluno definida por qual área se identifica mais.
Surgiram muitos questionamentos sobre assuntos cotidianos, muitas vezes levantados
pela mídia, como composição dos alimentos, formas de produção e bem estar animal.
A pergunta mais frequente durante o projeto foi sobre a diferença entre os cursos de
Zootecnia e Medicina Veterinária. Muitas das pessoas acreditavam se tratar do mesmo curso.
Isso ressalta a importância de atividades como esta, em que se tem oportunidade de divulgar a
nossa área de atuação, ganhando assim, reconhecimento pelo trabalho desenvolvido pelo
Zootecnista.
Além disso, desenvolver essa atividade possibilitou mostrar a importância deste
profissional na produção de alimentos. Ao mesmo tempo permitiu o trabalho com um público
diferenciado permitindo aos petianos trabalhar a desenvoltura e o posicionamento ético.
Conclusão
O desenvolvimento desse projeto foi de grande valia para o grupo PET, pois houve um
maior entendimento por parte dos alunos em relação ao que o Zootecnista faz e como atua
profissionalmente tivemos oportunidade de interagir com diferentes realidades, o que gera um
crescimento pessoal e acadêmico dos integrantes do grupo PET.
Porém a falta de recursos financeiros foi algo que inviabilizou em parte a execução do
projeto, que era de dar sequência à vivência com os alunos através da construção de algum
projeto interativo.
203
AQUICULTURA INTERATIVA: A BUSCA PELO CONHECIMENTO EM
VIVEIROS DE PEIXE.
Autor(es)¹; Janaína Silva dos Santos e Karina Ribeiro Tutor²; Karina Ribeiro2
1. Graduanda do curso de Engenharia de Aquicultura pela UFRN e bolsista do PET
Conexões- Comunidade Campo – Grupo Água Viva e-mail: [email protected]
2. Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN/EAJ; Tutora do PET ConexõesComunidade Campo – Grupo água Viva. e-mail: [email protected]
Introdução
A história nos mostra que não temos uma tradição nem na formulação de políticas públicas,
nem no pensamento e na prática de formação de profissionais da educação que focalize a
educação do campo e a formação de educadores do campo como preocupação legítima
(Arroyo, 2007). Sabe-se que o universo da educação, no meio rural, é marcado por uma
diversidade de escolas, sendo que se sobressaem as classes multisseriadas que, na maioria das
vezes, são isoladas e possuem um único professor (a) para todas as séries (Lima e Figueira,
2011), ocorrendo, assim, insatisfação dos professores e, consequentemente, os sujeitos
tornam-se desmotivados para a continuidade de estudos, além das séries básicas, visto que o
aprender tradicional das cidades reflete na perda de valores e identidade do campo.
Ações de extensão nas unidades de formação sejam elas publicas ou privadas, federais ou
estaduais, favorecem o amadurecimento profissional, social e ético de seus estudantes. Essas
ações ocorrem pela ampliação das relações entre a comunidade científica e a sociedade, por
meio de troca de saberes entre tais componentes e a aplicação dos conhecimentos adquiridos
na universidade para a construção de novas realidades sociais. O conhecimento, pelo
contrário, exige uma presença curiosa do sujeito em face do mundo. Requer sua ação
transformadora sobre a realidade. Demanda uma busca constante. Implica em invenção e em
reinvenção. Reclama a reflexão crítica de cada um sobre o ato mesmo de conhecer, pelo qual
se reconhece conhecendo e, ao reconhecer-se assim, percebe o “como” de seu conhecer e os
condicionamentos a que está submetido seu ato (Freire, 1985).
204
O trabalho desenvolvido aborda as atividades de extensão realizadas por uma equipe
multidisciplinar vinculado ao Programa de Educação Tutorial (PET) – Conexões de
Saberes/Comunidade Campo, do grupo Água Viva, da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, realizada no assentamento de Reforma Agraria Zabelê – Agrovila Aracati –,
localizado no município de Touros/RN. Desta forma, alunos de Engenharia de Aquicultura,
Psicologia e Pedagogia desenvolveram conjuntamente atividades voltadas para a educação
infantil no que se refere ao cultivo de peixes do assentamento, promovendo, assim, a
socialização dos saberes entre os diversos cursos de graduação.
Objetivo
O presente trabalho objetivou promover o reconhecimento do sujeito quanto ao seu meio
social, despertando a vontade de estudar para terem uma profissão futura, despertando, ainda,
o reconhecimento da sua identidade tanto em relação a sua vida no campo.
Metodologia
O trabalho “aquicultura interativa: a busca pelo conhecimento em viveiros de peixe” foi
realizado com as crianças, com faixa etária de 3 a 13 anos, que compõe turmas multisseriadas
na Escola Municipal Professora Altair da Silva Ferreira e nos viveiros de tilapicultura, ambos
localizados no Assentamento Aracati, município de Touros/RN. De início, ocorreu uma
apresentação individual, no qual os petianos se identificaram informando nome e área em que
estudava. Posteriormente, perguntamos qual o sonho de futuro de cada criança. Deu-se assim
um dialogo entre os sujeitos. Logo após o diálogo as crianças foram levadas aos tanques de
piscicultura para aula de campo. Desta forma, iniciou-se um novo diálogo com perguntas
como: O que faz um Aquicultor? Os peixes dormem? Como os peixes respiram? Como se
chamam o bebê do peixe? As respostas foram anotadas e explicadas em seguida. Logo após a
troca de saberes e explanações os alunos foram convidados a alimentar os peixes.
Posteriormente, um dos petianos coletou alguns peixes para que as crianças pudessem
observar mais de perto e pegá-los. Em seguida, as crianças, foram levadas para a sala de aula,
onde se realizou a “pescaria educacional”. Esta, contava com peixes de emborrachado,
contendo perguntas. Assim cada peixinho “pescado” a criança deveria ler a pergunta em voz
205
alta para os colegas, e os mesmos deveriam escrever as respostas. Ao final da pescaria e para
finalizar a atividade ofereceu-se um lanche coletivo como prêmio.
Resultados e Discussões
A extensão rural é um processo educativo, que se propõe a contribuir de forma participativa
com o desenvolvimento rural sustentável, centrado na expansão e fortalecimento da
agricultura familiar, que assegurem a construção do pleno exercício da cidadania e a melhoria
da qualidade de vida da sociedade (Faser, 1997). Desta forma, o trabalho realizado com filhos
de produtores de peixe do assentamento Aracati uniu a educação e a aquicultura a fim de
despertar nos alunos a vontade em atuar na atividade, assim como aprimorar sua busca pelo
saber.
Os resultados obtidos com a primeira roda de conversa demonstraram o interesse e sonho
futuro da maioria das crianças se interessarem em serem médicos, professores e veterinários,
confirmando, assim, a importância das atividades locais na formação desta criança, além da
assimilação das mesmas pelos possíveis sonhos de seus pais ou responsáveis.
No segundo momento do diálogo ao abordar as perguntas sobre a biologia dos peixes,
obtemos como respostas das crianças seus pensamentos de modos ilusionados do mundo
infantil. Evidenciando o conhecimento prévio e interpretação que cada criança em sua
respectiva faixa etária possui independente do conhecimento técnico que as mesmas
receberam posteriormente. Em seguida após as crianças serem convidadas a alimentar os
peixes as mesmas ficaram eufóricas com o contato direto com os peixes, reagindo como
resposta destas a observação e o entusiasmo em alimenta-los e vê-los em grande quantidade.
Ao sentirem o primeiro contato físico segurando os peixes, facilitou o entendimento delas no
que tinha sido dito teoricamente no qual aproveitamos para reforçar mostrando nos peixe cada
resposta das tais questões levantadas, fazendo-as entender melhor o que estava sendo
explicado. Corroborando com Lima e (Figueira 2011), concepção de Educação que nos habita
ou que defendemos é a do processo de construção do conhecimento que não se acaba, que está
no eterno construir-se e reconstruir-se, no movimento de ação-reflexão-ação, para
ressignificação da realidade vivenciada e para emancipação intelectual de educadores e
educandos. A atividade pescaria educacional com perguntas e respostas tiveram como o
objetivo de forma dinâmica reforçar e descobrir o conteúdo compreendido entre as crianças,
já que cada peixinho “pescado” a criança deveria ler a pergunta para que assim os colegas
206
escrevessem a resposta num folha em branco com o número da pergunta respondida,
estimulando assim entre eles o melhoramento da leitura, escrita e coordenação motora.
Portanto, as crianças absorveram o conhecimento da importância da piscicultura para sua
comunidade e os ciclos de vida do peixe, onde elas responderam isso através do interesse pela
atividade. Apesar do desafio a “pescaria educacional” serviu também como uma interação
entre os colegas, já que quando na pescaria uma criança não sabia ler a outra que possuía o
conhecimento da leitura o ajudava ler a pergunta para os colegas, contribuindo assim com a
socialização e civilidade da turma. Espera-se que essas crianças possam ter desenvolvido uma
melhor coordenação motora, um desenvolvimento na escrita e leitura, e psicológico, além do
despertar para a importância do estudo e de seu futuro.
Conclusão
Concluímos que, apesar dos pais das crianças trabalharem nos viveiros de peixes da área,
estas não apresentavam determinado conhecimento acerca da produção e cultivo de peixes,
onde, através da atividade, surgiram por parte delas a vontade de criar peixes, de possuir um
aquário, de observar de perto os comportamentos dos peixes apreendidos em aula. Observouse, ainda, a contribuição da atividade junto ao convívio em grupo entre os alunos e os
petianos, o desenvolvimento da escrita e prática de leitura nos alunos, e ainda a troca de
saberes entre a comunidade e a academia.
Referências
FASER. A construção de um novo modelo de serviço público de extensão rural e assistência
técnica: a contribuição da FASER. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA
TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL, 1997, Brasília., anais [S.l.: s.n.], 1997.
FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? tradução de Rosisca Darcy de Oliveira ¿ prefácio
de Jacques Chonchol 7ª ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1985 93 p. (O Mundo, Hoje, v. 24) l.
Agricultura – Serviço de extensão 2. Educação rural I. Título II. Série
207
ARROYO, Miguel Gonzalez. Políticas de formação de educadores(as) do campo Cad.
CEDES [online]. 2007, vol.27, n.72, pp. 157-176.
LIMA, Armanda Coelho de Souza; FIGUEIRA, Maria do Rosário Souza. O trabalho docente
nas escolas multisseriadas do campo. João Pessoa - PB: I Encontro de Pesquisas e Práticas
em Educação do Campo da Paraíba, 01 a 03 de julho de 2011, pág. 01 - 16.
208
Projeto Horta Orgânica e Viveirismo: capacitação, inclusão social e melhoria do ambiente
Kilson P. Lopes 1, Jerffeson A. Cavalcante 2, Ivando C. M. Silva 2, Joseano G. da Silva 2, José Ricardo
T. de Albuquerque 2, Guilherme V. da Silva 2, Odair H. Oliveira 2, Natali A. E. Pereira 2, Francisco
Tarcísio Lucena 2, Jackson S. Nóbrega 2, Mailson A. Cordão 2, Pedro Jorge S. Severo 2, Wellinghton
A. Guedes 2, Flávio S. de Oliveira 2, Caciana C. Costa2
1
Tutor do PET- Agronomia da Universidade Federal de Campina Grande - email:
[email protected]
2
Universidade Federal de Campina Grande - email: [email protected]
Introdução
É do conhecimento de todos que o Brasil tem passado por profundas dificuldades, sobretudo no plano
social. E dentre as regiões mais atingidas com estes problemas destacam-se as regiões norte e nordeste.
A concentração de renda está de tal forma imbricada no país que constitui quase que parte integrante e
indissociável dele (UNESCO, 2001).
São perceptíveis as transformações que veem acontecendo com desemprego e exclusão social; em todo
o mundo, crescem as manifestações em prol de alternativas para solucionar tais problemas. É notória e
urgente a busca de alternativas que garantam a sobrevivência das camadas mais atingidas da
população, oferecendo-lhes oportunidades de se reinserirem na economia por sua própria iniciativa,
transformando, dessa forma, desempregados em microempresários ou trabalhadores autônomos. Entre
as estratégias de sobrevivência, cabe destacar a ampliação e o desenvolvimento de organizações
populares, fundadas nos princípios da solidariedade, constituindo assim, oportunidades de trabalho e
geração de renda para os excluídos do mercado de trabalho (COUTINHO et al., 2005).
A universidade, no cumprimento de seu papel junto a sociedade, vem tentando desenvolver ações de
extensão que buscam ofertar alternativas viáveis para as comunidades e assim modificar seu modo de
vida, ofertando-lhes oportunidades de geração de renda com inclusão social.
De acordo com Cruz et al. (2013), ao refletir sobre a importância da extensão universitária, há a
necessidade de se engajar três aspectos que se requer destaque como: ensino, pesquisa e
desenvolvimento social, onde ambas as atividades estão intimamente interligadas e devem ser vistas
como agentes de reformulação das idéias da comunidade, não de forma assistencialista, mas
reconhecendo o ambiente com seus costumes e crenças e passando a atuar de modo a transferir
conhecimentos e técnicas bem como adquiri-las junto à sociedade.
O mesmo autor ressalta que a nova concepção de educação passa a ser de fundamental importância
para o desenvolvimento da sociedade, visto que o processo contínuo de aprendizagem leva uma
209
interação maior entre pesquisa e questões sociais bem como um maior interesse em solucionar
problemas cotidianos. Dessa forma que a pesquisa teórica é de fundamental importância para
salientarmos o desenvolvimento da extensão universitária no Brasil e suas ferramentas necessárias para
as execuções de ações e suas efetividades, mediante a comunidade e como esse processo contribui para
o desenvolvimento social.
Diversas ações extensionistas podem promover uma interação entre a universidade e a sociedade local,
atividades relacionadas à produção de alimentos saudáveis conciliadas a formação técnica na produção
de hortas orgânicas e resgate da consciência ecológica em conjunto à capacitação de pessoal para
produção de mudas. Embora pareçam práticas simples, a produção de mudas e hortaliças, requerem
embasamento teórico que geralmente a comunidade não dispõe, sejam eles agricultores ou alunos,
portanto, necessitam de auxilio para desenvolver estas atividades. De acordo com Coelho (2011) a
pratica da extensão alavancou o fortalecimento da economia, através do incentivo ao trabalho coletivo
em comunidades; a capacitação dos alunos em curso sobre manejo adequado do solo, melhor
aproveitamento dos recursos ambientais sem agredí-los e produção de hortaliças; e também a geração
de oportunidades de trabalho e renda, bem como a melhoria das condições de vida das famílias e o
fortalecimento da economia da sociedade local.
Objetivos
O presente trabalho teve como objetivo principal a promoção da inclusão social e fortalecimento da
consciência ecológica e ambiental da comunidade rural e urbana do município de Pombal, PB, a partir
de iniciativas de capacitação sobre a importância de uma árvore e de uma alimentação saudável,
utilizando como instrumento didático uma horta e um viveiro.
Metodologia
Os projetos foram desenvolvidos no Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar (CCTA) da
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), campus Pombal, PB. Foram realizados dois
projetos de extensão no ano de 2013, intitulados como Horta Didática e Projeto Viverismo.
O Projeto Horta Orgânica foi prioritariamente, constituído por pessoas das comunidades de Pombal
que se propuseram a adquirir o conhecimento sobre a produção de hortaliças e pelo desenvolvimento
de diversas atividades.
Para implantação da horta, foram semeadas hortaliças como alface crespa, rúcula, coentro, cebolinha,
rabanete, cenoura, berinjela, beterraba, tomate e pimentão. E a metodologia para práticas culturais foi
210
de acordo com o que Fernandes et al, (2010) propôs: preparo do solo e definição do levantamento dos
canteiros; adubação orgânica; preparo das mudas; semeadura; transplantio; capinas e irrigações.
Já o Projeto Viverismo, iniciou o trabalho de extensão de forma participativa, capacitando agricultores,
comunidade e alunos do ensino fundamental, nas técnicas de coleta, beneficiamento e armazenamento
de sementes das espécies escolhidas para a produção de mudas, assim como as técnicas que envolvem
a produção de mudas e no plantio das mesmas, por meio da realização de oficinas e palestras no
município de pombal, PB.
A produção de mudas foi realizada por sementes empregando diversas espécies arbóreas nativas da
caatinga, além de algumas espécies ornamentais/frutíferas. A semeadura foi realizada em sacos
plástico de cor preta, biodegradáveis de diferentes volumes utilizando como substrato a mistura de solo
de barranco, areia e esterco curtido, todos devidamente peneirados, na proporção 3:1:1
respectivamente.
A manutenção do viveiro foi realizada diariamente. Foram realizadas coletas de sementes em árvoresmatrizes previamente identificadas, beneficiamento das sementes e avaliação da viabilidade no
Laboratório de Análise de Sementes e Mudas do CCTA/UFCG, semeadura, transplante e outros tratos
culturais necessários a boa condução das mudas.
As ações de distribuição das mudas foram realizadas juntamente com mobilizações que tiveram o
enfoque da importância da árvore na melhoria do meio ambiente seja ele urbano ou na recuperação de
áreas desmatadas consequentes do uso intensivo e abusivo da vegetação e do solo, sem a devida
reposição.
Resultados e discussão
Nas atividades dirigidas a Horta Orgânica, após toda a capacitação implementada através de aulas
teóricas e acompanhamento da implantação da horta didática na UFCG – Câmpus Pombal, viu-se que
esta serviu como modelo demonstrativo aos participantes oriundos da comunidade de Pombal, para
que os mesmos pudessem colocar em prática seus conhecimentos adquiridos. O projeto atingiu um
público alvo de 120 pessoas.
Além dos conhecimentos transmitidos, parte da produção da horta foi direcionada para o restaurante
universitário (RU) do Câmpus Pombal. Portanto, este projeto propiciou alguns pontos positivos como:
a capacitação dos alunos em curso sobre manejo, preparo, aproveitamento e produção de hortaliças,
visando no futuro a melhoria das condições de vida dos participantes e das suas famílias, promovendo
o fortalecimento da economia da comunidade, pois o desenvolvimento de hortas a nível comercial
pode propiciar geração de renda para a exploração individual ou comunitária.
211
O Projeto Viverismo atingiu um público estimado de 30 famílias com faixa etária de 30 a 50 anos
sendo a maioria do sexo masculino nas áreas rurais. Na área urbana atingiu um público alvo de cerca
de 80 alunos, com faixa etária de 8 a 12 anos, dos sexos masculino e feminino.
As atividades realizadas permitiram o envolvimento da comunidade universitária com a realidade
social e ambiental da região, através do intercâmbio do conhecimento científico com o popular, que
ocorreu pelo contato de professores e acadêmicos com crianças e adolescentes das escolas de ensino
médio, agricultores, e público em geral.
Observou-se que o envolvimento das escolas, através das crianças, adolescentes e professores foi
muito proveitoso, com grande receptividade do projeto e pronta vontade de contribuir para um meio
ambiente harmonioso e equilibrado. O contato com as sementes e as mudas no viveiro, durante a
oficina de produção de mudas, foi uma estratégia eficaz no estímulo, despertando a curiosidade e
interesse dos estudantes do ensino básico envolvido na atividade de extensão.
Notou-se que, ao longo do projeto as crianças que foram conscientizadas passaram a produzir mudas
de espécies florestais nativas da caatinga, a fim de arborizar os espaços livres de sua escola
proporcionando um ambiente mais agradável. Essas atitudes demonstram que o incentivo e a
conscientização da preservação e manutenção do meio ambiente é o melhor caminho para obter
sucesso nesse tipo de atividade.
Nas comunidades rurais foi possível observar que as opiniões são diversas, mas em sua maioria, os
agricultores sabem da importância da manutenção das matas nativas, mesmo havendo divergências na
consciência de alguns sobre a real importância de uma mata bem preservada. Os resultados são
bastante animadores, já que, a continuidade do trabalho aliado a sua importância é motivo de
empolgação por parte dos beneficiados do projeto.
Outro ponto perceptível entre os agricultores rurais, envolvidos na atividade de extensão, é a
preferência por mudas de espécie frutíferas, e a curiosidade por novas técnicas de propagação além do
uso das sementes, essa atitude é devidamente compreensível, pois sabe-se que o extrativismo de frutas
pode ser uma atividade lucrativa, pois estas podem ser processadas ou comercializadas de forma in
natura. No ponto de vista ambiental, a procura dos agricultores por mudas de espécies frutíferas pode
entender-se como um problema, já que a recuperação de áreas desmatadas realizada apenas com
espécies frutíferas não garantiria o equilíbrio ecológico da área, assim, ver-se a necessidade de
incentivar e conscientizar cada vez mais a importância da manutenção das matas nativas.
Conclusão
212
O papel da Universidade, mesmo que em ações pequenas é essencial para a mudança progressiva dos
valores educacionais existentes, conscientização sobre a produção de alimentos saudáveis e
preservação da biodiversidade para as gerações futuras. A integração do ensino, pesquisa e extensão,
realizada no desenvolvimento do trabalho, permitiu visualizar com clareza o quanto o papel da
Universidade pode ser cumprido com ações simples, claras e objetivas.
São muitos os desafios, mas é perceptível o avanço observado no decorrer dos projetos, o despertar da
importância de um ambiente preservado e dos benefícios dos sistemas de produção orgânicos.
Referências
COELHO, A. A.; LIMA, Flávia R. R.; GURJÃO, K. C. O.; PÔRTO, D. R. Q. Capacitação,
implantação e acompanhamento de uma horta comunitária no Assentamento Juazeiro, Sousa-PB.
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solidariedade: a Psicologia em empreendimentos solidários. Psicologia Social, Porto Alegre, v. 17, n.
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CRUZ, S. R. S.; SANTOS, P. D. R.; SOUZA, A. M. S. A.; LIMA J. C.; SANTOS, M. C. S.; JESUS,
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FERNANDES, R. A.; SILVA, M.; COSTA, C. C.; SANTOS, D. P.; ARAÚJO E. A.; MARTINS, J. M.
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Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, Pombal - PB, v. 3, n. 1, p.7-10, dez. 2010.
UNESCO. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Brasil: novos
marcos de ação. Brasília, DF, 2001. 152 p.
213
Perfil socioeconômico do consumidor de pescado no município de Belém – PA
Jeandria FREIRE1, André OLIVEIRA1 Murillo AZEVEDO1, Inglison SOUZA1, Marillyse
PINHEIRO1, Renan MATANGRANO1, Daniela NASCIMENTO1, Maiara CASTRO1,
Matheaux CUNHA1, Luciane MARÇAL1, Aldry SOUZA1, Mayara PEREIRA1 ; Lauro ITÓ2.
INTRODUÇÃO
O potencial pesqueiro do Brasil, estimado pela FAO, considerando a extensa costa
marítima, os vários rios navegáveis, as represas das hidrelétricas e os 20% do total de água do
mundo na região amazônica, é da ordem de 4 milhões de toneladas, o que representa
abundância e diversidade de recursos pesqueiros tanto marinhos quanto continentais.
O peixe é uma excelente fonte de proteína animal e outros nutrientes essenciais, e tem
contribuído para a segurança alimentar em numerosas regiões, estimando-se que de 16,7 kg de
peixe consumido por pessoa em 2006, a população mundial passe a consumir até 20 kg de
peixe por ano até 2030, totalizando um consumo quase 90% da produção mundial de pescado.
No ano de 2013 o Estado do Pará totalizou a produção de 728.393,80 toneladas de pescado,
sendo 670.961 oriundos da pesca artesanal (92,1% da produção total), onde se captura mais de
80 espécies diferentes de peixes, o que elevou o Estado à categoria de maior produtor de
pescado do país (SEPAq, 2014).
Segundo Lopes et al. (2010), há uma nítida valorização dos atributos do pescado em
relação a outras fontes de proteína animal, associando o seu consumo à saúde. O consumo de
pescado no Brasil reflete diferenças regionais quanto ao poder aquisitivo da população,
quantidade e qualidade ofertada, conservação, preços, alternativas para produtos substitutos e
hábito alimentar. Ainda segundo Lopes et al. (2010), o consumo per capita de peixe no Brasil
é de, aproximadamente, 4,03 kg/hab/ano. Nas regiões Centro Oeste, Sul, Sudeste e Nordeste o
consumo per capita é, respectivamente, de 1,62; 1,60; 2,06 e 4,97 kg/hab/ano. A Região
Norte, entretanto, é o grande destaque, sendo seu consumo per capita de 17,54 kg/hab/ano. O
estado do Amazonas é o maior consumidor per capita do Brasil, com 30 kg/hab/ano. Os
estados do Pará, Acre e Amapá, embora tendo consumo menor que o do Amazonas, ainda
apresentam consumo significativamente maior que o consumo médio do restante do país.
1
Graduandos do curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal Rural da Amazônia.
2
Tutor/Professor Doutor da Universidade Federal Rural da Amazônia. E-mail: [email protected]
214
OBJETIVO
O presente trabalho teve como objetivo traçar o perfil dos consumidores que
frequentam a feira do pescado realizada pela Secretaria de Estado de Pesca e Aquicultura do
Pará – SEPAq.
METODOLOGIA
Os questionários foram aplicados no bairro de Nazaré (Belém- PA) e na feira da
Ceasa. O trabalho foi desenvolvido em dois locais distintos da capital paraense, onde estava
ocorrendo à feira do pescado promovida pela SEPAq. O primeiro local de coleta de dados foi
situado no centro de abastecimento alimentício, CEASA, localizado a poucos quilômetros do
centro da capital, o segundo ponto foi situado no estacionamento aberto de uma biblioteca
pública, CENTUR, localizada no centro da cidade (Bairro de Nazaré).
A coleta de dados ocorreu no dia 10 de Maio de 2014, compreendida entre os horários
de 05h00min às 12h00min. Os dados foram obtidos através de questionários socioeconômicos
que continham perguntas relacionadas ao consumo de pescado. No primeiro ponto foram
aplicados 18 questionários e no segundo, 100 questionários. Totalizando 118 questionários.
Os dados foram analisados de forma linear (estatística descritiva) com o auxilio do programa
EXCEL.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A amostra de entrevistados na feira do peixe vivo em Belém do Pará mostrou que 33%
dos entrevistados são adultos na faixa etária entre 33 a 45 anos. Gênero mais representativo
foram os homens sendo 53% e feminino 47%. Costa e et al (2013), estudou o perfil do
consumidor do Pará, constatou que o homem é o que mais realiza a compra do pescado.
Quanto ao estado civil, 33% são viúvos, 25% união estável, 21% são casados e apenas
20% são solteiros. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, os
bairros do centro de Belém-PA concentra a parte da população de maior idade. Dos
entrevistados 30% possuem o nível superior completo. Apenas 2% são analfabetos e 4 % só
assinam o nome.
Os consumidores que recebem acima de 4 salários mínimos representam 35%, 25%
possuem renda em torno de 1 à 2 salários mínimos. Quanto ao número de pessoas que moram
em sua residência 32% relatou ter apenas 2 pessoas, 20% 1 pessoa, 14% 4 pessoas. Os que
consomem peixe na residência dos abordados 32% revelou que apenas 2 pessoas consomem
peixe e apenas 16% mais de 5 consomem. 25% diz comprar o peixe vendido, na feira
215
promovida pela SEPAq, para consumo familiar, 25% opta por comprar em virtude da
qualidade, 19% compra para revenda. Além do peixe, esses consumidores também consomem
outros tipos de pescado sendo 29% com preferência para caranguejo e 12% camarão. Esses
comem pelo menos uma vez. A quantidade demandada pelas famílias de pescado esta
diretamente relacionada com o salário (Bezerra et al, 2012).
CONCLUSÃO
De acordo com os dados obtidos foi possível construir um perfil do consumidor de
pescado que frequenta a feira organizada pela SEPAq. Em sua maioria os consumidores são
do gênero masculino com idade na faixa de 33 a 45 anos, apresentam nível superior completo,
podendo ter um salário de 4 ou mais salários mínimos.
Estes consumidores frequentam essas feiras para seu próprio consumo alimentar e
também pela qualidade do pescado fornecido. É válido destacar que a feira fornecia diversos
tipos de pescado e além do peixe que foi o mais procurado, teve bastante procura o caranguejo
e o camarão.
Foi possível perceber que apesar dessas feiras serem organizadas com o intuito de
oferecer um pescado com um valor mais acessível para os consumidores com menor renda
familiar, tiveram bastante casos onde os consumidores entrevistados tinham boa escolaridade
e renda familiar, mostrando que o preço acessível do pescado tem grande influência na
quantidade de pessoas que frequentam essas feiras, sejam elas com baixa ou alta renda
familiar.
REFERÊNCIAS
LOPES, Maria Lúcia Bahia et al. MERCADO E DINÂMICA ESPACIAL DA CADEIA
PRODUTIVA DA PESCA E AQUICULTURA NA AMAZÔNIA. 2010. Disponível em:
<http://www.proped.ufra.edu.br/attachments/085_MERCADO E DINÂMICA ESPACIAL
DA CADEIA PRODUTIVA DA PESCA E AQUICULTURA.pdf>. Acesso em: 3 jun. 2014.
BEZERRA, Heitor de Souza et al. ANÁLISE ECONOMÉTRICA DO CONSUMO DE
PEIXE DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM APLICANDO O EVIEWS 3.0,
A PARTIR DO MÉTODO DOS MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS –
M.Q.O. 2012. Disponível em: <http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/12/bmsrp.html>.
Acesso em: 03 jun. 2014.
216
COSTA, Andréia Damasceno; ALMEIDA, Inailde Correia; OLIVEIRA, Juliana da
Silva. MERCADO E PERFIL DO CONSUMIDOR DE PEIXE NO ESTADO DO
PARÁ. 2013.Disponível em: <http://www.sober.org.br/palestra/13/588.pdf>. Acesso em: 04
jun. 2014.
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fonte
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alimentação,
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comércio. Disponível em: <http://www.fao.org/docrep/012/i0765pt/i0765pt09.pdf>. Acesso
em: 04 jun. 2014.
SEPAq, Christian Emanoel. Pará volta a ser o maior produtor de pescado do Brasil com
quase
671
mil
toneladas
em
2013. 2014.
Disponível
<http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=67035>. Acesso em: 04 jun. 2014.
217
em:
Composição florística e sucessão ecológica de uma floresta secundária de terra firme em
Bragança-PA
Mário Morais Oliveira Neto(1); Arllen Elida Aguiar Paumgartten(1); Beatriz Chaves da Silva(1);
Elesandra da Silva Araújo(1); Iêda Alana Leite de Sousa(1); Samya Uchôa Bordallo(1);
Waldenir Oliveira da Silva Junior(1); Luiz Gonzaga da Silva Costa(2).
(1)
Acadêmico de Engenharia Florestal e Integrante do Grupo PET - Florestal; ICA (Instituto
de Ciências Agrárias); Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Campus Belém –
SEDE, email: [email protected]; (2) Tutor do Grupo PET – Florestal; Universidade
Federal Rural da Amazônia (UFRA).
Introdução
Os danos ambientais na Amazônia, causados, sobretudo por meio de práticas agrícolas e da
pecuária têm gerado o desaparecimento de grandes extensões de floresta primária (Miranda &
Rabelo, 2006).
Do mesmo modo, a alteração da floresta primária leva ao surgimento das florestas secundárias
ou capoeiras como são conhecidas popularmente. Dessa forma a floresta secundária é
originada da regeneração natural a partir de um corte raso parcial ou total da “floresta virgem”
(Oliveira Neto, Gomes, Ferreira 2014).
De acordo com Massoca et al (2012), as áreas de floresta secundária nos trópicos se
expandem continuamente sobre as áreas antes ocupadas por florestas primárias e desmatadas
para a agropecuária. Em 2014 o instituto nacional de pesquisa (INPE) revela que os processos
de ocupação e expansão das atividades humanas na Amazônia legal brasileira levaram ao
desmatamento de 752.549 km² até em 2012(INPE, 2014). Parte dessa área se transforma em
vegetação secundária pelo processo natural de regeneração, quando são “abandonadas”, após
uso (geralmente para recuperação da biomassa, no caso da agricultura de corte e queima, ou
outras razões).
A vegetação secundária pode disponibilizar diversos serviços ambientais como contribuir para
a diminuição da crescente emissão de gases de estufa para a atmosfera (Nobre & Nobre,
2002); para a recuperação da fertilidade do solo em agricultura itinerante (Martins, 2005).
Proporcionam inúmeros produtos tais como açaí (Euterpe oleracea Mart) e ingá (Inga
218
paraensis Ducke) frutos comestíveis para o consumo humano e fauna silvestre, que, além
disso, podem ser comercializados gerando renda para as famílias rurais.
Dessa forma, há demanda de se estudar a estrutura e composição desse recurso natural, na
tentativa de buscar compreender os processos naturais e identificar serviços e benefícios que
as capoeiras podem oferecer para a sociedade.
Objetivos
Analisar a composição florística, sucessão ecológica de um fragmento de floresta secundária
de terra-firme após sucessivos cultivos anuais (milho, mandioca, arroz).
Metodologia
A área de estudo foi um fragmento de floresta secundária de terra firme no município de
Capitão Poço, Pará (01°45’S e 47°01’W). O clima da região, segundo a classificação de
Köppen, é do tipo Am com precipitação anual em torno de 2.500mm, com uma curta estação
seca entre setembro e novembro (precipitação mensal em torno de 60mm), temperatura média
de 26° e umidade relativa do ar entre 75% e 89% nos meses com menor e maior precipitação,
respectivamente (Schwartz 2007).
Em 1999 quando começou o estudo a floresta tinha cerca de 13 anos de idade e proveniente
de área abandonada após sucessivos cultivos anuais (milho, mandioca, arroz), segundo
informação da família proprietária. Foram instaladas quatro parcelas permanente de
monitoramento - PPM, com as seguintes dimensões: 30 x 30 m (0,9 ha), divididas em nove
subparcelas de 10 x 10 m.
Todos os indivíduos com dimensões ≥ 5, 0 foram identificados (nome comum e ou científico)
e numerados sequencialmente com placa de alumínio ou dimotype contendo a identificação
do número da parcela, da subparcela e do individuo. A metodologia de medição seguiu o
protocolo de PPM, desenvolvido pela Embrapa.
A distribuição em classes de diâmetro foi feita em sete classes. A divisão das espécies em
grupos ecológicos seguiu o trabalho publicado no boletim do museu paraense Emílio Goeldi:
“Checklist da flora arbórea de remanescentes florestais da região metropolitana de Belém e
valor histórico dos fragmentos, Pará, Brasil”.
219
Resultados e discussão
Foi encontrado um total de 443 indivíduos arbóreos vivos, subdivididos em 25 famílias, 46
gêneros e 45 espécies. Dentre estes, 14 indivíduos não foram indentificados botanicamente.
A espécie mais abundante, Lacistema agregatum Rusby apresentou 59 indivíduos (13,78%),
seguido de Guatteria poeppigiana Mart com 37 indivíduos(8,64%).
As 10 famílias mais abundantes foram leguminosae, annonaceae, lacistemaceae,
flacourtiaceae, clusiaceae, sapindaceae, arecaceae, lecythidaceae, nyctaginaceae e myrtaceae
com 72, 72, 71, 55, 26, 21, 21, 19, 13 e 10 indivíduos respectivamente. A família das
leguminosas apresentou nove gêneros distintos, desses o mais abundante foi o Inga com 40
indivíduos, dividido em 4 espécies: Inga alba Willd., Inga paraensis Ducke, Inga
macrophylla Humb. & Bonpl, Inga edulis Mart, com 19, 8, 7 e 6 indivíduos respectivamente.
Na visão de Silva & Tozzi (2011) a destacada ocorrência das leguminosas em uma área é
ecologicamente importante, pois são bem adaptadas à primeira colonização e exploração de
diversos ambientes. Quanto a isso, deve-se principalmente pela característica especial que elas
possuem em relação à maioria das outras plantas, pela sua capacidade de associar
microrganismos do solo, com bactérias fixadoras de nitrogênio, que transforma o N2 do ar
atmosférico em compostos nitrogenados assimiláveis pelos vegetais (Nogueira, 2012). Dessa
forma, a destacada ocorrência de Inga spp, é importante não só pela adubação nitrogenada,
mas também por ter um fruto comestível, servindo assim de alimento para animais inclusive
humanos.
Além do Ingá spp, ocorre o açaí (Euterpe oleracea Mart), com a abundância de 21 indivíduos
(4,74%), uma palmeira nativa da Amazônia Oriental cujo fruto é apreciado e se faz presente
diariamente na dieta da maioria da população da região. Segundo Jardim (1996) o açaí tem
diversos usos através do seu fruto para extração da polpa e seu estipe para obtenção do
palmito. Além de gerar renda para o agricultor através da venda, o açaí é rico em nutrientes
como o cálcio, ferro, fósforo e vitamina B1 (Calzavara, 1987), sendo uma fonte de nutrientes
excelente para a alimentação no cotidiano.
Os grupos ecológicos ficaram representados como segue: espécies pioneiras com um total de
244 indivíduos, secundárias iniciais com 107 e as secundárias tardias com 59 indivíduos e não
teve ocorrência de espécies clímax na área. Não foi possível encontrar o grupo ecológico de
17 indivíduos de duas espécies, Lindackeria paraenses Kuhlm e Albizia hasslerii Burkart. A
presença de clareiras na floresta é um fator determinante para a ocorrência de espécies
pioneiras, pois necessitam de alta luminosidade para uma regeneração com êxito (Whitmore,
220
1990). O tamanho da abertura no dossel florestal é um parâmetro que deve ser levado em
consideração por influenciar na composição florística, muitas vezes determinando a
distribuição espacial das espécies (Jardim, Serrão e Nemer 2007). As pioneiras representaram
aproximadamente 55% das espécies, ou seja, mais da metade de todas as espécies da área, de
onde se deduz ser em decorrência de clareiras, mas também porque a vegetação está em
processo inicial e lento de regeneração devido a fatores como vários ciclos de corte e queima.
A distribuição em classes de diâmetro foi em sete classes: 1 - de 5cm a 14,2cm, 2 - de 14,3cm
a 23,5cm, classe 3 - de 23,6cm a 32,8cm, 4 - de 32,9cm a 42,1cm, 5 - de 42,2cm a 51,4cm, 6 de 51,5cm a 60,7cm e 7 - de 60,8cm a 70cm. O número de indivíduos foi de 362, 58, 19, 3, 0,
e 1 respectivamente em cada classe. A distribuição do número de indivíduos por classe de
diâmetro teve a tendência esperada(J invertido) onde a maior quantidade se concentrou nas
classes de menor diâmetro. Apesar de um resultado esperado, é importante destacar a
concentração na primeira classe de diâmetro (5 cm até 14,2cm) de espécies colonizadoras
como Lacistema agregatum Bergius com 59 indivíduos, sendo a espécie mais abundante na
área. Outras espécies que apresentam as características de serem as primeiras a se
regenerarem no solo são as conhecidas popularmente como enviras, pertencentes à família
Annonaceae com 36 indivíduos na classe 1.
Conclusão
Os sucessivos cultivos anuais de milho, mandioca e arroz, podem ter afetado na regeneração
natural da área. A área de estudo demonstrou estar em processo de colonização, apesar de
expor um alto número de famílias e gêneros. A quantidade de espécies pioneiras e a
distribuição em classe de diâmetro não deixam dúvidas que a área está em pleno processo de
regeneração.
Referências
CALZAVARA, B. B. G. Recomendações Básicas: Açaízeiro. Belém: Embrapa, 1987.
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE), 2014. Banco de dados do
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nos
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estuário Amazônico. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, 1996. (Boletim do Museu
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221
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4, 2011.
WHITMORE, T. C., An introduction to tropical rain forests. Blackwell, London, 1990.
222
Influência da luz na germinação de sementes de tatapiririca (Tapirira guianensis Aubl.).
Iêda Alana Leite de Sousa(1); Elesandra da Silva Araújo(1); Waldenir Oliveira da Silva
Junior(1); Samya Uchôa Bordallo(1); Mário Morais Oliveira Neto(1); Arllen Elida Aguiar
Paumgartten(1); Beatriz Chaves da Silva(1); Luiz Gonzaga da Silva Costa(²).
(1)
Acadêmico de Engenharia Florestal e Integrante do Grupo PET - Florestal; ICA (Instituto
de Ciências Agrárias); Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Campus Belém –
SEDE, email: [email protected]; (2) Tutor do Grupo PET – Florestal;
Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).
Introdução
A Tapirira guianensis Aubl., pertencente a família Anacardiaceae, popularmente conhecida
como tatapiririca e também por camboatá, cupuba, pau de pombo ou peito-de-pombo. É uma
árvore nativa, com ampla distribuição no Brasil (Silva-Luz&Pirani, 2011). Apresenta fácil
adaptação e elevada produção de frutos que são altamente apreciados pela flora, sendo,
portanto uma espécie de grande potencial para ser utilizada em programas de recuperação de
áreas degradadas, principalmente em locais úmidos, já que é tolerante a esse ambiente
(Lorenzi, 2002). Sua madeira pode ser usada na construção e obtenção de energia (Cunha e
Albuquerque, 2006), o que a torna uma fonte alternativa de renda para o produtor florestal
(Gutiérrez, et al. 2013).
Nesse contexto, é necessário o conhecimento dos principais processos envolvidos na
germinação de sementes de espécies nativas, o qual é de grande importância na preservação e
utilização dessas em programas de recomposição de áreas degradadas (Lima, et al. 2006) e
cultivos florestais. O fator luz desempenha um importante papel no controle da germinação de
sementes e no inicio do desenvolvimento da planta, apesar de não atuar sozinha nesses
processos (Portela, et al. 2001).
A luminosidade em seus diferentes níveis pode ocasionar alterações fisiológicas e
morfológicas na planta, e seu sucesso está sujeito à adaptação do vegetal a esses distintos
níveis, o que se relaciona com suas características genéticas e sua interação com o meio
(Scalonet et al., 2002). Quanto ao comportamento germinativo em relação à luz, as sementes
podem ser classificadas como fotoblásticas positivas (que têm exposição à luz como uma
condição para a germinação), fotoblásticas negativas (têm sua germinação inibida pela luz) e
223
as indiferentes à luz (germinam tanto no claro como no escuro) (Orozco-Segovia; VasquezYanes, 1992).
Objetivo
Devido à importância econômica, ecológica e à escassez de estudos sobre a germinação de
Tapirira guianensis Aubl., este trabalho teve como objetivo classificar a espécie de acordo
com o efeito da luz na germinação de suas sementes.
Metodologia
O experimento foi conduzido em viveiro coberto na Unidade Demonstrativa de Várzea da
Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) campus Belém/Pará. Os de frutos T.
guianensis Aubl. foram coletados em março de 2014 na UFRA. As sementes foram retiradas
dos frutos e para remoção da polpa as mesmas foram lavadas em água corrente. Foi realizado
o processo de secagem natural das sementes onde foram expostas ao sol e ao vento. A seguir,
as sementes passaram por um processo de quebra de dormência, em que foram imersas em
água fria, à temperatura ambiente, por um período de 24h.
As sementes foram colocadas para germinar em recipientes de garrafas pet de 11 cm de
diâmetro, preenchidas parcialmente por seixo e acima deste uma camada de 2 cm de algodão.
Para simular um ambiente com ausência de luz, as garrafas foram envolvidas e cobertas por
papel alumínio e para a presença de luz estas foram envolvidas e cobertas com papel celofane
transparente, criando um ambiente aproximadamente igual para os dois tratamentos. Foram
realizadas quatro repetições de 25 sementes para cada tratamento: presença de luz (tratamento
1 - T1) e ausência de luz (tratamento 2 - T2). Em cada repetição utilizou-se cinco garrafas,
onde cada uma recebeu cinco sementes, que depois de alocadas nas garrafas foram
submetidas à presença e ausência de luz.
O critério de germinação adotado foi à emissão da raiz primária (Cesarino et al., 2007). Os
parâmetros avaliados foram o índice de velocidade de germinação (IVG) e emissão da
radícula com influencia da luz, que foi obtido pela contagem diária das sementes germinadas
durante um período de vinte dias para cada tratamento (luz e escuro). Para determinação do
IVG aplica-se a seguinte fórmula: IVG (%) = SG/SP*100, em que SG significa sementes
germinadas e SP sementes plantada (Hoppe et al., 2004).
224
Resultados e discussão
A germinação das sementes se iniciou ao quinto e sétimo dia em ambos os tratamentos e pelos
resultados obtidos, não se constatou uma diferença considerável de comportamento das
sementes de tatapiririca quanto à resposta ao fator luz. Ao final dos tratamentos T1 e T2
foram obtidas médias de 98% e 97% de IVG, respectivamente. Sendo assim, pode-se afirmar
que as sementes de Tapirira guianensis Aubl encontram-se no grupo das fotoblásticas neutras
ou indiferentes a luz, visto que sua germinação ocorre tanto na presença como na ausência da
mesma.
Verificou-se que a luz não é um fator limitante a germinação de tatapiririca, este fato
concorda com Costa e Aloufa (2010), o qual não constatou uma diferença significativa entre a
germinação das sementes de Phoenix dactylifera L., tendo se mantido elevada nas diferentes
condições, como 86,4 % e 92,8% para as sementes da presença e da ausência de luz,
respectivamente. Resultados cujas médias de germinabilidade também não diferem nos
diferentes tratamentos de luz foram encontrados em sementes de Calliandra viscidula Benth e
Calliandra hygrophila Benth,
ambas as espécies se comportaram como sementes
fotoblásticas neutras (Resende et al., 2011).
Essa plasticidade das sementes é de grande importância ecológica, por não requerer condições
específicas de luminosidade (Aguiar et al., 2005). Por isso, a indiferença da germinação das
sementes em relação à presença ou ausência de luz caracteriza uma vantagem, visto que essas
sementes não precisam se localizar em camadas superficiais do solo, onde a luz pode atingilas, podendo, assim germinar em camadas menos superficiais. Esta capacidade de variação
tem consequências ecológicas úteis, pois quaisquer que sejam as condições de luz do
ambiente onde se encontrarem, as sementes poderão germinar (Silva e Matos, 1998).
Conclusão
As sementes de Tapirira guianensis Aubl. apresentam ótimas taxas de germinação em ambas
as condições de luz e escuro, demonstrando assim caráter fotoblástico neutro ou indiferente à
luz .
225
Referências
AGUIAR, F. F. A. et al. Germinação de sementes e formação de mudas de Caesalpinia
echinata Lam. (pau-brasil): efeito de sombreamento. Revista Árvore, v.29, n.6, p.871-875,
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RESENDE, S. V.; CREPALDI, I. C.; PELACANI, C. R.; BRITO, A. L. Influência da luz e
substrato na germinação e desenvolvimento inicial de duas espécies de Calliandra benth.
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do
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Janeiro.
Disponível
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226
SILVEIRA, F. A. O., D. NEGREIROS & G. W.FERNANDES. Influência da luz e da
temperatura na germinação de sementes de Marcetiataxi folia (A.St.-Hil) DC.
(Melastomataceae). Acta Botânica Brasílica, São Paulo, v. 18, n. 4, p. 847-851, 2004.
227
Avaliação da Estrutura Organizacional, Física e Temática da XVI Semana de
Engenharia Florestal da UFRPE pelos Participantes do Evento
Brunno Henrique Silva¹, Ana Luiza de Amorim Reis¹, Elton Januario Silva¹, Ítalo Fernandes
Pessôa Siqueira¹, Jéssica Stéfane Alves Cunha¹, Jeniffer Michele Pezzoti¹, José Alex Moreira
Donato de Melo¹, José Herinque da Silva¹, Marcella Gomes de Barros Monteiro¹, Matheus
Cordasso Dias¹, Mayara Fernandes Costa Pedrosa¹, Raíssa Santos Ferreira¹, Tarsila Maria
Santana de Almeida², Marcelo Nogueira³
1
Graduandos do curso de Engenharia Florestal e Alunos Bolsistas do PET Engenharia Florestal da Universidade
Federal Rural de Pernambuco
2
Graduanda do curso de Engenharia Florestal e Aluna Não Bolsista do PET Engenharia Florestal da
Universidade Federal Rural de Pernambuco
3
Professor Doutor do DCFL e Tutor do PET Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural de Pernambuco
Introdução
Cada indivíduo capta, reage e contesta dissemelhante às ações a respeito ao ambiente em que
vive. Consequentemente, é de fundamental consideração o estudo da percepção ambiental a
fim de que se possa compreender melhor as interrelações entre o homem e o meio ambiente,
suas expectativas, satisfações e insatisfações, julgamentos e condutas. (FERNANDES et al.,
2006).
O PET Engenharia Florestal proporciona atividades baseadas no tripé a qual o programa está
pautado: ensino, pesquisa e extensão (MEC, 2006), fornecendo assistência aos alunos de
graduação, presando ajudá-los no aprofundamento nas áreas que desejarem seguir
relacionadas ao curso de Engenharia Florestal.
A XVI Semana de Engenharia Florestal foi um evento que congregou várias visões sobre um
tema de grande importância para a sociedade, sendo essa iniciativa necessária em âmbito
nacional e regional, ressaltando que
faz parte do calendário da UFRPE, além de se
consagrar como um veículo de comunicação entre os cursos de Engenharia Florestal do
Brasil, em especial do Nordeste, bem como toda comunidade universitária e científica de
áreas afins.
228
O evento foi estruturado na forma de conferências, mesas redondas, apresentações de
trabalhos científicos, minicursos e oficinas como forma de complementação das informações
extracurriculares aos participantes, procurando a cada edição reafirmar o compromisso no
PET Engenharia Florestal na melhoria contínua da qualidade e da formação discente. Para
facilitar a organização das atividades previstas para o evento, o grupo PET de Engenharia
Florestal dividiu-se em comissões: Infraestrutura, transporte, patrocínio, científica, marketing
promocional, cultural e secretaria.
Este trabalho teve como intuito avaliar a percepção do público participante da XVI Semana de
Engenharia Florestal quanto à temática, estrutura física e organizacional do evento.
Material e métodos
O evento
A XVI Semana de Engenharia Florestal, organizada pelo PET Engenharia Florestal da
Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE foi realizada do dia 16 ao dia 19 de
dezembro de 2013, das 8h00 às 18h00 no auditório Vasconcelos Sobrinho da Universidade
Federal Rural de Pernambuco, no bairro Dois Irmãos, localizado no município de Recife,
contando com um público aproximado de 120 pessoas. O evento teve como público alvo
discentes, docentes e técnicos da Universidade Federal Rural de Pernambuco e indivíduos de
instituições em geral.
A Semana de Engenharia Florestal trata-se de um evento com a intenção de promover a
comunicação entre os envolvidos, a disseminação de conhecimentos sobre áreas de interesse
da engenharia florestal, além de ampliar debates sobre os assuntos abordados. Na XVI
Semana de Engenharia Florestal o tema: “A ação antrópica e os problemas ambientais do
século XXI” transmitiu aos participantes informações sobre incêndios florestais, enchentes,
desertificação e bioengenharia como uma opção sustentável de resolução, além de uma visão
socioambiental, trazendo um olhar mais político sobre os tópicos em questão, gerando
discussões sobre os temas. No evento foram realizadas oficinas de cultivo de orquídeas e
minicursos de avaliação de impactos ambientais, supervisão ambiental em obras e sistema de
posicionamento global (GPS). Ademais, apresentações orais e pôsteres de trabalhos
229
científicos previamente selecionados pela comissão científica do evento. Ao todo foram
apresentados nove palestras, duas mesas redondas, lançamento de um livro e 5 mini cursos.
Avaliação do nível de percepção
Com o intuito de avaliar a percepção do público participante foi elaborado um questionário
estruturado contendo questões de múltipla escolha e questões de caráter dissertativo acerca do
evento. Dentre elas, destacamos questões relacionadas ao local utilizado para realização do
evento, se os participantes receberam o devido apoio e informações necessárias, se os
assuntos abordados contribuíram para melhor desempenho em sua vida profissional, se o
evento permitiu intercâmbio de informações e o componente de maior interesse da
programação do evento. Os questionários foram aplicados ao de maneira aleatória ao público
participante do evento que se encontrava-se no auditório e na área de apresentação oral e
pôsteres, respectivamente.
Resultados e discussões
Foram contabilizadas 95 pessoas na aplicação da avaliação. Os dados obtidos do questionário
referente ao local utilizado para o evento se era apropriado, 65% dos participantes
consideraram adequado, e 35% reconheceram pouco adequado. No que tange, ao apoio e
informações oferecidas aos participantes pelo grupo PET Engenharia Florestal no evento,
65% julgaram bom, 20% consideraram ótimo e 15% classificaram como regular a
participação do grupo. No que diz respeito aos assuntos abordados se auxiliaram em um
melhor desempenho na vida profissional, 74% os participantes informaram que houve
contribuição e 26% esclareceram que ocorreu parcialmente. Com relação ao câmbio de
informação entre os participantes, 98% afirmaram que houve interação entre eles e 2%
disseram que interagiram parcialmente. Tendo em consideração, aos componentes de maior
interesse da programação do evento, 43% dos participantes avaliaram que as mesas redondas
e palestras foram os de maior beneficio, seguido dos mini cursos com 40% e as apresentações
orais e pôsteres lograram 17%.
Considerando que a população, de uma maneira geral, toma conhecimento dos assuntos
abordados no evento através da mídia, as respostas direcionaram-se no sentido de que são
raras as oportunidades para debates abertos e esclarecedores sobre esse tema, refletindo um
230
cenário onde não há um incentivo para a conscientização populacional e investimentos para as
adequações necessárias para evitar, reduzir ou mitigar as marcas causadas por tais fenômenos.
O público alvo considerou que o tema desertificação fora o que despertou maior interesse, o
que servirá de base para o planejamento de outras atividades tendo como tema central esse
item (ciclo de debates e/ou mini cursos) para que o assunto seja abordado de uma maneira
mais aprofundada.
No que tange às melhorias que o grupo PET deve preocupar-se em eventos posteriores, o
público teceu críticas ao local do evento (acústica local, necessidade de um equipamento de
som de maior potência e uma estratégia para que a circulação de pessoas durante as palestras
não interfiram no andamento das mesmas). Houve também uma demanda sobre uma abertura
maior no espaço para apresentações orais dos trabalhos, dando visibilidade maior às pesquisas
desenvolvidas e integração maior entre os participantes.
Conclusão
Através do diagnóstico das avaliações conclui-se que a XVI Semana de Engenharia Florestal
alcançou as expectativas almejadas pelos organizadores, em razão da aprovação dos
participantes referente ao local. O apoio e as informações dadas aos participantes foram bem
sucedidas. O público declarou a existência de permuta de informações, e manifestou os
elementos de maior interesse em suas interpretações, ademais a temática abordada afetou
positivamente a vida profissional dos participantes.
O grupo PET Engenharia Florestal da UFRPE bastante atuante dentro do Departamento de
Ciência Florestal contribui na melhoria da qualidade do curso de Engenharia Florestal.
Partindo da avaliação feita pelos participantes da XVI Semana de Engenharia Florestal, o
grupo PET irá buscar melhorias no que diz respeito às críticas recebidas com o intuito de
proporcionar eventos com maior nível de qualidade.
231
Referência
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Superior (SESu). Manual de
Orientações Básicas (PET). Brasília, 2002.
BOTH, Laura Jane Ribeiro Garbini. Ensino do Direito: a importância do Programa de
Educação Tutorial. Publicado no jornal O Estado do Paraná. Curitiba, 2006.
FERNANDES, R. S. et al. Uso da percepção ambiental como instrumento de gestão em
aplicações ligadas às áreas educacional, social e ambiental. 2006. Disponível em :
<http://www.anppas.org.br/encontro_anual/encontro2/GT/GT10/roosevelt_fernandes.pdf>.
Acesso em: 10 mar. 2014
PACHECO, Adelzita Valeria et al. Organização da Educação Básica e Legislação do Ensino.
Universidade Federal do Acre. Rio Branco, 2013.
232
Demanda dos Discentes do Curso de Engenharia Florestal Acerca dos Cursos de Curta
Duração Oferecidos pelo PET Engenharia Florestal da UFRPE
Matheus Cordasso Dias1; Ana Luiza de Amorim Reis1; Brunno Henrique Silva1; Elton
Januário Silva1; Ítalo Fernandes Pessôa Siqueira1; Jéssica Stéfane Alves Cunha1; Jeniffer
Michele Pezzoti1; José Alex Moreira Donato de Melo1; José Henrique da Silva1; Marcella
Gomes de Barros Monteiro1; Mayara Fernandes Costa Pedrosa1; Raíssa Santos Ferreira1;
Tarsila Maria Santana de Almeida2; Marcelo Nogueira3
1
Graduandos do curso de Engenharia Florestal e Alunos Bolsistas do PET Engenharia Florestal da Universidade
Federal Rural de Pernambuco
2
Graduanda do curso de Engenharia Florestal e Aluna Não Bolsista do PET Engenharia Florestal da
Universidade Federal Rural de Pernambuco
3
Professor Doutor do DCFL e Tutor do PET Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural de Pernambuco
Introdução
Criado em 1979 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES) com o nome de Programa Especial de Treinamento (PET), o programa foi
transferido em 1999 para a Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação
(MEC). Em 2004, o programa passou a ser conhecido como Programa de Educação Tutorial
(PET).
O programa é composto por grupos tutoriais de aprendizagem e busca proporcionar aos
alunos, sob a orientação de um professor tutor, condições para a realização de atividades
extracurriculares, que complementem a formação acadêmica, procurando atender mais
plenamente as necessidades do próprio curso de graduação e/ou ampliar e aprofundar os
objetivos e conteúdos programáticos que integram sua grade curricular.
As atividades extracurriculares que compõem o Programa têm como objetivo garantir aos
alunos do curso oportunidades de vivenciar experiências não presentes em estruturas
curriculares convencionais, visando a sua formação global e favorecendo a formação
acadêmica, tanto para a integração no mercado profissional quanto para desenvolvimento de
estudos em programas de pós-graduação. (BRASIL, 2006)
233
O ensino superior florestal começou na Alemanha, na Academia Florestal de Tharandt, criada
em 1811. Ainda no século XIX, no ano de 1895, foi fundada a primeira escola de ensino
florestal de nível superior das Américas, em Baltimore, nos Estados Unidos. O curso foi
rapidamente difundido, pois na virada deste século já existiam várias universidades com
formação superior no âmbito florestal (MACEDO & MACHADO, 2003).
Nesses últimos cinquenta anos de história da Engenharia Florestal, diante do grande avanço e
desenvolvimento técnico e maior aplicação do conhecimento científico, houve várias
mudanças dentro do curso, bem como nas diversas áreas de atuação. Assim, com a expansão
de pesquisa na área florestal, o aumento da tecnologia no setor e, principalmente, devido à
clara urgência de preservação do meio ambiente, surgiu uma maior demanda por profissionais
que atuem nessas áreas.
Segundo Seixas (1989), citado por Barros (2011), o perfil do engenheiro florestal na época da
sua criação estava mais próximo de ser um “Forest Manager” (Gerente ou Administrador
Florestal), mas este deveria ser revisto, a fim de contemplar, também, dimensões como
Ecologia, Silvicultura, Administração, Recursos Naturais, Manejo, dentre outras áreas, para
que o/a engenheiro(a) florestal pudesse atuar, diagnosticar vários problemas de engenharia
associados ao manejo de áreas florestais, incluindo o projeto e construção de estradas, pontes
e outras estruturas, desenvolvimento de planos de exploração florestal e a adaptação de
sistemas de exploração ao adequado manejo dos recursos ambientais.
Com esta visão o grupo PET Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural de
Pernambuco (UFRPE) tomou a iniciativa de aplicar um questionário junto aos graduandos do
curso, com o intuito de buscar novas atividades extracurriculares que garantam o
enriquecimento de sua formação acadêmica em áreas pouco explanadas durante o curso de
graduação.
Objetivos
Este trabalho teve como objetivo, fazer um levantamento da preferência dos alunos de
graduação do curso de engenharia florestal da UFRPE, através de um questionário
234
semiestruturado, acerca de cursos de curta duração a serem oferecidos durante os eventos que
são organizados pelo PET Engenharia Florestal.
Metodologia
Para a realização do levantamento da preferência dos alunos de graduação do curso de
Engenharia Florestal acerca dos cursos de curta duração a ser ofertado pelo Grupo PET
Engenharia Florestal da UFRPE em eventos a serem realizados pelo mesmo, foi elaborado um
questionário semiestruturado com catorze opções de cursos subdivididos em várias áreas das
Ciências Florestais, sendo treze opções objetivas e uma discursiva de caráter pessoal, onde os
alunos poderiam escolher até cinco minicursos de sua preferência. O questionário foi aplicado
em todas as turmas do curso de Engenharia Florestal, para posterior análise e tomada de
decisão pelo grupo sobre um provável cronograma de execução e viabilidade técnica dos mais
procurados.
Resultados e Discussão
Num total de setenta e cinco pesquisados, o questionário gerou um total de trezentos e trinta e
seis votos, distribuídos em dezoito cursos de curta duração, sendo treze deles previamente
disponibilizados e cinco citados como opção de livre escolha.
Dentre as opções, os minicursos de Paisagismo e Ecoturismo receberam cada um 11,61% das
respostas, sendo os mais requisitados pelos respondentes; enquanto que o minicurso de
Monitoramento Ambiental, o terceiro mais votado, recebeu 11,01% dos votos; o minicurso de
Sobrevivência na Mata veio logo em seguida com 9,52%; já o minicurso de Monitoramento
de Águas obteve 7,74% dos votos. Juntos obtiveram 51,49% dos votos.
Os demais cursos previamente listados na enquete somaram 46,43% dos votos, enquanto que
2,08% dos votos se destinaram aos minicursos sugeridos pelos interrogados.
De posse destes dados, podemos observar que a demanda por cursos de curta duração junto
aos discentes do curso de Engenharia Florestal da UFRPE reflete a exigência do mercado de
235
trabalho, procurando profissionais que atuem de uma maneira multidisciplinar em questões
em que o meio ambiente é o foco principal, gerando uma melhoria na qualidade de vida da
população e preocupação com a sustentabilidade dos sistemas produtivos.
Conclusão
A
escolha
dos
minicursos:
Paisagismo,
Ecoturismo,
Monitoramento
Ambiental,
Sobrevivência na Mata e Monitoramento de Águas, demonstra o interesse dos alunos da
graduação em experiências com áreas fora do âmbito estritamente acadêmico, voltado para
atividades práticas, já que Ecoturismo, Monitoramento Ambiental, Sobrevivência na Mata e
Monitoramento de Águas são discutidos durante o curso de graduação de uma maneira
estanque e não multidisciplinar como o tema requer.
Dos minicursos mais votados pelos interrogados, apenas o de Paisagismo compõe a grade
curricular como disciplina do curso de Engenharia Florestal na Universidade Federal Rural de
Pernambuco, o que pode refletir um déficit metodológico ou de conteúdo na disciplina, o que
compete ao PET Engenharia Florestal cooperar com alternativas de solução desta lacuna,
promovendo ao longo do ano atividades ligadas a essa demanda.
Referências
BARROS, D. F. Engenharia Florestal: a inserção da mulher e os limites de gênero. 2011.
Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em Engenharia Florestal) Universidade Federal
de Viçosa. 2011.
BRASIL. Manual de Orientações Básicas. Programa de Educação Tutorial – PET. 2006. 25 p.
MACEDO, J. H. P.; MACHADO, S. A. A Engenharia Florestal da Universidade Federal
do Paraná: História e Evolução da Primeira do Brasil. 1.ed. Curitiba: Editora UFPR
Curitiba, 2003. 513p.
236
EDUCAÇAO AMBIENTAL EM SOLOS: ESTUDO DE CASO DA ESCOLA
VIRGILIO LIBONATTI
Ana Renata Abreu de Moraes1; Amanda de Castro Segtowich2; Ariadne Reinaldo Trindade2
Bianca Abraham de Assis Sousa3; Diego Luiz Pureza Barreiros¹; Dryelle de Nazaré Oliveira do
Nascimento3; Enilde Santos de Aguiar3; Igor Camilo de Alencar Lopes2; Kelly Christina Alves
Bezerra3; Larissa da Silva Miranda2; Luiz Fernando Favacho Morais Filho1; Maria da Costa
Cardoso2; Marcilene Machado dos Santos1; Mário Lopes da Silva Júnior4; Maynara Santos
Gomes 1; Vânia Silva de Melo5; Vivian Kelly Gomes da Rocha1; Yan Nunes Dias3
1
Acadêmicos de agronomia, integrante do grupo PET solos, Universidade Federal Rural da Amazônia. 2
Acadêmicos de Eng. Florestal, integrante do grupo PET solos, Universidade Federal Rural da Amazônia. 3
Acadêmico de Eng. Ambiental, integrante do grupo PET solos, Universidade Federal Rural da Amazônia. 4Tutor do
PET Solos, Universidade Federal Rural da Amazônia. 5Professora Dra. do departamento de solos.
Introdução
A degradação ambiental é atualmente uma questão de primordial importância para a
humanidade, fruto de uma concepção e uma relação com a natureza que se contrapõe à
sustentabilidade. Importante é reconhecer que a degradação ambiental está relacionada com a
concepção que as pessoas, individual ou coletivamente, têm da sua relação com a natureza, com
o meio ambiente (MUGGLER; SOBRINHO; MACHADO, 2006).
Em geral, as pessoas não percebem que o meio ambiente é resultado do funcionamento
integrado de seus vários componentes e, portanto, a intervenção sobre qualquer um deles estará
afetando o todo. Um desses elementos é o solo, componente essencial do meio ambiente, cuja
importância é normalmente desconsiderada e pouco valorizada (BRIDGES & VAN BAREN,
1997).
Diante da carência de sensibilidade da maioria das pessoas frente ao solo, a educação se
faz ainda mais necessária, no sentido de se promover uma mudança de valores e atitudes. Isto
se conquista por meio da realização de trabalhos que buscam ampliar a percepção do solo como
um componente essencial do meio sócio-ambiental, que está extremamente presente em nossa
vida. Considerando-se que o solo é um componente do ambiente natural e humano, presente no
cotidiano das pessoas, e que é familiar e significativo para todos, ele pode ser usado como um
instrumento da Educação Ambiental (ALMEIDA et al, 2004).
É necessário, portanto, que se desenvolva uma “consciência pedológica”, a partir de um
processo educativo que privilegie uma concepção de sustentabilidade na relação homemnatureza (MUGGLER; SOBRINHO; MACHADO, 2006). Por fazer parte do cotidiano das
pessoas, os conteúdos didáticos de ensino sobre solos podem constituir em um efetivo
237
instrumento da educação ambiental (LELIS, et al., 2007). Apesar de o solo ser um importante
componente ambiental, frequentemente o mesmo é relegado a um plano menor ou mesmo
ignorado nos conteúdos ambientais do ensino fundamental (LIMA et al., 2004). O tema solos
nos diferentes níveis de ensino, geralmente é abordado de maneira desinteressante e
desatualizada, não sendo visualizado como um elemento importante na paisagem e no cotidiano
(LIMA et al., 2005).
Objetivo
Dessa forma, o presente trabalho buscou desenvolver práticas voltadas para educação
ambiental em solos para alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Virgílio Libonatti.
Objetivos Específicos

Contribuir para o conhecimento do solo como componente essencial do meio ambiente,
essencial à vida, que deve ser conservado e protegido da degradação;

Criar, desenvolver e consolidar a sensibilização em relação ao solo e promover o
interesse para sua conservação, uso e ocupação sustentável;

Construir uma consciência pedológica que, por sua vez, possa resultar na ampliação da
percepção e da consciência ambiental.
Metodologia
As atividades desenvolvidas voltadas para educação ambiental em solos fazem parte de
um projeto de educação ambiental denominado “Educação ambiental em solos: divulgar, educar
e ensinar para preservar e conservar”. Este projeto está sendo desenvolvido pelo Programa de
Educação Tutorial com ênfase em solos (PET-Solos) sob a orientação da professora Vânia
Mello. O projeto foi desenvolvido: no início do ano de 2013 na escola Virgílio Libonatti,
localizada no bairro Montese na cidade de Belém, Pará.
As crianças que participaram do projeto cursavam da primeira à terceira série do ensino
fundamental e tinham idade entre sete e 12 anos.
Procedimentos Metodológicos
As atividades de educação ambiental em solos foram desenvolvidas por meio de palestra
para os professores e oficinas para as crianças. As oficinas foram elaboradas e desenvolvidas
de forma a abordar todas as áreas da ciência, tais como física, química e biologia do solo. As
oficinas realizadas foram:
238
Oficina 1 - Coleta de material reciclável
Essa prática foi iniciada com a coleta de material reciclável descartada nos arredores da
escola de forma inadequada, como papéis de bombons, palitos de picolé, embalagens de
biscoito, canudos de refrigerante, latinhas de alumínio, garrafinhas tipo pet, entre outros.
Posteriormente as crianças separaram todos os resíduos em coletores seletivos e opinaram sobre
a importância do descarte correto dos resíduos gerados diariamente. No qual foi repassado o
tempo de decomposição de cada resíduo Papel (3 a 6 meses), Plástico (mais de 100 anos),
Resíduos orgânicos (em média 3 meses), Alumínio (200 a 500 anos).
Oficina 2 - Decomposição dos resíduos produzidos na escola
Nesta atividade foi implantada uma unidade experimental-demonstrativa onde foi
depositada pelos alunos uma determinada quantidade de resíduos sólidos, coletados na Oficina
1. A partir disso houve a avaliação do efeito da velocidade de decomposição dos diferentes
tipos de resíduos e suas influências na qualidade do solo.
Oficina 3 - Propriedades morfológicas do solo
Nesta oficina houve abertura de uma trincheira para observação da secção vertical de
um solo, e verificação da presença de camadas horizontais mais ou menos distintas. As
características do perfil foram a base da classificação e estudo dos solos, mas a sua maior
importância foi a possibilidade de informar a maneira adequada do uso do solo. Além disso,
houve utilização de diferentes amostras de solos para demonstração de propriedades como cor,
textura, estrutura e consistência.
Oficina 4 - Erosão dos solos
Para desenvolvimento dessa oficina foi desenvolvido três protótipos de três diferentes
solos, um simulando um solo com cobertura vegetal; outro simulando um solo com cobertura
vegetal seca; e outro simulando um solo sem cobertura vegetal. Posteriormente foi simulado
chuva para verificação da susceptibilidade de cada solo para erosão. No final as crianças foram
instigadas a analisarem qual solo sofreu maior erosão e houve uma discussão sobre a
importância
da
cobertura
vegetal
para
a
239
manutenção
da
qualidade
do
solo.
Oficina 5 - Indicadores locais de qualidade do solo
Foram realizadas análises microbiológicas por meio do crescimento de bactérias e
fungos em meio de cultura de solos de diferentes locais e analisados em microscópio e lupa. A
atividade começou com uma breve explicação sobre a importância dos indicadores locais de
qualidade do solo, com ênfase na análise microbiológica. Também foi explicado sobre os tipos
de solos analisados e sua importância além de ensinar a manipulação de microscópio e lupa.
Em seguida, as amostras de solo foram analisadas e as crianças foram estimuladas a refletir
sobre o que foi visto no microscópio e lupa e alicerçadas nas informações expostas. Por fim, as
crianças fizeram uma análise das amostras de solo, iniciando um debate.
Resultados e discussão
Os resultados mostram que práticas pedagógicas, como a realização de palestras, geram
uma maior conscientização dos professores, tal como foi observado em outros trabalhos por
Freire & Faundez (1985), nos quais em seus estudos sobre a Educação em solos, constatou-se
que houve maior capacitação técnica dos professores e até mesmo em projetos interdisciplinares
com crianças e adolescentes.
Verificou-se também uma mudança na mentalidade das crianças, as quais se tornaram
disseminadoras das informações adquiridas nas oficinas e, como consequência, ocorreu a
redução dos descartes inadequados de resíduos ao redor da escola, devido, sobretudo, a
implantação do sistema de coleta seletiva, no qual fez-se necessário uma sinalização e
disponibilização de coletores específicos para cada tipo de material em um lugar de fácil acesso
da escola, resultado esse também observado por Guimarães (2007) sobre a Formação de
Educadores Ambientais no qual ocorreu uma acelerada disseminação da educação ambiental
na sociedade brasileira e isto foi observado em território nacional.
Os resultados obtidos foram imensamente gratificantes, pois em todas as oficinas houve
questionamentos por parte dos alunos, o que contribuiu para a realização de projetos educativos,
resultado esse também observado por Oliveira (2012) em seu trabalho de educação ambiental
no qual enfatizou a necessidade de inovação quanto às práticas e compromisso no trato das
questões ambientais cotidianas proporcionando um acréscimo de conhecimentos na área de
solos. Neste sentido, Macedo (1994) afirmou que construir conhecimento sobre o solo é um
processo realizado por etapa, de maneira parcial e sempre com um rigoroso acompanhamento.
240
Conclusão
A educação ambiental em solos é uma importante ferramenta de conscientização da
importância e utilização adequada do solo, tendo em vista que os temas abordados nas oficinas
fazem parte do cotidiano das crianças, tornando-se, desta forma, uma alternativa viável e
sustentável para aprendizagem e consequentes mudanças no modo de pensar das mesmas.
Vale ressaltar a importância da expansão dessas atividades nas escolas e a sua aliança
com as Universidades, multiplicando projetos de extensão e estreitando as relações com as
comunidades, contribuindo, assim, para a formação não só das crianças, mas se expandindo
para a comunidade como um todo. Dessa forma avaliamos as crianças como instrumentos de
propagação das informações adquiridas durante o projeto, tornando-o dessa forma eficiente,
correspondendo ás expectativas e acatando aos objetivos traçados nas diretrizes do projeto
contribuindo, inclusive para que a realidade vivenciada na escola mudasse.
Referências
BRIDGES, E.M. & van BAREN, J.H.V. Soil: An overlooked undervalued and vital part of the
human environment. Environ., 17:15-20, 1997.
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D. M.; VILLAR, J. P.; MORAIS, E. H. M.; PRIMO, F. Discutindo o solo na escola: construção
de conceitos e valores ambientais. Revista Brasileira de Agroecologia, v.2 n.2, p. 559-562,
2007.
LIMA, M. R.; LIMA, V.C.; PACHOLOK, C.; ROCHA, G. A.; OLESKO, M. L.; LIMA, R. A.
A.; LAVANHINI, R. D. T. Educação Ambiental de Estudantes do Ensino Fundamental: a
atividade extensionista realizada na exposição didática de solos da UFPR. In: II Congresso
Brasileiro de Extensão Universitária, 2004, Belo Horizonte (MG). Anais. Belo Horizonte
(MG): Universidade Federal de Minas Gerais/Pró Reitoria de Extensão, 2004.
MUGGLER, C. C.; PINTO, F. A & MACHADO, V. A. Educação em solos: princípios, teoria
e métodos. In: Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, 30. Recife, 2005. Anais. Recife,
Sociedade Brasileira de Ciências do Solo, 2006.
ALMEIDA, S.; MUGGLER, C. C.; MOL, J. L. et al. Solos e Educação Ambiental: Experiência
com alunos do Ensino Fundamental na Zona Rural de Viçosa, MG. In: Congresso Brasileiro de
Extensão Universitária, 2. Belo Horizonte, 2004.
CECCON, S.; COMPIANI, M.; HOEFFEL, J. L. M. Estudo de Caso do Programa de Educação
Ambiental Fruto da Terra: a pedagogia de projetos como estratégia para a educação ambiental
crítica. Pesquisa em Educação Ambiental, v. 4, n. 1, p. 37-62, 2009.
241
Acolhida Solidária PET-EA 2014 da Universidade Federal do Rio Grande - FURG
Odivane Fadani¹, Bruna Curado Grilo¹, Cláudio Pereira Pinheiro¹, Geisa Teixeira Lamas¹,
Jéssica Rodrigues Bágio¹, Lianca Maria Segeren¹, Marina Born Behling¹, Monique Martins
Strieder¹, Paola Lopes Cavalheiro¹, Priscila Barbosa Mello Silva¹, Renan Schmutz Juliano¹,
Wendel Pires Desordi¹; Marta M. M. Augusto².
Introdução
A acolhida ao estudante ingressante é uma etapa importante do processo de integração
à vida universitária. Frente às crescentes expressões de violência nos chamados “trotes”, é
importante elaborar e executar metodologias institucionais de trabalho com foco no combate
as ações que não condizem com o ambiente acadêmico.
A expressão “trote” esta diretamente relacionada a brincadeiras violentas que causam
desconforto e intimidação aos ingressantes nos cursos superiores. Desde 2004, a Universidade
Federal do Rio Grande proíbe “trotes” violentos e incentiva as práticas que estimulem a
cidadania e relações sociais dentro e fora do ambiente universitário. Trote é a troça ou vaia
que estudantes veteranos impõem aos calouros, ao passo que acolhida significa receber
alguém, dar acolhida, acolher, abrigar e amparar (MICHAELIS, 2009). Nesse sentido, tornase evidente que uma acolhida aos novos acadêmicos é necessária e que o tradicional trote
deve ser uma prática em extinção nas universidades.
Em dezembro de 2010, a FURG aprovou a Deliberação nº 164/2010 do Conselho de
Ensino, Pesquisa, Extensão e Administração – COEPEA, que orienta a execução do Programa
de Acolhida Cidadã, e que visa não apenas proibir os trotes violentos, mas também incentivar
práticas respeitosas, solidárias e criativas para recepção aos novos estudantes (BRASIL,
2010). Visto que é importante que os calouros sintam-se integrado à nova universidade e,
como muitos são de outras regiões, necessitam de informações e sugestões para melhor
vivência desta fase na qual estão ingressando.
Objetivos
A proposta da “Acolhida Solidária PET-EA” teve por finalidade integrar os alunos
ingressantes no curso de Engenharia de Alimentos, apresentar o curso e a estrutura da Escola
de Química e Alimentos da Universidade Federal do Rio Grande, o Programa de Educação
242
Tutorial da Engenharia de Alimentos (PET-EA), e despertar o espírito voluntário e a
consciência cidadã nos calouros e veteranos.
Metodologia
A programação da Acolhida Cidadã constou de três etapas. A primeira etapa teve
início pela manhã com as palestras da coordenação do curso e do grupo PET-EA, visando
apresentar informações básicas sobre a universidade e o curso de Engenharia de Alimentos.
Para a segunda etapa os alunos foram divididos em dois grupos, o primeiro realizou um
passeio ciclístico para conhecer o campus universitário da FURG. O segundo grupo foi
encaminhado para uma visita nas dependências dos laboratórios da Escola de Química e
Alimentos, sendo que os dois grupos realizaram as duas atividades. No turno da tarde, foi
realizada a terceira etapa, com a atividade nomeada de “Cross Calouro”, para integração dos
alunos e reconhecimento do campus universitário. Para a atividade, os acadêmicos formaram
equipes na procura das pistas indicativas dos locais a serem percorridos e conhecidos. Os
componentes da equipe vencedora da terceira etapa foram contemplados com vaga garantida
para a visita técnica organizada pelo grupo PET-EA. Após a realização da ação, camisetas
alusivas ao acolhimento foram entregues aos calouros.
A avaliação da acolhida cidadã foi realizada com os calouros participantes das
atividades. Fichas de avaliação foram entregues para cada ingressante abordando a
importância do acolhimento e o grau de satisfação com as atividades realizadas para
integração no ambiente universitário.
Resultados e discussão
Dos 50 ingressantes do curso de Engenharia de Alimentos, 25 participaram da
acolhida promovida pelo grupo PET-EA.
As atividades na parte da manhã transcorreram como o planejado, a terceira etapa, que
ocorreria a tarde, foi suspensa devido a baixa participação dos acadêmicos.
Dos 25 calouros que participaram da acolhida, 21 responderam ao questionário de
avaliação do evento. O grau de satisfação e a importância da acolhida obtiveram 100% de
aprovação dos respondentes. As palestras de apresentação satisfizeram a expectativa dos
participantes, sendo que referente ao desempenho dos palestrantes 29% avaliaram como
ótimo, 19% muito bom, 19% bom e 33% regular. Quanto à divulgação do evento 5%
243
avaliaram como ótimo, 33% muito bom, 29% bom e 33% regular. A organização do evento
foi avaliada como ótima por 43%, muito bom por 40%, bom por 19% e regular por 7%. A
média geral da avaliação do evento foi de 8,52. Sendo assim, apesar de uma parte do evento
não ter ocorrido por falta de participação, o resultado da avaliação das atividades promovidas
foi satisfatório.
Conclusão
A acolhida solidária aos calouros do curso de Engenharia de Alimentos da
Universidade Federal do Rio Grande atendeu as expectativas dos ingressantes quanto ao
acolhimento, embora a baixa participação dos calouros. A média geral de avaliação do evento
foi de 8,52.
Referências
ACOLHIDA.
In:
DICIONÁRIO
Michaelis.
Disponível
em:
<http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portuguesportugues&palavra=acolhida >. Acesso em: 15 maio de 2014.
BRASIL. Serviço Público Federal. Deliberação nº 164/2010, 17 de dezembro de 2010.
Universidade
Federal
do
Rio
Grande,
ata
024.
<Disponível
em:
http://www.conselhos.furg.br/converte.php?arquivo=delibera/coepea/16410.htm> . Acesso
em: 15 de maio de 2014.
TROTE.
In:
DICIONÁRIO
Michaelis.
Disponível
<http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portuguesportugues&palavra=trote >. Acesso em: 15 maio de 2014.
244
em:
VERIFICAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO EM EMPRESA
BENEFICIADORA DE SAL
Marina Born Behling¹, Katherine de Oliveira Manetti¹, Gabrielle Victória Gautério¹, Marla
Kappaun Rodrigues¹, Geisa Teixeira Lamas¹, Bruna Curado Grilo¹, Wendel Pires Desordi¹,
Monique Martins Strieder¹, Odivane Fadanni¹, Jéssica Rodrigues Bágio¹, Renan Schmutz
Juliano¹, Paola Lopes Cavalheiro¹, Priscila Barbosa Mello Silva¹, Cláudio Pereira Pinheiro¹;
Marta M. M. Augusto².
¹ ²Programa de Educação Tutorial - Engenharia de Alimentos/ Escola de Química
e Alimentos/ Universidade Federal do Rio Grande – FURG/ Rio Grande/
Rio Grande do Sul
Introdução
A maior parte dos alimentos de origem vegetal e animal tem como características se deteriorar
com facilidade. A deterioração começa imediatamente após a colheita do vegetal ou abate
animal. No decurso dos séculos sempre existiu uma técnica empírica de preservação de
alimentos. Uma parte dessa técnica sobreviveu em nossa época: a secagem, a defumação, o
emprego do sal, do vinagre e do álcool lembram com bastante exatidão os processos
empregados no passado (GAVA et. al., 2008). No caso da carne, em tempos remotos, antes da
difusão da conservação de alimentos pelo frio, altas concentrações de sal e secagem ao sol
originavam um produto com vida útil relativamente longa, se comparada à carne fresca,
mesmo quando armazenada em temperatura ambiente (COSTA & SILVA, 1999). Segundo o
relatório do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), divulgado em 2010, o
consumo interno de sal apresentou um aumento de 30,4% em relação a 2009. A demanda
interna de sal se encontra distribuída por setores: o setor da indústria química que consumiu
2,4 milhões de toneladas (33%), para o consumo humano e animal, agricultura e alimentos
responderam por 2,23 milhões de toneladas (30,1%), outros setores, como frigoríficos,
curtumes, charqueadas, indústria têxtil e farmacêutica, prospecção de petróleo e tratamento de
água, responderam com 2,25 milhões de toneladas (30,3%). A indústria em geral e
distribuidores responderam pelas 487 mil de toneladas (6,6%) restantes. A qualidade
higiênico-sanitária como fator de segurança alimentar tem sido amplamente estudada e
245
debatida, devido ao fato que as doenças transmitidas por alimentos são um dos fatores que
contribuem para os índices de morbidade nos países da América Latina e Caribe. Segundo o
Comitê WHO/FAO, as doenças transmitidas por alimentos são, provavelmente, o maior
problema no mundo contemporâneo (AKUTSU et. al., 2005). A qualidade é o que satisfaz o
cliente, sendo que o controle de qualidade é a manutenção dos produtos e serviços dentro dos
níveis de tolerância aceitáveis para o consumidor ou comprador. Então, para avaliar a
qualidade de um produto alimentar, tem-se que mensurar o grau em que o produto satisfaz os
requisitos específicos, sendo que esses níveis de tolerância e requisitos se expressam por meio
de normas, padrões e especificações (AKUTSU et. al., 2005). Boas Práticas de Fabricação
(BPF) abrangem um conjunto de medidas que devem ser adotadas pelas indústrias de
alimentos para manter qualidade sanitária e a conformidade dos produtos alimentícios. A
aplicação das BPF em estabelecimentos beneficiadores de sal são os procedimentos higiênicosanitários e operacionais que devem ser aplicados em todo fluxo de produção, desde a
obtenção da matéria prima até a distribuição do produto final, a fim de garantir sal apto ao
consumo humano (BRASIL, 2000). As BPF consideram, de maneira geral, quatro pontos
principais a serem analisados: termos relevantes – inclusive pontos críticos de controle e
práticas referentes à pessoal; instalações – áreas externas, plantas físicas, ventilação e
iluminação adequadas, controle de pragas, uso e armazenamento de produtos químicos,
abastecimento de água, encanamento e coleta de lixo; requisitos gerais de equipamentos –
construção, facilidade de limpeza e manutenção; e controles de produção (AKUTSU et. al.,
2005). Além de cumprir a legislação governamental, a implementação das BPF permitem um
melhor controle dos parâmetros de processo e do produto final, proporcionando uma gestão
eficaz da qualidade em termos organizacionais e de seus recursos produtivos (CALARGE et.
al., 2007).
Objetivo
O objetivo deste trabalho foi verificar, treinar e sensibilizar os colaboradores de uma empresa
beneficiadora de sal, para a manutenção das Boas Práticas de Fabricação (BPF), dos
Procedimentos Operacionais Padronizados e de Segurança do trabalho da empresa visando à
melhoria da qualidade de seus produtos e garantir a integridade de seus colaboradores.
246
Metodologia
Este trabalho foi realizado em uma empresa beneficiadora de sal com uma produção em torno
de 7500 kg sal/dia e um quadro funcional de 50 colaboradores. Inicialmente, foi aplicado um
check-list segundo a RDC Nº 275 que consistiu no preenchimento de um questionário para
levantamento e registro das conformidades e não conformidades (BRASIL, 2002). Durante a
vistoria foram observados os seguintes aspectos: projeto/instalações, manutenção, edificação,
saneamento, equipamentos e utensílios; colaboradores; matéria-prima; fluxo de produção;
embalagem e produto acabado, pessoal, controle de pragas e proteção ao produto. A partir do
registro foi confeccionado e apresentado um relatório salientando as não conformidades
encontradas, para análise e elaboração de estratégias de melhoria. Ao final do treinamento foi
realizada uma avaliação junto aos colaboradores através de um questionário com respostas
fechadas, em duas seções: na primeira a identificação do colaborador e na segunda foi
relacionada às contribuições do treinamento ministrado.
Resultados e discussão
Um relatório foi elaborado com a descrição das conformidades e não conformidades
verificadas e as medidas a serem tomadas na empresa, para atender as Boas Práticas de
Fabricação e Procedimentos Operacionais Padrão em conformidade com a legislação
(BRASIL, 2002). Foram observadas 21 inconformidades das 37 analisadas na área de
produção da empresa. Estas inconformidades foram referentes à possibilidade de acidentes,
riscos físicos e químicos de contaminação do produto, riscos para a saúde do manipulador e
falhas na linha de fluxo da produção. Em vista disso, foi sugerida a realização de capacitação
para os colaboradores como estratégia de sensibilização e melhoria dos serviços. Assim, um
treinamento foi ministrado, em 3 sessões distintas com palestras em que foram abordados
temas relativo as Boas Práticas de Fabricação, Procedimentos Operacionais Padronizados e
Segurança do trabalho, como forma de corrigir as inconformidades. Dos 30 colaboradores
presentes aos treinamentos, somente 19 preencheram o questionário de avaliação,
representando 63,3% do total. Em relação às Boas Práticas de Fabricação, foi questionado aos
colaboradores sobre a relevância do tema abordado para seu aprendizado. Nesta questão, 32%
dos colaboradores julgaram como “ótima” a apresentação, 47% como “muito bom” e 21%
como “bom”. A satisfação quanto ao tema abordado também foi questionada. Onde 26% dos
colaboradores julgaram como “ótima” a apresentação, 58% como “muito bom” e 16% como
“bom”. Outra questão foi em relação a didática dos palestrantes. Nesta pergunta, 26% dos
247
colaboradores julgaram como “ótima”, 63% como “muito bom” e 11% como “bom”. E por
fim foi perguntado quanto ao material didático utilizado pelos palestrantes. Onde 37% dos
colaboradores julgaram como “ótimo”, 37% como “muito bom” e 16% como “bom”. Para aos
Procedimentos Operacionais Padronizados, foi questionado aos colaboradores sobre a
importância do tema abordado para seu aprendizado; onde 32% dos colaboradores julgaram
como “ótimo”, 63% como “muito bom” e 5% como “bom”. Quanto à satisfação do tema
abordado, 21% dos colaboradores julgaram como “ótima”, 53% como “muito bom” e 26%
como “bom”. Outra questão foi relativa à didática dos palestrantes, onde 21% dos
colaboradores julgaram como “ótima”, 68% como “muito boa” e 11% como “boa”. Em
relação a Segurança no Trabalho foi questionado aos colaboradores sobre a relevância do
tema para sua aprendizagem. Nesta questão, 32% dos colaboradores julgaram como “ótima” e
68% como “muito bom”. A satisfação quanto ao tema abordado: 32% dos colaboradores
julgaram como “ótima”, 47% como “muito bom” e 21% como “bom”. Outra questão foi em
relação à didática dos palestrantes, onde 26% dos colaboradores julgaram como “ótima” a
apresentação, 58% como “muito bom” e 16% como “bom”. A média final obtida para o
treinamento ministrado foi 9,1.
Conclusão
A verificação realizada na empresa beneficiadora de sal apresentou 56,7% de
inconformidades. Esse fato ressalta a importância da capacitação e conscientização dos
colaboradores na adoção das BPF, para garantir a integridade e melhoria na qualidade do
produto, e segurança à saúde do consumidor.
Referências
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v.18, n.3, p. 419-427, Campinas, 2005.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução – RDC
nº 28, de 28 de março de 2000. Dispõe sobre os procedimentos básicos de Boas Práticas de
Fabricação em estabelecimentos beneficiadores de sal destinado ao consumo humano e o
roteiro de inspeção sanitária em indústrias beneficiadoras de sal. Diário Oficial da União.
Brasília, DF, 30 de março de 2000.
248
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução – RDC
n° 275, de 21 de outubro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Procedimentos
Padronizados Aplicados aos Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos.
Diário Oficial da União. Brasília, DF, 22 de outubro de 2002.
CALARGE, F. A.; SATOLO, E. G.; SATOLO, L. F. Aplicação do sistema de gestão da
qualidade BPF (boas práticas de fabricação) na indústria de produtos farmacêuticos
veterinários. Revista Gestão e Produção, v.14, n. 2, p. 379-392, São Carlos, 2007.
COSTA, L.E.; SILVA, A.J. Qualidade sanitária da carne de sol comercializada em açougues e
supermercados de João Pessoa – PB. Boletim CEPPA, Curitiba, v.17, n.2, p.137-144,1999.
Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Sumário Mineral 2011, Volume 31,
Brasília-DF, 2012, disponível
em:
<https://sistemas.dnpm.gov.br/publicacao/mostra_imagem.asp?IDBancoArquivoArquivo=635
0> Acesso em: 23 de Maio de 2014.
GAVA, A. J.; DA SILVA, C. A. B.; FRIAS, J. R. G. Tecnologia de alimentos: Princípios e
Aplicações. Editora Nobel, São Paulo – SP, 2008.
249
EDUCAÇÃO ALIMENTAR INFANTIL: UMA AÇÃO EDUCATIVA NA UNIDADE
UNIVERSITÁRIA FEDERAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL NÚCLEO DE
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Autores: Francisco Robério da Silva Marques¹; Socorro Vieira da Silva¹, Sande Maria Gurgel
1
D’Ávila²; Ana Beatriz de M. Holanda ¹; Aline do L. dos Santos ¹; Ana Luiza C. de Oliveira ¹;
Dalilia M. Cardoso ¹; Antonia Morgana M. Carvalho ¹; Karithas Shelly L. Alves ¹; Karoline
Teixeira da Silva ¹; Mázida B. de Lima¹; Tarcísio Antonio F. da S. Rocha¹; Uly Alves
Moreira¹.
Tutora: Sande Maria Gurgel D’Ávila²
INTRODUÇÃO
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (2014) a idade pré-escolar, de dois a seis
anos, é considerada uma fase de extrema importância, tanto no que diz respeito ao processo de
maturação biológica quanto ao desenvolvimento sociopsicomotor. Além disso, nesta idade a
criança começa a criar sua independência e a formar seus hábitos alimentares para toda vida.
A alimentação da criança, desde o nascimento e nos primeiros anos de vida, tem repercussões
ao longo de toda a vida. A mesma é considerada um dos fatores mais importantes para a saúde
da criança. Nesta fase, além de suprir as necessidades nutricionais, constitui uma das
principais formas de contato com o mundo externo.
À medida que a criança começa a frequentar outros ambientes, como a escola, se inicia uma
intensa socialização, onde novas influências serão sofridas. Há uma grande tendência de
repetir o comportamento de professores e de outras crianças, que podem ser bons ou ruins;
por isso a necessidade do incentivo de uma alimentação saudável em grupo. (LAZARI ET al.,
2012)
A partir dessa perspectiva, bolsistas do Programa de Educação Tutorial Economia Doméstica,
motivaram-se a realizar com as crianças atendidas pela Unidade Universitária Federal de
Educação Infantil Núcleo de Desenvolvimento da Criança da Universidade Federal do Ceará,
1
Graduandos (as) do curso de Economia Doméstica da Universidade Federal do Ceará - UFC, bolsistas do
Programa de Educação Tutorial – PET Economia Doméstica;
² Professora Doutora - Adjunta III do Departamento de Economia Doméstica da UFC, Tutora do PET Economia
Doméstica UFC.
250
uma oficina abordando a educação alimentar e nutricional, utilizando o recurso didático da
pirâmide alimentar.
Para Mahan (2005) a pirâmide alimentar foi desenvolvida para ensinar alimentação saudável a
indivíduos e populações. Seu primeiro modelo foi criado em 1991 pela Agência
Regulamentadora de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos da América (FDA).
Com base nos conceitos da pirâmide foram lançados vários modelos por diferentes
instituições, cada uma com um propósito.
Na pirâmide tradicional, a base é composta pelos alimentos energéticos (grãos
como trigo, milho, arroz e tubérculos como batata, mandioca, cará e pão), que
devem compor a maior parte de nossa alimentação e ser consumidos de 5 a 9
porções por dia. Logo acima dos alimentos energéticos devem estar os alimentos
reguladores, que são os vegetais e as frutas; esses alimentos fornecem os
micronutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo. O consumo
diário dos alimentos desse grupo deve ser de 4 a 5 porções de verduras e legumes e
3 a 5 porções de frutas.(MERGULHÃO; PINHEIRO, 2004).
De forma dinâmica e participativa objetivamos identificar os hábitos alimentares das crianças
e apresentar a elas propostas de alimentos saudáveis para a formação de novos hábitos.
OBJETIVOS
Identificar os hábitos alimentares das crianças atendidas pela Unidade Universitária Federal
de Educação Infantil Núcleo de Desenvolvimento da Criança da Universidade Federal do
Ceará, para realizar ação educativa visando à formação de hábitos alimentares saudáveis.
METODOLOGIA
Segundo Barros et Bustos apud Vieira (2002) a oficina é vista como novo método pedagógico
de conhecimentos que insere na vida do integrante uma realidade vivenciada pela
socialização: uma integração entre alunos e professores que percebem e dialogam sobre uma
problemática específica.
Nessa perspectiva a oficina sobre Educação Alimentar e Nutricional foi realizada no espaço
físico da Unidade Universitária Federal de Educação Infantil Núcleo de Desenvolvimento da
Criança da Universidade Federal do Ceará, com 19 crianças do primeiro ciclo, distribuídas em
(10) do sexo feminino e (9) do sexo masculino, com idade média de 4 anos.
Essa atividade foi realizada em três momentos, envolvendo as crianças e os petianos do PET
Economia Doméstica, que foram orientados por um docente. Inicialmente aconteceu a
251
apresentação dos facilitadores e participantes. Em seguida, foi realizada uma dinâmica para a
apresentação da temática; e por fim, foi proporcionado um momento lúdico as crianças, por
meio de brincadeiras, em que as crianças tiveram acesso a alimentos saudáveis.
As etapas da oficina buscaram a análise qualitativa do consumo alimentar infantil, assim
como orientar sobre a função nutricional dos alimentos. Durante a roda de conversas as
próprias crianças falaram um pouco sobre alimentação: o que elas entendiam sobre
alimentação saudável e quais os principais alimentos que elas gostavam de consumir. A seguir
foi proposto as crianças uma dinâmica, onde elas de forma coletiva, montariam grupo por
grupo, a pirâmide alimentar, com o objetivo de identificarem os alimentos com seus grupos
específicos.
Por fim, foi oferecido as crianças kits com frutas (constituinte de um dos grupos da pirâmide
alimentar) e por meio de uma brincadeira, foram orientados a criar pratos divertidos com as
frutas. Após a elaboração e apresentação dos pratos as crianças consumiram as frutas. Esta
atividade proporcionou uma forma lúdica de ver a comida no prato.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A educação nutricional é conceituada como um processo educativo no qual, através
da união de conhecimentos e experiências do educador e do educando, vislumbrase tornar os sujeitos autônomos e seguros para realizarem suas escolhas alimentares
de forma que garantam uma alimentação saudável e prazerosa, propiciando, então,
o atendimento de suas necessidades fisiológicas, psicológicas e sociais
(CAMOSSA et al., 2005)
Na escola, a criança vai estabelecer seu primeiro contato com refeições fora de casa. Esse
contato pode expor a criança a alimentos que, até então, não faziam parte de suas refeições
diárias, como doces, balas, bebidas de alto valor calórico e baixo valor energético e outras
guloseimas. Isso reforça a escola como uma instituição de grande influência na vida das
crianças, como o lugar ideal para se desenvolver ações de promoção à saúde, e o
desenvolvimento de uma alimentação saudável. (BEZERRA et al., 2008).
O uso da pirâmide alimentar com as crianças foi importante para favorecer a apresentação dos
alimentos em grupos.
Lazari et al (2012) cita em seu trabalho um estudo de Bernat (2014), que evidencia que as
dinâmicas ludo pedagógicas são essenciais na promoção de bons hábitos alimentares.
Confirmamos isso na oficina com as crianças, pois percebemos que elas aprenderam mais
facilmente por meio das brincadeiras, sobretudo quando o assunto de alimentação saudável,
252
incluiu o aumento do consumo de frutas, legumes e verduras, e a diminuição do consumo de
doces, frituras etc. Sendo assim, os escolares passaram a ter maior contato com os alimentos
mais rejeitados (verduras, frutas e legumes) e aprenderam sobre a importância do consumo de
cada grupo alimentar.
A realização da oficina foi bastante positiva, a partir do envolvimento das crianças e de suas
respostas em todos os momentos vivenciados.
CONCLUSÃO
A realização dessa atividade reforçou para o grupo a certeza de que Escola e Família devem
atuar em conjunto para proporcionar educação alimentar e nutricional às crianças, a partir de
ações positivas frente aos alimentos e à alimentação; favorecendo a aceitação de uma
alimentação saudável e diversificada. De forma lúdica é possível fazer a criança entender a
relação entre alimentação e saúde, desenvolvendo hábitos alimentares saudáveis.
Fazer boas escolhas alimentares é um processo complexo e tem conseqüências a curto, médio
e longo prazos sobre a saúde dos indivíduos. Portanto, uma educação alimentar realizada na
infância pode gerar adultos mais saudáveis, com uma relação mais positiva com o alimento,
com a alimentação dentro e fora de casa.
REFERÊNCIAS
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públicas de Erechim/RS. Revista Eletrônica de Extensão da URI. v.7, n.13, p.71-79, 2011.
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escola!. UFC - Fortaleza, Ceará, 2008.
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http://www.conversandocomopediatra.com.br/website/paginas/materias_ge.
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VIEIRA, E.; VOLQUIND, L.. Oficinas de ensino: o quê? Por quê? Como?. 4 ed. - Porto
Alegre: Edipucrs, 2002.
254
Recepção aos alunos ingressantes do curso de Zootecnia - UDESC como mecanismo de
inclusão universitária
Laura C. D. Giombelli1; Patric A. Castro¹; Eduarda C. Pick1; Alexandre Balzan1; Junior G.
Soares1; Alessandra Arno1, Crystian J. Cazarotto1, Denise N. Araujo2; Paulo R. Ficagna2;
Maria L. A. Nunes2, Diovani Paiano3.
¹Bolsista PET-Zootecnia UDESC; ²Professor do Departamento de Zootecnia- UDESC;
3
Tutor PET-Zootecnia UDESC.
Introdução
Foi realizado nos inicios dos três últimos semestres o “Trote Solidário” com ingressantes no
curso de Zootecnia/UDESC. Esta denominação de “solidário” caracteriza-se por contribuir
para a sociedade com ações inovadoras, como a participação em campanhas de doação de
sangue, pedágio solidário, combate ao mosquito da dengue e reestabelecimento de uma Área
de Preservação Permanente (APP).
Somado aos benefícios à sociedade, por meio das ações, a recepção visa favorecer a
integração entre os calouros e demais fases da graduação.
Autores como Dias (2009), citam a assistência sócio educacional como um fator que pode
influenciar positivamente a menor evasão no ensino superior, aqui entendida como o conjunto
de projetos e/ou ações que visam a integração do aluno com a universidade, sua permanência
e bom desenvolvimento acadêmico. Da mesma, forma Cunha et al. (2001) e Bôas (2003),
indicam que a evasão tende a crescer se a universidade não envolver seus alunos em
atividades de pesquisa e extensão.
Deste modo as atividades, realizadas, foram propostas para familiarizar e integrar os calouros
com os laboratórios e grupos de trabalho do curso e seus respectivos projetos de ensino,
pesquisa e extensão, assim como trabalhar a Ênfase em Produção Animal Sustentável do
curso de Zootecnia/UDESC.
Objetivos
Realizar atividades para despertar a consciência social/ambiental, a solidariedade e o respeito
com o próximo, com participação em palestras e recuperação de APP. Paralelamente, com as
255
referidas ações diminuir a evasão e familiarizar os calouros aos grupos de trabalho do curso e
com a ênfase em sustentabilidade do curso de Graduação em Zootecnia.
Metodologia
No início do período letivo de 2014/01, foi realizada a recepção dos calouros da Zootecnia no
campus da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) em Chapecó - SC, no qual foram
elaboradas as seguintes atividades: apresentação do funcionamento, normas do Departamento de
Zootecnia e o respectivo Curso, Centro e Reitoria da UDESC. Assim como os benefícios que os
acadêmicos podem concorrer ao ingressarem na Universidade como bolsas de monitoria, bolsas de
apoio permanência entre os outros programas de inclusão que a UDESC proporciona. Da mesma
forma, foram apresentadas as bolsas na modalidade Extensão e Pesquisa e reforçado a importância
da participação nos acadêmicos nas referidas modalidades.
Foi elaborada uma breve apresentação sobre o PET, na qual foram abordadas as principais
atividades, os critérios de seleção entre outros pontos relevantes para os acadêmicos. Após as
apresentações, os calouros, foram encaminhados para uma breve visita aos laboratórios de
ensino/pesquisa do curso, na qual os professores coordenadores apresentaram os principais
projetos em execução, as principais pesquisas em andamento e as demais atividades desenvolvidas
no laboratório, como estágios e trabalhos de conclusão de curso entre outros.
Após a finalização do expediente os acadêmicos foram convidados para participar de uma palestra
motivacional proferida pelo Professor Dr. Matheus P. Giombelli da Universidade Federal de
Lavras-MG, ex-aluno de graduação do curso, intitulada: “A Zootecnia e o Zootecnista: passado,
presente e futuro”, na qual foi abordada a relevância da profissão para o desenvolvimento regional
e Brasileiro, assim como a importância de atividades extraclasse para a formação pessoal e futura
atuação profissional dos acadêmicos. A segunda etapa, denominada trote solidário, foi baseada no
plantio de 70 árvores de 21 espécies nativas, (doadas pelo viveiro da UNOCHAPECÓ), para
reflorestamento de uma APP.
Para fins de quantificar as atividades, foram encaminhadas fichas de avaliação pré-estruturadas
para os alunos atendidos para quantificar sua satisfação e a sua opinião sobre as atividades
realizadas.
Resultados e discussão
256
A recepção aos calouros foi executada de forma gradativa em três etapas. A primeira consistiu
na apresentação do curso de Zootecnia da UDESC, seguido de uma visita aos laboratórios da
universidade com uma breve explicação sobre os projetos desenvolvidos. A segunda etapa foi
uma aula inaugural na qual se trabalhou a necessidade de formação complementar à
academia, com a participação em atividades de pesquisa, ensino ou extensão. E a terceira foi
uma atividade prática de plantio de árvores nativas em uma APP.
A elevada participação dos alunos ingressantes na aula inaugural, e posterior procura para
participarem de grupos de pesquisa e ensino, indicou que os resultados das primeiras
atividades realizadas para recepcioná-los foram positivos.
Tendo em vista que a evasão no ensino superior é um fenômeno mundial, analisar e
compreender este fenômeno se caracteriza como uma necessidade social visto os impactos
sociais e econômicos que pode causar (VIVAS, 2011). Segundo o INEP (2009), as IES
públicas apresentam cerca 33% de evasão enquanto as privadas 53%.
De acordo com Silva Filho et al. (2007), a desmotivação dos acadêmicos, um dos principais
elementos relacionados à evasão escolar, ocorre logo nos primeiros anos de curso quando o
vínculo do aluno com a instituição ainda é frágil. Neste sentido, pode-se concluir que as
atividades tiveram resultado positivo e preventivo para minimizar a desmotivação dos alunos
ingressantes.
Na realização da atividade de recuperação da APP, realizada na fazenda experimental da
UDESC, havia necessidade de interação entre os alunos, o que favoreceu a formação de novos
vínculos de amizade/trabalho e o sentimento de equipe nos participantes, de forma que tais
fatores posteriormente possam ser mecanismos de vínculo e estímulo entre os calouros e
acadêmicos das demais fases.
Ao mesclar atividades teóricas com uma ação prática, como o plantio de árvores nativas,
diversificou as estratégias e relacionou diretamente com a ênfase em sustentabilidade do curso
de Zootecnia.
Embora não tenha sido um dos objetivos originais do projeto, foi observado no decorrer das
atividades o desenvolvimento das habilidades socais, na elaboração de estratégias para melhor
executar o trabalho.
As habilidades sociais são relevantes para o profissional Zootecnista, pois em grande parte da
sua vida profissional trabalhará diretamente com pessoas, como proprietários rurais,
funcionários, colegas de trabalhos, entre outros.
Cerca de 80% dos alunos responderam o questionário referente às atividades, 10% alegaram
não ter participado de pelo menos uma das atividades, 80% alegaram de que as atividades
257
contribuíram para um melhor entendimento sobre o curso de Zootecnia e ao Grupo PETZOO
e 80% se declararam interessados em participar do PET e de suas atividades.
As respostas sugerem que uma abordagem no início da vida acadêmica do estudante, pode ser
uma estratégia eficiente para minimizar a desmotivação, para familiarizar os alunos com as
atividades universitárias e em especial ao PET.
Em relação à organização das atividades 50% das respostas relatam que o nível
organizacional foi bom, 43% a descrevem como ótima e 7% como regular. Deve-se ressaltar
que a atividade foi planejada para não ter custos, contando com doações dos insumos
utilizados.
Foi obtido resultados positivos em relação a interação entre os alunos participantes, pois 97%
das respostas afirmaram esse efeito causado pela aproximação entre os mesmos durantes as
atividades.
Conclusão
A recepção estimulou os alunos ao primeiro contato com os laboratórios, grupos de pesquisa e
trabalho. Aumentou o sentimento de grupo entre os alunos ingressantes e alunos das demais
fases. Favoreceu o entendimento das principais atividades do PET e sustentabilidade, ênfase
principal do curso de Zootecnia de Chapecó-SC. Paralelamente, permitiu desenvolver nos
petianos o senso de equipe, organização e trabalho em grupo.
Referências
BÔAS, G. K. V. Currículo, Iniciação Científica e Evasão de Estudantes de Ciências
Sociais. Revista Tempo Social. São Paulo. v. 15. nº. 1. P. 45-62, 2003.
CUNHA, A. M.; TUNES, E.; SILVA, R. R. Evasão do Curso de Química da Universidade
de Brasília. Química Nova. São Paulo. v. 24 nº. 2 mar./abr. 2001.
DIAS, E. C. M., THEÓPHILO, C. R., LOPES, M. A. S. Evasão no Ensino Superior:
Estudo dos fatores causadores da evasão no Curso de Ciências Contábeis da Unimontes.
2009. Disponível em:<http://www.congressousp.fipecafi.org >. Acesso em: 2 de junho de
2014.
INEP. Formas de Acesso. Disponível em: <http://www.educacaosuperior.inep.gov.br>
SILVA FILHO, R. L. L. et al. A Evasão no Ensino Superior Brasileiro. Cadernos de
Pesquisa. São Paulo. v. 37 nº. 132, 2007.
258
VIVAS, M. I. Q. Evasão na educação superior: uma aproximação com o fenomeno na
universidade publica, 2011. Disponível em:< https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle >.
Acesso em: 2 de junho de 2014.
259
PESCA ITINERANTE: UM NOVO OLHAR SOBRE A ENGENHARIA DE PESCA
NO SERTÃO PERNAMBUCANO.
XAVIER, Missileny¹; OLIVEIRA, Rosana¹; IZABELA, Karen¹; ALCOFORADO,Vinícius¹ ;
VENTURA, Emerson¹. ; HILÁRIO, Tiago ¹; SILVA, Josevânio¹; NUNES, Lucas¹;
MARQUES, Ricácio¹; SILVA- CAVALCANTI, Jacqueline Santos².
¹ Graduando do curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal Rural de
Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada, membro do grupo PET-Engenharia de
Pesca UAST/UFRPE.
²Tutora do PET- Engenharia de PESCA da Universidade Federal Rural de Pernambuco,
Unidade Acadêmica de Serra Talhada
Introdução
A extensão universitária é redimensionada com ênfase na relação teoria-prática, na
perspectiva de uma relação dialógica entre universidade e sociedade, como oportunidade de
troca de saberes (JEZINE, 2004). Diante dessa nova visão de extensão universitária, esta
passa a se constituir parte integrante da dinâmica pedagógica curricular do processo de
formação e produção do conhecimento, envolvendo professores e alunos de forma dialógica,
promovendo a alteração da estrutura rígida dos cursos para uma flexibilidade curricular que
possibilite a formação crítica.
As ações de caráter extensionista devem ser consideradas indispensáveis na formação
do aluno petiano, na qualificação do professor e no intercâmbio com a sociedade, implicando
em relações multi, inter ou transdisciplinares e interprofissionais (SCHEIDEMANTEL et al,
2004). As principais vantagens das atividades de extensão são: prestação de serviços e
assistência; facilita a integração ensino-pesquisa-extensão; possibilita a integração
universidade-comunidade; possibilita a comunidade universitária conhecer a problemática
nacional e atuar na busca de soluções plausíveis, dentre outras.
A atividade Pesca Itinerante desenvolvida pelo PET de Engenharia de Pesca da
UFRPE- Unidade Acadêmica de Serra Talhada vem nesse contexto de levar a Universidade à
Escola, além de ser uma ferramenta de disseminação de conhecimento. O Pesca Itinerante
serve como instrumento de divulgação do curso, já que o mesmo ainda é de desconhecimento
de uma parcela da população serra talhadense e da região. A atividade vem mostrando qual o
260
papel do Engenheiro de Pesca, quais suas funções, suas áreas de atuação, levando essa cultura
da universidade para os futuros universitários. Tendo em vista o baixo conhecimento do curso
nessa região, essa ação vem com intuito de trazer novos ingressantes para a comunidade
acadêmica, com ênfase no curso de Engenharia de Pesca.
Objetivo
O presente trabalho objetivou apresentar os resultados das exposições itinerantes em
duas escolas do município de Serra Talhada – PET realizadas pelos petianos do Programa de
Educação Tutorial em Engenharia de Pesca (PET PESCA-UAST) para os alunos de escolas
secundaristas, dando ênfase no protagonismo universitário como meio de exteriorização do
curso de Engenharia de Pesca.
Metodologia
A atividade desenvolve-se a partir dos fundamentos de levar ao público de escolas
estaduais e municipais de ensino médio do município de Serra Talhada-PE, a vivência com os
petianos do curso de Engenharia de Pesca.
As visitas dos petianos a estas escolas são feitas com intuito de expor os resultados de
suas pesquisas individuais, principais áreas de atuação do curso de Engenharia de Pesca, o
mercado de trabalho, esclarecer as dúvidas dos alunos secundaristas sobre o curso, em
especial, o da Unidade Acadêmica de Serra Talhada.
Foram impressos banners explicativos com os temas: Geologia de Ambientes
Aquáticos, Limnologia, Técnicas de Pesca, Tecnologia do Pescado, Oceanografia e
Navegação, Carcinicultura, Biotecnologia aplicada na Engenharia de Pesca, Dinâmica de
Populações Pesqueiras, Ecologia e Extensão Rural. Os banners continham as informações
básicas da área e como o profissional engenheiro de pesca atua nessa área.
As visitas foram realizadas nos dias 17 e 22 de Agosto de 2013 nas escolas: Escola de
Referência em Ensino Médio Professor Adauto Carvalho (EREMPAC) e Escola Methódio de
Godoy Lima, respectivamente. Anterior à visita, a escola era visitada por um dos integrantes
do grupo PET Pesca para firmar contato com a direção e abertura do espaço para o grupo.
261
O primeiro momento com os alunos das escolas foi à realização de uma palestra
coletiva para a apresentação dos petianos e da atividade que seria desenvolvida, logo após
uma breve apresentação do curso de Engenharia de pesca e suas principais áreas: Tecnologia
do Pescado, Pesca-Captura, Aquicultura e Biotecnologia; Ainda nesse primeiro momento,
eram explicadas as formas de acesso ao Ensino Superior Público em especial à UFRPEUAST, e seus sistemas de cotas.
Ao final da palestra, os alunos eram convidados a se dirigirem para o pátio das escolas
e interagirem com os petianos. No pátio das escolas eram fixados cartazes com os temas
supracitados. Cada petiano ficava responsável por um banner e nesse segundo momento, eles
se dirigiam para o banner sob sua responsabilidade para interagir com o público-alvo e tirar
dúvidas.
Resultados e discussão
Na primeira exposição ocorrida na escola EREMPAC, o número de alunos atingidos
foram 450 alunos, apenas os alunos do 3º ano do ensino médio. Na segunda exposição, na
Escola Methódio de Godoy Lima estavam presentes 180 alunos também do último ano do
ensino médio. A ação do grupo PET finalizou com um total de 630 alunos nas duas
exposições. Para realização dessa atividade estiveram presente 10 e 9 petianos em cada
escola, respectivamente.
Projetos itinerantes vêm sendo desenvolvidos com caráter mais regional, com menor
repercussão, no entanto focados nas necessidades locais da população (FERREIRA, 2007). O
curso de Engenharia de Pesca é pouco conhecido e valorizado na região. Dessa maneira, a
atividade Pesca Itinerante é essencial para uma maior popularização do curso. Ainda segundo
Ferreira (2007), a visita de exposições itinerantes em escolas sempre são bem recebidas, e
suas ideias acolhidas de maneiras otimistas. Nessa perspectiva, a atividade Pesca Itinerante
vem confirmando essa visão, já que nas escolas visitadas houve um grande interesse por parte
dos alunos e professores. Estes sempre se mostravam atentos e curiosos às explicações do
petianos.
Quando comparado o número de alunos atingidos pela ação, foi notada uma
discrepância no número de alunos, em relação às duas escolas visitadas pelo grupo, onde a
262
primeira apresentou até três vezes mais alunos que a segunda. Acredita-se que essa
discrepância possa está relacionada com o turno da visita. Como a primeira escola foi visitada
nos períodos matutino e vespertino, e a segunda no horário noturno, a permanência por um
maior período na escola, bem como um maior número de alunos matriculados nos períodos
diurnos, podem ter influenciado no número total de alunos atingidos na ação.
Quando avaliada a ação pelos petianos, ficou claro foi unânime entre os mesmos, que
os alunos da escola visitada pela manhã e tarde, apresentaram maior interesse na ação do que
àqueles do turno noturno. Uma possível explicação para este fato é a diferença no perfil do
alunado contatado. Nos turnos, dentro dos diurnos, os alunos apresentavam menor idade,
dentro da faixa etária da série cursada e maior familiaridade com os termos referente à seleção
e ingresso ao ensino superior, algo não percebido entre os alunos do curso noturno. A maioria
dos alunos do curso noturno apresentava-se fora de faixa e viam a ação como uma forma de
“sair mais cedo” da aula. No entanto, na avaliação dos petianos, também foi enfatizada em
suas falas, que os professores tanto do turno da manhã, quanto da tarde, acharam a ação
essencial para popularização do curso na região, onde até eles não acreditavam que tinha
potencial pesqueiro.
Conclusão
Mediante os resultados apresentados neste trabalho, asseguramos que a ação Pesca
Itinerante contribuiu para a sociedade de forma a facilitar a interlocução da universidadecomunidade. Essa atividade permitiu a popularização do curso de Engenharia de Pesca,
implantado no sertão pernambucano, e incentivando os alunos secundaristas a descobrirem
novas áreas para sua escolha profissional.
A facilidade na realização da ação frente às escolas pode ser uma maneira de facilitar a
popularização de cursos pouco conhecidos em regiões onde o Ensino Superior foi
interiorizado, e por não fazer parte da cultura local, são pouco conhecidos e valorizados. Essa
difusão também auxilia na valorização profissional, recendo atenção e maior valorização entre
a população local. Recomenda-se essa atividade para outros grupos PETs do Brasil, por
desenvolver o protagonismo petiano frente as comunidades locais.
263
Essa atividade foi de suma importância para o entendimento do público sobre as
principais dúvidas da população: o que é Engenharia de Pesca? Por que um curso de
Engenharia de Pesca no sertão? Como anda o mercado desse profissional? E o que faz esse
profissional?. Como essa atividade teve um caráter de diálogo informal de alunos para alunos
proporcionou uma maior proximidade da escola com os universitários e com os temas
apresentados.
Referências
JEZINE, E. 2004. As Práticas Curriculares e a Extensão Universitária. Anais do 2º
Congresso Brasileiro de Extensão Universitária Belo Horizonte. Universidade Federal da
Paraíba – UFPB.
SCHEIDEMANTEL, S. E., KLEIN, R., TEXEIRA, L. I. 2004. A Importância da Extensão
Universitária: o Projeto Construir. Universidade Regional de Blumenau - FURB
FERREIRA, J. R. 2007. Ciência Móvel: Um Museu de Ciências Itinerante. X Reunión de
la Red de Popularización de la Ciencia y la Tecnología en América Latina y el Caribe (RED
POP - UNESCO) y IV Taller “Ciencia, Comunicación y Sociedad” San José, Costa Rica.
264
Produtividade de soja em função de doses de fertilizante nitrogenado na semeadura em
Dourados – MS
Carine Gonzatto¹; Eduardo Freitas Rodrigues¹; Evandro Fortuna¹; Fagner Frota¹; Ivan Vaz
Sanches¹; Leonardo da Silva Ramos¹; Natanael Borges Soares¹; Rafael Azevedo da Silva¹;
Renan Miranda Viero¹; Ricardo Fachinelli¹; Ricardo Oliveira dos Santos¹; Robson Ifran
Vilalba¹; Weslei Diniz Dalto¹; Paula Pinheiro Padovese Peixoto².
¹Acadêmico do curso de Agronomia-UFGD, Bolsista do grupo PET/Agronomia-UFGD
²Tutora do grupo PET/Agronomia-UFGD
Introdução
O Brasil é referência mundial em produção de soja, com perspectivas de se tornar o maior
produtor e exportador mundial nos próximos anos. A cultura é umas das mais importantes
para o país, sendo cultivada em uma área superior à 30 milhões de hectares, e com produção
de 86 milhões de toneladas na safra 2013/14 segundo a Conab (2014).
Além do elevado teor de óleo, a soja é constituída por aproximadamente 40% de proteína,
constituinte este que demanda grande quantidade de nitrogênio (N) para ser produzido.
Segundo Crispino et al. (2001), para se produzir 3000 kg de grãos de soja, são necessários
240 kg de N, sendo que mais de 80% deste total são exportados nos grãos e o restante
permanece nos restos culturais.
O nitrogênio utilizado pela soja é em grande parte obtido através de fixação biológica em
simbiose com bactérias Bradyrhizobium japonicum e B. elkanii, existindo também outras
fontes como: o N presente no solo, oriundo principalmente da decomposição da matéria
orgânica; fixação não-biológica, proveniente de descargas elétricas, combustão e vulcanismo;
e fertilizantes nitrogenados.
A adubação nitrogenada mineral é bastante onerosa, de acordo com Hungria et al. (2007) a
cultura se tornaria inviável ao produtor se toda a dose de N necessária fosse suprida por
fertilizantes sintéticos. Para contornar este problema, utiliza-se a inoculação das sementes de
soja com bactérias fixadoras de nitrogênio, a um custo baixo e capaz de suprir toda a
necessidade de N da cultura.
Apesar de a pesquisa ter demonstrado que a adubação nitrogenada não se converte em
aumentos de produtividade, segundo Pereira et al. (2010), existem situações em que se aplica
265
o nutriente com o objetivo de suprir as necessidades da planta até que a FBN (fixação
biológica de nitrogênio) seja estabelecida.
Objetivos
Verificar se a adubação nitrogenada na semeadura da soja interfere na produtividade da
cultura.
Metodologia
O experimento foi realizado em condições de campo na Fazenda Experimental de Ciências
Agrárias (FAECA) da Universidade Federal da Grande Dourados, situada sob a latitude 22°14’S
e longitude 54°49’W e 452 m de altitude, em solo classificado como LATOSSOLO VERMELHO
Distroférrico.
O delineamento experimental foi blocos casualizados, com 8 tratamentos e 4 repetições, totalizando 32
parcelas experimentais. Os tratamentos analisados foram as doses de nitrogênio, sendo T1 = 0, T2 = 6,
T3 = 12, T4 = 18, T5 = 24, T6 = 30, T7 = 36 e T8 = 200 kg de nitrogênio ha-1, todos com inoculação
de Bradyrhizobium sp nas sementes.
Cada parcela foi representada por sete fileiras de soja espaçadas 0,45 e com 5 metros de
comprimento cada uma, sendo que para determinação da produtividade foram colhidos
somente quatro metros das três linhas centrais, gerando uma área útil de 5,4 m2.
A semeadura foi realizada por semeadora pneumática no dia 19 de outubro de 2013, com
sementes tratadas com Piraclostrobin + Tiofanato Metílico + Fipronil, Cobalto + Molibdênio
e posteriormente inoculadas com inoculante líquido contendo Bradyrhizobium sp., estirpes
Semia 5019 e Semia 5079, na dose de 3 ml kg-1 de semente.
A cultivar utilizada foi a BMX Potência, com densidade de 265.000 plantas ha-1, adubada com
320 kg ha-1 da fórmula 00-20-20, aplicada no sulco de semeadura.
Para aplicação dos tratamentos foi utilizada como fonte de nitrogênio a uréia (45% N),
realizando-se logo após a semeadura a abertura de um sulco nas entrelinhas, aplicando-se as
doses de nitrogênio manualmente e fechando-se os sulcos para evitar perdas.
O controle de pragas, doenças e plantas daninhas foi realizado, sempre que necessário, com
produtos recomendados para a cultura.
A colheita foi realizada manualmente, no dia 19 de fevereiro de 2014. As plantas foram
colhidas inteiras e posteriormente trilhadas com o auxílio de uma trilhadora estacionária. Foi
266
determinada a umidade, a massa de cem grãos e a produção (massa total) de grãos de cada
parcela, que posteriormente foi convertida para produção em kg ha-1 à umidade de 13%
através da fórmula:
Kg/ha = [(100-US)*PP]/[(100-13)*(AP/10)],
Onde:
US: umidade atual dos grãos;
PP: massa da parcela em kg;
AP: área útil da parcela em m2.
Os dados foram submetidos ao teste F e analisados pelo de teste Duncan.
Resultados e discussão
As produtividades médias dos tratamentos, em kg ha-1, foram: T1 = 2174,43; T2 = 2286,86;
T3 = 2415,81; T4 = 2388,83; T5 = 2417,86; T6 = 2436,31; T7 = 2639,89 e T8 = 2430,81.
A produtividade da testemunha foi menor em relação aos tratamentos com aplicação de
nitrogênio. As médias de produtividade dos tratamentos apresentaram tendência de aumento
com as doses crescentes de nitrogênio, mas apenas o tratamento 7, com 36 kg de nitrogênio
por ha-1, diferiu estatisticamente da testemunha, com produtividade de 2639,89 kg ha-1, o que
representa um aumento de 21,4% na produtividade.
O aumento de produtividade da cultura com as doses crescentes de nitrogênio pode estar
relacionada ao melhor desenvolvimento inicial, tanto da parte aérea quanto das raízes das
plantas, proporcionando maior possibilidade de absorção de água no período de déficit hídrico
pelo qual a cultura passou em seu estágio vegetativo. Segundo Uhry (2010), nos experimentos
onde ocorre algum tipo de restrição ambiental para o desenvolvimento da cultura, como
semeadura tardia, cultivares de ciclo muito curto, baixas temperaturas, déficit hídrico, entre
outros, pode haver efeito positivo da adubação nitrogenada na produtividade da soja.
Observou-se tendência de redução na produtividade do tratamento 8 em relação as melhores
médias do experimento. Segundo Barbo (1979), as possíveis causas da redução de
produtividade quando aplicadas doses elevadas de nitrogênio são: inibição da nodulação nas
raízes, redução na quantidade de nitrogênio fixada pelos nódulos, menor utilização pelas
plantas do nitrogênio mineral em relação ao liberado pela matéria orgânica, melhor
aproveitamento da forma de nitrogênio fornecida pela simbiose em comparação ao nitrogênio
mineral aplicado.
267
A massa de cem grãos apresentou médias, em gramas, de: T1 = 14,63; T2 = 15,17; T3 =
15,06; T4 = 15,48; T5 = 15,07; T6 = 15,27; T7 = 14,78 e T8 = 14,98. Este componente de
produtividade da cultura não sofreu interferência significativa em relação à aplicação de
nitrogênio na semeadura da cultura. De acordo com Navarro Júnior e Costa (2002), a massa
média de grãos é geneticamente determinada, mas sofre influência do ambiente de produção.
Silva et al (2001) também não observaram efeito significativo da aplicação de até 40 kg de
nitrogênio ha-1 sobre a massa de cem grãos de soja.
Conclusão
A aplicação de 36 kg de nitrogênio ha-1 aumentou a produtividade da soja em 21,4 % em
relação ao tratamento sem adubação mineral. A massa de cem grãos não foi afetada pelo
fornecimento de nitrogênio na semeadura da cultura.
Referências
BARBO, C. V. S. Adubação nitrogenada em soja: usar ou não. Dourados: EmbrapaUEPAE, 1979. Disponível em: <http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/handle/doc/234762>.
Acesso em: 18 maio 2014.
COMPAHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO – CONAB. Acompanhamento de safra
brasileiro: oitavo levantamento, maio 2014. Brasília, 2014, 92 p. Disponível em:
<http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/14_05_08_10_11_00_boletim_graos_
maio_2014.pdf>. Acesso em: 20 maio 2014.
CRISPINO, C. C.; FRANCHINI, J. C. ; MORAES, J. Z.; SIBALDELLE, R. N. R.;
LOUREIRO, M. de F.; SANTOS, E. N. dos; CAMPO, R. J.; HUNGRIA, M. Adubação
nitrogenada na cultura da soja. Londrina: Embrapa Soja, 2001. (Embrapa Soja. Comunicado
Técnico, 75).
HUNGRIA, M.; CAMPO, R. J.; MENDES, I. C; A importância do processo de fixação
biológica do nitrogênio para a cultura da soja: componente essencial para a competitividade
do produto brasileiro. Londrina: Embrapa Soja, 2007. (Embrapa soja. Documentos 283).
NAVARRO JÚNIOR, H. M.; COSTA, J. A. Contribuição relativa dos componentes de
rendimento para produção de grãos de soja. Brasília: Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.
37, n. 3, p. 269-274, 2002.
PEREIRA, V. J.; RODRIGUES, J. F.; GOMES FILHO, R. R.; REIS, J. M. R.
Comportamento da soja (Glycine max (L.) Merrill) submetida a adubação nitrogenada de
plantio. Goiânia: Enciclopédia Biosfera, v. 6, n. 10, p. 1-5, 2010.
268
SILVA, A. F.; CARVALHO, M. A. C.; SCHONINGER, E. L.; MONTEIRO, S.; CAIONE,
S.; SANTOS, P. A. Doses de inoculante e nitrogênio na semeadura da soja em áreas de
primeiro cultivo. Uberlândia: Bioscience Journal, v. 27, n. 3, p. 404-412, 2011.
UHRY, D. Adubação nitrogenada e densidade de semeadura em soja. 2010. 60f.
Dissertação (mestrado) – Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal de Santa Maria,
Santa Maria, 2010.
269
INICIAÇÃO AO UNIVERSO ACADÊMICO PELA TUTORIA DO PROGRAMA DE
EDUCAÇÃO TUTORIAL (PET) ECONOMIA DOMÉSTICA: OFICINAS
EDUCATIVAS AOS RECÉM-INGRESSOS
Autores: Socorro Vieira da Silva 1; Francisco Robério da Silva Marques ¹; Sande Maria
Gurgel D’Ávila²; Ana Beatriz de M. Holanda ¹; Aline do L. dos Santos ¹; Ana Luiza C. de
Oliveira ¹; Dalilia M. Cardoso ¹; Antonia Morgana M. Carvalho ¹; Karithas Shelly L. Alves ¹;
Karoline Teixeira da Silva ¹; Mázida B. de Lima¹; Tarcísio Antonio F. da S. Rocha¹; Uly
Alves Moreira¹.
Tutora: Sande Maria Gurgel D’Ávila2
Introdução
O Programa de Educação Tutorial - PET do Curso de Graduação em Economia Doméstica da
Universidade Federal do Ceará - UFC, iniciou suas atividades em 2009 e vem desde então
desenvolvendo ações de ensino, pesquisa e extensão buscando sempre a integração entre as
atividades no âmbito acadêmico e com a comunidade. No primeiro semestre de 2014, entre as
atividades planejadas, o PET Economia Doméstica realizou oficinas educativas tendo como
público os calouros/recém-ingressos do curso de Graduação em Economia Doméstica.
As oficinas educativas tem se apresentado como um espaço profícuo para transmissão e troca
de conhecimentos, para vivência da inter e transdisciplinaridade; num processo ativo de
transformação recíproca entre sujeito e objeto; um caminho com alternativas que nos
aproximam progressivamente do objeto a conhecer. (CUBERES, 1989 apud VIEIRA;
VOLQUIND, 2002).
As oficinas buscaram a interdisciplinaridade e a integração dos petianos com os discentes
recém-ingressos, oportunizando assim, a troca de saberes por meio de uma metodologia de
ensino-aprendizagem participativa. Os temas abordados nas oficinas estão relacionados às
unidades curriculares do curso, tais como: Educação e Segurança Alimentar e Nutricional,
1
Graduandos (as) do curso de Economia Doméstica da Universidade Federal do Ceará - UFC, bolsistas do
Programa de Educação Tutorial – PET Economia Doméstica;
² Professora Doutora - Adjunta III do Departamento de Economia Doméstica da UFC, Tutora do PET Economia
Doméstica UFC.
270
Estudos do Consumo, Estudos e Relações de Gênero, Vestuário e Moda, Cotidiano Familiar e
Lazer, etc.
Este trabalho apresenta o relato de uma das oficinas realizadas com estudantes do 1º semestre
do curso de Economia Doméstica em integração com as disciplinas Fundamentos de
Economia Doméstica e Educação Sanitária. A disciplina Fundamentos de Economia
Doméstica objetiva transmitir conhecimentos sobre a origem do ensino de Economia
Doméstica no mundo e no Brasil, a formação recebida e a atuação do profissional no mercado
de trabalho, além de debates sobre temas da atualidade abordados com mais detalhes nas
disciplinas do curso.
A disciplina Educação Sanitária traz a preocupação com a educação em saúde atuando sobre o
conhecimento das pessoas para que elas desenvolvam juízo crítico e capacidade de
intervenção sobre suas vidas e sobre o ambiente com o qual interagem. A oficina em questão
teve por tema “Amor e sexo: um diálogo entre desejos e conceitos”. A escolha desse tema se
deu por este ser um assunto pertinente e por ser ainda cercado de pudores e preconceitos na
sociedade. Essa atividade dentro da disciplina Fundamentos de Economia Doméstica para a
inserção dos recém-ingressos no projeto de tutoria se mostrou oportuna por ser a primeira que
trata mais especificamente de temas relacionados à vida cotidiana de indivíduos, grupos,
famílias e comunidades, discutindo questões de gênero e sexualidade. Diante da perspectiva
de integração de conhecimentos entre duas disciplinas do curso de Economia Doméstica com
as ações do PET, foi feita a articulação para a elaboração e realização dessa oficina buscando
naturalizar o debate sobre as questões amorosas e sexuais entre jovens.
Objetivos
Proporcionar aos petianos e estudantes recém-ingressos no curso de graduação em Economia
Doméstica um espaço para reflexão troca de conhecimentos e experiências sobre temas
abordados em algumas disciplinas presentes na matriz curricular do curso de graduação em
Economia Doméstica.
Metodologia
Durante o planejamento das oficinas os petianos foram divididos em subgrupos, onde cada
subgrupo ficou responsável por escolher temáticas específicas, relacionadas a setores de
estudos
do
curso
de
Economia
Doméstica,
para
serem realizadas
no
âmbito
universitário/acadêmico e em comunidades do entorno do Campus do Pici – Universidade
Federal do Ceará.
271
Paralelo ao planejamento os petianos, entraram em contato com docentes de disciplinas
relacionadas ao tema, buscando parcerias e orientações necessárias para se trabalhar a
temática. Também foi articulado com os docentes a data e horário para a realização das
oficinas.
Foram realizadas duas oficinas com a temática "Amor e sexo: um diálogo entre conceitos e
desejos" abordando tanto as questões sentimentais e sexuais, como também as relações de
gênero, eixo de estudo do curso.
As oficinas foram divididas em três momentos. No primeiro houve a integração dos petianos
facilitadores com o grupo, por meio das dinâmicas de apresentação e de integração abordando
a temática central. No segundo momento, realizou-se uma roda de conversa para discussão do
tema, a fim de trazer ao grupo o conhecimento prévio dos participantes a respeito do assunto.
Por último, com a utilização de recursos audiovisuais realizou-se uma exposição dialogada,
apoiada em referências bibliográficas sobre o assunto.
A metodologia utilizada nas oficinas buscou promover um diálogo entre os conhecimentos
dos calouros com conceitos de pesquisadores do assunto, pois segundo Vieira (2002), a teoria
surge como uma necessidade para esclarecer a prática. Esta ação possibilita um processo
educativo composto de sensibilização, compreensão, reflexão, análise, ação, avaliação.
(FIGUEIRÊDO et al, 2006).
Resultados e discussão
A realização de oficinas propicia espaço para aprender com dinamismo. Isto ocorre, pois,
existe uma cumplicidade entre os alunos, o professor e o recurso institucional, permitindo a
construção do conhecimento. (VIEIRA e VOLQUIND, 2002).
As etapas em que foram dividas as oficinas e os mecanismos utilizados para sua realização
contribuíram para a participação ativa dos(as) calouros(as) durante as explanações. Este é um
resultado positivo da oficina, pois esta se caracteriza como um espaço de construção coletiva
do conhecimento, de análise da realidade, de um confronto e troca de experiências.
(CANDAU, 1995 apud FIGUEIRÊDO et al, 2006).
A realização desta atividade integradora entre PET, docentes e calouros efetivou a proposta da
educação tutorial, uma vez que a tutoria justifica-se e se consolida, fundamentalmente, pela
possibilidade de elaborar coletiva e criticamente as experiências de aprendizagem, como
oportunidade ímpar para que docentes e discentes se articulem de forma efetiva e organizada
para conhecer e produzir conhecimento. (MARTINS [201-?]).
272
Nesta perspectiva percebe-se a importância da tutoria, assim como a integração do PET com
as demais atividades acadêmicas, visando assim a oportunidade dos petianos e demais
discentes do curso vivenciarem experiências complementares à formação acadêmica de forma
dinâmica e participativa.
Conclusão
A realização de oficinas educativas com discentes recém-ingressos do curso de Economia
Doméstica proporcionou aos petianos a oportunidade de integrar conteúdos teórico-práticos a
partir da inter-relação entre as disciplinas e as ações do programa. Ressalta-se que esta
parceria entre o PET e os docentes será fortalecida, pois os calouros participantes das oficinas
solicitaram mais atividades como esta, com temáticas complementares à formação acadêmica.
Referências
FIGUEIRÊDO M.A.C.; et al Metodologia de oficina pedagógica: uma experiência de
extensão com crianças e adolescentes. Revista Eletrônica Extensão Cidadã, v. 2 (2006).
Disponível em:
http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/extensaocidada/article/view/1349/1022> Acesso em:
31 mai 2014.
MARTINS, I. L.; Educação Tutorial no ensino presencial - uma análise sobre o PET.
Disponível em <http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/PET/pet_texto_iv.pdf> Acesso
em: 29 mai 2014.
VIEIRA, E.; VOLQUIND, L.. Oficinas de ensino: o quê? Por quê? Como?. 4 ed. - Porto
Alegre: Edipucrs, 2002.
273
Projeto Galpão cidadão em Lavras-MG – A inclusão digital ao alcance de todos.
Ronnie Tomaz Pereira¹; Aline Cesar de Lira¹; Guilherme Serrano¹; Gabriel Mendes Villela¹;
Ana Carolina Silva Prestes¹; Larissa Souza Coelho¹; Cristiane Ferreira Andrade¹; Ana Luisa
Ribeiro Teresani¹; Éder Lucas Corrêa dos Santos¹; Gustavo Pinto Rezende¹; Marcelo
Machado Ferreira¹; Nicoly Maria Romeiro Lombardi¹; Tuani Sales Torres¹; Victor Hugo
Silva Souza¹; Arthur Henrique Cruvinel¹; Felipe Goulart de Quiroz¹; Paulo Henrique Leite
Machado¹; Luiz Antônio de Bastos Andrade².
¹ ²Universidade Federal de Lavras
Introdução
O Desenvolvimento da sociedade ao longo dos séculos nos levou ao que conhecemos hoje
por era da digitalização e alto fluxo de informações. Frente a essas transformações temos
como ícones os microcomputadores e a internet, esses novos conceitos mudaram nosso
cotidiano.Junto à isso nasceu o que se denomina de sociedade da informação, ao mesmo
tempo que restringiu a sociedade de menor poder aquisitivo o acesso à essas novas
tecnologias (Mattos & Chagas, 2008).
Atualmente o processo de inclusão digital no país vem a cada ano atenuando as
desigualdades de acesso à esses meios de informação, dados da diretoria de pesquisa do IBGE
(2011) revelam um crescimento de 6,2% no acesso à internet para pessoas da região Sudeste
cuja renda esteve entre 25% e 50% do salário mínimo, no período de 2009 a 2011, enquanto a
média do país cresceu 3,1% para a mesma faixa de renda.
O projeto Galpão Cidadão pertence à Fundação Padre Dehon cuja presidente é Talestre Maria
do Carmo Mário.Trata-se de um centro social na cidade de Lavras-MG, que tem como ideais
a qualificação profissional, inclusão social e incentivo à cultura das comunidades carentes da
cidade.O projeto recentemente recebeu 2ª colocação no Troféu Assis Chateaubriand de
responsabilidade social, concedidos pela UNIFENAS e TV Alterosa.
Objetivos
A Iniciativa de aderir ao projeto com a proposta de atuar na inclusão digital teve como
objetivo a atuação direta como modificador de realidades sociais, afim de apoiar a capacitação
de crianças, jovens e adultos à utilizarem o microcomputador em suas funções essenciais e
274
uso básico da internet, familiarizando-se com o ato de digitar, elaborar textos, modificar
configurações básicas do sistema, realizar uma pesquisa na internet, utilizar serviços de email,
dentre outras funções, inserindo-lhes no desenvolvimento informacional, concretizando assim
o democrático acesso à informação ao qual está vinculado o conceito de incluir um cidadão
socialmente (Silva, Jambeiro, Lima, & Brandão, 2005).
Esse trabalho teve também como meta a otimização da oratória e capacidade didática e de
comunicação dos integrantes do grupo Pet Agronomia, inserindo os mesmos na área de
ensino.
Metodologia
A Participação do grupo PET Agronomia da UFLA no projeto se deu por atividade
voluntária no período de novembro de 2013 à Fevereiro de 2014, consistindo em dois dias de
aulas semanais por turma, criando-se duas turmas divididas por faixa etária, crianças e jovens
e o grupo adulto, os petianos, atuavam como tutores nas atividades na qual um deles liderava
a aula do dia, totalizando um número médio de 5 petianos em cada aula, cada uma com
duração de 1 hora.
Foram Apresentadas as partes físicas de um microcomputador, assim como as terminologias
utilizadas, abordou-se o histórico de surgimento e seus inúmeros usos atualmente. Utilizando
o sistema operacional Windows XP os participantes aprenderam configurações básicas,
personalização, bem como o uso de software de elaboração e formatação de textos, além de
pesquisas na internet e uso de serviços de comunicação como email.
Resultados e discussão
A Atividade teve boa aceitação dos participantes beneficiados, comprovados pela procura da
comunidade pelo curso, bem como o interesse da presidente da Fundação Padre Dehon em dar
continuidade ao projeto.
O incentivo à apropriação e uso das TIC´s pelas diferentes camadas sociais tem sua
contribuição no processo de redução das desigualdades sociais, o que levou o grupo PET
Agronomia à realizar a atividade na área de tecnologia da informação e comunicação social,
gerando uma visão holística dos campos de atuação.
O grupo considerou ainda muito positivo aprendizados relacionados à rotina de trabalho,
planejamento semanal de aulas, bem como a atuação direta na realidade das comunidades
atingidas, outro ponto em questão foi o desenvolvimento da capacidade de estar lidando com
275
os diferentes níveis e ritmos de aprendizado de cada participante, e a linguagem adequada
para se abordar os temas que os participantes ainda tinham pouco contato.
Conclusão
Projetos Sociais como esse são de essencial validade para o país, uma vez quem vem a
garantir um direito fundamental a todo cidadão, previsto na LEI Nº 12.527, DE 18 DE
NOVEMBRO DE 2011, o acesso à informação. Apesar no crescimento do uso da internet
tanto no país quanto nas regiões em particular, estudos mostram que ainda é preciso
implementação de políticas públicas efetivas e projetos que garantam além do acesso a
capacitação em utilização das novas ferramentas digitais (Mattos & Chagas, 2008).
Referências
(IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios 2005/2011, 2011)
MATTOS, Fernando Augusto Mansor de; CHAGAS, Gleison José do Nascimento. Desafios
para a inclusão digital no Brasil. Perspect. ciênc. inf., Belo Horizonte , v. 13, n. 1, Apr. 2008
.
Available
from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
99362008000100006&lng=en&nrm=iso>.
access
on
02
June
2014.
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-99362008000100006.
SILVA, Helena et al . Inclusão digital e educação para a competência informacional: uma
questão de ética e cidadania. Ci. Inf., Brasília , v. 34, n. 1, Jan. 2005 .
Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010019652005000100004&lng=en&nrm=iso>.
access
http://dx.doi.org/10.1590/S0100-19652005000100004.
276
on
02
June
2014.
Expectativas e percepções dos acadêmicos do Curso de Agronomia - UFSM sobre as
Disciplinas Complementares de Graduação
Jover da Silva Alves¹; Beatriz Almeida Barboza¹; Priscila Barbieri Zini¹; Bruno Catapan
Rampazzo¹; Cristiano Heitor Costa Curta¹; Fábio Henrique Gebert¹; Fábio Miguel Führ¹;
Gabriela Descovi Milanesi¹; Jacson Zuhl¹; Jaini Piovesan dos Santos¹; Jonas Rodrigo
Henckes¹; Kelin Pribs Bexaira¹; Moisés Boschetti¹; Nathália Brum Herbstrith¹; Maristela
Rodrigues¹; Thomé Lovato ².
¹Acadêmico do curso de Agronomia na Universidade Federal de Santa Maria/ Membro Grupo PET- Agronomia.
² Tutor PET- Agronomia
Introdução
A educação, além de ser um direito fundamental à humanidade, é a principal forma de
alavancar o desenvolvimento de um país, bem como proporcionar desenvolvimento pessoal a
qualquer indivíduo. Os órgãos de educação contribuem para que esse processo ocorra de
forma eficiente, formando profissionais que cumpram com sua função social e que colaborem
com a comunidade em geral, suprindo assim as necessidades do país. Nesse contexto, a
educação universitária no Brasil é responsável por formar profissionais e atuar como
emancipadora social e promotora do desenvolvimento. Não obstante, é de extrema
importância que seus meios de ensino funcionem para que esse objetivo seja alcançado.
Para isto, são lançados métodos a fim de que a educação se dê de forma mais dinâmica e
eficiente. Assim, além das disciplinas tradicionais oferecidas na maioria das universidades,
alguns cursos superiores incluíram em seus currículos disciplinas profissionalizantes
específicas, conhecidas como disciplinas complementares de graduação (DCGs). Estas têm
por objetivo o aperfeiçoamento dos profissionais em áreas específicas do conhecimento,
adaptando o acadêmico à realidade socioeconômica e cultural em que está ou irá se inserir,
especialmente no mercado de trabalho.
Esse é o caso do Curso de Agronomia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Essas disciplinas são destinadas para todos acadêmicos, com prioridade aos que cursarão o
10º semestre e tem carga horária mínima de 390 horas, realizando uma integração com as
diversas áreas de conhecimento do curso, onde o aluno pode escolher uma determinada área
de conhecimento para focar seus estudos (COORDAGRO, 2012). As DCGs são cursadas após
277
o Estágio Supervisionado, onde o acadêmico pôde identificar suas necessidades específicas e,
desse modo, buscará supri-las de maneira concreta através do auxílio das disciplinas que
cursará no último semestre antes de formar-se e definitivamente ingressar no mercado de
trabalho.
Objetivos
Com abrangência nacional, o Programa de Educação Tutorial (PET) tem a missão de
atuar em cursos superiores visando melhorar a qualidade destes, além de integrar pesquisa,
ensino e extensão (MEC, 2012). Portanto, o presente trabalho objetivou descobrir a satisfação
e as expectativas dos acadêmicos do quinto, sexto, sétimo e oitavo semestres do Curso de
Agronomia da Universidade Federal de Santa Maria em relação às Disciplinas
Complementares de Graduação (DCGs) ofertadas pela instituição. A pesquisa foi efetuada nos
anos de 2011 e 2014 com o intuito de identificar a eficiência do projeto, bem como realizar
um comparativo entre os resultados obtidos em cada ano, a fim de acompanhar a opinião dos
acadêmicos e a evolução do curso.
Metodologia
O presente trabalho foi realizado pelo Grupo PET-Agronomia na UFSM - Campus de Santa
Maria, região central do estado do Rio Grande do Sul, juntamente com apoio da Coordenação
do Curso de Agronomia. Foram aplicados questionários para os alunos do quinto, sexto,
sétimo e oitavo semestres do curso, no primeiro semestre dos anos letivos de 2011 e 2014. As
perguntas foram referentes às expectativas e percepções das Disciplinas Complementares de
Graduação (DCGs) que são ofertadas todos os semestres à comunidade acadêmica do Curso
de Agronomia, com prioridade para os alunos do décimo semestre. O questionário foi
composto por 13 questões: “1- Você conhece quais são as DCGs oferecidas pelo Curso?; 2Quais assuntos você gostaria que as DCGs oferecidas pelo Curso de Agronomia
abrangessem?; 3- Existe(m) DCG(s) com alguma relação com esse(s) assunto(s)?; 4- Você já
tentou matricular-se em alguma(s) DCG(s) do Curso de Agronomia?; 5- Se a resposta da
questão anterior foi SIM, qual o motivo que levou a procurar matricular-se na(s) DCG(s)?; 6Se a resposta da questão 4 foi SIM, você conseguiu efetuar sua matrícula na(s) DCG(s)?; 7Se a resposta da questão anterior foi NÃO, qual motivo pelo qual você não conseguiu efetuar
278
sua matrícula?; 8- Em sua opinião, qual é o principal objetivo das DCGs no Projeto Político
Pedagógico do Curso?; 9- As DCGs que você gostaria de cursar atingem esse objetivo?; 10Quais os departamento que você considera que oferecem DCGs e vagas em número
suficiente?; 11- Quais os departamento que você considera que oferecem DCGs e vagas em
número inferior à necessidade do Curso?; 12- Você considera adequado o estágio curricular
supervisionado em Agronomia no 9º semestre?; 13- Você considera adequado oferecer as
DCGs no 10º semestre?”.
A tabulação dos dados foi feita através de soma simples. A malha amostral foi de
aproximadamente 20% dos alunos de cada respectivo semestre. O trabalho ainda encontra-se
em andamento. Com a obtenção dos dados finais, os mesmos serão encaminhados ao
colegiado do Curso de Agronomia para proporcionar bases teóricas, e assim, contribuir com a
reforma curricular do Curso.
Resultados e discussão
Através dos questionários aplicados aos estudantes do Curso de agronomia, observou-se que
77% dos alunos conhecem quais são as DCGs ofertadas. A maior procura por estas disciplinas
concentra-se nos alunos do 8° semestre, sendo que a procura inicia, principalmente, a partir
do 6° semestre. Os principais motivos que levam os estudantes a se matricularem nas DCGs,
são a oportunidade de antecipar parte da carga horária do 10° semestre, já que o mesmo é
destinado para a realização das DCGs e TCC, e também por demonstrarem algum interesse
por algumas das disciplinas.
A malha de estudantes abordados ressaltou a necessidade de serem ofertadas mais DCGs nas
áreas da defesa fitossanitária, agricultura de precisão, culturas anuais, mecanização,
tecnologia agrícola e assuntos técnicos e práticos relacionados com a realidade enfrentada
pelo engenheiro agrônomo no mercado de trabalho. Outra questão tratada foi a preferência
dos estudantes pelo período em que as DCGs e o Estágio são oferecidos. Os dados mostraram
que 79% não querem estágio no 9° semestre e 90% são contrários as DCGs serem ofertadas
somente no 10° semestre.
Conclusão
Os principais assuntos sugeridos às DCGs são sobre tecnologias no campo e culturas anuais,
dando suporte para soluções aos gargalos técnicos e socioeconômicos atualmente enfrentados
279
pela agricultura. Alguns departamentos têm ofertado disciplinas, porém, estas não são
suficientes em número de vagas visto a importância para atuação futura do engenheiro
agrônomo. A realização do estágio curricular obrigatório no 9º semestre e a oferta de DCGs
somente no 10º semestre possui reprovação de 79% e 90% pelos alunos, respectivamente,
destacando assim a importância de uma reformulação curricular.
Referências
MEC. Programa de Educação Tutorial. Ministério de Educação e Cultura. Brasil. 2012.
Acesso em: 24 de junho de 2012. Disponível
em:<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12223&Item
id=480>.
COORDAGRO. Projeto Político Pedagógico do Curso de Agronomia - UFSM.
Coordenação do Curso de Agronomia. Universidade Federal de Santa Maria. 2012. Acesso
em:
24
de
junho
de
2012.
Disponível
em:
<http://w3.ufsm.br/agronomia/index.php?option=com_content&task=view&id=13&Itemid=2
7>.
280
HORTA DIDÁTICA: agregando mais sabor e qualidade de vida a crianças assistidas
socialmente
EDHIELLE VANESSA DE LIMA SOARES1; CARLA CUPERTINO MARINHO1;
IZABELLA VICTORIANO DE SOUZA1; ANDREWS SANCHES LATORRE1;
CAROLINA RISSI1; CESAR HENRIQUE DE JESUS1; PAULO ANDRÉ FERNANDES1;
ANTONIONI POLIZEL GUASTALI1; WILSON JOSÉ DE OLIVEIRA SOUZA2.
INTRODUÇÃO
O projeto de implantação de hortas comunitárias e escolares constitui instrumento de
auxilio na promoção de hábitos e comportamentos alimentares saudáveis que permite o
resgate da cultura alimentar brasileira, ao introduzir alimentos de diferentes regiões do Brasil
e constituem prática agroecológica que vem sendo inserida na agenda das políticas públicas
do país (IRALA e FERNANDEZ, 2001). O projeto Implantação de Horta didática pelo Grupo
PET Agro Registro está sendo desenvolvido em instituições como a Casa Criança Futuro
Feliz (CRIFF) e de Apoio Menor Esperança (AME), que estão localizados na cidade Registro,
região Sul do Estado de São Paulo. A Casa Criança Futuro Feliz vem prestando relevantes
serviços ao município, dedicando-se ao abrigo e atendimento digno das crianças submetidas a
maus tratos e abandonadas, com idade entre onze meses até onze anos. A instituição AME,
presta assistência à população infantil e infanto-juvenil local, em situação de vulnerabilidade
social, desenvolvendo atividades complementares utilizando métodos de arte-educação e de
educação de valores, com crianças e adolescentes entre sete a dezessete anos de ambos os
sexos.
Com intuito de propagar os conhecimentos de cultivo de hortaliças para o
enriquecimento nutricional destas crianças e adolescentes, bem como a utilização de técnicas
interdisciplinares, ensinar a planejar, implantar e manter ecossistemas produtivos, realizar a
reeducação alimentar, ensinando o valor nutricional dos vegetais e introduzir educação
ambiental, construindo a noção de equilíbrio do meio ambiente é fundamental para
sustentabilidade do nosso planeta (IRALA e FERNANDEZ, 2001).
1
Discente, Agronomia, Unesp - SP, bolsista PETAgro Registro;
Doutor, Docente de Mecânica e Máquinas Agrícolas, Mecanização Agrícola e Plantio Direto na UNESP –
Campus de Registro. Tutor do Grupo PET Agro Registro.
2
281
O presente projeto teve como objetivos ensinar, com uso de aulas teóricas e práticas,
conceitos que provoquem nas crianças, a reflexão sobre a necessidade de mudanças dos
hábitos relacionados à preservação ambiental e educação nutricional por meio da valorização
do meio rural via Horticultura. Incentivando a introdução do sistema nas Instituições como
ganho econômico e social.
METODOLOGIA
O grupo PET Agro Registro, em uma visita realizada junto às instituições Casa
Criança Feliz (CRIF) e Apoio Menor Esperança (AME), notou-se a grande importância de
uma complementação nutricional nas refeições destas crianças e adolescentes, aliada as
condições que as áreas apresentavam para a realização de aulas práticas de instalação de
hortas didáticas. Na primeira etapa, escolheu-se o local onde seriam desenvolvidas as aulas
práticas e a implantação da horta, seguindo com o preparo do solo. Na segunda etapa foram
elaboradas aulas teóricas e práticas para cada instituição, visando o público de cada entidade.
Para a AME foram elaboradas aulas baseadas em materiais didáticos já utilizados para
estes fins, que abrangem conhecimentos gerais de ciências aplicadas, como a utilização de
técnicas de manejo sustentáveis, além da utilização de outros instrumentos culturais, como
música, pintura e informática, com intuito de facilitar o aprendizado. Foram elaboradas
atividades de sensibilização, proporcionando a interação entre as crianças e o assunto
proposto, incluindo o “Dia da feira”, que permitiu às crianças realizar o reconhecimento de
frutas e hortaliças, bem como degustá-las nas formas in natura, de suco, de preparados e
tortas.
Para a CRIF foram elaboradas aulas voltadas para prática, utilizando recursos
ilustrativos e oficina culinária para o aprendizado, já que o público de interesse possui menor
grau de escolaridade e as crianças apresentam menor faixa etária. Como complementação
didática, torna-se de grande importância que essas informações sejam oferecidas por meio de
uma cartilha com orientações claras, de linguagem fácil e breve. Desta maneira, utilizando
uma ferramenta disponível na internet gratuitamente, denominado "Toondoo", foi possível
criar desenhos animados descrevendo passo a passo, a implantação de uma horta, o que
fomenta o aprendizado destas crianças e adolescentes, servindo de complemento ao
aprendizado.
282
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As atividades educativas propostas para as entidades parceiras estão sendo realizadas
com êxito. Já na primeira atividade desenvolvida foi possível observar a interação entre
acolhidos e assistidos e o grupo PET, aproximando as relações do grupo com a entidade e
com as famílias, percebendo-se com isso, um grande interesse das crianças em aprender e
participar do projeto proposto.
Considerando a realização das atividades nas Instituições participantes do projeto, no
ano agrícola 2013/14, na AME foi possível utilizar uma área de 120m2, ocupadas com
canteiros (cultivados com alface, rúcula, cebolinha e salsinha) e pneus usados, nos quais se
cultivaram flores e plantas medicinais.
Durante a realização de 8 encontros, participaram em média, 15 alunos e três
profissionais da instituição. Considerando a metodologia proposta, pode-se desenvolver
atividades, do primeiro ao último encontro, envolvendo reconhecimento do local e
delimitação do espaço, apresentação teórica e prática sobre as partes das plantas, início da
instalação da horta didática, “Dia da feira” (com promoção do reconhecimento e degustação
de frutas e hortaliças pelas crianças), continuação na implantação de mudas de flores, plantas
medicinais e hortaliças, apresentação teórica e cuidados com a horta.
Na CRIF, a área conseguida para uso no projeto foi de aproximadamente 80m2 após a
limpeza, que foi ocupada com canteiros elevados, cultivados com alface, cebolinha, salsinha e
tomate, pneus usados, nos quais se cultivou alface, cebolinha e salsinha, além do emprego de
garrafas PET suspensas em armações de bambu amarradas com arame, com participação das
crianças e adolescentes, promovendo o “aprender-fazendo”. Durante os encontros, conseguiuse a participação, em média, de 11 crianças e dois profissionais da instituição, além da
participação de familiares, basicamente mães das crianças assistidas. Neste ponto, esperava-se
maior participação da família no projeto, acima da média de quatro mães que participaram dos
encontros. Entretanto, o comprometimento dos funcionários com o projeto foi positivo,
contribuindo com sua realização.
Durante a realização do trabalho, percebeu-se que as crianças e adolescentes
envolvidos no projeto se tornaram cada vez mais interessados no assunto e nas atividades. No
caso da AME, vem contribuindo com mais uma atividade formativa e agregadora de
conhecimento aos participantes, ampliando as possibilidades de minimizar o risco social.
As atividades realizadas na CRIF têm se mostrado muito proveitosas e gratificantes,
com a participação assídua das crianças e participação de algumas mães. Este caso, tem se
observado que é uma atividade muito atrativa para as crianças e adolescentes, especialmente
283
porque foram envolvidos com responsabilidades de cuidar da horta didática em duplas,
fortalecendo a ideia do trabalho em equipe e da responsabilidade.
Com as oficinas culinárias desenvolvidas, observou-se uma grande valorização do
alimento devido à ação participativa das crianças nos processos de produção de hortaliças,
incentivando o conhecimento e consumo de alimentos nutritivos. Assim, constata-se que um
dos principais papéis da implantação de hortas é promoção da segurança alimentar e
nutricional das crianças e da comunidade envolvida no contexto de direito humano à
alimentação adequada (CONSEA, 2004).
Identificou-se que no decorrer das aulas, as
crianças estão constantemente estimulando a coordenação motora, o que promoveu um
incentivo a leitura, desenvolvendo a habilidade da escrita. Durante as atividades lúdicas de
prática e sensibilização, pode-se observar que o trabalho em equipe permitiu a criação de um
vínculo e, consequentemente, o respeito entre os envolvidos. Além de ter proporcionado uma
interação entre as crianças e o assunto abordado, percebendo-se o melhor entendimento dos
alunos. Através da motivação e curiosidade das crianças pelo conhecimento houve um
desenvolvimento na computação, como fonte de pesquisa e aprendizagem.
CONCLUSÕES
Com o desenvolvimento do projeto, e diante dos resultados expostos pode-se concluir
que a realização de aulas teóricas aliadas à prática de produção de hortaliças, enfatizando o
trabalho em equipe constitui importante instrumento de aprendizagem e construção cultural
do indivíduo.
Permite o maior contato das crianças com a natureza, criando uma valorização e
preservação do meio em que vivem. Com a colheita das hortaliças, houve um enriquecimento
da merenda escolar com a inclusão de alimentos saudáveis na alimentação, promovendo
mudanças de hábitos alimentares de alunos e da comunidade escolar.
REFERÊNCIAS
CONSEA. Documento de conferência da II Conferência Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional. Brasília, DF: CONSEA, 2004.
IRALA, C. H.; FERNANDEZ, P. M. Manual para as escolas: a escola promovendo hábitos
alimentares saudáveis. Horta. Brasília, 2001.
284
ÀS MARGENS DO VELHO CHICO: uma viagem ao Semiárido Nordestino orientada
por um profissional petiano.
CESAR HENRIQUE DE JESUS1, ANDREWS SANCHES LATORRE1; ANTONIONI
POLIZEL GUASTALI1; EDHIELLE VANESSA DE LIMA SOARES1; CARLA
CUPERTINO MARINHO1; IZABELLA VICTORIANO DE SOUZA1; PAULO ANDRÉ
FERNANDES DOS SANTOS1; WILSON JOSÉ OLIVEIRA DE SOUZA2.
INTRODUÇÃO
O semiárido brasileiro possui características peculiares, fazendo com que esta região
seja de suma importância, desde ambiental, por possuir o único bioma exclusivamente
brasileiro (Caatinga), até o social, por ser uma das regiões que mostram um dos Índices de
Desenvolvimento Humano (IDH) mais baixos dentro do território brasileiro, devido as suas
frequentes e fortes secas.
Como sua principal bacia hidrográfica, tem-se a bacia do Rio São Francisco,
conhecido como o velho Chico, sendo considerada uma das principais bacias de toda América
do Sul. A partir dela, grandes sistemas de irrigação estão sendo desenvolvidos para que a
agricultura de larga escala seja a cada dia uma realidade para a população dessa região,
trazendo desenvolvimento econômico e emprego, já que a fruticultura é a principal atividade
econômica vigente na região. Os sistemas de irrigação são de essenciais para a região, visto
que o semiárido brasileiro é marcado por possuir uma pluviosidade irregular, tendo grandes
períodos de secas, e períodos de chuvas curtas, porém intensas, com média pluviométrica de
200 mm a 800 mm anuais, dependendo da microrregião (ASA, 2014).
Cerca de 27 milhões de pessoas vivem na região do Semiárido Nordestino, a maioria
carente e dependente dos recursos do bioma para sobreviver (MMA, 2014). Essa realidade
vem sendo alterada com grandes projetos de fruticultura, como o visto pelo grupo em sua
viagem técnica, já que todas as produções agrícolas visitadas são irrigadas com as águas do
rio São Francisco, porém ainda de difícil acesso à população, visto que o custo das terras
nessas regiões é elevado, além dos altos valores para um sistema de irrigação de eficiência,
para que supra a necessidade hídrica de cada cultura.
Com um histórico de secas, miséria e fome em grande parte do semiárido brasileiro,
em especial no extremo oeste nordestino, essa região é vista pela população brasileira em
1
Discente, Agronomia, Unesp - SP, bolsista PETAgro Registro;
Doutor, Docente de Mecânica e Máquinas Agrícolas, Mecanização Agrícola e Plantio Direto na UNESP –
Campus de Registro. Tutor do Grupo PET Agro Registro.
2
285
geral como uma região pobre, sem grandes perspectivas de desenvolvimento, principalmente
na área agrícola, mas a região vem se demonstrando capacitada e empenhada a mudar essa
perspectiva. Dependente do grande rio São Francisco, que banha grande parte dessa região,
sendo por muitas vezes chamado de Nilo brasileiro, menção ao rio que corta regiões
desérticas na África, nota-se intenso desenvolvimento agrícola e econômico para boa parte da
região, mesmo que se questione tal desenvolvimento, se este alcança a todos ou a apenas a
grandes produtores.
Os sistemas de irrigação encontrados nessa região são de alta tecnologia, devido ao
fato de necessitar de um sistema fortemente eficiente, minimizando o estresse hídrico, seja por
déficit ou por excesso, e maximizando a eficiência de adubação, entre outros fatores.
A partir da implantação de sistemas de irrigação, desenvolvimento genético e
tecnificação da mão de obra, hoje o polo agroindustrial Petrolina-Juazeiro (local onde as
visitas técnicas ocorreram) se encontra em alto nível de produção de frutíferas, especialmente
uva fina de mesa, com e sem sementes, manga, melão, banana e derivados, como suco de uva,
vinhos e água de côco, tendo o mercado externo como principal foco. Por estes motivos, a
região é grande exportadora de frutas, aproveitando a logística que a região Nordeste dispõe,
visto que é o caminho mais curto para a exportação de produtos do Brasil para a Europa.
Tal viagem técnica pôde expor a realidade agrícola de alta tecnologia que vêm sendo
desenvolvida e aplicada, trazendo resultados surpreendentes, de forma que frutas consideradas
de regiões temperadas, como a uva e a maçã, possam ser produzidas com alta qualidade,
produtividade e excelente sabor nessa região.
OBJETIVOS
O presente trabalho teve como objetivo desenvolver maior conhecimento teóricoprático sobre a fruticultura no semiárido brasileiro, permitindo maior contato com os sistemas
de produção e manejos utilizados, dentro de um ambiente complicado para a agricultura, visto
as características climáticas da região.
METODOLOGIA
Para a atividade descrita, foi necessário desenvolver o planejamento, administração e
trabalho em grupo em diversas ações do grupo PET Agro Registro. Para isto, foi elaborado
um projeto de viagem técnica para o Estado de Pernambuco, mais precisamente no polo
286
agroindustrial de Petrolina-Juazeiro, tendo como principal foco a produção de frutíferas no
semiárido brasileiro.
O grupo necessitou efetuar um rigoroso planejamento de seus horários, desde a
faculdade, devido à necessidade dos membros se ausentarem por uma semana de suas
atividades dentro da sala de aula, até a elaboração de cronograma detalhado para execução,
envolvendo logística de locomoção durante as visitas técnicas.
O planejamento financeiro da viagem com o grupo mostrou a necessidade de envolver
ações para levantamento de recursos, minimizando os gastos pessoais na viagem. Desta
forma, realizou-se vendas de produtos em festas regionais e outras ações como rifas, além de
negociar estadia na Universidade do Estado da Bahia (UNEB).
Para a organização das visitas técnicas tutoradas por profissionais que atuam na
região, contou-se com o apoio do Engenheiro Agrônomo Petiano Éder Ignácio de Souza, que
realizou os contatos e agendamentos por atuar na região desde 2002 e atualmente ser produtor
de uvas de mesa tipo exportação e banana.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O grupo PET Agro Registro, conseguiu efetuar todas as visitas técnicas planejadas,
com eficiências e aproveitamento de todos os membros, não encontrando problemas
relevantes durante toda a atividade, mostrando que a dedicação do grupo foi de suma
importância para que fosse possível a realização de tal projeto.
Uma das primeiras atividades realizadas foi conhecer a opinião dos produtores
pequenos e médios locais sobre a transposição do Rio São Francisco. Ficou evidente a
posição contrária dos produtores, especialmente os pequenos e médios em relação às obras de
transposição, podendo-se colher argumentos consistentes como impacto na quantidade de
água disponível para a região, a demora e os custos das obras.
Durante as visitas técnicas, os alunos do PET conheceram detalhes da produção de
frutas no semiárido Nordestino, destacando-se a cultura da uva. Os profissionais que
acompanharam o grupo nas visitas técnicas mostraram passos de produção, desde a obtenção
da muda até o despacho da fruta para exportação.
A região do Polo Agroindustrial de Petrolina-Juazeiro possui características climáticas
peculiares, com altas temperaturas anuais e baixos índices pluviométricos. Suas características
são temperaturas médias elevadas, em torno de 27º C, e amplitude térmica em torno de 5º C,
sendo que as chuvas, além de irregulares, não excedem os 800mm/ano (GALVANI, 2014).
287
Na fase de produção, foi destaque a condução da planta com podas de formação e de
condução, enfatizando o planejamento da produção agrícola alinhada com o mercado. A
condução da adubação por fertirrigação e os sistemas de irrigação ocuparam boa parte das
visitas de campo, quando se descaram os tipos de irrigação utilizados, o controle de irrigação
automatizado e a dosagem de fertilizantes para a linha de irrigação. No que se refere à
melhoramento genético, foi possível conhecer uma área experimental com mais de 20
variedades de uvas em fases de triagem, seleção e testes finais de campo para implantação em
larga escala. Empresas estrangeiras e Instituições de pesquisas brasileiras como EMBRAPA e
IAC (Instituto Agronômico de Campinas) são os principais desenvolvedores e colaboradores
com a região.
As atividades de Pós-colheita também foram evidenciadas nas visitas, destacando-se o
processo de recepção da fruta colhida (uva e côco), pré-processamento/embalagem,
embalagem, rastreamento, acondicionamento e entrada na cadeia de frio até o armazenamento
para comercialização.
A comercialização também foi abordada, destacando-se o mercado externo como o
principal canal de escoamento da produção de frutas do Polo Agroindustrial PetrolinaJuazeiro. O mercado interno, entretanto, vem recebendo novo olhar por parte dos produtores,
uma vez que tem remunerado bem, com pagamentos a prazos menores, além de menor
exigência em embalagem, o que reduz o custo do produto de forma significativa.
A produção de suco de uva e vinhos de mesa finos também tem sido alternativas para
elevar a remuneração do produtor. O associativismo tem sido uma forma adotada pelos
produtores para produzir o suco de uva, que vem ganhando destaque no mercado interno e
externo, dadas sua qualidade e benefícios, já notados pelo mercado. No caso do vinho, tem se
restringido a grandes grupos especialistas em produção da bebida, que vem implantando áreas
expressivas de uvas viníferas, com produção de produtos de excelente qualidade, dignos de
conquistar prêmios nacionais e internacionais, como tem ocorrido nos últimos anos com o
produto.
CONCLUSÃO
O grupo recebeu a oportunidade de conhecer um polo tecnológico de importância, em
uma região com adversidade climática, limitante à produção quando não se emprega
tecnologia adequada. Vivenciaram técnicas diversificadas, tendo contato com sistemas de
manejo, praticas culturais e sistemas de produção diferentes da realidade do grupo, além de
ter um contato maior com as diversidades encontradas no Brasil, desde cultural até ambiental,
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podendo assim efetuar uma analise critica das dificuldades, das soluções e tecnologias
empregadas.
AGRADECIMENTOS
O Grupo PET Agro Registro agradece a todos os profissionais e empresas que
contribuíram com a realização da visita técnica ao Semiárido Nordestino, destacando-se os
Engenheiros Agrônomos Éder Ignácio de Souza e Patrícia Inácio Vilar, as empresas Fazendas
Sassaki, Coana, Fazenda Nova Esperança, Fazenda Nossa Senhora Aparecida, Grupo JD,
Pepsico, EMBRAPA Semiárido.
REFERÊNCIAS
ASA.
Unidades
Climáticas
Brasileiras.
<
http://www.asabrasil.org.br/Portal/
Informacoes.asp?COD_MENU=105>. Acessado em: 04/06/2014.
GALVANI, E. Unidades Climáticas Brasileiras. <http://www.geografia.fflch.usp.br/
graduacao/apoio/Apoio/Apoio_Emerson/Unidades_Climaticas_Brasileiras.pdf>.
Acessado
em: 04/06/2014.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE.
biomas/caatinga>. Acessado em: 04/06/2014.
289
Caatinga.
<
http://www.mma.gov.br/
Download

Ciências Agrárias