Resumo de Atomística Estudo do átomo - modelos atômicos Não há mais dúvida de que os átomos existem e de que eles são as pequenas unidades que constituem os elementos. Os químicos usam sua existência como definição de elemento: um elemento é uma substância composta de apenas uma única espécie de átomo. Os gregos antigos pensavam que havia quatro elementos – terra, fogo, água e ar – que poderiam produzir todas as outras substâncias quando combinados nas proporções corretas. Seu conceito de elemento é similar ao nosso; mas, baseados em experimentos, sabemos agora que existem, na realidade, mais que uma centena de elementos que – em várias combinações – constituem toda a matéria sobre a Terra. A filosofia grega descobrindo o átomo Os gregos perguntavam-se o que poderia acontecer se eles dividissem a matéria em peças cada vez menores. Haveria um ponto no qual teriam que parar porque os pedaços não mais teriam as mesmas propriedades do conjunto, ou poderiam continuar cortando indefinidamente? Sabemos agora que há um ponto em que temos que parar. Isto é, a matéria consiste de partículas inimaginavelmente pequenas. A menor partícula que pode existir de um elemento é o átomo. Os filósofos gregos Demócrito e Leucipo são considerados os primeiros a pensar na matéria nesse sentido, como também são considerados criadores da palavra átomo (sem divisão). A história de como o modelo moderno do átomo foi desenvolvida é uma excelente ilustração de como os modelos científicos se desenrolam e são revisados. O átomo esférico e indivisível – modelo atômico de Dalton O primeiro argumento convincente para átomos foi feito em 1807, pelo professor e químico inglês John Dalton. Ele fez muitas medidas das razões das massas dos elementos que se combinavam para formar compostos e foi capaz de detectar razões de massas consistentes que o levaram a desenvolver sua hipótese atômica: 1) 2) 3) 4) Todos os átomos de um dado elemento são idênticos. Os átomos de diferentes elementos têm massas diferentes. Um composto é uma combinação específica de átomos de mais um elemento. Em uma reação química, os átomos não são criados nem destruídos, mas trocam de parceiros para produzir novas substâncias. Há dois séculos, Dalton representou os átomos como se fossem esferas do tipo de uma bola de bilhar. Hoje sabemos que os átomos têm uma estrutura interna: eles são constituídos por partículas subatômicas menores. Segundo Dalton, os átomos eram indivisíveis, eletricamente neutros e indestrutíveis. Mesmo que não tenha feito grande contribuição, Dalton foi o primeiro a fazer um desenho do átomo. O modelo atômico “bola de bilhar” e seu criador, John Dalton O tubo de imagem da televisão – a descoberta do elétron por Thomson O físico britânico Joseph John Thomson estava investigando os raios catódicos, que são emitidos quando uma alta diferença de potencial (uma alta tensão) é aplicada sobre dois eletrodos em um tubo de vidro sob vácuo. Thomson mostrou que os raios catódicos eram feixes de partículas eram carregadas negativamente. Eles provêm dos átomos que constituem o eletrodo carregado negativamente, que é chamado de cátodo. Thomson descobriu que as partículas carregadas eram as mesmas, independentemente do metal usado para o cátodo. Ele concluiu que era parte de todos os átomos. Essas partículas foram chamadas de elétrons. Embora os elétrons tenham carga negativa, os átomos tem carga neutra. Portanto os cientistas sabiam que cada átomo deveria conter um número suficiente de cargas positivas para cancelar a negativa. Mas onde estava a carga positiva? Thomson sugeriu um modelo de átomo como uma esfera maciça carregada positivamente, com elétrons carregados negativamente incrustados na superfície. Porém, esse modelo foi derrubado com um simples experimento. Joseph John Thomson e seu modelo atômico. Os raios canais e Eugen Goldstein: Uma variação do experimento de Thomson Ao estudar os raios catódicos em uma ampola de Crookes, Eugen Goldstein introduziu em 1886 uma nova variante na experiência: perfurou o cátodo da ampola e percebeu um feixe de raios de luz (os quais deu o nome de raios canais) na direção oposta ao feixe dos raios catódicos. Se os raios catódicos eram negativos, este novo raio deveria ter um caráter positivo. No entanto, Goldstein não compreendeu exatamente o que acontecia e o assunto foi esquecido por alguns anos. Mais tarde, exatamente 12 anos depois, Wilhelm Wien retomou os experimentos com um diferencial: submeteu o raio a um campo eletrostático muito mais intenso que o de seu antecessor. Com os experimentos, Wien concluiu que os raios eram compostos por Hidrogênio ionizado. No entanto, apenas em 1919, Ernest Rutherford publica os seus estudos acerca de desintegração artificial e, consequentemente, a conclusão inequívoca acerca da descoberta do próton (termo de origem grega que significa primeiro). Foi a partir do experimento de Goldstein que foi possível a descoberta do próton, mesmo que ele não tenha sido seu descobridor. Eugen Goldstein e sua experiência, precursora para a descoberta do próton. O sistema solar e sua contribuição para o átomo nuclear – Rutherford Ernest Rutherford foi responsável por grandes descobertas sobre a estrutura do átomo e seu núcleo. Rutherford sabia que alguns elementos emitiam feixes de partículas carregadas positivamente, que ele chamou de partículas α. Ele pediu a dois estudantes, Hans Geiger e Ernest Marsden, que bombardeassem tais partículas em uma folha de ouro. Segundo a teoria de Thomson, os feixes de partículas deveriam ser todos repelidos. O que Geiger e Marsden observaram, perturbou todos que estavam presentes. A maioria dos feixes de partículas atravessou facilmente a folha de ouro, sendo que apenas alguns foram repelidos. A explicação tinha que ser a de que os átomos não são esferas maciças com os elétrons incrustados na superfície como passas em um pudim. Ao invés disso, os resultados sugerem um modelo de átomo no qual há uma densa carga positiva central circundada por um grande volume de espaço vazio. Geiger não conseguiu explicar por que isso acontecia. Foi Rutherford quem descobriu porque isso ocorria, dando a essa região carregada positivamente o nome de núcleo atômico. Ele conclui que uma partícula α tivesse atingido o pesado núcleo de ouro e tivesse sido repelida, sendo que a maioria das outras tivesse passado pelo espaço vazio, fora do núcleo. Experiencia de Rutherford Ernest Rutherford A partir do experimento de Rutherford, descobriu-se que Thomson estava errado, e o átomo não é uma esfera maciça e indestrutível. De acordo com o modelo nuclear corrente do átomo, os elétrons estão espalhados no espaço em torno do núcleo, o espaço ocupado pelos elétrons é enorme. Se o núcleo de um átomo tiver o tamanho de uma mosca no centro de um estádio de baseball, então o espaço ocupado pela eletrosfera deve ser de, aproximadamente, do tamanho do estádio inteiro. A carga positiva do núcleo cancela exatamente a carga negativa da eletrosfera. Então, para cada elétron fora do núcleo, deve haver uma partícula carregada positivamente dentro dele. Isso já havia sido pensado por Eugen Goldstein, mas ele não conseguiu entender em seu experimento do que se tratava, foi Rutherford quem descobriu. Assim, as partículas carregadas positivamente foram chamadas de prótons. Um próton é praticamente 2000 vezes mais pesado que um elétron. Foi a partir do experimento de Rutherford que foi possível a descoberta do núcleo atômico. Böhr e os níveis de energia Depois que Rutherford descobriu a natureza nuclear do átomo, os cientistas pensavam no átomo como um sistema solar microscópico. Para explicar o aspecto de linhas de hidrogênio, Niels Böhr começou supondo que os elétrons moviam-se em órbitas circulares ao redor do núcleo. Entretanto, a física clássica diz que, uma partícula carregada que se move em trajetória circular perderia energia continuamente. À medida que o elétron perde energia, ele deve mover-se em espiral em direção ao núcleo. Böhr abordou esse problema quase da mesma forma que Planck tinha abordado o problema da natureza da radiação emitida por objetos quentes, assumindo que assumindo que as leis predominantes da física eram inadequadas para descrever todos os aspectos dos átomos. Além disso, ele adotou a ideia de Planck de que as energias eram quantizadas. Böhr batizou seu modelo em três postulados: 1) Somente as órbitas de certos raios, correspondendo a certas energias definidas, são permitidas para os elétrons de um átomo. 2) Um elétron em certa órbita permitida tem certa energia específica e está em um estado de energia permitido. Um elétron em estado de energia permitido não irradiará energia e, portanto, não se moverá em forma de espiral em direção ao núcleo. 3) A energia só é emitida ou absorvida por um elétron quando ele muda de um estado de energia permitido para outro. Essa energia é emitida ou absorvida como fóton, E=hv. O mais importante sobre a teoria de Böhr é que: Os elétrons existem apenas em níveis de energia distintos, que são descritos pelos números quânticos. A energia está envolvida na movimentação de um elétron de um nível de energia para outro. Além disso, parte do novo vocabulário associado com o novo modelo remonta ao modelo de Böhr. Por exemplo, ainda usamos a ideia de estados fundamentais e excitados para descrever as estruturas eletrônicas dos átomos. Niels Böhr e seu modelo atômico, com os níveis de energia. Informações Extras: RAIOS X - 1895 - Wilhelm Conrad Röntgen (Alemanha) Trabalhando com um tubo de Crookes, descobriu, acidentalmente, uma radiação invisível e penetrante que era capaz de atravessar corpos opacos e fazer brilhas uma tela fluorescente ou impressionar uma chapa fotográfica. Não sabendo tais radiações, denominou-se de raios X. Aplicações dos raios-X na Medicina: Radiologia - Radioscopia - Radioterapia – Radiografia Indústria: verificação da estrutura dos materiais Cristalografia: identificação dos retículos cristalinos Foto feita por röntgen Wilhelm Conrad Röntgen A descoberta da radiação – Becquerel e os filmes fotográficos O cientista francês Henry Becquerel (1852-1908) foi um dos colaboradores para a descoberta da radioatividade. Seu trabalho envolveu a radiação do Urânio emitida em filmes fotográficos. Acompanhe um pouco do processo: Sem saber o que lhe renderia aquele experimento, Becquerel resolveu envolver filmes fotográficos com papel preto e os guardou em gavetas que continham o sal sulfato duplo de potássio e urânio, dado pela fórmula molecular K2(UO2) (SO4)2 . Dias depois, abriu a gaveta e percebeu que os filmes estavam manchados: o que teria provocado às manchas? Esta foi uma questão que deixou Becquerel intrigado. Alguém poderia até sugerir que o que manchou os filmes foi à incidência de raios solares, mas como, se os mesmos estavam guardados em gavetas escuras? Becquerel descartou essa hipótese e suspeitou da probabilidade de ser uma espécie de radiação proveniente do Urânio. Naquele momento restava saber se outros sais também manchavam as chapas fotográficas e, para isso, Becquerel realizou mais testes envolvendo outros tipos de sais. Ele comprovou então que apenas o sal contendo Urânio era responsável pelos efeitos radioativos. Os estudos relacionados à radioatividade do Urânio renderam a Henry Becquerel o prêmio Nobel no ano de 1903. Outros importantes colaboradores para a descoberta da radioatividade foram Pierre e Marie Curie. O casal Curie iniciou seu trabalho com amostras retidas do elemento urânio. Após medir as radiações emitidas em cada amostra, constataram que, quanto maior era a proporção de urânio na amostra, mais radioativa ela seria. Ao estudar a pechblenda, um minério de urânio, outra descoberta inesperada aconteceu. Verificou-se que uma das partes de impureza extraídas do minério era muito mais radioativa do que o próprio urânio puro. Desse modo, o casal Curie desconfiou que houvesse outro elemento radioativo desconhecido. Em 1898, o casal descobriu o elemento que era 400 vezes mais radioativo do que o urânio, este elemento foi denominado “polônio”. Mesmo com a descoberta do polônio, o casal não cessava as suas pesquisas, até que descobriram outro elemento mais radioativo que o polônio, este foi nomeado de “rádio”. O rádio é um elemento que produz intensas emissões, capazes de atravessar as camadas de chumbo. Tal capacidade não pertence aos raios X. Posteriormente, os três cientistas ganharam o prêmio Nobel por suas importantes contribuições. Henry Becquerel Pierre e Marie Curie Descoberta do Nêutron Atualmente, sabemos que o nêutron é uma das partículas fundamentais que, juntamente aos prótons, formam o núcleo dos átomos. Ao redor destes últimos existem as nuvens de elétrons, as quais são responsáveis pela condução de corrente elétrica nos materiais condutores, por exemplo. A descoberta da existência dessa partícula foi possível graças ao grande sucesso da aplicação do Princípio da Conservação da Quantidade de Movimento. A descoberta do nêutron aconteceu no ano de 1932 com o físico inglês James Chadwick. Utilizando a conservação da quantidade de movimento, realizou uma experiência que comprovou a existência do nêutron. No entanto, doze anos antes desse acontecimento, o célebre cientista inglês Rutherford já tinha previsto a existência dessa partícula. Segundo ele, uma possível ligação de um próton com um elétron originaria uma partícula sem carga elétrica, mas com massa igual a do próton. A essa partícula ele chamou de nêutron, mas não tinha certeza da sua existência. A experiência que J. Chadwick realizou consistiu, basicamente, em fazer com que feixes de partículas alfa se colidissem com uma amostra de berílio (um elemento químico pertencente à família 2A da tabela periódica). Dessa colisão apareceu um tipo de radiação que levaram muitos cientistas a acreditar que se tratava de raios gama. Após realizar vários cálculos, James concluiu que não se tratava de raios gama, a radiação invisível era formada por nêutrons. Para comprovar que realmente se tratava de nêutrons, Chadwick mediu a massa dessas partículas, pois segundo Rutherford elas tinham massa igual à do próton. Com esse feito e por seus importantes trabalhos, em 1935 James foi premiado com o Prêmio Nobel da Física. James Chadwick