O BANCÁRIO SINDICATO DOS BANCÁRIOS DA BAHIA • FILIADO À FEEB-BA/SE E CTB Edição Diária 4559 | Salvador, quinta-feira, 17.12.2009 Presidente Euclides Fagundes Neves SISTEMA FINANCEIRO Cerca de 30 milhões de brasileiros não têm acesso aos bancos oficiais Falta de segurança gera multa milionária Página 3 Rede pública não atende todo o Brasil João Ubaldo - Arquivo De acordo com dados divulgados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), quase 3 mil municípios do país não dispõem de agências da Caixa, do Banco do Nordeste, do Banco do Brasil e do Banco da Amazônia. A maior parte das unidades bancárias das organizações federais está concentrada nas regiões Sul e Sudeste, prova de que os bancos oficiais dão preferência aos estados mais desenvolvidos e assim deixam de cumprir o papel social para o qual foram criados. Página 2 Final da Copa de Futsal no sábado Página 4 O HSBC foi o campeão em falta de segurança e recebeu multa de R$ 2 milhões www.b an car i os b ah i a.org .b r SISTEMA FINANCEIRO Apenas 47% dos municípios brasileiros têm acesso aos serviços oferecidos pela rede oficial bancária Bancos públicos não chegam a 53% dos municípios Pesquisa divulgada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que, apesar do aumento da concorrência entre bancos oficiais e privados nos últimos anos, 2.968 dos 5.564 municípios brasileiros, o equivalente a 53%, não possuem agências de organizações públicas. Os dados do estudo Presença do Estado no Brasil: Federação, suas unidades e municipalidades indicam que 30 milhões de brasileiros em 47% do território nacional não possuem acesso a bancos federais. O estudo levou em conta as unidades do Banco do Brasil, da Caixa e do BNB. Juntas, as instituições têm 6.663 agências espalhadas pelo país, cinco mil das quais pertencentes ao BB. O levantamento não considerou os correspondentes bancários, pois prestam apenas alguns serviços, como pagamento de contas e o saque de parcelas do seguro-desemprego. De acordo com o Ipea, dos 2.596 municípios que possuem agência de banco público, 63,4% estão nas regiões Sul e Sudeste, que concentram 57% da população brasileira. Apenas o Estado de São Paulo tem 1.375 agências, pouco menos do que o Nordeste, com 1.536 unidades. A concentração dos bancos públicos nos estados mais desenvolvidos é mais uma prova de que as instituições não estão cumprindo a função social, que inclui o fomento do desenvolvimento das regiões mais carentes e a facilitação do acesso da população de baixa renda aos serviços bancários. A retomada do papel social dos bancos públicos é uma das principais reivindicações do Sindicato dos Bancários da Bahia nas negociações com o BB, Caixa e Banco do Nordeste. João Ubaldo - Arquivo O Banco do Brasil, embora tenha 5 mil agências espalhadas pelo país, não atinge 100% do território nacional, deixando 30 milhões de brasileiros sem assitência bancária da rede pública ∙∙∙∙∙∙ TEMAS & DEBATES ∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ Da ‘terrorista’ ao ‘estuprador’ Maurício Medeiros* A Folha de São Paulo conseguiu extrapolar todos os limites do canalhismo, ao publicar aquele texto de César Benjamim afirmando ter ouvido o presidente Lula dizer que tentou estuprar um companheiro de cela quando foi preso pela ditadura, entre abril e maio de 1980. Indiscutivelmente, a Folha faz parte do jornalismo covarde, golpista e que provavelmente não sabe fazer a cobertura de um buraco na rua. Não quer nem falar da cratera do metrô de Serra. A Folha é golpista na essência. A Folha alugou seus carros ao DOPS durante a ditadura brasileira. O regime de ferro nativo recebeu a alcunha de Ditabranda em editorial. Segundo o pensamento de seus articulistas, não houve muitas mortes no Brasil, logo, a ditadura foi branda. Por incrível que pareça, a Folha está à direita da Veja. Colocar um texto onde alguém chama o presidente de estuprador e achar que esse artigo é apenas mais um é chamar todos nós de estúpidos. Nenhum editor faz isso sem saber exatamente o que quer. A Folha iniciou uma campanha para criar alcunhas à Lula e à Dilma. Em fevereiro, a Folha de São Paulo publicou uma ficha falsa da ministra Dilma. Na matéria, o jornal paulista afirma que a pré-candidata do PT tinha um passado de atentados terroristas. O clã dos Frias revelou ter recebido a ficha por e-mail e que “não podia atestar a veracidade, mas também não poderia dizer que os documentos eram falsos”. Pronto! Jornalismo feito, certo Frias? Os episódios mostram claramente o jornalismo partidário assumido pela Folha. A imprensa golpista brasileira é a única arma que a oposição ao governo Lula tem. Podem esperar que vem mais Lina Vieira e armações da imprensa partidária brasileira. Ninguém pergunta sobre o projeto de Serra ou Aécio. Nem uma palavrinha. O desespero da mídia mostra que a eleição de 2010 já parece ter um vencedor. Neste caso, uma vencedora. “Eu não preciso ler jornais, mentir sozinho eu sou capaz” (Raul Seixas) * Maurício Medeiros é jornalista Os textos para esta coluna têm de ter no máximo 2.000 toques O BANCÁRIO Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 2 O Bancário Fundado em 4 de fevereiro de 1933 www.bancariosbahia.org.br Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Euclides Fagundes Neves. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade. Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] Jornalista responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTE 879 DRT-BA. Repórteres: Maiana Brito - Reg. MTE 2.829 DRT-BA, Eliane Costa - Reg. MTE 2.209 DRT-BA e Rose Lima. Estagiárias em jornalismo: Nadja Pereira e Renata Andrade. Projeto gráfico: Danilo Lima. Direção de arte e diagramação: Márcio Lima. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores. SISTEMA FINANCEIRO Os banqueiros continuam a desrespeitar as leis de segurança impostas pela Polícia Federal Bancos são multados em R$ 6 milhões O movimento sindical sempre cobra mais segurança dos bancos e agora a Polícia Federal reconhece o problema. Na terçafeira, durante a 84ª reunião da CCASP (Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada), em Brasília, a PF mul- tou as organizações financeiras em R$ 6,625 milhões pelo descumprimento da legislação de segurança. Além disso, a PF chamou atenção para a falta de um plano de segurança, número insuficiente de vigilantes e bancários que fazem transpor- te de numerários. No ranking das multas aplicadas, o campeão é o HSBC com R$ 2,010 milhões, seguido do Santander com R$ 1,338 milhão, Itaú Unibanco com R$ 1,120 milhão, Caixa com R$ 782 mil, BB com R$ 715 mil, o Bradesco com R$ 218 mil e BNB com R$ 150 mil. As multas comprovam as denúncias do Sindicato da Bahia. Os banqueiros gastam milhões em propagandas e não utilizam os recursos para aumentar a segurança nas agências. BNB não assina acordo Mais uma vez, acabou sem novidades a última rodada de negociação da mesa permanente do ano entre a Comissão dos Funcionários e o Banco do Nordeste, que aconteceu na terça-feira. A expectativa dos trabalhadores era de que o Acordo Coletivo fosse assinado, mas a empresa frustrou a todos com a informação que o documento ainda está nos trâmites burocráticos. Os empregados cobraram a apresentação dos casos que teriam horas a compensar dos dias parados após o dia 15, prazo final para compensação, conforme documento assinado no dia 11 de novembro. Para as entidades, as horas trabalhadas fora do horário desde ontem são consi- A última rodada de negociação do ano frustrou os empregados do BNB, mais uma vez deradas extras e devem ter a devida remuneração. PCR (Plano de Cargos de Remuneração), Plano de Funções, migração GSN-Pronaf para GN e passivos trabalhistas, entre outros temas, foram cobrados pelos funcionários. Reunião com o BB As premissas para as negociações das mesas temáticas a serem instaladas em 2010 e para a retomada das discussões sobre saúde e condições de trabalho foram aprovadas na plenária nacional dos dirigentes sindicais do Banco do Brasil, realizada na terça-feira, em São Paulo. Na pauta, PCCS (Plano de Carreira, Cargos e Salários), Previdência e terceirização. Os funcionários pretendem ampliar a discussão democrática com toda a categoria e começar a mobilização para pressionar o banco durante a negociação. Sindicato solicita negociação sobre plano de saúde no Itaú Os funcionários do Itaú Unibanco decidiram, em assembléia, procurar a empresa para agendar uma reunião e discutir a unificação da assistência médica e odontológica. A direção do banco informou que nos próximos dias marcará uma reunião. Segundo o diretor da Federação e membro do COE Itaú Unibanco, Hermelino Neto, as alterações sugeridas pela empresa podem onerar em até 6% o salário dos empregados com três vidas ou mais no plano de saúde. “É importante discutir melhor a situação dos aposentados e agregados, além da rede credenciada”. Uma das reivindicações é o credenciamento do Hospital Aliança, em Salvador, e a melhoria do plano odontológico. O Sindicato recomenda para os funcionários não aderirem ao plano até que a negociação seja finalizada. O Bancário www.bancariosbahia.org.br 3 Fotos João Ubaldo ESPORTE Sábado, a categoria vai conhecer os melhores jogares do campeonato de Futebol de Salão dos Bancários Copa de Futsal vai lotar o Ginásio O Departamento de Esporte do Sindicato da Bahia espera um grande público no sábado, na grande final da tradicional Copa de Futsal dos Bancários, no Ginásio de Esporte, na ladeira dos Af litos. Depois de longas rodadas, disputam o terceiro lugar no campeonato os times Uniband e Barqueiros. A briga pela medalha de ouro será entre a equipe do Santander Vip e a do Boca Júnior. O time Santander Vip, na disputa pelo primeiro lugar na Copa de Futsal, ... Além das premiações, com entrega de troféus e medalhas, os atletas fazem confraternização após as partidas. 3º lugar - 9h30 Uniband X Barqueiros 1º lugar – 10h45 Santander Vip X Boca Júnior ∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ SAQUE ∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ ... enfrenta a equipe do Boca Júnior, sábado, no Ginásio de Esporte Mylane Mutti Dançando pela paz domingo, das 9h30 às se apresenta No 10h30, no Parque da Cidade, em Salvador, acontece o projeto Viva a Dança lança o Danno sábado çando pela paz. A cantora Mylane Mutti se apresenta no sábado, às 20h, no Espaço Cultural Raul Seixas. O ingresso custa R$ 5,00. No show O canto de uma história, a cantora de Santo Amaro mostra um repertório que mistura bossa nova e samba. Mais informações pelo telefone (71) 3329-7169. 4 O Bancário www.bancariosbahia.org.br O evento é aberto ao público e está sob a coordenação de Sirlene Barreto, que mostra a beleza da dança circular sagrada. Participam também da orientação as professoras Ana Vírginia Couto e Maria do Carmo Ramalho. Acesse os sites [email protected] e www.sirlenebarreto.com.br. CLIMA Ontem foi um dia de encenação e de intensos debates na Conferência do Clima, que acontece em Copenhague, na Dinamarca. Enquanto lideranças internacionais posavam para a mídia e faziam declarações otimistas, nos bastidores e salas de reuniões ministros e representantes qualificados de variados países buscavam uma saída para o complicado pacto para evitar o aquecimento global. REJEITADO Por diferença de um voto – 25 favoráveis e 26 contra – o Senado, em uma atitude incomum, rejeitou ontem a indicação, feita pelo PMDB, de Paulo Rodrigues Vieira para a diretoria da ANA (Agência Nacional de Águas). Vieira tinha o apoio do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e do líder do partido na Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). FRONTEIRA O projeto en- viado ao Congresso Nacional pelo governo, concedendo poder de polícia às Forças Armadas, nas fronteiras do país, foi defendida pelo ministro Jorge Félix, do Gabinete de Segurança Institucional. Pela proposta, além do Exército, a Marinha e Aeronáutica podem revistar aviões e embarcações, apreender mercadorias e dar ordem de prisão aos ocupantes nas regiões transfronteiriças. O projeto não propõe o uso das Forças Armadas em atividades policiais em centros urbanos. ACUSAÇÃO Ao depor ontem na 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, o ativista da esquerda italiana Cesare Battisti disse que foi “mal assessorado” pelo deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), com quem mantinha contato quando chegou ao Brasil, em 2004. Acrescentou que devido a esse erro teria perdido a oportunidade de pedir refúgio como exilado político.