Rede GESITI: criada em 18/02/08 possui +1.100 colaboradores Jornal Rede GESITI - Ed. Julho/2008 GESITI: acrônimo para Sistemas e Tecnologias de Informação Aplicados à Gestão em Organizações. # - A Rede GESITI abrange o estudo inter e multidisciplinar dos Sistemas e Tecnologias de Informação e os aspectos humanos relacionados com o entendimento de como as pessoas procuram, obtém, avaliam, compartilham, classificam e utilizam o uso da informação. # - ÊNFASE: ASPECTOS SOCIOTÉCNICOS DAS TI # - OBJETO DA LISTA: promover o encontro de pesquisadores, educadores, empresários e gerentes de instituições públicas e privadas, visando proporcionar a troca de experiências e o debate sobre trabalhos prospectivos que possam indicar as tendências da área. # - PÚBLICO ALVO: Empresários, consultores e profissionais vinculados à Gestão de Organizações, profissionais de TI e Informática, professores, pesquisadores e outros interessados no tema. Contato: [email protected] ou [email protected] # Conheça o CTI (Centro de Pesquisas Renato Archer): http://www.cti.gov.br/ Acesse “CTI Informa” (Maio/Jun. 2008): http://www.cti.gov.br/cti_informa/cti_informa.htm V Jornal GESITI/2008, editado por Antonio José Balloni (GESITI/DGE/CTI), com colaboração da pesquisadora e analista de sistemas de informações geográficas Mirian Ellen de Freitas (CPqD) Palavras dos editores: Prezado leitor, a Rede GESITI é a grande tendência hoje: Wikinomics. O livro "Wikinomics - How Mass Collaboration Changes Everything/2007", “... trata da forma como a interação global está mudando tudo, ou seja, estamos em plena Revolução da Informação, a qual está mudando para sempre o conceito de uma economia - e até mesmo de uma sociedade - hierarquizada e há séculos montada sobre estruturas de poder. Estas começam a decair por causa das velocidades cada vez maiores de conexão da Internet, que dão mais poder às pessoas comuns e lhes permitem interferir nos processos de produção de conhecimento e no próprio consumo. Para uma empresa vencer é preciso que seu Líder pense de forma diferente em relação "com competir e como ter lucro", abraçando a nova Arte e Ciência da Colaboração. O compartilhamento de informações dará as empresas que se abrirem para o novo paradigma de produção, vantagens em relação a seus concorrentes, na medida em que terão oportunidades de interagir com profissionais qualificados geograficamente distantes a um custo menor, contando com a adversidade das contribuições para alavancar o processo de inovação dentro da empresa e entre as empresas...”: é isto que e Rede GESITI se propõe, apoiado pelo CTI e seus colaboradores. Os textos desta edição foram compilados a partir das mensagens enviadas para a lista GESITI no período de 20 de maio a 20 de junho de 2008. Utilizou-se mais uma vez o agrupamento por temas, de maneira a facilitar a análise das contribuições dadas, a saber: a abordagem sociotécnica no contexto organizacional e os seus desafios "sociais"; considerações sobre a forma geométrica da TI; novas mensagens sobre como repensar a divisão/inclusão digital , além de contribuições sobre cursos gratuitos e eventos. As mensagens selecionadas para este Jornal serão apagadas da rede GESITI. As mensagens não selecionadas (porque, apesar de estarem no escopo da rede, não tratam do propósito desejado: gerar discussão dentro de um contexto estabelecido) permanecem no endereço http://br.groups.yahoo.com/group/GESITIs/messages. Todas as edições anteriores do Jornal Rede GESITI estão disponíveis em http://br.groups.yahoo.com/group/GESITIs/files. Um abraço a todos, Jornal GESITI/CTI - www.CTI.gov.br ______________________________________________________________________________________________________ Página 1 de 15 Rede GESITI: criada em 18/02/08 possui +1.100 colaboradores Tema I – Modelos de gestão em TI a abordagem sociotécnica no contexto organizacional e os seus desafios "sociais" ================================ PARTICIPAÇÃO em 30/05/08, por Prof. Marcus Vinicius Branco de Souza ================================ A questão seria voltada à importância da Comunicação Estratégica e a Gestão da Comunicação no uso do ferramental oferecido pelas TIC's, abordando os aspectos sócio-técnicos, que envolvem a questão, assim como os aspectos técnicos necessários. As questões interessantes sobre a temática seriam: 1) Primeiramente, abordando os aspectos sócio-técnicos, o grande desafio das empresas é a definição dos objetivos organizacionais e como divulgar estes objetivos? Pois todos nós temos objetivos pessoais. Como fazer para que estes se aproximem ou até se tornem os objet ivos organizacionais? ( que são fundamentais para a definição não só dos recursos das TIC's, mas também base para o desenvolvimento ou aquisição dos sistemas informatizados que a empresa deve adotar) 2) A segunda questão trata das informações relevantes, no apoio a tomada de decisão, de extrema importância para a comunicação estratégica, (e porque não dizer na definição dos Sistemas Informatizados) e seria o que fazer para obtê-las neste "mar informacional" que vivemos.... e como separar o "joio do trigo" neste caso? Prof. Eng. Marcus Vinicius Branco de Souza, MSc Coordenador CENTEC/CPA Faculdades Integradas de Itapetininga – FKB – SP [email protected] www.fkb.br ================================ PARTICIPAÇÃO em 01/06/08, por Raoni Guerra ================================ Objetivos organizacionais: bricolage e tensões Muito interessantes e pertinentes as colocações do Marcus de Souza (ver mensagem acima). Eu também acredito que o entendimento dos objetivos organizacionais e a relação dos mesmos com estes é essencial para a gestão de TI. Gostaria de propor a discussão das duas perguntas, primeiro separadas, e em mensagens futuras de maneira conjunta à TI. 1) Primeiramente, abordando os aspectos sócio-técnicos, o grande desafio das empresas é a definição dos objetivos organizacionais e como divulgar estes objetivos? Pois todos temos objetivos pessoais. Como fazer para que estes se aproximem ou até se tornem os objetivos organizacionais? O colega Marcus de Souza deixa a entender que (ver mensagem anterior): a) as organizações têm de definir a priori os seus objetivos b) é desejável e possível alinhar os objetivos de todos na mesma direção para melhorar o desempenho organizacional. Apesar de esta idéia ser bastante estabelecida na indústria e na facção positivista do mundo acadêmico, existem muitas pesquisas empíricas que desfiam esta visão. Gostaria de comentar tais estudos e saber a vossa opinião sobre eles. Antes de tudo, a idéia que as empresas têm de estabelecer uma serie de objetivos fixos e segui-los a risca é ultrapassada e problemát ica. Ciborra (1996) no estudo de caso da Olivetti, uma multinacional de TI, mostra claramente como os objet ivos e até mesmo "core competencies" mudam com freqüência. Mas as organizações não devem tentar evitar esta mudança constante dos objetivos ou (drift, deriva) através de mais controles, mas através de medidas pragmáticas e dinâmicas. Em uma palavra, as empresas precisam reconhecer que viver à deriva é inevitável e que para sobreviver é necessário abraçar o bricolage (improvisação) de forma inteligente. Sobre o segundo ponto, acredita-se que é necessário alinhar todos os objetivos das organizações para que as mesmas funcionem. Mas estudos empíricos mostram que ao contrario, muitas vezes para que as organizações funcionem é necessário que os membros da mesma tenham objetivos e visões diferentes. Hutchins (1991), por exemplo, mostra em um estudo detalhado das práticas de navegação de grandes transatlânticos, como o trabalho independente de profissionais com focos muito diferentes (fazer o motor funcionar, caçar os cabos, comunicar com o porto etc..) é essencial para que esta forma de organização funcione como uma só entidade. Entretanto, os objetivos pessoais dos funcionários nem sempre colaboram para o sucesso da organização da empresa. Ou, usando os termos da Activity-Theory, todas as organizações (Activity systems) ao buscar seus objetivos (ou "object of activity", que não são únicos pontos focais, mais um horizonte de possibilidades com diferentes interpretações) geram tensões (atividades que "puxam" em direções opostas) (Blackler, 1993). Mas a solução proposta pelos proponentes da Activity Theory não é "forçar" o alinhamento de todos na mesma direção através de uma reengenharia de processos feita por um consultor externo. Mas ao contrário, os seguidores da Activity Theory se esforçam para que os membros das organizações reconheçam as tensões existentes nos seus sistemas de atividade, e fazer com que eles mesmos encontrem soluções para seus problemas através de dinâmicas de grupo pelos pesquisadores/consultores (veja Engestrom, 2001). O que vocês acham destas idéias? Suas experiências como profissionais de TI ou pesquisadores confirmam ou contrariam as pesquisas citadas acima? Referências Ciborra, C. U. (1996) The Platform Organization: Recombining Strategies, Structures, and Surprises, Organization Science, Vol. 7, No. 2: 103-118. Engeström, Y. (2001) 'Expansive Learning at Work: toward an activity theoretical reconceptualization', Journal of Education and Work, 14(1): 133-156. Blackler, F. (1993) Knowledge and the theory of organizations: organizations as activity systems and the reframing of management, Journal of Management Studies 30 (6): 863-884. Hutchins, E. (1991). Organizing Work by Adaptation. Organizational Science, Vol. 2: 14-39. Raoni Guerra L. Rajão Lancaster University Management School Página 2 de 15 Rede GESITI: criada em 18/02/08 possui +1.100 colaboradores ================================= PARTICIPAÇÃO em 18/06/08, por moderador ================================= Questionamento: O modelo (sistema) sociotécnico surgiu na Europa, na década de 60, e fazia críticas à abordagem mecanicista do trabalho, considerando que a subordinação do sistema social as condições do sistema técnico, associados a sua inadequação à condição humana (desempenho das tarefas) promovia disfunções no sistema produtivo, tais como redução da produtividade, surgimento de distúrbios psicossomáticos, elevadas taxas de absenteísmo e rotatividade, entre outras [01]. Já a teoria sociotécnica deriva do enfoque sistêmico aplicado às organizações, no qual estas, para alcançarem os resultados desejados, dependem da interação dos dois subsistemas que as constituem: o humano (ou social), formado pelas pessoas (e as suas características físicas e psicológicas), regras e procedimentos da organização, bem como das relações sociais estabelecidas e que decorrem do trabalho; e o técnico, composto pelas tecnologias de informação e a infraestrutura organizacional . Quando um sistema, ou parte dele, é capaz de atuar sem a ocorrência de falhas, em um determinado tempo e sob dadas condições ambientais e organizacionais de operação para cumprir a sua missão, diz-se que ele possui confiabilidade. Essa confiabilidade é considerada boa quando, ao realizar a sua missão, o sistema cumpre as metas estabelecidas para tal feito. Por outro lado, quanto maior a complexidade apresentada por um sistema, menor deverá ser a sua confiabilidade. Portanto, é da confiabilidade humana e técnica dos seus componentes, bem como da estrutura organizacional, norteadora de todo o processo, que vai depender o sucesso do sistema sociotécnico. Isso mostra que manter uma boa confiabilidade é uma ação fundamental para a integridade do referido sistema [02]. Você concorda com isso? Ou a melhor confiabilidade vai ocorrer quando, ambos, tecnologia e organização sejam ajustados mutuamente até que uma melhor compatibilidade (confiabilidade) seja alcançada? Qual? Ambas (são complementares?). [01] - http://www.dep.ufmg.br/pos/defesas/diss117.pdf [02] - http://www.cesuc.br/revista/ed2/RISCOS_E_PERDAS_PATRIMONIAIS.pdf Moderador Rede GESITI CTI-MCT [email protected] ================================= PARTICIPAÇÃO em 18/06/08, por Mirian Freitas ================================= Questionamento: A ABORDAGEM SOCIOTÉCNICA NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL Vejam a similaridade da definição de confiabilidade no contexto do modelo de qualidade de software da ISSO 9126 (ISO/IEC 9126-1: 2000. Software engineering – Software product quality- Part 1: Quality model.): Confiabilidade: capacidade do software em manter seu nível de desempenho quando utilizado em condições estabelecidas Maturidade: capacidade de evitar defeitos no software. Tolerância a Falhas: capacidade de manter um nível de desempenho estabelecido em caso de defeito no software. Recuperabilidade: capacidade de recuperar dados diretamente afetados no caso de falhas. Conformidade: capacidade de aderir a padrões, convenções, leis e prescrições similares relativas a confiabilidade. Um sistema complexo é capaz de atender a definição de confiabilidade apresentada. “Quando um sistema, ou parte dele, é capaz de atuar sem a ocorrência de falhas, em um determinado tempo e sob dadas condições ambientais e organizacionais de operação para cumprir a sua missão, diz-se que ele possui confiabilidade” e, poderá ser considerado confiável contrariando a premissa “quanto maior a complexidade apresentada por um sistema, menor deverá ser a sua confiabilidade”. Isso posto, é correto afirmar que a complexidade tem relação inversa com a confiabilidade? Confiabilidade pode ser considerada como um indicador isolado de ajuste mútuo/compatibilidade de tecnologia e organização? “Manter uma boa confiabilidade é uma ação fundamental para a integridade do referido sistema”, porém é suficiente? Os ambientes de inovação, que estão sendo postos à prova com constantes mudanças de ferramentas e métodos poderão ser classificados por maior ou menor confiabilidade? Acredito que uma abordagem voltada à utilização de modelos de qualidade que considerassem “aspectos sociotécnicos” nos seus modelos de avaliação e certificação seria mais apropriada para se eleger as características indicativas das condições que uma organização possui para “alcançar os resultados desejados”, ao invés de se considerar apenas questões de confiabilidade com base na definição apresentada. Att, Mirian Freitas [email protected] ================================= PARTICIPAÇÃO em 18/06/08, pelo moderador ================================= Questionamento: A ABORDAGEM SOCIOTÉCNICA NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL No entanto, do exposto na mensagem de Mirian, acima, fica claro que o aspecto Organização não foi levado em consideração, foi? Ou melhor, a interdependência dos sistemas (organização - sistemas), precisa ser considerada. Veja: * de um lado temos a organização, com suas estratégias de negócios e regras&procedimentos e DO OUTRO a INTERDEPENDÊNCIA entre os sistemas de informação (Hw, Sw, bases de dados, TIC). Note que está "Interdependência Organização-SI" se torna crítica quando se está planejando para o futuro: o que o negócio gostaria de fazer em 5 anos depende do que o seu SI vai permitir que ele faça: Página 3 de 15 Rede GESITI: criada em 18/02/08 possui +1.100 colaboradores EX.: aumentar o compartilhamento do mercado (SI estratégico); tornar um produtor de baixo custo ou de alta qualidade; desenvolver novos produtos e serviços ou aumentar a produtividade do empregado depende cada vez mais do tipo e qualidade dos SI. Agora é fato que a mudança no relacionamento "Organização-SI" decorre do crescente alcance e área de abrangência dos projetos de SI e suas aplicações (definição de confiabilidade no contexto do modelo de qualidade de software da ISSO 9126, conforme mensagem de Mirian, pág 3), no entanto, pergunto: Quem é capaz de prever como este relacionamento entre Organização e SI evoluindo com o tempo e levar esta evolução em conta/compasso dentro da ISSO 9126? Balloni - Moderador Rede GESITI CTI-MCT [email protected] ================================= PARTICIPAÇÃO em 20/06/08, por Prof.a Cláudia Caravantes ================================= Conceito de Sistema sócio-técnico estruturado: A Organização: um sistema sócio-técnico estruturado (Caravantes, Caravantes e Kloeckner, Administração: teorias e processo, Pearson Prentice-Hall, 2007). Além de ser considerada um sistema aberto, em interação com o ambiente, a organização pode ser vista como um sistema sóciotécnico estruturado. Tal forma de visualizar a organização, estabelecida por Trist e outros cientistas sociais do Tavistok Institute, de Londres, parece-nos um passo mais significativo para a compreensão do fenômeno organizacional. O subsistema técnico abrange tarefas a serem implementadas, incluindo o equipamento a ser utilizado, as ferramentas e as técnicas operacionais. Entretanto, o subsistema técnico, por si só, não é suficiente para que as tarefas sejam levadas a bom termo. Daí o subsistema social , abrangendo as relações entre as pessoas que irão executar a tarefa. Como foi visto anteriormente (mensagem de Balloni, pág 3), os subsistemas técnico e social se inter-relacionam, influenciam-se mutuamente e interdependem. Daí não haver como definir a organização apenas como sistema técnico ou como apenas sistema social; historicamente o fizeram a Escola Clássica e a escola de Relações Humanas, respectivamente. "Ao contrário, ela é a estruturação e integração de atividades humanas ao redor de várias tecnologias. As tecnologias afetam os tipos de "inputs" que entram na organização e os "outputs" do sistema. Entretanto, o sistema social determina a efetividade e eficiência da utilização da tecnologia." O que precisamos é ter consciência de que os dois subsistemas, técnico e social, não podem ser considerados separadamente, mas sim no contexto da organização como um todo. Qualquer mudança em um dos subsistemas trará, inevitavelmente, conseqüências para o outro. Veja a figura 1. Figura 1 – Interrelacionamento dos subsistemas técnico e social no contexto organizacional. É bastante comum presenciarmos o fracasso de medidas tecnicamente corretas e mesmo necessárias à implantação de um novo sistema de controle de custos com utilização de tecnologia, por exemplo, simplesmente pela desconsideração ou não do envolvimento daqueles que, em última análise, seriam afetados pela nova medida. Poderíamos considerar um terceiro subsistema, não ao mesmo nível dos dois anteriores, uma vez que se trata de uma variável dependente, mas ainda assim importante: refiro-me à estrutura organizacional. Ela vai depender, basicamente, do que a organização vai produzir ou dos serviços que vai prestar. Em última análise, dos objetivos organizacionais. Em certo sent ido, a estrutura organizacional proporciona a formalização das relações entre os subsistemas técnico e social. Prof.a Cláudia Caravantes [email protected] ================================= PARTICIPAÇÃO em 20/06/08, por Raoni Guerra ================================= A abordagem socio-técnica e seus desafios "sociais" O trabalho iniciado pelo Tavistock Institute foi realmente muito importante para o entendimento das organizações e até hoje a teoria dos sistemas sócio-técnicos é muito influente no meio acadêmico e profissional. Mas acredito que seja importante aprofundarmos e eventualmente ir alem de alguns conceitos propostos por esta teoria. Como notado pelos colegas Balloni e Caravantes, as organizações são melhor conceptulizadas como resultado da interação entre os subsistemas sociais e técnicos. Aí vai o meu questionamento: como melhor conceptualizar estes subsistemas por sua vez? Acredito que ident ificar o tipo de ent idade que faz parte destes subsistemas (ex. humana e não humana respectivamente) não é suficiente para entender o funcionamento dos mesmos. Página 4 de 15 Rede GESITI: criada em 18/02/08 possui +1.100 colaboradores Bem, no caso do lado técnico dos sistemas, a resposta desta pergunta é bastante conhecida tanto por acadêmicos como para profissionais da área. As teorias vindas da teoria de sistemas inspiradas na engenharia são bastante eficazes para descrever e projetar sistemas técnicos como softwares e maquinários. Basta pensar nos milagres tecnológicos que nos circundam, como por exemplo, o computador que onde vos escrevo e a Internet que tramite esta mensagem. Entretanto, no que se refere ao lado social a situação é diferente. O que se vê é que grande parte dos estudos e das metodologias utilizadas pela indústria simplesmente tentam replicar teorias e vocabulário vindos diretamente da engenharia para descrever (e prescrever) comportamentos sociais. Basta pensar, por exemplo, na (re) engenharia de processos de negocio (BPR), onde as pessoas são vistas como simples processadoras de informação similares a computadores (não é uma simples coincidência que o Hammer, um dos principais criador do BPR, vem originalmente da área de computação). Caso este "approach" tecnicista fosse um grande sucesso, certamente seria bastante difícil critica-lo. Mas como 70% das iniciativas de BPR falham [1] e de 31% a 70% dos projetos de TI (que normalmente são feitos com a mesma mentalidade) são insucessos [2], fica claro que há algo errado ao tentar aplicar teorias para gerir ambos os subsistemas que compõe as organizações. Em sua opinião, como podemos ir alem das visões simplistas do social que predominam hoje em dia? [1] Bashein, B., Markus, L. (1994) Preconditions for BPR success, Information Systems Management, 11(2) , p 7 [2] http://www.it-cortex.com/Stat_Failure_Rate.htm Raoni Guerra L. Rajão Lancaster University Management School ================================= PARTICIPAÇÃO em 23/06/08, por Rosângela Lopes Lima ================================= ================================= PARTICIPAÇÃO em 23/06/08, por Prof. Chu S. Yong ================================= A abordagem socio-técnica e seus desafios "sociais" Tenho trabalhado por dezenas de anos e também dado aulas de (TI, TIC, SI,BI, EIS, BSC,EPM, etc,etc), e mais recentemente (também por anos), as minhas reflexões e vivências (empresarial, profissional e acadêmica) têm focado e produzido Métodos e Softwares (de sustentação aos Métodos) focado no tema de Gestão de Conhecimentos, em especifico os Conhecimentos Tácitos e a Inteligência Humana (recursos intangíveis). Produzi operadores cognitivos, hoje, na forma de produtos e serviços, no mercado brasileiro. Para mim, está mais do que claro, de tempos, de que a metodologia cient ifica (dedutivo-hipotética), bem sucedida para o desenvolvimento de artefatos (materiais visíveis, tangíveis) vem sendo utilizado de forma equivocada para situações envolvendo o ser humano (social). Daí também o relativo fracasso das aplicações em Gestão do Conhecimento nas Organizações, particularmente, também no Brasil. O pensar dessa metodologia fracassa, ou entra num beco sem saída, no temático de Gestão do Conhecimento. Penso que o mesmo se passa nas elucubrações envolvendo o chamado Pensamento Sistêmico, aplicado em ambientes TI(C), e nos demais derivativos aplicativos, incluindo a tal da sociotécnica, ainda dentro de um olhar positivista-cartesiano. Essa minha quebra do paradigma Hipotético-dedutivo, num olhar atento, digamos, pelo esquema de Burrel/Morgan (metáforas da organização, paradigmas sociológicos e analise organizacional), e uma das bases para o estudo e pesquisa das Teorias das Organizações, se encontra no Shift (deslocamento) do quadrante objetico_funcionalista para o quadrante interpretativo_subjetivo, onde estão a hermenêutica (Hermenêutica é um ramo da filosofia que se debate com a compreensão humana e a interpretação de textos escritos) fenomenologia, sociologia_fenomenológica, voluntarismo, anti-positivismo, e também o nominalismo. Fica também dito que Conhecimento (Tácito) é completamente distinto de Informação. E com isso, se revela também uma forma de pensar que consegue contrapor à essa avalanche mundial de informações. Criei um Método do Pensar, e também tornei o pensamento visível, dentro desse Método. Certamente que as tipologias do pensar diferenciam-se fortemente (digamos, pólos opostos) do pensamento positivista_cartesiano. Isso também significa um passeio obrigatório pela ontologia (conhecimento do ser/estudo da existência) do ser humano, seus constituintes e características primordiais (digamos, via Kant, Hegel, Steiner, Goethe, Brentano,...). Conclusão dessa intervenção frente ao tema (não só, certamente) dos desafios sócio-técnicos em TI e SI: Creio que o que descobri (inovação disruptiva) sobre Gestão do Conhecimento Tácito possa ser também utilizado para TI(C) e SI, e para isso, certamente, uma modificação profunda no pensar dos afeiçoados por e pelo TIC. Impacta também fortemente no processo de aprendizagem, e na didática, no nosso meio Universitário. Claro que estou à disposição de vocês, por essa via, ou em Congressos, como por exemplo, no próximo GECIC2008, onde fui convidado para debater Métodos em Gestão do Conhecimento, em Brasília. Até lá, ou a qualquer momento. Cordialmente, e abraços, Chu S. Yong FGV EAESP http://www.aom.com.br- [email protected]) A abordagem socio-técnica e seus desafios "sociais" Prezado Raoni, penso que uma saída é a teoria de sistemas inspirada na Biologia. Uma vez gerenciar sistemas sociais – organizações, instituições e empresas (OIEs) - através do modelo mecanicista - que não leva em consideração a complexidade do mundo real, ou seja, as suas incertezas e imprevisibilidades, significa perder a capacidade de sobreviver na sociedade contemporânea – a sociedade do conhecimento. Esta nova sociedade necessita de ambientes que suportem processos criativos que só ocorrem em ambientes apropriados para a construção do conhecimento. Quando a gestão da OIE trata o indivíduo como um ser autônomo e implicado com a missão da OIE e cuida das relações entre os indivíduos, ou seja da rede invisível, ela naturalmente será inovadora, uma vez que deixa de caminhar por caminhos conhecidos (o que significa fugir do pré-determinado) podendo desta forma criar o seu próprio futuro. Indico o livro As conexões ocultas: Ciência para uma vida sustentável de Fritjof Capra para uma leitura mais aprofundada sobre esse tema. Um abraço, Rosângela Lopes Lima [email protected] Página 5 de 15 Prof. Chu S. Yong Rede GESITI: criada em 18/02/08 possui +1.100 colaboradores FGV EAESP [email protected] ================================= PARTICIPAÇÃO em 23/06/08, por Prof. Eng.Marcus Vinicius Branco de Souza ================================= A abordagem socio-técnica e seus desafios "sociais" Concordo com o Prof. Raoni em suas colocações quanto a conceituar os Sistemas, mas gostaria de somar algumas reflexões aliais, tenho insistido no entendimento do negócio, mais do que isto nos objetivos da organização (obtidos a partir de qualquer metodologia que discuta, a Visão, Missão e Valores da organização - assim como defende Prof.Denis Alcides, em suas publicações). O grande problema reside no impasse dos objetivos pessoais X objetivos da organização, considerando qualquer empresa como um agrupamento humano como objetivos comuns trata-se de entender a personalidade da empresa e suas necessidades, para na seqüência passar a trabalhar no PETI (Planejamento Estratégico alinhado a Tecnologia da Informação). Gostaria imensamente de conhecer a técnica do Prof. Chu, pois também trabalho no meio Universitário e se há alguma metodologia que esclareça mais este assunto, estamos todos interessados. Prof. Eng. Marcus Vinicius Branco de Souza, MSc Coordenador CENTEC/CPA Faculdades Integradas de Itapetininga – FKB – SP [email protected] www.fkb.br ================================= PARTICIPAÇÃO em 24/06/08, por Raoni Guerra ================================= A abordagem socio-técnica e seus desafios "sociais" Muito interessante a colocação da Prof. Rosangela (pag. 05 de Jornal). Eu não conhecia o trabalho do Fritjof Capra, mas ao fazer uma pequena pesquisa fiquei bastante impressionado ao ver como um pesquisador com um PhD em física teórica e autor de best-sellers como "O tal da física" veio a criticar de maneira tão clara as teorias sociais mecanicistas e posit ivistas (obs. um resumo do livro "As conecções ocultas" pode se r encontrado www.ecoar.org.br/novo/download/palestra_capra.pdf). no Apesar do trabalho de Capra e outros físicos que se dedicaram recentemente à teoria social ser considerado simplista (Urry, 2004), ele oferece para o grande publico um canal importante para divulgação de idéias que vão alem do positivismo reducionista. Inclusive, muitas das idéias iniciais das teorias citadas pelo Capra vêm do trabalho dos biólogos sul-americanos Humberto Maturana and Francisco Varela sobre autopoesis (sistemas auto-geradores). Conceito que depois foi expandido na área social e de administração por Niklas Luhmann (1995) e na área de gestão de TI por Jannis Kallinikos (2005) entre outros. Respondendo ao Prof. Chu (msg 108), acredito que o problema não está no uso de teorias que vêem o social como "sistemas" por si só. Como apontado pelo Prof. Chu, a maior parte dos pesquisadores utiliza conceitos sistêmicos para realizar pesquisas positivistas/mecanicistas com pouco resultado para explicar a vida social. Entretanto, teorias como a Activity Theory (ex. Engeström, e a própria teoria de sistemas complexos citada acima, apesar de usar o mesmo vocabulário sistêmico dos primos positivistas, conseguem trazer visões em linha com o paradigma interpretativo/subjetivista proposto por Burell e Morgan (1979), quando o Gibson Burell era professor no departamento onde faço meu PhD. Imagino que depois desta discussão teórica alguns membros da rede devem estar se perguntado, "Mas e daí?" (ou So What?, como dizem os Ingleses), como estas teorias podem me ajudar no meu trabalho. A Prof. Rosangela (msg pag. 05) e o Prof. Chu (msg pag. 05) ao apontar para o tema da gestão do conhecimento já sugeriram a resposta para esta pergunta. Ou seja, visões mecanicistas nascidas na era industrial são inadequadas para gerir empresas inovadoras. Apesar de estarmos ainda bastante longes de uma resposta clara para estes problemas, discussões teóricas profundas são essenciais para caminhar neste sentido. Referências: Burell e Morgan (1979) Sociological Paradigms and Organizational Analysis, Heinemann, London Engeström, Y. (2001) Expansive Learning at Work: toward an activity theoretical reconceptualization, Journal of Education and Work, 14( 1) , 133-156 2001) http://www.informaworld.com/index/WNJVND46CNM15M5M.pdf Kallinikos, J. (2005) The order of technology: Complexity and control in a connected world, Information and Organisation 15(3) Luhmann (1995) Social Systems, Stanford University Press: Stanford, US Urry, J. (2004) Small Worlds and the New 'Social Physics' Global Networks 4 (2) , 109–130 Cordiais saudações, Raoni Guerra L. Rajão Lancaster University Management School ================================= PARTICIPAÇÃO em 07/07/08, por Prof. Chu S. Yong ================================= A abordagem socio-técnica e seus desafios "sociais" Prof. Marcus, estou à sua disposição (ref. msg.pag. 6). Contate-me, se preferir, em [email protected] ou [email protected].. Posso explicarlhe o Método de Pensar que utilizo. Estendo também minha disposição de esclarecimento a todos os interessados da rede. A ligação entre Estratégia Organizacional e Estratégia de TI deve ser (de preferência) sempre ontológica, e numa abordagem epistemológica comum, recursivo nos planos de ações táticas interEstratégias, e de preferência síncrono, ou seja, melhor se pudermos afirmar que Estratégia TI seja subjacente ou de apoio ontológico às Estratégias Organizacionais. A base dessa questão está na possibilidade de Formulação de Estratégias, de qualquer tipologia. A Estratégia de TI pode ser um forte fator de diferenciabilidade competitiva (digamos modelo Porter, ou mesmo dos modelos de Mintzberg), dentro das Estratégias Organizacionais (digamos, de competitividade, de marca, de market-share, cultural, cognitivo....). Página 6 de 15 Prof. Chu S. Yong FGV EAESP [email protected] Rede GESITI: criada em 18/02/08 possui +1.100 colaboradores Prof. Eng. Marcus Vinicius Branco de Souza, MSc Coordenador CENTEC/CPA Faculdades Integradas de Itapetininga – FKB – SP [email protected] www.fkb.br Tema II – A forma geométrica da TI ================================= PARTICIPAÇÃO em 24/06/08, por Carlos Peixoto ================================= ================================= PARTICIPAÇÃO em 25/06/08, por Raoni Guerra A forma geométrica da TI Estou definindo a forma geométrica de uma TI. No meu entendimento a melhor forma de se retratar geometricamente uma TI é a forma aspiral cônica. Nela podemos definir e retratar as ações dos procedimentos para se chegar, com eficiência, ao objetivo final. Se alguém do grupo tiver alguma informação sobre este assunto ficarei grato. Caso queiram poderei apresentar um croqui. Aspiral TI. De um ponto se dá início aos planos dos objetivos organizacionais, e em um outro ponto esta o objetivo concluído. Nunca foi possível alinhar todos os objetivos (pessoais e organizacionais) em uma única linha reta. Não é possível alinhar em uma reta porque cada criatura humana é única no universo, igualmente diferente umas das outras, em corpo e pensamentos. Portanto se a TI não tiver a forma curva aspiral não vai chegar ao objetivo. Os objetivos organizacionais são criados por criaturas humanas, sujeitas aos efeitos das interferências dos próprios objetivos pessoais. Se não existir uma curva onde ambos objetivos se fudem em uma única linha não vai ser possível criar uma TI eficiente. Supondo ser os objetivos uma linha reta, mas em direções diferentes, não existe forma de se unirem a não ser a curva. À medida que cada membro do grupo de participação destes objetivos organizacionais for se moldando em forma de curva, a distância do objetivo final coletivo vai geometricamente diminuindo e se tornando uma reta, e a reta é o caminho mais curto entre dois pontos. Denomino curva toda ação concreta dos membros participantes, componentes dos objetivos organizacionais, em se moldar, indo na direção do objetivo final coletivo, onde as partes vão cedendo, até encontrarem um equilíbrio . Um abraço a todos. Carlos Peixoto [email protected] ================================= PARTICIPAÇÃO em 24/06/08, por Prof. Eng.Marcus Vinicius Branco de Souza ================================= ================================= A forma geométrica da TI. Prezados Profs. Marcus e Carlos. O foco da pesquisa de vocês é muito importante para a área. Como vocês mesmo disseram, pessoas e organizações têm objetivos diferentes e é difícil traçar uma linha direta entre eles. Mas ao falar de geometria da TI como um cone, ou objetivo organizacional (no singular) que converge em um mesmo ponto, a pesquisa de vocês deixa transparecer a idéia que o "objetivo" é algo real, estático e facilmente identificável, como um endereço em um mapa. Muitas pesquisas que levam o lado social a serio questionam esta visão, e propõe que o objetivo das organizações é algo emergente (Ciborra, 1996) e que o "objeto" da atividade é mult ifacetado e cheio de tensões já que pessoas diferentes vêem o mundo de forma diferente. Ainda mais quando consideramos as colocações da Prof. Rosangela (pag. 5) que sugere que simplesmente a estratégia da gerencia "forçar" um objetivo de maneira mecânica em seus funcionários, apesar de eficaz na era industrial, não funciona em empresas do conhecimento. Recomendo calorosamente a leitura do Engestrom (2001), que pode ser baixado gratuitamente no link abaixo. Inclusive, Miettinen (2005) na mesma perspectiva do Engestrom discute os objetivos e motivações pessoais. Tenho consciência que redefinir a noção de "objetivo" e "objeto de atividade" na vossa pesquisa vai provavelmente gerar uma certa "crise intelectual", pois a maior parte da literatura nesta área parte do paradigma positivista que é bem diferente da posição dos textos acima. Mas acredito que a vossa pesquisa ganhará muito ao questionar de modo serio as noções simplistas que dominam o campo da administração atualmente. Referências: Ciborra, C. U. (1996) The Platform Organization: Recombining Strategies, Structures, and Surprises, Organization Science, Vol. 7, No. 2: 103-118 http://www.jstor.org/pss/2634975 (abstract e primeira página gratuitos). Engeström, Y. (2001) Expansive Learning at Work: toward an activity theoretical reconceptualization, Journal of Education and Work, 14( 1) , 133-156 http://www.informaworld.com/index/WNJVND46CNM15M5M.pdf Miettinen, R. (2005) Object of Activity and Individual Mot ivation, Mind, Culture, and Activity, 12 (1), 52 – 69. Raoni Guerra L. Rajão Lancaster University Management School A forma geométrica da TI Super interessante a abordagem de Carlos Peixoto (nesta página), concordo plenamente com o formato retratado. Proponho a apresentação do Croqui, no intuito de visualizar a problemática relatada. De fato em meio a discussão interessante em que nos encontramos, apresenta-se não uma solução mas um entendimento do processo indo de encontro ao que alguns de nós tem defendido. Sensacional. Página 7 de 15 Rede GESITI: criada em 18/02/08 possui +1.100 colaboradores ================================= PARTICIPAÇÃO em 04/07/08, por Carlos Peixoto ================================= Croqui aspiral TI Caros amigos do grupo GESITI, apresento-lhes uma idéia e gostaria de provocar o grupo para gerarmos a partir desta idéia uma coisa concreta, real e de relativa importância para o desenvolvimento dos conhecimentos. Referência: mensagem de Carlos Peixoto, pág 7. O croqui, figura 2 e giura 3, representa apenas a idéia da forma geométrica de uma TI. Salvo que para um maior entendimento, necessitamos de um desenho detalhado com textos explicativos e específicos para cada área de atuação. Em comum todas as TI's tem o mesmo caminho a seguir, se diferenciando entre elas apenas na área de atuação. Em síntese deve existir uma modificação comportamental em toda cadeia, principalmente uma aproximação maior do grupo de criação dos objetivos organizacionais em relação aos outros níveis componetes e seus objetivos pessoais. A distância do ponto B ao ponto F vai diminuindo geometricamente à medida que a eficiência dos resultados vai se tornando real, caminhando para uma fusão entre o ponto B e F, representando assim a eficiência nos resultados. Segue link das figuras/croquis: figura 2: (geometria da TI_1 : confira o link dentro da rede): http://br.ph.groups.yahoo.com/group/GESITIs/photos/view/d2f3?b=3 Carlos Peixoto [email protected] ================================= PARTICIPAÇÃO em 05/07/08, por Prof. Eng.Marcus Vinicius Branco de Souza ================================= Croqui aspiral TI Prezado Carlos, é muito interessante esta representação geométrica da TI, mais ainda a representação pontual, a distância entre os pontos e outras elucubrações a partir do modelo. O interessante é que de forma gráfica verifica-se uma série de processos da atuação da TI e de seus resultados esperados. Lembro-me na ocasião quando da apresentação da idéia, a coerente observação do Prof.Raoni (pág 7) sobre objetivos pessoais (o "objetivo" é algo real, estático e facilmente identificável, como um endereço em um mapa) gostaria de complementar dando "vida" ou dinamismo a forma, afirmando que a estrutura onde representamos a TI deve ser dinâmica, móvel, nos levando a imaginar uma forma tridimensional mutável (não imaginem uma espiral cônica rígida e sim algo que muda) os agentes da mudança são vários, como o mercado, as mudanças de tecnologia e as mudanças "pessoais"(estas coloco como as mais criticas). Gostaria ter mais opiniões sobre o que estamos expondo... Grande Abraço a todos, Prof. Eng. Marcus Vinicius Branco de Souza, MSc Coordenador CENTEC/CPA Faculdades Integradas de Itapetininga – FKB – SP www.fkb.br - [email protected] ================================= PARTICIPAÇÃO em 05/07/08, por Carlos Peixoto ================================= figura 3: (geometria da TI_2 : confira o link dentro da rede): http://br.ph.groups.yahoo.com/group/GESITIs/photos/view/d2f3?b=4 Caro Prof Marcos , Gostei das observações, você foi na maior das qualidades ,a flexibilidade . Esta forma aspiral tem como função maior a liberdade de poder se ajustar nas situações variáveis externas ou internas . Vamos imaginar esta aspiral sendo uma verdadeira mola,com uma forma livre para se ajustar sob algum efeito de pressão.Se ela tem Página 8 de 15 Rede GESITI: criada em 18/02/08 possui +1.100 colaboradores como base de apoio e sustentação o objetivo final coletivo , este será fixo , real e estático. Então esta pressão, este movimento terá sua origem no núcleo de criação dos objetivos organizacionais , e neste movimento observamos a distância entre projetos e objetivos se tornando cada vez menor. Toda forma rígida imutável tem como tendência a acomodação e o surgimento de vícios em todo o sistema levando a uma ineficiência crônica de difícil reparação. Obrigado e um bom dia a todos! Carlos Peixoto [email protected] ================================= PARTICIPAÇÃO em 05/07/08, por Raoni Guerra ================================= Croqui aspiral TI Prezados Marcus, Carlos. Gostaria de sugerir outro autor para vossa busca da forma geométrica da TI: TI como um rizoma. Os filósofos Gilles Deleuze e Félix Guattari, no livro Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia, vol. 1. (Tradução de Aurélio Guerra Neto e Célia Pinto Costa. São Paulo: Editora 34, 1995) elaboraram o conceito da forma rizomática como uma nova epistemologia (modelo para representação do conhecimento, o que inclui o papel da TI em organizações). Inspirando na biologia (como no texto do Capra proposto pela Profa. Rosangela), eles descrevem a sobre autopoiese, e tb sobre "arvores de conhecimentos". Idem rizomas. Como símbolo sintético sobre Conhecimentos Tácitos/Inteligência Humana, estou utilizando, vez ou outra, o símbolo da Lemniscata, e cuja percepção/aceitação pessoal permite chegar aos arquétipos organizacionais, seja Estratégia ou Gestão, enquanto modelos mentais. Lembro tb aos colegas de que a Lemniscata está impresso no nosso corpo físico, reflexo do Cosmos. Numa plataforma intermediária de dialética utilizo Epistemes para simbolizar a evolução e a dinâmica dos Conhecimentos dentro das Organizações, tendendo à Lemniscata como plataforma final.As informações, como objetos, se acumulam, sendo que os Conhecimentos, enquanto intangíveis, se atualizam numa Lemniscata. Creio que esses pensamentos sejam uteis tb para TIC. Quanto aos livros de Felix Guattari (e Deleuze), citados pelo Prof. Raoni, são realmente um tanto herméticos, pois possuem linguagem própria Psico_Esquizo_Analítica-, e portanto não é de leitura simples ou comum. Sugiro leitura também do livro Caosmose de Guattari. Prof. Chu S. Yong FGV EAESP [email protected] epistemologia na forma de “arvore” e de “rizoma” (um tipo de caule que algumas plantas possuem). Em contraposição do modelo epistemológico (positivista funcionalista) da “arvore” onde ha ligações hierárquicas estáticas e passiveis de somente uma interpretação (ex. Tronco, galho, folhas etc...), propõem o conceito de “rizoma” que é um sistema, mult ifacetado (aceita varias interpretações), ”a-centrado não hierárquico e não significante, sem General, sem memória organizadora ou autômato central, unicamente definido por uma circulação de estados”. Certamente os textos do Deleuze e Guattari, como os outros filósofos post-estruturalistas de sua geração, são pouco claros e muitas vezes se parecem mais devaneios poéticos do que algo que possa ser utilizado em um estudo empírico. Mesmo assim, acredito que as suas idéias podem ser bastante úteis para quebrar paradigmas e despertar novos pontos de vista radicais. Raoni Guerra L. Rajão Lancaster University Management School ================================= PARTICIPAÇÃO em 07/07/08, por Prof. Chu S. Yong ================================= Croqui aspiral TI - Re: Em busca da geometria da TI: rizoma Caros, Gostaria tb de sugerir uma forma geométrica referente aos Conhecimentos sobre TI. Numa abordagem subjetivista sobre Conhecimentos, tenho utilizado o próprio ser humano como metáfora de minhas realizações em Conhecimentos e sua Gestão. Depois de muito pensar, a metáfora humana é, me parece, ser mais interessante do que a biológica, muito utilizada por Maturana & Varela (e etc...), na teoria Página 9 de 15 Rede GESITI: criada em 18/02/08 possui +1.100 colaboradores Tema III – Vídeo e Educação no sec. XXI ================================ PARTICIPAÇÃO em 14/06/08, por André de Paula ================================ Did You Know III?... Shift Happens Como nem todos ainda conhecem, então aí vai: http://www.youtube.com/watch?v=P7J_ereCiTo Este vídeo trata sobre o novo cenário mundial, globalização, e principalmente TI. Saudações, André de Paula [email protected] ================================= PARTICIPAÇÃO em 15/06/08, pelo moderador ================================= Did You Know III?... Shift Happens Vídeo interessante o enviado por André/CTI (http://www.youtube.com/watch?v=P7J_ereCiTo), que nos apresenta um cenário mundial... No final do vídeo tem outros links com mesmo enfoque e, vale a pena assistir mas fazendo uma profunda reflexão (ou auto-análise) das implicações (SE EXISTIREM), sobre o que este conteúdo pretende "behind the scenes" (nos bastidores). Assim peço que todos, professores, pesquisadores, usuários e outros profissionais (sem exceção), que façam uma profunda reflexão (Socio-Técnica) sobre o vídeo colocando como base/referência a sua experiência ... Compartilhe seus insights/intuição/pensamentos/ só assim podemos fazer a rede ficar interessante e equilibrada nas colaborações (apoiada no tripé: Empresário, Pesquisador e Professores tendo no seu topo o Usuário/você). Você (EPP) nunca vai saber SE a sua opinião é ou não importante/significativa até que revele/compartilhe a mesma. A rede GESITI precisa e vive de pluralidade (*). Abraços, Moderador • Portanto, meus caros, somente a partir de uma visão mais solidária e responsável, é que as organizações serão cada vez capazes de combinar técnicas para manifestar seus conhecimentos por meio das redes de pessoas numa concepção que considere o ser e a sua realidade tecnológica e social, complementadas pela produção, utilização e disseminação do conhecimento nas redes eletrônicas digitais de comunicação, além de aproveitar a tecnologia para o pleno desenvolvimento do ser humano e do bem-estar geral, sócio/organizacional. A Rede GESITI se propõe desenvolver a personalidade individual e coletiva para atuação social e tecnológica em cenários de comunidades regidos pela confiança, pelo bem-querer e pela parceria, rumo a uma nova perspectiva de interação colaborativa real/digital com o propósito de indicar os caminho da evolução das TIs associado a devida importância do pleno desenvolvimento físico, mental e espiritual: mais conhecimento implica em mais desafios que implica em maior responsabilidade: Caixa de Pandora. Moderador da Rede GESITI ================================ PARTICIPAÇÃO em 16/06/08, por Rosângela Lopes Lima ================================ Did You Know III? Shift Happens Bastante interessante o vídeo enviado por André/CTI. Mostranos um cenário muito complexo, uma vez que demonstra a todos o fosso existente entre a demanda da sociedade, cada vez mais imediatista e o andar retrógrado das instituições educacionais. Vem nos fazer refletir sobre a necessidade urgente de se cuidar do processo de aprendizagem em sala de aula, que nos dias de hoje se caracteriza por um mero processo de repasse de conteúdos. Professores despreparados, desmotivados e sem nenhum incentivo para enfrentar mudanças paradigmáticas são responsáveis pela formação dos profissionais do século XXI. Mudar paradigmas e consequentemente culturas no meu entender é o único caminho para se tratar a complexidade das relações entre atores do processo de aprendizagem. Esse assunto no contexto das universidades públicas do Brasil, a quem se interessar, foi tratado na minha tese de doutorado defendida pelo programa de Engenharia de Produção da COPPE/UFRJ, intitulada A UNIVERSIDADE DO SÉCULO XXI: UMA PROPOSTA ESTRATÉGICA, TÁTICA E OPERACIONAL PARA A SUA UNIDADE ESTRUTURAL – A SALA DE AULA. Rosângela Lopes Lima [email protected] ================================= PARTICIPAÇÃO em 16/06/08, por Raoni Guerra ================================= Video e Educação no sec. XXI Realmente muito interessante o vídeo. Tenho as minhas críticas. Por exemplo, ao dizer que em breve os computadores serão mais rápidos que o cérebro humano, deixa a entender que termos máquinas mais inteligentes que pessoas. Horas, saber calcular ou gerar texto rapidamente não faz de nenhum computador um Einstein ou Camões respectivamente! Mas a mensagem principal é clara e alarmante. Estamos vivenciando uma grande mudança de paradigma no que se refere a geração e consumo de conhecimento. Como disse a Profa Rosângela Lima, não podemos mais pensar no ensino como repasse de conteúdo de uma fonte central, seja ela a sala de aula, enciclopédia e TV. Ao contrario, cada vez mais aprendemos a partir de milhares de fontes diferentes espalhadas pelo globo como revistas cientificas online, fóruns de discussão, wikipedia e blogs. O problema é que com este novo modelo o julgamento da qualidade da informação está completamente nas mãos do 'cliente' final. Sendo assim, no meu ver, o papel principal dos educadores do futuro é ensinar os alunos não só buscar conhecimento por conta própria, mas principalmente incutir Página 10 de 15 Rede GESITI: criada em 18/02/08 possui +1.100 colaboradores neles a capacidade de selecionar de maneira crítica todo e qualquer conteúdo. Neste sentido acredito que as universidades na Inglaterra têm uma proposta educacional em linha como alguns destes desafios. Ao contrario das provas de múltipla escola que dominam o sistema educacional brasileiro, a maior parte das provas do mestrado (e grande parte da graduação) são redações (essays). Em sala de aula, os professores introduzem o assunto, propõem alguns temas para a redação e sugerem algumas leituras e ensinam como fazer buscas por artigos científicos. A partir daí os alunos pesquisam por conta própria uma serie de fontes (normalmente entre 20 e 40) para a redação de seus artigos que vão de 2000 a 4000 palavras, dependendo do curso. Desta forma o aluno aprende a buscar, avaliar e interpretar novos conteúdos de maneira autônoma e critica. Raoni Guerra L. Rajão Lancaster University Management School [email protected] ================================= PARTICIPAÇÃO em 16/08/08, pelo moderador ================================= PARTICIPAÇÃO em 18/06/08, pelo Anderson Gomes ================================= Did You Know III?... Shift Happens Extremamente esclarecedor. Estando envolvido em soluções de alta tecnologia aplicada ao uso diário em corporações, tenho percebido que ainda existe um grande GAP entre os próprios conhecedores do assunto como nós e as pessoas comuns. Não se preocupar com as camadas tecnológicas é um benefício para a sua adoção, no entanto, e o futuro? Como iremos progredir e permit ir que o conhecimento seja disseminado a todos? As iniciat ivas de permit ir acesso são importantes à exposição tecnológica, mas como permit ir que brasileiros de qualquer idade tirem proveito para seu salto de padrão de vida e conhecimento? Se me derem uma vara de pescar e uma lagoa cheia de peixes, ainda assim morrerei de fome, se não me ensinarem a pescar e o que pescar... Andy [email protected] ================================= Vídeo e Educação no sec. XXI Prezado Raoni, valeu pelo reforço e apoio criado com sua mensagem (pág 10), parágrafos 1 e 2. No parágrafo 3 fica a dúvida: Como não temos a tese da Dra. Rosangela e, como ela não explicou o contexto, fica difícil saber se ela escreveu sobre nível superior , ensino médio ou básico. Quero crer que ela esteja fazendo referência ao ensino básico (de base). Assim sendo, noto que, também, muitas universidades brasileiras atendem, há muito, ao mesmo modelo que você se referiu. Fica aqui a pergunta: qual o contexto que a Dra. Fernanda está se referindo: nível superior , ensino médio ou básico? De qualquer forma, acho que a discussão em torno do tema básico - O VIDEO - deve continuar e, devemos (a cada um o seu interesse, bem vindo), focar no aspecto "behind the scenes" no que se refere a uma reflexão sobre o Brasil. Você (Empresário, Pesquisador, Professor) nunca vai saber SE a sua opinião é ou não importante/significativa até que revele/compartilhe a mesma com o Usuário/você. Findo, informo que recebi dois e-mails pedindo o link/PDF da tese Dra. Fernanda... Note que hoje já é praxe comum ter-se o link da teses disponibilizado para acesso (no máximo uns dois meses depois da defesa da tese). Por exemplo, todas as teses da Unicamp (desde a primeira...), já estão disponíveis em pdf/LINK. Abraços Balloni - Moderador Rede GESITI CTI-MCT [email protected] Página 11 de 15 Rede GESITI: criada em 18/02/08 possui +1.100 colaboradores Tema IV – Como repensar a Divisão/inclusão digital ================================= PARTICIPAÇÃO em 30/06/08, por Balloni ================================= Repensando a Separação Digital (digital divide) Pessoal, do livro: "Technology and Social Inclusion, by Mark Warschauer - The MIT Press- Cambridge/UK/2003". Agradeço a amigo Marcos de Carvalho Marques / CPqD pela indicação. Bem, não posso me furtar e vou colocar (vou me expor) a minha interpretação, pretensiosa /resumida, para algumas passagens do livro mencionado, esperando que as mesmas possam ser de ser de vosso interesse e fonte motivadora para que a Rede GESITI se manifestar conforme seus insights/pensamentos. O autor argumenta sobre a percepção geral de que solucionando a questão da separação Digital (Digital Divide), estaremos resolvendo os problemas sociais pelo fato prover computadores e acesso a Internet... e, informa que isso parece ser cada vez mais problemático. Para consubstanciar o conteúdo, o autor conta as histórias: A) - Caso da favela em Nova Delhi: onde foi realizado um experimento denominado "buraco na parede" o qual consistia de PC's conectados a Internet, cujo monitores estavam embutidos em uma parede e, os quais podiam ser utilizados por crianças através de joystick e botões em substituição ao mouse. O sistema proposto consistia de 5 quiosques ao ar livre localizado em uma região pobre de Nova Deli. A idéia era que não houvesse nenhum professor ou instrução para as crianças em acordo com o conceito denominado de "educação invasiva mínima", permitindo que a mesma, por si só, acessar/aprender conforme interesse. Observou-se que o aglomerado de crianças ao redor dos quiosques consist ia de uma ensinando a outra suas descobertas de operação do computador (arrastar objetos, selecionar menus, copiar/cortar textos, abrir e utilizar programas Microsoft, usar Internet etc.). O programa foi saudado pelos pesquisadores e governo como um modelo proposto para inserir os pobres da Índia na era dos computadores. Uma realidade diferente foi percebida no experimento: as crianças de fato aprenderam a usar a manipular os joystick e botões mas passavam seu tempo fazendo desenhos ou jogando vídeo game (nenhum programa educacional ou de conteúdo especial havia sido disponibilizado no idioma nativo e a própria estrutura do quiosque, ao ar livre e não em uma sala, dificultava uma supervisão ou colaboração). Os pais das crianças desenvolveram sentimentos ambivalentes sobre o quiosque: apesar de verem como uma iniciativa bem vinda, a falta de instrução organizada estava provocando efeitos indesejados tais como crianças que antes eram boas alunas agora estavam defasadas e dedicando todo o tempo em vídeo game via Internet. Conclusão para este caso: educação com invasão mínima tinha, na prática, mínimo efeito na educação. B) - Caso da Cidade na era da informação: fato acontecido na Irlanda sobre uma competição para selecionar o melhor projeto "Cidade na era da Informação", com fundos de 22MUS$/1997 para a cidade vencedora. Cidades com 5000 ou mais pessoas participaram. Teve 4 finalistas e a cidade vencedora, Ennis,com 15.000 habitantes, levou o prêmio, que consistia em implantarem cada lar um PC conectado a Internet, linhas ISDN e web site gratuito para todos os negócios da cidade além de smart card para cada família. Ennis precisa implantar seu projeto o mais breve possível! As 3 outras cidades (Castlebar, Killenny e Killarney) receberam para seus projetos cerca de 1.5M US$ como prêmio de consolação e o projeto precisava ser implantado no tempo que fosse necessário. Resultado: após três anos a cidade de Ennis não tinha apresentado o esperado ROI. A tecnologia tinha sido forçada nas mãos de pessoas com tempo insuficiente de treinamento, pouco acompanhamento e principalmente de não ter sido dada à motivação do por que deveriam usar a nova tecnologia em primeiro lugar. Pior ainda, alguns sistemas sociais que estavam funcionando adequadamente, foram interrompidos para dar espaço ao mostruário tecnológico... Um grande número dos PC´s foi vendido pelos usuários. Desempregados que ganharam seus PC´s e que deveriam pedir o seu salário via Internet, iam, novamente, pessoalmente ao escritório reclamar sobre o mesmo e, aproveitavam a oportunidade para se sociabilizarem com seus amigos aliviando então o isolamento... As cidades de Castlebar, Killenny e Killarney, com uma quantidade muito menor de recursos, foram forçadas a planejar cuidadosamente o uso dos recursos ao invés de adquirirem enorme quantidade de equipamentos. Grupos comunitários, pequenos negócios e uniões trabalhistas foram envolvidos no processo de planejamento e, trabalharam sobre as bases já existentes de redes de trabalhadores, educadores, pessoas de negócios para apoio de base do uso da tecnologia para desenvolvimento social e econômico... Resultado: as três cidades, cada uma com 1/15 do valor recebido por Ennis, apresentaram resultados melhores de inclusão social através da tecnologia que a vencedora, Ennis. C) - O modelo de um Laboratório de Computação (LC): um LC foi doado para universidade do Egito como objetivo de estabelecer um programa modelo de treinamento de professores... Computadores & SW e periféricos no estado da arte foram doados... Como contrapartida a universidade deveria arcar com todas as despesas operacionais e de infra-estrutura... Dificuldades: devida a questões de inveja... de outros departamentos... e, problemas de relacionamentos um chefe de departamento ressentiu-se pelo fato de uma hierarquia inferior ter este mega projeto - e, dessa forma, foi bloqueado o apoio operacional de contrapartida. Quando essas dificuldades foram solucionadas após mais de um ano, os equipamentos tinham desvalorizado ~1/3 do seu valor econômico. REPENSANDO A SEPARAÇÃO DIGITAL. Os conteúdos acima (A,B e C) são motivados pelo desejo real de melhorar a vida das pessoas através das TIC´s. No entanto, dificuldades inesperadas diminuíram os resultados. Nos exemplos, os problemas apresentados não são isolados e tampouco randômicos: esses problemas acorrem repetidamente em projetos de tecnologia ao redor do mundo, os quais freqüentemente focam em prover HW e SW, mas não dão o valor suficiente para os sistemas sociais e humanos que também precisam mudar para que a tecnologia faça a diferença. Assim, o acesso a TIC's inclui muito mais que meramente prover conections entre HW e SW para, especialmente, incluir um conjunto complexos de fatores que abrangem recursos físicos, digital, humano e social e relacionamentos. Conteúdo e linguagem, educação, Página 12 de 15 Rede GESITI: criada em 18/02/08 possui +1.100 colaboradores comunidade e estrutura institucional devem consideradas quando o acesso a novas tecnologias é desejado. Portanto, a Separação Digital é marcada não somente pelo acesso físico ao computador e conectividade, mas também pelo acesso aos recursos adicionais os quais permitem as pessoas utilizarem bem as TIC's. Espero que possa ter agregado algum valor aos seus conhecimentos. Aquele que queira argumentar ou apresentar uma outra visão, seja bem vindo: esse é o propósito da rede GESITI. Balloni CTI-MCT [email protected] ================================= PARTICIPAÇÃO em 30/06/08, por Prof. Eng. Marcus Vinicius Branco de Souza ================================= Prezado Balloni, como vemos assim relatados, mesmo quando as TIC's são colocadas para melhorar a vida das pessoas (bem apresentadas nas histórias A, B e C), detectamos os mesmos problemas encontrados nas empresas nos dias de hoje. Ou seja, dispomos de um grande numero de soluções de software, isso para não falarmos na grande variedade de soluções de hardware (onde - comentário meu - temos mais disponibilidade do que necessidade), mas esbarramos novamente em problemas sócio-técnicos que na verdade descrevem-se na necessidade de Planejamento tanto na fase pré-instalação (levantando as reais necessidades frente aos objetivos de cada problema), como de pós-implantação, onde o trabalho não termina com a instalação do hdw e sftw (aliás inicia-se ai) pois neste ponto temos que iniciar trabalhando a cultura minimizando o impacto da mudança, e dai para frente trabalhar cada elemento(pessoa) envolvida no processo, apresentando seu papel na utilização da ferramenta(hdw+sftw) disponibilizada. Na verdade, penso, trabalhamos nestes últimos trinta anos desenvolvendo software e hardware para solucionar um grande número de problemas que tínhamos, mas não podemos nos esquecer que o centro dos problemas (para não dizer geradores dos problemas) são as pessoas que estão a espera de ferramentas para solucionar suas inquietudes. Não clamo para que paremos com o desenvolvimento do hardware nem com as facilidades de software que ainda estão por vir, mas sim que foquemos nossos esforços para os destinatários do nosso trabalho – o usuário leigo(destaco o leigo, pois já trabalhamos muito levando em conta que o usuário trabalha como nós ou melhor tem toda a proficiência suficiente para entender as ferramentas que disponibilizamos). Precisamos parar de sermos escravos do óbvio, pois na medida em que trabalharmos achando que tudo é óbvio, deixamos tremendas lacunas para toda uma população que anseia por soluções por nós produzidas. Grande Abraço, Prof. Eng. Marcus Vinicius Branco de Souza, MSc Coordenador CENTEC/CPA Faculdades Integradas de Itapetininga – FKB – SP [email protected] - www.fkb.br ================================= PARTICIPAÇÃO em 01/07/08, por Rosângela Lopes Lima ================================= Repensando a Separação Digital (digital divide) Muito pertinente essa discussão, pois revisitamos o assunto relacionado à gestão de pessoas. Mais uma vez fica clara a preocupação equivocada com os meios, com a estrutura física material. Ficam aqui as perguntas - Como um projeto de inclusão social pode prescindir de um consistente projeto educacional? - Como incluir pessoas se não for pela via da educação? Por que na área social não se busca o planejamento cuidadoso que se tem em outras áreas? As questões: Por quê?, Para que?, Para quem? e Como? Não podem ser deixar de ser respondidas em nome de "furor" tecnológico, que sempre está associado ao mercado, à grande demanda, ao vender prá q u em . Realmente o fosso da exclusão aumentará se o foco estiver apenas no desenvolvimento tecnológico sem levar em consideração uma profunda reflexão sobre o seu uso e as conseqüências desse uso. Rosângela Lopes Lima [email protected] ================================ PARTICIPAÇÃO em 02/07/08, por Fauzi Shubeita ================================ Inclusão Digital Prezados Balloni , sobre a questão de Separação Digital, me permitam relatar o que observo na prática dentro do nosso programa de Inclusão Digital: Ele já esta estabelecido desde 2001, portanto tem 7 anos de existência. Nessa caminhada oportunizou-se a milhares de pessoas de toda a comunidade o acesso aos computadores e Internet em nossos laboratórios. Somos instituição Educacional que atende todos os níveis, indo de educação Infantil até Mestrado. Mas focando a questão da inclusão, concordo que quem não tem/usa computadores ou acessa a internet de fato esta numa desvantagem competitiva em relação a quem usa. Por outro lado existem outros elementos a serem questionados: Como fazer a Inclusão Digital um processo contínuo? Quem pode ser considerado um Incluído Digital? Aquele que tem computador e Internet ou aquele que um dia participou de uma turma de Inclusão Digital num período de 40 horas? Quem é o Instrutor do programa de Inclusão? Um estagiário bolsista ou um profissional da Educação? Acessar a internet é o passaporte para uma melhor qualidade de vida ou colocação profissional? Ter um computador ao alcance é sinônimo de melhoria intelectual? Qual a formação que um programa de Inclusão Digital deve propiciar? A contabilidade social da empresa é algo real ou apenas uma demonstração de que ter responsabilidade social é algo que "é bom para os negócios"? Página 13 de 15 Rede GESITI: criada em 18/02/08 possui +1.100 colaboradores Com certeza caros colegas, todos nós sabemos o bom e o mau uso que as pessoas digitalmente incluídas fazem do seu aparato tecnológico. Somos os pais que tem a maior média de tempo conectado a internet, mas isso ainda não se refletiu como ganho competitivo nem melhorias substanciais na aprendizagem das nossas crianças.. Além dos computadores temos os celulares “plugados”, smartPhones, I-Phone, PSP, consoles para games em rede... A rádio AM ainda consegue melhores resultados sociais do que a uma FM (são digitais também). Espero que isso alargue a discussão e que casos brasileiros também venham a tona. A Índia tem sua realidade social, a Irlanda, USA, comunidade Européia... Mas no Brasil, o cidadão que mora na Zona Norte da minha cidade não sabe o que acontece na zona sul, mesmo sendo um universo de 25.000 Habitantes e uma área de poucos quilômetros quadrados, não sabendo inclusive que desenvolvemos um programa de Inclusão digital há tanto tempo. Abraço a todos, Fauzi Shubeita [email protected] Apêndice I – Eventos, comunicados e contribuições ================================= PARTICIPAÇÃO em 30/05/08, por André de Paula Inovação e conhecimento se faz à partir da boa informação, experiência e criatividade. Que tal apreciarmos um pouco do que faz parte de nossa história e fundamenta alguns de nossos atuais conhecimentos? Ótimo também para professores, de forma bem específica, pois trata-se de um ótimo material para discussão e ilustração do conhecimento veiculado e estimulado na escola (é o que se espera). Espero que seja bem aproveitado, segundo as necessidades de cada um dos senhores e senhoras, caros amigos do GESITI. Profa. Luciene Conte Kube Academia da Força Aérea [email protected] ================================= PARTICIPAÇÃO em 17/06/08, pelo moderador ================================= Esclarecimentos. 1.3 - A informação sobre o LINK RODA VIVA se encontra dentro da Rede GESITI em: http://br.groups.yahoo.com/group/GESITIs/links - procurar...; ================================= Publicação em 07/jul/2008 pág E6 do Caderno Digital do jornal Correio Popular ================================= Redes Colaborativas contribuem para o desenvolvimento: matéria publicada pelo Correio Popular/Campinas ================================= Cursos GRATUITOS on-line de TI Há um interessante site apresentado pela Intel® que oferece cursos GRATUITOS online de TI. Tem apostilas para download, check questions e há certificado para aqueles que concluem o curso de acordo com as exigências descritas no site. Vejam mais em: http://www.nextg.com.br/v2/web/curso.php http://www.nextg.com.br/v2/web/faq2.php Ainda não fiz nenhum curso, mas recebi esta informação e achei válido compartilhar. Baixei todas as apostilas e gostei do material! Saudações, André de Paula [email protected] ================================= PARTICIPAÇÃO em 17/06/08, por Luciene Conte Kube ================================= “A Rede Gesiti (Gestão dos Sistemas e Tecnologias de Informação aplicados em Organizações), criada pelo CTI, tem como proposta estabelecer uma rede avançada colaborativa abrangendo os aspectos sócios e técnicos das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Note que as TIC são, cada vez mais, o alicerce das inst ituições de ciência tecnologia, ensino e empresas da região de Campinas ou mesmo do Brasil. Organizações de pesquisa e desenvolvimento ou de produção, quando atuando em redes colaborativas, criam uma base para se tornarem mais competitivas, terem excelência mundial e, ao mesmo tempo, a necessária agilidade quando se deparam com turbulências no mercado oriundas de causas não esperadas. Portanto, redes como GESITI ajudam as pequenas, médias e grandes empresas a identificar e explorar novos e potenciais negócios, turbinar a inovação e aumentar conhecimentos. O Jornal Gesiti tem apresentado um perfil colaborativo com alto valor a troca de informações contribui para o sucesso de todos dentro desse mercado cada vez mais globalizado. Assim, as redes colaborativas, baseadas necessariamente na pluralidade de participantes, criam condições para tornar todos mais inovadores nos seus respectivos setores. Entendo que isso seja, cada vez mais, um fator para a sobrevivência no mundo globalizado. É isso que a Gesiti se propõe, criar um mecanismo confiável, apoiado pelo CTI, que se auto-sustente, em que a colaboração seja Desculpem-me, caros amigos Às vezes a digitação se torna difícil. Deixem-me procurar corrigir: Estou colocando arquivo interessante a todos que desejam conhecer um pouco mais daquilo que hoje possuímos e conhecemos. Trata-se da iniciativa da Fundação Padre Anchieta e FAPESP. Textos integrais dos programas Roda Viva, com entrevistas de cientistas, economistas, filósofos, etc... Acredito que muito se pode aprender lendo os textos integrais. Página 14 de 15 Rede GESITI: criada em 18/02/08 possui +1.100 colaboradores estabelecida entre as partes envolvidas, de forma pró-ativa e respeitosa ao tema em debate. A tendência mundial são publicações digitais de alta qualidade em conteúdo. Portanto, num futuro próximo, em resposta à rápida mudança das condições do mercado, a maioria das empresas e, em especial as pequenas e médias, serão parte de redes colaborativas sustentáveis, que estarão fomentando o ambiente das chamadas organizações virtuais, que usam a rede para conectar pessoas, recursos, idéias, para criar e distribuir produtos e serviços sem estarem limitadas às fronteiras tradicionais da organização ou à sua localização física. É importante notar que uma rede apenas pode se materializar se a postura ou abordagem entre seus associados digitais for holística. Isso tem sido uma preocupação por parte da rede Gesit i. Sem a visão holística, eu creio que a rede perde vitalidade. Em uma rede, além da complexidade dos temas tratados (sócio-técnicos por exemplo), temse também as múltiplas interdependências entre as entidades envolvidas (empresas, universidades e centros de pesquisa), as pessoas e as tecnologias, formando um sistema sócio-técnico de alta complexidade. Hoje a rede está com mais de mil associados e continua a crescer. Maiores detalhes em http://br.groups.yahoo.com/group/GESITIs.” ===================================== PRÓXIMA EDIÇÃO: Agosto/2008 – Participem: bom para sua empresa, bom para você e bom para todos. Mensagens para: [email protected] ou [email protected] Participem. Página 15 de 15